Andragogia

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Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da

Universidade de Coimbra

Trabalho realizado no âmbito da Unidade Curricular de

Educação e Formação de Adultos II

Trabalho realizado por:

Sylvie Cardoso n.º 20062275

Ano lectivo 2009/2010

Docentes:

Prof. Dr. Luís Alcoforado

Prof. Dr.ª Sónia Nogueira

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Educação e Formação de Adultos II3º ano da Licenciatura de Ciências da Educação

AndragogiaPara Knowles a andragogia e a pedagogia são modelos distintos entre si. Desta

forma, pedagogia era definida como “a arte e a ciência de ensinar as crianças”

(palavra derivada das palavras gregas paid – criança e agogus – líder de); a andragogia é

definida como “a arte e ciência de facilitar a aprendizagem dos adultos” (palavra

derivada das palavras gregas anêr com a conjugação andr- , significando Homem, não

contém a conotação de género, este é utilizado pelo autor como sinónimo de Ser

Humano).

Este modelo foi concebido por Knowles, para que existisse um modelo mais

congruente para os adultos e não estarem sujeitos ao modelo tradicional. É um modelo

onde deixa de existir um professor tradicional e passa a existir um facilitador, isto é, o

aprendente adulto não está na sala de aula apenas para ouvir o professor e aprender

aquilo que, às vezes, não é aquilo que quer, mas sim um facilitador que lhe propõem a

elaboração do seu próprio plano, com diversos objectivos de aprendizagem, que ele

mesmo, pode escolher, tornando-se autónomo na sua aprendizagem, tendo sempre de

base e apoio, se o considere necessário o facilitador. O modelo andragógico procura que

os aprendentes se responsabilizem pelas suas próprias aprendizagens.

Cabe ao facilitador, ainda, verificar quais os pressupostos adequados a todas as

situações. Se vão pelo modelo andragógico e perspectivam aos aprendentes a auto-

aprendizagem, ou se acham que será mais correcto (por variados motivos, tais como,

necessidade de acumular conhecimento, não compreender a relevância de determinados

conteúdos, entre outros), desta forma o modelo pedagógico é o mais adequado.

No ciclo andragógico é composto por sete etapas, sendo estas: estabelecer um

clima conducente à aprendizagem; criar mecanismos para a planificação mútua;

diagnosticar as necessidades de aprendizagem; formular objectivos programáticos que

satisfaçam as necessidades identificadas; elaborar um plano de experiências de

aprendizagem; conduzir as experiências com técnicas e materiais adequados; e, por

último, avaliar os resultados da aprendizagem e re-diagnosticar as necessidades de

aprendizagem.

Este modelo defende que, o clima de aprendizagem (relação entre

aprendente e facilitador) deve caracterizar-se pela confiança, respeito e

colaboração, sendo o diálogo o mais importante neste processo de

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aprendizagem. O facilitador deve criar um ambiente agradável, para que

o aprendente se sinta mais à vontade, tendo especial cuidado num

primeiro momento de convívio Ao contrário do modelo pedagógico, este

modelo faculta ao aprendente uma aprendizagem dirigida por ele, ou

seja, uma aprendizagem autodirigida, este é um dos pressupostos mais

defendidos por Knowles neste modelo.

O aprendente faz o seu próprio plano, das actividades que mais gosta,

sempre com a ajuda do facilitador se assim o desejar. Os adultos sentem-

se mais envolvidos numa decisão ou actividade da qual possam participar

activamente e de livre e espontânea vontade, no entanto, sentem-se não

envolvidos se essa decisão ou actividade lhes for imposta. Deste modo,

as pessoas devem ser tratadas como pessoas competentes, dando-lhe

assim responsabilidade e influência nas tomadas de decisões.

Nesta etapa, falamos das necessidades de aprendizagem. Assim, a

construção do modelo de competência pela parte do aprendente, com o

auxílio do facilitador, é um mecanismo de determinar as necessidades de

aprendizagem do aprendente. Esta etapa é composta por três fase:

primeiro requer ao aprendente que construa um modelo de competências

para atingir determinadas metas; num segundo momento, identifica-se o

nível actual dessas mesmas competências; e por fim, o facilitador auxilia-

o a determinar as lacunas existentes.

Nesta etapa o aprendente formula os objectivos da aprendizagem. Depois

deste processo, cabe ao facilitador verificar a possibilidade de execução

dos objectivos e a sua relevância, debatendo com aprendente diversas

possibilidades se pensar que estas não são praticáveis.

Para esta etapa é solicitado ao aprendente que elabore o seu plano de

aprendizagem, com as actividades a que se propõem, as metodologias

que irá utilizar e o tempo das mesmas. Sempre com o apoio do facilitador

que se se considerar pertinente, realizará algumas propostas no sentido de

enriquecer o seu plano.

O facilitador deverá ser flexível se o aprendente quiser aprender de uma

forma mais auto-dirigida. Assim, o facilitador deve procurar construir em

conjunto com os aprendentes, de como é que eles pretendem aplicar as

novas aprendizagens na vida diária.

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Na última etapa, encontramos a avaliação, ou neste caso a autoavaliação,

em que o facilitador auxilia o aprendente a obter demonstrações acerca

dos progressos na aprendizagem.

Este modelo apresenta, no entanto, algumas limitações, as mais salientes são: a

ambiguidade comparativamente à autodirecção e a não referência à educação como

emancipatória.

Sintetizando, o Modelo Andragógica é um modelo de grande importância na

Educação e Formação de Adultos, uma vez que veio dar um papel central ao adulto na

sua aprendizagem, e que o facilita, como o próprio nome indica, o seu processo de

aprendizagem.

O modelo andrgógico é, neste sentido, um modelo em que as aprendizagens

ajudam no quotidiano dos adultos, como por exemplo, na resolução de problemas.

Bibliografia:

Nogueira, S. M., “A andragogia: que contributos para a prática educativa?”