A Ludicidade Como Faciltador e Motivador No Trabalho Com Adolescentes e Adultos
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A LUDICIDADE COMO FACILITADOR E MOTIVADOR NO TRABALHO COM
ADOLESCENTES E ADULTOS
Larissa de Oliveira Pedra1
Resumo
A ludicidade é tida como um dos fatores mais importantes para tornar a
aprendizagem significativa. Entretanto, por ter seu conceito entendido de forma restrita,
acaba muitas vezes não sendo aplicada em turmas de adolescentes e adultos. Este trabalho
pretende mostrar a importância do professor entender com mais profundidade este
conceito, a fim de poder fazer uso do mesmo em toda e qualquer sala de aula,
independentemente da faixa etária dos alunos.
Palavras-chave
Ludicidade; Ensino; Aprendizagem; Educação; Crianças; Jovens e Adultos.
Repensando a ludicidade
Sabemos muito bem a importância de trabalhar com o lúdico, o que muitas vezes
esquecemos é que o conceito de ludicidade vai muito além de trabalhar com jogos e
brincadeiras, como a própria etimologia da palavra supõe. A palavra lúdico vem do latim
“ludus”, que significa jogo ou diversão.
Quando nos deparamos com situações diferentes das esperadas para o trabalho nos
anos iniciais do ensino fundamental, acabamos tendo a oportunidade de refletir: sim, é
necessário trabalhar com o que é lúdico, mas será que o que é lúdico para uma criança de 8
anos é lúdico para um adolescente de 18 anos? Em classes com altos índices de repetência
e com características próprias e diferenciadas, fica clara a necessidade de compreendermos
de forma mais ampla o sentido dessa ideia, que precisa ainda sair do discurso e entrar na
prática dos professores. E nos outros adiantamentos da educação básica: como fica este
conceito? Como precisa ser entendido e aplicado? A ludicidade precisa ser entendida como
uma dimensão diferenciada de cada pessoa. Como aponta ALMEIDA (2009):
1 Estudante do 4º ano do Curso Normal com Habilitação em Anos Iniciais do Colégio Municipal Pelotense
que conviveu durante seu pré-estágio com uma turma de adolescentes, e precisou entender como aplicar com eles os conceitos aprendidos em sua formação para trabalhar com crianças.
“A evolução semântica da palavra "lúdico", entretanto, não parou apenas nas suas origens e
acompanhou as pesquisas de Psicomotricidade. O lúdico passou a ser reconhecido como
traço essencial de psicofisiologia2 do comportamento humano. De modo que a definição
deixou de ser o simples sinônimo de jogo. As implicações da necessidade lúdica
extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo.”
Também é necessário compreender que não são apenas as crianças pequenas que
passam por esse fenômeno psicológico através da ludicidade, mas que é da essência
humana, como indica SÁ (2004):
“O lúdico refere-se a uma dimensão humana que evoca os sentimentos de liberdade e
espontaneidade de ação.”
Aplicar esse conceito pedagógico com turmas de adolescentes e adultos faz-se
necessário se tivermos consciência do contexto em que essa pessoa está inserida.
Ludicidade para adolescentes e adultos
As turmas de adolescentes e adultos têm características diferenciadas que devem
ser observadas e respeitadas pelo professor. Na tentativa de aplicar o conceito de
ludicidade, muitos acabam tratando-os como se fossem crianças.
É de extrema importância que possamos proporcionar um ambiente favorável à
aprendizagem, descontraído e prazeroso, que gere aprendizagens significativas. Mas para
isso precisamos conhecer nossos alunos, e ter consciência de que a sensação de ludicidade
depende de cada pessoa, buscando dessa forma, um trabalho lúdico e eficaz.
Ludicidade é, de forma genérica, um trabalho que estimule o aluno, que o motive a
aprender, que o envolva na proposta, que mova a vontade através do que é prazeroso. Uma
necessidade ainda maior em turmas de adolescentes e adultos, onde o principal desafio é
motivá-los.
Pondere-se que em uma turma temos diferentes personalidades, necessidades,
desejos, características e por consequência, diferentes sensações e percepções de
ludicidade. É desafio do professor organizar o seu trabalho a partir da diversidade que
possui em sua sala de aula.
2 Estudo das relações entre os fenômenos fisiológicos e psicológicos.
Tratando de uma forma mais prática, a ludicidade na sala de aula se expressa em
atividades que envolvam o aluno, que se configurem como motivadoras, prazerosas e
significativas. Na recente experiência do pré-estágio que realizei na turma 53-9 da Escola
Estadual de Ensino Fundamental Fernando Treptow, com faixa etária entre 12 e 17 anos,
pude vivenciar de forma bastante intensa o que trato neste artigo.
Tive experiências positivas e negativas, entre as quais destaco: os alunos têm
vergonha de assumir que gostam de algumas coisas, como por exemplo jogos e dinâmicas,
porém, sentem-se muito atraídos pelos mesmos; a pluralidade de culturas na sala de aula,
hora facilita, hora dificulta o trabalho lúdico, portanto, é necessário saber explorar de
forma positiva esse fator, o que muitas vezes é um desafio bem complicado; a
manifestação de ludicidade que consegue contemplar de forma mais ampla o grupo de
alunos é o uso da tecnologia.
Aceitar esse desafio é comprometer-se com uma educação de qualidade, que
realmente transforme a vida e o comportamento dos alunos. Que realmente contribua para
seu desenvolvimento intelectual, cognitivo e social. Trata-se de um comprometimento
transformador, no qual a mudança parte do professor e se reflete em sua sala de aula.
Considerações Finais
É preciso entender que a ludicidade é uma necessidade dos alunos,
independentemente da faixa etária, do adiantamento e do nível intelectual. Considerar
ainda que a ludicidade é pessoal, mas que pode ser instigada externamente.
O professor tem ainda a responsabilidade de ponderar as mudanças que acontecem
a todo instante e a diversidade cada vez mais forte. Adaptando-se à elas e aproveitando as
mesmas como possibilidade de qualificar o trabalho pedagógico. Entender ainda que as
mudanças são naturais e que vivemos em um mundo em transformação e devemos saber
interferir neste mundo em evolução, como aponta FREIRE (1996):
“Meu papel no mundo não é só o de quem constata o que ocorre, mas também o de quem
intervém como sujeito de ocorrências.”
Trabalhar pela ludicidade é trabalhar pela mudança, pela aprendizagem
significativa, pela transformação. Mas só é possível com dedicação e empenho, estudo,
atenção às novidades, às ideias reconsideradas a cada olhar sobre cada situação. Isso
precisa ser feito com paixão, tornando a prática pedagógica inspiradora e em constante
evolução.
Referências
ALMEIDA, Anne. Ludicidade como Instrumento Pedagógico, 2009. Disponível em:
http://www.cdof.com.br/recrea22.htm Acesso em 04 de Dezembro de 2012, 22h.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa.
São Paulo: Paz e Terra, 1997.
SÁ, NEUSA M.C. O lúdico na ciranda da vida adulta. São Leopoldo-RS, 2004.
Dissertação de mestrado, Programa de pós graduação em educação, Unisinos.
http://ludicidade-e-educao.blogspot.com.br/ Acesso em 04 de Dezembro de 2012, 22h.
http://origemdapalavra.com.br/palavras/ludico/ Acesso em 05 de Dezembro de 2012, 08h.
http://proavirtualg42.pbworks.com/w/page/18673064/Vygotsky%20e%20a%20Educa%C3
%A7%C3%A3o Acesso em 04 de Dezembro de 2012, 22h.
http://www.cdof.com.br/recrea22.htm Acesso em 04 de Dezembro de 2012, 22h.