Efeitos da poluição atmosférica na saúde

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EFEITOS DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA NA SAÚDE

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APRESENTAÇÃO GTI RESPIRA VITÓRIACÂMARA MUNICIPAL DE VITÓRIA05/02/2013

Valdério do Valle DettoniMédico PneumologistaProfesor Adjunto Departamento de Clínica Médica CCS/UFES

POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA

AMBIENTE EXTERNO

AMBIENTE INTERNO

FONTES

PRINCIPAIS FONTES DE POLUENTES

APARELHO MUCOCILIAR EM BRÔNQUIO NORMAL

APARELHO MUCOCILIAR EM PACIENTE COM BRONQUITE CRÔNICA CONTENDO PARTÍCULAS INALADAS DEPOSITADAS NA MUCOSA

EFEITOS VARIAM DE ACORDO COM:

• NATUREZA DOS POLUENTES

• CONCENTRAÇÃO DOS POLUENTES

• CONDIÇÕES EM QUE OCORREM AS EXPOSIÇÕES

• CONDIÇÕES PRÉVIAS DE SAÚDE DOS

INDIVÍDUOS EXPOSTOS

• POPULAÇÕES ESPECÍFICAS (IDOSOS, CRIANÇAS,

GESTANTES, etc)

EFEITOS NOCIVOS DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA NA SAÚDE

A doença como sinal

Fonte: WALDMAN, Eliseu Alves. Vigilância em Saúde Pública. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 1998. Série Saúde e Cidadania, v. 7, p. 63.

Efeitos da exposição aguda(horas e dias após a elevação da poluição)

Aumento da mortalidade Exacerbação dos sintomas em indivíduos com DPOC e asma Aumento da mortalidade por doenças respiratórias Maior frequência de infecções respiratórias agudas Aumento do número de internações hospitalares por pneumonia Aumento da prevalência de sintomas e sinais de irritação nos olhos, narinas e garganta Aumento da prevalência de sintomas respiratórios agudos (sibilância, tosse e expectoração) Necessidade de aumentar a dose de uso de medicamentos Alterações agudas na função pulmonar Aumento do número de consultas médicas, de atendimentos de emergência e de internações Maior taxa de absenteísmo no trabalho e na escola

FEV1

(L)

4.0

3.8

3.6

3.4

3.2

3.0B 1 2 3 4

Ar

Ozônio

Tempo h

CHEST 107:621-628,1995

Variação média do VEF1 em 66 indivíduos após exposição a O3

(0,2ppm) e ar. A redução do VEF1 não se correlaciona com o teste

da metacolina.

Poluição atmosférica devido à queima de biomassa florestal e atendimentos de emergência por doença respiratóriaem Rio Branco, Brasil - Setembro, 2005*Márcio Dênis Medeiros Mascarenhas1, Lúcia Costa Vieira1, Tatiana Miranda Lanzieri2, Ana Paula Pinho Rodrigues Leal3, Alejandro Fonseca Duarte4, Douglas Lloyd Hatch5

J Bras Pneumol. 2008;34(1):42-46

J Bras Pneumol. 2008;34(1):42-46

Efeitos da exposição crônica (anos de exposição crônica)

Aumento da mortalidade por doenças respiratórias

Aumento da incidência e prevalência de asma e DPOC

Aumento da incidência e mortalidade por câncer de pulmão

Aumento da incidência e de mortalidade por pneumonia e influenza

Alterações crônicas na função pulmonar

Redução crônica do VEF1 e CVF

Menor desenvolvimento pulmonar em crianças e jovens

Aumento da prevalência de pessoas com VEF1 abaixo da normalidade

Aumento na taxa de declínio do VEF1

Outros efeitos

Retardo no desenvolvimento intra-uterino

Recém-nascidos com baixo peso

Partos prematuros

Anomalias congênitas ou morte fetal

Alteração no desenvolvimento cognitivo das crianças

POPULAÇÕES MAIS SUSCETÍVEIS

CRIANÇAS

Maturação pulmonar

Desenvolvimento do sistema imunológico

Relação peso corporal e ventilação/minuto

POPULAÇÕES MAIS SUSCETÍVEIS

IDOSOSDeclínio da função pulmonarMenor eficiência do sistema imunológicoCo-morbidades

PORTADORES DE DOENÇAS CRÔNICAS (qualquer idade)

SUSCETIBILIDADE GENÉTICAGlutation S-transferase, Superóxido dismutase, catalase, tocoferol,Ácido úrico e ácido ascórbico (anti-oxidantes)

Estudo de meta-análise de publicações de 1994 a 2003

10 g/m³ de PM10 aumenta 5% mortalidade pós-natal por qualquer causa e 22% na mortalidade por doença respiratória

Lacasaña M, Esplugues A, Ballester F. Exposure to ambient air pollution and prenatal and early childhood health effects. Eur J Epidemiol. 2005;20(2):183-99.

Logan WP. Mortality in the London fog incident, 1952. Lancet. 1953;1(7):336-8.

Pope CA 3rd, Burnett RT, Thun MJ, Calle EE, Krewski D, Ito K, et al. Lung cancer, cardiopulmonary mortality, and long term exposure to fine particulate air pollution.JAMA. 2002;287(9):1132-41.

2006: OMS torna mais restritivos os padrões de qualidade do ar por reconhecer o dano ocasionado pela poluição crônica com mais de 2 milhões de mortes por ano em todo o mundo.

Nossos padrões de qualidade do ar traduzem o conhecimentodisponível no início dos anos 1990, quando menos de 10% dos

trabalhos sobre poluição do ar e saúde humana haviam sido publicados. É como se houvesse uma dissociação entre a saúde

humana e a política ambiental.

“Os efeitos adversos dos poluentes atmosféricos manifestam-se com maior intensidade em crianças, idosos, indivíduos portadores de doenças respiratórias e cardiovascularescrônicas e, especialmente, nos segmentos maisdesfavorecidos do ponto de vista sócio-econômico. Esta é uma situação na qual os que mais sofrem são aqueles quemenos contribuem para a emissão de poluentes, caracterizandoum contexto de injustiça ambiental, para a qual nãoexiste justificativa ética ou moral.”

Prof. Dr. Paulo Saldiva. J Bras Pneumol. 2008;34(1):1

Dr. Luiz Amador Pereira, 2005.

“O aprimoramento de técnicas de análise

estatística tem alterado conceitos previamente

existentes.

A adoção dos critérios de qualidade do ar, foram

baseados em conhecimentos existentes até

aquele momento. (1990)

Contudo, estudos mais recentes mostram que

podemos encontrar efeitos graves sobre a saúde

mesmo quando os poluentes se encontram dentro dos padrões de segurança”.

OBRIGADO PELA ATENÇÃO!

FIM

Long-Term Ambient Air Pollution and Respiratory Symptoms in Adults (SAPALDIA Study)ELIZABETH ZEMP, SERGE ELSASSER, CHRISTIAN SCHINDLER, NINO KÜNZLI, ANDRÉ P. PERRUCHOUD, GUIDO DOMENIGHETTI, TULLIO MEDICI, URSULA ACKERMANN-LIEBRICH, PHILIPP LEUENBERGER, CHRISTIAN MONN, GIANFRANCO BOLOGNINI, JEAN-PIERRE BONGARD, OTTO BRÄNDLI, WERNER KARRER, ROLAND KELLER, MARTIN H. SCHÖNI, JEAN-MARIE TSCHOPP, BEA VILLIGER, JEAN-PIERRE ZELLWEGER, and the SAPALDIA TeamInstitute of Social and Preventive Medicine, University of Basel, Basel; Division of Pneumology, University of Lausanne, Lausanne;Federal Institute of Technology, Zürich, Switzerland; and the SAPALDIA Team

AM J RESPIR CRIT CARE MED 1999;159:1257–1266.

Estudo multicêntrico, cerca de 10.000 pessoas, acompanhamento com questionário de sintomas, correlação dos sintomas crônicos – tosse, expectoração, opressão torácica durante o dia, com aumentos de 10 g/m³ na média anual de PM10 em fumantes e não-fumantes.

A poluição do ar e o sistema respiratório*

Marcos Abdo Arbex, Ubiratan de Paula Santos, Lourdes Conceição Martins, Paulo Hilário Nascimento Saldiva, Luiz Alberto Amador Pereira, Alfésio Luis Ferreira Braga

J Bras Pneumol. 2012;38(5):643-655

* Trabalho realizado no Núcleo de Estudos em Epidemiologia Ambiental, Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental, Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo (SP) Brasil.

Quadro 1 - Principais poluentes atmosféricos, suas fontes, áreas de ação no sistema respiratório e efeitos sobre a saúde humana.

Quadro 1 - Principais poluentes atmosféricos, suas fontes, áreas de ação no sistema respiratório e efeitos sobre a saúde humana.

Quadro 1 - Principais poluentes atmosféricos, suas fontes, áreas de ação no sistema respiratório e efeitos sobre a saúde humana.