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  • Segurana do Trabalho

  • CONFEDERAO NACIONAL DA INDSTRIA CNI

    Robson Braga de AndradePresidente

    SERVIO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL SENAI

    Conselho Nacional

    Robson Braga de AndradePresidente

    SENAI Departamento Nacional

    Rafael Esmeraldo Lucchesi RamacciottiDiretor Geral

    Gustavo Leal Sales FilhoDiretor de Operaes

  • Coleo Competncias Transversais

    Segurana do Trabalho

    A CONEXO

  • 2012. SENAI Departamento Nacional2012. SENAI Departamento Regional do Rio Grande do Sul

    A reproduo total e parcial desta publicao por quaisquer meios, seja eletrnico, mecnico, fotocpia, de gravao ou outros, somente ser permitida com prvia autorizao, por escrito, do SENAI.

    Esta publicao foi elaborada pela equipe do Ncleo de Educao a Distncia do SENAI do Rio Grande do Sul, com a coordenao do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI como recurso didtico do curso a distncia de Competncias Transversais em Segurana do Trabalho.

    A Coleo Competncias Transversais composta por publicaes nas reas de:Educao AmbientalEmpreendedorismoLegislao TrabalhistaPropriedade IntelectualSegurana do TrabalhoTecnologia da Informao e Comunicao

    SENAI/DNUnidade de Educao Profissional e Tecnolgica UNIEP

    SENAI/RSUnidade Estratgica de Desenvolvimento Educacional UEDE

    FICHA CATALOGRFICA

    S491s

    Servio Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional.Segurana do trabalho: a conexo / Servio Nacional de

    Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Servio Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2012.

    87 p.: il. (Coleo Competncias Transversais)

    1 Edio, 1 Reimpresso.

    ISBN: 978-85-60375-20-2

    1. Segurana do trabalho 2. Desenvolvimento sustentvel I. Servio Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional do Rio Grande do Sul II. Ttulo III. Ttulo: a conexo IV. Srie

    CDU 614.8

    SENAIServio Nacional deAprendizagem IndustrialDepartamento Nacional

    SedeSetor Bancrio NorteQuadra 1 Bloco CEdifcio Roberto Simonsen70040-903 Braslia DFTel.: (0xx61) 3317-9001Fax: (0xx61) 3317-9190http://www.senai.br

  • APRESENTAO

    O que voc est vendo?

    Esta aventura talvez lhe propicie a resposta a esta e outras perguntas! Pois, uma oportunidade para voc aprender sobre segurana do trabalho.

    O curso se desenrola por meio de uma trama montada como um jogo (RPG), atravs de trs situaes que so apresentadas simultaneamente, representadas pelos persona-gens: Fred Rik Melk. Na busca de conhecimento e das solues de muitos mistrios, o leitor quem decide os caminhos a serem percorridos.

    No entanto, para que voc possa acompanhar, se divertir e aprender ser necessrio ateno a algumas regras:

    I. Tenha sempre em mente que o livro composto por duas partes:

    PARTE 1: A CONEXO - SEGURANA DO TRABALHO

    PARTE 2: RPG - A CONEXO de L. Georg

    II. Quando na Parte 1 voc encontrar uma indicao como P48 (signicando: Pargrafo 48) necessrio ir diretamente ao encontro do pargrafo indicado na Parte 2 para seguir seus caminhos, situaes e opes.

    III. Em alguns pontos de sua aventura voc ser convidado a anotar os seus cami-nhos no encarte, ou seja, na grade de respostas.

    No mais, desejamos uma excelente e divertida leitura.

  • 6Mensagem ao aprendiz!

    A vida um desafio Encontre-oA vida amor Divida-oA vida sonho Realize-oA vida jogo Jogue-o

    - Sai Baba -

    Portanto, Aprendiz: Preste ateno ao caminho, cuidado com as aparn-

    cias e siga sua intuio.

    L.Georg.

  • SUMRIO

    APRESENTAO ................................................................................................ 5

    Parte 1: A CONEXO - SEGURANA DO TRABALHO

    MOMENTO 1 ............................................................................................... 9

    MOMENTO 2 ............................................................................................. 25

    MOMENTO 3 ............................................................................................. 38

    MOMENTO 4 ............................................................................................. 51

    EPLOGO ................................................................................................. 59

    Parte 2: RPG - A CONEXO ............................................................................. 63

  • MOMENTO 1

    O som estridente de ferros se retorcendo arranhava sua alma. Tentou respirar e a poeira cinzenta penetrou como uma lmina em seus pulmes. A escurido em volta lhe fez supor que j se encontrava em seu sepulcro. Entendeu apenas que no estava em segurana. No havia razes para ter esperana. No havia motivos para gritar

    Em meio aquela escurido lembrou de uma frase: segurana um estado d`alma e no uma realidade.

    Estranhamente uma luz tnue se fez antever entre a pilha de escombros e a fu-maa. O gosto de terra e p ainda estava em sua boca. Foi tirando lentamente as mos que cobriam seus olhos e ento a vastido da realidade quase o cegou.

    Ainda no sabia se estava vivo ou morto. Mas teve a certeza de que outras pessoas tambm haviam se reunido naquele inferno. Os gritos foram aos poucos aparecendo. Era uma mistura de dor e pedidos de socorro. Era o fundo musical do purgatrio

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Fred corria pela rua alucinado. Olhou para o relgio, faltavam apenas cinco minutos. Sua mente tentava encontrar algo diferente. Algo que sempre estivera ali sem ser percebido. Tinha que encontrar

    O RPG, que teve seu auge nos anos oitenta, estava de volta com toda a sua fora. Centenas de pessoas se esbarravam pelas ruas como loucos atrs de pistas. Em busca de cumprir uma tarefa. Em busca de algo. Em busca de um objetivo.

    Alguns escritores haviam se especializado em escrever aqueles livros. Eles vendiam como gua. A virtualidade da internet havia dado seus ltimos suspiros. As pessoas desejavam ver, sentir, estar l fazendo algo, mesmo que este algo no lhes trouxesse de pronto algum sentido. Havia sempre um tempo determinado para cada tarefa. Aqueles que no cumprissem estavam fora. No recebiam a prxima pista.

    Em busca de vida ou de orientao uma pessoa aps outra se lanava nas tramas dos RPGs. Fred no era diferente. Fred tambm buscava e tinha apenas cinco minutos.

    O suor escorria pelo rosto de Fred. A tenso fazia sua mente turvar. Quanto mais tentava ver mais escuro cava. Dois minutos Limpou os olhos com a manga da camisa. Em sua mente a frase: v praa do memorial e ento veja a tarefa se dar entre 17h25min e 17h40min.

    Olhou em volta. Estava no lugar certo, na hora certa, mas no via nada que pudesse ser o que procurava. A aio era sua nica companheira. Tentou pensar:

    Quem procura no pode ver - Mas que droga! - Nada fazia sentido trinta segundos Atravessou a rua sem olhar. Um automvel freou bruscamente, mas ele passou.

    Seguiu os passos do livro que tinha em suas mos. Quem sabe : no desejo en-contrar? Porm, para esta opo havia apenas a advertncia: se no deseja encontrar, o que faz aqui perdido no meio da rua?

    Mas o que isto?

  • 10

    Na calada oposta olhou em volta e pensou - De outro ngulo quem sabe consigo ver

    quinze segundos seu corao podia ser sentido nos ossos do peitoos rostos das pessoas, a praa, o prdio dos correioso sinal de alerta do relgio fora impiedo-soo tempo se esgotara.

    O olhar incrdulo de Fred era como um grito agudo. Suas foras fugiram de seu corpo e logo, o sentimento de derrota ditava o ritmo a seus passos.

    Algum havia conseguido, mas no ele.

    Onde errei?

    Sentia-se um bobo. Aquilo era uma armadilha sem graa, ridcula, desprezvel! No entanto, sabia no poder esconder de si mesmo, esteve envolvido e em busca naquela trama h dois meses. Tudo para terminar ali, derrotado e humilhado, no meio de uma praa desconhecida, enredado na trama daquele fatdico pargrafo. O rumo de casa era sua ltima deciso naquele episdio. Jurou para si mesmo. Nunca mais nunca mais

    De volta a seu quarto os olhos de Melk estavam quase saltando de suas rbitas: - O que fui fazer?o que foi que eu z?Tentei evitar tudo e acabei causando

    Sabia que haveria implicaes em brincar com o tempo, mas no esperava que fossem aquelas. Melk buscava respostas e foi assim que tudo comeou.

    Tinha quatorze anos, muito conhecimento sobre nano tecnologia e o corao cheio de temores e perguntas. Sua me j havia lhe dito: - Tudo inseparativo meu lho, no h dissociao entre o bater de asas de uma borboleta no Japo e um ciclone na Amrica.

    Melk estava arrependido at os ossos de ter encontrado aquele buraco de minhoca.

    Os buracos de minhoca eram herana das primeiras experincias, em meados de 2005, na Sua, com Colisores de Hdrons, os LHC. Tais experimentos com aceleradores de partculas atmicas, que ocialmente iniciaram somente em 2008, deram incio a diversas formas de viagens no tempo. Entretanto, as descobertas iniciadas fugiram ao controle dos cientistas responsveis pelo projeto e acabaram por extravasar as fronteiras dos labo-ratrios, criando verdadeiros tneis que ligam dimenses em tempos distantes. Foi por saber desta realidade que Melk encontrou um destes tneis dimensionais ali, em uma rua vazia, a metros da sua casa.

    Em sua mente apenas vinham histrias que havia ouvido como a de um fsico de seu tempo que voltou ao passado para resolver pendncias e acabara por car preso naquela dimenso. No entanto, tudo havia dado errado. Seu corpo se redimensionou ao estgio de concepo e ele foi gerado, por atrao gentica, no tero de sua bisav. Nem

  • 11

    mesmo ele tinha esta lembrana. Seu corpo sofreu alteraes devido viagem temporal e ele conheceu desde a infncia uma companheira: a esclerose mltipla.

    Melk tambm tinha viajado. Tinha voltado no tempo. E agora, de retorno a sua poca, seu corao temia pelo pior

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Afundado em uma poltrona Fred respirava lentamente. As luzes da cidade se acendiam e sentiu-se bem por poder v-las do alto do oitavo andar. A vidraa da-quele quarto de hotel, j um pouco embaada pela chuva na, fazia as pequenas luzes danarem. Havia se deslocado at aquela cidade em vo. Pelo menos, a vista dali valia a penaSua alma aos poucos se acalmava e aquela sensao de ser excludo, vagaro-samente, dava lugar a uma sensao de liberdade.

    Seus ltimos dias tinham sido totalmente absorvidos pela angstia da chegada daquele dia e, embora no tivesse conseguido cumprir a tarefa, parecia que um peso enorme havia sido tirado de seus ombros.

    A msica leve preenchia o ambiente, seus olhos, no escuro da sala, fechavam lentamente. Pensou por um instante em sua vida anal, o que ando procurando? Sua infncia difcil, seus conitos ntimos, sentimentos que guardava sem saber por qu. Nunca compartilhou nada com ningum. Havia aprendido a seguir em frente, sem olhar para trs nem chorar o passado. Aquilo fazia algum sentido. Sua vida tinha sido, at en-to, como os RPGs, decidir e seguir. Seus olhos fecharam e sua mente cou em paz

    Algumas horas aps, uma luz o despertou. Os olhos ofuscados tentaram ver e aos poucos sua pupila focou de onde ela vinha. De seu notebook. O monitor a sua frente iluminava a sala. Dormi como uma pedra esqueci este treco ligado... Olhou e no centro do vdeo havia uma mensagem. Aproximou a poltrona e sua mente ainda em letargia pode ler:

    - Que brincadeira era aquela? pensou Olhou novamente e percebeu que a internet no estava conectada

    Fred pensou tratar-se de um deboche em relao ao RPG. De-via ser esta a mensagem que enviavam aos perdedores. Ele, at ento, nunca havia sido eliminado, por esta razo, achou que aquilo era o clice amargo servido aos perdedores pensou assim, somente at um momento. O momento em que, com a ponta do o na mo, seus olhos petricados no entenderam o que viam, ao notar que o computador, j sem bateria, nem mesmo estava ligado na luz.

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    As pessoas comeavam a se deslocar em meio s pedras e s estruturas retor-cidas. Uma luz mantinha a visibilidade no local e cada um procurava algum em meio quilo tudo. Rik tambm procurava. Era seu cinegrasta. Procurou por alguns minutos e estes foram sucientes para que a dor o invadisse. L estava ele, sem vida ao lado de sua inseparvel cmera indramax. Ajoelhou-se ao lado do amigo e com as mos no rosto chorou baixinho.

  • 12

    Rik pegou a cmera, no que ela ainda fosse lhe ser til, mas era como se levasse o amigo consigo caso conseguisse sair dali.

    Algumas pessoas iam se aglomerando em uma enorme sala mais ao fundo na ala leste e Rik seguiu para l como um rob.

    Quando chegou na sala sua mente parecia no desejar crer no que via. Um saguo enorme, com um p direito de mais ou menos dez metros de altura que mais parecia uma sala de controle de lme de co estava quase intacta, muito bagunada, mas com algumas mquinas ainda ligadas. Olhou com vagar aquela cena e num impulso levantou a cmera como que querendo registrar aquela cena. A cmera, no entanto, no ligou. Deixou o brao cair com o peso do instrumento e ps-se a tentar reconhecer o lugar.

    Com o passar dos minutos as pessoas que l estavam j haviam se apresentado uns aos outros. Todos menos Rik, j que por ser um reprter conhecido, tal passo lhe era dispensvel. Eram dezoito sobreviventes ao total. Dezoito desconhecidos que pareciam possuir um convite especial do destino para morrerem juntos. Esperana era a nica coisa que parecia no ser possvel respirar por ali.

    Rik olhava tudo em volta, o teto em forma de abbada com enormes arcadas de metal, tubos interligados por todos os lados do cho ao teto. Imensas mquinas e telas de cristal computadorizadas ainda mostravam grcos e imagens que pareciam no fazer sentido. Seus passos foram parando aos poucos. Sem perceber estava no centro do enorme salo, olhou para baixo, olhou em volta e, com estranheza percebeu que os olhos de todos estavam voltados para ele.

    - E ento? Como samos daqui? perguntou um senhor corpulento que estancava com a camisa um fundo corte em seu rosto.

    - O qu? perguntou Rik sem entender.- E ai doutor sabe tudo qual a sada daqui?- Sada? E eu que tenho que saber?- Ora no voc quem chega sempre antes de todo mundo? Que sabe das coisas e no mede

    esforos por um furo de reportagem? Que foi o nico reprter que cobriu a construo deste lugar passo a passo? E ento?

    Rik entendeu que sua imagem ali no era das melhores. Sempre foi, verdade, muito convicto de suas estratgias. Nem sempre agiu com lisura ou escrpulos. Porm, em sua prosso aquilo era muito habitual, audincia era o nome de seu patro! No entanto, no imaginava que as pessoas nutriam por ele um sentimento to

    - E ai meu chapa! interpelou um rapaz com no mais de dezesseis anos. - Sei l! disse Rik j meio nervoso.

  • 13

    - Mas voc certamente quem mais sabe sobre esta usina disse uma senhora com um tom mais compassivo.- pode sermas no tenho a planta deste lugar. Alis, pelo que eu sabia esta sala nem

    deveria existir.Todos olharam em volta com espanto. Um senhor calmo com jeito de padre falou:- Voc quer dizer que quem estiver nos procurando no tem idia de que este lugar existe?- isso - disse Rik com desolao Pela planta que vi da usina este lugar nunca foi

    construdo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Fred abriu os olhos e deixou o novo dia lhe refrescar a mente. No banheiro, lavou o rosto e escovou os dentes. Enquanto se olhava no espelho teve a impresso que seu rosto estava diferente. Limpou o espelho a sua frente, mas a impresso era a mesma. No sabia o que era, mas tinha uma sensao esquisita.

    Lembrou da noite anterior e de um estranho sonho sobre computadores desliga-dos que exibiam mensagens. Chegou sala. Sentou-se mesa e ia abrir o computador quando viu que este estava desligado da tomada. Fez graa de si mesmo e abrindo o computador ainda desligado disse: - Tchm tchm... No entanto, o visor estava preto como o de todo computador desligado.

    Fred sorriu e pegou a ponta do o para p-lo na tomada, porm, antes de alcanar a tomada, uma forte luz vinda do visor o fez bater com a cabea na quina da mesa. Num reexo, largou o o e sentou-se de um salto na cadeira. L estava, novamente um capricho do destino, e ele sabia, agora estava acordado:

    Havia, entretanto, uma mensagem em letrinhas midas que ainda no tinha per-cebido. Chegou mais perto, forou os olhos. Bateu no teclado na tentativa de aumentar a letra. Mas claro o computador estava desligado. Aproximou-se e leu:

    Ns no estamos em segurana! Salve-nos. Ache o velho e o tempo. Tudo depende disso.

    Mas que velho esse? De onde vem esta coisa? O absurdo daquela situao parecia ter-lhe trancado o crebro. Olhava para o monitor e nada lhe vinha nada. Tentava ver algo naquilo, mas era intil. Naquele momento uma frase parecia ir se formando em sua mente: A alma de quem procura no pode ver. O RPG! Levantou correndo e foi ao livro. Folheou at encontrar o P23. Passou a ler.

  • 14

    ...L estava: Se voc um impertinente...Olhou novamente para o monitor. Sou um impertinente?

    Seus dedos corriam pelas pginas do livro. Impertinente se sou um devo ir para o P62. Foi. E l dizia!...

    Fred no podia crer. Seu orgulho o havia derrotado no dia anterior. Em nenhum momento pensou estar sendo impertinente. Havia um velho naquela praa. Eu no o vi.

    No entanto, uma sensao de calor lhe percorreu inteiro. O livro alertava: Mas ele sempre esteve l...

    As pernas de Fred desceram os degraus de par em par. Nem mesmo pensou em esperar o elevador. Correu pela avenida por sete quadras e logo avistou a praa. Chegou sem ar e com uma enorme dor no bao. Procurou um lugar para sentar e respirar. Olhou tudo em volta. No havia nenhum velho. O ar foi voltando aos poucos e junto com ele um ar de desolao. Novamente estava ali. Buscando. Enredado em uma trama.

    Enquanto se recuperava, sentado num banco ao lado de uma enorme esttua de bronze, percebeu que um grupo de pessoas praticava Tai Chi Chuan bem no centro da praa, sob o comando de uma simptica senhora. Sua mente foi longe junto aqueles suaves movimentos

    - bonito de ver no mesmo? Fred olhou para o lado e quem o interpelava era um menino sentando ao seu lado

    tomando um sorvete. Fred respondeu sem dar muita ateno.

    - ! muito bonito- Voc sabia que este o mais velho mtodo de se controlar o tempo?- mesmo - falou com desdm, enquanto sua mente se perdia novamente naquela coreograa

    mgica. Passaram-se alguns instantes at que sua mente lhe cobrasse os sentidos: - Como ? Mais velho mtodo de controlar o Tempo? O que voc disse garoto?

    Fred virou-se rpido, porm no havia mais ningum ao seu lado.

    Olhou novamente para o centro da praa e tudo parecia Luz. isto: O Velho e o Tempo! O grupo comeava a se dispersar, Fred se levantou num salto.

    As pessoas se despediam e ali ao centro, ainda recolhendo as coisas, estavam apenas a senhora e uma menina de mais ou menos doze anos de idade, ambas com ntidos traos orientais.

    Aproximou-se, porm no sabia o que dizer...pensou pensoue aps, passou a temer pelo que estava prestes a falar.

    - Bom dia minha senhora! Chamo-me Fred e sei que vai soar estranho o que vou dizer mas que. recebi uma mensagem no meu computador desligado e -parou por uns instantes - ..acho que tem a ver com a senhora!

    - H-H-H. Computador desligado essa boa - disse a menina com um largo ar de deboche.Fred cou constrangido. Anal era mesmo um absurdo o que acabara de dizer a

    uma pessoa estranha. No entanto, a senhora no sorriu. E mais! Olhou-o demoradamente

  • 15

    no fundo dos olhos e ento disse:

    - Sei Quer dizer que recebeu uma mensagem como disse.- ... sei que parece- Est bem!- Como? indagou Fred.- Est bem. Vou lhe ajudar.

    O rapaz estranhou a forma como a senhora parecia no ter se abalado e esperou enquanto ela escrevia algo num pedao de papel. To logo terminou a senhora estendeu a mo e lhe entregou o bilhete dizendo:

    - Se for merecedor encontrar o que precisa Ao assim dizer, despediu-se e juntou-se a um senhor que j as aguardava e em seguida, sumiram em meio a multido que tomava conta da praa.

    Fred olhou para o papel e nele estava escrito.

    Diboh p ftqfsb bt opxf op nfnpsjbm.

    Aquilo no fazia nenhum sentido. Eram sete e trinta da manh e ao certo aquela senhora estava brincando com a sua cara. Fred foi para o hotel desolado.

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    As pessoas andavam pelo enorme salo juntando tudo que achavam. Rik ten-tava se concentrar em sua situao. No entendia nada daquilo que estava a sua frente e ningum sabia que aquele lugar existia. Era fcil perceber que as chances daquele grupo eram mnimas. Ficou por um tempo observando a tudo e em como todos estavam depositando nele suas expectativas de salvao. Decidiu.

    - Pessoal! Um instante por gentileza. Precisamos conversar. Todos foram parando e se dirigindo ao centro do salo.

    - O que foi senhor Rik? Teve alguma idia brilhante? Falou com claro desprezo um senhor cor-pulento que parecia ter descendncia alem.

    - quer dizer temos que pensar juntos pessoal. Temos que formar uma equipe com alguma estratgia. Entendem?

    - Como?- Temos que vericar o que cada um sabe fazer. No podemos car esperando por socorro e, alis,

    nem sabemos quanto tempo ainda vamos ter de ar para respirar. Aquela frase causou impacto e um certo desespero. Porm, algum falou.

    - Calma pessoal. Isso no adianta. Ele est certo. Temos que encontrar uma sada juntos falou com brandura uma moa muito bonita que logo se apresentou. Bem, meu nome Ana, e tambm acho que temos que comear a nos mexer

    - isto disse Rik Vamos nos apresentar quanto s prosses e qualquer habilidade que possa ser til aqui.

    A proposta foi aceita e todos se sentaram em crculo. Ana ia anotando o que todos diziam como um inventrio de competncias das quais dispunham. Aps as apresentaes Ana tomou a palavra.

    - Muito bem! Vamos l. Temos aqui uma enfermeira, dois professores, trs pessoas que dizem co-nhecer bem computao, uma assistente social, dois advogados, uma dona de casa, dois tcnicos em eletrnica, um engenheiro, um marceneiro e quatro vendedores. Acho que era isso.

    - Pois ento. Vejam o quanto isto pode ser vlido! Vamos juntar esforos e traar um plano disse

  • 16

    Rik com entusiasmo.- Bem gente - advertiu Ana - primeiro vamos resolver uma coisa. Temos que isolar os mortos. Vi

    que temos uma pequena sala intacta mais a leste e a porta parece vedar bem. Sugiro que- J entendemos disse um senhor com o semblante muito triste.A tarefa foi realizada em silncio. Aps, todos estavam de volta ao salo. As pessoas pareciam

    mais calmas e mais conantes. Rik retornou a falar.- Pessoal! Lembrei-me de algo que pode ser til. o seguinte: Vamos considerar que agora aqui

    nosso local de trabalho, portanto, podemos aplicar uma coisa que aprendi. Vamos aplicar aqui os 5Ss.

    - Como?- Vou explicar. O 5S uma forma oriental de otimizar o local de trabalho para que possamos realizar

    uma tarefa com objetividade, ecincia e bem estar. formado por 5 sensos de organizao. Vou escrever aqui para facilitar.

    Rik gira uma enorme placa branca e lisa e ento escreve:

    1. Senso de Seleo (Seiri) a capacidade de denir e distinguir o que necessrio e o que no . Seja na

    separao de materiais necessrios realizao de uma tarefa seja na escolha de temas a serem abordados em uma reunio. H de se ter uma capacidade didtica de priorizar as coisas em ordem de importncia. Assim, selecionamos:

    a) materiais de uso freqente: que caro no local de trabalho,b) materiais de uso eventual: que caro em um depsitoc) materiais desnecessrios: que devem ser descartadosEsta prtica ajuda a que, o que precisa ser encontrado seja, e o que seja desne-

    cessrio no esteja l para atrapalhar.- Entenderam? Sugiro que selecionemos o que pode ser til na seguinte ordem:

    1 quanto a nossa sobrevivncia e, 2 quanto a objetos, aparelhos e materiais que sirvam para nossa fuga daqui.

    - Certo? Mos a obra! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Melk repassava em sua mente todo o ocorrido para ver o que tinha dado errado.

    Aps encontrar aquela janela dimensional fez sua primeira e desastrosa tentativa. Teve ento de voltar. Voltou. Programou o evento com as coordenadas exatas do lugar onde o rapaz morava. Embora em seu tempo j fosse noite, a programao o fez chegar no apartamento de manh cedinho. O rapaz ainda estava dormindo e assim Melk passou a revirar os arquivos sobre a mesa. Muitas listas e grcos se espalhavam por ali, tudo era um grande esqueleto de algum RPG. Pde perceber porque ele era chamado de L. Georg o professor e a razo de se tornar um verdadeiro mestre naquela arte dos RPGs.

    Lembrou que quando o rapaz acordou o susto foi grande. Explicou sua inslita jornada no tempo, quem era e os motivos de sua estada ali. O tal professor tava-o com um ar de espanto indescritvel. Embora o olhar perplexo de seu antrio, este, por alguma razo desconhecida, disse que entendia sobre o que ele estava falando e resolveu ajud-lo.

  • 17

    Vasculharam os registros dos inscritos pela data que Melk trazia anotado. Depois de duas horas encontraram. E os registros diziam: participante eliminado.

    Foi ai que a idia surgiu. Melk acessou o IP do computador do participante, anexou o modulador que trazia consigo e mandou ver!

    Agora era s esperar para saber se sua mensagem, como uma garrafa de nufrago no mar do ciber espao, havia sido recebida.

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    A mente de Fred alucinava junto a seus passos pela sala. No tinha idia do que era aquilo. Tentava fazer conexes diversas, mas as letras naquele papel continu-avam a no fazer sentido.

    Retomou nas mos o RPG. Folheou novamente. Estava trancado no pargrafo vinte e trs.

    Olhou para a inscrio no pequeno papel. Diboh p ftqfsb bt opxf op nfnp-sjbm.

    Certamente no era uma lngua qualquer. Mas o que era aquilo?

    Pensou algo ou algum sempre esteve l, mas no pode ser visto por quem procuraa recompensa em um ponto antes no papel.olhou para a inscrio um ponto antesum ponto antes.como mgica, uma centelha pareceu se acender a sua frente. Pegou papel e uma caneta. Tentou

    Diboh p ftqfsb

    Um ponto antes um antes uma letra antes? Comeou.

    D i b o h p f t q f s b

    C h a n g o e s p e r a

    B t o p x f o p n f n p s j b m __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __ __

    Seu corao quase saiu pela boca. Continuou at completar o restante. Era uma senha simples e sua soluo estava l, no pargrafo vinte e trs. Terminou. Olhou o relgio. Saiu correndo como seus pensamentos

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    As pessoas iam terminando a seleo de tudo o que encontraram quando uma senhora perguntou.- E da seu Rik, o que fazemos com isto agora? Rik virou-se e olhou para a sala que j possua

    outro aspecto.

    P23. A alma de quem procura no pode ver. Mas ele sempre esteve l. A previso e o tempo juntos. Um sombra do outro. Um contradio do outro. espera daquele que merea. A recompensa em um ponto antes no papel. O milagre e a salvao.

    U Se voc deseja ver v para P68.U Se voc no deseja encontrar v para P46.

  • 18

    - Agora, minha senhora, temos que aplicar o prximo S.- E o que ? Algo como sentar um pouco? todos riram muito.

    Era bom ver o astral daquela caverna mudar um pouco. Os ares de morte e desespero pareciam ter diminudo muito. Havia at sorrisos furtivos vez ou outra. Percebeu quo teraputico pode ser a realizao de uma tarefa, bem como, para que pudesse colocar qualquer plano em prtica deveria manter a todos ocupados. Retornou ao grupo.

    - Muito bem. Vejamos agora o que vamos fazer! Todos pararam o que faziam, Rik retomou: De nada adianta selecionar se no pudermos ter acesso a tudo isto quando precisarmos. Portanto, a vai o segundo S.

    2. Senso de Ordenao. (Seiton)Aps uma seleo correta, descartando o que for desnecessrio, preciso guardar

    e acomodar cada coisa em seu lugar. Para isso, devem ser usadas gavetas, prateleiras ou caixas de forma padronizada por nomes e cores se possvel. Guardamos documentos, utenslios em geral, ferramentas e peas em locais diferentes e ordenados por grupos.

    Esta prtica faz com que a identicao de onde ca cada coisa seja fcil e aces-svel reduzindo o tempo de procura e localizao.

    J tinham levado para uma sala menor tudo que julgaram no ter utilidade. Outra sala foi limpa para ser usada como depsito do que julgaram que seria de uso eventual. Agora todos foram procurando onde guardar e acomodar as coisas que entendiam de uso freqente. Porm, no bastava acomodar era necessrio identicar de modo que todos entendessem onde estava cada coisa.

    Enquanto uma certa alegria ia dando cores ao lugar algo como um raio invadiu aquele momento. Um estrondo enorme se fez, lancinante, aterrador. Todos se jogaram ao cho. Todos ouviram novamente a voz da desolao

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Fred chegou correndo. Parou. Olhou o papel em suas mos e conrmou. Era ali. E estava no horrio marcado.

    Deveria ser fcil encontrar aquele tal de Chang. Era s esperar que um oriental se aproximasse e pronto. O relgio da praa deu o sinal, estava na hora. Olhou em volta e nada. Esperou. Os segundos foram passando, os minutosnada. Sentiu-se um impertinente como dizia no pargrafo 23.

    Desolado e envergonhado girou nos calcanhares para ir embora. Esbarrou em um homem de mais ou menos quarenta anos. Olhou atento, no era ele. Aquele tinha cara de italiano, turco ou qualquer outra coisa menos de oriental. Pediu desculpas j ia saindo quando

    - Est me procurando?- Como?- Est aqui porque razo?- Eu... bem... devo encontrar uma pessoa e- E quem ?- No sei ao certo mais sei que um oriental.- mesmo?

  • 19

    - quer dizer voc quem?- Prazer. Meu nome Chang.

    Fred sentiu-se aturdido e envergonhado e o homem percebeu.

    - Desculpa seu Chang que- Primeira regra sobre o que quer aprender: Em segurana as aparncias das coisas so nossas

    maiores inimigas. Quando supomos erramos! Os detalhes meu rapaz estes precisam ser vistos. Mas somente olhos preparados podem ver. Quer aprender a ver?

    Fred no era cego, portanto, no entendia o que seria aprender a ver, porm

    - claro seu Chang. Estou aqui para isso.- Est certo. Ento me diga falou, enquanto dirigia o rapaz para o centro da praa e o ps bem

    em frente ao memorial O que est vendo? Fred olhou atento para aquela esttua enorme feita de bronze e que retratava

    alguma cena histrica como muitos homens, uns retorcidos ao cho e de braos estendidos, outros portando capacetes e fazendo fora como que erguendo enormes barras de ferro. Era algo impressionante. Sempre esteve ali mas no tinha tido tempo para reparar em seu signicado.

    - E ento meu rapaz. O que v?- certamente uma obra de arte. O artista que a fez realmente

    muito bom.- Muito bom? Artista? isto que v?

    Fred voltou seu olhar para o memorial. Percebeu que sua resposta no era a esperada. Retornou.

    - Bem, uma esttua de bronze, de mais ou menos cinco metros de altura e

    - Est bem. Pra! Realmente seu olhar precisa ser treinado.Fred no entendeu de pronto, mas achou prudente no

    discutir. O homem convidou Fred a atravessar a rua e entrar em um beco meio abandonado. O garoto comeou a temer pelo que viria, mas seguiu mesmo assim.

    - Est com medo? Fred no respondeu com palavras, mas seu sem-blante dizia tudo - Aparncias meu rapaz. Voc ainda est preso s aparncias

    Entraram por uma porta de ferro, velha e suja, e to logo a transpuseram os olhos do rapaz se arregalaram como num susto. Tratava-se de um enorme laboratrio, com bancadas, tubos, os, vidros com lquidos coloridos, fumaa muita fumaa e aparelhos dos quais no tinha conhecimento da existncia.

    Chang foi se dirigindo a uma mesa de madeira antiga entalhada pelos cupins e de cima dela pegou algo como uma espcie de pager retangular e preto. O aparelho cabia na palma da mo, no entanto, continha um visor onde podiam aparecer textos com mensagens. Ele apertou alguns botes como que programando a geringona e em seguida estendeu aquilo a Fred.

    - Tome. A esto algumas noes sobre o que seus olhos devem aprender a ver. No sei porque razo algum da sua idade decide fazer um RPG sobre Segurana no Trabalho, mas tambm, o que

  • 20

    que eu tenho a ver com isto no mesmo? Caso precise de mim tem meu nmero a atrs.Segurana no TrabalhoFred nem sabia sobre o que se tratava o RPG at aquele

    momento. O livro apenas o tinha levado de um lado para outro em busca de pistas, propondo desaos a sua mente e a sua tica minha tica!...era isto!

    At aquele momento sua forma de ver as coisas esteve sendo treinada, porm...para ver o qu? Segurana no Trabalho?.lembrou da mensagem recebida em seu computador: Ns no estamos em segurana! Salve-nos! Ache o velho e o tempo. Tudo depende disso.

    Bom. Uma coisa era certa. Precisava ajudar algum, embora no soubesse quem era. RPG sobre segurana no Trabalho esta boa. Imaginou as milhares de pessoas que andaram como ele correndo de um lado para outro, colocando-se em riscos sem nem imaginar sobre o que se tratava aquilo tudo. Ele pelo menos, ao que parecia, tinha uma misso. Olhou para Chang.

    - Muito bem! Como que fao? Chang virou-se com um olhar desiludido.

    - Simples. Aperte o boto e as informaes aparecem. No era sobre como funcionava a mquina a sua pergunta. Porm, reetiu no que

    falar. No estava pronto a dizer quele estranho que nem sabia sobre o que pretendia aprender. Assim

    - Desculpe seu Chang. Minha pergunta que no foi correta. Aps ler o que est aqui o que devo fazer?

    - Ah bem. Aqui onde voc est h tudo sobre o que precisa saber. Se eu trabalho aqui e estou em segurana porque observo a todas as cinco regras necessrias para me manter vivo e bem aquilo assustou um pouco o rapaz, seu rosto traduzia sua percepo sobre os perigos que existiam ali Calma, no se preocupe, no vamos explodir nada aqui, no mesmo? Para entender Segurana no Trabalho preciso enxergar que estamos expostos constantemente a riscos existentes no ambiente em que vivemos ou trabalhamos, chamados de riscos ambientais. Estes riscos so divididos em grupos por suas caractersticas e so estes riscos que voc deve aprender a ver antes de qualquer outra coisa. Mais outra pergunta?

    - Ah no.- Ento o resto vai se explicando sozinho. At logo.

    Chang falou e voltou-se em direo a uns tubos de ensaio enormes e comeou a trabalhar. Fred no sabia o que fazer e cou ali esttico com a maquininha na mo.

    - Ainda est a? Adeus meu rapaz!Fred saiu e sentou-se na praa novamente. Aps recobrar-se dos minutos que

    passara resolveu dar ateno ao que tinha em suas mos. Apertou um boto azul e a geringona ligou. O painel pedia nome e hora. Fred colocou o que era pedido e apertou novamente o boto azul. L apareceu o seguinte texto:

  • 21

    I - Riscos Ambientais

    Nosso corpo e nossa mente esto em constante exposio a diversos fatores que podem vir a se tornar riscos tanto a um como a outro. Sade, conforme a OMS Organizao Mundial da Sade, no apenas ausncia de doena, mas, sobretudo a combinao de bem estar fsico, mental e social.Ameaam nossa sade mental diversos fatores como: preocupaes dirias com famlia, relacionamen-tos afetivos, nanas, sade, condies de trabalho, etc. Tais preocupaes so chamadas de Fatores Psicossociais e podem prejudicar nossa ateno e motivao. No entanto, mesmo quando estamos bem e sem grandes problemas, nossa mente, junto com o nosso corpo, pode sofrer por ao direta de fatores que circundam nosso ambiente pessoal ou de trabalho. Estes fatores podem se tornar riscos e so chamados de Riscos Ambientais.

    So atravs de Decretos, portarias e Normas Regulamentadoras (NRs) que as atividades laborais so periodicamente normatizadas visando sade e segurana do trabalhador.A NR 9 estabelece o Programa de Preveno de Riscos Ambientais. E os riscos ambientais so:

    1. Agentes Fsicos;2. Agentes Qumicos;3. Agentes Biolgicos;

    4. Agentes Ergonmicos e5. Agentes Mecnicos.

    Entre a Fonte destes agentes, que podem se tornar Riscos e o Homem existe o Ambiente.

    Fonte Ambiente Homem

    Portanto, podemos adotar medidas de controle em cada uma destas instncias. Por vezes isolando a fonte, em outras controlando o ambiente e por ltimo protegendo e qualicando o homem.

    U-;LE9onKC7FH;D:?P:;L?:;DJ;LiF7H7P48.U-;LE9oDlEI;79>7?CF;HJ?D;DJ;LiF7H7P69.U-;LE9o;IJi97DI7:E:;JK:E?IJELiF7H7P36.

    Fred percebeu que a mensagem indicando pargrafos tratava de seu RPG. Olhou as alternativas. Pensou Puxou o RPG do bolso e resolveu decidir que pargrafo ler.

    ...Fred saiu correndo. A fbrica cava a apenas cinco quarteires dali. Havia um

    ptio lateral que dava acesso a at uns dez metros prximo ao pavilho. Como era um lugar mais alto que o nvel do cho podia dali ver tudo o que se passava l dentro. Pensou: deve ser o lugar certo Mas e agora, para que pargrafo vou?

    Olhando em volta um letreiro enorme chamou-lhe ateno. Pavilho 7.

    Estava comeando a ver coisas. Pensou: Aqui est! Bem na minha frente: Par-grafo 7.

    Foi at ele em seu RPG. L estava P7!...

    Fred digitou os nmeros em seu pager e em suas mos algo mais apareceu:

  • 22

    Os principais RISCOS FSICOS so:

    a) Rudo;

    b) Temperaturas extremas;

    c) Presses anormais;

    d) Vibraes;

    e) Radiaes ionizantes e no ionizantes;

    f) Iluminao inadequada.

    A) RUDO

    Um som ou mistura de sons desagradveis so aqueles que no seguem a uma ordem rtmica ou

    meldica conhecida pelos nossos ouvidos. Ou, se seguem, esto em altura, intensidade ou de modo

    repetitivo que ofendem nossa capacidade e qualidade auditiva.

    Um rudo pode ser contnuo ou de impacto, neste caso, quando sua durao menor que 1s e possui

    intervalos maiores que 1s. A intensidade de um som medida em dB (A) decibis.

    A NR 17, e a NR 15 regulamentam, juntamente com a NBR 10152 os nveis aconselhveis de rudos em um ambiente de trabalho. Nossa concentrao afetada pelos rudos.

    a) Quando necessitamos de muita concentrao os nveis mximos so entre 25 a 45 dB (A).

    b) Quando a atividade exigir concentrao mdia os nveis aconselhveis so entre 50 e 60 dB (A)

    c) Para as atividades em geral os nveis aceitveis so entre 50 e 70 dB (A).

    d) Uma fbrica em geral possui mquinas e estas devem produzir rudos at 85dB(A).

    Exposies indevidas podem causar dor de cabea, mudanas de comportamento, irritao e fadiga.

    Voc j percebeu que ao dirigir um veculo quando estamos procurando um endereo baixamos o

    volume do rdio?

    Fred clicou na seta para baixo do PAGER e apareceram outras informaes:

  • 23

    B) TEMPERATURA

    Um corpo humano est bem quando se encontra em suas Condies Ambientais normais (Presso

    de 1 atm. e 25C). No sendo assim o corpo sofre, sendo necessria uma aclimatao orgnica e

    muitas vezes equipamentos especiais.

    Um corpo humano possui temperatura mdia de 36.5. Quando em um ambiente com medidas aci-

    ma ou abaixo desta, o corpo entra em sofrimento e reage. Os vasos sangneos buscam compensar

    tais exposies diminuindo (vaso constrio) ou aumentando (vaso dilatao) seu calibre, fazendo

    com que o sangue corra mais ou menos conforme a necessidade de manter a temperatura interna

    do organismo

    A transmisso de calor se d por:

    U Conduo: contato direto de um corpo para outro, ou seja, molcula a molcula;U Radiao ou irradiao: exemplicando, o calor do sol, cuja transmisso se d por meio de ondas

    em todas as direes;U Conveco: como se d no caso dos lquidos e dos gases a transmisso ocorre por meio de correntes

    circulares Ascendentes, no caso de correntes quentes e Descendentes, no caso de correntes

    frias.

    O corpo aquecido tende a resfriar-se e assim o faz atravs da transpirao. Esta busca diminuir a

    temperatura supercial, mas limitada pelas condies do ambiente, ou seja, em ambiente quente

    e seco a transpirao se d de forma mais rpida.

    O calor excessivo pode causar desnimo, fadiga e at mesmo queimaduras. O frio tambm pode

    queimar superfcies do corpo humano, bem como, junto a situaes de umidade local pode causar

    hipotermia e congelamento.

    Em um ambiente de trabalho estas condies devem ser constantemente controladas, pois ocasionam

    de forma muito rpida seus efeitos indesejados.

    Fred continuou clicando na seta para baixo do PAGER e mais informaes foram apresentadas:

  • 24

    C) PRESSO

    Ar atmosfrico tem peso, portanto, exerce presso. Presso normal aquela exercida sobre ns quan-do estamos ao nvel do mar. Quanto mais subirmos menor ser a presso que sofreremos. Pesquisas revelam que acima de uma determinada altitude, cerca de 2.300m, h necessidade de aclimatao, ou seja, adaptao do organismo s baixas presses e ao ar rarefeito. No respeitar os limites do corpo e o processo gradual de adaptao orgnica altitude, pode causar perda da coordenao motora, de julgamento, causando euforia, perda de memria, inconscincia e at a morte.

    As pessoas que vivem em comunidades a altitudes elevadas, desenvolveram caractersticas orgnicas que suportam as condies de uma atmosfera rarefeita.

    De outro modo, os mergulhadores que trabalham em obras submarinas so submetidos a presses extremas, h um acrscimo de 1 atm a cada 10 metros de profundidade, pois alm do peso da camada de ar sobre a superfcie aqutica h o peso da camada de gua sobre este prossional. Isso exige deste trabalhador um rigoroso treinamento, acompanhamento mdico especco em Medicina Hiperbrica, e uso de equipamentos especiais

    D) VIBRAES

    Todas as clulas de nosso corpo vibram. Portanto, as formas e intensidades de vibraes externas ao organismo inuenciam diretamente a normalidade e conforto deste. As vibraes em geral podem ser classicadas da seguinte forma:U Vibraes ocupacionais de corpo inteiroU Vibraes ocupacionais localizadasU Vibraes para conforto pessoal ou para o meio ambienteU Vibraes mquinas

    Portanto, certas vibraes podem atingir nosso corpo inteiro ou partes localizadas, como mos, braos, ndegas, costas, etc... Podem perturbar ultrapassando os limites para nosso conforto ou de nosso meio, como trfego de veculos, construes, buzinas e sirenes, entre outros, bem como, indicar problemas de manuteno em mquinas e equipamentos.

    A norma regulamentadora (NR 15) estabelece que os trabalhadores expostos em suas atividades a vibraes contnuas exercem atividades insalubres, que apurada em percia no local de trabalho.

    A exposio a vibraes constantes, como a de corpo inteiro, pode causar fadiga, irritao, danos ao sistema nervoso e por vezes, danos fsicos permanentes.

    Levantou o olhar em direo a fbrica. Aqueles trs elementos eram facilmente perceptveis. O rudo era to intenso que, por vezes, atrapalhava sua concentrao. O calor chegava at ele em ondas com o vento e a vibrao das mquinas podia ser sentida nas solas dos ps. L dentro, os funcionrios usavam algo nos ouvidos e por mais que no conseguisse entender usavam calas e camisas compridas num calor daqueles.

    Seguiu.

    Volte a seu livro no P31 se quiser saber uns ltimos detalhes sobre o assunto.Foi ao RPG. no P31 do livrinho constavaFred anotou a senha e pegou o telefone

  • 25

    MOMENTO 2

    O corao de Melk estava apreensivo. No conseguia saber se tudo havia sado como planejado. Olhava em volta como que procurando alguma modicao em sua vida. Mas tudo estava como sempre foi.

    Analisava sua planilha de clculo. Quem sabe as coordenadas no foram as cor-retas? Precisava descobrir antes que fosse tarde. As horas foram se passando pela longa noite.

    Refazia com detalhe cada linha daquela equao. Ponto a ponto tudo o que podia ter escapado de seus olhos apressados. E seus olhos quase fechavam devido ao cansao quando algo, como que fulminando seus neurnios, gritava em um canto quase inelegvel do papel. Uma anotao. Na verdade um endereoDecidiu, que embora as conseqncias era necessrio voltar novamente.

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    O desmoronamento encheu de poeira cinzenta o enorme salo. Todos foram se levantando e aos poucos percebendo que nada havia sido afetado ali. Porm, o fato de ter havido mais um incidente deixou a todos muito tensos. Alguma parte mais afastada da usina havia sucumbido e isto era preocupante.

    Rik falou:

    - Vamos l pessoal! Todos bem? Ao que todos foram, mesmo com ar de espanto e medo, conrmando suas condies.

    - O que foi isso seu Rik?- Certamente ainda h muito calor agindo nas estruturas deste lugar

    e isto pode causar dilatao excessiva e, conseqentemente, fadiga dos metais que do suporte na sua base.

    - Vamos morrer isso?- Calma gente! Vamos seguir nossos planos e arrumar esta sujeira

    toda.O olhar desconado de todos foi aos poucos dando

    lugar razo. No adiantava car parado. Tinham que seguir. Todos foram voltando suas atenes para o centro do salo. Rik voltou a escrever na enorme pea branca.

    - Pois bem. Para cumprirmos esta tarefa vamos usar o 3 e o 4 Ss. So eles:

    Senso de Limpeza. ( Seisoh )Em geral uma tarefa quando realizada gera sujeira devido aos resduos resultantes

    desta. Portanto, aps o uso, manter a limpeza das ferramentas, mquinas e do local. Isto reduz riscos de acidentes e facilita a identicao dos materiais selecionados e ordenados.

    Este senso requer a utilizao dos cinco sentidos: olfato, paladar, viso, audio

  • 26

    e tato. Estes so os inspetores de nossa tarefa. mais fcil manter a limpeza que ter de limpar toda hora.- Percebam que quando um ambiente compartilhado como, por exemplo: turnos seguidos de

    trabalho, a prtica do Seisoh acaba por gerar a entrega do local de trabalho limpo e organizado ao colega que vir.

    Senso de Higiene. (Seiketsu)Um ser humano pode ser agente transmissor de sujeira e contaminao. Desta

    forma o asseio pessoal fator importante na manuteno da limpeza do local de traba-lho. Estar com corpo e mente saudveis mantm a sade de toda a equipe. Assim, devo ter a roupa ou uniforme limpo, evitar compartilhar locais connados quando estiver com alguma doena contagiosa, manter o local de trabalho com condies corretas e saudveis quanto iluminao, som e demais condies fsicas.

    Tal prtica pode ser entendida como quando chegamos a um buffet para nos servir: as colheres podem estar esterilizadas, mas se nossas mos no estiverem limpas contaminamos as colheres, que contaminaro os alimentos e que, conseqentemente, contaminaro a todos.- Portanto pessoal, cuidado! Faam a limpeza, mas no contaminem e nem se deixem contaminar

    por nada. Especial cuidado ao mexer em qualquer coisa que desconheam a origem. Est bem? Vamos l ento!

    Todos pareciam ter entendido e foram se movendo de forma a realizar aqueles tais de Seisoh e Seiketsu

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Apareceu junto a um claro ao lado de uma enorme rvore. Ningum parecia ter testemunhado sua chegada. Olhou para o relgio do prdio dos correios. Faltavam ainda alguns minutos.

    Tentou avistar aquele que viria, porm, lembrou que apenas podia imaginar sua aparncia esperou. Em alguns instantes viu um rapaz que corria como se quisesse pegar um trem que partia. S pode ser ele. Ele est onde devia estar. O rapaz sentou em um banco a alguns metros de onde estava e cou olhando ao innito. Melk sentou ao seu lado sem ser percebido com um sorvete na mo. O rapaz olhava um grupo a sua frente. Melk falou:

    - bonito de ver no mesmo?... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    - Al! Seu Chang?- Sim, fale!

    Fred disse a senha com avidez. Chang, no entanto, no parecia satisfeito.

    - Como? Fred repetiu.- Voc continua no vendo!

    Fred sentiu-se constrangido, porm

    - Desculpe seu Chang mas era o que estava l era esta a resposta!- E s porque estava l voc me repete sem nem ao menos pensar no sentido?- Como?

  • 27

    - Ora Fred voc realmente precisa treinar exatamente o que no viu!- Sim muito- Est bem! Deixe para l. Quer seguir no ?- claro Falou Fred ainda ansioso.- Muito bem! Ento digite 49 no seu pager. - desligou sem dizer mais nada- Ora, 49 era o prximo cdigo apenas

    Fred sabia que tudo aquilo era um teste. Porm, sentiu fome e resolveu voltar para o hotel.

    Em seu quarto, j com um sanduche nas mos digitou. A mquina exibiu o seguinte texto

    . . . Os menores e mais signicantes esto no depsito de lixo municipal. . .

    Fred pensou: ora esta, no posso nem comer meu sanduche em pazDesceu os degraus em direo ao lixo.

    Quando chegou l sentiu nuseas. O cheiro era insuportvel. Tentou achar um local mais limpo para sentar. Quando assim fez percebeu que havia pessoas trabalhando l, e para sua surpresa, pareciam no sentir o mesmo cheiro que ele. No usavam luvas nem mscaras aquilo era impressionante.

    No entanto, precisava continuar e no sabia como. Olhou em volta deveria ver algo. Mas no via. Somente lixo por todos os lados. Devo ver algo alm do lixo Con-centrou-se ento em algo que no fosse aquilo que mais havia ali. Logo percebeu. Uma frase, bem na entrada dizia: Depsito Zona Norte. Depsito Zona Norte, Depsito Zona Norte parecia ter visto algo alm do visvel. Digitou

    D Z NUma mensagem apareceu: _ _ V para P44 _ _P44. Fred foi at ele para ler

    ...Fred digitou a senha e no aparelho apareceu

  • 28

    Os Fungos so seres vivos sem clorola e podem ser unicelulares ou pluricelulares so todos os seres conhecidos por mofos, bolores, cogumelos e leveduras. Os fungos podem viver em tempera-

    turas que variam de -10 C a 60 C.

    A maioria deles, assim como as bactrias, obtm alimento decompondo a matria orgnica

    do corpo de organismos mortos. Alguns obtm alimento de outros seres vivos, com os quais se as-

    sociam. Os fungos so classicados em: mutualsticos, saprtos ou parasitos. Os fungos saprtos

    so aqueles que se nutrem da matria orgnica do corpo de organismos mortos (ou de partes que

    podem se destacar de um organismo, como pele, folhas e frutas que caem no solo), provocando a

    sua decomposio. Alguns fungos, por exemplo, causam o apodrecimento de frutas ou de restos de

    vegetais e animais.

    Os parasitas so aqueles que vivem custa de outro ser vivo, prejudicando-o e podendo at

    mat-lo. Um exemplo de fungo que parasita os seres humanos, o fungo Candida albicans, que pode

    se instalar na boca, faringe e outros rgos provocando o sapinho.

    Os mutualsticos so os que ao se associarem a outro ser ambos se beneciam com essa

    associao. Como no caso do lquen, que a associao entre um fungo e uma alga. A alga, que tem

    clorola, faz fotossntese, produzindo alimento para ela e para o fungo. Este, por sua vez, absorve

    do solo gua e sais minerais, que so, em parte, cedidos para a alga.

    _ _ _Quer mais? Ento nalize este ponto no P67_ _ _

    Fred foi at ele

    ...Fred imaginou o que seria aquilo. O momento em que tudo comeou? Como

    assim?Olhou o incio do RPG, mas no havia nada l. Pensou pensouolhou para

    suas mos e num canto do pager um cronmetro mostrava [1:35]. Isto! Era s ver a hora em um relgio e saberia quando tudo comeou. Eram exatamente 11:05. Certo! Ento11:05 menos 1:35. Fred olhou, calculou e pronto! Tinha a prxima senha. Di-gitou: [9:30]. O monitor do pager se acendeu, mas Fred gelou. No conseguia crer no que estava vendo

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    A caverna, como chamavam, j no parecia a mesma. Tudo estava limpo, organizado e catalogado. Em uma parte do salo, mesas viradas tornaram-se caixotes onde em uma delas havia peas eletrnicas que foram organizadas em sacos diferentes. Em outras, cabos, os e arames encontravam-se enrolados com esmero. Em duas, man-timentos embalados a vcuo que foram encontrados atrs de uma porta blindada que se abrira com o segundo desmoronamento. Mais ao lado, em armrios que foram esvaziados, estavam organizadas ferramentas e pequenas peas como porcas e parafusos que foram encontrados soltos das fuselagens das salas ao lado. E por m, uma bancada enorme foi montada para conter lado a lado aparelhos diversos que pudessem ser remontados e

  • 29

    servir como alguma forma de comunicao.

    Rik olhou tudo e cou emocionado. Havia uma ntida transformao a sua volta. Assim, parou novamente no centro do salo e se dirigiu a todos:

    - Pessoal! Por gentileza, um minuto apenas - todos pararam o que faziam Olhem sua volta. Vejam o que conseguiram fazer em to pouco tempo.

    As pessoas se entreolharam e fora ntido o brilho no olhar de cada um. Haviam transformado o inferno em um lugar digno da vida e do trabalho humano. Todos se entreolharam e, sem que se combinassem, comearam a se aplaudir olhando com satis-fao um no olho do outro.

    - isso mesmo pessoal, conseguimos! Entretanto, agora h a necessidade de reetirmos em por quanto tempo tudo isso vai durar? Talvez quemos aqui ainda por dias ou semanas portanto, prestem ateno ao ltimo e mais importante S!

    Assim falando iniciou a escrever na tela.

    Senso de Disciplina. ( Shitsuke )Muito do que aprendemos tende a ser esquecido de forma mais rpida do que fora

    aprendido. Deste modo necessrio adquirir o senso de auto disciplina para manter em mente as prticas de: selecionar ordenar limpar zelar pela limpeza e higiene. preciso entender os benefcios desta prtica para que elas se mantenham em nossa forma habitual de agir. Elas devem se tornar parte de nosso fazer e pensar at que se torne um saudvel hbito pessoal e coletivo.

    Aps escrever completou:

    - Este senso pessoal, como engloba os demais, trata tambm, de disciplina tica e de respeito. Portanto, este senso ajuda para que possamos: selecionar nossas qualidades, ordenar as prioridades a serem executadas, limpar nossas mentes de pensamentos que no prestam, manter a higiene em nossas relaes pessoais no nos contaminando e nem contaminando os outros com palavras ou gestos desagradveis, e por m, ter disciplina para manter vivos estes princpios sabendo seguir orientaes, colaborando com os colegas, respeitando suas opinies e participando das solues de forma harmnica e amigvel.

    Todos ouviam com ateno e o fato de terem conseguido realizar aquela trans-formao juntos parecia ter-lhes conferido habilidade para tambm desejar que tudo se mantivesse em harmonia.

    Enquanto todos se ocupavam em realizar os 5 Ss no perceberam o quanto haviam mudado na forma de tratar Rik. Parecia mesmo que era outra pessoa que ali estava ou ento que seus olhos agora o viam de forma diferente. O antagonismo inicial fora substitudo por uma liderana natural que havia, como em um processo alqumico, transmutado o Chumbo daqueles sentimentos no Ouro da satisfao.

    Tudo estava pronto. Ento, era hora de iniciar o trabalho.

    Rik falou:

    - Pessoal! Enquanto todos faziam a organizao e a limpeza estive reunida com Ana e Michel. Ana engenheira civil e Michel tcnico em eletrnica. Portanto, gostaria de ouvir o que eles tm a dizer assim falando, passou a palavra para Ana.

    Ana, de cabelos pretos e lisos, era dona de um sorriso muito meigo. Ao olhar

  • 30

    para ela a pessoa j sentia algo que traduzia uma certa paz. Foi assim, iniciando por um sorriso, que Ana falou.

    - Gente! Agora que j possumos um inventrio completo de tudo o que dispomos e que tudo est organizado de forma a facilitar qualquer tarefa, eu e Michel acreditamos que com tudo o que acharam ser possvel fazer um transcomunicador para que possamos emitir sinais de socorro e sermos resgatados. Tambm, conversando com nosso amigo Rik percebemos que ser possvel, frente a uns mapas, dos dutos e conexes deste lugar, que encontramos, traar um plano B no caso de o primeiro falhar. O plano B destina-se a nossa fuga deste lugar. Deste modo, preten-demos realizar os dois ao mesmo tempo e para isto temos a sugesto de dividir nosso grupo em trs equipes bsicas. Michel vai explicar melhor.

    Michel era um rapaz de jeito tmido e estranho. Usava culos, falava pouco e portava no bolso um camundongo branco com pintas marrons que havia achado na ins-peo do lugar. Chamava o bicho de Derik o conselheiro. Embora a esquisitice, como dizia Ana, parecia ser boa gente. O rapaz chega mais a frente e diz:

    - Bom pessoal sugerimos quedividamos nosso grupo da seguinte forma: Grupo 1: auxiliar na realizao do plano A; Grupo 2: auxiliar na execuo do plano B, e o terceiro grupo prestar auxlio provendo a manuteno de todos, selecionando, racionando e servindo comida, bem como, realizando assistncia geral quanto s necessidades globais do grupo. Obrigado! Rik retoma a palavra.

    - Pois ento pessoal? Vamos l? Ana, Michel e Eu representamos cada um dos grupos, portanto, agrupem-se conforme melhor entenderem, apresentando-se a ns para as instrues.

    Todos foram escolhendo e se dirigindo aos trs que estavam ali parados. Em pouco tempo, eram como uma empresa com anos de experincia. Cada grupo realizava suas tarefas em silncio e em ordem. Parecia uma orquestra tocando Vivaldi.

    O tempo foi passando, quando ento, o silncio foi quebrado.

    - Seu Rik! Seu Rik! Olhe aqui depressa! A forma alterada daquela senhora fez Rik sair correndo e quando chegou onde ela estava seus olhos caram iguais aos dela em medo e espanto

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Nos olhos de Fred o reexo daquilo que brilhava no pequeno monitor do pager.

    No havia instrues, no havia contedo apenas uma frase piscava. Uma insistente pergunta, era s o que havia ali. Fred j

    tentara apertar todos os botes e executar todos os comandos que lhe ocorrera, mas nada fazia aquela frase desaparecer.

    Havia se passado em algo. O que cara para trs? O que no vi? Sua mente se dividia em busca de respostas. Ser que havia um

    cdigo oculto que no percebi? Voltou ao RPG e as anotaes que zera do pager. Algo como uma voz soava em seus ouvidos. Volte e

    veja! Ler minuciosamente linha por linha era o que lhe restava fazer. Aps reler tudo com cuidado, uma imagem veio a sua mente: O memorial

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Melk percebeu que havia acertado em voltar. Tudo tomou seu rumo e o jogo continuava. Ficou pela praa mais um pouco e uma sensao de tranqilidade que h

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    muito no sentia parecia estar ali, sentada ao seu lado.

    Ficou pensando em como sua vida era e de que forma poderia car agora. Tanto trabalho, tantas noites sem dormir agora pareciam terem tido a devida recompensa. Em seus poucos anos de vida j havia passado por muita coisa. E foram raros os momentos de alegria desde que decidiu que mudaria seu passado. Estava to relaxado que seus msculos pareciam no obedecer. Portanto, cou ali, sem resistir vida e quele dia ensolarado que lhe enchia com um morno silncio.

    O tempo passou, mas no percebeu o quanto. Aos poucos, a presena de algum chegando no centro da praa lhe cobrou os sentidos. Era apenas um senhor, cabelos grisalhos, de uns sessenta anos, mas de uma vitalidade de dar inveja a muito rapaz novo. Tinha o rosto aquadradado que lhe dava feies fortes e severas. Pelo que pde perceber esperava uma senhora que ministrava uma aula no centro da praa. No entanto aquele sorriso. Foi o sorriso que o fez achar nele algo familiar. Tentou buscar em sua memria com quem ele lhe parecia. Certamente era com algum de seu tempo, pois estava ali, naquela poca de seu passado, apenas pela segunda vez.

    O senhor lhe parecia com algum que tinha visto em fotograas no entanto, no fazia idia. Deve ser parecido com algum ator isto normal. Por vezes achamos que conhecemos algum, mas simplesmente a pessoa parecida com este ou aquele que vimos na TV Parou de pensar no assunto.

    Quando estava desviando seu olhar reconheceu os passos apressados de algum chegando praa. Este sim sabia de quem eram.

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Todos correram em direo a Rik quando este exclamou: - Ahhh, Meu Deus!Um tumulto cercou Rik e a senhora, mas ningum conseguia ver nada. Ana foi

    pedindo passagem e se aproximou da cena. De frente com aquele buraco na parede ajoelhou-se para ver melhor.

    Com uma pequena lanterna que trazia em mos foi vasculhando para ver a di-menso do espao que havia ali dentro. Era mais que uma passagem, era uma ala inteira praticamente intacta. No entanto, um cheiro estranho lhe cobrou o olfato. Falou:

    - Afastem-se todos! H um cheiro impregnado neste local.Todos atenderam ao seu comando. Rik percebeu a situao e pronto olhou em

    volta. Seus olhos percorreram o salo. Eles buscavam algo, uma soluo. Bem no canto, perto do armrio de metal das ferramentas o que ele buscava.

    - Venha Michel! Ajude-me aqui!Ambos correram em direo daquele bolo de panos, cobertores e plsticos que

    estavam reservados para um momento de frio. Fizeram uma enorme bola com aqueles cobertores e recobriram-na com um plstico tipo lona de cor amarela. Contaram at trs, trancaram a respirao e correram em direo ao buraco. Socaram aquela bola densa e pesada na fenda recm descoberta e que acabou por lacr-la de todo. Tomaram ar. Respiraram aliviados. O cheiro havia desaparecido.

    As pessoas viam a tudo sem entender o que presenciavam. Rik falou.

    - Pessoal! H um cheiro l dentro que ainda no sabemos reconhecer. Pode no ser nada e pode

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    ser nossa morte. Aqui uma usina e muitos gases que transitavam por tubos hermticos agora podem estar expostos.

    Os olhos de todos demonstravam que a mensagem havia sido entendida. Ana interrompeu o silncio.

    - Calma gente! Agora est tudo resolvido. Temos que conseguir consertar alguns aparelhos que encontramos como o Explosmetro e o Oxmetro e a vamos saber com o qu estamos lidando aqui.

    - Vamos voltar as nossas tarefas pessoal! Falou Rik com voz de comando.Michel olhava as plantas da tubulao tentando descobrir o que seria aquele setor

    recm descoberto. As tubulaes iam e vinham e se desdobravam em cruzamentos que sua mente ainda no havia interpretado.

    Estendeu a planta perto de um ponto de luz para ver melhor.

    Rik se aproximou.

    - E a, j entendeu alguma coisa?- Ainda no. Isto mais parece um labirinto - fez uma pausa Rik, o que voc e Ana viram

    l dentro? Rik olhou em volta e falou baixinho.- Uma sinalizao de cor vermelha- E o que isto quer dizer?- Veja a tabela a. uma rea de possvel exposio a riscos qumicos.- E - Sim claro que perigoso. Temos que testar tudo antes e s ento poderemos investigar aquela

    !

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    rea com segurana.Michel olhou em volta, mas ningum parecia ter ouvido a conversa.

    Rik saiu e Michel cou pensando em como a presena dele lhe fazia bem. Sentia algo de familiar na voz de Rik. Era uma voz boa de ouvir. Tentou se concentrar novamente no que fazia. Aos poucos, parecia que aquilo tudo comeava a fazer sentido. Aquilo tudo, tratava-se de um mapa de riscos e no de uma planta de tubulao. Achou, bem abaixo da pilha de papis, algo como um manual que tinha na capa o ttulo analisando Mapas de riscos. S sobraram algumas folhas, no entanto, sentou e passou a ler com ateno.

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Fred pensava enquanto corria para a praa: aqui estou eu de novoSem perceber, j se encontrava novamente em frente ao memorial. Parou a sua

    frente e ps-se a olh-lo novamente. O que voc v? Ficou ali sem se importar no tempo e nas pessoas que passavam. Tinha que ver

    algo ou quem sabe, descobrir pelo menos, o que tinha de ser visto. Seus olhos foram desfocando aos poucos. O sol se encaminhava ao seu ponto mximo. Colocou os culos escuros. Aquelas formas foram se fundindo e tudo parecia fazer parte de uma mesma e nica forma. Tudo era bronze apenas. Uma massa nica e disforme. Respirou, cerrou os olhos mais ainda, lembrou da frase: quem quer no pode ver! Foi fechando os olhos at que apenas um lete de luz adentrava por suas plpebras... cou assim por um bom tempo.

    Como a tnue luz de seu pager uma frase se formou em sua mente. As vezes temos que ver menos para enxergar melhor!

    J sei a resposta!Fred girou sobre os ps e comeou uma corrida ensandecida em direo ao meio

    o. J sabia o que dizer a Chang. A passos largos, logo estava beira da avenida. Olhou para um lado apenas e seguiu no entanto, no observara um automvel em sentido contrrio em rota de coliso com seu corpo apenas sentiu uma mo em suas costas e um forte empurro que o fez voar de um salto pelo menos uns dois metros sentiu o vento do carro passando em suas costas. Entendeu... No fora atropelado

    Fred no olhou para trs, sua ansiedade apenas queria ver Chang. Bateu na porta de ferro imunda. Chang atendeu. Fred adentrou o laboratrio ainda ofegante.

    - J sei a resposta! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Michel achou algo naquele manual e chamou Rik.- Rik! Veja esta parte aqui do manual.Rik pegou o livrinho em mos e olhou atentamente.- isto! Temos que achar onde poderiam estar guardados estes EPs.- E o que isto?- EPs? So equipamentos de proteo individual e coletivo, EPI e EPC.- Mas j vasculhamos tudo e no vimos nada com este nome.- Talvez no estejam guardados assim.

  • 34

    - Mas o que temos que procurar ento?- J sei! Vou falar com o pessoal. Talvez tenham achado, mas nem se deram conta.

    Rik se dirige ao centro do salo e chama a ateno de todos.

    - Pessoal! Um segundo, por favor! Todos olharam para ele. Rik retomou.

    - Precisamos localizar uma srie de equipamentos. Talvez j tenham achado alguns e colocado junto com outros materiais.

    - E o que seria seu Rik?- Uns so chamados de EPIs - Equipamentos de Proteo Individual. um Kit, quando juntos. O

    kit formado por: capacete, mscaras, culos de proteo, proteo auditiva, luvas e botas. H ainda coletes, linhas de vida e roupas especiais contra fogo e resduos qumicos. H um desenho aqui que bem ilustrativo, Vejam!

    - Sim! - Grita um jovem Eu encontrei um culos destes. Coloquei l no depsito, pois no sabia para que servia.

    - Muito bem! Agora j sabem o que procurar. Vamos vericar o que temos e tentar encontrar o resto. Eles devem estar por aqui em algum lugar. A terceira turma faz esta varredura, mas se algum achar algo coloca aqui perto da mesa, OK?

    Todos retornaram as suas tarefas.

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Os olhos de Melk seguiram Fred at que este sumiu no beco. Seu corao ainda acelerado parecia dizer: salvei ele...salvei ele no entanto, o tempo inexorvel e no pde esperar aqueles segundos de satisfaoMelk no percebera mas se encon-

    O Capacete possui o casco por fora e suspenso regulvel por dentro.

    Os culos so contra impacto (com hastes), e o ampla viso (com presilha de elstico) contra riscos qumicos.

    Luvas e Botas protegem as extremi-dades. As botas so capazes de isolar contra riscos eltricos.

    Proteo auditiva contra rudos danosos a nossa audio.

    Mscaras com ltros qumicos servem para que se possa respirar sem sermos con-taminados.

    NR 6 - Equipamentos de Proteo IndividualEPI BSICO

  • 35

    trava no meio da avenidaquando seus sentidos gritaram. Virou o rosto em cmera lenta e pode ver um nibus a poucos metros buzinando freneticamente. Suas pernas no obedeceram e ele ento entendeu que no havia para onde correr respirou fundo como sendo aquele o ltimo bocado de ar que lhe coubesse naquele mundo, fechou os olhos e viu a imagem de sua me.

    Como segundos que duram eternidades, a coliso ainda por acontecer, pediu perdo por seus temores e logo o desfecho chegou. Sentiu seu corpo se deslocar, seus ps sarem do cho em um giro lancinante. A presso de um brao forte como um abrao salvador acompanhou aquele momento. Entendeu algum havia lhe puxado do previsvel m. Um estrondo, no entanto, pde ser ouvido junto aos freios mal cuidados do nibus que vira a meio segundo atrs. Ouviu o barulho de ossos partindo e suas costas baterem com fora ao cho, mas no sentiu dor alguma

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Chang olhava aquele rapaz em um estado de euforia nada desejvel para quem quer aprender sobre segurana. Olhou-o com uma certa desconana e desprezo e ento perguntou.

    - Sabe ?...- Sei! Quer dizer acho que sei...- Em segurana no tem acho. ou no ! Sua resposta agora dene se voc continua ou no

    no jogo. Pense bem!Fred cou esttico. Chang ainda no tinha falado com ele daquele modo. Seu

    corao desacelerou de modo surpreendente. Toda sua trajetria se passou em sua mente. Porm, era tudo ou nada. Falou:

    - Muito bem!- hesitou um instante, respirou A resposta : Estou vendo que devo enxergar o que os olhos no vem!

    A resposta parece ter surpreendido Chang. O homem tou o rapaz de cima a baixo de forma demorada como que pensando no que dizer. E ento:

    - Est bem vou considerar sua resposta como certa.Dizendo isso entregou um folheto para Fred e disse para que sentasse e lesse

    enquanto terminava algo que tinha comeado.Enquanto isto, dirigiu-se bancada abriu um frasco e despejou seu contedo em

    um outro que continha uma poro nma de um lquido e assim fazendo, sem que Fred percebesse, depositou o vidro no cho.

    Fred pegou o folheto, sentou-se em um banquinho baixo e comeou a ler.

  • 36

    Agentes Qumicos.

    A qumica est presente em toda e qualquer atividade humana. So das combinaes qumicas que as

    coisas surgem e se transformam. Diversas interaes e reaes qumicas em nada afetam nossa sade, como

    exemplo: gaseicao dos refrigerantes.

    Entretanto, outros encontros qumicos podem ser muito perigosos ao organismo humano. No ambiente

    de trabalho agentes qumicos que podem se tornar um risco devem ser controlados com muita ateno.

    As substncias qumicas presentes no ambiente apresentam maior ou menor grau de risco conforme

    as seguintes variveis, ou seja, a maior ou menor:

    1. Concentrao do produto,2. ndice respiratrio, ou seja, a quantidade de produto inalado por algum durante a realizao de

    uma tarefa, a

    3. Sensibilidade individual, que nada mais do que o nvel de resistncia pessoal exposio da substncia que faz com que o efeito seja diferente em gravidade de pessoa para pessoa,

    4. Toxicidade, assim entendido o potencial de nocividade ao ser humano e,5. Tempo de exposio, que somado aos fatores acima determina o nvel de conta-

    minao e seus efeitos.

    Fred sentiu calor e tirou o casaco. Um barulho intermitente se fez ouvir. Chang deve ter deixado o despertador ligado.

    Em um ambiente de trabalho podemos pela via cutnea (pele), pela via digestiva (ingesto) e pela

    via respiratria entrar em contato com seis tipos bsicos de substncias contaminantes que podem gerar o chamado risco qumico, so elas:

    1. Poeiras: sobras slidas de materiais;2. Fumos: produzidas por condensao de vapores metlicos;3. Fumaa: resultado de combusto incompleta;4. Neblina: resultado da condensao de vapores;5. Gases: produtos que nas condies atmosfricas normais j esto no estado gasoso;6. Vapores: disperses provenientes da evaporao de lquidos ou slidos a determinadas temperaturas.

    Os agentes qumicos dispersos no ar podem ter caractersticas txicas que agem diretamente sobre os

    organismos atravs das vias de penetrao: respiratria, digestiva e cutnea. Alguns podem at no ser

    txico, mas podem matar pelo deslocamento do oxignio do ar no ambiente causando asxia.

    Podem tambm, ser combustvel e ocasionarem incndios ou exploses.

    A viso de Fred comeou a car embaada, porm, sups que era pelo fato de as letras do texto serem muito pequenas. Focou a viso novamente e seguiu.

  • 37

    Para medir as misturas qumicas no ambiente so utilizados entre outros, os seguintes equipamen-

    tos:

    1. O Oxmetro: o detector de Oxignio e tem a nalidade de atestar que no ambiente onde o trabalhador ir executar suas atividades a atmosfera esteja dentro dos padres normais que so:

    entre 19,5% e 23% de O2.

    2. O Explosmetro: tem a nalidade de detectar a presena de gases ou vapores combustveis no ambiente atravs do Limite Inferior de Explosividade (LIE) caracterstico e especco de cada

    gs ou vapor. O explosmetro, assim como o oxmetro, dever possuir um alarme sonoro extre-

    mamente alto, incorporado para condies de perigo. O visor dever ser grande, de fcil leitura

    e com iluminao de fundo o que garantir leituras legveis mesmo em condies de luz fraca.

    3. O detector de gs: Alguns equipamentos monitoram e exibem simultaneamente, at cinco riscos atmosfricos em potencial, incluindo compostos orgnicos volteis (VOCs), Oxignio, gs

    combustvel (% LIE) e uma ampla seleo de sensores txicos eletroqumicos individuais. Os

    VOCs apresentam vrias ameaas em potencial ao ambiente de trabalho e so caracterizados

    por sua tendncia a evaporar facilmente em temperatura ambiente e incluem substncias

    como os solventes: thinner de tintas, Benzeno, Butadieno, Hexano. Estes detectores

    analisam os resultados atravs de fotoionizao, permitindo a monitorao de

    um espectro abrangente de agentes contaminadores orgnicos volteis.

    O suor escorria pelo pescoo de Fred. E aquele barulho parecia agora ensurdecedor. Onde est Chang que no desliga este troo

    Os olhos de Fred pareciam querer fechar, mas havia mais para ler. Pensou em ter visto Chang de p ao seu lado. Porm, achou que era apenas uma miragem. Passou o brao pela testa, secou o suor e leu:

    Agora, se quer saber mais sobre o que ver v para P49.Fred abriu o livro no P49.

    ...Fred levantou os olhos e no viu mais nada, sua cabea pendulou e projetou-se

    frente em direo a mesa. Chang estava de p atrs de Fred e pde assisti-lo desacordar. Chang desligou um aparelho. Nele estava escrito medidor de gases

  • 38

    MOMENTO 3

    Melk acordou assustado. Reconheceu o lugar, era seu quarto. Meu Deus como vim parar aqui? Sua cabea doa um pouco e devagar foi lembrando do acontecido. Fi-cou em p. estava inteiro. Mas como? Lembrou da hora em que salvou Fred, que cou parado no meio da rua, do nibus vindo em sua direo, de algum puxando-o, mas e o estrondo, os ossos?

    Ficou sentando por algum tempo tentando entender o que parecia no ter expli-cao. Uma certeza apenas lhe vinha mente. Independentemente do tempo em que estivera assim, estava de volta, vivo e inteiro em sua poca...

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Era manh, embora a luz daquele lugar fosse sempre a mesma. Ana no havia dormido e passara a noite toda trabalhando. Rik j estava de p. Chamou-o:

    - Rik. Acabei de montar um Oxmetro e estou quase terminando o Explosmetro.

    - Que beleza Ana. Mas e- O Medidor de Gases?- Este est pronto!- timo! O pessoal no achou muita coisa dos EPIs, mas para nossa

    sorte, pelo menos uma mscara de ltro qumico e um culos de ampla viso ns j temos.

    - J um comeo - disse Ana animada.- To logo termine aqui podemos planejar o procedimento.- Planejar? - Falou Michel chegando angustiado temos que entrar

    l logo. Pela planta que quei estudando aquela rea nosso passaporte!

    - Para onde?- Como para onde para a sada ora!- Em segurana meu caro temos que gastar mais tempo no plane-

    jamento do que na execuo. Seno aquela rea pode ser nosso passaporte para a morte.

    - Mas - insistiu Michel.- Michel. Abraham Lincoln falou certa vez: - D-me seis horas para

    cortar uma rvore, que gastarei as primeiras quatro aando o machado . Entendeu? Segurana se faz com planejamento e no com destemor e coragem!

    Michel cou quieto e um pouco contrariado, mas parecia ter entendido o recado. Pegou a planta que andava estudando e mostrou a Rik a possvel localizao daquele salo. Rik olhou a planta que Michel tinha em mos.

    - Acho que estamos aqui neste ponto que marquei com X1 e a fenda est logo ao lado no X2. Voc tinha razo no estamos na planta.

    - Bom muito bom- O que bom Rik?

  • 39

    - Nosso perigo no to grande.- Como assim?- Isto um Mapa de Riscos. A NR 9

    obriga toda a empresa a criar um. o PPRA!

    - O qu?- O Programa de Preveno de Riscos

    Ambientais Michel, da CIPA.- Quer falar portugus!- A Comisso Interna de Preveno de

    Acidentes. A NR 5 estabelece: O tra-balho e a preservao da vida tm que andar juntos. esta comisso, que dentre outras coisas estabelece os mapas de riscos.

    - E porque voc falou que o perigo no to grande?- Os crculos, veja. Estes crculos que possuem trs tamanhos indicam o tamanho do risco: pe-

    queno, mdio e grande. Se voc est certo a rea na qual estamos prestes a entrar possui risco mnimo, percebe?

    - Sim Mas e esta outra rea atrs de ns?- Bem, esta realmente preocupante. Porm, se sairmos daqui em direo ao Norte, vamos nos

    afastar gradualmente desta rea de alto risco.Rik fora organizar o que faltava.

    Passados alguns minutos, um sinal intermitente iniciou. Algo como um alarme que tivesse disparado.

    Todos correram. Menos Michel

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Os olhos de Fred foram abrindo lentamente. Quando focaram em algo o que viram foi Chang sentado a sua frente. Seu pescoo doa e tambm suas costas. Sua mente tentava entender o que havia acontecido.

    - Bem vindo de volta caro Fred!- O queo que aconteceu seu Chang? falou enquanto tentava se erguer.- O mundo no visvel encontrou voc, apenas isso!- Como?- O mundo no visvel a parte mais importante quando o assunto segurana. Por vezes j

    no vemos o que claro e visivelmente perigoso, o que dizer- O que aconteceu seu Chang? Porque desmaiei?- Estou explicando! Se tiver a educao de esperar- Est bem. Desculpe a cabea de Fred comeou a doer.- Nunca estaremos em segurana se no apreendermos a ver o no visvel. Ele, o no visvel,

    sempre esteve l, o velho e o tempo juntos.Aquela frase era conhecida de Fred.- Ver para Planejar Fred! Esta uma regra que no pode ser esquecida em segurana: Ver para

    planejar. Entendeu?- Mais ou menos.- eu imagino Olhou-o novamente com um ar de desdm.

  • 40

    - Voc fez alguma coisa no mesmo? Com estes seus tubos e produtos qumicos.- Eu no. Apenas esqueci uma certa combinao aberta. A prpria combinao que fez o resto

    Riu largamente olhando a feio de espanto no rosto de Fred- Mas tive a impresso de que o senhor estava aqui de p.- E estava.- Mas e como o senhor no foi afetado?- Trata-se de uma combinao simples, porm, o gs produzido mais pesado que o ar e cou

    espalhado prximo ao cho, posio onde voc estava. Eu como quei todo o tempo em p no respirei o gs.

    - E que gs este? - Nada preocupante nem perigoso. uma reao sem cheiro nem cor. imperceptvel e derruba

    voc com suavidade e eccia.- E agora?- Agora voc aprendeu a respeitar o que no pode ser visto est doendo?

    Fred no respondeu. Mas seus olhos ainda irados falavam por si.

    - Est bem Disse Fred querendo acabar com aquela conversa E o que vem agora?- Nada!- Como nada?- Por enquanto necessito apenas que arrume esta baguna aqui! claro se achar que deve e

    queira fazer.Fred ainda no via muita razo para nada daquilo. Mas mesmo assim acho me-

    lhor no replicar. Foi arrumao! Comeou mudando de lugar pesadas caixas e sacos, daquela sala para um pequeno depsito como seu mestre lhe instruiu.

    Chang lhe disse para passar apenas pelo meio da sala. Porm, aps uns dez mi-nutos, resolveu encurtar caminho por um corredor lateral e com um saco nos ombros quase escorregou. Resolveu ter mais cuidado. Subia e descia pela elevao entre os nveis da sala e do corredor que era de uns quarenta centmetros. Aos poucos percebia o esforo cobrar-lhe os msculos. Foi ento, que sentiu uma dor aguda e lancinante em suas costas. Sua coluna parecia haver se partido em pedaos caiu no cho junto do saco que trazia!

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    As paredes do quarto estavam praticamente forradas de inmeros papis com clculos, desenhos e grcos. Melk olhava a tudo de modo repetitivo. Sua mente queria encontrar algo. Aquele monte de anotaes presas por adesivos somente tinha alguma lgica para o prprio garoto.

    A desordenao, no entanto, sabia, era a forma como pensava melhor. Tentava no nutrir um pensamento linear, cartesiano. Havia aprendido com sua me que ordens e seqncias podem limitar a capacidade de achar solues. Portanto, desde pequeno assim fazia. Quando queria encontrar uma sada para algo espalhava brinquedos ou objetos pelo cho e cava olhando at que as conexes se zessem.

    Lembrava de um momento em sua infncia quando teve a necessidade de decidir se falaria ou no a Kate de seus sentimentos. Que espalhou uma caixa de bugigangas no cho do quarto e cou ali olhando aquela baguna por algumas horas: havia um

  • 41

    boneco de plstico, linhas, um pequeno ba, parafusos e porcas, pedaos de brinquedos quebrados e pedras, muitas pedras coloridas que gostava de juntar. Aquele cenrio catico no cho do quarto, aos poucos, foi se revelando e a esperada resposta veio.

    Viu no boneco sua pessoa, no ba seu corao e este, embora jogado no cho, no se abrira. Entre o boneco e o ba se colocavam diversos objetos que interpretou como obstculos. Acima do ba algumas pedrinhas que interpretou como pequenas estrelas de uma noite enluarada. Decidiu: embora tivesse vontade, talvez fosse precipitado abrir o ba de seus sentimentos.

    Lembrou que semanas aps, um momento propcio oportunizou que ele falasse o que desejava. Pde ver em pensamento o boneco e o ba aberto juntos, agora sem nada entre eles. E claro, no fora em uma noite, mas sim em uma linda tarde de sol.

    Aquele mtodo podia ser entendido por alguns como uma forma de orculo psi-colgico. Porm, preferia pensar que era sua mente visualizando os sinais do destino e organizando suas aes. O fato era que tinha desenvolvido uma estrondosa habilidade em fazer conexes. Via o que ningum via. Lia o que no fora escrito. J havia ganha-do vrias competies de cincias em razo desta sua estranha habilidade, bem como, resolvido problemas que pareciam insolveis.

    Agora, estava ali novamente. Olhando paredes e papis como um maluco visio-nrio. A resposta onde est voc?Foi fechando os olhos para ver melhor. Percebeu o processo iniciar. Pronto. As peas comeavam a se encaixar. Pequenos os coloridos iam ligando os papis. Os papis se sobrepunham frente ao olhar desfocado montando outro desenho. Tudo se juntava em uma velocidade espantosa e quando percebeu, l estava o que procurava.

    . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    A sirene soava sem parar e as pessoas caram assustadas e em pnico. Umas jogaram-se ao cho, outras protegiam as cabeas, at mesmo Rik e Ana olhavam tudo ao redor para entender de onde vinha o sinal. Michel, no entanto, estava ali, imvel.

    Os olhos de Rik aos poucos perceberam a nica coisa que no se movia ali. E ento gritou:

    - O que voc fez? Vamos diga! Que diabos voc fez Michel?Michel nada respondeu. Seu olhar impassvel e sem resposta era assustador. Ana

    se aproximou j com as mos nos ouvidos.

    - O que Houve?- Michel! Ele fez alguma coisa e no quer falar! Ana olhou ternamente para ele, e sua candura que

    no possua julgamentos, desmanchou a rigidez do rapaz que caiu sentado em sua cadeira.- O que houve Michel?- Temos que sair daqui Ana disse o rapaz com ar desesperanado.- Eu sei Michel. Mas e este alarme? O que- Olhe para l! Michel apontou o dedo em direo a parede que continha as telas de cristas e

    que agora possuam uma abertura de mais ou menos um metro.- O que isto? falou Rik com o olhar xo.- Ningum se aproxime! Gritou Ana Busquem, por favor, o que acharam dos EPIs. Rpido.

    Houve uma agitao e logo uma moa trouxe uma caixa com uma inscrio feita

  • 42

    mo: EPIs, com vrios objetos em seu interior. Ana colocou a mscara e os culos, bem como, as luvas e capacete que haviam sido achados posteriormente. Pegou os aparelhos que havia consertado e dirigiu-se fenda.

    Ao se aproximar percebeu que se tratava de uma pequena sala iluminada. Com uma extenso tipo mangueira acoplada aos instrumentos introduziu primeiro o Oxmetro e esperou. O aparelho foi se congurando e registrou 17,5% ou seja tinha ar, porm, em nveis pouco recomendveis. Depois, o Explosmetro e ele no apontava nenhum perigo de exploso. Por ltimo, o medidor de gases, este no parecia funcionar bem, mas no acusou nenhum perigo.

    Ana se aproximou da porta e viu algo em um canto do pequeno compartimento que lhe chamou ateno. Como os nveis dos aparelhos nada acusaram a no ser pouco ar, correu para o interior da sala, pegou uma maleta prateada e saiu. Porm quando saia, bateu com o ombro na porta e acabou deixando o medidor de gases cair no cho. Juntou e saiu. Tirando a mscara gritou:

    - Fecha isto Michel - O rapaz acionou o boto e a porta novamente se fechou ocultando-se atrs das telas de cristal

    Rik correu em direo a Ana. Ela estava bem e portava a maleta em suas mos. Rik e Ana se aproximaram de Michel. Rik falou.

    - Como voc sabia deste boto?Michel apenas olhou para a bancada.

    Rik e Ana se aproximaram da bancada e puderam ver uma pequena pilha de papis grampeados. Neles havia grcos e nmeros que mais pareciam cdigos em uma lngua desconhecida.

    - O que isto Michel Indagou Ana.- So plantas de circuitos eletrnicos, mais precisamente umas formas de algoritmos que explicam

    a nanotecnologia utilizada neste lugar.- Nano- Isto mesmo. Esta parte no existe na planta porque se destinaria a outra funo.- O que quer dizer? Perguntou Rik visivelmente perturbado.- Estou falando de Acelerador de Partculas.- O qu? Voc quer dizer LHC? Um colisor de Hdrons?- Bem Mais ou menos...- Como assim?- algo muito mais avanado do que um colisor. Este aqui destinado fuso atmica.- O qu? Falou Rik agora com um olhar eletrizado.- Os antigos colisores de Hdrons devido as suas fortes pancadas acabaram por abrir portais di-

    mensionais- Os buracos de- isto Ana! As pesquisas perderam o controle propagando buracos de minhoca por todo o planeta e

    por isto foram encerradas e proibidas. Embora no tenha sido divulgado muitos cientistas tiveram acesso a estas informaes e acabaram por mapear as coordenadas destes portais. E segundo possvel deduzir os mesmos esto, de forma clandestina, ainda realizando experimentos.

    - Por esta razo que este lugar

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    - claro Rik. Este lugar no pode estar na planta porque o que seria realizado aqui no seria realizado entendeu?

    Rik tinha entendido. Porm, o suor em seu rosto parecia demonstrar que seu corpo ardia em febre. Ana percebeu.

    - O que voc tem Rik?- Nada. S estou suando respondeu rpido tentando disfarar, e voltando-se para Michel per-

    guntou.- E este arsenal aqui em volta.- Computadores qunticos! Usam algoritmos de fatorao quntica de 5x1010 passos contra 5x 1024

    para os mais avanados que conhecemos. Ou seja, os qubits fazem em menos de um segundo na velocidade de teraherz o que os computadores convencionais demorariam 150 mil anos.

    - Isto quer dizer que esta usina era um disfarce para a construo deste laboratrio?- Mais ou menos isso. Quer dizer acho que tambm ia funcionar para produo energtica mas

    paralelamente este nvel aqui funcionaria em segredo realizando.- fez uma pausa.- Realizando diga logo Michel!- Experimentos em tele transporte!- Srio?- Sim. Porm, o que ainda no detectei foi onde colocaram o ltro polarizador vertical que vai

    bem aqui Michel mostra um lugar em baixo relevo na bancada e indispensvel para a leitura e polarizao de ftons.

    - E como ele seria? Pergunta Ana - Como um cristal eu acho. Um cristal de calcita - Michel responde olhando para a maleta ainda

    nas mos de Ana. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

    Fred estava deitado em um sof tipo div. Suas costas doam muito, porm, Chang estava colocando sua coluna no lugar. Tinha levantado peso de mau jeito como se diz e sua coluna pagou o preo de seu descuido. Aos poucos a dor foi passando e ento, pode sentar-se novamente. Aquele mvel parecia ter a capacidade de tornar a situao mais sustentvel. Olhou para Chang e falou:

    - Este sof muito confortvel!- Ergonmico sentenciou Chang - Como?- Ergonomia? No ouviu falar no? O rosto de Fred respondia por si.- Est bem! Est bem!