Webquest Caso Pluvioso

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Uma webquest sobre leitura de poemas.

Transcript of Webquest Caso Pluvioso

LEITURA E SENTIDO

Língua Portuguesa

Uma WebQuest para o 9o ano do Ensino Fundamental

Elaborada por: Tatiane MartinsEmail: tatianemomartins@gmail.com

Blog: http://tatianemomartins.blogspot.com

Introdução | Tarefa | Processo | Avaliação | Conclusão |

Créditos | Página do Professor | Ética na Internet - Vaticano 

IntroduçãoCaros alunos, Temos discutido muito o tema “Leitura”. Como já foi visto, o ato de ler é um processo bastante abrangente e complexo. Exige uma participação efetiva do leitor que vai dialogar com o texto. Ter essa competência significa ter 

poder.  

Parafraseando Wittgenstein (Ludwig Wittgenstein - Biografia), filósofodo século XX, 

os horizontes do mundo de um

indivíduo são os horizontes desuas palavras.

Podemos associar essa  idéia às duas versões do  provérbio  popular:  “quem  tem  boca  vai a Roma” ou “quem tem boca vaia Roma”. 

E aí, alunos, o que vocês preferem: ir a Roma e  às Romas  do mundo  inteiro  ou  ficar  somente por  aqui?  Preferem  ter  poder  de  decisão  para “vaiar” aquilo com o que não concordam ou ser eternamente conduzidos por outros? A decisão é de vocês! Caso queiram desenvolver e aprimorar essa competência leitora, mãos à obra. Cumpram as  tarefas  abaixo  não  só  como  obrigação.  Eu estou torcendo pelo grupo!

Ah! Só mais uma coisinha... Uma vez ouvi de um professor que, quando uma pessoa não sabe falar ou escrever bem, aparecem logo outras que falam e escrevem por elas, não para elas. 

Então, qual dessas posições vocês querem ocupar?

 Vocês deverão  ler os  textos que  lhes  forem apresentados  aqui,  assistir  ao  vídeo  e  escutar  as músicas expostas, acompanhando os passos para a leitura  de  textos  poéticos.  Após  essa  etapa, precisarão  fazer  a  leitura  cuidadosa  do  livro Poeme-se.  Cada  grupo  terá  de  selecionar  em seguida,  pesquisando  em  livros  ou  em  sites(indicados  no  final),  um  poema  da  Literatura Brasileira.  Reservem-no  logo  com  a  professora, pois  um mesmo  poema  só  poderá  ser  trabalhado, no máximo, duas vezes.

Tarefa

    Para  começar,  lembrem-se  de  que  este trabalho  se  realizará  em  grupos  de  três  ou  quatro alunos e deverá ser feito da mesma forma como se monta  qualquer  equipamento  que  dependa  de manual,  isto é,  seguindo passo-a-passo o que  lhes for indicado. 

O  entendimento  de  informações  posteriores dependerá  da  leitura,  reflexão/discussão  entre  os membros da equipe.

O Processo

    Leiam a notícia, presente no link abaixo: 

Folha Online – Cotidiano

Agora, verifiquem o que vocês entenderam.(O grupo deverá discutir cada uma das questões.)

 • De que trata a reportagem?• O jornalista que escreveu esse texto objetivou o quê?•O texto foi escrito em linguagem predominantemente denotativa ou conotativa?• A base do assunto é real, hipotética ou imaginária (ficcional)?• A linguagem utilizada é culta ou coloquial?

Agora, verifiquem novamente o que vocês entenderam. • De que trata o texto?• Quem escreveu esse texto objetivou o quê?•O texto foi escrito em linguagem predominantemente denotativa ou conotativa?• A base do assunto é real, hipotética ou imaginária (ficcional)?• A linguagem utilizada é culta ou coloquial?

Ouçam esta música:  

Assistam a este clássico: 

Refletindo... 

O  modo  como  a  chuva  foi  apresentada  nos dois  primeiros  textos  que  vocês  leram promove  as mesmas sensações do exposto nessas duas músicas? Por quê? 

Novos caminhos... 

Agora,  que  vocês  leram  sobre  perigos, problemas,  alegrias  ou  sonhos  que  a  chuva  pode causar,  tentem  mergulhar  neste  texto  diferente.  É um outro estilo: um texto poético. Quem o escreveu foi um dos maiores poetas brasileiros: 

Carlos Drummond de Andrade.

Caso pluviosoCarlos Drummond de Andrade

A chuva me irritava. Até que um diadescobri que maria é que chovia.

A chuva era maria. E cada pingo de maria ensopava o meu domingo.

E meus ossos molhando, me deixava como terra que a chuva lavra e lava.

Eu era todo barro, sem verdura... maria, chuvosíssima criatura!

Ela chovia em mim, em cada gesto, pensamento, desejo, sono, e o resto.

Era chuva fininha e chuva grossa, matinal e noturna, ativa...Nossa!

Não me chovas, maria, mais que o justochuvisco de um momento, apenas susto.

Não me inundes de teu líquido plasma, não sejas tão aquático fantasma!

Eu lhe dizia em vão - pois que maria quanto mais eu rogava, mais chovia.

E chuveirando atroz em meu caminho, o deixava banhado em triste vinho,

que não aquece, pois água de chuva mosto é de cinza, não de boa uva.

Chuvadeira maria, chuvadonha, chuvinhenta, chuvil, pluvimedonha!

Eu lhe gritava: Pára! e ela chovendo,poças d’água gelada ia tecendo.

Choveu tanto maria em minha casaque a correnteza forte criou asa

e um rio se formou, ou mar, não sei, sei apenas que nele me afundei.

E quanto mais as ondas me levavam,as fontes de maria mais chuvavam,

de sorte que com pouco, e sem recurso, as coisas se lançaram no seu curso,

e eis o mundo molhado e sovertido sob aquele sinistro e atro chuvido.

Os seres mais estranhos se juntando na mesma aquosa pasta iam clamando

contra essa chuva estúpida e mortal catarata (jamais houve outra igual).

Anti-petendam cânticos se ouviram. Que nada! As cordas d’água mais deliram,

e maria, torneira desatada, mais se dilata em sua chuvarada.

Os navios soçobram. Continentes já submergem com todos os viventes,

e maria chovendo. Eis que a essa altura, delida e fluida a humana enfibratura,

e a terra não sofrendo tal chuvência, comoveu-se a Divina Providência,

e Deus, piedoso e enérgico, bradou:Não chove mais, maria! - e ela parou.

Para refletir...e procurar o sentido do texto. • Quem parece ser “maria”?• Qual deverá ser a relação existente entre “maria” e o eu-lírico?

• Como se caracteriza a força da chuva ao longo do texto?

  Tendo  cumprido  todas  as  etapas  anteriores, 

este  trabalho se encerrará com a apresentação, em vídeo,  do  poema  escolhido  por  vocês. Ele  poderá ser  lido,  recitado,  musicado,  interpretado, desenhado,  animado.  É  necessário  conhecer  o poeta, para depois em aula conversarmos sobre ele. Fiquem  à  vontade  para  desenvolver  o  trabalho, mas façam-no com muita criatividade e empenho.

Avaliação

 Vocês  leram  textos  de  diferentes  tipos  e  de 

diferentes abordagens. É importante aprender a ver as diversas estratégias de uso de nossa língua, para entender  as  infinitas  possibilidades  de  criação humana.  Mergulhar  nesse  fantástico  mundo  de beleza – que são as palavras – é mergulhar em um oceano de conhecimento.

Conclusão

 Se  vocês  gostaram  desse  poema  de  Carlos Drummond de Andrade ou, pelo menos, acharam-no  curioso,  descubram  outros  nos  sites  listados  a seguir. Colocando o  nome de qualquer  poeta,  por exemplo, no Google, aparecerão inúmeras páginas com poemas, biografias, textos, vídeos, músicas. 

Cuidado, no entanto, com os sites. Procurem sempre usar os que são confiáveis. 

Releituras - Carlos Drummond de AndradeRevista Agulha - Jornal de poesiaMemória Viva (Há poemas recitados pelo próprio poeta Carlos Drummond de Andrade.)

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u373647.shtml http://www.abril.com.br/noticia/abril/no_92600.shtml http://br.youtube.com/watch?v=UeCos1pDrzM&feature=related http://br.youtube.com/watch?v=bkEvy-9yVyQ&feature=related http://www.webquest.futuro.usp.br/

http://br.youtube.com/watch?v=bkEvy-9yVyQ&feature=related MARTINS. Tatiane. Poeme-se. Ed. Litteris: Rio de Janeiro, 2007.

Créditos & Referências

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