Jornal dos Bairros | Julho de 2015 | Edição 06 | Ano 19

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Confira a edição do mês de julho do Jornal dos Bairros. A Maesa é pauta de uma entrevista especial com a secretária de Cultura, Rúbia Frizzo. Além disso, fizemos uma reportagem sobre os equipamentos públicos de esporte em Caxias do Sul

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Ano 19Nº 06

dosBairros Julho 2015

Publicação da União das Associações de Bairros de Caxias do Sul - Filiada à FRACAB e à CONAM

Diretoria da UAB toma posseFoto: Karine Endres

Diretorias da UAB e das Amobs,para a gestão 2015/2017, já foram empossadas.

Apesar das polêmicas, movimento comunitário realiza um dos processos mais democráticos dos movimentos sociais. Nesta eleição, 204 Amobs

realizaram o pleito, sendo que 80 delas contaram com urna eletrônica.

É um momento de renovação e luta por melhores condições para os moradores

dos bairros | Págs. 03, 04 e 05

Confira a reportagem especial sobre os equipamentos de esporte disponíveis em Caxias e as demandas das comunidades | Págs. 08 e 09

Esporte

Jornal

O Jornal dos Bairros publica uma entrevista exclusiva com a secretária de Cultura, Rúbia Frizzo, sobre os projetos e discussões da ocupação da Maesa Pág. 04 e 05

Maesa

Mais de 200 mil pessoas visitam feira de Economia Solidária em Santa Maria. Atividade contou com a participação de empreendimentos caxienses, além de instuições de apoio e fomento | Pág. 11

Economia Solidária

Jornal dos Bairros

Julho de 2015Opinião 02

Editorial

Jornal dos BairrosExpediente: Veículo da União das Associações de Bairros de Caxias do Sul – UAB - Rua Luiz Antunes, 80, Bairro Panazzolo – Cep: 95080-000 - Caxias do SulFiliada à Federação Riograndense de Associações Comunitárias e de Moradores de Bairros (FRA-CAB) e a Confederação Nacional de Associações de Moradores (CONAM) Presidente: Valdir Walter

Diretora de Imprensa e Comunicação: Paula Cristina da Rosa - comunicacao.uab@gmail.comEditora: Karine Endres - MTb. 12.764 - karine.endres@gmail.comReportagem: Karine Endres e Matheus Teodoro Estagiário de Redação: Matheus TeodoroEditoração e Design Gráfico: Karine Endres

E-mail: jornaldosbairroscx@gmail.com Telefone: 3238.5348Tiragem: 10.000 exemplares

Conselho Editorial:Antonio Pacheco de Oliveira, Flávio Fernandes, Joce Barbosa, Karine Endres, Paula da Rosa, Paulo Sausen, Valdir Walter eEmail: uabcaxias@gmail.comComercial: 3219.4281Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

Movimento comunitário: solidariedade, debate e construção

A comercialização dos espaços públicos

Por Laurindo Lalo Leal Filho

* Laurindo Lalo Leal Filho, sociólogo e jornalista, é professor de Jornalismo da ECA-USP. É autor, entre outros, de “A TV sob controle” e “A resposta da so-ciedade ao poder da televisão”. Artigo publicado originalmente na Revista do Brasil.

As opiniões e informações constantes nos arti-gos assinados são de intereira responsabilidade de seus autores. Elas podem ser enviadas para jornaldosbairroscx@gmail.com

Há anos, no litoral paulista, havia me acostumado, quando estava por lá, a sin-tonizar a Rádio JB AM, do Rio. Noticiário sóbrio e equilibrado com música de qua-lidade marcavam a programação.

Um belo dia, liguei o rádio e na mes-ma freqüência da JB um pastor me amea-çava com o fogo do inferno. A rádio tinha novos “donos”.

Mais de duas décadas depois a his-tória se repete.

Quem um dia ouviu pela Rádio Eldo-rado de São Paulo o Concerto do Meio Dia, tendo como prefixo a composição de Prokofiev, Pedro e o Lobo, seguida do também sóbrio Jornal de 30 minuto”, hoje ao sintonizar os 700KHz AM vai ouvir vo-zes melífluas pedindo dinheiro em troca do reino dos céus.

Nos dois casos, e em tantos outros do mesmo tipo comuns no Brasil, trata-se da venda por um grupo empresarial de algo que não lhe pertence.

O Grupo S.A. O Estado de S.Paulo, controlador da Rádio Eldorado vendeu para o empresário R.R. Soares, chefe da Igreja Internacional da Graça de Deus, um bem público, o espaço no espectro ele-tromagnético por onde circulam os sons da emissora.

Esse espaço pertence a todos nós e é administrado pelo poder público que pode conceder seu uso a particulares para que prestem um serviço público com fina-lidades “educativas, artísticas, culturais e informativas”, como diz o artigo 221 da nossa Constituição.

Se do lado do vendedor existem sub-terfúgios jurídicos para legalizar a transa-ção, do lado do comprador a ilegalidade é gritante.

Não consta que a nova programação da Eldorado, já no ar, atenda as finalida-des previstas na Constituição. Além disso o negócio fere outro dispositivo constitu-cional que impede o Estado brasileiro de subvencionar cultos religiosos ou igrejas “ou manter com eles ou seus representan-tes relações de dependência ou aliança” (Artigo 19 da Constituição Federal).

É bom lembrar que a concessão para o rádio está limitada a dez anos, ao fim dos quais deveria passar por uma avaliação so-bre a qualidade do serviço prestado.

No Brasil isso é ficção e as conces-sões são renovadas automaticamente com seus controladores perpetuando-se como “donos” de um valioso espaço público.

Já os verdadeiros donos - todos nós - somos impedidos de saber como esse es-paço é administrado pelo Estado.

É comum ouvirmos queixas de pes-

quisadores acadêmicos e de representan-tes de movimentos sociais, interessados no tema, sobre as dificuldades de acesso aos contratos de concessões impostas pela burocracia governamental.

A transparência nesse setor é crucial para a vida democrática. Para isso o pro-cesso de outorga de uma concessão e o acompanhamento da sua execução deve-ria ser amplamente publicado e debatido pela sociedade.

Trata-se de um serviço público como outro qualquer e quem deve julgar sua qua-lidade é o público, por meio de órgãos que existiriam para isso.

Como ocorre em Portugal, por exem-plo, com a ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social), que elabora um Caderno de Encargos estabelecendo os compromissos que devem ser assumidos por quem recebe uma concessão de rá-dio ou TV.

Ali estão detalhadas exigências con-tratuais que vão do plano econômico-fi-nanceiro de sustentabilidade da emissora, passam por questões técnicas e operacio-nais e chegam até ao número de profissio-nais necessários para colocar no ar deter-minada programação.

Assim como no Reino Unido onde o órgão regulador, o Ofcom, exige também dos concorrentes projetos de grades de programação capazes de atender as ne-cessidades de parcelas do público ainda não contempladas pelas demais emis-soras.

Tudo isso de forma aberta e transpa-rente, onde não faltam debates públicos com a participação de diferentes concor-rentes à concessão do mesmo canal.

Com um detalhe a mais: a não reno-vação de uma concessão nesses e em ou-tros países, como os Estados Unidos, faz parte da rotina.

Estamos longe disso. O espectro ele-tromagnético tornou-se propriedade pri-vada, distante de qualquer ideia de pres-tação de serviço público, operado por or-ganizações que defendem num mesmo espaço apenas interesses políticos, co-merciais e religiosos, os três quase sempre articulados entre si.

O movimento comunitário é, sem dúvida, um dos agentes mais impor-tantes na transformação social, tão al-mejada e necessária nos dias de hoje.

Pois é nos bairros, vilas e lotea-mentos que os problemas sociais mais graves são percebidos e vivenciados, tais como o desemprego, a violência, a drogadição, precariedade na saúde, falta de moradia, falta de estrutura físi-ca, entre outras demandas.

E os grandes atores destas histó-rias de vida, são os moradores destes locais, que lutam arduamente dia a dia por condições mínimas de sobrevivên-cia para si e sua comunidade e que, em geral, se organizam em associações e ou cooperativas, para terem mais força em suas reinvindicações.

São estas pessoas, mulheres e ho-mens, trabalhadores e, acima de tudo, cidadãos com direitos e deveres, que merecem todo nosso respeito e apoio.

É pensando neles que a direto-ria da UAB –gestão 2015/2017 –vem com uma cara nova sim, renovando suas ideias, respeitando a história já construída mas, principalmente, com o compromisso de ir além nas lutas da comunidade.

Para sermos realmente agentes de transformação social, temos que nos apoderar dos espaços de debates e construção, tanto das políticas pú-blicas quanto da aplicação de recur-sos públicos. Para isso, é imprescindí-vel a participação da comunidade nos Conselhos Municipais, Círculo de Pais

e Mestres, Conselhos Escolares e nas próprias Amobs.

Com o grande desafio de unificar e politizar ainda mais as lutas sociais, precisamos transformar nossas lutas reivindicativas em lutas estruturantes da sociedade.

A capacidade do movimento Co-munitário dialogar com diversos atores sociais, é uma ferramenta importantís-sima no desenvolvimento do municí-pio, Estado e país.

E é esse resgate da política co-munitária como agente transforma-dor, que estamos dispostos a construir com a participação de todos. Valori-zando e incentivando os todos os co-munitaristas, a fim de que sejam os protagonistas da sua própria história.

Numa proposta diferente e arroja-da, pretendemos sair das fronteiras da sede da entidade, já que por um longo período o foco do trabalho foi a rees-truturação e valorização da mesma.

Chegou a hora de irmos além, le-vando para os bairros mais integração, socializando informações, desenvol-vendo atividades que contribuam para a construção de espaços de debate e conscientização da importância do movimento no contexto social, políti-co e econômico do município.m

Por Paula da Rosa, diretora de Comunicação e Impresa da UAB.

!

Jornal dos Bairros

Julho de 2015Mais Belas 03

Assembleias dão posse às novas diretorias

Presidentes recebem certificados

Em 4 de julho, os presidentes elei-tos em 204 Amobs tomaram posse ofi-cialmente, recebendo seus certificados. Na ocasião, também foi aprovada por unanimidade a prestação de contas do último trimestre e de toda a gestão 2013/2015.

Durante a reunião, o então tesou-

As novas diretorias de Amobs e da UAB para a gestão 2015/2017 tomaram posse em duas Assembleias Gerais, re-alizadas em 20 de junho e 4 de julho.

Em 20 de junho, a nova diretoria da UAB assumiu o mandato. Além disso, a Assembleia deste dia foi marcada pelo forte debate a respeito da tentativa de judicialização das eleições comunitárias.

Um dos motivos que gerou revol-ta foi o fato de a Justiça ter invadido a sede da UAB durante a madrugada de segunda-feira (17/06), pouco tempo depois do fim das apurações, por con-ta de uma ação movida pela Chapa 20, derrotada no pleito.

O então presidente da entidade e hoje diretor de Participação Popular, Valdir Walter, destacou que se sentiu lesado com o ocorrido.

“Tivemos um problema muito gra-ve, que foi a invasão da sede. Isso foi lamentável e não pode acontecer no movimento comunitário, que é sério e transparente. Não temos nada a es-conder e colocam nosso trabalho em cheque”, afirmou, salientando que fo-ram levados equipamentos do prédio, inclusive os computadores do Jornal dos Bairros.

Punição é aprovada por unanimidade

Os integrantes que assinaram a ação cautelar contra a Chapa 10 fo-ram impugnados e estarão inelegíveis a partir de 2017, por dois mandatos, conforme determina o Estatuto da UAB. A punição foi defendida e apro-vada por unanimidade entre os co-munitaristas presentes na AG.

Em sua fala, Sergio Campos, líder reeleito da Amob Presidente Vargas/Dom Pedro II, salientou a importân-cia da democracia e do exercício da cidadania.

“O movimento comunitário está em festa, pois foi feita justiça e garan-tiu-se o desejo da comunidade, con-firmado nas urnas. Não há nenhum mal em ser oposição, pois melhora o debate. Porém, respeito ao pleito elei-toral e ao desejo democrático trans-formado em votos foi tudo o que não houve por parte de alguns de nossos opositores”, disse.

“A outra chapa poderia fazer um serviço voluntário. Seria bonito se eles estivessem todos aqui hoje, trabalhan-do conosco pelo movimento, se jun-tando a nós”, sugeriu Salete Ascari, re-

eleita presidente da Amob Monte Reale.

Tânia Menezes, pre-sidente da Amob Villa Lo-bos/Vergueiros, também comentou o ocorrido com críticas à Justíça.

“Pessoas que prejudi-cam o movimento comuni-

tário precisam ser excluídas dele efeti-vamente. Reitero que a Justiça, que não é neutra e nem cega, não poderia ter arrombado a sede da UAB, pois não ha-

!“Não há nenhum mal em ser oposição, pois melhora o debate. Porém, respei-to ao pleito eleitoral e ao desejo de-

mocrático transformado em votos foi tudo o que não houve por parte

de alguns de nossos opositores”Sérgio Campos

via nenhuma base legal para isso. De-vemos processá-los por danos morais e provarmos que somos maiores do que todos eles”, ponderou.

Presidentes acompanham a posse da nova diretoria da UAB, no dia 20

Foto: Karine Endres

reiro e novo presidente da entidade, Flávio Fernandes, fez o uso da palavra.

“Agradeço à minha família e ao Valdir, com quem aprendi muito nestes dois anos de boa convivência. Também agradeço aos ex-presidentes que nos apoiaram nesta eleição e tenho a cer-teza de que estarão conosco na gestão. Também deixo meu agradecimento ao trabalho do Jornal dos Bairros, da Rádio UAB FM e da TV Caxias”, disse.

Após ser apresentado por Flávio, Jucemar Alves, vice-presidente, também discursou: “Trabalharemos unidos. Es-tou à disposição de todos vocês, podem me procurar que, com certeza, farei o que puder para ajudar.”

O controlador-geral e chefe de ga-binete do prefeito Alceu Barbosa Velho, também se manifestou, representado o prefeito. Agenor Basso, destacou que a administração municipal pretende ampliar os campos de interação com a nova gestão da UAB.

“Vocês presidentes de bairros são de extrema importância para que te-nhamos uma administração onde haja harmonia e que as soluções cheguem. Queremos estabelecer uma ação de in-teração com todas as lideranças através do lançamento de um plano de identi-ficação de vias e próprios municipais. Precisamos conhecer os locais onde moramos”, salientou.

Jornal dos Bairros

Julho de 2015Movimento 04

Vilmar BoschettiPresidente da AMOB do Bairro São José

Confira as fotos das posses

No sentido horário, a primeira foto é durante a Assembleia Geral, no dia 4 de julho. | Diretores presentes na AG | Presidentes de bairro

comparecem em peso para receberem seus certificados | Secretário Agenor Basso representa o prefeito no evento. | Certificados são entregues | Secretária da Educação, Marléa Alves, e da Cultura,, Rúbia Frizzo,

também prestigiaram o evento. | Na página ao lado, diversos presidentes e diretores.

Fotos: Karine Endres

Jornal dos Bairros

Julho de 2015Movimento 05

Jornal dos Bairros

Julho de 2015 06Geral

Maesa: entrega do projeto de uso pode ir até 8 de dezembro

Segundo Valdir Walter, ex-presidente da UAB e atual dire-tor de Participação Popular da entidade, o uso do prédio deve ser definido nas próximas duas reuniões da Comissão Especial para Análise de Uso do Prédio da Maesa.

Valdir é representante da UAB nesta comissão. “Tudo está sendo debatido, mas de-finido ainda não”, diz. Um dos pontos em que já há consenso, segundo ele, é a instalação da Guarda Municipal no prédio. “Esta é uma medida que ajuda inclusive na preservação do es-paço, já que a Guarda trabalha 24 horas”, afirma.

“Não é um desperdício de espaço colocar secretarias dentro da Maesa, já que estas

Conforme a lei assinada pelo ex-governador Tarso Genro, em 8 de

dezembro de 2014, o projeto de uso do

prédio conhecido como Fábrica 2/Maesa deve ser entregue em até um ano após a assinatura

da Lei.

deixarão de pagar aluguel, eco-nomizando recursos do municí-pio, que inclusive poderão ser usados na própria Maesa”, fala Valdir. Inclusive, a lei de doação prevê esta finalidade de uso.

Seminário pauta usosA secretaria de Cultura de

Caxias promoveu um seminá-rio no dia 29 de junho, com o

objetivo de debater propostas e aprofundar a questão. Os ar-quitetos Luiz Antonio Custódio, Ana Elísia da Costa e Marcelo Ferraz foram os painelistas.

Discutir formas de susten-tabilidade do espaço e modelos de restauros em obras seme-lhantes em todo o mundo foram alguns dos pontos abordados.

SustentabilidadeA Lei estadual 14.617, que

oficializou a doação do com-plexo da Maesa a Caxias do Sul, deixa claro no artigo 3 que o município deve apresentar ao Executivo estadual, em até um ano a partir da transferência do imóvel, “projeto detalhado de ocupação, uso e gestão do referido imóvel, com discrimi-nação de ações e de prazos de execução”. A legislação deter-mina que se o documento não for entregue, o Estado retoma o prédio.

O complexo de aproxima-damente 53 mil metros quadra-dos dever ser destinado ao uso público com finalidade cultural, de equipamentos ou órgãos pú-blicos, com garantia de preser-vação do patrimônio histórico, arquitetônico e cultural. Ele

compreende todo o quarteirão entre as ruas Plácido de Castro, Dom José Baréa, Pedro Tomasi e Treze de Maio, em uma área de alto valor comercial.

Além disso, o espaço con-ta com uma grande área verde, uma pracinha, um lago e algu-mas ruas internas de acesso, onde estão distribuídos galpões e edificações de um e dois an-

dares. Como forma de ajudar a

garantir esse patrimônio histó-rico, o prédio foi tombado pelo prefeito Alceu Barbosa Velho no dia 28 de janeiro. A partir disso, todo o complexo passou a ser patrimônio histórico de Caxias, o que impede alterações estru-turais.

HistóriaInaugurado em 1948, o

complexo conhecido como a Fábrica 2 compunha a Me-talúrgica Abramo Eberle So-ciedade Anônima. Ali se con-centravam os trabalhos de fundição, mecânica, forja e produção de talheres. Foi lá, por exemplo, que o Monu-mento ao Imigrante foi fun-dido, entre 1953 e 1954.

Em dezembro de 2010, a empresa Mundial que an-teriormente, ocupava o pré-dio da Maesa, o repassou ao Estado, a fim de quitar uma dívida.

Hoje, a edificação está alugada para o Grupo Voges.

O Projeto de Lei que doa

a Maesa para o município foi assinada pelo ex-govena-dor Tarso Genro, em Caxias do Sul.

Já o tombamento pelo prefeito municipal aconteceu em28 de janeiro.

O tombamento do com-plexo já tinha sido solicita-do em duas oportunidades. Em 2011, a iniciativa coube à Mesa Diretora da Câmara Municipal de Caxias do Sul, que encaminhou o pedido à administração estadual.

Em maio de 2012, a União das Associações de Bairros (UAB) fez o mesmo, mas, desta vez, junto à pre-feitura.

Confira quem está na Comissão

Secretaria Municipal da Cultura: Rubia Frizzo

Câmara de Vereadores: Jaison Barbosa e Raimun-do Bampi

Secretaria Municipal do Planejamento: Gilberto Boschetti

Procuradoria-Geral do Município: Karin Coman-dulli

Serviço Autônomo Muni-cipal de Água e Esgoto (SAMAE): Edio Elói Frizzo

Universidade de Caxias do Sul (UCS): Odacir Deo-nísio Graciolli

Câmara de Indústria, Co-

mércio e Serviços de Ca-xias do Sul (CIC): Margarete Tomazini e Olivir Viezzer

Associação de Engenhei-ros, Arquitetos, Agrôno-mos, Químicos e Geólogos de Caxias do Sul (SEAAQ): Orlando Pedro Michelli

União das Associações de Bairros (UAB): Valdir Walter

Faculdade da Serra Gaú-cha (FSG): Nelson Felipe Vargas

- Conselho de Arquitetu-ra e Urbanismo (CAU): Carlos Eduardo Mesquita Pedone

Movimento Sindical: Sílvio Frasson

Prédio da Maesa/Fábrica 2 ocupa 52 mil m2 em área nobre de Caxias, entre as quadras da Plácido de Castro e 13 de Maio

Foto: Andreia Copini

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Julho de 2015 07Geral

Confira a entrevista com a secretária de Cultura Rúbia Friz-zo, que também é a coordena-dora da Comissão Especial para Análise de Uso do Prédio da Metalúrgica Abramo Eberle S/A (MAESA), sobre o andamento do projeto e saiba mais sobre o está sendo pensado e discutido pela comissão especial.

Jornal dos Bairros- Como está o andamento do proje-to de ocupação da Maesa?

Rúbia Frizzo - O projeto co-meçou em janeiro com a insta-lação de uma comissão e tem duração de um ano. Estamos um pouco além da metade e já andou bastante. Já tem uma série de etapas que foram cum-pridas, como o levantamento da estrutura física do prédio, plantas baixas, matrículas, es-tudo da parte arquitetônica do prédio. Agora estão sendo fei-tos estudos jurídicos, de impac-to ambiental e critérios de uso (plano de necessidades). Além disso, já foi contratada uma empresa que fará um escanea-mento digital do local. Ele faz uma fotografia exata do que é a

“Finalidade mista facilita a convivência”

Para a secretária municipal da Cultura,

Rúbia Frizzo, o uso misto, isto é, com órgãos e serviços

públicos, espaços de lazer e cultura, além da possibilidade de espaço comercial,

facilita a convivência.

arquitetura e estrutura do pré-dio hoje.

Com relação ao plano de ne-cessidades está sendo feito um debate na comissão para ver o uso. A instalação de um mercado público, com espaço para gastronomia, para música ao vivo, pequenos restauran-tes já é um praticamente um consenso dentro da comissão. Também estamos estudando a possibilidade de um multi-palcos, auditório para eventos grandes, um museu do traba-lho que vai passar a história de toda a evolução da metalurgia de Caxias – enfim, um museu do trabalho e dos trabalhadores.

Também pensamos em um mu-seu de artes visuais e também sala de ensaios. Hoje temos no município mais de mil peças de arte no Amarp (Acervo Mu-

n i c i p a l de Artes Plásticas). São peças que estão guardadas, mas não expostas. Também temos uma demanda para empresas incubadoras de startups e economia criativa.

Estas são algumas das deman-das que estão surgindo. Tam-bém precisamos de um espa-ço para o arquivo público mu-nicipal, que hoje já está com o espaço defasado. E também para as secretarias que pagam aluguel.

Q u e -r e m o s um lo-cal que propor-cione a conv i -vência, c o m espaço

para arte, música, lembran-do que temos duas praças lá dentro, temos uma nascente, que deve ser a última na parte central de Caxias, que forma um lago.

JB - A comissão vem man-tendo as reuniões?

Rúbia Frizzo - Sim. Com reu-niões ordinárias mensais e ex-traordinárias.

JB - Já há algum encami-nhamento definitivo da co-missão?

Rúbia Frizzo - Ainda não tem nada definitivo. São tudo estu-dos, mas ainda não foi batido o martelo. Estamos consultan-do questões técnicas, jurídi-cas, ambientais e impacto de vizinhança.

JB- A secretaria tem uma estimativa de quantos gru-pos organizados estão inte-ressados no uso do espaço?

Rúbia Frizzo - Nós temos pro-tocolados um recebimento de 30 processos. Protocolados e entregues. Não necessaria-mente são 30 grupos. Talvez o espaço tenha uma divisão por segmentos e não por grupo. A Procuradoria do município está pesquisando isso.

JB - Como estão as condi-ções físicas do espaço?

Rúbia Frizzo - As condições em tese estão muito boas. Mas como qualquer prédio que tem uma certa idade, este com 70 anos, precisa de reparos. É uma obra muito bem construída, muito sólida. Mas como qual-quer prédio, precisa de adap-tação para outros usos. Não temos uma estimativa de custo ainda, porque precisamos defi-nir o uso e o projeto será feito conforme a necessidade. E, à partir disso, será feita a estima-tiva de gastos.

JB - Há condições de abrigar diversos usos simultâneos?

Rúbia Frizzo - Essa finalida-de meio mista facilita a convi-vência. A pessoa vai buscar o serviço público, mas ela tem acesso a uma sala de cinema, a um mercado, a uma padaria. Isso tudo é muito interessante porque estimula a convivência.

Secretária Rúbia Frizzo palestra sobre o projeto de utilização da Maesa em reunião-almoço da CIC

Foto: Antônio Lorenzett

!“A pessoa vai buscar o serviço públi-co, mas ela tem acesso a uma sala de cinema, a um mercado, a uma padaria.

Isso tudo é muito interessante por-que estimula a convivência”

Rúbia Frizzo

JB- É possível implementar no espaço um mercado pú-blico simultaneamente com outros usos?

Rúbia Frizzo - Sim. Como membro da comissão tenho a impressão de que este será um dos primeiros usos definidos. Até porque é uma demanda que está reprimida. As pessoas que-rem e fazem este pedido. E esta proposta tem muita aceitação junto à comunidade.

JB - O que está sendo pen-sado para a sustentabilida-de econômica e financeira do espaço?

Rúbia Frizzo - Este é um ponto que está sendo pensando. Há um grupo dentro da comissão que está pensando isso. A pró-pria transferência de algumas secretarias para lá já busca con-templar a sustentabilidade, já que o aluguel que é pago possa ser transferido para a manuten-ção do prédio. Mas certamente que quem tiver ocupando o es-paço terá algum custo de ma-nutenção, como uma taxa de condomínio, por exemplo. Mas isto tudo ainda é meio prematu-ro. Estamos estudando mode-los que estão sendo aplicados em outros lugares, com proje-tos semelhantes a este.

Comissão faz a primeira visita oficial à Maesa

Foto: Ícaro de Campos

Jornal dos Bairros

Julho de 2015 08Esporte

Uso dos equipamentos de esporte e lazer pode gerar debate

Os números existem. Caxias do Sul conta com diversos equipamentos públicos de esporte e lazer – como ginásios, quadras, academias da melhor idade e parques infantis. Se este número é compatível com uma cidade com

população, riqueza e clima semelhante ao nosso, deve ser aprofundado.

Hoje o município conta com cerca de 215 equipamen-tos instalados.

Há campos de futebol, campos de futebol sete, giná-sios e quadras poliesportivas (concreto), quadras de areia, canchas de bocha, parques in-fantis, pistas de skate e outros

equipamentos de lazer, locali-zados em todos os pontos da cidade.

Além disso, há 7 ginásios instalados – como o Enxutão e o Vasco da Gama – e um han-gar.

Outros dois ginásios estão com os projetos sendo encami-

Conheça mais sobre estes equipamentos nas próximas

edições do Jornal dos Bairros.

A secretaria municipal do Esporte e Lazer (SMEL) tem a missão de projetar e implementar políticas pú-blicas de Esporte e Lazer na cidade.

Para isso, oportuniza espaços de organização na comunidade, com foco na

Uma notícia boa é que já estão sendo planejados ou construídos três equipamen-tos de grande porte em Caxias. Dois deles já tem a verba fede-ral conquistadas via PAC, do Governo Federal.

O Programa de Acelera-ção do Crescimento foi imple-mentado no governo de Dilma Roussef, para fomentar a eco-nomia do Brasil. Com as medi-das de contenção, os recursos foram suspensos, sem previsão de retomada.

Centro de Artes e Esportes

O Centro de Artes e Espor-tes Unificado (Ceu) está sendo construído no Cidade Nova e contempla espaços para arte, cultura, esportes, lazer, auditó-rio e biblioteca, além de aten-der aos grupos de assistência. Esse projeto contou com inves-timento de R$ 3 milhões do Go-verno Federal, com contraparti-da da prefeitura, que precisava fornecer o terreno e serviços como terraplanagem.

Centro Integrado de Esportes

Já outro projeto, agora na Região Sul, no loteamento Vera Cruz, também já tem o projeto e os recursos aprovados.

É o Centro Integrado de Esportes – CIE, também finan-ciado pelo Governo Federal e com recursos suspensos.

nhados pela secretaria munici-pal de Planejamento (Seplan). Eles buscam contemplar as regiões de Fazenda Souza, no meio rural, e no Centenário, na cidade, onde está sendo pre-visto um ginásio regional, con-templando uma reivindicação de várias comunidades.

Vasco da Gama é um dos sete ginásios de grande porte à disposição da comunidade

Foto: Larissa Rizzon

Atuação da Smelinclusão social e na qualida-de de vida.

É função da secretaria municipal do Esporte e Lazer (Smel) manter os espaços, de modo a acompanhar as polí-ticas para este setor, dando condições de acesso e uso a toda população caxiense.

Os equipamentos atendem a comunidade em geral, através de so-licitações e também pela Assessoria de Relações Comunitárias da Smel, que realiza visitas periódicas a estes locais.

Novos espaços Ginársio nos

PavilhõesO município também estu-

da mais um projeto, nos Pavi-lhões da Festa da Uva. A ideia é construir um amplo espaço destinado ao esporte. Ali tam-bém seria abrigada a secretaria de Esporte e Lazer. Porém este não tem fonte de recursos.

Durante uma sessão na Câ-mara de Vereadores, Washing-ton Stecanela Cerqueira, agora vereador, destacou a propos-ta que contemplaria quadras poliesportivas para basquete, vôlei e futsal; salas específicas para a prática de ginástica e musculação, além de refeitório, auditório, salas comerciais e alojamentos para atletas. Con-forme o parlamentar, seriam construídas salas de aula para projetos sociais, podendo aten-der até 4 mil crianças simulta-neamente.

O vereador lamentou a au-sência de um espaço público voltado para a prática esporti-va em alto nível no município. Segundo Washington, a cida-de é atual campeã estadual no basquete masculino e feminino, no handebol masculino e femi-nino e no futsal feminino. Com o recente acesso do Caxias do Sul Basquete para o Novo Bas-quete Brasil (NBB), o parlamen-tar acredita que o futuro ginásio poderia ser a casa da equipe na principal competição desse es-porte no país.

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Julho de 2015Esporte 09

Embora com vários equi-pamentos e projetos, as co-munidades apresentam rei-vindicações. Regiões como o Campos da Serra concentram um grande número de famílias em uma área relativamente pe-quena. Hoje são em torno de 5 mil moradores, longe do centro urbano e sem grandes equipa-mentos.

Por outro lado, o bairro São Victor Cohab já possui uma grande área que deve ser desti-nada para equipamentos públi-cos de esporte ou educação. A área foi repassada pelo Gover-no Estadual para o município em 2012 e contempla tanto a construção da nova sede da es-cola de educação infantil Mar-quinhos, como equipamentos de lazer, esporte e educação.

Outro local que tem possi-bilidades para um equipamen-to de grande porte é o San-vitto Villaggio Iguatemi, que conta com uma área verde de 1,2 hectare. Segundo Gabriela Meirelles, presidente do Villag-gio Iguatemi, a comunidade local definiu como uma de suas priori-dades a destinação do espaço para uma grande área de lazer e esporte.

“ D e f i n i m o s como prioridade a construção de um espaço de lazer nes-ta área verde que te-mos no bairro. Atra-vés do Orçamento Comunitário já esta-mos conquistando verba para a cons-trução desta área de lazer, embora saiba-mos que é neces-

Equipamentos Instalados

Sede Administrativa da SHorário: De segunda a sexta-feira, das 10h às 16hEndereço: Rua 20 de Setembro, nº 2721, bairro São PelegrinoTelefone: (54) 3901.1254/ 3901.1265

Centro Municipal de Esporte e Lazer Joel Bastos de Souza -Ginásio Enxutão - 800 pessoasHorário: De segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e 13h30min às 17h30minEndereço: Rua Luiz Covolan, 1560, bairro Santa CatarinaTelefone: (54) 3901.1479/ 3211.1255

Ginásio Vasco da Gama800 pessoasHorário: De segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e 13h30min às 17h30minEndereço: Rua José Soares de Oliveira, 2557, bairro Pio XTelefone: (54) 3901.1479/ 3211.1255 (Enxutão)

Centro Social Urbano – Ginásio Serrano 300 pessoasHorário: De segunda à sexta-feira, das 8h às 12h e 13h30min às 17h30minEndereço: Travessão Leopoldina, s/n, bairro SerranoTelefone: (54) 3901.1320

Centro Esportivo Zona Norte 150 pessoasHorário: De segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e 13h30min às 17h30minEndereço: Rua José Zamboni esquina rua dos apicultores, bairro Belo HorizonteTelefone: (54) 3901.1421

Centro Esportivo Municipal Antonio Barroso FilhoHorário: De segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e 13h30min às 17h30minEndereço: Av Julio de Castilhos, 4390, bairro CinquentenárioTelefone: (54) 3901.1295

Programa Caxias Navegar – Hangar da SMELHorário: De segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e 13h30min às 17h30minEndereço: Rua Amadeu Rossi, 519, bairro FátimaTelefone: (54) 3901.8025

Caxias conta com equipamentos de esporte que já estão instados e consolidados.

Ginásios, horários de atendimento e contato

Regiões com potenciais

sário um volume alto de re-cursos.

Segundo ela, a prefei-tura tinha a ideia de cons-truir um depósito para os materiais da secretaria de Habitação no local. “Mas os moradores se organizaram e definiram através do Orçamen-to Comunitário que não que-riam esta construção no bair-ro e sim, que a área abrigasse equipamentos públicos para a comunidade”, relata.

Para Gabriela, apenas se a prefeitura considerar o local como sendo importante para todo o entorno, como é a La-goa do Rizzo, é que o projeto pode sair das intenções. “Que-remos uma área de lazer com-pleta, não queremos uma Amei isolada. “ Sabemos que se for-mos juntar os recurso do OC para isto, vamos demorar mui-to tempo” afirma.

Projetos antigos parados

A presidente do Villagio

Iguatemi lembra ainda que di-versos projetos iniciados há muito tempo estão parados nas secretarias municipais.

Já solicitamos na secreta-ria de Planejamento se há um estudo envolvendo a utilização desta área”.

“Sabemos que existem para alguns lugares, como o próprio Monumento ao Imi-grante, onde existe um proje-to para a revitalização do lugar que envolve outras melhorias além das realizadas até ago-ra”, diz.

“Ainda estamos aguardan-do a resposta para esse proto-colo”, explica Gabriela.

Villagio Iguatemi: moradores querem que area de 12 mil m2 abrigue equipamentos

Foto: Karine Endres

!“Sabemos que se formos juntar os recurso do OC para isto, vamos demorar muito

tempo” Gabriela Meirelles

Jornal dos Bairros10Julho de 2015

Saúde

A taxa de disponibilidade de parto cobrada por obste-tras foi tema de uma audiência pública no último dia 6, na Câ-mara de Vereadores. O debate, promovido pela Frente Parla-mentar Pelo Fim da Violência Contra a Mulher (FPPFVCM) do Legislativo caxiense, ocorreu na Sala das Comissões Vereadora Geni Peteffi.

A prática ganhou desta-que após a vereadora Daiane Mello (PMDB), grávida de oito meses, ter R$ 6,6 mil cobrados como taxa pelo seu médico,

Gestantes questionam taxa cobrada por médicos no parto

mesmo tendo plano de saúde. Ela denunciou o fato ao Minis-tério Público, que irá investigar a conduta das operadoras e dos profissionais.

“O obstetra me acompa-nhava desde março de 2014 e sabia que eu estava fragili-zada por ter sofrido um abor-to anteriormente. Mesmo as-sim, cobrou a taxa, reiterando que o dinheiro não poderia ser pago através de transferência bancária e que não forneceria nota fiscal ou recibo”, afirmou, abrindo a sessão.

Debate acalorado e de contrastes

A defensora pública Letícia Ana Basso destacou que a dis-cussão passa por dois pontos. Enquanto a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) considera a cobrança ilegal, pois o pré-natal, o parto – cesá-rea ou normal – e a assistência ao parto devem ser cobertos pe-los planos, o Conselho Federal de Medicina (CFM) estabelece a disponibilidade obstétrica como uma categoria diferen-te das outras três. Sendo as-sim, a taxa não é considerada indevida.

“A questão passa por in-formar todos a respeito da exis-tência dos dois procedimentos. Os médicos devem explicar isso aos pacientes junto aos planos de saúde, pois a Legislação pa-rece não permitir a existência da taxa. Violência obstétrica também é falta de informação”, destacou ela, considerando a cobrança ilegal, assim como os membros da Frente Parlamen-tar, e afirmando que a falta de recibos abre precedentes para a sonegação de impostos.

Para o presidente do Sin-dicato dos Médicos de Caxias do Sul, Marlonei dos Santos, não há problema na cobrança da taxa.

“A cobrança é ética, legal e permitida. Quanto aos recibos, nossa orientação é a de que eles sejam dados às pacientes mas,

se eles não são disponibiliza-dos, a Receita Federal deve ser procurada”, disse. Pouco tempo depois, ele interrompeu a fala de uma advogada que defendia a obrigatoriedade de compro-vantes fiscais, como manda a lei e se retirou do local.

A s s i m como Marlonei, o delegado do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) em Caxias, Luciano Gröhs, afir-mou que a cobrança é legal e que os recibos são uma respon-sabilidade da Receita Federal. De acordo com ele, nenhuma mulher formalizou denúncia junto à autarquia.

“Não houve, até o momen-to, nenhuma denúncia a respei-to da cobrança da taxa. O Cre-mers está à disposição para re-ceber denúncias através do tele-fone (54) 3221-4072, pois todos os casos devem ser fiscalizados

!“A questão passa por in-

formar todos a respeito da existência dos dois procedi-mentos. Os médicos devem explicar isso aos pacientes junto aos planos de saúde, pois a Legislação parece não permitir a existência da taxa. Violência obsté-trica também é falta de

informação” Letícia Ana Basso

e individualizados”, salientou.

Falecimento de bebê gera desconto”

Integrante do Grupo Nas-cer Sorrindo, que defen-

de o parto humanizado e presta apoio às gestan-tes, Martha Bertolla fez um discurso emocionado na audiência, lembrando que seu filho recém-nas-

cido faleceu e que ela sofreu vio-lência obstétrica.

“Perdi meu filho com 25 semanas e a taxa extra de R$ 800,00 já havia sido estipulada. Houve um desconto pois meu bebê ‘nasceu mortinho’, como disse a médica. Estou traumati-zada e não tenho mais coragem de engravidar. Deixaram eu ver meu filho apenas na funerária, depois de muita insistência. Eu fui violentada por uma equipe

médica e é contra isso que eu estou lutando. Espero que a partir deste debate haja uma re-lação mais humana entre o mé-dico e a paciente”, ponderou.

A Frente Parlamentar Pelo Fim da Violência Contra a Mu-lher (FPPFVCM) foi criada em abril deste ano e, além de Daia-ne, é composta por Denise Pes-soa (PT), Daniel Guerra (PRB), Rafael Bueno (PCdoB) e Wa-shington Cerqueira (PDT).

Audiência na Câmara de Vereadores confrontou os argumentos a favor da taxa de disponibilidade

Foto: Matheus Teodoro

Em janeiro deste ano, a Agência Nacional

de Saúde (ANS) aprovou uma resolução que tirava dos pla-nos de saúde a obrigatoriedade de pagar por cesáreas eletivas — feitas sem indicação médi-ca. Dessa forma, a agência pre-tendia enfrentar a “epidemia de cesáreas” no Brasil.

Na época, a medida foi re-cebida como uma vitória por grupos de mulheres que de-fendem o parto normal. Mas a ANS decidiu voltar atrás na re-solução que entrou em vigor no início de julho. A gestante que quiser marcar data e hora do nascimento de seus filhos con-

Planos continuam obrigados a pagar por cesárea

tinuará sendo coberta por seu plano de saúde desde que assi-ne um termo de consentimento sobre os riscos da cirurgia.

No texto original, a resolu-ção 368 de 6 de janeiro estabe-lecia que o partograma — rela-tório sobre tudo o que ocorre durante o parto — seria indis-pensável para o pagamento do parto. Se houvesse necessida-de médica para a cesárea, teria que estar especificada no par-tograma para que o pagamen-to fosse efetuado pelo plano de saúde. Da mesma forma, a mulher que não entrasse em trabalho de parto não teria par-tograma e, logo, seria levada a

arcar com todos os custos da cesárea eletiva.

Segundo a gerente-geral de Regulação da ANS, Raquel Lisbôa, a grávida que optar por uma cesárea eletiva deverá as-sinar um “termo de consenti-mento” se quiser manter a co-bertura de seu plano de saúde. Nesse documento, constarão todos os riscos associados ao parto cesariano.

O Brasil é campeão mun-dial de cirurgias cesarianas. Enquanto o índice recomen-dado pela Organização Mun-dial da Saúde (OMS) é de 15%, na rede privada de saúde, che-ga a 84,6%.

Jornal dos Bairros11Julho de 2015

Geral

A entrega do Prêmio do Banco Nacional de Desenvol-vimento Econômico e Social (BNDES) teve início com uma homenagem a Sandra Maga-lhães. Ícone do tema no Brasil, ela liderou diversos movimen-tos em busca de sua evolução, estimulando o fortalecimento das políticas públicas em prol de um novo modelo de desen-volvimento. Sandra também integrou a formação do Fórum Brasileiro de Economia Solidá-

Economia Solidária reúne 245 mil pessoas em Santa Maria

O município é palco do cooperativismo há 22 anos e em 2015 atingiu o recorde de

245 mil visitantes na 22ª Feira Internacional

do Cooperativismo (Feicoop) e 11ª Feira Latino Americana de Economia Solidária.

Os números são grandes: houve a presença de 27 Esta-dos Brasileiros e Distrito Fe-deral, com 556 municípios re-presentados. A Feira também contou com a presença de 27 Fóruns Estaduais de Economia Solidária, Fórum Brasileiro de Economia Solidária e mais de 800 grupos expositores.

Foram expostos cerca de 10 mil produtos, entre agroin-dústria familiar, artesanato, ali-mentação, hortifrutigranjeiros, plantas ornamentais, serviços,

e produtos de povos indígenas.Os 245 mil visitantes da

Feicoop são provenientes da Alemanha, Argentina, Áustria, Brasil, Chile, China, Colôm-bia, Espanha, Equador, Hun-gria, Itália, Nicarágua, Paraguai, Peru, Senegal, Uruguai.

De Caxias do Sul, estive-ram presentes 20 empreen-dimentos solidários, que in-tegram o Fórum Municipal de Economia Justa e Solidária.

Paula da Rosa, que foi di-retora do departamento de Economia Solidária na última gestão da UAB, esteve na Fei-ra representando a UAB e o ICC Serra, que são entidades de apoio e fomento do Fórum Municipal .

ParticipaçãoPara a realização da Fei-

ra, atuaram 65 equipes de tra-balho, com a participação de dezenas de pessoas voluntá-rias. Neste mutirão destaca-se a presença dos povos quilom-bolas, indígenas, catadores, se-

negaleses, movimento de mulheres, campesi-nos e juventudes. Des-taque também para a presença de universi-dades, gestores públi-cos, poderes legislati-vos, pastorais, igrejas, sindicatos, cooperati-vas, ONGs, escolas, in-cubadoras sociais e da imprensa.

Experiências compartilhadas

A Feira contou com a estreia da mo-eda social e-dinheiro, trazida pelo Banco Pal-mas, instituição comu-nitária de Fortaleza-CE. Os visitantes puderm instalar em seus smar-tphones o aplicativo e-dinheiro para reali-zar compras em empre-endimentos solidários que já possuem a novidade. A Coo-perativa de trabalho Educação, Informação e Tecnologia para

Autogestão (EITA), criou pági-nas na internet integradas ao Facebook para os empreendi-mentos solidários.

Os sites foram desenvolvi-dos gratuitamente e hospeda-dos no portal Cirandas (www.cirandas.net).

Foto: Paula da Rosa

Cerca de 10 mil produtos de 800 grupos foram expostos na Feria

Organização fortalece EcoSol

Articulação de diversos Fóruns estaduais e redes de Economia Solidária (EcoSol), em conjunto com movimentos sociais, entidades da socieda-de organizada, instituições de ensino e de assistência e po-der público vem dando supor-te e fortalecendo a política da Economia Solidária no Brasil.

Como conquistas se vê o reconhecimento deste setor pelo poder público, com a im-plementação de políticas pú-blicas que buscam fortalecer a Economia Solidária.

Durante a feira aconteceu a apresentação do selo brasi-leiro de Comércio Justo e So-lidário, que irá identificar os produtos que possuem o pro-cesso produtivo da Economia Solidária.

Também foi realizado o lançamento da Cartilha do Passo a Passo do Cadastro de Empreendimentos Econômi-cos e Solidários e foi entregue

simbolicamente à sociedade, o Plano Nacional de Economia Solidária.

BNDES premia com R$ 1,26 milhãoA entrega do Prêmio

BNDES de Boas Práticas em Economia Solidária a 48 inicia-tivas de todo o Brasil foi feita pelo banco durante a feira.

Foram premiados 30 em-preendimentos econômicos solidários (EESs) formalizados, 8 ainda não formalizados e 10 redes de EESs, distribuídos por 21 Estados em todas as regi-ões brasileiras. A premiação total entregue chega a R$ 1,26 milhão.

Cada EES premiado, for-malizado ou não, recebeu R$ 20 mil. Para cada rede contem-plada foram destinados R$ 50 mil. Os recursos devem ser uti-lizados no fortalecimento e na consolidação das iniciativas agraciadas, contribuindo tam-

bém para a formalização dos empreendimentos ainda não formalizados.

Os objetivos do Prêmio BNDES em Boas Práticas de Economia Solidária são reco-nhecer os esforços e ampliar a visibilidade de empreendimen-tos econômicos solidários que desenvolvam os princípios da autogestão, solidariedade e cooperação; incentivar a mobi-lização de atores sociais a par-tir de experiências e ações de referência para a sociedade; e aprofundar o conhecimento so-bre o tema no País, me-lhorando o d iá logo, a construção e a imple-m e n t a ç ã o de políticas públicas de apoio e in-vestimento aos EESs.

Homenagem a Sandra Magalhães

ria (FBES) e do Banco Palmas, no Ceará, cuja experiência exi-tosa estimulou a criação da Rede Brasileira de Bancos Co-munitários. Mesmo após sua morte, em 2013, a história de vida de Sandra ainda inspira milhares de pessoas.

O Prêmio BNDES possui o formato de uma boneca que re-presenta Sandra Magalhães. No palco da feira, em um dos mo-mentos mais emocionantes da noite, receberam a homenagem

d o n a Matilde, mãe de Sandra, e o ex-compa-n h e i r o de San-dra Ma-galhães, J o a -quim.

Jornal dos Bairros12Julho de 2015

Geral

Aniversário de Caxias: 125 metros para comemorar

Foto: Andreia Copini

Prefeito Alceu corta o bolo comemorativo acompanhado de diversas lideranças

As comemorações do ani-versário de 125 anos de Caxias do Sul levaram cerca de 7 mil pessoas à Praça Dante Alighie-ri, no dia 20 de junho, data que ocorreu a tradicional festa do “bolo gigante”.

O evento contou também com as apresentações do tenor Alexandre Borges e do Grupo Girotondo.

Neste ano, o bolo teve 125 metros de extensão. Para o seu preparo, as integrantes do Clu-be de Mães do bairro Rio Bran-co utilizaram 385 quilos de fari-nha de trigo, 2.316 ovos e 155 litros de leite, em três dias de trabalho.

Entre os presentes no evento, estiveram a corte da Festa da Uva 2014 e as candi-datas a rainha e princesas da Festa da Uva 2016, além do Frei Jaime Bettega, que agradeceu o Clube de Mães pela dedicação na produção do bolo.

“Caxias trabalha muito e é

Segunda a Sexta6h às 8h - Bom dia 87.5 - Osmar Gasperin8h às 10h - Voz dos Bairros - José Peroni

10h às 12h - Manhã do Ouvinte - Luciano Behm16h às 18h - Guigo Show - Rodrigo Fontinel

18h às 19h - Fala Tchê - Sílvio Souza19h às 20h - Voz do Brasil

20h às 22h - Misturadão - Cláudio Renato

Sábado8h30 às 10h30 - Atualizando Notícias - Antonio Pacheco

10h30 às 12h30 - Sabadão do Sucesso - Marcílio Rodrigues

14h às 16h - Show de Bandas - Marcos Oliveira

Domingo9h às 13h - Repontando Tradições - Albery de Mattos e

Chiquinho

14h às 16h - Os Bons Momentos Estão de Volta - Gilberto Godoy

|54| 3041.1273www.radiouabfm.comfacebook.com/radiouabfm87.5WhatsApp: 9683.8831

Rua Francisco Getúlio Vargas, nº 1215, Bairro Petrópolis

muito solidária. Todos temos preocupações, mas nem por isso devemos deixar de cele-brar. Que não falte alegria e espírito de família nesta comu-nidade”, disse.

Em sua fala, o prefeito Al-ceu Barbosa Velho afirmou que o município é grande por con-

ta de seu povo, também des-tacando a família como um di-ferencial.

“Cada um de vocês que mora aqui é uma célula que se multiplica pelo bem e pelo pro-gresso de Caxias. São vocês, caxienses, que fazem o suces-so dessa cidade. Caxias é gran-

de porque as pessoas que mo-ram aqui são fraternas. Há 140 anos, quando vieram os primei-ros imigrantes, a nossa cidade vem se transformando nessa potência que é hoje. Obrigado a todos vocês”, afirmou.

O “bolo gigante”, ofereci-do anualmente para a comuni-

dade, é uma promoção das rá-dios Maisnova e São Francisco, com apoio da Câmara de Ve-readores, da Comunidade São Francisco e da Prefeitura de Ca-xias do Sul.

Movimento também cresce

Para o presidente da UAB, Flávio Fernandes, o movimento comunitário vem crescendo no mesmo ritmo que o município, com um histórico de contribui-ções e conquistas que incluem, por exemplo, o Ponto de Cultu-ra UAB Cultural.

“O movimento é muito importante para o desenvolvi-mento de Caxias por conta de sua atuação constante no dia a dia dos bairros e loteamentos. Ele está crescendo e se qualifi-cando cada vez mais. Hoje são 204 Amobs que lutam por me-lhorias em todas as áreas, como educação e saúde”, ponderou.

Jornal dos Bairros13Julho de 2015

Geral

TV Caxias festeja dez anosOs cinco anos do Jornal de

Caxias, carro-chefe da progra-mação da TV Caxias, que com-pletou uma década de existên-cia em maio, foram comemora-dos em um evento ocorrido na noite de 6 de julho, no Restau-rante Alitalia.

A TV Caxias é uma emis-sora de comunicação pública que atinge diariamente 100 mil caxienses, podendo ser sintoni-zada pelo Canal 14 da NET ou através de seu site. De acordo com o diretor presidente, Pe-dro Pozenato, o principal de-safio é se integrar na vida do município.

“A cidade deve aceitar a TV Caxias como algo seu e que valorize as coisas daqui, identi-ficando problemas e comemo-rando conquistas. Temos um contingente enorme de insti-tuições e pessoas que fazem de tudo para que a condição hu-mana melhore. A televisão deve ser a expressão e estar dentro disso”, destacou.

De acordo com Pozena-to, o canal possui metas cla-ras para o futuro. Uma delas, a de se incluir no mundo infantil, sairá do papel ainda em julho, com a estreia do programa La-ryssa e Rayssa.

“Nós precisamos, além dis-so, trabalhar melhor o esporte amador de uma maneira geral e oferecer telejornais pela ma-nhã e no inicio da tarde, pois isso abre mais espaço para a sociedade. Iremos retomar o programa Movimento em Pau-ta, que promove um debate de

reflexão sobre os valores, as conquistas e os desafios da ci-dade”, salientou.

A jornalista Luiza La-Roc-ca, coordenadora de telejor-nalismo e apresentadora do JC desde a sua primeira edi-ção, anunciou que, em breve, a emissora passará a contar com um aplicativo para smartpho-nes, o que permitirá o envio de fotos, textos e vídeos por parte dos telespectadores.

“Encarei como um desafio a apresentação do JC e a pre-sença de todos me dá a certeza de que estou no caminho cer-to e que a TV Caxias ainda tem

muito para crescer”, ponderou.O vice-prefeito Antonio

Feldmann, que representou o prefeito Alceu Barbosa Velho, destacou os desafios de se fa-zer televisão e que o Jornal de Caxias nasceu no ano em que o município completou 100 anos.

“Toda a equipe da TV Ca-xias está de parabéns porque está dando uma grande contri-buição para a comunidade de Caxias do Sul, mostrando no dia a dia da sua vida, da nossa gente e como a cidade se de-senvolve e caminha em todos os seus segmentos”, disse.

Foto: Karine Endres

Pedro quer uma emissora cada vez mais inserida na vida da cidade

Fracab quer regionalização

Assuntos gerais de interes-se da sociedade gaúcha foram discutidos durante o 14° Con-gresso da Federação Riogran-dense de Associações Comu-nitárias de Moradores e Bairros (Fracab), que ocorreu nos dias 11 e 12 de julho, na Câmara de Vereadores de Porto Alegre.

A UAB participou do en-contro e uma de suas metas será trazer para a serra gaúcha a proposta de regionalização da Fracab, defendida e aprovada durante o Congresso.

Durante o encontro, tam-bém foi reiterado o pedido de mais cuidado com o meio am-

biente a partir de um controle maior no desmatamento, evi-tando, por exemplo, enchentes e a poluição dos rios.

Também foi encaminhado o pedido para que as regulari-zações fundiárias sejam mais rápidas, beneficiando as clas-ses necessitadas.

Por fim, houve a divulgação do concurso Mais Bela Comu-nitária Estadual, que ocorrerá em Cruz Alta, no dia 5 de de-zembro. Poderão se inscrever garotas que tenham entre 14 e 22 anos mas, a partir de 2016, a idade mínima para participa-ção será de 16 anos.

Carnavalescos preparam escolha da

corteEstão abertas até o dia 31

de agosto as inscrições para a escolha da corte do Carna-val 2016. O concurso ocorrerá em 7 de novembro, a partir das 20h30, nos Pavilhões da Festa da Uva.

Os interessados devem ter no mínimo 18 e no máximo 27 anos de idade. Eles devem re-tirar a ficha de inscrição, onde constam os documentos ne-cessários para a oficialização de suas participações, através dos e-mails contato-es@hotmail.com ou uabculturalcaxias@hotmail.com.

As inscrições gratuitas de-verão ser feitas presencialmen-te, às terças-feiras, das 19h às 22h, no Ponto de Cultura UAB Cultural.

Elvino Santos, diretor da Associação das Entidades Re-creativas, Esportivas, Culturais

e Carnavalescas de Caxias do Sul e Região Nordeste do Rio Grande do Sul (Assencar), des-taca que os desfiles na Rua Plá-cido de Castro proporcionaram um “novo ambiente”, oferecen-do comodidade ao público.

“Não é o local ideal, mas é o apropriado. As pessoas conseguem ter uma visão to-tal das agremiações na aveni-da pelo fato de a via ser plana”, salienta.

Ele também comenta so-bre a importância da escolha da corte e do Carnaval como um todo para Caxias do Sul.

“O Carnaval é um segmen-to cultural legitimo, presente em todo o país. Ele promove o convívio, a pacificação e a solidariedade para as diferen-tes comunidades por meio de um espetáculo a céu aberto”, afirma.

O espaço UAB Cultural foi palco da primeira edição do Ponto Rock, ocorrida no dia 7 de junho. O evento contou com as apresentações das bandas caxienses Inheritours e Oltiz e parece ter agradado. A segun-da edição, com entrada franca, está marcada para o dia 26 des-te mês e terá os shows das ban-das Desiguais, Panorama Social e Skunkirado.

De acordo com os organi-zadores, o objetivo do festival é proporcionar shows, princi-

Julho tem Ponto Rockpalmente no inverno, em locais fechados e que possam ser am-plamente utilizados. Como não há verba para cachê, são ofere-cidos aos grupos musicais con-dições técnicas de iluminação e sonorização, além de divulga-ção e espaço físico.

As bandas que tiveram o interesse em se apresentar no evento devem enviar uma ima-gem digitalizada e um release com os nomes dos integrantes e o estilo de trabalho para o e-mail contato-es@hotmail.com.

Cursos de

Informática

O curso de Informática oferecido pela UAB está com inscrições abertas. Os interes-sados devem ter, no mínimo, 12 anos de idade. A qualificação será oferecida a partir dos pró-ximos meses, sempre à tarde.

Maiores informações po-dem ser obtidas pelos telefo-nes 3219-4281, com a secre-tária Clara, ou 9953-4292, com Juliana Maciel, diretora do De-partamento de Inclusão Social da entidade.

Futebol SeteEstão abertas até o dia 7

de agosto as inscrições para as séries Prata e Veteranos da Copa Interbairros de Futsal 2015.

Neste ano, os homenagea-dos são Valdir Fernandes Walter, diretor de Participação Popular da UAB, na Série Prata, e Sergio Beneton, na Série Veteranos.

O Departamento de Espor-tes da entidade informa que a

primeira reunião com os times ocorrerá em 12 de agosto, cin-co dias após o fim do período de inscrições.

As participações devem ser formalizadas na secretaria da UAB, de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 11h45 e das 13h às 18h30. Maiores informa-ções podem ser obtidas atra-vés dos telefones 9105-9818 e 8125-8292.w

Jornal dos Bairros

Julho de 2015Espaço Comunitário

No Jardim Adorado, insegurança preocupa

O Centro Comunitá-rio do Jardim Adorado foi construído há aproxima-damente 15 anos e conta com um parque infantil e uma quadra aberta de futsal em sua estrutura. De acordo com o pre-sidente da Amob, Ilde-fonso Ivan da Fonseca, o Tutti, as melhorias vie-ram ao longo do tempo, durante os governos mu-nicipais de diversos pre-feitos.

“O espaço foi cons-truído durante o segun-do mandato de Pepe Vargas. Com o ex-prefeito José Ivo Sartori, tivemos importantes obras que aumentaram o salão, por exemplo, assim como novos investimentos foram feitos nes-te mandato de Alceu Barbosa Velho”, afirma.

Porém, Tutti destaca que nenhuma das gestões foi capaz de resolver um problema: a falta de segurança nas imediações do

Centro Comunitário, que pas-sará a contar, em breve, com equipamentos da Academia da Melhor Idade (Amei).

“O Centro é um dos bens da comunidade e, mesmo cercado, está marcado pelas pichações em sua fachada. A ação dos vândalos faz com que eu cobre um trabalho melhor da Guarda Municipal, que precisa realizar

Centro ComunitárioJardim Adorado

Estrutura: salão com capacidade para 300 pessoas, equipado com cavaletes, churrasqueira, freezer, geladeira, fogão industrial, panelas, talhares, 26 bancos e 13 mesas de 5,40m. Há três banheiros, um destinado a pessoas com necessidades especiais. Aluguel: R$ 150,00 para sócios e não-sócios da Amob. O salão deve ser entregue limpo. Endereço: Rua Cândida Tomásia Rosa, 90.

mais patrulhas e nos auxiliar na preservação do local”, diz.

Iniciativa privada apoia

Além dos aluguéis, que custam R$ 150,00 para sócios e não-sócios da Amob, o Centro se financia a partir do dinheiro arrecadado em almoços orga-nizados pela comunidade. Se-gundo ele, há o apoio de uma rede supermercadista que co-labora vendendo produtos para os almoços com um preço sub-sidiado.

“É um grande apoio que te-mos. Compramos tudo o que é necessário por um preço menor e, com os almoços, o retorno volta com o dinheiro, utilizado para fazermos o que for neces-sário”, diz.

Seria necessário aumentar a churrasqueira, por exemplo.

São demandas como essa que ainda precisam ser feitas no es-paço, que pos-sui acessibilida-de e capacidade para 300 pes-soas.

“Prec isa-mos ainda ins-talar um armá-rio que seja ca-paz de guardar todos os itens que oferece-mos para quem aluga o salão, como panelas e talhares”, expli-ca ainda Tutti.

Foto: Matheus Teodoro

Jornal dos Bairros15Julho de 2015

Bem Estar

Cuide de sua pele também no inverno

Constantemente renova-da, a pele é muito mais que um envelope. É o órgão vivo mais pesado (3 a 4 Kg) e o mais ex-tenso no corpo humano (1.5 a 2 m²).

Em permanente relação com os outros órgãos, a pele pode revelar disfunções ou pa-tologias para além das cutâ-neas.

Ela tem como principais funções a proteção do corpo de ataques mecânicos, físicos e biológicos; a transmissão de informações entre o corpo e o mundo exterior através das terminações nervosas e a troca porque está envolvida em com-plexos mecanismos, tais como a regulação de temperatura (eli-

Ela é o maior órgão do cor-po humano e tem por função criar uma barreira e nos prote-ger de ataques de agentes ex-ternos causadores de doenças, como fungos e bactérias. Se ela estiver ressecada, é mais fácil destes agentes passarem pe-las microrachaduras e nos in-fectarem.

A pele forma essa barreira através das células que com-põem a derme e a epiderme (que são ‘camadas’ da pele), pela gordura e pelo suor. Ape-sar de todas estas camadas, a pele perde a umidade para o meio ambiente quando o ar está mais seco, condição fre-quente no inverno, principal-mente nas cidades mais ao sul do país. Por isso, é importante

Nem todos sabem, mas é importante cuidar da pele também no

inverno.

manter a atenção com os cui-dados com a pele, mesmo sem o sol intenso.

Por outro lado, aqueles que tem pele oleosa na face podem apresentar aumento da oleosidade e, até mesmo, uma piora da dermatite seborréica (aquela descamação localiza-da ao redor do nariz, nos su-percílios, atrás das orelhas e no couro cabeludo) nesta épo-ca do ano.

Além disso, ao envelhecer-mos, nossa pele fica mais fina, permitindo que a água presen-te na pele evapore para o meio externo. As glândulas sebáceas também diminuem sua capaci-dade de produção, diminuin-do a quantidade de sebo na superfície da pele (o sebo de-sempenha um papel importan-te como isolante, retendo água sob ele), permitindo, também, que a água que chega à super-fície da pele evapore, desidra-tando a pele.

Foto: Matt Reinbold | Flickr

A melhor forma de hidra-tação, tanto no inverno quanto no verão, é a ingestão de líqui-dos. Os especialistas indicam a ingestão de 2 litros de líqui-dos por dia.

Mesmo assim, é importan-te hidratar a pele com cremes, ao menos uma vez ao dia.

No banho, tenha atenção com o tempo que fica embai-xo do chuveiro e evite banhos muito quentes.

Além de prejudicar a pele, a água muito quente também danifica os cabelos. Uma boa medida da temperatura da água é a pele do rosto. Se a água estiver muito quente para a esta região, também estará quente para os cabelos, geran-do ressecamento.

Outro ponto que merece atenção são os sabonetes. Evi-te os muito fortes no inverno e também diminua as esfoliações de corpo inteiro. Embora im-portantes para renovar a pele, ajudando a eliminar as células mortas, a abrasão também re-tira a camada de gordura, dei-xando a pele mais ressecada e

Cuidados

desprotegida. Em geral, produtos que

hidratam tem óleos vegetais, manteigas vegetais, ácido hia-lurônico, ceramidas e ureia - substâncias que impedem a perda excessiva de água atra-vés da pele.

Tipos de hidratantes

A textura de um creme de-pende do tipo de pele que ele é indicado. Geralmente, cremes mais densos, são indicados para peles mais secas já que eles são ricos em matérias-pri-mas oclusivas (matérias-primas mais oleosas, que formam um filme oclusivo sobre a pele, im-pedindo a água de evaporar).

Já os cremes mais fluidos são indicados, principalmen-te, para pele normal a oleosa, pois são ricos em matérias-pri-mas umectantes (retiram água da atmosfera, ou seja, do ar, atraindo-a para a pele, além de “puxar” água da profundi-dade da pele, atraindo-a para as camadas mais superficiais da pele, hidratando-a).

A causa da de-sidratação da pele é uma alteração na sua função barreira, que pode ser de origem ex-terna (devido a fatores ambientais, etc.) ou devido a uma altera-ção endógena (altera-

Ressecamento: Sinais Inconfundíveis

A pele é o maior órgão do corpo humano

ções hormonais, como hipoti-reoidismo e menopausa).

A pele desidratada é uma pele que carece de água. Esta desidratação se manifesta de diferentes formas, sendo que este tipo de pele:

>> não tem maleabili-

dade.>>demonstra uma

aparência opaca e sem lu-minosidade.

>> apresenta uma sen-sação de desconforto e ten-dência ao aparecimento de linhas de desidratação.

>> descamamento

A pele é um órgão

minando o calor e evaporando o suor segregado pelas glândulas, bem como eliminando substân-cias perigosas) e sintetiza a vita-mina D, essencial para o cresci-mento dos ossos.

3 camadasA pele consiste em 3 ca-

madas sobrepostas. A epider-me, estrato superior da pele, é um tecido composto essencial-mente por queratinócitos, célu-las que, à medida que envelhe-cem, ficam carregadas com uma substância, forte e impermeá-vel: queratina (o que explica o papel de protecção da pele). A epiderme também contém célu-las de Langerhans que são parte do sistema imunitário.

A derme, é um tecido con-junto de espessura variável que contém os vasos sanguíne-os, muitas células imunitárias, glândulas sudoríparas, folícu-los pilo-sebáceos, receptores sensoriais que reagem à pres-são ou temperatura, e termi-nações nervosas dor-sensíveis. Os principais constituintes da derme são fibras de colágeno e elastina, garantindo que a pele permanece forte, proporcio-nando flexibilidade, suporte e elasticidade.

A hipoderme, localizada sob a derme, é um tecido adipo-so, que varia de quantidade de pessoa para pessoa. Ela forma um depósito de energia impor-tante para o corpo.

Jornal dos Bairros16Julho de 2015

Mais Bela

O concurso que elegerá a Mais Bela Negra e a Miss Afro 2015 de Caxias do Sul acontece no dia 24 de julho, no Ponto de Cultura UAB Cultural. Ao todo, dezesseis candidatas entre 15 e 23 anos de idade se inscreveram para participarem do evento.

Entre as concorrentes está Stephanie Ferreira Barboza, que irá representar a UAB na esco-lha. No ano passado, ela foi eleita a primeira Mais Bela Ne-gra Comunitária do município.

“Me senti muito privilegia-da em ter vencido o concurso logo em sua primeira edição. Es-tou muito feliz com o trabalho que venho realizando junto ao Departamento de Organização da Mulher”, destaca.

De acordo com Stephanie, a importância do concurso da UAB se dá pelo engajamento da corte nas comunidades ca-xienses e na própria entidade, buscando desenvolvê-la ain-da mais.

Stephanie é UAB no Miss Afro e Mais Bela NegraSaiba mais

sobre a candidata:

Nome: Stephanie Fer-reira BarbozaIdade: 18 anosUm hobby: navegar na internet Um ídolo: meu paiUma qualidade: ca-rismaUm defeito: falar de-maisUm filme: Como Se Fosse a Primeira VezUma frase: Imagine uma história para sua vida e acredite nela. (Paulo Coelho)Um livro: Querido John, de Nicholas SparksUm lugar: minha casaUm sonho: ter uma boa

carreiraUm time de futebol: Interna-cional

“Dar visibilidade para a mu-lher negra é muito importante para acabarmos com o racis-mo e com a visão apresentada pelo mídia quanto à população negra. Nas novelas, por exem-plo, somos os bandidos ou os empregados”, diz.

Ela também comenta so-bre a importância do movimen-to comunitário em Caxias. “O movimento é a união. As lide-ranças comunitárias são procu-radas para construir um Centro Comunitário ou simplesmente para ajudar alguém necessita-do. Como integrante de uma corte da UAB, busco compare-cer a todos os eventos possíveis e auxiliar todos que precisem de algo”, afirma.

Filha de Clóvis Barboza e de Roselane Ferreira Barboza, a jovem tem 18 anos e con-cluiu o Ensino Médio em 2014, na Escola Apolinário Alves dos Santos. Moradora do Lotea-mento Millenium, atualmente

está desempre-gada e pretende cursar, a partir do segundo se-mestre, Publici-dade e Propa-ganda na UCS.

A escolha da Mais Bela Negra e da Miss Afro é uma rea-lização da Pre-feitura de Ca-xias do Sul, por meio do Con-selho Municipal da Comunida-de Negra (Co-mune), do De-partamento de Arte e Cultura Popular, da Se-cretaria Muni-cipal da Cultu-ra (SMC), das coordenadorias da Juventude, da Mulher e de Promoção e Igualdade Racial, da Secretaria Municipal de Se-

gurança Pública e Proteção So-cial (SSPPS) e do Ponto de Cul-tura UAB Cultural. O apoio é da TV Caxias.

Foto: Karine Endres