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Semana Social: chegou a hora de todos serem chamados O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, D. Carlos Azevedo, defendeu, hoje, em Aveiro, na abertura da “Semana Social”, que é chegada a hora de chamar todos à responsabilidade, em nome da construção do bem comum. A conferência promove, justamente, o debate sobre a responsabili- dade da pessoa, da Igreja e do Estado na construção do bem comum. Mais do que deixar lamentos, importa procurar novas respostas. “Não é o Governo, não é o Estado, não é a Igreja que resolvem os problemas das pessoas, mas é dando as mãos, todos”, sublinhou D. Carlos Azevedo. Pág.11 » Hospital Curry Cabral Realizado o milésimo transplante O Primeiro-ministro associou-se, hoje, à realização do transplante número mil efectuado no Hospital Curry Cabral, em Lisboa. Portugal “dá cartas”, na área dos transplantes . Pág.5 » União Europeia Novos cargos para “desconhecidos” Os nomes mais sonantes não foram escolhi- dos. Herman Van Rompuy vai ser presidente do Conselho Europeu e Catherine Ashton será a Alta Representante da Política Externa. Os cargos foram criados pelo Tratado de Lisboa, que entra em vigor a 1 de Dezembro. Pág.9 » José Sena Goulão/LUSA OPINIÃO A Comissão Stiglitz Luís Cabral Totalitarismo subtil Aura Miguel Pág.4 » Amanhã Hoje Porto Lisboa man Am h h oje H Li Lisboa boa Domingo Por Po to o Porto Lisboa Sábado Gratuito VATICANO: Novo cargo para D. Manuel Monteiro de Castro - “FACE OCULTA”: Paulo Penedos sujeito a caução Leia mais ÚLTIMAS Directora Graça Franco Editor Raul Santos Grupo Renascença www.rr.pt www.rfm.pt www.mega.fm www.radiosim.pt Sexta-feira 20 Novembro de 2009 “Face Oculta” Escutas de Sócrates estão no Supremo A Renascença apurou que as no- vas escutas a José Sócrates che- garam, ontem, ao STJ. Pág.6 » Professores/Avaliação Parlamento aprova proposta do PSD O diploma do PSD passou com a abstenção do PS. A restante opo- sição falou em “favor”. Pág.7 » Direitos da Criança Convenção da ONU tem duas décadas Em 20 anos, houve muitos progres- sos, mas a condição das crianças no mundo ainda choca. Págs.2 a 3 » Futebol FIFA recusa repetição do França-Irlanda A FIFA indeferiu o pedido da fede- ração irlandesa. A mão de Henry vale mesmo ouro... Pág.13 » Apostas de futebol Investigação leva a 15 detenções Detidos em quatro países. Entre ou- tros, o escândalo com apostas envol- ve jogos da Champions . Pág.14 » A 20 de Novembro... 1963: Lisboa-Porto sem telefonista Pág.15 »

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Semana Social: chegou a hora de todos serem chamadosO presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, D. Carlos Azevedo, defendeu, hoje, em Aveiro, na abertura da “Semana Social”, que é chegada a hora de chamar todos à responsabilidade, em nome da construção do bem comum. A conferência promove, justamente, o debate sobre a responsabili-dade da pessoa, da Igreja e do Estado na construção do bem comum. Mais do que deixar lamentos, importa procurar novas respostas. “Não é o Governo, não é o Estado, não é a Igreja que resolvem os problemas das pessoas, mas é dando as mãos, todos”, sublinhou D. Carlos Azevedo. Pág.11 »

Hospital Curry Cabral

Realizado o milésimo transplanteO Primeiro-ministro associou-se, hoje, à realização do transplante número mil efectuado no Hospital Curry Cabral, em Lisboa. Portugal “dá cartas”, na área dos transplantes . Pág.5 »

União Europeia

Novos cargos para “desconhecidos”Os nomes mais sonantes não foram escolhi-dos. Herman Van Rompuy vai ser presidente do Conselho Europeu e Catherine Ashton será a Alta Representante da Política Externa. Os cargos foram criados pelo Tratado de Lisboa, que entra em vigor a 1 de Dezembro. Pág.9 »

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OPINIÃO

A Comissão Stiglitz

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Totalitarismo subtil

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EditorRaul Santos

Grupo Renascençawww.rr.pt

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Sexta-feira20 Novembro de 2009

“Face Oculta”

Escutas de Sócrates

estão no Supremo

A Renascença apurou que as no-vas escutas a José Sócrates che-garam, ontem, ao STJ. Pág.6 »

Professores/Avaliação

Parlamento aprova

proposta do PSD

O diploma do PSD passou com a abstenção do PS. A restante opo-sição falou em “favor”. Pág.7 »

Direitos da Criança

Convenção da ONU

tem duas décadas

Em 20 anos, houve muitos progres-sos, mas a condição das crianças no mundo ainda choca. Págs.2 a 3 »

Futebol

FIFA recusa repetição

do França-Irlanda

A FIFA indeferiu o pedido da fede-ração irlandesa. A mão de Henry vale mesmo ouro... Pág.13 »

Apostas de futebol

Investigação leva a

15 detenções

Detidos em quatro países. Entre ou-tros, o escândalo com apostas envol-ve jogos da Champions. Pág.14 »

A 20 de Novembro...

1963: Lisboa-Porto

sem telefonista

Pág.15 »

A Convenção dos Direitos da Criança, que as Nações Unidas adoptaram, por unanimidade, faz hoje 20 anos, enuncia, como se lê no próprio texto, “um amplo con-junto de direitos fundamentais” – os direitos civis e políticos, e também os direitos económicos, sociais e culturais – de todas as crianças” e as respectivas dis-posições para que sejam aplicados.A Convenção apresenta um vínculo jurídico, quando ratifi cada pelos Estados-membros, os quais devem “adequar as normas de Direito Interno às da Conven-ção, para a promoção e protecção efi caz dos direitos e

liberdades, nela consagrados”.Trata-se de um tratado Internacional “adoptado pela quase totalidade dos Estados do mundo”. Apenas dois países - Estados Unidos da América e Somália - ainda não o ratifi caram”. A Convenção dos Direitos da Criança assenta em quatro pilares fundamentais: “a não discriminação; o interes-se superior da criança; a sobrevivência e desenvolvi-mento; a opinião da criança” e surgiu no seguimento da Declaração dos Direitos da Criança, de carácter proclamatório, que 30 anos antes, a 20 de Novembro

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20 anos da Convenção dos Direitos da Criança

O documento que acrescentou força jurídica a uma declaração proclamatóriaFaz hoje 20 anos que as Nações Unidas adoptaram, por unanimidade, a Convenção dos Di-reitos da Criança. Completavam-se, então, 30 anos da aprovação pela ONU da Declaração dos Direitos da Criança. Era um texto de carácter proclamatório. A Convenção apresenta um vínculo jurídico, quando ratifi cada pelos Estados-membros.

Joana Sobral »

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A Unicef Portugal apresentou, em conferência de impren-sa, um relatório sobre a “Situação Mundial da Infância”.No documento, de 92 páginas, Ann M. Veneman, direc-tora-executiva da Unicef, refere que todos os dias mor-rem no mundo cerca de 25 mil crianças menores de cinco anos. Na maioria dos casos, estas mortes seriam evitadas com intervenções “de baixo custo”.Se o dado não deixa de chocar, é certo, contudo, que “muito foi alcançado ao longo dos últimos 20 anos”.As estatísticas mostram que “o número anual de mortes de crianças menores de cinco anos desceu de 12,5 mi-lhões, em 1990, para cerca de 8,8 milhões, em 2008”.Outra das melhorias verifi cadas prende-se com a redução gradual do número de raparigas submetidas à mutilação genital. Ainda assim, o relatório fala em 70 milhões de jovens submetidas a esta prática. Para a Unicef, os direitos das raparigas continuam a exigir uma atenção especial, já que existem regiões do globo onde elas têm menos probabilidades de receber cuidados básicos de saúde. Acresce que a maioria das crianças que não frequenta a escola continua a ser constituída por ra-parigas, que acabam por ter mais probabilidades de vir a sofrer de violência sexual, ser trafi cadas ou obrigadas a casar na infância.Uma nota positiva no relatório é o facto de, hoje, cerca de 84% das crianças em idade escolar frequentarem um estabelecimento de ensino.Os números apresentados no relatório sobre a violência contra as crianças são alarmantes: estima-se entre 500 milhões e 1,5 mil milhões as crianças que, anualmente, são submetidas a actos de violência. Veneman lembra que “muitas crianças não contam com o ambiente pro-tector necessário para as salvaguardar de violência, abu-sos, exploração, discriminação e negligência”. A falta de apoios a estas famílias faz com que milhões de crianças “continuem a morrer de causas evitáveis, tais como a pneumonia, malária, sarampo e má nutrição”. No documento pode ainda ler-se que todos os anos, “qua-tro milhões de recém-nascidos morrem antes de comple-tar um mês de vida”.

Realidades chocantes, apesar de

20 anos de progressos

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de 1959, tinha sido aprovada pela ONU.A presidente executiva do Instituto de Apoio à Criança (IAC), Dulce Rocha, refere que a Convenção foi “muito importante para as crianças de todo o mundo”, porque “quando os países a subscrevem, as Organizações Não Governamentais (ONG’s) e as Associações de Direitos Humanos podem reivindicar que se cumpra o que está estabelecido”.

Ratifi cação não garante cumprimentoRatifi cação não garante cumprimento

Apesar de a quase totalidade dos países do mundo ter ratifi cado a Convenção, não signifi ca que, em muitos deles, as crianças não vejam os seus direitos viola-dos.Por exemplo, no Paquistão existe trabalho infantil. “É proibido pelo Estado, mas existe”. No entanto, é possível invocar a Convenção para que as leis do país sejam alteradas, de forma a punir aqueles que deci-direm empregar menores. Além disso, o facto de o Paquistão ter assinado a Convenção, permite que “en-tidades internacionais realizem relatórios no terreno para avaliar a situação no país”.Assim se percebe que a Convenção seja mais respeita-da nos países democráticos e mais facilmente violada em nações que vivem em guerra ou em confl itos ar-mados. “Quando há paz, quando há respeito pelos di-reitos das pessoas, é mais fácil admitir que os direitos das crianças são cumpridos”, diz Dulce Rocha. Na Europa, fala-se muito no “direito à participação e em ouvir a criança”, mas esse direito “pressupõe que outros mais básicos estejam garantidos”, tais como o direito à saúde ou ao desenvolvimento. A verdade é que são muitos os países “que lutam pela sobrevivên-cia das crianças, porque há fome” e, como tal, cada nação tem diferentes metas a atingir.Se pensarmos que “no Sudão a mutilação genital fe-minina é uma prática corrente”, é óbvio que, nesse país, as ONG estão mais preocupadas em combater essa “violação bárbara à integridade física da crian-

ça”, refere a presidente executiva do IAC.

Novas ameaças, novas respostasNovas ameaças, novas respostas

Os países mais desenvolvidos não escapam à realidade da violação dos direitos da criança. Dulce Rocha ex-plicou ao Página1 que uma das maiores preocupações prende-se com o aumento do número de casos de abu-sos sexuais de menores. Segundo inquéritos realizados em vários países “verifi camos que essa é uma realidade que tem vindo a aumentar. Há milhares de crianças a serem violadas a cada minuto e os sites de pornografi a na internet não param de aumentar”.Os abusos sexuais representam uma enorme violência para as crianças que, na maioria das vezes, têm medo e vergonha de falar sobre o assunto. Por isso, torna-se urgente compreender melhor o fenómeno, de maneira a encontrar novas formas de proteger a integridade fí-sica e psicológica da criança. Exemplos relativamente recentes são o do recurso a videoconferência ou o das declarações para memória futura. Quando se tomou a consciência de que colocar frente-a-frente uma crian-ça vítima de abuso e o agressor constituía uma “viola-ção secundária” do menor, algumas sociedades viram-se na obrigação de criar alternativas. Assim, em vários países europeus, bem como nos EUA e Canadá, foram adoptadas novas leis e disposições, que permitem que mecanismos como a videoconferência ou declarações para memória futura constituam prova em tribunal. Portugal ratifi cou a Convenção em 1990 e, em 2003, ra-tifi cou ainda dois protocolos facultativos: um relativo à venda de crianças, prostituição e pornografi a infantis e outro referente ao envolvimento de crianças em con-fl itos armados.Para Dulce Rocha, quando comparamos o nosso país com outros, “vemos que muita coisa foi feita e que tem havido uma preocupação crescente com os direi-tos da criança. Portugal tem feito um esforço muito grande para dar às crianças um nível de bem-estar cada vez melhor”.

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A Comissão Stiglitz

A pedido do presidente Sarkozy, a “Commission on the Measurement of Economic Performance and Social Progress,” chefi ada por Joe Stiglitz, publicou recentemente o seu muito antecipado relatório. Como se esperava, são criticadas as medidas tradicionais baseadas no PIB, por ser muito incompletas.Muitas decisões económicas são ba-seadas em indicadores económicos, pelo que é importante criar bons indicadores. A comissão Stiglitz faz várias recomendações neste sentido. Por exemplo, deve-se medir a distri-buição da riqueza, não somente o ní-vel médio; as relações sociais devem ser tomadas em consideração, bem como os elementos subjectivos do bem-estar.Tudo isto faz sentido e é consistente com o debate político actual.Aliás, a ideia de procurar uma alternativa ao PIB não é nova: já em 1972 o rei do Butão propôs a “Gross National Happiness” como o índice a me-

dir e o objectivo a atingir.O que o rei do Butão e a comissão Stiglitz omi-tem, parece-me, é o que Bento XVI resume no parágrafo 76 de “Caritas in Veritate”: O nosso eu acaba muitas vezes reduzido ao psíquico, e a

saúde da alma é confundida com o bem-estar emotivo. (...) Não há desenvolvimento pleno nem bem comum universal sem o bem espiritual e moral das pessoas, consideradas na sua totalidade de alma e corpo.Não é que o relatório de Sti-gliz esteja errado: está apenas incompleto. A perspectiva do “desenvolvimento humano in-tegral”, baseado na verdadeira antropologia do homem – corpo e alma – levaria a recomendações

semelhantes às do relatório, mas incluiria tam-bém aspectos da saúde espiritual que, se são difí-ceis de medir, não deixam de ter importância ful-cral para um desenvolvimento humano integral.

Totalitarismo subtilSe formos ao dicionário procurar o signifi cado da palavra “democracia”, podemos ler que se trata de “um regime de governo onde o poder de tomar im-portantes decisões políticas pertence aos cidadãos, directa ou indirectamente, através de representan-tes eleitos”. Devia ser óbvio, mas não é. Sobretudo, quando esses representantes eleitos, sem sondar a vontade dos que lhes deram votos, pretendem tomar iniciativas que afectam uma estrutura milenar da sociedade. Estou a falar do projecto que visa mudar o conceito de casamento para poder aplicá-lo aos homossexu-ais. Fazer isto sem ter em consideração o que os portu-gueses acham é inverter o sentido da própria demo-cracia. Podemos até perguntar se não será esta uma nova forma de totalitarismo – muito mais subtil, é claro – porque disfarçada sob a aparência de demo-cracia.

Aura Miguel

“A perspectiva do “desenvolvimento humano integral”, (...) incluiria também aspectos da saúde espiritual que, se são difíceis de medir, não deixam de ter importância fulcral

Luís CabralProfessor da IESE Business School

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Curry Cabral/Transplantes

Sócrates elogia sucessos “invisíveis”

O Primeiro-ministro, José Sócrates, sublinhou hoje a importância de serem dados a conhecer os “feitos ab-solutamente extraordinários” da sociedade portuguesa em diferentes domínios que, disse, têm permanecido como “segredos bem guardados”. Na sessão evocativa do milésimo transplante hepático realizado pelo Serviço de Cirurgia Geral e Unidade de Transplantação do Hospital Curry Cabral, que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, Sócrates apontou esta unidade dirigida pelo médico Eduardo Bar-roso como um exemplo de realizações que são “escon-didas da opinião pública”. Portugal ocupa, desde 2008, o primeiro lugar no mundo na realização de transplantes de fígado. O nosso país é, também, aquele que tem uma lista de espera maior.De acordo com Maria João Aguiar, coordenadora nacio-nal das unidades de colheita da Autoridade para os Ser-viços de Sangue e de Transplantes, uma situação decorre da outra.“A transplantação é a medicina do futuro. Cada vez há mais doentes que nunca pensaríamos transplantar e que hoje estão em lista de espera. A transplantação é sem-pre vítima do seu sucesso”, explica. No caso do transplante de pulmão, os números estão muito abaixo do desejável. Ainda assim, a situação tem vindo a melhorar em relação ao ano passado, diz Maria

João Aguiar.“Neste momento já se transplantaram nove doentes, em relação ao ano passado foram mais quatro... Não é o que nós precisamos, mas só em Santa Marta a equipa mais do que duplicou o número de transplantes que tem feito”, argumenta.Os números dos transplantes de pulmão podem aumen-tar logo que entre em funcionamento o centro de Coim-bra, que vai arrancar assim que o processo de estudo dos doentes em lista de espera esteja concluído, expli-cou, também, a coordenadora nacional das unidades de colheita da Autoridade para os Serviços de Sangue e de Transplantes.

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Gripe A

Portugal não prevê vacina sem adjuvante

Vários países europeus, como o Reino Unido, França ou Espanha, optaram por ministrar às grávidas a vacina da gripe A sem adjuvante, enquanto em Portugal não está prevista a compra desta vacina.Fonte ofi cial do Ministério da Saúde disse hoje à agên-cia Lusa que “não está previsto comprar vacinas sem adjuvante”.Em França, por exemplo, as mulheres grávidas serão imunizadas exclusivamente com vacinas sem adjuvan-tes.

OMS recusa vacina como causa de morteOMS recusa vacina como causa de morte

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recusa a tese de que a vacina contra a gripe suína tenha sido a causa da morte de 41 pessoas que foram imunizadas contra o vírus H1N1.A chefe da vacinação da OMS, Marie-Paule Kieny, disse que as mortes foram investigadas pelas autoridades de saúde e não foram provocadas pela vacina. De acordo com Kieny, outros óbitos estão sob investigação.A porta-voz da OMS Nyka Alexander disse que as 41 mor-tes examinadas aconteceram em seis países diferentes, não sendo capaz de informar quantos óbitos continuam sob investigação. Especialistas em saúde têm monitorizado a segurança da nova vacina contra a pandemia de gripe A, que é ministrada a milhões de pessoas no mundo inteiro.

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Todas as manhãs, a Informação da Renascença responde a dúvidas dos ouvintes sobre gripe A. Hoje, Maria João Brito, da Sociedade Portuguesa de Pediatria, respondeu à seguinte questão:Gostaria de saber quais os riscos em termos de mor-talidade infantil e se é mais elevada na gripe A ou na gripe sazonal. “Habitualmente, as crianças são muito atingidas pelo vírus da gripe, mas as taxas de mortalidade são muito reduzidas. As crianças comportam-se mais como um «re-servatório», são os grandes disseminadores do vírus da gripe na comunidade e acabam quase sempre por ter um prognóstico benigno. Claro que há sempre uma mortali-dade, ainda que muito baixa, e habitualmente está mais confi nada aos grupos de risco. No caso da gripe sazonal, a taxa de mortalidade é maior nos grupos de risco e nos idosos, e nesta gripe pandé-mica a diferença é que aos grupos de risco juntam-se os jovens adultos, a partir dos 20 anos.A criança funciona nas duas gripes da mesma forma: nor-malmente é muito infectada, há de facto crianças que desenvolvem complicações, mas a taxa de mortalidade é muito reduzida. Relativamente à percentagem, e sobre se este vírus é mais ou menos mortal do que o da gripe sazonal, os dois são muito semelhantes em termos de taxas de mortali-dade”.

Gripe A: perguntas e respostas

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Eduardo Barroso, director da Unidade de

Transplantação do Curry Cabral

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”Face Oculta”

Escutas a Sócrates já estão no Supremo

As novas escutas a José Sócrates, no âmbito do processo “Face Oculta”, terão chegado ontem ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ), segundo apurou a Renascença junto de fonte judicial.O presidente do STJ, Noronha do Nascimento, deverá, agora, avaliar o seu conteúdo e validade. De seguida, assinará o despacho fi nal sobre estas es-cutas de conversas entre o Primeiro-ministro e Armando Vara, que é arguido no processo “Face Oculta”.São cinco as intercepções telefónicas que o Procurador Geral da República, Pinto Monteiro, recebeu, há uma semana, oriundas de Aveiro, das mãos do procurador João Marques Vidal, que conduz a investigação.Na posse da informação do STJ, o Procurador Geral Pinto Monteiro, deverá tomar uma decisão no fi m-de-semana.

Interrogatório a Penedos vai continuarInterrogatório a Penedos vai continuar

O presidente da REN, José Penedos, esteve, ontem, durante nove horas nas instalações do DIAP de Aveiro, de onde saiu sem que tenha ainda conhecido qualquer medida de coação.Penedos está notifi cado a voltar ao DIAP na quarta-feira, dia 25, para conti-nuar a ser interrogado. Questionado, à saída, sobre a morosidade da inqui-rição, José Manuel Galvão Teles, advogado de Penedos, limitou-se a referir que “a justiça é lenta para ser boa”.Para hoje, estão previstos novos interrogatórios a dois arguidos, sendo um deles Paulo Penedos, que já começou a ser ouvido na terça-feira. O outro é António Paulo Costa, quadro da Petróleos de Portugal, do grupo Galp, que deu entrada nas instalações de Aveiro esta manhã.Pelo Juízo de Instrução de Aveiro passaram, desde o início dos interroga-tórios, a 30 de Outubro, 12 arguidos, nove dos quais já com medidas de coacção fi xadas. O principal suspeito - o empresário Manuel Godinho - está em prisão preventiva enquanto cinco foram suspensos das funções profi s-sionais que exercem: Manuel João Espadinha Guiomar, José Lopes Valentim e Carlos Vasconcellos, todos da RRFER, Mário Pinho, chefe da Repartição de Finanças de São João da Madeira, e Paiva Nunes, administrador da EDP Imobiliária. Este último foi também sujeito ao pagamento de caução (25 mil euros), tal como Namércio Pereira da Cunha (25 mil euros) e Hugo Sá Godinho (50 mil euros).O vogal da administração da empresa IDD - Indústria de Desmilitarização e Defesa - José António Contradanças foi, até agora, o único arguido que manteve a medida de coacção mínima: termo de identidade e residência.

BPN/Oliveira e Costa

Cândida Almeida garante cumprimento dos prazosA procuradora Cândida Almeida revelou que a acusação a José Oli-veira e Costa, antigo presidente do Banco Português de Negócios (BPN), está completa, estando o Ministério Público a ultimar o despacho fi nal da investigação.O prazo máximo de prisão domicili-ária a que Oliveira e Costa está su-jeito termina este fi m-de-semana e a directora do Departamento Cen-tral de Investigação e Acção Penal (DCIAP) garante que tudo vai ser feito dentro dos prazos legais.“O processo onde está o arguido detido em prisão domiciliária vai sair na data certa, seja dia 21 ou 22. A acusação está completa”, dis-se Cândida Almeida, sublinhano que não será a conclusão da totalidade da investigação ao caso BPN que vai estar pronta, mas o processo que tem um priso domiciliário. O caso BPN é composto “por dez proces-sos, neste momento”.

“Sol”: sete crimes“Sol”: sete crimes

O semanário “Sol” avança hoje que Oliveira e Costa está acusado de um total de sete crimes. O antigo pre-sidente do BPN vai responder por falsifi cação de documentos, aquisi-ção ilícita de acções, infi delidade, branqueamento de capitais, abuso de confi ança agravado, burla quali-fi cada e ainda fraude fi scal.

GRUPO RENASCENÇA, 2009

Alexandre Relvas considera que o presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e o Procurador Geral da República “são incapazes de estar à altura das suas responsabilidades”.No seu habitual espaço de comentário das noites de quintas-feira, na Renas-cença, o dirigente social-democrata fez duras críticas a Noronha do Nasci-mento e Pinto Monteiro, a propósito do impasse em torno das escutas a José Sócrates, no âmbito do caso “Face Oculta”.“Põem as guerras pessoais, os interesses corporativos, acima dos interesses institucionais. Nesta altura, era fundamental, até porque está em causa uma outra fi gura do Estado que tem que ser respeitada, uma consonância de inter-venção. Isto deixa uma má imagem da Justiça”, referiu.Alexandre Relvas considera que o Supremo e a Procuradoria-Geral da Repúbli-ca “têm uma política de comunicação desastrosa”, sobretudo, Pinto Montei-ro, que “criou desconfi ança, instabilidade e aumentou a suspeição em relação ao Primeiro-ministro”. Sobre o comportamento deste no caso, Relvas consi-dera que Sócrates esteve mal ao não dar esclarecimentos face às suspeições levantadas.“Houve inabilidade do Primeiro-ministro a tratar esta questão política”, con-cluiu o presidente do Instituto Sá Carneiro.

Alexandre Relvas: Noronha e Monteiro

não estão à altura das responsabilidadesPresidência da República

Cavaco na rota de projectos inovadores

O Presidente da República iniciou hoje a primeira jornada do Roteiro das Comunidades Locais Inovadoras, iniciativa que visa dar um contribu-to para a recuperação económica e social do país.Durante dois dias, Cavaco Silva anda pelo norte do distrito de Aveiro para dar a conhecer casos de sucesso no plano do empreendedorismo local.

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Bloco de Esquerda

Cargo de Governador Civil deve ser extinto

O Bloco de Esquerda (BE) questionou hoje os critérios na nomeação de governadores civis.O líder da bancada parlamentar, José Manuel Pureza, sublinhou que, do seu ponto de vista, o perfi l geral dos nomeados confi rma “a necessidade” de proceder à extinção do cargo de Governador Civil.Em causa está o facto de muitos dos nomeados serem candidatos socia-listas derrotados nas últimas Autárquicas. São os casos de José Mota, por Aveiro, Miguel Ginestal, em Viseu, Isabel Santos, no Porto, ou Sónia Sanfo-na, em Santarém.

Reaberto debate sobre contentores de AlcântaraReaberto debate sobre contentores de Alcântara

O Bloco de Esquerda vai reabrir, no Parlamento, a questão do polémico contrato fi rmado entre o Estado e a Liscont para o prolongamento da ex-ploração do terminal de contentores de Alcântara. O Bloco de Esquerda avançará com um projecto de lei para revogar a de-cisão do Governo que permitiu o aditamento ao contrato - sem concurso público - e que o próprio Tribunal de Contas considerou um mau negócio para o Estado.“Este negócio tem de voltar para trás. Tem de se pôr um ponto fi nal”, disse Helena Pinto, vice-presidente da bancada, que desafi a a “Assembleia e a oposição a votarem favoravelmente a solução encontrada pelo Bloco”. O Bloco convoca também o PS a recuar em nome do interesse público, numa altura em que o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, anda a prometer impedir que o projecto dos contentores avance tal como está.O contrato com a Liscont prolonga por 27 anos a exploração do terminal de Alcântara.

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Professores/Avaliação

Parlamento aprovou proposta do PSDO projecto de resolução do PSD sobre avaliação de professores e estatuto da carreira docente foi hoje viabilizado, no Parlamento, com os votos fa-voráveis da bancada social-democrata e a abstenção do PS. Os restantes diplomas da oposição foram chumbados. O diploma do PSD recomenda ao Governo o fi m da divisão da carreira em duas categorias e a criação de um novo modelo de avaliação no prazo de 30 dias, além de defender que no primeiro ciclo avaliativo, que está a ter-minar, não haja professores penalizados na progressão da carreira devido a diferentes interpretações da lei. Em conferência de imprensa, o líder parlamentar do PSD, José Pedro Aguiar Branco, voltou a rejeitar a tese de cedências ao Governo.

Conselho de Estado

Lista única recebeu 156 votos dos deputadosA lista de membros para o Conselho de Estado proposta pelo PS e PSD foi hoje aprovada, no Parlamento, com 156 votos favoráveis entre 214 votantes. Houve 49 votos brancos e nove nulos.A lista incluia os nomes de António de Almeida Santos, Manuel Alegre e José Joaquim Gomes Canotilho, indicados pelo PS, e de Francisco Pinto Balsemão e António Capucho, propostos pelo PSD, todos eles já conselheiros, já que foram eleitos na anterior legislatura. Canotilho e Capucho eram, contudo, membros suplentes, que substituíram, res-pectivamente, Jorge Coelho e Luís Marques Mendes.

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Autoeuropa

Patrões da VW querem semana de seis dias

A administração da Volkswagen in-siste na necessidade de aumentar o número de dias de trabalho por semana na Autoeuropa, consideran-do que só dessa forma será possível tornar a fábrica de Palmela compe-titiva.“Cada colaborador deveria compre-ender que, devido à procura anual, teríamos de adoptar uma semana a seis dias, de modo a compensar as semanas de trabalho mais curtas de Abril e Maio deste ano”, lê-se numa carta da administração da casa-mãe, enviada à Comissão de Traba-lhadores (CT) da Autoeuropa, a que o “Diário Económico” teve acesso.A administração sugere que a nova medida seja posta em prática, pelo menos, até 2012.Em resposta, a CT diz que “os tra-balhadores decidiram e está deci-dido”, referindo-se ao pré-acordo chumbado em Junho passado. “A comissão sabe que alguma coisa tem que ser feita, mas os trabalha-dores não podem ser prejudicados” defendeu António Chora.

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Tribunal de Contas/Auto-estradas

Novo “chumbo” a contrato de concessãoO Ministério das Obras Públicas não quer comentar a nova recusa de visto prévio do Tribunal de Contas (TC) a um contrato de concessão de uma auto-estrada. Desta feita, está em causa o contrato da concessão Baixo Alentejo, de acordo com o “Jornal de Negócios”.No espaço de duas semanas, é já o terceiro “chumbo” do organismo presidi-do por Guilherme de Oliveira Martins a contratos para novas vias rodoviárias, depois da recusa de vistos à Auto-estrada Transmontana e à Douro Interior. Na base da recusa do TC estão os mesmos argumentos que ditaram os chum-bos anteriores, ou seja, a inexistência de um comparador público.

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Caso Alexandra

Carta internacional pede avaliação de condições de vida

Mais de 700 cidadãos de 15 países assinaram uma carta para pedir ao Presidente russo uma avaliação das con-dições em que vive Alexandra Tsiklauri, a menina que o Tribunal de Guimarães retirou à família de acolhimento portuguesa. Entre os signatários da missiva dirigida a Dmitri Medve-dev estão cidadãos da Rússia, Portugal, Estados Unidos, Espanha, Brasil, Canadá, Israel, Alemanha, Emirados Árabes Unidos, Luxemburgo, Moldávia, Ucrânia, Repú-blica Checa, Suécia e Bélgica. Após relatarem todo o processo jurídico que antecedeu o envio da menina para a Rússia, os autores da missi-va, iniciativa do Comité de Pais de São Petersburgo de apoio a Alexandra, chamam a atenção para as condi-ções difíceis em que vive na vila de Pretchistoe. “A sua nova pátria é o fumo de tabaco, parentes em-briagados, pancadaria, uma casa suja e não arrumada. Na família ninguém trabalha além da avó... A própria Natália (mãe de Alexandra) recusou todas as propostas de emprego”, lê-se na carta a que a agência Lusa teve acesso. “Nos últimos meses, Natália Zarubina foi alvo de me-didas administrativas devido a comportamento ilegal. Em casa, ela e os parentes encontram-se, frequente-mente, embriagados, o consumo em casa de bebidas alcoólicas é acompanhado de escândalos, deboches, e tudo isso aos olhos da menina”, continuam os autores da mensagem.

Carta elenca faltas da mãe biológica Carta elenca faltas da mãe biológica

Depois de enumerarem uma longa lista de faltas co-metidas pela mãe biológica de Alexandra, todas elas fi xadas pelas autoridades locais, os assinantes da carta

a Medvedev concluem que “a mãe não é capaz de se preocupar com a saúde da criança, o desenvolvimen-to moral, físico, psíquico e espiritual da nova cidadã russa”. “Pedimos-lhe que envie à vila de Pretchistoe uma co-missão especial para esclarecer como é que são cum-pridos os compromissos assumidos pelo Estado Russo, dados no tribunal pelo seu representante ofi cial (o côn-sul da Rússia em Portugal), se são cumpridas as garan-tias fundamentais dos direitos da criança, se a situação em que a nossa pequena concidadã corresponde aos altos interesses da criança”, pedem os assinantes. “Pedimos que nos comunique que medidas planeia to-mar ou quais as que já foram tomadas para que a Rús-sia cumpra os seus compromissos”, concluem. PÁG.

Austrália

Piloto transformado em herói depois de amaragem entre tubarões

Um piloto australiano está a ser aclamado como um herói depois de ter conseguido, com sucesso, realizar uma aterragem de emergência no Oceano Pacífi co, à noite e em águas infestadas por tubarões. As cinco pessoas que estavam no aparelho salvaram-se,

bem como o próprio piloto.O jacto Westwind da Pel-Air Aviation, adaptado para o transportes de do-entes, partiu da ilha de Samoa com des-tino a Melbourne, na Austrália, com uma escala para re-abastecimento na ilha de Norfolk.

De acordo com a empresa, estavam a bordo uma mu-lher “gravemente doente”, o seu marido e dois médi-cos, além de um co-piloto. Uma tempestade formou-se antes da aterragem em Norfolk. Com pouco combustível e após quatro tenta-tivas de se aproximar da pista, o piloto Dominic James decidiu amarar. Apenas três passageiros tiveram tempo de vestir os seus coletes salva-vidas, enquanto os outros tiveram que se agarrar a eles.O aparelho afundou três minutos depois da amaragem e todos os ocupantes conseguiram salvar-se. No entan-to, tiveram de esperar cerca de uma hora e meia den-tro de água, num mar cheio de tubarões, até à chegada de barcos de resgate. O caso é semelhante ao do pouso de um avião comercial no rio Hudson, em Nova Iorque, no início deste ano, em que também todos os passageiros sobreviveram.

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UE

Belga e britânica escolhidos para ocupar novos cargos

Os países da União Europeia (UE) chegaram a um acordo sobre os nomes que vão ocupar o cargo de presidente do Conselho Europeu e de responsável pela diplomacia dos 27. O Primeiro-ministro belga, Herman Van Rompuy, vai presidir ao Conselho e a actual comissária do Comér-cio, a britânica Catherine Ashton, será a nova alta re-presentante da Política Externa.Foi já com um amplo consenso que os representantes dos Estados-membros iniciaram a reunião de ontem, em Bruxelas, que decidiu os nomes para os dois novos cargos criados pelo Tratado de Lisboa.Depois de semanas de especulação e incerteza, duran-te as quais se desmultiplicaram os nomes de candida-tos, reais ou imaginários, a situação foi desbloqueada pouco antes do início desta cimeira.A chave passou pela decisão do Reino Unido, que desis-tiu da candidatura de Tony Blair para o posto de pre-sidente, ao mesmo tempo que os socialistas europeus apoiavam, por unanimidade, Catherine Ashton para chefi ar a futura diplomacia europeia.Van Rompuy, de 62 anos, é Primeiro-ministro há menos de um ano e é conhecido e respeitado pela sua capa-cidade de gerar consensos. É também conhecido como

um especialista em poesia tradicional japonesa.A baronesa Catherine Ashton tem 53 anos e depois de uma passagem por vários ministérios de governos tra-balhistas, foi nomeada comissária europeia responsável pelo pelouro do Comércio Externo, cargo que assumiu em Outubro de 2008.

Van Rompuy defende papel da Europa Van Rompuy defende papel da Europa

O novo Presidente do Conselho Europeu afi rmou, na sua primeira declaração ofi cial, que a Europa deve ter um papel importante no mundo e declarou-se favorável ao prosseguimento do alargamento da UE. “A Europa é uma união de valores e tem a responsabi-lidade de desempenhar um importante papel no mun-do”, afi rmou Herman Van Rompuy depois de ter sido designado para o novo cargo pelos chefes de Estado e de Governo europeus reunidos em Bruxelas. O novo líder adiantou, no entanto, que assumirá so-bretudo, nas novas funções, um papel facilitador de compromissos entre os países da UE.

Durão Barroso aplaude escolhasDurão Barroso aplaude escolhas

As duas nomeações foram recebidas com satisfação pelo presidente da Comissão Europeia, Durão Bar-roso.“Fico extremamente satisfeito, não podia ter dese-jado melhor. De todos os pontos de vista é uma ex-celente escolha. Conheço bem o Primeiro-ministro belga, alguém que é extremamente empenhado no projecto europeu, tem uma visão comunitária que é visão tradicional da Bélgica”, afi rma Durão Barroso.Sobre a nova alta representante para a política ex-terna, com a qual trabalhou no último ano no Exe-cutivo comunitário, o presidente da Comissão Euro-peia considera que Catherine Ashton foi uma opção acertada.

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Tratado de Lisboa

Entrada em vigor assinalada em Lisboa

A entrada em vigor do Tratado de Lisboa, a 1 de De-zembro, será assinalada com uma celebração na ca-pital portuguesa nesse mesmo dia, já com a presença do recém-designado presidente do Conselho Europeu, revelou o Primeiro-ministro José Sócrates. Sócrates fez o anúncio em Bruxelas, no fi nal da cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, na qual os 27 designaram o belga Herman Van Rompuy e a britânica Catherine Ashton para ocupar os dois no-vos altos cargos europeus, respectivamente presidente do Conselho Europeu e alta representante para a Polí-tica Externa. Apontando que os líderes europeus deram assim “o úl-timo passo para a implementação do Tratado de Lis-boa”, José Sócrates revelou que a celebração da sua

entrada em vigor “será feita em Lisboa”, a 1 de De-zembro próximo. A cerimónia, disse, contará já com a presença de Van Rompuy, além do presidente em exercício do Conselho, o primeiro-ministro sueco Fredrik Reinfeldt, do próxi-mo presidente rotativo, o chefe de Governo espanhol, José Luís Rodriguez Zapatero, e do presidente da Co-missão Europeia, José Manuel Durão Barroso.Fonte governamental indicou que a cerimónia, que está a ser preparada pelo Governo português em cola-boração com a Comissão Europeia, a presidência sueca do Conselho e a Câmara Municipal de Lisboa, deverá realizar-se na Torre de Belém, aproveitando as infra-estruturas montadas para a Cimeira Ibero-Americana, que termina nesse mesmo dia.

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BCE

Liquidez retirada de forma gradual

O Banco Central Europeu anunciou hoje que vai retirar, de forma gra-dual, aos mercados fi nanceiros, parte da liquidez injectada durante a crise do crédito. “Nem toda a liquidez que foi injec-tada será necessária, na medida em que foi no passado”, afi rmou Jean-Claude Trichet, em Frankfurt. O presidente do BCE sustenta que qualquer medida não convencional, cujo prolongamento ameace a ma-nutenção da estabilidade dos pre-ços, deve ser descontinuada. Simultaneamente, o Banco Central Europeu indicou que a taxa de juro de referência não deverá subir nos tempos mais próximos.

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Já se sabia não serem boas as perspectivas de concluir um novo acordo internacional sobre o combate às alterações climáticas na cimeira de Copenhaga, que começa a 7 de Dezembro. Mas depois do encontro, esta semana, entre Obama e o Presidente da China (representando os dois países que mais poluem no mundo) acaba-ram as dúvidas: não haverá acordo. Apenas, quando muito, uma declaração de intenções quanto a um desejável entendimento. É pouco, muito pouco, para uma questão tão urgente.

A China não quer limitar o seu espectacular crescimento económico com constrangimentos ecológicos. E recusa avançar com medidas contra o aquecimento global sem os Estados Unidos o terem feito. Ora o Congresso de Washington ainda não foi capaz de chegar a um consenso nesta matéria, apesar de os Democratas disporem de maioria em ambas as câmaras.

Está em jogo uma questão de ética entre gerações: não é moral deixarmos aos vindouros um mundo ecologicamente degradado. O problema é que os políticos funcionam com um curto horizonte, que não alcança o longo prazo.

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Venezuela

Escalada de tensão na fronteira As autoridades venezuelanas dinamitaram duas pontes pedestres sobre o Rio Táchira, na fronteira com a Colômbia, uma acção que Caracas diz ser “soberana”, mas “grave” segundo Bogotá.A Colômbia anunciou que vai denunciar o ocorrido à Organização de Esta-dos Americanos (OEA) e à Organização das Nações Unidas (ONU). “As passagens fronteiriças são autorizadas pelos governos onde há alfân-degas e demais controlos”, disse o vice-presidente da Venezuela, Ramón Carrizales. “Quando encontramos em sítios não autorizados passagens im-provisadas ou qualquer outro tipo de construção usada para o narcotráfi co e para o contrabando, estamos obrigados a estabelecer a soberania.”

Afeganistão

Atentado faz 15 mortos

Um bombista suicida, que viaja-va numa mota, fez-se explodir no meio da multidão de um mercado da cidade afegã de Farah, causan-do a morte de 15 pessoas e ferindo outras 31. O ataque deu-se nas proximidades da casa do governador desta pro-víncia no sudoeste do Afeganistão. Farah, área maioritariamente de-serta perto da fronteira com o Irão, tem registado uma cada vez maior actividade dos rebeldes talibã ao longo deste ano, que têm vindo a ganhar terreno para oeste e norte dos seus tradicionais bastiões a sul e este do país. O ataque de hoje deverá ainda ver o balanço de vítimas mortais aumen-tar, de acordo com declarações do governador provincial, uma vez que entre os feridos estão mais de uma dezena em estado muito grave. Este atentado dá-se um dia apenas após a tomada de posse do Presi-dente, Hamid Karzai, para um se-gundo mandato, o qual prometeu renovados esforços para garantir segurança e estabilidade no Afega-nistão.

Ponto de vista

Justiça entre gerações

Francisco Sarsfi eld CabralJornalista

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Filipe d’Avillez »

Chegou a hora de chamar à responsabilidade de to-dos para a construção do bem comum. O apelo é do presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social a propósito da “Semana Social”, que começou hoje em Aveiro. Organizada pela Comissão Episcopal da Pastoral Social, a conferência promove, justamente, o debate sobre a responsabilidade da pessoa, da Igreja e do Estado na construção do bem comum.Esta manhã, na sessão de abertura, António Barbosa de Melo, antigo Presidente da Assembleia da República, sublinhou a necessidade dos portugueses recuperarem o espírito solidário em tempo de contínuas difi culda-des.“Os portugueses andam sem orientação para a realida-de porque perderam estes respaldos que a sociedade traz, pelas agressões sucessivas que se fazem. Hoje são estes os bandidos, amanhã são outros, já ninguém con-fi a em nada. E estamos todos a começar, a cada dia, de novo, o princípio da história, e isso desorganiza o Es-tado, perturba a sociedade civil e trai os valores que a sociedade deve promover e que a sociedade civil deve realizar”, disse.Entre outros problemas, o ex-presidente da AR, inclui “a corrupção, a ilegalidade e a violação dos direitos humanos que mancham tanto os sujeitos económicos e políticos”.“Tanto faz ser-se empresário ou deputado. Muitos estão manchados, de um lado e do outro. Tanto países ricos como países pobres, tanto grandes empresas ou grupos multinacionais como empresas locais, tanto doadores como benefi ciários de ajudas internacionais. Chamar atenção para isto é muito importante”, afi rmou.

Renovar os quadrosRenovar os quadros

D. Carlos Azevedo, presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, diz que, mais do que lamentar, é preciso dar novas respostas para os problemas. “Notá-mos que há na sociedade portuguesa um crónico passa culpas e um atribuir sempre a outros as situações di-fíceis que vivemos. Dado que a crise está para durar e vai ter muitas consequências na vida das pessoas, achamos que a hora é de chamar à responsabilidade de todos”, disse o bispo auxiliar de Lisboa.“Não é o Governo, não é o Estado, não é a Igreja que resolvem os problemas das pessoas, mas é dando as mãos, todos. É preciso encontrarmos uma metodologia para não nos lamentarmos, que é outra atitude cró-nica, a de lamentarmos mas não tomarmos decisões, nem operacionalizarmos no terreno uma nova forma de resolver os problemas. É preciso renovar os quadros. São sempre os mesmos a aparecer e há uma nova gera-ção cheia de garra. Há pessoas com qualidade enorme mas a quem não é dada responsabilidade. E na Igreja também isso está a acontecer”, acrescentou.D. Carlos Azevedo considerou ainda que é preciso cla-rifi car o papel da religião na sociedade, para evitar a tentação do seu condicionamento pelo poder político.“O lugar da religião na sociedade, o entender e o ter as noções bem claras sobre isso é fundamental. Se con-

siderarmos que a religião é um factor positivo para a vida das pessoas, isso terá consequências políticas na vida pública. Por outro lado, se acharmos, como Afonso Costa, que a religião é um factor obscurantista a aba-ter e a eliminar da sociedade, então devem-se tomar medidas coerentes. Hoje, os psicólogos e sociólogos di-zem que a religião é fundamental na vida das pessoas e dizem-no sendo crentes ou não crentes. É preciso cla-rifi car isso, para que não venham uns gurus do pensa-mento em Portugal, com uma enorme ignorância reli-giosa, querer comandar os destinos e comandar mesmo as posições do Estado e do Governo, considerando que a religião não é um factor positivo”, disse D. Carlos.

Novas práticas no terrenoNovas práticas no terreno

O Página1 foi ao encontro de exemplos e estratégias efi cazes de responsabilidade social. A economia de comunhão é praticada pelo Movimento dos Focolares, que, à escala global, é aplicada por 800 empresas. Um dos propósitos é entender o funciona-mento de uma empresa para além do lucro.Quando o sistema parece incapaz de combater as desi-gualdades, a economia de comunhão pode ser um mo-vimento a seguir. Os empresários que aderem a esta ideia, comprome-tem-se a partilhar os seus lucros, dividindo-os em três partes, explica Domenico Cozzela, o responsável pelo Movimento Folocares em Portugal: “Uma primeira parte deveria ser dedicada directamente aos pobres, não numa perspectiva de capitalismo fi lantrópico, mas numa perspectiva de desenvolvimento, propondo, eventualmente, postos de trabalho, mas alavancando, numa perspectiva de micro-crédito, a própria pobre-za como um potencial, não como algo que tem de ser erradicado; uma segunda parte [seria] empregue no desenvolvimento de pessoas com esta mentalidade; e uma terceira parte, naturalmente, [destinar-se-ia] para o desenvolvimento da empresa.”Em Portugal, existem 16 pequenas e médias empresas que aderiram a esta ideia, num total de 30 a 50 milhões de euros anuais. A Sipoco, voltada para o lazer, é uma delas. “Sentimos que é preciso estarmos voltados para o exterior. Natu-ralmente temos de ter lucro, sem lucro não podemos subsistir, mas esse lucro é sempre voltado para o exte-rior”, diz Mário Massa, proprietário da Sipoco.

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Semana Social

“A hora é de chamar à responsabilidade de todos”

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Para D. Carlos Azevedo, “há na sociedade portuguesa um crónico passa culpas”

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Exposição

Arte da Madeira, essa “grande desconhecida”, no Palácio da Ajuda

Maria João Costa »

Abre amanhã ao público na Galeria de Pintura do Rei Luís I, no Palácio da Ajuda, em Lisboa, a exposição “Obras de referência dos Museus da Madeira”. Através da arte, a mostra, que fi -cará patente até 28 de Fevereiro, conta 500 anos de História daquele arquipélago, que viveu os ciclos da produção de açúcar e de vinho e hoje vive do turismo. “A Madeira é uma grande desconhecida no continente”, refere o comissário Francisco Clode Sousa. A mostra é a “primeira oportunidade” que apresentar um “núcleo alargado “ da arte madeirense, diz.Sobre paredes de cores fortes destacam-se peças de escultura, pintura, ourivesaria, mobiliário e fotografi a em excelente estado de conservação.

Concertos

Massive Attack mostram próximo álbum em Lisboa

Os britânicos Massive Attack actuam amanhã e domingo no Campo Peque-no, em Lisboa, num regresso que servirá para antecipar ao vivo alguns dos temas do próximo álbum, a editar no começo de 2010.Já se perdeu a conta às vezes que os Massive Attack estiveram em Portu-gal, em concerto próprio ou em cartaz de festivais de Verão, mas desta vez as actuações de sábado e domingo introduzem temas inéditos, que integrarão o novo álbum.

Quinto de originais em 20 anos, o novo ál-bum deverá sair em Fevereiro e terá por título “Hell-Ego Land”, disse Robert del Naja em entrevista recente à rádio Ante-na 3. O álbum contará com as participa-ções de Damon Albarn (Blur e Gorillaz) e de Hope Sandoval (Mazzy Star).Em antecipação ao que aí vem, em Outu-bro Robert del Naja e Grant Marshall lan-çaram um EP que inclui os temas “Split-ting the Atom”, com Horace Andy, “Pray

for Rain”, com Tunde Adebimpe, vocalista dos TV on the Radio, “Bullet-proof Love”, com Guy Garvey, vocalista dos Elbow, e “Pray for rain”, com a participação de Martina Topley-Bird.De acordo com a promotora Everything is New, o concerto de sábado está praticamente esgotado.

Obituário

Mário Barradas, criador do Centro Dramático de ÉvoraO encenador Mário Barradas faleceu ontem, em casa, em Lisboa. Tinha 78 anos. O funeral decorre à hora do fecho desta edição, no cemitério do Alto de S. João, em Lisboa. Barradas desenvolveu no teatro, a que dedicou 60 anos de vida, um trabalho que a generalidade da crí-tica e estudiosos do sector situam entre os que de mais importância e repercussão tiveram em Portugal.Era licenciado em Direito, mas o teatro foi, desde muito novo, a sua opção, que exerceu em todas as principais vertentes: como actor, tradutor, encenador e autor.Concluída a licenciatura, cumpriu o serviço militar em Timor, onde viria a criar um grupo de teatro. A etapa seguinte foi Moçambique. O diplo-ma de Direito permitiu-lhe abrir banca de advogado, actividade que durante algum tempo exerceu “a meias” com o teatro.Depois de Moçambique, o destino foi Estrasburgo, com uma bolsa da Gulbenkian. Barradas lecciona na escola de Teatro Nacional local e em 1971 regressa a Portugal.Dá aulas no Conservatório Nacional, que dirigirá entre 1972 e 1974, e depois do 25 de Abril cria um dos principais pólos dinamizadores do teatro em Portugal, um pioneiro da descentralização, o Centro Cultural de Évora (Cendrev).Com uma visão fundamentadamen-te crítica da acção dos governos re-lativamente à cultura, Barradas não deixou, por isso, de apostar, com a sua contribuição directa - em 1988, aceitou a direcção dos Serviços Cul-turais Gerais da Secretaria de Esta-do da Cultura. Mário Barradas foi ainda, em 1996/97, presidente indigitado do IPAE (Instituto Português das Artes do Espectáculo).

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O segundo Chá Dançante da Rádio SIM acontece domin-go, na Colunata Eventos, no Bom Jesus, em Braga, a partir das 15h00. Depois da primeira edição, em Maio, em Lisboa, que contou com mais de 300 participantes, a rádio do Gru-

po Renascença volta a organizar uma tarde repleta de tangos, valsas e outras músicas. As músicas vão ser in-terpretadas pela Orquestra Royal.Os bilhetes, que custam cinco euros, estão à venda nas instalações da Rádio SIM, em Braga e no Porto.

Rádio SIM

Braga é palco de novo Chá Dançante

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S. Nicolau, atribuído ao Mestre da Adoração de Machico

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FIFA

França-Irlanda não vai ser repetido

A FIFA rejeitou o pedido de repeti-ção do encontro entre a França e a República da Irlanda, solicitado pela Federação Irlandesa de Fu-tebol, na sequência do golo ilegal obtido pelos gauleses, já no prolon-gamento, e que resultou na qualifi -cação francesa para o Campeonato do Mundo. O golo foi marcado por Gallas, depois da assistência com a ajuda de uma mão de Henry.A FIFA respondeu em comunicado, afi rmando que o resultado de um jogo não pode ser alterado e que o encontro não se irá repetir, subli-nhando que as leis do jogo ditam, claramente, que durante as parti-das, as decisões são tomadas pelo árbitro e essas decisões são fi nais.

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Permanecem na memória dos adeptos do futebol de todo o mundo lances de jogo e de golos falsos que ajudaram a desvirtuar resultados, atraiçoaram a ética, e confi rmaram que um desafi o também pode ser, muitas vezes, uma fonte inesgotável de batota. Roubos que são capazes de destruir sonhos de nações inteiras.E quando acontecem lances como aquele que sustentou a decisão de apurar a França para o próximo Mundial, torna-se fácil recuar no tem-po e rever imagens que marcaram para sempre equipas, jogadores e árbitros.Thierry Henry é apenas o caso mais recente. E que provocou uma onda de indignação generalizada, sobretudo na velha Europa, onde se tei-ma, muitas vezes, em ridicularizar aquilo que é frequente acontecer em estádios sul-americanos.Um golo duplamente falso, porque o jogador francês tocou duas vezes a bola com a mão, inverteu aquilo que estava a tornar-se irremediá-vel. E mercê disso, o voo que em Junho partirá de Paris para a África do Sul terá, seguramente, aeroporto de partida errado.O caso já foi objecto de intromissões de políticos, tendo até dado lugar a várias acções diplomáticas. Só que, toda poderosa, do alto do seu pedestal, a FIFA apressou-se de imediato a lembrar que em qual-quer situação de jogo, só as decisões do árbitro, por serem soberanas, devem prevalecer. E a sua irmã gémea, a UEFA, também se limitou a confi rmar que, embora reconhecendo ter sido o golo da polémica falso como Judas, não há nada mais a fazer do que validar o resultado e suas consequências. Ambas defendem o jogo limpo, mas recusam a sua prática.Por muito tempo que passe, autênticas fraudes históricas como esta continuam vivas na memória dos adeptos. Os exemplos perversos são abundantes e deram para de tudo um pouco: ganhar um Mundial, ven-cer um jogo, afastar do caminho uma equipa favorita à conquista de um título. Não se trata apenas de penalties duvidosos, nem de foras-de-jogo no limite, mas simplesmente de jogadas que não admitem dúvidas. Fraudes, algumas, que nunca tiveram castigo.Não fôra o golo obtido com a mão por Maradona no Mundial de 1986, aquele que foi marcado por Hurst vinte anos antes na fi nal de 66 entre a Alemanha e a Inglaterra no Estádio de Wembley, seria recordado como a maior mentira da história de todos os campeonatos. Já em pleno século XXI e quando os meios tecnológicos colocam à nossa disposição um assinalável avanço, as mentalidades dos dirigen-tes do futebol continuam paradas no tempo, como há cinquenta anos atrás. Até quando?...

Ouça a crónica de Ribeiro Cristóvão às 22h30, em Bola Branca

Ponto Final

Futebol batoteiro. Até quando?

Ribeiro CristóvãoJornalista

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Argélia

Festejos provocam 14 mortos

Pelo menos 14 pessoas morreram e outras 254 fi caram feridas durante os festejos pelo apuramento da Ar-gélia para o Mundial 2010, depois do triunfo, por 1-0, sobre o Egipto.Ocorreram ainda, de acordo com a protecção civil argelina, 175 aci-dentes de viação e 145 casos de ataque cardíaco. A Argélia qualifi cou-se para a Áfri-ca de Sul, 24 anos depois da última presença num Mundial.

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Ranking

Portugal é a quinta melhor selecção do mundo

A selecção portuguesa alcançou o quinto lugar do ranking da FIFA, subindo cinco posições desde a última actualização. As duas vi-tórias sobre a Bósnia e o conse-quente apuramento para o Mun-dial 2010 foram a alavanca desta ascensão. Apesar do quinto lugar actual, Portugal não deverá ser cabeça-de-série no sorteio para o Cam-peonato do Mundo. A FIFA irá defi nir os critérios de atribuição de tal es-tatuto, na reunião do Comité Executivo do Mundial, a realizar no dia 2 de Dezembro, na Cidade do Cabo. O ranking de cada selecção tem sido o critério adoptado pelo organismo, mas por razões desportivas, a clas-sifi cação que servirá de “barómetro” deverá ser a de Outubro e não a de Novembro.Tal escolha é explicada pela desigualdade que seria criada, em particu-lar na zona europeia, devido à realização dos play-off. Esta eliminatória fi nal fez com que as selecções disputassem mais duas partidas que as já apuradas, criando um desequilibrio desportivo. No caso, Portugal e França ultrapassaram Argentina e Inglaterra, duas selecções já qualifi cadas, mas que perderiam o estatuto de cabeças-de-série.Assim, e adoptando o ranking de Outubro, a selecção nacional deverá ser colocada no pote dois, juntamente com os outros países europeus que não são cabeças-de-série.Nesta nova actualização, destaque para a Espanha que passa a ser a me-lhor do mundo, relegando o Brasil para o segundo lugar.

Apostas de futebol

Investigação leva a 15 detenções

Quinze pessoas foram detidas du-rante uma operação policial em quatro países - Alemanha, Grã-Bre-tanha, Áustria e Suíça. As deten-ções seguem-se a uma investigação sobre casos de manipulação de re-sultados que envolve nove campeo-natos da Europa.Três jogos da Liga dos Campeões e 12 partidas da Liga Europa estão, igualmente, a ser in-vestigadas.De acordo com o que revelou à im-prensa a polícia alemã, um gangue de apostas ilegais manipulou ou tentou manipular estes jogos. O caso envolve cerca de 200 parti-das disputadas nos últimos meses na Europa.

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Futebol de Praia/Mundial

Selecção nacional nas meias-fi nais Portugal qualifi cou-se para as meias-fi nais do Mundial Futebol de Praia, ao vencer, hoje, no Dubai, o Japão por 2-1.O golo da vitória, marcado por Belchior, só surgiu a 52 segundos para o fi nal do encontro. O outro golo português foi marcado por Madjer. Para o Japão marcou Uehara. Portugal defronta amanhã, às 15h30, o Brasil ou a Itália.

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Futebol/Taça de Portugal

Dois jogos entre equipas da I Liga

Disputa-se este fi m-de-semana a quarta eliminatória da Taça de Por-tugal, com dois jogos entre equipas da I Liga. O Benfi ca recebe o Vitória de Guimarães, domingo, às 19h45, numa das partidas mais aguardadas. O outro encontro entre equipas do principal escalão do futebol portu-guês será entre o Sporting de Braga e o Vitória de Setúbal, no domingo, às 18h00.O FC Porto visita o terreno da Oli-veirense, da Liga de Honra, já ama-nhã, às 14h30, enquanto o Sporting mede forças com o Pescadores da Costa de Caparica, da III divisão, no domingo às 17h45.Já o Nacional recebe o Fátima, ao passo que o Rio Ave defronta o San-ta Clara. O Belenenses tem uma deslocação imprevisível ao terreno do Valenciano, que na ronda ante-rior deixou pelo caminho o Olha-nense.

Outros jogos da 4ª eliminatória:

Naval - Gil VicenteAcadémica - Beira MarFreamunde - União de LeiriaAliados de Lordelo - LeixõesTirsense - Paços de FerreiraDesp. de Chaves - União da SerraMafra - União da MadeiraCamacha - Vigor Mocidade Oeiras - Pinhalnovense

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O novo gigante dos ares, o Airbus A380, partiu hoje, ao fi nal da manhã, de Paris, rumo a Nova Iorque.

Os bilhetes para o voo inaugural já es-tavam esgotados há

alguns meses, depois do leilão efectuado no site da transpor-

tadora francesa. A Air France espera

lucrar anualmente 15 milhões de euros

neste voo, utilizando apenas a confi gura-ção de 500 lugares.

O A380 permite transportar 800

passageiros.

Olhar

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A 20 de Novembro 1963...

Iniciadas as ligações telefónicas automáticas entre Lisboa e Porto

Elsa Costa »

“Nós é que fazíamos as ligações que os assinantes pretendessem”, recorda Maria Lurdes Oliveira, ex-funcionária da actual Portugal Telecom. O trabalho descreve-o como “pesado e exigente”. À sua fren-te, um painel com diversas tomadas. Cada uma cor-respondia a um telefone instalado. Sempre que um assinante quisesse contactar um outro, tinha que o solicitar à telefonista. “O assinante ligava, dizia a pessoa com quem queria falar e nós, através de uns cabos, ligávamos”, conta. Depois de transferida a chamada, e uma vez que não havia forma de saber quando esta tinha terminado, a telefonista ia ouvin-do a conversa para saber quando desligar os cabos.Foi assim até à década de 40, época em que a APT (The Anglo Portuguese Telephone Company), empresa a quem foi adjudicado o contrato de fornecimento e montagem das primeiras instalações automáticas, ini-ciou a automatização das redes telefónicas. As cida-des de Lisboa e do Porto, vistas como importantes fo-cos de investimento, registavam um desenvolvimento mais acelerado quando comparadas com o resto do país. Ainda assim, o desenvolvimento e modernização das linhas era mais visível na cidade de Lisboa.Documentos da época, agora na posse da Portugal Telecom, mostram que “as difi culdades de nature-za económica, persistentes de forma mais evidente desde o fi nal da II Guerra Mundial, fi zeram com que a

APT repensasse várias vezes a automatização da rede telefónica no Porto”.Foi somente em 1952 que a “Picaria”, principal cen-tral da companhia telefónica na Região Norte, se au-tomatizou. Passados seis anos, o automático já tinha sido instalado em todas as redes do perímetro urbano da cidade do Porto. Em 20 de Novembro de 1963, iniciou-se, então, o serviço interurbano Lisboa-Porto totalmente automático.Serviço permanente, rapidez nas comunicações e melhores condições de transmissão, eram apenas al-gumas das vantagens do novo sistema. A telefonista deixou, defi nitivamente, de interferir nas ligações telefónicas. “Deixámos de ser nós. Os assinantes é que marcavam os números e as chamadas eram di-rectas”, diz Maria de Lurdes Oliveira.Isto fez com que muitas telefonistas fossem trans-feridas. “Passamos a trabalhar no serviço de infor-mações, a p r o c u r a r números, ou no ser-viço de avar ias”, diz a anti-ga telefo-nista.

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Gripe A

Uma dose de vacina sufi ciente para garantir imunidadeA Agência Europeia do Medicamento anunciou hoje que basta uma dose da vacina contra a gripe A para ga-rantir imunidade à maioria da po-pulação alvo.No caso da vacina comprada pelas autoridades portuguesas, passa-se, assim, na prática, de três milhões para seis milhões de doses. No en-tanto, as crianças com menos de 10 anos devem continuar a tomar duas doses.O processo está também simplifi ca-do para os adultos que já iniciaram a vacinação e que não precisam de tomar a segunda dose.A decisão da Autoridade Europeia do Medicamento baseia-se nos ensaios clínicos em curso e em novos dados que vão surgindo a cada passo.

”Face Oculta”

Caução para Paulo Penedos

O juiz de instrução criminal de Aveiro aplicou uma caução de 25 mil euros a Paulo Penedos. O arguido do processo “Face Ocul-ta” está indiciado por um crime de tráfi co de infl uências (anteriormen-te, tinha sido indiciado por dois cri-mes).Penedos fi ca ainda proibido de con-tactar os restantes arguidos, à ex-cepção do seu pai, José Penedos, presidente da REN, empresa na qual está proibido de entrar.

Vaticano

D. Manuel Monteiro de Castro nomeado consultor para a Doutrina da Fé

O Papa Bento XVI nomeou D. Manuel Monteiro de Castro como consultor da Congregação para a Doutrina da Fé.O prelado português junta este novo cargo aos de Secretário da Congre-gação para os Bispos e do Colégio dos Cardeais.D. Manuel Monteiro de Castro nas-ceu em Guimarães em 1938. É li-cenciado em Direito Canónico e en-trou para o serviço diplomático do Vaticano em 1967.

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Barbosa de Melo pró-referendo

O antigo presidente da Assembleia da República Barbosa de Melo defendeu hoje a realização de um referendo sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Queda de andaime mata operário

Um homem morreu e outro fi cou ferido em resultado da queda de um andaime num prédio em construção em Paranhos, Porto.

Noite Branca: Pidá alega inocência

O principal arguido do processo “Noite Branca”, Bruno Pinto, conhecido como Bruno Pidá, quebrou hoje o silên-cio em tribunal, afi rmando-se inocente da morte de Ilídio Correia, um segurança abatido a tiro em 2007, no Porto.

EUA: Google recebe “luz verde”

O plano da Google para a digitalização de livros a dis-ponibilizar na Internet recebeu “luz verde” - ainda a título provisório - da Associação de Editores dos EUA e do Grémio norte-americano de Autores.