VIOLÊNCIA ESCOLAR - Operação de migração para o novo ... · no livro “Para onde vai a...
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________________ ¹ Especialista em Filosofia, UEL – Universidade Estadual de Londrina; Especialista em Orientação, Supervisão e Gestão Escolar, UNOPAR – Universidade do Norte do Paraná; Graduado em Filosofia, UNIOESTE – Universidade do Oeste; Atua como docente no Colégio Estadual Osmar Guaracy Freire, em Apucarana. ² Mestre em Educação, UEL – Universidade Estadual de Londrina, Especialista em Filosofia Política, UEL – Universidade Estadual de Londrina; Graduada em Filosofia, UEL – Universidade Estadual de Londrina; Professora do Departamento de Educação da UEL – Universidade Estadual de Londrina.
VIOLÊNCIA ESCOLAR:
Discutindo com Professores o Enfrentamento à Violência no Cotidiano Escolar
Autor: Luiz Antonio Burim¹
Orientadora: Márcia Bastos de Almeida²
Resumo
O presente estudo tem por objetivo contribuir para a construção de uma cultura da paz no cotidiano escolar, privilegiando a escola como local de debate e reflexão, pois ela é a única instituição que pode trabalhar regras e normas que levam os nossos educandos a uma mudança de postura, porque juntamente com os professores pode propiciar uma atuação direta e decisiva em beneficio do bem e não do mal dentro da comunidade escolar. A pesquisa identifica e propõe sugestões de combate a violência no cotidiano escolar, tendo por base, leitura de textos, respostas que foram dadas pelos professores, os quais foram envolvidos durante a realização deste trabalho, seja na implementação do tema na Escola, por meio do material didático e no GTR (Grupo de Trabalho em Rede), onde quinze professores participaram do debate, citando as suas observações sobre a questão da Violência no Cotidiano Escolar. Como é sabedor de todos os educadores, convivemos no nosso cotidiano com os mais diversos tipos de violência, entre elas destacamos: ameaças e agressões de alunos contra professores, uso de armas, consumo de drogas, violência contra o patrimônio público, o bullying e o ciberbullying. O que fazer diante desses fatos? Creio que no aspecto pedagógico devemos preparar a criança, os nossos educandos, para assumir uma vida responsável, com espírito de compreensão, paz e tolerância; aqui se faz presente o que Piaget nos fala sobre a cooperação. Para colocarmos em prática o verbo cooperar, uma das primeiras atitudes que devemos fazer e sobretudo analisar, é ver o problema como tal e qual, como ele se apresenta no ambiente escolar e em um segundo momento observar e analisar as manifestações.
Palavras-chave: Violência; cooperação; comunidade escolar; escola; normas.
1 Introdução
A violência na escola não é um fenômeno estático, que tenha
mantido as mesmas características nas décadas que se seguiram à sua existência.
Ao contrário, a violência escolar apresenta expressões diferentes na atualidade, que
vão desde comportamentos que podemos considerar como indisciplinados até a
violência corporal ou simbólica.
A questão é que essa violência tem se tornado uma fonte de stress
nas relações interpessoais, particularmente quando relacionada à situação de
conflito em sala de aula. Neste caso, além de se constituir em um “problema” aos
professores e alunos, essa violência tem algo a dizer sobre o ambiente escolar e
seus valores, bem como sobre a própria necessidade de mudanças no modo de
respeitarmos uns aos outros.
A necessidade de superar os conflitos existentes nos
estabelecimentos de ensino motivou o estudo sobre a temática: “Violência Escolar:
Discutindo com Professores o Enfrentamento à Violência no Cotidiano Escolar”.
Muitos alunos que frequentam o Ensino Fundamental e o Ensino Médio apresentam
comportamentos que oscilam entre a agressividade e a apatia, levando-nos a refletir
sobre o que está acontecendo.
Ante as inúmeras reflexões decorrentes de nossa formação
enquanto alunos do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE 2010), por
meio das diversas atividades desenvolvidas, durante os quase dois anos, pode-se
apontar as aulas de formação, elaboração do projeto, organização e escrita da
Unidade Temática, aplicação e implementação do projeto na Escola, tutoria do GTR
(Grupo de Trabalho em Rede), que auxiliaram na compreensão e no compartilhar
dos resultados obtidos. Tendo em vista, a finalização da nossa participação nesta
etapa do PDE, com a presente reflexão sobre um tema atual, e, portanto, revelando
um assunto de grande importância para trabalharmos com os nossos educandos e
com os nossos educadores, pois hoje mais do que nunca se faz necessário
enfatizarmos nos estabelecimentos de ensino valores solidários, como o
companheirismo, o respeito mútuo e a cooperação, tão importantes para a vida em
sociedade.
As práticas de violências e de indisciplinas têm despertado a
atenção e a preocupação da sociedade civil organizada na contemporaneidade. De
maneira geral, vivemos imersos num contexto diversificado de trocas interpessoais,
dado a circulação facilitada na interação entre os indivíduos com acesso à internet e
demais decorrências da globalização, o que possibilita que a construção de novas
atitudes e valores seja compartilhada de modo rápido e, muitas vezes, sem a
reflexão pelos alunos e professores.
A violência escolar pode ser fruto de novas interações estabelecidas
e sendo assim, refletir sobre o tema é importante, pois a partir disto podemos
conhecer como a sociedade está interagindo com os valores e atitudes morais na
contemporaneidade.
Tais práticas se manifestam nos estabelecimentos de ensino por
meio de diferentes agentes, em suas diferentes dimensões e modalidades, como:
depredação, agressões físicas, agressão verbal, venda e uso de drogas, assédio
moral e sexual, omissão de cuidados, bullying, ciberbullying, práticas autoritárias,
violência de gênero, preconceito racial e social e a violência doméstica. Estudos
demonstram que essas práticas se manifestam, principalmente, nos horários de
entrada e saída da comunidade escolar, nas aulas de Educação Física, nos
intervalos e nos eventos comemorativos ou festivos.
Estudos como os de Piaget (1994) têm revelado que as atitudes
muitas vezes concebidas como imorais ou de desrespeito, como é o caso da
violência escolar, podem ser decorrentes das interações que estabelecemos hoje. O
autor encontrou dois tipos de interações na sociedade: de coação e de cooperação,
sendo que cada uma delas decorre de um tipo de formação moral. Por isso, sendo a
escola um ambiente formador da moral precisa repensar sua atuação frente ao
aluno, e artigos como este, poderão abrir novos caminhos de compreensão e
atuação do professor na formação moral dos indivíduos.
Assim, para compreendermos melhor as atitudes humanas na
atualidade, trataremos deste assunto com base na contribuição teórica do
pesquisador Jean Piaget, que construiu uma teoria sobre o desenvolvimento moral.
Em uma de suas teses sobre esta temática, Piaget considera que a moral não é
inata, mas se constitui nas interações sociais, em decorrência do respeito que temos
pelas pessoas, e este se constitui no modo como interagimos uns com os outros.
Diante disso, o presente artigo pretende apresentar e discutir
aspectos importantes das reflexões e estudos realizados pelos professores que
foram envolvidos no presente debate, por meio de suas opiniões sobre a
problemática da violência escolar.
2 O AMBIENTE ESCOLAR E O DESENVOLVIMENTO DO JUÍZO MORAL
O enfrentamento a violência no ambiente escolar coloca-nos, hoje, diante
de reflexões importantes sobre o modo de interação estabelecida entre os indivíduos. Piaget
no livro “Para onde vai a Educação” de 1948 e “Os procedimentos da educação Moral“ de
1930 considera importante pensar sobre a influência das relações interpessoais e
decorrências na construção de ambientes sócio-cooperativos ou não. Em seus estudos
sobre as atitudes morais do indivíduo, Piaget observa que na sociedade existem dois tipos
de interações entre os sujeitos e que cada uma delas resultará na construção de um tipo de
moral: moral da autonomia ou da heteronomia. Sobre esta contribuição de Piaget, a
pesquisadora Menin (2003, p.42), coloca,
[...] pode haver no ser humano duas tendências morais: a autonomia e a
heteronomia. Porém, como psicólogo, Piaget mostrará que essas duas
morais são construídas durante o desenvolvimento da criança e que a
evolução de uma sobre a outra dependerá de vários fatores, principalmente
os ligados às formas de relações sociais em que a criança estiver
submersa.
Com isto, concluímos que as atitudes que a sociedade designa como
moral ou não, não são atitudes inatas, mas se desenvolvem a depender das interações do
indivíduo em seu desenvolvimento. Mas o que é autonomia e heteronomia?
Segundo Menin (2003, p.40-41), assim define heteronomia,
[...] heteronomia significa ser governado por outros, fora de nós; e significa
que quando não houver outros a nos mandar, ameaçar, punir, podemos ficar
sem governo e assim fazemos tudo o que nos der na telha! Na heteronomia,
a obediência a uma regra se dá pelo medo à punição ou pelo interesse nas
vantagens a serem obtidas pessoalmente. Enquanto que a autonomia
consiste em seguirmos certas regras, normas ou leis por vontade própria. É
uma vontade, é uma escolha racional e emocional que o ser humano faz a
sua opção [...] a vontade dá dignidade ao humano: ele apenas obedece
àquilo que lhe faz um profundo sentido interno. [...] na autonomia a
obediência a uma regra se dá pela compreensão e concordância com sua
vontade universal. Obedecemos porque concordamos com os motivos para
a ação.
Menin (2003, p. 43-48), aponta que a reciprocidade para Piaget,
[...] é um modo de se relacionar com os outros no qual todos têm as
mesmas oportunidades e chances de participação e interação no grupo, nas
discussões enfim na moral do bem há discussão e cooperação, as pessoas
envolvidas têm consciência da (s) regra (s), consideram justo aquilo que
venha a resultar num benefício distribuído o mais igualmente possível, pois
havendo e fazendo isso, garantiremos a dignidade para todo e qualquer ser
humano.
Para Menin (2003, pg. 50-52), “a moral vem do respeito que adquirimos às
regras, mas este respeito começa no respeito que temos às pessoas que nos impõe tais
regras”. Portanto, no cotidiano escolar deve-se analisar o contexto social e histórico dos
fatos que acontecem envolvendo os educandos na questão da violência escolar, aqui
podemos encaixar o que Piaget (1994) chama de moral do bem ou de autonomia. Esta
moral na visão de Piaget é aquela guiada não pelo risco de punição, mas pela solidariedade
aos outros, pela a reciprocidade, fruto das interações em que a cooperação prevalece.
Para Piaget (1973, p.32),
[...] a cooperação está vinculada à interação a qual requer a formação de
vínculos e a reciprocidade afetiva dos sujeitos do processo de
aprendizagem. As interações interindividuais possibilitam a modificação do
sujeito na sua estrutura e do grupo como um todo, não em caráter
somatório, mas em uma perspectiva de formação de um sistema de
interações.
Em nossa convivência com os educandos podemos analisar o seu
comportamento, o seu desenvolvimento moral, como também o nosso com relação a eles.
Diante de tal afirmação podemos nos questionar: Será que estamos promovendo ambientes
propícios à autonomia dos alunos ou ambientes favorecedores da heteronomia?
Um ambiente favorecedor da autonomia, como apontou Piaget (1994)
favorece a troca de ideias e não a imposição da mesma como acontece nas interações de
coação, na qual o adulto ou alguém que está num lugar de poder, faz uso de sua condição
para impor uma ideia ao outro, com ênfase no respeito unilateral.
Piaget (1994, p.91) considera as relações sociais de cooperação como
essenciais para o desenvolvimento moral, com vistas à autonomia. Neste tipo de interação
os sujeitos interagem uns com os outros (cooperam uns com os outros) e na Escola isso
pode ser feito, inclusive em trabalhos de relações grupais, pois a prática da cooperação
torna-se necessária para resolver e desenrolar certos encontros e desencontros que
acontecem numa sala de aula ou num estabelecimento de ensino.
Quando um indivíduo é condicionado em seu comportamento pelo medo
da punição, ou por uma recompensa prometida, não há reflexão, mas apenas a imposição
de um ponto de vista, tão comum em procedimentos que visam apenas à obediência às
regras. Este tipo de procedimento não tem como função educar para a autonomia, mas sim
para a heteronomia. (TAYLLE, SILVA; JUSTO, 2006, p.110-111).
Sobre as interações e atividades escolares Menin (2003, p.98) destaca que
”pais e professores que querem a educação para a autonomia devem primeiramente
considerar seus próprios comportamentos e julgamentos morais. A sua autonomia será
modelo para os educandos, a ausência dela, também”.
Para Araújo (2003, p. 102), a moral de autonomia ou moral do bem, na
qual a cooperação prevalece “tem como base as relações de respeito e reciprocidade, [...] a
cooperação surge como elemento central no processo de desenvolvimento cognitivo e moral
da pessoa”.
Piaget, quando discute esse assunto em sua obra Estudos Sociológicos
(1965/73, p.186), afirma que “essa natureza reflexiva, crítica e reguladora da cooperação é
que permite a socialização intelectual do homem, abrindo espaço para a construção de um
equilíbrio racional consciente.” Em outras palavras, a reflexão crítica sobre seus atos e dos
outros abre caminhos para transformações e mudanças de posturas que envolvem valores
éticos e morais, como o respeito ao outro e a responsabilidade subjetiva. Assim, é a partir de
situações de cooperação e reciprocidade que podemos refletir sobre o bullying com os
nossos educandos, favorecendo a este uma maior compreensão da realidade escolar e
sobre as decorrências de sua atuação no que diz respeito ao enfrentamento à violência no
cotidiano escolar.
Piaget valoriza muito a cooperação, e a define assim,
[...] o desenvolvimento intelectual e moral só ocorre através da cooperação,
pois dela derivam o respeito mútuo e a autonomia, enquanto a coação,
como um processo que supõe relação de subordinação, impede que exista
uma reciprocidade de ações e sentimentos, impossibilitando à criança a
construção das estruturas mentais operatórias necessárias à conquista da
autonomia, imprescindível à formação e à consolidação do mundo
democrático. Piaget também discorre sobre a cisão existente entre o
discurso e a prática do juízo moral nas crianças, embora ele acredite que
esta cisão não ocorra frequentemente. Ele elabora uma teoria que
contempla a ação moral para que se possa levar o futuro cidadão a cumprir
o ideal libertário e democrático, e não a ser apenas um bom orador ou juiz,
porque acredita que é na ação moral que se confrontam afetividade e razão.
(Fonte:http://pt.shvoong.com/book/biography/1775179jeanpiagt#ixzz1JFR2g
gTO – acessado em 15 fev, 2012).
Todas as escolas atuam na formação moral de seus alunos, pois a
moralidade é algo maior que saber as boas regras. Vinha; Tognetta (2007) destaca que uma
ação voltada ao cumprimento das regras não significa uma ação moral, pois se pensamos
assim, a moral não tem porque existir.
Menin (2003, p.39) esclarece que “a moral de um não está em que lei ou
regra ou normas obedecem (...)”. “Haverá valor moral se optar por não agredir, entendendo
que a agressão não pode ser uma lei universal onde poderemos sair batendo por aí, sempre
que qualquer um de nós se sentir lesado”.
Sendo assim, como as crianças aprendem as regras sociais? Qual a
melhor maneira de se discutir essas regras na escola? Essas são questões sempre
presentes no dia a dia da sala de aula. As respostas variam de acordo com a forma pela
qual o professor concebe o desenvolvimento humano e a proposta pedagógica de cada
escola.
A esse respeito, Piaget (1994, p.154-155) possibilita-nos compreender que
tudo é uma construção que se fará no modo como as interações se estabelecem na escola.
A coação como vimos até aqui promoverá sujeitos voltados para regulação
externa e a regra quando imposta e não discutida fortalecerá este tipo de moral heterônoma.
Enquanto que a regra discutida e construída com a participação de todos poderá promover
espaços de reflexão, responsabilidade e construção da autonomia moral.
Vinha; Tognetta (2008, p.11242) afirmam que,
[...] atualmente, muitos professores sentem-se impotentes e inseguros ao se
depararem com problemas cada vez mais frequentes de indisciplina, de
violência ou de conflitos, tais como físicas e verbais, furtos, insultos,
desobediência às normas, bullying, entre outros. [...] alguns educadores
sentem-se inseguros e desconhecem como poderiam intervir de forma
construtiva [...] sentem-se despreparados pra realizarem intervenções
diferentes de conter, punir, acusar, censurar [...] acabam por educar
moralmente agindo de maneira intuitiva e improvisada, pautando suas
intervenções no senso comum.
As autoras defendem a ideia de que os professores para enfrentar a
questão da violência na escola devem buscar formação continuada, através de cursos que
possibilitem maior compreensão sobre a temática e ainda apontam que,
[...] Os problemas ou desavenças, por serem naturais em qualquer relação,
devem ser administrados, não sofridos. A angústia ou a insegurança leva o
sujeito a resolvê-los rapidamente, de forma improvisada. [...] muitas vezes
as intervenções são autoritárias e não raro desastrosas [...] compreendendo
que os procedimentos que serão empregados, as situações promovidas ou
as regras que serão elaboradas não devem apenas atuar sobre as
consequências de um problema, mas sim sobre as causas. Uma resolução
considerada eficaz em um conflito é aquela que minimiza ou elimina as
causas que o gerou. [...] daí a importância de se estudar e refletir com
profundidade sobre a relação e realização de um trabalho construtivo na
escola para minimizar a violência, para melhoria das interações sociais e
para um, maior favorecimento do desenvolvimento sócio-moral de suas
crianças e jovens (Vinha; Tognetta, 2008, p. 11246).
De um modo especial a intervenção em situações de conflito interpessoal
não deve ser negada. Ela deve ser discutida e refletida por todos os participantes da
comunidade escolar, de modo que haja a promoção do desenvolvimento da autonomia.
Vinha; Tognetta (2008, p.11242-46) afirmam,
[...] favorecer o desenvolvimento a autonomia e de relações mais justas,
respeitosas e solidárias [...] tomar consciência de que a ética está presente
nas mais diversas dimensões da escola, tais como: na relação da equipe de
especialistas com os integrantes da instituição e também no trabalho
docente, ou seja, na postura, nos juízos emitidos, na qualidade das relações
que são estabelecidas, nas concepções e intervenções diante da
indisciplina, do bullying, das infrações, dos conflitos [...] na maneira pela
qual o conhecimento é concebido, trabalhado e avaliado; na relação e nas
ações com a comunidade [...] faz-se também necessário que os alunos
tenham experiências vividas efetivamente com os valores morais,
propiciando uma atmosfera sociomoral cooperativa no contexto educativo.
[...] Deseja-se que os alunos ajam moralmente, mas não se abrem espaços
pra que haja reflexão sobre as ações, sobre os princípios e as normas,
sobre os valores e sentimentos que nos movem [...] para fazer com que os
valores morais tornem-se centrais na personalidade, para a vivência
democrática e cooperativa e para resolver problemas que requerem, o
desenvolvimento das dimensões cognitivas e afetivas, assim como de
habilidades interpessoais, é preciso oferecer nas instituições educativas
oportunidades referentes à realização de propostas de atividades
sistematizadas que trabalhem os procedimentos da educação moral.
Neste caso a violência no âmbito das Escolas Públicas Estaduais, pode
ser entendida como um processo complexo e desafiador que requer um tratamento
adequado, reflexivo e fundamentado teoricamente, por meio de conhecimentos científicos e
desprovidos de preconceitos e discriminações.
3 O RESPEITO, A VIOLÊNCIA E A INDISCIPLINA NA ESCOLA
O respeito, assim como as demais atitudes morais do ser humano,
constitui-se nas interações sociais. Neste caso, para um individuo respeitar alguém,
é preciso ser respeitado e, por essa via, constituir um valor significativo sobre tal
atitude.
O respeito foi pesquisado por Piaget (1994) no decorrer de seus
estudos sobre desenvolvimento moral, que dividiu em três fases: anomia, (ausência
generalizada de respeito e normas sociais, devido a contradições ou divergências
entre estas), heteronomia (ser governado por outros) e autonomia (autogovernar-se).
Em nossa convivência com os educandos, podemos perceber o seu
desenvolvimento moral pela observação de suas ações para com os participantes da
escola, como também as nossas ações com relação a eles. Silva (2009) argumenta
que a indisciplina e a violência nas escolas podem ser “[...] produto do fato de os
alunos não terem como valor central em suas personalidades o respeito ao outro”
(SILVA, 2009, p. 150).
O respeito tem valor afetivo nas relações interpessoais e é o que
move um sujeito a seguir uma regra inicialmente, e não o conteúdo da regra em si.
Diante disto, podemos questionar: Será que estamos atuando em nossas interações
na promoção do respeito mútuo ou do respeito unilateral?
Quando interagimos com ênfase no respeito unilateral, atuamos no
condicionamento do comportamento do indivíduo pelo medo da punição ou por uma
recompensa prometida, ou seja, não há reflexão, mas apenas a imposição de um
ponto de vista, tão comum em procedimentos que visam apenas à obediência às
regras. Este tipo de procedimento não tem como função educar para a autonomia, e
sim para a heteronomia (TAYLLE; SILVA; JUSTO, 2006).
Por outro lado, quando interagimos com respeito mútuo, não quer
dizer que o professor deixa de ter sua autoridade no espaço que ocupa na escola ou
que a intervenção do professor, em situações de conflito interpessoal, deva ser
negada. O professor, pelo contrário, deve discutir e refletir com todos os
participantes da comunidade escolar sobre tais conflitos, de modo que haja a
promoção do desenvolvimento da autonomia (TOGNETTA; VINHA, 2008, p. 11242-
11246).
O respeito mútuo que Piaget apresenta é encontrado no
desenvolvimento moral. O respeito mútuo, presente no período de autonomia moral,
é decorrente das interações de cooperação normalmente encontradas em relações
simétricas (entre iguais). A cooperação, para Piaget (apud MENIN, 2003, p. 51),
significa “operar com”, ou seja, trocar ideias, conhecimento, enfim, é quando há um
equilíbrio nas trocas presentes nas interações, em relações onde há mais “igualdade
de poder”.
Sobre as interações e atividades escolares Menin (2003, p. 98)
destaca que “[...] pais e professores que querem a educação para a autonomia
devem primeiramente considerar seus próprios comportamentos e julgamentos
morais”. Nesse sentido, a sua autonomia será modelo para os educandos, e a
ausência dela também.
Por outro lado, a promoção de interações mais solidárias e
respeitosas implica por parte do professor,
[...] tomar consciência de que a ética está presente nas mais diversas
dimensões da escola, tais como: na relação da equipe de especialistas com
os integrantes da instituição e também no trabalho docente, ou seja, na
postura, nos juízos emitidos, na qualidade das relações que são
estabelecidas, nas concepções e intervenções diante da indisciplina, do
bullying, das infrações, dos conflitos. (TOGNETTA; VINHA, 2008. p. 11242-
11246)
Portanto, o enfrentamento da violência no ambiente escolar coloca-
nos, hoje, diante de reflexões importantes sobre o modo de interação estabelecido
entre os indivíduos. Nos livros Para onde vai a educação, de 1948, e Os
procedimentos da educação moral, de 1930, Piaget considera importante pensar
sobre a influência das relações interpessoais e decorrências na construção de
ambientes sociocooperativos ou não. (apud Araujo. 2003, p. 102)
Piaget, ao discutir a autonomia moral e as relações de cooperação,
em sua obra Estudos Sociológicos (1965/1973), afirma que “essa natureza reflexiva,
crítica e reguladora da cooperação é que permite a socialização intelectual do
homem, abrindo espaço para a construção de um equilíbrio racional consciente”
(apud Araújo. 2003, p.103-104). Em outras palavras, a reflexão crítica sobre seus
atos e dos outros abre caminhos para transformações e mudanças de posturas que
envolvem valores éticos e morais, como o respeito ao outro e a responsabilidade
subjetiva.
Assim, é a partir de situações de cooperação e reciprocidade que
podemos refletir sobre a indisciplina, a violência, o bullying e o cyberbullying com os
nossos educandos, favorecendo a eles uma maior compreensão da realidade
escolar e sobre as decorrências de sua atuação diante de situações conflituosas.
[...] faz-se também necessário que os alunos tenham experiências vividas
efetivamente com os valores morais, propiciando uma atmosfera sociomoral
cooperativa no contexto educativo. [...] Deseja-se que os alunos ajam
moralmente, mas não se abrem espaços pra que haja reflexão sobre as
ações, sobre os princípios e as normas, sobre os valores e sentimentos que
nos movem [...] para fazer com que os valores morais tornem-se centrais na
personalidade, para a vivência democrática e cooperativa e para resolver
problemas que requerem, o desenvolvimento das dimensões cognitivas e
afetivas, assim como de habilidades interpessoais, é preciso oferecer nas
instituições educativas oportunidades referentes à realização de propostas
de atividades sistematizadas que trabalhem os procedimentos da educação
moral. (TOGNETTA; VINHA, 2008, p. 11242-11246).
Situações de violência, com frequência, decorrem do fato de não
haver reciprocidade no respeito entre o educando e o educador. Quando há o
respeito mútuo, se o educando desrespeitar o professor/educador, surge, então, o
sentimento de vergonha. No entanto, se o educando é humilhado, ele se revolta
contra aqueles que o ofendem, e Taille alerta,
Portanto, tenhamos cuidado em condenar a indisciplina sem ter examinado
a razão de ser das normas impostas e dos comportamentos esperados. [...]
Cada aluno quer ser admirado pessoalmente, mas não concebe que alguém
possa condenar seus comportamentos associais. [...] a finalidade principal
da escola é a preparação para o exercício da cidadania. E, para ser
cidadão, são necessários sólidos conhecimentos, memória, respeito pelo
espaço público, um conjunto mínimo de normas de relações interpessoais, e
diálogo franco entre olhares éticos. Não há democracia se houver completo
desprezo pela opinião pública (1996 p. 20-23).
Silva (2006 p.58-82.) apresenta possibilidades que podem ser
exploradas com a finalidade de minimizar a indisciplina e a violência nas escolas.
São elas: 1. Substituir a cultura da culpa pela da responsabilidade; 2. Tentar
“conscientizar” os envolvidos; 3. Democratizar as relações escolares; 4. Deixar de
conceber o aluno indisciplinado como problema; 5. Propiciar orientações
pedagógicas, psicopedagógicas e psicológicas; 6. Compreender e concretizar a
educação como fator de desenvolvimento psicológico e da dignidade do ser humano;
7. Articular os conteúdos tradicionais à vida; 8. Substituir o uso de punições
expiatórias pelas sanções por reciprocidade; 9. Abolir qualquer forma de humilhação;
10. Priorizar os valores morais e éticos; 11. Buscar a superação de modelo de
sociedade adultocêntrico e puericêntrico; 12. Diminuir o desemprego e aumentar o
poder aquisitivo e a participação efetiva da população nos destinos da polis; 13.
Combater a impunidade e o aumento da violência.
A escola é o espaço em que o educando tem acesso ao aprendizado
e ao conhecimento, local de convívio entre os diferentes, onde educandos e
educadores deveriam sentir-se seguros. No entanto, constatamos que temos
estabelecimentos de ensino onde a violência é alarmante, colocando todos em
situação de alerta.
Segundo Taille, (1996, p. 9) “[...] as crianças de hoje não têm limites,
pois os pais não impõem, a escola não os ensinam, a sociedade não exige e a
televisão sabota”. Sendo assim, se não há limites, também não há respeito, porque o
valor que regula nossas ações fica amplo demais.
A questão é que todas as escolas atuam na formação moral de seus
alunos e, de um jeito ou de outro, estamos participando da formação do seu caráter.
Para Piaget (1994), uma formação moral com vistas à autonomia e ao respeito
mútuo só é possível nas interações com cooperação, já que, neste tipo de interação,
os sujeitos interagem uns com os outros (cooperam uns com os outros) e na escola
isso pode ser feito, inclusive em trabalhos de relações grupais. A prática da
cooperação permite o desenrolar de certos encontros e desencontros que
acontecem numa sala de aula, os quais representam uma possibilidade para ser
objeto de reflexão.
3 Relatos da experiência.
O desenvolvimento, e a implementação do projeto, o qual vem
finalizar com o presente artigo, foi desenvolvido no Colégio Estadual Osmar Guaracy
Freire, situado no município de Apucarana, e abrangeu o corpo docente e equipe
pedagógica, sob a orientação do Prof. PDE. Luiz Antonio Burim, e teve a
participação de dezenove participantes.
A implementação do projeto cujo tema foi: Discutindo com
Professores o Enfrentamento à Violência no Cotidiano Escolar, aconteceu entre os
dias 21/07 a 06/11/2011. Cada encontro teve carga horária de 4h (quatro horas)
diárias, sendo 44h (quarenta e quatro horas) teóricas e 20h (vinte horas) práticas,
perfazendo um total de 64 (sessenta e quatro horas), e teve o aval da UEL
(Universidade Estadual de Londrina), e que culminou com a certificação dos
participantes.
O Cronograma dos conteúdos que foram trabalhados com os
participantes do grupo foram: 1. Apresentação do projeto/dinâmica com professores
e Equipe Pedagógica do Estabelecimento de ensino; 2. Palestra – apresentação da
Teoria Piagetiana sobre as interações humanas – Levantamento de questões com os
participantes; 3. Exibição do filme: “Escritores da Liberdade” e reflexão sobre o filme
com os participantes; 4. Discussões sobre as reflexões realizadas pelos professores
e troca de experiências pedagógicas para o enfrentamento à violência no cotidiano
escolar; 4. Palestras, dinâmicas e reflexões sobre o bullying; 5. Palestra e reflexões
sobre o Ciberbullying; 6. Leitura da cartilha sobre o bullying – “Projeto Justiça na
Escola”; 7. Leitura, estudo e reflexões do Projeto de Lei nº 191/2009, que estabelece
procedimentos de socialização e de prestação jurisdicional, que prevê medidas
protetivas para os casos de violência contra o professor; 8. Os diversos tipos de
violência que enfrentamos e convivemos no ambiente escolar; 9. Síntese geral e
avaliação dos conteúdos trabalhados.
As atividades/aula planejadas e desenvolvidas no período da
implementação do projeto, para formação dos (as) professores (as) apresentou a
seguinte composição: momentos de reflexão com questionamentos que foram
debatidos pelo docente PDE e pelos professores participantes, apresentação de
filme sobre a violência e reflexão temática. Foram utilizados ainda os seguintes
recursos didático-pedagógicos: aplicação de questionário elaborado para este fim,
palestra sobre o tema, leituras, análise e reflexões sobre textos.
Durante o desenvolvimento do projeto aconteceu o GTR, (Grupo de
Trabalho em Rede, onde 15 (quinze) professores, de diversos municípios de Estado
do Paraná, participaram via on-line, realizando atividades à distância, perfazendo um
total de 64 (sessenta e quatro) horas, onde puderam analisar três temáticas: 1.
Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola, 2. Produção Didático-Pedagógico, 3
Implementação do Projeto na Escola. O desenvolvimento do GTR ocorreu no
período de 10/10/2011 a 21/11/2012.
Na primeira temática, que tratou do Projeto de Intervenção
Pedagógica, teve como objetivos principais: discutir as questões conceituais do
projeto e promover debates sobre os autores que fundamentaram o projeto.
Na segunda temática do GTR, foi apresentado para o grupo de
professores participantes, o material Didático, e teve como objetivo: Debater a
viabilidade de aplicação do material proposto e refletir e analisar questões teórico-
metodológicas do material que foi apresentado ao grupo.
Na terceira e última temática do GTR, foi trabalhado com o grupo as
ações de implementação, já citadas acima. Discutimos os encaminhamentos
metodológicos da proposta e foram fornecidos subsídios teóricos para o grupo
desenvolver atividades no diário. Finalizamos o GTR, com os 15 (quinze)
professores que iniciaram a discussão e com a avaliação das atividades realizadas.
Abaixo selecionamos tópicos reflexivos de professores que
contribuíram para a elaboração deste artigo, seja no GTR ou na implementação do
Projeto na Escola.
3.1 Reflexões elaboradas pelos professores sobre normas, regras, valores e
violência Escolar
Promovemos uma discussão sobre o tema desenvolvido neste
artigo entre os participantes envolvidos e as colocações dos professores que
contribuíram para ampliação das ideias relacionadas à temática proposta,
elaborando o seguinte enunciado: A violência escolar pode ser fruto das novas
interações estabelecidas e sendo assim, refletir sobre o tema é importante, pois a
partir disto podemos conhecer como a sociedade está interagindo com os valores e
atitudes morais na contemporaneidade.
Estudos, como o de Piaget, têm revelado que atitudes, muitas vezes
concebidas como imorais ou de desrespeito como é o caso da violência escolar,
podem ser decorrentes das interações que estabelecemos hoje. Diante do exposto
coloco algumas questões para que vocês respondam e reflitam.
1. Como as crianças/adolescentes aprendem as regras e normas
nos nossos Estabelecimentos de ensino?
2. Qual é a melhor maneira de se discutir normas/regras na Escola?
3. Você acha possível trabalhar com os nossos educandos valores
morais, heteronomia, autonomia e cooperação com os nossos educandos?
4. Trabalhando essas questões acima, é possível amenizar a
Violência no Cotidiano Escolar?
Abaixo selecionamos colocações, enunciados de alguns
professores que participaram das discussões e reflexões que aconteceram durante o
desenvolvimento dos trabalhos.
Prof. 1: “Em nosso Colégio tem-se como base o trabalho do início
do ano:
1. O trabalho com regras, normas e valores é um trato coletivo da
comunidade escolar: pais, alunos, professores, pedagogos, funcionários e direção.
Inicia-se com o conhecimento (ou reconhecimento) do Regimento Escolar, ECA e
legislações específicas que delimitam a ação (ou reação) das atitudes dos indivíduos
no interior da escola.
2. Discute-se a temática pertinente de forma clara e objetiva nas
aulas, supervisionadas pelos professores coordenadores de turma e da equipe
pedagógica.
3. À Direção, cabe prover recursos materiais para a divulgação do
tema através de cartilhas aos pais, banner explicativo palestra com representantes
de entidades civis e religiosas aos pares da comunidade escolar, reuniões com as
famílias, etc.
4. Abertura para as proposições dos alunos num momento
chamado “pré-conselho”, que é realizado antes do conselho de classe. Momento
este que a turma tem voz e vez de falar, questionar, propor, solicitar e discutir “o
porquê” desta ou daquela norma ou regras. Não podemos desacreditar em nosso
trabalho e esforço e no potencial de nossos educandos, nem relevar a segundo
plano o trato de valores morais, de solidariedade e de cooperação. Sabemos que,
muitas vezes, nossa prática resultará em pouca aceitação e até em negação ao
proposto, mas não podemos desistir frente a este obstáculo. A violência escolar não
será extirpada do convívio humano simplesmente pela ação desenvolvida na escola
ou por tratarmos destas questões elencadas. Precisa-se prover condições de
enfrentamento à violência no âmbito escolar em parceria com as diversas entidades
da comunidade, com apoio das Secretarias de Educação Estadual e Municipal, do
Ministério Público representado pela Promotoria Pública e dos Conselhos de
Segurança (obrigatório em todos os municípios) e também com apoio financeiro da
entidade mantenedora. A presença da família na vida escolar dos educandos é
imprescindível e incentivar esta participação é ação que deve começar na escola.
Aquela velha máxima "a educação se recebe em casa" deve ser
retomada e revista. Muitas famílias estão se constituindo de forma aligeirada entre
adolescentes oriundos de famílias desestruturadas e que não tiveram essa iniciação
de limites, valores, de normas e regras. Tudo está muito solto e libertinoso, então
quando eles se iniciam na vida escolar trazem essa falta de base moral. A sociedade
determina à escola a função social de transmissão de conhecimento e não de
educação, na acepção verdadeira da palavra. Pode-se estabelecer um parâmetro
comparativo entre educandos oriundos de famílias ditas "normais", mas com
problemas como toda família e aqueles que ascendem de famílias com problemas
sociais evidentes (pobreza, desemprego, mãe ou pai solteiros, drogas, violências,
etc) - a diferença é clara. Não se pode redundar, pois há exceções.
Realmente, a violência está presente no dia a dia de todas as
pessoas, basta ver o jornal da Record às 12h, que só relata cenas de violência e
desrespeito ao cidadão. E, portanto, a escola não fica livre da ação desta mazela.
Ao homem, cabe o direito à cidadania, ao respeito e a convivência pacífica e digna,
legado de todas as Constituições que já tivemos. A iniciativa exclusiva da escola não
vai redefinir uma nova ordem social. A força tarefa em prol da não violência deve ser
compartilhada com todos da sociedade civil: família, igreja, escolas, sociedades de
bairro, Ministério Público, Conselho Tutelar ( quando funciona!), Polícias Militar e
Civil ( Patrulha Escolar), ONGs e mídias de informação e comunicação. Não se pode
achar que retomaremos o passado, mas precisamos de uma nova organização
social onde se destaque valores como fé em Deus, amor e respeito à família,
patriotismo, participação política séria e honesta desvinculada de favoritismo e
cidadania crítica e reflexiva.”
Prof. 2: “ 1 - As nossas crianças e adolescentes deveriam aprender
de fato, todas as normas e regras de bom comportamento que os professores
comprometidos com este assunto ensinam. A realidade de nossas escolas é que
mesmo no corpo docente, também há os que não se esforçam nada para que haja
mudança no comportamento dos alunos. A própria sociedade está com dificuldade
de interagir com valores morais e éticos no mundo de hoje.
2 - Creio que a melhor maneira para a discussão destas normas e
regras na escola seja através de um trabalho efetivo de conscientização entre
alunos, professores, pedagogos, gestores, funcionários e os familiares de maneira
constante e acompanhada.
3 - Penso que é possível trabalhar os valores morais, heteronomia,
autonomia e cooperação com os alunos, desde que o gestor, isto é, o gestor
democrático, consciente, comprometido mesmo com a educação, envolva toda a
comunidade escolar para viabilizar o referido trabalho. Não é fácil, mas não é
impossível, desde que haja vontade de realização pela maioria.
4 - Para amenizar a violência no cotidiano escolar, eu creio que seja
possível, se houver a vontade política do nosso governo, em disponibilizar recursos
humanos devidamente preparados, isto é, com cursos de capacitação para o
trabalho de inspetores escolares determinados por um regulamento a um certo
número de alunos por escolas.
Normalmente acontece na hora do recreio, alunos brigam, a
violência se instala rapidamente, e nada se resolve. Numa escola com muitos alunos
são necessários inspetores comprometidos em educar, exortar e cobrar a ordem e a
disciplina escolar. O inspetor deve ser também um educador. Toda a comunidade
escolar deve estar comprometida com a realidade se sua escola e colaborar para
amenizar a violência no cotidiano escolar.”
Prof. 3. “O Estabelecimento de Ensino necessita determinar limites,
regras, normas e valorizar a disciplina e para isso é necessário a presença de uma
autoridade saudável. Introduzir nas crianças e adolescentes normas e regras que
estão inseridos em qualquer lugar dentro da sociedade em que vivemos. A melhor
maneira de se discutir normas, regras na escola pode ser através de pequenas
ações cotidianas da escola e na própria família para que esta compreenda a
importância dos objetivos traçados pela escola e pela família. A escola como
instituição já traz embutido o conceito de ordem, normas, regras para uma boa
convivência.
A escola precisa desempenhar seu papel, o que inclui disposição
para dialogar sobre normas, objetivos, limitações e precisa mostrar ao aluno que a
escola e a sociedade espera dele, intervindo com clareza. Cabe à escola impor
regras de maneira coerente, trabalhando conflitos emergentes.
Essas novas normas e regras são tarefas de todos, pais, alunos,
professores e comunidade, por meio de um planejamento participativo, que tenha a
ação de todos, de forma ética, lembrando que é um processo que vai se construindo
de forma gradativa e necessitando acompanhamento.”
Prof. 4 “Dar noções de mundo, e de cidadania é papel da escola.
Dizer o que é certo ou errado é a família que tem o direito e o dever. Acredito num
trabalho gradativo e contínuo para amenizar a violência escolar, mas com uma
parceria, envolvendo família, comunidade, escola etc...
Uma escola que realmente educa para a vida é aquela que analisa
os fatos sugeridos nas discussões em sala de aula, quando às regras e normas, e
regimento ministrados, sempre de forma contextualizada com a vida e a realidade
fazendo sentido na vida do aluno (só se aprende aquilo que atribuímos sentido ou
valor), em que este aprenda a analisar por si só, para que faça suas escolhas com
autonomia, ética e responsabilidade.”
Prof. 5 “Eu acredito que uma possível solução é a cooperação
mútua, tanto de escola como família, todos unidos, com um propósito único, no qual
a orientação se faz no dia a dia, respeitando as inseguranças dos alunos. Incentivar
as questões morais, heteronomia, autonomia de uma forma sutil e diária. No qual
não se torne maçante para os adolescentes. Penso que é possível amenizar”
Prof. 6 “Os alunos aprendem normas e regras na escola, através da
apresentação delas para os mesmos. Elas podem ser discutidas por meio de
conversas com as turmas, falando de exemplos ocorridos na escola ou em
reportagens, para levá-los a enxergar qual é a forma certa de agir.
Acho que é possível trabalhar qualquer um destes assuntos com
nossos educandos, pois são valores importantíssimos que devem fazer parte da
formação do indivíduo como cidadão. Claro, que depois de trabalhados estes
assuntos, a violência diminua no cotidiano escolar, pois os alunos vão incorporando
e colocando em prática o que foi apresentado. É difícil eliminar totalmente a
violência da escola, mas é possível diminuir significativamente.”
4 Considerações finais
Cremos que objetivos propostos, no projeto, quando iniciamos o
estudo, sobre o tema violência escolar, foram atingidos. Pois o objetivo geral que
contemplamos foi: promover encontros de reflexão e conhecimento com os
professores sobre o enfrentamento à violência no cotidiano escolar e estes
trabalharem com os alunos, sendo assim, multiplicadores do tema proposto -
Discutindo com Professores o Enfrentamento à Violência no Cotidiano Escolar.
Ao longo das atividades desenvolvidas durante os quatro períodos
do PDE, de modo especial no terceiro período, refletimos/discutimos com os
professores sobre a importância das interações cooperativas e de respeito na
escola; propomos a eles diferenciar as decorrências de um ambiente cooperativo de
um ambiente de coação para com os alunos; discutimos e refletimos sobre a cultura
da escola, seus valores e situações de violência; ouvimos e conhecemos as
experiências dos professores sobre as situações de violência.
Dentre as atitudes de violência destacamos: a agressão física,
verbal, simbólica (bullying e ciberbullying) e violência silenciada (indiferença ao
outro) tão frequente nas escolas hoje.
Portanto, sendo a escola um dos ambientes formadores das atitudes
morais é importante pensarmos e refletirmos sobre os modos de interação ali
estabelecidos, a fim de compreendermos o que a violência escolar tem a nos
revelar sobre as interações escolares na contemporaneidade.
Dentre os diversos pontos importantes que aconteceram no
desenvolvimento do projeto e agora, concluindo com o presente artigo, destacam-se
as diversas experiências relatadas pelos professores participantes, as quais irão
auxiliar os demais colegas professores, que irão ler e analisar este trabalho de
conclusão, pois as experiências citadas têm como objetivo primordial combater a
violência escolar.
Abaixo selecionei algumas experiências, organizadas por
professores que poderão ajudar a amenizar a questão do enfrentamento à violência
no cotidiano escolar.
Prof. 1. “Uma prática que sempre usei foi o esporte, no caso o futsal,
uma modalidade que os alunos gostam e contribui na diminuição da violência
escolar. Usamos sempre como um dos pré-requisitos para jogar a disciplina. Os
alunos melhoram não só o comportamento, mas também seu desempenho escolar,
as notas, o respeito com o próximo, com o professor e contribui com suas relações
sociais em um âmbito geral.
Acredito que lidar com o respeito mútuo é a melhor forma de o
professor articular com seus alunos, e à medida que vão melhorando, percebem
que, sucessivamente, as pessoas de seu convívio social a tratam de forma mais
cordial e afetuosa.
O ser humano gosta de ser admirado e elogiado em suas
qualidades, não sendo apontado pelos seus defeitos, mas sim por seus méritos e
quando recebe esta atitude sua estima se eleva.”‟
Prof. 2. “Está ação foi desenvolvida por professores no Colégio
Padre Gualter Farias Negrão, de Cruzmaltina – PR. – Núcleo Regional de Educação
de Apucarana
Aplicação: Alunos(as) 1º, 2º 3ª ano Turno: noturno
Tema: Bullying e Cyberbullying
Procedimentos de ação: Convidamos para palestra uma
professora psicopedagoga do município de Cruzmaltina para trabalhar o assunto
violência na escola, bullying e cyberbullying com os alunos do Ensino Médio, período
noturno. Notamos neste turno do Estabelecimento de Ensino, que os (as) alunos(as)
estão na construção de sua identidade, procurando formas de preencher o tempo
livre e se organizando em grupos, bandos, com os quais tem afinidade, ou seja, em
busca da chamada cultura juvenil, observamos que muitos adolescentes agressivos
influenciam outros a também serem agressivos, por isto, a escolha de uma palestra
com este tema: bullying e ciberbullying, e após a palestra discussão com o grupo
para ouvirem sua opinião. Após termos feito o convite, a psicopedagoga iniciou sua
fala comentando sobre o significado da palavra bullying e ciberbullying e o que isto
causa nas pessoas. Passou um filme para os alunos sobre violência e apelidos
agressivos, fez vários questionamentos aos alunos(as) sobre o que pensam de
agressões verbais e físicas, fez alertas aos adolescentes de como a violência
prejudica suas vidas pessoais e sociais. Enfim, encerrou sua fala com reflexões e
depois, houve entre alunos e professores trocas de experiências e sugestões de
como evitar o bullying nas escolas.
A Palestra foi muito produtiva, e os (as) alunos (as) gostaram muito
e surtiu um grande efeito no Estabelecimento de Ensino no que concerne ao
enfrentamento à violência .” .
Prof. 3 – “A experiência que adotei, na época visava a diminuição da
violência escolar. A atividade aplicada foi a Capoeira, imposta com regras e na
disciplina, pois para se tornar um bom capoeirista tem de adotar regras, usar do
companheirismo, da fidelidade, do respeito para com o próximo.
Com o passar do tempo para a surpresa esses meninos e meninas
que vinham tendo um comportamento difícil, melhoraram não somente o
comportamento, mas as notas, o respeito. Chega a ser incrível, você vivenciar com
pessoas que não tinha a menor consideração por você como pessoa, nem mesmo
como educador, mas mostrando com uma simples interatividade você consegue
mudar e melhorar a vida dessas pessoas.
Com isso você passa a acreditar que vale a pena continuar lutando
para termos uma sociedade melhor. Nós como escola, temos que buscar em longo
prazo estratégias para que consigamos diminuir esta violência acerbada com a
implementação de projetos audaciosos para que tenhamos uma sociedade
igualitária e justa.”
Prof. 4. “Eu trabalho no SAREH (Serviço de Atendimento à Rede de
Escolarização Hospitalar) no Hospital do Trabalhador em Curitiba, sua especificidade
é o TRAUMA uma lesão ou ferida mais ou menos extensa, produzida por uma ação
violenta (acidente doméstico, de trânsito, brigas, drogas e outros). A maioria das
crianças ou adolescentes que chegam ao Hospital está frequentando a escola.
Como o número é muito alto, quase todos os tipos de violência que os pais ou o
próprio adolescente relatam quando estou dando minha aula no leito. Então, trabalho
as disciplina da minha área e faço uma intervenção para que esse indivíduo saia do
hospital buscando um outro tipo de vida. A vida está dando uma segunda chance a
esse adolescente. Em 2008 e 2009, nossa preocupação enquanto escola no
ambiente hospitalar é a PREVENÇÃO. Desenvolvemos um projeto junto com o
hospital para trabalhar a prevenção de acidentes envolvendo principalmente a
violência no trânsito e brigas por arma branca e arma de fogo. Essas crianças ou
adolescentes são convidados a passar um período do dia no hospital, geralmente no
período da tarde e nesse dia alguns profissionais da saúde e a equipe do SAREH
vão trabalhar temas envolvendo a violência como um todo. Depois levamos esses
adolescentes na Pediatria para que esses conversem com a Equipe de Enfermagem
ou com algum adolescente que sofreu alguma violência.”
Prof. 5 – “Tema : Combate ao preconceito.
Justificativa - A complexidade da origem do preconceito é uma das
grandes dificuldades que encontramos para entender e enfrentar este estigma, o ato
de respeitar o próximo de forma sensata é um assunto ainda pouco discutido.
Para entender melhor, é importante esclarecer que o preconceito
possui dois segmentos, ou seja, um segmento maléfico a sociedade, o qual resulta
em injustiças e que são baseados nas aparências e na empatia, e um segmento que
estabelece a prudência e é baseado em estatísticas reais, por exemplo, o extinto
humano de autoproteção contra doenças contagiosas, comportamentos
degradantes, é sinônimo de prevenção e prudência, etc. É importante ressaltar que,
cultivar o respeito ao próximo e a liberdade de escolha faz parte do pressuposto
básico para a convivência em sociedade igualitária.
OBJETIVOS - O PAPEL DA ESCOLA
A escola é o melhor lugar para se discutir assuntos como a violência
a discriminação e o preconceito, por ser um ambiente neutro e um lugar privilegiado,
onde podemos encontrar uma diversidade muito grande de indivíduos com os
mesmos objetivos, ou seja, o conhecimento. Alguns buscam com mais empenho,
outros menos e existe até aqueles que estão indiferentes ao conhecimento. Porém,
no interior de cada indivíduo que frequenta este espaço é possível ver que todos têm
consciência que a busca pelo conhecimento é o único meio de se conseguir
estabelecer um lugar na sociedade. “Não existe caminho para a paz. A paz é o
caminho.” (Mahatma Gandhi)
CONTEÚDOS E PROCESSOS METODOLÓGICOS ABORDADOS
Os sujeitos envolvidos nessa intervenção são a comunidade escolar,
os alunos, professores e demais funcionários e as famílias dos alunos. A
sensibilização dos sujeitos envolvidos se dará através de um estudo dos povos
negros no Paraná e mais específico em Palmeira. Segue em anexo (no esboço) o
documento que os envolvidos trabalharão num primeiro momento.
1. Estudo de documento;
2. Identificação das formas de preconceito na escola (produção de
cartazes e campanha contra o que for levantado);
3. Pesquisa através de questionário na comunidade e uso das novas
tecnologias para obter mais informações sobre o assunto;
4. Apresentação dos dados obtidos através de gráficos e
porcentagens, charges, filmes, documentários, fotos, notícias, depoimentos, etc;
5. Ampliar a campanha contra o preconceito e a discriminação na
comunidade (apresentações teatrais, de músicas e paródias, cordéis e distribuição
de folders com a finalidade de conscientizar a comunidade em geral.”
Prof. 6 “Este projeto foi desenvolvido no primeiro semestre de
2011, no município de Imbiatuva, por uma professora que participou do GTR
relacionado ao nosso trabalho. Foi desenvolvido em todas as escolas municipais,
estaduais e particulares do município, com parcerias com o Ministério Público,
Conselho Tutelar, Secretaria Municipal de Saúde, Conselho Municipal da Criança e
do Adolescente, Igreja e empresas. O tema trabalhado foi: Paz como Direito a
Segurança como Garantia! Meta: Diminuir a Violência e Instituir a cultura da não-
violência. O projeto teve como objetivo principal, sensibilizar os professores
envolvidos, com leituras, exercícios, debates e palestras. Eis abaixo uma síntese de
como foi desenvolvido: Trabalho em sala de aula com o tema Paz, através de:
Poesias, danças, músicas; Dramatizações;
Exposição de cartazes. Oficinas pais e filhos;
Envolvimento com outras escolas; Caminhada da Paz - até a
Prefeitura, onde foi entregue um abaixo-assinado ao prefeito solicitando a
implantação da Patrulha Escolar no Município e a construção de uma nova escola
para desafogar as escolas estaduais.
Divulgação nas mídias de voz e imagem. Paz como DIREITO a
Segurança como GARANTIA! Desenvolveu-se a partir da situação vivenciada pelas
escola e pelas comunidades do entorno nestes últimos anos. Situações de
pichamento, agressões verbais e físicas, invasões internas por ex-alunos, uso de
bebidas alcoólicas no entorno, etc eram situações que preocupavam as direções e
as famílias participantes.
Minimizar a agressividade;
Melhorar o relacionamento humano;
Desenvolver o trabalho coletivo;
Integrar comunidades e Escola;
Valorizar os sentimentos pacíficos;
Desenvolver a cidadania;
Propiciar um ambiente de solidariedade; trabalhar a Paz interior
para seu crescimento no coletivo e na sociedade e resgatar valores esquecidos,
como: Deus, União, Amizade, Amor ao próximo, Respeito.”
Prof. 7 – “Com o projeto do professor Burim, achei importante
trabalhar na escola em que estou ministrando aula com os alunos para tentar
diminuir a violência entre alguns deles que sempre presenciamos.
Elaboramos estratégias e um cronograma para passar o filme
"ESCRITORES DA LIBERDADE". Objetivos pretendidos com esse trabalho:
-Diminuir os 'atritos' que há entre os alunos;
-Incentivar o valor para o profissional que somos em sala de aula;
-Sensibilizar os alunos e conscientizá-los de seu papel na
sociedade;
-Diminuir a violência em sala de aula e em toda a escola.
-Trabalhar com o filme em toda a escola, depois cada sala fazer
um debate (discussão) sobre o que deu certo nele, o que poderia ser feito para um
trabalho em equipe e o que a escola pode fazer para colher bons frutos como o do
final do filme.”
Prof. 8 – “Trabalhei na escola onde atualmente leciono, a seguinte
ação: bullying e cyberbullying do Projeto do Prof. Burim, pois é um tema que está
cotidianamente nos ambientes escolares. Eis abaixo o desenvolvimento da ação.
Aplicação: 7ª série ou 8º ano e 6ª série ou 7º ano.
Procedimento: 1º) Inicialmente solicitei aos alunos para
apresentar um texto sobre o tema, em seguida discutimos com os alunos; refletimos
sobre o significado das palavras; ouvimos experiências dos alunos; produzimos
textos. 2º) Pedi que pesquisassem na Internet ou em livros e revistas sobre o tema
para montagem de um mural na escola. 3º) Um grupo de alunos teve a ideia de
fazer um teatro sobre o bullying devido ao surgimento de alguns casos de
comentários depreciativos entre os colegas da classe. 4º) Outro grupo fez trabalhos
escritos sobre agressões verbais, xingamentos, apelidos estranhos, implicâncias,
etc. 5º) Um terceiro grupo apresentou um trabalho oral e escrito sobre o
cyberbullying trazendo relatos sobre mensagens negativas em sites de
relacionamento e torpedos com fotos e textos constrangedores.
O que pude notar nos alunos foi um grande interesse pelo
assunto. Todos querem participar, de uma forma ou de outra.
Nas próximas aulas já estaremos com um bom repertório de
textos, experiências e pesquisas para acompanharmos o trabalho.
Achei muito interessante o tema sugerido no projeto do Prof. Luiz
Antonio Burim sobre bullying e cyberbullying em uma de suas ações desenvolvidas
na implementação do Projeto „Discutindo com Professores o Enfrentamento à
Violência no Cotidiano Escolar.’“
5 Referências
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infantil. MACEDO, Lino (Org.). Cinco estudos de educação moral. 3. ed. São Paulo: Casa
do Psicólogo, 2003. p. 100-131. – (Coleção psicologia e educação).
MENIN, Maria Suzana de Stefano. Desenvolvimento Moral. MACEDO, Lino (Org.). Cinco
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PIAGET, Jean. Os procedimentos da educação moral. MACEDO, Lino (Org.). Cinco
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TOGNETTA, L. R. P. A construção da solidariedade e a educação do sentimento na
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