Analgesia Preemptiva Em Odontologia

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    ANALGESIA PREEMPTIVA EM ODONTOLOGIA REVISO DE

    LITERATURA

    PREEMPTIVE ANALGESIA IN DENTISTRY - LITERATURE REVIEW

    Roberto Pena C. BAPTISTAI;

    Mrcio Gilberto ZANGERNIMOII,

    Raimundo Vicente de SOUSAII,

    Leandro Silva MARQUESIII,

    Luciano Jos PEREIRAII.

    I Cirurgio-dentista, aluno do curso de especializao em Farmacologia Atualizao e novas perspectivas

    Universidade Federal de Lavras UFLA, Lavras, Minas Gerais, Brasil

    II Professores Doutores do Setor de Fisiologia e Farmacologia, Universidade Federal de Lavras UFLA,

    Lavras, Minas Gerais, BrasilIIIProfessor Doutor, Programa de Ps-graduao em Clnica Odontolgica, Universidade Vale do Rio Verde,

    UNINCOR, Trs Coraes, Minas Gerais, Brasil

    Autor Correspondente:

    Prof. Dr. Luciano Jos Pereira

    DMV Setor de Fisiologia e Farmacologia - [email protected]

    (35) 3829-5211 - Caixa Postal 3037 - Campus Universitrio

    Universidade Federal de Lavras UFLA, Lavras, MG, Brasil CEP 37200-000

    doi:http://dx.doi.org/10.5892/RUVRV.91.3851

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    RESUMO: A analgesia preemptiva uma terapia antinoceptiva que objetiva prevenir ambas as

    sensibilizaes centrais e perifricas, diminuindo (ou preferencialmente prevenindo) a amplificao da dor

    ps-operatria. Este trabalho teve por finalidade principal realizar uma reviso de literatura associada ao

    tema, buscando identificar a eficcia da tcnica de analgesia preemptiva no controle da dor ps-operatria,

    com a inteno de propor um protocolo farmacolgico de atendimento com uso racional de medicamentosdisponveis no mercado nacional. A reviso da literatura clara no que tange a segurana e eficcia da

    tcnica, entretanto, no h consenso sobre qual o regime a ser padronizado. A associao de analgsicos de

    ao perifrica com corticosterides por via oral tem sido proposta como uma alternativa eficaz para analgesia

    pr-emptiva.

    Palavras-chave:Controle da dor, hiperalgesia, nocicepo, conforto ps-operatrio.

    ABSTRACT: Preemptive analgesia is a type of antinoceptive therapy which aims preventing both central

    and peripheral sensitizations, decreasing (or preferentially preventing) post-operative amplification of pain.

    This study had as main objective to carry out a literature review associated with the theme, seeking to identify

    the effectiveness of the technique and additionally to propose a pharmacological protocol with rational use of

    medicinal products available on the Brazilian market. The review of literature is clear regarding the safety and

    efficacy of the technique, however, there is no consensus on the arrangements to be standardized. It seems to

    be hopeful the association of analgesics with peripheral action with oral corticosteroids.

    Keywords:Pain control, hiperalgesia, nociception, pos-operative care.

    INTRODUO

    A dor um dos fenmenos

    biolgicos mais importantes para a

    manuteno do equilbrio homeosttico

    dos organismos. inerente a maioria dos

    procedimentos odontolgicos,

    principalmente aos cirrgicos, sendo sua

    variao geralmente relacionada

    extenso do procedimento (Pinheiro,

    2004). Por se tratar de uma sensao

    subjetiva, o profissional s consegue

    avali-la aps a descrio do paciente.

    Atualmente, com a grande

    variedade de frmacos disponveis no

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    mercado, h necessidade de aplicar

    conhecimentos farmacolgicos para

    produzir conforto e ajudar na

    desmistificao do medo e da dor no

    atendimento odontolgico. Como

    ferramenta de grande destaque, a

    analgesia preemptiva consiste na

    instituio de um regime medicamentoso

    prvio ao estmulo nociceptivo, com o

    objetivo de prevenir a hiperalgesia e a

    subseqente amplificao da dor (Hadzic,

    2007). Acredita-se que essa estratgia,

    alm de proporcionar conforto ao

    paciente, reduz o consumo de analgsicos

    no perodo ps-operatrio, reduzindo o

    tempo de recuperao do paciente (Kelly

    et al, 2001). A adoo desse mtodo

    como prtica padro tem sido adiada pela

    falta de conhecimento dos cirurgies-

    dentistas, dificuldade de se criar um

    protocolo com quais drogas deveriam ser

    utilizadas, alm de controvrsias sobre o

    momento em que o regime farmacolgico

    deve ser introduzido.

    O objetivo desse trabalho foi

    revisar os conhecimentos que embasam

    essa ferramenta, discutir as teorias que a

    cercam expondo os contedos necessrios

    para sua correta compreenso e utilizao

    na clnica diria, alm de sugerir

    protocolos farmacolgicos descritos na

    literatura.

    ANALGESIA PREEMPTIVA

    O medo e a dor so comuns na

    Odontologia e a sua intensidade varia

    amplamente. Cerca de 75% das pessoas

    relatam uma leve apreenso, enquanto 6 a

    20% so acometidas de intensa ansiedade

    ao tratamento odontolgico (SCOTT &

    HIRSCHMAN, 1982). A dor foi

    conceituada pela primeira vez em 1986,

    pela Associao Internacional para o

    Estudo da Dor (IASP), como uma

    experincia sensorial e emocional

    desagradvel que est associada a leses

    reais ou potenciais. geralmente iniciada

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    momento do incio do tratamento, mas ao

    fenmeno fisiopatolgico que deve ser

    prevenido: a alterao do processamento

    sensorial (KISSIN, 1996). J para Kelly

    (2001), a analgesia preemptiva uma

    terapia antinoceptiva que objetiva

    prevenir ambas as sensibilizaes central

    e perifricas diminuindo (ou

    preferencialmente prevenindo) a

    amplificao ps-operatria da sensao

    dolorosa. Gozzani (2005) afirma que a

    deduo lgica seria de que melhor

    tomar medidas preventivas aos efeitos

    nociceptivos do que tratar a dor j

    estabelecida.

    FRMACOS UTILIZADOS

    Na tentativa de minimizar a

    manifestao clnica do trauma cirrgico

    utilizam-se drogas com objetivo de

    bloquear os mediadores qumicos

    endgenos responsveis pela resposta

    inflamatria (WARE et al., 1963;

    FERREIRA, 1972; WILLIANS, 1979;

    DIONE et al., 1983). Existem trs

    grandes grupos de drogas empregados no

    controle da dor ps-operatria, tendo sua

    atuao em estgios diferentes do

    mecanismo da etiopatogenia da dor:

    antiinflamatrios no-esteroidais

    (AINES), os corticosterides e os

    analgsicos (ROCHA, 2003). Todas elas

    so usadas nos diversos protocolos

    existentes de analgesia preemptiva,

    isoladamente ou em associao.

    Em odontologia, esses frmacos

    esto indicados, geralmente, no controle

    de processos inflamatrios agudos, tais

    como traumas ps-cirrgicos, ulceraes

    bucais auto-imunes, entre outros. Seus

    efeitos teraputicos so geralmente,

    atribudos supresso dos mltiplos

    mecanismos envolvidos na resposta

    inflamatria, levando a uma diminuio

    dos nveis de mediadores qumicos pr-

    inflamatrios no local da injria

    (DIONNE, 2003; SHAOJUN, 2007).

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    Sabe-se que o edema, na maioria

    das vezes, o fator que traz maior

    desconforto ao paciente, portanto, ao

    limit-lo, a dor e a diminuio de abertura

    bucal podero proporcionalmente ser

    reduzidas (MESSER & KELLER, 1975).

    A classe medicamentosa que mais

    eficaz na supresso do edema a dos

    corticosterides, pois inibe os mediadores

    que influenciam na vasodilatao e

    permeabilidade capilar.

    Para Kelly et al., (2001), a

    condio mais importante para

    estabelecimento de um efeito analgsico

    preemptivo eficiente consiste em

    administrar um nvel ideal de

    antinociceptivo antes da injria e manter

    esse efeito analgsico durante a fase ps-

    operatria impedindo a sensibilizao

    durante a fase inflamatria.

    Bridgman et al. (1996), avaliaram

    a eficcia analgsica do diclofenaco de

    sdio 100mg em exodontias de terceiros

    molares. Foi observado que a dor e o grau

    de abertura bucal aps uma semana do

    procedimento cirrgico no mostrou

    diferena significativa quanto a sua

    administrao pr e ps-operatria,

    sugerindo assim, que esse AINES no

    causavam efeito analgsico preemptivo.

    Corroborando nessa linha de pensamento,

    Zacharias et al. (1996), executaram

    extraes de terceiros molares em

    pacientes sob anestesia geral utilizando

    placebo, diclofenaco 100 mg e metadona

    10 mg; administrados 60 a 90 minutos

    antes da cirurgia e em seguida, o grau de

    dor e a necessidade de medicao ps-

    operatria foram mensuradas durante trs

    dias. Os autores concluram que a

    administrao de AINES associado aos

    opiides no ofereceram efeito

    preemptivo adicional nos pacientes que

    receberam analgesia adequada durante a

    cirurgia. Para esse efeito, o uso contnuo

    de drogas analgsicas no ps-operatrio

    seria talvez mais indicado para esse

    propsito (DIONNE, 2000).

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    Young-Soo et al. (2005)

    compararam os efeitos analgsicos de um

    AINE (talniflumato 370 mg) para a dor

    originada de uma cirurgia oral em 3

    intervalos diferentes de administrao. O

    AINE foi testado 1 hora antes, 1 hora

    depois e sem administrao. Observou-se

    que a dor foi mais prolongada no grupo

    que recebeu o AINE no pr-operatrio em

    comparao aos demais. Os autores

    concluram que o efeito analgsico do

    AINE administrado preemptivamente no

    foi eficaz para o controle da dor ps-

    operatria. Entretanto, os resultados

    sugerem que os analgsicos

    administrados no ps-cirrgico antes do

    desenvolvimento da dor so adequados

    para a analgesia sem a administrao pr-

    operatria. Corroborando com essa idia,

    Kaczmarzyk e seus colaboradores (2010)

    usaram 100 mg de cetoprofeno 60

    minutos antes e 60 minutos depois de

    cirurgia de remoo dos terceiros molares

    inferiores. Estes concluram que o grupo

    que utilizou o medicamento depois do

    procedimento teve melhor controle

    analgsico em relao ao grupo placebo e

    ao do uso prvio.

    Atualmente, os profissionais tm

    prescrito os COXIBES (inibidores

    seletivos da cicloxigenase 2) acreditando

    que estes apresentam maior potncia

    analgsica que os AINES convencionais.

    Tais medicamentos so efetivos no

    controle da dor, sem apresentar, no

    entanto, conforto analgsico maior que

    diversos AINES convencionais. (LANE,

    1997; TANG et al., 2002). Corroborando

    com essa idia, Morse (2006), conclui

    que o ibuprofeno possui a mesma eficcia

    preemptiva do que o Rofecoxib para

    cirurgia de remoo dos terceiros molares

    mandibulares.

    Para Jeske (2002) os COXIBES

    no devem ser recomendados como

    drogas de primeira escolha para o

    controle da dor e do edema em

    odontologia em substituio aos AINES

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    convencionais, pois sua eficcia similar

    aos convencionais, possui custo mais

    elevado alm de contra-indicaes

    (pacientes com alteraes

    cardiovasculares e trombticas) e

    interaes similares aos AINES no

    seletivos e em alguns casos durao de

    ao inadequada para o controle da dor

    ps-operatria. Soma-se a isso o fato de

    que eles no foram suficientemente

    testados em modelos da rea odontolgica

    (MORRISON et al,. 2000)

    J os corticosterides, possuem

    dezenas de estudos sobre seu uso e sua

    eficcia comprovada em diversos

    experimentos ao longo dos anos. Messer

    & Keller (1975), utilizaram 4 mg de

    dexametasona, por via intramuscular

    (msculo masseter homolateral) e oral em

    5000 pacientes com indicao de

    exodontias de terceiros molares

    mandibulares inclusos, e demonstraram a

    eficincia deste frmaco na preveno do

    edema, trismo e dor ps-operatria.

    Corroborando com esse resultado,

    Greenfield & Caruso (1976), realizaram

    um experimento clnico controlado, tendo

    como modelo as exodontias de terceiros

    molares maxilares inclusos e compararam

    os efeitos de 4 mg de dexametasona com

    os de um placebo, aplicados por via

    intramuscular, observando uma

    significativa reduo da dor ps-

    operatria quando a preparao

    corticosteride era empregada

    (GREENFIELD & CARUSO, 1976).

    Pedersen, em 1985, praticamente

    reproduziu o experimento de Messer &

    Keller (1975) e comprovou a significativa

    diminuio dos eventos inflamatrios

    quando 4 mg de dexametasona foram

    injetados no msculo masseter, momentos

    antes da remoo dos terceiros molares

    mandibulares inclusos (PEDERSEN,

    1985).

    Van der Zwan et al., (1982),

    verificaram diferena significativa entre

    os efeitos da betametasona e do placebo.

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    O corticosteride reduziu a ocorrncia de

    dor em 80%, de edema em 65% e do

    trismo em 40% aps a remoo de

    terceiros molares mandibulares inclusos.

    Almeida e seus colaboradores (1990),

    concluram que h uma maior eficcia

    antilgica de 4 mg de betametasona por

    via oral, se comparada ao uso de uma

    soluo de depsito do mesmo corticide

    por via intramuscular. Para Crespo e seus

    colaboradores (2002), a betametasona foi

    mais eficiente que o diclofenaco potssico

    aps cirurgia para remoo de terceiro

    molar inferior incluso, concluindo que o

    uso da betametasona na dosagem de 6 mg

    uma hora antes do procedimento, 4 mg no

    primeiro dia ps-operatrio e 2 mg no

    segundo dia reduziu significativamente o

    edema e o trismo. Quanto dor, no

    houve diferena significativa, embora

    tenha havido tendncia de melhores

    resultados no grupo teste. Tambm no

    modelo de cirurgia para colocao de

    implantes dentais, Quintana-Gomes

    (2002), comprovou os efeitos da

    betametasona 4 mg na preveno da

    hiperalgesia e, conseqentemente, da dor

    inflamatria aguda. Porm, Amantea et

    al. (1999) afirmaram que em alguns

    procedimentos cirrgicos, a

    administrao de somente uma droga

    analgsica antes da cirurgia no

    suficiente para produzir um efeito

    preemptivo.

    Seguindo a mesma linha de

    pesquisa, Almeida e seus colaboradores

    em 2000, sugeriram a criao de um

    protocolo farmacolgico para o controle

    da dor decorrente da exodontia de

    terceiros molares mandibulares inclusos,

    utilizando a associao de betametasona

    (4 mg) como medicao pr-operatria

    com uma soluo anestsica com

    vasoconstrictor testada (bupivacana ou

    prilocana). Os resultados indicaram

    menor intensidade de dor quando a

    betametasona era empregada associada a

    bupivacana, nas 24 primeiras horas ps-

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    cirrgicas sendo que 80% dos pacientes

    relataram preferncia por esse tipo de

    tratamento (ALMEIDA, 2000). Por outro

    lado, um estudo recente parece ter

    demonstrado que a bupivacana, em

    cirurgias de terceiros molares retidos,

    estimula a expresso do gene COX-2

    aps a injria tecidual, que associada ao

    aumento da produo de prostaglandinas

    E2 (PGE2). Na prtica, isso pode

    acarretar em dor inflamatria aguda aps

    a cessao dos efeitos desse anestsico.

    (GORDON et al., 2008).

    Dionne e seus colaboradores

    (2000) concluram que os corticides

    (dexametasona), na dose de 4 mg, no

    suprimem a expresso de PGE2 em

    quantidade suficiente para atenuar a

    sensibilizao de nociceptores perifricos

    antes da injria tecidual. Entretanto em

    2004, Barron e seus colaboradores

    concluram que ao associar dexametasona

    (8 mg) com dipirona (1 g) conseguiram

    prevenir a hipersensibilidade sensorial,

    verificada em um estudo aps extraes

    dos terceiros molares inferiores

    comparando com pacientes que s

    fizeram uso do analgsico.

    CONSIDERAES FINAIS

    A intensidade da dor sentida pelos

    pacientes um dos fatores na

    determinao da eficcia dos tratamentos,

    sendo assim, a importncia da analgesia

    preemptiva indiscutvel. Existem

    evidncias sobre sua efetividade, porm

    ainda falta a racionalizao e divulgao

    do seu uso. Pesquisadores em nosso pas

    e no mundo trabalham no sentido de

    padronizao das condutas clnicas e dos

    frmacos a serem utilizados para que o

    maior beneficirio seja o paciente. Esta

    reviso da literatura buscou iniciar e

    contribuir para o estabelecimento de

    novas pesquisas para a elaborao de um

    protocolo farmacolgico que possa

    atender s necessidades dos cirurgies-

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    dentistas. Acredita-se que a tendncia

    atual na analgesia preemptiva a

    associao de frmacos de diferentes

    classes que atuem antes do estmulo

    nociceptivo, produzam bloqueio efetivo

    durante o procedimento cirrgico e

    durante o perodo inflamatrio. Parece ser

    promissora a associao de analgsicos de

    ao perifrica com corticosterides por

    via oral, porm cada paciente deve ser

    avaliado individualmente devido aos

    efeitos colaterais destes medicamentos e

    suas contra-indicaes.

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