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Livro realizado pelos alunos do 9º D - Colégio POLIEDRO - São José dos Campos - SP. Tal obra foi criada nas Oficinas de Texto criadas pelo Professor Sérgio R. L. Fascina - 2013.

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9º ANO G - 2013

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© Todos os direitos reservados. Proibida a cópia total ou parcial desta obra.

Projeto desenvolvido na disciplina de Língua Portuguesa, pelos professores Sérgio Ricardo Lopes Fascina e Darci de Souza Baptista durante o primeiro semestre letivo do ano de 2013.

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Feira do Livro 2013Oficina de Textos - Projeto Livro da Turma

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Dedicamos esta obra aos escritores de todos os tempos,

os quais nos trouxeram seus mundos,

suas inspirações,

seus medos,

suas verdades e suas mentiras,

suas certezas e suas incertezas,

a fim de que pudéssemos, nas incertezas da vida,

ter a certeza de que

podemos criar!

Podemos mais!

DEDICATÓRIA 9º ANO G

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O F I C I N A D E T E X T O S - F E I R A D O L I V R O 2 013 - P O L I E D R O - S J C

Escritos nas areias do tempo

Ilustração - homenagem

à imagem de

Padre José de Anchieta

Pegadas, desenhos, areia... Um escritor. Um ser humano que es-creve, que cria. O mar que apaga. O tempo que nunca se esgota... o tempo que perpetua... Escrevemos nossas histórias em areias de praias diferentes, apagadas pelo mar de novas vivências, mas nunca esquecidas pelas areias que se movimentam na ampulheta do tem-po. Tempo no qual vivemos e no qual escrevemos nossos dias no pa-pel que nos cabe no mundo. Areias que acolhem nossas ideias, nos-sas escritas e que formam, mesmo que em minúsculas partes, uma vastidão de uma praia sem fim. Pequenos grãos, pequenas ideias, união. Imensidão. Realização. (...)

Desde que iniciei meu primeiro projeto de Oficina de Pensamen-tos, em 2001, ainda na cidade de Curitiba-PR, com uma turma de pequenos alunos que, hoje, são grandes homens e grandes mulhe-res e os quais são motivo de orgulho, nunca imaginei que tomasse tal tamanho e tal forma. Atualmente, com a Oficina de Textos, doze anos depois, aqui está a prova física a qual é a união de grãos de ideias de 242 alunos do 9º ano do Ensino Fundamental - Colégio

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POLIEDRO - São José dos Campos - SP, formando 7 livros de pró-pria autoria e mostrando que é possível ir além do horizonte além mar.

Nos capítulos, palavras apagadas e reescritas com as borrachas das ondas das vontades de melhorar... Nas ilustrações, pérolas mol-dadas pelos ventos da criatividade, acompanhadas pelas asas inquie-tantes dos novos pássaros que me visitam, convivem e alçam voos para novos continentes, para suas próprias vidas.

Vagas de pensamentos que vêm de longe e que vão ao longe, le-vando o aroma de um oceano de escritas, de leituras e de momentos. Oceano de possibilidades, de conquistas. Imensidão de agradecimen-to a todos vocês, pássaros.

Voem! Subam! Levem consigo cada grão que lhes pertenceu, for-mando, nas areias do tempo, marcas de quem foram, de quem são e de quem sempre serão. Criadores de si mesmos!

Prof. Sérgio Ricardo Lopes Fascina

Língua Portuguesa - 9º ano - POLIEDRO 2013.

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Da criação e outros fascínios

Posso contar-lhes uma pequena história? Aconteceu alguns anos atrás, quando eu lecionava Produção de Texto para uma turma da an-tiga “5ª série” (sentimos que estamos, de fato, envelhecendo, quando palavras e expressões com as quais nos acostumamos a vida inteira co-meçam, de repente, a provocar espanto nos mais jovens: “Nossa, ele ainda fala em 5ª série!” Nem vou começar a falar da vez em que um aluno do ensino médio comemorava, entre os colegas, o fato de ter ga-nhado uma moto dos pais como presente por seus dezoito anos re-cém-completados e cometi a sandice de perguntar-lhe: “Mas é moto mesmo ou é uma vespa?” Trinta e poucos rostos olharam para mim, mudos, à espera que eu confessasse, afinal, se provinha de Marte ou Saturno).

Mas são digressões e eu volto à pequena história. Eram meninos e meninas em torno dos onze anos de idade, habituados ao universo macio e aconchegante do chamado curso primário, ou ciclo básico do ensino fundamental, ou seja lá como queiram chamá-lo. E viam-se abruptamente perdidos numa floresta de mais de dez professores de diferentes disciplinas, que iam sucedendo-se no horário das aulas na velocidade da porta giratória de um hotel. Tinham dúvidas sobre

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tudo, naturalmente: desde a cor da caneta com a qual escreveriam o título de suas redações até se poderiam usar o mesmo nome do seu ca-chorrinho para dar nome ao cachorrinho do menino muito triste e muito sozinho que ia todo dia à escola e não sabia fazer redação e por isso ficava de recuperação todo ano, pobrezinho. Apesar das dúvidas, contudo, escreviam.

Menos um aluno. Que se recusava a escrever uma linha que fosse. Ou até o fazia, porém não ia muito mais longe do que isso. Ou, se fos-se mais longe, nunca chegava a lugares muito agradáveis. Odiava a ati-vidade da escrita como um condenado à prisão perpétua deve odiar o calendário. Tentei as abordagens mais diversas: permiti que ele come-çasse desenhando, antes de rascunhar o texto, pois talvez o apelo à imagem acionasse dentro dele a vontade de contar uma história. Mas ele desenhou coisas impublicáveis. Decidi, então, que ele poderia cri-ar seu texto oralmente, narrando para mim e os colegas as aventuras de suas personagens. Mas ele jogava os braços para trás do corpo, en-quanto permanecia lá em pé, diante da turma, e olhava para o chão, o teto, a parede do fundo, não necessariamente nessa ordem, até final-mente dizer que “lhe tinha dado um branco daqueles”.

Acuado por minha própria inexperiência ao lidar com uma situa-ção até então inédita para mim, comecei a angustiar-me com a falta de perspectivas para o caso. Eu estava diante não só da iminência de um fracasso escolar, como também de uma novidade, pois era absolu-tamente novo para mim que um aluno não só acumulasse seguidas no-tas zero, mas sobretudo que fosse indiferente por completo ao próprio desempenho. Faço questão de destacar, por outro lado, que seu fracas-so era relativo, já que obtinha resultados satisfatórios com outros pro-fessores. Reavaliei meu trabalho várias vezes naquele período, já dis-posto a admitir que a falha maior era minha. A verdade que se esboça-

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va, cada vez mais nítida, é que eu simplesmente não fora capaz de dar significado, na vida daquela criança, à tarefa de produzir um texto.

Foi então que algo inesperado aconteceu. Certo dia, uma das coor-denadoras do colégio onde trabalhava me chamou para conversar, an-tes da primeira aula. Contou-me sobre o drama que se iniciara recen-temente na família do garoto. O avô materno, a quem era muito liga-do, encontrava-se hospitalizado, em estado crítico. Não me ocorre ago-ra qual era a moléstia, mas certamente havia uma ameaça de contami-nação e a ordem da equipe médica foi proibir com veemência a visita de menores, cujo sistema imunológico ainda é vulnerável. O resulta-do, portanto, é que o meu aluno problemático estava impedido de aproximar-se de seu familiar mais querido. Foi fácil constatar que esse era o sentimento que os unia, pois ele só comparecera à escola por insistência dos pais e, uma vez obrigado a entrar na sala de aula, instalou-se na última carteira, meio que escondido atrás de um armá-rio. A cabeça mergulhada nos braços cruzados.

Enquanto os colegas trabalhavam em pequenos grupos com a ati-vidade do dia, fui até ele. Conversamos o mais discretamente possível. Ele contou-me que implorara a seus pais que o deixassem faltar à aula para poder acompanhá-los até o hospital, mas eles haviam sido irredu-tíveis e argumentaram que, na escola, pelo menos teria com o que se distrair. Mas ele era, naquele momento, todo feito de sofrimento. Es-crever seria a última coisa no mundo que estaria inclinado a fazer, e ainda assim foi o que lhe pedi que fizesse. Foi uma intuição. Se ele não podia entrar no quarto de hospital onde estava seu avô, o que ele escrevesse, sim, poderia.

Então ele começou com um bilhete, não mais extenso do que cin-co linhas. Usou palavras previsíveis, como “saudade”, “esperando” e “de volta”. Sugeri-lhe pedir a sua mãe que fosse a portadora da mensa-gem. No dia seguinte, narrou-me, visivelmente mais animado, que ela

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conseguira ficar com o avô por alguns minutos, tempo suficiente para ler as palavras do neto. Apesar de inconsciente sobre a cama, de algu-ma forma o garoto acreditava que seu avô as ouvira. Então, como quem não quer nada, perguntei-lhe como seria se, em vez de um mero bilhete, sua mãe levasse uma carta. Seus olhos iluminaram-se com a fagulha de uma ideia: queria contar ao velho amigo que fora seleciona-do para a equipe de futebol do colégio, e até competiriam com outras escolas. O pai não gostava de jogar bola; o avô é que lhe ensinara as re-gras do esporte, a história dos grandes times e, acima de tudo, ensina-ra a amar aquelas linhas brancas pintadas sobre o gramado.

Com o passar dos anos, fomos perdendo contato, o que é um pou-co o resumo da vida de todos nós. Lembro-me, entretanto, de que mui-tas cartas foram redigidas naquele ano e endereçadas àquele quarto hospitalar. E aumentaram em extensão e qualidade depois que o avô do menino recuperou a consciência e pôde ele próprio ler cada uma delas. Seu neto, aliás, estava convencido de que nelas estava o segredo da cura. Não sei se essa cura foi definitiva ou apenas uma ilusão à qual nos agarramos quando desejamos desesperadamente que um ser amado sobreviva. Como disse, perdemos contato. Todavia, meu cora-ção aquieta-se quando me lembro do essencial, em toda essa história – e o essencial é que as palavras escritas, para aquele meu aluno que se tornou tão especial, passaram a ter peso, sabor, cheiro, brilho, ca-lor, saudade. Passaram a significar.

Quando meu colega de área, Professor Sérgio Fascina, me propôs o trabalho de criação coletiva de uma obra de ficção, integrada ao nos-so projeto anual de Língua Portuguesa para o 9º ano, aceitei imediata-mente porque reconheci nessa ideia o objetivo maior da Produção de Texto no contexto escolar. O objetivo que transcende a aquisição de re-gras e exceções gramaticais, o domínio das técnicas de cada modalida-de redacional e a ampliação do vocabulário, embora todos esses ele-

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mentos contribuam para a competência linguística de nossos alunos. Nada se compara, no entanto, ao fascínio da criação: essa maravilho-sa possibilidade de gerar outros mundos e viver outras vidas, uma via-gem que se inicia no olhar com que contemplamos nosso próprio mun-do e nossas vidas mesmas.

Prof. Darci de Souza Baptista Língua Portuguesa - 9º ano - POLIEDRO 2013.

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CAPÍTULOS

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CAPÍTULO 1 - CHEGADA DAS LUZES

CAPÍTULO 2 - PRIMEIROS SINAIS

CAPÍTULO 3 - AMNÉSIA

CAPÍTULO 4 - E.TERRORISTA

CAPÍTULO 5 - EXPLOSÃO NA EMBRATUFFS

CAPÍTULO 6 - AL KADU

CAPÍTULO 7 - NOTÍCIAS

CAPÍTULO 8 - APARIÇÃO REAL

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AUTORESCAPÍTULO 1 - Julia A., Julia C., Maria Amaral Scheid, Gabriel M., Victor Zuffo

CAPÍTULO 2 - Beatriz Martins, Louisse Coelho, Louisse Cursino, Renata Rúbia, Talita Car-valho

CAPÍTULO 3 - Sofia Prado, Isabela Sodré, Lavínia Mioni, Julia Rocha, Maria Melo

CAPÍTULO 4 - Álvaro Campagnoli, Carolina Campagnoli, João Zinezi, Lucas Navarro

CAPÍTULO 5 - Enrico Ferrari, Felipe de Moraes, Gabriel Lobato, Thales Arbache, Bruno Mendes

CAPÍTULO 6 - Leonardo Maciel, João Mendes,Enzo Castellani, Ricardo Bitter, Thais Perei-ra

CAPÍTULO 7 - Prof. Sérgio R. L. Fascina

CAPÍTULO 8 - Henrique Facio, Herval Júnior, Ian Shaw, Pedro Henrique Guarizi

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Em um dia tão normal como aquela segunda-feira, nada de tão extraor-dinário aconteceu, até a notícia chegar. A maior empresa de aviões do Vale do Paraíba, a famosa EMBRATUFFS, tinha recebido uma peça que conti-nha metal não produzido no planeta Terra.

Todos ficaram muito assustados com o acontecimento!

CHEGADA DAS LUZES

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Imaginem só, agora, o que era ficção científica para muitos, aconteceu na vida real! O que iriam fazer se aquilo fosse verdadeiramente extraterreno?

O fato, foi comprovado... realmente existiam ETs rondando São José dos Campos, mais especificamente em cima da EMBRATUFFS. Nem todos acre-ditavam, mas era verdade!

Vários diziam ter visto algo no céu, meio suspeito, mas não necessaria-mente seriam ETs, poderiam ser algum pássaro, balão ou avião desconheci-do. Afinal, por que eles estariam justo em São José dos Campos, na EMBRA-TUFFS? E não nos EUA, sobrevoando a NASA?

Ótimas perguntas, até o momento, sem uma possível resposta.

O assunto foi crescendo, crescendo, e tomou uma dimensão tão grande que começou a preocupar os empresários locais. Não somente os moradores mas a cidade deixou de receber visitantes, compradores, vendedores, o que começou a prejudicar a economia. Ninguém sabia se era mesmo verdade, mas ninguém conseguia desmentir o fato.

E o objeto metálico com material extraterrestre? O que teria acontecido com ele? Como sempre... desmentiram o acontecido e esconderam...

Os moradores começaram a revelar suas vivências. O segurança, Marcelo Cinta, contou que foi abduzido e que a galáxia dos ETs, que ele teria visita-do, era parecida com a cidade religiosa de Karminha (próxima a São José dos Campos), e que lá havia uma seita religiosa que teria vindo para a Terra, a fim de transformar Karminha em um território alienígena. Ele ainda rela-tou que, por onde passou, havia várias esculturas que glorificavam o deus dos ETs, Chifrus Moluskus Safadus, além de igrejas totalmente diferentes das co-nhecidas pelos terráqueos... parecidas com palácios visíveis somente nas alvo-

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radas... Além dele, havia João, o cozinheiro do plantão noturno, o qual disse que não acreditava em ETs, mas, por segurança, só saía com sua peixeira na cintura. Já a filha do jardineiro parecia estar gostando de toda história. A pe-quena Florisbela falava que também fora abduzida e que lá existia uma flo-resta enorme, com uma fauna e flora incrível e muito bonita. Ela afirmava que os ETs vieram para a Terra para ajudar nosso planeta que está totalmen-te doente e que eles têm a cura para isso. Outras pessoas diziam que onde os seres dos céus viviam era um mundo igual ao nosso. Outros acreditam que lá era preto e branco. Alguns pensavam que eles viviam em um reino do mal e que não devíamos acreditar em quem falasse que eram seres religiosos.

Um total desencontro de informações.

O que todos queriam saber era o que isso poderia trazer para a cidade.

Passavam-se dias e noites... Chuvas e ventos... Calmaria e melancolia com a cidade cada vez mais vazia.

Aos poucos, apesar de muito assustados, os moradores foram se acostu-mando com a situação. As pessoas já conseguiam falar abertamente sobre o assunto. Mas ainda, algumas vezes, o medo se fazia presente.

Em uma noite chuvosa, algo estranho caiu no quintal de um militar, e ele, muito furioso e assustado, correu para ver o que aconteceu. Nada de mais, a marca deixada no belo jardim era leve e não fez tanto barulho nem estragos, mas o que era mais estranho era a marca escrita nos destroços: ET; a mesma encontrada no objeto metálico anterior... Ele era um estudioso do corredor de Bavic, uma rota que vai de Fortaleza (CE) a Ponta Porã (MS). A partir des-sa linha, para a direita e para a esquerda, há outras linhas inclinadas, forman-

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do um desenho parecido com uma espinha de peixe. E uma dessas linhas, acredita-se que passa exatamente por São José.

O rosto dele foi de pânico e de curiosidade.

Se não era proveniente do espaço, teria vindo de onde?

O pior era que o militar ficou curioso para pesquisar sobre a origem da-quele objeto destroçado e daquela sigla que, apesar de parecer óbvia, tam-bém parecia conter um mistério.

E agora?

Como conciliar medo com pesquisa?

Os dias passam sendo que a curiosidade e o medo só foram aumentando; ele não contou para ninguém.

Os moradores da cidade também estavam curiosos, mas, agora, com medo de se perguntarem o que era aquilo. As pessoas voltaram a se escon-der, porque, afinal, alguma coisa veio, sim, dos céus.

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Era verdade então.

Um grupo de pesquisadores, chefiado pelo militar, resolveu investigar o caso. Pronto! Em São José dos Campos, estava criada uma confusão. Muitos repórteres buscavam notícias, fotos; o povo com pavor e o militar preocupa-do em desvendar o significado das letras ET.

Qual seria sua explicação para toda essa confusão, se ele mesmo não sabia o que era?

O grupo de cientistas começou a se aprofundar nas pesquisas e descobriu que aquilo tinha ligação com uma noite em especial. Essa foi apenas uma das várias explicações dadas por ufólogos para a “Noite oficial dos ovnis”, como ficou conhecido aquele 19 de maio de 1986, dia em que centenas de moradores garantiram ter avistado vários objetos voadores não identificados nos céus de São José. “O corredor de Bavic estipula os locais de grande inci-dência de discos voadores. Parece que aí se configura uma situação de ma-peamento feito pelos próprios discos voadores. São rotas de ovnis”, disse, à época, o jornalista especializado em ufologia, Adilson Machado.

E, cada vez em que eles se aprofundavam mais, só descobriam que o que os ETs queriam na cidade não era bom...

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No aniversário da cidade de São José dos Campos, os primei-ros sinais apareceram.

Muitas pessoas estavam viajando, outras estavam assistindo às celebrações em diferentes cantos da cidade, mas nenhuma delas viu o que estava realmente acontecendo, somente um mendigo que não estava comemorando, mas, sim, passeando sem rumo pelo Cen-

PRIMEIROS SINAIS

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tro. Era alto e magro, cabeludo e barbudo, cheirava a bebida e estava todo sujo; com certeza, sua vida não havia sido fácil até aquele mo-mento e o que ele não sabia era que coisas ainda piores poderiam acontecer a ele.

Durante seu passeio pelas ruas, passou pela avenida São José, ao lado do Banhado, onde viu uma coisa chocante e amedrontadora.

Na claridade do luar, ele enxergou enormes luzes estranhas que começaram a vir em sua direção. Assustado, o morador de rua pensou que elas eram apenas fruto de sua imaginação, porém, quando come-çaram a cortar a vegetação e a fazer um desenho, mais conhecido como crop circle, o pobre homem achou que não era apenas um lance de uma alucinação.

Eram reais. Além disso, sentia uma energia estranha, uma certa dormência e

falhas em seus sentidos quanto mais se aproximava.Os desenhos pareciam ter sido feitos por uma tecnologia dez ve-

zes mais avançada do que qualquer outra já inventada por humanos até os dias de hoje. Eram extremamente simétricos e perfeitos.

Quando as luzes foram embora e as estranhas falhas nos sentidos diminuíram, ele se aproximou dos desenhos para entender melhor e se convencer do que havia presenciado. Parecia um avião desenhado na vegetação local, o que o deixou intrigado, pois não entendia o por-quê da aeronave. Amedrontado, saiu correndo em direção à comemo-ração da cidade, refletindo sobre os estranhos acontecimentos.

Em seu caminho encontrou um homem. Era alto, grisalho, utiliza-va um terno e possuía um tom sério. Tentou convencê-lo do ocorrido:

- O fim está próximo!- O quê? Do que você está falando, seu bêbado?

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- Estou dizendo que o fim está próximo! Eles chegaram! Vieram nos dominar. Os primeiros sinais já apareceram! O desenho no banha-do!

- Que desenho?! Do que você está falando? - No banhado! Um enorme desenho de um avião na vegetação! - Então, prove!O mendigo levou o homem até as suspeitas marcas no verde do

Banhado... Ambos sentiram os estranhos sintomas, fracos, porém no-táveis, o que não fazia sentido para eles, uma vez que os aliens não es-tavam mais lá, mas, àquela altura, tudo já estava estranho mesmo, tan-to que nem refletiram muito sobre isso. Provavelmente tais efeitos co-laterais sumiriam com o tempo.

O senhor possuía um certo ceticismo e não acreditava em coisas sobrenaturais, mas, ao ver o desenho, ficou espantado e, ainda em choque, correu desesperadamente para anunciar ao prefeito que su-postos alienígenas visitaram a cidade de São José dos Campos.

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As autoridades, para não assustar os cidadãos, disseram que os jardineiros da prefeitura tinham feito as marcas em homenagem ao aeroporto de São José dos Campos e que, apesar de o mendigo falar que tinha visto os ETs em suas naves, o povo acreditou no anúncio go-vernamental, como sempre sem questionar... pois havia a Bolsa Sub-missão... uma nova forma de ganharem dinheiro apenas se calando.

O prefeito ficou preocupado com a situação... Logo quando os ho-mens foram embora, foi pesquisar sobre o que eram crop circles, pois nunca tinha ouvido falar deles em sua vida. Quando descobriu o que eram, ficou extremamente apavorado. Minutos depois, mandou seu amigo tirar fotos para ver se realmente aquele símbolo que o coitado e o senhor tinham falado estava de acordo com as descrições de suas buscas. Quando o seu amigo voltou, as autoridades de São José dos Campos ficaram muito alarmadas com o que poderia acontecer, mas não sabiam o que fazer.

O mendigo voltou ao banhado para analisar o sinal melhor, já que acreditava que os aliens tinham se retirado da região. O que ele não sabia era que eles estavam apenas se escondendo e esperando-o voltar.

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O pobre homem voltou a sentir os sintomas, dessa vez, mais for-tes do que nunca. Notou uma luz azul descomunalmente forte e sen-tiu uma presença estranha que o deixou perturbado. Não conseguiu se mexer e começou a fi-car confuso e com receio, perdendo temporaria-mente parte da memória. De repente, como num passe de mágica, viu-se capturado por meio de um cone de luz, o que o deixou estranhamente fe-liz e, ao mesmo tempo, desesperado, com uma necessidade de escapar, de fugir e de sair corren-do, mas já não havia como.

Quando recupe-rou os sentidos, percebeu que havia alguma coisa er-rada, alguma coisa não, tudo estava errado.

Que lugar era aque-le?

Que objeto era aque-le que o tragava com uma força emitida apenas por uma luz?

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Pedro, Lucas, Júlia e Lavínia estavam muito ansiosos para as férias, afi-nal, eles iriam acampar no Banhado. Após ficarem semanas planejando e or-ganizando as coisas para o acampamento, o tão esperado dia chegou. Laví-nia e Júlia combinaram de levar as comidas e bebidas, Lucas e Pedro ficaram de levar as barracas e os sacos de dormir.

AMNÉSIA

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Aquela noite estava fria, nebulosa, sombria e ameaçadora, a lua estava cheia e parecia distante, os ventos estavam fortes e violentos, se não houvesse as conversas entre os amigos, estaria um silêncio total.

Os garotos armaram o acampamento enquanto as meninas preparavam as comidas. Quando todos acabaram, eles se juntaram em volta de uma fo-gueira para comerem o que havia sido preparado por elas. No período em que eles se alimentavam e conversavam sobre coisas banais, algumas luzes es-tranhas apareceram no céu. Lavínia, sem notá-las, observou como as estrelas estavam luminosas naquela noite. Não agindo da mesma forma, Júlia teve a impressão de que a lua estava maior e um pouco mais perto deles e Pedro dis-se que havia algo no céu se mexendo, sendo que tudo aquilo parecia algum tipo de invasão alienígena. Exatamente como ele tinha lido na obra Invasão Alienígena, de Edith Modesto... Todos, menos Júlia, riram do comentário do garoto, pararam de olhar para o céu e voltaram a conversar.

Lucas aproveitou o momento e começou a contar histórias sobre extrater-restres; Júlia o interrompeu e disse que a lua estava mais perto ainda. Lavínia afirmou ser só coincidência e levantou para pegar seu casaco, pois o vento es-tava cada vez mais forte.

De repente, todas as luzes se apagaram e eles não conseguiram enxergar mais nada e, como se não bastasse, a lua foi chegando cada vez mais perto. Dela, saiu uma luz super brilhante azul, imensa e voraz. Imediatamente, os amigos saíram correndo e adentraram na parte mais selvagem do Banhado.

Após correrem muito, o grupo encontrou uma cabana abandonada entre algumas árvores que ainda restavam no local. Já dentro do abrigo, Lucas, Jú-lia e Lavínia perceberam que o comentário de Pedro sobre alienígenas pode-ria não ser um pensamento maluco, pois ele não estava entre eles.

Júlia entrou em pânico.

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Como estava muito preocupada com Pedro, tentou convencer os outros de irem atrás do amigo desaparecido. Naturalmente, com medo da situação em que se encontravam, os dois ficaram com receio, então não quiseram ir atrás do menino. Júlia começou a falar do quanto Pedro era importante, e, percebendo certo amor por trás disso, os outros aceitaram ir atrás dele.

Com medo do desconhe-cido, os três começaram a pro-curar algumas coisas com as quais eles poderiam se prote-ger. Analisando a cabana, per-ceberam que ela era antiga, mal cuidada, não havia perten-ces pessoais dentro dela. Por estar abandonada, tinha cheiro de mofo, era fria e todos os vi-dros estavam quebrados ou trin-cados. No meio da bagunça, Lucas encontrou um martelo já velho e enferrujado, esquecido no canto de uma prateleira. La-vínia se deparou com uma mar-reta escondida atrás da porta, a qual estava um tanto quanto acabada, porém, era mais do

que o suficiente. Já Júlia, só conseguiu encontrar uma panela, mas, nessa situ-ação de perigo, qualquer coisa iria servir.

Os três amigos saíram amedrontados em busca de Pedro.

O Banhado parecia cada vez mais sombrio e assustador. O silêncio era to-tal e prevalecia entre os amigos. Lucas, Lavínia e Júlia chegaram à região

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onde era o acampamento, e o encontraram totalmente destruído e com as tentas rasgadas, derrubadas no chão, que estava cheio de marcas estranhas e desconhecidas. A lenha da fogueira estava toda espalhava e os outros perten-ces estavam desaparecidos, destruídos ou jogados no solo. Não havia ne-nhum sinal ou vestígio de Pedro no camping.

Júlia estava em pânico e sem saber o que fazer, então decide que deveriam procurar a polícia. Como todos estavam sem seus celulares que, no meio da confusão, foram perdidos, tiveram que ir para a rua, procurar ajuda ou auto-ridades.

Chegando à rua, Lucas, Lavínia e Júlia levaram um susto, pois se depara-ram com Pedro próximo a um ponto de ônibus. Aliviada, esta saiu correndo em direção ao amigo. No encontro, os três começaram a bombardeá-lo com perguntas sobre o ocorrido, porém, ele não estava respondendo nenhuma de-las.

Logo em seguida dessa estranha situação, uma coisa mais inusitada ainda aconteceu.

Um mendigo fedorento e acabado parou em frente a Pedro e disse “Achar Karminha! Achar Karminha!” e, logo em seguida, os dois, estranhamente, tiraram a luva preta, a qual os dois estavam usando somente na mão direita , tocaram seus dedos indicadores que brilhavam um no outro, e foram em dire-ção ao acampamento, novamente.

Júlia, como sempre, preocupada com Pedro, foi atrás dele. Os outros dois os seguiram, sem entender o que estava ocorrendo.

No caminho ao acampamento, os três amigos observaram desenhos na ve-getação que, antes, não foram vistos por eles na ida ao Banhado. Chegando ao acampamento, apareceu aquela mesma luz que havia atraído Pedro. Ago-ra estava forte, entrando nos olhos dos três amigos, já sem ter muito o que fa-zerem para se salvar.

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Eles começam a olhar um para o outro e não lembram mais quem eram como pessoas. Agora, seus dedos também brilhavam... sentiam uma enorme dor nas costas. Nada mais fazia sentido. Eles repetiam uma única frase “Achar Karminha!”

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Sim. Seu plano estava perfeito. Enfim, ele iria ter a tão desejada vingan-ça, os terráqueos iriam sofrer a sua ira e eles também aprenderiam uma li-ção, uma lição que não seria esquecida por gerações.

Depois dos seus grandes atos, ele seria conhecido por todo o espaço, to-dos tremeriam ao ouvir sobre o: E.Terrorista. Agora sim, ele tinha um nome

E.TERRORISTA

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grandioso, capaz de fazer todos se assustarem, assim como Você-Sabe-Quem em Harry Potter. Desde pequeno, o alien sofrera em seu planeta natal, com um nome tão estranho: Pe.Terra. Porém, agora, a situação estava mudando, porque ele seria o terror de todas as galáxias imagináveis neste tão vasto Uni-verso, como nunca antes visto na imensidão do espaço.

Ele já sabia que 2013 seria um ano inesquecível, seria quando todos des-cobririam sobre ele , sobre a sua genialidade e sua família lhe daria o devido valor. Sempre seu irmão fora o mais querido, o mais importante, considera-do o mais esperto. Fora seu irmão quem queimou um prédio primeiro, quem assaltou uma loja, quem fez tudo que poderia causar orgulho aos seus pais. Mas, agora, E.Terrorista sabia que seria diferente, sabia que todos iriam glori-ficá-lo e que ele seria o alien mais importante, só precisava concretizar suas ideias que, no momento, estavam sendo guardadas a 7 chaves.

Sua cara, semelhante a dos humanos , tinha um leve semblante de satisfa-ção e seus olhos vermelhos refletiam a raiva guardada desde que ele soube que Karminha estava aqui na Terra. Ele coçava sua barba, típica de ETs da PT (sigla da Pe.Terra), porém confundível com a dos seres humanos, e olha-va, através das grandes janelas, para uma cidade terrestre. Odiava ser mais baixo que os terráqueos, pois ele era superior, então, como sua altura poderia ser menor?

Claro que, além de Karminha, havia outros fatores para E.Terrorista que-rer destruir a Terra. Havia as avançadas pesquisas aeronáuticas, que poderi-am mudar o destino de sua vida, e também o de sua galáxia NestlÉ.T. O ex-traterrestre não gostava de todos de lá e possuía muitos inimigos, como os MMs (malévolos monstros) e os Crunchs (cheios de saliências marrons), en-tão, assim que terminasse de acabar com a Terra, eles seriam os próximos al-vos. Seriam todos literalmente devorados ou derretidos no calor...

Sua nave se chamava PresTígius e era a melhor de seu planeta natal, nun-ca antes vista da história daquele lugar... com uma tecnologia avançada, ca-

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deiras de couro preto e uma grande área de lazer em que E.Terrorista cons-truía uma maquete. Seu fiel mordomo, apelidado de E.Terrível, observava a cena e perguntou:

-Milorde, o que pretende com essa maquete?

Com uma voz bem grave, daquelas que fazem seu corpo inteiro tremer e seu coração explodir de tanto terror, E.Terrorista respondeu:

-Meu companheiro, o que planejo ainda é segredo, ninguém, nem mesmo você, pode saber minhas ideias. Só posso lhe contar que essa maquete é da cidade de São José dos Campos, localizada no estado de São Paulo.

-Claro chefe, compreendo o fato de o senhor não querer revelar, para to-dos, suas intenções, entretanto, meu molusco amado, sabe que pode confiar em mim.

-Já falei a você que não posso revelar o meu projeto. Ele tem que continu-ar assim. Um mistério que, por enquanto só eu, sei. Se me perguntarem algo, direi que eu nunca sei de nada. É melhor você não saber o dia de amanhã, não pensar o de hoje e esquecer o de ontem. - respondeu bruscamente o mal-vado.

-Tudo bem, eu entendo. Tenho que lhe avisar também que nossa cozinha está com um aroma de queimado. Deseja que eu troque por um cheiro de chocolate para lembrá-lo do seu antigo lar? Ou prefere o cheiro de cevada ou de algo etílico?

E.Terrorista inalou o aroma profundamente e se sentiu satisfeito. Um aro-ma de chocolate seria bom, mas perceber um pouco do sofrimento que os ha-bitantes da Terra iriam sentir seria melhor. Talvez um aroma de peixe podre, bem do fundo escuro do mar, local de onde essa praga nunca deveria ter saí-do. Enquanto pensava nisso, o malvado se esqueceu do servo e começou a re-fletir , decidindo qual seria a melhor data para castigar uma parte do mun-do, por pelo menos oito anos...

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Se o pai do E.T. estivesse lá, morando no Nordeste do Oceano de sujeiras profundas, diria que era melhor esperar mais tempo, que quem tem pressa come cru, que a paciência era a melhor arma , dentre outras coisas banais. Contudo, o alien queria, o quanto antes, ver a dor, o sofrimento e se divertir, por isso a dúvida ficava em sua cabeça. Até porque ele não tinha o costume de pensar muito... era só um melado molusco.

Ele resolveu abrir sua janela, para observar os joseenses e para reparar em cada um; todos felizes e sorrindo, como se o mundo inteiro fosse belo. Quan-

do ele fez isso, percebeu que já tinha tomado sua decisão. A felicidade de São José tinha que ser extinta o quanto antes. Colocaria em prática seu plano mais moluscoabólico: o Fe-licidade Zero!

-Mestre,mestre... o senhor está bem? Eu lhe fiz uma pergunta, e não obtive respos-ta. - disse E.Terrível, com seus grandes olhos escuros arregalados, como se o mal-estar de E.Terrorista fosse a pior coisa que poderia lhe ocorrer fora o mal-estar das bebidas que sempre ingeria...

-Sim, estou ótimo, companheiro. Esta-va só acabando o meu plano.

-Perdoe-me então pela intromissão. Porém, tenho uma má notícia. A Pres-Tígius não está perfeitamente boa, a viagem de 33 anos-luz não a deixou em perfeita condição. É provável que ela tenha algum problema em breve.

-Não se preocupe com essas coisas, E.Terrível. Estamos na cidade da avia-ção e no país do faz de conta, o que não falta são naves e pessoas alienadas, mesmo sem serem aliens, e podemos encontrar alguma outra aeronave em

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um lugar: na EMBRATUFFS. Dizem que lá já existe um outro E.TKarlinhus que está destruindo um pouco das esperanças da população...

O que nenhum ET entendia era por que A EMBRATUFFS, a famosa empresa aeronáutica localizada em São José dos Campos, era um problema para o maléfico E.Terrorista. Durante milhares de anos, todos da galáxia NestlÉ.T não se importavam com a Terra, pois os homens eram muito primi-tivos e nunca alcançariam um lugar tão longe no espaço. O próprio E.Terrorista só se preocupava em comandar um grupo de trabalhadores bra-çais que usinavam metais para suas aeronaves, a fim de alçar voos mais altos e mais distantes... Só que, com o passar dos séculos, a tecnologia se desenvol-veu e a EMBRATUFFS se transformou na melhor empresa de aviação. Pos-suía muitos ministérios interessantes, onde o E.Terrorista poderia colocar toda a sua corja de seres imundos e safados para fazerem as piores podridões naquele país emburrecido por tanto descaso com a educação. Era o local per-feito! Com isso, o espaço estava mais fácil de ser alcançado, incluindo os seus segredos e, também, toda riqueza que lá havia.

Porém, junto com esse problema, estava a grandiosa solução. A empresa aeronáutica continha, dentro dela, as maiores descobertas do homem em re-lação ao espaço, fatos que a minoria conhecia ou chegaria a acreditar. E, além disso, E.Terrorista queria causar espanto, porque, para ele, não havia nada melhor do que ouvir gritos aterrorizados de criaturas insignificantes. Isso quem dizia era uma grande amiga dele que fora personagem importante de guerrilhas de outras épocas e em outras paragens, a Eteia Fiadilmaégua. Portanto, ele tinha um plano, era um pouco arriscado, mas, mesmo assim, terrível.

O E.Terrorista já havia feito um crop circle no banhado, com um formato de avião, para, assim, dar uma pista do que ele queria tomar para si. Era ver-dade que o maléfico não queria que seu plano fosse revelado, porém dar si-nais de sua existência era algo interessante. Deixava sempre uma bandeira

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vermelha em todo lugar que passava e os terráqueos menos conscientes se deixavam levar, praticamente hipnotizados pelo líder sem escrúpulos, como nunca antes visto na história daquele país... Uma estrela também era seu sím-bolo maior...

O extraterrestre tinha que admitir, os humanos eram realmente criativos e ver as suposições que eles criavam era uma boa diversão. De qualquer for-ma, o animal desmentiria tudo.

Ele também havia abduzido várias pessoas, para causar espanto, porque o medo dos outros, em relação ao habitante da galáxia NestlÉ.T, era maravi-lhoso, uma sensação inexplicável. Baseava-se nos ensinamentos de seu amigo de EcuTba, E.Tel Castro. Sendo assim, E.Terrorista iria fazer algo inspirado no seu grande ídolo, ETOsama Bing Ladeinra Abaixo.

Assim como ETOsama, o extraterrestre iria explodir tudo, só que, dessa vez, esse ato iria ser onde aeronaves secretas poderiam ser construídas... A EMBRATUFFS voaria pelos ares.

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Tufão, dono da EMBRATUFFS, um homem de personalidade forte e muito elegante, possuía um dos maiores papéis para a aviação do mundo, além de deter uma das maiores empresas de aviões, guardava também as mais avançadas descobertas sobre o espaço e o projeto do mais avançado e tecnológico avião jamais inventado que estava sendo negociado com o Al Ka-du.

EXPLOSÃO NA EMBRATUFFS

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Quem seria?

Era um líder religioso que estava preocupado com a sua seita, a fim de manter o alkadustianismo em alta, pois pressentia os conflitos no ar através da sua assistente Al Kalilian... Além disso, ele já havia sido avisado dos rotei-ros de estudos dos extraterrestres pela sua outra fiel escudeira Al Kaneuza! Tudo isso era para manter o patrimônio religioso de um ser acima deles, Al Kacolau.

- ITAnóis! - essa era a saudação entre eles!!! Um tanto caipira, mas perti-nente!!! Quem a inventou? Uma mulher nobre e distinta, responsável pelos eventos dos seguidores, Al Kabeth! Todos a amavam, pois sua alegria era sempre contagiante.

Depois de algumas semanas da venda de uma aeronave especial, Tuffs, apelido de Tufão, decidiu ficar até mais tarde em sua empresa para pagar al-gumas contas.

Quando se aproximou de duas horas da manhã, percebeu ruídos estra-nhos, pareciam turbinas de avião silenciadas vindos de fora da empresa. Curi-oso, o empresário foi até a janela para ver o que era e, ao caminhar até a ja-nela, tudo começou a cair das prateleiras ao chão. Era um terremoto que aca-bara alguns segundos depois.

Achando esquisito, ele não encontrou nada e, desconfiado, mesmo assim, voltou a realizar seus afazeres em seu escritório bagunçado. Quando se apro-ximava das três horas da manhã, Tufão decidiu voltar para casa para descan-sar, já que pensava estar sonhando acordado.

No dia seguinte, de manhã, por volta das seis horas, ele retornou à empre-sa. Tuffs estava colocando a chave na fechadura para abrir a porta principal, quando se deparou com uma grande nave alienígena em forma circular, achatada em cima e embaixo, com um tom de cinza fosco em algumas par-tes em tons de laranja nas pontas, devendo ter aproximadamente 30 metros

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de diâmetro e 10 metros de altura, com luzes coloridas embaixo da nave. O empresário, sem pensar duas vezes, tentou abrir desesperadamente a porta enquanto deixava sua pasta de couro cair e se esforçava ao máximo para des-travar. Após abrir a porta, Tufão foi correndo para o porão onde estava seu precioso 14º BIS o qual comprou em um leilão da ElacTa, pagando 17 mi-lhões de Hershey´s, moeda local.

Tuffs se escondeu perto de seu avião, enquanto escutava as naves deles pousando e os extraterrestres conversando sobre desvios de fortunas terres-tres. Ele estava desconfiado de que os alienígenas queriam informações sobre o espaço, além de uns segredos de Santos Tuffsmont.

Tuffsmont, antigo inventor daquele país, enquanto pesquisava para a cons-trução de seu avião, descobriu um combustível que iria revolucionar a mun-do dos motores: além de ser 10 vezes mais compacto e 33% mais poderoso energeticamente do que a pólvora, poderia ser mais barato. Estudou todas as formas possíveis de aumentar a eficiência do combustível. Foi quando ele des-cobriu preciosidades sobre o espaço e sobre previsões de localizações de bura-cos negros etc.

Independente das dificuldades, Tuffsmont, confiante em que um dia seria possível utilizar aquele conhecimento em invenções de novas tecnologias, cri-ou uma aeronave que funcionaria de modo diferente...

Como Tufão era colecionador de aeronaves antigas, achou tais documen-tos em uma delas e os escondeu naquele avião especial que vendeu para o Al Kadu. Mesmo sem compreender nada do que tinha nas mãos, o empresário, medroso do jeito que era, decidiu não arriscar... Ele não iria perder seus ra-ros itens nem sua vida. Então, saiu de perto da sua preciosa relíquia e foi para a pista de decolagem, onde já havia várias naves do E.Terrorista.

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Quando os alienígenas se distraíram, Tufão não deu chance; saiu corren-do o mais rápido e discretamente possível, entrou na nave-mãe e se escondeu no depósito que parecia uma concha de cabeça para baixo... Pelo jeito era o lugar do pior do lixo que já se viu em termos de seres inescrupulosos. Ele ti-nha que descobrir quais as reais intenções deles.

Tuffs ficou escondido até as naves voltarem a decolar e pararem não mui-to longe do aeroporto, em uma grande caverna na Serra do Mantiqueira, lo-calizada em um lugar bem alto onde se conseguia avistar a EMBRATUFFS. Na caverna, ainda havia raros recursos naturais que ajudariam na invasão da Terra.

Saindo pela parte de baixo e andando pela caverna escura, o empresário se escondeu atrás de uma rocha para que ninguém o avistasse. Foi quando viu Al Kadu amarrado em tipo de estatueta com o aspecto de um dos aliení-genas, provavelmente o mais poderoso dentre eles. O líder religioso estava cercado por muitos ETstudents que o enchiam de perguntas e que sempre da-vam muito trabalho! De repente, tocou uma espécie de sino que parecia um alarme... todos os ETstudents começaram a se agitar e a correr para comer algo, como se fosse acabar o mundo... Era um intervalo! Todos os extraterres-tres começaram a sair, deixando Al Kadu sozinho. Foi quando Tufão aprovei-tou o momento para salvar o prisioneiro. Curioso, Tuffs perguntou a ele o que havia acontecido, e, então, o ex-prisioneiro respondeu com um tom apre-ensivo:

- Os ETs me sequestraram para descobrir onde estava localizada minha aeronave, buscando importantes pesquisas sobre algo... Mas ela estava guar-dado por Al Kasayuki e por sua equipe gigante, formada por apenas um guerreiro, o Al Kardo!

- Como eles descobriram sobre os meus tesouros? - perguntou-lhe assus-tado e empolgado.

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Sem entender direito do que se tratava, apenas comentou:

- Eu sou o maior líder local e já superei até outras instituições religiosas concorrentes, inclusive aquela que adorava um leãozinho. Isso sem contar aquela que tinha o nome de Obj.ET.ivus. Minha missão é a de instruir os se-res para abandonarem seus modos mais primitivos... Como os aliens não gos-tavam de educação e como seu líder era só ignorância, por precaução, fica-ram me espionando e acabaram descobrindo através de nossa negociação para a minha compra da aeronave, que meu intuito era expandir, expandir e expandir! Talvez por isso tenham desconfiado que eu seria o detentor de co-nhecimentos secretos... os quais eu não sabia quais eram...

Após a notícia, o empresário soltou o Al Kadu e correu para fora da caver-na., pois, lá dentro, só via sombras e nunca veria a realidade do que estava lá fora. Ao sair, ele encontrou ETespaçonaves indo para sua empresa e com mis-são já traçada: descobrir onde estavam os documentos ou explodir tudo... ex-plodir a EMBRATUFFS!

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Al Kadu, o líder religioso, era muito solitário... E entre vindas e idas de fiéis, conheceu Al Karminha...

Ao longo de anos e de inúmeros cultos, acabaram se apaixonando um pelo outro, mas mantinham esse amor em segredo. A cada dia que passava o

AL KADU

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amor só aumentava. Sem poder se declarar, começaram a se evitar, por pen-sar que o amor não era correspondido e que isso não fazia bem a eles.

Em um dia, após terminarem o culto a Al Kacolau, ele não aguentava mais e convidou-a para sair.

A moça se dizia uma mulher muito tímida, mas acabou aceitando o convi-te. Os dois foram a um restaurante de comida japonesa, contaram sobre suas vidas, deram gargalhas e tudo mais. Um dos integrantes do culto avistou o ca-sal sem perceberem, contando, logo em seguida, aos outros religiosos. Mes-mo com as fofocas, os pombinhos continuaram saindo...

Em um dos encontros, acabaram se beijando, foram até um motel mais próximo, chamado “Tuffsle Vachifre´s”, e lá tiveram relações íntimas. Foi en-tão que o líder religioso percebeu algo estranho naquela mulher. A espécime começou a agir diferente e ele perguntou o que tinha acontecido. Ela não queria contar... mas ele insistiu. Daí a revelação:

-Sou um ET... O ET de Karminha! - ele não acreditou e riu - Pare de rir, é verdade.

-Verdade como?

-Verdade, uai.

-Impossível... Olhe para seu sotaque de mineira!

Ela voltou para sua forma real... Uma massa um tanto branca... um tanto amarelada, com cheiro azedo...

Ele ficou de “queijo” caído!

Al Kadu começou a gritar e a orar, e, como era permitido em sua religião, prendeu ET de Karminha em uma sela sem comida e sem água, amarrada

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com um cordão ao seu redor, pendurada apenas em uma madeira roliça, com fumaça embaixo, para ver se ficava como as pessoas que traíam a sua re-ligião... Todas eram mandadas para a tortura com nome Des Fumación!

Quando os outros extraterrestres souberam que a rainha ET de Karmi-nha estava presa, foram buscá-la, mas o líder, Al Kadu, não queria soltá-la ou deixá-la ir embora. Então raptaram-no, deixando uma mensagem: não o devolveriam se não entregassem sua rainha. Seria uma vingança dos ETsudents.

A partir daí, os religiosos fizeram protestos e ameaçaram matar a rainha dos ETs; preocupados, os alienígenas quiseram negociar a devolução de Al Kadu.

Passaram-se alguns dias e houve uma reunião entre os vice-líderes.

-Devolvam a rainha. - disseram os ETstudents suaves no bright...

-Não podemos, enquanto vocês não me devolverem o nosso líder. - afir-mou Al Kandrea e Al Kaênio, responsáveis pelo sétimo ano de formação dos novos seguidores...

-Vamos devolver somente se vocês devolverem a nossa rainha.

-Vamos marcar um lugar então. - sugeriu Al Kaluci e Al Kadouglas, res-ponsáveis pelo oitavo ano de formação de pensadores...

- Que tal no Banhado? - acrescentou Al Kachris e Al Karoze, formadoras do ano inicial naquela religião...

E todos marcaram um horário para a devolução.

No dia e local marcado, uma terça-feira à tarde, a rainha não apareceu no local combinado, pois os religiosos estavam achando que iam ser engana-

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dos. Tudo sob a visão atenta de Al Karci com seus óculos que tudo veem... e que tudo leem até nas entrelinhas!

Quando os aliens chegaram com Al Kadu e não viram a rainha, ameaça-ram matar o religioso.

Com medo do possível assassinato do seu líder, os Al Ks mandaram trazer ET de Karminha, mas não a encontraram no meio de tantas folhas para pre-encher...

Como não conseguiram explicar aos ETstudents, estes voltaram a abduzir o pobre religioso que já estava arrependido do que havia feito com a Karmi-nha.

Finalmente, depois de dias intermináveis, encontraram-na em pilhas de textos com letras indecifráveis. Porém havia um grande problema: os extrater-restres não estavam mais lá. Os seguidores da seita ficaram preocupados, pen-sando que o E.Terrorista matara Al Kadu.

Contando com o pior, foi marcado um rito de conselho de classe religiosa em memória da morte de seu líder. Por precaução, continuaram deixando a ETeia presa.

Já eram mais de dez horas da noite e a missa começara a ser celebrada com a rainha vendo tudo de sua prisão. Sob um manto de tristeza e de lamú-ria, os religiosos choravam e a ameaçavam.

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Passados dois dias da triste missa, apareceu Al Kadu jogado em um gra-mado na cidade de Campus Dus Jordãus. Os religiosos, surpresos pelo regres-so do divino ser, agradeceram aos céus e rezaram para Al Kacolau.

Até aí... tudo bem... O erro foi que acharam que os extraterrestres tinham se esquecido da sua mandatária, mas só parecia...

O líder religioso, após se recuperar do susto, preferiu deixar a ET de Kar-minha presa, o que parecia uma escolha errada. Em outro lugar afastado, os ETstudents estavam se organizando para pegar a rainha e para encontrar os segredos que tanto procuravam. Al Kadu nem imaginava o que estava para acontecer.

Cerca de um mês depois, perceberam algo estranho no céu; acharam que podia ser um fenômeno de Deus, porém era a volta de alienígenas para o medo geral da população.

O reverendo pediu, à rainha dos ETs, para explicar, para aqueles seres sem raciocínio, o porquê de ela não estar no lugar combinado. A rainha con-cordou em falar com os imundos aliens.

Felizmente, Al Kadu e a ET de Karminha conseguiram falar com os extra-terrestres e deu tudo certo. Ela estava sendo trazida para a entrega, mas o comboio sofreu um ataque de uma tropa inimiga de Palitus de Aperitivus, muito nociva à espécime dela.

Escapando do ataque, a dama se despediu do religioso e partiu para a seu planeta natal, o qual também era na Via Láctea... perto de uma constelação chamada Lacticínius.

Seria o fim dos ataques dos ETs?

Onde estaria E.Terrorista?

Viajando pela ETeuropa?

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Enquanto não se descobria o que estava acontecendo na trégua de aparições, Tuffs fez uma pesquisa que coletou informações a mais so-bre o que foi publicado na imprensa.

Afinal... Por que tanta notícia e nenhum estudo por parte do go-verno?

NOTÍCIAS

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Será que realmente um plano de acobertamento das atividades do E.Terrorista estavam acontecendo?

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Após o resgate, a ET de Karminha, não contente com o desfecho sim-ples e pacífico, ainda com a missão de roubar as invenções e os segredos de Santos Tuffsmont, azedou seu humor de vez e clonou a população alien (inclu-indo ela mesma). Programou-os para uma busca, assim causando um distúr-bio interplanetário com muitos gases, contando com o apoio dos seres Lacto-bacilius Vivus.

APARIÇÃO REAL

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Todos foram programados para vasculharem São José dos Campos. No co-mando, a rainha clonada teria a missão de descobrir onde, na EMBRA-TUFFS, estavam os documentos importantíssimos para sua civilização.

Imediatamente, mandou seus melhores soldados procurarem por todos os lugares. A tropa de resgate queria drama, pavor, e, já que eram muito avança-dos tecnologicamente, invadiu todos os canais de televisão, sites e estações de rádio para anunciar:

- Se os segredos não nos forem entregues, destruiremos o seu planeta in-ferior e tudo que conhecem!

Nisso, a presidenta Dylmah Houssephius, agora se revelando como a ETeia Fiadilmaégua, companheira do camarada E.Terrorista, em uma revira-volta, anunciou:

- Estou ao lado dos aliens e, se os segredos não forem entregues, destruirei São José dos Campos duma forma muito mais dolorosa e lenta do que eles fa-riam.

Seria o fim daquela cidade da aviação?

Ao mesmo tempo, a rainha clonada, a qual queria guerra aqui na região, escondeu-se no Banhado. Entrou na primeira casa de um conjunto habitacional que encontrou. Havia um homem lá.

- Que surpresa! Você não deveria estar aqui.

- Como assim? - disse a ETeia clone.

- Nossa história está acabada. Você não deveria estar nem nesse planeta.

- Quem é você?

- Como se você não soubesse. Sou o Al Kadu, o líder religioso.

- Espere um momento... quem é você? - ao olhar diretamente nos olhos dele, Karminha, como não era a original, não o reconheceu.

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Al Kadu percebeu que a espécime estava confusa e resolveu utilizá-la para tentar salvar a cidade... Ele a fez refém, trancando-a naquele casebre.

- Agora quem é só uma questão de tempo... – a pobre coitada nem tinha ideia do que o líder religioso, com aparência de santo, planejava.

Foi então que mandou uma mensagem anônima para a tropa de aliens: ENTREGAREMOS SUA RAINHA, AGORA SEQUESTRADA, SE VO-CÊS SE RETIRAREM DA NOSSA CIDADE!

Como, para os seres imundos, sua rainha valia mais do que os segredos procurados, aceitaram imediatamente e se retiraram para a órbita terrestre. Mas nada aconteceu... apenas o silêncio.

Passaram-se dias e os ETs estavam sem saber como agir, pois sua rainha, clonada, estava desaparecida... Nesse tempo, Al Kadu se lembrou do porquê era apaixonado pela rainha ETeia. Seus olhos ferveram prazer, sua boca fez o homem, já louco de amor novamente, querer mais e mais beijos como eram os de antes. Beijos que davam um nozinho na garganta e o deixavam sempre de “queijo” caído... Então, ele decidiu suspender a entrega para os alienígenas, mas agora já estava feito. A mensagem já estaria nas mãos deles.

Num súbito de impulsividade, ele decidiu fazer uma loucura e desistir de tudo, de todos os seus estudos filosóficos e de toda sua sabedoria, para fugir com sua amada.

O que os homens não fazem por amor...

- Estou apaixonado por você, Karminha minha...

- Como assim, sim?

- Como assim o quê, querida? - ele perguntou.

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- Por que você acha que eu estou aqui?

- Preciso confessar uma coisa... - envergonhado.

- O quê?

Ele ainda não percebera algo de errado ou de estranho com ela...

- Promete que você não ficará brava comigo?

- Você está me assustando! Fale logo! - ainda presa em uma sala.

- Eu continuo apaixonado por você...

- Paixão? O que é isso? - a clone sem sentimentos perguntou.

- Apesar disso, eu falei, para os aliens, que eu a entregaria se eles saíssem do planeta.

- Você tem noção do que fez? - preocupada em cumprir a missão para a qual fora programada.

- Eu não sabia como reagir. Só achei que seria melhor para a cidade. Caso não achassem os documentos, seríamos todos destruídos!

Ela ficou tão brava que sua reação foi decapitar Al Kadu.

Ao sair da casa, ela se deparou com todos os soldados extraterrestres e eles a resgataram. A assassina estava se sentindo bem, por ter se vingado, mas ainda em dívida com a original, pois não tinha conseguido encontrar os documentos ou os segredos de Santos Tuffsmont. De repente, sentiu-se um tranco na nave; os aliens descobriram que foram atingidos por um míssil. Eles identificaram a nave que fez o disparo... era uma da EMBRATUFFS!

Tuffs tinha utilizado os conhecimentos de Tuffsmont e construído uma verdadeira máquina tecnológica. Atiradou nos estraterrestres, pois queria o fim das ameaças ao seu patrimônio e ao seu planeta. Sem saber, atirou exata-mente no setor da nave no qual estava alojada a ETeia.

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- Enquanto não forem embora para sempre, eu vou continuar atirando!

Os seres espaciais se deram conta da triste notícia: ela estava morta, gra-ças ao tiro. Quando os aliens perceberam isso, pensaram: a ET de Karminha era a rainha, e a missão de levar os segredos não seria completada... Eles fica-ram tão zangados que iniciaram a guerra contra todo o planeta, e não só con-tra São José.

Todos se mobilizaram para atacar os aliens, utilizando bombas nucleares do tipo STF, mísseis do tipo JB, aviões ATO470, mas nada funcionou.

Como tinham muitas ligações com seres perigosos, os extraterrestres utili-zaram sua arma secreta: o Detonador Levandóvskius de Mundos. Mesmo sa-bendo que também morreriam com isso, ativaram o dispositivo, que, em cin-co minutos, iniciou a destruição. Isso foi um fato inédito, pois o detonador sempre demorava muito para apresentar qualquer tipo de resultado!

BOOOOMMMMMMMMMMMMMMMM...

Todo o planeta Terra explodiu como um grande círculo de fogo, redondo e em pedaços... Parecido com uma pizza!

No planeta da ET de Karminha, um lugar asqueroso, fétido e escuro, a re-al personagem percebeu que a Terra era um lugar melhor para se viver, e também se lembrou de seu amor, Al Kadu, então decidiu voltar, esquecendo-se de que não havia mais nada...

Ao chegar ao espaço em que a Terra costumava ser encontrada, ela encon-trou tudo totalmente destruído. Agora, havia apenas bordas de território e pe-quenos pedaços de uma grande massa de terra com recheio de pessoas-mari-onete.

Foi quando parou e sentiu uma terrível culpa, já que isso somente aconte-ceu graças ao seu plano maligno. Seu e do molusco E.Terrorista.

Afinal... o que havia nos documentos de Santos Tuffmont?

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Havia um plano de educação sobre o Universo e de uma aeronave especi-al que faria com que as pessoas saíssem do mesmo lugar, deixando de apenas serem usadas... Assumindo suas responsabilidades de cidadãos...

A honestidade perdeu.

Ganhou a ignorância e a ganância pelo poder desmedido.

Diante de tal cena, voltou a seu planeta e o destruiu da mesma maneira e com a mesma arma que os aliens haviam destruído a Terra.

E o molusco E.Terrorista?

Fugiu... escorregou... foi atrás de prêmios pelos seus feitos, mal-feitos e des-feitos. Ele agora era muito conhecido e reconhecido pela sua fortuna arreca-dada em anos de falcatruas, nunca antes vistas na história deste Universo.

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Eu pude aprender a deixar a preguiça de lado e realmente mer-gulhar no trabalho, esforçando-me para que o resultado seja bom. Foi bom para nós perceber-mos o que podemos fazer se nos esforçarmos, se sairmos do Face-book e se colocarmos a cabeça para funcionar. Estou realmente me sentindo uma aluna de verda-de que faz trabalhos sérios e não só tarefinhas.

LOUISE GLÓRIA

Eu consegui aprender como escrever um bom texto e a traba-lhar bem com o grupo; ter respon-sabilidade para entregar as eta-pas em dia e a ter concentração.

FELIPE MORAES

Por fim, o produto final do projeto foi muito bom, os passos para seu desenvolvimento foram bem explicados; sempre que ne-

cessário, obtivemos auxílio dos professores, sendo por redes soci-ais ou em suas próprias aulas e eu pude aproveitar “partes” do projeto em outras atividades, como as provas. Portanto, foi um trabalho proveitoso e dinâmico.

PEDRO GUARIZI

Por fim, percebi que todos os grupos aprenderam muito com esse projeto, além de um novo vo-cabulário, aprenderam também a fazer um livro bem estruturado e com um assunto claro, interessan-te.

RENATA CRUZ

Foi um projeto que levarei para o resto da vida, organizando minhas ideias e organizando mi-nha vida!

JÚLIA ARAÚJO

DEPOIMENTOS

PRÓLOGO

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Objetivo compartilhado com os alunos (produto final)Um livro (romance) por sala de aula, onde os alunos, em grupo,

produzissem um capítulo que comporia uma obra única por turma, se-guindo um enredo criado por eles.

JustificativaAo se trabalhar com produção de textos em todos os anos do ensi-

no fundamental, médio, superior e até em níveis mais avançados, nota-se a necessidade imprescindível de uma atividade que contem-ple um produto final e que seja para um público real, dentro de uma demanda real. Tal fato é muito presente em diversas referências bi-bliográficas da área, o que leva docentes a criarem projetos educacio-nais que incitem o despertar da escrita no meio discente, num traba-lho paralelo ao de formação teórica sobre gêneros discursivos e teorias adjacentes, além de sobre o uso da Língua Portuguesa.

Para tal, aproveitando o ensejo da Feira do Livro 2013, o que se apresenta, através desta obra finalizada, é a proposta de produção de um livro (romance) por sala de aula dos alunos 242 do 9º ano.

Além de uma prática de produção de texto, houve o imprescindí-vel objetivo de a atividade proporcionar interações entre os pares e en-tre as áreas, como aconteceu durante todas as etapas, como preconiza-do nos PCNs. Nesse contexto, houve a parceria da gramática, explo-rando as estruturas linguísticas e textuais, com a área de artes, quan-do da confecção da capa e das ilustrações da obra; com a área de litera-tura, estudando gêneros, nuances, estilos e possibilidades literárias; e com a área de desenho geométrico a qual possibilitou instalações reali-

PROJETO LIVRO DA TURMA 2013

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zadas com poliedros, também sobre o tema central proposto para este ano letivo. Ademais, tal atividade reforçou a prática da interação en-tre alunos atuantes, centro das ações, num compartilhamento cons-tante de ideias dentro de cada grupo e entre grupos, assim como entre os grupos e seus professores.

Além de todo o contexto de produção já descrito, apresentou-se a manipulação de ferramentas digitais no processo, uma vez que existiu produção tanto manualmente como digitalmente, inclusive com a con-fecção de mapas mentais e conceituais, fato que alinha o projeto com as mais utilizadas técnicas de escrita no mundo acadêmico e profissio-nal. Outrossim, houve grande pesquisa sobre o tema de 2013 “PALA-VRAS NO AR: O HOMEM, A LITERATURA E O SONHO DE VOAR” e a necessidade da versão definitiva em formato digital, utilizando a tecnologia a favor do maior engajamento estudantil. Finalizando, to-dos fizeram um texto manuscrito com relatos onde os alunos pude-ram expor etapas, angústias e conquistas neste ano letivo, e durante a confecção do livro.

O resultado está nas suas mãos, prezado leitor.Deleite-se com palavras escolhidas para você.

A todos, meu sincero agradecimento,

Prof. Sérgio Ricardo Lopes Fascina 25 de maio de 2013

“Nossa maior fraqueza está em desistir. O caminho mais certo de vencer é tentar mais uma vez.” - Thomas Edison

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São José dos Campos, 19 de maio de 1986... Luzes nos céus... Cindacta I acompanhando objetos pelo radar, mas não eram aviões... Pelo menos os que conhecemos. Histórias intrigantes se ligam a um símbolo... um símbolo no ponto turístico mais famoso da cidade... Banhado.

Banhados pelos acontecimentos mais estranhos, personagens tentam descobrir as reais intenções dos seres que estão entre nós. Há tempos? Talvez esse seja o segredo mais escondido do Universo... Assim, criou-se um universo de seres intrigantes e envolvidos numa trama também divertida.

A maior empresa de aviação do país, EMBRATUFFS, está ameaçada... Um líder religioso, Al Kadu, atua com objetivos um tanto difusos... Aonde todos chegarão? Talvez quem saiba dar essa resposta é a ET de Karminha... Mas quem seria ela? Alguma ligação com a cidade Varginha no estado de Minas Gerais?

Só lendo para saber o que o 9ºG tem a contar... Só olhando para os noturnos céus joseenses para achar alguma luz de resposta... ou alguma luz extraterrestre?

Não espere até a noite para começar a ler... pode não dar tempo...

CONTRACAPA

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