Métodos de Treino

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Rui Quinta - ANTF 2010

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O QUE É QUE DEVEMOS TREINAR?

QUESTÃO

O QUE É QUE DEVEMOS TREINAR?

Serão os aspectos FÍSICOS do Futebolista?

Serão os aspectos TÉCNICOS do Futebolista?

Serão os aspectos TÁCTICOS do Futebolista?

O QUE É QUE DEVEMOS TREINAR?

Será a CONJUGAÇÃO de todos estes aspectos?

O QUE É QUE DEVEMOS TREINAR?

No nosso entender não é nenhuma destas quatro propostas

O QUE É QUE DEVEMOS TREINAR?

Do nosso ponto de vista é a

ORGANIZAÇÃO DE JOGO

Organização dos diferentes momentos de jogo pode assumir várias dimensões :

• Colectiva

• Inter - Sectorial

• Sectorial

• Grupal

• Individual

PRINCÍPIOS DE JOGO

Consideramos Padrões de comportamento táctico, colectivos, inter-sectoriais, sectoriais, grupais e individuais, que se pretende que a equipa e os jogadores evidenciem nos diferentes momentos do jogo.

Progressão Contenção

Cobertura

ofensiva

Cobertura

defensiva

Mobilidade (ou

Espaço)

Equilíbrio (ou

Concentração)

finta

passe

remate

salto

corrida

travagem

duelo

competitividade

superação

O JOGO…

“É sabido que a água (H2O) éum meio essencial para apagar ofogo, no entanto, se separarmosas suas componentes, hidrogénio(H) e oxigénio (O), qualquer umadestas ao invés de apagar ofogo, incandesce-o ainda mais”.

Os processos de análise e de estudo do futebol são, por vezes, poucoadequados porque se afastam muito da essência da própria modalidade;

Não se apoiam naquilo que é específico e, pelocontrário dividem em partes, aspectos quepretendem identificar com mais pormenor, nãoconservando o que é essencial na relação entre essaspartes;

Evolução das práticas de treino no futebol

Duas formas distintas e

antagónicas de entender o treino:

PERIODIZAÇÃO CONVENCIONAL

• Claramente analítica. Os aspectos “físicos” são

os orientadores de todo o processo.

• Importa que desde o início a equipa tenha

como finalidade estar “bem fisicamente”.”.

Futebol como um

todoRepartir para

analisar

Treino em

separado Treino em

unidade -

realidade

Dinâmica das cargas – persegue o

Modelo de Matveiév

• No início de época, grande volume e baixa

intensidade. Duas semanas antes da

competição, aumento da intensidade e

diminuição do volume.

• Procura “picos de forma”. Nas paragens

de campeonato, “carrega baterias”.

Periodização “Convencional”

Requisita como imprescindível o Período Preparatório (fundamental) como base sólida para toda a época desportiva do futebol.

As componentes volume e intensidade, aparecem aqui numa dimensão Universal, abstracta.

Periodização “Convencional”

Transporta a noção de que não é

possível manter a "forma" durante toda

a época competitiva. Originando a

procura de "picos de forma", com base

nos efeitos retardados das cargas.

Recuperação

• A recuperação é mais uma componente

como as outras, é abordada analiticamente.

• Como treinas duas horas, tens que

descansar.

• Recuperar bem, para treinar muito...

A organização e a ordem de

um sistema ou de um todo,

transcende aquilo que é

“oferecido” pelas partes

isoladamente

Entendimento do Jogo

• O mais importante no futebol é perceber

de futebol.

• É imprescindível entender o jogo para

perceber que existem diferentes

“futebóis”, diferentes jogos e formas de

jogar.

Início…

• Os jogadores devido ao seu passado

possuem conflitos de ideias.

• O treino é um meio para harmonizar

as ideias do treinador no sentido de

jogar de acordo com os princípios

estabelecidos.

A componente táctica aparece como

núcleo central de preparação, estando

subjugada a esta, todas as outras

componentes.

Periodização Táctica:

Então os aspectos físicos, técnicos

psicológicos e estratégicos não são

importantes?!

• Importantíssimos todos eles. O aspecto

táctico aparece como regulador e orientador

de todo o trabalho, mas não retira importância

a nenhum dos outros.

Periodização Táctica

A maneira de como queres que a tua equipa

jogue impõe uma coordenatividade muito

própria, estando subjugada à dimensão

táctica as restantes dimensões, técnica, física

e psicológica.

A importância do período

preparatório.

“O que se vai fazer lá, seja o que for, nunca vai

ser responsável por aquilo que se vai passar

três, quatro, cinco meses depois”

Frade (1993)

Então o Período Preparatório não é

importante?!

• Muito importante. Mas mais importante se

torna no sentido de saber, o que vais

trabalhar.

• O pressuposto inicial é decisivo:

- Colocar a equipa a jogar como nós queremos.

Esta deve ser a nossa preocupação central

Periodização Táctica:

Põe ênfase na assimilação de

uma determinada forma de jogar,

exponenciando princípios do seu

modelo de jogo nos quatro

momentos.

Princípios de Jogo

• Existem quatro momentos no jogo:

Ataque; defesa, transição para ataque e

transição para defesa.

• O treinador deverá definir claramente,

princípios e sub-princípios para cada

momento. E a forma com estes se devem

articular.

Treino…

• Deverá fundamentar-se na exacerbação

dos princípios e sub-princípios definidos

pelo modelo de jogo concebido, utilizando

exercícios específicos como meio para o

alcançar.

Periodização Táctica:

Procura-se distribuir e organizar

princípios, sub-princípios e sub-

princípios dos sub-princípios ao

longo do microciclo semanal e

consequentemente ao longo do

ano.

Reduzir sem empobrecer…

• Podemos reduzir em número, espaço e tempo os nossos exercícios.

• No entanto nunca devemos deixar de “visionar” a nossa forma de jogar, relembrando que treinamos princípios não exercícios.

• O treino deve ter sempre sentido.

Periodização Táctica – Noção de Especificidade

O princípio da Especificidade é quem dirige a Periodização Táctica.

“Só se poderá chamar especificidade à

Especificidade, se houver uma permanente e

constante relação entre as componentes psico-

cognitivas, táctico-técnicas, “físicas” e

coordenativas, em correlação permanente com o

modelo de jogo adoptado e respectivos princípios

que lhe dão corpo”. Oliveira (1991)

Fracções de máxima

intensidade

• A qualidade das acções no futebol está ligada à intensidade das mesmas.

• Pretendemos uma adaptação do organismo a um padrão idêntico à competição.

• Desde o primeiro dia treinamos em fracções de máxima intensidade de acordo com os princípios da nossa forma de jogar.

Periodização Táctica

Impõe-se uma inversão no binómio Volume-

Intensidade, a Intensidade é quem

"comanda", o Volume, é o somatório de

fracções de máxima intensidade (Volume da

qualidade) de acordo com o Modelo de Jogo

concebido.

Periodização Táctica

Esta periodização reclama o Princípio da

Estabilização, de forma a permitir os

Patamares de Rendibilidade.

Periodização Táctica

Faz sentido falar em forma desportiva

colectiva. Esta, está ligada ao jogar (bem)

de acordo com o Modelo de Jogo

concebido, a referência que serve como

indicador é "jogar melhor”.

Periodização Táctica

• A Estabilização da Forma Desportivaconsegue-se com base na estruturação deum determinado microciclo, onde nósprocuramos uma lógica.

• A estrutura lógica do microciclo deve manter-se, o que leva a uma estabilização de rendimento.

A recuperação aqui faz parte

integrante do treino

Recuperas porque tens que recuperar (entre

os exercícios e unidades de treino), para

que estejas apto a exercitar fracções de

máxima intensidade de acordo com a forma

de jogar da equipa

COMO É QUE DEVEMOS TREINAR?

QUESTÃO

Tarefas fundamentais do treinador

Planear – Realizar - Avaliar

Definir objectivos

Planear e realizar a sua acção nos vários níveis em que ela se desenrola

Avaliar os resultados do trabalho realizado

Reformular, se necessário, a sua acção se existirem diferenças entre o esperado e o obtido

Tarefas fundamentais dos jogadores

Ambição – Disponibilidade - Mentalidade

Ambiciosos nos seus objectivos

Disponíveis para as tarefas com espírito de superação

Treinar para melhorar e não para manter

Mentalidade competitiva positiva. Jogar para ganhar SEMPRE.

Características dos exercícios

Devem conter a essência da “matéria” a treinar

Devem evoluir em termos de complexidade

Devem ter um grau adequado de dificuldade

Devem ser interessantes e motivantes para os atletas

Características dos exercícios

Devem contemplar situações de oposição

Devem contemplar a indivisibilidade dos factores de rendimento

Devem conter finalização

Devem contemplar o carácter de continuidade/reversibilidade característico do Futebol

Utilização dos jogos reduzidos

Mais facil se torna fazer a leitura do jogo e dar-lhe significadoMais facil é identificar e escolher os comportamentos adequados e mais visiveis os erros realizadosMaior é a possibilidade e oportunidade da capacidade pela densidade motoraMais frequentes são as situações de escolha o que exige uma atitude reflexiva permanente e elevado nível de concentraçãoPromove a multifuncionalidade e implementa uma permanente mudança de atitude mental

Temas

Relação com bola

Estruturação do espaço

Comunicação na acção

Relação com bola

Exercitação da visão periféricaExercitação da proprioceptividadeDominio das trajectóriasEquilibrio e dominio dos apoiosDominio das habilidades ( sempre em contextos abertos e com complexidade e dificuldade crescente)

Estruturação do espaço

OfensivoOcupação e criação racional do espaço de jogo (mobilidade e imprevisibilidade)Aumentar o espaço de jogo (espaço)Jogar em profundiade e/ou largura

DefensivoOcupação e redução do espaço de jogoOcupação racional das diferentes zonas do terreno de jogoJogar perto ou longe da bola

Comunicação na acção

OfensivaCriar e utilizar linhas e espaços de progressãoFacultar linhas de passe e esbater a concentração sobre o portador da bolaCriar superioridade numérica

DefensivaFechar linhas de progressão e linhas de passePromover a entreajudaPressionar mais ou menos o adversárioConquistar a posse da bola

Variaveis de evolução

complexidadeNumero de jogadores : efectivo + ou – reduzido; igualdade ou desigualdade numerica; utilização de jokers

temasBalizas (nº, dimensão, posição)Espaço de jogo (comprimento, largura, zonas interditas, zonas obrigatórias, etc)Regras ( condicionar nº de toques, banir fora de jogo, limitar tempo de ataque, etc)Bola (forma, dimensão, peso, numero)