Valor ajuda de colaboradores - Grupo Wilson Sons · planeja suas operações avaliando as...

20
Uma publicação do Grupo Wilson Sons Outubro 2015 | ano 12 | nº 60 Ética Valor ajuda a nortear comportamento de colaboradores

Transcript of Valor ajuda de colaboradores - Grupo Wilson Sons · planeja suas operações avaliando as...

Page 1: Valor ajuda de colaboradores - Grupo Wilson Sons · planeja suas operações avaliando as particularidades de cada região. Memória Em 2015, o mundo comemora os ... da Escola de

Uma publicação do Grupo Wilson Sons Outubro 2015 | ano 12 | nº 60

ÉticaValor ajuda

a nortear comportamento

de colaboradores

Page 2: Valor ajuda de colaboradores - Grupo Wilson Sons · planeja suas operações avaliando as particularidades de cada região. Memória Em 2015, o mundo comemora os ... da Escola de

2 Outubro 2015 NEW,S

Giro pela WSEditorial

No caminho certoAgimos de forma ética. Essa afirmação não é apenas um discurso. Fizemos questão de gravar essa frase dentro dos nossos valores. E não para por aí. Se observar nossos va-lores, abaixo, todos eles dialogam diretamente com o te-ma da ética.

Ferramentas são fundamentais para deixar claro para os colaboradores a maneira como a empresa espera que eles se comportem. Recentemente, demos mais um passo im-portante nessa direção, com o lançamento do nosso Guia Corporativo Anticorrupção. Somado ao Código de Con-duta Ética, o documento ajuda a resguardar os profissio-nais e a companhia quanto a possíveis desvios.

Por ser um assunto tão importante para os nossos ne-gócios, dedicamos uma matéria especial nesta NEW,S à ética. Conversamos com especialistas que garantem que as empresas brasileiras têm ampliado a atenção no tema. A matéria mostra a importância de deixar claro dentro das corporações o que é certo e o que é errado. Isso sem-

pre foi uma preocupação para a Wilson Sons. E parece que estamos seguindo no caminho certo.

Esta edição traz ainda uma entrevista com Gustavo Costa, gerente da Aliança Navegação, que comenta o ce-nário para a cabotagem no Brasil. A NEW,S conta tam-bém com uma matéria sobre a segunda vez que a compa-nhia publica um inventário de emissões de gases de efeito estufa. E, na seção Memória, abordamos os 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, que teve grande impac-to sobre nossos negócios na época e sobre as famílias de alguns de nossos colaboradores.

Boa leitura!

Cezar BaiãoCEO do Grupo Wilson Sons

Valores da Wilson Sons

n Colocamos nossos colaboradores em primeiro lugar.

n Temos relações duradouras e significativas com nossos clientes.

n Temos sentimento de dono. Assumimos pessoalmente os resultados.

n Agimos de forma ética.

n Zelamos pela segurança das pessoas, pelo meio ambiente e pelas comunidades em que estamos presentes.

Page 3: Valor ajuda de colaboradores - Grupo Wilson Sons · planeja suas operações avaliando as particularidades de cada região. Memória Em 2015, o mundo comemora os ... da Escola de

NEW,S Outubro 2015 3

Expediente

NEW,S é uma publicação trimestral do Grupo Wilson Sons, produzida e editada pela Textual Corporativa. Jornalista responsável | Ludmilla Totinick

Edição | Daniel Cúrio

Redação | Daniel Cúrio e Andréia Gomes Durão

Revisão | Liciane Corrêa

Diagramação | Traço Design

Fotos | Arquivo Wilson Sons, divulgação Aliança Navegação (pág. 8), divulgação Giovanni Falcetta (pág. 12), divulgação Cid Alledi Filho (pág. 13), acervo família Dumphreys (págs. 18 e 19) e acervo família Crossley (pág. 19)

E-mail | [email protected]

GRupO WilSON SONS – CEOCezar Baião CFO e Relações com investidores Felipe Gutterres Vice-presidente de Rebocadores, Offshore Agenciamento e EstaleirosArnaldo Calbucci Vice-presidente de Terminais e logísticaSérgio FischerCoordenação editorialComunicação & Sustentabilidade

Os artigos assinados e as opiniões são de total responsabilidade de seus autores.Nenhum material desta publicação pode ser reproduzido sem prévia autorização.

Rua da Quitanda, 86 - 5º andar Centro | Rio de Janeiro | RJ Cep: 20091-005T 55 21 3504-4222 www.wilsonsons.com.br

empresa associada

Sumário

EspecialConjunto de princípios e valores que ajuda a nortear a nossa conduta, a ética é instrumento fundamental para garantir a sustentabilidade das empresas.

FrotaCom 74 embarcações de apoio portuário realizando manobras de norte a sul do país, a Wilson Sons Rebocadores planeja suas operações avaliando as particularidades de cada região.

MemóriaEm 2015, o mundo comemora os 70 anos do fim da Segunda Guerra, o maior conflito armado da história. A guerra teve grande impacto nos negócios da Wilson Sons – na época, a maior trade company do país –, que chegou a emitir moeda própria para garantir o pagamento de seus funcionários.

10

14

16

TAmBém NESTA EDiçãO

SustentabilidadeEmpresas mapeiam emissão de gases, visando reduzir o impacto sobre o meio ambiente.

Giro pela WSCOR chega ao Pará | Agente marítimo recebe prêmio | Tecon Salvador promove cabotagem

EntrevistaSegundo o gerente de Cabotagem da Aliança Navegação, Gustavo Costa, terminais como o Tecon Rio Grande e o Tecon Salvador são grandes parceiros no desenvolvimento do modal.

468

Page 4: Valor ajuda de colaboradores - Grupo Wilson Sons · planeja suas operações avaliando as particularidades de cada região. Memória Em 2015, o mundo comemora os ... da Escola de

4 Outubro 2015 NEW,S

Sustentabilidade

O primeiro passo para uma atuação mais efetiva na busca pela redução nas emissões de gases de efeito estufa (GEE): essa é a intenção do GHG Protocol, programa internacional que estimula o desenvolvimento e a publicação de inventários corporati-vos de emissões e tem o objetivo de retardar ou eliminar as mudanças climáticas. Coordenador da versão brasileira do programa, George Ma-galhães explica que a iniciativa sur-giu da necessidade de atender à cres-cente exigência de investidores e das comunidades por transparência nas empresas. “Se não há um inventário, não é possível conhecer o perfil das emissões, e só com isso a empresa poderá buscar reduzir o impacto que causa. Esse diagnóstico é fundamen-tal”, conta.

O coordenador explica que a ver-são brasileira começou em 2008, mas que o GHG Protocol já existe inter-nacionalmente desde 1998. Aqui, surgiu da parceria entre o Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVces) da Escola de Administração de Em-presas da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP), o World Resources Institute (WRI) e o Conselho Em-presarial Brasileiro para o Desenvol-

vimento Sustentável (CEBDS), com o apoio do Ministério de Minas e Energia (MMA) e recursos da Em-baixada Britânica.

“A FGV já atuava, desde 2003, vol-tada para essa área, sempre na fronteira do conhecimento relacionado à sus-tentabilidade. Buscamos trazer para o Brasil o que há de mais moderno no assunto”, explica Magalhães.

Segundo ele, o crescimento do nú-mero de membros do programa bra-sileiro ocorreu naturalmente. “No início, 27 empresas toparam partici-par. Elas foram fundamentais para a adaptação do método do GHG Pro-tocol à realidade brasileira. Neste ano, chegamos a 133 membros.”

O objetivo principal do GHG Protocol é criar uma cultura no setor privado de realizar inventários, faci-litando assim que investidores e a co-munidade tomem qualquer tipo de decisão. “Há um movimento natural em que as grandes companhias aderem ao programa e tentam espalhar a práti-ca em sua cadeia de valor. Com isso, não só empresas de menor porte bus-cam o programa, mas também o go-verno e o terceiro setor.”

As ações de redução de emissões, destaca George Magalhães, aumen-tam a eficiência da empresa. Com is-so, a companhia consome menos re-

Diagnóstico para mudançasinventários de emissão de gases de efeito estufa vêm se popularizando entre grandes empresas brasileiras

Page 5: Valor ajuda de colaboradores - Grupo Wilson Sons · planeja suas operações avaliando as particularidades de cada região. Memória Em 2015, o mundo comemora os ... da Escola de

NEW,S Outubro 2015 5

cursos, reduzindo também os custos de produção e operação. “Ou seja, a iniciativa gera também benefício fi-nanceiro para a empresa.”

NOVO iNVENTÁRiOO Grupo Wilson Sons é um dos membros do programa brasileiro do GHG Protocol e publicou em 2015 seu segundo inventário de emissões de gases de efeito estufa, referente ao ano anterior. A empresa está entre as primeiras do setor naval e portuário no Brasil a adotar a metodologia e a realizar seu próprio inventário.

Ao longo de 2014, foram emiti-das, por todos os negócios da com-panhia, cerca de 66 mil toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e), unidade padrão das emis-sões de GEE. A natureza das opera-ções nas unidades de Rebocadores e Terminais exigem equipamentos de intenso consumo de eletricidade e combustível fóssil e respondem pela maior parte das emissões registradas nos inventários publicados pelo Gru-po. Por sua vez, o negócio que regis-trou a menor emissão foi o Agencia-mento Marítimo.

“O inventário que publicamos este ano traz uma novidade, que é o selo Prata, e está mais completo do que no ano anterior. Nesse documento, ma-peamos todas as emissões diretas e indiretas referentes ao consumo de

energia elétrica adquirida do Sistema Interligado Nacional”, ressalta o ge-rente corporativo de Saúde, Meio Ambiente e Segurança (SMS), João David Santos. Além das empresas que compõem o Grupo Wilson Sons, constam do inventário também aque-las em que a companhia possui parti-cipação societária, como a Allink e os consórcios da Baía de São Marcos e de Barra dos Coqueiros.

Com o diagnóstico feito, a Wilson Sons parte agora para as mudanças. “Após dois anos desen-volvendo os inventários, pretende-mos, a partir do próximo ano, iniciar as ações de redução de emissões de GEE”, diz o gerente.

EVOluçãO CONTÍNuASegundo Denise Hills, superintenden-te de Sustentabilidade do Itaú Uniban-co, o inventário de GEE foi o primei-ro passo para uma gestão do carbono efetiva dentro do Itaú, uma das pri-meiras empresas a abraçar o programa brasileiro do GHG Protocol.

“É um item fundamental da nossa performance sustentável. Como um dos membros fundadores do progra-ma brasileiro e signatário do Carbon Disclosure Project (CDP), nos com-prometemos em não somente reali-zar anualmente nosso inventário de GEE, como também verificá-lo por terceira parte independente e publi-cá-lo”, conta ela.

Denise explica que o principal de-safio do trabalho, ainda em 2008, foi definir o escopo do inventário e or-ganizar a coleta de dados, devido ao tamanho e à abrangência do Itaú. Hoje, de acordo com ela, com a ma-turidade do processo, o maior desafio da instituição está ligado à centraliza-ção e sistematização dessa coleta, para que se torne cada vez mais eficiente.

“A elaboração do inventário de emissões de gases de efeito estufa do Itaú Unibanco teve uma grande evo-

lução desde o ano de 2008. Elabora-mos um procedimento de coleta de informações, treinamos nossos cola-boradores e ampliamos o escopo dos inventários através da inserção de novas fontes de emissões, no Brasil e na América Latina”, diz a superin-tendente. “Essas melhorias resulta-ram em menor incerteza dos dados, maior engajamento interno e conhe-cimento técnico do público envolvi-do, fazendo com que o processo se torne cada vez mais eficiente.”

Outra empresa membro do pro-grama brasileiro do GHG Protocol, a TIM Brasil publica inventários des-de 2008. A companhia afirma que considera o tema das mudanças cli-máticas estratégico para seu negócio, e a elaboração do inventário de gases de efeito estufa partiu de uma neces-sidade de conhecer as emissões da companhia, primeiro passo no pro-cesso de gestão climática da empresa.

Os maiores desafios no início des-se trabalho da TIM Brasil foram o entendimento do tema, por se tratar de um novo tópico na agenda de sus-tentabilidade, e o engajamento dos colaboradores internos para levanta-mento de dados primários que ser-vem como base para o cálculo das emissões de GEE. “Atualmente os principais desafios são o engajamento de fornecedores, que contribuem com informações para o cálculo das emissões indiretas da companhia, e a contínua internalização do tema de mudanças climáticas no planejamen-to estratégico da empresa”, comentou a TIM Brasil por meio de sua assesso-ria de imprensa.

A companhia ressaltou ainda que essa iniciativa avançou bastante no de-correr dos anos. “A TIM trabalha na evolução contínua de seu processo de gerenciamento de carbono, ampliando a confiabilidade de seu inventário, bus-cando expandir suas fronteiras e capa-citando os envolvidos no processo.”

“Se não há um inventário, não é possível conhecer o perfil das emissões, e só com isso a empresa poderá buscar reduzir o impacto que causa. Esse diagnóstico é fundamental”

George Magalhães, coordenador do programa brasileiro GHG Protocol

Page 6: Valor ajuda de colaboradores - Grupo Wilson Sons · planeja suas operações avaliando as particularidades de cada região. Memória Em 2015, o mundo comemora os ... da Escola de

6 Outubro 2015 NEW,S

Giro pela WSGiro pela WS

Única região do país que ainda não estava no sistema da Central de Ope-ração de Rebocadores (COR), o Norte já conta com o apoio da ferra-menta para garantir maior segurança e melhor planejamento de suas ma-nobras portuárias. Localizada no Pa-rá, a operação da Central só estará a todo vapor em dezembro, mas o tra-balho da Wilson Sons Rebocadores de mapear a área e preparar suas em-barcações já começou no estado.

Desde junho, as equipes de opera-ções e de processos, responsáveis pe-lo desenvolvimento da COR, fazem imersão no Pará. Para a preparação, foram feitos batimetria da área – a medição da profundidade dos rios e

da costa – e treinamento com os tri-pulantes, tudo com o apoio opera-cional e gestão da filial de Belém da Wilson Sons.

A etapa seguinte, em julho, foi a encomenda dos equipamentos para rastrear os rebocadores, além de mais uma bateria de treinos e da inserção de dados no software da Central. Também foi feito, com a ajuda dos re-bocadores, o mapeamento das áreas navegáveis – as traffic zones –, e dos lo-cais que devem ser evitados por ques-tão de segurança – as no go areas.

O gerente de Operações da Wilson Sons Rebocadores, Pedro Lima, explica que o trabalho no Pará precisa ser ainda mais detalhista do

que o realizado em outros portos. “Como estamos lidando com navega-ção f luvial, que não realizamos em outras regiões, há algumas particula-ridades. Temos no Pará grande de-manda por embarcações miúdas e há muitos pontos de assoreamento. Pre-cisamos fazer monitoramento cons-tante da área, e isso será bem impor-tante para a segurança da navegação.”

Ao todo, serão sete novas embarca-ções adicionadas ao sistema, sendo du-as no Porto de Trombetas, três em Vi-la do Conde e outras duas no Porto de Belém. “Se contarmos com as demais localidades monitoradas pela COR, chegamos a 60 embarcações azimutais e 17 filiais”, conta o gerente.

Companhia inicia rastreamento de rebocadores nos portos de Belém, Vila do Conde e Trombetas

COR chega ao Pará

A Gerência de Operações da Wilson Sons Rebocadores e os gestores responsáveis pelas operações de rebocadores do Norte reuniram-se com o almirante Edlander Santos, com os oficiais integrantes do 4º Distrito Naval e com o capitão-dos-portos da Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR) para apresentar a estrutura da COR. Durante o encontro, eles puderam discutir os ganhos que a chegada da Central na região agregará às operações de rebocadores e como isso refletirá no aumento da segurança e da eficiência das manobras.

Da esquerda para a direita, o capitão-de-corveta Vicente Silva, o capitão-dos-portos Carvalho Neto, o gerente de Operações da Wilson Sons Rebocadores, Pedro Lima, o almirante Edlander Santos, o gerente da regional Norte da companhia, José Cilone, a primeiro-tenente Munik Rodrigues e o gerente da filial Belém da Wilson Sons, Luiz Medeiros.

Page 7: Valor ajuda de colaboradores - Grupo Wilson Sons · planeja suas operações avaliando as particularidades de cada região. Memória Em 2015, o mundo comemora os ... da Escola de

NEW,S Outubro 2015 7

Tecon Salvador promove cabotagemSeminário organizado pela empresa discutiu as tendências para o modal

Cargas fracionadas e de projeto são dife-renciais para o mercado baiano e colo-cam a cabotagem no centro das discus-sões sobre soluções logísticas para o país.

Em um cenário marcado por pedi-dos menores, mas com uma frequência maior de entrega, discutir as tendên-cias para a movimentação de cargas torna-se fundamental para vencer o grande desafio da logística brasileira: equilibrar as variáveis de custo e quali-dade de serviço. Pensando na impor-tância desse tema, o Tecon Salvador promoveu o IV Seminário de Logísti-ca, na Bahia, em setembro, para abor-dar as cargas fracionadas e de projeto, traçando as tendências de movimenta-ção de cargas para o estado da Bahia.

O evento reuniu mais de 200 pes-soas, entre armadores, empresários,

despachantes, transportadores, gesto-res públicos e pessoas ligadas à ativi-dade comercial marítima brasileira. “A Wilson Sons e o Tecon Salvador acreditam muito na Bahia e, por isso, temos feito fortes investimentos na região. Nenhuma cidade portuária tem o acesso rodoviário que Salvador tem e isso se coloca como uma vanta-gem competitiva muito grande”, res-salta o diretor executivo do Tecon Salvador, Demir Lourenço Júnior.

Para que essas oportunidades sejam aproveitadas de forma consistente, é necessário dar maior foco à cabota-gem e o terminal tem importante pa-pel como ferramenta para a movimen-tação de cargas no estado. “É uma honra promover esse evento para dis-cutir soluções logísticas para nossos

clientes e parceiros, uma vez que atu-amos em todo o processo logístico do cliente, desde a armazenagem de pe-ças para a instalação da fábrica, passan-do pela recepção de seus insumos, até o escoamento da sua produção por meio da exportação e cabotagem”, completa Patrícia Iglesias, diretora co-mercial do Tecon Salvador.

Participaram do evento: José Re-bouças, presidente da Companhia de Docas do Estado da Bahia (Codeba), Márcio Fraga, do Grande Moinho Cearense, Rui Ramos, da Intercar-rier Transporte Internacional, Júlio Macedo, da Renova Energia, Thia-go Zucareli, da ADM do Brasil, e representantes do Departamento de Estradas de Rodagem da Bahia e da Marinav Agência Marítima.

Agente marítimo recebe prêmioTese de colaborador da Wilson Sons Agência venceu o primeiro Young Ship Agent or Broker Award

Um colaborador da Wilson Sons Agência ganhou destaque em agosto. O visitador de navios Renan Quei-roz viu sua tese vencer o primeiro Young Ship Agent or Broker Award. O prêmio, criado pela Federation of National Associations of Ship Brokers and Agents (Fonasba) – entidade pre-sente em 50 países que representa em nível internacional os agentes de na-

vios – é concedido para profissionais da área com até 40 anos.

A tese apresentada por Queiroz, que trabalha na Wilson Sons desde 2013, aborda o papel desempenhado pelo agente marítimo na indústria de navegação e os desafios à atividade diante de novas tendências mundiais. Segundo ele, o aprendizado dentro da companhia contribuiu bastante para esta vitória.

“O prêmio é oferecido por uma en-tidade renomada internacionalmente pela contribuição ao agenciamento marítimo mundial e, portanto, signifi-ca muito para o desenvolvimento da minha carreira como profissional no setor da navegação. Ter competido com colegas do mundo todo e alcan-çado este resultado é motivo de muito orgulho”, conta o colaborador.

Page 8: Valor ajuda de colaboradores - Grupo Wilson Sons · planeja suas operações avaliando as particularidades de cada região. Memória Em 2015, o mundo comemora os ... da Escola de

8 Outubro 2015 NEW,S

Entrevista

NEW,S | A cabotagem oferece diversas vantagens logísticas pa-ra o transporte de cargas. Você pode listar as principais vanta-gens, na sua avaliação?Gustavo Costa | As vantagens da cabotagem são percebidas analisando o custo logístico total do cliente e o gerenciamento de sua cadeia logísti-ca. No custo, temos basicamente: fre-te, seguro, armazenagem na origem e no destino, valor do seguro e nível de avarias e sinistro. No item frete, a ca-botagem concorre diretamente com o modal rodoviário e tem que ser mais competitiva que ele caso deseje

participar da cadeia logística nacio-nal. Na armazenagem, a utilização de contêineres permite substituir a contratação de armazenagem na ori-gem e no destino. Os riscos de sinis-tro ou roubos de cargas são minimi-zados, uma vez que os trajetos rodoviários são menores na origem e no destino. Por sua vez, o processo de estufagem do contêiner na origem e sua desova no destino reduz o manu-seio da carga. Consequentemente, o risco de avarias também é minimiza-do. A combinação das vantagens de cada item resulta em menor custo lo-gístico para o cliente.

m odal que vem se

popularizando nos

últimos anos por conta de

suas vantagens, a cabotagem

vive um momento de

maturidade, segundo o gerente

de Cabotagem da Aliança

Navegação, Gustavo Costa.

A Aliança é uma empresa

brasileira do grupo Hamburg

Süd e um dos principais

armadores de cabotagem

do país. De acordo com

o executivo, o modal vem

ganhando espaço na cadeia

logística nacional.

Costa destaca que os

terminais têm sido importantes

parceiros no desenvolvimento

do setor. Há infraestrutura

no Brasil para garantir que

a cabotagem continue se

popularizando nos próximos

anos. “Felizmente,

a infraestrutura que nos falta –

terminais interiores e

retroportuários – depende

apenas de investimentos

privados, que serão feitos

de acordo com a demanda”,

comenta ele.

Cabotagem amadurecidaSegundo Gustavo Costa, gerente da Aliança, custo logístico menor é uma das vantagens do modal

Page 9: Valor ajuda de colaboradores - Grupo Wilson Sons · planeja suas operações avaliando as particularidades de cada região. Memória Em 2015, o mundo comemora os ... da Escola de

NEW,S Outubro 2015 9

NEW,S | Como está o mercado de cabotagem no Brasil atual-mente? E como esse mercado evoluiu nos últimos anos?Gustavo Costa | O mercado de ca-botagem está bastante maduro e par-ticipando ativamente de grande par-cela da cadeia logística nacional, com grandes, médias e pequenas empresas no portfólio. Comparando a qualida-de dos serviços prestados atualmente com a de dez anos atrás, podemos di-zer que temos outra realidade, com nível de serviço muito superior de prestação de serviços pelos armadores e terminais portuários. Na maioria dos portos temos terminais que são grandes parceiros nesse desenvolvi-mento, e entre eles destacamos o Tecon Rio Grande e o Tecon Salvador. NEW,S | O que motivou o cres-cimento da navegação de cabo-tagem?Gustavo Costa | Os grandes moti-vadores foram a capacidade de trans-porte por parte dos armadores, a co-bertura do mercado e a confiabilidade da programação de escala. Os dois primeiros são resultado dos investi-mentos feitos na renovação da frota da cabotagem, e o último, de investi-mentos dos terminais portuários ao longo da costa. NEW,S | Qual segmento ou car-ga demonstrou maior crescimen-to em volumes de cabotagem nos últimos anos? E qual apresenta o maior potencial de crescimento daqui para frente?Gustavo Costa | O segmento que mais cresceu foi o de duas rodas, que até dois anos atrás ainda estava relutan-te em utilizar a cabotagem. Acredita-mos que o segmento de cargas fracio-nadas tenha o maior potencial de crescimento nos próximos anos, po-rém dependerá de investimento dos armadores em infraestrutura.

NEW,S | Quais rotas a Aliança destacaria como as mais impor-tantes na cabotagem hoje no Brasil?Gustavo Costa | Além das rotas Santos/Manaus e Manaus/Santos, destacamos a importância das rotas com origem em Rio Grande e desti-nos nos portos do Nordeste. NEW,S | De que forma os por-tos brasileiros podem estar pre-parados para ampliar a movi-mentação de cabotagem?Gustavo Costa | Alguns portos “vivem” da cabotagem, como Ma-naus e Vitória, enquanto outros consideram o modal uma receita marginal e visam mais às cargas de importação que são transportadas na cabotagem nos serviços feeders. A participação das administrações por-tuárias e terminais na competitivi-dade da cabotagem tem sido discu-tida continuamente ao longo dos últimos anos, e já existe uma com-preensão de que a base tarifária apli-cada ao longo curso não pode ser aplicada aos clientes de cabotagem. Outro ponto é a visibilidade das ta-rifas para os clientes na modalidade porto. É importante ressaltar que o Tecon Rio Grande e o Tecon Salva-dor têm sido excelentes interlocuto-res nessa mudança.

NEW,S | E quais os principais entraves para esse modal? O que pode ser melhorado?Gustavo Costa | Considerando que o nosso maior concorrente é o modal rodoviário – com mais de 170 mil empresas e 800 mil autôno-mos –, os entraves que enfrentamos são referentes à falta de isonomia entre modais. A burocracia associa-da à cabotagem é infinitamente maior que a do rodoviário. A Asso-ciação Brasileira dos Armadores de

Cabotagem (Abac) apresenta há muito tempo os problemas e propõe sugestões de melhoria aos órgãos in-tervenientes, e acreditamos que tais órgãos já possuam uma melhor vi-são da falta de isonomia e das bases para equilibrá-la. NEW,S | Há infraestrutura para o desenvolvimento contínuo da cabotagem?Gustavo Costa | Sim, principal-mente quando relacionada à capaci-dade operacional nos terminais por-tuários. Felizmente, a infraestrutura que nos falta – terminais interiores e retroportuários – depende apenas de investimentos privados, que serão feitos de acordo com a demanda. NEW,S | Vocês fizeram um in-vestimento de R$ 700 milhões nos últimos dois anos para a re-novação da frota de navios de cargas. Isso significa uma grande aposta no setor de cabotagem? Gustavo Costa | A renovação de nossa frota não foi uma aposta, mas sim uma questão de planejamento pa-ra atendermos à demanda presente e futura. Logo após a renovação da fro-ta com navios de 3.800 e 4.800 TEU (medida equivalente a um contêiner de 20 pés), tivemos a grata satisfação de vê-los com altos índices de utiliza-ção, provando que existia uma de-manda reprimida para o modal.

NEW,S | Quais são os desafios da Aliança?Gustavo Costa | Nosso maior de-safio está no aumento da qualidade e confiabilidade de nossos serviços, principalmente na modalidade porta a porta. Esse desafio impõe investi-mentos em sistemas de informação e alteração nos modelos de contratação de empresas que participam de nossa cadeia de prestação de serviços.

Page 10: Valor ajuda de colaboradores - Grupo Wilson Sons · planeja suas operações avaliando as particularidades de cada região. Memória Em 2015, o mundo comemora os ... da Escola de

10 Outubro 2015 NEW,S

Para Sócrates (469 a.C. –

399 a.C.), primeiro nome

importante na filosofia ética

antiga, todo erro é fruto da

ignorância e o conhecimento

é a base do agir ético.

Page 11: Valor ajuda de colaboradores - Grupo Wilson Sons · planeja suas operações avaliando as particularidades de cada região. Memória Em 2015, o mundo comemora os ... da Escola de

NEW,S Outubro 2015 11

Um conceito que surgiu na Grécia do século VII a.C. não poderia estar mais atual. A ética, popularizada por meio dos ensinamentos de Sócrates, versa sobre os bons costumes, os princípios universais que não mu-dam independentemente do mo-mento e do local. O filósofo Mario Sergio Cortella explica de uma ma-neira bastante didática esse valor.

“A ética é o conjunto de valores e princípios que usamos para decidir nossa conduta. A vida nos coloca três questionamentos: ‘quero’, ‘posso’ e ‘devo’. Aquilo que eu quero é tam-bém aquilo que eu posso e que eu de-vo? Há pessoas que, por quererem e poderem, acham que devem fazer al-go, quando não devem. A ética é, aci-ma de tudo, escolha”, diz Cortella.

No meio corporativo, as empresas também devem fazer essa escolha – que pode ser a chave para fugir de uma crise que se abate sobre o país. O especialista Cid Alledi Filho, di-

retor da consultoria Núcleo Ético, professor da UFF, da UFRJ, do Ib-mec e da Unicamp e autor do blog Drops de Sustentabilidade, ressalta que a ética é fundamental em um tempo de mudanças gigantescas.

“Vivemos hoje uma crise de éti-ca. O principal problema do Brasil é a corrupção e nos acostumamos com a ideia de que isso é uma coisa normal, de que para fazer negócio no país tem que ser com corrupção”, aponta ele.

Os comportamentos requeridos que nem sempre são culturalmente compreendidos com clareza, acres-centa Alledi, são reforçados, dentro das organizações, por meio de do-cumentos formais, como os códigos de ética. Essas ferramentas determi-nam as normas que cada empresa ou organização julga relevante para comportamentos éticos de seus co-laboradores e pressupõem um cum-primento obrigatório.

“Trabalhar com ética é lidar com o invisível, com um campo de força perceptível ao entrar na esfera de uma empresa. A ética se encontra nos rela-cionamentos. É impossível não perce-ber quando se está falando com uma pessoa educada. O mesmo ocorre quando estamos diante de uma em-presa ética. E gente ética quer lidar com gente ética, não com pilantra.”

Para uma empresa que nunca de-senvolveu qualquer trabalho ligado ao tema, ele reforça que é funda-mental que se fale o que é ética. Em seguida, a elaboração de um código – ou, no caso de empresas menores, uma declaração de valores ou prin-cípios – ajuda a nortear as iniciati-vas. O mais importante é que sejam promovidas conversas sobre o as-sunto. O trabalho tem que ser parti-cipativo e a companhia deve consul-tar seus colaboradores para checar se o caminho traçado é realmente o mais adequado.

Especial

Discussão sobre a ética vem ganhando importância nas empresas brasileiras

Os bons costumes no ambiente de trabalho

Page 12: Valor ajuda de colaboradores - Grupo Wilson Sons · planeja suas operações avaliando as particularidades de cada região. Memória Em 2015, o mundo comemora os ... da Escola de

12 Outubro 2015 NEW,S

Alledi explica que a procura das empresas por códigos de ética, sua especialidade, cresceu muito nos úl-timos meses, com a repercussão de casos de corrupção envolvendo gran-des companhias brasileiras. “Essa si-tuação, contudo, tem trazido benefí-cios enormes para o país, já que trouxe para a discussão um assunto que antes era invisível.”

Ele alerta que as empresas envolvi-das nessas situações terão um trabalho

duro pela frente. “Não podemos gene-ralizar. Em todas elas, há muita gente de bem que não está satisfeita com o que aconteceu. Essas companhias pre-cisarão implementar mecanismos ro-bustos de governança para recuperar a credibilidade”, afirma o professor.

Segundo Cid Alledi Filho, a gestão pautada na ética traz grandes benefí-cios para uma empresa. Ele cita como exemplos o incremento na marca, na confiança e na reputação; o aprimora-mento no clima ético organizacional; a atração de colaboradores e fornece-dores éticos; a melhoria no relaciona-mento com a sociedade; e o cresci-mento da cultura de sustentabilidade.

“É impossível que esses cinco fa-tores não repercutam em lucro para a

companhia”, destaca o especialista. “A sociedade de hoje demanda ética, práticas honestas. Essa é a grande moeda da sustentabilidade.”

CERTO E ERRADOInvestir em ética faz com que as pes-soas tenham mais noção do que é certo e do que é errado. A afirmação

é do advogado Giovanni Falcetta, sócio na área de compliance (que é o conjunto de normas e controles in-ternos e externos de uma empresa) de TozziniFreire, e pode parecer um pouco estranha. Afinal, como uma pessoa pode não saber diferenciar o certo do errado?

“Coisas que culturalmente são aceitas podem, na verdade, ser con-sideradas ilícitas”, explica o advoga-do. É o caso do jeitinho brasileiro. “Somos famosos pelo nosso jeito f lexível e criativo de lidar com algu-mas situações. Temos, contudo, que mudar esse tipo de conduta”, frisa.

Ele cita uma pesquisa recente da Ernst & Young que mostrou que o brasileiro vê a corrupção como o maior problema do país. “Durante muito tempo, não estava claro que a corrupção era algo errado. E, princi-palmente, que as pessoas poderiam ser punidas por isso. Por repetição, as pessoas seguiam essa prática. Esta-mos vivendo um momento de mu-dança de paradigma.”

Falcetta diz que, para que uma empresa tenha sucesso na implemen-tação de uma agenda ética positiva, é essencial que a alta administração apoie o processo, já que muitas vezes a própria companhia precisa mudar sua maneira de fazer negócios. “É necessário avaliar os riscos.” Ele con-ta que atua na área de compliance desde 2008, mas que foi de 2014 para

Benefícios da gestão pautada na ética:

✔ Incremento na marca, na confiança e na reputação

✔ Aprimoramento no clima ético organizacional

✔ Atração de colaboradores e fornecedores éticos

✔ Melhoria no relacionamento com a sociedade

✔ Crescimento da cultura de sustentabilidade

“Investir em ética faz com que as pessoas tenham mais noção do que é certo e do que é errado”

Giovanni Falcetta, advogado e sócio na área de compliance de Tozzini Freire

Page 13: Valor ajuda de colaboradores - Grupo Wilson Sons · planeja suas operações avaliando as particularidades de cada região. Memória Em 2015, o mundo comemora os ... da Escola de

NEW,S Outubro 2015 13

cá que a procura pelo assunto dispa-rou. Os escritórios de advocacia têm reforçado suas equipes para lidar com a demanda aquecida.

O investimento em ética, acres-centa o advogado, não se diferencia dos demais tipos de aporte e constitui uma importante vantagem competi-tiva. “O investidor estrangeiro que vem colocar o dinheiro dele no Brasil vai dar preferência para uma empresa séria, pensando no retorno financeiro que terá”, ressalta Giovanni Falcetta.

FiquE por dEntro

Ética | Parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam, dis-torcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano. Conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade.

Moral | Regras adquiridas por meio da cultura, da educação, da tradição e do cotidi-ano, que orientam o comportamento humano dentro de uma sociedade.

Compliance | Conjunto de regras criadas e disseminadas por empresas para evitar condutas, dos seus funcionários ou fornecedores, que possam caracterizar infração legal ou crime.

Código de Ética | Documento que fixa normas que regulam os comportamentos das pessoas dentro de uma empresa ou organização. Apesar de a ética não implicar penas legais, o código supõe uma normativa interna de cumprimento obrigatório.

Guia corporativo anticorrupção

Wilson Sons lança documento

para orientar colaboradores

A Wilson Sons lançou este ano seu Guia

Anticorrupção. O documento foi elabo-

rado pela área de Auditoria Corporativa

com o apoio e a participação dos depar-

tamentos Jurídico, de Relações Institu-

cionais e de Desenvolvimento Humano

e Organizacional (DHO), contemplando

aspectos de cumprimento da Lei Anti-

corrupção, além de diretrizes para con-

duta, monitoramento e tratamento de

possíveis desvios com envolvimento de

órgãos públicos.

O objetivo do guia é orientar e es-

tabelecer diretrizes corporativas da

Wilson Sons com relação ao tema

anticorrupção, definindo padrões de

comportamento dos funcionários fren-

te a situações que possam envolver ou

caracterizar subornos e corrupção, de

forma a reduzir a exposição da empre-

sa aos riscos de imagem, reputação e

sanções jurídicas que implicam essa

prática. As regras deste documento

complementam as diretrizes de con-

duta estabelecidas pelo Código de

Conduta Ética da companhia.

Além do Guia Anticorrupção, a

Wilson Sons conta ainda com o Co-

mitê de Ética. O grupo é composto

por membros das áreas de Auditoria

Corporativa, dos departamentos Ju-

rídico, de Relações Institucionais e

de DHO e dois gestores representan-

do os negócios.

“Trabalhar com ética é lidar com o invisível, com um campo de força perceptível ao entrar na esfera de uma empresa. A ética se encontra nos relacionamentos.(...) E gente ética quer lidar com gente ética, não com pilantra”

Cid Alledi Filho, diretor da consultoria Núcleo Ético

Page 14: Valor ajuda de colaboradores - Grupo Wilson Sons · planeja suas operações avaliando as particularidades de cada região. Memória Em 2015, o mundo comemora os ... da Escola de

14 Outubro 2015 NEW,S

Frota

Uma costa com 7.408 km de ex-tensão, mais um trecho f luvial, e 74 embarcações – organizar as peças do jogo em um tabuleiro tão amplo exi-ge enorme planejamento. De acordo

com o diretor operacional da Wilson Sons Rebocadores, Sergio Guedes, a equação é complexa e leva em conta diversas particularidades. “O negó-cio de apoio portuário é bastante di-

nâmico e o posicionamento da frota exige estudo particular, consideran-do atendimento a requisitos técnicos, comerciais e concorrenciais, além das regulações das Autoridades Marítima e Portuária, explica”.

Jonathan Dumphreys, diretor co-mercial da Wilson Sons Rebocado-res, afirma que, assim como a ques-tão comercial, é importante garantir que o porto seja atendido perfeita-mente. “Essa é a nossa prioridade. O cliente tem total confiança de que prestaremos serviço seguro e efi-ciente. Para tal, temos embarcações de ponta, tripulações bem treinadas e a Central de Operação de Reboca-dores (COR) controlando e assistin-do as manobras”, diz o diretor.

O gerente de Operações da Wil-son Sons Rebocadores, Pedro Lima, detalha um pouco mais essa estraté-gia. Segundo ele, nos portos em que a empresa já atua, o planejamento é re-alizado de modo compartilhado com as filiais, sempre visando à maior se-gurança, operacionalidade e eficiên-cia para os clientes que ali aportam.

“Estamos avaliando constantemen-te a conveniência de melhorar ou de adequar a frota à necessidade do porto, do cliente ou às exigências das autori-

Estratégia de Norte a SulA fim de garantir o atendimento em toda a costa do país, a Wilson Sons Rebocadores usa inteligência para planejar sua frota

CABEDElO | 2 rebocadores

RECiFE/SuApE | 5 rebocadores

mACEió | 1 rebocador

CRBC | 2 rebocadores

TROmBETAS | 2 rebocadores

VDC | 4 rebocadoresBElém | 2 rebocadores

FORTAlEzA/pECém | 6 rebocadores

CRBSm | 5 rebocadores

SAlVADOR | 6 rebocadores

ilhéuS | 2 rebocadores

ViTóRiA | 3 rebocadores

SAmARCO | 2 rebocadores

Açu | 3 rebocadores

RiO DE JANEiRO/SEpETiBA | 6 rebocadoresSãO SEBASTiãO | 4 rebocadores

SANTOS | 6 rebocadorespARANAGuÁ | 3 rebocadores

SãO FRANCiSCO DO Sul | 4 rebocadoresiTAJAÍ | 1 rebocador

imBiTuBA | 2 rebocadores

RiO GRANDE | 3 rebocadores

Page 15: Valor ajuda de colaboradores - Grupo Wilson Sons · planeja suas operações avaliando as particularidades de cada região. Memória Em 2015, o mundo comemora os ... da Escola de

NEW,S Outubro 2015 15

dades. Nossas embarcações estão a ser-viço do mercado”, comenta o gerente.

Um dos principais desafios do tra-balho da Wilson Sons Rebocadores na organização de sua frota é adequá--la, por exemplo, à mudança no perfil

dos navios com dimensões cada vez maiores e isso implicando novas re-gras e formas diferentes de atuação por parte dos rebocadores.

Em um dos portos em que atua, no caso, o de Itaqui (MA), essa ocorrência exemplifica bem a mudança comenta-da. Em passado não muito distante atendiam-se navios com cinco reboca-dores de 30 toneladas de tração estática (bollard pull) e atualmente com os na-vios da classe Valemax os mesmos são operados por também cinco reboca-dores, porém cada um com 70 tonela-das de tração estática.

“São mudanças pontuais que in-f luenciam no nosso planejamento co-mo um todo. Temos novas regras de navegação, modificações em leis de proteção ambiental, e o próprio cená-rio de maior competitividade e efici-ência operacional portuária exigindo nossa atenção permanente as adapta-ções necessárias.”

Buscando sempre a excelência, a companhia participa ainda de si-mulações para novos atendimentos ou operações especiais. Recente-mente, a Wilson Sons Rebocadores foi convidada para simular os aten-dimentos do Porto Açu. “Participa-mos dos testes com todas demais empresas e entidades envolvidas no projeto, para que tudo ocorresse com máxima segurança”, explica Luciana Frizas, especialista de Ope-rações da companhia.

Como um dos objetivos é garantir operações seguras e eficientes, a Wil-son Sons dispõe de uma importante ferramenta, que a destaca em um mer-cado tão competitivo: a partir da Cen-tral de Operação de Rebocadores (COR), localizada na filial Santos da empresa, as embarcações são rastreadas e monitoradas. As informações coleta-das pela COR são preciosas para o pla-nejamento das manobras.

“O negócio de apoio portuário é dinâmico, com muitas variáveis. Nosso planejamento se define a partir das negociações comerciais e de regulações da Autoridade Marítima e da Autoridade Portuária, que determinam o tipo e a quantidade de rebocadores em cada porto”

Sérgio Guedes, diretor operacional da Wilson Sons Rebocadores

Page 16: Valor ajuda de colaboradores - Grupo Wilson Sons · planeja suas operações avaliando as particularidades de cada região. Memória Em 2015, o mundo comemora os ... da Escola de

16 Outubro 2015 NEW,S

Giro pela WSMemória

Page 17: Valor ajuda de colaboradores - Grupo Wilson Sons · planeja suas operações avaliando as particularidades de cada região. Memória Em 2015, o mundo comemora os ... da Escola de

NEW,S Outubro 2015 17

Há 70 anos, o maior conf lito armado da história chegava ao fim. Em 1945, os Aliados finalmente conseguiram sobrepujar os países do Eixo e o mundo respirou aliviado com a con-clusão da Segunda Guerra Mundial.

O Brasil teve participação peque-na, embora importante, no conf lito mundial, comparado-se às grandes potências. Após embarcações serem torpedeadas na costa brasileira por submarinos alemães e italianos, o pa-ís se engajou na guerra e, talvez na ação mais memorável desse período,

25 mil pracinhas da Força Expedi-cionária Brasileira foram para a Itália e lutaram ao lado de soldados de ou-tras nações. Com a economia bastan-te atrelada ao comércio exterior com a Europa, porém, os ref lexos da guerra também foram sentidos den-tro do Brasil.

O professor Vitor Cabral, mestre em História pela Universidade Fede-ral do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), explica que a dependência em relação à produção industrial eu-ropeia existia desde a vinda da Famí-lia Real Portuguesa para o Brasil, no início do século XIX. A posição de agroexportador permaneceu até as décadas de 1920 e 1930. “Mesmo no

Com o mundo em conflito, Wilson Sons enfrentou desafios em seus negócios

Os 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial

À esquerda, vitrine de loja da Wilson Sons na década de 1940. No topo, à direita, medalhas recebidas por Alfred Dumphreys por sua participação na guerra.

Page 18: Valor ajuda de colaboradores - Grupo Wilson Sons · planeja suas operações avaliando as particularidades de cada região. Memória Em 2015, o mundo comemora os ... da Escola de

18 Outubro 2015 NEW,S

primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945), quando a aceleração in-dustrial brasileira atingiu patamares consideráveis, a dependência brasilei-ra por produtos estrangeiros conti-nuou”, diz o historiador.

Na época da Segunda Guerra Mundial, a Wilson Sons era a maior trade company do Brasil. Na exporta-ção, os produtos e insumos mais for-tes eram ferro, cimento, arames e im-plementos agrícolas. A companhia, porém, também exportava produtos que iam desde o brim cáqui dos uni-formes das tropas britânicas até grãos e óleo de mamona, couro e arroz.

Um fato curioso desse período eram as longas filas que se formavam em frente às instalações da Wilson Sons por fazendeiros em busca de sal, produ-to bastante escasso na época. A empresa possuía a Cia. Pernambucana de Cabo-tagem, que trazia sal do Nordeste, mas o bloqueio alemão dificultava o trans-porte, de modo que dois navios chega-ram a ser torpedeados. Ficava disponí-vel apenas o sal do norte do Estado do Rio de Janeiro, insuficiente para aten-der à demanda.

Um grande cuidado que o Depar-tamento de Carvão da empresa tinha no período era no acompanhamento minucioso de entrada e saída dos na-vios dos portos. Durante a guerra, esse trabalho tinha que ser feito em absoluto sigilo, por uma questão de segurança na-cional, já que os alemães não po-diam ter conheci-mento da movi-mentação na costa.

Devido à falta de dinheiro em circula-ção durante a guerra, a Wilson Sons viu como única alternati-va para honrar seus compromissos com os

Page 19: Valor ajuda de colaboradores - Grupo Wilson Sons · planeja suas operações avaliando as particularidades de cada região. Memória Em 2015, o mundo comemora os ... da Escola de

NEW,S Outubro 2015 19

funcionários a criação de uma moeda própria, que era aceita em armazéns, confeitarias e empórios. Alguns exem-plares podem ser encontrados no acervo numismático do Museu Histórico Na-cional, no Rio de Janeiro.

RElATOS pESSOAiSA Segunda Guerra Mundial afetou não só os negócios da companhia, mas também as famílias de alguns profissionais que viriam a se tornar parte da história da Wilson Sons. Jonathan Dumphreys, diretor comer-cial da Wilson Sons Rebocadores, teve quatro familiares que foram para os campos de batalha. “Meu avô e três tios-avôs, todos ingleses,

foram para a guerra. Eles lu-taram na Europa, no norte da África e na Ásia contra

alemães, japoneses e seus aliados”, conta o executivo.

O avô de Jonathan, Alfred Dumphreys, esteve em conf li-to na própria Inglaterra e em

outros países europeus, como a Bélgica. Na Inglaterra, operou

grandes holofotes que procura-vam por aviões inimigos nos céus noturnos e, na Bélgica, com ca-

nhões antiaéreos na batalha do “Bulge”.

Durante a apuração para esta ma-téria, Dumphreys fez uma curiosa constatação. Ao pedir informações para seu colega Jonathan Crossley, gerente da Regional Sul da compa-nhia, percebeu que seus antepassados haviam estado juntos na Segunda

Guerra. Tony Crossley, pai do gerente regional, e Henry Dumphreys, tio-avô do di-retor, fizeram parte do Oita-vo Exército Britânico. Am-bos estiveram no norte da África e depois foram para a Itália. Crossley lembra o re-lato do pai sobre os praci-nhas da Força Expedi- cionária Brasileira (FEB), que conheceu na batalha de Monte Cassino. “Eram muito mal equipados, mas, em compensação, muito corajosos”, conta.

Outros dois tios-avôs de Dumphreys foram para a guerra – William e Sidney Sturgess. William estava em Cin-gapura quando foi cap-turado por japoneses. Como prisioneiro, foi obrigado a trabalhar na construção de ponte ferroviária sobre o rio Kwai, na Tailândia. Por conta da captura do irmão, Sidney se voluntariou para ir para a Birmânia, atual Mianmar, para enfrentar os japoneses. Ele não conseguiu encontrar o irmão no front, mas todos voltaram a salvo para a Inglaterra.

A família Dumphreys guarda ho-je, com orgulho, rica memorabília da Guerra, como uma carta assinada pelo comandante em chefe do exér-cito britânico agradecendo pelos serviços prestados em defesa do país, as medalhas recebidas por Alfred Dumphreys em seu período nas for-ças armadas e diversas fotos dos fa-miliares uniformizados. “Os euro-peus sempre se envolveram muito em guerras, então é um assunto muito comum. Todos eles tinham muito orgulho de ter lutado pelo seu país”, conta o diretor.

“Meu pai Tony Crossley (foto) fez parte do Oitavo Exército Britânico. Ele contava que os pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB) eram muito mal equipados, mas, em compensação, muito corajosos”

Jonathan Crossley, gerente da Regional Sul da Wilson Sons

Na página ao lado, no topo, Alfred Dumphreys, avô do diretor Comercial da Wilson Sons Rebocadores, Jonathan Dumphreys, com a farda do exército britânico. Ao centro, Alfred com um holofote, do período em que serviu na Inglaterra. Embaixo, carta assinada pelo comandante em chefe do exército britânico agradecendo pelos serviços prestados em defesa do país.

Page 20: Valor ajuda de colaboradores - Grupo Wilson Sons · planeja suas operações avaliando as particularidades de cada região. Memória Em 2015, o mundo comemora os ... da Escola de

20 Outubro 2015 NEW,S

Tudo o que exportamos, importamos, transportamos, armazenamos e distribuímos no Brasil obedece aos mais rígidos controles de segurança em todo o processo.

Nossas rotinas operacionais e administrativas são permeadas por normas estabelecidas e os resultados, mensurados periodicamente para a melhoria contínua de nossas operações.

A preocupação com saúde, meio ambiente e segurança pauta o nosso dia a dia. E esse é um dos valores que nos definem.

SOMOS SEGURANÇASOMOS WILSON SONS

Wilson Sons. Em movimento desde 1837.

www.wilsonsons.com.br