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Letras para Cantar
Teatro Nacional D. Maria II 2008 // ”Fungagá MP3” - Letras para Cantar 02
Quem não se lembra da Joana que não comia a papa ou da bola do Manel? Quem nunca cantou o "Fungagá da
Bicharada"? Com estas canções aprendemos que "Fazer Uma Canção é Fácil" e muito mais: decorámos "As Cores",
"As Letras" e "Os Números", deliciámo-nos com histórias tão rocambolescas quanto as da "Vaca Arnestina Maçaroca"
ou as do "Galo Badalo, Galinha Balbina, Pinto Jacinto e Peru Glu-Glu", e seguimos as aventuras e desventuras da
"Ovelha Papuça" ou da "Gazela Franjolas", sempre cantando e sorrindo, ganhando novos amigos e imaginando
mundos sem fim. Joana Joana Maria cresceu e quer ser independente, mas sempre sem abandonar a sua vocação
para a música. O som, agora, sai de um MP3 e os temas são influenciados pelo rock ou hip-hop. E agora é a altura
de recordarmos, e de voltarmos a ensinar o que nos soube tão bem aprender.
Letras para cantar
Teatro Nacional D. Maria II 2008 // ”Fungagá MP3” - Letras para Cantar 03
REFRÃO
Sou Palhafonço,
O palhaço mais amigalhaço
Que há desde o Terreiro do Paço
Até Vila Franca de Troca o Passo!
Tenho um chapéu engraçado
Sem fundo e com uma flor,
E quando chove um bocado
Nem é preciso regador!
REFRÃO
Tenho uma barba que pica
E um nariz abatatado
Que, como sou do Benfica,
Até já está encarnado!
REFRÃO
Tenho um casaco grandinho,
Um casaco casacão
Que é para caber, com jeitinho,
Eu e mais o meu irmão!
REFRÃO
Tenho umas calças pantalonas
Que me dão um trabalho
Como são muito grandalhonas
Às vezes caem no chão!
REFRÃO
Tenho um sapatinho fino
Que vai daqui até ali;
Parece mesmo um submarino
Ou que ando sempre de esqui!
REFRÃO
Palhafonço
Teatro Nacional D. Maria II 2008 // ”Fungagá MP3” - Letras para Cantar 04
REFRÃOÉ o Fungagá
Fungagá da Bicharada
Lá lá lá lá-lá
Lá lá lá lá lá lá-lá
Vamos falar de animais
E de como eles são,
Do periquito,
Do gato e do cão…
E outros mais
Também virão…
Talvez uma girafa,
Um macaco ou um leão.
REFRÃO
Vamos todos aprender
Como vive a bicharada:
O que é um cardume
E uma manada.
E vamos ver,
Não tarda nada,
Quem é que afinal
Tem a voz bem afinada.
REFRÃO
Vamos também descobrir
Uns amigos bestiais,
Bem diferentes dos habituais.
E vamos rir
Até não poder mais
Com as palhaçadas
Dos amigos animais.
É o Fungagá,
Fungagá da Bicharada.
Fungagá
Teatro Nacional D. Maria II 2008 // ”Fungagá MP3” - Letras para Cantar 05
O Chico Macarronete,
De ceroulas e colete,
Teve uma ideia original:
Bater recordes do mundo,
Mas sem saber lá no fundo
Bem para quê afinal.
Para embasbacar o pagode
Deixou crescer um bigode
Que chega co'as pontas ao chão.
E como se não fosse bastante
'inda arranjou um turbante
que parece um caramanchão.
Um gelado de serradura
Com quatro metros de altura
Não o empatou nem empata.
E pr'ó record ser recordão
'inda aviou um camião
com pastelinhos de nata.
Fabricou num instante
Uma caneta gigante
Com um candeeiro da rua.
E p'ra bater o record
Arranjou outra maior
Dependurada numa grua.
Com luvas de boxe a valer
Anda a tentar aprender
A passajar um lençol.
E apanha bolas de sabão
Armado de um boião,
Cana de pesca e anzol.
Para ter um record que preste
Foi escalar o Everest
Usando uma trotineta.
E p'ra melhor visitar
As profundezas do mar:
Mergulhou de bicibleta.
É a sua especialidade.
Os Recordes do ChicoMacarronete
Armou-se em paraquedista
Mas foi só fogo de vista:
Caiu da cadeira abaixo.
Mas então, para compensar,
Foi o primeiro a dançar
C'o pé enfiado num tacho.
Também quis ser o primeiro a ter frascos com
nevoeiro
E lá encheu uma panelinha;
Só que agora anda a treinar
Para conseguir guardar
Sol dentro de uma caixinha.
Faz três anos por palavra
E todos da sua lavra,
Com o maior à-vontade.
Quando chega ao disparate
Também já ninguém o bate:
É a sua especialidade.
Que bata recordes vá lá,
Mal nisso não haverá
Assim à primeira vista.
Mas tem que ter mais cuidado
Para não ficar registado
Como o Burro recordista!
Teatro Nacional D. Maria II 2008 // ”Fungagá MP3” - Letras para Cantar 06
REFRÃOVamos cantar, olaré!
Com a nossa Charanga,
A Charanga do Zé!
Temos o André Fininho,
Espinafre ou esparguete,
Que canta um bocadinho
Com uma voz de falsete.
REFRÃO
Temos a Rita Fofinha
Sempre pronta na risota,
Que para andar bem na linha
Faz pino e dá cambalhota.
REFRÃO
Temos a mãe muito quica
Que se farta de aturar
Esta gentinha que fica
Doida de tanto brincar.
REFRÃO
Temos o pai Caçarola
Que, dia sim, dia não,
Ora anda meio pachola,
Ora anda meio resmungão.
REFRÃO
E temos, além disso,
Muito mais que está para vir:
Batatinhas com chouriço,
Coisas para cantar e rir.
REFRÃO
A Charanga do Zé
O Baile dos Hipopótamos Grã-Finos
Teatro Nacional D. Maria II 2008 // ”Fungagá MP3” - Letras para Cantar 07
Meia de seda,
Sapatinho fino
De plimento,
Abas de grilo,
Punho de renda,
Tudo a estrear
Para neste baile dançar.
Meia de vidro,
Vestido chique
Até aos pés,
Cabelo enrolado,
Cara pintada,
Brinco a brilhar
Para neste baile dançar.
REFRÃOBaile tão selecto
Como este eu nunca vi:
Hipopótamos grã-finos
Do melhor que há por aí
… tão jeitosos!
Bigode aparado,
Careca escondida
Ou disfarçada,
Sorriso malandro,
E patorra pronta
Logo a esmagar
Quem for com ele dançar.
Unha pintada,
Pés apertados,
Calo a doer,
Dentinho branco,
Sorriso rasgado
De par em par
Para neste baile brilhar.
REFRÃO
Salta o verniz
Mais o pó de arroz,
Cai a cabeleira,
Rebenta o sapato
E fica o pezinho
Que ao dançar
Faz toda a festa abanar.
Estremece a parede,
Racha o sobrado,
Treme o salão,
Abana o lustre,
Cai o candeeiro
Como é de esperar
Com esta gentinha a dançar.
REFRÃO
Olha a Bola Manel
Teatro Nacional D. Maria II 2008 // ”Fungagá MP3” - Letras para Cantar 08
O Manel tinha uma bola
Que rolava pelo chão.
Na calçada ela rebola,
Deu-lhe uma dentada um cão.
REFRÃOOlha a bola, Manel,
Olha a bola, Manel;
Foi-se embora, fugiu.
Olha a bola, Manel,
Olha a bola, Manel;
Nunca mais ninguém a viu.
O Manel tinha uma bola,
Mas, por falta de atenção,
Lá deixou ele ir a bola
Presa nos dentes de um cão.
REFRÃO
O Manel tinha uma bola,
Mas agora não tem não,
E a gente, a ver se o consola,
Vai cantar-lhe esta canção.
REFRÃO
Super Mioleira (O Computador Maravilha)
Teatro Nacional D. Maria II 2008 // ”Fungagá MP3” - Letras para Cantar 09
Anacleto Parafuso
É mesmo um grande inventor.
Foi para a Aldeia de Juzo
E montou um computador.
Chamam-lhe o Super Mioleira,
Super tudo, o melhor.
Só que quando sai asneira
Nunca vi coisa pior.
REFRÃOÉ o Super Mioleira,
Computador maravilha.
Tem esperteza de mangueira,
Tem miolos, mas de ervilha.
Perguntaram-lhe uma vez
Quantos dias tem o ano;
E ele respondeu:
Tem três e eu cá nunca me engano.
E quantos são cinco mais cinco,
Respondeu num momento:
Volto sempre as calças sem vinco
E um burro é um jumento
REFRÃO
A conta mais complicada
Nunca lhe causava espanto.
Respondia de rajada:
É metade mais outro tanto.
E se alguém lhe perguntasse
O tempo que vai fazer,
Não tardava que explicasse:
Fará sol se não chover.
REFRÃO
O Anacleto, coitado,
Com todo este disparate,
Ainda fica avariado
Se não houver quem o trate.
Para descalçar com rigor
Este grande par de botas,
Devia pôr o computador
Mas é a fazer compotas.
João Pestana
Teatro Nacional D. Maria II 2008 // ”Fungagá MP3” - Letras para Cantar 10
REFRÃOJá lá vem o João Pestana,
Pé ante pé,
Voz que não engana.
Vem de longe, já muito cansado,
Pobre João, coitado.
Faz óó, menino também,
Faz óó, que o sonho já vem.
Cai a noite e o vento lá fora
Assobia forte,
Não se vai embora,
Conta histórias
- um nunca acabar
de coisas de encantar.
E o vento não sopra só,
Também traz ao menino o óó.
Devagar, muito de mansinho,
Levando o bebé
A pegar no soninho.
Já lá vem o João Pestana
Voz que não engana.
E o João sabendo o que faz,
Vê o menino adormecer em paz.
Teatro Nacional D. Maria II 2008 // ”Fungagá MP3” - Letras para Cantar 11
REFRÃOVamos lá imaginar
A Cidade do Penteado,
Onde as casas, para variar,
Têm cabelo e não telhado.
Na Rua da Charamusca,
Mesmo junto do passeio,
Fica uma casa patusca:
A Casa do Risco ao Meio.
No Largo Pinto Calçudo,
Mesmo em frente do mercado,
Há um prédio barrigudo:
O Prédio do Risco do Lado.
REFRÃO
No Beco Sarapintado
Há uma casa escondidinha
Com o telhado cortado
Mesmo rente, à escovinha.
Logo a seguir na travessa
Do Jardim dos Girassóis
Há um prédio com a cabeça
Cheiinha de caracóis.
REFRÃO
Na Praça do Nabo Cozido
A Casa das Três Chaminés
Usa o cabelo tão comprido
Que quase lhe chega aos pés.
E na Avenida Maria
- coisa levada da breca -
a casa da minha tia
tem o telhado careca.
REFRÃO
A Cidade do PenteadoA Cidade do Penteado
Angel Trombas, El Paquidermito, O Elefante Toureiro
Teatro Nacional D. Maria II 2008 // ”Fungagá MP3” - Letras para Cantar 12
Quando ele pisa
A arena de qualquer praça
Treme tudo, treme tudo
Sim senhor:
Pois qualquer
Que seja a coisa que faça,
Tem um peso
Que abana tudo em redor.
Angel Trombas,
El Paquidermito,
É o elefante
Mais toureiro que já vi;
Quando dá
Três passos para diante,
O touro dá
Sete passos para trás de si!
Y olé!
Quando ele pega
No capote com salero,
Fica a gente, fica a gente
Entusiasmada.
E, a seguir,
Manda vir o pimentero
Para a sorte
Ficar mesmo bem temperada.
Angel Trombas,
El Paquidermito,
É um toureiro
Como nunca vi nenhum;
Também se
Serve do pimenteiro
E consegue
Nunca dar um "atchum".
E atchum!
Teatro Nacional D. Maria II 2008 // ”Fungagá MP3” - Letras para Cantar 13
REFRÃOÉ o Sandro Caracolinho
De permanente e lacinho
O grande cantor da moda!
Todo ele é um folhareco
Com o rabinho a dar a dar;
Parece um pato marreco
Ou um espanador do pó a dançar, a dançar, a dançar.
REFRÃO
Usa perfume do bom
Numa pose piramidal,
Talvez por ser de bom tom,
Talvez porque os pés lhe cheirem mal, cheirem mal, cheirem mal.
REFRÃO
Usa pulseira e anel,
Que lhe ficam a matar,
E brilhantina a granel
Para as festas abrilhantar.
REFRÃO
Para mostrar a toda a gente
Que também sabe estrangeiro,
Diz "Oh! Yé!" frequentemente
E fala muito em brasileiro, brasileiro, brasileiro.
REFRÃO
É um espanto, uma brasa,
O Caracolinho cantor;
Deixa sempre a voz em casa
Quem canta é o gravador, gravador, gravador.
REFRÃO
Sandro Caracolinho, O Cantor da Moda
Teatro Nacional D. Maria II 2008 // ”Fungagá MP3” - Letras para Cantar 14
REFRÃOSou o Capitoli Banholata di Salsifré!
Ah! Ah! Ah! Ah!
Eh! Eh! Eh! Eh!
Sou capaz de vender tudo
O que tiver e não tiver:
Um microfone a um mudo,
E um cachimbo a uma mulher.
Sou capaz de vender tudo
O que tiver e não tiver.
REFRÃO
Vender é coisa que faço
Sem olhar a quaisquer meios:
Já vendi o Terreiro do Paço
E dois autocarros cheios.
Vender é coisa que faço
Sem olhar a quaisquer meios.
REFRÃO
É grande a negociata
E muita gente aldrabada:
Só que há muita patarata
Que ainda não deu por nada.
É grande a negociata
E muita a gente aldrabada.
REFRÃO
Capitoli Banholata Di Salsifré
Teatro Nacional D. Maria II 2008 // ”Fungagá MP3” - Letras para Cantar 15
A gazela Franjolas
Dançava,
Leve
Como a folha no ar.
E os amigos com ela
Dançavam
Como os barcos
Baloiçando no mar.
La, la, la, la, la, la, la, la
La, la, ra, la…
A gazela Franjolas
Saltava,
Na erva
Bem verde do prado.
E os amigos
Com ela saltavam
Brincando na erva
Ao seu lado.
La, la, la, la, la, la, la, la
La, la, ra, la…
A gazela Franjolas
Dançava,
Alegre
Como o sol a amanhecer.
E os amigos
Com ela dançavam,
Rindo
Como o dia
A nascer.
La, la, la, la, la, la, la, la
La, la, ra, la…
A Gazela Franjolas
Teatro Nacional D. Maria II 2008 // ”Fungagá MP3” - Letras para Cantar 16
REFRÃOD. Fulgêncio de Alcatrava
Era mais que um espadachim:
Sempre que se constipava
Tornava-se um espad'atchim!
Tinha um chapéu emplumado
E uma capa largueirona,
Botas apertando um bocado
E uma espada matulona.
Também usava um cachecol
Por causa da constipação,
Um lenço que era quase um lençol
E pingos num garrafão.
REFRÃO
Tinha aventuras de pasmar
E um rol de façanhas sem fim.
Mas antes de atacar
Gritava sempre: atchim!
Os adversários coitados
Ficavam numa aflição:
Ou tremiam assustados
Ou se enfiavam pelo chão.
REFRÃO
Espirrava com grande estrondo
E espadeirava no ar;
Mas, vendo bem, lá no fundo,
Nem moscas chegava a matar.
Não era nada um bom rapaz
- daqueles com quem embirro -,
queria ser um ferrabrás,
mas era só um ferra-espirro!
REFRÃO
D. Fulgêncio De Alcatrava, O Espad'atchim
Teatro Nacional D. Maria II 2008 // ”Fungagá MP3” - Letras para Cantar 17
Estava um belo dia
P'ra se passear,
E a vaca Arnestina
No campo a pastar,
Chegou-se um senhor
Que lhe disse assim:;
Ó vaca Arnestina,
Queres filmar p'ra mim?
REFRÃO
Arnestina Maçaroca,
Estrela de cinema,
Tornou-se vaidosa
- é mesmo uma pena.
Filmes pr'ó cinema
E pr'á televisão,
A vaca Arnestina
Fez um figurão.
E já se dá ares
De Senhora Dona,
A vaca Arnestina
Está uma toleirona.
REFRÃO
Cheia de pó d'arroz,
A cara tão pintada,
É mesmo uma bolacha
Toda enfarinhada.
Usa umas pestanas
Grandes que eu sei lá,
Que parecem os pelos de um piaçá.
A Vaca Arnestina Maçaroca
REFRÃO
Com umas unhas tão grandes,
De cada vez que as pinta
São logo precisas
Três latas de tinta.
E p'ra lavar os dentes,
Que são dum tamanhão,
É preciso uma escova
De esfregar o chão.
REFRÃO
Mas que grande estrela,
A vaca Arnestina,
Que a Terra ao pé dela
É mesmo pequenina.
Anda tão inchada
E tão importante,
Que quase já nem cabe
Num ecrã gigante.
REFRÃO
Teatro Nacional D. Maria II 2008 // ”Fungagá MP3” - Letras para Cantar 18
REFRÃOCome a papa, Joana come a papa,
Come a papa, Joana come a papa,
Joana come a papa.
Um, dois, três, uma colher de cada vez.
Quatro, cinco, seis era uma história de reis
E uma colher de papa.
REFRÃO
Sete, oito, nove, ainda nada se resolve.
Dez, onze, doze, à espera que a mosca pouse
E uma colher de papa.
REFRÃO
Treze, quatorze e meia, a coisa não está feia.
Dezasseis, dezassete, mais um pingo no babete
E uma colher de papa.
REFRÃO
Joana Come a Papa
Teatro Nacional D. Maria II 2008 // ”Fungagá MP3” - Letras para Cantar 19
REFRÃOO Porco Toneladas
Só comia saladas
Bem temperadas…
Bem regadas…
Era um encanto ver
O bom do Toneladas,
A encher, a encher.
Saladinha de batata
Com arroz e feijão-frade,
Dez pastelinhos de nata,
Pão e vinho à vontade,
Mais a bolacha Maria
E um ensopado de enguia.
Coitado do Toneladas,
Tão fraquinho, tão doente,
Só com as suas saladas.
REFRÃO
Salada de couve-flor,
Massa e feijão encarnado,
Uns enchidos sem bolor,
Manteiga e um frango assado,
E mais umas omeletas,
Um bife e umas costeletas.
A Dieta do Porco Toneladas
Teatro Nacional D. Maria II 2008 // ”Fungagá MP3” - Letras para Cantar 20
O pato, cuá, cuá, cuá,
O grilo, gri, gri, gri,
O pássaro, piu, piu,
E o cão, ão, ão,
Resolveram fazer esta canção.
Cuá, cuá, cuá, cuá,
Gri, gri,
Piu, piu,
Ão, ão, ão.
O gato, miau, miau, miau,
O galo, có, có, ró, có, có,
A ovelha, mé, mé,
E o Zé constipado, atchim,
Resolveram responder-lhes assim:
Miau, miau, miau,
Có, có, ró-có,
Mé, mé,
Atchim, atchim!
Cuá, cuá, cuá, cuá
Gri, gri,
Piu, piu,
Ão, ão, ão.
Miau, miau, miau,
Có, có, ró-có,
Mé, mé,
Atchim, atchim!
Cantiga ao Desafio
Teatro Nacional D. Maria II 2008 // ”Fungagá MP3” - Letras para Cantar 21
REFRÃOPatolas Patatchim,
O pato equilibrista,
Zás, catrapuz, pim!
- deu um trambolhão na pista.
Patolas é nome próprio,
Patachim é apelido;
E vão ver nesta cantiga,
O que eu tenho sofrido.
O que eu tenho sofrido,
O que eu tenho passado:
Quero ser um pato equilibrista
E sou um pato desastrado.
REFRÃO
Deram-me uma caixa e um prato
Para equilibrar no bico.
Dei duas voltas e zás:
Ficou tudo num fanico.
Ficou tudo num fanico
E nada se aproveitou.
Só faço coisas destas:
Mas qu'equilibrista que eu sou!
As Desventuras De PatolasPatatchim O Pato Equilibrista
Teatro Nacional D. Maria II 2008 // ”Fungagá MP3” - Letras para Cantar 22
Dona Maçã Reineta-Com-Bicho, Grande CozinheiraUm dia foi ensinar
A fazer ovos estrelados,
Distraiu-se a conversar,
Ficaram os ovos queimados.
Confunde papas de linhaça
Com papas de sarrabulho
E com tijolos e argamassa
Faz uma sopa de entulho.
REFRÃOÉ uma grande cozinheira,
Dona Maça Reineta-com-Bicho,
Esvazia-nos a algibeira
E engorda o caixote do lixo.
Um dia, para nosso azar,
O esparguete não chegou,
E ela vá de acrescentar
Uns fios de lã do tricot.
E fez tamanhas tropelias
À pobre alface, coitada,
Que até ficou com manias
E acabou mesmo em chalada.
Teatro Nacional D. Maria II 2008 // ”Fungagá MP3” - Letras para Cantar 23
O Galo Badalo, A GalinhaBalbina, O Pinto Jacinto E Perú Glu-Glu(Introdução)
REFRÃOO Galo Badalo,
A Galinha Balbina,
O Pinto Jacinto
E o Peru Glu-Glu.
O Galo Badalo
É bom cantador:
Enche o peito de ar,
Fica mesmo um senhor,
Com a crista vermelha
E vivo o olhar.
A gente a querer dormir,
E o galo a cantar.
REFRÃO
A Galinha Balbina
Gosta de grão.
Vai enchendo um balão.
E lá vai pondo os ovos,
Com muito jeitinho,
Pr'a de cada um deles
Sair um pintainho.
REFRÃO
O Pinto Jacinto
É um bom rapaz:
Ora faz asneiras
Ora não faz.
Dá umas cambalhotas,
Rebola no chão,
Escorrega-lhe um pé
E dá um trambolhão.
REFRÃO
Teatro Nacional D. Maria II 2008 // ”Fungagá MP3” - Letras para Cantar 24
REFRÃOOh! Oh! Oh! Oh! Oh!
Eh! Eh! Eh! Eh! Eh!
Tonino di Lamiré!
O burro Tonino
Tem um vozeirão,
Quando abre a goela
Parece um furacão;
E um dia num concerto
Até tudo pasmou
Com o que aconteceu
Quando ele cantou.
REFRÃO
Quando o Tonino
Entrou a cantar
Duas velhas espirraram
Com a corrente de ar,
E foi um espanto geral
Com tão boa garganta,
Mas o piano constipou-se
E pediu uma manta.
REFRÃO
Um senhor da plateia
Entretido a escutar,
Ficou com a gravata
Levantada no ar,
E o maestro, atrapalhado
Com todas estas loucuras,
Corria pelo palco
A apanhar partituras.
Tonino di Lamiré
REFRÃO
Era tanta a ventania
Que vejam só:
Uma velha careca
Ficou sem o chinó,
E a madame Idalina,
Que vendia horatliça,
Viu sair-lhe pela janela
A cabeleira postiça.
REFRÃO
O concerto do Tonino
Não durou muito tempo,
Escaqueiraram-se os vidros
Com tamanho pé de vento;
Até que por fim,
O lustre do salão
Depois de muito tremer
Caiu no meio do chão.
REFRÃO
Teatro Nacional D. Maria II 2008 // ”Fungagá MP3” - Letras para Cantar 25
(Introdução)
REFRÃOA equipa dos Minhaus
É a melhor
E ninguém a bate,
Mas como são distraídos
Às vezes fazem disparate.
O Gato Bitolas é o lançador
Do peso, do disco, e de seja o que for,
Mas, como é distraído,
Às vezes não chega a ver
Que a corrida acabou
E continua a correr.
REFRÃO
O Tareco Piteco é o saltador,
- em altura ou co'a vara ele é um senhor -
mas como é distraído
e nunca pára quieto,
deu um pulo muito alto,
bateu com a cabeça no tecto.
REFRÃO
O Nhocas Bichano salta em comprimento,
Quando toma balanço arma um pé de vento,
Mas como é distraído
E não vê o que faz,
Deu um salto comprido
Enfiou os pés num cabaz.
REFRÃO
A Equipa dos Minhaus
Teatro Nacional D. Maria II 2008 // ”Fungagá MP3” - Letras para Cantar 26
REFRÃOVêm aí,
estão mesmo a chegar:
Os Trapalhonços!
E nós com eles
vamos cantar:
os Trapalhanços!
Os Trapalhonços atrapalham tudo o que houver,
Esfrangalham tudo dê lá por onde der.
Os Trapalhonços no fundo não são gente má
São meio chalados porque bebem muito chá.
REFRÃO
Os Trapalhonços, às vezes, são complicados,
Misturam tudo, são mesmo embrulhados.
Os Trapalhonços metem todos as mãos pelos pés,
Se calhar é porque tomam muitos cafés.
REFRÃO
Os Trapalhonços disparatam mas sem malandrice,
Aquilo é mais caso de grande azelhice.
Os Trapalhonços, às vezes, dão cada barracada,
Por abusarem nos copos de laranjada.
REFRÃO
Os Trapalhonços têm histórias que nos fazem rir.
Muita atenção, vamos todos ver e ouvir.
Os Trapalhonços vivem na nossa imaginação,
Mas cuidado não te armes tu em trapalhão.
REFRÃO
Os Trapalhonços
Teatro Nacional D. Maria II 2008 // ”Fungagá MP3” - Letras para Cantar 27
REFRÃOOlha o chapéu
Põe o chapéu
- não andes com a cabeça ao léu.
Deram-me um barrete
Com uma borla engraçada
Só que quando o ponho
Fico sem ver nada.
Só que quando o ponho
Fico sem ver nada.
REFRÃO
Também tenho uma boina,
Não sei quem m'a deu.
Quando m'a enfiam
Que pareço eu?
Quando m'a enfiam
Que pareço eu?
REFRÃO
Tive um panamá
Do tamanho de uma pulga,
Que nunca me passou
Do alto da peúga.
Que nunca me passou
Do alto da peúga.
REFRÃO
Com tantos chapéus
Chapelinhos, chapelão,
Só me falto o boné
Do Napoleão.
Só me falto o boné
Do Napoleão.
REFRÃO
Olha o Chapéu
Teatro Nacional D. Maria II 2008 // ”Fungagá MP3” - Letras para Cantar 28
A História do Papagaio Caio, da D. Vicência Sampaio e daAmiga a Dona Carlota Bexiga(Introdução)
REFRÃOO Papagaio Caio
Da Dona Vicência Sampaio.
Dona Vicência Sampaio
Comprou um papagaio,
A quem pôs o nome de Caio,
E que lhe faz companhia;
Vai palrando todo o dia,
Mas não bem como ela queria.
REFRÃO
Encheu-se de paciência,
A Senhora Dona Vicência,
E com a maior decência
Ensinou ao animal
Palavras que não fiquem mal
Na boca de qualquer mortal.
REFRÃO
O papagaio aprendeu,
Engasgou-se e estremeceu,
Mas vão ver o que aconteceu
com a visita d'uma amiga,
D. Carlota Bexiga:
Por pouco não houve briga.
REFRÃO
Até à hora do jantar
Às cartas vão jogar,
E o Caio longe a mirar
Toda aquela batota…
Chama "catatual" à Carlota
E à outra: "velha marmota".
REFRÃO
VILLARETAv. Fontes Pereira de Melo, 30-A1050 - 122 Lisboa
www.teatro-dmaria.pt