ANAIS DO II ENCONTRO DE PESQUISA EM PARASITOLOGIA … · Biologia Evolutiva dentro e fora da...

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ANAIS DO II ENCONTRO DE PESQUISA EM PARASITOLOGIA ICB/UFMG E SIMPÓSIO SATÉLITE DIA DARWIN: PARASITOLOGIA EM FOCO

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ANAIS DO II ENCONTRO DE PESQUISA EM

PARASITOLOGIA ICB/UFMG E SIMPÓSIO SATÉLITE DIA

DARWIN: PARASITOLOGIA EM FOCO

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Carta de apresentação

Prezados Colegas,

É com grande satisfação que o Programa de Pós-Graduação em Parasitologia

ICB/UFMG e o Grupo Evolução em Foco, convidam a todos para o II Encontro de Pesquisa

em Parasitologia do ICB/UFMG e Simpósio Satélite Dia Darwin: Parasitologia em Foco.

Diante o sucesso do primeiro evento realizado em 2010, neste ano, o anual Encontro

de Pesquisa em Parasitologia do ICB/UFMG, uniu-se com o Simpósio Dia Darwin, com o

objetivo de levar aos alunos de graduação e pós-graduação de todo o país, a discussão sobre

Evolução e suas aplicações na área da Parasitologia.

Este encontro é uma oportunidade ímpar para o intercâmbio científico entre os

estudantes, os quais apresentarão seus trabalhos sob a forma de pôster e oral, com os diversos

pesquisadores convidados de renome internacional, que sob a forma de conferência,

apresentarão os mais recentes e expressivos resultados obtidos na pesquisa em Parasitologia

realizada em todo o mundo.

Além disso, entre as atividades programadas, teremos a premiação dos melhores

trabalhos (oral/pôster) apresentados nas áreas de Evolução e Sistemática, Imunoparasitologia,

Eco-epidemiologia das doenças parasitárias e infecciosas, Bioquímica e Genômica de

parasitos e vetores, Biologia de parasitos e vetores e Controle de parasitos e vetores.

Nos vemos em breve!

Cordialmente,

Comissão Organizadora

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Programa de Pós-Graduação em Parasitologia ICB/UFMG

A Pós-Graduação em Parasitologia da Universidade Federal de Minas Gerais foi o

primeiro programa da área a ser implantado no país, com o seu Mestrado criado em

30/09/1968 e o Doutorado em 03/09/1976. O Programa atualmente é estruturado em 10 linhas

e 81 projetos de pesquisa incluídos nas áreas de Protozoologia, Helmintologia, Entomologia,

Imunoparasitologia e Epidemiologia das Doenças Infecciosas e Parasitárias. Na última

avaliação trienal da CAPES (2007-2009), o nosso Programa foi promovido para o conceito 6,

recebendo o seguinte comentário no Relatório de Avaliação do Comitê de Ciências

Biológicas III: “Um programa, o da UFMG-Parasitologia, certamente o melhor programa de

Parasitologia Básica que temos, teve um aumento expressivo em publicações e em formação

de pessoal. Houve ainda uma reformulação nesse programa, ingresso de novos docentes e

aumento expressivo na formação de pessoal”.

Nestes 42 anos, além da preocupação na formação de recursos humanos pós-graduado

de qualidade (285 mestres e 165 doutores), encontram-se estudos que se aplicam à Saúde

Pública e revertem em bem estar da coletividade, destacando-se a produção de uma vacina

contra a leishmaniose tegumentar americana e o registro de patentes de armadilhas para

controle de mosquitos vetores do dengue e da febre amarela. Um dos principais indicadores

de excelência do programa é evidenciado pelo destino dos alunos egressos, geralmente

absorvidos pelas instituições de ensino e pesquisa, públicas ou privadas e a sua inserção,

diante da nossa realidade social e política do país frente à crescente expansão e urbanização

das doenças parasitárias. Cumpre salientar que a Parasitologia transcende o interesse

acadêmico, construindo a base fundamental para uma política sanitária bem estruturada e que

visa assegurar o desenvolvimento da nação. Em face disto, o Programa de Pós-Graduação em

Parasitologia busca desempenhar de forma ágil e efetiva o seu papel na formação destes

recursos, incorporando cada vez mais interdisciplinaridade, ao utilizar-se de modernas

abordagens da Biologia como Epidemiologia, Imunologia, Genômica e da Pós-genômica.

Adicionalmente devem-se considerar os aspectos tradicionais da Parasitologia, os quais são

ainda de enorme importância na prevenção e controle das parasitoses no país, onde há

persistência de parasitos como os da malária, geo-helmintoses, re-emergência de

leishmaniose visceral e dengue e emergência de novos agentes oportunistas em indivíduos

com AIDS, além das zoonoses parasitárias em animais de produção causadores de grande

perda econômica.

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Grupo Evolução em Foco

O Grupo Evolução em Foco é formado por alunos de graduação e pós-graduação da

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e tem como principal objetivo divulgar

Biologia Evolutiva dentro e fora da Universidade. Dentre as atividades já promovidas pelo

grupo estão I e II SIMPÓSIOS DIA DARWIN (2009 e 2010) na UFMG, palestra no Curso de

Formação de Monitores do Espaço TIM-UFMG em dezembro de 2010, além de atividades

acadêmicas dentro da Universidade como a criação de um grupo de discussão e participação

na Mostra de Profissões da UFMG 2010. O grupo possui ainda um site de divulgação de

ciência a seis meses no ar, contabilizando mais de 16.000 acessos neste período.

Os I e II SIMPÓSIOS DIA DARWIN contaram com a presença de palestrantes

renomados de diversas universidades do Brasil como USP, UFRJ e UFBA, além de centros

de pesquisa como Instituto Oswaldo Cruz/FIOCRUZ-RJ e Instituto Ludwig de Pesquisa

sobre o Câncer - SP. Cada um dos eventos contou com mais de 150 inscritos de várias

Universidades e Faculdades de Belo Horizonte e de toda Minas Gerais, como Universidade

Federal de Diamantina, Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), PUC-MG e

UFMG, dentre outras. O evento foi divulgado em diversos sites e redes sociais na internet,

além do caderno cultural do Estado de Minas e Radio e TV UFMG.

Um dos objetivos específicos deste grupo é levar a discussão sobre Evolução e suas

aplicações a todas as áreas da biologia. Com este objetivo em mente transformamos o DIA

DARWIN, neste ano de 2011, em um Simpósio Satélite do II ENCONTRO DE PESQUISA

EM PARASITOLOGIA DO ICB/UFMG, respondendo por um terço (1/3) das atividades do

evento. Fica cada vez mais evidente que um enfoque evolutivo, considerando os parasitos de

seu ponto de vista ecológico e histórico, é imprescindível ao corpo de conhecimentos

produzidos pelos parasitologistas. Áreas como a genômica comparada, sistemática

filogenética, evolução de virulência e estudos de coevolução parasito-hospedeiro fornecem

insights de suma importância com ampla aplicação no delineamento de políticas de saúde

pública. Desconsiderar os parasitos como populações que evoluem e se adaptam a nossas

medidas de controle pode levar a resultados desastrosos e inesperados no futuro.

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Comissões do II Encontro de Pesquisa em Parasitologia e Simpósio Satélite

Dia Darwin: Parasitologia em foco.

Comissão Organizadora:

Dra. Erika Martins Braga

Gabriel Moreira Felix Ferreira

Dr. Marcos Horácio Pereira

Msc.Pedro Henrique Gazzinelli Guimarães

Sibele das Graças Guilherme Abreu

Sumara Aparecida Guilherme Ferreira

Comissão Científica:

Dr. Alan Lane de Melo

Dr. Álvaro Eduardo Eiras

Dra. Daniella Castanheira Bartholomeu

Dra. Deborah Aparecida Negrão-Corrêa

Dra. Hélida Andrade

Dra. Mariângela Carneiro

Dra. Maria Aparecida Gomes

Dr. Nelder de Figueiredo Gontijo

Dr. Ricardo Toshio Fujiwara

Dr. Ricardo Wagner de Almeida Vitor

Comissão de Apoio:

João Luis Reis Cunha

Cássio Alencar Nunes

Kleber Portela Fortes

Naíla Costa

Rafael Pinheiro

Rômulo Carleial

Thomaz Lüscher Dias

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Realização e Patrocinadores

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PROGRAMAÇÃO DO II ENCONTRO DE PESQUISA EM PARASITOLOGIA E

SIMPÓSIO SATÉLITE DIA DARWIN: PARASITOLOGIA EM FOCO

9 de novembro (quarta-feira)

08:00 – 09:30 – Credenciamento

09:30 - 10:30 - Conferência: José Marcos Ribeiro (NIH, USA) – Artrópodes hematófagos: o

papel e a diversidade de biomoléculas da saliva.

10:30 - 11:00 – Coffee Break

11:00 – 12:00 - Conferência: Sérgio Pena (UFMG, BR) - Aspectos evolutivos das

populações de Trypanosoma cruzi.

12:00 - 14:00 – Almoço

14:00 – 15:00 – Conferência: Rogério Amino (Instituto Pasteur, FR) – Microscopia

Intravital no estudo de Parasitos: Entre o Fenômeno e a Função.

15:00 – 16:00 – Conferência: Luciano Moreira (Fiocruz, BR) – Wolbachia em Aedes

aegypti: nova estratégia de controle.

16:00 – 16:30 - Coffee Break

16:30 - 17:30 - Apresentação Oral dos trabalhos selecionados

Sala de Seminário da Parasitologia / Bloco E3 – sala 164: Evolução e Sistemática

Anfiteatro 3: Imunoparasitologia

17:30 – 19:00 – Sessão de Pôster

10 de novembro (quinta-feira)

08:30 - 09:30 – Conferência: Dalton de Souza Amorim (USP, BR) – Sistemática e filogenia

dos parasitos

09:30 - 10:30 – Conferência: Pedro Marcos Linardi (UFMG, BR) – Interação pulgas-

mamíferos: Adaptação e evolução

10:30 - 11:30 - Coffee Break

11:30 - 12:30 – Conferência: Jessica Kissinger (The University of Georgia, USA) –

Evolution of the Apicomplexan Genome.

12:30 - 14:00 – Almoço

14:00 - 15:00 – Conferência: Paul Bates (Lancaster, UK) – Phylogeny of Leishmania:

implications in the ecoepidemiology of the disease.

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15:00 - 16:00 – Conferência: John Hawdon (GWU, USA) – The population genetics of

natural populations of hookworms infecting humans

16:00 - 17:30 - Coffee Break e Sessão de Pôster

17:30 - 18:30 - Apresentação Oral dos trabalhos escolhidos

Sala de Seminário da Parasitologia / Bloco E3 – sala 164: Eco-epidemiologia das doenças

parasitárias e infecciosas

Anfiteatro 3: Bioquímica e Genômica de parasitos e vetores

11 de novembro

09:00 – 10:00 – Conferência: Adauto J.G. de Araujo (FIOCRUZ, BR) - Paleoparasitologia

10:00 - 10:30 - Coffee Break

10:30 - 11:30 – Conferência: Sirlei Daffre (USP-BR) – Sistema imune inato de artrópodes:

uma abordagem comparativa.

11:30 - 14:00 – Almoço

14:00 - 15:00 – Conferência: Maria Cristina M. Motta (UFRJ BR) - Endossimbiose em

tripanosomatídeos: um modelo para o estudo da evolução celular.

15:00 - A Editora Atheneu e o Prof. David Pereira Neves farão o lançamento da 12ª edição do

livro "Parasitologia Humana" no dia 11/11, a partir das 15:00 horas, no Anfiteatro 3 do

ICB/UFMG.

15:00 - 16:00 - Apresentação Oral dos trabalhos escolhidos

Sala de Seminário da Parasitologia / Bloco E3 – sala 164: Controle de parasitos e vetores

Anfiteatro 3: Biologia de parasitos e vetores

16:00 - 17:30 - Coffee Break e .Sessão de Pôster

17:30 - 18:30 – Cerimônia de encerramento: Premiação dos melhores trabalhos

21:00 – Confraternização final

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Trabalhos Selecionados Para Apresentação Oral

ÁREA: EVOLUÇÃO E SISTEMÁTICA

Data: 09/11/2011

Local: Sala de seminário do programa de Pós-Graduação em Parasitologia/ Bloco E3

Sala:164

Horário /título do trabalho/autores:

16:30 - Distribuição potencial de Tityus serrulatus e Tityus stigmurus (Scorpiones, Buthidae)

a partir da modelagem de nicho ecológico. Braga-Pereira, G; Santos, A.

16:45 - Porque propriedades intrínsecas não importam: Considerações filosóficas acerca da

compreensão evolutiva das espécies biológicas. Alves Neto, C.A.

17:00 - Estudo de Malária simiana em regiões de Mata Atlântica. Costa, D. C; Cunha, V. P;

Araújo, F; Junior, J; Svoboda, W; Arruda, M; Kano, F; Carvalho, L; Brito, C.

17:15 - Prevalência, diversidade de linhagens e análise de especificidade ao hospedeiro dos

hemoparasitos em aves do Centro-Norte brasileiro. Almeida Neto; G; Fecchio, A; Ferreira,

G; Lacorte, G; Braga, E.

ÁREA: IMUNOPARASITOLOGIA

Data: 09/11/2011

Local: Anfiteatro III

Horário /título do trabalho/autores:

16:30 – Comparação da atividade do sistema complemento presente no soro de cães

naturalmente infectados e não infectados por Leishmania infantum. Nascimento, A.; Pereira,

M.H. ; Araújo, R.N. ; Fujiwara, R.T. ; Gontijo, N.F.

16:45 - Participação da citocina IL-4 no mecanismo de eliminação de vermes adultos de

Strongyloides Venezuelensis em camundongos. Adriana Fernandes, Jailza L. Rodrigues,

Paula D. Eschenazi, Emília S. Araújo, Mauro M. Teixeira, Deborah Negrão-Corrêa.

17:00 - Uso da vacina de Leishmania donovani (LdCen-/-

) como modelo para busca de

marcadores de proteção contra a leishmaniose visceral. Fiuza, J; Santiago, H; Nakhasi, H;

Selvapandiyan, A; Bartholomeu, D; Ricci, N; Martins, V; Correa-Oliveira, R, Fujiwara, R.

17:15 - O polimorfismo de nucleotídeo único no gene IL-17A (-197G>A) está associado com

o desenvolvimento da cardiomiopatia chagásica crônica. Hojo-Souza, N; Correia-Silva, J;

Rocha, M; Nunes, M; Costa, G; Gollob, K; Dutra, W.

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ÁREA: ECO-EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS PARASITÁRIAS E INFECCIOSAS

Data: 10/11/2011

Local: Sala de seminário do programa de Pós-Graduação em Parasitologia / Bloco E3 Sala:

164

Horário /título do trabalho/autores:

17:30 – Estudo da resposta humoral em crianças infectadas por Schistosoma mansoni e co-

infectadas por parasitos intestinais. Silva, A.P; Zanin, F.H.C; Santos, K.B; Pereira, C.A.J;

Araújo, E.S, Rodrigues, V.F, Oliveira, V.G, Silva, C. A. M, Bonomo, E; Teixeira, R.A;

Lamounier, J. A; Carneiro, M; Negrão-Correa, D.

17:45 - Distribuição dos vetores e reservatórios domésticos das leishmanioses no município

de Divinópolis, MG, Brasil. Nascimento, B; Neto, R; Tonelli, G; Nascimento, R; Botelho, H;

Gontijo, C. M; Silva, E; Filho, J. D.

18:00 – Represa da Pampulha permanece um potencial foco urbano de transmissão da

esquistossomose em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Pinto, H. A; Mati, V. L. T; Melo,

A. L.

18:15 - Utilização da qPCR na detecção e quantificação do DNA de Leishmania em crianças

com infecção assintomática, residentes em área urbana endêmica para leishmaniose visceral.

Marques, LHS; Gomes, L; Caixeta, I; Silva, T; Oliveira, E; Morais, M; Rabello, A; Carneiro,

M.

ÁREA: BIOQUÍMICA E GENÔMICA DE PARASITOS E VETORES

Data: 10/11/2011

Local: Anfiteatro III

Horário /título do trabalho/autores:

17:30 – Expression and antigenic profiles of MASP family of Trypanosoma cruzi in acute

phase of experimental infection. Lopes dos Santos, Sara; Lobo, Francisco; Luiz, Gabriela ;

Mendes, Tiago; Freitas, Leandro; Chiari, Egler; Teixeira, Santuza; Gazzineli, Ricardo;

Fujiwara, Ricardo; Bartholomeu, Daniella.

17:45 - Caracterização do gene codificador da enzima pteridina redutase (ptr1) em

populações de Leishmania braziliensis resistentes ao antimoniato de meglumina. Ferreira,

R.F; Murta, S.

18:00 - Efeitos da inibição da expressão da proteína ligadora DEACIL-COA 1 por RNAi no

metabolismo de lipídeos e fisiologia de Rhodnius prolixu. Majerowicz, D; Hannibal-Bach,

H; Castro, R; Bozaquel-Morais,B; Masuda, C; Færgeman, N; Knudsen, J; Gondim, K.

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18:15 - Identificação de determinantes antigênicos na proteina 1 da superfície de merozoíto

de Plasmodium vivax (PvMSP1) por meio da técnica de spot-synthesis. Oliveira, I; Machado,

C; Mourão, L; Ávila, R; Olórtegui, C; Braga, E.

ÁREA: CONTROLE DE PARASITOS E VETORES

Data: 11/11/2011

Local: Sala de seminário do programa de Pós-Graduação em Parasitologia/ Bloco E3 Sala:

164

Horário /título do trabalho/autores:

15:00 – Avaliação de bovinos naturalmente infectados por Trypanosoma vivax tratados com

cloreto de Isometamídio – nova droga no Brasil. Cuglovici, D; Rabelo, E; Facury-Filho, E;

Carvalho, A; Ribeiro, M.

15:15 - Utilização de diferentes estruturas de isolados do fungo nematófago Duddingtonia

flagrans sobre larvas infectantes de Ancylostoma spp. de cães. Mello, I; Araújo, J; Maciel,

A; Freitas, L; Fernandes, F; Silveira, W; Zuanon, A.

15:30 – Definição do perfil de suscetibilidade/ resistência de triatomíneos a inseticidas

através de ensaios biológicos e bioquímicos. Santos, T; Pessoa, G; Dias, L; Diotaiuti, L.

15:45 - Padronização de método de detecção de ovos e larvas de helmintos em alface

(Lactuca sativa). Matosinhos, F; Rabelo, E.

ÁREA: BIOLOGIA DE PARASITOS E VETORES

Data: 11/11/2011

Local: Anfiteatro III

Horário /título do trabalho/autores:

15:00 – A saliva de Lutzomyia longipalpis e o sistema do complemento humano: mecanismo

de ação na inibição da via clássica. Vale, V; Lima III, K; Pereira, M; Araujo, R; Gontijo, N.

15:15 – Análise molecular comparativa do gene Triparedoxina Peroxidase em amostras de

Leishmania braziliensis e Leishmania chagasi sensíveis e resistentes ao antimonial trivalente.

Andrade, J; Murta, S.

15:30 – Metacyclogenesis control by adenosine in Leishmania parasites. Serafim, T;

Figueiredo, A; Costa, P; Marques-da-Silva, E; Gonçalves, R; Gontijo, N; Silva, S; Michalik,

M; Meyer-Fernandes, J; Paes-de-Carvalho, R; Uliana, S; Moura, S; Fietto, J; Afonso, L.

15:45 - A temperatura afeta o crescimento de Trypanosoma cruzi e Trypanosoma rangeli in

vitro. Rodrigues J; Elliot S; Martins Filho O; Guarneri A.

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Resumos dos trabalhos apresentados sob forma de pôsters

ÁREA: Evolução e Sistemática

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Distribuição potencial de Tityus serrulatus e Tityus stigmurus

(Scorpiones, Buthidae) a partir de modelagem de nicho ecológico.

Braga-Pereira, G. F.1; Santos, A.J.

1

1- Departamento de Zoologia, UFMG, BH, MG

O complexo Tityus stigmurus engloba seis espécies restritas ao Brasil. Duas espécies do

grupo, Tityus serrulatus e T. stigmurus, tem atraído maior atenção na literatura, não

apenas por sua importância médica, mas também devido a uma controvérsia a respeito

de sua classificação. Recentemente, T. serrulatus tem sido apontado como uma variação

geográfica e partenogenética de T. stigmurus. Esta hipótese pode ser avaliada pela

combinação de estudos de relacionamento filogeográfico entre populações das duas

espécies, aliado a modelagem de nicho ecológico. Neste estudo, comparamos a

distribuição geográfica potencial das duas espécies, a fim de testar se elas apresentam

diferenças ecológicas. O nicho ecológico das espécies foi modelado para 153 registros

de ocorrência de T. serrulatus e 23 de T. stigmurus, em que cada espécie foi modelada a

partir de dados de temperatura e pluviosidade através do programa Maxent. Os

resultados mostram que T. serrulatus apresenta distribuição potencial restrita

principalmente às regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, enquanto que a

distribuição potencial de T. stigmurus limita-se principalmente à região Nordeste do

país. As diferenças de nicho ecológico entre as espécies mostram que elas podem ser

consideradas como entidades taxonômicas distintas, de um ponto de vista ecológico.

Possivelmente, a distribuição atual de T. serrulatus originou-se de populações sexuadas

no norte de Minas Gerais, próximo a regiões de ocorrência de T. stigmurus, e sua atual

distribuição geográfica pode estar relacionada à partenogênese e a mudanças em seu

nicho ecológico. Esta hipótese será testada no futuro, a partir de análise de filogeografia

com dados moleculares.

Modelagem, Tityus stigmurus, nicho ecológico, partenogênese

PRONOTURNO, FAPEMIG

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ESTUDO DE MALÁRIA SIMIANA EM REGIÕES DE MATA ATLÂNTICA

COSTA, D. C.1; CUNHA, V. P.

2; ARAÚJO, F. C. F.

1; JUNIOR, J. C. S.

2,4;

SVOBODA, W.K.3; ARRUDA, M. E.

3; KANO, F. S.

1; CARVALHO, L. H.

1; BRITO,

C. F. A.1

1- FIOCRUZ, Belo Horizonte, Minas; 2- FURB, Universidade de Blumenau, Santa Catarina;

3-UFPR, Universidade Federal do Paraná, Curitiba; 4- FIOCRUZ, Recife, Pernambuco;

5 – CEPESBI, Centro de Pesquisas Biológicas de Indaial, Santa Catarina.

No Novo Mundo existem duas espécies de plasmódios simianos, o Plasmodium

brasilianum e o P. simium, morfologicamente similares aos plasmódios humanos P.

malariae e P. vivax, respectivamente. Até o momento, não existem ferramentas para a

diferenciação dessas espécies, devido principalmente, a significativa proximidade

evolutiva e ao pequeno número de sequências disponíveis. Sendo assim, determinar a

circulação dos parasitos em símios e humanos é ainda um desafio para a saúde pública.

Para tal, o objetivo deste trabalho é buscar marcadores moleculares para a diferenciação

dessas espécies. Até o momento, foram coletadas 105 amostras de símios dos gêneros

Alouatta e Cebus dos estados do Paraná (n=59, sendo todos de vida livre) e Santa

Catarina (n=46, sendo 6 de vida livre e 40 de cativeiro). O DNA extraído foi utilizado

em técnicas de PCR para identificação do parasito, tendo como alvo iniciadores de P.

vivax para a citocromo oxidase, a proteína de superfície do merozoíto 1, a Duffy binding

protein e o gene 18S RNAr. Em Santa Catarina, foi possível observar uma taxa de

infecção natural por Plasmodium spp. equivalente a 50% em animais de vida livre e 5%,

em animais de cativeiro, utilizando-se o 18S. Já no Paraná, ainda não foi possível

caracterizar infecções por plasmódio. Na verdade, pela PCR em Tempo Real, algumas

amostras têm amplificado, porém consideraram-se como positivas apenas as que

amplificaram em mais de um método molecular. Em geral, a infecção malárica em

símios é subpatente, e consequentemente, de difícil amplificação pela PCR. Diante

disso, as técnicas têm sido otimizadas, para ampliarmos a detecção do plasmódio.

Foram também testados microssatélites de P. vivax, sendo que um deles demonstrou um

potencial alvo para a diferenciação entre P. vivax e P. simium. Em um próximo passo,

as amostras serão sequenciadas, para buscar alvos específicos e estabelecer relações

filogenéticas entre os isolados. Com este trabalho, esperamos elucidar pontos ainda

obscuros da evolução dos plasmódios no novo mundo.

Palavras-chave: plasmódio; malária simiana; PCR.

Apoio financeiro: FIOCRUZ, CNPq, CAPES

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MOLECULAR EVOLUTION OF GENES INVOLVED IN AGE AT MENOPAUSE

ONSET: TESTING THE GRANDMOTHER EFFECT

Soares, F.R.1,2; Machado, M1; Tarazona-Santos, E1.

1 Department of Biology, Institute of Biological Sciences, Federal University of Minas Gerais, Belo

Horizonte, Minas Gerais, Brazil. 2

[email protected]

All primates have many similarities in their phenotypes. However, some of their

differences are quite noticeable. The female’s long post-reproductive life is an example:

only human females have this characteristic, called menopause. The genetic link of up

to 85% was already described for menopause, making genetic studies important, as it

is highly hereditary. The Grandmother Effect suggests this long post-reproductive life

as a preferable variable to parental care, being conserved by natural selection. Human

mothers (unlike other primates) accept help with their offspring since childbirth; and, in

high mortality environments, this acceptance has been under strong natural selection.

Generally, this support is provided by grandmothers. With longevity increasing, Natural

Selection could contribute to the later onset of menopause. However, this could

interfere with grandmother parental care, also in reproductive competition between

different generation females. Genome-Wide Association Studies (GWAS) are based on

simultaneous studies of a variety of polymorphisms, and are proving to be very efficient

for identifying the genes involved in outcomes. Thus, these candidate genes can

provide information to guide evolutionary studies. The GWAS for menopause showed 9

candidate genes: ARHGEF7, UIMC1, HK3, BRSK1, SUV420H2, TMEM224, SYCP2L,

MCM8 and LOC121793. This suggests a set of candidate genes to be the object of

Positive Selection on human lineage, suggesting evidence either for or against the

Grandmother Effect. This study aims to use Molecular Evolution tools to test the

Grandmother Effect, using candidate genes suggested by the recent GWAS. The

sequences of the above genes were extracted from the NCBI database (GenBank). To

test the Natural Selection Hypothesis, we estimate the ω = dN/dS parameter by PAML

software. Maximum Likelihood was used to estimate the ω parameter and other

additional parameters related to these genes and its codons. A great variety of

evolutionary models was used to test Positive Selection. The genes MCM8,

SUV420H2, BRSK1 and TMEM224 did not show any evidence of Positive Selection

(ω<1). The gene ARHGEF7 showed a codon region with a ω value of 22.29; UIMC1

showed a ω value of 3.6 in 22 codons; and, the HK3 gene showed evidence of positive

selection in 4 codons, for the variable ω. More analyses will be done to confirm Positive

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Selection. However, these data already present evidence for Positive Selection in

genes related to menopause.

Keywords: Menopause, Molecular Evolution, Grandmother Effect

Financial Support: CAPES

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REVELANDO A DIVERSIDADE DE PARASITOS CAUSADORES DE MALÁRIAAVIÁRIA NO SUDESTE BRASILEIRO. DADOS DE PREVALÊNCIA,DIVERSIDADE DE LINHAGENS E ESPECIFICIDADE AO HOSPEDEIRO

Gabriel MF Ferreira1, Gustavo A Lacorte1, Anderson V Chaves2, Fabrício R dosSantos2, Érika M Braga1

1Depto. Parasitologia ICB/UFMG2Depto. De Biologia Geral ICB/UFMG

A malária aviária é causada por protozoários parasitos pertencentes aos gênerosPlasmodium e Haemoproteus, sendo registrada em aves de quase todas as regiões doplaneta. Diante das inúmeras evidências de que as populações de aves vêm sendorapidamente extintas ao redor do globo e do crescente reconhecimento das doençasparasitárias como um importante fator influenciando no risco de extinção, um melhorentendimento sobre as comunidades de parasitos aviários e as suas relações evolutivascom os seus hospedeiros se torna urgente, pois poderá fornecer informações primordiaispara subsidiar os programas de conservação e manejo. Desta forma, este estudo tevecomo objetivo analisar a prevalência, a diversidade de linhagens e a especificidade aohospedeiro de hemoparasitos de 1425 aves silvestres, coletadas em áreas de MataAtlântica e Cerrado nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. A prevalência médiade Plasmodium e Haemoproteus, avaliada por meio de amplificação gênero especificado rRNA mitocondrial destes parasitos, foi estimada em 36% (516/1425), variandosignificativamente entre as localidades (15% a 54%), e entre as famílias de aves. Poroutro lado não houve diferença significativa na prevalência entre os dois biomas. Aidentificação das linhagens de Plasmodium e Haemoproteus foram realizadas por meiodo seqüenciamento do gene cytb das amostras positivas. Até o momento, 146 (28%)amostras foram sequenciadas, das quais 17 foram identificadas como infecções mistas eserão posteriormente discriminadas por clonagem. As demais 129 apresentarampredominantemente infecção por Plasmodium sp. (88%), com a análise de similaridadede sequência revelando um notável número de linhagens já reportadas em diversasoutras regiões das Américas, mostrando o grande potencial de dispersão destesparasitos. Os próximos passos serão seqüenciar as demais amostras positivas e realizaranálises filogenéticas, de diversidade e especificidade ao hospedeiro.

APOIO: FAPEMIG

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PREVALÊNCIA, DIVERSIDADE DE LINHAGENS E ANÁLISE DEESPECIFICIDADE AO HOSPEDEIRO DOS HEMOPARASITAS EM AVES DOCENTRO-NORTE BRASILEIRO

Almeida Neto, G 1; Fecchio, A 2; Ferreira, G M F 1; Lacorte, G A 1; Braga, E M 1

1 Departamento de Parasitologia – UFMG, Belo Horizonte - MG2 Departamento de Parasitologia – UFMS, Campo Grande - MS

A malária aviária é causada por diversas espécies de hemosporídeos pertencentes aosgêneros Plasmodium e Haemoproteus. Estudos comprovam que essas infecçõesprovocam redução no fitness das aves expostas aos parasitos sendo os sinais clínicos dafase aguda da doença: febre, anemia, inapetência, debilitação neurológica, aumento deórgãos e até morte dependendo da parasitemia. O conhecimento sobre as linhagensexistentes desses parasitos no Brasil é relativamente escasso quando comparado aoexistente em outras regiões do mundo e se faz necessária a compreensão das relaçõesdos parasitos com a grande diversidade da fauna de aves do país. Assim, este estudo temcomo objetivo avaliar a prevalência, a diversidade de linhagens e a especificidade deparasitos em relação aos seus hospedeiros em 539 aves coletadas na região centro-nortebrasileira. O sangue das aves foi estocado em álcool e o DNA foi extraído a partir doKit Wizard Genomic DNA Purification da Promega®, seguindo especificações dofabricante. Para a análise da prevalência, foi feita uma PCR diagnóstica gênero-específica, que amplifica uma região de 195 pb do gene ribossomal mitocondrial SSU, efoi encontrada uma prevalência de 23% (124 indivíduos). As amostras positivas estãosendo submetidas a uma nested PCR para amplificação de uma região de 479 pb dogene mitocondrial citocromo b (cyt b), que será posteriormente sequenciada. Até omomento 106 amostras positivas pela PCR diagnóstico foram testadas paraamplificação do gene cyt b, sendo 88 amplificadas com sucesso. O próximo passo doestudo consiste no sequenciamento das amostras positivas e a comparação com assequências disponíveis no GenBank. Isto permitirá a descrição das linhagens deparasitos existentes na região centro-norte brasileira e a análise das relações deespecificidade em relação às famílias de aves hospedeiras.

Palavras chave: Malária aviária – Plasmodium – diversidade de linhagens – avessilvestres – cyt b

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ABORDAGENS MORFOMÉTRICAS SOBRE VESTÍGIOS

PALEOANTROPOLÓGICOS DO ESTADO DO PIAUÍ, BRASIL

MARTINS. J das G.¹.; SILVA, J. C.²; OLIVEIRA, R. E. de³

¹IC , Curso de Arqueologia e conservação de Arte Rupestre, UFPI, Teresina-PI;

²PD, CCN, PPGAARQ, UFPI, Teresina-PI;

³M, Instituto de Biociências-LEEH-USP, São Paulo-SP

Estudos dos remanescentes paleoantropológicos elucidam os meios físicos, etológicos e

simbólicos que favoreceram a evolução do homem e seu processo adaptativo em

diferentes regiões do mundo. O estudo físico-antropológico no Brasil tem ganhado

impulso devido a modernos métodos de pesquisa da genética, antropologia física,

linguagem e demais ramos científicos que estão abordando e confrontando evidências

paleoantropológicas resgatadas em sítios arqueológicos. Trabalhos pioneiros

desenvolvidos na Serra da Capivara, Piauí, pela Dra Niéde Guidon, em Lagoa Santa,

Minas Gerais, pelo Prof. Dr. Walter Neves ou em Xingó, Sergipe, pela Profa. Dra.

Olívia Carvalho inserem-se neste contexto. Projeto de IC elaborado recentemente

destina-se a descrever as características da paleobiologia humana, ou seja, seus aspectos

microevolutivos e adaptativos através de proporções distintas entre partes da estrutura

esqueletal, analisando vestígios osteológicos de São Miguel do Tapuio que se

encontram no acervo do Núcleo de Antropologia Pré-Histórica, da Universidade Federal

do Piauí, observando aspectos como robustez e potência esqueletal, deformações

genéticas e epigenética, paleopatologias, lesões e fraturas. Baseia-se na hipótese de

Dobzhansky e Allen, de que o homem se adapta e evolui modificando seus genes e sua

cultura simultaneamente, para atender aos desafios propostos pelas mudanças

ambientais. Estudos de Neves também apontam para a diversidade biológica presente

em escala intracontinental, pela qual padrões morfológicos existiram entre os períodos

pré-histórico e histórico, e para as diversas modificações cujas marcas ficam impressas

no suporte ósseo humano, constatação a que chegaram Napoli, Blanc, Arsuaga e equipe,

esclarecendo sobre o passado do comportamento humano. Desenvolve-se com

procedimentos de curadoria, identificação de partes anatômicas osteológicas humanas,

buscando caracterizar processos tafonômicos extrínsecos e intrínsecos que propiciaram

o estado de fossilização. Utiliza listas e manuais antropológicos anatômicos,

instrumentos de medição e registros fotográficos, bem como fontes teóricas referentes a

estudos paleoantropológicos realizados em escala regional e nacional. A identificação

de características e padrões morfológicos dos grupos humanos arcaicos que ocuparam a

região piauiense permitirá caracterizar uma população local. Espera-se que os resultados

sejam discutidos e divulgados posteriormente às comunidades científicas.

Palavras-chave: evolução humana- osteologia- paleoantropologia- antropologia física

Apoio: NAP-PRPPG, UFPI

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DIFERENCIAÇÃO GENÉTICA E FLUXO GÊNICO ENTRE POPULAÇÕES DO COMPLEXO DE ESPÉCIES LUTZOMYIA LONGIPALPIS QUE PRODUZEM SOM

DE CÓPULA DO TIPO BURST UTILIZANDO O GENE PERIOD COMO MARCADOR

Bauzer, LGSR1; Vigoder, FM1; Araki, SA1; Pinto, IS1; Souza NA1; Brazil, RP1;

Peixoto, AP1

1 Instituto Oswaldo Cruz, FIOCRUZ, Rio de Janeiro, RJ. Lutzomyia longipalpis (Lutz & Neiva 1912) é o principal vetor do agente

etiológico da Leishmaniose visceral americana e ocorre como um complexo de espécies

ao longo de sua área de distribuição. Este inseto tem sido estudado extensivamente com

diferentes tipos de marcadores e a existência de espécies crípticas no Brasil tem sido

reforçada por abordagens integrativas que utilizam dados moleculares e

comportamentais. Análises combinadas do gene period, som de cópula de machos e

feromônios revelaram a existência de dois grupos brasileiros principais de L.

longipalpis caracterizados pela produção de som do tipo pulsado ou do tipo Burst.

Enquanto o primeiro grupo provavelmente é representado por algumas diferentes

espécies crípticas incipientes que produzem combinações distintas entre sons pulsados e

feromônios, o segundo grupo é mais homogêneo, representado por uma única espécie

cujos machos produzem o som do tipo Burst e o feromônio cembreno-1. Até o

momento, populações que representam esta espécie são observadas distribuídas em uma

grande área geográfica, principalmente ao longo da costa brasileira. Neste trabalho,

estendemos nossa análise baseada no polimorfismo do gene period a oito novas

populações que produzem o som do tipo Burst oriundas dos biomas da Mata Atlântica,

Amazônia, Caatinga e Cerrado. Os novos dados moleculares foram comparados com

populações do tipo Burst previamente analisadas, totalizando 13 localidades. Com

exceção das populações da Amazônia, os valores par a par de Fst entre as amostras

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foram muito baixos. Ainda, as amostras da Amazônia mostraram uma distância genética

moderada e significativa na maioria das comparações com as outras, sugerindo que a

floresta possa estar agindo como um filtro para o fluxo gênico entre as populações desta

espécie.

Palavras-chave: Lutzomyia longipalpis, som de cópula, gene period, Leishmaniose.

Apoio financeiro: Capes, HHMI, CNPq, Fiocruz

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HELMINTOFAUNA DE SERPENTES CROTALUS DURISSUS DE MINAS GERAIS RECEBIDAS

PELA FUNDAÇÃO EZEQUIEL DIAS (FUNED)

MELLO, É. M1 (M).; GUIMARÃES, M. P1.

1. Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG, Belo Horizonte, MG, Brasil.

A FUNED é uma das três instituições brasileiras produtoras de soros antiofídicos no Brasil e

possui um criadouro de serpentes que permite a continuidade da produção. A maioria dos

animais em cativeiro é proveniente de doações de pessoas físicas, empresas e órgãos

municipais e estaduais. O parasitismo em serpentes é um grande problema para a criação

desses animais em cativeiro e o levantamento desse poderá ser utilizado para indicar

procedimentos que visam diminuir a mortalidade de animais da criação, bem como reduzir os

sinais clínicos derivados do parasitismo. O objetivo deste trabalho foi levantar a helmintofauna

de Crotalus durissus (Serpentes, Viperidae) de Minas Gerais naturalmente parasitadas

recebidas pela FUNED. Até o momento, 15 indivíduos de C. durissus foram eutanasiados com

injeção de 0,5 a 3,5mL de pentobarbital sódico 30mg/mL intracavitária na metade anterior do

animal. As serpentes foram pesadas, medidas, inspecionadas à procura de ectoparasitos e

abertas da cloca até à boca. Cada órgão foi separado em uma placa com solução salina 0,85%

para inspeção individual em microscópio estereoscópio. Os nematódeos encontrados foram

fixados com formol 10% quente. Os outros helmintos foram comprimidos entre placas de vidro

e fixados com formol 10%. Os ectoparasitos foram fixados em álcool 70%. Dos 15 animais, 9

(60%) estavam parasitados com helmintos, sendo 6 com poliparasitismo. Das serpentes

parasitadas, 7 (77,7%) estavam infectadas com Ophidascaris spp, 5 (55,5%) com Rhabdias spp,

2 (22,2%) com larvas de Acanthocephala e 01 (11,1%) com larva plerocercóide. Apenas uma

serpente estava parasitava com 03 carrapatos fêmeas do gênero Amblyomma spp. As espécies

dos helmintos e dos ectoparasitos ainda estão em fase de identificação. Na literatura o registro

de parasitismo em serpentes por Ophidascaris e Rhabdias é alto, mas há relativamente poucos

trabalhos no Brasil. Neste estudo, a frequência de Ophidascaris foi maior, fato também

observado por outros autores. A quantidade de vermes presentes no estômago variou de 1 a

33 indivíduos, com comprimento médio de 108,92 mm para fêmeas e 74,02 mm para machos.

Apesar de répteis serem hospedeiros intermediários frequentes de Diphyllobothrium spp,

possivelmente esse é o primeiro registro da ocorrência de larvas plerocercóides em cascavéis

no Brasil.

Palavras-chave: Crotalus durissus, Rhabdias, Ophidascaris, Diphyllobothrium, Acanthocephala.

Suporte financeiro: FAPEMIG

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MORTALIDADE EM PINGUINS (SPHENICUS MAGELANICUS) NO BRASIL CAUSADA POR PLASMODIUM TEJERAI

SILVEIRA, P.1, BELO NO.1, LACORTE G.1, FÉLIX G.1, KOLESNIKOVAS C.1, VALKI ŪNAS G.2 & BRAGA EM.1

1Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG- Belo Horizonte, Minas Gerais; 2Nature Research Centre, Vilnius, Lithuania.

Os parasitos do gênero Plasmodium, causadores da malária aviária, são transmitidos aos hospedeiros por vetores e encontram-se amplamente distribuídos em várias regiões do mundo, exceto na Antártica. O gênero apresenta alta diversidade de espécies, baixa especificidade de hospedeiro e desenvolvimento de baixa parasitemia em infecções naturais, características que dificultam o diagnóstico das espécies. O diagnóstico do parasito é realizado combinando-se o exame criterioso de esfregaços sanguíneos e reações de PCR seguidas pelo sequenciamento do DNA. O objetivo deste estudo foi identificar a espécie de plasmódio responsável pela elevada mortalidade em pinguins (Spheniscus magellanicus). Os pinguins foram recebidos no CETAS (IBAMA/Polícia Ambiental) localizado no Parque Florestal do Rio Vermelho em Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. Um total de 28 aves foi mantido em colônias expostas ao ar livre. Dois pinguins que morreram de forma súbita foram necropsiados e apresentaram diagnóstico compatível com malária aviária. Para realização do diagnóstico foram coletadas amostras de sangue para a preparação de esfregaços sanguíneos e para extração de DNA. As PCRs foram realizadas de acordo com Hellgren, 2004. A reação de sequenciamento foi realizada utilizando-se o produto da PCR purificado e kit BigDye® no sequenciador automatizado ABI PRISM 3100™. As sequencias obtidas foram alinhadas, editadas e então comparadas com as sequencias de Plasmodium sp. depositadas no GenBank. Nos esfregaços foram examinados 100 campos microscópicos sob imersão (x1000); os parasitos observados foram identificados morfologicamente de acordo com Valkiūnas, 2005. Ao exame microcópico foi observada alta parasitemia e presença de todos os estádios intraeritrocíticos de Plasmodium tejerai. A sequencia de DNA foi depositada no Genbank. Os pinguins foram tratados com cloroquina, trimetropina e sulfa, entretanto, apenas 11 aves sobreviveram. Este foi o primeiro relato de P. tejerai após sua descrição na Venezuela em 1977.

Palavras chaves:

Malária aviária, Plasmodium tejerai.

Apoio financeiro: CNPq

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HELMINTOFAUNA DE Butorides striata (AVES: ARDEIDAE) DA REPRESA DA PAMPULHA, BELO HORIZONTE, MINAS GERAIS, BRASIL

Pinto, H. A.; Mati V. L. T. & Melo, A. L. Laboratório de Taxonomia e Biologia de Invertebrados, Departamento de Parasitologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais. Email: [email protected]; [email protected]; [email protected] Butorides striata (Linnaeus, 1758), popularmente conhecido como socozinho, é um pequeno ardeídeo amplamente distribuído pelo Brasil. Apesar disso, dados relacionados à sua helmintofauna no estado de Minas Gerais são inexistentes. Durante estudos realizados na represa da Pampulha, em maio de 2010, um exemplar jovem de B. striata foi encontrado morto às margens da represa. O bom estado de conservação do espécime indicava óbito recente, sendo o animal transportado para o laboratório e necropsiado. Os parasitos encontrados foram coletados, fixados e devidamente processados para a realização de estudos em microscópio de luz. A identificação taxonômica foi baseada em critérios morfológicos preconizados por diferentes autores. Foram identificadas 15 espécies de helmintos pertencentes a 12 famílias e 13 gêneros, sendo nove espécies de trematódeos (Ascocotyle (Phagicola) angrense (Travassos, 1916), Ascocotyle (Phagicola) pindoramensis (Travassos, 1928), Centrocestus formosanus (Nishigori, 1924) (Heterophyidae), Clinostomum heluans Braun, 1899, Clinostomum marginatum Rudolphi, 1819 (Clinostomidae), Eumegacetes medioximus Braun, 1901 (Eumegacetidae), Apharyngostrigea sp. (Strigeidae), Posthodiplostomum nanum Dubois, 1937 (Diplostomidae), Prosthogonimus ovatus (Rudolphi, 1803 Prosthogonimidae)), duas de cestódeos (Valipora minuta (Coil, 1950) (Gryporhynchidae), Drepanidotaenia sp. (Hymenolepidae)) e quatro de nematódeos (Contracaecum sp. (Anisakidae), Eustrongylides ignotus Jäegerskiold, 1909 (Dioctophymidae), Avioserpens sp. (Dracunculidae), Strongyloides minimum Travassos, 1930 (Strongyloididae)). Os helmintos encontrados são novos registros em B. striata para Minas Gerais, sendo nove deles verificados pela primeira vez neste ardeídeo no Brasil. Estudos complementares, buscando ampliar o conhecimento sobre a diversidade e distribuição de helmintos parasitos de aves do estado, são necessários. Palavras-chave: aves, novos registros, trematódeos, cestódeos, nematódeos. Apoio: CNPq.

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NEMATÓDEOS DE Liophis miliaris (SQUAMATA: DIPSADIDAE) DE MINAS GERAIS, BRASIL

Mati, V.L.T.; Pinto, H.A.; Melo, A.L.

Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG. E-mail: [email protected];

[email protected]; [email protected]

Embora sejam pouco comuns os relatos sobre a helmintofauna de Liophis miliaris (Linnaeus, 1758),

popularmente conhecida como cobra d’água, estudos prévios apontam que esta serpente neotropical

pode albergar várias espécies de parasitos. Buscando melhor conhecer alguns nematódeos de L. miliaris,

parasitos recuperados de oito espécimes desta serpente provenientes de Muriaé, Minas Gerais, Brasil, e

depositados na coleção do Laboratório de Taxonomia e Biologia de Invertebrados (DPIC) foram

analisados. Os helmintos foram clarificados em lactofenol e estudados com o auxílio de microscopia de

luz. A identificação taxonômica foi baseada em critérios morfológicos preconizados por diferentes

autores. Todos os répteis analisados estavam infectados por pelo menos uma espécie de nematódeo.

Acanthorhabdias acanthorhabdias Pereira, 1927 (Rhabdiasidae) foi encontrado no pulmão de seis

serpentes (75%), Paracapillaria cesarpintoi (Freitas & Lent, 1934) (Capillaridae) e Strongyloides

ophidiae Pereira, 1929 (Strongyloididae) nos intestinos delgados, respectivamente, de cinco (62,5%) e

três (37,5%) exemplares. Um dos répteis estava infectado com as três espécies de nematódeos, quatro

espécimes com duas e três monoparasitados. Adicionalmente, L. miliaris é relatada como um novo

hospedeiro para S. ophidiae, sendo esta espécie de parasito e P. cesarpintoi pela primeira vez registradas

no estado de Minas Gerais. Considerando-se que o conhecimento acerca da biodiversidade e distribuição

dos helmintos das serpentes neotropicais é incipiente, estudos adicionais sobre estes parasitos são ainda

necessários.

Palavras chave: helmintofauna, nematódeos, serpente neotropical.

Apoio: CNPq

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RECONSTRUÇÕES FILOGENÉTICAS DO TRYPANOSOMA CRUZI BASEADAS NOS GENES MITOCONDRIAIS CYTB, COII E ND1

SANTOS, V.C.(IC)1; VALLE, I.F.1, BAPTISTA, R.P.1; FRANCO, G.R.1; MACHADO, C.R.1; PENA, S.D.J.1; MACEDO, A.M.1.

1 - Departamento de Bioquímica e Imunologia, ICB, UFMG - Belo Horizonte, Minas Gerais.

A doença de Chagas, uma doença tropical causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, é um grave problema de saúde pública, atingindo 10 milhões de indivíduos causando 14,000 mortes por ano na América Latina. O T.cruzi apresenta uma variabilidade intra-específica extensa e é classificado em seis diferentes DTUs (TCI-TcVI). Apesar dos avanços na caracterização biológica e molecular deste parasito, as relações filogenéticas entre as diferentes linhagens não são claras. Por exemplo, não se sabe quantos e quais são os DTUs ancestrais e quantos são híbridos. Enquanto uma hipótese postula a existência de apenas dois DTUs ancestrais do qual todos os outros foram originados por eventos de hibridização, a outra postula a existência de pelo menos três DTUs ancestrais. Abordamos esta questão através da análise de sequências de DNA de três genes mitocondriais (CYTB, COII e ND1) disponíveis no GeneBank de 16 cepas de T. cruzi pertencentes aos seis DTUs. Árvores filogenéticas foram inferidas pelos métodos neighbor joining e máxima verossimilhança utilizando os três genes separadamente ou em combinação. A robustez da topologia das árvores foi avaliada pela análise de bootstrap usando 1000 replicatas. T. brucei, Leishmania tarentolai, L. major e T. vespertilionis foram usados como out groups para gerar a raiz das árvores. Nenhuma árvore idêntica foi observada a partir de nossas análises. Modificação em ambos os métodos de reconstrução filogenética e genes analisados produziu significativa alterações na topologia das árvores. Apesar destas diferenças, os três clados mitocondriais previamente identificados (A, B e C) podem ser claramente reconhecidos em todas as topologias confirmando a existência de três haplótipos mitocondriais completamente distintos e não relacionados. No entanto, até agora não é possível identificar o haplótipo mitocondrial mais antigo já que haplótipos diferentes foram definidos como mais antigo dependendo do marcador e do método de análise utilizado.

Palavras chave:

Trypanosoma cruzi, doença de Chagas, filogenia

Suporte Financeiro: FAPEMIG, CNPq e CAPES

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ÁREA: Imunoparasitologia

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PARTICIPAÇÃO DA CITOCINA IL-4 NO MECANISMO DE ELIMINAÇÃO DE VERMES ADULTOS DE Strongyloides venezuelensis EM CAMUNDONGOS. Adriana Fernandes1, Jailza L. Rodrigues1, Paula D. Eschenazi1, Emília S. Araújo1, Mauro M. Teixeira2, Deborah Negrão-Corrêa1. 1. Departamento de Parasitologia - ICB – UFMG, 2. Departamento de Bioquímica e Imunologia – ICB- UFMG. e-mail: [email protected] Trabalhos anteriores demonstraram que camundongos geneticamente deficientes na expressão da cadeia alfa do receptor de IL-4 não foram capazes de eliminarem a infecção experimental por S. venezuelensis, indicando que a indução da resposta imunológica do tipo-2 está envolvida com proteção. A cadeia alfa compõe os receptores de IL-4 e de IL-13, entretanto, o envolvimento destas citocinas no mecanismo de proteção contra nematódeos pode ser diferente dependendo da espécie de nematódeo considerada. Este trabalho experimental visa avaliar a participação de IL-4 e IL-13 no mecanismo de proteção induzido pela infecção e re-infecção por Strongyloides venezuelensis (Sv) em camundongos. Para esta finalidade foram utilizados animais C57BL/6 geneticamente deficientes na produção de IL-4 (IL-4KO) e não-deficientes (WT). Camundongos IL-4KO e WT também foram tratados com anticorpos neutralizantes anti-IL-13 murino, gentilmente cedido pelo Dr. Cory M. Hogaboam. Os animais foram infectados via (sc) com 700 larvas e re-infectados com o mesmo número de larvas, 25 dias após a infecção primária (dpi). Foram coletados sangue, pulmão, intestino delgado e fezes para avaliação parasitológica e imunológica. Resultados demonstraram que camundongos IL-4KO apresentaram aumento significativo de carga parasitária e um atraso na eliminação do verme intestinal em relação aos camundongos não deficientes, tanto na infecção primária como na re-infecção. Entretanto, a fecundidade das fêmeas presentes em camundongos IL-4KO não foi estatisticamente diferente da observada em camundongos não deficientes. A ausência de IL-4 foi acompanhada por redução na eosinofilia tecidual e ausência de produção de IgE. De maneira interessante, a neutralização de IL-13 em camundongos não deficientes na produção de IL-4 não foi capaz de alterar a eliminação dos vermes e o tratamento quando realizado em camundongos IL-4KO não altera significativamente o número de vermes recuperados. Entretanto, a neutralização de IL-13 resultou em aumento significativo de fecundidade das fêmeas. Os dados indicam que o controle da infecção por S. venezuelensis é mediado por mecanismos dependente de IL-4 e não de IL-13, sendo que IL-13 participa de mecanismos anti-fecundidade Apoio: FAPEMIG, CAPES.

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PERFIL DE ANTICORPOS CONTRA DOIS ANTÍGENOS RECOMBINANTESDE MEROZOÍTOS DE Plasmodium vivax EM INDIVÍDUOS DA AMAZÔNIABRASILEIRA

Almeida, Z. B.1; Mourão, L. C.1; Miranda, A. C. F.1; Ferreira, M. U.2; Braga, É. M.

1 Departamento de Parasitologia, UFMG, BH, MG2 Departamento de Parasitologia, USP, SP, SP

Palavras Chave: Malária, MSP1-19, MSP3, Resposta Imune

A malária é a doença parasitária mais comum em países localizados nas regiõestropicais e subtropicais do mundo, e uma das principais causas de morbidade emortalidade. O Plasmodium vivax é a espécie predominante no Brasil e é responsávelpor 80% dos casos registrados. Apesar de infecções por esta espécie raramenteresultarem em óbito, ela não deve ser negligenciada, pois o número de casos de maláriagrave causada por P. vivax aumentou consideravelmente nos últimos anos, assim comoos relatos de cepas resistentes a antimaláricos em diversas partes do mundo. O presenteestudo teve como objetivo analisar o perfil de anticorpos anti-MSP-119 e anti-MSP-3α359-798, dois importantes candidatos vacinais, bem como comparar as freqüências e osníveis destes anticorpos específicos em pacientes que residem em área de transmissãohipoendêmica no Brasil. Utilizando-se o Ensaio Imunoenzimático (ELISA), foramavaliados 33 soros de indivíduos infectados por P. vivax, provenientes de um estudolongitudinal realizado na comunidade rural do Remansinho (município de Lábrea -Amazonas), localizado próximo ao município de Acrelândia (Acre). O diagnóstico foirealizado através da visualização de formas sanguíneas de P. vivax em gota espessa eposterior confirmação por PCR. Os resultados obtidos mostraram que dos 33 indivíduosanalisados, 23 apresentaram anticorpos contra a MSP-119 (70%), 16 apresentaramanticorpos contra a MSP-3α359-798 (49%) e 13 contra ambos os antígenos (39%). Osníveis médios de anticorpos para a MSP-119 foram superiores aos observados para aMSP-3α359-798 (p = 0,01). Em relação à infecção, verificou-se que os níveis deanticorpos anti-MSP119 e anti-MSP-3α359-798 não diferiram significativamente entrepacientes infectados e não infectados (p > 0,05). Nossa próxima etapa será a inclusão demaior número de soros coletados em diferentes cortes transversais, a fim de estabelecera dinâmica da resposta humoral específica e suas possíveis associações à morbidade eproteção.

Apoio: CNPq e FAPEMIG

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ZILEUTON MODULA RESPOSTA IMUNE E FUNÇÃO DE CARDIOMIÓCITOS

DURANTE INFECÇÃO EXPERIMENTAL POR TRYPANOSOMA CRUZI

Araújo, R,R,S1 (IC); Roman-Campos, D1; Esper, L1; Brant, F1; Barroso,

A1; Arantes, R,M,E1; Souza, D,G1; Teixeira, M,M1; Cruz, J,S1; Tanowitz,

H,B2; Machado, F1.

1-Depto. de Bioquímica e Imunologia, Universidade Federal de Minas

Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais.

2-Depto. de Patologia, Albert Einstein College of Medicine, Bronx, New

York.

Introdução A doença de Chagas é uma doença altamente negligenciada

causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e é a principal causa de doença

cardíaca em áreas endêmicas. O equilíbrio da resposta imune pró e anti-

inflamatória contra o Trypanosoma cruzi está diretamente relacionada com o

desenvolvimento da cardiomiopatia chagásica. Neste equilíbrio as lipoxinas,

principalmente a lipoxina A4 (LXA4) sintetizada pela ativação da enzima 5-

lipoxigenase (5-LO), modulam e promovem a resolução de diversos processos

inflamatórios atuando diretamente na regulação da resposta imunológica. Os

efeitos benéficos da administração de LXA4 em modelos de patologia

inflamatórias, mais o fato de que a administração de zileuton inibe a atividade

da 5-lipoxigenase, sugeriu que o uso de zileuton poderia ser uma promessa

terapêutica por modular a produção e as atividades biológicas de lipoxina A4.

Objetivos Aqui, nós investigamos se a manipulação da produção de lipoxinas

por zileuton durante a infecção pelo Trypanosoma cruzi poderia ser uma

potencial ferramenta terapêutica. Métodos Camundongos C57Bl/6 foram

infectados com 1000 formas tripomastigotas de Trypanosoma cruzi (cepa Y) e

tratados com zileuton (30mg/kg) em intervalos de 24 horas. Após 9, 15, 30, 45

e 75 dias de infecção, a parasitemia, a patologia e os níveis de expressão de

citocinas foram verificadas no coração, fígado, baço e soro. Resultados

Nossos resultados mostraram que o tratamento com Zileuton resultou na

diminuição dos níveis de IFN- produzido por células T CD4+ e CD8+

esplênicas. Além disso, encontramos durante a fase aguda da infecção, uma

redução nos níveis de mRNA de AhR (um receptor nuclear de lipoxina), IL-10 e

IFN- e aumento dos níveis de IL-6 no coração de camundongos tratados. O

tratamento com zileuton ainda resultou na redução da parasitemia e do

infiltrado inflamatório no coração. Além disso, nossas análises

eletrofisiológicas, utilizando a técnica de patch-clamp, demonstraram que o

tratamento com zileuton durante a infecção pelo Trypanosoma cruzi resulta na

proteção das atividades dos cardiomiócitos, incluindo diminuição no tempo de

repolarização. Conclusão Em resumo, nossos resultados sugerem que o

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tratamento com zileuton pode ser uma ferramenta poderosa no campo

terapêutico para modular o desenvolvimento de cardiomiopatia chagásica.

Palavras chave: Zileuton, Trypanosoma cruzi, Doença de Chagas, Lipoxina,

Cardiomiopatia Chagásica.

Suporte financeiro: CNPq, FAPEMIG, FUNDEP e Santander

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CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL E AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE PROTEÍNAS DO TEGUMENTO DE SCHISTOSOMA MANSONI COMO ALVOS VACINAIS

FIGUEIREDO, B. C. P.(D)1; PINHEIRO, C. S.1; MARTINS, V. P.1; ASSIS, N. R. G.1; MORAIS, S. B.1; OLIVEIRA, S. C.1

1. Departamento de Bioquímica e Imunologia – ICB, UFMG – Belo Horizonte – Minas Gerais

A esquistossomose é uma parasitose endêmica, causada por vermes trematodas do gênero Schistosoma, que afeta mais de 200 milhões de pessoas no mundo, causando cerca de 250 mil mortes por ano. Além disso, a doença possui alto índice de morbidade em função das sequelas associadas à infecção crônica. Na América do Sul e Central, o principal agente etiológico dessa doença é o S. mansoni. Atualmente, a principal forma de tratamento é a utilização de drogas anti-helmínticas. A quimioterapia é uma importante estratégia no combate a doença, porém, acredita-se que uma abordagem terapêutica capaz de controlar efetivamente a esquistossomose em longo prazo abordaria a quimioterapia juntamente com uma vacina. Estudos anteriores revelaram que proteínas isoladas da membrana do tegumento do parasita são importantes alvos vacinais. Dentre essas proteínas, duas foram escolhidas para produção de vacinas que serão testadas em modelo murino, sendo: (i) sintenina, proteína adaptadora, com dois domínios PDZ adjacentes e possivelmente envolvida em algumas vias de transdução de sinais, e (ii) aquaporina, proteína identificada no tegumento de S. mansoni e envolvida na osmorregulação e captação de drogas, moléculas pequenas e carregadas. A análise “in silico” das sequências gênicas das proteínas de interesse possibilitou a seleção de regiões hidrossolúveis e clonagem dessas regiões no vetor pJexpress 414 para expressão em Escherichia coli. Os vetores foram transformados em diferentes linhagens da bactéria e a expressão das proteínas foi confirmada por eletroforese em gel de poliacrilamida e western blot. Ambas as proteínas foram expressas com maior eficiência na linhagem Rosetta. As proteínas recombinantes sintenina (rSYNT) e aquaporina (rAQUA) foram purificadas através de cromatografia de afinidade e utilizadas na produção de vacinas contra esquistossomose. Dois grupos de camundongos isogênicos C57BL/6 receberam três doses, com intervalos de 15 dias, de uma das vacinas e, após a imunização, foram desafiados com 100 cercárias. Espera-se que as proteínas recombinantes sejam capazes de induzir respostas humoral e celular em camundongos, conferindo proteção contra a infecção de S. mansoni. Palavras-chave: Schistosoma mansoni, vacina, sintenina, aquaporina. Suporte Financeiro: CNPq, CAPES e FAPEMIG.

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OS EFEITOS REGULATÓRIOS E O PAPEL DO RECEPTOR ARIL HIDROCARBONO (AhR)

NOS PERFIS DE CITOCINAS E NO DESENVOLVIMENTO DE PATOLOGIA DURANTE A

INFECÇÃO EXPERIMENTAL POR Trypanosoma cruzi

Barroso, A. (IC)1 ; Esper, L.

2 ; Brant, F.

3; Araújo, R.R.S.

1 ; Rachid, M.A.

4; Tanowitz, H.B

5;

Machado, F.S1-2

1- Departamento de Bioquímica e Imunologia, ICB, UFMG 2- Ciências da Saúde: Infectologia e

Medicina Tropical, Faculdade de Medicina, UFMG 3- Departamento de Neurociências, ICB,

UFMG 4- Departamento de Patologia, ICB, UFMG 5- Albert Einstein College of Medicine,

Bronx, USA

A infecção por Trypanosoma cruzi é um modelo interessante e apropriado para

entender o balanço entre a resposta imune efetiva e a patologia causada por ela.

Lipoxina (LXA)4, um eicosanóide anti-inflamatório, é produzida pela ativação da

enzima 5lipoxigenase e é importante na regulação de citocinas inflamatórias durante a

infecção por T. cruzi. O papel do Receptor Aril Hidrocarbono(AhR), receptor nuclear

para LXA, durante a infecção por T. cruzi não é conhecido. Neste estudo infectamos

camundongos selvagens(WT) e AhR-/- com T. cruzi (cepa Y) e acompanhamos a

parasitemia periodicamente. Baços, fígados e corações foram colhidos em diferentes

dias após infecção(dpi) para histologia ou análise de citocinas por RT-PCR e/ou

citometria de fluxo. Encontramos redução na parasitemia dos camundongos AhR-/- em

comparação com WT. A deficiência de AhR resulta na produção de altos níveis de

IL12 e IFN-gama, associado com aumento de células dendríticas e células T 10dpi. A

inibição da produção de citocinas pró-inflamatórias 15dpi, foi observada nos

camundongos WT, mas não nos AhR-/-. A deficiência de AhR também resultou no

aumento da inflamação cardíaca e hepática com 10dpi quando comparada com WT.

Contudo, corações de 21dpi, mas não os fígados, de camundongos AhR-/- infectados

apresentaram menos inflamação em comparação com WT infectado. In vitro,

investigamos qual seria o principal fator responsável pelo aumento na eficiência do

camundongo AhR-/- de controlar o crescimento do parasito. Vimos um aumento na

atividade tripanocida de macrófagos (M) de AhR-/- infectados quando comparados

com WT. Entretanto, não detectamos diferença significativa nos níveis de NO de

culturas de M de AhR-/- e WT infectados. Em contraste, vimos um aumento na

produção de NO por M AhR-/- quando IFN-gama foi adicionado a cultura não infectada

em comparação ao WT. Nossos dados sugerem um papel crítico do AhR na

modulação da resposta imune e no desenvolvimento de patologia durante a infecção

experimental por T. cruzi

Palavras-chave:

Receptor Aril Hidrocarbono Patologia Citocinas Trypanosoma cruzi

Instituições financiadoras/parceiras :

CNPq, FAPEMIG

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EXPRESSÃO HETERÓLOGA DA PORÇÃO REPETITIVA DE KINESINA DA

LEISHMANIA INFANTUM (LIKIN): UM POTENCIAL ANTÍGENO VACINAL

CONTRA LEISHMANIOSE

Dhom-Lemos, L. C.1*

; Mendes, T. A. O.1; Reis-Cunha, J. L.

1; Bueno, L. L.

1;

Gazzinelli-Guimarães, P. H.1; Bartholomeu D. C.

1; Fujiwara, R. T.

1

1-Departamento de Parasitologia, UFMG, Belo Horizonte, MG

*Autor aluno de IC: [email protected]

A leishmaniose visceral (LV), causada principalmente pela espécie L. infantum, é

amplamente distribuída na America latina. Até o presente momento não existem

vacinas que confiram uma proteção satisfatória para cão ou humanos. Por este

motivo, o estudo de novas moléculas que possam compor uma vacina contra a LV

faz-se necessário. Entre esses candidatos está a proteína LiKin pertencente a

superfamília das kinesinas, expressas em formas amastigotas de L. infantum.

Embora alguns trabalhos demonstrem a aplicação desse antígeno para o

diagnóstico sorológico da leishmaniose, vacinas baseadas nessa proteína ainda

não foram avaliadas. Assim, nós avaliamos o potencial imunogênico e protetor do

antígeno utilizando ferramentas de bioinformática. Inicialmente, nós observamos

que a proteína LiKin apresenta alto potencial de essencialidade para parasitos do

gênero Leishmania devido a sua homologia com proteínas essenciais de

diferentes organismos depositados em um banco de dados de genes essenciais

(DEG), que pode ser um indicativo de maior probabilidade de eficácia da vacina.

Esta proteína também é parasito-específica, não apresentando homólogos e

análogos em humanos e cães. Essa característica pode refletir na segurança da

potencial vacina. A seqüência protéica da LiKin é altamente conservada entre as

espécies L. donovani, L. mexicana, L. infantum, L. major e L. braziliensis,

sugerindo que uma vacina utilizando este antígeno poderia ter ação contra

diferentes espécies do parasito. Dentro da proteína LiKin, uma repetição de 39

aminoácidos denominada K39 possui maior proporção de epítopos lineares de

células B preditos pelo programa Bepipred e epítopos de célula T CD8+ preditos

pelo programa NetCTL do que o restante da proteína LiKin. Dessa forma,

propomos uma nova metodologia de obtenção da K39, através da expressão

heteróloga em E. coli, de um fragmento da proteína LiKin contento 8 motivos

repetitivos. Para a clonagem em vetor de expressão (pET-TEV), foram

desenhados primers específicos para a K39, confirmados pelo seqüenciamento

do produto de PCR. Este peptídeo será utilizado em ensaios de imunização de

camundongos, que serão posteriormente desafiados com L. infantum.

Palavras-chave: vacina, K39, Leishmania, kinesina, expressão heteróloga.

Suporte Financeiro: CNPq, CAPES, FAPEMIG, INCT-V.

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PARTICIPAÇÃO DA CITOCINA IL-4 E DE EOSINÓFILOS NA HIPERREATIVIDADE BRÔNQUICA INDUZIDA PELA INFECÇÃO POR Strongyloides venezuelensis EM CAMUNDONGOS ARAÚJO, ES1; PEREIRA, CAJ1; PEREIRA, ATM1; RODRIGUES, VF1;

NEGRÃO-CORRÊA, D1.

Email: [email protected]

Departamento de Parasitologia – ICB/UFMG1 A infecção por nematódeos induz uma resposta imunológica que além de ser responsável pela destruição do parasito, também produz alterações fisiológicas no organismo do hospedeiro, sendo que algumas destas alterações auxiliam no mecanismo de expulsão dos vermes, bem como podem estar associadas a alguns sintomas produzidos pela infecção. Trabalhos anteriores realizados em nosso laboratório demonstraram que a infecção por Strongyloides venezuelensis em ratos resulta em hiperreatividade brônquica e aumento da contratilidade intestinal, mas não se conhece a gênese desta alteração fisiológica. Com o objetivo de avaliar a participação da resposta imunológica na hiperreatividade brônquica induzida por S. venezuelensis, esta alteração funcional foi comparativamente avaliada em camundongos deficientes para produção de IL-4 (IL-4-/-) ou para diferenciação de eosinófilos (ΔdblGATA) bem como seus respectivos controles não deficientes. Estes animais foram experimentalmente infectados com 700 L3/camundongos e alterações histopatológicas e funcionais pulmonares foram avaliadas entre 0 e 10 dias pós-infecção. A alteração funcional foi medida por meio da avaliação da pressão intratraqueal em resposta a doses crescentes de metacolina (0.3; 0.9; 3; 6; 9; 30µg). Para confirmação da infecção nos animais examinados, foi feita contagem de formas do parasito recuperadas da mucosa do intestino delgado. Os dados mostram que a infecção por S. venezuelensis induz infiltração celular pulmonar e aumento da variação da pressão intratraqueal (hiperreatividade brônquica) em resposta a doses crescentes de metacolina aos 4 dias pós infecção em camundongos Balb/c não deficientes e em camundongos deficientes para diferenciação de eosinófilos. Apesar do aumento da inflamação pulmonar, a infecção por S. venezuelensis não induziu hiperreatividade brônquica nos camundongos deficientes para IL-4. Estes dados indicam que a hiperreatividade brônquica induzida por S. venezuelensis é dependente da produção de IL-4, mas independente de eosinofilia tecidual. Palavras chave: hiperreatividade brônquica, Strongyloides venezuelensis, IL-4, eosinófilos Apoio financeiro: CNPq e FAPEMIG

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PREVALÊNCIA DE Strongyloides stercoralis EM RESIDENTES DAS

COMUNIDADES DA PACIÊNCIA, CESÁRIO E CABECEIRA DO LUFA EM NOVO CRUZEIRO – MG.

ESCHENAZI, PD (D)

1; RANGEL, N

1; ZANIN, F

1; ARAÚJO, ES

1; PEREIRA, CAJ

1;

BENATTI, K1; FERNANDES, A

1; RODRIGUES, JL

1; CARNEIRO, M

1; NEGRÃO-

CORRÊA, D1.

1 Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG – Belo Horizonte, Minas Gerais

As doenças parasitárias são uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo, principalmente nos países tropicais e subtropicais em desenvolvimento. Dentre essas, a estrongiloidose, causada principalmente pelo Strongyloides stercoralis, se apresenta assintomática para a maioria dos pacientes infectados. Devido à capacidade do parasito de se reproduzir em seu hospedeiro e infectá-lo novamente, o quadro de um paciente assintomático, que passe por algum processo de imunossupressão, pode evoluir para a forma disseminada da doença, que habitualmente se apresenta sob a forma de septicemia grave e pode evoluir para óbito. A dificuldade de execução e baixa sensibilidade dos métodos diagnósticos contribuem para que essa enfermidade seja uma das doenças tropicais mais negligenciadas pelos programas de controle. Exames prévios realizados em crianças das comunidades Paciência, Cesário e Cabeceira do Lufa, no município de Novo Cruzeiro em Minas-Gerais, Brasil, mostraram grande prevalência de infecções por helmintos e protozoários. Embora o método utilizado nesse trabalho não tenha sido específico para detecção de larvas de helmintos, foram encontradas larvas de S. stercoralis em algumas amostras. Com o objetivo de determinar a prevalência da infecção por S. stercoralis nas comunidades e comparar os resultados obtidos por duas metodologias diferentes, foram realizados exames parasitológicos de toda população, 359 amostras fezes, pelos métodos de Hoffman e Rugai. No exame microscópico das amostras processadas pelo método de Rugai foram encontradas e quantificadas larvas de S. stercoralis em 7,8% dos pacientes. Porém, o exame das amostras processadas pelo método de Hoffman mostrou que somente 1,6% dos pacientes estavam positivos para essa parasitose. Além das larvas de S. stercoralis foram encontrados também ovos e larvas de outros helmintos, e cistos de protozoários nas amostras processadas por ambos os métodos, porém, mais uma vez houve divergência nos resultados obtidos. A alta positividade para estrongiloidose encontrada dentre a população estudada mostra que as comunidades constituem área endêmica para essa parasitose. A diferença de positividade encontrada entre os métodos indica a baixa eficácia do método de Hoffman para o diagnóstico de infecções por S. stercoralis. Sendo esse o método mais usualmente utilizado nos levantamentos parasitológicos, os números que temos com relação à prevalência dessa parasitose estão subestimados. Palavras Chave: Strongyloides Stercoralis; Prevalência; Novo Cruzeiro; Exame de Fezes. Suporte Financeiro: CNPq e FAPEMIG

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AVALIAÇÃO DA PROLIFERAÇÃO DE CÉLULAS MONONUCLEARES NA FASE CRÔNICA DA FASCIOLOSE DE OVINOS EXPERIMENTALMENTE

INFECTADOS MENDES, E.A.1; BARTHOLOMEU, D.C.1; RIBEIRO V.M.A.1; PINHEIRO G.R.G.1;.

GUIMARÃES P.H.G.1; FUJIWARA R.T.1; LIMA, W.S.1

Departamento de Parasitologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

A suscetibilidade a infecção por Fasciola hepatica, está associada à espécie do hospedeiro vertebrado, aos mecanismos de defesa desse e às estratégias de sobrevivência do parasito. Entre esses mecanismos, a resposta celular, especialmente de ovinos, é caracterizada pela proliferação transitória de células mononucleares do sangue periférico frente a antígenos do parasito na fase aguda da infecção. Visando avaliar a capacidade proliferativa de células mononucleares do sangue periférico na fasciolose crônica, oito ovinos da raça Santa Inês foram experimentalmente infectados por via oral com uma média de 197,5 ± 53,92 metacercárias de F. hepatica. Aos 210 dias após a infecção, 20 mL de sangue de cada animal, foram coletados em tubos heparinizados para separação das células mononucleares do sangue periférico. A proliferação foi avaliada pelo ensaio de MTT. As células foram incubadas por 72 horas na presença e ausência de antígeno bruto solúvel do parasito, na concentração de 5 µg/mL. A proliferação celular foi expressa em relação à porcentagem da absorbância das culturas controles, obtida por células não tratadas, após subtração da absorbância dos poços utilizados como branco. Os resultados mostraram que a média das absorbâncias das células estimuladas com antígeno bruto do parasito (0,2406±0,09387) não apresentaram diferença significativa na resposta proliferativa, quando comparadas à média das absorbâncias obtidas das células que não receberam estímulo antigênico (0,2217±0,09784) (p=0,6). Os ovinos com fasciolose crônica, não apresentaram uma resposta celular significativa ao antígeno bruto, demonstrando a modulação dessa resposta como mecanismo de escape, sobrevivência do parasito e manutenção da infecção. Palavras-chave: Fasciolose, ovinos, proliferação celular Suporte Financeiro: CAPES, CNPq, FAPEMIG

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SYNTHETIC PEPTIDES ARE RELIABLE TOOLS TO DIAGNOSE CANINE

VISCERAL LEISHMANIASIS BUT NOT FOR HUMAN VISCERAL LEISHMANIASIS

Faria, A. R.1(D); Costa, M. M.2; Giusta, M. S.2; Penido, M. L. O.2; Gazzinelli, R.

T.2;Lemos, E. M.3; Avelar, D. M.4; Grimaldi, Jr G.5; Andrade, H. M.1

1. Depto Parasitologia, ICB/UFMG; 2. Depto Bioquímica e Imunologia, ICB/UFMG; 3. Núcleo de Doenças

Infeciosas, UFES; 4. Fundação Ezequiel Dias, FUNED; 5. Instituto Oswaldo Cruz, FIOCRUZ/RJ

In attempt to contribute to the control measures for Visceral Leishmaniasis, we have

been working to identify antigens that can be used to improve the diagnosis of this

disease. In a previous study, using proteomic approach (bidimensional electrophoresis

and Western Blot), we identified 47 immunodominant proteins from Leishmania

infantum (= L. chagasi). These proteins were analyzed using bioinformatic tools to

predict B cell epitopes, providing 360 peptides, which were synthesized in cellulose

membranes. After immunoassays, the most reactive peptides were selected to be

synthesized by solid phase technique, to be used as antigens in ELISA. These

peptides, mixed in a solution, showed great performance when used to diagnose

canine serum samples, with AUC=0,913. In order to evaluate these peptides in human

visceral leishmaniasis (HVL) diagnosis, we tested serum samples from 80 patients with

parasitological diagnosis of HVL and from 20 healthy patients in immunoenzimatic

assays. The sensitivity was 57,50% and the specificity, 47,30%. The test showed low

accuracy, with AUC=0,521. It lead us to improve some optimization the antigens, such

as coupling procedure employing glutaraldehyde as a cross-linking reagent. It

improved human sera diagnostic accuracy, with AUC=0,636. Nevertheless, it is still

classified as a low accurate test. When conjugated peptides were tested with canine

sera, AUC value decreased to 0,775. This way, the test could be classified as

moderately accurate. These results suggest that synthetic peptides are not reliable

tools to diagnose HVL in immunoassays, even in a conjugated form. Although, these

peptides in solution provide a highly accurate test to diagnose canine visceral

leishmaniasis, what does not occur with conjugated peptides. It indicates that other

optimizations must be done, to improve peptides immunogenicity, in both canine and

human diagnosis.

Key words: Diagnosis, Visceral leishmaniasis, peptides

Financial support: CNPq, FAPEMIG and CAPES

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HIGH-THROUGHPUT ANALYSIS OF SYNTHETIC PEPTIDES FOR THE

IMMUNODIAGNOSIS OF CANINE VISCERAL LEISHMANIASIS

Faria, A. R.1(D); Costa, M. M.2; Giusta, M. S.2; Grimaldi, Jr G.3; Penido, M. L. O.2;

Gazzinelli, R. T.2; Andrade, H. M.1

1. Depto Parasitologia, ICB/UFMG; 2. Depto Bioquímica e Imunologia, ICB/UFMG; 3. Instituto Oswaldo

Cruz, FIOCRUZ/RJ

Visceral leishmaniasis is the most severe form of leishmaniasis. Approximately 20% of

zoonotic human visceral leishmaniasis worldwide is caused by Leishmania infantum

(=L. chagasi), and disease incidence is increasing in tropical urban and peri-urban

areas. In this form of disease, dogs are the main reservoirs. Diagnostic methods used

to identify Leishmania infected animals are not able to detect all of the infected ones,

which can compromise the effectiveness of disease control. Therefore, to contribute to

the improvement of diagnostic methods for canine visceral leishmaniasis (CVL), we

aimed to identify and test novel antigens using high-throughput analysis.

Immunodominant proteins from L. infantum were mapped in silico to predict B cell

epitopes, and the 360 predicted peptides were synthesized on cellulose membranes.

Immunoassays were used to select the most reactive peptides, which were

investigated with canine sera. Then, the 10 most reactive peptides were synthesized

using solid phase technique and tested in ELISA. The accuracy of the tests employing

these peptides was compared to the EIE-LVC Bio-Manguinhos kit, which is

recommended by the Brazilian Ministry of Health in CVL diagnosis. The sensitivity and

specificity of the tests with the selected peptides was 88.70% and 95.00%,

respectively, whereas the EIE-LVC kit had a sensitivity of 13.08% and 100.00%

specificity. Although synthetic peptides tests were able to diagnose up to 94.80% of

asymptomatic dogs with leishmaniasis, the EIE-LVC kit failed to detect the disease in

any of the infected asymptomatic dogs. Our study shows that ELISA using synthetic

peptides has a great potential for diagnosing CVL; furthermore, the use of these

peptides in other diagnostic methodologies, such as immunochromatographic tests,

could be beneficial to CVL control programs.

Key words: Diagnosis, Canine Visceral leishmaniasis, peptides

Financial support: CNPq, FAPEMIG and CAPES

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USO DA VACINA DE LEISHMANIA DONOVANI (LdCen-/-) COMO MODELO PARA BUSCA DE MARCADORES DE PROTEÇÃO CONTRA A LEISHMANIOSE VISCERAL FIUZA, JA(D)(1,2) ; SANTIAGO, HC(3); NAKHASI, H(4); SELVAPANDIYAN, A(4); BARTHOLOMEU, DC(2); RICCI, ND(2); MARTINS, VG(2); CORREA-OLIVEIRA, R(1) AND FUJIWARA, RT(2). (1) CPqRR/FIOCRUZ- Belo Horizonte/MG/Brasil; (2) Departamento de Parasitologia, ICB/UFMG- Belo Horizonte/MG/Brasil; (3) Laboratory of Parasitic Disease, NIH- NIAID- Bethesda/MD/USA; (4) Department of Health and Human Services, FDA -DHHS- Bethesda/MD/USA. O conhecimento dos mecanismos protetores das leishmanioses tem avançado nos

últimos anos com o progresso obtidos em estudos de resposta imunológica e

imunopatológica da infecção. No entanto, a maioria dos estudos sobre resposta imune

e patológica das leishmanioses é concentrada na demonstração de eventos ocorridos

durante a infecção, conforme a progressão clínica no hospedeiro; poucos são os

estudos sobre mecanismos protetores desencadeados por uma vacina anti-Leishmania.

Neste sentido, o presente projeto propõe o uso de forma atenuada de Leishmania

donovani deficiente para o gene da centrina (LdCen-/-) com o objetivo de servir de

modelo para descrever o perfil de resposta imunológica bem como as alterações

histopatológicas, bioquímicas e hematológicas geradas durante a possível proteção

vacinal na leishmaniose visceral canina. A eficácia da vacinação com o uso de LdCen-

/- foi avaliada em cães, para determinação de parâmetros imunológicos (proliferação

celular, produção de citocinas intracitoplasmáticas e liberadas em sobrenadante e

plasma, expressão de receptores tipo Toll, fenotipagem do sangue periférico e

produção de anticorpos específicos). A avaliação dos resultados mostra a vacinação

com LdCen-/- apresenta maior produção de anticorpos IgG, IgG1, IgG2 e IgM. Em

relação ao perfil de ativação, os dados mostraram que esse grupo apresentou maior

expressão de CD11/18+ em células CD4+ e CD8+, e de MHCII+ somente em células

CD8+. Em relação à produção de citocinas, observou-se maior produção de IL-12p40

e TNF-α e menor produção de IL-4 e IL-10 em sobrenadante. No plasma, os dados

mostraram maior produção de TNF-α e baixa de IL-10. Também obsevou-se maior

proliferação de células CD4+, CD8+ e CD21+. Nossos resultados sugerem que a

vacina utilizando LdCen-/- parece induzir imunogenicidade em cães. Os resultados

obtidos poderão contribuir para o desenvolvimento de vacinas contra a leishmaniose

visceral.

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Financial support: FIOCRUZ, UFMG, CNPq, FAPEMIG,NIH e FDA.

Palavras-chave: Leishmaniose visceral canina, vacina atenuada, LdCenKO.

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RELAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS DE MACROPHAGE MIGRATION INHIBITORY

FACTOR (MIF) E A GRAVIDADE DA ESQUISTOSSOMOSE EM PACIENTES DE

PADRE PARAISO, MINAS GERAIS.

RODRIGUES, J.L.1; FITTIPALDI, J.F.

1; FERNANDES, A.

1; ESCHENAZI, P.D.

1;

LAMBERTUCCI, J.R.2; ANTUNES, C.M.

2; CARNEIRO, M.

1; MAURO MARTINS

TEIXEIRA3; NEGRÃO-CORRÊA, D.

1.

(1) Departamento de Parasitologia, (2) Faculdade de Medicina, Infectologia e

Medicina Tropical, (3) Departamento de Bioquímica e Imunologia, ICB, UFMG.

A esquistossomose é uma doença prevalente em várias regiões do mundo e no Brasil,

particularmente em Minas Gerais representa um sério problema de saúde pública. A

morbidade resultante da infecção por Schistosoma mansoni é predominantemente

associada à reação inflamatória do hospedeiro contra os antígenos dos ovos do parasito

retidos principalmente no fígado e no intestino. A evolução da forma grave é

multifatorial e ainda não esclarecida, porém, estudos indicam que a indução e

modulação da resposta imunológica durante a formação do granuloma é determinante.

A citocina MIF, macrophage migration inhibitory factor, participa de processos

inflamatórios, atuando na atração e ativação de linfócitos, macrófagos e eosinófilos,

células essenciais na formação do granuloma. Dados no nosso grupo mostraram que

MIF participa do recrutamento de eosinófilos e macrófagos e da indução da resposta do

tipo 2 durante a formação do granuloma em camundongos. Tendo em vista a

importância da MIF no modelo experimental, partimos para a investigação da

participação da citocina MIF na esquistossomose humana. Um estudo secional de uma

amostra de 97 pacientes com idade entre 14 e 68 anos, de ambos os sexos, bem

caracterizados clínica, parasitológica e ultra-sonograficamente procedentes de uma área

endêmica para esquistossomose, no município de Padre Paraíso, nordeste de Minas

Gerais, foi realizado. Para a análise parasitológica utilizou-se o método de KATO-

KATZ. As avaliações clínicas e ultra-sonográficas foram realizadas com a finalidade de

estabelecer graus de gravidade da esquistossomose. A concentração de citocinas no

plasma, devidamente separado e estocado a - 20ºC foi realizada pela técnica de ELISA.

Utilizando programas de análise estatística, o nível de MIF detectado em cada

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participante tem sido relacionado com medidas clínicas e ultra-songráficas dos órgãos.

A população de estudo apresenta baixa carga parasitária, com uma mediana de 30 ovos

por grama de fezes. Nossos dados preliminares sugerem que indivíduos que

apresentaram fibrose possuem altos níveis de MIF no plasma. Além disso, maiores

níveis de MIF foram detectados nas amostras de plasma de pacientes que possuem

maiores diâmetros e espessura da veia porta em comparação com pacientes que não

apresentaram nenhuma alteração hepática. Os resultados preliminares sugerem que o

aumento da produção de MIF pode estar positivamente associado com a gravidade da

esquistossomose humana.

Palavras chave: Schistosoma mansoni, macrophage migration inhibitory factor (MIF).

Apoio financeiro: CAPES

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IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE IMUNOESTIMULATÓRIA DE OLIGONUCLEOTÍDEOS CpG SINTÉTICOS DERIVADOS DO GENOMA DE Leishmania

majorLourdes, R, A1 (D); Teixeira, S3; Gazzinelli, R, T2.3; Bartholomeu, D, C1;

Departamento de Parasitologia 1, Departamento de Bioquímica e Imunologia3 Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais; Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação

Oswaldo Cruz2,*[email protected]

Os Receptores do Tipo Toll (TLRs) são parte do sistema imune inato, sendo responsáveis pelo reconhecimento de Padrões de Moléculas Associados a Patógenos (PAMPS). TLR9 foi inicialmente identificado como componente da imunidade inata responsável pelo reconhecimento de motivos CpG não metilados derivados do DNA bacteriano. Nós demonstramos anteriormente o papel de TLR9 em infecções por parasitos. Preparações de DNA derivados de vários protozoários, tais como Trypanosoma cruzi, Trypanosoma brucei e Plasmodium falciparum, são capazes de induzir a produção de citocinas pró-inflamatórias e óxido nítrico em macrófagos, de uma maneira dependente de TLR9. Neste trabalho realizamos análises in silico, para identificar a presença de sequências contendo motivos CpG classe B de humanos e de camundongos no genoma do parasito Leishmania major. Verificamos que este parasito possui um grande conteúdo de motivos CpG Classe B tanto de humanos, quanto de camundongos em seu genoma. Nós também investigamos as propriedades imunoestimulatórias de oligonucleotídeos sintéticos (ODNs) contendo motivos CpG, derivados do genoma de L.major. Células dendríticas e macrófagos peritoneais de camundongos C57BL/6, TLR9-/- e TLR4-/- foram incubados na presença de CpG ODNs de L.major em diferentes concentrações. Alguns, mas não todos, CpG ODNs de L.major foram capazes de estimular o sistema imune via TLR9. A partir disso, analisando-se as sequências dos ODNs sintetizados, pudemos verificar que a diferença entre o Lm_M_1 e Lm_M_4 é de apenas um nucleotídeo (citosina para o primeiro e timina para o último, na posição 8), porém nos ensaios de ativação, a diferença na atividade imunoestimulatória foi notável, com o primeiro sem atividade e o segundo apresentando a maior atividade de todos os ODNs sintéticos testados. Isso nos leva a supor que resíduos de timina entre os motivos CpG seria importante para um aumento da ativação das células do sistema imune inato, o que se confirmou com a síntese de novos ODNs a partir da seqüência do Lm_M_4, aumentando-se o número de resíduos de timina entre os motivos CpGs. Pode-se notar também que o aumento imunoestimulatório foi proporcional ao número de resíduos de timina, sendo bem mais pronunciado quando foi usado ODNs na concentração de 1µg/mL. Nós acreditamos que o conteúdo CpG no genoma de diferentes espécies de parasitos pode ser um importante fator, afetando virulência, patogênese e favorecendo a adaptação do parasito ao hospedeiro vertebrado.

Palavras-chave: TLR9, CpG DNA, CpG ODN e Leishmania major. Apoio Financeiro: CNPq, FAPEMIG e WHO

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ESTUDO DA VARIABILIDADE GENÉTICA DO FRAGMENTO GËNICO S1 DO

VÍRUS DA BRONQUITE INFECCIOSA DAS GALINHAS NO SUDESTE DO

BRASIL

Dias, M.C.(IC)1; Santos, C.E.F.1; Mourão, M.M.2; Macedo, A.M.1; Machado,

C.R.1; Fernandez, S.3; Resende, J.S.4; Abreu, J.T.5; Franco, G.R.1

1Instituto de Ciências Biológicas, UFMG, Belo Horizonte, MG

2Fiocruz, Belo Horizonte, MG

3Laboratório BIOVET, Ibiúna, SP

4Escola de Veterinária, UFMG, Belo Horizonte, MG

5PUCMG, Belo Horizonte, MG

O vírus da bronquite infecciosa das galinhas do gênero Coronavírus, é o

agente etiológico da bronquite infecciosa, uma doença altamente contagiosa

que afeta globalmente a avicultura e causa grandes perdas econômicas. O

vírus da bronquite infecciosa das galinhas possui um genoma de RNA fita

simples positiva, que codifica quatro proteínas estruturais, entre elas a

glicoproteína da espícula clivada em duas subunidades: a amino-terminal S1 e

a Carbono-terminal S2. A subunidade S1 é responsável pela interação com os

receptores da célula hospedeira e apresenta determinantes antigênicos

indutores de anticorpos de neutralização viral e imunidade celular. O

desenvolvimento de vacinas contra a bronquite infecciosa é baseado no estudo

prévio dos sorotipos circulantes da região para a escolha das estirpes ideais

para o programa de vacinação. No Brasil, somente estirpes do sorotipo

Massachusetts estão liberadas para produção de vacinas atenuadas, embora

não seja suficiente para impedir o aparecimento de novos surtos. Para

investigar as estirpes circulantes no sudeste do Brasil, amostras teciduais de

surtos da bronquite infecciosa foram processadas e propagadas em cavidades

alantóideas de ovos embrionados livres de patógenos para amplificação do

título viral. Foi feita extração do RNA total do líquido alantóide, transcrição

reversa em DNA complementar, amplificações por polymerase chain reaction

dos fragmentos gênicos de S1 para sequenciamento, tradução in silico e

posterior alinhamento das sequências para construção de diagramas de

árvores filogenéticas. Os resultados indicam a existência de dois grupos de

vírus da bronquite circulando no sudeste do Brasil, um composto por isolados

que agrupam com as estirpes vacinais do sorotipo Massachusetts e outro por

isolados brasileiros, intrinsecamente diferentes das estirpes vacinais.

Marcadores moleculares para restriction fragment length polymorphism

capazes de distinguir amostras destes dois grupos foram identificados in silico

e validados in vitro e representam uma ferramenta rápida e acurada para a

classificação viral de surtos da bronquite infecciosa no

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Brasil.dfjkdsfjdfjdkfjdkfjfjdkfjdkfjdkfjdkfjdkfjdkfjdkfjdkfjdkfjdkfjdkjfkdfj

PALAVRAS-CHAVE: Vírus da bronquite infecciosa, glicoproteína S1, análise

filogenética, caracterização molecular.dfjdjfkdfjgfdkgjdfkgjfkdgjfkgjfkgjfkgjkfjgkfdj

INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS/PARCEIRAS: INCT-IGSPB, CAPES, BIOVET,

FAPEMIG e CNPq

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AVALIAÇÃO DA IMUNOPROTEÇÃO INDUZIDA PELA VACINAÇÃO COM A

PROTEÍNA RECOMBINANTE SM1030

MORAIS, S. B.; PINHEIRO, C. S.; MARTINS, V. P.; ASSIS, N. R. G.; FIGUEIREDO, B.

C. P; OLIVEIRA, S. C.

INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA E

IMUNOLOGIA – UFMG – Belo Horizonte – MG

Palavras – chave: Schistosoma mansoni, vacina recombinante, Sm1030

A Esquistossomose, cujo agente etiológico na América é o Schistosoma mansoni, possui

âmbito mundial contaminando mais de 200 milhões de pessoas em 74 países. Atualmente,

buscando melhorar a estratégia de controle da doença, tem se investigado a imunização

através de uma vacina antiesquistossomose, uma vez que a vacinação é capaz de induzir uma

resposta imune protetora de longa duração, evitando a reinfecção da população residente em

áreas endêmicas. Nesse intuito, vários estudos estão em curso, testando diferentes antígenos

do parasita e diferentes estratégias de vacinação. Estudos revelam que os principais alvos para

produção de uma vacina recombinante são proteínas isoladas da membrana do tegumento do

parasita. Portanto, o objetivo deste projeto é a clonagem, a expressão e a purificação da

proteína recombinante Sm1030 de S. mansoni para posterior produção de vacina e imunização

em modelo murino. Estudos de bioinformática revelaram que a proteína Sm1030 de S.

mansoni tem 28 kDa e é um constituinte da membrana celular do helminto, localizada na

porção extracelular. O gene da Sm1030 foi clonado no vetor de expressão pJexpress 414 e a

expressão da proteína foi testada em diferentes linhagens de Escherichia coli e confirmada

através de eletroforese em gel de poliacrilamida e western blot. A proteína recombinante

rSm1030 foi purificada através de cromatografia de afinidade e utilizada na produção de uma

vacina contra esquistossomose. Camundongos isogênicos C57BL/6 receberam três doses da

vacina com intervalos de 15 dias e, após a imunização, foram desafiados com 100 cercárias.

Com base no potencial protetor de outras proteínas do tegumento de S. mansoni, como Sm29

(51% de proteção) e TSP-2 (57% de proteção), espera-se que a proteína recombinante

Sm1030 seja capaz de induzir respostas humoral e celular em camundongos e, com isso,

conferir proteção contra a infecção de S. mansoni.

Agência Financiadora: CNPq

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O POLIMORFISMO DE NUCLEOTÍDEO ÚNICO NO GENE IL-17A (-197G>A)

ESTÁ ASSOCIADO COM O DESENVOLVIMENTO DA CARDIOMIOPATIA

CHAGÁSICA CRÔNICA

HOJO-SOUZA, N.S.1,6 (M); CORREIA-SILVA, J.F.1,6; ROCHA, M.O.C.2;

NUNES, M.C.P.2; COSTA, G.C.3; GOLLOB, K.J.4,5,6; DUTRA, W.O.1,5,6

1-Depart. de Morfologia, UFMG, BH, MG; 2-Depart. de Clínica Médica, UFMG,

BH, MG; 3-UFV, Florestal, MG; 4-Santa Casa, BH, MG; 5-SRI International,

Menlo Park, CA; 6-INCT-Doenças Tropicais.

A doença de Chagas é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e caracteriza-se por uma fase aguda, seguida de uma fase crônica. Na fase crônica, a maioria dos pacientes não apresenta sinais clínicos da doença, sendo denominados de indeterminados. Entretanto, cerca de 20-30% desenvolvem a forma sintomática da doença (cardíaca e/ou digestiva), sendo a forma cardíaca a de maior morbidade e mortalidade. A ampla variação no curso clínico da doença de Chagas sugere que fatores genéticos do hospedeiro possam contribuir para maior predisposição/resistência a cardiopatia chagásica crônica. Estudos de polimorfismos genéticos, especialmente polimorfismos de nucleotídeo único, têm consolidado uma nova forma de abordagem do estudo de susceptibilidade à doença de Chagas, que pode indicar a existência de marcadores genéticos capazes de auxiliar no prognóstico e/ou prevenção da cardiopatia chagásica crônica. A IL-17A e IL-17F são citocinas produzidas

pelas células Th17, bem como por macrófagos, DCs, NK, NKT e células T . Estas citocinas são consideradas pró-inflamatórias e participam de respostas imunes em doenças inflamatórias e autoimunes. Este trabalho tem como objetivo investigar os polimorfismos de nucleotídeo único IL17A (-197 G>A) e IL17F (+7488 T>C) em portadores da doença de Chagas e suas associações com a cardiopatia chagásica crônica. As genotipagens foram realizadas em uma amostra de 109 pacientes com cardiopatia chagásica crônica e 59 indeterminados usando a técnica de PCR em tempo real, com pares de iniciadores validados pela Applied Biosystems. A análise do polimorfismo em IL17F não mostrou nenhuma associação com as diferentes formas da doença de Chagas. Por outro lado, análise do polimorfismo em IL17A mostrou que a presença do alelo A é duas vezes maior no grupo indeterminado quando comparado com o grupo cardíaco, agrupando-se pacientes com e sem cardiopatia dilatada no mesmo grupo (OR=2,08; p=0,027; 95%IC=1,081-4,002). Resultado similar foi observado entre o grupo indeterminado e o dos cardíacos dilatados (OR=2,48; p=0,019; 95%IC=1,153-5,349). Em relação à frequência alélica, observou-se que o alelo A é quase duas vezes mais frequente no grupo indeterminado quando comparado com o cardíaco (com e sem cardiopatia dilatada) (OR=1,707; p=0,048; 95%IC=1,001-2,911). Esses dados sugerem que o alelo A, mais frequente entre os pacientes indeterminados, pode estar

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associado à proteção em relação ao desenvolvimento da cardiopatia chagásica crônica. Palavras chave: Doença de Chagas, Polimorfismo, Citocinas, IL-17 Suporte financeiro: CNPq; Ministério da Saúde – Doenças Negligenciadas; INCT-DT; FAPEMIG

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CONSTRUÇÃO E AVALIAÇÃO DO PERFIL IMUNOLÓGICO DE VACINASDE VACINAS DE DNA CONTENDO AS PROTEÍNAS SM29 E SM-TSP-2.

(1)Assis, N. R. G.; (1)Pinheiro, C. S.; (1)Martins, V. P.; (1)Almeida, L. A.; (1)Morais, S. B.;(1)Figueiredo, B. C. P. e (1)Oliveira, S. C.(1) DEPARTAMENTO DE BIOQUÍMICA E IMUNOLOGIA – ICB - UFMG - Belo Horizonte - MG

Esquistossomose é uma importante parasitose mundial, afetando mais de 200 milhõesde pessoas em 74 países ao redor do mundo e causando aproximadamente 250.000mortes por ano. Atualmente, a estratégia adotada para o controle da esquistossomose é autilização de quimioterápicos considerados de uso seguro, como por exemplo,Praziquantel. Porém, altas taxas de reinfecção após o tratamento com drogas anti-helmínticas limitam tal estratégia e pressupõe a necessidade de outras formas decontrole como saneamento básico e vacinação. Mesmo esse controle sendo o ideal a seralcançado, até o momento nenhum antígeno estudado apresentou resultado satisfatóriopara ser utilizado como vacina. Dessa forma a busca por novas formulações eassociações vacinais é de vital importância para um futuro controle na esquistossomose.Visto o grande potencial das proteínas, Sm29 e TSP-2 como vacinas recombinantes,objetivamos criar e otimizar vacinas de DNA contendo tais genes. A fim de aumentar onível de expressão protéica in vivo, adicionamos a sequência de Kozak. Devido ao fatode espécies apresentarem diferentes concentrações de RNAts para o processotraducional, e isto estar diretamente relacionado com os níveis de expressão antigênicapor vacinas de DNA, os genes heterólogos de nossos plasmídeos foram otimizados esintetizados com códons preferenciais de camundongos e clonados no vetor pUMVC3.Objetivando avaliar a capacidade de expressão protéica in vitro, transfectamos célulasBHK-21 com plasmídeos contendo as sequências gênicas de Sm29, TSP-2 e da quimera(Associação de Sm29 e TSP-2), para análises de transcrição gênica e síntese protéica.Resultados de RT-PCR indicam que transcritos, correspondentes aos genes de interesse,foram altamente expressos e resultados de western blot indicam que os plasmídeosforam capazes de levar a síntese das proteínas em questão. Atualmente, essesplasmídeos estão sendo injetados em camundongos C57BL/6, com o objetivo de avaliaros níveis de proteção alcançados (redução na contagem de vermes adultos e de ovos),perfil imunológico da resposta (Th1, Th2 ou Th0), níveis de anticorpos contra asproteínas em questão, como: IgG total, IgG1 e IgG2a e níveis de citocinas como: IFN-gama,TNF-α, IL-4, IL-5 e IL-10.

Palavras-chave: Vacinas de DNA, S. mansoni e Transfecção celular.

Apoio financeiro: CAPES e CNPq

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Participação Das Células T Reguladoras No Mecanismo De Imunorregulação Em

Ancilostomídeos

Natasha Delaqua Ricci1, Jacqueline Araújo Fiúza

2, Lílian Lacerda Bueno

1, Guilherme

Grossi Lopes Cançado1, Pedro Henrique Gazzinelli-Guimarães

1,2, Virgillio Gandra

Martins1,2

, Leonardo Matoso3, Andréa Gazzinelli

3,Daniella Casteanheira Bartolomeu

1,

Ricardo Toshio Fujiwara1.

1- Departamento de Parasitologia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo

Horizonte, Minas Gerais, Brasil. 2- Laboratório de Imunologia Celular e Molecular,

Instituto René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz , Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

3- Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte,

Minas Gerais, Brasil.

A ancilostomíase é considerada uma das infecções parasitárias crônicas de maior

prevalência no mundo, infectando entre 576 e 740 milhões de pessoas. No entanto, os

ancilostomídeos conseguem sobreviver em seus hospedeiros mesmo diante de uma

resposta imune robusta, o que representa um forte indicativo da evasão imunológica

pelo parasito. Apesar da evasão da resposta imune ser extensivamente relatada na

literatura, os mecanismos envolvidos nesse processo ainda não foram completamente

elucidados. Neste sentido, o presente estudo propõe esclarecer quais mecanismos de

modulação da resposta imunológica do hospedeiro desencadeados pela presença do

parasito ocorrem na infecção humana. Após estimulação de células mononucleares de

pacientes infectados por ancilostomídeos com antígenos (antígenos brutos e de produtos

excretados-secretados de adultos), estes serão avaliadas quanto a capacidade

proliferativa de populações específicas de linfócitos .

Neste estudo amostras foram obtidas de pacientes infectados de área endêmica por

Necator americanus localizados na região norte no Estado de Minas Gerais e de

doadores sadios de Belo Horizonte, áreas não endêmica para ancilostomídeos. Foram

realizados ensaios funcionais onde culturas de PBMCs foram enriquecidas e /ou

depletadas com células T reguladoras (células CD4+CD25

+). Nós demonstramos que em

culturas depletadas de células T reguladoras houve um reestabelecimento da

proliferação, estatisticamente significativo. É importante salientar que em culturas de

PBMCs de pacientes infectados a proliferação é drasticamente reduzida, tanto para

populações de linfócitos CD4+ e CD8

+. Este padrão de reestabelecimento da

proliferação também foi observado em culturas celulares de doadores não infectados, o

que nos leva a crer que as células T reguladoras participam do processo de

imunorregulação na infecção por ancilostomídeos.

Suporte Financeiro: CAPES/REUNI, FAPEMIG, CNPq, INCT

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Avaliação da atividade inibidora do sistema complemento presente na saliva de

Rhipicephalus (Boophilus) microplus (Acari: Ixodidae)

SILVA, N.C.S1 (D); OLIVEIRA, KA1; DIAS, LR1; VALE, VS1; COSTA, GC1; GONTIJO, NAF1; ARAUJO, RN1.

1Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG, Belo Horizonte, MG. Os carrapatos são motivo de grande preocupação na medicina humana e veterinária,

pois, além da ação espoliante, eles podem transmitir agentes etiológicos para seus

hospedeiros que podem levar à morte ou causar diferentes condições mórbidas. A

identificação de moléculas relacionadas à hematofagia, tais como inibidores do sistema

complemento é importante para o desenvolvimento de estratégias de controle de

carrapatos, bem como dos patógenos por eles transmitidos. Este trabalho tem como

objetivo avaliar a atividade inibidora do sistema complemento presente na saliva do

carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus. Para isso, foi coletada saliva de

teológinas obtidas de bovinos pertencentes às Fazendas Modelo da Escola de veterinária

da UFMG localizadas em Igarapé e Pedro Leopoldo, MG. Para detecção da atividade

inibidora do sistema complemento foi realizado o ensaio hemolítico da ação nas vias

clássica e alternativa da cascata do complemento. Para o ensaio hemolítico da via

clássica, foram usados eritrócitos de ovelhas opsonizados com anticorpos anti-

eritrócitos de ovelha na concentração de a 2x108 células / mL e soro humano na diluição

de 1:60. A inibição foi testada com alíquotas de saliva em diferentes concentrações (30,

15, 7,5, 3,75 e 1,875 ug). Para quantificação da inibição, foi realizada a leitura em

espectrômetro a 414 nm. Os resultados foram expressos como porcentagem de hemólise

considerando 100% o valor obtido com complemento sem saliva. O ensaio hemolítico

da via alternativa foi realizado com eritrócitos de coelho na concentração 2x108 células /

mL e soro humano na diluição de 1:10. Foi observada inibição dose dependente para

ambas as vias. No ensaio da via clássica, o nível de inibição variou de 22% para a

menor concentração da saliva a 99%, que foi obtida pelas concentrações de 15 e 30 ug

de saliva. No ensaio da via alternativa, a inibição variou de 18 a 93%, observando-se um

mínimo de inibição de 18% e o máximo de inibição também atingida em 15 µg.

Experimentos estão em andamento para a identificação e caracterização funcional das

moléculas responsáveis pela inibição do complemento presentes na saliva.

Palavras-chave: Rhipicephalus (Boophilus) microplus, saliva, sistema complemento

Apoio financeiro: CNPQ, FAPEMIG

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Papel dos eosinófilos durante a infecção por Schistosoma mansoni em camundongos.

Oliveira, VG1; Rodrigues, VF1; Rodrigues, JL; Lopes, RJ; Araújo, ES1; Pereira, CAJ1;

Negrão-Correa,D1.

Autor: Oliveira, VG – Aluno de Iniciação Ciêntífica.

1- UFMG, Instituto de Ciências Biológicas – Departamento de Parasitologia.

Palavra chave: Schistosoma mansoni; eosinófilos; granuloma hepático

A esquistossomose é uma helmintose que acomete cerca de 207 milhões de pessoas no

mundo e no Brasil estima-se que 4-6 milhões de pessoas apresentem infecção por

Schistosoma mansoni. A deposição de ovos do parasito no fígado e intestino induz a

formação de granulomas, reação celular formada principalmente por linfócitos T CD4,

macrófagos e eosinófilos, que em infecções intensas e não moduladas pode evoluir para

forma grave. Os eosinófilos constituem até 50% das células presentes na reação, porém

pouco se sabe sobre a participação dessas células no desenvolvimento da

esquistossomose grave. Portanto, esse trabalho teve como objetivo verificar o papel dos

eosinófilos no desenvolvimento da esquistossomose em camundongos, utilizando

camundongos Balb/c (WT) geneticamente deficientes na diferenciação de eosinófilos

(ΔdblGATA). Os animais foram infectados subcutaneamente com 25 cercárias de S.

mansoni da cepa LE, e examinados por 14 semanas para acompanhamento da taxa de

mortalidade. Foi avaliada a carga parasitológica dos animais na fase aguda (8 semanas)

fase crônica (14 semanas) pela técnica de perfusão, digestão de tecidos com KOH 3% e

contagem de ovos eliminados nas fezes. Amostras de fígado dos animais da fase crônica

foram utilizadas para caracterizar e estimar indiretamente a infiltração/atividade de

macrófagos (NAG), neutrófilos (MPO) e eosinófilos (EPO) através de atividade

enzimática. Resultados preliminares indicam que ausência de eosinófilos não resultou

em diferenças significativas na taxa de mortalidade induzida pela infecção por S.

mansoni, ou no número de vermes adultos e de ovos do parasito retidos no fígado ou

eliminados nas fezes.Contudo, foi observado um aumento significativo no número de

ovos do parasito retidos no intestino dos animais deficientes em eosinófilos. Na análise

do infiltrado celular foi verificado que a infecção eleva os níveis de NAG nos animais

infectados em relação aos seus controles não infectados, mas não foi detectado

diferença entre os animais WT e ΔdblGATA. Com relação aos níveis de EPO e MPO, a

infecção induziu um aumento estatístico da atividade enzimática dos WT, porém não

houve aumento dos níveis nos deficientes com relação aos seus controles não

infectados, confirmando a ausência de eosinófilos. A ausência dessas células pode ter

influência na infiltração de neutrófilos neste tecido, porque além da redução dos níveis

de EPO também foi observado a diminuição estatística dos níveis de MPO.

Suporte Financeiro: Cnpq e Fapemig

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Cell apoptosis induced by hookworm antigens: a strategy of

immunomodulation?

Pedro Henrique Gazzinelli-Guimarãesa,b

, Elaine Maria de Souza-Fagundesc, Guilherme

Grossi Lopes Cançadoa,b,d

, Virgillio Gandra Martinsa,b

, Lucas de Carvalho Dhom-Lemosa,b

,

Natasha Delaqua Riccia,b

, Lilian Lacerda Buenoa,b

, Jacqueline Araújo Fiúzae, Rodrigo

Rodrigues Cambraia de Mirandaa, Andréa Gazzinelli

b,f, Rodrigo Correa-Oliveira

b,e, Silvia

Guatimosimc, Daniella Castanheira Bartholomeu

a, Ricardo Toshio Fujiwara

a,b,e,1

aDepartamento de Parasitologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de

Minas Gerais, Brazil. bInstituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Doenças Tropicais

(INCT-DT), Brazil. cDepartamento de Biofísica e Fisiologia, Instituto de Ciências Biológicas,

Universidade Federal de Minas Gerais, Brazil. dHospital das Clínicas, Universidade Federal

de Minas Gerais, Brazil. eLaboratório de Imunologia Celular e Molecular, Instituto René

Rachou, Fundação Oswaldo Cruz, Brazil. fEscola de Enfermagem, Instituto de Ciências

Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Brazil.

Hookworm infection, one of the most prevalent parasitic diseases worldwide, induces a

robust but largely ineffective immune response characterized by the ablation of parasite-

specific T cell proliferative response (hyporesponsiveness), resulting in long-term parasite

survival in host intestinal lumen. While several mechanisms of modulation have been

demonstrated for neglected tropical infections, the clear influence of apoptosis in the

immunomodulation of hookworm infection is still poorly understood. Here, we demonstrate

the cytotoxic and pro-apoptotic activity of hookworm excretory/secretory products (ES) and

crude extract (HEX) in Jurkat T cells, mesenteric lymph nodes (MLN) lymphocytes of

healthy and hookworm-infected hamsters and during human natural infection. We showed

that in vitro stimulation of Jurkat T cells with hookworm antigens induces a significative

dose-dependent decrease of cell viability leading to a relevant increase of apoptotic cells.

Similar results were also observed in experimental conditions, for both healthy and

hookworm-infected hamsters` lymphocytes, with significant levels of apoptotic cells in MLN

of the later group after antigenic stimulation. Flow cytometric analysis demonstrated a

significant increase of CD4+, CD8+, and CD19+ lymphocytes in early and/or late apoptosis

during human hookworm infection. Finally, the downmodulation of TNF receptor family

members (death receptors), as well as the up-regulation of the pro-apoptotic genes belonging

to the BCL-2 and P53 families suggest that hookworm antigens induced apoptosis by an

intrinsic mitochondrial pathway. Taken together, our results suggest that apoptosis induced

by hookworms may contribute to downmodulate host’s immunity and act as a sophisticated

strategy to safeguard parasite long-term survival in their hosts.

Key words: Apoptosis, hookworm infection, immune response, immunomodulation.

Financial support: CNPq, FAPEMIG.

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UTILIZAÇÃO DE PEPTÍDEOS CONSERVADOS ENTRE DIFERENTES CEPAS DE TRYPANOSOMA CRUZI PARA O DIAGNÓSTICO DA FASE CRÔNICA E

VACINA PARA A DOENÇA DE CHAGAS

Reis-Cunha, J. L.1*; Mendes, T. A. O.1; Lourdes, R. A.1; Galvão, L. M.C.3; Gazzinelli, R. T.2; Fujiwara, R. T.1; Bartholomeu D. C.1

1-Departamento de Parasitologia, UFMG, Belo Horizonte, MG 2-Departamento de Bioquímica e Imunologia, UFMG, Belo Horizonte, MG

3-Centro de Ciências da Saúde, UFRN, Natal, RN *Aluno de M: [email protected]

A doença de Chagas apresenta duas fases características. A fase aguda ocorre entre 10 e 90 dias pós-infecção e é caracterizada por alta carga parasitária, permitindo que seu o diagnóstico seja realizado principalmente através de exames parasitológicos, tais como esfregaços sanguíneos. Após 12 semanas, a infecção evolui para a fase crônica, que apresenta baixa parasitemia, e altos títulos de IgG contra antígenos do parasito. Dessa forma, o diagnóstico da fase tardia da doença de Chagas é baseado principalmente em exames sorológicos através de metodologia de ELISA indireto e/ou imunofluorescência indireta. Estes métodos geralmente apresentam baixa especificidade pela ocorrência de reações cruzadas com outros parasitos, tais como Leishmania sp. e Trypanosoma rangeli, além de baixa sensibilidade devido principalmente a variabilidade das diferentes cepas do parasito. Neste trabalho, através de análises in silico do proteoma predito das regiões esmo e não-esmo da cepa CL Brener de T. cruzi, o nosso grupo selecionou peptídeos possivelmente conservados entre as diferentes cepas deste parasito, e que não estão presentes no proteoma predito de Leishmania major ou T. rangeli, para serem utilizados no diagnóstico sorológico da fase crônica ou como constituintes de vacina para a doença de Chagas. Três dos peptídeos selecionados foram sintetizados na forma solúvel e a sua sensibilidade e especificidade para diagnosticar esta moléstia estão sendo determinadas através de ELISA e ELISA de afinidade. A capacidade dos peptídeos de diagnosticar a infecção por diferentes cepas de T. cruzi está sendo realizada utilizando-se soros de camundongos C57BL/6 cronicamente infectados com Colombiana (Tc I), Y (Tc II) e CL Brener (Tc VI). A reatividade cruzada com outros parasitos está sendo avaliada utilizando-se soro de camundongos C57BL/6 infectados com T. rangeli e de pacientes infectados com Leishmania braziliensis. A capacidade de identificar a infecção em humanos e diferenciar as suas formas clínicas será realizada utilizando-se soro de pacientes infectados com T. cruzi (TcII) e soro de pacientes com as formas indeterminadas e cardíaca da doença de Chagas. Resultados preliminares demonstram que os peptídeos são reconhecidos igualmente pelo soro de camundongos infectados com as diferentes cepas de T. cruzi, e, em sua maioria, conseguem discriminar a infecção por T. rangeli, tornando-os úteis no diagnóstico específico da doença de Chagas. Palavras-chave: Peptídeos, Diagnóstico, Vacina, Trypanosoma cruzi. Suporte financeiro: CNPq, CAPES, FAPEMIG.

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ESTIMULÇÃO IN VITRO DE LEUCÓCITOS CIRCULANTES COM A PROTEÍNA

RECOMBINANTE SM22.6 PROMOVE IMUNOMODULAÇÃO DA RESPOSTA INATA

EM INDIVÍDUOS PORTADORES DA FASE CRÔNICA DA INFECÇÃO PELO

SCHISTOSOMA MANSONI

Abdala, R.(M)1; Fonseca, C.T.1; Costa-Silva, M.F.1; Matoso, L.F.3; Gazzinelli, A.3; Oliveira,

S.C.4; Corrêa-Oliveira, R.5; Teixeira Carvalho, A.1;

1Laboratório de Biomarcadores de Diagnóstico e monitoração, CPqRR, FIOCRUZ, Belo Horizonte, MG. 2Laboratório

de Esquistossomose, CPqRR, FIOCRUZ, Belo Horizonte, MG.

3Escola de Enfermagem, UFMG, Belo Horizonte, MG

4Instituto de Ciencias Biologicas, UFMG, Belo Horizonte, MG

5Laboratorio de Imunologia Celular e Molecular, CPqRR, FIOCRUZ, Belo Horizonte, MG

Estudos demonstram que perfis distintos de resposta imune podem ser

correlacionados com mecanismos de resistência e susceptibilidade à

esquistossomose mansônica em áreas endêmicas para a doença. Portanto, a

produção de citocinas frente à estimulação com antígenos recombinantes do

parasito é relevante para a identificação de moléculas que possam atuar no futuro

como possíveis candidatas aos processos de imunização. Objetivos: Avaliar o perfil

de citocinas sintetizadas por subpopulações de linfócitos T CD4+ e CD8+ (IL-4, IL-5,

IL-8, IL-10, IL-12, IFN-gama e TNF-alfa) e monócitos circulantes (IL-1α, IL-4, IL-6,

IL-10, IL-12, IFN-gama, TNF-alfa e TGF-β), após estimulação curta in vitro na

presença de proteínas recombinantes do Schistosoma mansoni (Sm22.6 e Sm29).

Metodologia: Foram realizadas culturas de sangue total de indivíduos residentes

em área endêmica para esquistossomose no município de Virgem das Graças –

norte de MG, positivos ou não para S. mansoni pelo método de Kato Katz. As

amostras foram incubadas por 12 horas em estufa de CO2 a 37ºC na presença e

ausência de estimulação antígeno-específica. A frequência percentual de síntese de

citocinas para as subpopulações celulares foi analisada em citômetro de fluxo.

Resultados: A comparação entre culturas estimuladas e não estimuladas para as

subpopulações de linfócitos T mostrou uma diminuição no percentual de CD4+IL-4+

em indivíduos infectados quando comparado aos indivíduos não infectados. Dados

interessantes foram encontrados também para população de monócitos, onde a

estimulação com Sm22.6 promoveu aumento no percentual de células CD14+TGF-

β+ associado à diminuição de monócitos sintetizando IL-1α e IL-12 em indivíduos

infectados quando comparado a indivíduos não infectados. Conclusão: A

estimulação com Sm22.6 parece promover a imunomodulação da resposta

inflamatória inata independente do status de infecção do paciente. A modulação da

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resposta inflamatória por esse antígeno poderia contribuir para a diminuição dos

efeitos imunopatológicos relacionados à morbidade da doença.

Palavras-chave: Esquistossomose, Sm22.6, Sm29, resposta imune, citocinas.

Suporte Financeiro: Instituto Nacional de Ciência e tecnologia de Doenças Tropicais

(INCT-DT)/CNPq, FAPEMIG, FIOCRUZ/CPqRR.

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Mapeamento e avaliação da imunogenicidade de antígenos de Leishmania chagasi para o desenvolvimento de vacinas e imunoestimulantes utilizando peptídeos sintéticos REIS ROSA, T. E.1, COSTA, M.M2, BARTHOLOMEU, D1. FREITAS L1., ANDRADE, H. M.1 1 Departamento de Parasitologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Minas Gerais, Brasil. 2 Departamento de Bioquímica e Imunologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais, Minas Gerais, Brasil. A leishmaniose visceral (LV) é uma doença de forte impacto epidemiológico no Brasil. A vacina é altamente desejável, no entanto, somente quatro vacinas estão licenciadas para uso: uma utilizada para humanos no Uzbesquistão, outra utilizada como imunoterapia no Brasil e duas vacinas para cães de uso profilático também no Brasil. Além disso, um pequeno número de antígenos de Leishmania têm sido testados como vacina, sugerindo que há ainda muitos antígenos potenciais para serem avaliados. Nos últimos 2 anos desenvolvemos um estudo proteômico de L. (L.) chagasi para a identificação de novos antígenos com potencial uso em diagnóstico e vacina na LV. Esses ensaios nos permitiram identificar mais de 40 proteínas promissoras que deverão ser avaliadas para contribuir com o diagnóstico e/ou vacinação na Leishmaniose Visceral. O objetivo do presente estudo foi mapear nas proteínas acima citadas epítopos reconhecidos por MHCI, selecionar e sintetizar os petídeos mais promíscuos e testá-los quanto à capacidade de estimular células T caninas. Para o mapeamento utilizamos o programa NETCTL e foram selecionados 20 peptídeos com maior potencial de se ligarem com alta afinidade simultaneamente a vários supertipos de HLA. Os peptídeos selecionados foram sintetizados e serão avaliados quanto à capacidade de estimular células T caninas “in vitro”. Acreditamos que esses peptídeos são interessantes para concepção de uma vacina devido a natureza polimórfica do HLA, uma vez que são peptídeos com capacidade de ligar a pelo menos 3 supertipos de HLA simultaneamente. Agencia financiadora: CNPq

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ESTUDO DA ATIVIDADE IMUNOMODULADORA PRESENTE NA SALIVA DE TRIATOMÍNEOS (HEMIPTERA: REDUVIIDAE)

SOBRE MACRÓFAGOS DE CAMUNDONGOS

Rocha, FF1 (D); Coelho, LC1; Oliveira, KA1; Lourdes, RAL2; Guimarães, PHG2; Fujiwara, RT2; Pereira, MH1; Gontijo, NF1; Araujo, RN1

1- Lab de Fisiologia de Insetos Hematófagos, Depto de Parasitologia, ICB/UFMG, Belo Horizonte/MG 2- Lab de Imunologia e Genômica de Parasitos, Depto de Parasitologia, ICB/UFMG, Belo Horizonte/MG

Rhodnius prolixus e Triatoma infestans são vetores do protozoário Trypanosoma cruzi, agente etiológico da doença de Chagas. Estes insetos produzem uma série de moléculas em sua saliva que vão neutralizar as respostas do hospedeiro e garantir sucesso na hematofagia. Sendo assim, a análise dos componentes da saliva e de sua ação sobre as células do sistema imune dos hospedeiros poderiam elucidar mecanismos importantes relacionados à interação vetor-hospedeiro. Com isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade citotóxica e imunomoduladora da saliva de R. prolixus e T. infestans sobre macrófagos peritoneais de camundongo. As amostras de saliva utilizadas foram extrato de glândula salivar de ninfas de quinto estádio de R. prolixus e T. infestans e saliva liberada de forma espontânea por adultos de T. infestans. Os macrófagos foram obtidos por lavagem peritoneal de camundongos da linhagem C57BL/6. As células foram semeadas em meio RPMI (2x105 cel/poço), estimuladas com diferentes concentrações de saliva (100; 50; 25; 12,5; 6,25; 3,125 µg/mL) e incubadas a 37°C e 5% CO2 por 48 horas. Após este tempo, foi avaliada a ação citotóxica pelo método baseado em MTT {brometo de [3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazólico]} e a produção de óxido nítrico (NO) utilizando o Reagente de Griess sobre os macrófagos estimulados. O extrato salivar de R. prolixus não alterou o número de macrófagos, nem interferiu na produção de NO. Já o extrato de glândula salivar e a saliva extraída espontaneamente de T. infestans induziram mortalidade celular de aproximadamente 83 e 65% (saliva a 100 µg/mL) e 52 e 31% (saliva a 50 µg/mL), respectivamente. Com relação à produção de NO, observou-se também alteração, tendo-se uma redução de cerca de 90% tanto para extrato de glândula quanto para saliva liberada espontaneamente na concentração de 100 µg/mL e 63 e 84% na concentração de 50 µg/mL, respectivamente. Nas demais concentrações de saliva (25; 12,5; 6,25; 3,125 µg/mL), a inibição da produção de NO foi de cerca de 60% para extrato e 50% para a saliva secretada espontaneamente. A partir destes resultados, conclui-se que a saliva de T. infestans induz uma modulação na resposta imune mediada por macrófagos do hospedeiro vertebrado.

Palavras-chaves: triatomíneo, saliva, macrófago, citotoxidade, óxido nítrico Financiamento: CNPq, CAPES, FAPEMIG e INCT- Entomologia molecular

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DETECÇÃO DA MUTAÇÃO NO ALELO Phe200Tyr DO GENE da β-tubulina EM Haemonchus sp EM ISOLADOS DE RUMINANTES NO BRASIL

NUNES, R. L.(D)1; BRASIL, B. S.A.F.1 ; BASTIANETTO, E.2; DROMMOND.1, M.G.;

MOLENTO, M. B.3; LEITE, R. C.2; LIMA, W. S.4; OLIVEIRA, D. A.A.1

1- Departamento de Zootecnia, Laboratório de Genética Animal, Escola de Veterinária,

UFMG, Belo Horizonte, MG. 2 - Departamento de Medicina Preventiva, Escola de

Veterinária,UFMG, 3 -Departamento de Medicina Veterinária UFPR, Curitiba, Paraná , 4 –

Departamento de Parasitologia , ICB, UFMG Belo Horizonte Minas Gerais,

[email protected]

Nematódeos parasitas do gênero Haemonchus infectam uma gama de

hospedeiros ruminantes e são de grande importância veterinária. Após anos de

uso intensivo de drogas para o controle de infecções helmínticas, houve um

aumento na prevalência de nematódeos resistentes, ameaçando a produção

animal em várias partes do mundo. Em Haemonchus sp a resistência para a

droga anti-helmíntica benzimidazol (BZ) tem sido associada majoritariamente a

mutação do gene β-tubulina Phe200Tyr.Trinta animais pertencentes a um

rebanho de bovinos em Teófilo Otoni, Mina Gerais (Brasil), a um rebanho de

Caprinos em Pedro Leopoldo, Minas Gerais (Brasil), de Ovinos em São José

do Rio Preto, São Paulo(Brasil) e de Bubalinos em Campos Altos, Minas Gerais

(Brasil), tiveram amostras de fezes coletadas e analisadas para a presença de

ovos de Tricostrongilídeos. As propriedades avaliadas tinham histórico de uso

de BZ para controle de nematódeos. Dentre os 120 animais testados,

dezenove (~15,8%) apresentaram ovos de Tricostrongilídeos nas fezes, com

contagens de 200 a 33000 ovos por grama de fezes. A mutação no alelo β-

tubulina Phe200Tyr foi detectada em todas as amostras analisadas e sua

freqüência de variou de 0,074 a 0,476 (N= ~20 larvas/hospedeiro). Para

confirmar a identificação morfológica dos nematódeos, a região ITS-2 de 2

larvas/hospedeiro foi seqüenciada e apresentando 100% de identidade para

Haemonchus placei (gi-219938533), no caso dos isolados de bovinos, ou

Haemonchus contortus (gi-322688147), nos demais isolados. Nosso estudo

revela que a contínua pressão seletiva proveniente do uso de BZ está

promovendo o aumento da frequência de alelos resistentes entre espécimes de

Haemonchus sp. No Brasil. Este estudo reforça a necessidade do uso de

métodos moleculares para o monitoramento da ocorrência da resistência anti-

helmíntica, visando o uso racional de anti-parasitários.

Palavra chave – Haemonchus, Resistência, Benzimidazol

*Este estudo tem suporte – CNPq/FAPEMIG(INCT 573899/2008-8)

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ASPECTOS IMUNOLOGICOS DE CÃES COINFECTADOS COM

ANGIOSTRONGYLUS VASORUM E ANCYLOSTOMA CANINUM

DRACZ, R.M.(M)1; GUIMARÃES, P.H.G.2; FIUZA, J.A.2,3; FUIIWARA, R.T.2; LIMA,

W.S.1.

1 Laboratório de Helmintologia Veterinária. Departamento de Parasitologia, ICB.

UFMG. BH/MG.

2 Laboratório de Imunologia e Genômica de Parasitos.Departamento de

Parasitologia, ICB.UFMG. BH/MG.

3 Laboratório de Imunologia Celular e Molecular - CPqRR/FIOCRUZ. BH/MG.

Os cães geralmente são acometidos por infecções parasitárias mistas, que podem

comprometer a saúde animal e também tornarem se um problema de saúde

publica, devido ao potencial zoonótico de varias espécies de helmintos. Dentro

deste contexto destacam-se as espécies de nematódeos Angiostrongylus vasorum

e Ancylostama caninum. A. vasorum é encontrado nas artérias pulmonares e no

coração direito de cães domésticos e diversas espécies de canídeos silvestres e A.

caninum é encontrado no intestino delgado de canídeos e felídeos domésticos e

silvestres. Objetivando-se analisar aspectos imunológicos da coinfecção por esses

parasitos, células mononucleares do sangue periférico (PBMCs) de 18 cães

infectados por A. vasorum e A. caninum, foram obtidas para avaliar a capacidade

proliferativa das mesmas frente a estímulos antigênicos com extrato bruto dos

parasitos adultos e avaliar a porcentagem de células T CD4+, CD8+, células B e

monócitos circulantes no sangue desses cães. Os animais foram previamente

divididos em 4 grupos: grupo A, cães com angiostrongilose crônica (n=4); grupo B,

cães infectados simultaneamente com 100 larvas de terceiro estádio (L3) Kg/pv de

A. vasorum e A. Caninum (n=5); grupo C, cães com angiostrongilose crônica

infectados com 100 L3 Kg/pv de A.caninum (n=5); e grupo D, cães sem infecções

parasitárias (n=4). As amostras de sangue (20 mL) foram coletadas em tubos

heparinizados para separação das PBMCs. A proliferação celular foi avaliada pelo

ensaio de MTT. As células foram incubadas durante 72 horas na presença e

ausência de antígeno bruto solúvel de A. vasorum e A. caninum na concentração

de 25µg/mL. O percentual de linfócitos T CD3+/CD4+ e CD3+/CD8+, B CD21+

monócitos e CD14+ foram avaliados por citometria de fluxo. Os resultados

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demonstraram que animais do grupo B apresentaram uma redução significativa da

proliferação celular de PBMCs frente ao estímulo antigênico com extrato bruto de

A. vasorum (p = 0.0220) e A. caninum (p = 0.0197) quando comparado ao grupo

controle, sugerindo que a infecção concomitante poderia modular a resposta imune

específica para ambos os parasitos. Por outro lado, animais com angiostrongilose

crônica, infectados ou não por A. caninum, não apresentaram redução da atividade

proliferativa celular. Quanto à avaliação de subtipos celulares, não foram

encontradas diferenças significativas quando avaliada a porcentagem das células

circulantes em nenhum dos grupos.

Palavras chave:

Citometria de fluxo, Ensaio de proliferação celular, Nematóides, Angiostrongylus

vasorum, Ancylostoma caninum.

Suporte fincanceiro: Capes, Fapemig

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AVALIAÇÃO DA FREQUÊNCIA DE CÉLULAS TH17 NA INFECÇÃO POR

ANCILOSTOMÍDEOS

Silva Araújo Passos, L1., Deláqua Ricci, N

1., Araújo Fiúza, J

1,2., Gazzinelli Guimarães, PH

1.,

Gandra Martins, V1., Michel Geiger, S

2., Correa-Oliveira, R

2., Gazzienlli, A

3,4., Castanheira

Bartholomeu, D1., Lacerda Bueno, L

1., Toshio Fujiwara, R

1,2,3.

1- Departamento de Parasitologia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte,

Minas Gerais, Brasil.

2- Laboratório de Imunologia Celular e Molecular, Centro de Pesquisas René Rachou,

Fundação Oswaldo Cruz, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

3- Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Doenças Tropicais (INCT-DT), Brasil.

4- Escola de Enfermagem, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas

Gerais, Brasil.

A modulação da resposta imune do hospedeiro por ancilostomídeos é extremamente benéfica ao

parasito, permitindo a continuidade de seu desenvolvimento, alimentação e reprodução. Nesse

estudo, avaliamos a freqüência de células Th17 no sangue periférico de indivíudos infectados e

não infectados por ancilostomídeos, uma vez que essas células podem estar diretamente

envolvidas na evasão do parasito frente ao sistema imune do hospedeiro, contribuindo assim para

sua sobrevivência por períodos prolongados. Os principais objetivos desse trabalho foram

caracterizar o perfil fenotípico de células Th17 circulantes de indivíduos infectados por

ancilostomídeos e avaliar a freqüência dessa população de células após a exposição aos

antígenos do parasito. Para isso, foi coletado sangue periférico de indivíduos infectados por

ancilostomídeos, residentes em áreas endêmicas, após comprovada a infecção por exames

parasitológicos de fezes. Sangue de indivíduos não infectados residentes em áreas não endêmicas

também foi coletado para compor o grupo controle. Posteriormente, foram separadas as células

mononucleares do sangue periférico que foram cultivadas na presença e na ausência de antígenos

do parasito. Finalmente, essas células foram submetidas à avaliação fenotípica por citometria de

fluxo. A análise dos dados mostrou que tanto em indivíduos infectados como não infectados por

ancilostomídeos ocorre redução significativa no número de células com perfil Th17 após a

exposição aos antígenos secretados-excretados e antígeno bruto do parasito quando comparados

ao grupo controle. Vale ressaltar que essa diferença é ainda mais pronunciada nos indivíduos

infectados residentes em áreas endêmicas sugerindo que as células Th17 estão de fato

relacionadas aos mecanismos de imunorregulação envolvidos na infecção por ancilostomídeos.

Para análise dos dados foi utilizado o pacote estatístico GraphPad Prism, versão 5.0 por teste não

paramétrico.

Palavras chave: Ancilostomídeos, Th17, imunorregulação.

Suporte financeiro: CAPES, CNPq, FAPEMIG.

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REDUÇÃO DA PARASITEMIA ESTIMADA PELA qPCR APÓS TRATAMENTO DECRIANÇAS COM LEISHMANIOSE VISCERAL

FREIRE, V.V.(IC)1, MOURÃO, M.V.A.1,2, GOMES, L.I.1, RABELLO, A.1

1. Laboratório de Pesquisa Clínica, CPqRR, Fiocruz/MG – Belo Horizonte, Minas Gerais2. Hospital Infantil João Paulo II, FHEMIG – Belo Horizonte, Minas Gerais

No Brasil, observa-se aumento do número de casos de leishmaniose visceral (LV) e de sua

letalidade. Diante da gravidade da doença, é relevante conhecer o papel da parasitemia na

evolução clínica e de seu clareamento como critério de cura da doença. O objetivo do estudo é

determinar a carga de Leishmania spp. em sangue periférico de crianças com LV ao longo do

tratamento específico. Foram avaliadas crianças com até 12 anos de idade, previamente hígidas,

internadas no Hospital Infantil João Paulo II, instituição referência em doenças infecciosas

pediátricas em Belo Horizonte, de junho de 2010 a junho de 2011. Foram incluídos pacientes

com suspeita clínica de LV e diagnóstico confirmado por sorologia positiva (IFI ou teste

imunocromatográfico). Coletaram-se amostras de sangue periférico antes (T0), entre 10 e 15

dias (T1) e entre 40 e 60 dias (T2) após o início do tratamento específico, que foram submetidas

à extração de DNA total com o kit QIAamp DNA Mini®. O DNA extraído das amostras foi

submetido à amplificação e quantificação das cópias do fragmento de 67pb do SSU rRNA de

Leishmania ssp por meio da PCR quantitativa em tempo real (qPCR). Utilizou-se como controle

o gene referência ACTB. Foram incluídos 48 pacientes, com idade média de 40 meses, sendo

52% do sexo masculino. Todos tiveram DNA quantificável no primeiro momento (T0). Não foi

realizada coleta de sangue no T1 em dois pacientes e em T2 de cinco pacientes. Houve ampla

variação entre os valores de quantificação de cópias de SSU rRNA nas amostras em T0.

Comparando-se a distribuição e média de cópias de SSU rRNA, observou-se diferença

estatística significativa entre as dos grupos T0/T1 (p < 0,05) e entre T0/T2 (p < 0,05); contudo,

não houve diferença estatisticamente significativa entre as médias dos grupos T1/T2. Observou-

se negativação em 87,5% e redução da carga parasitária em 6,25%, após administração de

tratamento específico. Em três crinaças (6,25%) não houve redução da carga parasitária até o

T2, mesmo com evolução clínica satisfatória. A avaliação quantitativa da parasitemia poderá, no

futuro, ser utilizada no manejo de pacientes, principalmente como critério de cura da doença.

Palavras chaves: Leishmaniose visceral, carga parasitária, PCR em tempo real.

Apoio Financeiro: Fiocruz, FAPEMIG e CNPq

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ÁREA: Eco-epidemiologia das doenças parasitárias e infecciosas

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PREVALÊNCIA DE ENTEROPARASITOSES EM ESTUDANTES DA ESCOLADE APLICAÇÃO DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE SETE LAGOAS,

MINAS GERAIS

MACIEL, L. S.(IC)1; GONÇALVES, P. A. S.1; SOUZA, R. M. F. A.1; ARAÚJO,P. T. R.2; PÁDUA, C. O.2; FRAGA, M. O.2; MATTOS, N. V.2; FERREIRA,

A. M.1

1- UEFI, UNIFEMM - Sete Lagoas, Minas Gerais; 2- Laboratório de AnálisesClínicas, PMGu/BH, Comando da 4ª Região Militar, Exército Brasileiro -

Belo Horizonte, Minas Gerais

Estima-se que as infecções causadas por protozoários e helmintos intestinaisafetam mais de 3,5 bilhões e causam doença em mais de 450 milhões depessoas em todo o mundo, atingindo principalmente as crianças. O combate àpobreza e a introdução de medidas educativas promovem resultadossatisfatórios na prevenção das enteroparasitoses. O objetivo deste trabalho foiverificar a ocorrência de protozoários e helmintos em amostras de fezes dealunos do Ensino Fundamental da Escola de Aplicação do Centro Universitáriode Sete Lagoas, MG, e os possíveis fatores associados à infecção porparasitos intestinais. A análise coproparasitológica foi realizada pelo método desedimentação espontânea. Um questionário foi aplicado para obterinformações sobre as medidas de higiene praticadas pelos participantes.Foram analisadas amostras fecais de 83 crianças, sendo 40 (48,2%) do gêneromasculino e 43 (51,8%) do feminino. Das crianças analisadas, 28 (33,8%)apresentaram protozoários intestinais, sendo que 27 (32,5%) amostrascontinham protozoários comensais e apenas uma continha cistos do parasitoGiardia intestinalis (1,2%). Entre as amostras com protozoários comensais,foram observados cistos de Entamoeba coli em 19 (70,4%) e de Endolimaxnana em 5 (18,5%), enquanto 3 amostras (11,1%) apresentaram cistos deambos os protozoários. Não houve associação estatisticamente significativaentre o gênero da criança e a positividade da amostra (p = 0,24). Com relaçãoaos hábitos de higiene, 81,4% das crianças afirmaram ingerir água filtrada;75,4% lavam as mãos antes de comer e 93,2% depois de ir ao banheiro; 86,5%afirmaram sempre lavar frutas e verduras antes de comer e apenas 21,2% têmo hábito de andar sem calçados. Foi observada uma baixa prevalência deenteroparasitoses na população avaliada, o que pode ser explicado, em parte,pelas medidas de higiene adotadas pela maioria das crianças. Entretanto,apesar do baixo percentual de crianças parasitadas, existe uma proporçãoconsiderável de amostras com protozoários comensais, que também sãotransmitidos pela via fecal-oral. Métodos mais específicos para o exameparasitológico das fezes poderiam contribuir para a identificação de agentesetiológicos de parasitoses intestinais nessa população. Pode-se concluir queintervenções na área de saúde e campanhas educativas são necessárias paraevitar a disseminação de enteroparasitoses na região estudada.

Palavras-chave:Enteroparasitoses, Exame parasitológico de fezes, Epidemiologia, Sete Lagoas

Suporte Financeiro: UNIFEMM

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PREVALÊNCIA DA TOXOPLASMOSE CANINA EM SETE LAGOAS, MINASGERAIS, OBTIDA POR MEIO DO ENSAIO IMUNOENZIMÁTICO COM

AMOSTRAS DE SANGUE COLETADO EM PAPEL DE FILTRO

MELO, A.(IC)1; VITOR, R. W. A.2; FERREIRA, A. M.1,2

1- UEFI, UNIFEMM - Sete Lagoas, Minas Gerais; 2- Departamento deParasitologia, ICB, UFMG - Belo Horizonte, Minas Gerais

Toxoplasma gondii é um parasito intracelular obrigatório, capaz de infectarvertebrados homeotérmicos, incluindo os animais domésticos e os sereshumanos. O cão apresenta importância epidemiológica na toxoplasmose poratuar como indicador de contaminação ambiental, uma vez que adquire essaparasitose pela ingestão de carne crua ou mal cozida contendo cistos teciduaisdo parasito ou de água e alimentos contaminados com oocistos provenientesde fezes de felídeos, hospedeiros definitivos de T. gondii. Além disso, foisugerido que os cães podem agir na transmissão mecânica desse parasito portransportar oocistos esporulados em sua pelagem. O objetivo deste estudo foiestimar a prevalência da toxoplasmose canina no município de Sete Lagoas,MG, em amostras de sangue coletado em papel de filtro, e avaliar os fatores derisco associados à infecção dos animais, como sexo, idade, raça, acesso à rua,ingestão de comida caseira ou de água não filtrada e presença de gatos eroedores no local de residência. O estudo transversal incluiu 220 cães, sendo92 (41,8%) do sexo masculino e 128 (58,2%) do feminino. As amostras foramcoletadas no período de junho a agosto de 2011 e o ensaio imunoenzimático(ELISA) foi realizado para pesquisa de anticorpos da classe IgG anti-T. gondii.A prevalência da toxoplasmose canina na região estudada foi de 21,8%(48/220), não havendo diferença significativa com relação ao sexo dos animais(p = 0,49). A positividade foi significativamente maior nos cães com mais dequatro anos de idade (p = 0,01; O.R. = 2,26; IC95%: 1,18 > 2,26 > 4,33), masnão apresentou associação significativa com ingestão de comida caseira ou deágua não filtrada, acesso à rua ou presença de gatos e roedores na moradia.Os dados deste estudo permitem concluir que a sorologia com eluatos desangue seco em papel de filtro é útil para avaliar a prevalência datoxoplasmose canina. A ocorrência de anticorpos anti-T. gondii da classe IgGem cães da cidade de Sete Lagoas é semelhante à observada em outrasregiões do Brasil e aumenta com a idade dos animais, mostrando a correlaçãoentre a toxoplasmose e o tempo de exposição ao agente. O fato de T. gondiiestar distribuído na população canina da região indica o risco de infecçãonessa localidade, de forma que medidas de saúde pública devam ser adotadaspara prevenção da toxoplasmose na população humana.

Palavras-chave:Toxoplasma gondii, Toxoplasmose, Cães, Epidemiologia

Suporte Financeiro: UNIFEMM

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Graphidiops major (NEMATODA: TRICHOSTRONGYLIDAE) EM Tamandua

tetradactyla (PILOSA: MYRMECOPHAGIDAE) NO ESTADO DE MINAS GERAIS.

Almeida, G. G.1; Pinto, H. A.

2; Melo, M. N.

1; Melo, A. L.

2

1Laboratório de Biologia de Leishmania e

2 Laboratório de Taxonomia e Biologia de

Invertebrados, Departamento de Parasitologia, Instituto de Ciências Biológicas, UFMG.

O tamanduá-mirim, Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758), é um mamífero de médio

porte semi-arborícola e mirmecófago amplamente distribuído pela América do Sul. No

Brasil, apesar de ser relatado em todos os biomas, a sua helmintofauna é pouco conhecida.

No presente estudo é relatado um caso de infecção de T. tetradactyla por tricostrongilídeos

no estado de Minas Gerais. O animal, um macho jovem encontrado na cidade de Ouro

Preto em março de 2010 e encaminhado pelo IBAMA a uma clínica veterinária em Belo

Horizonte, apresentava baixo do peso (cerca de 3 kg) e quadro de diarréia sanguinolenta.

Não foram encontradas alterações nos parâmetros bioquímicos e anemia foi a única

alteração hematológica. Amostras de fezes foram processadas pelo método de

sedimentação espontânea, sendo verificada a presença de ovos e larvas de nematódeos. Foi

realizado tratamento por via oral com febantel e pirantel (15mg/kg) (Drontal puppy ®)

sendo observada melhora de sua condição corporal, entretanto, após cerca de duas semanas,

o tamanduá apresentou-se inapetente e, apesar de realização de fluidoterapia e

antibioticoterapia, evoluiu para óbito. À necropsia, nematódeos foram recuperados do

estômago do animal, sendo fixados em formalina, clarificados em lactofenol de Aman e

estudados em microscópio de luz. Desenhos foram realizados com auxílio de câmara clara e

as medidas obtidas com ocular milimetrada. A análise morfológica possibilitou a

identificação de Graphidiops major Travassos, 1949, espécie descrita de T. tetradactyla do

estado do Espírito Santo. Este é o primeiro relato de G. major para o estado de Minas

Gerais. Estudos sobre as alterações histopatológicas induzidas pelo parasito estão sendo

conduzidos.

Apoio: Associação Bichos Gerais, CNPq.

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ANAPLASMA PHAGOCYTOPHILUM SEROPREVALENCE OF POLICE HORSES AND DETECTION OF PRIMARY INFECTION IN FOALS

BASTOS, C.V. (PD) 1; SILVEIRA, J.A.G. 1 ; MOREIRA, S.M. 1 ; SANTOS, M. 2; ZWEYGARTH, E. 3; RIBEIRO, M.F.B. 1

1 Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG – Belo Horizonte - MG; 2 Cavalaria Alferes Tiradentes, Polícia Militar de Minas Gerais; 3 Ludwig-Maximilians-Universitaet Muenchen, Germany

Equine Granulocytic Anaplasmosis (EGA) is an acute tick-borne infection caused by

Anaplasma phagocytophilum. The bacterium can infect various animal species and

humans. In the horse, EGA is described as an acute disease with an incubation period of

less than 14 days, characterized by high fever, depression, inappetence, staggering or

ataxia, distal limb edema and hematologic alterations (thrombocytopenia, neutropenia,

lymphopenia and mild anaemia). In Brazil, veterinarians have described clinical cases of

EGA, but laboratory diagnosis is not common and few studies have been conducted

regarding epidemiology. The aim of the present study was to evaluate Anaplasma

phagocytophilum seroprevalence of horses and primary infection in foals from Militar

Police of Minas Gerais, Brazil. Sera from 25 mares from Militar Police of Minas Gerais

(PMMG), Brazil were colleted in order to survey A. phagocytophilum antibodies. Mares'

sera collection was done in peri-partum and their foals were monitored weekly until third

month of life. Mares' seroprevalence and foals' monitoring were performed with indirected

immunofluorescence assay (IFA) using A. phagocytophilum cultivation in IDE8 as antigen.

Titers above 1:80 were considered positive to A. phagocytophilum. Serology showed that

88% (22/25) of mares were positive. From the positive mares, 11 foals were positive after

birth, showing that A. phagocytophilum antibodies passage by colostrum obtained 50% of

efficiency. Negative foals were monitored in order to detect primary infection (titles ≥ 1:80).

One foal died and could not be investigated. Results demonstrated that 53.85% of

negative foals (7/13) became infected by A. phagocytophilum in the first month, 30.77%

(4/13) in the second month and 15.38% (2/13) in the third month. From foals serologically

detected as positive after birth, 75% kept positive titles after second month of life. Two

foals (16.67%) turned negative in second month, but, in third month, showed positive

serology again. This fact shows that passive immunity falls with approximately two months

and animals can be first infected by A. phagocytophilum and produce active antibodies.

There is a high A. phagocytophilum serologic prevalence in horses from PMMG and foals

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could be first infected, presenting active antibodies, until three months of life. The close

contact between horses and policemen means that furher studies should be developed

considering that A. phagocytophilum is a zoonotic agent.

Key-words: Anaplasma phagocytophilum, horses, foals, IFA.

Acknowledgements: Polícia Militar da Minas Gerais (PMMG) and FAPEMIG

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Prevalência  e  diversidade  de  Haemosporida  em  aves  silvestres  da  zona  árida  do  norte  da  Venezuela    Belo, N.O.1, Rodríguez-Ferraro, A.2, Braga, E. M.1 e Ricklefs, R. E.2

1- Departamento de Parasitologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de

Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil.  

2- Department of Biology, University of Missouri-St. Louis, St. Louis, Missouri, USA.

A zona árida do norte da Venezuela é representada por áreas isoladas importantes do ponto de vista ornitológico e ecológico devido a ocorrência de aves silvestres de alcance restrito na região. Neste estudo, foram analisadas a prevalência e a diversidade de parasitos sanguíneos em 527 aves silvestres pertencentes `a zona árida da Venezuela (11 famílias e 20 espécies) a partir da análise do DNA mitocondrial dos parasitos. A prevalência observada foi de 41% de aves infectadas, com 17 linhagens de parasitos envolvidas: sete de Plasmodium e 10 de Haemoproteus. Duas linhagens (Ven01 e Ven13) ocorreram nas duas regiões, leste e oeste da zona árida infectando somente uma espécie de hospedeiro, Mimus gilvus. Essas linhagens também estão presentes em toda região norte e central da Venezuela em uma variedade de habitats. Algumas linhagens encontradas neste estudo no norte da Venezuela têm sido também observadas em diferentes localidades nas Américas, incluindo as Índias Ocidentais. Apesar da distribuição generalizada de algumas das linhagens, várias, inclusive algumas que são relativamente comuns (por exemplo,Ven05, Ven06, Ven11), não foram relatadas em outros lugares. Adicionais estudos são necessários para caracterizar os hospedeiros e a distribuição geográfica de linhagens dos parasitos da malária aviária, o que proporcionará uma melhor compreensão da influência do meio ambiente, da diversidade de vetores e de hospedeiros na diversidade e prevalência destes hemoparasitos. Palavras-chave: Plasmodium spp., Haemoproteus spp., aves silvestres, zona árida, Venezuela. Suporte financeiro: CNPq, UMSL

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AVALIAÇÃO DOS PORTADORES ASSINTOMÁTICOS DE DNA DE Plasmodium sp. EM ÁREA ENDÊMICA DE MALÁRIA NO ESTADO DO

ESPÍRITO SANTO.

1ALENCAR, FEC; 2NATAL, L; 3BUERY, JC; 1FUX ,B (PD); 2MALAFRONTE, RS; 1 FALQUETO, A; 4REZENDE, HR; 1CERUTTI,CJr.

1Unidade de Medicina Tropical – UFES, 2Instituto de Medicina Tropical – USP, 3Pós-graduação em Doenças Infecciosas – UFES, 4Secretaria da Saúde(ES). A região de Mata Atlântica do Espírito Santo é endêmica para malária residual. Há baixa incidência, sem surtos. Suas diferentes características em relação à malária Amazônica sugerem presença de um reservatório. Uma das possibilidades é a de moradores locais albergando o Plasmodium sem sintomas. É importante verificar sua frequência para que se estabeleçam medidas de controle. Os objetivos do trabalho foram avaliar o comportamento do estado de portador assintomático de DNA de Plasmodium ao longo de dois anos em área de transmissão da malária residual na área rural do município de Santa Teresa, Espírito Santo, verificando sua persistência e a frequência de sua resolução espontânea e estabelecer uma coorte de moradores da área a partir da ocorrência de um primeiro caso de malária, avaliando a incidência do estado de portador e seu comportamento por dois anos. Uma amostragem de 90 pacientes foi planejada em um raio máximo de dois quilômetros em volta do local de moradia do primeiro paciente com malária no município em 2010. A situação de portador assintomático foi verificada com gotas espessas, esfregaços sanguíneos e PCR para amplificação de DNA responsável pela síntese da subunidade ribossomal de Plasmodium. Todos os moradores assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Foram feitas coletas trimestrais entre março e dezembro de 2010. Em cada uma, os dados do questionário eram atualizados e era feita palpação esplênica. Com amostra inicial de 92 pacientes, houve presença de DNA de Plasmodium em 14 (15,2%) em algum momento. Na primeira coleta, 6 (6,8%) de 88 foram positivos . Na segunda, de 78, sete (9,0%) mostraram-se positivos, porém nenhum deles era positivo na primeira coleta. Dos seis positivos na primeira coleta, dois estavam ausentes e quatro tornaram-se negativos. Na terceira, dos 80 presentes, dois (2,5%) foram positivos, um deles desde a segunda coleta. A quarta coleta contou com 79 moradores e não houve resultados positivos. O sujeito 77 apresentou baço palpável transitoriamente na segunda coleta, assim como o sujeito 34 na segunda e na terceira, e o 44 na primeira. Nenhum desses foi positivo na PCR. Os achados demonstram transmissão permanente de forma subpatente nessa região do Brasil. A manutenção da endemia parece ser atribuível ao portador assintomático. Palavras-chave: Malária bromélia; portador assintomático; PCR; Espírito Santo. Apoio Financeiro: Material de laboratório: FAPESP (10/50707-5) e FAPES (edital PPSUS). Logística de campo: FAPESP (10/50707-5).

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Giarda lamblia E Ascaris lumbricoides: PARASITAS ANTIGOS EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS DO NORTE DO ESPÍRITO SANTO, BRASIL

COSTA, M. S. (IC)¹; VICENTINI, F. (M)¹; LIMA, A. K. (M)¹; DENADAI, W (M)¹.

¹Departamento de Ciências da Saúde, UFES, São Mateus/ES Doenças entéricas provenientes de infecções por parasitos trazem importantes

problemas de saúde pública ao redor do mundo, sendo que as áreas mais acometidas são as de baixo nível sócio-econômico. As parasitoses intestinais são responsáveis por um grande número de lesões nos intestinos, atingindo

principalmente a mucosa, podendo ocorrer infecções bacterianas secundárias levando ao óbito do enfermo. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a situação enteroparasitária da Giardia lamblia e Ascaris lumbricoides em crianças de

comunidades remanescentes de quilombos do Norte do Espírito Santo, Brasil. Para realização da pesquisa, houve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do CCS/UFES. Sua realização foi durante Maio de 2009 a Abril de

2010 em 21 comunidades quilombolas reconhecidas pelo Ministério da Cultura, foi feito 273 exames coproparasitológicos. A técnica realizada para os achados enteroparasitológicos foi a de sedimentação espontânea de Hoffman, Pons e

Janer, que foi realizado no Laboratório de Microbiologia do CEUNES/UFES. Após a comprovação do parasita, foi aplicado um formulário nas famílias que apresentaram crianças parasitadas por pelo menos um dos parasitas. Os

resultados mostram que dos 273 exames, 45 (16,5%) estavam parasitados por pelo menos um parasita (sendo incluído outros parasitas além do foco da pesquisa), 5 (11,1%) eram meninos parasitados com Giardia lambia e 2 (4%)

as meninas com o mesmo parasita, totalizando 7 (24,4%). Contra partida, o helminto Ascaris lumbricoides apresentou 9 (20%) casos no sexo masculino e 8

(17,8%) no feminino. Houve casos de poliparasitados, sendo 1(2%) com os dois parasitas pesquisados e 5 (11,1%) casos de A. lumbricoides com outro

helminto e/ou comensais. Através destes dados, nota-se alguns casos de giardíase e ascaridíase, sendo acontecimentos comuns nesta idade, o que

chama atenção são os baixo índices, pois a realidade em que se encontra nestas comunidades são precárias, levando a outras hipóteses essas taxas baixas, como genética, imunoparasitologia e fatores geológicos dos local.

Palavras-chave: Parasitologia, Saúde Pública, Epidemiologia.

Apoio financeiro: CNPq, FAPES e ProEx/UFES

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VANTAGENS DO USO DA PCR QUANTITATIVA EM TEMPO REAL (QPCR) EM

ESTUDOS DA ECO-EPIDEMIOLOGIA DAS LEISHMANIOSES COM ENFOQUE NOS HOSPEDEIROS VERTEBRADOS

FERREIRA, E.C.(PD) 1 ; CRUZ, I.2; REPOLÊS, L.C.1; PEREIRA, A.A.S.1;

GOMES, L.I.1; SILVA, A.M.3; MELO, M.N.4; CÑAVATE, C.2; GONTIJO ,C.M.F.1

1- CPqRR, Fiocruz, BH/MG, Brasil; 2- ISC III, Madri, Espanha; 3- Departamento de

Morfologia ICB, UFMG, BH/MG, Brasil; 4- Departamento de Morfologia ICB,

UFMG, BH/MG, Brasil

A eco-epidemiologia das leishmanioses somente pode ser compreendida através

do conhecimento de todos os elos que compõem seu ciclo de transmissão, como

reservatórios e vetores envolvidos e suas relações ecológicas. Leishmania

braziliensis, L. infantum e L. amazonensis são os agentes etiológicos prevalentes

das leishmanioses no Brasil. A quantificação da carga parasitária em amostras de

diferentes hospedeiros, realizada pela qPCR, pode ser útil na indicação da

participação de um determinado hospedeiro como fonte de infecção. Além disso,

esta técnica tem sido apontada por diferentes autores como uma ferramenta capaz

de identificar a espécie do parasito pela análise dos picos de dissociação dos

produtos amplificados. Objetivo: Propor o uso da qPCR em estudos de

hospedeiros de Leishmania para detectar, quantificar e identificar o parasito.

Sendo assim, o DNA extraído de culturas de cepas de referência de L. braziliensis

(M2903), L. guyanensis (M4147), L. infantum (PP75) e L. amazonensis (PH8),

preparado em diluições seriadas para construção das curvas padrão e amostras

de DNA de cães e pequenos mamíferos, coletados em área endêmica, foram

submetido à reação de qPCR usando SYBR Green com iniciadores dirigidos ao

kDNA de Leishmania. Após os ciclos de amplificação, realizou-se ciclo adicional

para análise das curvas de dissociação. Os resultados obtidos pela análise das

curvas de dissociação nos diferentes experimentos foram tabulados e avaliados

em conjunto. Pela análise das curvas de dissociação foi possível realizar a

identificação de L. braziliensis, L. infantum e L. amazonensis, não sendo

observada a distinção entre os picos de dissociação de L. guyanensis e L.

braziliensis. Provavelmente por serem do mesmo complexo, há uma maior

homologia entre elas. O resultado da identificação de Leishmania nas amostras de

cães e de pequenos mamíferos foi confirmado pelo seqüenciamento dos produtos

amplificados pelas PCRs dirigidas ao SSUrRNA ou ITS-1 de Leishmania. A análise

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das curvas de dissociação é uma abordagem relativamente nova que permite a

caracterização direta do produto amplificado pela qPCR em um sistema fechado e,

uma vez que se disponha do equipamento necessário, e se padronize a técnica,

ela é mais simples e mais rápida do que as técnicas relacionadas a PCR

convencional que exigem o processamento pós-PCR. A qPCR dirigida ao kDNA

mostrou ser uma ferramenta promissora para detectar, quantificar e identificar a

espécie de Leishmania com apenas uma técnica.

Palavras-chaves:

Leishmania; qPCR; DNA; eco-epidemiologia.

Suporte Financeiro: CAPES, CNPq, FAPEMIG e FIOCRUZ, LeishEpiNetSA (European Community).

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INFLUÊNCIA DE ESTERÓIDES SEXUAIS NA CARGA PARASITÁRIA DE

Ancylostoma ceylanicum EM HAMSTERS

ESTEVES, R.A.B.1; SILVA, M.G.Q1; RABELO, E.M.2.; DIAS, S.R.C.3

Centro Universitário UNA, IC, BH, MG (1) .Departamento de Parasitologia da Universidade Federal

de Minas Gerais/UFMG (2), Departamento de Bioquímica da Universidade Federal de Minas

Gerais/UFMG (3).

A ancilostomose é uma das doenças parasitárias mais prevalentes no mundo,

infectando milhões de pessoas. Entre os ancilostomídeos parasitos do homem

destacam-se o Ancylostoma duodenale e o Necator americanus. Outro

ancilostomídeo, o Ancylostoma ceylanicum, infecta roedores e pode também infectar

humanos. A infecção experimental de A. ceylanicum em hamsters (Mesocricetus

auratus) serve de modelo de infecções de outros ancilostomídeos em humanos. O

modelo reproduz quadros clínicos, tais como: perda de peso, diminuição no ritmo de

crescimento e anemia. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a influência dos

hormônios sexuais sobre aspectos parasitológicos da infecção de hamsters por A.

ceylanicum. Foram utilizados hamsters adultos (4-6 semanas), de ambos os sexos,

provenientes do Biotério de Reprodução do Departamento de Parasitologia do

ICB/UFMG, divididos da seguinte forma: Grupo A (n=8): machos tratados com 0,5ml

de Benzoato de estradiol 1mg/ml (Estrogin – Farmavet, São Paulo, Brasil), por via

intramuscular, em dias alternados; Grupo B (n=8): machos não tratados; Grupo C:

fêmeas tratadas com 0,1ml de Propionato de testosterona 10mg/ml (Androgenol –

Hertape Calier, Minas Gerais, Brasil), por via intramuscular, a cada três dias; Grupo

D: fêmeas não tratadas. Trinta dias após o início do tratamento hormonal, todos os

animais foram infectados com 50 L3/hamster, por via oral, com auxílio de gavage. A

infecção foi acompanhada durante 30 dias (com manutenção dos tratamentos nos

grupos A e C). Foi determinado o período pré-patente e a eliminação de ovos a cada 3

dias, a partir do 7º dia de infecção. A partir dos resultados encontrados, constatou-se

que os machos são mais suscetíveis à infecção, apresentando 50% de mortalidade,

maior taxa de recuperação de vermes e maior eliminação de ovos de A. ceylanicum

através das fezes. Fêmeas que receberam tratamento exógeno de testosterona

desenvolveram 1,9 vezes mais vermes adultos e eliminaram mais ovos de A.

ceylanicum do que as fêmeas não tratadas (valores similares ao encontrados em

machos não tratados). Estes achados confirmam a influência da testosterona e a maior

suscetibilidade de machos à infecção.

Palavras chave: Ancilostomídeos, Ancylostoma ceylanicum, hamsters.

Suporte financeiro: FAPEMIG- Centro Universitário Una

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ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DESCRITIVO DA GIARDÍASE NO MUNICÍPIO DEPRUDENTE DE MORAIS, ESTADO DE MINAS GERAIS

DE PAULA, F. T.(IC)1; FERREIRA, A. M.1

1- UEFI, UNIFEMM - Sete Lagoas, Minas Gerais

Giardia intestinalis, agente etiológico da giardíase, é um protozoário flagelado,binucleado, reconhecido como o parasito intestinal humano mais comum em todo omundo. A transmissão da doença ocorre diretamente de pessoa a pessoa, pela viafecal-oral, ou indiretamente através de água e alimentos contaminados com cistos doprotozoário. A giardíase está geralmente associada com sintomas de diarréia e podeser auto-limitante em alguns casos, mas apresenta potencial para desenvolvimento desintomas crônicos ou intermitentes, principalmente em crianças, o que a torna umproblema de saúde pública em diversas regiões do país. Em instituições como crechese enfermarias infantis, essa protozoose apresenta grande relevância, pois nessesambientes o contato interpessoal é freqüente e medidas higiênicas são difíceis deserem adotadas, fatores que facilitam a dispersão do parasito. Nesse contexto, buscou-se, neste estudo, fazer um levantamento da giardíase em Prudente de Morais, MinasGerais, para dimensionamento do problema no município. Foram analisados 857resultados de exames coproparasitológicos pelo método de sedimentação espontânea,obtidos na Unidade Central de Saúde Balbina Gonçalves Barbosa, no período de junhode 2010 a julho de 2011. Dos exames analisados, 358 (41,8%) eram de indivíduos dogênero masculino e 499 (58,2%) do feminino. Além disso, 24 amostras eramprovenientes de crianças, na faixa etária de 1 a 5 anos, institucionalizadas em umacreche do município. Do total de amostras analisadas, 289 (33,7%) apresentaramparasitos, sendo observados monoparasitismo em 234 (27,3%) e poliparasitismo em 55(6,4%). A ocorrência de cistos de G. intestinalis foi observada em 86 amostras (10,0%),não havendo associação estatisticamente significativa entre a positividade dos examese o gênero dos indivíduos (p = 0,40). Com relação às crianças da creche, 37,5% (9/24)apresentaram cistos de G. intestinalis pelo exame parasitológico de fezes. Os dadosdeste estudo revelam que a giardíase está distribuída na população de Prudente deMorais e enfatizam a necessidade de implantação de projetos e campanhas educativasque orientem os indivíduos, especialmente as crianças, quanto às formas de prevençãodessa protozoose e de outras enteroparasitoses encontradas no município.

Palavras-chave:Giardia intestinalis, Giardíase, Epidemiologia, Prudente de Morais

Suporte Financeiro: UNIFEMM

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AVALIAÇÃO COMPARATIVA ENTRE O MÉTODO DE HOFFMAN, PONS E JANER (1934) E O MÉTODO DE FAUST E COLS. (1939) PARA IDENTIFICAÇÃO DE CISTOS

DE PROTOZOÁRIOS EM AMOSTRAS FECAIS.

VILELA, M.C.1; ZANIN, F.H.C.2

1 – Centro Universitário de Lavras – UNILAVRAS; 2 – Parasitologia ICB / UFMG

Os métodos parasitológicos devem ser realizados de maneira apropriada, considerando que cada parasitose tem sua peculiaridade em relação ao diagnóstico. É importante que os laboratórios clínicos empreguem diferentes técnicas de concentração para a realização do exame parasitológico de fezes, principalmente quando há baixa carga parasitária, pois assim é possível aumentar a sensibilidade do diagnóstico. O objetivo do trabalho foi realizar um estudo comparativo para avaliar a concordância entre o método de Hoffman, Pons e Janer - HPJ (1934) e o método de Faust e cols. (1939) para identificação de cistos de protozoários em amostras fecais. Foram utilizadas amostras de fezes conservadas, provenientes de crianças do município de Novo Cruzeiro – MG (ETIC 0184/06). Os métodos de HPJ e Faust e cols. foram realizados no Laboratório Multidisciplinar de Biologia – UNILAVRAS. Os cálculos de freqüência e o indicador Kappa foram calculados pelo STATA 10. De um total de 101 amostras analisadas, 44,6% foram positivas. Os protozoários diagnosticados, independente do método, foram Giardia duodenalis (21,78%), Entamoeba coli (5,94%), Endolimax nana (4,95%). Também foram diagnosticados Ascaris lumbricoides (8,9%), Schistosoma mansoni (4%), Trichuris trichiura (1%), família Ancylostomidae (1%) pelo método de HPJ e Strongyloides stercoralis (1%), em ambos os métodos. Verificou-se concordância excelente para o diagnóstico de E. coli (k=1,0) e concordância regular para diagnóstico de G. duodenalis (k=0,52), uma vez que este protozoário foi identificado em apenas 10 amostras pelo método de HPJ, enquanto o método de Faust e cols. identificou 21 amostras positivas. Os resultados para Endolimax nana foram totalmente discordantes. A realização do método de Faust e cols. permitiu diagnosticar maior número de amostras contendo protozoários (30,7%) quando comparado ao método de HPJ (16,8%). Ao se comparar a concordância geral entre os métodos a mesma foi regular (k=0,5), o que era esperado, uma vez que tratava-se de um método geral e um específico para cistos. Métodos gerais podem ser muito úteis para o diagnóstico parasitológico. No entanto, a realização de um método específico na presença de manifestações clínicas poderia propiciar o diagnóstico correto das infecções parasitárias em amostras com baixa carga, direcionando o clínico à prescrição do tratamento mais adequado e contribuindo para a melhoria do estado de saúde do paciente. Descritores: protozoários intestinais, diagnóstico, concordância.

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AVALIAÇÃO LONGITUDINAL DA DEFICIÊNCIA DE FERRO, ANEMIA E PARASITOSES EM CRIANÇAS DE 6 A 71 MESES, RESIDENTES NO MUNICÍPIO DE NOVO

CRUZEIRO – MG.

Francisca H. C. Zanin1, Cíntia A. J. Pereira1, Karina B. Santos1, Camilo A. M. Silva2, Romero A. Teixeira3, Elido Bonomo4, Roney Nicolato5, Joel A. Lamounier6, Deborah A. Negrão-Correa1; Mariângela Carneiro1

Contato: [email protected]

1. Parasitologia - ICB/UFMG, 2. Nutrição / UFOP, 3. Nutrição / UFVJM, 4. CECANE, 5. LAPAC / UFOP, 6. Pediatria / UFSJ

Diversos fatores podem estar associados a alterações em quadros hematológicos como as verificadas na anemia: disponibilidade de micronutrientes, ocorrência de infecções, ação espoliadora dos parasitos intestinais e acesso da população aos nutrientes essenciais (alimentação). O objetivo foi identificar e acompanhar casos de deficiência de ferro, anemia e parasitoses em crianças de 6 a 71 meses do município de Novo Cruzeiro – MG por meio de um estudo longitudinal. Foi conduzido um estudo de coorte com duas avaliações, realizadas em 2008 (n=556 crianças) e 2009 (n= 414 crianças). Os parâmetros para diagnóstico de parasitoses intestinais (método de Hoffman, Pons e Janer) e anemia (hemoglobina, hematócrito, ferritina) foram os mesmos em ambas as avaliações. Na Avaliação-1, foi encontrada prevalência de 34,6% de parasitoses, com prevalências mais elevadas para Ascaris lumbricoides (4,44%) e Giardia duodenalis (16,51%). Na Avaliação-2, verificou-se prevalência de 41,3% em que prevaleceram as infecções pelos mesmos parasitos (3,53% e 15,22%, respectivamente). Nos dois momentos, verificou-se prevalência significativa de Entamoeba coli e de outros comensais. Foram classificadas como anêmicas 35,9% (Avaliação-1) e 10,12% (Avaliação-2) das crianças, avaliadas pelos níveis de hemoglobina e 56,92% (Avaliação-1) e 5,43% (Avaliação-2), avaliadas pelo hematócrito. Verificou-se deficiência de ferro em 16,44% das crianças (níveis séricos de ferritina), com pequeno aumento na prevalência (18,13%) nos exames realizados na Avaliação-2. A prevalência encontrada nos dois momentos indica valores aproximados, exceto para a faixa etária de 25 a 36 meses para a qual a prevalência da deficiência de ferro foi 2,47 vezes maior na Avaliação-2, comparando-se à prevalência encontrada na Avaliação-1. A análise dos eventos por coorte etária indicou que, para os parâmetros hemoglobina e hematócrito, pode-se observar a tendência decrescente da prevalência da anemia nas crianças, ao longo do tempo. Quanto aos níveis séricos de ferritina verificou-se tendência decrescente na análise da coorte nas idades inferiores e tendência de aumento nas crianças com maior idade. Verificou-se aumento de prevalência de parasitoses intestinais em todas as faixas etárias. Diferenças nas metodologias de análise de hemoglobina e hematócrito podem ser responsáveis pela variação encontrada. No entanto, outros fatores serão investigados para confirmar as tendências verificadas ao longo do tempo. Descritores: anemia, avaliação longitudinal, parasitosesFinanciamento: CNPq e FAPEMIG (PPM-2009)

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PREVALÊNCIA DE PROTOZOOSES INTESTINAIS E QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DA ÁGUA DE CONSUMO NA TERRA INDÍGENA XAKRIABÁ, SÃO JOÃO DAS MISSÕES, MINAS GERAIS, 2007-2010.

GABRIELA LANNA XAVIER DE CARVALHO1 (D); ANA MARIA SAMPAIO ROCHA1 (IC); FILIPE GARCIA

MOREIRA1 (IC); CAROLINA BRAGA DAMASCENO1 (IC); PEDRO HENRIQUE BRAGA1 (IC); JOÃO LUIZ PENA2; JAIME COSTA DA SILVA3; MARIA TEREZINHA BAHIA4; GEORGE LUIZ LINS MACHADO-COELHO1

1. Laboratório de Epidemiologia de Doenças Parasitárias, DECME, UFOP; 2. Departamento de Saneamento da Escola de Engenharia da UFMG; 3. DSEI/FUNASA; 4. Departamento de Ciências Biológicas, ICEB, UFOP. e-mail contato: [email protected]

O povo Xakriabá está aldeado em uma Terra Indígena localizada no norte de Minas

Gerais, sendo composta por 8.500 indivíduos, distribuídos em 52 aldeias e 1.224

domicílios. A ocupação limita-se pela disponibilidade de água, e a organização das

aldeias se dá em regiões onde há olhos d’água. Uma das maiores preocupações de tais

povos é a situação ambiental de suas terras, cada dia mais grave devido à redução da

oferta de água e esgotamento dos depósitos. A FUNASA, desde 2000, vem

intensificando as ações de saneamento básico, que, no entanto, necessitam ser avaliadas

quanto a sua eficácia. Assim, o objetivo desse trabalho foi determinar a prevalência de

protozooses intestinais na população de o a 12 anos, e avaliar a qualidade

microbiológica da água de consumo nesta população. No universo de 2.066 crianças de

0 a 12 anos, três amostras de fezes foram coletadas em dias alternados e unificadas em

dupla filtragem por centrifugação para realização do exame parasitológico de fezes,

através do Kit TF-Test®. Para realização da análise microbiológica da água, uma

amostra (n=324) de um total 1201 domicílios foi selecionada utilizando como critério a

presença de crianças infectadas por Giardia duodenalis e/ou Entamoeba histolytica no

domicílio, e uma amostra (n=42) de negativos como controle. A água de consumo foi

coletada em sacos coletores de 100 mL, e estas, enviadas ao Laboratório de Análise de

água na sede da FUNASA. Realizou-se filtração a vácuo em membrana Millipore®. As

membranas foram transferidas para placas de petri em meio ColiBlue®

- para detecção

de coliformes totais (colônias vermelhas), e Escherichia coli (colônias azuis), e

mantidas em estufa a 37°C por 24 horas para crescimento. Os protozoários patogênicos

observados foram Entamoeba histolytica/dispar (n=367; 17,8%), e Giardia duodenalis

(n=395; 19,1%). Os protozoários não patogênicos foram E. coli (n=658; 31,8%),

Iodamoeba butschlii (n=34; 1,6%) e Endolimax nana (n=84; 4,1%). Poliparasitismo por

protozoários patogênicos (n=58; 2,8%). Com relação à análise microbiológica da água

de consumo, das 324 amostras selecionadas, 27,1% apresentaram positividade para

Escherichia coli. A prevalência de protozooses intestinas e a freqüência de domicílios

com água contaminada por E. coli foram elevadas. Estes dados indicam a necessidade

de agregar ações de educação em saúde às medidas de engenharia sanitária

implementadas pela FUNASA na Terra Indígena Xakriabá. Apoio: CNPq e Fapemig.

Palavras-chave: Protozooses; População indígena; TF-Test.

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CULTIVO EM CÉLULAS IDE8 DE ANAPLASMA MARGINALE ORIUNDO DO SANGUE

DE VEADO CATINGUEIRO (MAZAMA GOUAZOUBIRA)

SILVEIRA, J.A.G.(D)1; RIBEIRO, M.F.B.1

1. Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG- Belo Horizonte, Minas Gerais

Anaplasma marginale isolados de ruminantes selvagens originam infecção branda em bovinos e

induz uma resposta imune que protege contra desafio de outras amostras de bovinos. O cultivo

in vitro de patógenos isolados de ruminantes silvestres torna-se importante pela dificuldade da

manutenção desses animais em cativeiro para estudos experimentais e liberação desses estudos

por parte das autoridades ambientais. O objetivo desse estudo foi isolar amostra de A.

marginale, oriundo de Veado Catingueiro de vida livre, em células embrionárias do carrapato

Ixodes scapularis, IDE8. A amostra sanguínea de Veado Catingueiro teve positividade

confirmada através de nested PCR e sequenciamento para A. marginale. Para aumentar a

parasitemia, uma alíquota desse sangue foi inoculada em um bezerro esplenectomizado livre de

hemoparasitos. Após 28 dias foram observadas hemácias com corpúsculos de A. marginale no

esfregaço de sangue periférico e, através da nPCR e sequenciamento foi confirmado a infecção

por A. marginale. Uma amostra de sangue foi colhida assepticamente do bovino e utilizada para

infectar células IDE8 livres, cultivadas em garrafas de 25cm2. As células infectadas foram

mantidas a 34ºC em meio L15B suplementado, contendo gentamicina. Semanalmente, o meio

das células foi trocado e o cultivo acompanhado. Alíquotas de células foram utilizadas: na 11º

passagem para testes moleculares de nPCR e sequenciamento, na 16º passagem para estudos

morfológicos através de Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET) e na 25º passagem, para

confecção de lâminas para teste de Reação de Imunofluorescências Indireta (RIFI). Nos

esfregaços celulares foram observados o vacúolos parasitófagos contendo material amorfo com

poucos corpúsculos, não apresentando colônias típicas de A. marginale. Porém, positivo no

nPCR com 99% de identidade com esse microrganismo. No estudo de MET foi constado

vacúolos contendo estruturas sugestivas de corpúsculos de A. marginale em meio a material

amorfo. A utilização destas células IDE8 como antígeno na RIFI, frente a soros de bovinos

sabidamente positivos, apresentaram fluorescência na diluição 1:40. Esse isolado de A.

marginale de Veado catingueiro não se estabeleceu adequadamente em IDE8 assim como

alguns isolados já descritos na literatura. Posteriores estudos da inoculação desse cultivo em

bovino serão realizados para observação se esses microrganismos são capazes de infectar e se

estabelecer nesse hospedeiro e também para análise de sua virulência.

Palavras chave: Anaplasma marginale, Cultivo celular, Veado Catingueiro

Apoio financeiro: Capes

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ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS MÉTODOS KATO-KATZ E SEDIMENTAÇÃO ESPONTÂNEA PARA O DIAGNÓSTICO

PARASITOLÓGICO DE CRIANÇAS EM NOVO CRUZEIRO-MG

Karina B. Santos1, Francisca H. C. Zanin1, Cíntia A. J. Pereira1, Romero A. Teixeira1,2, Élido Bonomo1, Camilo A. M. Silva3, Ronei L.C. Nicolato3, Joel A. Lamounier1, Deborah A. Negrão-Corrêa1, Mariângela Carneiro1. 1. UFMG, 2. UFVJM, 3. UFOP e-mail: [email protected]

O exame parasitológico de fezes pode ser executado por diferentes métodos, os quais apresentam vantagens e desvantagens, como sensibilidade, especificidade, custo e complexidade. Pode haver influência do número de ovos produzidos pelo parasito, do volume do material analisado e da carga parasitária, devendo ser escolhido o melhor método para cada situação. O presente trabalho teve como objetivo comparar métodos de diagnóstico parasitológico em crianças de seis meses a 14 anos residentes no município de Novo Cruzeiro-MG. Participaram do estudo 1141 crianças, sendo que 925 (81%) entregaram amostras de fezes para serem avaliadas pelo método de Kato-Katz (KK) e 882 (77,3%) entregaram amostras para análise por sedimentação espontânea (HPJ). Foi selecionada uma subamostra (n=552) para quantificação por sedimentação espontânea (HPJQT). Foram determinadas as concordâncias entre os métodos (índice kappa) e a carga parasitária. Verificou-se a ocorrência de 487 amostras positivas, independente do método utilizado para análise, indicando uma prevalência de 47,93% de parasitoses. O método de KK revelou elevado percentual de amostras contendo ovos de Schistosoma mansoni (n=125; 13,51%) e o método de HPJ diagnosticou 21 amostras (2,38%) contendo ovos deste parasito. As positividades para Ascaris lumbricoides foram 67 (7,24%) e 37 (4,20%) e para ancilostomídeos seis (0,65%) e 12 (1,36%) pelos métodos de KK e HPJ, respectivamente. No método HPJQT encontrou-se maior positividade desses helmintos comparada àquela demonstrada pelo método tradicional de HPJ: S. mansoni = 82 (14,86%), A. lumbricoides = 46 (8,33%) e Ancylostomidae = 28 (5,07%). Isso se deve ao fato de ter sido analisado maior número de lâminas na quantificação do que no método tradicional. Observou-se, para todos os helmintos, aumento do valor de Kappa e diminuição do percentual de falsos negativos com o aumento da carga parasitária. Em geral, os métodos de KK e HPJQT demonstraram maior concordância (k=0,44) para ovos de S. mansoni. Já nas análises feitas com ovos de A. lumbricoides os métodos HPJQL e HPJQT foram os mais concordantes (k=0,71). A pesquisa de ovos de ancilostomídeos demonstrou baixa concordância entre todos os métodos. A carga parasitária foi determinante para a concordância entre os métodos e para a sensibilidade do diagnóstico parasitológico, o que sugere a necessidade de emprego de mais de um método diagnóstico em áreas de baixa endemicidade.

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ELIMINAÇÃO DE OVOS DE MONIEZIA EXPANSA EM REBANHOS DE OVINOS NO NORTE DE MINAS GERAIS

OLIVEIRA, L. L. dos S.(D)1; ANTUNES, C. R.2; BRITO, S. N. S.2; RAMOS, L. F. 2;

SILVA, J. R. 2; LIMA, W. S1. 1- Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG – Belo Horizonte, Minas Gerais. 2-

Departamento de Ciências Agrárias, UNIMONTES – Janaúba, Minas Gerais.

As helmintoses gastrintestinais representam o maior e mais grave problema sanitário concernente à ovinocultura, e podem inviabilizar economicamente a criação. Os cestóides do gênero Moniezia tem ampla distribuição mundial, os parasitos adultos são encontrados no intestino delgado de ruminantes e necessitam de um hospedeiro intermediário, um ácaro da família Oribatidae. Este gênero apresenta duas espécies, Moniezia benedeni e Moniezia expansa, que geralmente não causam enfermidade grave, porém competem com o hospedeiro pelos nutrientes ingerido, representando uma perda na produção de leite e carne. A pesquisa em epidemiologia das parasitoses nos ovinos é muito importante para estabelecer formas adequadas de controle estratégico, visando à melhoria da produtividade na ovinocultura. Desse modo, com o objetivo de avaliar os aspectos epidemiologicos das helmintoses gastrintestinais foram realizadas coletas de fezes em rebanhos de ovinos mestiços Santa Inês e Dorper criados em sistema semi-extensivo nos municípios de Janaúba e Nova Porteirinha, norte de Minas Gerais. Os animais foram tomados ao acaso e correspondem aproximadamente 65% dos rebanhos de cada propriedade. As coletas de fezes foram realizadas mensalmente e as amostras coletadas individualmente, diretamente da ampola retal, armazenadas em sacos plásticos com a devida identificação e acondicionadas em isopor contendo gelo até a chegada ao laboratório. As contagens de ovos por grama de fezes (OPG) foi realizada segundo a técnica de Gordon e Whitlock modificada, conforme descrita por Ueno e Gonçalves. Os animais não receberam nenhum cestodicida durante o período experimental que ocorreu de agosto de 2010 a abril de 2011. A categoria das crias foi a mais afetada, apresentando picos nas contagens de OPG no mês de novembro de 2010, com média de 1.297, fevereiro e março de 2011, com médias de 1.525 e 1.924, respectivamente. A prevalência mensal variou de 0,75% em janeiro de 2011 a 8,26% no mês de novembro de 2010. A prevalência do período experimental foi de 3,9%. As crias são as mais afetadas, sendo necessário a adoção de medidas de controle para não prejudicar o desempenho destas. Palavras-chaves: Epidemiologia, Cestóides, Ovinos. Suporte Financeiro: UNIMONTES/FAPEMIG

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VARIAÇÃO ESTACIONAL DE NEMATÓIDES GASTRINTESTINAIS EM OVINOS NO MUNICÍPIO

DE JANAÚBA, MINAS GERAIS

OLIVEIRA, L. L. dos S.(D)1; SILVA, R. C.1; DRACZ, R. M.1; SILVA, A. F.1; LIMA, W. S1.

1.Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG – Belo Horizonte, Minas Gerais. As nematodioses gastrintestinais constituem no principal problema para a produção de ovinos, em todo o mundo, especialmente nas regiões tropicais, onde os prejuízos econômicos são mais acentuados. A pesquisa em epidemiologia destas parasitoses nos ovinos é importante para estabelecer formas adequadas de controle estratégico, visando à melhoria da produtividade na ovinocultura. Com o objetivo de estudar a variação estacional dos nematóides gastrintestinais e identificar o gênero predominante em um rebanho de ovinos no município de Janaúba, Norte de Minas Gerais. Foram realizadas mensalmente coletas de fezes diretamente da ampola retal de aproximadamente 65% do rebanho e armazenadas em sacos plásticos e identificadas. Foi realizada a contagem de ovos por grama de fezes (OPG) utilizando a técnica de Gordon e Whitlock modificada e coprocultura para obtenção das larvas segundo técnica de O’Sullivan modificada. As médias das contagens de OPG dos ovos da ordem Strongylidea apresentaram variações dos meses de novembro de 2009 a março de 2011. O aumento nas contagens do OPG com média de 1.156 nas fêmeas no mês de dezembro de 2009 ocorreu devido existir algumas fêmeas no período pós-parto; isto ocorreu provavelmente pela queda da imunidade no período periparto, verificado principalmente em ovelhas, no final do parto e início da lactação gerando uma elevada contagem de OPG. As contagens de OPG do rebanho apresentaram-se alta no mês de dezembro de 2009, com média de 645, devido corresponder ao período chuvoso na região. Nessa época do ano as condições ambientais são muito favoráveis ao desenvolvimento de formas larvares nas pastagens. Observou-se um aumento nas contagens de OPG na categoria das crias, com média de 1.115 em fevereiro e 1.375 em março de 2010. Em dezembro de 2010, período chuvoso, os animais foram vermifugados o que levou uma redução nas contagens de OPG do rebanho para uma média de 196, adiando o pico para o mês de fevereiro de 2011, com média de 1.870. Os resultados das culturas das fezes mostraram a predominância do gênero Haemonchus (71,3%), sendo também observados os gêneros Trichostrongylus

(23%), Oesophagostomum (4,8%), Strongyloides (0,5%) e Cooperia (0,4%). A pluviosidade influenciou diretamente na variação estacional dos nematóides gastrintestinais nos ovinos.

Palavras-chaves: Epidemiologia, Nematóides, Ovinos.

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ATIVIDADES OFICIAIS DE VIGILÂNCIA PARA INFLUENZA AVIÁRIA, DESENVOLVIDAS

NO BRASIL, NO PERÍODO DE 2004 A 2005.

MOTA, M.A. (D)1, 2; LIMA, F.S. 1; NUNES OLIVEIRA, P. F. 1; GUIMARÃES, M.P. 2

1 - MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Brasília, Distrito Federal.

2 - Departamento de Parasitologia – ICB – UFMG, Belo Horizonte, Minas Gerais.

No início dos anos 2000, o Brasil se consolidou como maior exportador mundial de carne

de frango. Para assegurar a qualidade sanitária e a manutenção do mercado internacional

avícola brasileiro, no período entre 2004 e 2005, foi organizado um programa oficial de

vigilância ativa para o vírus de IA. Este estudo monitorou 1.064 municípios de produção

avícola comercial, localizados em 14 estados brasileiros. As amostras para provas de

ELISA e IDGA e isolamento viral foram coletadas em aves com mais de 21 dias de idade.

Todas as amostras foram processadas em laboratório oficial de referência. Foram

coletados 106.226 soros e 7.017 pools de suabes traqueais e cloacais, no período entre

janeiro de 2004 a março de 2005. Foram utilizadas técnicas de análise espacial para

visualização da distribuição dos resultados sorológicos. Não houve resultado positivo para

IA, nas amostras submetidas ao teste de isolamento viral. Em 1.947 propriedades houve

apresentação de pelo menos um soro reagente ao ELISA, embora nenhum destes soros

tenha sido confirmado positivo a IDGA. Foi identificado um conglomerado epidemiológico,

localizado no Estado de Rondônia, contendo 24 municípios, delineado a partir da

interpolação de dados relacionados à reação de positividade na prova de ELISA e dos

dados geográficos de localização dos municípios de origem das amostras com reação

positiva ao teste. Estes dados foram confirmados durante a análise variográfica. Os

resultados encontrados nos testes sorológicos não foram suficientes para demonstrar

ausência de exposição prévia ao vírus de IA em 26 municípios amostrados, localizados em

6 Estados. Embora não tenha sido realizado isolamento viral nas amostras coletadas,

estudos futuros serão necessários para avaliar os riscos relacionados às áreas que

apresentaram positividade ao teste de ELISA ou àquelas áreas aonde o número amostral

não foi suficiente de forma a esclarecer a presença ou não de contato prévio daquelas

populações com o vírus de IA.

Palavras chaves:

Influenza Aviária, Parâmetros Espaciais, Controle de Doenças Avícolas, Brasil.

Suporte Financeiro: MAPA.

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Dinâmica populacional dos Ectoparasitos de bovinos em uma fazenda

comercial no Vale do Mucuri, sudeste do Brasil

Ferraz da Costa, M S V L1; Guimarães, M P1; Lima, W S1; Mota, M A1; Ferraz da Costa, A J L1; Simões,

RF1;Araújo,RN1

1Departamento de Parasitologia, Instituto de Ciências Biológicas, UFMG - [email protected]

O Brasil, país de clima predominantemente tropical e subtropical úmido, de

dimensão continental, com oito milhões de km2, possui população bovina próxima de

203 milhões de cabeças (IBGE, 2008) e apresenta características altamente favoráveis à

ocorrência de doenças parasitárias. As ectoparasitoses dos animais determinam um

significativo entrave para a pecuária nacional, pois causam redução na produtividade,

mortalidade de animais, aumento dos custos de produção, além de gastos com as

tentativas de controle. Esse controle é baseado, principalmente, no uso de compostos

químicos aplicados usando diferentes estratégias. A identificação da melhor época do

ano para sua aplicação, baseado nos estudos epidemiológicos, pode levar a um controle

mais eficiente. O objetivo desse estudo foi observar a variação sazonal e a dinâmica

populacional de larvas de Dermatobia hominis, partenógenas e teleóginas de

Riphicephalus (Boophilus) microplus e adultos de Haematobia irritans em bovinos. No

período de novembro de 2007 a setembro de 2009, dois grupos de novilhas foram

analisados, sendo eles: Grupo A - 32 novilhas ¼ Holandês-¾ Gir; Grupo B - 8 novilhas

½ sangue Holandês - ½ Gir com idade entre 15 e 26 meses e 6 a 17 meses,

respectivamente. As novilhas foram reunidas mensalmente para pesagem, contagens de

partenógenas e teleóginas de Ripicephalus (Boophilus) microplus (carrapatos), adultos

de Haematobia irritans (mosca do chifre) e nódulos causados por larvas de Dermatobia

hominis (berne). A região é caracterizada por um período chuvoso (outubro a março) e

um período seco (abril a setembro). A média mensal de temperatura variou de 14 a

16°C (mês de junho de 08 e junho e julho de 2009) a 33°C (novembro de 07 e abril e

outubro de 2008). A precipitação média no período chuvoso no ano de 2007/2008 foi de

119,16 mm, 2008/2009 foi de 118,0 mm e no período de 2009/2010 foi de 153,7 mm. O

período seco foi de 26,3 mm no ano de 2008 e de 47,6 mm em 2009. A umidade

relativa variou de 56 a 85% nestes dois anos de experimentos, sendo que a média do ano

de 2008 foi 68% e 81% em 2009. O ganho de peso dos dois grupos foi

estatisticamente semelhante (p>0,05) durante o período experimental e a média do

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grupo A foi de 136 Kg e do grupo B de 147 Kg. Os perfis do número de parasitos ao

longo do experimento foram diferentes entre os grupos, sendo que o grupo B apresentou

significativamente mais ectoparasitos que o grupo A (p<0,05) em uma contagem, 11 e

seis contagens para carrapatos, bernes e mosca do chifre, respectivamente. H. irritans

foi o ectoparasito que apresentou maior infestação, atingindo níveis acima de 93 moscas

por animal. A maior média de nódulos de D. hominis do grupo B foi no mês de

agosto/09 (32,7) e do grupo A no mês de setembro/09 (7,39) coincidindo com aumento

da temperatura e diminuição do índice pluviométrico. O maior pico de R. (B.)

microplus ocorreu no mês de agosto/08 (18,06) nas novilhas do grupo A concomitante

com ligeiro aumento da temperatura e do índice pluviométrico.

Palavras chaves: Ectoparasitoses, Dermatobia hominis, Riphicephalus

(Boophilus) microplus, e Haematobia irritans

Apoio: FAPEMIG, CNPq e Capes

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UTILIZAÇÃO DA QPCR NA DETECÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DO DNA DE LEISHMANIA EM CRIANÇAS COM INFECÇÃO ASSINTOMÁTICA, RESIDENTES EM

ÁREA URBANA ENDÊMICA PARA LEISHMANIOSE VISCERAL

Marques, LHS1 (D); Gomes, LI

2; Caixeta, IM

1; Silva, TAM

1; Oliveira, E

2; Morais, MHF

1; Rabello, A

2;

Carneiro, M1.

1. Universidade Federal de Minas Gerais; Belo Horizonte, MG;

2. Centro de Pesquisas René Rachou; Fundação Oswaldo Cruz, Belo Horizonte, MG.

Identificar e entender a relevância da infecção assintomática no ciclo de transmissão do parasito é,

atualmente, uma questão-chave para o controle da leishmaniose visceral. O objetivo do presente

estudo foi acompanhar o curso da infecção por Leishmania em crianças residentes em área urbana do

município de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Utilizou-se como ferramenta a PCR quantitativa

em tempo real (qPCR) a fim de detectar o DNA de Leishmania e monitorar o nível de parasitemia ao

longo do tempo. Após a coleta das amostras de sangue periférico em papel filtro de 1875 crianças foi

realizado o ensaio ELISA com antígeno bruto de L. infantum e com antígeno recombinante K39. As

amostras positivas em pelo menos um teste (n=317) e parte das negativas (n=242) foram submetidas

à qPCR, utilizando como alvo o gene SSU rRNA. Após 12 meses, um subgrupo de 199 crianças

tiveram seu sangue periférico coletado em tubos de vácuo e foram reavaliadas para observar o curso

da infecção. A primeira avaliação pela qPCR encontrou 82 amostras positivas, sendo 49 (59,8%)

também positivas na sorologia e 33 (40,2%) negativas. A taxa de prevalência, estimada para 1875

crianças, baseada na qPCR foi 13,9%. A avaliação pela qPCR das amostras de sangue total,

coletadas após 12 meses nas crianças participantes da coorte (n=199) mostrou os seguintes

resultados: das 44 (22,1%) crianças que foram positivas pela qPCR na 1ª avaliação, somente 10

(5,2%) permaneceram positivas e 34 (17,1%) tornaram-se negativas. Das 155 (77,9%) crianças com

resultado negativo na qPCR, 131 (65,8%) permaneceram negativas e 24 (12,1%) tornaram-se

positivas ao longo do seguimento. A avaliação do nível de parasitemia foi medida nas duas etapas.

As amostras diagnosticadas positivamente na primeira etapa (n=82) apresentaram média de 56,5

parasitos/mL de sangue. Em contrapartida, na segunda etapa, a média de parasitemia avaliada nas

amostras que permaneceram positivas foi 7,8 parasitos/mL de sangue. Nenhuma criança apresentou

manifestações clínicas e houve redução do nível de parasitemia no sangue das crianças que

permaneceram positivas ao longo da coorte. Sendo assim, é possível concluir que a utilização da

qPCR em estudos epidemiológicos possibilita diagnosticar de maneira segura a infecção por L.

infantum e, adicionalmente aos métodos sorológicos, monitorar os níveis de parasitemia

considerados insuficientes para desenvolvimento de sinais clínicos em indivíduos assintomáticos.

Palavras-chave: leishmaniose visceral, assintomáticos, PCR em tempo real

Suporte Financeiro: CNPq/DECIT/MS - FAPEMIG

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LEISHMANIOSE FELINA NO BRASIL

- REVISÃO DE LITERATURA -

MATIAS, C. S.,1 FERREIRA, R. A.,1,2 DINIZ, R.C.3

1Laboratório de Microscopia da FEAD, 2 Departamento de Parasitologia, Instituto de

Ciências Biológicas UFMG, 3 Departamento de clínica e cirurgia da UFMG.

A Leishmaniose felina (FL) é uma doença antiga relatada pela primeira vez em 1912 e

desde então vem ocorrendo de forma esporádica em diversas partes do mundo. Esse

trabalho teve por objetivo fazer uma revisão de literatura sobre a etiologia, métodos de

diagnóstico, epidemiologia e tratamento da LF. O Brasil apresenta posição de destaque

por deter o maior número e os mais recentes casos de infecção natural; dos 54 relatos

mundiais 16 foram de ocorrência no Brasil, representando 30,8%. O primeiro caso foi

descrito em 1939 no Pará, posteriormente sucessivos casos foram relatados em Minas

Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso e Ceará. O felino representa fonte

alimentar atrativa para o flebótomo que tem alta taxa de ingurgitamento neste hospedeiro

e possui característica favorável à infecção pelo seu hábito crepuscular e noturno

semelhante aos dos vetores. Em 2010 no estado do Mato Grosso foi relatado o primeiro

caso em felinos selvagens. A Leishmania chagasi foi identificada em 37,5% dos animais.

Em sua forma cutânea os agentes identificados foram Leishmania braziliensis e

Leishmania amazonensis. As manifestações clínicas observadas nos gatos parecem ser

similares àquelas que ocorrem na leishmaniose humana e canina sendo observados sinais

como anorexia, vômito, diarréia, caquexia, apatia, desidratação, febre, dermatites, úlceras

e nódulos cutâneos. Em alguns casos, há presença de esplenomegalia, hepatomegalia,

linfadenomegalia e onicogrifose. Também ocorrem manifestações oculares, como uveíte,

ceratite, úlcera e edema de córnea. As alterações dermatológicas estiveram presentes em

86,7% dos relatados. Os agentes imunossupressores, como os vírus FIV e/ou vírus da

FeLV podem ser um agravante à LF. O diagnóstico clínico baseado nas alterações do

exame físico do paciente possui pouco valor isoladamente, sendo necessários exames

laboratoriais. Os métodos diagnósticos utilizados nos felinos não se diferem dos caninos,

entretanto estudos futuros necessitam ser realizados e padronizados para os felinos. No

Brasil nenhum felino recebeu tratamento, mas dados relatam sucesso em 54% dos

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animais. Considerando o aumento de casos nos últimos anos, a LF deve entrar como

diagnóstico diferencial na rotina clínica e pode torna-se uma ameaça a saúde pública. O

número crescente de casos na literatura sugere que o gato pode ter um papel importante

na cadeia epidemiológica da doença. Assim novos estudos são necessários para elucidar o

papel dos felinos na leishmaniose.

Palavras-chave: Gato, Leishmaniose, Zoonose

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OCORRÊNCIA DE PARASITOS EM AMOSTRAS DE ALFACE (Lactuca sativa)

COMERCIALIZADAS EM DIFERENTES ESTABELECIMENTOS DO MUNICÍPIO

DE CORONEL FABRICIANO, MINAS GERAIS

Menezes, WA1; Maia, MC

2

1,2

Departamento de Ciências Biológicas do Centro Universitário do Leste de Minas

Gerais - Ipatinga, MG

As verduras in natura são importantes veículos de transmissão de doenças

parasitárias. Estudos realizados no Brasil têm verificado a possibilidade de

contaminação de pessoas por helmintos e protozoários devido à ingestão de verduras

provenientes de áreas cultivadas e contaminadas por dejetos fecais humanos ou de

animais, uma vez que são precárias as condições de higiene nos locais de produção, no

transporte e no manuseio de tais alimentos. O presente trabalho teve como objetivo

verificar a ocorrência de parasitos em amostras de alface (Lactuca sativa)

comercializadas em supermercados e feiras livres do município de Coronel Fabriciano,

MG. Foram coletadas 7 amostras, sendo 3 provenientes de feiras livres e 4 de

supermercados durante os meses de Agosto, Setembro e Outubro de 2010 e cada

amostra era composta por 3 pés de alface coletados no centro e nas extremidades das

bancas de verdura. As amostras foram pesadas, lavadas em solução fisiológica e

detergente neutro segundo a técnica descrita por Oliveira & Germano (1992) e o

sedimento resultante foi analisado em microscópio de luz. Das 7 amostras analisadas,

observou-se que, 7 (100%) estavam contaminadas por cistos de Entamoeba sp e 1

(14,28%) continha ovos de Ascaris lumbricoides. Constatou-se ainda que, 7 (100%)

apresentaram insetos, 2 (28,57%) continham lesmas da espécie Deroceras laevis e 2

(28,57%) continham lagartas. Esses resultados indicam que os parasitos são resistentes

às condições ambientais e facilmente disseminados por verduras não higienizadas

devidamente.

Palavras-chave: Alface. Verduras. Parasitos. Helmintos. Protozoários.

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DISTRIBUIÇÃO DOS VETORES E RESERVATÓRIOS DOMÉSTICOS DAS LEISHMANIOSES NO MUNICÍPIO DE DIVINÓPOLIS, MG, BRASIL.

Nascimento, B. W. L1 (M); Neto, R. G. T1; Tonelli, G. B2; Nascimento, R. A2; Botelho, H. A1; Gontijo, C. M. F1; Silva, E. S2; Filho, J. D. A1.

1Centro de Pesquisas René Rachou/FIOCRUZ – CRNIF; Belo Horizonte-MG 2Universidade Federal de São João del Rei – CCO; Divinópolis-MG

Há algumas décadas, casos autóctones de leishmanioses vêm sendo notificados em grandes cidades. O município de Divinópolis é considerado uma região endêmica de transmissão da leishmaniose tegumentar e no ano de 2010, foram confirmados os primeiros casos de leishmaniose visceral humana. Nesta pesquisa propomos estudar a distribuição das leishmanioses, assim como seus reservatórios domésticos, e identificar as espécies e a sazonalidade de flebotomíneos (Diptera: Psychodidae), no município de Divinópolis – MG. Inicialmente houve coleta de amostras de animais domésticos para a detecção e identificação das espécies de Leishmania spp. presentes nesses hospedeiros durante 12 meses. Para o isolamento do parasito, fragmentos de pele, baço e medula foram incubados em meio de cultura bifásico NNN/LIT. As capturas sistemáticas de flebotomíneos foram realizadas com armadilhas luminosas do tipo HP, de setembro de 2010 a março de 2011. Aproximadamente três mil animais foram submetidos à sorologia para leishmaniose visceral canina, destes, 229 apresentaram conversão sorológica, no entanto apenas 25 cães foram necropsiados e 13 apresentaram cultura positiva identificados pela técnica da PCR-RFLP com Leishmania chagasi. Foram coletados 577 espécimes de flebotomíneos, sendo o mês de março o que apresentou o maior número de insetos, 109 exemplares. Durante os meses de captura houve uma variedade no número de flebotomíneos, possivelmente influenciada pela umidade relativa do ar e temperatura. Várias espécies foram identificadas, sendo Lutzomyia longipalpis (64%), Lutzomyia lenti (18%) e Lutzomyia whitmani (5%) as três mais abundantes. O isolamento de amostras de Leishmania em diversos cães e a caracterização das espécies envolvidas na transmissão, contribuiu para o conhecimento dos métodos de detecção da infecção nestes hospedeiros. A identificação das espécies e a sazonalidade dos flebotomíneos possibilitou um maior conhecimento da diversidade da fauna destes insetos no município e seus arredores.

Palavras-Chave: Leishmanioses, Reservatório doméstico, Flebotomíneos.

Apoio: FIOCRUZ/Cpqrr, UFSJ, FAPEMIG.

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INCIDÊNCIA DE ENTEROPARASITOSES EM CRIANÇAS DE UM CENTRO

INFANTIL PUBLICO DA REGIONAL OESTE DE BELO HORIZONTE, MG

OLIVEIRA, IC1*; OLIVEIRA, CN1; ARAUJO, FMG1

1. Departamento de Parasitologia, UNIFENAS, Belo Horizonte, Brasil;

* IC

As enteroparasitoses representam um grande problema de saúde pública. Sua

ocorrência está associada principalmente, com a falta de infra-estrutura das

habitações, condições de saneamento básico e práticas de higiene

inadequadas. O presente estudo teve por objetivo determinar a ocorrência de

parasitoses intestinais em crianças, de 0 a 6 anos de idade atendidas por um

centro infantil público da regional oeste de Belo Horizonte (MG), Brasil.

Questionários para coleta de dados acerca das condições higiênico-sanitárias

das moradias e outros fatores relevantes para o estudo foram respondidos

pelos pais. Foram analisadas 54 amostras fecais pelo método de Hoffman,

Pons e Janer. Verificou-se que 14,81% das crianças apresentaram parasitismo

intestinal. Os parasitas encontrados foram: Entamoeba coli (7,14%),

Hymenolepis nana (5,55%) e Trichuris trichiura (1,85%). Apesar de a instituição

ser atendida por serviços públicos de água encanada e tratada, coleta de lixo e

esgotamento sanitário, o índice de parasitismo observado requer intervenção e

aplicação de medidas educativas.

Palavras-chave: Enteroparasitoses, Crianças, Saneamento básico.

Apoio: UNIFENAS-BH

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REPRESA DA PAMPULHA PERMANECE UM POTENCIAL FOCO URBANO DE TRANSMISSÃO DA ESQUISTOSSOMOSE EM BELO HORIZONTE, MINAS GERAIS, BRASIL

Pinto, H. A.; Mati, V. L. T. & Melo, A. L. Laboratório de Taxonomia e Biologia de Invertebrados, Departamento de Parasitologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas Gerais. CP 486, 30123-970, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected] Construída no final da década de 30 do século passado, a represa da Pampulha, um dos principais pontos turísticos da capital do estado de Minas Gerais, tornou-se já àquela época um foco de transmissão de esquistossomose mansoni. Vários estudos relacionados aos moluscos vetores da doença foram realizados nesta represa, existindo registros da ocorrência das três espécies de Biomphalaria com importância epidemiológica na transmissão do Schistosoma mansoni no Brasil, sendo B. glabrata e B. tenagophila já encontradas naturalmente infectadas no local. Durante estudos sobre larvas de trematódeos ocorrentes na represa da Pampulha realizados entre janeiro de 2009 e setembro de 2011, 46 coletas malacológicas foram conduzidas em diferentes pontos da represa, sendo examinados 14.165 exemplares de Biomphalaria spp. Destes, 2.229 espécimes (15.7%) apresentavam-se infectados por larvas de trematódeos. B. straminea, a espécie com maior distribuição e elevadas densidades populacionais, principalmente na região próximo ao córrego Mergulhão, não foi até o momento encontrada infectada por S. mansoni, embora outras 10 espécies de trematódeos tenham sido encontradas nestes moluscos na região. B. tenagophila e B. glabrata foram coletadas na região próxima aos córregos AABB e Olhos D´água na maioria das vezes em pequenas populações, sendo encontrados 3 (7,3%) e 6 (1,5%) exemplares de B. glabrata eliminando cercárias de S. mansoni, respectivamente, em outubro de 2010 e setembro de 2011. Estas cercárias foram inoculadas por via subcutânea em exemplares de camundongos, sendo a perfusão do sistema porta hepático e o oograma realizados oito semanas após a infecção. A morfologia e a oviposição dos parasitos recuperados foram compatíveis com o observado em outras linhagens mantidas em laboratório. Tendo em vista que os últimos registros oficiais de moluscos infectados por S. mansoni foram realizados há quase três décadas, o presente estudo indica que a lagoa da Pampulha apresenta ainda características de um potencial foco urbano da esquistossomose em Belo Horizonte. Estudos relacionados à biologia de outras larvas de trematódeos transmitidos por moluscos na região estão sendo conduzidos.

Palavras chave: esquistossomose, moluscos, Biomphalaria, Lagoa da Pampulha, infecção natural. Apoio: CNPq

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ENTEROPARASITOS NO LITORAL NORTE DO ESPÍRITO SANTO: EDUCAÇÃO AMBIENTAL E EM SAÚDE

AMORIM, R.F.(IC)1; ALMEIDA, C.P.1; CRAUSE, D.H.1; DAMAZIO, S.M.1; MACIEL, J.S.1; ALBUQUERQUE, N.O.1; ESTEVES, R.G.1; MELO, A.L.2;

SOUZA, M.A.A.1 1- Departamento de Ciências da Saúde, CEUNES/UFES - São Mateus, Espírito

Santo 2- Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG - Belo Horizonte, Minas Gerais

Considerando a ocorrência de zoonoses no litoral brasileiro, as precárias condições sanitárias, de moradia e deficiências alimentares contribuem para a manutenção de elevada prevalência de parasitoses intestinais, principalmente em populações de baixo nível socioeconômico. Além do custo financeiro e de medidas técnicas, o que mais dificulta a implementação de ações de controle, é a falta de projetos de educação sanitária integrados à comunidade. Com o objetivo de verificar a presença de possíveis enteroparasitos, procurou-se avaliar a qualidade sanitária da areia da praia do Balneário de Guriri, São Mateus, ES e propor o controle de enteroparasitos por meio da educação sanitária. Para tanto, entre os meses de fevereiro e agosto de 2011 foram coletadas 320 amostras de areia da Praia do Balneário de Guriri. Foram estabelecidos 20 pontos de coleta ao longo da faixa arenosa seca, com distância regular aproximada de 200 metros entre eles. Em cada ponto, definiu-se um quadrante de 4 metros quadrados e em cada um dos vértices foram coletados 80g de areia. As amostras foram acondicionadas, individualmente, em embalagens plásticas, etiquetadas e transportadas ao Laboratório de Análises Clínicas do Centro Universitário Norte do Espírito Santo/UFES, em caixa de isopor, e mantidas sob refrigeração até seu processamento. Foram utilizados os métodos de Sedimentação Espontânea (HPJ) e Flutuação (Willis) e a leitura das lâminas realizada, ao microscópio de luz, em duplicata. Das 320 amostras de areia analisadas, 13 estavam positivas, representando 4,06% do total. Foram encontrados em quatro amostras, oocistos de Isospora sp., ovos de Toxocara sp. em uma outra amostra, ovos de Ascaris lumbricoides em duas amostras e larvas de Ancylostoma sp. em outras seis amostras. Os dados obtidos no presente estudo, apesar de serem preliminares, indicam a necessidade de adoção, pelos órgãos governamentais, de medidas efetivas de controle e saneamento visando impedir transmissão de zoonoses. Dessa forma, ações de promoção à saúde humana e educação ambiental, como por exemplo, conscientização da população freqüentadora da praia de Guriri sobre a presença desaconselhável de animais domésticos nesse local devem ser programadas. Palavras-chave: Praia, Areia, Transmissão

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Duboisiella proloba (TREMATODA: STRIGEIDAE) EM Didelphis albiventris

(MARSUPIALIA: DIDELPHIDAE): PRIMEIRO RELATO PARA O ESTADO

DE MINAS GERAIS

Santos, H. A1; Pinto, H. A.2; Guimarães, M. P.1 & Melo, A. L2.

1 Laboratório de Helmintologia Veterinária 2 Laboratório de Taxonomia e Biologia de Invertebrados

Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG. CP 486, 30123-970, Belo Horizonte,

Minas Gerais, Brasil.

Os marsupiais do gênero Didelphis Linnaeus, 1758, popularmente conhecidos como

gambás, são endêmicos do continente Americano. Apesar da existência de quatro

espécies no Brasil, estudos relacionados à helmintofauna destes marsupiais são

relativamente escassos. Visando ampliar o conhecimento sobre helmintos parasitos do

gambá-de-orelha-branca, Didelphis albiventris Lund, 1840, exemplares capturados na

região noroeste do município de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, entre junho de

2006 e março de 2007, foram necropsiados. Os trematódeos encontrados foram

coletados, comprimidos entre duas placas de vidro e fixados em formol a 10%.

Exemplares foram corados em carmim acético, desidratados em série de alcoóis,

diafanizados em creosoto de faia e montados em bálsamo do Canadá. De 30 exemplares

de D albiventris examinados, sete (23,3%) apresentavam trematódeos da família

Strigeidae no intestino delgado, sendo verificada intensidade média de infecção de 20,6

(1-105). O estudo morfológico em microscópio de luz possibilitou a identificação de

Duboisiella proloba Baer, 1938, espécie descrita em Didelphis aurita Wied-Neuwied,

1826 no estado de São Paulo. Relata-se o primeiro caso de D. proloba parasitando D.

albiventris em Minas Gerais, sendo este um novo registro do parasito no país desde a

sua descrição original. Aspectos relacionados ao ciclo biológico deste parasito são ainda

desconhecidos. Estudos visando ampliar o conhecimento sobre a helmintofauna de

marsupiais do estado de Minas Gerais estão sendo conduzidos.

Palavras Chave: marsupiais, helmintos, Trematoda, Minas Gerais, gambá.

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Mathevotaenia argentinensis (CESTODA: ANOPLOCEPHALIDAE) EM Didelphis

albiventris (MARSUPIALIA: DIDELPHIDAE): PRIMEIRO RELATO PARA O

BRASIL

Santos, H. A1; Pinto, H. A.2; Guimarães, M. P.1 & Melo, A. L2

1 Laboratório de Helmintologia Veterinária 2 Laboratório de Taxonomia e Biologia de Invertebrados

Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG. CP 486, 30123-970, Belo Horizonte,

Minas Gerais, Brasil.

Didelphis albiventris Lund, 1840, popularmente conhecido como gambá-de-orelha-

branca, é um marsupial com ampla distribuição pela América do Sul. O seu hábito

alimentar generalista e a redução de seus ambientes naturais favorecem a adaptação a

áreas urbanas e aquisição de hábitos sinantrópicos. Nesse sentido, estudos visando

ampliar o conhecimento sobre a helmintofauna destes marsupiais no Brasil são

necessários. Durante necropsia de exemplares de D. albiventris capturados na região

noroeste do município de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, entre junho de 2006 e

março de 2007, verificou-se a infecção destes marsupiais por cestóides. Os parasitos

encontrados foram coletados, comprimidos entre duas placas de vidro e fixados em

formol a 10%, corados pelo carmim acético, desidratados em série de álcoois,

diafanizados em creosoto de faia e montados em bálsamo do Canadá. Os espécimes

foram analisados em microscópio de luz e identificados segundo chaves taxonômicas e

descrições de diferentes autores. De um total de 30 exemplares de D. albiventris

necropsiados, um exemplar (3,3%) apresentou cestóides no intestino delgado, sendo

verificada intensidade de infecção de 72 parasitos. Após caracterização morfológica os

parasitos foram identificados como Mathevotaenia argentinensis Campbell, Gardner &

Navone, 2003, espécie descrita deste mesmo hospedeiro da Argentina. Esta difere de

Mathevotaenia bivittata (Janicki, 1904), espécie já relatada em D. albiventris no Brasil,

principalmente pelo maior tamanho do corpo e maior quantidade de testículos. Este é o

primeiro relato de M. argentinensis para o Brasil. Estudos relacionados aos helmintos

parasitos destes marsupiais do estado de Minas Gerais estão sendo conduzidos.

Palavras-Chave: gambá, parasitos, cestóides, Mathevotaenia, Minas Gerais.

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ESTUDO DA RESPOSTA HUMORAL EM CRIANÇAS INFECTADAS POR

Schistosoma mansoni E CO-INFECTADAS POR PARASITOS INTESTINAIS

Silva, A.P.1(IC); Zanin, F.H.C.1,2; Santos, K.B.1; Pereira, C.A.J.1; Araújo, E.S.1,

Rodrigues, V.F.1, Oliveira, V.G.1, Silva, C. A. M.3, Bonomo, E.3; Teixeira, R.A.4;

Lamounier, J. A. 5; Carneiro, M. 1; Negrão-Correa, D. 1

1 - Departamento de Parasitologia - ICB/UFMG, 2 – Departamento de Farmácia –

HGIP / IPSEMG, 3 – Nutrição / UFOP, 4 Nutrição / UFVJM, 5 – Faculdade de Medicina

/ UFSJ

Em áreas endêmicas para esquistossomose no Brasil, são freqüentes

indivíduos co-infectados por Schistosoma mansoni e outros helmintos e/ou

protozoários intestinais. No entanto, poucos estudos avaliam o efeito da co-

infecção na resposta imune induzida pelos parasitos. O objetivo deste trabalho

foi avaliar a reatividade de anticorpos frente a antígeno solúvel de ovos de

Schistosoma mansoni (SEA) em crianças não infectadas, infectadas por S.

mansoni e/ou parasitos intestinais. Foram avaliadas amostras de fezes e

sangue de 640 crianças com idade entre 6 meses e 14 anos, residentes em

Novo Cruzeiro (MG). O diagnóstico parasitológico foi realizado pelos métodos

de Kato-Katz e HPJ e a reatividade de IgG sérica frente a SEA foi avaliada pela

técnica de ELISA. Foram identificadas pelos métodos parasitológicos 240

crianças não infectadas, 130 com S. mansoni, 108 com outros helmintos e 185

com protozoários. Na avaliação da resposta humoral, as crianças com

infecções mais prevalentes foram re-categorizadas em: Monoinfectadas: S.

mansoni (n=58), Ascaris lumbricoides (n=56), Ancylostomidae (n=15).

Coinfectadas: S. mansoni e protozoários (n=49), S. mansoni e helmintos

(n=13), S. mansoni, protozoários e helmintos (n=10), S. mansoni e A.

lumbricoides (n=7) S. mansoni e Ancylostomidae (n=16). Crianças infectadas

com S. mansoni tiveram aumento significativo do nível de IgG anti-SEA,

independente das coinfecções, comparadas às crianças não infectadas ou

apenas infectadas por protozoários. Entretanto, crianças infectadas por outros

helmintos mostraram reatividade elevada contra SEA. Análises subseqüentes

revelaram que a reatividade elevada contra SEA foi detectada em crianças

infectadas por A. lumbricoides, mas não por Ancilostomídeos. Os resultados

mostram que crianças com A. lumbricoides apresentam reatividade cruzada

contra antígenos de S. mansoni. A presença de reatividade cruzada entre estes

helmintos pode justificar o baixo número de crianças co-infectadas por estes

parasitos.

Palavras-chave: Schistosoma mansoni, co-infecção, helmintos intestinais,

protozoários intestinais, resposta humoral

Apoio Financeiro: CNPq e FAPEMIG

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Discrepância de testes sorológicos em inquérito epidemiológico de infecção assintomática por Leishmania spp. em crianças residentes em área de transmissão urbana

Thais Silva1,2, Edward Oliveira1, Luciana Gomes1, Letícia Marques1,2, Maria Helena Morais2, Ana Rabello1, Mariângela Carneiro2

1. Centro de Pesquisas René Rachou, Belo Horizonte (BH), Minas Gerais (MG). 2. Universidade Federal de Minas Gerais, BH, MG.

A leishmaniose visceral (LV) constitui um sério problema de saúde pública para a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), apresentando número crescente de casos e elevada letalidade. Possivelmente, um dos fatores que contribui para essa situação é o diagnóstico tardio da doença, dificultando a tomada de decisão para o tratamento e o estabelecimento de estratégias de controle em áreas de expansão da transmissão urbana. Esse trabalho teve como objetivo comparar resultados obtidos com três diferentes testes sorológicos, utilizados para diagnóstico da infecção por Leishmania spp. em crianças residentes em área de transmissão ativa. Foram selecionadas aleatoriamente 1.875 crianças, com idade até 7 anos, residentes em três bairros: Pindorama (675 crianças), Glória (679 crianças) e Serrano (521 crianças). Dessas crianças, foram coletadas amostras de sangue da polpa digital, em papel filtro, que foram submetidas ao ensaio imunoenzimático de ELISA, usando antígeno total de L. infantum (ELISA-L. infantum) ou antígeno recombinante K39 (ELISA-rK39) e ao Teste de Aglutinação Direta (DAT-LPC). Das 321 crianças que apresentaram um dos três testes sorológicos positivos na primeira avaliação, foram coletadas amostras de soro em 217, após um ano, para serem submetidas ao mesmos testes da primeira coleta. Na primeira etapa do estudo, a prevalência de infecção, considerando todas as amostras positivas em ao menos um dos testes sorológicos, foi de 17,1% (321/1875), distribuído em 16,4% (111/675) no Pindorama, 16% (109/679) no Glória e 19,3% (101/521) no Serrano. O ensaio de ELISA-rK39 apresentou maior porcentual de crianças positivas (14,9%) em relação ao ELISA-L. infantum (2,8%) e ao DAT (0,3%). Não houve concordância entre os resultados dos três testes sorológicos, resultando em apenas uma amostra positiva nos três testes avaliados. Duas amostras foram positivas pelo ELISA-L. infantum e DAT-LPC, e quatorze amostras apresentaram resultados positivos nos dois ensaios imunoenzimaticos de ELISA-L. infantum e ELISA-rK39. Na segunda etapa do estudo, o porcentual geral de soropositividade foi de 8,7% (19/217), sendo 7,3% (5/68) no bairro Pindorama, 13,3% (10/75) no bairro Glória e 5,4% (4/74) no bairro Serrano. O ensaio ELISA apresentou um porcentual de positividade de 4,1% para os dois antígenos utilizados e o DAT de 1,3% (3/217). Uma amostra foi positiva nos dois ensaios de ELISA (rK39 e L. infantum) e outra amostra foi positiva pelo DAT e pelo ELISA-L. infantum. O porcentual geral de positividade demonstrado pelos testes sorológicos apresentou redução de 8,4%, após um ano de intervalo. Não houve concordância dos resultados positivos apresentados pelos três testes na primeira e segunda etapa, e observou-se queda significativa da positividade entre a primeira e segunda coleta. As crianças que tiveram resultados positivos não apresentaram sinais e sintomas sugestivos da doença, após um ano de acompanhamento. Esses achados indicam que houve auto-resolução da infecção na maior parte das crianças infectadas. Palavras chave: Leishmaniose Visceral; Testes sorológicos; Inquérito epidemiológico; Assintomáticos. E-mail: [email protected] Apoio Financeiro: MCT/CNPq/CT-Saúde/MS/DECIT); FAPEMIG.

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ÁREA: Bioquímica e Genômica de Parasitos e Vetores

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Caracterização molecular da proteína eIF5-A em popu lações do Trypanosoma cruzi sensíveis e resistentes ao Benzonidazol Gonçalves, A.T.S.; Duarte, A.P.M.; Romanha, A.J.; Murta, S.M.F. Laboratório de Parasitologia Celular e Molecular, Centro de Pesquisas René Rachou - FIOCRUZ, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

Os únicos medicamentos utilizados no tratamento clínico da doença de Chagas

são o Nifurtimox (NFX) e Benzonidazol (BZ). Ambos possuem baixa eficácia de cura

principalmente na fase crônica da doença e a eficácia do tratamento depende da

suscetibilidade das cepas de T. cruzi, estágio da doença e fisiologia e sistema imune

do hospedeiro. Em nosso laboratório com objetivo de estudar o mecanismo de

resistência do T. cruzi ao BZ foi realizado uma análise proteômica das formas

tripomastigotas de populações do T. cruzi sensíveis (BZS) e resistentes (BZR) ao BZ

(Santos et al., 2008 – em preparação). Entre as proteínas identificadas foi observado

que em T. cruzi a expressão da proteína eIF-5A (fator de iniciação da tradução 5alpha)

está diminuída na população resistente BZR em relação ao seu par sensível, BZS.

eIF5-A é uma proteína de 18 kDa, ácida (pI 4,5), altamente conservada e é essencial

para as células eucarióticas. Apesar de ter sido identificado como um fator iniciador da

tradução, seu papel funcional das células eucarióticas não está definido. Desta forma

este projeto estamos investigando o envolvimento desta proteína no fenótipo de

resistência do T. cruzi ao BZ. Inicialmente iremos determinar o nível de mRNA do gene

eIF-5A nas diferentes populações do T.cruzi através do PCR em tempo real

quantitativo. Em seguida, iremos avaliar a expressão da proteína eIF5-A nestas

populações do T. cruzi utilizando ensaios de western blot. Com o objetivo de fazer

uma análise funcional da proteína eIF5-A, as populações do T. cruzi sensíveis e

resistentes ao BZ foram previamente transfectadas com gene TceIF5 para

superexpressar este genes nestas populações. Neste atual projeto, realizamos

ensaios de western blot com anticorpo anti-eIF5-A utilizando estas populações do

parasito e observamos maior expressão da proteína eIF5-A nos transfectantes.

Atualmente, estamos avaliando a susceptibilidade destes parasitos transfectados e

não-transfectados ao BZ. Os resultados poderão comprovar ou excluir um possível

envolvimento da proteína TceIF5A no fenótipo resistência do T. cruzi.ao BZ.

Palavras-chave: Trypanosoma cruzi, Resistência a drogas e Benzonidazol

Apoio financeiro: FAPEMIG, CNPq e FIOCRUZ/PDTIS

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CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE Toxoplasma gondii OBTIDO DE CASOS HUMANOS DE TOXOPLASMOSE CONGÊNITA NO ESTADO DE MINAS GERAIS

Ana Carolina de Aguiar Vasconcelos Carneiro1, Gláucia M. Q. Andrade2, José N. Januário2, Ericka V. M. Carellos2, Daniel V. Vasconcelos-Santos2, Adriana M. Ferreira1, Breno Veloso Pinheiro1,Júlia Gatti Ladeia Costa1,Ricardo W. A. Vítor1. 1Departamento de Parasitologia, Instituto de Ciências Biológicas, UFMG, MG. 2Faculdade de Medicina, UFMG, MG. Email: [email protected]

Toxoplasma gondii é um parasito apicomplexo amplamente distribuído de grande importância médica. Em humanos, a transmissão congênita tem sido responsabilizada pela ocorrência de abortos, natimortos, debilidade e mortalidade neonatal. Através do Programa Estadual de Triagem Neonatal em Minas Gerais, 146.307 crianças foram submetidas à pesquisa de anticorpos IgM anti-T. gondii, em amostras de sangue seco em papel filtro. Dessas, 220 que apresentaram resultado positivo/duvidoso foram selecionadas para este estudo. Foram coletadas amostras de sangue periférico desses recém nascidos para bioensaio. A toxoplasmose foi confirmada em 178 crianças que apresentaram anticorpos IgG persistentes até o 12º mês de vida. Através do bioensaio foram obtidos 27 isolados de T. gondii. A parasitemia foi evidenciada em 15,2% (27/178) dos recém-nascidos com toxoplasmose congênita. A variabilidade genética dos isolados foi analisada por Tamanho de Fragmento de Restrição (PCR-RFLP) em 11 loci (SAG1, 5’3’SAG2, SAG2 alt, SAG3, BTUB, GRA6, c22-8, c29-2, L358, PK1, Apico). As cepas RH88 (Tipo I), ME49 (Tipo II) e VEG (Tipo III) foram utilizadas como cepas de referência. O genótipo completo foi obtido em 25/27 (92,6%) dos isolados. Quatorze genótipos diferentes foram identificados, sendo doze novos genótipos, e um isolado com infecção mista. Dois genótipos encontrados são comuns no Brasil (BrII e BrIII). Não foi identificado nenhum genótipo arquétipo tipo I, II ou III nos isolados estudados. Este estudo confirma a variabilidade genotípica do parasito no Brasil além de ser o primeiro registro de genotipagem de isolados de sangue de recém nascidos em nosso país. Apoio financeiro: FAPEMIG, SES-MG, CNPq, NUPAD-UFMG

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Análise comparativa do perfil proteômico entre as cepas CL, CL-Brener e CL-14 de Trypanosoma cruzi

Casarin, M. F.

1; Faria, P. C.

1,2; Junqueira, C.F.

2, Andrade, H. M.

1

1 Labortório de Leishmanioses, Departamento de Parasitologia, Instituto de Ciências Biológicas,

UFMG, BH, MG 2 Laboratório de Imunopatologia, Centro de Pesquisas René Rachou / Fiocruz, BH, MG

A doença de Chagas é uma zoonose causada pelo parasito Trypanosoma cruzi, que está presente em 18 países da América Latina infectando cerca de 10 milhões de pessoas, sendo 50-200 mil novos casos diagnosticados anualmente. O T. cruzi é representado por um conjunto de cepas que apresentam heterogeneidade genética e biológica, esta última evidenciada por diferentes graus de virulência. O clone CL14, por exemplo, é uma cepa quatro vezes menos infectiva que a sua cepa parental CL. Dessa forma, propomos investigar o perfil proteômico do fenótipo atenuado, não infectante, da cepa CL-14, comparativamente ao da cepa infectiva CL Brener, bem como ao da cepa parental CL, visando a identificação das proteínas responsáveis pela virulência ou ainda de potenciais alvos para o desenvolvimento de novas alternativas diagnósticas e vacinas para a doença de Chagas. Para tal, formas epimastigotas de cada cepa em questão foram cultivadas em três crescimentos independentes e os extratos protéicos das nove culturas foram extraídos simultaneamente e em seguida armazenados a -70. Para identificação das proteínas diferencialmente expressas foi utilizada a tecnologia de eletroforese bidimensional (2-DE) dentro de uma faixa de pH de 3-11, em géis de poliacrilamida 12% e corados com Comassie Brillant Blue G-250. Os géis foram digitalizados e as imagens analisadas utilizando o software Image Master

Platinum GE. A comparação das imagens permitiu a seleção de cada proteína (spot) ou conjunto de proteínas que estão presentes ou ausentes e também aquelas expressas em níveis diferentes (quantificação) em cada uma das três cepas avaliadas. A futura identificação dessas proteínas poderá contribuir, de forma relevante para o entendimento dos mecanismos envolvidos na virulência do agente etiológico da Doença de Chagas. Palavras-chave: Doença de Chagas, proteoma, Trypanosoma cruzi, eletroforese bidimensional Instituições financeiras / parcerias: FAPEMIG e Centro de Pesquisas René Rachou / Fiocruz

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ISOLAMENTO DE Toxoplasma gondii A PARTIR DE TECIDOS DE OVINOS,CAPRINOS, SUÍNOS E GALINHAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DONORTE

Clementino Andrade, M. M.1,2; Pinheiro, B. V. 1; Cunha, M. M. 1; Carneiro, A. C.A. V. 1; Neto, V. F. A. 2; Vitor, R. W. A. 1

Correspondência: [email protected]; [email protected]

1Laboratório de Toxoplasmose, ICB, Universidade Federal de Minas Gerais.2Laboratório de Biologia da Malária e Toxoplasmose, CB, UFRN

O Toxoplasma gondii é um protozoário intracelular capaz de infectar umaampla variedade de vertebrados de sangue quente. Um dos mecanismos pelosquais ocorre a infecção do T. gondii pós-natal é pela ingestão de cistosencontrados em carne crua ou mal cozida e pelo consumo de água e alimentoscom oocisto. A virulência dos diferentes isolados do T. gondii tem sidodeterminada em modelo animal (Mus musculus). O objetivo deste estudo éisolar o Toxoplasma gondii a partir de tecido cardíaco de ovinos, caprinos esuínos e cérebro de galinhas caipira procedentes do Estado do Rio Grande doNorte (RN) e determinar a virulência destes isolados. Foram coletadasamostras de soro de 223 ovinos de quatro municípios, 50 de caprinos de 3municípios, 18 de suínos de 3 municípios e 47 de galinhas caipira de ummunicípio, abatidos para consumo humano, provenientes de abatedouros doRN e analisados por ELISA para detectar a presença de anticorpos anti- T.gondii. Dos animais soropositivos realizou-se o bioensaio em 5 camundongosfêmeas swiss normais inoculando-se pela via intraperitoneal tecidos dosanimais infectados, coração (ovinos, caprinos e suínos) e cérebro (galinhascaipira). Durante trinta dias os camundongos foram observados para detecçãode sintomas da toxoplasmose e mortalidade. Foram obtidos 19 isolados, sendo1 de caprino (TgGtBrRN1), 5 de suínos (TgPgBrRN1-5) e 13 de galinhascaipira(TgChBrRN1-13). Não foi obtido nenhum isolado de T. gondii em ovinos.Destes, dois isolados de T. gondii, sendo um de suíno e outro de galinhacaipira, foram considerados avirulentos, pois infectou todos os 5 camundongosinoculados mas não foi letal para nenhum e os demais isolados foramvirulentos, matando 100% dos camundongos infectados. Não foram obtidosisolados a partir de tecidos de ovinos, o que indica baixo parasitismo tecidualpelo T. gondii nestes animais. Porém, foram obtidos 19 isolados de T. gondii deanimais de produção (caprinos, suínos e galinhas caipira) abatidos paraconsumo humano, evidenciando a importância destes animais como fonte deinfecção para o homem. A análise dos isolados por Polimorfismo por Tamanhode Fragmento de Restrição (PCR-RFLP), utilizando os marcadores SAG1,5’3’SAG2, SAG2 alt, SAG3, BTUB, GRA6, c22-8, c29-2, L358, PK1 e Apicoestá em andamento.

Palavras-chave: Toxoplasma gondii, animais de produção, bioensaio, PCR-RFLP.

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Apoio financeiro: CAPES, CNPq

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PHENOTYPIC CHARACTERIZATION AND GROUPING OF

REFERENCE STRAINS OF TRYPANOSOMA CRUZI CHAGAS, 1909 THROUGH THEIR TOTAL PROTEIN PROFILES

COELHO, F.S.1; GOMES, M.T.2; VIEIRA, D.P.3; LOPES, A.H.C.S.4; DE SOUSA, M.A.5. 1,3,4.INSTITUTO DE MICROBIOLOGIA, UFRJ, RIO DE JANEIRO - RJ - BRASIL; 2.INSTITUTO DE BIOQUÍMICA MÉDICA, UFRJ, RIO DE JANEIRO - RJ - BRASIL; 5.COLEÇÃO DE TRIPANOSSOMATÍDEOS, INSTITUTO OSWALDO CRUZ, FIOCRUZ, RIO DE JANEIRO - RJ - BRASIL.

In the present study we used SDS-PAGE to identify the protein profiles of eight reference strains

of Trypanosoma cruzi and subsequently their affinities for the cluster analysis based on procedures of numerical taxonomy. Epimastigotes of the eight strains were grown for six days at 28°C in BHI + LIT medium with 10% fetal calf serum. The parasites were harvested and washed twice in PBS and then frozen in liquid nitrogen in a buffer containing 20 mM Tris-HCl and the protease inhibitors 2 mM 4-(2-aminoethyl)benzenesulfonyl fluoride, 1 mM ethylenediaminetetraacetic acid disodium salt dihydrate, 130 μM bestatin hydrochloride, 14 μM N-(trans-epoxysuccinyl)-L-leucine 4-guanidinobutylamide, 1 mM leupeptin hemisulfate salt, 0.3 μM aprotinin, 100 μM phenylmethylsulphonyl fluoride, and 1% (w/v) SDS, at pH 7.2. After thawing, the parasites were homogenized and centrifuged at 5000 x g for 10 min at 4°C. Aliquots of the supernatant

containing the protein extract, corresponding to 60 μg protein, were separated by 10% SDS-PAGE at 250 V and 25 mA. The gels were then stained with Coomassie Brilliant Blue for visualization and analysis of the protein bands of each strain. For computer processing (software NTSYS), we constructed a data matrix, considering only the bands not shared by all samples. Then we used the coefficient of association and SM UPGM clustering algorithm to obtain final phenograms. More than 40 protein bands were observed and ~25% of them were shared by all strains (conserved proteins). We suggest the presence of heat shock proteins (HSPs) and some glycoproteins (GPs) among them. Cluster analysis revealed two main groups of strains in T. cruzi. The first one included a subgroup with isolates of human origin (Y and SF21, both previously typed as Tc II) and the other with strains originating from the insect vectors (including CL Brener, now classified as TcVI). The second group included only samples identified as TCI, with a subset of isolates from

opossums (G, SC28, Dm28c) and another with a sample of TcIII (Colombian strain). This study confirms the potential of this approach to demonstrate the variability in T. cruzi and typing of strains. In addition, the present approach enables the control of the authenticity of the reference strains of the parasite, since all the peculiarities revealed in their protein profile are consistent with previous data from other authors using various techniques.

Palavras-chave: Trypanosoma cruzi;protein profile;cluster analysis

Agência Financiadora: CNPq, FAPERJ

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EXPRESSÃO DIFERENCIAL DE INIBIDORES DE PROTEASE TIPO KUNITZ ENTRE MACHOS E FÊMEAS DE ANCILOSTOMÍDEOS

Costa, A. F. (D)1; Pinheiro, C. S.

2; Dias, S. R. C.

2; Rabelo, E. M.

1

1 Departamento de Parasitologia, Instituto de Ciências Biológicas – UFMG

2 Departamento de Bioquímica e Imunologia, Instituto de Ciências Biológicas – UFMG

Introdução: A ancilostomose humana é uma das doenças parasitárias mais prevalentes

do mundo e, nas regiões onde ocorre, é a maior causa de perda de sangue intestinal,

anemia por deficiência de ferro e desnutrição protéica. A doença é causada pelos

nematódeos Ancylostoma duodenale, A. ceylanicum e, principalmente, Necator

americanus. Além destas, outras duas espécies zoonóticas acometem o homem: A.

braziliense e A. caninum. Transcritos que codificam inibidores de proteases tipo Kunitz,

proteínas essenciais na interação parasito-hospedeiro, foram previamente identificados

em níveis mais altos em machos, quando comparados com fêmeas, de A. braziliense, A.

caninum e A. ceylanicum. Sendo assim, tornou-se necessária a confirmação da

expressão diferencial destas proteínas em acilostomídeos. Objetivos: Comparar a

expressão de inibidores de proteases tipo Kunitz entre machos e fêmeas de A.

braziliense, A. caninum, A. ceylanicum e N. americanus. Metodologia: A comparação

do perfil de expressão dos inibidores de protease tipo Kunitz das quatro espécies de

ancilostomídeos será feita através de western blot, utilizando produtos de excreção e

secreção (ES) e extrato protéico total (EPT) de machos e fêmeas utilizando anticorpos

produzidos contra os domínios recombinantes. Os parasitos adultos foram obtidos do

intestino delgado de cães naturalmente infectados (A. braziliense e A. caninum) e

hamsters infectados experimentalmente (A. ceylanicum e N. americanus), para obtenção

dos produtos ES e EPT. Os soros serão produzidos a partir da expressão do domínio

conservado (KU) presente nas sequências codificadoras dos inibidores de protease tipo

Kunitz das quatro espécies de ancilostomídeos. Os domínios KU foram expressos em

bactérias BL21 (DE3) pLysS e purificados em coluna de afinidade por níquel.

Resultados Preliminares: Os quatro domínios KU recombinantes foram expressos e

purificados com sucesso, tendo um tamanho aproximado de 10 kDa. Perspectivas: As proteínas recombinantes serão utilizadas na imunização de camundongos Balb/c para

produção de anticorpos e posterior confirmação da expressão diferencial dos inibidores

de protease tipo Kunitz entre machos e fêmeas de ancilostomídeos, através de western

blot. Palavras-chave: ancilostomídeos; inibidores de proteases; genes macho-enriquecidos.

Apoio: FAPEMIG e CAPES

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EFEITOS DA INIBIÇÃO DA EXPRESSÃO DA PROTEÍNA LIGADORA DE ACIL-COA 1 POR RNAI NO METABOLISMO DE LIPÍDEOS E FISIOLOGIA DE

RHODNIUS PROLIXUS

Majerowicz, D.(D)1,2; Hannibal-Bach, H.K.2; Castro, R.S.C.1; Bozaquel-Morais, B.L.1; Masuda, C.A.1; Færgeman, N.J.2; Knudsen, J.2; Gondim, K.C.1,3

1 - IBqM, UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil; 2 - BMB, SDU, Odense, Dinamarca;

3 - INCT-EM, Brasil

As proteínas ligadoras de acil-CoA, ou ACBPs (do inglês, Acyl-CoA-binding protein) constituem uma família de pequenas (10 kDa) proteínas altamente conservadas que possuem um domínio capaz que ligar acil-CoA graxo de cadeia média e longa com uma alta afinidade e especificidade. Assim, as ACBPs protegem esses lipídeos de hidrólise, funcionando como reguladoras da disponibilidade de acil-CoA para os processos metabólicos. O inseto Rhodnius prolixus possui em seu genoma pelo menos cinco genes diferentes codificando proteínas dessa família. O gene RpACBP-1 foi clonado e a proteína expressa heterologamente em E. coli. A proteína purificada foi capaz de ligar acil-CoA com cadeias de ácidos graxos entre 10 e 26 carbonos, em ensaios de ligação em gel nativo. A RpACBP-1 também liga ácidos graxos saturados ou insaturados aparentemente sem preferência entre eles. Além disso, a expressão da RpACBP-1 em leveduras que tiveram o gene ACB1 deletado conseguiu resgatar o fenótipo de morfologia vacuolar. A injeção de dsRNA produzido para inibir a expressão do RpACBP-1 reduziu os níveis de RNAm desse gene sem alterar o perfil de expressão de outras ACBPs. Análises de lipidoma através de espectrometria de massa por ionização “electrospray” mostraram que insetos com a expressão da RpACBP-1 inibida acumulam triacilglicerol no intestino médio posterior, com uma paralela redução na quantidadade de diacilglicerol e fosfatidilcolina. Porém, o transporte de lipídeos pela lipoforina provavelmente não foi afetado, já que a densidade dessa proteína não foi alterada. Além disso, o perfil lipídico em ambos os grupos foi o mesmo, sem diferenças no acúmulo de triacilglicerol ou incorporação de ácido graxo. O perfil de lipídeos nos ovários também se mostrou igual, embora as fêmeas silenciadas para RpACBP-1 apresentem uma pequena redução da postura de ovos. Por último, os insetos silenciados mostraram um encurtamento nas cadeias de ácidos graxos. Esses resultados indicam que a RpACBP-1 deve ter funções na absorção e metabolismo de lipídeos no intestino e na elongação de ácidos graxos. Palavras-chaves: ACBP, RNA de interferência, metabolismo de lipídeos, Rhodnius prolixus Financiamento: CNPq, FAPERJ e CAPES.

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DIFFERENTIAL TOXICITY EXPRESSED BY TWO STRAINS OF

TRICHOMONAS VAGINALIS

Fernandes, N. S.1 (M); Castro, C. L. F.1; Saboia Vahia, L.2.; Cuervo, P. 2; De Jesus, J.B.1,2

1. Departamento de Engenhaira de Biossistemas - Universidade Federal de São João del Rei, São João del Rei-MG

2. Instituto Oswaldo Cruz – Fundação Oswald Cruz, Rio de Janeiro-RJ

Trichomonas vaginalis is a flagellated parasitic which causes Human Trichomoniasis,

one of the most widespread STD in the world. It emerges as an important cofactor in

amplifying HIV transmission and is associated to cervical cancer, atypical pelvic

inflammatory disease and infertility. The mechanisms by which parasites induces

pathological alterations in their host are not completely understood. It has been

suggested that cysteine peptidase (CPs) play essential roles in the pathophysiology of

trichomoniasis. The study of these enzymes can provide data to elucidate the

mechanisms for interaction of the parasite with the host. The aim of our study was (a)

detect, identify and compare cysteine peptidase profile of Trichomonas

vaginalis isolates displaying high-and-low virulence phenotypes; (b) investigate the

involvement of CPs in the process of cytotoxicity and adherence of the parsites to

HeLa cells. Parasites cultivated in TYM and HeLa cells were used for interactions and

cytotoxicity’s assays. Enzymographic analysis was done with electrophoresis 1D and

2D SDS-PAGE co-polymerized with porcine gelatin. The results demonstrate that

quantitative and qualitative differences in CP expression could be detected between

the isolates. Only proteases correspond to cysteine class were observed. The fresh

clinical isolates were able to adhere and lysis HeLa cells, and therefore, exhibited

higher toxicity when compared to long-term growth isolates. Our findings indicate that

expression of specific cysteine peptidase by fresh and long-term parasites could be

associated with the ability of these isolates to interact and cause damage to host cells.

Palavras chave: Trichomonas vaginalis, HeLa, Cysteine peptidase, Toxicity

Suporte financeiro: CAPES; UFSJ; FIOCRUZ/IOC

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CARACTERIZAÇÃO DAS ESPÉCIES DE Leishmania EM AMOSTRAS COLETADASDE CÃES INFECTADOS NO MUNICÍPIO DE PORTEIRINHA, ESTADO DE MINASGERAIS, BRASIL

Fonseca, A. M.1; Celeste, J. L. de L.1; França-Silva, J. C.1; Reis-Rosa, T. E.1; Leonardi, A. M.2;Rocha, A. M. S.2; Reis, V. W.2; Coelho, G. L. M.2; Regina-Silva, S.3; Dias, E. S.3; Andrade, H.M.1

1 Departamento de Parasitologia, UFMG, Belo Horizonte/MG2 Departamento de Ciências Médicas, UFOP, Ouro Preto/MG3 Laboratório de Leishmanioses, CPqRR/Fiocruz, Belo Horizonte/MG

Leishmaniose é uma doença endêmica em várias regiões do Brasil. Pode ser causada por váriasespécies de protozoários do gênero Leishmania, provocando duas formas clínicas principais:Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) e Leishmaniose Visceral Americana (LVA). ALTA é geralmente causada pelas espécies L.(L.) amazonensis e L. (V.) braziliensis. A LVA écausada por L. (L.)infantum (=L. chagasi). O objetivo desse trabalho foi caracterizar asespécies de Leishmania que estavam infectando os cães diagnosticados com LVA no municípiode Porteirinha, MG, Brasil. Foi realizada sorologia nos animais com suspeita clínica de LVA,utilizando os métodos RIFI, ELISA (com antígeno total) e o Teste Imunocromatográfico Rápido(com o antígeno K39). Dos animais positivos, foram coletadas amostras da medula óssea para oisolamento da Leishmania em meio bifásico NNN-LIT. Após o crescimento, foi realizadaextração do DNA para a caracterização das espécies utilizando o método PCR-RFLP. Neste, aprimeira digestão enzimática foi pela HAE III, que diferencia as três espécies de Leishmaniacitadas acima, e depois, para confirmar os resultados, utilizou-se AVA I, que diferencia a L.amazonensis das outras duas. Dos 68 animais com suspeita clínica de LVA, todos positivos nasorologia pelo ELISA e com o isolamento da Leishmania, foram encontrados 39% de animaisinfectados por L.(L.) amazonensis e 61% infectados por L. (L.) infantum. Essa porcentagemelevada de animais infectados por L.(L.) amazonenses foi acima do esperado, principalmentepor ter sido identificada a partir de amostras isoladas de medula óssea indicando visceralização.Estudos epidemiológicos estão sendo realizados para melhor entendimento do papel do cãonessa cadeia.

Apresentador: [email protected]: Leishmanioses, PCR-RFLPApoio financeiro: FAPEMIG, CAPES

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ESTUDOS DE ACOPLAMENTO MOLECULAR ENTRE PERÓXIDOS

OBTIDOS DE FONTES NATURAIS E O GRUPO HEME

FONSECA, A L (M); MAIA, G S (M); Silva, N L (M); TARANTO, A G (PD)1; LEITE, F H A(PD)1 1Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ), Campus Centro Oeste Dona

Lindu (CCO), Divinópolis (MG).

Palavras-chave: Peróxidos, Antimaláricos, Artemisinina.

Artemisinina é uma lactona sesquiterpênica com uma função endoperóxido usados

atualmente contra cepas de Plasmodium falciparum. Endoperóxidos devem agir no

heme levando à redução da ligação peróxido e produção de radicais livres que podem

matar o parasito. Além disso, estudos recentes têm mostrado que a artemisinina pode

inibir a Sarco / retículo endoplasmático Ca2 +-ATPase ortólogo (SERCA) de P.

falciparum (PfATP6) em oócitos de Xenopus. Atualmente, a malária mata mais que a

AIDS e o aumento da resistência do parasito aos fármacos atuais endossa a busca por

novas terapias. Neste estudo foi proposto a identificação de potenciais fármacos

antimaláricos obtidos de fontes naturais utilizando a modelagem molecular. O principal

objetivo foi identificar potenciais fármacos antimaláricos a partir de fontes naturais,

bem como identificar possíveis correlações entre estudos in silico e dados

experimentais. Assim, foi estudado a interação de 51 peróxidos com o heme,

comparando-os com os valores obtidos para artemisinina. Estes peróxidos foram

divididos em dois conjuntos. O primeiro conjunto, denominado de conjunto treino foi

composto de 10 derivados da artemisinina com atividade biológica conhecida. O

segundo conjunto, denominado de conjunto de teste foi composto de 40 peróxidos

presentes na natureza, com o foco principal no bioma do semi-árido, as quais as

atividades antimaláricas ainda não foram avaliadas. Estudos de ancoragem molecular

foram realizados em três etapas. Em primeiro lugar, uma ancoragem entre a

artemisinina, 10 análogos sintéticos e o heme foram realizadas com AutoDock Vina

1.0.2. Então, cálculos de single-point em meio vácuo e solvente seguido pela otimização

do complexo foram realizadas com o programa Gaussian 09W usando o método PM6.

Finalmente, as correlações entre as energias e os dados experimentais (concentração

inibitória (IC50) e constante de dissociação (Kd)) foram realizadas para todos os

compostos do conjunto treino. Os resultados indicaram correlação significativa (α =

0,01) entre a energia do complexo e Kd. O mesmo protocolo computacional foi

realizado para o conjunto teste. Todos os peróxidos naturais selecionados mostraram

mapa de Potencial Eletrostático Molecular (MEP), semelhante à artemisinina, onde a

densidade de carga negativa está localizado nos oxigênios do grupamento peróxido. Os

resultados de energia final obtidos a nível semi-empírico PM6, mostraram que os

compostos "5" e "24" podem ser promissores fármacos antimaláricos. Assim, é possível

identificar que as fontes naturais são importantes recursos biológicos no

desenvolvimento de novos fármacos.

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DESENVOLVIMENTO DE INIBIDORES DE PROTEASE PARA O COMBATE AO VÍRUS DA DENGUE

Godói, I.P.(M)1; GARCIA, E.S.J.1; FONSECA, A.L.1; COMAR JUNIOR, M.1; TARANTO, A.G.1

1- Departamento de Farmácia, UFSJ - Divinópolis, Minas Gerais

O vírus da Dengue pertence ao gênero Flavivirus, da família Flaviviridae, transmitido ao homem através da picada do mosquito Aedes aegypti. A distribuição global de infecções por dengue ultrapassa as de malária, sendo relatados mais de 80 milhões de casos por ano no mundo. Atualmente, não encontram-se disponíveis vacinas ou qualquer tipo de terapia antiviral para a prevenção ou tratamento da dengue. O vírus da dengue apresenta um genoma de RNA fita simples, além de uma poliproteína viral, a qual é clivada por proteases virais e do hospedeiro resultando em três proteínas estruturais (C, pmR, E) e sete proteínas não estruturais (NS1, NS2A, NS2B, NS3, NS4A, NS4B e NS5). Estudos recentes mostram a serino protease NS3, ativada pelo co-fator NS2b, como um importante alvo para o desenvolvimento de agentes antivirais, uma vez que interfere diretamente na maturação e replicação viral. O presente trabalho tem como objetivo estudar interações intermoleculares de inibidores de protease com NS2b/NS3pro, a fim de propor a síntese de inibidores da mesma. Inicialmente, foi realizada uma revisão bibliográfica acerca da estrutura e dos mecanismos de catálise e inibição do vírus do Dengue. O modelo do complexo NS2b/NS3pro foi gerado pelo método Modelagem por Homologia através do software Swiss Pdb View, tendo como modelo NS2b/NS3 do Vírus do Oeste do Nilo (código Protein Data Bank: 2FP7), complexado com o inibidor tetrapeptídeo mimético Bz-NLE-Lys-Arg-Arg-H. cujo alinhamento sequencial em Clustal revela 45% de identidade sequencial e 80% de similaridade sequencial com o vírus da Dengue sorotipo 2 (código Protein Data Bank: 2FOM). O inibidor foi projetado no software GaussView e, em seguida, optimizado pelo método PM6 em Gaussian. A análise da interação ligante-receptor foi feita no software Discovery Studio Visualizer. No estudo do sítio ativo detectaram-se os principais sitios de interação do complexo NS2b/NS3pro com a classe de inibidores tetrapeptídeos miméticos, os quais são potentes inibidores da protease para o vírus da Dengue e Vírus do Oeste do Nilo. Seguiram-se ensaios de Ancoragem Molecular (Docking Molecular) e Dinâmica Molecular com os ligantes. A partir do conhecimento sobre os sítios de ligação e os tipos de interações necessárias para a inibição do complexo NS2b/NS3pro, será possível direcionar novos estudos para o desenho racional de potenciais inibidores de protease do vírus da Dengue. Palavras chaves: Protease, dengue, inibidores, modelagem molecular.. Suporte Financeiro: FAPEMIG.

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ESTUDO E CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DOS

CO-RECEPTORES OLFATIVOS DA ESPECIE RHODNIUS PROLIXUS

LATORRE-ESTIVALIS, J.M.1; BRAZ, G.R.C.2; MESQUITA, R.D.2; OLIVEIRA, R.L.L.2; OMONDI, A.B.3;

LORENZO, M.G.1

1. GCVIP, CPqRR - FIOCRUZ, Belo Horizonte, MG.

2. Dep. de Bioquímica, Inst. de Química, UFRJ, Rio de Janeiro, RJ.

3. Div. of Chemical Ecology, Plant Protection Biology Dept., SLU, Suécia.

O canal sensorial olfativo é fundamental para os insetos e sua capacidade de transmitir

doenças. Os odores são reconhecidos por proteínas de membrana altamente específicas.

Dois tipos de receptores de odor foram caracterizados nos neurônios olfativos de

insetos: os acoplados à proteína G (ou receptores olfativos, ORs) e os conformados

fundamentalmente por um canal iônico (ou receptores ionotrópicos, IRs). Recentemente,

observou-se que os dois tipos de receptores precisam da co-ocorrência com proteínas

co-receptoras para serem funcionais: OrCo no caso dos ORs, e IR25a e IR8a no caso

dos IRs. O objetivo do presente trabalho é caracterizar os co-receptores olfativos de

R. prolixus, um dos principais vetores da doença de Chagas, a nível molecular. Na

primeira fase do estudo, as sequências dos co-receptores olfativos de outros insetos

foram escolhidas mediante busca nos bancos de dados NCBI, UniProtKB/Swiss-Prot e

Protein Data Bank. A seguir, essas sequências foram comparadas com as proteínas

previstas para o genoma de R. prolixus, (dados não publicados), permitindo a

identificação de sequências homólogas candidatas a co-receptores olfativos. Os

programas Wise2, BioEdit ClustalW2 e MEGA foram usados para analisar as sequências

candidatas e compará-las com as de outros insetos. Por meio do de aplicativos

disponíveis em http://www.cbs.dtu.dk/services/ foram identificadas as estruturas

características das proteínas previstas, incluindo o canal e os domínios transmembrana.

As análises bioinformáticas realizadas sobre as sequências e estruturas previstas

permitiram confirmar a sua identificação. A seguir, mediante o programa Primer3 foram

desenhados iniciadores específicos para o estudo da expressão dos co-receptores em

diferentes tecidos do inseto (antena, probóscide, pata dianteira, média e traseira,

genitália e corpo gorduroso). Os co-receptores OrCo e IR8a mostraram um padrão de

expressão antena-específico, confirmando a sua implicação nos processos olfativos.

Entretanto, o IR25a, mostrou uma expressão generalizada em todos os tecidos

estudados, sugerindo que alguns IRs poderiam estar envolvidos em outras funções além

da quimiorecepção de odores. O estudo dos co-receptores irá facilitar uma melhor

compreensão do sistema olfativo e do seu funcionamento em triatomíneos, e, portanto,

poderá revelar novos alvos para o desenvolvimento de estratégias de controle vetorial.

Palavras chaves: Triatomíneos, Olfação, Receptores Olfativos, Neurônios, Genômica

Suporte financeiro: CPqRR-FIOCRUZ, FAPEMIG, INCTEM

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EXPRESSION AND ANTIGENIC PROFILES OF MASP FAMILY OF TRYPANOSOMA CRUZI IN

ACUTE PHASE OF EXPERIMENTAL INFECTION

Lopes dos Santos, Sara 1; Lobo, Francisco 1; Luiz, Gabriela 1; Mendes, Tiago Antônio de Oliveira

1; Freitas, Leandro 1; Chiari, Egler 1; Teixeira, Santuza Maria. 2; Gazzineli, Ricardo Tostes 2;

Fujiwara, Ricardo Toshio 1; Bartholomeu, Daniella Castanheira 1.

1Departamento de Parasitologia e 2Departamento de Bioquímica e Imunologia, Universidade

Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil.

A major finding of the T. cruzi genome project was the discovery of the large multigene family

MASP, which is preferentially expressed in infective forms of the parasite. Although MASP family

function is unknown, their extended sequence variability and presence of repetitive motifs

associated to the localization at the parasite surface suggest this family participates in parasite-

host interactions such as host cell adhesion/invasion or/and immune evasion mechanisms. In the

present study, we have analyzed the MASP expression profile in trypomastigotes derived from

distinct host cells and from acutely infected mice after sequential passages. Also, in order to

investigate the MASP antigenic profile we have performed B cell linear epitope prediction on the

MASP proteome and further designed a SPOT peptide array with 200 putative epitopes. This

peptide array was screened with sera from acutely infected mice. The results from the analysis of 7

expression libraries suggest that, although several MASP genes are co-expressed in the parasite

population, the repertoire of expressed genes is distinct in trypomastigotes derived from tissue

culture and bloodstream trypomastigotes recovered from sequential passages in mice, which was

further confirmed by Real Time RT-PCR. The B cell epitope screening showed that mice IgG and

IgM are reactive against several MASP peptides during acute phase. This is the first report on

MASP antigenic property and profile. We speculate that variations in the large repertoire of

potentially antigenic peptides derived from MASP family may favor the parasite escape of immune

response during the acute phase of infection.

Key words: MASP; Trypanosoma cruzi; antigenic profile

Financial support: WHO, FAPEMIG, CNPq, CAPES

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PROTEOMIC PROFILES OF TWO Leishmania infantum STRAINS

WITH VIRULENCE VARIATION

FIALHO JR, L. C (M)1,

; PIRES, S. F1; MELO, M. N

1; ANDRADE, H. M

1.

1 Dept Parasitologia, ICB, UFMG – Belo Horizonte, Minas Gerais

Leishmania (Leishmania) infantum is a protozoan belonging Trypanosomatidae Family agent of

Canine Visceral Leishmaniasis (CVL) in the Americas. The CVL is a severe disease characterized by

chronic and progressive cachexia, hepatosplenomegaly, lymphadenopathy, onychogryphosis and

pancytopenia. The symptoms are present in less than 50% infected dogs. Clinical variability suggests

that host and parasite factors are involved on virulence. Here we had used proteomic approach to

identify proteins that may be involved in L. infantum virulence. The L. infantum strains named

BH400 (MCAN/BR/2000/BH400) and BH46 (MHOM/BR/1972/BH46) had shown distinct virulence

in hamster infections, and were used to comparative proteomic analysis. Three independent

promastigotes cultures were obtained for both strains. BH400 was cultivated in α-MEM and

Schneider medium while BH46 in LIT and α-MEM medium. The parasites on exponential growth

phase were washed in DMEM medium and protein extract was obtained with lysis buffer. The

proteins were fractionated by 2-DE (two-dimensional electrophoresis) using IPG strips (7 cm, pH 4-7

NL; GE Helthcare), SDS-PAGE 12% and stained with colloidal comassie. The gels were analyzed

by ImageMaster 2D Platinum ® software. It was detected approximately 300 spots on gels. The

comparative analysis of the 3 independent cultures gels had shown 85% similarity inside the same

strain. The BH46 and BH400 profiles, both growing in α-MEM medium, were compared and showed

82% of correlation. This analysis points 3 and 5 over-expressed proteins in BH46 and BH400,

respectively. These proteins had shown expression level twice higher than their corresponding (p

0.05). The eight selected proteins are being identified by mass spectrometry (MALDI ToF/ToF). The

proteomics analysis association with the genome sequencing information may to contribute for

understanding of host-parasite interactions, the parasite virulence factors, the escape mechanisms and

the discovery of new therapeutic potential target.

Keywords: Proteomic Analysis, Leishmania (L.) infantum, Proteome, Virulence

Financial Support: FAPEMIG; CNPq.

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PROSPECÇÃO INICIAL DO TRANSCRIPTOMA DO INTESTINO MÉDIO ANTERIOR DE TRIATOMA BRASILIENSIS ATRAVÉS DA GERAÇÃO DE ETIQUETAS DE SEQUÊNCIAS EXPRESSAS (ESTS)

Pereira, MA1 (M); Mourão, MM2; Boroni, M1; Araujo, RN3; Macedo, AM1; Machado, CR1; Pereira, MH3; Franco, GR1

1 Departamento de Bioquímica e Imunologia – UFMG – BH/MG

2 LPCM – René Rachou/FIOCRUZ – BH/MG

3 Departamento de Parasitologia – UFMG – BH/MG

Triatoma brasiliensis é o principal vetor responsável pela transmissão de Trypanosoma cruzi nas zonas semi-áridas do nordeste brasileiro. É um inseto hematófago obrigatório cujo trato digestivo é dividido em 4 regiões: intestino anterior, intestino médio anterior, intestino médio posterior e intestino posterior. Há uma evidente relação parasito-hospedeiro, uma vez que o ciclo de T. cruzi no inseto-vetor é influenciado pelos fenômenos que ocorrem em cada região intestinal. Como a transmissão de T. cruzi é modulada pela quantidade de sangue ingerido, entender o que influencia a hematofagia é de extrema importância. Pouco se sabe sobre a regulação da expressão gênica em T. brasiliensis e quais genes são induzidos no seu trato digestivo durante a alimentação. Nesse trabalho, propomos a caracterização do intestino médio anterior de T. brasiliensis através do sequenciamento parcial de cDNAs e geração de Etiquetas de Sequências Expressas (ESTs). O mRNA foi isolado do intestino médio anterior de ninfas de 5° instar e a biblioteca de cDNA foi construída com o auxílio do kit CreatorTM SMARTTM cDNA Library Construction (Clontech). Moléculas de cDNA foram clonadas em vetor pDNR-LIB e 288 clones foram selecionados aleatoriamente para sequenciamento com o iniciador M13F. As ESTs geradas foram editadas para remoção de sequências de baixa qualidade, vetor, adaptadores e causa poli(A) (programas DNA Baser e SeqClean). Pesquisas de similaridade foram feitas através dos programas BLAST. As sequências também foram agrupadas (programa CAP3) para obtenção de contigs. Obteve-se 173 sequências de boa qualidade após a edição. 5 eram contaminantes referentes a Gallus gallus e Mus musculus, hospedeiros usados para alimentação do inseto, e foram removidas. 61 sequências não apresentaram similaridade com sequências dos bancos de dados do NCBI e podem ser genes específicos de T. brasiliensis. Os transcritos mais abundantes foram similares à defensina, a uma proteína conservada de Oncopeltus fasciatus e a uma poliproteína de vírus da paralisia em abelhas. Uma variedade considerável de transcritos foi obtida e eles são coerentes com a região de expressão (intestino médio anterior). Destacam-se a defensina, lisozima e brasiliensina, confirmando a qualidade da biblioteca. A caracterização do trascriptoma de T. brasiliensis ajudará a entender a evolução da hematofagia nos vetores artrópodes e oferecer informação útil para a descoberta de novos compostos ativos com potencial farmacológico.

Palavras chaves: Triatoma brasiliensis, Intestino médio anterior, ESTs, Transcriptoma

Suporte financeiro: CAPES, FAPEMIG, CNPq

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IDENTIFICAÇÃO DE DETERMINANTES ANTIGÊNICOS NA PROTEINA 1 DA

SUPERFÍCIE DE MEROZOÍTO DE Plasmodium vivax (PvMSP1) POR MEIO

DA TÉCNICA DE SPOT-SYNTHESIS

OLIVEIRA, IC1*; MACHADO, CMT1; MOURÃO, LC1; ÁVILA, RAM2;

OLÓRTEGUI, CC2; BRAGA, EM1

1Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG, Belo Horizonte, Brasil; 2Departamento de Bioquímica e Imunologia, ICB, UFMG, Belo Horizonte,

Brasil;

*IC

A proteína 1 da superfície de merozoíto de Plasmodium vivax (PvMSP-1) tem

sido considerada como um potencial candidato a compor uma vacina

antimalárica. Nesse contexto, a realização de estudos envolvendo a predição

de possíveis determinantes antigênicos presentes na proteína em questão se

torna extremamente importante, uma vez que permitirá identificar a natureza

precisa dos peptídeos que atuam como principais alvos da resposta imune

naturalmente adquirida. Este estudo teve como objetivo avaliar a

antigenicidade de diferentes peptídeos sintéticos, representando a sequência

completa de aminoácidos da PvMSP1, em toda a sua extensão (1727

aminoácidos), nos soros de indivíduos com infecção patente por P. vivax

residentes na Amazônia Brasileira. Para isso, 572 peptídeos, contendo 15

aminoácidos cada, foram sintetizados, simultaneamente, em fase sólida,

utilizando-se aminoácidos especiais, nos quais o grupo amino se encontra

protegido pelo grupo Fmoc (fluorenil metil oxicarbonila). Os soros selecionados

para este estudo demonstraram altos índices de reatividade para diferentes

proteínas recombinantes de P. vivax (PvMSP1-19, PvAMA-1 e PvMSP-3) em

ensaios imunoenzimáticos realizados previamente. A ligação de anticorpos foi

detectada com anticorpo secundário conjugado com fosfatase alcalina e, a

revelação, realizada com BCIP (5-Bromo-4-chloro-3-indolyl phosphate disodium

salt). De acordo com as intensidades nas imagens de spot, 14 determinantes

antigênicos foram identificados na seqüência completa da PvMSP1. Nossa

próxima etapa envolverá a análise da reatividade de diferentes soros que

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representam distintas categorias de pacientes (sintomáticos x assintomáticos,

anêmicos x não anêmicos e plaquetopênicos x não–plaquetopênicos) a fim de

verificar possíveis biomarcadores de proteção e ou morbidade na infecção por

P. vivax .

Palavras-chave: P. vivax, MSP1, epitopos, SPOT-synthesis.

Suporte financeiro: FAPEMIG e CNPq

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CARACTERIZAÇÃO DO GENE CODIFICADOR DA ENZIMA PTERIDINA

REDUTASE (PTR1) EM POPULAÇÕES DE LEISHMANIA BRAZILIENSIS

RESISTENTES AO ANTIMONIATO DE MEGLUMINA

FERREIRA, R.F.(M)1; MURTA, S.M.F.1

1. Laboratório de Parasitologia Celular e Molecular, Centro de Pesquisas René

Rachou - FIOCRUZ, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

Pteridina redutase é uma enzima NADPH-dependente que participa da redução de biopterinas

em suas formas reduzidas ativas. Estudo realizado em cepas de Leishmania major demonstrou

que a síntese de biopterinas reduzidas através da ação da enzima Pteridina Redutase 1 pode estar

envolvida na redução do estresse oxidativo gerado pelo antimonial SbIII. Em um estudo prévio

foram selecionadas, in vitro, populações de L. braziliensis resistentes ao Tartarato Potássico de

Antimônio (SbIII) LbSbR a uma concentração 20 vezes maior comparada ao seu par sensível

LbWTS (Liarte & Murta, 2010). Análises de microarranjos de DNA demonstraram uma

expressão do mRNA do gene ptr1 três vezes maior em L. braziliensis resistente (LbSbR) ao

SbIII comparado com seu par sensível (LbWTS) (Liarte, 2010 – Tese de Doutorado). Este

resultado sugere que um dos mecanismos de resistência do parasito ao SbIII possa ser devido à

superexpressão de genes envolvidos na defesa antioxidante. Neste estudo foram avaliados os

níveis de mRNA do gene ptr1 e da proteína pteridina redutase em populações de L. braziliensis

sensíveis (LbWTS) e resistentes (LbSbR) aos antimoniais. Os níveis do mRNA do gene ptr1 em

ambas as populações foram determinados utilizando a técnica de RT-PCR quantitativo em

tempo real. Os resultados mostraram que o nível de mRNA do gene ptr1 na população resistente

LbSbR foi 8 vezes maior comparada com seu par sensível LbWTS. A análise dos níveis

protéicos da pteridina redutase em populações de L. braziliensis sensíveis e resistentes ao

antimonial foi realizada utilizando a técnica de Western blotting. Neste ensaio, o anticorpo

policlonal anti-LmPTR1 de L. major reconheceu a proteína PTR1 de 30 kDa em ambas as

populações de L. braziliensis. Análises densitométricas mostraram que a expressão deste

polipeptídeo foi 6 vezes maior na população resistente de L. braziliensis (LbSbR) do que na

população sensível (LbWTS). Atualmente estamos realizando análises funcionais e genômicas

da pteridina redutase em Leishmania. Análise do cariótipo de Leishmania spp. será importante

para verificarmos a presença de amplificações extracromossomais lineares do gene ptr1 nas

populações de Leishmania resistentes ao SbIII. A superexpressão da PTR1 em Leishmania irá

fornecer dados sobre o metabolismo desta enzima no parasito e principalmente iremos

comprovar ou excluir o seu envolvimento no fenótipo de resistência de espécies de Leishmania

do Novo Mundo aos antimoniais.

Palavras-chaves:

Pteridina redutase, L. braziliensis, antimonial SbIII.

Suporte Financeiro: CNPq / FAPEMIG / CPqRR / PDTIS/FIOCRUZ e UNICEF/UNDP/World

Bank/WHO/TDR

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GENOTIPAGEM DIFERENCIAL PARA O DIAGNÓSTICO DA LEISHMANIOSE CUTÂNEA

ROCHA DOS SANTOS, A. R.1*; RODRIGUES-LUIZ, G. F.1; CRISTO, G. S. P.1;

LOURDES, R. A.1; FUJIWARA, R. T.1; BARTHOLOMEU, D. C.1

*Aluna de IC: [email protected]

1Departamento de Parasitologia. UFMG. Belo Horizonte. Minas Gerais. A leishmaniose, infecção causada por protozoários do gênero Leishmania, atinge principalmente pessoas de baixo nível socioeconômico dos países tropicais e subtropicais. Há três manifestações clínicas dessa doença: a leishmaniose cutânea, a visceral e a mucocutânea. No que se refere à leishmaniose cutânea, também denominada leishmaniose tegumentar, existem algumas espécies associadas à sua etiologia, entre as quais estão Leishmania major, L. braziliensis e L. infantum. Embora L. infantum esteja fortemente associada à manifestação visceral, existem relatos de que essa espécie também é responsável pela leishmaniose cutânea em pacientes imunossuprimidos e em casos de Leishmaniose Cutânea Pós-Calazar (PKDL). Foram realizadas análises in silico para encontrar microssatélites espécie-específicos no genoma de L. major, L. braziliensis e L. infantum. Com base nesses microssatélites foram desenhados primers para genotipagem diferencial dessas espécies. Dezessete pares de primers foram desenhados e tiveram sua especificidade verificada por PCR eletrônica (e-PCR). Na validação in vitro, até o momento, quatro pares de primers mostraram-se mais promissores nos testes por PCR usando como modelo o DNA genômico correspondente. Utilizando-se esses quatro pares de primers, apenas uma banda adicional foi detectada em cada um dos quatro sistemas, e é provável que isso se deva ao polimorfismo nos alelos-alvo da PCR. Considerando que apenas o genoma haplóide é disponibilizado na sequência do genoma montado, a análise por e-PCR não pôde identificar o outro alelo. Com base nos resultados já obtidos, nota-se que os perfis de amplificação com esses primers nos permitem discriminar amostras de DNA genômico das três espécies. O próximo passo consiste em realizar PCR com os primers selecionados e com DNA das espécies para as quais o primer não foi desenhado, verificando se há amplificação cruzada. Uma vez que sejam encontrados perfis de amplificação diferentes para cada uma da espécies, após a otimização das condições de PCR, utilizaremos misturas artificiais de DNA genômico das três espécies e, ainda, amostras de pacientes infectados para avaliar a ocorrência de co-infecções. A genotipagem diferencial das três espécies de Leishmania desse estudo pode auxiliar no diagnósitco espécie-específico da leishmaniose cutânea, o que permitiria um melhor prognóstico e tratamento dos pacientes. Palavras-chave: Microssatélites, Leishmania, Diagnóstico. Suporte financeiro: CNPq, CAPES, FAPEMIG.

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ANÁLISE DA ATIVIDADE TRIPANOMICIDA

DO BENZONIDAZOL E OUTROS AGENTES GENTÓXICOS EM TRYPANOSOMA CRUZI

SANTOS-SILVA, S.(D) 1, 2; MURTA, S.M.F.3; MACHADO, C.R. 1

1- Departamento de Bioquímica e Imunologia, ICB, UFMG – Belo Horizonte,

Minas Gerais 2- Departamento de Biologia, ICB, UFMG – Belo Horizonte, Minas Gerais

3- Centro de Pesquisas René Rachou , Fiocruz UFMG – Belo Horizonte, Minas Gerais

O agente etiológico da doença de Chagas é o protozoário parasito Trypanosoma cruzi. A doença de Chagas é caracterizada por uma grande variedade de formas

clínicas que vão desde infecções assintomáticas até cardiopatias e danos digestivos severos. As drogas usadas no tratamento da doença de Chagas são dois derivados heterocíclicos, Nifurtimox (NFX) um 5-nitrofurano e o Benzonidazol

(BZ) um 2-nitroimidazol. Ambos têm ação tripanomicida e atuam sobre todas as formas evolutivas do T. cruzi. Entretanto, eles apresentam efeitos colaterais

adversos e baixa eficácia de cura, principalmente na fase crônica da doença. Embora o BZ tenha sido empregado no tratamento da doença de Chagas nos últimos 40 anos, pouco é conhecido sobre os seus mecanismos de ação.

Evidências têm sugerido que o BZ atue de forma muito similar aos agentes genotóxicos. Neste trabalho procuramos entender o mecanismo de ação do BZ

através de ensaios de sobrevivência e crescimento de T. cruzi na presença de BZ e outros agentes genotóxicos, bem como avaliar a interação do BZ com estes agentes. Neste estudo utilizamos as formas epimastigotas do clone CL Brener e a

população 17 LER com resistência induzida in vitro ao BZ (17LER) e seu par sensível 17WTS. Formas epimastigotas destes parasitos foram tratadas com os

agentes genotóxicos H2O2, AZT, UVC, Cisplatina e Zeocina. A porcentagem de sobrevivência e o número de parasitos foram analisados na presença destes agentes. Os resultados mostraram que o clone CL Brener é sensível aos agentes

genotóxicos AZT, UVC, H2O2 e Cisplatina, mas ele possui vias de reparo de DNA que conseguem corrigir as lesões no DNA causadas pela ação destes agentes. É

importante salientar que a população resistente ao BZ (17LER) foi mais resistente ao estresse oxidativo que seu par sensível (17WTS) e o clone CL Brener. Benzonidazol apresenta um efeito aditivo quando associado com H2O2 ou UVC.

Os resultados sugerem que o Benzonidazol tem um mecanismo de ação muito similar à cisplatina e AZT, causando lesões no DNA que levam ao bloqueio da

forqui lha de replicação.

Palavras chaves: Trypanosoma cruzi; Benzonidazol; Agentes genotóxicos; Reparo de

DNA. Suporte Financeiro: CNPq e FAPEMIG

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INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA E OFERTA ALIMENTAR NO DESENVOLVIMENTO E NA ATIVIDADE DE ENZIMAS DETOXIFICANTES DE

Aedes aegypti

OLIVEIRA, S. (IC) 1; BELINATO, T.A. 1; VALLE, D. 1

1- Laboratório de Fisiologia e Controle de Artrópodes Vetores, Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro

A dengue é uma arbovirose de importância epidemiológica mundial, transmitida pelo

mosquito Aedes aegypti; seu controle ainda tem no combate químico vetorial um

componente majoritário. Todavia, diversas populações brasileiras do vetor encontram-se

resistentes aos inseticidas historicamente utilizados. Um dos principais mecanismos

envolvidos na resistência é o aumento da expressão/atividade das enzimas

detoxificantes. Este trabalho teve por objetivo avaliar a dinâmica de atividade destas

enzimas em insetos criados sob diferentes condições de alimentação e temperatura e,

adicionalmente, verificar a influência destes fatores sobre o desenvolvimento. Foram

avaliados o perfil enzimático de Esterases, Oxidases de função mista, Glutationa-S-

transferases e, adicionalmente, da Acetilcolinesterase, em grupos de mil larvas, criadas

sob diferentes condições de alimentação (0,5g; 1g; 1,5g) ou temperatura (22ºC; 26ºC;

31ºC). Foi observado que na condição de 1g de ração, a 26ºC, a mortalidade foi pequena

e houve grande sincronia na formação de pupas. Nas demais condições, verificamos

alteração na cinética de desenvolvimento e comprometimento dos imaturos. A atividade

de algumas enzimas nas condições mais extremas também parece ser diferente. De

maneira geral, variações na oferta alimentar exerceram maior influência do que a

temperatura sobre todos os parâmetros avaliados. Para compreender melhor estes

resultados, a análise de uma população de campo é fundamental e está sendo realizada.

Esperamos que estes dados possam contribuir para o conhecimento da fisiologia básica

destas enzimas em insetos.

Palavras-chave: Aedes aegypti, resistência a inseticidas, enzimas detoxificantes,

temperatura, oferta alimentar.

Suporte Financeiro: CNPq, IOC, MS, FAPERJ.

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AVALIAÇÃO DO CENÁRIO EVOLUTIVO DE TRYPANOSOMA CRUZI PELA ANÁLISE DO GENOMA DO MAXICÍRCULO DO DNA MITOCONDRIAL

Valle, I.F.1, Baptista, R.P.1, Franco, G.R.1, Machado, C.R.1, Pena S.D.J.1 e Macedo,

A.M.1

1Departamento de Bioquímica e Imunologia, Instituto de Ciências Biológicas,

Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte, MG

O genoma de T. cruzi, agente etiológico da doença de Chagas, foi

sequenciado em 2005 e muitos aspectos da sua estrutura populacional ainda não foram elucidados devido sua heterogeneidade genética. Atualmente, divide-se as cepas de T. cruzi em seis DTUs: TcI, TcII, TcIII, TcIV, TcV e TcVI. Porém, não há consenso na literatura sobre a filogenia desses grupos. Uma hipótese afirma que TcI e TcII são parentais que, por eventos de hibridização, deram origem as demais. No entanto, outra hipótese sugere a existência de pelo menos três linhagens parentais: TcI, TcII e TcIII. O DNA mitocondrial do T. cruzi (kDNA) apresenta elevado polimorfismo e é composto por dois tipos de DNA circular (maxicírculo e minicírculo). Estudos mostram a utilidade do kDNA para o estudo da diversidade em T.cruzi, em especial o maxicírculo, correspondente ao DNA mitocondrial dos demais eucariotos. Um exemplo é a utilização do gene da subunidade II da enzima Citocromo Oxidase, cuja sequência é capaz de distinguir três haplótipos (A, B e C) em populações do parasito. Assim, o objetivo desse trabalho foi sequenciar o maxicírculo do kDNA da cepa 231 de T. cruzi (TcIII) e comparar essa sequência com as já anotadas e disponíveis no GenBank de cepas de TcI, TcII e TcVI visando descrever melhor o cenário evolutivo do táxon T. cruzi. Para isto uma região de 13,4 kb que contém a região codificadora do maxicírculo foi selecionada para sequenciamento. Resultados preliminares, usando sequências curtas disponíveis no GenBank submetidas a análises de filogenia por métodos de distância e máxima parcimônia, demonstram que as relações filogenéticas inter-linhagens alteram dependendo do marcador e método de análise utilizado. Por outro lado, usando sequências mitocondriais completas de TcI, TcII e TcVI em análises de identidade gênica, observa-se que as três sequencias se diferenciam igualmente uma das outras de forma que não é possível identificar sequencias parentais ou derivadas. Financiamento: CNPq, FAPEMIG e CAPES Palavras chave: Chagas disease, Trypanosoma cruzi, maxicircle DNA, phylogeny

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INFLUENCE OF LEISHMANIA INFANTUM IN LUTZOMYIA LONGIPALPIS’ INTESTINAL pH

SANTOS, V. C. (PD)1; NUNES, C. A.1; SILVA, S. M.1; ARAUJO, R. N.1; PEREIRA, M. H.1; GONTIJO, N. F.1

1Departamento de Parasitologia, Instituto de Ciências Biológicas, UFMG - Belo Horizonte, Minas Gerais

Leishmania growth and development is markedly influenced by the pH in in vitro cultures and probably the same is truth for the parasite in the midgut of infected sandflies. Recently we measured the pH in non-infected Lutzomyia longipalpis after and during blood digestion. In non-infected sandflies, abdominal and thoracic midgut are kept acidic (pH 6.0). After blood ingestion, the pH was promptly alkalized to pH 8.1 in abdominal midgut. The aim of this study was to investigate if the presence of Leishmania could interfere in the midgut physiology changing the intestinal environment in order to favor its development. The pH of the midgut of infected flebotomines was measured during blood digestion using H+-sensitive microelectrodes. The pH indicator dye bromothymol blue was used to measure the intestinal pH six days after the infective blood meal. The activity of trypsin, a digestive enzyme, and the time spent for the insects to complete the blood digestion were also investigated in infected and uninfected females. According to results, the pH in abdominal midguts remained more alkaline (pH 7.54) in non-infected females than in infected ones (pH 7.01). In infected insects, trypsin production was lowered by the presence of Leishmania. We also observed a higher proportion of intestines with digesting blood in infected females than in uninfected ones. After blood digestion, the pH was normally acidified in both infected and uninfected insects. The set of data showed that the presence of Leishmania inside midgut is able to acidify the pH. This precocious pH decreases can explain the delay in blood digestion, because proteases’ activity is diminished in more acidic pH. The delay in blood digestion could favor Leishmania development because blood proteins and other nutritive molecules would be present in contact with the parasite. Palavras-chave: Leishmania, Interference in intestinal pH, Lutzomyia longipalpis Apoio: CNPq e FAPEMIG

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ÁREA: Biologia de Parasitos e Vetores

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ANÁLISE DOS RITMOS CIRCADIANOS DE ATIVIDADE

LOCOMOTORA DE DROSÓFILAS TRANSGÊNICAS

CARREGANDO O GENE CYCLE DO FLEBOTOMÍNEO

LUTZOMYIA LONGIPALPIS

Amoretty, PR1; Meireles Filho,AC2; Padilha, KP1; Machado, RC1; Peixoto, AA1

1-Laboratório de Biologia Molecular de Insetos – FIOCRUZ/IOC - RJ

2-Research Institute of Molecular Pathology (IMP), Viena, Austria

Palavras chave: Relógio Circadiano, Drosophila, Lutzomyia longipalpis

O relógio circadiano é um mecanismo que controla ritmos diários na fisiologia e

comportamento de diversos organismos, os quais são mantidos mesmo na ausência de

estímulos externos. Estudos em Drosophila melanogaster revelaram genes

diretamente envolvidos com o controle do relógio. Tais genes formam alças de

autoregulação negativa que promovem a transcrição cíclica de alguns dos seus

próprios componentes. Além disso, modulam a expressão de genes que controlam

uma variedade de aspectos fisiológicos e comportamentais. A principal alça regulatória

é composta por dois ativadores transcricionais, Clock (Clk) e Cycle (Cyc), que após

formarem um heterodímero, promovem a transcrição de period (per) e timeless (tim).

As proteínas Period (Per) e Timeless (Tim),por sua vez,também formam

heterodímeros, entram no núcleo e interagem com Clk e Cyc, causando a

desestabilização dos ativadores e, consequentemente, a repressão de suas próprias

transcrições. Nosso grupo tem estudado genes do relógio circadiano em Lutzomyia

longipalpis, principal vetor da Leishmania infantum nas Américas. Comparações entre

nossos resultados com o que é conhecido em D. melanogaster revelaram diferenças

interessantes. Em D. melanogaster, a proteína Clk possui uma cauda de ativação

formada por um domínio poli-Q, que parece estar ausente em L. longipalpis. Neste

inseto o domínio de ativação encontra-se na proteína Cyc, e é do mesmo tipo

observado em outros insetos e vertebrados, porém está ausente na proteína Cyc de D.

melanogaster. Nesse trabalho foram geradas moscas transgênicas carregando uma

construção com gene cyc de L. longipalpis sob o controle de UAS(uasllcyc). Utilizando

drosófilas com mutações nos genes Clock (Clkjrk) e cycle (cyc0), e o sistema UAS-GAL4,

reconstruímos in vivo parte da primeira alça do relógio circadiano de L. longipalpis e,

desta forma, recuperamos parcialmente a ritmicidade das moscas mutantes, que

normalmente são arrítmicas. Isto indica que a cauda de ativação da proteína Cyc de L.

longipalpis parece ter substituído o domínio de ativação ausente no mutante Clkjrk. Os

resultados sugerem que drosófilas transgências podem ser uma boa ferramenta para o

estudo de genes do relógio circadiano de insetos vetores.

Suporte Financeiro: HHMI; FIOCRUZ; CNPQ; FAPERJ.

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AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS BIOLÓGICOS EM DUAS GERAÇÕES DE Aedes (Stegomyia) aegypti (LINNAEUS, 1762)

SOUTO, A. F.(IC)1; LAASS, K. H.1; COSTA, L. H.1;.PAIXÃO, K. S.1; EIRAS, A.E1. 1 Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG – Belo Horizonte, Minas Gerais

A manutenção de colônias de Aedes (Stegomyia) aegypti em laboratório permite estudos sobre sua biologia e comportamento em condições controladas. Esse inseto necessita ser bem estudado uma vez que é o principal vetor de dengue e de febre amarela urbana. Para tanto, em janeiro de 2007, foi estabelecida uma colônia no Laboratório de Ecologia Química de Insetos Vetores que se encontra na geração F125. O objetivo deste trabalho foi estabelecer uma nova colônia do vetor em laboratório e avaliar os seguintes parâmetros: viabilidade dos ovos, duração da fase larval e relação sexual entre insetos provenientes de uma colônia antiga (F125) e de uma colônia recém-estabelecida (F1). Assim, foram instaladas armadilhas ovitrampas no Campus Pampulha da UFMG para a coleta de ovos de A. aegypti. Larvas provenientes destes ovos foram triadas e identificadas quanto à espécie. Posteriormente, foi realizado RT-PCR de 20 % dos adultos e, após verificada a ausência do vírus da dengue, a colônia foi estabelecida. Para a realização dos testes foram quantificados, sob estereomicroscópio, amostras de 50 ovos de cada colônia que foram colocados em 150 ml de água desclorada (n=20). As larvas de primeiro ínstar foram quantificadas e alimentadas com ração Reptolife®, sendo observadas até o estágio de pupa (n=500). Diariamente, 120 pupas de cada colônia foram individualizadas para verificar a relação sexual de machos e fêmeas (n=2400). Os resultados obtidos indicaram que o percentual de viabilidade dos ovos provenientes da geração F1 (15,5 ± 2,92%) foi significativamente maior que o da geração F125 (7,8 ± 1,97%) (Teste t, p = 0,02). Entretanto, larvas provenientes da colônia recém-estabelecida apresentaram cerca de um dia a mais no desenvolvimento (8,1 ± 0,08) em relação à colônia antiga (7,5 ± 0,06) (Mann Whitney, p < 0,001). A relação sexual de machos e fêmeas que emergiram em ambas as colônias foi similar, na proporção de 1 macho para 1 fêmea. Concluiu-se que houve um padrão diferenciado na viabilidade dos ovos e na duração da fase larval de A. aegypti em colônias distintas e em diferentes gerações, embora a relação sexual tenha permanecido constante. Experimentos complementares estão sendo conduzidos para avaliar a longevidade e o tamanho de adultos provenientes de gerações diferentes. Palavras-chave: Estabelecimento de Colônia, Culicídeo, Dengue. Instituições financeiras: CNPq, FAPEMIG

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INHIBITION OF THE HEMOZOIN FORMATION BY MAQ AND BAQ

AGUIAR, A.C.C. 1,2,FIGUEIREDO, F.J.B1, CORTOPASSI W.A3 ,MENEGHETTI, M. R. 4, KRETTLI, A.U.1,2*

1Centro de Pesquisa René Rachou/FIOCRUZ, Belo Horizonte, Brasil,e 2Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil

3Instituto Militar de Engenharia, Rio de Janeiro, Brasil 4Universidade Federal de Alagoas, Maceió, Brasil

*[email protected]

Several studies have shown the high resistance of Plasmodium falciparum to

chloroquine and other aminoquinolines used as traditional antimalarials, making the

search for new drugs urgent. The aim of this study was to evaluate the possible

mechanism of action of chloroquine analogues (complexed or not with metals), active in

vitro against P. falciparum and in vivo against P. berghei. Were used in vitro tests to

evaluate the inhibition of the hemozoin formation and molecular docking, in order to

evaluate the interaction of compounds with dimeric hematin (synthetic hemozoin). All

chloroquine-analogues inhibited significantly the hemozoin formation in vitro, in a

dose-response manner, especially MAQ, MAQ-Fe, MAQ-Pt, BAQ Fe and BAQ Pt,

which inhibited the reaction at doses lower than CQ. In the same track, we also

performed docking studies with MAQ and BAQ compounds, the MolDock Score

energies obtained among the analogues and the dimeric hematin were close to –100.00

kcal mol-1. The results suggest that these aminoquinoline derivatives, like CQ, are able

to interact with the dimeric hematin to form a complex, with consequent inhibition of

the hemozoin formation. The molecules seem represent promising alternatives for the

treatment of chloroquine-resistant malaria, and act on a crucial point of the parasite.

Financial Support: CNPq and FAPEMIG.

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THE EFFECT OF Lutzomyia longipalpis (DIPTERA; PSYCHODIDAE) SALIVA

ON THE COMPLEMENT SYSTEM OF DOGS (Canis familiaris) AND CHICKENS (Gallus gallus)

MENDES-SOUSA, A.F. (M); PEREIRA, M.H.; ARAÚJO, R.N.; GONTIJO, N.F.

Laboratório de Fisiologia de Insetos Hematófagos – Departamento de Parasitologia – ICB – UFMG

Inhibitors of the complement system (CS) are commonly present in the saliva of haematophagous insects. There are experimental evidences that those inhibitors are involved in the protection of the midgut against the injury by CS present in the ingested blood. If protection against the CS is important, the inhibitors should act on the CS of all hosts in which the insect feeds on. Saliva of Lutzomyia longipalpis (the main vector of American Visceral Leishmaniasis) inhibits the human CS. The aim of this work was to investigate if L. longipalpis` saliva can inhibit the complement of other animals such as dogs and chickens. The classical and the alternative pathways of the CS can be triggered respectively by antibodies or agarose adhered on an ELISA plate. Incubation with sera promotes the deposition of C3b molecules on the plate. Then, the inhibition of C3b deposition on the plate surface can be used to assay for the action of potential inhibitors. In the present study, we measured the deposition of C3b in the presence and absence of saliva using anti-C3b antibodies and an adequate conjugate. Hemolytic assays, using sensitized sheep erythrocytes (for classical pathway) or non-sensitized rabbit erythrocytes (for alternative pathway), also were used in our investigation. The assays with dog sera showed that saliva was able to inhibit C3b deposition of the classical pathway, in a dose-dependent manner. The alternative pathway was inhibited only at pH 8.15. The hemolytic assays corroborated those results. Preliminary results with chicken sera showed no inhibition of the C3b deposition in alternative pathway neither of the hemolytic activity by the classical pathway. We can conclude that L. longipalpis saliva is capable to protect the insect against canine CS, but not against avian CS. Probably this insect has other mechanisms to evade avian CS. Palavras-chave: L. longipalpis, saliva, complement system, dogs, chickens Apoio financeiro: CAPES, CNPq, FAPEMIG

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INFLUÊNCIA DE DIFERENTES CARGAS LARVÁRIAS E DE TAMANHOS

DE MOLUSCOS NO PROCESSO DE INFECÇÃO POR ANGIOSTRONGYLUS

VASORUM

COAGLIO, A.S.L (M)1; MOZZER, L.R.1; LIMA, W.S.1

1- Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG - Belo Horizonte, Minas Gerais

O caramujo africano, Achatina fulica, foi introduzido no Brasil como uma alternativa

alimentar para concorrer com o escargot, porém a comercialização dessa iguaria não

obteve êxito no país por não ser parte do hábito alimentar da maioria dos brasileiros.

Esse caramujo se adaptou ao novo ambiente, levando ao seu aumento populacional e em

pouco tempo se tornou uma praga agrícola em varias regiões do Brasil. O

Angiostrongylus vasorum é um parasito do aparelho cardiorespiratório de cães e

canídeos silvestres, e necessita de um molusco como hospedeiro intermediário. O

trabalho teve como objetivo analisar duas variáveis: a susceptibilidade do molusco a

diferentes cargas parasitárias e o tamanho da A. fulica durante o processo de infecção

por A. vasorum. Foram utilizados dois grupos com 60 caramujos em cada, com

tamanhos médios da concha de 20 e 30 mm respectivamente. Cada grupo foi dividido

em três novos subgrupos, com 20 indivíduos cada, no qual foram infectados com 1000,

5000 e 10000 larvas de primeiro estádio (L1). Após 30 dias os moluscos foram

sacrificados e as larvas de terceiro estádio (L3) recuperadas pelo método Baermann

modificado. No grupo com tamanho médio de concha 20 mm, a recuperação larvária

nas diferentes cargas foi respectivamente, 213, 596 e 756 L3, representando 1,07%,

0,60% e 0,38% de larvas recuperadas. No grupo de 30 mm a recuperação foi 169, 624 e

2490 L3, sendo 0,85%, 0,62% e 1,25% de recuperação. Houve diferença significativa

(p<0,05) entre os caramujos de 20 mm infectados com 1000 e 5000 L1 (p= 0,0153), nos

de 1000 e 10000 L1(p=0,0086) e nos infectados com 5000 e 10000 L1 não houve

diferença significativa (p=0,02). No grupo de 30 mm, houve diferença significativa

entre todos os grupos infectados com cargas diferentes (p<0,0001). Ao comparar os

tamanhos diferentes com a mesma carga larvária, houve diferença significativa somente

entre os caramujos infectados com 10000 L1 (p<0,0001). A mortalidade durante o

estudo foi de 7 caramujos no grupo de 20 mm (12%) e no grupo de 30 mm não ocorreu

morte. Existe influência tanto do tamanho do caramujo no momento da infecção quanto

na quantidade de larvas expostas no processo de infecção. Neste estudo os caramujos de

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tamanho médio de 30 mm infectados com 10000 L1 obtiveram os maiores resultados de

recuperação larvária.

Palavras Chaves:

Angiostrongylus vasorum, Achatina fulica, susceptibilidade

Suporte Financeiro: CAPES

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IMPORTÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DA INFECÇÃO DE ACHATINA FULICA

POR ANGIOSTRONGYLUS VASORUM

COAGLIO, A.S.L.(M)1; MOZZER, L.R.1; LIMA, W.S.1

1- Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG - Belo Horizonte, Minas Gerais

O caramujo africano, Achatina fulica, foi introduzido no Brasil como uma alternativa

alimentar, com a intenção de substituir o escargot, porém sua comercialização não

obteve êxito e assim este foi liberado no ambiente. O caramujo se adaptou rapidamente

ao novo sítio, levando a uma explosão populacional, trazendo prejuízos para a

agricultura em varias regiões do Brasil. E por ser hospedeiro intermediário de alguns

helmintos ele é considerado um risco à saúde humana e animal. O Angiostrongylus

vasorum é um parasito do aparelho cardiorespiratório de cães e canídeos silvestres e

necessita de moluscos como hospedeiro intermediário. O trabalho teve como objetivo

analisar o tempo de sobrevivência da larva de A. vasorum em moluscos da espécie A.

fulica que podem sobreviver em média cinco anos. Utilizou-se 12 caramujos de 10 mm

que foram divididos em dois grupos: seis exemplares infectados com 1000 larvas de

primeiro estádio (L1) e seis caramujos sem infecção para grupo controle. Após 18

meses os caramujos infectados foram sacrificados, macerados e as larvas recuperadas

pelo método Baermann modificado. Os caramujos infectados estavam com tamanho

médio de 51 mm quando sacrificados diferente estatisticamente (p<0,05) do grupo

controle com tamanho médio de 86 mm. Recuperou-se 34 L3 de A. vasorum vivas e

ativas representando 0,57%, sendo uma variação de 1 a 10 L3 por caramujo. A

recuperação larvária em A. fulica observada em estudos anteriores mostram baixas

recuperações de 0,04%, indicando uma menor susceptibilidade da A. fulica a infecção

quando comparada com recuperações em outros moluscos como Biomphalaria

glabrata, 56% e Omalonyx matheroni, 72%, infectados com a mesma carga parasitária.

Estudos celulares e imunológicos estão sendo realizados para esclarecer o que ocorre

durante a infecção do caramujo africano. Embora a A. fulica não seja um hospedeiro

com grandes recuperações larvárias, ela pode ser fonte de infecção para canídeos por

longos períodos mantendo o ciclo na natureza o que possui importância epidemiológica

e enfatiza a necessidade do controle deste caramujo.

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Palavras Chaves:

Angiostrongylus vasorum, tempo de vida, infecção experimental, Achatina fulica

Suporte Financeiro: CAPES

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MECANISMOS DE CONTROLE DO PH NO INTESTINO MÉDIO DE

LUTZOMYIA LONGIPALPIS: PAPEL DOS HORMÔNIOS INTESTINAIS E

SISTÊMICOS LIBERADOS DURANTE A HEMATOFAGIA

NUNES, C.A.(IC)1; SANTOS, V.C.1; PEREIRA, M.H.1; GONTIJO, N.F.1

1- Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG – Belo Horizonte, Minas

Gerais, Brasil

O pH intestinal de fêmeas de Lutzomyia longipalpis é um fator de grande

importância nos processos digestivos do inseto, e também influencia

diretamente no desenvolvimento de Leishmania no tubo digestivo deste vetor.

Em fêmeas não alimentadas com sangue, o pH no intestino médio torácico

(IMT) e no intestino médio abdominal (IMA) é ácido (pH 6). Após o repasto

sanguíneo a manutenção do pH 6 é desligada, possibilitando que o IMA seja

alcalinizado até pH 8,1. A volatilização do CO2 do sangue ingerido é um fator

essencial no processo de alcalinização do IMA. Contudo, outro mecanismo

adicional está também envolvido nesse processo. É possível que esse

mecanismo adicional seja controlado por hormônios secretados a partir do

sistema nervoso ou produzidos nas próprias células endócrinas espalhadas ao

longo do intestino médio. Para investigar a ação destes hormônios,

flebotomíneos fêmeas foram obrigados a ingerir uma solução fisiológica de

insetos contendo o corante indicador de pH azul de bromotimol. Esses insetos

foram imediatamente dissecados e seus intestinos, que apresentavam

inicialmente pH 6, foram tratados com serotonina, com extrato bruto de

intestino, ou ainda, com a hemolinfa coletada de insetos alimentados ou não

com sangue de hamster. Após a aplicação destas substâncias, mudanças no

pH foram acompanhadas pela mudança na cor do corante no interior do

intestino. O extrato contendo hormônios intestinais foi capaz de elevar o pH do

IMA (mas não do IMT) em 47% dos intestinos analisados. A aplicação da

hemolinfa de insetos alimentados com sangue também provocou o aumento de

pH em intestinos inicialmente ácidos. O tratamento com serotonina não

produziu nenhuma alcalinização que fosse estatisticamente significativa. Os

resultados indicam que hormônios intestinais, e também hormônios liberados

na hemolinfa durante o processo de hematofagia estão envolvidos no processo

de alcalinização do intestino do flebotomíneo.

Palavras chaves:

Lutzomyia longipalpis, Intestino Médio, Hormônios

Apoio: CNPq

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CHARACTERIZATION AND IRON MODULATION OF CYSTEINE PROTEINASESEXPRESSION IN THE PROTOZOAN PARASITE TRITRICHOMONAS FOETUS.

Castro, C F L1; Fernandes, N S2; De Jesus, J B3.1, 2 e 3: DEPEB – UFSJ, São João Del Rei, Minas Gerais

The flagellate protozoan Tritrichomonas foetus is an anaerobic parasite that infects the

urogenital tract of bovines, causing bovine trichomoniasis, one of the most frequent sexually

transmitted diseases in cattles. This parasite can be detected in the preputial cavity, urethra

and in deep parts of the urogenital tract in bulls, while in cows it is found in the vaginal

cavity and uterus. For these laft, the T. foetus ability to invade the host tissue, causes

symptoms varying fom mild infections to severe clinical manifestations including vaginitis,

cervicitis, endometritis, what could result in transient or permanent infertility and fetal loss.

Parasite cysteine proteases have been suggested as factor of virulence and adherence

indicating that both secreted and surface cysteine proteases, play a role in parasite-host

interaction. The expression of those enzymes, which play critical role in biological processes,

and pathogenicity of these protozoa, has been shown as an iron dependent phenomenon. It

has been suggested that iron plays a critical role in host-parasite relationships and it is crucial

for survival, metabolism and virulence of protozoa parasites. This study reports biochemical

characterization and comparative analyses of proteolytic activity of parasites grown up in the

presence and absence of iron chelator 2,2-dipyridyl using substrate SDS-PAGE.

Zymographic analysis of T. foetus extract detected optimum proteolytic activity at 37oC and

pH 5,5. Comparative analyses between proteolytic activity of parasites grown up in presence

and absence of iron chelator 2,2-dipyridyl demonstrated that T. foetus grown up in iron-

depleted medium exhibits a reduction in the activity of several cysteine proteases, indicating

that the expression of those enzymes is an iron dependent phenomenon.

Palavras-chave: Tritrichomonas foetus, trichomoniasis, iron, proteomic, parasite-host

interaction.

Suporte Financeiro: UFSJ, PAPES V – Fiocruz – RJ.

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CARACTERIZAÇÃO PARCIAL DE UMA MOLÉCULA COM ATIVIDADE

HEMAGLUTINANTE PRESENTE NO INTESTINO MÉDIO ANTERIOR DE

TRIATOMA INFESTANS (HEMIPTERA: REDUVIIDAE)

ALVES, C.L.1 (PD); PEREIRA, M.H.1; PAIM, R. M.M.1; SOARES, A.C.1;

TANAKA, A.S.2; SANTOS, A.V.3; GONTIJO, N. F.1; ARAÚJO, R. N.1

1 – Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG, Belo Horizonte/MG.

2 –Departamento de Bioquímica, UNIFESP, São Paulo/SP.

3 – Laboratório de Polimorfismo de DNA, ICB, UFPA, Belém/PA.

Hemaglutininas têm sido descritas em artrópodes hematófagos, e a maioria delas são

lectinas com especificidade de ligação em lipopolissacarídeos ou sacarídeos. Em

triatomíneos, a atividade hemaglutinante foi descrita em diferentes tecidos (hemolinfa,

glândulas salivares, intestino médio anterior e posterior), e cada tecido possui moléculas

distintas que diferem em sua capacidade de ligação. O papel biológico dessas

hemaglutininas ainda não é conhecido. No presente trabalho foi realizada uma

caracterização parcial da atividade e de propriedades estruturais da hemaglutinina

presente no intestino médio anterior de Triatoma infestans. A molécula possui uma

potente atividade hemaglutinante sobre hemácias de diferentes hospedeiros vertebrados

(camundongo, rato, coelho, hamster e galinha). A caracterização da cinética da

atividade hemaglutinante em ninfas de terceiro estádio demonstrou que poucos dias

após a muda (1 a 5 dias), a atividade hemaglutinante, presente no intestino médio

anterior, é baixa ou ausente. A natureza da molécula hemaglutinante provavelmente é

protéica, uma vez que a atividade foi totalmente inibida pela ação de enzimas

proteolíticas (proteinase K e tripsina). A molécula é termo-resistente, pois os títulos de

hemaglutinação continuaram altos mesmo após o tratamento térmico (aquecimento a

98oC por 5 minutos). A semipurificação (ultrafiltração em membranas de exclusão

molecular) demonstrou que nas amostras não tratadas termicamente, a atividade

hemaglutinante esteve presente apenas na porção >100 kDa, enquanto que nas amostras

tratadas termicamente a atividade foi observada tanto na porção >100 kDa, quanto na

porção <100 kDa, sugerindo que o tratamento térmico cause um desmembramento da

molécula hemaglutinante, em moléculas menores. A análise por espectrometria de

massa a partir de bandas retiradas de um gel de poliacrilamida após eletroforese sugere

que a molécula hemaglutinante seja uma ferritina. A busca no banco de dados de

sequências de ferritinas em triatomíneos demonstrou a existência de pelo menos uma

ferritina-like secretada (com peptídeo sinal) no intestino médio anterior. Novos

experimentos estão em andamento com o objetivo de identificar a sequência completa

da molécula e seu perfil de expressão para confirmar a identidade da proteína

responsável pela atividade hemaglutinante.

Palavras Chaves: Hemaglutinante, Triatoma infestans, intestino médio anterior,

hematofagia

Apoio financeiro: FAPEMIG, CAPES e CNPq

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ANÁLISE MORFOMÉTRICA DE Panstrongylus megistus (Burmeister, 1835) DOMICILIADOS DA REGIÃO DA SERRA DO CIPÓ, MINAS GERAIS

Costa, AB1(IC); Belisário, CJ1; Diotaiuti, L1

1Laboratório de Triatomíneos e Epidemiologia da Doença de Chagas, Centro de Pesquisas René

Rachou, Fiocruz Minas, BH, Minas Gerais A Serra do Cipó, região localizada no estado de Minas Gerais, faz parte da Serra do Espinhaço e inclui os municípios de Jaboticatubas, Santana do Riacho, Morro do Pilar e Itambé do Mato Dentro. Sua biodiversidade foi reconhecida com a criação do Parque Nacional da Serra do Cipó. Na década de 80, esses municípios apresentavam taxas de prevalência significativas de doença de Chagas (DC), variando de 6,5 a 25,2, sendo o Panstrongylus megistus o principal vetor nessa região. Essa espécie de triatomíneo possui ampla distribuição geográfica e teve a mata Atlântica como seu centro de dispersão. É o principal transmissor do protozoário Trypanosoma cruzi na região sudeste do Brasil e possui alta capacidade de domiciliação, o que torna seu controle um dos principais desafios do Programa de Controle da DC. O objetivo desse trabalho foi avaliar a dinâmica de P. megistus provenientes do intradomicílio e peridomicílio dos municípios de Jaboticatubas e Santana do Riacho, MG, pela análise de morfometria geométrica. Esta metodologia permite uma quantificação precisa das diferenças de conformação levando em conta componentes genéticos e ambientais separadamente. Foram utilizados indivíduos capturados no intradomicílio e peridomicílio de Jaboticatubas (n= 12, 91, respectivamente) e intradomicílio e peridomicílio de Santa do Riacho (n= 9, 30, respectivamente). Os resultados mostram claro dimorfismo sexual nos grupos analisados (p<0,05), sendo as fêmeas maiores que os machos. Esta diferenciação é conhecida para diversas espécies de triatomíneos, e pode demonstrar a ausência de estresse nos grupos analisados. O mapa fatorial gerado pela análise discriminante sobrepôs todos os grupos analisados, demonstrando homogeneidade da amostra. Entretanto, a Distância de Mahalanobis, embora sem diferença significativa, agrupou as amostras do peridomicílio separadamente das do intradomicílio, independentemente do município de origem. Esse fato já pode indicar adaptações dos triatomíneos capazes de colonizar o intradomicílio. A baixa taxa de reclassificação dos indivíduos em seus grupos mostra uma permuta de características entre estes grupos. Palavras chaves: Morfometria geométrica, Panstrongylus megistus, dinâmica populacional Apoio financeiro: CNPq, CPqRR, FAPEMIG

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CONFIRMAÇÃO DE CASO DE CERATITE POR ACANTHAMOEBA POR DIAGNÓSTICO MOLECULAR E AVALIAÇÃO DA PATOGENICIDADE DO ISOLADO

CLÍNICO

POSSAMAI, C.O.(M)1; LIMA, T.L.A.1; COSTA, A.O.2; FURST, C.1 1- Departamento de Patologia, UFES - Vitória, Espírito Santo

2- Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas, UFMG - Belo Horizonte, Minas Gerais

O gênero Acanthamoeba compreende protozoários anfizóicos que podem causar no homem dois tipos de enfermidades: a ceratite amebiana e a encefalite amebiana granulomatosa. A ceratite por Acanthamoeba é uma infecção dolorosa e que pode levar à cegueira. O diagnóstico pode ser realizado por exame direto, isolamento em meio de cultivo e por técnicas de biologia molecular. É uma doença de difícil tratamento, por isso, quanto mais precoce o diagnóstico, melhor o prognóstico. A patogenicidade da Acanthamoeba não é inteiramente conhecida e marcadores vêm sendo investigados na tentativa de mensurar a virulência de linhagens capazes de causar infecção. O objetivo deste trabalho foi realizar a identificação molecular por PCR de amostra clínica obtida de paciente com suspeita de ceratite amebiana e caracterizar o isolado obtido quanto à patogenicidade, por meio de termotolerância e osmotolerância. A partir do raspado da córnea lesada foi realizada extração de DNA e PCR com iniciadores gênero-específico do gene 18S rDNA. Os produtos foram submetidos à eletroforese em gel de acrilamida a 6%, corado com nitrato de prata. Parte do material obtido no raspado foi semeado em meio de cultura (agar soja não nutriente com Escherichia coli) para identificação morfológica e testes de patogenicidade. No ensaio de termotolerância, 103 trofozoítos foram semeados no centro da placa com ágar soja. O teste foi realizado em triplicata a 28ºC, 37ºC e 42ºC e o crescimento foi avaliado durante 5 dias. Para avaliar a osmotolerância, o mesmo procedimento foi realizado em meios contendo manitol a 0,1M, 0,5M e 1,0M, incubados a 28º C. O produto de amplificação esperado, de tamanho entre 900 e 1100 pb, foi visualizado na amostra clínica e no controle positivo (DNA de cepa referência). Foi obtido um isolado em cultura que foi identificado morfologicamente de acordo com os critérios de Pussard e Pons, de 1977, e classificado como pertencente ao grupo II. No teste de termotolerância, houve crescimento até 37ºC, e na osmotolerância, até a concentração de 1,0M. A identificação molecular da amostra clínica foi concordante com o resultado da cultura utilizada como padrão ouro no diagnóstico de ceratite amebiana, com a vantagem de ser mais rápida. Embora alguns estudos demonstrem a correlação entre patogenicidade e tolerância a temperaturas acima de 37ºC, isto não foi evidenciado neste estudo. Sugere-se que esses ensaios podem não corresponder a uma adequada avaliação de patogenicidade de Acanthamoeba. Palavras chaves: Acanthamoeba, PCR, Osmotolerância, Termotolerância Suporte Financeiro: CAPES, FAPES

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FLAGELADOS SEMELHANTES À Trypanosoma cruzi ENCONTRADOS EM TRIATOMÍNEOS SILVESTRES NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO : AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE INFECTANTE E TEMPO DE MANIFESTAÇÃO DA PARASITEMIA EM CAMUNDONGOS.

Dario, MA¹; Santos, CB²; Andrade¹ TES; Fux, B¹*; Falqueto A³.

Laboratório de Parasitologia, UFES¹; Secretaria de Estado da Saúde, Sesa/ES²; Unidade de Medicina Tropical, UFES³.

Triatomíneos de origem silvestre, infectados por formas flageladas semelhantes à Trypanosoma cruzi, são encontrados em ambiente domiciliar de diversas áreas rurais no estado do Espírito Santo. Insetos adultos freqüentemente invadem residências, atraídos pela luz artificial ou à procura de fonte alimentar. O objetivo deste trabalho foi avaliar a capacidade infectante dos flagelados e o tempo de manifestação da parasitemia em camundongos suíços. Excretas de espécimes adultos de triatomíneos capturados no período de junho de 2010 a fevereiro de 2011 foram examinadas para o encontro de formas flageladas semelhantes a T. cruzi, sendo os positivos inoculados em peritônio de camundongo. A partir do 15º até o 60º dia, o sangue periférico foi examinado. De 194 Triatoma vitticeps, 131 (65,98%) estavam positivos para flagelados, sendo que 63 (48,10%) desenvolveram parasitemia em camundongo. De 23 Panstrongylus geniculatus, 5 (21,74%) estavam positivos para flagelados, sendo que 3 (60,0%) desenvolveram parasitemia. O tempo médio para desenvolvimento da parasitemia foi de 21,5 ± 9,6 dias, A capacidade de infectar camundongos, produzindo tripomastígotas sanguíneas, sugere que as formas flageladas encontradas em T. vitticeps e P. geniculatus sejam T. cruzi, A variabilidade no tempo de surgimento das formas tripomastígotas sanguíneas pode estar relacionada à não padronização do inóculo. Já, os resultados negativos poderiam representar inóculos com pequeno número de formas infectantes ou flagelados pertencentes a outras espécies de tripanosomatídeos. A freqüência com que T. vitticeps é encontrado positivo com T. cruzi, no ambiente domiciliar, aumenta a chance de transmissão da doença de Chagas ao homem. As formas encontradas em P. geniculatus, também infectaram camundongos, porém a freqüência desse triatomíneo no ambiente domiciliar é menor que a de T. viiticeps. Os índices elevados de infecção natural de triatomíneos silvestres capturados em domicílios humanos reforçam a necessidade de se manter a vigilância entomológica em áreas de ocorrência destes vetores. Estudos sobre a ecologia destas espécies e sobre o perfil molecular das cepas que circulam nesses vetores devem ser conduzidos visando ao melhor conhecimento de seus habitats e fonte de infecção, além do ciclo silvestre da doença.

Palavras-chaves: Triatomíneos silvestres, formas flageladas, T. cruzi, Espírito Santo,

Apoio: UFES, NEMES (Sesa/ES), CAPES

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ANÍLISE DO SILENCIAMENTO DA PROTEÍNA SALIVAR TRIALISINA DE

TRIATOMA INFESTANS (HEMIPTERA, REDUVIIDAE)

Di Ponzio, R.(IC)1; Paim, R.M.M.

1; Araújo, R. N.

1; Gontijo, N.F.

1; Pereira, M.H.

1

1-Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG, Belo Horizonte, Minas Gerais

Os triatomíneos (Hemiptera, Reduviidae) são insetos hematófagos obrigatórios nos

estágios ninfais e adulto. Eles possuem grande importância médica, pois são vetores do

Trypanosoma cruzi, agente etiológico da Doença de Chagas. O desenvolvimento e a

capacidade vetorial dos triatomíneos são diretamente influenciados pelo seu

desempenho alimentar. A hematofagia é facilitada por uma série de componentes

bioativos secretados na saliva desses insetos, como anestésicos, anticoagulantes e

vasodilatadores. Os barbeiros da espécie Triatoma infestans possuem em sua saliva uma

proteína formadora de poros na bicamada lipídica das células, que pode levar à lise

celular. Especulam-se duas possíveis funções da trialisina, a de aumentar a

permeabilidade das células do hospedeiro durante a alimentação, o que facilitaria a

localização dos vasos sanguíneos pelo barbeiro, e atuar no controle da população de

tripanossomatídeos (T. cruzi e T. rangeli) dentro do intestino médio anterior do T.

infestans, uma vez que parte da saliva é ingerida pelo inseto durante sua alimentação. O

objetivo do presente trabalho é estudar a função desta molécula na alimentação do T.

infestans, in vivo, através de ensaios de alimentação e de microscopia intravital em

insetos com a expressão da trialisina reduzida por interferência de RNA (RNAi). Assim,

dois grupos de ninfas de terceiro estágio de T. infestans de peso equivalente foram

montados. O primeiro grupo foi microinjetado com salina autoclavada, para servir de

controle. O segundo grupo foi injetado com 7,5ug de dsRNA homólogo ao gene

correspondente à trialisina. Dois dias depois as ninfas foram alimentadas em ratos e

esperou-se a muda destas para quarto estádio, fase em que elas serão utilizadas nos

experimentos. O silenciamento foi comprovado por PCR e posteriormente será

reforçado por Western Blot.

Palavras-chave: Triatomíneos, Trialisina, RNA interferente, Silenciamento

APOIO: FAPEMIG, CAPES, CNPq.

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DESEMPENHO ALIMENTAR DE LUTZOMYIA LONGIPALPIS (DIPTERA; PSYCHODIDAE) EM DUAS ESPÉCIES DE ROEDORES DE LABORATÓRIO:

HAMSTER (MESOCRICETUS AURATUS) E CAMUNDONGO (MUS MUSCULUS)

PACHECO, D. E. (IC)¹; MARTINS, K. A.¹; ARAÚJO, R. N.¹; GONTIJO, N. F.¹; PEREIRA, M. H.¹

1. Departamento de Parasitologia, ICB-UFMG. Belo Horizonte, MG.

Os flebotomíneos são insetos hematófagos vetores de Leismania spp,

agentes etiológicos das leishmanioses que atingem mais de 80 países. A hematofagia é realizada apenas por fêmeas adultas que utilizam o sangue ingerido para maturação de ovários e produção dos ovos. Os insetos podem se alimentar em grande variedade de vertebrados, entretanto as diferenças nas respostas fisiológicas e imunológicas entre os hospedeiros interferem no sucesso alimentar dos insetos. O presente trabalho visa estudar o desempenho alimentar de L. longipalpis em duas espécies de roedores: hamster e camundongo var. hairless. Para a comparação, fêmeas de L. longipalpis com 4 a 7 dias após a emergência e alimentadas com solução açucarada (sacarose 30%) foram colocadas em pequenos recipientes plásticos (5 cm x 4 cm x 2 cm) contendo uma abertura (0,25 cm²) em contato com a região abdominal dos roedores previamente anestesiados (tiopental 50 mg/kg). Os experimentos foram realizados individualmente e gravados para posterior análise. Os parâmetros avaliados foram o tempo de contato com o hospedeiro e número de picadas realizadas. Após o repasto, os insetos foram macerados em um tubo de microcentrífuga contendo 80 µL de água destilada, centrifugados, e 20 µL foram colocados em poços de placa de teste de ELISA com 180 µL de reagente de cor e a leitura da absorvância foi realizada à 540 nm. Para a estimativa do volume de sangue ingerido por cada inseto foi construída uma curva padrão de volumes conhecidos do sangue dos dois hospedeiros. A taxa de ingestão dos insetos foi obtida dividindo-se o volume de sangue ingerido (µL) pelo tempo de contato (min). Os insetos alimentados em hamster apresentaram maior taxa de ingestão (0,193 mg/min) do que os alimentados em camundongos (0,096 mg/min) (Test t, p<0,05). No momento, estamos testando a hipótese de que se esta diferença no desempenho alimentar pode estar relacionado com a maior capacidade do inseto em produzir vasodilatação em hamster do que em camundongo. Palavras-chave: Flebotomíneos; hematofagia; alterações hemostáticas. APOIO FINANCEIRO: CNPq, FAPEMIG, CAPES

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DESENVOLVIMENTO DE DESOVAS DE DIFERENTES POPULAÇÕES DE LYMNAEA COLUMELLA APÓS A INFECÇÃO POR FASCIOLA HEPATICA

MENDES, E.A1 ; RIBEIRO V.M.A.1 ; COSTA, A.P.1; GUEDES, T.S.1 ; LIMA, W.S.1

1Departamento de Parasitologia, Instituto de Ciências Biológicas, 1Universidade

Federal de Minas Gerais Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

Lymnaea columella, molusco dulcícola que habita coleções de águas superficiais em quase todas as regiões do Brasil é o principal hospedeiro intermediário de Fasciola hepatica, no estado de Minas Gerais. A fasciolose apresenta expansão em varias regiões do país sendo responsável por grandes perdas econômicas principalmente, na exploração de ovinos e bovinos. A disseminação desta parasitose também tem sido demonstrada em L. columella através do encontro de moluscos naturalmente infectados, em diferentes municípios do país. O objetivo deste estudo foi observar a biologia e o período de desenvolvimento em laboratório de desovas de populações de 02 municípios do Estado de Minas Gerais. Município de Itajubá, com alta prevalência de fasciolose hepatica em bovinos e, Belo Horizonte, região metropolitana com baixa prevalência. Para realização do experimento, 40 moluscos de cada população L. columella, medindo entre 4 a 8 mm, foram experimentalmente infectados com 4 miracídios de F. hepatica e mantidos a temperatura ambiente entre 22 a 27oC, dentro de recipientes plásticos (15 x 5 x 5 cm de profundidade) contendo água desclorada. Semanalmente a água era trocada e os espécimes alimentados com alface fresca. O grupo controle foi formado por 40 indivíduos não infectados. A cada intervalo de 10 dias foram selecionadas 5 desovas de indivíduos infectados e do grupo controle, contendo entre 3 a 20 exemplares. As desovas selecionadas foram individualmente colocadas em recipientes plásticos, mantidas em temperatura ambiente e diariamente observadas até a eclosão do primeiro indivíduo. Foram registrados os valores médios de indivíduos eclodidos e o período de incubação dos ovos de indivíduos infectados e não infectados, após 50 dias de infecção. A análise estatística mostrou que não ocorreram diferenças significativas do número médio de indivíduos eclodidos. As médias obtidas para L. columella oriundas de Itajubá, Belo Horizonte e grupo controle foram, respectivamente, 8,10±4,35; 8,80±4,481; 11,00±3,75. O mesmo foi observado em relação ao período de incubação. As médias obtidas na eclosão de ovos das desovas de L. columella oriundas de Itajubá, Belo Horizonte e grupo controle foram, respectivamente, 17,40±2,51; 22,40±6,87; 22,00±2,00. Concluiu-se que o desenvolvimento das desovas das populações estudadas foi semelhante. Palavras-chave: Lymnaea columella, eclosão, ovos Apoio: CAPES, CNPq, FAPEMIG

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INHIBITION OF THE SPOROGONY OF MALARIA PARASITE IN MOSQUITOES BY NEW PRIMAQUINE DERIVATIVES.

FIGUEIREDO, F. J. B.¹ (M); AGUIAR, A. C. C.¹; CUNICO, W.²; KRETTLI, A. U.¹*

1Centro de Pesquisas René Rachou, FIOCRUZ,Minas Gerais, Brasil. 2Universidade Federal de Pelotas,Paraná, Brasil.

Primaquine, an 8-aminoquinoline rather toxic, is the only drug used in Brazil to prevent the Plasmodium vivax late relapses caused by hypnozoites. Primaquine is also used in endemic areas of P. falciparum to interrupt parasite transmission, since it blocks gametocytes development parasite transmission. Nevertheless, primaquine metabolites cause severe hemolysis and anemia in G6PD deficient patients, thus new primaquine substitutes are needed. We have used an indirect model to find PQ substitutes based on its ability of to inhibit P. gallinaceum development in Aedes fluvialitis mosquitoes. Seven thiazolidinones derived from primaquine were tested. First, one week old P. gallinaceum infected chicks, with ascending parasitemia (<10%), provided an infective blood meal to mosquitoes. The chicks were then immediately treated with a single oral dose of the test substance or primaquine, as a positive control. About 6 hours after drug treatment, new mosquitoes were blood fed in the infected drug-treated chicks. All engorged mosquitoes were maintained at 27°C temperature for one week, with a sugar diet. One week later they were dissected, their midguts isolated (n=20), oocysts counted at the microscope and the percent of infected mosquitoes evaluated. All new thiazolidinonas were tested at 100 mg/Kg, two were active (N14A and N17A) inhibiting 90% to 100% the sporogony; P92A inhibited 75% sporogony; the other thiazolidinones were inactive whereas primaquine completely inhibited sporogony at 15 mg/Kg. Tested in vitro for citotoxicity against a human hepatoma cell line, by MTT, neither N14A nor N17A were toxic; their minimum lethal doses killing 50% of the cells (MLD50) were above 1000 ug/mL; for primaquine MLD50

was 116 ug/mL. Further assays will be performed to explore the possible anti-hypnozoite activity of N14A and N17A, using mice infected with P. berghei sporozoites, in which part of the inoculated develop in the skin of the animals. Another model, recently described, allows to investigate anti-hypnozoite drugs but it requires P. cynomolgi sporozoites, a complex and more expensive model of simian malaria, although ideal for our investigation. Keywords: Sporogony, primaquine and anti-hypnozoites Financial Support: CNPq, FAPEMIG, MS and FIOCRUZ.

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AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS BIOLÓGICOS ASSOCIADOS À ALIMENTAÇÃO DE LARVAS E NINFAS DE Ornithodoros rostratus (ACARI: ARGASIDAE) EM CAMUNDONGOS

Gabriel Cerqueira Alves Costa, Marcos Horácio Pereira, Ricardo Nascimento AraújoEmail de contato: [email protected]

Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG, Belo Horizonte, MG.

O Ornithodoros rostratus ARAGÃO, 1911 é um argasídeo encontrado na Bolívia, Paraguai, Argentina e Brasil. Além da ação espoliante exercida sobre seus hospedeiros, espécimes do gênero Ornithodoros são possíveis transmissores da Febre Maculosa e Febre Recorrente ao homem. No entanto, até o momento, existem poucos trabalhos a respeito de seu ciclo biológico e comportamento alimentar. A fim de gerar uma maior compreensão a respeito desses artrópodes, este trabalho teve como objetivo descrever o tempo necessário para alimentação, o ganho de peso e o tempo de muda de larvas e ninfas de primeiro estádio de O. rostratus. Foram realizados dois experimentos utilizando 300 larvas e 156 ninfas de primeiro estádio, com aproximadamente 30 dias de jejum, que foram alimentadas em camundongos. O processo alimentar foi monitorado utilizando uma câmera digital, a fim de determinar seu tempo de alimentação. Após o período de alimentação, os espécimes foram pesados e armazenados individualmente em estufa com temperatura e umidade controladas (28ºC e 80%, respectivamente), para determinar o tempo gasto para muda. Das 300 larvas utilizadas, 264 (88%) se alimentaram em um tempo médio de 2,68 ± 1,15 dias. O peso médio após a alimentação foi de 1,04 ± 0,41mg. Das 264 que se alimentaram, 204 (77%) realizaram a muda, levando em média 5,01 ± 1,62 dias. Das 156 ninfas de primeiro estádio utilizadas nos experimentos, 129 (83%) se alimentaram, gastando em média 16,94 ± 11,04 minutos e apresentando peso médio de 1,37 ± 0,78 mg. Das 129 que se alimentaram, 75 (58%) realizaram a muda, levando em média 6,64 ± 1,06 dias. Experimentos serão realizados a fim de descrever os parâmetros alimentares de outros estádios evolutivos do O. rostratus.

Apoio financeiro: FAPEMIG

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ESTUDO MORFOMÉTRICO DAS LARVAS DE PRIMEIRO, SEGUNDO E

TERCEIRO ESTÁDIO DE ANGIOSTRONGYLUS VASORUM

MOZZER, L. R.(D)1; RAMALHO, G. A.1; FRAIHA, A. L.1 S.; CÂMARA, B. O. S.1;

TAVARES, F. L. S.1; COAGLIO, A.S.L.1; LIMA, W. S.1

1- Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG – Belo Horizonte, Minas Gerais

Angiostrongylus vasorum é um nematóide encontrado no sistema circulatório de canídeos

domésticos e silvestres. Moluscos terrestres ou aquáticos são os hospedeiros

intermediários. Este estudo teve como objetivo avaliar a morfologia dos estádios larvares

de A. vasorum. Utilizou-se 25 moluscos do gênero Omalonyx infectados com 250 L1

segundo metodologia utilizada por Mozzer et al (2011). Sacrificou-se grupos de 5

moluscos nos dias 5, 10, 15, 20, 25 após a infecção (DPI). Para analisar a biometria

foram medidas, com auxílio de uma ocular milimetrada, 50 larvas de cada estádio. As

larvas foram identificadas segundo descrição feita por Bessa (2000). Também realizaram-

se desenhos com auxílio de microscópio óptico acoplado a câmara clara, em 10% das larvas

mensuradas em cada estádio para descrição da morfologia das mesmas. No 5 DPI 95,9% das

larvas recuperadas eram L1 e 8,4% L2. As medidas das L1 foram 271,2 a 304,9 µm (289,82

+/-8,22) de comprimento (CP) e 11,3 a 12,9 µm (12,29 +/-0,38) de largura (LG) e das L2

334,4 a 349,5 µm (338,1 +/-4,85) de CP e 12,1 a 13,2 µm (12,78 +/- 0,42) de LG. No 10 DPI

foram recuperadas 21% L1, 76% L2 e 3% L3. As L1 mediam 287,4 a 318,7 µm (312,6 +/-

7,08) de CP e 11,8 a 13,1 µm (12,89 +/- 0,28) de LG. As L2 336,3 a 350,1 µm (345,31 +/-

3,23) de CP e 12,5 a 13,9 µm (13,42 +/-0,44) de LG. As L3 358,4 a 364,6 µm (362,12 +/-

2,32) de CP e 14,5 a 21,9 µm (19,1+/-3,08) de LG. No 15 DPI foram recuperadas 57,39% de

L2 e 42,61% de L3. As L2 mediam 350,2 a 373,9 µm (369,04 +/-4,54) de CP e 14,9 a 21,1

µm (20,28+/-1,56) de LG. As L3 392,9 a 478,1 µm (431,71+/-21,1) de CP e 16,1 a 24,0 µm

(22,2+/-1,67) de LG. No 20 DPI recuperou-se 2,31% de L2 e 97,69% de L3. As L2 mediam

362,8 a 381,3 µm (374,3+/-8,15) de CP e 16,3 a 22,0 µm (20,14 +/- 2,26) de LG. As L3

468,4 a 515,6 µm (503,83+/-11,44) de CP e 24,7 a 28,3 µm (26,04+/-0,89) de LG. No 25 DPI

a recuperação foi de 100% de L3 que mediam 496,2 a 531,3 µm (520,92 +/-8,42) de CP e

28,6 a 33,1 µm (31,53 +/- 0,86) de LG. A morfologia das L1 evidenciam larvas de conteúdo

translúcido com projeção unguiforme na porção terminal e L1 aos 10 DPI apresentam

grânulos em seu interior. As L2 possuem duas bainhas e nas larvas maiores características da

porção terminal da L1 e da L3. As L3 apresentam dois bastões quitinosos e cauda com

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projeção digitiforme. Percebe-se que existe um crescimento das larvas ao longo de seu

desenvolvimento e que os diferentes estádios podem coexistir dentro do hospedeiro.

Palavras-chaves:

Angiostrongylus vasorum, morfometria, larvas de terceiro estádio, helmintos pulmonares

Suporte financeiro: Capes

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ANÁLISE MOLECULAR COMPARATIVA DO GENE TRIPAREDOXINA PEROXIDASE EM AMOSTRAS DE Leishmania braziliensis E Leishmania chagasi SENSÍVEIS E RESISTENTES AO

ANTIMONIAL TRIVALENTE

Andrade, J.M.1(M); Murta, S.M.F.1

Laboratório de Parasitologia Celular e Molecular Centro de Pesquisas René Rachou- FIOCRUZ, Belo Horizonte, Minas Gerais1

[email protected]

Triparedoxina peroxidase é uma enzima que pertence à família das peroxiredoxinas e participa da defesa antioxidante, por metabolizar peróxido de hidrogênio em moléculas de água. Dados da literatura têm mostrado que parasitos resistentes à droga podem aumentar os níveis de TxP junto com outras enzimas, protegendo-os contra o estresse oxidativo. Neste estudo avaliamos os níveis de RNA mensageiro deste gene e níveis desta proteína em populações de L. braziliensis e L. chagasi sensíveis e resistentes ao antimonial. Análise através de PCR quantitativo em Tempo Real revelaram que o nível de mRNA deste gene foi duas vezes maior nas populações de Leishmania resistentes ao antimonial trivalente, quando comparado aos seus respectivos pares sensíveis. A expressão proteica foi determinada por ensaios Western blotting utilizando anticorpo policlonal contra a proteína recombinante TxP de T. cruzi. Análises do alinhamento da sequência de aminoácido da proteína de T. cruzi mostraram 84% de identidade com a sequência proteica de L. braziliensis. Os resultados de Western blot mostraram que este anticorpo reconheceu um polipeptídio de 25 kDa em ambas espécies de Leishmania. Observa- se que os resultados de western blot comprovam os dados obtidos por PCR em tempo real, pois o nível de expressão desta proteína nas populações resistentes também foi duas vezes maior comparado aos pares sensíveis em ambas as espécies. Estudos estão sendo realizados para determinar se a superexpressão de TxP em amostras de L. braziliensis e L. chagasi irão conferir resistência ao antimonial nestes parasitos. Para superexpressar a TxP, as populações sensíveis e resistentes de L. braziliensis e L. chagasi foram eletroporadas com a construção pIR1-BSD-TxP, plaqueadas em meio semisólido contendo Blasticidina. Observamos que todas as colônias que cresceram na presença de blasticidina foram positivas para o marcador BSD. Análise por Western blotting mostraram que o nível de expressão da proteína TxP foi de 3 a 7 vezes maior nos parasitos transfectados quando comparado às populações parentais não-transfectadas em ambas as espécies. Atualmente estamos realizando ensaios de susceptibilidade destes parasitos superexpressores da TxP ao antimonial trivalente . Estes resultados da análise funcional da enzima TxP será importante para verificar se ela está ou não envolvida no mecanismo de resistência ao antimonial nestas espécies.

Palavras- chave: Triparedoxina peroxidase, Leishmania braziliensis, Leishmania chagasi, resistência ao antimonial

Suporte financeiro: CNPq, FAPEMIG, CPqRR, PDTIS/Fiocruz and UNICEF/UNDP/World Bank/WHO/TDR.

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FREQUÊNCIA DE PARASITOS INTESTINAIS E PULMONARES DE FELÍDEOS E

CANÍDEOS SILVESTRES DA FUNDAÇÃO ZOO-BOTÂNICA DE BELO

HORIZONTE- MINAS GERAIS - BRASIL

MOZZER, L.R.(D)1; FREITAS, M.V.M.2; TINOCO, H.P.2; LIMA, W.S.1

1- Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG – Belo Horizonte, Minas Gerais

2 - Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte – Belo Horizonte, Minas Gerais

O estabelecimento de um programa de controle parasitário dentro de um zoológico se

mostra eficiente quando existe o conhecimento dos parasitos que ocorrem em seus

animais silvestres. O levantamento coproparasitológico além de essencial para controle

ainda constitui em técnicas não invasivas. Para averiguar a existência de parasitismo nos

felídeos e canídeos silvestres da Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte, foi

realizado acompanhamento de 20 animais sendo: 3 Jaguatiricas (Leopardus pardalis), 2

Onças-pintada (Panthera onca), 2 Leões (Panthera leo), 1 Tigre-siberiano (Panthera

tigris altaica), 2 Onças-parda (Puma concolor), 6 Cachorros-do-mato-vinagre (Speothos

venaticus), 1 Raposa do campo (Lycalopex vetulus), 3 Lobos-Guará (Chrysocyon

brachyurus). As amostras de fezes foram coletadas a cada três dias durante um mês.

Nos animais contidos no mesmo recinto realizou-se um pool das amostras e foram

considerados no cálculo de freqüência como sendo apenas um. A identificação se

limitou apenas a família ou gênero. Observou-se uma freqüência de 11 (73,3%) animais

infectados com uma ou mais espécies de protozoário e/ou helminto. Não foi encontrada

forma parasitária característica de helmintos pulmonares. O tigre siberiano não

apresentou parasitismo. A freqüência de animais parasitados em cada gênero ou família

foi a seguinte: 63.6% Trichuris (jaguatirica, onça pintada, lobo guará, raposa do campo,

cachorro do mato), 36,4% família Ascarididae (leão, lobo, raposa, cachorro), 18,2%

família Ancylostomatidae (lobo e cachorro), 18,2% Strongyloides (onça parda e raposa),

18,2% Cystoisospora (onça pintada, onça parda e raposa) e 18,2% Giardia (raposa e

cachorro). A eliminação dos estádios evolutivos foram intermitentes ao longo do estudo

evidenciando a importância de coletas intervaladas para um diagnóstico seguro. Estudos

mostram que infecções helmínticas em animais de zoológico causam manifestações

clínicas discretas, porém a longo prazo, podem causar emagrecimento e fraqueza

generalizada, o que irá debilitar o animal predispondo-o à outras infecções. As infecções

parasitárias, mesmo quando discretas, não devem ser negligenciadas, e estudos sobre a

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prevalência das mesmas em zoológicos devem ser conduzidos, visando a melhor

compreensão das doenças parasitárias em animais de cativeiro.

Palavras-chave:

Zoológico, parasitos gastrointestinais, animais silvestres

Suporte financeiro: Capes

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EMERGÊNCIA ESPONTÂNEA DAS LARVAS DE TERCEIRO ESTÁDIO DE

ANGIOSTRONGYLUS VASORUM EM OMALONYX MATHERONI

MOZZER, L.R.(D)1; LIMA, W.S.1

1- Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG – Belo Horizonte, Minas Gerais

Angiostrongylus vasorum (Baillet 1866) Kamensky (1905) é um nematóide parasita do

sistema cardiorespiratório de canídeos domésticos e silvestres. O ciclo biológico é do

tipo heteroxeno tendo como hospedeiros intermediários moluscos terrestres e aquáticos.

O objetivo desse estudo foi avaliar a existência de liberação espontânea de larvas de

terceiro estádio (L3) de A. vasorum dos moluscos da espécie Omalonyx matheroni.

Foram infectados 90 moluscos com 250 L1 de A. vasorum, segundo metodologia

utilizada por Mozzer et al. (2011). Após a infecção, os moluscos foram divididos em

grupos de dez e transferidos para cubas plásticas, contendo água desclorada, fragmentos

de tijolos de barro que serviram como abrigo e moradia para os moluscos. As cubas

foram mantidas a temperatura ambiente. A temperatura e umidade foram registradas

diariamente com auxílio de um termômetro fixo no local. A partir do 6º ate o 25º dia

após a infecção (DPI) diariamente, os fragmentos dos tijolos foram lavados com água

corrente. A água de lavagem juntamente com a contida nas cubas foram centrifugadas e

o sedimento examinado em microscópio esterioscopico 40X para pesquisa de L3. No

25º DPI os moluscos foram sacrificados, macerados e o conteúdo submetido ao método

de Baermann modificado para recuperação de L3. Todas as larvas que emergiram, assim

como as recuperadas dos tecidos foram identificadas, contadas e mensuradas com

auxílio de uma ocular milimetrada. No 10º DPI foram recuperadas 2 L3 em uma das

cubas. No 12º DPI encontrou-se 4 L3 em outra cuba . A partir do 15º DPI foram

encontradas larvas diariamente em todas as cubas. A média de L3 recuperadas por dia

na água de cada cuba variou de 6,3 a 9,6 larvas ativas. As L3 que emergiram dos O.

matheroni tiveram um comprimento de 521,7 a 572,3 μm (533,2 μm +/- 9,12) e largura

de 30,2 a 33,7 μm (32,1 μm +/- 0,86). Após o sacrifício dos moluscos houve uma

recuperação de 75% do número de larvas expostas ao molusco. As mensurações

variaram de 496,2 a 531,3 µm (520,92 +/-8,42) de comprimento e 28,6 a 33,1 µm (31,53

+/- 0,86) de largura. A causa da emergência das L3 dos tecidos de O. matheroni

necessita de mais estudos, no entanto, a morfometria das L3 que emergiram são, em

geral, maiores que as L3 recuperadas dos tecidos pelo método de Baermann após 25

DPI.

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Palavras-chaves: Angiostrongylus vasorum, emergência, Omalonyx matheroni.

Suporte financeiro: Capes

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INIBIÇÃO DO SISTEMA DO COMPLEMENTO PELO CONTEÚDO INTESTINAL DE LUTZOMYIA LONGIPALPIS (DIPTERA: PSYCHODIDAE).

Lima III, K.F.¹(IC);Gontijo,N.F.¹;Pereira,M.H.¹;do Vale,V.F¹ [email protected]

1-UFMG Durante o repasto sanguíneo, a saliva dos insetos hematófagos desempenha o importante papel de impedir ou diminuir os processos hemostáticos e imunológicos de seus hospedeiros vertebrados. Desse modo, esses insetos obtêm uma quantidade de sangue satisfatória e conseguem fazer com que os componentes do sistema imune presentes no sangue ingerido não danifiquem o epitélio intestinal. O objetivo desse trabalho é avaliar, in vitro, se o conteúdo intestinal de Lutzomyia longipalpis, principal vetor de Leishmania infantum nas Américas, é capaz de inibir o sistema do complemento humano através de hemólise e deposição de moléculas do complemento na presença de extrato de intestinos de fêmeas em jejum de L. longipalpis. Para ensaio de hemólise da via clássica foram usadas hemácias de carneiro sensibilizadas com anticorpo específico para essas hemácias. Já para a via alternativa, foram utilizadas hemácias de coelho. Para os ensaios de deposição das moléculas do complemento foram usadas placas de ELISA sensibilizadas com anticorpos(via clássica) e com agarose(via alternativa) para gerar o disparo da cascata do complemento.A deposição dos componentes C3b, C4b, C5 e C9 (para via clássica) e C3b,C5 e C9 (para via alternativa) podem ser detectados na superfície da placa com o uso de anticorpos monoclonais específicos para esses componentes. A visualização da deposição dos componentes foi feita utilizando-se anticorpos secundários conjugados com peroxidase.Nos ensaios de deposição da via clássica houve inibição de C3 de 65,3%, C5 de 69,9% e C9 de 44,84%, enquanto que o conteúdo intestinal não foi capaz de inibir a deposição de C4, na quantidade equivalente a 8 intestinos.No entanto, na hemólise foram obtidos resultados de ativação do complemento por mecanismos ainda não elucidados.Para a via alternativa, não houve ocorrência de inibição nos ensaios de hemólise e nem nos ensaios de deposição, também com quantidades equivalentes a 8 intestinos.Esses resultados indicam que a inibição do sistema do complemento pelo conteúdo intestinal de L.longipalpis ocorre somente na via clássica e à partir de etapas intermediárias da cascata do complemento, o que nos indica uma proteção tardia ao epitélio intestinal. Palavras-chave: Sistema do complemento, Lutzomyia longipalpis, inibição do complemento Apoio: Fapemig, Capes, CNPq

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SUSCETIBILIDADE DE Callithrix penicillata AO Strongyloides stercoralis

Mati, V.L.T.; Martins, W.A.; Melo, A.L.

Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG. Email: [email protected];

[email protected]

A estrongiloidose humana é dentre as infecções parasitárias uma das mais negligenciadas. Pelo

menos em parte, esta situação decorre da ausência de modelos experimentais viáveis para o

estudo do Strongyloides stercoralis que apresenta peculiaridades como a possibilidade de

autoinfecção e disseminação no seu hospedeiro. Quando infectados pelo Strongyloides

venezuelensis, um parasito de roedores, calitriquídeos são um modelo primata não humano

válido para a estrongiloidose, embora neste caso nem todos os aspectos da doença sejam

simulados. Buscando obter um modelo passível de infecção ao S. stercoralis no qual o curso da

moléstia seja mais representativo daquilo que é verificado em seres humanos, Callithrix

penicillata (n = 6) foram infectados por via subcutânea com 100 (n = 2) ou 500 (n = 4) larvas

infectantes de terceiro estádio (L3i) do parasito. O estado clínico dos primatas foi então

semanalmente avaliado e a análise qualitativa da eliminação de larvas de S. stercoralis em suas

fezes realizada diariamente a partir do 12º dia pós-infecção (DPI). Todos os espécimes

mostraram-se suscetíveis e entre os animais que receberam diferentes números de L3i não

foram observadas diferenças nos parâmetros avaliados. Os períodos pré-patente e patente

foram de 14,8 ± 1,9 e 151,8 ± 94,5 DPI, respectivamente. Embora episódios de diarreia,

redução no peso médio e eriçamento do pelame dos animais tenham sido observados,

sobretudo no primeiro mês de infecção, durante a fase crônica verificou-se evolução para a

cura espontânea que foi precedida por uma alternância nos resultados das análises de fezes

antes da completa negativação. Os resultados obtidos indicam que a infecção experimental por

S. stercoralis em C. penicillata apresenta aspectos similares ao observado na infecção humana,

abrindo perspectivas para estudos sobre a biologia do parasito e para a sua manutenção em

laboratório.

Palavras chave: calitriquídeo, estrongiloidose experimental, modelo primata não humano.

Apoio: CNPq

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ASPECTOS DA INFECÇÃO EXPERIMENTAL DE Callithrix penicillata PELO Necator americanus

Mati, V.L.T.; Martins, W.A.; Gazzinelli-Guimarães, P.H.; Fujiwara, R.T.; Melo, A.L.

Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG. Email: [email protected]; [email protected]

O uso de primatas como modelos experimentais em estudos parasitológicos tem possibilitado avanços

no conhecimento das relações parasito-hospedeiro, podendo ainda auxiliar no isolamento e manutenção

em laboratório de determinados parasitos. Nesse sentido, um espécime de Callithrix penicillata (sagui 1)

recebeu por via subcutânea 600 larvas infectantes de terceiro estágio (L3i) do nematódeo obtidas de

fezes humanas. Outros três animais (saguis 2, 3 e 4) foram subsequentemente infectados com o mesmo

número de L3i, sendo estas obtidas de coproculturas já realizadas de material oriundo de calitriquídeo.

Realizou-se ainda o acompanhamento do estado clínico destes primatas, sendo diárias as análises

qualitativa e quantitativa de fezes a partir do 30º dia após a infecção (DPI). Os saguis foram suscetíveis

ao parasito, incluindo os três exemplares que receberam L3i originárias de calitriquídeos. Entre a

primeira e segunda semanas de infecção os primatas apresentaram irritabilidade, eriçamento do pelame e

hiporexia compatíveis com a fase de migração pulmonar do nematódeo. Os ovos apresentaram em sua

maioria desenvolvimento normal e o período pré-patente foi de 39,3 ± 3,1 DPI. A patência média tem-se

mostrado até então superior a 180 DPI, estando o sagui 1 parasitado há mais de 420 dias. Por outro lado,

um único óbito ocorreu aos 98 DPI (sagui 2). Neste primata, 12,2% das L3i inoculadas foram

recuperadas como parasitos adultos. C. penicillata apresenta-se como uma espécie suscetível à infecção

pelo N. americanus que tem permitido a manutenção do ciclo do parasito no laboratório, havendo a

possibilidade, após sucessivas passagens nestes primatas, de uma adaptação do parasito a este modelo.

Palavras chave: calitriquídeo, ancilostomose experimental, modelo primata não humano.

Apoio: CNPq

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DIVERSIDADE DE ENDOPARASITOS EM QUIRÓPTEROS NO ESPÍRITO SANTO, BRASIL SIMÕES¹, M. B.; DITCHFIELD2, A. D.; FUX1, B.; MOREIRA1, N. I. B.

1- Departamento de Patologia – CCS/ UFES; 2- Departamento de Biologia - CCHN/UFES; Vitória - ES

Os quirópteros representam a segunda maior ordem na classe dos mamíferos em número de espécies, sendo que no Brasil existem cerca de 170 espécies, sendo 90 encontrados somente na região Sudeste. Embora possam atuar como hospedeiros de helmintos e protozoários, pouco se conhece sobre a diversidade de endoparasitos destes animais. O presente trabalho tem por objetivo relatar os resultados preliminares sobre a diversidade de endoparasitos de quirópteros no Espírito Santo. No período de janeiro de 2010 a agosto de 2011, foram realizadas capturas em oito localidades do estado (Timbuí, Castelo, Santa Teresa, Cariacica, Sooretama, Linhares, Serra, Presidente Kennedy). Os morcegos capturados com redes de neblina armadas em campo foram sacrificados e uma alíquota de sangue foi retirada de cada exemplar e dividida em duas partes para o cultivo de tripanossomatídeos e montagem de soroteca. O trato digestivo (estômago e intestino) e o fígado foram retirados, posteriormente à punção cardíaca, e processados para coleta de helmintos. Os nematódeos encontrados foram fixados a quente com formol a 5% (acima de 60ºC), e os cestódeos e trematódeos foram fixados sob compressão. A identificação dos helmintos foi realizada por exames detalhados das estruturas em microscópio óptico. Para a pesquisa de tripanosomatídeos, o sangue foi cultivado em meio NNN e analisado após 7 dias. Dos 75 animais necropsiados, pertencentes a 28 espécies, 23 apresentaram resultado positivo para um ou mais espécies de parasitos. Nematódeos foram encontrados no intestino e na cavidade peritonial, trematódeo no fígado e cestódeo no intestino. Até o presente momento, 4 gêneros de nematódeos foram identificados: Pterygodermatites em Mimon bennetti e Phillostomus discolor; Litomosoides em Trachops cirrhosus, Caroliia sp., Chrotopterus auritus e Anoura caudifer; Tricholepeira em Trachops cirrhosus e Stilestrongylus em Phyllostomus hastatus. Tripanosomatídeos foram encontrados em 3 exemplares de Trachops cirrhosus. A localidade que apresentou maior número de quirópteros infectados foi Sooretama, que possui um grande fragmento de área preservada da Mata Atlântica, o que facilita na manutenção do ciclo biológico dos parasitos em relação às regiões urbanas analisadas no estado. Este estudo tem contribuído significativamente para o conhecimento da diversidade de endoparasitos de quirópteros em nosso estado.

Palavras-chaves: Endoparasitos, quirópteros, Espírito Santo.

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AVALIAÇÃO DA INFECÇÃO POR Ancylostoma ceylanicum EM HAMSTERS (Mesocricetus auratus) SUBMETIDOS À DIETA HIPOPROTÉICA Pacanaro, C. P.1 M; Dias, S. R.2; Serafim, L. R.1; Alvarez-Leite, J. I.2; Rabelo, E. M.1

1 Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG, Belo Horizonte – MG. 2 Departamento de Bioquímica e Imunologia, ICB, UFMG, Belo Horizonte – MG. A ancilostomose é um problema de saúde pública, principalmente em regiões com baixo desenvolvimento econômico e social. Os ancilostomídeos possuem hábitos hematofágicos que são responsáveis por quadros clínicos de anemia, desnutrição e síndrome de má absorção intestinal. Sendo assim, este estudo visa esclarecer os mecanismos moleculares da infecção associada à dieta do modelo experimental. Hamsters (Mesocricetus auratus) imunocompetentes são permissíveis ao desenvolvimento do ancilostomídeo Ancylostoma ceylanicum, que também pode infectar humanos. Assim, larvas infectantes de terceiro estágio (L3) administradas por via oral no hamster se desenvolvem no intestino delgado em vermes adultos. O modelo é útil porque reproduz a perda de peso, diminuição no ritmo de crescimento e anemia encontrados em infecções maciças por ancilostomídeos em humanos. Neste experimento, será avaliada a influência do estado de desnutrição, pela indução de dieta hipoprotéica em hamsters, na infecção por A. ceylanicum. Serão utilizados quatro grupos experimentais, que estão descritos a seguir: Grupo Controle: receberão ração comercial para roedores e serão infectados por A. ceylanicum; Grupo Desnutrido: receberão ração com formulação especial, contendo 60% da quantidade protéica da ração consumida pelo Grupo Controle e serão infectados por A. ceylnicum; Grupo Controle Negativo: receberá a mesma dieta do Grupo Controle e não serão infectados; Grupo Desnutrido Negativo: receberá a mesma dieta do Grupo Desnutrido e não serão infectados. Todos os grupos serão alimentados ad libitum com suas respectivas dietas por quatro semanas antes da infecção por A. ceylanicum, e todos os grupos permanecerão com suas dietas até o final do experimento. Os hamsters serão infectados por via oral com 50 larvas (L3). Durante os experimentos os seguintes parâmetros clínicos e parasitológicos serão avaliados: aferição de peso; teor de gordura fecal, perfil glicêmico e hematológico e número de ovos por grama de fezes (OPG). Após 30 dias de infecção, os animais serão eutanasiados e alguns tecidos serão recuperados para posterior análise, como a quantificação dos vermes adultos no intestino delgado e posterior histopatologia para observar o grau de inflamação desse órgão. Os métodos estatísticos serão escolhidos de acordo com os dados; os paramétricos serão avaliados por análise de variância ou teste T não-pareado e os não-paramétricos serão submetidos ao teste de Mann e Whitney ou Kruskal-Wallis. Palavras-chave: Ancylostoma ceylanicum, hamsters, dieta hipoprotéica. Suporte financeiro: CAPES.

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STUDY OF THE INTERACTION BETWEEN Trypanosoma. rangeli AND

NITROPHORINS IN THE SALIVARY GLANDS OF THE TRIATOMINE R. prolixus

Paim, R.M.M 1(D); Pereira, M.H 1 ; Araújo, R.N 1; di Ponzio R 1; Gontijo, N.F 1; Guarneri, A.A 2 * 1 Departamento de Parasitologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Minas

Gerais. Belo Horizonte, MG, Brazil. 2 Centro de Pesquisas René Rachou, FIOCRUZ, Belo Horizonte, MG, Brazil.

* [email protected]

Trypanosoma rangeli develops in the intestinal tract of triatomines and invades the hemolymph and salivary glands (SG) of the insect vector, particularly in species of the genus Rhodnius. Among several bioactive molecules produced in the SG, the most abundant in R. prolixus are hemeproteins called nitrophorins (NPs). These proteins present a heme group and are capable to bind nitric oxide. In this work, we studied the interaction between T. rangeli and NPs, when the parasite is inside R. prolixus SG. The NPs 1-4 were knocked down by RNAi technique in R. prolixus nymphs, but the significant reduction in the NPs expression did not affect the survival and the differentiation process of parasites in the SG. As the absence of NPs does not interfere with the development of the parasite in the SG, we investigated whether the presence of T. rangeli parasites in the SG affects the salivary composition and the expression of NPs. R. prolixus fourth instar nymphs were inoculated in the hemolymph with 100 epimastigotes of T. rangeli in PBS, or with PBS only (control group). After molt, the SG of fifth instar nymphs starved for 40 days were disrupted in PBS. The RNA was extracted from gland tissue and the Real Time PCR demonstrated that expression of three housekeeping genes (18S rRNA, b-actin and a-tubulin) and the four NPs did not alter in SG after T. rangeli infection. The spectrophotometer quantification showed that the amount of total protein (280nm) and hemeprotein (404nm) were significantly higher in non-infected SG content. However, the proportion of hemeproteins/total protein was similar in both control and infected salivary contents. Based on these preliminary results, we conclude that T. rangeli did not affect the NPs transcription and translation and did not promote an expressive SG damage enough to reduce the expression of housekeeping genes in the SG. T. rangeli parasites probably only incorporated unspecifically the soluble proteins present in R. prolixus saliva. Supported by: FAPEMIG, CAPES, CPqRR, INCT-EM. Key words: Trypanosoma rangeli, salivary glands, Rhodnius prolixus, nitrophorins.

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NOXAFIL®, AN INHIBITOR OF Plasmodium falciparum LACTATE DEHYDROGENASE

ENZYME

Penna-Coutinho, J.1,2

; Cortopassi, W.A.3; Oliveira, A.A.

3; Figueiredo, F.J.

2; França, T.C.C.

3* and

Krettli, A.U.1,2*

1Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG, BH, MG.

2Laboratório de Malária, CPqRR, BH, MG.

3Laboratório de Modelagem Aplicada a Defesa Química e Biológica - IME, RJ, RJ.

The specific drug treatment for malaria remains a major strategy to reduce disease morbidity

and mortality. However, human treatment is currently limited by the selection and spread of drug

resistant parasites to most available antimalarial drugs, a major obstacle in effective disease

control. The process of discovering and developing new drugs is complex and requires great

investments, especially in the phase of clinical trials. We have demonstrated the anti-

Plasmodium falciparum (Pf) activity of Posaconazole, a compound used in the prophylaxis and

treatment of an extended spectrum of pathogens, commercially available as Noxafil®

(Schering-

Plough) in U.S. drugstores, as an oral suspension. The compound has been pre-selected for

our antimalarial tests by means of molecular modeling computational studies against the

parasite enzyme lactate dehydrogenase (PfLDH) (in press, PloS ONE). The in vitro incubation

of P. falciparum culture blood forms with Posaconazole resulted in a significant inhibition of

parasite growth, as assessed in immunoenzymatic assay anti-PfLDH (IC50 = 7 g/mL). The drug

was also active in P. berghei infected mice (71% reduction of parasitemia in relation to non-

treated controls). Posaconazole, which represents the latest drug developed among the

antifungal triazole derivatives, has good tolerability and, when evaluated in clinical human trials,

provided important bioavailability. The drug appears to be safe and well tolerated and should be

tested against human malaria in endemic areas of transmission, either alone or in combination

with standard antimalarial drugs. Our goal is to reduce drug-resistance and to introduce an

effective therapy against human malaria, including P. vivax parasites, which seems to become

also multidrug-resistant in the recent years, including in Brazil.

Keywords: Plasmodium falciparum, Malaria, Chemotherapy, Posaconazole, Docking.

Financial Support: CNPq, FAPEMIG e PAPES V-FIOCRUZ.

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METACESTÓIDES DE Parvitaenia macropeos (CYCLOPHYLLIDEA:

GRYPORHYNCHIDAE) EM Australoheros facetus (PISCES: CICHLIDAE) NO

BRASIL

Pinto, H. A. & Melo, A. L.

Laboratório de Taxonomia e Biologia de Invertebrados, Departamento de Parasitologia,

Instituto de Ciências Biológicas, UFMG.

Email: [email protected]; [email protected]

Os cestóides da família Gryporhynchidae, parasitos de aves aquáticas, são transmitidos

pela ingestão de peixes contendo formas larvais (metacestóides). Apesar de várias

espécies serem relatadas em hospedeiros definitivos no Brasil, estudos envolvendo a

participação de peixes no ciclo biológico destes parasitos são escassos no país. Visando

avaliar os helmintos parasitos de Australaherus facetus (Jenyns, 1842), exemplares

foram coletados na represa da Pampulha, Belo Horizonte, Minas Gerais, em junho e

julho de 2011. Os peixes foram coletados com auxílio de puçá de nylon, sendo

transportados para o laboratório, onde foram pesados, mensurados e mortos para a

pesquisa de parasitos. Verificou-se a infecção natural destes peixes por larvas de

cestóides, que foram fixadas, coradas e montadas em lâminas permanentes e analisadas

em microscópio de luz. De 20 exemplares de A. facetus coletados, 13 (65%)

apresentavam metacestóides no intestino, sendo a intensidade média de infecção 2,7 (1-

7) e abundância média de infecção 1,8 (0-7). Após caracterização morfológica os

parasitos foram identificados como Parvitaenia macropeos (Wedl, 1855). Este é o

primeiro registro de metacestóideos de Parvitaenia para o Brasil e de P. macropeos para

a América do Sul. Australaherus facetus é um novo hospedeiro conhecido para o

parasito. Estudos visando elucidar os potenciais hospedeiros definitivos do parasito na

região são necessários.

Palavras-chave: cestóides, metacestóides, peixes, parasitos.

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DESENVOLVIMENTO DE POPULAÇÕES DISTINTAS DE LYMNAEA

COLUMELLA EM CONDIÇÕES LABORATORIAIS

OLIVEIRA, R. M.1, LIMA, W. S.

2.

1: Iniciação Científica (I.C); 2: Pós-Doutor (PD)

1 e 2: Laboratório de Helmintologia Veterinária, Departamento de Parasitologia, Instituto de

Ciências Biológicas ICB, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte – Minas

Gerais UFMG.

Lymnaea columella é um molusco gastrópoda, dulcícola, semi-aquático que ocorre em várias

regiões do Brasil. Apresenta grande importância epidemiológica, pois é o principal hospedeiro

intermediário de Fasciola hepatica nas regiões sul e sudeste. O trabalho compara o

desenvolvimento de espécimes de Lymnaea columella em condições laboratoriais de diferentes

localidades. Foram separados 10 moluscos com média de 8 mm de cada localidade sendo elas

de um município de Fortaleza (PE) e de Jaboticatubas (MG). Os moluscos foram separados em

duas cubas de plástico de 30 x 20 x 15 cm, definidas como PF1 para os oriundos de um

município de Fortaleza (PE) e PJ1para os moluscos oriundos de Jaboticatubas (MG). Em cada

cuba contendo 2 L de água desclorada e cinco pedaços de isopor de 4 x 4 cm que eram

substituídos após cada desova. O alimento consistiu de alface fresca, CaCo3 oferecida duas

vezes por semana. Os dados referentes ao número de indivíduos, a temperatura mínima e

máxima, a umidade e a presença de desovas foram anotados diariamente durante 15 dias. Ao

longo do experimento as desovas encontradas foram alocadas em outra cuba de plástico com

água desclorada. A temperatura média mínima foi de 19,9°C enquanto a máxima teve média de

24,5°C, a umidade do local teve média de 39,2%. A taxa de mortalidade foi de 60% e 20% para

PF1 e PJ1, respectivamente. Os moluscos oriundos de Fortaleza apresentaram um total de 21

massas de desovas com 208 ovas enquanto os indivíduos de Jaboticatubas apresentaram 1 massa

de desovas com 7 ovas. Os indivíduos de PF1 desovaram no segundo dia de experimento

enquanto PJ1 no quarto dia de experimento. Até os 15 dias observados percebe-se maior

potencial reprodutivo nas espécimes oriundas de Fortaleza, porém, o estudo terá continuidade

observando o comportamento da espécimes por um maior tempo e em outras condições de

temperatura e umidade.

Palavras chave: Lymnaea columella, ciclo biológico, epidemiologia

Apoio financeiro: FAPEMIG

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INTERAÇÃO TRIATOMÍNEO-TRYPANOSOMA: TRYPANOSOMA CRUZI AND

TRYPANOSOMA RANGELI COLONIZAM O INTESTINO MÉDIO ANTERIOR DE

RHODNIUS PROLIXUS?

Ferreira, R.C (IC).; Ferreira, A.M.; Guarneri, A.

*

Laboratório de Triatomíneos e Epidemiologia da Doença de Chagas, CPqRR/Fiocruz - Belo Horizonte, Minas Gerais

*[email protected] Após entrarem, via repasto sanguíneo, no hospedeiro invertebrado, Trypanosoma cruzi e T. rangeli são confrontados pelas mesmas condições e mudanças de microambiente, sendo o intestino médio anterior do inseto o local onde esses parasitos inicialmente se estabelecem. Embora muitos estudos tenham sido realizados sobre a interação R. prolixus – tripanosomas, o estabelecimento da infecção no intestino médio anterior do triatomíneo ainda é pouco compreendido. Neste estudo, a distribuição de T. cruzi (cepa CL) e T. rangeli (cepa CHOACHI) no intestino médio anterior de R. prolixus foi avaliada em diferentes períodos após a alimentação infectiva. Ninfas de quinto estádio foram divididas em oito grupos de cinco a dez insetos. Quatro grupos foram alimentados em camundongos previamente anestesiados e infectados com T. cruzi e quatro em camundongos infectados com T. rangeli. A fim de estimar o número de parasitos ingeridos, os insetos foram pesados antes e imediatamente após a alimentação. Os triatomíneos foram dissecados em diferentes períodos após a infecção e os parasitos presentes no intestino médio anterior de cada inseto foram contados em câmara de Neubauer. A avaliação da diferenciação de tripomastigotas em epimastigotas no intestino médio anterior dos insetos foi realizada através de esfregaços corados pelo método Giemsa Para T. rangeli, a porcentagem de parasitos recuperados foi de aproximadamente 60% de três horas até sete dias após a alimentação infectiva, diminuindo quinze dias após a infecção. Formas circulares e epimastigotas foram observadas a partir de três horas pós-infecção, e formas tripomastigotas ainda foram observadas até o sétimo dia pós-infecção. Para T. cruzi, 100% dos parasitos foram recuperados após a alimentação infectiva, porém essa porcentagem diminuiu drasticamente para 21 e 0,6 em 16 e 24 horas pós-infecção, respectivamente. Apenas formas tripomastigotas foram visualizadas no intestino médio anterior desses insetos. Esses resultados sugerem diferentes mecanismos de estabelecimento da infecção por T. cruzi e T. rangeli no inseto vetor, que podem ter implicações no desenvolvimento dos parasitos em co-infecções.

Palavras chave: Trypanosoma, Rhodnius prolixus, intestino médio anterior Suporte financeiro: FAPEMIG. INCT-EM, CPqRR e Fiocruz.

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A TEMPERATURE AFETA O CRESCIMENTO DE TRYPANOSOMA CRUZI E

TRYPANOSOMA RANGELI IN VITRO.

Rodrigues J.O.1; Elliot S.L.

2; Martins Filho O.A.

1; Guarneri

A.A.

1

1.CPQRR, BELO HORIZONTE - MG - BRASIL; 2.UFV, VIÇOSA - MG - BRASIL.

Agências Financiadoras: FAPEMIG, CPqRR, INCT-EM, CNPq

Palavras-chave: Trypanosoma cruzi; Trypanosoma rangeli; Temperatura.

Resumo

A temperatura ambiental pode determinar o curso da infecção na interação parasita-

hospedeiro invertebrado, incluindo replicação e virulência do parasito. Nesse estudo a

proliferação de T. cruzi e T. rangeli em cultura foi avaliada em diferentes temperaturas

(21, 24, 27 e 30°C) através da técnica de citometria de fluxo. Os parasitas foram

cultivados em meio LIT suplementado com 15% de soro fetal bovino com uma

concentração inicial de 1x106 par/ml. As culturas foram mantidas em caixas com

temperaturas controladas durante sete dias. Diariamente uma amostra de cada cultura foi

coletada, marcada com os corantes fluorescentes Diacetato de Fluoresceína e Iodeto de

Propídeo e o número de células vivas e células mortas contado. Amostras sem marcação

foram utilizadas como controle. O crescimento de epimastigotas de T. cruzi aumentou

com o aumento da temperatura, tendo a população inicial de parasitos crescido 27 vezes

a 30°C no sétimo dia. A mortalidade variou de 1 a 12% a 30 e a 21°C respectivamente.

Para o T. rangeli o crescimento máximo foi observado em culturas mantidas a 27°C

quando a população aumentou 7,5 vezes.As taxas de mortalidade encontradas foram em

torno de 5% para todas as temperaturas testadas. Em geral o T. cruzi atingiu populações

maiores que o T. rangeli em um ambiente com as mesmas condições nutricionais. Essas

diferenças podem estar associadas com variações do tamanho do parasita ou

necessidades nutricionais. Além disso, o T. rangeli é aparentemente mais sensível a

variações de temperatura que o T. cruzi.

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ELIMINAÇÃO DE LARVAS DE PRIMEIRO ESTÁDIO (L1) EM CÃES

COINFECTADOS COM ANGIOSTRONGYLUS VASORUM E ANCYLOSTOMA

CANINUM

SILVA, R.C.(IC)1; DRACZ, R.M.1; LIMA, W.S.1.

1 Laboratório de Helmintologia Veterinária. Departamento de Parasitologia, ICB.

UFMG. BH/MG.

Angiostrongylus vasorum é um nematóide que pode ser encontrado na artéria

pulmonar e suas ramificações e no coração de canídeos silvestres e domésticos. É

enzoótico da Europa e região do Mediterrâneo, mas o relato de casos de

angiostrongilose canina no Brasil faz com que estudos relacionados a biologia do

parasito sejam realizados. Os principais sintomas clínicos da angiostrongilose canina

são perda de peso, anemia, tosse seca persistente, mucosas pálidas, dispnéia e

arritmias cardíacas. O diagnóstico é realizado pelo encontro de larvas de primeiro

estádio (L1) nas fezes do hospedeiro vertebrado. Objetivou-se nesse estudo

comparar a eliminação de L1 em cães infectados apenas com A. vasorum e em cães

coinfectados com A. vasorum e Ancylostoma caninum, parasito do intestino delgado

de canídeos, que apresenta grande ocorrência em nossa região. Foram utilizados 8

cães sem raça definida com angiostrongilose crônica, assintomáticos, divididos

aleatoriamente em 2 grupos (A e B). Os animais do grupo A permaneceram

infectados apenas com A. vasorum, e os animais do grupo B foram infectados por

via oral com 100 larvas de terceiro estádio (L3) Kg/pv de A.caninum. As fezes foram

coletadas individualmente, em intervalos de três dias, pesadas e submetidas ao

método de Baermann para recuperação das larvas. As larvas foram identificadas e

contadas em micrósporo óptico e as contagens transformadas em larvas por gramas

de fezes (LPG) por regra de três simples. Os cães foram acompanhados por 120

dias. Houve diferença estatística na eliminação de larvas L1 (LPG) entre os grupos

(p=0.0324), sendo que os animais do grupo A apresentaram maior eliminação de

larvas por gramas de fezes. Durante todo o período experimental não houve

negativação nos exames parasitológicos e observaram-se picos e declínios na

eliminação larvária. Os resultados demonstram que cães com angiostrongilose

crônica, infectados com A. vasorum podem permanecer assintomáticos, sugerindo

que a distribuição dessa parasitose pode ser bem maior que o relatado na literatura.

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Palavras chaves: nematóides, Angiostrongylus vasorum, Ancylostoma caninum,

coinfecção.

Apoio fincanceiro: Capes

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AVALIAÇÃO DA COINFECÇÃO POR ANGIOSTRONGYLUS VASORUM E ANCYLOSTOMA CANINUM EM CÃES: ASPECTOS CLÍNICOS, HEMATOLÓGICOS

E PARASITOLÓGICOS.

DRACZ, R.M.(M)1; SILVA, R.C.1; MOZZER, L.R.1; OLIVEIRA, L.L.S.1; FUJIWARA, R.T.2; LIMA, W.S.1.

1 Laboratório de Helmintologia Veterinária. Departamento de Parasitologia, ICB. UFMG. BH/MG.

2 Laboratório de Imunologia e Genômica de Parasitos. Departamento de Parasitologia, ICB. BH/MG.

As helmintoses gastrintestinais e pulmonares podem causar morbidade nos canídeos domésticos e silvestres além de favorecer infecções secundárias e a morte dos animais. Neste contexto pode-se citar os nematódeos Angiostrongylus vasorum, parasita do sistema cardiorespiratório, e Ancylostoma caninum, parasita do intestino delgado, de canídeos domésticos e silvestres. Com o objetivo de verificar alterações decorrentes da coinfecção com estes parasitos, 10 cães sem raça definida, foram divididos em grupo A, com 5 cães com angiostrongilose crônica, infectados com 100 larvas de terceiro estádio (L3) Kg/pv de A.caninum, e grupo B, com 5 cães infectados simultaneamente com 100 L3 Kg/pv de A. vasorum e A. caninum. Os cães foram acompanhados por um período de 120 dias. Foram coletadas amostras de fezes dos animais a partir do 10º dia pós infecção (DPI), com intervalo de 3 dias para acompanhamento das infecções. Exames clínicos de todos animais e coleta de amostras de sangue, para realização do hemograma, foram realizadas no dia da infecção (Dia 0) e em intervalos de 14 dias. O período pré-patente (PPP) variou de 16 a 22 DPI para A. caninum no grupo A. No grupo B, o PPP variou de 13-25 DPI para A. caninum e de 37-79 DPI para A. vasorum. Todos apresentaram monocitose não existindo diferença estatística entre os grupos (p=0,8946). O grupo B apresentou neutrofilia e eosinofilia mais intensa em relação ao grupo A (p = 0,0092). Somente o grupo A apresentou trombocitopenia. Essa monocitose persistente observada caracteriza um processo de inflamação compensado quando se desenvolve um estado de equilibrio entre a produção medular e a demanda tissular de neutrófilos. A eosinofilia é uma consequência da migração tisular do parasito. Durante o curso da infecção experimental foram detectadas alterações clínicas discretas como perda de peso, aumento da frequência cardíaca e aumento da frequência respiratória. A coinfecção não levou ao aumento da morbidade nos cães nem negativou a eliminação de ovos de A. caninum e larvas de A. vasorum nas fezes durante todo o período experimental. Os resultados evidenciaram o potencial desses dois helmintos de coexistirem em um mesmo hospedeiro em infecções subclínicas e, assim, atuarem como fonte de contaminação ambiental. Palavras chaves: Angiostrongylus vasorum, Helmintoses gastrointestinais e pulmonares, Coinfecção, Ancylostoma caninum. Apoio financeiro: Capes.

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ESTUDO DO CONTROLE DO PROCESSO DE DIGESTÃO DO SANGUE EM FÊMEAS DE LUTZOMYIA LONGIPALPIS (DIPTERA: PSYCHODIDAE).

Saab, N. A. A.¹ (IC); Gontijo, N. F.¹

1-Departamento de Parasitologia, ICB-UFMG. Belo Horizonte, Minas Gerais. Lutzomyia longipalpis é o principal vetor de Leishmania infantum o agente etiológico da leishmaniose visceral americana no Brasil. Apesar da importância dessa espécie, pouco se conhece sobre o controle do processo de digestão do sangue que é disparado imediatamente após o repasto sanguíneo. O objetivo desse trabalho foi desenvolver uma metodologia que permitisse a investigação dos estímulos envolvidos na iniciação do processo digestivo. Neste estudo, o disparo do processo digestivo foi avaliado pela indução da produção da enzima tripsina, uma das principais enzimas envolvidas na digestão de proteínas pelo intestino médio do inseto. Fêmeas adultas de 3 a 4 dias de vida, alimentadas apenas com açúcar, foram dissecadas e tiveram seus intestinos removidos sem o divertículo e sem os túbulos de Malpighi. Esses intestinos foram expostos, in vitro, a diferentes concentrações de aminoácidos (5, 10 e 20 mM respectivamente) dissolvidos em meio de cultura 199 e a atividade da tripsina produzida foi mensurada com o substrato sintético BApNA, após incubação em estufa BOD por 2 horas a 28°C. Nossos resultados mostraram que a produção de tripsina cresce na medida em que a disponibilidade de aminoácidos aumenta. Esses resultados indicam que o mecanismo de indução de enzimas digestivas está relacionado com a disponibilidade de aminoácidos na luz intestinal. Palavras-chave: Lutzomyia longipalpis, controle da digestão, tripsina. Suporte financeiro: CNPq, FAPEMIG.

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METACYCLOGENESIS CONTROL BY ADENOSINE IN Leishmania PARASITES.

Serafim, T.D1 (D); Figueiredo, A.B1; Costa, P.A.C1; Marques-da-Silva, E.A1;

Gonçalves, R1; Gontijo, N.F2; Silva, S.M2; Michalik, M.S.M2; Meyer-Fernandes, J.R3; 4Paes-de-Carvalho, R4; Uliana, S.R.B5; Moura, S.A.L1; Fietto, J.L.R6; Afonso,

L.C.C1

1NUPEB/UFOP, Ouro Preto-MG. 2Dep. Parasitologia/UFMG, Belo Horizonte-MG. 3IBqM/UFRJ, Rio de Janeiro-RJ. 4Dep. Neurobiologia/UFF, Niterói-RJ. 5Dep.

Parasitologia/USP, São Paulo-SP. 6Dep. BBQ/UFV, Viçosa-MG. Metacyclogenesis is important in the life cycle of trypanosomatids as the stage in which infective forms are generated. However, little is known about this fact. This work investigated the effects of adenosine in the in vitro and in vivo metacyclogenesis of Leishmania parasites. Parasites were cultured with CGS15943 (CGS), a potent adenosine receptor antagonist. CGS treated cultures showed a significant increase in the number of metacyclics (10X), as assessed by morphology, motility and isolation in density gradient. Furthermore, a significant increase in survival to complement-mediated lysis (15X) and a low adherence to sand fly gut was observed in treated parasites. Additionally, higher levels of infectivity of peritoneal macrophages was observed when these cells were incubated with CGS treated parasites. C57BL/6 mice were inoculated on the ear with a low dose (1x103) of control or treated promastigotes. Both lesion size and tissue parasitism were significant increased in the group inoculated with parasites from the treated culture. Interestingly, metacyclogenesis induction in vitro was completely reversed in Leishmania amazonensis cultured in the presence of CGS plus adenosine. We also found that CGS can partially block adenosine uptake by these parasites. Besides, females of Lutzomyia longipalpis were allowed to feed in a dog naturally infected with Leishmania infantum and fed afterwards with sucrose or sucrose plus adenosine. A large reduction in number of metacyclic forms per gut of insects fed with sucrose plus adenosine was observed. Furthermore, ours results indicate that the effects observed for Leishmania amazonensis and Leishmania infantum were conserved for other species of trypanosomatids like Leishmania braziliensis, Leishmania major and Trypanosoma cruzi. In conclusion, our data propose that presence/absence of adenosine is important to control the differentiation of Leishmania promastigotes into infective forms. Keywords: Leishmania; Metacyclogenesis; Adenosine. Supported by: CNPq, CAPES, FAPEMIG and Rede Mineira de Bioterismo.

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INTERFERÊNCIA NO pH INTESTINAL DE LUTZOMYIA LONGIPALPIS (DIPTERA: PSYCHODIDAE) DEVIDO A PRESENÇA DE LEISHMANIA INFANTUM Souza, D. A. (IC)¹; Santos,V. C.¹, Alexandre Alves¹, Nelder F. Gontijo¹

1 Departamento de Parasitologia, Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Lutzomyia longipalpis é considerado o principal vetor da leishmaniose visceral no

Brasil. Sabe-se que o pH intestinal desse inseto, além de estar relacionado ao processo

digestivo, influi diretamente na reprodução e manutenção do parasito no interior do tubo

digestório. Fêmeas de L. longipalpis não infectadas e alimentadas somente com

sacarose apresentam pH próximo a 6 tanto no intestino médio torácico (IMT), quanto no

intestino médio abdominal (IMA). Após um repasto sanguíneo não infectante, o pH se

alcaliniza no IMA, alcançando valores próximos ou acima de pH 8,0 e declina

lentamente até pH~7,5 após 50h de digestão. Recentemente, nós mostramos que em

insetos infectados com Leishmania, ocorre uma acidificação do pH intestinal para

pH~7,0 50h após o repasto sanguíneo. Esta diminuição do pH poderia ocorrer devido à

alguma interferência do parasito no mecanismo de regulação do pH intestinal. Assim, o

objetivo deste estudo foi testar a hipótese de que alguma substância produzida pelas

Leishmania é responsável pela acidificação prematura observada no intestino médio do

inseto vetor. Quando fêmeas de flebotomíneo ingerem uma mistura contendo meio 199,

um adicional de aminoácidos e um corante indicador de pH, esta mistura simula a

ingestão de sangue de modo que o pH intestinal sofre alcalinização. Nosso teste consiste

em deixar que formas promastigotas permaneçam no meio 199 (sem soro) por 12 h

antes de usarmos esse meio misturado aos aminoácidos adicionais e ao corante

indicador para ver se ele ainda era capaz de provocar alcalinização. Os resultados

mostraram que a alcalinização foi menos eficiente nos insetos que ingeriram o meio

contendo as substâncias produzidas por Leishmania. Isso acaba por atrasar a digestão e

dar mais tempo às formas promastigotas para elas se multiplicarem no interior do

intestino aumentando a probabilidade de transmissão.

Palavras chave: pH intestinal, Lutzomyia longipalpis, Leishmania

APOIO: CNPq e Fapemig

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COLETA DE Aedes albopictus (Skuse, 1894) E DE PEQUENOS MAMÍFEROS

SILVESTRES EM REMANESCENTE DE MATA NO MUNICÍPIO DE

SABARÁ/MG

ÁZARA, T.M.F. (D)1; VIEIRA, A.F.1; CALDAS, P.A.1; CAVALCANTE, H.H.1;

BORGES, I.A.3; AMBRÓSIO, L.L.D.3; VILELA, A.P.P.3 ; MADEIRA, F.F.M.2;

VIEIRA, F.N.2; PAGLIA, A.P.2; KROON, E.G. 3; TRINDADE, G.S.3; EIRAS, A.E.1

1Departamento de Parasitologia, LabEQ, ICB/UFMG, BH/MG. 2Departamento de

Biologia Geral, LeCon, ICB/UFMG, BH/MG. 3Departamento de Microbiologia,

LabVírus, ICB/UFMG, BH/MG.

O mosquito Aedes albopictus, que possui hábitos silvestres, apresenta importância na

transmissão de alguns agentes patogênicos, incluindo arbovírus, protozoários e

helmintos. Pequenos mamíferos são relacionados com ciclos silvestres de várias

zoonoses, como doença de Chagas, leishmaniose, hantavirose, vaccínia bovina, febre

amarela, e outras. Assim, realizar buscas por evidências de circulação de patógenos

nesses organismos se faz necessária. O objetivo do trabalho foi coletar exemplares de A.

albopictus e de pequenos mamíferos com para se verificar a circulação de patógenos,

principalmente vírus da dengue e vaccínia bovina. Coletas foram realizadas na

Fazendinha Izabela Hendrix em Sabará/MG. Nove armadilhas para captura de

mosquitos (BG-Sentinel®) e 90 armadilhas para mamíferos, gaiola e Sherman, foram

dispostas em três transectos, um em área de campo e dois em mata. A vistoria das

armadilhas foi feita diariamente pela manhã, uma semana por mês. Os A. albopictus

capturados foram estocados em freezer -80°C para posterior extração de RNA viral,

produção de cDNA e amplificação gênica por PCR. Os mamíferos capturados foram

anestesiados com 5mg/Kg de Xilazina e 90mg/Kg de Cetamina. O sangue foi coletado

por punção cardíaca. Cinco exemplares de cada gênero de roedores foram sacrificados

por campanha para a coleta de órgãos; os demais mamíferos foram anilhados e liberados

nas trilhas de origem. O soro foi submetido à técnica de soroneutralização para a

identificação de anticorpos anti-OPV. Até o momento foram capturados 677 culicídeos,

sendo 53 (8,0%) fêmeas e seis (1,0%) machos de A. albopictus e 10 (1,4%) fêmeas de

A. aegypti. Os demais culicídeos foram identificados até gênero, sendo coletados

espécimes de Culex, Anopheles, Uranotaenia, Mansonia e Sabethes. Foram capturados

64 mamíferos, sendo 48 Didelphis albiventris, dois Necromys lasiurus, quatro

Gracilinanus microtarsus, oito Cerradomys subflavus, um Akodon cursor, um

Oligoryzomys sp. Os resultados preliminares revelaram que dos 17 soros até agora

analisados, um da espécie D. albiventris apresentou anticorpos neutralizantes anti-

Orthopoxvirus. Nenhuma das amostras testadas para pequenos roedores apresentou

resultado positivo. Os testes de PCR dos A. albopictus estão em andamento. Os

resultados, embora parciais, subsidiam a continuidade do estudo, que prevê ainda a

busca por DNAemia e anticorpos não neutralizantes tanto para OPV quanto para dengue

vírus nos tecidos e soro coletados dos pequenos mamíferos.

Palavras-chave: Aedes albopictus, Dengue, Pequenos Mamíferos, sorologia, vaccínia

Suporte Financeiro: CNPq, Capes, FAPEMIG, INCT-Dengue, Pronex-D

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A SALIVA DE LUTZOMYIA LONGIPALPIS E O SISTEMA DO COMPLEMENTO HUMANO:

MECANISMO DE AÇÃO NA INIBIÇÃO DA VIA CLÁSSICA

Vale, VF; Lima III, KF; Pereira, MH; Araujo, RN; Gontijo, NF.

Pós – Graduação em Parasitologia, ICB-UFMG. Belo Horizonte – MG.

O sistema do complemento é um importante componente na defesa de hospedeiros contra

infecções e age, basicamente, através da opsonização de superfícies ativadoras, produção de

anafilotoxinas e lise de patógenos através da formação de poros na membrana. A saliva do

flebótomo Lutzomyia longipalpis é capaz de inibir tanto a via clássica como a via alternativa do

complemento humano, porém os mecanismos moleculares dessa interação permanecem

desconhecidos. Este trabalho teve como objetivo desvendar o modo de ação da saliva na

inibição da via clássica do complemento humano. Para a confirmação da inibição da via

clássica, ensaios hemolíticos utilizando hemácias de carneiro sensibilizadas e soro humano

depletado de fator B foram conduzidos na presença de diferentes concentrações de extrato de

glândula salivar de L. longipalpis. Placas de ELISA sensibilizadas com IgG humano foram

utilizadas para avaliar a ação da saliva sobre a deposição de C1q, C4b, C3b, C5b e C9, bem

como para determinar se a saliva de L. longipalpis é capaz de retirar os componentes

previamente depositados. Para determinar se há inibição dos fatores finais da cascata do

complemento, soro depletado de C6 foi utilizado. Além disso, utilizamos a técnica de Western

blot para visualizar se a saliva é capaz de impedir a clivagem e ativação do C4 e C2 e se ela é

capaz de inibir a atividade enzimática de C1s. Finalmente, sensibilizamos placas de ELISA com

extrato de glândula salivar e testamos a capacidade da saliva de L. longipalpis em se ligar a

proteínas do complemento. Nossos resultados mostraram que uma quantidade equivalente a

dois ácinos salivares é suficiente para inibir totalmente a via clássica em ensaios de hemólise.

Nos ensaios de deposição, a saliva não foi capaz de inibir a deposição de C1q, porém houve a

inibição de C4b, C3b, C5b e C9, sempre em quantidades maiores que 80%. Interessantemente,

a saliva não possui a capacidade de retirar moléculas do complemento previamente

depositadas. Com os ensaios utilizando soro depletado de C6, notamos que a saliva não inibe a

formação do complexo de ataque à membrana, mas atua num ponto mais inicial da cascata.

Nossos resultados mostraram ainda que a saliva, num contexto geral, impede a clivagem do C4

e de C2, mas ela não é capaz de inibir a atividade enzimática de C1s. A saliva adsorvida em

placas de ELISA foi capaz de ligar várias proteínas do complemento humano, porém a ligação

ao C1q foi a mais notável. Sendo assim, nossos resultados mostram que a saliva de L.

longipalpis inibe a via clássica humana ao se ligar ao C1q e impedir a ativação do C4 e posterior

continuidade da cascata.

Palavras chave: Lutzomyia longipalpis, saliva, sistema do complemento

Apoio financeiro: CNPq e CAPES

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VERIFICAÇÃO DA ATIVIDADE DE PROTEÍNAS FORMADORAS DE POROS NA FRAÇÃO SOLÚVEL DA HEMOLINFA DE Biomphalaria tenagophila TAIM E

DE Biomphalaria glabrata.

Rodrigues, VF(IC)1; Oliveira, VG1; Lopes, RJ1; Alves, AL1; Nogueira,CRC2; Medrado, AS3; Souza, JPC3; Araújo, ES1; Pereira, CAJ1; Negrão-Correa,D1.

1 Departamento de parasitologia - ICB/UFMG – Belo Horizonte, Minas Gerais

2 Departamento de Bioquímica e imunologia - ICB/UFMG – BH/MG 3 Aluna de Ciências Biológicas – UFMG – BH/MG

A infecção por Schistosoma mansoni acomete cerca de 4-6 milhões de pessoa no Brasil. As áreas de maior prevalência de esquistossomose humana estão associadas a presença de moluscos do gênero Biomphalaria suscetíveis ao parasito, sendo evidente que melhor conhecimento dos fatores associados à resistência dos caramujos transmissores pode ser fundamental na busca de novas estratégias de controle. Estudos anteriores mostraram que em B. tenagophila da Taim, linhagem resistente à infecção por S. mansoni, as larvas do parasito que penetram no molusco são rapidamente destruídas pelo hospedeiro. Também foi verificado que o mecanismo de destruição depende de hemócitos e de fatores solúveis presentes na hemolinfa, que podem auxiliar no reconhecimento do parasito e também lesar o tegumento dos esporocistos de S. mansoni. Com o intuito de avaliar possíveis mecanismos responsáveis pela lesão tegumentar do parasito este trabalho investigou a presença de atividade de Proteínas Formadoras de Poros (PFPs) na hemolinfa de B. tenagophila TAIM e de B. glabrata, que é suscetível ao S. mansoni, através de ensaio hemolítico. Para tanto, foi coletada hemolinfa de B. tenagophila TAIM e B. glabrata pelo método de ZELCK et al (1995), que em seguida foi ultracentrifugada para utilização nos ensaios. O ensaio hemolítico foi realizado com 107 hemácias de coelho diluída em solução de Alsever e incubada por 12h na presença de concentrações crescentes (10 a 80%) de hemolinfa e a hemólise avaliada pela leitura óptica do sobrenadante em 414 nm. Resultados preliminares mostram que a adição de hemolinfa ultracentrifugada de B. tenaghophila TAIM, mas não de B. glabrata, induz aumento estatístico da hemólise em hemácias de coelho, sugerindo que indução de lise possa estar relacionada à resistência de B. tenaghophila TAIM à infecção por S. mansoni. Os fatores envolvidos nessa hemólise estão sendo melhores investigados. Palavras chaves: Schistosoma mansoni; Biomphalaria tenagophila da Taim;

Biomphalaria glabrata, Proteínas Formadoras de Poros.

Suporte Financeiro: CNPq e FAPEMIG

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Morpho-physiological differences between the insect Oncopeltus fasciatus naturally

infected and uninfected with Leptomonas wallacei

Vasconcellos, L.R.C.1, Lopes, F.G.2, Dias, F. A.3, Oliveira, P.L.3, Carvalho, L.M.3, Angela

H. C. S. Lopes1

1Instituto de Microbiologia Prof. Paulo de Góes, UFRJ , Rio de Janeiro, RJ, Brazil.

2University of Texas at El Paso, Texas, EUA,

3Instituto de Bioquímica Médica, UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brazil

The insect Oncopeltus fasciatus, belonging to the order Hemiptera, is a natural host of several

pecies of trypanosomatids of the genera Crithidia, Leptomonas and Phytomonas. The colony

of O. fasciatus that we maintain in our laboratory is naturally infected with L. wallacei. With

the aim of obtaining insect-free L. wallacei, four hundred and fifty eggs at the same stage of

maturity were collected from the parental colony, treated in a solution of 2% sodium

hypochlorite for 5 min, washed in sterile PBS and then dried on sterile filter paper. After the

eggs ecloded, the insects were fed with peeled sunflower seeds and mineral water. On day 12

(third-stage nymphs), 17 (fourth stage nymphs), 22 (fifth stage nymphs) and 35 (adult

insects), after the eggs ecloded, thirty insects were collected from each of the four groups and

dissected for the extraction of the gut. After extraction, the gut was homogenized separately

and the contents of each gut were analyzed under optical microscopy, for detecting the

presence of flagellates. The visualization of at least one mobile parasite characterized the

insects as infected by L. wallacei. The absence of protozoa in these samples was confirmed

by PCR, using primers specific for L. wallacei. A colony of O. fasciatus free of

trypanosomatids is being kept far away from the original colony. The morpho-physiological

analysis showed quantitative differences between insects naturally infected and uninfected

with L. wallacei. Adult insects, males and females from both colonies were comparatively

analyzed with respect to weight, size, wing size, hemi-elytra size and fat body weight.

Significant differences were observed in most of the criteria used, following statistical tests

(ANOVA ). The only exception was when we measured the weights of male insects infected

and cured, where no significant difference was detected. Virgin insects were also weighted in

both groups; however, there were no significant differences among these insect groups, using

the ANOVA test. Through egg load count inside the abdomen of females infected and

uninfected, we observed higher production of egg in the colony of insects free of L. wallacei,

using Student’s t test. The profile of ecloded eggs from infected and uninfected insects was

also tested. In the uninfected colony, 85% of laid eggs were ecloded, whereas only 73% of

the laid eggs ecloded in the infected colony. Insects from both groups were followed, from

ecloded eggs until adult insects; a deficit was observed in the development of infected insects

in relation to the uninfected ones. We conclude that the infection of O. fasciatus by L.

wallacei promotes a decrease in the fitness of these insects. The results presented here may be

considered a model for the study of parasite insect interactions in other ecological systems.

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AUSENCIA DE ATIVIDADE INIBIDORA DA VIA ALTERNATIVA DO SISTEMA COMPLEMENTO HUMANO NA SALIVA DE Panstrongylus megistus

ROCHA FILHO, E. A.1; COSTA, J. C.1; DE SOUSA NETA, M. D.1; CAVALCANTE, R. R.1; ARAÚJO, R. N.2; PEREIRA, H. P.2; GONTIJO, N. F.2; BARROS, V. C.1* *e-mail: [email protected]

1Departamento de Parasitologia e Microbiologia, CCS, UFPI, Teresina, PI; 2Laboratório de Fisiologia de Insetos Hematófagos, Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG, Belo Horizonte, MG.

A saliva de triatomíneos, como Triatoma brasiliensis (Tb) e Rhodnius prolixus, contém, entre outras, biomoléculas ativas capazes de inibir o sistema complemento humano, tanto pela via clássica quanto pela via alternativa. A presença destes inibidores, os auxiliam na proteção do intestino médio contra os danos do complemento. Em outros insetos hematófagos, como o Aedes aegypti, a proteção contra as duas vias principais do complemento, ocorre através de moléculas presentes no intestino médio, não apresentando, portanto, inibidores do complemento em sua saliva. Já foi mostrado que a saliva de Panstrongylus megistus (Pm) era capaz de inibir a via clássica, mas, até o momento nenhum estudo havia sido feito quanto à via alternativa. Este

trabalho tem por objetivo verificar se a saliva de ninfas de 4 estádio de Panstrongylus megistus é capaz de inibir a via alternativa do sistema complemento humano. Para investigar isto, utilizamos uma metodologia semelhante ao método de ELISA, com a qual podemos observar o nível de interferência da saliva da espécie em estudo sobre a deposição do componente C3b na superfície ativadora em microplacas. Resultados preliminares mostram que a saliva de ninfas de Panstrongylus megistus não foi capaz de inibir a deposição do componente C3b pela via alternativa (% de inibição: 2 glândulas Pm: 3.5 + 17.5; 1 glândula Pm: 3.8 + 15.96; 0.5 glândula Pm: 0 + 3.95; 2 glândulas Tb: 83.12 + 13.62). Este resultado exige novos estudos para verificar a inexistência total de inibição da via alternativa do sistema complemento pela saliva de P. megistus ou se essa inibição ocorre nas etapas posteriores da cascata, interferindo, por exemplo, na deposição de C5 e, consequentemente, na formação do complexo ataque a membrana. Na próxima etapa do estudo vamos investigar a existência de inibidores intestinais.

Palavra-chave: Panstrongylus megistus, sistema complemento, saliva

Apoio: CNPq.

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AVALIAÇÃO PRELIMINAR DA VARIABILIDADE GENÉTICA DE LEISHMANIA (VIANNIA) BRAZILIENSIS DE CASOS HUMANOS EM BELO HORIZONTE, MG

VOGAS, G.P. (IC)1; SILVA, S.O. (M)1; FERREIRA, S.A. (D)1; MELO, M.N. (O)1. 1Departamento de Parasitologia, ICB-UFMG, Belo Horizonte, MG A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma endemia de grande complexidade envolvendo diferentes espécies de vetores, reservatórios e agentes etiológicos que, em conjunto com a ação do homem sobre o meio ambiente, dificultam as ações de controle. A Leishmania braziliensis é a espécie do subgênero Viannia mais prevalente no homem nas Américas e a LTA representa um importante problema de saúde pública, com grande relevância epidemiológica em diversos países da América, especialmente no Brasil. Utilizando-se das técnicas de biologia molecular nos estudos de epidemiologia genética e filogenia é possível estabelecer as relações inter e intra-específicas das diferentes espécies de Leishmania. Diferentes métodos moleculares existentes contribuem para o diagnóstico, estudo da dispersão, evolução e epidemiologia das Leishmanioses. Pesquisas têm revelado polimorfismo genético em populações naturais de diferentes espécies de Leishmania, o que auxiliaria no entendimento da adaptação destes parasitos às mudanças observadas nas condições ambientais. Neste trabalho foram avaliadas 20 amostras isoladas de casos humanos de LTA no Brasil utilizando a técnica de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) com iniciadores endereçados para as regiões intergênicas (ITS) e o gene hsp70 de Leishmania sp. Os amplicons gerados foram submetidos à análise de perfis de restrição (RFLP) utilizando-se as enzimas HaeIII e BstUI. Foi possível identificar considerável diversidade genética nas amostras estudadas com maior nível de polimorfismo detectado no perfil eletroforético gerado pela enzima BstUI. A maioria das amostras apresentou perfís compatíveis com a cepa padrão de L. braziliensis (M2903) e apenas uma amostra foi identificada como L. naiffi (M5956). Tais resultados evidenciaram importante variabilidade genética entre as amostras de casos humanos de LTA provenientes de Belo Horizonte. Este estudo preliminar abre um importante precedente para análises mais aprofundadas que possam esclarecer a relação entre a origem geográfica e a diversidade genética de L. braziliensis. Palavras-chave: PCR-RFLP, Leishmania braziliensis, variabilidade genética. Suporte financeiro: CNPq, FAPEMIG

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ÁREA: Controle de Parasitos e Vetores

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CONSTRUÇÃO DO MODELO 3D DE RECEPTOR DO TRANSPORTADOR DE AÇÚCAR DO PLASMODIUM FALCIPARUM (PFHT) POR MODELAGEM

MOLECULAR

FONSECA, A.L.(M)1; GODÓI, I.P.1; MAIA, G.S.1; NUNES, R.R.1; COMAR

JUNIOR, M.1; VAROTTI, F.P.1; TARANTO, A.G.1 1-Departamento de Modelagem Molecular- UFSJ, CCO Dona Lindu,

Divinópolis, Minas Gerais

A malária é um problemas de saúde pública no mundo. A crescente resistência adquirida pelo parasito aos fármacos atuais endossa a necessidade pela busca de novas alternativas terapêuticas. Dentre os diversos alvos do parasito, o transportador de açúcar do Plasmodium falciparum (PfHT) têm se mostrado como importante alvo molecular no desenvolvimento de novos antimaláricos. Com o objetivo de estudar as interações de receptores com o monossacarídeo transportador de açúcar o P. falciparum, visando o planejamento de novas moléculas bioativas que levam a morte do parasita. A sequência primária de PfHT obtida no banco de dados PlasmoDB foi submetida ao programa BLAST contra as proteínas presentes no PDB. De posse das proteínas com maior grau de identidade foi iniciada a etapa de construção do modelo 3D do receptor através da metodologia de modelagem comparativa utilizando o programa SWISS-MODEL. A busca no BLAST forneceu duas estruturas depositadas no PDB, IPW4 e 2CFQ, com identidade contra a sequência primária de 12% e 10% da PfHT, respectivamente. Ambas são descritas como moléculas transportadoras. Estes dados mostram que a PfHT pertence a superfamília MFS, as quais são proteínas de membrana com dois domínios de seis ou sete segmentos transmembranares ligados por estrutura de lança de tamanho variável. Estão envolvidos no transporte de uma grande variedade de solutos de pequenas dimensões como os açúcares. Estas proteínas são transportadores secundários, isto é, o gradiente eletroquímico transmembranar de prótons, constitui a força motora do transporte ativo dos solutos. Estes resultados preliminares motivam a construção do modelo do receptor 3D da PfHT por métodos ab initio. De posse deste modelo, estudos de ancoragem molecular entre derivados de açúcar com receptor poderão ser realizados com o objetivo de identificar potenciais inibidores. Assim, novos compostos protótipos poderão ser planejados, os quais poderão ser capazes de se ligarem a este receptor de forma mais efetiva e seletiva. Metodologias in silico podem contribuir para o desenvolvimento racional de novos fármacos por descreverem as interações intermoleculares entre o ligante e o receptor. Palavras chaves: Modelagem molecular, Malária, Receptores Suporte financeiro: UFSJ

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A�ÁLISE ESPACIAL DO RISCO RELATIVO DE LEISHMA�IOSE VISCERAL EM BELO HORIZO�TE, MI�AS GERAIS, BRASIL

ARAÚJO, VEM(D) 1,2, PINHEIRO, LC 3, ASSUNÇÃO, RM 3, REIS, IA 3, ALMEIDA, MCM 2, MORAIS, MHF 1,2, MENEZES, FC 2, CARNEIRO, M1,4

1 Depto de Parasitologia/ICB/UFMG, Belo Horizonte, MG 2 Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, MG

3 Depto de Estatística, ICEX/UFMG, Belo Horizonte, MG 4 Pós-graduação em Infectologia e Medicina Tropical, Faculdade de Medicina/UFMG,

Belo Horizonte, MG A compreensão dos fatores de risco para leishmaniose visceral (LV) pode auxiliar no planejamento de ações do Programa de Vigilância e Controle da LV (PCLV). No entanto, há dificuldades em focalizar áreas de maior risco da doença em ambiente urbano. O objetivo deste estudo foi avaliar a associação entre o risco relativo (RR) de LV e infecção canina, vegetação, altitude e o Índice de Vulnerabilidade à Saúde (IVS) em Belo Horizonte no período de 2007 a 2009. O IVS é composto por treze indicadores de saneamento, habitação, educação, renda e saúde. Neste estudo ecológico, as unidades de análise foram as 146 áreas de abrangência das unidades básicas de saúde (AA) de Belo Horizonte (BH). A abordagem bayesiana e o programa WinBUGS 1.4 foram utilizados na implementação dos modelos para estimar o RR de LV, considerando a dependência espacial entre áreas vizinhas. Assim, as incidências de LV de AA vizinhas foram utilizadas para estimar a incidência de cada AA. Os mapas temáticos gerados permitem melhor visualização e compreensão da distribuição espacial do RR de LV quando comparados aos mapas produzidos pela tradicional abordagem de taxas brutas de incidência. Os casos humanos de LV (n=412) e os dados de infecção canina (470.479 cães testados; 7,8% sororreagentes) foram georreferenciados utilizando-se o Sistema de Informação Geográfica de BH. O índice de vegetação foi elaborado a partir de imagens de satélite. A altitude das AA foi obtida a partir da média das curvas de nível contidas em cada AA. Analisou-se a existência de associação entre cada uma das dezesseis covariáveis e o RR de LV. Aquelas cujos coeficientes foram estatisticamente diferentes de zero foram incluídas nos modelos espaciais multivariados. Além da razão de cães sororreagentes/habitante, os quatro modelos finais incluíram um dos seguintes componentes do IVS: % pessoas analfabetas, % chefes de família com < 4 anos estudo, % chefes de família com renda < 2 salários mínimos (correlações positivas) ou renda média do chefe de família (correlação negativa). Ressalta-se que renda e educação estão relacionadas a vários problemas de saúde e também relacionadas entre si, de maneira que mais tempo de escolaridade e melhores condições sócio-econômicas estão, geralmente, associadas. Portanto, a renda seria uma medida indireta (variável proxy) do complexo contexto sócio-econômico-cultural em que as pessoas vivem. Considerou-se adequada a utilização do IVS como um dos elementos do planejamento e priorização de ações do PCLV em BH, uma vez que quatro de seus componentes apresentaram significativa associação ao RR de LV. O modelo final com melhor ajuste foi composto pela renda média do chefe de família e razão de cães sororreagentes/habitante. Essa razão não tem sido relatada na literatura e foi utilizada neste estudo com sucesso. A associação entre RR de LV e infecção canina chama atenção para as estratégias de controle direcionadas a esses animais domésticos. Concluiu-se que piores condições sócio-econômicas ampliariam a associação entre infecção canina e casos humanos de LV em ambiente urbano. O RR de LV é desigual entre as 146 áreas de BH: 25 delas (17%) apresentaram os maiores valores de RR (1,5-2,55) e localizam-se nas regiões Leste, Nordeste, Noroeste, Norte e Venda Nova. A quantificação do RR de LV, segundo pequenas áreas geográficas, pode subsidiar o planejamento, avaliação e focalização de ações do PCLV em ambiente urbano, especialmente, em grandes cidades.

Palavras-chave: leishmaniose visceral, estudo ecológico, abordagem bayesiana, risco relativo, cães sororreagentes/habitante

Apresentadora: [email protected] Apoio Financeiro: DECIT/MS/CNPq/BR e PPSUS/ MS/CNPq/FAPEMIG/SES-MG

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AVALIAÇÃO DE BOVINOS NATURALMENTE INFECTADOS POR

TRYPANOSOMA VIVAX TRATADOS COM CLORETO DE ISOMETAMÍDIO –

NOVA DROGA NO BRASIL

CUGLOVICI, D.A.1; RABELO, E.M.L.2; FACURY-FILHO, E.J.3; CARVALHO,

A.U.3; RIBEIRO, M.F.B.2

1 Doutoranda em Parasitologia ICB/UFMG – Professora IFNMG Campus Salinas2 Professores Depto. de Parasitologia ICB/UFMG3 Professores da Escola de Veterinária/UFMG

Além de Trypanosoma vivax ser a principal tripanossomose causadora de perdas

econômicas em criações de bovinos no mundo, o número de drogas efetivas para seu

combate é limitado. No Brasil, a única droga liberada para o tratamento e profilaxia é

aceturato de diminazene, à qual já foram relacionados casos de resistência do parasito.

Na África, existem diferenças nas respostas de bovinos de raças taurinas e zebuínas em

áreas endêmicas para T. vivax, sendo as primeiras mais resistentes. Este trabalho visa

testar a eficácia de nova droga – cloreto de isometamidio (Trypamidium®) – no

tratamento da infecção por T. vivax, e identificar qual raça é mais resistente à infecção

em situações de campo. Durante o período de junho de 2009 a julho de 2010, 61

bovinos de raças zebuínas e 153 taurinas, expostos naturalmente à infecção, foram

tratados com doses de 1 mg/Kg de Trypamidium® via intramuscular em intervalos de 4

meses. A cada tratamento, alíquotas de 4 ml de sangue foram coletadas em tubos

vacutainer com anticoagulante EDTA para determinação de volume globular (VG),

diagnóstico parasitológico pela técnica da centrifugação do microhematócrito, e plasmas

separados para realização de sorologia por Reação de Imunofluorescência Indireta

(RIFI). Uma coleta extra de sangue foi feita 8 meses após o final do tratamento para

verificar se houveram reinfecções. Durante o experimento foi notada queda acentuada

na frequência de anticorpos anti-T. vivax nas duas categorias animais (20% no início do

tratamento e 5% no final para taurinas e de 43% para 12,5% em zebuínas). Houve maior

frequência de reinfecção em zebuínos (15%) que em taurinos (1,4%) quando testados

por meio de sorologia. O VG de ambas as categorias se mostrou de maneira semelhante:

após três tratamentos consecutivos com Trypamidium® o VG dos zebuínos teve

aumento estatisticamente significativo de 36,8 para 38,6% e os taurinos tiveram

aumento de 30,9% para 33,1% e, após 8 meses do final do tratamento, tiveram queda

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significativa para 33,6% e 29,2% (P < 0,05), respectivamente. A anemia, maior causa de

morbidade e mortalidade na tripanossomose bovina, pode ser usada como parâmetro de

evolução da doença. Concluímos que o tratamento com Trypamidium® pode diminuir a

severidade da doença, aumentando significativamente o VG dos animais e diminuindo a

incidência da doença, mesmo que não evite novas infecções. Animais taurinos sob

tratamento em condições de campo sofrem menos reinfecções que zebuínos.

Palavras-chave: Trypanosoma vivax, cloreto de isometamidio, zebuínos, taurinos.

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EFEITO DO ÓLEO ESSENCIAL DE Mentha Crispa SOBRE CULTURAS DE Trichomonas

vaginalis

FONSECA, THS¹(M); SILVA, RLC2; PAULO, MQP

3, TORRES, NPB¹; VENTURA, LLA¹;

GOMES, MA¹, LOBO, JMCNS4

(1) Departamento de Parasitologia da UFMG, Belo Horizonte - MG

(2) Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, Portugal

(3) Departamento de Química da UFPB, João Pessoa - PB

(4) Conselho Científico Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, Portugal

Trichomonas vaginalis, agente causal da tricomoníase, constitui importante infecção sexualmente transmissível (IST), principalmente em mulheres onde seus efeitos mórbidos se manifestam. Estima-se uma prevalência anual de pelo menos 250 milhões de casos em todo mundo, podendo a doença constituir porta de entrada para outras ISTs além de HIV e câncer de útero. Apesar da alta prevalência, muitos pontos obscuros ainda permanecem especialmente no que concerne a resistência a drogas nestes organismos. Casos refratários aos esquemas terapêuticos disponíveis são frequentemente relatados sinalizando na direção do desenvolvimento e utilização de novas drogas para o tratamento da doença. A Mentha crispa (Lamiaceae) é conhecida popularmente como hortelã da folha miúda. Na medicina popular, as folhas de plantas do gênero Mentha têm diversas indicações além de antiparasitária. Objetivo: Avaliar a atividade tricomonicida do óleo essencial da Mentha crispa e determinar a concentração inibitória mínima (IC50) da droga sobre culturas de T. vaginalis. Método: A M. crispa foi coletada no município de Itacuruba – PE, uma exsicata foi depositada no herbário de farmacognosia da UFPE nº HF 001507HF. O óleo foi extraído das partes aéreas da planta através de hidrodestilação. Sessenta mil trofozoítos da cepa JT de T. vaginalis em fase logarítmica de crescimento, foram distribuídos em tubos de 6mL para associação com a droga. Cinco concentrações crescentes a partir de 0.015625 mg/mL foram utilizadas na associação. As culturas foram incubadas com a droga a 37

o C por 48 horas. Os testes foram

feitos em triplicata e repetidos duas vezes. Após a realização do experimento foi obtido o percentual de inibição para cada teste realizado. O percentual de inibição de cada associação foi analisado por regressão linear e os resultados submetidos à análise de variância. A IC50 e seu intervalo de confiança foram estimados através da técnica de regressão inversa, considerando-se uma confiança de 95% e de 90%. Resultados: O óleo essencial da Mentha crispa apresentou atividade tricomonicida com IC50 de 0,05 mg/mL. Conclusão: Este resultado sinaliza a possibilidade de utilização do óleo essencial da Mentha crispa como alternativa terapêutica em tricomoníase. Palavras-chave: Trichomonas vaginalis. Mentha crispa. Trichomoníase

Suporte financeiro: FAPEMIG, CNPq

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PFHT COMO ALVO PARA O DESENVOLVIMENTO DE ANTIMALÁRICOS

FONSECA, A.L.(M)1; GODÓI, I.P.1; MAIA, G.S.1; NUNES, R.R.1; COMAR JUNIOR, M.1; VAROTTI, F.P.1; TARANTO, A.G.1

1-Departamento de Modelagem Molecular- UFSJ, CCO Dona Lindu, Divinópolis, Minas Gerais

A malária é uma doença de importância mundial. A necessidade pela busca de

novas alternativas terapêuticas é reforçada devido a crescente resistência

adquirida pelo parasito aos fármacos atuais. O transportador de hexoses de

Plasmodium falciparum (PfHT) tem apresentado suporte genético para que

PfHT seja utilizado como alvo para o desenvolvimento de antimaláricos,

podendo com isso inibir a absorção de glicose e eliminar os parasitas. Com o

objetivo de fazer a descrição do sítio ativo e conhecer a conformação

farmacofórica da PfHT. Foi construído um modelo molecular utilizando o

programa Deep View-Swiss PdbViewr, apartir da PfHT e das estruturas IPW4,

2CFQ e 3E81 encontradas no PDB e Blast. Porteriormente este modelo foi

validado observando a interação entre os ligantes. Como resultado, o ligante se

interage com receptor através de interações dipolo-dipolo com os resíduos de

Arg64, Lys67 e por ligação hidrogênio com os resíduos Thr34 e Ser37. O

modelo receptor PfHT será empregado nas metodologias de ancoragem

molecular e de novo design, dando continuidade no processo de

desenvolvimento racional de fármacos contra a malária. Consequentemente,

novos compostos protótipos poderão ser racionalmente planejados, os quais

poderão ser capazes de se ligarem a este receptor de forma mais efetiva e

seletiva. Metodologias in silico podem contribuir para o desenvolvimento

racional de novos fármacos por descreverem as interações intermoleculares

entre o ligante e o receptor.

Palavras chaves: Sítio Ativo, Malária, Receptores Suporte financeiro: UFSJ

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INATIVAÇÃO DE OVOS DE Ascaris suum EM FOTORREATOR UV UTILIZADO PARA DESINFECÇÃO DE EFLUENTE DOMÉSTICO Souza, G. S. M. B(PD) 2; Oliveira, W. J.1; Rodrigues, L. A.1; Dalberto, B. R. P.1; Amaral, F. M.1; Marques, F. C. S.1; Ferreira, R. N.1; Santos, H. A. 1; Guimarães, M.P1, Chernicharo, C. A. L2 1Departamento de Parasitologia – ICB / UFMG 2Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental – EE / UFMG O reuso de esgoto doméstico pode gerar riscos a saúde pública. Sugere-se a adição de uma etapa de desinfecção ao fluxograma de tratamento de esgoto a fim de se evitar a perpetuação do ciclo das doenças de veiculação hídrica. Existem vários métodos de desinfecção de esgoto, mas estes, geralmente, são ineficientes para inativar organismos mais resistentes, como é o caso dos os ovos de helmintos. Neste contexto, o uso da radiação UV para desinfecção de esgoto tem se mostrado tecnicamente viável e apresenta uma série de vantagens pelo seu potencial de inativar patógenos. Neste sentido esta pesquisa visa avaliar a eficiência de inativação de ovos de Ascaris suum por fotorreator de lâmpadas imersas. Um tanque de 3000L de esgoto tratado foi artificialmente contaminado com ovos de A. suum provenientes de fezes suínas para alimentar o fotorreator de lâmpadas imersas em escala de demonstração (equivalente populacional: 250 habitantes). Irradiadas com as doses 34,8 e 52,2 mWs.cm-2. Foram coletadas 12 amostras de 1 L para cada dose. Em laboratório, os ovos foram recuperados das amostras após sucessivas centrifugações com salina 0,85%, seguida de flutuação em solução de sulfato de zinco (densidade = 1,18) e filtração em membrana de éster celulose. As amostras foram incubadas em solução de ácido sulfúrico a 0,1N, por 28 dias, a 28ºC e aeração manual diária. Após o período de incubação foi avaliado, com auxílio de microscópio óptico, a viabilidade destes ovos com a descrição dos estágios de desenvolvimento em cada dose de radiação UV aplicada. A dose de radiação UV 34,8 mW.s.cm-2 inativou em média 89,85% enquanto que a dose 52,2 mW.s.cm-2 inativou em média 93,39% dos ovos de A suum. A radiação UV se mostrou efetiva para inativação de ovos de A. suum em efluentes domésticos. Palavras-chaves: desinfecção de esgoto, radiação UV, ovo de Ascaris suum Apoio: FAPEMIG e CNPQ

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INATIVAÇÃO DE OVOS DE Ascaris lumbricoides APÓS A DESINFECÇÃO DE EFLUENTE DOMÉSTICO POR RAIOS GAMA Souza, G. S. M. B2 (PD); Oliveira, W. J. 1; Rodrigues, L. A. 1; Dalberto, B. R. P.1; Amaral, F. M.1; Santos H. A.1; Guimarães, M.P1, Chernicharo, C. A. L2; Grossi, P. A.3 1Departamento de Parasitologia – ICB / UFMG 2Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental – EE / UFMG 3Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear – CDTN

Com o avanço da poluição de mananciais por ações humanas, há o aumento de águas residuais contendo organismos patogênicos à saúde humana, na qual a ascaridíase é considerada como uma das principais verminoses veiculadas pela água (WWD, 2001). Grande parte dos métodos de desinfecção de esgotos ocorre através da ação de produtos químicos. No entanto, esses produtos pouco efeito possuem sobre os ovos de nematodas. Neste contexto, o uso da radiação gama para desinfecção de esgoto tem se mostrado promissora pelo potencial de simultaneamente degradar matéria orgânica e inativar patógenos. Todavia, a literatura é controversa em relação à dose de radiação gama recomendada para garantir a inativação dos ovos de helmintos. Neste sentido esta pesquisa visa identificar a dose de radiação gama a ser utilizada na desinfecção de esgoto tendo como indicador de eficiência a viabilidade de ovos de Ascaris lumbricoides, após irradiação. Amostras de 1L de esgoto foram artificialmente contaminadas com aproximadamente 1000 ovos de A. lumbricoides provenientes de fezes suínas. As amostras foram irradiadas no irradiador multiuso do Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN) e receberam as doses 2,5; 3,5; 4,5 e 5kGy. Em laboratório, os ovos foram recuperados das amostras após sucessivas centrifugações com salina 0,85%, seguida de flutuação em solução de sulfato de zinco (densidade = 1,18) e filtração em membrana de éster celulose. As amostras foram incubadas em solução de ácido sulfúrico a 0,1N, por 28 dias, a 28ºC e aeração manual diária. Após o período de incubação foi avaliado, com auxílio de microscópio óptico, a viabilidade destes ovos com a descrição dos estágios de desenvolvimento em cada dose de radiação gama aplicada. A dose de radiação gama 2,5 kGy inativou em média 99,85% dos ovos, a dose 3,5 kGy inativou 99,44%, as doses 4,5 e 5 kGy inativaram 100% dos ovos analisados. As doses de radiação gama 4,5 e 5 kGy mostraram maior média de eficiência. No entanto, mais testes são necessários para consolidar os resultados.

Palavras-chaves: desinfecção de esgoto, radiação gama, ovo de Ascaris lumbricoides Apoio: FAPEMIG e CNPQ

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UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES ESTRUTURAS DE ISOLADOS DO FUNGO

NEMATÓFAGO Duddingtonia flagrans SOBRE LARVAS INFECTANTES DE

Ancylostoma spp. DE CÃES

MELLO, I.N.K.1(M); MACIEL, A.S.2; ARAÚJO, J.V.1; FREITAS, L.G.2;

FERNANDES, F.M.1 ; SILVEIRA, W.F.1; ZUANON, A.C.A.1

1- Departamento de Veterinária, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, Minas Gerais

2 - Departamento de Fitopatologia, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, Minas Gerais

Foi avaliada a infectividade in vitro de dois isolados do fungo nematófago

Duddingtonia flagrans (AC001e CG768) sobre larvas infectantes (L3) de Ancylostoma

spp. de cães utilizando como inóculos fúngicos estruturas vegetativas (micélio),

reprodutivas (conídios) e de sobrevivência (clamidósporos). A avaliação dos isolados

foi realizada ao final de 10 dias de interação em placas de Petri contendo meio ágar-

água 2% a 25 °C. O controle sem fungos continha somente 103 L3/placa de Petri

enquanto que os tratamentos continham além da mesma concentração de L3 um disco de

micélio de 5 mm de diâmetro, 103 conídios ou 10

3 clamidósporos/placa de Petri. Ambos

isolados produziram efeito significativo (p < 0.05) na redução da média de L3

recuperadas. Ambos isolados estudados apresentaram eficiência distinta na predação de

L3 de Ancylostoma spp. O tratamento com clamidósporos do isolado CG768, foi o que

apresentou maior atividade predatória reduzindo em aproximadamente 80% o número

de L3 de Ancylostoma spp. recuperadas em relação ao controle sem fungo. Por outro

lado, a atividade predatória do isolado AC001 superou a do CG768, quando foram

utilizados conídios como fonte de inóculo, 73,58 % e 52,93% respectivamente. Os

menores percentuais de redução causados por ambos isolados na média de L3

recuperadas foram observados quando o inóculo foi o micélio. Mediante os resultados

deste estudo in vitro de interação fungo/nematóide pode-se inferir que o isolado CG768

apresenta melhor atividade sobre L3 de Ancylostoma spp. quando clamidósporos são a

fonte de inóculo, enquanto que o inóculo mais eficiente do isolado AC001 são conídios.

A espécie D. flagrans pode ser utilizada como uma alternativa no controle biológico de

larvas L3 de Ancylostoma spp.

Palavras chaves:

Fungos nematófagos, Ancylostoma spp., Cães; Controle biológico.

Suporte Financeiro: FAPEMIG

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AÇÃO DO FUNGO Duddingtonia flagrans SOBRE LARVAS DE TERCEIRO

ESTÁDIO DE Ancylostoma ceylanicum EM FEZES DE HAMSTERS

(Mesocricetus auratus)

FERNANDES, F.M.1; ARAÚJO, J.V.1; BRAGA, F.R.1; MELLO, I.N.K.1(M);

SILVEIRA, W.F.1; GUIMARÃES, P.H.G.2; FUJIWARA, R.T.2

1- Departamento de Veterinária, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG.

2- Departamento de Parasitologia Animal, Universidade Federal de Minas Gerais,

Belo Horizonte, MG.

Ancylostoma ceylanicum é a única espécie conhecida de ancilostomatídeo de cães capaz

de produzir infecções patentes em humanos. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito

in vitro do fungo nematófago Duddingtonia flagrans ( isolado AC001) no controle de

larvas infectantes (L3) de Ancylostoma ceylanicum em fezes de hamsters. O ensaio foi

realizado em coproculturas, onde formou-se dois grupos com 10 repetições cada. No

primeiro grupo (tratado) foi adicionado nas fezes de hamsters contaminadas com A.

ceylanicum,10³ conídios do isolado fúngico D. flagrans (AC001) e vermiculita. No

segundo grupo (controle sem fungos) foi adicionado às fezes apenas vermiculita.

Ambas foram incubadas em BOD à 26°C por 8 dias. Após esse período L3 de A.

ceylanicum foram recuperadas pelo método de Baermann. O fungo Duddingtonia

flagrans (AC001) apresentou efeito significativo (p <0,01) na redução (68,93%) do

número médio das larvas de Ancylostoma ceylanicum. O isolado fúngico foi eficaz na

redução das L3 de Ancylostoma ceylanicum, podendo ser utilizado no controle desse

nematóide.

Palavras chaves:

Ancylostoma ceylanicum; fungos nematófagos; controle biológico; hamsters.

Suporte Financeiro: FAPEMIG

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INFLUÊNCIA DE OVOS DE Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus, 1762) NO

COMPORTAMENTO DE OVIPOSIÇÃO DE FÊMEAS CO-ESPECÍFICAS E AVALIAÇÃO DAS ALTERAÇÕES DOS INFOQUÍMICOS DESTES OVOS COM O

ENVELHECIMENTO

COSTA, L.H.1(D); BATISTA-PEREIRA, L.G.1; GUIMARÃES, T.G.1; TRINDADE, P.B.1;

EIRAS A.E.1

1- Departamento de Parasitologia, ICB, UFMG - Belo Horizonte, Minas Gerais

A seleção de criadouros adequados é importante para garantir o sucesso reprodutivo de Aedes (Stegomyia) aegypti (L., 1762), principal vetor de dengue e febre amarela urbana no Brasil. Esta escolha é mediada por estímulos, entre os

quais se destacam infoquímicos oriundos de ovos e larvas do vetor, como o ácido dodecanóico, o ácido tetradecanóico e o n-heneicosano (C21). Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a influência de ovos de A. aegypti, com diferentes idades, no comportamento de oviposição de co-específicas em laboratório. Testes foram conduzidos em gaiolas (Bugdorm-1, 30x30x30cm) contendo dois recipientes (controle e tratamento) de oviposição (copo de vidro com 100 ml de água destilada e papel cartão branco), eqüidistantes 10 cm. Os tratamentos consistiram de recipientes com 150 ovos de 2, 7, 15, 30, 90 ou 180 dias. Apenas uma grávida de A. aegypti foi liberada por gaiola e, após 22h, o número de ovos depositados foi observado. Extratos metanólicos dos ovos foram avaliados por cromatografia gasosa (Cromatógrafo Shimadzu 17A, coluna DB-1), sendo comparados com padrões sintéticos de ácido dodecanóico, ácido tetradecanóico e C21. Os resultados sugeriram o efeito estimulante de oviposição de ovos com idade de dois a 30 dias (X2, p<0,05). Ovos com 90 dias não influenciaram na escolha de criadouros e ovos de 180 dias inibiram a oviposição. Análises cromatográficas indicaram a presença de ácido dodecanóico, ácido tetradecanóico e outros em processo de identificação, além da ausência de n-heneicosano. Os ácidos carboxílicos apresentaram proporções relativas similares nos ovos com dois a 30 dias, enquanto foram detectados apenas em traços nos ovos de

90 e 180 dias. Concluiu-se que 150 ovos de A. aegypti, entre dois e 30 dias de idade, foram estimulantes de oviposição para fêmeas co-específicas e à medida que os ovos envelheceram, o perfil de seus infoquímicos foi alterado, modificando a influência na deposição de ovos no criadouro.

Palavras chaves: Comportamento de Oviposição, Estímulo Químico, Mosquito Suporte financeiro: FAPEMIG, CNPq, Santander

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PERFIL DE SUSCETIBILIDADE DE POPULAÇÕES DE CAMPO DE TRIATOMA BRASILIENSIS DO CEARÁ (BRASIL) A DELTAMETRINA

DIAS, LS¹; SANTOS, TR ¹; BEZERRA, CM³; PESSOA, GCD 1,2; DIOTAIUTI, L¹.

1. Centro de Pesquisas René Rachou – Laboratório de Triatomíneos e Epidemiologia

da doença de Chagas – Fiocruz, Belo Horizonte/MG 2. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte/MG

3. Secretaria da Saúde do Estado do Ceará, Fortaleza/CE

No Brasil, a transmissão vetorial da doença de Chagas está sob controle tendo o sido o país certificado em 2006 como livre da transmissão pelo Triatoma infestans. Contudo, espécies de triatomíneos autóctones exigem estratégias de controle adaptadas a diferentes condições, uma vez que estes vetores podem reinfestar as moradias a partir de populações silvestres. Outra preocupação é a possibilidade de desenvolvimento de resistência aos inseticidas utilizados. Por ser uma espécie nativa do Nordeste do Brasil e apresentar comportamento ubiquista, o controle do Triatoma brasiliensis é difícil, o que motivou a avaliar a suscetibilidade desta espécie ao piretróide deltametrina. Os insetos foram capturados no segundo semestre de 2010, em colaboração com SES/CE. Foram amostradas 9 localidades num total de 4 municípios. A linhagem referência de suscetibilidade (LRS) é proveniente do município de Umari/CE. Os bioensaios consistiram na aplicação tópica de 0,5 µL de soluções de deltametrina diluída em acetona em diversas concentrações, no dorso do abdômen de ninfas I (5 dias de idade – jejum – peso 1,2 ± 0,2 mg). A notação de mortalidade foi realizada às 72 horas após o tratamento. Para cada dose foram realizadas três repetições, com 10 ninfas em cada. Ao grupo controle foi aplicada somente acetona. Após aplicação do inseticida os insetos foram mantidos em condições de umidade e temperatura semicontroladas. As doses letais (DL) e o Slope foram obtidos com auxilio do programa PROBIT. A DL50 e DL95 da LRS foi de 0,29356 e 0,76426 ng i.a/ninfa, respectivamente. As RR50 encontradas para as populações de campo variaram de 0,32 a 1,21, sendo todas classificadas como suscetíveis ao produto testado (OPAS,2005). O Slope da LRS foi de 3,95917 e para as localidades de campo variaram de 2,421915 a 5,096092. Visando estabelecer uma possível correlação do padrão de suscetibilidade encontrado e o genético, estudos com marcadores microssatélites serão realizados. Este trabalho será ampliado para outros municípios, de forma a estabelecer um panorama de suscetibilidade/resistência destes vetores no Estado.

Palavras – chaves: Triatomíneos, resistência a inseticidas, doença de Chagas

Email para contato: [email protected]

Apoio financeiro: CNPq , FUNDEP, CPqRR

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PADRONIZAÇÃO DE MÉTODO DE DETECÇÃO DE OVOS E LARVAS DE

HELMINTOS EM ALFACE (Lactuca sativa)

MATOSINHOS, FCL1 (M); RABELO, EML

2

1Serviço de Microscopia de Produtos/FUNED/BH/MG,

2 Dep. de Parasitologia/ICB/UFMG/BH/MG

INTRODUÇÃO: As hortaliças veiculam parasitos intestinais e o hábito de serem consumidas cruas

aumenta a possibilidade de infecção. Há uma diversidade de metodologias utilizadas na pesquisa de

parasitos em verduras que envolvem, em geral, três etapas: lavagem da hortaliça, concentração das

possíveis formas de transmissão dos parasitos, seguido de análise e identificação do material

recuperado. A falta de métodos padronizados dificulta a comparação confiável de dados obtidos em

diferentes inquéritos. OBJETIVOS: padronizar um método de detecção de ovos e larvas de

helmintos em alface, estimando sua porcentagem de recuperação. METODOLOGIA: Alfaces

previamente higienizadas foram contaminadas com aproximadamente 100 ovos de Ascaris suum e

100 de ancilostomídeos, além de 50 larvas de Ancylostoma ceylanicum, pipetados sobre diferentes

áreas na superfície das folhas. Triplicatas de amostras de alface (30g cada) foram contaminadas

artificialmente e testadas quanto a diferentes líquidos extratores (água destilada, solução 0,1% de

Tween 80, solução de glicina 1M e solução de lauril sulfato de sódio 1%), e tipos de

homogeneização (manual, com tempos de 1 e 3 minutos, e homogeneização mecânica, em

Stomacher, com agitação por 60 segundos). Após, o líquido de lavagem era filtrado em peneira,

diretamente em cálice cônico e deixado em repouso para sedimentação. Foram testados, também em

triplicata, os tempos de uma, duas e 24 horas de repouso. Decorrido o tempo de sedimentação, o

sobrenadante era descartado com auxílio de uma pipeta, e o sedimento transferido para um tubo de

centrífuga de 15mL e centrifugado a 1120 x g por 5 minutos. Em seguida o sobrenadante era

descartado e o sedimento analisado por microscopia óptica, para contagem e identificação dos ovos

recuperados. RESULTADOS: Maiores porcentagens de recuperação de ovos e larvas foram obtidas

usando a glicina 1M como líquido extrator, agitação manual por 3 minutos, e sedimentação de 2

horas. Foram realizadas 10 repetições com essas condições padronizadas obtendo-se média de

recuperação de 58,1 ± 12,6% para ovos de A. suum, 54,2 ± 8,5% para ovos de ancilostomídeos e

56,4 ± 3,6% para larvas de A. ceylanicum. CONCLUSÕES: O método proposto mostrou-se de fácil

execução, com etapas mais simples de extração e concentração de parasitos que alguns dos

procedimentos já publicados, o que aumenta sua potencial aplicação na rotina de laboratórios de

microscopia de alimentos.

Palavras-chave: padronização, método de detecção, helmintos, alface.

Apoio: FAPEMIG

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FLEBOTOMÍNEOS (DIPTERA, PSYCHODIDAE) DO MONUMENTO NATURAL DOS PONTÕES CAPIXABAS, ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, SUDESTE DO

BRASIL.

PINTO, I. S.1,2; FERREIRA, A. L.2; GRIMALDI Jr., G.3 & FALQUETO, A2. 1 Laboratório de Biologia Molecular de Insetos, IOC, Rio de Janeiro, RJ. 2 Unidade de Medicina Tropical, UFES, Vitória, ES. 3 Laboratório de Patologia e Biointervenção, CPqGM, Salvador, BA Os flebotomíneos são insetos de importância para a saúde pública por serem vetores de agentes causadores de doenças como os parasitos do gênero Leishmania. O Monumento Natural dos Pontões Capixabas (MNPC), estado do Espírito Santo, apresenta áreas de transmissão tanto de Leishmania braziliensis quanto de Leishmania infantum. Esses parasitos estão associados a um padrão de transmissão domiciliar. Nosso objetivo foi avaliar a fauna de flebotomíneos em ambiente florestal e peridomiciliar do MNPC. No período de dezembro/2009 a outubro/2010 realizamos cinco campanhas para coleta de flebotomíneos na região usando oito armadilhas luminosas do tipo CDC no ambiente florestal e duas no ambiente peridomiciliar durante quatro dias consecutivos. Os insetos coletados foram levados para o Laboratório de Parasitologia da UFES onde passaram por processo de triagem, montagem e identificação. Nós calculamos o índice de diversidade de Shannon (H), índice de equitabilidade (J) e a riqueza específica (S) de flebotomíneos para comparar com os de outras áreas de conservação da Mata Atlântica. Coletamos ao todo 7580 flebotomíneos pertencentes a 31 espécies e 14 gêneros sendo 5562 espécimes coletados no ambiente florestal (H = 1,69; S = 29) e 2018 no ambiente peridomiciliar (H = 1,64; S = 18). O sucesso de captura total foi de 31,58 flebotomíneos/h/armadilha sendo de 23,17 flebotomíneos/h/armadilha no ambiente florestal e de 8,41 flebotomíneos/h/armadilha no ambiente domiciliar. As abundâncias dos vetores de Leishmania como Nyssomyia intermedia e Lutzomyia longipalpis foram maiores no ambiente peridoméstico o que evidencia o padrão de transmissão domiciliar de leishmânias na região. Nas áreas de coletas das últimas duas campanhas não encontramos Lu. longipalpis. Estudos recentes ainda não publicados demonstram que nessas áreas também não se encontram cães positivos para Le. infantum. Migonemyia migonei considerado vetor de Le. infantum em outras regiões do Brasil está presente em todas as áreas amostradas no MNPC inclusive nas que não apresentam mais registros do parasito e Lu. longipalpis. Isso corrobora fortemente o papel de Lu. longipalpis como o vetor de Le. infantum no MNPC. Por fim, as altas diversidade e riqueza específica de flebotomíneos similares a outras áreas conservadas de Mata Atlântica sustentam a necessidade de continuidade das políticas de conservação do MNPC. Palavras-chave

Inventário – flebotomíneos – Mata Atlântica Suporte financeiro: CNPq

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ATIVIDADE PREDATÓRIA DOS FUNGOS Dunddingtonia flagrans (ISOLADOS AC001 E CG722) EMonacrosporium thaumasium (ISOLADO NF34A) CONTRA LARVAS INFECTANTES DE NEMATÓIDES

PARASITOS DE CAPRINOS

SILVA, M.E.1; BORGES, L.A.1; SILVEIRA, W.F.1; BRAGA, F.R.1; ARAÚJO, J.V.1 (DVT/UFV, Viçosa - MG)

O parasitismo é considerado um fator limitante nos sistemas de produção animal criados em condição de pastagens,sendo os endoparasitos considerados como um dos principais entraves que limitam o pleno desenvolvimento dacaprinocultura. As larvas infectantes dos principais nematóides estão disponíveis nas pastagens brasileiras durante o anotodo, servindo como fonte de infecção contínua para os animais. O uso de quimioterápicos é o método de controle maisamplamente utilizado para controlar parasitos e embora desempenhe um importante papel, existem limitações comoresíduos em produtos de origem animal, efeitos tóxicos a organismos não alvos no meio ambiente e seleção de estirpesparasitárias resistentes. O controle biológico das parasitoses gastrintestinais de ruminantes domésticos com o uso defungos nematófagos é uma alternativa promissora que atua sinergicamente ao controle químico, proporcionandocontrole eficiente das formas infectantes em estágio de vida livre. Os fungos são classificados em endoparasitos,predadores e oportunistas, produzem armadilhas que promovem a captura, a morte ou mesmo a destruição dos parasitos.As espécies Duddingtonia flagrans e Monacrosporium thaumasium são consideradas as mais promissoras devido àcapacidade de produção de estruturas miceliais, conídios e clamidósporos. Para avaliação da capacidade predatóriasobre larvas infectantes (L3) de tricostrongilídeos, os isolados AC001, CG722 (D. flagrans) e NF34A (M. thaumasium)oriundos da micoteca do Departamento de Veterinária da UFV foram repicados em placas de Petri de 5 cm contendomeio quirera de milho (QM) acrescido de 2% de ágar água (AA2%) e mantidos durante sete dias em estufa BOD. Apóso crescimento, foi adicionada em cada placa cerca de 1000 larvas infectantes (L3) recuperadas das fezes de caprinosnaturalmente infectados. A cada 24 horas foram realizadas inspeções das placas para observar a formação de armadilhasfúngicas e produção de conídios. A comprovação da predação foi observada após realização da técnica de Baermann aofinal do ensaio experimental, por meio da redução das contagens médias das L3 nos tratamentos quando comparados aogrupo controle. Ao final de sete dias os isolados AC001, CG722 e NF34A demonstraram redução (p<0,01) no númeromédio das L3 recuperadas em relação ao controle com os seguintes percentuais: 81,23% (p<0,01), 82,89% e 65,33%,respectivamente.PALAVRAS CHAVE: controle biológico, fungos nematófagos, tricostrongilídeos, ruminantes.Agradecimento: FAPEMIG

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PRODUÇÃO DE MASSA MICELIAL, CONÍDIOS E CLAMIDÓSPOROS DOS FUNGOS Dunddingtoniaflagrans (ISOLADOS AC001 E CG722) E Monacrosporium thaumasium (ISOLADO NF34A)

SILVA, M.E.1; BORGES, L.A.1; SILVEIRA, W.F.1; BRAGA, F.R.1; ARAÚJO, J.V.1 (DVT/UFV, Viçosa - MG)

As doenças causadas por parasitas representam os obstáculos mais importantes à produção animal e são responsáveispor grandes perdas econômicas em todo mundo. A manutenção da saúde animal usando estratégias de controle deparasitas é um desafio nos sistemas de produção real devido à má utilização das alternativas de gestão disponíveis. Ouso de fungos nematófagos para controle das parasitoses gastrintestinais de ruminantes domésticos é uma alternativapromissora que atua sinergicamente ao controle químico, proporcionando controle eficiente das formas infectantes emestágio de vida livre e evitando o risco de resíduos na carne e leite, os efeitos tóxicos a organismos não alvos no meioambiente e a seleção de estirpes parasitárias resistentes. As espécies D. flagrans e M. thaumasium são consideradas asmais promissoras devido à capacidade de produção de estruturas miceliais, conídios e clamidósporos. Em relação aocrescimento radial, estas espécies têm demonstrado ser eficientes em meios de cultura sólidos rotineiramente utilizadosem laboratório. No presente ensaio experimental avaliou-se a produção de massa micelial e a produção de conídiospelos isolados testados. Para avaliar a produção de massa micelial, foram utilizados discos de cultura de ágar-água(AA2%) dos fungos D. flagrans (isolados AC001 e CG722) e M. thaumasium (isolado NF34A), oriundos da micotecado DVT/UFV, em frascos erlenmayers contendo os meios: soja dextrose; batata dextrose; corn meal ágar e quirera demilho, mantidos em “shaker” a 65 RPM e 26,5ºC por 7 dias. Após o período, as amostras foram filtradas em Kitazato emembrana filtrante ME 24, 0,2µm, desidratadas em estufa BOD a 50ºC e pesadas em balança analítica. Para avaliar aprodução de conídios, os isolados foram repicados em placas de Petri contendo meio quirera de milho acrescido deAA2% e mantidos 20 dias em estufa BOD à 26,5ºC. Ao final do período, adicionou-se 2 ml de água destilada às placas,recolheu-se a suspensão de hifas e conídios em um béquer e 6 alíquotas de 10 µL foram contadas em câmara de Fuchs-Rosental 0,2 mm e 0,0625mm2, Herka, Alemanha. Os resultados demonstraram que a maior produtividade de massamicelial foi observada para o isolado AC001 no meio de cultivo quirera de milho. A produção média foi de 63372,71565 e 114 conídios/cm2 para os isolados AC001, CG722 e NF34A, respectivamente. Por outro lado, o isolado CG722foi mais eficiente na produção de conídios (p<0,01) em relação aos isolados NF34A e AC001.PALAVRAS CHAVE: controle biológico, fungos nematófagos, tricostrongilídeos, ruminantes.Agradecimento: FAPEMIG

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AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO DE MSP1a EM ISOLADO DE Anaplasma marginale

CULTIVADO EM CÉLULA ENDOTELIAIS BOVINA

SILVESTRE, B. T.; RABELO, E. M. L.; RIBEIRO, M. F. B.

Departamento de Parasitologia, ICB - UFMG, Belo Horizonte, MG.

Anaplasma marginale, agente etiológico da anaplasmose bovina, é uma riquétsia intraeritrocitária, que

constitui um dos agentes etiológicos da tristeza parasitária bovina. A membrana externa desta riquétsia

possui seis proteínas principais de superfície: MSP1a, MSP1b, MSP2, MSP3, MSP4 e MSP5. Destas,

as MSP1a e MSP2 apresentam maior potencial como imunógenos. A MSP1a e MSP1b atuam como

adesinas, estando envolvidas no processo de invasão do A. marginale nas hemácias e células de

carrapatos. A. marginale cultivado em células embrionárias de Ixodes scapulares (IDE8) expressam

baixos níveis da MSP1a, e quando usados em ensaios de vacinação em bovinos produzem ineficiente

resposta humoral, não protegendo os animais contra desafios experimentais. Assim, o cultivo de A.

marginale em células de carrapatos torna-se impróprio para a produção de antígenos a ser utilizado em

vacina inativada. Recentemente foi descrito o cultivo desta riquétsia em células endoteliais de bovinos

ou primatas. O objetivo deste trabalho é verificar se o isolado de A. marginale cultivado nas células

endoteliais expressam MSP1a para serem utilizados na produção de vacinas. Será produzido uma

proteína recombinante utilizando um fragmento de 339 bp da seqüência da MSP1a de A. marginale do

isolado UFMG2, altamente patogênico, cuja seqüência está disponível no GenBank (EU676175.1).

Para clonagem no vetor de expressão uma cauda de histidina será acrescentada na seqüência alvo com

objetivo de facilitar sua purificação. Após o processo de clonagem a expressão da proteína

recombinante será realizada em E. coli XL1-blue quimiocompetentes (Phoneutria). O produto da

expressão será purificado em cromatografia de afinidade por níquel, com o kit ProBondTm Purification

System (Invitrogen). Até o momento foi realizado a parte de análise “in silico” das seqüências da

MSP1a disponíveis no banco de dados do NCBI. Foi feito o desenho do vetor de expressão a ser

sintetizado pela DNA 2.0, contendo um fragmento da região N-terminal, considerada como porção

imunogênica da proteína. Além disso, foi realizado a busca do mapa de enzimas de restrição utilizando

o programa NEBcutter V2.0 para a escolha das enzimas a serem usadas na clonagem. Esta proteína

recombinante será utilizada como antígeno no teste de ELISA para identificar anticorpos anti-MSP1a

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em soro de bezerros experimentalmente inoculados com vacina inativada produzida com A. marginale

cultivado em células endoteliais de bovinos.

Palavras-Chave: A. marginale, MSP1a, vacina.

Suporte Financeiro: CNPq

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DEFINIÇÃO DO PERFIL DE SUSCETIBILIDADE/ RESISTÊNCIA DE TRIATOMÍNEOS A INSETICIDAS ATRAVÉS DE ENSAIOS BIOLÓGICOS E BIOQUÍMICOS.

SANTOS, T.R.M1; PESSOA. G.C.D

1, 2, DIAS.L.S

1

• DIOTAIUTI.L1

1. Centro de Pesquisa René Rachou – Laboratório de Triatomíneos e Epidemiologia da

Doença de Chagas - FIOCRUZ, Belo Horizonte, MG

2. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG

Os inseticidas químicos desempenham até hoje um papel importante no controle de vetores transmissores de doenças. Os mais amplamente utilizados atuam no sistema nervoso central dos insetos (SNC) sendo classificados em quatro grandes grupos: organoclorados, organofosforados, carbamatos e piretróides. O surgimento de insetos resistentes a estes compostos decorre principalmente de uma alteração nos seus sítios de ação ou de maior eficiência de detoxificação dos ativos químicos (Ministério da Saúde, 2006) submetida a um tratamento constante. Este fenômeno se manifesta com o predomínio de indivíduos que toleram doses letais sobre indivíduos chamados sensíveis nas primeiras aplicações do produto, ocasionando pressão de seleção nas populações (Oliveira Filho, 1984). Deste modo, o objetivo desse trabalho foi definir o perfil de suscetibilidade/resistência de triatomíneos a inseticidas através de ensaios biológicos e bioquímicos de três populações de Triatoma sordida da região do Triângulo Mineiro (MG), ao piretróide Deltametrina. As coletas foram realizadas em 2010 em colaboração com a SES/MG. Foram amostrados os municípios de Paracatu, Santa Rosa, Buritis, Fazenda Mangues, Arinos, Logradouro. A linhagem referência de suscetibilidade (LRS) é oriunda de Uberaba/MG. Os bioensaios foram conduzidos por aplicação tópica de 0,2 µl da deltametrina, solubilizada em acetona, no dorso de ninfas I da geração F1 (cinco dias de idade, jejum – peso 1.2±0,2 g). Para cada dose foram realizadas três repetições, com 10 ninfas em cada. Ao grupo controle foi aplicada somente acetona. As notações de mortalidade foram realizadas 72 horas após tratamento. Os triatomíneos foram classificados em: normal e morto. A análise dos ensaios dose resposta foi realizada com auxílio do programa PROBIT. Foram estabelecidas as doses letais (DL), razão de resistência (RR) e slope. A DL50 e a DL95 da LRS foi de 0,06498 e 0,25558 ng i.a/ninfa, respectivamente e slope 2,766234. As RRs50 encontradas para as populações de campo variaram de 1,54 a 3,15. Segundo a OPAS somente RR>5 indica resistência, dessa forma todas as populações podem ser consideradas suscetíveis ao inseticida testado. Sugere-se o monitoramento da suscetibilidade nessas localidades. Em paralelos estudos com fins a padronização de ensaios bioquímicos foram desenvolvidos e estão sendo aplicados para a população resistente a inseticidas. Os dados obtidos neste trabalho podem esclarecer a situação de populações mineiras de T. sordida em relação à resistência a inseticidas, servindo de referência para outros trabalhos e ampliando os conhecimentos na área de resistência a inseticidas em triatomíneos.

Palavras - chave: Inseticidas, Triatomíneos, Triatoma sordida, resistência. Apoio Financeiro: CNPq, FIOCRUZ MINAS.

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DESENVOLVIMENTO DE BIOTERÁPICOS PARA O CONTROLE DE

Rhipicephalus (Boophilus) microplus (CANESTRINI, 1887)

VALENTE, P. P.1(D); CASTILHO, R.O.

2; FARACO, A.A.G.

2; RIBEIRO, M.F.B.

1

1Departamento de Parasitologia- I C B- UFMG Belo Horizonte MG

2 Faculdade de Farmácia-UFMG Belo Horizonte MG

O carrapato Rhipicephalus microplus é responsável por significativas perdas

econômicas na pecuária bovina, sendo encontrado praticamente em todo o território

nacional. A adoção de medidas de controle deste Ixodideo, associada ao

aperfeiçoamento das práticas de manejo e medidas de avaliação do bem estar animal

tendem a tornar os sistemas produtivos mais competitivos economicamente e evitar

perda de produtividade. Vários fármacos estão disponíveis no mercado, entretanto, nota-

se um aumento progressivo do número de cepas de R. microplus resistentes aos

acaricidas dificultando, ou mesmo impossibilitando seu controle. Muitas vezes há

necessidade de aumentar a freqüência da aplicação dos produtos acaricidas no rebanho

elevando a quantidade dos resíduos químicos no organismo animal e no ambiente.

Outras metodologias têm sido estudadas para o controle de carrapatos, dentre elas o

emprego de bactérias, fungos, nematóides entomopatogênicos, os fitoterápicos, as

vacinas e os medicamentos homeopáticos. O objetivo desse trabalho foi o

desenvolvimento de bioterápicos para o controle de R. microplus. Três diferentes

tinturas-mãe foram preparadas, de acordo com a Farmacopeia Homeopática Brasileira,

utilizando R. microplus. No preparo da primeira tintura-mãe foi utilizado o material

vivo (MV), a segunda utilizou-se material dessecado (MD) e a terceira empregou

material calcinado (MC). Posteriormente os bioterápicos foram preparados de cada

tintura-mãe através da diluição até a potência de 6 CH. Análise química das tinturas-

mãe por cromatografia em camada delgada (CCD) e reagentes seletivos demonstraram a

presença de substâncias fenólicas e terpenoídicas para as tinturas MV e MD. Para a

tintura MC os resultados foram negativos para as classes químicas avaliadas.

Adicionalmente, um perfil químico por cromatografia líquida de alta eficiência foi

obtido para MV e MD utilizando gradiente linear de acetonitrila e água. Os perfis

obtidos para as duas tinturas foram semelhantes, apresentando picos com tempo de

retenção entre 0 a 5 min e picos entre 18 e 20 min, ou seja, eluídos em alta e média

polaridade, respectivamente. Na tintura MV os picos eluídos em maior polaridade

apresentaram maior área e absortividade, enquanto na tintura MD foram os eluídos em

média polaridade. Esses três bioterápicos serão futuramente testados em ensaios in vitro

e in vivo para verificar se são efetivos no controle do R. microplus, segundo os

princípios da similitude homeopática.

Palavras-chave: bioterápico, Rhipicephalus microplus, controle.

Suporte financeiro: CAPES