A Transformada de Laplace
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1
Instituto de Estudos Superiores da Amaznia
Curso Engenharia Ambiental
Prof. Francisco Jnior
Disciplina Clculo II
A Transformada de Laplace
1 - Integrais Imprprias
Seja ( )g x uma funo definida no intervalo [ , )a . Ento a integral imprpria
( )a
g x dx
definida por
( ) lim ( )
R
Ra a
g x dx g x dx
,
se o limite existir. Quando o limite existe diz-se que a integral converge; caso contrrio,
diz-se que ela diverge.
2 Definio da Transformada de Laplace
Seja ( )F t uma funo de t definida para 0t . Ento, a transformada de
Laplace de ( )F t , denotada por L { ( )}F t , definida por
L0
{ ( )} ( ) ( )stF t f s e F t dt
onde s um parmetro real.
3 - A Transformada de Laplace de Algumas Funes Elementares
A tabela abaixo mostra a transformada de Laplace de vrias funes
elementares.
( )F t L { ( )} ( )F t f s
1 1 1 ( 0)s
s
2 t 2
1 ( 0)s
s
3 nt
0,1,2,3,...n 1!
( 0)n
ns
s
4 ate 1 ( )s a
s a
5 senat
2 2 ( 0)
as
s a
6 cosat
2 2 ( 0)
ss
s a
7 tsenat
2
2 2
2 ( 0)
ass
s a
8 cost at
2 2
22 2
( 0)s a
ss a
-
2
9
1,2,3,...
n att e
n
1
!
n
ns a
s a
10 bte senat
2 2
as b
s b a
11 cosbte at
2 2
s b
s b a
4 Funes Seccionalmente Contnuas Uma funo chamada de seccionalmente contnua ou contnua por partes num
intervalo t se o intervalo pode ser subdividido num nmero finito de intervalos
em cada um dos quais a funo contnua e tem limites laterais, direita e esquerda,
finitos.
5 Funes de Ordem Exponencial
Uma funo se diz de ordem exponencial se existem constantes , e NM
tais que ( )te F t M ou ( ) tF t e M para todo t N .
Exemplo: 2( )F t t uma funo exponencial de ordem 3, pois 2 2 3t
t t e .
Teorema 1
Se ( )F t uma funo seccionalmente contnua em todo intervalo finito
0 t N , com 0N , e se ( )F t uma funo de ordem exponencial , ento sua
transformada de Laplace ( )f s existe para todo s .
Prova: Temos, para qualquer inteiro positivo N ,
0 0
( ) ( ) ( )
N
st st st
N
e F t dt e F t dt e F t dt
.
Como ( )F t uma funo seccionalmente contnua em todo intervalo finito 0 t N , a
primeira integral direita existe. Tambm a segunda integral direita existe, pois ( )F t
uma funo de ordem exponencial pata todo t N . Para verificar isso, observe que
( )F t
t 1t 2t 3t
-
3
0
0
( ) ( )
( )
st st
N N
st
st t
e F t dt e F t dt
e F t dt
Me Me dt
s
Assim, a transformada de Laplace existe para s .
Observe que as condies enunciadas so suficientes para garantir a existncia
da transformada de Laplace. Porm, se as condies no so satisfeitas nada pode ser
afirmado, ou seja, a transformada de Laplace pode existir ou no. Assim, as condies
no so necessrias para garantir a existncia da transformada de Laplace.
6 Algumas Propriedades da Transformada de Laplace
6.1 Propriedade de Linearidade
Se 1 2 e c c so constantes quaisquer, enquanto que 1 2( ) e ( )F t F t so funes
com transformadas de Laplace 1 2( ) e ( )f s f s , respectivamente, ento
L 1 1 2 2 1{ ( ) ( )}c F t c F t c L 1 2{ ( )}F t c L 2{ ( )}F t
= 1 2 2 2( ) ( )c f s c f s .
Prova: Temos
L 1 1 1 1 1 1 10 0
{ ( )} ( ) ( )st stc F t c e F t dt c e F t dt c
L 1 1 1{ ( )} ( )F t c f s
e
L 2 2 2 2 2 2 20 0
{ ( )} ( ) ( )st stc F t c e F t dt c e F t dt c
L 2 2 2{ ( )} ( )F t c f s .
Assim,
L 1 1 2 2 1 1 2 20
{ ( ) ( )} ( ) ( )st stc F t c F t c e F t c e F t dt
= 1 1 2 20 0
( ) ( )st stc e F t dt c e F t dt
= 1 1 2 2( ) ( )c f s c f s .
Exemplo: L 0 0 0 0
{2 3} 2 3 (2 3 ) 2 3st st st st stt e t dt e t e dt e tdt e dt
= 2
1 12 3s s
-
4
6.2 Transformada de Laplace de Derivadas
Teorema 1: Se L{ ( )} ( )F t f s , ento L{ '( )} ( ) (0)F t sf s F , se ( )F t contnua
para 0 t N e de ordem exponencial para t N , enquanto '( )F t seccionalmente
contnua em 0 t N .
Prova: Aplicando integrao por partes, tem
L0 0
{ '( )} '( ) lim '( )
P
st st
PF t e F t dt e F t dt
=0
0
lim ( ) '( )
Pp
st st
Pe F t s e F t dt
=0
lim ( ) (0) ( )
P
sP st
Pe F P F s e F t dt
=0
( ) (0)
p
sts e F t dt F
= ( ) (0)s f s F
Usando o fato de que ( )F t de ordem exponencial quando t , de modo que
lim ( ) 0sPP
e F P
para s .
Teorema 2: Sejam ( ) e '( )F t F t contnuas para 0 t N e de ordem exponencial para
t N , e ''( )F t seccionalmente contnua para 0 t N . Se L { ( )} ( )F t f s , ento
L 2{ ''( )} ( ) (0) '(0)F t s f s sF F .
Prova: Pelo teorema 1, temos
L{ '( )} ( ) (0)G t sg s G .
Fazendo ( ) '( )G t F t , temos
L{ ''( )}F t s L { '( )} '(0)F t F
= [ ( ) (0)] '(0)s sf s F F
= 2 ( ) (0) '(0)s f s sF F .
Exerccios 1
1 Prove que:
a) L {1}1
, 0ss
b) L 2
1{ } , 0t s
s
c) L 1
{ } , ate s as a
d) L 2 2
{ } , 0a
senat ss a
e) L 2 2
{cos } , 0s
at ss a
-
5
6.3 Multiplicao por nt
Teorema 3: Se L{ ( )} ( )F t f s , ento
L ( ){ ( )} ( 1) ( ) ( 1) ( )n
n n n n
n
dt F t f s f s
ds ,
onde n 1, 2, 3, ....
Prova: A demonstrao feita usando induo matemtica.
Temos
0
( ) ( )stf s e F t dt
.
Ento pela regra de Leibniz para derivao sob o sinal de integrao, para 1n , temos
0 0
0
0
'( ) ( ) ( )
( ) ( )
{ ( )}
st st
st
st
df df s e F t dt e F t dt
ds ds s
t e F t dt
e tF t dt
L { ( )}tF t
ou seja,
L{ ( )} '( )df
F t f sds
.
Suponhamos, agora, que o teorema vale para n k , isto ,
L ( ){ ( )} ( 1) ( )k k kt F t f s ,
ou ainda,
L ( )
0
{ ( )} { ( )} ( 1) ( )k st k k kt F t e t F t dt f s
.
Assim, temos
0 0
1
0
1
1 ( 1)
{ ( )} { ( )}
{ ( )}
( 1) ( )
( 1) ( )
st k st k
st k
k k
k k
de t F t dt e t F t dt
ds s
e t F t dt
f s
f s
Portanto, se vale para n k , ento tambm vale para 1n k .
-
6
6.4 - Diviso por t
Teorema 4: Se L{ ( )} ( )F t f s , ento L( )
( )s
F tf u du
t
, contanto que 0( )
limt
F t
t
exista.
Prova: Suponha que ( )
( )F t
G tt
. Ento, ( ) ( )F t tG t . Agora, tomando a transformada
de Laplace em ambos os lados, obtemos
L{ ( )}F t L{ ( )}tG t
( )dg
f sds
.
Da, temos
( ) ( ) ( )
s
s
g s f u du f u du
.
Note que lim ( ) 0s
g s
Exerccios 2
1 Determine:
a) L { }t senat
b) L 2{ cos }t at
c) L 42 te
d) L 23 te e) L 5 tt e f) L 6 2 5cos2sen t t
g) L 3 3tt e
-
7
A Transformada Inversa de Laplace
1 - Definio da Transforma Inversa de Laplace
Se a transformada de Laplace de ( )F t ( )f s , ou seja, L ( ) ( )F t f s , ento ( )F t chamada de transformada inversa de Laplace de ( )f s e escrevemos
simbolicamente por ( )F t L-1 ( )f s .
Exemplo: Como L 31
3
tes
, podemos escrever L-1 31
3
tes
.
2 - A Transformada Inversa de Laplace de Algumas Funes
( )f s L -1
{ ( )} ( )f s F t
1 1
s
1
2 2
1
s
t
3 1
!
n
n
s
nt
0,1,2,3,...n
4 1
s a
ate
5 2 2
a
s a
senat
6 2 2
s
s a
cosat
7
2
2 2
2
as
s a
tsenat
8
2 2
22 2
s a
s a
cost at
9
1
!
n
n
s a
1,2,3,...
n att e
n
10
2 2
a
s b a
bte senat
11
2 2
s b
s b a
cosbte at
-
8
3 Propriedades da Transformada Inversa de Laplace
3.1 Propriedade de Linearidade
Teorema 5: Sejam 1 2 e c c so constantes quaisquer e 1 2( ) e ( )f s f s as transformadas de
Laplace das funes 1 2( ) e ( )F t F t , respectivamente. Ento,
L -1
1 1 2 2 1{ ( ) ( )}c f s c f s c L -1
1 2{ ( )}f s c L -1
2{ ( )}f s
1 1 2 2( ) ( )c F t c F t .
Prova: Exerccio.
Exemplo: L -1
2
4 34
2 16
s
s s
L
-1 13
2s
L
-1 2
24 3cos 4
16
ts e ts
4 Transformada Inversa de Laplace de Derivada
Teorema 6: Se L -1
{ ( )} ( )f s F t , ento
L -1 ( ) ( )nf s L -1 ( ) ( 1) ( )
nn n
n
df s t F t
ds
, com 1,2,3,...n
Prova: Observe que
L ( ) ( 1) ( ) ( 1) ( )n
n n n n
n
dt F t f s f s
ds ,
Portanto,
L -1 ( ) ( 1) ( )n n nf s t F t .
5 Multiplicao por s
Teorema 6: Se L -1 ( ) ( )f s F t e (0) 0F , ento L -1 ( ) '( )sf s F t .
Prova: Exerccio
6 Diviso por s
Teorema 7: Se L -1
( ) ( )f s F t , ento L -1 0
( )( )
tf s
F u dus
.
Prova: Seja 0
( ) ( )
t
G t F u du . Ento, '( ) ( )G t F t e (0) (0)G F . Assim, temos
L '( )G t s L ( ) (0)G t G s L ( ) ( )G t f s .
Portanto, L ( )
( )f s
G ts
ou L -1
0
( )( ) ( )
tf s
G t F u dus
.
Prova: Exerccios (Pesquisar)
-
9
Exerccios 3
1 Encontre
a) L -1
3 2 4
5 4 2 18 24 30
9
s s s
s s s
b) L
-1
2 2
6 3 4 8 6
2 3 9 16 16 9
s s
s s s
.
2 Determine
a) L -1
2
2 2
s
s a
b) L -1
3 21
1s s
-
Prof. Francisco Junior
Email: [email protected]
10
Aplicaes s Equaes Diferenciais
1 Equaes Diferenciais Ordinrias com Coeficientes Constantes
A transformada de Laplace til na resoluo de equaes diferenciais
ordinrias com coeficientes constantes. Por exemplo, suponha a seguinte equao
diferencial linear de segunda ordem
2
2( )
d Y dYa bY F t
dt ds ou '' ' ( )Y aY bY F t , (1)
onde e a b so constantes, sujeita s condies iniciais ou de contorno
(0) , '(0)Y A Y B (2)
onde e A B so constantes dadas. Tomando a transformada de Laplace em ambos os
lados de (1) e usando (2), obtemos uma equao algbrica para a determinao de
L ( ) ( )Y t y s . A soluo desejada obtida encontrando a transformada de Laplace de ( )y s . O mtodo pode ser estendido as equaes diferenciais de ordem mais elevada.
Exemplo:
1 Resolva os seguintes problemas de valor inicial aplicando a transformada de Laplace:
a)
''
(0) 1
'(0) 2
Y Y t
Y
Y
b)
2'' 3 ' 2 4
(0) 3
'(0) 5
tY Y y e
Y
Y
2) Resolva as seguintes equaes diferenciais aplicando a transformada de Laplace:
a) 1)0('0)0(;05'2" yeyyyy
b) 1)0('1)0(;06'" yeyyyy
c) 0)0('2)0(;02'2" yeyyyy
d) 0)0('1)0(;cos2'2" yeytyyy
e) 1)0('2)0(;4'2" yeyeyyy t
f) 1)0('0)0(;sen5'2" yeyteyyy t
g) 5)0('3)0(;1'" yeyeyyy t