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AMwattreA'iwsiA EJW LUi&ojd li * meu 300réis Àwiunrêo§, linha 20 réis 3 mezes.. .. 90o » Publicações no carpo do j | Avuiso 10 » jornal, por linha'60 réis QUARTA-FEJMÀ 22 !)E ABRIL DE 1874 rei o nulo da inauguração do monumen- to! ali levantado á memoria do sr. D. Pe- dro V. P.ecebrmos e «agradecemos uni folheto publicado pelo sr. Miguel Ventura da Sil- va Pinto. Intitula-se Do sulfurador automation e d.» novo processo da sulfurarão ou van- tagem dos vinhos e do seu vasilhame. Dizem nos de Setúbal que o batalhão de caçadores n.° 1 tenciona brevemente ir em passeio militar até á vida do Pal- mella. •• gri irii i Abre no dia 2 de maio a exposição da sociedade promotora de bellas artes. Tem expermienlaou algumas melhoras a ex.- sr. a D. Olivia de Aboim, filha do sr. major de engenheiros José de Aboim. Domingo sae da egreja da Encarnação com grande pompa o Sagrado Viaticoaos entrevados. A' noticia que honuni demos de que a guerra civil em Hespanha tem custado ao estado cinco milhões de reales faltou dizer— por dia. Podia ler faltado mais. Tomou anle honiein posse da escola de meninas da freguesia de S. Sebastião (ex- tra muros) a sr. a D. líosa Candida Auré- lia Ferreira. HIGH-LIFE Ai dos povos e doa reis,quando esque- cem os eternos diciames da verdade e da justiça! Quando vem esse esquecimento pôde dizer-se: eis uma coroa partida, eis um povo que vae morrer. Saul tinha sido chamado a presidir a seus concidadãos. Era digno de uma coroa aquelle moco na flòr da edade, de garbo so «aspecto, de rosto gentil, de animo es- forçado, educado n'uma vida rude e labo- riosa, e no meio de uma familia de prova- das virtudes' e por isso optima escola de quem tinha de reger a grande familia de um povo. Subiu ao throno, mas o esplendor d'es- te e da coroa e do sceplro cegaram o, encheram o de orgulho, alienaram lheos corações dos súbditos e o coração do pro- prio Deus. Como deixaria de baquear esse throno. se lhe faltaram os único- alicerces do poder, o amor do povoe a sincera pie- dade? A poucos ânuos de reinado feliz e glorioso succederam annos de imperarem no proprio mona relia as ignóbeis paixões da inveja, do orgulho, do despotismo e da impiedade. Abandonou o o Senhor até o deixar succuinbir, ao menos como bom soldado e com seu filho o valoroso e vir- tuoso Jonathas, nos campos de Gelboe, tendo antes sido destinado e sagrado para lhe succeder o piedoso, o recto, o compassivo e nwf>nanimoDavid, que, des- lustrado lambem por algumas faltas, nun- ca chegou a perder o amor do seu povo e a protecção de Deus. S. Figueira. Emqu«anlo os soldados do exercito li- beral estiio bem alimentados, os servido- res do pretendente passam as maiores privações. Km consequência d'isto o des- gosto nas fileiras carlistas augmenta dia- riamente, continuando as deserções. Pa- ra as evitar foi publicada uma ordem em que se aílirma terminantemente que todo o voluntário que abandonar a causa de D. Carlos, passando para o inimigo, mata a seu pae, a sua mac, ou a sua mulher. Quer isto dizer que, não sendo possí- vel fuzilar os desertores, estão condem- nados a solTrer e?-$" castigo injusto e re- voltante os seus parentes mais proximo?. Ja é barbaridade. Fflratn approvados pela junta consul- tiva de obras publicas o projecto e o or- çamento da ponte, sobre o rio de Joguei- ros, no caminho de Sirga na margem di- reita do Douro, nas proximidades da vil- la do so da Rcgoa. Foi considerado doente no seu quartel o sr. Pedro Augusto F. Brandão, capitão do regimento de infanteria 7. Acha-se gravemente enfermo o sr. Hen- rique M;>rdel, dono do «acredit.ado estabe-. lecimento de serração ao Atterro. Dese- il 1 SAGUÇAO D!i DAVID sas e quasi paternaes? No ouvido ainda tendes a toada da sua voz e certo que nào esquecestes as bem coloridas historias que vos contou. FOLHETIM 0 11AV.0 DE OLIVEIRA de oliveira nem canas. Arranja-as que te faço uma gaiola. Para guardar os passaros?— inter- rogaram risonhos. isso é que estou para ver. Vocês dei- xam ficar os cacifres, vem os gatos e de- pois... vistel o? nem eu. Vào-se aos caci- fres e roubam tudo. Enos vamos espreitar e matamos todos os gatos atalharam resolutamen- te os innocentes facínoras. Aprendizes mais diligentes e sagazes nao se apontam. Nada faltava. Este foi buscar o cutelo, aquelle subiu ao salguei- ro, um apauhava as varas, outro de*eas- cava-as... todos queriam prestar. Deste noviciado no trabalho saiam contentes os que aprendiam e trislonhos os que nao poderam perceber o modo de archi- tectar a rústica armadilha. Não era culpa do mestre que tinha paciência e solicitu- de de sobra. Chamavam-lhe o Sebastião da eira,pois que na sua de muito que passava os mais regalados soes aproveitando-a para salla de visitas. Com génio particularmente af- feicoado a distracções infantis, não lhe faltavam palavras para agradar a todos. Que o digam as raparigas mais sócias, que lh'.as encontravam de melhor con- versa que nos parvajolas dos namorados. Nem tal surprehendé, quando se attender a que a imaginação da gente moça se prende gostosamente aos factos que' ani- mam as coisas mudas com as quaes vi- vem em camaradagem. O tio Sebastião da eira coutava «lo passado.dizia do seu tem- po, era a chronica viva da visinhança. E quanto é agradayel saber que, as pyrami- des do adro, o sino grarde, a cruz "levan- tada no caminho, a carvalheira, o moi- nho... foram amados; sentern-no, me- lhor que os velhos, os novos para os quaes o espaço nao tem limites nem horisontes. E nem creanças bulhentas e rapari- gas sírias, também outras pessoas por ali vinham. O padre Clemente Carvalhosa, aquelle padre Clemente cura de Ruivães, que ti- nha uma rabugenta irmã chamada Theo- dora e um criado de nome Simão, offere- cialhe da sua caixa prateada e gastava na eira frequentes horas. No dia apontado, quando o velho dis- ciplinava os contentes amigos, o portal da entrada abriu-se e a figura do bom padre desenhou-se no ar da porta. Primeiro que pelo ranger dos gonzos, foram «acordados pela vÕ7 sacerdotal. —Viva o senhor Sebastião. Então que rapaziada é esta? —São os meus amigos senhor cura. En- sino-lhes a fazer um pacific. Quando era assim gostava que me ensinassem. —E aprendem ou nào?!—dava-lhes a mao a beijar. —Vão indo a pouco. —Talvez atinem mellípr que para a doutrina. Aquelle bregeiro do José da manca no domingo passado não sabia o credo. Deixa estar voltáva-se para o ignorante que se hoje e não souberes farei queixa a tua mãe. Um gordo pequeno vestido com sim- plicidade indiMTeta que relembrava a dos habitantes do famoso paraisó interroga- va-o com viveza. O' tio Bastião quando me ensina a fazer um cacifre? Ensino-te hoje; mas o que me dás tu? Dou muitos melros—respondeu de prompto. Ensine-me antes a mim tio Brandão que lhe dou mais incitava outro inve- josamente. E não me ensina a mim? chora- mingava um terceiro. Ensino-os a todos, mas se não apren- dem vae tudo razo aílirmou gesticulan- do colérico. Eu aprendo respondeu um des- temido. Eu aprendo melhor. —Cacifres sei eu. O tio Bastião ha de ensinar a fazer alçapões não ha de? Não pôde ser tudo. Hoje vamos ao c.acifre volveu fmgidarnente impacien- tado. E o alçapão? Isso é do bico amarei Io! retorquiu levantando a cara e espremendo um «as- sobio. Isso é de bico amarello! Mas aprendi o cacifre. Pois sim; mas agora não ha varetas BENTO MORENO .... demisit coiumbam ex arca.—Genesis. P.ara esmerilhar a fresca historia da se- m.ana não ha como um domingo com sol animador e atmosphera olorosa. O adro é o legendário soalheiro e o final da missa a hora conhecida. A satisfação corporal dos conversado- res convida a leves maledicências que não são peccados. Ditos risonhos, innolfensi- vas malícias que pouco valem, indispon- do abespinhados que nào sabem retor- quir. E' um discorrer a gosto com as mãos crusadas atraz e o chapéu levanta- do á torre para nào reservarem pensa- mento. Isto °m quanto esperam o jantar. Pela volta das onze estará arrefecendo na tigela o olhudo caldo com o naco de toi- cinho a lume. A conversa, todos sabem, que é bom amargo para abrir apetite. Certo grupo artisticamente original me apertava curiosamente. Era simples, vivo e cheio de graça. Um octogenário de as- pecto bondoso, olhar macio e palavra re- veladora de bom coração, enlretinha-se com umas creanças bulhentas e alegres. Qual de voz, meus amigos, não conheceu um velho, que vós desse caricias alfectuo- i

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li * meu 300réis Àwiunrêo§, linha 20 réis 3 mezes.. .. 90o » Publicações no carpo do

j | Avuiso 10 » jornal, por linha'60 réis QUARTA-FEJMÀ 22 !)E ABRIL DE 1874

rei o nulo da inauguração do monumen-

to! ali levantado á memoria do sr. D. Pe-

dro V.

P.ecebrmos e «agradecemos uni folheto

publicado pelo sr. Miguel Ventura da Sil-

va Pinto.

Intitula-se — Do sulfurador automation

e d.» novo processo da sulfurarão ou van-

tagem dos vinhos e do seu vasilhame.

Dizem nos de Setúbal que o batalhão

de caçadores n.° 1 tenciona brevemente

ir em passeio militar até á vida do Pal-

mella. — — — •• ■■■gri■ irii i

Abre no dia 2 de maio a exposição da

sociedade promotora de bellas artes.

Tem expermienlaou algumas melhoras

a ex.- sr.a D. Olivia de Aboim, filha do sr.

major de engenheiros José de Aboim.

Domingo sae da egreja da Encarnação

com grande pompa o Sagrado Viaticoaos

entrevados.

A' noticia que honuni demos de que a

guerra civil em Hespanha tem custado ao

estado cinco milhões de reales faltou só

dizer— por dia.

Podia ler faltado mais.

Tomou anle honiein posse da escola de

meninas da freguesia de S. Sebastião (ex-

tra muros) a sr.a D. líosa Candida Auré-

lia Ferreira.

HIGH-LIFE

Ai dos povos e doa reis,quando esque-

cem os eternos diciames da verdade e da

justiça! Quando vem esse esquecimento

pôde dizer-se: eis uma coroa partida, eis

um povo que vae morrer.

Saul tinha sido chamado a presidir a

seus concidadãos. Era digno de uma coroa

aquelle moco na flòr da edade, de garbo

so «aspecto, de rosto gentil, de animo es-

forçado, educado n'uma vida rude e labo-

riosa, e no meio de uma familia de prova-

das virtudes' e por isso optima escola de

quem tinha de reger a grande familia de

um povo.

Subiu ao throno, mas o esplendor d'es-

te e da coroa e do sceplro cegaram o,

encheram o de orgulho, alienaram lheos

corações dos súbditos e o coração do pro-

prio Deus. Como deixaria de baquear esse

throno. se lhe faltaram os único- alicerces

do poder, o amor do povoe a sincera pie-

dade? A poucos ânuos de reinado feliz e

glorioso succederam annos de imperarem

no proprio mona relia as ignóbeis paixões

da inveja, do orgulho, do despotismo e da

impiedade. Abandonou o o Senhor até o

deixar succuinbir, ao menos como bom

soldado e com seu filho o valoroso e vir-

tuoso Jonathas, nos campos de Gelboe,

tendo já antes sido destinado e sagrado

para lhe succeder o piedoso, o recto, o

compassivo e nwf>nanimoDavid, que, des-

lustrado lambem por algumas faltas, nun-

ca chegou a perder o amor do seu povo

e a protecção de Deus.

S. Figueira.

Emqu«anlo os soldados do exercito li-

beral estiio bem alimentados, os servido-

res do pretendente passam as maiores

privações. Km consequência d'isto o des-

gosto nas fileiras carlistas augmenta dia-

riamente, continuando as deserções. Pa-

ra as evitar foi publicada uma ordem em

que se aílirma terminantemente que todo

o voluntário que abandonar a causa de

D. Carlos, passando para o inimigo, mata

a seu pae, a sua mac, ou a sua mulher.

Quer isto dizer que, não sendo possí-

vel fuzilar os desertores, estão condem-

nados a solTrer e?-$" castigo injusto e re-

voltante os seus parentes mais proximo?.

Ja é barbaridade.

Fflratn approvados pela junta consul-

tiva de obras publicas o projecto e o or-

çamento da ponte, sobre o rio de Joguei-

ros, no caminho de Sirga na margem di-

reita do Douro, nas proximidades da vil-

la do P« so da Rcgoa.

Foi considerado doente no seu quartel

o sr. Pedro Augusto F. Brandão, capitão

do regimento de infanteria 7.

Acha-se gravemente enfermo o sr. Hen-

rique M;>rdel, dono do «acredit.ado estabe-.

lecimento de serração ao Atterro. Dese-

il 1

SAGUÇAO D!i DAVID

sas e quasi paternaes? No ouvido ainda

tendes a toada da sua voz e certo que nào

esquecestes as bem coloridas historias que

vos contou.

FOLHETIM

0 11AV.0 DE OLIVEIRA

de oliveira nem canas. Arranja-as que te

faço uma gaiola.

— Para guardar os passaros?— inter-

rogaram risonhos.

— isso é que estou para ver. Vocês dei-

xam ficar os cacifres, vem os gatos e de-

pois... vistel o? nem eu. Vào-se aos caci-

fres e roubam tudo.

— Enos vamos espreitar e matamos

todos os gatos — atalharam resolutamen-

te os innocentes facínoras.

Aprendizes mais diligentes e sagazes

nao se apontam. Nada faltava. Este foi

buscar o cutelo, aquelle subiu ao salguei-

ro, um apauhava as varas, outro de*eas-

cava-as... todos queriam prestar. Deste

noviciado no trabalho saiam contentes

os que aprendiam e trislonhos os que

nao poderam perceber o modo de archi-

tectar a rústica armadilha. Não era culpa

do mestre que tinha paciência e solicitu-

de de sobra.

Chamavam-lhe o Sebastião da eira,pois

que na sua de muito que passava os mais

regalados soes aproveitando-a para salla

de visitas. Com génio particularmente af-

feicoado a distracções infantis, não lhe

faltavam palavras para agradar a todos.

Que o digam as raparigas mais sócias,

que lh'.as encontravam de melhor con-

versa que nos parvajolas dos namorados.

Nem tal surprehendé, quando se attender

a que a imaginação da gente moça se

prende gostosamente aos factos que' ani-

mam as coisas mudas com as quaes vi-

vem em camaradagem. O tio Sebastião da

eira coutava «lo passado.dizia do seu tem-

po, era a chronica viva da visinhança. E

quanto é agradayel saber que, as pyrami-

des do adro, o sino grarde, a cruz "levan-

tada no caminho, a carvalheira, o moi-

nho... já foram amados; sentern-no, me-

lhor que os velhos, os novos para os quaes

o espaço nao tem limites nem horisontes.

E nem só creanças bulhentas e rapari-

gas sírias, também outras pessoas por ali

vinham.

O padre Clemente Carvalhosa, aquelle

padre Clemente cura de Ruivães, que ti-

nha uma rabugenta irmã chamada Theo-

dora e um criado de nome Simão, offere-

cialhe da sua caixa prateada e gastava

na eira frequentes horas.

No dia apontado, quando o velho dis-

ciplinava os contentes amigos, o portal da

entrada abriu-se e a figura do bom padre

desenhou-se no ar da porta. Primeiro que

pelo ranger dos gonzos, foram «acordados

pela vÕ7 sacerdotal.

—Viva o senhor Sebastião. Então que

rapaziada é esta?

—São os meus amigos senhor cura. En-

sino-lhes a fazer um pacific. Quando era

assim gostava que me ensinassem.

—E aprendem ou nào?!—dava-lhes a

mao a beijar.

—Vão indo a pouco.

—Talvez atinem mellípr que para a

doutrina. Aquelle bregeiro do José da

manca no domingo passado não sabia o

credo. Deixa estar — voltáva-se para o

ignorante — que se hoje e não souberes

farei queixa a tua mãe.

Um gordo pequeno vestido com sim-

plicidade indiMTeta que relembrava a dos

habitantes do famoso paraisó interroga-

va-o com viveza.

— O' tio Bastião quando me ensina a

fazer um cacifre?

— Ensino-te hoje; mas o que me dás

tu?

— Dou muitos melros—respondeu de

prompto.

— Ensine-me antes a mim tio Brandão

que lhe dou mais — incitava outro inve-

josamente.

— E não me ensina a mim? — chora-

mingava um terceiro.

— Ensino-os a todos, mas se não apren-

dem vae tudo razo — aílirmou gesticulan-

do colérico.

— Eu cá aprendo — respondeu um des-

temido.

— Eu aprendo melhor.

—Cacifres sei eu. O tio Bastião ha de

ensinar a fazer alçapões não ha de?

— Não pôde ser tudo. Hoje vamos ao

c.acifre — volveu fmgidarnente impacien-

tado.

— E o alçapão?

— Isso é do bico amarei Io! — retorquiu

levantando a cara e espremendo um «as-

sobio. Isso é de bico amarello!

— Mas já aprendi o cacifre.

— Pois sim; mas agora não ha varetas

BENTO MORENO

.... demisit coiumbam ex

arca.—Genesis.

P.ara esmerilhar a fresca historia da se-

m.ana não ha como um domingo com sol

animador e atmosphera olorosa. O adro é

o legendário soalheiro e o final da missa

a hora conhecida.

A satisfação corporal dos conversado-

res convida a leves maledicências que não

são peccados. Ditos risonhos, innolfensi-

vas malícias que pouco valem, indispon-

do só abespinhados que nào sabem retor-

quir. E' um discorrer a gosto com as

mãos crusadas atraz e o chapéu levanta-

do á torre para nào reservarem pensa-

mento. Isto °m quanto esperam o jantar.

Pela volta das onze estará arrefecendo na

tigela o olhudo caldo com o naco de toi-

cinho a lume. A conversa, todos sabem,

que é bom amargo para abrir apetite.

Certo grupo artisticamente original me

apertava curiosamente. Era simples, vivo

e cheio de graça. Um octogenário de as-

pecto bondoso, olhar macio e palavra re-

veladora de bom coração, enlretinha-se

com umas creanças bulhentas e alegres.

Qual de voz, meus amigos, não conheceu

um velho, que vós desse caricias alfectuo-

i

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DIÁRIO ILLUSTRADO

BOLETIM DO DIA

Já séculos antes da ora christã, a de-

mocracia se esforçava por entregar a au-

ctoridade suprema dos povos a um go-

verno puramente popular,em que asclas-

ses abastadas nào podessem exercer a sua

influencia, nem intervir na gerencia dos

negocios públicos.

A luta, portanto é de séculos, e^ conti-

nuará em quanto a luz da rasào nao

estiver de todo apagada para ser substi-

tuída pelas trevas de uma utopia inquali-

ficável, proclamada pela Democracia da

rua de S. Boaventura.

Esta utopia é para os caracteres de es-

pirito exaltado a grande reformação so-

cial, o complemento da liberdade que os

codigos concedem ao homem, o Iuisse7.

faire e o laissez passer, da humanidade

inteira; emfim, a traducçào em factos do

grande aforismo social; direito ao traba-

lho, que o proprio Sólon, cuja auclorida-

de é tào lembrada pela Democracia nun-

ca proclamou nem fez proclamar no seu

Areopago, onde elle foi conhecido pelo

Archonte e soberano legislador.

Os democratas de Alhenas nào tinham

na sua legislação principio algum estatuí-

do que lhes desse direito de reclamar

trabalho á auctoridade, porque Solou sa-

bia que esta doutrina era uma olíensa ao

direito da propriedade, um systema de

viver á custa dos outros. Protegia-se quan-

to possível o operário dentro dos limites

da liberdade individual; mas este procu-

rava no salario a sua emancipação tor-

nando-se ecouomico, morigerado, e exem-

plar.

A auctoridade vigiava-o, e pedia-lhe

estreitas contas do seu comportamento, e

até castigava nào só aquelle que nào tra-

balhava senão também o que arruinava o

seu patrimonio. Fazia-se mais, fulmina-

va-se com penas severas os filhos que nào

queriam sustentar seus paes.

Athenas era livre, e o direito de traba-

lhar estava garantido pela assembléa po-

pular.

As sciencias, as artes, o commercio, a

industria, a manufactura, e todas as ou-

tras especies da vida activa do trabalho

nào conslituiam monopolio nem do ho-

mem nem de qualquer associação. Todos

procuravam ser úteis a si e á socie-

dade.

Se Solon proclamou uma eterna verda-

de dizendo que a democracia tem por ba-

se a liberdade e a propriedade, bem vêem

os apostolos da nova seita aemocratica

que Portugal está em perfeitn Athenas, e

que é mal cabida a sua lamenlaeào quan-

do pede q.te todo o homem seja cidadão e

comparta nos negocios da republica, que

São de todos.

Ora, a liberdade e a propriedade, a re-

ligiào e a familia, as sciencias e as artes,

o commercio e a industria, a agricultura,

e todos os elementos do trabalho, ahi es-

tão assegurando cada vez mais que em

Portugal as suas instituições protegem o

verdadeiro cidadão, o homem que se de-

dica ao lavor e ao estudo.

E a Democracia tem o exemplo na pro-

pria casa, onde alguns dos seus membros,

filhos humildes do povo, subiram ás mais

altas posições da sociedade.

Nào ha pois motivo para levantar a voz

em grita contra as nossas instituições que

são libérrimas eo systema economieo em

que todas as suas doutrinas de livre con-

correncia são um seguro penhor de pros-

peridade c de ordem para Portugal.

Os membros do partido progressista

historico, residentes em Braga e em Coim-

bra estão promovendo subscripção a fa-

vor da familia do finado Santos e Silva.

O conselho do districto approvou a de-

liberação da camara municipal de Lisboa

eira sentia-Ibe differença. O cura pousou

docemente a vista no fundo valle.

—Tem estado lindo tempo, senhor pa-

dre Clemente.

—Oh! magnifico. E as sementeiras co-

mo vão?

—Quasi tudo amanhado. Agora do que

se precisava era d'uma regasita para pu-

xar, que vão rareando os pastos.

—Deus é pae e ha de acudir com o ne-

cessário.

—Assim seja senhor cura.

• •

Nova pausa. Ao longe o somnolento

mugido do boi e na cerdeira perto o ás-

pero gorgeio d'um passaro; factos estes

que o padre atou como por um fio, de-

senhando com o olhar uma curva, que

principiou onde gemia o boi e morreu on-

de cantava o passaro.

—Que cerdeira tào carregada de flôr—

recomeçou o cura.

—E que dá boas cerejas no tempo.

—Sào bicaes?

—Nào senher são pedraes.

—Oh! tenho-as lá magnificas —respon-

deu como entendido.

—Estas sào rijas como pedras.

Calaram-se.

«O que trará por aqui o cura antes de

almoçar, pois que vem de dizer missa, e

d'um modo tào preocupado!»

N'isto scismava o velho.

«É que está bem ao sol» — terminou

comsigo.

Porém as novas repetições e frequentes

pausas mostraram-lhe que andava ali

coisa.

que concedeu aos srs. conde de Penama-

cor e Antonio Paes de Saúde e Castro a

construcçào e a exploração denm merca-

do no Campo de Santa Clara.

O sr. Oliveira, que estava plantado jun-

to de uma porta na rua do Poço dos Ne-

gros, tornou-se suspeito á policia, e foi

capturado e transplantado para a estação

policial.

Rasgou o capote ao captor.

Os carlistas sofTrem grandes faltas de

dinheiro Teem por isso muito atrazado o

pagamento aos devotados á causa.

A commissão de beneficência da fre-

guezia de Santa Justa e Ruflna foi hon-

tem visitar todas as pessoas necessitadas

que soceorre mensalmente, para tomar co-

nhecimento do estado de pobreza década

uma d'ellas e prover-lhes do remédio.

Entendemos que é assim que se deve

cumprir tào nobre missão; e bem hajam

os membros d'esta commissào que nào se

poupam a incommodos para poderem re-

partir com justiça as esmolas que lhes

sào conliadas.

Na ultima ordem do exercito voem pu-

blicadas as leis militares aprovadas pelo

parlamento na ultima sessão legislativa.

llontem pelas 10 horas e meia da ma-

nhã, caiu fulminado por uma apoplexia

no armazém de vinhos do sr. Romão,na rua

dos Douradores, o cortador do talho «lo

2.° quarteirão da rua da Pr.ita, Antonio

Maria de Assumpção, conhecido pelo Ma-

rat has.

O infeliz deixa ficar mulher o 3 filhos,

dos quaes o mais novo tem poucos dias

de existencia e devia ser baptisado hoje.

Os eollegas do fallecido quotisaraui-se

para lhe fazerem o funeral.

Ficou depositadona casa mortuaria do

hospital de S. José.

Consta que 1). Carlos mandou fusilar os

chefes encarregados do bloqueio de Bil-

bao.

Recebem-se até ao dia 18 do mez de

maio no lyceu nacional de Lisboa os re-

querimentos das alumnas que pretende-

rem ser admittidas a exames finaes.

De um jornal de província tiramos a

noticia que hontem demos de que falle-

cera o sr. Manuel José de Sousa Junior,

antigo deputado ás cortes e presidente da

camara municipal de Figueira da Foz.

Melhor informados, podemos dizer que

quem deixou de existir nào foi aquelle ca-

valheiro, mas uma filha sua, a ex.n,a sr."

D. Maria da Gloria Bastos Sousa.

Consta-nos que está oscripturado para

um dos theatros do Porto o actor Samuel,

que para ali irá nos princípios de ju-

nho.

O sr. Manuel Baptista Camossa Nunes

Saldanha, presidente da camara munici-

pal do concelho de Arouca, enviou nos o

relatorio que apresentara em dezembro

áquella corporação.

Agradecemos.

Saem hoje do lazareto os 93 passagei-

ros que vieram do Brazil nt vapor Po-

tosi.

Falleceu na sua casa de Telhadella o

sr. Antonio Domingues Pinto, agricultor

e vereador da camara municipal de Al-

bergaria.

A subscripção promovida pelo centro

progressista historico a favor da viuva e

filhos de João Antonio dos Santos e Silva

está em 2:014£750 réis.

Publicaram-se as folhas 30.a e 3l.a do

2.° vol. da obra Os crimes dos papas, edi-

tada pelos srs. Barata & C.a

Alcançam ao 180.° papa, Celestino III.

•O que será?»

E passou em revista.

«Dinheiro nào que é remediado.»

«Conselhos... é um sábio.»

«Serviços para lavoura não costuma pe-

dir»

«O que será?»

O padre Carvalhosa entretinha-se en-

contrando difliculdades na remoção d'uma

pequenina pedra com a ponta da benga-

la. Chegou a desenhar na terra da eira um

sulco curvilíneo. Mostrava-se enredado em

pensamentos.

O velho Sebastião não gostava de ca-

beças occupadas com tristezas. As nuvens

faziam-lhe sombra e para elle que era ve-

lho unicamente o sol tinha valor.

N'esta scena em que os interlocutores

pareciam dormentes, nova personagem

veiu dar golpe. Abrindo-se o portal entrou

uma rapariga em trajo domingueiro. Nào

era uma belleza estatuaria digna do cin-

zel altivo de Buonaroti. Um photographo

melhor que um pintor revelaria os traços

complexos da feição. Porém o photographo

não despresando as linhas secundarias faz

desmerecer as que no rosto aecentuam

a animação e a vida. Wandick empregan-

do as finas tintas e a curva primorosa

mostrava-nos outra que nào ella. Melhor

seria não a retratar.

Era morena, tinha olhos negros, cabei-

los azevichados e opulentos. De estatura

airosa, pequena e redonda. Nào se encon-

tram vinte annos melhor garantidos. Le-

ve como um pisco, adornada como uma

capella, alegre campo um campo florido,

risonha como a alegria, entrou na eira

Clarita, a neta e futura herdeira do tio Se-

bastião.

Que modificação no rtsto do cura!

Os empregados da dfandega de Serpa

apprehenderam nos últimos dias em Bar-

rancos 119 volumes de tabaco.

A ex.— sr.- D. Julia Sophia de Oliveira

Alves Gutierres,directora da Escola Fran-

co Britannica, em que estava recebendo

educação uma das filhinhas do sr. Santos

e Silva, logo que soube das precarias cir-

cumstancias da sua viuva, off*Teceu-se

para continuar a educação gratuitamente

á sua antiga discípula.

Faz ámanhã exame de licenciado na fa-

culdade de philosophia, na universida-

de de Coimbra, o sr. AITonso Maria de Al-

meida Leitão. • ^,.

A'manha, pelas 10 horas da manha, ce-

lebra se na egreja dos Martyres uma

missa por alma da sr." duqueza de Ca-

xias.

Corre em Monsào que vae ser redobra-

do o destacamento d'aquella villa e que

serão fortificadas as muralhas.

Foram vaccinadas ante-hontem na re-

partição vaccinica do commissariado de

policia 24 creanças e 20 praças do exer-

cito.

A secção photographica da commissão

geodésica obsequiou-nos com alguns» xmh-

plnres dá planta de Bilbau e seus arra-

baldes, desenhada pelo sr. Peixoto.

Agradecemos.

Entrou ha dias no hospital da divina

providencia de Villa Real um habitante

de Galliza, que se queixava do ter sido

espancado, em Villarinho de S. Romào,

por alguns indivíduos d'essa localidade.

Diz um jornal de Aveiro que n'uma

freguezia de certo concelho d'aquelle dis-

tricto ha um parodio que é coveiro, sa-

christao, juiz eleito, escrivão deste juiz,

aiugador de cera, regedor de parochia,

zelador, e guarda rural.

Surprehende ver tantas aptidões reuni

das n'um só inlividuo.

A empreza de Leitura para todos, de

que é director litterario o sr. Camillo Cas-

tello Branco, e de que são collaboradores

òffectivos os srs. Germano de Meyrelles e

Alberto Sampayo encetou a publicação de

uma nova obra.

Intitula se Considerações geraes ácerca

das associardes operarias e é traduzida

de Eugénio Véron.

Saiu á luz a 1." folha.

Saem hoje do lazareto os 220 passagei-

ros que ha dias chegaram do Brazil no va-

por Valparaiso.

O préstito que hoje conduz os restos

mortaes do fallecido sr. general barão de

Sabroso ao cemiterio occidental, deve

sair do arsenal de marinha pouco depois

das 4 horas da tarde, sendo acompanhado

pelo regimento de lanceiros 2, de que o

mesmo finado general fora coininan-

dante.

No cemitério serào as devidas honras

fúnebres prestadas por uma bateria de

art'lheria n.° 1 e pela segunda brigada de

infanteria sob o commando do sr. gene-

ral França.

Acham-se actualmente no hospital mi-

litar permanente de Lisboa 491 doentes,

entrando n'este numero um tenente coro-

nel, uni major, dois tenentes, e um alfe-

res. •

Foi hontem de manhã sepultado no ce-

miterio oriental o fallecido sr. Joào Qui-

rino de Almeida, 1." official reformado

com honras de major, pelo que lhe foram

prestadas as honras fúnebres pelo bata-

lhão de caçadores n.° 5.

Um conhecido republicano em Madrid

vae contestar, em uma serie de artigos, a

Aquella imagem, aquella traquinice ju-

venil, aquella satisfação interior desatan-

do em riso espontâneo, restituiram-o

quasi ao bom parecer,

—Ainda agora da missa? Cuidei que

já estavas em casa.

O avô respondeu :

—É que foi chamar uma gente para

um serviço.

—Sua benção senhor cura, sua benção

meu avô — disse a engraçada Clarita, co-

nhecendo que nào havia' necessidade de

responder.

—Deus te abençôe — disseram os dois.

—E te faça uma santa — acrescentou o

cura.

—Com licença senhor cura que vou dar

volta ao jantar. Já o avôsinho ha de co-

meçar a ter fome, e eu levo-o atrazado.

—Vae lá, vae [á — volveu o cura dan-

do-lhe o beija-mào.

—Não'te descuides que são dez horas

— confirmou o avô observando o sol.

—É um anjo esta pequena — insinuou

o reverendo.

—É uma mulher de casa — emendou

o velho.

—Tem rasão. Esses é que são os ver-

dadeiros anjos. Quem trabalha e cura das

obrigações não pôde ser mau — confir-

mou sentenciosamente.

—Por assim dizer, ella é que faz tudo

n'esta casa. E o senhor cura pôde acredi-

tar que anda tudo como um brinco.

—Está uma rapariga casadoira, insuflou

traiçoeiramente o cura.

—Casadoira, não senhor. E nova, sim,

é muito nova.

—Mas se tem todos os requesitos d'uma

bôa dona de casa.. .—atirou pela segun-

da vez.

doutrina do íbftrefo em que o sr. Pi y

Margall trata de justificar o seu compor-

tamento emqnanto foi presidente do po-

ller executivo da republica.

A produeçào total de carvão no reino

unido,que era de 3.667:472 toneladas em

1856 subiu a 120.000:000 em 1873.

Segundo diz a G zeta Industrial pre-

para-se um novo con flicto em Inglaterra

nas industrias de ferro e (Kí carvão. Os

patrões sào os que se declaram agora em

greve uma vez que os operários nào acei-

tem uma reducçào nos seus salarios. Em

Glasgow esta questão produziu já a sus-

pensão de trabalho, e receia-se que ou-

tro tanto succeda em toda a Inglaterra.

Foi encontrado morto, na travessa de

Santo Antonio da Gloria, Antonio Luiz

Marques, raoço de fretes, de 54 ânuos,

natural d«- Valença do Minho.

A opinião do facultativo que verificou

o óbito é que o homem suceumbiu a uma

apoplexia fulminante.

Desabou ha dia» na Covilhã um arco

com o telhado da egreja de Santa Ma-

ria.

Felizmente não ha desgraças a lamen

tar. ■ i — mm- ■

Amainou o mau tempo que tem reina-

do na co-ta Car.tabrica. Para se fazer idéa

de quanto foi violento o temporal, basta

dizer que a companhia de vapores que ha

quatorze annos faz o serviço do correio

entre Santander e Cuba só agora foi obri-

gada a demorar a saida de um dos navios

por causa da grande tempestade.

Segundo parece este anno tornaram se

moda, em vez dos program mas eleitoraes,

os protestos no curso superior de let-

tras.

llont«m publicámos o protesto do sn

Joào de Sousa Acaujo e já hoje publica-

mos outros dois.

Um é do sr. Carlos de Moura Cabral e

outro dos srs. Joaquim José Gião e Augus-

to do Carmo Ferreira de Simas.

Publicamol os pela ordem porque os re-

cebemos o sem commentarios.

Sr. redactor.—Em presença do protes-

to que o rueu dislincto collega no curso

superior de lettras, o sr. Joào de Sousa

Araujo, insere hoje no acreditad ) jornal

de v. sobre'o procedimento do sr. Viale

no incidente que suscitou na academia

real das sciencias a honrosa proposta pa-

ra Ernesto Renan fazer parte d'aquella

corporação,permitia me v. que diga tam-

bém duas palavras sobre tal assumpto,

explicando o motivo por que da minha

parle não houve a adhesào de que o si-

gnatário do protesto parece resentir-se.

Entendo que a minha humilde qualida-

de de alumno d'aquelle curso não me con-

fere. direito algum de protestar contra o

procedimento do sr. conselheiro Viale,

oo de. outros cavalheiros na reji-içào da

proposta, pois acho pwfeilamente licito a

todos os membros da academia êmittirem

o sen voto em qualquer sentido nas dis-

cussões que ali se ventilam.

E' assim que eu interpreto a liberdade

do voto, a liberdade da consciência e a

sua inviolabilidade!

Na minha modesta opinião, entretanto,

decisão da academia nao está á altura da

primeira corporação scienlifica do nosso

paiz.

E lamento que um dos vultos mais

illustres da litteratura contemporânea,

um dos trabalhadores mais intrépidos

que a Franca tem gerado, um dos ta-

lentos mais privilegiados da Europa fosse

tào mal apreciado pelos sábios da nossa

terra.

Não adherindo ao protesto que acaba

de lavrar o meu amigo e collega, aqui

consigno o meu humilde sentimento, pelo

—É certo que tem; mas é bom dar tempo

a que afructa amadureça. Raparigas sào

como as uvas, as maçãs, as peras e tudo

mais chegando a certo tempo tem

uma cor de appetecer, mas vae-se vér e

nào se lhe mette dente.

—Mas o Thomé Barbante nào tem pa-

lavra de casamento com Ciarita? — inda-

gou suspeitoso.

—Sim senhor; dei consentimento; mas

não para já. Nào se perde por deixar ama-

durecer a fruta.

Sua reverendíssima entrou rasgadamen-

te com estas palavras:

—Pois amigo e senhor Sebastião é por

esse motivo que hoje o vim conversar.

—Ora essa, senhor cura! — encarou

surpreendido.

—Nem mais, nem menos é isto. Estava

com receio que o Barbarte me nào intei-

rasse da verdade. Rapazes, quando se

trata de coisas assim, ainda que sejam co-

mo o Barbante... o senhor Sebastião bem

o entende. Pediu-me o Thomé para inter-

ceder pela abreviação do casamento. Achei

o pedido justo e não me recusei.

—Não mentiu, nào senhor — respondeu

com alguma difliculdade. É isso mesmo...

quero que esperem...

—Nào sei se fará bem...

—Vossa reverendíssima aconselhará...

—A terem de casar, não vejo mal em

que seja um anuo mais cedo.

—Queira vossa senhoria perdoar o meu

atrevimento, mas será bom deixar ama-

durecer a fructa. A minha neta tem só

vinte...

—Os seus muitos annos e boa palavra

valem. Como bom amigo, entendo senhor

Sebastião que devemos ceder em muitos

pontos. O meu dever de pastor obriga-me

a que lh'o diga...

menosprezo que mereceu a alguns aca-

démicos o nome dislincto de iKrnesto Re-

nan, o auctor illustre de tantos livros de

sciencia e de litteratura. entn* os quaes

avultam esses monumentos grandiosos o

ArUe-Christo e a Vida de Jesus.

Agradecendo a v. a publicação d'es-

tas linhas respeitosamente me asssign»

De v. etc.

Carlos de Moura Ca br ai..

21 de abril, de 1874.

Depois das declarações que teem feito

na imprensa aigunsalumnos do curso su-

perior de lettras, com respeito aos aca-

démicos que votaram a rejeição de Ernes-

to Renan, e com especialidade sobre um

protesto que se disse tencionavam dirigir

ao sr. conselheiro Antonio José Viale, en-

tendemos que, aos alumnos que ainda

nào manifestaram a sua opinião, a leal-

dade lhes está indicando que nào podem

eximir-se a apresentai-a. O silencio tal-

vez fosse com modo, mas nào era digno.

Respeitamos o voto dado pelo sr. con-

selheiro Antonio José Viale, porque en-

tendemos que leve origem na sua con-

sciência, mas declaramos também con-

scienciosamente que lamentamos do inti-

mo d'alma que s. ex." nào tenha a honra

de ter por collega E. Renan.—Joaquim

José Gião, Augusto do Carmo Ferreira de

Simas, alumnos do curso superior de let-

tras.

Já está publicado em Madrid o primei-

ro dos cinco volumes que com o titulo de

.4 republica de 1873, apontamentos para

escrever a sua historia, o sr. Pi \ Margall

começou e promette continuar a escre-

ver.

Falleceu o sr. Antonio José da Silveira,

major reformado, e professor de desenho

na escola naval.

Diz o periodico hiIbainho Irurac-bat

que todas as noites se ouve de Volantin

um pregador carlista que excita os habi-

tantes de Bilbao á rendição, asseverando-

lhes que é inútil qualquer resistencia.

Uma carta de Barcelona diz que os in-

ternacionalistas e cantonaes se agitam so-

bremodo n'aquella cidade, e julga neces-

sário o emprego da maior vigilancia para

que a ordem não seja alterada.

Eis os soldos que o pretendente paga

aos seus servidores, e esses mesmos atra-

zados: capitão general 4:000 reales men-

saes, tenente general 3:000, marechal de

campo 2:000, brigadeiro 1:000, coronel

600. tenente coronel 500, majores 400,

capitãss 300, tenentes 200, e alferes 100.

Como se vé um alferes tem apenas réis

45500 da nossa moeda.

Elio é entre os chefes ao serviço de

D. Carlos o único que tem a patente de

capitão general.

Falleceu em Bragança o sr. Pedro Al-

b no da Silva Barros, capHIào de cavalla-

ria 7. Tinha a graduação de capitão.

Está hoje no serviço de ronda superior

á guarniçao da capital o sr. tenente coro-

nel do regimento de lanceiros 2.

Indo no domingo o sr. general Barrei-

ros passar o dia com sua familia na sua

casa em Pedroiços, caiu tào desastrada-

mente pela escada da casa que f-z uma

grande ferida na cabeça. Prestaram-lhe

os primeiros soccorros os srs. Souzas de

Belém, e de Pedroiços, eoniinuando-o a

tratai-o em Lisboa o seu antigo amigo e

sr. A. M. Barboza.

Marchou para Aldeia Gallega do Riba-

tejo uma escolta do regimento de infan-

teria 5, a fim de acompanhar um preso

que têm de ser processado n'aquella co-

marca.

—Porém, senhor cura, sào tão no-

vos !...

N'este momento o padre divisou o Bar-

bante que vinha vigiar as sementeiras. -

—Ahi vem Thomé. Vem cá ó rapaz; —

chamou acompanhando-se com um gesto

largo de bengala.

—Deus nosso Senhor os salve, — tarta-

mudeou embaraçado.

—Jogo franco. Teu tio guarda escrúpu-

los em consentir no casamento já. Nào é

isto verdade, senhor Sebastião?

—É meu senhor cura. Vossa senhoria

também entende que a fruta se quer ma-

dura, Estão muito novos...

—Estás n'estas idéas Barbante?

—Eu senhor...— linguou compromet-

ido — como vossa senhoria e meu tio en-

tenderem. Já tenho vinte e cinco e Clara

vinte.

—Teu tio diz que é bom esperar mais

tempo.

—Já tenho vinte e cinco e Clara...—

repetia.

—Ora aconselhe vossa reverendíssima

— interrogou o velho sem encarar o so-

brinho.

—A minha opinião é a dos noivos. São

o meu rebanho e eu devo mostrar lhes o

melhor caminho. Quando ha boas inclina-

ções a edade nào pôde ser um impedi-

mento. Se o não entendesse tal como o

digo, não vinha cá. Lá o diz o livro santo

«que não é bom viver o homem sem a

mulher.»

Ao noivo quasi se lhe dobraram os joe-

lhos, de agradecimento.

(Continua).

Page 3: AMwattreA'iwsiA EJW LUi&ojdpurl.pt/14328/1/j-1244-g_1874-04-22/j-1244-g_1874-04-22_item2/j... · throno. se lhe faltaram os único- alicerces do poder, o amor do povoe a sincera pie-

DIÁRIO ILLUSTRADO

Apresentou se já de licença registada o

sr. alferes graduado do regimento de ca-

▼aliaria 4, Augusto Serrão de Faria Pe-

reira,

A Gaceta de Hespanha publica o se-

guinte despacho do general em chefe do

exercito do Norte:

«O tempo continua chuvoso, mas cedeu

o temporal. Vào-se recompondo as bate-

rias e providenciando sobre os prejuízos

causados pelo mau tempo na linha avan-

çada.»

E nada mais!

O batalhão de caçadores n.* 2 e o regi-

mento de infanteria 16 fornecem hoje a

ronda de visita na capital; e em Belem

deve ser fornecida pelo regimento de lan-

ceiros.

Na tarde do dia 19 realisou-se em Se-

túbal uma procissão; saindo esta da egre-

ja de S. Sebastião com grande pompa, e

acompanhada pela olTleialidade do bata-

lhào de caçadores n.# 1, epor uma guar-

da de honra do mesmo corpo sob o com-

mando de um capitão.

Na Rioja deu-se mais um d'esses san-

guinolentos episodios a que as republicas

do Rio da Prata nos teem habituado.

O coronel Gordillo, que commandava

algumas forças nacionaes destacadas na

província recebera ordem do governo cen-

tral para d ali se retirar, alim de que não

tomassem incremento os condidos que en-

tre ellee o governador de Rioja se tinham

dado.

Quando o coronel se retirava com suas

forças, foi atacado p,-lo governador á fren-

te d outros da província, travou-se luta

em que houve grande numero de mortos;

o governador foi derrotado, e dizem uns

que morreu combatendo e outros que foi

fuzilado por ordem de Gordillo.

O regimento dê infanteria n.°5 tenciona-

va fazer hontem de tarde exercício geral

no campo proximo ao seu quartel.

O infeliz José Lourenço que foi esfa-

queado na rua daEscolaPolylechnica pe-

la madrugada de domingo falleceu, e foi

enterrado hontem de tarde no cemiterio

occidental.

O caixão,que saiu do hospital de S.Jofé,

era levado á mão acompanhado de uma

philarmonica ede grande numero de in-

divíduos. No tran>ito o acompanhamen-

to engrossou 9uccessivãmente.

O pobre rapaz, com quanto de condição

humilde, porque era criado do sr. mar-

quez de Vianna, tinha muitas sympathias

e grande numero de amigos.

O sr. marquez de Vianna, vendo de

dentro de uma das janellas do seu pa-

lacio ao Rato passar o sai mento, chorava.

O enterro foi feito ã custa de uma com-

missão.

Para o commando de infanteria n.° 12

foi nomeado o sr. coronel Joaquim José

d'Almeida, pessoa de estimáveis qualida-

des e de quem esperamos uma feliz ge-

rencia n'aquella corporação pelo seu génio

disciplinador.

Publicou-se o 7.° fascículo do romance

de Junio Verne—Da terra d lua—editado

pela empreza Horas Romanticas.

Acha-se de novo considerado doente no

seu quartel o sr. capitão Francisco Maria

de Bettencourt, do regimento de infante-

ria n-° 7.

Pedem-nos que transcravemos do «Jor-

nal do Porto» o que ali se diz acerca do

Sr. Feuerheerd,.fallecido no dia 17 do cor-

rente.

Fazelmol-o, com a devida vénia.

«Falleceu hontem de manhã, achando-

se em perfeito estado de saúde, e quando

acabava de escrever um artigo sobre a in-

negavel importancia da construcção do

porto artificial de Leixões, o decano dos

negociantes estrangeiros d'esta cidade, o

sr. Diedrich Mathias Feuerheerd, na a-

vancada idade de 83 annos.

«O sr. Feuerheerd era natural de Ham-

burgo, e tornou-se notável não só pela sua

inexcedivel actividade, mas ainda pela no-

breza de sous sentimentos.

«Liberal de coração, aquelle respeitável

ancião prestou relevantes serviços á causa

constitucional d'este paiz, especialmente

durante a memorável época desde 1828

até 1833.

«Ásua iniciativa e caridade foi devida

durante o cerco a instituição da sopa eco-

nomics, de que se distribuíam milhares

de rações para matar a fome a um sem

numero de indigentes, cuja sorte de certo

teria sido desastrosa, sem aquelle valioso

auxilio.

• O sr. Feuerheerd, além de hábil ne-

gociante, e de génio emprehendedor, pres-

tou um grande serviço á mineralogia, ex-

plorando as minas de chumbo do Braçal,

para o que teve de vencer muitas contra-

riedades e desgostos; e era com verdadei-

ro enthusiasmo que elle contribuía com

seu auxilio para todas as emprezas de gran-

de alcance.

«Ainda ha cerca de dois mezes festejara

elle o 50.° anniversario do seu consorcio.

Nessa occasiào o imperador da Allema-

nha o elevara acavalleiro daCorôa deFer-

ro. Achando-se reunido com sua família

e Íntimos amigos que tomaram parte n'a-

quella festiva comrnemoração, o sr. con-

sul da Allemanha o condecorou, com as

felicitações do seu imperador.

«Visível foi a sua commoção etão gran-

de o choque moral que recebeu com aquel-

la honrosissima distineção, que é possível

2ue ella contribuísse para lhe abreviar os

ias de vida.

«O sr. Feuerheerd era cavalleiro das

ordens de Christo e da Conceição. Seu

trato era agradavel, instructivo e lhano,

e quasi proverbial sua hospitalidade.

«Deixa viuva, dois filhos e tres filhas ca-

sadas e um filho solteiro, o sr. D. M.

Feuerheer Junior, chefe da antiquíssima

firma de D. M. Feuerheerd Junior & O;

suas filhas aeham-se na Allemanha, e o

sr. Francisco Feuerheerd dirige as Minas

do Braçal.

«A todos nossos sinceros pesames. »

M.

ÉVORA, 19 de abril—Os estudantes do

lyceu d'esta cidade levaram á scena no

theatro Eborens?, pelas ferias da Paschoa,

o drama historico do sr. Eduardo Coe-

lho, em dois actos e tres quadros—Op-

pressão e Liberdade, e as comedias—J.

li. e o Tuborda no Pombal.

O desempenho foi regular, e os jovens

académicos foram muito applaudidos,

apesar da sua inexperiencia scenica.

Na ultima recita e final do 3.° quadro

do drama, um cavalheiro recitou por ob-

sequio uma poesia allusiva a factos histó-

ricos da heroicidade luzitana, sendo tam-

bém muito applaudido por todos os espe-

ctadores, que assistiram em pé á recita-

ção da poesia, tocando a orchestra em se-

guida o hymno da restauração, entre os

vivas unisonos dos actores â independên-

cia portugUeza e as frenéticas palmas dos

espectadores, sincera, enthusiastica e hon-

rosa manifestação do amor pátrio, que a

tradicção gloriosa de seus antepassados

impl.-ntou no seio dos eborenses.

—Vae apparecer brevemente n'esta ci-

dade uma publicação intitulada A Voz do

Povo (jornal dos operários)> cujo prospe-

cto, além de outras idéas democráticas

que se propõe defender, promette também

emancipar o p<*o e arrancar a mascara

aos falsos Catões, expondo os aqui no pe-

lourinho da imprensa.

Pena é que apoz a queda do pelourinho

da praça publica de Évora, dos pelouri-

nhos, Pharol, Lileno e Voz do Povo (pam-

phleto), venha mais um pelourinho ater-

rar o proprio povo, mostrando a estra-

nhos e conterrâneos que n'esta cidade se

aprecia tanto a sublime instituição da im-

prensa que até mesmo, depois ile tres u

quatro liberaes sinceros terem derribado

a columna tosca e affrontosa da praça pu-

blica, vem a especulação do proletariado

edificar um pelourinho com os materiaes

modelados, por Pedro Sclioeffer, querendo

assim glorificar a emancipação de um

povo!

Ha effectivamente zangãos de todas as

procedências, como diz o prospecto, que

por vários modos ambicionam um favo

alheio, acrescentamos nós.

Defenda o novo campeão as garantias

beneílcas do pacto social, que a liberda-

de outhorgou a este povo, mas não queira

transformar as suas columnas n'um simu-

lacro do ignominioso monumento da eda-

de media, o pelourinho!...

—Qucixam-se aqui varias pessoas, e

com sobeja rasão, de que algumas ruas

centraes e onde ha maior concorrência,

sejam varridas á 1 e 2 horas da tarde;

e portanto pedimos ao respectivo verea-

dor que dé as providencias necessarias, a

fim de que os transeuntes não sejam en-

volvidos em nuvens de pó, e demais em

pleno dia, o que certamente não abona o

progresso municipal da localidade,

—Acha-se novamente n'esta cidade o

photographo Campos.

—Tocou hoje no jardim publico a ban-

da Primeiro de Dezembro, a qual previa-

mente fizera constar aos respectivos so-

cios que ia ali tocar. Ouvimas censurar

uns avisos especiaes, talvez injustamente,

porque suppomos que fazem parte d'uma

disposição dos estatutos d'aquella socie-

dade.

Até breve.

Sertorio.

Recebemos noticias de Macau de 3 mar-

ço. Havia socego na colonia. No dia 7 sa-

ía para Timor a escuna o Principe D. Car-

los.

No dia 1.° d'aquelle mez realisou-se de

novo a eleição para deputado, a qual foi

muito concorrida, pondo-se em campo to-

das as parcialidades politicas. A final sa-

iu eleito o candidato do governo o sr.

Julio Ferreira Pinto Basto. Houve grande

regosijo da parte dos europeus, e também

de alguns macaistas. Cantou-se um so-

lem ne Te Deum na Sé, e a musica do ba-

talhão andou tocando pelas ruas acompa-

nhada de grande numero de pessoas, que

deram enthusiasticos vivas ao eri, ao

governador, e ao eleito. Estas demonstra-

ções de alegria duraram até ás 11 horas

da noite.

O» partidarios da escravatura, os ho-

mens que protegiam a emigração dos coo-

lis, os que negociavam em carne huma-

na, escusado é dizer que trabalharam

para guerrear a candidatura do governo.

No Diário do Governo, de hontem, vém

publicadas as seguintes cartas de lei:

— de 11 de abril, fixando a importancia

da contribuição predial relativa ao anno

de 1874 e a sua repartição pelos differen-

tes districtos. Esta contribuição está fixa-

da em 1.649:211 £000 réis.

— deli de abril, approvando, para ser

ratificada pelo poder executivo, a con-

venção de extradição de criminosos cele-

brada entre Portugal e o conselho fede-

ral suisso, e assignada pelos respectivos

plenipotenciários em Berne aos 30 de ou-

tubro do anno findo.

— de 14 de abril, declarando de ne-

nhum eITeito a reslricçào posta, na lei de

23 de abril de 1873, á applicação do em-

préstimo par ella authorisado. e em vir-

tude da qual a caman! municipal de Lis-

boa somente poderia applicar a melhora-

mentos da hygiene e saúde publica os

fundos provenientes do emprestimo a que

a mesma lei se refere.

— de 15 de abril, extinguindo o obser-

vatorio astronomico da marinha.

— de 15 de abril, concedendo a Fran-

cisco Pedro Ferreira o soldo de 2.° piloto

de numero.

— de 15 de abril, fixando o contingen-

fe de recrutas para o serviço da armada

referido ao anno de 1873.

A'manhã realisar se ha a procissão de

Nossa Senhora da Sande, e S. Sebastião;

saindo pelas 9 horas e meia da sua real

capella á Mouraria, e será acompanhada

como de costume pelos contingentes e

bandas marciaes dos corpos da guarni-

ção em grande uniforme.

Arribou ao Tejo, com falta de manti-

mentos, o brigue francez Souvenir vindo

de Londres.

Entre os officiaes cartistas que se apre-

sentaram a indulto no acampamento li-

beral figura um parente do capitão gene-

ral de Castella a Velha, e que gosava de

grande prestigio entre os facciosos.

Faz hoje oito dias que subiu á scena a

peça fantastica Os fructos de Oiro, o que

equivale dizer que no theatro da Trinda-

de tem havido sete casas magnificas.

E' natural que seja hoje a oitava_ com

muitos applausos, e grande risota.

Realisa-se amanhã pelas 9 horas da

manhã na capella do asylo de S.snta Ca-

tharina, uma missa por alma da ex.^sr.*

D. Maria Theodora Verde Rodrigues.

Assistem á missa as asyladas orp iãs.

Concha chegou no dia 16 ao acampa-

mento, onde conferenciou com o chefe de

estado maior e visitou Primo de Rivera.

Visitou também os postos avançados

em companhia do general em chefe e ob-

servou os entrincheiramentos dos carlis-

tas com o auxilio de binoculo.

O exercicio de folio, que o regimento

de infanteria 7 teve ante-hontem em cam-

po de Ourique, foi executado com bastan-

te regularidade.

Já regressou a Lisboa o sr. José Hyla-

rio de Brito Corrêa, que estivera em Mon-

te-mor o Novo.

Continuando a informar os nossos as-

signantes do triste acontecimento da rua

direita da Escola Polytechnica, a que

se refere a nossa noticia de domingo,

cumpre nos dizer que o infeliz José Lou-

renço Ribeiro entrou á uma hora da ma-

nhã de domingo no hospital de S. José,

procedendo se logo ao tractamento que

o caso reclamava.

O desgraçado tinha uma ferida no ven-

tre, ao lado esquerdo do bordo do mus-

culo recto anterior; ferida obliqua, paral-

lela á arcada crural, de um deciinetro,

interessando toda a espessura da parede

abdominal, achando-se comprehendida no

corte a e artéria pigastricaque deu abun-

dante hemorrhagia para dentro do ventre,

dondej-e extrahiu,depois de laqueada a ar-

téria, grande quantidade de coágulos. Pe-

la ferida tinha saido quasi a totalidade

dos intestinos delgados e uma ansa de

intestino grosso, formada pela união do

colon transverso com o descendente. O

grande epiploon estava também fora da

ferida e com uma ferida correspondente

á externa. Não havia ferida d'intestinos.

Uma outra ferida de cinco centímetros

na parte media da região dorsal, só da

peile. Uma outra ferida em T cujos ra-

mos correspondem exactamente ás sutu-

ras bifrontal e fronto parietal,. compre-

hend ia também só a pelle. Palidez geral,

pulso muito pequeno.

Publicou-se o n.° 40 do terceiro volu-

me da Illustraçao Popular.

Traz o retrato de D. Duarte, 11.° rei de

Portugal.

Chegou ante-hontem do Havre o pa-

quete francez Moreno.

Trouxe 253 passageiros.

Houve alguns sopapos por essa Lis-

boa.

Os que os apanharam queixaram-sr. Os

que os deram foram engaiolados, para

não mexerem as asas com tanto desalfo-

2°-

Na quinta-feira os cavallos de um

trem, que se dirigia de Aveiro para

Albergaria a Velha, espantaram-se no

Sobreiro, atropellaram algumas pessoas

que acompanhavam um enterro, e fize-

ram com que o cadaver rolasse pelo

chão.

Se um dos padres que faziam parte do

acompanha mento não fizesse deter os ca-

vallos fogosos, o mal seria maior.

Felizmente apenas ficaram maguadas

algumas pessoas.

O sr. Manoel José Victorino, capitão

picador em serviço na escola do exercito,

acaba de solTrer um duro golpe com o

fallecimento de uma filha, que estreme-

cia: sentimos.

«Bento da França Pinto de Oliveira,

aconselhado pelos medicos a ir para Bem-

lica acabar de restabelecer-se da sua gra-

ve enfermidade, agradece por este meio,

em quanto o não faz pessoalmente, a to-

das as pessoas que se interessaram pela

sua saúde, visitando-o e informando-se

d'clla com uma assiduidade e uma soli-

citude á qual se confessa eternamente re-

conhecido.

t

Augusto Cesar Ferreira de Mesquita e

D. Maria Eugenia de Fontes Pereira de

Mello Ganhado de Mesquita participam

aos seus parentes e pessoas de suas rela-

ções que foi Deus servido levar da vida

presente a sua innocente filha Helena de

Mesquita, e se ha de sepultar hoje 22 do

corrente pelas 2 horas da tarde, saindo

o préstimo de sua casa, rua dos Cardaes

de Jesus, 98, para o cemiterio occidental.

Não se fazem convites especiaes.

Pela contadoria geral da junta do cre-

dito publico se annuncia acnar-se aberto

o pagamento, dos juros do 1.° semestre

do corrente anno, devendo o mesmo pa-

gamento effèctuar-se pela fórma constan-

te da seguinte tabella, quanto ás relações

de juros que se acham numeradas:

Dia 22 de abril

2:558

2:561

2:562

2:564

2:573

2:575

2:576

2:579

2:582

2:584

a

2:587

2:591

a

2:605

2:607

2:609 2:658

a

2:616

2:618

2:620

a

2:631

2:633

2:635

2:636

2; 638

a

2:643

2:645

a *

2:650

2:652

2:656

a

2:662

2:665

2:687

2:689

2:691

2:693

2:695

a

2:710

2:712

a

2:714

2:716

2:717 2:758 2:824

a a a

2:720 2:767 2:836

2:722 2:769 2:838

cl cl 1

2:724 2:772 2:845

2:726 2:774 2:847

a

2:733

2:735

2:737

2:739

a

2:741

2:749

2:751

a

2:755

a

2:793

2:796

2:797

2:799

2:801

2:812

2:814

a

2:819

2:821

2:822

a

2:849

2:851

2:853

2:855

a

2:865

2:866

a

2:873

As relações de coupons, cujos números

se acham comprehendidos n'esta tabella,

pagam-se no sabbado 25 de abril.

Os números mais premiados da loteria

de Madrid, que se realisou no dia 21,

foram os seguintes:

N." Pesetas

10817 80:000

12597 50:000

14100 20:000

23912 10:000

lo 122 •••••••••••••••••••«.•• o: 000

2135 5:000

Com 2: 400 pesetas

9986-6322-17218

2160— 13467 —1239-

28659—16235—3433—

10590—28276—6771—

15613—2230't— 299 —

26264-7088-11096

—26823.

—26843—12815 —

-30195—7964 —

21'»88 —14809 —

14200 — 24892 —

31264 — 25Í63 —

25665—981—3667

BOLSA DE LISBOA

21 de abril

FDND08 PORTUGUEZR8

Inscripções grandes

» pequenas

FUNDOSHESPANHOE8

Títulos de 10:000 escudos

Ditos pequenos

Cambio 940.

46,30

14

Despachos que ficaram em deposito na

estação telegraphica principal em 21 do

corrente.

Oscar Faingli.

Manoel Antonio da Ponte.

TELEGRAMMAS

MADRID 18.

Continua a harmonia dos elementos do

poder assegurando os monarchicos que

copmbateráo o carlismo a todo o transe;

e sua parte, os republicanos allir-

m m o mesmo com relação as iinproden-

cias cantonalistas que se possam mani-

festar.

Foi batida em Quintanajar a partida

carlista capitaneada por D. Diogo Ruiz,

que se achava defendida por posições fa-

voráveis, sendo morto o cabecilha,'toman-

do-se prisioneiros, armas,munições o uma

carteira com documentos importantes.

Da facção Villar derrotada ha poucos

dias em Piedra Buena apresenlarain-se

103 carlistas a indulto.

O thesouro entregou hontem 5.000.000

de reales para gastos da guerra.

Está confirinad plenamente que todas

as forças carlistas da Catalunha, Valencia

e Aragão se concentram na Biscaia para

resistir ao proximo ataque do exercito li-

beral.

Ao duque de la Torre apresentaram-se

1 official e 13 soldados carlistas dos ba-

talhões navarros pedindo indulto.

Celebrou-se hontem no ministério da

fazenda a conferencia dos representantes

dos bancos de província que tinham assi-

gnado a protesto contra o decreto que

creou o banco Nacionál.

Parece que não chegaram a accordo.

O naufragio que lhe noticiei foi o do

navio inglez Carnufic nos recifes de Santi

Petri salvando-se 18 dos 20 tripulantes. A

carga era carvão de CardifT.

Ante-hontere naufragou também no ro-

chedo de las Animas á entrada da Coru-

nha a barca Italiana Elise Marie com car-

vão de New Castle, salvando-se toda a

tripulação.

Receberam-se já os 11.030 reales au-

xilio para os feridos do Norte, producto

da subscripção no Porto.

Ruiz.

MADRID 21, ás 11 h. 30 m. da m.

No Norte continuam os trabalhos para

se repararem os estPagos havidos nas ba-

terias.

Em Aragão foram feitos 20 prisioneiros

a facção Alloso.

Ruiz.

MADRID 19, ás 3 h. e 55 m. da t.

Não ha noticias algumas de interesse,

w Ruiz.

MADRID, 21 ás 5 h. e 15 m. da t.

Elbogen partiu hoje para Madrid afim

de apresentar novas proposições do Ban-

co de Paris a Hespanha com relação ao

pagamento dos coupons do ultimo em-

préstimo.

LONDRES 20.—Consolidados inglezes

93.IIespanhoes ext. 19 1/16. Portuguezes

4o 1/2.

PARIS 20.—Portuguezes 451/2. Cambio

sobre Londres 25,21.

ANVERS 20.—Portuguezes 44,00.

AMSTERDAM 20.—Portuguezes 44 1/8.

Fabra.

No domingo ultimo effectuou-se. na

egreja de Nossa Senhora da Visit ção,

sita nos suburbios da villa de Montemor

o Novo, com grande pompa, uma festa à

mesma Senhora.

A musica foi desempenhada, com gos-

to, por alguns philarmonicos da banda

Carlista, sob a direcção de seu hábil e

intelligent^ mestre o sr. Amaro Romão.

Oraram de manhã o reverendo padre

João Joaquim de Souza Romeiras, e de

tarde o reverendo padre José Maria de

Oliveira, de Évora. Ambas os discursos

agradaram muito ao numeroso audito-

rio.

Depois da festa foi dado um abundante

bodo a cem pobres.

A procissão fez-secom muita ordem o

era acompanhada pelas bandas Carlista e

Pedrista.

Recolhida a procissão, as philarmonicas

dirigiram-se para a villa e percorreram

as suas principaes, tocando lindas peças

de musica.

O arraial era um mar encapelado, a

que concorreram mais de duas mil pes-

soas, notando-se muitas do campo e po-

voações próximas.

Correu tudo sem que a ordem publica

fosse alterada, graças ás providencias da-

das pelo administrador d'aquelle conce-

lho.

CHARADAS

l

1.'

Je suis une lettre—1

Du pain je fais partie—

Je t aiinerai hien,

Pendant toute ma vie.

2/

Sinto estando ausente

Isio que te quero ui/.er

Tenho-a estando presente

Se muito te vejo sollrer.

Que cruel, oh! que tyranna

He Mareia t»ara comido!

Como queres que te julgue

Se nem me das um abrigo??

Vô, repara, olha querida!

Gomo está o meu semblante?

Eu que o tinha algum dia

Como rosa a mais brilhante!

Um titular me possue,

Um conde, uma condessa;

Na capital, nas províncias,

Ha muito quem os conheça.

Joanna G.

1

EXPLICAÇÕES DO NUMERO ANTECEDENT!

i'hurndni iiovUmIiikim — 1.» Pe^o-2.1

Macella — 3.4 Laçaria - 4.* Marcavalla— 5.*

Louvadeos - 6.- Sapo—7.- Alemejo-8.* Dogue

—9 * \ito —10.» Jacintlio —il M'oga-12.» La-

vradio—13.• Lula—14.* Linguado—15/ Ra-

toeira— 16.« Solapa—17.» Lobo—18.* Lirio—

19.4 Sátiro —*20 4 Laparo.

Enigma— Asphalto.

ESPECTÁCULOS

HOJE

Theatro de N Carlos—66.» recita d'as-

s gnatura. — Continuando a doença do sr.

Bertolasi. o barítono partuguez o sr. Vieira,

prestou-se obsequiosamente a substituil-o na

opera—Favorita —As 8 horas e 1 quarto. Tlieatro <la Trindade.—Os fructOS de 01-

ro.— A's 8 horas e I quarto.

l*raea do Campo de Nun tnnu

Domingo ?6 de abril de 1874.

Brilhante corrida de famosos e bravos toi-

ros do ill.™0 sr. Frederico Tavares Bonacho.

Vindo entre elles os tres que fugiram na

corrida passada.

Trabalhará o insigne matador de espada

José Lara. (el Chicorro) e os seus bandari-

llieiros os irmãos Julian Sanchez e Hypolito

Sanchez e capinhas portuguezes.

Os camarotes e cadeiras estão á venda na

rua nova do Almada 98.

TYP. DE J. G. S0DSÀ NEVIS

65, Rua da Atalaya, 67

Page 4: AMwattreA'iwsiA EJW LUi&ojdpurl.pt/14328/1/j-1244-g_1874-04-22/j-1244-g_1874-04-22_item2/j... · throno. se lhe faltaram os único- alicerces do poder, o amor do povoe a sincera pie-

; PEITO, RINHOES; BEXIGA. BÍLIS,MUCOSA,

: SANGUE E INTESTINOS MAIS ENFERMOS.

• \QK)S DE SUCCESSO,.75,000 CORAÇÕES ANNUAES

i; v íi.A RRV.-DU BARRY E C;! - LONDRES

DIÁRIO ILLUSTRADO

FRASCOS

DE 8Í9Í5 RÉIS

r:>M'NCIADA em preseriÇa de soas m?gestades o altezas no solemni?simo

le-lkMm. (jiic, em 24 *le outubro do 1873 fez colobrar ;i real irmandade

do Santíssimo Sacramento da freguezia do Nossa Senhora d'Ajuda, polo feli-

císsimo salvaoitínio de Sua Magest do a Rainha o Príncipes, do perigo do que

e-tiveram a ponto de ser yictiinas nas praias de Cascaes.

Recitado na solemnissima reabertura da egreja de Sanla Maria da De-

veza, matriz de Castel 1,0 de Vide, em '28 de setembro de lô?3.

Por V r&wciseo A a Silva Figueira

PKIOU DA FREGUEZIA DE NOSSA SENHORA D'AJUDA

Vende-se em Lisboa, na rua da Atalaia, 65, e nas lojas do costume.—Em Coimbra, na livraria Académica —!'reço 200 reis.

liemette-se, franco de porte, a quem fnviar a importancia em estampi-

lhas ao administrador do Ramalhete do Chiislão. rua da Atalaia. 65. 19 S4 constante; nunca me esqueças, e

saberás um dia os inartyrios, que

por ti tenho passado. Adeus anjo,

arno-te 14

ADIKECÇÀO dos caminhos de ferro

do sul e sueste, annunciaque pre-

tende dar de arrematação o forneci-

mento de 000 morros ubicosdecal

em pedra; para as obras a executar

no lanço de Quintos ao Guadiana, e

que para esse fornecimento se rece-

bem propostas em carta fechada na

administração do concelho de Beja.

aonde serão aberras no dia 24 d'abril

corrente pelas 11 horas da manhã.

As condições esião patentes ne se-

cretaria da direcção em Lisboa e nas

estações d'Extremoz, lleja, Ralcizão e

Quintos, em lodosos dias não sanoti- ficados desde as dez horas da manhã

ás quatro da tarde. J5

O escriptorio está aberto todos os

dias não santiticados das 9 horas da

inanhã As 7 da tarde. 1

JÁ PUBLICADAS

o Homem «i«« tre* ealeõe*, 1 vol. com 4 estampas—600 réis.

o Amniiif «In t.ua, 2 vol. cada um de 252 pag.— 1&400 réis.

% do■>*«*!s» «<■ Belleville. 1 vol. com 4 estampas—600 réis.

u meu vlxiniiM ttuyiimndo, I vol. corw 4 estampas— 600 réis.

a irmã Annu. 1 vol. de 206 bag.— 600 réis.

o Waiheiro #»«• I vol. de 184 pag. — 600 réis.

A Lagoa d'Auleull—1 vol. de 200 pag—600 réis.

fTnia mulher de (res rara». 1 vol. com 5 estampas — 600 réis

A brnncn. I vol. de 180 pag. com 8 estampas—600 réis.

Mulher, «aiarldo «* oinwnfe—110 prelo.

kefnette nalquer d estas obras, tranco de porte, a quem <-nvia a sua

importância, em Ji.oioillias ou vales do correio, a Joaijuim José da 01- seca A G.*. rua da Atalaia. 65. #

—Comedia por hdroC. dr Alcantara Gha- \ilUp^ t. «O. ves.-Preço 160 réis.—Venuc-se na !ypo-

graphia de .1. (I do Sousa Neves, rua da Malaya, 6*>. 9

a DEPOSITO d'esta agua foi transfe-

v" rido, da botica do sr. Oliveira, rua

dos retrozeiros. para a pharmacia

dos srs. Azevedo, ao Rocio. 20

0 vapor Calder

. ^ V i?SPERA-SE a 25 do

.Co'rente para

jfaT d\Íf ^e^0's ('a 'n"

Para carga trata-se nó Caes do So-

dré, 64.

Os Agentes

23 K. Pinto Bnnto & C.» •

0 MUSEU HARTKOPFF

|£3 Exposto por pouco tempo

Visitei todos os dias

Das 10 da manhã ás 10 da noite

Domingo, segunda,

quarta, quinta-feira e sabbado

entrada *ó pnrn liomen*

Sexta-feira próxima

Ultimo dia

ExelnMlt-amciiCe pai*" «enhora»

PREÇO DA ENTRADA Í00 ItlílS Poema da miséria

I PI! >KKSS(»R« m artes.Irttrasescien-

U cia>. clero e magistrados, medico,

ciriirtriào. dentiMa e artista que de-

sejei» obiero t:tulo e diploma de don-

or ou bach rei honoram, podem diri-

.•tr-se a MKDICUS, rua do Hei, 46, em

Jersey dm/lalei ra,) o qual dará gra-

.iitamrMie tod s a^ informações so- uover-.!* e. J2

por Cn»(l'(h d» Fig tf ri mio

Ei UM volume de 2*0 paginas, ador-

nado ruiu o retrato do auetor, e impres.-o cm papel superior— Preço

600 réis.

Qualquer nqni-icâo de rxemnla-

res podes r di igida ao eíii.Mor .lesé

Correm de Alui ida Jumor. m livra-

ria popular, rua do Visconde da Luz.

104 e 10») Coimbra

Remede se oelo corre o a quem en-

viar 64o rei em &fcmp Jia.+ por cada

exempla»'. Aos livreiros, para reven-

der, laz-se ahaPirtento. '0

Saiu a folha 40 do 8.* vol. e ultimo

do volume da llinioria de Portu-

gal. Deve terminar em breve praso esta

importante obra.

PREVI NK-SE a t< das as pessoas

amigas do ex."'° duque de

Caxias, de que no dia 23 do cor-

rente pelas 10 horas da manhã,

será ceh brada uma mi>sa, na

egreja dos Ma»tyres, fí (Tragan-

do a alma da virtuozissima sr 1

duqueza de Caxias, íallecida a

2j do mez passado.

Um velho amigo da família 3 Lima e Silva. UMA infeliz família*residente na rua

de S. Isento V5V, 1.®. lado direilo.

esta -em ter um lençol nem um co-

bertor. porque indo tem vendido pa-

ra arru li» .v e-msidades da vida,

e a i nfermi :a«.e ,.e uma das (;essoas

de casa.

Accresce a estas penosas circmns-

tancias não ter agora onde se reco-

lhi r |,nr lire ral ;(reni os meios para

pafjai a :• rui » i> - * • i > h *»' i •

mpa ei í.ii,-;e ue "auto inforliiuio

as almas benelicas e caritativas.

Tanto n aquelle albergue como na

administração d'esta folha pódrm en- viar a sua esmola as pessoas carido-

sas que queiram soccorrer tão des-

graçada familia. 13

Está publicada a folha 76 da B*.n- cyclopediu do povo e cmco-

Iom.

Estando próxima a espe licção do

fassiculo 9.°, lembra-se aos srs. as-

signautes das províncias a condição

estabelecida para cada uma das re-

messas. 16

O vapor Celsiis

rSPERA-SE de 22

& a 23 do corren-

p8ra CHr"a tra- • ta-se no Caes do Sodré, 64.

Os agentes

25 K. Pinto llasto & C.4

SA0 avisados «.< riiulii.rios f!o< pe- nhon-s chi vida íl"'jht*o «lo. nii-

meros que • cardam alíixados a pert*,

d'este escri, io para no im|»roro-

gav(»l praso de um mez a contar d'es-

ta data, sail-laze rem seus débitos «ob

pena de leilão.

hscriptorio do monte-pio geral de

marinha. 7 de abril de 18" 4. 11

NAS assembléav geraes ordinarias

da referida companhia de 29 de

janeiro e 15 de abril do corrente an

no, foram eleitos para os cargos abai-

xo mencionados os seguintes senho-

res accionistas: Meita da a-Memhléa jseral

Presidente—ex.mc sr. Joaquim de

Campos Henriques (conselheiro). Vice-presidente—ex.mo sr. Francis-

co Simées Margiochi. Secretários-Jo?é Gregorio da Rosa

Araujo.

Ex.mo sr. João Feliciano Marques

Pereira. Vice-secretários exm" sr. Francisco

Quintino de A veil tr

Kx.mo sr. Joaquim Teixeira da Costa. Ill receito

Ex.™* srs:

Daniel \ugus o da Silva.

Conselheiro dr. Francisco Maria da

Silva Torres.

Henrique P.erna-do Pires.

José Joa tuim Teixeira.

Luiz de Castro Guimarães. .«iul>»Ci(u!oN

.. OSA Maria Ferreira, moradora na

i i rua dos Mouros. Iloja — viuva,

cega e sem m< ios alguns de subsis-

tência, implora as pessoas caridosas

tenham compaixão da sua inlelicida-

de, dando-lhe uma esmola pelo amor

Deus. 17

Dr. José Vaz Monteiro. Cypriauo da Si va Goarmou.

José Joaquim da Costa

Lisboa, '8 de abril de 1874

Gregorio da lios a Araujo.

V\K abrir-sc este novo hotel na pró-

xima estação de banhos, na rua

de Carreiros em S. João da Foz do

Douro, as pessoas que n elle se hos-

pedarem. acharão ali Iodas as com-

modidades, aceio e excel lente servi-

ço por preços excessivamente modi-

cos.

0 jantar á mesa redonda será todos

os dias ás 3 e 5 horas da tarde a 600

réis cada pessoa. Os hospedes eíTecti-

vos encontrarão quartos decentemen-

te mobilados, almoço de garfo, jan- tar e chá todas as noites por 1500 e

1200. 0 dia da abertura d este hotel

será convenientemente annunciado,

devendo ter logar por todo o mez de

maio. 5

Administração geral

das

Mattas do Reino

|iAZ-SE púbico que no dia 26 do cor-

r rente pelas 12 horas do diterá

Jogar na administração do concelho

da Azambula. a venda da cortiça nos

pinhaes das Virtudes e Azambuja que

estiver no estado de ser tirada.

As condicções estão patentes na

mesma administração do concelho

desde o dia 20 do corrente, bem co-

mo no gabinete da administração ge- ral das mattas no ministério das obras

publicas.

A «dministração reserva o direito

de não arrematar, caso o ultimo lan-

ço oflferecldo lhe não convenha.

Lisboa 19 de abril de 1876.=0 mes-

tre da divisão llorestal do sul, Vieen-

ferreira Loyes Cordeiro. 6

)AE no dia 23 de abril ás 10 da manhã.

Trata-se com Germano Serrão Arnaud. Caes do So

dré n.° 84, 2.® Andar. 07

Para Pernanbuco, Bahia,

Bio de Janeiro, ÍUSonteviàu, Bueno^ Ayres,

tíaíparaizo, ârica, isíay e Caílao.

SAIRÃO 0? PAQUETES

COTOPAXI, quarta-feira 29 de abril. | luitania, quarta-feira27 de maio

* c «Co, quarta-feiaa 13 de maio. |

Os paquetes Pino e cizco tocarão em Pernambuco e Bahia.

Para Pernambuco só recebem malas e passageiros.

Para carga e passagens trata-se lo Caes a© bodre, 64.

0 agente no Porto Os agentes em Lisboa

Yanco Ferreira Pinto ASanto. E. Pinto Ba»to & C.«j