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AMwattreA'iwsiA EJW LUi&ojd
li * meu 300réis Àwiunrêo§, linha 20 réis 3 mezes.. .. 90o » Publicações no carpo do
j | Avuiso 10 » jornal, por linha'60 réis QUARTA-FEJMÀ 22 !)E ABRIL DE 1874
rei o nulo da inauguração do monumen-
to! ali levantado á memoria do sr. D. Pe-
dro V.
P.ecebrmos e «agradecemos uni folheto
publicado pelo sr. Miguel Ventura da Sil-
va Pinto.
Intitula-se — Do sulfurador automation
e d.» novo processo da sulfurarão ou van-
tagem dos vinhos e do seu vasilhame.
Dizem nos de Setúbal que o batalhão
de caçadores n.° 1 tenciona brevemente
ir em passeio militar até á vida do Pal-
mella. — — — •• ■■■gri■ irii i
Abre no dia 2 de maio a exposição da
sociedade promotora de bellas artes.
Tem expermienlaou algumas melhoras
a ex.- sr.a D. Olivia de Aboim, filha do sr.
major de engenheiros José de Aboim.
Domingo sae da egreja da Encarnação
com grande pompa o Sagrado Viaticoaos
entrevados.
A' noticia que honuni demos de que a
guerra civil em Hespanha tem custado ao
estado cinco milhões de reales faltou só
dizer— por dia.
Podia ler faltado mais.
Tomou anle honiein posse da escola de
meninas da freguesia de S. Sebastião (ex-
tra muros) a sr.a D. líosa Candida Auré-
lia Ferreira.
HIGH-LIFE
Ai dos povos e doa reis,quando esque-
cem os eternos diciames da verdade e da
justiça! Quando vem esse esquecimento
pôde dizer-se: eis uma coroa partida, eis
um povo que vae morrer.
Saul tinha sido chamado a presidir a
seus concidadãos. Era digno de uma coroa
aquelle moco na flòr da edade, de garbo
so «aspecto, de rosto gentil, de animo es-
forçado, educado n'uma vida rude e labo-
riosa, e no meio de uma familia de prova-
das virtudes' e por isso optima escola de
quem tinha de reger a grande familia de
um povo.
Subiu ao throno, mas o esplendor d'es-
te e da coroa e do sceplro cegaram o,
encheram o de orgulho, alienaram lheos
corações dos súbditos e o coração do pro-
prio Deus. Como deixaria de baquear esse
throno. se lhe faltaram os único- alicerces
do poder, o amor do povoe a sincera pie-
dade? A poucos ânuos de reinado feliz e
glorioso succederam annos de imperarem
no proprio mona relia as ignóbeis paixões
da inveja, do orgulho, do despotismo e da
impiedade. Abandonou o o Senhor até o
deixar succuinbir, ao menos como bom
soldado e com seu filho o valoroso e vir-
tuoso Jonathas, nos campos de Gelboe,
tendo já antes sido destinado e sagrado
para lhe succeder o piedoso, o recto, o
compassivo e nwf>nanimoDavid, que, des-
lustrado lambem por algumas faltas, nun-
ca chegou a perder o amor do seu povo
e a protecção de Deus.
S. Figueira.
Emqu«anlo os soldados do exercito li-
beral estiio bem alimentados, os servido-
res do pretendente passam as maiores
privações. Km consequência d'isto o des-
gosto nas fileiras carlistas augmenta dia-
riamente, continuando as deserções. Pa-
ra as evitar foi publicada uma ordem em
que se aílirma terminantemente que todo
o voluntário que abandonar a causa de
D. Carlos, passando para o inimigo, mata
a seu pae, a sua mac, ou a sua mulher.
Quer isto dizer que, não sendo possí-
vel fuzilar os desertores, estão condem-
nados a solTrer e?-$" castigo injusto e re-
voltante os seus parentes mais proximo?.
Ja é barbaridade.
Fflratn approvados pela junta consul-
tiva de obras publicas o projecto e o or-
çamento da ponte, sobre o rio de Joguei-
ros, no caminho de Sirga na margem di-
reita do Douro, nas proximidades da vil-
la do P« so da Rcgoa.
Foi considerado doente no seu quartel
o sr. Pedro Augusto F. Brandão, capitão
do regimento de infanteria 7.
Acha-se gravemente enfermo o sr. Hen-
rique M;>rdel, dono do «acredit.ado estabe-.
lecimento de serração ao Atterro. Dese-
il 1
SAGUÇAO D!i DAVID
sas e quasi paternaes? No ouvido ainda
tendes a toada da sua voz e certo que nào
esquecestes as bem coloridas historias que
vos contou.
FOLHETIM
0 11AV.0 DE OLIVEIRA
de oliveira nem canas. Arranja-as que te
faço uma gaiola.
— Para guardar os passaros?— inter-
rogaram risonhos.
— isso é que estou para ver. Vocês dei-
xam ficar os cacifres, vem os gatos e de-
pois... vistel o? nem eu. Vào-se aos caci-
fres e roubam tudo.
— Enos vamos espreitar e matamos
todos os gatos — atalharam resolutamen-
te os innocentes facínoras.
Aprendizes mais diligentes e sagazes
nao se apontam. Nada faltava. Este foi
buscar o cutelo, aquelle subiu ao salguei-
ro, um apauhava as varas, outro de*eas-
cava-as... todos queriam prestar. Deste
noviciado no trabalho saiam contentes
os que aprendiam e trislonhos os que
nao poderam perceber o modo de archi-
tectar a rústica armadilha. Não era culpa
do mestre que tinha paciência e solicitu-
de de sobra.
Chamavam-lhe o Sebastião da eira,pois
que na sua de muito que passava os mais
regalados soes aproveitando-a para salla
de visitas. Com génio particularmente af-
feicoado a distracções infantis, não lhe
faltavam palavras para agradar a todos.
Que o digam as raparigas mais sócias,
que lh'.as encontravam de melhor con-
versa que nos parvajolas dos namorados.
Nem tal surprehendé, quando se attender
a que a imaginação da gente moça se
prende gostosamente aos factos que' ani-
mam as coisas mudas com as quaes vi-
vem em camaradagem. O tio Sebastião da
eira coutava «lo passado.dizia do seu tem-
po, era a chronica viva da visinhança. E
quanto é agradayel saber que, as pyrami-
des do adro, o sino grarde, a cruz "levan-
tada no caminho, a carvalheira, o moi-
nho... já foram amados; sentern-no, me-
lhor que os velhos, os novos para os quaes
o espaço nao tem limites nem horisontes.
E nem só creanças bulhentas e rapari-
gas sírias, também outras pessoas por ali
vinham.
O padre Clemente Carvalhosa, aquelle
padre Clemente cura de Ruivães, que ti-
nha uma rabugenta irmã chamada Theo-
dora e um criado de nome Simão, offere-
cialhe da sua caixa prateada e gastava
na eira frequentes horas.
No dia apontado, quando o velho dis-
ciplinava os contentes amigos, o portal da
entrada abriu-se e a figura do bom padre
desenhou-se no ar da porta. Primeiro que
pelo ranger dos gonzos, foram «acordados
pela vÕ7 sacerdotal.
—Viva o senhor Sebastião. Então que
rapaziada é esta?
—São os meus amigos senhor cura. En-
sino-lhes a fazer um pacific. Quando era
assim gostava que me ensinassem.
—E aprendem ou nào?!—dava-lhes a
mao a beijar.
—Vão indo a pouco.
—Talvez atinem mellípr que para a
doutrina. Aquelle bregeiro do José da
manca no domingo passado não sabia o
credo. Deixa estar — voltáva-se para o
ignorante — que se hoje e não souberes
farei queixa a tua mãe.
Um gordo pequeno vestido com sim-
plicidade indiMTeta que relembrava a dos
habitantes do famoso paraisó interroga-
va-o com viveza.
— O' tio Bastião quando me ensina a
fazer um cacifre?
— Ensino-te hoje; mas o que me dás
tu?
— Dou muitos melros—respondeu de
prompto.
— Ensine-me antes a mim tio Brandão
que lhe dou mais — incitava outro inve-
josamente.
— E não me ensina a mim? — chora-
mingava um terceiro.
— Ensino-os a todos, mas se não apren-
dem vae tudo razo — aílirmou gesticulan-
do colérico.
— Eu cá aprendo — respondeu um des-
temido.
— Eu aprendo melhor.
—Cacifres sei eu. O tio Bastião ha de
ensinar a fazer alçapões não ha de?
— Não pôde ser tudo. Hoje vamos ao
c.acifre — volveu fmgidarnente impacien-
tado.
— E o alçapão?
— Isso é do bico amarei Io! — retorquiu
levantando a cara e espremendo um «as-
sobio. Isso é de bico amarello!
— Mas já aprendi o cacifre.
— Pois sim; mas agora não ha varetas
BENTO MORENO
.... demisit coiumbam ex
arca.—Genesis.
P.ara esmerilhar a fresca historia da se-
m.ana não ha como um domingo com sol
animador e atmosphera olorosa. O adro é
o legendário soalheiro e o final da missa
a hora conhecida.
A satisfação corporal dos conversado-
res convida a leves maledicências que não
são peccados. Ditos risonhos, innolfensi-
vas malícias que pouco valem, indispon-
do só abespinhados que nào sabem retor-
quir. E' um discorrer a gosto com as
mãos crusadas atraz e o chapéu levanta-
do á torre para nào reservarem pensa-
mento. Isto °m quanto esperam o jantar.
Pela volta das onze estará arrefecendo na
tigela o olhudo caldo com o naco de toi-
cinho a lume. A conversa, todos sabem,
que é bom amargo para abrir apetite.
Certo grupo artisticamente original me
apertava curiosamente. Era simples, vivo
e cheio de graça. Um octogenário de as-
pecto bondoso, olhar macio e palavra re-
veladora de bom coração, enlretinha-se
com umas creanças bulhentas e alegres.
Qual de voz, meus amigos, não conheceu
um velho, que vós desse caricias alfectuo-
►
i
DIÁRIO ILLUSTRADO
BOLETIM DO DIA
Já séculos antes da ora christã, a de-
mocracia se esforçava por entregar a au-
ctoridade suprema dos povos a um go-
verno puramente popular,em que asclas-
ses abastadas nào podessem exercer a sua
influencia, nem intervir na gerencia dos
negocios públicos.
A luta, portanto é de séculos, e^ conti-
nuará em quanto a luz da rasào nao
estiver de todo apagada para ser substi-
tuída pelas trevas de uma utopia inquali-
ficável, proclamada pela Democracia da
rua de S. Boaventura.
Esta utopia é para os caracteres de es-
pirito exaltado a grande reformação so-
cial, o complemento da liberdade que os
codigos concedem ao homem, o Iuisse7.
faire e o laissez passer, da humanidade
inteira; emfim, a traducçào em factos do
grande aforismo social; direito ao traba-
lho, que o proprio Sólon, cuja auclorida-
de é tào lembrada pela Democracia nun-
ca proclamou nem fez proclamar no seu
Areopago, onde elle foi conhecido pelo
Archonte e soberano legislador.
Os democratas de Alhenas nào tinham
na sua legislação principio algum estatuí-
do que lhes desse direito de reclamar
trabalho á auctoridade, porque Solou sa-
bia que esta doutrina era uma olíensa ao
direito da propriedade, um systema de
viver á custa dos outros. Protegia-se quan-
to possível o operário dentro dos limites
da liberdade individual; mas este procu-
rava no salario a sua emancipação tor-
nando-se ecouomico, morigerado, e exem-
plar.
A auctoridade vigiava-o, e pedia-lhe
estreitas contas do seu comportamento, e
até castigava nào só aquelle que nào tra-
balhava senão também o que arruinava o
seu patrimonio. Fazia-se mais, fulmina-
va-se com penas severas os filhos que nào
queriam sustentar seus paes.
Athenas era livre, e o direito de traba-
lhar estava garantido pela assembléa po-
pular.
As sciencias, as artes, o commercio, a
industria, a manufactura, e todas as ou-
tras especies da vida activa do trabalho
nào conslituiam monopolio nem do ho-
mem nem de qualquer associação. Todos
procuravam ser úteis a si e á socie-
dade.
Se Solon proclamou uma eterna verda-
de dizendo que a democracia tem por ba-
se a liberdade e a propriedade, bem vêem
os apostolos da nova seita aemocratica
que Portugal está em perfeitn Athenas, e
que é mal cabida a sua lamenlaeào quan-
do pede q.te todo o homem seja cidadão e
comparta nos negocios da republica, que
São de todos.
Ora, a liberdade e a propriedade, a re-
ligiào e a familia, as sciencias e as artes,
o commercio e a industria, a agricultura,
e todos os elementos do trabalho, ahi es-
tão assegurando cada vez mais que em
Portugal as suas instituições protegem o
verdadeiro cidadão, o homem que se de-
dica ao lavor e ao estudo.
E a Democracia tem o exemplo na pro-
pria casa, onde alguns dos seus membros,
filhos humildes do povo, subiram ás mais
altas posições da sociedade.
Nào ha pois motivo para levantar a voz
em grita contra as nossas instituições que
são libérrimas eo systema economieo em
que todas as suas doutrinas de livre con-
correncia são um seguro penhor de pros-
peridade c de ordem para Portugal.
Os membros do partido progressista
historico, residentes em Braga e em Coim-
bra estão promovendo subscripção a fa-
vor da familia do finado Santos e Silva.
O conselho do districto approvou a de-
liberação da camara municipal de Lisboa
eira sentia-Ibe differença. O cura pousou
docemente a vista no fundo valle.
—Tem estado lindo tempo, senhor pa-
dre Clemente.
—Oh! magnifico. E as sementeiras co-
mo vão?
—Quasi tudo amanhado. Agora do que
se precisava era d'uma regasita para pu-
xar, que vão rareando os pastos.
—Deus é pae e ha de acudir com o ne-
cessário.
—Assim seja senhor cura.
• •
Nova pausa. Ao longe o somnolento
mugido do boi e na cerdeira perto o ás-
pero gorgeio d'um passaro; factos estes
que o padre atou como por um fio, de-
senhando com o olhar uma curva, que
principiou onde gemia o boi e morreu on-
de cantava o passaro.
—Que cerdeira tào carregada de flôr—
recomeçou o cura.
—E que dá boas cerejas no tempo.
—Sào bicaes?
—Nào senher são pedraes.
—Oh! tenho-as lá magnificas —respon-
deu como entendido.
—Estas sào rijas como pedras.
Calaram-se.
«O que trará por aqui o cura antes de
almoçar, pois que vem de dizer missa, e
d'um modo tào preocupado!»
N'isto scismava o velho.
«É que está bem ao sol» — terminou
comsigo.
Porém as novas repetições e frequentes
pausas mostraram-lhe que andava ali
coisa.
que concedeu aos srs. conde de Penama-
cor e Antonio Paes de Saúde e Castro a
construcçào e a exploração denm merca-
do no Campo de Santa Clara.
O sr. Oliveira, que estava plantado jun-
to de uma porta na rua do Poço dos Ne-
gros, tornou-se suspeito á policia, e foi
capturado e transplantado para a estação
policial.
Rasgou o capote ao captor.
Os carlistas sofTrem grandes faltas de
dinheiro Teem por isso muito atrazado o
pagamento aos devotados á causa.
A commissão de beneficência da fre-
guezia de Santa Justa e Ruflna foi hon-
tem visitar todas as pessoas necessitadas
que soceorre mensalmente, para tomar co-
nhecimento do estado de pobreza década
uma d'ellas e prover-lhes do remédio.
Entendemos que é assim que se deve
cumprir tào nobre missão; e bem hajam
os membros d'esta commissào que nào se
poupam a incommodos para poderem re-
partir com justiça as esmolas que lhes
sào conliadas.
Na ultima ordem do exercito voem pu-
blicadas as leis militares aprovadas pelo
parlamento na ultima sessão legislativa.
llontem pelas 10 horas e meia da ma-
nhã, caiu fulminado por uma apoplexia
no armazém de vinhos do sr. Romão,na rua
dos Douradores, o cortador do talho «lo
2.° quarteirão da rua da Pr.ita, Antonio
Maria de Assumpção, conhecido pelo Ma-
rat has.
O infeliz deixa ficar mulher o 3 filhos,
dos quaes o mais novo tem poucos dias
de existencia e devia ser baptisado hoje.
Os eollegas do fallecido quotisaraui-se
para lhe fazerem o funeral.
Ficou depositadona casa mortuaria do
hospital de S. José.
Consta que 1). Carlos mandou fusilar os
chefes encarregados do bloqueio de Bil-
bao.
Recebem-se até ao dia 18 do mez de
maio no lyceu nacional de Lisboa os re-
querimentos das alumnas que pretende-
rem ser admittidas a exames finaes.
De um jornal de província tiramos a
noticia que hontem demos de que falle-
cera o sr. Manuel José de Sousa Junior,
antigo deputado ás cortes e presidente da
camara municipal de Figueira da Foz.
Melhor informados, podemos dizer que
quem deixou de existir nào foi aquelle ca-
valheiro, mas uma filha sua, a ex.n,a sr."
D. Maria da Gloria Bastos Sousa.
Consta-nos que está oscripturado para
um dos theatros do Porto o actor Samuel,
que para ali irá nos princípios de ju-
nho.
O sr. Manuel Baptista Camossa Nunes
Saldanha, presidente da camara munici-
pal do concelho de Arouca, enviou nos o
relatorio que apresentara em dezembro
áquella corporação.
Agradecemos.
Saem hoje do lazareto os 93 passagei-
ros que vieram do Brazil nt vapor Po-
tosi.
Falleceu na sua casa de Telhadella o
sr. Antonio Domingues Pinto, agricultor
e vereador da camara municipal de Al-
bergaria.
A subscripção promovida pelo centro
progressista historico a favor da viuva e
filhos de João Antonio dos Santos e Silva
está em 2:014£750 réis.
Publicaram-se as folhas 30.a e 3l.a do
2.° vol. da obra Os crimes dos papas, edi-
tada pelos srs. Barata & C.a
Alcançam ao 180.° papa, Celestino III.
•O que será?»
E passou em revista.
«Dinheiro nào que é remediado.»
«Conselhos... é um sábio.»
«Serviços para lavoura não costuma pe-
dir»
«O que será?»
O padre Carvalhosa entretinha-se en-
contrando difliculdades na remoção d'uma
pequenina pedra com a ponta da benga-
la. Chegou a desenhar na terra da eira um
sulco curvilíneo. Mostrava-se enredado em
pensamentos.
O velho Sebastião não gostava de ca-
beças occupadas com tristezas. As nuvens
faziam-lhe sombra e para elle que era ve-
lho unicamente o sol tinha valor.
N'esta scena em que os interlocutores
pareciam dormentes, nova personagem
veiu dar golpe. Abrindo-se o portal entrou
uma rapariga em trajo domingueiro. Nào
era uma belleza estatuaria digna do cin-
zel altivo de Buonaroti. Um photographo
melhor que um pintor revelaria os traços
complexos da feição. Porém o photographo
não despresando as linhas secundarias faz
desmerecer as que no rosto aecentuam
a animação e a vida. Wandick empregan-
do as finas tintas e a curva primorosa
mostrava-nos outra que nào ella. Melhor
seria não a retratar.
Era morena, tinha olhos negros, cabei-
los azevichados e opulentos. De estatura
airosa, pequena e redonda. Nào se encon-
tram vinte annos melhor garantidos. Le-
ve como um pisco, adornada como uma
capella, alegre campo um campo florido,
risonha como a alegria, entrou na eira
Clarita, a neta e futura herdeira do tio Se-
bastião.
Que modificação no rtsto do cura!
Os empregados da dfandega de Serpa
apprehenderam nos últimos dias em Bar-
rancos 119 volumes de tabaco.
A ex.— sr.- D. Julia Sophia de Oliveira
Alves Gutierres,directora da Escola Fran-
co Britannica, em que estava recebendo
educação uma das filhinhas do sr. Santos
e Silva, logo que soube das precarias cir-
cumstancias da sua viuva, off*Teceu-se
para continuar a educação gratuitamente
á sua antiga discípula.
Faz ámanhã exame de licenciado na fa-
culdade de philosophia, na universida-
de de Coimbra, o sr. AITonso Maria de Al-
meida Leitão. • ^,.
A'manha, pelas 10 horas da manha, ce-
lebra se na egreja dos Martyres uma
missa por alma da sr." duqueza de Ca-
xias.
Corre em Monsào que vae ser redobra-
do o destacamento d'aquella villa e que
serão fortificadas as muralhas.
Foram vaccinadas ante-hontem na re-
partição vaccinica do commissariado de
policia 24 creanças e 20 praças do exer-
cito.
A secção photographica da commissão
geodésica obsequiou-nos com alguns» xmh-
plnres dá planta de Bilbau e seus arra-
baldes, desenhada pelo sr. Peixoto.
Agradecemos.
Entrou ha dias no hospital da divina
providencia de Villa Real um habitante
de Galliza, que se queixava do ter sido
espancado, em Villarinho de S. Romào,
por alguns indivíduos d'essa localidade.
Diz um jornal de Aveiro que n'uma
freguezia de certo concelho d'aquelle dis-
tricto ha um parodio que é coveiro, sa-
christao, juiz eleito, escrivão deste juiz,
aiugador de cera, regedor de parochia,
zelador, e guarda rural.
Surprehende ver tantas aptidões reuni
das n'um só inlividuo.
A empreza de Leitura para todos, de
que é director litterario o sr. Camillo Cas-
tello Branco, e de que são collaboradores
òffectivos os srs. Germano de Meyrelles e
Alberto Sampayo encetou a publicação de
uma nova obra.
Intitula se Considerações geraes ácerca
das associardes operarias e é traduzida
de Eugénio Véron.
Saiu á luz a 1." folha.
Saem hoje do lazareto os 220 passagei-
ros que ha dias chegaram do Brazil no va-
por Valparaiso.
O préstito que hoje conduz os restos
mortaes do fallecido sr. general barão de
Sabroso ao cemiterio occidental, deve
sair do arsenal de marinha pouco depois
das 4 horas da tarde, sendo acompanhado
pelo regimento de lanceiros 2, de que o
mesmo finado general fora coininan-
dante.
No cemitério serào as devidas honras
fúnebres prestadas por uma bateria de
art'lheria n.° 1 e pela segunda brigada de
infanteria sob o commando do sr. gene-
ral França.
Acham-se actualmente no hospital mi-
litar permanente de Lisboa 491 doentes,
entrando n'este numero um tenente coro-
nel, uni major, dois tenentes, e um alfe-
res. •
Foi hontem de manhã sepultado no ce-
miterio oriental o fallecido sr. Joào Qui-
rino de Almeida, 1." official reformado
com honras de major, pelo que lhe foram
prestadas as honras fúnebres pelo bata-
lhão de caçadores n.° 5.
Um conhecido republicano em Madrid
vae contestar, em uma serie de artigos, a
Aquella imagem, aquella traquinice ju-
venil, aquella satisfação interior desatan-
do em riso espontâneo, restituiram-o
quasi ao bom parecer,
—Ainda agora da missa? Cuidei que
já estavas em casa.
O avô respondeu :
—É que foi chamar uma gente para
um serviço.
—Sua benção senhor cura, sua benção
meu avô — disse a engraçada Clarita, co-
nhecendo que nào havia' necessidade de
responder.
—Deus te abençôe — disseram os dois.
—E te faça uma santa — acrescentou o
cura.
—Com licença senhor cura que vou dar
volta ao jantar. Já o avôsinho ha de co-
meçar a ter fome, e eu levo-o atrazado.
—Vae lá, vae [á — volveu o cura dan-
do-lhe o beija-mào.
—Não'te descuides que são dez horas
— confirmou o avô observando o sol.
—É um anjo esta pequena — insinuou
o reverendo.
—É uma mulher de casa — emendou
o velho.
—Tem rasão. Esses é que são os ver-
dadeiros anjos. Quem trabalha e cura das
obrigações não pôde ser mau — confir-
mou sentenciosamente.
—Por assim dizer, ella é que faz tudo
n'esta casa. E o senhor cura pôde acredi-
tar que anda tudo como um brinco.
—Está uma rapariga casadoira, insuflou
traiçoeiramente o cura.
—Casadoira, não senhor. E nova, sim,
é muito nova.
—Mas se tem todos os requesitos d'uma
bôa dona de casa.. .—atirou pela segun-
da vez.
doutrina do íbftrefo em que o sr. Pi y
Margall trata de justificar o seu compor-
tamento emqnanto foi presidente do po-
ller executivo da republica.
A produeçào total de carvão no reino
unido,que era de 3.667:472 toneladas em
1856 subiu a 120.000:000 em 1873.
Segundo diz a G zeta Industrial pre-
para-se um novo con flicto em Inglaterra
nas industrias de ferro e (Kí carvão. Os
patrões sào os que se declaram agora em
greve uma vez que os operários nào acei-
tem uma reducçào nos seus salarios. Em
Glasgow esta questão produziu já a sus-
pensão de trabalho, e receia-se que ou-
tro tanto succeda em toda a Inglaterra.
Foi encontrado morto, na travessa de
Santo Antonio da Gloria, Antonio Luiz
Marques, raoço de fretes, de 54 ânuos,
natural d«- Valença do Minho.
A opinião do facultativo que verificou
o óbito é que o homem suceumbiu a uma
apoplexia fulminante.
Desabou ha dia» na Covilhã um arco
com o telhado da egreja de Santa Ma-
ria.
Felizmente não ha desgraças a lamen
tar. ■ i — mm- ■
Amainou o mau tempo que tem reina-
do na co-ta Car.tabrica. Para se fazer idéa
de quanto foi violento o temporal, basta
dizer que a companhia de vapores que ha
quatorze annos faz o serviço do correio
entre Santander e Cuba só agora foi obri-
gada a demorar a saida de um dos navios
por causa da grande tempestade.
Segundo parece este anno tornaram se
moda, em vez dos program mas eleitoraes,
os protestos no curso superior de let-
tras.
llont«m publicámos o protesto do sn
Joào de Sousa Acaujo e já hoje publica-
mos outros dois.
Um é do sr. Carlos de Moura Cabral e
outro dos srs. Joaquim José Gião e Augus-
to do Carmo Ferreira de Simas.
Publicamol os pela ordem porque os re-
cebemos o sem commentarios.
Sr. redactor.—Em presença do protes-
to que o rueu dislincto collega no curso
superior de lettras, o sr. Joào de Sousa
Araujo, insere hoje no acreditad ) jornal
de v. sobre'o procedimento do sr. Viale
no incidente que suscitou na academia
real das sciencias a honrosa proposta pa-
ra Ernesto Renan fazer parte d'aquella
corporação,permitia me v. que diga tam-
bém duas palavras sobre tal assumpto,
explicando o motivo por que da minha
parle não houve a adhesào de que o si-
gnatário do protesto parece resentir-se.
Entendo que a minha humilde qualida-
de de alumno d'aquelle curso não me con-
fere. direito algum de protestar contra o
procedimento do sr. conselheiro Viale,
oo de. outros cavalheiros na reji-içào da
proposta, pois acho pwfeilamente licito a
todos os membros da academia êmittirem
o sen voto em qualquer sentido nas dis-
cussões que ali se ventilam.
E' assim que eu interpreto a liberdade
do voto, a liberdade da consciência e a
sua inviolabilidade!
Na minha modesta opinião, entretanto,
decisão da academia nao está á altura da
primeira corporação scienlifica do nosso
paiz.
E lamento que um dos vultos mais
illustres da litteratura contemporânea,
um dos trabalhadores mais intrépidos
que a Franca tem gerado, um dos ta-
lentos mais privilegiados da Europa fosse
tào mal apreciado pelos sábios da nossa
terra.
Não adherindo ao protesto que acaba
de lavrar o meu amigo e collega, aqui
consigno o meu humilde sentimento, pelo
—É certo que tem; mas é bom dar tempo
a que afructa amadureça. Raparigas sào
como as uvas, as maçãs, as peras e tudo
mais chegando a certo tempo tem
uma cor de appetecer, mas vae-se vér e
nào se lhe mette dente.
—Mas o Thomé Barbante nào tem pa-
lavra de casamento com Ciarita? — inda-
gou suspeitoso.
—Sim senhor; dei consentimento; mas
não para já. Nào se perde por deixar ama-
durecer a fruta.
Sua reverendíssima entrou rasgadamen-
te com estas palavras:
—Pois amigo e senhor Sebastião é por
esse motivo que hoje o vim conversar.
—Ora essa, senhor cura! — encarou
surpreendido.
—Nem mais, nem menos é isto. Estava
com receio que o Barbarte me nào intei-
rasse da verdade. Rapazes, quando se
trata de coisas assim, ainda que sejam co-
mo o Barbante... o senhor Sebastião bem
o entende. Pediu-me o Thomé para inter-
ceder pela abreviação do casamento. Achei
o pedido justo e não me recusei.
—Não mentiu, nào senhor — respondeu
com alguma difliculdade. É isso mesmo...
quero que esperem...
—Nào sei se fará bem...
—Vossa reverendíssima aconselhará...
—A terem de casar, não vejo mal em
que seja um anuo mais cedo.
—Queira vossa senhoria perdoar o meu
atrevimento, mas será bom deixar ama-
durecer a fructa. A minha neta tem só
vinte...
—Os seus muitos annos e boa palavra
valem. Como bom amigo, entendo senhor
Sebastião que devemos ceder em muitos
pontos. O meu dever de pastor obriga-me
a que lh'o diga...
menosprezo que mereceu a alguns aca-
démicos o nome dislincto de iKrnesto Re-
nan, o auctor illustre de tantos livros de
sciencia e de litteratura. entn* os quaes
avultam esses monumentos grandiosos o
ArUe-Christo e a Vida de Jesus.
Agradecendo a v. a publicação d'es-
tas linhas respeitosamente me asssign»
De v. etc.
Carlos de Moura Ca br ai..
21 de abril, de 1874.
Depois das declarações que teem feito
na imprensa aigunsalumnos do curso su-
perior de lettras, com respeito aos aca-
démicos que votaram a rejeição de Ernes-
to Renan, e com especialidade sobre um
protesto que se disse tencionavam dirigir
ao sr. conselheiro Antonio José Viale, en-
tendemos que, aos alumnos que ainda
nào manifestaram a sua opinião, a leal-
dade lhes está indicando que nào podem
eximir-se a apresentai-a. O silencio tal-
vez fosse com modo, mas nào era digno.
Respeitamos o voto dado pelo sr. con-
selheiro Antonio José Viale, porque en-
tendemos que leve origem na sua con-
sciência, mas declaramos também con-
scienciosamente que lamentamos do inti-
mo d'alma que s. ex." nào tenha a honra
de ter por collega E. Renan.—Joaquim
José Gião, Augusto do Carmo Ferreira de
Simas, alumnos do curso superior de let-
tras.
Já está publicado em Madrid o primei-
ro dos cinco volumes que com o titulo de
.4 republica de 1873, apontamentos para
escrever a sua historia, o sr. Pi \ Margall
começou e promette continuar a escre-
ver.
Falleceu o sr. Antonio José da Silveira,
major reformado, e professor de desenho
na escola naval.
Diz o periodico hiIbainho Irurac-bat
que todas as noites se ouve de Volantin
um pregador carlista que excita os habi-
tantes de Bilbao á rendição, asseverando-
lhes que é inútil qualquer resistencia.
Uma carta de Barcelona diz que os in-
ternacionalistas e cantonaes se agitam so-
bremodo n'aquella cidade, e julga neces-
sário o emprego da maior vigilancia para
que a ordem não seja alterada.
Eis os soldos que o pretendente paga
aos seus servidores, e esses mesmos atra-
zados: capitão general 4:000 reales men-
saes, tenente general 3:000, marechal de
campo 2:000, brigadeiro 1:000, coronel
600. tenente coronel 500, majores 400,
capitãss 300, tenentes 200, e alferes 100.
Como se vé um alferes tem apenas réis
45500 da nossa moeda.
Elio é entre os chefes ao serviço de
D. Carlos o único que tem a patente de
capitão general.
Falleceu em Bragança o sr. Pedro Al-
b no da Silva Barros, capHIào de cavalla-
ria 7. Tinha a graduação de capitão.
Está hoje no serviço de ronda superior
á guarniçao da capital o sr. tenente coro-
nel do regimento de lanceiros 2.
Indo no domingo o sr. general Barrei-
ros passar o dia com sua familia na sua
casa em Pedroiços, caiu tào desastrada-
mente pela escada da casa que f-z uma
grande ferida na cabeça. Prestaram-lhe
os primeiros soccorros os srs. Souzas de
Belém, e de Pedroiços, eoniinuando-o a
tratai-o em Lisboa o seu antigo amigo e
sr. A. M. Barboza.
Marchou para Aldeia Gallega do Riba-
tejo uma escolta do regimento de infan-
teria 5, a fim de acompanhar um preso
que têm de ser processado n'aquella co-
marca.
—Porém, senhor cura, sào tão no-
vos !...
N'este momento o padre divisou o Bar-
bante que vinha vigiar as sementeiras. -
—Ahi vem Thomé. Vem cá ó rapaz; —
chamou acompanhando-se com um gesto
largo de bengala.
—Deus nosso Senhor os salve, — tarta-
mudeou embaraçado.
—Jogo franco. Teu tio guarda escrúpu-
los em consentir no casamento já. Nào é
isto verdade, senhor Sebastião?
—É meu senhor cura. Vossa senhoria
também entende que a fruta se quer ma-
dura, Estão muito novos...
—Estás n'estas idéas Barbante?
—Eu senhor...— linguou compromet-
ido — como vossa senhoria e meu tio en-
tenderem. Já tenho vinte e cinco e Clara
vinte.
—Teu tio diz que é bom esperar mais
tempo.
—Já tenho vinte e cinco e Clara...—
repetia.
—Ora aconselhe vossa reverendíssima
— interrogou o velho sem encarar o so-
brinho.
—A minha opinião é a dos noivos. São
o meu rebanho e eu devo mostrar lhes o
melhor caminho. Quando ha boas inclina-
ções a edade nào pôde ser um impedi-
mento. Se o não entendesse tal como o
digo, não vinha cá. Lá o diz o livro santo
«que não é bom viver o homem sem a
mulher.»
Ao noivo quasi se lhe dobraram os joe-
lhos, de agradecimento.
(Continua).
DIÁRIO ILLUSTRADO
Apresentou se já de licença registada o
sr. alferes graduado do regimento de ca-
▼aliaria 4, Augusto Serrão de Faria Pe-
reira,
A Gaceta de Hespanha publica o se-
guinte despacho do general em chefe do
exercito do Norte:
«O tempo continua chuvoso, mas cedeu
o temporal. Vào-se recompondo as bate-
rias e providenciando sobre os prejuízos
causados pelo mau tempo na linha avan-
çada.»
E nada mais!
O batalhão de caçadores n.* 2 e o regi-
mento de infanteria 16 fornecem hoje a
ronda de visita na capital; e em Belem
deve ser fornecida pelo regimento de lan-
ceiros.
Na tarde do dia 19 realisou-se em Se-
túbal uma procissão; saindo esta da egre-
ja de S. Sebastião com grande pompa, e
acompanhada pela olTleialidade do bata-
lhào de caçadores n.# 1, epor uma guar-
da de honra do mesmo corpo sob o com-
mando de um capitão.
Na Rioja deu-se mais um d'esses san-
guinolentos episodios a que as republicas
do Rio da Prata nos teem habituado.
O coronel Gordillo, que commandava
algumas forças nacionaes destacadas na
província recebera ordem do governo cen-
tral para d ali se retirar, alim de que não
tomassem incremento os condidos que en-
tre ellee o governador de Rioja se tinham
dado.
Quando o coronel se retirava com suas
forças, foi atacado p,-lo governador á fren-
te d outros da província, travou-se luta
em que houve grande numero de mortos;
o governador foi derrotado, e dizem uns
que morreu combatendo e outros que foi
fuzilado por ordem de Gordillo.
O regimento dê infanteria n.°5 tenciona-
va fazer hontem de tarde exercício geral
no campo proximo ao seu quartel.
O infeliz José Lourenço que foi esfa-
queado na rua daEscolaPolylechnica pe-
la madrugada de domingo falleceu, e foi
enterrado hontem de tarde no cemiterio
occidental.
O caixão,que saiu do hospital de S.Jofé,
era levado á mão acompanhado de uma
philarmonica ede grande numero de in-
divíduos. No tran>ito o acompanhamen-
to engrossou 9uccessivãmente.
O pobre rapaz, com quanto de condição
humilde, porque era criado do sr. mar-
quez de Vianna, tinha muitas sympathias
e grande numero de amigos.
O sr. marquez de Vianna, vendo de
dentro de uma das janellas do seu pa-
lacio ao Rato passar o sai mento, chorava.
O enterro foi feito ã custa de uma com-
missão.
Para o commando de infanteria n.° 12
foi nomeado o sr. coronel Joaquim José
d'Almeida, pessoa de estimáveis qualida-
des e de quem esperamos uma feliz ge-
rencia n'aquella corporação pelo seu génio
disciplinador.
Publicou-se o 7.° fascículo do romance
de Junio Verne—Da terra d lua—editado
pela empreza Horas Romanticas.
Acha-se de novo considerado doente no
seu quartel o sr. capitão Francisco Maria
de Bettencourt, do regimento de infante-
ria n-° 7.
Pedem-nos que transcravemos do «Jor-
nal do Porto» o que ali se diz acerca do
Sr. Feuerheerd,.fallecido no dia 17 do cor-
rente.
Fazelmol-o, com a devida vénia.
«Falleceu hontem de manhã, achando-
se em perfeito estado de saúde, e quando
acabava de escrever um artigo sobre a in-
negavel importancia da construcção do
porto artificial de Leixões, o decano dos
negociantes estrangeiros d'esta cidade, o
sr. Diedrich Mathias Feuerheerd, na a-
vancada idade de 83 annos.
«O sr. Feuerheerd era natural de Ham-
burgo, e tornou-se notável não só pela sua
inexcedivel actividade, mas ainda pela no-
breza de sous sentimentos.
«Liberal de coração, aquelle respeitável
ancião prestou relevantes serviços á causa
constitucional d'este paiz, especialmente
durante a memorável época desde 1828
até 1833.
«Ásua iniciativa e caridade foi devida
durante o cerco a instituição da sopa eco-
nomics, de que se distribuíam milhares
de rações para matar a fome a um sem
numero de indigentes, cuja sorte de certo
teria sido desastrosa, sem aquelle valioso
auxilio.
• O sr. Feuerheerd, além de hábil ne-
gociante, e de génio emprehendedor, pres-
tou um grande serviço á mineralogia, ex-
plorando as minas de chumbo do Braçal,
para o que teve de vencer muitas contra-
riedades e desgostos; e era com verdadei-
ro enthusiasmo que elle contribuía com
seu auxilio para todas as emprezas de gran-
de alcance.
«Ainda ha cerca de dois mezes festejara
elle o 50.° anniversario do seu consorcio.
Nessa occasiào o imperador da Allema-
nha o elevara acavalleiro daCorôa deFer-
ro. Achando-se reunido com sua família
e Íntimos amigos que tomaram parte n'a-
quella festiva comrnemoração, o sr. con-
sul da Allemanha o condecorou, com as
felicitações do seu imperador.
«Visível foi a sua commoção etão gran-
de o choque moral que recebeu com aquel-
la honrosissima distineção, que é possível
2ue ella contribuísse para lhe abreviar os
ias de vida.
«O sr. Feuerheerd era cavalleiro das
ordens de Christo e da Conceição. Seu
trato era agradavel, instructivo e lhano,
e quasi proverbial sua hospitalidade.
«Deixa viuva, dois filhos e tres filhas ca-
sadas e um filho solteiro, o sr. D. M.
Feuerheer Junior, chefe da antiquíssima
firma de D. M. Feuerheerd Junior & O;
suas filhas aeham-se na Allemanha, e o
sr. Francisco Feuerheerd dirige as Minas
do Braçal.
«A todos nossos sinceros pesames. »
M.
ÉVORA, 19 de abril—Os estudantes do
lyceu d'esta cidade levaram á scena no
theatro Eborens?, pelas ferias da Paschoa,
o drama historico do sr. Eduardo Coe-
lho, em dois actos e tres quadros—Op-
pressão e Liberdade, e as comedias—J.
li. e o Tuborda no Pombal.
O desempenho foi regular, e os jovens
académicos foram muito applaudidos,
apesar da sua inexperiencia scenica.
Na ultima recita e final do 3.° quadro
do drama, um cavalheiro recitou por ob-
sequio uma poesia allusiva a factos histó-
ricos da heroicidade luzitana, sendo tam-
bém muito applaudido por todos os espe-
ctadores, que assistiram em pé á recita-
ção da poesia, tocando a orchestra em se-
guida o hymno da restauração, entre os
vivas unisonos dos actores â independên-
cia portugUeza e as frenéticas palmas dos
espectadores, sincera, enthusiastica e hon-
rosa manifestação do amor pátrio, que a
tradicção gloriosa de seus antepassados
impl.-ntou no seio dos eborenses.
—Vae apparecer brevemente n'esta ci-
dade uma publicação intitulada A Voz do
Povo (jornal dos operários)> cujo prospe-
cto, além de outras idéas democráticas
que se propõe defender, promette também
emancipar o p<*o e arrancar a mascara
aos falsos Catões, expondo os aqui no pe-
lourinho da imprensa.
Pena é que apoz a queda do pelourinho
da praça publica de Évora, dos pelouri-
nhos, Pharol, Lileno e Voz do Povo (pam-
phleto), venha mais um pelourinho ater-
rar o proprio povo, mostrando a estra-
nhos e conterrâneos que n'esta cidade se
aprecia tanto a sublime instituição da im-
prensa que até mesmo, depois ile tres u
quatro liberaes sinceros terem derribado
a columna tosca e affrontosa da praça pu-
blica, vem a especulação do proletariado
edificar um pelourinho com os materiaes
modelados, por Pedro Sclioeffer, querendo
assim glorificar a emancipação de um
povo!
Ha effectivamente zangãos de todas as
procedências, como diz o prospecto, que
por vários modos ambicionam um favo
alheio, acrescentamos nós.
Defenda o novo campeão as garantias
beneílcas do pacto social, que a liberda-
de outhorgou a este povo, mas não queira
transformar as suas columnas n'um simu-
lacro do ignominioso monumento da eda-
de media, o pelourinho!...
—Qucixam-se aqui varias pessoas, e
com sobeja rasão, de que algumas ruas
centraes e onde ha maior concorrência,
sejam varridas á 1 e 2 horas da tarde;
e portanto pedimos ao respectivo verea-
dor que dé as providencias necessarias, a
fim de que os transeuntes não sejam en-
volvidos em nuvens de pó, e demais em
pleno dia, o que certamente não abona o
progresso municipal da localidade,
—Acha-se novamente n'esta cidade o
photographo Campos.
—Tocou hoje no jardim publico a ban-
da Primeiro de Dezembro, a qual previa-
mente fizera constar aos respectivos so-
cios que ia ali tocar. Ouvimas censurar
uns avisos especiaes, talvez injustamente,
porque suppomos que fazem parte d'uma
disposição dos estatutos d'aquella socie-
dade.
Até breve.
Sertorio.
Recebemos noticias de Macau de 3 mar-
ço. Havia socego na colonia. No dia 7 sa-
ía para Timor a escuna o Principe D. Car-
los.
No dia 1.° d'aquelle mez realisou-se de
novo a eleição para deputado, a qual foi
muito concorrida, pondo-se em campo to-
das as parcialidades politicas. A final sa-
iu eleito o candidato do governo o sr.
Julio Ferreira Pinto Basto. Houve grande
regosijo da parte dos europeus, e também
de alguns macaistas. Cantou-se um so-
lem ne Te Deum na Sé, e a musica do ba-
talhão andou tocando pelas ruas acompa-
nhada de grande numero de pessoas, que
deram enthusiasticos vivas ao eri, ao
governador, e ao eleito. Estas demonstra-
ções de alegria duraram até ás 11 horas
da noite.
O» partidarios da escravatura, os ho-
mens que protegiam a emigração dos coo-
lis, os que negociavam em carne huma-
na, escusado é dizer que trabalharam
para guerrear a candidatura do governo.
No Diário do Governo, de hontem, vém
publicadas as seguintes cartas de lei:
— de 11 de abril, fixando a importancia
da contribuição predial relativa ao anno
de 1874 e a sua repartição pelos differen-
tes districtos. Esta contribuição está fixa-
da em 1.649:211 £000 réis.
— deli de abril, approvando, para ser
ratificada pelo poder executivo, a con-
venção de extradição de criminosos cele-
brada entre Portugal e o conselho fede-
ral suisso, e assignada pelos respectivos
plenipotenciários em Berne aos 30 de ou-
tubro do anno findo.
— de 14 de abril, declarando de ne-
nhum eITeito a reslricçào posta, na lei de
23 de abril de 1873, á applicação do em-
préstimo par ella authorisado. e em vir-
tude da qual a caman! municipal de Lis-
boa somente poderia applicar a melhora-
mentos da hygiene e saúde publica os
fundos provenientes do emprestimo a que
a mesma lei se refere.
— de 15 de abril, extinguindo o obser-
vatorio astronomico da marinha.
— de 15 de abril, concedendo a Fran-
cisco Pedro Ferreira o soldo de 2.° piloto
de numero.
— de 15 de abril, fixando o contingen-
fe de recrutas para o serviço da armada
referido ao anno de 1873.
A'manhã realisar se ha a procissão de
Nossa Senhora da Sande, e S. Sebastião;
saindo pelas 9 horas e meia da sua real
capella á Mouraria, e será acompanhada
como de costume pelos contingentes e
bandas marciaes dos corpos da guarni-
ção em grande uniforme.
Arribou ao Tejo, com falta de manti-
mentos, o brigue francez Souvenir vindo
de Londres.
Entre os officiaes cartistas que se apre-
sentaram a indulto no acampamento li-
beral figura um parente do capitão gene-
ral de Castella a Velha, e que gosava de
grande prestigio entre os facciosos.
Faz hoje oito dias que subiu á scena a
peça fantastica Os fructos de Oiro, o que
equivale dizer que no theatro da Trinda-
de tem havido sete casas magnificas.
E' natural que seja hoje a oitava_ com
muitos applausos, e grande risota.
Realisa-se amanhã pelas 9 horas da
manhã na capella do asylo de S.snta Ca-
tharina, uma missa por alma da ex.^sr.*
D. Maria Theodora Verde Rodrigues.
Assistem á missa as asyladas orp iãs.
Concha chegou no dia 16 ao acampa-
mento, onde conferenciou com o chefe de
estado maior e visitou Primo de Rivera.
Visitou também os postos avançados
em companhia do general em chefe e ob-
servou os entrincheiramentos dos carlis-
tas com o auxilio de binoculo.
O exercicio de folio, que o regimento
de infanteria 7 teve ante-hontem em cam-
po de Ourique, foi executado com bastan-
te regularidade.
Já regressou a Lisboa o sr. José Hyla-
rio de Brito Corrêa, que estivera em Mon-
te-mor o Novo.
Continuando a informar os nossos as-
signantes do triste acontecimento da rua
direita da Escola Polytechnica, a que
se refere a nossa noticia de domingo,
cumpre nos dizer que o infeliz José Lou-
renço Ribeiro entrou á uma hora da ma-
nhã de domingo no hospital de S. José,
procedendo se logo ao tractamento que
o caso reclamava.
O desgraçado tinha uma ferida no ven-
tre, ao lado esquerdo do bordo do mus-
culo recto anterior; ferida obliqua, paral-
lela á arcada crural, de um deciinetro,
interessando toda a espessura da parede
abdominal, achando-se comprehendida no
corte a e artéria pigastricaque deu abun-
dante hemorrhagia para dentro do ventre,
dondej-e extrahiu,depois de laqueada a ar-
téria, grande quantidade de coágulos. Pe-
la ferida tinha saido quasi a totalidade
dos intestinos delgados e uma ansa de
intestino grosso, formada pela união do
colon transverso com o descendente. O
grande epiploon estava também fora da
ferida e com uma ferida correspondente
á externa. Não havia ferida d'intestinos.
Uma outra ferida de cinco centímetros
na parte media da região dorsal, só da
peile. Uma outra ferida em T cujos ra-
mos correspondem exactamente ás sutu-
ras bifrontal e fronto parietal,. compre-
hend ia também só a pelle. Palidez geral,
pulso muito pequeno.
Publicou-se o n.° 40 do terceiro volu-
me da Illustraçao Popular.
Traz o retrato de D. Duarte, 11.° rei de
Portugal.
Chegou ante-hontem do Havre o pa-
quete francez Moreno.
Trouxe 253 passageiros.
Houve alguns sopapos por essa Lis-
boa.
Os que os apanharam queixaram-sr. Os
que os deram foram engaiolados, para
não mexerem as asas com tanto desalfo-
2°-
Na quinta-feira os cavallos de um
trem, que se dirigia de Aveiro para
Albergaria a Velha, espantaram-se no
Sobreiro, atropellaram algumas pessoas
que acompanhavam um enterro, e fize-
ram com que o cadaver rolasse pelo
chão.
Se um dos padres que faziam parte do
acompanha mento não fizesse deter os ca-
vallos fogosos, o mal seria maior.
Felizmente apenas ficaram maguadas
algumas pessoas.
O sr. Manoel José Victorino, capitão
picador em serviço na escola do exercito,
acaba de solTrer um duro golpe com o
fallecimento de uma filha, que estreme-
cia: sentimos.
«Bento da França Pinto de Oliveira,
aconselhado pelos medicos a ir para Bem-
lica acabar de restabelecer-se da sua gra-
ve enfermidade, agradece por este meio,
em quanto o não faz pessoalmente, a to-
das as pessoas que se interessaram pela
sua saúde, visitando-o e informando-se
d'clla com uma assiduidade e uma soli-
citude á qual se confessa eternamente re-
conhecido.
t
Augusto Cesar Ferreira de Mesquita e
D. Maria Eugenia de Fontes Pereira de
Mello Ganhado de Mesquita participam
aos seus parentes e pessoas de suas rela-
ções que foi Deus servido levar da vida
presente a sua innocente filha Helena de
Mesquita, e se ha de sepultar hoje 22 do
corrente pelas 2 horas da tarde, saindo
o préstimo de sua casa, rua dos Cardaes
de Jesus, 98, para o cemiterio occidental.
Não se fazem convites especiaes.
Pela contadoria geral da junta do cre-
dito publico se annuncia acnar-se aberto
o pagamento, dos juros do 1.° semestre
do corrente anno, devendo o mesmo pa-
gamento effèctuar-se pela fórma constan-
te da seguinte tabella, quanto ás relações
de juros que se acham numeradas:
Dia 22 de abril
2:558
2:561
2:562
2:564
2:573
2:575
2:576
2:579
2:582
2:584
a
2:587
2:591
a
2:605
2:607
2:609 2:658
a
2:616
2:618
2:620
a
2:631
2:633
2:635
2:636
2; 638
a
2:643
2:645
a *
2:650
2:652
2:656
a
2:662
2:665
2:687
2:689
2:691
2:693
2:695
a
2:710
2:712
a
2:714
2:716
2:717 2:758 2:824
a a a
2:720 2:767 2:836
2:722 2:769 2:838
cl cl 1
2:724 2:772 2:845
2:726 2:774 2:847
a
2:733
2:735
2:737
2:739
a
2:741
2:749
2:751
a
2:755
a
2:793
2:796
2:797
2:799
2:801
2:812
2:814
a
2:819
2:821
2:822
a
2:849
2:851
2:853
2:855
a
2:865
2:866
a
2:873
As relações de coupons, cujos números
se acham comprehendidos n'esta tabella,
pagam-se no sabbado 25 de abril.
Os números mais premiados da loteria
de Madrid, que se realisou no dia 21,
foram os seguintes:
N." Pesetas
10817 80:000
12597 50:000
14100 20:000
23912 10:000
lo 122 •••••••••••••••••••«.•• o: 000
2135 5:000
Com 2: 400 pesetas
9986-6322-17218
2160— 13467 —1239-
28659—16235—3433—
10590—28276—6771—
15613—2230't— 299 —
26264-7088-11096
—26823.
—26843—12815 —
-30195—7964 —
21'»88 —14809 —
14200 — 24892 —
31264 — 25Í63 —
25665—981—3667
BOLSA DE LISBOA
21 de abril
FDND08 PORTUGUEZR8
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» pequenas
FUNDOSHESPANHOE8
Títulos de 10:000 escudos
Ditos pequenos
Cambio 940.
46,30
14
Despachos que ficaram em deposito na
estação telegraphica principal em 21 do
corrente.
Oscar Faingli.
Manoel Antonio da Ponte.
TELEGRAMMAS
MADRID 18.
Continua a harmonia dos elementos do
poder assegurando os monarchicos que
copmbateráo o carlismo a todo o transe;
e sua parte, os republicanos allir-
m m o mesmo com relação as iinproden-
cias cantonalistas que se possam mani-
festar.
Foi batida em Quintanajar a partida
carlista capitaneada por D. Diogo Ruiz,
que se achava defendida por posições fa-
voráveis, sendo morto o cabecilha,'toman-
do-se prisioneiros, armas,munições o uma
carteira com documentos importantes.
Da facção Villar derrotada ha poucos
dias em Piedra Buena apresenlarain-se
103 carlistas a indulto.
O thesouro entregou hontem 5.000.000
de reales para gastos da guerra.
Está confirinad plenamente que todas
as forças carlistas da Catalunha, Valencia
e Aragão se concentram na Biscaia para
resistir ao proximo ataque do exercito li-
beral.
Ao duque de la Torre apresentaram-se
1 official e 13 soldados carlistas dos ba-
talhões navarros pedindo indulto.
Celebrou-se hontem no ministério da
fazenda a conferencia dos representantes
dos bancos de província que tinham assi-
gnado a protesto contra o decreto que
creou o banco Nacionál.
Parece que não chegaram a accordo.
O naufragio que lhe noticiei foi o do
navio inglez Carnufic nos recifes de Santi
Petri salvando-se 18 dos 20 tripulantes. A
carga era carvão de CardifT.
Ante-hontere naufragou também no ro-
chedo de las Animas á entrada da Coru-
nha a barca Italiana Elise Marie com car-
vão de New Castle, salvando-se toda a
tripulação.
Receberam-se já os 11.030 reales au-
xilio para os feridos do Norte, producto
da subscripção no Porto.
Ruiz.
MADRID 21, ás 11 h. 30 m. da m.
No Norte continuam os trabalhos para
se repararem os estPagos havidos nas ba-
terias.
Em Aragão foram feitos 20 prisioneiros
a facção Alloso.
Ruiz.
MADRID 19, ás 3 h. e 55 m. da t.
Não ha noticias algumas de interesse,
w Ruiz.
MADRID, 21 ás 5 h. e 15 m. da t.
Elbogen partiu hoje para Madrid afim
de apresentar novas proposições do Ban-
co de Paris a Hespanha com relação ao
pagamento dos coupons do ultimo em-
préstimo.
LONDRES 20.—Consolidados inglezes
93.IIespanhoes ext. 19 1/16. Portuguezes
4o 1/2.
PARIS 20.—Portuguezes 451/2. Cambio
sobre Londres 25,21.
ANVERS 20.—Portuguezes 44,00.
AMSTERDAM 20.—Portuguezes 44 1/8.
Fabra.
No domingo ultimo effectuou-se. na
egreja de Nossa Senhora da Visit ção,
sita nos suburbios da villa de Montemor
o Novo, com grande pompa, uma festa à
mesma Senhora.
A musica foi desempenhada, com gos-
to, por alguns philarmonicos da banda
Carlista, sob a direcção de seu hábil e
intelligent^ mestre o sr. Amaro Romão.
Oraram de manhã o reverendo padre
João Joaquim de Souza Romeiras, e de
tarde o reverendo padre José Maria de
Oliveira, de Évora. Ambas os discursos
agradaram muito ao numeroso audito-
rio.
Depois da festa foi dado um abundante
bodo a cem pobres.
A procissão fez-secom muita ordem o
era acompanhada pelas bandas Carlista e
Pedrista.
Recolhida a procissão, as philarmonicas
dirigiram-se para a villa e percorreram
as suas principaes, tocando lindas peças
de musica.
O arraial era um mar encapelado, a
que concorreram mais de duas mil pes-
soas, notando-se muitas do campo e po-
voações próximas.
Correu tudo sem que a ordem publica
fosse alterada, graças ás providencias da-
das pelo administrador d'aquelle conce-
lho.
CHARADAS
l
1.'
Je suis une lettre—1
Du pain je fais partie—
Je t aiinerai hien,
Pendant toute ma vie.
2/
Sinto estando ausente
Isio que te quero ui/.er
Tenho-a estando presente
Se muito te vejo sollrer.
Que cruel, oh! que tyranna
He Mareia t»ara comido!
Como queres que te julgue
Se nem me das um abrigo??
Vô, repara, olha querida!
Gomo está o meu semblante?
Eu que o tinha algum dia
Como rosa a mais brilhante!
Um titular me possue,
Um conde, uma condessa;
Na capital, nas províncias,
Ha muito quem os conheça.
Joanna G.
1
EXPLICAÇÕES DO NUMERO ANTECEDENT!
i'hurndni iiovUmIiikim — 1.» Pe^o-2.1
Macella — 3.4 Laçaria - 4.* Marcavalla— 5.*
Louvadeos - 6.- Sapo—7.- Alemejo-8.* Dogue
—9 * \ito —10.» Jacintlio —il M'oga-12.» La-
vradio—13.• Lula—14.* Linguado—15/ Ra-
toeira— 16.« Solapa—17.» Lobo—18.* Lirio—
19.4 Sátiro —*20 4 Laparo.
Enigma— Asphalto.
ESPECTÁCULOS
HOJE
Theatro de N Carlos—66.» recita d'as-
s gnatura. — Continuando a doença do sr.
Bertolasi. o barítono partuguez o sr. Vieira,
prestou-se obsequiosamente a substituil-o na
opera—Favorita —As 8 horas e 1 quarto. Tlieatro <la Trindade.—Os fructOS de 01-
ro.— A's 8 horas e I quarto.
l*raea do Campo de Nun tnnu
Domingo ?6 de abril de 1874.
Brilhante corrida de famosos e bravos toi-
ros do ill.™0 sr. Frederico Tavares Bonacho.
Vindo entre elles os tres que fugiram na
corrida passada.
Trabalhará o insigne matador de espada
José Lara. (el Chicorro) e os seus bandari-
llieiros os irmãos Julian Sanchez e Hypolito
Sanchez e capinhas portuguezes.
Os camarotes e cadeiras estão á venda na
rua nova do Almada 98.
TYP. DE J. G. S0DSÀ NEVIS
65, Rua da Atalaya, 67
; PEITO, RINHOES; BEXIGA. BÍLIS,MUCOSA,
: SANGUE E INTESTINOS MAIS ENFERMOS.
• \QK)S DE SUCCESSO,.75,000 CORAÇÕES ANNUAES
i; v íi.A RRV.-DU BARRY E C;! - LONDRES
DIÁRIO ILLUSTRADO
FRASCOS
DE 8Í9Í5 RÉIS
r:>M'NCIADA em preseriÇa de soas m?gestades o altezas no solemni?simo
le-lkMm. (jiic, em 24 *le outubro do 1873 fez colobrar ;i real irmandade
do Santíssimo Sacramento da freguezia do Nossa Senhora d'Ajuda, polo feli-
císsimo salvaoitínio de Sua Magest do a Rainha o Príncipes, do perigo do que
e-tiveram a ponto de ser yictiinas nas praias de Cascaes.
Recitado na solemnissima reabertura da egreja de Sanla Maria da De-
veza, matriz de Castel 1,0 de Vide, em '28 de setembro de lô?3.
Por V r&wciseo A a Silva Figueira
PKIOU DA FREGUEZIA DE NOSSA SENHORA D'AJUDA
Vende-se em Lisboa, na rua da Atalaia, 65, e nas lojas do costume.—Em Coimbra, na livraria Académica —!'reço 200 reis.
liemette-se, franco de porte, a quem fnviar a importancia em estampi-
lhas ao administrador do Ramalhete do Chiislão. rua da Atalaia. 65. 19 S4 constante; nunca me esqueças, e
saberás um dia os inartyrios, que
por ti tenho passado. Adeus anjo,
arno-te 14
ADIKECÇÀO dos caminhos de ferro
do sul e sueste, annunciaque pre-
tende dar de arrematação o forneci-
mento de 000 morros ubicosdecal
em pedra; para as obras a executar
no lanço de Quintos ao Guadiana, e
que para esse fornecimento se rece-
bem propostas em carta fechada na
administração do concelho de Beja.
aonde serão aberras no dia 24 d'abril
corrente pelas 11 horas da manhã.
As condições esião patentes ne se-
cretaria da direcção em Lisboa e nas
estações d'Extremoz, lleja, Ralcizão e
Quintos, em lodosos dias não sanoti- ficados desde as dez horas da manhã
ás quatro da tarde. J5
O escriptorio está aberto todos os
dias não santiticados das 9 horas da
inanhã As 7 da tarde. 1
JÁ PUBLICADAS
o Homem «i«« tre* ealeõe*, 1 vol. com 4 estampas—600 réis.
o Amniiif «In t.ua, 2 vol. cada um de 252 pag.— 1&400 réis.
% do■>*«*!s» «<■ Belleville. 1 vol. com 4 estampas—600 réis.
u meu vlxiniiM ttuyiimndo, I vol. corw 4 estampas— 600 réis.
a irmã Annu. 1 vol. de 206 bag.— 600 réis.
o Waiheiro #»«• I vol. de 184 pag. — 600 réis.
A Lagoa d'Auleull—1 vol. de 200 pag—600 réis.
fTnia mulher de (res rara». 1 vol. com 5 estampas — 600 réis
A brnncn. I vol. de 180 pag. com 8 estampas—600 réis.
Mulher, «aiarldo «* oinwnfe—110 prelo.
kefnette nalquer d estas obras, tranco de porte, a quem <-nvia a sua
importância, em Ji.oioillias ou vales do correio, a Joaijuim José da 01- seca A G.*. rua da Atalaia. 65. #
—Comedia por hdroC. dr Alcantara Gha- \ilUp^ t. «O. ves.-Preço 160 réis.—Venuc-se na !ypo-
graphia de .1. (I do Sousa Neves, rua da Malaya, 6*>. 9
a DEPOSITO d'esta agua foi transfe-
v" rido, da botica do sr. Oliveira, rua
dos retrozeiros. para a pharmacia
dos srs. Azevedo, ao Rocio. 20
0 vapor Calder
. ^ V i?SPERA-SE a 25 do
.Co'rente para
jfaT d\Íf ^e^0's ('a 'n"
Para carga trata-se nó Caes do So-
dré, 64.
Os Agentes
23 K. Pinto Bnnto & C.» •
0 MUSEU HARTKOPFF
|£3 Exposto por pouco tempo
Visitei todos os dias
Das 10 da manhã ás 10 da noite
Domingo, segunda,
quarta, quinta-feira e sabbado
entrada *ó pnrn liomen*
Sexta-feira próxima
Ultimo dia
ExelnMlt-amciiCe pai*" «enhora»
PREÇO DA ENTRADA Í00 ItlílS Poema da miséria
I PI! >KKSS(»R« m artes.Irttrasescien-
U cia>. clero e magistrados, medico,
ciriirtriào. dentiMa e artista que de-
sejei» obiero t:tulo e diploma de don-
or ou bach rei honoram, podem diri-
.•tr-se a MKDICUS, rua do Hei, 46, em
Jersey dm/lalei ra,) o qual dará gra-
.iitamrMie tod s a^ informações so- uover-.!* e. J2
por Cn»(l'(h d» Fig tf ri mio
Ei UM volume de 2*0 paginas, ador-
nado ruiu o retrato do auetor, e impres.-o cm papel superior— Preço
600 réis.
Qualquer nqni-icâo de rxemnla-
res podes r di igida ao eíii.Mor .lesé
Correm de Alui ida Jumor. m livra-
ria popular, rua do Visconde da Luz.
104 e 10») Coimbra
Remede se oelo corre o a quem en-
viar 64o rei em &fcmp Jia.+ por cada
exempla»'. Aos livreiros, para reven-
der, laz-se ahaPirtento. '0
Saiu a folha 40 do 8.* vol. e ultimo
do volume da llinioria de Portu-
gal. Deve terminar em breve praso esta
importante obra.
PREVI NK-SE a t< das as pessoas
amigas do ex."'° duque de
Caxias, de que no dia 23 do cor-
rente pelas 10 horas da manhã,
será ceh brada uma mi>sa, na
egreja dos Ma»tyres, fí (Tragan-
do a alma da virtuozissima sr 1
duqueza de Caxias, íallecida a
2j do mez passado.
Um velho amigo da família 3 Lima e Silva. UMA infeliz família*residente na rua
de S. Isento V5V, 1.®. lado direilo.
esta -em ter um lençol nem um co-
bertor. porque indo tem vendido pa-
ra arru li» .v e-msidades da vida,
e a i nfermi :a«.e ,.e uma das (;essoas
de casa.
Accresce a estas penosas circmns-
tancias não ter agora onde se reco-
lhi r |,nr lire ral ;(reni os meios para
pafjai a :• rui » i> - * • i > h *»' i •
mpa ei í.ii,-;e ue "auto inforliiuio
as almas benelicas e caritativas.
Tanto n aquelle albergue como na
administração d'esta folha pódrm en- viar a sua esmola as pessoas carido-
sas que queiram soccorrer tão des-
graçada familia. 13
Está publicada a folha 76 da B*.n- cyclopediu do povo e cmco-
Iom.
Estando próxima a espe licção do
fassiculo 9.°, lembra-se aos srs. as-
signautes das províncias a condição
estabelecida para cada uma das re-
messas. 16
O vapor Celsiis
rSPERA-SE de 22
& a 23 do corren-
p8ra CHr"a tra- • ta-se no Caes do Sodré, 64.
Os agentes
25 K. Pinto llasto & C.4
SA0 avisados «.< riiulii.rios f!o< pe- nhon-s chi vida íl"'jht*o «lo. nii-
meros que • cardam alíixados a pert*,
d'este escri, io para no im|»roro-
gav(»l praso de um mez a contar d'es-
ta data, sail-laze rem seus débitos «ob
pena de leilão.
hscriptorio do monte-pio geral de
marinha. 7 de abril de 18" 4. 11
NAS assembléav geraes ordinarias
da referida companhia de 29 de
janeiro e 15 de abril do corrente an
no, foram eleitos para os cargos abai-
xo mencionados os seguintes senho-
res accionistas: Meita da a-Memhléa jseral
Presidente—ex.mc sr. Joaquim de
Campos Henriques (conselheiro). Vice-presidente—ex.mo sr. Francis-
co Simées Margiochi. Secretários-Jo?é Gregorio da Rosa
Araujo.
Ex.mo sr. João Feliciano Marques
Pereira. Vice-secretários exm" sr. Francisco
Quintino de A veil tr
Kx.mo sr. Joaquim Teixeira da Costa. Ill receito
Ex.™* srs:
Daniel \ugus o da Silva.
Conselheiro dr. Francisco Maria da
Silva Torres.
Henrique P.erna-do Pires.
José Joa tuim Teixeira.
Luiz de Castro Guimarães. .«iul>»Ci(u!oN
.. OSA Maria Ferreira, moradora na
i i rua dos Mouros. Iloja — viuva,
cega e sem m< ios alguns de subsis-
tência, implora as pessoas caridosas
tenham compaixão da sua inlelicida-
de, dando-lhe uma esmola pelo amor
Deus. 17
Dr. José Vaz Monteiro. Cypriauo da Si va Goarmou.
José Joaquim da Costa
Lisboa, '8 de abril de 1874
Gregorio da lios a Araujo.
V\K abrir-sc este novo hotel na pró-
xima estação de banhos, na rua
de Carreiros em S. João da Foz do
Douro, as pessoas que n elle se hos-
pedarem. acharão ali Iodas as com-
modidades, aceio e excel lente servi-
ço por preços excessivamente modi-
cos.
0 jantar á mesa redonda será todos
os dias ás 3 e 5 horas da tarde a 600
réis cada pessoa. Os hospedes eíTecti-
vos encontrarão quartos decentemen-
te mobilados, almoço de garfo, jan- tar e chá todas as noites por 1500 e
1200. 0 dia da abertura d este hotel
será convenientemente annunciado,
devendo ter logar por todo o mez de
maio. 5
Administração geral
das
Mattas do Reino
|iAZ-SE púbico que no dia 26 do cor-
r rente pelas 12 horas do diterá
Jogar na administração do concelho
da Azambula. a venda da cortiça nos
pinhaes das Virtudes e Azambuja que
estiver no estado de ser tirada.
As condicções estão patentes na
mesma administração do concelho
desde o dia 20 do corrente, bem co-
mo no gabinete da administração ge- ral das mattas no ministério das obras
publicas.
A «dministração reserva o direito
de não arrematar, caso o ultimo lan-
ço oflferecldo lhe não convenha.
Lisboa 19 de abril de 1876.=0 mes-
tre da divisão llorestal do sul, Vieen-
ferreira Loyes Cordeiro. 6
)AE no dia 23 de abril ás 10 da manhã.
Trata-se com Germano Serrão Arnaud. Caes do So
dré n.° 84, 2.® Andar. 07
Para Pernanbuco, Bahia,
Bio de Janeiro, ÍUSonteviàu, Bueno^ Ayres,
tíaíparaizo, ârica, isíay e Caílao.
SAIRÃO 0? PAQUETES
COTOPAXI, quarta-feira 29 de abril. | luitania, quarta-feira27 de maio
* c «Co, quarta-feiaa 13 de maio. |
Os paquetes Pino e cizco tocarão em Pernambuco e Bahia.
Para Pernambuco só recebem malas e passageiros.
Para carga e passagens trata-se lo Caes a© bodre, 64.
0 agente no Porto Os agentes em Lisboa
Yanco Ferreira Pinto ASanto. E. Pinto Ba»to & C.«j