ESTUDOS ECONÓMICOSE FINANCEIROS
Análise Mensal
11 de Março de 2014
Mercados Financeiros
Paula Gonçalves CarvalhoAgostinho Leal AlvesLuisa Teixeira FelinoNuno André CoelhoTeresa Gil Pinheiro
REGRESSAM OS FACTORES POLÍTICOS
Os sinais relativos ao andamento da economia global têm-se caracterizado por um maior grau
de heterogeneidade face ao passado recente, ainda que não existam, por ora, motivos pararevisões do cenário. De facto, as dúvidas sobre a robustez da expansão nos EUA, os potenciaisefeitos sobre o crescimento económico (Europeu, em particular) derivados de uma eventualescalada de tensões envolvendo a Ucrânia, a Rússia e os países do Ocidente, bem como ossinais de arrefecimento que emanam das economias emergentes, constituem situações amonitorar no curto prazo. Recorda-se que o crescimento do PIB norte-americano no últimotrimestre de 2013 foi revisto em baixa, sendo ainda de abrandamento as expectativas para osprimeiros três meses de 2014, embora esta tendência deva ter um carácter pontual. Entretanto,na China, pretende-se alcançar um ritmo de crescimento de 7.5% em 2014 e, em simultâneo,continuar a regeneração do sector financeiro, actuando sob o sistema de concessão de crédito,e reduzir o investimento em infra-estruturas, objectivos que poderão revelar-se poucocompatíveis.
O sentimento de mercado permanece favorável ao euro, que viu a sua cotação face ao dólar
reforçada com o resultado da reunião de Fevereiro do comité de política monetária do BCE. Asperspectivas de melhoria do cenário macroeconómico na região, corroboradas pelos principaisindicadores prospectivos, a estabilidade dos preços e situação externa confortável, justificam apreferência dos investidores por posições longas em euros. No curto prazo, a cotação EUR/USDdeverá oscilar num intervalo largo em torno de 1.37, embora a eventual escalada das tensõesgeopolíticas possa reflectir-se no movimento natural de refúgio no dólar dos EUA.
O Banco Central Europeu optou por não efectuar alterações nos principais instrumentos de
política monetária, postura que reflecte sobretudo a melhoria registada em alguns indicadoresdesde a última reunião: confirma-se a expectativa de recuperação económica, a inflaçãoestabilizou, o crédito ao sector privado aumentou, contrariando as quedas sucessivas nos últimosdois anos e, finalmente, a envolvente financeira dos países da periferia tem vindo paulatinamentea melhorar. Todos estes argumentos favorecem a atitude de manutenção das condições depolítica monetária de forma a não desperdiçar munições, que são já escassas. Entretanto, nãose antecipa também alteração da política da Reserva Federal, na reunião de Março, devendoprosseguir a lenta redução das compras de activos.
As taxas de juro de longo prazo dos activos de referência permanecem em níveis absolutos
historicamente baixos: a yield de 10 anos do Bund situa-se em torno de 1.7%, enquanto astaxas da dívida americana para o mesmo prazo rondam 2.7%. Embora em termos reais oposicionamento relativo seja diferente (derivado ao diferencial de taxas de inflação nos doispaíses), acredita-se que esta é uma situação temporária, justificada pelo regresso de algumaincerteza política e económica. Mais tarde regressará o movimento de rotação de carteiras, emdirecção a posições com maior risco.
A ausência de inflação ou de perspectivas de recessão no radar dos investidores favorece omovimento de valorização dos activos bolsistas nos países desenvolvidos, pese embora a extensãodo movimento de alta dos preços, que se prolonga desde inícios de 2009 nos principais índicesbolsistas (designadamente, o índice de acções norte-americano S&P 500). Apesar de seestabelecerem alguns paralelos com épocas que antecederam períodos de queda expressivadas cotações, devem ressalvar-se factores que diferenciam o momento actual. Por um lado, oatraso relativo observado na performance comparativa de alguns mercados de relevo,designadamente na Europa; por outro lado, o facto da escalada de preços ter encontradosuporte sobretudo no amplo fornecimento de liquidez pelos bancos centrais, estando ainda adecorrer a lenta diversificação de carteiras a favor de activos com maior risco, espelhando amelhoria do cenário global; em terceiro lugar, as políticas económicas, designadamente a políticamonetária, continuando globalmente a suportar o crescimento; finalmente, depois de um períodode reestruturação, ganhos de eficiência, redução de custos, as empresas encontram-se numaposição estruturalmente mais sólida, privilegiada para reforçar as suas estratégias de investimentoe alimentar um ciclo global virtuoso. Todavia, uma eventual escalada das tensões políticaspoderá reflectir-se num movimento temporário de correcção.
Nesta publicação disponibilizamos uma análise sobre a economia brasileira, discutindo os motivos
subjacentes à desapontante performance económica da maior economia da América Latina nosúltimos anos. De salientar ainda a abordagem à natureza do pendor (cíclico ou estrutural) doajustamento externo nos países periféricos do euro (com destaque para Portugal), uma notaacerca da alteração da política cambial pelas autoridades monetárias da China, bem como umbreve olhar sob a economia do Reino Unido.
BPIBPIBPIBPIBPI
REGRESSAM OS FACTORES POLÍTICOS
Os r iscos geopol í t icos intensi f icaram-serecentemente, envolvendo desta vez a Ucrânia, aRússia e o Ocidente. Não obstante alguns factoresatenuantes, em particular a redução da dependênciada Europa relativamente ao gás proveniente daRússia - que representa cerca de 30% dofornecimento, sendo menos de metade fornecidoatravés da Ucrânia - ou o facto de conjunturalmenteas necessidades de energia deverem diminuir, dadaa aproximação da Primavera, um cenário deescalada de tensões na região do Leste da Europateria consequências sérias, sobretudo pelos efeitosno retrocesso da confiança e aumento da aversãoao risco num contexto económico ainda frágil.
Para além dos factores políticos, as condiçõesclimatéricas extremas que se registaram no iníciodo ano em alguns países, com destaque para osEUA, continuam a dificultar a interpretação dosindicadores macroeconómicos, que registam valoresvoláteis e erróneos. Entre outros, recorde-se aqueda da componente do emprego do indicador deactividade nos serviços nos EUA (ISM), que recuoupara níveis que indicam redução de postos detrabalho pela primeira vez desde 2010. Ao longodo mês de Março a situação deverá clarificar-segradualmente, diluindo as dúvidas quanto àrobustez da economia norte-americana.
Num contexto de alguma volatilidade e ruídoproveniente de factores que se espera sejamconjunturais, a postura dos bancos centrais não vaisofrer alterações: o BCE deverá continuar aesforçar-se por demonstrar que suporta arecuperação económica, embora sem espaço demanobra para recurso a medidas menosconvencionais, nomeadamente quantitative easing;a Reserva Federal cont inuará a reduzirpaulatinamente as compras de activos, pois o custode interrupção seria demasiado elevado.
Neste contexto, a envolvente nos mercadosfinanceiros está dependente do evoluir da situaçãogeopolítica, sendo também relevantes os sinaisprovenientes dos EUA, confirmando a persistênciade robustez no quadro macroeconómico.
DEPARTAMENTO DEESTUDOS ECONÓMICOS E FINANCEIROS
Paula Gonçalves Carvalho Economista ChefeTeresa Gil PinheiroNuno André CoelhoLuísa Teixeira Felino
ANÁLISE TÉCNICA
Agostinho Leal Alves
Tel.: 351 21 310 11 86 Fax: 351 21 353 56 94Email: [email protected] www.bancobpi.ptwww.bpiinvestimentos.pt/Research
ÍNDICEPág.
Perspectivas Globais e Principais Factores de Risco 04
Principais Mercados: Recomendações 05
TEMAS EM DESTAQUE
AJUSTAMENTO DA BALANÇA CORRENTE COM MAIOR PENDOR ESTRUTURAL 07AS PREVISÕES DE INVERNO DA COMISSÃO EUROPEIA 12UM BREVE OLHAR SOBRE O REINO UNIDO 14A POLÍTICA (CAMBIAL) CHINESA ESTÁ A MUDAR? 17
ECONOMIAS
ECONOMIA GLOBAL - FACTORES POLÍTICOS E CLIMATÉRICOS TOLDAM
PERCEPÇÕES 21PORTUGAL - BONS RESULTADOS NA MARGEM MAS CONSTRANGIMENTOS
PERMANECEM A MÉDIO PRAZO 22ESPANHA - RETORNO A CICLO DE CRESCIMENTO 23MÉXICO - CRESCIMENTO ECONÓMICO DESAPONTA EM 2013 25ANGOLA - PAUTA ADUANEIRA NECESSÁRIA MAS NÃO SUFICIENTE PARA
DESENVOLVIMENTO ANGOLANO 26MOÇAMBIQUE - ESTABILIDADE DE PREÇOS PILAR CENTRAL DO CLIMA
MACROECONÓMICO 27ÁFRICA DO SUL - NO EPICENTRO DA CRISE DOS EMERGENTES 28
MERCADOS
MERCADO CAMBIAL
O MERCADO PERMANECE LONGO EM EUROS 29ACALMOU A INSTABILIDADE NAS MOEDAS DOS EMERGENTES 30
MERCADO MONETÁRIO
ESTABILIZAÇÃO NOS PRINCIPAIS MERCADOS 31
MERCADO DE DÍVIDA PÚBLICA
NORMALIZAÇÃO ADIADA 32
MERCADOS ACCIONISTAS
BULL MARKET! 33
MERCADO DE COMMODITIES
QUANDO AS CONDIÇÕES GEOPOLÍTICAS SE JUNTAM ÀS CLIMATÉRICAS… 34
PREVISÕES
Economias DesenvolvidasMercados EmergentesPrevisões Económicas do BPI 35
Taxas de CâmbioTaxas de Juro 36
Taxas Oficiais dos Principais Bancos Centrais 37
Taxas de Câmbio dos Mercados EmergentesTaxas de Juro dos Mercados Emergentes 38
OPINIÃO
BRASIL - ANÁLISE DE CONJUNTURA 39
BASES DE DADOS 53
4
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014P
ersp
ecti
vas
Gob
ais
e P
rin
cip
ais
Fact
ores
de
Ris
co
Per
spec
tiva
s G
lob
ais
Fact
ores
de
Ris
co
Glo
bal
EU
A
Jap
ão
Z. E
uro
R.
Un
ido
Po
rtu
gal
Am
éric
aLa
tin
a
Áfr
ica
Su
bsa
rian
a
. Em
201
4, o
cre
scim
ento
mun
dial
dev
erá
acel
erar
- o
FM
I es
pera
cre
scim
ento
de
3.7%
dep
ois
de 3
%es
timad
os e
m 2
013
- re
flect
indo
a c
onso
lidaç
ão d
a ex
pans
ão n
os E
UA
e o
fim d
a re
cess
ão n
a re
gião
do
euro
,o
terc
eiro
mai
or c
ontr
ibui
nte
para
a d
inâm
ica
glob
al.
No
mun
do d
esen
volv
ido,
a p
olíti
ca f
isca
l se
rá m
ais
favo
ráve
l ao
cre
scim
ento
e a
s po
lític
as m
onet
ária
s m
ante
r-se
-ão
acom
odat
ícia
s.
. O
PIB
do
4T13
foi
rev
isto
em
bai
xa p
ara
2.4%
(tr
imes
tral
, an
ualiz
ado)
fac
e a
3.2%
div
ulga
do in
icia
lmen
te.
O m
enor
con
trib
uto
do c
onsu
mo
priv
ado,
exp
orta
ções
líq
uida
s e
form
ação
de
stoc
ks j
ustif
icou
est
a re
visã
o.Es
tes
fora
m p
arci
alm
ente
com
pens
ados
pel
o re
forç
o do
inv
estim
ento
. Em
201
4, a
ntec
ipa-
se a
cele
raçã
o do
cres
cim
ento
par
a ní
veis
em
tor
no d
e 2.
5%.
Os
prin
cipa
is m
otor
es s
erão
o m
enor
gra
u de
res
triç
ão d
a po
lític
aor
çam
enta
l e
a m
elho
ria
sust
enta
da d
o co
nsum
o e
inve
stim
ento
pri
vado
s.
. A
econ
omia
des
acel
erou
ine
sper
adam
ente
no
últim
o tr
imes
tre
de 2
013:
o P
IB a
umen
tou
1.1%
, em
cad
eia,
abai
xo d
as e
xpec
tativ
as,
dest
acan
do-s
e pe
la n
egat
iva
o co
nsum
o pr
ivad
o, q
ue p
or e
nqua
nto
não
evid
enci
asu
port
e em
ant
ecip
ação
do
aum
ento
da
taxa
de
IVA,
age
ndad
a pa
ra A
bril.
No
conj
unto
do
ano,
a e
cono
mia
regi
stou
um
a ex
pans
ão d
e 1.
6%.
. Em
201
4, a
pol
ítica
fis
cal
mai
s re
stri
tiva,
cre
scim
ento
sal
aria
l m
odes
to e
o a
vanç
o le
nto
nas
refo
rmas
estr
utur
ais
deve
rão
refle
ctir
-se
na d
esac
eler
ação
do
cres
cim
ento
par
a ní
veis
pró
xim
os d
e 1.
2%.
. A
econ
omia
reg
isto
u um
a ex
pans
ão d
e 0.
5% y
/y,
inte
rrom
pend
o um
cic
lo c
onse
cutiv
o de
que
da d
esde
finai
s de
201
1. D
e as
sina
lar
os c
ontr
ibut
os d
o co
nsum
o pr
ivad
o e
das
expo
rtaç
ões.
Os
indi
cado
res
pros
pect
ivos
de a
ctiv
idad
e m
antê
m-s
e fa
vorá
veis
. U
m p
endo
r m
enos
res
trit
ivo
da p
olít
ica
orça
men
tal
e m
elho
rias
na
envo
lven
te f
inan
ceira
jus
tific
am o
cen
ário
mai
s fa
vorá
vel
para
201
4-15
. To
davi
a, o
ritm
o de
exp
ansã
o se
ráre
duzi
do,
já q
ue p
ersi
ste
a ne
cess
idad
e de
cor
recç
ão d
e de
sequ
ilíbr
ios
limita
tivos
do
cres
cim
ento
da
proc
ura
inte
rna.
Ant
ecip
a-se
, as
sim
, um
cre
scim
ento
de
0.9%
em
201
4, a
cele
rand
o pa
ra 1
.5%
em
201
5.
. Co
ntin
uam
a s
er d
ivul
gado
s bo
ns d
ados
eco
nóm
icos
. O
s in
dica
dore
s de
act
ivid
ade
men
sal
na i
ndús
tria
eno
s se
rviç
os, b
em c
omo
os in
dica
dore
s de
con
fianç
a e
expe
ctat
ivas
dos
con
sum
idor
es e
par
ticul
ares
, con
tinua
ma
evol
uir
favo
rave
lmen
te. O
PIB
no
últim
o tr
imes
tre
do a
no p
assa
do c
resc
eu 2
.7%
(fa
ce a
o pe
ríod
o ho
mól
ogo)
,su
port
ado
pela
rec
uper
ação
do
cons
umo
priv
ado
e do
inv
estim
ento
e p
elas
exp
orta
ções
líq
uida
s. D
o m
esm
om
odo,
a t
axa
de d
esem
preg
o co
ntin
ua a
des
cer
mai
s ra
pida
men
te d
o qu
e o
espe
rado
mes
mo
com
um
aum
ento
de
0.1
pont
os n
o fin
al d
o an
o pa
ssad
o (e
ncon
tra-
se e
m 7
.2%
). A
tax
a de
infla
ção
volto
u a
dim
inui
re
enco
ntra
-se
em li
nha
com
o o
bjec
tivo
do b
anco
cen
tral
, pe
lo q
ue o
mai
or r
isco
par
a a
polít
ica
mon
etár
ia s
een
cont
ra a
pena
s re
laci
onad
o co
m a
evo
luçã
o da
act
ivid
ade
econ
ómic
a.
. A
rece
ssão
foi
men
os p
rofu
nda
que
o es
pera
do e
m 2
013
(PIB
rec
uou
1.4%
), b
enef
icia
ndo
da e
stab
iliza
ção
tend
enci
al d
a pr
ocur
a in
tern
a pr
ivad
a e
cont
inua
ção
de u
ma
boa
perf
orm
ance
das
exp
orta
ções
de
bens
ese
rviç
os.
2014
ser
á m
arca
do p
elo
reto
rno
a um
cen
ário
de
expa
nsão
da
activ
idad
e, a
inda
que
mod
erad
a(1
%),
ass
ente
na
ligei
ra e
xpan
são
da p
rocu
ra in
tern
a e
na p
erfo
rman
ce d
as e
xpor
taçõ
es d
e be
ns e
ser
viço
s..
Em 2
014
term
ina
o Pr
ogra
ma
de A
ssis
tênc
ia E
conó
mic
a e
Fina
ncei
ra,
send
o qu
e o
cená
rio
BPI
assu
me
uma
tran
siçã
o tr
anqu
ila p
ara
uma
solu
ção
asse
nte
no f
inan
ciam
ento
do
Esta
do n
o m
erca
do p
rim
ário
.
. As
per
spec
tivas
par
a 20
14,
são
favo
ráve
is,
na m
edid
a em
que
os
resp
ectiv
os s
ecto
res
expo
rtad
ores
ten
derã
oa
expa
ndir
a a
ctiv
idad
e, j
á qu
e se
esp
era
que
a m
elho
ria
da a
ctiv
idad
e ec
onóm
ica
nos
Esta
dos
Uni
dos
irá
aaj
udar
a m
itiga
r os
efe
itos
da d
esac
eler
ação
do
cres
cim
ento
da
Chin
a e
do a
bran
dam
ento
dos
pre
ços
das
com
mod
itie
s. T
odav
ia,
a pe
rfor
man
ce d
epen
derá
das
car
acte
ríst
icas
de
cada
eco
nom
ia,
pode
ndo
as m
ais
frag
iliza
das
(Bra
sil,
Arge
ntin
a e
Vene
zuel
a) d
epar
ar-s
e co
m u
m a
mbi
ente
mai
s ad
vers
o. P
or o
utro
lad
o, a
sec
onom
ias
da A
lianç
a do
Pac
ífico
(Ch
ile,
Colô
mbi
a, M
éxic
o e
Peru
) –
mai
s ab
erta
s ao
com
érci
o ex
tern
o e
com
mod
elo
econ
ómic
o or
ient
ado
para
o in
vest
imen
to –
con
tinua
rão
a ex
ibir
tax
as d
e cr
esci
men
to m
ais
elev
adas
e a
aum
enta
r o
seu
cont
ribu
to p
ara
o cr
esci
men
to r
egio
nal.
. O
cre
scim
ento
eco
nóm
ico
man
tém
-se
robu
sto
e el
evad
o gu
iado
em
par
te p
or f
luxo
s de
cap
ital
estr
ange
iro
orie
ntad
os p
ara
sect
ores
de
expl
oraç
ão d
e re
curs
os m
iner
ais
e pa
ra o
des
envo
lvim
ento
de
infr
a-es
trut
uras
,ap
esar
de
pers
istir
em c
onst
rang
imen
tos
inte
rnos
em
vár
ios
país
es.
. Em
201
4, o
cre
scim
ento
da
econ
omia
dev
erá
tam
bém
ben
efic
iar
de u
m m
elho
r co
ntex
to e
xter
no p
ara
asex
port
açõe
s, n
omea
dam
ente
da
recu
pera
ção
das
econ
omia
s da
Zon
a Eu
ro.
Exis
tem
ref
orm
as e
stru
tura
is e
mcu
rso
que
deve
rão
ser
resp
onsá
veis
pel
o au
men
to d
o cr
esci
men
to p
oten
cial
em
det
erm
inad
os p
aíse
s.
. O
ritm
o e
o pr
oces
so d
e ex
pans
ão c
ontin
ua a
inda
mui
to v
acila
nte,
dep
ende
nte
dos
EUA,
que
des
acel
erar
amno
1T1
4; a
ssen
te n
o de
sem
penh
o do
s m
erca
dos
finan
ceir
os;
vuln
eráv
el à
inst
abili
dade
em
alg
uns
emer
gent
es;
depe
nden
te d
o an
dam
ento
da
econ
omia
da
Chin
a. A
cres
ce r
efer
ir o
s fa
ctor
es d
e or
dem
pol
ítica
na
Euro
pa,
com
des
taqu
e pa
ra a
ten
são
na U
crân
ia.
Cres
cem
os
rece
ios
quan
to à
s te
ndên
cias
eco
nóm
icas
na
Chin
a,on
de o
indi
cado
r PM
I da
man
ufac
tura
tem
apo
ntad
o pa
ra r
etra
cção
. Es
te é
um
dos
fac
tore
s qu
e po
derá
vir
ape
rtur
bar
o eq
uilíb
rio
e o
cená
rio
prev
isto
s pa
ra 2
014.
. Nos
pró
xim
os d
ois
anos
, o p
roce
sso
de r
etira
da d
e es
tímul
os p
ela
Rese
rva
Fede
ral p
oder
á or
igin
ar p
ertu
rbaç
ões
nos
mer
cado
s fin
ance
iros
, com
impa
cto
na e
cono
mia
rea
l e n
a co
nfia
nça
dos
agen
tes
econ
ómic
os. A
ctua
lmen
teas
exp
ecta
tivas
de
aum
ento
dos
jur
os p
elo
banc
o ce
ntra
l dos
EU
A es
tão
de a
cord
o co
m o
cal
endá
rio
suge
rido
pela
Res
erva
Fed
eral
(a
part
ir d
e m
eado
s de
201
5).
. Ri
scos
par
a o
cres
cim
ento
são
neg
ativ
os e
pre
ndem
-se
com
o e
feito
no
cons
umo
priv
ado
da s
ubid
a da
tax
ade
impo
sto
proj
ecta
da p
ara
2014
; a
ausê
ncia
de
refo
rmas
mai
s pr
ofun
das
pode
rá r
efle
ctir-
se,
mai
s ta
rde,
no
refo
rço
das
med
idas
exp
ansi
onis
tas
pelo
Ban
co d
o Ja
pão,
vis
ando
alc
ança
r a
met
a de
2%
par
a a
taxa
de
infla
ção.
. Em
sen
tido
desc
ende
nte
salie
ntam
-se
risc
os a
ssoc
iado
s à
situ
ação
na
Ucr
ânia
, dad
a a
sua
situ
ação
geo
gráf
rica
fron
teir
iça
com
paí
ses
da U
E e
a im
port
ânci
a ge
o-es
trat
égic
a e
econ
ómic
a da
reg
ião.
De
refe
rir
aind
a as
elei
ções
Eur
opei
as e
m M
aio,
com
alg
um p
oten
cial
par
a ge
rar
algu
mas
ten
sões
na
UEM
, em
bora
est
e fa
ctor
pare
ça a
ctua
lmen
te e
sbat
ido.
Em s
entid
o as
cend
ente
des
taca
-se
a po
ssib
ilida
de d
e qu
e o
inve
stim
ento
, qu
e so
freu
um
a fo
rte
qued
a de
sde
2007
, po
ssa
ter
uma
perf
orm
ance
mai
s fa
vorá
vel,
bene
ficia
ndo
da r
eduç
ão d
a in
cert
eza
e da
nec
essi
dade
de
subs
titui
ção
de e
quip
amen
tos
obso
leto
s.
. A
rápi
da r
eduç
ão d
a ta
xa d
e de
sem
preg
o no
s úl
timos
mes
es t
em c
riad
o in
cert
eza
sobr
e o
futu
ro d
a po
lític
am
onet
ária
, qu
e in
icia
lmen
te c
ondi
cion
ou a
pri
mei
ra s
ubid
a da
tax
a de
jur
o à
taxa
de
dese
mpr
ego
abai
xo d
e7%
..
Aind
a ex
iste
um
exc
esso
de
capa
cida
de i
nsta
lada
fac
e ao
s ní
veis
de
prod
ução
act
uais
ape
sar
da r
ápid
are
cupe
raçã
o do
mer
cado
de
trab
alho
. O
inv
estim
ento
em
pres
aria
l co
ntin
ua d
epri
mid
o e
cont
inua
m a
ser
nece
ssár
ias
med
idas
de
aust
erid
ade
para
con
solid
ar a
s co
ntas
púb
licas
.
. Pa
rece
est
ar a
sseg
urad
o o
regr
esso
à n
orm
aliz
ação
na
form
a de
fin
anci
amen
to d
o se
ctor
púb
lico.
Ass
im,
acu
rto
praz
o, o
s pr
inci
pais
fac
tore
s de
ris
co e
stão
rel
acio
nado
s co
m o
and
amen
to d
as e
cono
mia
s ex
tern
as e
fact
ores
de
natu
reza
pol
ítica
. .T
odav
ia, a
méd
io p
razo
, sub
sist
em im
port
ante
s co
nstr
angi
men
tos
e de
safio
s, r
elac
iona
dos
com
a n
eces
sida
dede
ref
orça
r o
pote
ncia
l de
cre
scim
ento
eco
nóm
ico
num
con
text
o de
pro
long
ado
esfo
rço
de c
onso
lidaç
ãoor
çam
enta
l, a
que
se a
lia u
m c
alen
dári
o po
lític
o po
tenc
ialm
ente
per
turb
ador
des
te e
quilí
brio
.
. R
isco
s pa
ra o
cre
scim
ento
são
neg
ativ
os e
rel
acio
nam
-se
com
a i
ncer
teza
e v
olat
ilida
de n
os m
erca
dos
finan
ceir
os e
pos
sibi
lidad
e de
red
ução
dos
flu
xos
de c
apita
is d
irec
cion
ados
par
a es
tas
econ
omia
s de
riva
da d
eum
a su
bida
das
tax
as d
e ju
ro n
as e
cono
mia
s de
senv
olvi
das.
. O
com
port
amen
to s
erá
dife
renc
iado
, de
pend
endo
das
car
acte
ríst
icas
int
ríns
ecas
de
cada
eco
nom
ia:
país
esco
m p
oliti
cas
fisca
is m
ais
cont
idas
e r
egim
es d
e in
flaçã
o an
cora
da m
ais
cred
ívei
s te
rão
mai
or c
apac
idad
e de
impl
emen
tar
polit
icas
con
tra-
cícl
icas
par
a da
r re
spos
ta a
um
a si
tuaç
ão d
e m
aior
vol
atili
dade
nos
mer
cado
sfin
ance
iros
.
. O
s ri
scos
pre
ndem
-se
prin
cipa
lmen
te c
om r
eduç
ão d
os e
stím
ulos
mon
etár
ios
da R
eser
va F
eder
al d
os E
UA,
que
pode
rá a
fect
ar n
egat
ivam
ente
os
fluxo
s de
cap
ital p
ara
as e
cono
mia
s m
ais
vuln
eráv
eis
a ch
oque
s ex
tern
os(p
rinc
ipal
men
te a
Áfr
ica
do S
ul)
desv
alor
izan
do a
s su
as m
oeda
s e
cria
ndo
inst
abili
dade
sob
re o
sis
tem
afin
ance
iro.
A r
eacç
ão d
os m
erca
dos
à re
duçã
o do
s es
tímul
os p
oder
á ta
mbé
m d
ificu
ltar
os p
lano
s pa
ra e
mis
sões
de d
ívid
a in
tern
acio
nal
em v
ário
s pa
íses
da
regi
ão.
. O
cre
scim
ento
pot
enci
al p
erm
anec
e em
mui
tos
país
es l
imita
do p
ela
ausê
ncia
de
refo
rmas
est
rutu
rais
que
reso
lvam
nec
essi
dade
s de
inf
ra-e
stru
tura
s e
rede
s ro
dovi
ária
s e
pela
bai
xa q
ualif
icaç
ão e
ele
vada
pob
reza
das
popu
laçõ
es.
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
5
Pri
nci
pai
s R
ecom
end
açõe
s e
Fact
ores
de
Ris
co
Rec
om
end
açõ
esFa
ctor
es d
e R
isco
M.
Cam
bia
l
M.
Mon
etár
io
Div
. P
úb
.
Dív
. D
iv.
Acç
ões
Com
mod
itie
s
.O m
erca
do t
em v
indo
a r
efor
çar
as p
osiç
ões
long
as e
m e
uros
, te
ndo
mes
mo
dific
ulda
de e
m c
ontr
aria
r es
tate
ndên
cia,
mes
mo
quan
do h
á no
tícia
s m
ais
favo
ráve
is p
ara
dóla
r, lib
ra o
u fr
anco
suí
ço.
É no
tóri
o qu
e há
um
are
acçã
o se
mpr
e m
ais
opor
tuna
a n
otíc
ias
posi
tivas
par
a o
euro
, ag
ora
que
pare
ce "
cont
rola
da"
uma
poss
ível
situ
ação
de
defla
ção
na Z
ona
Euro
. Ac
resc
ente
-se
que
com
a c
rise
eur
opei
a pr
atic
amen
te u
ltrap
assa
da,
osac
tivos
em
eur
os -
sej
am e
les
acçõ
es,
com
o ob
riga
ções
(no
mea
dam
entr
e da
s ec
onom
ias
peri
féri
cas
suje
itas
a re
sgat
e) -
têm
tid
o gr
ande
pro
cura
por
par
te d
os in
vest
idor
es,
dada
os
alto
s re
ndim
ento
s qu
e pr
opor
cion
amem
ter
mos
com
para
tivos
. Ac
redi
tam
os q
ue e
sta
tend
ênci
a se
irá
man
ter,
com
o E
UR/
USD
a v
aria
r em
ter
mos
méd
ios
à vo
lta
de 1
.375
(em
bora
rec
ente
men
te o
EU
R/U
SD t
enha
reg
ista
do u
m n
ovo
máx
imo
do a
no,
1.39
15).
Por
iss
o, d
evem
-se
man
ter
posi
ções
lon
gas
em e
uros
num
a pe
rspe
ctiv
a de
cur
to/m
édio
pra
zo.
. As
tax
as E
urib
or e
stab
iliza
ram
fac
e à
tend
ênci
a de
sub
ida
regi
stad
a no
fin
al d
o an
o pa
ssad
o. P
arec
e te
rfic
ado
fora
de
ques
tão
a in
trod
ução
de
nova
s m
edid
as d
e po
lític
a m
onet
ária
, em
lin
ha c
om a
rec
uper
ação
econ
ómic
a da
zon
a eu
ro.
No
enta
nto,
as
prin
cipa
is t
axas
de
juro
dev
erão
con
tinua
r pr
óxim
as d
e ze
ro p
or u
mlo
ngo
perí
odo,
pel
o qu
e co
ntin
uam
os a
rec
omen
dar
o fin
anci
amen
to a
tax
a va
riáv
el.
. Q
uand
o se
tra
ta d
a de
cisã
o de
apl
icaç
ão d
e fu
ndos
, re
com
enda
m-s
e ap
licaç
ões
de m
édio
/lon
go-p
razo
com
o ob
ject
ivo
de a
prov
eita
r o
prém
io d
e im
obili
zaçã
o de
cap
ital (
term
pre
miu
m)
impl
ícito
nas
tax
as d
os a
ctiv
osco
m m
atur
idad
es m
ais
alar
gada
s. N
o cu
rto-
praz
o, o
s de
pósi
tos
deve
rão
cont
inua
r a
ofer
ecer
ren
tabi
lidad
esre
duzi
das,
em
fun
ção
da m
anut
ençã
o da
s ta
xas
de j
uro
prin
cipa
is e
m v
alor
es p
róxi
mos
de
zero
.
. Em
Fev
erei
ro,
as y
ield
s do
s tít
ulos
de
dívi
da s
ober
ana
man
tiver
am-s
e em
nív
eis
redu
zido
s no
s pr
inci
pais
mer
cado
s, r
efle
ctin
do m
ovim
ento
s de
fug
a pa
ra a
qua
lidad
e nu
m p
erío
do d
e m
aior
ins
tabi
lidad
e po
lític
a em
dive
rsas
eco
nom
ias
emer
gent
es.
A c
ondu
ção
da p
olít
ica
mon
etár
ia n
os p
rinc
ipai
s bl
ocos
eco
nóm
icos
epe
rspe
ctiv
as d
e qu
e a
infla
ção
man
ter-
se-á
em
nív
eis
redu
zido
s ap
onta
m p
ara
que
o m
ovim
ento
de
subi
dada
s yi
elds
se
reve
le le
nto.
Con
tudo
, num
cen
ário
de
reto
ma,
o c
enár
io m
ais
prov
ável
con
tinua
a s
er p
enal
izad
orpa
ra e
ste
mer
cado
, já
que
se
espe
ra a
que
da g
radu
al d
os p
reço
s. N
os p
aíse
s da
per
iferi
a da
zon
a eu
ro,
ospr
émio
s de
ris
co c
ontin
uarã
o a
estr
eita
r, tr
aduz
indo
ava
nços
na
corr
ecçã
o de
des
equi
líbri
os.
. Em
201
4, o
mer
cado
de
dívi
da d
iver
sa a
inda
ben
efic
iará
de
baix
as t
axas
de
juro
e f
orta
leci
men
to d
osba
lanç
os d
as e
mpr
esas
. N
um c
enár
io m
ais
posi
tivo
para
o c
resc
imen
to e
mar
cado
por
red
ução
da
ince
rtez
a,an
teci
pa-s
e um
aum
ento
da
activ
idad
e na
áre
a da
s fu
sões
e a
quis
içõe
s, d
ando
sup
orte
ao
mer
cado
. O
sac
tivo
s co
m m
enor
qua
lidad
e de
verã
o co
ntin
uar
a be
nefic
iar
da p
rocu
ra d
e re
ntab
ilida
de p
or p
arte
dos
inve
stid
ores
, m
as o
ritm
o de
em
issõ
es d
ever
á ab
rand
ar f
ace
a 20
13,
já q
ue o
s pr
eços
pra
ticad
os s
e tê
mvi
ndo
a re
duzi
r e
o ri
sco
de i
ncum
prim
ento
a a
umen
tar.
. D
epoi
s do
ano
de
2013
, co
m v
alor
izaç
ões
bols
ista
s ex
pres
siva
s, e
sper
a-se
um
ano
pos
itivo
em
201
4, m
asm
ais
mod
erad
o. P
ara
além
do
fulg
or i
nici
al d
a no
rmal
rec
ompo
siçã
o da
s ca
rtei
ras
por
inst
ituci
onai
s e
fund
ospr
ivad
os,
o am
bien
te e
conó
mic
o-fin
ance
iro
mos
tra-
se a
gora
ren
ovad
o co
m b
oas
expe
ctat
ivas
fut
uras
. A
Euro
pa,
em p
artic
ular
, te
m u
m p
oten
cial
de
cres
cim
ento
sup
erio
r de
vido
ao
fact
o de
a m
aior
ia d
os s
eus
índi
ces
aind
a es
tar
long
e de
anu
lar
as c
rise
s bo
lsis
tas
de 2
008
e de
200
0. D
evem
-se
priv
ilegi
ar s
ecto
res
que
sofr
eram
sig
nific
ativ
as r
eest
rutu
raçõ
es n
os ú
ltim
os d
ois
anos
e/o
u qu
e ap
rese
ntam
pre
sent
emen
te u
mim
port
ante
pla
no d
e in
vest
imen
to p
ara
2014
e a
nos
vind
ouro
s, a
brin
do p
ersp
ectiv
as d
e m
ais
cres
cim
ento
:te
cnol
ógic
as,
indú
stri
as,
finan
ceira
s, s
aúde
, m
ater
iais
e u
tiliti
es.
Vári
os a
spec
tos
conc
orre
m p
ara
uma
rela
tiva
esta
bilid
ade
dos
preç
os e
m 2
014:
o m
undo
terá
um
a pe
rfor
man
ceec
onóm
ica
mel
hor,
mas
não
tão
cat
egór
ica
com
o se
pre
via
há a
lgun
s m
eses
atr
ás,
nom
eada
men
te a
o ní
vel
das
econ
omia
s em
erge
ntes
; a
não
exis
tênc
ia d
e si
gnifi
cativ
os c
onst
rang
imen
tos
do l
ado
da o
fert
a, h
aven
dom
esm
o um
a pe
rspe
ctiv
a de
abu
ndân
cia,
ret
iram
pre
ssão
de
subi
da d
e pr
eços
.
.No
dóla
r, ex
iste
m a
spec
tos
que
pode
rão
pesa
r ne
gativ
amen
te:
men
or e
ntra
da d
e ca
pita
is e
xter
nos
nos
activ
osno
rte-
amer
ican
os;
o dé
fice
corr
ente
mai
s al
to;
não
é ce
rto
que
o ba
lanç
o da
Fed
dim
inua
rap
idam
ente
, m
esm
oco
m o
tap
erin
g..N
o eu
ro, i
ndire
ctam
ente
pod
e se
r pro
blem
átic
a a
situ
ação
da
Ucr
ânia
e d
a Tu
rqui
a, c
om n
eces
sida
de d
e in
terv
ençã
ofin
ance
ira e
xter
na.
. As
tax
as d
e cu
rto
praz
o no
s pr
inci
pais
mer
cado
s in
tern
acio
nais
con
tinua
m p
róxi
mas
de
zero
, al
imen
tada
s pe
lasi
naliz
ação
do
perc
urso
futu
ro (
forw
ard
guid
ance
) da
s pr
inci
pais
tax
as d
e ju
ro d
irect
oras
. O r
isco
de
um a
umen
tosu
bsta
ncia
l não
esp
erad
o da
s ta
xas
de m
erca
do é
red
uzid
o e
esta
rá r
elac
iona
do c
om o
s ef
eito
s de
con
tági
o da
redu
ção
do Q
E pe
la F
ed e
com
a r
eduç
ão d
o ex
cess
o de
liqu
idez
na
zona
eur
o.
. Al
tera
ção
nas
expe
ctat
ivas
qua
nto
à ev
oluç
ão d
as p
olíti
cas
mon
etár
ias,
nom
eada
men
te n
o qu
e se
ref
ere
àre
duçã
o do
s es
tímul
os n
os E
UA,
pod
erá
pena
lizar
de
form
a m
ais
acen
tuad
a as
apl
icaç
ões
em t
axa
fixa.
Na
zona
euro
, ris
cos
rela
cion
ados
com
os
resu
ltado
s da
s el
eiçõ
es p
ara
o Pa
rlam
ento
Eur
opeu
pod
erão
tra
duzi
r-se
em
mov
imen
to d
e fu
ga p
ara
a qu
alid
ade.
. Al
tera
ções
de
polít
ica
mon
etár
ia o
u de
mec
anis
mos
não
con
venc
iona
is n
os d
ois
lado
s do
Atlâ
ntic
o. S
ubid
asin
espe
rada
s do
s ín
dice
s de
inc
umpr
imen
to.R
ecen
tem
ente
, um
a em
pres
a nã
o fin
ance
ira
chin
esa
entr
ou e
min
cum
prim
ento
. Em
con
junt
o co
m o
fac
to d
o nú
mer
o de
em
pres
as c
ujo
ráci
o dí
vida
/act
ivos
se
situ
a ac
ima
dos
200%
ter
aum
enta
do 5
7% d
esde
200
7, s
uger
e qu
e ou
tros
eve
ntos
pod
erão
oco
rrer
nos
pró
xim
os m
eses
.
. As
bol
sas
nort
e-am
eric
anas
cos
tum
am d
efin
ir a
tend
ênci
a ge
ral d
o m
erca
do.
Cont
udo,
a v
eloc
idad
e do
tap
erin
ge
a pe
rcep
ção
de q
ue o
s pr
inci
pais
índi
ces
dos
EUA
estã
o a
cam
inha
r pa
ra te
rritó
rio s
usce
ptív
el d
e se
r co
nsid
erad
ode
"bo
lha"
, po
de g
erar
per
íodo
s de
mai
or a
vers
ão a
o ris
co.
. Há
risco
s do
lado
do
cres
cim
ento
, nom
eada
men
te n
o qu
e re
spei
ta à
s ec
onom
ias
emer
gent
es. P
or o
utro
lado
, os
fact
ores
geo
polít
icos
est
ão s
empr
e la
tent
es, n
omea
dam
ente
com
o co
ndic
iona
ntes
na
área
da
ener
gia,
des
taca
ndo-
se a
act
ual i
nsta
bilid
ade
na U
crân
ia.
. A
pers
pect
iva
de a
bund
ânci
a no
que
res
peita
aos
ben
s al
imen
tare
s é
efém
era,
per
ante
a d
epen
dênc
ia d
asco
ndiç
ões
clim
atér
icas
glo
bais
. M
aior
vol
atili
dade
e f
raqu
eza
do d
ólar
pod
erá
traz
er in
stab
ilida
de a
os p
reço
s.
6
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
7
AJUSTAMENTO DA BALANÇA CORRENTE COM MAIOR PENDOR ESTRUTURAL
TEMAS EM DESTAQUE
Artigos publicados pelo BCE, Comissão Europeia e Bundesbank apontam para que a correcção dos desequilíbrios externosnas economias da periferia da UEM reflicta, principalmente, alterações estruturais nas respectivas economias, o que lhespermitirá, num ciclo de crescimento, evitar a deterioração dos défices externos para níveis idênticos aos observados noperíodo pré-crise. Os factores que suportam esta perspectiva relacionam-se com o facto da queda verificada nas importaçõesestar relacionada com uma redução mais sustentada da procura interna, à alteração dos preços relativos a favor dos benstransaccionáveis e reforço das exportações num período em que o crescimento global foi menos acentuado e em que osprincipais parceiros comerciais se encontravam, também, em fase de ajustamento.
Desde 2008 os défices das balanças correntes dos países da periferia europeia têm vindo a reduzir-se. Em Portugal, osaldo da conta corrente melhorou 15.1 pontos percentuais (pp), passando de um défice de 12.6% do PIB em 2008 para umsuperavit de 2.5% do PIB no terceiro trimestre de 2013. De acordo com a informação disponível no Eurostat, esta melhoriaresultou essencialmente da melhoria da balança comercial de bens e serviços, cujo saldo em percentagem do PIB passou de-9.6% em 2008 para +3.6% no 3T13. Esta evolução reflecte o efeito da queda da procura interna nas importações, as quaisrepresentavam cerca de 39% do PIB em Setembro de 2013, claramente abaixo do nível observado em 2008 (43%), massobretudo por via do aumento das exportações no PIB para próximo dos 43%, o que compara com 33% em 2008.
Índice de competitividade harmonizado com baseno deflator do PIB(1T99=100)
Movimentos idênticos foram, observados nos saldos das contas correntes dos restantes países da periferia: na Irlanda amelhoria foi de 13.7 pp, em Espanha foi de 11.3 pp e na Grécia foi de 25.2 pp. Neste último país, o ajustamento concentrou-se essencialmente em 2013, estando associado à melhoria da balança de serviços resultante do aumento de 14% nasentradas relacionados com o sector do turismo que representa 63% do total das exportações de serviços e 42% dasexportações totais (em Portugal, o peso do turismo é consideravelmente mais baixo: 54% e 19%, respectivamente, evidenciandomaior diversificação).
Tendo por base a análise dos indicadores de competitividade harmonizados (ICH)1 calculados pelo BCE verifica-se umamelhoria generalizada da competitividade nestas economias. O ICH calculado com base no deflator do PIB, que se baseia nastrocas comerciais intra e extra área do euro, melhorou cerca de 12% entre o segundo trimestre de 2008 e o terceirotrimestre de 2013 no conjunto dos países que formam o euro, variando entre aproximadamente 17% na Irlanda, 10% emEspanha e 4% em Portugal e Grécia. Da mesma forma, observou-se uma melhoria da competitividade com base nos custosunitários do trabalho para o total da economia. Neste caso, no conjunto da zona euro, a melhoria foi de 11.5% no mesmoperíodo, verificando-se da mesma forma um forte contributo da Irlanda, onde a competitividade com base nos custos dotrabalho melhorou 25%; 23% na Grécia; em Espanha a melhoria foi de 18% e em Portugal 8.5%. Note-se contudo que estasvariações escondem pontos de partida (e necessidades de ajustamento) diferentes. Como é visível graficamente, sobretudoIrlanda, mas também Espanha registaram incrementos consideráveis nos respectivos índices deflacionados pelos custoslaborais no período pré-crise, indicando uma perda de competitividade naquele período. Na Irlanda entre o primeiro trimestrede 1999 e Setembro de 2007 (pico) a perda acumulada de competitividade com base nos custos do trabalho foi de 30%, oque corresponde a uma perda média anual de 3.75%; enquanto em Espanha e Portugal a perca acumulada entre Março de1999 e Junho de 2008 (pico) foi de 18.7% e 10.5%, respectivamente, o que corresponde uma perda média anual de 2.1%e 1.2%, respectivamente. Comportamento idêntico foi observado na deterioração dos índices de competitividade baseadosno deflator do PIB, que entre Março de 1999 e os respectivos pontos mais altos se deteriorou em termos médios anuais entre2.5% e 2.9% na Irlanda, Espanha e Grécia e apenas 0.8% em Portugal.
1Nota metodológica do Banco de Portugal: Os ICH baseados nos deflatores do PIB e custos unitários do trabalho são compilados face os outros 16 países da área do euro e ao grupo de20 parceiros comerciais, o qual inclui os 10 Estados-Membros da UE não pertencentes à área do euro, a Austrália, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Hong Kong, Japão,Noruega, Singapura e Suíça. Adicionalmente, os ICH baseados em preços no consumidor são calculados face aos outros 16 países da área do euro e ao grupo de 40 parceiros comerciais,o qual inclui o grupo de 20 países, bem como a África do Sul, Algéria, Argentina, Brasil, Chile, Croácia, Filipinas, Índia, Indonésia, Islândia, Israel, Malásia, Marrocos, México, NovaZelândia, Rússia, Tailândia, Taiwan, Turquia e Venezuela.
80
85
90
95
100
105
110
115
120
125
130
M ar-99 Ago-01 Jan-04 Jun-06 Nov-08 Abr-11 Set-13
IE GR ES PTFonte: Eurostat
Conta corrente em % do PIB
(%PIB)
-5.6
-14.9
-9.6
8.110.3
-1.7
-10.3
-4.0
-7.8
-0.4
6.2
-12.6
2.51.7
6.3
-20.0
-15.0
-10.0
-5.0
0.0
5.0
10.0
15.0
DE IE EL ES PT2000 2008 Set-13
Fonte: Eurostat
8
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
TEMAS EM DESTAQUE
AJUSTAMENTO DA BALANÇA CORRENTE COM MAIOR PENDOR ESTRUTURAL
Taxa de cambio efectiva real deflacionada pelo IPC
(1T99=100)
Índice de competitividade harmonizado com basenos CUT(1T99=100)
80
85
90
95
100
105
110
115
120
125
130
M ar-99 Ago-01 Jan-04 Jun-06 Nov-08 Abr-11 Set-13
IE GR ES PTFonte: Eurostat
A par dos ajustamentos internos, a competitividade destas economias beneficiou também da depreciação do euro. EntreJunho de 2008 e Janeiro de 2014, a taxa de câmbio real efectiva do euro no conjunto da zona euro tinha caído 8.7%. No casodos países da periferia, no mesmo período, as respectivas taxas de câmbio efectivas reais tinham caído 14% na Irlanda e3.6% em Espanha e Portugal.
Para além dos ajustamentos visíveis nos indicadores de competitividade, existem também sinais de maiorrealocação dos factores produtivos a sectores com maior componente exportadora. Neste campo, o Bundesbanksalienta o facto de na Irlanda 50% da queda do emprego ser explicada pela queda do emprego no sector daconstrução, enquanto que em Espanha, Portugal e Itália, a queda do emprego neste sector explica 2/5 da queda doemprego total.
De salientar também as conclusões do BCE2, que apontam para um maior enfoque dos factores estruturais nacorrecção do desequilíbrios externos destas economias. O documento refere que entre 2008 e 2012, o PIB real naIrlanda, Espanha e Portugal contraiu cerca de 5% e cerca de 20% no caso da Grécia. No entanto, apenas partedestas quedas reflectem um aumento significativo do output gap. No caso da Grécia, o outupt gap alargou entre14-19 pontos percentuais enquanto que o PIB potencial apenas caiu 6% entre 2008 e 2012. Da mesma forma, nasoutras economias o crescimento potencial do PIB diminuiu ou ficou aquém do crescimento do PIB potencial mundial,indicando que parte significativa da queda da procura interna destas economias se deve à queda do seu PIBpotencial, sugerindo também que o ajustamento dos saldos das contas externas é de natureza não-ciclica. Odocumento refere o cálculo das componentes cíclica e não-cíclica do ajustamento com base num modelo que temem conta factores cíclicos como o output gap de um país face ao outut gap mundial e factores não-cíclicos como osdemográficos, crescimento potencial no médio prazo e ajustamento fiscal cíclico. Com base neste modelo, o documentoaponta para que os factores cíclicos expliquem menos de metade do ajustamento nas economias da periferia, comexcepção do caso grego. Os resultados apresentados indicam que o contributo da componente cíclica associada àredução dos saldos das contas correntes variará entre aproximadamente 0.5 pp e 2pp, no caso de Portugal; 2pp-4pp no caso de Espanha; 0-4 pp na Irlanda e 6pp-7pp na Grécia. Os intervalos apresentados são aproximados evariam dependendo de nos cálculos terem sido utilizadas as estimativas para o output gap da Comissão Europeia,FMI ou OCDE.
Por seu turno, os resultados apresentados pela Comissão Europeia3, que incidem no período entre 2007-2013, têmpor base um modelo que compara os output gap de cada uma das economias e dos seus principais parceiros comerciaise indicadores de competitividade preço e não-preço. Os resultados apresentados resumem-se no quadro seguinte,destacando-se o facto de em Portugal a melhoria de 9.9 pontos percentuais do saldo da conta corrente ter um carizestrutural (ou seja, mais de 90% da melhoria é explicada por factores não-cíclicos), o que compara com 9.6 pp na Gréciae 9.8 pp em Espanha. Na Irlanda o resultado é bastante melhor: 12.9 pp.
2 Boletim mensal de Janeiro de 2014.3 Previsões de Inverno 2014.
80
90
100
110
120
130
140
150
M ar-99 Ago-01 Jan-04 Jun-06 Nov-08 Abr-11 Set-13
IE GR ES PT Fonte: Eurostat
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
9
TEMAS EM DESTAQUE
AJUSTAMENTO DA BALANÇA CORRENTE COM MAIOR PENDOR ESTRUTURAL
Apesar das diferenças nos resultados apresentados, resultante de diferentes metodologias utilizadas, estes apontamtodos na mesma direcção, ou seja, que grande parte da correcção dos saldos externos tem carácter estrutural,estando por isso estes países mais protegidos do retorno a situações de desequilíbrio externo excessivo emperíodos de maior expansão económica. No entanto, importa ter presente que os modelos partem da hipótese de que asalterações observadas nas procuras internas destas economias são permanentes, considerando, por isso, a redução permanentedo emprego, do rendimento disponível dos agentes económicos e do crescimento potencial destas economias. Neste sentido,será importante reforçar os processos reformistas em vigor nestas economias que permitam a consolidação das melhorias decompetitividade já realizados, favorecendo os sectores exportadores, a par de uma alteração do tecido produtivo que facilitea substituição de parte das importações por produção interna. Neste capítulo terá um papel importante a criação de condiçõesfavoráveis para a expansão do investimento em sectores transaccionáveis.
O ajustamento da balança corrente versus o seu ajustamento cícliclo (% do PIB)
Saldo da conta corrente Saldo da conta corrente ajustado da componente cíclica2007 2009 2011 2013 Var. 07-13 2007 2009 2011 2013 Var. 07-13
BE 3.9 0.7 0.5 0.1 -3.9 3.9 2.4 1.3 0.4 -3.4
BG -25.2 -9.0 0.1 2.0 27.3 -20.8 -8.3 0.0 2.8 23.7
CZ -5.1 -3.3 -3.5 -2.4 2.8 -2.0 -1.8 -3.0 -3.7 -1.8
DK 1.4 3.4 5.9 7.0 5.6 2.1 2.8 4.1 4.9 2.8
DE 7.5 6.1 6.3 7.0 -0.5 6.7 5.7 7.6 7.8 1.1
EE -15.7 4.0 0.3 -2.1 13.6 -6.5 0.0 3.1 2.1 8.6
IE -5.5 -2.3 1.2 7.0 12.5 -4.4 -3.2 1.4 8.5 12.9
EL -17.6 -14.4 -11.7 -2.3 15.3 -16.8 -14.1 -15.8 -7.2 9.6
ES -10 -4.8 -4 1.1 11.1 -10.0 -5.2 -5.6 -0.2 9.8
FR -1.4 -1.8 -2.5 -1.9 -0.6 -1.2 -1.6 -2.5 -2.3 -1.1
HR -6.9 -4.5 -1.1 0.8 7.7 -5.3 -4.0 -1.7 0.8 6.1
IT -1.3 -2.0 -3.1 0.9 2.2 -1.0 -2.1 -3.2 -0.1 0.9
CY -11.6 -10.7 -3.5 -1.7 9.9 -11.2 -9.0 -1.6 -1.4 9.9
LV -22.4 8.6 -2.3 -1.6 20.8 -14.1 3.4 -7.4 -0.1 14
LT -15 2.1 -3.9 0.1 15.1 -8.2 -2.4 -6.7 1.7 9.9
LU 10.1 7.3 6.6 6.4 -3.6 12.9 5.6 5.8 6.2 -6.7
HU -7.4 -0.1 0.6 2.9 10.3 -7.1 -1.5 -1.3 1.4 8.5
MT -4 -8.9 -1 1.7 5.7 -4.8 -6.6 0.5 4.2 9.0
NL 8.4 3.2 7.4 9.2 0.8 7.5 4.4 7.4 7.8 0.3
AT 4 2.7 1.5 2.9 -1.1 3.3 3.2 2.1 3.7 0.5
PL -6.1 -3.1 -4.5 -1.6 4.5 -6.1 -0.5 -3.5 -1.5 4.6
PT -10.2 -10.8 -7.2 0.4 10.6 -10.7 -10.7 -7.5 -0.8 9.9
RO -13.6 -4.2 -4.5 -1.0 12.6 -10.8 -2.5 -5.1 -0.4 10.3
SI -4.6 -0.4 0.2 4.9 9.5 -1.3 -1.1 -0.7 3.3 4.6
SK -5.6 -2.5 -2.6 2.0 7.7 0.1 -0.9 -3.8 0.1 0.0
FI 4.2 2.0 -1.5 -0.2 -4.4 5.3 0.8 -1.6 -1.6 -6.9
SE 8.6 6.9 6.2 6.2 -2.3 8.4 5.7 6.8 6.3 -2.1
UK -2.2 -1.4 -1.5 -3.8 -1.6 -2.0 -2.3 -2.7 -4.1 -2.1
Fonte: Comissão Europeia.
10
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
Balança de bens e serviços
Saldo Crédito DébitoDE IE EL ES IT PT DE IE EL ES IT PT DE IE EL ES IT PT
2000 0.1 12.7 -9.6 -3.1 1.0 -11.2 33.3 96.2 23.2 29.0 26.9 29.1 33.2 83.6 32.8 32.0 25.9 40.3
2008 6.3 8.9 -11.6 -5.5 -0.6 -9.6 48.3 82.7 23.1 26.7 28.5 33.2 42.0 73.7 34.7 32.2 29.1 42.7
2012 6.0 24.2 -2.3 1.1 1.1 -0.1 51.8 107.5 25.6 32.8 30.1 39.1 45.8 83.3 27.9 31.7 29.1 39.2
3T13 5.2 26.2 8.3 4.4 3.2 3.6 49.1 104.3 35.5 36.8 31.1 42.8 43.9 78.2 27.2 32.4 28.0 39.3
Var 2008-2012 -0.3 15.3 9.3 6.6 1.7 9.5 3.5 24.8 2.5 6.1 1.6 5.9 3.8 9.6 -6.8 -0.5 0.0 -3.5
Var 2008-3T13 -1.1 17.3 19.9 9.9 3.8 13.2 0.8 21.6 12.4 10.1 2.6 9.6 1.9 4.5 -7.5 0.2 -1.1 -3.4
Balança de bens
Saldo Crédito DébitoDE IE EL ES IT PT DE IE EL ES IT PT DE IE EL ES IT PT
2000 3.0 25.8 -15.9 -6.4 0.9 -12.9 28.9 75.7 8.0 19.9 21.8 21.4 25.9 49.9 23.9 26.3 20.9 34.3
2008 7.3 13.2 -18.9 -7.9 -0.1 -13.4 41.2 45.0 8.5 17.7 23.5 22.8 33.9 31.7 27.4 25.6 23.6 36.2
2012 6.7 22.2 -10.1 -2.5 1.1 -5.4 43.9 52.4 11.4 22.4 24.9 27.5 37.2 30.2 21.5 24.9 23.8 32.9
3T13 6.6 21.2 -9.5 -1.7 2.5 -5.0 41.1 48.7 11.9 23.6 24.5 27.7 34.5 27.6 21.4 25.3 22.1 32.8
Var 2008-2012 -0.6 9.0 8.8 5.4 1.2 8.0 2.7 7.4 2.9 4.7 1.4 4.7 3.3 -1.5 -5.9 -0.7 0.2 -3.3
Var 2008-3T13 -0.7 8.0 9.4 6.2 2.6 8.4 -0.1 3.7 3.4 5.9 1.0 4.9 0.6 -4.1 -6.0 -0.3 -1.5 -3.4
Balança de serviços
Saldo Crédito DébitoDE IE EL ES IT PT DE IE EL ES IT PT DE IE EL ES IT PT
2000 -2.9 -13.1 6.3 3.3 0.1 1.7 4.4 20.5 15.2 9.1 5.1 7.7 7.3 33.7 8.9 5.7 5.0 6.0
2008 -1.0 -4.3 7.3 2.4 -0.5 3.8 7.1 37.7 14.6 9.0 5.0 10.4 8.1 42.0 7.3 6.6 5.5 6.5
2012 -0.7 2.0 7.8 3.6 0.0 5.3 7.9 55.1 14.2 10.4 5.2 11.6 8.6 53.1 6.4 6.8 5.3 6.3
3T13 -1.4 5.0 17.8 6.1 0.7 8.6 8.0 55.6 23.6 13.2 6.6 15.1 9.4 50.6 5.8 7.1 5.9 6.5
Var 2008-2012 0.3 6.3 0.5 1.2 0.5 1.5 0.8 17.4 -0.4 1.4 0.2 1.2 0.5 11.1 -0.9 0.2 -0.2 -0.2
Var 2008-3T13 -0.4 9.3 10.5 3.7 1.2 4.8 0.9 17.9 9.0 4.2 1.6 4.7 1.3 8.6 -1.5 0.5 0.4 0.0
Outros items
Saldo Crédito DébitoDE IE EL ES IT PT DE IE EL ES IT PT DE IE EL ES IT PT
2000 -1.8 -13.1 1.8 -0.9 -1.2 0.9 6.4 32.9 6.4 5.2 5.2 8.8 8.2 45.9 4.5 6.2 6.4 7.9
2008 -0.1 -14.5 -3.3 -4.1 -2.3 -3.0 8.5 49.7 5.3 6.5 5.8 10.9 8.6 64.3 8.7 10.6 8.0 14.1
2012 1.0 -19.8 -0.1 -2.2 -1.5 -1.9 8.1 38.3 4.6 5.7 4.7 9.2 7.1 58.0 4.7 7.9 6.1 11.1
3T13 1.1 -18.1 2.0 -2.7 -1.8 -1.1 7.5 34.6 6.9 4.6 4.4 8.6 6.4 52.6 5.0 7.4 6.0 9.6
Var 2008-20121.1 -5.3 3.2 1.9 0.8 1.1 -0.4 -11.4 -0.7 -0.8 -1.1 -1.7 -1.5 -6.3 -4.0 -2.7 -1.9 -3.0
Var 2008-3T131.2 -3.6 5.3 1.4 0.5 1.9 -1.0 -15.1 1.6 -1.9 -1.4 -2.3 -2.2 -11.7 -3.7 -3.2 -2.0 -4.5
FFonte: Eurostat, Cálc. BPI.
TEMAS EM DESTAQUE
AJUSTAMENTO DA BALANÇA CORRENTE COM MAIOR PENDOR ESTRUTURAL
Conta corrente em % do PIB
Saldo Crédito DébitoDE IE EL ES IT PT DE IE EL ES IT PT DE IE EL ES IT PT
2000 -1.7 -0.4 -7.8 -4.0 -0.2 -10.3 39.7 129.1 29.6 34.2 32.1 37.9 41.4 129.5 37.3 38.2 32.3 48.2
2008 6.2 -5.6 -14.9 -9.6 -2.9 -12.6 56.8 132.4 28.4 33.2 34.3 44.1 50.6 138.0 43.4 42.8 37.1 56.8
2012 7.0 4.4 -2.4 -1.1 -0.4 -2.0 59.9 145.8 30.2 38.5 34.8 48.3 52.9 141.3 32.6 39.6 35.2 50.3
3T13 6.3 8.1 10.3 1.7 1.4 2.5 56.6 138.9 42.4 41.4 35.5 51.4 50.3 130.8 32.2 39.8 34.0 48.9
Var 2008-2012 0.8 10.0 12.5 8.5 2.5 10.6 3.1 13.4 1.8 5.3 0.5 4.2 2.3 3.3 -10.8 -3.2 -1.9 -6.5
Var 2008-3T13 0.1 13.7 25.2 11.3 4.3 15.1 -0.2 6.5 14.0 8.2 1.2 7.3 -0.3 -7.2 -11.2 -3.0 -3.1 -7.9
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
11
TEMAS EM DESTAQUE
AJUSTAMENTO DA BALANÇA CORRENTE COM MAIOR PENDOR ESTRUTURAL
Estrutura da balança comercial
Grécia IrlandaExport. Import. Export. Import.
Bens (2012, milhões usd) 35,479 63,164 Bens (2012, milhões usd) 117,227 62,768
Prod. Agricolas 19.4% 13.4% Prod. Agricolas 10.8% 14.4%
Combust., prod. minerais 46.0% 40.3% Combust., prod. minerais 3.6% 16.1%
Manufacturas 32.3% 46.3% Manufacturas 84.7% 65.0%
Principais destinos Principais origens Principais destinos Principais origens
UE27 43.0% UE27 45.0% UE27 59.1% UE27 58.9%
Turquia 10.8% Rússia 12.4% EUA 19.8% EUA 13.0%
EUA 3.8% Arábia Saudita 5.5% Suíça 5.5% China 5.6%
Macedónia 3.0% China 4.7% Japão 2.3% Suíça 2.0%
Líbia 2.9% Rep. Coreia 3.9% China 1.7% Noruega 1.9%
Outros 6.1% 0.5% Outros 0.5% Outros 2.0%
Servi. com. (3T13, milhões euros) 11,484 2,830 Serv. com. (3T13, milhões euros) 23,510 21,401
Transportes 18.7% 11.0% Transportes 3.2% 1.2%
Turismo 42.2% 4.0% Turismo 2.7% 5.2%
Outros 39.1% 85.1% Outros 94.0% 93.6%
Portugal Espanha
Export. Import. Export. Import.
Bens (2012, milhões usd) 58,328 72,216 Bens (2012, milhões usd) 293,939 334,790
Prod. Agricolas 13.7% 17.0% Prod. Agricolas 16.8% 12.3%
Combust., prod. minerais 11.3% 23.4% Combust., prod. minerais 13.3% 27.7%
Manufacturas 73.2% 59.5% Manufacturas 67.1% 59.2%
Principais destinos Principais origens Principais destinos Principais origens
UE27 69.8% UE27 64.2% UE27 61.1% UE27 49.1%
Angola 6.6% China 4.7% EUA 4.1% China 7.0%
EUA 4.1% Angola 3.2% Marrocos 2.4% EUA 3.9%
China 1.7% Argélia 2.6% Turquia 2.1% Rússia 3.2%
Brasil 1.5% Brasil 2.5% Suíça 2.1 Nigéria 2.8%
Outros 2.8% Outros 0.0% Outros 3.7 Outros 0.0%
Serv. com. (3T13, milhões euros) 6,363 2737 Serv. com. (3T13, milhões euros) 32,735 17,590
Transportes 8.4% 5.3% Transportes 5.0% 5.1%
Turismo 19.2% 4.9% Turismo 18.6% 4.9%
Outros 72.5% 89.7% Outros 76.4% 90.0%
Fonte: WTO, Eurostat, calc. BPI.
Teresa Gil Pinheiro
12
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
Após ter praticamente estagnado em 2013, os países da União Europeia avançarão 1.5% este ano e 2% no próximo,beneficiando de desempenhos mais favoráveis do Reino Unido e da Alemanha. Nos países do euro, a expansão da economiaquedar-se-á pelos 1.2% em 2014, acelerando para 1.8% em 2015. Os riscos estão mais balanceados, mas ainda comalgum pendor descendente.
A retoma revelar-se-á frágil, mas os contributos das diversas componentes serão mais balanceados. Após dois anos decontracção resultante da necessidade de reduzir os níveis endividamento público e privado, da fragmentação dos mercadosfinanceiros e do elevado grau de incerteza, as perspectivas são de reforço da procura interna. A melhoria de alguns daquelesdesequilíbrios e a redução da incerteza política em 2013 face a 2011-12 surge como fundamental na melhoria da actividadeinterna da zona euro, com especial impacto no investimento. Ainda assim, no campo da política europeia, são necessáriosavanços adicionais para que se consolide um sentimento mais benigno que beneficie a actividade produtiva, principal motorda retoma.
AS PREVISÕES DE INVERNO DA COMISSÃO EUROPEIA
TEMAS EM DESTAQUE
Previsões da Comissão Europeia
(%)
PIB Inflação Desemprego2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015
Alemanha 0.4 1.8 2.0 1.6 1.4 1.4 5.3 5.2 5.1
França 0.3 1.0 1.7 1.0 1.2 1.2 10.8 11.0 11.0
Itália -1.9 0.6 1.2 1.3 0.9 1.3 12.2 12.6 12.4
Espanha -1.2 1.0 1.7 1.5 0.3 0.9 26.4 25.7 24.6
Portugal -1.6 0.8 1.5 0.4 0.8 1.2 16.5 16.8 16.5
Irlanda 0.3 1.8 2.9 0.5 0.8 1.1 13.1 11.9 11.2
Grécia -3.7 0.6 2.9 -0.9 -0.6 0.2 27.3 26.0 24.0
Zona euro -0.4 1.2 1.8 1.4 1.0 1.3 12.1 12.0 11.7
Reino Unido 1.9 2.5 2.4 2.6 2.0 2.0 7.6 6.8 6.5
EU 0.1 1.5 2.0 1.5 1.2 1.5 10.9 10.7 10.4
Mundo 2.9 3.6 3.9
Fonte: CE.
Tanto o consumo privado como o investimento apresentarão ritmos de crescimento positivos nos anos 2014-15; antecipando-se também uma ligeira aceleração do consumo público, reflectindo o retorno da política fiscal a um cariz mais neutral. Nazona euro, o consumo privado deverá avançar 0.7% este ano e 1.4% no próximo, beneficiando da estabilização/ligeiroaumento do rendimento disponível associado à permanência da inflação em níveis reduzidos e dada a perspectiva de que opendor da política fiscal seja menos restritivo. Também um panorama mais positivo para a evolução do emprego, sugereaumento da confiança e maior propensão para o consumo. Importa, no entanto, ter presente que a expansão do consumoserá sempre moderada e apresentará divergências entre os vários membros do euro. Os avanços esperados para o investimento- +2.3% em 2014 e +3.6% em 2015 - beneficiarão essencialmente da expansão do investimento em bens de equipamento;o investimento em construção continuará a limitar a amplitude de crescimento das despesas de capital. Note-se que em2013, o investimento representava cerca de 19% do PIB, muito abaixo dos 21% observados no início da década 2000,reflectindo em grande parte a contracção do investimento em construção nas economias onde se tinham formado bolhas nossectores imobiliários, nomeadamente, Irlanda e Espanha.
O contributo da procura externa será ligeiramente positivo, mas no conjunto da zona euro, assistir-se-á à aceleração doritmo de crescimento das importações, possivelmente associado ao melhor cenário para o investimento. A envolvente externaserá um factor favorável para a expansão da actividade na União Europeia. Com efeito, a CE estima que o mundo, depois deter crescido 2.9% em 2013, avançará 3.6% em 2014 e 3.9% em 2015; excluindo a EU, o crescimento global será de 4% e4.5% em 2014 -15. Nas economias mais fragilizadas, espera-se que se mantenha um movimento de correcção das contasexternas, assentes essencialmente na expansão das exportações de bens e serviços. Neste capítulo, referem-se as boasposições das economias ibéricas, cujo ajustamento dos défices externos apresentam um pendor estrutural mais acentuadodo que o factor cíclico associado à contracção da procura interna.
Segundo o documento, a banca continua a enfrentar importantes desafios, apesar dos progressos já conseguidos. Defacto ao longo do último ano, observou-se a redução da dependência do Banco Central Europeu, evidente, por exemplo, naamortização antecipada de cerca de metade do montante tomado nas operações de cedência de liquidez do BCE com prazomais longo (3 anos), e a maior dependência de fontes de financiamento mais estáveis, como são os depósitos. Todavia, acapacidade de gerar lucros continua sob pressão num ambiente em que as margens financeiras se encontram muitocomprimidas. Este ano um importante desafio para a banca prende-se com a revisão dos critérios de avaliação da qualidadedos activos e a realização dos stress tests.
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
13
TEMAS EM DESTAQUE
AS PREVISÕES DE INVERNO DA COMISSÃO EUROPEIA
Teresa Gil Pinheiro
A inflação continuará em níveis reduzidos, consideravelmente abaixo do objectivo do BCE, mas os riscos de deflação sãoreduzidos. O acentuado abrandamento da taxa de inflação em 2013 esteve associado à diluição de efeitos de segunda ordemrelacionados com a evolução dos preços dos bens energéticos e com o pendor mais restritivo da política fiscal nalguns dosmembros do euro. Paralelamente, a Comissão Europeia refere que a inflação é actualmente mais reactiva ao output gap,possivelmente como consequência da redução da rigidez das economias mais fragilizadas e que implementaram, nos últimosanos, reformas estruturais. Factores cíclicos e estruturais relacionados com a frágil retoma e o ajustamento dos preçosrelativos também influenciaram o comportamento da inflação em 2013. Destes, os custos unitários do trabalho explicamgrande parte do movimento. O facto dos ciclos de retoma serem primeiramente marcados pelo aumento da produtividade,observando-se aumentos salariais apenas num momento posterior, aponta para a permanência da inflação em níveis reduzidos.Actualmente, o crescimento da produtividade é ainda reduzido, pelo que tudo indica que haverá ainda espaço para a suaexpansão, sugerindo adiamento do momento em que se começarão a observar aumentos salariais significativos para influenciaro comportamento da inflação. Esta perspectiva para a evolução dos preços no consumidor surge também reflectida nasexpectativas inflacionistas implícitas nas taxas de swap que apontam para que a inflação continue abaixo dos 2% no médioprazo.
Ainda que os riscos de deflação sejam reduzidos, na medida em que não se espera adiamento da despesa associado auma queda dos preços, a permanência de um cenário de baixas taxas de inflação é um factor de preocupação no caso dospaíses mais endividados, já que um ambiente de baixa inflação não favorece a redução dos rácios de dívida, pressionando emalta os juros exigidos a estas economias.
No campo fiscal, o documento refere que em 2013 o ajustamento foi sobretudo por via do aumento das receitas,devendo, a partir deste ano incidir primordialmente sobre a despesa, nomeadamente salários e consumos intermédios.
Índice de incerteza política em níveis elevados
(Índice)
Produtividade e custos unitários do trabalho
(taxa variação média anual)
-4%
-3%
-2%
-1%
0%
1%
2%
3%
4%
5%
Dez-05 Jun-07 Dez-08 Jun-10 Dez-11 Jun-13
Produtividade real do trabalho Custos unitários do trabalho
Fonte: Eurostat
0
50
100
150
200
250
1997 1998 2000 2001 2003 2004 2006 2007 2009 2010 2012 2013
Fonte: Economic Policy Uncertainity
14
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
UM BREVE OLHAR SOBRE O REINO UNIDO
TEMAS EM DESTAQUE
A economia britânica continua a recuperar rapidamente da recessão de 2008-09. A produção continua a aumentar a umritmo cada vez maior, os indicadores de actividade mensal estão em máximos de vários anos e o mercado de trabalhoconta já com uma taxa de desemprego próxima de 7%. Como consequência, torna-se cada vez mais provável uma subidada taxa de juro principal da economia já no início do próximo ano. No entanto, ainda existem vários factores de risco,entre os quais se destacam o elevado desvio da produção actual em relação ao potencial, o elevado peso da dívida públicae a recente tendência de subida nos preços do imobiliário.
A economia cresceu 0.7% em cadeia no último trimestre do ano depois de registar um crescimento de 0.8% no trimestreanterior, o que se traduz num crescimento anual em 2013 de 1.8%. A recuperação económica continua a beneficiar dasexportações (líquidas de importações), cujo contributo para o crescimento em cadeia se fixou em 0.4 pontos percentuais(pp), mas beneficiou também de uma melhoria no investimento e no consumo privado (cujos contributos para o crescimentose fixaram em 0.3 pp). A recuperação da produção tem sido acompanhada também por uma melhoria significativa nomercado de trabalho, com a taxa de desemprego a diminuir em Dezembro para 7.2% face ao máximo de 8.4% alcançado emNovembro de 2011 e a taxa de participação laboral a aumentar significativamente. Paralelamente, os indicadores PMI(indicadores de evolução mensal da actividade económica, baseados em respostas de empresários a inquéritos e comelevada correlação com o PIB) continuam a ser consistentes com uma aceleração da produção nos sectores da indústria eserviços no primeiro trimestre de 2014 à medida que a confiança dos consumidores e empresários na situação económicafutura do país continua a melhorar.
Produção continua a recuperar mas ainda estálonge dos valores pré-crise(PIB trimestral a preços constantes em GBP mil milhões)
Mercado de trabalho em rápida recuperação
(% da população activa; milhares de indivíduos)
7.2
3
4
5
6
7
8
9
Dez-05 Dez-07 Dez-09 Dez-11 Dez-13
-50
-15
20
55
90
125
160
Variação no nº de pedidos de subs. desemprego
Taxa de desemprego Fonte: ONS
Por outro lado, desde a introdução do programa Funding for Lending Scheme (FLS) pelo Banco de Inglaterra (BoE) emJulho de 2012 - através do qual os bancos recebem títulos de dívida pública (deixando como colateral empréstimos aempresas e particulares) que podem ser usados para obter financiamento a taxas reduzidas, procurando incentivar a concessãode novo crédito -, a contracção dos empréstimos ao sector privado tem diminuído significativamente. A redução dosempréstimos, que entre o máximo atingido em Janeiro de 2010 e o mínimo de Junho de 2013 caíram quase 14%, tem sidoum dos maiores riscos para a recuperação económica, o que motivou o alargamento da duração do programa FLS até Janeirode 2015 (de acordo com a informação inicial, o programa deveria ter terminado em Janeiro de 2014). Ao mesmo tempo, ainflação tem deixado de colocar um risco imediato para a política monetária. De facto, a inflação de Janeiro (medida pelavariação anual do índice de preços no consumidor) diminuiu para 1.9%, o que representa uma diminuição significativa faceaos 5.2% alcançados em Setembro de 2011. Da mesma forma, a inflação core (que exclui os preços dos bens alimentares eda energia) diminuiu para 1.6%, encontrando-se em linha com o objectivo do BoE em obter uma taxa de inflação de 2% nomédio prazo.
Considerando todas as perspectivas favoráveis para o crescimento, a expectativa implícita nas taxas de juro do mercadotem vindo a antecipar a primeira subida da taxa de juro directora do BoE face ao mínimo histórico actual de 0.50%. Asrespostas médias dos analistas aos últimos inquéritos conduzidos pela Bloomberg e Reuters já colocam a taxa directora em0.75% no segundo trimestre de 2015, o que tem sido suportado pela rápida redução da taxa de desemprego (numa faseanterior, o BoE condicionou, à semelhança da Reserva Federal nos EUA, a primeira subida da taxa de juro a uma taxa dedesemprego de 7%; no entanto, com a aproximação mais rápida do que o esperado desse valor, o discurso foi alterado para"existe bastante margem para absorver excesso de capacidade antes de subir a Bank Rate [taxa directora]"). Ao mesmotempo, o banco central tem-se comprometido a manter o stock de activos adquiridos através de medidas não convencionaisde política monetária (com que procurou influenciar as taxas de juro da economia num contexto em que a taxa directora jáse encontrava próxima de zero) em GBP 375 mil milhões.
250
300
350
400
450
500
2001 2004 2007 2010 2013Fonte: ONS, BPI
Tendência pré-crise 2008
PIB efectivo
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
15
UM BREVE OLHAR SOBRE O REINO UNIDO
TEMAS EM DESTAQUE
Actividade económica em máximos de vários anos
(o valor 50 separa contracção de crescimento)
Empréstimos continuam em queda, mas a ummenor ritmo(Variação anual do stock)
-10%
-5%
0%
5%
10%
15%
Jan-06 Jan-08 Jan-10 Jan-12 Jan-14
Empréstimos ao sector privadoFonte: Bank of England
Início do programa Funding fo r Lending
Scheme
40
45
50
55
60
65
70
Fev-10 Fev-11 Fev-12 Fev-13 Fev-14
PM I indústria PM I serviços PM I construçãoFonte: M arkit
Apesar do bom momento da economia britânica, a produção continua bastante abaixo do potencial e a taxa de desempregoainda é elevada quando comparada com a norma corrente pré-crise. De facto, a queda do PIB (entre o máximo alcançado emMarço de 2008 e o mínimo de Junho de 2009) chegou a atingir 7.2% e actualmente ainda se encontra 1.4% abaixo domáximo registado antes do início da crise. Da mesma forma, a taxa de desemprego em 7.2% continua bastante superior àmédia registada no período 2005-07 de 5.2%, sinalizando o excesso de capacidade ainda por absorver no mercado detrabalho. O número médio de horas trabalhadas é inferior ao desejado e o crescimento dos salários é ainda reduzido.
Inflação encontra-se em linha com o objectivo
(variação anual do índice de preços do consumidor seleccionado)
Mercado espera primeiro aumento da taxa de jurono início de 2015(expectativa média actual do mercado)
0
1
2
3
4
5
6
Jan-10 Jan-11 Jan-12 Jan-13 Jan-14
IPC global Excl. energia e alimentação Fonte: ONS
0.40%
0.45%
0.50%
0.55%
0.60%
0.65%
0.70%
0.75%
0.80%
Q114 Q214 Q314 Q414 Q115 Q215
Bank rate Fonte: Bloomberg
A continuação da consolidação orçamental deverá também constituir um factor de risco para o crescimento da economiano curto-prazo. A execução orçamental de Janeiro revela uma redução do rácio da dívida (líquida) em relação ao PIBpara 134.5%, um valor ainda muito elevado por comparação com o limiar 60% da União Europeia. Quando excluídaa ajuda ao sector financeiro, o rácio da dívida pública regista mesmo uma variação positiva para 75.7%. Assim, aredução da despesa pública deverá continuar ao longo dos próximos meses, constituindo um factor de risco para aeconomia.
Com a consolidação orçamental em curso e o crescimento lento do consumo privado (derivado da evolução esperada dossalários), o investimento empresarial terá que aumentar para manter o ritmo de crescimento actual da economia. Noentanto, o elevado hiato do produto sugere que as empresas deverão primeiro recorrer ao excesso de produção instaladapara aumentar a produção, pelo o investimento deverá continuar deprimido.
Por último, destaca-se a formação recente de uma tendência de forte valorização dos preços no mercado imobiliário. EmJaneiro deste ano, os preços das habitações aumentaram em média 9.4% face ao período homólogo, enquanto que emigual período do ano passado os preços tinham-se mantido inalterados. Apesar de parte desta valorização poder reflectira recuperação de um mercado afectado pela crise de 2008-09, a perspectiva de formação de uma bolha imobiliária nãodeverá ser excluída.
16
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
UM BREVE OLHAR SOBRE O REINO UNIDO
TEMAS EM DESTAQUE
Consolidação orçamental deverá continuar
(% do PIB)
Nuno André Coelho
Mercado imobiliário em risco de sobre-aquecimento?(1993Q1 = 100; variação homóloga em %)
0
30
60
90
120
150
180
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Jan-14
Dívida pública Excl. suporte ao sector financ.Fonte: ONS
280
290300
310
320
330340
350
360370
380
Jan-06 Jan-08 Jan-10 Jan-12 Jan-14
-20
-15
-10
-5
0
5
10
15
Preços habitação Var. homóloga (ELD)
Fonte: Nationwide Building Society
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
17
TEMAS EM DESTAQUE
A POLÍTICA (CAMBIAL) CHINESA ESTÁ A MUDAR?
A intensa fuga de capitais dos activos dos emergentes tem vindo a ser fonte de preocupação global, mas também dasautoridades chinesas, dado o risco de contágio. Com o parqueamento destes capitais nos activos das economias avançadasacentuam-se de novo os desequilíbrios económico-financeiros. Mas a China continua a ser a âncora dos mercados asiáticos,nomeadamente o yuan. Contudo, no final de Fevereiro iniciou-se um movimento de forte correcção da tendência de quedado USD/CNY. Esta depreciação da moeda chinesa foi aparentemente desencadeada pelo Banco Popular da China, impondoum custo a quem especula e aposta numa moeda sistematicamente mais forte, de modo a introduzir futuramente umsistema cambial mais livre.
Desde o início de 2014 assiste-se a um movimento de turbulência na maioria dos mercados de activos das moedasemergentes, provocada pela fuga de capitais externos e que levou a uma forte desvalorização das moedas locais. Este factotrouxe alguma apreensão tanto aos investidores como aos dirigentes chineses, dado o risco de contágio, podendo a moedada China seguir igualmente a tendência de depreciação cambial que se generalizou, embora se saiba que o país continua acrescer a taxas significativamente altas e que tanto o amplo saldo comercial como o excedente corrente resguardam a paísde fugas maciças de capitais e de movimentos mais acentuados de perda de valor do yuan. Possivelmente, no futuro,poderemos assistir a uma maior volatilidade da moeda em relação às referências dólar e euro, se o caminho escolhido pelasautoridades for uma evolução menos controlada do valor da moeda, no contexto da política de gradual internacionalização doyuan. A possibilidade de a breve prazo a China liderar economicamente o mundo (para já é 2ª maior economia do mundo, noencalço apertado aos EUA) coloca a questão de deter uma moeda financeiramente mais importante.
Com o dólar de Hong Kong (HKD) praticamentefixo, o yuan (CNY) está a corrigir a apreciação(x unidades de USD por HKD; x unidades de USD por CNY)
É cada vez maior a acumulação de reservas(excluindo o ouro)(USD mil milhões)
7.65
7.70
7.75
7.80
7.85
M ar-12 Ago-12 Jan-13 Jun-13 Nov-13
6
6.15
6.3
6.45
USD/HKD USD/CNYFonte: Reuters, BPI
0
1500
3000
4500
2010 2011 2012 2013 2014 2015
Fonte: IIF, BPI
A instabilidade financeira instalada nos mercados dos emergentes iniciou-se em Dezembro com o arranque do taperingpela Reserva Federal norte-americana, com os mercados a penalizar aquelas economias mais dependentes de capitais efinanciamento externo para cobrir os altos défices correntes. A progressão do tapering significa menos reforço da liquidez nosistema, numa medida que marca o início de um novo ciclo, agora de maior dificuldade de acesso ao crédito e mais caro, eque deverá ser seguido por outros blocos económicos. Em resultado desta percepção, deu-se uma fuga de capitais comimpacto igualmente nos EUA e Europa, nomeadamente ao nível dos activos de maior risco, sobretudo acções de empresascom ligações directas ou indirectas à maioria das economias emergentes. Por outro lado, moedas como a lira turca, pesoargentino, rublo russo e rand sul-africano sentiram fortes movimentos de desvalorização. A fuga tanto de acções como deobrigações dos emergentes foi de tal forma significativa que, segundo a EPFR Global (uma instituição que monitoriza osfluxos financeiros com sede em Boston) desde o início de 2014 a saída de capitais já ultrapassou o montante registado natotalidade de 2013. Em termos acumulados, até ao momento o fluxo total foi de 18.6 mil milhões de dólares (mmd), quecompara com 15.5 mmd de todo o ano de 2013. Entretanto, os mercados das economias avançadas tornaram-se os favoritosna captação destes capitais, que já acumula 20 mmd em fundos de acções até ao momento, quando no mesmo período doano passado o valor era de 2 mmd.
Mas terão os investidores que se preocupar com a China? É que a maior das economias emergentes do mundo tem sidoe é o pilar de suporte dos mercados financeiros asiáticos, mesmo no período de turbulência nas outras economias emergentes,proporcionando uma relativa estabilidade na região, nomeadamente ao nível das moedas. Existe igualmente uma grandeconfiança dos investidores na economia (e nos actuais dirigentes políticos no que respeita à monitorização da evolução daactividade e no pragmatismo da actuação), no sector bancário e no yuan. Contudo, o risco de abrandamento do crescimentoeconómico, estreitamento do crédito e do investimento são possibilidades a serem monitorizadas.
Não existem estimativas exactas de quanto investimento está afecto às transacções de yuan dado existirem inúmeros"caminhos" que os investidores podem utilizar para contornar sistemas mais ou menos opacos e às regras de controlo de
18
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
TEMAS EM DESTAQUE
A POLÍTICA (CAMBIAL) CHINESA ESTÁ A MUDAR?
capitais. A maior parte das transacções efectuam-se nos mercados a prazo, estando garantida a apreciação do yuan (vergráfico; a actual política e o actual sistema cambial tem prosseguido a constante valorização da moeda, de acordo igualmentecom as exigências dos principais parceiros comerciais), por meio do mercado offshore do yuan, grande parte centrado emHong Kong. Calcula-se que em termos de volume sejam transaccionados através de offshore em média cerca de 6 mmdpor dia. Mas os maiores movimentos dão-se através do mercado de opções, onde se escolhe vender dólares por yuans,permitindo aos investidores uma aposta barata na apreciação da moeda chinesa. Acrescem ainda os produtos fornecidospelos bancos chineses a investidores estrangeiros que proporcionam rendimentos médios à volta dos 6%, nomeadamenteprodutos estruturados criados por bancos em Hong Kong. Segundo a Reuters, em Outubro do ano passado, estes produtoscorrespondiam a um valor recorde de 295 mmd, um aumento superior a 50% desde o final de 2012. Por fim, há que contarcom a crescente valorização das exportações chinesas, da duplicação do crédito ao comércio fornecido pelos bancos deHong Kong e pelo colossal montante de depósitos nessas mesmas entidades. Também existem muitos fluxos comerciaisque escondem movimentos financeiros menos claros. Esse montante tem sido estimado através da diferença entre oaumento das reservas cambiais da China e o total de fluxos proporcionados pelo comércio e pelo investimento (era decerca de 38 mmd no 4ºT2013).
PIB e investimento crescem menos embora oconsumo e as exportações mostrem reanimação(%)
Os excedentes comerciais crescem e o saldocorrente estabiliza(USD mil milhões)
5
10
15
20
25
2010 2011 2012 2013 2014 2015
PIB Consumo Exportações Investimento
Fonte: IIF, BPI
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
2010 2011 2012 2013 2014 2015
Bal. Comercial Bal. Corrente Fonte: IIF, BPI
Por outro lado, não há dúvida que a China pode defender a sua moeda em caso de necessidade, pois dispõe de reservascambiais acima dos 4000 mmd. Mas se realmente houvesse o aumento da volatilidade e o surgimento de instabilidadepoderia desencadear-se um movimento incontrolado de fecho de posições de alguns investidores mais nervosos. No entanto,existe a convicção entre os analistas de que a China não vai ser "contaminada" pela aversão mais ou menos generalizada aactivos dos emergentes, embora a 2ª maior economia do mundo seja sempre alvo do escrutínio pelos mercados, formando-se "sentimentos", nomeadamente ao nível da evolução económica. Seja como for, os investimentos parecem bem assegurados.
Está mais apaziguada a pressão de subida dastaxas de juro de curto prazo(%)
As taxas longas (dívida soberana) começaram asubir em 2013 mas encontraram para já um tecto(%)
0
2
4
6
8
10
12
Jan-10 Out-10 Jul-11 Abr-12 Jan-13 Out-13
Repo 7 dias Shibor 3mFonte: Bloomberg, BPI
Por isso coloca-se outra questão. Quais são as perspectivas para a China? Segundo os planos de desenvolvimento queestão actualmente em discussão internamente, existem vários aspectos a ter em consideração: o estreitamento gradual doinvestimento público; continuação do aperto monetário; e um grande esforço no controlo das dívidas dos governos regionaisao longo do ano; para além da necessidade de encaminhar o crescimento económico para uma evolução mais equilibrada emais sustentável. Neste âmbito, espera-se que a procura externa permita firmeza nas exportações e que o aumento doemprego e dos salários suportem um maior consumo interno, em linha com os objectivos do governo. O Congresso Nacional
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
Jan-10 Out-10 Jul-11 Abr-12 Jan-13 Out-13
5 Y 10 Y Fonte: Bloomberg, BPI
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
19
TEMAS EM DESTAQUE
A POLÍTICA (CAMBIAL) CHINESA ESTÁ A MUDAR?
do Povo em Março apresentou formalmente as previsões económicas, antecipando um crescimento de 7.5% sustentadonuma política fiscal pró-activa e numa política monetária prudente. Entretanto, está em curso (desde Setembro) um movimentode redução da liquidez no sistema financeiro, com implicações directas na redução do crescimento da moeda e do crédito,que tem levado à subida gradual da Shibor (Shanghai interbank offered rate, benchmark a 1 mês). Acrescem outras alteraçõesem curso, com implicações económicas: o regulador bancário está a exigir que os bancos aprovisionem pelo menos 10% docrédito concedido, o que está a levar ao fim do crédito bonificado a quem compra a primeira casa; as autoridades locais têmde ter uma gestão mais restritiva e está a ser introduzido um programa piloto de introdução de impostos sobre a propriedade,a expandir-se pelas cidades.
Pese embora todos os argumentos referidos, no final de Fevereiro iniciou-se um movimento de depreciação da moedachinesa contra o dólar. Dos 6.0395 yuans por dólar registado em 14 de Janeiro (valor mais baixo do USD/CNY desde 1993),chegou-se a 6.1718 em 28 de Fevereiro (uma perda de valor de 2.2%). Segundo algumas fontes credíveis e para surpresado mercado, esta acção foi conduzida pelo próprio Banco Popular da China (BPC) que pretende afastar os especuladores,antes de introduzir uma banda cambial mais ampla para o yuan, no âmbito das reformas estruturais em curso. Para umamaior repercussão do efeito, houve mesmo uma orientação para que outros bancos na orla do estado comprassem dólarescontra yuans. A moeda chinesa alcançou o nível mais baixo dos últimos sete meses, representando uma expressiva correcçãoface à evolução anterior. Mas, mais do que tudo, verificou-se uma alteração no interesse das autoridades em terem umamoeda constantemente mais forte. Essa percepção da tendência de apreciação sem fim do yuan fez convergir inúmerosinvestidores, que se aproveitavam deste facto, num enorme fluxo de capitais de difícil controlo pelo banco central, mesmocom a introdução de medidas cada vez menos complacentes. Aparentemente esta actuação a nível cambial foi consideradade curto prazo e visava introduzir maior volatilidade nos câmbios do yuan, criando uma situação mais semelhante a umamoeda em mercado livre, inserida num plano de reestruturação da economia chinesa para torná-la menos dependente dosinvestimentos externos e das exportações. Entretanto, os fortes fluxos de capitais externos estavam a dificultar o maiorcontrolo da economia, criando desequilíbrios financeiros, nomeadamente o surgimento de bolhas especulativas de preços emmercados como o imobiliário.
Até aqui, o valor do yuan era definido pelo BPC e tinha uma banda de flutuação de 1%, para ambos os lados. Contudo, aautoridade central só permitia (dirigia) a apreciação da moeda. Pensa-se que essa banda poderá passar para 2%. A últimavez que tal alteração ocorreu foi em Abril de 2012, quando aumentou de 0.5% para 1%. De facto, após a última reuniãomonetária do BPC (que terminou dia 18 de Fevereiro) ficou a saber-se que as autoridades pretendem expandir de formaordenada a banda cambial do yuan este ano. Mas a actuação do BPC nos mercados acabou por criar receios de que era ummovimento resultante da preocupação dos investidores com a desaceleração da economia chinesa. Por isso, mais tarde,tiveram de explicar que era um ajuste cambial estratégico da autoria do próprio banco central. Por outro lado, o BPC deu aentender que o valor do yuan já alcançou o seu preço de equilíbrio. Mas o BPC não vai deixar de controlar a moeda, indicadodiariamente o câmbio de referência. Contudo, futuramente, com a banda mais larga, a sua variação será mais livre e tantopoderá ser de apreciação como de depreciação. A China deu sempre a entender que não poderia passar de imediato a umregime de câmbios flutuante, apesar das pressões externas, preferindo uma abordagem gradual de forma a não desestabilizaro seu mercado de capitais e o modelo económico baseado na potente máquina exportadora.
A reforma cambial agora iniciada faz parte da reforma mais ampla do sector financeiro, com o objectivo da internacionalizaçãocada vez maior do yuan e do status mais elevado da China no sistema monetário internacional, de acordo com o seu pesoeconómico, a par de potências como os EUA (dólar) e o Japão (iene).
Agostinho Leal Alves
20
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
21
ECONOMIA GLOBAL - FACTORES POLÍTICOS E CLIMATÉRICOS TOLDAM PERCEPÇÕES
ECONOMIAS
Nos EUA, as temperaturas anormalmente baixas de Janeiro/Fevereiro afectaram o consumo, o investimentoe o emprego. Vários indicadores reflectem esta influência: as vendas a retalho sofreram uma contracção em Janeiro (-0.3%m/m), a componente core das compras de bens duradouros (excluindo material militar e aeronáutico), proxy para oinvestimento, caiu 0.8% no mesmo período; o ritmo de acumulação de stocks deverá abrandar significativamente e ocontributo das exportações líquidas será inferior ao observado nos últimos meses de 2013. Em conjunto, tudo aponta paraque o andamento do PIB abrande para níveis em torno de 1.5%, trimestrais anualizados, que compara com +2.4% no4T2013, revisto em baixa face a +3.2% publicados na estimativa preliminar.
Serão apenas os factores climatéricos os responsáveis pelo andamento dos indicadores nos EUA? O teor dainformação económica recente manteve-se fraco, suscitando dúvidas quanto à sua natureza. Serão apenas os factoresclimatéricos, designadamente as condições extremas que se registaram nas primeiras semanas do ano, as principaisresponsáveis por esta pioria ou haverá razões mais fundamentais? Se alguns indicadores continuarão possivelmentecondicionados pelas questões climatéricas - o relatório do emprego de Fevereiro, por exemplo - progressivamente ao longodo mês de Março os dados económicos deixarão de ser directamente influenciados por este factor, vindo à tona o efectivovigor da actividade económica. Entretanto, sinais de robustez no consumo privado, o bom comportamento das vendas dehabitações e a recuperação dos indicadores prospectivos da oferta (ISM das manufacturas recuperou mais do que o esperado)sugerem que o cenário de aceleração da actividade se mantém intacto.
Entretanto, a escalada das tensões políticas na Ucrânia começa a condicionar de forma mais evidente osprincipais mercados e activos financeiros internacionais, situação cuja evolução poderá ter consequências importantesnas próximas semanas/meses. No âmbito dos mercados emergentes, teme-se que os ajustamentos actualmente em cursopossam fazer descarrilar a recuperação que se adivinhava no mundo desenvolvido. De referir, no entanto, que por um lado,os problemas estão actualmente bastante mais contidos do que no passado, centrados em economias mais frágeis. Por outrolado, apesar do reforço destes mercados na dinâmica económica global, os elos de ligação comerciais e financeiros com ospaíses desenvolvidos são actualmente menos relevantes do que em épocas de crise no passado (crise asiática dos anos 90,por exemplo), sugerindo maior resiliência para suportar esta fase de ajustamento.
Paula Gonçalves Carvalho
EUA - PIB anual e Contributos por Componente
(%)
EUA - Indicadores de confiança e actividade
Alemanha - Indíce de confiança dos empresários(IFO)
PIB na Zona Euro - Crescimento homólogo econtributos(tx. de variação)
22
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
PORTUGAL - BONS RESULTADOS NA MARGEM MAS CONSTRANGIMENTOS PERMANECEM A MÉDIO PRAZO
ECONOMIAS
PIB no 4T2013: O INE reviu em alta para +1.7% a taxa de variação y/y do PIB no 4T2013. Subjacente à expansãoestiveram as exportações (+3.5 p.p.), o consumo privado (+0.4 p.p.) e a FBCF, ainda que com contributo marginal.
Penúltima avaliação do PAEF confirma cenário de crescimento: Os resultados da 11ª avaliação do Programa deAjustamento (PAEF) foram positivos, destacando-se a revisão em alta do cenário para o PIB este ano produzido pelo FMI/UEde +0.8% para +1.2%, a redução em 1.1 p.p. do desemprego esperado para 15.7% e a expectativa de melhoria continuadado saldo da balança externa, ainda que a um menor ritmo que nos últimos dois anos. Os indicadores mais recentes, emparticular os índices de confiança e os indicadores compósitos de actividade e consumo privado publicados pelo Banco dePortugal, continuam a apontar também para reforço da dinâmica de crescimento no primeiro trimestre de 2014.
Ajustamento externo surpreendeu positivamente: O saldo da balança de bens e serviços regressou a terrenopositivo em 2013, pela primeira vez desde 1969, reflectindo-se na melhoria do excedente da balança corrente, que em 2012ficara praticamente equilibrado. A melhoria foi transversal aos vários componentes: os défices das balanças de bens e derendimento recuaram; o excedente dos serviços e as transferências correntes (remessas de emigrantes) aumentou; apenaso saldo da balança de capital decresceu ligeiramente (na maior parte, transferências comunitárias). De realçar o bomcomportamento das exportações de bens e serviços e o facto de as importações terem registado apenas um ligeiro crescimentonão obstante a aceleração da actividade doméstica (mais evidente no segundo semestre). Destaque para uma nota incluídanesta publicação, discutindo a natureza cíclica ou estrutural do ajustamento externo recente.
Mas permanecem os constrangimentos a um crescimento mais forte: Apesar da franca melhoria do cenário nocurto/médio prazo, é importante ressalvar que subsistem importantes condicionalismos às perspectivas de médio/longoprazo. Destacam-se a fraca competitividade no sector não transaccionável, o elevado nível de endividamento do sectorprivado, o facto de o tecido empresarial ser muito pulverizado (dificultando que as empresas tirem partido de economias deescala, o que facilitaria a incursão nos mercados externos) e desemprego estruturalmente elevado. Apesar dos progressosregistados em múltiplas frentes nos últimos anos, estes são desequilíbrios mais difíceis e morosos de corrigir, dada a suanatureza estrutural, exigindo a continuação de políticas e reformas em diversos sectores da sociedade portuguesa. Os fracosníveis de crescimento potencial indicados por vários organismos internacionais, muito inferiores aos níveis registados nopassado, confirmam a importância desta questão, sobretudo num contexto em que os níveis de endividamento permanecemmuito elevados em todos os sectores, e a inflação é praticamente inexistente.
Paula Gonçalves Carvalho
Desemprego por duração
(mil)
Balança Corrente
103
Custos Unitário de Trabalho - todos os sectores
(2010=100)
-40,000
-30,000
-20,000
-10,000
0
10,000
20,000
2007 2008 2009 2010 2011 2012 Jan-
Set13
2013
Bens Serv. Rend.
Transf. Corr. Bal. Capital Bal. Corr + Capital
Fonte: Banco de Portugal
75
80
85
90
95
100
105
110
115
120
M ar-03 M ar-05 M ar-07 M ar-09 M ar-11 M ar-13
Alemanha Irlanda PortugalEspanha EM U Fonte: OCDE
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
Set-04 Set-05 Set-06 Set-07 Set-08 Set-09 Set-10 Set-11 Set-12 Set-13
<1 ano entre 1-2 anos >2 anosFonte: Banco de Portugal
Níveis de endividamento no sector empresarial
(Mil milhões de euros)
Nº de Dívidaempresas Dez-11 Dez-13 Variação
Empresas privadas 179.9 184.1 4.2
PME's
Micro empresas 321k 104.2 99.3 -4.9
Pequenas empresas 39 k 45.7 43.8 -1.9
Médias empresas 8 k 29.3 27.2 -2.1
Grandes empresas 1 k 48.7 54 5.3
SGPS não financeiras 3 k 27 30.7 3.7
Fonte: Banco de Portugal.
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
23
ECONOMIAS
ESPANHA - RETORNO A CICLO DE CRESCIMENTO
Produto em novo ciclo: A estimativa final relativa ao PIB no 4T13 revelou um crescimento de 0.2% em cadeia e umacontracção de 0.2% em termos homólogos. Os dados finais mostram um crescimento menos acentuado que o divulgadoinicial, mas, mais importante, confirmam a tendência de retorno a um cenário de crescimento moderado do produto. Aprocura externa continua a ser o principal motor da actividade, tendo contribuído com 0.4 pontos percentuais (pp) para ocrescimento homólogo, enquanto que o da procura interna se mantém em terreno negativo, retirando 0.6 pp ao produto. Noterceiro trimestre os contributos tinham sido de 1 pp e -2.1 pp, respectivamente. No conjunto do ano, o PIB registou umaqueda de 1.2%, tendo a procura interna subtraído 2.7 pp e a procura externa acrescido 1.5 pp. As exportações foram oprincipal motor da economia, tendo avançado 4.9%, o que contrasta com um crescimento de 2.1% em 2012.
Procura interna: após 7 trimestres de contracção, o consumo privado aumentou 0.7% yoy, e o investimento abrandouo ritmo de queda para -1.7%, o que compara com -5.3% no trimestre anterior. O investimento em construção caiu 8.6%versus -9.8% no trimestre anterior. Por seu turno, o investimento em bens de equipamento e activos cultivados aumentou9.5%. Este comportamento, resultante, essencialmente, do aumento do investimento em bens de equipamento, está emlinha com a evolução recente de indicadores como a produção industrial, volume de negócios e importações de bens deequipamento.
PIB na óptica da oferta: indica aceleração da actividade no sector agrícola e o retorno a taxas de crescimento positivasnas actividades manufactureiras, que representam 12% do PIB avançaram 1.2%. O sector da construção (cerca de 7% doPIB) continua a ser o principal factor por detrás da queda da actividade tendo contraído 7.7%. Os serviços registaram umcrescimento de 0.5%, destacando-se os avanços de 1.3%, 0.6% e 1.9% dos sectores do comércio, transportes e hotelaria,actividades imobiliárias e actividades profissionais, respectivamente.
Previsões da Comissão Europeia: em 2014 deverá reforçar-se a tendência de aceleração da actividade, permitindoque Espanha entre num ciclo de crescimento moderado: +1% este ano e 1.7% em 2015. Os contributos das procurasinternas e externas serão mais equilibrados. A procura interna voltará a contribuir positivamente parta o crescimento, por viada expansão do consumo privado e do investimento em bens de equipamento. O contributo da procura externa será maismoderado, reflectindo, principalmente, a aceleração das importações, associado, em grande parte, à recuperação doinvestimento.
PIB (variação homóloga, %): Óptica da procura
2012 2013 Comissão Europeia
I II III IV I II III IV 2012 2013 2014 2015
PIB -1.2 -1.6 -1.7 -2.1 -1.9 -1.6 -1.1 -0.23 -1.6 -1.2 1.0 1.7
Consumo privado -1.8 -3.1 -2.8 -3.6 -4.2 -3 -1.8 0.7 -3.3 -2.1 0.6 1.1
Consumo público -4.9 -4.4 -4.9 -5 -2.3 -3.4 0.2 -3.5 -4.8 -2.3 -0.9 -0.2
Investimento -6 -6.9 -7.5 -7.7 -7.2 -5.8 -5.3 -1.7 -7.0 -5.1 0.1 2.0
Construção -8.6 -9.3 -10.9 -10 -9.8 -10.1 -9.8 -8.6 -9.7 -9.6
Bens de equipamento -2.9 -4.3 -3.8 -4.8 -4.1 1.7 2.2 9.5 -3.9 2.2 5.8 6.7
Exportações 0.1 0.5 3.3 4.4 2.9 9.5 3.5 3.7 2.1 4.9 5.4 6.4
Importações -6.9 -7.7 -4.6 -3.5 -4.9 3.2 0.6 2.7 -5.7 0.4 3.3 4.9
Contributos:
Procura interna -3.4 -4.2 -4.2 -4.7 -4.3 -3.6 -2.1 -0.6 -4.1 -2.7 0.2 0.9
Procura externa 2.3 2.6 2.5 2.5 2.4 2.1 1.1 0.4 2.5 1.5 0.8 0.7
Var. existências -0.1 0.0 0.0 0.1 0.0 -0.1 -0.1 0.0 0.0 0.0 0.0 0.0
Fonte: INE, Comissão Europeia.
24
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
PIB (variação homóloga, %): Óptica da oferta
2012 2013I II III IV I II III IV 2012 2013
PIB -1.2 -1.6 -1.7 -2.1 -1.9 -1.6 -1.1 -0.2 -1.6 -1.2
Agric., silvic, pesca -6.9 -12.6 -11.2 -12.7 -4.1 3.9 0.9 4.1 -10.9 1.1
Indústria -1.7 -0.7 0.2 0.4 -2.5 -2.1 -0.8 0.3 -0.5 -1.2
Manufactura -2.8 -1.8 0.1 0.1 -2.5 -1.2 -0.8 1.2 -1.1 -0.9
Construção -9.1 -8.6 -8.7 -7.7 -7.0 -8.3 -7.8 -7.7 -8.6 -7.7
Serviços 0.7 -0.1 -0.4 -1.1 -1.1 -0.9 -0.6 0.5 -0.3 -0.5
Com., transp., hotelaria 1.3 0.2 1.0 -0.5 -1.9 -0.2 0.2 1.3 0.5 -0.2
Inform., comunic. 0.9 1.3 1.0 0.5 -0.7 1.0 -1.6 -0.1 0.9 -0.3
Act.financ., seguros 0.8 1.0 -6.1 -6.9 -3.7 -4.1 -2.7 -2.4 -2.8 -3.3
Act. Imobiliárias 0.9 0.8 1.6 1.1 -0.3 -0.6 -0.7 0.6 1.1 -0.2
Act. Profissionais -1.2 -2.6 -1.5 -2.2 -0.8 -0.7 -0.5 1.9 -1.9 0.0
Ad. Púb., saúde, educação 0.4 -0.1 -1.3 -1.1 0.4 -2 -0.8 -0.2 -0.5 -0.6
Act. Artísticas, recreat., outros 0.7 -2.2 -2.5 -3.0 -2.7 -0.6 -0.7 0.5 -1.7 -0.9
Impostois líq. Sobre prod. -5.0 -4.7 -4.9 -5.1 -2.0 -1.0 -0.8 -1.2 -4.9 -1.2
Fonte: INE, Comissão Europeia.
ESPANHA - RETORNO A CICLO DE CRESCIMENTO
Teresa Gil Pinheiro
ECONOMIAS
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
25
MÉXICO - CRESCIMENTO ECONÓMICO DESAPONTA EM 2013
ECONOMIAS
A actividade económica voltou a crescer mas a um ritmo mais lento. No último trimestre do ano, o PIB registou umcrescimento de 0.7% em termos homólogos e 0.18% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Com isto, verificou-seum crescimento anual de apenas 1.1% em 2013, o pior resultado desde 2009. No total do ano a indústria foi o sector comprior performance, que contraiu 0.7%, enquanto o sector dos serviços registou um crescimento mais expressivo de 2.1% ea agricultura cresceu a um ritmo de 0.3%. A contracção da indústria resultou essencialmente de uma queda da actividadenos sectores mineiro (já que se registou uma redução da produção de petróleo e gás) e de construção. Os dados da produçãoindustrial também confirmaram a desaceleração da actividade no último trimestre do ano, com o índice geral a contrair 0.3%,em Dezembro de 2013, em relação ao mesmo mês do ano anterior. Apesar do abrandamento da actividade económica,espera-se que o México beneficie este ano da aceleração da actividade económica nos Estados Unidos e que no médio-longoprazo as reformas estruturais em curso possam também dar um novo impulso à economia.
No sector externo, a economia mexicana também arrefeceu. No ano como um todo, as exportações de benssofreram uma desaceleração em relação ao ano anterior, avançaram a um ritmo de 2.6% (+6.1% em 2012) que foi ultrapassadopor um crescimento de 2.8% das importações. Perante um deficit moderado da balança comercial e um saldo negativo dabalança de rendimentos, a conta corrente acabou por exibir um deficit de 22.3 mil milhões de dólares em 2013 (equivalentea 1.8% do PIB). Por outro lado a balança de transferências correntes beneficiou das receitas de remessas dos emigrantesque somaram 21 mil milhões de dólares (1.7% do PIB), para apresentar um excedente confortável, apesar de menor que omontante acumulado em 2012 (22.4 mil milhões). Por outro lado o investimento estrangeiro atingiu um valor recorde de35.2 mil milhões de dólares (2.8% do PIB) e os investimentos em carteira mantiveram-se elevados apesar dos distúrbios nosmercados financeiros.
A inflação manteve em Fevereiro a tendência crescente iniciada no primeiro mês do ano. O índice de preços doconsumidor aumentou em Fevereiro 0.25% em relação ao mês anterior, mas a um ritmo mais lento, depois de ter crescido0.89% no mês de Janeiro. A taxa de inflação homóloga permaneceu acima do limite superior do intervalo objectivo do BancoCentral (2%-4%), mas também abrandou relativamente ao mês anterior: taxa de inflação anual registou uma variação de4.23% em Fevereiro (comparada com um crescimento de 4.48% em Janeiro). O aumento da inflação no início do ano éexplicado pela entrada em vigor de novos impostos que entraram em efeito no dia 1 Janeiro 2014 (nomeadamente nospreços de alimentos e bebidas açucaradas e nos preços da gasolina). Este agravamento não trouxe portanto grandes surpresase o Banco Central prevê que este efeito seja temporário e que o aumento dos preços comece a ceder progressivamente atéao final do ano.
Luisa Teixeira Felino
Crescimento do PIB (a preços constantes de 2008) por sector de actividade (Var. y/y, %)
1T 12 2T 12 3T 12 4T 12 2012 1T 13 2T 13 3T 13 4T 13 2013
Total 4.8 4.4 3.1 3.3 3.9 0.6 1.6 1.4 0.7 1.1
S. Primário 5.8 13.5 0.0 8.5 7.3 -2.2 2.5 0.8 -0.3 0.3
S. Secundário 4.0 3.4 2.3 0.8 2.6 -1.7 -0.3 -0.5 -0.4 -0.7
S. Terciário 5.2 4.6 3.7 4.5 4.5 2.1 2.6 2.5 1.3 2.1
Fonte: INEGI.
A evolução da inflação reflecte as medidas fiscaisintroduzidas no início do ano(variação anual)
Balança corrente, exportações e importações
(variação anual; milhões de USD)
0
1
2
3
4
5
6
7
Jan-09 Jan-10 Jan-11 Jan-12 Jan-13 Jan-14
IPC IPC subjacenteFonte: INEGI/Bloomberg
-40%
-30%
-20%
-10%
0%
10%
20%
30%
40%
Dez-04 Jun-06 Dez-07 Jun-09 Dez-10 Jun-12 Dez-13
-8,000
-6,000
-4,000
-2,000
0
2,000
4,000
6,000
8,000
S. Conta Corrente (eld) Importações de bens e serviços
Exportações de bens e serviçosFonte: BCM
26
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
ANGOLA - PAUTA ADUANEIRA NECESSÁRIA MAS NÃO SUFICIENTE PARA DESENVOLVIMENTO ANGOLANO
ECONOMIAS
A nova pauta aduaneira foi oficialmente implementada a partir do dia 1 de Março. Depois de ter sido publicadaem Novembro com data de entrada em vigor para Janeiro, a nova lei tem vindo a ser sucessivamente adiada. A pautaaduaneira, da forma como foi definida, constitui um incentivo para que a produção local substitua o recurso a importações.Este agravamento selectivo das tarifas é uma forma indirecta de subsidiar as empresas locais, apesar de o resultado não sersentido nos custos de produção mas numa diminuição dos preços relativos praticados ao consumidor (os produtos locaistornam-se relativamente mais baratos com o agravamento das tarifas sobre os bens importados). A introdução da novapauta aduaneira por si só não deverá constituir um impulso ao desenvolvimento de Angola. São necessárias mais emelhores infra-estruturas para resolver necessidades principalmente ao nível dos transportes e do acesso àenergia, uma maior aposta do investimento orientado para a educação e uma redução de outros custos decontexto. A pauta aduaneira deverá ser encarada apenas como um instrumento de protecção temporário, com o objectivode promover o aparecimento de estruturas produtivas locais.
A execução do investimento público acelerou no terceiro trimestre do ano passado mas manteve-se muitoabaixo da execução em 2012. Entre Julho e Setembro, o investimento público aumentou Kz 357 mil milhões, o equivalenteao investimento total realizado durante o primeiro semestre do ano (de acordo com o relatório da execução do OrçamentoGeral do Estado 2013). Apesar da taxa de execução (face ao orçamentado) ter aumentado para 42%, mais 21 pontos do quese tinha observado no final do primeiro semestre do ano, mantém- se aquém da execução observada para igual período de2012 (52.5%). Recorde-se que a reduzida execução do investimento público tem motivado revisões em baixa ao crescimentoda economia no ano passado. O FMI reviu a sua previsão para 5.4% face aos 6.2% inicialmente divulgados; o governo reviuo crescimento real do PIB para 5.1%, contra os 7.1% inicialmente previstos. A nossa estimativa também foi revista em baixopara incorporar o menor investimento público, esperando-se um crescimento de 4.5%.
A taxa de juro principal da economia, definida pelo BNA, mantém-se em 9.25%. O ciclo de reduções na taxa dejuro e no coeficiente de reservas obrigatórias tem recentemente motivado uma queda nas principais taxas de juro interbancárias.Este movimento poderá dar lugar a uma queda nas taxas de juro activas dos bancos para o mesmo nível de risco daeconomia. Por outro lado, apesar de a taxa de inflação (medida por variações do nível de preços na cidade de Luanda) teracelerado ligeiramente face ao observado em Dezembro (7.69%), a tendência continua decrescente, verificando-se umavariação negativa de 1.06 pontos percentuais face à taxa de inflação de Janeiro de 2013.
Redução das reservas externas correlacionadascom queda das exportações de petróleo
(US$ mil milhões; milhões de barris diários)
Crescimento do PIB entre 2003-10 revisto em baixa
(crescimento anual real do PIB)
Taxas do mercado monetário interbancáriocontinuam em queda(taxas anuais)
Inflação mantém tendência de queda
(Variação do IPC da cidade de Luanda)
Nuno André Coelho
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
27
2.5
2.7
2.9
3.1
3.3
3.5
3.7
M ar-12 M ay-12 Aug-12 Nov-12 Jan-13 Apr-13 Jul-13 Oct-13 Jan-14
ZAR/M ZN Source: Bloomberg
Crise EMFed anuncia início
do tapering
ECONOMIAS
MOÇAMBIQUE - ESTABILIDADE DE PREÇOS PILAR CENTRAL DO CLIMA MACROECONÓMICO
Nuno André Coelho
A taxa de inflação anual na cidade de Maputo (o indicador de referência para a política monetária) manteve-se em 3.0% em Janeiro depois de a média anual de 2013 se ter fixado em 4.2%, superior aos 2.1% de 2012,mas confortavelmente abaixo do objectivo definido pelo governo (definido anualmente no Plano Económico eSocial) de 7.5%. A evolução favorável do nível de preços tem sido justificada pela apreciação do metical contra o rand sul-africano (principalmente na primeira metade do ano passado, reflectindo preocupação com o crescimento reduzido da Áfricado Sul, um dos principais fornecedores de bens alimentares de Moçambique), a recuperação da produção agrícola (depoisdas cheias do início do ano) e a desaceleração do crescimento do preço internacional das commodities relevantes para o país.
O objectivo para a taxa de inflação média em 2014 foi fixado em 5.6%. As perspectivas de evolução dos preçosnos mercados internacionais (principalmente de alimentação e energia) e a perspectiva de um crescimento na produçãoagrícola deverão contribuir para a materialização deste objectivo. A política monetária, com o Banco de Moçambique aprocurar conter a expansão da liquidez no sistema bancário, deverá também acomodar este cenário. No entanto, existemdois grandes riscos para a estabilidade de preços no curto-prazo. Em primeiro lugar, a recente crise nos paísesemergentes (EM) desde que a Reserva Federal norte-americana anunciou a redução dos estímulos monetários tem contagiadoo metical, que desde o final de 2013 já desvalorizou cerca de 7% contra o dólar e euro. Considerado que os EUA e a ZonaEuro são dois principais parceiros comerciais, a perda de valor da moeda poderá colocar pressões inflacionistas. Adicionalmente,o recurso do governo aos depósitos no banco central acumulados ao longo do ano passado com as receitas extraordináriasderivadas com impostos da venda de participações de empresas no sector da indústria extractiva, se não for cuidadosamenteplaneado, poderá aumentar a massa monetária em circulação e constituir uma nova fonte de pressão sobre a inflação.
Mesmo depois de iniciativas multilaterais de alívio da dívida terem conduzido a um diminuição de 100p.p. norácio dívida pública/PIB desde a década de 2000, a dívida pública de Moçambique continua elevada porcomparação com os restantes países da África Subsariana. O stock de dívida bruta do governo aumentou 14% noprimeiro trimestre de 2013 face ao primeiro trimestre do ano anterior para MZN 146.1 mil milhões, o equivalente a 40% daprodução total de 2012. Cerca de 86% corresponde a dívida externa (59% a dívida multilateral e 41% a dívida bilateral), oque constitui uma fonte de vulnerabilidade a choques externos. No médio-prazo, com o o aumento das receitas derivado doinício da produção de gás natural liquefeito (LNG), a capacidade do país servir a dívida (pagamento de capital e juros) nãoparece afectada. No entanto, a produção de LNG (que, de acordo com o FMI, poderá atingir 20% da produção total e metadedas exportações em 2023) não deverá iniciar-se antes de 2018.
Inflação continua controlada
(Variação homóloga no índice de preços do consumidor)
Apreciação do MZN contra o ZAR contribui paramanter inflação sob controlo
(x meticais por rand)
Sustentabilidade da dívida pública em risco
(mil milhões MZN billions; % do PIB)
MZN atingido pela crise dos emergentes
(x meticais por dólar americano; x meticais por euro)
0
50
100
150
200
250
300
2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014
0
25
50
75
100
125
150
Dívida pública (stock) % do PIB (ELD)Fonte: FM I
26
27
28
29
30
31
32
33
M ar-12 M ay-12 Aug-12 Nov-12 Jan-13 Apr-13 Jul-13 Oct-13 Jan-14
32
35
38
41
44
47
USD/M ZN EUR/M ZN (RHS) Source: Bloomberg
Crise EMFed anuncia início
do tapering
0%
3%
6%
9%
12%
15%
18%
Jan-10 Jan-11 Jan-12 Jan-13 Jan-14
M oçambique M aputoFonte: INE
28
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
A África do Sul foi apanhada no epicentro da crise dos países emergentes, com o rand a sofrer desvalorizaçõessuperiores a 25% face ao euro e ao dólar americano desde o início de 2013. A persistência de elevados défices dabalança corrente ao longo dos últimos anos, em conjunto com a dificuldade de a economia recuperar taxas de crescimentoelevadas após a recessão de 2009, contribuíram para que o país fosse um dos mais afectados pela redução dos estímulos daReserva Federal dos EUA. No final de Janeiro, o banco central sul-africano (SARB) amentou a taxa de juro dereferência da economia em 50 pontos base, para 5.5%, numa tentativa de atenuar a diminuição das saídas decapitais do país e controlar o valor da moeda local. De facto, a desvalorização do rand constitui actualmente o principalrisco para a estabilidade de preços, com a taxa de inflação anual a aumentar em Janeiro para 5.8%, ficando muito próximado objectivo superior definido pelo banco central em 6%. A possibilidade de a depreciação do rand se acentuar e de afectaros preços das mercadorias importadas deverá ser o principal centro de atenção do SARB nos próximos meses.
O crescimento anual da economia real acelerou no último trimestre do ano passado para 2%, depois de umcrescimento de 1.7% no terceiro trimestre. Desta forma, o crescimento da economia no ano ficou em 1.9%, menor doque os 2.5% de 2012 e o mais baixo desde a recessão de 2009. A persistência de greves, principalmente no sector daindústria transformadora, a fraqueza da procura interna e frequentes quebras de energia têm sido os principais factores pordetrás da desaceleração do crescimento económico. Ainda assim, a economia cresceu 3.8% no último trimestre por comparaçãocom o trimestre anterior (dados corrigidos pela sazonalidade), o ritmo mais elevado dos últimos dois anos. Por sua vez, ataxa de desemprego permanece elevada e um factor de tensão social, apesar de ter diminuído no último trimestre do anopara 24.1%. Quando incluídos os desempregados desencorajados, de fora da população activa, a taxa de desemprego sobepara 31.7% (ainda assim o valor mais baixo dos últimos quatro anos).
O Orçamento do Estado para o ano fiscal de 2014/15 mantém o enfoque na consolidação orçamental, apesardos receios levantados pelo crescimento lento da economia e pela desvalorização da moeda. O défice orçamentaldeverá fixar-se em 4% do PIB (o mesmo que no ano anterior) e deverá reduzir-se nos próximos dois anos. O crescimentodas receitas, derivado do aumento dos impostos sobre os lucros empresariais e sobre o rendimento dos particulares (reflectindoos aumentos salariais) têm contribuído para conter as contas públicas. Nas novas projecções que acompanham a divulgaçãodo orçamento, o governo reduziu o crescimento da economia para 2.7% em 2014 (menos 0.3 pontos) e reviu em alta a taxade inflação para 6.2% (mais 0.6 pp).
ECONOMIAS
ÁFRICA DO SUL - NO EPICENTRO DA CRISE DOS EMERGENTES
Nuno André Coelho
Rand já perdeu mais de 1/4 do seu valor desde oinício de 2013(rands por unidade de moeda estrangeira)
Fragilidade deriva de crescimento reduzido eelevados desequilíbrios externos(dados trimestrais, em %)
Depreciação do rand coloca estabilidade de preçosem risco(taxas anuais)
Aumento das exportações não evita maior déficecomercial(variação homóloga)
6
8
10
12
14
16
M ar-12 M ai-12 Ago-12 Nov-12 Jan-13 Abr-13 Jul-13 Out-13 Jan-14
USD/ZAR EUR/ZAR Fonte: Bloomberg
+27%
+33%
2
3
4
5
6
7
Jan-11 Jul-11 Jan-12 Jul-12 Jan-13 Jul-13 Jan-14
Inflação Taxa repo Fonte: SARB
Intervalo para a inflação
-20%
-10%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
Jan-11 Jul-11 Jan-12 Jul-12 Jan-13 Jul-13 Jan-14
Importações ExportaçõesFonte: Stat ist ics South Africa
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
29
MERCADOS MERCADO CAMBIAL
O MERCADO PERMANECE LONGO EM EUROS
Descontado o processo de tapering, o mercado reforçou as posições longas em euros a propósito do relativosucesso dos países periféricos da moeda única sujeitos a resgate financeiro e com as boas perspectivaseconómicas futuras, tendo presentemente dificuldade em inverter essa situação. De facto, mesmo com o aumentodos riscos geopolíticos no mundo, nomeadamente através do potencial conflito entre russos e ucranianos, o dólar nãobeneficiou do clássico papel de moeda refúgio em momentos de forte instabilidade e incerteza. Em termos de Análise Técnicapodemos referir o seguinte: o EUR/USD, depois de ter tentado testar e quebrar o ponto de suporte 1.3506 (chegou a1.3475), formou um dinamismo de subida de curto prazo que pôs em causa pontos de resistência (nomeadamente 1.3739).Esta evolução veio confirmar que ainda estamos perante uma tendência bullish de longo prazo e que movimentos contráriosforam simples acções de correcção, normais na construção de uma tendência. Neste âmbito defende-se a actual sustentabilidadedo câmbio e mesmo a possibilidade de acontecerem testes ao importante ponto de resistência 1.3892. No entanto, casoaconteça um agravamento da disputa entre Moscovo e Kiev, o dólar poderá ser encarado como potencial activo de refúgio.Prevemos para já um intervalo de variação de curto prazo entre 1.36 e 1.39.
A recuperação do euro contra o dólar dos últimos dias foi consequência da atenuação do perigo de deflação naZona Euro, depois de conhecida a estabilização dos preços. Com efeito, desde Dezembro de 2013 que o crescimentodos preços em termos anuais se mantém em 0.8%. Em Fevereiro voltou a situar-se neste nível, quando as previsõesapontavam para um valor inferior, 0.7%. O alívio do mercado ficou patente na imediata apreciação do EUR contra USD e GBP.Entretanto ocorreu um outro facto que retirou valor ao dólar a favor do euro: a revisão em baixa do PIB dos EUA no 4ºT2013.De facto, de Setembro a Dezembro de 2013, o PIB não cresceu 3.2% mas sim 2.4%. Recorde-se que nesse período ocorreuum abrandamento do consumo privado, dos inventários e das exportações, em parte devido período de shutdown (apagãoorçamental) que paralisou durante algum tempo os serviços públicos norte-americanos.
Por fim, constatamos que os movimentos nos principais câmbios, tanto nos últimos meses como últimassemanas (dependendo dos casos), têm levado a desequilíbrios bem visíveis através da Paridade dos Poderes deCompra (PPC). O EUR está sobrevalorizado 5% em relação ao USD (devia situar-se em 1.31 e não em 1.38) e 14% face aoJPY (devia encontrar-se em 122 e não em 139). Mas em relação à GBP, o EUR mostra-se subavaliado em 6% (deviapermanecer em 0.87 e não 0.82), o que demonstra a grande atracção que a libra tem exercido sobre os investidores noactual contexto económico.
Agostinho Leal Alves
EUR/USD volta a cortejar valores máximos;enquanto USD/JPY mostra estabilização
(x euros por USD; x dólares por JPY)
Persiste a situação de maior firmeza de GBP e CHFcontra EUR, dada a maior procura destas moedas
(x euros por GBP; x euros por CHF)
Paridade dos Poderes de Compra
03.Mar.2014
% SOBRE (+) OU SUB (-)PPC SPOT VALORIZAÇÃO DO EUR
EUR/USD 1.3110 1.3768 5.02%
EUR/JPY 122.39 139.51 13.98%
EUR/GBP 0.8734 0.8231 -5.77%
EUR/CHF 1.2256 1.2129 -1.04%
Fonte: BPI.
Cotações a Prazo
03.Mar.2014
Moedas 3 Meses 6 Meses 1 Ano
EUR/USD 1.3767 1.3767 1.3773
EUR/JPY 139.47 139.40 139.28
EUR/GBP 0.8236 0.8241 0.8262
EUR/CHF 1.2121 1.2113 1.2092
Fonte: BPI.
30
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
MERCADOS MERCADO CAMBIAL (moedas emergentes)
ACALMOU A INSTABILIDADE NAS MOEDAS DOS EMERGENTES
Depois da recente turbulência sentida em muitas das moedas das economias emergentes, a situação mostra-se agora mais calma, tendo mesmo ocorrido movimentos de correcção do valor para as principais moedas domercado (USD, EUR e GBP). Contudo, será cedo para que os investidores mais avessos ao risco regressem aos activosdestas economias, embora este movimento de enfraquecimento das moedas possa proporcionar boas oportunidades deentrada, dadas as atractivas taxas de juro, pois muitos bancos centrais subiram acentuadamente as suas taxas de juro dereferência. Mas muitos outros aspectos persistem, como o forte desequilíbrio externo e a alta inflação. Por isso são necessáriosajustamentos e reformas, que bem ou mal, de forma mais lenta ou rápida, estão a ser implementadas, de modo a gerar-secrescimento no contexto de maior competitividade mas também de maior rigor financeiro. Assim, os factores de mercadopara estas moedas encontram-se agora no meio interno de cada país, gerando-se mesmo uma diferenciação entre eles (porisso a partir de agora a análise feita pelos mercados será mais "fina", depois da última vaga de instabilidade ter sidoprovocada por um acto externo a estas economias: o tapering iniciado pela Reserva Federal norte-americana).
Na América Latina podem-se referir vários exemplos do que está a ser feito e do que ainda é necessárioimplementar para que surja crescimento e contas externas mais saudáveis. Na Argentina, embora a desvalorizaçãoda moeda tenha permitido ganhar competitividade, possivelmente será necessário um controlo mais apertado das importaçõese dos fluxos de capitais de modo a não se entrar num ciclo de mais desvalorizações e economia em contracção. No Brasil faltainvestimento, quando o cenário é de menor crescimento, mais inflação e mais necessidades financeiras, suportado noconsumo interno. Embora com políticas monetárias contraccionistas, em ambos os casos as moedas deverão permanecerfracas.
Na Europa, a Rússia padece dos mesmos males, crescimento baixo e falta de investimento. Com a inflação altae o rublo igualmente mais fraco, o banco central tem vindo a subir os juros de referência. Acresce que a crise da Ucrânia/Crimeia trouxe grande volatilidade ao rublo, o que levou o banco central a subir recentemente a sua principal taxa directorade 5.5% para 7.0%. Desde o início do ano, o rublo já se desvalorizou cerca de 12% contra o dólar. Do conjunto dos restantesmoedas, o zloty polaco mostra-se a melhor escolha.
Na Ásia, a depreciação inesperada do yuan (ver temas em destaque) foi um dos principais destaques domercado cambial. Este facto, a par da situação frágil de moedas como a rupia da Indonésia, deve limitar investimentosexternos.
Agostinho Leal Alves
Yuan perde valor por acção das autoridades; rublodeprecia-se por receio dos investidores
(x dólares por CNY; x dólares por RUB)
Numa evolução sem tendência mas volátil, zlotypolaco e coroa checa mostram-se firmes(x euros por PLN; x euros por CZK)
Rupía da Indonésia corrige recentes perdas e rupíada Índia mantém uma evolução bastante estável(x dólares por INR; x dólares por IDR)
Estancou momentaneamente a tendência dedepreciação do peso do México e do real do Brasil(x dólares por MXN; x dólares por BRL)
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
31
MERCADOS MERCADO MONETÁRIO
ESTABILIZAÇÃO NOS PRINCIPAIS MERCADOS
O Banco Central Europeu voltou a deixar inalteradas as principais taxas de juro de referência para a Zona Eurona reunião de política monetária de Março. Em particular, a taxa refi mantém-se em 0.75% e as taxas aplicáveis aosdepósitos e empréstimos dos bancos comerciais efectuados com o banco central mantêm-se em 0.0% e 0.75%,respectivamente. Esta decisão contrariou muitas expectativas que apontavam para a introdução de medidas alternativas,entre os quais o anúncio de um programa de quantitative easing semelhante ao da Reserva Federal ou a suspensão daesterilização das operações de depósito utilizadas para absorver a liquidez introduzida com o programa de compra de dívidade 2010. Mario Draghi, presidente do banco central, voltou a reforçar que as taxas de juro vão permanecer nomesmo nível ou num nível inferior ao actual por um longo período temporal e desta vez referiu no seu discurso aligação entre a evolução do nível de preços e fraqueza da economia e da subutilização da capacidade instalada (emprego ecapital), sugerindo que a política monetária irá continuar a acomodar a recuperação económica.
De acordo com a primeira estimativa do Eurostat, a inflação anual manteve-se em 0.8% Fevereiro. No entanto, a taxa deinflação core, que exclui os preços dos bens energéticos e alimentares, aumentou para 1.0%. Apesar de permanecer emvalores significativamente inferiores ao objectivo, a inflação encontra-se em linha com as projecções do banco central.Assim, a decisão de introduzir novas medidas de política monetária deverá ser apenas influenciada por umadesaceleração inesperada do crescimento do nível de preços. As taxas Euribor estabilizaram depois de uma ligeirasubida iniciada perto do final do ano passado, mantendo-se imunes ao conflito Rússia-Ucrânia, à crise nos países emergentese à redução dos estímulos da Reserva Federal norte-americana, e não constituem fonte de pressão para o BCE.
O Banco de Inglaterra também manteve a principal taxa de juro inalterada em 0.50%, em linha com o consensono mercado. A recuperação rápida da economia tem contribuído para aumentar a expectativa de que a política monetáriaseja restringida já no primeiro semestre de 2015, o que não tem sido desmentido pelos governadores do banco central.
Nos EUA, prossegue a redução do quantitative easing (QE) em USD 10 mil milhões. Na reunião de 18 e 19 deMarço, a Reserva Federal deverá continuar a reduzir os estímulos no mesmo montante, passando a fixar-se em USD 55 milmilhões por mês. Prosseguindo a redução gradual do QE, até ao final do ano as compras de activos deverão ter terminado.
Nuno André Coelho
Inflação baixa não é comum a todos os Estados-membros da Zona Euro(dados em %)
BCE mantém taxas de juro em níveis mínimos
(principais taxas de juro de referência na Zona Euro, %)
Balanço da Fed continua a aumentar; do BoEestabilizou e do BCE continua em queda(activos bancários, 2007=100)
Taxas de mercado monetário interbancáriocontinuam estáveis(taxas de juro interbancárias a 3 meses)
Nota: * Ou último valor disponível quando dados de Janeiro não tiverem sido divulgados. Estãoincluídos todos os países da Zona Euro com excepção da Grécia.
0
1
2
3
4
5
6
M ar-08 M ar-09 M ar-10 M ar-11 M ar-12 M ar-13 M ar-14Depósitos CedênciaRefi EONIA Fonte: BCE
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
M ar-12 Set-12 M ar-13 Set-13 M ar-14
Euribor Libor USD Libor GBPFonte: Bloomberg
0
100
200
300
400
500
Fev-07 Fev-08 Fev-09 Fev-10 Fev-11 Fev-12 Fev-13 Fev-14
Fed BCE BoE Fonte: bancos centrais
32
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
MERCADOS MERCADO DE DÍVIDA PÚBLICA
NORMALIZAÇÃO ADIADA
Mercados desenvolvidos: Em Fevereiro, as yields os títulos de dívida pública a 10 anos norte americanos e alemãesapresentaram um comportamento muito estável, variando entre 2.62-2.75% no caso dos US Treasuries e entre 1.56-1.70%no caso do Bund alemão. A permanência das taxas de rendibilidade em níveis reduzidos terá beneficiado de movimentos defuga para a qualidade relacionados com a verificação de situações de maior instabilidade política em algumas economiasemergentes e na Ucrânia. Para além dos factores políticos, também os sinais de que os respectivos bancos centrais nãoalterarão proximamente os níveis das taxas de juro de referência - dada a perspectiva de que a inflação manter-se-á emníveis reduzidos no médio prazo - são um factor de suporte para o mercado de dívida pública, mantendo as respectivas taxasde rendibilidade próximos dos níveis mínimos. A ausência de pressões inflacionistas e a instabilidade política em algunspontos do globo favorecerão a permanência das yields dos países desenvolvidos em níveis reduzidos; contudo a permanênciade cenários favoráveis à retoma da actividade continua a suportar a construção de um movimento de subida gradual dastaxas de rendibilidade até ao final do ano.
Países da periferia: os spreads da dívida dos países mais fragilizados da zona euro continuam a estreitar, reflectindoperspectivas mais favoráveis quanto à actividade, melhorando a percepção do risco por parte dos investidores. Os prémiosde risco de Portugal e Espanha encontram-se em mínimos desde 2011, situando-se em torno dos 290 pontos base no casode Portugal e dos 170 pb em Espanha. Durante o mês de Fevereiro, Portugal emitiu 3 mil milhões de euros (mme) de dívidaa 10 anos, recomprou 1.3 mme de dívida com vencimentos em 2014 e 2015 e realizou uma colocação privada de 1.27 mmede títulos com maturidade em 2022 e com uma taxa de 4.6%. Esta última operação foi colocada junto de um investidornacional, eventualmente o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social. Com as operações realizadas nos primeirosmeses de 2014, Portugal assegurou o cumprimento das necessidades de financiamento para este ano, reduzindo para cercade 4.5 mme as necessidades de financiamento para 2015.
Teresa Gil Pinheiro
Mercado de Dívida Pública: Taxas nominais
(%)
Mercado de Dívida Pública: Taxas reais
(%)
Taxa de inflação implícita na dívida pública
(%)
UEM: Mercados mais afectados
(Spread face ao Bund alemão 10 anos (p.b.))
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
33
MERCADOS MERCADOS ACCIONISTAS
BULL MARKET!
O sentimento bolsista mantém-se bastante positivo nos dois lados do Atlântico, suportado por dados económicosfortes, que reforçam o cenário de uma economia mundial mais pujante, e por expectativas elevadas de ganhosatractivos (comparativamente superiores a outros activos). Por outro lado, engrossou o parqueamento em activosdas economias avançadas proveniente de capitais em fuga das economias emergentes (sendo difícil para já o seu regresso).Mas também é previsível que esta fase mais madura do movimento bullish possa abrandar, com os índices bolsistas maisimportantes a cortejar novos territórios (novos máximos de sempre). Este facto faz surgir com frequência o "fantasma" dabolha especulativa no espírito dos investidores mais cautelosos. Contudo, há situações de suporte deste ciclo de alta: astaxas de juro de curto prazo permanecerão em níveis historicamente baixos num período longo; neste mesmo sentido, nãoexistem ainda pressões de subida das taxas de curto prazo que levem a aproximar-se e mesmo ultrapassar as de longo prazo(sinal infalível de alteração de sentimento de mercado, contudo os spreads são de 250 pontos base no caso EUA e de 150 naZona Euro); este cenário permite assim uma expansão dos preços e espaço para mais ganhos bolsistas, mas igualmente"escaladas" menos racionais; os EUA na frente, mas com a Zona Euro a retomar uma actividade mais dinâmica, deverãocrescer a taxas pré-crise, com o consumo e as expectativas dos empresários em níveis de grande conforto; que acresce, ainflação em valores abaixo dos objectivos tanta da Fed como do BCE.
Neste contexto, e em comparação com outros períodos semelhantes no passado, espera-se igualmente oaumento da volatilidade com a aceleração dos preços. No caso dos índices, nomeadamente de DJI, S&P500 e DAX, porexemplo, o facto de já não haver referências para um possível "tecto" (não existem pontos de resistência do passado, poisencontram-se em novos territórios) ajuda ao aumento de volatilidade - a incerteza trazida pelo facto de se encontrarem emníveis máximos torna as compras e as vendas e a variação de preços mais agitada. De referir ainda que surgiram recentementeriscos acrescidos trazidos por instabilidade política e económica na Ucrânia, Venezuela, Brasil, Turquia e Tailândia. No caso daEuropa, a Turquia representa uma dívida externa titularizada de curto prazo de 150 mil milhões de dólares, concentrada embancos do Reino Unido, França, Grécia e Espanha. A situação da China também é centro de interesse para os mercados, apropósito de um provável abrandamento económico e do seu reflexo para o mundo.
Na Ibéria, o índice português tem mostrado uma prestação acumulada superior ao espanhol. Desde o início doano, PSI20 e IBEX35 registam ganhos acumulados de 16% e 6%, respectivamente.
Agostinho Leal Alves
Após uma expressiva correcção está retomado obullish trend do DJI; EUROSTOXX50 mais contido(base 100=Jan 12)
Comparativamente ao IBEX35, o PSI20 destaca-see regista uma valorização superior(base 100=Jan 12)
As bolsas em termos gerais retomaram a tendência de alta, após um momento de correcção maisexpressiva; destacam-se os EUA, que lideram o movimento; os emergentes não descolam
(base 100=Jan 12)
99.80
100.00
100.20
100.40
100.60
Jan-12 Jul-12 Jan-13 Jul-13 Jan-14M SCI M undo M SCI Emergentes M SCI Europa M SCI América Norte Fonte: ThomsonReuters
99.80
99.90
100.00
100.10
100.20
100.30
100.40
Jan-13 Abr-13 Jul-13 Out-13 Jan-14
IBEX 35 PSI 20 Fonte: ThomsonReuters
99.90
100.00
100.10
100.20
100.30
Jan-13 Abr-13 Jul-13 Out-13 Jan-14
DJI EUROSTOXX 50 Fonte: ThomsonReuters
34
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
MERCADOS MERCADOS DE COMMODITIES
QUANDO AS CONDIÇÕES GEOPOLÍTICAS SE JUNTAM ÀS CLIMATÉRICAS…
Ao longo dos últimos meses, os preços das matérias-primas em termos globais foram se mantendo basicamente subavaliados,num cenário de abundância, sem constrangimentos tanto do lado da oferta como da procura, havendo à partida boasperspectivas económicas/de consumo para 2014. Contudo, o Inverno trouxe dois factores inesperados: o agravamentodas condições climatéricas, sejam elas tempestades e excesso de chuva e neve no hemisfério norte, ou secasmais rigorosas no hemisfério sul; o agravamento da situação política na Ucrânia e a ingerência da Rússia, o queampliou os riscos de tensão à escala mundial (para além de que a Ucrânia é um importante fornecedor decereais na região e energeticamente dependente do gás russo). Em mercados que, pela sua natureza, reagem porantecipação, o desenvolvimento destes aspectos ao longo das próximas semanas deverá manter volatilidade acrescida nospreços.
Na energia, o preço do petróleo e do gás natural mostraram pressão de subida com o surgimento de mais umfactor geopolítico (a par de outros que persistem, Síria/Médio Oriente, Coreias; e em potência o caso da Ven-ezuela) com a instabilidade política na Ucrânia/Crimeia e a intromissão da Rússia, na tentativa de controlo deuma zona estrategicamente importante. Entretanto, com a oportunidade dada à diplomacia, os preços destas matérias-primas corrigiram e estão presentemente mais contidos. Enquanto se aguardam por sucessivas confirmações de que aeconomia mundial está a trilhar um crescimento mais sustentado e abrangente (embora haja riscos, como a sensação deinstabilidade e incerteza trazida pela situação da Ucrânia), a Agência Internacional de Energia (AIE) reviu em alta a procurade crude ao longo do ano (ver gráfico). Por outro lado, a AIE também espera um aumento faseado dos produtos refinadosoferecidos, num movimento liderado pelos EUA, China, Rússia e Médio Oriente. Neste contexto, a previsão da evolução dospreços mantém-se conservadora, podendo desenhar-se uma ligeira tendência de subida.
Os preços dos metais preciosos também beneficiaram com a questão da Ucrânia/Crimeia versus Rússia. Opreço do ouro, que retomou o seu papel de activo de refúgio, está agora longe dos valores mínimos registados tanto emmeados de 2013 ($1180 onça troy) como no fim do ano ($1184). A recuperação do preço tem sido significativa desde o iníciode 2014 e tenderá a aproximar-se de um importante ponto de resistência existente em $1433 (Agosto de 2013).
Os preços dos metais para a indústria mantêm-se bastante dependentes da evolução económica na China.Uma recuperação da produção industrial (depois de recente abrandamento) poderá dar suporte aos preços.
Agostinho Leal Alves
O risco geopolítico fez subir preço do petróleo, quejá está a corrigir com a diminuição da pressão(USD)
Crude - no 4ºT13 a procura foi superior à oferta,levando à subida dos preços no final do ano(milhões barris dia)
Depois de ter registado um mínimo em $1180, opreço do ouro recupera e consolida(USD)
O preço do gás natural sobreu grande volatilidadecom o risco de guerra na Crimeia e Ucrânia(USD)
85
90
95
100
105
110
115
120
Abr-13 Jun-13 Ago-13 Out-13 Dez-13 Fev-14
WTI Brent Fonte: Reuters, BPI
86878889909192939495
1T12 4T12 3T13 2T14
Procura Oferta Fonte: AIE
1100
1200
1300
1400
1500
1600
1700
Abr-13 Jun-13 Ago-13 Out-13 Dez-13 Fev-14
Fonte: Reuters, BPI
2
3.5
5
6.5
Abr-13 Jun-13 Ago-13 Out-13 Dez-13 Fev-14
Fonte: Reuters, BPI
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
35
PREVISÕES
Economias Desenvolvidas
Tx. de Inflação Saldo Orç./PIB Dívida Pública/PIB BTC/PIB Desemprego Crescimento PIB
2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015
E.U.A. 1.5 1.8 2.0 -5.3 -4.4 -3.7 98.0 99.4 100.7 -2.5 -2.4 -2.5 7.5 6.8 6.0 1.8 2.8 3.0Japão 0.3 2.5 1.7 -9.4 -7.6 -6.5 233.5 234.1 241.9 0.9 1.0 1.3 4.1 3.9 3.8 1.7 1.5 1.2
UE 1.5 1.2 1.5 -3.5 -2.7 -2.7 89.4 89.7 89.5 1.7 1.7 1.7 10.9 10.7 10.4 0.1 1.5 2.0
UEM 1.4 1.1 1.3 -3.0 -2.5 -2.1 95.3 96.1 95.9 2.2 2.3 2.4 12.1 12.1 11.7 -0.4 1.1 1.5
Alemanha 1.6 1.5 1.9 -0.1 0.1 0.3 79.5 77.2 74.3 6.8 6.5 6.2 5.9 5.8 5.5 0.5 1.8 1.9
França 1.0 1.2 1.3 -4.1 -3.6 -2.7 93.7 95.8 96.9 -1.8 -1.7 -1.5 10.8 11.0 10.7 0.2 0.9 1.4Itália 1.3 1.0 1.0 -3.0 -2.6 -2.4 132.1 133.7 134.0 0.7 1.1 1.4 12.2 12.6 12.4 -1.8 0.5 0.9
Espanha 1.6 0.6 0.7 -6.6 -5.6 -5.1 93.6 98.9 102.7 1.0 1.9 2.5 26.5 26.0 24.9 -1.2 0.7 1.2
Holanda 2.6 1.2 1.3 -3.9 -3.5 -2.6 74.4 75.6 76.0 10.3 10.3 10.2 7.3 8.0 8.1 -1.0 0.4 1.1Bélgica 1.2 1.1 1.4 -2.7 -2.4 -2.0 100.8 101.1 101.1 -1.2 -0.6 -0.3 8.6 8.7 8.4 0.2 1.1 1.4
Áustria 2.1 1.7 1.8 -2.1 -1.9 -1.4 75.0 74.9 73.9 2.7 2.9 3.4 4.8 4.8 4.6 0.4 1.6 1.9
Finlândia 2.3 1.9 1.8 -2.4 -2.3 -2.0 57.1 60.4 61.3 -1.0 -0.9 -0.4 8.2 8.2 8.0 -1.1 0.8 1.6Grécia -0.8 -1.2 -0.9 -6.5 -2.8 -1.6 176.0 180.1 182.3 -0.6 0.4 0.9 27.3 27.1 26.1 -3.7 0.1 1.6
Irlanda 0.6 0.7 1.2 -7.4 -4.9 -3.2 123.4 121.7 120.3 5.3 5.3 5.5 13.4 12.3 11.3 0.2 1.9 2.4
Reino Unido 2.6 2.2 2.0 -6.3 -5.2 -4.1 90.2 92.9 90.7 -3.7 -3.0 -3.0 7.7 7.2 6.6 1.6 2.7 2.5Suécia 0.1 1.0 1.8 -1.3 -1.3 -0.9 39.8 39.5 37.9 5.9 5.5 5.5 8.0 7.9 7.4 0.9 2.3 2.9
Dinamarca 0.7 1.5 1.8 -1.4 -1.8 -2.2 44.6 44.6 45.1 5.9 5.7 5.8 7.0 6.9 6.6 0.3 1.6 1.8
Luxemburgo 1.7 1.7 1.9 -0.5 -0.7 -1.6 23.6 25.0 27.3 6.3 6.6 6.1 6.6 6.7 6.6 1.5 2.0 2.3Suíça -0.2 0.4 1.0 0.4 0.6 0.7 36.2 34.7 31.2 11.9 11.6 12.3 3.5 3.3 3.2 1.9 2.1 2.3
Portugal 0.9 0.6 0.5 -5.8 -4.4 -3.3 127.8 131.2 132.2 0.6 1.3 1.7 16.5 16.3 15.5 -1.7 0.6 1.1Fontes:Média simples de previsões mais recentes: da OCDE, UE, FMI, BdP, Economist, e outras instituições.
Notas: O uso de médias de várias previsões pode gerar valores incongruentes entre si.
Portugal
2013 2014 2015
Consumo privado -1.6 0.8 1.2Consumo público -1.7 -1.5 -0.2
Investimento -7.3 3.0 3.0
Exportações 6.1 3.8 3.0Importações 2.8 2.9 2.2
PIB -1.4 1.0 1.5
Défice Orçamental (PDE) 5.1 4.0 2.5Déf. orçam. s/ medidas extraordinárias n.d. 4.0 2.7
Taxa de inflação média 0.3 0.8 1.7
Taxa média de desemprego 16.3 15.5 15.0
Fonte: INE, Banco BPI.
Previsões Económicas do BPI
EUA&UEM
PIB Taxa de Inflação*
2013 2014 2015 2013 2014 2015EUA 1.9% 2.4% 2.5% 1.5% 2.0% 2.2%
Zona Euro -0.4% 1.1% 1.5% 1.4% 1.6% 2.0%
Portugal -1.4% 1.0% 1.5% 0.3% 0.8% 1.7%Fonte: INE, Eurostat, Reuters, previsões do Banco BPI.
Nota: * Taxa de Variação Média; IPCH para Zona Euro.
Indicam-se, a laranja, as alterações recentes.
Mercados Emergentes
Tx. de inflação Cresc. do PIB Tx. de Desemp. Dívida Púb./PIB Saldo Orç./PIB BTC/PIB Dívida Externa/PIB
2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015 2013 2014 2015Brasil 5.6 5.6 4.9 2.4 2.2 2.6 5.7 6.1 6.2 57.8 58.8 61.6 -3.1 -3.4 -2.7 -2.9 -2.7 -1.8 18.1 19.3 17.2
México 3.7 3.6 3.4 1.5 3.7 3.9 4.9 4.8 4.5 36.2 33.2 40.9 -2.4 -3.1 -2.9 -1.6 -1.6 -1.6 26.6 26.5 29.2
Argentina 18.2 21.5 25.4 3.0 1.6 2.2 7.6 8.1 7.8 40.2 40.4 47.6 -3.0 -3.2 -2.8 -0.5 -0.5 -0.5 29.3 29.5 27.8Chile 2.3 2.8 3.0 4.3 4.4 4.4 6.4 6.6 6.6 9.8 9.6 13.5 -0.5 -0.4 -0.5 -4.2 -4.2 -4.2 42.7 42.0 46.8
R. Checa 1.6 1.4 1.8 -0.6 1.7 2.1 7.9 8.0 n.a. 48.0 49.5 n.a. -3.2 -2.9 -2.6 -1.5 -1.4 -2.5 52.1 50.6 n.a.Polónia 1.5 2.0 2.6 1.4 2.6 3.6 11.6 11.5 n.a. 56.6 56.2 n.a. -3.7 -2.3 -3.1 -2.7 -2.7 -2.5 74.2 80.3 n.a.
Hungria 2.6 2.5 2.9 0.4 1.7 2.0 10.9 10.9 n.a. 78.8 77.9 n.a. -3.0 -3.1 -2.7 2.0 1.9 0.6 121.1 122.4 n.a.
Russia 6.5 5.6 4.7 2.4 3.0 2.5 5.9 5.8 n.a. 9.6 10.6 n.a. -0.3 -0.9 -1.3 2.2 1.3 1.0 28.5 27.2 n.a.
China 2.7 3.1 3.4 7.8 7.7 7.6 4.1 4.1 4.0 26.8 26.4 n.a. -1.8 -1.8 -1.8 2.4 2.2 2.0 10.3 10.7 n.a.
Fontes: Média simples de previsões mais recentes: FMI, OCDE, CE e outras instituições.
36
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
Taxas de Câmbio10.Mar.14
Taxa actual ...a 1 mês ...a 3 meses ...a 6 meses ...a 1 ano
EUR/USD 1.39 1.35 1.33 1.31 1.28
EUR/USD (Prev. BPI) - 1.36 1.33 1.30 1.28USD/JPY 103.43 104.00 106.00 108.00 115.00
USD/JPY (Prev. BPI) - 105.00 110.00 105.00 106.00
EUR/JPY 143.44 140.00 140.00 140.00 145.00EUR/JPY (Prev. BPI) - 142.80 146.30 136.50 135.68
EUR/GBP 0.83 0.82 0.81 0.81 0.80
EUR/GBP (Prev. BPI) - 0.83 0.83 0.82 0.82EUR/CHF 1.22 1.23 1.24 1.25 1.30
EUR/CHF (Prev. BPI) - 1.23 1.23 1.23 1.23
Fonte: Médias de previsões de várias instituições de research.
PPPPPREVISÕESREVISÕESREVISÕESREVISÕESREVISÕES
Taxas de Juro10.Mar.14
Taxas de Juro Spreads equivalentes face às taxas americanas
Taxa actual ...a 1 mês ...a 3 meses ...a 6 meses ...a 1 ano Spread actual ...a 1 mês ...a 3 meses ...a 6 meses ...a 1 ano
Taxas de juro 3 MEUR 0.29% 0.25% 0.26% 0.28% 0.36% 5 -4 -5 -6 -10
EUR (Prev. BPI) - 0.30% 0.33% 0.35% 0.40% - 5 8 0 -5
USD 0.24% 0.29% 0.31% 0.34% 0.46% - - - - -USD (Prev. BPI) - 0.25% 0.25% 0.35% 0.45% - - - - -
JPY 0.14% 0.17% 0.17% 0.17% 0.18% -10 -12 -14 -17 -28
JPY (Prev. BPI) - 0.15% 0.15% 0.15% 0.15% -10 -10 -20 -30GBP 0.52% 0.53% 0.55% 0.60% 0.75% 29 24 24 26 29
GBP (Prev. BPI) - 0.52% 0.60% 0.70% 0.75% 27 35 35 30
CHF 0.02% 0.02% 0.03% 0.04% 0.09% -22 -27 -28 -30 -37CHF (Prev. BPI) - 0.02% 0.02% 0.05% 0.05% -23 -23 -30 -40
Taxas de juro 10 A
POR 4.57% 4.65% 4.65% 4.75% 4.75% 177 166 153 149 127POR (Prev. BPI) - 4.65% 4.65% 4.75% 4.75% - 175 165 150 125
ALE 1.67% 1.97% 2.11% 2.23% 2.42% -114 -102 -101 -103 -106
ALE (Prev. BPI) - 1.90% 2.00% 2.25% 2.50% - -100 -100 -100 -100EUA 2.80% 2.99% 3.12% 3.26% 3.48% - - - - -
EUA (Prev. BPI) - 2.90% 3.00% 3.25% 3.50% - - - - -
JAP 0.63% 0.70% 0.74% 0.79% 0.90% -218 -229 -238 -247 -258JAP (Prev. BPI) - 0.70% 0.70% 0.70% 0.75% - -220 -230 -255 -275
RU 2.81% 3.02% 3.15% 3.33% 3.63% 0 3 3 7 15
RU (Prev. BPI) - 2.90% 3.00% 3.15% 3.50% - 0 0 -10 0SUI 1.04% 1.12% 1.23% 1.33% 1.50% -177 -187 -189 -193 -198
SUI (prev. BPI) - 1.10% 1.25% 1.25% 1.30% - -180 -175 -200 -220
Fonte: Médias de previsões de várias instituições de research.
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
37
PPPPPREVISÕESREVISÕESREVISÕESREVISÕESREVISÕES
Taxas Oficiais dos Principais Bancos Centrais
Taxa de referência Nível em Nível actual Data da última Data do anúncio Previsão
31.Dez.12 10.Mar.14 alteração da próxima decisão BPIBancos Centrais G-7
Reserva Federal dos EUA 1* Fed Funds Rate 0%-0.25% 0%-0.25% 16-Dez-08 (-75/-100 pb) 19-Mar-14 Sem alteração
Banco Central Europeu 2* Minimum Bid Refi Rate 0.75% 0.25% 7-Nov-13 (-25 pb) 03-Abr-14 Sem alteraçãoBanco do Japão 3* O/N Call Rate 0.10% 0.07% 5-Out-10 (-5 pb) - -
Banco do Canadá O/N Lending Rate 1.00% 1.00% 8-Set-10 (+25 pb) 16-Abr-14 -
Banco de Inglaterra Repo Rate 0.50% 0.50% 5-Mar-09 (-50 pb) 10-Abr-14 Sem alteraçãoOutros Bancos Centrais
Banco Nacional da Suíça Libor 3M do CHF 0%-0.25% 0%-0.25% 03-Ago-2011 (-50 p.b) 20-Mar-14 Sem alteração
Riksbank (Suécia) Repo Rate 1.00% 0.75% 17-Dez-13 (+25 pb) 09-Abr-14 -Norges Bank (Noruega) Key Policy Rate 1.50% 1.50% 14-Mar-12 (-25 pb) 27-Mar-14 -
Banco Nacional da Dinamarca Lending Rate 0.20% 0.20% 2-Mai-13 (-10 pb) 4* -
Reserve Bank (Austrália) Cash Rate 3.00% 2.50% 6-Ago-13 (-25 pb) 01-Abr-14 -América Latina
BACEN (Brasil) Selic 7.25% 10.75% 26-Fev-14 (+25 bp) 02-Abr-14 -
BANXICO (México) O/N Interbank Funding Rate 4.50% 3.50% 25-Out-13 (-25 pb) 21-Mar-14 -Europa de Leste
NBP (Polónia) Taxa de intervenção - 14 dias 4.25% 2.50% 03-Jul-13 (-25 pb) 09-Abr-14 -
NBH (Hungria) Repo Rate - 2 semanas 5.75% 2.70% 18-Fev-14 (-15pb) 25-Mar-14 -CNB (República Checa) Repo Rate - 2 semanas 0.05% 0.05% 2-Nov-12 (-20 pb) 27-Mar-14 -
Fonte: Bloomberg.
Notas: 1*Normalmente as alterações de taxas são anunciadas nas datas dos FOMC. No entanto poderão ser criadas reuniões intermédias, e as taxas poderão ser alteradasem qualquer altura.
2*De acordo com o BCE, apenas a 1ª reunião de cada mês serve para anunciar alterações na sua política monetária. No entanto, existe a possibilidade de poder
alterar essa mesma política em qualquer altura.3*A partir de Abril de 2013, o Banco do Japão passou a adoptar como principal instrumento de política monetária o controlo da base monetária em vez da taxa de
juro. A taxa actual apresentada refere-se à taxa efectiva.
4*Sem datas pré-marcadas, podendo ser alterada em qualquer altura.
38
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
Taxas de Câmbio dos Mercados Emergentes10.Mar.14
Taxas de Câmbio Taxa actual... a 1 mês... a 3 meses... a 6 meses... a 1 ano
USD/BRL 2.40 2.40 2.42 2.45 2.55
USD/MXN 13.25 13.28 13.15 13.00 12.57USD/ARS 7.90 8.00 8.63 9.43 12.95
EUR/CZK 27.51 27.40 27.40 27.20 26.15
EUR/PLN 4.19 4.16 4.14 4.10 3.96EUR/HUF 307.89 305.00 306.00 303.00 290.00
USD/RUB 34.67 34.68 35.05 35.15 36.00
USD/CNY 6.06 6.05 6.02 6.00 5.90Fonte: Médias de previsões de várias instituições de research.Legenda: BRL - Real do Brasil PLN - Zloty da Polónia MXN - Peso Mexicano HUF - Forint da Hungria
ARS - Peso Argentino RUB - Rublo da Rússia CZK - Coroa Checa CNY - Renminbi/Yuan da China
PPPPPREVISÕESREVISÕESREVISÕESREVISÕESREVISÕES
Taxas de Juro e Spreads dos Mercados Emergentes10.Mar.14
Taxas de Juro Spreads equivalentes face às taxas americanas
Taxa act. ...a 1 mês ...a 3 meses ...a 6 meses ...a 1 ano Spread act. ...a 1 mês... a 3 meses ...a 6 meses ...a 1 anoTaxas de juro de curto-prazo
BRL 10.50% 10.63% 10.75% 10.75% 11.64% 1027 1034 1044 1041 1118
MXN 3.50% 3.50% 3.50% 3.58% 3.86% 327 321 319 324 340ARS 12.75% n.d. n.d. n.d. n.d. 1252 n.d. n.d. n.d. n.d.
CZK 0.37% 0.40% 0.42% 0.42% 0.48% 14 11 11 8 2
PLN 2.61% 2.69% 2.72% 2.85% 3.56% 238 240 241 251 310HUF 2.85% 3.20% 3.24% 3.27% 3.20% 262 291 293 293 274
RUB 6.50% 4.96% 4.91% 4.89% 0.00% 627 467 460 455 -46
CNY 6.00% 6.02% 6.04% 6.05% 6.08% 577 573 573 571 562Taxas de juro 10 A
BRL 4.21% n.d. n.d. n.d. n.d. 239 - - - -
MXN 3.59% 6.31% 6.35% 6.78% 7.08% 181 - - - -ARS 14.52% n.d. n.d. n.d. n.d. 1203 - - - -
CZK 2.12% 2.48% 2.59% 2.67% 2.78% 47 - - - -
PLN 4.12% 4.46% 4.57% 4.65% 4.91% 247 - - - -HUF 6.22% 6.03% 6.08% 6.07% 5.90% 457 - - - -
RUB 7.99% n.d. n.d. n.d. n.d. 204 - - - -
CNY 4.07% 4.54% 4.61% 4.62% 4.71% 243 - - - -Fonte: Médias de previsões de várias instituições de research.Nota: A taxa de juro de curto prazo apresentada para o Brasil é a taxa Selic, para o México é a taxa overnight, para a Hungria é a base rate e para a China é a taxa de
empréstimo fixada pelo banco central.Os spreads de dívida de longo prazo de CZK, PLZ, HUF e CNY resultam da comparação directa entre a yield do benchmark dos Bunds a 10 anos e a yield aquiapresentada.
Os spreads de dívida de longo prazo de BRL, ARS, MXN e RUB são os calculados pela JP Morgan nos índices EMBI.
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
39
BRASIL - ANÁLISE DE CONJUNTURA
OOOOOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃO
De uma maneira geral, a economia brasileira encontra-se hoje em dia em melhores condições para absorver choquesexternos comparativamente às crises anteriores. O mercado interno é vasto, e os fundamentos macroeconómicos sãobastante mais fortes (exportações diversificadas, bom nível de reservas internacionais, deficit da balança corrente moderadoe coberto por um elevado investimento estrangeiro). Porém, o Brasil irá continuar certamente vulnerável à turbulência nosmercados financeiros, e os riscos de impacto no mercado cambial e no sector financeiro são elevados. É certo que asprincipais vulnerabilidades da economia estão relacionadas com problemas estruturais do mercado interno, mas qualquerefeito adverso no sector externo iria ter repercussões negativas em toda a economia, e expor as debilidades internas quetanto têm preocupado os investidores. A título de exemplo, uma desvalorização significativa do real poderia forçar umnovo ciclo de politicas monetárias restritivas para prevenir o contágio da desvalorização cambial no aumento dos preços,o que neste momento teria um efeito contraproducente sobre o investimento e o crescimento. Assim, a capacidade deimplementação de políticas públicas, para promover o crescimento, dando prioridade ao investimento, em detrimento doestímulo do consumo, será fundamental para preparar a economia para lidar com os choques externos. Ao mesmo tempo,a política fiscal deveria adoptar um cariz mais neutral, já que uma moderação da expansão fiscal iria provavelmente tornara politica monetária mais eficaz.
A EVOLUÇÃO DOS ÚLTIMOS ANOS: O CRESCIMENTO ECONÓMICO E AS MELHORIAS SOCIAIS
Nas últimas duas décadas, o Brasil alcançou uma posição de destaque no contexto da economia global. A economiabrasileira é a maior economia da América Latina, representa cerca de 40% do PIB da região, e ocupa já o sétimo lugarno ranking das maiores economias do mundo. O bom posicionamento da economia brasileira no actual contexto daeconomia global foi conseguido não só pela riqueza natural do país mas também pelas reformas estruturais adoptadasdesde os anos 90 e pelas políticas macroeconómicas e fiscais conservadoras que melhoraram a credibilidade externa dopaís.
Neste contexto foram também alcançados importantes progressos na diminuição da pobreza. No início dos anos 90, cercade 30% da população vivia com menos de dois dólares por dia, o que compara com apenas 10% em 2009. Ao mesmotempo, entre 1990 e 2011, o PIB per capita aumentou aproximadamente de 2000 para 12000 dólares. Com esta conjugaçãode políticas, o Brasil conseguiu finalmente dar um passo importante para começar a diminuir as disparidades sociais quepermaneceram no país durante décadas. O coeficiente de Gini1, que se tinha fixado ao valor de 60 durante mais de trintaanos, apresentou uma melhoria significativa ao cair para um mínimo histórico de 53 em 2012. Esta melhoria ficouessencialmente a dever-se aos programas de transferências sociais, nomeadamente o programa Bolsa Família (um programade transferência directa de rendimentos para as famílias em situação de pobreza em todo o país). No entanto, note-se queeste valor é ainda extremamente elevado para um país de rendimento médio (o coeficiente médio dos países da OCDE éde 31).
1 Indicador que mede a desigualdade na distribuição do rendimento que assume valores entre 0 (quando todos os indivíduos têm igual rendimento) e 100 (quando todo o rendimento se concentra num únicoindivíduo).
Brasil - Perfil do país
Designação oficial República Federativa do Brasil
Localização América do SulFaz fronteira com: Oceano Atlântico; Argentina, Bolivia, Colombia,Guiana Francesa, Guiana, Peru, Paraguai, Suriname, Uruguai e Venezuela
Capital Brasília
Chefe de Estado Dilma ROUSSEFF (desde 1 Janeiro 2011)
Área 8.5 milhões de km2
Recursos Naturais Bauxite, ouro, ferro, manganês, níquel, alumínio, platina, nióbio, fosfatos,platina, urânio, petróleo
Língua Portugês
Religião Catolicismo romano
Alianças/Tratados Mercoul, CPUP
Moeda Real
Risco de país S&P - BBB; Moody's - Baa2; Fitch - BBB
Fonte: xxxxxx
40
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
OOOOOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃO
Com um crescimento médio de 3.7% durante a primeira décadado segundo milénio, o Brasil impressionou particularmente aoexibir uma taxa de crescimento de 7.5% em 2010, umcrescimento que beneficiou dos altos preços das commodi-ties, da expansão do crédito e do consumo interno. No entantodepois deste ciclo prometedor, a economia brasileira entrounum período de desaceleração de crescimento económico. Ocrescimento do PIB sofreu um abrandamento considerável para2.7% em 2011 e 0.9% em 2012, enquanto que em 2013 severificou uma ligeira melhoria para 2.3%. Mas ao contrário doque terá acontecido durante a crise financeira de 2008, esteabrandamento não foi causado simplesmente por factoresexternos, derivou também de diversas questões relacionadascom a economia doméstica. Se por um lado, o fim do ciclo dospreços altos das commodities e da desaceleração docrescimento global, contribuíram para esta inversão detrajectória, por outro lado a economia brasileira tem sedeparado com diversos constrangimentos internos relacionadosnomeadamente com o mercado de trabalho, a falta de infra-estruturas (físicas e humanas) e o fraco investimento. Nãoobstante os efeitos adversos que uma nova crise internacionalpoderia ter no Brasil (que poderia ser causada por uma retiradamassiva de capitais das economias emergentes), são estesfactores do foro interno e estrutural, que mais têm motivadoas presentes inquietações relativamente à sustentabilidade docrescimento da economia do Brasil.
Principais Indicadores
2012(ou data indicada)
PIB (USD, mil milhões) $2,253
PIB per capita (USD) 11,340
População (total; milhões de habitantes) 196.5
População (crescimento) 0.8
Densidade pop. (hab. por km2) 23.1
Indicadores de desenvolvimento
Desenvolvimento humano
Esp. média de vida à nascença, anos (2011) 73
Taxa de pobreza* (% da população) (2009) 21.4%
UN HDI, Ranking em 185 países(2013) 85
Saúde
Médicos por 1000 habitantes (2010) 1.8
Camas de hospital por 1000 habitantes 2.4
Educação
Taxa de analfabetismo (2009) 9.7
Taxa líquida de matriculas
Ensino Primário (2005) 94%
Ensino Secundário (2004) 78%
Economia
Evolução 2009-2012
Taxa de cresc. média do PIB 2.7
Taxa de cresc. média da população 0.9
Peso dos sectores no VAB
Sector Primário 5.3
Sector Secundário 26.0
Sector Terciário 68.7
Balança Corrente (% do PIB) -2.4
Exportações Bens e Serv. (% PIB) 12.6
Importações Bens e Serv. (%PIB) 14.0
Dívida Externa Total (% do PIB) 25.6
Taxa de desemprego 5.5
Fonte: IIF, Banco Mundial, FMINota:* Proporção dos individuos com um rendimento abaixo do limiar de pobreza nacional
PIB per capita e incidência de pobreza
(dólares; percentagem)
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
1990 1993 1996 1999 2002 2005 2008 2011
0
5
10
15
20
25
30
35
População a viver com menos de 2$ por dia (eld)
PIB per capita nominal Fonte: Banco M undial
Desigualdades medidas pelo coeficiente de Gini
(Número índice - %)
Crescimento do PIB
(percentagem)
46
48
50
52
54
56
58
60
62
64
66
1976 1979 1983 1986 1989 1993 1997 2001 2004 2007 2011
Coeficiente de Gini Fonte: IPEA
2.7
1.1
5.7
4.0
5.2
7.5
2.3
6.1
3.2
4.3
1.3
-0.3 0.9
2.7
2.5
-2
0
2
4
6
8
10
2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014
Global Brasil M ercados EmergentesFonte: FM I WEO
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
41
OOOOOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃO
Salário minimo e Salário médio
(Reais; percentagem)
Custos unitários de trabalho
(Índice)
0
200
400
600
800
1000
Jan-05 Jul-06 Jan-08 Jul-09 Jan-11 Jul-12 Jan-14
-2%
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
Salário minimo Variação anual do salário médio real (ELD)
Fonte: IBGE
Investimento total nas principais economiasemergentes(percentagem do PIB)
Formação Bruta de Capital Fixo
(variação anual)
OS PROBLEMAS ESTRUTURAIS DO MERCADO INTERNO
O que aconteceu ao investimento nos últimos anos
De forma a compreender o que aconteceu ao crescimento doBrasil nos últimos anos, importa analisar o problema do fracoinvestimento na economia, já que o grau de correlação entrea evolução do investimento e a performance do PIB é bastanteevidente, como se pode confirmar no gráfico ao lado. Éimportante também constatar a importância desta componentepara a economia no contexto das economias emergentes. Ataxa de investimento do Brasil é bastante baixa comparadacom o nível desta componente em outras economiasemergentes. Qualquer uma destas economias apresenta taxasde investimento acima dos 20% do produto, nível do qual aeconomia brasileira tem tido dificuldade de se aproximar.Mesmo assim entre os anos de 2004 e 2010, a formação brutade capital fixo, apresentou níveis de crescimento médiobastante razoáveis, que só foram interrompidos durante a crisefinanceira internacional de 2008. Todavia, desde meados de2011, o investimento entrou novamente numa trajectóriadescendente, que resultou mesmo numa contracção doinvestimento e num crescimento do PIB insignificante em 2012.O problema em questão é que a queda do investimento quese observou em 2012 não foi resultado exclusivamente defactores externos (como aconteceu em 2008), mas motivadasobretudo por adversidades relativas ao mercado interno, queestão relacionadas com a falta de competitividade da indústria,o mercado de trabalho rígido e a falta de confiança dosinvestidores.
Relativamente ao mercado de trabalho, uma das principaispreocupações está relacionada com a quebra da produtividadee com o aumento contínuo dos salários. A produtividade temsido por um lado constrangida pela falta de infra-estruturas,mão-de-obra pouco qualificada e excessiva burocracia. Poroutro lado o aumento dos salários tem sido resultado dasrecentes reformas no mercado de trabalho, nomeadamenteatravés da fórmula de indexação do salário mínimo, aocrescimento dos últimos dois anos e à inflação do ano ante-rior. Como resultado, o crescimento acelerado dos custosunitários de trabalho acabou por minar a competitividade dasempresas brasileiras, em particular na indústriatransformadora, reduzindo assim os incentivos para investir.
Outro factor que poderá estar a travar o investimento é ofacto de as pequenas e médias empresas enfrentaremexcessivos entraves para se instalarem num mercado que écaracterizado por ser demasiado burocratizado. De facto,apesar de ter subido duas posições no ranking Doing Busi-ness2 em 2014, fazer negócios no Brasil continua a serrelativamente difícil comparado com outros países com asmesmas características. As outras grandes economias daAmérica Latina têm avançado a um ritmo bastante maisacelerado na implementação de reformas para melhorar afacilidade de fazer negócios (o Brasil está a uma distância de63 posições do México, 73 da Colômbia e 82 do Chile). Já emtermos de sub-indicadores, o Brasil apresenta uma das pioresclassificações relativamente à dificuldade de pagamento deimpostos ocupando a posição 159 num conjunto de 189economias. Assim, de forma a estimular os empreendedores
2 O relatório do Doing Business é um estudo elaborado pelo Banco Mundial que tem por objectivo medir os custos para as empresas das regulamentações de negócio. As economias são classificadas no índice defacilidade para fazer negócios, de 1 a 189, em que 1 é a melhor classificação. Uma boa classificação no índice de facilidade para fazer negócios significa que o ambiente regulatório promove o funcionamento denegócios.
10
20
30
40
50
2007 2008 2009 2010 2011 2012
Brasil China Índia Indonésia
M exico Russia Turquia Fonte: FM I WEO
0
40
80
120
160
200
1989 1991 1994 1996 1999 2001 2004 2006 2009 2011
Fonte: BCB
-20%
-10%
0%
10%
20%
30%
40%
Dez-06 Dez-07 Dez-08 Dez-09 Dez-10 Dez-11 Dez-12 Dez-13
-4
-2
0
2
4
6
8
10
FBCF PIB trimestralFonte: IBGE
42
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
OOOOOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃO
e investidores, o governo necessita também de implementar reformas que proporcionem um ambiente empresarial mais ágilpara facilitar o investimento privado. No entanto o relatório de 2014 revela que no último ano não houve qualquer reformapara melhorar o ambiente regulatório de forma a promover o funcionamento dos negócios.
Para além disso, as políticas implementadas entre 2011-2012 para tentar reanimar o crescimento económico não forameficazes. Em primeiro lugar, a política de descida de taxas de juro em 2011-2012 não resultou num aumento do investimento,que continuou a contrair durante esse período. Mas o investimento depende também das expectativas dos investidoresrelativamente à economia em questão. Neste caso, a confiança dos empresários foi também negativamente afectada não sópelas perspectivas de crescimento fraco mas também por uma excessiva intervenção do governo na economia (nas áreas daenergia, finanças e preços do petróleo para tentar resolver o problema da inflação elevada) que de certa forma acabou portrazer incerteza e receios quanto à sustentabilidade das medidas.
Facilidade para Fazer Negócios
(Ranking de 2014 entre 189 economias) Brasil Chile China Colombia México Índia Rússia
Facilidade para Fazer Negócios 116 34 96 43 53 134 92
Abertura das empresas 123 22 158 79 179 48 88
Obtenção de alvarás de construção 130 101 185 24 182 40 178
Obtenção de eletricidade 14 43 119 101 111 133 117
Registro de propriedades 107 55 48 53 92 150 17
Obtenção de crédito 109 55 73 73 28 42 109
Protecção de investidores 80 34 98 6 34 68 115
Pagamento de impostos 159 38 120 104 158 118 56
Comércio entre fronteiras 124 40 74 94 132 59 157
Execução de contratos 121 64 19 155 186 71 10
Resolução de Insolvência 135 102 78 25 121 26 55
Fonte: Banco Mundial.
Evolução recente da actividade económica
Os desenvolvimentos mais recentes demonstram algumasmelhorias na actividade económica. O índice de actividadeeconómica divulgado pelo Banco Central do Brasil apresentoualguma estabilização em 2013, depois de ter mostrado umatendência claramente decrescente em 2011/2012. No últimotrimestre de 2013, o PIB apresentou um crescimento mensalde 0.7%, o que resultou numa variação anual de 1.9%. Ocrescimento do ano de 2013 fixou-se nos 2.3%, acima do quese tinha estimado com base na evolução recente dosindicadores de actividade mensais, mas ainda muito aquémdas médias de crescimento históricas e do PIB potencial doBrasil (que de acordo com as estimativas do FMI deverá rondaros 3.5%). O desempenho do PIB na óptica da oferta mostraque o sector da agropecuária foi o sector mais dinâmico daactividade económica em 2013 (crescimento de 7%). Noentanto o peso desta componente no total do produto ainda érelativamente pequeno, pelo que, o crescimento de apenas2.5% do sector dos serviços terá sido essencial para a per-formance do ano como um todo. Já no sector da indústriadestaca-se o facto de o sector de extracção mineral ter recuado2.8%, o que levou as importações de petróleo a superarem asexportações. Apesar de se ter verificado uma ligeira melhoriada actividade em 2013, ainda não é claro até que ponto estarecuperação se deveu à resolução dos problemas no mercadointerno, ou simplesmente ao facto de a economia estar a serestimulada por um aumento da procura externa, num contextode recuperação da economia global. De facto, a recuperaçãoobservada no último trimestre do ano, resultou essencialmentede uma melhor performance das exportações, enquanto queo crescimento do investimento se manteve diminuto. Assim,apesar da queda do investimento ter abrandado, o crescimentoeconómico no final de 2013 ainda deixou bastante a desejar
Crescimento do PIB em 2013
% VAB Taxa de cresc. real(2013) 2012-2013
Agropecuária 5.7 7.0
Indústria 24.9 1.3
Ext. Mineral 4.1 -2.8
Transformação 13.0 1.9
Construção 5.4 1.9
Eletricidade, gás e água 2.3 2.9
Serviços 69.4 2.0
Comércio 12.7 2.5
Transporte, armazenagem e correio 5.3 2.9
Serviços de informação 2.6 5.3
Interm. finaceira e seguros 7.0 1.7
Outros Serv. 15.7 0.6
Serviços imobiliários e aluguer 8.3 2.3
APU, educação púb. e saúde púb. 17.7 2.1
VAB 100.0
PIB 2.3
% PIB Taxa de cresc. real(2013) 2012-2013
PIB 100.0 2.3
Consumo das Famílias 62.5 2.3
Consumo da APU 22.0 1.9
Formação Bruta de Capital Fixo 18.4 6.3
Variação de existências -0.4 -
Exportação 12.6 2.5
Importação 15.1 8.4
Fonte: IBGE.
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
43
OOOOOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃO
mas é provável que a futura trajectória da actividade seja um reflexo dos próximos desenvolvimentos no sector petrolífero(espera-se que por um lado com o aumento da produção para os próximos anos e por outro que os investimentos no sectortenham uma contribuição positiva para a formação bruta de capital fixo).
Crescimento das componentes do PIB
(variuação anual)
Evolução da actividade económica
(variação anual)
-2
0
2
4
6
8
10
Jun-10 Dez-10 Jun-11 Dez-11 Jun-12 Dez-12 Jun-13 Dez-13
PIB trimestral Índice de Actividade EconómicaFonte: BCB
A política governamental e a necessidade de consolidação fiscal
No contexto da desaceleração do crescimento, o governo tem adoptado várias medidas para estimular a economia. O "Planode aceleração económica", que tinha sido implementado em 2007 para promover o investimento em infra-estruturas, não foisuficiente para sustentar e animar a economia, e como tal, a partir do final de 2011 o governo introduziu uma série deincentivos fiscais com o objectivo de fomentar o crescimento económico. O primeiro conjunto de medidas incluiufundamentalmente incentivos ao consumo e ao sector da construção (cortes fiscais para o consumo de bens duradouros ecortes nos impostos sobre o rendimento no sector da construção), mas mais tarde foram também introduzidas outrasmedidas direccionadas para os problemas do mercado de trabalho, dos custos da energia e da inflação (incentivos fiscaispara o sector exportador, medidas para reduzir os custos de energia para famílias e indústria). De forma a tentar resolver oproblema do fraco investimento, o governo também promoveu um programa de desenvolvimento de infra-estruturas, quepretende chamar a participação do sector privado para os investimentos em infra-estruturas de transporte (estradas, aeroportose portos) através de concessões directas ou através de parcerias público privadas. De acordo com os dados oficiais, o planode investimentos em infra-estruturas (Plano de Investimentos em logística) deverá rondar os 240 mil milhões de reais (cercade 5% do PIB).
O conjunto de benefícios fiscais criado pelo governo durante os últimos anos com vista à reanimação da economia contribuiupor outro lado, para a deterioração das finanças públicas. Isto porque as soluções encontradas para compensar este conjuntode incentivos fiscais consistiram principalmente em receitas extraordinárias (em 2013, o governo beneficiou das receitas doleilão do Campo de Libra - onde estão localizadas as maiores reservas de petróleo - que geraram cerca de 15 mil milhões dereais, de receitas relativas a concessões de infra-estruturas e das receitas do Refis - programa de regularização de dívidasfiscais para empresas) que não serão suficientes para cobrir as medidas estruturais implementadas do lado da receita nospróximos anos. Os lucros da Petrobras representam também uma componente importante das receitas do sector público. Oslucros excepcionais que a empresa apresentou no passado recente foram uma contribuição essencial para o excedenteprimário. No entanto, nos últimos anos a empresa tem-se endividado significativamente de forma a financiar um grandeprograma de investimentos para exploração das novas reservas encontradas. Apesar de se esperar que o aumento daprodução nos próximos anos seja suficiente para diminuir a actual alavanca financeira, a actividade da empresa tem ficadoaquém das expectativas, como resultado de diversos atrasos nos projectos e problemas operacionais que tem restringido aprodução. Isto tem não só preocupado os investidores, como afectado os lucros da empresa e consequentemente a robustezdas finanças públicas. A receita federal em 2013 ascendeu a 24.6% do PIB, o que permitiu atingir um saldo primário de 1.3%do PIB para o governo federal e de 1.9% para o total do sector público. O excedente primário continuou no entanto a ficaraquém do objectivo do governo, que em 2013 apontava para 3.3% do PIB.
Visto de outro ângulo, a dimensão das receitas do sector público do país é comparativamente elevada no contexto internacional.O total das receitas do sector público sobre o PIB está acima dos 35%, um nível próximo dos países avançados, e bastanteacima do nível das receitas dos restantes países da América Latina ou das economias emergentes. O elevado peso da cargafiscal é maioritariamente absorvido pelos encargos com a segurança social e transferências sociais, e esta rigidez do lado dadespesa, explica a fragilidade das finanças públicas. O actual ajustamento da política fiscal, de forma a contornar o problemado fraco crescimento económico através de incentivos fiscais, tem levado a uma redução das receitas, que não está a sercompensada do lado da despesa devido à inflexibilidade dos gastos sociais. A dívida pública bruta tem aumentado nosúltimos dois anos através de transferências directas do orçamento federal para os bancos públicos (sobretudo para o bancode fomento BNDES), mas este aumento não tem efeitos na dívida pública líquida. A expansão fiscal através do aumento docrédito concedido pelos bancos públicos tem no entanto contribuído para diminuir a credibilidade e transparência das finançaspúblicas.
-10%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
Dez-09 Dez-10 Dez-11 Dez-12 Dez-13
Consumo (Priv.+Pub.) Investimento
Exportações ImportaçõesFont e: IBGE
44
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
OOOOOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃO
Indicadores Sector Público(% PIB)
2009 2010 2011 2012 2013
Governo Federal
Receita Total 22.8% 24.4% 23.9% 24.2% 24.6%
Impostos sobre o rendimento 6.9% 6.4% 7.1% 6.9% 6.9%
Singulares 2.5% 2.3% 2.6% 2.7% 2.7%
Empresas 4.4% 4.1% 4.5% 4.2% 4.2%
Impostos indirectos 6.3% 6.7% 6.9% 6.8% 6.5%
Outras receitas 9.6% 11.3% 9.9% 10.5% 11.2%
Despesa primária 21.0% 22.6% 21.6% 22.5% 22.1%
Despesa corrente 20.0% 20.0% 20.3% 21.2% 20.9%
Despesa de investimento 1.1% 2.6% 1.3% 1.4% 1.2%
Saldo primário 1.3% 1.8% 2.2% 1.7% 1.3%
Estados e municipios
Receita Total 11.3% 11.4% 11.6% 11.9% 11.9%
Despesa primária 10.8% 10.9% 10.8% 11.5% 11.4%
Saldo primário 0.6% 0.5% 0.8% 0.5% 0.6%
Empresas Públicas
Saldo primário 0.2% 0.2% 0.2% -0.1% 0.0%
Sector Público Não Financeiro
Saldo primário 2.2% 2.5% 3.2% 2.1% 1.9%
(objectivo do saldo primário) 2.5% 3.1% 3.2% 3.1% 3.3%
(saldo primário etrutural)* 2.6% 1.4% 2.7% 2.1% 1.9%
Pagamento de Juros 5.3% 5.2% 5.7% 4.9% 4.6%
Balanço do SPNF -3.1% -2.7% -2.5% -2.8% -2.7%
Dívida Pública do Sector Público
Dívida Pública Liquida 41.5% 39.1% 36.4% 35.2% 35.0%
Divida Pública Bruta 66.8% 65.0% 64.7% 68.0% 68.2%
Fonte: Governo Federal e FMI.Nota:* saldo ajutado para output gap e para medidas extraordinárias (venda da divida da Electrobas e operação na Petrobras, de acordo com os calculos do FMI).
Taxa directora de Política Monetária
(percentagem)
Em suma, as finanças públicas ainda continuam sólidas como um todo, mas os indicadores fiscais têm-se deteriorado, o quede certa forma tem ameaçado a credibilidade do governo perante os investidores e agências de rating. Como resposta, asautoridades quiseram mostrar uma vontade de inverter as politicas, com o anúncio de um corte na despesa de 44 mil milhõesde reais para este ano (0.4% do PIB), o que entretanto será difícil de cumprir em ano de eleições.
A dificuldade de combate à inflação
Ainda no contexto das políticas públicas, resta abordar oproblema da inflação. A política de "inflação ancorada" refere-se ao compromisso do Banco Central de manter a taxa deinflação estável, apontando para um determinado nível decrescimento dos preços, que o Banco Central do Brasil definiuem 4.5% (+/- 2%). No entanto este objectivo não tem sidofacilmente alcançado, e o crescimento do nível geral dos preçoscontinua a ser um dos principais problemas da economiabrasileira. As decisões do Banco Central do Brasil têm sidoprudentes mas a capacidade da política monetária de responderao problema da inflação parece ser cada vez menor.
Nos últimos três anos, as taxas de inflação flutuaramconstantemente acima do objectivo do Banco Central dos 4.5%,
6
7
8
9
10
11
12
13
Dez-09 Dez-10 Dez-11 Dez-12 Dez-13
Taxa Over SELIC Taxa SELIC - meta
Fonte: BCB
mesmo num contexto de crescimento fraco (a economia cresceu a uma média de 2% entre 2011 e 2013). A conjugação deinflação elevada e crescimento fraco está relacionada por um lado com as políticas económicas internas (politicas fiscaisexpansionistas, modelo de crescimento orientado para o consumo, estrutura do mercado de trabalho e indexação do saláriomínimo à inflação) e por outro lado com o efeito cambial (desde 2011 o real sofreu uma desvalorização de cerca de 40%).
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
45
OOOOOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃO
Inflação
(percentagem, variação anual)
Taxa de inflação dos preços não regulados
(percentagem, variação anual)
0
2
4
6
8
10
12
Dez-10 Jun-11 Dez-11 Jun-12 Dez-12 Jun-13 Dez-13
Transaccionáveis Não TransaccionáveisFonte: BCB
Este modelo económico tem levado a que a resposta da política monetária não tenha sido suficientemente eficaz no combateao aumento do nível geral dos preços. Em 2011, o Banco Central iniciou um ciclo de descida de taxas de juro como respostaao fraco crescimento económico.
A taxa directora de política monetária, a Selic, desceu dos 12.5% para um mínimo histórico de 7.25%. Mas depois de umperíodo de relaxamento da política monetária, deparando-se com taxas de inflação acima dos 6.5%, e com um real adesvalorizar-se, a autoridade voltou a iniciar um ciclo de aumento das taxas directoras. A persistência da taxa de inflaçãobastante acima do objectivo do Banco Central levou as autoridades a aumentarem a taxa Selic progressivamente até aos10.75% entre Março de 2013 e Fevereiro de 2014, e espera-se que este ciclo de aumentos ainda perdure durante ospróximos meses, dado os riscos iminentes de uma continuação da desvalorização do real (dada a turbulência nos mercadosfinanceiros das economias emergentes e os receios de uma desaceleração do crescimento da China).
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Jan-09 Jan-10 Jan-11 Jan-12 Jan-13 Jan-14
Preços regulados Preços não reguladosFonte: BCB
Para compreender melhor qual a proveniência do aumentodos preços importa desarticular o índice geral de duas formas.Em primeiro lugar, convém observar a evolução dos preçosregulados comparativamente aos preços não regulados. Apesarde a contribuição dos preços regulados para o Índice de Preçosdo Consumidor (IPC) ser bastante menor (cerca de 25% doIPC), a redução da taxa de inflação desta categoria tem sidosignificativa relativamente à categoria dos preços nãoregulados. Esta análise mostra que as intervenções do governo(que se direccionaram nomeadamente para os preços dostransportes e da energia) têm sido determinantes para contero aumento do nível dos preços, e que caso esta intervençãonão tivesse ocorrido, teria sido ainda maior a tendência deaumento do nível geral dos preços. Relativamente aos preçosnão regulados, estes podem por sua vez ser separados empreços dos bens transaccionáveis e não transaccionáveis. Defacto, mesmo reconhecendo que houve um aumento docrescimento dos preços dos bens transaccionáveis (resultouda desvalorização do real), a pressão dos preços dos bensnão transaccionáveis foi sempre bastante mais elevada. Estaanálise sugere que os problemas de controlo de inflaçãoresultam fundamentalmente de políticas internas,nomeadamente dos desenvolvimentos no mercado de trabalho(aumento dos salários associado ao baixo nível de desemprego)e por outro lado das políticas fiscais expansionistas.
Espera-se que a grande contrapartida das políticas de estímuloao crescimento, continue a ser o problema da inflação. Dadoo objectivo das autoridades de continuarem a estimular oinvestimento, o baixo nível de desemprego, a rigidez domercado de trabalho, e a tendência de desvalorização do real,espera-se que o processo de convergência das taxas de inflaçãopara o nível objectivo continue lento e difícil.
O aumento do crédito, economia de consumo e o sistema bancário
Um dos factores, que distingue o sistema financeiro deuma economia avançada do de uma economia emergente,é o facto de a banca comercial ter tipicamente umarelevância muito maior, sendo este o principal sistema deintermediação financeira (na ausência de um mercado decapitais desenvolvido). Por esta razão, o crédito bancáriotem um impacto significativo na economia: as empresasdependem fundamentalmente do financiamento bancáriode curto prazo, e as alterações das taxas de juro atravésda política monetária para controlar o lado da procurainterna têm um importante efeito de compensação pelolado da oferta.
Crédito bancário à economia por sector deactividade(variação anual)
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Jan-11 Jul-11 Jan-12 Jul-12 Jan-13 Jul-13Sector Público Indústria RuralComercial Particulares ServiçosImobiliário
Fonte: BCB
46
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
OOOOOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃO
O crescimento do crédito ao sector privado abrandou du-rante o ano de 2013, mas continuou a registar valoreselevados (o crédito ao total do sector privado cresceu 14%em 2013). O crédito providenciado pelos bancos públicoscresceu a um ritmo mais acelerado do que o crédito deinstituições privadas, conduzindo a que actualmente os bancospúblicos providenciem 51% do total do crédito (comparadocom um peso de 41% em 2009). Com a excepção dosempréstimos ao sector público, foram os empréstimos aosector do imobiliário e ao sector agrícola que comandaram ocrescimento.
A experiência de crises no sector bancário durante asúltimas décadas, levou a que a preocupação com asupervisão bancária e regulamentação no Brasil tenha saídofortalecida. Assim, de certa forma os sinais indicam que osector financeiro foi capaz de lidar satisfatoriamente coma desaceleração da economia. O sector bancário continuafirme, os indicadores de solidez financeira do FMI doterceiro trimestre de 2013 apontam para um rácio entrecapital e os activos ponderados pelo risco de 12.6% e umrácio entre o activo líquido e o total dos activos de 11.9%.Apesar do crescimento rápido do crédito bancário, as baixastaxas de juro, o baixo nível de desemprego e o crescimentodos salários ajudaram a prevenir os incumprimentos. Deacordo com a mesma fonte, o crédito mal parado reduziu-se em 2013, representando actualmente apenas cerca de3% do total dos empréstimos. Para além disso os passivosdos bancos em moeda estrangeira são ainda reduzidos,apesar de terem aumentado recentemente, representamapenas cerca de 14% do passivo total dos bancosbrasileiros.
Crédito total por finalidade
(variação anual)
Crédito total ao sector privado e por finalidade
(variação anual)
Indicadores financeiros
(%)
2012 Q1 2012 Q2 2012 Q3 2012 Q4 2013 Q1 2013 Q2 2013 Q3
Indicadores de solidez financeira*
Rácios de Capital
Capital/Activos ponderados pelo risco 16.0 16.4 16.4 16.4 17.0 16.9 17.1
Capital/Activos ponderados pelo risco (Tier 1) 12.6 12.4 12.2 11.9 12.3 12.3 12.6
Capital/Activos 10.2 10.2 10.2 10.1 9.8 9.4 9.4
Qualidade dos Activos
Crédito mal parado/Total dos empréstimos 3.6 3.6 3.6 3.4 3.4 3.2 3.1
Rácios Liquidez
Activos Líquidos/Responsabilidades de curto prazo 163.0 159.8 182.3 190.6 183.1 162.6 160.0
Activos Líquidos/Total dos activos 14.0 13.2 14.4 14.8 13.5 11.9 11.9
Responsab. em moeda estrangeira/Total reponsab. 13.3 14.0 13.8 13.6 13.9 14.3 14.5
Rácios de Rendibilidade
ROA 1.6 1.5 1.4 1.4 1.3 1.4 1.4
ROE 15.8 14.7 13.5 13.4 13.0 13.9 14.2
(milhões de reais)
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Agregados Monetários
Moeda em sentido amplo 1,631,808 1,921,865 2,235,175 2,588,689 3,067,856 3,555,787 3,870,336
% PIB 61 63 69 69 74 81 80
Crédito ao Sector Privado 1,106,901 1,423,738 1,583,003 2,050,354 2,541,737 3,010,154 3,419,724
% PIB 42 47 49 54 61 69 71
Fonte: Financial Soudness Indicators (FMI) e BCB.Nota: *Total do sistema bancário (inclui bancos públicos).
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
47
OOOOOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃO
Crédito mal parado no total dos empréstimos
(percentagem)
Passivos dos bancos em moeda estrangeira
(percentagem do total do passivo)
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
2009 Q1 2009 Q4 2010 Q3 2011 Q2 2012 Q1 2012 Q4 2013 Q3
Fonte: Indicadores de Solidez Financeira (FM I)
10
11
12
13
14
15
16
2009 Q1 2009 Q4 2010 Q3 2011 Q2 2012 Q1 2012 Q4 2013 Q3
Fonte: Indicadores de Solidez Financeira (FM I)
Abertura ao comércio internacional de bens
(% do PIB)
-100
-60
-20
20
60
100
CHN BRA IND IDN M EX RUS KOR TUR ZAF
-15
-10
-5
0
5
10
15
Grau de abertura ao comércio int. Peso do saldo comercial no PIB (eld)
Fonte: Banco Mundial
Por outro lado, o sistema bancário continuará vulnerável a choques externos, como resultado da integração dos sistemasfinanceiros a nível global. Logo, no contexto de condições creditícias mais restritivas na sequência da redução deliquidez que vem sendo disponibilizada pela Fed nos últimos anos, prevê-se que os custos de financiamento aumentemcom efeitos sobre o crédito bancário do país. No entanto, considerando o risco de crédito e de alavanca financeira e orisco cambial, espera-se que o sistema financeiro brasileiro seja capaz de se adaptar a esta progressiva mudança compoucos sobressaltos.
A VULNERABILIDADE DO BRASIL NO SECTOR EXTERNO
De uma forma geral, a economia brasileira apresenta alguma robustez relativamente ao sector externo: tem umelevado montante de reservas internacionais e um deficit de conta corrente ainda contido e maioritariamente cobertopor investimento directo estrangeiro. No entanto, o comércio internacional parece estar bastante mais vulnerável, ea falta de competitividade das exportações (derivada de factores internos) começa a preocupar. Pese embora emtermos comparativos internacionais evidencie robustez.
Crescimento médio das exportações de bens
(percentagem)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Brasil China Índia Indon. Cor. Sul M éxico Rússia Áf. Sul1990-1999 2000-2009 2010-2012 Fonte: FM I WEO
Exportações e o fim dos preços altos das commodities
Em primeiro lugar, importa analisar o enquadramento docomércio internacional de bens na economia. Um ponto anotar antes de mais, é que o peso do comércio internacionalna economia brasileira é bastante reduzido comparado comas economias emergentes congéneres. O grau de aberturaao comércio de bens (que mede o peso do comerciointernacional de bens no PIB) em 2012 correspondeu a 20%do PIB, o que compara com rácios superiores a 40% emqualquer uma das restantes economias emergentes. Por outrolado, o saldo comercial de bens, apesar de ser positivo temum peso de apenas 0.4% no PIB. De facto, a aberturacomercial do Brasil não é assim tão elevada mas esta é defacto uma das características de grandes economiasdesenvolvidas, que tendem a ficar mais dependentes domercado interno. O crescimento das exportações tambémnão tem sido surpreendente quando comparado com o dasrestantes economias emergentes utilizadas nesta análise. Aexportação de bens cresceu a um bom ritmo entre 2000-2009 (+7%), mas nos últimos 3 anos o crescimento abrandoupara 4%, o que compara com taxas de crescimento médio(entre 2010 e 2012) de 14% na China, 11% na Índia e 9%no México. Em termos de mercados, importa realçar aimportância da China e dos EUA para onde são direccionadasrespectivamente 19% e 10% das exportações do país;enquanto que em termos de regiões, os mercados da AméricaLatina e da União Europeia são também relevantes erepresentam respectivamente cerca de 22% e 20% do totaldas exportações.
48
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
OOOOOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃO
Exportações produtos selecionados (2013)
(% do total)
Balança comercial
(variação anual; milhões de dólares)
Apesar de uma performance um pouco mais desapontantenos últimos anos, o comércio de bens continua a ser umimportante motor da economia e extremamente relevantepara equilibrar as contas externas. Mas a boa performancedo comércio internacional nos últimos anos beneficioubastante não só dos preços altos das commodities mastambém do crescimento da procura externa, em particularda China. Entretanto, se se confirmar a expectativa de quedados preços das commodities nos próximos anos, e dado quese começa também a temer um abrandamento da actividadeeconómica na China, este enquadramento será desfavorávelao sector externo brasileiro, tendo em conta as suas actuaiscaracterísticas.
Relativamente à evolução recente do comércio internacional,é visível uma tendência decrescente no comércio de bens eserviços. As importações têm crescido constantemente a umritmo mais rápido do que as exportações, e em Janeiro desteano, o Brasil apresentou o maior deficit de sempre da balançacomercial de cerca de 4 mil milhões de dólares. A perda dacompetit ividade das exportações parece um poucocontraditória num período em que o real também se temdesvalorizado. Mas no seguimento do que já foi referidoacima, alguns dos factores que podem explicar, pelo menosem parte, a perda de competitividade da produção brasileira,são derivados de factores internos - como por exemplo oselevados custos da energia e do trabalho (aumento do salárioreal e perdas de competitividade). Outro factor que podeexplicar o facto de a desvalorização do real não ter sidosuficiente para favorecer o sector exportador, é o facto deainda se considerar que, apesar da desvalorização recente,a moeda nacional ainda continua sobrevalorizada em relaçãoao dólar. De acordo com o índice Big Mac (índice utilizadopara medir a paridade de poder de compra, e que dá umaindicação de como as taxa de câmbio deverão evoluir nolongo prazo) divulgado pela revista The Economist, o real éa quinta moeda mais sobrevalorizada do mundo, ficando atrássó da Noruega, Venezuela, Suíça e Suécia. O índice revelavauma sobrevalorização do real de 13% face ao dólar em 2012.
Pela positiva, deve destacar-se a diversificação de bensexportados, e de mercados destino. A diversificação dasexportações (produtos e mercados) é um factor tambémbastante importante para diminuir a vulnerabilidade daeconomia às variações nos preços das commodities assimcomo a choques na procura. De facto, alguns dos principaisbens exportados pelo Brasil (minério de ferro, soja, café eaçúcar) têm os seus preços pouco correlacionados, o quereduz a vulnerabilidade das exportações a choques externos.Por outro lado, as exportações de petróleo começam a terum peso bastante evidente no total das exportações. Noentanto, em 2013 a produção de petróleo da Petrobras(actualmente o maior produtor de petróleo cujo principalaccionista é o governo), ficou aquém do esperado já que aempresa se deparou com diversos problemas operacionaisque dificultaram a produção, com impacto nas exportaçõesque caíram significativamente. Apesar de em termos líquidosem 2013, as importações de petróleo terem superado asexportações, espera-se que as exportações disparem, com oinício da exploração do campo de Libra (onde se localizam asmaiores reservas de petróleo) e das camadas de petróleopré-sal, o que poderá alterar significativamente a composiçãoda balança comercial e a estrutura do comércio internacionaldo Brasil.
Exportações e importações de petróleo
(em milhões de dólares)
Taxa de câmbio
(USD/BRL)
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
49
Apesar do fim da era dos preços altos das commodities e dese perspectivarem condições de financiamento externo maisapertadas, o Brasil irá beneficiar do reanimar da economiamundial (o World Economic Outlook aponta para umcrescimento mundial 3.7% em 2014) e por outro lado doseventos desportivos que se irão realizar no país nos próximosanos. Para além disso, é possível que exista algum atrasorelativamente aos impactos da desvalorização cambial nacompetitividade das exportações, e por isso é possível que asempresas exportadoras ainda venham a ser favorecidas peladesvalorização.
A exposição do Brasil a uma possível redução dos fluxosde capitais
O Brasil foi um dos países que mais beneficiou dos efeitos daspolíticas monetárias acomodatícias das economiasdesenvolvidas, ao receber um montante confortável de capitais,que têm por si só um carácter temporário (investimentos decarteira e depósitos de curto prazo). Mediante esta situação,a retirada dos incentivos de política monetária pela ReservaFederal norte americana deverá afectar o Brasil assim comoqualquer outro mercado emergente. Por outro lado, as retiradasde capitais das economias emergentes vão contribuir paraexpor as vulnerabilidades destas economias já que os bonsfundamentos macroeconómicos construídos durante esteperíodo, serão fundamentais para moderar a volatilidade quepoderá afectar os preços dos seus activos financeiros.
Em primeiro lugar, a política conservadora do Banco Centraldo Brasil conduziu à acumulação de um montante bastanteconfortável de reservas internacionais. Actualmente as reservasinternacionais rondam os 360 mil milhões de dólares(correspondente a cerca de 13 meses de importações de bense serviços), montante que se estima que seja razoável paragarantir uma actuação eficaz contra possíveis crises no mercadocambial ou no sector bancário. As reservas internacionaisaumentaram a um bom ritmo até 2012, observando-se depoisuma ligeira quebra a partir de Maio 2013, que resultou dasintervenções da autoridade monetária para proteger o realdurante a crise que se instalou nos mercados emergentesquando a Fed anunciou o início da retirada dos estímulos depolítica monetária.
Por outro lado, a balança corrente apresenta-se maisfragilizada, registando três anos consecutivos um deficit decerca de 2% do PIB, que resultou em grande parte de ummenor excedente da balança comercial. No entanto, o deficitda conta corrente foi coberto essencialmente por investimentodirecto estrangeiro, que continuou a prosperar nos últimosanos e que tem um carácter de estabilidade.
OOOOOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃO
Principais mercados das exportações (2013)
(milhões de dólares) % do Total
Total 242 179
EFTA 3 420 1%
Africa 11 087 5%
América Latina 53 700 22%
Argentina 19 615 8%
Chile 4 484 2%
México 4 230 2%
Paraguai 2 997 1%
Uruguai 2 071 1%
Venezuela 4 850 2%
Outros 15 453 6%
Asia 77 657 32%
China 46 026 19%
Coreia do Sul 4 720 2%
Japão 7 964 3%
Outros 18 947 8%
Canadá 2 702 1%
EUA 24 856 10%
Europa de Leste 4 178 2%
Médio Oriente 10 954 5%
União Europeia 47 541 20%
Alemanha 6 552 3%
França 3 394 1%
Itália 4 098 2%
Países Baixos 17 283 7%
Reino Unido 4 067 2%
Outros 12 147 5%
Outros 6 083 3%
Fonte: Min. Desenv. Ind. e Com. Ext.
Investimento Directo estrangeiro no Brasil
(% do PIB; milhões de USD)
0
1
2
3
4
5
6
1992 1996 2000 2004 2008 2012
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
80000
Inv. directo estrangeiro líquido (eld) Inv. directo estrangeiro líquidoFonte: Banco M undial
Relativamente aos fluxos de capitais que têm entrado no país, é importante notar o seguinte. Os investimentos decarteira expandiram-se notoriamente em 2009 e 2010 perante as políticas monetárias acomodatícias das economiasdesenvolvidas. No entanto, esta tendência foi descontinuada em 2012 em consequência dos seguintes factores: a baixanas taxas de juro, o abrandamento da actividade económica e a introdução de medidas de controlo de capitais pelogoverno (através do imposto sobre operações financeiras - IOF). As medidas de controlo de capitais foram implementadasno Brasil de forma a proteger o país das pressões inflacionistas e da apreciação do real, geradas pelos fluxos de capitaisque invadiram o mercado brasileiro. De certa forma, as medidas foram efectivas, já que se verifica uma clara alteraçãona composição dos fluxos de capitais nos anos seguintes à intervenção. A proporção de investimento estrangeiro decurto prazo (investimentos de carteira) caiu consideravelmente, e em contrapartida voltou a notar-se um aumento doinvestimento estrangeiro directo, que constitui uma forma mais estável de financiamento. Mais tarde, em 2013, apesarde o governo ter suavizado as medidas de controlo de capitais, na segunda metade do ano, instalou-se alguma turbulêncianos mercados financeiros, que resultou do anuncio da retirada de liquidez pela Fed e dos receios dos investidores
50
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
Composição da Balança Financeira
(% PIB)
Reservas Internacionais
(milhões de dólares; Indice)
relativamente às fracas perspectivas de crescimentoeconómico. Assim, é notório que por um lado a volatilidadeque se observou nos fluxos de investimentos de carteira nosúltimos anos resultou fundamentalmente de alterações nastaxas de juro e das imposições/retiradas de impostos sobretransacções de capitais. Por outro lado, o Brasil não estácompletamente protegido da vulnerabilidade que se poderáprolongar nos mercados, e as autoridades podem por issoainda ter que ser forçadas a actuar para reduzir a volatilidadenos mercados nacionais.
OOOOOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃO
Composição da balança corrente
(% do PIB)
Participações no Capital (liquidas)
(milhões de dólares)
Luísa Teixeira Felino
Investimento Directo Estrangeiro vsBalança Corrente(mil milhões de dólares, acumulado de 12 meses)
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
51
Indicadores de Conjuntura Económica e Previsões
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Contas Nacionais e Preços
PIB, preços de mercado (mil milhões de USD) 1,622.3 2,142.9 2,474.6 2,253.1 2,190.2 2,169.8 2,294.7 2,429.3
PIB per capita (Reais) 16,763.1 19,339.1 21,067.4 22,194.6 23,927.1 25,833.0 27,776.6 29,937.3
Taxa de crescimento real PIB -0.3% 7.5% 2.7% 0.9% 2.3% 3.2% 3.0% 3.3%
Taxa de variação real
Consumo Privado 4.4% 6.9% 4.1% 3.2% 2.3% 2.0% 2.5% -
Consumo Público 3.1% 4.2% 1.9% 3.3% 2.2% 3.5% 3.0% -
Investimento -6.8% 21.6% 4.8% -4.0% 5.0% 1.0% 3.0% -
Exportações de bens e serviços -9.2% 11.5% 4.5% 0.5% 2.5% 3.2% 3.8% -
Importações de bens e serviços -7.7% 36.1% 9.9% 0.3% 8.3% 7.3% 7.8% -
Investimento Total (% PIB) 17.8% 20.2% 19.7% 17.6% 19.2% 19.2% 19.3% 19.5%
Poupança Nacional Bruta (% PIB) 16.3% 18.0% 17.6% 15.2% 15.8% 16.0% 16.1% 16.1%
Taxa de inflação média 4.9% 5.0% 6.6% 5.4% 6.3% 5.8% 5.3% 4.7%
Desemprego 8.1% 6.7% 6.0% 5.5% 5.8% 6.0% 6.5% 6.5%
Finanças Públicas (Sector Público Não Financeiro)(% PIB)
Total das receitas 34.9% 37.2% 36.7% 37.7% 37.0% 37.0% 37.0% 37.0%
Total das depesas 38.0% 39.9% 39.2% 40.4% 40.0% 40.2% 39.4% 39.4%
Saldo primário 2.2% 2.5% 3.2% 2.2% 1.9% 2.0% 3.1% 3.1%
Saldo do Sector Público -3.1% -2.7% -2.5% -2.7% -3.0% 2.0% -2.3% -2.4%
Dívida Bruta 66.8% 65.0% 64.7% 68.0% 68.3% 69.0% 68.8% 68.4%
Dívida Liquida 41.5% 39.1% 36.4% 35.2% 34.0% 34.3% 34.1% 33.8%
Sector Externo(milhões de USD)
Balança corrente -24,302.3 -47,273.1 -52,473.5 -54,248.7 -81,373.8 -78,121.0 -79,686.0 -
(% PIB) -1.5% -2.2% -2.1% -2.4% -3.6% -3.7% -3.6 -
Balança de bens 25,289.8 20,146.9 29,792.8 19,394.5 2,557.8 11,056.0 13,414.0 -
Exportações de mercadorias 152,994.7 201,915.3 256,039.6 242,578.0 242,178.7 256,084.0 286,974.0 -
Importações de mercadorias -127,704.9 -181,768.4 -226,246.8 -223,183.5 -239,620.9 -245,028.0 -273,560.0 -
Balança de serviços -19,245.4 -30,835.1 -37,931.6 -41,041.6 -47,523.1 -50,607.0 -52,118.0 -
Balança de rendimentos -33,684.2 -39,486.4 -47,318.9 -35,447.6 -39,772.5 -41,777.0 -44,309.0 -
Balança de transacções correntes 3,337.5 2,901.6 2,984.2 2,845.9 3,364.1 3,207.0 3,328.0 -
Balança de capital 1,128.5 1,118.5 1,573.2 -1,876.7 1,194.5 - - -
Balança financeira 70,172.1 98,793.2 110,807.8 71,886.5 74,172.6 - - -
do quais: Investimento Directo (liquido) 36,032.8 36,918.9 67,689.1 68,093.3 67,541.2 - - -
Reservas Internacionais Totais (milhões USD) 238,539.0 288,575.0 352,010.0 373,147.0 358,806.0 365,550.0 380,573.0 -
em meses das import. de bens e serviços 16.4 14.2 14.0 14.7 13.2
Indicadores financeiros(variação anual)
Agregado Monetário (M1) 12.0% 12.6% 1.2% 13.9% 6.1% 11.8% 12.3%
Agregado Monetário (M2) 8.8% 16.7% 18.7% 9.1% 10.9% 13.8% 13.0%
Taxa de câmbio, final do período (USD/BRL) 1.7 1.7 1.9 2.0 2.16 2.34 2.49 2.58
Fonte: EIU, FMI, BCB.
OOOOOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃOPINIÃO (A (A (A (A (ANEXONEXONEXONEXONEXO)))))
52
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
53
BASES DE DADOS
Calendário de Acontecimentos Políticos e Económicos em
Março e Abril 2014
CONJUNTURA ECONÓMICA
Indicadores de Conjuntura Macroeconómica em Portugal
Indicadores de Conjuntura Económica Internacional I
Indicadores de Conjuntura Económica Internacional II
MERCADOS CAMBIAIS
Cotações no mercado SpotTaxas Oficiais de Conversão para o EURO
MTC-2
MERCADOS MONETÁRIOS
Taxas de Juro Internacionais
MERCADOS DE OBRIGAÇÕES
Indicadores do Mercado Doméstico de Obrigações
Evolução dos Indexantes
Taxa de Rendimento de Obrigações do Tesouro
MERCADOS DE ACÇÕES
Indicadores dos Mercados Internacionais de Acções I
Indicadores dos Mercados Internacionais de Acções II
COMMODITIES
Índices CRB de Preços de Futuros de Commodities
54
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
55
Calendário de Acontecimentos Políticos e Económicos Esperados em Março e Abril de 2014*Calendário de Acontecimentos Políticos e Económicos Esperados em Março e Abril de 2014*Calendário de Acontecimentos Políticos e Económicos Esperados em Março e Abril de 2014*Calendário de Acontecimentos Políticos e Económicos Esperados em Março e Abril de 2014*Calendário de Acontecimentos Políticos e Económicos Esperados em Março e Abril de 2014*
Março 2014Março 2014Março 2014Março 2014Março 2014Zona Euro 6 Decisão de política monetária do BCEReino Unido 6 Decisão de política monetária do Banco de InglaterraZona Euro 10 Reunião dos ministros das finanças (Eurogrupo)UE 11 Reunião dos ministros das finanças (Ecofin)Japão 11 Decisão de política monetária do Banco do JapãoJapão 14 Banco do Japão divulga actas da reunião de 17-18 de FevereiroReino Unido 19 Banco de Inglaterra divulga actas da reunião de 5-6 de MarçoEUA 19 Decisão de política monetária do FOMCUE 20 Cimeira dos líderes da União Europeia
Abril 2014Abril 2014Abril 2014Abril 2014Abril 2014UE 1 Reunião dos ministros das finanças (Ecofin) e banqueiros centraisZona Euro 3 Decisão de política monetária do BCEJapão 8 Decisão de política monetária do Banco do JapãoReino Unido 9 Decisão de política monetária do Banco de InglaterraJapão 11 Banco do Japão divulga actas da reunião de 13-14 de MarçoReino Unido 23 Banco de Inglaterra divulga actas da reunião de 9-10 de AbrilEUA 30 Decisão de política monetária do FOMCNotas: (*) - Este calendário não pretende conter uma enumeração exaustiva de todos os acontecimentos futuros na Europa, Japão e América do Norte, mas sim listar alguns dos eventos que possam ter
um impacto significativo nos mercados financeiros.
56
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
Indi
cado
res
de C
onju
ntur
a E
conó
mic
a em
Por
tuga
lIn
dica
dore
s de
Con
junt
ura
Eco
nóm
ica
em P
ortu
gal
Indi
cado
res
de C
onju
ntur
a E
conó
mic
a em
Por
tuga
lIn
dica
dore
s de
Con
junt
ura
Eco
nóm
ica
em P
ortu
gal
Indi
cado
res
de C
onju
ntur
a E
conó
mic
a em
Por
tuga
l
2009
2009
2009
2009
2009
2010
2010
2010
2010
2010
2011
2011
2011
2011
2011
2012
2012
2012
2012
2012
2013
2013
2013
2013
2013
2014
2014
2014
2014
2014
Dez.
Dez.
Dez.
Dez.
Dez.
Mar
Mar
Mar
Mar
Mar
.... .Ab
rAb
rAb
rAb
rAb
r .... .M
ai.
Mai
.M
ai.
Mai
.M
ai.
Jun.
Jun.
Jun.
Jun.
Jun.
Jul.
Jul.
Jul.
Jul.
Jul.
Ago.
Ago.
Ago.
Ago.
Ago.
Set.
Set.
Set.
Set.
Set.
Out.
Out.
Out.
Out.
Out.
Nov
Nov
Nov
Nov
Nov .... .
Dez.
Dez.
Dez.
Dez.
Dez.
Jan.
Jan.
Jan.
Jan.
Jan.
Cont
as N
acio
nais
(Bas
e 20
06)
Cont
as N
acio
nais
(Bas
e 20
06)
Cont
as N
acio
nais
(Bas
e 20
06)
Cont
as N
acio
nais
(Bas
e 20
06)
Cont
as N
acio
nais
(Bas
e 20
06)
PIB
-2.9
%1.
9%-1
.3%
-3.8
%-4
.0%
--
-2.0
%-
--0
.9%
--
1.6%
-Co
nsum
o pr
ivado
-2.4
%2.
6%-3
.4%
-5.1
%-3
.9%
--
-2.4
%-
--1
.1%
--
--
Cons
umo
públ
ico4.
7%0.
1%-5
.0%
-4.0
%-3
.5%
--
-2.6
%-
--1
.4%
--
--
Inve
stim
ento
-13.
3%1.
4%-1
1.1%
-2.4
%-1
6.4%
--
-5.0
%-
--3
.3%
--
--
Expo
rtaçõ
es-1
0.9%
10.2
%6.
9%0.
2%0.
7%-
-7.
4%-
-6.
6%-
--
-Im
porta
ções
-10.
0%8.
0%-5
.3%
-1.6
%-4
.4%
--
5.2%
--
5.1%
--
--
Preç
os e
sal
ário
sPr
eços
e s
alár
ios
Preç
os e
sal
ário
sPr
eços
e s
alár
ios
Preç
os e
sal
ário
sTa
xa d
e in
flaçã
o m
édia
(%)
-0.8
1.4
3.7
2.8
2.0
1.7
1.6
1.4
1.3
1.0
0.8
0.6
0.4
0.3
0.3
Taxa
de
infla
ção
homó
loga
(%)
-0.1
2.5
3.6
1.9
0.5
0.2
0.7
1.0
0.8
0.2
0.1
-0.3
-0.2
0.2
0.1
Taxa
de
infla
ção
harm
oniza
da (%
)-0
.12.
43.
52.
10.
70.
40.
91.
20.
80.
20.
30.
00.
10.
20.
1In
flaçã
o de
ben
s (ta
xa h
armo
niza
da)
-0.9
3.4
4.3
1.2
-0.1
-0.2
0.7
0.9
0.5
-0.4
-0.1
-0.6
-0.2
0.0
-0.5
Infla
ção
de se
rviço
s (ta
xa h
armo
niza
da)
1.0
1.1
2.3
3.4
1.7
1.2
1.4
1.5
1.1
0.9
0.8
0.8
0.5
0.4
0.8
Varia
ção
de sa
lários
sect
or p
rivad
o (tv
h; %
)(1),
(2)
3.5
3.0
1.5
-0.6
-3.
32.
82.
72.
42.
32.
32.
21.
91.
2-
Níve
l de
activ
idad
eNí
vel d
e ac
tivid
ade
Níve
l de
activ
idad
eNí
vel d
e ac
tivid
ade
Níve
l de
activ
idad
eIn
dica
dor c
oincid
ente
do
BdP
(tvh)
-1.8
01.
30-1
.70
-2.2
-2-2
.1-2
-1.9
-1.6
-1.2
-0.6
0.00
0.5
0.8
1.8
Índi
ce d
e pr
oduç
ão in
dustr
ial (t
vh)
--
-8.0
-4.0
-1.4
3.4
1.4
1.4
-2.8
-3.0
1.3
3.4
3.4
5.7
3.9
Índi
ce d
e co
nfian
ça n
a in
dústr
ia-1
6.5
-8.4
-21.
5-1
7.8
-17.
4-1
7.8
-15.
5-1
5.9
-17.
0-1
4.0
-13.
2-1
2.8
-10.
3-7
.4-6
.8ín
dice
de
conf
iança
dos
con
sumi
dore
s-3
3-4
9-5
7-5
7-5
6-5
4-5
5-5
3-5
2-4
8-4
4-4
2-3
9-3
6-3
2Ín
dice
de
conf
iança
no
sect
or d
a co
nstru
ção
-50
-49
-63
-67
-65
-60
-64
-63
-63
-57
-54
-49
-48
-49
-45
Índi
ce d
e co
nfian
ça n
o co
mérc
io a
reta
lho
-8-9
-27
-24
-20
-18
-15
-16
-13
-12
-11
-7-5
1-2
Vend
as a
reta
lho
(tvh)
--
-9-8
-5-1
-3-2
-10
-10
40
2Ve
ndas
de
auto
móve
is (tv
h)-1
7.9
61.9
-60.
0-4
3.6
-0.3
-4.4
-5.7
17.6
17.2
13.0
15.9
22.8
23.1
35.8
31.8
Vend
as d
e cim
ento
(tvh
)-1
5.6
-7.0
-15.
6-3
7.3
-44.
6-2
1.5
-18.
7-2
2.8
-15.
2-1
8.4
-10.
1-1
6.5
-11.
3-1
.5-1
5.6
Dorm
idas
no
sect
or d
a ho
telar
ia (tv
h)-1
.3-7
.15.
50.
911
.1-4
.511
.17.
63.
45.
45.
55.
65.
98.
6-
Taxa
de
dese
mpreg
o (%
)9.
510
.812
.716
.9-
--
-15
.3-
Exte
rior
Exte
rior
Exte
rior
Exte
rior
Exte
rior
Balan
ça c
orre
nte
(ytd;
M.E
.)-1
8,40
2-1
8,29
2-1
2,00
6-3
,332
-154
-32
-484
-46
459
1,08
497
495
089
388
1-
Bens
e se
rviço
s (ytd
; M.E
.)-1
9,64
8-2
0,29
2-1
5,48
7-1
0,92
0-1
,978
-2,7
25-3
,368
-4,0
30-4
,853
-5,7
61-6
,692
-7,7
96-8
,354
-9,2
76-
Expo
rtaçõ
es m
ercad
orias
(ytd
; var.
%)
-18
1615
6-
04
43
43
44
5-
Impo
rtaçõ
es m
ercad
orias
(ytd
; var.
%)
-18.
110
.51.
0-5
.2-
-7.2
-3.4
-3.2
-2.4
0.4
-0.4
0.3
0.7
0.8
-Ba
lança
fina
nceir
a (M
.E.-
ytd)
1748
6.0
1557
5.4
9765
.6-1
786.
6-
--
--
--
--
3412
.4-
Inve
stime
nto
dire
cto
em
Port.
(M.E
. - yt
d)1,
948
1,99
88,
021
6,93
9-
--
--
--
--
2,34
5-
Inve
stime
nto
dire
cto
de
Port.
no
exte
rior (
M.E.
- ytd
)-5
885,
658
-10,
722
-1,4
90-
--
--
--
--
-1,0
75-
Outro
inve
stime
nto
em P
ortu
gal (
M.E.
- ytd
) (3)
2,00
225
,535
14,0
4215
,636
--
--
--
--
--1
5,53
7-
Outro
inve
stime
nto
de P
ortu
gal n
o ex
terio
r (M.
E - y
td) (
3)83
7-7
,319
1,32
5-1
,908
--
--
--
--
-12
,199
-Fi
nanç
as p
úblic
asFi
nanç
as p
úblic
asFi
nanç
as p
úblic
asFi
nanç
as p
úblic
asFi
nanç
as p
úblic
asFi
nanc
iamen
to d
as a
dmin
istra
ções
púb
licas
(ytd
; M.E
.)16
,577
17,2
356,
692
5,61
375
31,
378
1,37
73,
336
4,59
13,
939
4,07
96,
157
7,47
5-
-Fo
ntes
:Dad
os co
mpila
dos p
elo B
PI a
parti
r de p
ublic
açõe
s do B
anco
de P
ortug
al, IN
E e D
GI.
Notas
:No
tas: t
vh: t
axa d
e vari
ação
homó
loga
(1)
(1)
(1)
(1)
(1) -
2006
a 20
08 -
tv an
ual;
restan
tes -t
vh(2
) (2
) (2
) (2
) (2
) - Vari
ação
das r
emun
eraçõ
es de
clarad
as à
Segu
rança
Soc
ial, e
xclui
ndo a
s ent
idade
s emp
regad
oras d
o sec
tor ba
ncári
o(3
) (3
) (3
) (3
) (3
) -Exc
luind
o inv
estim
ento
de ca
rteira
e de
rivad
os fi
nanc
eiros
.
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
57
Indi
cado
res
de C
onju
ntur
a E
conó
mic
a In
tern
acio
nal
IIn
dica
dore
s de
Con
junt
ura
Eco
nóm
ica
Inte
rnac
iona
l I
Indi
cado
res
de C
onju
ntur
a E
conó
mic
a In
tern
acio
nal
IIn
dica
dore
s de
Con
junt
ura
Eco
nóm
ica
Inte
rnac
iona
l I
Indi
cado
res
de C
onju
ntur
a E
conó
mic
a In
tern
acio
nal
I
2009
2009
2009
2009
2009
2010
2010
2010
2010
2010
2011
2011
2011
2011
2011
2012
2012
2012
2012
2012
2013
2013
2013
2013
2013
2014
2014
2014
2014
2014
Dez.
Dez.
Dez.
Dez.
Dez.
Mar
Mar
Mar
Mar
Mar
.... .Ab
rAb
rAb
rAb
rAb
r .... .M
ai.
Mai
.M
ai.
Mai
.M
ai.
Jun.
Jun.
Jun.
Jun.
Jun.
Jul.
Jul.
Jul.
Jul.
Jul.
Ago.
Ago.
Ago.
Ago.
Ago.
Set.
Set.
Set.
Set.
Set.
Out.
Out.
Out.
Out.
Out.
Nov
Nov
Nov
Nov
Nov .... .
Dez.
Dez.
Dez.
Dez.
Dez.
Jan.
Jan.
Jan.
Jan.
Jan.
Mat
éria
s Pr
imas
Mat
éria
s Pr
imas
Mat
éria
s Pr
imas
Mat
éria
s Pr
imas
Mat
éria
s Pr
imas
Preç
o do
pet
róleo
(USD
/Bar
ril B
rent
)77
.294
.310
7.58
111.
9410
9.27
101.
8110
0.03
102.
1610
8.66
116.
1710
9.22
108.
8911
0.57
110.
8210
7.2
Índi
ce p
reços
de
maté
rias p
rimas
- US
D (t.
v.h.)
41.5
33.5
-18.
3-0
.2-9
.7-6
.8-3
.2-5
.5-1
6.5
-13.
4-1
5.9
-11.
7-1
2.1
-11.
2-5
.7Cu
stos
labo
rais
Cust
os la
bora
isCu
stos
labo
rais
Cust
os la
bora
isCu
stos
labo
rais
EUA
-4-0
.30.
54.
41.
6-
-1.
9-
-1.
9-
--0
.9-
Zona
Eur
o1.
81.
52.
21.
61.
9-
-1.
1-
-1.
0-
--
-Ja
pão
-6.0
0.0
0.0
-1.7
-0.9
0.0
-0.1
0.6
-0.1
-0.9
-0.2
-0.1
0.6
0.5
-0.2
TTTT T axa
s de
jur
axas
de
jur
axas
de
jur
axas
de
jur
axas
de
jur o
de
cur
o de
cur
o de
cur
o de
cur
o de
cur
to p
razo
to p
razo
to p
razo
to p
razo
to p
razo
EUA
0.25
0.30
0.58
0.31
0.28
0.27
0.28
0.27
0.27
0.26
0.25
0.24
0.24
0.25
0.24
Zona
Eur
o0.
660.
941.
290.
130.
130.
120.
120.
150.
150.
150.
160.
180.
190.
270.
26Ja
pão
0.28
0.19
0.20
0.18
0.16
0.16
0.15
0.16
0.16
0.15
0.15
0.14
0.14
0.15
0.14
TTTT T axa
s de
jur
axas
de
jur
axas
de
jur
axas
de
jur
axas
de
jur o
de
longo
pra
zoo
de lo
ngo
praz
oo
de lo
ngo
praz
oo
de lo
ngo
praz
oo
de lo
ngo
praz
oEU
A3.
843.
291.
881.
761.
851.
672.
132.
492.
582.
782.
612.
552.
743.
032.
64Al
eman
ha3.
392.
961.
831.
321.
291.
221.
511.
731.
671.
861.
781.
671.
691.
931.
66Ja
pão
1.30
1.13
0.99
0.79
0.55
0.61
0.86
0.85
0.80
0.72
0.69
0.60
0.61
0.74
0.62
TTTT T axa
s de
câm
bio
efec
tivas
axas
de
câm
bio
efec
tivas
axas
de
câm
bio
efec
tivas
axas
de
câm
bio
efec
tivas
axas
de
câm
bio
efec
tivas
EUA
(+ va
loriza
ção;-
depr
eciaç
ão)
-6.8
-1.4
0.7
-1.4
2.0
1.4
0.1
-0.5
0.6
1.3
2.7
2.0
2.2
3.0
4.1
Zona
Eur
o-0
.6-8
.2-2
.1-0
.4-1
.11.
24.
24.
68.
05.
95.
15.
25.
54.
90.
9Ja
pão
-4.9
11.1
5.8
-12.
8-1
2.0
-17.
5-2
3.4
-20.
3-2
1.5
-20.
4-2
1.2
-19.
7-1
9.5
-17.
5-9
.5Pr
eços
no
prod
utor
Preç
os n
o pr
odut
orPr
eços
no
prod
utor
Preç
os n
o pr
odut
orPr
eços
no
prod
utor
EUA
4.3
3.8
4.7
1.4
1.1
0.5
1.6
2.3
2.1
1.3
0.3
0.3
0.7
1.2
1.5
Zona
Eur
o-3
5.1
4.4
2.2
0.5
-0.3
-0.3
0.1
0-0
.9-0
.9-1
.3-1
.2-0
.8-1
.4Ja
pão
-3.8
1.2
0.8
-0.7
-0.5
0.1
0.6
1.2
2.2
2.3
2.2
2.5
2.6
2.5
2.4
Preç
os n
o co
nsum
idor
Preç
os n
o co
nsum
idor
Preç
os n
o co
nsum
idor
Preç
os n
o co
nsum
idor
Preç
os n
o co
nsum
idor
EUA
2.7
1.5
31.
71.
51.
11.
41.
82
1.5
1.2
11.
21.
51.
6Zo
na E
uro
0.9
2.2
2.7
2.2
1.7
1.2
1.4
1.6
1.6
1.3
1.1
0.7
0.9
0.8
0.8
Japã
o-1
.70
-0.2
-0.1
-0.9
-0.7
-0.3
0.2
0.7
0.9
1.1
1.1
1.5
1.6
1.4
Mas
sa m
onet
ária
Mas
sa m
onet
ária
Mas
sa m
onet
ária
Mas
sa m
onet
ária
Mas
sa m
onet
ária
EUA
(M2)
3.7
3.5
9.8
87.
37.
17.
16.
96.
86.
66.
36.
76.
15.
35.
4Zo
na E
uro
(M3)
-0.3
1.1
1.6
3.5
2.5
3.2
2.8
2.4
2.1
2.3
2.0
1.4
1.5
11.
2Ja
pão
(M2)
3.1
2.3
3.2
2.6
3.1
3.2
3.5
3.8
3.7
3.8
3.9
4.1
4.4
4.3
4.4
Font
es: I
EA m
arke
t rep
ort, E
cono
mist,
UE,
FMI
, OCD
E, B
dP, M
erryl
Lync
h, B
loomb
erg.
Nota
s: ta
xas d
e va
riaçã
o ho
mólog
a, ex
cept
o qu
ando
indi
cado
o c
ontrá
rio.
58
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
IIII I ndi
cado
res
de C
onju
ntur
a E
conó
mic
a In
tern
acio
nal
IInd
icad
ores
de
Con
junt
ura
Eco
nóm
ica
Inte
rnac
iona
l II
ndic
ador
es d
e C
onju
ntur
a E
conó
mic
a In
tern
acio
nal
IInd
icad
ores
de
Con
junt
ura
Eco
nóm
ica
Inte
rnac
iona
l II
ndic
ador
es d
e C
onju
ntur
a E
conó
mic
a In
tern
acio
nal
II
2009
2009
2009
2009
2009
2010
2010
2010
2010
2010
2011
2011
2011
2011
2011
2012
2012
2012
2012
2012
2013
2013
2013
2013
2013
2014
2014
2014
2014
2014
Abr
Abr
Abr
Abr
Abr .... .
Mai
.M
ai.
Mai
.M
ai.
Mai
.Ju
n.Ju
n.Ju
n.Ju
n.Ju
n.Ju
l.Ju
l.Ju
l.Ju
l.Ju
l.Ag
o.Ag
o.Ag
o.Ag
o.Ag
o.Se
t.Se
t.Se
t.Se
t.Se
t.Ou
t.Ou
t.Ou
t.Ou
t.Ou
t.No
vNo
vNo
vNo
vNo
v .... .De
z.De
z.De
z.De
z.De
z.Ja
n.Ja
n.Ja
n.Ja
n.Ja
n.Fe
vFe
vFe
vFe
vFe
v .... .Cr
esci
men
to d
o Pr
odut
oCr
esci
men
to d
o Pr
odut
oCr
esci
men
to d
o Pr
odut
oCr
esci
men
to d
o Pr
odut
oCr
esci
men
to d
o Pr
odut
oEU
A (a
nuali
zado
)-2
.82.
51.
80.
1-
-2.
5-
-4.
1-
-2.
4-
-Zo
na E
uro
(q/q
)-4
.41.
91.
6-0
.5-
-0.
3-
-0.
1-
-0.
3-
-Ja
pão
(q/q
)-5
.54.
7-0
.50.
0-
-1.
0-
-0.
2-
-0.
2-
-De
sem
preg
oDe
sem
preg
oDe
sem
preg
oDe
sem
preg
oDe
sem
preg
oEU
A9.
39.
68.
97.
97.
57.
57.
57.
37.
27.
27.
27.
06.
76.
66.
7Zo
na E
uro
9.6
10.1
10.2
11.9
12.1
12.1
12.1
12.1
12.1
12.1
12.0
12.0
12.0
12.0
-Ja
pão
5.1
5.1
4.6
4.3
4.1
4.1
3.9
3.9
4.1
4.0
4.0
3.9
3.7
3.7
-Co
nfia
nça
das
Empr
esas
Conf
ianç
a da
s Em
pres
asCo
nfia
nça
das
Empr
esas
Conf
ianç
a da
s Em
pres
asCo
nfia
nça
das
Empr
esas
EUA
- Ín
dice
de
conf
iança
PME
8893
9488
9294
9494
9494
9293
9494
-Zo
na E
uro
- Índ
ice d
o Eu
rosta
t (ma
nufa
ctur
as)
-16
5-7
-14
-14
-13
-11
-11
-8-7
-5-4
-3-4
-3Ja
pão
- Índ
ice Ta
nkan
(glob
al)-1
9-1
03
--
Conf
ianç
a do
s Co
nsum
idor
esCo
nfia
nça
dos
Cons
umid
ores
Conf
ianç
a do
s Co
nsum
idor
esCo
nfia
nça
dos
Cons
umid
ores
Conf
ianç
a do
s Co
nsum
idor
esEU
A -Í
ndice
da
Unive
rsida
de d
e Mi
chiga
n72
.574
.569
.972
.976
.484
.584
.185
.182
.177
.573
.275
.182
.581
.281
.6Ín
dice
do
Conf
eren
ce B
oard
53.6
63.4
64.8
66.7
69.0
74.3
82.1
81.0
81.8
80.2
72.4
72.0
77.5
79.4
78.1
Zona
Eur
o - Í
ndice
do
Euro
stat
-16
-11
-21
-26
-22
-22
-19
-17
-16
-15
-14
-15
-14
-12
-13
Japã
o - Í
ndice
do
ESRI
37.6
40.1
38.1
39.0
44.5
46.0
44.6
44.0
43.4
45.7
41.2
41.9
40.6
40.4
-In
dica
dor
AIn
dica
dor
AIn
dica
dor
AIn
dica
dor
AIn
dica
dor
A van
çado
da
OCDE
vanç
ado
da O
CDE
vanç
ado
da O
CDE
vanç
ado
da O
CDE
vanç
ado
da O
CDE
EUA
99.5
101.
910
2.9
105.
110
6.1
106.
410
6.6
106.
910
7.1
107.
310
7.5
107.
810
8.0
--
Zona
Eur
o10
0.7
102.
410
0.6
99.9
100.
410
0.5
100.
710
0.9
101.
110
1.3
--
--
-Ja
pão
98.9
100.
110
0.5
100.
810
1.8
102.
010
2.2
102.
410
2.5
102.
8-
--
--
Indi
cado
r da
Act
ivida
de I
ndus
trial
Indi
cado
r da
Act
ivida
de I
ndus
trial
Indi
cado
r da
Act
ivida
de I
ndus
trial
Indi
cado
r da
Act
ivida
de I
ndus
trial
Indi
cado
r da
Act
ivida
de I
ndus
trial
EUA
- ISM
man
ufac
tura
s55
.357
.553
.150
.450
.050
.052
.554
.956
.356
.056
.657
.056
.551
.353
.2PM
I man
ufac
tura
s51
.657
.146
.946
.146
.748
.348
.850
.351
.451
.151
.351
.652
.754
.053
.2Ja
pão
- Índ
ice d
e ac
tivid
ade
indu
strial
(sa)
93.6
96.6
97.5
96.4
96.6
97.7
96.9
97.3
97.6
98.1
97.7
98.1
98.0
--
PrPrPrPr Prod
ução
Ind
ustri
al (
t.vod
ução
Ind
ustri
al (
t.vod
ução
Ind
ustri
al (
t.vod
ução
Ind
ustri
al (
t.vod
ução
Ind
ustri
al (
t.v.h
.).h
.).h
.).h
.).h
.)EU
A-2
.86.
53.
02.
82.
01.
92.
11.
52.
93.
33.
73.
03.
32.
9-
Zona
Eur
o-3
.58.
6-1
.4-2
.6-0
.7-1
.8-0
.3-1
.9-1
.60.
20.
32.
61.
2-
-Ja
pão
4.2
5.4
-1.8
-7.6
-3.4
-1.1
-4.6
1.8
-0.4
5.1
5.4
4.8
7.1
10.6
-VVVV V e
ndas
a R
etal
ho (
t.ven
das
a Re
talh
o (t.
ven
das
a Re
talh
o (t.
ven
das
a Re
talh
o (t.
ven
das
a Re
talh
o (t.
v .h.)
.h.)
.h.)
.h.)
.h.)
EUA
4.5
6.7
6.2
5.1
3.7
4.4
6.0
5.7
4.6
3.5
4.0
4.0
3.6
2.6
-Zo
na E
uro
-0.7
-0.4
-1.3
-2.5
-1.1
-0.4
-1.6
-0.9
-0.7
-0.1
-0.2
1.0
-0.2
1.1
-Ja
pão
-10.
93.
5-0
.8-1
.7-0
.10.
60.
51.
30.
62.
82.
02.
92.
84.
1-
Balan
ça C
omer
cial (
mil
milh
ões
moe
da lo
cal;
sald
o ac
umul
ado
últim
os 1
2 m
eses
)Ba
lança
Com
ercia
l (m
il m
ilhõe
s m
oeda
loca
l; sa
ldo
acum
ulad
o úl
timos
12
mes
es)
Balan
ça C
omer
cial (
mil
milh
ões
moe
da lo
cal;
sald
o ac
umul
ado
últim
os 1
2 m
eses
)Ba
lança
Com
ercia
l (m
il m
ilhõe
s m
oeda
loca
l; sa
ldo
acum
ulad
o úl
timos
12
mes
es)
Balan
ça C
omer
cial (
mil
milh
ões
moe
da lo
cal;
sald
o ac
umul
ado
últim
os 1
2 m
eses
)EU
A-5
10.6
-650
.2-7
44.1
-741
.5-2
37.0
-299
.9-3
53.7
-411
.6-4
69.7
-532
.1-5
90.9
-645
.2-7
03.9
-59.
3-
Zona
Eur
o14
.2-1
2.2
-17.
879
.711
7.8
125.
812
8.4
133.
013
5.2
138.
114
5.2
149.
715
3.8
--
Japã
o2,
537
6,73
3-2
,765
-6,8
75-3
,323
-4,1
33-4
,806
-5,7
34-6
,598
-7,7
56-8
,908
-10,
316
-11,
575
-1,8
19-
Font
es: B
loomb
erg,
Conf
eren
ce B
oard
, Eco
nomi
st, E
SRI,
Euro
stat,
OCDE
, Reu
ters
e Un
iversi
dade
de
Mich
igan.
Nota
: os d
ados
anu
ais c
orre
spon
dem
a va
lores
de
final
do p
eríod
o, co
m ex
cepç
ão d
o PI
B e
dese
mpre
go (p
ara
2008
, 200
9 e
2010
são
dado
s méd
ios a
nuais
).
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
59
Cotações no Mercado Cotações no Mercado Cotações no Mercado Cotações no Mercado Cotações no Mercado SpotSpotSpotSpotSpot
DADADADADATTTTTAAAAA EUR/USDEUR/USDEUR/USDEUR/USDEUR/USD EUR/JPYEUR/JPYEUR/JPYEUR/JPYEUR/JPY EUR/GBPEUR/GBPEUR/GBPEUR/GBPEUR/GBP EUR/CHFEUR/CHFEUR/CHFEUR/CHFEUR/CHF USD/JPYUSD/JPYUSD/JPYUSD/JPYUSD/JPY03-Fev-14 1.3498 137.82 0.8259 1.2226 102.1004-Fev-14 1.3519 137.05 0.8291 1.2215 101.3805-Fev-14 1.3543 136.78 0.8322 1.2222 101.0006-Fev-14 1.3495 136.93 0.8288 1.2224 101.4707-Fev-14 1.3574 138.79 0.8314 1.2237 102.2510-Fev-14 1.3638 139.26 0.8316 1.2234 102.1111-Fev-14 1.3676 140.00 0.8308 1.2235 102.3712-Fev-14 1.3573 138.89 0.8216 1.2249 102.3313-Fev-14 1.3675 139.42 0.8215 1.2216 101.9514-Fev-14 1.3707 139.48 0.8204 1.2221 101.7617-Fev-14 1.3699 139.60 0.8189 1.2221 101.9118-Fev-14 1.3731 140.77 0.8233 1.2221 102.5219-Fev-14 1.3745 140.08 0.8251 1.2214 101.9120-Fev-14 1.3706 139.91 0.8220 1.2203 102.0821-Fev-14 1.3707 140.50 0.8218 1.2195 102.5024-Fev-14 1.3735 140.69 0.8247 1.2209 102.4325-Fev-14 1.3754 140.65 0.8240 1.2193 102.2626-Fev-14 1.3726 140.50 0.8226 1.2198 102.3627-Fev-14 1.3656 139.15 0.8204 1.2161 101.9028-Fev-14 1.3813 140.63 0.8263 1.2153 101.81
VVVVVararararar. Mês %. Mês %. Mês %. Mês %. Mês % 2.33 2.04 0.04 -0.60 -0.29VVVVVararararar. em 2014 %. em 2014 %. em 2014 %. em 2014 %. em 2014 % 1.13 -2.22 -0.24 -1.25 -3.32Média mensalMédia mensalMédia mensalMédia mensalMédia mensal 1.37 139.35 0.83 1.22 102.02Fonte: BPI, BCE.
Taxas Oficiais de Conversão para o EUROTaxas Oficiais de Conversão para o EUROTaxas Oficiais de Conversão para o EUROTaxas Oficiais de Conversão para o EUROTaxas Oficiais de Conversão para o EURO
Escudo (PTE) 200.482Peseta (ESP) 166.386Franco Francês (FRF) 6.55957Lira (ITL) 1936.27Marco Alemão (DEM) 1.95583Libra Irlandesa (IEP) 0.787564Markka Finlandesa (FIM) 5.94573Florim Holandês (NLG) 2.20371Xelim Austríaco (ATS) 13.7603Franco Belga (BEF) 40.3399Franco Luxemburguês (LUF) 40.3399Dracma Grega (GRD) 340.75Tolar Esloveno (SIT) 239.640Lira Maltesa (MTL) 0.429300Libra Cipriota (CYP) 0.585274Coroa Eslovaca (SKK) 30.1260EEK (Coroa estoniana) 15.6466LVL (Lats letão)* 0.702804Fonte: BCE.Nota: (*) Desde 01/01/2014.
MTC-IIMTC-IIMTC-IIMTC-IIMTC-II
Data deData deData deData deData de TTTTTaxa Centralaxa Centralaxa Centralaxa Centralaxa Central Bandas deBandas deBandas deBandas deBandas de BandaBandaBandaBandaBandaentradaentradaentradaentradaentrada face ao EUROface ao EUROface ao EUROface ao EUROface ao EURO VVVVVararararar. Nominal. Nominal. Nominal. Nominal. Nominal ActualActualActualActualActual
DKK (Coroa dinamarquesa) 01.01.1999 7.46038 +/-2.25% <1%LTL (Litas lituana) 28.06.2004 3.45280 +/-15% 0%Fonte: BCE.
60
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
Taxas de Juro InternacionaisTaxas de Juro InternacionaisTaxas de Juro InternacionaisTaxas de Juro InternacionaisTaxas de Juro Internacionais
10.Mar.14
O/NO/NO/NO/NO/N 1 Mês1 Mês1 Mês1 Mês1 Mês 3 Meses3 Meses3 Meses3 Meses3 Meses 6 Meses6 Meses6 Meses6 Meses6 Meses 1 Ano1 Ano1 Ano1 Ano1 AnoEUR 0.10% 0.20% 0.26% 0.35% 0.51%USD 0.09% 0.16% 0.24% 0.33% 0.55%JPY 0.07% 0.10% 0.14% 0.19% 0.35%GBP 0.46% 0.48% 0.52% 0.61% 0.90%CHF -0.01% -0.01% 0.02% 0.08% 0.20%Fonte: BPI, Reuters.Nota: Taxas de juro Libor para todas as moedas.
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
61
Indi
cado
res
do M
erca
do D
omés
tico
de
Obr
igaç
ões
Indi
cado
res
do M
erca
do D
omés
tico
de
Obr
igaç
ões
Indi
cado
res
do M
erca
do D
omés
tico
de
Obr
igaç
ões
Indi
cado
res
do M
erca
do D
omés
tico
de
Obr
igaç
ões
Indi
cado
res
do M
erca
do D
omés
tico
de
Obr
igaç
ões
2011
2011
2011
2011
2011
2012
2012
2012
2012
2012
2013
2013
2013
2013
2013
2014
2014
2014
2014
2014
Jun.
Jun.
Jun.
Jun.
Jun.
Jul.
Jul.
Jul.
Jul.
Jul.
Ago.
Ago.
Ago.
Ago.
Ago.
Set.
Set.
Set.
Set.
Set.
Out.
Out.
Out.
Out.
Out.
Nov
Nov
Nov
Nov
Nov .... .
Dez.
Dez.
Dez.
Dez.
Dez.
Jan.
Jan.
Jan.
Jan.
Jan.
Fev
Fev
Fev
Fev
Fev .... .
Mar
Mar
Mar
Mar
Mar
.... .Ab
rAb
rAb
rAb
rAb
r .... .Va
lor de
Obr
igaçõ
es em
itida
s no m
ercad
o int
erno e
exter
noSa
ldo em
fina
l do m
ês (1
06 euros
)27
3,55
429
0,56
629
0,87
428
9,54
928
6,89
828
3,91
628
6,15
528
6,83
328
1,38
1--
--
--
Emiss
ões l
íquida
s (10
6 euros
)14
,610
-13,
381
-3,3
12-8
61-1
,144
-3,0
19-7
19-3
88-5
,418
---
--
-Va
lor de
Obr
igaçõ
es do
Teso
uro e
mitid
asEm
issõe
s bru
tas O
T's (1
06 euros
) 1111 10
00
00
00
06,
530
3,26
3-
--
-Em
issõe
s bru
tas B
T's (1
06 euros
) 1111 198
650
02,
267
1,62
21,
029
1,35
12,
245
1,66
60
2,14
4-
--
-Em
issõe
s líqu
idas (
106 eu
ros) 2222 2
-12,
866
-1,4
8628
9-4
4784
2-4
,257
-115
69-3
,521
---
--
-Va
lor O
brig.
emiti
das p
or Em
pres
as (
106 eu
ros)
Saldo
em fi
nal d
o mês
(106
euros
)41
,185
42,5
3344
,079
44,4
3544
,297
45,1
7844
,880
44,8
7243
,941
--
--
-Em
issõe
s líqu
idas (
106 eu
ros) 3333 3
2,43
758
5-3
3237
0-1
8593
2-3
0438
-966
--
--
-Va
lor O
brig.
emiti
das p
or In
stitu
ições
Fina
nceir
as (
106 eu
ros)
Saldo
em fi
nal d
o mês
(106 eu
ros)
96,1
5497
,952
88,7
7888
,952
87,3
1486
,271
86,1
2185
,828
84,8
26-
--
--
Emiss
ões l
íquida
s (10
6 euros
) 3 3 3 3 313
,569
1,12
0-3
,397
180
-1,6
69-1
,153
-135
-327
-1,0
44-
--
--
Dívid
a Púb
lica T
ransa
ccion
ável
em eu
ros -
Saldo
Vivo
(106 eu
ros)
119,
564
113,
641
120,
458
120,
010
120,
845
116,
588
116,
501
116,
569
113,
343
116,
383
--
--
BT's
12,4
6117
,777
19,9
9019
,654
20,6
8222
,033
21,9
1022
,152
19,0
4619
,001
--
--
OT's
103,
940
93,6
2698
,942
98,7
8298
,594
92,9
6292
,962
92,7
9492
,708
95,8
43-
--
-Ou
tras o
briga
ções
5151
5151
5151
5151
5151
--
--
Outro
s Títu
los (E
CP, M
TN's,
etc)
3,11
22,
187
1,47
51,
523
1,51
81,
542
1,57
81,
572
1,53
81,
488
--
--
Capit
aliza
ção B
olsist
a de D
ívida
Dive
rsa (1
06 eu
ros)
5,50
46,
861
7,83
5-
7,15
66,
343
6,26
29,
915
9,15
29,
533
10,3
22-
--
Valor
de O
brig.
na po
sse d
e não
resid
entes
4444 452
,911
60,6
7465
,366
--
57,3
01-
-59
,675
--
--
-St
ock e
m fim
de pe
ríodo
/Cap
italiz
ação
Bols
ista
1.0
0.8
0.7
--
0.7
--
0.7
--
--
-
Trans
acçõ
es de
Obr
igaçõ
es do
Teso
uro n
o MED
IP. 5555 5 (
média
diári
a) (1
06 eu
ros)
610
4735
1121
2631
2392
142
--
-Fo
nte:
BPI
, Ba
nco
de P
ortu
gal,
BVLP
,IGCP
.No
tas:
1.1.1.1. 1.In
clui a
pena
s emi
ssõe
s em
merc
ado
inte
rno
de T
ítulos
de
Dívid
a Tra
nsac
cioná
veis
- BT's
, OT's
.2.2.2.2. 2.
Inclu
i emi
ssõe
s no
merc
ado
inte
rno
e ex
tern
o pe
la Ad
mini
straç
ão C
entra
l; in
clui c
ertif
icado
s de
afor
ro.
3.3.3.3. 3.In
clui e
miss
ões n
o me
rcad
o in
tern
o e
exte
rno;
inclu
i títu
los d
e pa
rticip
ação
.4.4.4.4. 4.
Inclu
i ape
nas D
ívida
Púb
lica
emiti
da n
o me
rcad
o in
tern
o e
o va
lor e
ncon
tra-se
exp
ress
o em
milh
ões d
e eu
ros.
5.5.5.5. 5.ME
DIP:
Mer
cado
Esp
ecial
de
Dívid
a Pú
blica
, a fu
ncion
ar d
esde
24.
07.0
0 (in
clui E
uroM
TS).
62
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
Evolução dos IndexantesEvolução dos IndexantesEvolução dos IndexantesEvolução dos IndexantesEvolução dos Indexantes
TTTTTAXAAXAAXAAXAAXA EURIBOR (ACT/360)EURIBOR (ACT/360)EURIBOR (ACT/360)EURIBOR (ACT/360)EURIBOR (ACT/360) LIBOR / EUROLIBOR / EUROLIBOR / EUROLIBOR / EUROLIBOR / EURODADADADADATTTTTASASASASAS EONIAEONIAEONIAEONIAEONIA EQUIVEQUIVEQUIVEQUIVEQUIV. . . . . (1)(1)(1)(1)(1) TBA TBA TBA TBA TBA (2)(2)(2)(2)(2) 1 mês1 mês1 mês1 mês1 mês 2 meses2 meses2 meses2 meses2 meses 3 meses3 meses3 meses3 meses3 meses 6 meses6 meses6 meses6 meses6 meses 9 meses9 meses9 meses9 meses9 meses 12 meses12 meses12 meses12 meses12 meses 1 mês1 mês1 mês1 mês1 mês 3 meses3 meses3 meses3 meses3 meses 6 meses6 meses6 meses6 meses6 meses 12 meses12 meses12 meses12 meses12 meses
03-Fev-14 0.14 0.25 0.297 0.2250 0.2540 0.2900 0.3870 0.4720 0.5490 0.1957 0.2564 0.3449 0.508604-Fev-14 0.13 0.25 0.297 0.2220 0.2530 0.2880 0.3870 0.4690 0.5480 0.1957 0.2543 0.3420 0.506005-Fev-14 0.15 0.25 0.298 0.2230 0.2520 0.2870 0.3860 0.4700 0.5480 0.1979 0.2550 0.3420 0.507406-Fev-14 0.13 0.25 0.298 0.2210 0.2510 0.2860 0.3850 0.4680 0.5470 0.1979 0.2543 0.3427 0.506707-Fev-14 0.13 0.25 0.298 0.2290 0.2560 0.2910 0.3910 0.4740 0.5520 0.1986 0.2579 0.3491 0.512910-Fev-14 0.13 0.25 0.298 0.2300 0.2570 0.2910 0.3900 0.4740 0.5510 0.1986 0.2571 0.3484 0.512911-Fev-14 0.12 0.25 0.298 0.2300 0.2580 0.2910 0.3910 0.4750 0.5540 0.1986 0.2593 0.3491 0.515312-Fev-14 0.17 0.25 0.298 0.2300 0.2570 0.2910 0.3900 0.4750 0.5520 0.2000 0.2600 0.3484 0.514313-Fev-14 0.16 0.25 0.298 0.2250 0.2530 0.2880 0.3870 0.4690 0.5470 0.1971 0.2579 0.3413 0.507914-Fev-14 0.14 0.25 0.298 0.2260 0.2510 0.2870 0.3860 0.4690 0.5480 0.1971 0.2593 0.3413 0.508617-Fev-14 0.15 0.25 0.297 0.2240 0.2510 0.2870 0.3860 0.4680 0.5470 0.1971 0.2586 0.3413 0.507918-Fev-14 0.15 0.25 0.296 0.2240 0.2510 0.2880 0.3860 0.4680 0.5470 0.1971 0.2579 0.3413 0.508619-Fev-14 0.16 0.25 0.295 0.2240 0.2510 0.2870 0.3860 0.4660 0.5470 0.1971 0.2557 0.3399 0.507420-Fev-14 0.17 0.25 0.294 0.2210 0.2490 0.2860 0.3840 0.4640 0.5450 0.1971 0.2571 0.3379 0.507421-Fev-14 0.17 0.25 0.293 0.2220 0.2510 0.2870 0.3840 0.4640 0.5470 0.1971 0.2607 0.3414 0.508924-Fev-14 0.17 0.25 0.292 0.2210 0.2520 0.2880 0.3840 0.4660 0.5490 0.1971 0.2607 0.3414 0.509325-Fev-14 0.17 0.25 0.291 0.2220 0.2520 0.2890 0.3870 0.4700 0.5530 0.1971 0.2614 0.3371 0.512426-Fev-14 0.17 0.25 0.290 0.2220 0.2510 0.2880 0.3870 0.4690 0.5510 0.1971 0.2614 0.3429 0.513927-Fev-14 0.16 0.25 0.290 0.2190 0.2490 0.2860 0.3840 0.4660 0.5490 0.1971 0.2600 0.3393 0.510028-Fev-14 0.26 0.25 0.289 0.2180 0.2500 0.2860 0.3840 0.4670 0.5490 0.1971 0.2614 0.3443 0.5139Fonte: BPI, Reuters, IGCP, BdP.Notas: 1) Ex-taxa de desconto do BP. De acordo com a Portaria nº 1227/2001, esta taxa passa a ser igual à taxa mínima de proposta aplicável às operações principais de refinanciamento pelo BCE.
(2) Desde 31/12/2002 a TBA passou a ser fixada segundo a seguinte fórmula: 0.52xL3 + 0.47xL12 - 0.12, em que L3 e L12 representam as médias móveis das últimas 20 observações da Euribora 3 e 12 meses, respectivamente, terminadas no penúltimo dia útil ao dia a que se refere o cálculo.
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
63
Taxa de Rendimento de Obrigações do TesouroTaxa de Rendimento de Obrigações do TesouroTaxa de Rendimento de Obrigações do TesouroTaxa de Rendimento de Obrigações do TesouroTaxa de Rendimento de Obrigações do Tesouro07.Mar.1407.Mar.1407.Mar.1407.Mar.1407.Mar.14
Admitidas a negoc.Admitidas a negoc.Admitidas a negoc.Admitidas a negoc.Admitidas a negoc. VVVVVidaidaidaidaida ModifiedModifiedModifiedModifiedModifiedTítuloTítuloTítuloTítuloTítulo MaturidadeMaturidadeMaturidadeMaturidadeMaturidade (10(10(10(10(1033333 EUR) EUR) EUR) EUR) EUR) AnosAnosAnosAnosAnos MesesMesesMesesMesesMeses CupãoCupãoCupãoCupãoCupão PreçoPreçoPreçoPreçoPreço DurationDurationDurationDurationDuration YTMYTMYTMYTMYTMObrig. do TObrig. do TObrig. do TObrig. do TObrig. do TesouresouresouresouresouroooooOTs 10 Anos 03 2014-06-16 4,524,000.00 0 3 4.375% 101.04 0.27 0.422%OTs 5 Anos 09 2014-10-15 5,314,000.00 0 7 3.600% 101.90 0.60 0.399%OTs 10 Anos 05 2015-10-15 8,205,000.00 1 7 3.350% 103.41 1.56 1.178%OTs 5 Anos 11 2016-02-15 3,500,000.00 1 11 6.400% 108.82 1.85 1.719%OTs 10 Anos 06 2016-10-15 6,185,000.00 2 7 4.200% 105.51 2.44 1.996%OTs 10 Anos 07 2017-10-15 11,258,000.00 3 7 4.350% 105.84 3.28 2.624%Ots 10 Anos 08 2018-06-15 10,853,000.00 4 3 4.450% 105.17 3.76 3.131%Ots 10 Anos 09 2019-06-14 10,915,000.00 5 3 4.750% 106.05 4.50 3.468%Ots 10 Anos 10 2020-06-15 8,551,000.00 6 3 4.800% 106.05 5.22 3.697%OTs 15 Anos 05 2021-04-15 7,510,000.00 7 1 3.850% 100.04 5.91 3.843%OTs 15 Anos 08 2023-10-25 7,228,000.00 9 7 4.950% 104.17 7.47 4.406%Ots 10 Anos 13 2024-02-15 6,000,000.00 9 11 5.650% 108.43 7.59 4.574%OTs 30 Anos 06 2037-04-15 6,973,000.00 23 1 4.100% 88.47 13.56 4.949%Fonte: BPI, IGCP, Reuters.Nota: O YTM é uma taxa anual.
64
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
Indi
cado
res
dos
Mer
cado
s In
tern
acio
nais
de
Acç
ões
IIn
dica
dore
s do
s M
erca
dos
Inte
rnac
iona
is d
e A
cçõe
s I
Indi
cado
res
dos
Mer
cado
s In
tern
acio
nais
de
Acç
ões
IIn
dica
dore
s do
s M
erca
dos
Inte
rnac
iona
is d
e A
cçõe
s I
Indi
cado
res
dos
Mer
cado
s In
tern
acio
nais
de
Acç
ões
I
VVVV V arararar ar . %
face
Mín.
. % fa
ce M
ín.. %
face
Mín.
. % fa
ce M
ín.. %
face
Mín.
VVVV V arararar ar . %
face
Máx
.. %
face
Máx
.. %
face
Máx
.. %
face
Máx
.. %
face
Máx
.In
d. G
eral
Ind.
Ger
alIn
d. G
eral
Ind.
Ger
alIn
d. G
eral
06.M
ar06
.Mar
06.M
ar06
.Mar
06.M
ar.1
4.1
4.1
4.1
4.1
4VVVV V a
rararar ar . %
1m
. % 1
m. %
1m
. % 1
m. %
1m
VVVV V arararar ar. %
6m
. % 6
m. %
6m
. % 6
m. %
6m
VVVV V arararar ar. %
Ytd
. % Y
td. %
Ytd
. % Y
td. %
Ytd
52 s
em.
52 s
em.
52 s
em.
52 s
em.
52 s
em.
Data
Mín
. 52s
em.
Data
Mín
. 52s
em.
Data
Mín
. 52s
em.
Data
Mín
. 52s
em.
Data
Mín
. 52s
em.
52se
m.
52se
m.
52se
m.
52se
m.
52se
m.
Data
Máx
. 52s
em.
Data
Máx
. 52s
em.
Data
Máx
. 52s
em.
Data
Máx
. 52s
em.
Data
Máx
. 52s
em.
VVVV V arararar ar. %
1an
o. %
1an
o. %
1an
o. %
1an
o. %
1an
o P
ER E
stim
. P
ER E
stim
. P
ER E
stim
. P
ER E
stim
. P
ER E
stim
.DJ
EUR
O ST
OXX
503,
136.
04.
712
.41.
426
.420
13-0
6-24
-0.8
2014
-01-
2117
.613
.4DJ
EUR
O ST
OXX
321.
34.
713
.62.
827
.620
13-0
6-24
-0.1
2014
-03-
0619
.514
.4DJ
EUR
OPE
STOX
X 50
2,95
1.6
4.1
7.6
1.3
18.0
2013
-06-
24-1
.520
14-0
1-21
10.5
13.4
DJ E
UROP
E ST
OXX
337.
14.
810
.53.
123
.020
13-0
6-24
-0.2
2014
-03-
0615
.314
.6MS
CI E
UROP
E1,
381.
95.
39.
11.
8n.
a.20
13-0
6-24
n.a.
2014
-02-
2412
.2n.
a.BB
G EU
ROPE
AN IN
TERN
ET98
.24.
315
.33.
742
.520
13-0
4-19
-1.6
2014
-02-
2835
.024
.5BB
G US
INTE
RNET
94.8
5.9
22.4
4.2
43.1
2013
-04-
19-0
.220
14-0
3-05
34.6
23.9
FTSE
100
6,77
5.4
3.5
3.7
0.6
12.7
2013
-06-
24-1
.320
13-0
5-22
5.6
13.6
DAX
9,54
2.0
3.3
15.6
0.1
28.9
2013
-04-
19-2
.320
14-0
1-21
20.8
13.4
CAC
404,
391.
35.
69.
22.
923
.720
13-0
6-24
-0.1
2014
-03-
0617
.213
.8PS
I-20
7,41
7.5
8.9
25.4
14.3
46.0
2013
-07-
03-0
.820
14-0
3-06
25.6
26.7
IBEX
35
10,2
15.2
3.7
19.4
4.2
37.6
2013
-06-
24-2
.120
14-0
1-16
23.6
15.8
DOW
JONE
S IN
DUST
.16
,360
.24.
79.
6-1
.314
.820
13-0
3-06
-1.4
2013
-12-
3114
.414
.7S&
P 50
01,
873.
85.
713
.21.
422
.020
13-0
4-18
-0.1
2014
-03-
0521
.615
.9NA
SDAQ
COM
POSI
TE IN
DEX
4,35
8.0
7.4
19.1
4.3
38.1
2013
-04-
18-0
.120
14-0
3-05
35.2
21.3
S&P
UTIL
ITIE
S45
1.6
5.4
16.9
-0.2
30.5
2013
-04-
19-0
.320
13-1
2-31
26.1
16.9
S&P
FINA
NCIA
LS IN
DEX
297.
45.
011
.70.
924
.320
13-0
4-18
-0.4
2014
-01-
1522
.313
.7
NIKK
EI 2
2515
,134
.86.
99.
2-7
.128
.220
13-0
3-06
-7.3
2013
-12-
3026
.819
.7BO
VESP
A46
,589
.0-2
.1-1
3.1
-9.3
5.9
2013
-07-
05-2
1.4
2013
-03-
07-1
9.4
9.4
MSC
I WOR
LD1,
195.
16.
310
.90.
9n.
a.20
13-0
6-24
n.a.
2014
-03-
0518
.0n.
a.Fo
nte:
Bloo
mber
g.
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
65
Indi
cado
res
dos
Mer
cado
s In
tern
acio
nais
de
Acç
ões
IIIn
dica
dore
s do
s M
erca
dos
Inte
rnac
iona
is d
e A
cçõe
s II
Indi
cado
res
dos
Mer
cado
s In
tern
acio
nais
de
Acç
ões
IIIn
dica
dore
s do
s M
erca
dos
Inte
rnac
iona
is d
e A
cçõe
s II
Indi
cado
res
dos
Mer
cado
s In
tern
acio
nais
de
Acç
ões
II
VVVV V arararar ar . %
face
Mín.
. % fa
ce M
ín.. %
face
Mín.
. % fa
ce M
ín.. %
face
Mín.
VVVV V arararar ar . %
face
Máx
.. %
face
Máx
.. %
face
Máx
.. %
face
Máx
.. %
face
Máx
.In
d. G
eral
Ind.
Ger
alIn
d. G
eral
Ind.
Ger
alIn
d. G
eral
06.M
ar06
.Mar
06.M
ar06
.Mar
06.M
ar.1
4.1
4.1
4.1
4.1
4VVVV V a
rararar ar . %
1m
. % 1
m. %
1m
. % 1
m. %
1m
VVVV V arararar ar. %
6m
. % 6
m. %
6m
. % 6
m. %
6m
VVVV V arararar ar. %
Ytd
. % Y
td. %
Ytd
. % Y
td. %
Ytd
52 s
em.
52 s
em.
52 s
em.
52 s
em.
52 s
em.
Data
Mín
. 52s
em.
Data
Mín
. 52s
em.
Data
Mín
. 52s
em.
Data
Mín
. 52s
em.
Data
Mín
. 52s
em.
52se
m.
52se
m.
52se
m.
52se
m.
52se
m.
Data
Máx
. 52s
em.
Data
Máx
. 52s
em.
Data
Máx
. 52s
em.
Data
Máx
. 52s
em.
Data
Máx
. 52s
em.
VVVV V arararar ar. %
1an
o. %
1an
o. %
1an
o. %
1an
o. %
1an
o P
ER E
stim
. P
ER E
stim
. P
ER E
stim
. P
ER E
stim
. P
ER E
stim
.DJ
EUR
OPE
TELE
COM
300.
54.
014
.61.
333
.820
13-0
6-24
-2.3
2014
-01-
2129
.314
.4DJ
EUR
OPE
BANK
203.
33.
512
.65.
531
.420
13-0
6-24
-2.2
2014
-01-
1619
.612
.6DJ
EUR
OPE
TECH
NLGY
288.
04.
48.
6-0
.524
.520
13-0
4-22
-1.2
2014
-01-
0213
.820
.2DJ
EUR
OPE
INDU
STRI
AL41
6.1
4.1
8.8
1.1
23.8
2013
-06-
24-1
.720
14-0
1-20
14.9
16.5
DJ E
UROP
E IN
SURA
NCE
230.
64.
216
.91.
731
.620
13-0
4-18
-0.9
2014
-01-
1526
.310
.9DJ
EUR
OPE
MEDI
A25
5.5
2.3
12.1
0.7
29.5
2013
-06-
24-1
.920
14-0
2-25
26.7
17.6
DJ E
UROP
E FI
NANC
IAL
345.
25.
013
.21.
431
.520
13-0
6-24
-0.5
2014
-01-
1322
.916
.8DJ
EUR
OPE
OIL&
GAS
335.
05.
12.
40.
112
.120
13-0
6-24
-2.0
2014
-01-
214.
011
.4DJ
EUR
OPE
UTIL
ITY
299.
67.
213
.57.
623
.820
13-0
6-25
-0.5
2014
-03-
0618
.814
.2DJ
EUR
OPE
AUTO
515.
28.
922
.58.
163
.920
13-0
4-18
-0.3
2014
-03-
0639
.511
.0DJ
EUR
OPE
CONS
TRUC
T34
3.7
7.8
19.9
9.0
37.0
2013
-06-
24-0
.320
14-0
3-06
24.8
17.1
DJ E
UROP
E HE
ALTH
CARE
628.
96.
113
.57.
120
.920
13-0
6-24
-1.2
2014
-02-
2619
.317
.1DJ
EUR
OPE
PR &
HO
GOOD
S58
8.2
4.4
4.5
0.7
11.5
2013
-06-
24-1
.920
13-0
5-28
588.
2n.
a.DJ
EUR
OPE
TRAV
EL&L
EISU
RE20
1.2
6.2
20.8
7.4
31.0
2013
-04-
19-0
.420
14-0
3-06
201.
2n.
a.DJ
EUR
OPE
BAS.
RESR
414.
44.
03.
64.
226
.820
13-0
7-05
-4.6
2013
-03-
15-3
.3n.
a.DJ
EUR
OPE
FOOD
&BEV
493.
63.
53.
4-0
.48.
520
13-0
6-24
-6.6
2013
-04-
03-0
.418
.4DJ
EUR
OPE
CHEM
ICAL
755.
35.
39.
90.
117
.020
13-0
6-24
-0.6
2014
-01-
0275
5.3
n.a.
DJ E
UROP
E RE
TAIL
326.
73.
94.
90.
521
.620
13-0
6-24
-2.1
2013
-11-
07n.
a.n.
a.
S&P
AUTO
MOBI
LES
138.
06.
95.
1-0
.739
.320
13-0
4-05
-4.0
2013
-12-
1734
.212
.2S&
P IN
FORM
ATIO
N TE
CHNO
LOGY
599.
65.
617
.02.
431
.220
13-0
4-19
-0.2
2014
-03-
0524
.915
.6S&
P CO
NSUM
ER D
ISCR
ETIO
NARY
532.
56.
114
.80.
430
.520
13-0
3-19
-0.1
2014
-03-
0529
.519
.0S&
P CO
NSUM
ER S
TAPL
ES43
6.1
4.6
6.8
-1.5
10.3
2013
-03-
18-2
.420
13-1
1-15
9.7
17.6
S&P
ENER
GY63
4.1
4.5
5.1
-2.7
16.4
2013
-04-
17-2
.820
13-1
2-31
10.2
13.3
S&P
HEAL
TH C
ARE
693.
28.
219
.67.
935
.220
13-0
3-08
-0.3
2014
-03-
0434
.818
.1S&
P MA
TERI
ALS
301.
28.
216
.63.
329
.020
13-0
4-18
-0.1
2014
-03-
0522
.217
.5S&
P TE
LECO
MMUN
ICAT
ION
SERV
ICES
147.
72.
3-0
.2-5
.03.
120
14-0
2-03
-12.
520
13-0
4-23
-4.9
13.0
Font
e:Bl
oomb
erg.
66
E.E.F. Mercados Financeiros Março 2014
Índices CRB de Preços de Futuros de Índices CRB de Preços de Futuros de Índices CRB de Preços de Futuros de Índices CRB de Preços de Futuros de Índices CRB de Preços de Futuros de CommoditiesCommoditiesCommoditiesCommoditiesCommodities
PreçoPreçoPreçoPreçoPreço VVVVVariaçãoariaçãoariaçãoariaçãoariaçãoPesoPesoPesoPesoPeso MarMarMarMarMar.14.14.14.14.14 1 mês1 mês1 mês1 mês1 mês 3 meses3 meses3 meses3 meses3 meses 6 meses6 meses6 meses6 meses6 meses 12 meses12 meses12 meses12 meses12 meses Dez.12Dez.12Dez.12Dez.12Dez.12 1 mês1 mês1 mês1 mês1 mês 3 meses3 meses3 meses3 meses3 meses 6 meses6 meses6 meses6 meses6 meses 12 meses12 meses12 meses12 meses12 meses ytdytdytdytdytd
CRC FuturosCRC FuturosCRC FuturosCRC FuturosCRC FuturosÍndice Global 100% 305.5 322.6 322.6 322.6 322.6 322.6 -5.3% -5.3% -5.3% -5.3% -5.3%CRB EnergiaCRB EnergiaCRB EnergiaCRB EnergiaCRB EnergiaPetróleo 100.8 97.8 97.7 110.5 90.4 98.4 3.0% 3.2% -8.8% 11.4% 2.4%Heating oil 297.4 299.5 305.7 316.4 297.6 307.7 -0.7% -2.7% -6.0% -0.1% -3.4%Gas natural 4.5 4.9 4.1 3.5 3.5 4.2 -7.9% 10.4% 28.6% 30.8% 7.3%CRB Metais PreciososCRB Metais PreciososCRB Metais PreciososCRB Metais PreciososCRB Metais PreciososOuro 1337.5 1257.6 1230.3 1386.2 1574.9 1202.3 6.4% 8.7% -3.5% -15.1% 11.2%Platina 1482.0 1374.9 1356.3 1495.7 1579.8 1371.1 7.8% 9.3% -0.9% -6.2% 8.1%Prata 21.2 19.9 19.5 23.8 28.8 19.3 6.3% 8.8% -11.1% -26.3% 9.5%CRB AgrícolaCRB AgrícolaCRB AgrícolaCRB AgrícolaCRB AgrícolaMilho 474.5 443.0 424.0 491.5 708.0 422.0 7.1% 11.9% -3.5% -33.0% 12.4%Sementes de soja 1428.3 1325.8 1325.5 1437.0 1484.5 1312.5 7.7% 7.8% -0.6% -3.8% 8.8%Trigo 634.5 580.8 637.3 635.0 676.3 605.3 9.3% -0.4% -0.1% -6.2% 4.8%CRB AlimentaresCRB AlimentaresCRB AlimentaresCRB AlimentaresCRB AlimentaresCacau 2946.0 2886.0 2813.0 2544.0 2046.0 2709.0 2.1% 4.7% 15.8% 44.0% 8.7%Café 192.9 135.8 105.8 114.0 140.6 110.7 42.1% 82.3% 69.3% 37.2% 74.3%Sumo de laranja 155.5 145.5 138.1 133.1 122.7 136.5 6.9% 12.6% 16.9% 26.8% 14.0%Açúcar 18.4 15.9 16.6 16.8 18.2 16.4 15.8% 10.6% 9.3% 0.8% 11.8%CRB IndustriaisCRB IndustriaisCRB IndustriaisCRB IndustriaisCRB IndustriaisCobre 325.8 322.9 327.0 325.8 347.4 339.7 0.9% -0.4% 0.0% -6.2% -4.1%Algodão 87.9 86.3 79.4 83.2 86.2 84.6 1.8% 10.7% 5.6% 1.9% 3.9%CRB GadoCRB GadoCRB GadoCRB GadoCRB GadoBovino 143.4 139.6 131.4 125.7 128.8 134.5 2.7% 9.1% 14.1% 11.3% 6.6%Suíno 111.9 86.5 81.7 90.9 79.3 85.4 29.3% 36.9% 23.0% 41.1% 30.9%Fonte: Bloomberg, BPI.
BANCO BPI, S.A.
Rua Tenente Valadim, 284 4100 - 476 PORTOTelef.: (351) 22 207 50 00 Telefax: (351) 22 207 58 88
Largo Jean Monnet, 1 - 9º 1269-067 LISBOATelef.:(351) 21 724 17 00 Telefax: (351) 21 353 56 94
"Esta publicação destina-se exclusivamente a circulação privada.A informação nela contida foi obtida de fontes consideradasfiáveis, mas a sua precisão não pode ser totalmente garantida.As recomendações destinam-se exclusivamente a uso interno,podendo ser alteradas sem aviso prévio. As opiniões expressassão da inteira responsabilidade dos seus autores, reflectindoapenas os seus pontos de vista e podendo não coincidir com aposição do BPI nos mercados referidos. O BPI, ou qualquerafiliada, na pessoa dos seus colaboradores, não se responsabilizapor qualquer perda, directa ou potencial, resultante da utilizaçãodesta publicação ou seus conteúdos. O BPI e seus colaboradorespoderão deter posições em qualquer activo mencionado nestapublicação. A reprodução de parte ou totalidade desta publicaçãoé permitida, sujeita a indicação da fonte. Por opção própria, osautores não escrevem segundo o novo Acordo Ortográfico. Osnúmeros são apresentados na versão anglo-saxónica, ou seja,utilizando a vírgula como separador de milhares e o ponto comoseparador decimal e utilizando a designação de "milhar de milhão"para 10^9."
BPIBPIBPIBPIBPI
Top Related