UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · habilidades do operador de telemarketing. ......
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
TREINAMENTO EM CALL CENTER:
A CAPACITAÇÃO DOS OPERADORES DE TELEMARKETING
Alissandra de França Ribeiro
Prof. Marcelo Saldanha
Rio de Janeiro
2011
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
TREINAMENTO EM CALL CENTER:
A CAPACITAÇÃO DOS OPERADORES DE TELEMARKETING
Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para a obtenção do grau de especialista em Pedagogia Empresarial.
Por: Alissandra de França Ribeiro
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AGRADECIMENTOS
A Deus, família,meu pai que sempre
incentivou ao estudo, a Lúcia Maria de
Mello (psicoterapeuta) e as pessoas que
fizeram parte de minha vida profissional e
pessoal me ensinando a crescer.
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DEDICATÓRIA
Dedico a todos os
profissionais da área de Call
Center, sobretudo ao
operador de telemarketing
que diante das adversidades
e do preconceito consegue
realizar um trabalho
competente.
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RESUMO
O sistema organizacional é um ambiente em constante evolução e
transformação as empresas estão cada vez mais competitivas e o mundo
corporativo exige cada vez mais de profissionais qualificados e capacitados
para exercer de suas funções.
Nessa perspectiva de ascensão empresarial o recurso fundamental para
qualificação dos colaboradores é o treinamento.
O presente estudo visa trazer análise a importância da preparação dos
funcionários para executar as funções nas quais são encarregados na área de
Call Center. Nesse processo que inclui aprendizagem de conceitos, regras e
habilidades do operador de telemarketing.
O pedagogo empresarial atuando na área de recursos humanos tem a
missão de articular ações educacionais e gerenciar processos de mudanças
com o objetivo de resultados significativos dos envolvidos.
Palavras-chaves: Call Center – Operador de Telemarketing – Pedagogo.
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METODOLOGIA
Este trabalho será realizado a partir de pesquisa bibliográfica em que
serão utilizados livros, artigos, revistas, sites inerentes ao tema. Os principais
autores utilizados nessa pesquisa foram Gustavo G Boog, Ana Cristina Limongi
França e Idalberto Chiavenato.
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SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Treinamento 09 1.2- Processos de Treinamento 13
CAPÍTULO II - A dinâmica de um Call Center 17
2.1 – Cenário do telemarketing no Brasil 20
2.2- O operador de telemarketing 22
CAPÍTULO III – O pedagogo no Call Center 25
CONCLUSÃO 28
BIBLIOGRAFIA 30
8
INTRODUÇÃO
O primeiro capítulo abordará definições de treinamento resgatando uma
breve história e sua evolução com a sociedade buscando a sua origem
etimológica. O significado do termo desenvolvimento é abordado num segundo
momento explicitando o seu vínculo com o treinamento e ressaltando sua
importância nas organizações. Logo, o processo de treinamento é
exemplificado e esmiuçado deixando visível a sua importância para obtenção
de resultados positivos para empresa.
No capítulo posterior apresentará a definição de telemarketing e Call
Center resgatando sua origem e história no Brasil informando sua estrutura e
forma de atuação no mercado competitivo. É destacada nesse mesmo capítulo
a função do operador suas atribulações e aspectos importantes para sua
atuação.
Finalizo o último capítulo com o pedagogo empresarial no Call Center
trazendo à tona sua importância na organização e seu papel humanizador e
democrático nessas organizações hierárquicas.
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CAPÍTULO I
TREINAMENTO
O mundo avança com rapidez incessante e nesse ambiente evolutivo
aumenta a procura pelo mercado de trabalho gerando uma grande competição
por um crescimento na carreira. É fundamental nas corporações que o
treinamento esteja em todos os níveis empresarias. O treinamento tem seu
princípio no surgimento do sistema de fábrica, e prioriza a competência
humana como elemento essencial da eficácia empresarial.
“A atenção que desde essa época era dedicada à
habilitação profissional foi potencializada pelo significativo
crescimento do trabalho especializado, a partir de 1880.
Para atender a essa nova demanda, o treinamento
começou a ser sistematizado.” (BOOG, 1999 p. 17).
A sociedade como todo apresentou a necessidade da formação
generalizada e novos ideais surgiram inclusive nas cidades dos Estados
Unidos, em 1886 escolas governamentais se dedicaram à capacitação
profissional.
“A partir de 1930, o treinamento ganhou novo status como
atividade administrativa ao se tornar...Tal status requeria
informações científicas mais seguras sobre habilitação e
aprendizagem profissional, que por sua vez demandavam
significativa dedicação por parte das ciências
comportamentais.” (BOOG, 1999 p. 18)
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No período de 1970 a tecnologia competitividade evoluindo
constantemente, a eficiência das instituições empresariais mudou de foco e
passou a considerar essencial a contínua atualização que o poder gerencial,
sendo um salto qualitativo na eficácia.
A palavra treinamento advém do “latim trahëre,o que significa
trazer/levar a fazer algo.” (BOOG, 1999 p . 127).
Ana Cristina ressalta que, “pessoas preparadas produzem melhor e se
sentem mais autoconfiantes” (FRANÇA, 2008 p. 87). Nisso as pessoas que não
estão preparadas se torna mais exposta a tomada de decisão incorreta.
O principal patrimônio das instituições organizacional é o capital
humano, composto de um simples operário ao executivo que formam um
diferencial competitivo das organizações bem-sucedidas. Nisso, pessoas que
compõe as empresas precisam obter algumas características essências.
Para serem bem-sucedidas, as organizações precisam de pessoas espertas, ágeis, empreendedoras e dispostas a assumir riscos. São pessoas que fazem as coisas acontecer que conduzem os negócios, produzem os produtos e prestam os serviços de maneira excepcional. Para conseguir isso, é imprescindível o treinamento e o desenvolvimento das pessoas. (CHIAVENATO,1999 p. 294)
Para Ana Cristina França “treinamento é um processo sistemático para
promover a aquisição de habilidades, regras, conceitos e atitudes que busquem
a melhoria na adequação entre as características dos empregados e as
exigências dos papéis funcionais” (FRANÇA, 2008 p. 88). Diante dessa
definição verifica-se que treinamento refere-se principalmente a aquisição de
conhecimento, habilidade e atitudes de cada indivíduo que pretende ingressar
ou que está embutido no universo empresarial.
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De acordo com Chiavenato o conceito de treinamento no mundo
moderno “é considerado um meio de desenvolver competências nas pessoas
para que elas se tornem mais produtivas, criativas e inovadoras, a fim de
contribuir melhor para os objetivos organizacionais, e cada vez mais valiosas.”
(CHIAVENATO,1999 p. 294).
Sendo a assim o conceito de treinamento é como uma fonte para
adequação humana para sua função e desenvolvimento da força de trabalho
da instituição organizacional em meio aos cargos inseridos para
desenvolvimento amplo do ser humano. Portanto, acrescenta-se que o
treinamento está relacionado na alteração no comportamento humano com
direcionamento para o alcance dos objetivos da empresa.
O conceito de desenvolvimento tem origem desde que a humanidade
existiu e hoje é inviável não associá-lo ao treinamento. Esse termo também
vem do “latim (des - para ênfase + em – para dentro, interno + volvere – mudar
de posição, lugar), tomou entre nós o significado de fazer crescer, fazer
progredir alguém em direções diferentes das que se está habituado.” (BOOG,
1999 p. 127).
“O que se pretende num processo de desenvolvimento é
a preparação da pessoa para posições mais complexas
em termos de abrangência ou para carreiras diversas da
que ela está engajada ou desempenhando. Entretanto, se
o processo parece-se bastante com o conceito de
treinamento, o desenvolvimento pressupõe uma visão
mais acurada de futuro (da organização, e do indivíduo),
sua base de trabalho ultrapassa o posto atual para se
fixar numa sequência histórica de postos ou experiências
profissionais, pressupõe uma percepção acurada do
potencial do indivíduo para progredir numa direção ou
noutra, segundo distintos processos de aprendizagem.”
(BOOG, 1999 p. 127).
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Há uma distinção entre treinamento e desenvolvimento de pessoas
mesmo que seus meios utilizados sejam idênticos em relação a aprendizagem
sua perspectiva de tempo é desigual.
O treinamento é direcionado para o presente com o objetivo de focar o
cargo atual favorecendo a melhoria nas habilidades e capacidades
relacionadas com o desempenho imediato do cargo.
Para (CHIAVENATO,1999 p. 294) “o desenvolvimento de pessoas
focaliza geralmente os cargos a serem ocupados futuramente na organização e
as novas habilidades e capacidades que serão requeridas.”
Boog exemplifica de forma objetiva sua definição de treinamento:
“O dono do açougue que coloca o filho para atender no balcão, para em seguida colocá-lo como responsável o pelo corte, pela compra do boi e depois pelo controle da contabilidade e do caixa está praticando um princípio bem elementar de desenvolvimento, preparando o filho para o posto de dono do açougue.” (BOOG, 1999 p. 127).
Com o treinamento e desenvolvimento as pessoas podem assimilar
informações, aprender habilidades, desenvolver atitudes e comportamentos e
desenvolver conceitos abstratos. Ambos constituem processos de
aprendizagem. Os programas de treinamento em sua maioria têm o objetivo
em de informar aos seus colaboradores assuntos sobre a instituição, sua visão
e missão, regras e procedimento, políticas e diretrizes, seus produtos e
serviços seus concorrentes, transmitindo uma informação universal da
instituição.
“Ao desenvolverem habilidades nas pessoas, elas também estão transmitindo informações e incentivando o desenvolvimento de atitudes e conceitos, simultaneamente. Boa parte dos programas de treinamento procura as atitudes reativas e conservadoras das pessoas para atitudes proativas e inovadoras, de modo a melhorar seu espírito de equipe e sua criatividade.” (CHIAVENATO,1999 p. 294)
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PROCESSO DE TREINAMENTO
O treinamento surge a partir de uma necessidade do seu quadro de
pessoas, exigidas geralmente pelos gerentes e supervisores que preparam
plano que passa a ser aplicados aos empregadores e apresentado aos seus
superiores no qual fez a solicitação.
Chiavenato define esse primeiro momento em diagnóstico que, “é o
levantamento das necessidades de treinamento a serem satisfeitas. Essas
necessidades podem ser passadas, presentes ou futuras.” (CHIAVENATO,
1999 p. 297).
Essas necessidades geralmente não muito visíveis e precisam ser
investigadas através de pesquisas internas para serem localizadas. Para
Chiavenato as necessidades estão definidas como “carências de preparo
profissional das pessoas, ou seja, a diferença entre o que uma pessoa deveria
saber e fazer e aquilo que ela realmente é.” (CHIAVENATO, 1999 p. 299).
Há diversos caminhos para focar a habilidade e estabelecer a estratégia
de treinamento. Podem ser a partir das pessoas da instituição que verbalizam
aquilo que é necessário para o treinamento ou a localização de alguns fatores
como produtos rejeitados, barreiras, pontos fracos que estão relacionados ao
desempenho pessoal. Outro método para aplicar um treinamento refere-se a
introdução de novos equipamentos, tecnologias ou serviços que necessitam de
habilidades e destrezas dos profissionais.
Na maioria dos casos quem verifica as necessidades de qualificação
dos seus colaboradores é o gerente da área, sabendo que a área de Recursos
Humanos não se mobiliza para essa questão. Ana Cristina França critica que “a
área de Recursos Humanos está de mãos atadas” (FRANÇA, 2008 p. 87).
O planejamento prévio é fundamental para se obter a eficácia dos
resultados sendo necessário que alguns aspectos estejam averiguados tais
como: espaço físico; metodologia; participantes; instrutores e cronograma de
atividades.
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Chiavenato define esse período como segunda etapa do processo de
treinamento chamando de desenho do programa.
“Refere-se ao planejamento das ações de treinamento.
Desde que as necessidades de treinamento foram
diagnosticadas e localizadas, torna-se necessário reunir o
atendimento a essas necessidades em um programa
integrado e coeso. Programar o treinamento significa
definir seis ingredientes básicos: quem deve ser
treinando, como deve ser treinado, em que, por quem,
onde e quando, a fim de atingir os objetivos do
treinamento.” (CHIAVENATO, 1999 p. 299).
De acordo com Ana Cristina França (FRANÇA, 2008 p. 89) grandes
tarefas de treinamento relacionadas à:
“Necessidade de preparar pessoas para substituir as que
vão saindo das organizações;
Necessidade de preparar os profissionais para novas
atividades e ocupações;
Necessidade de desenvolver gestores que se
movimentem verticalmente e horizontalmente;
Adaptação à rápida modificação do conteúdo do trabalho
e das transformações tecnológicas”.
Para aplicar o treinamento é necessário que se apresente um foco
apesar da maioria de suas atividades serem operacionais. O procedimento
fundamental de que executa o treinamento é identificar as competências que
abrange cada cargo.
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Competência é definida como o grupo de três tipos de qualificação:
conhecimento; habilidade e comportamento. Essas qualificações são
direcionadas a processos e tecnologias como a interação e ao relacionamento
variando de cargo para cargo. Ana Cristina França afirma que, “na elaboração
de um planejamento de treinamento, primeiramente, o responsável deve
levantar e definir, cargo a cargo, quais são os Conhecimentos, Habilidades e
Atitudes para cada cargo” (FRANÇA, 2008 p. 90).
Chiavenato informa que terceira etapa do processo de treinamento
define-se em “...condução, implementação e aplicação do programa de
treinamento... (CHIAVENATO, 1999 p. 304). E que há diversos recursos para
transmitir as informações necessárias para desenvolver as habilidades exigidas
no programa de treinamento e difundir informações.
O conhecimento em relação a sua identificação no processo de
treinamento é a qualificação mais branda de se localizar várias empresas
sendo levantadas as necessidades de conhecimento de cada colaborador. Ana
Cristina França define em dois grupos: “conhecimento de ferramentas de
interatividade entre as pessoas da equipe, como atividade de grupo, motivação
e liderança; conhecimentos técnicos e científicos adquiridos ao longo da vida
do colaborador.” (FRANÇA, 2008 p. 90).
A descrição das habilidades necessárias aos colaboradores é o segundo
passo para a elaboração de um levantamento das necessidades, Ana Cristina
França classifica habilidades em três grandes grupos:
“Habilidades voltadas à interação pessoal, como a
capacidade de motivar e desenvolver pessoas, habilidade
de ouvir e trabalhar em grupo e persuasão racional.
Habilidades voltadas ao processo e à qualidade, como
raciocínio holístico e analítico e a otimização de recursos.
Habilidades voltadas à obtenção de resultados, como
habilidade de delegar, sintetizar e negociar.” (FRANÇA,
2008 p. 91)
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A avaliação do treinamento é a fase final do programa de um
treinamento para averiguar sua eficácia é necessário verificar se realmente o
treinamento supriu às necessidades da organização, dos colaboradores e dos
clientes.
“Com os programas de treinamento representam um investimento em custo – os custos incluem materiais, tempo do instrutor, perdas de produção enquanto os indivíduos estão afastados dos seus cargos – requer-se um retorno razoável desse investimento”. (CHIAVENATO, 1999 p. 304).
Portanto, a avaliação identifica se o treinamento resultou em vantagens
satisfatórias para empresa, na qual foi despendido investimentos financeiro e
pessoal para realizar o programa. Quando o treinamento é resultado de
respostas positivas nas empresas ganha foco, pois geralmente quem se
responsabiliza pelo plano da organização ganha total evidência, mas em
período de crises a tendência é acontecer cortes de recursos ou até mesmo a
desativação do setor.
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CAPÍTULO II
A DINÂMICA DE UM CALL CENTER
Nos últimos tempos vem se consolidando uma nova forma de fazer
marketing: o marketing direto que, gradativamente, está ocupando um espaço
entre os empreendedores. Marketing direto é um sistema de marketing no qual
as empresas estabelecem relações diretas com os consumidores, através de
meios de comunicação. O telemarketing evolui gradativamente até chegar o
mundo moderno. Teve sua origem em Berlim, em 1880, quatro anos após
Alexandre Graham Bell ter patenteado na Inglaterra o telefone. Nessa mesma
época um pasteleiro da cidade mantinha um rudimentar cadastro de clientes –
composto de 180 pessoas – e oferecia pastéis por telefone a essa clientela.
“Ainda sem esse nome, o telemarketing já era usado, pelo
que se sabe, desde meados dos anos 50, principalmente
nos EUA, onde algumas revistas e jornais já publicavam
anúncios evidenciando o telefone como mídia de
respostas para a compra de produtos e serviços, para
motivar a elaboração de mailing lists, para fortalecer a
imagem corporativa do anunciante, enfim, para inúmeras
outras aplicações.” (DANTAS, 2000 p. 65)
A primeira campanha de marketing por telefone foi realizada no início
dos anos 70 pela Ford Motor Company. Foram contratadas e treinadas 15 mil
donas-de-casa, que realizaram vinte de ligações dos seus próprios lares. O
objetivo era identificar pessoas com potencial para a compra de um automóvel.
Já em 1975 sete milhões de consumidores americanos recebiam
chamadas telefônicas com a abordagem voltada para perguntas, ofertas ou
vendas. Três milhões de consumidores eram receptivos e concordavam em
ouvir. Esta atividade gerou cerca de US$ 28 milhões por dia ou US$ 6 bilhões
anuais.
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Em 1980, nasce o termo telemarketing. Desde então tem sido uma das
ferramentas mais importantes de Marketing. O telemarketing pode ser definido
como, a utilização planejada e sistemática do telefone e da informática como
forma de se obter lucro direto ou indireto através da satisfação do mercado
consumidor de qualquer produto ou serviço.
No ano 2000 surge um conceito moderno de Central de Atendimento
(Call Center), onde é totalmente integrado ao computador e estruturado sobre
uma plataforma flexível, montada para um determinado número de troncos e
quantidades de agentes, e pode agregar fax, conectar-se a Internet e com
servidores que ligam base de dados com as comunicações.
O Call Center é um canal de relacionamento, com a missão de interação
com o cliente via telefone. As empresas utilizam desse serviço com o objetivo
de melhorias nas relações com o público facilitando o contato com os clientes,
melhor relação custo benefício, agilidade, ampla cobertura, rapidez,
personalização e maior direcionamento. Dantas, define Call center da seguinte
forma:
“Os call centers são centrais de atendimento, comumente
baseadas em tecnologias de Computer and Telephone
Integrated (CTI), que combinam telefonia com recursos de
informação do computador, e concentram todas as
chamadas dos clientes de uma empresa em um único
local, com vista em maximizar produtividade dos
operadores e conquistar a fidelidade do consumidor.”
(DANTAS, 2000 p. 254).
As centrais de atendimento advêm com a finalidade de atender às
reclamações dos clientes, em cumprimento à Lei de defesa do Consumidor.
Com o crescimento dos call centers pensou-se há muito pouco tempo como
uma central de interação com o cliente. Diante disso os administradores
começavam a ampliar a discussão: fidelização? Centro de contato? Venda
Cruzada? Indispensáveis ao ambiente de competição.
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Dantas aborda três questões fundamentais de um call center, “apóia-se
no tripé constituído por hardware, software e atendimento humano.” (DANTAS,
2000 p. 254).
Ele ressalva a junção de computador e telefone aspectos fundamental
para a central de atendimento.
“Computer-Telephony Integration (CTI) – ou integração
computador telefone -, é um importante conjunto da área
de telefonia computadorizada (CT). Esse subconjunto
está aninhado no segmento de call center, que faz parte
da telefonia computadorizada. Com a utilização da
integração computador – telefone, os PABX e DAC
podem funcionar em harmonia com a rede, a base de
dados e as estações de trabalho existentes em uma
empresa.” (DANTAS, 2000 p. 254).
Uma das grandes vantagens oferecidas pela central de atendimento é a
sua estrutura de base contendo: infraestrutura predial e de telecomunicação,
equipamentos, interação entre comunicação e telefonia (CTI), roteamento de
chamadas, incremento de interatividade, relacionamento com clientes, banco
de dados, relatórios integrados, sistema de telefonia, sistema de informação,
servidores de aplicação própria, URA e discadores automáticos. Em relação ao
espaço físico destacam-se as cores da sala, iluminação, acústica, ar
condicionado, número de sanitários, local de descanso, mobiliário e
equipamentos básico.
Portanto é necessária uma infraestrutura básica para se trabalhar atuar
com o Marketing Direto, composta de diversos equipamentos e serviços para
oferecer ao cliente condições de atendimento qualitativo.
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Cenário do Telemarketing no Brasil
No Brasil o telemarketing ganhou notoriedade com a chegada de
corporações norte-americanas ao País – principalmente administradores de
cartões editoras – uma vez que apenas elas detinham conhecimento e técnicas
para um direcionamento correto desta ferramenta.
Com o tempo, esta situação foi se alterando, pois as pequenas também
começam a utilizar o telemarketing, em geral com o objetivo de aumentar a sua
força de vendas.
Com o atual amadurecimento do Telemarketing no País, o brasileiro já
usa mais o telefone para comprar. As vendas por telefone atingem bilhões de
dólares anualmente com mais de 5.000 empresas oferecendo produtos
diversos. O crescimento de vendas através do Telemarketing no Brasil gira em
torno de 40% ao ano. As oportunidades de emprego também crescem na casa
dos milhões.
As empresas pioneiras no ramo de telemarketing no Brasil foram a
editora Abril e a Credicard ocorreu no final da década de 70, sendo as
primeiras empresas a adotar o telefone como meio de comercialização dos
seus produtos e serviços. Nesse período ocorria um grande avanço na
utilização do instrumento, “A chegada do telemarketing no Brasil coincide com
a fase de decolagem desse novo conceito do uso do telefone nos EUA, no final
da década de 70.” (MC HATTON, 1990 p.270).
A partir do início da década de 80 diversas organizações assimilaram o
telemarketing atrelado as suas demais intervenções mercadológicas, num
processo ainda moderado de incremento.
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No período de 1987, um grupo de profissionais constituiu a Associação
Brasileira de Telemarketing em que propunha:
“Propugnar pelo desenvolvimento e aprimoramento das
atividades de telemarketing no Brasil, defendendo seus
interesses e disseminando seus princípios teóricos e
aplicações práticas;
Promover a formação e aperfeiçoamento técnico e/ou
profissional em telemarketing no Brasil, pelo intercâmbio
de ideias, conhecimentos e experiências;
Representar os interesses de seus associados junto aos
órgãos governamentais;
Zelar pelo cumprimento do código de ética, preservando
a boa imagem do sistema;
Esclarecer a opinião pública sobre as funções
econômicas e sociais desenvolvidas pelas empesas que
se utiliza de telemarketing.” (MC HATTON, 1990 p.273).
O marketing direto no Brasil deixou de ser um projeto do futuro, como há
20 anos, quando começávamos nessa atividade. Ele faz parte de um presente
bem palpável na vida de muitas empresas brasileiras. E, mais importante do
que isso, já é parte do dia-a-dia de milhões de consumidores brasileiros, que
compram produtos e serviços através desta ferramenta, ainda que nem sempre
tenham consciência de que a estão utilizando.
Hoje em dia, o marketing direto se expande quantitativamente e se
aprofunda em nosso país. São milhares de empresas e profissionais em busca
de informações, de know-how (conhecimentos), de experiências. Tanto nas
empresas usuárias do marketing direto quanto naquelas que pretendem se
tornar usuárias e nos prestadores de serviços de marketing.
No Brasil, o relacionamento entre as empresas e clientes é visto hoje,
em tempos de concorrência global, como a mais eficiente arma na luta por uma
fatia do mercado consumidor.
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O mercado brasileiro de telemarketing faturou cerca de R$ 10 bilhões
no ano passado, dos quais R$ 5,9 bilhões são oriundos apenas do estado de
São Paulo. Segundo dados do Sindicato Paulista das Empresas de
Telemarketing, Marketing Direto e Conexos (Sintelmark), a cifra movimentada
pelo setor no estado paulista representa crescimento de 8% ante 2009.
Segundo o levantamento do sindicato, o setor foi o que mais gerou novos
empregos no ano passado, o que leva a uma projeção de 135 mil novas vagas
para este ano. O estado de São Paulo, de acordo com o Sintelmark, deve
registrar aumento de 8% no número de vagas para telemarketing. Atualmente,
o estado conta com 400 mil profissionais e 137 mil pontos de atendimento
Baseado nesse conceito, podemos concluir que o marketing direto vem
atender as mais novas tendências do marketing moderno, impulsionado pelo
nível de exigências dos clientes atuais.
O operador de Telemarketing
De acordo com a CBO – Classificação Brasileira de ocupações o
operador de telemarketing pode ser ativo; ativo e receptivo (híbrido); receptivo
e técnico. O receptivo onde o operador recebe o contato da parte do cliente,
através da chamada telefônica. É utilizado para a venda de passagens aéreas,
atendimento a cliente de cartão de crédito, conta bancária e entre outros. Ativo
é quando o teleoperador efetua o contato com o cliente, por meio de chamada
telefônica. E o híbrido é quando o operador efetua e recebe contato com o
cliente para a realização de diversas atividades.
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MC Hattin define como um representante de vendas por telefone o
responsável por:
“Responsabilidade comunicar e vender a apresentação a
clientes e possíveis clientes. Inclui apresentar scripts de
maneira entusiasta sem desvios, manter registros
precisos dos telefonemas manter a imagem e contribuir
para a ética integridade do empregador, adquirir todo o
conhecimento possível do produto/serviço para descrever
com exatidão os benefícios, características e vantagens,
agir como intermediário e fonte do fluxo de informações
entre a administração e os clientes/clientes em
perspectiva.” (MC HATTON, 1990 p.121).
No sentido mais amplo os operadores atendem usuários, oferecem
serviços e produtos, prestam serviços técnicos especializados, realizam
pesquisas, fazem serviços de cobrança cadastramento de clientes, sempre via
teleatendimento seguindo roteiros e scripts planejados e controlados para
captar, reter ou recuperar clientes.
O operador de telemarketing precisa apresentar alguns aspectos
importantes como ter uma voz agradável com ênfase ao tom e ao controle da
voz, ser persistente, paciente, bom ouvinte, capacidade de organização.
É necessário que o teleoperador esteja apto através de sua formação e
experiência para exercer essa função:
“Para o acesso a essas ocupações requer-se o ensino
completo até o ensino superior incompleto, seguidos de
cursos básicos de qualificação de até duzentas
horas/aula. A qualidade da voz e da audição são
requisitos fundamentais para o trabalho. Em menos de um
ano de experiência o profissional geralmente está apto ao
desempenho pleno das atividades.” (CBO, 2011 p.729).
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Os operadores de telemarketing atuam como assalariados, com carteira
assinada ou como autônomos em empresas que prestam serviços de
teleatendimento a terceiros. No mercado, essas empresas são denominadas
birô de teleatendimento, call center, customer centers, contact centers Também
trabalham em serviços de teleatendimento de uma empresa, denominados de
teleatendimento in house, cuja operação mais conhecida é o serviço de
atendimento ao consumidor (SAC). Geralmente têm jornada de trabalho de seis
horas nos mais variados horários, diurno, noturno rodízio de turno e horário
irregulares, não fixos. As atividades são desenvolvidas com supervisão
permanente, em ambiente fechado. É comum o trabalho sob pressão quando
as filas de espera de atendimento aumentam. Estão sujeitos ao controle
fonoaudiométrico periódico.
Existe alguma habilidade, conhecimentos, qualidades e requisitos
fundamentais para o operador exercer sua função e desenvolver o perfil de
atendente desejado, são elas:
• Excelente comunicação verbal. Habilidade de saber ouvir. Saber lidar com cliente. Boa habilidade em computadores para entrar com dados e consultar informações;
• Deve entender bem os produtos ou serviços da empresa de modo a fornecer bom serviço ao cliente;
• Boas maneiras ao usar telefone. Saber ficar calmo e paciente quando trabalhando sob pressão. Saber trabalhar em equipe.
• Ter a voz clara e boa audição. Permanecer sentado por longos períodos de tempo.
O local da profissão do operador de telemarketing é o call Center
(escritórios especializados em atendimento telefônicos) ou SAC (serviços de
atendimento ao consumidor). Normalmente sentam em suas mesas usam
telefones e somente podem sair de suas PA’s (ponto de atendimento) em
períodos de tempo pré-determinados. Contatos diários com outras pessoas
(profissionais de empresas ou clientes) via telefones.
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O pedagogo no Call Center
“Os primeiros dias em um emprego são os mais
importantes para o desenvolvimento de uma imagem
favorável na mente do novo funcionário. Dedique o tempo
e o esforço que for preciso para ambientá-lo e envolvê-lo
o mais rápido possível no seu fluxo operacional. O grau
de orientação determinará a rapidez com que você
começará a obter retorno do seu investimento e
encorajará o novo funcionário a desenvolver um senso de
lealdade e participação.” (MC HATTON, 1990 p.127).
O novo cenário da educação se abre no século XXI com novas
perspectivas para o profissional que se insere no mercado de trabalho, sob
diversas abrangências, como nos mostra a própria sociedade capitalista. Essa
sociedade exige colaboradores mais qualificados e preparados para atuarem
no ambiente competitivo. Nesse espaço não escolar surge o pedagogo que saí
do seu ambiente escolar e restrito.
O pedagogo é profissional que aplica a pedagogia, no campo das
ciências humanas. Sua área de estudo são as ciências da Educação. O termo
pedagogo surge na Grécia e em Roma que dá ao significado de escravos que
acompanha as crianças até à escola. O pedagogo pode atua em diversos
espaços como: hospitais, ONgs, associações, igrejas, eventos, emissoras de
transmissão e inclusive no ambiente empresarial. E esta atual realidade com
certeza, quebra preconceitos e idéias de que o pedagogo somente está apto a
exercer suas funções em sala de aula.
A função do Pedagogo empresarial é, entre outras, a de ser o mediador
e o articulador de ações educacionais na administração de informações dentro
do processo contínuo de mudanças e de gestão de conhecimento. Gerenciar
processos de mudanças exige novas posturas e novos valores organizacionais,
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características fundamentais para empresas que pretendem manter-se ativas e
competitivas no mercado.
Dessa forma o profissional da educação atua na área de Recursos
Humanos direcionando seus conhecimentos para os colaboradores da
empresa com o objetivo da melhoria de resultados coletivos, desenvolve
projetos educacionais, seleciona e planeja cursos de aperfeiçoamento e
capacitação, representa a empresa em negociações, convenções, simpósios,
realiza palestra, aporta tecnologias, pesquisa a utilização e implantação de
novos processos, avalia e desenvolve projetos para o treinamento dos
funcionários.
O pedagogo no Call Center trabalha com questões relacionadas à
integração de funcionários na empresa. Com toda a problemática que constitui
essa empresa, absenteísmo, terceirização, falha na comunicação esse
profissional busca minimizar as nuances dentro desse processo. Inserido nesse
ambiente o pedagogo tem a função, sobretudo de integrar de todos os
funcionários buscando juntos a solucionar essa problemática.
MC Hatton reforça a importância dessa socialização, “Encoraje seus
funcionários a desenvolverem um bom relacionamento com os chefes de
departamento...Sem acesso à administração, um empregado não pode se
sentir realmente da empresa.” (MC HATTON, 1990 p.127).
Nesse processo, o pedagogo empresarial é fundamental, pois todo
processo de mudança exige uma ação educacional e gerir o conhecimento é
uma tarefa antes de tudo, de modificação de valores. Nessa perspectiva o
diálogo aberto deverá ser uma fonte de conhecimento envolvendo todas as
partes da empresa e não sendo de forma vertical e sim democrática.
Um dos pontos fundamentais que o pedagogo precisa obter é ter
conhecimento da área que irá atuar tanto faz no atendimento receptivo quanto
no ativo, pois os projetos educacionais serão destinados a divulgação do
produto serviço.
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Como se observa o pedagogo na empresa produz e difunde o
conhecimento, exercendo o seu papel de educador. Para atingir seus objetivos,
atendendo não só a empresa, mais o seu principal capital – o trabalhador deve
realizar uma observação criteriosa do comportamento dos seus profissionais.
Isto envolve não só aquilo que diz respeito diretamente a produtividade, mas
todos os fatores que contribuem para o sucesso e eficiência das metas
estabelecidas pela organização.
As competências adquiridas pelo pedagogo, relacionadas nas áreas: de
atuação, técnica, auto-aprendizagem e social, terão como objetivo oferecer
uma preparação adequada ao trabalhador, de acordo com a sua respectiva
área profissional, podendo despertar as habilidades latentes do trabalhador,
melhorando a sua qualificação, o que certamente proporcionará um melhor
desempenho no trabalho. Trazendo benefícios para a sua saúde, tornando o
ambiente de trabalho mais agradável.
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CONCLUSÃO
A pedagogia ampliou sua área de atuação em que até pouco tempo
ficou restringida à sala de aula, tendo foco a criança. Hoje a educação
empresarial ganha espaço nos ambientes organizacionais tirando de foco o
mundo infantil e abre espaço para o adulto no mercado coorporativo. O adulto
não aprende da mesma que as crianças, pois a estrutura de sua personalidade
está formada como também seus hábitos já foram adquiridos o aprender é
através do fazer, o aprender fazendo.
O pedagogo na empresa tem por objetivo, instituir programas de
qualificação e requalificação profissional, estruturar setores de treinamento,
produzir e difundir o conhecimento científico e tecnológico nas empresas,
desenvolver metodologias adequadas à utilização das tecnologias da
informação e da comunicação as práticas educativas. Fundamentalmente, esse
ensino é baseado na troca de experiência entre adultos sendo utilizado no seu
dia-a-dia no trabalho.
Nessa perspectiva o pedagogo no ambiente de Call Center obtém seu
foco na organização contribuindo para um trabalho mais humano, democrático
e mais justo colaborando para a formação de um espaço mais qualificativo.
As empresas de telemarketing tornam-se um ambiente de estresse
quando exigem excessivamente do capital humano cobrando constantemente o
retorno positivo de suas ações, horário regulado e falta de reconhecimento
social deixa o local propenso às misérias do ser humano, facilitando confrontos
desnecessários.
Apresentando as teorias de treinamento e desenvolvimento foi vinculado
o papel do pedagogo na atuação empresarial no ambiente de Call Center
ampliando o seu conceito e valorizando aspectos de suma importância para o
profissional de telemarketing.
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Com o treinamento e desenvolvimento as pessoas assimilam
informações, aprendem habilidades, desenvolvem atitudes e comportamentos.
Os programas de treinamento em sua maioria têm o intuito de informar aos
seus empregados assuntos sobre a instituição, sua visão e missão, regras e
procedimento, políticas e diretrizes, seus produtos e serviços seus
concorrentes, transmitindo uma informação universal da instituição.
Diante dessa esfera, o pedagogo trabalha com as informações
sistematizadas das organizações com o desenvolvimento e capacitação dos
colaboradores tendo como foco o capital humano.
Para compreender esse mercado multifacetado e em constante mutação
é necessário entender o humano que o compões e a partir desse entendimento
aplicar métodos eficazes dentro dessas organizações para obter uma estrutura
organizacional equilibrada e com resultados significativos.
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BIBLIOGRAFIA
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DANTAS, Edmundo Brandão. Telemarketing: a chamada para o futuro. 4ªed. São Paulo: Atlas, 2000.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
FRANÇA, Ana Cristina Limongi. Práticas de recursos humanos - PRH: conceitos, ferramentas e procedimentos, São Paulo: Atlas, 2008.
MC HATON, Robert J. Telemarketing total, São Paulo: Mc Graw-Hill, 1990.
RIBEIRO, Amélia Escotto do Amaral. Temas atuais em Pedagogia Empresarial.
Rio de Janeiro, 2006.
www.mte.gov.br. Ministério do Trabalho e emprego, acessado em dia
25/12/2011.