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4 NOV. 2016 António Figueiredo Diretor Nº 760 SEMANÁRIO 6ªF 1€ (IVA INCLUÍDO) INDEPENDENTE • PLURAL REGIONAL INOVADOR

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4NOV. 2016

António Figueiredo

Diretor

Nº 760SEMANÁRIO 6ªF1€ (IVA INCLUÍDO)

INDEPENDENTE • PLURAL REGIONAL • INOVADOR

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Associação acolhe trabalho voluntário na prestação de socorro

Cães treinados para salvar pessoas

P.19 MANGUALDE

P.32 CULTURA

TEATRO DO MONTEMURO ESTREIA “MONÓLOGOS”

P.35 CICLOCROSS

TAÇA DE PORTUGAL REGRESSA A VOUZELA

P.20 CINFÃES

MUITOS FOGOS POR FALTA DE “CASTIGO”

4NOV. 2016

António Figueiredo

Diretor

Nº 760SEMANÁRIO 6ªF

INDEPENDENTE • PLURAL REGIONAL • INOVADOR

AO CENTRO P.4 / REGIÃO P.6 / ENTREVISTA P.17 / CULTURA P.30 / DESPORTO P.33 / OPINIÃO P.37 / CRÍTICA P.39

P.4 MUNICÍPIOS

Orçamentos crescem em ano de eleiçõesAutarcas justi� cam aumento com verbas comunitárias

P.6 VISEU

Refeições escolares com “satisfaz menos”

Pais contestam ementas com hambúrgueres, douradinhos e atum

P.8 VISEU

IPV forma trabalhadores da IBM

P.17 ENTREVISTAAntónio Raposo LimaPresidente executivo IBM Portugal

Foto

GIO

PS

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AO CENTRO

ORÇAMENTOS APROVEITAM FUNDOS COMUNITÁRIOS E APOSTAM NA REQUALIFICAÇÃO URBANA, CONSTRUÇÃO DE ETAR’S E NA ATIVIDADE EMPRESARIAL. AS AUTARQUIAS APRESENTARAM ESTA SEMANA OS RESPETIVOS DOCUMENTOS QUE ATÉ AO FINAL DO ANO

VÃO SER APROVADOS EM ASSEMBLEIA MUNICIPAL

ORÇAMENTOS MUNICIPAISTexto Sandra Rodrigues

Dinheiro vai para parques industriais

e requalificações urbanas

A requalificação urbana, a cons-trução de estações de tratamen-to de águas residuais (ETAR), a

criação e alargamento de zonas indus-triais, a par das áreas da ação social e educação são, para 2017, as grandes apostas dos municípios que, na gene-ralidade, aumentaram para o próxi-mo ano os seus orçamentos munici-pais. Nos documentos estão inscritos os investimentos prioritários candi-datados a financiamento pelos fundos comunitários o que justifica, segundo os autarcas, o crescimento em relação ao ano anterior. Os presidentes de Câ-mara rejeitam que se tratem de orça-mentos “eleitorais”, apesar de 2017 ser um ano de eleições autárquicas, e fa-lam até em dificuldades na elaboração dos documentos, uma vez que o atra-so nos fundos comunitários “bara-lhou as contas”. “Este crescimento re-flete os fundos comunitários, de outra forma não conseguíamos lá ir [ao au-mento]”, esclareceu, a título de exem-plo, o presidente da Câmara de Penal-va do Castelo.As funções sociais e de educação con-tinuam a ter um grande peso na do-tação orçamental, mas para 2017 as obras emblemáticas, pelo menos o seu arranque, vão estar divididas em

três áreas: a requalificação urbana, no âmbito do PEDU (Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano) e que envolve as cidades; a criação e desen-volvimento dos parques industriais e empresarias e ainda o Ambiente com a construção de novas ETAR’s e reabi-litação das existentes.

Parques urbanos, mobilidade e zonas industriaisEm Viseu, por exemplo, o orçamen-to para 2017 teve um crescimento de 40 por cento face a 2016. A autarquia anunciou um orçamento de 67 mi-lhões de euros, verba que irá sofrer uma revisão orçamental em abril com o objetivo de integrar saldos do ano corrente e a aprovação de novos pro-jetos de investimento financiados pelo programa Portugal 2020. As funções sociais e económicas são as que têm uma maior representação orçamen-tal, na ordem dos 84 por cento. A au-tarquia destaca ainda a aposta na edu-cação, com a requalificação de escolas, e os investimentos no âmbito do pla-no “Mobilidade Urbana de Viseu”. A proposta de orçamento municipal foi aprovada com as abstenções dos ve-readores do PS e o voto contra do ve-reador do CDS/PP.

Para os socialistas, “o facto de termos este horizonte de 2020 e os fundos co-munitários não justificam essa dis-crepância”, do aumento do orçamen-to relativamente a 2016. Segundo o vereador José Junqueiro, “há sempre uma desculpa, mas as obras aparecem sempre no ano de eleições”, sendo “o financiamento tácito de uma campa-nha eleitoral”. Já o vereador do CDS explicou que o voto contra é justifica-do com o facto da autarquia colocar a hipótese de pedir empréstimo.Em Lamego, cujo documento só vai a aprovação do executivo municipal na próxima semana, o orçamento é

de 27,5 milhões, enquanto que no ano passado foi de 20,9 milhões. “Houve subida porque no de 2016 não esta-vam contempladas verbas no âmbito dos fundos comunitários”, explica a autarquia que aponta, como grandes investimentos, a requalificação do an-tigo matadouro para receber um cen-tro cívico e a construção do parque ur-bano da cidade. Também em S. Pedro do Sul, parte dos 26,5 milhões de eu-ros, será para a edificação do parque da cidade.Tondela, com um orçamento de 30 milhões de euros, assume como prio-ridades a educação, a promoção da qualidade de vida e a atratividade empresarial. Obras emblemáticas, se-gundo o presidente da Câmara, José António Jesus, são a segunda fase do parque industrial do Lajedo e a am-pliação da zona industrial de Tondela. Na maioria das autarquias do distri-to de Viseu, a área ambiental também envolve grandes investimentos. Os municípios estão a aproveitar os pro-gramas comunitários para reabilitar a rede das estações de tratamento de águas residuais. Em Penalva do Caste-lo, Castro Daire, Tondela e Sátão estão já anunciadas a construção de novos equipamentos.

As funções sociais e de educação continuam a ter um grande peso na dotação orçamental, mas para 2017 as obras emblemáticas, pelo menos o seu arranque, vão estar divididas em três áreas: a requalificação urbana, a criação e desenvolvimento dos parques industriais e ainda o Ambiente

VISEU

67 milhões de euros-Apoio social e na área da educação

- Requalificação das escolas Grão Vasco e Viriato

- Plano de “Mobilidade Urba-na de Viseu”

TONDELA

30,5 milhões -Requalificação Urbana (PEDU)-Ampliação da zonas indus-triais do Lajedo e Tondela

-Construção de ETAR

SÁTÃO 12, 2 milhões

-Investimento no âmbito do PARU (área reabilitação urbana)

-Loja do Cidadão-Construção de ETAR

CINFÃES

21 milhões -Investimento nos parques industriais

-Apoio para as áreas social e de educação

S. COMBA DÃO 12, 6 milhões

-Construção da Unidade de Saúde Familiar de S. João de Areias

-Requalificação urbana da ci-dade

-Recuperação da ribeira

CARREGAL DO SAL

7,6 milhões -Parque Urbano-Loja do Cidadão-Centro Social de Cabanasrequalificação viária

MORTÁGUA 10 milhões

-Investimento no parque in-dustrial

-Apoio florestal (plantação de eucalipto)

-Área social e educação

AGUIAR DA BEIRA

12 milhões-Obras emblemáticas: Cami-nhos agrícolas

- Criação de uma academia de música

CASTRO DAIRE 27 milhões

-Construção de duas novas ETAR’s

-Apoio às famílias e associa-ções

S. PEDRO DO SUL

26, 6 milhões-Parque Urbano da Cidade-Construção do Pavilhão de Santa Cruz da Trapa.

-Passadiços de Manhouce e S. João da Serra (S. Pedro do Sul/Oliveira de Frades)TAROUCA

15 milhões-Zona de desenvolvimento industrial

-Apoio social e educação

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AO CENTRO

MANGUALDE 21,7 milhões

-Regeneração urbana-Acessibilidades

LAMEGO 27,5 milhões

-Parque Urbano de Lamego-Requalifi cação do antigo Ma-tadouro para receber Centro Cívico.

TABUAÇO

12,3 milhões - Loja do Cidadão- Obras de saneamento

PENALVA DO CASTELO

11,3 milhões-Construção de ETAR-Requalifi cação dos Paços do Concelho

-Rede viária-Terminar zona industrial

VOUZELA 10, 9 milhões

-Regeneração urbana – 2.ª fase

-Requalifi cação da Escola Se-cundária

-Reabilitação do Cineteatro

OLIVEIRA DE FRADES 11,8 milhões

-Requalifi cação dos Paços do Concelho

-Criação do Parque Urbano-Construção de Praias Flu-viais

S. JOÃO DA PESQUEIRA 12,2 milhões

-Recuperação da zona da fei-ra e construção do heliporto

-Recuperação do centro his-tórico e zona ribeirinha

-Construção de ciclovias

SERNANCELHE 9 milhões

- Regeneração urbana- Terminar 1.ª fase da Zona In-dustrial e início da 2.ª fase

MOIMENTA DA BEIRA 13,4 milhões

- Requalifi cação da Escola Básica e Secundária

- Circular Externa Poente-- Troço 2

- Estudos e construção das barragens de Regadio da Nave e da Boavista

RESENDE 12 milhões

- Centro de Valorização das Raças Autóctones

- Parque ampismo rural

NELASAinda não tem Orçamento feito porque foi feita uma revisão ao Plano de Ajus-tamento Financeiro e a autarquia aguarda parecer

Municípios com maior orçamento

VISEU TONDELA LAMEGO ± CASTRO DAIRE S. PEDRO DO SUL

67 milhões de euros

30 milhões de euros 27,5

milhões de euros26

milhões de euros

Rúbricas com mais dotações � nanceiras

Obras mais emblemáticas para 2017

1 – Ação social e educa� va 2 – A� vidade empresarial 3 – Ambiente

1 – Parques industriais 2 – Construção e reabilitação de ETAR’s

3 – Requalifi cação Urbana 4 – Mobilidade

* Nota: os concelhos de Armamar, Penedono e Vila Nova de Paiva não disponibilizaram ainda os dados relativos aos orçamentos

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HOMENS, MULHERES E SALÁRIOS

Se colocarmos determinados assuntos numa perspetiva diferente temos, por ve-zes, melhores condições para as entender claramente. Por exemplo, quando nos falam do dia da libertação dos impostos, significando com isso que até esse deter-minado dia só trabalhámos para o Estado (ou melhor, que tudo o que ganhámos corresponde ao que o Estado nos leva em impostos, taxas e taxinhas) veri� camos a barbaridade do que pagamos. Em Portu-gal o dia de libertação dos impostos é a 6 de Junho, o que significa que o primeiro semestre do nosso esforço (médio) tem como destino o Ministério das Finanças.Vem tudo isto a propósito de termos passado ontem, dia 3 de novembro, um dia de libertação – o da desigualdade salarial entre homens e mulheres. Significa isto que, se os homens tivessem deixado de trabalhar e receber ontem, acabariam o ano a ganhar tanto quanto às mulheres, em média, claro. A diferença é, neste caso, de 16,7% que os homens ganham a mais do que as mulheres.A razão desta desigualdade, que tem preo-cupado a maioria dos governos civilizados e dos cidadãos informados, não é apenas uma. As mulheres entraram no mercado de trabalho em força por causa das guerras mundiais, nomeadamente a II, e foram durante muito tempo menos quali� cadas do que os homens, sendo que estes eram escolhidos pelas famílias para sustentar uma família ao passo que as mulheres eram destinadas a entrar numa família que as sustentasse. Apesar de nada disto hoje fazer sentido e de as faculdades terem muito mais mulheres do que homens (refletindo o seu peso maioritário na so-ciedade), a desigualdade continua e parece perpetuar-se. Um estudo da Comissão Europeia afirma que só lá para 2086 a desigualdade terminará, caso continue a resolver-se ao ritmo atual.Mas há um outro fator sobre o qual poucos ou nenhuns estudos existem: a desigualdade entre aqueles que entraram há, digamos, mais de 15 ou 20 anos no mercado de trabalho e os que entraram depois disso. A desigualdade, quero crer, será muito maior do que entre homens e mulheres, sobretudo se falarmos de traba-lho com qualificação média. Basta olhar para o setor que, pessoalmente, conheço bem, o jornalismo, para perceber que os salários praticados hoje são quase metade, em valor real, do que aqueles que existiam quando comecei a trabalhar. Dentro das empresas, as diferenças entre novos e velhos costuma ser monumental.O mundo é provavelmente assim. Ainda não acabámos (nem perto estamos) de resolver uma desigualdade e estão outras tão más ou piores a nascer. Qual a solução? Que sei eu! Dão-se alvíssaras a quem a encontrar.

HENRIQUE MONTEIROJornalista

HENRIQUE MONTEIRO

OPINIÃO

Pais de jardins de infância e escolas do ensino básico de Viseu estão descontentes

com a alimentação que é fornecida por uma empresa de “catering” em alguns estabelecimentos de ensino. Queixam-se da quantidade mas, acima de tudo, da qualidade. Dizem que as ementas não são elaboradas de acordo com as regras nutricio-nais e que “raras são as semanas em que o atum, o hambúrguer e os douradidnhos não estão presentes”. Pedem para que, na impossibilidade de mudar a empresa responsável, que pelo menos a nutricionista a fec ta ao mu nicípio faça u ma � scalização. As queixas já chegaram aos coorde-nadores dos agrupamentos de esco-las e à Câmara Municipal de Viseu. “Os próprios miúdos chegam a casa a queixarem-se que a comida não é boa. As auxiliares também dizem o mesmo e, inclusive, já pedimos um parecer técnico a uma nutricionista”, contou um dos pais que anunciou ainda que o problema já tinha sido levantado no ano passado. Em causa, referem as associações de pais contactadas pelo Jornal do Centro, estão escolas de Vildemoinhos, S. Salvador, Repeses, Jugueiros, entre outras.Segundo a autarquia, a situação está a ser “vigiada”, mas rejeita que exista “má qualidade” nas refeições escolares e lança o desafio aos pais

para acompanharem os seus � lhos e almoçarem nas escolas.“O Município tem estado vigilante a algumas reclamações apresentadas por pais e já as transmitiu à empresa fornecedora, que por sua vez está a reunir com os coordenadores das escolas e os representantes das associações de pais de modo a es-clarecer as queixas apresentadas e a encontrar uma resposta satisfatória”, esclareceu fonte da autarquia. A empresa em questão – a Uni-self - fornece atualmente refeições escolares a 40 estabelecimentos. As restantes 28 escolas afetas ao muni-cípio têm fornecimentos garantidos por 18 associações locais.A Câmara de Viseu anunciou ainda que tem em vigor uma prestação de serviço para o controlo da quali-dade das refeições escolares, que é prestado pela empresa Microchem. “Esta empresa realiza mensalmen-te uma avaliação quantitativa e qualitativa das ementas e simulta-neamente uma recolha de amostra da refeição em todos os estabeleci-mentos de ensino, sendo o resultado remetido à empresa e associações fornecedoras”, ex pl icou . Uma monitorização, avançou a mesma fonte, que tem como objetivo o de “despistar qualquer problema causado por bactérias que possam provocar intoxicações alimentares e f iscalizar/controlar o cumpri-mento das normas estabelecidas no

caderno de encargo do concurso de refeições escolares”.

Petição públicaAs queixas sobre a empresa que está a fornecer as refeições não são novas. Em outros pontos do país, nomea-damente em Lisboa, já houve mais pais a denunciar o mesmo problema. Uma situação que levou também à criação de uma petição pública enviada ao Ministério da Educação e autoridades de segurança alimen-tar. Nela, os pais reclamam a “má qualidade dos serviços prestados”, a “comida insuficiente” e o “seu mau aspeto”. “Em suma, os únicos alimentos satisfatórios são as sopas (mas nem sempre) e os iogurtes, o que é manifestamente insuficiente para uma alimentação equilibrada”, lê-se na petição. “Tendo em conta que, infelizmente para algumas crianças esta é a única refeição supostamente equilibrada que têm durante o todo dia, torna-se ainda mais gritante o exposto e a consequente resolução dos mesmos”, subscrevem. Além das escolas, a “empresa encon-tra-se presente em refeitórios escola-res, hospitais, clínicas, organismos o� ciais e em refeitórios de empresas privadas”, conforme se pode ler na sua página da internet.Contactada, a empresa não res-pondeu em tempo útil às questões colocadas pelo Jornal do Centro.

VISEUTexto Sandra Rodrigues

PAIS CONTESTAM QUALIDADE DE REFEIÇÕES ESCOLARESA QUALIDADE DAS REFEIÇÕES EM ALGUMAS ESCOLAS DO CONCELHO DE VISEU É QUESTIONADA POR PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO QUE LAMENTAM A FALTA DE “IMAGINAÇÃO” NA ELABORAÇÃO DAS EMENTAS

REGIÃO

Ementas relativas as semanas entre 31 de outubro e 11 de novembro

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REGIÃO

NOVA AUTOESTRADA VISEU-COIMBRA EM ESTUDOSQuanto ao dossier da nova autoestrada Viseu-Coimbra a empresa pública Infraestrutu-ras de Portugal “tem em curso os estudos necessários para o lançamento do projeto e respe-tiva calendarização”. O governo também não poupa nas críticas ao executivo de Pedro Passos Coelho nesta matéria. Segundo o Ministério das Infraestrutu-ras e do Planeamento, quando o governo tomou posse “para esta via apenas existia uma série de powerpoints, sem qualquer cor-respondência com estudos ou projetos efetivamente realiza-dos”. “Recordamos ainda que o acordo negociado pelo anterior governo com a União Euro-peia exclui as infraestruturas rodoviárias do � nanciamento através dos fundos europeus do PT2020”, acrescentou a mesma fonte governamental. O antigo secretário de Estado com a pasta da Obras Públicas, Sérgio Monteiro, também não quis comentar estas acusações da tutela. Em março deste ano, recorde--se, o executivo liderado por António Costa anunciou ter colocado na gaveta a constru-ção da Via dos Duques por falta de � nanciamento para este investimento orçado em cerca de 320 milhões de euros e que o anterior governo tinha decidido que seria suportado unicamente à custa de dinhei-ros privados.

FERROVIATexto José Ricardo Ferreira

CORREDOR AVEIRO-MANGUALDE “DEFICIENTEMENTE PROJETADO E FUNDAMENTADO PELO GOVERNO ANTERIOR”TUTELA TENCIONA LANÇAR ESTE ANO NOVO PROJETO PARA A OBRA. INFRAESTRUTURAS DE PORTUGAL TEM “EM CURSO OS ESTUDOS NECESSÁRIOS PARA O LANÇAMENTO” DA AUTOESTRADA VISEU-COIMBRA E “RESPETIVA CALENDARIZAÇÃO”. GOVERNO APONTA O DEDO AO ANTERIOR EXECUTIVO

O governo acusa o anterior executivo chefiado por Pe-dro Passos Coelho de ter

apresentado a Bruxelas o projeto de construção da nova ligação ferroviá-ria entre Aveiro e Mangualde com de� ciências e mal “fundamentado”, o que levou à rejeição do investimento. A obra que estava avaliada em 675,3 milhões de euros foi chumbada em julho pela Comissão Europeia porque a análise custo-benefício foi considera negativa.Fonte do Ministério das Infraestru-turas e do Planeamento adiantou ao Jornal do Centro que “ainda este ano, o governo submeterá novamente ao � nanciamento pelos fundos europeus a construção do troço Aveiro-Man-gualde”, considerado “fundamental para a ligação dos portos de Aveiro e Leixões à fronteira e dessa forma apoiar o desenvolvimento da econo-mia portuguesa, nomeadamente na vertente das exportações”. “Este projeto tinha sido deficiente-mente projetado e fundamentado pelo governo anterior, o que conduziu à sua rejeição, já este ano, no âmbito do programa Connecting Europe Facility (CEF). Um projeto mais detalhado e fundamentado será submetido de novo pelo governo”, acrescentou a mesma fonte.Contactado Sérgio Monteiro, ex-se-cretário de Estado das Obras Públicas no executivo PSD-CDS, rejeitou fazer qualquer comentário a esta acusação

feita pela atual tutela. O Ministério das Infraestruturas e do Planeamento acredita que à segunda vai ser de vez e Bruxelas vai mesmo aprovar o projeto de construção do novo corredor ferroviário. Pelos planos do executivo, se a obra tiver luz verde os trabalhos deverão ir para o terreno no final de 2018, estando concluídos três anos depois. Recor-de-se que este foi sempre o projeto que o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, defendeu.

Linha da Beira Alta em obras em 2017Já no próximo ano terá início a requa-li� cação da Linha da Beira Alta, que “visa melhorar a ligação ferroviária do Norte e Centro de Portugal à Europa, de modo a viabilizar um transporte ferroviário de mercadorias eficiente, permitindo a articulação entre os portos do norte/centro e a fronteira de Vilar Formoso”.A empreitada orçada em 691 milhões de euros deverá começar no segundo trimestre de 2017 com a “eletri� cação

do troço Covilhã-Guarda, da Linha da Beira Baixa, de forma a que esta [intervenção] esteja operacional e possa reforçar o serviço durante a obra que decorrerá posteriormente na Linha da Beira Alta, a qual implicará necessariamente condicionamentos à circulação”, sublinha fonte do governo . De acordo com o Plano Ferrovia 2020, as obras nos corredores Pam-pilhosa-Mangualde e Mangualde--Guarda arrancarão no primeiro trimestre de 2018, estimando-se que terminem dois anos depois.

675,3 milhões de euros Valor do orçamento para a nova linha férrea Aveiro-Mangualde

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REGIÃO

O Hospital S. Teotónio, em Viseu, realizou até 1 de outubro deste ano 219 interrupções voluntárias da grav idez . Estes são os mais recentes dados divulgados pela própria instituição e que mostram que as interrupções estão a dimi-nuir na sua área de abrangência, contrariamente ao que saiu na edição 758 do Jornal do Centro.

Nelas, os números relativos a 2015 foram, por lapso, trocados com o ano de 2014. Assi m, no a no passado reg is-taram-se 328 interrupções das qua is 310 fora m por opção da mulher. Em 2014 tinham sido 362 os casos em que a mulher optou ou teve necessidade de recorrer à interrupção da gravidez. Estes

números estão em consonância com os dados a nível nacional que apontam para uma diminuição, nos últimos anos, do número de interrupções.Os relató rios anuais de Interrup-ç ã o de Gravidez (IG) sã o elabora-dos a partir dos registos efetuados na base informá tica sediada na Direç ã o-Geral da Saú de (DGS).

Em 2015 foram realizados 16454 abortos. Tal como já aconteceu em anos anteriores, as IG por opç ã o da mulher nas primeiras 10 sema-nas constituem cerca de 96,5% do total das interrupç õ es realizadas. O segundo motivo mais frequente de IG é : “grave doenç a ou malfor-maç ã o congé nita do nascituro” com 423 registos (2,6%).

INTERVENÇÕES ESTÃO A BAIXAR NOS ÚLTIMOS ANOS

NÚMERO DE INTERRUPÇÕES VOLUNTÁRIAS DE GRAVIDEZ DIMINUI NO HOSPITAL DE VISEU

O centro da IBM (SoftINSA) é inaugurado na próxima terça feira (a 8 de novembro), numa

cerimónia presidida pelo Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sou-sa vai estar presente na apresentação do novo centro de inovação tecnoló-gica que vai � car sediado no Parque Industrial de Coimbrões.A empresa vai também ter a fun-cionar uma unidade no Instituto Politécnico de Viseu (IPV) para formação. “Conseguimos um es-paço para 40 postos de trabalho. Já estão [a IBM] a fazer o recrutamento e vão avançar com a formação ainda esta semana”, anunciou Fernando

Sebastião, presidente do IPV. O res-ponsável mostra-se agradado com a parceria estabelecida com a empresa e frisou que o próprio Instituto vai adequar a sua formação para as necessidades que a empresa venha a ter na área das tecnologias.“Para o Instituto acaba de ser uma mais valia porque, por um lado, é uma forma de termos mais emprego para os nossos estudantes. Por outro lado, é o reconhecimento da quali-dade do nosso Instituto”, salientou Fernando Sebastião. O novo centro de trabalho e compe-tências da So� INSA (empresa da IBM) vai abrir para 120 postos de trabalho

de caráter tecnológico (ver entrevista ao presidente executivo do grupo, António Raposo, na página 17). Sobre este investimento, o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Hen-riques, destacou a sua relevância. “Acredito que este projeto, mais cedo que tarde, arrastará outros projetos e outras oportunidades”, disse.A cerimónia inaugural do centro estava para decorrer inicialmente no IPV, mas acabou por ser mudada para o Parque Industrial de Coim-brões, mesmo depois de a institui-ção de ensino ter disponibilizado a Aula Magna com uma capacidade para 400 pessoas. – SR

IPV CEDEU SALA DE FORMAÇÃO PARA 40 PESSOAS. UNIDADE RESULTA DE UMA PARCERIA ENTRE A EMPRESA E A INSTITUIÇÃO. INAUGURAÇÃO DO CENTRO, CERIMÓNIA QUE ESTEVE PREVISTA PARA O IPV E MUDOU PARA PARQUE EMPRESARIAL DE COIMBRÕES, ACONTECE A 8 DE NOVEMBRO COM A PRESENÇA DE MARCELO REBELO DE SOUSA

TECNOLOGIA

IBM COM PÓLO DE FORMAÇÃO NO POLITÉCNICO DE VISEU

120NÚMERO DE POSTOS DE TRABALHO QUE VÃO ABRIR NA EMPRESA SOFTINSA

Centro Tecnológico de Tomar onde a IBM se instalou

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VISEUTexto Sandra Rodrigues

ORÇAMENTOS PARTICIPATIVOS COM EXECUÇÃO DE 75 POR CENTOQUATRO DOS SETE PROJETOS VENCEDORES DO SEGUNDO ORÇAMENTO PARTICIPATIVO DE VISEU JÁ ESTÃO CONCLUÍDOS. AUTARQUIA FAZ BALANÇO POSITIVO DESTA MEDIDA QUE DIZ DEIXAR FRUTOS PARA UMA NOVA CULTURA DE PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE

O apeadeiro de Moselos, que durante mais de 20 anos foi o abrigo de uma família, está

agora requali� cado e vai ser transfor-mado num espaço de cultura dedicado à memória do pintor Jorge Braga da Cruz. Este é uma das obras que resultou de uma proposta vencedora do segundo Orçamento Participativo de Viseu e que já está concluída. Com uma dotação � nanceira de 30 mil eu-ros, o espaço vai receber o espólio dei-xado pelo pintor que morreu em 2015. Numa visita que efetuou a algumas das obras já concluídas, o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, anunciou que os projetos vencedores do dois orçamentos participativos apresentam uma execução orçamental superior a 75 por cento. O autarca faz um balanço positivo desta medida que, diz, “é a semente com frutos de uma nova cultura de participação

democrática na comunidade”. Além do apeadeiro de Moselos, o autarca inaugurou ainda o balneário público na freguesia de Ribafeita e a Escola de Artes de Silgueiros, espaço que vai desenvolver uma progra-mação regular nas áreas da música, teatro, dança, pintura e artesanato. “Estou muito satisfeito porque não esperava chegar a esta fase e ter um grau de execução tão elevado. Quan-do chegármos ao � nal da votação do terceiro orçamento já teremos a obra do segundo toda inaugurada”, anun-ciou Almeida Henriques, presidente da Câmara de Viseu. Para o autarca, estas “são obras que a população quer e nas quais tomou decisão”. Das sete propostas vencedoras, quatro estão concluídas e a autarquia anunciou que as restantes deverão entrar “mui-to em breve” na sua fase de execução. São os casos da recuperação da Escola

Dona Henriqueta, da reabilitaçao de um moinho de água em Vildemoi-nhos e requalificação de pisos das escolas de Abraveses.

Laços com a ComunidadeNo roteiro que Almeida Henriques efetuou pelas obras já concluídas, foi dado a conhecer os resutados do projeto mais votado na segunda edição. “Laços com a Comunidade” está vocacionado para a inclusão social de crianças, para o combate ao insucesso escolar e de apoio a famílias carenciadas nas freguesias de Orgens e Repeses e S. Salvador. Professores, psicólogos e assistentes sociais estão a trabalhar com 30 famílias e cerca de 40 crianças, mas o projeto já sinalizou 120 famílias que podem ser apoiadas a vários níveis, desde a integração e aprendizagem dos alunos, até conse-lhos sobre poupanças para os pais.

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O terceiro Orçamento Participativo de Viseu está a decorrer e é dirigido ao público jovem escolar. Mais de 9500 alunos de 13 escolas secundárias, pro� ssionais e do ensino superior estão mobilizados para apresentarem propostas nas áreas da inclusão social, cultura, património e arte urbana, educação e juventude, entre outros. Vencedores deverão ser conhecidos em junho de 2017

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Viseu No concelho de Viseu, o corte de iluminação pública noturna não se verifica e, segundo o presidente da autarquia, com a mudança para a hora de inverno, as luminárias passaram a acender meia hora mais cedo e a desligar também meia hora mais tarde. Ou seja, em vez de a luz ser desligada às 7h00 passaria a ser desligada às 7h30m. No entanto, o Jornal do Centro constatou que às 6h15m, as luzes já estão desligadas, deixando a cidade praticamente às escuras. Segundo Almeida Henriques, a medida de alargamento do tempo de iluminação noturna deve-se ao programa de eficiência energética do município. “Nós já investimos em 520 luminárias LED”, refere o autarca que destaca os cerca de seis milhões de euros de consumo elét r ico no concel ho. Um dos objetivos da Câmara de Viseu para o futuro passa, segundo o edil, pela aplicação de sensores porque, como diz, “há estradas no muni-cípio que não passa lá um carro nem uma pessoa durante a noite

e outras que estão iluminadas e não têm casas”. Nessas vias vão ser aplicados sensores de movimento nos postes de i luminação. Uma medida que Almeida Henriques considera de “boa gestão”.

Lamego No concelho de Lamego a autarquia começou por desligar a eletricidade pública nas aldeias entre as 2h00 e as 6h00, mas acabou por estabelecer o corte entre as 2h00 e as 5h00. Segundo o presidente do município, Francisco Lopes, “o tipo de vida que as populações fazem é compatível com o horário de redução, não há reclamações de maior e não há aumento de criminalidade”. No que diz respeito à redução de custos, o autarca explica que no início foi “muito signif icativa”. Como os aumentos na eletricidade têm sido constantes, o edil adianta que “essa poupança tem vindo a esbater-se mas a apesar de tudo continua a ser uma medida com resultados muito positivos”. Francisco Lopes fala numa poupança de 14 mil euros por mês. Dinheiro que “está a ser inves-

tido em iniciativas, equipamentos e serviços bem mais importantes para a população do que a ilumina-ção pública ”, conclui. Uma medida que, segundo o autarca de Lamego, não tem “fim à vista”.

Tarouca Também o concelho de Tarouca fica às escuras entre as 2h30 e as 5h00. De acordo com o presidente do município, a medida pode ter os dias contados. “Até final do ano vamos implementar 17 lâmpadas Led” numa fase inicial, anuncia Valdemar Pereira. O autarca acres-centa que o objetivo é alargar a tecnologia Led a todo o concelho já no próximo ano. Cerca de cem mil euros por ano é quanto o executivo de Tarouca consegue poupar com o corte da iluminação pública duran-te a noite.

Tondela No concelho de Tondela, o executi-vo está também a apostar na tecno-logia Led para minimizar os custos, embora em 2012 tenha decidido

pelo corte parcial da eletricidade pública. O presidente do município, José António Jesus, fala num “pla-no” que foi feito em que “algumas luminárias em áreas menos sensí-veis foram desativadas”. “Esse plano tem vindo a ser reajustado, afirma. O autarca refere que recentemente um número significativo de postes foi religado e afirma que “estamos a trabalhar para aumentar o contin-gente de luminárias ligadas, sempre num princípio de melhor eficiência e de boa gestão”.No ano passado o município de Tondela investiu na i luminação em tecnologia Led. “Uma medida que é para continuar até porque pretendemos religar alguns pontos de iluminação mas sem aumentar a despesa”, ad ia nta o autarca . Segundo José António Jesus, é um processo dinâmico “procurando satisfazer os interesses, a qualidade de vida, a segurança e proteção das pessoas e ao mesmo tempo ter uma gestão mais ef icaz e adequada”. Com o custo da electricidade sem-pre a variar, o edil de Tondela fala numa poupança de cerca de “150 a 200 mil euros por ano”.

FOI EM OUTUBRO DE 2011 QUE A TAXA DE IVA DA ELETRICIDADE PASSOU DOS 6 PARA OS 23 POR CENTO. UM AUMENTO QUE LEVOU AS AUTARQUIAS A TOMAR MEDIDAS PARA REDUZIR OS CUSTOS. A ALTERNATIVA MAIS CONSENSUAL FOI A REDUÇÃO DE HORAS NA ILUMINAÇÃO PÚBLICA NOTURNA. ASSIM ACONTECEU NO DISTRITO DE VISEU, ONDE OS MUNICÍPIOS OPTARAM POR DESLIGAR AS LUMINÁRIAS TOTAL OU PARCIALMENTE NAS ZONAS RURAIS E EM ALGUNS CASOS TAMBÉM NAS SEDES DE CONCELHO. NESTA EDIÇÃO FAZEMOS O PONTO DE SITUAÇÃO DA MEDIDA NAS SETE CIDADES DO DISTRITO VISEENSE

NAS CIDADES DO DISTRITO DE VISEUTexto Irene Ferreira

ILUMINAÇÃO PÚBLICA À NOITE É SÓ PARA ALGUNS

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REGIÃO

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Santa Comba Dão

Corte total em todo o concelho entre as 2h30 e as 4h30 da manhã é a medida decidida pelo executivo de Santa Comba Dão, desde o início de 2014. Uma decisão que está agora em análise e a pensar numa possível a lteração. Para o presidente do município, Leonel Gouveia, o corte tem sido vantajoso para as contas da autarquia, uma vez que na altura da tomada de decisão, a câmara estava “numa situação financeira muito complicada e t ivemos de implementar medidas drásticas de redução da despesa”. O autarca fala numa poupança de “20 a 25 mil euros anuais”. Segundo o presidente de Santa Comba Dão, a situação financeira actual da autarquia já

apresenta alguma sustentabilidade mas como diz, “a medida é para continuar, embora nos próximos dias com o aproximar do inverno teremos de reanalisar o processo”.

Mangualde

Quem já esteve quase cinco anos sem eletricidade pública noturna entre as 2h00 e as 5h00 e atualmente conta com i luminação total é a população do concelho de Mangual-de. Desde o último verão que a eletricidade foi religada. Segundo o presidente da Câmara Municipal, o corte “derivou de um problema fi-nanceiro gravíssimo que a autarquia tinha que era uma dificuldade de tesouraria e a monstruosa dívida que herdámos”. João Azevedo explica

que atualmente a situação � nanceira do município já permite religar a luz pública noturna. “Hoje não há nenhum corte em iluminação públi-ca em Mangualde, o que me deixa muito satisfeito”, refere. O autarca explica que a decisão em cortar na iluminação pública foi difícil de tomar, mas “tivemos que o fazer, as pessoas interpretaram isso como uma decisão corajosa e hoje temos a possibilidade de dizer que consegui-mos resolver o assunto com uma boa gestão”. O presidente de Mangualde fala em dezenas de milhares de euros de poupança que “nos permite hoje religar as luzes e ter uma situação financeira mais estabilizada e que nos permite também sonhar com um concelho mais forte no futuro. Um concelho de excelência”.

S. Pedro do Sul

Também no concelho de S. Pedro do Sul as noites não sofrem qual-quer corte na iluminação pública mas nem sempre foi assim. Há três anos o execut ivo avançou para o corte em algumas centenas de luminárias mas, segundo o presidente do município, “com essa experiência que � zemos chegámos à conclusão que não estávamos a tirar nenhum rendimento, os gastos mantinham-se praticamente inal-teráveis e a partir daí não fizemos mais nenhum corte”. “Não estamos a pensar fazer cortes noturnos de iluminação pública”, refere Vítor Figueiredo.

Esta semana as ruas da cidade de Viseu continuavam às escuras depois das 6h15m

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EU PECADOR ME CONFESSO 41

O PRINCÍPIO DA INCERTEZA

A simbologia da a legoria da caverna de Platão perpassa com demasiada insistência e persis-tência pelo meu pensamento. Na verdade o viver quotidano dos portugueses parece empur-rar-nos, cada vez mais, para um mundo de sombras no qual tudo parece assemelhar-se ao real mas que, de imediato, se revela � ctício e enganador. Tudo nos arrasta para os caminhos duma incerte-za doentia, transformando-nos em tristes passageiros de um comboio que desliza inexoravel-mente para um descarrilamento que não merecíamos.Há por isso um enorme cansaço por, durante muitos anos, os portugueses sofrerem tratos de polé, por parte de governantes, com promessas de hoje e recusas no dia imediato. Como exemplo apenas lem-bro,mais uma vez,que uma das grandes promessas que os portu-gueses desejavam ver cumprida seria que a economia arrancasse como nos foi incessantemente prometido e ainda não cum-prido. Faz-nos recordar, com algum humor, um escrito de Rui Barbosa no Diário de Notícias em 8/8/1889 (século XIX) que de-signava a situação da economia de então como “ economia de palitos e de bananas”.Mudaram-se os tempos, os polí-ticos e os governos, mas os com-portamentos parecem imutáveis, obedecendo a u m fata l i smo crónico que urge vencer porque, manda a verdade que se diga, continuamos com uma economia de” palitos e bananas”.Não nutro qualquer simpatia com esta e outras af irmações do mesmo género que afectam a auto estima e a estabilidade emocional dos nossos cidadãos. Não é desejável aceitar optimis-mos ou pessimismos doentios com a actual situação política, embora retenha a afirmação de um príncipe da medicina mun-dial recentemente desaparecido, João Lobo Antunes, que na sua última entrevista em 27/10/2016 à jornalista do Expresso Lucia-na Leiderfarb afirmou ser “ o pessimismo uma profecia que se cumpre”. Para meditar.

OPINIÃO

JOÃO PEDRO ANTAS DE BARROSProfessor do Ensino Superior

Cerca de duas centenas de pessoas marcaram presença no X Capítulo Geral de Entronização da Confraria dos Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’. O evento recebeu mais de três dezenas de Confrarias oriundas de vá-rios pontos do país, num total de cerca de duas centenas de participantes.Na ocasião foram entronizados 10 comendadores e 18 cavaleiros, numa cerimónia que contou com a presença de diversas entidades, entre as quais se destacam o vice-presidente da Câma-ra de Viseu, Joaquim Seixas; Nelson Almeida, empresário beirão radicado

no Brasil, em representação da Casa do Distrito de Viseu no Rio de Janei-ro, e Jorge Loureiro, vice-presidente da Entidade de Turismo do Centro.A cerimónia do Capítulo teve dois momentos musicais. O primeiro com Isabel Silvestre e o segundo com Cata-rina Barros e Daniel Simões, nas vo-zes, acompanhados por Anícia Costa, ao piano, e Luís Peres, ao violino.Depois do Capítulo, que decorreu na Igreja da Misericórdia, em Viseu, o cor-tejo percorreu as ruas do Centro Histó-rico, tendo a comitiva sido recebida no Salão Nobre da Câmara Municipal.

VISEU

X CAPÍTULO DA CONFRARIA GRÃO VASCO COM A PRESENÇA DE MAIS 30 CONGÉNERES

O artigo seis do regulamento do concu rso de apoio à cultura “Viseu Terceiro”

está a levantar dúvidas em agentes culturais da cidade. Em causa, o facto de nas modalidades de apoio estar explícito que não será atri-buído apoio financeiro a “projetos candidatos que sejam financiados por estruturas ou equipamentos apoiados pelo Município de Viseu”. A “confusão” na interpretação coloca-se ao nível das estruturas que recebem já � nanciamento através do orçamento municipal quer seja de forma direta, como o Teatro Viriato, ou indireta, como por exemplo os casos onde existe disponibilização de edifícios, isenção de rendas ou outros subsídios. “É uma cláusula de salvaguarda em que o município exclui a possibilidade de re� nanciar ou duplicar � nanciamentos a entida-des que já gozam de � nanciamento na sua atividade regular”, esclarece fonte da autarquia. A dúvida per-manece, no entanto, se abrange pro-jetos, cujas estruturas são apoiadas indiretamente. Mas, para a autar-quia viseense, o regulamento é claro e este artigo evita que quem já tem um apoio regular concorra “contra projetos culturais independentes”.

APOIO À CULTURA

MODALIDADES DE APOIO NO CONCURSO “VISEU TERCEIRO” GERAM DÚVIDAS

CONFUSÃO NA INTERPRETAÇÃO DO ARTIGO SOBRE AS MODALIDADES DE APOIO. AUTARQUIA ESCLARECE QUE REGULAMENTO É CLARO E EVITA CONCORRÊNCIA

REGIÃO

As candidaturas ao concurso muni-cipal de apoio a projetos culturais e criativos para 2017, que tem um or-çamento de meio milhão de euros, estão abertas até 15 de novembro.O concurso mantém o orçamento de 300 mil euros para projetos con-solidados e de 200 mil euros para projetos novos ou emergentes.Uma das novidades deste ano é o facto de as normas de acesso “preverem a possibilidade de serem pré-aprovados projetos plurianuais, ainda que seja condicionada a apro-vação da sua programação anual especí� ca”.As normas de acesso estipulam também que as entidades benefi-

ciárias que violem as obrigações do concurso “ficam impedidas de apresentar a sua candidatura aos concursos do mesmo ano, bem como nos dois anos civis seguintes”. Estas foram algumas das medidas introduzidas na terceira edição do “Viseu Terceiro” e que também foram discutidas no âmbito do Fórum da Cultura, órgão no qual, para agentes que anualmente con-correm a este concurso, não deveria ser debatido o regulamento, “uma vez que dele fazem parte promoto-res que concorrem”.O apoio � nanceiro máximo a atri-buir por candidatura mantém-se nos 125 mil euros.

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Colocar o interior como um territó-rio mais competitivo é o segundo eixo do Programa Nacional para

a Coesão Territorial que foi apresentado pela Unidade de Missão de Valorização do Interior. O programa contempla uma série de medidas para desenvolver a três anos. Neste campo, a aposta incide no aproveitamento do turismo enquanto fator diferenciador do território, assim como na valorização da agricultura enquanto área geradora de emprego. O Programa Nacional para a Coesã o Ter-ritorial elenca mais de cento e sessenta Medidas, maioritariamente de iniciativa governamental, e uma Agenda para o Interior que integra oito iniciativas de cará ter temá tico. Nesta edição, o Jornal do Centro dá a conhecer as medidas nos eixos + Competitivo e + Sustentável

DESTAQUE

Freguesias do concelho de Viseu de baixa densidade

Municípios do Interior

As medidas para o InteriorPARTE II

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Imagem negativa do interior é entrave à sua valorizaçãoO grupo de trabalho que elaborou o Programa Nacional para a Coesão Territorial afirma ser “urgente” desconstruir a imagem “negativa” que ainda existe sobre a interioridade. Esta é uma das conclusões das reuniões que se realizaram com os vários agentes que foram auscultados para a elaboração deste programa que contém várias medidas de valorização do interior do país, nomeadamente as comunida-des intermunicipais, as instituiç õ es de ensino

superior, os grupos de aç ã o local e associaç õ es empresariais. Para um território mais competitivo e susten-tável, o documento aponta uma série de cami-nhos que passam por valorizar a agricultura en-quanto posto de trabalho, mas também na sua interação com o turismo, vertente que assume um dos pontos fortes como marca do interior.“Defendo que o inter ior do país , quer do ponto de vista da competitividade, quer da

atratividade e da captação do investimento, deve ter um tratamento positivo. Para isso, é necessá r io que impostos e ta xas seja m diminuídos para uma maior atração do inves-timento”, salienta Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portuga l, ent idade que ainda aguarda a entrega “oficial” do pro-grama para analisar todas as medidas. Nas próximas páginas, a lgumas das propostas contidas nos programa.

+ COMPETITIVO

Turismo e qualifi cação do setor

1 Revitalizar as termas de Portugal e os programas de turismo termal, diversi-� cando a oferta turí stica. Retomar os programas de turismo sé nior e dinamizar as redes de aldeias portuguesas, nomeadamente as Al-deias Histó ricas, as Aldeias do Xisto e as Aldeias Vinhateiras, são algumas das propostas que visam uma revita-lização sectorial do turismo. As pro-postas passam ainda pela valorização do mercado ibé rico do turismo com o foco no mercado interior alargado.

É ainda proposta a promoção de uma campanha promocional, de â mbito na-cional, com o intuito de projetar uma nova imagem do territó rio interior que acabe com a ideia de atraso e subde-senvolvimento que está associada ao interior de Portugal. Criar uma marca nacional para divulgaç ã o e certi� caç ã o pelo Instituto de Turismo de Portugal dos empreendimentos turí sticos do Interior e, ao mesmo tempo, quali� car e formar os profissionais de turismo, com base na manutenç ã o da rede de

escolas de hotelaria e turismo do Tu-rismo de Portugal dispersas por todo o paí s.Apoiar um ca lendá r io de eventos culturais com potencial turí stico e com impacto internaciona l rea l i-zados nos territó rios do interior e promover a captaç ã o de congressos internacionais e eventos, com uma equipa especializada e plataforma de divulgaç ã o, que permita a captaç ã o de eventos para destinos regionais desconcentrados.

2Emprego e incentivos à criação

Proceder à revisã o da Portaria n.o 20-B/2014, de 30 de janeiro, para que os Conselhos Diretivos dos Baldios possam ser considerados entidades promotoras de empregoDisponibilizar, para todos os projetos que representem a criaç ã o simultâ nea de mais de 20 postos de trabalho, a possibilidade de requerer ao Minis-té rio do Trabalho, Solidariedade e Seguranç a Social a implementaç ã o de um curso profissional de acordo com as necessidades dos postos de trabalho

a criar.Promover a ativaç ã o dos desemprega-dos jovens e desempregados de longa duraç ã o, e em especial dos trabalha-dores mais velhos, contemplando: (i) incentivos à contrataç ã o de jovens de-sempregados ou à procura do primeiro emprego; e, (ii) um apoio ao emprego para as empresas que contratem, si-multaneamente, jovens desempregados ou à procura do primeiro emprego e desempregados de longa duraç ã o. Criar no â mbito do Programa “Semen-

te” um incentivo adicional para quem investir no capital de uma “early seed” ou de uma “startup” em territó rios do interior. Os programas operacionais regionais e temá ticos promoverã o periodica-mente a abertura de avisos especí fi-cos para territó rios do interior, em funç ã o das intenç õ es de investimento privado gerador de emprego, exis-tentes e previamente inventariadas pelas comunidades intermunicipais e autarquias.

Em Portugal, 57 por cento da populaç ã o reside em lugares com menos de 10 000 habitantes

DESTAQUE

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Agricultura e valorização

3 Cr ia r u m prog ra ma de for maç ã o profissional agrí cola, em cooperaç ã o com as escolas agrí colas e escolas superiores agrá rias, visando o reju-venescimento empresarial agrí cola e a recuperaç ã o da extensã o rural. Valorizar os produtos regionais e a gastronomia local na oferta formativa das Escolas de Hotelaria e Turismo e em todas as entidades formadoras que ministrem cursos na á rea da restaura-ç ã o, em articulaç ã o com o Programa

Portugal Sou eu. Elevar de 25.000 para 40.000 euros o montante má ximo elegí vel dos proje-tos de investimento para os pequenos agricultores. Aumentar de 500 para 600 euros o pagamento mí nimo por agricultor, no â mbito do Regime da Pequena Agri-cultura do I Pilar da Politica Agrí cola Comum. Valorizar os circuitos curtos e a econo-mia de proximidade, atravé s da criaç ã o

de incentivos e da promoç ã o de cam-panhas para que as autarquias e outras entidades locais (IPSS, lares, escolas) consumam e promovam os produtos regionais/locais. Criaç ã o do estatuto de “Jovem Em-presá rio Rural”. Com a consagraç ã o deste estatuto pretende-se fomentar benefí cios/apoios/linhas de cré dito/ou-tros a conceder a jovens que se queiram instalar em espaç os rurais, designada-mente em territó rios do interior.

Tansformar Portugal num gran-de destino mundial para rotas pedestres e ciclá veis através do projeto-pi loto “Cycl ing and Walking”.

6 Um Interior para pedalar e andar

A REDE RODOVIÁ RIA NACIONAL TOTAL

TEM 18 874 KM, DOS QUAIS 3 087 KM SÃ O

AUTOESTRADAS (REDE RODOVIÁ RIA

PRINCIPAL). A DENSIDADE DA

REDE RODOVIÁ RIA NACIONAL É DE 0.161

KM/KM2 EM PORTUGAL CONTINENTAL.

DOS 18 DISTRITOS, 9 TÊ M DENSIDADES

SUPERIORES À MÉ DIA, E OS RESTANTES, TODOS

SITUADOS NO INTERIOR DE PORTUGAL,

APRESENTAM VALORES INFERIORES

4Ensino e institutos agrários

Apoiar a criaç ã o e desenvolvimento de estruturas/equipamentos de base tecnoló gica (Fab-Labs, Makers, etc) nos territó rios de interior, facilitadores da t ransferê ncia e intercâ mbio de conhecimento. Teste e prototipagem de soluç õ es e a criaç ã o de iniciativas empreendedoras intensivas em fatores avanç ados de competitividade.

Criar e desenvolver a rede de Experi-mentaç ã o Agroindustrial, envolvendo as oito escolas agrá r ias de Ensino Superior Polité cnico e o Instituto de Invest igaç ã o Agrá ria e Veteriná ria (INIAV). (Escolas Superiores Agrá rias: Beja, Braganç a, Castelo Branco, Coim-bra, Portalegre, Santaré m, Viana do Castelo e Viseu)

Investimento e diáspora5Identi� car os empresá rios da diá spora portuguesa incentivando-os a promo-ver o investimento nos territó rios do interior, facilitando a atividade econó -mica entre mercados. Envolver os emi-grantes portugueses na promoç ã o dos produtos regionais nacionais nos paí ses de residê ncia (Emigrantes Embaixado-res). Esta medida será articulada com o Gabinete de Apoio ao Investidor da Diá spora. Assumir como objetivo estraté gico o aumento progressivo da localizaç ã o em territó rios do interior do investimento direto estrangeiro, a captar designada-mente atravé s da AICEP .

Divulgar informaç ã o relativa aos par-ques e zonas industriais disponí veis, bem como das condiç õ es concedidas pelas autarquias, pelos mais variados canais envolvendo a AICEP (Global Parques) e o IAPMEI.Divulgaç ã o e venda dos bens e ser-viç os produzidos no interior e com maté ria-prima produzida també m no interior, associada a uma loja on-line. Estabelecer parcerias e realizar um trabalho coletivo entre setores e insti-tuiç õ es associados a marcas regionais que ajude a organizar e a potenciar a promoç ã o das ofertas e dos respetivos territó rios.

Elevar de 25.000 para 40.000 euros o montante má ximo elegí vel dos projetos de investimento para os pequenos agricultores

DESTAQUE

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Uma das propostas vertidas no Programa Nacional para a Coesão territorial envolve a criação de um Banco de Terras que, segundo o do-cumento, pretende contribuir para a instalação de jovens agricultores,

nomeadamente em territó rios do interior, visando a dinamizaç ã o do tecido econó mico e do mercado fundiá rio. O nome muda, mas os objetivos são iguais à Bolsa de Terras que já está

em curso. Um projeto que foi lança-do em 2013 pelo anterior governo. Até 30 de setembro, a Bolsa Nacio-nal de terras disponibilizou, em valores acumulados, uma oferta total de 628 prédios/parcelas para

arrendamento e venda, totalizando uma área disponibilizada de 16.449 hectares. No distrito de Viseu fo-ram ocupados cinco terrenos, com um total de 1,20 hectares, estando disponíveis mais sete.

De Bolsa para Banco de Terras

3 Cultura

Reforç o e valorizaç ã o das redes de museus, teatros, cineteatros, bibliotecas municipais, arquivos distritais e cineclubes, com vista ao desenvolvimento de progra-mas de formaç ã o, capacitaç ã o e dotaç ã o das infraestruturas. Apoio à cooperaç ã o e criaç ã o de parcerias entre estruturas nacionais e as estruturas muni-cipais que permita melhorar os modelos organizativos, estrutu-rar, valorizar e promover redes e comunidades de arquivos , pú blicos e privados, e melhorar e diversif icar a programaç ã o, conceç ã o, produç ã o e circulaç ã o de exposiç õ es, itinerâ ncia dos acervos, difusã o dos espetá culos e exibiç ã o de � lmes. Incentivos atribuí dos anualmen-te (as candidaturas decorrem durante o mê s de dezembro) a bandas de mú sica, � larmó nicas, escolas de mú sica, tunas, fanfar-ras, ranchos folcló ricos e outras agremiaç õ es culturais que se dediquem à atividade musical, que promovam a singularidade regional. Desenvolver aç õ es de promoç ã o e fruiç ã o das reservas da bios-fera e geoparques. Privilegiar dinâ micas em rede para a va-lorizaç ã o e internacionalizaç ã o destes territó rios reconhecidos pela UNESCO.

1Paisagem e Floresta

Proceder à revisã o e reativaç ã o dos Planos Regionais de Ordenamento Florestal (PROF). Instituir um programa piloto de valori-zaç ã o da paisagem rural apoiando a ex-perimentaç ã o, a valorizaç ã o, o estudo, a replicaç ã o e a quali� caç ã o.Promover u ma ma ior presenç a de vigi lantes nos territó rios das á reas protegidas e matas nacionais, atravé s da reposiç ã o do efetivo de Vigilantes da Natureza.

Desenvolver um mapa que identifique os principais valores ambientais e cul-turais e os roteiros viá rios (pedestres, ciclá veis, rodoviá rios e ferroviá rios), proporcionando aos visitantes uma experiê ncia integrada, nã o só nas suas origens e destinos mas també m nas vias que os ligam, criando uma rede ‘especí fica’ de elevado valor turí stico e que promova os territó rios que sã o servidos por estas infraestruturas de transporte.

Rede de mobilidade elétrica alargada2Conclusã o da primeira fase da rede pi loto MOBI.e (carros elétr icos) e lanç amento da segunda fase com vista à cobertura integral de todos os con-

celhos. Desenvolvimento das redes de carregamento rá pido, incluindo das vias principais da rede nacional de estradas do interior (ligaç ã o com Espanha).

+ SUSTENTÁVEL

NO INTERIORA REDE FERROVIÁ RIA COM UMA EXTENSÃ O TOTAL DE 2 562 KM SEGUE O MESMO PADRÃ O QUE A REDE RODOVIÁ RIA, COM DENSIDADES SUPERIORES NO

LITORAL. O TRANSPORTE AÉ REO É ASSEGURADO POR 5 AEROPORTOS, 4 INTERNACIONAIS E 1 REGIONAL (BRAGANÇ A). A REDE DE AERÓ DROMOS (18) COBRE

A TOTALIDADE DO PAÍ S DE FORMA MAIS OU MENOS HOMOGÉ NEA

DESTAQUE

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ENTREVISTA

ANTÓNIO RAPOSO LIMA, PRESIDENTE EXECUTIVOTexto Sandra Rodrigues

IBM cria soluções para a banca e comércio a partir de Viseu

A IBM Portugal abre a 8 de no-vembro o seu centro de com-petências no Parque Indus-

trial de Coimbrões. Uma cerimónia que contará com a presença do Pre-sidente da República. Ao Jornal do Centro, o presidente executivo da IBM Portugal, António Raposo de Lima, anuncia que Viseu vai traba-lhar com Salamanca e que o centro vai dedicar-se ao desenvolvimento de soluções para as áreas da banca, da distribuição e do retalho

A IBM anunciou a abertura de um centro de inovação e tecnologia em Viseu. Na prática, o que este centro vai desenvolver? No dia 8 de novembro vamos inau-gurar o Centro de Inovação Tecno-lógica de Viseu, um centro gerido pela Softinsa, empresa do Grupo IBM, que é mais um exemplo da aposta da IBM no nosso país. Este é um novo centro multi-clien-te e multi-tecnologia, com voca-ção para trabalhar com clientes na-cionais e internacionais, que visa a prestação de serviços e desenvol-

vimento de soluções tecnológicas inovadoras, com foco na área das

“smarter cities”. Este centro faz parte de uma rede nacional e internacional de centros de inovação IBM, o que permite que partilhem recursos, tirando partido do conhecimento e das melhores práticas na área das tecnologias.

Quando se fala em soluções tecnoló-gicas inovadores, é o que concreta-mente? São soluções para serem apli-cadas a que níveis? Este centro irá dedicar-se à presta-ção de serviços, numa primeira fase na área da banca, da distribuição, retalho e das “smarter cities”, ten-do também como objetivo alargar o seu desenvolvimento a novas so-luções, por exemplo no âmbito do mobile, cloud, cognitivo, entre ou-tras.

Abre com quantas pessoas inicial-mente? São funcionários prove-nientes exclusivamente da região de Viseu? Acreditamos que a esmagadora maioria de colaboradores que ve-nha a integrar este centro seja pro-

veniente da região de Viseu, e, des-tes, uma parte significativa tenha estudado no Politécnico da cida-de, até porque esta instituição é um parceiro privilegiado e estratégico neste projeto. No momento inicial, contamos com aproximadamente 40 colaboradores, incluindo profis-sionais em formação, e esperamos a médio prazo empregar 120 colabo-radores.

Qual o valor do investimento em Viseu? Não é nossa prática discriminar va-lores, mas o investimento em si não é o mais importante. Reunimos as condições standard para conseguir arrancar com um projeto destes que muito nos orgulha.

Que vantagens Viseu oferece relati-vamente a outras cidades? Viseu é uma cidade estrategicamen-te localizada no centro de Portugal Continental, entre o Porto e Lisboa, e relativamente próxima de Salaman-ca, onde o Grupo IBM dispõe de um centro que irá trabalhar em parceria com o centro de Viseu. A liderança, o envolvimento, o esforço incansável e o compromisso da Câmara Munici-pal, também na pessoa do seu presi-dente, fizeram claramente a diferença. Adicionalmente, este projeto também só se tornou possível devido à articu-lação com o Instituto Politécnico de Viseu que o apoiou, desde o primei-ro momento, e que está ativamente a suportar esta iniciativa, contribuindo com muitas das competências e do ta-lento/recursos que necessitamos para um centro tecnológico como este.

Em Salamanca, o Grupo IBM dispõe de um centro que irá trabalhar em parceria com o centro de Viseu

Este centro irá dedicar-se à prestação de serviços, numa primeira fase na área da banca, da distribuição, retalho e das “smarter cities”

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REGIÃO

CARREGAL DO SALTexto Clemente António Pereira

LIMPEZAS EXTERIORES PARA “DIGNIFICAR” CENTRO DE SAÚDE

MUNICÍPIO MOSTRA ABERTURA PARA PRESTAR APOIOS, DENTRO DAS SUAS POSSIBILIDADES E COMPETÊNCIAS, AO NÍVEL DA MÃO-DE-OBRA, EQUIPAMENTOS E MATERIAIS PARA DAR OUTRA DIGNIFICAÇÃO AO CENTRO DE SAÚDE, BASTANDO QUE AS ENTIDADES TUTELARES AVANCEM COM PEDIDOS

“A Câmara Municipal prima por ter uma excelente e profícua relação institu-

cional, estando disponível, sem se imiscuir em atribuições que não sejam as suas, para apoiar esta ou aquela entidade que necessite dos préstimos dos serviços camarários”. Esta é a posição da autarquia de Carregal do Sal em resposta a uma nota divulgada há cerca de uma semana por um grupo de cidadãos e utentes sobre o que consideram ser a “total degradação e aban-dono do Centro de Saúde” local.

A autarquia, através dos serviços municipais, têm estado a proceder a ações de limpeza e de manutenção do espaço ajardinado e passeios e à reparação de candeeiros que se encontravam tombados há algum tempo.Segundo o presidente da Câmara, Rogério Abrantes, “é importante referir que tais tarefas não são da competência desta Câmara Muni-cipal, competindo aos serviços da Administração Central a gestão e a manutenção do Centro de Saúde e do espaço ajardinado, mas a ver-

dade é que já foram várias as vezes em que os serviços municipalizados intervieram naquele espaço para levar a efeito ações similares”.“Assim, imbuída nos atr ibutos inerentes à profícua relação institu-cional atrás referida, irá continuar a existir desta Câmara Municipal a possibilidade de prestar apoios, dentro das suas possibi lidades, designadamente ao nível de mão--de-obra, equipamentos e materiais, bastando que a entidade promova o respetivo ou respetivos pedidos”, conclui uma nota de esclarecimento

divulgada pela Câmara Municipal de Carregal do Sal.O grupo de cidadãos, no documento onde demonstrava o abandono do Centro de Saúde, dava ainda conta dos “poucos profissionais que ali trabalham”. “Os médicos são pou-cos para uma população a rondar os 11 mil cidadãos, as � las de espera para uma consulta são uma realida-de, e se até aqui, ir à meia-noite para a porta do Centro de Saúde era uma opção, com o aproximar da inver-nia, tal hipótese, é confrangedora”, lê-se no documento.

Depois da lega l ização em 2013 por parte da Câmara Municipal, o Bairro da Barragem de Vi lar em Moimenta da Beira continua a trazer, dia a dia, ‘problemas’ para a autarquia local. Tudo porque depois de resolvidas as questões que se in-seriam no regulamento há muito em vigor, surgem regularmente novas contendas relacionadas principal-mente com heranças, situações essas que o Município moimentense está a analisar de forma individual porque fogem do controlo das regras que se instituem no bairro.Questionado pelo Jornal do Centro se iria ser criado um novo regula-

mento para resolver estas questões, o presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira, José Eduardo Ferreira, explicou que os estatutos vão manter-se, estando a autarquia empenhada a resolver os problemas que estão a ser colocados: “Há um conjunto de situações que saem das previsões do regulamento e que têm de ser resolvidas caso a caso. Existe um regulamento muito antigo que tem um conjunto de regras que o próprio tempo ultrapassou, isto é, tornou-se ine� caz. Agora é necessá-rio tomar, caso a caso, um conjunto de decisões. Todos os processos que estão a chegar à Câmara Municipal

terão uma decisão individualizada porque é isso de que se trata agora, porque todas as que estavam inseri-das no regulamento foram decididas de uma vez, as que não se enquadrem no regulamento o Município decidi--las-á uma a uma”, a� rmou o autarca.Construído na década de 50, o Bairro da Barragem de Vilar cresceu para receber os trabalhadores que construíram aquela barragem no rio Távora. Passados mais de 60 anos, a Câmara Municipal legalizou e registou, há cerca de três anos, o loteamento de todo o bairro consti-tuído por 63 casas e nove lotes de ter-reno para construção. José Eduardo

Ferreira admite que a autarquia não conhece todos os casos que surgem: “Há vários tipos de problemas que nos colocam. Alguns dos proprietá-rios originais das casas faleceram ou ausentaram-se, noutros casos são as heranças, os proprietários de deter-minada casa têm agora vários her-deiros, é preciso fazer a habilitação de herdeiros e para tal é necessário que a Câmara Municipal saiba quem é o destinatário certo para cada casa. São estes os inúmeros obstáculos que vão aparecendo”, sublinhou o presi-dente da autarquia que não avançou com uma data para a resolução de� nitiva destes problemas. – FF

MOIMENTA DA BEIRA

HERANÇAS COLOCAM PROBLEMAS DIÁRIOS NO BAIRRO DA BARRAGEM DO VILAR

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GIOPS – ASSOCIAÇÃO COM CAMPO DE TREINO EM ANTIGA MINATexto Irene Ferreira

CÃES TREINADOS EM MANGUALDE PARA ENCONTRAR PESSOAS DESAPARECIDASVOLUNTÁRIOS COMPÕEM O K9V GRUPO DE INTERVENÇÃO EM OPERAÇÕES DE PROTEÇÃO E SOCORRO (GIOPS) QUE TRABALHA COM CÃES E TEM COMO PRINCIPAL OBJETIVO O DE ENCONTRAR PESSOAS DESAPARECIDAS. UMA ASSOCIAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS CRIADA EM 2015 COM SEDE EM MANGUALDE E QUE ATUA DE ACORDO COM A LEI DE BASES DA PROTEÇÃO CIVIL

OGIOPS - Grupo de Interven-ção em Operações de Pro-teção e Socorro é composto

por 25 elementos com formação em diversas áreas que atuam em situações de emergência médica e que conta com equipas cinotécnicas para salvamento em grandes ângulos e resgate. As equipas são consti-tuídas por voluntários de diversos concelhos do distrito de Viseu. O 2º comandante do K9V GIOPS, João Costa, sublinha que 98 por cento dos elementos ou são bombeiros no ativo ou são bombeiros na reserva e antigos operacionais. “ É uma mais valia e um trunfo quando vamos para o teatro de operações”, realça. O GIOPS opera conjuntamente com outros grupos de proteção civil a nível de prevenção de acidentes quer de origem natural ou tecnológica. O desenvolvimento de atividades através de ações de sensibilização é um dos objetivos do grupo, que tem percorrido escolas, lares e outras instituições. O K9V GIOPS trabalha inserido na lei de bases da proteção civil e opera sempre que for solicitado quer seja através do Comando Distri-tal de Operações de Socorro (CDOS),

pelo comando dos bombeiros, pelo comandante da proteção civil mu-nicipal ou até mesmo por qualquer cidadão que tenha conhecimento, por exemplo, de a lgum caso de desaparecimento.

Segundo João Costa, “o grupo sendo uma entidade civil sem fins lucrativos está ao serviço da população do distrito de Viseu e não só. Podemos ser acionados por qualquer pessoa que necessite dos nossos préstimos”, lembra. “Avançamos sempre para o local com três pessoas, ou seja um binómio (dois elementos e um cão) e o socorrista com formação em emergência pré hospitalar”, adianta. O grupo conta com o apoio para já, de cinco binómios operacionais e outros seis cães estão na fase de iniciantes. Tratam-se de animais que começam a

treinar a partir dos três meses na ordem e obediência. “Só depois é que avançam para o patamar seguinte em que podem brincar e depois é que seguem para outro patamar supe-rior”, explica o responsável pelo K9V GIOPS, adiantando que são cães de venteio que atuam com o “nariz no ar para captarem o odor vivo da vítima”.

Segundo João Costa, os animais do grupo trabalham para encontrar pessoas desaparecidas com vida. Formação em antigas minas de urânio No passado fim de semana o GIOPS promoveu uma formação interna de Guias de Cães de Busca, em parceria com o GER Brasil. A iniciativa, que contou com 16 elementos e oito cães ativos e iniciantes, aconteceu nas an-tigas minas de urânio de Espinho, no concelho de Mangualde. Um espaço que foi alvo de uma requalificação am-biental e que através de um protocolo assinado com a Empresa de Desenvol-vimento Mineiro (EDM) e a autarquia mangualdense foi cedido à associação para ser transformado num campo de treino fixo das equipas cinotécnicas. “Na última formação treinámos a parte da cinotécnica e também o salvamento em grande ângulo com vítimas aéreas”, refere João Costa que considera o terreno com 37 mil metros quadrados “excelente”. “ Tem a verten-te de água, a vertente das grandes áreas com campo aberto com mato e pinhal, tem também a vertente dos escombros para simular as derrocadas em prédios e estamos a preparar uma zona de soterrados”, conta

“TODAS AS RAÇAS SERVEM PARA FAZER BUSCA E SALVAMENTO” João Costa conta que “tal e qual como os humanos, há cães com mais aptidões que outros, mas há raças que são mais aplicadas na busca e sal-vamento”. O 2º comandante do GIOSP destaca o labrador que por ser “brincalhão vê o trabalho de busca como uma brincadeira em que depois de encontrar a pessoa tem direi-to a um prémio, que é o brin-quedo que mais gosta”. Na associação existem também cães da raça pastor alemão, loba checa, malinois e outras raças indiferenciadas.

No último ano o grupo atuou em três desaparecimentos: um em Satão e dois no concelho de Santa Comba Dão

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REGIÃO

CINFÃESTexto Francisco Favinha

“IMPUNIDADE LEVA AS PESSOAS A FAZEREM QUEIMADAS EM PLENO MÊS DE AGOSTO”MIGUEL MADUREIRA, COMANDANTE DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE CINFÃES, FAZ UM BALANÇO POSITIVO AO COMBATE ÀS CHAMAS APESAR DA QUANTIDADE DE INCÊNDIOS NO CONCELHO TER SIDO, NOVAMENTE, EM GRANDE NÚMERO

Com o mês de outubro a marcar o encerramento ‘fora de horas’ da Fase Charlie que teve a sua

data limite a 30 de setembro, Cinfães voltou a ser fustigado pelos inúmeros incêndios que marcaram o dia a dia da população daquele concelho do Norte do distrito de Viseu.Ainda sem dados o� ciais relativamen-te à área ardida, Miguel Madureira, comandante dos Bombeiros Volun-tários de Cinfães. não tem grandes dúvidas que este ano a zona afetada pelas chamas aumentou contribuindo para isso a grande quantidade de fogos que deflagraram ao mesmo tempo e em zonas de difícil acesso: “Se me per-gunta se o combate às chamas correu bem, eu digo-lhe que sim. O que cor-reu mal foi a quantidade de incêndios que ocorreram ao mesmo tempo e que nos criou muitas di� culdades porque os meios que temos são sempre reduzi-dos. A localização também di� cultou porque este ano tivemos incêndios em zonas com acessos terrestres quase im-possíveis, e aí mesmo que haja meios aéreos, também não temos homens su� cientes no terreno para chegar lá e iniciar o combate”, adiantou.

O Centro de Saúde de Mortágua vai entrar em obras antes do � nal do ano e o investimento vai ser de quase 120 mil euros.O concurso de execução da obra já foi lançado e prevê-se para breve a sua adjudicação. O edifício vai sofrer obras signi� cativas de remodelação, a nível estrutural, que se traduzirão na melhoria geral das instalações e do bem-estar dos utentes.Com esta intervenção pretende-se travar o processo de degradação da estrutura e prolongar a sua durabili-dade, corrigindo algumas deficiên-cias e patologias existentes, sobretudo ao nível da cobertura, como seja

melhorar o sistema de impermeabi-lização e evitar as infiltrações, que causam danos nas instalações e equi-pamentos. Prevê-se, nomeadamente, a retirada da atual cobertura em � brocimento (amianto).A intervenção contempla ainda a repintura integral do edifício e muros exteriores, a remodelação da ilumi-nação envolvente, a reabilitação das coberturas de acesso, e a melhoria do conforto térmico.Outra das intervenções a concre-tizar no edifício será ao nível da iluminação interior, que passará por uma reconversão ao abrigo do Plano Nacional de Ação para a Eficiência

Energética (PNAEE) com a substitui-ção das lâmpadas convencionais por novas luminárias de tecnologia led.Segundo o presidente da Câmara Municipal, Júlio Norte, a “obra será custeada pela autarquia, que se substitui ao Estado, pagando inclusi-vamente o IVA de uma obra estatal, apesar do financiamento de 85 por cento do investimento total assegu-rado por fundos comunitários com base numa candidatura apresentada pela Comunidade Intermunicipal de Coimbra”.Júlio Norte sublinhou que mais importante do que o custo da obra “está em primeiro lugar o bem-estar

do utentes e a qualidade do serviço de atendimento dos cuidados primários de saúde prestados aos doentes que sem esta intervenção passariam frio no inverno e quase morriam de calor no verão”.O Município de Mortágua e a Ad-ministração Regional de Saúde do Centro (ARSC) celebraram um protocolo de cooperação técnica e financeira para a execução da obra, nos termos do qual caberá à Câmara assegurar a comparticipação de 15 por cento no investimento a realizar, sendo a parte restante � nanciada pelo Programa Operacional Regional do Centro 2020. – CAP

MORTÁGUA

CENTRO DE SAÚDE VAI ENTRAR EM OBRAS

Abordando a realidade de Cinfães, Mi-guel Madureira aponta o que continua a falhar, de ano para ano, para que este seja um dos concelhos que mais incên-dios regista: “Continua a faltar a pre-venção, tem que ser algo que se comece a trabalhar já para o próximo ano. Sem limpeza tudo � ca mais complicado. No concelho de Cinfães continua a faltar esse ponto, em pleno agosto e setembro continua a haver pessoas a fazerem queimadas porque ninguém lhes diz nada, há impunidade e, por isso, como ninguém faz nada, as pessoas seguem em frente. No meu entender esta é uma questão cultural e por isso deve-se trabalhar nesse sentido, por exemplo, com ações de sensibilização. Cinfães é um município que todos os anos bate os recordes de ignições”, a� rmou ao Jornal do Centro.

Com cada vez menos homens no cor-po de bombeiros, Miguel Madureira não hesita quando lhe colocamos a questão do que gostaria de ter para o próximo ano e que lhe faltou neste: “Mais meios humanos. Cada vez são mais escassos no meu corpo de bombeiros. Cada vez há menos gente disponível, não há apoios para o vo-luntário e o espirito já não é o mesmo do que era há 20 anos. O que começo a sentir é que me faltam homens. Tenho cerca de 100 no corpo ativo, mas na prática os que me aparecem no dia a dia dependem das situações. Se tocar a sirene de noite as caras que vejo são umas, de dia são outras e, por isso, tenho de ter muita gente para suprir estas situações, até porque há pessoal que só está em Cinfães ao fim de semana. Há gente que só pode de noite

porque durante o dia as entidades patronais não lhes permitem sair, tal como outros que trabalham de noite e aparecem de dia. Neste momento nós conseguimos colocar num incêndio � orestal entre 30 a 50 homens. Esta é a nossa lacuna.”Já sobre o facto de Cinfães estar um-bilicalmente ligado a casos de incen-diários detidos e de pessoas que di� -cultaram as operações dos bombeiros, tal como aconteceu a 28 de agosto em Covelo, freguesia de Ferreiro dos Tendais, Miguel Madureira con� rma que esta não é uma boa montra para o concelho: “Sabemos que para Cinfães não é positivo ver o nome ligado a estes casos mas se houvesse mais gente detida e punida, os que andam por aí pensariam duas vezes antes de originarem mais incêndios.”

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a RÁDIO

da REGIÃO de VISEU

RÁDIO JORNAL DO CENTRO

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REGIÃO

OLIVEIRA DE FRADESTexto José Ricardo Ferreira

TRABALHOS DE REPOSIÇÃO DAS PRAIAS FLUVIAIS EM ANDAMENTOEDP VAI PAGAR OBRAS E TERRENOS. CÂMARA FICA ENCARREGUE DA EMPREITADA, MAS VAI ENTREGAR GRANDE PARTE DAS EMPREITADAS

Já arrancaram as obras de res-tituição das praias f luviais de Sejães e de S. João da Serra, no

concelho de Oliveira de Frades, que ficaram submersas pelas águas da Barragem Ribeiradio-Ermida. O município, que vai ser o responsável pelas intervenções na sequência de um protocolo assinado com a EDP, está nesta altura a efetuar uma lim-peza dos espaços e a cortar árvores nos locais onde vão nascer as duas

infraestruturas, de forma a acelerar todo o processo para que as valên-cias estejam prontas o quanto antes. “Andamos com as nossas máquinas na retirada de toda a madeira, ou seja tudo o que é eucalipto e pinho está a ser abatido. As árvores são dos proprietários, o município só colabora no seu abate. Os carvalhos e os sobreiros vão-se manter. Tam-bém temos a nossa equipa de limpe-za [no terreno] por forma a acelerar

todo o processo porque o nosso objetivo é que na próxima época balnear ambas as situações estejam concluídas. Também já estamos a trabalhar no campo burocrático, já fizemos entrada de documentação na CCDR e Agência Portuguesa do Ambiente”, adiantou o presidente da autarquia, Luís Vasconcelos, na última reunião do executivo (28 outubro).Para levar a cabo os projetos, a

EDP vai transferir para a autarquia oliveirense cerca de dois milhões de euros, fruto de uma negociação que durou aproximadamente quatro anos e que em alguns momentos se revelou “difícil”. Para além das obras, a empresa pagará ainda a compra dos terrenos onde serão instaladas as duas novas áreas de lazer. A Câmara fica encarregue das negociações. No caso de Sejães todos os proprietários aceitaram vender as parcelas, já em S. João da Serra os contactos terão agora início, mas o edil está con� ante no sucesso dos mesmos.Os dois projetos de reposição são completamente díspares. A antiga escola primária de Sejães transfor-mar-se-á num complexo de pisci-nas, com equipamentos de apoio. O espaço envolvente, com cerca de quatro hectares, será igualmente intervencionado. Já em S. João da Serra será criada uma praia � uvial, mas na localidade da Carriça com estruturas para os veraneantes e que deverá ter vigilância e bandeira azul.

Oposição com reservasO vereador do PS no município, Porfírio Carvalho, congratulou-se por as negociações entre a Câmara e a EDP “terem chegado a bom porto” apesar de terem “demorado algum tempo”. O socialista mostrou-se ainda preocupado por ser o muni-cípio a fazer as obras, lembrando a controvérsia que existiu a propósito das estradas que a autarquia cons-truiu também no seguimento de um acordo com a EDP para repor vias que � caram submersas. “Não sei se o município tem grandes ganhos ou não, tenho reservas”, disse. O presidente da Câ mara , Luís Vasconcelos, esclareceu que apesar de a edilidade ser responsável pelas intervenções isso não quer dizer que as vá realizar. “Vamos é ser os donos da obra. Vamos fazer movimenta-ções de terra e pouco mais, o resto entregamos porque não consegui-mos fazer e vamos ser responsáveis por ter todas as aprovações ao nível burocrático”, explicou.

Pelo terceiro ano consecutivo, o município de Aguiar da Beira junta-se ao projeto “Família do Lado”, uma iniciativa que visa promover a “criação de novos mecanismos de aproximação de grupos – comunidades imigrantes e sociedade de acolhimento - enquanto estratégia para a integração dos imigrantes na sociedade portuguesa”, como explicou a autarquia.

A ideia deste projeto, do Alto Co-missariado para as Migrações, é que as famílias do concelho de Aguiar da Beira que queiram integrar a ini-ciativa, recebam em suas casas uma família que não conheçam, consti-tuindo-se assim “pares de famílias (uma imigrante e outra autóctone) para a realização de um almoço--convívio típico da cultura da família

an� triã, como forma de acolhimento do ‘outro’”.Todos os encontros decorrerão, obri-gatoriamente, no mesmo dia, a 27 de novembro e à mesma hora (13h00), em todo o território nacional e demais países que se associam à iniciativa.Todos aqueles que pretendam parti-cipar no “Família do Lado”, devem dirigir-se ao serviço de atendimento

do município de Aguiar da Beira e solicitar as fichas de inscrição ou consultar o site do município.O projeto “Família ao lado” foi criado na República Checa, em 2004, na altura com o conceito de Bairros Inclusivos. A iniciativa chegou a Portugal, pela primeira vez, em 2012, e, desde então, é um dos países com maior número de participantes.

AGUIAR DA BEIRA

PROJETO DE ACOLHIMENTO DE FAMÍLIAS ESTRANGEIRAS ESTÁ DE VOLTA

Antiga escola primária de Sejães vai ser transformada num complexo de piscinas

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4 NOV

REGIÃO

No ativo desde 2001, a Associação 2000 de Apoio ao Desenvolvimento (A 20 0 0) assina lou o pr imeiro ano de existência no concelho de Tabuaço. Com sede em Santa Marta de Penaguião, mas já inserida em outros dois concelhos viseenses (Resende e Armamar), esta ins-tituição de utilidade pública tem por objetivo promover a inclusão social e pro� ssional de pessoas com de� ciência ou incapacidade.Para ta l, a A2000 arrancou há precisamente 14 meses a primeira formação em Tabuaço totalmen-te destinada às áreas com saída profissional neste concelho, tendo atualmente já 22 alunos, separados em duas turmas que em breve entrarão no mercado de trabalho

local. Num trabalho exigente e meticuloso, António José Ribeiro, presidente da A2000, revelou ao Jornal do Centro que a ajuda da au-tarquia foi e continua a ser essencial para o sucesso deste projeto: “Como em todo o lado há sempre alguma resistência na fase inicial. É normal, como não somos de Tabuaço diga-mos que amabilidade não ocorre de imediato, exceção feita à Câmara Municipal que desde a primeira hora, em especial o seu presidente, teve a visão para perceber qual era o nosso propósito para nos receber e dar-nos as condições que precisáva-mos”, a� rmou. Com a primeira turma já colocada em contexto real de trabalho, o responsável pela A2000 garante que

mais de metade dos instruendos terão trabalho no � m da formação que dura dois anos: “Neste momen-to em Tabuaço temos duas turmas. A primeira que está ativa há 14 meses já se encontra num cenário real de inclusão no mercado de tra-balho. A segunda turma está ainda em sala. No � nal garantimos que 65 por cento das pessoas têm trabalho. É o que a nossa experiência noutros concelhos nos diz.”Sendo este projeto co-financiado pe lo E st ado por t u g uê s e pe la União Europeia através do Pro-grama 2020, António José Ribeiro reforçou o balanço muito positivo do pr i meiro a no em Tabuaço, antevendo um futuro ainda mais risonho, com mais formandos e

novas insta lações: “Não temos dúv idas que este é um projeto com futuro, que vai consolidar-se em Tabuaço. Além destas turmas já referidas vamos iniciar outro tipo de projeto, denominado de formação contínua e na mesma di-rigida a pessoas com de� ciência ou incapacidade, que vai começar em março de 2017. Vamos apoiar mais 10 pessoas num total de 32. Esta-mos em crescendo e tudo também graças à Câmara Municipal que já nos garantiu que até ao � m do ano vamos mudar de instalações. Até ao momento estamos na Junta de Freguesia, mas vamos mudar para outras mais acolhedoras, com mais qualidade para desenvolvermos o nosso trabalho”, referiu- FF

TABUAÇO

A2000 - HÁ UM ANO A PROMOVER A INCLUSÃO SOCIAL E PROFISSIONAL

SÁTÃOTexto Micaela Costa

LOJA SOLIDÁRIA JÁ APOIOU “DEZENAS DE PESSOAS”ESPAÇO DE APOIO SOCIAL FOI CRIADO NO INÍCIO DO PASSADO MÊS DE OUTUBRO E TEM APOIADO, SOBRETUDO, FAMÍLIAS NUMEROSAS. COM A CHEGADA DA ÉPOCA NATALÍCIA, LOJA SOLIDÁRIA DEVERÁ SER REFORÇADA. JUNTA DE FREGUESIA QUER ALARGAR APOIO A TODO O CONCELHO

Desde que arrancou, no início do passado mês de outubro, a “Loja solidária” da Junta

de Freguesia de Sátão já apoiou “de-zenas de pessoas”, a� rmou ao Jornal do Centro, António José Carvalho, presidente da Junta de Sátão.Segundo o autarca, este é um proje-to que surge pela “vulnerabilidade social que cada vez se torna mais premente” e “a pensar nas pessoas que neste momento vivem alguma precariedade e alguma necessidade económica”.A Loja Solidária, que funciona nas instalações da Junta de Freguesia de Sátão, é uma das medidas do plano de apoio social, daquela freguesia, e que, no caso do espaço solidário, está a ser levada a cabo com o apoio de alguns voluntários. Esta resposta social, que tem ajuda-do neste primeiro mês de existência sobretudo “famílias numerosas”, vai ser mais reforçada na altura de Natal, época em que a procura de

ajuda se intensifica, revelou Antó-nio José Carvalho.De acordo com o presidente da Jun-ta, têm sido muitos os que têm con-tribuído para a loja solidária. “Os portugueses são um povo solidário e estão a responder de forma parti-cularmente forte”, referiu. Entre as doações estão vestuário, brinque-dos, material didático e, em menos quantidade, bens alimentares, estes últimos que, segundo o autarca, “se espera que possam aparecer em maiores quantidades”. Para isso, António José Carvalho a� rma que vai ser feita mais “publicidade” de forma a que mais gente possa aderir, quer em doações, quer a requerer apoio. O autarca espera ainda que possam surgir, para além dos bens sociais, donativos em dinheiro para “apoiar no incumprimento de

liquidações de serviços por parte das famílias carenciadas”.

Junta de Freguesia quer levar loja a todo o concelhoPara já, a Loja Solidária apoia os habitantes da freguesia de Sátão mas a Junta de Freguesia quer alar-gar este apoio a todo o concelho. “Já transmiti [essa intenção] na última Assembleia Municipal. Se houver essa abertura da parte de outras estruturas, a nível concelhio, porque não? A loja solidária foi criada como uma implementação de políticas sociais. O importante é ajudar alguém, rentabilizar os recursos existentes e ao nível da freguesia de Sátão temos feito essa ajuda, se for possível ao nível do concelho, tanto melhor”, afirmou António José Carvalho.

Documentação exigida não causa constrangimento Para que o apoio seja prestado, quem se deslocar à Loja Solidária tem que apresentar alguma do-cumentação que comprove ou os baixos rendimentos ou situação de vulnerabilidade social. Mas, se-gundo António José Carvalho, esta ação não causa “constrangimento”. “Temos que ter algum critério de identif icação. Este projeto quer apoiar pessoas carenciadas mas que de facto o sejam. Mas não tem trazido constrangi-mentos. As pessoas têm noção que têm que provar que estão numa si-tuação mais vulnerável para terem acesso aos bens. As voluntárias também têm tido esse cuidado, de manter sempre o anonimato”, sublinhou

HORÁRIOLoja Solidária

Terça-feira – 9h00 às 10h00 Quinta-feira – 9h00 às 10h00 e das 17h00 às 19h00

Na loja solidária pode encontrar-se vestuário, brinquedos, material didático e bens alimentares

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REGIÃO

NELASTexto Clemente António Pereira

OPOSITORES INTERNOS DO PS NÃO SE DEMITEM

BORGES DA SILVA, ATUAL PRESIDENTE DA CÂMARA DE NELAS E CANDIDATO ÀS ELEIÇÕES DE 2017, VIU O APOIO SER REFORÇADO EM JANTAR QUE REUNIU DIRIGENTES SOCIALISTAS E DEPUTADOS. PRESIDENTE DA CONCELHIA E ATUAL VEREADOR NÃO APOIAM, MAS DIZEM QUE NÃO TÊM DE SE DEMITIR

“Borges da Silva é candidato à reeleição em 2017 não só porque essa é a orientação

do PS mas sobretudo pela qualidade do trabalho efetuado e pelo apoio popular que alcançou”. Foi assim que o responsável máximo da Federação Distrital do PS e deputado, António Borges, legitimou a recandidatura do atual autarca de Nelas eleito em 2013 pelo PS. Prevaleceu a posição assumida no Congresso Nacional dos Socialistas numa moção votada por maioria absoluta e apresentada pelo presidente Comissão Nacional do PS e primeiro-ministro, António Costa, e agora reforçada pela Federação Distrital de Viseu do PS durante o jantar convívio comemorativo do 3º aniversário da tomada de posse do presidente da Câmara de Nelas e que conseguiu reunir cerca de 200 pessoas.

Vereadores do PS assumem divergências e não apoiam ninguémApesar do reforço da candidatura de Borges da Silva pelo PS às Eleições

Autárquicas de 2017, os opositores internos do PS Nelas e vereadores na Câmara Municipal, Adelino Amaral (que também é presidente da concelhia do PS) e Alexandre Borges, (antigo vi-ce-presidente de Borges da Silva), não desarmam e assumem rutura total com o atual presidente de Câmara. Dizem que não vão apoiar ninguém e assumem que não se demitem, porque não existe motivo para tal.Adelino Amaral esclareceu que só discorda da forma de atuar do atual presidente da Câmara, que “sempre revelou falta de respeito pelo órgão Câmara Municipal, pelos seus verea-

dores e pela democracia sempre que resolvia impor decisões, por ele to-madas, sem consultar mais ninguém”.

“Sempre acatei as decisões assumidas pelos órgãos distritais e nacionais, apesar de discordar de algumas de-las e de assumir opiniões diferentes em determinadas matérias e assun-tos do foro interno”, sublinhou o presidente da Concelhia do PS Nelas.Adelino Amaral adiantou ainda que perante isto “não há nenhuma razão objetiva para se colocar a minha de-missão, até porque mantive sempre uma atitude discricionária, quando me pediram reserva e recato, sobre este processo.O antigo vice-presidente da Câmara de Nelas e vereador do PS, Alexan-dre Borges sustenta que “a demissão não faz qualquer sentido, já que fui eleito para este cargo pela maioria dos militantes e simpatizantes do PS”. “Não vou defraudar a con� ança que em mim depositaram, quando decidiram votar em mim e no Parti-do Socialista”, concluiu.

A Comissão Coordenadora Dis-trital do Bloco de Esquerda (BE) anunciou que “jamais tentou ali-ciar qualquer cidadão, autarca ou não, para uma candidatura em lista do partido ou de cidadãos”, no âmbito das eleições autárqui-cas a decorrer no próximo ano. Uma posição que surge no se-guimento da notícia, na última edição do Jornal do Centro e que dava conta que o atual vereador do PS na Câmara de Nelas , Alexandre Borges, foi “sondado” para encabeçar uma eventual candidatura deste partido às eleições de 2017. Em resposta, o Bloco emitiu um esclarecimento onde afirma: “Em face de rumores divulgados pelo Jornal do Centro, relativa-mente às próximas eleições au-tárquicas no concelho de Nelas, a Comissão Coordenadora Dis-trital do BE de Viseu, vem por este meio esclarecer que jamais tentou «aliciar» qualquer cida-dão, autarca ou não, para uma candidatura em lista do partido ou de cidadãos, no âmbito das eleições autárquicas a decorrer no próximo ano. Não é assim que entendemos conduzir o processo de consti-tuição de listas para as referidas eleições, uma vez que sendo ver-dade que nacional e localmente estamos abertos à constituição de listas de cidadãos ou à par-t icipação de independentes nas nossas listas, não nos nor-teia a fulanização de nenhuma candidatura. Guiamo-nos por princípios, con-cretizados nos programas eleito-rais a apresentar em cada círculo e só o nosso entendimento da pertinência desses programas na defesa das populações a que se destinam poderá determinar o nosso apoio, enquanto força política.Não querendo portanto alimen-tar qualquer polémica, nem afunilar a discussão em torno de nomes ou personalidades, a� rmamos que não serão pseudo notícias que condicionarão as decisões que em tempo oportuno serão tornadas públicas”.O Jornal do Centro reafirma tudo o que escreve sobre o assun-to da última edição.

BLOCO DE ESQUERDA NEGA TER SONDADO ALEXANDRE BORGES

Adelino Amaral Alexandre Borges

Alexandre Borges sustenta que “a demissão não faz qualquer sentido, já que fui eleito para este cargo pela maioria dos militantes e simpatizantes do PS”

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REGIÃO

LAMEGOTexto Iolanda Vilar

MORADORES E COMERCIANTES QUEREM REABERTURA AO TRÂNSITO DA ROTUNDA DO SOLDADO DESCONHECIDOABAIXO ASSINADO ESTÁ A CIRCULAR NA CIDADE DE LAMEGO. GRUPO DE CIDADÃOS, QUE TÊM À CABEÇA EX-VICE-PRESIDENTE DA AUTARQUIA LAMECENSE, APELA À REABERTURA DA ROTUNDA PARA UMA MAIOR FLUIDEZ DO TRÂNSITO

A rotunda do Soldado Des-conhecido não vai reabrir. Esta foi a garantia dada por

Francisco Lopes, presidente da Câmara de Lamego, em resposta a uma moção entregue na última sessão pública do município por um grupo de moradores que pediu a reabertura daquele local ao trânsito automóvel.A transformação do espaço envolvente da rotunda numa zona pedonal, com a união das avenidas Alfredo de Sousa e Visconde Guedes Teixeira, sempre gerou forte contestação dos lamecenses, que habituados a contorná-la para sair da cidade, mostraram-se relutantes a essa mudança. As duas avenidas foram unidas e perdeu-se um espaço de esta-cionamento nas zonas laterais.O edil lamecense perante a contestação, sempre assumiu que esta alteração se inseria “numa filosofia política e ba-seada em estudos técnicos urbanísticos que pretendem dar outra fluência ao trânsito e melhorar as acessibilidades rodoviárias”. O projeto está inserido na requalificação urbana da cidade que tem como estratégia a requalificação urbana e viária do Eixo do Barroco.Na última sessão pública da Câmara, um grupo de cidadãos encabeçado por um antigo vice-presidente da edilidade, Amândio da Fonseca, levou a discussão a necessidade da reabertura da rotunda

“para melhor fluidez do trânsito e repor

O Horto Monástico de S. João de Tarouca vai acolher um projeto denom i nado “cu ra may r” que pretende utilizar ervas aromáticas para tratamento de “doenças do corpo e da alma”. A Associação Ino-vterr, impulsionadora desta ideia,

acredita que em 2017 tudo será uma realidade.Segundo Bruno Cardoso, presi-dente da direção da Inov terra, esta parceira pretende “revelar as capacidades curativas de tudo que produzimos no nosso horto monás-

tico”, aliados a uma cura natural, desenvolvida pelo médico cubano Gustavo Pezzini e criada por Franz Raver Mayr. “A ideia é através de terapias e ervas medicinais conse-guir uma cura e desintoxicação do organismo”, explica.

Em 2017 será uma realidade, ga-rante Bruno Cardoso que com esta parceira pretende dar a conhecer Tarouca e S. João de Tarouca, e assim mostrar ao mundo os be-nefícios daquilo que produzimos naturalmente”.

TAROUCA

NOVA TERAPIA EM ESPAÇO MONÁSTICO

uma situação que dia para dia se revela um grave erro e que prejudica a quali-dade de vida dos lamecenses”Num comunicado distribuído pelos espaços comerciais da cidade, os subscritores do abaixo assinado apelam à presença dos cidadãos na re-união camarária, para que assim fosse aprovada uma proposta de reabertura daquele espaço.No entanto, Francisco Lopes mantém firme a sua posição e assume que “não faz qualquer sentido reabrir a rotunda pois, segundo o autarca, “o seu fecho veio retirar do centro nevrálgico muito trânsito e irradia-lo para as zonas peri-féricas da cidade”. Ainda que se tenha mostrado interessado em mandar elaborar um estudo técnico que “avalie a necessidade ou não da sua reabertura”, o desligamento das duas avenidas não acontecerá no seu mandato, disse.Em termos de regeneração de trânsito, Francisco Lopes pretende encontrar soluções para a mobilidade na rua Car-doso Avelino, uma das entradas para a cidade, e a construção de um túnel por baixo do Escadório dos Remédios.

“Estas são as nossas prioridades e essas sim irão resolver os problemas de mo-bilidade da nossa cidade”, assume.

Manifestação sem efeitoA união das duas avenidas já fez correr muitos comentários nas redes sociais

e até foram criados grupos e paginas a exigir o reenquadramento do Soldado Desconhecido e que a circulação au-tomóvel se mantivesse por aquele eixo. Durante o tempo em que aquele espaço esteve em obras, foram agendadas manifestações, mas toda sem qualquer efeito prático. Desde o colocar da pri-meira pedra que esta obra gerou forte polémica. “Perdeu-se estacionamento e quando há algum problema, como um carro avariado, nem há a possibilidade de colocar uma viatura na berma”, são algumas das queixas de comerciantes que optaram por não se identificar”. “A circulação acaba por ir em direção à zona da grande superfície comercial o que já de si é péssimo para nós”, assumem.Por seu lado o comum do cidadão acaba por sofrer com esta alteração. Quem o diz é Fernanda Santos, que lamenta que para se dirigir ao hospital, por exemplo, é obrigada a subir toda a avenida, contorná-la e só assim seguir para aquela unidade. Lamentou “o tempo que se perde e a gasolina gasta”. Amândio da Fonseca relembra que quando tinha responsabilidades na área do Pelouro do Trânsito sempre se mostrou contra essa união. “Não há qualquer dúvida que o trânsito automóvel não pode ser alterado”, fri-sando que é um erro “defender que sem rotunda o trânsito flui melhor”.

A castanha esgotou nos três dias da festa dedicada a este fruto rea l izada no passado fim de semana em Sernance-lhe. Segundo o vereador com os pelouros do turismo e da cultura no município local, Armando Mateus, os produ-tores presentes no cer tame cons eg u i r a m vender t udo o que levaram para o Expo Sa lão. “Estamos numa fase de arranque de campanha e num ano com cerca de 50 por cento de redução na produção o que faz com que a castanha seja mais escassa, daí que o produto foi mais facilmente esgotado”, explicou. O responsável não tem núme-ros concretos sobre a quanti-dade de frutos comercializa-dos, nem dos visitantes que passaram pela 24ª edição da Festa da Casta n ha porque o município “não tem essa preocupação”. Cer to é que houve “este ano um aumento bastante alargado” do público presente, em muito devido às atividades paralelas realiza-das e que “trouxeram milha-res de pessoas a Sernancelhe”. D e v ido ao s uc e s s o d e s t e s eventos que ocorreram inte-grados no certame, o muni-cípio tenciona reforçar essas iniciativas em 2017. “Para o ano estamos com uma preo-cupação em aumentar a área de oferta de entretenimento, ut i l izando cada vez mais o espaço exter ior. Queremos ampliar significativamente a área gastronómica e realizar mais atividades para garantir que quem nos v isita possa usufruir de outras iniciativas para além da Feira da Casta-nha”, referiu ainda Armando Mateus.

FEIRA COM MILHARES DE VISITANTES

CASTANHA ESGOTOU EM SERNANCELHE

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REGIÃOREGIÃO

A Infraestruturas de Portugal (IP) diz que tem vindo a “efetuar pagamentos nos processos de expropriação

de terrenos localizados em vários con-celhos atravessados pela autoestrada 25. Segundo a empresa pública, os pagamentos são agendados “imediata-mente” após os proprietários “comuni-carem as atualizações e regularizações dos registos dos prédios nas Finanças, Conservatórias e/ou apresentem títu-los, comprovando assim a titularidade dos mesmos, condição imprescindí-vel” para que se “possa proceder à for-malização dos autos de expropriação”. “Não pode por isso ser imputável à IP, enquanto entidade expropriante, a responsabilidade por eventuais atrasos no pagamento. Tratam-se de situações relativamente às quais a IP, sem a

colaboração dos proprietários, nada pode fazer, nomeadamente pela falta de documentação comprovativa da respetiva titularidade dos bens abran-gidos pela expropriação”, sublinha num esclarecimento enviado ao Jornal do Centro.A Infraestruturas de Portugal diz ainda que os casos de pagamentos pendentes “estão praticamente redu-zidos àqueles em que os proprietários terão de atualizar documentalmente os prédios”. “No entanto, em muitos casos, o valor da regularização dos registos dos prédios nas Finanças e Conservatórias, incluindo toda a regularização de registos e escrituras necessárias, envolve um valor superior ao valor da indemnização a receber pela expropriação, o que acaba por desmobilizar os proprietários”.

Sobre as queixas dos Baldios de Vasconha que estão há dez anos à espera de receber cerca de 150 mil euros por parcelas entre os nós de Ventosa e da Boaldeia na A25, a IP esclarece que ainda não foi “possível proceder ao seu pagamento, já que se encontra pendente no Tribunal Administrativo e Fiscal de Almada uma ação de execução fiscal, relativa ao pagamento de árvores existentes nessas parcelas, indevidamente movida pela também interessada Direção Regional de Agricultura da Beira Litoral”. “Permanecem ainda pendentes questões de índole documental que terão de ser ultra-passadas pelos Baldios, situação que é do pleno conhecimento da Assem-bleia de Compartes”, explica ainda a empresa pública.

VOUZELATexto José Ricardo Ferreira

PROPRIETÁRIOS TÊM CULPA NO ATRASO DOS PAGAMENTOS DAS EXPROPRIAÇÕES SEGUNDO A INFRAESTRUTURAS DE PORTUGAL, OS VALORES EM DÍVIDA NÃO SÃO SALDADOS PORQUE OS DONOS DOS TERRENOS NÃO OS REGULARIZAM. MUITOS NÃO O FAZEM POR OS MONTANTES A RECEBER SEREM INFERIORES AO QUE VÃO GASTAR NO PROCESSO DE LEGALIZAÇÃO

Com o objet ivo de aumentar a capacidade de recolha de resíduos re-cicláveis e indiferenciados, a Câmara Municipal de Sátão vai instalar vários contentores subterrâneos – ilhas eco-lógicas – na vila de Penedono.A ideia é que com a colocação destas ilhas (três para cartão, três para plás-tico, três para vidro e quatro para os resíduos indiferenciados) promovam

“uma melhor circulação de peões nas vias atualmente ocupadas”, como explicou a autarquia.As ilhas ecológicas vão ser imple-mentadas na Avenida Adriano de Almeida, no centro da vila, e surgem também com a intenção de se integra-rem nos “sistemas eficientes de recolha seletiva de resíduos” e para pautar pela “qualidade e proteção do ambiente”.

Esta ação integra-se ainda na “atra-tividade do território”, frisou a autarquia. “A atratividade do nosso território é, em boa parte, marcada pela sua qualidade paisagística, pela proximidade dos espaços naturais que servem de enquadramento aos aglomerados urbanos e pelo estilo de vida saudável associado à qualidade de vida do meio rural”, concluiu.

PENEDONO

VÃO “NASCER” ILHAS ECOLÓGICAS NO CENTRO DA VILA

A Câmara Municipal de Vila Nova de Paiva vai avançar com a recuperação do antigo “ciclo pre-paratório”, entretanto convertido em Centro Escolar. Com a requali-ficação, este espaço vai passar a al-bergar, a partir do próximo ano, as crianças de Vila Cova à Coelheira. O anúncio da candidatura para a requalificação do edifício, foi feito pelo presidente da Câmara de Vila Nova de Paiva que aprovou o assunto na última reunião do executivo. José Morgado adiantou que “tem garantidos 700 mil euros em fundos comunitários”, que o autarca espera ver reforçados. Ao todo a obra deverá vir a custar “cerca de um milhão e trezentos mil euros e que em breve deverá estar a concurso”. O Centro Escolar de Vila Nova de Paiva funciona nas instalações da antiga “Escola Preparatória Aqui-lino Ribeiro”. Com a deslocação dos alunos para a escola básica de segundo e terceiro ciclos, o velho edifico ficou sem efeito. Mas foi por pouco tempo, já que com o en-cerramento há mais de doze anos da escola primária de Vila Nova de Paiva para dar lugar à instalação da biblioteca municipal, ainda por funcionar, a antiga escola preparatória albergou os alunos do primeiro ciclo do ensino básico de Vila Nova de Paiva. Atualmente, o velho edifício recebe também as crianças de Alhais, Fráguas e Queiriga depois destas freguesias terem visto encerradas as suas escolas por falta de alunos. Para o ano tudo indica juntar-se-ão ao Centro Escolar em Vila Nova de Paiva, as crianças da freguesia de Vila Cova a Coelheira. Recentemente a autarquia tinha mostrado vontade em construir um centro escolar de raiz. No en-tanto, o projeto foi cancelado pelo presidente da Câmara, alegando “tratar-se de um investimento avultado para o concelho” e “não existir necessidade para tal”. José Morgado justif icava que “em substituição à construção de um novo edifico para o centro escolar, a autarquia deveria optar pela requalificação do espaço existente com as condições exigidas para o efeito”. – PP

VILA NOVA DE PAIVA

REQUALIFICAÇÃO DO CENTRO ESCOLARVAI PERMITIR RECEBER MAIS ALUNOS

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S. JOÃO DA PESQUEIRATexto Clemente António Pereira

ADESÃO À REDE DE JUDIARIAS AVANÇA EM NOVEMBRO

LEVANTAMENTO E ESTUDOS DA PRESENÇA JUDAICA EM S. JOÃO DA PESQUEIRA VÃO ESTENDER-SE ATÉ 2017

A autarquia de S. João da Pes-queira está a desenvolver es-tudos no sentido de integrar

a Rede de Judiarias de Portugal. A proposta vai ser levada a delibera-ção da Assembleia Geral da Rede de Judiarias já este mês. Com um inegável passado histórico visível a cada canto da vila, São João da Pesqueira ref lete ainda a malha urbana existente no espaço delimitado pela muralha medieval, possui estruturas e tipologias das pequenas edificações medievais de cariz rural. Nas ruas estreitas e muradas desta área periférica é que se poderia localizar a Judiaria de

S. João da Pesqueira. Um local que terá albergado no século XVI uma comunidade judaica com fortes características empresárias e de dinamização comercial.Segundo José Tulha, autarca pes-queirense, a candidatura da vila faz “todo o sentido pela relevância dos vestígios encontrados e pela im-portância histórica e turística que representa para o concelho”. No entanto, este projeto “nunca estará terminado, independentemente do processo de formalização de entrada na Rede”. “O trabalho no terreno é continuado, prevendo-se que o levantamento esteja concluí-

do no primeiro semestre de 2017”, assumiu o autarca.A Rede de Judiarias de Portugal - Rotas de Sefarad é uma associação com carácter público mas de direito privado e que tem por f im uma atuação conjunta, na defesa do património urbanístico, arquitetó-nico, ambiental, histórico e cultural, relacionado com a herança judaica .Fundada em 17 de Março de 2011, pretende conjugar a valorização histórica e patrimonial com a pro-moção turística, ação que ajudará igualmente a descobrir uma forte componente da identidade portu-guesa e peninsular.

Uma quebra na ordem dos 30 por cento é a cifra final da campanha da maçã de 2016 em Armamar. São cerca de 50 mil toneladas de maçã de montanha que nos próximos meses vai aparecer em várias superfícies comerciais nacionais e internacionais e de “excelente qualidade”, garante a Associação de Fruticultores do concelho.José Maria Osório, presidente da As-

sociação de Fruticultores, garante que � nda a azáfama de várias semanas de apanha de maçã “o balanço é extre-mamente positivo”, tendo em conta as toneladas apanhadas e o calibre e qualidade deste fruto. “No início tínhamos algum receio, uma vez que as condições climatéricas adversas, nomeadamente geadas e chuva fora de tempo, pudessem ter um impacto muito negativo na maçã”, mas subli-

nhou que “o tempo foi nosso amigo e permitiu que o trabalho de um ano inteiro fosse positivo”.O responsável desta associação de produtores recorda que esta atividade “é uma das mais reconhecidas do concelho”, relembrando que mais de 90 por cento das áreas agrícolas de Armamar são de pomares. “Uma das maiores percentagens de área cultiva-da no país”, rematou José Osório.

ARMARMAR

MAÇÃ COM QUEBRA DE 30 POR CENTO

“ANÁLISE DOS HOMICÍDIOS

RELACIONADOS COM A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA”

ANDRÉ M. DA CUNHAAdvogado

CONSULTÓRIO JURÍDICO

Ao abrigo do artigo 4.º- A da Lei n.º 112/2009, de 16 de setembro, alterada pelas Leis n.ºs 19/2013, de 21 de fevereiro, 82 -B/2014, de 31 de dezembro, e 129/2015, de 3 de setembro, o Governo estabeleceu a criação de uma equipa que tem como missão proceder à análise retrospetiva das situações de ho-micídio ocorrido em contexto de violência doméstica e que tenham sido já objeto de decisão judicial transitada em julgado ou de decisão de arquivamento ou não pronúncia, visando retirar conclusões que permitam a implementação de novas metodologias preventivas ao nível dos procedimentos e, sempre que se justificar, a produção de re-comendações às entidades públicas ou privadas com intervenção neste domínio.Os membros da equipa � cam obri-gados a manter confidencialidade, não revelando, por qualquer forma ou meio, informação de que tenham tido conhecimento no exercício das suas funções. O acesso à informação de saúde respeitante à vítima de homicídio ou a terceiros processa-se de acordo com o disposto na Lei n.º 12/2005, de 26 de janeiro, e é feito através de médico designado pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, I. P. Os relatórios � nais de análise de casos e as recomendações só podem ser revelados a terceiros depois de convenientemente anonimizados. (e até lá?)É nesta dimensão que se irão levan-tar problemas quanto à reserva da intimidade, da memória, do sigilo e da sindicância quanto às decisões finais dos processos e que de uma forma ou de outra resultarão na quebra do segredo de justiça.O artigo 13.º, da portaria em presen-ça, disciplina quanto à recolha de depoimentos de familiares, amigos ou terceiros que tenham privado com intervenientes no homicídio tentado ou consumado, ou a vítima sobrevivente. Estes podem ser ouvi-dos nas sessões de trabalho da uni-dade de análise e estudo de casos, desde que exista necessidade e uti-lidade na sua audição, devidamente fundamentada, e depois de obtido o seu consentimento expresso.Na verdade, esta medida carece de justificação legislativa e coerência normativa (constitucional) dados os interesses que se vêm envolvidos.

REGIÃO

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REGIÃOREGIÃO

Fartos de esperarem pela ligação do saneamento básico instalado em Pouves há 17 anos, alguns habi-tantes da povoação que � ca situada mesmo às portas da cidade de S. Pedro do Sul foram à última reu-nião pública da Câmara Municipal (31 outubro) pedir ao executivo que faça “descargas gratuitas” às fossas sépticas dos moradores da localida-

de. “É uma obrigação da Câmara”, defendeu Alberto Francisco, por-ta-voz do grupo de cidadãos, lem-brando que o povo tem o sistema instalado desde que Bandeira Pinho (PS) esteve no poder. O presidente da autarquia recusou tal pretensão já que o próprio muni-cípio, por não possuir uma cisterna, está a pagar à União de Freguesias

de Carvalhais e Candal, que detém o equipamento, para fazer as des-cargas das fossas dos munícipes. Vítor Figueiredo sublinhou, no en-tanto, que o problema será resolvido dentro de dois anos graças à cons-trução da nova ETAR do Valgode e dos respetivos emissários. O autarca aproveitou ainda para culpabilizar o anterior executivo

por nunca ter resolvido a situação e ter deixado “estoirar” a cisterna e ainda ter contraído 26 milhões de euros de dívida. A oposição PSD retorquiu, acusando Vítor Figuei-redo de “demagogia” e lembrando que a maioria PS também já podia ter comprado uma nova cisterna se não gastasse tanto dinheiro “em festas”.

DUAS DÉCADAS À ESPERA DA LIGAÇÃO DO SANEAMENTO

S. PEDRO DO SULTexto José Ricardo Ferreira

CÂMARA COM “FUNCIONÁRIOS A MAIS” VOLTA A CONTRATAROPOSIÇÃO QUESTIONA CONTRATAÇÃO DE SEIS NOVOS TRABALHADORES E ACUSA O PRESIDENTE DE ESTAR A PAGAR PROMESSAS ELEITORAIS. VÍTOR FIGUEIREDO LEMBRA QUE JÁ SAÍRAM FUNCIONÁRIOS E JUSTIFICA CONTRATAÇÃO COM NECESSIDADES DOS SERVIÇOS

Um ano depois de o presidente da Câmara de S. Pedro do Sul ter afirmado ao Jornal do

Centro que o município tinha 200 funcionários a mais, os ecos dessa entrevista continuam a dar que falar. A oposição PSD na autarquia aproveitou as palavras do autarca para pedir explicações sobre um concurso aberto recentemente pela edilidade para a contratação de mais seis trabalhadores. A questão foi levantada na última reunião pública do executivo (31 de outubro) pelo vereador Rogério Duar-te que disse ter sido abordado na rua por munícipes que não conseguiam compreender este reforço do quadro de pessoal. “Quer dizer tinham 200 [funcionários] a mais e já vai meter mais. Pela boca morre o peixe. Manda essas atoardas para o ar e depois elas caiem-lhe em cima”, afirmou o social-democrata.

Em particular, Rogério Duarte quis saber as razões que levam a Câmara a contratar mais um motorista de transportes coletivos quando já tem sete e apenas dois veículos do género. O vereador do PSD acusou também o edil de estar a empregar mais pessoas para cumprir promessas feitas na campanha eleitoral em 2013. “Tinha 200 funcionários a mais, agora vai ter 206, mas já vem mais qualquer coisa para o próximo ano. Está-se a chegar o período eleitoral e tem que resolver estes compromissos de quando era o ‘Vítor das Finanças’ que andava em campanha a prometer às pessoas o posto de trabalho”, sustentou.

Maioria rejeita acusações O presidente da Câmara devolveu as

críticas, acusando Rogério Duarte de querer “tempo de antena” por só intervir nas reuniões quando está presente a comunicação social. Vítor Figueiredo esclareceu depois que tinha afirmado que a autarquia possuía 200 funcionários a mais em comparação com o município vizinho de Arouca, que tendo a mesma área e mais população tem menos trabalha-dores. “Está agora preocupado com a contratação de seis funcionários e estamos a falar de pedreiros, car-pinteiros e pessoas que trabalham na rua quando já saíram mais de 40 em virtude de reformas, rescisões de contratos e uma série de coisas. Quer dizer saem 40 e tal e não podemos contratar seis”, disse. Sobre o caso concreto dos moto-

PUB

ristas, informou que a lei mudou impedindo que os colaboradores do município façam muitas horas seguidas, para além de que ao traba-lharem durante a semana e aos � ns de semana têm direito a folgas. A somar a isto, a edilidade está agora a efetuar alguns circuitos de trans-portes escolares que eram operados por privados. Há ainda o caso de um funcionário que é árbitro de futebol que tem direito a não trabalhar aos sábados e domingos e outro com mais de 60 anos que não pode con-duzir veículos pesados. Explicações que não convenceram Rogério Duarte que acusou Vítor Figueiredo de estar a fazer demagogia e de estar a “atirar areia para os olhos” das pessoas. O social-democrata defendeu que a Câmara podia alocar outros funcionários para as áreas em falta e prometeu estar atento aos resultados do concurso, denunciado que o mesmo foi aberto já com os candidatos selecionados. A vereadora com o pelouro da Educa-ção, Teresa Sobrinho, também inter-veio, defendendo que Rogério Duarte não podia estar a “colocar no mesmo saco” a questão dos funcionários a mais e a reafetação de trabalhadores porque autarquia, ao contrário de uma empresa, não pode colocar os colaboradores onde quer por causa das carreiras.

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REGIÃO

TONDELATexto Clemente António Pereira

DEBORLA DE REGRESSO TRÊS ANOS DEPOISE VAI CRIAR 16 POSTOS DE TRABALHOMEGA ESPAÇO COMERCIAL DEBORLA ESTÁ DE REGRESSO À CIDADE DE TONDELA TRÊS ANOS DEPOIS DE TER ENCERRADO PORTAS. O INVESTIMENTO É DE 800 MIL EUROS E VAI CRIAR 16 POSTOS DE TRABALHO

As obras de construção de raiz do novo hipermercado DeBorla estão praticamente

concluídas e correspondem a um investimento de 800 mil euros. O novo espaço, com uma área bruta de 2.500 metros quadrados, fica localizado à entrada da cidade de Tondela no lado direito da nova Avenida das Comunidades, logo a seguir ao primeiro Nó do IP3 para quem circula entre Santa Comba Dão e Viseu. Prevê-se que o espaço possa abrir ao público brevemente, ainda durante a primeira quinzena do mês de novembro.Garantida está a criação de 16

novos postos de trabalho diretos, numa cidade onde o DeBorla já tinha sido uma aposta ganha. A empresa quer retomar o caminho do êxito alcançado e responder às necessidades dos seus clientes locais e que vivem na periferia da cidade e da região, nos concelhos limítrofes.O novo espaço vai estar dividido por quatro grandes áreas específi-cas de comercialização: têxtil, lar, decoração e cozinha.O DeBorla saiu de Tondela em agos-to de 2013 depois do espaço onde se encontrava ter sido adquirido pelo Continente e não ter conseguido

encontrar um espaço alternativo para manter o negócio. Segundo o diretor do Património e Expansão do DeBorla, Ricardo Dias, este regresso a Tondela justi-� ca-se porque “já existia essa von-tade, tendo em conta que sempre tivemos uma boa experiência pelo volume de negócios que tivemos neste mercado e onde nos sentimos muito acarinhados e procurados pelos nossos clientes locais”.Ricardo Dias acredita no êxito da empresa e acrescenta que “as ex-pectativas são elevadas e esperamos voltar a alcançar o sucesso que já tínhamos alcançado no passado.

A autarquia de Resende aprovou esta semana a criação de uma Loja Social. O espaço estará a funcionar até ao � nal do ano, nas instalações do antigo posto da GNR.À semelhança de outros concelhos vizinhos este é, segundo a vereado-ra da ação Social Maria José Dias, “um projeto de intervenção e apoio social aos mais necessitados preten-

de promover melhores condições de vida às pessoas em situação de maior vulnerabilidade ”. A responsável pelo pelouro assumiu que uma equipa multidisciplinar na área social fará a filtragem das famílias mais carenciadas, algumas das quais já estão sinalizadas pelos técnicos, e assim avaliará a forma como essa ajuda será prestada

Como principal função, este espaço v isa disponibi l izar às famíl ias referenciadas bens alimentares, vestuário ou até mesmo mobiliário, sem qualquer va lor pecuniário envolvido. No futuro, Maria José Dias não descarta a possibilidade de alargar este trabalho a outras entidades de cariz de solidariedade social do concelho.

RESENDE

LOJA SOCIAL PARA APOIAR CARENCIADOS

TURISMO

O turismo em Portugal repre-senta cerca de 6% do PIB, com-parando com a média mundial que se situa em 2,9% é bastante signi� cativo.O turismo signi� ca por isso uma parte económica importante para o nosso país e é preciso con-tinuar a apostar com qualidade e humildade.Muitas das vezes os países gozam de um estado de graça devido aos meios de comunicação e aos recursos que possuem, nesse sentido é necessário mantermos esse estado tentando ser bons anfitriões e tratando os turistas como nossos amigos.Viseu também tem acompanha-do esse estado de graça que o País vive, tem criado atrações, eventos e tem uma cadeia hote-leira de meter inveja às cidades do interior.A câmara e as empresas locais têm estado a criar sinergias po-sitivas e trabalhado em conjunto para colmatar pequenas lacunas, o que denota a importância que o turismo tem na nossa economia local.Mas é importante relembrar que existe muito mau turismo praticado por esse mundo fora e Portugal não é exceção e o principal erro que é cometido é a diminuição da qualidade dos serviços e o aumentando os preços das dormidas e das demais infraestruturas inerentes ao turismo.É necessário ter visão e tentar guardar a galinha dos ovos de ouro por muitos anos, tendo po-líticas/práticas de bom turismo e ao mesmo tempo crescendo em qualidade e tendo preços competitivos.No nosso país ainda gozamos de fatores que além da sua beleza na-tural e das suas infraestruturas, temos a sorte de não ter grande risco de catástrofes naturais, de guerra e de sermos um dos países mais seguros do mundo.Disto podemos concluir que Portugal está na moda e Viseu está na moda.Vamos potenciar o que de me-lhor temos….

OPINIÃO

ANDRÉ LEITE FERREIRAPresidente da JEEC-AN

Portugal está na moda e Viseu está na moda

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MÚSICATexto Clemente António Pereira

CLARINETISTA DE SANTA COMBA DÃO EM DIGRESSÃO PELOS GRANDES PALCOS DA EUROPAÉ JÁ UM MÚSICO DE REFERÊNCIA INTERNACIONAL E COM UMA AGENDA DE FAZER INVEJA. OS CONVITES SUCEDEM-SE PARA O JOVEM CLARINETISTA DE SANTA COMBA DÃO. DEPOIS DO LESTE EUROPEU E DE LONDRES ESPERAM-NO OUTROS GRANDES PALCOS, EM BUDAPESTE, BIRMINGHAM E COLÓNIA

O jovem clarinetista de Pinhei-ro de Ázere de Santa Comba Dão, Horácio Ferreira, atuou

na última semana no Bardican Cen-tre, em Londres, perante meio mi-lhar de pessoas e está agora concen-trado nos próximos 15 concertos agendados na Europa, nomeada-mente, em Budapeste, Birmingham e Colónia, entre outras cidades e ca-pitais europeias. Esta digressão in-ternacional termina a 12 de maio, na Casa da Música, no Porto. Até ao próximo verão, o músico assegura que vai gravar o seu primeiro álbum.Horácio Ferreira nasceu para a músi-ca na Sociedade Filarmónica Lealda-de Pinheirense, aos sete anos. Foi aí que teve o primeiro contacto musical e experimentou pela primeira vez o clarinete. Desde então seguiu-se uma longa viagem, sempre em progressão, com um crescimento e uma evolução rápida e sempre em alta.A reação dos pais ao talento do � -lho foi num primeiro momento de algum receio e isso aconteceu quan-do decidiu ir estudar para a Escola Pro� ssional de Música de Espinho. “Não foi fácil, porque a música não era vista como uma opção pro� ssio-nal, mas sim como um hobbie - ain-da acontece hoje, mas cada vez me-nos -, naturalmente a minha mãe tinha receio de uma mudança tão radical como esta. Fui dos primei-

Está a decorrer até á próxima segun-da-feira, 7 de novembro, na Bibliote-ca municipal de Penalva do Castelo a Exposição de Fotogra� a “PODER NO FEMININO – Rostos, Testemu-nhos e Igualdade”.A iniciativa, que teve início a 24 de

outubro, pretende levar à re� exão sobre a importância da inclusão do princípio da Igualdade de Género em todas as esferas da sociedade e, em simultâneo, dar visibilidade a algumas mulheres do concelho, ou que no município ocupam cargos de

poder, ou desempenham pro� ssões tradicionalmente mais associadas aos homens, de modo a desconstruí-rem estereótipos no caminho pela igualdade de género.Esta exposição, enquadrada no âm-bito da comemoração do Dia Muni-

cipal para a Igualdade, já assinalado pelo Município de Penalva do Caste-lo a 24 de outubro, alia ao trabalho fotográ� co à recolha de 11 opiniões diferentes, de 11 mulheres sobre questões ligadas à (des)igualdade de género.

PENALVA DO CASTELO

O “PODER NO FEMININO – ROSTOS, TESTEMUNHOS E IGUALDADE”

ros músicos pro� ssionais na minha zona. Porém, sempre tive o apoio de que precisava em casa e, por isso, es-tou muito agradecido”, conta Horá-cio Ferreira.Depois do Conservatório e de fre-quentar várias escolas de música,

optou por apostar em fazer mais concertos e ter alguém que pontual-mente o aconselhasse. Revela que es-tá a ser aconselhado por Nicolas Bal-deyrou, em Paris.Justi� ca a intenção de ter que sair de Portugal na tentativa de melhorar e

conhecer outros conceitos, ideias e es-tar aberto a novos desa� os. Explica que não é por necessidade, “mas sim uma busca para ganhar mais competên-cias”. “Estudei numa escola de referên-cia em Portugal, a Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo (ESMAE), e após a conclusão da minha licencia-tura, o melhor para mim seria, sem dú-vida, trocar de ares e seguir um novo caminho. Não foi por isso uma prio-ridade, mas sim uma opção” assume.

Momentos marcantesO jovem, confessa que estudar com Michel Arrignon (clarinetista fran-cês) foi um marco importante para a sua carreira. “Mudou muito a minha forma de ver, não só o clarinete, como também a música”, salienta.O clarinetista adianta que seria injus-to não falar em Luís Carvalho, já que “foi ele que me fez ver a música de uma forma mais pro� ssional e soube mo-tivar-me para ser cada vez melhor. E claro, António Saiote, com quem ob-tive o meu diploma na ESMAE. Pode dizer-se que todos foram construindo o clarinetista e a pessoa que sou hoje”.O músico de Santa Comba Dão des-taca que em Portugal tem merecido atenção de diversas pessoas e entida-des, muito graças ao facto de ter sido o Jovem Músico do Ano 2014. No carro para além de música co-mercial, costuma ouvir música eru-dita, jazz, pop e alguma música rock também. “Depende sempre do esta-do de espírito. Tenho dois composi-tores especiais, Mozart e Beethoven. E destaca o Concerto de Clarinete de Mozart e as sinfonias de Beetho-ven. É difícil escolher porque gosto de muitas coisas”, concluiu.

CULTURA

Até ao próximo verão, o músico assegura que vai gravar o seu primeiro álbum

Orácio Ferreira está em digressão internacional

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4 NOV

O primeiro fim de semana de novem-bro na ACERT, em Tondela, é mar-cado por uma “tournée” que vai pas-sar pelos sítios nos quais a associação e a companhia Trigo Limpo criaram “afetos”. O roteiro começa com um baile no edifício Cine-Tejá (4 de no-vembro), arrancando no dia seguinte para a Sociedade Musical de Instru-ção e Recreio de Molelos. Aqui, será lido um extrato do primeiro espetá-culo do Trigo Limpo “O Povo Acor-dou” pelos atores da companhia.“Este é um “roteiro” com um GPS afe-tivo pelos espaços por onde a ACERT passou, habitou e cresceu”, explica a

direção da ACERT. “Vamos palmi-lhar alguns destes sinais de encontro memoráveis”, acrescenta.O roteiro dos afetos continua, a 6 de novembro, com a apresentação do espetáculo “20 Dizer” no edifício do Hospital Velho, agora Lar da Santa Casa da Misericórdia. Os encontros terminam na Pensão Borges, onde foi a primeira sede “formal” da ACERT, com o visionamento do filme “Zero de Conduta” de Jean Vigo. À volta da fogueira do magusto, os intervenien-tes vão falar do futuro, 40 anos depois de ali se ter projetado o caminho des-ta associação.

TONDELA

ACERT PERCORRE LOCAIS QUE JÁ FORAM E CONTINUAM A SER A SUA CASA

CULTURA

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Uma viagem ficcionada pelo que poderia ter sido a vida de um dos seus protagonis-

tas, caso tivesse ficado na terra on-de nasceu, é a base da mais recente criação da companhia Mala Voado-ra. “Moçambique” é o nome da peça que sobe ao palco do Teatro Viriato (4 e 5 de novembro), em Viseu. Tra-ta-se de um exercício teatral entre o documentário e a ficção que põe três dos membros da companhia a inventar uma biografia pessoal al-ternativa e, também, uma narrativa nacional alternativa para o país que Portugal descolonizou em 1975.Neste espetáculo, a história parte de um acontecimento real para se chegar ao “o que poderia ter sido”. Um casal perde dois filhos pequenos num curto espaço de tempo. Uma

MALA VOADORA NO TEATRO VIRIATO

EM MOÇAMBIQUE E EM PORTUGAL: A FICÇÃO E A REALIDADE

A AUTOBIOGRAFIA INVENTADA, MAS QUE PODERIA TER SIDO REAL, DE JORGE ANDRADE, ATOR E DIRETOR DA COMPANHIA MALA VOADORA

história trágica, real, que aconteceu em Moçambique, e cuja mãe ten-ta ultrapassar propondo a adoção de um sobrinho. A irmã a viver em Portugal com os dois filhos nega o pedido à irmã. Caso tivesse aceite, a vida do rapazito teria sido diferente, teria herdado uma pequena fortuna.Os três elementos mais antigos da mala voadora nasceram em Mo-çambique, sendo Jorge Andrade um deles. Apesar de ter vindo pa-ra Portugal com quatro anos, nes-te espetáculo propõe-se construir uma autobiografia como se tivesse vivido em Moçambique toda a sua vida e para que a sua história se tor-ne credível, vai ter de impô-la à His-tória do país.“Parte de uma história verdadeira e nós utilizamos essa história co-mo pretexto para podermos inven-tar uma nossa”, disse o ator e dire-tor. Jorge Andrade refere que a peça resulta de uma tentativa de “impor a nossa ficção à história daquele país”. “Moçambique é um terreno espe-culativo para especularmos a nossa realidade”, referiu o ator.

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4 NOV

CASTRO DAIRETexto Francisco Favinha

TEATRO DO MONTEMURO ESTREIA NOVA PEÇA “MONÓLOGOS DE UMA VIDA”TRÊS HOMENS CONTAM A HISTÓRIA DE UMA PERSONAGEM QUE MISTURA AS LINGUAGENS ARTÍSTICAS DE MÚSICO, UM BAILARINO E UM ATOR EM PALCO

“Monólogos de uma vida” é o nome do novo projeto do Teatro Regional da Serra do

Montemuro. Estreado em palco na se-mana passada, primeiro num ensaio aberto em ‘casa’, ou seja, no Espaço Montemuro em Campo Benfeito, e de-pois na Quinta da Caverneira na Maia, este é o mais recente trabalho da com-panhia de teatro do concelho de Castro Daire que soma já 25 anos de existência.Com o diretor artístico Eduardo Cor-reia também no papel de encenador,

“Monólogos de uma vida” tem texto de Peter Cann, cenogra� a de Maria João Castel e interpretação de Abel Duarte, Carlos Cal e Filipe Moreira, o trio que está em palco para contar a história de uma só pessoa: “Tal como diz o nome da peça, trata-se das memórias de uma vida, de uma personagem aqui da ter-

ra que toma várias decisões. No fundo o espetáculo re� ete a decisão, a capaci-dade de decidir, nem sempre bem, mas esse lado de termos de tomar decisões. Fazemos uma viagem no tempo onde ele (a personagem) recorda as suas me-mórias, vai pautando esses momentos através de alguns acontecimentos que fazem parte da sua vida”, sublinhou Eduardo Correia ao Jornal do Centro.Dividida em três partes, esta é uma pe-ça que conta com três diferentes tipos de linguagens em cima do palco: “Es-tamos a falar de três intérpretes, um músico, um bailarino e um ator, que se complementam. Procuramos que estas três linguagens artísticas se fun-dam e contem uma única história de uma única pessoa, de uma única per-sonagem”, reforçou o encenador des-te projeto.

CULTURA

ANGOLA…MIXMIX… ANGOLA

Tendo como ponto de parti-da a localização geográ� ca da minha atual atividade pro� s-sional, Luanda, importa focar algumas (outras) impressões sobre o património e o turis-mo angolano.Em Luanda “provei” repetidas vezes o Muzongué (caldo de peixe condimentado com ba-tata doce, mandioca, óleo de palma e farofa com farinha de pau).Em Luanda “ provei” um do-ce africano, loengo, típico do Huambo, no formato também em sorvete de loengo. Registo a excelência dos gelados múcua, (fruto do imbondeiro) prepara-dos na Casa Gelati, sito nas Tor-res Escom, no centro de Luanda.Em Luanda, registo o even-to realizado recentemente (em 28 de outubro último), Festival Caixa Luanda 16, evento cul-tural, que marca já, na sua 2ª edição, o cenário cultural de Luanda.No domínio turístico, Ango-la apresenta potencialidades e fragilidades. Apresenta poten-cialidades, como por exemplo, a existência de valioso e exten-so património, nas condições apresentadas para o turismo natureza e nas oportunidades possíveis para o turismo criati-vo, � lão a desenvolver. Contu-do, apresenta igualmente fra-gilidades, como por exemplo, a reduzida divulgação de Ango-la, enquanto destino turístico, na degradação do património cultural e natural, na falta de parcerias potencializadoras, e na falta de empresas turísticas.Como exemplos curiosos, na região do Uíge, registo a curio-sa viatura Hummer HTt7 “Ma-de in Angola” e, em Benguela, a beleza e durabilidade das rosas de porcelana.Em Angola, a vida … acontece!...

JOÃO JÚLIO CORREIA Professor/Investigador Património e turismo

OPINIÃO

“ASFIXIA” FINANCEIRA CONTINUANum trabalho que promete esten-der-se até ao próximo ano, Eduar-do Correia fez um balanço de 2016 não deixando de enumerar as di� -culdades � nanceiras por que o Tea-tro do Montemuro vive diariamente. No que diz ser uma “as� xia” o dire-tor artístico revela que para 2017 os apoios do Estado vão manter-se: “A as� xia � nanceira continua. O que se passa é que o Teatro Regional da Ser-ra do Montemuro é uma companhia há muito tempo apoiada pelo Estado e pelo que sabemos o atual Secretário de Estado da Cultura, Miguel Hon-rado, quer fazer uma série de altera-ções na atribuição dos apoios e tudo indica que vamos ter um ano zero. Ou seja, o apoio que tivemos em 2016 irá transitar para 2017. Nesse senti-do temos tido imensas di� culdades, felizmente o nosso trabalho tem-nos garantido alguma almofada � nan-ceira através das digressões que te-mos feito.”Com orgulho nas raízes em Castro Daire, o caminho do Teatro Regio-nal da Serra do Montemuro está já marcado com novas digressões na-cionais, nas quais se vai inserir este “Monólogos de uma vida” que pro-mete mostrar uma nova faceta, mais plástica, desta companhia castrense.

Buenos Aires foi o local escolhido pa-ra � lmar um documentário realizado pelo luso-argentino, Victor Lopes, so-bre a vida e a história de Aristides de Sousa Mendes.O cônsul de Bordéus é, para o cineas-ta, “um homem como qualquer outro, simplesmente que numa dessas en-cruzilhadas da vida não reagiu como a maioria”. Victor Lopes é um argen-tino com nacionalidade portuguesa e confessa que avançou com este traba-lho porque “assim como alguns por-tugueses me dão vergonha e pelo qual peço desculpa ao mundo inteiro, há também outros, como Aristides de Sousa Mendes, que são o orgulho de um Portugal moderno e vigoroso que respeita os direitos humanos e rejei-ta qualquer tipo de autoritarismo e ditadura”.

Levar ao ecrã do público americano a história de Aristides de Sousa Mendes é um dos objetivos do realizador com uma equipe formada nas universida-des argentinas de cinema, recorrendo a um olhar atento de Paula Fossatti e Ramiro Klement, com os atores Melis-sa Zwanck e Nahuel Vec. O documen-tarista vai apostar “o seu grãozinho de areia” e mostrar o que faz aos que já rea-lizavam documentários há muito mais tempo, em diversos lugares do mundo, como a alguns familiares, amigos e se-guidores da causa de Aristides de Sou-sa Mendes.A estreia do documentário “Aristides um Homem Bom” está prevista para o � nal deste ano (2016) e será apresenta-do em março de 2017 durante o Festival Internacional dos Direitos Humanos. Victor Lopes reconhece que a propos-

ta teve uma excelente receção que supe-rou todas as expetativas “por se tratar duma história praticamente desconhe-cida e que ainda desperta uma certa po-lémica nos setores mais conservadores da sociedade portuguesa”.Aristides Sousa Mendes é um dos qua-tro portugueses declarado “Justo entre as nações” por salvar milhares de pes-soas perseguidas pelos nazis durante o holocausto. Enquanto os argentinos preparavam o início das � lmagens do documentário na cidade de Buenos Aires, o Presiden-te da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciava em Nova Iorque a vontade de condecorar Aris-tides de Sousa Mendes com a “Grande Cruz da Ordem da Liberdade”, ao re-conhecer que “hoje lhe devemos muito mais do que sabíamos até agora”.– CAP

CARREGAL DO SAL

DOCUMENTÁRIO FILMADO EM BUENOS AIRES CONTA FEITOS DE ARISTIDES DE SOUSA MENDES

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4 NOV

DESPORTO

ANTIGO CORREDOR DA EQUIPA VELO CLUBE DO CENTRO (ANICOLOR) APANHADO EM TESTE DE ANTIDOPAGEM. O CONTROLO DECORREU NA VOLTA A PORTUGAL DO FUTURO, ONDE RUI CARVALHO ACABOU POR VENCER A TERCEIRA ETAPA QUE LIGAVA VISEU AO ALTO DE S. MACÁRIO. ANTIGO CLUBE AFASTA QUAISQUER LIGAÇÕES AO CASO

CICLISMO

QUATRO ANOS DE SUSPENSÃO POR DOPING

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DOMINGO, 6 DE NOVEMBRO - 15H00

ACOMPANHE O JOGO

ACADÉMICO DE VISEU - OLHANENSE14ª Jornada

RELATO em 98.8 FMRádio Jornal do Centro/ Rede Mundial FM

SÁBADO, 5 DE NOVEMBRO - 16H00

ACOMPANHE O JOGO

ESTORIL PRAIA - CD TONDELA 10ª Jornada

RELATO em 98.8 FMRádio Jornal do Centro/ Rede Mundial FM

Rui Carvalho, antigo corredor da equipa Velo Clube do Cen-tro (Anicolor), de Mortágua,

está suspenso até julho de 2019.O ciclista, de 22 anos, integra a lista de 58 atletas castigados divulgada pela União Ciclista Internacional (UCI).Rui Carvalho, natural de S. Mame-de, Pena� el, era considerado com uma referência no escalão de sub-23 e a quem lhe eram atribuídas gran-des qualidades como trepador. O ciclista venceu a terceira etapa da Volta a Portugal do Futuro, do ano passado. No percurso que ligava Vi-seu ao (rigoroso) alto de S.Macário. E foi nessa prova, uma espécie de montra das promessas do ciclismo,

O Pavilhão do Fontelo é palco, este do-mingo, de um dérbi distrital no cam-peonato da Terceira Divisão Nacio-nal, Seniores Masculinos de Andebol. Com o Académico de Viseu a receber o Sporting de Lamego, em jogo da ter-ceira jornada. As duas equipas estão atualmente nas

duas últimas posições da tabela, sepa-rados por um ponto. O Sporting de Lamego na penúltima posição, com dois pontos e o Académico em últi-mo, com um ponto.Já o Carregal do Sal recebe o Feiren-se, em jogo que junta dois adversá-rios diretos, separados por um pon-

to, com vantagem para o clube do distrito de Viseu.O Carregal do Sal é terceiro classi� cado com quatro pontos, menos dois que os lí-deres, Ílhavo e Associação Académica de Coimbra. Já o adversário deste domingo, Feirense, é quarto com três pontos.Os jogos estão marcados para as 19h00.

ANDEBOL

ACADÉMICO DE VISEU RECEBE SPORTING DE LAMEGO

onde participam corredores sub-23, que Rui Carvalho foi submetido a um controlo antidoping, que aca-bou por dar positivo. O teste detetou o uso de esteroides anabolizantes resultado que vai cus-tar quatro anos de suspensão.

Antiga equipa afasta ligações ao casoContactado, Pedro Silva, presidente do Velo Clube do Centro (Anicolor), equipa que Rui Carvalho representa-va na altura, disse não querer comen-tar o caso. O responsável remeteu es-clarecimentos para o comunicado que já havia lançado em abril deste

ano, quando foi conhecida a primei-ra análise do controlo antidopagem. Nesse comunicado podia ler-se que a equipa de ciclismo sub-23, do Velo Clube do Centro, tinha sido sur-preendida pela notícia, e que a even-tual violação das normas antidopa-gem, que agora se con� rma, “teria acontecido à margem da iniciativa e do conhecimento da equipa”.No documento rea� rmavam ain-da o “compromisso por um despor-to de formação baseado na ética, no fair play e numa conduta irrepreen-sível de todos os protagonistas, des-de ciclistas, a treinadores, diretores e elementos de sta� ”.

P J V E D1 Portimonense 33 13 10 3 02 Desp. Aves 26 13 7 5 13 Santa Clara 26 13 8 2 34 Ben� ca B 24 13 7 3 35 Pena� el 22 13 6 4 36 Cova da Piedade 22 13 6 4 37 Académica 20 13 5 5 38 FC Porto B 19 13 5 4 49 Vizela 19 13 4 7 2

10 Sporting B 18 13 5 3 511 Gil Vicente 17 13 3 8 212 U. Madeira 17 13 4 5 413 Fafe 15 13 3 6 414 Braga B 14 13 2 8 315 Ac. Viseu 14 13 3 5 516 Sp. Covilhã 14 13 3 5 517 Guimarães B 13 13 4 1 818 Varzim 13 13 3 4 619 Famalicão 13 13 3 4 620 Leixões 9 13 1 6 621 Freamunde 9 13 1 6 622 Olhanense 2 13 0 2 11

Rui Carvalho venceu terceira etapa da Volta a Portugal do Futuro 2015

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O Académico de Viseu regressa este do-mingo a casa com o pensamento na vitó-ria que, a acontecer, será a segunda este ano no Fontelo. Para já, os viseenses já venceram mais vezes fora – nos Açores e em Matosinhos – do que em casa, onde apenas bateram o Vitória de Guimarães B, em seis partidas já jogadas no Fonte-lo. Números a lembrarem outras épocas, onde se chegou a dizer que o Académico “tinha medo” de jogar em casa.A verdade é que, em casa ou fora, os vi-seenses precisam de pontuar para não voltarem a cair na zona vermelha da ta-bela e não dar espaço para que os adver-sários diretos ganhem terreno. Este domingo o Académico recebe o Olhanense, último classi� cado, equipa que na última jornada conseguiu roubar pontos ao Sporting B (2-2).

SEGUNDA LIGA

ACADÉMICO À PROCURA DA SEGUNDA VITÓRIA EM CASA

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4 NOV

DESPORTO

10ª JORNADAV. Guimarães 4/11 – 20h30 NacionalEstoril Praia 5/11 – 16h00 Tondela

Paços Ferreira 5/11 – 16h00 ChavesFeirense 5/11 – 18h15 BelenensesRio Ave 5/11 – 20h30 Boavista

Moreirense 6/11 – 16h00 V. SetúbalFC Porto 6/11 – 18h00 BenficaSporting 6/11 – 20h15 AroucaMarítimo 6/11 – 20h30 Braga

P J V E D1 Benfica 25 9 8 1 02 FC Porto 20 9 6 2 13 Braga 20 9 6 2 14 Sporting 18 9 5 3 15 V. Guimarães 17 9 5 2 26 Chaves 13 9 3 4 27 Rio Ave 11 9 3 2 48 Feirense 11 9 3 2 49 Marítimo 10 9 3 1 5

10 Boavista 10 9 2 4 311 V. Setúbal 10 9 2 4 312 Paços Ferreira 9 9 2 3 413 Belenenses 9 9 2 3 414 Estoril Praia 8 9 2 2 515 Arouca 8 9 2 2 516 Nacional 8 9 2 2 517 Moreirense 8 9 2 2 518 Tondela 6 9 1 3 5

Joga-se este fim de semana o segun-do dérbi distrital da série C, da II Divisão Nacional de futsal. Depois do encontro entre Pedreles e Viseu 2001 no arranque do campeonato, o ABC de Nelas recebe o Pedreles, em jogo da sétima jornada. Um en-contro entre duas equipas que tra-çaram a manutenção como objeti-vo, mas que continuam coladas aos lugares da frente, e que dão acesso à fase de subida e de manutenção automática.O jogo deste sábado, no Pavilhão de Nelas, assinala também a contagem decrescente para o final da primei-ra ronda, que termina daqui a duas jornadas. Três rondas que vão certa-mente prender as atenções já que é o momento de algumas formações do topo da tabela se defrontarem entre si. Começando já este fim de sema-na com o jogo entre o ABC de Ne-las, terceiro classificado e o Pedreles, que é quarto. Entre os dois clubes apenas dois pontos de diferença. Na jornada seguinte outro dérbi dis-trital com o Viseu 2001, atual líder da série C, a receber o ABC de Nelas e o Pedreles o Lamas Futsal, equipa que partilha a liderança com os vi-seenses. Na última jornada, da pri-meira ronda, o Viseu 2001 vai a casa do Lamas.Mas antes dessas jornadas é preciso cumprir, e se possível pontuar, nas deste fim de semana. Para além des-se ABC de Nelas – Pedreles, o Viseu 2001 viaja até Mira, para defrontar o Domus Nostra.

FUTSAL

HÁ DÉRBIDISTRITAL EM NELAS

P J V E D1 Viseu 2001 16 6 5 1 02 Lamas Futsal 16 6 5 1 03 ABC Nelas 14 6 4 2 04 Pedreles 12 6 4 0 25 Cariense 8 6 2 2 26 Ossela 6 6 2 0 47 Domus Nostra 4 5 1 1 3

8 Saavedra Guedes 4 6 1 1 4

9 União de Chelo 3 5 1 0 4

10 Casal Cinza 0 6 0 0 6

7ª JORNADAUnião de

Chelo5/11 – 18h00 Ossela

ABC Nelas 5/11 – 18h00 Pedreles

Cariense 5/11 – 18h00 Casal Cinza

Domus Nostra 5/11 – 19h00 Viseu 2001

Lamas Futsal 5/11 – 21h00 Saavedra Guedes

Serie C

P J V E D1 Sanjoanense 19 8 6 1 12 SC Salgueiros 19 8 6 1 13 Sousense 13 8 4 1 34 SC Coimbrões 12 8 3 3 25 Estarreja 11 8 3 2 36 Oliveirense 11 8 3 2 37 Cinfães 9 8 3 0 58 Gondomar 8 8 2 2 49 Moimenta

da Beira 6 8 1 3 410 Cesarense 3 8 0 3 5

8ª JORNADASC Salgueiros 6/11-18h00 Gondomar

Oliveirense 6/11-18h00 EstarrejaSC

Coimbrões 6/11-18h00 Sousense

Moimenta da Beira 6/11-18h00 Cesarense

Cinfães 6/11-18h00 Sanjoanense

Serie C

P J V E D1 Gafanha 19 8 6 1 12 Anadia 16 8 4 4 03 Lusitano FCV 14 8 4 2 24 Águeda 11 8 3 2 35 CD Gouveia 11 8 3 2 36 Mortágua 10 8 2 4 27 Pampilhosa 8 8 2 2 48 ANogueirense 7 8 1 4 39 Tourizense 7 8 2 1 5

10 Académica 5 8 1 2 5

8ª JORNADALusitano 6/11-18h00 Gouveia

Mortágua 6/11-18h00 NogueirenseGafanha 6/11-18h00 Tourizense

Académica 6/11-18h00 ÁguedaAnadia 6/11-18h00 Pampilhosa

Serie D

Joga-se este fim de semana a oitava jornada do Campeonato de Portu-gal. Na série C, o destaque vai para o jogo do Cinfães que recebe o lí-der Sanjoanense, numa altura em que restam duas jornadas para o fi-nal da primeira ronda desta fase do campeonato. A equipa do norte do distrito re-gressou na última jornada às vitó-rias e pela frente terá um clube que interrompeu o ciclo vitorioso com o empate do último fim de semana e que precisa de pontos para se po-der destacar na frente. Mas os cinfa-nenses também não querem voltar a tropeçar no campeonato, sobretu-do em casa, frente aos seus adeptos. Ainda na série C, o Moimenta rece-be o Cesarense.Já na série D, o Lusitano, que tam-bém regressou aos resultados po-sitivos na última jornada e que lhe possibilitou a subida até ao terceiro lugar, recebe o Gouveia, o Mortágua defronta o Nogueirense.Os jogos desta jornada estão marca-dos para domingo, às 15h00.

CAMPEONATO DE PORTUGAL DE FUTEBOL

CINFÃES RECEBE LÍDER

APAGAR A (MÁ) IMAGEM DEIXADA NA ÚLTIMA JORNADA É O OBJETIVO. EQUIPA ADMITE QUE PETIT TEVE RAZÃO NAS CRÍTICAS E RECONHECE QUE A QUALIDADE E A CAPACIDADE DO GRUPO É PARA FAZER MAIS E MELHOR

PRIMEIRA LIGATexto Micaela Costa

TONDELA NO ESTORIL PARA “TRAZER OS TRÊS PONTOS SEJA COMO FOR”

Depois do “puxão de orelhas” de Petit aos seus jogadores, após a derrota da última jor-

nada em casa frente ao Moreirense (1-2), resta agora “olhar para a frente” e “corrigir essa imagem”. A certeza é dada por Miguel Cardoso, avançado auriverde, que na antevisão ao jogo deste sábado, frente ao Estoril, disse que o Tondela vai “disputar o jogo e trazer os três pontos seja como for”.No final da partida com o Moreirense, Petit não poupou criticas aos seus jo-gadores dizendo que em campo ape-nas estiveram as camisolas e que era preciso ter mais respeito pelo traba-lho feito durante a semana. Miguel Cardoso assumiu que “o mister tem razão no que diz” e que haviam sido avisados da importância desse jogo e que não tinham conseguido trans-portar para dentro de campo o que haviam treinado durante a semana. Mas o grupo, afirma, está a reagir como muito trabalho dentro de cam-po para tentar corrigir esse resultado e essa imagem. Mas de uma coisa tem a certeza: a equipa tem “qualidade e ca-pacidade para fazer mais e melhor” e que “ainda há tempo para dar a volta”.E esse tempo, alerta, tem que começar já este sábado no terreno de um adver-sário direto, de quem o Tondela tem uma diferença de menos dois pontos. “Vai ser um jogo complicado, com um adversário direto, com os mesmos ob-jetivos. Mas vamos para disputar o jogo e trazer os três pontos seja como for”, afirmou Miguel Cardoso. O avançado não tem sido opção para o “11”, depois de um arranque de épo-ca mais “participada” mas afirmou es-

tar a “trabalhar para merecer as opor-tunidades” - na última jornada entrou aos 64 minutos para dar o lugar de Wagner, autor do único golo do Ton-dela nesse jogo. E para esta jornada, a décima, resta agora saber quais vão ser as opções de Petit, já que na última jornada chegou a dizer aos jogadores que a sua vonta-de, ao intervalo, era mudar os 11.

Miguel Cardoso (com colete) fez a antevisão da próxima jornada

Foto

CD

Ton

dela

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4 NOV

DESPORTO

Oração ao Senhor do MundoSenhor que em ti entrego toda a minha vida apoio único e infinita-mente amigo que para além de um Pai és também o irmão, o amante eterno de um amor único e insubstituível em que não buscas contra-partidas nem recompensas. Dás a tua face, o teu carinho mesmo que de mim só recebes esquecimentos pelas orações que não faço, pelos agradecimentos que não dou, pelos pensamentos que vão para tudo e para todos e não em primeiro lugar para ti Senhor. Sei que tu me per-doas, que sou assim esquecida e mal agradecida, mas mesmo aí no teu cantinho em que muitas vezes te encontras tão só, aí Senhor tu estas sempre pensando em todos, em mim ingrata que sou.Tantas vezes que desejo ir para o perto de ti, estar sentada e esqueci-da de tudo só olhando-te e amando-te em silêncio, sem palavras, mas tanta coisa se atravessa no meu caminho que logo me afasta dos meus propósitos mais sinceros de correr para ti. Às vezes sinto-me só, mas logo tu me sorris, me estendes a mão, és úni-co Senhor. Estás sempre ao meu lado caminhando acompanhas todos os meus passos. A minha Fé é o que de mais belo existe dentro de mim, de mais real e mais fantástico na minha existência.Como gostava que todos os seres humanos tivessem Fé, acreditassem em Ti, vivessem a tua presença nas suas vidas como eu. Acredito que seriam muito mais felizes.Tudo à minha volta fala de Ti, o sol, o vento, a chuva, os campos flo-ridos ou não...Este mundo é uma caminhada que tem que ser percorrida enquanto por cá andamos. Tem muitos espinhos mas também alegrias.Mas nos momentos mais sombrios só tu os enches de luz límpida que desvanece a tristeza que os envolve.Tu és esse alguém que me guia, o teu coração está sempre aberto para nós.Obrigada Senhor porque me deste ao longo da vida, coisas que eu nun-ca te pedi. Só tenho uma palavra para Ti, um obrigada do tamanho do Mundo.

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Vouzela vai ser palco pelo se-gundo ano consecutivo da 1ª Etapa da Taça de Portugal

de Ciclocrosse, uma prova integra-da no calendário da Federação Por-tuguesa de Ciclismo. Mais uma vez a competição vai decorrer bem no coração da vila, mais concretamen-te no Parque da Liberdade e nos ter-renos contíguos. Face ao ano passado o figurino da etapa vouzelense não sofreu gran-des alterações fruto do sucesso que teve na primeira edição. “O per-curso vai ser idêntico. Vamos in-troduzir elementos novos para ser diferente, mas no geral vai ser do mesmo género porque resultou bem. Em termos logísticos se ca-lhar seria mais fácil arranjarmos um espaço mais aberto contudo, como correu bem o ano passado com o enquadramento da ponte e

PROVA ESTÁ MARCADA PARA O DIA 13 DE NOVEMBRO. ORGANIZAÇÃO ESTÁ A CONTAR COM A PRESENÇA DE PELO MENOS 150 CICLISTAS

CICLOCROSSE

TAÇA DE PORTUGAL VOLTA A ARRANCAR EM VOUZELA

O QUE É O CICLOCROSSEO ciclocrosse é uma modali-dade de inverno, com grande popularidade em países como a Holanda, Bélgica e Inglater-ra. Em Portugal esta discipli-na tem expressão sobretudo no norte do país. Os praticantes utilizam bicicletas muito pa-recidas com as de corrida, mas com outro tipo de pneus pre-parados para pisos de terra e lama. As provas decorrem num circuito fechado, com distân-cias que variam entre dois a três quilómetros, e duram por norma entre meia a uma hora. No meio do percurso os corre-dores encontram vários obstá-culos, como escadas, caixas de arreia ou até tábuas que têm que ultrapassar muitas vezes com a bicicleta “às costas”. Face a estas características está cer-tamente garantido um bom es-petáculo desportivo para todos os espetadores.

uma série de elementos à volta que tornaram a prova única e como as pessoas também estiveram presen-tes, fazia todo o sentido que con-tinuasse no mesmo sítio”, refere Paulo Novo, presidente do Vasco-nha BTT Vouzela, coletividade que organiza a prova em parceria com a Associação de Ciclismo de Viseu com o apoio do município local. A organização está a contar com a presença de pelo menos uma cen-

tena e meia de atletas, superando assim os números de 2015 em que estiveram presentes cerca de 120 ci-clistas. Mais uma vez deverão par-ticipar também atletas oriundos de Espanha. “O ano passado tivemos uma boa participação. Foi a prova mais disputada da Taça e este ano contamos bater o record. O ano pas-sado tivemos a presença de alguns atletas da Galiza, vamos ver se te-mos mais”, afirma Paulo Novo.

Vila vouzelense recebe primeira das cinco etapas da Taça de Ciclocrosse

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OFERTAS DE EMPREGO

A Estratégia Espacial para a Europa dá resposta à crescente concorrência glo-bal, fomentando a participação do se-tor privado e promovendo importantes mudanças tecnológicas.A Europa no seu conjunto (os Estados--Membros, a Agência Espacial Euro-peia, a EUMETSAT- European Orga-nisation for the Exploitation of Meteo-rological Satellites e a União Europeia) é um importante interveniente no setor espacial a nível mundial:- tem uma indústria forte e competitiva de, por exemplo, satélites, lançadores e operações e serviços conexos;- a indústria espacial europeia empre-ga mais de 230.000 pro� ssionais e gera um valor acrescentado estimado em 46-54 mil milhões de euros;- um terço da produção mundial de sa-télites é fabricado na Europa;

- a indústria europeia tem obtido mui-tos êxitos no domínio espacial, com tecnologias de ponta e missões de ex-ploração.A Comissão Europeia propôs um con-junto de medidas para que os europeus possam aproveitar plenamente as van-tagens oferecidas pelo setor espacial. Pretende criar o enquadramento ade-quado para que as empresas em fase de arranque possam crescer, promo-ver a liderança da Europa e aumentar a sua parte nos mercados espaciais mun-diais, nomeadamente através da pro-moção de um setor espacial europeu inovador e competitivo, manter a auto-nomia estratégica da Europa reforçan-do o seu papel no setor espacial mun-dial e de tirar o maior proveito do espa-ço em prol da nossa sociedade e econo-mia.

ESPAÇO PME EUROPA

NOVA POLÍTICA ESPACIAL DA COMISSÃO EUROPEIA COLOCA A TÓNICA NA MELHORIA DA VIDA QUOTIDIANA DAS PESSOAS E NO REFORÇO DA COMPETITIVIDADE EUROPEIA

RECRUTAMENTO (m\f)

A Luso Finsa - Industria e Comércio de Madeiras SA, pretende reforçar a sua equipa com a contratação de:

o Operários Linhas de Produção o Mecânicos (com ou sem experiência)o Eléctricos (com ou sem experiência) o Condutores de Empilhador o Desenhadores (Projecto) o Engenheiro Informático o Engenheiro Mecânico o Engenheiro Gestão Industrial e Produção o Engenheiro Electrotécnico o Estágios Profissionais nas áreas: Química, Florestal, Recursos

Humanos, Segurança e Ambiente, Electrotécnica e Mecânica

Envio de Curriculum Vitae actualizado para: [email protected]

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Os programas espaciais da União Europeia prestam serviços que bene� ciam milhões de pessoas: a indústria espacial europeia é forte e competitiva, e gera emprego e oportunidades de negócio. A proposta da Comissão Europeia para uma nova política espacial visa fomentar novos serviços e promover a liderança europeia no espaço

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FICHA TÉCNICA

Diretor António Figueiredo, C.P. n.º 2153 - a.� [email protected] • Redação ([email protected]) / Micaela Costa, C.P. n.º 10054 - [email protected] // Sandra Rodrigues, C.P. n.º 4367 - [email protected] // José Ricardo Ferreira, C.P. n.º8624 // Clemente António Pereira, C.P. n.º 9053 // Irene Ferreira, C.P. n.º 6350 • Cartoonista Ricardo Ferreira [email protected] • Correspondentes / Colaboradores Pedro Pontes // Iolanda Vilar [email protected] • Francisco Favinha, TE n.º 947 • Departamento Comercial ([email protected]) / Luís Duarte [email protected] T. 967 475 664 / Daniela Cardoso ([email protected]) T. 969 331 055 // • Departamento Grá� co ([email protected]) / Projeto Grá� co DPX Design /Paginação Tânia Ferreira • Impressão Coraze - Oliveira de Azeméis T. 910252676 / 910253116 / [email protected] • Distribuição Vasp • Tiragem 5.300 ex. / edição • Sede e Redação Av. Alberto Sampaio, 132 - 2º, 3510-028 Viseu • Contatos T. 232 431 311 / 969 331 031 / [email protected] • Propriedade Legenda Transparente, Lda. / Contribuinte Nº 510 803 636 / Capital Social €10.000 / Depósito Legal Nº 44 731 - 91 / Título registado na ERC sob o nº 124 008 • Gerência João Rebelo Cotta / Francisco Rebelo dos Santos • O Estatuto Editorial do Jornal do Centro está disponível em www.jornaldocentro.pt

Contacto:Enterprise Europe NetworkCEC – Câmara de Comércio e Indústria do CentroTel.: +351 232 470 290 | Fax: +351 232 470 299 Email: fatima.� [email protected]: www.enterpriseeuropenetwork.pt Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa agindo em nome da Comissão Europeia é responsável pela utilização que possa ser feita com as informações aqui contidas. Os pontos de vista nesta publicação são de responsabilidade dos autores e não re� etem ne-cessariamente as políticas da Comissão Europeia.

Mais informações:Estratégia Espacial para a Europa - http://bit.ly/2eC6Tqh Perguntas Frequentes - http://bit.ly/2f6UZq6

ANÚNCIO DE EMPREGO

DONA LIMPEZA232 429 154

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OPINIÃO

CARTOON

RICARDO FERREIRACartoonista

ANTÓNIO DINISDocente Universitário

CDS/PP

O DESAFIO AUTÁRQUICO DO CDS EM 2017

O CDS/PP já foi um grande par-tido autárquico no distrito, tendo algumas das câmaras mais impor-tantes lideradas pelos seus candi-datos. Nas décadas de oitenta e noventa, câmara após câmara, o CDS/PP foi perdendo autarquias e hoje só liderada câmaras em co-ligação com o PSD. Os desafios e as dificuldades são enormes para todos os candidatos que se apre-sentarão a sufrágio em 2017 nas listas do CDS/PP. Os meios e as condições são completamente de-siguais em relação aos dois prin-cipais partidos, mas nem por isso os candidatos devem baixar os braços. É possível, com a escolha das pessoas certas para cada ór-gão local, com propostas credí-veis e programas bem elaborados, conseguir vitórias e mais votos, e ainda aumentar a implantação do partido em todo o distrito. Nas eleições de 2013, o CDS/PP em Tondela conseguiu um gran-de resultado. Com a vitória numa

junta, com vários eleitos nas as-sembleias de freguesia (12) e na assembleia municipal (2), o par-tido conseguiu ganhar um espa-ço de grande credibilidade como oposição, com várias propostas apresentadas de acordo com o programa eleitoral então apresen-tado. Em democracia a maioria é quem aprova os respetivos pro-gramas, orçamentos e medidas para governarem os seus territó-rios. À oposição cumpre apresen-tar medidas alternativas, fiscali-zar a ação dos executivos e lançar as sementes de esperança para no-vos desafios. Mas é preciso gran-de coragem para aguentar as pres-sões, as chantagens e as manobras menos corretas de quem tem o po-der. Não o será certamente em to-dos os concelhos do distrito, mas esta é a realidade em Tondela. Foi--o há três anos atrás, com ameaças a possíveis candidatos do CDS/PP, com pressões e chantagens, situa-ções inaceitáveis em democra-

cia. Para as próximas eleições au-tárquicas, estaremos ainda mais atentos e denunciaremos, por to-dos os meios, essas perversões do sistema democrático. Vamos conseguir excelentes candidatos para os diferentes órgãos, e pro-poremos um programa alternati-vo para Tondela. Só pedimos um pouco de ética na ação política.

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Mas é preciso grande coragem para aguentar as pressões, as chantagens e as manobras menos corretas de quem tem o poder

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4 NOV

OPINIÃO

Desde o segundo dia deste mês que está a decorrer a extensão de Viseu do Desobedoc, uma mostra de ci-nema insubmisso. Teve origem em 2014 no Porto onde, para além da excelente selecção de filmes, abriu novamente as portas do Batalha e do Trindade ao cinema.Em Viseu decorre no Carmo 81, outrora casa de alfaias agrícolas, recentemente recuperado para os mais variados fins culturais, sen-do durante estes dias a casa das curtas, médias e longas metra-gens, recentes e clássicas, que fa-zem parte da programação.Na escolha das projecções para es-tes 4 dias houve o cuidado de abor-dar várias inquietações: as migra-ções e os refugiados que o velho continente condena à morte e à humilhação sem que se avizinhe uma resolução; o direito à cidade, ao trabalho e o emprego em tem-pos de austeridade e as respos-

tas da mobilização cidadã para enfrentar os ataques às conquis-tas dos trabalhadores; a igualda-de e as conquistas que desafiam o patriarcado.Mas nem só de filmes é feita esta extensão do desobedoc. Sábado, dia 5, recebe uma mini-feira do li-vro a cargo da Livraria Alfarrabis-ta Sidarta e da colecção da Carmo 81, uma oportunidade para conhe-cer ou comprar livros e fanzines que normalmente estão afastadas das montras e destaques das gran-des livrarias da cidade. E ainda a apresentação do livro “Nada a Te-mer” da autoria do artista Sama, com foco nos problemas políticos do Brasil.Para terminar o dia 5, um jantar com a participação do sociólogo e deputado da AR José Soeiro segui-do de uma festa com ‘A boy maned Sue’, um dos melhores dj de rock n roll a actuar em Portugal.

CARLOS COUTOProdutor

BE

DESOBEDOC – CINEMA INSUBMISSO

Ao anunciar-se, recentemente, o cum-primento de 60% a 70% dos acordos de esquerda (conceito de margem de erro da esquerda), antes da discussão e vota-ção do Orçamento de Estado para 2017, não restam dúvidas que está em curso uma mudança de narrativa por parte do Governo. Esta mensagem não é, por isso, ingénua ou casuística.A esta distância e nesta conjuntura, este anúncio serve dois propósitos sublimi-nares: o primeiro é condicionar, publi-camente, os camaradas da geringon-ça nos comentários e na aprovação do O.E.2017. Como é que se pode colocar em causa um Governo que já cumpriu quase dois terços dos acordos em me-nos de um ano de exercício, quando a estabilidade é para uma legislatura de 4 anos? O segundo é criar a ilusão que a� -nal até era fácil, rápido e exequível cum-prir uma agenda de esquerda sem ca-tástrofes ou demónios. Assim, cria-se a ilusão de que o que falta cumprir estará previsto no O.E.2017 e depois… cama-radas, cuidem-se! Palavra dada terá de ser palavra honrada!

Toda esta narrativa faria sentido, não fosse um pequeno pormenor chamado realidade. Que, diga-se, não é de some-nos relevância. Não fosse mesmo assim e o Governo não teria escondido deli-beradamente os mapas da previsão de receitas e de despesa do O.E.2016. São aqueles sobre os quais o Ministro das � -nanças fez chacota ao a� rmar que: “Não podemos dizer que há falta de núme-ros, há é falta de números que agradem à oposição”. Na verdade, analisados os números da educação, uma pequena ponta do iceberg, veri� ca-se que não agradam a ninguém, não é apenas à oposição. Fica clara a estratégia do em-buste e do truque. Mesmo tendo agora dados mais realis-tas sobre as contas de 2016, não deixam de ser de duvidosa credibilidade. É que não nos podemos esquecer que toda esta estratégia está alicerçada na intru-jice e na pantominice, como estou certo que iremos, uma vez mais, constatar lá para março de 2017. Esta descarada falta de transparência do Governo é paradigmática do seu real

objetivo. É um Governo que esconde a verdade dos portugueses para sobrevi-ver no dia-a-dia. É um Governo que ilu-de os portugueses para gerir o calendá-rio eleitoral. É um Governo que oculta as contas públicas para diminuir a capa-cidade política da oposição e a capacida-de crítica dos portugueses. É um Gover-no sem estratégia para o país que sabe que este é o último Orçamento das Es-querdas que apresenta aos portugueses e nele tudo aposta como se o O.E. fosse um jackpot num casino.

PEDRO ALVESDeputado do PSD na Assembleia de República

PSD

O OE2017 NÃO É UMA APOSTA DE CASINO

Houve o cuidado de abordar várias inquietações: as migrações e os refugiados que o velho continente condena à morte e à humilhação sem que se avizinhe uma resolução; o direito à cidade, ao trabalho e o emprego em tempos de austeridade e as respostas da mobilização cidadã para enfrentar os ataques às conquistas dos trabalhadores; a igualdade e as conquistas que desa� am o patriarcado

Analisados os números da educação, uma pequena ponta do iceberg, veri� ca-se que não agradam a ninguém, não é apenas à oposição. Fica clara a estratégia do embuste e do truque

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CRÍTICA

BENOIT PIOULARD� e Benoit Pioulard Listening

Matter [Kranky]

OS OUTROS SÃO A DOENÇA

Aspirante a uma vivência mais � o-restal, � omas Meluch vai traba-lhando no restaurante panorâmi-co rotativo no topo da torre Space Needle, em Seattle, à entrada da qual fotografou uma bolha espe-lhada na qual aparece re� ectido, e que serve de capa ao sexto álbum que registou como Benoit Pioulard. Listening Matter é um disco de la-cónicas faixas folk, nas quais se destaca a voz � rme e delicada de Benoit, quase sempre acompa-nhada por si própria nas vozes de apoio, estabelecendo um efeito sin-gular e aprazível. Outros atribu-tos pouco habituais são a inclusão de gravações de campo e o empre-go de invulgar percussão, adornan-do as graciosas canções que as de-sencantadas inquietações de Benoit inspiraram, mas cuja colorida mu-sicalidade mal poderia denunciar.

A Ângela, a minha amiga pianis-ta, leva muito a sério o exercício da vida. Não a deixa por mãos alheias. Até porque para ela, os outros são a doença. A ameaça terrorista sempre pronta a contaminar os nossos cami-nhos. Os outros nunca nos perdoam um triunfo, uma alegria, uma leve-za de alma. Os outros espreitam-nos, cercam-nos à espera de um fracasso, de uma queda, de um ridículo. Os outros exigem a nossa complacência, a nossa submissão às suas ideias, às suas opiniões, aos seus gostos, às suas maledicências. Os outros alimen-tam-se das nossas derrotas, dos nos-sos desastres. Não o fazem por mal. Nem sequer sabem desta sua triste condição de carrascos. Desta marca de Caim. É um caso de constituição biológica. É esta a nossa massa origi-nal. Só uma � loso� a nos pode salvar. Uma � loso� a radical que nos liber-te dos outros. Que os ponha no seu devido lugar, à distância. A salvação passa por nos protegermos portanto da família, dos colegas, dos amigos, das instituições, dos outros. Porque, por mais que se faça, a mediocrida-de alastra a sua doença sobre nós, corrói-nos como ferrugem. E o mais grave é que encontra aliados mesmo dentro dos territórios mais priva-dos. Pessoas, com quem gostaríamos de viver luminosidades, teimam em carregar cada gesto e cada palavra de mau humor e estupidez.A Ângela explica o seu ponto de vis-ta nos intervalos do piano. Inclinada sobre ele, as mãos como que dese-nham geometrias imateriais sobre as teclas. Esquece-se de mim duran-te um tempo, são instantes sem peso, sem medida, sem matéria. Depois reinicia o uso das palavras, impreg-nando-as da musicalidade da peça tocada. E completa a sua � loso� a de vida: à casa de família, numa aldeia não muito longe de Viseu, só vai de quando em uma vez. E por poucos dias, para não dar tempo ao azedu-me ou ao ressentimento. Quanto aos � ns-de-semana, vai divertir-se para o Porto. Gosta desta vida tripartida. A família, o trabalho e a diversão, se-parados por fronteiras claras. E pre-fere que entre estas dimensões não haja vasos comunicantes. São terri-tórios independentes.

MÚSICA

VÍTOR COSTA

LEITURAS

DAVID BARBOSAJOANA ABREU Psicóloga Clínica da Oficina de Psicologia

OPINIÃO

A VIDA SECRETA DO MEDO

Imagine que está a chegar a casa tarde e assume que toda a gen-te está a dormir. Quando entra em casa, alguém salta por trás da porta e prega-lhe um valente sus-to. De imediato, apercebe-se que tudo não passa de uma brinca-deira e que está seguro, mas o seu corpo demora algum tempo a re-cuperar do sobressalto.Para quem não percebe as respos-tas fisiológicas ao medo, estas ex-periências tornam-se ainda mais aterradoras, levando a interpreta-ções erradas acercas destas sensa-ções corporais.Então, o que é o medo e como se manifesta?O medo é, antes de mais, uma emoção – um impulso neural que move um organismo para a ação. Ou seja, é uma reação do cérebro que começa com um estímulo in-terpretado como stressante e peri-goso (como apanhar um susto, ver uma aranha ou cantar em públi-co) e que culmina no lançamen-to de químicos que causam, por exemplo, o aumento do batimen-to cardíaco, alterações na respira-ção, “frio no estômago”, tremores ou tensão muscular. Nestas situa-ções, algumas pessoas pensam que estão a ter um ataque cardía-co, que estão a perder o controlo ou até que vão morrer, tal é a in-tensidade destes sinais. Mas, na verdade, o objetivo do cérebro é claro: preparar o corpo para dar uma resposta a esse estímulo in-terpretado como perigoso, como fugir ou lutar.O medo está associado ao instinto de sobrevivência, sendo, por isso, adaptativo. Caso não sentíssemos medo, não fugiríamos, por exem-plo, se víssemos um leão a correr na nossa direção para nos atacar.Muitas das pessoas que procu-ram ajuda de um Psicólogo tra-zem questões relacionadas com o medo, nomeadamente Fobias. Nestes casos, procura-se que o cliente interprete os sinais do medo, bem como fazer o contro-lo dos mesmos, através de estra-tégias de contenção emocional e de exposição ao estímulo que o motiva.

JORGE MARQUESEscritor e Consultor de Empresas

OPINIÃO

RÁDIO – APRENDER A OUVIR

Hoje falamos de rádio a propósito do nascimento da “Rádio Jornal do Centro”…Votos de uma vida longa e feliz!Um grande mestre da comunica-ção ensinou-me um dia que os di-ferentes meios de comunicação não são inimigos e nem se devo-ram uns aos outros. Essa luta tra-va-se dentro de cada um deles. Na imprensa, como na rádio ou tele-visão, os seus principais inimigos são outras formas de as fazer, a inovação permanente. O aparecimento da televisão fez da rádio uma espécie de sistema ner-voso da informação e que só tem paralelo na voz humana. Voz e rá-dio são assim duas tecnologias hu-manas poderosas. É ainda hoje a rádio que provoca um movimento mais rápido nos outros media, por-que está sempre mais perto e chega primeiro. Na rádio os nossos sen-tidos não � cam prisioneiros, ape-nas o ouvido está atento, por isso as palavras ganham um sentido mais fundo e mais rico. Há quem diga que a rádio está para os me-dia, como a valsa está para a dan-ça palaciana, ambas procuram a simplicidade e têm alguma coisa de primitivo.Mas talvez o maior mérito da rádio seja outro, ela obriga o homem a via-jar do individualismo para o colecti-vo num retorno à tribo e à fuga dos meios frios e centralizadores. Ela preocupa-se com o que acontece na proximidade, na região, na cidade, fazendo do mundo uma aldeia onde todos são tratados por igual. Faz até das memórias uma tradição e trá--las para o presente. Na rádio não nos sugam a atenção, tudo é uma ex-periência que só nos pede o ouvido, mas que nos obriga a uma aprendi-zagem onde o saber ouvir é o princí-pio da comunicação humana. Brecht, num dos seus poemas, falava assim da rádio:Ao pé da minha cama, ao pé da mi-nha dor,As últimas vozes da noite, as primei-ras da manhã,Narrando-me as suas vitórias e as minhas penas,Promete-me que não te vais calar de repente.

VANGELISRosetta [Decca]

Aos 73 anos o grego Evangelos Odysseas Papathanassiou rea� r-ma a sua posição como � gura que abalou e estendeu o horizonte mu-sical a um nível sem o seu contri-buto inatingível. A música total que idealiza parece ser mais do que ins-pirada pelo misticismo, mas parte integrante da experiência mística que é a condição humana, recor-dando um elo entre a vida, o que a antecedeu, e o que lhe sucede-rá. Com uma vasta discogra� a que percorre mais de quatro décadas, na qual se destaca Blade Runner, uma das bandas sonoras para ci-nema que elaborou, regressa ago-ra à temática da exploração do uni-verso. Em 2004 a Agência Espacial Europeia lançou Rosetta, a primei-ra sonda que viria a aterrar num cometa, no dia 30 de Setembro do presente ano. Uma conversa entre André Kuipers, a partir da Estação Espacial Internacional, e o compo-sitor grego, conduziu a este disco, que mais uma vez alia tensão e alí-vio, emoções entre as quais a vida aparenta balançar.

O medo está associado ao instinto de sobrevivência, sendo, por isso, adaptativo

Os outros alimentam-se das nossas derrotas, dos nossos desastres

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Jornal do Centro

OPINIÃO

9 QUA.

12º / 0º

4 SEX.

20º / 12º

5 SÁB.

13º / 11º

7 SEG.

11º / 3º

6 DOM.

12º / 2º

8 TER.

11º / 4º

TEMPO

10 QUI.

13º / 0º

NÚMEROS NETSONDA

(Fonte: INE)

4.287Portugueses com mais de 100 anos em 2015, um aumento de 107% desde 2011

(Fonte: IDC)

52%Queda das vendas de smartwatches no último trimestre quando comparado com o período homólogo

(in Bloomberg)

$85.400.000.000Valor pelo qual a AT&T vai adquirir a Time Warner, dona de canais como a CNN ou HBO

Olho de GatoJOAQUIM ALEXANDRE RODRIGUES

VISEU, CIDADE DAS HISTÓRIAS

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1. Há exactamente três anos, este jornal fez uma sema-na de pausa para reformulação, o que deixou um Olho de Gato só em edição electrónica. Para que haja também edição em papel, com algumas adaptações e tesourações, retomo agora esse texto que na altura foi escrito na for-ma de uma carta a António Almeida Henriques que ti-nha acabado de tomar posse.

2. Caro presidente da câmara municipal de Viseu:No seu discurso de tomada de posse disse que “Viseu reúne condições para ser um ‘Destino de Eventos’, uma ‘Cidade de Estórias’ e um pólo de actividades criativas e � xação de talentos.”Sem dúvida: a cultura pode ser “um investimento e não um custo” e temos uma “espontânea geração de criado-res, programadores e artistas aqui radicados”.Contudo, saber/fazer/promover cultura como fazem os nossos agentes culturais não é o mesmo que ter uma política cultural, isto é: ter uma acção no espaço públi-co e com recursos públicos capaz de promover o bem co-mum. Isso compete aos políticos eleitos.Não podendo nem devendo um município assumir o pa-pel de operador de gosto, ele deve, ainda assim, ter uma visão integradora, abrangente, desinibida e cosmopolita do que quer na cultura.Numa iniciativa da campanha do PS das últimas autár-quicas defendi que toda a actividade cultural do municí-pio devia ser pensada e integrada no lema “Viseu, cidade das histórias”.Quando, no seu discurso, referiu “Cidade de Estórias” parecia apontar nessa direcção. Penso que esta ideia — “Viseu, cidade das histórias” — tem pernas para andar e pode ser uma nossa marca distintiva, tornando-nos co-nhecidos no país e no mundo, se as coisas forem feitas com pro� ssionalismo, competência e talento.Por duas razões: (i) porque é original, não conheço ne-nhum município com essa visão global para a sua ofer-ta cultural; (ii) porque toda a gente, de todas as idades e condições sociais, gosta de histórias, e todas as activida-des culturais contam histórias.

NO MUNDO

HÁ DUAS DÉCADAS A SALVAR VIDAS EM VISEU

Acácio Ribeiro

O médico brasileiro Acácio Ribeiro está em Portugal há 22 anos. Veio “atrás de [uma] melhor perspetiva de vida e por ser um país mais calmo”. Desde que che-gou só viveu em Viseu. Já trabalhou no Hospital, num dos Centros de Saúde da cidade e no de Penalva do Castelo. Atualmente está no INEM. Há 15 anos que é um dos clínicos afetos à Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) que está estacionada no Hospital de S. Teotónio. Com Acácio Ribeiro veio também a fa-mília. A primeira impressão que teve da cidade de Viriato “foi boa”, ainda assim a mudança “foi difícil” e não es-conde que se sentiu “marginalizado no início”. Hoje tanto ele como o resto do agregado familiar está perfeitamen-

te adaptado à realidade viseense e to-dos gostam “de estar cá”. “A adaptação no início foi difícil, apesar de ter vindo com a minha família, senti falta do ca-rinho e amizade de outros familiares e amigos, do calor humano das pessoas. E também pela mudança de clima e costumes”, conta. O que mais gosta de Viseu e de Portugal é mesmo do “sossego”. A grande razão de queixa são os impostos que, defende, são “muito altos”. Ao Brasil tem regressado, mas “só para passear”. É lá que mata as saudades do mar que de resto é o que sente mais falta do país natal. Voltar para Terras de Vera Cruz está fora dos planos deste médico que desde que chegou já salvou a vida a muitos habitantes da região de Viseu.