Universidade Estadual de Londrina · instrutor de musculação esteja atualizado profissionalmente...
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Universidade
Estadual de Londrina
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE
CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
PERFIL PROFISSIONAL DE INSTRUTORES DE MUSCULAÇÃO DA REGIÃO CENTRAL NA CIDADE
DE LONDRINA-PR
Jéssica Martinuzzo de Souza
LONDRINA – PARANÁ
2012
JÉSSICA MARTINUZZO DE SOUZA
PERFIL PROFISSIONAL DE INSTRUTORES DE
MUSCULAÇÃO DA REGIÃO CENTRAL NA CIDADE
DE LONDRINA-PR
Trabalho apresentado como requisito parcial para a Conclusão do Curso de Bacharelado em Educação Física do Centro de Educação Física e Esporte da Universidade Estadual de Londrina.
i
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pelas graças concedidas e por me proporcionar força, fé, e perseverança para a conclusão deste trabalho.
A minha família, em especial minha mãe Maria Lúcia Martinuzzo, por estar sempre ao meu lado, me auxiliando no que fosse necessário
Ao meu Orientador Anísio Calciolari Jr, pela paciência e todo o auxilio prestado.
A Gabriel Bento Ladeia por me ajudar quando surgia alguma dúvida, por me incentivar sempre para que eu desse o melhor de mim como profissional e pela paciência que teve comigo durante o processo de construção deste trabalho.
A todos os professores do Centro de Educação Física, pela colaboração em minha carreira profissional, principalmente a Jorge Both e Rubiane Giovani Fonseca, por terem influenciado diretamente o trabalho com suas propostas de trabalho.
A todos os meus amigos, em especial a Mariana Kamimura, Débora Aline de Souza, Alenise Duarte, Hozana Kazuma, Jonas Belchior, João Emilio, Laís Moura, Flávia Martins entre outros, por estarem ao meu lado e me confortarem com palavras de incentivo.
A todos os profissionais que participaram do estudo, sem eles nada disso teria sido feito.
Por fim agradeço a todos que contribuíram direta e indiretamente para o sucesso deste trabalho.
ii
EPÍGRAFE
“Mantenha seus pensamentos positivos, porque seus pensamentos tornam-se suas palavras.
Mantenha suas palavras positivas, porque suas palavras tornam-se suas atitudes.
Mantenha suas atitudes positivas, porque suas atitudes tornam-se seus hábitos.
Mantenha seus hábitos positivos, porque seus hábitos tornam-se seus valores.
Mantenha seus valores positivos, porque seus valores... Tornam-se seu destino.”
Mahatma Gandhi
iii
SOUZA, Jéssica Martinuzzo de. Perfil Profissional de Instrutores de Musculação da Região Central na Cidade de Londrina-Pr. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2012.
RESUMO
O mercado de trabalho da Educação Física é algo que vem se expandindo a cada dia, em virtude da maior preocupação das pessoas em relação à saúde e estética. Esse fato desencadeou um grande aumento da prática do exercício físico nas academias de musculação, tornando- as um dos locais mais procurados para a promoção da saúde e a busca pelo corpo mais próximo aos padrões de beleza atual. O profissional de educação física, especificamente o instrutor de musculação é o profissional que atuará diretamente com esse público. Com isso o objetivo do presente estudo foi de identificar e descrever o perfil profissional de instrutores de musculação das academias da região central na cidade de londrina-Pr em relação à formação profissional, faixa etária, condições de trabalho e sua percepção em relação ao mercado de trabalho. A amostra foi composta por 20 sujeitos. O instrumento para coleta de dados foi um questionário com 25 perguntas de múltipla escolha (objetivas e subjetivas), entregue para o entrevistado com o aval dos responsáveis pela academia e mediante o preenchimento do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, os dados foram analisados através da técnica de análise qualitativa de conteúdo e através do software SPSS V. 20. Conclui-se que dentre os sujeitos entrevistados a maior parte é do sexo masculino na faixa etária dos 25 aos 30 anos, formados entre 2 e 5 anos, graduados em Educação Física e registrados no sistema CONFEF/CREF. 94,7% dos sujeitos cursaram a disciplina de Musculação em sua graduação. Para a atualização profissional a maioria dos sujeitos utiliza como fonte de dados a Internet 78,9% e os artigos científicos 73,7%. Os entrevistados consideram importante o processo de atualização profissional e segundo os dados, 94,4% pesquisa freqüentemente assuntos relacionados com musculação. 66,7% afirma que a disciplina na graduação não ofereceu o suporte necessário para a atuação profissional, sendo necessária a complementação com os estágios, em que 66,7% considerou essencial. Grande parte dos sujeitos não estão satisfeitos com a remuneração salarial, totalizando 83,3%. Contudo, os profissionais alegam que estão realizados como profissionais 77,8% e não optariam por outra área de trabalho fora da Educação Física 72,2%. Em relação a preocupação da imagem corporal para se manter no mercado de trabalho, a resposta foi unânime, onde 100% dos sujeitos consideram a imagem corporal um fator determinante na profissão de Instrutor de Musculação.
Palavras-chave: Musculação; Perfil profissional; Mercado de trabalho.
iv
ABSTRACT
The labor market of Physical Education is something that is expanding every day, because the biggest concern of people in relation to health and aesthetics. This fact triggered a large increase in physical exercise in gyms, making them one of the most popular sites for health promotion and search for the body closest to the current standards of beauty. The physical education teachers, specifically the fitness instructor is a professional who will work directly with the public. Therefore, the objective of this study was to identify and describe the profile of professional instructors bodybuilding gyms in the central city of Londrina-Pr with respect to training, age, working conditions and their perception of the market work. The sample consisted of 20 subjects. The instrument for data collection was a questionnaire with 25 questions multiple choice (objective and subjective), delivered to the respondent with the consent of those responsible for the gym and by completing the Term of Consent, the data were analyzed by technical and qualitative analysis through SPSS V. 20. We conclude that among the subjects interviewed most are males aged 25 to 30 years, formed between 2 and 5 years, graduated in Physical Education and registered in the system CONFEF / CREF. 94.7% of subjects were enrolled in the discipline of Bodybuilding graduation. For the most updated professional subjects used as a source of data to Internet 78.9% and 73.7% of scientific articles. Respondents consider the important process of professional development and according to the data, 94.4% research often issues with weight. 66.7% said that discipline in graduation not offered the support necessary for professional practice, being necessary to the completion stages, in which 66.7% considered essential. Much of the subjects are not satisfied with the rate of pay, totaling 83.3%. However, practitioners claim they are performed as professionals and not 77.8% would choose another work area outside the Physical Education 72.2%. Regarding the concern body image to remain in the labor market, the answer was unanimous, where 100% of the subjects consider the body image a factor in the profession Instructor Bodybuilding.
Key Words: Bodybuilding; Professional Profile; Job Market.
v
LISTA DE ANEXOS
Figura 1 - Questionário 24
Figura 2 - Mapa região central de londrina 26
Figura 3 - Termo de consentimento 27
SUMÁRIO
RESUMO iii
ABSTRACT iv
LISTA DE ANEXOS v
1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 02
1.1 Justificativa................................................................................................. 03
1.2 Objetivos.................................................................................................... 04
2 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................... 05
2.1 Aspectos Históricos da Educação Física................................................... 05
2.2 Competências e Formação do Profissional de Educação Física............... 06
2.3 Mercado de Trabalho na Educação Física................................................. 08
3 MÉTODOS................................................................................................. 10
3.1 Caracterização do Estudo.......................................................................... 10
3.2 População e Amostra................................................................................. 10
3.3 Procedimento para coleta de dados.......................................................... 10
3.4 Análise dos Dados..................................................................................... 11
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS........................................ 12
4.1 Gênero e faixa etária.................................................................................. 12
4.2 Formação Profissional............................................................................... 13
4.3 Experiência Profissional............................................................................. 14
4.4 Atualização Profissional............................................................................. 15
4.5 Condições de Trabalho .............................................................................. 17
4.6 Percepções Pessoais ............................................................................... 17
5 CONCLUSÃO..............................................................................................19
REFERÊNCIAS 21
ANEXO I 24
ANEXO II 26
ANEXO III 27
2
1 INTRODUÇÃO
Hoje em dia a prática de atividade física é disponibilizada para a
sociedade pelas mais diferentes formas, seja ela oferecida em prol da saúde,
do lazer ou da educação. Atualmente devido ao aumento da preocupação com
a estética corporal e, principalmente, o reconhecimento pela população da
importância do exercício físico para a saúde e qualidade de vida tem
influenciado as pessoas a procurarem as academias de ginástica e musculação
tornando-as um dos locais mais populares e mais procurados para se
conseguir tais objetivos. As academias são locais que devem permanecer e
evoluir buscando sempre corresponder as necessidades atuais e futuras da
sociedade pelos relevantes serviços que oferecem, pois exercitar-se não é
modismo passageiro. A atividade física e o exercício físico são direitos dos
cidadãos expressos na Constituição e reconhecidos como importantes fatores
para a qualidade de vida das pessoas e não se destinam apenas aos atletas ou
a alguns grupos privilegiados (ANTUNES 2003).
Pude observar nas academias, que uma das atividades mais
procuradas, é o Treinamento de força, mais conhecido como “musculação”.
Segundo Stoppani (2008) é um forma sistematizada de treinamento, realizada
com pesos livres e equipamentos que aplicam resistências ao movimento
humano. Esse tipo de treinamento pode ser praticado por todos os públicos
tanto crianças, como idosos, cardiopatas, diabéticos, etc. Dentre os objetivos
buscados estão à melhora da qualidade de vida, estética, desempenho atlético,
condicionamento físico, proporcionados por alguns benefícios como o aumento
da massa muscular, diminuição da gordura corporal, entre outros. De acordo
com Faganello (2011) esses benefícios são importantes, porque estão
relacionados com as necessidades dos praticantes, que podem ser decorrentes
ou não de doenças, dessa forma o treinamento de força atuará como uma
forma de tratamento coadjuvante para obesos, hipertensos, diabéticos,
cardiopatas, pessoas com debilidades articulares e problemas posturais.
O profissional responsável pela prescrição e orientação do treinamento
de força é o Bacharel em Educação Física, mais especificamente o Instrutor de
musculação, responsável por deter a gama de conhecimentos científicos e
práticos para atender as necessidades do publico que procura o treinamento de
3
força. Levando em consideração esses fatos é de extrema importância que o
instrutor de musculação esteja atualizado profissionalmente através de livros,
cursos de aperfeiçoamento, pós-graduação, artigo cientifico, congressos, e
revistas da área para uma conduta profissional segura e de qualidade. O
instrutor de musculação informado e atualizado apresenta-se como um
elemento essencial para a promoção da saúde e qualidade de vida para
diversos públicos, prescrevendo e supervisionando exercícios adequadamente
e informando o publico sobre praticas mais saudáveis ou direcionando os
indivíduos á obtenção de um melhor rendimento esportivo (CHIESA; ONO
2004, PEREIRA; PAULA 2007).
Durante esses 4 anos que passei na graduação, tive experiência em
alguns campos de estágios e como eu, vários outros colegas de turma tiveram
como primeira opção as academias de musculação como área principal de
estágio. Pude observar que de fato é o local mais procurado pelos estudantes
de Educação Física, principalmente, pela facilidade de conseguir estágios
nessa área, e também, como um meio de rápida inserção no mercado de
trabalho, pois buscam continuar, na academia na qual estagiou, como instrutor
de musculação. Deparei-me com algumas situações irregulares, estagiários
prescrevendo treinamento, profissionais formados prescrevendo exercícios
sem total atenção. Pude observar vários perfis de profissionais, em sua grande
maioria homens e mulheres jovens, com boa aparência, uns com mais e outros
com menos (ou nenhuma) experiência, uns eram formados outros não, porém,
todos atendiam a mesma população. Diante dos fatos apresentados, surge o
seguinte questionamento: “Qual o perfil profissional dos instrutores de
musculação em relação à formação profissional e as características do
mercado de trabalho?”
1.1 JUSTIFICATIVA
Diante desta variabilidade de perfis, e da crescente valorização do
corpo e a grande preocupação das pessoas com a estética, saúde e qualidade
de vida que tem levado a uma grande adesão a pratica do exercício físico em
academias, seria de extrema importância conhecer o perfil desse profissional
4
em relação ao gênero, faixa etária, formação profissional, experiência
profissional, atualização, condições de trabalho e sua percepção pessoal sobre
o mercado de trabalho fato que também poderia orientar a formação dos
graduandos, ajudando a saber se as disciplinas/conteúdos abordados nos
cursos de graduação estão capacitando para a atuação após formados,
influenciando também na escolha do profissional recém formado em relação á
área de atuação a seguir.
Sendo assim é de extrema importância que os profissionais
responsáveis por conduzirem essas atividades tenham uma formação superior
na área da Educação Física, visto que a qualidade dos serviços é dependente
do conhecimento.
1.2 OBJETIVO
Descrever o perfil dos Instrutores de Musculação na academias da
Região Central de Londrina.
5
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Aspectos Históricos da Educação Física
Em relação aos aspectos históricos da educação física, optou-se por
realizar um recorte temporal, que consiste a partir da década de 1970.
Optamos por essa temporalidade por compreendermos que, foi a partir desse
período histórico que o campo de atuação profissional na educação física
começa a se expandir para além dos muros das escolas.
Em meados da década de 1970, houve uma necessidade de mudança
em relação ao profissional licenciado que atuava somente na área escolar, um
dos fatores dessa mudança seriam as novas demandas do mercado de
trabalho, que necessitava de um novo profissional apto para atender de forma
competente as necessidades da população (SOUZA NETO et al, 2004).
No ano de 1987, com a resolução CFE n. 03/87, foi estabelecida a
criação do bacharelado em educação física, nesta nova concepção o curso
passou a ter 4 anos de duração e passou de 1.800 para 2.880 horas aula.
Segundo Antunes (2009) essas alterações resultaram em um novo olhar para o
curso, porque além da ampliação da carga horária, também foram agregados
novos conhecimentos no processo de preparação do profissional com ênfase
na área das ciências humanas e sociais. Este novo profissional visava atender
as necessidades do mercado e da sociedade, ligado aos programas de
atividades físicas, e o licenciado continuaria atuando na Educação Física
escolar.
Com a evolução das necessidades da sociedade e do conhecimento,
tem proporcionado cada vez mais espaço para os profissionais de educação
física fora do contexto escolar. A criação do Bacharel visa atender a um novo
perfil de profissional que atua fora do ensino regular, este profissional atua em
uma nova e crescente fatia do mercado constituído por clubes, academias,
empresas, prefeituras, condomínios, personal trainers, onde a atuação é
direcionada não mais somente em executar habilidades, mas em saber como e
porque executar (GHILARDI, 1998).
A lei ordinária número 9696/98 regulamentou a profissão da Educação
Física no Brasil em 1998, a partir desta lei foi definido a criação do conselho
6
federal e dos conselhos regionais de educação física, delegando a eles a
responsabilidade de regular e fiscalizar as atividades destes profissionais
através da elaboração de regras, condutas, direitos e deveres. Essas
atividades deveriam ser desenvolvidas por um profissional de nível superior ou
pelos indivíduos, que mediante comprovação, já desenvolviam atividades
profissionalmente, conhecidos como profissionais provisionados.
Souza Neto (1999) e Souza Neto et al. (2004) apontam que na criação
do bacharelado, embora a justificativa fosse as novas demandas do mercado
de trabalho, o que de fato estava em jogo era a introdução de um modelo
curricular denominado “técnico-científico”, em busca da superação do currículo
centrado em conteúdos gímnico-desportivos. Pretendia-se, portanto,
desenvolver um corpo de conhecimento teórico para a área, em “busca do
reconhecimento da educação física na universidade também como um campo
de conhecimento cientifico”.
No estabelecimento deste caráter cientifico na Educação Física e
devido aos avanços na ciência e tecnologia, o Confef (2000) afirma a
necessidade, por parte das instituições de ensino superior, de uma rediscussão
sobre a preparação dos profissionais para que os currículos acadêmicos
estejam em sintonia com as constantes renovações dos conceitos na área do
exercício físico e demais áreas de atuação (FAGANELLO, 2011)
Outro fator importante seria a educação continuada, que pode ser
através de cursos de especialização, congressos, eventos científicos,
atualização profissional através de artigos científicos, entre outros. Para que
esses profissionais busquem os avanços técnicos e científicos ao longo da sua
trajetória de atuação, tornando os profissionais competentes para atuar no
mercado de trabalho.
2.2 Competências e Formação do Profissional de Educação Física
De acordo com a lei 9696/98 que regulamentou a profissão de
educação física, as competências do profissional consistem em planejar,
supervisionar, avaliar e executar trabalhos, programas e projetos, além de
prestar serviços de auditoria, consultoria e assessoria, realizar treinamentos
7
especializados, participar de equipes multi e interdisciplinares e elaborar
informes técnicos, científicos e pedagógicos, nas áreas de atividades físicas e
do desporto. (BRASIL, 1998)
Segundo a resolução do CONFEF n° 046/2002 a respeito da
intervenção do profissional de educação física.
Art. 1º - O Profissional de Educação Física é especialista em atividades físicas, nas suas diversas manifestações - ginásticas, exercícios físicos, desportos, jogos, lutas, capoeira, artes marciais, danças, atividades rítmicas, expressivas e acrobáticas, musculação, lazer, recreação, reabilitação, ergonomia, relaxamento corporal, ioga, exercícios compensatórios à atividade laboral e do cotidiano e outras práticas corporais -, tendo como propósito prestar serviços que favoreçam o desenvolvimento da educação e da saúde, contribuindo para a capacitação e/ou restabelecimento de níveis adequados de desempenho e condicionamento fisiocorporal dos seus beneficiários, visando à consecução do bem-estar e da qualidade de vida, da consciência, da expressão e estética do movimento, da prevenção de doenças, de acidentes, de problemas posturais, da compensação de distúrbios funcionais, contribuindo ainda, para consecução da autonomia, da auto-estima, da cooperação, da solidariedade, da integração, da cidadania, das relações sociais e a preservação do meio ambiente, observados os preceitos de responsabilidade, segurança, qualidade técnica e ética no atendimento individual e coletivo.
A preparação profissional em Educação Física passou por mudanças
profundas desde sua regulamentação. Hoje encontramos uma realidade um
pouco modificada, em parte graças aos novos conhecimentos produzidos e
discutidos, em parte fruto das novas exigências do mercado.
Oliveira (2000) destacou alguns pontos importantes na área da
educação física que surgiram através da divisão do curso. Esses pontos
serviram como indicadores para uma melhor formação. Dentre eles, destacou-
se:
a) O novo currículo adotado pelas universidades; b) A extinção do
excesso de disciplinas técnicas, e a implementação sugerida pelo CFE/MEC
para as disciplinas das áreas centrais de formação, com embasamento em
conhecimento humanístico, técnico e aprofundamentos; c) A agregação de
8
novas áreas do conhecimento como a biomecânica, sociologia, fisiologia,
psicologia, nutrição, estatística, etc. que contribuíram para a formação do
profissional; d) A veiculação do conhecimento da área através de periódicos e
livros.
Essas modificações são importantes porque elas possibilitam
diferenciação entre as duas áreas de atuação refletindo diretamente na
formação do profissional.
Mesmo com o aumento do desemprego na indústria, o mercado de
trabalho está se expandido, com o surgimento de novas e diferentes
ocupações que exigem do profissional qualificação tecnológica, atualização de
conhecimentos, diversas aptidões e, principalmente, capacidade de adaptação,
qualidade e rapidez no serviço prestado. Na área da educação física a
profissionalização é vista inicialmente como um processo histórico que busca
estabelecer espaço no mercado de trabalho para a intervenção do profissional
da área (NASCIMENTO, 2002).
2.3 Mercado de Trabalho na Educação Física
Inicialmente, o profissional de educação física era considerado apenas
como professor, e atuava na área escolar, desempenhando suas funções
quase exclusivamente nesse ramo. Atualmente, a evolução das necessidades
da sociedade e do próprio conhecimento veiculado na área tem propiciado aos
profissionais de educação física atuarem fora da escola e em grau ascendente
(OLIVEIRA, 2000).
De acordo com Barros (2006) o mercado do fitness está se
transformando em um segmento econômico cada dia mais representativo.
Ainda dentro desse contexto de mercado do fitness, estão às academias de
ginástica e musculação. As academias são espaços utilizados para a execução
de exercícios físicos, fazendo o uso de tecnologias em equipamentos
esportivos que influenciam pessoas de diferentes faixas etárias que buscam
uma melhoria do condicionamento físico.
9
O mercado de trabalho do profissional de Educação Física é amplo
com diversas colocações na sociedade. As academias de atividades esportivas
podem ser consideradas como a alternativa mais atrativa dentre os campos
para os profissionais da Educação Física. Pesquisas revelam que estas têm
sido a escolha de muitos profissionais, principalmente os recém formados.
Melo (1995) afirma que isto pode ser constatado pelo crescimento acelerado da
procura da população pelas atividades físicas desenvolvidas em
estabelecimentos fora da educação formal, como, por exemplo, as academias
desportivas.
Independente dos objetivos que conduziram uma pessoa à procura da
atividade física, e possíveis benefícios que a mesma possa alcançar quanto à
melhoria da condição do ser humano, acredita-se que um fator primordial para
que se possa alcançar os objetivos esperados com o máximo de eficiência,
respeitando sua integridade física, psicológica ou moral é a conduta ética que
o profissional terá durante o desenvolvimento de seu trabalho. (OLIVERA;
SILVA s/d)
A qualidade dos serviços prestados pelo profissional é dependente de
seu conhecimento, prática e a busca pela atualização das informações através
de cursos, palestras, congressos, etc. Diante da importância do instrutor de
musculação neste contexto, faz-se necessário conhecer o perfil desse
profissional em relação a sua formação e suas perspectivas em relação ao
mercado de trabalho.
10
3. MÉTODOS
3.1 Caracterização do estudo
O estudo tem como característica a pesquisa quantitativa de natureza
descritiva.
3.2 População e amostra
A região central de londrina (ver mapa ANEXO III) conta com cerca de
30 academias, este levantamento foi feito através de Lista Telefônica Editel e
conhecimento empírico. Para o estudo, foram selecionadas intencionalmente
15 academias. Do total dessa amostra, a coleta de dados foi realizada com 20
instrutores de musculação, atuantes nas academias da região central de
londrina. Ressaltando que, o universo de instrutores nas academias
pesquisadas é de 40 instrutores.
3.3 Procedimentos para coleta de dados
Foi aplicado um questionário elaborado pelo pesquisador com 25
perguntas de múltipla escolha, com possibilidade de justificativa para alguma
delas, sendo caracterizada como um instrumento de coleta de dados misto
(perguntas objetivas e subjetivas), conciliando assim a análise qualitativa e
quantitativa dos dados. Segundo Thomas; Nelson; Silverman (2007) a
convergência desses dois tipos de análises auxilia na produção da extração
potencializada das informações.
Foi solicitada a permissão aos donos/coordenadores das academias
para que a coleta pudesse ser realizada. Com o aval do responsável pela
academia os participantes disponíveis responderam voluntariamente o
questionário na presença do entrevistador para esclarecer eventuais dúvidas,
mediante a assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido.
11
Primeiramente, foi realizado uma coleta piloto com 5 sujeitos para
verificar o instrumento – questionário - da coleta de dados. Ressaltando que a
amostra da coleta piloto está inserida no universo geral da pesquisa, uma vez
que acreditamos que os dados coletados e o questionário estavam de acordo
com os propósitos estabelecidos.
3.4 Análise dos dados
Para a análise dos dados, foi utilizada a técnica de análise qualitativa
de conteúdo. As questões objetivas foram analisadas por meio da estatística
descritiva analisada com o auxilio do software estatístico SPSS versão 20.
12
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
4.1 Gênero e Faixa Etária
A maior parte dos sujeitos do estudo é do sexo masculino (57,1%). De
acordo com Goellner (2006) essa fato pode ser influenciado pela associação do
exercício físico como espaço do público masculino, pelo receio de que a sua
prática pudesse levar a masculinização das mulheres, sendo comum o
preconceito dentre os praticantes. Atualmente a inserção das mulheres neste
meio tem aumentado após muitos avanços, porém ainda há indícios de que
essas práticas corporais não são territórios de livre acesso para as mulheres.
Este processo de visibilidade da mulher no esporte não foi marcado pela intenção de mudar a condição feminina, a ordem social que se impunha, ou mesmo a hierarquia de gênero que se estabelecia na sociedade brasileira. Às mulheres foi sendo concedida e incentivada a prática de atividades físicodesportivas, através de alterações nas representações, pelos próprios movimentos autônomos dessas mulheres, e pela normatização da ideologia higienista e eugênica. (MOURÃO, 2002, pag. 8)
A faixa etária variou de 24 a 36 anos, sendo a maioria na faixa dos 25
aos 30 anos, (68,4%.) 24 anos (5,3%) e mais de 30 anos (26,3%)
De acordo com os dados o número de instrutores é maior na faixa dos
20 aos 30 anos, e diminuindo a partir daí. Antunes (2003); Vieira e Junior
(2010) encontraram dados semelhantes em seu estudo, onde a maior parte dos
instrutores se encontram na faixa dos 25 anos, e a partir dos 30 esse número é
bem menor, eles atribuiram o fato a questão da valorização da condição física
e aspecto jovial para esse mercado de trabalho.
Existe uma ênfase nessa questão exagerada da aparência física ,
principalmente no ambiente das academias, que é muito influenciada pela
mídia e pelo culto ao corpo de nossa sociedade. (CARVALHO, 1995;
COURTINE, 1995.)
13
4.2 Formação Profissional
Todos os sujeitos entrevistados possuem formação em Educação
Física, um total de 100%. Sendo assim estando de acordo com a lei 9696/98,
que enfatiza a necessidade de que a prática de exercícios físicos nesses locais
seja ministrada por um profissional de Educação Física Graduado ou
Provisionado. Outro dado importante abordado na pesquisa é em relação ao
registro no sistema CONFEF/CREF, onde também todos os sujeitos
entrevistados estão registrados no sistema, demonstrando estar de acordo com
o que diz o Conselho Federal de Educação Física:
O profissional de Educação Física, pela natureza e características da profissão que exerce, deve ser devidamente registrado no Sistema CONFEF/CREFs – Conselho Federal dos Conselhos Regionais de Educação Física e possuidor da cédula de identidade profissional, sendo interventor nas diferentes dimensões de seu campo de atuação profissional, o que supõe pleno domínio do conhecimento da Educação Física (conhecimento científico, técnico e pedagógico), comprometido com a produção, difusão e socialização desse conhecimento a partir de uma atitude crítico-reflexiva (CONFEF, 2002, p. 134).”
Quando questionados sobre o tempo em que haviam concluído o
curso, as respostas variaram de 1 a 11 anos. A maioria havia concluído o curso
entre 2 e 5 (57,9%), a menos de 2 anos (15,7%), de 6 a 10 anos (21%) e acima
de 10 anos de conclusão (5,3%). Os dados vão de encontro com estudo de
Antunes (2003), que demonstra que a maior parte dos sujeitos tem de 2 a 5
anos de formado, esses dados possuem relação com a idade, demonstrando a
valorização da aparência jovial e física para essa profissão.
Em relação à Instituição de Ensino dos sujeitos, 73,7% concluíram a
graduação em Universidade Particular e 26,3% em Universidade Pública. Este
fato pode ser atribuído pelo grande número de Instituições Particulares (ao todo
três Universidades) e o aumento das vagas ofertadas para este curso nessas
instituições na cidade de Londrina- PR.
A maioria dos sujeitos possui pós-graduação (57,9%), não possui pós-
graduação (31,3%) e 10,5% está cursando. Os dados demonstram que a
maioria dos sujeitos entrevistados busca uma especialização, que é importante
14
para que se de a continuidade dos estudos depois da graduação. Batista e
Tojal (2009), afirma a necessidade dessa continuidade acadêmica, de modo
que esses programas devem formar novos formadores de pensamento, que é
responsável pela imensa gama de conhecimento e sua propagação.
Dentre os sujeitos 94,7% cursaram a disciplina Musculação em sua
formação, obtendo informações básicas para sua atuação profissional e
apenas 5,3% não cursaram. Pode ser que os sujeitos que não cursaram a
disciplina, tenham a habilitação de licenciatura, onde esta matéria não é
ministrada. Segundo a divisão do curso em 2004, os sujeitos que optaram pela
licenciatura atual não possuiriam conteúdos apropriados para a aplicação de
treinamento de força (VIEIRA; CARNEIRO JUNIOR, 2010; ZICA, 2011.)
Quando questionados sobre a obtenção de informações para
musculação prescrita para populações especiais, como idosos, hipertensos,
obesos, cardiopatas e diabéticos, 89,5% afirmaram que tiveram algum tipo de
informação durante a graduação e 10,5% não adquiriram nenhum tipo de
informação. Visto que atualmente aumenta-se o número de indivíduos com
essas características, sendo o exercício físico um agente modificador e
preventivo dessas doenças é de extrema necessidade que o Profissional de
Educação Física esteja apto e tenha informações suficientes para lhe dar com
esse tipo de público.
4.3 Experiência Profissional
Sobre o tempo de atuação do profissional de Educação Física como
instrutor de musculação, a maioria dos sujeitos estão atuando entre 2 e 5 anos
(55,5%). A menos de 2 anos de atuação (5,5%) , de 6 a 10 anos (33,3%) e
acima de 10 anos (5,5%). Estes dados podem se relacionar com os dados de
faixa etária encontrados neste estudo, onde a maioria dos sujeitos tem a idade
de 25 a 30 anos.
Grande parte dos sujeitos (78,9%) trabalha em apenas um local como
instrutor de musculação, enquanto 15,8% trabalha em mais de uma academia.
Quando questionados sobre a carga horária semanal de trabalho como
instrutor a respostas variaram entre 20 a 51 horas. A maioria trabalha entre 20
e 25 horas semanais, (47,3%), de 26 a 30 horas (21%), entre 31 e 35 horas
15
(5,3%), de 36 a 40 horas (15,8%) e acima de 40 horas (10,6%). Os dados
demonstram que a maioria dos sujeitos trabalha de 4 a 5 horas por dia,
disponibilizando as horas restantes para outras ocupações. Pode ser que a
maioria dos profissionais disponibilizam as horas restantes para atuar como
Personal Trainer, de acordo com os dados obtidos 89,5 % dos instrutores
também exercem este cargo. Todos os sujeitos do estudo totalizando 100% da
amostra se sentem preparados para atuar com musculação, eles acreditam
que a experiência prática é a principal alternativa para a boa preparação
profissional. Por outro lado 66,7% afirma que a disciplina de musculação não
ofereceu suporte necessário para a atuação profissional, os sujeitos justificam
que o tempo disponibilizado para a disciplina na graduação não foi o suficiente
para sanar todas as dúvidas, e que os conteúdos foram abordados muito
superficialmente, sendo necessária a complementação com os estágios para
aprender realmente na prática. Em virtude dessa afirmação 66,7% dos
profissionais consideram o estágio curricular algo muito importante para o
processo de preparação profissional, porque através dele puderam por em
prática o que aprenderam na teoria, os sujeitos atribuem o conhecimento
através da prática algo mais importante quando comparado com o
conhecimento teórico, aprendido nas aulas da graduação.
4.4 Atualização Profissional
Em relação a atualização profissional, quando questionados sobre as
fontes de informação que utilizam, 78,9 utilizam a internet como o principal
meio de atualização, seguido por artigos científicos (73,7%), livros (68,4%), a
própria experiência como praticante (68,4%), cursos (57,9%), revistas da área
(36,8%), material das aulas de graduação (15,8%) e outros (5,3%). Lembrando
que o entrevistado podia responder mais de uma alternativa.
Os dados obtidos são preocupantes, visto que a maioria dos sujeitos
utiliza a internet como um dos meios de atualização profissional mais
procurado, atualmente acha-se de tudo na internet, desde informações
verdadeiras a informações sem conhecimento cientifico nenhum. O problema é
que alguns sites podem não ser confiáveis, e se o profissional não souber
diferenciar essas fontes, seu trabalho e quem depende dele poderá ser
16
prejudicado. Os dados obtidos aqui se diferenciam dos dados obtidos no
estudo de Faganello (2011), onde a maioria dos sujeitos utiliza o artigo
cientifico como principal meio de atualização. O acesso a esse tipo de fonte ,
em relação aos outros itens questionados, é algo geralmente mais confiável,
por serem baseados em evidências cientificas, porém, neste estudo ficou em
segundo lugar, demonstrando que alguns profissionais não se preocupam se a
fonte em que usam para atualização é confiável ou não. Quando questionados
sobre a freqüência em que esses sujeitos se atualizam, 94,9% se atualizam
frequentemente e apenas 5,6% raramente se atualizam, os dados demonstram
que as dúvidas que surgem são relacionadas ao cotidiano da profissão , e não
a uma busca de formação continuada. Isso implica que o profissional não se
organiza, não se prepara para fazer uma capacitação, e busca atualização
apenas com o surgimento de algumas situações na qual ele não possui o
conhecimento necessário para a intervenção.
Sobre a participação em congressos ou outros cursos de
aperfeiçoamento 50% dos sujeitos dizem que participam frequentemente
desses eventos, raramente participam (44,4) e não participam (5,6%). A
questão indica um equilíbrio entre os profissionais que raramente se atualizam
e os que se atualizam freqüentemente, os profissionais que raramente se
atualizam justificam que o investimento e a distância entre bons cursos, são as
maiores barreiras para a atualização profissional. Os profissionais que
freqüentemente se atualizam consideram a atualizam através de cursos e
outros eventos muito importante em virtude das constantes modificações da
área. Krug et al (2008) e Vieira e Carneiro Junior (2010), ressaltaram que os
profissionais de Educação Física devem desenvolver uma atitude científica,
analisando criticamente as informações, e entendendo a natureza dinâmica do
conhecimento, tendo como conseqüência a necessidade de constantes
atualizações e reciclagens para a manutenção da competência profissional.
17
4.5 Condições de Trabalho
Quando questionados se possuem carteira assinada, 84,2% dos
sujeitos responderam que possuem e 15,8% não possuem carteira assinada.
Dado este que demonstra a recente valorização deste profissional, tendo em
vista a busca incessante da área para a valorização e o reconhecimento no
mercado de trabalho.
Em relação a faixa salarial 57, 9% recebem de 1 a 2 salários mínimos,
até 1 salário mínimo (15,8%), 2 a 3 salários mínimos (21,1%). A baixa
remuneração destes profissionais pode levar ao acúmulo de funções dando
vazão aos problemas de saúde, falta de tempo para organização profissional e
pessoal e falta de tempo e disposição para qualificação profissional
(BENEVIDES; PEREIRA 2002 apud SANTINI; MOLINA NETO 200).
Os dados podem se relacionar com a questão da satisfação da
remuneração salarial, onde a grande maioria (83,3%) não está satisfeita e
considera a profissão mal remunerada, muitos afirmam que a falta de
reconhecimento da área e a desvalorização do profissional são as maiores
barreiras para se conquistar um salário que condiz com os esforços do
profissional.
89,5% dos sujeitos atuam em outra função na academia, ou fora dela,
e apenas 10,5% não atuam. Dentre os que atuam, 89,5% exercem a função de
Personal Trainer.
4.6 Percepções Pessoais
A grande maioria dos sujeitos (77,8%) se sentem realizados
profissionalmente como instrutores de musculação, não estão
satisfeitos(22,2%). Mesmo com a insatisfação em relação à remuneração
salarial, 72,2% não optaria por outra área de trabalho fora da Educação Física,
por outro lado 27,2% dos sujeitos optaria por outra área. De acordo com as
respostas pode-se perceber que os profissionais se sentem insatisfeitos
financeiramente, afirmando que outras áreas poderiam trazer mais estabilidade
financeira e maior remuneração salarial. Entretanto, os dados indicam que
18
ainda assim o instrutor de musculação se identifica com a área, e a grande
maioria não optaria por outro ramo.
Quando questionados sobre a importância da imagem corporal no
mercado de trabalho, 100% dos sujeitos entrevistados consideram a imagem
uma ferramenta importante, mas não essencial para sua atuação. A justificativa
é de que a sociedade impõe um modelo corporal a ser seguido de acordo com
padrões estéticos atuais, e por mais que o profissional de educação física seja
uma pessoa intelectualmente preparada, se não estiver de acordo esses
padrões seu trabalho poderá ser questionado. Antunes (2003) achou
resultados semelhantes em relação a imagem corporal em seu estudo, a boa
aparência foi considerada importante em 84,65% dos sujeitos, fato que pode
demonstrar a influência do culto ao corpo, os sujeitos justificaram que além de
se manter atualizado e informado, a aparência física pode servir de motivação
para os clientes, e que deve ser coerente com a atividade que se executa,
trazendo mais credibilidade ao serviço.
19
5 CONCLUSÃO
Os instrutores de musculação atuantes nas academias da região
central de Londrina-PR, caracterizam-se em sua maioria por indivíduos do sexo
masculino, na faixa etária dos 25 aos 30 anos, formados entre 2 e 5 anos. Os
dados vão de encontro a outros estudos que citam o instrutor de musculação
como uma pessoa jovial e preocupada com sua aparência física, eles atribuem
esses fatos a um modelo de corpo perfeito imposto pela sociedade para esse
tipo de profissional.
A grande maioria é advinda de Universidade particular e alegam ter
cursado a disciplina de “musculação” em sua graduação, porém os
profissionais não estiveram satisfeitos com os conteúdos ministrados alegando
a falta de competência do professor e a superficialidade dos conteúdos, fator
esse que pode ter contribuído para a grande importância dos estágios, onde
eles justificam que só através deles é que puderam aprender de verdade, isso
proporciona a questão da experiência prática, como requisito principal para a
melhor atuação profissional.
A Internet, seguida pelos artigos científicos e os livros, foram às fontes
de atualização mais utilizadas, esses dados podem ser preocupantes, visto que
na Internet pode-se observar desde fontes não confiáveis a fontes confiáveis e
de qualidade, se o profissional não souber diferenciar essas fontes, seu
trabalho e quem depende dele poderá ser prejudicado. A justificativa dos
profissionais para a não participação em cursos/congressos, é de que á
escassez de bons cursos na região tornando o investimento alto, sendo
inviável, e isso acaba se tornando uma barreira para a atualização profissional.
Os profissionais não estão satisfeitos com a remuneração salarial, a
maioria recebe entre 1 e 2 salários mínimos, eles alegam também a falta de
reconhecimento e a desvalorização profissional como fatores de insatisfação.
Com base nos dados pode-se concluir que essa insatisfação salarial, pode
estar relacionada á questão da falta de qualidade na atualização desse
profissional, que reflete diretamente na qualidade dos seus serviços. Mesmo
com as inúmeras barreiras que o Instrutor de Musculação enfrenta desde seu
processo na graduação até o mercado de trabalho, esse profissional encontra-
20
se realizado profissionalmente, e não optaria por outra área de trabalho fora da
Educação Física por gostar muito do que fazem.
21
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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22
MELO, S. I. L.; OELKE, S. A.; TESSARI, Marino. Determinantes pela procura de cursos de Educação Física e a influência destes na opção profissional do estudante catarinense. Florianópolis: 1995. Relatório de Pesquisa. CEFID - UDESC. MOURÃO, Ludmila. Representação Social da Mulher Brasileira nas atividades físico-desportivas: da segregação á democratização. 2000/2002. Revista Movimento, vol. VII. Universidade Federal do Rio Grande do Sul NASCIMENTO, J. V. Formação profissional em educação física: contextos de desenvolvimento curricular. Montes Claros: Unimontes, 2002. NETO, Samuel de S.; ALEGRE, Atílio de N.; HUNGER, Dagmar; PEREIRA, Juliana M., A Formação do Profissional em Educação Física no Brasil: Uma História sob a perspectiva da legislação federal do século XX, Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 25, n. 2, p. 113-128, jan. 2004. OLIVEIRA, A. A. B. Mercado de trabalho em educação física e a formação profissional: breves reflexões. Revista Brasileira Ciência e Movimento, Brasília, v. 8, n. 4, p. 45-50, set.2000. OLIVEIRA, Aurélio Luiz de; SILVA, Marcelo Pereira da; O Profissional de Educação Física e a Responsabilidade legal que o cerca: Fundamentos para uma discussão. IX Simpósio Internacional do Processo Civilizador – Tecnologia e Civilização, Ponta Grossa – Pr. ONO, Melina Yumi; Perfil Profissional do Instrutor de Musculação da Cidade de Rolândia – Pr. Disponível em internet. http:// www.uel.br/cef/TCCPAGINA/RESUMOS/R-111-04. Pdf. Acesso em 12 de abril de 2012. PEREIRA, Rodrigo G.; PAULA, Alexandre H., Perfil Profissional de instrutores de musculação das academias de João Monlevade- MG, Movimentum, Revista Digital de Educação Física , Ipatinga,v.2, n.1, fev/jul. 2007. SOUZA NETO, S. Da universidade brasileira aos cursos de graduação em educação física. In:______. A educação física na universidade: licenciatura e bacharelado: as propostas de formação e suas implicações teórico-práticas. 1999. 350 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999. cap. 2, p. 34-143. STOPPANI, Jim; Conceitos Importantes; Variáveis de Treinamento; Ciclos de Treino; Equipamentos do Treinamento de Força. Enciclopédia de Musculação e Força, Porto Alegre: ARTMED, 2008.
23
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TOJAL, João Batista Diretrizes Curriculares para o Bacharelado em
Educação Física: Novos Rumos Revista da Educação Física/ UEM, Volume
14, Número 2, 2003.
24
ANEXO I
QUESTIONÁRIO – INSTRUTORES DE MUSCULAÇÃO
1. Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino 2.Idade: _________ 3. Possui formação em Educação Física? ( ) Formado ( ) Provisionado ( ) Curso Educação Física ( ) Possuo outra graduação Qual? ________________________ 4. Se for formado,concluiu o Ensino Superior a quantos anos? ___________ 5. Cursou ou (cursa) em qual Universidade? ( ) Publica ( ) Particular Qual?___________________________
6. Possui pós- graduação?
( ) Sim ( ) Não ( ) Cursando 7. É registrado no Confef/Cref? ( ) Sim ( ) Não
8. A quanto tempo atua como instrutor de musculação? ________________
9. Trabalha em algum outro local como
instrutor de musculação? ( ) Sim ( ) Não
10. Qual sua carga horária semanal como instrutor de musculação? ______________ 11. Possui carteira assinada? ( ) Sim ( ) Não 12. Faixa Salarial como instrutor de musculação: ( ) até 1 salário mínimo ( ) de 1 a 2 salários mínimos ( ) de 2 a 3 salários mínimos ( ) acima de 3 salários mínimos 13. Atua em outra função/atividade na academia ou fora dela? ( ) Sim ( )Não Qual?_________________ ___________________________________ 14. Cursou a disciplina musculação/treinamento com pesos? ( ) Sim ( ) Não 15. Em sua formação, obteve informações sobre musculação prescrita para populações especiais (idosos, hipertensos, obesos, cardiopatas, diabéticos, etc.)? ( ) Sim ( ) Não 16. Quais fontes de informação você utiliza para sua atualização profissional? ( ) Livros ( ) Revistas da área ( ) Artigo cientifico ( ) Material das aulas na graduação ( ) Internet ( ) Própria experiência como praticante de musculação ( ) Outros. Quais? ________________
25
17. Com que freqüência pesquisa assuntos relacionados a musculação? Justifique. ( ) Não pesquiso ( ) Raramente ( ) Frequentemente ________________________________ ________________________________ ________________________________ 18. Participa de congressos ou outros cursos de aperfeiçoamento sobre musculação? Justifique. ( ) Não participo ( ) Raramente ( ) Frequentemente ________________________________ ________________________________ ________________________________ 19. Sente-se preparado para atuar com musculação? Justifique. ( ) Nada preparado ( ) Pouco Preparado ( ) Preparado ________________________________________________________________ ________________________________ 20. A disciplina musculação ofereceu o suporte necessário para sua atuação profissional? Justifique ( ) Sim ( ) Não _________________________________________________________________________________________________________ 21. O estágio curricular foi importante para a sua preparação? Justifique ( ) Não ( ) Pouco Importante ( ) Importante _________________________________________________________________________________________________________
22. Está satisfeito com a remuneração salarial delegada a esta atividade? Justifique ( ) Sim ( ) Não _________________________________________________________________________________________________________ 23. Sente-se realizado profissionalmente como instrutor de musculação? Justifique. ( ) Sim ( ) Não _________________________________________________________________________________________________________ 24. Se pudesse, optaria por outra área de trabalho fora da Educação Física? Justifique. ( ) Sim ( ) Não ___________________________________ ______________________________________________________________________ 25. Você acha que o Instrutor de musculação deve se preocupar com sua imagem corporal se quiser se manter no mercado de trabalho? Justifique. ( ) Sim ( ) Não ___________________________________ ___________________________________ ___________________________________
Pesquisadora
Jéssica Martinuzzo de Souza 43) 8829-0294
ANEXO II
MAPA REGIÃO CENTRAL
FONTE: IPPUL – Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina Região Central demostrada na cor Roxo
Delimitação: Avenida Brasília, Avenida 10 de dezembro, Lago Igapó, Avenida Maringá e
Avenida Tiradentes.
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
Centro de Educação Física e Esporte
TERMO DE CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO
Responsáveis: Jessica Martinuzzo de Souza
Anísio Calciolari Junior
Este é um convite especial para você participar voluntariamente do estudo: “Perfil Profissional
de Instrutores de Musculação da Região Central na Cidade de Londrina-Pr”. Por favor, leia com atenção
as informações abaixo antes de dar seu consentimento para participar do estudo. Qualquer dúvida pode
ser esclarecida diretamente com a pesquisadora Jessica Martinuzzo de Souza (Fone: 043-8829 0294).
OBJETIVO E BENEFÍCIOS DO ESTUDO O objetivo é traçar o perfil profissional dos instrutores de musculação atuantes nas academias
da região central da cidade de Londrina. Este estudo servirá como um auxílio para a sociedade em
geral, tanto para os profissionais inseridos no mercado de trabalho que poderam ter um reflexo de qual
o perfil profissional que atua nas academias da região central de londrina quanto para os futuros
profissionais, fato que poderá orientá-lo quanto a área de atuação a seguir.
PROCEDIMENTOS Para essa pesquisa, será aplicado um questionário misto com 25 perguntas de múltipla escolha,
com instrutores de musculação das academias da área central do Município de Londrina. Este
questionário será preenchido em uma sessão somente, com um tempo aproximado de 05 a 10 minutos,
acompanhado do pesquisador para qualquer eventual duvida, lembrando que o pesquisador estará em
uma distancia considerável do individuo, somente ira se aproximar se solicitado.
DESPESAS/ RESSARCIMENTO DE DESPESAS DO VOLUNTÁRIO Todos os sujeitos envolvidos nesta pesquisa são isentos de custos.
PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA A sua participação neste estudo é voluntária e o(a) senhor(a) terá plena e total liberdade para
desistir do estudo a qualquer momento, sem que isso acarrete qualquer prejuízo.
GARANTIA DE SIGILO E PRIVACIDADE As informações relacionadas ao estudo são confidenciais e qualquer informação divulgada em
relatório ou publicação será feita sob forma codificada, para que a confidencialidade seja mantida. O
pesquisador garante que seu nome e o da academia que atua não serão divulgados sob hipótese
alguma.
Diante do exposto acima eu, ___________________________________________, declaro que fui
esclarecido sobre os objetivos, procedimentos e benefícios do presente estudo. Participo de livre e
espontânea vontade do estudo em questão. Foi-me assegurado o direito de abandonar o estudo a
qualquer momento, se eu assim o desejar. Declaro também não possuir nenhum grau de dependência
profissional ou educacional com os pesquisadores envolvidos nesse projeto (ou seja, os pesquisadores
desse projeto não podem me prejudicar de modo algum no trabalho ou nos estudos), não me sentindo
pressionado de nenhum modo a participar dessa pesquisa.
Londrina, ______ de ______________ de _________.
________________________________
___________________________________
Responsável RG __________________ Pesquisador RG ____________________