Edição 76 - Revista Hospitais Brasil

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Na última edição do ano, a matéria “Custos” aborda os principais motivos que provocam a queda das receitas e o aumento das despesas em hospitais privados. Em “Saúde Pública”, experts falam sobre a situação da Santa Casa de São Paulo e atribuem os problemas à má gestão dos recursos e ao repasse insuficiente do SUS às instituições filantrópicas. “Humanização” mostra uma alternativa interessante para evitar a privação aos estudos por crianças e jovens hospitalizados, adotada pelo Hospital Santo Antonio, de Blumenau (SC): uma mesa digital interativa, que ajuda a desenvolver habilidades cognitivas e motoras. Em “Especialidade”, o foco é o sucesso da reformulação da atenção à saúde mental em Carmo (RJ). O Suplemento Especial desta edição tem como foco a participação da indústria brasileira na MEDICA 2015, feira que acontece anualmente na Alemanha. Boas festas!

Transcript of Edição 76 - Revista Hospitais Brasil

www.revistahospitaisbrasil.com.br

Receitas caem, despesas crescem: pesquisa aponta a realidade do setor

Planos de SaúdePlanejamento é a solução para suprir as defi ciências

A utilização das TICs no Brasil e as barreiras mundiais à tecnologia

Boas perspectivas de negócios para as empresas brasileiras

SUPLEMENTO ESPECIALMEDICA 2015

SUPLEMENTO

A crise nas Santas Casas e hospitais fi lantrópicos de todo o país

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Mais uma vez o fi nal do ano... e nem é preciso muita refl exão para admiti r que estamos vivenciando um período difí cil e de muitas

incertezas. A Publimed, assim como todas as empresas brasileiras, lutou bravamente para chegar até aqui e, assim, tem a sati sfação

de entregar em suas mãos a últi ma edição da Revista Hospitais Brasil de 2015.

A economia brasileira deve começar a retomar o crescimento em 2017, segundo alguns especialistas. Para superar os grandes

desafi os, é essencial que os hospitais invistam conti nuamente em infraestrutura, gestão e informati zação, o que demanda cada

vez mais recursos. Na matéria Custos está em pauta a pesquisa realizada pela Anahp, na qual a enti dade aponta os principais moti vos que provocam a queda das receitas e o aumento das

despesas nos hospitais privados brasileiros.

Ainda em função dessa palavrinha pequena e incômoda que é “crise”, presenciamos recentemente a demissão de quase

1.500 trabalhadores de saúde no maior hospital fi lantrópico da América Lati na, a Santa Casa de Misericórdia em São Paulo, que,

segundo sua diretoria, teve a intenção de garanti r a sobrevivência e a viabilidade do hospital e a manutenção de 9.000 postos de

trabalho. Em Saúde Pública, experts no assunto atribuem os problemas à má gestão dos recursos e, principalmente, ao repasse

insufi ciente do SUS às insti tuições fi lantrópicas. Vale conferir.

Em meio a tudo isso, em outubro o governo

anunciou o novo Ministro da Saúde: Marcelo Costa e Castro. Terceiro a assumir

o ministério na atual gestão, Castro afi rmou,

Vamos acreditar que 2016 será um ano melhorem seu discurso de posse, que pretende discuti r com a sociedade formas de arcar com os custos da Saúde, melhorar o combate ao

desperdício e aumentar as receitas. Muito boa sorte a ele... e a todos nós, brasileiros!

Para dar uma suavizada neste panorama, escolhemos duas matérias que dão destaque à qualidade de vida dos pacientes.

Na primeira, Humanização, mostramos que para evitar a privação aos estudos por crianças e jovens hospitalizados, o Hospital Santo

Antonio, de Blumenau, SC, desenvolve um projeto de pedagogia hospitalar que acaba de receber um novo recurso: uma mesa

digital interati va e multi disciplinar, que ajuda a desenvolver as habilidades cogniti vas e motoras, inclusive em pacientes com

algum ti po de defi ciência.

E em Especialidade, o foco é o sucesso da reformulação da atenção à saúde mental no município de Carmo, no Rio. Trata-se

do Serviço de Residências Terapêuti cas, que substi tui a internação em hospitais psiquiátricos por uma rede de atenção psicossocial,

com o compromisso de reinserir na sociedade os anti gos pacientes psiquiátricos que passaram anos em manicômios.

Fizemos também o Suplemento Especial, que temcomo foco a parti cipação da indústria brasileira na MEDICA, feira

que acontece anualmente na Alemanha, e deve gerar cerca de 10milhões de dólares em negócios às empresas parti cipantes.

Um bom 2016 a todos que nos ajudaram a manter a Revista Hospitais Brasil no topo das publicações voltadas ao segmento

médico-hospitalar brasileiro e muita força e saúde, para que possamos conti nuar superando todos os obstáculos.

Diretor GeralAdilson Luiz Furlan de Mendonçaadilson@publimededitora.com.br

Diretora AdministrativaVanessa Borjuca Santosvanessa@publimededitora.com.br

Diretora de RedaçãoLeda Lúcia Borjuca - MTb 50488 DRT/SPleda@publimededitora.com.br

JornalistaCarol Gonçalves - MTb 59413 DRT/SPcarol@publimededitora.com.br

Redatora de Conteúdo WebLuiza Mendonça - MTb 73256 DRT/SPluiza@publimededitora.com.br

DiagramaçãoCotta Produções Grá� casatendimento@cotta.art.br

Ano XII - Nº 76 - NOV | DEZ 2015Circulação: Dezembro 2015

A Revista Hospitais Brasil é distribuída gratuitamente em hospitais, maternidades, clínicas, santas casas, secre-tarias de saúde, universidades e demais estabelecimen-tos de saúde em todo o país.

A Revista Hospitais Brasil não se responsabiliza por conceitos emitidos através de entrevistas e artigos assinados, uma vez que estes expressam a opinião de seus autores e também pelas informações e qualidade dos produtos, equipamentos e serviços constantes nos anúncios, bem como sua regulamentação junto aos órgãos competentes, sendo estes de exclusiva respon-sabilidade das empresas anunciantes.

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A Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo desenvolveu uma campanha de conscienti zação sobre câncer de mama que englobou pacientes, população e colaboradoras. A Publimed contribuiu com a ação doando kits de ameniti es contendo sabonete, shampoo, condicionador e creme corporal, que foram sorteados entre as parti cipantes das palestras educati vas.

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8 SAÚDE PÚBLICADemissões e repasse insufi ciente

prejudicam atendimento nas Santas Casas

12 HB – SANTA GENOVEVAInsti tuição completa quatro

décadas investi ndo em tecnologia

14 FINANÇASNovas condutas devem ser

adotadas para atrair investi dores estrangeiros

16 ESTRATÉGIAHospitais de transição e de

retaguarda ajudam a atenuar falta de leitos

18 MEIO AMBIENTESírio-Libanês inaugura um dos

maiores jardins verti cais do país

20 CUSTOSAumento das despesas coloca

setor privado em situação críti ca

26 GOVERNOExpectati vas sobre o novo

Ministro da Saúde, Marcelo Castro

28 HUMANIZAÇÃOMesa interati va e

multi disciplinar contribui para projeto pedagógico hospitalar

30 ADMINISTRAÇÃOHospital Santa Cruz adota

metodologia Toyota para melhorar atendimento no pronto-socorro

32 SAÚDE SUPLEMENTAR84% dos usuários relatam

problemas nos planos de saúde em SP, segundo pesquisa Datafolha

34 ESPECIALIDADETerapia da Liberdade:

reinserção de anti gos pacientes psiquiátricos à sociedade

35 SUPLEMENTO ESPECIAL MEDICA 2015

Empresas brasileiras têm boas perspecti vas de negócios com parti cipação na maior feira do segmento

51 ENGENHARIA CLÍNICALúcio Flávio faz uma refl exão

sobre a 5ª edição da Joint Commission Internati onal

58 ESTUDOA uti lização das TICs no

Brasil, de acordo com a pesquisa TIC Saúde 2014, e as barreiras mundiais à tecnologia, segundo a Polycom

62 ANÁLISEBrasil deve criar o hábito

de uti lizar a telemedicina para orientações médicas

64 FLASHES EHEALTHNovidades do setor de

Tecnologia da Informação em Saúde

67 HOME CAREA importância da gestão

de custos e da controladoria na atenção domiciliar

54 EQUIPAMENTOSLivro aponta que Brasil investe

pouco em dispositi vos médicos e traz propostas para impulsionar inovações

56 DIAGNÓSTICOExcesso de exames pode

ameaçar o bem-estar dos pacientes e gerar prejuízos

68 HIGIENIZAÇÃO Projetos de arquitetura para

salas limpas demandam empresa especializada

70 QUALIDADEPráti cas Padrão Ouro oferecem

segurança a médicos e pacientes

72 GESTÃOEvento em São Paulo destacou

experiências lean de insti tuições brasileiras

74 ACONTECENovidades sobre eventos,

parcerias e ações de responsabilidade social realizadas pelos hospitais e empresas voltadas à Saúde

78 DESTAQUESAs mais signifi cati vas

inovações para o setor

80 MERCADOBahia tem a primeira PPP de

diagnósti co por imagem do país

82 OPINIÃOAndré Guanaes sugere formas

de melhorar a situação da saúde pública

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Por Carol Gonçalves

A crise nas Santas Casas e hospitais fi lantrópicos de todo o país não é nenhuma novidade. Somente no estado de São Paulo, cerca de 64 unidades encontram-se sob intervenção, ou seja, para não deixarem de atender a população por falta de verbas, o município se responsabiliza pela enti dade e aumenta o repasse para suprir o défi cit do Governo Federal.

Maior hospital fi lantrópico da América Lati na, a Santa Casa de Misericórdia em São Paulo passa por sua maior crise. Recentemente, demiti u 1.500 funcionários, incluindo 184 médicos e cerca de mil trabalhadores de saúde, seis técnicos de segurança e 14 psicólogos, entre outros profi ssionais.

Em nota, a Santa Casa disse que antes de chegar ao estudo para a redução do quadro, a administração priorizou ações de gestão, produti vidade e controle, bem como renegociações com fornecedores. O plano de reestruturação, segundo a insti tuição, é garanti r a sobrevivência e a viabilidade do hospital, bem como a manutenção de 9.000 postos de trabalho.

De acordo com o Diretor do Simesp – Sindicato dos Médicos de São Paulo, Gerson Salvador, a decisão tomada foi unilateral. “Não houve critério claro para as demissões. Quem acumulou mais de R$ 800 milhões em dívidas, inclusive desviando recursos e superfaturando, não foram os médicos, mas os responsáveis pela gestão anterior”, criti ca, acrescentando que esta foi uma ati tude de desrespeito da administração da Santa Casa com os profi ssionais. Sobre uma possível negociação com os médicos, diz que isso vem sendo tentado desde o fi nal de 2014, quando não foram pagos o salário de novembro e o 13º.

Demissões e repasse insuficiente prejudicam

Santas Casas

Salvador conta que devido às demissões, serviços inteiros foram desestruturados, como o setor de transplante de fí gado. “E na área de oft almologia, dois grande profi ssionais foram demiti dos. Com certeza tudo isso impacta no atendimento à população.”

O que mais preocupa, em sua opinião, é a formação dos residentes, que aprendem em serviço com médicos experientes, já que, agora, muitos deles não fazem mais parte do quadro de funcionários da Santa Casa. Sem falar que o próprio médico que atua nessa área está sempre estudando, o que benefi cia a própria atuação.

“Na iniciati va privada, os cortes de funcionários acontecem com certa frequência e é algo inerente à ati vidade; porém, em uma insti tuição de saúde com tanta tradição e com um histórico de enorme contribuição ao SUS, que sempre prestou atendimento altamente qualifi cado, é inaceitável que isto ocorra”, declara Florisval Meinão, Presidente da APM – Associação Paulista de Medicina.

Para ele, os médicos demiti dos desenvolviam trabalho diferenciado do ponto de vista cientí fi co, pelo contato constante com alunos residentes, condição que difi cilmente será recuperada, pois são poucas as insti tuições com este perfi l. “Certamente a população será a grande prejudicada. Os médicos demiti dos também sofrem grave prejuízo, tanto do ponto de vista fi nanceiro, pela perda de renda, como profi ssional, por se desligar de uma enti dade que é referência em qualidade de assistência médica”, acrescenta.

REPASSES Independentemente de problemas na gestão dos recursos, o repasse do SUS às instituições filantrópicas sempre foi insuficiente para cobrir gastos com assistência à saúde. De acordo com o Diretor-Presidente da Fehosp – Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo, Edson Rogatti, a dívida acumulada, consequência da defasagem da tabela e outras dificuldades, alcançou os R$ 17 bilhões em 2014, divididos entre débitos com fornecedores, funcionários, bancos e órgãos públicos. Estima-se que este ano chegue aos R$ 22 bilhões.

Nos estados, ele diz que os gestores estão fazendo cortes de até 30% na contratação de serviços de saúde, prejudicando os atendimentos, a manutenção e a gestão

Gerson Salvador, do Simesp

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dos hospitais que atendem o SUS. “Os valores da tabela de procedimentos pagos às insti tuições que atendem pacientes do SUS estão defasados em até 60%. O custo de uma sessão de psicoterapia individual é de R$ 50 nos planos de saúde suplementar. Na tabela, o hospital que realiza este procedimento recebe R$ 2,55 do Governo Federal”, aponta.

Como representante da Fehosp, Rogatti vem lutando diariamente junto com as outras federações por um reajuste nos valores expressos na tabela SUS. “As Santas Casas e os hospitais fi lantrópicos sempre buscaram a excelência na administração e, neste momento de crise, a gestão hospitalar deve ser trabalhada com mais afi nco e se torna mais essencial.”

Como solução para a situação, a enti dade propõe aplicar de maneira estratégica os poucos recursos que há e também desenvolver projetos de captação para aumentar a verba. “Se não houver mudanças, em longo prazo muitas Santas Casas estarão sob intervenção ou fechando, e outras, ainda, vão diminuir o atendimento”, expõe.

Procurada pela redação, a administração da Santa Casa não respondeu aos questi onamentos, mas divulgou na mídia que foram demiti dos profi ssionais que não ti nham mais interesse em trabalhar na insti tuição, funcionários ociosos e servidores com salários incompatí veis com as funções que realizava.

GRUPO DE TRABALHOO Ministério da Saúde deve criar um Grupo de Trabalho para estudar maneiras de minimizar a crise nas Santas Casas. A decisão foi tomada pelo Ministro da Saúde, Marcelo Castro, após reunião com a CMB – Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, o BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e o grupo de senadores que apoiam o movimento em prol dessas insti tuições.

Castro reconheceu a importância das Santas Casas e hospitais fi lantrópicos para o funcionamento do Sistema de Saúde, mas ressaltou os problemas orçamentários enfrentados no momento. Ele disse que fará o possível para não faltar com os compromissos com o setor, mas pediu a ajuda dos parlamentares para reforçar as negociações no Congresso Nacional.

O ministro informou, ainda, que a pasta não tem condição de se comprometer com nenhuma nova despesa, uma vez que deve chegar ao fi nal de dezembro com um défi cit orçamentário de R$ 3,6 bilhões. Os senadores demonstraram preocupação com a crise da Saúde e ressaltaram a importância de discuti r formas de sanar os problemas.

O pleito do setor fi lantrópico inclui formas de melhorar o fi nanciamento, a reabertura do Prosus e a criação de uma linha de crédito mais favorável aos hospitais. De acordo com o ofí cio entregue pela CMB, as reivindicações visam minimizar a crise de sustentabilidade do segmento decorrente do crescente défi cit de custeio provocado pelo subfi nanciamento do SUS.

A CMB ressaltou, durante o encontro, que as Santas Casas e hospitais sem fi ns lucrati vos respondem por 51% dos atendimentos hospitalares e ambulatoriais do SUS, além de 63% de todas as internações de alta complexidade, sendo 59% de transplantes, 68% em procedimentos de quimioterapia realizados em regime de internação, 66% de cardiologia e 69% das cirurgias oncológicas. “Esse volume impõe responsabilidades crescentes em investi mentos em tecnologia e adequação de ambientes fí sicos, com foco na ampliação da qualidade e segurança assistencial”, informou o documento entregue ao Ministro.

Além da nova etapa da políti ca de incenti vo (IAC), já acordada em governos anteriores; a criação de incenti vo para custeio da alta complexidade, estabelecendo IAC que corresponda a, no mínimo, 20% do valor da produção anual; e uma linha de crédito do BNDES com juros de 0,5% ao ano, prazos de 180 meses e 2 anos de carência, os representantes da CMB também reivindicaram a revisão dos valores dos honorários médicos e dos procedimentos previstos na Tabela SUS, tendo em vista as difi culdades de manutenção das equipes integrantes dos corpos clínicos.

Edson Rogatti , da Fehosp

Florisval Meinão, da APM

ABRAÇO SIMBÓLICO

No dia 11 de dezembro, aconteceu na Santa Casa de São Paulo um abraço simbólico ao prédio do Hospital

Central, organizado espontaneamente pelo Movimento Santa Casa Viva (MSCV). O objetivo foi unir a sociedade

paulistana e os colaboradores da instituição em prol daquela que é uma das mais importantes do Brasil.

“Neste momento, precisamos nos unir novamente e olhar pra frente, voltar a sonhar e a realizar, para que

possamos colher a Santa Casa que queremos no futuro. Temos um longo caminho porque o desgaste que a instituição sofreu foi muito grande, mas ela é muito

maior do que isso tudo, pois é feita de sentimento”, disse o médico Igor Bastos Polonio, organizador do MSCV.

Ele acredita que a junção das esferas governamentais, população, administração e o apoio dos colaboradores conseguirão reerguer o hospital mais antigo do estado. “A Santa Casa é um patrimônio do Brasil que passa por

dificuldades, e seria uma derrota da sociedade se ela fechasse as portas”, declarou.

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Em 1975, um pequeno grupo de médicos percebeu que a pequena Uberlândia, MG, de pouco mais de 125 mil habitantes, estava em pleno desenvolvimento e demandava cada vez mais serviços de saúde. Nesse cenário, o grupo decidiu criar um complexo hospitalar que esti vesse em sincronia com o desenvolvimento da cidade e da região. Assim, em outubro daquele ano, surgiu o Hospital Santa Genoveva.

Da década de 70 para cá, 12 presidentes já esti veram à frente do hospital, que hoje reúne mais de 250 médicos em 45 especialidades, além de 518 colaboradores.

Este ano, o empreendimento comemorou quatro décadas e anunciou a ampliação, que, com investi mento de mais de R$ 1,5 milhão, deve disponibilizar novos serviços e tecnologias. “Estamos em fase fi nal de estruturação e a nossa intenção é inaugurar até o fi nal do ano um setor de oncologia, com três novos consultórios, oito leitos para quimioterapia em adultos e dois leitos para crianças”, conta o Administrador, Ricardo Sá.

Ainda para a área de quimioterapia, o hospital adquiriu uma cabine para manipulação de medicamentos injetáveis, chamada capela estéril, para garanti r que materiais biológicos ou estéreis não sofram contaminação do meio ambiente, oferecendo segurança na manipulação.

Já quanto às novas tecnologias voltadas à saúde da mulher, o hospital está realizando um exame chamado histerossalpingografi a por sedação – que é uma radiografi a com uti lização de contraste, para verifi car as condições anatômicas dos órgãos reprodutores femininos: útero e tubas. “Somos o primeiro hospital de Minas Gerais a realizar este procedimento. Até agora, as pessoas que necessitavam deste exame precisavam procurar hospitais em São Paulo”, conta Ricardo.

Para cirurgias de baixa complexidade, vai oferecer 15 novos leitos de Day Clinic Cirúrgico para atender pacientes que passam por pequenos procedimentos e não necessitam de internação, geralmente nas especialidades de oft almologia, otorrinolaringologia, dermatologia, cirurgia plásti ca e alguns casos de ortopedia.

Com esta ampliação, o Santa Genoveva instalou um serviço de Transplante de Medula Óssea, que entrou em

Santa Genoveva completa quatro décadas investindo em tecnologia

funcionamento no fi nal do ano. “Os pacientes que até hoje necessitavam dessa terapia acabavam sendo encaminhados para os hospitais privados de outros estados. Agora, será possível fi xá-los dentro de nossa região”, conclui.

Reconhecido como um Centro de Excelência, sobretudo em alta complexidade, o Santa Genoveva possui uma estrutura composta por aparelhos de alta tecnologia, únicos em Minas Gerais. O hospital já conta com Sala Híbrida, um recente conceito, caracterizado pela união entre centro cirúrgico e equipamentos de imagens e iluminação inteligentes, promovendo a integração de todas as tecnologias e, até mesmo, a interação em tempo real com outros médicos do mundo. Esta tecnologia é única em Minas Gerais e a terceira do país.

PARCERIASO hospital mantém parcerias com empresas especializadas nas mais diversas terapias, o que agiliza a realização de exames e procedimentos.

Em Hemodinâmica, o Insti tuto do Coração do Triângulo (ICT) é um dos parceiros do Santa Genoveva e tem uma central de atendimento alocada na própria estrutura do hospital. O ITC conta com especialistas qualifi cados que oferecem serviços de avaliação clínica pós-procedimento, cateterismo cardíaco, angiografi as, arteriografi a cerebral, embolizações cerebrais e renais, drenagem biliar, embolizações de mioma, neuro intervencionista, angioplasti as coronárias, renais, periféricas; implante aórti co endopróteses, eletrofi siologia implantes de geradores e valvuloplasti as, entre outros.

Já em Hemodiálise, o Insti tuto de Nefrologia do Triângulo também é um parceiro importante. O setor de hemodiálise funcionou por mais de 18 anos dentro do hospital, oferecendo aos pacientes terapêuti ca específi ca para suas necessidades. Atualmente, o insti tuto funciona em outro local, sempre com a mesma efi ciência.

Instalado nas dependências do hospital, o Centro de Diagnósti cos por imagem (CDI) também é uma parceria que oferece diversos serviços em diagnósti cos, como Raios-X, ultrassom, mamografi a, tomografi a, ressonância magnéti ca e densitometria óssea.

O complexo hospitalar disponibiliza também serviços de oxigenoterapia hiperbárica para pacientes com lesões de difí cil cicatrização, como infecções necroti zantes, queimaduras, úlceras crônicas, osteomielites e enxertos de pele, entre outros. A terapia é oferecida pela Hiperbárica Santa Genoveva, mais uma empresa terceirizada pelo complexo hospitalar.

www.santagenoveva.net

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A amplitude e os impactos da corrupção na dinâmica dos negócios, sem dúvida, infl uenciam a percepção do investi dor quanto à estabilidade de um mercado. Quanto maior a ideia de corrupção, menos estável, mais arriscado e menos atrati vo será o investi mento. A noção é clássica, validada pela transparência internacional e especialmente relevante na atração de investi mentos estrangeiros.

No Brasil, a efeti vidade desta premissa no setor de Saúde passou a ser testada a parti r de 20 de janeiro de 2015, com a publicação da Lei 13.097/15. Em síntese, ela permite a parti cipação, de forma direta ou indireta, de capital estrangeiro na assistência à saúde brasileira, inclusive através da aquisição do controle de empresas do setor. Em resumo, investi dores estrangeiros poderão entrar com recursos fi nanceiros nos centros de atenção à saúde brasileiros (CDS), incluindo hospitais e clínicas.

O mercado dos CDS apresenta uma dinâmica de relacionamento única e que deverá evoluir para atrair os investi mentos agora permiti dos por lei. Intersecção de pacientes, profi ssionais da saúde, médicos, prestadores de serviços e fornecedores, os CDS concentram parte relevante da tensão própria dos aspectos de compliance e de conduta de negócios.

Desde a visita dos propagandistas à contratação de equipamentos médicos, passando pela interação de médicos-empregados com a indústria da saúde e o desenvolvimento de pesquisas clínicas, é nos CDS que os testes mais delicados são conduzidos, especialmente aqueles relati vos à gestão de confl itos de interesses.

A revisão e a adaptação dos manuais, políti cas e práti cas de conduta conti nuarão a ser imperati vos na atração de recursos fi nanceiros estrangeiros e especializados na área da Saúde. A parti cipação desses recursos nos CDS pode ser extremamente positi va, na medida em que acarretará efi ciência, redução de perdas e melhoria de processos. Contudo, a parti cipação ati va de interesses fi nanceiros não

Novas condutas para atrair investidores estrangeiros

poderá, de forma alguma, sublimar a autonomia absoluta do médico e demais profi ssionais de saúde na escolha dos rumos terapêuti cos e na tomada de decisões profi ssionais.

Os CDS brasileiros, atentos à tramitação longa da lei e, especialmente, dos atos legislativos que a antecederam, continuam se preparando para essa realidade. Nesse contexto, é importante destacar uma medida que é constantemente avaliada pelo investidor estrangeiro na tomada de decisão. Em muitos CDS, todas as decisões são concentradas em poucos indivíduos, sem observar regras e procedimentos, o que acaba gerando conflitos. Contudo, essa realidade pode e precisa ser governada. Para isso, destaca-se a importância do desenvolvimento de células internas nos CDS, dedicadas a funções distintas e autônomas.

Por exemplo, a diretoria médica e outras frentes técnicas precisam ter absoluta autonomia no processo de seleção e incorporação de melhores práti cas terapêuti cas, sem interferência ou dependência de terceiros. E ainda, o relacionamento destas frentes técnicas com os demais integrantes da cadeia de atenção à saúde deverá ser transparente, formal e passível de acompanhamento.

CDS que mantêm um núcleo único de tomada de decisões são mais propensos a concentrar interesses confl itantes. Na medida em que essas opções fi nanceiras e outras não técnicas sejam tomadas em esfera disti nta daquelas predominantemente técnicas e terapêuti cas, permite-se, no mínimo, o diálogo e a comparação de propostas. E essa transparência é relevante.

Ainda, a autonomia dos núcleos permitirá que a seleção de equipamentos, produtos e tecnologias seja baseada em critérios pré-determinados. Será fundamental que os integrantes dos núcleos técnicos se pautem nos mecanismos internos de eliminação de conflitos de interesse, que se tornarão elementos básicos na gestão dos CDS.

Independentemente do número de integrantes e regras de funcionamento, os núcleos de gestão de conformidade dos CDS deverão garanti r autonomia técnica aos médicos, bem como gerenciar eventuais pressões indevidas sobre esses indivíduos.

Ao assegurar a independência dos profi ssionais de saúde, esses centros demonstrarão ao potencial investi dor estrangeiro o compromisso com a prestação de serviços sem a infl uência de terceiros, pautada na efi ciência e no desenvolvimento do negócio. São esses, sem dúvida, os elementos que infl uenciarão os investi dores que buscam ingressar no mercado brasileiro.

Benny SpiewakAdvogado especialista em Direito Farmacêuti co e sócio do

Escritório Zancaner Costa, Bastos e Spiewak Advogados

“A participação ativa de interesses financeiros não poderá sublimar a

autonomia absoluta do médico e demais profissionais de saúde na escolha dos

rumos terapêuticos e na tomada de decisões profissionais”

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Resolver o problema crônico da falta de leitos nos hospitais brasileiros é uma pauta recorrente e de interesse comum para gestores de saúde, representantes da saúde suplementar, médicos intensivistas, geriatras e oncologistas. E este é um assunto que também interessa, e muito, à sociedade. Segundo dados da Anahp – Associação Nacional dos Hospitais Privados, 25% dos leitos brasileiros são ocupados por pacientes de longa permanência. Destes, a maioria é composta por idosos, que já somam 12% da população e, devido ao aumento constante da expectativa de vida no país, em 2030 somarão 19%.

Em função disso, os hospitais de transição surgem como uma alternativa às internações de longa permanência em instituições de alta complexidade e ao homecare, seguindo tendência mundial e ainda pouco difundida no Brasil.

“Apesar da enorme experti se e do aparato tecnológico dos hospitais de alta complexidade, entendemos que eles não possuem estrutura para montar linhas de cuidados para o paciente idoso desde o primeiro dia de hospitalização. Este precisa de uma reabilitação precoce, de uma clara gestão de alta – que deve começar no momento da internação – e de uma equipe integrada e disponível”, explica Carlos Alberto Chiesa, Diretor de Operações do Placi, primeiro hospital de transição do Estado do Rio de Janeiro.

Baseando-se em dados da Anahp que mostram que apenas 38% dos hospitais brasileiros oferecem serviços para doentes crônicos e somente 14% uti lizam métricas para identi fi car o prognósti co na gestão desses pacientes, Chiesa conta que, em geral, a alternati va à desospitalização mais conhecida por médicos e pela sociedade é o homecare. “Contudo, na realidade, acaba não sendo uma opção possível em todos os casos. As negati vas às solicitações das famílias dos pacientes representam metade dos pedidos recebidos pelas operadoras de saúde. Na maior parte das vezes, as justi fi cati vas referem-se ao ambiente inadequado (59%), além da ausência de um cuidador (23%) ou até por moti vos clínicos (18%)”, detalha.

O que atualmente se discute com preocupação é a falta de saída para a crise gerada pelo envelhecimento da população no Brasil com o modelo assistencial atual. “Por isso, a necessidade de mudança, de oferecer algo inédito, como os hospitais de transição”, defende Chiesa. Segundo o médico, o país precisa acompanhar tendências mundiais: no Canadá, por exemplo, 49% dos pacientes são indicados para hospitais de transição; na Austrália, o modelo existe há dez anos; e em Portugal, o governo criou recentemente a Rede Nacional de Cuidados Conti nuados Integrados.

O QUE SÃO HOSPITAIS DE TRANSIÇÃO?Eles promovem assistência interdisciplinar especializada para pacientes dependentes de cuidados médicos complexos. Além disso, oferecem apoio e suporte para aqueles fragilizados em um ambiente diferente do

Soluções para atenuar a falta de leitos no país

hospital tradicional, com o objetivo de completar o período de convalescença e recuperação, otimizam a capacidade funcional e o preparam para os cuidados de longo prazo. As principais diferenças estão na equipe envolvida e no tempo dispensado por cada um dos profissionais, conforme detalhado no quadro a seguir.

Diferenças do nível de atenção profi ssional entre os modelosIntensidade da equipe Homecare Hospitais de

retaguardaHospitais de

transição

Técnicos de Enfermagem Relação 1 x 1 Relação 1 x 5 Relação

1 x 2,5

Enfermeiros semanal diário 24 horas

Médicos semanal diário 24 horas

Fisioterapeutas 2 a 7 vezes por semana

diário/demanda 12/24 horas

Fonoaudiólogos 1 a 3 vezes por semana - diário

Psicólogos não contratual não padrão diário

Terapeutas Ocupacionais não contratual não padrão 3 a 5 vezes

por semana

HOSPITAIS DE RETAGUARDAEsses hospitais surgiram como uma nova opção de atendimento pós-hospitalar, para dar conti nuidade ao tratamento iniciado no hospital, e ao mesmo tempo, diminuir o alto risco de infecção a que o paciente se submete em uma internação prolongada.

A proposta sugere o encaminhamento de serviços de maior complexidade tecnológica para outros de menor complexidade, funcionando como um suporte para a atenção hospitalar, favorecendo a regularização e a melhor uti lização dos recursos. Os leitos de retaguarda parecem ser uma alternati va interessante para a organização da atenção hospitalar. Existem dois ti pos com característi cas muito disti ntas. O primeiro deles é o de emergência, uma espécie de apoio aos prontos-socorros, com o objeti vo de reduzir a superlotação, além de garanti r acesso ao tratamento necessário. São leitos de permanência pequena, alta taxa de rotati vidade e ocupação, em que são admiti dos pacientes com patologias agudas ou crônicas para compensação clínica ou intervenção cirúrgica.

O outro perfi l que também recebe usualmente a mesma denominação é o leito de apoio a pacientes crônicos. Nesse caso, são de alta permanência, com pacientes compensados clinicamente, mas que necessitam de cuidados hospitalares,

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característi cas comuns em doenças crônicas neurológicas, psiquiátricas e cuidados paliati vos.

Geralmente estão instalados em ambientes amplos e arborizados, que oferecem ati vidades de recreação, horários de visitas ampliados e suporte hospitalar através de uma equipe multi disciplinar, com a intenção de permiti r que o paciente conti nue seu processo de reabilitação de forma humanizada.

NOVOS MODELOS ASSISTENCIAISO envelhecimento populacional gera um novo perfi l epidemiológico, em que predominam doenças crônico-degenerati vas em uma população fragilizada pela idade avançada e pelas sequelas dos tratamentos recebidos. Daí a necessidade de modelos assistenciais para esse perfi l, com oferta de cuidados prolongados, processos voltados para a necessidade do paciente e seu entorno, oferecido por profi ssionais de saúde de formação diversas, estendendo-se à assistência social.

“Apesar da concepção lógica deste modelo, ainda é preciso passar pela etapa de conscienti zação de todos os atores do cenário da Saúde no entendimento e uti lização desse cuidado”, expõe Chiesa.

Segundo ele, são necessárias arti culações entre hospitais, operadoras e prestadores de serviços, bem como um trabalho educati vo junto às famílias e paciente, além de uma compreensão maior do médico, como formador de opinião, da lógica de rede arti culada, referenciada e integrada na assistência à saúde.

CUIDADOS EXTENSIVOS

Incluído na categoria de hospitais de transição, o primeiro hospital da rede Placi, situado em Niterói, RJ, foi inaugurado em 2013 e oferece um conceito inédito

de saúde, de cuidados extensivos.

Possui 18 quartos individuais e seis quartos duplos; monitorização por TV; leitos elétricos, bombas

infusoras, respiradores, balanças hidráulicas, suporte dialítico, suporte laboratorial, equipamento de

Raios-X à beira dos leitos e ECG; uma central de gases medicinais com autonomia elétrica plena; assistência

médica e de enfermagem 24 horas; sala de reabilitação de marcha e um solário para convivência.

Com foco em qualidade de vida e redução do sofrimento do paciente, o hospital conta com uma

equipe multidisciplinar completa composta por médicos, enfermeiras, nutricionistas, assistentes sociais,

psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e farmacêuticos.

A maior parte dos pacientes é de cuidados paliativos não oncológicos (42%), seguida de reabilitação (33%), cuidados paliativos oncológicos (21%) e pacientes em

fim de vida (4%). Entre os casos mais comuns, estão os cuidados com feridas e curativos complexos; distúrbios

nutricionais elegíveis para nutrição enteral e parenteral; reabilitação pós-trauma, internações prolongadas;

doenças neuromusculares degenerativas; neurológicas pós-agudas e crônicas; ventilação mecânica permanente;

e antibioticoterapia prolongada.

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Através de projeto desenvolvido e executado pela Verti garden, as novas torres do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, SP, ganharam jardins verti cais com quase 1000 m2 de área, que abrigam 80 mil plantas de 42 espécies.

O jardim é hidropônico – ou seja, possui sistema de culti vo das plantas sem terra –, com

irrigação automati zada através de painéis de controle e sensores de umidade instalados por toda a extensão da parede. Além de irrigar, o sistema também nutre as plantas regularmente e impede o acúmulo de água, evitando a formação de criadouros de insetos.

Em algumas partes, o jardim ati nge a altura de 27 metros, correspondente a um prédio de nove andares. Por isso, as espécies foram escolhidas respeitando as condições climáti cas e de acordo com a resistência a intempéries, como ventos extremos. O projeto optou por plantas que não necessitam de podas regulares, com folhagens tolerantes aos altos níveis de CO2 e de poluição da cidade de São Paulo.

O jardim verti cal proporciona conforto térmico e acústi co, contribui para a substi tuição de massa vegetal das árvores doentes da cidade, com consequente aumento da fotossíntese e captação de CO2, além de ser um refúgio para borboletas e pássaros.

Todo o projeto das novas torres do complexo do Hospital Sírio-Libanês foi concebido dentro das especifi cações ambientais de um Green Building, na categoria Gold. Com isso, o impacto das novas instalações, desde o período de obras e durante a sua operação, é reduzido.

Para o uso racional e efi ciente dos recursos hídricos, por exemplo, foram implantadas uma estação de tratamento de esgoto para águas cinzas e outra para água, com possibilidade de produzir 10 m³ por hora de água de reúso.

Os novos edifí cios contam, ainda, com torneiras e chuveiros que visam a redução de consumo, além de bacias sanitárias e sistema de ar condicionado abastecidos com água de reúso, economizando 3.000 m3 de água potável por mês.

A fachada em vidro permite melhor aproveitamento da iluminação natural e, ao mesmo tempo, a redução de 78% do calor interno, o que oti miza o uso do ar condicionado. Somados à uti lização de lâmpadas de led, esses itens reduzem sensivelmente o consumo de energia.

Sírio-Libanês inaugura um dos maiores jardins verticais do país

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Aumento nos custos de folha de pagamento, substancial elevação nos valores de insumos, além de reajustes em contratos de apoio e logísti ca. Estes são os principais fatores para a elevação das despesas operacionais dos hospitais associados à Anahp – Associação Nacional de Hospitais Privados. Segundo pesquisa da enti dade, publicada no Observatório 2015, esse crescimento foi de 1,3% em 2014.

A principal despesa dos hospitais privados é com a folha de pagamento, que representa quase 39% do total. Em termos reais, o acumulado dos 12 meses aponta um aumento de 2,8%. A segunda maior fati a é a dos insumos hospitalares, com parti cipação de 25,8% sobre o total, mesmo apresentando uma queda de 1% em comparação a 2013. Os contratos técnicos e operacionais também apresentaram crescimento expressivo, ati ngindo 7,2%.

De acordo com a pesquisa, a mão de obra qualifi cada é uma das principais difi culdades para a expansão do setor, uma vez que a área emprega profi ssionais com níveis de escolaridade mais elevados do que a média brasileira.

Em 2014, seguindo uma tendência de forte crescimento do mercado de saúde suplementar, o número de benefi ciários de planos de saúde alcançou 50,8 milhões, o que representa um acréscimo de 1,2 milhão de vidas. Essa demanda adicional – aliada ao envelhecimento da população – contribuiu para um aumento signifi cati vo do número de internações dos hospitais, que saltou de 668,2 mil, em 2013, para 879,1 mil, em 2014.

Além disso, há o aumento de usuários com maior consumo de serviços e materiais e a forte pressão das operadoras de planos de saúde pela redução de suas despesas assistenciais. Outra tendência que pode infl uenciar negati vamente no desempenho da insti tuição é o avanço de modelos de pagamentos baseados em procedimentos gerenciados e pacotes, que pressupõem modelos de precifi cação retrospecti vos, ou seja, pré-acordados com base na experiência passada da insti tuição.

Receitas caem, despesas crescem: a dura realidade do setor

Por Carol Gonçalves

INSUMOSDr. Francisco Balestrin, Presidente da Anahp, chama atenção para o encarecimento de insumos e equipamentos. “Os insumos são dependentes da importação, principalmente de países como Alemanha, Estados Unidos e China. Além disso, o movimento de desvalorização do real, em curso desde 2011, se intensificou somado ao momento delicado que o país vive – o que acabou resultando no crescimento da taxa média de câmbio anual de 40,5%, passando de R$ 1,67/US$ 1 em 2011 para R$ 2,35/US$ 1 em 2014”, revela.

O segmento de gases medicinais, por exemplo, tem sido penalizado pelas elevações nas tarifas de energia elétrica, fazendo com que os custos, em toda a cadeia, mais que dobrassem em 2014. Somente na indústria, a tarifa média de fornecimento teve crescimento de 12%, passando de R$ 223/MWh para R$ 249/MWh.

AÇÕESEmbora esses dados mostrem a situação dos hospitais associados à Anahp, eles ilustram os movimentos que o mercado da área da saúde tem vivenciado nos últimos tempos. A entidade considera fundamental que as instituições coloquem na pauta das suas agendas estratégicas um plano de ação que as direcione na busca da análise de desempenho por margem e não apenas por receita, à revisão do mix de especialidades e de convênios, à redução dos custos, ao avanço nas questões de governança clínica, aos cuidados nas negociações de migração de margens de medicamentos, materiais, dietas e gasoterapia e à inclusão de reajuste automático nas diárias e taxas, entre outras ações.

Segundo análise publicada no Observatório, se de um lado estamos sendo sistemati camente levados a discuti r o futuro e um novo modelo de remuneração, de outro, é absolutamente necessário perceber que há uma forte e efeti va desconstrução do modelo atual, em que a intervenção proposta o descaracteriza e reduz de forma importante as margens atuais.

O conti nuado aumento dos custos e despesas acima do crescimento das receitas não é apenas um importante alerta, mas também um grande indicador para que este contexto seja observado e redirecionado.

Segundo especialistas, a economia brasileira deve começar a retomar o crescimento em 2017, e alguns mais otimistas têm projeções para uma melhora a partir do segundo semestre de 2016.

Para acompanhar os grandes desafios do setor, Balestrin considera essencial que os hospitais invistam continuamente em infraestrutura, em novos modelos de gestão e na informatização de seu atendimento para manter o padrão de qualidade. Este movimento, por sua vez, demanda cada vez mais recursos que impactam as receitas e despesas das instituições.

“As projeções pessimistas da economia serão refletidas em todos os setores e devemos nos preparar para essa realidade, evitando endividamentos, analisando adequadamente os investimentos em expansão, entre outras medidas que proporcionem um olhar mais cauteloso para as decisões”, expõe.

Dr. Francisco Balestrin, da Anahp

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Em sua opinião, os gestores precisam, acima de tudo, entender o novo perfi l de paciente e as demandas atuais da saúde, para que as transformações no modelo de atenção sejam efeti vas. “Eles devem compreender a importância da governança clínica e corporati va nos hospitais e a necessidade de programas de acreditação”, ressalta.

GESTÃO DE RISCOSCom o aumento das despesas e a diminuição das receitas, os hospitais precisam prevenir, tratar e gerir as ameaças que afetam o negócio. Afi nal, uma boa gestão administrati va pode garanti r, além da perenidade da organização, a qualidade no atendimento ao paciente.

O conceito de gestão de riscos para quem trabalha em hospitais é bastante conhecido e envolve a segurança do paciente e dos profi ssionais, mas existe outra oportunidade ainda pouco explorada: a abordagem de Gestão dos Riscos de Negócio, que é amplamente uti lizada e com excelentes resultados em outros setores, como telecomunicações, energia, agronegócio, varejo, transporte e fi nanceiro.

“Observa-se uma abertura deste mercado para o entendimento de seus riscos gerenciais como um dos pontos principais a serem considerados para o crescimento sustentável da organização, sabendo que é possível ampliar a capacidade de gerar valor aos negócios, garanti ndo o equilíbrio entre efi ciência operacional e proteção dos processos”, descreve Luis Guilherme Whitaker, Gerente Executi vo de Gestão de Riscos de Negócios da ICTS Proti viti .

Hospitais que optam por não darem a devida prioridade à gestão de seus riscos estão expostos aos mesmos problemas que a maior parte das empresas: insufi ciência de caixa, margens apertadas, indisponibilidade e/ou desvio de ati vos, falta de indicadores, inefi ciências no processo, falhas e fraudes. Portanto, segundo ele, é fundamental conhecer e gerenciar os principais riscos da organização, de forma ampla, estruturada e alinhada à sua estratégia.

“A adoção da Gestão de Riscos de Negócio traz melhoria e preservação dos resultados operacionais e fi nanceiros, valorização da organização, minimização de riscos e aumento de efi ciência e segurança dos processos. A abordagem prepara as organizações para prevenir, tratar e gerir conti nuamente os problemas potenciais presentes na condução e operação dos negócios”, aponta Whitaker.

A Gestão de Riscos de Negócio é composta por três etapas:• Diagnósti co – levantamento e entendimento da situação

A CRISE E OS PLANOS DE SAÚDE

Os planos de saúde também revelam enfrentar dificuldades, pois a crise econômica tem trazido

consequências diretas que os colocam em risco. As demissões levam à diminuição das vidas seguradas

por planos empresariais, reduzindo a receita das seguradoras em aproximadamente 20%. A tendência

é que o número de associados caia em cerca de 5% até o final do ano, segundo análise de Cadri

Massuda, Presidente da Abramge-PR/SC – Associação Brasileira de Medicina de Grupo.

Ele cita, ainda, o crescimento de sinistros, pois os casos de depressão e transtornos de ansiedade também aumentaram com a crise. Com isso, as

pessoas usam mais os planos de saúde. Outra questão considerada por Massuda é a inadimplência. Períodos

de instabilidade financeira geram um considerável aumento nesse quesito, sendo que para alguns planos,

o problema quase triplicou nos últimos meses.

“Além disso, observamos que a inflação médica está cada vez mais alta. O surgimento de novas tecnologias de alto

custo, que passaram a ser exigidas pela ANS – Agência Nacional de Saúde, tornou o negócio insustentável para

operadoras menores. O reajuste permitido de 13,55% foi aquém da necessidade, visto que grande parte dos insumos

é dolarizada, criando um ambiente inviável”, opina.

Em resposta à crise, os novos negócios estão praticamente parados. Receosas, poucas empresas têm condições ou coragem de dar novos benefícios

aos trabalhadores. Já as que oferecem estão buscando a redução de custo. Algumas optaram por mudar

a cobertura oferecida, de nacional para regional. A coparticipação também é uma forma de oferecer o

benefício ou garantir sua manutenção.

“Entretanto, não é preciso que companhias e usuários percam esse benefício e sejam

prejudicados, seja com a diminuição da cobertura

de seus planos ou com o fechamento

das operadoras. Uma saída possível

é o investimento na prevenção e no consumo

consciente, muitas vezes ignorados pelas

empresas”, finaliza.

Luis Guilherme Whitaker, da ICTS Protiviti

considerando as camadas de processos, sistemas, pessoas, infraestrutura e gestão. Vulnerabilidades são identi fi cadas e classifi cadas;

• Desenvolvimento das soluções – defi nição e abordagem para a implantação;

• Implantação das soluções – priorizar as ações de ganho rápido (baixo esforço, benefício alto) e as de caminho crítico (em que outras soluções são dependentes para evoluir).

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No dia 2 de outubro, o governo anunciou o novo Ministro da Saúde: o Deputado Federal Marcelo Costa e Castro (PMDB-PI), em substi tuição a Arthur Chioro. Formado em Medicina pela Universidade Federal do Piauí, Castro é doutor em Psiquiatria pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, foi vice-líder do Governo na Câmara dos Deputados em 2015 e ti tular da Comissão de Seguridade Social entre 2011 e 2015.

Terceiro a assumir o Ministério da Saúde na gestão de Dilma Rousseff , afi rmou, no discurso de posse, que conti nuará o trabalho já iniciado. Ele pretende discuti r com a sociedade formas de como arcar com os custos da Saúde, melhorar o combate ao desperdício e aumentar as receitas.

Entre os temas a comparti lhar com os gestores do setor para consolidação do SUS, Castro destacou o fi nanciamento, a atenção primária, o desafi o da judicialização, os avanços tecnológicos e a formação contí nua de profi ssionais.

Para ele, estados e municípios estão comprometendo com a Saúde valor muito acima do mínimo legal exigido de suas receitas. “Nada faremos sem diálogo aberto e franco, mas a minha proposta será criar novas fontes para o fi nanciamento, insti tuindo a CPMF, de forma a tornar a Saúde segura de seus recursos. Queremos garanti r aos municípios e estados a metade da arrecadação proveniente desses recursos”, reforçou.

Castro ressaltou também a importância do Mais Médicos para a atenção básica e disse, ainda, que pretende aprofundar as medidas estruturantes do programa, voltadas para a expansão da formação médica e universalização da residência, que já estão em andamento.

Ao assumir a chefi a da pasta, Castro recebeu um documento inédito com orientações para implantar o programa “Mais Especialidades”. O material, entregue pelo ex-ministro Arthur Chioro, será seguido e o programa será uma das prioridades, de acordo com Castro. Outra ação que terá destaque é o estí mulo à ampliação do número de médicos no interior do país. “Vamos conti nuar na direção de criar mais faculdades de Medicina, aumentar as vagas para formar mais profi ssionais e interiorizar essa formação”, disse.

EXPECTATIVASLuiz Aramicy Pinto, Presidente da FBH – Federação Brasileira de Hospitais, elencou alguns pontos fundamentais que deveriam ganhar a atenção do novo ministro: setor de emergência, medicina preventi va e pediatria. “Falta uma políti ca de atendimento à criança e à gestante. Em Fortaleza, por exemplo, só há um hospital público e um conveniado ao SUS que atende toda a cidade”, expõe.

Outro item citado é a saúde mental. “É preciso criar leitos em hospitais psiquiátricos para atender a essa população. O governo fechou unidades especializadas, mas esses pacientes precisam de atenção dedicada, não adianta colocá-los em uma maca de hospital geral.” Ele também citou o alcoolismo

Marcelo Castro é o novo Ministro da Saúde: o que esperar?

e as drogas como problemas sociais muito sérios que merecem estar no foco das ações, com a criação de centros integrados para dar assistência psicossocial.

O Presidente da FBH acredita, ainda, que o ministro deve incenti var as parcerias público-privadas, principalmente em maternidades, uti lizando leitos de hospitais parti culares quando os públicos já estão lotados.

Aramicy criti ca a alternância de poder muito rápida no governo, que prejudica o andamento dos projetos. “Dessa forma, não é possível organizar um plano de ação inovador, não há tempo sufi ciente para obter os resultados. Eu acredito que o novo ministro fi cará de mãos atadas”.

Para o executi vo, esse período de inquietação que o país tem vivido gera expectati vas demais sobre melhorias na situação, deixando os brasileiros apreensivos. “Precisamos esperar passar essa nuvem negra para decidirmos o que fazer. O ministro está dentro dessa nuvem”, disse.

Sobre o projeto de volta da CPMF, Aramicy acredita que não vai vingar. “Não adianta aumentar os impostos, é preciso fechar as torneiras dos desvios de dinheiro. Uma hora o balão vai explodir, e é a sociedade que vai ser responsável pelas mudanças, não um políti co milagreiro. Como dizia Napoleão, pode-se enganar o povo durante muito tempo, mas não o tempo todo. Chegou a hora de o Brasil acordar”, ressaltou, apostando nos novos juízes e procuradores, que já estão provocando algumas melhorias.

Já Paulo Henrique Fraccaro, Superintendente da ABIMO – Associação Brasileira da Indústria de Arti gos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios, tocou num grave problema enfrentado há muito tempo e agravado agora, em tempos de crise: orçamento. Sua expectati va com relação ao novo ministro é que seja reestabelecido o orçamento original para o término de 2015 e para a execução de 2016. “Face aos problemas políti cos e econômicos que o Brasil vem enfrentando, penso que reverter a redução proposta no orçamento da Saúde para 2016 já seria um grande avanço”, disse.

O Ministério da Saúde precisa de R$ 3,6 bilhões para fechar dezembro e pagar todas as contas do Sistema Único de Saúde, desde a atenção básica, incluindo vacinas e consultas, até a média e alta complexidade, como cirurgias, internações e UTIs. Além disso, parlamentares querem garanti r pelo menos R$ 4 bilhões a mais para a pasta no orçamento do próximo ano.

Marcelo Castro e Arthur Chioro

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Tecnologia contribui para projeto pedagógico hospitalar

“Muitos recursos fí sicos para nossa atuação diária têm uma vida úti l insati sfatória, pois passam por processos de higienização frequentes. Diante disso, estudamos ferramentas alternati vas e encontramos a PlayTable”. Para a Coordenadora, a mesa digital se disti ngue não só por reunir diversos aplicati vos que contribuem para a aprendizagem, mas também por atender às necessidades específi cas do contexto hospitalar. “O equipamento é ainda mais interessante sob o ponto de vista das regras de controle de infecção hospitalar, que preconizam materiais de fácil higienização e manutenção”, conclui.

A Playmove, criadora e desenvolvedora da PlayTable, está no mercado desde 2013, com sede em Blumenau, e seu foco é o desenvolvimento de soluções tecnológicas para educação infanti l e ensino fundamental.

Com 155 anos de existência e manti do pela Fundação Hospitalar de Blumenau, SC, o Hospital Santo Antônio é referência na região do Vale do Itajaí em várias especialidades médicas, realizando mais de 150 mil atendimentos anuais. Parti cipa da Rede Cegonha, implantado pelo Governo Federal, e também detém o tí tulo de Hospital Amigo da Criança, concedido pela UNICEF, graças às suas ações de incenti vo ao aleitamento materno.

A educação tem papel fundamental para a promoção da igualdade entre as pessoas, o exercício da cidadania e a qualifi cação para o trabalho. Apesar de ser um direito de todos, garanti do pela Consti tuição e outras leis complementares, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), a privação aos estudos pode ocorrer por diversos moti vos, entre eles, a hospitalização. Para evitar isso, o hospital conta, desde 2008, com um projeto de Pedagogia Hospitalar, que em outubro recebeu um novo recurso para atender crianças e jovens: uma Play Table, a primeira mesa digital com jogos educati vos do Brasil.

Trata-se de uma mesa interati va e multi disciplinar, com jogos e aplicati vos para crianças a parti r de três anos de idade, voltada ao desenvolvimento das habilidades cogniti vas e motoras dos pequenos. A tecnologia touchscreen se caracteriza pela facilidade de uso, inclusive para crianças com defi ciência.

A ferramenta foi adquirida por meio do engajamento entre os voluntários do projeto, que é comandado pela pedagoga da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Fabiana de Oliveira, com apoio da FURB.

O projeto atende em média 15 crianças por dia e, até julho deste ano, já auxiliou na recuperação de cerca de 220 pacientes. São crianças e jovens de 0 a 14 anos que passam por tratamentos respiratórios, ortopédicos e cirúrgicos. “Sendo assim, o período de internação pode variar de alguns dias até meses. Como o hospital também é referência em oncologia, esse período pode chegar a anos”, conta Fabiana. De acordo com a especialista, além de garanti r a conti nuidade dos estudos, o projeto favorece a aceitação do tratamento, minimizando os possíveis traumas desse processo, ajudando a levantar a autoesti ma dos pacientes e a fortalecer o vínculo entre criança, família e equipe multi profi ssional.

APESAR DOS LIMITES...Na práti ca, as ati vidades do projeto de Pedagogia Hospitalar do HSA são desenvolvidas com base em eixos temáti cos adaptados. “Criamos tempo e espaço para que as crianças conti nuem aprendendo, mesmo com todos os limites que a hospitalização impõe. Adaptamos componentes do currículo escolar e adequamos as ati vidades ao estado biopsicossocial da criança hospitalizada”, explica. Segundo Fabiana, é comum a uti lização de estratégias de aprendizagem, como contação de histórias, jogos e ati vidades de leitura, interpretação, memória e raciocínio lógico.

RECEITE UM LIVRO

Crianças hospitalizadas por longos períodos também merecem ser beneficiadas com a prescrição da leitura.

Com base nisso, durante o 37º Congresso Brasileiro de Pediatria, organizado pela Sociedade Brasileira de

Pediatria (SBP) em outubro deste ano, os pediatras foram convidados a se engajar na campanha “Receite

um livro”, uma iniciativa que visa estimular o aumento das conexões cerebrais das crianças por meio da

leitura, recomendação médica que já é uma tendência no exterior e começa agora a ser difundida no Brasil.

Durante o evento, a SBP apoiou a ação dos pediatras, distribuindo a publicação “Receite um

livro: fortalecendo o desenvolvimento e o vínculo”, que reúne conteúdo atualizado e baseado em

evidências científicas sobre os impactos da leitura no desenvolvimento infantil, bem como orientações de

como incluir o estímulo à leitura na prática clínica.

“Precisamos que a recomendação seja incorporada à prática pediátrica e que todas as crianças possam ter acesso aos benefícios da leitura. Um livro pode

despertar a curiosidade, antes mesmo que a criança seja capaz de formular perguntas. Sem falar que

uma história compartilhada pode levar a uma vida de amor e de aprendizagem”, destaca o pediatra e

homeopata Dr. Moises Chencinski.

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Hospital Santa Cruz adota metodologia Toyota para melhorar processosUma equipe da Toyota está auxiliando o Hospital Santa Cruz, de São Paulo/SP, na melhoria contínua de seus processos na área de Pronto Atendimento, visando diminuir o tempo de espera dos pacientes e otimizar o trabalho da equipe médica. O objetivo é que, após seis meses de capacitação, o método de processos seja incorporado pelo hospital em diversos departamentos, elevando a produtividade e proporcionando benefícios diretos ao público.

O Toyota Production System – TPS é uma filosofia de gerenciamento cujo intuito é atender as necessidades do cliente no menor prazo possível, com qualidade e custo menor. Além disso, é um sistema que pode ser aplicado a qualquer atividade dentro de uma organização.

“A Toyota, com essa iniciativa, pratica concretamente um de seus principais valores, que é a contribuição contínua para o desenvolvimento da sociedade dos países onde atua”, afirma Steve St. Angelo, CEO da Toyota para América Latina e Caribe.

No primeiro momento, a equipe do TPS vai acompanhar alguns pacientes do hospital, verificando o tempo de espera, a qualidade, a forma com que esses pacientes se deslocam, entre outros quesitos. Após essa etapa,

Steve St. Angelo à frente, de terno cinza, e Renato Ishikawa, ao seu lado, junto com a equipe de colaboradores da Toyota e do Hospital Santa Cruz

uma sugestão de melhoria com metas estabelecidas será aplicada na entidade e novamente analisada. Caso necessário, novas contramedidas poderão ser aproveitadas para melhorar o desempenho da metodologia.

Este modelo de gestão já foi implementado em algumas entidades dos Estados Unidos e Canadá e apresentou resultados positivos nos atendimentos hospitalares da cidade de New Orleans após a passagem do furacão Katrina.

“Estamos muito felizes com esse apoio para aprimorar nossa gestão. É de extrema importância para o Santa Cruz essa troca de experiências para aperfeiçoar nossos serviços, além de fortalecer o relacionamento entre as empresas japonesas no Brasil”, destaca Renato Ishikawa, Presidente do hospital.

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Segundo pesquisa Datafolha encomendada pela APM – Associação Paulista de Medicina especialmente para apurar a opinião dos pacientes sobre a qualidade da assistência oferecida por planos de saúde no estado de São Paulo, o quadro é preocupante.

Problemas no atendimento em pronto-socorro, difi culdades de quem necessita de uma cirurgia, complicadores para realização de exames e procedimentos de maior custo, barreiras impostas pela burocracia, suplício para a marcação de consultas, consequências do descredenciamento de médicos, hospitais e laboratórios, entre outros pontos, são queixas recorrentes e gravíssimas.

Em São Paulo, há atualmente 32,4 milhões de homens e mulheres, com 18 anos ou mais, segundo o Insti tuto Brasileiro de Geografi a Estatí sti ca – IBGE/Censo 2010 (Esti mati va 2014). Destes, 13,6 milhões são usuários de planos de saúde, sendo que 88%, ou seja, 11,9 milhões, usaram os serviços nos últi mos 24 meses.

Do grupo que recorreu aos planos, 84% relataram problemas. Projetando o número para os 11,9 milhões de usuários, chegamos a aproximadamente 10 milhões de pacientes enfrentando difi culdades.

A investi gação esti mulada sobre a uti lização de serviços e a percepção de sua defi ciência tem como principais reclamações pronto atendimento/pronto-socorro (80%), consultas médicas (69%), exames e diagnósti co (58%).

Local de espera lotado é o principal assunto apontado pelos usuários do pronto atendimento (73%). Demora para ser atendido também é um aspecto importante, mencionado por 61% dos usuários. Outras reclamações que merecem ser destacadas são demora ou negati va para realização de procedimentos necessários (34%) e negati va de atendimento (11%). Aqui o entendimento da APM é que os dados são preocupantes, pois é nos prontos-socorros que se encontram casos mais graves e, portanto, que necessitam de resolubilidade imediata.

O quesito atendimento hospitalar/internação também fi gura entre as principais reclamações dos usuários, com 51% de ocorrências. Os principais problemas são as poucas opções de hospitais (43%) e a demora para autorização de internação (23%). Quando a pauta são as cirurgias, há 31% de registro de entraves. A demora para autorização (23%), a negati va de cobertura ou autorização (15%) e a falta de cobertura de materiais especiais (12%) são as queixas mais citadas. Quanto aos exames e diagnósti cos, as reclamações mais comuns referem-se à demora para marcação (35%), poucas opções de laboratórios e clínicas especializadas (32%), tempo para autorização de exame ou procedimento (29%). No item consultas médicas, são mais frequentes a demora na marcação (58%) e a saída do médico do plano (34%).

84% dos usuários relatam problemas nos planos de saúde em SP

Por Carol Gonçalves

A pesquisa mostra também que, por falta de opções de atendimento no plano de saúde, 20% declaram que recorreram ao SUS. “Essa procura se justi fi ca, em parte, nos casos em que não existe a previsão de cobertura pela saúde suplementar. No entanto, hoje existe claramente uma difi culdade de acesso a alguns serviços, o que leva aqueles que um dia optaram por adquirir um plano de saúde para fugir do SUS, a procurá-lo como alternati va de atendimento. A consequência para a população é custear dois sistemas e assim mesmo ter enormes difi culdades de atendimento”, declara o Dr. Florisval Meinão, Presidente da APM.

Segundo ele, faltam leitos hospitalares e unidades de emergência para atender à demanda do setor. Portanto, a solução passa obrigatoriamente por cuidadoso planejamento visando criar estrutura necessária para suprir esta defi ciência. “No entanto, a decisão de investi r no setor depende do cenário econômico que o país atravessa. Com desemprego crescente e infl ação em alta, o futuro do sistema suplementar é incerto”, destaca.

Em sua opinião, contribui também de forma negati va para essa situação o insufi ciente fi nanciamento do SUS. “O sistema remunera muito mal os hospitais, cujos valores pagos nem ao menos cobrem os gastos. Qual é o esti mulo para investi r em infraestrutura neste cenário?”, questi ona.

Sobre o papel do médico, Dr. Florisval aponta que o profi ssional também é mal remunerado e trabalha descontente com as condições oferecidas. De acordo com ele, durante os últi mos anos, os honorários foram sub-reajustados, não repondo a infl ação do período e muito menos os custos de consultório. “Isto tem gerado grande descontentamento na classe médica, que vê os planos de saúde explorando seu trabalho, obtendo signifi cati vo lucro em sua ati vidade. Muitas empresas negam-se a negociar com as enti dades representati vas dos médicos, preferindo um acordo individual, que nada mais é do que a imposição de regras contratuais totalmente desfavoráveis a estes profi ssionais, gerando uma relação confl ituosa e de desconfi ança que é a base dos problemas existentes no setor”, salienta.

Outros números da pesquisa mostram que: 54% têm a percepção de que os planos pressionam os médicos para reduzir o tempo de internação hospitalar ou UTI; 68% acham que os planos difi cultam a realização de exames de maior custo; e 58% entendem que os planos pagam aos médicos um valor muito baixo por consultas e procedimentos.

METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada junto a homens e mulheres, com 18 anos ou mais, pertencentes a todas as classes

econômicas, que possuem plano ou seguro saúde como titulares ou dependentes e que utilizaram algum serviço nos últimos 24 meses. A coleta de dados aconteceu de 30 de julho a 4 de agosto de

2015. A amostra total, com o público-alvo, é de 900 entrevistas. A margem de erro máxima é de

três pontos percentuais, para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%.

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Segundo o Ministério da Saúde, o Serviço Residencial Terapêuti co (SRT) – residência terapêuti ca ou simplesmente “moradia” – são casas localizadas no espaço urbano, insti tuídas para atender às necessidades de moradia de pessoas portadoras de transtornos mentais graves, insti tucionalizadas ou não. O número de usuários pode variar desde um indivíduo até um pequeno grupo de, no máximo, oito pessoas, que deverão contar sempre com profi ssionais sensíveis às suas demandas. O suporte de caráter interdisciplinar precisa considerar a singularidade de cada um dos moradores, e não apenas projetos e ações baseadas no coleti vo. Mesmo que o indivíduo mude de endereço ou seja hospitalizado, o acompanhamento deve prosseguir. A inserção em um SRT é o início de um longo processo de reabilitação em busca da progressiva inclusão social.

Por ser recente, a implantação dos SRTs vem sendo discuti da em vários âmbitos, de modo a assegurar que seja a alternati va mais adequada para auxiliar no processo de reintegração à comunidade. É preciso ressaltar que a questão central é o viver na cidade. Assim, essas residências não são precisamente serviços de saúde, mas espaços de morar, arti culados à rede de atenção psicossocial de cada município.

Com o processo de reformulação da atenção à saúde mental, há 11 anos, o Núcleo Estadual de Saúde Mental do Rio de Janeiro, da Secretaria de Estado de Saúde (SES), implantou no município de Carmo, na Região Serrana, o Serviço de Residências Terapêuti cas, substi tuindo o modelo de internação em hospitais psiquiátricos por uma rede de atenção psicossocial. Desde o início de agosto, duas ex-internas integram o grupo de 125 moradores – oriundos de hospitais psiquiátricos com longas internações, alocados em 21 casas pela cidade. Assim, são acolhidos como moradores do município, fazendo de Carmo uma cidade referência para a saúde mental no país.

“A Secretaria de Estado de Saúde tem o compromisso de reinserir na sociedade os anti gos pacientes psiquiátricos que passaram anos internados em manicômios. As Residências Terapêuti cas permitem isso através do convívio social e de uma estrutura consistente da rede. O serviço avança uma etapa com a chegada de duas moradoras. É uma conquista que brinda os 11 anos das Residências Terapêuti cas em Carmo”, ressaltou o Secretário de Estado de Saúde, Felipe Peixoto.

Terapia da Liberdade: reinserção de antigos pacientes psiquiátricos à sociedade

EM ALTO VOOMaria da Glória Geraldo, de 80 anos, está morando na residência terapêuti ca. Ela e Elza Juki chegaram no início de agosto ao programa. Com um histórico de longo período de internação em uma unidade psiquiátrica, Maria da Glória destacou que se sente bem morando em uma casa com outras pessoas. “Gosto de ajudar nas tarefas da casa, lavar a louça e assisti r televisão. Parti cipei de uma festa aqui na cidade e me senti muito feliz”, contou ela, que tem interagido bem com a nova roti na.

O sucesso do programa em Carmo despertou a atenção da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. O Coordenador Geral de Direitos Humanos e Saúde Mental, Lúcio Costa, visitou o Serviço de Residências Terapêuti cas e avaliou que o programa no Rio de Janeiro é um exemplo a ser seguido pelos outros estados.

Carmo abriga este serviço por se tratar do município onde estava instalado o Hospital Estadual Teixeira Brandão, fechado há 10 anos, após concluir o processo de inserção de seus pacientes com o retorno à suas famílias e/ou nas Residências Terapêuti cas. Por sugestão de um dos moradores, as casas têm nomes de pássaros, fazendo menção à liberdade que foi devolvida a eles.

“A ideia é justamente devolver a liberdade de escolha, por isso, chamamos de ‘Terapia da Liberdade’. Estes moradores fi caram em média 30 anos internados em unidades psiquiátricas, privados de seus direitos. A parti r deste programa, eles podem circular pela cidade e são respeitados por suas individualidades, confi rmando que são capazes de conviver em sociedade”, ressaltou o Diretor do Núcleo Estadual de Saúde Mental, Rodrigo Japur.

O serviço conta com equipe multi profi ssional composta por médicos psiquiatras, sanitarista, enfermeiros, assistentes sociais e terapeuta ocupacional, além de 105 cuidadores. Cabe ao governo do estado o custeio dos profi ssionais que acompanham os ex-pacientes nas residências, o fornecimento de medicamentos, alimentação e outros insumos. A parceria se estende ao município, que responde pela locação das casas. Cada morador tem, ainda, benefí cios de assistência social para uso próprio, o que movimenta a economia da região.

“As Residências Terapêuticas não são precisamente serviços de saúde, mas espaços de morar, articulados à rede de atenção psicossocial de cada município”

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Suplemento EspecialPRESENÇA MARCANTE DA INDÚSTRIA BRASILEIRA NO EVENTO

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A maior feira do setor médico-hospitalar do mundo realizou mais uma edição de sucesso. Entre os dias 16 e 19 de novembro, aconteceu a MEDICA, em Düsseldorf, na Alemanha, reunindo 130.000 visitantes de cerca de 120 nacionalidades. Segundo a organização, o número de visitantes estrangeiros aumentou mais de 50%, sendo a maioria, surpreendentemente, dos Estados Unidos, América Latina e, especialmente, do Irã e das nações de língua árabe.“A MEDICA é o acontecimento número 1 para os tomadores de decisão de todos os países”, comentou o Presidente da feira, Joachim Schäfer, sobre o fato de que 96% dos visitantes têm poder de decisão. Esta foi a primeira vez

que o evento realizou-se de segunda a quinta-feira, sendo muito bem aceito pelo público. Anteriormente, acontecia de quarta-feira a sábado.As inovações foram apresentadas por quase 5.000 expositores de 70 países para especialistas de hospitais, consultórios, laboratórios, setor de varejo, bem como convênios médicos, que são especialmente relevantes em relação aos investimentos.A Compamed, feira líder para fornecedores da indústria de tecnologia médica, que acontece em paralelo à MEDICA, foi realizada pela primeira vez durante os quatro dias. Um número recorde de 779 expositores apresentaram soluções e serviços de tecnologia para 18.800

Feira na Alemanha reúne mercado global da Saúde

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visitantes especializados. Os destaques foram os sensores inteligentes para utilização em wearables (dispositivos vestíveis) e as aplicações de tecnologia de microssistemas para implantes inteligentes.Também aconteceram outros eventos concomitantemente, como a DiMiMED – Conferência Internacional sobre Desastres e Medicina Militar, que abrangeu sistemas de vigilância sanitária, reabilitação, educação, treinamento, tratamento de feridas, entre outros temas; o Fórum de Tecnologia da Informação em Saúde, que apresentou projetos e aplicações de TI, incluindo a telemedicina para auxiliar no atendimento em zonas rurais; a Conferência de Educação Médica, que reuniu médicos em seminários, apresentações e cursos voltados especialmente para esses profissionais; e a Conferência Medicina + Esportes, cujo objetivo foi a troca de experiência entre especialistas em medicina esportiva, atletas e representantes da indústria de artigos esportivos, abordando também prevenção e terapias de tratamento para lesões.

temas; o Fórum de Tecnologia da Informação em Saúde, que apresentou projetos e aplicações de TI, incluindo a telemedicina para auxiliar no atendimento em zonas rurais; atendimento em zonas rurais;

e representantes da indústria

abordando também prevenção e terapias de tratamento para

PARTICIPAÇÃO BRASILEIRAO Pavilhão Brasileiro, organizado pela 14ª vez pelo Brazilian Health Devices, projeto executado pela ABIMO – Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios em parceria com a Apex-Brasil – Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, foi formado por 47 empresas. Algumas delas também tiveram estandes em outros halls, ampliando sua visibilidade na feira.“A grande característica do produto brasileiro é ter um custo

efetivo positivo – pois a saúde cada vez mais procura economia e e� ciência em seus tratamentos,

em qualquer lugar do mundo – e o Brasil é um parceiro que tem toda a condição

de atender a essa necessidade”, comenta Paulo Henrique Fraccaro,

Superintendente da ABIMO.

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As soluções brasileiras tiveram bastante destaque devido à inovação e qualidade. De modo geral, os expositores avaliaram essa edição da feira de forma muito positiva, pois receberam visitantes qualificados que prometem fechar ótimos negócios. Muitos fizeram questão de agradecer à Abimo e à Apex-Brasil pela organização de mais esta edição com tamanho sucesso.As empresas participantes do Pavilhão Brasileiro preveem aproximadamente 10 milhões de dólares em negócios oriundos desta edição, provenientes de mais de 2.400 contatos. “São números bastante expressivos, mesmo diante de um cenário econômico interno não muito satisfatório. As empresas têm aproveitado este momento para investir na exportação”, diz a Coordenadora de

Gabriel Isaacsson, Gestor de Projetos da Apex-Brasil

Além das empresas associadas ao Projeto Brazilian Health Devices, o Pavilhão Brasileiro contou com o estande da Hospitalar Feira + Fórum, que serviu de base para que os representantes de empresas e instituições integrantes do Programa Cluster de Tecnologias para Saúde do Rio Grande do Sul pudessem receber seus convidados e prospectar novos negócios com empresas daquele país.O objetivo dessa missão internacional foi divulgar os programas que o cluster está desenvolvendo no Brasil e ampliar a parceria com o Medical Valley alemão, que reúne mais de 500 empresas, desde companhias de grande porte até startups, além de 16 universidades e outras 40 instituições de saúde. O Brasil é um dos países com os quais o governo alemão tem feito

ações de internacionalização do Medical Valley, junto com a China e os Estados Unidos. O Rio Grande do Sul se junta, portanto, a Boston e Xangai como as regiões que atuam em cooperação e fomento da indústria e da pesquisa da saúde, estreitando o relacionamento em nível global entre esses países. “Oferecemos nosso estande como ponto de apoio para a missão empresarial do programa”, conta a Presidente da Hospitalar, Waleska Santos. “Os gaúchos � caram encantados com a receptividade alemã.”

CLUSTER REFORÇA ALIANÇA ENTRE BRASIL E ALEMANHA

As soluções brasileiras tiveram bastante destaque devido

Paulo Henrique Fraccaro, Superintendente da ABIMO

Promoção Comercial da ABIMO, Laísa França.A entidade também participou de um fórum promovido pela IVAM – Associação Internacional de Micro e Nanotecnologia para discutir as relações bilaterais entre Brasil e Alemanha na área médica. O painel contou com a participação de Gabriel Isaacsson, Gestor do Projeto Brazilian Health Devices na Apex-Brasil, Paulo Henrique Fraccaro, e a Gerente de Exportação da HPBio, Flávia Rodrigues Carvalho. Segundo Fraccaro, o Brasil vem se preparando para ser cada vez mais exportador. “O fórum também serviu para entendermos melhor a regulamentação que as empresas brasileiras interessadas em exportar para a Alemanha devem cumprir”, conta.

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EXPOSITORES BRASILEIROS

Agaplastic, Ambiotec, Atrasorb, Baumer, BCF, Bioclin, Biomecânica, Bionnovation, BMR, Carci, Casex, Cbemed, Celer, Deltronix, Diagnext.com, DK Diagnostics, DrillerMed, Edlo, Estek, Exxomed, Fanem, GMI, GM Reis, Hospimetal, Hospitalar Feira + Fórum, HPBio, IBF, Ibramed, Inpromed, Instramed, Kolplast, Loktal, Lupetec, Magnamed, Medpej, Neoortho, Olidef, Olsen, Ortosintese, Phoenix Luferco, Samtronic, Scitech, Sismatec, Spine Implantes, Supera Park/FIPASE, Timpel e Traumec.

AGENDE-SEEm 2016,

a feira MEDICA será de14 a 17 de novembro

TRADICIONAL ENCONTROO Brazilian Happy Hour, criado em 2011, é uma das ações mais esperadas dentro do Pavilhão Brasileiro na MEDICA. O Brazilian Health Devices aposta nesta ação como estratégia de negócios e relacionamento, apresentando comidas e bebidas típicas do Brasil ao público internacional, além de música brasileira ao vivo. “Dessa forma, buscamos proporcionar um ambiente descontraído para que as empresas participantes possam fazer networking e estreitar o relacionamento com seus clientes internacionais”, explica a Gerente de Projetos da ABIMO, Clara Porto. Gabriel Isaacsson, da Apex-Brasil, disse que é importante destacar a constante busca da agência pela valorização de ações inovadoras, que busquem resultados concretos em termos de fechamento de negócios e projeção de uma imagem positiva para as indústrias brasileiras. “O happy hour brasileiro é um exemplo concreto deste tipo de ação. Em poucas horas, mas com um planejamento cuidadoso, ele obteve um êxito impressionante.”Mesmo com outros “happy hours” ocorrendo em paralelo, o público aumenta a cada ano. Cerca de 400 pessoas estiveram presentes durante a ação.

de negócios e relacionamento,

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Esta foi a quinta vez consecutiva que a Fanem participou com estande próprio na MEDICA. Antes disso, marcou pre-sença por 10 anos no Pavilhão Brasileiro através do Brazilian Health Devices.A empresa mantém uma consistente atividade internacional,

comercializando para mais de 100 países em todos os continentes. Atualmente, suas exportações representam cerca de

35% do faturamento. “Continuamos nos-sa constante busca por novos mercados,

atuando diretamente no Brasil, na Índia e na Jordânia, e com plano de internaciona-lização através da abertura de novas uni-dades fabris e � liais”, declara Djalma Luiz

Rodrigues, Diretor Executivo.A MEDICA tem colaborado para essa expansão, já que garante uma exce-

lente visibilidade internacional e co-labora fortemente para as exportações,

pois marca o início de muitos conta-tos, além de possibilitar o fortaleci-mento dos relacionamentos já con-

solidados. “Durante esta edição, tivemos a oportunidade de dar  prosseguimento a algumas negociações que já haviam sido iniciadas e esperamos o fechamento de ne-gócios futuros”, ressalta.Entre os produtos que a Fanem apresentou está a Unidade Hí-brida Duetto® 2386, projetada para atender as necessidades das

Equipe Fanem

equipes de saúde neonatal, proporcionando tratamento amplo e seguro. O equipamento, que possui leito giratório e deslizan-te, foi desenhado de forma a minimizar os riscos de infecções e contaminações, evitar o acúmulo de sujidades e facilitar a as-sepsia. Além disso, foram apresentadas as incubadoras Vision® Advanced 2286 e 1186 C; a unidade de cuidado intensivo Am-pla® 2085; os equipamentos de fototerapia Bilitron®, Bilitron® Sky e Bilitron® Bed; e a linha de bercinhos.

www.fanem.com.br

sença por 10 anos no Pavilhão Brasileiro através do Brazilian Health Devices.A empresa mantém uma consistente atividade internacional,

comercializando para mais de 100 países em todos os continentes. Atualmente, suas exportações representam cerca de

35% do faturamento. “Continuamos nos-sa constante busca por novos mercados,

atuando diretamente no Brasil, na Índia e na Jordânia, e com plano de internaciona-lização através da abertura de novas uni-dades fabris e � liais”, declara Djalma Luiz

Rodrigues, Diretor Executivo.A MEDICA tem colaborado para essa expansão, já que garante uma exce-expansão, já que garante uma exce-

lente visibilidade internacional e co-labora fortemente para as exportações,

pois marca o início de muitos conta-tos, além de possibilitar o fortaleci-mento dos relacionamentos já con-

solidados. “Durante esta edição, tivemos a oportunidade de dar  prosseguimento a algumas negociações

Destaques

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Destaques

Há mais de 13 anos, a Deltronix participa da MEDICA, na Alemanha, evento que sempre atende às perspectivas da companhia. “Estar presente nesta feira é de extrema importância tanto para divulgação dos novos produtos como para observar as tendências e as necessidades do mercado”, ressalta o Diretor,

Carlos Alberto Paulin. Segundo ele, apesar das oscilações do mercado, as expectativas da empresa para os próximos anos são muito boas.Sobre os visitantes, Paulin considerou o nível altíssimo, pois, de acordo com ele,

quem vai ao evento pretende conhecer novos equipamentos e/ou companhias e fazer negócios. “Observo que fazemos grandes amigos e parceiros na MEDICA”, salienta.A Deltronix exibiu para o mercado internacional sua ampla linha de acessórios voltados para diversas especialidades eletrocirúrgicas. Os bisturis eletrônicos das linhas Precision TC (Touch Control) e Precision RC (Rotary Control), por exemplo, permitem o trabalho simultâneo de dois cirurgiões e utilizam microprocessadores de última geração, projetados para uso em cirurgias de baixa, média e alta complexidades. Possuem recursos que os habilitam tanto para cirurgia cardíaca quanto para cirurgia urológica ou neurológica, e executam corte e coagulação em campo úmido, possibilitando todos os tipos de ressecção endoscópica. O acionamento do corte (cut) ou da coagulação (coag) pode ser feito através de pedal duplo ou da caneta porta-eletrodo, com comando digital. Segundo Paulin, as unidades

Carlos Alberto Paulin

uma ótima oportunidade para buscar parceiros e monitorar a evolução do mercado mundial. “Surgiram boas perspectivas de negócios nesta edição do evento e esperamos concretizá-las em breve”, declara.Entre os destaques apresentados esteve o Finecare Fia Meter, equipamento portátil para detecção e quanti� cação da concentração de analitos presentes no sangue, através da imunodetecção por � uorescência, o único no Brasil a

disponibilizar 28 parâmetros no mesmo aparelho.Outro produto exposto foi o analisador bioquímico Spectrum, com diversos recursos de programação e funções para a gestão do laboratório. Já a lavadora automática de microplacas e tiras Aquari reduz o risco de arraste e volumes residuais nos procedimentos de lavagem, proporcionando maior segurança. Por � m, a

leitora de microplacas e tiras Polaris possui um moderno sistema de interação com o usuário,

que facilita a programação e a operação do equipamento.

Flugs salienta que a Celer possui uma fábrica certificada com as Boas Praticas de Produção para importar, distribuir e montar produtos in vitro. “Buscamos parceiros com interesse em utilizar nossa infraestrutura para fabricar seus produtos”, encerra.

www.celer.ind.br

Andreas Flugs

da imunodetecção por � uorescência, o único no Brasil a disponibilizar 28 parâmetros no mesmo

aparelho.Outro produto exposto foi o analisador bioquímico Spectrum, com diversos recursos de programação e funções para a gestão do laboratório. Já a lavadora automática de microplacas e tiras Aquari reduz o risco de arraste e volumes residuais nos procedimentos de lavagem, proporcionando maior segurança. Por � m, a proporcionando maior segurança. Por � m, a

leitora de microplacas e tiras Polaris possui um moderno sistema de interação com o usuário,

que facilita a programação e a operação do equipamento.

Flugs salienta que a Celer possui uma fábrica certificada

da imunodetecção por � uorescência, o único no Brasil a disponibilizar 28 parâmetros no mesmo

aparelho.

automática de microplacas e tiras Aquari reduz o risco de arraste e volumes residuais nos procedimentos de lavagem, proporcionando maior segurança. Por � m, a proporcionando maior segurança. Por � m, a

leitora de microplacas e tiras Polaris possui um moderno sistema de interação com o usuário,

que facilita a programação e a operação do

Carlos Alberto Paulin. Segundo ele, apesar das oscilações do mercado, as expectativas da empresa para os próximos anos são muito boas.Sobre os visitantes, Paulin considerou o nível altíssimo, pois, de acordo com ele,

Carlos Alberto Paulin. Segundo Carlos Alberto Paulin. Segundo ele, apesar das oscilações do mercado, as expectativas da empresa para os próximos

eletrocirúrgicas são modernas, práticas e funcionais, sendo por isso, muito bem recebidas em todos os locais com os quais mantém intercâmbio comercial.

www.deltronix.com.br

A Celer Biotecnologia, empresa mineira que atua como fabricante de equipamentos e soluções para o setor de análises clínicas, participou pela segunda vez da MEDICA. De acordo com Andreas Flugs, Diretor Industrial, a feira é

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Esta foi a primeira vez que a Diagnext.com participou da MEDICA, na Alemanha. “É um evento grandioso e plural, que permite a interação de forma abrupta com outros mercados potenciais e o início de novas parcerias,

oferecendo uma visão bastante abrangente do setor”, descreve Leonardo Severo Alves de Melo, Diretor Executivo.Recém-criada, a Diagnext.com é um provedor de telecomunicações especializado em telemedicina que busca novas oportunidades de trabalho em países onde o perfil de telecomunicações

é similar ao brasileiro, como África, Índia e nações da América Latina e do Oriente Médio. “Após essa oportunidade na feira, vamos evoluir nesse caminho”, conta.Na MEDICA, a empresa recebeu empresários, engenheiros e pro� ssionais de saúde, a maioria, pessoas com nível de decisão, que atuam na área de gestão. “Agora, começamos as interações com esses contatos e prevemos boas possibilidades”, adianta Melo.A Diagnext.com apresentou na feira os serviços de telerradiologia via ambientes � xos (hospitais e clínicas) e/ou móveis (caminhões, barcos, ambulâncias, etc.) em ambientes

Alexander Steimle, Alessandro Melo e Leonardo Melo

hostis, bem como serviços de armazenamento de imagens radiológicas.“Como fomos pela primeira vez no evento, quisemos mostrar para o mundo a Diagnext.com, que é considerado o primeiro provedor brasileiro de telemedicina, e tivemos um resultado muito positivo”, resume.

www.diagnext.com

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Destaquese avalia esta edição como excelente. “Encerramos o evento com inúmeras perspectivas de negócios. Estamos muito próximos de fechar grandes parcerias em Portugal, Espanha, Itália, Noruega, Turquia, China, Índia e Hong Kong. O grande objetivo é nos � rmarmos no marcado europeu, assim, participar desta feira se torna imprescindível”, revela Gabriel Pizzingrilli, Gerente de Marketing e Negócios.Ele conta que em breve a companhia conquistará o certi� cado CE, para dar início às exportações para a Europa. “Em paralelo a isso, o contato com empresas interessadas em ter nossos produtos como componentes de outros, OEM, in bulk ou mesmo com sua marca em mercados de grandes volumes, como China e Índia, deixa-nos ainda mais animados com as próximas etapas.” Uma das novidades apresentadas pela empresa no evento foi o Gabiport 1500, um cateter de silicone totalmente implantável que fornece solução completa e adaptável para os diferentes per� s de pacientes que precisam de acesso prolongado e repetido ao sistema vascular. Ideal para terapia intravenosa, quimioterápicos, antibioticoterapia, nutrição parenteral e

hemoderivados, possibilita combinações

variáveis para cada tamanho, per� l e necessidades do paciente e do

procedimento. Outro destaque foi o cateter central de inserção periférica PICC Plus 650, 100% de silicone, indicado para uso neonato, pediátrico e adulto.

www.gmimedicall.com

Gabriel Pizzingrilli e Fabios Pizzingrilli

Gabiport 1500

que fornece solução completa e adaptável para os diferentes per� s de pacientes que precisam de acesso prolongado e repetido ao sistema vascular. Ideal para terapia intravenosa, repetido ao sistema vascular. Ideal para terapia intravenosa, quimioterápicos, antibioticoterapia, nutrição parenteral e

variáveis para cada tamanho, per� l e necessidades do paciente e do

procedimento. Outro destaque foi o cateter central de inserção periférica PICC Plus 650, 100% de silicone, indicado para uso neonato, pediátrico e adulto.

www.gmimedicall.com

Gabiport 1500

Fabricante de produtos confeccionados em 100% silicone para o setor médico-hospitalar, a GMI participou da MEDICA pela terceira vez consecutiva

Empresa 100% brasileira voltada para o mercado de critical care e ventilação pulmonar, a Magnamed levou para a MEDICA 2015 seu portfólio de produtos de ventilação para

transporte e UTI. Esta é a oitava vez que a companhia participa deste evento, pois, segundo Evandro Roque, Gerente Comercial, ele oferece grande visibilidade aos equipamentos e soluções da marca, pois é o maior do segmento.“Nossas exportações vêm

evoluindo signi� cativamente e estamos sendo abordados por empresas europeias devido à nossa expansão nesta edição, pois, pela primeira vez, participamos com estande

próprio no pavilhão 11, além da presença no Pavilhão Brasileiro juntamente com a ABIMO e a Apex-Brasil, parceiros

essenciais para o aumento de nossas exportações. Apostamos em duas localizações para que todos pudessem conhecer melhor nossos produtos”, declara. Sobre os visitantes, Roque considerou o nível muito bom. “Recebemos pro� ssionais que lidam com o segmento da saúde em diferentes áreas. É importante a troca de experiências entre os setores para que seja possível adequar os produtos às necessidades do mercado”, ressalta. O Gerente Comercial acredita que mesmo em tempos de forte crise mundial, a Magnamed tem boas perspectivas para o segmento.Entre os equipamentos destacados na MEDICA está o ventilador Fleximag Plus, que oferece tecnologia de ponta para

transporte e UTI. Esta é a oitava vez que a companhia participa deste evento, pois, segundo Evandro Roque, Gerente Comercial, ele oferece grande visibilidade aos equipamentos e soluções da marca, pois é o maior do segmento.“Nossas exportações vêm

evoluindo signi� cativamente e estamos sendo abordados por empresas europeias devido à nossa expansão nesta edição, pois, pela primeira vez, participamos com estande

pacientes neonatais a adultos. Possui custo operacional baixo e monitorização de capnogra� a e oximetria. Outro equipamento é o Oxymag, ventilador de transporte para emergência e resgate que pesa apenas 3,2 kg. É o único da categoria que ventila pacientes desde prematuros de baixo peso até adultos obesos.

www.magnamed.com.br

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próprias e equipamentos adequados para produção e controle de peças dentro de um alto padrão de qualidade.

www.lupetec.com.br

Luiz Ricardo Martins e Ligia MartinsMRP2015MRP2015

Fundada em 2006, a Lupetec surgiu com o objetivo de suprir o mercado fabricando equipamentos para laboratório de anatomia patológica de alta tecnologia e extrema con� abilidade. Este ano, foi sua segunda participação da MEDICA, a maior feira do setor médico-hospitalar do mundo. Segundo o Diretor, Luiz Ricardo Martins, a mostra tem colaborado com a evolução das exportações da empresa, e os resultados estão ocorrendo dentro do prazo esperado. “Recebemos ótimas visitas de distribuidores e revendedores durante o evento. Sem dúvidas, a MEDICA atendeu as nossas expectativas e, mesmo com o momento delicado da economia, surgiram boas perspectivas de negócios”, acrescenta.Um dos produtos que ganharam destaque foi o micrótomo rotativo de para� na MRP2015, utilizado para produzir cortes sequenciais em amostras incluídas em para� na e outros materiais do segmento laboratorial, industrial e de pesquisa. Outro equipamento exposto foi o processador automático de tecidos PT 05, indispensável na preparação automática da amostra de tecidos histológicos, dentes, ossos e outros materiais. Robusto e de fácil manuseio, é montado em quadro tubular de chapa e acabamento em resina plástica de alta resistência.Situada em São Carlos, no interior paulista, cidade conhecida como Capital da Tecnologia, a Lupetec dispõe de instalações

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DestaquesIniciando suas operações em 1980 com o objetivo de desenvolver tecnologia nacional para o mercado de equipamentos médicos, a Instramed participou este ano da feira MEDICA pela oitava vez, mostrando aos visitantes

os des� briladores ISIS e ISIS Pro e o monitor CardioMax 8.

Portátil, fácil de usar, além de con� ável e inteligente, o ISIS é dotado da tecnologia de rede neural, que avalia o estado do paciente considerando suas variáveis clínicas e aplica, automaticamente, a terapia de choque mais indicada. Projetado para atendimentos de emergência, atuando em casos de parada, o ISIS Pro oferece visualização de ECG e função manual por meio de tela sensível ao toque. Já o CardioMax 8 é um monitor cardioversor des� brilador bifásico com tela de 8,4” e nova tecnologia CTR (checagem em tempo real), que realiza autodiagnóstico constante e informa, antecipadamente, se existe qualquer ação de manutenção a ser realizada.De acordo com Márcia Kruse, Supervisora de Exportação, a MEDICA atendeu as perspectivas da empresa. “Temos trabalhado para desenvolver novos mercados, expandir nossas vendas e consolidar a marca em nível mundial. Fazemos isso participando das feiras mais importantes da área, como a MEDICA e a Arab Health. É um momento no qual podemos apresentar nossos produtos em

Arthur Moraes, Bianca Strattner e João Carlos Kolling Neto

contato direto com os atuais e futuros clientes”, ressalta.Márcia avalia que os visitantes da feira têm se tornado mais focados e pro� ssionais. “Tivemos alguns contatos muito bons, que esperamos que gerem ótimos negócios”, � naliza.

www.instramed.com.br

Iniciando suas operações

os des� briladores ISIS e ISIS

resultado se resume na conquista de novos clientes e o ingresso em mercados externos”, declara o CEO, Benedito Fittipaldi.Sem dúvidas, a MEDICA tem colaborado para a evolução das exportações da Kolplast, pois permite a aproximação de potenciais clientes localizados especialmente na Europa, Ásia e África. “O evento possibilita, ainda, o encontro com parceiros situados ao redor do globo, visto que se trata da maior feira médica no mundo”, acrescenta.O executivo aproveita para enviar profundos agradecimentos à ABIMO e à APEX pelo trabalho de suporte e parceria. “Ficamos particularmente impressionados com a beleza

do Pavilhão Brasileiro, com estandes modernos e sofisticados.”

Entre os produtos apresentados pela empresa os destaques são dois kits: de sondagem vesical e curativo. O primeiro contém os itens necessários para a realização de cateterismo

vesical, tanto de alívio como de demora. Facilita e assegura

o procedimento ao reunir todo o material, estéril e descartável, em uma única embalagem. Já o kit curativo auxilia na higienização de feridas e pequenos procedimentos cirúrgicos, também composto por material estéril e descartável. Ambos fazem parte da linha Kolplacir, formada por produtos perfeitos para redução de custos.

www.kolplast.com.br

Mariana Ferraz e Benedito Fittipaldi

Kit de sondagem vesical

Referência em produtos médicos descartáveis para ginecologia, proctologia, dermatologia e pequenos procedimentos cirúrgicos, a Kolplast se apresenta na MEDICA há 15 anos. “Temos intensi� cado nossos esforços em busca de maior participação externa. Os últimos anos foram marcados por investimentos no setor e o

à ABIMO e à APEX pelo trabalho de suporte e parceria. “Ficamos particularmente impressionados com a beleza

do Pavilhão Brasileiro, com estandes modernos e sofisticados.”

o procedimento ao reunir Kit de sondagem vesical

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garante segurança nos  procedimentos neurocirúrgicos; o sistema para fechamento de crânio; os kits para artroscopia de ATM; e o distrator palatar, de uso único e estéril.Fundada em 2007, a Traumec surgiu da iniciativa de empresários do setor metal-mecânico com mais de 20 anos de experiência, que, unidos, decidiram contribuir com o segmento de ortopedia.

www.traumec.com.br

César Caritá, Paulo Caritá, Alessandro Oliva, Guga Demarchi e Ari Boulanger

Esta foi a quarta vez que a Traumec participou da

MEDICA, apresentando seu portfólio de produtos voltados para cirurgia craniomaxilofacial, neurocirurgia e ortopedia.Segundo Alessandro Oliva, Analista de

Exportações, a empresa vem evoluindo bastante em

relação às exportações. “Estar presente como expositor na

maior feira do setor médico-hospitalar colabora muito para

a visibilidade da companhia, o relacionamento com os distribuidores e o desenvolvimento de novos projetos”, expõe, acrescentando que a Traumec espera um excelente retorno pós-feira. Entre os principais produtos apresentados estão a linha bucomaxilofacial, que conta com uma gama de placas com geometrias distintas e parafusos autoperfurantes resistentes para as mais variadas demandas cirúrgicas; e a linha de agulhas para microdissecção (dissectores), em diversos modelos e tamanhos, com pontas ultra� nas feitas de tungstênio, material que apresenta alta resistência ao calor e que as mantêm a� adas e com precisão para cortes e cauterização de tecidos moles, voltada aos mais diversos procedimentos cirúrgicos.Outros destaques são o sistema de coluna Rigid Spine, que

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Destaques

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A JCAHO – Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organizations começou a operar nos EUA em 1915 e, nos anos 80, impactou as ações das equipes de engenharia no seu país de origem. Com a criação da JCI – Joint Commission International, seus critérios de excelência direcionaram as práticas de engenharia de hospitais em outros países, inclusive no Brasil.

O objetivo deste artigo é fazer uma reflexão sobre a 5ª edição da JCI, permitindo ao leitor familiarizar-se com seu vocabulário. O manual possui quatro seções que incluem 17 capítulos. Apresentamos aqui o Capítulo FMS, acrônimo de Facility Management and Safety (Gerenciamento e Segurança das Instalações), que é dividido em 11 padrões de qualidade, 15 propósitos ou intenções e 80 elementos de mensuração (EM).

Os padrões FMS.1, FMS.2 e FMS.3 estão agrupados sob o título Liderança e Planejamento (Lidership and Planning), e todos os padrões em conjunto garantem que:

FMS.1: A instituição cumpre as leis, as exigências e os regulamentos de inspeção de instalações relevantes.

Este padrão, com três EM’s, oferece aos serviços de engenharia a oportunidade de evidenciar o acompanhamento de novas leis e normas e a participação ativa na criação destes instrumentos no processo de consulta pública, ou na construção e atualização de normas pelo Comitê Técnico CB-26 da ABNT. A título de exemplo, a NBR 7256, sobre climatização em hospitais, encontra-se em plena revisão por este comitê. A participação é livre, basta procurar a associação e informar que deseja colaborar. Outro exemplo é o caso da RDC 50, que está em processo de revisão e em breve passará por consulta pública. O envolvimento do hospital através de seus profissionais em processos desta natureza, juntamente com planejamento técnico e orçamentário, reforça o conjunto de evidências de que a instituição atende este padrão ou caminha em direção a este objetivo.

FMS.2: O hospital desenvolve e mantém um programa escrito que descreve os processos utilizados para gerenciar os riscos que afetam os pacientes, as famílias, os visitantes e os colaboradores da organização.

O objetivo é fazer com que os serviços de engenharia a realizem um diagnóstico situacional sobre as fontes de riscos e seus mecanismos de ação. Buscas sistemáticas garantem a segurança das partes interessadas. Permite

Reflexões sobre a 5ª Edição da Joint Commission International

elaborar um ou mais programas que, atualizados frequentemente, mostram a evolução do grau de segurança do hospital. Anteriormente incluídos no FMS.4, os processos que garantem que entidades não hospitalares atendam integralmente aos requisitos do programa de segurança e gerenciamento da instalação são tratados neste tema. Algumas palavras-chave mostram a abrangência do padrão e dos seus EM’s: segurança e proteção, materiais perigosos, emergências, segurança contra incêndio, tecnologia médica e sistemas de infraestrutura, que serão mencionados adiante.

FMS.3: A instituição possui um ou mais indivíduos qualificados para supervisionar o planejamento e a implementação do programa de gerenciamento da instalação para reduzir e controlar riscos no ambiente de cuidados ao paciente.

Permite que hospitais e profissionais busquem criar evidências de que, tanto a experiência como o treinamento, recebido ou ministrado, estão alinhados com os objetivos e as metas da organização. Estes profissionais podem estar organizados em um comitê, no qual os diversos tipos de experiência e conhecimento são mais bem utilizados. É requerido, entre outros, que o nível gerencial trabalhe para eliminar ou reduzir situações de risco e perigo; evite acidentes e lesões; mantenha condições seguras; planeje recursos para atender com segurança; monitore e relate situações que imponham risco; e utilize critérios de desempenho para avaliar e identificar melhorias necessárias.

FMS.4: O hospital planeja e implementa um programa para fornecer instalações físicas seguras por meio de inspeção e planejamento para reduzir riscos.

Leva a instituição a propor medidas de controle contra os riscos físicos que as instalações possam oferecer às pessoas e garantir que elas e a propriedade estejam livres de perdas ou danos. Assim, a queimadura de um paciente por um bisturi elétrico, por exemplo, é uma questão de segurança, e o roubo de um veículo ou danos à propriedade é uma questão de proteção. Entre os nove elementos de mensuração, a inspeção documentada, a avaliação das instalações em atividades de construção, a reforma e a aplicação de recursos incluídos no orçamento para segurança e proteção são contemplados.

FMS.5: A instituição tem um programa de estoque, manuseio, armazenamento e uso de materiais perigosos.

Este padrão conta com nove EM’s que ajudam a evidenciar o preparo do hospital frente aos riscos e perigos trazidos por estes materiais. Apresenta as principais categorias e também a relação que a OMS organizou. Apesar de este tipo de risco ser objeto da engenharia de segurança do

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trabalho (SESMT), o engenheiro clínico pode contribuir com informações sobre riscos específi cos e mais ocultos, como o caso do vazamento de hélio líquido em uma RNM.

FMS.6: O hospital desenvolve, mantém e testa um programa de gestão da emergência para responder a casos de epidemias e catástrofes naturais ou outros que possam ocorrer na comunidade onde está inserido.

Possibilita aos serviços de engenharia avaliar melhor onde a instituição está inserida geograficamente e a estrutura física da edificação; leva a pensar que os desastres podem ocorrer dentro e fora da organização e permite que engenheiros trabalhem para que o hospital não somente continue operando, mas que consiga ampliar sua capacidade de atenção. Requer que a engenharia interaja com organizações externas para que sua inserção em um sistema de emergências local ou regional seja consistente com as fontes de riscos oferecidas ao hospital e à região.

FMS.7: Estabelece e implementa um programa para prevenção, detecção precoce, supressão, combate e evacuação segura das instalações em resposta a incêndios e emergências não relacionadas a incêndios.

O padrão com nove EM’s garante que o hospital e as pessoas reajam de maneira adequada frente a qualquer risco de incêndio. Como se trata de um agente devastador se não for contido no início, uma resposta efetiva é sempre necessária. A modernização dos sistemas de proteção dedicados a incêndio e, consequente, o aumento da sua complexidade tecnológica requererem um processo de supervisão e monitoramento tão complexo por parte da Engenharia como aquele utilizado em UTI’s, em que o gerenciamento de alarmes é um recurso crítico para o sucesso frente aos resultados planejados.

FMS.8: A insti tuição estabelece e implementa um programa para inspecionar, testar e manter a tecnologia médica e documenta os resultados.

O padrão garante que o hospital tenha um inventário atualizado, que as inspeções regulares sejam feitas e os testes, realizados e registrados. Aos serviços de engenharia clínica resta evidenciar que os indivíduos que suportam estas operações são qualifi cados para, em razão da idade e das recomendações do fabricante, estabelecerem e realizarem um programa de ações, com frequência, para garanti r de maneira contí nua a segurança do paciente. A RDC 02/2010, implantada de maneira alinhada com este quesito, fortalece ainda mais a contribuição dos serviços de engenharia.

FMS.9: O hospital estabelece e implementa um programa para garantir que todos os sistemas de infraestrutura operem de forma efetiva e eficiente.

Como se tratam de sistemas complexos, requerem do serviço de engenharia um maior número de pessoas e recursos financeiros, para que este padrão seja atendido efetivamente. Nesta edição, uma das novidades é o requisito de inventário, assim, refrigeradores de ar de janela, bombas d’água, filtros, geradores, aquecedores, sistemas de exaustão, etc. devem apresentar também uma sistemática de rastreabilidade, que trate cada item individualmente, do mesmo modo que o registro de dados do paciente em seu prontuário único. Vale lembrar que no Brasil este quesito é imposto aos hospitais desde 2010 através da publicação da RDC 02. Para atender ao padrão, é necessário uma biblioteca técnica e indivíduos capazes de fazerem uso dela, para manter o complexo hospitalar operando de maneira ininterrupta, 24 horas por dia. Estabelece a frequência trimestral ou menor para evidenciar a qualidade da água. Requer também a documentação de todos os processos a ele relacionados. O padrão conta com 11 elementos de mensuração.

FMS.10: A instituição coleta e analisa os dados de cada um dos programas de gerenciamento da instalação para apoiar o planejamento e substituir ou atualizar tecnologia médica, equipamentos e sistemas, bem como reduzir riscos no ambiente.

Com 13 EM’s, trata dos requisitos necessários para estabelecer um conjunto de ações voltadas ao gerenciamento de todas as atividades demandadas pelos padrões anteriormente mencionados. O papel dos serviços de engenharia neste cenário é evidenciar que cada um dos programas possua um conjunto de dados que, amostrados frequentemente, levem a um processo de melhoria contínua dos programas estabelecidos.

FMS.11: O hospital educa, treina e testa todos os profi ssionais quanto aos seus papéis na promoção de instalações de cuidado seguras e efeti vas.

Este padrão visa garantir que cada profissional execute o que é esperado dele quando se trata de promover a segurança pela identificação e redução de riscos, proteção de terceiros e de si mesmos. Exige evidências por documentos, tanto dos treinamentos quanto dos testes empregados para verificação do aprendizado e da adequação dos níveis e tipos de treinamentos oferecidos pela organização. Também considera a possibilidade de arguição de colaboradores, como elemento de mensuração. Requer dos serviços de engenharia processos para levantamento de necessidades de treinamento, tanto a oferecer quanto a ministrar. O capítulo FMS.11 impõe uma grande quantidade e intensidade de ajustes que devem ampliar estes serviços, muito além das atividades rotineiras de manutenção corretiva e preventiva.

Lúcio Flávio de Magalhães BritoEngenheiro Clínico Certi fi cado

Lb@engenhariaclinica.com

“O manual possui quatro seções que incluem 17 capítulos; são apresentados

aqui o que trata de gerenciamento e segurança das instalações, dividido em 11 padrões de qualidade, 15 propósitos

ou intenções e 80 elementos de mensuração”

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O segmento de Dispositi vos Médicos (DMAs) ganhou um forte aliado no país: o livro “Saúde 4.0: Propostas para Impulsionar o Ciclo das Inovações em DMAs no Brasil”, documento minuciosamente preparado por diversas associações representati vas do setor de dispositi vos médicos e diagnósti co in vitro, com propostas para alavancar este mercado.

Segundo dados coletados pelo Canadian Health Police Insti tute e publicados na obra, o Brasil gastou com DMAs apenas 2,35% do total com a saúde, e isto representou somente 9,67% do Produto Interno Bruto do segmento, em 2014. O percentual fi ca atrás de países europeus de menor representati vidade econômica, como Bélgica (4,61%) e Grécia (3,23%). As nações que mais investem em DMAs no mundo são Alemanha (6,49%), seguida de Japão (6,13%) e Coreia do Sul (5,73%).

No Brasil, esse setor contempla quase 15.000 empresas e cerca de 4.000 trabalhadores, com um pouco mais de 10.000 profi ssionais que atuam na comercialização dos produtos. Com a adição dos serviços de diagnósti co e terapêuti ca, este mercado gera cerca de 225.000 empregos indiretos.

A maior fati a de DMAs no Brasil é de reagentes para diagnósti co in vitro (IVD), 20%, seguido de materiais e suprimentos (19%), equipamentos hospitalares (19%), próteses e implantes (15%), aparelhos para diagnósti cos (14%), equipamentos de imagem e insumos (8%), aparelhagens de odontologia (3%) e mobiliário (2%).

Para o Presidente da ABIIS – Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde, Carlos Eduardo Gouvêa, os gastos com os DMAs no Brasil deixam a desejar. Segundo ele, entre as inúmeras razões está o difí cil acesso a itens fundamentais para uma terapia cada vez mais efi caz e segura, por falta de incorporação no sistema, pelo SUS ou por operadoras de saúde, ou até mesmo por desconhecimento de sua importância. “Exemplo disso é o caso de alguns diagnósti cos que poderiam atuar precocemente na prevenção de determinadas doenças. Este desconhecimento não é apenas da população leiga, mas muitas vezes de profi ssionais de

Livro aponta que Brasil investe pouco em dispositivos médicos

saúde que acabam não acompanhando a evolução da inovação no setor, de tão dinâmica que é”, declara.

Ainda de acordo com Gouvêa, o grande valor em investi r cada vez mais no setor de DMAs é que isto acaba sendo reverti do em vários benefí cios. “Por ser um segmento muito atuante em inovação incremental, em que a pesquisa e o desenvolvimento partem de sugestões e ideias oriundas dos próprios profi ssionais de saúde, é possível aproximar-se cada vez mais da real necessidade do mercado. Por outro lado, os profi ssionais têm de se atualizar permanentemente do ponto de vista técnico e cientí fi co, elevando o nível de educação de todo o grupo”, destaca.

PROPOSTASNo livro, as propostas para melhorar o desempenho da área estão divididas em quatro itens: para esti mular a P&D; para aprimorar o processo de regulação do registro de DMAs; para tornar mais efi ciente a gestão dos produtos e do sistema de Saúde; e para ampliar o acesso aos DMAs.

Dentro deste últi mo tópico, as propostas são:

• Uti lização racional de tecnologias, ou seja, quando realmente necessárias, evitando desperdícios, e, ao mesmo tempo, garanti ndo acesso da população às soluções disponíveis em saúde;

• Aumentar o comparti lhamento da base de tomada de decisões e a parti cipação de todos os atores no processo de discussão para a incorporação de DMAs, convidando a sociedade para a discussão;

• Estabelecer bases formais e contí nuas para o diálogo entre os fabricantes e os demais atores sobre o horizonte tecnológico do setor;

• Reduzir a carga tributária que recai sobre os produtos, incluindo a eliminação da tributação em cadeia;

• Melhorar a efi ciência do sistema de saúde;

• Apoiar a incorporação e a uti lização de tecnologias remotas (point of care) e contribuir para a educação dos pacientes;

• Desenvolver políti cas específi cas para mHealth – incorporação de tecnologias móveis. A exemplo dos Estados Unidos, regular os aplicati vos médicos móveis separando aqueles sujeitos à supervisão regulatória dos demais;

• Adotar mecanismos de desempenho e comparti lhamento de risco como os usados nos Estados Unidos e na Europa;

• Prover informações e evidências que colaborem para a formação de critérios no julgamento de demandas judiciais em saúde.

O livro é uma realização conjunta entre a ABIIS, que congrega as enti dades Abimed – Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para a Saúde, Abraidi – Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Implantes, CBDL – Câmara Brasileira do Diagnósti co Laboratorial, e AdvaMed – Advanced Medical Technology Associati on.

www.abiis.org.br

“O Brasil gastou com DMAs apenas 2,35% do total com a saúde, e isto representou somente 9,67% do Produto Interno Bruto do segmento, em 2014”

Carlos Eduardo Gouvêa, da ABIIS

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O excesso de diagnósti cos e de tratamentos (do inglês overdiagnosis and overtreatment) ocorre em vários países e pode representar ameaça ao bem-estar de pacientes e prejuízos aos sistemas de Saúde. Muitas defi nições para esses termos coexistem na literatura médica, mas o senti do práti co é semelhante: é necessário avaliar os benefí cios da realização de uma intervenção médica, considerando os riscos, a segurança do paciente e os danos envolvidos, incluindo os impactos fi nanceiros.

Este tema, embora descrito como um fenômeno recente, já ocorre há séculos, conforme evidências nos registros históricos. Nos dias atuais, alguns fatos nos ajudam a entender esta situação, como a disponibilidade de tecnologias modernas; a medicina cada vez mais focada na especialização; os modelos de pagamento aos prestadores de serviços de saúde, nem sempre justos; a estrutura organizacional que defi ne a prestação do serviço de saúde, conforme a complexidade da doença, mas que na práti ca não é efeti va; o uso do marketi ng e a relação desbalanceada entre a demanda e a oferta. Todas estas questões, e muitas outras, potencialmente infl uenciam no processo de defi nição de uma políti ca de saúde no país e, em últi ma instância, na formação médica.

Segundo o Insti tuto de Medicina dos Estados Unidos, os laboratórios clínicos estão classifi cados entre os 10 serviços que produzem benefí cios tangíveis para a saúde. A literatura médica cita que 70% das decisões se baseiam em resultados de exames laboratoriais, que podem ser tratados como uma ferramenta de elevada relação custo/efeti vidade na obtenção de informações sobre o estado do paciente. Os resultados de exames podem evitar a necessidade de procedimentos complementares mais complexos e invasivos, quando bem indicados e corretamente interpretados.

As despesas com exames laboratoriais representam menos de 2% dos custos com a assistência à saúde e 25% dos custos com diagnósticos. São muitas as razões para a crescente demanda: o interesse na prevenção das doenças; o surgimento de novas tecnologias com elevado poder de diagnóstico e estabelecimento de riscos; o envelhecimento populacional e o aumento da prevalência de doenças crônicas; além da economia de tempo. Há pesquisadores empenhados na produção de estudos científicos que comprovem o real valor de cada exame laboratorial com a intenção de racionalizá-los. Em outras palavras, busca-se avaliar “o exame certo, realizado na hora certa, para a pessoa certa” e, para se obter tais informações, é fundamental um relacionamento muito próximo entre os profissionais de laboratório e os médicos. Outra proposta para conter o desperdício é o gerenciamento da utilização,

Excessos de exames: desperdícios na Saúde?

com o objetivo de desencorajar o uso de investigações supérfluas.

Algumas soluções para evitar a realização desnecessária de exames já estão descritas, como a restrição ao uso de requisições sem critério através da implantação da solicitação computadorizada; a eliminação de exames obsoletos; a aproximação dos médicos solicitantes com os patologistas clínicos; protocolos que defi nam intervalos mínimos e condições de solicitação; sistemas de decisão clínica; e até a introdução da disciplina de patologia clínica/medicina laboratorial no currículo do curso de graduação médica, entre outras.

A uti lização dos prontuários eletrônicos representa a grande esperança para se evitar redundâncias, dada a possibilidade de fácil acesso aos resultados. Já há evidências de que as iniciati vas citadas, se implementadas em conjunto, são seguras e efeti vas, atendendo às necessidades econômicas e dos sistemas de saúde.

Estudos mostram que o número de resultados de exames não reti rados por pacientes nos laboratórios clínicos brasileiros pode chegar a 30%. Nos laboratórios ligados à Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial – SBPC/ML esse percentual não chega a 5%, embora haja citações na literatura de que esse é um problema que pode afetar a segurança dos pacientes. Uma das explicações para tal diferença reside na desconsideração dos acessos diretamente por pacientes e médicos via internet, e ao uso de facilidades tecnológicas e de conecti vidade, que permitem o envio por e-mail e SMS, entre outras.

O risco do mau gerenciamento na utilização de exames pode levar também a outros problemas de qualidade, como a persistência de subdiagnósticos e de subtratamentos. Para corrigir as distorções, é preciso o engajamento dos médicos na busca de soluções que beneficiem os sistemas de saúde e, ao mesmo tempo, protejam os pacientes. A participação de entidades médicas na discussão desse assunto junto ao Ministério da Saúde e agências governamentais, por meio de abordagem baseada em evidências científicas que representem o estado da arte, é de fundamental importância para definir o que realmente traz valor à assistência e terá impacto positivo.

Nairo M. SumitaDiretor Cientí fi co da SBPC/ML

Wilson Shcolnik Diretor de Acreditação e

Qualidade da SBPC/ML

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O uso das TICs – Tecnologias de Informação e Comunicação para prover iniciati vas à distância tem recebido maior destaque

entre os estabelecimentos públicos de saúde. Este é um dos resultados apontados pela TIC Saúde 2014, pesquisa conduzida

pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da

Sociedade da Informação (Ceti c.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

Realizada entre setembro de 2014 e março de 2015, a pesquisa está na segunda edição e investi ga a adoção das TICs nos

estabelecimentos de saúde e a apropriação desses recursos pelos profi ssionais do setor. Em 2014, foram entrevistadas 2.121

unidades públicas e privadas de todo o país, bem como 1.067 médicos e 2.037 enfermeiros.

De acordo com o estudo, as ações de educação à distância estão disponíveis em 27% dos estabelecimentos com acesso

à internet – entre os públicos essa proporção chega a 41%. Ati vidades de pesquisa à distância são realizadas por 20% das

unidades, percentual que é maior entre as públicas (28%). Ainda entre os estabelecimentos com internet, 21% parti cipam de

alguma rede de telessaúde. No setor público, o percentual de parti cipantes de alguma rede chega a 37%, enquanto apenas 8%

dos privados o fazem. Ainda é reduzida a presença de serviços de monitoramento remoto de pacientes (8% daqueles com

acesso à internet).

“O avanço da telessaúde é uma tendência importante, pois mostra o desenvolvimento de políti cas públicas alinhadas ao uso de tecnologia. É essencial manter mecanismos de capacitação e treinamento dos profi ssionais, além de permiti r a interação com outras unidades de saúde e até de atendimento ou diagnósti co remoto de pacientes”, destaca Alexandre Barbosa, Gerente do

Ceti c.br.

A infraestrutura básica de TIC nos estabelecimentos de saúde apresentou crescimento. Em 2014, 92% uti lizaram computador nos 12 meses que antecederam a pesquisa e 85% acessaram a internet – em 2013, tais proporções

eram de 83% e 77%, respecti vamente. Entre os profi ssionais de saúde, o acesso domiciliar ao computador

e à internet segue prati camente universalizado. Os enfermeiros reportam, no entanto, maior acesso às TICs

no ambiente de trabalho do que os médicos: 80% dos enfermeiros e 65% dos médicos.

A utilização das TICs no Brasil e as barreiras mundiais à tecnologia

Segundo a pesquisa, 52% dos locais que uti lizaram a internet possuem algum ti po de registro eletrônico das informações presentes nos prontuários dos pacientes. Em 29%, isso está

parte em papel e parte em formato eletrônico, e em 23% totalmente eletrônica. Por outro lado, 45% das unidades que

uti lizaram a internet fazem os registros totalmente em papel. De acordo com a TIC Saúde 2014, esta incorporação é mais baixa entre os estabelecimentos com internação, o que pode estar

associado à complexidade do registro de informações clínicas neste ti po de local.

Os dados cadastrais predominam entre as informações de pacientes disponíveis eletronicamente e estão presentes em

73% dos estabelecimentos de saúde. Já os dados relati vos à atenção clínica possuem menor disponibilidade: 31% dos

que possuem internet declaram ter informações disponíveis eletronicamente sobre alergias, 26% sobre vacinas, 25% sobre

sinais vitais e 18% possuem imagens de exames radiológicos. Em relação à segurança da informação, 35% dos estabelecimentos conectados à rede possuem uma políti ca interna de segurança

regida por manual ou documento.

A falta de recursos para investi mento em tecnologia é vista por 79% dos médicos e 78% dos enfermeiros como barreira

para a implantação de sistemas eletrônicos. Entre os itens apresentados, os profi ssionais veem também a falta de

prioridade das políti cas públicas (76% dos médicos e 69% dos enfermeiros) e a falta de treinamento (70% dos médicos e 68% dos enfermeiros) como entraves signifi cati vos para a adoção de

soluções tecnológicas.

Embora a maioria dos médicos e enfermeiros declare não notar a diminuição na carga de trabalho por conta do uso

de tecnologias, a percepção em relação ao cuidado com o paciente e a gestão das roti nas médicas é positi va. Para

72% dos médicos e 76% dos enfermeiros, a implantação de sistemas eletrônicos possibilitou a melhora da qualidade do

tratamento como um todo.

Mais informações sobre a pesquisa no link ceti c.br/pesquisa/saude.

DESAFIOS MUNDIAISJá em nível global, outra pesquisa, realizada pela Polycom,

mostrou que o fi nanciamento e o acesso a serviços para a saúde são os dois maiores obstáculos que impedem,

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mundialmente, o desenvolvimento de uma infraestrutura mais efeti va e efi caz no setor.

Denominado “2025 Healthcare Innovati on”, o estudo também revelou que os entrevistados das regiões APAC (Ásia-Pacífi co),

20%, e EMEA (Europa, Oriente Médio e África), 30%, acreditam que o envelhecimento da população representará o maior

desafi o aos cuidados com a saúde em 2025. Já os entrevistados na América do Norte avaliaram que a grande demanda será na

infraestrutura dos serviços de saúde.

A pesquisa demonstrou que a evolução das tecnologias − relati vas aos celulares, à Internet das Coisas (IoT) e ao Big

Data − oferece a perspecti va mais promissora para superação desses obstáculos. No entanto, a fi m de ati ngir esse objeti vo,

os tecnólogos seniores devem parti cipar das reuniões da administração das empresas para assegurar a integração

correta das tecnologias. Deste modo será viável alcançar a transformação digital necessária no setor subindo do patamar

de apenas tratar os doentes para o de prevenção e do bem-estar das pessoas.

Quando perguntado sobre os maiores inibidores para alcançar um futuro melhor na saúde, a maioria dos entrevistados,

independentemente da região geográfi ca, identi fi cou o fi nanciamento, o acesso a serviços e a falta de apoio do governo

como os principais inibidores.

“Evidentemente, a oferta e a prestação de serviços estão mudando à luz de desafi os, como a escassez de médicos e o

rápido processo de envelhecimento populacional, o que requer uma transformação digital, a fi m de lidar com as pressões que

recaem sobre o setor”, diz Ron Emerson, Diretor Global de Saúde da Polycom.

Segundo ele, nos últi mos anos, tornou-se claro que a tecnologia é a chave para o futuro dos cuidados com a saúde.

“Os resultados dessa pesquisa destacam como o setor pode integrar melhor e uti lizar o desenvolvimento tecnológico para

mudar o jogo, de modo a acelerar as aplicações de telemedicina ou telessaúde para maximizar seu potencial e realizar novos

modelos de prestação de serviços em 2025.”

Os profi ssionais em todo o mundo estão convencidos de que a tecnologia, como dispositi vos de monitoramento de saúde

pessoal e soluções de colaboração de vídeo, irá desempenhar um papel vital no desenvolvimento de um futuro positi vo da área. Segundo a pesquisa, em 2025 a atenção primária

será acessível a todos os cidadãos, independentemente da distância, graças ao aumento da disponibilidade de banda

larga, de dispositi vos e das aplicações móveis. “A incorporação da tecnologia, como a de vídeo, será crucial para um futuro

propício da saúde globalmente”, afi rma Emerson.

Além disso, 63% dos entrevistados concordaram que os serviços virtuais para residências consti tuirão um cenário realista em

2025, justamente devido aos avanços tecnológicos. Estes incluem serviços virtuais ambulatoriais, bem como o diagnósti co

remoto para os idosos e portadores de defi ciência fí sica.

“Para os profi ssionais, a prestação de serviços habilitada por meio de videocolaboração faz senti do, estratégica

e fi nanceiramente falando. Para os pacientes, isto traz a gestão da saúde para seu próprio controle, reduzindo

o tempo de viagem e despesas desnecessárias com deslocamentos. Da mesma forma, para os médicos, a

tecnologia da colaboração pode fornecer oportunidades na prestação coordenada de cuidados médicos, nas consultas

aos seus pares e na educação conti nuada”.

Para capitalizar verdadeiramente o crescente avanço tecnológico, incluindo mais dispositi vos de conecti vidade

pessoal e com o aumento de dados, é vital ter líderes dentro das insti tuições de saúde que abracem e defendam o uso

da tecnologia para a prestação de serviços administrati vos. “Isto ajudará a assegurar que as soluções inovadoras estão

devidamente incorporadas em fl uxos de trabalho e que sejam adotadas por funcionários de toda a organização e além dela”,

destaca Emerson.

Observou-se ainda que há necessidade de ampliar o foco em modelos preventi vos que reduzam a hospitalização e o

custo com tratamento, pois é defi niti vamente mais efi ciente mover as informações do que locomover as pessoas. Isto

signifi ca que a colaboração entre a equipe médica para tratamentos prolongados, o paciente e seus familiares é

fundamental. No entanto, isso não pode ser realizado de forma efi caz sem o suporte implícito da tecnologia.

Emerson acrescenta que as economias de escala serão ati ngidas e o custo dos cuidados com a saúde, seja a cargo do paciente ou da indústria, também será signifi cati vamente reduzido. “Em últi ma análise, é

fundamental que o setor se concentre em benefí cios de longo prazo, ao invés de custos em curto prazo, para

garanti r um futuro benéfi co da saúde até 2025”, fi naliza.

A pesquisa foi realizada com 1.200 profi ssionais entre outubro de 2014 e abril de 2015. Na região APAC, os respondentes da Austrália (43,87%) e Índia (27,23%) eram a maioria; na região EMEA, o maior número de respondentes era do Reino Unido

(50,46%) e França (19,88%); e todos os entrevistados da América do Norte eram dos Estados Unidos.

Mais informações sobre os resultados da pesquisa estão no link www.polycom.com/forms/healthcare-2025.

“A oferta e a prestação de serviços de saúde estão mudando à luz de desafios, o que requer uma transformação digital, a fim de lidar com as pressões que recaem sobre o setor”

Base: 1.995 unidades que declararam ter utilizado a internet nos últimos 12 meses em relação ao momento da entrevista.Fonte: Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

Proporção de estabelecimentos que possuem sistema eletrônico para gerenciamento e armazenamento de informações de saúde dos pacientes

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O desenvolvimento de tecnologias que trazem agilidade e conveniência para a população vem sendo

responsável por grandes transformações sociais. São evoluções que alteram hábitos e comportamentos da

sociedade e ditam, por consequência, os rumos de diversos mercados de consumo. Foi assim com o varejo

e o sistema financeiro, por exemplo, que evoluíram seus modelos de negócios agregando serviços pela

internet: o e-commerce e o internet banking.

Evidentemente que, há menos de 20 anos, quando as primeiras lojas virtuais começaram a se popularizar e os

primeiros bancos começaram a ofertar serviços on-line no Brasil, os receios eram muitos, desde a confiança

até a resistência natural para as gerações menos habituadas às comunicações digitais. Mas já imaginou

se estes setores ficassem parados ou se rendessem às avalanches pessimistas de críticos e leigos? Se isso ocorresse, o Brasil – que, segundo estudo da T-Index,

crescerá 43,3% no e-commerce mundial este ano, conquistando a quarta colocação no ranking de maior

mercado do setor no mundo – não alcançaria tal destaque que, certamente, movimenta a economia e

gera emprego e renda, coisa rara atualmente, aliás.

Este movimento de inquietação vivido lá atrás pelas empresas dos segmentos mencionados também precisa ocorrer com outros setores, como o de Saúde, que tem

no avanço tecnológico e na conveniência da internet a possibilidade de democratizar o acesso a serviços

atualmente restritos a grandes centros urbanos. Ou, ainda, otimizar recursos financeiros que poderiam

ser economizados também nos grandes centros com a adoção de orientações através da telemedicina. É

preciso lutar para que este assunto seja amplamente discutido, dando a oportunidade para que a população

receba informações mais claras e desmistifique o atendimento realizado à distância.

Dr. Carlos Eduardo Cassiani CamargoEspecialista em cardiologia com mais de 30 anos de atuação

clínica e acadêmica e Presidente da Brasil Telemedicina, empresa especializada em interação médica on-line

No Brasil, com regulamentação ainda restrita pelo Conselho Federal de Medicina, a telemedicina pode ser aplicada na capacitação profissional complementar, em estudos e pesquisas e na emissão de laudos à distância.

Este último, com grande representação na situação financeira de clínicas médicas e de saúde ocupacional,

por exemplo, que podem reduzir em até 30% o seu custo operacional graças à praticidade e agilidade que

a terceirização deste serviço consegue obter com os laudos remotos.

Em maio deste ano, estive na 20ª Feira Internacional de Telemedicina, promovida pela Associação Internacional de Telemedicina, na Califórnia, Estados Unidos, e pude comprovar que, em comparação a outros mercados, o

Brasil ainda tem muito que avançar neste segmento. Mas entre tantas iniciativas inovadoras, modernas e incontestavelmente importantes para o crescimento

da medicina que pude presenciar na exposição, é nos serviços básicos de atendimento à saúde da população

que a telemedicina poderia ajudar de imediato a preencher as lacunas do sistema brasileiro.

A premissa é ampliar a assistência e também a cobertura dos cuidados à saúde. Se avaliarmos este

princípio no contexto da extensão territorial do Brasil, temos um grande desafio. Porém, também há uma

grande oportunidade, pois a aplicação da telemedicina é uma forma muito mais viável para que a população

tenha um profissional de saúde constantemente ao seu lado.

É preciso que o empenho em debater o assunto e ampliar os horizontes da ferramenta no Brasil seja

assumido por todas as frentes envolvidas e interessadas neste avanço: as empresas que prestam serviços de

telemedicina e que devem comprovar a confiabilidade da metodologia; as operadoras, seguradoras e

cooperativas de saúde, com vistas a ofertar cuidado humanizado com menor custo operacional; os

Conselhos de Medicina, para garantir o interesse público; toda a classe médica, para vencer paradigmas;

e a sociedade civil, maior interessada em evoluções sociais significativas.

Pagar contas pelas internet é hoje uma questão de hábito. Obter orientação médica confiável on-line

também pode ser.“No Brasil, com regulamentação ainda restrita pelo Conselho Federal

de Medicina, a telemedicina pode ser aplicada na capacitação profissional

complementar, em estudos e pesquisas e na emissão de laudos à distância”

Telemedicina, uma questão de hábito

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A integradora de soluções de TI e Telecom CYLK, do Grupo IHC, lançou uma solução para localização em tempo real de pessoas e ati vos hospitalares baseada

na tecnologia RTLS – Real Time Locati on System e composta por infraestrutura de rede sem fi o, monitoramento, segurança, TAG’s ati vas e passivas, além de

soft ware de Business Intelligence integrado ao ERP. Ela também estabelece uma “cerca eletrônica” que gera alarmes quando violada, reduzindo o risco de erros

e/ou fraudes em maternidades, por exemplo. Através da integração com edifí cios inteligentes, é possível obter um completo

controle de segurança e rastreabilidade, bem como reforçar diversos aspectos relacionados à segurança patrimonial,

ganho de efi ciência, planejamento, acesso à internet para pacientes e

acompanhantes, controle de ambulâncias e higiene, entre outros. Adicionalmente, muitos pontos da solução são aderentes a padrões e certi fi cações internacionais como o JCI. Na foto, José Ricardo Maia

Moraes, Diretor de Desenvolvimento de Negócios.

Para fazer o que uma ambulância convencional não pode, um engenheiro holandês criou um drone que carrega um desfi brilador para atendimento

a víti mas de ataque cardíaco. Equipado com áudio livestream e conexão de vídeo, permite aos médicos fornecer instruções para as pessoas no local, vendo a situação através da webcam e explicando os passos do tratamento. O protóti po,

que está em fase de testes e ainda não é uti lizado em nenhuma insti tuição brasileira, é capaz de voar em velocidades de até 100 Km/h, evitando trânsito e,

por isso, aumentando signifi cati vamente a chance de recuperação dessas víti mas.

Drone auxilia no socorro de paradas cardiorrespiratórias 1

2 A Dassault Systèmes anuncia o primeiro modelo de coração do Living Heart Project, iniciati va voltada a pesquisas cardiovasculares através de simulação realista. Com ele, fabricantes de dispositi vos, pesquisadores

e profi ssionais da área médica serão capazes de realizar testes virtuais e visualizar a resposta do coração de modo inédito até então. O modelo

representa um coração saudável, que pode ser usado para estudar defeitos congênitos ou doenças cardíacas, modifi cando as propriedades de forma e de tecido em um editor de soft ware fácil de usar. Além disso,

dispositi vos medicinais podem ser inseridos no simulador para estudar a sua infl uência sobre a função cardíaca, validar a efi cácia e prever a fi abilidade sob uma gama de condições de funcionamento.

Primeiro coração humano simulado

Localização em tempo real de pessoas e ativos4A integradora de soluções de TI e Telecom CYLK, do Grupo IHC, lançou uma 4A integradora de soluções de TI e Telecom CYLK, do Grupo IHC, lançou uma

solução para localização em tempo real de pessoas e ati vos hospitalares baseada 4

solução para localização em tempo real de pessoas e ati vos hospitalares baseada Plataforma online de consulta a bulas de medicamentos e prescrição digital, a Memed passou a disponibilizar aos médicos, de forma gratuita, um aplicativo de celular com conteúdo trabalhado e curado para todas as especialidades. Assim como na web, a nova versão contempla informações a respeito de mais de

20.000 medicamentos disponíveis no mercado brasileiro pela Anvisa e organizados por classificações farmacoterapêuticas. Em breve, o aplicativo também contará com funcionalidades de prescrição.

Aplicativo de bulas desenvolvido para médicos

1. Vídeo demonstrati vo no link goo.gl/96uhU3

2. www.3ds.com/heart

3. www.memed.com.br

4. www.cylk.com.br

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A OrangeLife, fabricante brasileira de testes para diagnósti co, recebeu aval da Anvisa para fabricação e exportação do Smart Reader, aplicati vo para smartphone que permite,

em tempo real, detectar importantes doenças em qualquer lugar do mundo, por meio de uma gota de sangue e a transmissão dos dados pelo aparelho. O investi mento neste

programa, que será uti lizado para identi fi car o vírus da dengue, febre chikungunya, zika, HIV, hanseníase, leishmaniose, tuberculose, entre outros, girou em torno de R$ 1 milhão.

O governo da Bahia foi o primeiro a fechar contrato com a companhia.

Aplicativo para detecção de doenças recebe autorização da Anvisa5A OrangeLife, fabricante brasileira de testes para diagnósti co, recebeu aval da Anvisa 5A OrangeLife, fabricante brasileira de testes para diagnósti co, recebeu aval da Anvisa

para fabricação e exportação do Smart Reader, aplicati vo para smartphone que permite, 5

para fabricação e exportação do Smart Reader, aplicati vo para smartphone que permite,

6A You Care, em parceria com a TOP Deals, anuncia uma ferramenta

digital que pode ser uti lizada por todas as empresas do segmento da saúde que têm a necessidade de envolver as pessoas e manter, expandir,

ou ainda, estabelecer relações mais estreitas e efi cientes com clientes, parceiros e novos clientes. Ela permite desenvolver ações e adicionar

outras ferramentas como call center e envio de SMS para contribuir na conversão do serviço ou produto oferecido no disparo do e-mail. Toda decisão de qual método

uti lizar para ati ngir o usuário vai depender do comportamento analisado. “Tudo é monitorado em tempo real pela ferramenta, que não é só uma plataforma, mas um sistema integrado de comunicação com diversos ti pos de

público, com ações que podem andar em paralelo”, destaca Daniela Camarinha, Diretora da You Care.

Ferramenta contribui para o envolvimento de pessoas

Através de seu trabalho de mestrado, o engenheiro Dario Bolivar criou, no Departamento de Engenharia Elétrica

do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio), um sistema para otimizar as filas dos serviços de saúde

do país. A solução utiliza modelos computacionais inteligentes e estabelece prioridades, levando em consideração prazos máximos de atendimento, a conciliação da agenda dos médicos, anestesistas, enfermeiros, instrumentadores, exames, além da

disponibilidade de sala de cirurgias, CTI e enfermaria, equipamentos e próteses. Nos testes preliminares, a redução na fila foi de até 30%. “A questão é bem

complexa, já que envolve diversos fatores e depende dos recursos disponíveis em cada unidade de saúde. Mas a

solução pode ser desenvolvida como produto e tornar o atendimento ao cidadão mais eficiente do que o que existe

hoje”, declara Karla Figueiredo, professora orientadora do trabalho, assim como Marley Vellasco.

Programa otimiza filas de hospitais

Devido à necessidade em oti mizar recursos, elevar o número de atendimentos e garanti r a qualidade da prestação de

serviços ao paciente, a Maquet, do grupo sueco Geti nge, oferece o Insight, sistema de integração e comunicação entre

centro cirúrgico, UTI, internação e emergência, que mostra status e horários de reservas das salas e leitos disponíveis para

os próximos procedimentos cirúrgicos, incluindo a equipe designada por ala e a sua respecti va atribuição, além do estado clínico do paciente. “Com ele, é possível comparti lhar e solicitar

informações entre diferentes departamentos a qualquer momento. Quando as novas informações são inseridas no

sistema, alimentadas por um funcionário dentro da sala de controle, todos os departamentos envolvidos com o paciente são noti fi cados automati camente e em tempo real”, explica a

Gerente de Marketi ng, Jennifer Herbst.

Sistema de comunicação promete agilizar atendimento

5. www.orangelife.com.br

6. www.youcare.com.br

7. www.maquet.com l www.geti ngegroup.com

8. www.ctc.puc-rio.br

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A atenção/internação domiciliar vem se

fortalecendo como uma importante

alternati va para a racionalização dos custos na saúde suplementar. Nesse contexto, surgem diversas e cada vez

mais sofi sti cadas modalidades

comerciais prati cadas por operadoras ou

grupos de autogestão com o objeti vo de oti mizar a contração desses serviços. Esse cenário favoreceu o surgimento de um mercado complexo e cada vez mais competi ti vo, obrigando as empresas que prestam esses serviços se melhorarem cada vez mais para conquistarem credibilidade e competi ti vidade.

Os processos de atenção e internação domiciliar se caracterizam por um conjunto integrado de serviços envolvendo equipes interdisciplinares, sofi sti cados processos de prescrição e dispensação de medicamentos, integração de prestadores de serviços, como locadoras de equipamentos, fornecedores de gases medicinais, etc. Todos interagem matricialmente compondo uma complexa estrutura interligada de custeio. Considerando a grande diversidade de regras comerciais – pacotes de serviços totais ou parciais, regras de desconto ou franquias baseadas em natureza ou custo dos serviços, gestão comparti lhada dos serviços, entre outros – torna-se cada vez mais complexa e ao mesmo tempo críti ca a implementação de sistemas de custos efi cazes e que tragam respostas ágeis e precisas sobre a rentabilidade para orientar os gestores na tomada de decisão.

Esse cenário impõe requisitos importantes para os fornecedores de tecnologia dedicada à gestão da atenção domiciliar no senti do de disponibilizarem ferramentas realmente integradas e com sistemas de custeio on-line que apoiem efeti vamente aqueles que decidem durante a execução da prestação dos serviços. Análises de custos gerenciais obti das mediante fechamentos de períodos pregressos são necessárias, mas insufi cientes para a garanti a do sucesso e principalmente para proteger os prestadores de serviços da atenção domiciliar de riscos econômicos.

Hoje as tecnologias que apoiam a gestão dos processos precisam embuti r na sua essência o conceito de gestão ati va de custos, oferecendo soluções que reduzam os custos, aumentem a efi ciência e, fundamentalmente, monitorem conti nuamente a rentabilidade dia a dia, minuto a minuto.

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reGestão de custos e controladoria na atenção domiciliar

Tiago BrandãoDiretor de Produto da IW – Soft wares Inteligentes

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Projetos de arquitetura para salas limpas

Fundamentais para hospitais e laboratórios, as salas limpas são ambientes controlados e isolados que seguem regras para evitar contaminações. A ABNT – Associação Brasileira de Normas e Técnicas e a Anvisa defi nem esses locais como aqueles “nos quais o suprimento e a distribuição de ar, sua fi ltragem, os materiais de construção e procedimentos de operação visam controlar as concentrações de partí culas em suspensão no ar, atendendo aos níveis apropriados de limpeza conforme defi nido pelo usuário e de acordo com as normas técnicas vigentes”.

Para construir e montar salas limpas, é preciso estudar estruturas, instalações fí sicas, edifi cações, superfí cies interiores, alvenaria, divisórias e forros autoportantes, além de antecâmaras, câmaras pressurizadas, portas especiais para áreas classifi cadas, sistemas de controle de acessos, sistemas de comunicação visual, iluminação especial, cantos arredondados, vedação, acessórios e acabamentos.

Portanto, os hospitais e laboratórios devem buscar empresas dedicadas ao assunto, que possam desenvolver projetos de acordo com os padrões estabelecidos. A Clean Room Design é especializada em soluções de arquitetura para sala limpa de UTI neonatal, unidade de isolamento, central de material para esterilização, laboratório de patologia clínica, dentre outros. Também elabora projetos complementares de ar condicionado, processos de utilidades, automação, estrutura civil e metálica, instalações elétrica e hidráulica, seguindo todas as resoluções normativas estabelecidas pela ABNT, Anvisa e pelo Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, bem como as principais regulamentações do FDA e EMEA.

Um dos diferenciais da companhia é que os ambientes podem ser visualizados em maquetes eletrônicas em 3D, facilitando a escolha. “Trabalhamos com uma equipe de profi ssionais qualifi cados e especializados, e contamos com infraestrutura para atender empreendimentos de qualquer dimensão, oferecendo soluções práti cas e efi cazes. O projeto detalhado aumenta a precisão dos valores da obra, minimizando a variação esti mada do custo”, conta Carlos Simões Verissimo, arquiteto urbanista e Diretor da Clean Room Design.

www.cleanroomdesign.com.br

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Durante visitas de avaliação em insti tuições de saúde por todo o Brasil, a equipe do IBES – Insti tuto Brasileiro para Excelência em Saúde identi fi cou as reais necessidades de mudança na gestão da área de saúde e reuniu as melhores práti cas nacionais e internacionais relacionadas à segurança do paciente. O disclosure (transparência para a tomada de decisões) é uma das Práti cas Padrão Ouro (PPO) disponível a todos os profi ssionais do segmento.

Essa PPO traz orientações de como uma possível ocorrência de evento adverso deve ser relatada aos pacientes e familiares. De acordo com a Diretora de Ensino e Capacitação do IBES, Aléxia Mandolesi Costa, o disclosure ainda é novo para grande parte das insti tuições de saúde brasileiras. “Essa diretriz leva o profi ssional a uma maior conscienti zação do seu papel em relação à comunicação do erro clínico, o que gera comprometi mento na prevenção deste ti po de situação. Se a alta direção se envolve e entende a importância da transparência nas organizações, fi ca mais fácil consolidar a práti ca no nível operacional”.

Apesar de nos últi mos quatro anos os casos de erro médico terem aumentado 140% no Superior Tribunal de Justi ça, o IBES acredita que essa porcentagem possa ser ainda maior. Alexia explica que nas insti tuições de saúde que não seguem a PPO, geralmente o erro é negado. “Os colaboradores sentem medo de falar sobre o assunto por acharem que vão sofrer represálias e não ter o apoio da insti tuição. O paciente e a família, muitas vezes, não fi cam sabendo que o evento adverso ocorreu, ou, se informados da situação, não têm consciência que ela poderia ter sido evitada”, destaca.

Quando o disclosure é uti lizado por hospitais, laboratórios, clínicas e outros estabelecimentos de saúde, todos os envolvidos são benefi ciados. A insti tuição passa a ser encarada de modo mais respeitoso pela comunidade, médicos e mercado. O médico se sente seguro e tem maior confi ança de que os possíveis eventos que, porventura, ocorram com o seu paciente serão comunicados e tratados. E o paciente e seu familiar parti cipam efeti vamente das decisões.

Os boleti ns de Práti ca Padrão Ouro são gratuitos e podem ser acessados através do site www.ibes.med.br/ppo.

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Práticas Padrão Ouro para a segurança do paciente

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Evento destacou experiências lean de instituições brasileiras

investi u 3 milhões de dólares para acertar o caminho da qualidade e que a principal mudança que precisou fazer foi cultural. “Explicamos o que é lean e o que não é, porque as pessoas acreditavam que iria causar demissões. Por isso, fi zemos um acordo para readequar os colaboradores em outras funções e não ter de dispensá-los”, explicou.

Segundo ela, os executi vos precisam parti cipar da estratégia e se comprometer a transmiti -la às suas equipes. “Fizemos um fl uxograma da cadeia de valores e implementamos um plano de ação baseado nas ‘True North Metrics’: qualidade/segurança, recursos humanos e acompanhamento fi nanceiro, com a sati sfação do cliente ao centro, integrando os outros itens”. Kim destacou que só é possível inovar quando é seguido um trabalho padronizado.

Com as novas estratégias, o ThedaCare gerou uma economia superior a 27 milhões de dólares. O modelo de cuidado colaborati vo resultou em uma redução de 25% dos custos globais da assistência, com 100% de sati sfação de seus clientes. Entre 2008 e 2011, aumentou em quase 20% a margem bruta de seu fl uxo de caixa. “Apenas as ferramentas não sustentam as mudanças, tampouco líderes fortes. É preciso um sistema organizado”, disse.

Kim também citou o que foi observado em 142 organizações de saúde visitadas pela insti tuição em 15 países: a maioria dos processos de trabalho é desorganizada, poucas normas de trabalho são prati cadas, não há como identi fi car e resolver os problemas imediatamente quando eles ocorrem, a liderança é autocráti ca e não está engajada na linha de frente, e a maioria dos líderes não vê o desperdício.

“A meta deve ser a transparência com a equipe, precisamos focar nas pessoas e estabelecer o ritmo das mudanças também de olho no aspecto fi nanceiro”, concluiu.

Mais informações sobre o assunto no site do Lean Insti tute Brasil: www.lean.org.br.

“O Brasil está assumindo a liderança em experiências lean”. Foi com essa frase que Kim Barnas, Presidente de Operações do ThedaCare Center for Healthcare Value – organização que dissemina o sistema pelos mais importantes centros de saúde dos EUA – deu início ao Lean Summit Saúde, que aconteceu no dia 3 de dezembro, em São Paulo.

Organizado pelo Lean Insti tute Brasil, o evento reuniu cases de oito grandes grupos de saúde que alcançaram resultados signifi cati vos implantando projetos baseados na metodologia. Um deles foi a Rede São Camilo, cujo Pronto-Socorro Adulto da Unidade Pompeia, em SP, que realiza 18.000 atendimentos por mês e 600 consultas diárias, precisava de uma transformação para buscar resultados “dramati camente” melhores.

Camila Prada, Coordenadora Médica do Pronto-Socorro, e Alex Sandro Araujo da Silva, Chefe da Enfermagem, explicaram que uma série de acontecimentos impactou negati vamente no desempenho do setor: implantação do prontuário eletrônico do paciente em 2014, reforma no PS Adulto e surto de dengue, ambos no início de 2015, elevando o índice de insati sfação dos usuários.

A parti r do uso da metodologia lean, verifi cou-se que o principal problema era o tempo de espera do paciente. “Entre outras ações, estabelecemos meta de 10 minutos para a triagem, criamos um plano de conti ngência no caso de a espera ati ngir os 30 minutos, adequamos a estrutura da equipe de TI e atualizamos o protocolo de classifi cação por cor”, descreveu Silva.

Março deste ano foi o período mais críti co para o PS devido aos casos de dengue. Nesse mês, quase 35% dos pacientes esperaram até 30 minutos para serem entendidos. Em outubro, com as mudanças já implantadas, 90% aguardaram apenas 10 minutos. Com relação ao tempo de espera para atendimento médico, em março/2015, 34% dos pacientes foram atendidos em até uma hora, em outubro/2015, 88%. Na sala de medicação, 21% foram medicados em até 30 minutos em março, em outubro, 90%, destes, 60% em até 15 minutos. “A melhoria foi realmente fantásti ca, pois alguns pacientes chegavam a esperar até três horas para receber medicação”, disse Silva. Em se tratando das reclamações, em março foram 351; em outubro, apenas 46.

A segunda fase do projeto, em implantação, inclui garanti r o manejo adequado do prontuário do paciente, aumentar a entrega do faturamento acima de 95% e reduzir as glosas.

Outro case apresentado foi da Biotec, empresa responsável por serviços de hemoterapia em diversos hospitais de São Paulo. Essa experiência inédita de aplicação do sistema lean no setor foi descrita por Erica Merchan, Gerente de Qualidade, que contou que a empresa conseguiu reduzir o tempo de espera para o atendimento de doadores de sangue pela metade, o que aumentou a sati sfação e potencializou as doações.

INTERNACIONALNa palestra de abertura, Kim Barnas contou que o ThedaCare, um dos maiores centros de saúde dos EUA,

PRINCÍPIOS GERAIS CRÍTICOS PARA IMPLANTAÇÃO LEAN

• Respeitar todos os indivíduos;• Liderar com humildade;• Pensar cientificamente;• Focar em programas, pessoas e processos;• Transparência com a equipe através de gestão

visual.

Kim Barnas, do ThedaCare

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3 No mês de novembro, o HCor - Hospital do Coração realizou em São Paulo (SP) a exposição

Corações Transpostos – Transpostos Corações, que reuniu moldes de corações esculpidos à mão em cerâmica plásti ca e celebrou os 40 anos da Operação de Jatene.Desenvolvidas pela cardiologista pediátrica Dra. Valéria Moreira, as peças representam a anatomia da transposição das grandes artérias. “A mostra é um tributo ao Prof. Dr. Adib Jatene por sua importante contribuição à cardiologia brasileira”, explica a médica. Reconhecida mundialmente, a técnica corrige a transposição das grandes artérias em bebês com cardiopati a congênita.

Operação de Jatene

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2De acordo com a Norma

Regulamentadora de número 32, criada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, que trata da proteção à segurança e à saúde dos profi ssionais de estabelecimentos de serviços de saúde, todos os colaboradores ligados à área assistencial são proibidos de usar adornos como anéis, pulseiras, relógios, colares, brincos, piercings expostos, crachás pendurados com cordão, entre outros itens. Para conscienti zar seus funcionários, o Complexo Hospitalar de Niterói (RJ) desenvolveu uma ação chamada “Balangandãs, aqui não!”. Caracterizada de Carmem Miranda, a atriz Laise Leal percorreu os setores assistenciais do hospital fazendo performances e alertando sobre os riscos do uso de adornos para aqueles que manuseiam medicamentos, equipamentos, materiais hospitalares e que têm contato com pacientes.

“Balangandãs, aqui não!”No fi nal de outubro, os pequenos pacientes internados no Hospital da Criança e Maternidade, em São José do Rio Preto (SP), puderam estar pela primeira vez com os cães

Lola (Golden Retriever) e Linda (Cocker Spaniel), acompanhados por familiares, enfermeiros e profi ssionais do Grupo Cão Afeto, responsável pelos animais.A reação das crianças comprova o quanto a ati vidade é benéfi ca. Enquanto a fi lha Bianca, de

sete anos, diverti a-se com Lola, Gisele Salton fotografava para enviar à família. “É uma ideia óti ma. Ela tem uma cadelinha, mas não pode conviver por causa da doença. Tenho certeza que ela voltará melhor para o quarto”, disse.Segundo a psicóloga Laís Milani, a ação promove bem-estar, inclusão social, melhora na ambiência hospitalar, além de auxiliar na coordenação motora. Os encontros, que acontecem uma vez por mês, atendem padrões internacionais e respeitam a legislação brasileira. Os animais são vacinados e treinados.

Cão-terapia

O Cartão SUS – que é a identidade do cidadão no Sistema Único de Saúde – agora também pode ser

acessado em smartphones, por meio de download do aplicativo Cartão SUS Digital. O app disponibiliza ferramentas importantes, como controle da aferição de pressão e medição de glicemia, que é essencial para portadores de diabetes e hipertensão. A ferramenta mostra, com auxílio de gráficos, os últimos registros de pressão máxima e mínima, bem como a evolução das taxas de glicemia. O cidadão também pode indicar se possui algum tipo de alergia, se faz uso contínuo de medicamentos, bem como adicionar contatos de emergência e compartilhar informações com seu médico.

Cartão SUS Digital

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Em 2 de outubro, o Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre (RS), completou 88 anos e, para marcar a data, a instituição realizou diversas atividades durante o mês. No dia da comemoração do aniversário, autoridades

estiveram presentes na solenidade de assinatura do contrato para construção de um novo prédio, que ampliará a capacidade de internação em 100 leitos. A edificação de oito andares, com área total construída de 9.300 m², deverá gerar 500 novos empregos e beneficiar três mil pacientes por ano. No prédio, serão atendidos convênios e particulares, e os leitos ficarão divididos em Unidades de Internação, Centro de Terapia Intensiva Adulta e Centro de Terapia Hematológica (especializado no tratamento de doenças onco-hematológicas). A previsão é que a obra seja concluída em 18 meses.

5 Novo prédio no aniversário de 88 anos

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Em 12 de novembro, Dia Nacional de Prevenção de Arritmias Cardíacas e Morte Súbita, o Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (CEJAM) promoveu no vão livre do MASP, em São Paulo (SP), a ação Bate Coração, com o objeti vo de ensinar as pessoas a “salvarem uma vida” e conscienti zar sobre os fatores de risco. Quem passou pelas tendas montadas no local pôde realizar o treinamento de RCP com manequins, medir glicemia e aferir pressão arterial, entre outras ati vidades.

Morte súbita cardíaca

6 A Medicina Nuclear usa quanti dades mínimas de substâncias radioati vas (radiofármacos)

como ferramenta para acessar o funcionamento dos órgãos e tecidos vivos, realizando imagens, diagnósti cos e tratamentos.

Um método efi caz que o Hospital Márcio Cunha, de Ipati nga (MG), oferece à comunidade por meio de sua Unidade de Oncologia é a cinti lografi a, exame que permite visualizar imagens através da radiação que é emiti da do corpo do paciente. Essas

imagens são capazes de propiciar informações importantes à equipe médica no que diz respeito à função e ao metabolismo dos diferentes órgãos do corpo. “O procedimento se destaca por apresentar diagnósti cos mais rápidos e asserti vos de doenças que crescem a cada dia, como câncer, doenças cardiovasculares e endócrinas, entre outras”, explica Dr. Daniel Godoy, especialista em Medicina Nuclear.

Medicina Nuclear

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7Pequenas doses de radiação às quais os pacientes são submeti dos em exames de imagem, como Raios-X, tomografi as e cinti lografi as, podem não ter efeito nocivo no aumento dos casos de

câncer. Na verdade, essa exposição pode até diminuir o risco. É o que sugere um arti go publicado pelo periódico Technology in Cancer Research & Treatment. Celso Darío Ramos, médico nuclear e Diretor da Clínica MND Campinas (SP), esclarece que o processo natural de reprodução celular coti diano do organismo é responsável por milhares de mutações no DNA todos os dias. Por conta disso, existem mecanismos de reparo dessas estruturas que impedem que as alterações provoquem neoplasias. “O modelo linear colocado em xeque no estudo não leva em conta esse mecanismo básico do organismo, algo vital para um entendimento mais completo dos efeitos da radiação”, esclarece Ramos. Segundo o arti go, pequenas doses de radiação uti lizadas nos exames ajudariam a prevenir alguns ti pos de câncer exatamente por “exercitar” o mecanismo de reparo com quanti dades seguras de mutação.

Radiação e risco de câncer

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Para ajudar aqueles que sofrem de inconti nência urinária, a Medicone lançou o Constritor Periuretral Infl ável – LC, que, implantado internamente, oferece ao usuário a possibilidade de conter a urina sem o uso de dispositi vos externos, fraldas ou absorventes. “Desenvolvemos esse produto pensando no bem-estar de quem possui disfunção esfi ncteriana leve, moderada ou grave. Hoje, em nosso país, mais de 10 milhões de pessoas

enfrentam esse quadro”, conta Rodrigo Perillo, CEO da empresa. Biocompatí vel e atóxico, o LC é feito 100% de silicone. Após a inserção, o usuário não tem mais acesso ao dispositi vo e não precisa fazer nenhum ti po de ati vação ou manuseio para o funcionamento do implante.

Implante promete auxiliar pacientes com inconti nência urinária1

Para ajudar aqueles que sofrem de inconti nência urinária, a Medicone lançou o 1

Para ajudar aqueles que sofrem de inconti nência urinária, a Medicone lançou o

3Centro de diagnósti cos focado no cliente Premium, o Alta Excelência Diagnósti ca oferece aos seus pacientes da unidade Jardins, em São Paulo/SP, o primeiro tomógrafo de alta performance capaz de capturar imagens em alta defi nição do coração inteiro em um único bati mento, com imagens das coronárias sem movimentos, em qualquer frequência cardíaca. Denominado Revoluti on CT, o equipamento foi desenvolvido pela GE HealthCare e permite a realização de estudos de perfusão de outros órgãos, como cérebro, fí gado, rins e tecidos com cobertura de até 16 centí metros, uti lizando baixo volume de contraste intravenoso. A redução na dose de radiação é de 25% em relação aos tomógrafos existentes no mercado.

Inovação em tomografi a

GU 60 é o modelo do primeiro aparelho de Raios-X lançado pela Samsung no Brasil. Considerado o mais moderno do mundo, é completamente digital, 100% controlado por computadores e disponibiliza resultados instantâneos. Emite o menor nível de radiação do mercado, mantendo, mesmo assim, uma alta qualidade de imagem. Possui, ainda, um detector extremante sensível que imprime exames claros e com contrastes que facilitam a visualização e leitura para o diagnósti co. “A Samsung entra nesse mercado com uma tecnologia inovadora que trará comodidade para pacientes e efi ciência para profi ssionais da área médica”, afi rma Denilson Kuratomi, Diretor da Divisão de

HME. O primeiro aparelho foi instalado em um laboratório em Vila Velha, ES, e possui um braço completamente arti culado que se movimenta em mais de 500 posições, contemplando exames em todas as partes do corpo. Ele pode ser acionado por um controle remoto sem fi o portáti l, proporcionando uma panorâmica de forma rápida e a função Tube Head Unit (THU), que indica qual o melhor posicionamento para que haja uma captação correta da imagem.

Samsung lança seu primeiro aparelho de Raios-X

41. www.medicone.com.br l 0800-7222728

2. www.agcbrasil.com

3. www.facebook.com/altadiagnosti cos l www.gehealthcare.com.br

4. www.samsung.com

2A AGC anuncia uma gama de vidros capaz de eliminar 99,9% das principais bactérias encontradas em ambiente hospitalar, além de prevenir proliferação de fungos, segundo testes da Universidade Livre de Bruxelas (Bélgica) e The

Salford University (Reino Unido). O segredo é uma técnica desenvolvida e patenteada pela empresa, que consiste na difusão de íons de prata nas camadas superiores do material. Ao interagir com essas partí culas, as bactérias têm seu metabolismo desati vado

e sua divisão mecânica interrompida, o que acaba por destruí-las. O produto é ideal para unidades de tratamento intensivo, de tratamento de câncer, recepções de hospitais e em salas de cirurgia e procedimentos. “Este modelo de vidro pode ser uti lizado em janelas, divisórias e portas encaixilhadas ou com persianas internas, como revesti mento de parede e de móveis, como espelho bactericida e ainda como box de banho”, diz Kati a Sugimura, consultora da AGC.

Vidro anti bactéria é ideal para evitar contaminações

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Bahia tem a primeira PPP de diagnóstico por imagem do BrasilO Governo da Bahia e a Rede Brasileira de Diagnósti co (RDB) fecharam Parceria Pública Privada para que os hospitais do estado sejam atendidos por uma central de diagnósti co por imagem totalmente especializada, com equipamentos de ponta, para oti mizar o atendimento ao paciente do SUS.

Fábio Vilas Boas, Secretário da Saúde, anunciou um investi mento superior a R$ 1 bilhão, ao longo da concessão, que deve durar 11 anos e envolve 12 centros de imagem. “A população vai ter a oferta ampliada de forma signifi cati va para esses exames, que são o verdadeiro gargalo em todo o estado. Vai desafogar não só os hospitais, mas também ajudar os pacientes que não têm acesso fácil a esses procedimentos e acabam fi cando em uma fi la de espera ou precisam se deslocar até a capital”, destacou.

Já estão sendo instalados 42 novos aparelhos de ressonância magnética, tomógrafos, mamógrafos e equipamentos de Raios-X. Os centros passarão por reforma e expansão, além disso, todos estarão conectados com a central de laudos, que permite enviar exames pela internet. Funciona da seguinte forma: o hospital faz o exame e envia para a central, o laudo será feito por um especialista. O presidente da RDB, Fernando Pereira, destacou que essa central vai trabalhar 24 horas por dia. “Vamos conseguir agilizar o processo, pois o paciente poderá ter o laudo em até duas horas. Mas acima de tudo, queremos qualificar os profissionais que farão a análise. Vamos acelerar, mas, principalmente, melhorar, expandir e interligar”, afirmou.

Além de Salvador, hospitais de Ilhéus, Vitória da Conquista, Guanambi e Jequié serão contemplados com a parceria. Quando as três fases do projeto estiverem implantadas, o que deve ocorrer no início de 2016, a previsão é que sejam realizados, por ano, mais de 500 mil exames de diagnóstico por imagem para pacientes de todo o estado. Ao final de 11 anos, todo o investimento fica para o Governo da Bahia, que pode abrir nova licitação ou fazer a gestão do atendimento.

A Rede Brasileira de Diagnóstico é fruto da união de três instituições: Alliar, considerada uma das maiores redes de medicina diagnóstica do país; FIDI, fundação especializada na gestão de diagnósticos por imagens para hospitais públicos; e Philips, empresa holandesa com destaque em tecnologia para equipamentos voltados à saúde.

"Quando as três fases do projeto estiverem implantadas, no início de

2016, a previsão é que sejam realizados, por ano, mais de 500 mil exames de

diagnóstico por imagem no estado"

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A demanda de ati vidades e o impacto de cada uma delas no processo de produção em saúde fazem do planejamento, da organização e do gerenciamento ati vidades que se refl etem na saúde do paciente. A conservação da infraestrutura, do quanti tati vo e do qualitati vo de profi ssionais e especialidades, a manutenção preventi va dos equipamentos médicos, o controle dos estoques de materiais, as campanhas de saúde, a limpeza e até a desti nação dos resíduos hospitalares têm desdobramentos não apenas para a pessoa que procura atendimento, mas também para todas as outras ligadas a ele.

Com a transferência da gestão dos hospitais da rede pública para enti dades fi lantrópicas e outras consti tuídas na forma de Organizações Sociais (OSs), através dos contratos de gestão, a parti r de 1990, a área pública passou a ter maior atenção na rede hospitalar. Mais de duas décadas depois e com transformações antes inimagináveis, a proposta ainda é alvo de críti cas. Por falta de conhecimento ou por questões políti cas, o discurso contrário ao modelo é defi niti vamente infundado.

Importante lembrar que o modelo de OS, como qualquer outra forma de descentralização, não pode ser entendido como única via para a efeti vidade da ação pública, mas como uma alternati va à disposição de um Estado capaz de fazer as melhores escolhas diante das diversas situações em que está imerso, de modo que se torna imprescindível a profi ssionalização do serviço público, a revisão do arcabouço legal nacional que restringe a gestão pública e a ampliação da permeabilidade social em todo o ciclo das políti cas públicas, fortalecendo também os recursos humanos.

As parcerias público-privadas são estratégicas para contornar a inoperância estatal em áreas carentes para a sociedade. A práti ca de gestão moderna e a efi ciência administrati va característi cas do segmento empresarial são implementadas nos serviços públicos e se convertem em sati sfação para profi ssionais, gestores e pacientes.

Socorro à saúde pública

Na Saúde, fazer mais com menos é a principal premissa, especialmente se levadas em consideração as mudanças pelas quais o Brasil passou e que propiciaram maior efi ciência, transparência e efi cácia na aplicação dos recursos públicos.

O histórico do país evidencia que um dos grandes entraves para o desempenho adequado das unidades de saúde é a ausência de gestão eficiente. A rede pública ainda enfrenta obstáculos econômicos e financeiros que retardam a consolidação dos princípios do SUS – Sistema Único de Saúde. Outro desafio é o gerenciamento dos custos em saúde com o aumento da população idosa no país e o baixo investimento no setor, o que tende a comprometer a qualidade dos serviços ofertados à população.

A área de custos chega para o segmento hospitalar promovendo iniciati vas positi vas para o avanço tecnológico, gerencial, estratégico e empresarial, dentro da concepção da governança corporati va. A práti ca da gestão de custos dá ênfase para melhorar o controle interno, analisando o contexto dos hospitais públicos, e uma visão geral dos gastos das insti tuições, preparando-as para a retomada do crescimento em bases sustentadas, favorecendo a administração central, além de propiciar meios para os investi mentos necessários dos gestores e a tomada de decisão em momentos importantes e estratégicos para as organizações.

A promoção, a proteção e a recuperação da saúde com a melhor qualidade em menor tempo significam muito mais que o bem-estar individual. Se um pai de família está internado, é autônomo e provedor da casa, a situação dele repercute financeiramente na família. O restabelecimento com condições melhores do que ele entrou na unidade, seja curado ou em processo de cura, envolve reduzir o sofrimento emocional e no impacto à renda mensal. O resultado social também precisa entrar nesse cômputo. O atendimento célere com qualidade e segurança possibilita maior número de pessoas socorridas pelos hospitais.

Por isso, é importante a realização de investimentos em recursos humanos especializados, participação e valorização do trabalho em equipe, visando atingir os objetivos empresariais, seguindo uma tendência mundial das instituições modernas. A ampliação do modelo de gestão das Organizações Sociais nas unidades públicas, aprimorando os modelos de descentralização com parcerias de gestão de abrangência nacional, com a possibilidade de melhorar os indicadores de produção e o atendimento aos pacientes do SUS, e como consequência direta, distribuir de forma mais eficiente os recursos para custeio e investimentos, visam atender o principal personagem desse esforço: o usuário-cidadão.

André GuanaesSuperintendente do Insti tuto Sócrates Guanaes (ISG), sediado em São

Salvador (BA), cuja missão é promover saúde através da educação

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“O modelo de OS, como qualquer outra forma de descentralização, não pode ser entendido como única via para a

efetividade da ação pública, mas como uma alternativa à disposição do Estado”

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