Apostila de Imunologia (pratica)

126
Escola Técnica Estadual Juscelino Kubitschek IMUNOLOGIA Professor: Fernando Macedo Felício 1

description

Apostila de IMUNOLOGIA, onde se encontram de uma forma bastante resumida e detalha todas as técnicas. Temas Abordados na Apostila: O que é Imunologia?, Técnicas de R.I.F.I., E.L.I.S.A, testes qualitativos e quantitavos, além de Sistema Complemento (Via Clássica, Via Alternativa e Via das Lectinas). Antígeno-anticorpo.

Transcript of Apostila de Imunologia (pratica)

Escola Tcnica Estadual Juscelino Kubitschek

IMUNOLOGIA

Professor: Fernando Macedo Felcio

ANLISES CLNICAS

Introduo Imunologia

A imunologia aborda todas as reaes (manifestaes celulares e moleculares) que acontecem quando o organismo invado por substncias estranhas, sejam elas vrus, bactrias, fungos, etc., ou seja, independe das conseqncias fisiolgicas ou patolgicas.Essas reaes so chamadas imunolgicas e tem a finalidade de defender e proteger o organismo contra substncias reconhecidas como estranhas, que so capazes de causar danos teciduais e doenas em determinadas situaes.As clulas e molculas responsveis pela imunidade formam o sistema imunolgico, que trabalha de forma coletiva e coordenada na resposta ao agente agressor (resposta imunolgica).A imunologia como qualquer outra cincia se baseia em observaes e experimentos para explicar fenmenos imunolgicos.A imunologia comeou a evoluir no momento em que o homem utilizou a sua habilidade para manipular o sistema imunolgico, como no caso dos chineses que estimulavam a imunidade das crianas fazendo-as cheirar um p feito de leses cutneas da pele de pessoas infectadas que estavam recuperando da varola.A imunologia desenvolveu a partir de estudos de doenas infecciosas e das respostas do organismo s mesmas.Em 1546 o contgio foi definido por Girolano Fracastoro, pesquisador da Universidade de Pdua Itlia, como uma infeco que passa de uma pessoa para outras. Isso foi importante porque desafiou as crenas da poca.Dois sculos aps, 1798, outro mdico, Edward Jenner da Inglaterra, observou uma doena que levava a formao de pstulas em cascos de cavalos e era carreada pelos trabalhadores das fazendas para os mamilos das vacas e da para os ordenhadores. Os pontos inflamados apareciam nas mos e pulsos (infeco vaccnia) dos ordenhadores.Jenner observou que as amas de leite que recuperavam da vaccnia nunca contraiam a varola humana, que era a doena mais grave. Diante dessa observao, Jenner inseriu o material obtido das mos do ordenhadores no brao de um menino atravs de 2 incises superficiais. 2 meses mais tarde inoculou no mesmo menino material de um paciente com varola (variolao). O menino desenvolveu apenas uma ferida local. A sua exposio infeco branda causada pela varola bovina o tinha tornado imune varola humana. Dessa forma Jenner iniciou a cincia da imunologia, estudo da resposta do organismo a substncias estranhas.Desde os anos 60, a compreenso do sistema imunolgico e das suas funes, avanos de tcnicas de cultura celular (produo de anticorpos mono clonais, imunocitoqumica, recombinao de DNA, criao de animais genticamente modificados) fizeram da imunologia uma disciplina que explica fenmenos imunolgicos atravs de termos estruturais e bioqumicos.Marco importante: divulgao da erradicao da varola pelo OMS em 1980, como a 1 doena a ser erradicada no mundo por um programa de vacinao.

O Sistema ImuneO sistema imune um conjunto de molculas, clulas, tecidos e rgos que os humanos e outros seres vivos usam para a eliminao de agentes ou molculas estranhas, incluindo cncer, com o objetivo de se manter a homeostasia do organismo (ou homeostase, a tendncia existente em alguns organismos para o equilbrio e conservao de elementos atravs de alguns mecanismos de regulao). Na fisiologia da resposta Imunolgica o Sistema Imune corresponde a uma resposta coordenada dessas clulas e molculas diante dos microrganismos infecciosos e outros ativadores, resultando na ativao de respostas especficas e seletivas, podendo resultar em memria imunitria, que pode ser mimetizada artificialmente, atravs de vacinas. Em indivduos imunocomprometidos, ou seja, aqueles que apresentam a resposta imune funcional ausente ou comprometida, infeces leves podem sobrepujar o hospedeiro e lev-lo morte. Tanto organismos estranhos, como clulas neoplsicas (cancergenas) podem desenvolver mecanismos de driblar e evadir-se da ao do sistema imune funcional de indivduos imunocompetentes, pois, a resposta imune especfica, diante destes agressores, no imediata, principalmente em um primo-contato.

Clulas, Tecidos e rgos que participam da Resposta Imune (Resposta Imunitria)

- As clulas:Uma variedade de clulas e molculas por elas expressas medeiam as Repostas Imunes. Clulas tais como os leuccitos desempenham as principais aes, entretanto, outras clulas, localizadas em tecidos especializados, participam da resposta imune, enviando sinais e recebendo estmulos dos leuccitos. A origem destas clulas a medula ssea, onde muitas evoluem para a fase adulta (amadurecimento) e por meio dos vasos sanguneos, so transportadas com todas as clulas sanguneas, incluindo hemcias, que transportam oxignio e as plaquetas que participam da coagulao.Tais clulas que se originam das clulas-tronco progenitora medular, sendo que as clulas que tm origem dos progenitores Mieloide e Linfoide, so as mais importantes para a compreenso das aes do sitema imune sem desconsiderar os megacaricitos (plaquetas) e eritrcitos.O progenitor Mieloide dar origem aos granulcitos, fagcitos mononucleares (macrfagos), clulas dendrticas e mastcitos, sendo os macrfagos as clulas fagocitrias mais importantes. Os macrfagos e outros fagcitos do origem ao Sistema Fagoctico Mononuclear (S.F.M.) ou Sistema Reticuloendotelial (S.R.E.) quando se diferenciam de moncitos sanguneos e atravs do processo de transmigrao (ou diapedese) saem destes vasos e distribuem-se estratgicamente em vrios tecidos passando a ser denominados macrfagos teciduais. Podemos encontrar vrios macrfagos que so denominados de acordo com as funes diferenciadas nos diferentes tecidos como, por exemplo, microglicitos (ou clulas da micrgliacrebro), clulas de Kupffer (fgado), macrfagos alveolares que fazem parte do tecido pulmonar, e outros macrfagos residentes presentes em diferentes tecidos, tais como macrfagos sinusais do bao (polpa vermelha do bao), macrfagos das serosas ( peritnio, pericrdio e pleura), e clulas de Langerhans (pele). Os macrfagos tm como principais funes a neutralizao, ingesto e destruio de partculas, incluindo biopatgenos, alm de processar e apresentar em sua superfcie eptopos do antgeno para os linfcitos T, passando a denominar-se A.P.C. (Antigen Presenting Cell). Os eptopos so molculas especficas dos antgenos capazes de criar uma populao de clulas especficas para combat-lo) Neste contexto, so as clulas dendrticas as mais especializadas na captura e apresentao de antgenos para os linfcitos T, atuando assim como uma A.P.C.. As clulas dendrticas imaturas so amplamente especializadas tanto para a fagocitose quanto para micropinocitose1. Aps encontrar o antgeno amadurecem rapidamente e migram para os ndulos linfticos2, encontrando assim um ambiente adequado para a apresentao do antgeno e ativao da Resposta Imune.Os granulcitos, possuem grnulos densamente corados, e so tambm chamados de leuccitos polimorfonucleares (P.M.N.) devido a forma de seus ncleos. Podemos encontrar 3 tipos de granulcitos: neutrfilos, eosinfilos e basfilos, todos com o tempo de vida relativamente curto e produzidos em nmero aumentado durante as respostas inflamatrias.Dentre estes polimorfonucleares (P.M.N.) os neutrfilos so as principais clulas, e assim como os macrfagos e clulas dendrticas fazem fagocitose, entretanto, diferentemente destas clulas no so apresentadoras de antgeno para o linfcito T. Os neutrfilos so as clulas mais importantes da resposta imune inata.Os eosinfilos apresentam-se importantes em parasitoses, principalmente, helmintoses ou processos alrgicos, apresentando na maioria dos casos uma eosinofilia no curso destas reaes.J os mastcitos, cuja origem parece ser comum aos basfilos por semelhanas funcionais, diferenciam-se ao chegarem aos tecidos onde residem margem dos vasos sanguneos e liberam mediadores qumicos (Exemplo: histamina) que agem nas paredes vasculares, quando ativados.A clula progenitora linfoide comum originar os linfcitos, Os linfcitos so clulas que reconhecem especficamente, os antgenos. Sua forma tpica de uma pequena clula redonda com ncleo esfrico. Embora quando visualizamos ao microscpio ptico comum a aparncia destas clulas sejam uniformes, existem vrios tipos de linfcitos distintos com base na sua nas suas propriedades funcionais e protenas especficas que expressam. O que mais os diferenciam consiste na classificao destas clulas em duas linhagens principais conhecidas como linfcitos B e T.Os LB tambm chamados de clulas B (de bursa ou Bolsa de Fabrcius nas aves e derivados da medula ssea, nos mamferos, incluindo o homem) quando ativados, proliferam e se diferenciam em clulas plasmticas ou plasmcitos que so as clulas efetoras da linhagem B, cuja a principal funo a secreo de anticorpos.Os linfcitos T ou clulas T (derivados do Timo) se apresentam sob duas classes principais. Uma se diferencia, quando ativada, em clulas T CD8+ ou citotxicas, (CD= Cluster Differentiation) que matam clulas infectadas, por exemplo, por vrus, ao passo que a outra classe de clulas T, chamadas de clulas T CD4+ ou auxiliares que atuam na ativao de outras clulas, como os LB e macrfagos (LTCD4+ helper ou auxiliar), alm de coordenar a resposta imunitria como o LT CD4+ CD25+ supressor.O Receptor de antgeno da Clula B (BCR) (Figura 2) uma forma de anticorpo ligado membrana que a clula B passa a produzir, aps a sua ativao e diferenciao em clulas plasmticas (plasmcitos). Os anticorpos so molculas agrupadas em uma classe de protenas denominadas imunoglobulinas, e o Receptor de antgeno do LB (BCR) tambm conhecido como imunoglobulina de membrana. A Imunidade Humoral mediada pelos LB e plasmcitos e consiste em secretar anticorpos no sangue e outros lquidos orgnicos, resultando em efeitos protetores, mediados por lquidos teciduais.O Receptor de antgeno de clula T (TCR) constitui uma classe heterognea de protenas de membrana (Figura 1) que, embora estejam evolutivamente relacionadas com as imunoglobulinas, so diferentes delas j que so adaptadas a detectar antgenos derivados de protenas (peptdeos) ou patgenos que entram nas clulas hospedeiras (LT CD8+ citotxico). Entretanto, ao contrrio das imunoglobulinas, os TCRs nunca so excretados, sendo assim o LT precisa migrar at as reas da leso para exercer seus efeitos protetores, por meio de contato direto com a clula alvo ou influenciar as atividades de outras clulas do sistema imunitrio. Juntamente com os macrfagos, os LT desenvolvem uma categoria de resposta imune denominada Imunidade Mediada por Clulas.

Clula dendrtica fagocitando Macrfago fagocitando

Ag (bactria)

macrfago Antgeno (bactria)

Clula dendrtica

Figura 1 O receptor TCR convencional, ou TCR alfa/beta expresso pela maioria dos linfcitos T e consiste de duas cadeias polipeptdicas glicosiladas (alfa e beta) mantidas juntas por ligaes dissulfeto. O TCR alfa/beta por sua vez associado fisicamente a uma protena chamada CD3, formando o complexo funcional TCR-CD3 na superfcie dos linfcitos T. CD3 um complexo peptdico sendo responsvel pelo sinal de transduo aps o reconhecimento do Ag pelo TCR.

OBS1: Transduo (sinais que surgem no citoplasma atravs de um estmulo de membrana e so traduzidos at o ncleo para ativar genes especficos).

OBS2: = psilon, = Delta = gama

Figura 2

Ativao do LB por antgenosA ativao dos LB especficos para um Ag inicia-se pela ligao do Ag s molculas de Imunoglobulina da membrana as quais, em conjunto com as protenas de membrana Ig e Ig formam o complexo do Receptor de Antgenos de clulas B maduras.

ComparAO ENTRE BCR E TCRClulas B e clulas T reconhecem diferentes substncias como antgenos e reconhecem de uma forma diferente. A clula B usa a imunoglobulina ligada superfcie da clula como um receptor e a especificidade deste receptor a mesma da imunoglobulina que ela capaz de secretar aps a ativao. Clulas B reconhecem os seguintes antgenos na forma solvel:1) protenas (ambos determinantes conformacionais e determinantes expostos pela desnaturao ou protelise); 2) cidos nucleicos; 3) polissacardeos; 4) alguns lipdios; 5) pequenos agentes qumicos (haptenos).Contrariamente, a esmagadora maioria dos antgenos de clulas T so protenas, e estas precisam ser fragmentadas e reconhecidas em associao com produtos do MHC (Major Histocompatibility Complex ou Complexo de Histocompatibilidade Principal classe I e classe II) expressos na superfcie de clulas nucleadas, no em forma solvel. Clulas T esto agrupadas funcionalmente de acordo com a classe de molculas de MHC que se associa com os fragmentos peptdicos da protena: clulas T auxiliares reconhecem apenas aqueles peptdeos associados com molculas de MHC classe II, e clulas T citotxicas reconhecem apenas aqueles peptdeos associados com molculas de MHC classe I. A maioria dos linfcitos virgens (ou seja, aqueles no expostos ao Ag), possui uma sobrevida muito curta, sendo programados para morrer, por exemplo por apoptose, em poucos dias aps ter sado da medula ssea ou timo. Entretanto, caso uma destas clulas receber sinais indicando a presena de um imungeno (Ag que estimula uma resposta imune especfica), ela poder por meio de um fenmeno conhecido como ativao, durante o qual poder sofrer vrios ciclos de diviso celular (proliferao). Aps este evento algumas das clulas-filhas retornam ao estado de repouso, tornando-se clulas T de memria e clulas B de memria, que podem sobreviver por vrios anos. Estes linfcitos B e T de memria representam uma grande proporo das clulas do Sistema imunitrio.A outra prognie de linfcitos virgens ativados diferencia-se em clulas efetoras, que sobrevivem apenas alguns dias, mas que, durante este perodo desempenham atividades que resultam em defesa.Outra classe de clulas linfides, chamadas de clulas matadoras naturais ou clulas Natural Killer (NK) desprovida de receptores antgeno- especfico, sendo parte do Sistema Inato. Essas clulas circulam no sangue como grandes linfcitos, com diferentes grnulos citotxicos, e so capazes de reconhecer e matar algumas clulas anormais, tais como clulas tumorais e clulas infectadas por vrus e parecem participar na defesa contra biopatgenos intracelulares na Imunidade Inata.Glossrio

1-Na Endocitose distinguem-se dois subtipos de acordo com a natureza lquida ou slida predominante na substncia a ser transportada ao interior da clula. Na predominncia de lquido, ocorre a Pinocitose, sendo subdividida em Micropinocitose e Macropinocitose, de acordo com o tamanho e destino da vescula de transporte. Quando h predominncia de slidos, especialmente de grande volume, ocorre a Fagocitose, podendo atender ao propsito de nutrio, defesa, remodelao e/ou renovao tecidual. Quando a fagocitose serve reciclagem de organelas e citoplasma, denominado Autofagia (Exemplo: hemocaterese)

2- Linfonodos ou ndulos linfticos: rgos linfticos mais numerosos do organismo, cuja funo a de filtrar a linfa e eliminar corpos estranhos que ela possa conter, como vrus e bactrias. Nele ocorrem linfcitos, macrfagos e plasmcitos. A proliferao dessas clulas provocada pela presena de bactrias ou substncias/organismos estranhos determina o aumento do tamanho dos gnglios, que se tornam dolorosos, formando a ngua.

3- O mastcito uma clula do tecido conjuntivo originado de clulas mesenquimatosas. Contm no seu interior uma grande quantidade de grnulos cheios de histamina substncia envolvida nos processos de reaes alrgicas) e heparina (uma substncia anticoagulante). Os grnulos dos mastcitos so metacromticos (tm a capacidade de mudar a cor de determinados corantes bsicos) em funo de sua alta concentrao de radicais cidos presentes na heparina. O seu papel mais conhecido na reao alrgica. Desempenha tambm um papel de proteo, estando envolvido na cicatrizao e na defesa contra organismos patognicos.O mastcito no pode ser confundido com os basfilos, pois tm origens diferentes.Tanto o basfilo quanto o mastcito se originam da medula ssea e suas semelhanas levaram a acreditar que um se diferenciava no outro, no entanto evidncias experimentais mostraram que seus precursores na medula so diferentes.O basfilo sai da medula ssea no seu estado maduro e os mastcitos circulam na sua forma imatura, apenas amadurecendo no tecido de atuao. OBS1: Sistema linftico: Sistema paralelo ao circulatrio, constitudo por uma vasta rede de vasos semelhantes s veias (vasos linfticos), que se distribuem por todo o corpo e recolhem o lquido tissular que no retornou aos capilares sangneos, filtrando-o e reconduzindo-o circulao sangnea. constitudo pela linfa, vasos e rgos linfticos.Os capilares linfticos esto presentes em quase todos os tecidos do corpo. Capilares mais finos vo se unindo em vasos linfticos maiores, que terminam em dois grandes dutos principais: o duto torcico (recebe a linfa procedente da parte inferior do corpo, do lado esquerdo da cabea, do brao esquerdo e de partes do trax) e o duto linftico (recebe a linfa procedente do lado direito da cabea, do brao direito e de parte do trax), que desembocam em veias prximas ao corao.

Linfa: lquido que circula pelos vasos linfticos. Sua composio semelhante do sangue, mas no possui hemcias, apesar de conter glbulos brancos dos quais 99% so linfcitos. No sangue os linfcitos representam cerca de 50% do total de glbulos brancos.OBS2: Os tecidos linfides so classificados em primrios e secundrios. Os primrios representam o local onde ocorrem as principais fases de amadurecimento dos linfcitos. O timo e a medula ssea so tecidos primrios, pois o local onde amadurecem os linfcitos T e B respectivamente. Os tecidos primrios no formam clulas ativas na resposta imune, formam at o estgio de pr-linfcitos. A medula como rgo linfide primrio capaz de formar pr-linfcitos que vem das clulas totipotentes. O Pr-linfcito no capaz de realizar uma resposta imune, ento se dirige aos rgos secundrios ( Exemplo: Bao e Timo) para se desenvolver. A clula multipotente mielide e linfoblastos T iro ao timo para formar linfcitos T.

OBS3: Clulas-tronco so as clulas com capacidade de auto-replicao, isto , com capacidade de gerar uma cpia idntica a si mesma e com potencial de diferenciar-se em vrios tecidos.Quanto a sua classificao, podem ser:- Totipotentes, aquelas clulas que so capazes de diferenciarem-se em todos os 216 tecidos que formam o corpo humano, incluindo a placenta e anexos embrionrios. As clulas totipotentes so encontradas nos embries nas primeiras fases de diviso, isto , quando o embrio tem at 16 - 32 clulas, que corresponde a 3 ou 4 dias de vida;- Pluripotentes ou multipotentes, aquelas clulas capazes de diferenciar-se em quase todos os tecidos humanos, excluindo a placenta e anexos embrionrios, ou seja, a partir de 32 - 64 clulas, aproximadamente a partir do 5 dia de vida, fase considerada de blastocisto. - Oligotentes, aquelas clulas que se diferenciam em poucos tecidos;- Unipotentes, aquelas clulas que se diferenciam em um nico tecido.

OBS 4: Resistncia: o conjunto de mecanismos do organismo que servem de defesa contra a invaso ou multiplicao de agentes infecciosos ou contra efeitos nocivos de seus produtos txicos e depende da nutrio, da capacidade de reao a estmulos do meio, de fatores genticos, da sade geral, estresse, ou da imunidade. Resistncia Natural aquela que independe de anticorpos ou de reao especfica dos organismos e resulta de fatores anatmicos, fisiolgicos, e outros intrnsecos do hospedeiro; pode ser gentica, adquirida, permanente ou temporria. Imunidade: um subtipo de resistncia, especfica, associada presena de anticorpos que possuem ao especfica sobre o microorganismo responsvel por uma doena infecciosa ou sobre suas toxinas (OPS/OMS, 92). Suscetibilidade: medida de fragilidade, a possibilidade de adoecimento por determinado agente, fator de risco ou conjunto de causas.

rgos linfoides e Rede Linftica

Os rgos linfoides so tecidos organizados que contem muitos linfcitos em um ambiente de clulas no linfoides. Nesses rgos, as interaes que os linfcitos tm com as clulas no linfoides so importantes, tanto para o desenvolvimento dos linfcitos e incio da resposta imune adaptativa, como para a manuteno dos mesmos. Tais rgos podem ser divididos em rgos linfoides centrais ou primrios, produtores de linfcitos, e rgos linfoides perifricos ou secundrios que desempenham a funo de maximizar o encontro entre os linfcitos e os produtos processados pelas APCs, dando incio resposta imune. Os rgos linfoides primrios so a medula ssea e o Timo, sendo este um rgo localizado na poro superior do trax. Tantos os LB quanto os LT tm origem na medula ssea, mas apenas o LB a se diferenciam. Os LT migram para o Timo para o seu processo de diferenciao. Uma vez completa sua maturao celular, os dois tipos linfcitos entram na corrente sanguinea, migrando para os rgos linfoides perifricos. Durante a vida intrauterina, o fgado fetal desempenha o papel que a medula ssea desempenhar aps o nascimento.Os rgos linfoides perifricos tm a funo de capturar o antgeno para possibilitar o incio das respostas imunes adaptativas. Microorganismos patognicos, por exemplo, podem penetrar no hospedeiro por muitas portas de entrada, instalando um processo infeccioso em qualquer local, mas o encontro do Ag com os linfcitos acontecer nos rgos linfoides perifricos: os ndulos linfticos, o Bao e vrios tecidos linfoides associados mucosa.Os linfcitos esto em contnua recirculao entre estes tecidos, para os quais o Ag tambm carreado, vindo de todos os locais de infeco, primeiramente dentro de macrfagos e clulas dendrticas maduras. Dentro dos rgos linfoides, clulas especializadas, como as clulas dendrticas maduras, apresentam o Ag para os linfcitos.A Rede linftica consiste em um extenso sistema de vasos que coletam o lquido intersticial, fazendo-o retornar para o sangue. O lquido intersticial produzido contnuamente pela passagem de gua e solutos de baixo peso molecular atravs das paredes vasculares que penetram no espao intersticial, pela secreo celular e outros fatores de excreo. Ao ser parcialmente drenado para os vasos linfticos, passa a ser chamado de linfa. A linfa ento flui lentamente pelos vasos linfticos primrios e por fim desemboca na veia cava superior, que por sua vez, devolve todo o volume para a corrente sangunea, num processo chamado de recirculao.Prximos rede vascular, os ndulos linfticos so uma srie de rgos encapsulados em forma de caroo de feijo que se distribuem ao longo dos vasos linfticos. Os vasos linfticos aferentes drenam o fluido dos tecidos e carreiam os Ags e clulas infectadas para os seios dos ndulos linfticos, onde os Ags so capturados e apresentados aos LB e LT.O Bao encontra-se situado atrs do estmago e filtra o sangue da mesma forma como os ndulos linfticos filtra a linfa e coletam Ags. A massa principal deste rgo composto pela polpa vermelha e os linfcitos circundam as arterolas que penetram o rgo, formando reas de polpa branca, cuja regio mais interna dividida em uma camada linfoide periarteriolar, contendo principalmente LT e revestido por uma cora de LB.

Tecidos Linfoides associados mucosaA expresso tecido linfoide associado mucosa (MALT- Mucosal Associated Lymphoid Tissue) so tecidos linfoides no capsulados, que existem em regies subjacentes s mucosas. Os MALTs se distribuem anatmicamente e seus componentes individuais incluem:Anel de Waldeyer- Anel de estruturas linfoides que circundam a faringe. formada pelas tonsilas e adenoides.Tecido Linfoide associado aos bronquios (BALT- Bronchiol- Associated Lymphoid Tissue). So agregados linfocitrios semelhantes, mas difusos, que protegem o epitlio respiratrio.Tecido Linfoide associado ao intestino (GALG- Gut- Associated Lymphoid Tissue). Incluem folculos linfoides isolados e apndice cecal, alm de estruturas especializadas do intestino delgado, as Placas de Peyer. Tecido Linftico UrogenitalOs MALTs, ndulos linfticos, Bao e tecidos linfoides demonstram a mesma arquitetura. Cada um deles operam segundo o mesmo princpio, capturando Ags nos locais de infeco e apresentando-os a pequenos linfcitos migratrios para, assim induzirem as repostas imunes adaptativas. Os tecidos linfoides perifricos, tambm induzem sinais de sobrevivncia aos linfcitos que no encontraram seu Ag especfico. Isto importante para manter o nmero correto de LB e LT circulantes, e assegura que somente os linfcitos com potencial de responder ao Ag estranho sejam mantidos.

Recirculao de Linfcitos

Os pequenos LB e LT que se diferenciam na medula ssea e timo, respectivamente, mas ainda no se encontraram com o Ag, so chamados de linfcitos virgens ou em repouso. Estes elementos circulam contnuamente do sangue para os tecidos linfoides secundrios ou perifricos, nos quais penetram por meio de interaes adesivas especiais ou no caso do Bao diretamente do sangue. Na presensa de uma infeco, os linfcitos que reconhecem o Ag so retidos no tecido linfoide, onde proliferam e se diferenciam em clulas efetoras, capazes de controlar a infeco.Quando ocorre uma infeco tecidual, os Ags so capturados por clulas dendrticas que se deslocam do stio da infeco pelos vasos linfticos aferentes para os ndulos linfticos. Nos ndulos linfticos essas clulas Apresentam o Ag aos LT que esto recirculando os quais as clulas dendrticas ajudam a ativa-los. Os LB que encontram o Ag, a medida que migram atravs do ndulo linftico, tambm so detidos e ativados com auxlio de alguns LT ativados. Uma vez que estes linfcitos especficos tenha passado por um perodo de proliferao e diferenciao, eles deixam os ndulos linfticos como clulas efetoras atravs dos vasos linfticos eferentes.

Linfcito T: Desenvolvimento, Diversidade e AtivaoOs linfcitos so as nicas clulas do organismo que expressam receptores altamente diversificado para o antgeno, o que permite o reconhecimento de uma grande variedade de substncias estranhas. Esta diversidade gerada durante o processo de desenvolvimento dos LT e LB, a partir de clulas precursoras. O desenvolvimento dos linfcitos T (- alfa-beta) e LT (- gama delta) segue estgios sequenciais, consistindo na recombinao somtica e expresso de genes TCR, proliferao induzida pelo Ag e aquisio de fentipos de capacidade funcional. Essas clulas se originam de precursores do fgado fetal ou da medula ssea de adultos e completam o seu desenvolvimento no TIMO. As clulas T em desenvolvimento no TIMO so chamadas de timcitos. Inicialmente, as clulas gama-delta, como as alfa-beta, no expressam os co-receptores CD4 ou CD8, e portanto so denominadas timcitos duplo-negativas e migram para o crtex, onde eventos de maturao ocorrem quando expressam pela primeira vez o TCR e iniciam a maturao em clulas CD4+ ou CD8+. Mais adiante no processo de desenvolvimento, estas clulas podem sofrer apoptose, e as clulas T alfa-beta que sobrevivem se tornam duplo-positivas (CD4+CD8+), perfazendo a maioria dos timcitos. Seu TCR sofre rearranjo gnico, e subseqentemente a interao deste TCR com o MHC, expresso por clulas apresentadoras de antgenos no estroma tmico, medeia a seleo que determinar a maturao destes timcitos em clulas T CD4+ ou clulas T CD8+. No entanto, a maioria das clulas T gama-delta permanecem duplo-negativas.Os nveis de proliferao e apoptose so extremamente altos nos timcitos corticais, onde cerca de 95% morrem antes de chegar regio medular do TIMO. O resultado deste processo seletivo vem da restrio do MHC prprio e tolerncia a muito autoantgenos. A diferenciao funcional e fenotpica em clulas T CD4+ e CD8+ ocorre na medula tmica, e as clulas T so liberadas para a circulao.

Receptores de Antgenos e molculas acessrias dos LTOs LT respondem aos antgenos peptdicos, que so expostos pelas clulas apresentadoras de antgenos (APCs). O incio desta resposta requer o reconhecimento especfico do Ag pelos LT, a adeso estvel dos LT s APCs e a transduo de sinais ativadores.Cada um destes eventos mediado por molculas diferentes, expressas pelos LT. As molculas de MHC e os peptdeos formam um complexo na membrana plasmtica das APCs. O receptor que reconhece esse complexo peptdeo-MHC o TCR (Figura 3-7) que distribudo em clones de linfcitos que apresentam diferentes especificidades com TCRs diferentes. Os sinais bioqumicos acionados no LT pelo reconhecimento do Ag, no so traduzidos pelo TCR, mas por protenas no variveis chamadas CD3 e (Zeta) que est ligado ao TCR para formar o complexo TCR. Portanto, nos LT o reconhecimento do Ag basicamente realizado por dois grupos de molculas: um receptor para Ag altamente varivel, o TCR, e protenas sinalizadoras no variveis CD3 e cadeia (Zeta) .O LT que expressam o TCR LT (- gama delta) pertecem a uma linhagem distinta dos LT restritos ao MHC. Eles no reconhecem os antgenos peptdicos associados s molculas do MHC e no so restritas ao MHC. Esses LT correspondem a aproximadamente 5% do total de LT. Alguns clones destes LT reconhecem uma pequena molcula que pode ser apresentada por molculas similares s da classe I do MHC, ou seja, uma apresentao no clssica de molculas normalmente encontrada nas micobactrias e outros microorgansmos. A diversidade limitada destes LT (- gama delta) sugere que ligantes destes receptores so bem conservados. Elas podem iniciar a Resposta Imune contra um pequeno nmero de microorganismos antes mesmo do reconhecimento do LT antgeno especfico (- alfa-beta).

Alm dos componentes do complexo TCR, os LT apresentam protenas de membrana, cujo papel crucial na resposta destas clulas no reconhecimento do Ag. Tais molculas ligam-se especficamente a outras molculas de membrana de outras clulas, como as APCs, clulas do endotlio dos vasos e da matriz extracelular. Tais molculas no apresentam regies vaiveis, no so polimrficas sendo IDNTICAS EM TODOS OS LT DE TODOS OS INDIVDUOS DE UMA MESMA ESPCIE, E SO RESPONSVEIS PELA TRANSDUO DE SINAIS BIOQUMICOS PARA O INTERIOR DO LT. Esta propriedade assegura que os LT e as APCs permaneam ligados o tempo suficiente para permitir aos TCRs a oportunidade de localizar, reconhecer e responder ao complexo peptdeo-MHC na APC.

Correceptores CD4 e CD8 = Receptores envolvidos na ativaoAs molculas CD4 e CD8 so protenas dos LT que ligam-se s regies no polimrficas ( constantes) das molculas de MHC e traduzem os sinais que, juntamente com os sinais expressos pelo complexo TCR-Peptdeo, iniciam a ativao dos LT. Normalmente, os LT (- alfa-beta) maduros expressam CD4 ou CD8, embora existam referncias da expresso de ambos os marcadores. Esses marcadores interagem com as molculas de MHC, quando o TCR reconhece de forma especfica o complexo peptdeo-MHC na APC. Cerca de 65% dos LT (- alfa-beta) expressam o correceptor CD4 e 35% do CD8.

Figura 3-7

1- NATUREZA DO ANTGENOSO Antgeno (do grego anti=contra e gen= gerar) qualquer substncia, celular ou particulada que pode ser especficamente ligada ao Ac ou por receptor de Ag de LT (TCR). Os antgenos possuem duas propriedades: imunogenicidade que a capacidade de induzir a resposta Imune Especfica e Antigenicidade que a capacidade de reagir com os produtos desta Resposta Imune Especfica, como os LT ou LB j sensibilizados. As molculas que desencadeiam a Resposta Imune so chamadas de imungenos. Pequenas substncias qumicas que NO so capazes de estimular uma Resposta Imune recebem o nome de haptenos. Para ter capacidade de induzir uma Resposta Imune (IMUNOGENICIDADE), o hapteno ligado a uma molcula carreadora. O complexo hapteno-carreador, ao contrrio do hapteno livre, pode atuar como um imungeno, ou seja, tm as duas propriedades fundamentais: IMUNOGENICIDADE E ANTIGENICIDADE.1.1- Determinante antignicoO local de ligao dos anticorpos e dos TCRs interage com uma rea muito pequena das macromolculas antignicas que chamada de Determinante Antignico ou Eptopo. Portanto este a menor poro da molcula responsvel pela ligao ao linfcito ou anticorpo. A presena de vrios determinantes antignicos ou eptopos iguais chamada de polivalncia ou multivalncia e cada um determinante antignico pode ser ligado por uma molcula com regio varivel (Ex: Ac ou TCR). As superfcies celulares, incluindo os microorgansmos, geralmente possuem uma grande quantidade de Determinantes antignicos (ou Eptopos).

1.2- Relao Filogentica dos AntgenosA estimulao de linfcitos de galinhas com protenas (Ags) de pato resulta em uma resposta imune muito baixa. Por outro lado, se inoculadas em galinhas protenas (Ags) de coelho a Resposta Imune bastante elevada. Isto acontece porque quanto mais prximas for a relao filogentica menor ser o estmulo e vice-versa. Existe pouca diferena entre protenas de aves e muita diferena entre protenas de aves e mamferos, entretanto nem todos estes conceitos podem ser tomados como regra, porque a induo de uma Reposta Imune especfica funo direta da semelhana biolgica entre a fonte do antgeno e o animal receptor. Lebres e coelhos petencem mesma Famlia e so bastantes semelhantes, tanto morfolgicamente quanto fisiolgiacamente, Portanto se injetarmos protenas (Ag) de coelho em lebre, poder se obter anticorpos MUITO ESPECFICOS, ou seja, anticorpos que s interagem contra a protena ( Ag) do coelho.1.3- Peso Molecular e Complexidade Molecular Na maioria dos Antgenos, quanto maior for a molcula, maior ser o nmero de eptopos, e quanto maior a complexidade destes antgenos maior ser a imunogenicidade. Um antgeno complexo contm vrios determinantes antignicos (ou eptopos), onde alguns dos quais so eficientes na induo da Resposta Imune e so chamados de determinantes antignicos imunodominantes.1.4- Configurao Espacial e AcessibilidadeAs propriedades de Imunogenicidade e Antigenicidade de uma protena (Ag) no depende apenas de sua estrutura primria (isto , a sequncias dos aminocidos), mas tambm das estruturas secundrias, tercirias e quaternrias. Assim, se tratarmos uma protena (Ag) pelo calor, ou agentes qumicos desnaturantes, e inocularmos esta protena modificada (Ag) em um animal, poderemos obter a formao de Anticorpos com especificidade diferente do que se inocularmos a protena intacta, ou seja, a configurao espacial de diversos eptopos em uma nica molcula de protena (Ag) pode influenciar a ligao do anticorpo de vrias formas. A rea importante para a Imunogenicidade deve ficar acessvel, na superfcie da molcula.1.5- Forma de Administrao e AdjuvantesA dose do antgeno, e a via e esquema de imunizao, assim como o uso de adjuvantes, so fatores fundamentais na Induo da Resposta Imune. As vias de inoculao subcutnea, intradrmica ou intramuscular levam geralmente os imungenos para os ndulos (ou linfonodos) linfticos regionais e, mais frequentemente, induzem uma Resposta Imune Celular. J os antgenos inoculados por via endovenosa e intraperitonial acumula-se predominantemente no BAO, e mais frequentemente induzem uma Resposta Imune Humoral. O adjuvante melhora a imunogenicidade de compostos com ele misturados, sem interferir na especificidade da resposta. Em medicina preventiva, so muitas vezes adicionados s vacinas os adjuvantes para reduzir a dose e a frequncia de injees de antgenos utilizados na imunoprofilaxia de doenas infecciosas. Normalmente, o antgeno aprisionado pelo adjuvante, formanto depsitos, o qual liberado aos poucos por um perodo de tempo extenso. Com isso, h o aumento do tempo de exposio do antgeno no organsmo pelo retardamento de sua destruio, estimulando assim, a migrao de clulas para o local de inoculao e aumentando a interao destas clulas com o antgeno. O tipo de adjuvante mais utilizado em estudos experimentais o adjuvante de Freund, que pode ser classificado em dois tipos: AIF ( Adjuvante Incompleto de Freund), que constitudo por leo mineral neutro e lanolina (emulsificador-emulso=substncia coloidal na qual tanto a substncia dispersa quanto a dispersora so lquidas) ou Arlacel (controla a viscosidade do preparado) e o ACF (Adjuvante Completo de Freund), que alm de leo mineral neutro, mais lanolina, adicionado um componente bacteriano, normalmente o Mycobacterium, mortos pelo calor. Alm destes, outros adjuvantes so utilizados, como o sulfato de alumnio, hidrxido de alumnio, IL-12 entre outros. Dependendo da composio, os adjuvantes podem seu utilizados em humanos os (AIF e ACF) no so indicados para humanos por causar uma intensa reao inflamatria, j os mais indicados so os sais de alumnio.1.6- Bases Qumicas da Especificidade AntignicaAnticorpos formados contra determinadas substncias tm uma reao forte contra elas, principalmente se os anticorpos interagem com antgenos Especficos que induziram a sua formao (Antgenos Homlogos), mas, podem reagir com a mesma ou menor intensidade com outros antgenos que so chamados de Antgenos Heterlogos, que possuem estrutura semelhante. Essas reaes de anticorpos com Antgenos Heterlogos so chamadas REAOES CRUZADAS. Estas reaes cruzadas podem ocorrer basicamente em funo da similaridade entre os dois diferentes determinates antignicos (eptopos), ou ainda pelo fato de dois antgenos diferentes apresentarem O MESMO determinante antignico (EPTOPO).

1 DIVERSIDADE DA IMUNOGLOBULINAS

Os Anticorpos so glicoprotenas globolares com funo imunitria e pertencem a uma superfamlia das Imunoglobulinas. So sintetizados pelos LB e, principalmente, por plasmcitos, em resposta ao estmulo antignico. Interagem Especficamente, com os imungenos que estimularam a sua biossntese, desencadeiam vrios mecanismos na fase efetora da resposta imune que, frequentemente resultam em anular a ao de biopatgenos, por meio do Sistema Complemento, opsonizao dos antgenos para facilitar a fagocitose, Citotoxicidade Celular Dependente de Anticorpo (A.D.C.C.), em que os anticorpos marcam o microorgansmo para serem destrudos pelas clulas do Sistema Imune Inato e reaes de hipersensibilidade, etc..Opsonizaoemimunologia, o processo que facilita a ao do sistema imunolgico por fixaropsoninasou fragmentos do complemento na superfciebacteriana, permitindo afagocitose. Opson uma palavra grega que significa condimento, tempero, molho, ou seja, algo que facilite a digesto. Uma das mais importantes opsoninas provm do complemento: a C3b do sistema Complemento.Umaopsonina uma molcula que age como facilitadora de ligao no processo defagocitose. So cofatores que revestem os microrganismos e aumentam a capacidade de englobamento por parte dos fagcitos, como os neutrfilos e macrfagos. Algumas opsoninas que podem se destacar so os anticorpos, protenas do complemento e lectinas. Um exemplo pode ser dado quando estas molculas cobrem as molculas na membrana celular carregadas negativamente.Estas funes so estruturalmente separadas na molcula do anticorpo e a regio de ligao ao antgeno (Fab) varia amplamente, sendo conhecida como Regio Varivel (V). A regio molecular que participa da funo efetora conhecida como regio Constante (C) e no varia do mesmo modo, embora apresente cinco formas principais que se especializaram na ativao de diferentes mecansmos.A notvel diversidade das molculas dos anticorpos consequencia de um mecansmo altamente especializado, pelos quais os genes expressos so reunidos por rearranjos de DNA, que juntam dois ou 3 diferentes segmentos para formar um gene de Regio Varivel durante o desenvolvimento do LB. Subsequentes rearranjos nucleicos podem reunir o gene composto da regio varivel a qualquer gene da regio constante produzindo anticorpos de cada um dos 5 isotipos (IgM. IgG, IgA, IgE e IgD)Estruturalmente (Figura A) a imunoglobulina formada por duas cadeias leves (L-light-leve), IDNTICAS constitudas por polipeptdeos de cerca de 25.000 Daltons e duas cadeias pesadas (H-heavy-pesada), TAMBM IDNTICAS, (50.000 Daltons ou mais). Cada cadeia leve est ligada a uma cadeia pesada pos pontes dissulfdricas. O nmero exato e as posies destas pontes entre as cadeias diferem entre as classes e subclasses de imunoglobulinas. Alm disso, ambas as cadeias, leves e pesadas, possuem uma Regio Varivel e outra Constante. Portanto, a Imunoglobulina possui na cadeia leve uma Regio Constante (CL) e uma Regio Varivel (VH). Exitem dois tipos de cadeias leves a Kappa () e a Lambda (). Em humanos 60% das cadeias leves so do tipo Kappa, e 40% so do tipo Lambda.Os primeiros 110, ou mais, aminocidos da regio aminoterminal das cadeias leves ou pesadas variam muito entre os anticorpos de especificidade diferentes e por isso so chamadas Regies Variveis.A molcula de Imunoglobulinas podem ser digeridas por enzimas proteolticas, A digesto pela papana quebra a molcula em 3 fragmentos (Figura B): dois fragmentos Fab (Fragment antigen binding) que se liga ao antgeno especfico e um fragmento Fc (Fragment crystallizable), fragmento cristalizavel por formar cristais em locais frios. Os fragmentos Fab so os que contem as cadeias leves (L) completos, emparelhados com os domnios V (varivel) e C (constante) da cadeia pesada e enquanto o Fc, contem apenas o domnio constante (C). A papana cliva a molcula na poro aminoterminal das pontes de enxofre, permitindo que as metades carboxiterminais da Fc permaneam unidas, deixando a Fc livre. J a Pepsina, cliva na mesma regio, mas na poro carboxiterminal das pontes de dissulfdrica produzindo (Fab)2 onde os dois braos do anticorpo permanecem unidos.

Figura A

FiguraB1.1- GERAO DA DIVERSIDADE NA RESPOSTA IMUNE HUMORAL E MATURAO DA AFINIDADEAfinidadeMedida da fora de ligao entre um stio de combinao de anticorpo e um determinante antignico. calculado atravs da lei de ao das massas e expressa em litros de mol.

AvidezTermo confuso usado por alguns para descrever uma propriedade do anticorpo que determina a velocidade com que ele reage com o antgeno, mas usado por outros para se referir fora de combinao de um antgeno.

Mesmo a resposta a um antgeno simples diversa, com muitas molculas de Imunoglobulinas (Ig), cada uma com uma afinidade nica e especificidade acurada. Durante a organizao dos diferentes segmentos genticos necessrios para produzir uma molcula de Imunoglobulina, combinaes ao acaso (randmica) dos diferentes componentes gnicos produzem uma enorme diversidade potencial.Durante as fases iniciais do desenvolvimento do LB, a IgM de membrana produzida como um receptor (BCR). A mudana de isotipo no LB ocorre ao ser estimulado pelo Ag. Isto assegura a manuteno da mesma regio varivel, garantindo a especificidade ao Ag correspondente, expressa nos diferentes isotipos, aos quais orientam diferentes funes efetoras.Uma diferena bsica entre o anticorpo nas respostas primria e secundria a sua afinidade. O anticorpo da classe IgM, produzido para um Ag na resposta primria, tende a ser de afinidade relativamente baixa e pode contar com uma avidez adicional, por sua estrutura pentamrica, para ligar-se eficientemente ao Ag.Entretanto, a IgG e outras classes produzidas na resposta secundria tendem a ter afinidade maior. Vale ressaltar que o aumento gradual da afinidade do Ac pelo Ag indutor, que observado no curso de uma resposta ACONTECE NO NDULO LINFTICO. Este fenmeno ( maturao da afinidade) consequencia da hipermutao somtica dos genes da Imunoglobulina ligada com a seleo dos LB com a imunoglobulina de superfcie de alta afinidade.A maturao da afinidade no curso de uma resposta imune, pode ser encarada como um processo darwinismo, requerendo primeiro a gerao de variabilidade nos receptores de LB e a seleo daquelas Imunoglobulinas com maior afinidade pelo Ag. Aps esse processo os LB, que se ligam ao Ag de modo bem-sucedido e sobrevivem seleo, saem do centro germinativo no ndulo linftico para tornarem-se LB de memria ou plamcitos secretores de Ac.1.2- DISTRIBUIO E PROPRIEDADE DOS ISOTIPOSOs agentes infectoparasitrios devem achar seus caminhos para a maior parte dos locais do organismo hospedeiro e os Acs tambm devem ser amplamante distribudos para cont-los. Os Acs so distribudos por difuso atravs de mecanismos especiais, para lev-los, por exemplo, aos pulmes e intestino. Anticorpos de diferentes isotipo (Figura C) operam em locais diferentes. Os primeiros Acs a serem produzidos numa Resposta Imune Humoral so sempre as IgMs.Estes so produzidos antes que o LB tenha sofrido hipermutao somtica, portanto, tendem a baixa afinidade. Estas molculas de Ac formam pentmeros, cujos 10 stios de ligao com o Ag pode liga-se simultaneamente a Ags multivalentes, tais como polissacardeos de parede celular bacteriana. Esta estrutura pentamrica tambm torna a IgM capaz de ativar o Sistema Complemento de maneira mais eficaz, o que contribui para o controle mais eficiente de uma infeco. Quanto IgD no se conhece muito a sua funo, mas, parece exercer um papel na diferenciao dos LB induzida pelo Ag. O principal isotipo de imunoglobulina NO SANGUE e fluidos extracelulares a IgG considerando todas suas subclasses ( IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4). A IgG tem propriedades diversas, dentre as quais, confere proteo ao feto, pois, a NICA classe de imunoglobulina humana que pode ser transportada diretamente para a corrente circulatria do feto. A IgG tambm atua na neutralizao de toxinas, imobilizao de bactrias, sensibilizao de NK, ativao do Sistema Complemento e opsonizao.A IgA a principal Imunoglobulina presentes em secrees externas, como saliva, muco, suor, suco gstrico e lgrimas. Alm disso a principal Imunoglobulina contida no colostro e leite, e deve ser no neonato a principal fonte de proteo contra patgenos no intestino. A IgA se divide em duas subclasses IgA1 e IgA2. A IgA presente NO PLASMA ENCONTRADA NA FORMA MONOMRICA e em pequenas concentraes, enquanto a forma DIMRICA encontrada em grandes concentraes nas mucosas do organismo. A IgA previne a invaso de bactrias ou a penetrao de toxinas nas clulas epiteliais. A IgE est difundida de maneira moderada nos espaos extravasculares e tem como principal funo a sensibilizao de mastcitos e basfilos promovendo reao inflamatria, atravs da liberao de mediadores qumicos como a histamina que por sua vez, promove vasodilatao inicial, permitindo a passagem de Acs do vaso para a rea lesada, e fatores quimioatraentes que recrutam fagcitos para o local da infeco. Alm disso podem estar envolvidos em processos alrgicos e na ajuda para a eliminao de helmintos quando sensibilizam eosinfilos.

Figura C

Sistema Complemento O nome complemento foi originado a partir da atividade complementar de protenas na ao bactericida de alguns de alguns anticorpos.O Sistema complemento um complexo proteico no plasma sob a forma inativa, constitudas por substncias termolbeis e/ou termoestveis; e que tem como funo a eliminao de um agente estranho pela ativao de mecanismos inespecficos, que se constitui de:1- Fagocitose: quando algumas protenas do complemento unem-se bacteria, opsonizando-a para a ingesto pelos fagcitos (por exemplo neutrfilos e macrfagos) portadores de receptores do complemento.2- Reao Inflamatria: quando pequenos fragmentos terminais do complemento lesam certas bactrias, vrus e clulas com a formao de poros na membrana celular.Alm destas trs funes o Sistema complemento tambm responsvel pela depurao imune, que consiste na remoo de complexos imunes (Ag-Ac) da circulao no fgado e bao. Este sistema, com cerca de 30 protenas ou mais, interage por ativao enzimtica. O Complemento pode agir sozinho ou com o Ac e so conhecidas trs vias: a clssica (dependente de Ac), a alternativa ( independente de Ac) e a via das lectinas (independente de Ac). A via clssica ativada por complexos imunes, enquanto as vias alternativas e das lectinas so ativadas por microorganismos. Todas as vias de ativao convergem para uma etapa final de uma reao em cadeia denominada Sequencia em Comum: Rees aps clivagem do C5: * Formao do MAC (Complexo de Ataque Membrana- Membrane Attack Complex) e * protenas C5, C6, C7, C8 e C9.No processo de ativao que envolve uma srie etapas proteolticas, uma protena precursora inativa clivada (quebrada) para fornecer um grande fragmento ativo; esta se une superfcie celular e contribui para a prxima clivagem; e um pequeno fragmento peptdico que liberado serve como mediador da Resposta Inflamatria. Cada uma das trs vias de ativao gera uma convertase de C3 por um caminho diferente, determinando que as principais molculas efetoras e os eventos tardios sejam os mesmos para as trs vias. importante lembrar que a ativao inadequada e a persistncia dos efeitos inflamatrios so potencialmente prejudiciais ao organsmo, de modo que a sua regulao deve ser bem rigorosa. E uma maneira de controle se resume ao pouqussimo tempo que os componentes-chaves pemanecem ATIVOS (milsimos de segundos), a menos que liguem-se a uma superfcie celular. Alm da curta vida-mdia dos fragmentos do complemento, existem protenas reguladoras, em que a ativao inadivertida do complemento sobre clulas do hospedeiro pode ser evitada.Quanto nomenclatura, todos os componentes da via clssica so designados pela letra C, seguido por uma designao numrica simples: C1, C2 etc. Os componentes do sistema complemento foram numerados de acordo com a ordem de DESCOBERTA no segundo a SEQUNCIA DA REAO (C1, 4, 2, 3, 5, 6, 7, 8, e 9). Quanto aos produtos de clivagem so designados por letras minsculas, onde o fragmento maior recebe a letra b (exceto o fragmento C2, que recebe a letra a) e o fragmento menor, recebe a letra a. Os componentes iniciais da via alternativa, em vez de serem numerados, so indicados por letras maisculas B e D, e seus produtos de clivagem tambm so designados pelas letras b e a, onde o maior fragmento de clivagem Bb e o menor, Ba. Quanto aos componentes ativados recebem uma linha horizontal superior, por exemplo Bb.

1.1 Ativao da Via ClssicaEsta via ativada pelo complexo Ag-Ac entretanto vrias outras substncias, tais como os complexos da protena C-reativa (PCR), determinados vrus e bactrias Gram-negativas, tambm podem ativar esta via.O Componente C1 um complexo formado por 3 protenas C1q, C1r, C1s. Uma vez formado o complexo Ag-Ac, o componente C1q se liga na regio Fc do Ac, dando incio a uma reao em cascata, onde C1q ativa duas molculas de C1r capazes de se ligar a outras duas de C1s, resultando no complexo (C1q-C1s-C1r-C1r-C1s) que uma serina protease. Desta forma, C1s atua em C4 e C2, dissociando em C4a e C4b, C2a e C2b. Nesta etapa, a unio de C4b e C2b forma a C3 convertase. Aps a formao da C3 convertase (C4bC2b), na literatura podemos ver como 2a, esta cliva (quebra) C3 em C3a e C3b. O C3 a frao mais abundnte no plasma e o mais importante entre os componentes do Complemento, pois, inmeras molculas de C3b podem ligar-se superfcie de um patgeno. Alguns fragmentos C3b se ligam a receptores da membrana do patgeno (Ag) e atuam como opsoninas, facilitando a fagocitose, outros fragmentos C3b se ligam C3 convertase (C4bC2b), originando a C5 convertase (C4bC2bC3b) da via clssica que vai atuar em C5 dissociando-o em C5a e c5b. Com a dissociao de C5, inicia-se a etapa em comum a todas as vias de ativao (via clssica, via alternativa e via das lectinas) do complemento, onde a frao C5b interage com C6, que abre um stio de ligao para C7. Por sua vez, o complexo C5bC6bC7b deposita-se na superfcie da membrana do Ag e abre o stio de ligao para C8, que penetra na membrana da clula. O C8 ento, abre um stio para C9 que aps a ligao de vrios C9, forma um canal transmembrnico ou poro hidroflico, chamado de Complexo de Ataque Membrana (MAC- Membrane Attack Complex), ocasionando a lise celular e desequilbrio osmtico. importante ressaltar que no curso da cascata do Sistema Complemento, os fragmentos menores C4a, C2a, C3a e C5a liberados no interstcio, so potentes mediadores inflamatrios.

Via Clssica

Eptopos reconhecidos membrana

Imunoglobulina (Ac)

Complexo C5 convertase (C4bC2bC3b) gua Potssio, lise de membrana Lisozima ATP aminocidos

Ativao da Via ClssicaComplexo Ag-Ac

C1q ativa 2 molculas C1r que se liga a duas molculas de C1s C1 (C1qC1rC1s)

C1s C1q-C1s-C1r-C1r-C1s (serina protease)

Mediador inflamatrio Mediador inflamatrio C4 e C2 C4aC4b C2aC2b C3 convertase (C4bC2b) Mediador inflamatrio C3 opsoninas

Liga-se C3a C3b C3 convertase (C4bC2b) (C4bC2bC3b) = C5 convertase Mediador inflamatrio C5 C5a C5b (Etapa em Comum) C5b (Stio de ligao membrana para C7) C6C6a C6b C7 C7a C7b Complexo (membrana) (C5bC6bC7b) Deposita-se na superfcie da membrana do Ag e abre o stio de ligao para C8 C8 (penetra na membrana do Ag e abre um poro para C9)Continuao:

Vrios C9 abrem um canal transmembrnico ou poro hidroflico Complexo de Ataque Membrana (MAC- Membrane Attack Complex)

Lise celular e desequilbrio osmtico

Via AlternativaCom exceo da etapa final, os eventos da via alternativa so homlogos aos da via clssica e das lectinas. A via alternativa constantemente ativada, em taxa muito reduzida, a qual aumentada drasticamente, na presena de superfcies ativadoras adequadas, como membranas celulares de microorgansmos e por antgenos de superfcie presentes na membrana externa de bactrias Gram negativas como o LPS (Lipopolissacardeo) que uma endotoxina. Esta via pode ser ativada ainda pela ligao de C3b (via clssica, por exemplo) ou de uma forma hidrolizada espontneamente, conhecida como iC3b, superfcie do patgeno. Este se liga ao Fator B formando C3bB, componente suscetvel ao fator D, uma protease do plasma. O Fator D cliva o componente B em Ba (fragmento menor) e Bb (fragmento maior), onde Bb permance ligado ao C3b, fomando a molcula C3bBb (C3convertase) da via Alternativa ou via Alternada ou via da Properdina. A C3 convertase da via alternativa produzira mais C3b, tornando o sistema mais ativo, visto que tal fragmento uma opsonina e muitos fagcitos possuem receptores para este componente. A C3 convertase da via alternativa extremamente instvel e, por isso, costuma sofrer rpida dissociao. No entanto, uma protena plasmtica denominada PROPERDINA se liga a esta convertase e a estabiliza, diminui sua degradao permitindo a continuao da cascata.Nesta via, alguns C3b se ligam ao C3bBb (C3 convertase) e formam a C5 convertase da via alternativa designada por C3b2Bb ou C3bBbC3b. Esta convertase cliva o C5 em C5a e C5b, dando incio sequncia comum, onde C5b inicia o Complexo de Ataque Membrana (MAC), ligando-se a C6, C7, C8 e C9 acarretando em desequilibrio osmtico e lise celular.

Protenas do Complementobicamada fosfolipdica Inrushing Fluids= fluidos invasores

Ativao da Via alternativa

Superfcie de microorgansmos ou C3 fragmentos C3b ou iC3b (hidrlise espontnea) ativao

C3bB

D ( protease plasmtica)

Ba BbC3bBb (C3 convertase) + Properdina (P) (Fragmento menor) (Fragmento maior) C3

Mediador inflamatrio C3a C3b P

C3b + C3bBbP (C3 convertase)

C3b2Bb ou C3bBbC3b (C5 convertase) Mediador inflamatrio C5 C5a C5b (incio da sequncia em comum)

C5b inicia o Complexo de Ataque Membrana (MAC) ligando-se a C6, C7, C8 e C9 resultando em lise da membrana do microorgansmo (Ag).

Via das Lectinas

A via das Lectinas semelhante via clssica, As lectinas so protenas, ou glicoprotenas que se ligam a carboidratos (acares) e podem ativar a via clssica do complemento na ausncia do complexo antgeno-anticorpo. A principal lectina a Protena (Lectina) Ligadora de Manose (MBL (Mannose-Binding Lectin) ou MBP (Mannose-Binding Protein)), que faz o papel de C1q ao se ligar a resduos de carboidratos da superfcie de uma bactria ativadora ou outras substncias. A MBL est associada em duas pr-enzimas MASP-1 e MASP-2 (Serina Protease Associada a MBL- MASP). A lectina ligadora de manose uma molcula formada por duas a seis cabeas, semelhante a C1q, que formam um complexo com as duas serina proteases a MASP-1 e MASP-2. MASP-2 similar as protenas C1r e C1s. Quando o complexo MBL liga-se superfcie de um patgeno, MASP-2 ativada para clivar C4, em C4a e C4b, e C2 em C2a e C2b, originando a C3 convertase da via da lectina - C4b2b. O papel de MASP-1 ainda no est bem claro na ativao do complemento. Quando a MBL se liga aos grupamentos manose terminais nos carboidratos bacterianos MASP-1 e MASP-2 so ativados e continuam a ativar a via clssica.

Ativao da Via LectinasLectina Ligadora de Manose (MBLsemelhante a C1q) liga-se superfcie do patgeno

MASP-1 MASP-2 (Ativada) Similar a C1s C1r

Mediador inflamatrio Mediador inflamatrio C4 e C2 C4aC4b C2aC2b C3 convertase (C4bC2b) Mediador inflamatrio C3 opsoninas

Liga-se C3a C3b C3 convertase (C4bC2b) (C4bC2bC3b) = C5 convertase Mediador inflamatrio C5 C5a C5b (Etapa em Comum) C5b (Stio de ligao membrana para C7) C6C6a C6b C7 C7a C7b Complexo (membrana) (C5bC6bC7b) Deposita-se na superfcie da membrana do Ag e abre o stio de ligao para C8 C8 (penetra na membrana do Ag e abre um poro para C9)Continuao: Vrios C9 abrem um canal transmembrnico ou poro hidroflico Complexo de Ataque Membrana (MAC- Membrane Attack Complex)

Desequilbrio osmtico e Lise Celular

OBS:C3 convertase = C4bC2b C5convertase = C4bC2bC3b

1- Diagnstico Imunolgico: Aplicao e importncia do diagnstico Imunolgico das doenas infectoparasitrias

O diagnstico sorolgico das doenas transmissveis consiste na investigao no indivduo ou na populao, mediante a deteco, quantificao e caracterizao de variveis (Imunoglobulinas, Antgenos, citocinas) presentes no plasma/soro sanguneo ou outros materiais biolgicos tais como amostras fecais, saliva, escarro ou tecidos.O desenvolvimento de novas informaes cientficas est relacionada com os progressos na metodologia pelo desenvolvimento de novos procedimentos, novas tcnicas ou instrumentos.Abordaremos as tcnicas sorolgicas, principalmente, sob o ponto de vista dos profissionais que realizam diagnstico sorolgico das doenas infectoparasitrias.

1.1- Aplicaes dos testes sorolgicos Os testes sorolgicos vm sendo constantemente empregados para auxiliar na confirmao diagnstica das suspeitas clnicas de infeces, permitindo resultados de curto prazo, em funo de algumas caractersticas que incluem simplicidade de execuo, baixo custo operacional e a posibilidade de automao. Suas contribuies, entretanto, so inestimveis, principalmente quando o patgeno ou seus produtos, dificilmente podem ser demonstrados nos fluidos biolgicos ou na estrutura histica (tecidual) do hospedeiro.Estes mtodos so utilizados na qualificao ou quantificao de diversos componentes, incluindo antgenos, anticorpos, imunocomplexos, enzimas e hormnios, entre outras molculas relacionadas ao processo inflamatrio. O conhecimento dos fundamentos gerais para adequada aplicao e criteriosa interpretao dos resultados exige que estas tcnicas sejam realizadas por profissionais bem treinados, a fim de previnir a ocorrncia de falsos resultados, que conduzem para diagnstico e tratamento incorretos dos pacientes.O mtodo sorolgico pode ser qualitativo ou quantitativo. O mtodo qualitativo indica uma resposta do tipo tudo ou nada, por exemplo, aglutinou ou no aglutinou, infectado ou no infectado. O ensaio quantitativo mede a concentrao de Ag ou Ac, podendo ser expressa sob a forma de cruzes, titulao, densidade tica em reaes fotocolorimtricas (Ex: ELISA) ou em outras unidades de medida que se aplicam. A expresso do resultado em cruzes, ou por titulaes, que correspondem maior diluio que houve reao (Ag-Ac), bastante subjetiva, por retratar a intensidade de uma reao determinada visualmente por CRITRIOS PESSOAIS. J a utilizao de aparelhos que realizam leitura automtica das reaes sorolgicas traduz EM NUMEROS os resultados de maneira visual, reduzindo, por um lado, a probabilidade de erros, mas por outro, elevando (em alguns casos) o custo do exame laboratorial.

1.2- A importncia do diagnstico sorolgico individual

O paciente sintomtico ou assintomtico com nveis de Acs especficos detectveis denominado soropositivo. Aquele que no possui Acs detectveis soronegativo. No caso do paciente diagnosticado soronegativo ( em uma primeira anlise), que ao reavaliar a primeira amostra junto com uma segunda amostra, de coleta mais recente (processo conhecido como sorologia pareada), e no caso da primeira amostra se repetir e a segunda resultar positiva diz que ocorreu soroconverso. O diagntico sorolgico individual normalmente se realiza com a finalidade de elucidar processos patolgicos com sinais e sintomas comuns vrias doenas (Ex: Dengue de gripe), procedimento este denominado diagnstico diferencial. Como exemplos, podem-se distinguir sorolgicamente doenas como a leishmeniose tegumentar difusa da hansenase lepromatosa (LL); a leishmaniose visceral da hepatite viral; a hepatite B da hepatite C, a toxoplasmose da rubeola, entre outras.Em algumas situaes torna-se importante determinar a fase clnica da doena, principalmente aquelas em os patgenos possuem a habilidade para atravessar a barreira placentria e gerar embriopatias ou fetopatias. A presena de Acs especficos evidncia da exposio atual ou anterior aos agentes infecciosos, caracterizado pela diversidade funciolnal das vrias classes de imunoglobulinas e a ordem em que se apresentam nos fluidos biolgicos. Determinada por fatores genticos, a IgM, regra geral, a primeira a apresentar nveis que possibilitam a deteco aps o estmulo antignico e caracterizar a fase inicial (aguda) na maioria das infeces. O seu decrscimo compensado pelo surgimento da IgG, normalmente encontrada no final de um processo agudo, permanecendo durante a fase crnica, MESMO APS A CURA COMO IMUNOGLOBULINA DE MEMRIA. Normalmente nas solicitaoes de exames laboratoriais, pede-se a pesquisa de IgM e IgG especficas. Porm, em infeces recentes por Toxoplasma gondii, ou citomegalovrus (Ver Glossrio), a IgM e IgG, podem resultar eventualmente negativas, mas a IgA positiva pode corrigir falhas no diagnstico. Por estas razes, imunoglobulinas IgA e IgE especficas tm sido pesquisadas e utilizadas com maior preciso na determinao de fase inicial das infeces, uma vez que possuem uma vida mdia menor e permanecem na circulao aps o incio do processo infeccioso, por um perodo ainda mais curto que o da IgM.Os testes sorolgicos so tambm utilizados para verificao do potencial de virulncia e de invasividade dos enteropatgenos. A Entamoeba histolytica, por exemplo, enquanto parasito do lumen intestinal, parece no induzir ou pouco induzir, a formao de Acs especficos. Por outro lado, a ulcerao, penetrao tecidual e consequente multiplicao e disseminao deste parasito no hospedeiro, pode propiciar ttulos de IgG anti ameba no plasma sanguneo, facilmente detectveis.Alm das imunoglobulinas, as Protenas de Fase Aguda (PFA), presentes normalmente em baixa concentraes no plasma sanguneo, alteram-se em resposta aos estmulos inflamatrios aps leso tecidual ou infeco. Em linhas gerais, as PFA constituem um vasto nmero de protenas plasmticas de ORIGEM HEPTICA, , cuja sntese aumenta 25% ou mais e podem ser classificadas em funo do aumento de sua produo aps estmulo inflamatrio (Quadro 1)Tradicionalmente, a quantificao da protena C reativa (PCR) na prtica clnica tem vrios objetivos, entre eles, a avaliao da extenso e atividade da inflamao e que permite o acompanhamento do processo patolgico, diferenciao entra doena inflamatria e no inflamatria e estimativa de seu respectivo prognstico1. 1- Prognstico: Indicao ou avaliao mdica sobre um resultado possvel de uma doena: no seu caso o prognstico no foi favorvel. Ao que consiste na suposio acerca do desenvolvimento futuro de um processo; suposio sobre o resultado de um processo. Que pode apontar circunstncia, acontecimentos e/ou situes futuras; diz-se do sintoma que pode indicar uma doena.Os testes sorolgicos tambm servem para selecionar doadores e receptores de sangue ou rgos, no s no contexto de quem desempenha a determinao de grupos sanguneos ou antgenos de histocompatibilidade, como tambm para a preveno de doenas infecciosas transmissveis por meio de transfuso sangunea e hemoderivados (Ex; soro, plaquetas etc) como de tecidos e rgos transplantados. No Brasil o Ministrio da Sade estabeleceu estratgias de controle apoiados na triagem clnica, epidemiolgica e sorolgica para preveno de doenas transfusionais que incluem doena de Chagas, a sfilis, hepatites B e C, o vrus da leucemia T em adulto (HTLV I e II) ou vrus linfotrpico da clula humana , em todo territrio nacional e a malria, em regies endmicas. As condies que constituem contraindicao absoluta para doao de rgos, relacionadas s doenas infecciosas, alm das empregadas na preveno de doenas transmissveis por meio de transfuso de sangue e hemoderivados, incluem avaliao laboratorial de septicemia bacteriana ou fngica, ativa.As molculas liberadas pelo parasito e os Acs correspondentes encontrados no hospedeiro so chamados de marcadores sorolgicos. Estes marcadores podem ser utilizados para avaliar o prognstico de doenas e alguns marcadores indicam EVOLUO PARA A CURA, enquanto outros o AGRAVAMENTO. Baseando-se nestes princpios, pode-se avaliar a eficcia teraputica.Os anticorpos protetores, induzidos por parasitos em processos infecciosos ou por vacinas, podem ser pesquisados e utilizados como marcadores para avaliar a imunidade especfica, naturalmente adquirida ou artificialmente induzida por vacinas. Os testes sorolgicos em pacientes pr-natal so de fundamental importncia na pequisa de doenas congnitas como a toxoplasmose, a sfilis, a citomegalia (ver glossrio) entre outras e na avaliao da imunidade especfica, principalmente para doenas imunoprevinveis com aplicao de vacinao (Hepatite B, rubeola, difteria, ttano).

Quadro1- Caractersticas cinticas das Protenas de Fase Aguda (PFA)Protenas de Fase AgudaTempo de Resposta entre estmulo e elevao de nveis plasmticosPeso molecular (KDa)

Grupo I - Aumenta menos de uma vez

CeruloplasminaC3C448-72 horas48-72 horas48-72 horas132180202

Grupo II Aumenta duas a quatro vezes

a-1 glicoprotena cidaa-1 antitripsinaa-1 antimiotripsinaHaptoglobinaFibrinognio24 horas10 horas10 horas24 horas24 horas41546886340

Grupo III Aumenta acima de cinco mil vezes

Protena C Reativa (PCR)Amiloide srica A6-10 horas2-10 horas110180

1.3- Importncia do Diagnstico Sorolgico ColetivoA aplicao de testes sorolgicos em inquritos epidemiolgicos denomina-se soroepidemiologia e serve para estimar a soroprevalncia, que corresponde ao nmero de indivduos soropositivos em um perodo de tempo determinado, sem distinguir os outros casos novos dos antigos. Como a soroprevalncia est intimamente relacionada com a taxa de infeco e a permanncia dos anticorpos circulantes, este indicador auxilia nos seguintes propsitos em relao s doenas infectoparasitrias: estabelecer prevalncia sorolgica, identificar os principais problemas sanitrios, estabelecer prioridades de vacinas, demarcar a distribuio e erradicao de doenas, verificar a reintroduo de doenas em reas consolidadas, determinar a peridiocidade de epidemias, avaliar as campanhas de vacinao, investigar enfermidades descobertas recentemente (Ex: H1N1-gripe suna, Ebola, etc) e estimar as perdas econmicas atribudas enfermidade.Testes sorolgicos tambm so aplicados na anlise do contedo intestinal de insetos hematfagos para identificao das fontes de alimentao dos vetores envolvidos na transmisso de doenas. Estabelecer o padro alimentar dos insetos hematfagos de grande importncia para o entendimento da biologia, alm de possuir valor fundamental para a Sade Pblica, no deliamento de estratgias de controle de vrios agravos gerados por estes vetores.

Glossrio1- Citomegalia - (A Citomegalovirose (CMV) uma doena infecciosa produzida por um vrus que pode infectar o feto ou recm-nascido. A transmisso materno-fetal pode ocorrer em qualquer perodo da gestao. Tanto no caso da infeco congnita, quanto na infeco perinatal, a excreo do CMV caracteristicamente prolongada, o vrus excretado consistentemente na orofaringe e urina, por perodos de at cinco anos, em quantidade superior sobservadas em crianas maiores ou adultos infectados.)Ocitomegalovrusa exemplo dos outros vrus da famliaHerpesviridae. OCMV tem a capacidade de persistir no hospedeiro infectado por perodos prolongados. Infeces persistentes so observadas em RN, crianas maiores e adultos, e a excreo viral aps a infeco inicial pode perdurar por muitos meses ou anos.Alm disso, o CMV pode acarretar as assim chamadas infeces latentes ou no produtivas. Neste caso, o genoma viral no se multiplica, nem produz qualquer alterao na clula infectada. Contudo, por alteraes do equilbrio vrus versus hospedeiro, o CMV pode voltar a se multiplicar e, eventualmente provocar novamente sintomas clnicos. Esta peculariedade responsvel pelo carter oportunista observado no CMV e nos outros vrus da famliaHerpesviridae.O CMV pode atingir todos os rgos, particularmente crebro, fgado, bao, rins e pulmes. Clulas de incluso so menos freqentemente encontradas no pncreas, tireide e crebro e mais raramente no intestino, glndulas paratireides e timo.Formas de apresentaoAssintomtica: a doena praticamente no se manifesta.Subclnica: RN podem apresentar tardiamente nos primeiros anos de vida algumas anormalidades, principalmente neurolgicas e auditivas, sendo que paralisia cerebral,retardo mentalea perda da acuidade auditiva constituem as principais alteraes observadas nesta forma de apresentao da doena.

Sintomtica: RN com a forma sintomtica podem se apresentar com a doena leve ou moderada, esboando sinais clnicos como ictercialeve, prpuratrombocitopnica transitria, dificuldade para se alimentar, surdez, insuficincia respiratria leve e hepatoesplenomegalia isolada.Grave: RN que apresentam a forma mais grave da doena de incluso citomeglica ocorre em menos de 1: 3.000 nascimentos, sendo acompanhada por envolvimento de mltiplos rgos, particularmente o sistema reticuloendotelial e o Sistema Nervoso Central (SNC).

Manifestaes clnicas da forma graveA grande maioria dos RN infectados pelos vrus CMV soprematuros ou de baixo peso com retardo do crescimento intra-uterino. Esses RN podem apresentar o seguinte quadro clnico:Sinais e sintomas mais comuns logo aps o nascimento no RN com o vrus CMV:Hepatoesplenomegalia.Microcefalia.Ictercia.Fenmenos hemorrgicos.Retinocoroidite.Calcificaes intracranianas.2- O vrus da leucemia T em adulto (HTLV I e II) ou vrus linfotrpico da clula humanaO HTLV um retrovrus da mesma famlia do HIV, que infecta a clula T humana, um tipo de linfcito importante para o sistema de defesa do organismo. Ele foi isolado, em 1980, no portador de um tipo raro de leucemia e mais prevalente em certas regies geogrficas especficas, como o Japo, Caribe e alguns pases africanos. No Brasil, representa um problema de sade pblica, apesar de o nmero de pessoas infectadas ser proporcionalmente baixo, se consideramos as dimenses e a populao do pas.Existem dois tipos desse vrus: o HTLV-I e o HTLV-II. O primeiro est associado a doenas graves neurolgicas degenerativas (paraparesia espstica tropical) e hematolgicas, como a leucemia e o linfoma de clulas T humana do adulto (ATL). Polimiosites, poliartrites, uvetes e dermatites so enfermidades que parecem relacionadas com esse tipo de vrus.Quanto ao segundo tipo, ainda no foi plenamente esclarecida sua ligao com alguma patologia determinada.Da mesma forma que o HIV, o HTLV transmitido por via sexual (relaes sexuais desprotegidas), nas transfuses de sangue, pelo uso compartilhado de seringas e agulhas e da me para o filho durante a gestao, o aleitamento e no momento do parto.

SintomasAs estatsticas indicam que apenas 5% das pessoas infectadas pelo HTLV desenvolvem problemas de sade relacionados com o vrus. Nesses casos, em geral, instalam-se quadros neurolgicos degenerativos graves e de leucemias e linfomas.No entanto, a infeco pode ser absolutamente assintomtica. Quando se manifestam, so sintomas indicativos de doena neurolgica: dor na batata da perna e nos ps, na coluna lombar, fraqueza, dormncia e formigamentos nos membros inferiores,perturbaes urinrias.Nos quadros de leucemia e linfomas, os sintomas mais comuns so: leses cutneas maculopapulares, descamao, gnglios infartados, alteraes visuais e sseas.DiagnsticoMuitas vezes, a pessoa descobre que portadora do HTLV, por acaso, quando vai doar sangue, por exemplo. O diagnstico de certeza s estabelecido pelos resultados positivos dos testes ELISA e Western-blot especficos para esse tipo de retrovrus. No entanto, tomar conhecimento da infeco fundamental para controlar a transmisso do vrus.TratamentoComo o risco do desenvolvimento da doena associada ao HTLV-I muito baixo, no existe tratamento preventivo ainda. Tambm no se descobriu uma soluo teraputica para eliminar o vrus completamente do organismo infectado.No entanto, todas as doenas correlacionadas com o retrovrus HTLV tm tratamento O prognstico depende do estadiamento, tempo de evoluo e da presena de outras infeces.Diagnstico precoce e a observncia s orientaes mdicas so requisitos bsicos para o bom resultado do tratamento.Recomendaes* No se descuide da sua sade. S pratique sexo seguro;* Certifique-se sempre de que as agulhas e seringas que vai usar so descartveis;*Pea para seu mdico averiguar a possibilidade da infeco pelo HTLV, se voc est grvida ou pretende engravidar.

Fundamentos Gerais do Imunodiagnstico

A pesquisa laboratorial da Resposta Imune pode ser empregada para a verificao da resposta humoral e resposta celular. A pesquisa da Resposta Humoral pode ser realizada de duas maneiras. Uma dessas maneiras refere-se ao emprego de anticorpos especficos para identificar antgenos parasitrios ou outras substncias que desempenham o papel de antgeno na reao tais como drogas, hormnios, cidos nucleicos, citocinas, receptores de clulas, etc. Outra maneira a deteco de anticorpos especficos na amostra a ser testada, passvel de determinar se um indivduo foi exposto a um Ag especfico. A medida das interaes entre antgeno-anticorpo com o propsito de diagnstico conhecido como imunosorologia.As tcnicas imunossorolgicas fundamentam-se na natureza da interao antgeno-anticorpo, nas quais podem expressar-se de duas formas distintas, em decorrncia da utilizao de imunorreagentes livres de marcao ou de reagentes marcados. As tcnicas em que no se empregam marcadores (livres de marcao) demonstram-se por fenmenos visveis. Portanto, ao se combinar com antgenos solveis, os complexos resultantes podem formar precipitados insolveis. Se os antgenos so particulados (bactrias, protozorios, hemcias, etc), os anticorpos os aglutinam (Reao de Aglutinao), Se o anticorpo ativar a Via Clssica do Sistema Complemento e o antgeno se encontra em uma superfcie celular, o resultado pode ser por citlise (lise celular) - RFC- Reao de Fixao de Complemento. As tcnicas que empregam imunorreagentes marcados caracteriza-se pela simples combinao do Ag com o Ac, necessitando que um deles estejam marcados convenientemente. O imunorreagente pode ser marcado com corantes fluorescentes ou quimioluminescentes, radioisotopos, enzimas (ex: ELIZA), ouro ou prata coloidal, entre outros marcadores.

1- Reao de Imunofluorescncia

Os anticorpos tm a capacidade de se ligarem a radicais qumicos sem perder suas caractersticas de reconhecimento e ligao aos antgenos. Uma das grandes vantagens desta tcnica a intesa luminosidade emitida por quantidades muito pequenas de corantes fluorescentes, permitindo identificar estruturas fluorescentes entre vrias outras estruturas em cortes de tecidos ou esfregaos. Uma das vantagens da imunofluorescncia foi o fato de ter maior sensibilidade que os outros mtodos, como a hemaglutinao, permitindo distinguir uma nica clula bacteriana entre 107 bactrias no coradas.S foi possvel o desenvolvimento da tcnica de fluorescncia devido a caractersticas especiais que algumas substncias possuem de armazenar energia luminosa e liber-las mais tarde. A este fenmeno foi dado o nome de luminescncia. Se a substncia capaz de armazenar e emitir luminescncia por perodos longos, chama-se ento de fosforescncia, se o perodo de emisso da luminosidade mais curto, chama-se FLUORESCNCIA. Entre os corantes fluorescentes mais utilizados destacamos a rodamina (isotiocianato tetrametil rodamina - TRICT) e fluorescena (isotiocianato de fluorescena - FITC), esta ltima supera a primeira por possuir maior eficincia quntica, ou seja, maior capacidade de absoro e de emisso da luminosidade. A intensidade da luz emitida por este corante sofre grande interferncia do meio em que se encontra, o pH um dos fatores que mais interfere, pois, h um mnimo de fluorescncia em pH cido, por isso o material deve ser montado em glicerina tamponada alcalina antes da observao em microscpio de fluorescncia.Para se ter bons resultados com as tcnicas imunofluorescentes, fundamental a utilizao de um microscpio ptico equipado com acessrios e filtros que permitam a boa visualizao e captao da fluorescncia. Atualmente, existem vrios modelos de vrias procedncias. Para a escolha do equipamento que mais se adapte s necessidades do laboratrio, deve-se ter em mente, qual o objetivo do teste, que tipo de material ser utilizado com o Ag ou com a amostra (para que seja feita a escolha adequada das objetivas e das oculares), qual corante ou corantes sero empregados (para definir a escolha adequada dos filtros do equipamento), quantos exames sero em mdia e quantas vezes por semana, uma vez que tal escolha ir interferir na vida til DA LMPADA a ser utilizada, entre outros fatores.A ligao qumica de anticorpos com corantes d origem a um composto chamado conjugado, que associa a capacidade de reconhecimento e ligao do Ac s propriedades do corante sem que ocorra nenhum prejuzo para ambos. Apesar do processo de conjugao ser relativamente simples, h uma srie de cuidados que precisam ser seguidos devido s variaes que podem ocorrer em cada um dos reagentes a cada associao. Um dos cuidados principais a imunizao de animais com antgenos mais purificados possveis para evitar reaes cruzadas com outros antgenos. Atualmente existem no mercado compostos conjugados de extrema pureza e alta especificidade e que atendem perfeitamente s necessidades da grande maioria dos laboratrios.Existem variaes de imunofluorescncia, a imunofluorescncia direta (IFD) foi a mais simples e a primeira a ser descrita. Nesta tcnica, o conjugado reage diretamente COM ANTGENOS presentes na superfcie de clulas (Figura1). Como esta tcnica presta pesquisa de substncias que atuam como antgenos para o conjugado, torna-se necessrio, a cada procura de um Ag diferente a produo de um conjugado diferente. Alm disso, de todas as variaes da imunofluorescncia, esta a menos especfica, j que principalmente em tecidos ou esfregaos, devido grande quantidade de material na amostra, pode ocorrer a presena de antgenos homlogos (pode ocorrer reao cruzada), ao que se est pesquisando. Quando se trata de clulas ntegras, h certa facilidade no reconhecimento, porm, em fragmentos celulares ou estruturas muito pequenas necessrio grande conhecimento e intenso treinamento para diminuir a inespecificidade.A imunofluorescncia direta amplamente aplicada no diagnstico de infeces por Chlamydia trachomatis em esfregaos cervicais e uretrais. Este mtodo foi amplamente utilizado na identificao dos Ags do MHC e na triagem de LB e LT.Outra variedade do mtodo a Imunofluorescncia Indireta (RIFI). Nesta modalidade, pode-se realizar a PESQUISA DE ANTICORPOS contra os mais variados antgenos. O conjugado uma imunoglobulina que reconhece a outra imunoglobulina como Ag, ou seja, uma anti-imunoglobulina ou anticorpo secundrio (Figura 2). A vantagem deste mtodo que o Ac pode estar ancorado (ligado) superfcie de qualquer Ag e ainda assim ser reconhecido pelo conjugado. Assim, um nico conjugado pode ser utilizado na pesquisa de Acs contra vrias infeces diferentes, tornando o mtodo mais barato. Uma vez que o reconhecimento de uma imunoglobulina por outra imunoglobulina se d pela REGIO CONSTANTE do fragmento cristalizvel (Fc), a ligao espcie especfica, conferindo ao mtodo grande especificidade. Ele tambm mais sensvel que a imunofluorescncia direta, porque existem normalmente mais eptopos na imunoglobulina para se ligar. Quanto maior a quantidade de conjugado maior ser a emisso de fluorescncia. A RIFI auxilia no diagnstico de vrias doenas e permite a pesquisa de diferentes isotipos (IgM, IgG, IgD, IgE, IgA), sendo que, neste caso h necessidade de utilizar conjugado para cada um dos isotipos. Desta forma, este mtodo utilizado no acompanhamento de doenas e, EM ALGUNS CASOS, pode tambm ser utilizado como CRITRIO DE CURA.De uma maneira geral, a tcnica de imunofluorescncia apresenta nveis de sensibilidade que variam de 70% a 90%, e especificidade que varia de 85% a 99%. Por ser um mtodo com perfil mais especfico, este mais utilizado em CONFIRMAES SOROLGICAS. Deve-se utilizar o mtodo de imunofluorescncia sempre aliado a outro mtodo mais sensvel para a triagem e fornecer os dois resultados em combinao. A sua utilizao pesquisando IgM e IgG sricas pode aumentar a sensibilidade, uma vez que a IgM aparece mais precocemente.

Figura1- Reao de Imunofluorescncia Direta (IFD)

IFD- Protenas de superfcie tecidual

IFD Chlamydia trachomatis

Figura 2- RIFI- Reao de Imunofluorescncia Indireta

FTA-ABS- RIFI para o diagnstico de sfilis

RIFI de Neutrfilos Humanos

RIFI de Toxoplasma gondii

2- Ensaios Imunoenzimticos- Enzyme-linked immunosorbent assay (Ensaio de Imunoabsoro Ligada a Enzima) ELISA

Em 1971, dois grupos de pesquisadores, um holands, e um sueco, idealizaram e introduziram, pioneiramente, o mtodo imunoenzimtico para a deteco e quantificao de antgenos ou anticorpos especficos. Estes grupos observaram que protenas poderam ser imobilizadas em superfcie slida de poliestireno e a reao imune, ser revelada pela formao de produtos coloridos da reao enzima-substrato, na presena de um componente doador de eltrons, denominado cromgeno.O Mtodo ELISA, quando efetuado em timas condies (enzimas altamente ativas, antgenos puros, substratos de alta qualidade, anticorpo e conjugado), apresenta sensibilidade semelhante ao radioimunoensaio (conjugado com radioistopo), com a vantagem de no ser necessrio utilizar material radioativo. Entretanto, esse mtodo apresenta algumas desvantagens, pois, alguns substratos nessas reaes so teratognicos (causam m formao congnita) e a presena de enzimas endgenas interferem nos resultados quando se usa clulas ntegras com o antgeno.A reao desenvolvida frequentemente em placas de microdiluio (suporte), contendo sries de orifcios, onde so depositados os imunorreagentes, antgenos ou anticorpos, dependendo do objetivo do mtodo. O processo de revestimento da placa com o imunorreagente adequado denomina-se sensibilizao (sensibilizao da placa ou adsoro). Para sensibilizar a placa deve-se tratar o imunorreagente com soluo alcalina, deixando-o com carga negativa, e assim promover, passivamente, a adsoro placa por interaes eletrostticas (foras colmbicas), as quais ocorrem em virtude das cargas positivas do poliestireno ou polivinil (polyvinyl chloride - P.V.C.) utilizado para confeccion-las. Alm das placas de microdiluio de 96 cavidades, tambm podem ser empregadas outros suportes, entre os quais, esferas de sefarose (derivado de grnulos de agarose), esferas de poliestireno ou P.V.C., que possibilitam a adsoro adequada para a maioria dos imunorreagentes.As estapas de LAVAGEM das placas de microdiluio interpem-se s demais etapas de execuo e servem para RETIRAR EXCESSOS DE IMUNORREAGENTES NO LIGADOS. Podem ser usados procedimentos manuais ou automatizados, que vo desde o uso de jorradeiras contendo a soluo de lavagem, ou de pente multicanal adaptado a um sistema de vcuo (lavadora semi-automtica), at a utilizao de lavadoras de placas automticas, que reduzem o tempo de realizao do teste e propiciam maior uniformidade ao processo (ver figuras).O revestimento da superfcie interna da placa de ELISA, pelo menos no plano terico, no absoluto, e, portanto, algumas regies permanecem livres de ligao. Estes espaos devem ser ocupados com qualquer outra molcula alheia ao sistema reacional (que no interfira na reao- inerte), no sentido de reduzir, ou mesmo evitar, geradores de reaes indesejveis que possibilitem falsas interpretaes. A cobertura destes espaos vazios chamada de bloqueio. Entre as protenas mais empregadas nesta etapa (bloqueio) destacam a ALBUMINA BOVINA SRICA (BSA), a ovalbumina e a casena, alm de um complexo proteico, como soro de cobaio.Dependendo do material a ser pesquisado, pode-se conjugar antgenos com enzimas (E) (Ag-E) e Ac ou Anti-Ac com enzima (Ac-E). Enzimas so macromolculas de natureza proteica, com funo biolgica de alto poder cataltico (degradador) de reaes qumicas e elevada especificidade ao substrato correspondente. As mais usadas nestes testes so a fosfatase alcalina e peroxidase.Para revelar a presena da enzima no complexo formado utiliza-se uma soluo reveladora, que consiste em um tampo adequado, onde se adicionam o substrato correspondente enzima conjugada e um componente doador de eltrons (cromgeno). A enzima conjugada quebra o substrato e seus produtos ATUAM NO CROMGENO, alterando a colorao do sistema.A leitura da reao em condies de trabalho de campo pode ser feita de forma visual, simplesmente pela observao da alterao da colorao. Em c