Cap4 Desenvolvimento e Sustentabilidade UnP
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Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental 81
4.1 Contextualizando
Continuando nossa discussão sobre os assuntos que permeiam
a problemática do Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental,
apresentamos, neste capítulo 4, o olhar acerca da Ecologia Humana e sua
contribuição como estratégia promotora do Desenvolvimento Sustentável.
Nesta perspectiva, os conteúdos aqui tratados trazem o enfoque na
relação do homem com a natureza, bem como a forma dele se ver diante da
mesma. Assim, faz-se pertinente apresentar temas cuja abordagem gire em
torno da interação humano/natureza, orientadas por um saber direcionado
para a causa ambiental, contemplando a adoção de estratégias equilibradas
de manejo, com a adoção de tecnologias limpas.
Tais pressupostos devem estar orientados para um novo tipo de consumidor,
que se apresenta: o consumidor “verde” ou sustentável. Este, por sua vez, é um
indivíduo com características de conhecimento e adesão à causa ambiental, capaz
inclusive de promover campanhas de boicote àqueles produtos que julgue ser
lesivos ao meio ambiente, lutando inclusive com as armas que a legislação oferece.
Ao final deste capítulo, esperamos que você esteja apto a:
� Verificar a relação de complexidade existente entre o homem e a natureza;
� Apreender como funciona o processo interativo humano/ambiental;
� Identificar estratégias de promoção às tecnologias limpas.
Esperando contribuir com o seu crescimento intelectual, desejamos um
bom estudo!
ECOLOGIA HUMANA - UM NOVO OLHAR PARA O DESENVOLVIMENTO
CAPÍTULO 4
Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental
Capítulo 4
82
4.2 Conhecendo a teoria
4.2.1 Comentando a ecologia humana
Você já parou para pensar o quanto as ações humanas têm contribuído
para a problemática ambiental atual? Acreditamos que, com o avanço do
nosso conteúdo, este já seja um questionamento constante em sua memória.
Realmente, muito do que vemos de efeitos negativos no ambiente é
fruto da forma inadequada de apropriação da natureza, atendendo somente
ao viés da economia de mercado.
Há aproximadamente 40 anos, com o início das discussões em torno dos
problemas ocasionados pelo crescimento econômico sem limites, pensava-
se na opção de simplesmente não utilizar os recursos naturais ou, ainda, de
deixar a natureza intocada.
Nesse contexto, surgem duas frentes de posicionamento: a primeira dos
que defendem a continuidade do modelo de crescimento como forma de
proporcionar aos países em desenvolvimento os mesmos benefícios alcançados
pelos desenvolvidos; e a segunda apresenta-se totalmente contrária a anterior,
pregando o famoso “vamos parar tudo” como forma de garantir a manutenção
dos recursos do planeta.
A esse respeito, perguntamos a você, prezado(a) aluno(a): como encontrar um meio termo para essas frentes de posicionamento? Como agir de forma orientada para uma visão de futuro da humanidade?
REFLEXÃO
Como resposta a esses dois questionamentos, a comunidade científica
apresenta a ecologia humana como uma forma de pensar e agir a partir
do ecossistema em que o homem está inserido. “Daí a necessidade de se
adotar padrões negociados e contratuais de gestão da biodiversidade”
(SACHS, 2008, p. 53).
Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental
Capítulo 4
83
Leff (2008) ainda ressalta que isso tudo requer um novo posicionamento
do conhecimento científico, onde este seja orientado para a saída da
visão fragmentada dos saberes, sendo eles direcionados para a adoção
de práticas holísticas, visando à aplicação dos conhecimentos teóricos de
forma coerente para a resolução dos problemas ambientais.
Você sabia que adotar práticas holísticas como estratégia de ação é a mesma coisa que agir de forma completa para alguma coisa, ou seja, ter uma visão geral acerca de determinado problema. No caso do saber ambiental, seria a construção do conhecimento de todas as áreas científicas com direcionamento para o uso sustentável do ambiente.
SAIBA QUE
Tratar desse assunto significa evidenciar a forma como o homem se
relaciona com a natureza, ou seja, se ele se vê como proprietário ou como
parte dela.
NASA/AxelBoldt
Figuras 1 e 2 - Incêndio florestal e extração de látex, respectivamente.
Pelas figuras apresentadas, podemos perceber que o possível meio termo
está no desenvolvimento endógeno, ou seja, de dentro para fora; de baixo
para cima; melhor ainda: do local onde a comunidade está assentada.
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Capítulo 4
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4.2.2 Uma relação complexa: o homem e a natureza
Historicamente, o homem tem suas necessidades satisfeitas a partir do
usufruto da natureza. Inicialmente, como nômade, consumindo somente o
que ela produzia, depois, de forma fixa, impulsionado por técnicas de cultivo.
Recentemente, há pouco mais de 200 anos, a Revolução Industrial motiva
mudanças estruturais na fisionomia da natureza e na forma como o homem se
vê inserido na mesma, ou seja, acontece uma verdadeira especulação ambiental.
Surge assim uma generalização em escala mundial dos padrões tecnológicos
de produção e de consumo. Isso tem gerado uma transformação negativa no
ambiente, refletida na gama considerável de impactos que ela provoca.
Verifique no Sistema Integrado de Bibliotecas (SIB) da UnP literatura sobre história contemporânea e produza uma linha do tempo acerca das implicações da Revolução Industrial para a nossa sociedade, destacando o valor econômico dado aos bens e serviços ambientais.
DESAFIO
É fato que o meio ambiente apresenta uma valoração econômica,
entretanto, esta nem sempre é contabilizada no custo final dos bens e serviços.
Marques e Comune (1999, p. 25) ainda acrescentam que:
Sob uma ótica mais restrita, pode-se assumir que os bens e serviços econômicos, de forma geral, utilizam o meio ambiente – ar, água, solo – impactando sua capacidade assimilativa acima de sua capacidade de regeneração. Isto implica que aqueles bens e serviços detêm custos de produção que são compostos de fatores comercializados no mercado (terra, capital e trabalho), portanto, com preços explícitos e fatores não comercializados no mercado – os bens e serviços ambientais.
Essa abordagem se dá a partir da constatação da forma como o homem tem
se posicionado perante a natureza, impondo à mesma característica de dispensa.
Falar desse posicionamento implica afirmar que podemos usufruir de tudo que
a natureza nos proporciona, não importando se essa atitude vai gerar escassez.
Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental
Capítulo 4
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O homem como centro da natureza
Reafirmando que, desde os tempos mais remotos da história da
humanidade, existe a relação humano x natureza, ou seja, a sobrevivência
humana sempre esteve condicionada à existência de recursos naturais.
Inicialmente, essa relação ocorreu de forma harmônica, uma vez que o
homem só retirava da natureza o essencial para seu sustento, dando à mesma
as condições e o tempo hábil de regeneração.
Porém, a partir do século XVIII, essa fisionomia de convivência com
a natureza muda de configuração amparada pelos avanços tecnológicos
sucessivos à Revolução Industrial.
Outro fator que merece destaque nesta mudança de postura no contato
com a natureza são as duas grandes guerras mundiais e o aparato tecnológico
proveniente do poderio bélico construído para atender às demandas
armamentistas pautadas na defesa do território.
Esses elementos que, de forma distinta, não parecem estar correlacionados
são grandes contribuintes para o padrão de consumo ora instalado na
civilização contemporânea.
EXPLORANDOEXPLORANDO
Acesse a Revista Turismo e Sociedade (publicação da Universidade Federal do Paraná) disponível no endereço http://www.ser.ufpr.br/, leia o capítulo 2 (Primórdios da aviação na América do Sul) contido no artigo Correio Aéreo e aviação civil: Os primeiros passos da Varig, publicado no volume 2, número 2 de 2009. Após sua leitura verifique como a aviação civil é um exemplo das facilidades criadas a partir do pós-guerra.
Sobre os fatos até agora apresentados, chamamos sua atenção para
a forma como surgiram esses benefícios, ou seja, a partir da apropriação
humana sobre os recursos naturais do planeta.
Esta apropriação acelerou-se à medida que a Revolução Industrial
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e os fenômenos em decorrência da mesma aconteciam. Podemos citar,
como exemplo, o incremento dos meios de transporte aliado às formas de
comunicação.
Ainda, em referência à apropriação dos recursos, vale salientar que
a mesma não se deu por vias harmônicas de convivência. Tal constatação é
coerente quando se observa que as intervenções, com o objetivo de promover o
desenvolvimento tecnológico, não colocam o homem como parte da natureza
e sim como proprietário dos recursos dela provenientes.
A degradação da natureza aparece nesta perspectiva como um efeito de racionalidade econômica que nega e desconhece a natureza, que tenta reduzir e capitalizar a ordem da vida e da cultura. (LEFF, 2008, p. 190)
Isso tudo se deve principalmente à visão e conceito que cada um tem de
ambiente, bem como a forma como nos vemos diante do mesmo.
Pense em um agropecuarista detentor de extensas propriedades rurais. Como seria o posicionamento dele ao se deparar com a seguinte situação: necessidade da ampliação das áreas de pasto a partir do desmatamento?
REFLEXÃO
Quando trazemos esse paradigma para a discussão, é para que
percebamos como tem sido nossa relação com a natureza. Uma relação de
propriedade x proprietário, na qual não são consideradas as necessidades que
a propriedade apresenta para sua manutenção.
O homem como parte da natureza
Levar em consideração as necessidades que a natureza apresenta significa
compreender que a finalidade dela aqui não é para atender aos nossos desejos
e sim que somos parte da mesma.
Assim, para esse convívio ocorrer de forma harmônica, é preciso adotar
estratégias de convivialidade condizentes entre a satisfação das necessidades
humanas, atendendo as da natureza.
Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental
Capítulo 4
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Neste caso, acrescentamos as palavras de Boff (2004), quando ele
questiona sobre o que se entende por convivialidade, ressaltando que a boa
aplicação dessa expressão seria a combinação do valor técnico da produção
material com o valor ético da produção social.
Responder a esse questionamento significa conceber que praticar a
convivialidade seria tentar reverter a crise ecológica hoje existente, sabendo
que a mesma foi instrumentalizada pelo poder-dominação, aliado à produção-
exploração da natureza.
Apreender esses preceitos significa ir além da concepção de mercado, considerando outras racionalidades nesta perspectiva. Neste sentido, vale assimilar a postura de convívio adotada no Oriente, especialmente pelos adeptos do hinduísmo. A esse respeito, podemos considerar uma medida adotada pelos discípulos de Gandhi, especialmente J. C. Kumarappa, quando apresenta a economia da permanência, que prevê a satisfação das genuínas necessidades humanas, autolimitadas por princípios que evitam a ganância, caminhando junto com a conservação da biodiversidade.
SAIBA QUE
Compreender a natureza sob esse ponto de vista é apreender a habilidade
de transformar seus recursos sem destruir o capital natural. Vale salientar
que o conceito de recurso é cultural e histórico, bem como o conhecimento
social a respeito do potencial ambiental (SACHS, 2008). “O que hoje é recurso,
ontem não era, e alguns recursos dos quais somos dependentes hoje, serão
descartados amanhã.” (SACHS, 2008, p. 70).
Tudo isso condiz com a forma de visualização da natureza pelo homem,
ou seja, à medida que ele se percebe como parte dela, existe a tendência de
minoração de suas ações predatórias, pois ele entende que das boas condições
do planeta dependem sua qualidade de vida.
Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental
Capítulo 4
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Márcio Cabral de Moura
Figura 3 - A reciclagem como alternativa de destinação de lixo
Assim, quando se vê como parte da natureza, o homem proporciona a
criação de relações interativas capazes de promover o equilíbrio racional da
utilização dos recursos com a ajuda da ciência. Essa será possível a partir da
implantação de novas estratégias de manejo, proporcionando a implantação
de tecnologias limpas, ocasionando o surgimento do consumidor verde, ou
seja, um ser humano crítico e bem informado acerca da origem dos bens e
serviços que consome.
4.2.3 O processo interativo homem x natureza
Falar na interação do homem com a natureza significa pensar numa
influência mútua e harmoniosa. A esse respeito, Santos (2007, p. 153; 161) diz que:
Uma grande tarefa deste fim de século é a crítica do consumismo e o reaprendizado da cidadania. [...] Ficar prisioneiro do presente ou do passado é a melhor maneira para não fazer aquele passo adiante.
A intenção de trazer essa afirmativa tão forte neste momento é levá-lo
mais uma vez a refletir sobre os vários conteúdos que estamos tratando nessa
disciplina, ou seja, para que você tenha o conhecimento necessário e, quem
sabe com isso, repensar suas atitudes individuais e coletivas. Isso significa
pensar em você como um indivíduo conhecedor e executor da matéria em
prol da interatividade do homem com a natureza.
Neste sentido, pergunto: você poderia afirmar a forma como aconteceria
essa interatividade?
Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental
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O ponto de partida para que ocorra a interatividade é uma revolução
científica, por meio da problematização do saber ambiental. Nisso estaria
implícita uma transformação do conhecimento, induzida pela construção
de uma nova racionalidade ambiental. Aí entram a ecologia, economia,
sociologia, direito, antropologia, matemática, geografia, etc.
Enfim, observa-se a necessidade de revisar toda a estrutura científica
como forma de construir um modelo de desenvolvimento focado na satisfação
das necessidades humanas, eliminando os conflitos socioeconômicos, o
desemprego, a pobreza e a privação sem, com isso, esgotar os recursos do
planeta, bem como considerando os saberes tradicionais do lugar.
Neste sentido, é possível propor uma dialética entre a construção do conhecimento e a construção do real. [...] uma racionalidade ambiental orienta a construção de uma realidade social e uma racionalidade produtiva fundadas em novos valores éticos de produtividade, que partem de outros princípios de realidade: diversidade, complexidade, interdependência, sinergia, equilíbrio, eqüidade, solidariedade, sustentabilidade e democracia. (LEFF, 2008, p. 162)
É nesse ponto que queremos chegar ao trazer a discussão da interação do
homem com a natureza neste momento do nosso livro texto, pois é importante
perceber que existe uma luz no fim do túnel e que não estamos falando de
utopias e, sim, das emergentes necessidades, das quais dependem a qualidade
da sobrevivência das espécies, inclusive, a humana.
O equilíbrio proporcionado pelo saber ambiental
Um ponto interessante para iniciar nossa conversa a respeito do
equilíbrio racional, que pode ser proporcionado pela ciência, está na questão
da fragmentação do conhecimento.
Há muito o ser humano tem orientado sua construção do conhecimento
de maneira isolada, onde cada ramo da ciência apresenta sua própria ótica
acerca de determinado tema. Assim, o que ocorre é uma construção desconexa
e desarticulada, levando a inúmeras interpretações sobre um dado problema.
Com as questões ambientais, isso não foge à regra, ou seja, cada ramo da
ciência apresenta uma ótica muito particular.
Abordando uma visão atual dessa divisão, apontamos algumas áreas e
suas interferências: na racionalidade econômica, evidenciasse a construção
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Capítulo 4
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de um novo eixo produtivo; no Direito, propõe-se uma nova estruturação do
direito, cujo ordenamento jurídico responda a novas formas de propriedade e
apropriação das formas de vida e produção; a antropologia visa à integração
sociocultural a partir da articulação da organização cultural com as condições de
seu meio ambiente; na ecologia e na geografia, uma visão recente é a construção
de unidades operacionais de manejo dos recursos naturais (LEFF, 2008).
Por meio desta ótica, é possível que você perceba o caráter inter (multi)
disciplinar, no qual o saber ambiental se orienta. Entretanto, torna-se urgente
sistematizar o conhecimento humano numa perspectiva de complementaridade,
de modo a atingir a maximização da produção do conhecimento em prol do
favorecimento do processo interativo homem x natureza.
EXPLORANDOEXPLORANDO
Acessando o link http://www.ispn.org.br, você conhecerá o Instituto Sociedade, População e Natureza – ISPN, um centro de pesquisa e documentação independente, brasileiro, sem fins lucrativos, fundado em abril de 1990 e sediado em Brasília. Ele tem como objetivo central contribuir
para a viabilização do desenvolvimento sustentável com equidade social e equilíbrio ambiental. Para tanto, realiza e promove a pesquisa científica, dissemina conhecimentos e estimula o intercâmbio entre pesquisadores. Ao mesmo tempo, subsidia a atuação de movimentos sociais e ambientais e a formulação de políticas públicas nas interfaces entre desenvolvimento, população e meio ambiente.
Pensar de forma orientada pelo raciocínio que fundamenta o ISPN
significa promover uma articulação dos saberes para essa finalidade, ou seja,
é preciso pensar em ideias sustentáveis e essa é um bom exemplo, que merece
conhecimento e apropriação pelos cientistas, sejam eles naturais ou sociais.
A partir dessa ambientação inter e transdisciplinar do saber, é possível
promover um novo olhar para o conhecimento, construído de forma holística.
Observamos, entretanto, que este saber ainda passa por um processo de
gestação, pois, para sua sistematização, é imprescindível vencer o desafio de
sairmos da sociedade do consumo sem controle (ditado pela força do mercado)
para a sociedade do consumo sustentável.
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Desta ruptura epistemológica e desta postura sociológica sobre as relações entre o saber, o conhecimento e o real, são deduzidos os princípios conceituais para pensar o ambiente como potencial produtivo e a racionalidade ambiental como a articulação de valores, significações e objetivos que orientam um processo de reconstrução social, onde o pensamento da complexidade se abre caminho na encruzilhada da democracia, da eqüidade e da sustentabilidade, num campo atravessado pelas estratégias de poder no saber. (LEFF, 166 2008)
Atender a afirmativa do parágrafo anterior possibilitará a estruturação
de estratégias de manejo capazes de conciliar os diversos interesses dos
ecossistemas envolvidos.
As estratégias de manejo como garantia de sustentabilidade
Quando falamos em estratégias de manejo, trazemos a discussão de
como manipular a natureza, de modo a garantir a sustentabilidade, pois
sabemos que essa não é uma tarefa fácil de ser realizada, exigindo muito
esforço individual e coletivo.
Você sabia que Odaiba, o bairro mais moderno de Tóquio, fica em uma ilha artificial, aterrada e construída – em grande parte – com lixo. Este bairro é um exemplo de convivência com o lixo: praticamente 100% são reaproveitados. O lixo segue automaticamente para uma usina, levado por tubos, vindos das cinco regiões do bairro. Toneladas de lixo são despejadas a cada minuto. Uma gigantesca garra mecânica, controlada por um comando parecido com o de videogame, recolhe tudo e joga na fornalha. Além disso, o calor produzido na usina gera eletricidade e nenhum grão de sujeira é desperdiçado. As cinzas que sobram dessa queima são reaproveitadas, por exemplo, para pavimentar as ruas, e a energia produzida a partir do lixo abastece até 10 mil residências. (KOVALICK, 2010)
SAIBA QUE
Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental
Capítulo 4
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Outro ponto, que merece destaque no Japão, é que lá não há lixeiras nas
calçadas, ou seja, se a gente quiser se livrar de uma garrafa de refrigerante, por
exemplo, precisa ir até uma loja de conveniência, onde há um ponto de coleta para
reciclagem. Neste sentido, o lixo é dividido em quatro categorias e a separação é
feita assim: primeiro, joga-se o resto do refrigerante no ralo; quando a garrafa
estiver vazia arranca-se o rótulo, que vai para a lata dos plásticos, aí, finalmente,
pode-se jogar a garrafa fora, em lugar apropriado. Dá trabalho? Claro que dá. O
prêmio é viver em cidades que raramente alagam em dias de chuva e com ruas
que parecem sempre ter acabado de passar por uma boa faxina. (Op. Cit.)
Comparando os fatos mencionados com a nossa realidade parece até que
estamos falando de um filme de ficção científica, cuja visão é extremamente
futurista, ou seja, algo irreal. O problema é que estamos tão (mal) acostumados
com a forma atual de intervenção no ambiente, que simplesmente cogitar
em adotar novos padrões intervencionistas se configura como uma coisa tão
distante e difícil de ser alcançada que, muitas vezes, nem ousamos tentar.
Entretanto, não só é possível como é viável e, neste aspecto, mais vezes
nós retomamos o componente educativo como eixo norteador para essa nova
configuração. E por que a educação é indispensável, neste sentido? Sabemos que todo
processo de mudança requer a passagem por um processo ensino-aprendizagem,
pois, sem ele, não é possível a adaptação às novidades que se apresentam.
Assim, pensar e praticar as estratégias de manejo como garantia de
sustentabilidade requer coragem, força de vontade e capital humano. Este último
tem que apresentar muita disposição para apreender novas técnicas e aplicá-las
no cotidiano, de forma simples e conectada por um sentimento de pertencimento,
ou seja, por meio de uma humanização das intervenções ecológicas.
EXPLORANDOEXPLORANDO
Para melhor ilustrar como seria a humanização das inovações tecnológicas sugerimos que você acesse o endereço http://planetasustentavel.abril.com.br/download/painel_inicial_casa_sustentavel.pdf e conheça a casa sustentável, uma casa protótipo, que foi planejada para mostrar que sim, é possível ter uma vida sustentável.
Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental
Capítulo 4
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Reafirmamos que se trata de uma revolução sem fronteiras, ainda dentro
do contexto do agir local e pensar global. E você, caro(a) aluno(a), como irá
orientar sua atuação profissional diante do quadro que se configura?
Trazer a discussão sobre posicionamento profissional é pertinente neste
momento, pois, independentemente da área de atuação dos profissionais, uma
palavra que precisa ser posta em prática (mesmo de forma mínima) para o alcance
do desenvolvimento sustentável é o manejo das intervenções no ambiente. Neste
caso, manejo é pré-requisito para desenvolvimento sustentável.
E como isso será possível? Precisamos conhecer casos de sucesso e adaptá-
los a nossa realidade, por isso que, no decorrer do nosso livro-texto, temos
sempre procurado apresentá-los. A esse respeito, o Professor Sachs (2008) fala
da conservação da biodiversidade por meio do ecodesenvolvimento, trazendo
o exemplo da Índia, que está implementando diversos projetos em torno de
reservas de tigres e em parques nacionais.
Evidentemente que isso tudo depende muito de vontade política, como
já mencionamos em momento anterior, pois a efetiva participação e controle
social (especialmente em países como o Brasil) se tornam evidente para que os
estudos saiam do papel e propiciem a reconciliação do desenvolvimento com
a biodiversidade. Isso também será complementado com o surgimento de um
“novo” consumidor consciente e crítico.
As tecnologias limpas e o consumidor verde
Naturalmente que falar em tecnologias limpas remete a refletir sobre
desenvolvimento tecnológico. A esse respeito é válido retomar que estamos
em pleno século XXI e nunca em momento da história se viu tantos avanços e
descobertas na ciência.
Como é possível que a solução para a problemática ambiental não tenha sido aplicada de forma eficaz, se estamos na Era do Conhecimento, onde em todos os dias são apresentados maiores avanços?
REFLEXÃO
Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental
Capítulo 4
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No capítulo 2, apresentamos como a teoria neoliberal impulsiona a
composição econômica, ou seja, pelos desígnios do mercado. Atrelado a isso,
podemos acrescentar o modelo de inovações tecnológicas atual.
Neste sentido, existe toda uma lógica de concepção de produtos e
mercadorias voltadas para a minimização dos custos de produção, aliada à
maximização dos lucros na comercialização. Isso tudo ainda faz parte de um
complexo rol de estratégias de competitividade no setor produtivo.
Além disso, essas estratégias estão atreladas ao processo decisório dos
agentes econômicos, especialmente no que se refere à dinâmica de surgimento
das inovações tecnológicas. Um ponto merecedor de destaque é que essa dinâmica
atende preferencialmente às inovações que contemplem, em sua concepção,
formas de simplificar a vida humana, por meio da criação de zonas de conforto.
Entretanto, embora de forma lenta, porém gradual, existe uma mudança
neste panorama. Isso se deve, em parte, à irreversível mudança de postura da
humanidade nos últimos cinquenta anos, a partir da tomada de consciência da
problemática ambiental e das consequências que a mesma acarreta.
Assim, surge um “novo” consumidor: o consumidor verde ou sustentável,
cujos interesses seletos têm provocando uma mudança nas estratégias de
produção. Essas podem ser percebidas em todos os aspectos, indo desde a
concepção dos produtos às formas de comercialização.
Vale salientar, inclusive, que, nos últimos anos, até as campanhas
promocionais têm concebido novas formas de criação e execução, tendo em
mente sempre atender às expectativas de um consumidor consciente, crítico e
reclamante de seus direitos junto aos órgãos competentes.
A esse respeito, Romeiro e Salles Filho (1999, p.107) salientam:
Uma empresa pode se antecipar a qualquer legislação ou imposição externa e resolver buscar e incorporar uma inovação com a qual ela imagine poder conquistar uma vantagem competitiva. Se há por parte da firma uma expectativa de resposta positiva de consumo a uma inovação que explore o lado ecológico da preferência do consumidor, então a firma pode estar desenvolvendo uma certa trajetória tecnológica, amigável do ponto de vista ambiental, por uma determinação essencialmente endógena.
Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental
Capítulo 4
95
Retomando o capítulo 3, ainda afirmamos que, à medida que as
inovações “verdes” forem economicamente viáveis, atendendo aos anseios do
consumidor, o mercado irá requerê-las.
Você já ouviu falar no Eco4Planet, o buscador ecológico? Quando falamos em buscar alguma informação na rede mundial de computadores (internet) o primeiro nome que vem em nossa mente é o Google, não é mesmo? Acontece que este não é o único, e, como alternativa verde, existe o Eco4Planet (www.eco4planet.com/pt/), um site que lança mão do mesmo mecanismo de buscas do Google, só que, para cada 50 mil pesquisas realizadas, uma árvore é plantada no Brasil.
Só para você ter ideia: se o mundo inteiro utilizasse esse buscador com a tela preta, seriam economizados cerca de sete milhões de kilowats-hora em um ano, ou o mesmo que 58 milhões de computadores desligados por 1 hora.
(http://olhardigital.uol.com.br)
CURIOSIDADE
Ainda como tendência de mercado com novas tecnologias para
atender aos anseios dos consumidores conscientes, podemos citar a indústria
automobilística, cujos modelos apresentados pelos salões de automóveis no
mundo afora são os veículos híbridos (movidos à energia elétrica e a combustível
fóssil). Além da indústria automobilística, todos os setores produtivos estão
se rendendo aos apelos ambientalistas. A esse respeito aprofundaremos a
discussão no capítulo 5 deste livro-texto.
Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental
Capítulo 4
96
4.3 Aplicando a teoria na prática
Estádios da Copa deverão adotar selo de sustentabilidade ambiental
Os estádios da Copa 2014 deverão ter certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) para atestar a sustentabilidade ambiental dos empreendimentos. A informação vem do Comitê Local da Copa 2014 (COL), que, em comunicado oficial, enviado nesta terça-feira (4/8) aos coordenadores e arquitetos das cidades-sedes, recomendou “fortemente” a certificação das arenas do Mundial.
“Sabemos das iniciativas individuais dos projetos de cada uma das Cidades e parabenizamos as mesmas. No entanto, no sentido de organizar os processos de sustentabilidade e oficializar os mesmos, recomendamos que certifiquem seus projetos e obras pelo selo LEED”, informou o Consultor Técnico de Estádios do comitê, Carlos de La Corte.
De acordo com o COL, a certificação tem o objetivo de oficializar e organizar os processos de sustentabilidade das arenas do Mundial, e reflete o comprometimento do comitê com a neutralização das emissões de carbono das atividades da Copa 2014.
Segundo o comunicado, o COL recomenda aos estádios o selo LEED Certified, o menor dos quatro graus oferecido pelo U.S. Green Building Council, organização não governamental norte-americana, que implanta o sistema de certificação. “Ficaríamos muito satisfeitos apenas com a certificação simples (LEED Certified - 40 a 49 pontos e 8 pré-requisitos), já que existem outros selos mais sofisticados de certificação LEED (Silver, Gold e Platinum)”, diz o texto.
Para o COL, a implantação do selo tornaria o Brasil referência mundial em arenas sustentáveis. “O Brasil seria, então, o primeiro país a ter todos os estádios da Copa certificados pelo LEED, servindo de exemplo mundial”.
(http://www.copa2014.org.br/noticias/866/ESTADIOS+DA+COPA+DEVERAO
+ADOTAR+SELO+DE+SUSTENTABILIDADE+AMBIENTAL.html.Consulta em
06-04-2010)
Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental
Capítulo 4
97
Baseando-se na reportagem, como você considera que deve ser o
posicionamento dos gestores das cidades-sedes para atender, de maneira
satisfatória, essas exigências impostas pela Federação Internacional de Futebol
(FIFA), atingindo a meta da “Copa Verde”?
Para responder esse questionamento, é preciso conceber que este é
um grande desafio e, para vencê-lo, inicialmente os profissionais de todos os
segmentos atingidos pelo evento deverão visualizar-se como parte da natureza
e dos ecossistemas que serão afetados com as intervenções provenientes das
demandas da FIFA.
Assim, o primeiro passo a ser dado será o de identificar o nível do saber, ou
seja, o conhecimento dos profissionais envolvidos acerca do saber ambiental.
Isso deverá ser feito a partir de uma pesquisa inter (multi) disciplinar, uma vez
que um evento desta magnitude envolve profissionais de diversas áreas do
conhecimento, ou seja, desde os cientistas naturais (na elaboração dos Estudos
de Impacto Ambiental) até os sociais (aqueles que irão atuar na promoção e
execução do evento).
Outra questão que merece destaque é o nível desses profissionais envolvidos
(desde serventes a mestres e doutores), o que implica um nivelamento acerca das
questões ambientais e das demandas que a intervenção na natureza requer.
Para a concepção de um mega evento desse porte, todos os esforços
deverão ser canalizados para um equilíbrio na relação homem x natureza.
Isso significa afirmar que existe uma necessidade eminente de pesquisas para
encontrar soluções tecnológicas de manejo (tanto viáveis economicamente
como ecologicamente).
Quem estiver à frente de um processo tão dinâmico e complexo como
é um evento deste porte, não deve esquecer que os olhos do mundo estarão
voltados para as cidades-sedes durante pelo menos dois meses. E isso é
válido lembrar, pois a FIFA apresenta mais membros filiados do que a própria
Organização das Nações Unidas – ONU.
Neste todos e tudo, o que for feito em prol do evento será alvo de
especulação e, caso não esteja coerente com os padrões preestabelecidos,
terá uma repercussão negativa, acarretando em efeitos de longo alcance. E
ninguém quer ter seu nome atrelado a algo que fracassou, não é verdade?
Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental
Capítulo 4
98
4.4 Para saber mais
BRASIL. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Consumo Sustentável - Manual de
Educação. DF, 2005. (série desafios da educação ambiental)
Esta publicação, em parceria com o Idec Consumers International, propõe
uma nova postura diante do consumo, introduzindo novos argumentos
contra os hábitos de desperdício, que caracterizam o padrão de consumo
das sociedades ocidentais modernas, que, além de ser socialmente injusto, é
ambientalmente insustentável.
MATER NATURA: Instituto de Estudos Ambientais. Disponível em:
< http://www.maternatura.org.br>. Acesso em: 17 abr. 2010.
O Mater Natura - Instituto de Estudos Ambientais é uma associação civil
ambientalista, sem fins lucrativos, de caráter científico, educacional e cultural.
Sua missão é contribuir para a conservação da diversidade biológica e cultural,
visando à melhoria da qualidade da vida.
LAYRARGUES, Philippe Pomier. Sistemas de Gerenciamento Ambiental,
Tecnologia Limpa e Consumidor Verde: a delicada relação empresa–meio
ambiente no ecocapitalismo. Revista de Administração de Empresas. São
Paulo, v. 40, n. 2, p. 80-88, Abr./Jun. 2000.
O texto sustenta o argumento de que a ISO 14000 não resolverá a
complexa problemática ambiental brasileira. O autor aponta que sua
incorporação na empresa não representa ainda uma mudança paradigmática
em direção à sustentabilidade, mas, sim, uma mudança da cultura empresarial
provocada mais pelas transformações político-econômicas mundiais do
que por uma possível conscientização ambiental. Apesar de a tecnologia
limpa ser apontada como a maior vantagem competitiva contemporânea
no atual cenário de desregulamentação governamental, seu alcance
ainda é limitado devido à sua intrínseca dependência da demanda de um
significativo mercado verde.
RICKLEFS, ROBERT E. A economia da natureza. 5. ed. Rio de Janeiro:
GUANABARA KOOGAN S.A., 2003.
Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental
Capítulo 4
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O livro aborda o ambiente físico e as formas pelas quais os organismos
se adaptam às suas vizinhanças. Ele introduz o conceito de bioma, discute
o movimento da energia dos alimentos, tratando a adaptação e as trocas
fundamentais que os organismos fazem. Isso é seguido por discussões de
estrutura e dinâmica populacional e de interações entre populações de
diferentes espécies, bem como da organização e da regulação das comunidades
ecológicas. Ele enfatiza como os sistemas ecológicos são continuamente
desafiados e mantidos, e como a dinâmica desses sintomas formam padrões de
biodiversidade no planeta. Para finalizar, o autor apresenta uma visão geral
dos problemas ambientais e algumas de suas soluções.
4.5 Relembrando
Neste capítulo, apresentamos a discussão de como visualizar a Ecologia
Humana como pressuposto para uma nova visão acerca do desenvolvimento
sustentável.
Para ilustrar esta temática, a abordagem do conteúdo foi direcionada de
modo a estimular a compreensão sobre a complexa relação entre o homem e a
natureza, bem como o entendimento relacionado à necessidade de existência
de um processo interativo entre tais atores.
Finalizando o capítulo, mostramos como as inovações tecnológicas
de cunho ambiental são possíveis para a busca do equilíbrio racional na
apropriação dos recursos, principalmente após o surgimento do consumidor
“verde” (o consumidor consciente), obrigando o mercado a se adequar a este
novo paradigma.
Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental
Capítulo 4
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4.6 Testando os seus conhecimentos
Pesquisas mostram que edifícios sustentáveis reduzem em 30% o consumo de energia e em 50% o consumo de água. A procura pela certificação é grande, mas os desafios são maiores. No Brasil, são aplicadas atualmente duas certificações ambientais: o Aqua e o Leed (Leadership in Energy and Environmental Design), de origem americana. Há ainda os selos Sustentax e Procel Edifica, ambos brasileiros.
Entretanto, ser sustentável no Brasil não é fácil. Muitos consumidores duvidam da reputação e da qualidade dos produtos e serviços sustentáveis, porque confundem sustentabilidade com ecologia, baixa qualidade, rusticidade, etc. Eles acham que tudo o que é sustentável é mais caro e não tem ampla oferta no mercado, além de desconhecerem os critérios que os tornam verdes. No Brasil, apenas 29% das empresas desenvolvem alguma ação de modo a organizar uma rede de fornecedores socialmente responsáveis e 31% possuem políticas para efetivar “compras verdes”.
(COELHO, Laurimar. Certificação ambiental. Revista Téchne, São Paulo, 156. ed.,
ano 18, Mar. 2010. Disponível em: <http://www.revistatechne.com.br/engenharia-
civil/155/artigo162886-2.asp>. Acesso em: 17 abr. 2010)
Diante da situação citada, como articular conhecimentos dos profissionais
das áreas de construção civil e comunicação para estimular o aumento
da credibilidade da população, a fim de unir esforços para o aumento das
construções com certificação ambiental?
Desenvolvimento e Sustentabilidade Ambiental
Capítulo 4
101
Onde encontrar
BOFF, Leonardo. Saber Cuidar: Ética do Humano-Compaixão pela Terra.
Petrópolis: Vozes, 2004.
GASTAL, S. A. Correio Aéreo e aviação civil: Os primeiros passos da Varig.
Turismo & Sociedade, Curitiba, v. 2, n. 2, p. 185-211, outubro de 2009.
KOVALICK, Roberto. Moradores de bairro japonês reaproveitam quase 100%
do lixo. Bom dia Brasil, Tóquio, 09 Abr. 2010. Disponível em: <http://g1.globo.
com/bomdiabrasil/0, MUL1562975-16020,00-MORADORES+DE+BAIRRO+JAPO
NES+REAPROVEITAM+QUASE+DO+LIXO.html> Acesso em: 15 abr. 2010.
LEFF, Enrique. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade,
poder. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2008.
MARQUES, João Fernando; COMUNE, Antônio Evaldo. A teoria neoclássica e a
valoração ambiental. In: ROMEIRO, Ademar Ribeiro; REYDON, Bastiaan Philip;
LEONARDI, Maria Lucia Azevedo (Org.). Economia do meio ambiente: teoria,
políticas e a gestão de espaços regionais. 2. ed. Campinas, SP: UNICAMP.IE, 1999.
OLHAR DIGITAL. Eco4Planet, o buscador ecológico. Digital News. 03 Mar,
2010. Disponível em: <http://olhardigital.uol.com.br/central_de_videos/video_
wide.php?id_conteudo=10181&/ECO4PLANET+O+BUSCADOR+ECOLOGICO>.
Acesso em: 17 abr. 2010.
ROMEIRO, Ademar Ribeiro; SALLES FILHO, Sergio. Dinâmica de inovações sob
restrição ambiental. In: ROMEIRO, Ademar Ribeiro; REYDON, Bastiaan Philip;
LEONARDI, Maria Lucia Azevedo (Org.). Economia do meio ambiente: teoria,
políticas e a gestão de espaços regionais. 2. ed. Campinas, SP: UNICAMP.IE, 1999.
SACHS, Ygnacy. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. 3. ed. Rio de
Janeiro: Garamond, 2008.
SANTOS, Milton. O espaço do cidadão. 7.ed. São Paulo: EDUSP, 2007.