Antimicrobianos Em Cirurgia
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Antimicrobianos em CirurgiaAntimicrobianos em Cirurgia
Dr. Renato van Wilpe BachDr. Renato van Wilpe BachUnidade de Terapia Intensiva Pediátrica
Hospital da Criança Prefeito João Vargas de Oliveira
Trauma Todos os ferimentos traumáticos são
infectados em algum grau Inoculação:
< 105 organismos/grama de tecido reparo e cicatrização
> 105 organismos/grama de tecido infecção
Estreptococos beta-hemolíticos não dependem da quantidade de inóculo para produzir infecção
Trauma
Objetivos do fechamento da ferida cirúrgica:
Prevenir infecção, fibrose e deformidade secundária
Tipos de fechamento:
Primário (feridas incisas limpas nas primeiras 6 horas)
Primário tardio (feridas limpas com > 6h, de face até
24h) debridamento fechamento após 4-6 dias
Por segunda intenção (grandes defeitos de partes moles,
canais, ´fístulas e contaminação grave)
Trauma
Sinais de inflamação da ferida:
Rubor
Calor
dor
Edema
Fase inflamatória x infecção da ferida
Momento da infecção
Trauma
Momento da infecção:
24-36h: estreptococos beta-hemolíticos e clostridium
perfringens
Sinais concomitantes (febre, celulite, sensibilidade,
drenagem fétida, crepitação, bolhas e necrose tecidual)
Outros microorganismos: 5-7 dias
Drenagem, deiscência, sinais tardios de inflamação
Trauma
Infecção pós-operatória em cirurgias intestinais:
Infecção de ferida operatória: 15-20%
Drenagem, lavagem, curativos úmidos frequentes
Antibióticos endovenosos só se sinais de celulite
Abscessos intra-abdominais: 5-15%
Tratamento conservador para lesão única e pequena
Drenagem guiada por TC
Laparotomia exploradora
Trauma
Infecção pós-operatória em cirurgias intestinais:
Cólon/reto: menor se fechamento primário
Não muda a chance de infecção se: choque, múltiplas
lesões, grau de contaminação da cavidade, localização
das lesões e/ou mecanismo
Indicação de colostomia: instabilidade hemodinâmica,
comorbidades
Trauma
Infecção em feridas por PAFs:
+ comum se o projétil se implanta em tecido
desvitalizado, circundado por hematoma, se cruza
víscera oca, intra-ósseo
Debridamento e remoção do PAF = risco x benefício
Diabetes x Cirurgia
Infecção pós-operatória em pacientes
diabéticos:
+ comum é a ITU
> morbidade global
Hiperglicemia prejudica a função fagocítica dos
neutrófilos e as funções dos fibroblastos
Pé diabético
Diabetes x Cirurgia
Dificuldades para se diagnosticar uma
infecção pós-operatória nos diabéticos:
Leucocitose na cetoacidose
Ausência de febre
Esplenectomia
Abscesso subfrênico
Infecção fulminante pós-esplenectomia
Mais comum em crianças (80%)
Nos primeiros dois anos
S. pneumoniae, H. influenzae e N. meningitides
Mortalidade: 50-80%
Esplenectomia
Fatores que levam à sepse pós-esplenectomia:
Baço é sede de macrófagos fixos que eliminam bactérias
da circulação
Baço é sede da maturação de células NK, linfócitos T
auxiliadores e células T citotóxicas supressoras
Produção deficiente de opsoninas, properdina e tuftisina
Níveis diminuídos de IgG e IgM
Esplenectomia
Prevenção da sepse pós-esplenectomia:
Autotransplante esplênico
Vacina pneumocócica plivalente
Antibióticos profiláticos por tempo prolongado
Tratar logo qualquer infecção
Antibioticoprofilaxiaper-operatória
Rotina para prevenir infecção de parede
Administrada até duas horas antes da incisão
de pele
Cefalosporinas de 1ª ou 2ª geração
Melhor momento: 60 a 30 minutos antes da
incisão
Antibioticoprofilaxiaper-operatória
Cirurgias intestinais:
Delgado: cefalosporina de 1ª ou 2ª geração
Cólon: cefalosporina de 2ª geração + limpeza
mecânica NÃO via oral
Antibioticoprofilaxiaper-operatória
National Surgical Infection Prevention (SIP/USA):
19 sociedades e organizações norte-americanas
consenso
Tempo: infusão deve se iniciar até 60 minutos antes da
incisão
Duração: até 24h após a cirurgia
Busca ativa de história de alergia a beta-lactãmicos
Dose adicional per-operatória se o tempo de cirurgia for >
que 2 meias-vidas do antibiótico
Antibioticoprofilaxiaper-operatória
National Surgical Infection Prevention (SIP/USA):
Histerectomia vaginal ou abdominal: cefotetan (cefazolina ou
cefoxitina)
Alergia a BL: clinda + genta, cipro ou aztreonam (metronidazol
+ genta ou cipro)
Artroplastia de joelho ou ombro: cefazolina ou cefuroxime
(vanco ou clinda para alérgicos a BL)
Cardiotorácica ou endovascular: cefazolina ou cefuroxime
(vanco ou clinda para alérgicos a BL)
Antibioticoprofilaxiaper-operatória
National Surgical Infection Prevention
(SIP/USA):
Cólon:
1. neomicina + metronidazol,
2. Cefotetan, cefoxitina ou cefazolina
3. Clindamicina + gentamicina, cirpo ou aztreonam
4. Metronidazol + genta ou cipro
Antibioticoprofilaxiaper-operatória
No Brasil:
Critério x costume x disponibilidade
Drogas mais comuns: cefazolina / cefalotina
Problemas com a cefoxitina na década de
1990
Antibioticoterapia x Cirurgia
Pele: cefalosporina 1ª VO/IV
Músculos: cefalosporina 1ª ou 2ª, pref IV
Ossos: ampla cobertura
Trauma: conforme localização e órgãos
afetado
Antibioticoterapia x Cirurgia
Abdome:
Cirurgia limpa, sem víscera oca envolvida:
cefalosporina 1ª geração
Envolvimento víscera oca
em cirurgia eletiva: cefalosporina 2ª geração
Em trauma/urgência: cobertura ampla a gram +/-.
Anaeróbios se cólon/boca
Antibioticoprofilaxia
Cateteres de longa permanência:
Cefalosporina de 1ª geração
Cateteres revestidos (clorexidine/sulfadiazina ou
minociclina/rifampina) devem ser considerados
para:
Pacientes com alto risco de infecção (3,3 por 1000
dias de cateter)
Queimados
Neutropênicos