APOSTILA DE ATUALIDADES ACONTECIMENTOS 2015 2016...
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Em dezembro de 2014, ao ser diplomada pela Justiça Eleitoral para o segundo
mandato, a presidenta Dilma Rousseff disse que cumpria ali o desejo da maioria dos
brasileiros. Em seu discurso, ela fez referência à eleição presidencial mais acirrada
dos últimos anos: “É da própria natureza da disputa eleitoral resultar em vitória e em
derrota. Mas como uma eleição democrática não é uma guerra, ela não produz
vencidos. O povo, na sua sabedoria, escolhe quem ele quer que governe e quem ele
quer que seja oposição. Simples assim”.
O que a presidenta não sabia, até então, é que não seria tão simples conduzir o Brasil
neste segundo mandato. Ao longo dos doze meses que se sucederam, ela enfrentou
problemas que fizeram com que 2015 compactasse acontecimentos de vários anos
em um só. Os ajustes fiscais, as mudanças na equipe em busca de apoio, as
surpresas da Operação Lava Jato, a queda de popularidade e as alterações da meta
fiscal deixaram Dilma em rota de colisão com o Congresso Nacional, com parte do
eleitorado que a elegeu, com o mercado e com o próprio vice, Michel Temer.
Cunha
Logo no início do segundo mandato presidencial, a disputa pelo comando da Câmara
dos Deputados colocou em lados opostos Dilma e o deputado Eduardo Cunha (PMDB-
RJ). Ela e o governo decidiram apoiar o candidato Arlindo Chinaglia (PT-SP),
movimento que teve repercussões nos acontecimentos que se seguiram. O
peemedebista sempre mencionou o fato em entrevistas e declarações, inclusive em
julho, quando anunciou rompimento com o governo e se declarou de oposição.
Lava Jato
Em meio às investigações da Operação Lava Jato, que desde 2014 apura denúncias
de corrupção e superfaturamento na Petrobras, a presidenta da empresa, Graça
Foster, deixou o cargo em fevereiro. A executiva da estatal já havia colocado o cargo à
disposição mais de uma vez, mas Dilma recusava os pedidos de demissão dizendo
conhecer a seriedade e a ética de Graça.
Ao longo do ano, os desdobramentos da operação da Polícia Federal e do Ministério
Público atingiria outras peças do tabuleiro político. No mês de março, o Supremo
Tribunal Federal (STF) atendeu ao pedido do procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, e decidiu abrir inquéritos para investigar autoridades com foro privilegiado. Os
políticos que fizeram parte da chamada lista de Janot pertenciam, principalmente, aos
partidos PP, PT e PMDB. Meses depois, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o
senador Fernando Collor (PTB-AL) foram denunciados por Janot ao STF.
Os capítulos dessa fase da Operação Lava Jato, porém, não parariam por aí.
Na manhã do dia 25 de novembro, o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral
(PT-MS), foi preso por tentar obstruir as investigações penais. Delcídio e André
Esteves, ex-controlador do banco BTG Pactual, que também foi preso mas libertado
algumas semanas depois, foram denunciados posteriormente no Supremo.
APOSTILA DE ATUALIDADES
ACONTECIMENTOS 2015 – 2016
PROF. GLEN MARQUES
AS DIFICULDADE DO SEGUNDO MANDATO DE DILMA
ROUSSEFF
Início de mandato
Compondo inicialmente um ministério que não agradou a todos os partidos da base
aliada, a presidenta recebeu críticas de parte da sociedade. Integrantes de
movimentos sociais e alguns membros do seu próprio partido, o PT, não gostaram da
escolha de Joaquim Levy para o ministério da Fazenda. Para o ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, entidades ligadas ao campo rechaçaram a
nomeação da senadora ruralista Kátia Abreu (PMDB-TO).
O discurso de posse de Dilma, em janeiro, deu o tom do que deveria ser o novo
governo. Com o lema Brasil, Pátria Educadora, Dilma anunciou a educação como
prioridade dos quatro anos de seu segundo mandato. Em apenas um ano, porém, o
ministério da Educação teve quatro ministros (um deles interino). Cid Gomes (PDT)
entregou o cargo em março após deflagrar uma polêmica com o Congresso Nacional e
com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e Renato Janine Ribeiro foi exonerado
do posto no mês de setembro, quando a presidenta fez mudanças em sua equipe,
nomeando Aloizio Mercadante novamente para o cargo.
Popularidade em baixa
Prática comum para um presidente da República, o pronunciamento em rede nacional
de rádio e televisão, no Dia Internacional da Mulher, na noite de 8 de março, gerou
protestos, panelaços e buzinaços em várias cidades do país.
Sete dias depois, mais de um milhão de pessoas promoveram manifestações contra o
governo em várias capitais. Em menor escala, as pessoas também foram às ruas nos
meses de abril, agosto e dezembro. O número de pessoas que aprovam o governo
diminuiu, e houve aumento no percentual dos que acham o governo ruim ou péssimo,
segundo pesquisas de opinião pública.
Vitórias no Congresso
Apesar das críticas à condução da política econômica, o governo conseguiu vitórias
necessárias ao longo do ano. Após negociar durante todo o primeiro semestre, a base
aliada viu serem aprovadas as principais medidas provisórias do ajuste fiscal, que
alteraram as regras para a concessão de benefícios trabalhistas, previdenciários e a
que aumentou as alíquotas da contribuição incidente sobre as importações.
Além disso, depois de adiar por algumas vezes a votação, o Congresso Nacional
manteve vetos presidenciais que, se fossem derrubados, resultariam em mais
despesas para a União: o reajuste dos servidores do Judiciário, a extensão da política
de valorização do salário mínimo aos aposentados e o projeto alternativo ao fator
previdenciário. No fim do ano, o governo ainda comemorou a aprovação do projeto
que vai regularizar o retorno do dinheiro enviado ao exterior de forma não declarada à
Receita Federal, mediante o pagamento de multa e imposto.
Depois de reduzir por duas vezes a meta de esforço fiscal para este ano, o governo
conseguiu aprovar um déficit de R$ 119,9 bilhões, e com isso reverteu um bloqueio de
gastos que havia impedido viagens presidenciais e que poderia atrasar o pagamento
de despesas com água, luz e pagamento de terceirizados.
Articulação política
Durante os primeiros meses do ano, o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), demonstrou que poderia causar mais problemas ao governo do que o
próprio Cunha. Em março, devolveu uma medida provisória assinada pela presidenta
Dilma que reduzia a desoneração da folha de pagamentos, alegando que a proposta
deveria ser discutida por meio de projeto de lei. Um mês depois, quando foi anunciado
que Dilma não faria o tradicional pronunciamento por ocasião do Dia do Trabalho,
Renan disse que a decisão enfraquecia o governo e que “as panelas precisam se
manifestar”. Ao longo do ano, porém, o presidente do Senado se tornou um importante
aliado do governo.
Para negociar com o Congresso Nacional, a presidenta convidou o vice-presidente
Michel Temer, que se tornou articulador político do governo. Desde abril, além de
atuar pela aprovação das matérias de interesse do Executivo, Temer mediou a
distribuição de cargos federais nos estados e agilizou a liberação de emendas
parlamentares.
Em agosto, porém, o vice-presidente se afastou das atividades e deu espaço para que
Dilma alterasse a equipe. Nas semanas seguintes, o governo começou a preparar
uma reforma administrativa que cortaria oito dos 39 ministérios, diminuiria o número de
cargos comissionados e reduziria gastos de custeio.
Michel Temer
Ao mesmo tempo, a presidenta iniciou conversas com o objetivo de colocar ministros
que trouxessem mais apoio a ela no Congresso Nacional. Convidado a participar,
Temer, que é presidente nacional do PMDB, preferiu não indicar nomes. A
composição da nova equipe, com a concessão de mais uma pasta ao partido, foi
obtida após conversas com lideranças da legenda na Câmara dos Deputados.
Outra mudança da reforma, anunciada em outubro, foi o ingresso no Palácio do
Planalto de nomes mais próximos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: Jaques
Wagner, Ricardo Berzoini e Edinho Silva. Além disso, a presidenta passou a se
encontrar de modo mais recorrente com o antecessor.
O desgaste com Temer, porém, se agravou em dezembro, depois que a Câmara
aceitou um pedido impeachment contra Dilma. Dias depois da abertura do processo na
Casa, sem antes ter feito nenhuma declaração pública sobre o assunto, o vice-
presidente enviou uma carta de caráter pessoal a Dilma, se queixando de ter sido um
“vice decorativo” no primeiro mandato. No comunicado, Temer enumera situações em
que se sentiu menosprezado pela presidenta e que indicariam desconfiança dela em
relação a ele e ao PMDB.
Impeachment
Demonstrando apoio ao mandato presidencial, movimentos sociais organizaram um
ato contra o impeachment em dezembro, levando milhares de pessoas às ruas de
dezenas de cidades em todas as regiões do país. Um dia depois, representantes de
mais de sessenta entidades da sociedade civil se reuniram com Dilma e disseram que
não há base legal para o afastamento da presidenta. Antes, manifestações
semelhantes de apoio já haviam sido feitas por uma parcela dos governadores, de
prefeitos de capitais e de juristas.
No final do ano, a presidenta trocou também o comanando do Ministério da Fazenda.
No lugar de Joaquim Levy assumiu o então ministro do Planejamento Nelson Barbosa.
Ao assumir o cargo, o novo ministro prometeu que vai cumprir a meta fiscal para o ano
que vem e que os compromissos com o ajuste fiscal serão mantidos.
Uma das últimas apostas do governo no ano acabou surtindo efeito e dando alívio
para a presidenta Dilma Rousseff. Ao definir o rito do procedimento de impeachment
contra ela, o STF transferiu para o Senado a última palavra sobre o processo e definiu
que a eleição da comissão na Câmara que vai analisar o assunto deverá ser aberta.
Os desdobramentos desse e de outros acontecimentos, porém, só serão conhecidos
em 2016.
Edição: Denise Griesinger
Rússia, Belarus e Cazaquistão assinaram Astana (Cazaquistão) o acordo de
integração na União Econômica Euroasiática, unidade transnacional que entrará em
vigor em 1º de janeiro de 2015.
Os presidentes dos três países, Vladimir Putin (Rússia), Nursultan Nazarbayev
(Cazaquistão) e Aleksandr Lukashenko (Belarus), assinaram o documento que dá por
superada a atual União Aduaneira destas antigas repúblicas soviéticas e abre uma
nova etapa de união econômica e mercado comum.
Outras duas ex-repúblicas da URSS, Armênia e Quirguistão, manifestaram a intenção
de se somar à União Euroasiática antes do fim deste ano.
O acordo contempla a livre circulação de bens, serviços, capitais e trabalhadores entre
os três países signatários, e os compromete na cooperação nos principais setores da
economia, como energia, transporte, indústria e agricultura.
O brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi executado na madrugada deste
domingo (18/01/2015) na Indonésia– 15h31 deste sábado (17/01/2015), pelo horário de
Brasília. O método de execução de condenados à pena de morte no país é o fuzilamento.
O instrutor de voo livre havia sido preso em 2004, ao tentar entrar na Indonésia com 13
quilos de cocaína escondidos nos tubos de uma asa delta. A droga foi descoberta pelo
raio-x, no Aeroporto Internacional de Jacarta. Archer conseguiu fugir do aeroporto, mas
duas semanas depois acabou preso novamente. A Indonésia pune o tráfico de drogas com
pena de morte.
A presidente Dilma Rousseff divulgou nota em que disse estar “consternada e
indignada”com a execução do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira na Indonésia. O
embaixador do Brasil em Jacarta, segundo a nota, será chamado para consultas.
UNIÃO ECONÔMICA EUROASIÁTICA
OS BRASILEIROS EXECUTADOS NA INDONÉSIA
Na linguagem diplomática, chamar um embaixador para consultas representa uma espécie
de agravo ao país no qual está o embaixador. Na sexta-feira, a presidente Dilma fez um
apelo por telefone ao governante da Indonésia, Joko Widodo, para poupar a vida de
Archer, mas não foi atendida. Widodo respondeu que não poderia reverter a sentença de
morte imposta a Archer, “pois todos os trâmites jurídicos foram seguidos conforme a lei
indonésia e aos brasileiros foi garantido o devido processo legal”, segundo nota da
Presidência.
O brasileiro Rodrigo Gularte, de 42 anos, foi executado na Indonésia na madrugada desta
quarta-feira (29) – horário local, tarde de terça-feira (28) no horário de Brasília. Ele havia
sido condenado à morte por tráfico de drogas, e a pena foi executada por um pelotão de
fuzilamento.
Outros sete condenados por tráfico de drogas foram executados. A única mulher
condenada do grupo, a filipina Mary Jane Veloso, não foi executada porque a pessoa
que a recrutou para transportar drogas se entregou às autoridades. Mary Jane
precisa testemunhar neste outro processo, por isso o presidente filipino pediu que sua
execução fosse postergada.
O paranaense Gularte foi preso em julho de 2004 depois de tentar ingressar na Indonésia
com 6 quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe. Ele foi condenado à morte em
2005.
Gularte é o segundo brasileiro executado no país este ano – em janeiro, Marco Archer
Cardoso Moreira, de 53 anos, foi fuzilado. Ele também cumpria pena por tráfico de
drogas.
O governo brasileiro divulgou nota na qual diz ter recebido com "profunda
consternação" a notícia da execução de Gularte. De acordo com o Itamaraty, a presidente
Dilma Rousseff enviou carta ao presidente indonésio, Joko Widodo, pedindo a suspensão
da pena de morte em razão do "quadro psiquiátrico" do brasileiro.
Pela primeira vez, os 35 países do continente americano participam da Cúpula das
Américas. O encontro começou na noite desta sexta (10) no Panamá e foi retomado neste
sábado (11) pela manhã.
A presidente Dilma Roussef tem um encontro com o presidente americano Barack
Obama às 14h30, horário do Panamá – 16h30 em Brasília. Eles vão falar sobre uma
possível visita de trabalho da presidente aos estados unidos. Dilma cancelou uma visita de
7ª CÚPULA DAS AMÉRICAS
estado a Washington em 2013, depois das denúncias de espionagem por parte da Agência
Americana de Segurança Nacional.
Mas o encontro mais esperado é entre os presidentes de Cuba e dos Estados Unidos.
Barack Obama e Raúl Castro se cumprimentaram, um símbolo da aproximação entre os
dois países, depois de mais de 50 anos de afastamento.
Obama pode anunciar ainda hoje a retirada de Cuba da lista de países que financiam o
terrorismo - um passo fundamental para a reabertura de embaixadas em Havana e
Washington.
O presidente Raúl Castro fez o primeiro discurso de Cuba na Cúpula das Américas. Ele
elogiou o presidente Obama e pediu o fim do embargo econômico. Mas, antes disso, fez
várias críticas aos Estados Unidos.
A Venezuela também é um tema importante na Cúpula das Américas. O presidente
Nicolas Maduro se movimentou bastante nas últimas horas para conseguir apoio de países
vizinhos contra os Estados Unidos. A Venezuela bloqueou a carta final do encontro. É a
terceira vez na história que a Cúpula termina sem esse documento, que só é publicado se
houver consenso. Maduro exige que o presidente americano suspenda as sanções contra
autoridades venezuelanas. E provavelmente não será atendido.
Barack Obama e Raúl Castro fazem encontro histórico no Panamá
Reunião é a primeira entre presidentes dos dois países em mais de 50 anos.
'Guerra Fria acabou', disse presidente dos EUA em coletiva após encontro.
A reunião entre os líderes simboliza a reaproximação e retomada do diálogo entre os dois
países, encerrando décadas de tensão política e disputa ideológica.
O último encontro frente a frente aconteceu entre os presidentes Dwight Eisenhower, dos
EUA, e Fugencio Batista, de Cuba, em 1956, em outra cúpula das Américas no Panamá,
antes da revolução cubana, de acordo com o site do jornal "USA Today". Em 1959, o então
vice-presidente dos EUA, Richard Nixon, e Fidel Castro se encontraram, destacou a
"CNN".
'Guerra Fria acabou', diz Obama
Em coletiva de imprensa após o encontro, Obama disse que a conversa com Castro foi
"cândida e frutífera" e que o encontro pode ter sido um "divisor de águas" na história entre
os dois países. Ele afirmou também que tem o apoio "da maioria" para sua política
envolvendo Cuba nos EUA.
"Temos que estar certos de que Cuba não é uma ameaça para os EUA", disse o
presidente norte-americano a jornalistas. "Parte da mensagem aqui é que a Guerra Fria
acabou", completou, afirmando que os EUA não estão no negócio da "mudança de
regime".
Obama disse ainda que deve haver maneiras de avançar no acordo nuclear com o Irã para
"satisfazer o orgulho iraniano", mas também para alcançar objetivos fundamentais", e
reforçou que ainda haverá "duras negociações" sobre o assunto.
O presidente norte-americano descreveu o encontro como "histórico" e acrescentou que
continuará pressionando Cuba sobre o tema de direitos humanos. Anunciou ainda que as
conversas e esforços estão focados em reabrir as embaixadas em ambos os países.
Os dois sentaram-se lado a lado em uma pequena sala de conferências, com um clima
cordial, mas de negócios. Cada um acenou e sorriu para alguns dos comentários feitos
pelo outro, em breves declarações a jornalistas.
Lista de apoio ao terrorismo
Em coletiva após o encontro, Obama afirmou que ainda não decidiu se vai retirar Cuba
da lista de países que apoiam o terrorismo, onde está incluída desde 1982.
A eventual retirada da lista negra seria um importante passo simbólico, depois que os dois
países anunciaram uma aproximação diplomática em dezembro para colocar fim a meio
século de inimizade.
Para retirar Cuba da lista de patrocinadores de terrorismo, o departamento de Estado deve
comprovar que o país caribenho não participou ou apoiou atividades terroristas nos últimos
seis meses, e que o governo cubano se compromete que não o fará no futuro.
Sete dirigentes da Fifa foram presos na Suíça na manhã desta quarta-feira após serem acusados por suspeitas de corrupção envolvendo um montante de até US$ 150 milhões.
Horas depois, autoridades suíças anunciaram que fariam sua própria investigação sobre o processo de escolha dos países-sede das Copas de 2018 (Catar) e 2022 (Rússia). A polícia suíça entrou na sede da Fifa, em Zurique, e apreendeu provas eletrônicas.
Por que isso é importante?
A Fifa é o órgão responsável pelo futebol mundial. Nos últimos anos, sofreu acusações de corrupção, particularmente no processo de escolha da sede do Mundial de 2022 - o vencedor foi o Catar.
Em dezembro de 2014, a Fifa decidiu não divulgar sua própria investigação de corrupção - que, segundo a entidade, disse que o processo de escolha foi isento. O autor do relatório, o americano Michael Garcia, renunciou ao cargo.
O ESCÂNDALO DE CORRUPÇÃO NA FIFA
A Copa do Mundo gera bilhões de dólares em receita. As prisões e a investigação lançam dúvida sobre a transparência e honestidade do processo de escolha nos últimos torneios.
Como o Brasil aparece na investigação?
Três brasileiros estão implicados no esquema de corrupção, de acordo com o departamento de Justiça dos EUA.
Um dele é o ex-presidente da CBF José Maria Marin - a nota do Departamento de Justiça não detalha as suspeitas contra ele. A CBF se manifestou a respeito da investigação por meio de nota dizendo que "aguardará, de forma responsável, sua conclusão, sem qualquer julgamento que previamente condene ou inocente."
A Justiça americana diz que José Hawilla, dono da Traffic Group, maior agência de marketing esportivo da América Latina, confessou os crimes. A Traffic é dona de direitos de transmissão, patrocínio e promoção de eventos esportivos e jogadores, além de empresas de comunicação no Brasil. Consultado pela reportagem, o advogado de J. Hawilla, José Luis de Oliveira Lima, afirmou que o dono da Traffic "apoia as investigações e prestou esclarecimentos devidos às autoridades americanas" e está em liberdade nos Estados Unidos.
O terceiro brasileiro investigado pelo FBI é José Lazaro Margulies, proprietário das empresas Valente Corp. e Somerton Ltd., ambas ligadas a transmissões esportivas.
A nota divulgada pela justiça norte-americana afirma ainda que investiga suposto pagamento e recebimento de suborno em um patrocínio "da CBF para uma grande empresa de roupas esportivas dos EUA".
A Justiça americana também cita a Copa do Brasil, organizada pela CBF, como uma das competições em que poderia ter havido corrupção na negociação de direitos de transmissão e marketing.
A Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil, não é citada especificamente no documento.
Como funcionaria o esquema?
A denúncia afirma que, de 1991 até o momento, autoridades da Fifa se envolveram em vários crimes, incluindo fraude, subornos e lavagem de dinheiro. A Justiça afirma que duas gerações de dirigentes usaram suas posições para fazer parcerias com executivos de marketing esportivo que impediam outros de ter acesso a contratos e mantinham os negócios para eles por meio do pagamento de propinas.
A maior parte dos esquemas, de acordo com o departamento de Justiça, envolve recebimento de propina de executivos de marketing para comercialização de direitos de mídia e marketing de diversas competições esportivas - entre eles Copa América, Libertadores e Copa do Brasil.
Quem são os acusados?
Foram presas figuras-chave do futebol na América Latina, América do Norte e Caribe.
Além dos brasileiros implicados, foi preso o presidente da Concacaf, Jeffrey Webb, visto com um provável sucessor do presidente da entidade, Joseph Blatter.
Uma outra figura-chave é Charles "Chuck" Blazer, ex-representante da Fifa nos EUA, que aparentemente se tornou informante do FBI. Ele confessou ser culpado e já devolveu US$ 1,9 milhão.
Blatter foi preso?
Não. O presidente da Fifa - e homem mais poderoso do futebol mundial - não está entre os citados nos indiciamentos dos Estados Unidos. Mas a justiça americana afirma que os envolvidos estavam a serviço da Fifa - da qual ele é presidente. Até agora, ele não se pronunciou. Blatter tem grandes chances de ser reeleito à Presidência da entidade.
Recentemente, ele foi forçado a negar rumores de que estaria evitando viajar para os EUA porque temia ser preso.
Por que eles foram presos?
O FBI está investigando a Fifa há três anos. As investigações tiveram início por causa do processo de escolha dos países sedes das copas de 2018 e 2022 (Rússia e Catar), mas foi expandida para analisar os acordos da Fifa nos últimos 20 anos.
A acusação do Departamento de Justiça dos EUA diz que a corrupção era planejada nos EUA, mesmo quando era efetuada em outros locais. O uso de bancos americanos para transferir dinheiro é uma peça-chave da investigação.
Por que a Suíça?
É a sede da Fifa - o registro da entidade como instituição de caridade faz com que pague impostos reduzidos.
A Suíça é conhecida como um país onde empresas pouco transparentes são bem-vindas, principalmente em relação a impostos. Mas seu acordo de extradição com os EUA é claro: pessoas envolvidas em crimes podem ser enviadas aos EUA.
Aparentemente, autoridades americanas aproveitaram o que o congresso anual da Fifa fez com que todos se reunissem em um país que não colocaria obstáculos à extradição.
Os suíços também parecem estar indo atrás da Fifa, com três investigações em curso - incluindo uma anunciada horas após as prisões, sobre a escolha das cidades-sede das próximas Copas.
Quanto dinheiro está envolvido?
Muito, supostamente.
A denúncia dos EUA alega a corrupção envolveu US$ 150 milhões, e isso não inclui outras transações pelo mundo. Um relatório anterior sobre corrupção no Caribe, que vazou, afirma que propinas de US$ 40 mil foram pagas a autoridades em envelopes cheios de dinheiro.
Quase toda a renda da Fifa vem da Copa do Mundo, o evento esportivo mais lucrativo do mundo - superando as Olimpíadas. A Copa do ano passado custou ao Brasil cerca de US$ 4 bilhões, e a Fifa lucrou mais de US$ 2 bilhões.
O custo das duas próximas Copas deve ser superior: a Copa do Catar deve custar mais que US$ 6 bilhões.
Só concorrer a sediar a Copa já tem um custo enorme: a federação inglesa gastou 21 milhões de libras para concorrer à Copa de 2018.
As Copas da Rússia e do Catar serão feitas em outros países?
Isso é improvável, mas não impossível.
A denúncia dos EUA aborda casos de corrupção no passado - a Copa de 2010 na África do Sul, por exemplo, é mencionada - mas não futuros. As investigações da Suíça devem ser mais frutíferas em relação a isso, mas seria preciso ter provas contundentes para fazer a eleição outra vez.
Mudar a Copa da Rússia seria difícil. Poucos países têm estádios, infraestrutura e dinheiro para sediar o evento em um prazo tão curto. A melhor opção seria a Alemanha, que sediou a Copa de 2006.
O Catar é bem mais vulnerável e foi inundado com denúncias e alegações de corrupção desde que foi escolhido como sede. Mas, mesmo depois de ter visto vários escândalos de corrupção, uma mudança inédita de um torneio de verão para inverno e um escândalo sobre mortes de trabalhadores migrantes, há chances de que eles ainda sediem a competição de futebol mais importante do mundo.
Mas, segundo o procurador americano Kelly T. Currie, a investigação não vai parar por aí.
"Após décadas, segundo a denúncia, de corrupção descarada, o futebol internacional organizado precisa de um novo começo - uma nova chance para suas instituições fazerem uma vigilância honesta e apoiarem um esporte amado pelo mundo. Deixe-me ser claro: essa denúncia não é o último capítulo da nossa investigação", afirmou.
Partido Conservador britânico conseguiu a maioria parlamentar com 326 deputados
eleitos de um total de 650, segundo resultados oficiais. O primeiro-ministro inglês,
David Cameron se encontra hoje (8) com a rainha Elizabeth II para oficializar a
O Partido Conservador britânico conseguiu a maioria parlamentar com 326 deputados
eleitos de um total de 650, segundo resultados oficiais. O primeiro-ministro inglês,
David Cameron se encontra hoje (8) com a rainha Elizabeth II para oficializar a
reeleição no pleito legislativo e convidá-la formalmente para constituir um novo
governo.
DAVID CAMERON É REELEITO PRIMEIRO MINISTRO
O líder dos Liberais Democratas britânicos, Nick Clegg, pediu demissão depois do que
considerou uma “derrota esmagadora" sofrida pelo partido nas eleições no Reino
Unido.
“Sempre pensei que esta eleição seria inacreditavelmente difícil, mas os resultados
foram infinitamente mais esmagadores do que pensei”, disse Clegg, numa entrevista
coletiva em Londres. “É o golpe mais duro desde que o partido foi fundado, em 1988",
acrescentou.
Nick Clegg, de 48 anos, era vice-primeiro-ministro no governo de coligação com os
conservadores. Com 642 dos 650 assentos no Parlamento britânico contados, os
liberais democratas tinham eleito apenas oito deputados, contra 56 nas eleições de há
cinco anos.
Na quarta-feira, dia 7/01/2015, por volta de 11h30 (8h30, no horário de Brasília), dois
homens vestidos de preto, encapuzados e armados com fuzis automáticos abrem o
fogo na redação de Charlie Hebdo, em plena reunião de pauta, aos gritos de "Allah
akbar" (Alá é grande).
Matam 11 pessoas na sede do jornal e um policial na saída, antes de fugir de carro
rumo à zona nordeste de Paris, onde trocam de veículo ao render um motorista.
O presidente François Hollande chega ao local do atentado, lança um apelo à
"Unidade nacional" e decreta um dia de luto para o dia seguinte.
A polícia persegue os irmãos Chérif e Saïd Kouachi, de 32 e 34 anos, nascidos em
Paris, de pais argelinos. O primeiro já foi condenado em 2008, por ter atuado num
grupo que enviava jihadistas no Iraque.
Reações comovidas tomam conta do mundo inteiro, com o lema "je suis Charlie" (Sou
Charlie) espalhado nas ruas e nas redes sociais. Durante a noite, mais de cem mil
pessoas manifestam na França e várias outras se reúnem em outras cidades do
mundo, inclusive no Brasil, no Rio de Janeiro e em São Paulo.
OS ATENTADOS AO CHARLIE HEBDO
Na manhã de quinta-feira, uma guarda municipal é morta a tiros e outro funcionário é
gravemente ferido em Montrouge, no sul de Paris. O autor do tiroteio consegue
escapar.
Os irmãos Kouachi são reconhecidos durante a manhã pelo gerente de um posto de
gasolina que assaltaram, perto de Villers-Cotterêt, a 80 km ao nordeste da capital.
Policiais vasculham a área, sem sucesso.
A maioria das capas de jornais têm a cor dominante preta em sinal de luto, e anônimos
colocam flores, lápis, velas e mensagens perto da sede de Charlie Hebdo. Ao meio
dia, o país todo respeita um minuto de silêncio, enquanto os sinos dobram na catedral
Notre Dame de Paris. As luzes da Torre Eiffel, outro cartão postal da cidade, são
desligadas por alguns instantes às 20h00 locais.
Chérif e Said Kouachi são chamados 'heróis jihadistas' pela rádio da organização
terrorista Estado Islâmico (EI). Ele figuram há anos na lista negra do terrorismo do FBI
americano.
Na sexta-feira, a caçada continua e um forte tiroteio começa num bloqueio policial,
após os irmãos terem sido reconhecidos por um motorista que teve seu carro roubado.
Os fugitivos, que ainda possuem armamento pesado, estão entrincheirados com um
refém num pequena gráfica situada em uma zona industrial da cidade de Dammartin-
en-Goële, a vinte quilômetros do aeroporto internacional de Roissy, cujo plano de voo
foi modificado.
A pequena cidade de 8.000 habitante é cercada pelas autoridades, enquanto
helicópteros sobrevoam a área. Várias escolas são evacuadas, e outras mantém as
crianças confinadas.
O presidente Hollande renova seu apelo à "Unidade Nacional" e chama "todos os
cidadãos" a comparecer às ruas para a manifestação marcada este domingo em
homenagem às vítimas.
O suspeito do tiroteio de Montrouge, que matou a policial, é identificado, e várias
fontes policiais afirmam que uma "conexão" foi estabelecida entre este suspeito e os
irmãos Kouachi.
Todas as mesquitas da França são convidadas a homenagear as vítimas do atentado.
A cerca de 13h00 locais (10h00 de Brasília), pelo menos duas pessoas são mortas
num tiroteio na Porte de Vincennes, ao leste de Paris, e várias são feitas reféns em um
mercado judeu.
De acordo com uma fonte próxima ao caso, há suspeitas de que o sequestrador seja o
atirador de Montrouge, identificado como Amedy Coulibaly, de 32 anos, que conhece
pelo menos um dos irmãos Kouachi e já foi condenado num caso de tentativa de fuga
de prisão de outro jihadista.
A polícia divulgou retratos de Coulibaly e de uma mulher, Hayat Boumeddiene, de 26
anos, também suspeita do ataque em Montrouge.
Pior ataque da história da França deixou 129 mortos na noite de sexta.
Estado Islâmico reivindica responsabilidade: 'Cuidadosamente estudados'.
Quantas são as vítimas dos ataques? Ao menos 129 pessoas foram mortas na série de
ataques em Parisna noite desta sexta-feira (13), sendo 70 apenas na casa de shows
Bataclan. É o pior ataque à França na história recente.
Quantos ataques aconteceram? Onde foram? Ao menos cinco locais foram alvo
deataques simultâneos em uma região boêmia de Paris, onde as pessoas costumam sair
para se divertir em uma sexta-feira à noite:
- Na casa de shows Bataclan, na boulevard Voltaire, no 11º distrito, atiradores
fizeram reféns e abriram fogo contra o público que assistia ao show da banda Eagles of
Death Metal. Mais de 70 reféns foram mortos.
- No bar Le Carillon e no restaurante Le Petit Cambodge, na rua Alibert, no 10º distrito,
frequentadores foram mortos por disparos. Segundo agências internacionais, foram 14
mortos.
- No bar La Belle Equipe, na rua Charonne, também no 11º distrito, atiradores abriram fogo
contra os clientes. Ao menos dezenove pessoas foram mortas e há outras 13 feridas.
- Nas proximidades do Stade de France, bairro de Saint Dennis, no norte de Paris, um
ataque supostamente lançado por um suicida ocorreu próximo ao estádio, onde
OS ATENTADOS DE PARIS
França e Alemanha disputavam uma partida de futebol. Autoridades confirmaram quatro
mortos e mais de 50 feridos.
- Na localidade na rua Beaumarchais foram 7 feridos, sendo 3 em estado grave.
De quem é a autoria dos ataques? O grupo radical Estado Islâmico reivindicou a
responsabilidade neste sábado (14) por ataques que mataram mais de 120 pessoas em
Paris, segundo agências internacionais. Em uma declaração oficial, o grupo disse que seus
combatentes presos a cintos com explosivos e carregando metralhadoras realizaram os
ataques em vários locais no centro da capital francesa que foram cuidadosamente
estudados. Antes, Hollande já havia anunciado que o grupo era o autor da ação
terrorista.
Os terroristas foram mortos? O chefe de polícia de Paris, Michel Cadot, afirmou que,
quando a polícia invadiu o local, quatro terroristas se suicidaram, detonando explosivos que
três deles tinham em seus cintos. Ele afirmou ainda, segundo o jornal britânico "The
Guardian", que antes de entrar no local os homens dispararam tiros de metralhadoras em
cafés que ficam do lado de fora do Bataclan. A emissora de TV BFM e o jornal "Liberation",
que cita o procurador de Paris, François Molins, dizem que cinco terroristas foram
"neutralizados" no total. Agências internacionais de notícias, no entanto, informam que 8
terroristas morreram, dos quais 7 se suicidaram.
Há brasileiros entre os feridos? Os dois brasileiros - um homem e uma mulher - feridos
nos ataques de Paris na noite desta sexta estão fora de risco, segundo informou a
cônsul-geral do Brasil na França, Maria Edileuza Fontenele Reis, em entrevista ao
"Hora 1". Eles estavam no restaurante Le Petit Cambodge, nas proximidades do Canal
Saint-Martin, no 10° distrito da capital, um dos locais onde ocorreram tiroteios que deixaram
dezenas de mortos e feridos em estado grave. Um dos brasileiros feridos tomou três tiros
nas costas e foi operado. Ele é um arquiteto que está de passagem por Paris para eventos
profissionais, segundo informormou a cônsul à BBC.
Qual é o telefone de informações para brasileiros na França? O Consulado-Geral do
Brasil em Paris, na França, divulgou um número de emergência para brasileiros que
precisem de apoio ou de informações no país. O telefone é +33 6 80 12 32 34.
Os integrantes da banda Eagles of Death Metal estão bem? Sim, a banda está a salvo.
No início do ataque à casa de shows Bataclan, o grupo escapou do palco pelos bastidores,
segundo afirmou o irmão de um dos membros, Michael Dorio. O irmão dele, Julian Dorio, é
o baterista do grupo. Em entrevista à CNN, Michael disse que os músicos chegaram a ver
os atiradores, mas encerraram o show quando notaram o ataque e fugiram. "Quando eles
ouviram os tiros, eles apenas correram para o backstage. Ele me disse que viu os
atiradores, mas não ficou por ali", explicou Dorio. O Eagles of Death Metal é atração do
festival Lollapalooza São Paulo, em 2016.
Qual a relação do homem preso na Alemanha com os atentados? A ligação entre um
homem detido na Alemanha na semana passada na posse de armas automáticas e
explosivos e os ataques em Paris tem "fundamento", declarou neste sábado o ministro-
presidente da Baviera, Horst Seehofer. Contudo, o porta-voz da polícia se recusou a
confirmar à AFP uma conexão com os ataques em Paris, dizendo que não poderia dizer "o
que ele pretendia fazer com suas armas".
Como está a França agora? Em estado de emergência. O exército francês patrulhará
as ruas de Paris nos próximos dias para evitar novos atentados, anunciou François
Hollande. "As forças de segurança e o exército, a quem agradeço sua atuação ontem,
estão mobilizadas ao maior nível de suas possibilidades", disse Hollande. Seis mil agentes
vistoriam fronteiras e aeroportos. A polícia emitiu um alerta, pedindo que os parisienses
não deixem suas casas, "a não ser em caso de absoluta necessidade". Lugares públicos
devem reforçar a segurança nas entradas e acolher aqueles que estiverem em
necessidade. A polícia também ordenou que se interrompam as manifestações e eventos
em áreas externas. Em Paris, os hospitais entraram em "Plano Branco", um estado de
emergência e crise, segundo o "Le Monde". Cinco linhas de metrô tiveram seus serviços
interrompidos.
O que o presidente da França declarou? François Hollande disse neste sábado, em uma
declaração à nação, que os atentados da noite de sexta em Paris "são um ato de guerra
do Estado Islâmico contra a França". Além disso, Hollande afirmou que os ataques
foram organizados "no exterior da França" e que contaram com "cúmplices no interior" do
país.
O que líderes mundiais falaram? Barack Obama, presidente dos EUA, disse em
entrevista na Casa Branca: "Esse é uma ataque não apenas contra Paris e o povo da
França. É um ataque contra a humanidade e os valores que compartilhamos (...) Aqueles
que acham que podem aterrorizar o povo da França e os valores que eles representam
estão errados". No Twitter, a presidente Dilma Rousseff que está "consternada pela
barbárie terrorista". "Expresso meu repúdio à violência e manifesto minha solidariedade ao
povo e ao governo francês".
O rompimento da barragem de Fundão, entre Mariana e Ouro Preto (MG), provocou um vazamento de lama que devastou os distritos próximos. As cenas, que mais parecem fazer parte de uma terrível ficção, ilustram o que já é considerado o maior desastre ambiental da história de Minas Gerais.
Entenda o que aconteceu e saiba como ajudar a população afetada:
O que são barragens de rejeitos?
A Samarco, mineradora da Vale e da anglo-australiana BHP Billiton Brasil Ltda, é uma empresa que beneficia minérios da região. Para exportar esses produtos, eles
O DESASTRE DE MARIANA
precisam ter o teor de ferro aumentado. Os rejeitos da exploração e desse processo são estocados por barragens - como a que se rompeu.
Mas o que causou o rompimento?
As causas ainda estão sendo investigadas. Segundo a Samarco, há registros de pequenos tremores na área duas horas antes do rompimento. Entretanto, ao G1, o reponsável pelo Observatório Sismológico de Brasília, George Sand, afirmou que isso ainda está em discussão, pois não se sabe se foi um evento natural ou se foi causado pelos reservatórios. Na hora do rompimento, não estava chovendo ou ventando.
Um engenheiro da Samarco afirmou que a vistoria não detectou riscos no local, mas um laudo obtido pelo Jornal da Globo mostra o contrário: "O contato entre a pilha de rejeitos e a barragem não é recomendado por causa do risco de desestabilização do maciço da pilha e da potencialização de processos erosivos", diz o documento. Para o Ministério Público, isso demonstra que houve "negligência" da empresa. A Feam (Fundação Estadual de Meio Ambiente) declarou que chegou a mencionar a necessidade de se fazer reparos na estrutura da barragem de Fundão.
Essa barragem era considerada segura?
Sim e não. De acordo com o Departamento Nacional de Produção Mineral, a barragem do Fundão é classificada como de baixo risco, pelo bom monitoramento e documentação em dia. Entretanto, ela está situada em uma região com muitos habitantes e, por isso, a gravidade do que poderia acongecer em caso de acidentes ou danos é alta.
Já em relação à mineradora, de acordo com o promotor do Meio Ambiente, Carlos Eduardo Ferreira Pinto, as licenças de operação estavam vencidas há quase dois anos e meio. O pedido para validar essas licenças foi feito no prazo pela Samarco, mas foi prejudicado por uma greve no Sistema Estadual de Meio Ambiente.
Por que o estrago foi tão grande?
Segundo o Ibama, a quantidade de lama levada aos distritos está estimada em 50 milhões de metros cúbicos. Isso significa que seria possível encher 20 mil piscinas olímpicas com esses detritos. Essa onda de barro devastou as cidades por onde passou e atingiu o leito d'água da região: além de destruir a infraestrutura dos municípios, também é possível que ocorra o assoreamento desses reservatórios, que é quando sedimentos se acumulam na calha dos rios.
Não bastasse, muitas pessoas foram pegas de surpresa. Apesar de afirmar que entrou com um plano emergencial e que chegou a ligar para moradores e pedir que deixassem suas casas, a Samarco não usou alertas sonoros. Segundo recomendação da Organização Internacional do Trabalho sobre Segurança e Saúde nas Minas, que está em vigor no país desde 2007, esse alarme sonoro é obrigatório.
Há risco de rompimento de outras barragens?
Sim. Representantes da mineradora Samarco admitiram nesta terça-feira (17) que há risco de rompimento nas barragens de Santarém e Germano, próximas a de Fundão.
Quantas pessoas foram atingidas?
Muitas. Cerca de 2 mil pessoas foram atingidas direta ou indiretamente pelo rompimento de barragem, segundo a administração municipal. O número de desabrigados ou desalojados na cidade é de aproximadamente 945. Onze pessoas morreram, sendo que quatro corpos ainda aguardam identificação. Doze vítimas continuam desaparecidas.
O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, substituirá Joaquim Levy e passará a ser o
novo ministro da Fazenda.
Homem de confiança da presidente Dilma Rousseff, Barbosa assume o cargo após
discordar de Levy e se impor no governo nos embates sobre as medidas para
reestabelecer o reequilíbrio da dívida pública, sobretudo no que diz respeito ao nível da
meta de superávit primário (economia para pagar os juros da dívida).
Com a saída de Barbosa, Valdir Simão vai assumir o Ministério do Planejamento.
A plenária da COP 21, a cúpula do clima de Paris, aprovou neste sábado (12) o primeiro
acordo de extensão global para frear as emissões de gases do efeito estufa e para lidar
com os impactos da mudança climática.
O acordo determina que seus 195 países signatários ajam para que temperatura média do
planeta sofra uma elevação "muito abaixo de 2°C", mas "reunindo esforços para limitar o
aumento de temperatura a 1,5°C".
Aprovado por aclamação
A aprovação ocorreu com a plenária sendo convocada após quase seis horas depois de o
texto ser divulgado como proposta, às 13h30 de Paris. O presidente da COP, Laurent
Fabius, ministro das relações exteriores da França, convocou a sessão a aprovar o texto
por aclamação.
Como ninguém fez objeções, ele decretou a aprovação do acordo usando um martelo
verde em forma de folha para bater na mesa. "É um pequeno martelo, mas pode fazer
grandes coisas", afirmou.
VEJA PRINCIPAIS PONTOS DE ACORDO DO CLIMA APROVADO
- Países devem trabalhar para que aquecimento fique muito abaixo de 2ºC, buscando
limitá-lo a 1,5ºC
- Países ricos devem garantir financiamento de US$ 100 bilhões por ano
Nelson Barbosa assume o comando da Fazenda
no lugar de Joaquim Levy
COP 21
- Não há menção à porcentagem de corte de emissão de gases-estufa necessária
- Texto não determina quando emissões precisam parar de subir
- Acordo deve ser revisto a cada 5 anos
Acordo inédito
É a primeira vez que se atinge um consenso global em um acordo em que todos os países
reconhecem que as emissões de gases do efeito estufa precisam ser desaceleradas e, em
algum momento, comecem a cair.
Cientistas criticaram a ausência de metas específicas de cortes de emissão para períodos
de longo prazo – de 2050 --, mas o acordo s, mas o acordo deixa em aberto a possibilidade
de que essas sejam estabelecidas posteriormente, com "a melhor ciência possível".
O tratado não determina com precisão até quando as emissões precisam parar de subir e
começar a cair, mas reconhece o pico tem de ocorrer logo.
"As partes do acordo visam atingir um pico global nas emissões de gases de efeito estufa
assim que possível, reconhecendo que o pico levará mais tempo para países em
desenvolvimento", diz o texto.
O documento ainda conclama os países a "adotarem reduções rápidas a partir de então,
de acordo com a melhor ciência disponível, de modo a atingir um equilíbrio entre as
emissões antropogênicas por fontes [queima de combustíveis fósseis] e pela remoção por
sorvedouros de gases de efeito estufa na segunda metade deste século."
Financiamento
Também está incluído o compromisso de países ricos de garantirem um financiamento de
ao menos US$ 100 bilhões por ano para combater a mudança climática em nações
desenvolvidas a partir de 2020, até ao menos 2025, quando o valor deve ser rediscutido.
O acordo também inclui um mecanismo para revisão periódica das promessas nacionais
dos países para rever suas metas de desacelerar as emissões do efeito estufa, que não
atingem hoje nem metade da ambição necessária para evitar o aquecimento de 2°C.
Tanto o financiamento quanto a ambição terão de ser revistos de cinco em cinco anos. A
primeira reunião para reavaliar o grau de ambição dos cortes é prevista para 2023, mas em
2018 deve ocorrer um encontro que vai debate-las antecipadamente.
A medida é importante, porque as atuais promessas de redução de emissões, conhecidas
como INDCs (Contribuições Pretendidas Nacionalmente Determinadas), ainda não são
suficientes para barrar o aquecimento em 2°C.
No novo acordo, as INDCs perderam o “I” (de “intended”, ou pretendidas), porque agora
não devem mais ser uma intenção, e sim um compromisso.
Outro ponto crucial do acordo foi o estabelecimento de um mecanismo de compensação
por perdas e danos causados por consequências da mudança climática que já são
evitáveis. Muitos países pobres e nações-ilhas cobravam um artigo especial no tratado
para isso, e foram atendidos.
Países emergentes lutaram muito durante as negociações contra que fossem
obrigados a dar contribuições junto com países ricos. No final, a obrigação ficou apenas
com países ricos.
"Países desenvolvidos parte do acordo devem fornecer recursos financeiros para auxiliar
países em desenvolvimento com relação a mitigação e adaptação", diz texto do acordo.
"Outras partes são encorajadas a pover e continuar a prover tal suporte voluntariamente."
Desfazendo o nó?
O acordo deve tomar uma forma legal a partir de 22 de abril de 2016, quando estará aberto
para assinatura na sede da ONU em Nova York. Ele precisa ser submetido, a "ratificação,
aceitação ou aprovação” dentro de cada país.
Isso significa que, em países como os Estados Unidos --onde o Congresso de maioria
republicana resiste em aprovar medidas de corte de emissão, as decisões podem ser
implementadas por decretos presidenciais --- sem a aprovação de leis no sentido estrito,
envolvendo decisões do poder legislativo.
Esse subterfúgio jurídico desfaz um nó que durou décadas na negociação do acordo do
clima, com a União Europeia o Brasil e outros grandes emissores exigindo um acordo
"legalmente vinculante", e os EUA se esquivando.
Além disso, alguns dispositivos foram colocados fora do documento do acordo e entraram
no texto de "decisão" da COP 21. Esses elementos não precisam de aprovação doméstica
nos países, porque são emendas à "Convenção do Clima", já assinada e ratificada pelas
195 nações em 1992.
Os principais objetivos com relação a financiamento, por exemplo, estão expressos neste
instrumento.
A forma jurídica híbrida do acordo do clima foi a maneira que os articuladores do acordo
propuseram para tentar implementar um documento forte.
O que é?
O Estado Islâmico (EI), também conhecido como Daesh ou ISIS, é um grupo radical sunita
O ESTADO ISLÂMICO
(um dos ramos do islamismo) criado a partir do braço iraquiano da Al-Qaeda, a conhecida
rede responsável pelos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.
Com maior capacidade de recrutamento, mais estrutura e com um território conquistado
entre o Iraque e a Síria, o EI tem atraído milhares de jovens do mundo todo - segundo o
Centro de Estudos do Radicalismo, mais de 20 mil estrangeiros de 50 países se juntaram a
grupos sunitas radicais em 2014 - entre eles, principalmente, o Estado Islâmico.
O EI segue uma leitura radical das escrituras islâmicas e tem uma visão sectária antixiita.A
sharia, lei islâmica, é seguida de forma rígida e práticas como a decapitação de inimigos e
a pena de morte a homossexuais são amplamente usadas.
Quem é seu líder? O EI é regido pelo autoproclamado califa Abu Bakr al-Bagdadi, dois vices e alguns
conselheiros, que auxiliam com questões de diferenças religiosas, execuções e assuntos
políticos. Em abril, o jornal "The Guardian" noticiou que al-Bagdadi ficou gravemente
ferido após um ataque aéreo no Iraque realizado pela coalizão internacional liderada
pelos Estados Unidos, mas o próprio EI ainda não divulgou nada a respeito.
Onde está?
O grupo controla áreas do Iraque e da Síria e, entre as conquistas mais recentes estão a
cidade deRamadi, capital da província iraquiana de Al-Anbar, e a cidade histórica
síria de Palmira.
Estratégias
O Estado Islâmico se originou em meio a práticas terroristas da rede Al-Qaeda, mas
desenvolveu seu próprio modo de agir. Entre as diferenças que causaram a separação dos
dois grupos estão a apropriação de territórios e a formação de um califado.
O EI também usa a violência generalizada contra muçulmanos xiitas - além de não
islâmicos, que eles chamam de "infiéis". O Observatório Sírio dos Direitos Humanos estima
que mais de 2.600 pessoas foram executadas pelo EI desde a proclamação do seu
califado.
Dentro do califado, as regras de vida são rígidas e baseadas na sharia - lei islâmica. Outra
inovação em relação à Al-Qaeda é o pagamento para os combatentes. Segundo uma
reportagem da revista "The Economist", cada guerrilheiro que luta em nome do grupo
recebe um salário de US$ 400 mensais, valor bem superior ao que grupos jihadistas
iraquianos ou que o Exército sírio paga a seus combatentes. Além de uma contribuição
mensal, os militantes recebem dinheiro ao se casar, para ajudá-los a começar uma
família.
O uso das ferramentas de mídia ocidentais - como a divulgação de vídeos em canais do
YouTube e Twitter - é uma das apropriações do EI. As gravações são feitas com
equipamento profissional e mudam de acordo com o público-alvo. Vídeos de decapitações
de ocidentais mostram os reféns com roupas laranjas - que lembram os detentos da prisão
americana de Guantánamo - e face serena.
Financiamento
A principal fonte de recursos do EI vem do petróleo. O grupo se apropriou de campos de
produção e vende, segundo a organização Council on Foreign Relations (CFR), 48 mil
barris por dia (44 mil dos campos sírios e 4 mil dos iraquianos). A venda do combustível
rende US$ 1 a 3 milhões por dia. Ainda de acordo com o CFR, o regime do ditador Bashar
al-Assad, os turcos e os curdos iraquianos - todos conhecidos inimigos do EI - são alguns
dos clientes.
Outras fontes de renda são a pilhagem, extorsão e cobrança de impostos nas regiões em
que controlam.
Relações com a Al-Qaeda
Desde que cortaram relações, o EI e a Al-Qaeda viraram rivais.Na Síria, eles competem
por militantes e disputam poder. A Al-Qaeda foca seu discurso no ataque aos americanos e
a potências ocidentais - que consideram responsáveis pelo caos no Oriente Médio.
Em abril de 2013, al-Bagdadi anunciou uma possível fusão do Estado Islâmico e da Frente
Al-Nosra, um grupo jihadista ligado à Al-Qaeda na Síria, se fundiriam para se converter no
Estado Islâmico do Iraque e Levante. Mas a Al-Nosra negou-se a se submeter ao califa do
EI e os dois grupos voltaram a agir separadamente.
Coalizão internacional
Em setembro de 2014, o presidente americano, Barack Obama, anunciou a formação de
uma coalizão de aproximadamente 60 países na luta contra o EI. Até março de 2015, o
grupo já havia realizado 4 mil ataques aéreos, a maioria com atuação das forças
americanas. Um dos países envolvidos é a Jordânia, cujo governo se declarou
determinado a erradicar o EI depois que um piloto de sua Força Aérea, que havia sido
capturado pelos extremistas, foi queimado vivo dentro de uma jaula.
Em escala local, a escassez de equipes militares pelas baixas em combate, somada à
dificuldade para novos recrutamentos, fazem com que o exército sírio e suas milícias
escolham suas batalhas e evitem brigar por localidades de maioria sunita ou por aquelas
nas quais a população local também não combate o EI.
Já o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, apresentou um plano que prevê
"acelerar o apoio aos combatentes tribais da região, para que possam lutar contra o EI ao
lado das forças iraquianas" e "garantir que todas as forças que participam da libertação da
província operem sob o comando e o controle do premiê".
A CRISE DA PETROBRÁS
Negócios da Petrobras são alvos de investigações do Tribunal de Contas da União (TCU),
Polícia Federal e Ministério Público, e parlamentares disputam a instalação de uma CPI
(Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a estatal.
São 3 as principais denúncias envolvendo a Petrobras:
– Suspeitas de superfaturamento e evasão de divisas na compra da refinaria de Pasadena,
no Texas, em 2006;
– Indícios de superfaturamento na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco;
– Indícios de pagamento de propina a funcionários da petroleira pela companhia holandesa
SBM Offshore.
REFINARIA DE PASADENA
A Petrobras pagou, ao todo, mais de US$ 1,3 bilhão pela refinaria, localizada no Texas,
nos Estados Unidos – valor muito superior ao pago, um ano antes, pela belga Astra Oil, de
US$ 42,5 milhões.
A Petrobras, em princípio, pagou US$ 360 milhões por 50% da refinaria, em 2006. Dois
anos depois, a estatal e a Astra Oil se desentenderam e uma cláusula contratual obrigou a
estatal a comprar a parte que pertencia à empresa belga, levando a conta a US$ 1,18
bilhão.
Documentos indicam, porém, que o valor total passou de US$ 1,3 bilhão. Memorando
mostra que US$ 85 milhões foram pagos em 2007 para compensar uma queda na receita
da então sócia.
Empresa recebeu alerta sobre riscos
Na época da compra, a Petrobras justificou a transação alegando que a empresa precisava
expandir as atividades de refino e comercialização, no país e no exterior, para acompanhar
o crescimento dos mercados. O negócio foi aprovado por unanimidade pelo Conselho de
Administração da estatal, que era comandado pela então ministra da Casa Civil, Dilma
Rousseff.
Documentos obtidos pelo "Jornal Nacional"(veja vídeo abaixo) revelaram, porém, que as
empresas contratadas para avaliar o negócio antes que ele fosse concretizado deixaram
claro para a Petrobras que não tiveram tempo e informações suficientes para fazer
avaliação. As consultorias também alertaram para riscos. Mesmo assim a Petrobras
concretizou a compra.
Segundo explicação dada pela presidente Dilma, foi somente em 2008 quando a diretoria
executiva da Petrobras apresentou a proposta de compra das ações da sócia, que o
Conselho de Administração tomou conhecimento de cláusulas contratuais “que, se
conhecidas, seguramente não seriam aprovadas”. Uma dessas cláusulas era a que
obrigava a Petrobras a adquirir a outra metade da refinaria da Astra Oil.
No dia 21 de fevereiro, o executivo da estatal Nestor Cuñat Cerveró, que comandava a
área internacional da Petrobras em 2006 e que liderou o negócio da compra da refinaria, foi
exonerado do cargo de diretor da BR Distribuidora.
O negócio começou a ser investigado em 2013 pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Como o procedimento ainda está aberto, o TCU não descarta ouvir os integrantes do
Conselho de Administração e da Diretoria da Petrobras à época, incluindo a presidente
Dilma Rousseff. O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal também
investigam o caso.
No final de março, a presidente da Petrobras anunciou a criação de uma comissão interna
da Petrobras para também apurar as denúncias. Em entrevista ao jornal "O Globo", Graça
disse que determinou a abertura das investigações após descobrir a existência de um
"comitê de proprietários" da refinaria.
A companhia diz estar colaborando com todos os órgãos Públicos (Controladoria-Geral da
União, Tribunal de Contas da União, Ministério Público etc), “fornecendo informações sobre
o processo de compra da refinaria de Pasadena, a fim de contribuir com as respectivas
apurações".
Deflagrada em 17 de março de 2014 pela Polícia Federal (PF), a Operação Lava
Jato investiga um esquema bilionário de desvio e lavagem de dinheiro envolvendo a
Petrobras. A PF estima em R$ 19 bilhões o prejuízo na estatal. Em balanço divulgado
em abril de 2015, a empresa admitiu perdas de R$ 6,2 bilhões com a corrupção no ano
passado.
Segundo a PF e o Ministério Público Federal(MPF), grandes empreiteiras organizadas
em cartel pagavam propina a diretores e gerentes da Petrobras e outros agentes públicos.
Delatores que fizeram acordo com o MPF disseram que a propina chegava a 3% dos
contratos fechados com a estatal, mas investigadores dizem que o percentual pode ser
maior.
Mais recentemente, as investigações descobriram irregularidades também em contratos
do Ministério da Saúde, da Caixa Econômica Federal e da Eletronuclear.
Em 17 fases até agora, a PF já cumpriu centenas de mandados judiciais, que incluem
prisões preventivas, temporárias, busca e apreensão e condução coercitiva – quando o
suspeito é levado a depor. Até 24 julho de 2015, o Ministério Público já havia feito 26
denúncias envolvendo 125 pessoas.
As investigações policiais e do MPF podem resultar ou não na abertura de ações na
Justiça. O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira
instância do Judiciário, havia aceitado, até o início de julho, denúncia contra 114 suspeitos.
Ao todo, 24 ações penais e 5 ações civis públicas foram instauradas na Justiça Federal do
Paraná.
OPERAÇÃO LAVA JATO
São alvos de ações penais as empreiteiras Odebrecht, Andrade Gutierrez, Camargo
Corrêa, UTC, Mendes Júnior, Engevix, OAS e Galvão Engenharia. Respondem a ações
civis públicas a Galvão Engenharia, Galvão Participações, Sanko Sider, Coesa
Engenharia, Jackson Empreendimentos, Mendes Júnior Participações, Mendes Júnior
Trading e Engenharia e OAS.
1ª fase - Em 17 de março de 2014, a Polícia Federal iniciou com prisões temporárias e
preventivas de 17 pessoas em 7 estados, entre elas o doleiro Youssef. Foram
apreendidos R$5 milhões em dinheiro e 25 carros de luxo, joias, quadros e armas.
2ª fase - Em 20 de março de 2014, a Polícia Federal cumpriu 6 mandados de busca e
1 de prisão temporária, a de Paulo Roberto Costa.
3ª fase - Em 11 de abril de 2014, a Polícia Federal cumpriu 16 mandados de busca, 3
de prisões temporárias e 6 de conduções coercitivas. Argôlo foi acusado de manter
relacionamento de promiscuidade financeira com Youssef.
4ª fase - Em 11 de junho de 2014, a Polícia Federal cumpriu 1 mandado de busca e 1
mandato de prisão preventiva, a de Paulo Roberto Costa, preso novamente.
5ª fase - A Polícia Federal cumpriu 7 mandados de busca, 1 mandato de prisão
temporária e 1 de condução coercitiva. O executivo João Procópio Junqueira Pacheco
de Almeida Prado foi preso dia 1º de julho de 2014 em São Paulo, por gerenciar
na Suíça contas do doleiro Youssef. Foram bloqueados R$5 milhões em contas na
Suíça.
6ª fase - A Polícia Federal cumpriu no Rio de Janeiro 15 mandados de busca e
apreensão e um de condução coercitiva. Esses mandados visaram empresas e
pessoas próximas ao ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
7ª fase - Batizada de "Juízo Final", a Polícia Federal cumpriu 49 mandados de busca,
6 de prisão preventiva e 21 de prisão temporária, sendo presos os presidentes e
diretores de grandes empresas do Brasil, como Construtora OAS, IESA Óleo &
Gás, Camargo Corrêa Construções, UTC Engenharia, Engevix e Construtora Queiroz
e Galvão.
8ª fase - Em 14 de janeiro de 2015 a Polícia Federal cumpriu um mandado de prisão
preventiva contra Nestor Cerveró, acusado de estar se desfazendo de patrimônio que
poderia ter sido auferido ilicitamente. Cerveró foi detido ao desembarcar no Aeroporto
Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro.
AS FASES DA OPERAÇÃO LAVA JATO
9ª fase - Em 5 de fevereiro de 2015 a Polícia Federal desencadeou a ostensiva da
Operação Lava-Jato, com nome de My Way, cumpriu de 62 mandados de busca e
apreensão, prisões temporárias e preventivas e conduções coercitivas, em quatro
estados da Federação, para colher elementos de investigação acerca de operadores
que atuaram na intermediação no pagamento de vantagens ilícitas no âmbito
da Petrobras. Foram ainda colhidos indícios sobre o pagamento de vantagens ilícitas
no âmbito da BR DISTRIBUIDORA, subsidiária da Petrobras. Durante essa fase foram
apreendidas na casa de Zwi Skornicki quarenta e oito obras de arte que foram levadas
para o Museu Oscar Niemeyer. Zwi Skornicki é apontado como um dos operadores do
esquema de corrupção.
10ª fase - A operação ocorreu no dia 16 de março de 2015, contando com cerca de 40
policiais federais cumprindo 18 mandados no Rio de Janeiro e em São Paulo. Essa
fase foi denominada de "Que país é esse?", em razão da frase dita por Renato
Duque ao seu advogado ao ser preso pela Polícia Federal em novembro de
2014.[37] No dia 27 de março de 2015, a Polícia Federal prendeu em São Paulo, o
empresário Dário Queiroz Galvão, sócio da Galvão Engenharia. No Rio de Janeiro foi
preso o operador Guilherme Esteves de Jesus, um dos operadores investigados na My
Way (9ª fase da Lava Jato), por pagar propina a mando do estaleiro Jurong. Os dois
foram alvos de mandados de prisão preventiva, sem prazo para expirar e foram
levados para a sede da Policia Federal em Curitiba.[38] No dia 8 de abril de 2015, a
justiça sequestrou R$ 163,5 milhões da empresa Queiroz Galvão, valor referente ao
crédito de precatórios da empreiteira junto ao estado de Alagoas.
11ª fase - Em 10 de abril de 2015, a Polícia Federal deu início à fase denominada
de "A Origem", cumprindo 32 mandados, sendo 7 de prisão, 16 de busca e apreensão
e 9 de condução coercitiva. Esta fase teve operações em seis
estados: Paraná, Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Foram
presos nesta fase: o ex-deputadoAndré Vargas, Leon Vargas (irmão de André
Vargas), o ex-deputado Luiz Argolo, Élia Santos da Hora (secretária de Argôlo), o ex-
deputado Pedro Corrêa, Ivan Mernon da Silva Torres e Ricardo Hoffmann.
12ª fase - Em 15 de abril de 2015, a Polícia Federal deu inicio à fase com dois
mandados de prisão, um de condução coercitiva e um de busca e apreensão em São
Paulo. João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, foi preso. A cunhada de Vaccari, Marice
Correa de Lima ficou foragida até 17 de abril de 2015[41] , e se entregou a policia.[42] A
esposa de Vaccari, Gisela Lima, teve o mandado de condução coercitiva, sendo
liberada após depoimento.[43] A Polícia Federal encaminhou em 11 de maio de 2015
ao Ministério Público Federal (MPF), 30 indiciamentos contra 22 pessoas, investigadas
na 11º fase da operação Lava Jato, denominada "Origem", para apurar crimes de
corrupção, fraude a licitações, lavagem de dinheiro e organização criminosa, entre
outros.
13ª fase - Em 21 de maio de 2015, a Polícia Federal cumpriu a fase da Operação
Lava Jato nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Foram cumpridos
um mandado de prisão (Milton Pascowitch), um de condução coercitiva e 4 de busca e
apreensão. Os mandados de busca e apreensão em São Paulo foram feitos na casa
de José Adolfo Pascowitch, irmão de Milton Pascowitch. Os outros dois foram feitos
um no Rio de Janeiro e outro em Minas Gerais. De acordo com o MPF, a empresa JD
Consultoria, deJosé Dirceu, recebeu mais de R$ 1,4 milhões em pagamento da Jamp
Engenheiros Associados Ltda, empresa que pertence a Milton Pascowitch.
14ª fase - Em 19 de junho de 2015, a Polícia Federal deflagrou a fase da Operação
Lava Jato, com nome "Erga Omnes", expressão em latim "vale para todos". Os alvos
foram as empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez. Foram presos na operação os
presidentes da Odebrecht, Marcelo Odebrecht e da Andrade Gutierrez, Otávio
Azevedo. Também foram presos os diretores da Odebrecht Marcio Faria, Rogério
Araújo e Alexandrino Alencar. Foram cumpridos 38 mandados de busca, 8 de prisão
preventiva, 4 de prisão temporária e 9 de condução coercitiva. Os mandados judiciais
foram cumpridos em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Porto Alegre.
15ª fase - Em 2 de julho de 2015, a Polícia Federal deflagrou a fase da Operação
Lava Jato, batizada de "Conexão Mônaco", cumprindo ao todo cinco mandados
judiciais, sendo quatro de busca e apreensão e um de prisão preventiva. Foi detido na
cidade do Rio de Janeiro e encaminhado à carceragem em Curitiba, o ex-diretor da
área internacional da Petrobras, Jorge Luiz Zelada, em razão da movimentação
no Principado de Mônaco, de mais de €10 milhões (R$ 34,5 milhões, na cotação do
dia da prisão) em recursos ilícitos obtidos em propinas nos negócios da empresa.
Zelada havia sido citado anteriormente por dois delatores, Paulo Roberto
Costa e Pedro Barusco, como beneficiário do esquema de corrupção. Foi o sucessor
de Nestor Cerveró, atuando na área internacional da Petrobras entre 2008 e 2012.
Em 14 de julho de 2015, a Operação Politeia, uma operação com 53 mandados de
busca e apreensão em casas de políticos envolvidos no esquema de corrupção
daPetrobras. A operação batizada de "Politeia", em grego faz referência ao livro "A
República de Platão", que descreve uma cidade perfeita onde a ética prevalece sobre
a corrupção. As apreensões e busca envolveram os senadores Fernando Collor (PTB-
AL), Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) e Ciro Nogueira (PP-PI), o deputado
federalEduardo da Fonte (PP-PE), além do ex-ministro das Cidades Mário
Negromonte (PP-BA) e o ex-deputado federal João Pizzolatti (PP-SC). As apreensões
ocorreram nos estados de Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo,
Pernambuco e Santa Catarina, em 40 endereços, com participação de 250 policiais
federais.[48] O senador Fernando Collor (PTB-AL) teve três carros de luxo apreendidos:
uma Ferrari, um Porshe e um Lamborghini, que estavam estacionados na Casa da
Dinda.[49] Ele classificou a operação da Polícia Federal como “invasiva e arbitrária”.
16ª fase - A Polícia Federal deflagrou em 28 de julho de 2015 a fase da operação,
batizada de "Radiotividade" com a prisão de Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-diretor
presidente da Eletronuclear e Flávio David Barra, presidente da global AG Energia. Os
dois foram presos no Rio de Janeiro e levados para a Superintendência da PF em
Curitiba. Além do pagamento de propina, a 16ª fase investiga a formação de cartel e o
prévio ajustamento de licitações nas obras de Angra 3.
17ª fase - A Polícia Federal deflagrou em 3 de agosto de 2015 a fase da operação,
batizada de "Operação Pixuleco". Foram cumpridos 40 mandados judiciais, sendo 3 de
prisão preventiva, 5 de prisão temporária, 26 de busca e apreensão, e 6 de condução
coercitiva. José Dirceu e seu irmão Luiz Eduardo de Oliveira e Silva foram presos na
operação. Esta fase da Lava Jato foi batizada de "Pixuleco" por ser este o termo que o
ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto usava para se referir à propina. José Dirceu vai
responder por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Cerca de 200 policiais federais participam da ação. Tiveram a prisão preventiva na
operação: José Dirceu, Fernando Antônio Guimarães Hourneaux de Moura (lobista) e
Celso Araripe. Tiveram a prisão temporária: Roberto Marques, ex-assessor de Dirceu,
Olavo Houmeaux de Moura Filho, Julio César dos Santos e Pablo Alejandro Kipersmit.
18ª fase - A Polícia Federal deflagrou em 13 de agosto de 2015 a fase, batizada de
"Operação Pixuleco II". Na operação, 70 policiais federais cumpriram mandados de
prisão e busca e apreensão em Brasília, São Paulo, Porto Alegre e Curitiba. Os
mandados são um desdobramento da fase anterior da operação, que prendeu José
Dirceu. Foi preso na operação o ex-vereador do PT, Alexandre Romano, que foi detido
no aeroporto de Congonhas. Romano é suspeito de arrecadar vantagens indevidas
superiores a R$50 milhões. Os pagamentos corriam por meio de empresas de
fachada.
19ª fase - A Polícia Federal deflagrou em 21 de setembro de 2015 a fase, batizada de
"Operação Nessum Dorma", no português, "Ninguém dorme", com 11 mandados
expedidos. O executivo da Engevix, José Antunes Sobrinho teve a prisão preventiva
decretada e foi preso em Florianopolis. De acordo com as investigações, foi verificado
que uma empresa recebeu cerca de R$ 20 milhões, entre 2007 e 2013, de
empreiteiras já investigadas na operação. O dinheiro seria propina obtida a partir de
contratos com aPetrobras. Além disso, Sobrinho realizou pagamentos de propina já
com a operação em curso, sendo Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-diretor-presidente
da Eletronuclear, que está preso em um quartel de Curitiba, o destinatário dos
recursos. "Ele fez movimentações em janeiro de 2015, inclusive, quando outro diretor
da Engevix estava preso. Isso demonstra o quanto eles não têm limites nas suas
operações", disse o Procurador da força-tarefa Carlos Fernandes Santos Lima.
20ª fase - A Polícia Federal deflagrou em 16 de novembro de 2015 a fase, batizada de
"Corrosão", que faz menção a luta diária da Petrobras para combater os desgastes
nas plataformas. Esta nova fase tem como objetivo buscar provas documentais sobre
os crimes cometidos dentro da estatal e desvendados pela Operação Lava Jato.
Foram presos na operação Roberto Gonçalves (ex-gerente executivo da Petrobras) e
Nelson Martins Ribeiro apontado como operador financeiro.
21ª fase - A Polícia Federal deflagrou em 24 de novembro de 2015 a fase, batizada de
"Passe Livre". As investigações partiram da apuração das circunstâncias de
contratação de um navio sonda pela Petrobras com indícios concretos de fraude no
procedimento licitatório. Ao todo, foram expedidos 32 mandados judiciais, sendo um
de prisão preventiva ao pecuarista José Carlos Bumlai, além de 25 mandados
de busca e apreensão e seis de condução coercitiva. A ação foi realizada em São
Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Entre os crimes
investigados estavam fraudes relacionadas a licitação, falsidade ideológica,
falsificação de documentos, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência, lavagem
de dinheiro, dentre outros.
Catilinárias - A Polícia Federal deflagrou em 15 de dezembro e 2015, uma nova fase
da operação batizada de "Catilinárias" cumprindo mandado de busca e apreensão na
residência oficial do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em
Brasília. Foram cumpridos também mandados em endereços do peemedebista no Rio
de Janeiro. A PF também informou que, além das residências de investigados, são
realizadas em sedes de empresas, escritórios de advocacia e órgãos públicos. A
polícia também cumpriu mandado de busca e apreensão na residência do deputado
federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) e do ministro de Ciência e Tecnologia, Celso
Pansera. Outros nomes envolvidos na operação estão o senador Edison
Lobão (PMDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia; Henrique Eduardo Alves (PMDB-
RN), ministro do Turismo e Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro indicado
pelo PMDB. O principal objetivo da PF é evitar que investigados destruam provas.
22ª fase - A Polícia Federal deflagrou em 27 de janeiro de 2016, a 22ª fase da
operação, batizada de Operação Triplo X em São Paulo e Santa Catarina. Foram
cumpridos por 80 policiais 23 mandados judiciais, sendo 6 de prisão temporária e 15
mandados de busca e apreensão e dois de condução coercitiva. Em São Paulo, a
ação ocorre na capital,Santo André e São Bernardo do Campo e, em Santa Catarina,
em Joaçaba. A operação apura a existência de estrutura criminosa destinada a
proporcionar a investigados a abertura de empresas offshores e contas no exterior
para ocultar e dissimular o produto dos crimes de corrupção, notadamente recursos
oriundos de crimes praticados na Petrobras. A investigação também apura a ocultação
de patrimônio através de um empreendimento imobiliário. Segundo a PF, existe a
suspeita de que uma das empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato teria se
utilizado do negócio para repasse disfarçado de propina a agentes envolvidos no
esquema criminoso da Petrobras. Entre os crimes investigados na atual fase estão
corrupção, fraude, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
Coreia do Norte diz ter feito teste com bomba de hidrogênio
bem-sucedido
Bomba de hidrogênio é geralmente mais poderosa que bomba
nuclear. Teste acontece dois dias antes do aniversário do
ditador Kim Jong-Un.
A Coreia do Norte afirmou ter feito um teste bem-sucedido com uma miniatura de
bomba de hidrogênio (06/01/2016). Foi o quarto teste com arma nuclear feito pelo país
e teria sido o primeiro usando uma bomba de hidrogênio, que pode ser até 50 vezes
mais potente que a bomba atômica. Outros testes ocorreram em 2006, 2009 e 2013.
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se reúne nesta
quarta para sanções contra a Coreia. Os Estados Unidos e o Japão solicitaram
consultas emergenciais ao Conselho de Segurança, segundo a porta-voz da missão
dos EUA na ONU, Hagar Chemali.
O anúncio do teste com um artefato nuclear de hidrogênio em miniatura foi feito
pela TV estatal. "Após o pleno sucesso da nossa bomba H histórica, nos juntamos ao
grupo dos Estados nucleares avançados", disse a apresentadora.
"Este último teste, produto da nossa tecnologia e da nossa mão de obra, confirma que
os recursos tecnológicos que desenvolvemos recentemente são eficientes e provam
cientificamente o impacto da nossa bomba H miniaturizada", destacou a apresentadora
da TV estatal.
O teste surpresa da bomba H foi autorizado pessoalmente pelo ditador norte-coreano,
Kim Jong-un, dois dias antes do seu aniversário, anunciou a TV.
O dirigente norte-coreano deu a entender, no mês passado, em uma inspeção a uma
unidade militar, que seu país havia concluído a montagem de uma bomba de
hidrogênio.
A bomba de hidrogênio ou termonuclear utiliza a fusão de átomos de hidrogênio e
provoca uma explosão mais potente que a chamada bomba atômica, que utiliza a
fissão nuclear. A bomba de hidrogênio (fusão) é mais poderosa e mais difícil de
construir. Já a bomba A (fissão) é semelhante à utilizada em Hiroshima.
ACONTECIMENTOS - 2016
O cantor britânico David Bowie morreu neste domingo (10), aos 69 anos, anunciou um
comunicado em sua página oficial no Facebook. Ele lutava contra um câncer havia 18
meses. O filho do artista também confirmou a informação para a rede de TV britânica
BBC.
"David Bowie morreu em paz hoje cercado por sua família após uma corajosa batalha
de 18 meses com câncer. Enquanto muitos de vocês vão compartilhar essa perda, nós
pedimos que respeitem a privacidade da família durante o seu tempo de luto", diz o
comunicado publicado na rede social.
O artista se manteve longe dos holofotes desde que passou por uma cirurgia cardíaca
da emergência em 2004. Sua última performance ao vivo foi em um show de caridade
em Nova York em 2006.
Bowie comemorou seu aniversário de 69 anos no dia 8 de janeiro com o
lançamento do álbum "Blackstar", o 25º e o mais recente trabalho de uma longa
carreira. O disco tem recebido críticas positivas.
Carreira
David Robert Jones nasceu no bairro londrino de Brixton e começou a tocar saxofone
aos 13 anos.
Abandonou a escola na adolescência e saltou à fama em 1969 com "Space Oddity",
uma mítica balada sobre a história de Major Tom, um astronauta que se perde no
espaço.
Em 1972, lançou "The rise and fall of Ziggy Stardust and the spiders from Mars". Esse
venerado disco, no qual relata a inverossímil história do personagem Ziggy Stardust,
um extraterrestre bissexual e andrógino que virou estrela do rock, mostrou duas das
obsessões do cantor: o teatro japonês kabuki e a ficção científica.
Entre seus maiores sucessos estão "Let's Dance", "Space Oddity", "Heroes", "Under
Pressure", "Rebel, Rebel", "Life on Mars" e "Suffragette City".
David Bowie morre aos 69 anos
Wendell Lira vence votação
popular e leva o Prêmio Puskás de
2015 Atacante goiano levou a melhor sobre o argentino Messi e o Italiano
Florenzi
O atacante goiano Wendell Lira superou Messi e Alessandro Florenzi na
votação popular e levou o Prêmio Puskás com o gol mais bonito de 2015. O
lance incrível do jogador - que na época defendia o Goianésia - contra o
Atlético-GO ocorreu na nona rodada da primeira fase do Campeonato Goiano,
no dia 11 de março. Ele tabelou com Da Matta, que deu uma assistência por
cobertura, deixando os zagueiros vendidos. Em velocidade, o atacante estava
ultrapassando a linha da bola, mas se virou com uma meia-bicicleta e marcou
um golaço.
De acordo com a Fifa, a votação popular contou a participação de 1,6 milhão
de fãs. O brasileiro recebeu 46,7% dos votos, seguido de Messi (33,3%) e
Alessandro Florenzi (7,1%)
O protesto contra o aumento da tarifa do transporte público, em São Paulo, terminou em
confronto entre mascarados e policiais militares na noite desta sexta-feira (8). Houve
vandalismo em ruas do Centro e muitas bombas foram lançadas pela PM. Convocado
pelo Movimento Passe Livre (MPL), o ato começou pacífico na Praça Ramos de
Azevedo, em frente ao Theatro Municipal, e seguiu por ruas da região.
A Secretaria da Segurança Pública diz que 17 pessoas foram detidas. Um artefato
explosivo foi encontrado com um dos presos, segundo a polícia. Três PMs ficaram
feridos por pedras atiradas no confronto. Três agências bancárias foram danificadas.
Um carro da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), um da SPTrans e dois da
PM acabaram depredados.
A tarifa de ônibus, trens e metrô sobe de R$ 3,50 para R$ 3,80 neste sábado (9). A
concentração do ato ocorreu na Praça Ramos de Azevedo por volta das 17h.
Lá, os manifestantes pintaram faixas com críticas ao novo valor. Havia também alguns
mascarados, mas, naquele momento, o ato era pacífico. A Polícia Militar acompanhava
de perto. Segundo o MPL, cerca de 30 mil participaram do ato. A PM diz que foram 3
mil.
Protesto contra aumento de tarifas em SP termina em confronto Mascarados atiraram pedras contra PM, que revidou com bombas. Secretaria da Segurança diz que 17 pessoas acabaram detidas.
BIBLIOGRAFIA:
O presidente do México, Enrique Peña Nieto, anunciou na tarde desta sexta-feira
(8) a prisão do traficante Joaquín "El Chapo" Guzmán Loera, um dos mais
poderosos do país. A informação foi divulgada no Twitter do presidente. Não há
mais detalhes sobre a prisão dele.
"Quero agradecer ao Gabinete de Segurança do governo por essa importante
conquista", disse Peña Neto nas redes sociais.
Sob anonimato, um oficial afirmou que El Chapo foi preso após uma troca de tiros
com fuzileiros navais mexicanos na cidade de Los Mochis, no Estado de Sinaloa.
Em nota, a Marinha mexicana confirmou que a operação foi realizada antes do
amanhecer. Cinco suspeitos morreram e outros seis foram presos. Um fuzileiro
ficou ferido, mas sem gravidade. No local invadido, os fuzileiros encontraram dois
veículos armados, oito armas de grosso calibre, uma arma de mão e um lançador
de granada carregado.
Guzmán foi detido em um motel onde tinha se refugiado para escapar da operação
das Forças Armadas iniciada após a denúncia. Ele conseguiu fugir pelo sistema de
esgoto de uma casa localizada no bairro de Scally junto com Orso Ivan Gastelum
Cruz, após um intenso tiroteio com as forças de segurança. Os dois percorreram
um trecho pelos esgotos e em algum ponto se apoderaram de um veículo e
chegaram até o motel, onde horas depois foram capturados.
O líder do Cartel de Sinaloa escapou de uma prisão de segurança máxima em
uma fuga espetacular em 11 de julho de 2015, e estava foragido desde então.
Elechegou a ser ferido em uma tentativa de prisão fracassada em outubro. Esta
foi a segunda fuga de "El Chapo" de uma prisão de segurança máxima. A primeira
ocorreu em 2001, quando saiu escondido em um carrinho de lavanderia.
Além de ser o narcotraficante mais procurado pelos Estados Unidos, ele é
considerado pela revista "Forbes" o criminoso mais poderoso do mundo, fazendo
parte da lista de homens mais ricos. Sua fuga foi uma humilhação para o governo
de Peña Nieto, que havia anunciado a sua captura e de outros líderes de cartéis
em 2014 como conquistas cruciais em sua luta para restaurar a ordem e a
Presidente do México anuncia a prisão do traficante El Chapo
soberania de um país que convive há décadas com os horrores da violência do
crime organizado e dos cartéis de tráfico de drogas.
Após a fuga de El Chapo em 2015, o governo mexicano confirmou que o governo
americano havia pedido informalmente a extradição do traficante dias antes de ele
escapar. O Departamento de Estado dos EUA oferecia uma recompensa de US$
5 milhões (cerca de R$ 20 milhões) por informações que garantissem sua captura.
Ele era considerado o Inimigo público número 1 para os EUA após a morte de
Osama bin Laden.
Em nota, o DEA, órgão americano responsável pelo combate ao tráfico de drogas,
parabenizou o México pela detenção e confirmou a sua colaboração com as
autoridades mexicanas na busca pelo narcotraficante. "Isto mostra a capacidade
de colaboração dos governos do México e dos EUA", disse o porta-voz do órgão.
Seu cartel de Sinaloa já traficou bilhões de dólares em cocaína, maconha e
metanfetaminas para os Estados Unidos e travou batalhas com outras gangues
mexicanas.
Fuga espetacular Gúzman escapou em julho por um túnel cavado no chuveiro de sua cela. Uma
abertura de cerca de 10 metros de profundidade com uma escada era o início de
um túnel de cerca de 1,5 quilômetro de comprimento, com sistemas de ventilação
e iluminação. Uma motocicleta adaptada sobre trilhos teria sido usada para
transportar as ferramentas e máquinas necessárias para a escavação. As obras
teriam durado cerca de um ano. O sofisticado túnel terminava em um prédio de
tijolos cinzentos em uma colina. A região era cercada por plantações de milho.
A defesa de Marcos Valério, apontado no julgamento do mensalão do PT como o
operador do esquema, informou nesta segunda-feira (11) que ele está disposto a fazer
um acordo de delação premiada na Operação Lava Jato. Segundo o advogado
Marcos Valério está disposto a fazer delação na Lava Jato, diz advogado Valério foi condenado a 37 anos de prisão no processo do mensalão do PT. PGR quer descobrir elos entre o mensalão e o esquema na Petrobras.
Marcelo Leonardo, o Ministério Público Federal (MPF) quer ouvi-lo para descobrir elos
entre o mensalão e o esquema investigado na Lava Jato.
Marcelo Leonardo informou que foi procurado por procuradores do MPF que
manifestaram interesse em ouvir Valério sobre um empréstimo de R$ 12 milhões que
o pecuarista José Carlos Bumlai pegou no banco Schahin. Parte do dinheiro, depois,
foi para caixa 2 do PT, segundo o Ministério Público Federal. Bumlai foi preso pela
Lava Jato no final de 2015.
Em troca deste financiamento, empresas do grupo Schahin conquistaram sem licitação
o contrato de operação do navio-sonda Vitória 10.000, conforme as investigações.
Segundo o advogado, Valério havia contado sobre o empréstimo em um depoimento
dado em 2012, mas o fato não foi apurado à época. Com o avanço das investigações
da Lava Jato, disse, a Procuradoria Geral da República quer ouvir Marcos Valério para
tentar encontrar vínculos entre os dois esquemas de corrupção.
"Estive com ele [Marcos Valério;, conversel e ele disse: 'assim como colaborei em
outras ocasiões, estou disposto a colaborar. Mas agora quero a contrapartida objetiva,
não posso colaborar sem ter nenhum benefício de volta'", disse o advogado.
"Se o Ministério Púlbico Federal se dispuser a oferecer as contrapartidas objetivas da
delação premiada, ele está disposto a colaborar", complementou.
Valério, condenado a 37 anos de cadeia, está preso desde 2013 em regime fechado.
Ele já havia proposto delação premiada para a Procuradoria-Geral da República. À
época, o julgamento do mensalão estava em curso e a Operação Lava Jato ainda não
havia sido deflagrada.
Identificado pela primeira vez no Brasil em abril de 2015, o vírus da zika tem um
poder de disseminação muito maior que o vírus da dengue, segundo o vice-presidente
da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rodrigo Stabile.
"Se a gente comparar os índices de espalhamento das duas doença, vê que o que o
vírus da zika se espalha muito rapidamente", disse Stabile nesta segunda-feira (8), em
Ribeirão Preto (SP),cidade que possui mais de 800 casos suspeitos da zika em
2016 e que vive epidemia de dengue.
Vírus da zika tem disseminação mais rápida que o da dengue, diz Fiocruz Primeira epidemia de dengue levou cinco anos para chegar a todo o Brasil. Segundo vice-presidente do instituto, adaptação do vírus explica propagação.
A comparação feita pelo pesquisador é baseada no tempo de propagação de
epidemias desse tipo de doença no território brasileiro.
"A gente teve a primeira epidemia de dengue no Rio de Janeiro e a gente levou um
ciclo de 5 anos para poder atingir todo o país, e vemos o vírus da zika atingindo o
mesmo patamar em menos de um ano", afirmou.
De acordo com o vice-presidente da Fiocruz, um dos motivos para a disseminação
mais rápida da doença é a fácil adaptação do vírus.
"É bastante adaptado ao ser humano e um vírus bastante adaptado ao seu vetor de
transmissão, o Aedes aegypti, mostrando que ele se transmite de forma rápida", disse
Stabile.
Na sexta-feira (5), a Fiocruz anunciou que que o vírus da zika foi encontrado de
forma ativa na urina e na saliva de pacientes com sintomas compatíveis ao da
doença. Isso comprova a atividade viral, segundo os cientistas. Ainda assim,
pesquisas aprofundadas serão necessárias para comprovar se necessariamente
haverá infecção através de fluidos.
O vírus da zika foi identificado pela primeira vez no Brasil em abril do ano passado e o
surto da doença atingiu pelo menos 20 estados brasileiros e já chegou a 23 países. A
Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou no final de janeiro que a propagação
'explosiva' pode levar o vírus da zika a 4 milhões de casos nas Américas.
Imunidade ao vírus
Ainda de acordo com Stabile, pesquisas são feitas para identificar também a possível
imunidade ao vírus em pacientes que já tiveram contato com a doença e que não
desenvolveriam os sintomas novamente.
"Nós estamos vendo que no Brasil existe apenas um sorotipo do vírus da zika, ou seja,
teoricamente quem pegou uma vez não pega mais o vírus, mas nós não podemos
ainda afirmar porque é um vírus bastante novo, nós não temos dados ainda na
literatura que possam mostrar essa imunidade do vírus", disse.
Desafios de 2016: destinos de Dilma, Temer e Cunha serão decididos
As crises de 2015 migraram para este ano e terão impacto nas eleições municipais
Read more: http://oglobo.globo.com/brasil/desafios-de-2016-destinos-de-dilma-
temer-cunha-serao-decididos-18393146#ixzz40w9dTUM0
Desafios de 2016: destinos de Dilma, Temer e Cunha serão decididos
As crises de 2015 migraram para este ano e terão
Com problemas na economia e na política, o governo petista começa o
ano com o desafio de fortalecer sua base no Congresso Nacional para
evitar que a pauta da oposição dê o tom de 2016, assim como ocorreu
em 2015.
Mal começou o novo ano, e o governo Dilma Rousseff (PT) já se prepara para uma
longa batalha política, mas também econômica. Após um período de alívio com o
início do recesso parlamentar, o Palácio do Planalto deverá encarar, já em
fevereiro, um Congresso ainda conflagrado e a ameaça do impeachment.
Ao processo de afastamento juntam-se ainda queda na popularidade, fragilidade
na economia, ação no Tribunal Superior Eleitoral e uma base parlamentar
enfraquecida. São apenas algumas das dificuldades a serem enfrentadas pelo PT
e o governo nos próximos meses.
NÚMEROS
R$ 57 bilhões é o total pago pelo governo para quitar os passivos com bancos públicos
R$ 120 bilhões é o valor autorizado para o governo fechar o ano com déficit primário
Saiba mais
Em 2015, a fragilidade da base se apresentou com a eleição de Eduardo Cunha
(PMDB) para a presidência da Câmara dos Deputados e se acentuou com a
eleição da chapa oposicionista no rito que pode abrir o processo de impeachment
contra a presidente.
O peemedebista foi, e ainda é, uma verdadeira “pedra no sapato” para o governo
federal ao colocar em votação as chamadas “pautas-bombas” pondo em risco as
finanças federais.
Entre os erros apontados pelo governo do PT na administração pública está a
desoneração exagerada de impostos colocada pela equipe do Ministério da
Fazenda ao longo do primeiro mandato da presidente Dilma.
Governo quer “enterrar” o impeachment até meados de março deste ano.
“Quando os homens para de acreditar em Deus, não quer dizer que não acreditem em nada: É ai que acreditam em tudo”
Umberto Eco (05/01/1932 – 19/01/2016)
O filósofo, semiólogo e romancista italiano Umberto Eco, autor de "O nome da rosa" e
"O pêndulo de Foucault", morreu nesta sexta-feira (19), segundo os jornais italianos
"La Repubblica" e "Corriere della Sera". A informação foi dada por um familiar do
escritor ao "La Repubblica", que diz que Eco morreu aos 84 anos em sua casa às
22h30 do horário local (19h30 pelo horário de Brasília).
A causa da morte não foi informada. Segundo a agência de notícias France Presse, o
escritor lutava contra um câncer.
Umberto Eco nasceu na cidade de Alexandria, no dia 5 de janeiro de 1932. Quando
pequeno, durante a Segunda Guerra Mundial, se mudou com sua mãe para um
pequeno vilarejo na região montanhosa de Piemonte. Seu pai, um contador que vinha
de uma família de 13 filhos
foi convocado para lutar em três guerras.
Seu pai queria que Umberto estudasse direito, mas ele decidiu entrar na Universidade
de Turin para estudar filosofia medieval e literatura. Mais tarde, Umberto também foi
professor na mesma Universidade.
Ele trabalhou como editor de cultura no canal de televisão RAI, onde conheceu um
grupo de escritores, pintores e músicos que o influenciou em sua futura carreira de
escritor.
Em setembro de 1962, Eco se casou com Renate Ramge, uma professora de arte
alemã com quem teve dois filhos. Ele dividia seu tempo entre um apartamento em
Milão, onde tinha uma biblioteca de 30 mil volumes, e uma casa de veraneio perto de
Rimini, em que ficavam 20 mil exemplares.
Em 1992 e 1993, Eco foi professor na Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Ele
também lecionou nas universidades de Oxford, Columbia e Indiana, na Universidade
de San Marino e na Universidade de Bologna, onde era presidente da Faculdade de
Morre o escritor italiano Umberto Eco Filósofo e romancista morreu aos 84 anos em sua casa, diz 'La Repubblica'. Eco é conhecido como autor de 'O nome da rosa' e 'O pêndulo de Foucault'.
Ciências Humanas.
Segundo o jornal britânico “The Guardian”, o autor uma vez disse que escrever era
apenas uma ocupação parcial. “Sou um filósofo, escrevo romances nos fins de
semana”, afirmou.
Ao mesmo jornal inglês, ele disse no ano passado que não sabia o que o leitor
esperava. “Acho que Barbara Cartland [escritora britânica] escreve o que os leitores
esperam. Acho que um escritor deveria escrever o que o leitor não espera. A questão é
não perguntar o que eles precisam, mas muda-los... produzir o tipo de leitor que você
quer para cada história”.
Obras
O escritor é conhecido por seu romance "O nome da rosa" publicado em 1980. O livro
combina semiótica, ficção, análise bíblica, estudos medievais e teoria literária. Conta a
história do frei Guilherme de Baskerville, enviado para investigar o caso de um
mosteiro franciscano italiano, cujos monges são suspeitos de cometer heresias. A
história, que se passa em 1327, envolve mortes misteriosas, crueldade e sedução
erótica.
Em 1986 foi lançado o filme de mesmo nome, dirigido por Jean-Jacques Annaud e
estrelado pelo ator Sean Connery.
Entre suas obras mais conhecidas também estão os romances "O Pêndulo de
Foucault" (1988) e "O Cemitério de Praga" (2010), além dos ensaios "A Estrutura
Ausente" e "História da Beleza". Seu último romance "O número Zero" foi publicado no
ano passado.
Eco já tinha quase 50 anos quando começou a escrever romances, após uma bem
sucedida carreira acadêmica. Já era autor de vários livros de não ficção e de ensaios
quando decidiu buscar novos desafios.
"Num certo momento, decidi escrever uma história. Eu não tinha mais filhos pequenos
para os quais contar histórias", afirmou o autor à Reuters em 2011, sentado na beirada
de uma poltrona, vestido de forma casual com jaqueta de "tweed", camisa de brim e
gravata de tricô.
"Quando a gente começa a escrever um livro, especialmente um romance, até a
pessoa mais humilde do mundo espera virar um Homero [poeta épico da Grécia
Antiga]", disse Eco em tom brincalhão.
Em uma entrevista à revista Vogue em 1995, Eco admitiu que não era um autor de fácil
leitura. “As pessoas sempre me perguntam ‘como seus romances, que são tão difíceis,
fazem sucesso?’. Ofendo-me com a pergunta. É como se perguntassem a uma mulher
‘como os homens se interessam por você?’... eu mesmo gosto de livros fáceis que me
colocam para dormir imediatamente”, ironizou.
'Papa da globalização'
Em 2013, Eco foi agraciado com a medalha de ouro à cultura italiana na Argentina pela
Società Itália Argentina (SIA), em um ato na sede do Ministério das Relações
Exteriores da Itália.
Dias depois, ele comentou a escolha pelo Vaticano do Papa Francisco, nascido na
Argentina, para ocupar o cargo na Igreja Católica. O escritor definiu Francisco como "o
papa da globalização" e opinou que representa algo "absolutamente novo" na história
da Igreja Católica.
"Estou convencido que o Papa Francisco está representando um fato absolutamente
novo na história da Igreja e, talvez, na história do mundo", disse Eco em entrevista
publicada à época pelo jornal argentino "La Nación".
Saída de Berlusconi
O escritor foi defensor da saída de Silvio Berlusconi do cargo de primeiro-ministro na
Itália, em meio ao escândalo sexuais, acusações de corrupção e crises financeiras no
país. Berlusconi renunciou em novembro de 2011. "É o fim de um pesadelo", disse Eco
naquele ano, numa entrevista destinada a promover seu novo romance, "O Cemitério
de Praga".
"Teríamos tido esta crise econômica sem Berlusconi, mas o problema teria sido mais
leve. Ele não é respeitado no exterior, então não pode representar o país", disse Eco à
época para a agência Reuters, inflamado e agitando um charuto fino e apagado entre
os dedos.
Livros impressos e jornais
O escritor acreditava que os livros impressos não desaparecerão por causa das
versões eletrônicas. "Não conseguiremos nos livrar dos livros", afirmou em 2009, em
uma entrevista coletiva horas antes de receber uma medalha de honra em Madri. "Eu
não poderia ler Proust em formato digital. Seria impossível. Se eu tivesse que deixar
um legado para o futuro, deixaria um livro, e não em formato digital", afirmou.
Mas com relação ao jornal impresso, não se mostrou tão otimista. "Eu gosto de abrir as
folhas do jornal tomando o café de manhã, mas já não sei se isso é o que meu neto
pensa", disse na mesma entrevista.
O escritor foi além ao afirmar que, "para fazer um jornal, são perdidas 40 páginas com
publicidade". "Os jornais são obrigados a conseguir muitas notícias para sobreviver e
não estão dispostos a abandonar a batalha. Hoje há uma censura por excesso de
informação", acrescentou.
Na ocasião, Eco também afirmou que os intelectuais "não têm virtudes proféticas, que
a figura do intelectual é um mito da esquerda". No entanto, acreditava que "o intelectual
tem que influenciar mais em longo prazo, não de forma imediata".
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