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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Rafael Luiz Chiamulera
A INFLUÊNCIA DOS JOGOS COOPERATIVOS NO ENSINO DO
FUTEBOL PARA ADOLESCENTES DE 12 A 15 ANOS
CURITIBA
2011
A INFLUÊNCIA DOS JOGOS COOPERATIVOS NO ENSINO DO
FUTEBOL PARA ADOLESCENTES DE 12 A 15 ANOS
CURITIBA
2011
Rafael Luiz Chiamulera
A INFLUÊNCIA DOS JOGOS COOPERATIVOS NO ENSINO DO
FUTEBOL PARA ADOLESCENTES DE 12 A 15 ANOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Educação Física da Faculdade de Ciências Biológicas da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do grau de Licenciado em Educação Física. Orientadora: Profª. Ms. Alessandra Dal‟Lin Dal‟ Col
CURITIBA
2011
TERMO DE APROVAÇÃO
Rafael Luiz Chiamulera
A INFLUÊNCIA DOS JOGOS COOPERATIVOS NO ENSINO DO FUTEBOL PARA ADOLESCENTES DE 12 A 15 ANOS
Este trabalho de conclusão de curso foi julgado e aprovado para a obtenção do grau de Licenciatura em Educação Física no curso de Educação Física da Universidade Tuiuti do Paraná.
Curitiba, 15 de junho de 2011
_______________________________________________________________ Professora Mestre Beatriz Lilian Dorigo
Coordenadora do Curso de Educação Física
_______________________________________________________________ Orientadora Professora Mestre Alessandra Dal‟Lin Dal‟Col
Universidade Tuiuti do Paraná
_______________________________________________________________
Professora Mestre Euza Virgínia Cagnato Professora da Cadeira do Trabalho de Conclusão de Curso
AGRADECIMENTOS
Em especial, a minha família, pelo carinho, paciência e dedicação ao longo de
todos estes anos.
Aos professores do curso que com maestria passaram seu conhecimento e,
mais do que isso, passaram muitos valores que levarei para a vida toda.
Muito Obrigado a todos.
1 MOTIVAÇÃO
Desde pequeno, sempre fui uma pessoa que gostou de ajudar as
pessoas, dividindo bens materiais, dando carinho e afeto a amigos, pais e
entes próximos.
Neste mesmo princípio, me baseio para tomar decisões de minha vida
profissional e pessoal.
Gosto de muito de esportes, principalmente o Futebol, onde sempre fui
incentivado por meus pais a praticá-lo.
Quando comecei fazer o Curso de Educação Física, e estagiar nas mais
diversas áreas de atuação, pude perceber que os adolescentes careciam
bastante de união, proximidade e de confiança uns nos outros.
Percebi que existia uma ferramenta importante em minhas mãos, na
qual eu poderia mudar esta realidade individualista e extremamente competitiva
das escolas onde atuei. Esta ferramenta seria os Jogos Cooperativos, e
comecei a usá-los dentro da Escola e comecei o obter resultados satisfatórios.
A pouco tempo atrás surgiu uma oportunidade de trabalho com Futebol
para adolescentes, e não pensei duas vezes em fazer uma pesquisa que
pudesse auxiliá-los a obter um comportamento de equipe unida, coesa e que
isto pudesse de alguma forma refletir em suas vidas dentro de campo, com
bons resultados para a equipe, e melhores resultados através de valores que
eles carregarão para o convívio familiar e meio onde vivem.
2 ARTIGO ORIGINAL
A INFLUÊNCIA DOS JOGOS COOPERATIVOS NO ENSINO DO
FUTEBOL PARA ADOLESCENTES DE 12 A 15 ANOS
CHIAMULERA, Rafael Luiz – UTP-PR
Dal „Cól, Alessandra Dal‟Lin – UTP –PR
Área Temática: Formação de Professores
Agência Financiadora: Não contou com financiamento
Resumo
A sociedade vem sofrendo alterações no decorrer dos anos, e através destas modificações pode-se perceber a evolução do homem em diferentes contextos. Na busca por uma sociedade menos egoísta e competitiva surge os jogos cooperativos que podem ser usados em empresas multinacionais, lojas, associações, colégios podendo ser vivenciado em vários locais e em diferentes espaços. Esta pesquisa teve como objetivo demonstrar a importância dos jogos cooperativos no desenvolvimento integral de adolescentes na faixa etária dos 12 aos 15 anos a partir de atividades de futebol. Os resultados do presente estudo deixam claro que 90% dos alunos nesta faixa etária gostam dos jogos cooperativos, e que estes jogos melhoraram o convívio dos alunos entre si e o desempenho como equipe. Estes resultados também indicam que os adolescentes estão se respeitando muito mais dentro do âmbito do jogo.
Palavras-chave: Jogos cooperativos, adolescentes, futebol; sociedade.
Introdução
A interferência do adulto no desenvolvimento das crianças e dos
adolescentes será determinante para seu futuro, pois nesta fase ela passa por
muitas mudanças e descobertas. Tanto no ambiente familiar quanto na escola
será primordial que todos que façam parte dessa época colaborem para que o
seu crescer seja pleno.
Na escola, os professores do ensino fundamental precisam saber da
importância dos jogos, brinquedos e brincadeiras para as crianças e
adolescentes e como utilizá-los na sua prática. Quando a criança coopera, ela
desenvolve a imaginação, a criatividade e a espontaneidade, aprende também
a conviver com as pessoas, compartilhar, dividir, solucionar problemas, ajudar
os outros. Quando ela participa de jogos cooperativos aprende que depende do
outro para alcançar seus objetivos, que quando a busca é comum é preciso
cooperar, ceder ajudar. (ORLICK, 1978). Essa atividade estimula o resgate
daquilo que está se perdendo pela massificação da disputa, onde o vencer é
colocado antes dos demais valores essenciais para o ser humano.
Os jogos e as brincadeiras são essenciais para o desenvolvimento
integral dos alunos, Freire(1990) aponta que o jogo pode ser um aliado em
diferentes aspectos do desenvolvimento da criança, mas é necessário que o
professor busque superar a competição excludente e modifique as regras para
uma melhor socialização dos alunos. Ainda, Freire(1990) ressalta a importância
que tem as brincadeiras e jogos cooperativos na vida da criança e do
adolescente, enquanto estes ainda não atingem a maturidade.
Sabe-se que o comportamento social da criança é fruto do processo de
adaptação dela com o meio e com outras crianças. Na escola isto se torna uma
preocupação pois nem todas as crianças foram educadas para compartilhar
ações e objetos com os colegas, é visível a dificuldade dos alunos em conviver
em grupo quando as idéias ou habilidades são diferentes. A escola acolhe as
crianças vindas das mais diversas realidades, trazendo na bagagem a
educação dada pelos pais, influenciadas, muitas vezes, pela mídia, por irmãos
mais velhos e avós. O choque dessas diferenças se constituirá num enorme
desafio para professores, que terão como responsabilidade equilibrar essa
balança.
Esta preocupação dos professores aumenta quando se trata do esporte
com a maior massificação no país, e que envolve a paixão de pais e filhos:
(crianças e adolescentes) o Futebol. No futebol cenas de violência já se
tornaram comuns e o reflexo disso é quando os times rivais disputam uma
partida e os torcedores começam a provocar outros jovens do time rival. Nesse
cenário o papel do professor ao ensinar o futebol precisa ir além das linhas da
quadra. Diante disso, tendo experiência a mais de 6 meses com os alunos
avaliados e conhecendo-os, este estudo teve como objetivo identificar a
influência dos jogos cooperativos no ensino do futebol para adolescentes de 12
a 15 anos de idade.
3 METODOLOGIA
Este estudo se caracteriza por ser uma pesquisa qualitativa, tipo
observação direta, conforme os critérios de jogos cooperativos e competitivos
propostos por Brotto (1997). A análise das observações foi desenvolvida a
partir dos conceitos-chaves da Teoria dos Sistemas Ecológicos de
Bronfenbrenner (2002), (processo, pessoa, contexto e tempo) alicerçada no
sujeito em desenvolvimento e nas relações que este estabelece com o
ambiente onde está inserido. A população foi de 25 alunos do sexo masculino,
cursando o 7° ano de uma Escola Privada de Curitiba.
O período da pesquisa foi de três semanas, com atividades duas vezes
na semana. Esta análise foi feita através de observações descritas pelo
comportamento dos alunos nas aulas. A escola ofereceu todo o suporte
material e legal necessário para a pesquisa. A análise dos alunos foi feita
através do preenchimento de 3 tabelas, por parte do professor, sobre a inter-
relação dos Jogos competitivos e Jogos Cooperativos, segundo Fabio Otuzi
Brotto (1997).
A metodologia foi desenvolvida em dois momentos. O primeiro momento
foi organizado a partir da elaboração das fichas de avaliação dos
comportamentos cooperativos e competitivos proposto em forma de tabelas por
Brotto. Estas tabelas indicam conforme o estudo do autor critérios de
comportamento cooperativo e competitivo de fácil vizualização em uma
atividade ou jogo. Estas tabelas deram suporte de análise em cada aula em
todos os dias de aplicação das atividades. A partir da análise dos critérios
apresentados nas fichas pode-se ter um cenário de todo o processo e também
de cada momento. Para auxiliar a análise foi feito também por parte do
professor um diário da experiência de cada dia.
O segundo momento metodológico foi desenvolvido a partir das análises
das fichas preenchidas no primeiro momento utilizando os eixos de Urie
Bronfenbrenner (2002) que amplia a análise para uma visão sistêmica do
processo de observação. Estes eixos são propostos no livro A ecologia do
desenvolvimento humano: experimentos naturais e planejados. São eles:
processo, pessoa, contexto e tempo.
As atividades de futebol foram adaptadas a partir de jogos tradicionais ,
propostos por Freire(1991), para o aspecto cooperativo. Todos os jogos estão
descritos no anexo deste trabalho.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
PROCESSO
O processo se caracteriza como um modelo de interação constante e
recíproco entre o ambiente e as pessoas Bronfenbrenner (2002). Para a
efetividade da pesquisa o trabalho precisa acontecer numa base
consideravelmente regular, por meio de um período de tempo. O processo
nesse caso é considerado processo proximal- neste trabalho foi utilizado a
abordagem pedagógica - jogos cooperativos, uma categoria dos jogos
cooperativos proposta por Brotto(2001).
Este critério revela a própria concepção do que vem a ser a cooperação.
Neste processo a cooperação não é algo pronto e acabado como uma regra de
jogo, mas é antes um “processo onde os objetivos são comuns, as ações são
compartilhadas e os resultados são benéficos para todos”. (BROTTO, 2001, p.
27).
Critérios para a avaliação do processo
a) A pessoa deve estar engajada em uma atividade
Este critério foi constituído pelas atividades cooperativas de futebol, em
forma de jogos Cooperativos. Cada jogo Cooperativo tinha a participação de
todos os integrantes. As atividades foram desenvolvidas em dois grupos
classificados como grupo A e grupo B.
Todos os alunos das turmas selecionadas participaram de todo o
processo do trabalho. Os meninos apresentaram-se motivados durante as
atividades desenvolvidas.
b) Esta atividade deve acontecer em uma base relativamente regular,
através de um período de tempo.
Isto demonstra que é necessário um período de tempo para que integração
seja efetiva o que possibilita a intervenção de opiniões e manifestações
pessoais durante todo o período.
Este critério foi desenvolvido durante três semanas tendo seu início em
12/04/2011 e seu término no dia 28/04/2011, de atividades que ocorrem duas
vezes na semana num tempo de 50 minutos/ aula. As atividades foram
desenvolvidas e organizadas de forma progressiva.
c) As atividades devem ser progressivamente mais complexas
As atividades foram desenvolvidas de forma processual, iniciando com
atividades Cooperativas de exigiam grau de habilidade motora menor e
terminando com atividades com grau de habilidade motora maior.
Primeira aula 12/04/2011: Foram propostas três atividades Cooperativas
seguindo uma sequência pedagógica de aprendizagem no Futebol visando
passe e finalização. Os jogos propostos foram: Corrida sobre a corda e chute,
Cometa Halley e Trança.
Segunda aula 14/04/2011: Foram propostas três atividades Cooperativas
seguindo uma sequencia pedagógica de aprendizagem no Futebol visando
deslocamento, passe, condução de bola e finalização. Os jogos propostos
foram: Futebol de Mãos dadas, Sombra e Condução no Quadrado.
Terceira aula 19/04/2011: Foram propostas três atividades Cooperativas
seguindo uma sequencia pedagógica de aprendizagem no Futebol visando
desarme, finalização e agilidade.. Os jogos propostos foram: Torre, Mini-
Futebol Cooperativo e Corrida da Tartaruga.
Quarta aula 26/04/2011: Foram propostas três atividades Cooperativas
seguindo uma sequencia pedagógica de aprendizagem no Futebol visando
passe, finalização e deslocamento. Os jogos propostos foram: Abre as Pernas,
Campo Minado e Jogo do Futebol Laranjado.
Quinta aula 28/04/2011: Foram propostas três atividades Cooperativas
seguindo uma sequencia pedagógica de aprendizagem no Futebol visando
deslocamento em velocidade, controle de bola e finalização. Os jogos
propostos foram: Jogo Fut-Cooperativo, Morto-Vivo no Futebol e Unidos.
A complexidade do trabalho se deu não somente em relação ao
conteúdo, mas também na interação entre o grupo. Todas as atividades foram
elaboradas a partir do plano de aula diário. A complexidade das atividades se
deu em função da observação da experiência anterior dos alunos em relação
ao conteúdo de futebol.
Vale ressaltar que o objetivo dos jogos cooperativos é que a preocupação
da equipe está em realizar a tarefa e não em ganhar dos adversários. No caso
deste estudo o interesse era a cooperação entre o grupo para conseguir atingir
o objetivo máximo de entrosamento entre os alunos da equipe de futebol. E
também, analisar a participação dos colegas das outras equipes, estratégias,
companheirismo, dentre outros.
BROTTO (2001,p.59) ressalta a importância da cooperação entre os
participantes, o individualismo atrapalha o processo cooperativo pois,“ninguém
joga ou vive sozinho. Bem como, ninguém joga ou vive tão bem, em oposição e
competição contra outros, como se jogasse ou vivesse em sinergia e
cooperação com todos”.
d) Deve haver reciprocidade nas relações interpessoais
Esse critério ocorreu entre os grupos A e B, pois os jogos cooperativos
propostos foram desenvolvidos normalmente entre dois grupos de alunos ou
duplas, e também na relação com o professor de Educação Física (treinador da
equipe da escola privada).
A análise desse processo se deu desde a observação da primeira aula e
análise da mesma até a observação da quinta aula e análise da mesma. Sendo
levado em consideração aspectos sócio-econômicos e culturais dos alunos
avaliados.
Os grupos A e B procuraram desenvolver as atividades de maneira
cooperativa, com muito empenho, dedicação e obediência.
e) Os objetos e símbolos presentes no ambiente imediato devem estimular
a atenção, exploração, manipulação e imaginação da pessoa em
desenvolvimento.
Este critério foi desenvolvido a partir da utilização de materiais
tipicamente do futebol, e materiais alternativos com tapetes, lençóis e
cobertores.
Grupo A e B sempre estiveram presente nas atividades, explorando
diferentes maneiras de ajudar o grupo, incentivando os colegas a cumprirem
seus objetivos dentro do jogo cooperativo.
O processo de análise no contexto, como o proposto pelo modelo
ecológico, compreende a troca de informações, revela percepções e
sentimentos dentro da equipe, na qual as experiências individuais e do grupo e
os aspectos observados no ambiente são expressados. Desta forma, o
processo de equipe também gera processos proximais no desenvolvimento da
própria equipe.
Corroborando com essa idéia Brotto (2001 p.60) diz que “aprendendo a
jogar dentro do estilo cooperativo desfazemos a ilusão de sermos separados e
isolados uns dos outros, e percebemos o quanto é bom e importante ser a
gente mesmo, respeitar a singularidade do outro e compartilhar caminhos para
o bem-estar comum”.
Observação sobre percepções e sentimentos dentro dos grupos:
Grupo A e B: os alunos se interessaram em fazer as atividades
propostas pelo professor, com finalidade de um melhor desempenho e
entrosamento da equipe durante as partidas e competições. E sem perceber
estavam adquirindo valores humanos e sociais de cidadania.
Conforme os resultados acima, Amaral (2004) relata que “a esperança ,
a confiança, e a comunicação são as principais características dos jogos
cooperativos, pois quando criança participa dos jogos cooperativos estimula o
companheirismo tirando o foco da competição e da eliminação, evitando
agressões físicas e empatia.
Segundo Barreto (2000), a cooperação privilegia o processo, isso
significa também que o trajeto é traçado a medida que é trilhado,
progressivamente, de modo que cada passo é dado levando em consideração
os anteriores.
PESSOA
O desenvolvimento humano acontece através do desvelamento e
aproximações entre a pessoa e os diferentes elementos que compõem o
contexto. Este desenvolvimento é dinâmico, e altera-se qualitativamente ao
longo do processo.
A interação significa mais que uma relação simples e de encontros,
porque implica alterações em ambos os grupos envolvidos. É como se a
pessoa se desenvolvesse em “inter-ação”, no inter-jogo, em constante troca
com os outros e com o ambiente. Na interação a pessoa constrói sentidos que
definem a sua forma particular de ação nos diversos contextos de
desenvolvimento.
A análise da pessoa revela que os alunos influenciam os outros ao
mesmo tempo que são influenciados formando uma teia de relações. O grupo
A demonstrou os que os alunos auxiliavam, torciam e incentivavam os colegas,
as atividades envolviam todos os alunos, mesmo os que não estavam
participando, os esforços dos colegas eram sentido por todos, as relações
entre os colegas durante as atividades ultrapassavam as atividades e não
ocorreu ajuda entre os grupos
Grupo A e B: os alunos auxiliavam, torciam e incentivavam os colegas
durante as atividades propostas, existiram poucas reclamações ou vaias entre
eles durante os jogos cooperativos.
Em geral os grupos A e B se portaram de maneira muito parecida,
compreenderam muito bem a idéia de que se ajudando, em prol da equipe,
todos ganhariam.
A reciprocidade gera um momento próprio, que estimula e mobiliza as
pessoas a se engajarem e a perseverarem em padrões de interação mais
complexa.
De acordo com os resultados obtidos, Amaral (2004) ainda cita que ao
valorizar o esforço e participação do outro, os jogos cooperativos constitui-se
em um trabalho de crescimento mútuo, contribuindo através de valores
positivos com a sociedade para uma melhor qualidade de vida e a construção
de um mundo melhor.
CONTEXTO
O contexto é sub-dividido em quatro níveis de interação o
microssistema, mesossistema, exossistema e macrosistema- é necessário que
interação ocorra nos microssistemas
É essencial que a inserção Ecológica esteja nos microssistemas- onde
acontecem os processos proximais e que sua compreensão possa ser
relacionada com os demais sistemas, ampliando o campo de investigação.
Passando para a análise do contexto em estudam os alunos, partiu-se
em primeiro lugar para a compreensão do microssistema, que se configura na
quadra poliesportiva.
A análise do mesossistema, que inclui as inter-relações entre dois ou
mais ambientes onde se encontram os estudantes, trouxe dados sobre como
se dão as interações dos alunos, com as outras pessoas da vizinhança,
professores e famílias dos estudantes.
Pensando no exossistema, ou seja, aquele que não envolve a pessoa
em desenvolvimento como participante ativo ocorreu a reunião do professor de
educação física.
Na análise do macrossistema observou-se a compreensão da cultura na
qual está inserida a escola, os alunos apresentavam comportamento de
discriminação com os não habilidosos.
Os dados acima enfatizam que segundo Brotto (1999) estão
estruturados em visão, objetivo, regras e o contexto do jogo faz parte desta
estruturação, que ainda contém, participação, comunicação, estratégias
resultados, celebração e ludicidade.
TEMPO
Todos os níveis foram considerados, mas o nível micro e macrossistema
foram desenvolvidos com mais rigor de observação e análise.
Na primeira aula (12/04/2011): A atividade (Corrida sobre a corda e
chute a gol) foi proposta, os alunos pularam corda juntos, para depois finalizar
no gol, reclamaram um pouco quando um errava o salto, mas na terceira ou
quarta rodada de pular corda, e perceberam que precisavam trabalhar em
equipe, para que todos conseguissem passar pela corda e só desta forma
finalizar ao gol. Eles combinaram de contar alto até 3 e depois todos pulavam
ao mesmo tempo. Desta forma deu certo. Fizeram a atividade com
desenvoltura depois de 2 ou 3 tentativas frustradas por não trabalharem em
equipe.
Nesta atividade (Cometa Halley), os alunos, em principio, não
assimilaram bem a questão da cooperação, pois chutavam a bola muito pra
frente e não para o alto, como era o objetivo do jogo para que o outro colega
dominasse a bola com destreza. Mas com o passar da atividade, os alunos
entenderam precisam cooperar uns com os outros (a dupla) para que os dois
tivessem êxito na atividade.
Os alunos entenderam com facilidade o exercício (Trança), tocando a
bola para o colega B, e correndo por trás do colega B e recebendo a bola do
colega C, recebeu a bola do colega B. A cooperação dos alunos uns com os
outros na execução dos passes foi visível. Atividade obteve êxito.
Na segunda aula (14/04/2011): Quando propus a atividade (Futebol de
mãos dadas) alguns alunos ficaram receosos pois teriam que jogar futebol de
mãos dadas e não poderiam soltar. No começo, alguns soltavam as mãos dos
outros durante o jogo. Mas com o desenrolar da atividade entenderam que a
participação cooperativa iria ajudar a equipe a atingir o objetivo que era marcar
gol.
Gostaram muito da atividade proposta.
Nesta atividade (sombra), um aluno fazia uma técnica do futebol, e o
outro da dupla tinha que imitá-lo. Alguns alunos tinham dificuldade de fazer
determinada técnica, que o colega de dupla que tinham uma habilidade motora
mais aguçada conseguia. Em determinadas vezes da atividade um aluno
orientava o outro, no sentido de melhorar a técnica de execução do movimento.
No exercício (condução no quadrado), os alunos se dividiram em 4
equipes, cada equipe em um lado da quadra, o objetivo era que todos da
equipe chegassem no outro lado da quadra conduzindo a bola o mais rápido
possível. Alguns alunos que determinadas equipes chegavam com mais
vagareza no outro lado do quadrado da quadra, e por isso houveram algumas
reclamações, mas depois, com o auxilio do professor, e com dicas dadas aos
alunos, o exercício melhorou. Eles primeiro elaboravam estratégias para que
os colegas mais lentos chegassem antes e depois chegavam também.
De maneira gradativa os alunos foram se tornando mais unidos nas
atividades e no convívio entre eles mesmos e a relação professor aluno evoluiu
muito.
Em uma breve análise na ultima e quinta aula os alunos se portaram da
seguinte forma a ser analisada:
Na quinta aula (28/0/2011): Nesta atividade (Fut-Cooperativo), a turma
foi dividida em 2 equipes de 10 alunos cada, o objetivo seria o gol, mas todos
os dez alunos teriam que tocar na bola antes de ser feito o gol. Durante varias
vezes eles fizeram o gol sem os dez tocarem na bola, mas como ocorreram
uma sequencia muito grande de pênaltis, eles começaram a reparar melhor
para ver se todos tinham tocado na bola, até os com habilidades motoras
menos desenvolvidas, e jogo melhorou e todos participaram e ficaram felizes.
Os alunos que iam saindo do jogo (teoricamente)(se juntavam com os
que estavam no morto-vivo no futebol), eram bem aceitos, e grupo ficou feliz ao
perceber que todos estavam na atividade ao final dela.
Os alunos nunca tinham feito esta atividade (unidos), e gostaram quando
restou uma única equipe na quadra, pois perceberam que a equipe estava
unida.
Através da teoria de Bronfenbrenner (2002) e princípios de Barreto
(2000) os princípios fundamentais dos jogos cooperativos alicerçam os relatos
acima nos temas: Inclusão, experiência cooperativa, almeja trabalhar com as
pessoas no sentido de ampliar sempre a participação e a integração delas no
processo em curso.
Os elementos propostos por Brotto (2001), nas tabelas, puderam facilitar
a análise das observações das atividades cooperativas durante todo o
processo.
Considerações Finais
A motivação deste trabalho se deu em virtude da necessidade de
colaborar para que pais e profissionais consigam alcançar seus objetivos
dentro daquilo que se proponham quando no contato com crianças e
adolescentes. Outra motivação, não menos importante, foi perceber que os
jogos cooperativos, quando bem instruídos, são agentes importantíssimos para
as crianças e adolescentes, pois implicam diretamente para que suas
capacidades de raciocínio e criatividade façam a diferença na vida pessoal e
profissional no futuro.
O objetivo desta pesquisa foi atingido em todas as etapas propostas e
os resultados demonstraram um cenário favorável a utilização dos jogos
cooperativos como estratégia de ensino do futebol. Fato este que abre
possibilidades de intervenção pedagógica que não somente as tradicionais e
tecnicistas.
Pesquisar sobre a criança e seu desenvolvimento, em suas fases,
demonstrou a necessidade entender e respeitar o processo natural de
maturação de cada criança e do adolescente, tomando como verdade, além de
sua altura, peso, distúrbios funcionais, diferenças sociais, de força, habilidade,
o seu pensar, criar, fantasiar, construir através de convivências e experiências.
Os jogos cooperativos simbolizam o crescimento, desenvolvimento, a
aprendizagem das crianças.
Dentro do texto de Freire (1981), pude descobrir novas atividades
cooperativas que me auxiliaram ainda mais no processo de construção desta
pesquisa.
No Futebol, as crianças e adolescentes perceberam que unidos, eles
também, podem conseguir mais para a equipe, e isto se reflete no
comportamento destas crianças nos seus dia-a-dia.
Dentro dos jogos cooperativos, observou-se que são instrumentos
importantes no desenvolvimento motor e afetivo dos alunos, harmonizando
situações de conflitos e dando a capacidade para que eles mesmos resolvam
seus problemas, principalmente no Futebol. A criança e o adolescente que
cooperam tem uma vida social e afetiva mais completa e é aceita com mais
facilidade.
Para Schmidt (1970) são nas atuações de jogo que podemos nos
transformar nas pessoas que desejamos e precisamos ser.
As pesquisas e conversas realizadas sobre o tema ratificaram a
enorme necessidade de se investir em profissionais e espaços capazes de
preencher as necessidades das crianças, principalmente porque existe uma
concorrência que não mede esforços para prender a atenção dos alunos: a
televisão. Esse meio de entretenimento transfere valores altamente nocivos,
através de desenhos, propagandas e todo tipo de programa que visa não só
reter a criança diante, mas criar um público presente e futuro.
Os valores daí recebidos se contrapõem com aqueles oferecidos na
escola, o que muitas vezes inviabiliza um projeto escolar ou, na melhor das
hipóteses, torna o trabalho demasiadamente custoso, desestimulando os
profissionais. Os heróis e ídolos que aguardam a criança e os adolescentes em
casa se constituem num grande rival para as brincadeiras e jogos oferecidos
pela escola, principalmente porque recebem um grande reforço dos pais, que
pelos mais diversos motivos acham mais cômodo oferecer esse tipo de lazer e
atividades para seus filhos.
O desafio existe e é grande, pois o futuro se constrói a partir de
presente.
Sugiro que sejam realizadas outras pesquisas com os jogos
cooperativos em diferentes esportes e faixas etárias.
REFÊRENCIAS
AMARAL, Jader D. Jogos Cooperativos. 3. Ed. São Paulo: Phorte, 2004.
BARRETO, André Valente Barros. Jogos Cooperativos: Metodologia do
Trabalho popular. Artigo Internet. 2000. Extraído da internet. Editora Leitura,
Rio de Janeiro.
BROFENBRENNER, Urie.A Ecologia do Desenvolvimento Humano:
Experimentos Naturais e Planejados. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002.
BROTTO, Fábio Otuzzi, Jogos cooperativos: O jogo e o esporte como um
exercício de convivência. Santos: Projeto Cooperação, 2001..
FREIRE, João Batista. Pedagogia do Futebol. São Paulo: Editora Autores
Associados,2ª edição 1991. p.15..
ORLICK, Terry. Vencendo a competição. São Paulo: Círculo do livro, 1989.
SCHMIDT, Maria Junqueira. Educar pela Educação. 2. Ed. Rio de Janeiro:
Vecchi, 1970.
ANEXOS
ANEXO 1
Tabela 1 – Jogos Cooperativos e Competitivos - Brotto (1997)
JOGOS COMPETITIVOS JOGOS COOPERATIVOS
São divertidos apenas para alguns São divertidos para todos
Alguns jogadores tem o sentimento de
derrota
Todos os jogadores tem sentimento de
vitória
Alguns jogadores são excluídos por sua
falta de habilidade
Todos se envolvem independente de sua
habilidade
Aprende-se a ser desconfiado, egoístas ou
se sentirem melindrados com os outros
Aprende-se a compartilhar e confiar
Divisão por categorias: meninos X
meninas, criando barreira entre as
pessoas e justificando as diferenças como
uma forma de exclusão
Há mistura de grupo que brincam juntos
criando alto nível de aceitação mútua
Os perdedores ficam de fora do jogo e
simplesmente se tornam observadores
Os jogadores estão envolvidos nos jogos
por um período maior, tendo mais tempo
para desenvolver suas capacidades
Os jogadores não se solidarizam e ficam
felizes quando alguma coisa de ruim
acontece aos outros
Aprende-se o solidarizar com os
sentimentos dos outros e desejam
também o seu sucesso
Os jogadores são desunidos Os jogadores aprendem a ter um senso de
unidade
Os jogadores perdem a confiança em si
mesmo quando eles são rejeitados ou
quando perdem
Desenvolvem a auto confiança porque
todos são bem aceitos
Pouca tolerância a derrota desenvolve em
alguns jogadores um sentimento de
desistência face as dificuldades
A habilidade de preservar face as
dificuldades é fortalecida
Poucos se tornam bem sucedidos Todos encontram um caminho para
crescer e desenvolver
.
Tabela 2 - Situação Cooperativa e Situação Competitiva (Modificado por
Brotto 1997)
SITUAÇÃO COOPERATIVA SITUAÇÃO COMPETITIVA
Percebem que o atingimento de seus
objetivos, é em parte, conseqüência da
ação dos outros membros
Percebem que o atingimento de seus
objetivos é incompatível com a obtenção
dos objetivos dos demais
São mais sensíveis às solicitações dos
outros
São menos sensíveis às solicitações dos
outros
Ajudam-se mutuamente com freqüência Ajudam-se mutuamente com menor
freqüência
Há maior homogeneidade na quantidade
de contribuições e participações
Há menor homogeneidade na quantidade
de contribuições e participações
A produtividade em termos qualitativos é
maior
A produtividade em termos qualitativos é
menor
A especialização de atividades é maior A especialização de atividades é menor
Tabela 3 –Tabela Seqüencial de Cooperação e Competição- Brotto (1997)
COMPORTAMENTO ORIENTAÇÃO MOTIVAÇÃO PRINCIPAL
Rivalidade
competitiva
Anti- humanista Dominar o outro. Impedir que os outros
alcancem seu objetivo. Satisfação em
humilhar o outro e assegurar que não
atinja seus objetivos
Disputa competitiva Dirigida para um
objetivo ( contra
os outros)
A competição contra os outros é um
meio de atingir um objetivo
mutuamente desejável, como ser o
mais veloz ou melhor. O objetivo é de
importância primordial, e o bem estar
dos outros competidores é secundário.
A competição é, às vezes, orientada
para a desvalorização dos outros.
Individualismo Em direção ao
ego
Perseguir um objetivo individual. Ter
êxito. Dar o melhor de si. O foco está
em realizações e desenvolvimentos
pessoais ou aperfeiçoamento pessoal,
sem referencia competitiva ou
cooperativa a outros
Competição
cooperativa
Em direção ao
objetivo levando
em conta os
outros
O meio para se atingir um objetivo
pessoal, que não seja mutuamente
exclusivo, nem uma tentativa de
desvalorizar ou destruir os outros. O
bem estar dos competidores é sempre
mais importante do que o objetivo
extrínseco pelo qual se compete
Cooperação não
competitiva
Em direção ao
objetivo levando
em conta os
outros
Alcançar um objetivo que necessita de
trabalho conjunto e partilha. A
cooperação com os outros é um meio
para se alcançar um objetivo
mutuamente desejado, e que também é
compartilhado.
Auxílio cooperativo Humanista
altruísta
Ajudar os outros a atingir seus
objetivos. A cooperação e a ajuda são
um fim em si mesmas, em vez de um
meio para se atingir um fim. Satisfação
em ajudar outras pessoas a alcançar
seus objetivos
ANEXO 2 JOGOS COOPERATIVOS E JOGOS PRÉ-DESPORTIVOS NO FUTEBOL
JOGO 1 - CORRIDA SOB A CORDA E CHUTE (FINALIZAÇÃO DO
FUTEBOL).
a) Dois alunos “batem” corda (uma corda de mais ou menos 6 metros de
comprimento). Um terceiro vem correndo com a bola controlada, passa
sobre a corda em movimento e finaliza para a meta colocada a 10, 15 ou
mais metros do ponto do chute.
b) Esta atividade pode ser feita por vários alunos ao mesmo tempo, desde
que se utilizem diversas cordas. Em cada corda podem fazer a
brincadeira de 5 a 8 alunos.
c) Uma variação dessa atividade: o aluno que vai finalizar antes de chegar
a corda em movimento, passa a bola a um pivô a frente da corda, corre
sobre ela, recebe o passe de volta e finaliza.
JOGO 2 - COMETA HALLEY (FINALIZAÇÃO DO FUTEBOL).
O nome Halley para a atividade, surgiu porque , enquanto um aluno
chuta uma bola o mais alto possível, um outro esperava sua queda, tentando
controlá-la e chutá-la ao gol o mais rápido possível. A bola muito alta é
chamada de Halley.
JOGO 3 – TRANÇA (PASSE DO FUTEBOL).
Os alunos formam-se três a três. Podemos imaginar realmente uma
trança sendo feita em cabelos longos. O aluno do centro do trio (A) passa bola
para o aluno a sua direita (B) e fica no seu lugar. O aluno B passa bola para a
aluno a esquerda (C) e vai para seu lugar. O aluno C passa a bola para o aluno
A , e assim sucessivamente, em deslocamentos até o fundo do campo. Quem
passa a bola corre por trás de quem a recebe, para não atrapalhá-lo .
Sugestões de variações:
a) Trança dois a dois: somente dois alunos, A e B. A passa para B
e fica no seu lugar; B se desloca com a bola até o lado onde
estava A originalmente. Repetem o mesmo procedimento
durante todo o espaço do campo. Quem passa se desloca para
o lugar do outro, sempre por trás.
JOGO 4 - FUTEBOL DE MÃOS DADAS. (DESLOCAMENTO, PASSE,
FINALIZAÇÃO DO FUTEBOL)
Os alunos formarão duplas. Estas duplas dão as mãos, e não podem
soltar. O jogo acontece com várias duplas no jogo, com o objetivo de fazer
gols, e passar a bola para outras pessoas (duplas) de sua equipe para fazer o
maior numero gols e passes. Se um dos alunos soltar a Mao do outro, será
pênalti para outra equipe. Quem tiver o maior numero de gols e passes na
partida vence.
JOGO 5 – SOMBRA – (CONTROLE, CONDUÇÃO DE BOLA E DRIBLE NO
FUTEBOL)
Em duplas, um aluno de cada vez é o modelo, enquanto um outro é a
sua sombra, cada um deles com uma bola no pé. Tudo o que o modelo fizer,
sua sombra tem que fazer também. A sombra pode estar na frente ou atrás do
modelo.
JOGO 6 – CONDUÇÃO NO QUADRADO (CONDUÇÃO DE BOLA NO
FUTEBOL).
Traça-se, com cordas ou giz, no chão, um quadrado, de mais ou menos
8 metros de lado. Colocam-se em cada vértice do quadrado, dois ou três
jogadores. A atividade consiste em tentar manter as distancias, ou seja,
quando um grupo estiver chegando a um vértice do quadrado, o outro tem que
estar chegando ao outro, e assim por diante. Com isso, os alunos precisam
conduzir a bola, enxergando ao mesmo a bola e todo o campo de jogo. É mais
ou menos o que ocorre também na brincadeira do zerinho, por exemplo,
quando o aluno tem que enxergar a bola e a corda ao mesmo tempo.
JOGO 7 – TORRE (DESARME NO FUTEBOL)
Coloca-se um cone ou outro objeto qualquer como referencia. Dois
alunos ficam defendendo a torre, de costas para ela. Os demais alunos lançam
a bola com os pés, tentando derrubar a torre. Os dois alunos defensores só
podem defender com os pés.
JOGO 8 - MINI-FUTEBOL COOPERATIVO. (FINALIZAÇÃO NO FUTEBOL)
Demarcar um quadrado de cerca de 7x7m onde as mini-traves ou dois
cones serão distribuídas. As min-traves corresponderão a pontos de acordo
com o grau de dificuldade do gol (por exemplo gol mais difíceis de se acertar
valem 5 pontos, 3 para as intermediárias e 1 pontos para os gols fáceis).
Na parte interna das linhas não é permitido entrar para fazer gols nem para
recolher as bolas.
Os participantes, dividem-se em chutadores, de um lado, e recolhedores de
bolas, do outro. Iniciado o jogo, os chutadores chutam as bolas em direção as
mini-traves, enquanto os recolhedores apanham as bolas que não entraram
nas mini-traves e as devolvem aos chutadores. Recolhedores não podem fazer
gols. Ao final do tempo de jogo são contados os pontos marcados pelo grupo.
O tempo de jogo é de 1 minuto, podendo ser jogado em 2 tempos, ou quantos
mais interessar ao professor e aos jogadores. No intervalo dos tempos pode
haver troca de funções entre chutadores e recolhedores de bola.
JOGO 9 – CORRIDA DA TARTARUGA (FINALIZAÇÃO, AGILIDADE E
COORDENAÇÃO MOTORA NO FUTEBOL).
Os alunos ficam sob a "casca da tartaruga" e tentam fazer a tartaruga se
mover em uma direção reta até a trave do gol. A Tartaruga pode ser um tapete,
um cobertor ou vários jornais. As crianças têm que se deslocar em do casco da
tartaruga com 10 bolas dentro do casco com elas e não podem derrubar
nenhuma e chegando ao outro lado da quadra finalizam no gol, mas só quando
estiver com pelo menos uma parte do casco da tartaruga dentro da área do
futebol. Ao final contasse o numero de gols feitos.
a) Variação: Elas podem carregar as bolas em cima do casco, e este
casco em cima da cabeça delas. Ou seja o tapete,e da mesma forma
chegando no final e finalizando de cabeça sem deixar a bola cair no
chão.
JOGO 10 – ABRE AS PERNAS (FINALIZAÇÃO NO FUTEBOL)
Os alunos formam uma coluna, uns bem próximos dos outros. A bola
começa com quem esta no final da fila, este chuta a bola por debaixo das
pernas dos colegas e bola precisa chegar no primeiro aluno da coluna, mas
para isso os alunos da coluna podem ajudar este movimentando os pés, mas
sem tira-los do chão. A bola chegando no primeiro aluno da fila, o aluno que
chutou a bola vai frente da coluna. O primeiro da fila joga com as mãos a bola
para trás até chegar no penúltimo da fila, agora ultimo, e este dá sequência a
atividade, até que se chegue no final da quadra.
JOGO 11 – CAMPO MINADO (PASSE NO FUTEBOL)
Os alunos ficam num circulo grande, e começam a passar a bola em
sentido horário. Ao sinal do professor, que não esta olhando os passes dos
alunos, quem estiver com a bola, deita no chão e todos tem pegá-lo no chão e
carregá-lo até o gol. Assim fazendo um gol humano. Lembrando que este aluno
que explodiu no campo minado não pode deixar a bola cair no chão no trajeto
até gol. Desta maneira todos devem se ajudar.
JOGO 12 – JOGO DO FUTEBOL LARANJADO (DESLOCAMENTO E
CONTROLE DE BOLA NO FUTEBOL).
Os alunos se dividem em duplas, e com uma bola na cabeça dos dois,
os alunos devem se deslocar até o outro lado da quadra com uma bola nos pés
também. Não pode deixar cair a bola da cabeça e também não pode perder o
controle com a bola no chão.
JOGO 13 – JOGO FUT-COOPERATIVO. (DESLOCAMENTO E
MOVIMENTAÇÃO NO FUTEBOL).
Os alunos se dividem em duas equipes de 10 pessoas cada. O objetivo
do jogo é marcar o gol, mas para isso todas as dez pessoas da equipe devem
tocar na bola antes de fazer-se o gol. Se alguma das 10 pessoas da equipe
não tocar na bola e for gol, será invalidado o gol e será marcado pênalti para a
equipe adversária.
JOGO 14- MORTO-VIVO NO FUTEBOL (CONTROLE DE BOLA E
CONCENTRAÇÃO NO FUTEBOL).
Os alunos se posicionam um do lado do outro, com uma bola cada. Ao
sinal do professor, morto (deixa a bola parada ao lado do corpo), e Vivo (
coloca-se um pé sobre a bola). Quando um aluno errar a posição correta a ser
feita, este poderá se juntar a outro aluno com bola ainda, (este que errou a
posição perde a bola, mas continua no jogo) e ajudá-lo colocando também seu
pé sobre a bola, e este só erraram a posição quando os dois errarem, e assim
por diante, se for três só quando os três errarem. Até sobrar o grupo todo com
uma bola.
JOGO 15 – UNIDOS (DESLOCAMENTO EM VELOCIDADE NO FUTEBOL).
Os alunos ficam unidos, enganchados pelos braços, e formam duas
equipes. Os alunos não podem soltar os braços, e quando fazem o gol, outra
dupla de sua equipe se junta a este formando quarteto enganchado, e assim
por diante, até formarem –se todas as duplas da equipe e ficarem
enganchadas, depois de todos estarem enganchados da equipe a equipe
começa a pegar duplas da outra equipe. O jogo termina quando restar somente
uma equipe no campo toda enganchada.
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RELATÓRIO DIÁRIO DAS ATIVIDADES JOGO 1 – CORRIDA SOBRE A CORDA E CHUTE (FINALIZAÇÃO DO FUTEBOL) DESCRIÇÃO: A atividade foi proposta, os alunos pularam corda juntos, para depois finalizar no gol, reclamaram um pouco quando um errava o salto, mas na terceira ou quarta rodada de pular corda, e perceberam que precisavam trabalhar em equipe, para que todos conseguissem passar pela corda e só
desta forma finalizar ao gol. Eles combinaram de contar alto até 3 e depois todos pulavam ao mesmo tempo. Desta forma deu certo. Fizeram a atividade com desenvoltura depois de 2 ou 3 tentativas frustradas por não trabalharem em equipe. A atividade foi muito bem aceita pelos alunos. JOGO 2 – COMETA HALLEY – (FINALIZAÇÃO DO FUTEBOL) DESCRIÇÃO: Nesta atividade, os alunos, em principio, não assimilaram bem a questão da cooperação, pois chutavam a bola muito pra frente e não para o alto, como era o objetivo do jogo para que o outro colega dominasse a bola com destreza. Mas com o passar da atividade, os alunos entenderam precisam cooperar uns com os outros (a dupla) para que os dois tivessem êxito na atividade. JOGO 3 – TRANÇA – (PASSE NO FUTEBOL) DESCRIÇÃO: Os alunos entenderam com facilidade o exercício, tocando a bola para o colega B, e correndo por trás do colega B e recebendo a bola do colega C, recebeu a bola do colega B. A cooperação dos alunos uns com os outros na execução dos passes foi visível. Atividade obteve êxito.
Turma: 18h30 – 19h30 (12 a 15 anos) - Aula 2 – 14/04/2011 JOGO 4- FUTEBOL DE MÃOS DADAS – (DESLOCAMENTO, PASSE E FINALIZAÇÃO NO FUTEBOL) DESCRIÇÃO: Quando propus a atividade alguns alunos ficaram receosos pois teriam que jogar futebol de mãos dadas e não poderiam soltar. No começo, alguns soltavam as mãos dos outros durante o jogo. Mas com o desenrolar da atividade entenderam que a participação cooperativa iria ajudar a equipe a atingir o objetivo que era marcar gol. Gostaram muito da atividade proposta. JOGO 5 – SOMBRA – (CONTROLE , CONDUÇAO DE BOLA E DRIBLE NO FUTEBOL) DESCRIÇÃO: Nesta atividade, um aluno fazia uma técnica do futebol, e o outro da dupla tinha que imitá-lo. Alguns alunos tinham dificuldade de fazer determinada técnica, que o colega de dupla que tinham uma habilidade motora mais aguçada conseguia. Em determinadas vezes da atividade um aluno orientava o outro, no sentido de melhorar a técnica de execução do movimento. JOGO 6 – CONDUÇÃO NO QUADRADO – (CONDUÇAÕ DE BOLA NO FUTEBOL). DESCRIÇÃO: No exercício, os alunos se dividiram em 4 equipes, cada equipe em um lado da quadra, o objetivo era que todos da equipe chegassem no outro lado da quadra conduzindo a bola o mais rápido possível. Alguns alunos que
determinadas equipes chegavam com mais vagareza no outro lado do quadrado da quadra, e por isso houveram algumas reclamações, mas depois, com o auxilio do professor, e com dicas dadas aos alunos, o exercício melhorou. Eles primeiro elaboravam estratégias para que os colegas mais lentos chegassem antes e depois chegavam também.
Turma: 18h30 – 19h30 (12 a 15 anos) - Aula 3 – 19/04/2011 JOGO 7 – TORRE – (DESARME NO FUTEBOL) DESCRIÇÃO: Dois alunos tinham que defender o cone, enquanto outros três ficavam chutando a bola, para tentar derrubar o cone. Alguns alunos se machucaram com boladas fortes tentando defender o cone, mas a dupla que sempre defendia o cone da vez, demonstrava muito cooperação e vontade na atividade. JOGO 8 – MINI-FUTEBOL COOPERATIVO – (FINALIZAÇÃO NO FUTEBOL) DESCRIÇÃO: No começo da atividade, muitos ficaram perdidos a respeito do que tinha que ser feito na atividade (objetivo), mas depois os alunos entenderam que um aluno da dupla chutava a bola em diversas distancias nos gols e o outro colaborava e buscava as bolas que iam longe do campo. E depois os papeis se invertiam. Atividade bem aceita. JOGO 9 – CORRIDA DA TARTARUGA – (FINALIZAÇÃO, AGILIDADE E COORDENAÇÃO MOTORA NO FUTEBOL). DESCRIÇÃO: Os alunos colocados em um cobertor (disponibilizado pelo professor), tentavam se deslocar até o outro lado da quadra, sem colocar o pé no chão e não podiam deixar as 10 bolas colocadas em cima do cobertor cair, e não podiam segura-las com as mãos também. Eles tiveram dificuldade para chegar ao outro lado, mas se arrastando no chão, com muita dificuldade, ajudando uns aos outros, chegaram do outro lado da quadra, deixando apenas 2 bolas cair ao chão. Turma: 18h30 – 19h30 (12 a 15 anos) - Aula 4 – 26/04/2011 JOGO 10 – ABRE AS PERNAS - (FINALIZAÇÃO NO FUTEBOL) DESCRIÇÃO: Os alunos formaram uma coluna, uns atrás dos outros, e o ultimo chutava a bola para o primeiro, por debaixo das pernas de todos, estes podiam ajudar a bola a chegar no primeiro aluno da coluna, mas não podiam tirar os pés do chão. Na atividade alguns alunos tiravam o pé do chão as vezes, para que a bola chegasse logo a frente no 1º aluno, mas o que importou foi o senso de cooperação que eles tiveram durante a atividade.
JOGO 11- CAMPO MINADO - (PASSE NO FUTEBOL) DESCRIÇÃO: Os alunos demoraram um pouco para entender o objetivo da atividade, mas depois em um círculo eles trocavam passes, e ao sinal do professor todos carregavam rapidamente o colega com que a bola tinha ficado e levavam rapidamente ate o gol. Alguns alunos mais pesados, eles tiveram um pouco mais de dificuldades de levar, mas atingiram o objetivo da atividade que era que ajudar uns aos outros. Alguns alunos deixaram a bola cair ao chão. JOGO 12 – JOGO DO FUTEBOL LARANJADO – (DESLOCAMENTO E MOVIMENTAÇÃO NO FUTEBOL) DESCRIÇÃO: Nesta atividade, os alunos se preocupavam mais em equilibrar a bola na testa com o colega e esqueciam de conduzir a bola até o outro lado da quadra. Alguns conseguiram realizar a atividade em sincronia e cooperação mutua.
Turma: 18h30 – 19h30 (12 a 15 anos) - Aula 5 – 28/04/2011 JOGO 13- JOGO FUT-COOPERATIVO – (DESLOCAMENTO E MOVIMENTAÇÃO NO FUTEBOL) DESCRIÇÃO: Nesta atividade, a turma foi dividida em 2 equipes de 10 alunos cada, o objetivo seria o gol, mas todos os dez alunos teriam que tocar na bola antes de ser feito o gol. Durante varias vezes eles fizeram o gol sem os dez tocarem na bola, mas como ocorreram uma sequencia muito grande de pênaltis, eles começaram a reparar melhor para ver se todos tinham tocado na bola, até os com habilidades motoras menos desenvolvidas, e jogo melhorou e todos participaram e ficaram felizes. JOGO 14- MORTO VIVO NO FUTEBOL – (CONTROLE DE BOLA E CONCENTRAÇÃO NO FUTEBOL) DESCRIÇÃO: Os alunos que iam saindo do jogo(teoricamente)(se juntavam com os que estavam no morto-vivo no futebol), eram bem aceitos, e grupo ficou feliz ao perceber que todos estavam na atividade ao final dela. JOGO 15 – UNIDOS – (DESLOCAMENTO EM VELOCIDADE NO FUTEBOL) DESCRIÇÃO: Os alunos nunca tinham feito esta atividade, e gostaram quando restou uma única equipe na quadra, pois perceberam que a equipe estava unida Materiais utilizados
Campo de Futebol.
15 bolas.
10 cones.
10 cordas.
3 Giz de quadro negro.
4 mini-traves.
1 tapete.
1 cobertor.
10 bolinhas de Tênis.
CONTROLE DE VARIÁVEIS
Alunos de Escola Privada.
Idade (7º ano / Sexo Masculino).
O esporte Futebol.
Tempo de aula (50 minutos).
LIMITAÇÃO DO ESTUDO
Tempo disponível para realizar a pesquisa.