Post on 07-Dec-2015
description
- FAHESA -Faculdade de Ciências Humanas, Econômicas e da Saúde de
AraguainaInstituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos Ltda.
Curso de Medicina
Epidemiologia dos acidentes ofídicos em Araguaina – TO e suas principais complicações no
ano de 2008
Hugo César Macedo da SilvaRafael Dias Alves Julião
Prof. Orientadora: Maria Ana Salviano de Sousa
27 de Novembro de 2009
Epidemiologia dos acidentes ofídicos em Araguaina – TO e suas principais complicações no ano de 2008
GERALAvaliar a prevalência dos acidentes ofídicos em
Araguaina – TO no período de janeiro de 2008 a dezembro de 2008
ESPECIFICOSMostrar o perfil epidemiológico e as principais
complicações dos acidentes ofídicos
OBJETIVOS
Com este trabalho podemos verificar quais as peçonhas mais prevalentes em nossa região e suas principais complicações, norteando assim os profissionais de saúde
Considerando a escassez de dados que permitissem traçar o perfil clinico – epidemiológico e complicações dos acidentes ofídicos ocorridos em nossa região, é que se propôs a realização deste trabalho
Justificativa
Casos de acidentes ofídicos de pacientes internados no HDT Araguaina – TO
Período de observação 12 meses. De acordo com os prontuários e fichas de notificação compulsória e SINAN NET
Analisar dados epidemiológicos, quadro clínico e laboratorial
MATERIAIS E MÉTODOS
Acidentes OfídicosTema de relevância para a saúde pública
Na América Latina, o Brasil apresenta o maior número de acidentes/ano
Em 2008, no Brasil ocorreram 25.943 acidentes ofídicos
No Tocantins foram 747 casos, destes 142 foram notificados em Araguaina
INTRODUÇÃO
Fonte: SINAN NET
Classificação das Serpentes BrasileirasNo Brasil estão catalogadas 256 espécies de
serpentes, sendo 69 peçonhentas , sua distribuição é a seguinte: 32 do gênero Bothrops; 29 Micrurus;06 Crotalus; 02 Lachesis.
Revisão de literatura Cont.
Fonte: Veronesi. Tratado de Infectologia, 3º ed.
Tipos de Acidentes
Acidente Botrópico
Ações do veneno: Proteolítica, coagulante e hemorrágica
Revisão de literatura Cont.
Revisão de literatura Cont.
Classificação quanto a gravidade do acidente Botrópico
Fonte: Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes ofídicos, Vig. Epidemiológica.MS, 2001
Tipos de Acidentes
Acidente Botrópico
Complic. locais: Síndrome Compartimental, Abscesso, Necrose
Complic. sistêmicas: Choque, Insuficiência Renal Aguda
Px: Geralmente é bom. A letalidade nos casos tratados é baixa, as causas em geral são IRA e hemorragias incontroláveis
Revisão de literatura Cont.
Tipos de AcidentesAcidente Crotálico
Apresenta o > coef. de letalidade devido à freqüência com que evolui para insuficiência renal aguda (IRA)
São 5 ações: neurotóxica, miotóxica, coagulante, hemorrágica e hepatotóxica em algumas subespécies
Revisão de literatura Cont.
Fonte: Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes ofídicos, Vig. Epidemiológica, MS, 2001
Revisão de literatura Cont.
Complic. locais: parestesias locais, reversíveis após algumas semanas
Complic. sistêmicas: a principal, em nosso meio, é a IRA com NTA geralmente de instalação nas 1ª 48 horas
Px: é bom nos acidentes leves\moderados e em atendidos nas 1ª 6 horas. Nos graves, está ligado a IRA. É mais reservado quando há NTA
Revisão de literatura Cont.
Tipos de acidentesAcidente Laquético
Existem poucos casos relatados na literatura
Ações do veneno: proteolítica, coagulante, hemorrágica e “neurotóxica”
Revisão de literatura Cont.
Manif. locais: semelhantes às botrópico, predominando a dor e edema
Manif. sistêmicas: síndrome vagal
Comp. locais: as mesmas do acidente botrópico
Revisão de literatura Cont.
Dx diferencial: as manifestações da “síndrome vagal” poderiam auxiliar na distinção entre o acidente laquético e o botrópico
Tto. específico: SAL ou SABL
Tto. geral: as mesmas para o botrópico
Revisão de literatura Cont.
Tipos de acidentes
Acidente Elapídico
Corresponde a 0,4% dos acidentes. Pode evoluir para insuficiência respiratória aguda, causa de óbito neste tipo de envenenamento
Ações do veneno: neurotóxica
Revisão de literatura Cont.
Manif. locais: Há discreta dor local, geralmente acompanhada de parestesia
Manif. sistêmicas: vômitos, fácies miastênica , em alguns casos ocorre evolução para insuficiência respiratória aguda e apnéia.
Revisão de literatura Cont.
Tto. específico: SAE
Tto. geral: nos casos de insuficiência respiratória, é fundamental manter o paciente adequadamente ventilado
Px.: é favorável, mesmo nos casos graves, desde que haja atendimento adequado quanto à soroterapia e assistência ventilatória.
Revisão de literatura Cont.
GRÁFICO 1 - Distribuição segundo o gênero da serpente envolvida nos acidentes ofídicos atendido no HDT de Araguaina - TO, no período de janeiro a dezembro de 2008
Resultados
Botr Crot Lachesis Micrurus Outros0.00%
10.00%
20.00%
30.00%
40.00%
50.00%
60.00%
70.00%
80.00%
90.00%
100.00%91.40%
3.40%0.00% 0.00%
5.20%
GRÁFICO 2 - Distribuição em relação aos meses do ano tipo de peçonha e o número de casos
Resultados cont.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Botrópico
Crotálico
Outras
GRÁFICO 3 - Relação entre os Acidentes e as diferentes faixas etárias em anos de vida
Resultados Cont.
67,20%
15,60%8,60% 8,60%
0,00%10,00%20,00%30,00%40,00%50,00%60,00%70,00%80,00%
5_40 41_50 51_60 >60
GRÁFICO 5 - Distribuição entre o tempo e o atendimento médico no HDT de Araguaina - TO
Resultados Cont.
GRÁFICO 12 - Distribuição com relação às alterações laboratoriais
Resultados Cont.
Hm Hb Ht Pq Lc Ur Cr Na K Cl P Ca AU TC TS TAP TTPA DHLCK-NAKCK-T GA ECG EAS0
2
4
6
8
10
12
14
16
0
13
16
1
16
23
0 0 0 0 0 0
15
01
0 0 0 0 0 0 0
Alterações Laboratoriais
Predomínio do sexo masculino (72,40%), na faixa etária entre 05 a 40 anos (67,20%)
Maior prevalência da atividade agropecuária e da zona rural
Os meses de fevereiro, março, outubro e novembro, observa-se uma maior movimentação de trabalhadores rurais, a classe mais atingida (58,62%)
Estas informações reforçam a conotação do acidente ofídico como acidente de trabalho
Discussão
O soro mais utilizado foi o SAB (91,95%), isso concorda com a quantidade de casos dessa peçonha
As vítimas foram picadas mais frequentemente em MMII (87,93%), sobretudo nos pés, isso mostra a importância do uso do EPI
O ∆t entre o acidente e o atendimento médico ocorreu nas 1ª 6 horas (56,90%) dos pacientes, isso é importante para a evolução e prognóstico do paciente
Discussão
Não houve dados referentes ao tipo de moradia, uso de torniquete
Complic. locais- as mais prevalentes foram dor local (100%), edema local (98,27%), seguido por infecções 2ª (39,65%)
Complic. sistêmicas- febre (17,24%), distúrbios hemorrágicos (15,51%) e alterações do SNC (13,79%)
Das alterações laboratoriais as mais comuns: anemia (27,58%), leucocitose (27,58%), seguido de TC incoagulável (44,84%)
Discussão
Portanto, nossos resultados concordam com o perfil epidemiológico nacional dos acidentes ofídicos.
Evidenciamos que foram poucas as complicações, o que representa a predominância de casos leve/moderados.
Essas se enquadram com o que ocorre na maioria dos casos do Brasil
Conclusão
Sugerimos promoção de campanhas publicitárias pelo Estado, incentivando o correto uso de EPI, no intuito de prevenir e, consequentemente, diminuir esses incidentes bem como custos para a saúde pública.
Também sugerimos ainda que deveria ser adotado um protocolo de admissão e de conduta no manejo dos pacientes, para tornar esse índice ainda menor, o que representará menos gasto para o Estado
Conclusão
1. FOCACCIA, Roberto. Acidentes ofídicos. In: ---. Veronesi : tratado de infectologia. 3.ed. São Paulo : Editora Ateneu, 2005, Cap. 126, pág. 1911 a 1949.
2. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. FUNASA. Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. Brasília: MS, 2001.
3. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia de vigilância epidemiológica. Brasília: MS, 2005.
4. INSTITUTO BUTANTAN. Número 9: acidentes com animais peçonhentos. São Paulo, 2004. http://www.butantan.gov.br:8080/content/Ensino/Pdf/numero09.pdf;jsessionid=946CAA0641A24DE382DA21C607FFF964
5. INSTITUTO BUTANTAN. Série didática: número 5. São Paulo, 2004.
6. SECRETARIA DE SAÚDE E DE DEFESA CIVIL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – RJ. GUIA SUS DO CIDADÃO. 2003. Pg. 60. http://www.saude.rj.gov.br/animaispeconhentos/historia.html
7. MORENO, Edna et al . Características clínicoepidemiológicas dos acidentes ofídicos em Rio Branco, Acre.. Rev Soc. Bras. Med. Trop., Uberaba, v. 38, n. 1, Feb. 2005 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-86822005000100004&lng=en&nrm=iso>. access on 28 Oct. 2009. doi: 10.1590/S0037-86822005000100004.
Referências Bibliográficas
8. Kasturiratne A. et al. The Global Burden of Snakebite: A Literature Analysis and Modelling Based on Regional Estimates of Envenoming and Deaths. PLoS Med, v. 5, n.11, p. 218. 2008.
9. R Milani Junior , MT Jorge , FP de Campos , et al. Snake bites by the jararacucu (Bothrops jararacussu): clinicopathological studies of 29 proven cases in Sao Paulo State, Brazil QJM, v. 90, p. 323-334. 1997.
10. RIBEIRO, Lindioneza Adriano; GADIA, Rodolfo; JORGE, Miguel Tanús. Comparação entre a epidemiologia do acidente e a clínica do envenenamento por serpentes do gênero Bothrops, em adultos idosos e não idosos. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., Uberaba, v. 41, n. 1, Feb. 2008. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-86822008000100009&lng=en&nrm=iso>. access on 28 Oct. 2009. doi: 10.1590/S0037-86822008000100009.
11. OLIVEIRA, Ricardo Borges de; RIBEIRO, Lindioneza Adriano; JORGE, Miguel Tanús. Fatores associados à incoagulabilidade sangüínea no envenenamento por serpentes do gênero Bothrops. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., Uberaba, v. 36, n. 6, Dec. 2003 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-86822003000600003&lng=en&nrm=iso>. access on 28 Oct. 2009. doi: 10.1590/S0037-86822003000600003.
12. PINHO, Fábia Maria Oliveira; OLIVEIRA, Elane Silva; FALEIROS, Fernanda. Acidente ofídico no estado de Goiás. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo, v. 50, n. 1, 2004 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302004000100043&lng=en&nrm=iso>. access on 28 Oct. 2009. doi: 10.1590/S0104-42302004000100043.
Referências Bibliográficas
13. PARDAL, Pedro Pereira de Oliveira, SILVA, Carla Luciana Queiroz da, HOSHINO, Silvana do Socorro Nascimento et al. Acidente por cascavel (Crotalus sp) em Ponta de Pedras, Ilha do Marajó, Pará - Relato de caso. Rev. Para. Med., set. 2007, vol.21, no.3, p.69-73.
14. De Oliveira, A.; Pinto, J.; Fonseca, A.; Caputto, L.; Fonseca, F.. Avaliação epidemiológica e laboratorial de pacientes que sofreram acidente ofídico na cidade de Miracatu (Vale do Ribeira, São Paulo). Revista de Patologia Tropical, América do Norte, 3710 11 2008.
15. BOCHNER, Rosany; STRUCHINER, Claudio José. Aspectos ambientais e sócio-econômicos relacionados à incidência de acidentes ofídicos no Estado do Rio de Janeiro de 1990 a 1996: uma análise exploratória. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, n. 4, Aug. 2004 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2004000400012&lng=en&nrm=iso>. access on 28 Oct. 2009. doi: 10.1590/S0102-311X2004000400012.
16. BORGES, Célio Campos; SADAHIRO, Megumi; SANTOS, Maria Cristina dos. Aspectos epidemiológicos e clínicos dos acidentes ofídicos ocorridos nos municípios do Estado do Amazonas. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., Uberaba, v. 32, n. 6, Dec. 1999 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-86821999000600005&lng=en&nrm=iso>. access on 28 Oct. 2009. doi: 10.1590/S0037-86821999000600005.
Referências Bibliográficas
17. MISE, Yukari Figueroa; LIRA-DA-SILVA, Rejâne Maria; CARVALHO, Fernando Martins. Envenenamento por serpentes do gênero Bothrops no Estado da Bahia: aspectos epidemiológicos e clínicos. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 40(5):569-573, set-out, 2007. < http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S0037-86822007000500015&lng=e&nrm=iso>. 28 2009. doi: 10.1590/S0037-86822007000500015.
18. PINHO, F.M.O.; PEREIRA, I.D.. Ofidismo. Rev. Assoc. Med. Bras., São Paulo, v. 47, n. 1, Mar. 2001 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302001000100026&lng=en&nrm=iso>. access on 28 Oct. 2009. doi: 10.1590/S0104-42302001000100026.
19. LEMOS, Josiverton de Carvalho et al . Epidemiologia dos acidentes ofídicos notificados pelo Centro de Assistência e Informação Toxicológica de Campina Grande (Ceatox-CG), Paraíba. Rev. bras. epidemiol., São Paulo, v. 12, n. 1, Mar. 2009 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-790X2009000100006&lng=en&nrm=iso>. access on 28 Oct. 2009. doi: 10.1590/S1415-790X2009000100006.
Referências Bibliográficas
20. ALBUQUERQUE, H. N.; FERNANDES, A.; ALBUQUERQUE, I. C. S.. Snakebites in Paraíba, Brazil. J. Venom. Anim. Toxins incl. Trop. Dis, Botucatu, v. 11, n. 3, set. 2005 . Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-91992005000300003&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 28 out. 2009. doi: 10.1590/S1678-91992005000300003.
21. PACHECO, U. P.; ZORTEA, M.. Snakebites in southwestern Goiás State, Brazil. J. Venom. Anim. Toxins incl. Trop. Dis, Botucatu, v. 14, n. 1, 2008 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-91992008000100011&lng=en&nrm=iso>. access on 28 Oct. 2009. doi: 10.1590/S1678-91992008000100011.
22. INFORMAÇÕES PARA OS PROFISSIONAIS DA SAÚDE. portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/profissionais_ofidismo.pdf
23. PUZZI, Mariana Belucci et al. Acidentes ofídicos. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária. Ano 6, n.10, jan-2008.
Referências Bibliográficas
24. SINAN – Sistema Nacional de Agravos de Notificação. Estatística 2008. Ministério da Saúde. Disponível em http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb. [Acessado em 10 de outubro de 2009]
25. World Health Organization. Progress in the characterization of venoms and standardization of antivenoms. Geneva; 1981. (WHO offset Publication, 58).
Referências Bibliográficas