A influência postural do salto alto em mulheres adultas: análise por biofotogrametria...
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7/24/2019 A influncia postural do salto alto em mulheres adultas: anlise por biofotogrametria computadorizada
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ARTIGOORIGINAL
ISSN 1413-3555
Rev Bras Fisioter, So Carlos
Revista Brasileira de Fisioterapia
A influncia postural do salto altoem mulheres adultas: anlise
por biofotogrametria computadorizadaPostural influence of high heels among adult women:
analysis by computerized photogrammetry
Iunes DH1, Monte-Raso VV1,2,3, Santos CBA1, Castro FA4, Salgado HS4
Resumo
Introduo:Em nossa sociedade, temos observado uma oferta cada vez maior de modelos, cores, estilos, altura e diversos tipos
de salto. Objetivo:Avaliar se o uso de calados de salto alto influencia nas alteraes posturais com base em um conjunto de
variveis mensuradas por meio da fotogrametria computadorizada. Mtodos:Vinte indivduos que utilizam salto alto com freqncia
(grupo 1) e 20 indivduos que utilizam salto alto esporadicamente (grupo 2) foram fotografados no plano frontal anterior e sagital
em trs momentos: a) sem utilizao de calado, b) utilizando salto agulha e c) utilizando salto plataforma, sendo estas fotografias
aleatorizadas e analisadas por um experimentador cego por meio da fotogrametria. A anlise estatstica foi realizada a partir da
anlise de varincia em esquema fatorial 2x3, ou seja, comparando-se a freqncia do uso de salto com o tipo de calado, com 5%
de significncia. Resultados:Apenas o ngulo protruso da cabea apresentou diferena quando comparados grupo 1 e 2 (p
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Introduo
O p a principal estrutura do corpo humano que interage
com toda a cadeia cintica inferior1, e que apresenta uma das
maiores extenses de variaes estruturais de todas as partes
do corpo2,3. Funciona como um complacente mecanismo de
recepo e distribuio do peso do corpo, tendo uma funo deadaptao s irregularidades do solo, alm de funcionar como
uma alavanca rgida que d impulso durante a marcha4.
Para se adaptar s irregularidades do solo, suportar o peso
do corpo e a fora de reao do solo, o p constitudo por trs
arcos plantares (arcos logitudinais interno e externo, e arco
transverso) que funcionam como amortecedores e que distri-
buem as cargas recebidas pelos ps em trs regies: calcneo
(recebe 60% de carga) mediop (recebe 8% carga) e antep,
principalmente cabea do quinto e primeiro metatarso (rece-
bem 32% da carga)5,6.
Os calados servem como suporte para os ps7 e, portanto,deveriam ser utilizados para aprimorar as funes e no como
um fator agravante na transmisso de informaes das pres-
ses sobre os pontos adequados de apoio ou durante movi-
mentos necessrios ao caminhar8. Os calados, muitas vezes,
podem alterar o alinhamento ideal do p.
Em nossa sociedade, temos observado que a maioria das
mulheres chega a ter vrios pares de sapato no estoque par-
ticular. Os calados contam com uma oferta cada vez maior
de modelos, cores, estilos e tipos de salto. Um dos agravantes
da atual moda do salto alto a sua presena cada vez maiscerta no dia-a-dia de adolescentes e crianas ainda em fase de
desenvolvimento, ou seja, em condies fsicas frgeis9.
Iunes et al.10, ao analisarem a marcha de crianas que uti-
lizavam salto plataforma de 5,0cm atravs da eletromiografia,
encontraram uma atividade muscular aumentada do gastroc-
nmio e tibial anterior. Outras alteraes relacionadas ao uso
freqente do salto so dores na coluna, hlux valgo, calosida-
des e encurtamento muscular.
Com a evoluo da cincia, foi possvel uma melhor utili-
zao dos recursos eletrnicos atualmente disponveis para a
reeducao postural com a finalidade de aumentar a eficinciadas avaliaes para melhoria das intervenes teraputicas e
aes preventivas9.
Um mtodo denominado Bioesterometria ou Biofotogra-
metria Computadorizada vem sendo utilizado para facilitar o
trabalho de profissionais da rea da Sade. Tal mtodo consiste
em aplicaes da Fotogrametria curta distncia no campo
da medicina, geralmente para extrair medidas das formas e
dimenses do corpo humano9.
Esse mtodo utilizado em avaliaes posturais devido
s vantagens e efetividade de sua aplicao clnica. Dentre
as vantagens temos o baixo custo no sistema de imagem e
fotointerpretao, a alta preciso e reprodutibilidade dos re-
sultados, bem como a ausncia de contato com o paciente e o
uso de luz visvel, o que evita a exposio radiao9,11.
Tendo em vista a importncia elementar de bons apoios
para os membros inferiores, o objetivo deste estudo foi avaliar,
por meio da fotogrametria computadorizada, se a freqncia
no uso de calados com salto alto influencia ou no nas altera-es posturais, e se o tipo de salto interfere na postura.
Materiais e mtodos
Sujeitos avaliados
Foram analisadas 40 mulheres, escolhidas aleatoriamente,
que concordaram em participar desta pesquisa. As participan-
tes foram divididas em dois grupos: grupo 1, constitudo por
20 mulheres com idade mdia de 23,52,86 anos, peso mdiode 54,107,16 kg, altura mdia de 1,610,05m, e que usam cal-
ados de salto alto todos os dias; grupo 2, constitudo por 20
mulheres com idade mdia de 22,552,68 anos, peso mdio de
51,604,54 kg, altura mdia de 1,600,03m, e que usam cala-
dos de salto alto esporadicamente, em ocasies sociais. Como
critrio de incluso, foram selecionadas mulheres que usavam
o mesmo nmero de sapato (35) e, como critrio de excluso,
mulheres com alteraes neuropsicomotoras, amputadas ou
com seqelas de fraturas e artrite reumatide. No houve per-
das amostrais. Todas as voluntrias receberam informaespara participao do projeto e assinaram um termo de consen-
timento formal concordando com a participao na pesquisa,
de acordo com a resoluo 196/96 do Conselho Nacional de
Sade. O trabalho foi aprovado pelo Comit de tica e Pesquisa
que envolvem seres humanos da Unifenas, com protocolo de
nmero, 100/2005.
Calados utilizados
Foram utilizadas uma sandlia com salto plataforma de
6,5cm e outra com salto agulha de 8,0cm de altura, ambas no ta-manho 35. Nenhuma delas havia sido utilizada anteriormente.
Anlise da postura
As voluntrias foram submetidas a um registro fotogrfico
no plano frontal, no plano frontal anterior e no plano sagital.
Para isso, usaram trajes sumrios (biquni), inicialmente des-
calas e depois usando um dos calados com salto, descritos
anteriormente, para a avaliao postural que se seguiria. Foram
marcados alguns pontos anatmicos, tais como: protuberncia
occipital, processo espinhoso de C4, processo espinhoso de C
7,
Iunes DH, Monte-Raso VV, Santos CBA, Castro FA, Salgado HS
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processo espinhoso de T7, processo espinhoso de T
12, processo
espinhoso de L3, processo espinhoso de L
5,trocanter maior,
espinha ilaca ntero-superior (EIAS), espinha ilaca postero-
inferior (EIPI), tuberosidade da tbia, cabea da fbula, malolo
lateral e cabea do 5 dedo9.
Tal marcao foi feita com etiquetas auto-adesivas brancas
da marca PIMACO, com 0,9mm de dimetro, e hastes plsticasflexveis de cor laranja, presas por meio de fita dupla face9.
Para o registro fotogrfico, foi utilizada uma mquina digital
Sony (MAVICA FD 200), posicionada paralelamente ao cho
sobre um trip nivelado. As imagens foram digitalmente arma-
zenadas em uma resoluo de 1600x1200 pixels. Foram realiza-
dos registros fotogrficos nos planos frontal anterior e sagital.
Posicionamento da voluntria
Para o registro fotogrfico, as participantes foram posi-
cionadas em local previamente demarcado, a uma distnciapadro da mquina fotogrfica que tambm foi previamente
demarcada. Nesse posicionamento, a voluntria estava a 15cm
afastada da parede. Para manter essa distncia fixa, um demar-
cador de borracha de 15cm de largura, 60cm de comprimento
e 0,5cm de espessura foi colocado entre a parede e as volunt-
rias. A distncia entre a cmera e a voluntria foi de 2,40m e o
trip estava a 1,0m do cho9. Outro dispositivo deste mesmo
material, medindo 7,5cm de largura, foi colocado entre os ps
das voluntrias para mant-las na postura padro, conforme
descrito por Kendall7
. A sala era bem iluminada, com fundoazul no reflexivo e permitia a privacidade do indivduo a ser
fotografado9.
Anlise das imagens
As imagens foram analisadas a partir do aplicativo ALCi-
magem-2000 Manipulando Imagens verso 1,5 atravs das
medidas dos ngulos formados pelas linhas traadas pelos
pontos anatmicos previamente marcados para que fossem
identificadas e quantificadas as possveis assimetrias e ngulos
das curvaturas vertebrais.No plano frontal anterior, os ngulos mensurados e ana-
lisados estavam entre as espinhas ilacas ntero-superior
(AS) e tuberosidade tibial (TT). Esses ngulos foram for-
mados entre as linhas traadas unindo o ponto anatmico
demarcado direita com o da esquerda e a linha traada na
horizontal paralelamente ao solo. Outro ngulo analisado
nesse plano foi referente ao alinhamento dos joelhos direito
(AJd) e esquerdo (AJe), formado pela interseco da reta que
unia os pontos C (EIAS) e D (tuberosidade da tbia) com a
reta perpendicular ao solo. Quanto maior o ngulo, maior o
alinhamento do membro inferior9.
No plano sagital, foram analisados ngulos descritos ante-
riormente por Iunes9, demonstrados na Figura 1:
PC (protruso da cabea): formado pela interseco da
reta que unia os pontos V (tragus da orelha) e G (processo es-
pinhoso de C7) com a reta paralela ao solo. Quanto menor o
ngulo, maior a protruso (Figura 1).
LC (lordose cervical): formado pela interseco da reta que
unia os pontos E (protuberncia occipital) e prolongamento
horizontal do ponto F (processo espinhoso de C4) no fio de
prumo com a reta que unia os pontos G (processo espinhosode C
7) e prolongamento horizontal do ponto F (processo espi-
nhoso de C4) no fio de prumo. Quanto maior o ngulo, maior
a retificao. Ou seja, quanto menor o ngulo maior a lordose
(Figura 1).
CT (cifose torcica): formado pela interseco da reta que
unia o ponto G (processo espinhoso de C7) ao prolongamento
horizontal do ponto H (processo espinhoso de T7) no fio de
prumo com a reta que unia os pontos I (processo espinhoso
de T12
) e prolongamento horizontal do ponto H (processo espi-
nhoso de T7) no fio de prumo. Quanto maior o ngulo, maior a
retificao e, quanto menor o ngulo, maior a cifose (Figura 1).
ngulo PC
ngulo BPC
ngulo
ATT
15cm
Q
G
N
vngulo LC
ngulo CT
ngulo LL
Fio deprumo
ngulo FJ
E
G
H
I
JK
P
R R S
Q
Figura 1. Pontos e ngulos avaliados na vista lateral direita: C (EIAS),E (protuberncia occipital), F (processo espinhoso de C4), G (processoespinhoso de C7), H (processo espinhoso de T7), I (processo espinhosode T12), J (processo espinhoso de L3 ), K (processo espinhoso de L5), N(EIPI), P (trocnter maior), Q (cabea da fbula), R (malolo lateral), S(difise do 5o dedo), V (tragus), PC (protruso da cabea), LC (lordosecervical), CT (cifose torcica), LL (lordose lombar), BP (bscula plvica),FJ (flexo de joelho), ATT (ngulo tbio trsico).
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LL (lordose lombar): formado pela interseco da reta que
unia os pontos I (processo espinhoso de T12
) e prolongamento
horizontal do ponto J (processo espinhoso de L3) no fio de
prumo com a reta que unia os pontos K (processo espinhoso
de L5) e prolongamento horizontal do ponto J (processo espi-
nhoso de L3) no fio de prumo. Quanto maior o ngulo, maior
a retificao, o que quer dizer que quanto menor for o ngulo,maior ser a lordose (Figura 1).
BP (bscula plvica): formado pela interseco da reta
que unia os pontos N (EIPI) e C (EIAS) reta paralela ao solo.
Quanto maior o ngulo, maior a anteverso ( Figura 1).
FJ (flexo de joelho): formado pela interseco da reta que
unia os pontos P (trocanter maior) e Q (linha interarticular la-
teral do joelho) reta que unia os pontos Q e R (malolo lateral)
(Figura 1).
ATT (ngulo tbio trsico): formado pela interseco da reta
que unia os pontos R (linha interarticular lateral do joelho) e S
(malolo lateral) reta que unia os ponto S e T (cabea do 5
dedo) (Figura 1).
Anlise estatstica
Para cada ngulo descrito na metodologia, foram rea-
lizadas trs medies consecutivas pela fotogrametria, e
calculada a mdia aritmtica. A anlise estatstica foi reali-
zada a partir da anlise de varincia para um modelo intei-
ramente ao acaso, com 20 repeties em esquema fatorial
2x3, ou seja, comparando-se a freqncia do uso de salto
alto ( freqente e esporadicamente) com o tipo de calado
(descalo, salto plataforma e agulha), com nvel de 5% de
significncia.
Resultados
Foram encontradas poucas modificaes na postura das
mulheres avaliadas, independentemente da freqncia no uso
e do tipo de salto utilizado.
Para todos os ngulos analisados, no houve interao en-
tre a freqncia do uso de salto e o tipo de calado (p>0,27,
conforme Tabelas 1, 2, 3).
No entanto, considerando-se as diferenas entre o grupo
que usa salto com frequncia (grupo 1) e o grupo que usasalto em ocasies sociais (grupo 2), apenas o ngulo PC, que
analisa o posicionamento da cabea, apresenta diferena
(p
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Discusso
O uso demasiado de calados com salto alto, geralmente,
causa encurtamento da musculatura da panturrilha, o que leva
as pessoas j habituadas ao uso do salto a um desconforto na
hora de usar um sapato de sola plana.
O aumento da altura do calcanhar provoca modificaesno padro do caminhar, alm de uma instabilidade do p6,13,14.
Existe uma importante relao entre a altura do salto e a
sobrecarga dos arcos do p. O uso do salto altera a distribuio
do peso do corpo, reduzindo a presso no calcanhar e deslo-
cando-o para o antep. A proporo do peso sustentado pela
ponta do p aumenta diretamente com a elevao da altura do
calcanhar. O uso contnuo de salto alto resulta em uma sobre-
carga compressiva dos metatarsos6,15.
Bienfat15 afirma que, sem bons ps no cho, no h boa
esttica. Conseqentemente, com as deformaes dos ps e
alteraes de descarga de peso nos ps, altera-se a esttica.
Portanto, a questo aqui levantada que uma vez que o uso do
salto alto altera a mecnica do p, acaba gerando conseqn-
cias musculares nos membros inferiores; como conseqncia,
espera-se que sejam produzidas alteraes posturais compen-
satrias ascendentes.
Marques16relata que um grupo muscular adapta-se a de-
terminadas condies e que existem variveis envolvidas nesse
mecanismo. Espera-se, portanto, que o uso freqente de salto
possa gerar alteraes posturais adaptativas.
Acreditamos que h uma necessidade de estudos quanti-tativos e investigaes clnicas para se avaliar a relao entre
o uso prolongado de salto alto e as alteraes ortopdicas,
articulares e degenerativa, sendo a fotogrametria um recurso
quantitativo que j teve sua confiabilidade testada9,11. Neste
estudo, objetivamos quantificar as alteraes posturais produ-
zidas pelo salto. Diferentemente do que descrito por outros
autores13 e tambm do que espervamos, no encontramos
uma interao entre a freqncia do uso do salto e do tipo de
salto com modificaes na postura esttica.
Em relao bscula de pelve, a literatura afirma que o
salto produz uma anteverso plvica e um aumento da lordoselombar3,13,17. No entanto, alguns autores14,18-21 concluram com
seus estudos que o salto alto provoca uma retroverso da pelve
e uma retificao lombar.
Em outro estudo14, foram realizados uma avaliao postural
e testes especficos de encurtamentos musculares e mobilidade
da pelve e membros inferiores em 20 mulheres que usavam
salto alto e baixo. As voluntrias que usavam salto freqente
relataram apresentar mais retroverso plvica.
Bendix et al.18avaliaram 18 mulheres que utilizavam di-
ferentes tipos de salto e verificaram a lordose lombar com
o uso de um inclinmetro, concluindo que, com o aumento
do salto ocorreu a diminuio da lordose lombar e da retro-
verso plvica.
Manfio et al.21 avaliaram sete mulheres descalas, com
salto baixo e salto alto (85mm), por meio de fotografias eplataformas de fora e encontraram, tambm, diminuio
da anteverso plvica com o uso de salto em comparao s
mulheres descalas.
Em nosso estudo, no observamos nenhuma alterao
do posicionamento da pelve, avaliando-se pelo ngulo BP,
conforme observado na Tabela 3, e nenhuma modificao
da lordose lombar avaliada pelo ngulo LL, conforme Tabela
2, relacionando-se freqncia no uso e tipo de salto.
Na literatura, o uso do salto relacionado semiflexo
de joelho, mas, em um estudo recente22
, adolescentes usandosalto e descalos foram avaliados por intermdio de fotogra-
fias e afirmou-se que o salto no altera o posicionamento
dos joelhos. O mesmo foi encontrado em nosso trabalho, no
qual mulheres habituadas ao uso do salto tiveram o ngulo
FJ semelhante ao do grupo de mulheres que usavam salto
esporadicamente. A mesma relao foi encontrada quando
comparados tipos diferentes de salto (Tabela 3).
No foram encontrados outros trabalhos que relacio-
nassem a postura da cabea, regio cervical e dorsal, nem
assimetrias de pelve e joelhos.
importante ressaltar que este estudo foi feito com vo-
luntrias jovens. Talvez fosse interessante uma amostragem
de mulheres que utilizam salto alto h muitos anos a fim de
se verificar eventuais ocorrncias dessas modificaes.
Concluses
Com este estudo, pde-se observar que a freqncia no
uso de salto e o tipo de salto utilizado praticamente no mo-
dificam a postura esttica das mulheres, como foi avaliadopela fotogrametria. O nico segmento diferente encontrado
entre as mulheres que usam salto com frequncia e as que
no usam, foi a cabea (ngulo PC). No entanto, esse seg-
mento no se modificou com o uso de diferentes tipos de
salto. O salto agulha modificou o alinhamento do joelho
direito em mulheres que no usam salto freqentemente e
apenas foi modificada a posio do tornozelo no plano sagi-
tal com o uso de diferentes calados.
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