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2º SIMULADO MODELO ENEM - 2019 3ª SÉRIE e PRÉ-VESTIBULAR Ciências Humanas e suas Tecnologias DIA Linguagens, Códigos e suas Tecnologias Sábado: das 13h às 17h30min. 90 Questões Duração: 4h30min. Dia: 26 de maio

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2º SIMULADO MODELO ENEM - 20193ª SÉRIE e PRÉ-VESTIBULAR

Ciências Humanas e suas Tecnologias

DIA

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

Sábado: das 13h às 17h30min.

90 Questões

Duração: 4h30min.

Dia: 26 de maio

2019 - 2º SIMULADO ENEM

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Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (Opção Inglês)

QUESTÃO 1

Na tirinha acima, a) a garota preocupada tenta convencer o colega a estudar mais para melhorar suas notas. b) o garoto tenta justificar a falta da lição de casa por causa do braço quebrado. c) o garoto e a garota não usam a palavra “place” com o mesmo significado. d) a garota fica consternada ao perceber que o garoto quebrou o braço e terá de mudar de lugar. e) a garota tenta convencer o colega a estudar mais para melhorar suas notas. Gabarito: C Resolução/Comentário: A alternativa [C] está correta, pois a palavra place (lugar) se refere a duas ideias diferentes. O garoto quis dizer que seu osso foi quebrado em dois pontos diferentes, por exemplo, próximo ao ombro ou ao cotovelo. A garota, por sua vez, pensou que ele havia quebrado o osso em duas localidades diferentes, por exemplo, dois bairros ou cidades. QUESTÃO 2

Bread Is Better Than Ever Ina Garten @twitter.com/inagarten June 30, 2016

Thirty years ago, Americans lived on processed White bread, and it was almost impossible to find a fresh baguette or a loaf of sourdough. My friend Eli Zabar began baking fresh breads in a brick oven in the basement of this store E.A.T. on Madison Avenue in New York City, and now there are extraordinary artisanal bakers in cities and towns all across America. Even better, bakers like Dan Barber at Blue Hill at Stone Barns now grow and seek out heirloom wheat and use it to make bread that is not only delicious but good for you too.

This appears in the July 11, 2016 issue of TIME. De acordo com o texto, sabe-se que a) Ina Garten e Eli Zabar moraram na Madison Avenue em NY. b) a confecção de pães artesanais evoluiu para versões mais

saudáveis. c) receitas familiares para confecção de pães caíram em desuso. d) Eli Zabar uniu-se recentemente a Dan Barber e Blue Hill para a

produção de pães artesanais. e) receitas para confecção de pães caíram em desuso. Gabarito: B Resolução/Comentário: A alternativa [B] está correta, pois o texto coloca: "Even better, bakers like Dan Barber at Blue Hill at Stone Barns now grow and seek out heirloom wheat and use it to make bread that is not only delicious but good for you too" (Melhor ainda, padeiros como Dan Barber em Blue Hill na Stone Barns atualmente crescem e buscam trigo crioulo, usando-o para fazer pão que não é só delicioso mas também bom para você).

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QUESTÃO 3

So long, sweaty Summer

Good morning on this ominous Friday. The skies in this

(unofficial) last weekend of summer are looking temperamental. Expect a dazzling day today, with a high near 81. But the effects of Hurricane Hermine, in Florida now, could bring heavy rain and strong winds later in the weekend, according to the National Weather Service.

The silver lining: This might be just the medicine we need. New York is thirsty. We're in the midst of a statewide drought.

We've had a hotter and drier summer than normal, said Carlie Buccola, a Weather Service meteorologist. Summer in the city averages roughly 74 degrees, Ms. Buccola told us, but this year, we clocked in near 77. And we normally get almost 13,5 inches of rain, but this summer, we got just under 12.

http://www.nytimes.com/2016/09/02/nyregion/new-york-today-labor-day-weather.html – Acessado em 02/09/2016 A informação contida no texto é que a) a cidade de New York pode eventualmente ficar sob forte seca e calor. b) os níveis de chuva neste verão estão abaixo do esperado para o padrão nos EUA. c) o furacão Hermine poderia vir a ser exatamente aquilo de que o estado de New York precisa. d) os níveis de chuva e de calor foram mais altos do que a média de outros anos. e) a cidade de Toronto pode eventualmente ficar sob forte calor. Gabarito: C Resolução/Comentário: A alternativa [C] está correta, pois o texto coloca: "The silver lining: This might be just the medicine we need. New York is thirsty. We're in the midst of a statewide drought" (A parte positiva: isso poderia ser justamente o remédio que precisamos. Nova York está com sede. Nós estamos no meio de uma seca que aflige todo o estado). QUESTÃO 4

The downside of mobile devices

In a recent study by Jeffrey Kuznekoff at Miami University, college students who watched a videotaped lecture scored lower on a test afterward if they texted about unrelated matters during the class.

https://student.societyforscience.org/article/whensmartphones-go-school – July 1, 2016.

O título e a imagem permitem inferir que a) trocar mensagens de texto interfere

negativamente nas aulas. b) estudos parecem comprovar que trocas de

mensagens relacionadas ou não à aula não prejudicam o resultado da aprendizagem.

c) um estudo feito na Universidade de Miami mostra que universitários não deveriam trocar mensagens durante as aulas.

d) a troca de mensagens de texto sobre assuntos não relacionados à aula pode prejudicar os resultados obtidos pelos alunos.

e) trocas de mensagens relacionadas ou não à aula prejudicam o resultado da aprendizagem. Gabarito: D Resolução/Comentário: A alternativa [D] está correta, pois o texto coloca: "universitários que assistiam a uma palestra gravada obtiveram uma pontuação menor em uma prova realizada após a palestra se eles trocaram mensagens de texto sobre assuntos não relacionados a ela durante a aula".

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QUESTÃO 5

Na tirinha acima, o personagem da direita a) está arrependido da infração cometida. b) está se aconselhando com um psiquiatra. c) ficou frustrado com o resultado da aplicação financeira da infração cometida. d) culpa as vozes em sua cabeça pela infração. e) está feliz com a infração cometida. Gabarito: C Resolução/Comentário: A alternativa [C] está correta, pois no último quadrinho o personagem da direita fala: "Estou culpando a voz de dentro da minha cabeça por me falar para investir o dinheiro que roubei em aplicações de baixo rendimento".

Questões de 01 a 45 Questões de 01 a 05 (Opção Espanhol)

QUESTÃO 1

Gran Premio de China

El Gran Premio de China, que elevó a 1.000 el contador de carreras de la Fórmula 1, transcurrió sin demasiada acción: el sobrepaso de Lewis Hamilton a Valtteri Bottas en la largada, un choque en la primera curva y unos pocos roces. Sin embargo, una decisión abrió un duelo interno en Ferrari. La escudería privilegió a Sebastian Vettel y desató las protestas de Charles Leclerc en plena prueba en Shanghai.

El monegasco se había quedado a las puertas de su primer triunfo en la máxima categoría en el Gran Premio de Bahrein. Y buscaba revancha este domingo. Se lo impidieron los Mercedes, de buen rendimiento este domingo. Pero también debió lidiar con la estrategia diagramada por su equipo.

Después de superar a Vettel en la primera curva de la prueba, Leclerc se acomodó en el tercer lugar. Sin embargo, al acercarse el décimo giro, y con el monegasco a más de 6 segundos de Bottas, llegó la orden: "O subís el ritmo o dejás pasar a Sebastian".La sugerencia se convirtió rápidamente en una exigencia. "Dejá pasar a Sebastian", le indicaron al joven de 21 años desde los pits. Y él aceptó a regañadientes. "Ahora justo me estoy alejando de él", protestó, antes de cederle el paso a su compañero de equipo.

https://www.clarin.com/deportes/automovilismo O texto relata sobre o grande prêmio de F1 da China. Ao final do texto, encontramos a expressão “a regañadientes”, que significa a) exausto. b) com dor. c) protestando. d) sorridente. e) condescendente. Gabarito: C Resolução/Comentário: A expressão idiomática: a regañadientes, remete a protestar, murmurar... Logo, nossa alternativa correta é letra C.

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QUESTÃO 2

No último quadrinho, identificamos o termo: Pero, que indica um(a) a) conjunção condicional. b) conjunção adversativa c) advérbio de tempo d) advérbio de modo. e) advérbio de inclusão. Gabarito: B Resolução/Comentário: A resposta correta é a letra B, pois o termo espanhol pero é uma conjunção adversativa, significando “mas”, “porém”. QUESTÃO 3

Rinconete

Rinconete es una revista diaria que se publica desde 1998 en las páginas del Centro Virtual Cervantes. Recoge artículos de breve formato sobre cuestiones de cultura hispánica y ofrece un variado abanico de informaciones y opiniones sobre lengua, literatura, artes, patrimonio e historia. La palabra Rinconete acoge dos significados: por un lado, adopta el nombre del popular personaje de las Novelas ejemplares cervantinas; por otro, da la idea de rincón, pequeño lugar al que diariamente pueden acudir los lectores para encontrar nuevas propuestas culturales y conocimientos muy variados que se vinculan con las ideas y estéticas expresadas desde el español.

https://cvc.cervantes.es/el_rinconete O pequeno texto nos informa sobre a revista eletrônica Rinconete, presente no site cvc.cervantes. Conforme as informações presentes no texto, podemos concluir que a revista Rinconete a) aborda temas como as telenovelas e artistas da Espanha. b) trata de romances antigos e contemporâneos espanhóis. c) oferece informações e opiniões referentes à cultura hispânica. d) é uma homenagem a Miguel de Cervantes, grande romancista espanhol e) originou de um local pequeno, no qual leitores realizavam troca de conhecimentos. Gabarito: C Resolução/Comentário: O segundo paragrafo deixa claro que a revista coleta artigos de formato curto sobre questões da cultura hispânica.

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QUESTÃO 4

Cuando Einstein rechazó la presidencia de Israel: "No tengo aptitud natural" Tres años antes de morir, Einstein fue sorprendido por el primer ministro David Ben Gurion que le ofreció

ser presidente de Israel. "Me siento profundamente conmovido por la oferta de nuestro Estado de Israel y al mismo tiempo triste y avergonzado por no poder aceptarlo. Toda mi vida he tratado con asuntos objetivos. Por tanto, carezco tanto de aptitud natural como de experiencia para tratar propiamente con personas y desempeñar funciones oficiales", contestó en una misiva en la que añadió: "Me siento todavía más apesadumbrado en estas circunstancias porque, desde que fui completamente consciente de nuestra precaria situación entre las naciones del mundo, mi relación con el pueblo judío se ha convertido en mi lazo humano más fuerte". En sus últimos años, Einstein reiteró su apoyo a Israel reclamando siempre que buscara la paz con los árabes.

https://www.elmundo.es/ciencia-y-salud/ciencia. O texto nos revela uma declaração de Albert Einstein. Destacamos o seguinte fragmento:

“Me siento todavía más apesadumbrado,” Esse trecho nos diz que Einstein se sentia: a) incomodado. b) emocionado.

c) despreparado. d) entristecido.

e) apenado.

Gabarito: D Resolução/Comentário: A palavra espanhola Apesadumbrado, quando traduzida para a língua portuguesa, significa entristecido, logo, alternativa correta é a letra D. QUESTÃO 5

De acordo com a tirinha, Mafalda classifica os países do hemisfério Norte como a) opressores. b) desenrolados. c) desenvolvidos. d) intelectuais. e) capitalistas. Gabarito: C Resolução/Comentário: O vocabulário da língua espanhola “desarrollado” significa “desenvolvido”, portanto, letra C é a alternativa correta.

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Questões de 06 a 45 QUESTÃO 6

https://www.google.com/search?q=ap%C3%B3s+todas+aquelas+hist%

C3%B3rias+n%C3%A3o+seria+muito+estranho+acabar+descobrindo& source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjR8qKP-MPhAhX2DrkGH cAQAxoQ_AUIDygC&biw=1284&bih=668#imgrc=wY8j4SnLfYO3JM:

A estrutura acima equivale semanticamente ao dito popular a) “As aparências enganam.” b) “O diabo não é tão feio quanto parece.” c) “Diga-me com quem tu andas e te direi quem és.”

d) “A beleza está no interior de cada ser.” e) “A mentira tem pernas curtas.”

Gabarito: A Resolução/comentário: A linguagem verbal e a não verbal, nessa estrutura, têm como equivalente semântico: “As aparências enganam.”. QUESTÃO 7

O Parlamento Europeu aprovou em março deste ano legislação para banir em toda a União Europeia (UE) uma série de produtos plásticos descartáveis, incluindo cotonetes, canudos, copos, pratos e talheres. A proibição entrará em vigor em 2021. O texto foi aprovado por maioria esmagadora entre os eurodeputados reunidos em Estrasburgo, na França, com 560 votos favoráveis, 35 contrários e 28 abstenções. A proposta apresentada pela Comissão Europeia, o braço executivo da UE, já havia sido aprovada em negociações com os Estados-membros e outras autoridades do bloco europeu. A medida proíbe o uso de plásticos descartáveis aos quais existem alternativas feitas de outros materiais no mercado e, em caso de produtos para os quais não existam, visa reduzir seu consumo em nível nacional, aumentar a exigência em sua produção e sua rotulagem e criar novas obrigações para os produtores em relação à gestão e à limpeza de resíduos. A proposta também estabelece o objetivo de reciclar 90% das garrafas de plástico até 2029, além de obrigar que sua composição contenha 25% de material reciclado até 2025 e 30% até 2030.

https://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2019/03/28/151160-parlamento-europeu-aprova- banir-plastico-descartavel.html

A decisão do Parlamento Europeu esculpe um cenário marcado por a) redirecionamento político com fins lucrativos. b) nova restrição econômica para práticas sociais. c) novo padrão de consumo e, por conseguinte, de produção. d) desenvolvimento de metas econômicas para redução de danos. e) desvio de conduta educacional com fim social. Gabarito: C Resolução/comentário: A decisão do parlamento europeu esculpe um cenário marcado pela ausência gradativa do consumo de plástico e, consequentemente, esse contexto exigirá novo padrão de produção de bens de consumo.

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QUESTÃO 8

Texto I Texto II

A body art põe o corpo tão em evidência e o submete a experimentações tão variadas, que sua influência estende-se aos dias de hoje. Se, na arte atual, as possibilidades de investigação do corpo parecem ilimitadas – pode-se escolher entre representar, apresentar, ou ainda apenas evocar o corpo – isso ocorre graças ao legado dos artistas pioneiros.

SILVA, P R. Corpo na arte, body art, body modification: fronteiras. II Encontro

de História da Arte: IFCH-Unicamp, 2006 (adaptado).

Nos textos, a concepção de body art está relacionada à intenção de a) estabelecer limites entre o corpo e a composição. b) fazer do corpo um suporte privilegiado de expressão. c) discutir políticas e ideologias sobre o corpo como arte. d) compreender a autonomia do corpo no contexto da obra. e) destacar o corpo do artista em contato com o expectador. Gabarito: B Resolução/Comentário: A partir da análise dos dois textos, é possível identificar que a concepção de body art diz respeito à utilização do corpo como suporte para a expressão do sujeito.

QUESTÃO 9

https://www.google.com/search?q=o+muro+venha+para+o+lado+de+c%C3%A1+do+muro&source=lnms&tbm=

isch&sa=X&ved=0ahUKEwiB_qW098PhAhX-HrkGHQL4CoQQ_AUIDygC&biw=1284&bih=668#imgrc=pOz1iUltKv

Ez- M: A expressão “ficar em cima do muro”, quando utilizada em sentido figurado, é uma referência à falta de a) opinião b) caráter c) honestidade d) dignidade e) fé Gabarito: A Resolução/Comentário: A expressão citada, quando utilizada em sentido figurado, significa “estar em dúvida, indeciso”. QUESTÃO 10

Texto I Texto II

http://www.trensurb.gov.br/paginas/paginas_noticias_d

etalhes.php?codigo_sitemap=5162

O Comitê Gaúcho Impulsor ElesPorElas, em parceria com a Trensurb, lançou a campanha ‘Fim da linha para a violência contra a mulher’ em todos os trens e estações do estado. Trata-se do primeiro projeto coletivo do Comitê, integrante do movimento mundial da ONU Mulheres. Essa campanha contou com a presença, no lançamento, da Dra. Nadine Gasman, representante do Escritório da ONU Mulheres no Brasil.

Sistematicamente, a Trensurb participa de campanhas Pró-Equidade de Gênero e Raça, iniciativa do Governo Federal; promovendo a igualdade de oportunidades e de tratamento entre homens e mulheres e diferentes raças e etnias por meio do desenvolvimento de novas concepções na gestão de pessoas e nas culturas organizacionais.

Todas as entidades que se unem ao Comitê devem promover uma mudança interna ou criação de programas de empoderamento e defesa das mulheres.

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Essa campanha criada por uma companhia de transportes urbanos remete à popular mensagem “Em caso de emergência, quebre o lacre”, adesivo de instruções, afixado em muitos locais, para que se aja em situações de perigo e de risco de morte. É objetivo desse Comitê, por meio da campanha, a) coibir estruturas emergentes que permitam o acesso de mulheres a lugares privilegiados nos metrôs,

impondo-lhes situações de reveses e de domínio masculino. b) inibir o assédio a mulheres no transporte público, bem como debater e provocar o tema pelo fim da violência

contra mulheres em espaços de transportes públicos. c) desenvolver espaços físicos particulares que motivem a frequência de mulheres a estações e a trens, com o

intuito de sensibilizar a usuária ao pagamento de passagens iguais diante da troca da oferta de serviços. d) acionar a Trensurb à criação de veículos especiais que promovam o empoderamento das mulheres, a partir

de um designer especial, projetado exclusivamente para “Elas” e bem longe da violência urbana. e) descrever, mensalmente, relatórios à ONU Mulheres do Brasil por meio de levantamento de perfis de usuários

femininos que busquem unir-se para impedir o acesso a locais pouco confortáveis e insalubres nos fins das linhas dos metrôs.

Gabarito: B Resolução/Comentário: A campanha objetiva o “fim da linha” para a violência contra mulheres em transportes públicos, ou seja, fim do desrespeito, do assédio, da perseguição, por meio do “rompimento do silêncio”, por meio da denúncia de outros passageiros que presenciem tais ações. QUESTÃO 11

Texto I Texto II

As duas imagens são produções que têm a cerâmica como matéria-prima. A obra Estrutura vertical dupla se distingue da urna cerimonial marajoara ao a) evidenciar a simetria na disposição das peças. b) materializar a técnica sem função utilitária. c) abandonar a regularidade na composição.

d) anular possibilidades de leituras afetivas. e) integrar o suporte em sua constituição.

Gabarito: B Resolução/Comentário: Mesmo que as duas imagens tenham como matéria-prima a cerâmica, a urna funerária apresenta função utilitarista, enquanto a obra “Estrutura vertical dupla” não a possui. Pelo menos, não é perceptível isso na comparação da prova.

QUESTÃO 12

Texto I Texto II

https://www.google.com/search?q=meu+amor+%C3

%A9+ pr%C3%B3prio+n%C3%A3o +existe+a+placa+alugar&source

HOMÔNIMO: substantivo masculino. Termo que designa duas ou mais palavras com o mesmo som, mas com significados diferentes. Gramática – que se pronuncia (homófono) ou se escreve (homógrafo) da mesma maneira que outra palavra, mas possui sentidos diferentes.”

. https://www.dicio.com.br/homonimo/

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Entre os recursos expressivos utilizados na construção do Texto I, as palavras “alugar” e “há lugar” apresentam-se semanticamente diferentes, entretanto, ratificam o conceito apresentado no Texto II. Com base nessa análise, pode-se inferir que o mesmo recurso está presente em: a)

b)

d)

e)

c)

Gabarito: E Resolução/Comentário: A palavra “marca”, na tirinha de Armandinho, apresenta-se como homônima, ou seja, tem o mesmo som, mas, significado diferente.

QUESTÃO 13

O lazer é importante porque faz parte da vida É ato normal simples, é como respiração A humanidade precisa de liberdade e descanso Mas sempre valorizando a sua disposição Sem forçar a comadre a se divertir sem tesão.

(Extraído da música Lazer Racional, de Carne Seca. Disponível em: http://baboonrising.musicas.mus.br/letras/430055/. Acesso em: 29/05/2015.)

Considerando as problemáticas que envolvem a educação física e suas relações com o lazer e com o tempo livre, é correto inferir que a) no lazer, jovens criam e reforçam seus laços de identidade social; crianças, por meio da atividade lúdica,

interpretam e ressignificam o mundo que as cerca; adultos tecem suas relações sociais e renovam valores e comportamentos que fundamentam os princípios éticos, estéticos e políticos que regem a sociedade. Portanto, momentos de lazer podem ser considerados tempo e espaço de educação.

b) com o desenvolvimento das cidades e do modo de vida urbano, o comércio expande-se e faz surgir uma série de serviços ligados aos divertimentos e à cultura lúdica que estão ao alcance das pessoas, dependentemente da classe social e da classe econômica.

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c) em um contexto de acumulação flexível, de reformas trabalhista e previdenciária, o tempo livre dos trabalhadores está cada vez mais garantido.

d) internet, tablets, telefones celulares, entre outros são recursos que marcam a busca do ser humano por mais tempo, assim ele ocupa esse tempo disponível com mais atividades e afazeres.

e) tempo livre é aquele que se refere às ações humanas, realizadas mediante a ocorrência de uma necessidade externa que faz o indivíduo se sentir no direito e no dever de sua realização, seja com diversão ou afazeres trabalhistas.

Gabarito: A Resolução/comentário: No tocante à cultura infantil, o que se tem observado é o furto da possibilidade que a criança tem de vivenciar ludicamente a infância. E tal furto se deve “*...+ ou pela negação temporal e especial do jogo, do brinquedo, da festa, ou mesmo através do consumo “obrigatório” de determinados bens e serviços oferecidos como num grande supermercado” (MARCELINO, 2002, p. 55). Acrescente-se também, o grande contingente de crianças oriundas da classe trabalhadora, que tem sua infância assaltada, por terem de trabalhar, desde cedo, para garantir a sua sobrevivência e de sua família. Pode-se, inclusive, falar de “adultização da infância” (Silva, 2006), na qual as crianças vão assumindo atribuições de gente adulta e perdendo a sua sociabilidade humana, pautada no SER CRIANÇA (ibid.). Neste bojo, na lógica da sociedade capitalista que deixa de considerar a criança enquanto produtora de cultura, mas seu mais importante consumidor. Procura-se ingressar, cada vez mais cedo, a criança no mundo consumidor de mercadorias, promovendo, tal como o faz com o trabalho (MARX, 2004), a alienação da criança consigo, com as outras crianças e com a natureza. Neste sentido, cabe resgatarmos, no limite da ação pedagógica, a dimensão lúdica da cultura da criança, que vem sendo assaltada em prol de uma mercadorização pura e simples.

QUESTÃO 14

Texto I Texto II

Salvator Mundi – Leonardo da Vinci – 1500

Salvator Mundi – Titian – 1570

https://www.facebook.com/1503hidtoria/posts/quadro-salvator-mundi-salvador-do-mundo-1500leonardo-da-vinci

Texto III

Um orbe ou, em latim, globus cruciger é uma joia que representa um globo terrestre rematado com uma cruz que simboliza o domínio de Cristo (a cruz) sobre o mundo (o orbe), literalmente sujeito por um governante terreno (ou, por vezes, um anjo). Quando é seguro pela própria figura de Cristo, o objeto é conhecido, na iconografia ocidental, como Salvator Mundi (Salvador do Mundo).

Texto IV

(Detalhes) Carlos II - Retrato por John Michael Wright, c. 1660–1665

https://www.google.com/search?q=carlos+II+wright&source

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O retrato de Carlos II, rei da Inglaterra, de John Michael Wright, demonstra o intento desse artista, de a) captar a realeza do orbe para transformar esse rei em primogênito de Deus, dando a ele a soberania divina. b) transformar Carlos II em Salvator Mundi, que decidirá, com o mundo nas mãos, o destino de todas as nações

e de todos os povos. c) usar o orbe para supervalorizar a imagem do monarca, caracterizado como ser celestial, no mesmo plano

sagrado de Cristo. d) aviltar o poder de Jesus, o filho de Deus nas narrativas bíblicas, colocado, diante do rei, em segunda posição

na hierarquia divina. e) submeter o rei ao castigo divino, corroborado pela presença do sagrado: o Orbe e a Cruz. Gabarito: C Resolução/Comentário: John Michael Wright, nessa obra particular, atribui ao rei Carlos II condição universal e exagerada importância, numa postura claramente ideológica; o rei torna-se o ser celestial, o anjo terreno, que no mesmo plano de Cristo é digno de trazer nas mãos o orbe e a cruz.

QUESTÃO 15

Texto I Texto II

Ofélia– de John Everett Millais – 1851/2

Ofélia - Paul Albert Steck – 1895

Ounge obviousmag.org/por_entre_letras/2015/03/a-tragedia-amorosa-de-ofelia-em-hamlet.html

Texto III

Mais de cem pintores e artesãos capturaram perfeitamente a morte de Ofélia, personagem da tragédia Hamlet, de William Shakespeare, escrita por volta de 1601. Mostram-na serenamente integrada à natureza à sua volta, ou cantando antes de se afogar, imperturbável no fundo das águas, impassível ao ser levada pelas correntezas, tudo num provável suicídio.

Cada artista, numa abordagem significativa, aflita, inovadora ou experimental, demonstra maior interesse pela loucura que passa a se refletir nela quando, melancólica, amando, vê-se privada do amor de Hamlet, o assassino de Polônio, o pai dela. Desesperada de dor, abandona-se ao sofrimento assim descrito: “Seus vestidos se abriram, sustentando-a por algum tempo, qual a uma sereia, enquanto ela cantava antigos trechos, sem revelar consciência da desgraça, como criatura ali nascida e feita para aquele elemento. Muito tempo, porém, não demorou, sem que os vestidos se tornassem pesados de tanta água e que de seus cantares arrancassem a infeliz para a morte lamacenta.”

Não há outro personagem desse escritor que tenha sido mais delineado, demonstrado, reproduzido na pintura. Desde 1740, quando se teve notícia das primeiras ilustrações dessa peça, Ofélia foi retomada pelas artes plásticas como o arquétipo da donzela indefesa. Derivada do tipo feminino da noiva ou amada morta em plena juventude – tipo caro aos poetas românticos – que representava um modelo espiritualizado e espectral de mulher.

A predileção por esse modelo de candura, de virgem frágil, desprotegida e sensibilíssima, em detrimento de outras, denotou a) preconceito, pois desvalorizou a forma feminina e destituiu da mulher a sua trajetória de sucesso. b) realismo, pois mostrou a imagem feminina pela ótica da razão, subvertida à fraqueza da loucura e da morte. c) reflexões, uma vez que caracterizou a mulher do passado como insegura, entretanto, mostrou, nos trabalhos

artísticos desses autores, novos perfis para elas.

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d) romantismo, cultivou a emoção, a fantasia, o sonho, a evasão para mundos exóticos como representação de parte do universo da sensibilidade feminina.

e) modernidade, colocou a mulher ao alcance do empoderamento social e da projeção de seus desejos como nova medida para a ascensão social.

Gabarito: D Resolução/Comentário: Os críticos e artistas debruçam-se mais sobre esse do que sobre qualquer outro trabalho desse autor, porque a personagem é parte de um contexto de notáveis análises psicológicas, sobre as quais Shakespeare demonstrou ter conhecimento específico, bem como acerca de grandes produções dramáticas. Do ponto de vista da linguagem, é uma das mais sugestivas peças dele. A personagem é frágil, delicada, pura e leva a grandes reflexões: donzelas desamparadas, sofrimentos, ardores, abandonos, medos e outros temas que permeiam a paixão e instigam a imaginação dos românticos. QUESTÃO 16

Quando o irmão apareceu na porta do escritório, perguntou: — Qual é o drama? E Gervásio, arriando na cadeira: — Preciso muito falar contigo. Apanha um cigarro. — Fala! Então, já com os olhos cheios de lágrimas, o outro pede: — Primeiro, fecha a porta. Felipe sente que o irmão está arrasado. Surpreso, levanta-se e passa a chave na porta. Volta-se e pergunta: — Mas o que é que há? Gervásio tem um soluço imenso: — Sou traído! Adélia me trai! Tem um amante! Estupefato, Felipe balbucia: — Não é possível! Não pode ser! Repete: — Me trai, sim! — E batia no peito: — Sou traído! — Não acredito, só vendo! (...)”

Disponível em: http://contobrasileiro.com.br/cansada-de-ser-fria-cronica-de-nelson-rodrigues/ O fragmento, no qual se faz referência a um fato particular e familiar, apresenta característica fundamental do gênero conto ao a) expressar a temática de forma ilógica, propondo ao leitor imagens abstratas e buscando apresentar a narrativa

de modo fragmentado. b) propor relatar um diálogo entre irmãos, mesclado por um narrador heterodiegético cujo objetivo é retratar as

personagens no mesmo tempo e mesmo espaço. c) estabelecer uma relação entre o que é ficção e o que é realidade, já que o tema apresentado poderia muito

bem fazer parte de uma crônica. d) provocar o leitor, utilizando o recurso humorístico, a analisar a relação entre os irmãos, que divergem em

opiniões e convicções. e) manter-se fiel ao acontecimento quotidiano, ressaltando as consequências das relações matrimoniais

abaladas pelo adultério em questão. Gabarito: B Resolução/Comentário: O conto, narrativa curta, caracteriza-se, entre outros elementos, pela relação entre narrador (aquele que conta a história) e as personagens (aqueles que atuam na história). No caso do trecho, o narrador é heterodiegético – ou seja, usa a 3ª pessoa para contar o fato (verídico ou não).

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QUESTÃO 17

“Ah! enquanto os Destinos impiedosos Não voltam contra nós a face irada, Façamos, sim façamos, doce amada, Os nossos breves dias mais ditosos. Um coração, que frouxo A grata posse de seu bem difere, A si, Marília, a si próprio rouba, E a si próprio fere. Ornemos nossas testas com as flores. E façamos de feno um brando leito, Prendamo-nos, Marília, em laço estreito, Gozemos do prazer de sãos Amores. Sobre as nossas cabeças, Sem que o possam deter, o tempo corre; E para nós o tempo, que se passa, Também, Marília, morre.

Com os anos, Marília, o gosto falta, E se entorpece o corpo já cansado; triste o velho cordeiro está deitado, e o leve filho sempre alegre salta. A mesma formosura É dote, que só goza a mocidade: Rugam-se as faces, o cabelo alveja, Mal chega a longa idade. Que havemos de esperar, Marília bela? Que vão passando os florescentes dias? As glórias, que vêm tarde, já vêm frias; E pode enfim mudar-se a nossa estrela. Ah! Não, minha Marília, Aproveite-se o tempo, antes que faça O estrago de roubar ao corpo as forças E ao semblante a graça (...)”

GONZAGA, Tomás A. Marilia de Dirceu. São Paulo: Nova Aguilar, 1999

O trecho de Marília de Dirceu, obra de destaque do Arcadismo brasileiro, aborda, entre outros aspectos temáticos, a discussão filosófica sobre a passagem do tempo e seus desdobramentos. No trecho, o eu lírico insiste na ideia de que a) o amor precisa resistir ao tempo que, inevitavelmente, passa. Somente ele, o amor puro, é capaz de

atravessar as eras e provocar a felicidade duradoura. b) o ideal do carpe diem se torna ineficiente nas relações afetuosas, já que o tempo, inexorável, é o grande

gestor dessas relações. c) os elementos naturais constituem a metáfora mais eficaz para expor os males que a passagem do tempo é

capaz de impor aos amantes. d) a paixão deve sempre ser explorada enquanto se é jovem, posto que os amantes não sofrem com a

passagem temporal. e) o ideal do aurea mediocritas, típico dessa estética, deve ser sempre priorizado, já que uma vida desapegada

dos bens materiais e próxima da simplicidade é o grande tema do trecho. Gabarito: C Resolução/Comentário: O poeta (eu lírico) usa expressões ligadas ao ambiente natural (brando leito, florescentes dias, analogia com o cordeiro etc.) para mostrar a urgência do amor. Ou seja: devem amar-se imediatamente, sob pena de o tempo impedir que tal relação se realize.

QUESTÃO 18 Sobre diversidade étnico-racial, de gênero e de pessoas com necessidades especiais, é correto o que se diz em: a) Situações desiguais na prática de atividades corporais e esportivas, por vezes, podem ser encontradas entre

meninos e meninas, negros, índios e brancos, ricos e pobres, pessoas com deficiência e sem deficiência. Estar atento a essas questões e ao contexto em que elas ocorrem pode auxiliar na promoção da inclusão, no acesso ao esporte e ao lazer e em sua permanência nessas práticas.

b) Por gênero, pode-se entender a condição social que leva as pessoas a se identificarem como masculinas ou como femininas, termo que se diferencia do conceito de sexo, usado para identificar as características anatômicas que distinguem os homens das mulheres, e vice-versa. Portanto, para além das diferenças biológicas, não é preciso considerar as diferenças culturais e sociais que incidem, fortemente, no acesso e na permanência de meninos e de meninas em diferentes modalidades esportivas.

c) Pessoas com grande dificuldade motora e intelectual devem ser orientadas a não praticar esportes, sob pena de prejuízos ao seu organismo, uma vez que suas limitações passam a ser intensificadas.

d) A homofobia acontece geralmente em forma de brincadeiras, piadas, comentários, e pode gerar o afastamento de jovens homossexuais das atividades esportivas, uma vez que eles, frequentemente, são alvo de práticas dessa natureza. Assim, nas aulas de educação física, é importante que não sejam discutidas questões sobre preconceito e exclusão.

e) O uso de cadeira de rodas impede a inclusão do cadeirante em atividades esportivas e de lazer, pois esse equipamento restringe sua participação no grupo social.

Gabarito: A Resolução/comentário: De acordo com o tema trabalhado na questão, diversidade ético-racial, de gênero e de pessoas com necessidades especiais, podemos afirmar que a Educação Física deve privilegiar todas as culturas, gênero e classes sociais e ainda levar em conta as problemáticas criadas em torno dessa temática, discutindo e problematizando-a com os educando como forma de conscientização e aprendizado.

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QUESTÃO 19

A imagem ilustra a reação dos celíacos (pessoas sensíveis ao glúten) ao ler rótulos de alimentos sem glúten. Essas reações indicam que, em geral, os rótulos desses produtos a) trazem informações explícitas sobre a presença do glúten. b) oferecem várias opções de sabor para esses consumidores. c) classificam o produto como adequado para o consumidor celíaco. d) influenciam o consumo de alimentos especiais para esses consumidores. e) variam na forma de apresentação de informações relevantes para esse público. Gabarito: E Resolução/Comentário: Tendo em vista que celíacos só podem comer alimentos sem glúten, as informações contidas no rótulo não são capazes de fazê-los ingerir ou não determinados produtos e, sim, aumentar a importância do que pode ser escrito nas embalagens, para validar o fator informativo dos rótulos. Ademais, as múltiplas possibilidades de reações diante dos rótulos elucida que eles aparecem de formas distintas. QUESTÃO 20

https://www.google.com/search?q=agora+voc%C (Com adaptação)

Considerando a ideia de “vender vidas” e, não, “vender carros”, a FIAT, um dos maiores fabricantes de automóveis do mundo, lançou essa genial peça publicitária, criativa e totalmente amarrada ao contexto/timing de alguns assuntos polêmicos que “circulavam” pela net. Viralizou com enorme sucesso nas redes sociais.

As informações verbais e não verbais da peça a) não permitem afirmar a ocorrência de colisão entre ciclista e veículo por falta de elementos fotográficos. b) combatem o uso de veículos alternativos e de ciclistas em pistas de alta periculosidade. c) simulam um acidente de trânsito provocado por motorista embriagado. d) retrataram, de maneira perspicaz, o óbvio: na troca de carro por acidente, adquira um FIAT. e) sugerem que os veículos alternativos são ameaças à vida. O ideal é o carro da FIAT: seguro e tecnológico. Gabarito: C Resolução/Comentário: A peça publicitária apresenta a sugestão de o motorista embriagado ser o principal responsável por graves acidentes no trânsito. As sugestões verbais tais como o vocativo “você”, a frase nominal “Agora não (vê)” e a lata de cerveja aberta - fazendo “o ciclista desaparecer” - são os principais elementos dessa mensagem. A FIAT conduz o espectador a essa interpretação por meio de um “toque de conscientização” que espalhou e continua a espalhar por inúmeras timelines, e-mails e similares.

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QUESTÃO 21

“A tragédia observada no voo da TAM – Congonhas, em agosto de 2007, onde 199 pessoas morreram, foi amenizada politicamente pelo Pan Americano, onde a população brasileira, na grande maioria, prestigiava os jogos, esquecendo ou sendo induzida a esquecer as mortes por incompetência política.”

(HAUSER, 2007, p.21) .

O texto acima indica que o esporte pode ser utilizado politicamente. Neste caso, observamos o esporte como a) espetáculo, com alto rendimento no esporte educacional e no participativo, com competições esportivas

organizadas, esquemas intensivos de treinamento, relações mercantis, reproduzido por diferentes meios de comunicação e com assalariamento de atletas.

b) socializador, constituindo uma possibilidade concreta para mudar o futuro de crianças e adolescentes através da prática esportiva, seja em projetos sociais ou em competições.

c) rendimento, cuja finalidade é de se preparar fisicamente para determinada modalidade esportiva. Seja qual for essa atividade, os desafios e dificuldades a serem trilhadas serão bastante similares.

d) competitivo, tendo como principal finalidade estimular a competição entre os participantes. Porém é importante criar uma face educativa, para ensinar crianças e adolescentes que perder ou ganhar não é o que importa, mas, sim, fazer com que todos trabalhem por um objetivo em comum.

e) recreativo, sendo lúdicos ou jogos populares, que têm como objetivo divertir os jogadores. Recreativo é algo que dá prazer ou diverte.

Gabarito: A Resolução/comentário: O esporte com ideia de promover a saúde sempre influenciou o comportamento da sociedade, mudando os seus hábitos, os costumes e a cultura, sendo capaz também de criar sonhos e ideais. Vai desde um simples passatempo como também atrai torcedores e apreciadores. Com isso, a mídia conseguiu aproximar ainda mais os torcedores e os milhares de espectadores fanáticos por futebol e outros esportes, despertando a percepção da sua influencia sobre a sociedade. Essas milhares de pessoas passam horas e horas assistindo ao seu time do coração entrar em campo; outros até compram pacotes consideráveis de programas de TV a cabo, só pra ver o jogo. Em meio a esse fanatismo que a mídia propõe, o esporte se tornou espetáculo, e o que deveria representar a mera diversão e prazer hoje é visto como uma manifestação cultural poderosa e influente, capaz de alienar e massificar a população em torno do capitalismo e do consumo. QUESTÃO 22

Explotación infantil

Campanhas contra o trabalho infantil e a exploração de crianças, não importa em que idioma sejam

construídas, são assuntos profundamente sérios; o problema foi uma prática muito comum em diversas civilizações ao longo do desenvolvimento da humanidade e ainda permanece, embora, atualmente, seja uma prática condenada na maioria dos países.

Fonte: http://st-listas.20minutos.es/images/2010-01/187618/2060904_640px.jpg?1264864370

Pode-se depreender do cartum que a) há degradação da imagem infantil, destruição de seus corpos, dos sonhos, da integridade e da dignidade da

criança submetida à tal condição. b) crianças mutiladas transformam-se em peso para o empregador, pois serão sustentadas e terão proventos. c) crianças submetidas a trabalho pesado tornam-se improdutivas, pois suportam menores atividades, uma vez

que tendem a brincar e colocam em risco o sucesso de todas as operações. d) erros, brincadeiras ou até mesmo conversas durante o horário de trabalho quebram o decurso natural das

atividades e causam imensos prejuízos. e) as restrições ao trabalho infantil precisam ser quebradas, destruídas, pois a criança representa fonte de renda

e alimentação para a família em estado de pobreza extrema. Gabarito: A Resolução/Comentário: O trabalho infantil impossibilita o convívio da criança com outras crianças e com o desenvolvimento de atividades próprias da idade, como brincar e estudar, comprometendo, assim, o desenvolvimento social e educacional dela.

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QUESTÃO 23

Texto I Texto II

https://pt.aliexpress.com/item/Gustav-Klimt-The-Kiss-artwork-posterl. pinterest/

Texto III Texto IV

Nas reproduções II, III e IV, existem referências explícitas à obra O Beijo, de Gustav Klimt, produzida em 1908; o mais conhecido trabalho desse pintor austríaco. É considerado o ponto alto de sua “Era Dourada”, na qual fez uma série de pinturas usando folhas de ouro. A esse processo de retomada e de releituras dá-se o nome de intertextualidade, que tem como primordial finalidade a a) abordagem dos assuntos “sexo” e “casamento”. b) correção de possíveis erros grosseiros. c) atualização da obra original. d) análise de discrepâncias autorais. e) comparação com finalidade catártica. Gabarito: C Resolução/Comentário: A obra de Klimt foi inúmeras vezes revista e atualizada por meio de novas reproduções, objetivo da intertextualidade.

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QUESTÃO 24

“Longe do estéril turbilhão da rua, Beneditino escreve! No aconchego Do claustro, na paciência e no sossego, Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!

Mas que na forma se disfarce o emprego Do esforço; e a trama viva se construa De tal modo que a imagem fique nua, Rica mas sóbria, como um templo grego (...)”

II – “Catar feijão se limita com escrever: Jogam-se os grãos na água de alguidar e as palavras na da folha de papel; e depois, joga-se fora o que boiar. Certo, toda palavra boiará no papel, água congelada, por chumbo seu verbo: pois para catar esse feijão, soprar nele, e jogar fora o leve e oco, palha e eco (...)”

BILAC, Olavo. A um poeta. In: Poesia completa & Prosa. São Paulo: Ediouro, 2008

MELO NETO, João Cabral de. Catar Feijão. In: A Educação Pela Pedra.

São Paulo: Nova Fronteira, 1999 Os trechos apresentados, produções de dois grandes poetas brasileiros – o parnasiano Olavo Bilac e o modernista João Cabral de Melo Neto –, distinguem-se naquilo que é mais importante na literatura: a linguagem. Embora possuam tal distinção, os textos se assemelham, pois a) os eu-líricos usam a adjetivação excessiva como forma de despertar no leitor a observação quanto ao tema

proposto: a capacidade que a poesia possui de produzir a abstração. b) tanto o poeta modernista quanto o parnasiano utilizam-se de analogias e comparações para apresentar o

tema proposto, que é a leitura de uma obra. c) aos poetas, cabe a responsabilidade de transformar o mundo de acordo com as próprias convicções, ainda

que haja o risco de sofrer, trabalhar, suar. d) apenas o poeta modernista é capaz de enxergar a criação literária como algo capaz de divertir, de entreter –

daí compará-la ao ato quotidiano de catar feijão. e) ambos os poetas fazem uso da metalinguagem para refletir sobre o papel do artista diante do mundo e da

obra que propõem, questionando seu valor e avaliando sua criação. Gabarito: E Resolução/Comentário: Os poemas apresentados são metalinguísticos – ou seja: abordam o ato de criar criando analogias próprias de cada autor. Bilac considera o ato de criar algo silencioso, discreto e, ao mesmo tempo, sofrido. João Cabral compara o ato de escrever ao ato de catar feijão, comparando os grãos às palavras. QUESTÃO 25

Quando hoje acordei, ainda fazia escuro (embora a manhã já estivesse avançada). Chovia. Chovia uma triste chuva de resignação Como contraste e consolo ao calor tempestuoso da noite. Então me levantei. Bebi o café que eu mesmo preparei, Depois me deitei novamente, acendi um cigarro e fiquei pensando... – Humildemente pensando na vida e nas mulheres que amei. BANDEIRA, Manuel. Poema só para Jaime Ovalle. In: Estrela da vida inteira. São Paulo: Ediouro, 1993

Manuel Bandeira é, para muitos, o poeta-símbolo do Modernismo brasileiro. Com absoluto domínio da linguagem tanto erudita quanto popular, criou poemas que, imortalizados, ajudam o leitor a compreender não somente o Brasil, mas a existência como um todo.

No poema em questão - uma homenagem ao músico Jaime Ovalle - pode-se depreender que a) o verso inicial do poema pode ser visto como uma espécie de abertura narrativa, já que nele se observam

dados indicadores do tempo (quando) e espaço (fazia escuro). b) a referência à manhã, longe de estabelecer conexão temporal, serve para comparar a existência do poeta a

seu aspecto jovial. c) todo o poema tem certo parentesco com a ideal lírico, já que a estrutura em versos, típica desse gênero,

apresenta a fragmentação do tempo abordado pelo poeta. d) no desfecho do poema, o eu lírico, tomado de pernosticismo, reflete sobre as mulheres que passaram por sua vida. e) a sucessão de fatos marcados pelo enunciador pode ser resumida pelo verso “Chovia uma triste chuva

de resignação”. Gabarito: A Resolução/Comentário: Embora o poema em questão seja estruturado em versos, ele pertence, na verdade, à categoria narrativa. Há, nele, marcas narrativas muito sólidas, como “Quando hoje acordei”, “Então me levantei”, “Depois me deitei novamente”. É comum encontrar, em narrativas, indicadores de espaço, como “fazia escuro” e “calor tempestuoso da noite”.

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QUESTÃO 26

“Eu disse uma vez que escrever é uma maldição. Não me lembro por que exatamente eu o disse, e com sinceridade. Hoje repito: é uma maldição, mas uma maldição que salva. Não estou me referindo muito a escrever para jornal. Mas escrever aquilo que eventualmente pode se transformar num conto ou num romance. É uma maldição porque obriga e arrasta como um vício penoso do qual é quase impossível se livrar, pois nada o substitui. E é uma salvação. Salva a alma presa, salva a pessoa que se sente inútil, salva o dia que se vive e que nunca se entende a menos que se escreva. Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada. Que pena que só sei escrever quando espontaneamente a ‘coisa’ vem. Fico assim à mercê do tempo. E, entre um verdadeiro escrever e outro, podem-se passar anos. Lembro-me agora com saudade da dor de escrever livros.”

LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo, 1999 A escritora modernista Clarice Lispector, uma das mais importantes criadoras literárias do século passado, frequentemente escrevia sobre o ato de escrever. Temática comum à geração a que pertencia – a partir do pós-Guerra –, o ideal metalinguístico tornou-se um providencial instrumento para que o escritor pudesse “conversar” com o leitor sobre sua condição de criador.

No texto, é possível perceber que a) a autora promove uma contradição que se mantém até o desfecho da narrativa, sem que ela possa

compreender por que escreve e os motivos que a levam a abordar temas tão complexos. b) para a artista da palavra, escrever para jornal é algo tão mais gratificante quanto simples do que escrever

ficção, embora em ambas as situações ela se sinta amaldiçoada. c) o “vício penoso” ao qual ela se refere pode tanto expor a tentativa de criação quanto o ato de consumir

literatura – situação em que o leitor passa a fazer parte da maldição e da salvação. d) o paradoxo é resolvido pelo raciocínio de que o sofrimento inerente à criação literária vem acompanhado pela

alegria de expressar a compreensão de si e do mundo em que se vive. e) escrever é uma maldição porque nem sempre o autor consegue exprimir aquilo que apreciaria dizer. Gabarito: D Resolução/Comentário: O desfecho “Lembro-me agora com saudade da dor de escrever livros” demonstra bem a relação paradoxal entre sofrer e alegrar-se com a criação literária. QUESTÃO 27 Oswald de Andrade, poeta modernista, escreveu um romance experimental “Memórias sentimentais de João Miramar”, em que misturava, entre outras questões, a poesia e a prosa, revelando uma tendência já explorada na Europa. Eis um trecho: “Vinham motivos como gafanhotos para eu e Célia comermos amoras em moitas de bocas. Requeijões fartavam mesas de sequilhos. Destinos calmos como vacas quietavam nos campos de sol parado. A vida ia lenta como pontes e queimadas. Um matinal arranjo desenvolto de ligas morenava coxas e cachos.” Se escrito em estéticas anteriores ao Modernismo, o trecho acima revelaria a) uma oposição à literatura quinhentista. b) a confirmação da estética barroca. c) a exploração de elementos presentes no Conceptismo. d) certa erudição comum a poemas do início do Romantismo. e) a retomada da ideologia árcade. Gabarito: E Resolução/comentário: As referências ao elemento natural, bem como a relação de harmonia e paz estabelecida com o ambiente estabelecem uma relação com o arcadismo, através de sua característica principal: o bucolismo.

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QUESTÃO 28

“Se eu morrer novo, sem poder publicar livro nenhum Sem ver a cara que têm os meus versos em letra impressa, Peço que, se se quiserem ralar por minha causa, Que não se ralem. Se assim aconteceu, assim está certo. Mesmo que os meus versos nunca sejam impressos, Eles lá terão a sua beleza, se forem belos. Mas eles não podem ser belos e ficar por imprimir, Porque as raízes podem estar debaixo da terra Mas as flores florescem ao ar livre e à vista. Tem que ser assim por força. Nada o pode impedir. Se eu morrer muito novo, oiçam isto: Nunca fui senão uma criança que brincava. Fui gentio como o sol e a água, De uma religião universal que só os homens não têm. Fui feliz porque não pedi cousa nenhuma, Nem procurei achar nada, Nem achei que houvesse mais explicação Que a palavra explicação não ter sentido nenhum (...)”

PESSOA, Fernando. Ficções do Interlúdio. Lisboa: Relógio D’água, 1984 Fernando Pessoa é um dos grandes nomes da poesia em língua portuguesa. Considerado um dos pais da modernidade em nossa língua, utilizou-se de um recurso linguístico/poético muito comum a seus sucessores poéticos.

Tal recurso é encontrado em: a) “Eu canto porque o instante existe / e a minha vida está completa / não sou alegre nem sou triste / sou poeta

(...)” (C. Meireles) b) “Das feridas que a pobreza cria / sou o pus / sou o que de resto restaria / aos urubus (...)” (G. Gil) c) “Quando nasci / um anjo torto / desses que vivem na sombra, disse: / Vai, Carlos, ser gauche na vida (...)” (C.

Drummond de Andrade) d) “(...) e não há razões para babaquices / metafísicas em cabeça a prêmio. / antes que se consuma a sentença /

que se consuma a vida.” (W. Motta) e) “Em casa, os amigos do jantar não se metiam a dissuadi-lo. Também não confirmavam nada, por vergonha

uns dos outros; sorriam e desconversavam.” (Machado de Assis) Gabarito: A Resolução/comentário: O poeta utiliza-se da metalinguagem no texto – o mesmo o faz a poeta Cecília Meireles. O ato de cantar é o ato de escrever. QUESTÃO 29

Migna terra tê parmeras, Che ganta inzima o sabiá, As aves che stó aqui, Tambê tuttos sabi gorgeá. A abobora celestia tambê, Chi tê lá na mia terra, Tê moltos millió di strella Chi non tê na Ingraterra.

Os rios lá sô maise grandi Dus rio di tuttas naçó; I os matto si perdi di vista, Nu meio da imensidó. Na migna terra tê parmeras, Dove ganta a galligna dangolla; Na migna terra tê o Vapr’elli, Chi só anda di gartolla.

BANANERE, Juó. Poemas. São Paulo: Brasiliense, 1981 Juó Bananere foi um pseudônimo usado pelo escritor e engenheiro Alexandre Ribeiro Marcondes Machado para criar obras literárias que representavam o falar de um grupo de imigrantes italianos que vivia em SP. Nessa seara, é um dos mais emblemáticos poetas brasileiros. A leitura permite entender que a) a compreensão do texto independe do entendimento gramatical de palavras e frases, da percepção dos

argumentos e das intenções inerentes ao próprio texto e ao autor. b) além de ser uma paródia ao famoso poema de Gonçalves Dias, é também um canto paralelo, porque, ao mesmo

tempo em que ironiza seus aspectos ufanistas, presentifica o tema, atualizando-o para uma nova situação.

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c) a oralidade subjacente à escrita de Juó é artificial, embora se possa ouvir um imigrante italiano que veio, ignorante e esperançoso, trabalhar braçalmente no Brasil, ou melhor, nas lavouras de café do interior paulista.

d) o autor opera a linguagem, misturando o léxico, driblando a sintaxe, alterando a semântica, mantendo a solenidade da poesia, no intuito de provocar uma espécie de quebra ideacional da própria linguagem.

e) o texto provoca reflexões sobre a linguagem intermediária, oral, que transportou e recriou na escrita, bem aos moldes árcades.

Gabarito: B Resolução/Comentário: O poema Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, poeta romântico, é recriado por Bananere, referindo-se aos imigrantes que, sentindo saudades da terra natal (Itália), recriam, num italiano “macarrônico”, a dor de estarem ‘exilados’ no Brasil.

QUESTÃO 30

Texto I Texto II

BANKSY. Disponível em: www.banksy.co.uk.

Acesso em: 4 ago. 2012

Só Deus pode me julgar Soldado da guerra a favor da justiça Igualdade por aqui é coisa fictícia Você ri da minha roupa, ri do meu cabelo Mas tenta me imitar se olhando no espelho Preconceito sem conceito que apodrece a nação Filhos do descaso mesmo pós-abolição

MV BILL. Declaração de guerra. Manaus: BMG, 2002 (fragmento).

O trecho do rap e o grafite evidenciam o papel social das manifestações artísticas e provocam a a) consciência do público sobre as razões da desigualdade social. b) rejeição do público-alvo à situação representada nas obras. c) reflexão contra a indiferença nas relações sociais de forma contundente. d) ideia de que a igualdade é atingida por meio da violência. e) mobilização do público contra o preconceito racial em contextos diferentes. Gabarito: C Resolução/comentário: No texto I, a imagem de um homem com o rosto tampado e em uma posição de confronto que parece estar prestes a atirar um objeto contra algo ou alguém, alude a quem joga bombas em manifestações. Entretanto, essa percepção é desconstruída ao percebermos que o homem na foto segura flores, no intuito de atirá-las, como se estivesse oferecendo paz e amor, trazendo uma conotação positiva. Já no texto II, o rap de Mv Bill denuncia as desigualdades sociais e a falta de oportunidades; os dois textos refletem contra a indiferença e reforçam a resistência contra a injustiça social.

QUESTÃO 31

“Começo o arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direita e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem...”

ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ediouro, 1978

O trecho em questão faz parte da obra que rompeu com as estruturas românticas vigentes, Memórias Póstumas de Brás Cubas. O fragmento escolhido autoriza o leitor a interpretar que o a) narrador exalta a busca pela verossimilhança. b) leitor e o narrador são protagonistas de uma guerra cerebral. c) narrador retoma elementos árcades ao afirmar que quer se “distrair”. d) narrador reflete sobre sua condição artística. e) leitor é o culpado de o texto não ser lido. Gabarito: D Resolução/comentário: Nesse trecho metalinguístico, o narrador comenta sobre o ato de escrever e, por consequência, do seu papel como escritor.

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QUESTÃO 32

com a loucura no bolso, orlando entrou na biblioteca estadual. folheou folhas estapafúrdias sobre as ideias a arquitetura e a descompostura dos homens. aí achou graça. aí ficou sério. aí riu. aí chorou demais. aí começou a tremer.

sentiu o bolso furado. sentiu o corpo molhado. derretendo-se. beto chegou a tempo de recolher num copo a poça d’água que corria pelo ralo. orlando disse mais tarde: não faço isso never more.

CHACAL, O Preço da Passagem. Brasiliense, 1980 O poeta Chacal, contemporâneo, participou dos movimentos denominados Poesia Jovem e Poesia Marginal, típicos do início dos anos 1970. Sua poesia irônica, iconoclasta e rebelde representou, junto a outros poetas, a resistência ao regime de censura e opressão instaurado no Brasil da década anterior.

Baseando-se no texto selecionado, pode-se concluir que a) há uma diferenciação entre a posição social do eu lírico e o comportamento da sociedade como um todo. b) mostra a expressão contracultural do eu lírico, que é exposto como alguém capaz de se emocionar diante

da realidade. c) o desfecho do poema revela a melancolia do eu lírico diante das adversidades pelas quais os poetas de sua

geração passaram. d) a linguagem oralizada evidencia a atmosfera elitizada na qual se encontra não somente a personagem

orlando, mas também o amigo beto. e) embora a estrutura do texto seja dramática, o poema revela elementos narrativos, já que conta a história da

ida de um homem à biblioteca estadual e os desdobramentos a partir daí. Gabarito: B Resolução/Comentário: No poema, a personagem orlando (com minúsculas), diante do mundo que a biblioteca se lhe apresenta, emociona-se: chora, ri, desfaz-se. QUESTÃO 33

https://www.google.com/search?q=charges+para+interpretação

A partir da análise dos gêneros textuais, pode-se inferir que o cartum tem como objetivo principal a) refletir acerca do uso exagerado de tecnologias por crianças e a inserção precoce delas ao

mundo tecnológico. b) valorizar a língua estrangeira em detrimento da fala nacional, em manifestação de desprezo e

de preconceito. c) caracterizar a linguagem urbana, seu coloquialismo e descompromisso com a norma culta, variedade

linguística de maior prestígio. d) refletir acerca da repartição das riquezas, no Brasil, e dos bens socialmente produzidos entre os habitantes e

entre os diferentes estratos. e) criticar a alta taxa de natalidade nas camadas carentes do Brasil, ocorrida diante da melhoria do acesso a

serviços sanitários e melhoria na qualidade de vida. Gabarito: D Resolução/Comentário: “O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. Na nossa história recente, o maior aumento na desigualdade se deu nas décadas de 1960 e 1970, em decorrência de uma política econômica que visava concentrar a renda nas classes mais ricas para incentivar o investimento e o consequente crescimento da produção. (...)”

https://www.infoescola.com/economia/distribuicao-de-renda/

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QUESTÃO 34

Em 1º de outubro, o Dia Internacional do Idoso é comemorado. A data foi instituída em 1990 pela Organização das Nações Unidas (ONU) para homenagear os mais velhos e também chamar a atenção para as questões que os envolvem. No Brasil, o desafio é duplo. O país, que era considerado jovem, vive o aumento da expectativa de vida, que está mudando esse quadro. Até 2060, a população com 80 anos ou mais deve somar 19 milhões de pessoas, diz o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Até lá, o país tem o desafio de promover a valorização das pessoas mais velhas e garantir políticas para que elas envelheçam com qualidade.

http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-09/brasil-tem-desafio-de-garantir-envelhecimento- populacional-com-qualidade

De acordo com o texto, o envelhecimento da população repercute no gerenciamento do país, revelando que: a) o acúmulo de informações promove sociabilidade. b) as mudanças sociais demandam medidas sociopolíticas. c) o crescimento populacional acarreta mobilizações das grandes massas. d) a articulação entre instituições público-privadas pressupõe desenvolvimento social. e) a universalização de debates sociais possibilita avanço político. Gabarito: B Resolução/comentário: O envelhecimento da população reflete na mudança social capaz de exigir ações sociopolíticas a fim de atender às novas demandas provenientes desse quadro. QUESTÃO 35 Rui Guerra e Chico Buarque de Holanda escreveram uma peça para teatro chamada "Calabar", pondo em dúvida a reputação de traidor que foi atribuída a Calabar, pernambucano que ajudou decisivamente os holandeses na invasão do Nordeste brasileiro, em 1632. - Calabar traiu o Brasil que ainda não existia? Traiu Portugal, nação que explorava a colônia onde Calabar havia nascido? Calabar, mulato em uma sociedade escravista e discriminatória, traiu a elite branca? Os textos referem-se também a esta personagem.

Texto I "... dos males que causou à Pátria, a História, a inflexível História, lhe chamará infiel, desertor e traidor,

por todos os séculos" Visconde de Porto Seguro, in: SOUZA JÚNIOR, A. Do Recôncavo aos Guararapes. Rio de Janeiro: Bibliex, 1949.

Texto II "Sertanista experimentado, em 1627 procurava as minas de Belchior Dias com a gente da Casa da Torre;

ajudara Matias de Albuquerque na defesa do Arraial, onde fora ferido, e desertara em consequência de vários crimes praticados..." (os crimes referidos são o de contrabando e roubo).

CALMON P. História do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1959. Pode-se afirmar que a) a peça e os textos abordam a temática de maneira parcial e chegam às mesmas conclusões. b) a peça e o texto I refletem uma postura tolerante com relação à suposta traição de Calabar, e o texto II mostra

uma posição contrária à atitude de Calabar. c) os textos I e II mostram uma postura contrária à atitude de Calabar, e a peça demostra uma posição

indiferente em relação ao seu suposto ato de traição. d) a peça e o texto II são neutros com relação à suposta traição de Calabar, ao contrário do texto I, que condena

a atitude de Calabar. e) a peça questiona a validade da reputação de traidor que o texto I atribui a Calabar, enquanto o texto II

descreve ações positivas e negativas dessa personagem. Gabarito: E Resolução/comentário: Observando os documentos oferecidos, notamos que a figura de Calabar assume os mais diferentes tipos de juízo. No primeiro texto da peça, ele é heroicizado em contraposição à velha abordagem histórica, que considerava Calabar como um traidor da pátria, conforme salientado no texto I. Finalmente, analisando o texto II, observamos a existência de uma visão equilibrada onde as interpretações extremas cedem lugar a um personagem histórico mais bem delineado.

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QUESTÃO 36

Como uma onda

Nada do que foi será de novo Do jeito que já foi um dia Tudo passa, Tudo sempre passará A vida vem em ondas como um mar Num indo e vindo infinito Tudo o que se vê não é Igual ao que a gente viu há um segundo Tudo muda o tempo todo no mundo Não adianta fugir, nem mentir pra si mesmo Agora, há tanta vida lá fora Aqui dentro sempre Como uma onda no mar

Compositores: Nelson Motta / Lulu Santos

A instabilidade das cousas do mundo Gregório de Matos

Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria. Porém se acaba o Sol, por que nascia? Se é tão formosa a Luz, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia? Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza, Na formosura não se dê constância, E na alegria sinta-se tristeza. Começa o mundo enfim pela ignorância, E tem qualquer dos bens por natureza A firmeza somente na inconstância.

Fonte: SPINA, S. 1995. A poesia de Gregório de Matos. SP, Edusp. Na comparação entre os textos, observa-se que a) ambos tratam da efemeridade da vida e a transitoriedade dos fatos cotidianos como é possível perceber em

“Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, / Depois da Luz se segue a noite escura”, “Nada do que foi será de novo / Do jeito que já foi um dia / Tudo passa”

b) o poema de Gregório se baseia principalmente com o pessimismo presente fortemente no Barroco e explícito nos dois tercetos. A canção também se apoia no pessimismo abordando que não “adianta fugir, nem mentir”, a vida se finda.

c) tanto o poema quanto a canção apresentam construções formais baseadas no ritmo e na construção sonora de rimas e aliterações.

d) a canção aborda a transitoriedade da vida de maneira mais tranquila do que no poema. O eu lírico deve acostumar-se a essa efemeridade e simplesmente viver, enquanto no poema essa transitoriedade é pesada e afeta negativamente o eu lírico.

e) o poema de Gregório e a canção não podem ser comparados enquanto temática, já que são produções artísticas distantes no tempo, mesmo tratando de temáticas similares.

Gabarito: A Resolução/comentário: As temáticas dos textos são similares e caras ao barroco. A efemeridade da vida e sua transitoriedade aparecem em ambos os textos.

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QUESTÃO 37

Texto I Mulher assassinada

Policiais que faziam a ronda no centro da cidade encontraram, na madrugada de ontem, perto da Praça da Sé, o corpo de uma mulher aparentando 30 anos de idade. Segundo depoimentos de pessoas que trabalham nos bares próximos, trata-se de uma prostituta conhecida por Nenê. Ela foi assassinada a golpes de faca. A polícia descarta a hipótese de assalto, pois sua bolsa, com a carteira de dinheiro, foi encontrada junto ao corpo. O caso está sendo investigado pelo delegado do segundo Distrito Policial.

(Jornal da Cidade)

Texto II

Pequena crônica policial Jazia no chão, sem vida, E estava toda pintada! Nem a morte lhe emprestara A sua grave beleza... Com fria curiosidade, Vinha gente a espiar-lhe a cara, As fundas marcas da idade, Das canseiras, da bebida... Triste da mulher perdida Que um marinheiro esfaqueara! Vieram uns homens de branco, Foi levada ao necrotério, E quando abriam, na mesa,

O seu corpo sem mistério, Que linda e alegre menina Entrou correndo no céu?! Lá continuou como era Antes que o mundo lhe desse A sua maldita sina: Sem nada saber da vida, De vícios ou de perigos, Sem nada saber de nada... Com a sua trança comprida, Os seus sonhos de menina, Os seus sapatos antigos!

(Mário Quintana)

Na composição entre os textos, é possível observar que a) o texto 1 é um texto literário pois se caracteriza por apresentar uma linguagem pessoal que carrega emoções

ao abordar a morte de um ser humano. b) o texto 1 é um exemplo do texto não-literário, também chamado de texto utilitário, e se caracteriza por utilizar

uma linguagem impessoal que demonstra a realidade tal como ela é, nua e crua. c) o texto 2 é um exemplo de texto literário, pois é construído de forma objetiva e com linguagem denotativa,

sempre priorizando a informação, mas sem deixar de lado a emoção. d) o texto 2 é um texto não literário marcado pela subjetividade e sentido conotativo. São aqueles que expressam

a realidade ou ficção de uma forma poética, sendo totalmente influenciados por quem os escreve. e) os dois textos podem ser classificados de mesma maneira, já que abordam assuntos de mesma temática,

referente à nossa realidade. Gabarito: B Resolução/comentário: O texto literário possui uma linguagem predominantemente conotativa e plurissignificativa, podendo ser verossímel ou não. Já o texto não literário há o predomínio de uma linguagem denotativa, objetiva e com o objetivo primeiro da informação.

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QUESTÃO 38

Anoitecer

A Dolores É a hora em que o sino toca, mas aqui não há sinos; há somente buzinas, sirenes roucas, apitos aflitos, pungentes, trágicos, uivando escuro segredo; desta hora tenho medo. […] É a hora do descanso, mas o descanso vem tarde, o corpo não pede sono, depois de tanto rodar;

pede paz – morte – mergulho no poço mais ermo e quedo; desta hora tenho medo. Hora de delicadeza, agasalho, sombra, silêncio. Haverá disso no mundo? É antes a hora dos corvos, bicando em mim, meu passado, meu futuro, meu degredo; desta hora, sim, tenho medo.

ANDRADE, C. D. A rosa do povo. Rio de Janeiro: Record, 2005 (fragmento).

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Com base no contexto da Segunda Guerra Mundial, o livro “A rosa do povo” revela desdobramentos da visão poética. No fragmento, a expressividade lírica demonstra um(a) a) defesa da esperança como forma de superação das atrocidades da guerra. b) desejo de resistência às formas de opressão e medo produzidas pela guerra. c) olhar pessimista das instituições humanas e sociais submetidas ao conflito armado. d) exortação à solidariedade para a reconstrução dos espaços urbanos bombardeados. e) espírito de contestação capaz de subverter a condição de vítima dos povos afetados. Gabarito: C Resolução/comentário: Nesse texto, o eu-lírico se demonstra desesperançoso em relação ao fim da guerra; sente-se oprimido, sufocado diante dela, mesmo nos momentos em que deveria ter paz. Vocábulos como “sino”, “buzinas”, “sirenes” são utilizados de forma metonímica para sugerir a falta de sossego. QUESTÃO 39

A figura de linguagem registrada no primeiro quadrinho da tirinha ocorre também em: a) “Maria é um dom, uma certa magia, uma força que nos alerta” b) “A vida é um palco de ilusões” c) “Como é viver sem amar?” d) “O amor é como uma caravana de flores” e) “Tudo é muro! E mundo.” Gabarito: D Resolução/comentário: Na tirinha, temos um exemplo de comparação também perceptível no item d. A comparação é uma metáfora explicitada pelo uso da partícula comparativa.

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Texto para as próximas três questões: Cacarecos da língua

Gregório Duvivier Todo dia uma palavra morre e a gente não se dá conta. Ao contrário das pessoas, que por vezes morrem de

desastre, as palavras só morrem aos poucos, devagarinho, cada dia um pouco – à medida em que as pessoas que as usavam vão morrendo também. Minha avó, por exemplo. Tenho certeza de que levou junto com ela a palavra “lorota”. Há uma multidão de palavras pelas quais nada mais se pode fazer: já habitam o subterrâneo das palavras findas. O coração parou, o cérebro também, o médico declarou o óbito e o padre fez a extrema-unção. Provecto. Linfa. Ergástulo. Patego. Algumas, claro, são natimortas: Lorpa. Trenguice. Lordaço. Não adianta bisturi ou eletrochoque – nada no mundo vai resgatá-las. Algumas, para não morrer, reinventaram-se. Trocaram de sexo, de nome e de profissão. A palavra “zoeira” já significou barulho: hoje significa troça. Não é o caso da palavra “troça”, tadinha, que tá nas últimas – apesar de tão gozada. O verbo gozar, no entanto, se reinventou. Trabalhava no ramo do humor, hoje tá no ramo do prazer – taí um cara que sabe aproveitar a vida. (...) Há palavras, no entanto, pelas quais ainda vale lutar. A palavra “cacareco”, por exemplo, tá na UTI. Pros jovens que não chegaram a conhecê-la, cacareco é uma coisa velha, já sem utilidade. Sim, a própria palavra cacareco virou um cacareco. (...) O hospital das palavras está cheio – e ninguém nem sequer vai visitar as enfermas (“enfermas”: taí outra palavra dodói). Elas não têm orgulho. Pra reavivá-las, basta chamar em voz alta que elas voltam serelepes, faceiras – acabou de acontecer com as palavras “serelepe” e “faceira”. Precisamos fazer uma força-tarefa pra salvar a palavra “força-tarefa”. Junto com as palavras morrem também as coisas – e às vezes é impossível saber quem morreu primeiro, se a palavra ou a coisa.

Adaptado de https://colunasduvivier.tumblr.com/. Acesso em 15/04/2019. Texto originalmente publicado no Jornal Folha de São Paulo, no dia 15 de julho de 2016.

QUESTÃO 40 Em “Cacarecos da língua”, Gregório Duvivier apresenta um olhar crítico sobre o uso de códigos linguísticos como meio de gerar significados. Para justificar o potencial de uma língua como caracterizadora de identidade, as ideias do texto convergem para uma observação prioritária de um fenômeno de ordem a) social, na medida em que as palavras adquirem conotações diferentes de acordo com o grupo falante. b) econômica, visto que as transformações na comunicação advêm de perspectivas mercadológicas. c) histórica, por meio das transformações temporais no processo de significação do léxico, representadas pelas

metáforas de “morte”, “reinvenção” e “enfermidade”. d) regional, com o entendimento de que os códigos linguísticos se modificam de acordo com as interações

humanas desenvolvidas em dado espaço geográfico. e) cultural, na medida em que as palavras recebem significações e ressignificações de acordo com o nível de

cultura letrada desenvolvido nas comunidades falantes. Gabarito: C Resolução/comentário: Por meio de construções metafóricas envolvendo as ideias de “morte”, “reinvenção” e “enfermidade”, Gregório Duvivier estabelece uma reflexão sobre a variação histórica de uma língua, na medida em que o tempo faz com que as significações numa língua ocorram de distintos modos.

QUESTÃO 41 Considerando o nível de linguagem adotado na elaboração do texto, identifica-se, por meio dele, uma composição a) formal, uma vez que as construções lexicais e sintáticas respeitam as normas estabelecidas pela

gramática normativa. b) técnica, visto o emprego de itens lexicais rebuscados e distantes da linguagem cotidiana. c) coloquial, por trabalhar com uma estrutura de palavras em que predominam termos em valor conotativo. d) didática, com a utilização de palavras prioritariamente em caráter denotativo. e) informativa, na medida em que foi projetada para veiculação em canais jornalísticos. Gabarito: C Resolução/comentário: Na crônica desenvolvida por Duvivier, as ideias são materializadas em estruturas semânticas em que prevalece a conotação e a informalidade, como o que se pode observar em “Todo dia uma palavra morre e a gente não se dá conta.”.

QUESTÃO 42 A metalinguagem é um recurso expressivo usado para descrever e explicar a própria linguagem de um ato comunicativo, nos seus mais diferentes estilos. No texto, a identificação da metalinguagem é possível pois a) a abordagem temática diz respeito a palavras que caíram em desuso. b) um conjunto de palavras são expostas com o propósito de referenciar diferentes valores semânticos de um

conjunto de palavras. c) algumas palavras foram destacadas com o uso de aspas ao longo da composição. d) trata-se de uma escrita que versa sobre aspectos particulares da língua portuguesa. e) o texto aborda o trabalho promovido por um autor para projetar sua elaboração comunicativa. Gabarito: B Resolução/comentário: Embora quase todas as alternativas (exceto a E) apresentem ideias coerentes relacionadas ao texto-base, só é possível explicar a presença da metalinguagem como recurso expressivo – conforma requeria a questão - pela descrição conceitual apontada na alternativa B.

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QUESTÃO 43

Conteúdo anônimo, sem assinatura, segue ganhando força na rede. Não raro, escondem-se sob a justificativa de que estão fugindo de possíveis represálias porque representam grupos perseguidos. Mas uma grande parte permanece nas sombras a fim de produzir munição para uma guerra virtual por corações e mentes que você pode não ver, mas está aí. A maioria das pessoas nunca checou a informação que consome. Mas, antes, a procedência era de veículos, grandes ou pequenos, tradicionais ou alternativos, que davam a cara para bater, garantindo transparência ao informar quem fazia parte de suas equipes e sua visão de mundo. Esses veículos são bons, honestos e ilibados? Não necessariamente. Mas, ao menos, podem ser questionados judicialmente em caso de propagação de mentiras. Para muitos leitores de contas em redes sociais e sites anônimos, não faz diferença se uma informação é verdadeira ou falsa, não faz diferença um esforço hercúleo de reportagem para descobrir se um fato procede ou não. Quando o conteúdo vai ao encontro do que essa pessoa acredita, ela não se importa se é mentira ou não e vai abraçar o argumento e difundi-lo.

Adaptado de https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2016/02/13/cinco-passos-para-criar-um-meme-e-difundir-uma-mentira-pela-rede/? Acesso em 14/04/2019.

As tecnologias de comunicação e informação apresentam impactos diretos na vida social. O texto em análise aborda impactos promovidos pelas comunicações virtuais, em uma perspectiva a) otimista, na medida em que enfatiza as benesses do acesso à informação via redes sociais. b) pessimista, uma vez que a falta de checagem quanto à veracidade das informações é vista como potencial

para a disseminação de ideias falsas. c) neutra, já que comunicações por canais virtuais apresentam um equilíbrio entre benefícios e prejuízos aos

seus usuários. d) metafórica, por meio da observação de ideias abstratas a respeito da realidade. e) poética, comprovada pela supervalorização das mídias tradicionais de comunicação em detrimento das

virtuais na disseminação informativa. Gabarito: B Resolução/comentário: O texto de opinião expõe uma leitura pessimista sobre o modo de difusão informativa em canais virtuais, dada a falta de checagem quanto à veracidade das informações observadas.

Texto para as próximas duas questões: QUESTÃO 44 O texto exemplifica um gênero textual híbrido entre carta e publicidade oficial. Em seu conteúdo, é possível perceber aspectos relacionados a gêneros digitais. Considerando-se a função social das informações geradas nos sistemas de comunicação e informação presentes no texto, infere-se que a a) utilização do termo download indica restrição de leitura

de informações a respeito de formas de combate à dengue.

b) diversidade dos sistemas de comunicação empregados e mencionados reduz a possibilidade de acesso às informações a respeito do combate à dengue.

c) utilização do material disponibilizado para download no site www.combatadengue.com.br restringe-se ao receptor da publicidade.

d) necessidade de atingir públicos distintos se revela por meio da estratégia de disponibilização de informações empregada pelo emissor.

e) utilização desse gênero textual compreende, no próprio texto, o detalhamento de informações a respeito de formas de combate à dengue.

Gabarito: D Resolução/comentário: Como aponta a alternativa D, através das informações geradas nos sistemas de comunicação e informação – como a presença de “downloads de uso livre” na internet – que podem ser acessadas por qualquer pessoa mencionadas no texto, infere-se a necessidade de atingir diversos públicos — função típica do gênero “publicidade oficial” — ainda que a mensagem tenha traços de uma carta diretamente dirigida aos prefeitos.

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QUESTÃO 45 Diante dos recursos argumentativos utilizados, depreende-se que o texto apresentado a) se dirige aos líderes comunitários para tomarem a iniciativa de combater a dengue. b) conclama toda a população a participar das estratégias de combate ao mosquito da dengue. c) se dirige aos prefeitos, conclamando-os a organizarem iniciativas de combate à dengue. d) tem como objetivo ensinar os procedimentos técnicos necessários para o combate ao mosquito da dengue. e) apela ao governo federal, para que dê apoio aos governos estaduais e municipais no combate ao mosquito

da dengue. Gabarito: C Resolução/comentário: A publicidade oficial utilizada faz-se extensiva não só aos governantes como a todos os cidadãos brasileiros. Contudo, é aos prefeitos que o texto é dirigido de maneira direta, como se pode ver pelo uso do vocativo “Sr. Prefeito” e pelo verbo em pessoa que indica um sujeito para as ações imperativas: “organize mutirões, envolvendo líderes comunitários de sua cidade, para lutar contra a dengue” que, por imposição da concordância, deve ser preenchido por “O senhor”, “você”, “Vossa Senhoria”.

Questões de 46 a 90

QUESTÃO 46

Considerando a sequência das imagens acima, de A a D, pode-se dizer que a) a escala das imagens diminui, pois mais detalhes podem ser vistos na sequência. b) os detalhes das imagens diminuem na sequência de A a D e aumentam a área representada. c) a escala aumenta na sequência das imagens, uma vez que há, na imagem D, uma área maior. d) o detalhamento da imagem A é maior, portanto, sua escala é menor que a das imagens posteriores. e) a escala pouco muda, pois há a mesma área representada de A a D. Gabarito: B Resolução/Comentário: O tamanho da escala determina a riqueza de detalhes, sendo uma escala grande, rica em detalhes, e uma escala pequena representa uma área maior, com, consequentemente, menos detalhes. QUESTÃO 47

Sobre a Teoria da Tectônica de Placas, é possível afirmar que a) a litosfera, de acordo com essa teoria, está fragmentada em placas rígidas que a tornam imóveis sobre

o manto. b) as placas tectônicas são movidas pela convecção do manto, e a energia vem do calor interno da Terra. c) os limites das placas não apresentam feições de grandes proporções, como cadeias de montanhas,

terremotos e vulcões. d) a Teoria da Tectônica de Placas foi a que propôs o planeta Terra formado por um único continente, a Pangeia. e) a litosfera se mantém intacta desde sua formação devido às correntes de convecção, que são responsáveis

por sua estrutura rígida. Gabarito: B Resolução/Comentário: Convecção é o tipo de transmissão de energia térmica, em que essa energia é transmitida por massas fluidas que se deslocam de uma região para outra, em virtude da diferença de densidade dos fluidos existentes nessas regiões.

CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

QUESTÃO 48

O Brasil é, atualmente, uma potência econômica regional que segue o mesmo padrão de desenvolvimento dos países ricos, fundamentado na produção e no consumo de bens duráveis e não duráveis.

De acordo com o exposto, uma proposta de modelo de desenvolvimento neoliberal é: a) O país deve adotar o modelo econômico de maior intervenção do Estado na economia, que aproveite ao

máximo os recursos naturais e humanos. b) O modelo econômico mais apropriado ao país deve ter a regulamentação econômica, orientado pela

nacionalização da produção. c) O país deve adotar um modelo econômico que torne a renda da população mais igualitária, estimulando as

exportações e o consumo de bens importados. d) O modelo de desenvolvimento econômico apropriado ao país deve estimular a justiça social e a preservação

dos recursos naturais. e) O modelo de desenvolvimento econômico que prega a desregulamentação da economia e a eliminação das

barreiras dos investimentos estrangeiros. Gabarito: E Resolução/Comentário: O neoliberalismo prega atuação mínima do estado na economia com privatizações, abertura econômica e desregulamentação financeira. QUESTÃO 49

Tocadas em 1500 pelos homens de Pedro Álvares Cabral, as terras que hoje são brasileiras foram desde então oficialmente incorporadas à Coroa portuguesa. Se haviam sido frequentadas antes, como sugere o Esmeraldo de Situ Orbis, e defendem alguns historiadores portugueses, disso não ficou maior registro, e não há, pois, como fugir da data consagrada e recentemente celebrada – para o bem e para o mal – por brasileiros e portugueses. Descoberto oficialmente, pois, em 1500, sob o pontificado de Alexandre VI Borgia, não se pode dizer, a rigor, que existisse, então, nem Brasil nem brasileiros. Vários são os sentidos dessa não existência.

(Adaptado de: SOUZA, L. M. O nome do Brasil. Revista de História. São Paulo, 2001. n.145. p.61-86. Disponível em: <http://revhistoria.usp.br/images/stories/revistas/145/RH-145_-

_Laura_de_Mello_e_Souza.pdf>. Acesso em: 7 jun.2013.) Para a historiadora e autora desse texto, Laura de Mello e Souza, referir-se à ideia de Brasil enquanto nação, ainda no século XV, é a) lusófobo b) xenófobo

c) positivista d) anacrônico

e) etnocêntrico

Gabarito: D Resolução/Comentário: A historiadora Laura de Mello e Souza sugere na passagem “não se pode dizer, a rigor, que existisse, então, nem Brasil nem brasileiros” aspectos como: os povos autóctones, cerca de 2.500.000 habitantes indígenas na época da chegada de Cabral, não constituíam uma unidade cultural, tampouco política, pois se tratavam de um conjunto variado de sociedades; os portugueses ocuparam um território, desconhecido por eles, sendo o Brasil uma construção histórica posterior, portanto é equivocado (anacronismo) pensar o território brasileiro atual para o século XV; o Estado brasileiro será formado apenas no século XIX, quando conquistará a independência política da Europa, formando um Império; a identidade nacional brasileira, tema complexo e polêmico da historiografia, terá suas primeiras manifestações, ainda que fragmentárias, na crise do antigo sistema colonial no final do século XVIII. QUESTÃO 50

“Dizem que Nossa Senhora tava no meio do mar. Aí vieram os caboclos e lhe chamaram, mas ela não veio não. Depois vieram os marujos brancos, mas ela só balanceou. Aí chegaram os catopês. Eles cantaram, tocaram só com caco de cuia e lata veia. Ela gostou deles, teve pena deles e saiu do mar”.

Trata-se de um mito de reconciliação e integração, bem como de uma compensação simbólica para a experiência histórica de escravidão negra em Minas Gerais. Essa experiência é abertamente expressa em muitos textos musicais das congadas.

José Jorge de Carvalho. Um panorama da música afro-brasileira. In: Série Antropologia. Brasília: Editora da UnB, 2000.

Um exemplo de embaixada alegórica é apresentado no vídeo Festa do Rosário dos Homens Pretos do Serro, que começa com a narração da história em questão. Esse tipo de alegoria, típica nos tempos coloniais, evidencia um processo de a) aculturação b) imposição cultural c) sincretismo religioso d) eliminação simbólica e) dominação ideológica

Gabarito: C Resolução/Comentário: O Brasil é um dos países mais religiosos do mundo e uma das nações onde há maior sincretismo religioso. Essa amálgama de religiões se iniciou com a chegada dos primeiros colonizadores portugueses ao continente. Junto com os portugueses, veio a Igreja Católica - instituição poderosa daquele momento e que buscava aumentar sua influência no mundo todo. Ao chegar à região, os missionários jesuítas, membros da ordem Companhia de Jesus, tinham a missão de cristianizar a população indígena. O processo de sincretismo religioso se intensifica com a chegada dos povos africanos escravizados. A Igreja Católica atuou de maneira repressiva contra a celebração de cultos e crenças religiosas desse povo - proibiam-se celebrações e aplicavam-se punições aos que desrespeitassem essas regras. Uma das formas encontradas pelos africanos para preservar suas tradições foi utilizar os conhecimentos repassados pelos padres e associar os santos católicos a seus orixás, como disfarce para realização de seus cultos. Tal manifestação de sincretismo pode ser observada na narrativa em questão. QUESTÃO 51

Qualquer pessoa que matar outra ou mandar matar, morra por isso morte natural*. Porém, se algum fidalgo de grande solar matar alguém, não seja julgado à morte sem no-lo fazerem saber, para vermos o estado, linhagem e condição da pessoa, assim do matador como do morto, qualidade e circunstâncias da morte, e mandarmos o que for de serviço de Deus e bem da República.

O escravo, ora seja cristão, ora o não seja, que matar seu senhor, ou filho de seu senhor, seja atenazado, e lhe sejam decepadas as mãos, e morra morte natural na forca para sempre; e se ferir seu senhor sem o matar, morra morte natural. E se arrancar alguma arma contra seu senhor, posto que não o fira, seja açoitado publicamente com baraço e pregão pela vila, e seja-lhe decepada uma mão.

(*) A expressão morrer morte natural designa a condenação de alguém à pena de morte. Lara, Silvia H. (ed.). Ordenações filipinas, Livro V. São Paulo: Companhia das Letras, 1999,

p. 143-44; 158. Considerando o texto acima, que apresenta um extrato das Ordenações Filipinas, base do direito português do início do século XVII até meados do século XIX, pode-se depreender que a) a aplicação da justiça estava estritamente submetida às questões religiosas. b) a justiça era igual para todos, já que escravos eram considerados “coisas” para fins punitivos. c) o Código de leis em questão estava diretamente ligado ao Tribunal do Santo Ofício da Inquisição e à Pena

de Talião. d) a punição mais severa aos escravizados era interpretada como um forma de redenção dos pecados concedida

aos cativos. e) nobres acusados de ter cometido crime de assassinato dispunham de tratamento especial por parte da

justiça portuguesa. Gabarito: E Resolução/Comentário: O texto deixa claro que a pena aplicada a alguém dependia de sua condição social. Se ‘fidalgo’, ou seja, membro da nobreza ou da elite colonial, devem ser analisadas as motivações. Os escravizados, embora considerados “coisas” para fins comerciais e produtivos, quando cometiam crimes e/ou delitos, eram humanizados e submetidos aos tribunais temporais com maior rigor das leis. QUESTÃO 52

O texto abaixo apresenta as condições climáticas ideais para o cultivo do mirtilo.

O mirtilo necessita de acúmulo de frio hibernal, para as espécies do tipo highbush que varia de 650 a 850 horas de temperatura inferior a 7,2º C e até 250 horas para o tipo Southern highbush. Para um bom teor de açúcar na fruta, o mirtilo requer até 50 mm de água, semanalmente, durante o período de desenvolvimento das frutas. O tipo rabbiteye, entretanto, apesar das raízes superficiais, é capaz de sobreviver a períodos de seca, devido a características adaptativas, como resistência estomatal, e ao consequente uso eficiente de água. O crescimento e a produção do mirtilo são considerados diretamente proporcionais ao teor de matéria orgânica do solo.

Adaptado de: <https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/32395/1/documento-

96.pdf>. Acesso em: 27 ago. 2018.

O mapa abaixo é dos tipos climáticos do Brasil.

A partir da leitura do texto e da observação do mapa, é a alternativa que apresenta o lugar com as condições mais próximas do ideal para o cultivo do mirtilo do tipo highbush: a) Pelotas (RS) b) Manaus (AM) c) Porto Velho (RO) d) Palmas (TO) e) Juazeiro (BA) Gabarito: A Resolução/Comentário: A cidade ideal para o cultivo do mirtilo do tipo highbush é Pelotas (RS), pois essa cidade apresenta temperaturas mais baixa por estar localizada na região Sul, que é influenciada por fatores como a altitude e a latitude. QUESTÃO 53

O Brasil possui uma grande diversidade de solos em sua extensão continental, decorrente da ampla diversidade de pedoambientes e de fatores de formação do solo. Nas 13 classes de solos contidas no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS), constata-se a influência desses fatores através da grande variabilidade das características químicas, físicas e morfológicas.

Texto I Texto II O material de origem corresponde à formação rochosa original que foi intemperizada para dar origem aos solos, fornecendo a ele suas principais características. No Brasil, um tipo de solo muito fértil que é formado a partir de rochas de origem vulcânica – como o basalto – e, portanto, ricas em enxofre tornou-se importante para a agricultura do país.

Tipo de solo de cor bem escura, quase preta, encontrado na região litorânea do nordeste brasileiro. É um solo muito fértil e, portanto, excelente para a prática da agricultura. No período colonial, foi muito explorado na agricultura de cana-de-açúcar.

Os textos acima fazem alusão a dois tipos de solos de grande importância para o desenvolvimento econômico no Brasil, que são, respectivamente, a) Terra Roxa e Litossolo b) Massapê e Loess. c) Terra Roxa e Massapê d) Halomórfico e Hidromórfico e) Podzoico e Tchernozion Gabarito: C Resolução/Comentário: Solo de Terra Roxa: é um tipo de solo avermelhado muito fértil, caracterizado por ser o resultado de milhões de anos de decomposição de rochas basálticas. Solo de Massapê: É um solo muito fértil e, portanto, excelente para a prática da agricultura. No período colonial, foi muito explorado na agricultura de cana-de-açúcar.

QUESTÃO 54

Estudo revela que 30% dos solos do mundo estão degradados Ameaças como erosão, compactação e perda da matéria orgânica, entre outros, atingem quase um terço das terras do planeta. Amplo estudo envolvendo 600 pesquisadores de 60 países mostrou que mais de 30% dos solos do mundo estão degradados. Coordenado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o trabalho publicou seus resultados no livro ‘Estado da Arte do Recurso Solo no Mundo' (Status of the world´s soil resources) e se baseou em mais de duas mil publicações científicas no tema.

Fonte: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/14343883/estudo-revela-que-30-dos-solos-do-mundo-estao-degradados

Dentre as práticas provocadoras da degradação dos solos, destacam-se a) a agricultura orgânica e o modelo agroflorestal. b) a agricultura mecanizada e a rotação das culturas. c) o plantio intensivo monocultor e o elevado uso de agrotóxicos. d) as curvas de nível e o plantio direto. e) o uso de agrotóxicos e o pousio do solo. Gabarito: C Resolução/Comentário: As práticas de queimadas em minifúndios e a monocultura em latifúndios recebem destaque na degradação dos solos. As queimadas, pois o horizonte “O” e parte do horizonte “A” são danificados com o fogo; e as monoculturas retiram nutrientes específicos e corroboram para a perda da fertilidade e de processos erosivos.

QUESTÃO 55

Uma análise das lutas suscitadas pela ocupação holandesa no Brasil pode ajudar a desconstruir ideias feitas. Uma tese tradicional diz respeito ao reforço da identidade brasileira durante as lutas com os holandeses: a luta pela expulsão dos holandeses seria obra muito mais dos brasileiros e negros do que dos portugueses. Já a tese que critica essa associação entre a experiência da dominação holandesa e a gênese de um sentimento nativista insiste nas divisões – no âmbito da economia açucareira – entre senhores de engenho excluídos ou favorecidos pela ocupação holandesa.

(Adaptado de Diogo Ramada Curto. Cultura imperial e projetos coloniais (séculos XV a XVIII). Campinas: Editora da Unicamp, 2009, p. 278.)

São mencionadas no texto duas interpretações divergentes a respeito da luta contra a dominação holandesa no Brasil. Tais divergências demonstram a a) inconfiabilidade dos estudos históricos enquanto ciência. b) ausência de fontes históricas sobre o período tratado em questão. c) cultura positivista que se instalou no meio acadêmico durante séculos. d) dificuldade de se elaborar explicações sobre os motivos da Insurreição Pernambucana. e) urgência dos brasileiros em resistir à dominação holandesa independente dos elementos motivadores. Gabarito: D Resolução/Comentário: Uma interpretação considera que a luta contra os holandeses foi movida por um elemento ideológico, abstrato, o sentimento de pertencer a uma “nacionalidade” – a brasileira - e de pertencer a um país, o Brasil, ocupado por elementos estrangeiros. A segunda interpretação valoriza os interesses econômicos, considerando que a luta pela expulsão dos holandeses se deve ao processo de exploração imposto aos latifundiários ligados à produção canavieira. Observa-se, assim que a História, enquanto parte das chamadas Ciências Humanas, busca, de forma dialética, verdades sobre o passado que estão em constante (re)construção.

QUESTÃO 56

Brasil, meu nego Deixa eu te contar A história que a história não conta O avesso do mesmo lugar Na luta é que a gente se encontra Brasil, meu dengo A mangueira chegou Com versos que o livro apagou Desde 1500 Tem mais invasão do que descobrimento Tem sangue retinto pisado Atrás do herói emoldurado Mulheres, tamoios, mulatos Eu quero um país que não está no retrato.

(Letra do samba da Mangueira, escola campeã do carnaval carioca em 2019, interpretada por Wantuir de Oliveira e Cacá Nascimento)

Sobre a ideia central do samba-enredo, pode-se afirmar que a) aponta para uma negação da memória nacional. b) revela unanimidade na maneira como se interpreta o passado. c) discute a historiografia oficial, predominantemente eurocêntrica. d) explicita que a História esconde os feitos dos descobridores europeus. e) mostra descontentamento com a maior inclinação da História aos índios e negros. Gabarito: C Resolução/Comentário: O samba trouxe uma importante discussão sobre o caráter positivista que ainda predomina na historiografia nacional, tal como questiona a heroicização de alguns personagens que atuaram no processo escravocrata ou no genocídio indígena. Tal concepção está ligada às correntes que questionam o positivismo, através de uma história vista pelo olhar dos vencidos.

QUESTÃO 57

De filhas a soldados, de esposas a forças armadas, elas continuam a ser as únicas tropas documentadas de primeira linha na história da guerra moderna. Um grupo de exterminadoras subsaarianas que deixavam seus colonizadores europeus tremendo nas botas, observadores estrangeiros as chamavam ‘amazonas do Daomé’, enquanto elas denominavam a si mesmas N’Nonmiton, que significa “nossas mães”. Protegendo seu rei nos mais sangrentos campos de batalha, elas emergiram como uma força de combate de elite no Reino de Daomé, na atual República do Benin.

Disponível em <https://nacaomestica.org/blog4/?p=22850>Acesso em 17 de abr./2019.

O reino de Daomé foi um dos grandes reinos africanos, que se estendeu desde a Idade Média até fins do século XIX. Sobre o texto e seus conhecimentos acerca da África medieval, pode-se inferir que a) havia plena igualdade de gênero nos povos do continente africano. b) a escravidão na África deve ser entendida unicamente pela ação dos europeus. c) nem todas as civilizações da África eram tribais, possuindo também formas estatais. d) as tribos africanas podem ser caracterizadas como menos desenvolvidas que as nações europeias. e) o continente mostra-se igualmente patriarcal às nações europeias, com as alijadas da vida social e política. Gabarito: C Resolução/Comentário: O reino do Daomé atingiu seu apogeu no século XVII, tendo origem em outro reino mais antigo, o de Alada. Negociantes europeus de escravos já visitavam a costa atlântica nessa época. Os daomeanos começaram a capturar negros de outras tribos para vendê-los aos negociantes de escravos em troca de armas e outros produtos. Depois, os escravos eram vendidos no Brasil e nas Antilhas. Outros eram mantidos no Daomé para trabalhar em grandes fazendas, que forneciam alimentos para o exército e a corte real. O império cresceu e se fortaleceu ao longo do século XVIII. Depois que a Grã-Bretanha e outros países declararam a ilegalidade do comércio escravagista no século XIX, o Daomé passou a vender óleo de palmeira em vez de escravos. No final do século XIX, a França conquistou o Daomé e o agregou a outras regiões para formar uma colônia também chamada Daomé, a qual se tornou independente em 1960. O nome Daomé foi mantido até 1975, quando foi substituído pelo de República Popular do Benin. QUESTÃO 58

“Este é o homem novo do Renascimento: aquele que se liberta da tradição pela dúvida e confirma seu valor através dos resultados de seus esforços: aquele que confia em suas experiências e em sua razão; o que confia no novo, pois assume sua realização dentro da temporalidade.”

PESSANHA, Jose Américo Motta. Humanismo e pintura. In: Novaes, Adauto. Artepensamento. São Paulo: Companhia das Letras, 1994. P. 34.

O aspecto a ser ressaltado no texto que caracteriza o período renascentista é a) a subordinação à visão clerical, que valorizava a iluminação divina para chegar à verdade sobre o homem, a

mais perfeita realização de Deus. b) um ideal que partia da valorização do homem e, por consequência, via a Terra como centro do universo. c) um pensamento social que se preocupava em compreender o papel da humanidade, em relação a sua

divindade, bem como entender seus propósitos. d) um conjunto de ponderações acerca da origem do mal, do conhecimento identificado à iluminação divina, da

memória, da felicidade e do tempo. e) a perda da hegemonia da Igreja Católica como instituição e surgimento de um movimento que redescobriu a

importância da dúvida e do pensamento especulativo. Gabarito: E Resolução/Comentário: O Renascimento é um dos mais importantes momentos da história do Ocidente. Foi quando se passou a evidenciar uma nova concepção de mundo, baseada em explicações racionais e cientificas e não mais dogmáticas.

QUESTÃO 59

“(...) o caráter fundamental da filosofia positiva é tomar todos os fenômenos como sujeitos a leis naturais invariáveis, cuja descoberta precisa e cuja redução ao menor número possível constituem o objetivo de todos os nossos esforços, considerando como absolutamente inacessível e vazia de sentido para nós a investigação das chamadas causas, sejam primeiras, sejam finais. (...) Pretendemos somente analisar com exatidão as circunstâncias de sua (os fenômenos) produção e vinculá-las umas às outras, mediante relações normais de sucessão e de similitude.”

COMTE, Auguste. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978. P. 7 Auguste Comte, no seu curso de filosofia positiva, destaca a) uma renúncia à procura das causas dos fenômenos e preocupação com a descoberta das leis de

funcionamento da sociedade, com o objetivo de compreendê-los para poder prevê-los e, finalmente, atuar sobre a realidade, modificando-a.

b) uma contundente crítica à sociedade europeia do século XIX, sobretudo em razão das desigualdades sociais oriundas das consolidação do capitalismo.

c) uma interpretação do social obtida pela ótica da religião, a qual poderia explicar a existência dos desigualdades e dos conflitos como sendo algo natural em meio à sociedade.

d) uma concepção darwinista aplicada à sociedade, resultando na percepção de que as desigualdades sociais deveriam ser, automaticamente, aplicadas no objeto da física social.

e) a necessidade de uma ideologia que determine o modo de ser, de agir e pensar de uma sociedade e a extinção das particularidades dos indivíduos para constituir um grupo homogêneo e solidário.

Gabarito: A Resolução/Comentário: A filosofia positivista de Comte trata de responder aos avanços da ciência, propondo que esta servisse para melhorar não apenas a soma do conhecimento humano, mas a sociedade como um todo. Dessa forma, destacam-se como característica do seu pensamento: A busca de objetividade; A utilização da observação e o experimento como instrumentos para validar o conhecimento; Compreende que cabe à ciência positiva identificar as leis naturais da sociedade para resolver problemas

concretos; A ciência é capaz de reformar a sociedade; Defende que o progresso da humanidade (evolução) depende exclusivamente dos avanços científicos. QUESTÃO 60

Um grande empresário chinês do ramo de produtos de “1,99”, chamado Xhuv-I-Iang, decidiu exportar guarda-chuvas para o Brasil alguns anos atrás. Recentemente, esse empresário pediu um relatório sobre suas vendas em nosso País e, após uma breve leitura do documento, observou que poderia aumentar suas vendas em algumas cidades durante o inverno brasileiro. Considerando exclusivamente o regime de chuvas típico de cada cidade apresentada abaixo, pode-se afirmar que a cidade brasileira mais promissora para o empresário investir durante o inverno é a) Juazeiro do Norte (CE). b) Goiânia (GO).

c) Salvador (BA). d) Cuiabá (MT).

e) Bagé (RS).

Gabarito: C Resolução/Comentário: A cidade será Salvador (BA), pois a mesma apresenta o clima tropical litorâneo, onde as chuvas são mais frequentes no período do inverno.

QUESTÃO 61

Um novo grupo de países se organiza na América do Sul Representantes de oito países sul – americanos assinaram na sexta – feira 22/03/19 a declaração de

Santiago, documento que propõe a criação do PROSUL, novo acordo de desenvolvimento e integração regional. O texto foi sancionado pelos presidentes da Argentina, Brasil, Chile, Paraguai, Peru, Equador e Colômbia, além do embaixador da Guiana; segundo o anfitrião, Sebastián Piñera, o acordo estabelece um compromisso dos presidentes de colaboração, diálogo e integração na América do Sul.

(Cláudio Reyes/AFP/Março de 2019)

De acordo com as mudanças na geopolítica da América do Sul, pode-se afirmar que o PROSUL visa a) por fim às conflituosas relações estabelecidas historicamente dentro do Mercosul. b) fortalecer e ampliar as alianças militares entre os países da América Latina. c) esvaziar e substituir a UNASUL em prol de um novo realinhamento político na região. d) associar-se ao NAFTA que apresentou relevante desenvolvimento ao México. e) estreitar relações com a União Europeia tendo a Guiana inglesa como interlocutora. Gabarito: C Resolução/Comentário: O PROSUL pretende esvaziar e substituir a UNASUL, criada em 2008. Com a saída dos oito países, o antigo bloco passa a contar com apenas quatro membros (Venezuela, Bolívia, Uruguai e Suriname). A alegação para a dissidência é o fato da mudança de alinhamento ideológico em relação aos atuais membros do antigo bloco. QUESTÃO 62

Após séculos de políticas preocupadas em integrar os povos originais à sociedade, mas sem levar em conta seus costumes, o México se encontra imerso no que vários analistas consideram como uma nova etapa histórica, baseada no respeito às suas próprias formas de vida, que, por sua vez, não está isenta de complicações.

"Nós, que temos uma formação ocidental, não temos o direito de trocar seus próprios conceitos de felicidade, já que são mais felizes do que nós. O que temos que fazer é ajudar os indígenas a viverem melhor", afirmou Xabier Abreu, diretor-geral da Comissão Nacional para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas (CDI).

Durante a inauguração do Museu Indígena - no Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado no dia 9 de agosto -, o principal responsável da CDI lembrou que no México, onde 15,7 milhões de pessoas são consideradas indígenas (14% da população), a relação da sociedade com os indígenas mudou notavelmente. "As culturas indígenas do México são muito diferentes do que há 500 anos; houve o diálogo intercultural e algumas aprendizagens de um lado e de outro", apontou Abreu, que destacou o valor do respeito à terra presente nas sociedades ancestrais. Segundo ele, a sociedade atual deveria aprender essa lição.

De acordo com o principal responsável pela CDI, além de reduzir as brechas sociais e econômicas entre os povos indígenas e o resto da população, o principal desafio que o México enfrenta é que as leis não trabalham uma "política indigenista, mas indígena". Ou seja, "que sejam eles os responsáveis por decidir o que deverá ser feito".

(Disponível em: <https://www.terra.com.br/noticias/mundo/mexico-apoiar-povos-indigenas-e-respeitar-seus-costumes,94aa97c1068da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html> Acesso

em 20 de abr./2019) De acordo com o texto, a) não há questões indígenas em aberto no México. b) as políticas indigenistas devem ser feitas sob molde ocidental. c) há uma excessiva preocupação com políticas indigenistas na América. d) o México é um exemplo de democracia étnica, diferentemente do Brasil. e) os nativos, cerceados de seus direitos desde a conquista europeia, devem deliberar

sobre as políticas públicas. Gabarito: E Resolução/Comentário: A matéria questiona que as políticas indigenistas são muitas vezes construídas sem a participação dos índios, repetindo, de certa forma, a mentalidade colonizadora, ainda que possam ter boas intenções.

QUESTÃO 63

Interpretando-se a tirinha à luz do entendimento sobre o modelo de democracia desenvolvido em Atenas, na Antiguidade (dos séculos V e IV a. C.), depreende-se a a) escolha de um representante para o povo, garantindo, portanto, o poder de um sobre os outros. b) erradicação do conceito de cidadão, visando definir linhas horizontais de direitos equivalentes para o povo. c) institucionalização do poder, visando garantir os direitos dos trabalhadores e agricultores, preferencialmente. d) definição de que nem todos são cidadãos. Mulheres, crianças, escravos e estrangeiros são excluídos

da cidadania. e) inserção de uma democracia representativa, que procura garantir igualdade entre todos independente

das diferenças. Gabarito: D Resolução/Comentário: A democracia ateniense foi marcada pela exclusão da grande maioria da população, já que somente os homens, nascidos em Atenas, maiores de dezoito anos é que podiam ter voz na arena política. Além disso, vemos que nesse tipo de democracia os cidadãos decidiam diretamente pelo estabelecimento das leis, não elegendo representantes que tomassem tal ação em seu lugar.

QUESTÃO 64

De onde vem o mundo? De onde vem o universo? Tudo o que existe tem que ter um começo. Portanto, em algum momento, o universo também tinha de ter surgido a partir de uma outra coisa. Mas, se o universo de repente tivesse surgido de alguma outra coisa, então essa outra coisa também devia ter surgido de alguma outra coisa algum dia. Sofia entendeu que só tinha transferido o problema de lugar. Afinal de contas, algum dia, alguma coisa tinha de ter surgido do nada. Existe uma substância básica a partir da qual tudo é feito?

Adaptado de: GAARDER, J. O Mundo de Sofia. Trad. de João Azenha Jr. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p.43-44.

Dentre as sentenças, a que mais se aproxima da ideia dos filósofos pré-socráticos é: a) Consolidaram a indiferença quanto à origem do universo. b) Erradicaram permanentemente a influência das explicações mitológicas. c) Indicaram que o cosmos teria surgido do nada e sem nenhuma explicação. d) Identificaram a physis como um elemento igualmente conhecido por todos. e) Buscavam nos elementos da natureza as respostas sobre a origem do mundo. Gabarito: E Resolução/Comentário: Aquilo que une os filósofos pré-socráticos é a preocupação em perguntar e compreender a natureza do mundo (a physis). Queriam entender a origem, aquilo que originou todas as coisas, o princípio delas. Os filósofos pré-socráticos são divididos em escolas do pensamento: Escola Jônica, Escola Itálica, Escola Eleática, Escola Atomística; de acordo com o local e problemas discutidos por seus pensadores, conhecendo a natureza, portanto, de modos diversos. QUESTÃO 65

“Ao final da reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), em julho de 2008, a sensação foi de desalento, como fica evidente nas palavras do Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim: ‘É uma pena, pois para qualquer observador externo […] seria inacreditável que, depois do progresso alcançado, nós não conseguimos chegar a uma conclusão.’”

Adaptado de: Sene, E.; Moreira, J.C. - Geografia Geral e do Brasil: espaço geográfico e globalização. 2ª ed. 2v. São Paulo: Scipione, 2012, p. 230.

“Mike Froman, o representante do governo dos Estados Unidos para assuntos de comércio internacional,

escreveu um artigo publicado ontem pelo jornal ‘Financial Times’ que a agenda do desenvolvimento da Rodada de Doha, iniciada 14 anos atrás, deveria ser substituída, porque ela simplesmente não produziu resultados.”

www1.folhauol.com.br/mercado/2015/12/1719245

O fracasso atribuído por Celso Amorim e Mike Froman às sucessivas negociações acerca do comércio internacional de commodities e de bens industrializados deveu-se, principalmente, ao fato de que a) não houve consenso, entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos, acerca do comércio de bens e serviços

ambientalmente sustentáveis. b) os países desenvolvidos exigiram que os países em desenvolvimento eliminassem os subsídios oferecidos

pelos governos destes países às suas produções agrícolas, a fim de ampliar a participação de seus próprios produtos agrícolas no comércio internacional.

c) o forte protecionismo comercial e os elevados subsídios agrícolas continuou a figurar como principal entrave político nas relações de comércio entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento.

d) não houve consenso entre países desenvolvidos e em desenvolvimento acerca da redução das emissões de gases de estufa e do comércio mundial dos créditos de carbono, a fim de desacelerar o aquecimento global.

e) ocorreu, por parte da OMC, a imposição de medidas impopulares para o equilíbrio das contas públicas dos países subdesenvolvidos, com vistas a atenuar os efeitos da crise financeira sobre os fluxos globais de comércio.

Gabarito: C Resolução/Comentário: Programada para acabar em 2005, a Rodada Doha ainda se estende até os dias atuais. Há muitos impasses entre os dois blocos presentes nas negociações, sobretudo no que se refere às ações para diminuir ou extinguir as tarifas alfandegárias. Os países subdesenvolvidos desejam a diminuição na cobrança de impostos sobre os produtos agrícolas que exportam para os países desenvolvidos. Em contrapartida, estes desejam igualmente uma diminuição na cobrança de tributos sobre os seus produtos industrializados.

QUESTÃO 66

“17/07/2017- Canela, Gramado e Caxias do Sul, [...] registraram o fenômeno. Frio chegou com intensidade ao estado e temperatura deve cair ainda mais ao longo do dia.“

(https://g1.globo.com)

“31/03/2016- Com chances de neve já no outono, o frio em Gramado promete chegar com tudo [...]” (https://www.dicasdegramado.com.br)

Nos últimos anos, temos observado na mídia uma série de notícias evidenciando o rigor do inverno na região acima referida. Essa região tem atraído inúmeros turistas que gostam de contemplar o frio, as comidas típicas locais e têm o anseio de conhecer, ao vivo, a neve e o congelamento das águas em pleno Brasil. A associação de dois importantes fatores climáticos justifica a ocorrência de tais fenômenos meteorológicos nessa região. São eles: a) latitude e altitude. b) maritimidade e latitude. c) continentalidade e maritimidade.

d) altitude e longitude. e) correntes marítimas e massas de ar.

Gabarito: A Resolução/Comentário: Quanto maior a latitude, mais frio fica, pois maior será a distância da linha do Equador. Quanto maior a altitude, menor a temperatura, pois a cada 100 metros de altitude a temperatura tende a abaixar cerca de 1ºC.

QUESTÃO 67

“Há muitas maravilhas, mas nenhuma é tão maravilhosa quanto o homem… homem de engenho e artes inesgotáveis… soube aprender sozinho a usar a fala e o pensamento mais veloz que o vento… sagaz de certo modo na inventiva além do que seria de esperar e na destreza, que o desvia às vezes para a maldade, às vezes para o bem…”

(SÓFOCLES, Antígona, 497 – 406, a.C.) “Este animal previdente, sagaz, complexo, penetrante, dotado de memória, capaz de raciocinar e de

refletir, ao qual damos o nome de homem… Único entre todos os vivos e entre todas as naturezas animais, só ele raciocina e pensa. Ora, o que há... de mais divino que a razão, que chegada à maturidade e à sua perfeição é justamente chamada de sabedoria?”

(CÍCERO. Sobre As Leis. 106 – 43, a.C.) Um aspecto cultural marcante da antiguidade clássica e comum aos textos do grego Sófocles e do romano Cícero é o a) teocentrismo, teoria que define deus como centro do universo. b) naturalismo, valorização do contato entre o homem e a natureza. c) humanismo, exaltação das qualidades e feitos dos seres humanos. d) hedonismo, estilo de vida baseado na obtenção dos prazeres carnais. e) cientificismo, defesa do empirismo como construção do conhecimento. Gabarito: C Resolução/Comentário: Ambos os textos – um grego e um romano – referem-se à valorização do homem quanto às suas qualidades, a capacidade criativa e de raciocínio, e exaltam suas realizações, caracterizando-se culturalmente pela defesa do humanismo. Vale ressaltar que esse aspecto cultural comum aos povos da antiguidade clássica foi superado pelas tradições religiosas medievais e, posteriormente, resgatados pelos renascentistas, na transição entre medievo e Idade Moderna.

QUESTÃO 68

“No entanto, Roma, a mãe do direito pelo que se diz, deveria ser um Estado em conformidade com o direito, no qual ninguém seria obrigado a fazer o que a lei não prescreve e no qual a justiça pública substituiria o arbitrário. Ademais, o direito romano pode ser qualificado como individualista: a liberdade de divórcio é igual para os dois sexos, a propriedade pode ser livremente alienada, a liberdade do testador é muito ampla; não se impõe nenhuma crença religiosa, a cidade e cada indivíduo têm seus deuses favoritos, o braço secular deixa aos deuses – se o podem – o cuidado de vingar as injúrias que lhes são feitas […]”

(VEYNE, Paul. História da vida privada – 1. Do império romano ao ano mil. P. 150. Companhia das Letras. 2011)

De acordo com Veyne, o Direito Romano pode ser caracterizado como a) individualista, garantindo ao indivíduo o poder de escolha e liberdade dentro da lei. b) liberal, permitindo o divórcio para ambos os sexos desde que não haja filhos envolvidos. c) ditatorial, exigindo que o indivíduo cumpra todos os ditames da lei, sem permitir mudanças. d) laico, deixando a religião fora dos ditames do Estado, proibindo as cidades de cultuar deuses. e) elitista, garantindo direitos somente para os patrícios, visto que escravos e estrangeiros não os tinham. Gabarito: A Resolução/Comentário: O Direito Romano é baseado no princípio da defesa dos direitos individuais dentro de um contexto de fundação da República, na passagem do século VI a. C. para o século V a.C. Esse período fora marcado pela luta dos plebeus por garantias políticas, econômicas e sociais, visto que na fase monárquica, apenas os patrícios possuíam tais benefícios.

QUESTÃO 69

Por que as pessoas se casavam na Roma Antiga? Para esposar um dote, um dos meios honrosos de enriquecer, e para ter, em justas bodas, rebentos que, sendo legítimos, perpetuassem o corpo cívico, o núcleo dos cidadãos. Os políticos não falavam exatamente em natalismo, futura mão de obra, mas em sustento do núcleo de cidadãos que fazia a cidade perdurar exercendo a “função de cidadão” ou devendo exercê-la.

(Adaptado de P. Ariès e G. Duby, História da Vida Privada. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. v. 1, p. 47.)

Segundo o texto, o casamento na Roma Antiga, no início do período republicano, significava a a) manutenção dos privilégios políticos dos cidadãos. b) necessidade de suprir a mão de obra ao Império. c) obtenção do status de cidadão natural de Roma. d) estruturação de vínculos militares entre nobres. e) garantia de ascensão social aos mais pobres. Gabarito: A Resolução/Comentário: O casamento em Roma era utilizado, sobretudo, para assegurar a manutenção dos privilégios das elites patrícias, através de filhos legítimos de cidadãos romanos, garantindo-lhes o poder político e marginalizando outros grupos.

QUESTÃO 70

El Niño é um fenômeno oceânico caracterizado pelo aquecimento incomum das águas superficiais nas porções centrais e leste do oceano pacífico, nas proximidades da América do Sul, mais particularmente na costa do Peru. A corrente de águas quentes que ali circula, em geral, na direção sul no início do verão, somente recebe o nome de El Niño quando a anomalia térmica atinge proporções elevadas (1ºC) ou muito elevadas (de 4 a 6ºC) acima da média térmica, que é de 23ºC. Este fenômeno se faz notar com maior evidência nas costas peruanas, pois as águas provenientes do fundo oceânico (fenômeno conhecido como ressurgência) e da corrente marinha de Humboldt são interceptadas por águas quentes oriundas do norte e oeste. Essa alteração regional assume dimensões continentais e planetárias à medida que provoca desarranjos de toda a ordem em vários climas da Terra.

Ainda sobre a influência do fenômeno El Niño na dinâmica climática mundial, pode-se afirmar que a) afetando a dinâmica climática em escala regional, a ocorrência do fenômeno gera bruscas alterações

climáticas em pouquíssimas áreas no mundo. b) o fenômeno gera impactos generalizados sobre as atividades humanas causadas por inúmeras catástrofes

ligadas a severas secas e inundações. c) mesmo com maior influência nas costas peruanas, o fenômeno não interfere na dinâmica climática local e regional. d) é um fenômeno periódico, ocorrendo todos os anos, desde 1984. Essa periodicidade facilita seus estudos e

possíveis previsões. e) apesar de atuar na costa pacífica da América do Sul este fenômeno não traz mudanças climáticas

significativas para a região. Gabarito: B Resolução/Comentário: As principais consequências de El Niño hoje são a alteração da vida marinha na costa oeste dos EUA e do Canadá e no litoral do Peru; o aumento de chuvas no sul da América do Sul e sudeste dos EUA; secas no Nordeste brasileiro, centro da África, Sudeste Asiático e América Central e tempestades tropicais no centro do Pacífico.

QUESTÃO 71

Nos Estados Unidos, o endividamento médio das famílias cresceu algo em torno de 22% nos últimos oito anos – tempos de uma prosperidade que parecia não ter precedente. A soma total das aquisições com cartões de crédito não ressarcidas cresceu 15%. E a dívida, talvez ainda mais perigosa, dos estudantes universitários, futura elite política, econômica e espiritual da nação, dobrou de tamanho.

BAUMAN, Zygmunt. Vida a crédito. Rio de Janeiro: Zahar, 2010. O texto apresenta uma realidade vivenciada pelas sociedades ocidentais na atual etapa do capitalismo globalizado. Nesse contexto, a probabilidade de ocorrência de crises socioeconômicas tem-se ampliado devido à(ao) a) restrição dos empréstimos à população de maior poder aquisitivo que amplia as desigualdades sociais. b) esgotamento do modelo consumista que inviabiliza o aumento da produção nos países desenvolvidos. c) regularização do papel do Estado que desloca sua atuação para uma maior intervenção. d) enfraquecimento das agências bancárias que financiam as políticas públicas nos países centrais. e) utilização do capital especulativo que fragiliza a economia interna de regiões em desenvolvimento. Gabarito: E Resolução/Comentário: O capital volátil ou especulativo é temido pelos países em desenvolvimento, visto que esse capital pode ser retirado de forma rápida em um país que apresente um desequilíbrio politico. QUESTÃO 72

O Reino Unido vive um momento de grande turbulência política. A Primeira Ministra Theresa May, do partido conservador, tem encontrado enorme dificuldade para manter-se sólida a frente do poder. Especialistas veem com pessimismo sua permanência no cargo devido aos reflexos do resultado extremamente equilibrado do referendo de 2016 (51,9% contra 48,1%).

Podemos afirmar, em relação à temática abordada, que a) o BREXIT afeta drasticamente a economia da União

Europeia, sendo que o Reino Unido constitui-se como a maior potência do bloco.

b) a postura adotada pela Primeira Ministra, pela saída do bloco, agrada a maioria da população constituída por jovens.

c) os imigrantes que chegam ao Reino Unido seriam extremamente beneficiados com a exclusão do país do bloco.

d) a saída do Reino Unido do bloco não traria prejuízos em relação às exportações para o mercado europeu em geral.

e) o Reino Unido repensa no momento sua decisão através dos constantes pedidos de extensão do prazo para a saída do bloco.

Gabarito: E Resolução/Comentário: O Reino Unido repensa, no momento atual, sua decisão em relação ao BREXIT. Prova maior são os constantes pedidos de prorrogação do prazo para sua exclusão em definitivo.

QUESTÃO 73

Texto I

“Os homens que combatem e morrem por Roma têm o ar, a luz e mais nada (...). Lutam e perecem para sustentar a riqueza e o luxo de outro, mas embora sejam chamados senhores do mundo, não têm um único torrão de terra que seja seu.”

(Tibério Graco In: ANDERSON, Perry. Passagem da antiguidade ao feudalismo. São Paulo. Ed. Brasilense, 2001, pág. 60)

Texto II

“Não deixa de causar certo desconforto, entre aqueles que têm se dedicado ao estudo das transformações no mundo rural, estarmos aqui reunidos, em pleno século XXI, para falar de reforma agrária, uma questão que já deveria ter sido resolvida no Brasil desde a segunda metade do século XIX.”

(LOPES, E. S. A. A Reforma Agrária no Brasil: um velho problema, esperando uma solução que nunca chega? Fundação Joaquim Nabuco. Acesso em: 22 maio de 2015.)

A leitura dos fragmentos permite inferir que a a) questão agrária representou uma necessidade socioeconômica na Antiguidade, mas que já foi solucionada

nos dias atuais. b) partilha dos latifúndios gerou em Roma a pulverização antieconômica da terra, e que o mesmo ocorreria ao

Brasil atualmente. c) distribuição das terras foi amplamente discutida em vários setores da sociedade brasileira antes de ser

implantada, no século XIX. d) concentração fundiária significou um impasse político durante a República romana e permanece sendo um

problema insolúvel no Brasil. e) reforma agrária, tanto em Roma, quanto no Brasil, tentou impor um padrão socialista, no qual não seria

permitida a propriedade de terras. Gabarito: D Resolução/Comentário: A questão da concentração fundiária marca um impasse que percorre vários momentos da história da humanidade. Desde a luta dos irmãos Graco, tribunos da plebe na República romana, em torno de uma melhor divisão das terras públicas (ager publicus), até os movimentos campesinos na América Latina do século XXI, sobretudo no Brasil, percebe-se que o tema reforma agrária se coloca como imperativo para uma possível – porém, distante – solução da desigualdade no ambiente agrário.

QUESTÃO 74

“Como aquela era uma sociedade urbana, naturalmente a crise se manifestava mais claramente nas cidades, com lutas sociais, a contração do comércio e do artesanato, a retração demográfica, a pressão do banditismo e dos bárbaros. Assim, entende-se que os mais ricos se retirassem para suas grandes propriedades rurais (villae), onde estariam mais seguros e de onde poderiam obter praticamente todo o necessário.”

(JÚNIOR, Hilário Franco. O feudalismo. São Paulo: Brasiliense. 2013. pág. 11) Na antiga Roma, assim como a aristocracia, os plebeus pobres – que moravam nas cidades e que não possuíam terras – também migraram para o ambiente rural, gerando como consequência a(o) a) abertura das fronteiras romanas aos povos germânicos. b) eclosão de revoltas de escravos, maioria da população em Roma. c) surgimento do colonato, arrendamento de terras aos camponeses. d) expropriação dos latifúndios, estabelecendo propriedades coletivas. e) aumento do fluxo de escravos para Roma, dinamizando a produção agrícola. Gabarito: C Resolução/Comentário: Durante a crise do século III, o Império Romano do Ocidente viu vários de seus pilares ruírem. O declínio da escravidão, que era base da mão de obra agrícola nos domínios do Império, é exemplo da decadência em que ele se encontrava. Concomitantemente, as diversas invasões bárbaras iam minando a resistência militar romana e forçando um processo de êxodo urbano, no qual a população das cidades, despossuída de terras, que se viu forçada a migrar para o campo passou a ser utilizada como mão de obra sob a forma de meeiros, arrendando as terras de quem as possuía e pagando com trabalho a moradia e a subsistência; regime conhecido como colonato, que serviu de base para a formação do sistema feudal.

QUESTÃO 75

“A sociedade colonial brasileira herdou concepções clássicas e medievais de organização e hierarquia, mas acrescentou-lhe sistemas de graduação que se originaram da diferenciação das ocupações, raça, cor e condição social. (...) as distinções essenciais entre fidalgos e plebeus tenderam a nivelar-se, pois o mar de indígenas que cercava os colonizadores portugueses tornava todo europeu, de fato, um gentil-homem em potencial. A disponibilidade de índios como escravos ou trabalhadores possibilitava aos imigrantes concretizar seus sonhos de nobreza. (...) Com índios, podia desfrutar de uma vida verdadeiramente nobre. O gentio transformou-se em um substituto do campesinato, um novo estado, que permitiu uma reorganização de categorias tradicionais. Contudo, o fato de serem aborígines e, mais tarde, os africanos, diferenças étnica, religiosa e fenotipicamente dos europeus, criou oportunidades para novas distinções e hierarquias baseadas na cultura e na cor”.

Stuart B. Schwartz. Segredos internos, Engenhos e escravos na sociedade colonial. 1550-1835.

A partir do texto, pode-se concluir que a) não há como comparar a sociedade colonial brasileira com a dos colonizadores europeus, uma vez que só

aqui foi praticado o plantation. b) os nativos americanos, por serem submissos aos colonizadores europeus, deixaram marcas pouco

significativas em nossa formação social. c) devido à intensa mistura de bagagens religiosas europeias, africanas e indígenas, o catolicismo nunca teve

importância significativa no Brasil.

d) no Brasil, de maneira semelhante ao que acontecia na Europa, o nascimento e a origem eram os principais fatores de diferenciação social.

e) devido ao predomínio dos interesses dos dominadores europeus sobre os dos dominados, aqui surgiu uma sociedade discriminatória e hierarquizada.

Gabarito: E Resolução/Comentário: Esse autor norte-americano estudou detalhadamente a formação e as características da sociedade colonial brasileira. A partir desse fragmento de texto, percebe-se que a diferenciação de etnias, culturas e condição social entre brancos e índios, brancos e negros tendeu a diluir a distinção clássica e medieval entre fidalgos e plebeus europeus na sociedade, dando origem a uma sociedade escravista, violenta, discriminatória e hierarquizada. QUESTÃO 76

Procurando inserir o território brasileiro, sob o ponto de vista geológico-estrutural, no subcontinente da América do Sul, os estudos realizados demonstram que ele se encontra totalmente alojado na Placa Sul-Americana, cuja história geológica remonta a mais de 2.600 milhões de anos. Em vista de o território brasileiro ocupar a porção centro-oriental da plataforma Sul-americana, localiza-se distante das zonas de contato entre as placas tectônicas Sul-Americanas, de Nazca e do Caribe. Essa posição explica a) total instabilidade do relevo brasileiro e a presença dos dobramentos modernos. b) a predominância de áreas de intensa sismicidade e movimentos orogenéticos. c) relativa estabilidade geológica do território brasileiro, cuja formação é antiga. d) existência de dobramentos modernos do período terciário da era cenozoica. e) a estrutura geológica composta por escudos, bacias sedimentares e dobramentos modernos. Gabarito: C Resolução/Comentário: O Brasil está localizado no centro de uma das placas que compõem a superfície terrestre, cuja formação é bem antiga. Nosso território se encontra numa área de estabilidade tectônica, ou seja, no centro de uma placa tectônica longe das áreas de instabilidade que são os contatos entre as placas. QUESTÃO 77

“Uma lua espetacular durante boa parte do dia. Não havia mais dia e eu não havia percebido. O céu avermelhado e cristalino por algumas horas e uma longa noite em seguida. Pôr e nascer do sol reunidos num único e breve esforço de luz, próximos ao meio dia verdadeiro. (...) Manhã e entardecer eram agora próximos”

Amir Klink, Parati: entre dois polos. São Paulo, Companhia das Letras, 1998, p. 108.

O fenômeno descrito indica que o barco de Amir Klink se encontrava em uma região a) localizada na Zona Tropical sob influência do Sol da Meia Noite. b) de baixa latitude e exposta a clima frio e noites maiores que os dias. c) sob o domínio do solstício de verão e sujeita a pequenas variações entre o dia e a noite. d) de latitude elevada, com grande variação da iluminação solar ao longo do ano. e) de média latitude, sob o domínio de equinócio de verão no hemisfério norte. Gabarito: D Resolução/Comentário: Isso ocorre em áreas de latitude elevada, com grande variação da iluminação solar ao longo do ano, devido à inclinação do eixo terrestre. QUESTÃO 78

“A globalização constitui o estágio máximo da internacionalização, a amplificação em sistema-mundo de todos os lugares e de todos os indivíduos, logicamente em graus diferentes”.

(Disponível em: Mundo educação/Globalização) Os “graus diferentes” citados no texto referem-se à(s) a) diferenças entre os níveis de ajustamento da política internacional a uma ordem de homogeneização cultural. b) resistência dos movimentos antiglobalização frente aos avanços do sistema capitalista em escala mundial. c) forma desigual de difusão e alcance do processo de mundialização econômica e política. d) impossibilidade da globalização atingir todo o planeta. e) incerteza de alguns países em adotar a globalização como forma de desenvolvimento. Gabarito: C Resolução/Comentário: No texto citado, quando o autor utiliza-se da expressão “graus diferentes”, ele faz referência à forma desigual com que a globalização atinge as diferentes partes do mundo. Em regra, ela ocorreu primeiramente nos países desenvolvidos que possuem um maior domínio e posse das mais avançadas tecnologias.

QUESTÃO 79

“Cada ano, vêm nas frotas quantidade de portugueses e de estrangeiros, para passarem às minas. Das cidades, vilas, recôncavos e sertões do Brasil, vão brancos, pardos e pretos, e muitos índios, de que os paulistas se servem. A mistura é de toda a condição de pessoas: homens e mulheres, moços e velhos, pobres e ricos, nobres e plebeus, seculares e clérigos, e religiosos de diversos institutos, muitos dos quais não têm no Brasil convento nem casa”.

André João Antonil. Cultura e opulência no Brasil por suas drogas e minas.

No trecho acima, a visão atenta desse padre português que visitou a América portuguesa na passagem do século XVII para o XVIII comenta uma das várias consequências da atividade mineradora para a história do Brasil, que foi a(o)

a) expansão da atividade comercial, uma vez que os trabalhadores envolvidos na extração do ouro precisavam ser abastecidos dos produtos de que necessitavam.

b) possibilidade de desenvolvimento da atividade intelectual e artística, pois além das necessidades materiais as sociedades precisam de aperfeiçoamento.

c) extraordinário crescimento demográfico, devido, em grande parte, à chegada de imigrantes europeus, fugitivos das guerras que assolavam seu continente.

d) aumento significativo da população, embalado pela vinda de portugueses, brasileiros de outras capitanias, além de africanos escravizados.

e) formação de uma sociedade essencialmente urbana, uma vez que, em torno das jazidas de ouro eram formados núcleos urbanos.

Gabarito: D Resolução/Comentário: Todas as opções dessa questão trazem informações verdadeiras sobre as consequências de atividade mineradora sobre a sociedade colonial brasileira. Entretanto, apenas a opção E relaciona corretamente o texto com o significativo aumento da população no século XVIII.

QUESTÃO 80

Personagem atuante no Brasil Colônia foi “fruto social de uma região marginalizada, de escassos recursos materiais e de vida econômica restrita (…)”, teve suas ações orientadas “ou no sentido de tirar o máximo proveito das brechas que a economia colonial eventualmente oferecia para a efetivação de lucros rápidos e passageiros em conjunturas favoráveis – como no caso da caça ao índio – ou no sentido de buscar alternativas econômicas fora do quadro da agricultura voltada para o mercado externo (…)”.

Carlos Henrique Davidoff. Bandeirantismo: verso e reverso. São Paulo: Brasiliense, 1982.

No texto, Davidoff a) considera que a busca dos metais preciosos no bandeirismo de prospecção era a melhor alternativa à

agricultura voltada para o mercado externo. b) refere-se aos tropeiros que, conduzindo tropas compostas por dezenas de mulas, foram os grandes

responsáveis pelo comércio interno na colônia. c) discorre sobre os bandeirismo de caça ao índio, praticado pelos paulistas, que tinha como nexo um projeto

genocida que objetivava a tomada da terra dos nativos. d) descreve a eventual aliança dos bandeirantes com a Igreja Católica, uma vez que, para promover conversões,

caçavam os nativos, forçando-os à catequese. e) trata do bandeirismo de apresamento, no qual, deslocando-se para o interior em busca de riqueza, os

bandeirantes vendiam como escravos índios por eles capturados. Gabarito: E Resolução/Comentário: No texto, percebe-se que o autor questiona a historiografia oficial que construiu uma imagem do bandeirante herói do século XVII, dos "construtores épicos do Brasil", dos "aventureiros" que expandiram as fronteiras, revelando as práticas ligadas à caça e à escravização dos índios.

QUESTÃO 81

“(...) aqui surge a figura do vaqueiro, que se apresenta como um elemento a mais, na pouco complexa sociedade colonial. Tratava-se de homens livres, não-proprietários de terras, que se encarregavam das boiadas, quase sempre pelo sistema de "partilha", recebendo certo número de reses, como pagamento pelo serviço prestado aos donos do rebanho - em geral o acordo era feito na base de um quarto do número total de cabeças, após cinco anos de serviço; eram ajudados por dez ou doze outros homens, conhecidos por "fábricas", que receiam um pequeno salário anual.

Esses homens, rudes e duros, muitas vezes escravos fugidos das fazendas do litoral, foram os verdadeiros conquistadores do sertão, abrindo caminhos, fundando povoações e ocupando áreas antes totalmente virgens da presença dos colonizadores”.

A pecuária no Brasil colonial /http://www.historianet.com.br

A criação de gado bovino no período colonial brasileiro permitiu uma dinâmica diferente na economia do Brasil, uma vez que a) tinha como objetivo principal o fornecimento de artesanato produzido com couro, produzido pelos homens

denominados “fábricas”. b) a pecuária foi a primeira atividade econômica colonial que utilizou, em grandes números, trabalhadores livres

e, portanto, remunerados. c) a criação de rebanhos bovinos, sertão adentro, contribuiu para a expansão da atividade, sem, contudo, ter

conexão com a cultura açucareira. d) praticada em enormes latifúndios no sertão, a pecuária colonial utilizou de maneira predominante

trabalhadores escravos, de origem africana. e) além da pecuária bovina, destacou-se a criação de ovelhas, cuja lã era exportada para a Inglaterra, além de

dar origem a manufatura local de tecidos. Gabarito: B Resolução/Comentário: Uma das mais importantes características herdadas da pecuária praticada no Brasil, durante o período colonial, foi o predomínio da utilização de trabalhadores remunerados, mesmo que em espécie. É válido lembrar que a pecuária também representou um grande motor do mercado interno colonial, contradizendo grandes modelos econômicos coloniais como o plantation, além de ter colaborado para o adentramento territorial no Brasil.

QUESTÃO 82

A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um.

NIETZSCHE. F. Crítica moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural. 1999 De acordo com Nietzsche, o que caracteriza o surgimento da filosofia entre os gregos é o(a) a) impulso para transformar, mediante justificativas, os elementos sensíveis em verdades racionais. b) desejo de explicar, usando metáforas, a origem dos seres e das coisas. c) necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas existentes. d) ambição de expor, de maneira metódica, as diferenças entre as coisas. e) tentativa de justificar, a partir de elementos empíricos, o que existe no real. Gabarito: C Resolução/Comentário: Pode-se dizer que a filosofia grega, em seu início, esteve preocupada com a origem das coisas, em especial da natureza. É essa uma das características que Nietzsche diagnostica e que está bem destacada na afirmativa [C].

QUESTÃO 83 A fotografia, datada de 1860, é um indício da cultura escravista no Brasil, ao expressar a a) ambiguidade do trabalho doméstico exercido pela ama de leite,

desenvolvendo uma relação de proximidade e subordinação em relação aos senhores.

b) integração dos escravos aos valores das classes médias, cultivando a família como pilar da sociedade imperial.

c) melhoria das condições de vida dos escravos observada pela roupa luxuosa, associando o trabalho doméstico a privilégios para os cativos.

d) esfera da vida privada, centralizando a figura feminina para afirmar o trabalho da mulher na educação letrada dos infantes.

e) distinção étnica entre senhores e escravos, demarcando a convivência entre estratos sociais como meio para superar a mestiçagem.

Gabarito: A Resolução/Comentário: O indício citado no comando da questão, pertencente à cultura escravista brasileira, era a clara diferenciação entre os escravos braçais e os escravos “de casa”, ou seja, aqueles que exerciam suas funções dentro das casas dos senhores. Dentre as funções exercidas por esses escravos, estava a de ama de leite, o que criava um laço de proximidade entre as escravas e as crianças brancas. Apesar de não perder a condição de escravidão, as amas de leite chegavam a ser chamadas de “mães pretas” pelas crianças que amamentavam.

QUESTÃO 84

O canto triste dos conquistados: os últimos dias de Tenochtitlán Nos caminhos jazem dardos quebrados; os cabelos estão espalhados. Destelhadas estão as casas, Vermelhas estão as águas, os rios, como se alguém as tivesse tingido, Nos escudos esteve nosso resguardo, mas os escudos não detêm a desolação…

PINSKY, J. et al. História da América através de textos. São Paulo: Contexto, 2007 (fragmento). O texto é um registro asteca, cujo sentido está relacionado à(ao) a) tragédia causada pela destruição da cultura desse povo. b) tentativa frustrada de resistência a um poder considerado superior. c) extermínio das populações indígenas pelo Exército espanhol. d) dissolução da memória sobre os feitos de seus antepassados. e) profetização das consequências da colonização da América. Gabarito: B Resolução/Comentário: A tomada do México pelos espanhóis junto aos astecas foi facilitada por uma série de fatores, dentre os quais podemos destacar: - inicialmente, os astecas consideraram que os espanhóis eram deuses; - os espanhóis usaram da "guerra bacteriológica" para matar os astecas; - belicamente falando, os espanhóis eram muito mais preparados para o enfrentamento do que os astecas. Sendo assim, as tentativas de resistência por parte dos astecas foram frustradas. QUESTÃO 85

Do ponto de vista geopolítico, a Guerra Fria dividiu a Europa em dois blocos. Essa divisão propiciou a formação de alianças antagônicas de caráter militar, como a OTAN, que aglutinava os países do bloco ocidental, e o Pacto de Varsóvia, que concentrava os do bloco oriental. É importante destacar que, na formação da OTAN, estão presentes, além dos países do oeste europeu, os EUA e o Canadá. Essa divisão histórica atingiu igualmente os âmbitos político e econômico que se refletia pela opção entre os modelos capitalista e socialista. Essa divisão europeia ficou conhecida como a) Cortina de Ferro. b) Muro de Berlim.

c) União Europeia. d) Convenção de Ramsar.

e) Conferência de Estocolmo.

Gabarito: A Resolução/Comentário: “Cortina de ferro” foi uma expressão criada pelo primeiro Ministro Britânico Winston Churchill em 1946, no contexto da Guerra Fria, para designar a separação política ideológica que se encontrava a Europa após o fim da Segunda Guerra Mundial. Na parte Ocidental, estavam os países do bloco capitalista que eram influenciados pelos EUA e, no Leste europeu, estavam os países socialistas que sofriam influência da URSS.

QUESTÃO 86

Populações inteiras, nas cidades e na zona rural, dispõem da parafernália digital global como fonte de educação e de formação cultural. Essa simultaneidade de cultura e informação eletrônica com as formas tradicionais e orais é um desafio que necessita ser discutido. A exposição, via mídia eletrônica, com estilos e valores culturais de outras sociedades, pode inspirar apreço, mas também distorções e ressentimentos. Tanto quanto há necessidade de uma cultura tradicional de posse da educação letrada, também é necessário criar estratégias de alfabetização eletrônica, que passam a ser o grande canal de informação das culturas segmentadas no interior dos grandes centros urbanos e das zonas rurais. Um novo modelo de educação

BRIGAGÃO, C. E.; RODRIGUES, G. A globalização a olho nu: o mundo conectado. São Paulo: Moderna, 1998 (adaptado).

Com base no texto e considerando os impactos culturais da difusão das tecnologias de informação no marco da globalização, depreende-se que a) a ampla difusão das tecnologias de informação nos centros urbanos e no meio rural suscita o contato entre

diferentes culturas e, ao mesmo tempo, traz a necessidade de reformular as concepções tradicionais de educação.

b) a apropriação, por parte de um grupo social, de valores e ideias de outras culturas para benefício próprio é fonte de conflitos e ressentimentos.

c) as mudanças sociais e culturais que acompanham o processo de globalização, ao mesmo tempo em que refletem a preponderância da cultura urbana, tornam obsoletas as formas de educação tradicionais próprias do meio rural.

d) as populações nos grandes centros urbanos e no meio rural recorrem aos instrumentos e tecnologias de informação basicamente como meio de comunicação mútua, e não os veem como fontes de educação e cultura.

e) a intensificação do fluxo de comunicação por meios eletrônicos, característica do processo de globalização, está dissociada do desenvolvimento social e cultural que ocorre no meio rural.

Gabarito: A Resolução/Comentário: Segundo o texto, as novas tecnologias encurtam os espaços e disseminam ideias que ajudam na obtenção do conhecimento, da educação e formação cultural. Com uma maior conectividade entre diferentes lugares e pessoas, os impactos gerados por essas diferentes culturais fazem ter uma necessidade na concepção de educação, onde temos que criar novas formas de ensino a partir dessas tecnologias. QUESTÃO 87

TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Nacional, 2009 (adaptado).

O gráfico relaciona diversas variáveis ao processo de formação de solos. A interpretação dos dados mostra que a água é um dos importantes fatores de pedogênese, pois nas áreas a) de clima temperado ocorrem alta pluviosidade e

grande profundidade de solos. b) tropicais ocorre menor pluviosidade, o que se

relaciona com a menor profundidade das rochas inalteradas.

c) de latitudes em torno de 30º ocorrem as maiores profundidades de solo, visto que há maior umidade.

d) tropicais a profundidade do solo é menor, o que evidencia menor intemperismo químico da água sobre as rochas.

e) de menor latitude ocorrem as maiores precipitações, assim como a maior profundidade dos solos. Gabarito: E Resolução/Comentário: Locais de baixa latitude – próximos ao Equador - são sujeitos a grandes volumes de evaporação/precipitação devido às altas temperaturas. A partir da grande quantidade de chuva, há também maior intemperismo químico nas rochas inalteradas, formando assim solos mais profundos. Dessa forma, o gráfico indica a relação entre maiores temperaturas, maior volume de evaporação/chuva, e a profundidade dos solos.

QUESTÃO 88

Em um engenho sois imitadores de Cristo crucificado porque padeceis em um modo muito semelhante o que o mesmo Senhor padeceu na sua cruz e em toda a sua paixão. A sua cruz foi composta de dois madeiros, e a vossa em um engenho é de três. Também ali não faltaram as canas, porque duas vezes entraram na Paixão: uma vez servindo para o cetro de escárnio, e outra vez para a esponja em que lhe deram o fel. A Paixão de Cristo parte foi de noite sem dormir, parte foi de dia sem descansar, e tais são as vossas noites e os vossos dias. Cristo despido, e vós despidos; Cristo sem comer, e vós famintos; Cristo em tudo maltratado, e vós maltratados em tudo. Os ferros, as prisões, os açoites, as chagas, os nomes afrontosos, de tudo isto se compõe a vossa imitação, que, se for acompanhada de paciência, também terá merecimento de martírio.

VIEIRA, A. Sermões. Tomo XI. Porto: Lello & Irmão, 1951 (adaptado).

O trecho do sermão do Padre Antônio Vieira estabelece uma relação entre a Paixão de Cristo e a(o) a) atividade dos comerciantes de açúcar nos portos brasileiros. b) função dos mestres de açúcar durante a safra de cana. c) sofrimento dos jesuítas na conversão dos ameríndios. d) papel dos senhores na administração dos engenhos. e) trabalho dos escravos na produção de açúcar. Gabarito: E Resolução/Comentário: Apesar de considerado como de difícil leitura, as alternativas facilitam a obtenção da resposta. O texto retrata todo o processo de sofrimento de Cristo e, na colônia, somente pode ser relacionado com a vida e trabalho do escravo. Enquanto, para muitos, na época o africano escravizado era apenas um objeto de trabalho ou um se sem alma que, portanto, poderia ser escravizado, o Padre Antônio Vieira faz um tratamento diferenciado, de cunho religioso, apesar de justificar a escravidão.

QUESTÃO 89

Pois quem seria tão inútil ou indolente a ponto de não desejar saber como e sob que espécie de constituição os romanos conseguiram em menos de cinquenta e três anos submeter quase todo o mundo habitado ao seu governo exclusivo – fato nunca antes ocorrido? Ou, em outras palavras, quem seria tão apaixonadamente devotado a outros espetáculos ou estudos a ponto de considerar qualquer outro objetivo mais importante que a aquisição desse conhecimento?

POLÍBIO. História, Brasília: Editora UnB, 1985. A experiência a que se refere o historiador Políbio, nesse texto escrito no século II a.C., é a a) ampliação do contingente de camponeses livres. b) consolidação do poder das falanges hoplitas. c) concretização do desígnio imperialista. d) adoção do monoteísmo cristão. e) libertação do domínio etrusco. Gabarito: C Resolução/Comentário: O texto mostra como a visão dos romanos sobre as demais áreas era de superioridade. O Império Romano em si começa apenas em 27 a.C., porém, a caminhada para tal feito já vinha sendo percorrida há muito tempo antes, a partir da República, quando Roma domina as terras em torno do Mar Mediterrâneo, passando a chamá-lo Mare Nostrum. QUESTÃO 90

Pensando nas correntes e prestes entrar no braço que deriva da Corrente do Golfo para o norte, lembrei-me de um vidro de café solúvel vazio. Coloquei no vidro uma nota cheia de zeros, uma bola cor rosa-choque. Anotei a posição e data: Latitude 49°49’N, Longitude 23°49’W. Tampei e joguei na água. Nunca imaginei que receberia uma carta com a foto de um menino norueguês, segurando a bolinha e a estranha nota.

KLINK, A. Parati: entre dois polos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998 (adaptado). No texto, o autor anota sua coordenada geográfica, que é a a) relação que se estabelece entre as distâncias representadas no mapa e as distâncias reais da

superfície cartografada. b) registro de que os paralelos são verticais e convergem para os polos, e os meridianos são círculos

imaginários, horizontais e equidistantes. c) informação de um conjunto de linhas imaginárias que permitem localizar um ponto ou acidente geográfico na

superfície terrestre. d) latitude como distância em graus entre um ponto e o Meridiano de Greenwich, e a longitude como a distância

em graus entre um ponto e o Equador. e) forma de projeção cartográfica, usado para navegação, onde os meridianos e paralelos distorcem a superfície

do planeta. Gabarito: C Resolução/Comentário: As coordenadas geográficas são linhas imaginárias que cortam horizontalmente e verticalmente o eixo terrestre. Essas linhas horizontais recebem no nome de paralelos, e as verticais, de meridianos. Quando necessitamos achar um ponto preciso no espaço, achamos suas medidas em graus – chamadas respectivamente de latitude e longitude – que, em conjunto, precisam qualquer lugar na superfície terrestre.