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1 UM COMPARATIVO DO DESEMPENHO DOS INDICADORES ECONÔMICOS E DEMOGRÁFICOS DOS ESTADOS DA REGIÃO SUL DO BRASIL, PARA MEDIR OS NÍVEIS DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, NO PERÍODO 2005-2010 ÁREA TEMÁTICA: ECONOMIA REGIONAL E URBANA Paulo Roberto Santana Borges 1 UNESPAR/FECILCAM [email protected] RESUMO O objetivo desse trabalho é analisar o processo do crescimento e desenvolvimento econômico dos três estados da região Sul, sendo eles, o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul no período de 2005 a 2010. Para isso foram analisados alguns indicadores que mensuram o crescimento econômico como Produto Interno Bruto (PIB) e o desenvolvimento econômico Produto Interno Bruto (PIB) per capita. Outros dados foram levantados para contribuir na análise do trabalho. Os dados analisados no estado de Santa Catarina mostraram resultados significativos com relação ao estado do Paraná e Rio Grande do Sul, pois este Estado apresentou uma variação percentual de crescimento superior ao dos outros dois Estados nos dados analisados, com destaque para o crescimento populacional, da População Economicamente Ativa (PEA) e da População Ocupada (PO). Os setores que contribuíram mais para o crescimento econômico no estado de Santa Catarina foi o setor secundário e terciário, pois são os que mais geram empregos e contribuem para a totalidade do PIB. A metodologia selecionada foram as pesquisas bibliográfica, descritiva e qualitativa, todos com o intuito de subsidiar a pesquisa teórica com os dados levantados para alcançar o objetivo do trabalho. Contudo, conclui-se que a hipótese do trabalho que era que os Estados que fossem maiores em termos de população e área territorial, logo eles apresentariam os melhores indicadores econômicos, foi rejeitada, pois o estado de Santa Catarina, por apresentar uma população e área territorial inferior ao estado do Paraná e Rio Grande do Sul, foi quem apresentou melhores indicadores econômicos como o PIB, indicando que essa soberania sobre esses dois Estados em análise pode ser devido as políticas adotadas no Estado catarinense serem mais eficientes. Palavras-Chave: Região Sul, Indicadores Econômicos, Desenvolvimento Econômico. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como propósito analisar os principais indicadores como fatores relevantes de desenvolvimento econômico dos três estados da região Sul do Brasil (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Escolheu-se essa região com o intuito de identificar como cada 1 Professor Ms.UNESPAR/FECILCAM e Doutorando pelo PGE/UEM

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UM COMPARATIVO DO DESEMPENHO DOS INDICADORES ECONÔMICOS E

DEMOGRÁFICOS DOS ESTADOS DA REGIÃO SUL DO BRASIL, PARA MEDIR OS

NÍVEIS DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, NO PERÍODO 2005-2010

ÁREA TEMÁTICA: ECONOMIA REGIONAL E URBANA

Paulo Roberto Santana Borges1 – UNESPAR/FECILCAM [email protected]

RESUMO

O objetivo desse trabalho é analisar o processo do crescimento e desenvolvimento econômico dos

três estados da região Sul, sendo eles, o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul no período

de 2005 a 2010. Para isso foram analisados alguns indicadores que mensuram o crescimento

econômico como Produto Interno Bruto (PIB) e o desenvolvimento econômico Produto Interno

Bruto (PIB) per capita. Outros dados foram levantados para contribuir na análise do trabalho. Os

dados analisados no estado de Santa Catarina mostraram resultados significativos com relação ao

estado do Paraná e Rio Grande do Sul, pois este Estado apresentou uma variação percentual de

crescimento superior ao dos outros dois Estados nos dados analisados, com destaque para o

crescimento populacional, da População Economicamente Ativa (PEA) e da População Ocupada

(PO). Os setores que contribuíram mais para o crescimento econômico no estado de Santa

Catarina foi o setor secundário e terciário, pois são os que mais geram empregos e contribuem

para a totalidade do PIB. A metodologia selecionada foram as pesquisas bibliográfica, descritiva

e qualitativa, todos com o intuito de subsidiar a pesquisa teórica com os dados levantados para

alcançar o objetivo do trabalho. Contudo, conclui-se que a hipótese do trabalho que era que os

Estados que fossem maiores em termos de população e área territorial, logo eles apresentariam os

melhores indicadores econômicos, foi rejeitada, pois o estado de Santa Catarina, por apresentar

uma população e área territorial inferior ao estado do Paraná e Rio Grande do Sul, foi quem

apresentou melhores indicadores econômicos como o PIB, indicando que essa soberania sobre

esses dois Estados em análise pode ser devido as políticas adotadas no Estado catarinense serem

mais eficientes.

Palavras-Chave: Região Sul, Indicadores Econômicos, Desenvolvimento Econômico.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como propósito analisar os principais indicadores como fatores

relevantes de desenvolvimento econômico dos três estados da região Sul do Brasil (Paraná, Santa

Catarina e Rio Grande do Sul). Escolheu-se essa região com o intuito de identificar como cada

1 Professor Ms.UNESPAR/FECILCAM e Doutorando pelo PGE/UEM

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estado explora suas potencialidades e buscam alcançar o desenvolvimento econômico,

melhorando a condição de vida de sua população. O trabalho surgiu no impulso de verificar se os

estados que possuem maior quantidade de população e são maiores em termos de área territorial,

possuem uma economia mais desenvolvida.

O desenvolvimento econômico ocorre pelo crescimento econômico contínuo, em ritmo

superior ao crescimento demográfico, envolvendo mudanças de estruturas e melhorias de

indicadores econômicos como o PIB e em consequência melhoria nas condições sociais, com

isso aquecendo a economia com a ampliação do mercado e os níveis de produtividade. O

crescimento econômico superando o crescimento demográfico expande-se o nível de emprego e a

arrecadação pública, possibilitando o governo com seus gastos melhorar os investimentos

públicos e melhorar infraestrutura necessária para atratividade de investimentos privados

culminando com as questões sociais melhorando o bem-estar da população.

A Região Sul é a menor região do Brasil, e ela é formada pelos estados do Paraná, de Santa

Catarina e do Rio Grande do Sul. Apesar de ser a menor região em relação à área territorial, é

uma das regiões mais dinâmicas do País. A economia tem no setor de serviços sua principal

atividade, responsável pela maior parte das riquezas dos estados da região Sul do Brasil.

O objetivo deste trabalho foi de analisar o desempenho econômico dos Estados da região

Sul, e para isso foram levantados dados geográficos, populacionais, econômicos e período 2005-

2010, ressaltando que para alguns dados estatísticos não há disponibilidade do período total, em

função disso, algumas tabelas foram elaboradas com períodos de anos anteriores, porém sempre

respeitando períodos iguais dos dados para efeito de análise, para depois, relatar os principais

pontos positivos que cada Estado explora.

A metodologia utilizada para a construção desse trabalho foi composta de levantamentos

bibliográficos nos fundamentos teóricos baseados em teorias do crescimento e desenvolvimento

econômico que foram expostos para subsidiar os resultados dos indicadores econômicos e sociais

levantados. Foi utilizada também como metodologia a pesquisa descritiva e qualitativa, todas

com o intuito de descrever as características e visualizar o potencial econômico de cada Estado

estudado.

Com relação à estrutura do trabalho, está organizada em seis seções. A primeira seção se

refere a introdução do artigo, na qual é apresentado os pontos mais relevantes que será abordado

no decorrer do trabalho, expondo o objetivo proposto. A segunda seção é o referencial teórico

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que servirá como base posterior na análise dos resultados e tem como foco descrever os conceitos

de crescimento e desenvolvimento econômico, conceitos de região, teorias de desenvolvimento

regional e os conceitos dos principais indicadores econômicos como o Produto Interno Bruto, o

Produto Interno Bruto per capita. A terceira seção compreende as caraterísticas da Região Sul e

dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Na quarta seção a metodologia

utilizada no decorrer do trabalho. A quinta seção os resultados e discussões e na sexta e última

seção as considerações finais.

1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O estudo sobre os conceitos de crescimento e desenvolvimento econômico tem como

propósito investigar como ocorre o processo de crescimento e desenvolvimento de uma região,

para posteriormente, verificar sua aplicabilidade nos Estados da região Sul, que esta sendo

estudada.

Em linhas gerais, de acordo com Morais (2004) o crescimento e o desenvolvimento

econômico, em seu plano teórico, por muito tempo tinham conceitos idênticos, determinando-se

que o alcance do crescimento econômico resultaria naturalmente no desenvolvimento econômico,

ou seja, se um país adquirisse crescimento econômico significava que esse país estava se

desenvolvendo. Porém, somente em meados do século XX, através de teorias econômicas e

publicações de indicadores socioeconômicos foi possível se diferenciar os conceitos.

Nos estudos de Souza (1999), ele explica que o crescimento econômico não pode ser

confundido com desenvolvimento econômico, porque os frutos dessa expansão nem sempre

beneficia a economia como um todo e o conjunto da população.

Souza (1999) diz que “[...] a idéia é a de crescimento econômico, distribuindo diretamente a

renda entre os proprietários dos fatores de produção, gerando automaticamente a melhoria dos

padrões de vida e o desenvolvimento econômico.”

Define-se, portanto, o desenvolvimento econômico pelo crescimento econômico contínuo

em ritmo superior ao crescimento demográfico, envolvendo mudanças de estruturas e melhorias

de indicadores econômicos e sociais, que ocorre no longo prazo, fortalecendo a economia,

ampliando o mercado e aumentando sua produtividade. Quando o crescimento econômico supera

o crescimento demográfico, expande-se o nível de emprego e a arrecadação publica, a fim de

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permitir o governo realizar gastos sociais e atender prioritariamente as pessoas mais carentes

(SOUZA, 1999).

Contudo, em definição mais ampla, o crescimento econômico é visto como uma simples

variação do produto, enquanto que o desenvolvimento envolve mudanças qualitativas no modo de

vida das pessoas, das instituições e das estruturas produtivas (SOUZA, 1999).

Verifica-se, portanto, que o desenvolvimento econômico ocorre depois do crescimento

econômico que mede apenas quantitativamente o país ou região analisada, por isso, faz-se

necessário verificar os índices que mensuram a qualidade de vida dos indivíduos.

Serão estudados os fatores determinantes que explicam a expansão e o desenvolvimento de

uma região na visão de Adam Smith e Joseph Alois Schumpeter, ainda nos estudos de Souza

(2005). Com tudo, veremos as diferentes teorias elaboradas por esses estudiosos e analisar quais

suas contribuições para os dias atuais.

De acordo com Souza (1999) Adam Smith tinha como elemento essencial do aumento da

riqueza o trabalho produtivo, onde a quantidade de produto produzido por trabalhador depende da

intensidade do capital, da tecnologia e da divisão do trabalho. Ele define como trabalho produtivo

aquele trabalho que produz um excedente de valor sobre seu custo de reprodução. Desse modo, a

riqueza deriva da quantidade de trabalho produtivo empregada no processo produtivo, em relação

a população total.

A tecnologia empregada nesse processo é representada pelo uso das máquinas que aumenta

a destreza do trabalhador e reduz o tempo para a fabricação do objeto, com isso, os trabalhadores

se especializam, e a produção aumenta, suprindo as necessidades individuais do consumo. Essa

questão possibilita produzir excedentes que precisam ser exportados para outros mercados

(SOUZA, 1999).

De acordo com Souza (1999) o individualismo das pessoas, também resultaria na

ampliação dos mercados, aumento da divisão do trabalho e maior eficiência produtiva,

beneficiando a coletividade. Com a liberdade total dos agentes econômicos, Smith aprovou a

presença mínima do Estado, ele deveria intervir somente para a defesa, a justiça e manutenção de

certas obras públicas.

Para Schumpeter o desenvolvimento econômico baseia-se na função empresarial das

inovações tecnológicas e no crédito. Mas existem falhas de mercado onde o governo interfere

para corrigi-las e transformar as estruturas econômicas e sociais. Suas ações são importantes

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quando incentivam o investimento privado e reduz os riscos e incertezas. Os investimentos

governamentais em pesquisa e desenvolvimento favorecem o crescimento empresarial, quando as

novas tecnologias são apropriadas pelas empresas o que exerce efeitos de encadeamento pelo

crescimento da produção e emprego (SOUZA, 2005).

Portanto, o desenvolvimento ocorre pelas inovações tecnológicas que o empresário utiliza

na produção, financiados pelo crédito bancário. As melhorias na condição de vida das pessoas

ocorrem quando a um aumento da taxa per capita de bens, em razão da maior taxa de crescimento

da produção em relação à população, havendo melhoria na qualidade dos produtos e serviços,

assim como da renda dos indivíduos empregados (SOUZA, 2005).

1.1 CONCEITOS DE REGIÃO

Inicialmente, se faz necessário conceituar o espaço enquanto Região, sendo importante

esclarecer as dificuldades de estabelecer, ao mesmo tempo, entendimento uniforme dos conceitos

entre os economistas, geógrafos, cientistas políticos e etc.

Muito embora norteado por um conjunto significativo de interpretações e concepções, o

espaço constitui uma categoria de análise de grande relevância para a compreensão da vida

cotidiana, em diferentes momentos e sobre distintos aspectos. Como diria Santos e Silveira

(2003, p. 289) “Cada momento da história tende a produzir sua ordem espacial, que se associa a

uma ordem econômica e a uma ordem social”.

Portanto, foram revisadas teorias com seus distintos enfoques provenientes das diferentes

correntes do pensamento da teoria econômica para que tornasse possível a compreensão sobre o

conceito e formação de uma região.

Frequentemente, o conceito de região não ultrapassa abordagens geográficas e

administrativas no sentido preciso, quer dizer, a delimitação meramente territorial do espaço.

Porém essa definição restrita não contempla a realidade social em seu conjunto, nem as relações

dessa com o espaço, prejudicando a percepção da realidade (BREITBACH, 1988).

Para Rolim (2000) a região é vista como resultante de um processo de construção onde uma

determinada sociedade interagindo com o meio natural constrói um particular subsistema social.

Ela deixa de ser vista apenas como um território habitado para passar a ser entendida como um

espaço social.

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Para a definição de região estudaremos dois grupos que se empenhou para conceituar esse

termo que é de difícil compreensão, pelo fato do uso dessa palavra ser utilizado largamente, tanto

por economistas como por geógrafos, cientistas sociais, historiadores, etc. (BREITBACH, 1988).

As contribuições ao estudo do conceito de região dividem-se em dois grupos fundamentais,

as formulações convencionais e as avançadas. Com relação às formulações convencionais, tem

como base a separação do sistema social, sem levar em conta os condicionamentos históricos e

formulam leis de caráter universal, onde estudaremos a visão, Perroux e Boudeville. O segundo

grupo denominado avançados caracteriza em oposição ao primeiro, por considerar como ponto de

partida de suas formulações a existência de um sistema social com determinantes históricos, não

sendo um elemento neutro, pois depende das relações do tipo de sociedade que ali se localizam.

Nesse segundo grupo estudaremos as contribuições de José Luis Coraggio (BREITBACH, 1988).

A região, portanto, resulta da regionalização dos processos sociais e deve ser analisada a

partir da dinâmica da reprodução social, onde no sistema capitalista, essa reprodução social se da

pela acumulação de capital, onde se adquire objetos físicos para a produção (máquinas, edifícios,

etc.) que envolvem os agentes e elementos de produção que se une através dessa relação, assim, a

regionalização ocorre da circulação de capitais sob diversas formas materiais (BREITBACH,

1988).

Contudo, verificamos a importância de conceituar região, que é objeto de estudo desse

trabalho, sobre o âmbito das concepções convencionais e avançadas, mostrando que as

concepções convencionais são insuficientes para atingir esse conceito no sentido integral, e que

as concepções avançadas buscam resgatar uma noção de região que tem como pressuposto a

influência da sociedade sobre o espaço, é o que levaremos em conta no decorrer do trabalho, não

apenas a região como território, mas sua formação econômico-social (BREITBACH, 1988).

1.2 TEORIAS DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL

A análise dos fatores que determinam o desenvolvimento regional esta caracterizada em

que a região deve potencializar seus recursos, explorando sua principal base econômica,

utilizando suas vantagens competitivas em relação a capacidade produtiva com a finalidade de

alcançar o desenvolvimento econômico.

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O estudo do desenvolvimento regional segue de certa forma, os mesmos pressupostos do

estudo do desenvolvimento econômico em geral, ou seja, mudança estrutural e melhorias no nível

de vida da população adaptando-o as especificidades de cada região estudada. A idéia de

desenvolvimento regional esta centrada nela mesma, onde limita seus objetivos e métodos que

possibilitem o entendimento de seus processos e relações específicas do seu espaço (JORGE

FILHO, 2000).

Em trabalho anterior (BORGES, 2009) cita que o desenvolvimento regional oportuniza a

visualização das potencialidades em relação a sua capacidade produtiva, tornando-se especialistas

e com vantagens competitivas em determinados produtos e/ou serviço em que à comercialização

possa ocorrer além da fronteira regional chegando à exportação.

Para Polése (1998), o desenvolvimento econômico regional acontece quando há uma

descentralização de políticas, deixando livres os espaços regionais. Assim, é importante observar

a base econômica, deixando que o capital, o trabalho e as tendências econômicas fluam como

suporte da região, seja esta agrícola, industrial ou comercial. São as riquezas naturais das regiões

aliadas ao fator humano (cultura, costumes, práticas de trabalho, etc.) que adaptarão a economia

nos moldes próprios de suas particularidades. Com esses suportes produtivos regionais traçar-se-á

planos de desenvolvimento aliados ao dinamismo da economia nacional e mundial.

Segundo Rolim (1999) descreve sobre a importância da região para aos cidadãos, do valor

inestimável quando uma região é bem cuidada, bem administrada, e a responsabilidade de cada

morador, pois diz o autor que quando a sua região vai bem, as estradas estão boas, a maioria das

pessoas está empregada, os jovens vão à escola, as pessoas tem saúde e os negócios estão

crescendo, as chances de você e sua família estarem indo bem é muito grande.

Por isso, a participação dos cidadãos nas decisões da região é imprescindível, pois

intensidade e a qualidade das atitudes das pessoas, ou seja, com mais pessoas especializadas e

qualificadas na região facilita e podem ajudar no desenvolvimento local e regional e que cada

pessoa afeta no desenvolvimento da região e consequentemente a atitude empreendedora trará

resultados que interessa a todos e as chances de crescer serão muito mais concretas (BORGES,

2009).

Apesar dos principais fatores para o desenvolvimento regional serem conhecidos, explicitar

as causas para o fato de que habitantes de determinadas regiões atinjam padrões de vida

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superiores aos de outros continua sendo um dos principais desafios das ciências sociais e uma

tradicional preocupação no campo da ciência econômica.

Com relação às desigualdades regionais, segundo Jorge Filho (2000), deve-se ao fato de

que algumas regiões demonstraram expansão e a concentração econômica, porém, em um plano

inferior aparecem regiões com desempenho e dinamismo menos ousado, que não conseguiram

acompanhar o desenvolvimento alcançado pelas demais.

Jorge Filho (2000) sustenta que é necessária a intervenção do governo através das políticas

públicas para pelo menos minimizar as desigualdades existentes. Como o processo de

desconcentração nem sempre ocorrem semelhanças, os crescentes problemas advindos da

concentração das atividades econômicas e as políticas adotadas para a redução das disparidades

dos níveis de desenvolvimento permanecem alterando-se na maioria das pautas dos seus

formuladores, em um processo de evolução constante (JORGE FILHO, 2000).

Contudo, podemos notar que o desenvolvimento regional ocorre a partir do crescimento

econômico de determinada região, onde essa riqueza distribuída para a população ocasionando

em bem-estar refere-se ao desenvolvimento econômico. Como as regiões são diferentes e

possuem suas particularidades, o desenvolvimento não ocorre de maneira uniforme, e para

minimizar essas diferenças e ajudar as regiões que não conseguem se desenvolver por algum

motivo é necessária a intervenção do governo com políticas públicas para estimular seu

crescimento e posteriormente seu desenvolvimento, explorando o potencial de cada região.

Toda região possui um potencial e capacidade de utilizar suas vantagens comparativas para

alcançar o desenvolvimento econômico. Com isso, essa teoria foca nos desafios que essa região

possa encontrar, demonstrando como ela pode transformar essas vantagens para o seu

crescimento e desenvolvimento econômico.

Nos estudos de Barqueiro (2001), o desenvolvimento endógeno é visto como

desenvolvimento local. Esse desenvolvimento ocorre quando uma cidade ou região tem a

capacidade de utilizar todo seu potencial para crescer e se desenvolver. Esse processo ocorre em

razão de transferências de recursos das atividades tradicionais para as modernas , bem como o

aproveitamento das economias externas e pela introdução de inovações. Com isso ocorre o

crescimento econômico, mudança estrutural e melhorias do bem-estar da população (SOUZA,

2009).

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As localidades e territórios dispõem de recursos econômicos, humanos, institucionais e

culturais, bem como economias de escala não aproveitadas, que formam seu potencial de

desenvolvimento. Com a organização do sistema produtivo local formando redes de empresas,

cria-se um ambiente favorável à geração de economias de escala e a redução dos custos de

transação, assim como os rendimentos crescentes e ao crescimento econômico (SOUZA, 2009).

Nos processos de desenvolvimento endógeno, Barquero (1999) identifica pelo menos três

dimensões: “uma econômica, caracterizada por um sistema específico de produção que permite

aos empresários locais usar eficientemente, os fatores produtivos e alcançar os níveis de

produtividade que os permitem ser competitivos nos mercados; outra sociocultural, em que os

atores econômicos e sociais se integram com as instituições locais formando um sistema denso de

relações que incorporam os valores da sociedade no processo de desenvolvimento; e outra,

política, que se instrumentaliza mediante as iniciativas locais e que permite criar um entorno local

que estimula a produção e favorece o desenvolvimento sustentável.

Ainda nos estudos de Barquero (2001) observa que as cidades e regiões tornam-se mais

competitivas e fortaleçam suas comunidades locais (associações, instituições públicas, sindicatos,

empresas e governo local), objetivando impulsionar o desenvolvimento local. Como cada local

possui seu mercado de trabalho, seu sistema produtivo, organização da produção, historicidade,

infraestrutura, capacidade empreendedora, entre outros componentes que dão uma ideia da

identidade local, cada um também possui potenciais de desenvolvimentos diferenciados.

Segundo Mateus; Duarte (2007), os indicadores econômicos são grandezas de caráter

econômico expressos em valor numérico onde algumas das principais utilidades são avaliar os

níveis de desenvolvimento de um país, região, empresa podendo naturalmente fazer-se a

comparação entre estas; compreender, informar e prever o comportamento de uma economia e

julgar a política econômica do governo.

Os estudos conceituais dos indicadores econômicos como o PIB, o PIB per capita,

possibilitam analisar o desempenho de uma região quanto ao seu crescimento e desenvolvimento,

em como quais as dificuldades quando a região não consegue obter o crescimento e o

desenvolvimento econômico.

Conforme Souza (1999) o PIB per capita é um importante indicador para determinar uma

melhoria social de um país ou região, ele é obtido através do PIB. “O PIB per capita de uma

região é obtido dividindo-se o valor do PIB pela população total. Esse coeficiente vem sendo

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utilizado há muito tempo como indicador básico de desenvolvimento de uma região ou de um

país” (CLEMENTE; HIGACHI, 2000, p.27).

2 CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO SUL DO BRASIL

O objetivo desse item é de apresentar dados geográficos, populacionais e econômicos dos

estados da Região Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Serão comparados os

aspectos econômicos, identificando as particularidades dos setores primário, secundário e

terciário de cada estado, demonstrando qual o setor mais importante, especificando suas

atividades.

A região Sul, é a menor região comparada com as outras regiões do Brasil em termos de

área territorial , 576.409,57 km² representando apenas 6,8 % da área total do país. O estado do

Rio Grande do Sul é o maior em termos de área territorial, representando 47,7% do total da

região Sul, em seguida esta o estado do Paraná com 35,4% e Santa Catarina representando a

menor área da região, sendo 17%. A população da Região Sul é de 27.384.815 de habitantes, a

terceira maior do país representando 14,4% da população total do Brasil (IBGE, 2010). A região

Sul possui 23 mesorregiões, 94 microrregiões 1.189 municípios distribuídos pelos três estados.

MAPA 1 - Divisão Político- Administrativo da Região Sul do Brasil

Fonte: IBGE

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Em 2009, 83% da população da Região Sul vivia em cidades, grande parte vivendo

naquelas com mais de 50 mil habitantes, a maioria integrando os espaços de concentração. Nos

três Estados da região Sul, os núcleos de concentração populacional localizam-se no Rio Grande

do Sul na área metropolitana de Porto Alegre, no Paraná, na área metropolitana de Curitiba e, em

Santa Catarina, na área metropolitana de Florianópolis, onde caracterizam suas capitais regionais

(GUERINO, 2010).

Os municípios urbanos com população superior a 50 mil habitantes e grau de urbanização

superior a 75% apresentam atividades centradas, principalmente na indústria, comércio e

serviços. Por essa razão são considerados os pólos da rede urbana e os principais integrantes da

região Sul, acentuado o processo de concentração de população nessa área (GUERINO, 2010).

Com relação aos aspectos econômicos da região Sul, será descrita na caracterização de

cada estado, sendo eles, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, especificando os principais

setores econômicos de cada um deles.

2.1 CARACTERÍSTICAS DO ESTADO DO PARANÁ

O Estado do Paraná tem uma população de 10.444.526 de habitantes, distribuídos em

199.314,850 Km², com destaque para as Regiões Metropolitanas de Curitiba, Londrina e

Maringá, além das cidades de Foz do Iguaçu, Cascavel e Ponta Grossa, que possuem mais de 250

mil habitantes. O Estado está inserido, em sua maior parte, na Região Hidrográfica do Paraná.

Apenas a porção do extremo leste está localizada na Região do Atlântico Sul (ATLAS BRASIL,

2010). O Estado conta com dez mesorregiões geográficas, sendo elas Norte Central, Oeste,

Metropolitana de Curitiba, Sudeste, Noroeste, Centro Sul, Sudoeste, Centro Ocidental, Centro

oriental e Norte Pioneiro Ocidental. Também possui 39 microrregiões e 399 municípios.

No setor primário paranaense, com relação à agricultura, o Paraná é o maior produtor

nacional de grãos, apresentando uma pauta agrícola diversificada. A utilização de avançadas

técnicas agronômicas coloca o Estado em destaque em termos de produtividade. A soja, o milho,

o trigo, o feijão e a cana-de-açúcar sobressaem na estrutura produtiva da agricultura local,

observando-se, em paralelo, forte avanço de outras atividades, como a produção de frutas. Já na

pecuária, destaca-se a avicultura, com 25,2% do total de abates do País. Nos segmentos de

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bovinos e suínos, a participação do Estado atinge 4,1% e 18,7%, respectivamente (IPARDES,

2010).

Com relação ao setor secundário, na estrutura industrial do Estado, predominam os

segmentos de alimentos, refino de petróleo e produção de álcool, veículos automotores,

máquinas, equipamentos, papel, celulose, produtos químicos e outros. O segmento de alimentos,

refino de petróleo e veículos automotores, é responsável por aproximadamente 52% do valor da

transformação da indústria estadual (IPARDES, 2010).

O setor secundário superou o setor primário, o qual consolida sua participação gerando

cerca da metade da renda. A cidade de Curitiba é a metrópole da região Sul, com um parque

industrial que tende a se expandir com a implantação das indústrias automobilísticas. Essa

indústria vem alterando a característica econômica do estado, pois engloba novos segmentos

dinâmicos, como a incorporação de montadoras estrangeiras, indústria de peças e suprimentos

diretos e de planos de expansão para os segmentos já instalados. Sua instalação esta apoiada em

incentivos fiscais, na instalação de infraestrutura, duplicação e manutenção de rodovias,

informática, distribuição e transmissão de energia (GUERINO, 2010).

O setor de serviços do Paraná teve grande participação nos ramos do comércio,

administração pública e atividades imobiliárias (IPARDES, 2010). Observa-se que no comércio,

a dinâmica em termos de participação, o comércio atacadista de outros tipos de produtos destaca-

se do total do valor adicionado do comércio. Na realidade, esta categoria envolve todo tipo de

atacado, à exceção do comércio de combustível e de representantes comerciais, para os quais as

informações encontram-se individualizadas. Em seguida, ressalta-se o comércio varejista de

veículos, motocicletas, partes e peças, e o comércio varejista em hipermercados e supermercados

A atividade administração, saúde e educação públicas, com uma dinâmica específica determinada

pela expansão dos gastos públicos nessas áreas, constituem o segundo segmento de maior peso na

estrutura setorial, depois do comércio (KURESKI, DELGADO, 2010).

2.2 CARACTERÍSTICAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA

O Estado de Santa Catarina possui 6.248.436 de habitantes que vivem em uma área

territorial de 95.703,487 Km². Inserem-se nas Regiões Hidrográficas do Atlântico Sul e do

Uruguai, além de possuir uma pequena parcela, ao norte, na Região Hidrográfica do Paraná

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13

(ATLAS BRASIL, 2010). Está localizada em uma posição estratégica no MERCOSUL. A

capital, Florianópolis, está a 1.850 km de Buenos Aires (Argentina) a 1.350 km de Assunção

(Paraguai), a 1.360 km de Montevidéu (Uruguai), a 705 km de São Paulo, a 1.144 km do Rio de

Janeiro e a 1.673 km de Brasília. O Estado possui seis mesorregiões, sendo eles: o Oeste

Catarinense, Norte Catarinense, Vale do Itajaí, Serrana, Grande Florianópolis e Sul Catarinense.

O estado conta também com 20 mesorregiões e 293 municípios (SANTA CATARINA EM

DADOS, 2011).

O setor primário corresponde a Agricultura, pecuária, produção floresta, pesca e

aquicultura. Em Santa Catarina o predomínio da agricultura esta focada em pequenas

propriedades rurais e com mão-de-obra familiar. Os principais cultivos agropecuários são: cebola,

maçã, fumo, arroz, aveia, trigo, milho, batata, feijão, mandioca, hortaliças, alho, banana, e uva.

As principais criações do Estado esta na maricultura que é o cultivo de ostras e mariscos, ele é o

primeiro colocado na produção nacional. Também na criação de apicultura, é o segundo maior

produtor nacional de mel com destaque para Florianópolis. Existe a criação de gado de corte e de

leite, mas o destaque para o estado está na Suinocultura e Avicultura na produção e exportação de

carnes, aves e suínos (GUERINO, 2010).

O setor secundário compreende ao setor industrial. Santa Catarina possui um importante

parque industrial, ocupando posição de destaque no Brasil. A economia industrial de Santa

Catarina é caracterizada pela concentração em diversos pólos, o que confere ao estado padrões de

desenvolvimento equilibrado entre suas regiões: cerâmico, carvão, vestuário e descartáveis

plásticos no Sul; alimentar e móveis no Oeste; têxtil, vestuário, naval e cristal no Vale do Itajaí;

metalurgia, máquinas, equipamentos, material elétrico, autopeças, plástico, confecções e

mobiliário no Norte; madeireiro na região Serrana e tecnológico na Capital. Embora haja essa

concentração por região, muitos municípios estão desenvolvendo vocações diferenciadas,

fortalecendo vários segmentos de atividade. A indústria de base tecnológica, além de estar

presente na Grande Florianópolis, também se destaca em Blumenau, Chapecó, Criciúma e

Joinville.É o maior produtor de suínos, pescados e industrializados de carnes (derivados de

frango, suínos e bovinos) do Brasil, contando com importantes agroindústrias (SANTA

CATARINA EM DADOS, 2011).

O setor terciário abrange as atividades relacionadas ao comércio e prestação de serviços.

Dentre os municípios catarinenses, Florianópolis, Joinville e Blumenau são os que apresentam os

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maiores resultados com relação à participação do setor de serviços no PIB municipal. Este

resultado decorre do fato de Florianópolis ser a capital do estado e por isso ter elevada

participação da administração pública na economia do município. Já para os estados de Joinville

e Blumenau a forte presença do setor terciário está relacionada com a preponderância da

atividade industrial, metal-mecânica e têxtil respectivamente. Para o estado de Santa Catarina a

administração pública possui o maior peso no total dos serviços, seguido pelo aluguel e pelo

comércio. O produto das instituições financeiras foi o que apresentou maior crescimento, seguido

pelas comunicações (RUBERTI, GELINSKI, GUIMARÃES, 2005).

Do ramo do comércio, os mais significativos para Santa Catarina são os que possuem maior

quantidade de estabelecimentos e empregam mais pessoas. Em primeiro lugar está o comércio

varejista não especializado (hipermercados e supermercados), em segundo lugar esta o comércio

varejista de produtos novos não especificados (vestuário e artigos de decoração, etc.) e de

produtos usados. O terceiro se refere ao comércio varejista de equipamentos de informática e

comunicação e outro comércio significativo para a região catarinense é o comércio varejista de

material de construção. As cidades mais importantes para o comércio são Florianópolis, Joinvile,

Blumenau e São José (SANTA CATARINA EM DADOS, 2011).

2.3 CARACTERÍSTICAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

O Estado do Rio Grande do Sul é composto por 496 municípios que vivem em uma área

territorial de 268.781,896 Km² somando 10.693.929 de habitantes (IBGE,2010). O Estado possui

sete mesorregiões, sendo elas, Centro Ocidental Rio-Grandense, Centro Oriental Rio-Grandense,

Metropolitana de Porto Alegre, Nordeste Rio-Grandense, Noroeste Rio-Grandense, Sudeste Rio-

Grandense e possui o total de 35 municípios.

O setor primário gaúcho é uma área de colonização italiana e alemã, apresentando uma

estrutura fundiária baseada em pequenas propriedades policultoras, nas quais a produção agrícola

diversificada soma-se uma importante atividade pecuária, que abastece a indústria frigorífica e de

laticínios. Os principais produtos agropecuários neste estado são: arroz, fumo, ovinos, trigo,

aveia, maçã, suínos, aves, batata, cebola, laranja, bovinos, mandioca, soja e milho, existem

outros, porém esses são os principais e mais significativos para a economia desse setor. A região

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Campanha gaúcha é uma que se destaca pelos grandes estabelecimentos pastoris, onde predomina

a pecuária extensiva melhorada (GUERINO, 2010).

O setor secundário corresponde ao setor industrial, onde as aglomerações industriais no

estado de Rio Grande do Sul se caracterizam por empresas que inovam e diferenciam produtos,

ou seja, a dinâmica industrial nessa região é influenciada por empresas de maior conteúdo

tecnológico. Pequenas e médias empresas tem se destacado na busca de alternativas competitivas

(TERRA; ARAÚJO; GUIMARÃES, 2010). No Rio Grande do Sul, os investimentos industriais

concentram-se na Região metropolitana de Porto Alegre, principalmente o setor automotivo e sua

cadeia produtiva de peças e insumos. No nordeste rio grandense destaca-se o complexo metal

mecânico, material de transportes, madeira e móveis, produtos de matéria plástica, material

elétrico e de comunicações e bebidas. Em Pelotas e em Rio Grande, destacam-se os setores se

madeira e minerais metálicos (GUERINO, 2010).

O setor terciário no Rio Grande do Sul é o que mais emprega. No que se refere ao setor de

comércio e serviços é o que mais ocuparam a população, como administração pública em geral,

comércio varejista de mercadorias em atividades de atendimento hospitalar, comércio varejista de

artigos do vestuário e complementos, comércio varejista de material de construção, ferragens,

ferramentas, comércio e varejo de combustíveis, comércio varejista de outros produtos,

restaurantes e estabelecimentos de bebidas, transporte rodoviário de passageiros, regular, não

urbano, atividades de investigação, vigilância e segurança e outras atividades associativas

(ALMEIDA, ALVES, FUNK, 2006).

3 METODOLOGIA

As metodologias a ser utilizada neste trabalho para a obtenção de resultados e realização da

análise dos referenciais foram às pesquisas bibliográficas, descritiva, e qualitativa para análise do

presente estudo.

No referencial teórico, para a realização dos objetivos, como metodologia também foi

escolhida uma ampla revisão bibliográfica buscando alguns autores para desempenhar os estudos

relacionados ao desenvolvimento econômico e regional de forma abrangente, possui a formação

de como se deu o processo de crescimento e desenvolvimento econômico, como surgiu a região

em si e o espaço, e como ocorre o desenvolvimento regional a partir das teorias de pólo de

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crescimento e teoria do desenvolvimento endógeno na inserção do desenvolvimento sócio

econômico nas regiões Sul do Brasil.

Utilizou o método descritivo onde o trabalho foi desenvolvido através de consultas aos

principais institutos de pesquisas do Brasil, como Instituto Paranaense de Desenvolvimento

econômico, IPARDES, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística, IBGE, além da Secretaria do Tesouro Nacional, e outros.Buscou-se,

também um breve histórico,uma caracterização do perfil econômico, dos estados do Paraná,

Santa Catarina e Rio Grande do Sul, permitindo um levantamento econômico e social dos

Estados, com a caracterização de cada setor econômico distinguindo cada um dentro do seu

espaço.Os dados coletados servirão para melhor compreender as variáveis gerais, como

quantidade de população, sua evolução, emprego, indicador social, e nas variáveis econômicas.

E na última etapa do trabalho, foi utilizado o método qualitativo, que é a pesquisa que

analisa o processo social para melhor compreensão sobre o assunto em relação aos aspectos

sociais causados. Essa pesquisa foi utilizada como objetivo e foco do trabalho, pois mensura a

qualidade de vida da população, analisado no processo do desenvolvimento econômico.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 A POPULAÇÃO TOTAL E AS CIDADES MAIS POPULOSAS DA REGIÃO SUL

Com relação à Tabela 1 que demonstra a evolução da população nos três estados no período

de 2005 a 2010. No ano de 2005, o Rio Grande do Sul, que é o Estado que possui maior área

territorial, também é o estado que possui maior quantidade de habitantes. No período de analise, a

variação porcentual de crescimento da população foi de apenas 2%, representando em média

39,1% da população total da região Sul. Com relação aos dados do estado do Paraná, que vem em

segundo lugar em tamanho de área territorial, no período de 2005 a 2010, sua variação porcentual

de crescimento foi de 1,8%, representando em média 38,6% da população total da região Sul. O

estado de Santa Catarina, por ser menor em área territorial, possui menor quantidade de

habitantes. Com relação aos dados do Estado, sua variação porcentual de crescimento foi de

6,5%, representando em média 22,3% da população total da região Sul.

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Pela ordem, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina representam os maiores índices de

participação da população total na Região Sul. Comparando o crescimento do período de 2005 a

2010, o crescimento populacional da Região Sul de 2,9%. Com relação aos Estados, Santa

Catarina com variação de 6,5% superou o crescimento da Região Sul. O crescimento

demográfico do Paraná e Rio Grande Sul, 1,8% e 2,0% foram os que mais se aproximaram da

Região Sul.

Com isso podemos perceber, com os dados referentes à densidade demográfica, que o

estado de Santa Catarina, por apresentar uma variação porcentual de crescimento superior aos

demais estados, foi ele quem apresentou maior densidade demográfica, ou seja, maior quantidade

de pessoas por km². A densidade demográfica de 2010 apontou Santa Catarina com 65,29

hab/km², o Paraná de 52,40 hab/km² e o Rio Grande do Sul de 39,79 hab/km².

Esses números remetem Santa Catarina ao estabelecimento de planejamento estratégico

para enfrentar as adequações na habitação, meios de transporte, serviços públicos de maneira

geral, tal como iluminação, esgoto sanitário.

TABELA 1 - Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul ,Evolução da população total residente

do no período de 2005 à 2010.

Ano Região Sul Paraná % Santa

Catarina %

Rio

Grande

do Sul

%

2005 26.608.160 10.261.856 38,6 5.866.590 22,0 10.479.714 39,4

2006 26.876.482 10.387.378 38,6 5.958.295 22,2 10.530.809 39,2

2007 26.909.017 10.284.503 38,2 6.049.251 22,5 10.575.263 39,3

2008 27.256.321 10.590.169 38,9 6.052.587 22,2 10.613.565 38,9

2010 27.386.891 10.444.526 38,1 6.248.436 22,8 10.693.929 39,0

Fonte: IBGE/Ipardes

No Paraná, a mais populosa é a cidade de Curitiba, com uma população total de 1.751.907

representando 16,8% do estado, em seguida esta a cidade de Londrina com 506.701 habitantes,

representando 4,9% da população total do Paraná. Com relação ao estado de Santa Catarina, a

cidade mais populosa é Joinvile com 515.288 habitantes, representando 8,2% da população total

do Estado, e em segundo lugar esta a cidade de Florianópolis com o total de 421.241 habitantes

representando 6,7% da população total de Santa Catarina. No estado do Rio Grande do Sul, a

cidade mais populosa é Porto Alegre com 1.409.351 habitantes, representando 13,2 % do total de

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residentes nesse estado, e posteriormente esta a cidade de Caxias do Sul com uma população total

de 435.564 habitantes, representando 4,1% da população do estado.

Contudo, pode-se constatar que a quantidade populacional de cada estado, sendo as cidades

polos, via-de-regra apresenta maior desenvolvimento econômico e com isso atraindo população

de outras localidades, além de manter a população atual sob seu domínios

TABELA 2 – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com dois municípios mais populosos

dos estados do no período de 2010.

Paraná Santa

Catarina

Rio Grande do

Sul

Curitiba 1.751.907 Joinvile 515.288 Porto Alegre 1.409.351

Londrina 506.701 Florianópolis 421.241 Caxias do Sul 435.564

Fonte: IBGE/Ipardes

A População Economicamente Ativa (PEA) do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do

Sul no período de 1970 a 2000 é apresentada na Tabela 3. Os dados mostram que PEA de Santa

Catarina apresentou crescimento de 204%, enquanto que no Rio Grande do Sul o crescimento de

128% e Paraná com 104% foi o Estado com o menor índice de crescimento na Região Sul.

TABELA 3– Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, População Economicamente Ativa

Total Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul no período de 1970, 1980, 1991 e 2000.

Ano Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul

1970 2.276.754 882.229 2.268.935

1980 2.863.043 1.356.186 3.204.117

1991 3.612.644 1.976.878 4.132.852

2000 4.651.832 2.682.355 5.164.528

Fonte: IPEA/Social

A Tabela 4 refere-se à população ocupada dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio

Grande do Sul no período de 1970 a 2000. Analisando a População Ocupada (PO) com relação à

PEA, Santa Catarina foi o Estado da Região Sul com maior quantidade de trabalhadores no

mercado de trabalho correspondendo em média 96% da PEA. O Paraná e o Rio Grande do Sul,

com 95% da PEA obtiveram praticamente a mesma média da população ocupada de Santa

Catarina.

Com relação a variação porcentual do crescimento da população ocupada, ela acompanha o

crescimento do PEA, Santa Catarina teve um crescimento porcentual de 177%, Rio Grande do

Sul com 103% e por último Paraná com 80%.

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TABELA 4 – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, População Ocupada Total no período

de 1970, 1980, 1991 e 2000.

Ano Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul

1970 2.255.220 867.309 2.235.775

1980 2.820.034 1.330.802 3.154.146

1991 3.485.604 1.897.421 3.991.348

2000 4.055.739 2.406.676 4.533.777

Fonte: IPEA

A Tabela 5 mostra que o Paraná possui a maior quantidade de Instituições de ensino

superior (pública e privada). Na totalidade o Paraná tem 181 Instituições, Santa Catarina com 92

instituições e o Rio Grande do Sul com 73 instituições. Esses dados são reflexos demonstrativos

dos resultados dos indicadores da educação nos três estados, sendo o Paraná com melhores

resultados, comparados com os dois estados em estudo. Em relação as Universidades Federais, o

estado do Rio Grande do Sul foi beneficiado com quatro; o Paraná com duas, sendo uma delas a

Universidade Tecnológica Federal do Paraná (antigo Cefet) com seis unidades espalhadas no

Estado e Santa Catarina com apenas uma. Em relação as Universidades Estaduais, o Paraná conta

sete (todas gratuitas), o Rio Grande do Sul e Santa Catarina com uma cada.

TABELA 5 – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Quantidades de instituições de ensino

superior federal, municipal, e privadas 2012.

Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul

Pública 21 11 11

Privada 160 81 62

Fonte: Ipardes, SEED SC, RS

Os estados da Região Sul tiveram comportamento muito semelhante com pequena

vantagem para Santa Catarina que apresentou maior variação de crescimento econômico no

período 2005-2009 (27%); Rio Grande do Sul e do Paraná o crescimento foi de 25% cada um.

Com relação ao comparativo da composição do PIB da Região Sul, Rio Grande do Sul participou

com 40,2%, em seguida o Paraná 35,7% e por último Santa Catarina com 24,1% de média de

participação.

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TABELA 6 – Região Sul e Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, PIB Total no

período de 2005 a 2009 (Valores deflacionados) a preços 2009.

Ano Região Sul Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul

2005 426.927.507,2 151.825.128,4 102.253.530,4 172.848.848,4

2006 450.671.188,6 159.260.577,5 108.587.239,6 182.823.371,5

2007 490.893.843,2 179.123.701,2 115.981.157,3 195.788.984,8

2008 522.673.564,3 186.630.907,1 128.349.197,7 207.693.459,5

2009 535.662.089,7 189.991.954,0 129.806.256,3 215.863.879,4

Fonte: IBGE/IPARDES/IPEADATA

A Tabela 7 mostra a participação dos setores econômicos no estado do Paraná. O setor

agropecuário é o que contribui menos para o PIB total do Estado. No Paraná, no período

analisado ele contribuiu em média 7% no período de 2005 a 2009. Nesse período o setor

agropecuário cresceu 14%. O setor da indústria tem uma participação significativa na soma do

PIB do estado, contribuindo em média 25%, crescendo nesse período 17%.Com relação ao setor

de serviços, é o mais importante na contribuição do valor total do PIB, sendo mais da metade do

total, com 55%.Esse setor nesse período cresceu 31%.Para terminar a análise da participação do

PIB no Estado, tem os impostos que contribuiu em média 13% e cresceu nesse período analisado,

25%.

TABELA 7– Paraná, Participação do setor econômico no PIB do estado no período de 2005 a

2009 (Valores deflacionados) a preços 2009.

Paraná

Ano Agropecuária Indústria Serviços Impostos

2005 11.232.468,4 40.060.458,6 81.597.989,5 18.934.203,2

2006 11.499.895,1 40.473.480,4 87.360.430,9 19.926.776,9

2007 13.441.083,6 43.474.716,3 100.125.332,9 22.082.565,7

2008 15.151.944,7 42.901.988,3 102.932.088,8 24.644.884,4

2009 12.816.898,0 46.858.020,6 106.694.461,6 23.622.568,4

Fonte: IBGE

A Tabela 8 mostra os dados da participação dos setores econômicos no estado de Santa

Catarina no período de 2005 a 2009. O setor da agropecuária contribuiu em média 7% para o PIB

total do Estado, apresentando um crescimento de 24% no período analisado. Mesmo com as

quedas no ano de 2006 o crescimento nos anos seguintes foi compensado, com crescimento nesse

setor. O setor da indústria participou em média com 30% do PIB total do estado, e obteve um

crescimento também positivo de 23% nesse período de análise, mesmo com a queda no ano de

2009. O setor de serviços é o mais importante pois sua participação no PIB do Estado é de 51%,

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com crescimento de 30% no ano de 2005 a 2009. Com relação aos impostos, a média de

contribuição Santa Catarina no PIB foi idêntica a do Paraná, de 13%, no entanto o seu

crescimento nesse período, foi um pouco maior, de 28%.

TABELA 8 – Santa Catarina, Participação do setor econômico no PIB do estado no período de

2005 a 2009 (Valores deflacionados) a preços 2009.

Santa Catarina

Ano Agropecuária Indústria Serviços Impostos

2005 7.461.337,1 30.342.185,3 51.584.295,7 12.864.712,3

2006 6.579.754,1 32.761.584,4 55.721.790,3 13.524.110,8

2007 7.306.938,1 36.160.704,0 57.762.469,1 14.751.046,0

2008 8.952.173,6 38.346.383,9 64.089.253,1 16.961.387,2

2009 9.241.312,9 37.213.745,8 66.877.345,6 16.473.852,0

Fonte: IBGE

Na Tabela 9 analisamos a participação de cada setor econômico no Rio Grande do Sul no

período de 2005 a 2009. O setor agropecuário, como nos demais estados, é o que contribui menos

para o PIB total do Estado. No período de análise, esse setor contribui em média 8% , um por

cento a mais que no estado do Paraná e Santa Catarina. Ele apresentou um crescimento de 77%%,

foi o setor que mais cresceu nesse período de 2005 a 2009. O setor de serviços é o que mais

contribui para o PIB total, no período em média de 54%, obtendo um crescimento de 24%. O

setor da indústria participou com 24% do total do PIB do estado e obteve um crescimento médio

de 23% no período de análise. Os impostos participou com 13%, igual aos dois estados

analisados, mas cresceu menos, apenas 10% no período 2005-2009.

TABELA 9 – Rio Grande do Sul, Participação do setor econômico no PIB do estado no período

de 2005 a 2009 (Valores deflacionados) a preços 2009.

Rio Grande do Sul

Ano Agropecuária Indústria Serviços Impostos

2005 10.504.464,90 44.907.969,11 92.985.781,19 24.540.633,24

2006 14.654.816,01 44.477.932,82 98.959.520,59 24.731.102,02

2007 16.759.481,71 45.366.562,40 108.296.488,71 25.366.451,94

2008 18.861.640,86 47.586.756,35 112.883.435,65 28.361.626,63

2009 18.622.362,62 55.173.908,63 115.106.234,39 26.961.373,80

Fonte: IBGE

Concluímos que na Região Sul o setor de serviços é o que mais contribui para a totalidade

do PIB da Região Sul. No Paraná sua participação foi maior de 55%, em seguida estão Rio

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22

Grande do Sul que participou com 54% e em Santa Catarina com 51%, porém todos participam

com mais da metade no total do PIB do seu Estado.

Será analisado na Tabela 10, o PIB per capita dos da Região Sul durante o período 2005-

2009. O PIB per capita dos três Estados analisados nesse período, constata que todos eles

mantiveram em crescimento, por conta do crescimento do PIB. Com relação ao crescimento do

PIB per capita (2005 a 2009), Rio Grande do Sul apresentou um crescimento maior que os

estados do Paraná e Santa Catarina, obtendo uma variação de 24% de crescimento na renda. O

estado de Santa Catarina apresentou o segundo melhor resultando, onde sua variação de

crescimento no período foi de 22% enquanto que o estado do Paraná apontou crescimento de

20%.

TABELA 10 – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, PIB per capita no período de 2005 a

2010 (Valores deflacionados) a preços 2009.

Ano Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul

2005 14.795,1 17.429,9 15.938,0

2006 15.332,1 18.224,6 16.676,1

2007 17.416,9 19.770,1 18.500,5

2008 17.623,7 21.205,8 19.133,5

2009 17.779,1 21.214,5 19.778,4

Fonte: SEI-PIB per capita Nacional

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Inicialmente, a proposta do trabalho foi de identificar se os estados que são maiores em

termos de população e área territorial, se logo, eles apresentariam melhores indicadores

econômicos. E os resultados demonstraram ao contrário da hipótese inicialmente proposta,

indicando que o estado de Santa Catarina que possui menor quantidade populacional e menor

área territorial comparada com os estados estudados, foi que apresentou melhores indicadores

econômicos e populacionais.

Sabemos que o emprego é muito importante para o crescimento e desenvolvimento

econômico, pois é através dele que a população adquire sua renda e faz a economia girar. Para

analisarmos o mercado de trabalho nos três Estados, identificamos inicialmente a PEA, ou seja,

parte da população disponível para o trabalho. O estado de Santa Catarina no período de análise

foi que apresentou maior variação de crescimento dessa população, mas com relação ao

crescimento do número de empregos, o estado do Rio Grande do Sul supera Santa Catarina e o

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Paraná, e por isso suas despesas com pessoal e encargos sociais chegou mais próximo do limite

estabelecido.

Com relação aos indicadores que mensuram o crescimento econômico, o estado de Santa

Catarina apresentou maior variação de crescimento do PIB, indicando que no período de análise

cresceu mais que os outros dois Estados, destacando a contribuição do setor secundário,

principalmente o ramo industrial que é muito forte no Estado, e o setor terciário com ênfase no

comércio que contribuiu significativamente para o crescimento desse setor no período analisado.

Com relação a renda per capita, quanto maior for a renda por cada habitante, mais ele vai

consumir, prevendo a quantidade de produtos na economia.

Santa Catarina mostrou através das análises, indicadores econômicos e das variáveis gerais

como o crescimento populacional, PEA, PO, foram determinantes nos resultados dos dados, que

o estado apresentou no geral um nível de crescimento e desenvolvimento econômico mais

elevado que o Rio Grande do Sul e o Paraná no período de análise.

O Paraná, apesar de desempenho um pouco menor em algumas variáveis, mostrou

equilíbrio econômico tendo a vantagem no setor da indústria, além do crescimento demográfico

de alta escala e tem em sua Capital como sendo a mais populosa da Região Sul.

Contudo, podemos concluir que o estado de Santa Catarina, mostrou-se contrário a hipótese

inicial do trabalho, demonstrando em seus dados econômicos e sociais, que mesmo sendo o

estado menor em área territorial e em termos de população. Os indicadores apontaram que Santa

Catarina foi ele quem apresentou o melhor crescimento e desenvolvimento econômico da Região

Sul.

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