UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · 2012-02-17 · significativamente para o...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES
Por: Cristiane Almeida Viana
Orientador
Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
Administração de estoques:
Uma ferramenta para redução de bons resultados e redução de
custos
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Logística Empresarial
Por: Cristiane Almeida Viana
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pelas
oportunidades, por todas as
dificuldades enfrentadas, pois aprendi
muito! Não posso deixar de agradecer
imensamente Minha mãe Laline e Meu
pai Aurino que sempre me incentivaram
a buscar o melhor, com paciência e
respeitando o próximo.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho a Deus e toda
minha família.
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RESUMO
Nesse trabalho é apresentado o resultado de uma pesquisa realizada
junto as unidade hospitalar do grupo AMIL, destacando-se a importância da
administração de material médico hospitalar e medicamento, com ênfase na
administração de estoques, enfocando os setores de compras, almoxarifado,
farmácia e dispensário de material e medicamento. Além de serem
identificadas as principais disfunções que mais influenciam de forma negativa
na administração de estoque, forma destacadas questões inter-relacionadas,
tais como: a falta de uma política única, voltada para estoques, caracterizada,
sobretudo, quanto à própria estrutura da administração de materiais como
serviço, a periodicidade dos inventários e ao número de itens colocados.
Finalmente, foram elaboradas algumas recomendações que poderão contribuir
significativamente para o aperfeiçoamento do processo de gestão de estoques,
de forma a assegurar, de maneira otimizada, o reabastecimento racional e
regular dos itens necessários à manutenção do fluxo operacional da instituição,
destacando-se a minimização do capital investido, não só na organização
estudada, assim como em outras instituições com características e variáveis
semelhantes.
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METODOLOGIA
A metodologia utilizada no desenvolvimento desse trabalho primeiramente
foi uma revisão bibliográfica, em seguida coleta de dados, pesquisa de campo
e análise das operações de suprimentos.
Esse estudo aborda fatores importantes como:
• Tempo de Ressuprimento;
• Delineamento das características de fornecimento da cadeia;
• Avaliação da estrutura operacional.
.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
1 – Administração de Estoques 12
1.1 – Política de Estoques 13
1.2 – Tipo de estoques 14
1.3 – Custos de estoques 15
2 – Sistemas de Planejamento de estoques 18
2.1 – Giros de estoques ou rotatividade 19
2.2 - Previsão de estoques 20
2.3.1 – Tempo de reposição 22
2.3.2 – Ponto de pedido 23
2.3.3 – Estoque máximo 24
2.3.4 – Estoque de segurança 25
3 – Armazenagem e Controle 27
3.1 – Avaliação de estoque 28
3.2 – Curva ABC 29
3.3 – Inventário 31
4 – Padronização de materiais e medicamentos 34
CONCLUSÃO 37
BIBLIOGRAFIA 39
ÍNDICE 41
8
INTRODUÇÃO
Hoje, as instituições hospitalares sofrem com oscilações do mercado,
pressões políticas, instabilidade econômica e eventos adversos que exigem
uma gestão cada vez mais rigorosa, para isto necessita-se que a gestão de
material assuma um papel de vantagem, onde as principais decisões são
articuladas ao longo do tempo, podendo desenvolver padrões e decisões
coerentes com característica de negócio.
No primeiro capítulo é feito o levantamento das necessidades. Uma
informação importante apurada é quem faz a gestão de estoque no Grupo Amil
é o farmacêutico.
Todo gestor envolvido com o planejamento e execuções das ações,
necessita mensurar os estoques de materiais e medicamentos. Com base nas
ações mensuradas e no dimensionamento da rede de prestações de serviços e
projetará à quantidade ideal de materiais e medicamentos que devem ser
adquiridas, tal tarefa é primordial e indicará o norte na gestão.
Contudo, é importante ressaltar que administrar material médico hospitalar e
medicamento é complexo e constituí um desafio a ser enfrentado de modo
adequado e continuo.
A escolha da forma de administração a ser adotada deve levar em
consideração características de cada unidade médica e os recursos disponíveis
para sua implantação. Os recursos resumem-se em financeiros, operacionais e
técnicos, sendo que, neste último caso, ainda há uma carência de
farmacêuticos especialistas capazes de implantar com eficiência um sistema de
administração racional.
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No segundo capítulo o planejamento e controle de estoque atualmente é um
grande desafio para o gestor de estoques. Devido às variações de fatores que
influenciam diretamente nos custos relativos, a busca contínua por alternativas
que visam à redução dos custos, eficiência e eficácia dos controles, criando
assim adaptações de métodos que satisfaçam as políticas atuais da empresa.
Assim nenhuma organização pode planejar detalhadamente todos os
aspectos de suas ações atuais ou futuras, mas podem e devem ter noção da
diretriz e determinar como podem alcançar, ou seja, precisa de uma visão
estratégica de todo processo produtivo.
Com Advento da globalização, as empresas privadas tiveram que se
reinventar, isto é, buscaram se organizar de fora para dentro e não como
sempre fizeram, condicionando os clientes a aceitarem os seus produtos,
custos e inabilidade produtiva (baixa qualidade).
No terceiro capítulo avaliando a grande complexidade de Administração de
materiais na área Hospitalar, todo processo envolve a integração de
informações, armazenagem, manuseio e distribuição de materiais médico-
hospitalares e medicamentos, visto que a responsabilidade operacional está
diretamente associada à disponibilidade de materiais no local onde são
requisitados, ao menor custo possível.
Ponto de pedido, sistema ABC, Sistema MRP, São algumas das
ferramentas utilizadas para a análise e o controle de estoque de material
médico hospitalar e medicamento.
Com Ponto de Pedido, Sistema ABC ou Curva de Paretto, Sistema MRP,
são alguma das ferramentas utilizadas para a análise e o controle de um
estoque. Com isso, métodos como ponto de pedido, foram analisados e
concluídos, sua importância dentro desta análise, todavia não poderia se deixar
para trás conceitos como kardex (relatório extraído para verificar toda
movimentação de um determinado material ou medicamento), muito utilizado
no inicio da atividade da empresa em destaque. Outro programa muito citado e
10
analisado é o sistema ABC também conhecido como Curva de Pareto, onde se
mostra a sua classificação com relação aos itens dentro do estoque desta
empresa, dando o embasamento com conceitos e suas aplicações. O mais
novo sistema desenvolvido, que pertence à empresa estudada é o MRP, que
trás a facilidade para os usuários em analisar e programar certas fabricações
de componentes, conjuntos e subconjuntos de aviões com prazos pré-
determinados, com mais precisão com relação aos itens contidos em estoque.
Com esse programa surge a criação de uma nova área que terá a função de
controlador todos os itens pertencentes à empresa, criando fornecedores aptos
que atenderão a fabricação de algumas peças, diminuindo o custo de estoque,
sem deixar de se comprometer com o prazo de entrega e ao atendimento de
seu cliente.
A farmácia hospital é uma unidade administrativa, sendo assim, a amplitude
de serviços e responsabilidades desempenhados nesta unidade ultrapassam o
âmbito técnico. É importante ressaltar que as suas atribuições técnicas de
entrelaçam com funções administrativas, unificando-se em dispositivos de
gerenciamento. Uma destas atribuições e, talvez, a mais importante, é o
sistema de dispensação a ser adotado. Essa questão vai interferir também no
controle dos estoques e na logística de armazenamento e distribuição.
A administração de materiais na área da saúde é mais complexa do que a
de outros segmentos da economia, pois os materiais e medicamentos tem
prazo de validade, requerem conservação em baixa temperatura, devem ser
passíveis de rastreabilidade, são facilmente furtados, apresentam-se sob as
formas mais diversas, desde comprimidos até injetáveis, as doses individuais
devem ser diretamente prescritas, preparadas, baixada dos estoques,
ministrada ao paciente e faturadas sem omissão nem erro, e, finalmente os
resíduos contaminados devem ser removidos e incinerados com extremo
cuidado.
Já no quarto capítulo é abordado Padronização de material e medicamento,
cuja finalidade é garantir uniformidade na escolha e homologação de fármacos,
11
materiais, terapêutica e equipamentos para promover eficiência e eficácia na
realização de procedimentos.
Existe a comissão de Padronização de material e medicamentos do hospital
que é constituída por uma equipe multidisciplinar, contando com a participação
de médicos, farmacêuticos, administrador hospitalar, representante da
comissão de controle de infecção hospitalar e do setor de compras. Conforme
orientação da comissão, todos os materiais e medicamentos adquiridos e
utilizados no hospital são fabricados por indústrias certificadas e com qualidade
garantida, sendo preferencialmente produtos éticos e genéricos.
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CAPÍTULO I
Administração de estoques
...Se Deus está por nós, quem será contra nós.
A disponibilidade do material está diretamente ligada ao nível de
serviço exigido pelo mercado atendido pela empresa. Quanto maior, maior a
tendência à descentralização, posicionando o estoque o mais próximo possível
do consumidor final.
Produtos com alto valor agregado possuem tendência à centralização
do estoque, pois representam elevado custo de manutenção do estoque e risco
de obsolescência.
A análise do impacto dessas variáveis na busca de uma solução ótima para
o problema do posicionamento do estoque pode ter um elevado grau de
complexidade, principalmente quando se trabalha com diversos tipos de
produtos, requerendo a utilização de modelos matemáticos que suportem o
processo decisório.
Segundo (POZO, 2008) a função principal da administração de estoques é
maximizar o uso dos recursos envolvidos na área logística da empresa, e com
grande efeito dentro dos estoques.
Administração de estoques na área da saúde mais do que a de outros
segmentos, pois os medicamentos e materiais tem prazo de validade, requer
13
conservação a baixa temperatura, deve ser passível de rastreabilidade, são
facilmente furtados, apresentam-se sob as formas mais diversas, desde
comprimidos até injetáveis, as doses individuais devem ser diariamente
prescritas, preparadas, baixadas dos estoques, ministradas ao paciente.
Segundo (BARBIERI; MARCHLINE, 2009) enfatizam que Quanto mais
precisas forem às informações disponíveis, maiores serão as possibilidades de
determinar o volume adequado de estoques para atender às atividades da
organização.
Entretanto, a obtenção de informações dessa natureza gera custos
crescentes à medida que desejamos que sejam mais exatas e completas.
A boa gestão de estoques em uma empresa caracteriza-se com uma das
condições fundamentais para o equilíbrio econômico e financeiro. O
Planejamento adequado de materiais médico-hospitalares e medicamentos
contribui para melhorias no desempenho de qualquer organização.
1.1 – Políticas de estoques
Conforme o enfoque dado por (VIANA, 2002), o mesmo diz que, entende –
se por política de estoques o conjunto de atos diretivos que estabelecem, de
forma global e específica, princípios, diretrizes e normas relacionadas ao
gerenciamento de materiais nas empresas, para a escolha da otimização dos
recursos materiais e do capital investido. Dessa forma, pode se dizer que em
função da especificidade década empresa, a mesma poderá se utilizar de
várias formas de melhor gerenciar seus estoques, nas quais evidenciam – se
alguns tipos de políticas de estoques mais comumente utilizadas.
A administração geral da empresa deverá determinar ao departamento de
controle de estoque, o programa de objetivos a serem atingidos, isto é,
14
estabelecer certos padrões que sirvam de guias aos programadores e
controladores e também de critério para medir o desenvolvimento do
departamento. Estas políticas são metas que a empresa está disposta a atingir,
por acreditar que desta forma estará cumprindo sua razão de existir, atendendo
a sociedade em geral de forma satisfatória e gerando riquezas. Estas metas
estarão sempre focadas no atendimento de clientes, números que os
almoxarifados deverão seguir para acompanhar a demanda sem estocar
deverão seguir para acompanhar a demanda sem estocar
desnecessariamente, ou até mesmo, definições políticas que são peças chaves
no bom funcionamento da administração de estoques.
Durante o processo de levantamento e coleta de dados, apurou-se que a
política de estoques, atualmente praticada pela instituição, é extremamente
empírica e sem nenhuma consistência técnica, nem científica, já que embora
seja calculado individualmente o consumo médio mensal dos materiais e
medicamentos, para cada item, não existem tecnicamente processos que
efetivamente, observe o tempo de reposição, calcule o lote econômico, calcule
o estoque de segurança e calcule o estoque máximo.
1.2 – Tipo de estoques
Os estoques podem ser classificados em diversos tipos, conforme se
observa a seguir.
15
a) matéria-prima: esse tipo de estoque requer alguma forma de processamento
para ser transformada em produto acabado. A utilização é diretamente
proporcional ao volume de produção;
b) Produtos em processo: em um processo de produção, consideram-se
produtos em processo os diversos materiais que estão em diferentes fases do
processo produtivo. Corresponde a todos os materiais que sofreram algum tipo
de transformação, porém não atingiram a forma final do produto a ser
comercializado;
c) Materiais de embalagem: correspondem às caixas para embalar produtos,
recipientes, rótulos etc.
d) Produto acabado: compreendem os produtos que sofreram um processo de
transformação e estão prontos para ser vendidos;
e) Suprimentos: neste tipo de estoque, estão inseridos todos os itens não
regularmente consumidos pelo processo produtivo. São os componentes
utilizados.
1.3 – Custos de estoques
O processo de desenvolvimento, intensificando a concorrência das
empresas em todas as áreas faz com que o empresário ataque decididamente
o problema da minimização de custos. Entre os tipos de custos que afetam de
perto a rentabilidade da empresa, o custo da estocagem ou armazenamento
16
dos materiais é, sem dúvida nenhuma, o que está merecendo uma grande
atenção do empresário.
Alguns custos são relevantes, conforme afirma (SLACK; CHAMBERS;
JOHNSTON, 2002) Custos de colocação do pedido: cada vez que um pedido é
colocado para reabastecer estoque, são necessárias algumas transações que
representam custos para a empresa. Estas incluem as tarefas de escritório de
preparo do pedido e toda a documentação associada com isso, o arranjo para
que se faça a entrega, o arranjo de pagar o fornecedor pela entrega e os
custos gerais de manter todas as informações para fazer isso.
Custos da falta de estoque: se erramos a decisão de quantidade de pedido
e ficamos sem estoque, haverá custos incorridos por nós, pela falha no
fornecimento a nossos consumidores. Se os consumidores forem externos,
poderão trocar de fornecedor; se internos, a falta de estoque pode levar a
tempo ocioso no processo seguinte, ineficiências e, fatalmente, outra vez
consumidores externos insatisfeitos.
Custos de capital de giro: logo que colocamos um pedido de
reabastecimento, os fornecedores vão demandar pagamento por seus bens.
Custos de armazenagem: esses são os custos associados à armazenagem
física dos materiais e medicamento. Locação, climatização e iluminação do
armazém podem ser caras, especialmente quando são requeridas condições
especiais, como baixa temperatura ou armazenagem de alta segurança.
Custos de obsolescência: se escolhermos uma política de pedidos que
envolva pedidos de quantidades muito grandes, que significará que os itens
estocados permanecerão longo tempo armazenado, existe o risco de que
esses itens possam tornar-se obsoletos.
Devemos lembrar que estoque é dinheiro que fica parado nas prateleiras e
isso deve incomodar o bom gerente porque dinheiro parado não cumpre sua
função. Como já foi afirmado, o estoque ideal é o estoque zero. Entretanto,
17
convivemos com a imprevisibilidade que apresenta maior variância em
instituições de saúde do que na indústria se fizermos uma breve comparação,
pois em indústria podemos pensar em um planejamento da produção em lotes,
já na área da saúde, se tem pouco controle sobre a demanda na porta do
serviço.
18
CAPÍTULO II
Sistemas de planejamento de estoques
A função de controle de estoque é componente essencial da Administração
de Materiais. É com as informações do sistema de estoque que estaremos em
condições de orientar o fluxo de compras em ritmo adequado às necessidades
da unidade médica.
De acordo com (ARNOLD, 1999), nas técnicas de planejamento e controle
de material, a decisão de o que, quando e quanto comprar é tomado com base
em modelos de estoques que, além de procurarem atender essas questões
considerando, basicamente, o fator custo e o fator capital, minimizando um e
maximizando o outro, utilizam previsões que supõem uma demanda do tipo
contínuo, na qual os seus instantes são relativamente próximos e as suas
variações razoavelmente pequenas, o seu enfoque, na gestão de estoque
convencional, como observa (ARNOLD, 1999), cada item é controlado
individualmente e suas demandas são previstas com base em fatores de
aleatoriedade, o que ocorre, porém, na produção, são relações de dependência
simples de demandas entre diversos materiais. A tarefa de controlar os
estoques de uma empresa é um processo muito complexo e dinâmico, pois
existe a necessidade de se trabalhar com vários fornecedores, com um número
significativo de itens e produtos.
Para (SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002), para melhor gerenciar os
estoques, os gerentes devem realizar duas tarefas: primeiramente, precisam
discriminar todos os diferentes itens estocados, de maneira que possam aplicar
um grau de controle em cada item, de acordo com sua importância e,
posteriormente a esta distinção, necessitam realizar um investimento em um
sistema de processamento de informação que tenha capacidade de gerenciar o
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controle dos estoques. O estoque de uma empresa deve estar de acordo com a
sua estrutura, sempre pronto a oferecer o serviço desejado pelo cliente,
mantendo o mínimo de estoque, vislumbrando um menor custo possível.
2.1 – Giros de estoques
Os gestores de estoques, de forma geral, creem que quanto maior for o giro
dos estoques da empresa mais eficientemente estes estarão sendo
administrados. Isso é verdadeiro até certo ponto, pois um alto giro dos
estoques pode também indicar problemas. Por exemplo, um modo de aumentar
o giro do estoque é manter estoques muito pequenos; contudo tal estratégia
pode resultar num grande número de itens em estoque.
Giro de Estoque corresponde ao número de vezes em que o estoque é
totalmente consumido durante um determinado período (BERTAGLIA, 2009).
Dentre os itens de material e medicamentos mantidos em estoque, existem
aqueles que têm maior movimentação como luva de procedimento e
adrenalina, em função de sua utilização por maior número de usuários, ou por
outro motivo qualquer. A esses materiais e medicamentos que entram e saem
com maior frequência deve ser dado m tratamento específico em relação à
localização no armazém e estoque da farmácia, ou seja, armazená-los em
locais estratégico de fácil e rápido acesso.
Segundo (POZO, 2002) giro de estoque é a avaliação do capital investido
em estoques comparando com o custo das saídas anuais, ou da quantidade
média de materiais em estoque dividido pelo custo anual das saídas. A
rotatividade, este é o termo mais comumente utilizado.
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Para calcularmos a rotatividade, é necessário possuirmos o valor dos
estoques e dividirmos peço custo anual de saídas. O valor do estoque pode ser
utilizado em quantidades monetárias ou quantidades de peças.
Esses procedimentos oferecem vantagens como, minimização de número
de viagens entre as áreas de estocagem e de expedição,
descongestionamento do trânsito interno do almoxarifado, principalmente de
material como luva de procedimento, melhor aproveitamento da mão de obra
interna, com menor desgaste físico dos operadores e a maximização do tempo
despendido na expedição do material ou medicamento.
2.2 – Previsão de estoques
Como ponto de partida, determina-se a data de requisição do material e
medicamento. O planejador no momento adequado informa o estoque existente
na unidade e recebe uma quantidade suficiente para complementar os níveis
de estoque constantes de sua previsão central de abastecimento farmacêutico.
Conforme a abordagem de (VIANA, 2002), todo o início do estudo dos
estoques está pautada na previsão do consumo de material. As previsões de
consumo ou da demanda estabelecem esta estimativa futura dos materiais
adquiridos pela empresa e pode ser classificadas em três grupos:
a) Projeção: São aquelas que admitem que o futuro seja repetição do passado,
segundo a mesma lei observada no passado, este grupo de
técnicas são de natureza quantitativa;
b) Explicação: procura – se explicar o consumo do passado mediante leis que
relacionam os mesmos com outras variáveis cuja evolução é conhecida ou
previsível;
21
c) Predileção: a experiência das pessoas envolvidas e conhecedores de fatores
influentes no consumo e no mercado estabelecem a evolução dos consumos
futuros.
A previsão de consumo determina estas estimativas futuras dos materiais e
medicamentos.
Há informações básicas na previsão dos estoques que se dividem em duas
categorias: quantitativas, que vão desde fluxo de saídas em período anterior
até influência exercida pelo aumento de consumo e qualitativas, que estão
ligadas diretamente às opiniões das pessoas envolvidas na cadeia, como
médicos, enfermeiros, compradores e outros.
Para (MARTINS, 2006) os estoques devem funcionar como elemento
regulador do fluxo de materiais nas empresas, isto é, como a velocidade com
que chegam à empresa é diferente da velocidade com que saem, ou são
consumidos, há a necessidade de certa quantidade de materiais, que ora
aumenta, ora diminui, amortecendo as variações.
No comportamento dinâmico do processo, existem as técnicas de previsão
do consumo que se classificam em grupos.
O primeiro grupo denomina-se como projeção, ou seja, é o grupo em que se
admite que as saídas no futuro possuam ligação direta com as saídas que
acontecem no passado.
O segundo grupo, chamado de explicação, procura explicar as saídas do
passado mediante leis que relacionem as mesmas com outras variáveis, cuja
evolução é conhecida ou previsível. São aplicações de técnicas de regressão e
correlação.
O terceiro e último grupo, é o grupo de predileção, ou seja, mediante apoio
de funcionários e conhecedores de fatores influentes nas saídas e no mercado,
é estabelecido evolução das saídas futuras.
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Existem ainda diversos fatores que podem alterar o comportamento do
consumo e influenciar na previsão para os estoques, tais como: influências
políticas, influências conjunturais, influências sazonais, inovações técnicas,
preços competitivos dos concorrentes e outros fatores que sofrem variações de
acordo com o seguimento de mercado da empresa.
1. – Tempo de reposição
Segundo (DIAS, 1993), umas das informações básicas de que se necessita
para calcular o estoque mínimo e o tempo de reposição, isto é, o tempo gasto
desde.
A verificação de que o estoque precisa ser reposto ate a chegada efetiva do
material no almoxarifado da empresa. Este tempo pode ser desmembrado em
três partes:
a) Emissão do pedido: tempo que leva desde a emissão do pedido de compra
até chegar ao fornecedor;
b) Preparação do pedido: tempo que leva o fornecedor para fabricar os
produtos até deixá-los em condições de serem transportados;
c) Transporte: tempo que leva da saída do fornecedor até o recebimento dos
materiais pela empresa.
Em relação a sua importância, o tempo de reposição deve ser determinado
do modo mais realista possível, pois as variações podem alterar toda a
estrutura dos sistemas de estoques.
As informações do tempo de reposição do consumo médio do período e do
estoque mínimo são definidoras do momento em que o pedido de
23
ressuprimento deve ser disparado. O tempo de reposição é variável que pode
ser ajustada por grupos de produtos classificados pela demora nas aquisições.
2. – Ponto de pedido
Conforme (CABANAS; RIBEIRO, 2005) existem restrições ao lote econômico, tais como:
a) Espaço de armazenagem: uma empresa que passa adotar o método em
seus estoques pode deparar-se com o problema de falta de espaço, pois, às
vezes, os lotes de compra recomendados pelo sistema não coincidem com a
capacidade de armazenagem do almoxarifado;
b) Variação do preço do material: em economias inflacionárias, calcular e
adquirir a quantidade ideal ou econômica de compra, com base nos preços
atuais para suprir o dia de amanhã, implicaria de certa forma, refazer os
cálculos tantas vezes quantas fossem as alterações de preços sofridos pelo
material ao longo do período, o que não se verifica, com constância, nos países
de economia relativamente estável, onde o preço permanece estacionário por
períodos mais longos.
c) Dificuldade de aplicação: esta dificuldade decorre, em grande parte, da falta
de registros ou da dificuldade de levantamento de dados de custos.
Entretanto, com referência a este aspecto, erros, por maiores que sejam na
apuração destes custos não afetam de forma significativa o resultado ou a
solução final. São poucos sensíveis a alterações razoáveis nos fatores de custo
considerados. Estes são, portanto, sempre de precisão relativa;
d) Natureza de material: pode vir a se constituir em fator de dificuldade. O
material poderá tornar-se obsoleto ou deteriorar-se;
24
e) Natureza de consumo: a aplicação do lote econômico de compra pressupõe,
em regra, um tipo, de demanda regular e constante, com distribuição uniforme.
Como isto nem sempre ocorre com relação à boa parte dos itens, é possível
que não consigamos resultados satisfatórios ou esperado com os materiais
cujo consumo seja de ordem aleatória e descontinua.
3. – Estoque máximo
Como ponto de partida, determina-se a data de requisição do material e
medicamento. O planejador, no momento adequado informa o estoque
existente na unidade e recebe uma quantidade suficiente para complementar
os níveis de estoque constantes de sua previsão central de abastecimento
farmacêutico.
Conforme (POZO, 2008) É o resultado da soma do estoque de segurança
mais o lote de compra. O nível máximo de estoque é normalmente determinado
de forma que seu volume ultrapasse a somatória da quantidade do estoque
variações normal de estoque em fase dinâmica de mercado, deixando margem
que assegure a cada novo lote, que o nível máximo de estoque não cresça e
onere os custos de manutenção de estoque.
O conceito de estoque médio é relevante, em especial para a valorização
monetária que fica imobilizada em estoque. A quantidade apurada como
estoque médio por período vezes o preço do item estocado indica montante de
recursos que ficam retidos nas prateleiras dos almoxarifados por produto.
O estoque máximo é igual à soma do estoque mínimo e do lote de compra.
O lote de compra poderá ser econômico ou não. Em condições normais de
equilíbrio entre a compra e o consumo, o estoque oscilará entre os valores
máximos e mínimos. O estoque máximo é uma função no lote de compra e do
estoque mínimo, e evidentemente, variará todas as vezes que uma ou duas
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partes acima variarem. O estoque máximo sofrerá também limitações de ordem
física, como espaço para armazenamento.
É possível ainda diminuir, tanto o tamanho do lote como o de estoque
mínimo, quando a falta de capital torna-se maior. É preferível diminuir o
tamanho do lote e diminuir o estoque mínimo, a fim de evitar a paralisação da
produção por falta de estoque.
4. – Estoque de segurança
Erros de previsão de demanda, registro de quantidade incorreta de itens na
execução do inventário, atrasos no ressuprimento, erro no lançamento de
entrada ou saída dos materiais e medicamentos são problemas comuns em
todo processo. Para lidar com essas incertezas é que podem ser utilizados
estoques de segurança.
De acordo com (BERTAGLIA, 2009) o estoque de segurança necessita ser
mantido para atender as necessidades de materiais durante o período de
entrega sem que haja paradas.
(BARBIERE; MACHLINE, 2009) abordam que para definição do prazo de
espera ou lead time, que é o tempo decorrido entre o inicio do processo de
reposição e a entrada dos materiais ou medicamentos no estoque, é importante
avaliar a distância, pois o tempo de entrega pode variar de acordo com o
estado onde a instituição estiver localizada.
O estoque mínimo ou de segurança é a quantidade que deve existir em
estoque para cobrir eventuais falhas de ressuprimento ou aumento repentino
de demanda. O gerenciamento de estoque envolve considerar um grau de
imprevisibilidade no fluxo de materiais que deve ser compensada com um
estoque de segurança adequado ao risco.
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Quanto maior o estoque mínimo, maior segurança, menor risco de faltar
material e medicamentos, porém, maior custo de capital estocado, maior custo
de armazenagem e maior é os riscos de deterioração, desvios e perdas.
O dimensionamento do estoque mínimo deve ser realizado
preferencialmente a partir do consumo médio por período, geralmente mensal.
Estoque de segurança para as unidades do grupo AMIL nas regiões de
Brasília, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo sete dias é bom, pois a maioria
dos laboratórios e distribuidores fica localizada na região sudeste.
Uma informação importante levantada é que no fechamento de contratos de
fornecimento de materiais e medicamentos, existe uma cláusula onde diz que o
fornecedor deve manter estoque de três meses para atender a demanda.
27
CAPÍTULO III
Armazenagem e Controle
O processo de armazenagem abrange atividades administrativas e
operacionais de recebimento, armazenamento, distribuição dos materiais aos
usuários e controle físico dos materiais estocados. É extremamente importante
que tais atividades estejam alicerçadas em estudos que objetivem identificar a
localização adequada dos pontos de estocagem. Estes pontos devem ser
localizados em locais com temperatura baixa, boa ventilação, iluminação
adequada, sem umidade. Porém, mesmo escolhendo um local com todas estas
atribuições é preciso que o gestor controle a temperatura e mantenham o
ambiente sempre organizado segundo (BARBIERE; MACHLINE, 2009).
As palavras que resolvem boa parte dos problemas de armazenamento de
materiais e medicamentos em unidades de saúde é o bom senso combinado
com técnicas de armazenamento
Rotatividade do item estocado se for requisitado com muita frequência,
então é conveniente que fique armazenado mais próximo à recepção.
Para os materiais volumosos, melhor que fiquem em áreas amplas e de fácil
acesso. Os materiais menores podem ficar em prateleiras com escaninhos
indexados. O armazenamento pode ser por ordem alfabética combinado com
formas de apresentação (comprimidos ou injetáveis).
Já para ordem de entrada e saída é usado o conceito do primeiro a entrar
primeiro a sair (PEPS), fisicamente. Itens com prazo de validade menor devem
ser os primeiros na fila de saída das prateleiras.
28
Grupos de materiais semelhantes podem ser armazenados em espaços
afins como área de sondas, de descartáveis, de filmes de RX. Na farmácia
podemos ter área de injetáveis, comprimidos, soluções e outras.
Itens de alto valor e pequenos ficam mais bem estocados, geralmente
próximo dos olhos da chefia da unidade.
A localização da área de armazenagem deve ficar próxima aos locais de
consumo. O uso de almoxarifados e farmácias no interior do hospital é pensado
de forma de disponibilização de materiais e medicamentos mais próximos do
requisitante. A maior facilidade de requisitar medicamento ou material pela
maior proximidade e a visualização dos estoques podem aumentar o nível de
confiança evitando tendência da formação de sub estoques nas unidades. O
uso de fichas em de prateleiras apesar de informatizados, tem se mostrado útil
no que se refere à observação quanto à possível previsão de ruptura de
estoques não alertada pelo sistema, mas observada pelo funcionário que
registra a baixa. Esse sistema também pode ajudar na realização de
inventários periódicos. É importante ressaltar que o uso de ficha pode ser
restritos aos itens considerados críticos.
1. – Avaliação de estoque
Utiliza como entradas do processo as normas contábeis da organização
para determinar o valor dos estoques, os objetivos definidos em relação aos
níveis de estoques a serem mantidos, os catálogos existentes, as relações de
entrada e saída de materiais.
O Ideal é a existência de áreas distintas para compras e armazenamento.
Essa medida permite duplo controle dos estoques existentes, além do controle
físico e financeiro.
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Até pouco tempo no grupo Amil essa área não estava definida, pois quem
planejava também comprava e após consultoria da empresa Ernest Young, foi
identificado à necessidade de segregar função.
O modelo de estoques mínimos tem níveis de estoque médio mais baixo e
uma frequência varável de compras, ao passo que o método de estoques
máximos apresenta distribuição mais homogênea de processamento ao longo
do tempo.
A escolha da metodologia foi elaborada de acordo dom a política de
armazenamento dos materiais e medicamentos.
Em qualquer situação, o sistema deve estar sempre pronto para emitir
relatórios de estoques que permitam agir prontamente para suprir compras
regulares, cobertura, emergência e urgência, que podem indicar a adoção de
medidas extraordinárias para evitar a falta de material.
2. –Curva ABC
Os estoques das farmácias abrigam uma grande diversidade de produtos
dificultando o planejamento de seu ressuprimento. Como cada grupo de
material médico e medicamento tem determinadas peculiaridades gerenciais
como giro, preço, consumo, prazo de entrega, é importante que separe os
produtos em grupos que possuem características gerenciais semelhantes.
É útil classificar os materiais por ordem de sua importância econômica. Esta
identificação permite que o administrador dispense mais cuidados e atenção
aos itens que são mais caros à unidade de saúde. Este sistema busca
identificar os itens de grande valor que exigem uma análise cuidadosa com
menor margem de erro. Em resumo, dado os valores envolvidos, são itens que
merecem uma atenção especial. Observa-se que o foco principal da atenção é
30
o valor total resultante do “preço x quantidade”. Assim, itens de pequeno valor
unitário podem ser relevantes para o controle especial dado a uma grande
quantidade consumida.
A definição das classes A, B e C obedece apenas a critérios de bom senso.
Em geral são colocados 20% dos itens classe A, 30% na classe B e 50% na
classe C.
Especialmente para os itens do grupo A, tem como meta principal a redução
de prazos de abastecimento, a redução de estoques, a redução de estoques de
reserva, o estabelecimento de controles de utilização e a busca de melhores
preços.
Os passos para iniciar o ordenamento de formatação de uma classificação
ABC partem da avaliação de cada item determina-se investimento necessário e
ordena-se do maior para o menor investimento. Calcula-se a importância
relativa dos itens como uma porcentagem do custo total e acumula-se até o
parâmetro escolhido.
Outra análise possível, seguindo o mesmo principio, mas agora tendo como
parâmetro a criticidade do item é a classificação XYZ onde X = Materiais que
possuem similares como Antibióticos. Y = tem similar, mas sua falta interfere na
qualidade dos serviços temos como exemplo fio de sutura Prolene 1504 h. Z =
não tem similar e sua falta será critica como luva cirúrgica (Fig.1).
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Fig.1
Classificação Criticidade
X Itens cuja falta em estoque podem afetar seriamente a
operação da Instituição e que não possuem substitutos.
Y
Itens cuja falta em estoque afeta a operação da Instituição sem
consequências graves e que possuem substitutos em estoque
sem a mesma qualidade.
Z Itens necessários, mas não imprescindíveis para a operação
da instituição.
3. – Inventário
As pessoas não são infalíveis. Os enganos nos relatórios de entradas e
saídas, extravios de requisições, equívocos de classificação ou codificação,
quebras, deterioração, recebimentos apressados e mesmo desvios acontecem
com importante frequência. Estas diferenças aparecem de forma física e
contábil no processamento do inventário de estoque. Algumas empresas
relevam pequenas diferenças de itens desde que estas ocorram normalmente
distribuídas a favor e contra o nível de estoque esperado.
O inventário é a relação com descrição minuciosa dos bens de determinada
organização ou pessoa física segundo. É muito importante sua realização
dentro de qualquer empresa e especialmente para os hospitais, é preciso
32
estabelecer um cronograma para sua realização. Cada organização escolhe a
periodicidade da realização do inventário, sabendo-se que a obrigatoriedade é
ser feito anualmente para computar no balanço, porém o quanto de vezes
durante o ano for realizado é melhor para melhoria nos processos e
confiabilidade nas informações de status do estoque.
Na oportunidade do inventário devem ser observados os itens com baixa
movimentação e pequena rotatividade, no sentido de avaliar a pertinência de
sua manutenção como item de estoque. Eventualmente a decisão, poderá ser
a retirado do item do rol de produtos estocados em análise que considere o seu
pouco uso, a sua pouca importância no processo de oferta do serviço e a sua
relativa facilidade de obtenção quando for necessário.
Acuracidade do Inventário Corresponde à diferença entre o estoque físico e
a informação contábil de estoques. A acurácia de estoque é um indicador da
qualidade e confiabilidade da informação existente nos sistemas de controle,
contábeis ou não, em relação à existência física dos itens controlados.
Quando a informação de estoque no sistema de controle, informatizado ou
manual, não confere com o saldo real, dizemos que este inventário não é
confiável ou não tem acuracidade. A falta de confiabilidade nas informações
afeta todos os setores da Instituição, desde o nível gerencial até o operacional.
Uma informação errada dos saldos em estoque pode levar a uma decisão
equivocada na área de planejamento de estoques ou compras, atrasar a
produção ou até mesmo ocasionar a falta do produto para o cliente.
A importância do cálculo das divergências é para identificar se os erros de
estoque têm grande relevância aos saldos controlados pelo sistema ou se as
diferenças são residuais, tipicamente resultantes de pequenos erros de
contagem.
Manter a acurácia dos estoques em um nível elevado, ou seja, isento de
erros, trará vantagens significativas para organização segundo (BERTAGLIA,
2009).
33
O inventário deve ter a característica de ser periódico podendo ser parcial
ou total. De qualquer forma deve ser pré-planejado para ser eficiente. Uma
forma de atenuar os inconvenientes do processo de inventário é incorporação
de sua realização na rotina diária, monitorando pequenos grupos de materiais
de cada vez. Havendo necessidade de inventário geral, o uso do final de
semana será mais apropriado de forma a evitar interrupções no normal fluxo de
materiais e medicamentos para unidade hospitalar.
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CAPÍTULO IV
Padronização de materiais e medicamentos
A farmácia e almoxarifado hospitalar, no âmbito de sua atuação,
comportam-se como uma unidade de negócios, dados os seus
relacionamentos comerciais com os laboratórios farmacêuticos, com os
fabricantes dos diferentes produtos, com laboratórios, distribuidores e
representantes comerciais. Gerir material médico e medicamento na área
hospitalar é deparar-se com uma grande variedade de produtos,
aproximadamente 50.000 itens diferentes se encontram à disposição dos
profissionais como enfermeiros, médicos e etc.
Quanto maior a habilidade de a farmácia hospitalar administrar seus
produtos de forma racional, maior será sua capacidade de oferecer à clientela
bens e serviços de qualidade e com baixos custos operacionais.
Se, em cada ala ou setor do hospital, as equipes médicas e de enfermagem
adotarem rotinas diferentes para o isso destes produtos (diluições diferentes,
concentrações diferentes e métodos de conservação diferentes), as medidas
terapêuticas implicarão em maior ônus para instituição (com desperdícios e
obsolescências). O emprego racional dos materiais e medicamentos, incluindo
a padronização, é traduzido, portanto, em redução dos custos das
organizações hospitalares.
A redução do custo dos estoques da farmácia hospitalar é conseguida
através do adequado abastecimento em produtos e serviços utilizando, se
possível, processos que permitam sua padronização. Padronizar material e
medicamentos significa escolher, dentre uma relação de produtos e de acordo
dom determinadas especificações, aqueles que atendam às necessidades de
cobertura terapêutica da população que se deseja tratar.
35
Dentre os objetivos primários que se deseja alcançar com a padronização
de materiais e medicamentos estão à redução dos custos de aquisição dos
produtos, a remoção de diferentes obstáculos durante os processos de
compras, o estabelecimento de maiores interações com os fornecedores, a
redução dos custos de produção, a diminuição dos custos de manutenção dos
produtos em estoques e a facilitação dos procedimentos de armazenagem e
manuseio dos medicamentos, propiciando vantagens à instituição hospitalar
como um todo (BARBIERI; MACHLINE, 2006). Dentre as vantagens advindas
da padronização de medicamentos, encontram-se: a) Para os pacientes -
existe a confiança do uso do medicamento correto e a satisfação psíquica por
não necessitar adquirir quaisquer outros remédios pertinentes ao seu
tratamento, dos quais o hospital não disponha; b) Para os médicos e para a
enfermagem - ter a certeza de que os medicamentos disponíveis na farmácia
hospitalar são adequados aos tratamentos propostos, garantindo aos pacientes
a fidelidade em atender as prescrições e maior interação entre as equipes; c)
Para a farmácia hospitalar e para o hospital - melhor controle dos produtos
abrigado sem estoques, através da menor diversidade de itens e benefício
através da redução do custo dos estoques, da diminuição de pessoal ligado às
estratégias de controle e redução do espaço físico destinado à farmácia.
Contudo, os profissionais médicos muitas vezes se opõem à padronização de
medicamentos, em função de interesses pessoais, sem a preocupação com a
gestão dos custos hospitalares.
Para iniciar o processo de padronização de materiais e medicamento é
muito importante que a Instituição implante uma Comissão de Padronização
composta por membros multiprofissionais que opinem sobre os materiais que
deverão ser padronizados e incorporados ao estoque e os avaliem. Os
membros dessa comissão devem reunir-se periodicamente para discutir e
resolver os problemas que envolva a qualidade dos materiais utilizados, as
possíveis substituições e os testes de novos produtos. Sendo importante a
interação com as unidades envolvidas, como a Administração, Corpo Clínico,
Enfermagem, Unidade de Suprimentos e Compras, Almoxarifado, Comissão de
Ética e a Qualidade.
36
Para atingir uma padronização dos produtos da farmácia que contemple
adequadamente as necessidades dos pacientes, determinados parâmetros são
seguidos. Dentre estes, formar uma comissão de padronização de
medicamentos (para estabelecer os critérios para inclusão/exclusão de
produtos e revisar continuamente os itens padronizados); considerar o perfil
epidemiológico das doenças prevalentes e/ou incidentes na população
assistida pela instituição hospitalar; adotar o nome armacológico para
relacionar os medicamentos (mencionando, junto a este, a concentração e a
forma de apresentação); selecionar fármacos com valor terapêutico
comprovado, de menor toxicidade e de fácil aquisição no mercado; reunir os
produtos em grupos farmacológicos semelhantes (classificação), reduzindo a
variedade desnecessária de materiais (simplificação) e adotando uma
codificação (para facilitar a identificação dos remédios); e, finalmente, criar um
manual impresso ou virtual, que possa ser consultado facilmente pelos
profissionais envolvidos. Contudo, devemos lembrar que preferências por um
determinado medicamento ou grupo de produtos, por parte dos médicos, e as
pressões exercidas pela indústria farmacêutica sobre os responsáveis pelas
aquisições de remédios, são as maiores barreiras encontradas para a
padronização de medicamentos em hospitais, ocasiões em que, nem sempre,
são respeitados os princípios éticos vigentes. Diferentes técnicas gerenciais
facilitam o processo de padronização. Um desses métodos seria a
classificação ABC, utilizado para a administração de estoques, para a definição
de políticas de vendas, para estabelecimento de prioridades, para a
programação da produção e uma série de outros problemas usuais nas
empresas.
37
CONCLUSÃO
Conclui se que a administração de estoques eficaz dos recursos materiais,
com o mínimo de recursos alocados em estoques é evitar a falta de materiais
médico hospitalar e medicamento é, sem dúvida, a principal missão do gestor.
Falta de materiais tem inúmeros motivos, desde falta de recursos financeiros
até falta de atenção gerencial, falta de treinamento do pessoal da farmácia e
almoxarifado, falha no planejamento de demanda, erro de estoque, aumento de
consumo, atraso na entrega, ausência de estoque de segurança no hospital
exatamente para prevenir faltas.
Essa pesquisa delimitou-se à gestão dos medicamentos e materiais médico-
hospitalares, por serem fundamentais nos processos assistenciais. Porém
existem itens que são gerenciados no estoque e que também possuem
fundamental impacto nos processos assistenciais.
A área hospitalar é muito complexa, mais do que outras áreas da economia
exige tanta eficiência para os seus resultados sejam os melhores possíveis,
para tanto é muito importante que novos estudos continuem a ser
desenvolvidos para contribuição do compartilhamento de conhecimentos e das
práticas que realmente gerem resultados significativos e satisfatórios.
A padronização é a grande aliada da gerência de materiais e
medicamentos, entretanto, nem sempre encontramos profissionais com a
disposição para cumprir protocolos e mesmo diretores de unidades de saúde
com percepção da importância deste conceito. O aprendizado tem ocorrido
pela necessidade de sobrevivência face às dificuldades financeiras que as
instituições se saúde estão enfrentando
38
A gestão dos estoques é um dos fatores críticos neste setor, pois os
produtos armazenados, além de representarem altos custos, ainda possuem
sua demanda caracterizada pela grande flutuação. Os resultados indicaram a
importância da otimização da padronização de materiais e medicamentos no
que diz respeito à redução dos custos hospitalares, em um setor onde os
recursos tornam-se mais escassos ao longo do tempo. Menores estoques
significam menores custos e a redução dos estoques das farmácias
hospitalares, através da utilização de técnicas gerenciais inovadoras, agrega
benefícios às organizações de saúde.
39
BIBLIOGRAFIA
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Paulo: Atlas, 1999.
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4ª.ed., São Paulo: Atlas, 1993.
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2006.
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Patrimoniais. 2ª.ed., São Paulo: Saraiva, 2006.
40
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POZO, Hamilton. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais.
5ª.ed., São Paulo: Atlas, 2008.
______. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais. 2ª.ed., São
Paulo: Atlas, 2002.
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da Produção.
São Paulo: Atlas, 2002.
VIANA, João José. Administração de materiais. São Paulo: Atlas, 2002.
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
1 – Administração de Estoques 12
1.1 – Políticas de Estoques 13
1.2 – Tipo de estoques 14
1.3 – Custos de estoques 15
2 – Sistema de Planejamento de estoques 18
2.1 – Giros de estoques ou rotatividade 19
2.2 - Previsão de estoques 20
2.3.1 – Tempo de reposição 22
2.3.2 – Ponto de pedido 23
2.3.3 – Estoque máximo 24
2.3.4 – Estoque de segurança 25
3 – Armazenagem e Controle 27
3.1 – Avaliação de estoque 28
3.2 –Curva ABC 29
3.3 – Inventário 31
4 – Padronização de materiais e medicamentos 34
CONCLUSÃO 37
BIBLIOGRAFIA 39
ÍNDICE 41
42