Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

19
7/24/2019 Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf http://slidepdf.com/reader/full/apostila-cc-cap4-roteiro-1pdf 1/19 Produção Audiovisual 4. Roteiro Neste s-te se dene s diferentes s de rteir, c dics e rers r cri de rteirs de c e rteirs r dcentris.

Transcript of Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

Page 1: Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

7/24/2019 Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-cc-cap4-roteiro-1pdf 1/19

Produção Audiovisual

4. Roteiro

Neste s-te se dene s diferentes s de rteir, c dics e rers r cri de rteirs de c e

rteirs r dcentris.

Page 2: Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

7/24/2019 Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-cc-cap4-roteiro-1pdf 2/19

4.0. Roteiro

Enredo é o encadeado de ações executadas ou a executar pelas personagens numa cção, a m de

criar sendo ou emoção no espectador. O “Plot” (em inglês), usado para designar todos os eventos

de uma história para se obter um efeito emocional e arsco – o que acontece na história.

O enredo, ou trama, ou intriga é o esqueleto da narrava, aquilo que dá sustentação à história,

é o desenrolar dos acontecimentos. Um relato de fatos vividos por personagens e ordenados em

uma seqüência lógica e temporal, por isso ele se caracteriza pelo emprego de verbos de ação que

indicam a movimentação das personagens no tempo e no espaço.

Enredo

103

PIADA

E se tudo começasse pelo nal

Geralmente, o enredo está centrado num conito, responsável pelo nível de tensão da narrava.

O enredo pode ser organizado de várias formas:

Sit inici - os personagens e espaço são apresentados.

Qer d Sit Inici - um acontecimento modica a situação apresentada.

Cnit  - Surge uma situação a ser resolvida, que quebra a estabilidade de personagens e a-

contecimentos

Cx - ponto de maior tensão na narrava.

Desfec - solução do conito. Obs.: essa solução não signica um nal feliz.

CURTA

Taranno’s Mind

ARTIGO

Analisando Taranno’s Mind

Page 3: Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

7/24/2019 Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-cc-cap4-roteiro-1pdf 3/19104

DICA

Scorcese valoriza a “estória” sobre o “enredo”

Em uma entrevista de Marn Scorsese em que o realizador tenta explicar como diferencia os conceitos de“enredo” (ou “trama”) e “estória”, e porque é que este segundo é mais importante do que o primeiro. Para eleo “enredo” é apenas a suces são dos eventos nar rados. A “estória”, por outro lado, inclui além do enredo ainda acaracterização dos personagens, o mood, o eslo, o clima, etc. Para Scorcese são estas outras coisas que garan-tem a longevidade de um lme, já que o sim ples enredo, depois de conhecido, perde rapi damente o seu poder

de atração.

O roteiro ou argumento é a forma escrita de qualquer espetáculo audiovisual, escrito por um ou

vários prossionais que são chamados de roteiristas (argumenstas). O roteiro é um documento

narravo ulizado como diretriz para espetáculos de cinema, performances, rádio ou programas

televisivos.

Roteiros de cção contêm a íntegra de um lme ou de um capítulo de novela ou seriado, divididos

em cenas numeradas que descrevem os personagens e os cenários. Também espetáculos de não-

cção, como documentários, comerciais, videoclipes e eventos têm roteiros, cada um com sua

linguagem própria.

Roteiros

O roteiro inclui todos os diálogos, com indicações para os atores quanto à entonação da voz e à

atude corporal, indicando a entonação do personagem com marcações como “ríspido”, “alegre”,

“surpreso”, etc. No entanto, reduz-se ao mínimo necessário a interferência do roteirista no tra-

balho do ator, que é conduzido pelo diretor. Além disso, informa o horário em que cada cena deve

ser lmada (“Dia”, Noite”, “Pôr-do-sol”, “Amanhecer”, etc.) e se a cena é “Externa” (lmada ao ar

livre) ou “Interna” (gravada em estúdio).

Page 4: Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

7/24/2019 Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-cc-cap4-roteiro-1pdf 4/19

O roteiro técnico, desenvolvido posteriormente, dá indicações quanto ao posicionamento das

câmeras, uso de gruas, iluminação e efeitos audiovisuais. É preparado pelo diretor do espetáculo,

em conjunto com a equipe técnica e, eventualmente, com o roteirista.

Roteiro Técnico

105

Um roteiro de cinema pode ser denido como uma tentava sistemáca e ordenada para prever ofuturo lme. É uma previsão que na práca se concreza em um manuscrito contendo a descrição,

cena por cena, enquadramento por enquadramento e das soluções de todos os problemas téc -

nicos e arscos que se prevê para a realização do lme.

Page 5: Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

7/24/2019 Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-cc-cap4-roteiro-1pdf 5/19

Argumento vs Roteiro vs Sinopse vs Storyboard

106

ARGUMENTO

O rent, geralmente, é a primeira etapa a ser desenvolvida por um roteirista. É a ideia tra -

balhada sobre a qual se desenvolverá uma sequência de atos e acontecimentos, que constuirão,

futuramente, o roteiro.

EXEMPLO

Argumento do lme Titnic

Em 1996, o caçador de tesouros Brock Love e sua equipe exploram os destroços do RMS Titanic, à procura deum colar de diamante chamado de Coração do Oceano. Eles recuperam o cofre de Caledon “Cal” Hockle, acre-ditando que o colar está dentro. Porém acabam encontrando apenas um desenho de uma mulher nua usandoo colar, datado do dia 14 de abril de 1912, o dia em que o Titanic colidiu com um iceberg. Uma mulher idosachamada Rose Dawson Calvert, ouvindo sobre o desenho numa reportagem televisiva a respeito da expedição,liga para Love e arma ser a mulher do desenho. Ela viaja, com sua neta Lizz até o navio de pesquisa. Ao serperguntado sobre o diamante, Rose lembra de seu tempo abordo do Titanic, revelando ser Rose DeWi Bukater,uma passageira de primeira classe que acreditava-se estar morta.

Em 1912, Rose, então com 17 anos, embarca no navio em Southampton como uma passageira da primeiraclasse junto com seu noivo, Cal, lho de uma magnata do aço de Pisburgh, e sua mãe, Ruth DeWi Bukater.Ruth salienta a importância do casamento de Rose, já que ele vai resolver os secretos problemas nanceiros dosDeWi Bukater. Perturbada pelo casamento, Rose considera se suicidar ao tentar pular do navio. Um passageiroda terceira classe, chamado Jack Dawson, a faz mudar de ideia. Por insistência de Rose, Cal convida Jack para jantar na noite seguinte. Jack e Rose desenvolvem uma amizade, apesar de Cal e Ruth desconarem do jovemarsta. Depois do jantar na primeira classe, Rose se junta a Jack para uma festa na terceira classe.

Proibida de ver Jack, Rose tenta repelir os avanços do arsta. Logo ela percebe preferi-lo ao invés de Cal, e oencontra na proa do Titanic naqueles que seriam os úlmos momentos à luz do dia do navio. Os dois vão paraa cabine de Rose e ela pede para que Jack a desenhe nua usando o colar Coração do Oceano, o presente decasamento de Cal. Pouco tempo depois, os dois fogem do guarda-costas de Cal e fazem amor no comparmentode carga do navio. Depois de voltarem para o convés do navio, eles testemunham o Titanic colidir com um ice-

berg e ouvem seus ociais comentando a gravidade da situação. Eles decidem avisar Ruth e Cal.

Cal descobre o desenho de Jack e uma carta de Rose em seu cofre junto com o colar. Furioso, ele faz seu guarda-costas colocar o colar no bolso do casaco de Jack. Acusado de roubo, ele é levado até o escritório do mestre-de-armas e algemado em um cano. Cal coloca o colar no bolso de seu casaco, e Rose foge dele e de sua mãe(já dentro de um bote), resgatando Jack. O navio começa então a lançar fogos de arcio para tentar chamar aatenção de outros navios.

Quando os dois chegam ao convés dos botes, Cal e Jack fazem com que Rose entre em um bote salva-vidas, comCal armando que ele fez um acordo com um ocial para que ele e Jack se salvem. Depois dela entrar, Cal contaque o acordo é apenas para ele mesmo. Enquanto o bote de Rose é abaixado, ela pula de volta para o navioe se reencontra com Jack. Cal pega uma pistola e os persegue até o parcialmente inundado salão de jantar daprimeira classe. Depois de sua munição acabar, ele percebe que havia dado seu casaco com o diamante paraRose. Com a situação do Titanic cando críca, ele volta para o convés e entra em um bote ngindo cuidar deuma criança perdida.

Jack e Rose voltam para o convés, porém todos os botes já parram e os passageiros estão caindo para a morteenquanto o navio se inclina mais. O Titanic se parte em dois, e a popa se ergue 90° fora da água com os doisnela. Depois do navio ter afundado por completo, Jack ajuda Rose a subir em uma painel de uma parede, queapenas aguenta o peso dela. Se segurando ao painel, ele arma que ela irá morrer bem velha, em uma camaquente. Enquanto isso, o Quinto Ocial Harold Lowe traz seu barco de volta para tentar resgatar sobreviventesda água. Ele salva Rose, mas não chega cedo o bastante para resgatar Jack, que morre de hipotermia. Ela e osoutros sobreviventes são levados pelo RMS Carpathia até Nova Iorque, onde ela mente seu nome, dizendo-sechamar Rose Dawson.

Com sua história completa, Rose vai para a popa do navio de Love. Lá, ela pega o Coração do Oceano, que es-

teve em sua posse durante todos esses anos, e o joga no mar. Aparentemente morta em sua cama (do jeito queJack disse), as fotos ao seu lado mostram que ela viveu a vida que Jack a inspirou ter. A jovem Rose é então vistase reunindo com Jack na Grande Escadaria do Titanic, recebida por todos que morreram no navio.

Page 6: Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

7/24/2019 Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-cc-cap4-roteiro-1pdf 6/19107

ROTEIRO

O rteir é o texto do lme, geralmente que se originou no argumento, mas adaptado com falas

e cenas, para ser lmado. É basicamente a transcrição da história de uma forma que possa ser

montada e encenada.

EXEMPLO

Transcrição de um argumento para um roteiro

[rent] Alan vive triste e agora quer sua mulher novamente.[rteir] Alan entra na sala, com uma expressão triste. Dirige-se até o sofá. Conseguimos ver uma fotograasobre o sofá. Alan agacha-se e pega a fotograa, trazendo sobre seu tórax. Depois olha a fotograa, enquantochora. Vemos que a foto é de sua mulher.

STORyBOARD

O stryrd são os desenhos que formam um “roteiro” em quadrinhos, permindo melhor visu-

alização de como vão acontecer as cenas e, com isso, facilitando a programação na fase de pré-

produção, para que se calcule tudo o que será necessário para lmar determinada cena.

EXEMPLO

Storyboard

SINOPSE

O argumento é muitas vezes visto como a sinopse, mas não é. A sinse de um espetáculo possui

pouquíssimas linhas (quinze ou menos), enquanto alguns autores armam que, para cada página

de argumento, corresponde a dez de um roteiro.

Page 7: Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

7/24/2019 Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-cc-cap4-roteiro-1pdf 7/19

EXEMPLO

Sinopse do lme Central do Brasil

O lme retrata a vida de Dora e Josué. Ela, uma professora aposentada que ganha a vida escrevendo cartaspara analfabetos, na maior estação de trens do Rio de Janeiro, (Central do Brasil). Ele, um garoto pobre, quecom oito anos de idade perde sua mãe no Rio de Janeiro e sonha com uma viagem ao Nordeste para conhecero pai.

Dora conhece Josué que após a perda da mãe ca perdido e entregue às várias formas de violência urbana,

picas de uma cidade grande num país subdesenvolvido. Após um grave acidente, onde Josué quase foi vimade uma tentava de tráco para o exterior, Dora rendeu-se ao apelo do menino e o acompanhou em busca deseu pai e irmãos numa longa viagem para o sertão da Bahia e de Pernambuco.

DICA

Portal sobre roteiro

Nomenclaturas Básicas em Roteiros

“CABEÇA DE CENA”

É uma linha simples que vai indicar o número da cena e se ela será interna ou externa, de dia ou a

noite. Exemplo:

Cena 1/INT/NOITE

Cena 10/EXT/DIA

INT e EXT

São as abreviações de Interna e Externa e que indicarão o cenário das cenas.

Cenas que vão acontecer dentro da casa são indicadas por INT, já que os personagens estão dentro da

casa e a luz é arcial. As cenas que acontecerão fora da casa são indicadas por EXT. Se acontecer dentro

de um carro, indicamos com INT, porque a situação acontece no interior do veículo. Se a cena acontece

no deck do navio, po a cena do Titanic, indicamos por EXT, mesmo que os personagens estejam dentro

do navio. O EXT porque não há nada que cubra a cabeça deles, ou seja, a iluminação será natural.

RubRICa

Rubrica é como chamamos as descrições das cenas e das ações. Existem as rubricas dos persona-

gens que consistem em descrições de movimento ou expressão especica para um momento. Para

fazer uma Rubrica não tem segredo, é só escrever passo a passo como deve acontecer uma cena.

LEGENDAA Rubrica será lida pela equipe e por isso tem uma linguagem mais técnica, com informações para a

produção. A legenda será mostrada ao público sob a imagem do vídeo. Prestar atenção para que os tex-

tos da legenda mantenham sempre o mesmo eslo, do começo ao m da história.

EXEMPLO

Cena 2/EXT/DIA

 Antonio está caminhando pelo deserto segurando um mapa. Expressão de cansaço, com o suor escorrendo por causa do calor.

Balão com pensamento de Antonio esmaece na tela

Se outra ação acontecer nessa cena, como por exemplo depois de um pensamento de Antonio aparece um jipe em alta velocidade que cruza o deserto, basta você criar outro parágrafo e escrever a nova rubrica. Amudança para outra cena só será necessária se houver mudança de cenário ou no tempo, como por exemploAntonio adormecer ao sol e acordar só a noite. Nesse caso, é preciso criar outra cena e indicar NOITE.

108

Page 8: Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

7/24/2019 Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-cc-cap4-roteiro-1pdf 8/19

Às vezes os formatos dos roteiros podem parecer confusos, mas a leitura e edição pode ser sim -

plicada com a ajuda de sowares. Os sowares de roteiros são processadores de texto especial -

mente criados para a facilitação do processo de escrita de um roteiro, incluíndo roteiros técnicos.

Alguns são gratuitos, como o Celtx, disponível para vários sistemas operacionais ou o Stor Touch,

desenvolvido pela O2 Filmes, produtora do lme Cidade de Deus.

Sowares de roteiros

DICA

Celtx

Celtx é um programa de computador mul-plataforma livre, de pré-produção seja de um lme,peça teatral ou animação. É um processador de textos especialmente para roteiros e hoje em dia éum soware livre.

DICA

Story Touch

Stor Touch é um soware completo de criação e desenvolvimento dramácoCom cores e grácos, você terá um verdadeiro raio-x do roteiro.

109

Page 9: Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

7/24/2019 Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-cc-cap4-roteiro-1pdf 9/19

4.1. Criando um roteiro

110

Dicas Sobre Roteiro

A seguir, apresentamos alguns elementos importantes, que podem ajudar na composição doroteiro:

ENREDO DA TRAMA

Ele deve conter o enredo da trama. Esse enredo nada mais é do que a história do lme descrita em

elementos de imagem e som. Ele traz a descrição das cenas e deve ser bem detalhado para que

todos os envolvidos na produção (atores, fotógrafo, cenógrafo, gurinista, sonoplasta, iluminador,

maquiador) possam ter o máximo de informações para compor a história. Você pode até colocar

a cor da blusa que o personagem deverá usar. Quandade de informação signica qualidade no

roteiro. E, se você vai exercer todas as funções da produção do seu lme, melhor ainda, pois isso

vai ajudá-lo a lembrar todos os detalhes.

DIálogoS

No roteiro, é preciso escrever os diálogos dos personagens, se o lme ver diálogos. Você também

pode descrever como o personagem está se senndo naquele momento. Feliz, triste, preocupado,

apreensivo, apaixonado.

LUGARES

O roteiro traz a descrição dos lugares onde se passarão as cenas da trama e também a hora e as

condições climácas. Pode ser uma praia no nal de tarde, com o céu alaranjado, num dia fresco,ou uma avenida da metrópole numa sexta-feira chuvosa de trânsito intenso.

“O cinema é uma mistura de romance, peça de teatro, música, arte visual e fotograa para produziruma nova linguagem, a linguagem audiovisual. Por envolver na sua concepção elementos das seis

artes tradicionais – música, dança, pintura, escultura, teatro, literatura – é chamado de “séma arte”.

DICA

Blog sobre Roteiro

Page 10: Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

7/24/2019 Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-cc-cap4-roteiro-1pdf 10/19111

ENQUADRAMENTOS

Pode denir os enquadramentos, ou seja, o formato das cenas. É um plano fechado (close) ou

um plano geral? A câmera vai estar na altura dos olhos do personagem ou próxima ao chão? E se

esvesse bem alta, fazendo a tomada de cima? O diálogo da cena deve mostrar um personagem

de costas para a câmera e o outro de perl ao fundo? Escreva isso no roteiro. Quando e como pre-

tende cortar a cena? Uma boa dica para quem sabe desenhar um pouquinho é fazer os desenhos

dos enquadramentos da cena. Isso se chama storboard e dá uma boa noção de como trabalhar osquadros que compõem o lme.

EQuIpamENToS

No roteiro, também é úl colocar os equipamentos necessários para uma cena. Por exemplo, uma

tomada ao ar livre pode exigir um gravador extra para captar melhor o sons externos. Como vai

ser a iluminação? O que deverá estar iluminado? Um objeto? O personagem? Se a cena acontece

numa sala fechada e escura, é importante especicar que serão necessários mais pontos de luz.

A escolha da linguagem, o conjunto de planos, ângulos, movimentos de câmera e recursos de

montagem que compõem o universo de seu lme – tudo isso vai denir o equipamento necessário

para a lmagem ou para a composição da animação (se for o caso) e deverá ser descrito no roteiro

técnico.

Mas você também pode denir a linguagem a parr do equipamento que já ver em mãos. O

melhor das novas tecnologias é você poder experimentá-las livremente para produzir conteúdos e

expressar ideias. Até mesmo as limitações do seu equipamento podem ser transformadas em arte

e em linguagem audiovisual.Roteiro para Vídeos Curtos

Em um roteiro para vídeos com duração de 30 a 90 segundos, é preciso exercitar a objevidade.

Torna-se fundamental que o roteiro esteja bem detalhado para que o realizador tenha domínio do

tempo e não extrapole a duração prevista. ENTREVISTA

Pergunte ao Roteirista

RoTEIRo míNImo

Inci – rte 1

Apresentação dos personagens, do local ou do que você está pretendendo produzir.

pnt de vird – rte 2

Aqui é onde a história muda radicalmente. O príncipe transforma-se em sapo, a mocinha é largada pelo

namorado, o cachorro foge, o carro quebra, ou seja, o “mundo” do lme vira de cabeça para baixo.

Fin – rte 3TEXTO

Formatos Narravos para Disposi-vos Móveis: Estudo de Caso doSeriado Transmidiáco ‘O CasgoFinal’

O encerramento do enredo da história. O nal podeser feliz, triste, enigmáco, engraçado, enm, o que

der na cabeça.

Pai na Internet

Page 11: Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

7/24/2019 Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-cc-cap4-roteiro-1pdf 11/19

EXpERImENTação

Um roteiro não precisa necessariamente de começo, meio e m nessa ordem rígida. Se você qui-

ser, pode começar seu vídeo pelo nal, retornar ao começo da trama e concluir a história no meio

da narrava. Experimente e liberte a sua criavidade. Vá em frente. O que importa é que o seu

roteiro tenha lógica e possa contar a sua história para o espectador.

O roteiro pode ser adaptado de um livro ou de uma peça de teatro. Pode surgir de um poema oude um conto que emocionou você. Pense em quantas adaptações cinematográcas de Hamlet e de

Romeu e Julieta, de William Shakespeare, já foram produzidas. Nesse caso, dizemos que o roteiro

é adaptado ou inspirado numa obra anterior. Se o lme parte de uma ideia inteiramente nova,

dizemos que se trata de roteiro original.

Quer pular o roteiro e sair lmando? Fique à vontade. Você verá que, mesmo sem formalizar o

roteiro, ele está presente de alguma maneira na sua cabeça e irá se compondo a cada cena que

você lmar.

112

Processos

No processo de materializar uma ideia, existem perdas e ganhos, coisas que foram planejadas talvez

não funcionem e surpresas podem acontecer (e geralmente acontecem), levando sua concepção

para uma rota diferente.

DICA

Brainstorming

Antes de começar a escrever um roteiro se recomenda fazer uma “tempestade de ideias” (brainstorming), umprocesso criavo onde as pessoas comparlham ideias em geral, para construir entre todos os conceitos eservir de inspiração para o roteiro nal.

RoTEIRo Do TamaNho DE CaDa pRojETo

As descrições dos roteiros podem ser mais detalhadas (como são feitos os roteiros prossionais) ou

menos detalhadas (uma simples frase) e podem estar escritas, gravadas em áudio ou vídeo, desenhadas,

ou simplesmente na cabeça. O importante é parar para pensar o que se quer fazer, ordenar cada uma

das peças que compõem a produção e planejar sua execução, do modo mais ecaz para cada situação.

Fazer um roteiro, storboard, screenplas pode ser um exagero dependendo do po e das necessi-

dades do projeto. Porém, em outras ocasiões, fazer desenhos padronizados do que se quer gravar

facilita o trabalho para a pessoa que for controlar a câmera. Quanto mais detalhado for, cará mais

el à ideia original e facilitará o trabalho em grupo, principalmente com diálogos compridos ou a

parcipação de atores e outras pessoas da equipe.

Um exercício úl que se pode fazer para visualizar o vídeo é imaginar alguém assisndo ele na TV ou no

computador, pensando nos tempos de cada imagem, com a duração certa para nem car chato nem

muito agitado, assim como os cortes feitos e os efeitos escolhidos.

Para iniciantes a tarefa de escrever o roteiro pode ser desencorajador, mas através da práca se aprimora

essa habilidade. Recomenda-se ler o roteiro de algum lme conhecido para entender melhor os detalhes

e os processos envolvidos.

Page 12: Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

7/24/2019 Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-cc-cap4-roteiro-1pdf 12/19

prte 1

A introdução do lme, delimitando os personagens e suas ações, aí vem o primeiro ponto de vi-

rada, onde se passa para a …

prte 2

O desenvolvimento do lme, a confrontação, que se divide (através do ponto central) em duas

partes…

Parte 3

Por úlmo se dene o lme, o desfecho da história, lembrando sempre que este se trata de um

roteiro clássico, mas podem exisr modicações, onde se pode trabalhar do nal para o início, ou

do meio para o m e depois para o início, ou vice-versa, já que no cinema isso é totalmente pos-

sível.

EXEMPLO

Cidade de DeusATO I – Trio Ternura

Cidade de Deus

ATO II – Dadinho o caralho, meu nome é Zé Pequenos, porra!

Cidade de Deus

ATO III – Guerra de Zé Pequeno e Mané Galinha

O Roteiro em 3 Atos

De acordo com Sd Field, roteirista de Hollwood e

escritor do Manual do Roteirista, um bom roteiro

apresenta três partes essenciais que precisam es-

tar bem desenvolvidas: personagem, estrutura e

enredo, sendo este dividido da seguinte forma:

113

Page 13: Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

7/24/2019 Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-cc-cap4-roteiro-1pdf 13/19114

ARTIGO

Como se faz um lme de Hollwood

Western e Biográco:

Histórico e Policial:

A Jornada do Herói

O monomito também chamado de “Jornada do Herói” é um conceito de jornada cíclica presente

em mitos, de acordo com o antropólogo Joseph Campbell. Como conceito de narratologia, o termo

aparece pela primeira vez em 1949, no livro de Campbell The Hero with a Thousand Faces (“OHerói de Mil Faces”).

O padrão do monomito foi adotado por George Lucas para a criação da saga Star Wars, tanto na

trilogia original quanto suas “preqüências”. O roteirista de Hollwood e execuvo da indústria ci-

nematográca Christopher Vogler também usou as teorias de Campbell para criar um memorando

para os estúdios Disne, depois desenvolvido como o livro “A Jornada do Escritor: Estrutura Míca

para Roteiristas”. Este trabalho inuenciou os 10 lmes produzidos pela empresa entre 1989 (A

Pequena Sereia) e 1998 (Mulan), além da trilogia Matrix dos irmãos Wachowski.

O monomito está dividido em três seções: Parda (às vezes chamada Separação), Iniciação e Retorno.

A Parda lida com o herói aspirando à sua jornada;

a Iniciação contém as várias aventuras do herói ao

longo de seu caminho; e o Retorno é o momento

em que o herói volta a casa com o conhecimento e

os poderes que adquiriu ao longo da jornada.

A tese é de que todos os mitos seguem essa es-

trutura em algum grau. Para citar vários exemp-

los, as histórias de Prometeu, Osíris, Buda e Jesus

Cristo todas seguem este paradigma quase exata-

mente, enquanto a Odisseia apresenta repeções

freqüentes da Iniciação, o conto da Cinderela se-

gue esta estrutura um tanto mais livremente.

Page 14: Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

7/24/2019 Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-cc-cap4-roteiro-1pdf 14/19

REFERÊNCIA

Lendo Filmes: Os 12 Estágios da Jornada do Herói

Os 12 Estágios da Jornada do Herói

1. mnd C – O mundo normal do herói antes da história começar.

2. o Cd d aventr – Um problema se apresenta ao herói: um desao ou a aventura.

3. Recnci d herói ou Recs d Cd – O herói recusa ou demora a aceitar o desao ou aventura, geral-mente porque tem medo.

4. Encntr c entr ad Srentr – O herói encontra um mentor que o faz aceitar o chamado eo informa e treina para sua aventura.

5. Crzent d prieir prt – O herói abandona o mundo comum para entrar no mundo especial oumágico.

6. prvões, ids e iniis ou a brri d bei – O herói enfrenta testes, encontra aliados e enfrentainimigos, de forma que aprende as regras do mundo especial.

7. arxi – O herói tem êxitos durante as provações

8. prv dici ou trc – A maior crise da aventura, de vida ou morte.

9. Recens – O herói enfrentou a morte, se sobrepõe ao seu medo e agora ganha uma recompensa (o elixir).

10. o Cin de Vt – O herói deve voltar para o mundo comum.

11. Ressrrei d herói – Outro teste no qual o herói enfrenta a morte, e deve usar tudo que foi aprendido.

12. Reress c Eixir – O herói volta para casa com o “elixir”, e o usa para ajudar todos no mundo comum.

115

Page 15: Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

7/24/2019 Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-cc-cap4-roteiro-1pdf 15/19116

Os Estágios de “O Herói de Mil Faces” 1

prd, ser

1. Mundo codiano

2. Chamado à aventura

3. Recusa do Chamado

4. Ajuda Sobrenatural

5. Travessia do Primeiro Limiar

6. Barriga da baleia

Descid, Inici, penetr

1. Estrada de Provas

2. Encontro com a Deusa

3. A Mulher como Tentação

4. Sintonia com o Pai

5. Apoteose

6. A Grande Conquista

Retrn

1. Recusa do Retorno

2. Vôo Mágico

3. Resgate de Dentro

4. Travessia do Limiar

5. Retorno

6. Senhor de Dois mundos

7. Liberdade para Viver

ACERVO

Lista dos principais lmes commonomitos (em inglês)

ANÁLISE

Livros: O Hobbit (J. R. R. Tolkien)e Harr Poer e a Pedra Filosofal(J. K. Rowlling)

Page 16: Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

7/24/2019 Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-cc-cap4-roteiro-1pdf 16/19

4.2. Roteiro para Documentário

117

A Estrutura do Roteiro de Documentário

REFERÊNCIA

No Estranho Planeta dosSeres Audiovisuais: Realidade

“o ComEço: o poNTo aNTES Do Qual NaDa

pRECISa SER DITo.”

O começo coloca o tema, faz a pergunta, ou

mostra algo novo ou inesperado. Dá a parda no

Um documentário normalmente não tem a estrutura comum dos lmes de cção, com pontos devirada (plot points), barreiras, e outros elementos estruturais com o intuito de avançar a trama.

Mas um documentário tem a mesma necessidade estrutural, que é manter o público interessado,

do início ao m do lme.

documentário e levanta a expectava do público. Na parte inicial do documentário, coloca-se umabreve apresentação do tema, o problema que será tratado, as principais pessoas envolvidas, ou

seja, tudo aquilo que o espectador precisa saber para que o documentário avance.

Seja breve! Cone na inteligência de seus espectadores e limite essa parte às informações absolu -

tamente essenciais, sem as quais o público não poderia entender o documentário. Deixe as demais

informações virem quando elas forem necessárias e relevantes. Não precisa explicar tudo de uma

só vez, logo no início.

O documentário deve uir passo a passo. Esta é a chave para o bom entendimento e a retenção da

atenção do expectador. O público é capaz de lidar com muito mais ambigüidade e incerteza do que

a maioria dos documentaristas.

“o mEIo: a apRESENTação DaS EVIDêNCIaS”

Já se tem o público interessado e já se deu a noção do que se trata o documentário. Agora se

precisam apresentar as informações que possam manter o público interessado. A parte central ex-

plora os elementos conituosos da situação, através da exibição de evidências tanto a favor quanto

contrárias ao tema. Evidências relavas ao tema pode ser tanto as que apóiam o tema (ou partedele) quanto as que contradizem o tema.

Note que esta seqüência de apresentação de evidências, a favor e contrárias, pode se reper várias

vezes, quando você explorar os sub-temas. Similarmente, ambos os lados podem ser apresentados

Page 17: Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

7/24/2019 Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-cc-cap4-roteiro-1pdf 17/19118

REFERÊNCIA

Olhares – Lentes de Observação –João Moreira Salles

simultaneamente, enquanto um locutor mostra a

contradição que está sendo mostrada.

O objevo disto é introduzir algo parecido com um

conito dramáco na estrutura do documentário.

Algumas vezes, esse po de abordagem dialéca

não funciona. Em um documentário sobre com-portamento, é o comportamento que importa. Em

um documentário sobre um evento único, é o pro-

REFERÊNCIA

Programa Espelho:Eduardo Counho

cesso que conta. Nesses casos, os conitos dramácos aparecem através dos problemas que ocor-

rem e como ele são superados, bem como pelos pontos de tensão que podem surgir no decorrer

do evento.

“o FINal: RESolVENDo o CoNFlITo”

A parte nal mostra o resultado, em que os elementos do conito foram tratados e resolvidos. Esteé o ponto do documentário rumo ao qual todas as evidências foram direcionadas. Se o documen-

tário é sobre um experimento cienco, a resolução pode ser o ponto em que a teoria é conr-

mada, ou se o experimento falhou, na explicação do porquê.

A parte nal é a seqüência nal na qual a resolução amarra os pontos soltos, encaminha o tema e

completa o documentário para o público.

TEXTO

Escrevendo um Documentário (Barr Hampe)

o QuE FaZ um RoTEIRISTa?

A resposta depende do po de documentário. Se é um documentário histórico, uma biograa, ou a recriação dealgum evento, o trabalho do roteirista será muito similar a escrever um lme comum. O roteirista deve obter eorganizar a informação e então escrever o roteiro contendo uma bem-estruturada série de cenas que possam serlmadas, inclusive de materiais de arquivo (imagens de outros lmes, fotograas etc.) que possam ser incluídos.

Por outro lado, se a produção é de um documentário espontâneo sobre algum po de comportamento ou sobrealgum evento único, não deve haver um “script”, no sendo de um roteiro cinematográco tradicional, porqueninguém sabe o que realmente vai acontecer na hora da lmagem. Escrevendo um documentário espontâneo,a ênfase é na visualização e na organização, não na narração ou no diálogo. Isto é o que eu chamo de “a arte deescrever sem palavras”.

TEXTO

A Diculdade do Documentário (João Moreira de Salles)

Pesquisa e Entrevistas

Para produzir vídeos com conteúdo de qualidade é necessário conhecer o tema que se está abor-

dando, procurando mais informação sobre questões relacionado. Fazer pesquisas mais profundas

sobre a pessoa a ser entrevistada é uma boa práca para preparar entrevistas, selecionando per-

Page 18: Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

7/24/2019 Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-cc-cap4-roteiro-1pdf 18/19

guntas sobre conteúdos especícos e gerais de um determinado tema. Na hora de gravar a entre-

vista, pensar ela como uma conversa normal entre duas pessoas, transmindo mais naturalidade

nas perguntas.

O rteir r dcentri precisa ser pensado em duas fases. Primeiro a fase de orientação

na captura dos materiais, fazendo um planejamento das pesquisas e as gravações e entrevistas a

serem feitas, que podem tomar rumos não conhecidos no início das gravações, dependendo do

tema e da abordagem. A segunda fase é a construção da narrava do lme a parr do materialobdo, dando o signicado nal à obra.

oNZE DICaS paRa uma maTéRIa RESpoNSáVEl

1 – atri

atri  às fontes todas as informações que não sejam factuais ou que não possam ser vericadas

com uma fonte independente. Não dê como certo o que você não presenciou. Se no futuro desco-

brirem que os réus são inocentes, o que não atribuímos às fontes poderá ser usado contra você.2 – Ceqe

Outros veículos de mídia não são fontes. O fato de algum outro jornal dar um fato como certo não

signica que ele é verdadeiro. Cheque com uma fonte ou atribua ao veículo concorrente.

3 – Rcinize

Tome cuidado com suas próprias emoções, Estamos todos sempre emocionalmente envolvidos,

ainda que não saibamos disso. Mas durante uma apuração ninguém sabe o que de fato aconteceu

(muitas vezes nem os réus). Reporte fatos e não suas emoções.

4 – o tr dCuidado com o que as pessoas envolvidas no processo falam. É natural que Ministério Público,

polícia, polícos e advogados queiram usar a mídia para inuenciar a sociedade, jurados etc. Tudo

tem de ter outro lado, ou outros lados, pois muitas vezes há vários lados. Por isso saiba idencar

com clareza quem são as diferentes partes envolvidas e seus interesses.

5 – N e

O fato de os réus serem condenados no m do processo não quer dizer que eles são culpados:

ainda poderá caber recurso(s) e você deve deixar isso claro. O mesmo vale se eles forem absolvi-

dos. O processo só termina com o trânsit e d, ou seja, quando não há mais possibilidade

de recurso. Não cabe a você julgar, mas cabe a você deixar claro o que está acontecendo e o que

ainda falta a acontecer, e quais são os possíveis desdobramentos, ainda que você não goste deles.

6 – N ree

Todos somos incentes até que haja prova irrefutável em contrário. Cabe à polícia e ao Ministério

Público provar a culpa de forma inequívoca, e não à defesa provar a inocência. Apenas depois que

a acusação apresentar tal prova é que a defesa do suspeito precisará provar que tal prova não é

boa ou não é suciente para condená-lo.

7 – N rndeie

Evite fazer rnd de pessoas que só querem aparecer. Juristas, polícos e outros tantos gos -

tam de dar entrevista para aparecer pois ajuda nos negócios, na carreira ou o ego. Cuidado para

não ser levado por informação errada ou não fazer propaganda dessas pessoas. E evite pessoas

Jornalismo Objevo

119

Page 19: Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

7/24/2019 Apostila CC - Cap4 - Roteiro (1).pdf

http://slidepdf.com/reader/full/apostila-cc-cap4-roteiro-1pdf 19/19

que se dizem especialistas em tudo. É impossível alguém dominar todas as áreas do direito: você

não iria a um oamologista para fazer uma consulta sobre seu coração.

8 – N exn incentes

Você não gostaria que sua família fosse exposta se você cometesse um crime. O mesmo vale para

a família de qualquer acusado. Você não gostaria de ser exposto se você fosse uma testemunha

ou víma de um crime. O mesmo vale para o personagem de sua matéria. pndere se inte-

resse rnsc ou apenas curiosidade mórbida a respeito da víma, testemunhas, acusado ousua família e amigos. E cuidado com o que você irá divulgar: você pode estar colocando a vida de

alguém em perigo.

9 – N destr

N destr vid de  que pode ser inocente. Não se esqueça que, se o suspeito for ino-

cente, ele terá de reconstruir sua vida do zero. Cuidado para não criar uma situação na qual essa

reconstrução seja impossível. E mais: se ele for inocentado, sua vida ainda poderá estar em perigo.

Basta um louco resolver fazer jusça com as próprias mãos (quase sempre levado pelas emoções

exacerbadas por matérias mal feitas). Cuidado para não jogar gasolina na fogueira.10 – N reve

o ftr incert. Não dê como certo um evento ou data futura sobre o qual você não tem con -

trole. Atribua a quem disse. As partes podem tentar ulizar sua matéria para pressionar o magis-

trado, a outra parte ou indispor a sociedade contra alguém ou contra uma instuição. Além disso,

não dê como certas as decisões de uma das partes ou de um magistrado antes que elas ocorram.

É muito comum uma das partes reunir a imprensa para dizer que está protocolando uma ação

contra alguém, os jornais divulgarem, e no dia seguinte, o juiz indeferir o pedido da parte pelo que

chamamos de inépcia do pedido, que é quando o pedido é formulado ao magistrado errado ou é

impossível de ser julgado por algum movo.

11 – N desedqe

Só fale do que você entende. A maior parte dos erros técnicos envolvendo questões jurídicas ocor-

rem quando o jornalista tenta explicar algo que não entende. Apenas depois que você entender

do assunto é que você deve tentar explicá-lo para sua audiência (ou fazer o que normalmente é

chamado de ‘didasmo’ nas redações). Se ainda não tem certeza que entendeu o assunto, evite

falar a respeito. Mas se não for possível evitar falar do assunto, converse ou conrme com mais de

uma fonte que o que você está explicando está correto.