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    CONTO OU CRNICA?http://64.233.179.104/search?q=cache:MJw9PgOAmesJ:www.anjosdeprata.com.br/contocro.htm+livro+do+conto+a+cronica&hl=pt-BR

    O que diferencia um conto de uma crnica? Leia algumas definies etire suas prprias concluses.Uma vez, nos anos 80, Analdino Paulino coordenou uma edio decrnicas de amor para um livro que seria brinde da Credicard.Convidou dez autores, eu entre eles. Escrevi a minha. Foi devolvidapelo ento diretor de marketing do carto de crdito. "Estava ruim?"No, disse o coordenador. Estava boa, ele at gostou. "E por querecusou?" Porque ele pediu crnica e voc mandou um conto. "Ah, e oque conto e o que crnica para ele?" A resposta serviu para osmilhares de tericos que queimam cabea. Porque, disse o marketeiro

    culto, uma crnica no tem dilogos. E como a sua tem, conto.

    Igncio de Loyola Brando, em crnica publicada no jornal "O Estadode So Paulo"

    CONTO

    [Dev de contar.]

    S. m. 1. Narrao falada ou escrita.

    (Novo Dicionrio Aurlio)CRNICA

    [Do lat. chronica]S.f. 1. Narrao histrica, feita por ordem cronolgica.4. Pequeno conto, de enredo indeterminado.

    (Novo Dicionrio Aurlio)

    CONTO - Narrao breve, oral ou escrita, de um sucesso imaginrio.Tem um nmero reduzido de personagens que participam de uma sao, em um foco temtico. Sua finalidade provocar no leitor umanica resposta emocional. Originariamente, o conto uma das formasmais antigas de literatura popular de transmisso oral.

    (Enciclopdia Encarta 2000 - Microsoft)

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    CRNICA - Atualmente, um gnero literrio que explora qualquerassunto, principalmente os temas do cotidiano. Geralmente escritaspara serem publicadas em jornais e revistas que, mais tarde, podemou no ser reunidas em livro a crnica se caracteriza pelo tomhumorstico ou crtico.

    (Enciclopdia Encarta 2000 - Microsoft)

    Conto tudo o que o autor chamar de conto.(Mrio de Andrade)Algum j disse que crnica a literatura sem tempo.

    (Luis Fernando Verssimo

    CONTOA definio definitiva do que seja conto ainda no foi encontrada - eparece-me que jamais ser. Mas ter importncia essa falta de umadefinio abrangente? Acho que no tem nenhuma - porque conto uma criao de mil faces e mais algumas: portanto, mesmoindefinvel, e assim deve continuar. Essa diversidade incapturvel justamente o que faz do conto um desafio a quem escreve fico. Porisso que o conto, quero dizer, o bom conto, est sempre sendoreinventado e constantemente exasperado a quem tenta defini-lo.

    (Jos J. Veiga)

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    Muito se discute sobre a natureza e o valor do conto enquantoliteratura. Para muitos o gnero composto de romancistas com poucoflego para escreverem obras maiores; para outros, de escritores sem odom da conciso e a disciplina necessria ao rigor que caracteriza oofcio dos poetas - mesmo aqueles que usam o verso livre. O fato queo conto possui atributos que o diferenciam dos gneros mais populares

    da fico e que vo alm da definio de narrativa curta. Se a Poesiaprocura levar o leitor - atravs de sua msica e construo - a regiesmticas e originais onde a sensao mais reveladora que o sentido, e oRomance leva a uma participao de vivncias e estados de alma onde averossimilhana transpe o mundo imaginrio para o mundo real, oConto, por sua vez, tem como objeto o estado de tenso. No estouafirmando que as finalidades de um ou outro gnero no se cruzem emisturem. No. Porm o Conto, sem a subjetividade da Poesia e o

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    prosasmo do Romance, permite num grau de total eficcia a invenona linguagem e a possibilidade de reflexo do mundo externo obra,viabilizando o processo de humanizao do leitor - como pretendidopelo grande crtico de literatura Antonio Candido. A centralizao numtema, a exatido da imagem, a conciso e a profundidade dos

    significados so algumas das qualidades principais do Conto que omarcam de maneira definitiva e propiciam a tenso entre texto e leitor,cumprindo com o papel de incomodar ou deleitar cabido a boaliteratura.

    (Valdo Trindade)

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    Nenhum outro gnero, realmente, to discutido e mal definido, at

    hoje, na histria literria. Afinal, o que exatamente um conto? Mriode Andrade, num assomo de enfado, definiu-o: Conto tudo o que oautor chama de conto. E o crtico ingls H. E. Bates, citado por Aurlioe Rnai, confessava-se, em obra de 1942, desanimado de definir ognero : O conto veio a tornar-se toda espcie de coisas....um veculona realidade, para o talento de cada um, e conclua: O conto tem algoda natureza indefinida e infinitamente varivel de uma nuvem.Convergem os estudiosos num ponto, bem expresso pelo professorMassaud Moiss: Pelo que se pode saber, desconhecida a origem doconto. -nos vedado pensar o momento em que surgiu, pois teramos deremontar a uma era da Histria ensombrada pelo denso mistrio e

    incerteza de contornos(Ceclia Prada)

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    Conto, novela, romance: A primeira coisa que devemos tirar da cabea aquela histria de que a diferena entre esses trs gneros aquantidade, ou seja, o conto curto, a novela, mais ou menos, e oromance longo. Nada disso verdadeiro. Existem novelas maiores queromances e contos maiores que novelas.

    Onde est a diferena?

    Gosto muito do conceito de unidade dramtica, ensinado pelo eminentedoutor em literatura, Professor Vicente Atade, que denominamos de"Clula Dramtica" e que passo a utilizar para uma boa compreensodo assunto. O Conto contm apenas um nico drama, um s conflito.Esse drama nico pode ser chamado de "clula dramtica".

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    Uma clula dramtica contm uma s ao, uma s histria. Um conto um relmpago na vida dos personagens. No importa muito seupassado, nem seu futuro, pois isso irrelevante para o contexto dodrama objeto do conto. O espao da ao restrito. A ao no muda de

    lugar e quando eventualmente muda, perde dramaticidade.O objetivo do conto proporcionar uma impresso nica no leitor.Podemos, pois, resumir em quatro, os ingredientes que caracterizam oconto:1. uma ao2. um lugar3. um tempo4. um tom.Em outras palavras, um conto contm uma nica Clula Dramtica.

    (Airo Zamoner)CRNICA

    O trabalho que eu fao - a crnica - justamente a juno da literatura(muito presente na obra de meu pai) e do jornalismo (minhaespecialidade). Outro ponto em comum a informalidade com que eu emeu pai procuramos escrever nossos textos.

    (Luis Fernando Verssimo)

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    Liberdade de criao no jornalismo. Gnero menor na literatura. Acrnica a prpria inconstncia. Na teoria, sabe-se dela o que ela no e o que ela pode ser. Na prtica, ela se define pelo estilo do autor, pelotamanho e, por vezes, pelo veculo onde publicada.

    (Gabriela Pessoto Galano - Baurunesp)

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    A crnica no literatura, e sim subproduto da literatura, e est fora dopropsito do jornal. A crnica subliteratura que o cronista usa paradesabafar perante os leitores. O cronista um desajustado emocionalque desabafa com os leitores, sem dar a eles oportunidade para querebatam qualquer afirmativa publicada. A nica informao que acrnica transmite a de que o respectivo autor sofre de neurose

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    profunda e precisa desoprimir-se. Tal informao, de cunho puramentepessoal, no interessa ao pblico, e portanto deve ser suprimida.

    (Rubem Braga)

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    Crnica: narrativa curta que geralmente tem como ponto de partida umfato real comentado pelo autor, muitas vezes de maneira lrica ou bem-humorada. Nas ltimas dcadas, no Brasil, muitos escritoresnotabilizaram-se por suas crnicas: Rubem Braga, Fernando Sabino eLus Fernando Verssimo, entre outros.

    http://www.klickeducacao.com.br

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    Sobre a crnica, h alguns dados interessantes. Considerada por muitotempo como gnero menor da Literatura, nunca teve status ou maioresreconhecimentos por parte da crtica. Muitos autores famosos,romancistas, contistas ou poetas, produziram excelentes crnicas, masno so conhecidos por isso. Carlos Drummond de Andrade um beloexemplo. Pela grandeza de sua poesia, o grande cronista do cotidianodo Rio de Janeiro foi abafado. O mesmo pode-se falar de Olavo Bilac,que, no incio do sculo passado, passou a produzir crnicas num jornal

    carioca, em substituio a outro grande escritor, Machado de Assis.

    http://www.russo.pro.br

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    A crnica se destina a publicao em jornal ou revista. Por isso mesmo,j se pode deduzir que deve estar relacionada com acontecimentosdirios. Se diferencia evidentemente da notcia, pois no feita por umjornalista e sim por um escritor, mas se aproxima de sua forma. o

    acontecimento dirio sob a viso criativa do escritor. Seus personagenspodem ser reais ou imaginrios. No mera transcrio da realidade,mas sim uma viso recriada dessa realidade por parte da capacidadelrica e ficcional do autor. Normalmente, por se basear em fatos docotidiano, ela tende a se desatualizar com o passar do tempo. Nem porisso deixa de perder seu sabor literrio quando agrupamos um conjuntodelas em um livro. O cronista essencialmente um observador, um

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    espectador que narra literariamente a viso da sociedade em que vive,atravs dos fatos do dia a dia.

    (Airo Zamoner)

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    Modernamente, a crnica o gnero literrio que se concentra emacontecimentos da vida cotidiana, os quais, primeira vista, podemparecer banais para qualquer pessoa, mas que ganham sua devidaimportncia na viso do cronista. Tais acontecimentos sejam elaspertencentes vida poltica, esportiva, social, literria ou policial, sosempre comentados sob o ponto de vista de seu autor, adquirindo acrnica um estilo peculiar a este. E pelo estilo simples, gil e poticoque o cronista atrai o leitor para sua obra, utilizando para isto de uma

    linguagem leve, informal, com a presena de presena de dilogos,toque de humor, sarcasmo e mesmo de que se aproxima do nosso modode ser mais natural. A linguagem da crnica , pois, descompromissadadas construes rebuscadas, da sintaxe rica, dos adjetivos em excesso,e de tudo aquilo que a torna distante da vida real, ajustando-se destaforma, ao lirismo do nosso dia-a-dia. A crnica, s vezes, pode serconfundida com o conto, pelo fato de serem a criao de uma novarealidade, No entanto, o que difere - analisando atravs da linguagem - que na crnica existe agilidade e simplicidade; faz uso de recursosorais (como os dilogos freqentes), e de coloquialismos, que atornaram mais prxima, e, de certa forma, melhor compreensvel ao

    leitor.

    http://www.artegeral.com.br/linguagem.htm