Apostila Professor Marcelo

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APOSTILA DE HISTÓRIA PROFESSOR – MARCELO VASCONCELOS OLIVA HISTÓRIA ROMA O ESPAÇO: A cidade de Roma está localizada na península Itálica, que é cortada pelos grandes rios, Pó, Amo e Tibre, e, no sentido norte-sul, pela cadeia dos Apeninos. A FUNDAÇÃO DE ROMA: Roma surgiu por volta do ano 1000 a.C., de uma fortificação que os latinos e sabinos ergueram nas proximidades do rio Tibre. Era um lugar estratégico e propício às atividades agropastoris. A MONARQUIA: De 753 a.C. até 509 a.C. os romanos viveram sob o regime monárquico. Roma era governada por reis escolhidos pela Assembléia Cúria e tinham o poder limitado pelo Senado. Essa assembléia era formada por cidadãos em idade militar. A economia romana desse período era agropastoril. A sociedade nesse período era formada por: » patrícios: os aristocratas, os grandes proprietários de terras; » plebeus: os homens livres, considerados estrangeiros. Eles eram pequenos agricultores, pastores, comerciantes e artesãos; » escravos: originados dos povos conquistados. A REPÚBLICA: Em 509 a.C., um choque entre o rei e a aristocracia provocou o fim da realeza. Os patrícios se revoltaram e organizaram uma república de ricos proprietários, que se estendeu até 27 a.C. O poder executivo passou a ser exercido pelos magistrados: » Cônsules: em número de dois, comandavam o exército; » pretores: cuidavam da justiça; » censores: faziam o censo dos cidadãos, com base na sua riqueza, e vigiavam sua conduta; » questores: homens encarregados da área financeira; » edis: responsáveis pela preservação, policiamento e abastecimento das cidades. O Senado era o órgão com maior poder, composto por 300 senadores vitalícios, cujas funções eram: elaborar as leis, cuidar das questões financeiras e religiosas, administrar as províncias. As Assembléias eram em número de três: » Curiat: examinava os assuntos de ordem religiosa. » Tribat: nomeava os questores e edis. .» Centuriat: composta pelas centúrias. As lutas sociais A República romana foi marcada pelos conflitos sociais, envolvendo a plebe e os patrícios, ocorridos entre os séculos V e III a.C. Eles tiveram início quando os plebeus formaram um exército próprio e retiraram-se para o monte Aventino. Os patrícios necessitavam dos plebeus e aceitaram as suas reivindicações, permitindo que tivessem representação, o tribuno da plebe. Em 450 a.C., foram criadas as Leis das XII Tábuas, as primeiras leis comuns a todos os romanos. Em 445 a.C., a plebe conseguiu a aprovação da Lei Canuléia. Com a Lei Lidnia (366 a.C.), foi abolida a escravidão por dívidas. As conquistas romanas: Durante o período republicano, em apenas três séculos (do IV ao II a.C.), Roma conquistou um grande império. Dominou a Macedônia, a Grécia, a península Ibérica, a Bitínia, a Síria, o Egito e toda a Gália. O objetivo maior era controlar o Mediterrâneo, porém o grande empecilho para isso era Cartago, cidade estado fundada pelos fenícios no Norte da África, que havia alcançado alto grau de prosperidade. As guerras entre Roma e Cartago são conhecidas como Guerras Púnicas. Em 146 a.C.Cartago foi destruída pelo general Cipião Emitiano. Após a destruição de Cartago, Roma passou a ser a cabeça de um império que reunia sob seu jugo povos de culturas diferentes. As regiões conquistadas, transformadas em províncias romanas, eram obriga das a pagar altos tributos a Roma. Os resultados dessas transformações foram: » enriquecimento dos patrícios; » aumento do número de escravos; » formação de uma nova camada social, a dos cavaleiros; » empobrecimento dos pequenos proprietários; » aumento das importações, que passaram a superar as exportações. A República em crise: O período compreendido entre os anos de 133 a.C. e 27 a.C. marcou o declínio da República romana. Destacam-se os seguintes acontecimentos: as reformas dos irmãos Graco, os governos de Mário e Sila e os triunviratos. Os irmãos Graco: Os irmãos Tibério e Caio Graco foram eleitos sucessivamente tribunos da plebe. Foram importantes devido às reformas sociais que propuseram à Roma. Em 133 a.C., Tibério Graco conseguiu a aprovação de uma lei, que limitava a extensão das terras da aristocracia e autorizava a distribuição para os pobres da área que ultrapassasse o limite estabelecido. 1

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APOSTILA DE HISTÓRIAPROFESSOR – MARCELO VASCONCELOS OLIVA

HISTÓRIA

ROMA

O ESPAÇO: A cidade de Roma está localizada na península Itálica, que é cortada pelos grandes rios, Pó, Amo e Tibre, e, no sentido norte-sul, pela cadeia dos Apeninos.

A FUNDAÇÃO DE ROMA: Roma surgiu por volta do ano 1000 a.C., de uma fortificação que os latinos e sabinos ergueram nas proximidades do rio Tibre. Era um lugar estratégico e propício às atividades agropastoris.

A MONARQUIA: De 753 a.C. até 509 a.C. os romanos viveram sob o regime monárquico. Roma era governada por reis escolhidos pela Assembléia Cúria e tinham o poder limitado pelo Senado. Essa assembléia era formada por cidadãos em idade militar. A economia romana desse período era agropastoril.

A sociedade nesse período era formada por:» patrícios: os aristocratas, os grandes proprietários de terras;» plebeus: os homens livres, considerados estrangeiros. Eles eram pequenos agricultores, pastores, comerciantes e artesãos;» escravos: originados dos povos conquistados.

A REPÚBLICA: Em 509 a.C., um choque entre o rei e a aristocracia provocou o fim da realeza. Os patrícios se revoltaram e organizaram uma república de ricos proprietários, que se estendeu até 27 a.C.

O poder executivo passou a ser exercido pelos magistrados:» Cônsules: em número de dois, comandavam o exército;» pretores: cuidavam da justiça;» censores: faziam o censo dos cidadãos, com base na sua riqueza, e vigiavam sua conduta;» questores: homens encarregados da área financeira;» edis: responsáveis pela preservação, policiamento e abastecimento das cidades.

O Senado era o órgão com maior poder, composto por 300 senadores vitalícios, cujas funções eram: elaborar as leis, cuidar das questões financeiras e religiosas, administrar as províncias.As Assembléias eram em número de três:» Curiat: examinava os assuntos de ordem religiosa.» Tribat: nomeava os questores e edis. .» Centuriat: composta pelas centúrias.As lutas sociais

A República romana foi marcada pelos conflitos sociais, envolvendo a plebe e os patrícios, ocorridos entre os séculos V e III a.C. Eles tiveram início quando os plebeus formaram um exército próprio e retiraram-se para o monte Aventino.

Os patrícios necessitavam dos plebeus e aceitaram as suas reivindicações, permitindo que tivessem representação, o tribuno da plebe.

Em 450 a.C., foram criadas as Leis das XII Tábuas, as primeiras leis comuns a todos os romanos.

Em 445 a.C., a plebe conseguiu a aprovação da Lei Canuléia.Com a Lei Lidnia (366 a.C.), foi abolida a escravidão por dívidas.

As conquistas romanas: Durante o período republicano, em apenas três séculos (do IV ao II a.C.), Roma conquistou um grande império. Dominou a Macedônia, a Grécia, a península Ibérica, a Bitínia, a Síria, o Egito e toda a Gália.

O objetivo maior era controlar o Mediterrâneo, porém o grande empecilho para isso era Cartago, cidade estado fundada pelos fenícios no Norte da África, que havia alcançado alto grau de prosperidade.

As guerras entre Roma e Cartago são conhecidas como Guerras Púnicas. Em 146 a.C.Cartago foi destruída pelo general Cipião Emitiano.

Após a destruição de Cartago, Roma passou a ser a cabeça de um império que reunia sob seu jugo povos de culturas diferentes. As regiões conquistadas, transformadas em províncias romanas, eram obriga das a pagar altos tributos a Roma.Os resultados dessas transformações foram:» enriquecimento dos patrícios;» aumento do número de escravos;» formação de uma nova camada social, a dos cavaleiros;» empobrecimento dos pequenos proprietários;» aumento das importações, que passaram a superar as exportações.

A República em crise: O período compreendido entre os anos de 133 a.C. e 27 a.C. marcou o declínio da República romana. Destacam-se os seguintes acontecimentos: as reformas dos irmãos Graco, os governos de Mário e Sila e os triunviratos.

Os irmãos Graco: Os irmãos Tibério e Caio Graco foram eleitos sucessivamente tribunos da plebe. Foram importantes devido às reformas sociais que propuseram à Roma. Em 133 a.C., Tibério Graco conseguiu a aprovação de uma lei, que limitava a extensão das terras da aristocracia e autorizava a distribuição para os pobres da área que ultrapassasse o limite estabelecido.

Em 123 a.C., Caio Graco retomou o projeto de reforma agrária, com a intenção de conter o processo de extinção das pequenas propriedades rurais e o avanço do latifúndio e, para ganhar o apoio dos pobres, conseguiu que fosse abaixado o preço do trigo.

Os triunviratos: No ano de 70 a.C., ocorreu a revolta de 80 mil escravos liderados por Espártaco. Foi vencida pelos generais Crasso e Pompeu. Como recompensa, esses foram eleitos cônsules.

Porém a inquietação política continuou em Roma e várias revoltas se sucederam, obrigando à criação de um governo forte, conhecido como Primeiro Triunvirato (60 a.C.), que contou com a participação de Pompeu, Crasso e Júlio César.A partir de 45 a.C., Júlio César passou a governar Roma sozinho, como ditador vitalício. Entretanto, o Senado, contrariado com seus poderes, armou uma conspiração e Júlio César foi assassinado em 44 a.C.

Em 43 a.C., formou-se o Segundo Triunvirato,composto por Otávio, Marco Antônio e Lépido, que foi afastado do poder. Otávio governava o Ocidente e Marco Antônio o Oriente.Otávio declarou Marco Antônio inimigo de Roma e combateu-o. Otávio saiu vitorioso em 30 a.C., assumiu o poder, recebendo do Senado vários títulos, entre eles os de Imperador, César e Augusto. Iniciava-se, assim, o Império.

O IMPÉRIO ROMANO: O imperador detinha poderes absolutos. Além de executar as leis, exercia o comando do exército e legislava através de editos, decretos e mandatos.As províncias eram classificadas em senatoriais, administradas pelo Senado através de governadores, e imperiais, administradas pelo imperador.

Otávio, o primeiro imperador, governou de 27 a.C. a 14 d.C. Suas primeiras medidas diziam respeito à reestruturação administrativa do Estado imperial. Foi criada

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a Guarda Pretoriana, com a função de dar proteção ao imperador e à capital.

Para ganhar popularidade, Otávio adotou a política do pão e circo. Distribuía trigo para a população pobre e organizava espetáculos públicos de circo.

Os sucessores de Otávio: Após o governo de Otávio, o Império Romano foi governado por várias dinastias:» Dinastia Júlio-Claudiana (14-68).» Dinastia dos Flávios (69-96).» Dinastia dos Antoninos (96-192): o império atingiu sua maior extensão territorial, acompanhada de prosperidade econômica.» Dinastia dos Severos (193-235).

A crise do Império Romano: A crise do império teve início a partir do século II ocasionada pelo fim das conquistas, quando ocorreu a interrupção do abastecimento de escravos nas atividades econômicas, o que implicou crise de produção, de circulação de produtos e monetária, gerando altos índices de inflação.

Esses acontecimentos contribuíram para que diminuísse a arrecadação de tributos, dificultando a situação da máquina administrativa. Em meio à crise, o imperador Diocleciano criou a Tetrarquia, dividindo o império em quatro partes.

Ainda no século IV, os romanos assistiram as primeiras levas de bárbaros cruzarem as fronteiras do império.

Em 395, o imperador Teodósio, preocupado em melhorar a administração, dividiu o império em dois, Ocidente e Oriente.

O declínio final: No século V, ocorreu a decadência definitiva da parte ocidental do Império Romano, cujos fatores foram:» deterioração da economia;» lutas internas;» fuga de capitais para o Oriente;» corrupção dos costumes;» a invasão dos povos bárbaros.

Em 476, a cidade de Roma caiu nas mãos de Odorico, rei dos hérulos. O Império Romano do Ocidente, ruralizado, fragmentado política e economicamente, não existia mais.

O Mundo Muçulmano

Maomé nasceu na cidade de Meca, na Arábia Saudita, centro de animismo e idolatria. Como qualquer membro da tribo Quirache, Maomé viveu e cresceu entre mercadores. Seu pai, Abdulá, morreu por ocasião do seu nascimento, e sua mãe, Amina, quando ele tinha seis anos. Aos 40 anos, Maomé começou sua pregação, quando, segundo a tradição, teve uma visão do arcanjo Gabriel, que lhe revelou a existência de um Deus único. Khadija, uma viúva rica que se casou com Maomé, investiu toda sua fortuna na propagação da nova doutrina. Maomé passou a pregar publicamente sua mensagem, encontrando uma crescente oposição. Perseguido em Meca, foi obrigado a emigrar para Medina, no dia 20 de Junho de 622. Esse acontecimento, chamado Hégira (emigração), é o marco inicial do calendário muçulmano até hoje. Maomé faleceu no ano 632.

Em suas peregrinações, Maomé não se cansara de aconselhar ao seu povo “guerra santa”, seja o combate sem tréguas a todos quantos recusassem professar o Islamismo. Por outro lado, estavam os muçulmanos tão imbuídos de idéias fatalistas, que se tornou proverbial seu desprendimento pela vida. Tanto se lhes dava perdê-la de modo natural ou violento. Daí, o ardor fanático com que se batiam na defesa de sua fé. Se já “estava escrito” no livro do destino o dia da morte de cada um, por que não trocar a

cama pelo campo de batalha a serviço de Alá? Não havia também Maomé prometido a salvação àqueles que morressem em combate na guerra santa?

Ademais, já dispondo, então, os árabes da unidade nacional conseguida pelo profeta, estavam eles, portanto, perfeitamente habilitados a cumprir o dispositivo do Corão que manda combater os infiéis. Transpuseram, assim, as aguerridas tropas muçulmanas as fronteiras da Arábia e, dez anos após a morte de Maomé, já algumas das mais ricas províncias bizantinas (Síria, Palestina, Egito) e persas (Assíria e Caldéia) haviam sido submetidas. Tais conquistas, ralizadas durante o governo dos dois primeiros califas que sucessivamente reinaram após Maomé – Abu-Becre e Omar – foram facilitadas em virtude da organização em que se encontravam o Império bizantino e a Pérsia. Enquanto viveram os elementos que gozavam da intimidade de Maomé, o califado lhes coube pelo processo de eleição: caso já citados Abu-Becre e Omar, seguidos por Otman e Ali. A expansão encetada pelos dois primeiros foi consolidada pelos outros dois. Sob estes últimos, porém, surgem manifestações em torno do direito de sucessão ao califado e de algumas interpretações dogmáticas. Dessa situação aproveita-se Moaviá, membro da prestigiosa família Omiada, para pugnar pela transformação do califado de eletivo em hereditário, reivindicando para si a glória de inaugurar uma dinastia. Assassinado o califa Ali pelos adeptos de Moaviá, e sendo este governador da Síria, foi-lhe fácil apoderar-se do califado. Tem início, então, a DINASTIA DOS OMIADAS, quando a sede do califado é transferida Arábia para a Síria (Damasco). Sob esta dinastia a expansão muçulmana prossegue com uma rapidez espantosa: em menos de cem anos estendia-se o Império árabe do rio Indo à península Ibérica. Impedidos de entrar na Europa através da Ásia Menor, em virtude da inexpugnável barreira que lhes oferecia Constantinopla, encaminha-se os muçulmanos pelo norte da África, já por eles dominada, conseguindo pisar o território europeu com a travessia do estreito de Gibraltar pelas tropas sob o comando de Taric.

Na península Ibérica tem lugar à decisiva batalha perto de Cadiz (711), entre muçulmanos-mouros e cristãos-visigodos, comandados estes pelo seu próprio rei Rodrigo. Vencem os muçulmanos que continuam em sua avançada até conquistar toda a península, exceto um pequeno território sito no extremo noroeste as Astúrias – onde visigodo Pelágio, com um punhado de patriotas que não se conformavam com a dominação árabe. Prosseguem os invasores através dos Pirineus, só não conquistando o reino dos francos porque Abderran é batido por Carlos Martel, mordomo do paço do reino franco, na célebre batalha de Poitiers (732).

Os Mouros acabam por dominar a navegação no Mar Mediterrâneo, contribuindo assim para isolar a Europa, o que favoreceu a eclosão do feudalismo.

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Os Francos

Os francos formavam uma das várias tribos germânicas que adentraram o espaço do império romano a partir da Frísia como foederati e estabeleceram um reino duradouro na área que cobre a maior parte da França dos dias de hoje e na região da Francônia na Alemanha, formando a semente histórica de ambos esses países modernos.

O filho de Childerico, Clóvis, participou de uma campanha que consolidou os vários reinos francos na Gália e na Renânia, que incluiu derrotar Siágrio em 486. Essa vitória encerrou o controle romano na região de Paris.Na Batalha de Vouillé (507), Clóvis, com a ajuda dos burgúndios, derrotou os visigodos, expandindo seu reino em direção ao oeste até as montanhas dos Pireneus.

A conversão de Clóvis à Cristandade Romana Trinitária, depois do seu casamento com a princesa burgúndia Clotilde em 493, pode ter ajudado a aumentar sua posição aos olhos do Papa e outros reis cristãos ortodoxos. A conversão de Clóvis sinalizou a conversão do resto dos francos. Porque eles podiam prestar culto junto com seus vizinhos católicos, os francos recém-cristianizados tiveram uma aceitação muito mais fácil da população galo-romana local do que os arianos, visigodos, vândalos ou burgúndios. Os merovíngios dessa forma construíram o que com o tempo se provou ser o mais estável dos reinos sucessores no oeste.

A estabilidade, no entanto, não figurou como parte do cotidiano da era merovíngia. Embora a violência casual existisse até certo ponto no final dos tempos romanos, a introdução da prática de feudo de sangue para obter justiça levou a percepção de um aumento do desrespeito à lei. Perturbações do comércio ocorreram, e a vida cívica se tornou cada vez mais difícil, o que levou a uma sociedade mais e mais localizada e fragmentada baseada em vilas auto-suficientes. O conhecimento da leitura e escrita praticamente desapareceu fora das igrejas e mosteiros.

Os chefes merovíngios aderiram à prática germânica de dividir a terra entre os seus filhos, e a divisão, reunificação e redivisão freqüentes de territórios com freqüência resultava no assassinato e guerra entre as famílias lideres. Então embora Clóvis tenha expulsado os visigodos da Gália, na ocasião de sua morte, em 511, seus quatro filhos dividiram o reino entre eles, e pelos dois séculos seguintes seus descendentes compartilharam a posição de rei.

A área franca se expandiu ainda mais sob os filhos de Clóvis, com o tempo cobrindo a maior parte da França atual, mas incluindo áreas a leste do rio Reno também, como a Alâmania (hoje sudoeste da Alemanha) e Turíngia (a partir de 531). A Saxônia, no entanto, permaneceu fora do reino franco até ser conquistada Carlos Magno séculos mais tarde.

Depois da reunificação temporária dos reinos separados sob Clotário I, as terras francas foram divididas novamente em 561 em Nêustria, Austrásia, e Borgonha, que haviam sido absorvidas pelos reinos francos por meio de uma combinação de casamentos políticos e força dos exércitos.

Em cada reino franco o mordomo do palácio servia como superintendente do estado. Uma série de mortes prematuras começando com a de Dagoberto I em 639 levou a uma série de reis menores de idade. Por volta do virar do século VIII, isso permitiu aos mordomos austrasianos consolidar o poder em sua própria regência hereditária, estabelecendo a fundação para uma nova dinastia: seus descendentes, os Carolíngios.

O Império carolíngio

O reinado dos carolíngios começa tradicionalmente com a deposição do último rei merovíngio, com consentimento papal, e ascensão em 751 de Pepino, o Breve, pai de Carlos Magno. Pepino sucedeu seu próprio pai, Carlos Martel, como mordomo do palácio do reino franco reunido e re-erigido composto de partes anteriormente independentes.

Pepino reinou como um rei eleito. Embora tais eleições ocorressem raramente, uma regra geral da lei germânica declarava que o rei dependia do apoio de homens líderes. Esses homens reservavam o direito de escolher um novo líder se eles sentissem que o velho não podia liderá-los numa batalha proveitosa. Embora mais tarde na França o reinado tenha se tornado hereditário, os reis do Sacro Império Romano provaram-se incapazes de abolir a tradição eleitoral e continuaram como reis eleitos até o término formal do império em 1806.

Pepino solidificou sua posição em 754 ao entrar numa aliança com o Papa Estevão III, que apresentou ao rei dos francos uma cópia da forjada "doação de Constantino" em Paris e numa magnífica cerimônia em Saint-Denis ungiu o rei e sua família e os declarou patricius Romanorum ("protetores dos romanos"). No ano seguinte Pepino cumpriu sua promessa ao papa e recuperou o exarcado de Ravena, que havia caído recentemente nas mãos dos lombardos, e o devolveu, não para o imperador bizantino de novo, mas para o papado. Pepino doou as áreas reconquistadas em volta de Roma para o Papa, traçando a fundação para os estados papais na "doação de Pepino" que ele colocou sobre o túmulo de São Pedro. O papado teve bons motivos para esperar que a monarquia franca refeita iria prover uma base de poder deferente (potestas) na criação de uma nova ordem mundial, centrada no Papa.

Com a morte de Pepino em 768, seus filhos, Carlos e Carlomano, mais uma vez dividiram o reino entre si. No entanto, Carlomano retirou-se para um mosteiro e morreu pouco depois, deixando o reino todo para seu irmão, que mais tarde se tornou conhecido como Carlos Magno, uma figura poderosa, inteligente e modestamente letrada que se tornou uma lenda para história posterior tanto da França quanto da Alemanha. Carlos Magno restaurou uma balança de igualdade entre o imperador e o papa.

De 772 em diante, Carlos Magno derrotou os

saxões, anexando seu território ao reino franco. Esta campanha transformou a conversão forçada de povos vizinhos em prática comum entre governantes cristãos não-romanos. Missionários católicos de origem franca, junto com outros da Irlanda e Inglaterra anglo-saxã, entraram em terras saxãs desde meados do século VIII, aumentando os conflitos com os Saxões que resistiam aos esforços missionários e incursões militares. Depois de diversas revoltas, os saxões sofreram sua derrota definitiva em 804. Paralelamente (773–774), Carlos conquistou os lombardos e pode incluir o norte da Itália em sua esfera de influência. Ele renovou a doação do Vaticano e prometeu ao papado a continuidade da proteção franca.

O reino de Carlos Magno sobreviveu a seu fundador e cobriu boa parte da Europa Ocidental de 795 até 843 quando o Tratado de Verdun o dividiu entre seus netos: os francos centrais, governados por Lotário, os francos orientais, governados por Luís o Germânico e Carlos, o Calvo, líder dos francos ocidentais.

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Na hierarquia da Igreja, bispos e abades procuravam apoio no palácio real. Carlos emergia como o grande líder da cristandade ocidental.

No dia do Natal, em 800, o Papa Leão III coroou Carlos como "imperador dos romanos" em Roma numa cerimônia apresentada como se fosse uma surpresa (Carlos Magno não desejava ficar em dívida com o bispo de Roma), um jogada papal adicional numa série de gestos simbólicos que vinham definindo os papéis mútuos da auctoritas papal e da potestas imperial. Embora Carlos Magno, em respeito ao ultraje bizantino, preferiu o título "Imperador, rei dos francos e dos lombardos", a cerimônia reconheceu formalmente o império franco como sucessor do romano (ocidental) (embora apenas a "doação" forjada dava ao papa autoridade política para fazer isso). Depois de um protesto inicial quanto a usurpação, em 812, o imperador bizantino Miguel I Rangabe reconheceu Carlos Magno como co-imperador. A coroação deu a legitimidade à primazia carolíngia entre os francos. Os otonianos mais tarde ressuscitaram essa conexão em 962.

Com a morte de Carlos Magno em 28 de janeiro de 814 em Aachen, ele foi enterrado em sua própria Capela do Palácio em Aachen.

Carlos Magno teve vários filhos, mas apenas um sobreviveu a ele. Esse filho, Luís o Pio, sucedeu ao pai como governante de um império unido. Mas herança total permaneceu uma questão de acaso, em vez de intenção. Quando Luís morreu em 840, os carolíngios aderiram ao costume de partilhar a herança, e o Tratado de Verdun em 843 dividiu o império em três:1. O filho sobrevivente mais velho de Luís, Lotário se tornou imperador e governante dos francos centrais. Seus três filhos por sua vez dividiram esse reino entre eles em Lotaríngia, Burgúndia e Itália (do norte). Essas áreas iriam mais tarde desaparecer como reinos separados.2. O segundo filho de Luís, Luís, o Germano, se tornou rei dos francos orientais. Essa área formou o núcleo do mais tarde Sacro Império Romano, que eventualmente evoluiu para se tornar a Alemanha moderna. 3. Seu terceiro filho Carlos, o Calvo se tornou rei dos francos ocidentais; essa área se tornou a fundação da França.

Feudalismo

Feudalismo: Modo de produção do mundo medieval, que se inicia no séc V com as invasões bárbaras, e se encerra no séc XV, com a crise do feudalismo. As relações baseavam-se na posse da terra e na submissão das pessoas destituídas de posses.Antecedentes do feudalismo- Queda do Império Romano, provocada pelos seguintes fatores:• Guerras civis pela disputa do poder.• Anarquia militar.• Crise do escravismo.

• Absorção da igreja católica, que se torna religião oficial do Império.• Crise econômica.• Invasões da Europa pelos povos bárbaros (Godos, Visigodos, Alamanos, Hunos, Germanos...) que geram insegurança para a população européia, levando a uma ruralização da sociedade.Referindo-se a invasões bárbaras podemos citar o Reino Franco de Carlos Magno, que após sua morte, em 814, gera uma disputa por sua sucessão que só se encerará com o Tratado de Verdun (843), que divide o Império entre os seus descendentes.

Formação do feudalismo: O feudalismo é a conseqüência direta da fusão cultural entre os povos bárbaros e os Romanos.Exemplo: A servidão é a conseqüência da prática Romana do colonato. Já o pacto suserano/vassalo é resultante das práticas germânicas do Comitatus e do Beneficium.

Características do feudalismo

• Servidão= Proteção em troca de prestação de trabalho e impostos: Corvéia (obrigação do servo de trabalhar gratuitamente nas terras do senhor), talha (fornecimento de parte da produção do servo ao senhor), banalidade (imposto sobre o uso das ferramentas e instalações do senhor), hospedagem (hospedar e alimentar o senhor e comitiva), mão-morta (imposto para poder herdar o manso servil), etc...

• Laços de Suserania e Vassalagem = Recebimento de um beneficio (terras) em troca de fidelidade militar e ajuda econômica. O pacto só acontece entre nobres, sendo que quem doa o beneficio torna-se suserano e quem recebe torna-se vassalo.• Poder político descentralizado = O senhor feudal controla o poder dentro do feudo, mas algumas Vilas e Burgos recebem o direito de não responderem ao senhor feudal.• Economias agrárias, tendendo a subsistência e auto-suficiência. A agricultura era realizada dentro de uma técnica na qual o terreno era dividido em três partes, sendo que duas recebiam plantações diferentes, enquanto a terceira ficava em descanso. Na próxima safra a terra que ficou em descanso era semeada e uma das outras ficava em descanso, enquanto a outra recebia uma cultura diferente da safra passada.

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• Sociedade estamental = A posição da pessoa na sociedade é definida pelo seu nascimento. • Sociedade teocentrica: a sociedade tem Deus como centro e referência de tudo.

Na sociedade feudal existem três ordens distintas: Clero (garante a proteção espiritual), Nobreza (Luta e garante a segurança) e Servos (trabalham para sustentar as três ordens). Tal distinção de estamentos e privilégios era legitimada pelo discurso religioso, pois apenas a Igreja Católica mantinha-se como instituição “universal” e ocupava o ápice da sociedade feudal.

Alta Idade MédiaNo séc X encerram-se as invasões bárbaras, o que

permite uma estabilização e o apogeu do feudalismo, gerando assim uma série de alterações no modo de produção e na sociedade feudal:- Aumento de produtividade agrícola.- O comércio volta a se manifestar de modo expressivo.- Há um crescimento demográfico.

As Cruzadas

Visando resolver alguns problemas referentes à falta de terras, segurança interna, etc, a Igreja católica convoca a cristandade européia a empreender lutas contra os povos mulçumanos, alegando a necessidade da retomada da Cidade Santa (Jerusalém).

O Papa Urbano II é o grande arquiteto das cruzadas, que tem inicio no ano de 1205 e se encerra em 1270, acabando por criar rotas de comércio, de longa distância, com o oriente (fonte de riquezas e terras) e retomando a rota oriental pelo Mar Mediterrâneo.

Renascimento comercial

A abertura de novas rotas leva ao surgimento de entrepostos comerciais, que acabam por dinamizar o comércio.- Começam a se formar as famosas feiras de Champanhe, flandres e as ligas comerciais (Hanseatica ou Teutônica),

que são responsáveis pela distribuição de mercadorias e a reativação do comercio em larga escala.Renascimento Urbano: Impulsionado pelos contatos com o oriente e pela relativa paz interna o comércio cresce gerando um fluxo, cada vez maior, de pessoas para o meio urbano.

Os burgos (cidades) voltam a se povoar e se proliferam (meio desordenadamente).Crise dos séculos XIV e XV: O processo de crescimento populacional teve como contrapartida um acentuado progresso da produção agrícola, o que levou os Senhores feudais a passar a ocupar novas terras (florestas e pântanos), num processo conhecido por Arroteamento.

Os principais fatores que acabaram por inviabilizar a existência do mundo feudal foram:• Fome = causada por perdas consecutivas de safras, devido ao desequilíbrio climático proporcionado pelos arroteamentos. Tais perdas fizeram com que os Senhores aumentassem a exploração sobre os seus servos, numa tentativa de manter o padrão de vida da classe nobre.• Peste = surto de peste bubônica, causado pelos ratos que vinha nos navios que traziam especiarias do oriente. Tal peste foi responsável pela morte de aproximadamente 1/3 da população européia. Este fenômeno causou uma enorme perda de trabalhadores, o que contribuiu para o aumento da exploração dos que sobreviveram, gerando revoltas entre os servos (jacqueries).• Guerras = Conflitos entre os nobres, por motivo posse de feudos (Guerra dos cem anos - 1337-1453) e revoltas servis (Jacqueries), que ameaçavam a integridade física dos nobres.• Morte = A fome, a guerra e a peste resultaram em um numero de mortes de grande proporção.

Um dos mais significantes conflitos ocorreu quando o Rei Carlos IV morre e o trono da França passa a ser disputado entre a Dinastia Valois (francesa) e o Rei Eduardo III (Inglaterra), vassalo de Carlos IV. Após varias derrotas francesas surge à figura de Joana D’arc, que guia os franceses em batalhas vitoriosas, mas a guerreira é feita prisioneira pelos Borguinhões (clã francês - aliado dos ingleses) que a entrega para ser julgada pelos ingleses. Joana D’arc é queimada numa fogueira, mas serve de inspiração para a França, que acaba por derrotar os ingleses.

Esses fatores somados (Os Cavaleiros do Apocalipse) vieram abalar profundamente o mundo feudal, criando condições propicias para a eclosão de um novo modo de produção e de uma nova sociedade.Transição Feudal-Capitalista: Período em que o feudalismo chega ao fim, mas o mundo moderno ainda não está constituído completamente,. E um período de transição entre dois diferentes modos de produção.Inicia-se o período (Idade Moderna) em que a burguesia européia apóia os Reis em um processo de centralização política.

O Rei atrai a nobreza, que busca proteger-se das revoltas camponesas, para as cortes e assume o controle político do reino, no que é apoiado pela burguesia que busca agilizar as formas de comércio, sendo que essas se tornam mais fáceis em um território unificado político, econômico e culturalmente.

Idade Moderna

Estado-Nacional ModernoCaracterísticas básicas:• Poder centralizado• Território nacional• Justiça nacional• Idioma Nacional• Moeda nacional• Impostos legalizados e centralizados

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• Pesos e medidas unificados• Exercito nacional. ETC...O Primeiro Estado-nacional a se formar foi o de Portugal.

Absolutismo

Forma de poder político vigente durante a maior parte da Idade Moderna. “Todos os poderes políticos encontram-se acumulados nas mãos de uma única autoridade (REI), capaz de definir regras, práticas e ações, em todos os níveis da sociedade”.

Principais teóricos do Absolutismo:

Jean Bodin: (1530-1596) Defensor do direito divino dos reis exercerem o mando (Republica)Jacques Bossuet: (1627-1704) Outro defensor do direito divino dos reis (Política segundo a sagrada escritura).Thomas Hobbes: (1588-1679) Defensor do contrato Social (pacto). “O Leviatã”Hugo Grotius: (1583-1645) Defensor do contrato social. “Do direito da paz e da guerra”.

Para os contratualistas (Hobbes e Grotius) o Rei recebe uma parcela do poder de cada um dos seus súditos e se torna responsável por impedir o caos e a desordem política.

O Absolutismo na França: O processo de centralização política inicia-se com a Guerra dos Cem Anos, quando um membro da dinastia Valois acende ao trono.No Governo de Carlos IX acirra-se a luta entre católicos e huguenotes, que tem seu cume com a famosa Noite de São Bartolomeu (24-08-1572) quando a mando de Catarina de Medicis (Mãe do Rei) são assassinados milhares de huguenotes, inclusive altos membros do governo.

Em 1594 Henrique IV, protestante, assume o trono, como primeiro representante da dinastia Bourbon, convertendo-se ao catolicismo e em 1598 com o “Edito de Nantes” Concede liberdade religiosa aos huguenotes franceses.

O absolutismo alcança, na França, o apogeu durante o reinado de Luis XIV, o “Rei-Sol”, cujo lema era: “O Estado sou Eu”.

O Absolutismo Inglês: Forja-se como conseqüência da Guerra das Duas Rosas (1455-1485), entre as famílias de York e a de Lancaster. Após vários anos de luta as duas se enfraquecem e Henrique Tudor (casado com Elisabeth de York), percebendo tal fato entra na guerra e vence as duas famílias. Henrique assume o trono Inglês como Henrique VII. O apogeu do absolutismo inglês só é atingido após a reforma religiosa de Henrique VIII.

Absolutismo nos países ibéricos: Portugal: O absolutismo português ocorre como conseqüência da revolução de 1385 (Revolução de AVIS), onde se destaca a figura de D.João (Mestre de AVIS), filho bastardo do rei e que se vê obrigado a lutar, apoiado pela burguesia luza, contra as forças dos senhores territoriais portugueses e do pretendente, espanhol, ao trono de Portugal. D.João vence e é aclamado rei com o nome de D João I.Espanha: O absolutismo espanhol acontece quando da união dos reis católicos de Castela e Aragão, Fernando e Isabel (1492), no contexto da expulsão dos muçulmanos do território de Granada (ultimo reduto muçulmano na Península Ibérica).

Mercantilismo

Conjunto de práticas econômicas adotadas pelos países absolutistas. Características básicas:• Intervencionismo econômico

• Metalismo• Balança comercial favorável• Protecionismo alfandegário• Colonialismo

Denominação do mercantilismo nos diversos países:Inglaterra= Comercialismo - baseado no comercio.França= Colbertismo ou industrialismo - manufaturas de artigos de luxo.Espanha= Bulhionismo - nome derivado da moeda (Bulhão). Tem como base o metalismo.Estados Germânicos= Cameralismo - Protecionismo alfandegário.

Os postulados do mercantilismo acabam levando a Europa a partir para o processo de expansão marítima e ao descobrimento da América.

Renascimento cultural

Expressão do movimento humanista nas artes, letras, musica, ciências, etc...Movimento cultural, patrocinado pela burguesia e que se contrapõe à cultura medieval. Tem sua origem na península itálica devido ao contato dos comerciantes italianos com a cultura do oriente, via rota das especiarias, ao grande numero de sábios bizantinos que vão para a península e ao fato da Itália ser um dos berços da civilização clássica.

Características do Renascimento:•Classicismo: busca-se inspiração na antiguidade clássica.•Humanismo: exaltação do homem.•Antropocentrismo: o homem passa a ser a figura central.•Naturalismo: Valorização do mundo real, natural.•Hedonismo: Valorização do prazer.•Racionalismo: A razão é à base do conhecimento.•Individualismo: Valorizar o artista como criador individual.•Otimismo: Ideal de sucesso.

Fases do Renascimento:O Trecento: séc XIV; o Quatrocento: séc XV; o Cinquecento: séc XVI.

O Renascimento é responsável pelo aparecimento de diversas novidades na Europa:• Renascimento das línguas clássicas• Introdução da tinta a óleo.• Uso da geometria e da perspectiva na pintura e artes em geral.• Desenvolvimento de estudos nas áreas da ciência e medicina.

Os renascentistas foram apoiados pelos Mecenas (ricos burgueses, nobres e cléricos) que financiavam os artistas e intelectuais que buscavam criar um mundo mais livre dos pré-conceitos medievais.Representantes do RenascimentoPintura:-Giotto, Massácio, Botticelli, Rafael Sanzio, Pieter Brueghel, Bosch, El Greco, Michelangelo (Capela Cistina), Leonardo da Vinci (Monalisa) etc...

Escultura:-Donatelo, Michelangelo (Moisés), etc...

Moisés

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Arquitetura:-Brunelleschi, etc...

Catedral de Florença

Letras:-Petrarca, Bocáccio (Decameron), Maquiavel (O Príncipe), Erasmo de Roterdam (Elogio da Loucura), Thomas Morus (Utopia), Rabelais (Gargantua e Pantagruel), Miguel de Cervantes (D’Quixote), Gil Vicente (Auto da Barca do Inferno), Camões (Os Lusíadas), Willian Shakespeare (Otelo - Rei Lear - Romeu e Julieta, etc).

Renascimento Científico

-Nicolau Copérnico, Kepler, Miguel Servet, Leonardo da Vinci, Isaac Newton, etc...

O Renascimento vem abrir as mentes e dotar os homens de uma intelectualidade capaz de questionar pressupostos religiosos e sociais do feudalismo.Reforma Religiosa

No século XVI surgiu um movimento que abalou a Igreja Católica de modo significativo fezendo-a perder a hegemonia religiosa sobre a sociedade européia. As mais pesadas críticas surgem, dentro da própria igreja, contra uma série de abusos cometidos pelo clero, mas houve vários outros motivos que causaram a eclosão do movimento da Reforma.

Causas da reforma:- Religiosas = Abusos cometidos pelo clero católico:• Venda de indulgências• Simonia = venda de cargos religiosos e relíquias sagradas.• Concubinato = membros da igreja tinham varias amantes.- Políticas = Conflitos entre os príncipes e a igreja e a ambição de príncipes sobre as propriedades da Igreja.- Econômicas = condenação da Igreja às práticas burguesas.- Culturais = o homem do Renascimento não aceita os limites traçados pela Igreja Católica.Precursores da Reforma:-John Wiclif.-John Huss

Reforma Luterana

O Monge, Lutero, faz varias criticas a posturas da Igreja Católica e em 1517 expõe as suas 95 teses na Catedral de Wintemberg.A Igreja reage e o Papa excomunga Lutero, mas o monge confirma as suas criticas.

Lutero

Carlos V convoca a Dieta de Worms (1521) para julgar Lutero, mas esse recebe proteção de alguns príncipes

e foge. Escondido do Imperador ele dá inicio a tradução da Bíblia para o Alemão. Alguns príncipes (Simpatizantes de Lutero) começam a se apropriar das terras da Igreja católica e alguns camponeses fazem o mesmo (Anabatistas-1522).Os Anabatistas são liderados por Thomas Munzer (seguidor de Lutero), mas Lutero condena o movimento e ordena uma repressão cruel contra os camponeses.

Carlos V convoca a Dieta de Spira (1529) e tenta forçar os príncipes a seguirem (Obrigatoriamente) o catolicismo, mas estes protestam e decidem enfrentar o Imperador e os príncipes católicos. Os protestantes formam a Liga de Smalkade (aliança militar) e dão inicio a uma guerra civil. Carlos V abdica do trono e é sucedido por seu irmão, Fernando I, que se mostra menos radical. Fernando I convoca a Dieta de Augsburg, onde declara a Paz de Augsburg (Tolerância religiosa), pondo fim aos conflitos (1555).

Reforma Calvinista

O processo de reforma religiosa na Suíça tem inicio com Ulrich Zwinglio, mas este morre antes de realizar seu intento.

Em 1541 Calvino toma o poder em Genebra e institui um Estado teocrático, sendo que para isso ele cria o Consistório (Um tribunal religioso), que tem a função de zelar pelas práticas protestantes. Calvino acaba por criar uma ideologia que legitima as práticas burguesas (Trabalho e lucro), estas condenadas pelo catolicismo.Tal ideologia associa o trabalho à virtude. Segundo Lutero, enquanto se dedica ao trabalho o homem está afastado das tentações mundanas e do pecado, sendo recompensado por Deus com a riqueza. Já a pobreza passa a ser associada ao pecado.

Em suma, Calvino tira o burguês da incomoda posição de pecador, destinado ao inferno, e o coloca como um predestinado divino, sendo que esse burguês passa a ser alvo de admiração pelos seus contemporâneos e serve de modelo para tantos outros.

Reforma Anglicana

O Rei da Inglaterra, Henrique VIII, símbolo de católico, inicia um processo em que busca firmar-se como monarca absoluto. Henrique pede que o Papa anule o seu casamento com Catarina de Aragão (Filha de Fernando e Isabel e tia de Carlos V). Tal pedido coloca o Papa em uma situação desconfortável, pois tanto os reis de Espanha como Carlos V são aliados do papado. Por esse motivo o Papa se vê obrigado a negar tal pedido de Henrique VIII. Diante da negativa Henrique decreta o “Ato de Supremacia” (1534), criando assim a Igreja Anglicana (da qual seria o dirigente), rompendo com o Papa e se apoderando das propriedades da Igreja católica na Inglaterra.

As novas posses propiciaram o fortalecimento do monarca e este acaba submetendo o Parlamento e a nobreza da Inglaterra, tornando-se um rei absoluto, de fato.

Contra-Reforma ou Reforma Católica

A reação do catolicismo ao crescimento da doutrina protestante não se faz esperar. O Papa convoca o Concilio de Trento (1545), que toma as seguintes decisões:• Reativação do Tribunal do Santo Oficio (Inquisição).• Lança a relação dos livros proibidos aos católicos (INDEX).• Reafirma os dogmas católicos.• Cria seminários para formação religiosa do clero.• Acaba com a venda de indulgência.• Acaba com venda de cargos eclesiásticos.• Confirma a infalibilidade Papal.

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• Cria a companhia de Jesus (jesuítas), que tem o dever de catequizar os novos povos e deter o avanço das doutrinas protestantes...• Proíbe a prática do concubinato.

A Reforma acaba com a hegemonia da Igreja católica, o que vem a ser um ponto positivo para as práticas da burguesia e marca o inicio de uma nova moral (burguesa).

Guerra dos Trinta anos (1618-1648)

Os conflitos religiosos ocorridos na Alemanha e solucionados em 25 de setembro de 1555 com a assinatura da Paz de Augsburg inauguraram um período no qual cada príncipe podia impor sua crença aos habitantes de seus domínios. O equilíbrio manteve-se enquanto os credos predominantes restringiam-se à religião católica e luterana, mas o advento do calvinismo complicaria o cenário. Considerada uma força renovadora, a nova linha religiosa conquistou diversos soberanos. Os jesuítas e a Contra-Reforma, por outro lado, contribuíram para que o catolicismo recuperasse forças. Assim nasceu o projeto expansionista dos Habsburgos, idealizado por Fernando, duque de Estíria, que fora educado pelos jesuítas. O perigo ameaçava tanto as potências protestantes no Norte como a vizinha França.

A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) foi uma série de conflitos religiosos e políticos ocorridos especialmente na Alemanha, nos quais rivalidades entre católicos e protestantes e assuntos constitucionais germânicos foram gradualmente transformados em uma luta européia. Apesar de os conflitos religiosos serem a causa direta do conflito, ele envolveu um grande esforço político da Suécia e da França para procurar diminuir a força da dinastia dos Habsburgos, que governavam a Áustria. A guerra causou sérios problemas econômicos e demográficos na Europa Central, mas diminuiu o poder dos poderosos Habsburgos e fortaleceu os Bourbons e foi encerrada com a assinatura da “Paz de Westfália”.

Expansão Marítima

Causas do processo de expansão:• Conquista de novas terras• Necessidade de novos mercados• Progresso técnico e cientifico (navios, bússola e astrolábio).• Obtenção de produtos para comércio.• Expansão do catolicismo (contra reforma).O 1º país a se lançar na aventura das grandes navegações foi Portugal graças à ascensão de um Rei afinado com a burguesia lusitana.

Revolução de AVIS (1385)

Com a morte do rei, D.Fernando, Portugal entra em uma grave crise política, pois o trono português passa a ser disputado herdeiros favoráveis ao reino de Castela (Espanha) e por D.João (mestre da ordem cruzadista de AVIS) e irmão bastardo do Rei.Contra a pretensão de Castela levanta-se D João, a burguesia mercantil e o povo luso. Castela é derrotada na batalha de Aljubarrota (1385) e D.João é coroado com o titulo de D.João I, que impõe sua autoridade a nobreza lusa.Como foi apoiado pela burguesia D.João vai apoiá-la em suas pretensões e projetos.

Fatores responsáveis pelo pioneirismo português

• Revolução de AVIS.• Posição geográfica favorável.

• Burguesia apoiada pelo rei e seu filho, D.Henrique (o infante).• Grande desenvolvimento das artes náuticas (Escola de Sagres).• Afluxo de experientes navegantes para Portugal.Evolução da navegação portuguesa:- 1415 = conquista da ilha de Ceuta.- 1419 = descoberta do arquipélago de madeiras.- 1431 = descoberta de Açores.- 1445 = descoberta de Cabo Verde.- 1482 = descoberta de desembocadura do Rio do Congo (África).- 1487 = Bartolomeu Dias contorna o cabo das Tormentas (cabo da Boa Esperança).- 1498 = Vasco da Gama atinge Calicute (Índias).

(Viagem de Vasco da Gama)

- 1500 = Cabral “descobre” o Brasil.

(Viagem de Cabral)

Navegações Espanholas

- 1492 = Colombo descobre a América. - 1500= Pizon descobre a embocadura do Rio Amazonas.- 1508= Descoberta da Península de Yucatam.- 1512 = Ponce de Leon conquista a florida.- 1513 = Vasco de Balboa atinge o Oceano Pacifico via o istmo do Panamá.- 1517 = Navegando pelo extremo sul das Américas, Fernão de Magalhães atinge o pacifico e circunavega a terra.- 1566 = Descoberta da Austrália.França: Dedica-se às praticas corsárias e conquista o Canadá e a Guiana Francesa.Inglaterra: Domina as regiões das 13 colônias e a Guiana Inglesa.Holanda: Guiana Holandesa (Suriname) e ilhas da região do Caribe.Conseqüências da Expansão Marítima:As grandes navegações causam uma profunda modificação no panorama mundial, pois quebram o monopólio comercial de Genova e Veneza em relação às especiarias orientais e forçam o deslocamento do eixo comercial do Mar Mediterrâneo para o Oceano Atlântico.

História GeralPovos pré-colombianos Civilização Maia: O povo maia habitou a região das florestas tropicais das atuais Guatemala, Honduras e Península de Yucatam (região sul do atual México). Viveram nestas regiões entre os séculos IV a.C e IX a.C. Entre os séculos IX e X , os toltecas invadiram essas regiões e dominaram a civilização maia.

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Nunca chegaram a formar um império unificado, fato que favoreceu a invasão e domínio de outros povos. As cidades formavam o núcleo político e religioso da civilização e eram governadas por um estado teocrático. O imperador maia era considerado um representante dos deuses na Terra. A zona urbana era habitada apenas pelos nobres (família real), sacerdotes (responsáveis pelos cultos e conhecimentos), chefes militares e administradores do império (cobradores de impostos). Os camponeses, que formavam a base da sociedade, artesão e trabalhadores urbanos faziam parte das camadas menos privilegiadas e tinham que pagar altos impostos.

A base da economia maia era a agricultura, principalmente de milho, feijão e tubérculos. Suas técnicas de irrigação eram muito avançadas. Praticavam o comércio de mercadorias com povos vizinhos e no interior do império. Ergueram pirâmides, templos e palácios, demonstrando um grande avanço na arquitetura. O artesanato também se destacou: fiação de tecidos, uso de tintas em tecidos e roupas.

A religião deste povo era politeísta, pois acreditavam em vários deuses ligados à natureza. Elaboraram um eficiente e complexo calendário que estabelecia com exatidão os 365 dias do ano.Assim como os egípcios usaram uma escrita baseada em símbolos e desenhos (hieróglifos). Registravam acontecimentos, datas, contagem de impostos e colheitas, guerras e outros dados importantes. Desenvolveram muito a matemática, com destaque para a invenção das casas decimais e o valor zero.

Civilização Asteca : Povo guerreiro, os astecas habitaram a região do atual México entre os séculos XIV e XVI. Fundaram no século XIV a importante cidade de Tenochtitlán (atual Cidade do México), numa região de pântanos, próxima do lago Texcoco.

A sociedade era hierarquizada e comandada por um imperador, chefe do exército. A nobreza era também formada por sacerdotes e chefes militares. Os camponeses, artesãos e trabalhadores urbanos compunham grande parte da população. Esta camada mais baixa da sociedade era obrigada a exercer um trabalho compulsório para o imperador, quando este os convocava para trabalhos em obras públicas (canais de irrigação, estradas, templos, pirâmides).

Durante o governo do imperador Montezuma II (início do século XVI), o império asteca chegou a ser formado por aproximadamente 500 cidades, que pagavam altos impostos para o imperador. O império começou a ser destruído em 1519 com as invasões espanholas. Os espanhóis dominaram os astecas e tomaram grande parte dos objetos de ouro desta civilização. Não satisfeitos ainda escravizaram os astecas, forçando-os a trabalharem nas minas de ouro e prata da região.

Os astecas desenvolveram muito as técnicas agrícolas, construindo obras de drenagem e as chinampas (ilhas de cultivo), onde plantavam e colhiam milho, pimenta, tomate, cacau etc. As sementes de cacau, por exemplo, eram usadas como moedas por este povo.

O artesanato a era riquíssimo, destacando-se a confecção de tecidos, objetos de ouro e prata e artigos com pinturas. A religião era politeísta, pois cultuavam diversos deuses da natureza (deus Sol, Lua, Trovão, Chuva) e uma deusa representada por uma Serpente Emplumada. A escrita era representada por desenhos e símbolos. O calendário maia foi utilizado com modificações pelos astecas. Desenvolveram diversos conceitos matemáticos e de astronomia.

Na arquitetura, construíram enormes pirâmides utilizadas para cultos religiosos e sacrifícios humanos. Estes, eram realizados em datas específicas em homenagem aos deuses. Acreditavam, que com os sacrifícios, poderiam deixar os deuses mais calmos e felizes.

Civilização Inca: Os incas viveram na região da Cordilheira dos Andes ( América do Sul ) nos atuais Peru, Bolívia, Chile e Equador. Fundaram no século XIII a capital do império: a cidade sagrada de Cuzco. Foram dominados pelos espanhóis em 1532.

O imperador, conhecido por Sapa Inca era considerado um deus na Terra. A sociedade era hierarquizada e formada por: nobres ( governantes, chefes militares, juízes e sacerdotes), camada média ( funcionários públicos e trabalhadores especializados) e classe mais baixa ( artesãos e os camponeses). Esta última camada pagava altos tributos ao rei em mercadorias ou com trabalhos em obras públicas.

Na arquitetura, desenvolveram várias construções com enormes blocos de pedras encaixadas, como templos, casas e palácios. A cidade de Macchu Picchu (Machu Pichu) foi descoberta somente em 1911 e revelou toda a eficiente estrutura urbana desta sociedade. A agricultura era extremamente desenvolvida, pois plantavam nos chamados terraços (degraus formados nas costas das montanhas). Plantavam e colhiam feijão, milho (alimento sagrado) e batata. Construíram canais de irrigação, desviando o curso dos rios para as aldeias. A arte destacou-se pela qualidade dos objetos de ouro, prata, tecidos e jóias. Domesticaram a lhama (animal da família do camelo) e utilizaram como meio de transporte, além de retirar a lã , carne e leite deste animal. Além da lhama, alpacas e vicunhas também eram criadas. A religião tinha como principal deus o Sol (deus Inti). Porém, cultuavam também animais considerados sagrados como o condor e o jaguar. Acreditavam num criador antepassado chamado Viracocha (criador de tudo).

Criaram um interessante e eficiente sistema de contagem : o quipo. Este era um instrumento feito de cordões coloridos, onde cada cor representava a contagem de algo. Com o quipo, registravam e somavam as colheitas, habitantes e impostos. Mesmo com todo desenvolvimento, este povo não desenvolveu um sistema de escrita.

A Colonização do Novo Mundo

A Colonização da América Espanhola: A estrutura política metropolitana :O processo de exploração da América colonial foi marcado pela pequena participação da Coroa, devido a preocupação espanhola com os problemas europeus, fazendo com que a conquista fosse comandada pela iniciativa particular, mediante o sistema de capitulações.

As capitulações eram contratos em que a Coroa concedia permissão para explorar, conquistar e povoar terras, fixando direitos e deveres recíprocos. Surgiram assim os adelantados, responsáveis pela colonização e que acabaram representando o poder de fato nas terras colônias, como Cortez e Pizarro que, apesar de incorporarem ao domínio espanhol grandes quantidades de terra, não conseguiram implementar um sistema eficiente de exploração, normalmente pela existência de disputas entre aqueles que participavam do empreendimento.

O primeiro órgão estatal foi a Casa de Contratação, criada em 1503 e sediada em Sevilha, era responsável pelo controle de todo o comércio realizado com as colônias da América e foi responsável pelo estabelecimento do regime de Porto Único. Apenas um porto na metrópole, a princípio Sevilha, poderia realizar o comércio com as colônias, enquanto na América destacou-se o porto de Havana, com permissão para o comércio metropolitano e anos depois os portos de Vera Cruz, Porto Belo e Cartagena. Desenvolveu ainda o sistema de frotas anuais (duas); desde 1526 havia a proibição de navegarem os barcos isoladamente. O Conselho das Índias foi criado em 1524, por Carlos V, e a ele cabia as decisões políticas em relação às colônias, nomeando Vice-reis e Capitães gerais, autoridades militares, e judiciais.

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Foram criados ainda os cargos de Juízes de Residência e de Visitador. O Primeiro era responsável por apurar irregularidades na gestão de algum funcionário da metrópole na colônia; o segundo, responsável por fiscalizar um órgão metropolitano ou mesmo um Vice reino, normalmente para apurar abusos cometidos. A estrutura política colonial :Nas colônias o poder dos adelantados foi eliminado com a formação dos Vice-Reinos e posteriormente dos Capitães gerais.

O território colonial foi dividido em quatro Vice-Reinos, Nova Espanha, Peru, Rio da Prata, e Nova Granada, e posteriormente foi redividido, surgindo as Capitanias Gerais, áreas consideradas estratégicas ou não colonizadas. Os Vice-Reis eram nomeados pelo Conselho das Índias e possuíam amplos poderes, apesar de estarem sujeitos à fiscalização das Audiências. As Audiências eram formadas pelos ouvidores e possuíam a função judiciária na América.

Os Cabildos ou ayuntamientos eram equivalentes às câmaras municipais, eram formadas por elementos da elite colonial, subordinados as leis da Espanha, mas com autonomia para promover as administrações locais, municipais.

O nativo era uma das camadas mais exploradas da pirâmide social colonial, pois era ele que realizava o trabalho de extração mineral, sendo que para isso os espanhóis usavam os sistemas da Mita e da Encomienda. A Mita era a extração do trabalho compulsório, mediante o pagamento em moedas espanholas e a Encomienda era a extração deste mesmo trabalho compulsório, mediante a evangelização católica do indígena.

Na estrutura colonial os negros, que eram escravizados e trabalhavam nas Haciendas, realizando trabalhos agropecuários.No ápice da pirâmide colonial estavam os chapetones, que eram os nobres espanhóis e abaixo destes estavam os criollos, filhos de espanhóis nascidos na América e eram estes que possuíam os latifúndios e exerciam o mando local.

As treze colônias Inglesas na América: Os Estados Unidos atuais tiveram a sua origem na colonização inglesa: realizada na América do Norte a partir do século XVII, aproximadamente cem anos após o início da colonização da América Ibérica.

A região ocupada pelos ingleses, grosso modo, apresentava condições geográficas semelhantes às da Europa Ocidental. Os primeiros estabelecimentos coloniais da América do Norte surgiram um século depois dos da América Ibérica, porque os europeus estavam mais interessados em regiões tropicais onde pudessem obter especiarias, em especial açúcar e metais preciosos em abundancia. Além disso, a Inglaterra tinha começado a participar das grandes navegações muito tardiamente.

Os fatores da colonização inglesa foram diferentes dos que motivaram a formação da América Ibérica. Os ingleses implantaram na América do Norte colônias de povoamento, ao passo que portugueses e espanhóis criaram colônias de exploração, derivando desse fato básico outras tantas diferenças que explicam, em parte, o espetacular desenvolvimento dos Estados Unidos e o subdesenvolvimento da América Latina. No entanto, nos seus inícios, as colônias inglesas afiguravam-se extremamente pobres em face do fausto e da riqueza das cidades da América Espanhola e de regiões como a Bahia e o Nordeste brasileiro.

Início da colonização: Depois da ocupação do Novo Mundo por espanhóis e portugueses, restou à Inglaterra, como a outros países, ocupar territórios na América do Norte.

Durante os séculos XV e XVI, navegadores a serviço

da Coroa inglesa realizaram viagens de reconhecimento ao norte da América, geralmente procurando uma passagem que conduzisse à índia. Tal foi o objetivo das duas viagens realizadas pelo genovês Giovanni Caboto, nos anos de 1497 e 1498. Frustrados na procura da passagem ao norte, no século XVI, os ingleses dedicaram-se principalmente à pirataria contra a Espanha.

A primeira tentativa de colonização realizou-se ao sul do litoral atlântico dos atuais Estados Unidos em 1584, quando um fidalgo inglês Sir Walter Raleigh, instalou 117 homens e mulheres numa colônia por ele chamada Virgínia, em homenagem a Elizabeth I, apelidada de “rainha virgem”. Essa primeira experiência fracassou, pois em 1590 a expedição que chegava para reforçar o empreendimento não encontrou qualquer vestígio dos primitivos colonos.

No início do século XVII, com a autorização do rei Jaime I, realizaram-se duas outras tentativas pioneiras: a recém-fundada Companhia de Londres criou em 1607, na Virgínia, a cidade de Jamestown. Esse primeiro núcleo colonial da América Inglesa quase desapareceu nos primeiros anos, tais eram as dificuldades enfrentadas com índios, doenças e ausência de recursos. A colônia só conseguiu consolidar-se a partir da cultura do tabaco, produto que começava a ser consumido na Europa. O outro núcleo colonial instalou-se ao norte. próximo do Canadá , num território que viria a ser conhecido como Nova Inglaterra, concedido pelo rei à Companhia de Plymouth. A colonização iniciou-se em 1620, na região de Massachusetts. com a chegada dos peregrinos do Mayflower.

Três grupos de colônias: Os peregrinos do Mayflower: Os primeiros colonizadores da região foram chamados de ‘pais peregrinos”. Na Inglaterra. constituíam a seita dos puritanos. uma dissidência da Igreja Anglicana influenciada por idéias calvinistas. Perseguidos pelo poder real. impedidos de realizar o seu culto. alguns desses puritanos decidiram partir para a América com as suas famílias. Depois de obterem uma concessão para se instalar nas terras da Companhia de Plymouth arrendaram o Mayflower, um pequeno navio que de ia transportá-los a América, onde pretendiam começar vida nova a salvo das perseguições religiosas e políticas.

A viagem foi longa e repleta de privações. Chegaram em novembro de 1620, na região de

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Massachusetts, em meio a um rigoroso inverno, e nesse momento firmaram entre si um compromisso de estabelecer um governo próprio baseado na vontade da maioria.Ao fim de um ano, metade dos componentes do grupo havia perecido por causa das privações da viagem, dos rigores do inverno e da falta de alimentos. Os sobreviventes aprenderam com os índios a pescar, a cultivar milho e outras práticas de sobrevivência locais, e o núcleo colonial consolidou-se baseado numa intensa religiosidade, que controlava os mínimos aspectos da vida social.

Características gerais da Nova Inglaterra: O estabelecimento de outras colônias na Nova Inglaterra guardou uma certa semelhança com a experiência dos “pais peregrinos”. Os problemas religiosos e políticos na Inglaterra fomentaram a colonização e junto a outros fatores, definiram o perfil sócio-econômico das colônias do Norte.

As Colonias do Norte: As condições geográficas e os recursos naturais da região eram bastante semelhantes aos da Europa Ocidental. Dessa forma, a Nova Inglaterra pouco possuía para oferecer ao mercado europeu além de peles de ursos, martas e outros animais. A economia organizou-se para atender às necessidades locais. Ou seja, a economia baseava-se no mercado interno.

Para atender a esse mercado local, a tendência foi o desenvolvimento de pequenas propriedades hortigranjeiras, utilizando mão-de-obra livre assalariada ou os chamados servos por contrato. Estes últimos, que tiveram papel importante no início da colonização, eram imigrantes que para pagar a passagem recebiam apenas comida e moradia pelo seu trabalho durante inúmeros anos. Nessa sociedade onde praticamente não existia escravidão, as diferenças sociais eram pouco acentuadas e os assuntos de governo contavam com ampla participação, a exemplo do que ocorrera com os peregrinos do Mayflower.

Muito cedo, os colonos da Nova Inglaterra dedicaram-se á pesca, especialmente a da baleia, cujo aproveitamento deu origem a uma importante indústria local. Surgiram também várias pequenas manufaturas de ferro, não obstante as proibições que o governo inglês tentou Impor.

O comércio dos colonos pelo Atlântico também violou as restrições metropolitanas. Importantes transações desenvolveram-se com as Antilhas, onde os comerciantes da Nova Inglaterra vendiam alimentos, escravos negros, rum e manufaturados de ferro, comprando açúcar e outros produtos tropicais.

A colonização do Sul: As colônias do Sul tornaram-se diferentes das do Norte, assemelhando-se até certo ponto ao Brasil e à América Espanhola. A partir da Virgínia, surgiram no Sul os seguintes núcleos de colonização: Maryland, as Carolinas: do Norte e do Sul, e a Geórgia.

Os fatores religiosos e políticos também tiveram importância na colonização dessa área. Maryland por exemplo, foi fundada por Sir George Calvert, Lord Baltimore, para servir de refúgio aos católicos perseguidos na Inglaterra. Durante o governo absolutista de Carlos I, grande número de burgueses calvinistas imigraram para as colônias do Sul, fugindo às perseguições do poder real. Depois, veio a revolução puritana (1641-49), a monarquia foi derrubada. e inúmeros nobres partidários do rei deposto fugiram principalmente para a Virginia. Esses fatores religiosos e políticos, no Sul como no Norte, influenciaram no sentido de aumentar o sentimento de autonomia dos colonos em relação à metrópole: os que fugiam para não obedecer aos diversos governos ingleses e estando nas colônias, tendiam a manter uma atitude de independência.

No Sul, as condições geográficas determinaram. em parte, as diferenças em relação ao Norte. Condições de clima e solo permitiram o cultivo de produtos como tabaco, arroz, anil e mais tarde, algodão, de crescente procura na Europa. A economia do Sul não tardou a voltar-se para o

mercado externo, resultando daí a formação de grandes propriedades tipo plantation que, num primeiro momento, utilizaram servos de contrato brancos e depois escravos negros. A partir do século XVIII, formou-se uma aristocracia composta pelos donos de latifúndios e de escravos que tutelaram o poder político local, impedindo uma prática política democrática semelhante à da Nova Inglaterra.

As colônias do Centro: Entre a Nova Inglaterra e a Virgínia, ao longo de muitos anos, formaram-se as colônias de Nova York, Nova Jersey, Delaware e Pensilvânia.

A região do Centro pertencia ao poder real inglês e durante algum tempo teve a função de separar os dois primeiros centros de colonização. A ausência de colonos ingleses propiciou a ocupação da região de Nova York por holandeses, que fundaram, na ilha de Manhattan, a cidade de Nova Amsterdã, Em 1664, quando Inglaterra e Holanda travaram a Segunda Guerra de Navegação. O Duque de York, irmão do rei Carlos II, comandou a tomada da região aos holandeses. Nova Amsterdã passou a ser chamada de Nova York. em homenagem ao comandante inglês, que recebeu do rei, seu irmão, todo o território conquistado.Uma visão geral das Treze Colônias

Na primeira metade do século XVIII, as Treze Colônias apresentam um grau apreciável de progresso, contando com uma população de um milhão e seiscentos mil habitantes, onde se misturavam ingleses, escoceses, alemães, suecos e irlandeses.

A vida econômica: A economia das Treze Colônias era regulada pela política mercantilista inglesa que, de forma geral, mostrou-se menos rígida que a adotada por Espanha e Portugal.

O mercantilismo inglês baseou-se nas Leis de Comércio e Navegação, aprovadas pelo Parlamento em 1660. Essas leis possuíam três pontos fundamentais: todo o comércio entre a Inglaterra e as colônias deveria ser realizado apenas por navios ingleses: as mercadorias importadas dos diversos países europeus deveriam passar pela Inglaterra antes de chegarem à América; alguns dos produtos coloniais, como tabaco, açúcar e algodão, num primeiro momento, só podiam ser exportados para a Inglaterra.

As colônias eram impedidas de cunhar moeda, o que se revelou freqüentemente danoso ao seu progresso econômico.

As medidas do pacto colonial inglês foram aceitas pelos colonos nos primeiros tempos, pois estes necessitavam da proteção militar da mãe-pátria inglesa contra as outras potências da época. O preço a pagar por essa proteção não devia lhes parecer desarrazoado, uma vez que, no século XVII, as restrições mercantilistas eram em número reduzido se comparadas com as de meados do século XVIII. Além disso, as restrições ao comércio e à manufatura eram constantemente burladas pelos colonos sob as vistas tolerantes ou corruptas das autoridades inglesas.

As medidas mercantilistas não afetavam a principal atividade comercial das colônias, que era o chamado comércio triangular, realizado especialmente entre Nova Inglaterra, África e Antilhas, A Nova Inglaterra fabricava rum para ser levado à África e trocado por escravos negros que. conduzidos às Antilhas e ao sul das Treze Colônias, eram trocados por produtos tropicais, entre os quais encontrava-se o melaço para a fabricação do rum.

Expansão para oeste e guerras: O desenvolvimento econômico das colônias levou à procura de novas terras a oeste. Essa expansão foi realizada, sobretudo por agricultores e por caçadores de peles, resultando em constantes choques com os índios e os franceses. Estes últimos ocupavam o Canadá ao norte e a região do Mississipi a oeste das Treze Colônias. Sucederam-se várias guerras

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entre ingleses e franceses, freqüentemente aliados a tribos indígenas. Essas guerras foram provocadas, muitas vezes, por problemas europeus, e a mais importante dentre elas foi a Guerra dos Sete Anos, que durou de 1756 a 1763. Os franceses aliados aos índios algonquinos e hurões foram vencidos pelas Treze Colônias, ajudadas por tropas inglesas e pela tribo dos iroqueses. Pela Paz de Paris, assinada em 1763, a França perdia o Canadá para a Inglaterra.

A expansão para oeste realizou-se pela expulsão e contínua eliminação da população indígena pelos brancos. Além de massacrados, mortos por doenças dos brancos, os índios foram constantemente privados de meios materiais de existência à medida que os colonos diminuíam incessantemente os espaços de caça, pesca e coleta. Na colonização dos Estados Unidos, uma frase muito popular dizia: “índio bom é índio morto”.

A organização política: Em cada uma das colônias, foi ampla a participação de elementos locais nos respectivos governos, especialmente através de Assembléias eleitas. Muito cedo desenvolveu-se com um intenso espírito de autonomia o self government, ou seja, o governo próprio. Os governadores de cada colônia, nomeados pelo poder real inglês, eram freqüentemente escolhidos entre a classe dominante colonial. Seus salários eram pagos pelos colonos e seus poderes executivos limitados pelas Assembléias.

As Treze Colônias tiveram um grau razoável de autonomia econômica e política até a segunda metade do século XVIII. Mesmo assim estavam subordinadas às leis do Parlamento inglês, onde os colonos não possuíam representantes. Logo depois da Guerra dos Sete Anos (1756-1763), o Parlamento, por razões várias, seguiu uma política de aumentar os impostos e as restrições mercantilistas, que fomentou a luta pela independência.

História do Brasil

O Brasil colonial: O Período pré-colonial e a montagem do sistema colonialAs conquistas portuguesas: Ocupar as terras descobertas passou a ser uma necessidade para Portugal, mas conquistar os povos exigia recursos. Outros países queriam participar dos possíveis lucros com os empreendimentos coloniais e não aceitavam o Tratado de Tordesilhas. Era preciso, portanto, investir para defender o direito sobre as terras descobertas, para colonizar e dominar a população local.

A viagem de Pedro Álvares Cabral havia sido um sucesso para Portugal. Com uma frota de treze naus e cerca de mil e duzentos homens, fizera inveja aos conquistadores espanhóis Cortez e Pizarro. A “descoberta” da terra batizada de Santa Cruz estava, provavelmente, dentro de suas previsões e nada teve a ver com o acaso. Ainda assim Cabral tinha outros objetivos, e seguiu para as índias em busca das preciosas mercadorias do Oriente. Apesar dos contratempos, o navegador conseguiu lucros que justificaram a viagem. Portugal continuou enviando expedições para o Oriente, procurando também criar nos territórios que ia conquistando uma estrutura para facilitar seus empreendimentos coloniais.

A Terra de Santa Cruz: Não parecia interessante para Portugal ocupar a terra de imediato, pois nada de especial justificava tal investimento. Talvez na colônia também houvesse a prata e o ouro que os espanhóis encontravam com facilidade em outros pontos da América, mas tudo não passava ainda de suposições. Os negócios no Oriente eram incomparavelmente mais vantajosos. De qualquer modo, era preciso vigiar a terra, conhecer seu litoral, estabelecer feitorias.

Os povos que habitavam a costa pareciam pacíficos, pelo que relata frei Vicente do Salvador em sua História do Brasil, escrita no século XVII:

“Ali desembarcou o dito capitão (Cabral) com seus soldados armados para pelejarem, porque mandou primeiro um batel com alguns a descobrir campo, e deram novas de muitos gentios que viram; porém não foram necessárias armas, porque só de verem homens vestidos e calçados, brancos com barba (do que tudo eles carecem) os tiveram por divinos e mais que homens e assim chamando-lhes caraíbas, que quer dizer, na sua língua, coisa divina, se chegaram pacificamente aos nossos.” (História do Brasil (1500-1627). 7 ed. Belo Horizonte/S Paulo: Itatiaia/Edusp, 1982. p. 56.)

As relações. Porém, não continuaram tão amistosas. A violência e a catequese foram as principais armas dos portugueses para intimidar os índios. Portugal seguia os caminhos da Espanha, dando a suas conquistas o caráter de cruzada. Diz frei Vicente: “Mas muito mais cresceu neles o respeito quando viram a oito frades da ordem do nosso padre São Francisco, que iam com Pedro Álvares Cabral e por guardião o padre frei Henrique, que depois foi bispo de Ceuta, o qual disse ali missa e pregou, onde os gentios ao levantar a hóstia e cálix se ajoelharam e batiam nos peitos como faziam os cristãos [ E os portugueses, quando seguiram viagem, deixaram ali “uma cruz levantada como também dois portugueses degredados para que aprendessem a língua”.

As expedições exploradoras: Em 1501, Portugal resolveu enviar á colônia uma expedição destinada a explorar mais demoradamente alguns pontos do litoral. O objetivo era avaliar a principal riqueza que a Terra de Santa Cruz então oferecia, o pau-brasil. A expedição trazia o cristão-novo Fernão de Noronha como comandante e o navegante florentino Américo Vespúcio. Fernão acabou formando uma sociedade em Portugal, junto com outros comerciantes chefiados por ele, e obteve do rei o monopólio de exploração do pau-brasil.

O contrato entre a Coroa portuguesa e os comerciantes mostrava a valiosa participação de interesses particulares na empresa colonial. Os comerciantes comprometeram-se a mandar seis navios por ano ao Brasil e aqui manter uma fortaleza. O pau-brasil despertava interesse por seu valor comercial na Europa. De sua madeira tirava-se uma tinta muito utilizada nas manufaturas de tecidos da época.

A essa altura, os navios franceses já eram presença constante no litoral brasileiro, estabelecendo contato com os nativos a fim de explorar o pau-brasil e assim concorrer com os portugueses, que para extraí-lo tinham que pagar imposto a Coroa.

Portugal só definiu sua intenção de ocupar as terras brasileiras com a expedição comandada por Martim Afonso de Souza, em 1530. Embora os navios estrangeiros ainda continuassem rondando as costas brasileiras, a questão agora era mais ampla, não se resumia apenas a expulsá-los. A Coroa pretendia ocupar a colônia e tomá-la economicamente rentável, já que os negócios no Oriente não iam muito bem. O poderio português estava cada vez mais enfraquecido diante da ascensão da Holanda e da Inglaterra nas relações econômicas internacionais.

A crise manifestou-se com mais vigor no reinado de João III. A manutenção do império português era muito dispendiosa e a arrecadação obtida não conseguia dar conta das necessidades mais imediatas. Portugal endividava-se. A corte gastava em demasia. A burguesia dependia de financiamentos de banqueiros estrangeiros para conseguir manter o comércio transferindo para o pagamento de suas dívidas quase tudo o que ganhava.

A expedição Martim Afonso de Souza: O Brasil aparece então como alternativa. Os portugueses nutriam a esperança de encontrar aqui pedras ou metais preciosos, a exemplo do que acontecia nas colônias espanholas. Martim Afonso de Souza partiu em 3 de dezembro de 1530 com

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mais de quatrocentos homens, a maior parte deles portugueses, mas também holandeses e espanhóis. Enfrentou, logo na chegada. navios franceses que estavam atuando no litoral de Pernambuco.

Após fazer o reconhecimento de toda a costa brasileira, Martim Afonso fixou temporariamente em São Vicente, onde distribuiu sesmarias (lotes de terra para cultivo) e introduziu a lavoura da cana. Ao regressar a Portugal em 1533, deixou parte de sua expedição na região.

O Sistema de capitanias Hereditárias: A montagem do sistema: A expedição de Martim Afonso deu a Portugal mais subsídios para levar adiante seus planos colonizadores. A solução encontrada foi a utilização do sistema de capitanias hereditárias, já praticado por Portugal nas ilhas do litoral africano. Para isso. a Coroa portuguesa contava com a ainda de particulares, a quem concedia grandes glebas de terra mediante cartas de doação. A doação era inalienável, e o poder continuava centralizado nas mãos do rei. Mas o sistema transferia muitos privilégios aos capitães donatários - membros da pequena nobreza com poucos recursos para investir. As doações funcionavam também corno uma espécie de recompensa por serviços prestados à Coroa.

A difícil tarefa: colonizar: Apesar dos amplos privilégios oferecidos aos donatários, a tarefa de administrar as capitanias não era muito atraente. Mais difícil ainda torná-las rentáveis e povoadas. Alem da licença para explorar sal, açúcar e jazidas de metais, os donatários tinham direito de doar sesmarias, posse de vastas quantidades de terra e, como magistrados superiores de sua capitania, poderes paia julgar possíveis conflitos. Muitos desistiram sem nem sequer conhecer as terras e no fim do século XVI havia apenas sete das quinze capitânias iniciais (São Vicente, Pernambuco, Bahia, ilhéus, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Porto Seguro). Nem mesmo Martim Afonso de Souza deu-se ao trabalho de assumir e administrar diretamente as três capitanias que lhe foram doadas (Santo Amaro, São Vicente e Rio de Janeiro).

Além da escassez de recursos, os donatários tinham que enfrentar outras dificuldades: a hostilidade das tribos indígenas, a falta de pessoas motivadas a acompanhá-los nessa aventura, a distância de Portugal, etc. Os donatários das capitanias do Maranhão e do Rio Grande, por exemplo, foram realmente desafortunados. Um deles

naufragou já bem próximo do Brasil e Outros dois não conseguiram superar os ataques indígenas, retomando para Portugal. Na capitania do Ceará, nenhuma colonização foi feita no século XVI. Mesmo assim, algumas experiências foram bem sucedidas, como é o caso de São Vicente e Pernambuco.

As experiências bem-sucedidas: O sistema de capitanias não redundou cm fracasso total. Algumas experiências deram resultados significativos, que devem ser lembrados.Segundo Caio Prado Junior: “somas relativamente grandes foram despendidos nestas primeiras empresas colonizadoras do Brasil”. Para isso “os donatários, que em regra não dispunham de grandes recursos próprios; levantaram fundos tanto em Portugal como na Holanda, tendo contribuído em boa parte banqueiros e negociantes judeus”.

A expectativa estava na cultura da cana-de-açúcar, pois “tratava-se de um produto de grande valor comercial na Europa”. E Pernambuco tornou-se um grande produtor de açúcar. a despeito dos problemas enfrentados por Duarte Coelho, o donatário da capitania. Duarte Coelho tinha prestado muitos serviços a Portugal no Oriente. Seu objetivo agora era estabelecer-se no Brasil juntamente com a família. Fundou a vila de Olinda, enfrentou constantes conflitos com os. Ele reclamava da falta de apoio do governo português, que não impedia a presença de contrabandistas de pau-brasil. Mas nada conseguiu nesse sentido, mesmo tendo ido pedir diretamente à corte em Lisboa onde morreu, sem voltar para o Brasil. Mesmo sem a ajuda da Coroa. Pernambuco prosperou.

São Vicente fora concedida a Martin Afonso de Souza, que não se interessou em administrá-la pessoalmente, preferindo ficar como capitão-mor da Armada da Índia. Investimentos foram feitos na cana-de-açúcar e na criação de gado, mas São Vicente jamais chegou a alcançar a prosperidade da capitania de Pernambuco. A posição geográfica, mais distante da Europa, não favoreceu o posterior desenvolvimento do comércio do açúcar.

Apesar das constantes ameaças de ataques indígenas, a capitania foi um importante ponto de povoamento.

O governo Geral: Em 1548, a Coroa portuguesa decide implantar um governo central na colônia com medo da perda do território para os franceses e após a notícia da descoberta da mina de Potosi pelos espanhóis em 1545, a maior mina de prata do mundo, na atual Bolívia. A capitania da Bahia foi comprada pela Coroa portuguesa e lá se estabeleceu o governo-geral, com a fundação da cidade de Salvador, em paralelo ao poder dos donos das capitanias.

Três foram os governadores gerais deste período: Tomé de Souza, Duarte da Costa e Mem de Sá.

No governo de Tomé de Souza tivemos a vinda dos Jesuítas, a introdução do gado bovino, da escravidão negra, alem da fundação de um colégio e da instituição do 1º bispado brasileiro (Salvador).

Já o segundo governo geral ficou marcado pela morte do bispo, D Pero Sardinha, devorado por índios, após desentendimentos com o filho do governador e pela invasão francesa (França Antártica - 1555 a 1567) a Bahia da Guanabara.

O terceiro governo, o de Mem de Sá, alem de ter sido o mais longo (1558-1572), deixou a marca de uma notável administração, pois alem de expulsar os franceses da Guanabara, derrotou a confederação dos Tamoios, pacificou os índios da Bahia e organizou a administração colonial. Foi nesse governo que Estácio de Sá fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Mem de Sá morreu no Brasil, pois o seu substituto, Luis de Vasconcelos, sofreu um ataque de corsários franceses, em sua vinda para o Brasil e foi morto em tal ataque.

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As câmaras municipais: Outra esfera de poder na colônia que prevaleceu em todo o período colonial foi o das câmaras municipais, que existiam apenas nas cidades mais importantes. Seus membros, os vereadores, eram constituídos pelos homens bons, grandes proprietários de escravos e terras. Em um momento posterior e em cidades mais mercantis, as câmaras foram ocupadas por grandes comerciantes. Eram importantes centros de poder e de decisão na colônia e algumas vezes se confrontavam com a Coroa, mas em 1642 tiveram seu poder diminuído pela criação do Conselho Ultramarino.

Os cristãos-novos: Importantes na colonização portuguesa na América foram os cristãos-novos, judeus convertidos forçadamente ao cristianismo. Mais ainda após a instauração da Inquisição em Portugal em 1547, quando estes passam a ser duramente perseguidos na metrópole.

A questão indígena: Havia por volta de 3 milhões de índios na América portuguesa em 1500. Os índios ‘brasileiros’ não tinham sociedades tão complexas como astecas ou incas, mas tinham o controle de uma agricultura itinerante, a coivara, que iria ser adotada em parte pelos portugueses. Segundo a ideologia da colonização, a catequização dos índios era o principal motivo da colonização. Inicialmente, os portugueses fizeram comércio com os índios, mas com as grandes plantações, começam a utilizar a mão-de-obra indígena à força. O trabalho compulsório – obrigatório – indígena é utilizado majoritariamente em toda a colônia até 1600, na maioria das vezes, em forma de trabalho escravo. Depois disso, com a redução da população nativa, o trabalho indígena passa a ser substituído pelo trabalho escravo africano nas regiões centrais da colonização e o braço indígena fica restrito às regiões periféricas, onde ainda há muitos índios. A Coroa portuguesa, logo no início da colonização, proibiu a escravidão dos índios, o que era letra morta até a época pombalina. Mesmo assim, a escravidão dos índios sempre foi liberada em casos de guerra justa. Houve grande resistência indígena a essas formas de trabalho compulsório, sendo emblemática a Confederação dos Cariris.

A implantação do colonialismo na América portuguesa: É só a partir de 1550 que a estrutura colonial se impõe de fato na América portuguesa. Trata-se de uma sociedade nova, diferente da européia. Uma sociedade baseada no trabalho escravo, tanto o indígena como o africano, e com a produção eminentemente voltada para fora. Era a sociedade escravista colonial. A estrutura colonial: . A exploração da cana-de-açúcar: O objetivo da metrópole portuguesa e dos comerciantes portugueses ao colonizar o Brasil era conseguir aqui produtos de alto valor no mercado europeu, de preferência metais, de acordo com os princípios mercantilistas. Apesar da procura, não foi achado inicialmente nenhum metal precioso no Brasil. Diante dessa ausência, a Coroa e os colonizadores tentaram outros produtos valorizados no mercado europeu, o de maior sucesso certamente foi a cana-de-açúcar. O açúcar da cana tinha um grande valor na Europa e adaptou-se bem ao clima brasileiro, em especial ao nordestino, onde passou a ser cultivado largamente, tornando-se o litoral nordestino a região central de colonização nos séculos XVI e XVII. Outros produtos agrícolas eram também produzidos para a exportação, como o tabaco e o anil, dentro de um comércio complementar.

O modelo da plantagem: A plantagem – ou plantation – era a unidade produtora da cana e de outros produtos para exportação. Eram em geral, grandes propriedades com a

maior parte das terras com produção de cana, mas havendo também outras produções dentro da fazenda voltadas para a subsistência. Prevalecia o trabalho escravo. Havia uma casa de máquinas, o engenho, que funcionava com força animal ou hidráulica. O dono da fazenda era o senhor de engenho.

Exclusivo colonial e monopólios: Os senhores de engenho brasileiros vendiam sua produção para comerciantes aqui instalados que só podiam vendê-la para Portugal, era o exclusivo comercial. Além disso, os grandes comerciantes portugueses monopolizavam o comércio de certas cidades, baixando o preço dos produtos coloniais por eles comprados e aumentando os produtos portugueses vendidos para a colônia.

O tráfico de escravos: Nas áreas centrais, onde foram implantadas as estruturas coloniais, começa a faltar braço indígena com o tempo, devido à morte em massa desses e também à fuga para o interior do território. Diante disso, decide-se usar o braço africano escravo, que passou a ser usado em massa. Ao total, trouxeram-se (oficialmente) aproximados 3,6 milhões de africanos para trabalhar como escravos no Brasil e 12 milhões como um todo para a América. Para cada um que chegava no Brasil, pode-se contar outro morto na terrível viagem. A partir de 1600, esse tipo de mão-de-obra vai ser a mais usada na colônia. Os portugueses não capturavam os cativos na África, mas compravam escravos de comerciantes africanos. As sociedades africanas continham escravos antes dos europeus chegarem e com a grande demanda gerada pelo tráfico atlântico de escravos, essas sociedades passam a multiplicar em várias vezes as capturas feitas, transformando-as em sociedades plenamente escravistas, às vezes com 70% da população escrava e exportando escravos para todo o mundo. No Brasil também, o escravo africano ou afro-descendente vira uma figura freqüente na colônia, constituindo 50% da população colonial no XVIII. O tráfico de escravos gerava ainda grande riqueza para os traficantes, tráfico esse dominado inicialmente por Portugal e, depois, por cidades coloniais como Rio e Salvador.

O sistema de sesmarias: A princípio todas as terras portuguesas no Novo Mundo eram do Rei e com as capitanias hereditárias, algumas terras se tornam particulares. A Coroa e os capitães – donatários das capitanias – doavam terras a particulares por meio de sesmarias. As sesmarias eram terras compradas a um preço relativamente baixo, onde o comprador deveria povoar e colonizar a terra. O problema é que para ser sesmeiro, era preciso ter influência junto ao Rei ou capitão, por isso poucos tinham acesso à terra.

A presença holandesa no comércio: Os Países Baixos tem relações comercias com Portugal desde a Idade Média e

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serão importantíssimos na agromanufatura do açúcar, participando do transporte da cana para a Europa e do refino do açúcar. Assim, Holanda e Portugal são sócios no comércio europeu do açúcar, havendo certa desvantagem para Portugal.

Os jesuítas: Desde o princípio da década de 1550, a ordem dos jesuítas estará presente no Brasil. Essa ordem foi criada na Contra-Reforma exatamente para fazer a expansão da fé católica no mundo. Eles serão os religiosos mais presentes no Brasil até a sua expulsão em 1759. Possuem várias propriedades e utilizam largamente o trabalho compulsório indígena, inclusive estabelecendo as missões indígenas, onde catequizam e usam da força de trabalho dos ameríndios. Vão ser importantes também na educação na colônia, são eles que educam os filhos de senhores de engenho, comerciantes e outras pessoas poderosas na colônia. A educação, no período colonial, é restrita aos filhos desses grupos dominantes.

O Brasil e as relações internacionais

Introdução: Se a primeira metade do século XVI foi de prosperidade para Portugal, o mesmo não se pode dizer para a primeira metade do século XVII. De 1580 a 1640, Portugal é anexado pela Espanha, o que leva à tomada do Nordeste brasileiro pelos holandeses. Portugal consegue a sua independência da Espanha em 1640, tendo que lidar com os holandeses. Diante disso, endurece as condições dos colonos, o que leva a uma série de revoltas.

União Ibérica e invasão holandesa: .A União Ibérica (1580-1640): Todo o ouro e prata explorados pelos espanhóis na América fazem da Espanha a grande potência européia do século XVI, possuindo territórios em toda a Europa. Diante de uma questão dinástica, Portugal é anexado pela Espanha de Felipe II, sem poder reagir ante o poderoso vizinho.

A Morte do Rei D Sebastião, na batalha cruzadista de Alcacer Quibir (1578), no Marrocos, deixou o reino português sem um herdeiro direto. O trono foi ocupado, por 2 anos, pelo tio-avô de D Sebastião, mas com a morte de D. Henrique o trono acaba sendo ocupado pelo rei da Espanha, Felipe II, que unifica os dois reinos sobre a sua autoridade, dando origem ao que denominamos de União-Ibérica. A União Ibérica durou até o ano de 1640.

A curta tomada de Salvador (1624): O problema foi que a aliada de Portugal, Holanda, era inimiga da Espanha. E Felipe II veta a participação dos holandeses no comércio do açúcar brasileiro. Contrariados, os holandeses, sob a orientação da Companhia de Comércio da Índias Ocidentais, tomam Salvador em 1624, sendo expulsos no ano seguinte por uma esquadra luso-espanhola.

A longa tomada do Nordeste (1630-54): Em 1630, com 70 navios, os holandeses atacam e ocupam Pernambuco, contando com a ajuda de Domingos Calabar, e depois todo o Nordeste, do Sergipe ao Maranhão. Dominaram ainda portos escravistas na África, dominando, portanto, a produção de quase todo o açúcar brasileiro e também o abastecimento de escravos para as plantagens. Era a Nova Holanda, a principal colônia holandesa na América.

O governo de Nassau (1637-44): Dentro do período holandês, destacou-se o governo de Maurício de Nassau da Nova Holanda. Nassau se aliou à elite açucareira nordestina, fornecendo crédito aos fazendeiros. Implantou a liberdade religiosa na colônia, onde antes o catolicismo era a religião oficial. Remodelou Recife e trouxe missões artísticas e científicas, as primeiras vindas ao Brasil.

A saída dos holandeses: Mesmo com o fim da União Ibérica, os holandeses se recusam a sair do Nordeste e dá-se a guerra entre Portugal e Holanda. Como a Holanda estava em uma difícil guerra com a Inglaterra, abandona a

colônia da Nova Holanda, obrigando Portugal a pagar uma indenização para tal. Depois, os holandeses irão estabelecer poderosas produções de cana-de-açúcar nas Antilhas holandesas, desbancando a produção brasileira.

Ainda durante a União-Ibérica foi separado o Maranhão e o Grão Pará, do resto da colônia, vindo a formar o Estado do Maranhão (1621), sendo que o resto do Brasil formava o Estado do Brasil.

A Restauração: Em 1640, a Espanha já é uma potência declinante. Enfrenta neste ano revoltas na Catalunha e Andaluzia, ambas apoiadas pela França. A burguesia portuguesa dá início a uma revolução que põe fim ao mando dos Habsburgos sobre Portugal e sua colônias, levando do João I, de Bragança, ao trono português.

História do Brasil

O acirramento do colonialismo: O Estado português, porém, ressurge em péssimo estado financeiro, tendo perdido várias colônias na África e na Ásia, com o problema holandês no Nordeste por resolver e ainda com uma forte decadência do preço do açúcar no mercado internacional devido ao surgimento de novas áreas de produção de cana na América. O rei decide, então, por um endurecimento da situação colonial para que conseguisse mais fundos para estabilizar o Estado. Cria, então, a Companhia de Comércio do Brasil (1647- 1720) e a Companhia de Comércio do Maranhão (1682-85) que deveriam monopolizar todo o comércio com o Brasil, segundo os moldes ingleses e holandeses. Em 1642 é criado também o Conselho Ultramarino, órgão português responsável pelas colônias. Criaram-se ainda os juizes de fora, que seriam os presidentes das câmaras municipais e seriam nomeados pelo Rei, num ato de forte centralização.

As revoltas coloniais

A revolta de Beckman (1684): Essa foi uma revolta contra a centralização e endurecimento do colonialismo a partir da Restauração. Reação à criação da Companhia de Comércio do Maranhão, que detinha o monopólio do comércio na capitania. Os revoltosos propunham o fim do

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monopólio e atacaram a companhia e os jesuítas, que proibiam a escravização dos índios. A revolta foi massacrada.

O quilombo dos Palmares (1630-1694): Revolta totalmente diferente da de Beckman. Foi a mais importante resistência escrava existente na colônia. Os escravos resistiam de várias formas, mas principalmente com fugas e formação de quilombos – comunidades de escravos fugidos. Palmares foi o maior quilombo existente na colônia, tamanho esse devido à desorganização das plantagens nordestinas com a guerra contra os holandeses. Após várias expedições, o bandeirante Domingos Jorge Velho destrói o quilombo e derrota Zumbi dos Palmares.

A guerra dos mascates (1709-11): Esse foi um conflito local, portanto, diferente dos outros dois, foi o conflito entre os senhores de Olinda e Recife. Os comerciantes de Recife não queriam mais se sujeitar à Câmara de Olinda, o que leva ao conflito. Em 1709 é criada a Câmara de Recife e em 1711 as cidades são equiparadas, ponde-se um fim ao conflito.

A economia mineradora: No final do século XVII, seriam descobertas na colônia portuguesa as maiores reservas de ouro já exploradas no Ocidente desde a época do Império Romano. Isso vai trazer uma grande população européia e cativa africana ao Brasil e vai gerar também um grande dinamismo econômico na colônia. Logo, a América portuguesa se tornará, enfim, a mais importante colônia portuguesa.

O bandeirismo: Eram quatro os fatores de interiorização da colonização portuguesa: a pecuária, a busca por especiarias e drogas do sertão, a busca por metais e o apresamento de índios. Desses todos, o mais importante é o último, que era a área de atuação por excelência dos bandeirantes – também chamados de paulistas. Eles iam ao interior aprisionar índios para vendê-los como escravos para fazendeiros.

A descoberta do ouro e a imigração: A primeira descoberta de ouro em Minas Gerais se deu em 1693 e a exploração de fato começou em 1698. Os diamantes foram descobertos em 1728. Essas descobertas levam a uma grande imigração para a região, em um fluxo total de 600 mil portugueses para a região durante 60 anos.

A guerra dos emboabas (1707-9): Os paulistas descobriram as minas de ouro e foram seus primeiros exploradores, porém logo chegaram vários portugueses que iam explorando o ouro e, principalmente, o lucrativo abastecimento da região. Dá-se, então, uma briga entre os pioneiros bandeirantes e os emboabas – os portugueses que chegaram depois, como eram chamados pelos paulistas. Os emboabas foram vitoriosos e os paulistas partiram para outras regiões em Busca de ouro.

Os caminhos: O primeiro caminho que levava à região mineira partia de São Paulo e a viagem demorava 60 dias. Logo, foram construídos o Caminho Real e o Caminho Novo, este – de 1701 – era o mais importante. Partia do Rio de Janeiro e a viagem demorava ‘apenas’ 12 dias.

O abastecimento: O Rio assume, assim, uma posição privilegiada com a mineração, já que é porta de entrada de escravos, imigrantes, artigos metropolitanos para as minas e porta de saída de ouro e diamantes. Ainda, será a principal região abastecedora de alimentos para Minas. Abastecimento esse que foi sempre muito problemático, já que os principais esforços dos mineradores eram pela exploração de ouro. O preço dos alimentos e artigos básicos era altíssimo e houve sérias crises de fome. A mineração leva a um dinamismo da economia colonial, com formação

de um mercado interno, com certa especialização e integração.A sociedade mineira: A sociedade mineira tem certas inovações em relação à sociedade açucareira. É mais urbanizada, tem mais artistas, literatos e cultura em geral. Há ainda uma diversidade maior na escravidão, apesar de esta continuar predominante. Há o surgimento da figura do escravo de ganho e outras formas de escravidão e há ainda um número maior de alforrias – liberdade do escravo dada ou comprada.Fiscalismo: A Coroa portuguesa cria um grande aparato burocrático para retirar o máximo de impostos da mineração e evitar o contrabando que, com toda a fiscalização, foi grande no período. 20% de todo o ouro extraído deveria ser doado à Coroa, é o quinto. A exploração de diamantes tinha uma forma específica a partir de 1740. Desse período até 1771, foram explorados sob contrato régio e em seguida sob monopólio real.

Revolta de Vila Rica (1721): Várias são as formas feitas pela Coroa para arrecadar o quinto: a capitação e as Casas de Fundição são dois exemplos. No primeiro, havendo ou não a extração do ouro, os exploradores de ouro tinham que entregar uma cota específica aos fiscais. No segundo, instituído em 1725, todo o ouro deveria ser fundido nas casas de fundição, aonde se retiraria o quinto. Os mineradores, chefiados pelo português Felipe dos Santos, se rebelaram contra o governo, mas foram derrotados e Felipe foi executado. As casas de fundição foram adotadas.

A decadência da mineração e o ‘renascimento agrícola: A produção de ouro é ascendente até 1750, passando a ser decadente a partir de então, levando a Coroa a tomar medidas extremas para manter a alta arrecadação. Com a decadência da mineração, a capitania de Minas se torna uma forte região agropecuária e dá-se o que é chamado de ‘renascimento agrícola’, onde os principais produtos de exportação do Brasil voltam a ser provindos da agricultura. Na verdade, a colônia não deixou de ser agrícola em função da mineração. De qualquer forma, a partir de fins do século XVIII passa a ser exportada uma gama mais variada de produtos: o anil, os produtos da pecuária, o arroz, o algodão, além do tabaco e da cana e seus derivados.

A reformulação das fronteiras: Portugal havia ocupado a Amazônia com a exploração das drogas do sertão e o atual Centro-Oeste brasileiro com a mineração. Diante das ocupações indevidas, de territórios, iniciam-se tratados diplomáticos entre Portugal e Espanha:* Tratado de Utrecht (1713-1715): Determina que a Colônia de Sacramento, no atual Uruguai, ficaria sob controle de Portugal.* Em 1750, Portugal e Espanha assinam o Tratado de Madri, onde Sacramento fica com a Espanha. A Amazônia, o ‘Centro-Oeste’ e a colônia de Sete Povos das Missões, ficariam com Portugal, dando as linhas aproximadas do atual território brasileiro, mas os Jesuítas, de Sete Povos, estimularam os índios guaranis a não aceitarem o domínio português, o que causou as Guerras Guaraníticas (1753-1756) e levou Portugal a não entregar Sacramento à Espanha.* Tratado de Santo Ildefonso (1777): Sacramento foi entregue à Espanha, assim como Sete Povos das Missões.* Tratado de Badajós (1801): Sete Povos das Missões ficou com Portugal e Sacramento com a Espanha.

As reformas pombalinas e as conjurações coloniais

A partir de 1750, a colonização portuguesa na América entra em decadência. As arrecadações com a mineração baixam seguidamente, levando a monarquia a adotar duríssimas

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APOSTILA DE HISTÓRIAPROFESSOR – MARCELO VASCONCELOS OLIVA

medidas. Medidas que não ficam sem repostas. Passa-se a forjar a independência em relação a Portugal.

A época pombalina

O absolutismo ilustrado: Também chamado de despotismo esclarecido, caracteriza-se por ser o absolutismo não modificado em sua essência, mas com uma aura das idéias e ideais da Ilustração – também chamada de Iluminismo. O absolutismo e o mercantilismo, no entanto, são fortemente reafirmados.Prevaleceu na periferia da Europa na segunda metade do século XVIII em países como Rússia, Áustria, Prússia, Espanha e Portugal que, com essas medidas, tentavam se aproximar das potências européias dominantes, Inglaterra e França.

As reformas pombalinas: No governo do rei José I (1750-1777), era preponderante no Estado português a figura do marquês de Pombal. Esse ministro se enquadra dentro do modelo de absolutismo ilustrado. Ele fez uma série de reformas em Portugal e na colônia, tentando tirar o atraso de Portugal na Europa. Foram reformas claramente centralizadoras e autoritárias, que beneficiavam os grandes comerciantes portugueses.

Derrama (1751): Com o primeiro sinal de decadência na arrecadação do quinto na região das minas, Pombal institui a derrama. Segundo esse mecanismo, a arrecadação anual do quinto nas minas deveria ser de 100 arrobas de ouro – cada arroba equivale a algo como 15kg e 100 arrobas a mais ou menos 1,5 tonelada.Caso não se chegasse a esse valor, o resto deveria ser cobrado de toda a população das Gerais.

Expulsão dos jesuítas da colônia (1759): A ordem dos jesuítas foi expulsa para pôr fim à poderosa influência e presença no contrabando por parte dessa ordem. A Coroa tomava, também, todas as terras deles.

Companhias de Comércio: As companhias monopolistas de comércio foram recriadas. Assim, criaram-se as Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão em 1755 e a Companhia Geral do comércio de Pernambuco e da Paraíba. Essas companhias aumentavam bastante os lucros dos comerciantes portugueses.

Capital no Rio de Janeiro (1763): A capital da colônia passa de Salvador para o Rio de Janeiro, já que esta cidade era o centro que escoava a produção de Minas Gerais, além de controlar o tráfico de escravos.

Medidas administrativas: Outras medidas foram: extinção das capitanias hereditárias, reunificação administrativa – a colônia era então dividida administrativamente em duas – e monopólio real dos diamantes.

O reinado de D. Maria I: No reinado da sucessora de D. José I, prevaleceu o caráter absolutista ilustrado da política pombalina. Assim, em 1785, as manufaturas foram proibidas na colônia.

As conjurações coloniais:

Caráter geral das conjurações: As conjurações de fins do século XVIII não são mais como as antigas revoltas coloniais. Agora, contesta-se a colonização e planeja-se uma independência de Portugal.

Conjuração mineira (1789): Os moradores da região das minas foram duramente atingidos pela derrama e pela proibição das manufaturas. Com as manufaturas proibidas, os mineiros teriam que importar tecidos de Portugal a um

preço muito maior que o custo de produção em uma manufatura local. Parte da elite local, baseados nos princípios da Ilustração e influenciados pela Independência dos Estados Unidos, planejam a formação de uma república na região das minas. Não havia muita coesão de idéias, principalmente no que diz respeito à escravidão, mas previam-se manufaturas livres, libertação dos filhos dos escravos, capital em São João Del-Rei, Universidade em Vila Rica, perdão de dívidas, república eletiva, milícia de cidadãos, parlamentos locais e um central. A trama foi delatada por um de seus membros que era endividado da Coroa e todos foram desterrados, com exceção de Tiradentes, o único pobre do grupo, que foi morto.

Tiradentes

Conjuração carioca (1794): Trata-se na verdade de uma sociedade literária, ligada a uma loja maçônica, que discutia a melhor forma de governo para o Brasil e uma possível independência. Não chegou a bolar plano de independência. Também foi reprimida.

Conjuração baiana (1798): Também chamada de conjuração dos alfaiates, foi influenciada fortemente pela Revolução Francesa. Foi uma revolta muito mais popular do que a mineira e participaram dela soldados, artesãos, negros forros e até escravos. Parte da elite também apoiou a revolta. Tinha princípios mais democráticos que a mineira e previa-se inclusive o fim da escravidão. Dos 34 conjurados, alguns foram presos, outros desterrados e três foram enforcados. Os membros da elite nada sofreram na repressão à revolta.

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EXERCÍCIOS

TRANSIÇÃO DO FEUDALISMO AO CAPITALISMO

01 - Durante a Baixa Idade Média (séc. XI - XV), o modo de produção feudal conheceu o seu apogeu, mas também foi nesse período que as contradições inerentes a esse sistema avolumaram-se, determinando a sua superação. São fatores responsáveis pela desarticulação das estruturas feudais,EXCETO:a) brusca queda da produtividade na agricultura, devido à resistência dos senhores feudais a técnicas agrícolas avançadas.b) desenvolvimento da atividade mercantil tanto a nível inter-regional quanto a longa distância.e) crescente urbanização, conduzindo a uma gradual especialização da economia, caracterizada pela cisão entre campo e cidade.d) surgimento da burguesia como um novo segmento social que foi se definindo no rígido contexto da hierarquização da sociedade feudal;e) organização de expedições militares cristãs contra muçulmanos no Oriente Médio, pondo fim ao domínio secular dos árabes sobre o Mediterrâneo.

02 - O revigoramento do comércio na Europa Ocidental, durante a Idade Média (século XI-XIII), se dá devido:a) à existência de excedentes agrícolas provenientes da generalização de técnicas que ampliaram a produção além das necessidades de subsistência.b) ao desenvolvimento das técnicas náuticas que permitiram a navegação a longa distância, superando os limites da navegação de cabotagem.c) à ação direta do clero católico, interessado em ampliar os ganhos da Igreja, através da cobrança do dízimo sobre a burguesia mercantil.d) ao declínio do comércio das cidades italianas, envolvidas em constantes conflitos com os árabes pelo controle do Mar Mediterrâneo.e) ao fim das obrigações feudais, que libera o servo de sua submissão ao senhor e ao trabalho pouco lucrativo dos campos.

03 - (Puccamp) Observe a pirâmide da sociedade feudal para responder à questão.

Analise os textos a seguir, procurando identificar os que estão relacionados ao contexto histórico da sociedade feudal.

I. "Prescrevemos que quando um vassalo faleça, seu filho receba o feudo. Se não tem filhos, ou se deixa um neto

nascido de filho varão, que o mesmo receba de igual modo o feudo. Se ocorre que não deixa filhos nascidos de um filho, mas sim um irmão legítimo por parte de pai que tenha o feudo que pertenceu a seu pai."II. "O conde perguntou ao futuro vassalo se queria tornar-se seu homem e este respondeu: quero. Houve depois o seguinte juramento de fidelidade: Prometo pela minha fé ser, a partir deste instante, fiel ao Conde Guilherme e guardar-lhe contra todos e inteiramente."III. "Os cléricos devem por todos orar; os cavaleiros sem demora devem defender e honrar; os camponeses têm liberdade de plantar, colher e negociar; os vassalos guardar suas obrigações: a talha e a corvéia aos seus senhores."IV. "Em agosto, os camponeses não podem recolher os seus feixes senão depois que o senhor retirou antecipadamente a sua parte. No começo do inverno os suseranos devem pagar o censo e a talha antes do direito de fechar o seu campo."

Estão relacionados com a sociedade feudal SOMENTEa) I e IIb) I e IIIc) II e IIId) II e IVe) III e IV

04 - O movimento comercial, a partir do século XI, foi responsável por grandes transformações na economia européia. Foram transformações provocadas por esse movimento comercial, EXCETO:a) Surgimento de uma economia de base monetária.b) Aparecimento das primeiras práticas do capitalismo financeiro.e) Intervencionismo do Estado na economia colonial.d) Enriquecimento da Europa Mediterrânea e abertura de novas rotas comerciais.e) Choque entre as teorias tradicionais da Igreja e as novas práticas econômicas.

05 - (G1) Os estilos artísticos do Ocidente Medieval que se caracterizaram sobretudo pelas catedrais, foram:a) Barroco e Rococó.b) Romano e Bizantino.c) Românico e Gótico.d) Gótico e Neoclássicoe) Renascentista e Românico.

06 - Entre os séculos XI e XIII, com o restabelecimento de uma relativa paz na Europa Ocidental, a sociedade feudal tende a se modificar o revigoramento da atividade comercial é a mais significativadas transformações e tem como efeitos imediatos, EXCETO:a) A expansão das atividades urbanas.b) O fim das relações feudais de produção.e) O crescimento da produção agrícola.d) A intensificação das relações monetárias.e) O surgimento de novas classes sociais.

07 - Nos séculos XIV-XV, a sociedade feudal experimentou uma grave crise geral, que abala profundamente as estruturas que sustentavam essa sociedade, abrindo espaços para a criação de relações capitalistas no interior das sociedades européias.

Os efeitos da depressão dos séculos XIV-XV sobre a sociedade européia foram os seguintes,EXCETO:a) A expansão marítima dos séculos XV e XVI, rompendo os estreitos limites do comércio medieval.b) A centralização do poder nas mãos do rei, em contrapartida ao poder pulverizado dos senhores feudais.c) O surgimento de uma nova cultura mais urbana e laica, em oposição à rural-religiosa do feudalismo.d) A busca de uma nova espiritualidade, possibilitando a ruptura da unidade cristã através da Reforma.

e) A ocupação do poder político pela burguesia, sustentada no crescente enriquecimento dessa classe.

08 - O surgimento da burguesia acarretou várias mudanças na Baixa Idade Média, EXCETO:a) Fortalecimento do ideal da vida urbana.b) Apoio ao rei contra a nobreza e seus valores.e) Luta contra as doutrinas da Igreja que combatiam o luxo, a riqueza e o lucro.d) Valorização do dinheiro e dos bens móveis, em contraposição aos bens imóveis.e) Luta contra o clero e o rei, para proteger sua liberdade política e religiosa.

09 - “Tripla é a casa de Deus que se crê una: embaixo uns rezam, outros combatem, outros ainda trabalham, os três grupos estão juntos e não suportam ser separados, de forma que sobre a função de uns repousam os trabalhos dos outros, Pois, todos por sua vez entreajudando-se.São características gerais que organizam a sociedade referida acima, EXCETO:a) A produção voltada para a subsistência, auto-suficiente, através de trocas naturais e com base na atividade agrícola.b) O poder descentralizado envolvendo relações de suserania e vassalagem.e) A sociedade estamental e hierarquizada, tendendo à rigidez dos estados sociais imutáveis.d) A visão do mundo com características antropocêntricas, colocando o homem como um fim em si mesmo.e) Atividade cultural ligada à doutrina dominante.

10 - “O feudalismo europeu ocidental entrou num período de crise aguda no século XIV e daí por diante se desintegrou, com maior ou menor rapidez em diferentes regiões.”(SWEEZY, Paul; VOBB, Maurice e Outros. A transição do feudalismo para o capitalismo. - Um debate.)Entre os elementos que estimularam a crise aguda do feudalismo, no século XIV, NÃO figura:a) o aparecimento das “Cruzadas”, responsáveis pela retomada do mediterrâneo.b) a ascensão de prósperos e semi-prósperos proprietários de bens independentes.e) o enriquecimento de uma burguesia mercantil e influente.d) a servidão que quase desaparecera a partir da segunda metade do século XIV.e) o isolamento da Europa pelas invasões muçulmanas.

11 - Nos séculos XIV-XV, a sociedade feudal experimentou uma grave crise geral, que abala profundamente as estruturas que sustentavam essa sociedade, abrindo espaços para a criação de relações capitalistas no interior das sociedades européias.Os efeitos da depressão dos séculos XIV-XV sobre a sociedade européia foram os seguintes, EXCETO:a) A expansão marítima dos séculos XV e XVI, rompendo os estreitos limites do comércio medieval.b) A centralização do poder nas mãos do rei, em contrapartida ao poder pulverizado dos senhores feudais.c) O surgimento de uma nova cultura mais urbana e laica, em oposição à rural-religiosa do feudalismo. d) A busca de uma nova espiritualidade, possibilitando a ruptura da unidade cristã através da Reforma. e) A ocupação do poder político pela burguesia, sustentada no crescente enriquecimento dessa classe.

12 - O período compreendido entre os séculos XV e XVIII, na Europa Ocidental, é assinalado pela transição do feudalismo ao capitalismo.Trata-se de um momento em que, paralelamente à permanência das relações feudais, elementos capitalistas desenvolviam-se no interior da sociedade feudal. Podem ser considerados como fatores fundamentais da época de transição, EXCETO:a) A acumulação primitiva de capital.b) A progressiva expropiação dos trabalhadores.

e) As práticas mercantilistas.d) A implantação do Estado liberal-burguês.e) A montagem do antigo sistema colonial europeu.

13 - Durante a transição feudal/capitalista, em consequência das tensões sociais geradas a partir das profundas transformações ocorridas na Europa Ocidental, define-se uma nova realidade que ficou conhecida como Antigo Regime. É possível identificar essa nova realidade através de:a) edificação do Estado Liberal, garantindo o predomínio político do segmento burguês interessado na expansão ultramarina, superando as crises de mercado.b) caráter nitidamente classista da sociedade, formada por cidadãos juridicamente livres e iguais, detentores de direitos políticos e civis.c) enorme desenvolvimento das forças produtivas, possibilitado pela consolidação e difusão dos princípios fundamentais norteadores da Revolução Industrial.d) caráter predominantemente agrário da economia, estruturada a partir de pequenas unidades produtivas autônomas e voltadas para a produção de subsistência.e) estabelecimento de uma política mercantilista que visava ao acúmulo de metais preciosos pelo Estado, por meio de um comércio exterior de caráter protecionista.

14 - O Estado Nacional Moderno engloba populações dotadas de hábitos, tradições, línguas e uma certa consciência coletiva comuns. Ele surge como resultado de modificações das estruturas políticas até então existentes.Todas as alternativas apresentam elementos conformadores desse Estado, EXCETO:a) Centralização política nas mãos de um monarca cuja autoridade é de direito e de fato.b) Criação de um complexo e numeroso corpo de agentes burocráticos a serviço do rei.c) Instituição de uma moeda nacional e de impostos reais necessários às crescentes despesas do Estado.d) Manutenção de um exército permanente subordinado diretamente à monarquia.e) Reafirmação da independência dos Estados coloniais, reforçando o poder das monarquias nascentes.

15 - “A formação dos Estados Nacionais, embora ocorrendo de forma diversificada nos diversos regimes da Europa, não implicou a superação do Modo de Produção Feudal. No entanto(...) constituíram um elemento da nova ordem que se construía na Europa Ocidental, nos séculos XV-XVI.”(FARIA et ali. História. Belo Horizonte, Lê, 1989. p.25)As características gerais dos Estados Modernos encontram-se nas alternativas abaixo, EXCETO:a) Centralização e unificação administrativa, com a eliminação da autonomia dos poderes locais e das cidades.b) existência de uma religião oficial, principalmente devido à Reforma, que condenou a multiplicidade religiosa.c) formação de um exército, normalmente composto por mercenários.d) arrecadação de impostos “reais”, necessários para custear as despesas com o exército e a burocracia.e) imposição da justiça real, que se sobrepõe à justiça senhorial.

16 - Em relação ao Renascimento, pode-se afirmar que:a) Destacou-se como um movimento intelectual e filosófico que valorizava, essencialmente, a cultura medieval.b) Apegou-se às explicações místicas para todos os fenômenos ocorridos no universo.c) Procurou valorizar, sobretudo, o teocentrismo, partindo do princípio de que ó sentido maior da vida é a busca de Deus.d) Tomou como referência a cultura greco-latina e teve no humanismo sua expressão máxima.e) Procurou repensar a cultura européia a partir da influência das civilizações pré-colombianas que entraram em contato com a Espanha a partir do século XVI.

17 - A Renascença e a Reforma, no conjunto, representam muito mais do que simples movimentos literário e religioso.Justifica-se a proposição acima através da seguinte afirmativa:a) Representaram a retomada do crescimento econômico-sócio-ético-cultural, que se estagnara, nos séculos XIV-XV.b) Abriram perspectivas político-sociais para a eclosão do pensamento dogmático, estruturado na Escolástica.c) Contribuíram para acelerar a desintegração da Sociedade Medieval e proporcionaram condições favoráveis para a solidificação da Sociedade Burguesa.d) Possibilitaram a eclosão de uma sociedade estamental e fundamentada na visão teocêntrica do mundo.e) Originaram-se de questões ligadas exclusivamente à busca da Antiguidade Clássica.

18 - “O Renascimento foi, sem dúvida, sensual: e optou, por vezes, especialmente em Pádua, por uma filosofia materialista.”(DEL UMEA U; Jean. A Civilização do Renascimento)De acordo com o texto, é CORRETO dizer que o Renascimento significou:a) O apego aos valores aristocráticos e escolásticos.b) O desprezo pelo cientificismo e pelo classicismo..c) O descaso pela filosofia humanista e materialista. xd) O retomo aos dogmas e crenças da alta Idade Média.e) O domínio do homem da razão com contraposição ao divino.

19 - A eclosão de movimentos culturais-artísticos, literários e científicos na Europa no séc. XV e XVI marcou, de forma definitiva, o desenvolvimento posterior de todo o continente e também deu impulso considerável ao capitalismo que surgia.Podemos afirmar também que, nesta época, a Renascença:1 - contribuiu para a afirmação dos valores da burguesia, assegurando sua legitimidade, enquanto grupo social.II - através da difusão dos ideais humanistas, incentivou o desenvolvimento das ciências pelo uso de métodos racionais de investigação.III - identificou-se com a Antigüidade Clássica, greco-romana, em oposição à Idade Média. Das afirmações:a) somente I está correta.b) apenas I e II estão corretas.c) apenas II e III estão corretas.d) apenas I e III estão corretas.e) I, II e III estão corretas.

20 - “O conceito de Renascimento significa um processo social total, estendendo-se da esfera social e econômica onde a estrutura básica da sociedade foi afetada até ao domínio da cultura, envolvendo a vida de todos os dias e as maneiras de pensar, as práticas morais e os ideais éticos quotidianos,as formas de consciência religiosa, a arte e a ciência.”(HELLER, Agnes. O HOMEM DO Renascimento)Tomando como referência esse texto, o Renascimento é mais do que uma volta ao passado, pois:a) a expressão literária renascentistas demonstrava um dos principais pontos de contato entre as expressões artísticas clássicas e as medievais.b) a maioria dos mecenas renascentistas eram senhores feudais que se ligavam à tentativa de retomada dos valores sócio-culturais clássicos.c) o caráter universalista da cultura medieval marcava a formação dos renascentistas principalmente na área do pensamento político.d) as proposições dos pensadores liberais do período renascentista tinham suas raízes nas transformações sociais, política e econômica da vida medieval.e) a busca de valores e da inspiração clássica fazia-se sem a negação da cultura medieval de onde se retiravam as noções de indivíduo.

21 - Convencionou-se denominar de Reforma o conjunto de fatos que abalaram a Igreja Católica no início da Modernidade, levando ao surgimento de novas religiões. Pode-se apontar como consequência da Reforma:a) O intenso clima de religiosidade existente entre as massas populares.b) A tentativa de Wicliff de criar uma religião politeísta na Inglaterra.c) O fim da unidade religiosa européia e o clima de intolerância.d) A questão das indulgências, transformadas pela Igreja em autêntico comércio.e) O choque entre o pensamento burguês e as concepções econômicas da Igreja.

22 - (Fgv) A chamada Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) foi considerada como a última grande guerra de religião da Época Moderna. A seu respeito é correto afirmar:a) O conflito levou ao enfraquecimento do império Habsburgo e ao estabelecimento de uma nova situação internacional com o fortalecimento do reino francês.b) O conflito iniciou-se com a proclamação da independência das Províncias Unidas, que se separavam, assim, dos domínios do império Habsburgo.c) O conflito marcou a vitória definitiva dos huguenotes sobre os católicos na França, apoiados pelo monarca Henrique de Bourbon, desde o final do século XVI.d) O conflito estimulou a reação dos Estados Ibéricos que, em aliança com o papado, desencadearam a chamada Contra-Reforma Católica.e) O conflito caracterizou-se pelas intervenções inglesas no continente europeu, através de tropas formadas por grupos populares enviadas por Oliver Cromwell.

23 - Renascimento e Reforma apesar de suas especificidades, são movimentos que pertencem a um mesmo contexto histórico. Pode-se afirmar que, do ponto de vista cultural-religioso, esse contexto era resultado:a) de crises decorrentes entre as estruturas feudais em formação e as escravistas em decadência.b) do desenvolvimento urbano observado na Europa Oriental em razão da decadência da servidão.c) do desenvolvimento do espírito científico moderno, apoiado fundamentalmente nas conclusões ptolomaicas.d) da identificação absoluta entre a cultura feudal e a da época moderna.e) de crises decorrentes da oposição entre as estruturas feudais em decadência e as capitalistas em formação.

24 - A Contra-Reforma foi iniciada com o Concílio de Trento.Todas as alternativas apresentam princípios defendidos pela Contra-Reforma, EXCETO:a) A adoção de uma nova disciplina com respeito à hierarquia eclesiástica.b) A aliança com estados absolutos europeus, apoiada no direito divino dos reis.c) A reordenação da sociedade à luz dos valores cristãos e de uma profunda reforma dos costumes.d) O combate rigoroso aos hereges com a implantação do Tribunal da Inquisição.e) O fim da autoridade apostólica do Papa e do valor da maioria dos sacramentos.

25 - A Europa Ocidental foi marcada durante o século XVI pelo movimento reformista. Este, nos seus desdobramentos, deu origem às doutrinas cristãs protestantes e teve entre as suas origens:a) A contestação às práticas e dogmas do catolicismo, formulados pelos filósofos iluministas.b) A busca de uma nova ética cristã mais adequada aos interesses da burguesia e os conflitos entre o Estado e a Igreja.c) A influência dos ideais revolucionários formulados pelos teóricos do Liberalismo.

d) A busca de um cristianismo mais puro, considerando-se que a Igreja Católica colocara em dúvida o dogma da virgindade de Maria.e) O descontentamento geral com o catolicismo, a partir das decisões tomadas pelo Concílio de Trento.

26 - (Ufv) Mercantilismo é um termo que foi criado pelos economistas alemães da segunda metade do século XIX para denominar o conjunto de práticas econômicas dos Estados europeus, nos séculos XVI e XVII. Das alternativas abaixo, assinale aquela que NÃO indica uma característica do mercantilismo.

a) Busca de uma balança comercial favorável, ou seja, a superação contábil das importações pelas exportações.b) Intervencionismo do Estado nas práticas econômicas, através de políticas monopolistas e fiscais rígidas.c) Crença em que a acumulação de metais preciosos era a principal forma de enriquecimento dos Estados.d) Aplicação de capitais excedentes em outros países para aumentar a oferta de matérias-primas necessárias à industrialização.e) Exploração de domínios localizados em outros continentes, com o objetivo de complementar a economia metropolitana.

27 - O conceito de Mercantilismo serve para definir todas as práticas políticas e econômicas do século XVI ao XVIII, indicadas, EXCETO:a) A política protecionista que se torna uma prática fundamental, concedendo-se privilégios às manufaturas contra os concorrentes estrangeiros.b) A montagem de estruturas econômicas que surgem a partir da produção de mercadorias, para complementar as necessidades do novo sistema de produção das colônias.c) Os monopólios que são privilégios dos Estados ou reservados à classe mercantil das metrópoles que controlam o exclusivo colonial.d) As leis corporativas que proíbem a livre circulação do trabalho e levam a uma organização e controle mais rigorosos da mão-de-obra.e) A intervenção governamental na economia que procura aumentar os lucros da burguesia nacional, para fortalecer o poder do Estado.

28 - Entende-se por Mercantilismo as práticas econômicas que foram adotadas pelos Estados europeus durante o período de transição entre o feudalismo e o capitalismo. Em suas linhas gerais, o Mercantilismo pode ser definido pelos seguintes princípios ou características gerais, EXCETO:a) Metalismo;b) Incentivo à construção naval;c) Teoria da balança de comércio favorável;d) Protecionismo alfandegário;e) Livre concorrência.

29 - Qual das alternativas abaixo explica MELHOR o relacionamento que existe entre Absolutismo e o Mercantilismo praticados na Idade Moderna?a) O absolutismo prejudicou o desenvolvimento da política econômica mercantilista defendida pela burguesia na Idade Média.b) O mercantilismo foi a política econômica adotada pelos reis absolutistas para aumentar o poder e a riqueza do Estado.c) Através da economia mercantilista, a burguesia se enriqueceu e teve condições de derrubar as monarquias absolutistas no século XVII.d) O mercantilismo auxiliou o processo de descentralização política que culminou na criação de teorias absolutistas no século XVI.e) Tanto o mercantilismo quanto o absolutismo prejudicaram o fortalecimento das monarquias européias da Idade Moderna.

30 - Assinale a alternativa correta:

a) A colonização da América foi uma das etapas mais importantes dos Grandes Descobrimentos, pois servem de base para as investidas européias sobre a África e a Ásia.b) O neo-colonialismo dos Tempos Modernos tinha em vista a obtenção de matéria-prima para a indústria européia.c) O sistema colonial foi uma decorrência da necessidade da balança comercial, preconizada pelos mercantilistas.d) O Estado Moderno, em nenhum momento defendeu a prática da colonização, ao contrário da burguesia, que via nela a possibilidade de enriquecimento rápido.e) Embora não tivesse participado da expansão marítima, os espanhóis criaram um grande Império Colonial, favorecido pelo Tratado das Tordesilhas.

31 - Após a chegada dos espanhóis na América, a maior parte da população indígena americana foi dizimada. São fatores que explicam esse fato, EXCETOa) A exploração da mão-de-obra nativa nos trabalhos de mineração, levando à desestruturação da economia indígena.b) A evangelização, que levou ao colapso os sistemas político, moral, cultural e religioso que regiam os índios.c) A superioridade do armamento espanhol. que se evidencia pela utilização de armas de fogo, pelo uso do cavalo e pelo emprego do ferro.d) A ausência de imunização dos índios contra uma série de doenças dos brancos, gerando epidemias devastadoras na América.e) A inferioridade numérica e cultural dos índios americanos, os quais viviam em pequenas comunidades tribais, nômades e sem governo.

32 - A respeito dos processos de conquista e colonização européias na América, durante a Idade Moderna, podemos afirmar que:a) a superioridade militar espanhola se constituiu na única razão da rápida conquista dos impérios pré-colombianos.b) a extraordinária mortalidade da população ameríndia no decorrer dos séculos XVI e XVII resultou da extrema crueldade dos europeus, em especial dos conquistadores espanhóis.c) naquelas áreas onde surgiram colônias de povoamento, os núcleos urbanos caracterizavam-se principalmente por suas funções administrativas e portuárias.d) o processo de colonização espanhola utilizou, em maior escala, o trabalho servil dos ameríndios, sob a forma da “encomienda” e da “mita”.e) em contraste com o que acontecia na América espanhola, onde os colonizadores tenderam a se localizar na faixa litorânea, na América portuguesa desde cedo os colonos penetraram no “sertão” em busca de metais preciosos.

O BRASIL – COLÔNIA

33 - “ O descobrimento do Brasil insere-se no contexto da expansão ultramarina européia, na qual os portugueses ocuparam posição de destaque pelas realizações e conhecimentos geográficos que foram adquirindo”.O conteúdo do texto acima aplica-se à missão de Pedro Álvares Cabral, principalmente, porque:a) apenas procurava uma passagem para a Ásia.b) buscava concretizar o controle de mercados asiáticos, sem excluir o propósito explorador.c) pretendeu chegar ao Ocidente, navegando na direção do Oriente.d) sem perceber que havia descoberto uma nova terra prosseguiu viagem até Calicute.e) não tinha outro propósito senão livrar-se de alguns degredados nas terras que topasse.

34 – “Parece-me gente de tal inocência que, se homem os entendesse e eles a nós, seriam logo cristãos. Porque eles, segundo parece, não têm nem entendem nenhuma crença. Eles não lavram nem criam. Não há aqui boi nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem galinha, nem outra nenhuma

alimária que acostumada seja ao viver dos homens, nem comem senão desse inhame, que aqui há muito e dessa semente e frutos que a terra e as árvores lançam. E com isto, andam tais, e tão rijos, e tão nédeos, que o não nós tanto, conquanto o trigo e legumes comemos... (Nos) pareceu a todos que nenhuma idolatria nem adoração têm.”(Pero Vaz de Caminha. Carta de achamento do Brasil Cit. por DIAS, J.S. da Silva. Os descobrimentos e a problemática cultural do século XVI. Lisboa: Presença, 1982. p. 72)A partir da leitura desse texto, é possível afirmar-se que:a) A teoria do “mar tenebroso” passou a ser considerada como uma lenda.b) As notícias sobre a fauna e a flora brasileiras constituem o centro das preocupações do autor.c) o escrivão acreditava na possibilidade de conversão dos nativos, caso fosse superada a dificuldade de comunicação.d) Os exploradores portugueses eram conhecedores das tradições políticas e religiosas do gentio.e) Os portugueses encontraram, no Brasil, uma estrutura social semelhante à das colônias espanholas.

35 - A colonização do Brasil se insere no processo de expansionismo europeu dos séculos XV e XVI. A sociedade aqui fundada deveria, sobretudo, existir para benefício da metrópole, definindo-se assim o Pacto Colonial. São princípios que regiam as relações estabelecidas entre metrópole e colônia, EXCETO:a) a proibição do desenvolvimento da infra-estrutura agrária capaz de garantir a reprodução da força de trabalho nas “plantations” e nas zonas de mineração.b) o fornecimento, pela colônia, de produtos tropicais de alto valor comercial nos mercados europeus, propiciando acumulação de lucros quase que exclusivamente nas mãos da burguesia mercantil metropolitana.c) o estabelecimento de relações comerciais da colônia exclusivamente com sua metrópole, devido à imposição do monopólio régio.d) a proibição do funcionamento da imprensa e circulação de livros na colônia, na medida em que a importação de ideologias poderia dar subsídios para possíveis movimentos insurrecionais.e) a importação de produtos manufaturados europeus pela colônia, uma vez que não poderiam ser produzidos internamente.

36 - No período compreendido em 1500 e 1530, a atuação dos portugueses, no território brasileiro, caracteriza-se pelos elementos abaixo, EXCETO:a) A organização de expedições, visando conhecer a terra descoberta.b) A escravidão da mão-de-obra indígena na exploração do pau-brasil.c) A fundação de feitorias, com o fim de garantir proteção ao litoral.d) A ausência de fixação efetiva do elemento colonizador no novo território.e) O combate ao contrabando do pau-brasil, praticado principalmente por comerciantes franceses.

37 - Sobre o Período Colonial Brasileiro, é INCORRETO afirmar que:a) Foi a mineração responsável pelo deslocamento do eixo econômico dos grandes centros açucareiros do Nordeste para o Centro-Sul.b) Foi a agromanufatura açucareira, fundada na “plantation”, a base econômica da colonização.c) Despertou o incentivo do governo português às entradas e bandeiras para descobrir os metais preciosos.d) Permitiu à pecuária nordestina a lenta ocupação do sertão e o desenvolvimento de uma sociedade diferente da do litoral açucareiro.e). Houve o incentivo aos minifúndios e ao trabalho livre de pequenos agricultores autônomos.

38 - A decisão portuguesa de colonizar o Brasil, a partir de 1530, associa-se:

a) ao fracasso das capitanias hereditárias e da exploração do pau-brasil.b) à descoberta de minas de ouro no interior e à expansão da pecuária.c) à possibilidade de perder a terra para os estrangeiros e ao declínio do comércio oriental.d) à falta de mão-de-obra para a agricultura e à necessidade de aplicação do capital acumulado.e) ao apoio dado pelos holandeses e pelos comerciantes portugueses.

39 - As afirmativas abaixo referem-se à organização político- administrativa do Brasil - Colônia:I) A criação de um sistema de capitanias hereditárias, entre 1534 e 1536, tinha como objetivo possibilitar a ocupação de todo o litoral ao mesmo tempo, de modo a evitar novas incursões estrangeiras e garantir, conseqüentemente, o monopólio da Rota do Cabo, principal preocupação da Coroa portuguesa.II) A instituição do governo-geral em 1548 tinha como finalidade principal dar favor e ajuda aos donatários das capitanias hereditárias, cm especial no que dizia respeito à luta contra as tribos indígenas e às incursões estrangeiras.III) De modo a possibilitar a ocupação do território, os donatários deveriam distribuir sesmarias a todos aqueles que fossem cristãos, possuíssem recursos para dar inicio à atividade agrícola e estivessem em condições de defender a terra.IV) Auxiliados pelos vereadores das câmaras municipais, os prefeitos eram encarregados da administração municipal, destacando-se entre suas atribuições a limpeza e a iluminação de ruas e praças o estabelecimento de cemitérios fora do recinto dos templos e o abastecimento do núcleo urbano.

Assinale a opção que contém as afirmativas corretas:a) somente I e II b) somente I,II e IIIc) somente I, II e IVd) somente II e IV e) somente II, III e IV

40 - As afirmativas abaixo referem-se à escravidão no Brasil- Colônia:I - O escravo negro africano foi utilizado preferencialmente nas atividades agrícolas e mineradora, enquanto que nas atividades pastoril e de coleta das “drogas do sertão” predominou o escravo indígena.II - A maior utilização do escravo negro de origem africana decorreu, em larga medida, dos interesses dos traficantes negreiros e da própria Coroa portuguesa, uma vez que o tráfico negreiro se constituía numa das principais formas de transferência de renda da Colônia para a Metrópole.III - A abolição integral do cativeiro indígena no Estado do Maranhão, por meio da Carta-Régia de 1680, atendia tanto aos interesses das ordens religiosas, especialmente a dos jesuítas, quanto aos da Coroa portuguesa, que via na população indígena a base para o povoamento e a manutenção da região.IV - Durante todo o período colonial, os trabalhadores escravos opuseram-se às relações escravistas, quer através da resistência aberta, que alcançava o seu ponto extremo nas fugas e na formação de quilombos, quer através da negociação que visava à melhoria das condições de trabalho ou ao direito de “cantar, folgar e brincar” sem consentimento prévio do feitor.Assinale a opção que contém as afirmativas corretas:(a) somente I e IV(b) somente I, II e III(e) somente II e III(d) somente II, III e IV (e) todas.

41 - Todas as alternativas apresentam características da plantation, unidade produtora do Brasil - Colônia, exceto:

a) A articulação do setor escravista dominante com um setor camponês de economia natural.b) A colocação de seus produtos nos mercados locais, regionais ou intercoloniais;c) O emprego extensivo dos recursos naturais e da força de trabalho.d) A presença de um grau relativamente baixo das forças produtivas.e) A presença de um nível considerável de investimentos em mão-de-obra e equipamentos.

42 - O fim da União Ibérica em 1640 e a grave crise econômica portuguesa contribuem para:a) Liberar o comércio brasileiro aos navios estrangeiros.b) Conceder maior autonomia à administração colonial.c) Estimular a entrada de produtos franceses no mercado português.d) Extinguir o monopólio das companhias de comércio no Brasil.e) Intensificar a subordinação econômica de Portugal à Inglaterra.

43 - No período açucareiro, a sociedade brasileira era caracterizada:a) pela extrema mobilidade social existente, o que facilitava a ascensão social dos diversos setores dessa sociedade.b) pelo extraordinário dinamismo dos centros urbanos produtores de açúcar para a exportação.c) pela presença de um enorme contingente de trabalhadores livres ou autônomos.d) pelo alto índice de estratificação, o que impede a ascensão das camadas sociais desfavorecidas.e) pela existência de um sistema de classes sociais bem definido e diversificado.

44 - O interesse dos holandeses em ocupar áreas no Brasil está relacionado por:a) a conquista territorial do ponto estratégico, visando quebrar o monopólio da rota da prata.b) as barreiras impostas pela Espanha à participação flamenga no comércio açucareiro.c) os contratos comerciais preferenciais firmados entre Portugal e Inglaterra.d) as solicitações de senhores-de-engenho, insatisfeitos com o supermonopólio metropolitano.e) o expansionismo holandês, motivado pela guerra com a Inglaterra.

45 - “De enfurecer-se, andar matando, comer um ao outro, prender tapuias, amancebar-se, ser desonesto, espião adúltero.- Não quero que o gentio deixe.”Esta é a fala de uma personagem da peça “O Mistério de Jesus”, do jesuíta José de Anchieta. A personagem é o diabo Quaixara que tenta, com dois outros diabos, destruir a fé cristã dos habitantes de uma aldeia indígena que havia sido recém-catequizada.A partir da reflexão sobre a fala de Quaixara, pode-se apontar como característica da atuação jesuítica:a) a atribuição de um caráter primitivo aos costumes indígenas.b) a tolerância em relação às práticas religiosas dos índios.c) o desejo de não-colonização das reservas indígenas.d) o estímulo à liberdade de pensamento entre os gentios.e) o respeito aos deuses gentílicos como parte da catequização.

46 - Sobre a economia colonial, NÃO é correto afirmar:a) A colonização efetiva do Brasil teve início em 1530, com a implantação de grandes unidades produtoras de açúcar para o mercado europeu, organizadas na PLANTATION.b) No período pré-colonial (1500-30), a exploração portuguesa no Brasil limitou-se à exploração de produtos ancilares que eram facilmente encontrados na região amazônica.

c) Dentre as atividades subsidiárias desenvolvidas na colônia, a pecuária foi a mais importante, promovendo a ocupação e a integração de algumas áreas brasileiras.d) A exploração do ouro, no século XVIII, deslocou o eixo econômico do Nordeste para o Centro-Sul do país e colaborou para a formação de um mercado interno.e) A partir de meados do século XVII, a política colonial portuguesa tomou-se cada vez mais opressora e fiscalista, em função da grave crise que abalava a economia metropolitana.

47 - A cultura da cana de açúcar, no Brasil - Colônia, foi importante porque:I - a técnica de fabricação do açúcar era fácil e não exigia muito capital.II - atendia aos interesses do mercado europeu.III - já era conhecida e muito plantada na Colônia.IV - constituiu a base econômica inicial da colonização do Brasil.V - era uma empresa agrícola auto-suficiente, voltada para o mercado interno.Tendo em vista as afirmativas acima, estão CORRETAS:a) apenas I e IIb) apenas II e IVc) apenas II e Vd) apenas III e IVe) apenas IV e V

48 - Por volta de 1696, descobriu-se ouro em Minas Gerais.Os princípios fundamentais estabelecidos pela Coroa Portuguesa para reger a economia mineradora se resumiram:a) nas determinações do Conselho Ultramarino, que reforçavam os poderes e jurisdição dos antigos donatários, deixando sob sua responsabilidade a exploração de riquezas minerais.b) na livre exploração, embora submetida a estreita fiscalização, reservando-se ao erário português a quinta parte do ouro extraído.c) no estímulo dado pela Coroa à difusão dos conhecimentos técnicos relativos á mineração, visando a atrair cidadãos portugueses para as Minas Gerais.d) na demarcação do território, que foi isolado do exterior, e na outorga do privilégio de exploração a algumas pessoas, que pagavam uma quantia fixa por esse direito.e) na concessão de lavras aos grandes senhores da região, que as exploravam com mão-de-obra escrava e índia e enviavam a Portugal o equivalente a quinhentas arrobas de ouro.

49 - São elementos característicos da sociedade das Minas Gerais, durante o período colonial,EXCETO:a) A existência de numeroso contingente de escravos, o qual constituía a maior parte da população da região.b) A ausência de uma classe de grandes proprietários, dada a dificuldade de acumulação de fortunas diante do fiscalismo português.c) A diversificação das profissões exercidas por uma camada intermediária da população, como, por exemplo, atividades artesanais e artísticas.d) A existência de ampla camada de indivíduos miseráveis, sujeitos a ocupações incertas e intermitentes.e) A concentração populacional em núcleos urbanos, centros econômicos e administrativos da região.

50 - A descoberta do ouro em Minas Gerais, em finais do século XVIII, gerou profundas transformações na realidade da colônia.São exemplos dessas transformações, exceto:a) desagregação da lavoura canavieira, na medida em que os capitais existentes, incluindo os escravos, foram deslocados para a mineração.b) crescimento de grupos médios, essencialmente urbanos, formados por funcionários públicos, militares, comerciantes, clérigos e profissionais liberais nas áreas de mineração.

e) democratização de oportunidades de enriquecimento, devido ao caráter da atividade mineradora, que não exigia grandes investimentos iniciais.d) desenvolvimento da pecuária nas regiões sul e nordeste para abastecimento das áreas mineradoras, possibilitando maior intercâmbio comercial.e) criação de inúmeros órgãos burocráticos de cunho fiscal- tributário para assegurarem a arrecadação de impostos sobre a atividade mineratória.

51 - “Embora a atividade da mineração fosse baseada no trabalho escravo, a verdade é que a organização geral da economia mineira apresenta particularidades importantes quando comparada com a da economia açucareira.”(OHL WETLER, Otto Alcides. Evolução sócio-econômica do Brasil. Porto Alegre: (Tchê, s/d.p.35)Todas as alternativas apresentam particularidades da economia mineradora, EXCETO:a) A atividade mineradora permitiu, ainda que de forma limitada, a compra da alforria pelo próprio escravo.b) Muitos escravos chegaram a minerar por conta própria, pagando periodicamente, a seus donos uma quantia determinada.c) O processo de trabalho na mineração facultou ao escravo maior iniciativa e circulação num meio social mais complexo e aberto.d) Os escravos, por sua importância como fator de produção na economia mineradora, chegaram a constituir-se, nessa época, em maioria da população.e) Os homens livres, marginalizados na economia açucareira, foram incorporados à atividade produtiva, organizando lavra própria.

52 - A mineração brasileira do século XVIII:a) permitiu uma maior internalização de renda.b) dinamizou internamente a Colônia, possibilitando que se esboçasse um mercado interno.c) contribuiu para o surgimento de uma sociedade mais estratificada, onde avultava o trabalho livre.d) serviu para agravar ainda mais a situação de penúria do comércio português com a Inglaterra.e) todas são corretas.

53 - “O negro foi introduzido no Brasil porque o índio não se adaptava ao trabalho escravo”. Assinale a alternativa que mais se identifica com os preconceitos e os julgamentos etnocêntricos que o enunciado acima pode suscitar:a) A exportação do açúcar relacionava-se com outra mercadoria ou meio de pagamento que chegava ao Brasil.b) O tráfico negreiro, uma das operações comerciais mais rentáveis da época, estimulou a introdução forçada do negro no Brasil.c) O índio era vagabundo, ladrão, desumano e herético na visão do dominador europeu.d) Fugas, revoltas, a formação de quilombos e outras formas de resistência comprovam que a questão da adaptação à escravidão é falsa se aplicada ao negro.e) O índio resistiu à escravidão e às demais atividades incompatíveis com o estágio de sua cultura e seu modo de vida.

54 - No dia 17 de dezembro de 1703 foi assinado o Tratado de Methuen, entre Portugal e Inglaterra. Devido a esse Tratado, o ouro descoberto no Brasil - colônia não permaneceu na metrópole, porque:a) Os portugueses tiveram que pagar pesada indenização à Inglaterra pelo não cumprimento desse tratado, que proibia o tráfico de escravos.b) Toda a atividade mineradora no Brasil foi custeada pela Inglaterra, que enviava para a colônia tecnologia em troca de pagamento em ouro.c) A coroa portuguesa se comprometeu a importar da Inglaterra os produtos industrializados, em troca da exportação de vinhos para esse país.

d) Os ingleses, por esse tratado, tinham o direito de ficar com um quinto de todo o ouro descoberto, estipulado, posteriormente, em cem arrobas anuais.e) Essa riqueza serviu apenas para pagar à Inglaterra as despesas pela proteção dos ingleses aos navios portugueses contra a pirataria espanhola.

55 - Assinale as proposições I, II, , III e assinale a alternativa CORRETA:I - A exploração do ouro no Brasil, no sáculo XVIII, contribuiu para retirar a economia portuguesa da estagnação e significou alterações sensíveis na estrutura das relações da colônia com os outros países europeus.II - Ao contrário do que se deu nas atividades agrícolas, a mineração no Brasil, foi submetida, desde o início de sua exploração, a vigorosa regulamentação da metrópole.III - A população que se instalou na região das minas estava praticamente concentrada em núcleos urbanos, provocando o aparecimento de inúmeros serviços urbanos e diversificando as atividades.a) se forem verdadeiras as proposições I, II e III.b) se forem verdadeiras as proposições I e II.c) se forem verdadeiras as proposições II e III.d) se forem verdadeiras as proposições I e III.e) se for verdadeira apenas a proposição I.

56 - A Inconfidência Mineira (1789), embora abortada antes de sua consumação, consistiu numa tentativa de romper o jugo metropolitano, inserindo-se num contexto da crise do Antigo Sistema Colonial. A reação metropolitana demonstrou o perigo que a Conjuração representava para a ordem colonial. Assim vários inconfidentes foram presos, exilados e Tiradentes enforcado como castigo exemplar numa demonstração de força e da infâmia de um crime de lesa-majestade.São características desse movimento político, EXCETO:a) influência das idéias iluministas e exemplo da independência das Treze Colônias Americanas.b) participação de proprietários de terras e escravos, de letrados, estudantes, militares e eclesiásticos.e) defesa do livre comércio e do desenvolvimento de manufaturas têxteis e da siderurgia.d) revolta das elites mineiras pelo excesso de tributos e pela ameaça da decretação da derrama.e) consenso entre os conjurados na condenação da escravidão e no estabelecimento da monarquia constitucional.

57 - A Revolta de Filipe dos Santos (1720), em Minas Gerais, resultou, entre outros motivos, da:a) intromissão dos jesuítas no ativo comércio dos paulistas na região de minas.b) disseminação das idéias liberais, oriundas dos filósofos do iluminismo francês.c) criação das casas de fundição e da moeda, a fim de controlar a produção aurífera.d) tentativa de afirmação política dos portugueses sobre a nascente burguesia paulista.e) tensão criada nas minas, em virtude do monopólio da Companhia de Comércio do Brasil.

58 - A derrama, operação fiscal da Coroa Portuguesa, realizada nas Minas Gerais, no final do século XVIII, correspondia:a) às exigências para completar o valor da cota mínima de 100 arrobas de ouro.b) ao pagamento da taxa correspondente ao número de escravos empregados na lavra.e) ao recolhimento às casas de fundição da quinta parte de todo o ouro extraído.d) à tentativa da Metrópole de organizar e racionalizar a exploração do ouro.e) à intenção de atribuir aos mineradores a responsabilidade pelos gastos da administração da Fazenda Real.

59 - “Está para chegar o tempo feliz de nossa liberdade, o tempo em que todos seremos irmãos. O tempo em que todos seremos iguais”.Esses dizeres foram afixados na igreja da cidade de Salvador, em 1798, pelos participantes daConjuração Baiana.Sobre essa insurreição, é correto afirmar que, EXCETO:a) teve caráter popular, pois seus integrantes provinham das camadas menos favorecidas da população, como artesãos, escravos e negros forros.b) defendia a liberdade de comércio com todas as nações, devido à difusão das idéias liberais européias entre os conspiradores.c) objetivava acabar com a escravidão e com o preconceito racial, implantando uma república democrática.d) foi violentamente reprimida pelas autoridades coloniais metropolitanas que efetuaram prisões, exilaram vários conjurados e decretaram a pena de morte dos líderes.e) originou-se apenas por influência do ideário da Revolução Francesa, uma vez que a economia canavieira se recuperava da crise, melhorando o nível de vida do povo baiano.

60 - (G1) Como instrumentos da Contra Reforma por parte da Igreja Católica, destacam-se EXCETO:a) a prática da simonia, ou seja, a venda de cargos eclesiásticos.b) o Index Proibitorium Librorium.c) a Companhia de Jesus.d) os Tribunais do Santo Ofício.e) o Concílio de Trento.

61 - A crise do sistema colonial foi uma construção histórica. Muitas rebeliões aconteceram e evidenciaram os descontentamentos dos colonos com as atitudes da metrópole. No Brasil colonial, tivemos:( ) a Revolta dos Mascates, que ameaçou o domínio português com as alianças políticas feitas entre os comerciantes do Recife e a aristocracia de Olinda.( ) a Inconfidência Mineira, que defendia, influenciada pelas idéias iluministas, o rompimento com a metrópole portuguesa.( ) a Inconfidência Baiana, em 1798, que contou com a liderança marcante dos grandes proprietários de terra e a participação dos maçons na divulgação das idéias liberais.( ) a Guerra dos Emboabas, que ameaçou o domínio português, no século XVIII, com a ação dos rebeldes que conseguiram o controle e a exploração das minas de ouro.( ) a Revolução de 1817, com a participação destacada do clero pernambucano e com a defesa de princípios do liberalismo.A ordem correta é:a) v, v, f, v, vb) v, v, v, v, fc) f, f, v, v, fd) f, f, f, f, ve) f, v, f, f, v

62 - A respeito da Revolta dos Alfaiates de 1798, podemos afirmar:a) Trata-se de uma revolução burguesa que tinha por objetivo eliminar o sistema colonial e estimular a entrada de imigrantes no Brasil.b) Os rebeldes foram influenciados pelas idéias do comunismo francês, que pregava a igualdade social e a distribuição de terras entre os mais pobres.c) Influenciados pelas doutrinas sociais da Igreja francesa, os líderes da revolta pretendiam garantir o ingresso no clero de homens de todas as raças.d) O discurso rebelde era marcado pelo anticlericalismo e defendia uma reforma na ordem vigente, de modo a eliminar as diferenças sociais.e) O movimento foi liderado pela elite baiana, descontente com a falta de incentivos do governo metropolitano com relação às necessidades da produção açucareira.

63 - (Unifesp) Terminada a Antigüidade, havia à disposição do Ocidente medieval duas concepções filosóficas fundamentais e distintas: a visão grega (resumida por Aristóteles) de que o homem foi formado para viver numa cidade, e a visão cristã (resumida por Santo Agostinho) de que o homem foi formado para viver em comunhão com Deus. Nos últimos séculos da Idade Média, com relação a essas duas filosofias, é correto afirmar que:a) foram reconciliadas por São Tomás de Aquino ao unir razão (livre-arbítrio) com revelação (fé).b) entraram em conflito e deram lugar a uma nova visão, elaborada por frades beneditinos e dominicanos.c) continuou a prevalecer a visão grega, como se pode ver nos escritos de Abelardo a Heloísa.d) sofreram um processo de adaptação para justificar a primazia do poder temporal ou secular.e) passou a predominar a visão cristã, depois de uma longa hegemonia da visão grega.

64 - (Uem) Sobre o período final da Idade Média, aproximadamente entre os séculos XIV e XVI, da história da Europa Ocidental, assinale a(s) alternativas(s) correta(s).01) Nesse período, ocorreu uma série de revoltas camponesas e urbanas. Na França, as revoltas camponesas ficaram conhecidas pelo nome de Jacqueries.02) Aquele período foi marcado pela consolidação do localismo político, fruto direto da Guerra dos Cem anos, que favoreceu a nobreza feudal.04) O crescimento das cidades possibilitou um desenvolvimento da infra-estrutura urbana, com a construção de redes de esgoto e de água encanada. Esse fato tornou possível que, já naquela época, a Europa não vivesse problemas de saneamento urbano.08) A desintegração do feudalismo, verificada no período, pode ser atribuída ao sucesso militar das Cruzadas e da bem sucedida expansão da sociedade feudal pelo Oriente.16) A eclosão da peste negra, aproximadamente na metade do século XIV, dizimou uma parcela significativa da população européia.32) Entre as características do século XVI, destacam-se: a crise das relações de trabalho servis, o crescimento do comércio e da economia monetária.

Soma = ( )

História Geral

Depois de uma longa e frutífera parceria entre os reis absolutistas e a burguesia encerra-se um período e abrem-se novas necessidades aos empreendimentos mercantis, mas a burguesia começa a contestar a excessiva interferência do Estado nas atividades comerciais.

As revoluções inglesas do século XVII

Conceituação da Revolução inglesa:

O que foi: A Revolução inglesa – ou revoluções – do século XVII se deu entre 1640 a 1688 e marca o fim do regime absolutista na Inglaterra. É o primeiro grande país europeu a dar fim à monarquia absoluta. Não à toa, será o primeiro país industrializado do mundo e a maior potência do século XIX. Vejamos através do desenvolvimento do país desde o fim da Idade Média porque isso ocorreu primeiramente na Grã-Bretanha.

A mercantilização da sociedade, do século XIII ao século XVII:

A Magna Carta e o parlamento: Desde a Baixa Idade Média, a nobreza britânica não aceita facilmente a centralização do poder na Coroa. Através da Magna Carta de 1215, os nobres ingleses exigem que se crie um parlamento – que, depois, no século XIV será dividido entre Câmara dos Lordes e Câmara dos Comuns – para limitar o poder real.

A criação de ovelhas e os cercamentos: A partir do século XIV, a Inglaterra passa a ser um grande criadouro de

ovelhas para exportação de lã para a Holanda. Para tal, expulsam-se os camponeses de suas terras e transformam-se propriedades coletivas em privadas – pertencentes aos nobres –, são os cercamentos. Os camponeses sem terra passam a trabalhar por salários ou a arrendar (alugar) terras de proprietários. Os camponeses perdem o controle das terras e estas passam a ser propriedades privadas comercializáveis. É importante ressaltar a violência desse processo com os camponeses. Estes fizeram várias revoltas massacradas duramente pelo Estado. Muitos acabaram virando desocupados sem terra.

As manufaturas: Aos poucos se desenvolveram também nessas áreas rurais manufaturas de lã e, em menor escala, de outros produtos. Utilizavam essa mão-de-obra ociosa do campo – expulsa pelos processos de cercamentos. Existiam, inclusive, leis que obrigavam essas pessoas desocupadas a trabalhar em regime semi-escravo nas manufaturas dessa burguesia agrária – que tinha seus rendimentos principais do arrendamento da terra.

A Guerra das duas rosas e o absolutismo: Esta guerra (1455-85) foi a luta de duas casas de nobres pelo controle da monarquia, que estava sem herdeiros. Ao final da guerra, a nobreza estava enfraquecida e o rei detinha grande poder, formando-se o absolutismo inglês com Henrique VIII, Elizabeth I e outros.

A reforma anglicana: Henrique VIII só pode dar o golpe da Reforma anglicana porque passava por uma conjuntura de centralização do poder no rei. Essa Reforma ajudou a introdução do capitalismo no campo, com a venda e arrendamento das terras da Igreja confiscadas pelo Estado.

Este processo já estava em curso com os cercamentos e arrendamentos. No entanto, o anglicanismo não foi a única religião que surgiu na Grã-Bretanha no período, várias seitas protestantes - chamados em conjunto de puritanos - surgem na ilha nesse instante, opondo-se aos anglicanos.

Etapas das Revoluções inglesas

Revolução puritana (1642-49): O reinado de Carlos I (1625-49) foi de forte perseguição aos puritanos e acúmulo de poder real. O parlamento, os puritanos e a burguesia rural – os que exploravam a terra buscando lucro – juntaram-se contra o rei e seus cavaleiros e venceram. Carlos I foi decapitado.

Protetorado de Cromwell – ou República Inglesa (1649-1658): O líder dos parlamentares, Oliver Cromwell, instaurou uma ditadura marcada pelas práticas mercantilistas através dos Atos de Navegação. Colonizou-se a Jamaica e incentivou-se a marinha mercante, dando grande força ao comércio britânico. Cromwell

Período da restauração monárquica (1660-1688): Com a morte de Cromwell, os reis voltaram a governar a Inglaterra convidados pelo Parlamento. No entanto, o rei Jaime II tentou novamente o absolutismo e as Câmaras reagiram. O rei foi expulso do país sem ser preciso derramamento de sangue. Nesse período, foi instituído o habeas corpus no país, instrumento jurídico que defende o indivíduo contra o poder arbitrário do Estado.

Cromwell

Revolução Gloriosa (1688): Jaime II foi expulso do país e Guilherme de Orange foi convidado a ser rei da Inglaterra, tendo antes que assinar um juramento, a Declaração de Direitos, onde o poder do rei era quase nulo e o Parlamento governava.

Bill of Rights

Conclusão: A partir de 1688 não há absolutismo na Inglaterra, o poder político está concentrado no Parlamento e a sociedade, fortemente mercantilizada, faz seu rumo em direção à industrialização.

A Revolução Científica do século XVII e o Iluminismo setecentista.

Pode-se dizer que a Ciência como ela mais ou menos é hoje surgiu na Europa do século XVII, principalmente com os trabalhos de Galileu, Descartes e Newton. Trata-se de uma forma de pensar nova, baseada na relação de conhecimento entre sujeito e objeto e tem como primado central o uso da razão.

O Iluminismo ou Ilustração: Foi um movimento de pensadores do XVIII herdeiros de Descartes e que defendiam a liberdade, o racionalismo, o progresso do homem, o fim do absolutismo e o anticlericalismo. O movimento iluminista mais conhecido é o francês, mas há iluministas em outros países. Foi importantíssimo, pois deu embasamento teórico às revoluções burguesas e todo o mundo burguês do século XIX.

O surgimento da ciência moderna:O método científico: O século XVII é marcado pelo surgimento do método científico e, por conseqüência, da própria ciência. Condenava-se a tradição e todas as formas de conhecimento não racionais.Descartes foi o principal nome nesse assunto. Ele criou o modelo de ciência com a relação de sujeito com o objeto. Ainda, a nova ciência deveria ser experimental, ou melhor, comprovar-se com o experimento.

O avanço científico: Estudos feitos no século XVI e XVII ajudaram a institucionalizar essa nova forma de conhecimento. Importantíssimos são os estudos de Galileu sobre a astronomia e a gravidade. A consolidação dessas teorias se dá com Newton e as leis da física.

A Ilustração:

. Quadro geral: O Iluminismo pode ser considerado uma visão específica da burguesia sobre a realidade, ou melhor, trata-se de uma ideologia burguesa. Das obras dos autores da Ilustração, importantes são os escritos sobre política: falam do quadro político daquele período e sobre a forma ideal de governo. O que se pregava para a França da época era a revolução para que se findasse o absolutismo no país como ele acabou na Inglaterra. Alguns filósofos ganharam grande destaque nesse período.

Locke e a Revolução Gloriosa: John Locke, que pode ser considerado um precursor da Ilustração dos setecentos, foi um pensador inglês do século XVII que escreveu seu principal livro, o Tratado do Governo Civil, logo após a Revolução Gloriosa na Inglaterra de 1688, legitimando-a. Ele dizia que todo povo tinha direito de escolher seu governante sendo a revolução seria legítima em casos de mau governo, dizia também que as principais funções do Estado deveriam ser a defesa da propriedade privada e das liberdades individuais. Este é o liberalismo político que influenciou bastante os iluministas franceses.

Voltaire: Escreveu as Cartas Inglesas, obra que não pode ser chamada de um estudo teórico, mas um panfleto contra o absolutismo francês. Era profundamente anticlerical e anti-absolutista.

Montesquieu: Para este filósofo, cada povo tem o governo que lhe cabe, isto está claro em sua obra O Espírito das Leis. Dizia que o absolutismo na França não condizia com o anseio do povo francês, que queria um regime constitucional. Defendia, baseando-se em Locke, o Estado em três esferas: Executivo, Legislativo e Judiciário, cada poder limitaria o outro para que assim não houvesse tirania de um desses poderes.

Rousseau: Diferente dos outros filósofos, não é consenso de que se trata de um pensador iluminista, muitos o situam na corrente do Romantismo. Defendia a democracia total com votos de todos, diferentemente dos outros pensadores ilustrados. Dizia que a propriedade era a origem de toda a desigualdade e sofrimento dos homens, pois esta propriedade acabou com o estado de natureza humana onde reinaria a paz e a solidariedade. Autor de O Contrato Social e A Origem das desigualdades entre os homens

Enciclopedistas: D´Alembert e Diderot com o auxílio de outros filósofos empreenderam esse grande esforço, compilar todo o conhecimento racional humano em uma grande obra, a ‘Enciclopédia’.

Fisiocratas: Jacques Turgot, François Quesnay e Vincent Gournay são teóricos da economia que questionam o mercantilismo, defendendo a não interferência do Estado na economia – laissez-faire, laissez-passer. Para esses pensadores, sobretudo franceses, só gera valor o que é produzido na agropecuária. Eles defendem que a economia é regida por leis naturais.

Adam Smith e os liberais: Adam Smith é um iluminista, mas é também o pai fundador do liberalismo na economia. O liberalismo econômico será uma doutrina hegemônica no XIX. Assim como os fisiocratas, ele era crítico do mercantilismo e favorável à não-intervenção estatal na economia nacional. Todo a riqueza, para Smith vinha do trabalho e não do ouro e prata ou da agricultura. Dizia que os homens em um ímpeto individualista produziam para a sociedade e essa produção se auto-regulava pela mão invisível da economia, a lei a oferta e da demanda. Assim, a liberdade econômica geraria a prosperidade.

O Absolutismo ilustrado ou despotismo esclarecido

Conceituação: Foi a prática política de alguns reis da periferia européia na segunda metade do século XVIII de

utilizar em seus governos idéias e ideais iluministas, com o objetivo de dinamizar e modernizar a estrutura do Estado além de dar uma imagem mais progressista ao reino.

Objetivos: O objetivo dessa prática é que estes países se tornassem tão desenvolvidos quanto as potências européias do período: Inglaterra e França. Pretendia fomentar a burguesia nacional e reafirmar o poder monárquico. Apesar de esclarecido, o absolutismo persiste e os objetivos, em geral, não foram atingidos.

O método para se atingir esse fim era o reforço do mercantilismo. Assim, fiscalismo, balança favorável, metalismo, fomento do comércio são características das práticas dos déspotas esclarecidos.

Traços gerais: Apesar de se diferenciar razoavelmente de país para país, o absolutismo ilustrado tinha certas características gerais, que eram: a racionalização da administração pública, os conflitos com a Igreja Católica – no caso da Rússia com a Igreja ortodoxa –, a modernização do exército, o fomento da economia através de práticas mercantilistas e o aumento das liberdades individuais, com muitos limites.

Casos particulares: A importância dos casos particulares: É importante conhecer os casos isolados, pois estas reformas trouxeram grandes mudanças a estes países e às suas colônias. Por exemplo, as reformas bourbônicas na Espanha vão ser importantíssimas para o processo de independência das colônias hispano-americanas e as

reformas pombalinas em Portugal vão transformar a colonização na América portuguesa.

Prússia: As reformas ocorreram, sobretudo, com Frederico II (1740-1786) que impôs as seguintes medidas: concedeu liberdade de expressão à população, liberdade religiosa e, principalmente, instituiu uma ampla rede escolar na Prússia, que fez do país um dos melhores do mundo em termos de educação básica.Essa escolarização vai ser muito importante no futuro, na industrialização alemã, pois o país vai ter disponível uma ampla mão-de-obra especializada. A escolarização também será importante para o exército prussiano – o mais organizado, eficiente e nacionalista da Europa – que ao longo do século XIX irá unificar a Alemanha.Vale lembrar que as medidas de liberdade podiam ser e foram revogadas de acordo com o interesse do monarca. Portanto, os benefícios de liberdade individual não se estenderam por muito tempo.

Áustria: José II (1780-90) impôs uma forte centralização administrativa, acabou com a servidão em seu país, deu liberdade religiosa e igualdade jurídica aos cidadãos, expulsando ainda os jesuítas do território austríaco. O resultado disto tudo foi um enorme aumento do poder real. Novamente, as reformas eram revogáveis e não uma conquista perpétua da população, mas um simples exercício provisório do poder real.

Rússia: Pedro, o Grande na primeira metade do século XVIII já pode ser considerado um monarca absoluto ilustrado por suas reformas modernizantes, mas é Catarina II (1762-94) quem empreende as maiores reformas iluministas bem à maneira particular russa. Ao contrário de José II, ela não acaba com a servidão, mas a reafirma, nacionaliza e doa as terras da Igreja ortodoxa russa aos nobres e incentiva-os a manter o trabalho servil, sobretaxa os servos e camponeses livres e expande territorialmente o Império Russo. Isso tudo vai criar o enorme e arcaico Império servil que chega a ir da Polônia ao Alasca. A servidão se manterá até 1861.

Espanha: No reinado de Carlos III (1759-1788), o ministro Aranda teve grande peso no que ficaram conhecidas como as reformas bourbônicas. Assim como Portugal, o grande

foco das reformas foi a colonização na América, esta foi completamente reformulada. Os jesuítas foram expulsos da Espanha e da América espanhola. Novas medidas fiscalistas conseguiram diminuir bastante o contrabando, que era gigantesco antes das reformas. Isso atrapalhou a vida dos colonos que tinham vantagens em comerciar ilegalmente com os britânicos e outras medidas endureceram a colonização, desagradando as elites criollas no Novo mundo. Isso vai levar a um caráter de revolta dessas elites, que começam a formular as independências.

Portugal: Durante o reinado de José I (1750-77) o ministro Marquês de Pombal ganha uma projeção nacional muito forte e se torna uma figura central na administração do Estado, principalmente a partir da reconstrução de Lisboa, abalada pelo terremoto de 1755. Assim como a Espanha, ele vai reformular a colonização portuguesa no ultramar. A capital do Brasil muda em 1763 de Salvador para o Rio de Janeiro, mais próximo das minas de ouro. Os jesuítas são expulsos da metrópole e da colônia em 1759. O fiscalismo aumenta de modo absurdo, instituindo-se a derrama, que vai ser o motivo maior para a Inconfidência mineira.Assim, os primeiros projetos de independência na colônia vão surgir após esse enrijecimento do colonialismo.

A independência dos Estados Unidos da América

A primeira coisa a se refletir sobre esse assunto é a forma como ele geralmente é exposto. Chama-se geralmente esse tema de Revolução americana, há aí um erro. Não se trata de uma revolução, pois este termo pressupõe que haja uma mudança profunda na estrutura social existente com modificações na economia, na política e cultura, o que não ocorre. O que há é a independência de uma região da América que se tinha tentado estabelecer um pacto colonial tardiamente. O novo país cria uma forma relativamente nova de poder, baseada nos ideais iluministas. Tratava-se, porém, de uma democracia fortemente reduzida, com o predomínio dos grandes fazendeiros e sem o voto feminino e o voto dos escravos. Estes últimos continuaram a existir após a independência.

A situação da Inglaterra e das colônias inglesas na América:. A colonização inglesa na América: A Inglaterra só se estabelece no século XVII na América, depois das outras potências européias. São fundadas treze colônias na América do Norte, a colônia da Jamaica e outras de menor importância. A Jamaica e a região Sul das treze colônias são colonizados nos moldes do colonialismo moderno. O Norte das treze colônias ficou como um espaço livre para perseguidos religiosos e políticos ingleses e europeus. Há terra livre para esses colonos e não há interferência da Coroa britânica na região.

As treze colônias nos séculos XVII e XVIII: Enquanto o Sul do território era colonizado nos moldes do colonialismo, com grandes plantations escravistas que produziam tabaco, arroz e açúcar para a exportação, o Norte recebia grande leva de perseguidos europeus. Essa região ia desenvolver uma forte ordem de pequenas propriedades policultoras com trabalho livre e com certa urbanização e comércio. No início do século XVIII não havia mais terras para os imigrantes.

A ruptura do não-pacto: Não havia uma fiscalização muito rígida em relação à colônia por parte da metrópole e os impostos também eram poucos e baixos. No entanto, após a Guerra dos Sete anos (1756-1763) entre a Inglaterra e a França, a Coroa britânica, fortemente endividada, passa a arrochar a situação da colônia. Ela estabelece um aparato fiscalista digno do colonialismo no Norte e no Sul. Essa ruptura de um não-pacto colonial cria revolta em toda a colônia. Eram as leis coercitivas como a lei do selo que previa o uso de selo real em todos os documentos que transitavam na colônia, a lei do açúcar que taxava o comércio de açúcar das treze colônias com colônias não-britânicas e a lei do chá, que veio a causar a Revolta do chá. Tais leis impediam o contrabando de produtos e a interditavam o avanço das pequenas propriedades do Norte da colônia para áreas mais adentro do território ou para o Canadá, ficando essas terras sob o domínio do governo de Quebec.

A independência e a organização do novo Estado

A organização da resistência: Desde as primeiras décadas da colonização, as questões públicas dos cidadãos – apenas os homens livres – da colônia eram decididas em assembléias, isso é um ponto importantíssimo para a escolha posterior do regime republicano. A partir da década de 1760, organizam-se os Congressos continentais, reuniões com representantes de cada uma das treze colônias. Com a consecução das diversas leis coercitivas, a situação se radicaliza, no que é influenciada por idéias iluministas, divulgadas no panfleto (The Common sense) de Thomas Payne e os colonos decidem pela ruptura. Em 04 de julho de1776 é declarada a independência dos Estados Unidos da América, com a aprovação do documento de autoria de Thomas Jéferson, o que dá início à guerra de independência.

A guerra: A Inglaterra envia tropas às treze colônias, mas os colonos contavam com a ajuda de uma coalizão que reunia França, Espanha, Rússia, Holanda, Dinamarca e Suécia. As tropas rebeldes, então, vencem as tropas leais. É assinado o tratado de Paris em 1783, onde a Grã-Bretanha admite a independência dos EUA.

A formação do novo governo: A independência não faz esconder os conflitos de idéias que existiam entre sulistas e nortistas. Os nortistas desejavam um governo mais centralizado e os sulistas uma confederação, como nos tempos da guerra. Forma-se um pacto, cria-se uma federação presidencialista, onde cada Estado tem a sua Constituição própria tendo que respeitar uma Constituição da União – criada em 1787 – com um líder máximo da nação, o presidente da República. A organização do poder se baseia nas idéias de Montesquieu. A escravidão é mantida. No entanto, logo adiante o conflito entre Norte e

Sul se tornará intolerável e será decidido em uma guerra civil (1861-5) onde dois modelos de país estarão em disputa.

A Revolução Francesa

O que foi: Foi a grande revolução que pôs fim ao Antigo Regime na França, destruindo as estruturas sociais daquele regime e levando a burguesia ao poder. Apesar dos principais eventos terem ocorrido em Paris e no interior do país, ela se espalhou por toda a Europa e influenciou todo o mundo no século XIX.

A sociedade francesa: O estado monárquico francês dividia a sociedade em três estados, que na verdade não correspondiam à realidade sócio-econômica daquele país. O primeiro estado é constituído por todos os membros do clero. O segundo, pelos nobres, tanto do interior como da Corte. O terceiro estado era o resto da sociedade e era o único que pagava impostos, sendo que muitas vezes o 1º e 2º estados eram sustentados por esses tributos.

Subprodução e fome: Apesar de a economia francesa ter se desenvolvido bastante no século XVIII, nos anos imediatamente anteriores à Revolução, assistiu-se a uma grande seca no campo, que levou à fome no país. Isso vai ser um dos fatores imediatos para a Revolução.

Crise financeira da Coroa: As freqüentes guerras e a extravagante corte tinham deixado o Estado francês extremamente endividado, levando a uma série crise financeira da Coroa. Luís XVI, o rei francês do período, tentou fazer uma reforma tributária onde o 1o e 2o estado pagassem impostos, mas esta foi barrada por estes. Dá-se uma crise política que leva o Rei a convocar os Estados Gerais, órgão consultivo do rei que era dividido entre os três estados, com um voto para cada um. A decisão final, no entanto, seria sempre do monarca.

Divisão cronológica da Revolução: A Revolução Francesa é dividida geralmente em três períodos. A Era das Instituições (1789-92), onde a burguesia chega ao poder; a Era das Antecipações (1792-94), onde são antecipadas práticas políticas igualitárias; e a Era das Consolidações (1794-1815), onde a alta burguesia se consolida no Estado.

A Era das Instituições

A Assembléia Constituinte: Em maio de 1789, são convocados os Estados Gerais. Tudo o que o terceiro estado propunha era barrado pelo clero e pela nobreza. O Terceiro Estado se isola e declara-se Assembléia Constituinte, dando um golpe no poder da nobreza e do clero.

Estados Gerais

. A tomada da Bastilha: Como o rei e os dois primeiros estados, desconfiados, colocam o exército de prontidão, a população de Paris, apoiando a Assembléia, toma a prisão da Bastilha. Nessa prisão havia armas, com as quais a população se armou para defender a Assembléia Constituinte.

Tomada da Bastilha

. O grande Medo: Enquanto isso, em algumas partes do interior da França, os camponeses ocupam as terras dos senhores (clero e nobreza) e queimam seus títulos de propriedade em um sentido de destruir a ordem senhorial no campo. Eles fazem uma divisão da terra entre eles, é o Grande Medo.Para acalmar as massas, os membros da Assembléia constituinte aprovam o fim dos direitos feudais.

. Constituição jurada: Em agosto do mesmo ano, é promulgada a Declaração dos Direitos Humanos. Os bens da Igreja são confiscados e o clero forçado a jurar a “Constituição civil do clero” e no final do ano, promulga-se uma Constituição, de caráter burguês, que o Rei é obrigado a assinar. Institucionaliza-se uma monarquia constitucional.

. Guerra: As monarquias vizinhas à França, preocupadas com a agitação no país, resolvem invadir o país para restituir Luís XVI ao seu cargo. O exército francês, liderado por um general leal ao Imperador, sofre sucessivas derrotas, deixando a população desconfiada. Descobre-se, ao investigar a tentativa de fuga do rei, acontecida em julho de 1791, um acordo entre o rei e os exércitos estrangeiros, levando à condenação de Luís XVI à guilhotina em 1792. Tem fim a monarquia constitucional, dá-se a República.

A Era das Antecipações:

. A nova Assembléia: Uma nova assembléia é constituída por sufrágio universal com uma divisão clara entre os girondinos – compostos pela alta burguesia – à direita e os jacobinos – compostos pela população média e pobre de Paris – à esquerda, além da planície, no centro.

. Golpe jacobino: Diante das tropas estrangeiras à porta de Paris, os jacobinos dão um golpe de Estado estabelecendo medidas emergenciais: criação de uma nova constituição (popular), tabelam os alimentos a preços baixos, empreendem uma ampla reforma agrária no campo, criam um novo exército composto por voluntários para combater na frente, que vencem os prussianos em Valmy e acabam com a escravidão nas colônias. Além disso, os jacobinos, para se manter no poder, perseguiam duramente seus adversários políticos, usando o tribunal revolucionário e o Comitê de Salvação Pública, órgãos sob comando de Danton e Robespierre (jacobinos) mandando-os para a guilhotina. É o chamado Terror. Para marcar esse novo período, os jacobinos criam o calendário revolucionário.Robespierre ordena a execução de Danton e Herbert, o que leva os Sans Cullotes a se afastarem dele, deixando-o vulnerável aos girondinos.

. Nove de Termidor: Os exércitos revolucionários conseguem sucessivas vitórias e conseguem expulsar os invasores para além da fronteira original francesa. Com a reversão da situação de emergência, os jacobinos levam um golpe de Estado dado pelos termidorianos – compostos pela alta burguesia (Girondinos) – sendo levados à guilhotina em sua maioria, principalmente Robespierre.

A Era das Consolidações:

. O Diretório: Os termidorianos estabelecem o seu governo, revertendo as medidas dos jacobinos. Eles restabelecem o sufrágio censitário, liberalizam os preços dos alimentos – prejudicando as classes pobres das cidades francesas – e fazem uma árdua proteção da propriedade, principalmente no campo. Com a vitória inicial dos exércitos revolucionários, a França começa uma grande expansão militar com certa estabilidade interna.

O Império Napoleônico e o Congresso de Viena

. Dezoito Brumário: Mesmo com o sufrágio censitário, os termidorianos ainda sofrem com uma oposição dentro da Assembléia e decidem então pelo golpe militar. Chamam o jovem general Napoleão Bonaparte para dar esse golpe. Em 1799 é dado o golpe, consolidando o governo da alta burguesia com uma ditadura.

. O Império napoleônico, plano interno: O governo de Napoleão é dividido em dois períodos, o Consulado que vai até 1804 e o Império, até 1815. Internamente, Napoleão executou uma série de reformas que beneficiavam a burguesia: reformulou o sistema bancário criando uma moeda nacional francesa, o franco, e o Banco da França; criou as escolas normais, com ensino laico por toda a França; criou o Código Civil; tentou retornar a escravidão nas colônias, não conseguindo e perdendo a colônia do Haiti; fez ainda um amplo incentivo à indústria e o comércio nacional da França.

. O Império napoleônico, plano externo: Por volta de 1805, Napoleão tinha subjugado toda a Europa continental, tendo reinos controlados por parentes seus e outros subordinados à França. Napoleão, no entanto, não conseguia vencer a Inglaterra por não ter uma marinha capaz de derrotar a frota britânica.

. Bloqueio Continental: Napoleão criou em 1806 o Bloqueio Continental que proibia qualquer país do continente europeu de comerciar com a Grã-Bretanha. Isso visava fomentar a indústria francesa, provendo o continente de produtos industrializados e também visava liquidar o poderio industrial e naval inglês. Porém, a indústria francesa não dava conta de suprir todo o continente como a Inglaterra supria. Além disso, as ilhas britânicas eram grandes compradoras de cereais e outros produtos primários da Europa continental, o que a França não era, pois era auto-suficiente na produção agrícola. Isso desagrada fortemente os países que eram antigos exportadores de produtos primários para a Inglaterra. Alguns países vão renunciar ao Bloqueio, sofrendo a conseqüente invasão francesa, é o caso de Portugal em 1807 e da Rússia em 1812. A família real portuguesa transfere a sede do Estado português para o Rio de Janeiro, fugindo das tropas francesas.

. A campanha da Rússia: No entanto, na Rússia, Napoleão sofre sérias perdas humanas e militares, levando à quase total destruição do exército napoleônico devido às estratégias do exército russo e ao rigoroso inverno daquele país. Em 1814, forma-se um exército conjunto europeu para destruir o exército francês, liquidando Napoleão e seu Império.

. O restabelecimento do Antigo Regime na França: Em 1815, Luís XVIII é posto no trono francês pelas tropas vencedoras das guerras. A França ficará sob ocupação militar até 1820 e as questões territoriais européias serão resolvidas no Congresso de Viena. O Antigo Regime na França tem vida curta, visto que suas bases sociais tinham sido destruídas.

O Congresso de Viena e a Santa Aliança

O Congresso de Viena: Os líderes europeus se reuniram em 1815 em Viena para decidir o que fazer do mapa

geopolítico europeu. Quem dava as cartas no encontro eram a Áustria, a Prússia, a Rússia e Inglaterra, os vencedores das guerras napoleônicas. Todos esses quatro países vão anexar territórios e crescer no cenário europeu. A Rússia que tinha o maior exército da Europa e vários planos expansionistas para o Ocidente, anexa vários territórios na Europa Oriental. Também, a Áustria e a Prússia vão anexar amplas regiões, criando a semente para os grandes impérios centrais, o Alemão e o Austro-Húngaro, existentes na Europa no final do século XIX.

. A Santa Aliança: É uma aliança militar constituída inicialmente por Áustria, Prússia e Rússia e depois, por Inglaterra e França que visa à repressão de movimentos radicais tais como a Revolução Francesa. Essa aliança foi ativa nas revoluções de 1820, porém teve fim durante as revoluções de 1830 devido a discordâncias entre seus membros, não atingindo seus objetivos.

Independência das colônias da América Latina

As colônias da América espanhola chegaram às suas independências na mesma época e no mesmo contexto histórico, com poucas exceções – como Cuba, por exemplo. No entanto, nesse início do século XIX não se pode falar ainda das nações latino-americanas, estas se formam ao longo do século XIX e apesar da emancipação política, esses países recém surgidos não são independentes economicamente da Europa.

A independência do Haiti: A colônia francesa do Haiti teve uma independência diferente de todas as outras regiões da América. Lá, houve um processo revolucionário, uma independência que surge de uma revolta escrava que pôs fim à escravidão. A revolta e o processo de independência começam em 1791 e esta se consolida em 1804, com aa aceitação da independência pela França.

As reformas bourbônicas Quadro geral: As reformas bourbônicas de fins do século XVIII são análogas às reformas de Pombal no Império português, apesar de haver pequenas diferenças entre as duas. Trata-se de uma ampla mudança no Estado espanhol no sentido de dinamizar e modernizar esse Estado. Elas eram, sobretudo, dirigidas às colônias e reforçavam o colonialismo com uma exploração maior das áreas coloniais. Enquadram-se no chamado absolutismo ilustrado que é um recrudescimento das práticas mercantilistas e absolutistas.

. Pontos fundamentais da reforma: As reformas bourbônicas visavam, sobretudo, fortalecer o Estado espanhol e aumentar a arrecadação através da racionalização da administração e do endurecimento fiscal. Algumas medidas importantes foram: a expulsão dos jesuítas das colônias – o que leva a um sério problema educacional na região –, a fiscalização ostensiva que fez diminuir significativamente o contrabando e ainda o incentivo às manufaturas do reino, para que a Espanha não precisasse mais importar manufaturados inglesas e francesas e pudesse sozinha abastecer de manufaturados a América. As medidas tiveram certo êxito para o Estado espanhol e os grandes comerciantes, mas feriu fortemente os interesses das elites coloniais.

. Contestação da colonização: A partir da implementação das reformas, surgem os movimentos de contestação da colonização espanhola – e não apenas das reformas bourbônicas – defendendo a independência de regiões na América. É o caso, por exemplo, do movimento indigenista de Tupac Amaru no Peru.

. Os criollos: A elite colonial era formada pelos criollos, filhos de espanhóis nascidos na América que eram ou grandes comerciantes ou grandes fazendeiros, tendo interesses a defender. Esse criollos foram feridos em seus

interesses com a política bourbônicas. Eles queriam o livre comércio com outros países europeus e serão muito importantes para os processos de independência na América hispânica, sendo os principais interessados na emancipação.

O processo de independência:

. A deposição de Fernando VII: Napoleão invadiu a península ibérica em 1807 e destronou o rei espanhol Fernando VII, colocando outro rei em seu lugar. As colônias espanholas se auto-organizaram a partir dos cabildos – as câmaras municipais da Hispano-América – e rejeitaram o rei escolhido por Napoleão como o novo rei espanhol. Pôs-se em prática o livre comércio com os outros países europeus, sobretudo a Inglaterra.

. O interesse inglês: Os capitalistas ingleses, muito prejudicados com o Bloqueio Continental, estavam interessados na aplicação do livre comércio na América ibérica e o Estado inglês passou a apoiar os movimentos de independência desses países a partir de 1810.

. A retomada do colonialismo e as guerras de independência: Em uma região periférica da Espanha, criou-se uma resistência à invasão francesa. Essa resistência pretendia manter ainda os laços com a América espanhola. Após o fim das guerras napoleônicas e com a volta do absolutismo na Espanha, tenta-se repor em prática o antigo colonialismo. As elites criollas que estavam desfrutando do livre comércio e da auto-organização rejeitam essa tentativa de recolonização. Os generais San Martin e Simon Bolívar lideram as tropas que libertarão quase toda a América do Sul espanhola até 1824.

. A organização dos estados: Diversas repúblicas foram criadas ao contrário do sonho do líder Bolívar, que idealizava uma grande confederação unindo toda a antiga Hispano-América. O projeto não foi adiante pela inexistência de um poderoso grupo capaz de fazê-lo e também pela antipatia da Inglaterra ao projeto.

. A América para os americanos: No início dos anos vinte do XIX, os EUA adotaram a chamada doutrina Monroe, que era o apoio às independências dos países latino-americanos, o que era conveniente para os comerciantes norte-

americanos que poderia comercializar livremente com os países nascentes.

História do Brasil

A época Joanina

A partir de 1808 não se pode mais falar que o Brasil é uma colônia. Com a chegada da família real e da Corte portuguesa à cidade do Rio de Janeiro neste ano, o Centro-Sul da América portuguesa passam a cumprir um papel de metrópole ante o resto do Império português. Pode-se dizer, então, que 1808 – quando acaba o colonialismo – é uma ruptura maior do que 1822 – ano da independência do Brasil em relação a Portugal.

A época do d. João VI no Brasil (1808-21):

. A saída da família real portuguesa da Europa: Em meio às guerras napoleônicas na Europa, em 1806 os franceses proíbem qualquer país da Europa continental de comerciar com a Inglaterra. Portugal não aceita essa imposição e sofre a invasão das tropas de Napoleão. A família real toma a decisão de fugir para o Brasil – sua mais rica colônia –, plano este já tramado desde fins do século XVIII. Junto com a família real, vem toda a corte portuguesa, em um total de aproximadamente 15 mil pessoas em 20 navios. A Inglaterra apóia essa medida e escolta a frota portuguesa, permanecendo como a maior aliada de Portugal.

. O fim do estatuto colonial: As primeiras medidas do Rei português no Brasil acabam com o caráter de colônia ao Brasil. Primeiramente, D. João abre os portos brasileiros para todas as ‘nações amigas’, o que representava naquele momento basicamente a Inglaterra e, em muito menor escala, os EUA. Neste mesmo ano – 1808 – a Coroa libera a criação de manufaturas no Brasil. Mais ainda, o Rei começará a formular um amplo aparato de Estado na cidade do Rio de Janeiro, o que dá a esta o caráter de metrópole.

. A preeminência inglesa: Na época joanina, devido em parte às condições de fuga da corte para o Brasil, há uma grande presença inglesa na política e, principalmente, na economia brasileira. Isso vai ficar patente quando, em 1810, d. João concede taxas preferenciais de importação aos produtos ingleses no Brasil, pagando estes menos taxas que produtos de outras potências e até do que os produtos portugueses. Há a presença de vários comerciantes ingleses nos portos brasileiros e seus hábitos e costumes também são adotados.

. A fundação de um aparato de Estado: D. João tem que recriar o Estado português no Brasil, agora não mais com a presença da nobreza e do clero portugueses apenas, mas também com comerciantes e fazendeiros brasileiros. Algumas das principais criações são: os ministérios e órgãos reais são recriados no Brasil e também órgãos militares, como a fábrica de pólvora; o Banco do Brasil, banco criado para financiar os gastos do Estado; um jardim botânico, laboratório para estudo e aclimatação de novas plantas; a Imprensa Régia, que dá origem aos primeiros jornais no Brasil; uma grande biblioteca pública, com a vinda de livros de Portugal, que dará origem à atual Biblioteca Nacional; a Academia de Belas Artes, onde lecionaram artistas estrangeiros que vieram nas expedições artísticas e científicas.

. A política externa joanina: Em represália à invasão francesa a Portugal em 1807, D. João VI toma a Guiana Francesa em 1809. Com a paz na Europa em 1815, a região é devolvida à França. Neste mesmo ano, o Brasil é elevado à categoria de Reino para que D. João pudesse negociar no Congresso de Viena como Rei. Mesmo com a paz na Europa,

ele se decide por ficar no Brasil. Diante da independência das colônias latino-americanas e do desejo de Buenos Aires de criar uma grande República do Prata que uniria Argentina, Uruguai e Paraguai, D. João VI toma o Uruguai em 1816, que passa a ser a província da Cisplatina.

História Geral

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E LIBERALISMO

A Classe Trabalhadora: Nessa evolução, a produção manual que antecede à industrial conheceu duas etapas bem definidas, dentro do processo de desenvolvimento do capitalismo:• O artesanato foi a forma de produção industrial característica da Baixa Idade Média, durante o renascimento urbano e comercial, sendo representado por uma produção de caráter familiar, na qual o produtor (artesão) possuía os meios de produção (era o proprietário da oficina e das ferramentas) e trabalhava com a família em sua própria casa, realizando todas as etapas da produção, desde o preparo da matéria-prima, até o acabamento final; ou seja não havia divisão do trabalho ou especialização para a confecção de algum produto. Em algumas situações o artesão tinha junto a si um ajudante, porém não assalariado, pois realizava o mesmo trabalho pagando uma “taxa” pela utilização das ferramentas. *É importante lembrar que nesse período a produção artesanal estava sob controle das corporações de ofício, assim como o comércio também encontrava-se sob controle de associações, limitando o desenvolvimento da produção.

• A manufatura, que predominou ao longo da Idade Moderna e na Antiguidade Clássica, resultando da ampliação do mercado consumidor com o desenvolvimento do comércio monetário. Nesse momento, já ocorre um aumento na produtividade do trabalho, devido à divisão social da produção, onde cada trabalhador realizava uma etapa na confecção de um único produto. A ampliação do mercado consumidor relaciona-se diretamente ao alargamento do comércio, tanto em direção ao oriente como em direção à América. Outra característica desse período foi a interferência do capitalista no processo produtivo, passando a comprar a matéria-prima e a determinar o ritmo de produção.A partir da máquina, fala-se numa primeira, numa segunda e até terceira e quarta Revoluções Industriais. Porém, se concebermos a industrialização como um processo, seria mais coerente falar-se num primeiro momento (energia a vapor no século XVIII), num segundo momento (energia elétrica no século XIX) e num terceiro e quarto momentos, representados respectivamente pela energia nuclear e pelo avanço da informática, da robótica e do setor de comunicações ao longo dos séculos XX e XXI (aspectos, porém, ainda discutíveis).O pioneirismo da InglaterraFoi a Inglaterra que saiu na frente no processo de Revolução Industrial do século XVIII. Este fato pode ser explicado por diversos fatores:

• O principal deles foi a aplicação de uma política econômica liberal em meados do século XVIII. Antes da liberalização econômica, as atividades industriais e comerciais estavam cartelizadas pelo rígido sistema de guildas, e por causa disso a entrada de novos competidores e a inovação tecnológica eram muito limitados. Com a liberalização da indústria e do comércio ocorreu um enorme progresso tecnológico e um grande aumento da produtividade em um curto espaço de tempo.

• o processo de enriquecimento inglês adquiriu maior impulso após a Revolução Inglesa, que forneceu ao capitalismo inglês a estabilidade que faltava para expandir os investimentos e ampliar os lucros.• a Inglaterra firmou vários acordos comerciais vantajosos com outros países. Um desses acordos foi o Tratado de

Methuen, celebrado com a decadência da monarquia absoluta portuguesa, em 1703, por meio do qual conseguiu taxas preferenciais para os seus produtos no mercado português. Com esse acordo, Portugal ampliou ainda mais suas dívidas com a Inglaterra. Para pagar seu débito, viu-se forçado a utilizar todos os metais preciosos retirados de suas colônias.

• a Inglaterra possuía grandes reservas de carvão mineral em seu subsolo, a principal fonte de energia para movimentar as máquinas e as locomotivas a vapor.

• os ingleses possuíam grandes reservas de minério de ferro, a principal matéria-prima utilizada neste período.

• a mão-de-obra disponível em abundância (desde a Lei dos Cercamentos de Terras), também favoreceu a Inglaterra, pois havia uma massa de trabalhadores procurando emprego nas cidades inglesas do século XVIII.

• a burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, comprar matéria-prima e máquinas e contratar empregados por causa da grande taxa de poupança que existia na época.

Para ilustrar a relativa abundância do capital que existia na Inglaterra, pode se constatar que a taxa de juros no final do século XVIII era de cerca de 5% ao ano, já na China, onde praticamente não existia progresso econômico, a taxa de juros era de cerca de 30% ao ano.

O liberalismo de Adam Smith: As novidades da Revolução Industrial trouxeram muitas dúvidas. O pensador escocês Adam Smith procurou responder racionalmente às perguntas da época. Seu livro: ‘A Riqueza das Nações’ (1776) é considerada uma das obras fundadoras da ciência econômica. Os argumentos de Smith foram surpreendentes. Ele dizia que o egoísmo é útil para a sociedade. Seu raciocínio era este: quando uma pessoa busca o melhor para si, toda a sociedade é beneficiada. Exemplo: quando uma cozinheira prepara uma deliciosa carne assada, você saberia explicar quais os motivos dela? Será porque ama o seu patrão e quer vê-lo feliz ou porque está pensando, em primeiro lugar, nela mesma ou no pagamento que receberá no final do mês? De qualquer maneira, se a cozinheira pensa no salário dela, seu individualismo será benéfico para ela e para seu patrão. E por que um açougueiro vende uma carne muito boa para uma pessoa que nunca viu antes? Porque deseja que ela se alimente bem ou porque está olhando para o lucro que terá com a venda? Ora, graças ao individualismo dele o freguês pode comprar a carne. Do mesmo jeito, os trabalhadores pensam neles mesmos. Trabalham bem para poder garantir seu salário e emprego. Portanto, é correto afirmar que os capitalistas só pensam em seus lucros. Mas, para lucrar têm que vender produtos bons e baratos. O que, no fim, é ótimo para os consumidores. Então, já que o individualismo é bom para toda a sociedade, o ideal seria que as pessoas pudessem atender livremente a seus interesses individuais. E, para Adam Smith, quem é que atrapalhava os indivíduos, quem é impedia a livre iniciativa? O Estado dizia ele. Para o autor escocês, "o Estado deveria intervir o mínimo possível sobre a economia". Se as forças do mercado agissem livremente, a economia poderia crescer com vigor. Desse modo, cada empresário faria o que bem entendesse com seu capital, sem ter de obedecer a nenhum regulamento criado pelo governo. Os investimentos e o comércio seriam totalmente liberados. Sem a intervenção do Estado, o mercado funcionaria automaticamente, como se houvesse uma "mão invisível" ajeitando tudo. Ou seja, o vale-tudo capitalista promoveria o progresso de forma harmoniosa.

A mudança tecnológica na Revolução Industrial: A invenção mais notável do começo da Revolução Industrial foi obra do operário inglês James Watt. James Watt não criou a máquina a vapor. Ele a aprimorou. Em 1765, ele criou a

primeira máquina a vapor realmente eficaz. A idéia básica era colocar o carvão em brasa para aquecer a água até que ela produzisse muito vapor. A máquina girava por causa da expansão e da contração do vapor posto dentro de um cilindro de metal. As máquinas a vapor tinham muitas utilidades. Retiravam a água que inundava as minas subterrâneas de ferro e carvão. Movimentavam os teares mecânicos, que produziam tecidos de algodão. Nas primeiras décadas do século XIX, as máquinas a vapor equiparam navios e locomotivas. A Inglaterra, a França, a Alemanha e os EUA instalaram milhares de quilômetros de ferrovias e desenvolveram espetacularmente as indústrias de ferro e de máquinas.Principais avanços da maquinofatura.

• Em 1733, John Kay inventa a lançadeira volante.• Em 1740, Benjamin Huntsman desenvolve o processo de produzir aço tipo "crucible".• Em 1767 James Hargreaves inventa a “spinning jenny”, que permitia a um só artesão fiar 8 fios de uma única vez.• Em 1768 James Watt inventa a máquina a vapor.• No ano de 1769 Richard Arkwright inventa a “water frame”.• Em 1779 Samuel Crompton inventa a “mule”, uma combinação da “water frame” com a “spinning jenny” com fios finos e resistentes.• Em 1785 Edmond Cartwright inventa o tear mecânico.Efeitos na Sociedade

Na esfera social, o principal desdobramento da revolução foi a transformação nas condições de vida nos países industriais em relação aos outros países da época, havendo uma mudança progressiva das necessidades de consumo da população conforme novas mercadorias foram sendo produzidas.

A Revolução Industrial alterou profundamente as condições de vida do trabalhador braçal, provocando inicialmente um intenso deslocamento da população rural para as cidades. Criando enormes concentrações urbanas; a população de Londres cresceu de 800 000 habitantes em 1780 para mais de 5 milhões em 1880, por exemplo. Durante o início da revolução industrial os operários viviam em condições horríveis se comparadas as condições dos trabalhadores do século seguinte. Tendo um cortiço como moradia e ficava submetida a jornadas de trabalho enormes, que chegavam até a 80 horas por semana. O salário era medíocre (em torno de 2.5 vezes o nível de subsistência) e tanto mulheres como crianças também trabalhavam, recebendo um salário ainda menor.

A produção em larga escala e dividida em etapas iria distanciar cada vez mais o trabalhador do produto final, já que cada grupo de trabalhadores passava a dominar apenas uma etapa da produção, mas sua produtividade ficava maior. Como sua produtividade aumentava os salários reais dos trabalhadores ingleses aumentaram em mais de 300% entre 1800 até 1870. Devido ao progresso ocorrido nos primeiros 90 anos de industrialização, em 1860 a jornada de trabalho na Inglaterra já se reduzia para cerca de 50 horas semanais (10 horas diárias em cinco dias de trabalho por semana).Horas de trabalho por semana para trabalhadores adultos nas industrías têxteis:1780 - em torno de 80 horas por semana1820 - 67 horas por semana1860 - 53 horas por semana

Segundos os socialistas, o salário, medido a partir do que é necessário para que o trabalhador sobreviva (deve ser notado de que não existe definição exata para qual seja o "nível mínimo de subsistência"), cresceu à medida que os trabalhadores pressionam os seus patrões para tal, ou seja, se o salário e as condições de vida melhoraram com o tempo, foi graças a organização e movimentos organizados pelos trabalhadores. Como veremos nos próximos itens.

Movimentos sociais trabalhistas: Alguns trabalhadores, indignados com sua situação, reagiam das mais diferentes formas, das quais se destacam:Ludismo (1811-12)

Reclamações contras as máquinas inventadas após a revolução para poupar a mão-de-obra já eram normais. Mas foi em 1811 que o estopim estourou e surgiu o movimento ludista, uma forma mais radical de protesto. O nome deriva de Ned Ludd, um dos líderes do movimento. Os luditas chamaram muita atenção pelos seus atos. Invadiram fábricas e destruíram máquinas, que, segundo os luditas, por serem mais eficientes que os homens, tiravam seus trabalhos, requerendo, contudo, duras horas de jornada de trabalho. Os manifestantes sofreram uma violenta repressão, foram condenados à prisão, à deportação e até à forca. Os luditas ficaram lembrados como "os quebradores de máquinas". Anos depois os operários ingleses mais experientes adotaram métodos mais eficientes de luta, como a greve e o movimento sindical.

Movimento Cartista (1837-48): Em seqüência vieram o movimento "cartista", organizado pela "Associação dos Operários", que exigia melhores condições de trabalho como:• particularmente a limitação de 8 horas da jornada de trabalho• a regulamentação do trabalho feminino• a extinção do trabalho infantil• a folga semanal• o salário mínimo

Além de direitos políticos como o: estabelecimento do sufrágio universal e extinção da exigência de propriedade para se integrar ao parlamento e o fim do voto censitário. Esse movimento se destacou por sua organização, e por sua forma de atuação, pela via política, chegando a conquistar diversos direitos políticos para os trabalhadores.

As Trade-Unions: Os empregados das fábricas também formaram associações denominadas trade unions, que tiveram uma evolução lenta em suas reivindicações. Na segunda metade do século XIX, as Trade Unions evoluíram para os sindicatos, forma de organização dos trabalhadores com um considerável nível de ideologização e organização, seja para obtenção de conquistas na relação com o capitalismo, seja na organização do movimento revolucionário cuja meta era construir o Socialismo objetivando o Comunismo. O mais eficiente e principal instrumento de luta das trade unions era a greve.

A Industrialização na Europa: a partir de 1815: Até 1850, a Inglaterra continuou dominando o primeiro lugar entre os países industrializados. Embora outros países já contassem com fábricas e equipamentos modernos, esses eram considerados uma "miniatura de Inglaterra", como por exemplo os vales de Ruhr e Wupper na Alemanha, que eram bem desenvolvidos, porém não possuíam a tecnologia das fábricas inglesas.

Na Europa, os maiores centros de desenvolvimento industrial, na época, eram as regiões mineradoras de carvão, lugares como o norte da França, nos vales do Rio Sambre e Meuse, na Alemanha**, no vale de Ruhr, e também em algumas regiões da Bélgica.

Fora estes lugares, a industrialização ficou presa:• às principais cidades, como Paris e Berlim;• aos centros de interligação viária, como Lyon, Colônia, Frankfurt, Cracóvia e Varsóvia;• aos principais portos, como Hamburgo, Bremen, Roterdam, Le Havre, Marselha;• a pólos têxteis, como Lille, Região do Ruhr, Roubaix, Barmen-Elberfeld (Wuppertal), Chemmitz, Lodz e Moscou;• e a distritos siderúrgicos e indústria pesada, na bacia do rio Loire, do Sarre, e da Silésia.

Obs.: a Alemanha nessa época ainda não havia sido unificada. Eram 39 pequenos reinos e dentre esses a Prússia, que liderava a Revolução Industrial. A Alemanha se unificou em 1871 quando venceu a Guerra Franco-Prussiana.

1850 a 1929: Expansão pelo Mundo: Após 1850, a produção industrial se descentralizou da Inglaterra e se expandiu rapidamente pelo mundo, principalmente para o noroeste europeu, e para o leste dos Estados Unidos da América. Porém, cada país se desenvolveu em um ritmo diferente baseado nas condições econômicas, sociais e culturais de cada lugar.Na Alemanha com o resultado da Guerra Franco-prussiana em 1870, houve a Unificação Alemã, que liderada por Bismarck, impulsionou a Revolução Industrial no país que já estava ocorrendo desde 1815 (foi a partir dessa época que a produção de ferro fundido começou a aumentar de forma exponencial).

Na Itália a unificação política realizada em 1870, à semelhança do que ocorreu na Alemanha, impulsionou, mesmo que atrasada, a industrialização do país. Essa que só atingiu ao norte da Itália, pois o sul continuou basicamente agrário.

Nos Estados Unidos a industrialização começou no final do século XVIII, e foi somente após a Guerra da Secessão que todo o país se tornou industrializado. A industrialização relativamente tardia dos EUA em relação a Inglaterra pode ser explicada pelo fato de que nos EUA existia muita terra per capita, já na Inglaterra existia pouca terra per capita, assim os EUA tinham uma vantagem comparativa na agricultura em relação à Inglaterra e consequentemente demorou bastante tempo para que a indústria ficasse mais importante que a agricultura. Outro fator é que os Estados do Sul eram escravagistas o que retardava a acumulação de capital. Como tinham muita terra eram essencialmente agrários, impedindo a total industrialização do país que até a segunda metade do século XIX era constituído só pelos Estados da faixa leste do atual Estados Unidos.

O término do conflito resultou na abolição da escravatura o que elevou a produtividade da mão de obra, aumentando assim a velocidade de acumulação de capital, e também muitas riquezas naturais foram encontradas no período incentivando a industrialização.

A modernização do Japão data do início da era Meiji, em 1867, quando a superação do feudalismo unificou o país. A propriedade privada foi estabelecida. A autoridade política foi centralizada possibilitando a intervenção estatal do governo central na economia, o que resultou no subsidio a indústria. E como a mão-de-obra ficou livre dos senhores feudais, ocorreu assimilação da tecnologia ocidental e o Japão passou de um dos países mais atrasados do mundo a um país industrializado.

As conseqüências da Revolução Industrial: As cidades atraíram os camponeses e artesãos, e se tornaram cada vez maiores e mais importantes.

Na Inglaterra, por volta de 1850, pela primeira vez em um grande país, havia mais pessoas vivendo em cidades do que no campo. Nas cidades, as pessoas mais pobres se aglomeravam em subúrbios de casas velhas e desconfortáveis, se comparadas com as habitações dos países industrializados hoje em dia. Mas representavam uma grande melhoria se comparadas às condições de vida dos camponeses, que viviam em choupanas de palha. O s trabalhadores Conviviam com a falta de água encanada, com os ratos, o esgoto formando riachos nas ruas esburacadas.

Ondas Revolucionárias na Europa do século XIX: Terreno comum:. Burguesia almejando o poder: Apesar de as revoltas e revoluções na Europa do século XIX serem muitas, elas têm características comuns. Trata-se da tentativa de tomada de poder pela burguesia e da reação das forças do Antigo Regime. Assim, os grupos sociais do progresso, a burguesia,

medem forças contra o grupo social antigo, da reação, a nobreza e o clero, classes dirigentes no Estado absolutista.. Crises de fome e crises econômicas: Apesar do motivo essencial nessas revoluções ser a mudança de poder da antiga nobreza para a burguesia emergente, fatores imediatos também foram importantes para se entender esses movimentos, como as constantes fomes e as crises econômicas. As fomes, por exemplo, levavam a população pobre a se rebelar, o que era usado muitas vezes pela burguesia, culpando o velho regime pela fome, para se fazer uma tomada de poder.. A industrialização e as lutas operárias: Se a industrialização vai fortalecer as burguesias nacionais para que essas possam tomar o poder, também vai criar um operariado que, em péssimas condições de trabalho, vai lutar pelos seus direitos contra a burguesia. Assim, em várias revoltas, o proletariado também vai fazer suas reivindicações à parte. Se em alguns momentos, haverá uma aliança entre o operariado e a burguesia contra a nobreza e o clero, essa aliança não vai ser duradoura.. Socialismo: É um elemento novo que surge nas últimas revoltas do século, nas revoluções de 1848 e na Comuna de Paris, de 1871. O socialismo não é uma ideologia burguesa, mas é operária. Ou melhor, não caracteriza mais a vontade da burguesia, mas a vontade do proletariado, de igualdade e mudança no regime de propriedade.

Revolução de 30 na França: Na França, o Congresso de Viena trouxera de volta os Bourbons. As potências reunidas em Viena impuseram à França o Segundo Tratado de Paris, cujas condições eram mais drásticas que as do Primeiro: ela ficou reduzida as suas fronteiras de 1789, teve de pagar uma indenização de guerra de 700 milhões de francos, foi obrigada a restituir os tesouros artísticos roubados dos povos conquistados e aceitar a ocupação do norte do país, durante cinco anos, por tropas das potências vencedoras.

Ascensão de Carlos X: Nos últimos anos do reinado de Luís XVIII (1814-1824) e por todo o reinado de Carlos X, o conde de Artois (1824-1830), sucederam-se perturbações internas graves. Se o governo de Luís XVIII foi marcado pela moderação (o rei inclusive manteve muitas das conquistas sociais e econômicas da era revolucionária, visando a garantir o apoio da burguesia liberal), a ascensão de Carlos X reviveu o absolutismo de direito divino, o favorecimento à nobreza e a sufocação da burguesia.

Câmara X Poder Real: No ano de 1827, a oposição, formada por constitucionalistas e independentes, venceu as eleições legislativas e a nova Câmara dos Deputados, dominada por liberais, entrou em conflito com o rei. Em 1830, o rei dissolveu a Câmara e convocou novas eleições, também vencidas pela oposição. Então, o monarca reagiu em 25 de Julho de 1830, com a publicação das Ordenanças ou Ordenações de Julho: suprimia a liberdade de imprensa (impunha a censura total); anulava as últimas eleições e dissolvia a câmara recém-eleita e de maioria liberal; modificava os critérios para a fixação do censo eleitoral, favorecendo uma minoria (reduzia o eleitorado); e permitia ao rei governar através de decretos. Essas "Ordenações de Julho" coincidiram com grave crise econômica e precipitaram a Revolução.

Revolução de Julho de 1830: Nos dias 27, 28 e 29 de julho de 1830, conhecidos como os três dias gloriosos, o povo de Paris e as sociedades secretas republicanas, liderados pela burguesia liberal, fizeram uma série de levantes contra Carlos X. Levantou-se barricadas na capital francesa e generalizou-se da luta civil. As revoltas populares sucediam-se a tal ponto que a própria Guarda Nacional acabou por as apoiar, aderindo à sedição. Após lutas nas ruas parisienses (as Três Gloriosas), o último Bourbon teve de partir para o exílio no começo de agosto. O clima da revolução perpassa pelas páginas de Os Miseráveis, de Victor Hugo.

Temerosa do radicalismo das classes que haviam feito a revolução (pequena burguesia e proletariado urbano), a alta burguesia instalou no poder o primo do rei, Luís Filipe de Orleans, o "Rei Burguês", monarca constitucional e liberal de outro ramo da nobreza francesa. "De agora em diante, os banqueiros reinarão na França", como afirmou Jacques Lafitte, banqueiro e político que participou das manobras para colocar Luís Filipe no trono. Ele tinha razão. Todas as facções da burguesia, como industriais e comerciantes, haviam participado da luta contra o poder real e a velha aristocracia, mas quem assumiu o poder foi apenas uma parcela da burguesia - a do capital financeiro.

Apoiado por banqueiros como Casimire Pérere e contando com ministros como Thiers ou Guizot, a Monarquia de Julho vem assim conseguir impor um clima de paz e prosperidade.

Expansão da Revolução: A Revolução de 1830, na França, teve um caráter apenas liberal, isto é, anti-absolutista. Sua expansão para outras regiões da Europa, porém, assumiu também um caráter nacional, opondo-se às diretrizes do Congresso de Viena, que havia colocado várias nacionalidades sob o domínio de algumas potências européias.

Revolução de 1830 na Bélgica: Os acontecimentos parisienses repercutiram na Bélgica que, pelo Congresso de Viena, fora submetida à Holanda no artificial Reino dos Países Baixos. Havia profundas diferenças entre os dois povos: os belgas eram católicos, de idioma valão (próximo ao francês), industriais e partidários do protecionismo alfandegário a fim de favorecer suas nascentes indústrias contra a concorrência estrangeira; os holandeses seguiam o protestantismo, sua língua é semelhante ao alemão, viviam do comércio e eram adeptos do livre-cambismo. A monarquia, adotando diretrizes políticas beneficiando os holandeses, provocou a Revolução de matrizes fortemente nacionais: luta pela independência. O sucesso belga foi facilitado pela conjuntura internacional. Áustria, Prússia e Rússia, de governos conservadores e favoráveis à política de intervenção, viram-se paralisadas por outras revoluções; França e Inglaterra, governos liberais, auxiliaram a causa belga. A independência belga só foi reconhecida pela Holanda em 1839. A Revolução da Bélgica acarretou dupla alteração no sistema estabelecido em Viena: o surgimento de novo Estado Nacional e a organização de uma monarquia liberal e constitucional.

Revolução de 1830 na Polônia: Na Polônia, a Revolução também assumiu o caráter de movimento pela independência. A maior parte do país ficara submetida à Rússia. Aproveitando-se da organização de um exército para intervir na Bélgica, os patriotas poloneses sublevaram-se, mas foram esmagados pelo czar russo Nicolau I. A derrota, seguida de violenta repressão, decorreu também pela falta de ajuda externa e pela cisão entre revolucionários, divididos em republicanos (burgueses) e monarquistas (pequena nobreza).

Revolução de 1830 nos Estados Italianos: Nos Estados italianos, as agitações tiveram um caráter liberal em regiões aristocráticas, nacional nas áreas sob domínio austríaco e antipapal nos Estados papais. As conquistas foram efêmeras, pois a intervenção austríaca restaurou a ordem absolutista anterior.

Revolução de 1830 nos Estados Alemães: Na atual Alemanha, verificou-se uma série de revoltas (Hanôver, Saxe, etc.), logo abafadas pela intervenção austríaca. Na Prússia, ocorreram movimentos liberais que procuravam submeter o poder real a uma Constituição.

Pretendendo reforçar o sistema repressivo, para o que se impunha contar com a colaboração da Prússia, o governo austríaco admitiu a criação do Zollverein (união aduaneira), concretizada por iniciativa prussiana, e conduzindo à união econômica dos Estados alemães, exceto

a Áustria (1834). O Zollverein representava a união econômica, precedendo a unificação política e tornando-a imprescindível para assegurar a continuidade dos progressos econômicos; além do mais, acentuava a projeção da Prússia como núcleo posterior da unificação política, ao mesmo tempo que conduzia à marginalização da Áustria.

Revolução de 1830 em Portugal: Em Portugal, D. Pedro IV (Pedro I do Brasil) derrotou as forças absolutistas de seu irmão D. Miguel, assegurando direitos de D. Maria da Glória e garantindo a vigência de uma Constituição liberal (1834).

Revolução de 1830 na Espanha: Na Espanha, a sucessão de Isabel, herdeira de Fernando VII, foi contestada por D. Carlos, apoiado em forças absolutistas; graças à ação do General Spatero, de tendências liberais, os Carlistas foram derrotados e uma Constituição liberal promulgada.

Resultados:Fora da França, portanto, atingiu êxito apenas a revolução liberal na Bélgica, que se tornou independente. Todas as demais revoltas que adquiriram caráter nacional foram massacradas por tropas da Santa Aliança. O fermento revolucionário, no entanto, continuou por toda a Europa, tornando a restauração imaginada por Metternich, pelo czar Alexandre I e por outros uma obra falida: o liberalismo e, mas tarde, o nacionalismo triunfariam em quase toda a Europa.

Revolução de 1848: Em 1848 preparava-se uma revolta popular que colhia alguma simpatia por parte da burguesia. A burguesia industrial nomeadamente conseguiu a direito de sufrágio e a redução do censo eleitoral. Os operários reclamavam a instauração de uma República e exigiam uma reforma.Com isso a revolta tinha uma petição com 5 milhões de assinaturas.

Os revoltosos combinaram diversas reuniões, entre as quais se destacou o banquete público da oposição de 22 de Fevereiro de 1848, que o governo tentou impedir que se realizasse. A burguesia afastou-se dos operários; contudo, estes, juntamente com artesãos e estudantes, concentraram-se no local combinado. O apelo à rebelião foi lançado por adeptos do sufrágio universal, partidários de reformas sociais e uma minoria socialista, sob a liderança de Louis Blanc, que tinham conseguido escapar às autoridades. Centenas de milhares de insatisfeitos com o desemprego, mas sem um programa político claro, descobriram que queriam derrubar o governo do rei Luís Filipe, de seus ministros e de todo o sistema econômico que os enriquecia às custas dos trabalhadores. No dia seguinte, o centro de Paris estava cheio de barricadas que assustaram os burgueses moderados da oposição. O rei demitiu Guizot na esperança de aplacar a revolta, mas a multidão voltou a protestar e, na madrugada do dia 24, foi atacada a tiros pela Guarda Nacional. Na fuzilaria morreram cerca de 500 pessoas. Os cadáveres foram colocados em carros iluminados por tochas e desfilaram pelo centro de Paris, alimentando a insurreição, dando início a uma luta aberta que se estendeu por toda Paris. Soldados da Guarda Nacional, enviados para reprimir os manifestantes, uniram-se a elas.

O governo ensaiou oferecer reformas de esquerda para controlar a rebelião que aumentava de proporções, mas já era tarde. Na manhã do dia 24, quando inspecionava as tropas, o rei foi vaiado por elas. Os insurrectos controlavam os arsenais. À tarde, já corriam proclamações republicanas. Incapaz de reagir, a Luís Filipe só restava abdicar o trono. O parlamento dissolveu-se. A Monarquia de Julho tinha sido destronada e nascia a Segunda República (1848-1852).

Os grandes burgueses moderados da oposição estavam exasperados. O que mais temiam estava nas ruas: a revolução social dos pobres. As ruas de Paris eram tomadas por um contingente de 40 á 50 mil manifestantes, sendo muitos mortos e 15 mil presos. Rapidamente formou-se um governo de coalizão entre a burguesia moderada, a

pequena burguesia republicana e os socialistas. Os primeiros estavam preocupados com a ordem e a estabilidade; os republicanos, com a república e o sufrágio universal; e os socialistas, com a melhoria das condições operárias. Eles foram aceitos no governo devido a sua presença nas barricadas.

Reformas Políticas:Um governo provisório constituiu-se em 24 de fevereiro, com maioria de republicanos moderados. O Governo Provisório juntava a oposição eleita constitucionalmente e representantes da multidão. Muitos viram neste movimento a expressão - embora vaga - da insatisfação popular ao ver que o ideal de igualdade defendido e em grande parte conquistado durante a Revolução Francesa não havia se estendido à esfera econômica. Nesse governo, onde o poeta Lamartine ocupava as funções de Ministro dos Assuntos Internos e os socialistas eram somente admitidos como empregados, foram chamados a intervir Albert, um operário, e Auguste Blanqui, jornalista e historiador, por imposição direta do povo.

O Governo provisório convocou eleições, as quais deram vitória aos candidatos da burguesia e dos latifundiários. Em 25 de Fevereiro foi implantada a Segunda República, em resultado de uma expressiva manifestação; todavia, esta não veio a corresponder às aspirações dos operários que reclamavam uma reforma social. O sufrágio universal masculino foi estabelecido e por proposta dos socialistas, foi reduzida a jornada de trabalho de 12 para 10 horas diárias. Por pressão dos operários e socialistas, foram criadas as Oficinas Nacionais - fábricas com capital estatal e dirigidas por operários, destinadas a aliviar a crise econômica e o desemprego, que logo se tornaram improdutivas e custosas, aumentando o déficit público - e a Comissão de Luxemburgo, cujo objetivo era a preparação de projetos de legislação social e a arbitragem de conflitos de trabalho. O novo Governo não tocou no direito à propriedade privada, mas concedeu o tão desejado direito ao trabalho, uma medida que seria posta em prática pela Comissão de Luxemburgo, presidida por Louis Blanc e por Albert, mas os prometidos direitos foram negados por uma direção política burguesa pouco sensível aos problemas do operariado. Na mesma época, Proudhon edita o periódico "O Representante do Povo", onde critica as Oficinas Nacionais, as quais considerava economicamente inviáveis. Propunha que em seu lugar se criasse um Banco de Crédito Popular, que remunerasse o trabalho com cheques descontáveis, para estimular o consumo.

Todos os políticos do novo governo eram parisienses e não possuíam experiência administrativa, ignorando o que ocorria nas províncias francesas, onde as estradas de ferro foram destruídas, castelos foram saqueados e agiotas espancados.

Em Paris, no mês de março, havia calma e as forças presentes no governo viviam em harmonia. A maioria dos operários confiava no governo e esperava uma solução rápida para sua miséria. Mas a harmonia não duraria muito. Os grandes burgueses das diferentes alas tinham superado suas divergências para impedir qualquer ameaça à propriedade e à riqueza. Uma minoria socialista pressionava o governo para que promovesse novas e ousadas reformas sociais. Alguns falavam em abolir a propriedade privada, a hierarquia social e as tradições, o que assustava também os pequenos burgueses republicanos. Essas pressões não passavam de agitações feitas em jornais, clubes e sociedades socialistas e não representavam perigo, já que a força deles era diminuta nos meios operários parisienses. Mas não deixavam de assustar os burgueses. Os mais preocupados com essa agitação eram a imensa maioria de camponeses, que se preparava para reagir, caso tivesse de entregar suas propriedades.Este período inicial da revolução, também chamado de República Social, foi marcado pela provisoriedade e pela intensa disputa entre os diferentes interesses envolvidos na consolidação do poder.

Reação Conservadora: A inexperiência política do governo não satisfazia nem as reivindicações dos mais radicais nem as inquietações dos mais conservadores. Mas era principalmente a crise econômica que agravava a inquietude de todos os operários. A falta de mercados para vender seus produtos, o aumento dos impostos, o marasmo econômico, aliado às agitações políticas e à fraqueza e hesitação do governo, provocavam pesadelos no mundo dos negócios.

Diante do "perigo vermelho", a burguesia se preparou. Em 23 e 24 de abril de 1848, ocorreram eleições para a formação de uma Assembléia Constituinte. O Governo Provisório cessou as suas funções e deu lugar a uma comissão executiva de cinco membros, onde de novo figurava Lamartine. Os socialistas e os republicanos concorriam, mas faltava-lhes organização em nível nacional e sua influência estava quase que restrita a Paris. Já o Partido da Ordem, que representava todos os homens preocupados com a defesa da propriedade, tinha influência nacional, pois se apoiava nos notáveis das cidades e aldeias rurais da França, um imenso país de camponeses. O Partido da Ordem elegeu 700 deputados, alguns favoráveis à monarquia e outros republicanos moderados. Os republicanos radicais e os socialistas não conseguiram eleger nem 100 deputados. Em Junho, Proudhon foi eleito para a Assembléia Nacional Constituinte, onde não conseguiu se fazer ouvir. Sua experiência na Assembléia Nacional selaria sua convicção anarquista de que "o sufrágio universal é a reação", por representar a soma de interesses privados, contrários ao bem comum. A assembléia constituinte foi o primeiro órgão legislativo francês que teve os membros eleitos por sufrágio universal.

Dominada pelo Partido da Ordem, a Constituinte passou a combater as idéias socialistas. Os socialistas, descontentes, reiniciaram as agitações. Em 22 de Junho de 1848 o governo tomou severas medidas para controlar e reprimir os operários, depois dos levantamentos comunistas de 15 de Maio. A dissolução da Comissão de Luxemburgo e, finalmente, o fechamento das Oficinas Nacionais - que empregavam 110 mil operários - provocaram uma forte contestação por parte dos operários fabris. Contra tais decisões Auguste Blanqui, líder socialista, comandou em junho de 1848, as insurreições operárias de Paris.

Desempregados e sem meios de sustento, os operários revoltaram-se espontaneamente levantando barricadas e dispostos a enfrentar o novo poder estabelecido e controlado pela burguesia. "Nós queremos uma República democrática e social", dizia um cartaz afixado pelos revolucionários. Toda tentativa de pacificação foi rejeitada pelos sublevados.

Para tentar suprir o desacato ao poder a Assembléia Nacional Constituinte decretou estado de sítio e nomeou o ministro da Guerra, general Louis-Eugène Cavaignac, chefe do poder executivo, dando-lhe poderes ditatoriais para que este travasse a revolta popular. O general Cavaignac foi ajudado por forças vindas espontaneamente das províncias. Nobres, burgueses, padres e camponeses marcharam ombro a ombro para ajudar Cavaignac a massacrar os insurretos de Paris. A insurreição operária parecia bem encaminhada até ser esmagada, à força de bala, pela ação implacável de Cavaignac. No combate, que durou quatro dias, morreram 1,5 mil insurretos. A repressão posterior, gerada pelo ódio, vingança e medo dos proprietários, também foi violenta.

Após um julgamento sumário, que não deixou nenhum direito de defesa aos condenados, 12 mil insurretos foram presos e 4 mil deportados para a Argélia. Os jornais foram suspensos, as reuniões públicas proibidas e as associações políticas postas sob o controle da polícia. Estava afastado o perigo de uma "revolução social" e a burguesia pôde seguir em frente.

Outro 18 de Brumário:A Constituição foi finalmente promulgada em 12 de Novembro de 1848, estabelecendo a república presidencialista e o Legislativo unicameral com base no sufrágio universal.

O general Cavaignac, republicano convicto, foi lançado candidato às eleições presidenciais de dezembro de 48. Apesar de ter agido brutalmente contra os operários parisienses, por ser republicano ele era suspeito ao Partido da Ordem, o mais organizado nacionalmente de todos os partidos. Foi quando apareceu um aventureiro, Luís Napoleão Bonaparte, sobrinho de Napoleão Bonaparte, que se apresentava como mantedor da ordem e tinha sobrenome conhecido e respeitado por milhões de franceses. Os operários de Paris votaram nele para que o general Cavaignac não fosse eleito e os camponeses também o fizeram em homenagem ao tio, que havia garantido suas propriedades, quando o clero e a nobreza ameaçavam retomá-las. Assim, Luís Napoleão foi eleito com 5,5 milhões de votos contra 1,5 milhão de seu concorrente.O mandato do presidente francês era de quatro anos e a Constituição proibia a reeleição. Em 1852, ele deixaria o poder, o que não era sua intenção. Luís Napoleão, articulou um golpe de Estado que acabaria com a república e o tornaria imperador, que foi afinal desfechado em 2 de Dezembro de 1851. Queria reeditar o golpe do tio, que, com o golpe do 18 de brumário, acabou com a Primeira República Francesa e criou o império napoleônico. Por ironia, Karl Marx, dirigente socialista, apelidou o golpe do sobrinho como 18 de brumário de Luís Bonaparte.

A Primavera dos Povos: Esta revolução teve significativas repercussões no resto da Europa. A crise econômica européia ajudou a Revolução de 1848 a expandir-se pela Europa, atingindo também um dos esteios do Absolutismo, a Áustria, onde o Chanceler Metternich foi obrigado a renunciar. Até mesmo o Brasil pôde sentir os efeitos da onda revolucionária das barricadas francesas, que inspiraria os rebeldes pernambucanos na Revolução Praieira. O ideal predominante nos demais países europeus onde houve revolução não foi o liberalismo, mas sim o nacionalismo. Os revolucionários desses países queriam libertar seus povos da dominação estrangeira imposta pelas decisões do Congresso de Viena.

Os principais núcleos revolucionários foram Paris, Berlim (Alemanha), Budapeste (região dos húngaros), Viena (Áustria) e Nápoles (Itália), mas a atmosfera de agitação foi igualmente sentida na região dos tchecos, em outras regiões da Itália, Alemanha, Áustria, e até mesmo em Londres. A "primavera dos povos" - como ficou conhecida essa vaga revolucionária - marcou o despertar das nacionalidades — poloneses, dinamarqueses, alemães, italianos, tchecos, húngaros, croatas e romenos —, que exigiram dos impérios a concessão de suas autonomias. Segundo o historiador Eric Hobsbawm, a Primavera dos Povos foi a primeira revolução potencialmente global, tornando-se um paradigma de "revolução mundial" que alimentou rebeldes de várias gerações.

De 1848 a 1849 tanto as revoluções burguesas como os movimentos populares tiveram um substancial impacto na Europa, mas um pouco por todos os cantos do Velho Continente estas insurreições não tiveram o sucesso ansiado, em grande medida porque a burguesia não se posicionou do lado dos operários e dos camponeses.

A Contra-revolução: Em 1849, forças contra-revolucionárias restauraram a ordem, mas a monarquia absolutista e os direitos feudais da aristocracia fundiária haviam sido tacitamente abandonados.

Na França, como se via, foi proclamada uma República em 1848, e os operários exigiram a mudança do rumo da política laboral; todavia as suas reivindicações foram reprimidas pela burguesia conservadora, adversa a uma profunda reforma social e laboral. Depois de sufocada a Revolução, a França entrou num novo ciclo, com a subida ao poder do imperador Napoleão III. A burguesia apercebera-se dos perigos das revoluções, tomando consciência de que seus anseios políticos poderiam ser alcançados pela via do sufrágio universal, evitando conflitos e sublevações. Assim, a revolução de 1848 foi o movimento que posicionou definitivamente burguesia e proletariado em campos

opostos, o que marcaria profundamente os embates políticos vindouros.

Embora tenham fracassado, as revoluções alemãs e italianas de 1848 prepararam o terreno para a unificação desses países, que foi realizada entre 1861 e 1871. A Áustria, por sua vez, teve que acatar, desde 1867, o compromisso de reconhecimento da soberania húngara.Novas Propostas de Organização para a Sociedade no Século XIX.2º Império Francês (1852-1870)

De 1852 a 1858, Napoleão III exerceu poder absoluto (Império Autoritário). A partir de 1860 cresceram as pressões liberais, e, de 1858 a 1867, algumas liberdades foram concedidas aos cidadãos; de 1867 a 1870, desenvolveu-se o regime que se chamou Império Liberal, que ampliou os poderes da Assembléia Legislativa e suspendeu as restrições às liberdades civis. Apoiado pela burguesia, o clero e as forças armadas, o imperador, para obter o apoio dos trabalhadores, empreendeu grandes e numerosas obras públicas, especialmente em Paris, realizadas pelo prefeito Barão Georges-Eugène Haussmann; construiu ferrovias e casas populares; abriu canais; encorajou a agricultura, a indústria e o comércio; favoreceu as instituições de crédito; fundou sociedades de ajuda mútua e organizações de trabalhadores.

No exterior, Napoleão III, querendo exercer hegemonia na Europa, participou da Guerra da Criméia (1854-1856) e presidiu o Congresso de Paris (1856), que assinalou o fim da guerra (derrota da Rússia), assumindo o papel de árbitro do continente. Com a efervescência dos nacionalismos, das lutas pela independência de povos dominados desde antes do Congresso de Viena, Napoleão III passou a defender a política das nacionalidades. Entretanto, em alguns momentos, fez a França tornar-se dominadora de outros Estados. Posicionou-se a favor da independência dos Estados romenos da Moldávia e da Valáquia, contra o Império Turco-Otomano, e a formação do reino da Romênia (1856). Partidário de uma política liberal na Argélia, encontrou oposição dos colonos e interveio decididamente na pacificação em 1857. Enviou, com a Inglaterra, tropas à China (1857-1860) e apoderou-se da Cochinchina, sul do Vietnam (1859-1862).

Apoiou, a princípio, o Risorgimento, atuando com destaque nas lutas pela unificação italiana, voltando-se contra os austríacos, que reinavam sobre a região desde o Congresso de Viena. Pressionado, entretanto, pela violenta campanha dos católicos franceses, que protestavam contra o ataque aos Estados da Igreja e consideravam as ambições sardo-piemontesas uma ameaça aos domínios da Igreja, e pela possibilidade da Prússia entrar no conflito em apoio ao imperador austríaco Francisco José (a Prússia concentrou poderoso exército nas fronteiras com a França), concluiu um tratado de paz com a Áustria em Villafranca em 1859. Em 1860, conquistou a Savóia e Nice, graças ao apoio contra a Áustria.

Com a grande influência da França, Napoleão III apoiou a construção do canal de Suez e protegeu os cristãos maronitas na Síria. Entre 1862 e 1867, Bonaparte interveio no México, numa guerra que arruinou as finanças francesas. Com o objetivo de garantir o comércio francês na América, conter a crescente hegemonia norte-americana e põe fim à instabilidade política entre grupos locais, as tropas francesas invadiram o México, derrubando seu presidente Benito Juárez. Organizando no México uma nova estrutura política, Bonaparte oferece o trono mexicano ao arquiduque Maximiliano da Áustria.

No final da década de 60, a estrela de Napoleão III começou a apagar.

Os problemas financeiros e militares e a instabilidade política e militar na Europa fizeram suas tentativas de estender os interesses coloniais franceses ao México acabaram com os soldados franceses expulsos e seu protegido, Maximiliano da Áustria, derrubado e fuzilado pelos nacionalistas mexicanos liderados por Benito Juárez.

Napoleão III firmou com o Reino Unido um tratado de redução das tarifas alfandegárias, o que provocou reação dos industriais franceses. Fundou instituições de crédito para desenvolver o país, mas a deterioração econômica da França, somada à oposição do clero, dos industriais, da burguesia e do operariado descontente, levou-o a conceder o direito de greve em 1864. Em 1867, chamou o líder da oposição para compor seu ministério e, em 1868, permitiu a liberdade de imprensa e de reunião.

Subestimando Bismarck, permitiu que o beligerante 'Telegrama de Ems' (versão adulterada por Bismarck de um telegrama do rei da Prússia que buscava justamente dar fim à crise) provocasse a guerra franco-prussiana (1870 - 1871), que trouxe a ruína do Segundo Império. Capturado então em Sedan (02/09/1870) pelos exércitos prussianos, assinou a capitulação da França. Dias depois, a Assembléia Nacional proclamou sua deposição e, em Paris, foi proclamada a Terceira República Francesa. Após haver estado durante algum tempo prisioneiro dos prussianos na Alemanha, quando a guerra terminou, Napoleão III retirou-se para Chislehurst (Inglaterra), onde morreria em 9 de janeiro de 1873.

Socialismo e Sistema Socialista

Socialismo é a denominação genérica de um conjunto de teorias socioeconômicas, ideologias e políticas que postulam a abolição das desigualdades entre as classes sociais.

comunismo e o anarquismo: As múltiplas variantes de socialismo partilham de uma base comum de tendência sentimental e humanitária. Para caracterizar uma sociedade exclusivamente socialista é necessário que estejam presentes os seguintes elementos: limitação do direito à propriedade privada, controle dos principais recursos econômicos pelos poderes públicos com a finalidade, teórica, de promover a igualdade social, política e jurídica.

História do Socialismo: A revolução industrial iniciada na Grã-Bretanha, no século XVIII, estabeleceu um tipo de sociedade dividida em duas classes sobre as quais se sustentava o sistema capitalista: a burguesia (empresariado), e o proletariado (trabalhadores assalariados). A burguesia, formada pelos proprietários dos meios de produção, conquistou o poder político na França, com a revolução de 1789, e depois em vários países. Nessa ocasião o modelo capitalista se afirmou ideologicamente com base nos princípios do liberalismo: liberdade econômica, propriedade privada e igualdade perante a lei. A grande massa da população proletária, no entanto, permaneceu inicialmente excluída do cenário político. Logo ficou claro que a igualdade jurídica não era suficiente para equilibrar uma situação de desigualdade econômica e social, na qual uma classe reduzida, a burguesia, possuía os meios de produção enquanto a maioria da população não conseguia prosperar. Aí então surgiram as idéias socialistas. Nota do editor: os militantes de Esquerda (marxistas, anarquistas, socialistas e comunistas) usam, com um tom meio pejorativo, a expressão burguesia para referir-se ao empresariado; e a expressão proletariado para referir-se aos trabalhadores assalariados.

Um dos primeiros precursores do socialismo utópico (socialismo, na prática, insustentável) foi o revolucionário francês François-Noël Babeuf, que, inspirado nas idéias de Jean-Jacques Rousseau, tentou em 1796 subverter a nova ordem econômica (“burguesa”) por meio de um levante popular. Foi preso e condenado à morte na guilhotina.

A crescente degradação das condições de vida da classe operária motivou o surgimento dos diversos teóricos do chamado socialismo utópico, alguns dos quais tentaram, sem sucesso, criar comunidades e unidades econômicas baseadas em princípios socialistas de inspiração humanitária e religiosa (católica principalmente).

Outro teórico francês importante foi François-Marie-Charles Fourier, que tentou acabar com a coerção, a

exploração e a monotonia do trabalho por meio da criação de falanstérios, pequenas comunidades igualitárias que não chegaram a prosperar. Da mesma forma, fracassaram as comunidades fundadas pelo socialista escocês Robert Owen.

Marxismo e anarquismo: Na metade do século XIX, separaram-se as duas vertentes do movimento socialista que polarizaram as discussões ideológicas: o marxismo e o anarquismo. Ao mesmo tempo, o movimento operário começava a adquirir força no Reino Unido, França e em outros países onde a industrialização progredia.

Marxismo: Contra as formas utópicas, humanitárias ou religiosas, Karl Marx e Friedrich Engels propuseram o estabelecimento de bases que chamaram de “científicas” para a transformação da sociedade: o mundo nunca seria modificado somente por idéias e sentimentos generosos, mas sim, pela luta de classes. Com base numa síntese entre a filosofia de Hegel, a economia clássica britânica e o socialismo francês, defenderam o uso da violência como único meio de estabelecer a ditadura do proletariado (comunismo) e assim atingir uma sociedade justa, igualitária e solidária.

Marx utilizou o método dialético para explicar as mudanças importantes ocorridas na história da humanidade através dos tempos. Ao estudar determinado fato histórico, ele procurava seus elementos contraditórios, buscando encontrar aquele elemento responsável pela sua transformação num novo fato, dando continuidade ao processo histórico.

Marx desenvolveu uma concepção materialista da História, afirmando que o modo pelo qual a produção material de uma sociedade é realizada constitui o fator determinante da organização política e das representações intelectuais de uma época.

A base material ou econômica constitui a “infra-estrutura” da sociedade, que exerce influência direta na “superestrutura”, ou seja, nas instituições jurídicas, políticas (as leis, o Estado) e ideológicas (as artes, a religião, a moral) da época.

Segundo Marx, a base material é formada por forças produtivas (que são as ferramentas, as máquinas, as técnicas, tudo aquilo que permite a produção) e por relações de produção (relações entre os que são proprietários dos meios de produção as terras, as matérias primas, as máquinas - e aqueles que possuem apenas a força de trabalho).

Ao se desenvolverem as forças produtivas trazem conflito entre os proprietários e os não proprietários dos meios de produção. O conflito se resolve em favor das forças produtivas e surgem relações de produção novas, que já haviam começado a se delinear no interior da sociedade antiga. Com isso, a superestrutura também se modifica e abre-se possibilidade de revolução social.

O Anarquismo: O anarquismo contou com diversos teóricos de diferentes tendências, mas nunca se converteu num corpo dogmático de idéias, como o de Marx. Proudhon combateu o conceito de propriedade privada e afirmou que os bens adquiridos mediante a exploração da força de trabalho constituíam um roubo. Bakunin negou os próprios fundamentos do estado e da religião e criticou o autoritarismo do pensamento marxista. Piotr Kropotkin via na dissolução das instituições opressoras e na solidariedade o caminho para o que chamou de comunismo libertário.

A social Democracia: Corrente de marxistas moderados, que se posicionou também contra as greves gerais e as revoluções violentas tomou-se conhecida como a social-democracia, ganhando apoio entre os trabalhadores e a classe média. Na Alemanha, deu origem ao Partido Social Democrata Alemão, criado em 1875, unindo as diversas correntes do movimento operário alemão. Apesar das divergências internas e da forte repressão do governo do 12 ministro Bismarck, o PSDA conheceu um enorme avanço no campo eleitoral, chegando a obter mais de 500 000 votos

nas eleições 1 de 1877 e 1 427 000 votos nas de 1890, tomando-se o partido mais forte do país. O principal teórico da social-democracia foi o filósofo marxista tcheco Karl Kautsky (1854/1938).

Doutrina Social da Igreja: A situação dos trabalhadores e o crescimento dos ideais socialistas forçaram a Igreja Católica a se manifestar. A Igreja propõe uma “Humanização do capitalismo”.-A “Encíclica Rerum Novarum” (1891) lançada pelo Papa Leão XIII pregava:• Corporações de trabalhadores criadas pelo Estado.• Regulamentação do trabalho feminino e infantil.• Limites para as jornadas de trabalho.• Melhores salários e melhores condições de vidaA Igreja colocava-se contra o socialismo e contra as lutas de classe.-No concilio Vaticano 11(1962-1965) a Igreja propõe o fortalecimento de seus vínculos com a sociedade, mas passa a atuar mais no sentido assistencialista.

História do Brasil

MOVIMENTOS DE INDEPENDÊNCIA

Antecedentes: A permanência da família real no Brasil trouxe dois problemas sérios para Portugal: A inversão brasileira, ou seja, o centro de decisões do sistema passava a ser o Brasil; O marechal inglês Beresford que liderou a expulsão dos franceses de Portugal, ocupa praticamente este vazio político.

A burguesia lusitana influenciada pela Revolução Liberal da Espanha, realizada pela junta governativa, aproveita a ausência de Beresford para substituir o absolutismo pela monarquia constitucional, na Revolução Liberal do Porto de 1820, exigindo o retorno de D. João VI.

A Revolução Liberal do Porto foi liderada por Manuel Fernandes Tomás inspirada pela Revolução Francesa, e a associação que liderava o movimento era chamado de Sinédrio.

A monarquia pressionada pela elite brasileira e portuguesa, retorna para Portugal em 1821, deixando o filho mais velho, D. Pedro com o propósito de antecipar aos projetos violentos de independência e a tentativa recolonizadora da burguesia lusitana.

Revolução Pernambucana de 1817: Último movimento separatista antes da independência, influenciado pela filosofia iluminista e pelo código civil Napoleônico, formaram um governo provisório composta dos seguintes províncias: Pe, Pb, Rn, Ce e Al.Principais líderes: Domingos José Martins (contato do revolucionário Miranda), padre João Ribeiro (Discípulo do padre Arruda Câmara fundador da loja maçônica “Areópagos de Itambé), padre Miguelinho, Antônio Carlos de Andrada, Frei Caneca e outros.

Os revolucionários tomaram o poder, implantando um governo provisório e republicano (7 de março de 1817) derrotando o governador Caetano Montenegro.Foi criado um conselho de Estado, constituído pela elite intelectual; confeccionada uma bandeira separatista; o ideal liberal substituiu o absolutista, instalada na Lei Orgânica, criada por Frei Caneca ou Antônio Carlos de Andrada (liberdade de consciência e imprensa - tolerância religiosa - elaboração de uma constituição - estrangeiros que aderissem a revolução seriam considerados patriotas - abolição dos tributos sobre gêneros de primeira necessidade etc.); o tratamento pessoal tradicional seria substituído pelo de patriota e vós como na revolução francesa.

A contra-revolução foi liderada pelo governador da Bahia D. Marcos de Noronha e Brito, conde dos Arcos, responsável pela repressão por mar e terra, além de tropas lideradas pelo coronel Luís do Rego Barreto - futuro governador de Pernambuco, recuperando o controle da região em 19 de maio de 1817.

As punições foram rigorosas: Domingos José Martins, padre Miguelinho e José Luís de Mendonça foram fuzilados em Salvador, outros foram condenados à morte nos de mais províncias revolucionárias.

Repercussões da Revolução Liberal no Brasil e as Tendências dos partidos no Brasil colonial: Os liberais brasileiros desconhecendo a tendência recolonizadora da corte liberal de Lisboa, passaram inicialmente a Revolução portuguesa, com gritos de “viva a revolução” e “abaixo o absolutismo”. Cipriano Barata aclamava a revolução no seu jornal “A sentinela”.Os deputados brasileiros eleitos para a corte de Portugal, como Antônio Carlos de Andrada, padre Feijó, Cipriano Barata entre outros, ficaram decepcionados pela fria recepção dos liberais portugueses.

O partido português formado basicamente por comerciantes portugueses eram favoráveis a recolonização do Brasil, seguida do retorno do absolutismo.

O partido radical formado pelos profissionais liberais das zonas urbanas e pela elite agrária fora do eixo Rio, São Paulo e Minas, eram favoráveis a imediata independência do Brasil, seguida da implantação da república.

O partido brasileiro formado basicamente pela elite rural do eixo Rio, São Paulo e Minas, favoráveis inicialmente a manutenção do reino unido seguido de monarquia constitucional, mais tarde devido a tendência recolonizadora das cortes portuguesas, passam a defender a independência do Brasil, seguida de monarquia constitucional.

Movimentos da Independência: A principal articulação ficou com a maçonaria; a divulgação ficou a cargo da imprensa, com destaque para o jornal “O revérbero constitucional” do liberal radical Gonçalves Ledo e a participação do próprio príncipe-regente. Esta combinação serviu aos interesses da classe dominante rural de garantir a velha ordem de funcionamento escravista, latifundiária e monocultura, impedindo a fragmentação do território brasileiro.

Os principais movimentos foram:- 9 de janeiro de 1822 - Dia do fico.- Maio de 1822 - cumpra-se.- Junho de 1822 - D. Pedro recebe o título de defensor perpétuo do Brasil pela Maçonaria.- Agosto de 1822 - Início da convocação do anteprojeto constitucional.- 7 Setembro de 1822 - Independência do Brasil.

Primeiro Reinado

Antecedentes: Apesar da nossa independência ter sido praticamente pacífica (comparando com o processo da América Espanhola), a consolidação dela exigiu sacrifício pois houve a resistência portuguesa em algumas províncias brasileiras: Ba, Pa, Ma, Pi, e Cisplatina.

Na Bahia o governador Madeira de Melo perseguia os partidários da independência, inclusive a madre superiora Joana Angélica que foi assassinada quando o governador invadiu o convento que dava abrigo aos seus oposicionistas.D. Pedro I pede auxílio aos mercenários no combate aos portugueses, com destaque para os ingleses Cockrane e Greenfell, o norte-americano Taylor e o francês Labatut.

Outro destaque na luta contra os portugueses foi Maria Quitéria que participou do exército disfarçado de homem.

Reconhecimento internacional da independência do Brasil

EUA = devido a doutrina Monroe: “América para os americanos”.Portugal = Pagamento de £ 2.000.000 - início da dívida externa.

Inglaterra = Prorrogação por 15 anos dos tratados de 1810.

Constituição da Mandioca: José Bonifácio, patriarca da independência, teve bastante prestígio no primeiro momento do reinado, acumulando as pastas do reino e das relações exteriores, onde canalizou o poder para si, com auxílio da imperatriz Leopoldina, e arranjou bastante inimigos como Chalaça que conspirava com o amante de D. Pedro, a marquesa de Santos, acaba derrubando o ministro e seu irmão Martim Francisco da pasta da Fazenda. Enquanto esteve no poder, Bonifácio fez uma política contraditória apoiando a abolição e criticando a democracia.

A elite rural liderada por Antônio Carlos Andrada iniciou o estabelecimento de uma constituição liberal e xenófoba (Aversão ao estrangeiro), baseado no voto censitário medido na plantação de Mandioca, visando afastar da política os portugueses que viviam do comércio.

No ato da promulgação da carta, D. Pedro I auxiliado pelo exército fecha o congresso, mantendo os parlamentares presos - Noite da agonia.

A Carta Outorgada de 1824 (PRIMEIRA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL): Esta carta foi inspirada na constituição absolutista da França apesar de conter medidas liberais como liberdade de imprensa e direito de propriedade privada para atrair a elite rural.

Esta constituição era unitária e centralizada, consagrava a transmissão vitalícia e hereditária do poder ao filho primogênito.

No caso de morte, doença incurável e renuncia do monarca no período de menoridade do futuro rei (Abaixo de 18 anos), a constituição prevê a formação de uma regência trina formada por pessoas de confiança da família real.Inspirado nas doutrinas de Benjamin Constant, a carta de 1824 consagrava a formação do 4º poder - o moderador - e diferente da teoria que previam poder neutro e conciliador, passa a ser um instrumento de intervenção e opressão.

Outra grande medida foi a criação do regime de padroado, onde o poder leigo do imperador indica e submete o poder religioso, e estes últimos passam a ser funcionários públicos responsáveis pela mentalidade do império e etc...

Confederação do Equador (PE - 1824): Movimento com antecedente na Revolução pernambucana de 1817.Com o retorno da família real para Portugal (1821), os liberais recuperam o poder em mãos dos matutos, e apóiam o projeto de formação de uma constituição liberal.Com o impedimento da Constituição da Mandioca, os liberais republicanos liderados por Paes de Andrade passaram a atacar a carta outorgada de 1824 e D. Pedro I reage impondo um presidente da província do grupo dos matutos, Pais Barreto.O movimento revolucionário atinge novamente as cinco províncias: Pe, Pb, Rn, Ce.Os grandes líderes do movimento foram: Cipriano Barata (Homem de todas as revoluções), dono do jornal “A Sentinela da Liberdade da Guarita de Pernambuco”, e mesmo preso um ano antes do movimento, deixou suas déias em funcionamento; e o frei carmelita Joaquim do Amor Divino Caneca, ou frei Caneca, principal líder intelectual do movimento, também apresentava preocupações com as classes menos favorecidas, defendendo suas idéias no jornal “Tífis Pernambucano”. Foi condenado a morte.

Frei Caneca

A ação violenta dos mercenários liderados pelo Lorde Cockrane, trouxe o processo de afastamento gradativo da elite e das massas populares.PROCESSO DE ABDICAÇÃO DE D. PEDRO I: Autoritário e incompetente, D. Pedro fez um péssimo governo agravado pela ausência de um produto forte no mercado e pelo desemprego.A nível internacional foi derrotado na questão sucessória de D. João VI, onde planejava casar a filha de 7 anos, Dona Maria da Glória, com o irmão D. Miguel que recusa e prepara um golpe de Estado.Outra derrota acontece com a independência das províncias da Cisplatina em 1828, com a formação do Uruguai.

A oposição passava a criticar D. Pedro I através da imprensa, com destaque para os jornais “A Aurora Fluminense” de Evaristo da Veiga e “O Observador Constitucional” de Líbero Badaró.

O jornalista Líbero Badaró foi assassinado numa emboscada e D. Pedro acusado de mandante do crime,

gerando um conflito entre situação e oposição num reduto de comerciantes portugueses, onde estes passavam a atirar garrafas vazias nos brasileiros - Noite das Garrafadas.Sem apoio do povo, da elite e do exército, D. Pedro I tenta a última cartada criando o Ministério de brasileiros, no entanto, diante da insubmissão destes, acaba demitindo-os e restaurando o Ministério dos marqueses.

Para agravar a situação de D. Pedro I, o liberalismo econômico recupera seu prestígio internacional, derrubando Carlos X, rei da França, em 1830.

D. Pedro I renuncia em 7 de abril de 1831. Segundo o liberal mineiro Teófilo Otoni, aconteceu a verdadeira Journée de Dupes ( Jornada dos tolos ou dos logrados), pois o partido radical que mais lutou para derrubar D. Pedro não ficou com nenhuma parcela do poder.

História Geral

Os Estados Unidos e a Conquista do Oeste

INTRODUÇÃO : Na passagem do século XVIII para o XIX, os Estados Unidos recém-independentes, ainda formavam um pequeno país, que se estendia verticalmente entre o Maine e a Flórida e horizontalmente entre a costa do Atlântico e o Mississipi.

O primeiro momento do processo de independência dos Estados Unidos, havia se iniciado efetivamente com a mobilização das 13 colônias, frente o fortalecimento fiscal estabelecido pela metrópole com o término da Guerra dos 7 Anos em 1763.

Após o episódio do "Boston Tea Party", a Inglaterra recrudesceu ainda mais sua relação com as colônias, através das Leis Intoleráveis, o que provocou uma maior mobilização dos colonos através da convocação do Primeiro e Segundo Congresso da Filadélfia. Esse último, contando com a participação de Benjamim Franklin e Thomas Jefferson, elaborou e proclamou a Declaração de Independência dos Estados Unidos (4 de julho de 1776), que por ter sido a primeira independência na América, exercerá forte influência nos demais movimentos de emancipação política do continente, no contexto da crise do Antigo Sistema Colonial.

Antecedentes

Leis, Partidos e Princípios: Antes mesmo da independência os colonos americanos já cobiçavam as terras do Oeste, impedidas de serem colonizadas pela Lei do Quebec (parte das Leis Intoleráveis, 1774), que proibia a ocupação de terras pelos colonos entre os montes Apalaches e o Mississipi. Apesar de pressões como essa, a expansão para o Oeste ganhou força após a independência, sendo alimentada ideologicamente pelo "Destino Manifesto", princípio que defendia a idéia de que os colonos norte-americanos de origem calvinista estariam na América por predestinação divina, com a missão civilizatória de ocupar os territórios situados entre os oceanos Atlântico e Pacífico.

A Lei Noroeste de 1787 já visava consolidar o futuro expansionismo, ao estabelecer que as terras ocupadas que atingissem 60 mil habitantes formariam um novo território que seria incorporado à União como Estado. Nesse mesmo ano foi sancionada a constituição federal, até hoje em vigor que formalizou a política da nova nação através de uma República Presidencialista Federalista.

O primeiro presidente eleito após a carta de 1787 foi George Washington (1789-97), que enfrentou as primeiras dificuldades na política interna, em razão da interpretação dada à constituição. Os grupos políticos iam se definindo em organizações partidárias, originando a formação dos partidos Federalista e Republicano

Democrático. O primeiro, liderado por Alexander Hamilton no governo de John Adams (1797-1801) apoiava-se mais nos interesses dos grandes comerciantes do norte, enquanto que o segundo, que chegou ao poder com Thomas Jefferson (1801-09), estava mais ligado aos pequenos proprietários rurais e aos cidadãos dos Estados menores. O Partido Federalista defendia um poder central mais forte, enquanto que o Partido Republicano Democrático era favorável a uma maior autonomia para os Estados.

Ao eleger os dois presidentes seguintes - James Madison (1809-17) e James Monroe (1817-25) -- o Partido Republicano Democrático dava um novo impulso ao expansionismo com a conhecida Doutrina Monroe ("América para os americanos"), que defendia as independências na América Latina, frente ao caráter recolonizador europeu do Congresso de Viena. Contudo, conforme os interesses territoriais dos Estados Unidos foram ampliando-se, a Doutrina Monroe seria mais bem definida pela frase "América para os norte-americanos", caracterizando objetivos já inseridos na esfera do imperialismo.

Entre 1829 e 1837 o governo de Andrew Jackson iniciou uma nova orientação político-partidártia, representada pelo Partido Democrático, que estava ligado aos interesses dos latifundiários do Oeste e do operariado do norte. Conhecida na história como "era Jackson", essa fase, foi marcada por perseguições e expurgos de elementos que pertenciam a governos anteriores, processo que ficou conhecido como "sistema de despojos" (Spoil Sistem).

Com um crescimento demográfico fulminante, 4 milhões de habitantes em 1801, para 32 milhões em 1860, associado às constantes correntes de imigrantes, à construção de uma vasta rede ferroviária à descoberta de ouro na Califórnia em 1848, a expansão em direção ao Oeste tornava-se cada vez mais inevitável. A expansão: O expansionismo pode ser dividido em três frentes: negociação, Guerra do México e anexação de terras indígenas.

A ação diplomática dos Estados Unidos foi marcada por um grande êxito já no início do século XIX, quando Napoleão Bonaparte em 1803 debilitado pelas guerras na Europa, vendeu a Louisiana (um imenso território onde foram formados 13 novos Estados) por 15 milhões de dólares. Em seguida (1819), a Espanha vendia a Flórida por apenas 5 milhões de dólares. Destaca-se ainda a incorporação do Oregon, cedido pela Inglaterra em 1846 e do Alasca, comprado da Rússia por 7 milhões de dólares em 1867, dois anos após o término da Guerra de Secessão.

Em 1821 os norte-americanos passaram a colonizar parte do México com aval do próprio governo mexicano, que em troca, exigiu adoção do catolicismo nas áreas ocupadas. As dificuldades para consolidação de um Estado Nacional no México, marcadas por constantes conflitos internos e ditaduras, acabaram criando condições mais favoráveis ainda para a expansão dos Estados Unidos. Foi nessa conjuntura, que em 1845, colonos norte-americanos

proclamaram a independência do Texas em relação ao México, incorporando-o aos Estados Unidos. Iniciava-se a Guerra do México (1845-48), na qual a ex-colônia espanhola perdia definitivamente para os Estados Unidos as regiões do Texas, além das do Novo México, Califórnia, Utah, Arizona, Nevada e parte do Colorado. Em apenas três anos cerca de metade do México incorporava-se aos Estados Unidos.

Destaca-se ainda, a anexação de terras indígenas, através de um verdadeiro genocídio físico e cultural dos nativos, o que ficava evidenciado na visão que alguns colonos difundiam durante o expansionismo, de que "o único índio bom é um índio morto", afirmação essa, atribuída ao general Armstrong Custer, considerado um dos maiores matadores de índios nesse contexto.

A configuração geográfica atual dos Estados Unidos seria concluída apenas em 1912, com a incorporação do Arizona.

Conseqüências da expansão: Durante o movimento expansionista dos Estados Unidos, o avanço econômico era notado no país de forma bem diferente. Enquanto o norte assistia o crescimento do comércio e principalmente de uma indústria cada vez mais sólida, o sul permanecia agrícola, e as novas terras do oeste eram marcadas pela pecuária e mineração. Ao longo da primeira metade do século XIX essas divergências entre o norte (industrial e abolicionista) e o sul (rural e escravista), serão agravadas, já que ambos tentarão impor seus respectivos modelos sócio-econômicas sobre os novos Estados incorporados.

Uma poderosa burguesia industrial e comercial, juntamente com um crescente operariado fabril marcava o desenvolvimento da sociedade nortista, antagonizando-a com a sulista, que permanecia estagnada e dominada por uma aristocracia rural escravista vinculada ao latifúndio agro-exportador. Nas novas terras do Centro-Oeste nascia uma sociedade organizada a partir dos pioneiros com base na agricultura e na pecuária.

Os Estados Unidos formavam um único país, mas esse país pensava, trabalhava e vivia diferente, abrigando na realidade duas nações: o Norte-Nordeste de um lado e o Sul-Sudeste de outro.

A manutenção da escravidão no sul e o aumento da rivalidade social e econômica durante a conquista do Oeste, associado a outros elementos também conflitantes, como a questão das tarifas alfandegárias e o crescimento do novo Partido Republicano, criam condições historicamente favoráveis para aquela que é considerada a maior guerra civil na história do século XIX: a Guerra de Secessão.A Guerra de SecessãoINTRODUÇÃO : A INDEPENDÊNCIAA criação de uma República Presidencialista e Federalista, pela constituição norte-americana de 1787, concedia autonomia para cada Estado decidir por seu destino em vários aspectos, inclusive no tocante à mão-de-obra. Nesse sentido, nem a independência dos Estados Unidos e nem a Constituição, irão alterar a condição de vida da população negra nos Estados sulistas, que permanece majoritariamente escrava.

Essa estagnação do sul (atual sudeste), representada por uma economia agro-exportadora com base no latifúndio escravista, contrastava-se cada vez mais com o desenvolvimento do norte (atual nordeste), industrial e abolicionista, tornando-se num futuro próximo, um entrave para o desenvolvimento capitalista dos Estados Unidos.

Antecedentes da Guerra: O intenso crescimento territorial dos Estados Unidos na primeira metade do século XIX, acompanhado de um rápido aumento da população, com muitos imigrantes europeus atraídos pela facilidade de adquirir terras, tornava ainda mais flagrante, o contraste entre o desenvolvimento do norte e o atraso do sul.

No norte, o capital acumulado durante o período colonial, criou condições favoráveis para o desenvolvimento industrial cuja mão-de-obra e mercado, estavam no trabalho assalariado. A abundância de energia hidráulica, as riquezas minerais e a facilidade dos transportes contribuíram muito

para o progresso da região, que defendia uma política econômica protecionista. Já o sul, de clima seco e quente permaneceu atrasado com uma economia agro-exportadora de algodão e de tabaco, baseada no latifúndio escravista. Industrialmente dependente, o sul era franco defensor do livre-cambismo, caracterizando mais um contraponto com a realidade do norte.

O Acordo de Mississipi em 1820 proibia a escravidão acima do paralelo 36o40'. Em conseqüência, o presidente Monroe, que assinara o tratado, foi homenageado com a denominação de "Monróvia", para capital do Estado da Libéria, fundado na África em 1847, para receber os escravos libertados que quisessem voltar à sua terra. Em 1850 foi firmado o Compromisso Clay, que concedia liberdade para cada Estado da federação decidir quanto ao tipo de mão-de-obra.

Em 1852, Harriet Beecher Stowe publicou a romance abolicionista A Cabana do pai Tomás, que vendeu 300 mil cópias só no ano de sua edição, sensibilizando toda uma geração na luta pelo abolicionismo. Dois anos depois surgia o Partido Republicano, que abraçou a causa do abolicionismo.

Em 1860, o ex-lenhador que chegou a advogado, Abraham Lincoln, elegeu-se pelo novo Partido Republicano. O Partido Democrata, apesar de mais poderoso, encontrava-se dividido entre norte e sul, o que facilitou a vitória de Lincoln, um abolicionista bem moderado que estava mais preocupado com a manutenção da unidade do país. Em campanha Lincoln teria afirmado que "Se para defender a União eu precisar abolir a escravidão, ela será abolida, mas se para defender a União eu precisar manter a escravidão, ela será mantida". Apesar da questão do escravismo ser apenas secundária para Lincoln, o mesmo era visto pelos latifundiários escravistas do sul como um verdadeiro revolucionário.

Sentindo-se ameaçados pelo abolicionismo, em 20 de dezembro de 1860 iniciava-se na Carolina do Sul um movimento separatista, que seguido por outros seis Estados, reuniu-se no Congresso de Montgomery no Alabama, decidindo pela criação dos "Estados Confederados da América". A secessão estava formalizada com um novo país nascendo no sul. Os estados do norte e do Oeste reagirão dizendo que o sul não tinha o direito de separar-se e formar um outro país. Iniciava-se assim em 1861 a maior guerra civil do século XIX, a Guerra de Secessão, também conhecida como "Guerra Civil dos Estados Unidos" ou ainda como "Segunda Revolução Norte-Americana", que se estendeu até 1865 deixando um saldo de 600 mil mortos.

A GUERRA: Enquanto o sul possuía apenas 1/3 dos 31 milhões de habitantes do país, dos quais mais de três milhões eram escravos, e contava apenas com uma fábrica de armamentos pesados, o norte já contava com pelo menos três fábricas de armas bem mais modernas, um sólido parque industrial, uma vasta rede ferroviária e uma poderosa esquadra. Mesmo com esse contraste totalmente desfavorável, foi o sul que lançou a ofensiva, criando uma nova capital - Richmond - e elegendo para o governo Jefferson Davis, que a 12 de abril de 1861 atacou o forte de Sunter.

Se inicialmente o conflito mostrava algumas vitórias do Sul, que instituiu o serviço militar obrigatório e convocou toda população para a guerra, com o prolongamento do conflito, o norte ia consolidando sua vitória.

Para fortalecer o norte, Lincoln extinguiu a escravidão nos Estados rebeldes em 1862 e prosseguiu incentivando o expansionismo, através da promulgação do Homestead Act, que fornecia gratuitamente 160 acres a todos aqueles que cultivassem a terra durante cinco anos. No mar o norte também demonstrava toda sua supremacia com os couraçados, modernas embarcações que surgiram nessa guerra e foram responsáveis pelo decisivo bloqueio naval imposto sobre o sul.

A abolição efetiva da escravidão só ocorreu em 31 de janeiro de 1865. Após três meses, o general sulista Robert Lee oficializava o pedido de rendição ao general nortista Ulisses Grant. Alguns dias depois o presidente Abrahan Lincoln era assassinado pelo fanático ator sulista John Wilkes Booth.A Guerra de Secessão é considerada a primeira guerra moderna da história, fazendo surgir os fuzis de repetição e as trincheiras, que irão marcar de forma mais acentuada, a Primeira Guerra Mundial entre 1914 e 1918. As novas técnicas tornam obsoletos o sabre e o mosquete, fazendo da luta corpo a corpo uma forma de combate cada vez mais inútil. Desdobramentos: Com um saldo de 600 mil mortos e o sul devastado, a guerra radicalizou a segregação racial surgindo associações racistas como Ku-Klux-Klan, fundada por brancos racistas em Nashville no ano de 1867, com o objetivo de impedir a integração dos negros como homens livres com direitos adquiridos e garantidos por lei após a abolição da escravidão. O traço característico de seus membros era o uso de capuzes cônicos e longos mantos brancos, destinados a impedir o reconhecimento de quem os usava. A intimação contra os negros atingia também em menor escala brancos que com eles se simpatizavam, além de judeus, católicos, hispânicos e qualquer indivíduos contrário à segregação racial. A prática de terror dava-se desde desfiles seguidos por paradas com manifestações racistas, até linchamentos, espancamentos e assassinatos, passando ainda por incêndios de imóveis e destruição de colheita.

Com o término da guerra, a recuperação econômica dos Estados Unidos foi fulminante, sendo facilitada pela abundância de recursos naturais e por uma extensa rede de transporte fluvial e ferroviário, já estava presente nos Estados Unidos desde o final do século XIX, quando surgiram gigantescos conglomerados, representando o processo de concentração industrial mais conhecido como truste, que criou verdadeiros oligopólios atuando nos mais variados setores da indústria de bens duráveis de consumo, como aço, petróleo e borracha, destacando-se a Ford, a General Motors e a Chrysler, como também a Firestone e a Goodyear.

O expansionismo da economia norte-americana pelo mundo, tornava-se cada vez mais inevitável sob a ótica da nova etapa que caracterizava o capitalismo no final de século XIX: o imperialismo, que nos Estados Unidos foi evidenciado pela política do Big Stick - "Fale macio, carregue um grande porrete e irá longe" - adotada pelo presidente Theodore Roosevelt em 1901. Na América Central o intervencionismo norte-americano evidenciava-se com construção do canal do Panamá, visando a ligação do Atlântico com o Pacífico, e com uma emenda na constituição de Cuba (emenda Platt), que assegurou aos Estados Unidos o direito de intervir na recém independente nação caribenha. Destacam-se posteriormente outras intervenções, como na República Dominicana (1905), na Nicarágua (1909), no México (1914), no Haiti (1915), além da compra das Ilhas Virgens Ocidentais à Dinamarca em 1916.

Considerada a maior guerra civil do século XIX, a Guerra de Secessão foi vital para o desenvolvimento capitalista dos Estados Unidos, pois somente com o seu término criou-se no país um mercado unificado, baseado no modelo industrial nortista, representando assim, o primeiro grande passo para o avanço capitalista, que levará os Estados Unidos à condição de principal potência hegemônica do mundo no século XX.

História do Brasil

Regências (1831-40)

A situação política: Em 1831, D. Pedro I abdicou do trono em favor de seu filho Pedro de Alcântara, que tinha apenas 5 anos de idade.

Conforme as regras da constituição do império, o Brasil seria governado por um conselho de três regentes, eleitos pelo Legislativo, enquanto Pedro de Alcântara não atingisse a maioridade (idade de 18 anos). O período regencial foi marcado também por importantes revoltas políticas e sociais que, agitaram a vida do país. Diferentes setores da sociedade (desde os grupos mais ricos até os mais pobres) lutavam pelo poder político.

Os grupos políticos: Após a abdicação de D. Pedro I, a vida pública do país foi dominada por três grupos principais que disputavam o poder político: restauradores, liberais moderados e liberais exaltados. Em 1834, D. Pedro morreu em Portugal, aos trinta e seis anos de idade. Com sua morte, teve fim o objetivo do grupo dos restauradores.

Por volta de 1837, o grupo dos liberais moderados dividiu-se em duas grandes alas: os progressistas e os regressistas. Eles passaram a disputar o Centro do poder. Por essa época, os restauradores e os liberais exaltados já tinham perdido grande parte de sua influência política.

Regência Trina Provisória (Abril a junho- 1831): No dia 7 de abril de 1831 (data da abdicação), o Parlamento brasileiro estava em férias. Não havia no Rio de Janeiro número suficiente de deputados e senadores para eleger os três regentes que governariam conforme mandava a constituição. Então, os poucos políticos que se encontravam na cidade resolveram, como solução de emergência, eleger uma Regência Provisória para governar a nação, até que se ele gesse a regência permanente.

A Regência Trina Provisória governou o país durante quase três meses. Participaram dela: senador Carneiro de Campos, senador Nicolau Campos Vergueiro e brigadeiro Francisco de Lima e Silva.

O início do avanço liberal : Entre as principais medidas tomadas pela Regência Trina Provisória destacam-se: • readmissão do Ministério dos Brasileiros; • suspensão parcial do uso do Poder Moderador, pelos regentes; • anistia (perdão) às pessoas presas por motivos políticos; • a convocação dos deputados e senadores para que, em Assembléia Geral, elegessem a Regência Trina Permanente.

A Regência Trina Permanente (1831-34): Após reunir deputados e senadores do país, a assembléia Geral elegeu a Regência Trina Permanente, no dia 17 de junho de 1831.

A nova regência era composta pelos deputados João Bráulio Muniz (político do nordeste) e José da Costa Carvalho (político do sul) e pelo Brigadeiro Francisco de Lima e Silva.

A criação da Guarda Nacional: Uma das figuras de maior destaque da Regência Trina Permanente foi o padre Diogo Antônio Feijó, nomeado para o cargo de ministro da Justiça. Sua principal preocupação era garantir a ordem pública, que interessava aos moderados. Para isso era preciso acabar com as agitações populares e revoltas militares que ameaçavam o governo.

Para impor a ordem, o governo precisava de uma força militar que lhe fosse fiel. O Exército não era confiável, pois parte da tropa, composta de pessoas pobres, sempre se colocava a favor dos que protestavam contra o governo.

A solução proposta pelos políticos moderados foi a criação da Guarda Nacional: uma polícia de confiança do governo e das classes dominantes agrárias.

O ato adicional : No ano de 1834, os políticos moderados fizeram uma reforma na constituição do império, conhecida como Ato Adicional. O Ato Adicional era uma tentativa de harmonizar as diversas forças políticas que brigavam no país.

De acordo com o Ato Adicional de 1834: • A regência seria exercida por uma única pessoa, com mandato de quatro anos. Deixava de ser Regência Trina, para ser Regência Una. • Estava extinto o Conselho de Estado. • Criavam-se as Assembléias Legislativas das províncias, com poderes para fazer leis referentes às questões locais.

A regência do Padre Feijó (1835-37) A explosão das rebeliões: De acordo com o Ato Adicional, novas eleições foram realizadas para a escolha da Regência Una. O vencedor dessas eleições (com pequena diferença de votos) foi o padre Diogo Antônio Feijó, que era ligado à ala progressista dos moderados. Seu adversário representava a ala regressista.

Depois de eleito, o regente Feijó sofreu grande oposição dos regressistas, que o acusavam de não conseguir impor ordem no país. Explodiram, durante seu governo, importantes rebeliões como a Cabanagem no Pará e a Farroupilha no Rio Grande do Sul. Os políticos que representavam os grandes fazendeiros estavam cada vez mais preocupados com as rebeliões. Tinham medo de perder o poder político e econômico do país.

Quando ainda faltavam dois anos para terminar seu mandato, Feijó decidiu renunciar ao cargo de regente. Provisoriamente, a regência foi entregue a Pedro de Araújo Lima, senador pernambucano que representava os regressistas.

A regência de Araújo Lima (1837-39): Ao assumir o poder, Araújo Lima montou um ministério composto só de políticos conservadores. Havia uma firme decisão do governo de usar toda a violência contra as revoltas políticas populares que agitavam o país (Cabanagem, Balaiada, Sabinada, Farroupilha).

As classes dominantes queriam de qualquer jeito "parar o carro da revolução", como dizia o ministro Bernardo Pereira de Vasconcelos. As rebeliões separatistas ameaçavam a unidade territorial do país. E os fazendeiros estavam assustados, com medo de perder suas riquezas, baseadas na grande propriedade e na exploração dos escravos.

Foi o caso, por exemplo, da Lei Interpretativa do Ato Adicional (12 de maio de 1840), que reduzia o poder das províncias e colocava os órgãos da Polícia e da Justiça sob o comando do poder central.

As Rebeliões regenciais

Caráter geral das revoltas: Tratam-se de grandes rebeliões contra a centralização e o absolutismo, contra a carestia, muitas vezes anti-lusitanas, a favor das liberdades individuais e com a questão social presente.. A primeira leva das rebeliões: Antes do Ato Adicional, houve algumas rebeliões pelo país, nenhuma de grande vulto como as da segunda leva, especificadas a seguir.

1835-1840 — A Cabanagem no Pará: Pelo seu caráter popular, pelo seu radicalismo político e por sua longa duração, foi uma das mais importantes revoltas do período Regencial . Suas raízes políticas vêm da guerra da Independência, contra uma forte resistência portuguesa. Suas raízes sociais, das tensões constantes entre a população pobre e miserável do Pará, índios, negros e mestiços, escravos e livres, empregados na agricultura e no extrativismo, moradores dos vilarejos ribeirinhos, e os senhores de terras, traficantes de escravos e comerciantes, na maioria portugueses.

Em janeiro de 1835, os cabanos, assim chamados porque a maioria morava em cabanas na margem dos rios, dominaram a capital da província, Belém, e formaram um governo revolucionário” fiel à monarquia mas autônomo em relação à Regência. Tiveram algum apoio de proprietários e comerciantes, descontentes com o governo central quanto a abastecimento, impostos, preços de escravos, etc. Em represália, a Regência enviou forças militares do Rio de Janeiro com ordens de esmagar a insurreição. A resposta dos rebeldes foi radicalizar a ação política. Entre 1835 e 1836, liderados por Eduardo Angelim e Antônio Vinagre, tomaram propriedades, expropriaram armazéns e estoques de alimentos; proclamaram a independência do Pará, mas, detalhe importante, não aboliram a escravidão. Assediados por forças legalistas muito superiores, reforçadas por mercenários ingleses, abandonaram Belém praticamente destruída e embrenharam-se nas matas do Ama- zonas. Os últimos grupos de cabanos resistiram até 1840. O conflito , estima-se, deixou um saldo de 30 mil mortos, de ambos os lados

Farroupilha (1835-45): Também chamada de Guerra dos Farrapos, foi a mais eficiente revolta regencial, tendo em vista seus objetivos. Ao contrário das outras, foi completamente elitista, feita por proprietários estancieiros e charqueadores do Rio Grande do Sul. Estes reclamavam das nomeações ao presidente da província, da alta taxa de importação do sal, da baixa taxa de importação do charque e das altas taxas cobradas nas passagens. A Assembléia provincial destitui o presidente do Rio Grande, empossando Bento Gonçalves e declarando a república Piratini em 1836. Gonçalves é preso, mas a revolta continua. Em 1839, eles tomam Santa Catarina e declaram-na república independente Juliana. Caxias suprime a revolta em 1845, fazendo ampla anistia e concessões aos revoltosos, como a nomeação dos farroupilhas ao Exército.

Bahia, 1835 — A Revolta dos Malês: Em 1835, depois de sucessivas rebeliões, desde o início do século, quase dois mil negros e mulatos insurgiram-se em Salvador, tomaram quartéis e praticamente ocuparam a cidade. Havia entre eles escravos e libertos. Eram na maioria adeptos do islamismo e de origem étnica hauçá e nagô. Lutavam pelo fim da escravidão, da propriedade particular da terra e do caráter oficial e exclusivo da religião católica. Temendo que se repetisse na Bahia a “revolução do Haiti” (as lutas dos negros haitianos contra a escravidão e a dominação colonial francesa), as autoridades usaram de extrema violência contra o movimento, que terminou com centenas de prisões, deportações e execuções sumárias.

Sabinada, 1837-1838: Palco de várias lutas libertárias de escravos, Salvador conheceu também um movimento mais diretamente ligado às disputas políticas da Regência. O conflito se deu em torno da centralização monárquica e do federalismo republicano. Mobilizando principalmente setores das camadas médias urbanas — comerciantes, profissionais

liberais, oficiais militares —, e aproveitando a reação popular contra o recruta- mento militar imposto pelo governo central, a rebelião foi liderada pelo médico e jornalista Francisco Sabino Vieira.

Em novembro de 1837, Sabino e seus homens proclamaram a República Baiense. Mesmo “provisória”, decretada somente até que o pequeno Pedro de Alcântara atingisse a maioridade, ela rompia com a Regência e destituía o governo provincial. O movimento, contudo, durou pouco. Sem conseguir a adesão dos senhores de terras do Recôncavo e com pequeno apoio entre a população escrava, os revoltosos foram cercados e dominados por tropas legalistas em março de l838. Dos sangrentos combates que então se seguiram restaram centenas de mortos e feridos, muitas prisões e degredos.

Balaiada (1838-41): A Balaiada foi uma revolta de fundo social, ocorrida entre 1838 e 1841 no interior da então Província do Maranhão, no Brasil.

Antecedente:s Durante o Período regencial brasileiro o Maranhão, região exportadora de algodão, passava por uma grave crise econômica, devido à concorrência com o gênero norte-americano. Em paralelo, a atividade pecuária absorvia importante contingente de mão-de-obra livre nessa região. Esses fatores explicam o envolvimento de elementos escravos e de homens livres de baixa renda no movimento.No campo político ocorria uma disputa no seio da classe dominante pelo poder, que se refletia no Maranhão opondo, por um lado, os liberais (bem-te-vis) e os conservadores (cabanos). À época da Regência de Pedro de Araújo Lima, provocando o chamado regresso conservador, os cabanos maranhenses aproveitaram a oportunidade para alijar do poder os bem-te-vis, tentando, ao mesmo tempo, debilitar ainda mais estes últimos pela contratação dos serviços de vaqueiros, tradicional apoio dos bem-te-vis.

O movimento : O evento que deu início à revolta foi a detenção do irmão do vaqueiro Raimundo Gomes, da fazenda do padre Inácio Mendes (bem-te-vi), por determinação do subprefeito da povoação de Manga, José Egito (cabano). Contestando a detenção do irmão, Raimundo Gomes, com o apoio de um contingente da Guarda Nacional, invadiu o edifício da cadeia pública da povoação e libertou-o, em dezembro de 1838. Em seguida, Raimundo Gomes, com o apoio de Cosme Bento, ex-escravo à frente de três mil africanos evadidos, e de Manuel Francisco dos Anjos Ferreira (o balaio, pois fazer balaios era ofício que exercia), espalharam a revolta pelo interior do Maranhão, conquistando a segunda cidade mais importante da Província, Caxias, de onde se passam para o Piauí.

A repressão: Apesar das tentativas de manipulação por parte dos bem-te-vis, o movimento adquiriu feição própria, saindo de controle. Diante da proporção alcançada, envolvendo as camadas populares, as elites locais se aproximaram em busca de estratégias para derrotar os revoltosos. Diante desse esforço, o governo regencial enviou tropas sob o comando do então Coronel Luís Alves de Lima e Silva, nomeado Presidente da Província. Conjugando a pacificação política com uma bem sucedida ofensiva militar, em uma sucessão de confrontos vitoriosos obtida pela concessão de anistia aos chefes revoltosos que auxiliassem a repressão aos rebelados, obteve a pacificação da Província em 1841.

Os líderes balaios ou foram mortos em batalha ou capturados. Destes últimos, alguns foram julgados e executados, como Cosme Bento, por enforcamento. Pela sua atuação na Província do Maranhão, Lima e Silva recebeu o título de Barão de Caxias.

Exercícios

AS REVOLUÇÕES BURGUESAS(A CONSOLIDAÇÃO DO CAPITALISMO)

65 - Ao estudar as Revoluções Burguesas, normalmente deparamos com a Revolução Inglesa de 1640 e a Francesa de 1789 como “modelos” de revoluções que abriram caminho para a implantação do Capitalismo.Sobre estas revoluções, NÃO podemos afirmar:a) No período em que Cromwell esteve à frente do poder, foi possível a intensificação dos cercamentos, ao mesmo tempo em que a Inglaterra tomava-se a maior potência naval do planeta;b) A “Revolução Gloriosa” foi o desdobramento lógico das transformações anteriores, garantindo a supremacia do Parlamento sobre o Rei;c) Ao realizarem os cercamentos, os revolucionários franceses conseguiram o mesmo resultado que, anteriormente, os ingleses obtiveram, qual seja o de formar um verdadeiro exército de mão-de-obra disponível para o trabalho nas indústrias;d) A fase da Monarquia Constitucional, na França, marcou-se por uma tendência moderada, tendo a burguesia tentado conciliar interesses;e) A ascensão de Bonaparte ao poder está relacionada com a instabilidade política interna, o agravamento da crise econômica e as ameaças externas.

66 - As revoluções burguesas assinalam os momentos finais do período de transição do Feudalismo ao Capitalismo.Dentre elas, a Revolução Francesa sempre mereceu um lugar de destaque na historiografia. Sobre a Revolução Francesa é CORRETO afirmar:a) Foi provocada pela insistência dos reis franceses em decretarem impostos sem a aprovação do Parlamento.b) A convocação dos Estados Gerais assinale o momento da tentativa de fuga do rei Luis XVI e sua prisão.c) No período da Convenção manifestou-se a repressão de Napoleão Bonaparte aos Jacobinos.d) O significado burguês da Revolução está no fato de ter destruído os resquícios feudais abrindo caminho para um novo modo de produção.e) Trata-se um fenômeno exclusivamente francês, que não exerceu qualquer influência sobre o restante da Europa.

67 - O chamado Despotismo Esclarecido foi uma tentativa de conciliação entre as instituições do Antigo Regime político, econômico e social, e as novas condições surgidas em meados do século XVIII na Europa, porque nos países onde aquele despotismo teve lugar o atraso econômico e a debilidade da burguesia assim o exigiam.a) a afirmação é certa e a explicação também é certa;b) a afirmação é certa, mas e explicação é errada;c) a afirmação é errada, mas a explicação é certa;d) a afirmação e a explicação são erradas;e) a afirmação e a explicação são corretas, mas não se relacionam.

68 - O liberalismo, enquanto doutrina que serviu de substrato ideológico aos anseios da burguesia, consolidando sua força econômica frente aos entraves de origem feudal, defendia, EXCETO:a) o direito inalienável à propriedade como instrumento capaz de assegurar os interesses burgueses e as próprias bases do capitalismo.

b) a livre iniciativa e a concorrência, considerando-se princípios básicos indispensáveis ao desenvolvimento econômico da nação.

c) o fim das barreiras alfandegárias e protecionistas, aplicando ao comércio internacional a teoria do livre-cambismo.d) o total respeito às “leis naturais da economia”, cabendo aos indivíduos apenas descobri-las para melhor atuar no mercado.e) a presença acentuada do Estado na economia, com o objetivo de harmonizar os interesses individuais e coletivos, gerando o progresso social.

69 - “Há três espécies de governos: o republicano, o monárquico e o despótico. Para descobrir4hes a natureza, basta a idéia que deles têm os homens menos instruídos Suponho três definições, ou antes três fatos : um, que o governo republicano é aquele em que o povo em bloco, ou somente uma parte do povo, detém o poder soberano; o monárquico, aquele em que um só governa, mas por leis fixas e estabelecidas; ao passo que no despótico um só, sem lei e sem regras, arrasta tudo pela sua vontade e pelos seus caprichos. A liberdade política não se encontra senão nos governos moderados.. Para que se não possa abusar do poder, é preciso que, pela disposição das coisas, o poder faça parar o poder.”O texto acima está contido na obra “O Espírito das Leis”, onde Montesquieu:a) acredita que só há liberdade política quando há leis. regras e equilíbrio entre os poderes.b) defende o relacionamento equilibrado e harmônico entre as três formas de governo,c) lança as bases da soberania popular para a escolha dc uma das três espécies de governos.d) justifica a liberdade política para a existência das três espécies de governos.e) preconiza a necessidade das três espécies de governo, para que “o poder faça parar o poder”:

70 - Adam Smith, em “A Riqueza das Nações” (1776), lançou os fundamentos da Economia Política Clássica. Para esse autor, o crescimento da riqueza de uma nação depende.a) da intervenção do Estado na economia, estabelecendo monopólios e preços.b) da natureza, mediante a correta utilização do solo nas atividades agrícolas e pecuárias.e) da produtividade do trabalho, em função de seu grau de especialização.d) da quantidade de metais preciosos e recursos minerais, acumulados com a exploração das colônias.e) do incremento das atividades comerciais, através da criação de companhias de comércio.

71 - Os fisiocratas, como defensores da teoria de que as leis econômicas são inerentes à Natureza e como tais devem funcionar livremente, davam um especial destaque à produção agrícola porque:a) encaravam com profunda desconfiança a indústria;b) consideravam condenável a política mercantilista;c) eram antes de tudo senhores feudais, isto é, proprietários;d) pensavam que só a agricultura produz um valor líquido;

e) viam o comércio e a indústria como atividades dispensáveis.

72 - Em 1688 ocorreu na Inglaterra a chamada “Revolução Gloriosa”, desdobramento natural do processo revolucionário iniciado em 1640, que criou as condições necessárias para a consolidação do capitalismo e possibilitou a afirmação internacional do Império Britânico como potência de primeira grandeza. Dentre os diversos reflexos de todo esse processo, é CORRETO dizer que:a) a burguesia consolida-se definitivamente no poder, afastando, por completo, a nobreza do cenário político.

b) o Parlamento afirma-se como fonte de poder, impondo limite à atuação administrativa e política do rei.c) o proletariado urbano toma consciência de sua força, atuando politicamente e garantindo sua influência a nível da tomada de decisões.d) a Igreja Católica sai fortalecida, estreitando sua relação com o Estado e resgatando o poder e a influência perdidos. e) o campesinato se mobiliza no sentido de suprimir as barreiras para o avanço dos cercamentos das terras, completando a revolução agrária.

73 - Um dos principais fatores que conduziram à independência dos E.U.A. foi:a) a concorrência mercantil na área do Caribe desenvolvida pelo comércio norte-americano em oposição à Inglaterra;b) a necessidade de romper o monopólio comercial que a Inglaterra exercia sobre os produtos agrários do Sul dos Estados Unidos;c) o lançamento sistemático de tributos por parte da Inglaterra, sem anuência da população norte-americana;d) a tentativa inglesa de impedir o desenvolvimento de relações comerciais diretas entre os E.U.A. e a França, o que levou esta a auxiliar militarmente os E.U.A. na Guerra da Independência;e) o processamento da Revolução Industrial nos E.U.A. , o que contrariava interesses ingleses.

74 - Em relação às Revoluções do Mundo Ocidental, no séc.XVIII, pode-se afirmar, no caso específico da Revolução Americana, que:1 . por volta de 1 763, das Treze Colônias inglesas da América do Norte, as de maior população eram as do sul, dominadas pelos grandes proprietários, que se constituíam em verdadeira aristocracia territorial, com base na escravatura africana;2. do ponto-de-vista econômico, as Treze Colônias gozavam de total liberdade comercial, o que explica as intensas relações com as Antilhas no século XVIII;3. o Tratado de Paris, em 1763, pondo fim à Guerra dos Sete Anos, trouxe graves prejuízos aos colonos norte-americanos, porque a Inglaterra, derrotada, obrigou-os a pagar pesados tributos. como o imposto do selo e a taxa sobre o chá;4. o “Senso Comum” de Thomas Paine (1 776) e a Declaração dos Direitos do Homem, redigida por T. Jefferson, ligam-se diretamente à independência dos Estados Unidos;5. a participação da França na Guerra de Independência dos Estados Unidos concorreu para diminuir o déficit do tesouro francês ao tempo de Luís XVI.a) 1 e 4b) 1 e 5c) 1 e 3d) 2 e 5e) 3 e 4

75 - “(...) nós, os representantes dos Estados Unidos da América, reunidos em congresso Geral (...) publicamos e declaramos solenemente, em nome e pela autoridade do

bom povo destas colônias, que estas colônias unidas são, e têm o direito de ser Estados livres e independentes; que são desligadas de toda a obediência à coroa da Inglaterra.”Esse trecho da Declaração de Independência dos Estados Unidos da América do Norte, de 04 de julho de 1776, sintetiza a ruptura dos laços que uniam as treze colônias britânicas à metrópole. Sobre o movimento de independência norte-americano, é correto afirmar, EXCETO:a) A crise do domínio colonial inglês na América do Norte teve corno ponto de partida a adoção política metropolitana de repressão ao crescimento do comércio colonial.b) A ruptura do domínio colonial britânico provocou a dissolução de todas as instituições econômicas do período colonial, inclusive a escravidão.c) A guerra dos Sete Anos (1756- 1 763), entre França e Inglaterra, contribuiu para o movimento de independência,

pois a metrópole transferiu aos colonos parte do ônus da guerra.d) Insatisfeitos com a política metropolitana, os colonos americanos buscaram inspiração teórica para o movimento de independência, encontrando-na na filosofia iluminista.e) A Revolução das treze colônias inglesas revelou a crise do sistema colonial mercantilista e foi a expressão dos anseios de autonomia da burguesia comercial local.

76 - Em meados do século XIX, os EUA eram, na verdade, dois países: o Norte e o Sul, separados por barreiras econômicas, sociais e culturais. Essas foram as razões básicas da Guerra de Secessão (1861-1865).Eram características dos Estados Nortistas, EXCETO:a) desenvolvimento industrial.b) ideal federalista.c) sociedade liberal.d) sociedade mais urbana.e) pretensão do livre-cambismo.

77 - Todas as alternativas expressam fatores do pioneirismo inglês no processo de industrialização, EXCETO:a) A Inglaterra foi a nação que mais lucrou com a Revolução Comercial, e em meados do século XVIII, era o país europeu com maior disponibilidade de capitais para aplicar na industrialização.b) A Inglaterra possuía, em pleno século XVIII, uma grande variedade de produtos dentro de suas fronteiras, bastando-se a si mesma.c) A supremacia naval inglesa proporcionou à Inglaterra o domínio do comércio mundial e a conquista de um vasto Império Colonial, ao mesmo tempo, consumidor de produtos industrializados e fornecedor de matéria-prima.d) A Revolução Gloriosa de 1688 possibilitou a ascensão política da burguesia, o que contribuiu para impulsionar o desenvolvimento do capitalismo inglês.e) A posição geográfica insular do país preservou a Inglaterra das devastações provocadas pelas guerras européias da época moderna.

78 - “Assim a Inglaterra pedia lucros e recebia lucros. Tudo se transformava em lucros. As cidades tinham sua sujeira lucrativa... Pois a nova cidade não era um lar onde o homem pudesse achar beleza, felicidade, lazer... mas um lugar desolado e deserto, sem cor, ar ou riso, onde o homem, a mulher e a criança trabalhavam, comiam ou dormiam... As novas fábricas e os novos alto-fornos eram como as pirâmides, mostrando mais a escravização do homem que seu poder...”(J.L. e Bárbara Hammond. The Rise of Modern Industry).A partir deste texto, podemos fazer as seguintes afirmativas sobre os efeitos sociais da Revolução Industrial, EXCETO:a) deu-se um intenso deslocamento da população rural em direção às cidades, modificando-se a densidade demográfica:

b) a classe operária, destituída dos seus meios de produção, tinha que se submeter ao regime das fábricas e das máquinas:c) eram péssimas as condições de habitação; a concorrência do trabalho feminino era enorme: eram longas as jornadas de trabalho.d) as novas condições levaram os antigos artesãos e novos assalariados à revolta. Ocorrendo destruição de máquinas em vários lugares:e) transformação da estrutura agrária através dos cercamentos, o que permitiu a ampliação do mercado consumidor interno.

79 - Entre as pré-condições para o advento da Revolução Industrial Inglesa do final do século XVIII são corretas as afirmações, EXCETO:a) o cercamento dos campos e o desenvolvimento das atividades comerciais;

b) a construção de estradas de ferro e a invenção do tear mecânico;c) a exploração colonial e a adoção do protecionismo alfandegário:d) a concentração da propriedade agrária e a organização das grandes companhias de comércio;e) o desenvolvimento do sistema doméstico de produção e a proletarização dos camponeses.

80 - Nesta questão são feitas quatro afirmativas, cada uma delas pode estar certa ou errada.I - a Revolução Industrial na Inglaterra determinou a passagem da sociedade rural para a sociedade industrial;II - determinou a mudança do trabalho artesanal para o trabalho assalariado e a utilização da energia a vapor em lugar da energia humana;III - são fatores políticos da Revolução Industrial: a ascensão da numerosa classe dos pequenos proprietários e uma administração ineficiente;IV - a indústria doméstica, mesmo antes da industrialização, tendia a desaparecer.Leia-as com atenção e responda de acordo com a tabela abaixo:a) se todas as afirmações estiverem certas;b) se as afirmações 1, II e III estiverem certas;c) se as afirmações 1, III e IV estiverem certas;d) se as afirmações II, III e IV estiverem certas;e) se as afirmações 1, II e IV estiverem certas.

81 - A respeito da Revolução Industrial são corretas as proposições:1) foram antecedentes da Revolução Industrial: a acumulação de capitais e liberação de mão-de-obra;2) do surgimento da manufatura e declínio do feudalismo, originou-se a acumulação de capitais;3) a acumulação de capitais foi acelerada pela Revolução Comercial;4) a liberação de mão-de-obra possibilitou o crescimento do proletariado;5) com a Revolução Industrial, nasceu o capitalismo, tomando-se, assim, o sistema econômico predominante em muitos países do globo;6) a Revolução Industrial proporcionou o surto de desenvolvimento econômico dos tempos atuais.a) se todas forem corretas;b) se apenas 1 e 2 forem corretas;c) se apenas 2,3 e 5 forem corretas;d) se apenas 4, 5 e 6 forem corretas.e) se todas forem falsas.

82 - (PUC-SP) Os resultados sociais da Revolução Industrial, nos meados do século XIX consistiram em:

a) melhorias das condições de trabalho nas fábricas de tecidos, com a redução das jornadas de trabalho.b) constituição de uma classe de assalariados que tinha na venda de seu trabalho a única forma de subsistência;c) melhoria das condições de habitação e lazer com a organização de bairros operários;d) organização do mercado de trabalho, de maneira a assegurar o emprego a todos os assalariados;e) aumento da taxa de acumulação e de lucro em consequência da introdução de máquinas na indústria.

83 - A dramática situação dos trabalhadores da indústria, no século XIX, estimula o surgimento de idéias que buscam alternativas para superá-la. A partir de 1848, o socialismo científico passa a ser uma das bases ideológicas do movimento proletário. São formulações básicas do socialismo científico, EXCETO:a) o proletariado é a única classe verdadeiramente revolucionária;

b) a evolução histórica é o resultado da permanente luta de classes;c) a sociedade socialista é um conjunto de pequenas comunidades cooperativas;d) a sociedade socialista se baseia na propriedade social dos meios de produção;e) a ditadura do proletariado é o regime político da sociedade socialista.

84 - Os teóricos do Socialismo que defendiam a construção de um mundo mais justo se dividem em grupos distintos. Os socialistas utópicos, os socialistas científicos ou marxistas e os anarquistas. Um dos principais representantes do Socialismo Utópico foi Charles Fourier, que preconizava.a) a adoção da “Ditadura do Proletariado” para a superação da Ordem Capitalista.b) a divisão da sociedade em três classes, governada por um Conselho de Sábios.c) a iniciativa do Estado para a construção de “Oficinas Sociais” ou “Oficinas Nacionais”.d) a criação de falanstérios, fazendas coletivistas agroindustriais.e) a abolição da sociedade de classes e do Estado, acabando com a desarmonia da sociedade capitalista.

85 - Os problemas sociais decorrentes do processo de industrialização geraram teorias que procuravam uma sociedade mais justa. Entre elas está o Socialismo Utópico.São princípios básicos do Socialismo Utópico, EXCETO:a) criticas ao liberalismo econômico, sobretudo à livre concorrência;b) propostas de formação de comunidades auto-suficientes nas quais os homens teriam suas necessidades satisfeitas por meio da livre cooperação;c) formulação da teoria da mais-valia, desnudando o caráter de exploração do capitalismo;d) proposta de organização, em escala nacional, de um sistema de cooperativas de trabalhadores que negociariam, entre si, a troca de bens e mercadorias;e) atuação do Estado que, através da centralização da economia, evitaria os abusos típicos do capitalismo.

86 - Ao longo de todo o século XIX assiste-se à articulação da sociedade burguesa ao crescimento do capitalismo industrial e à expansão imperialista. O Socialismo é uma contrapartida a isso, indicando que o mundo do trabalho buscava uma nova ordem social.São indicativos dessa busca de uma nova ordem, EXCETO:a) o manifesto comunista que conclamava todos os trabalhadores a uma transformação radical do f modo de produção capitalista;

b) as Internacionais Operárias que congregavam diversas idéias sobre os problemas e identidade dos trabalhadores numa dimensão mundial;c) a Comuna de Paris que manteve a França, durante muitos anos, fora da nova ordem burguesa industrial;d) os anarquistas que defendiam a liberdade do indivíduo e a supressão de toda e qualquer forma de Estado;e) os socialistas utópicos que propunham uma sociedade futura ideal, mas sem indicar os meios de tomá-la real.

87 - Qual dos fatores que se seguem inspirou a ideologia socialista-marxista no século XIX e seus seguidores?a) a necessidade de expansão do mundo socialista, limitado que estava ao leste europeu e Rússia;b) a injusta distribuição da riqueza entre os detentores do capital e os donos da força de trabalho;c) a ação preconizadora dos utópicos e românticos que conseguiram, apesar das limitações, algum sucesso;d) a necessidade de se criar uma nova sociedade hierarquizada dentro de seus valores reais e tradicionais;

e) as constantes guerras que se faziam entre as duas facções - capitalistas e socialistas - com grande número de vítimas.

88 - O avanço do socialismo é dos movimentos operários, no decurso do século XIX, relacionam-se diretamente com:a) os efeitos sociais criados pela industrialização e as crises geradas pelo capitalismo;b) o fim do sufrágio universal e a criação das milícias populares;c) a preocupação nitidamente assistencialista de certas organizações de trabalho;d) a propaganda anticolonialista e defesa da propriedade privada;e) a caridade cristã e a negação dos postulados marxistas.

89 - A Revolução Francesa (1789-99) é considerada uma revolução burguesa clássica, pois seu caráter universal fez com que se transformasse em modelo, e como tal serviu de inspiração para vários outros movimentos dispersos no tempo e no espaço. Uma pluridade de fatores e de contingências determinou a eclosão do movimento revolucionário. Dentre eles, destacam-se, EXCETO:a) a perpetuação de uma política tnbutária distorcida, concentrando todo o peso da arrecadação pública sobre o terceiro estado.b) a crescente oposição ideológica ao regime absolutista, principalmente manifestada através da disseminação dos ideais de liberdade e igualdade, fruto do avanço do pensamento socialista.c) o desgaste das instituições políticas absolutistas, agravado pela incapacidade e desacertos administrativos cometidos pelos últimos Bourbons.d) a resistência da aristocracia às reformas, acentuando a incompatibilidade entre a ordem estamental estabelecida e a nova realidade social.e) a aceleração da crise financeira, marcada pelo aumento do déficit orçamentário do governo, resultante dos gastos da corte e das desastrosas guerras patrocinadas.

90 - A Revolução Francesa, entendida como mais importante dos movimentos sociais e políticos da Época Moderna, marcando o início de uma nova Era, apresentou, exceto:a) a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão como o embrião das práticas liberais e constitucionalistas do mundo contemporâneob) o aprimoramento de garantias e técnicas jurídicas, com a função de proteger os direitos individuais, prevenindo sua violação ou reparando-os prontamente;

c) a noção de que os direitos fundamentais do homem e do cidadão estão acima do Estado e têm valor mais alto que este, impondo ainda ao Estado que os garanta;d) o modelo que inspirou todos os movimentos revolucionários, ocorridos a partir do final do século XVIII e início do século XIX, tanto na Europa como no continente americano;e) a aceleração do processo de independência das colônias inglesas da América do Norte, que incorporaram em sua Declaração de Independência os seus princípios fundamentais.

91 - A decadência do Antigo Regime na França, no decorrer do século XVIII, pode ser atribuída principalmente;a) à oposição parlamentar e nobiliárquica à política financeira e religiosa dos Monarcas;b) às conspirações e manobras de potências rivais, tais como a Inglaterra e a Áustria;c) à instabilidade política e à incapacidade administrativa de Luis XV e Luis XVI; d) ao fracasso do reformismo fisiocrático tentado por Turgot;

e) à oposição crescente entre os interesses da nobreza e da burguesia aliada à crise geral da economia de base agrária feudal.

92 - A multiplicidade de classes, o descontentamento e as tensões sociais abalaram profundamente os alicerces do Antigo Regime na França. Nesse contexto, a falência da monarquia funcionou como elemento catalisador, que transformou as tensões sociais em uma tremenda explosão revolucionária.As informações contidas no texto podem ser consideradasa) falsas, porque no final do século XVIII, o poder econômico da monarquia francesa mantinha-se estável em função dos crescentes empréstimos ingleses.b) falsas, porque o cenário social da França pré-revolucionária era constituído, exclusivamente, de uma classe social: a dos vassalos e servos submetidos à autoridade do rei.c) falsas, porque o elemento responsável pela revolução foi o Tratado de 1786, que reduzia os impostos sobre mercadorias inglesas vendidas na França, em troca da redução das taxas sobre o vinho francês, vendido na Inglaterra.d) verdadeiras, porque as finanças reais, deficitárias desde Luís XIV, se abalaram ainda mais, no reinado de Luís XVI, expondo a fragilidade de um regime cujos impostos eram considerados injustos e, por isso mesmo, cada vez mais questionados.e) verdadeiras, porque o investimento da monarquia, na indústria vinícola francesa, tinha sobrecarregado o Estado, que se via na contingência de emitir moeda para cobrir os crescentes gastos, o que o levou à falência.

93 - A partir de 1789, a França viu-se envolvida em um intenso processo revolucionário, que teria uma de suas culminâncias no ano de 1793, quando o Rei Luís XVI foi executado. Entre os princípios da revolução Francesa, pode-se, principalmente, identificar:a) a defesa intransigente de um Estado operário, revolucionário, através do qual o capitalismo fosse eliminado e as classes sociais, suprimidas.b) o compromisso com o fim dos privilégios da nobreza e com a construção de urna sociedade baseada no respeito aos direitos individuais.c) a valorização de uma sociedade estamental, hierarquizada, onde os segmentos da nobreza tivessem natural ascendência sobre a sociedade.

d) o compromisso com a tradição feudal francesa, em oposição aos grupos capitalistas emergentes e seus valores burgueses.e) a defesa do papel divino da Igreja Católica e a necessidade de se preservar o Cristianismo Romano no ocidente.

94 - “Ao terrorismo do censo sobre as idéias sucede o terrorismo do poder sobre as pessoas e sobre as coisas.” (FURET. François. Pensando a Revolução Francesa).A Reação Termidoriana foi liderada:a) pelos líderes jacobinos da ala liberal.b) pela aristocracia agrária que apoiava Luís XVI.c) pelos líderes do Diretório que apoiavam Bonaparte.d) pelos líderes montanheses da ala radical.e) pela burguesia abastada e conservadora.

95 - “A primeira preocupação desses republicanos precavidos, ao fazerem o inventário da herança deixada pela Revolução, era de excluir a fase montanhesa e especialmente a robespierrista.”(GÊRARI, Alice. A Revolução Francesa). O “Tèrmidor” significou para a burguesia ,republicana francesa:

a) a consolidação em proveito próprio dos resultados da Revoluçãob) a decadência cultural da França no século XVIII.c) a manutenção da tradição parlamentarista francesa que datava da Idade Média.d) a consolidação de uma monarquia popular visando aos interesses burgueses.e) a criação de um mito, prevalecendo a fase jacobina e o prestígio de Robespierre.

96 - Durante a Revolução Francesa, o Período Napoleônico pode ser caracterizado:a) como a fase de consolidação das instituições burguesas;b) pela vitória dos princípios de Montesquieu, evidenciada na promulgação da Constituição do Ano VIII (1799) e na Constituição do Ano XII (1804), estabelecendo, respectivamente, o Consulado e o Império.c) pela sucessão de coligações européias, organizadas pela Inglaterra com a adesão das Monarquias Absolutas continentais e explicadas unicamente pelo temor às ambições de Napoleão.d) pelo início de um governo autoritário que se manteve no poder exclusivamente pelo apoio do exército.e) pela decretação do Bloqueio Continental visando levar a Inglaterra à ruma e ressaltar o gênio militar de Napoleão.

97 - Durante a Revolução Francesa, a Fase da Convenção corresponde:a) ao governo de Luis XVI como Monarca constitucional,b) radicalização resultante da pressão exercida sobre o governo pela massa parisiense liderada pelo “sans-culottes “;c) à assinatura de um pacto ou convenção entre as facções políticas em luta;d) à expansão triunfal das idéias revolucionárias levadas pelos exércitos de Napoleão à toda Europa;e) à ditadura de Robespierre cujo regime de terror, estava apoiado numa Assembléia dominada pelos Girondinos.

98. Responda de acordo com as questões abaixo:1 - se a opção 1 está correta e a opção II não.2 - se a opção 1 está errada e a opção II não.3 - se a opção 1 e II estão corretas.4 se a opção 1 e II estão erradas.

( ) 1 - a 1ª fase da Revolução Francesa é de predomínio burguês.

2 - a 2ª fase da Revolução Francesa á de predomínio Girondino.( ) 1 - a Proclamação da República ocorre por jacobina. 2 - Foram líderes jacobinos: Danton e Marat.( ) 1 - O 1° Estado era a nobreza. 2 - O 2° Estado era a burguesia.a) 1 - 2 - 3b) 3 - 1 - 2

c) 4 - 2 - 3d) 3 - 2 - 4e) 1 - 4 – 4

A CRISE DO SISTEMA COLONIAL(D.JOÃO VI NO BRASIL E A INDEPENDÊNCIA)

99 - Em relação aos movimentos de independência nas Américas no século XIX, pode-se afirmar que:a) As pressões internacionais e as invasões militares européias na América, como as desencadeadas pela Santa Aliança conseguiram impedir, por décadas, o movimento de independência das colônias ibero-americanas.b) Os movimentos de independência, na América Latina, conduzidas por líderes oriundos das camadas populares, das

quais tiveram amplo apoio, permitiram a formação de repúblicas estáveis, segundo o modelo norte-americano.c) As independências dos países latino-americanos apresentaram, em geral, os sinais de uma transição histórica: - do antigo sistema colonial ibérico para um sistema de hegemonia e predomínio britânico.d) O principal fator de seleção dos movimentos de independência latino-americanos foi a Doutrina Monroe que, ao ser formulada, possibilitou a defesa dos novos países americanos contra as antigas metrópoles.e) A Inglaterra exerceu pouca influência sobre os países interessados nos movimentos de independência latino-americanos em função dos tratados de comércio e amizade que a ligavam a Portugal e ao asiento que firmou com a Espanha.

100 - A crise do Antigo Sistema Colonial representou um momento de grandes modificações econômicas , políticas e sociais ocorridas na Europa e no Brasil, a partir da segunda metade do século XVIII. Dentre elas, podem-se destacar, EXCETO:a) aumento de impostos sobre as riquezas coloniais em meio à crise dos produtos de exportação, como a baixa dos preços do açúcar e declínio da produção aurífera.b) avanço das estruturas capitalistas na Europa, permitindo a ascensão da burguesia ao poder, respaldada pela ideologia iluminista.c) abalo da escravidão negra no Brasil, uma vez que a liberdade passava a ser a palavra de ordem segundo o iluminismo.d) propagação das idéias iluministas que, defendendo a liberdade de comércio e condenando o absolutismo monárquico, acabaram influenciando os movimentos insurrecionais brasileiros.e) protestos dos proprietários de terras e de escravos, anteriormente aliados da Metrópole, contra os impostos abusivos, e proibição do fabrico de tecidos e objetos de metal.

101 - A economia do Brasil colonial, no último quartel do século XVIII, em face do contexto internacional, sofreu grande modificação caracterizada:a) pelo aumento da produção açucareira em São Paulo, que suplantou a dos centros produtores da Bahia e Pernambuco.b) pela queda vertiginosa da produção algodoeira, em face da retração do mercado norte-americano.

c) pelo desenvolvimento significativo das técnicas industriais, o que possibilitou melhora qualitativa da produção.d) pelo incremento da produção agrícola, especialmente da produção de açúcar para o mercado europeu e pela decadência da produção de fumo em face das restrições impostas ao tráfico negreiro.

102 - A crise do sistema colonial português no Brasil ocorrida na segunda metade do século XVIII, contou com

transformações internas e externas que a determinaram. São elas, respectivamente:a) a decadência açucareira, a Revolução Francesa e a Revolta do Porto.b) a decadência da produção algodoeira é a independência das colônias norte-americanas.e) a decadência açucareira e a Revolução Industrial Francesa.d) a decadência das minas, a derrota lusa na Guerra dos Boxers e a Revolução Industrial.e) a decadência da mineração, a Revolução Industrial e o Iluminismo.

103 - A crise do sistema colonial, no final do século XVIII, foi acelerada pela Revolução Industrial, porque:

a) a produção capitalista exigiu novos mercados, determinando o fim do monopólio dos países ibéricos.b) aprofundou a mediação exercida pelas Metrópoles ibéricas sobre o comércio entre a América e os mercados europeus.c) a crescente industrialização inglesa restringiu a exploração das matérias-primas produzidas nas colônias ibéricas.d) as colônias ibéricas da América, através de sua industrialização, libertaram-se da dependência em relação aos produtos da Metrópole.e) a aplicação da política mercantilista nas colônias ibéricas permitiu o acúmulo de capitais, impulsionando a industrialização.

104 - o pacto colonial e o monopólio lusitano do comércio brasileiro tiveram um ponto final com:a) o decreto de “Abertura dos Portos Brasileiros às Nações Amigas”, assinado em 1 808 pelo Príncipe Regente D.João.b) O “Tratado de Paz e Amizade” firmado entre Inglaterra e a Coroa Portuguesa, em 1 810.e) Os três “Tratados de Aliança, Comércio e Navegação” firmados entre Portugal e Inglaterra, em 1810.d) A promulgação do “Bill Aberdeen” que foi posteriormente incorporado à legislação brasileira sob a “Lei Euzébio de Queiroz”, em 1860.e) A elevação do Brasil e Reino Unido a Portugal e Algarves em 1815.

105 - “Mais uma vez, a dinastia vendia o Reino, como Esaú a primogenitura; mais uma vez depois de tantas, O Bragança, para conservar o trono, sacrificava o país.”Assim se referiu o historiador Oliveira Lima à assinatura dos tratados em 1810, entre Portugal e Inglaterra, cujos artigos estabelecem, EXCETO:a) Proibição da instalação da Inquisição no Brasil.b) Abolição imediata do tráfico de escravos por Portugal.c) Concessão de tarifas preferenciais aos produtos ingleses.d) Direito de reexportação de gêneros tropicais pelos ingleses.e) Liberdade de culto aos súditos britânicos residentes na colônia.

106 - A afirmativa de que, com a independência, “nós só mudamos de dono” é uma referência específica à:

a) ação conciliadora das Cortes portuguesas para com o Brasil.b) influência da política mercantilista sobre as colônias.c) manutenção dos interesses comerciais da Holanda.d) dependência política do Brasil a Portugal.e) dependência econômica do Brasil à Inglaterra.

107 - Apesar da liberdade para a instalação de indústrias manufatureiras no Brasil, decretada por D. João, através de alvará, datado de 1° de abril de 1808, estas não se desenvolveram. Isto se deveu, entre outras razões, à:

a) Impossibilidade de competir com produtos manufaturados provenientes dos Estados Unidos, que dominavam o mercado consumidor interno.b) Impossibilidade de escoamento da produção da Colônia, uma vez que Portugal, intermediário entre a Colônia, e a Europa estava ocupado pelos franceses.e) Canalização de todos os recursos para a lucrativa lavoura cafeeira, não havendo, por parte dos latifundiários, interesse em investir na indústria.d) Concorrência dos produtos ingleses, que gozavam de privilégios no mercado brasileiro.e) Dificuldade de obtenção de matéria-prima (algodão) na Europa, aliado à impossibilidade de produzi-lo no Brasil.

108 - A emancipação política do Brasil não se limita ao “Grito do Ipiranga”, em 07 de setembro de 1822. Deve, ao contrário, ser compreendida como um processo.São fatores que explicam a emancipação política do Brasil, EXCETO:a) O interesse da burguesia inglesa de alcançar livremente o mercado brasileiro.b) O anseio dos grandes proprietários coloniais de romper com o exclusivo metropolitano.c) A expansão napoleônica na Europa, forçando a transferência da Corte Portuguesa para a colônia.d) A divulgação da idéias liberais, que no Brasil assumiram um caráter anticolonialista.e) A pressão exercida pelos escravos no sentido de se abolir a escravidão no país.

O BRASIL IMPÉRIO (1822-1889)

109 - O Primeiro Reinado pode ser considerado como período de consolidação de um processo que teve inicio no final do século XVIII e que levou à emancipação política em 1822. Entre os fatos que marcaram este período de consolidação está:a) a crise que resultou na abdicação de D.Pedro I, em 1831, resultou da aproximação do soberano com os liberais radicais, desencadeando a reação dos conservadores e portugueses.b) a confederação do Equador foi uma reação de grupos ligados aos interesses portugueses e, portanto, contrários à independência.c) o fracasso da política externa, que não obteve o reconhecimento da independência por nenhum pais europeu.d) a vitória das idéias liberais inspiradas no modelo da revolução Francesa, na elaboração constitucional levada a cabo pela Assembléia, em 1824.e) o controle das Províncias pelo poder imperial, centralizado no Rio de Janeiro, após o final das Guerras de Independência.

110 - Entre 1810 e 1825, as colônias espanholas na América deflagraram um movimento antimetropolitano que resultou na independência política dessas áreas coloniais. Sobre esse processo de independência, é correto afirmar que, EXCETO:

a) O movimento emancipacionista teve um forte sentido popular, pois a massa camponesa e indígena desempenhou nele um papel de vanguarda.b) A invasão da Península Ibérica pelas tropas napoleônicas abriu espaço para a manifestação antimetropolitana, motivada pela rejeição às autoridades francesas.c) O auxílio inglês foi fundamental para a vitória das forças coloniais, já que a Inglaterra buscava novos mercados consumidores de sua produção industrial.d) Algumas lideranças coloniais foram influenciadas pelas idéias do Iluminismo, dando a este um nítido caráter de ideologia de libertação anticolonialista.

e) Após a independência, ocorreu a fragmentação política da América Espanhola, sendo a República a forma de governo predominante nos novos países.

111 - “A 3 de maio de 1823, reuniu-se a Assembléia Constituinte, formada por deputados eleitos em 14 províncias. Os deputados, em sua maioria padres, magistrados, militares, grandes senhores e funcionários públicos, não possuíam experiência legislativa. Muitos deputados eram nativistas, o que incomodava o Imperador. Vários acontecimentos tiveram lugar, acentuando o conflito entre as posições nativistas da Assembléia e as posições do Imperador, culminando com a dissolução Assembléia por D.Pedro.”

Com base no texto acima pode-se concluir que a causa principal para a dissolução da Assembléia Constituinte por D.Pedro foi:a) a falta de experiência legislativa dos deputados eleitos.b) o fato de a Assembléia representar apenas 14 províncias.c) a falta de grandes constitucionalistas entre os deputados.d) a existência de funcionários públicos entre os deputados.e) a divergência de opinião entre o Imperador e a Assembléia.

112 - A Confederação do Equador (1824), movimento que se estende às províncias do nordeste, tem sua origem no(a):a) ação dos brasileiros no sentido de resguardar o recém-criado Império e garantir a unidade territorial.b) movimento interno, que se transforma em guerra civil entre as províncias do nordeste contra as do sul.c) revolta entre as províncias do nordeste contra os atos absolutistas de D.Pedro I, ao dissolver a Constituinte.d) oposição das províncias nordestinas contra a reação retrógrada imposta pelo colonialismo português.e) reação das províncias do nordeste contra a Metrópole, que exige o retorno do Pacto Colonial.

113 - As lutas políticas do Primeiro Reinado foram definidas como o confronto entre brasileiros e portugueses, empenhados os primeiros na consolidação do Estado Nacional e os Segundos na volta aos antigos privilégios colonialistas. Dentre os brasileiros podem-se distinguir duas tendências:a) o partido que representava a classe dos proprietários rurais pretendia um absolutismo do Imperador, eqüidistante dos brasileiros radicais e dos portugueses; as classes populares, empolgadas pelo xenofobismo dos primeiros anos de independência, pretendiam a queda de Pedro I.b) O partido que representava a classe dos proprietários rurais era socialmente conservador e dirigia sua oposição unicamente contra a política dominante e o Imperador; as classes populares, representadas pelos democratas radicais, aspiravam por reformas sociais mais profundas.c) para os proprietários rurais a Independência tinha um significado muito mais radical e com ela pensavam alterar a ordem vigente herdada da colônia; as classes populares,

representadas pelos democratas radicais, propunham que Pedro I liderasse o processo de formação do Estado Nacional.d) para a classe dos proprietários rurais tomara-se fundamental a destruição da reação portuguesa que representava o fantasma da recolonização; às classes populares, os portugueses apareciam como possíveis aliados, pois seus interesses ligavam-se também à atividade mercantil.e) tanto para a classe dos proprietários rurais quanto para as classes populares, a implantação do Estado Autoritário era o único meio de organizar-se politicamente a Nação;

divergiam, porém, quanto ao regime político a ser implantado: Monarquia ou República.

114 - No período que se seguiu imediatamente à Abdicação de D.Pedro I, algumas reformas político-administrativas tiveram por objetivo reforçar a autonomia local contra a forte centralização do 1° Reinado.As mais importantes foram as que se consubstanciaram:a) na Lei de Interpretação do Ato Adicional e no Código de Processo Civil.b) na criação do Conselho de Estado e na supressão do Poder Moderador; c) na reforma do Código do Processo Criminal e no Ato Adicional;d) no Código do Processo Civil e na reforma das Ordenações Filipinas;e) no Código do Processo Penal e no Ato Adicional.

115 - São conseqüências da expansão cafeeira no Brasil, na segunda metade do século XIX. EXCETO:a) melhor distribuição de renda, demonstrada pelo alargamento dos grupos médios urbanos.b) ampliação do trabalho assalariado, tanto no campo quanto na cidade.c) diversificação da reaplicação dos lucros.d) ampliação dos meios de circulação e do volume de exportações.e) ampliação do mercado consumidor interno.

116 - São causas da abdicação de D.Pedro I (1831), EXCETO:a) Questão da sucessão do trono português;b) Enraizamento da crise econômico-financeira;c) Demissão do “Ministério dos Marqueses”.d) Campanha de oposição feita pela imprensa;e) Assassinato do jornalista Líbero Badaró.

117 - (Pucpr) Como o Marxismo, o Anarquismo foi um movimento contrário ao Capitalismo. Talvez mais radicais que os marxistas, os anarquistas desejavam a destruição do Estado, que deveria ser substituído pela cooperação de grupos associados.No Paraná, no século XIX, o agrônomo e músico italiano Giovanni Rossi fundou uma experiência anarquista em:a) Palmeira - Colônia Cecíliab) Cerro Azul - Colônia Assunguic) Paranaguá - Colônia Superagüid) Colombo - Colônia Alfredo Chavese) Santa Felicidade - Colônia Senador Dantas.

118 - (Uerj) Os anarquistas, senhores, são cidadãos que, em um século em que se prega por toda a parte a liberdade das opiniões, acreditam ser seu dever recomendar a liberdade ilimitada. (...)Os anarquistas propõem-se, pois, a ensinar ao povo a viver sem governo, da mesma forma como ele começa a aprender a viver sem Deus.

Declaração dos Anarquistas, 1883.(VOILLIARD, Odette et alii. Documents d'Histoire Contemporaine (1851-1971). Paris: Armand Colin, 1964.)

No texto acima, está apresentado o seguinte princípio do anarquismo:a) rejeição do poder instituído, negando a necessidade do Estadob) recusa das eleições, substituindo-as pelo sindicalismo revolucionárioc) fim do Estado e da Igreja, pregando sua substituição por ações de um cooperativismo associacionistad) superioridade da ação profissional sobre a da política, buscando a independência dos partidos políticos.

119 - (Ufmg) Em 1891, o Papa Leão XIII editou um documento - a encíclica "Rerum Novarum" - que deixou marcas profundas na Igreja Católica. A importância desse documento transcende os muros da Igreja, haja vista que ele redefiniu o pensamento católico e o modo como essa Instituição se relacionava com as sociedades em que atuava.

Considerando-se a influência da "Rerum Novarum", é CORRETO afirmar que essa encíclicaa) significou uma condenação vigorosa da guerra e do colonialismo, pela manifestação do pacifismo e do humanismo inerentes aos valores cristãos.b) deu origem ao pensamento social católico, a partir do impacto da expansão do capitalismo e do crescimento do ideário socialista.

c) transformou a Igreja em aliada do movimento fascista, abrindo caminho para a Concordata entre o Papa e o Estado italiano.d) representou uma tomada de posição do Vaticano contra a religião muçulmana, que crescia em ritmo acelerado e ameaçava a posição hegemônica do catolicismo.

120 - (Ufsc) Assinale a(s) proposição(ões) VERDADEIRA(S) em relação ao processo de independência do Brasil.

(01) A independência do Brasil, a sete de setembro de 1822, atendeu aos interesses da elite social do Brasil Colônia e da burguesia portuguesa favorecida pelo decreto de Abertura dos Portos de 1808.(02) A revolta em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, liderada pelo alferes Joaquim José da Silva Xavier, apressou os planos de D. Pedro, apoiado pela aristocracia. Forçado pelas circunstâncias, teve de proclamar a independência.(04) No período colonial ocorreram numerosos motins e sedições como: a Aclamação de Amador Bueno, em São Paulo; a Guerra dos Emboabas e a Revolta de Vila Rica, em Minas Gerais.(08) A Maçonaria no Brasil, no século XIX, defendia os princípios liberais. As Lojas Maçônicas, em especial as do Rio de Janeiro, tiveram papel importante no movimento pela separação do Brasil de Portugal.(16) A independência, proclamada por D. Pedro, foi aceita incondicionalmente por todas as províncias.Soma ( )

121 - O que representou o “regresso” na regência de Araújo Lima e qual o seu principal mecanismo de atuação?

122 - Assinale a(s) proposição(ões) VERDADEIRA(S) referente(s) às lutas pela independência das colônias da América Latina.

O amor da liberdade deve ser, [...] invencível como é a morte; deve [...] ter a sede do infinito; deve ser grande como o universo que o contém.

(ANDRADA, José Bonifácio de. Discursos Parlamentares. Apud HOLANDA, S. B. História da civilização. São Paulo: Nacional, 1979).

(01) O surgimento de dois líderes nacionalistas na América do Sul, como Simon Bolívar e José de San Martin, influenciou o êxito das lutas pela independência.(02) O longo período de submissão à política praticada por Portugal e Espanha nas colônias provocou descontentamentos que, com o tempo, transformaram-se em manifestações pela independência.(04) Na Espanha e em Portugal, a difusão das idéias de pensadores como Locke, Voltaire e Rousseau desempenhou papel relevante nos esforços de manter o controle sobre as colônias na América.

(08) Os argentinos, na sua maioria descendentes de nações indígenas, mantiveram o regime monárquico, mais próximo de suas tradições culturais milenares.(16) O Brasil proclamou sua independência de Portugal em 1822, sendo a única colônia americana a adotar o regime monárquico de governo ao se tornar independente.Soma ( )

123 - As revoltas do período regencial de caráter popular, ocorridas respectivamente no Maranhão e no Pará, foram:a) Farrapos e Praieira;b) Canudos e Contestado;c) Balaiada e Cabanagem;d) Sabinada e Alfaiates;e) Confederação do Equador e Praieira.

124 - O Ato Adicional de 1834 estabeleceu reformas na Constituição de 1824, entre as quais NÃO podemos destacar:a) a criação da Guarda Nacional;b) a substituição da regência trina pela regência una;c) a autonomia dada às províncias, com a criação das Assembléias Legislativas;d) a criação do município neutro do Rio de Janeiro;e) eleições para regente, para um mandato de quatro anos.

125 - O período Regencial da História do Brasil durou de 1831 a 1840.Sobre o mesmo, pode-se afirmar corretamente que:a) O Governo Regencial não estava previsto no texto da constituição e foi uma improvisação política, necessária devido à renúncia de D. Pedro I.b) Das guerras civis que eclodiram no período, a Cabanagem foi a que mais teve a participação das elites regionais.c) Apresentou grande instabilidade política, nele ocorrendo o perigo de fragmentação territorial, decorrente das várias guerras civis.d) Durante o período foi alterada a constituição, o que permitiu a substituição da forma unitária do Estado pela forma denominada federação.e) A criação da Guarda Nacional para a manutenção da ordem pública foi obra do Regente Uno Pedro de Araújo Lima.

HISTÓRIA

História do Brasil

Segundo Reinado (1840-1889): Os “Progressistas”, afastados do poder com a ascensão de Araújo Lima, passam a tramar a retomada do poder, e para atingir tal intento passam a defender a antecipação da maioridade legal do príncipe herdeiro, Pedro de Alcântara.Vários Clubes da Maioridade são fundados e um projeto é apresentado à Câmara, onde acaba conseguindo o apoio dos regressistas.

Pedro de Alcântara foi coroado Imperador, aos 14 anos de idade e leva os progressistas a comporem o seu primeiro gabinete ministerial.

Política Interna do 2º Reinado : A elite rural aprovou o golpe da maioridade efetuado pelos progressistas que fundaram o partido liberal, interrompendo a regência em poder dos progressistas que fundaram o partido conservador, com a finalidade de acabar com as rebeliões regenciais, garantindo a paz social e evitar a fragmentação do território, necessário ao processo de expansão do café.

O partido liberal para garantir a maioria do legislativo passa a utilizar de expedientes ilícitos como

violência física, fraude e corrupção eleitoral, fato este aplicado às eleições de 1840 e que a levaram a ficar conhecida como “eleições do cacete”. Tal acontecimento levou preocupação ao imperador.

REVOLUÇÃO LIBERAL DE 1842; PARLAMENTO ÁS AVESSAS E O GABINETE DE CONCILIAÇÃO

D. Pedro II procurando limitar o poder do partido liberal, acaba substituindo o gabinete liberal pelo conservador. Os liberais descontentes com a perda do poder passam a acusar D. Pedro II de autoritário e centralizador e iniciam um movimento, conhecido como Revolução Liberal de 1842, liderado por Teófilo Otoni em MG e padre Feijó e Tobias Aguiar em SP, mas o movimento liberal foi derrotado por Caxias.

O imperador brasileiro procurando ganhar a simpatia dos dois partidos, cria o modelo parlamentarista (1847) que no entanto funcionava de forma diferenciada do modelo britânico, onde no último o chefe do governo (1º ministro) era indicado pelo parlamento, não havendo subordinação deste ao chefe de Estado (rei ou presidente). No Brasil, D. Pedro II (chefe de Estado) indicava o Presidente do Conselho do Gabinete (chefe do governo), e este último mesmo com a prerrogativa da escolha do ministério, estava subordinado ao primeiro, o que levou o sistema brasileiro a ser conhecido como Parlamentarismo as avessas.

A partir de 1853, com o gabinete conservador de Honório Hermeto Carneiro Leão ate 1867 com o gabinete liberal de Zacharias, os dois partidos se alternaram no poder sem nenhuma divergência (Gabinete da conciliação). A divergência somente aparece quando os elementos do partido liberal influenciados pelo abolicionismo da guerra de secessão, passam a defender o fim da escravidão, enquanto os conservadores continuam a defender à manutenção.

Revolução Praieira (1848-PE): Este movimento foi influenciado pela Primavera dos Povos e pelo socialismo utópico, se tornando o primeiro movimento socialista do Brasil. As origens desse movimento se encontram nas

revoluções liberais de 1830, principalmente na França, onde a burguesia auxiliada pelo povo derrubam o conde D’ Artois (Carlos X), acabando com absolutismo implantando uma monarquia constitucional com Luís Felipe, o rei burguês, e pondo fim a dinastia dos Bourbons. A revolta Praieira começou em 1842 na sede do jornal “O diário novo” localizado na rua da praia, com a finalidade de acabar com o monopólio do comércio pernambucano controlado pelos portugueses (xenofobia). Em 1844 o movimento gera o partido da praia que surpreendentemente vence as eleições em todos os níveis. No poder, os praieiros passam a agredir os portugueses através de violência física e da tentativa de elaboração de uma lei que expulsasse todos os portugueses solteiros de Pernambuco. D. Pedro II preocupado com o radicalismo dos praieiros indica Araújo Lima para presidente do Conselho do Gabinete que passa a atuar, através das tropas de Caxias, com rigor na região. Os praieiros não se intimidaram e radicalizados ainda mais, passam a defender o socialismo, inclusive através da luta armada organizada por Pedro Ivo. O líder teórico e mais moderado era Borges da Fonseca que deixou o seu “Manifesto ao mundo”, com dez artigos reivindicatórios, sendo nove de cunho liberal, como: fim do monopólio português; fim do poder moderador; igualdade e autonomia dos três poderes; liberdade de imprensa e de pensamento etc. e o artigo de cunho socialista, defendendo a garantia do trabalho. Último grande movimento de oposição do 2º reinado, foi derrotado por Caxias.

Política Externa do 2º Reinado

Antecedentes: D. Pedro II inicia uma política de autonomia econômica em relação à Inglaterra, não Prorrogando mais os tratados de 1810, acabando com os privilégios da Inglaterra e protegendo a produção nacional através da tarifa Alves Branco. A Inglaterra resolve reagir prejudicando a estrutura produtiva escravista estabelecendo através da lei Bill Aberdeen (1844), a proibição do tráfico internacional de escravos. Depois da prática do contrabando, o Brasil acabou sucumbindo a pressão internacional, assinando em 1850 a lei Eusébio de Queirós, proibindo o tráfico de escravos para o Brasil.

Questão Christie: Dois acontecimentos banais transformados em conflito diplomáticos pelo encrenqueiro embaixador da Inglaterra no Brasil, Willian Christie. No primeiro caso, o navio “Príncipe de Gales” naufraga no RS e a carga supostamente desaparece. Christie exige o pagamento de & 3.200 e a chefia da investigação da Inglaterra. No 2º caso três oficiais da marinha britânica completamente embriagados causam desordens nas ruas do RJ, e acabam presos. Willian Christie exige desculpas formais de D. Pedro II e a demissão do comandante que deu voz de prisão aos oficiais. D. Pedro II recusa, e Christie manda aprender os navios brasileiros ancorados no porto do RJ. Leopoldo I, rei da Bélgica, servindo como mediador do conflito, acaba dando vitória ao Brasil, exigindo desculpas da Inglaterra. Diante da recusa, o Brasil rompe relações diplomáticas (1863-1865). A Questão do Prata: José Artigas tenta fazer a independência da colônia do Sacramento com ajuda da Argentina, no entanto, D. João VI influenciado pela mulher Carlota Joaquina irmã do rei da Espanha deposto por Napoleão acaba anexando esta região ao Brasil, com o

nome de província da Cisplatina. Em 1828, Frutuoso Rivera e Juan Lavallejja lideram o processo de independência do Uruguai. Rivera se torna o primeiro presidente do Uruguai e

funda o partido colorado (ligado aos comerciantes de Montevidéu) , e Lavallejja passa para o oposição, fundando

o partido Blanco (Ligado a elite rural do interior). No final do mandato de Rivera vence Manoel Oribe do partido Blanco, se aproximando da Argentina, onde o presidente portenho e unitarista, Juan Manoel Rosas, tinha o desejo de recuperar o vice-reino do Prata, formado pela Argentina, Uruguai e Paraguai. Rivera foge de Oribe, e no Brasil recebe apoio de Bento Gonçalves (líder da farroupilha). Os brasileiros sitiam Montevidéu, derrubando Oribe e recolocando Rivera. Rosas parte em defesa de Oribe, mas acaba surpreendido por um movimento federalista comandado pelo general Urquiza que toma o poder, restabelecendo a paz com o Brasil. O 4º presidente Blanco Atanásio Aguirre reinicia o enfrentamento com o Brasil, apoiado no Paraguai, governado por Solano Lopes.

A Guerra do Paraguai (1865/1870): A independência do Paraguai foi estabelecida em 1811 com a liderança de Gaspar Francia que permaneceu no poder até 1840. Na década de 30, Francia estabeleceu a reforma agrária para acabar com o entreguismo dos criollos (filhos de espanhóis nascidos na América) que por deterem o controle das terras, aprovavam o projeto de Rosas de formação pelo vice-reino do Prata, para escoamento de sua produção pela Argentina e pelo Uruguai. Antônio Carlos Lopes substituto de Francia, estabeleceu uma reforma na educação que praticamente erradicou o analfabetismo no Paraguai.

Solano Lopes, filho de Antônio Carlos Lopes, assumiu um Paraguai favorável, pretendo formar o Gran-Paraguai, dominando o Mato Grosso e conseguindo a saída para o mar através do RS. Solano Lopes estimula Aguirre a provocar uma invasão uruguaia em terras fronteiriças brasileiras. O Brasil sabendo da intenção do Paraguai, tenta a saída diplomática da missão Saraiva, no entanto, com a recusa da parte de Aguirre, o exército liderado por Mena Barreto e a marinha liderada pelo almirante Tamandaré cercam Montevidéu, derrubando Aguirre e colocam provisoriamente o senador Villalba, que passa o poder para o colorado Venâncio Flores.

Solano Lopes declara guerra ao Brasil ocupando o Mato Grosso e seqüestrando o navio “Marquês de Olinda”, além de passar por terras da Argentina para ocupar o Rio Grande do Sul. A Argentina, o Brasil e o Uruguai formam a tríplice aliança, armada e financiada pelo imperialismo britânico. Na batalha naval do Riachuelo, a marinha brasileira (liderada pelo almirante Barroso) esmaga a marinha paraguaia. A Tríplice Aliança liderada por Bartolomeu Mitre, presidente da Argentina, invade o Paraguai, derrubando a fortaleza de Humaitá. Em seguida acontece a batalha do Tuiti (a maior batalha da América do Sul). Bartolomeu Mitre se desentende com Venâncio Flores e o Brasil fica sozinho na guerra, liderado por Caxias que já substituía o general Osório. Caxias liderou as “dezembradas”: Lomas Valentinas, Itororó, Avaré, Angostura etc. Ao perceber o genocídio masculino paraguaio, Caxias pretende acabar com a guerra, mas acabou afastado e substituído pelo conde D’Eu, que só terminou a guerra com a morte de Solano Lopes, na batalha de Cerro Corá.

Caricatura de Solano Lopes

CONSEQÜÊNCIAS DA GUERRA PARA O PARAGUAI:- Genocídio masculino.- Indenização de guerra ao Brasil até o governo Vargas.- Destruição da economia.- Perda de território, etc.

Prisioneiros Paraguaios

CONSEQÜÊNCIAS DA GUERRA PARA O BRASIL:- Fortalecimento do exército.- Questionamento da monarquia e da escravidão.- Retorno à dependência econômica com relação à Inglaterra, etc.

Transformações Do Séc. XIX (Econômicas e Sociais): Antecedentes O café originário da Abissínia (Etiópia) chega ao Brasil no final do século XVIII, trazido por Francisco de melo Palheta para a região do Grão-Pará, estendendo-se inicialmente para o nordeste no período da produção de

subsistência. O café encontrou seu primeiro ambiente favorável no Rio de Janeiro partindo da floresta da Tijuca por dois caminhos: litorâneo (Santa Cruz, Angra dos Reis, Parati e o litoral paulista) e interiorano (partindo da baixada fluminense em direção ao vale do Paraíba - Vassouras, Valença, Barra Mansa, Resende e o interior Paulista).

O café se adaptou melhor no Vale do Paraíba devido ao clima de altitude e a proteção da Serra do Mar e da Mantiqueira, protegendo nas suas encostas o café da ação eólica. De duas a três décadas esta região se tornou a mais rica do Brasil. “O Brasil é o vale”, no entanto, se formou naquela região uma estrutura produtiva arcaica baseada nos mecanismos do período colonial onde os latifundiários locais, conhecidos como “Barões do café” continuavam a utilizar a mão-de-obra escrava; técnicas rudimentares de plantio e falta de investimento do capital, gastando o lucro obtido com a venda, com a manutenção de status; além do transporte rudimentar no lombo de burros e carros de boi.

Estes motivos citados mais a ausência de terra roxa e de planície, para expansão do café, bem como as erosões provocadas pela chuva e desmatamento, foram responsáveis pela crise gradativa do café na região do vale. O Café no oeste paulista: Inicia em Campinas (Velho oeste paulista) e se estende para Ribeirão Preto (Novo oeste paulista). O café se adaptou nesta região devido a presença de terra roxa e de vasta planície, além da formação de uma nova mentalidade empresarial. A primeira experiência com o trabalho livre imigrante no Brasil, aconteceu na fazenda Ibicaba, em Limeira, de propriedade do senador Nicolau

Campos Vergueiro, através do sistema de parceria de meiação (com a contratação da Alemanha e Itália), que

praticamente eram conduzidos para a servidão, até o pagamento da passagem, reajustada em 6% ao ano e ao reclamarem da situação, acabavam sendo tratados como escravos. Este sistema de parceria foi substituído pelo trabalho assalariado, atraindo italianos, espanhóis, portugueses, japoneses, turcos etc.

D. Pedro II cria a Lei da Terra (1850), determinando que a partir desta data toda propriedade somente poderia ser adquirida pela compra e registro do imóvel, com a finalidade clara de impedir o acesso do trabalhador livre ao domínio da terra.

A tecnologia chega ao campo com o trem substituindo o lombo de burro e o carro de boi. Ex.: São Paulo Railway (Santos-Jundiaí), Ituano, Mogiano etc.

A ERA MAUÁ: Primeira grande tentativa industrial do Brasil beneficiada pela sobra de capital gerada pela venda do café e pela proibição da compra de escravos; influenciada pela 2º revolução industrial que atingiu Bélgica, França, Alemanha, Itália, Rússia. EUA (Guerra de Secessão) e Japão (era meiji). O principal investidor do Brasil foi Irineu Evangelista de Sousa (Barão e visconde de Mauá) que deixou entre outras realizações: a primeira estrada-de-ferro ligando o centro do Rio a serra de Petrópolis (1º locomotiva brasileira); luz a gás; estaleiro Mauá, em Niterói; banco Mauá e o 2º banco do Brasil; transporte fluvial na Amazônia e Mato Grosso; cabo telegráfico submarino ligando o Brasil a Europa; em conjunto com o capital norte-americano, cria o primeiro transporte coletivo eficiente, o bonde puxado à cavalos etc.

Outra grande realização foi a construção da primeira rodovia moderna ( União indústria e comércio), ligando Juiz de Fora até Petrópolis (realização de Mariano Procópio). A era Mauá não deu certo economicamente devido a concorrência de produtos ingleses e da ausência de mercados internos, mas acabou trazendo a modernidade que não foi acompanhada pela monarquia.

Decadência do Segundo Reinado

ANTECEDENTES: A modernização trazida pela Era Mauá e pela nova mentalidade empresarial do Oeste Paulista acabou deixando a monarquia ultrapassada e sem sintonia com o novo momento histórico permitindo que a idéia da república se tornasse favorável à nova mentalidade material.

Outros Fatores responsáveis pela queda da monarquia

QUESTÃO SOCIAL OU ABOLICIONISTA: Inicia em 1850 com a Lei Eusébio de Queirós, no entanto, somente na década de 60, aparecem os primeiros abolicionistas do partido liberal, influenciados pela guerra de Secessão. D. Pedro II passa a governar somente com os conservadores, e estes criam leis protelatórias para adiar o fim da escravidão.

Em 187l aparece à lei Visconde do Rio Branco ou do Ventre Livre, determinando que toda criança nascida após essa data seria considerada livre. Surgem as sociedades abolicionistas se dividindo entre os que defendem ações diretas como os Caifazes que estimulam a revolta dos negros ou participam de planos de fuga dos escravos; e aqueles que preferem mudanças institucionais, ou seja, dentro da lei, com destaque para Joaquim Nabuco, José do Patrocínio, André Rebouças, Rui Barbosa, Castro Alves, etc.

Em 1885 surge a lei Saraiva-Cotegipe ou do sexagenário determinando que todas pessoas acima de 60 anos + cinco de indenização seriam consideradas livres.

Em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel assina a lei Áurea no gabinete conservador de João Alfredo. Os republicanos de 13 de maio ou de última hora são os ex-monarquistas escravocratas que revoltados com a perda dos escravos sem indenização passam para o lado da república. Questão Militar: Esta questão está diretamente ligada a vitória dos militares brasileiros na Guerra do Paraguai, onde estes saíram com a idéia de Salvadores da Pátria e campeões da moralidade, passando a entrar em choque com a máquina administrativa corrupta da monarquia, representada pelos casacas ( políticos do império).

O Coronel Sena Madureira acusou os casacas de desviarem verbas do Montepio militar, além de receber um jangadeiro abolicionista do Ceará, Francisco Nascimento, “o dragão dos mares”. O Ten. Cel. Cunha Matos acusou os casacas de desviarem verbas do fardamento militar no Piauí. Os militares passaram a ser influenciados pelo positivismo

de Augusto Comte, filosofia do capitalismo concorrencial e monopolista da 2º revolução industrial, baseado no lema: “Ordem e progresso”, que teve no Ten. Cel. Benjamin Constant seu principal representante militar no Brasil. Augusto Comte. pretendia estabelecer a religião da humanidade (ateísta) e acreditava que a humanidade passa por 3 estágios: estado teológico; estado metafísico e estado positivo.

QUESTÃO RELIGIOSA: Esta questão está relacionada com a luta de unificação da Itália e da Alemanha. Em 1848, o rei Carlos Alberto do reino de Piemonte-Sardenha apoiou o projeto de Mazzini e Garibaldi de unificação da Itália derrotada pelos austríacos que substituíram o rei pelo seu filho Victor Emanuel II.

Na França, a “Primavera dos povos” derrubava a monarquia do rei burguês Luís Felipe, implantando a 2º república francesa através de uma coligação formada pelo liberal Lamartine (presidente), pelo conservador Ledru-Rolim, o operário Albert e o socialista Louis Blanc. A esquerda foi gradativamente afastada do poder e Luís Napoleão, sobrinho de Napoleão Bonaparte, chegava ao poder, e mais tarde através de um golpe restabeleceu o 2º império, assumindo o título de Napoleão III.

Napoleão III apoiou inicialmente a luta de unificação da Alemanha e da Itália em 1870. Oto Von Bismark, chanceler de ferro, ministro do Kaiser Guilherme, unificou a Alemanha do Norte na guerra dos Ducados contra a Dinamarca e Áustria. Neste mesmo período o rei Victor Emanuel II apóia a ação da maçonaria carbonária com a lide-rança ao norte do conde Cavour e ao sul de Garibaldi. Napoleão III para apoiar a luta de unificação temendo que a Alemanha unificada disputasse a rica região de Alsácia-Lorena, e pressionado pelos católicos franceses, parte em auxílio do papa Pio IX.

A Alemanha aproveita para derrotar os franceses na Batalha de Sedan e anunciar no palácio de Versalhes a ocupação de Alsácia-Lorena (Tratado de Frankfurt) e a formação do 2º Reich. A maçonaria italiana aproveita para tomar as terras da igreja - Questão romana. O papa Pio IX anuncia a bula Syllabus expulsando todos maçons da igreja católica. No Brasil, dois bispos: Dom Vital Farias de Oliveira (Olinda) e D. Antônio Macedo da Costa (Belém), acatam a bula, contra a determinação de D. Pedro II, e são condenados à prisão, fato que causa a 1ª grande separação da igreja do Estado

A República

O surgimento da República: Não houve nada de revolucionário na proclamação da República, nem se

avançou democraticamente com o advento deste regime. Isso fica claro no sufrágio que, segundo novos critérios, fazia com que a República tivesse menos eleitores do que na época imperial.

A proclamação e os governos militares: A última proposta monarquista: Diante de várias pressões por

mudanças, o Imperador manda ao Congresso um grupo de reformas que incluíam: ampliação do eleitorado para todos os alfabetizados que trabalhassem, autonomia dos municípios, liberdade de culto, Senado não-vitalício, aperfeiçoamento do ensino, nova lei de terras facilitando sua aquisição e redução dos direitos de exportação. Essas reformas, se aprovadas, levariam a um regime mais democrático e igualitário do que foi toda a República, porém foi barrado no Congresso pelos senadores. O Imperador, então, dissolve o Congresso e antes da nova reunião, O Império cairia.

Popularidade do Império: Apesar de toda a crise, o Império estava no auge de sua popularidade, devido à abolição. Um grupo abolicionista chamado Guarda Negra, liderado por José do Patrocínio, atacava convenções republicanas e apoiava a sucessão da Princesa Isabel.

O golpe: Com o Congresso dissolvido o general afastado, Deodoro da Fonseca, lidera o golpe contra o Império, criando um governo provisório (1889-91) e convoca uma Assembléia Constituinte.

História Geral

Unificação Italiana

Durante todo o século XIX grupos liberais e radicais tentaram obter a unidade política dos reinos da península itálica. Assim foi, por exemplo, com o movimento da Jovem Itália liderado por Mazzini e derrotado em 1830 e 1848.

Mas nos anos seguintes o processo de unificação se acelera, com as ações dirigidas pelo reino do Piemonte e Sardenha, ao norte, O rei Vítor Emanuel II e o seu primeiro-ministro, o Conde Cavour articularam alianças e venceram conflitos durante a segunda metade do século em etapas, como:

• 1859-1860: anexação de reinos como a Lombardia, Patina, Módena e Toscana após lutas contra a Áustria, tendo apoio da França.

• 1860: incorporação do Sul já unificado pela campanha republicana encabeçada por Giuseppe Garibaldi e o seu exército “camisas vermelhas”.

• 1861: cessão da Sabóia pela França de Napoleão III

• 1866: aproveitando-se dos resultados da guerra Austro Prussiana, Veneza é ocupada.

• 1870: com a Guerra franco-Prussiana, os territórios da Igreja, antes protegidos pelo debilitado exército francês, são anexados (Roma).Somente no século XX a Itália estará plenamente constituída, quando receber os territórios irridentos (Trieste e Istria) após a Primeira Guerra Mundial e quando, em 1929, Mussolini acordar com o Papa a situação política do Vaticano, resolvendo a Questão Romana com o Tratado de Latrão.

Unificação da Alemanha

Na região da Confederação Germânica, Prússia e Áustria lutavam por uma maior hegemonia. Em 1834, um primeiro passo rumo à unificação foi dado, com a união aduaneira estabelecida entre os Estados Alemães para viabilizar um equilíbrio econômico e o desenvolvimento industrial. Essa política foi chamada de Zolverein.

Tal como na Itália, na Alemanha também houve a liderança de um reino no processo de unificação. A Prússia, do imperador Guilherme I e do primeiro-ministro Otto Von Bismarck, determinou as etapas do avanço:1684: anexação de territórios ao norte com a vitória na Guerra dos Dois Ducados contra a Dinamarca.1867: criação da Confederação Germânica do Norte, com a inclusão de Estados até então pertencentes à Áustria, enfraquecida.1871: vitória na Guerra Franco-Prussiana, provocada pelo próprio Bismarck, interessado na conquista de territórios ricos em minerais como a Álsácia-Lorena, retirada da França pelo Tratado de Frankfurt. A região pertenceu à Alemanha até o fim da Primeira Guerra Mundial. Ali nasceu o II Reich.

Imperialismo

Conceito: Novo colonialismo empreendido pelas potências européias, EUA e Japão na segunda metade do século XIX, gerado pela expansão industrial e pela necessidade de novos mercados e novas fontes de matéria-prima, estabelecendo formas de dominação sobre a África, Ásia e América Latina. Em alguns pontos, essa nova forma de colonização se aproxima do modelo típico dos séculos XV e XVI, mas traz também aspectos próprios.

CONTEXTO* Segunda Etapa da Revolução Industrial* Capitalismo financeiro e especulativo, com concentração de forças nos bancos e bolsas de valores.* Monopólio (formação de Holdings, Trustes e Cartéis).* Nacionalismos: a formação da Itália e da Alemanha, o revanchismo francês pela perda da Alsácia-Lorena, o expansionismo inglês... Todo esse contexto fortalece as disputas ideológicas nacionalistas, bem retratadas pelos discursos políticos e pela literatura romântica à época.

* Desenvolvimento científico e Superprodução: o avanço das técnicas de produção e das pesquisas científicas acirrou os debates e causou uma grande crise motivada pela superprodução na década de 1870. A ampliação de mercados foi a solução encontrada.

LEGITIMAÇÃO: Para justificar sua dominação sobre as áreas periféricas, as nações dominadoras usaram de argumentos mais ideológicos que políticos-econômicos. Podemos falar de uma:* Missão Religiosa: os cristãos (católicos e protestantes) europeus condenavam o politeísmo das tribos africanas e o orientalismo dos povos asiáticos, se apresentando como missionários.* Missão Cientifica: dominadores, em expedições científicas, principalmente ingleses e franceses, se apossavam de várias riquezas do mundo antigo (egípcio, oriental...) alegando serem capazes de proteger o patrimônio mundial ali encontrado.* Missão Civilizadora: os dominadores alegavam ainda que carregavam com eles, o “fardo do homem branco”, tendo o peso de levar aos homens do submundo, a civilização.

FORMAS DE DOMINACÃO: Na Colonização no continente africano foi utilizada a dominação política e militar pesada, em muito semelhante ao colonialismo do século XVI. O controle dos europeus sobre o território foi definido entre as potências, a partir da Conferência de Berlim, realizada em 1885, onde foi efetivada a Partilha da África.

* Protetorado: em áreas como a Índia (controlada pela Inglaterra) ou Porto Rico (pelos Eua), houve uma dominação política que conciliou autoridades locais e imperialistas, facilitando a submissão econômica da região. * Áreas de Influência: apresenta-se como uma dominação mais econômica, com manutenção da forma de governo local. É o caso da China.

ALGUNS CONFLITOS IMPERIALISTAS

* Guerra do Ópio (China, 1840-1842)Esse conflito foi o primeiro da relação turbulenta entre Inglaterra e China durante o século XIX. Sua principal motivação foi a proibição do comércio ilegal do ópio que os ingleses produziam na Índia e vendiam no rentável mercado

chinês. O pretexto necessário para o início da guerra surge quando o governo imperial chinês ataca navios carregados de ópio inglês em seus portos. Dois anos se choques se

arrastam e as conseqüências da derrota para a China são desastrosas: a assinatura do Tratado de Nanquim, em 1842, que deu prioridade a Inglaterra nos portos comerciais chineses e a colocou Hong-Kong como protetorado britânico durante 150 anos.Outras guerras motivadas pelo Ópio aconteceram na China. Uma delas, também importante, foi a Segunda, entre os anos de 1857 e 1860, com nova derrota para o império Manchu. Como conseqüência a China foi ainda mais submetida aos interesses das potências imperialistas, com a abertura de outros onze portos determinada pelo Tratado de Pequim.

* Revolta de Taipin (China, 1851)Alguns anos após à Guerra do Ópio, nacionalistas chineses contrário às imposições imperialistas da Inglaterra tentam uma revanche, sendo fortemente arrasados.

* Revolta dos Cipáios (Índia, 1857-1859)Na Índia, grupos nacionalistas também se revoltam contra o imperialismo inglês. Sob orientação religiosa hindu, os guerreiros tentam combater as armas britânicas sem obter sucesso.* Revolta dos Boxers (China, 1900)

Militantes nacionalistas chineses, ligados às artes marciais e centralizados num grupo chamado de “Punhos da Harmonia” ou “Punhos Fechados” também se revoltam contra o imperialismo inglês que submete o país. Para demonstrar sua insatisfação, os rebeldes realizam atentados contra diplomatas das nações que estabelecem influência sobre a China. São combatidos pelas tropas internacionais.

* Guerra dos Bôeres (África do Sul, 1889-1902)

Na África do Sul, colonos holandeses (ocupantes da região desde a Conferência de Berlim e batizados localmente de bôeres) rivalizam com os ingleses interessados na extração

de ouro e diamantes encontrados na região. O conflito envolve grupos locais e termina com a vitória inglesa, que passa a deter o monopólio sobre a atividade.

Imperialismo do Japão e EUA: Importante lembrar que não só as nações européias realizam expansão imperialista no mundo. Os Eua, sob a crença na Doutrina Monroe e no Big Stick, também submeteram territórios na América Latina a seu controle político, militar e econômico. Isso se manifesta, por exemplo, na Guerra Hispano-Americana-Cubana, de 1898, quando os Eua auxiliam Cuba em sua luta de independência contra a colonização espanhola. Em troca, os americanos incluem na constituição cubana, a Emenda Platt, que lhe conferia privilégios comerciais sobre o país e autorizava o estabelecimento de uma base militar na ilha, em Guantânamo. Outro exemplo da dominação norte-americana se apresenta na questão do Canal do Panamá. Os Eua patrocinam as lutas separatistas dos panamenhos contra os colombianos e consegue, em troca, o monopólio sobre o istmo por cinqüenta anos.

O Japão também mostra sua faceta imperialista. Após a revolução Meiji, em 1868, o avanço industrial capitalista do país gera a necessidade de busca por novas fontes de matéria-prima em função ainda, das dificuldades naturais do arquipélago. Em guerra contra a China (que defendia a Coréia) entre 1894 e 1895, o Japão consegue submeter Formosa e auxilia na separação dos coreanos. Mais à frente uma vitória surpreendente para o mundo na Guerra Russo-Japonesa em 1904-1905. O triunfo nipônico, no Tratado de Portsmouth, garantiu importantes áreas minerais para o país e acelerou a crise russa.

Reflexos do Imperialismo: A corrida imperialista é normalmente apresentada como o acontecimento que percorre o intervalo de tempo entre os anos de 1871 e 1914. Nesse período, é comum que usemos as expressões “Paz Armada” ou “Corrida Armamentista”, fazendo referência a um contexto que não viveu com praticamente nenhuma guerra externa. As nações rivalizavam, disputavam mercados e influência geopolítica e preparavam suas indústrias bélicas para um possível grande conflito. Parecia haver uma expectativa pela guerra. Ao mesmo tempo, o mundo respirava um estilo de viver tipicamente burguês, de ostentação, intelectualidade e modernidade: era a Belle Epóque, tempo da Paris iluminada, centro cultural do planeta. Mas nem mesmo essa mentalidade impediu que o caos se iniciasse. As luzes se apagaram quando o príncipe austríaco Francisco Ferdinando foi assassinado em 1914, dando início a uma Guerra Mundial. E os homens acreditavam ser aquele o maior conflito da história, sem poder imaginar que se tratava apenas da Primeira.

1ª Guerra Mundial (1914-1918)

A Primeira Guerra é fruto dos interesses capitalistas que opunham as grandes nações desde o fim do século XIX. A raiz do conflito é, portanto, o Imperialismo. A busca frenética por novos mercados e fontes de matéria-prima que

pudessem guinar a industrialização desses países fez a produção bélica crescer de forma assustadora entre os anos de 1871 e 1914, época da corrida armamentista, ou da Paz Armada. Para os mais românticos o início da guerra anunciava o “apagar das luzes” de uma época mágica, da bela época.

O imperialismo catalisou os nacionalismos e tornou ainda mais agudo o sentimento de revanche dentro da

Europa. Esses conflitos nacionalistas podem ser analisados nos seguintes momentos/aspectos:* Revanchismo francês: a França alimenta um espírito de vingança contra os alemães desde a derrota na Guerra Franco-Prussiana de 1871, quando no final, pelo Tratado de

Frankfurt, a Alemanha se apossava da tão cobiçada região da Alsácia-Lorena.* Pan-Germanismo: a sede de expansão do Imperador Guilherme II da Alemanha alimentou alguns atritos principalmente contra a Inglaterra, França e Rússia. Os alemães desejavam a construção da ferrovia Berlim-Bagdá para facilitar o acesso ao petróleo do Oriente Médio. Nesse projeto ameaçavam a hegemonia russa e britânica na região.* Pan-eslavismo: o Império Russo, enfraquecido pelas derrotas para o Japão em 1904-05, busca sua hegemonia a região centro-oriental da Europa e a dominação dos estreitos de Bósforo e Dardanelos, o que lhe permitiria saída direta para o Mediterrâneo. Na mesma região, os Impérios Turco-Otomano e Austro-Húngaro são agitados por lutas separatistas das várias etnias locais.

Antecedentes

*Questão Marroquina: reflexo das disputas entre França e Alemanha. O Marrocos, rico em minerais, é autônomo desde a Conferência de Algeciras em 1906, mas concede privilégios comerciais aos franceses. Contrários a essa presença os alemães incentivam lutas nativas na região contra a França. Diplomaticamente, o problema se resolve com a intervenção inglesa e com a retirada dos germânicos, que ganham em troca o Congo Francês;

*Questão Balcânica: A dissolução gradativa do Império Turco-Otomano alimentava os discursos nacionalistas. A Sérvia, por exemplo, interessada nos territórios da Bósnia para atingir sua soberania, luta contra turcos e austríacos, sendo limitada pelos últimos no seu projeto. A Rússia, sem condições diretas de se manifestar, critica a postura austríaca.

A Política das Alianças: Desde o fim do século XIX as potências procuravam se alinhar a fim de obter maiores lucros e manter uma política de equilíbrio no continente. As alianças eram montadas a partir de acordos comerciais e militares e se davam entre nações com certa afinidade ideológica. Alemanha, Itália e o Império Austro Húngaro formaram a Tríplice Aliança. Inglaterra e França, inimigos históricos, se associaram na Entente Cordial em 1904 e mais tarde, vincularam a Rússia, formando a Tríplice Entente.

O Estopim do Conflito: Numa visita à Bósnia em 24 de junho de 1914, o príncipe austríaco, Francisco Ferdinando, é assassinado por um jovem estudante sérvio. A Áustria faz exigências à Sérvia e declara guerra. A Rússia se põe ao lado dos sérvios e provoca a entrada da Alemanha em favor dos austríacos. Um mês depois os primeiros combates acontecem.

Fases da Guerra

1914 — Fase da Guerra de Movimento (ou Posição): deslocamentos de tropas com combates curtos e anúncios de novos participantes.

1915 — Fase da Guerra de Trincheiras: nova estratégia de guerra que colocava os soldados frente a frente, gerando um grande número de mortes. O submarino é a novidade bélica da guerra. Neste ano a Itália sai do isolamento

pressionada por Inglaterra e França que lhe prometeram territórios alemães e austríacos.

soldados nas trincheiras

1917 — Ano crucial da guerra: os EUA entram após sofrerem ataques alemães que visavam enfraquecer o abastecimento inglês. Na frente oriental, a Rússia se retira, arrasada pelos problemas internos e pelas derrotas seguidas. Lênin assina com a Alemanha o Tratado de Brest-Litovsky em troca da paz, tão desejada pelos bolcheviques durante a Revolução Russa.

1918 — Fragilizada, a Alemanha se rende e a vitória é da Tríplice Entente. O Imperador Guilherme II abdica e a República de Weimar se inicia para conter uma possível revolução socialista no país.

A PAZ: A primeira tentativa de paz veio através dos 14 Pontos de Wilson, idealizados pelo presidente norte-americano Woodrow Wilson. A idéia era a de uma “paz sem vencedores”, com a criação inclusive de um órgão supranacional, a Liga das Nações. A maior parte dos pontos

não foi aceita pelos europeus que estabeleceram outros acordos, sendo os principais:

Tratado de Versalhes (1919): apresentou-se como uma humilhação à Alemanha, acirrou o nacionalismo germânico e preparou terreno para o nazismo. Seus principais pontos:- Determinação da responsabilidade exclusiva da Alemanha pela guerra- Exigência de indenizações aos países invadidos- Restrições militares, com redução do exército e da produção bélica- Devolução da Alsácia-Lorena para a França- Perda das colônias, entregues à Inglaterra- Perda de parte do território, para criação do “corredor polonês”- Tratado de Saint-Germain: dissolvia o Império Austro Húngaro, permitindo a criação dos Estados da Áustria, Hungria, Tchecoslováquia, Iugoslávia, Romênia e Polônia.- Tratado de Neully: Grécia, Iugoslávia e Romênia recebem territórios búlgaros.- Tratado de Trianon: redução do território Húngaro.- Tratado de Sévres e Lausanne: dissolução do Império Turco-Otomano, com entrega de territórios à Grécia.

Revolução Russa 1917

A Rússia pré-revolucionária: A Rússia anterior à revolução ainda guardava vários resquícios do período feudal e do Antigo Regime. Politicamente, o país era governado pelo absolutismo dos czares (à época da revolução, o Czar é Nicolau II) que contavam com apoio da Igreja Ortodoxa e da nobreza privilegiada. A economia era

de base agrícola e convivia com sérias crises de abastecimento, O setor industrial era modesto e controlado pelo capital estrangeiro. Socialmente, o país vivia sob limitação da liberdade e com grande desigualdade entre as classes. Uma pequena e fraca burguesia se constituía, em oposição a um enorme contingente operário urbano cada

vez mais explorado. Terreno fértil para a difusão das idéias socialistas e anarquistas.

Antecedentes: Formação de Partidos a disputa política e a luta por mudanças se acirrou com a criação de novos partidos. Os Kadetes representavam os interesses de uma elite burguesa. O Partido Operário Social-Democrata, criado em 1898, se dividiu em 1903 entre os Mencheviques (minoria reformadora) e os Bolcheviques (maioria revolucionária, seguidora de Lênin).Derrota na Guerra Russo-Japonesa nos anos de 1904- 05, os projetos imperialistas dos dois países resultam em conflito no extremo asiático em função da disputa pelos minerais da Manchúria e da Coréia. A derrota russa surpreende o mundo e aumenta a insatisfação do povo em relação ao czar.* Domingo Sangrento: em janeiro de 1905 vários grupos sociais se reúnem pacificamente para reivindicar melhorias junto ao czar. A resposta do imperador é violenta, rendendo a morte de centenas de pessoas. Lênin, ideólogo da revolução, disse ser aquele o momento do Ensaio Geral Revolucionário. As pressões sobre Nicolau II aumentam e ele se vê obrigado a convocar a Duma (Parlamento Russo).* Criação dos Sovietes ainda em 1905, em função das greves constantes, foram criados “conselhos”, espécies de sindicatos operários que reuniam ainda soldados e camponeses em luta contra o czar.* Participação na Primeira Guerra Mundial entre 1905 e 1914 os conflitos entre povo e czar foram freqüentes. A entrada na Guerra aguçou o sentimento nacionalista e ofuscou temporariamente os problemas internos. Mas não

tardou e em 1915 a Rússia já sofria graves derrotas militares além de padecer pela crise de abastecimento.

1917: O ano revolucionário

Antes de mais nada é importante lembrar que há uma diferença entre o calendário russo e o gregoriano, adotado pelo ocidente, com diferença de 13 dias. Aqui, adotaremos as referências normalmente citadas nos vestibulares, seguindo o padrão russo. Ainda em 1917 é formado o Comissariado do Povo que realiza importantes medidas socialistas: reforma agrária, nacionalização das empresas estrangeiras, controle das fábricas dado aos operários e a assinatura do Tratado de Brest-Litovsky (que definiu a paz na Primeira Guerra com a Alemanha).

A Guerra Civil (1918-1921): Nos anos seguintes os revolucionários encontraram uma forte oposição interna, deflagrando um longo período de Guerra Civil. De um lado bolcheviques e sovietes no Exército Vermelho. Do outro, mencheviques, czaristas, kadetes, cristãos ortodoxos e investidores estrangeiros temerosos com o resultado da revolução, no Exército Branco. Para tentar vencer o conflito os Bolcheviques adotaram estratégias socialistas radicais conhecidas como Comunismo de Guerra como: confisco dos latifúndios, regulamentação do consumo, abolição dos salários, ... Essas medidas geraram descontentamento, greves e protestos, levando o Exército Vermelho a uma revisão dos seus princípios, mesmo com a vitória.

A NEP E A URSS: Pretendendo recuperar a Rússia, Lênin passa a defender uma política econômica que associe

temporariamente socialismo e capitalismo. É a NEP-Nova Política Econômica, de 1921. Tratava-se de uma rápida experiência capitalista para viabilizar o socialismo, com a permissão de capital estrangeiro, privatizações, liberação de salários, etc... Nessa fase a superexploração dos Kulaks (burguesia agrária) representava outro problema. Mas a

idéia, segundo Lênin, era “dar um passo atrás, para dar dois a frente”.

Em 1922 foi criada a URSS — União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, com a participação voluntária ou

forçada das nações próximas no leste europeu e sul asiático. Contrariando o que dizia antes, Lênin não reconhece o princípio de autodeterminação de algumas etnias e exige a presença delas na nova organização política.

STALIN X TROSTKY: Lênin morre em 1924. Surge então uma disputa pela sucessão entre Stálin e Trotsky. Stálin defendia a consolidação interna da revolução para assim, se viabilizar uma expansão. Trotsky, ao contrário, e semelhante ao que pensavam Lênin e Marx, defendia a revolução permanente, a internacionalização. Cansados de guerra, os membros do Partido Comunista escolheram Stálin, em 1929. Trotsky foi expulso do partido, do país e morto em 1940 no México, a mando de Stálin.

STALINISMO: O ditador Stálin é o símbolo da consolidação socialista, da burocracia que representou a força do Estado no regime. Governou a URSS entre 1929 e 1956 e foi responsável por várias medidas que reergueram o país:* Planos Qüinqüenais: a idéia era planificar a economia: estabelecer etapas e metas de desenvolvimento por setores a cada cinco anos, dando fim a NEP. Tal proposta permitiu o crescimento industrial acelerado.

* Reforma agrária: com a criação dos Kolkhozes (cooperativas estatais, onde a produção é do Estado) e dos Sovkhozes (fazendas estatais, onde a terra é do Estado).

CRISE DA BOLSA DE WALL STREET (1929)

O ano de 1929 é marcante para a história econômica mundial. A quebra da bolsa de Nova York representou, até aquele momento, o maior golpe contra o capitalismo. O modelo liberal, conforme a previsão dos socialistas, sofreu os impactos de suas próprias contradições, padeceu pela superprodução e pela especulação.

A Crise: Os EUA se tornaram a grande potência mundial logo após a Primeira Guerra e nos anos seguintes se apresentavam como o maior credor das economias européias em recuperação. Os estadunidenses lucravam duplamente: emprestando dinheiro para a reconstrução dos países europeus e vendendo sua produção industrial ao Velho Mundo. A doutrina do “american way of life” incentivava o consumo exigindo grande produtividade e uma crescente mecanização, mas um colapso se anunciava. A indústria norte americana não parava de produzir enquanto a economia européia dava sinais de melhora e a especulação nas bolsas de valores era cada vez mais intensa. Um ciclo vicioso tinha início com a procura sempre menor pelas mercadorias e ações. Em resumo, a superprodução foi acompanhada de uma queda significativa do consumo e no dia 24 de outubro de 1929, batizado de a Quinta-feira Negra, a Bolsa de Nova York “quebrou’. o movimento foi praticamente nulo devido à falta de compradores. Os reflexos se fizeram sentir no decorrer dos próximos anos, com a grande Depressão que se arrastou entre 1929 e 1933. As falências se multiplicavam, o desemprego atingia índices históricos (27% da população dos Eua, por exemplo), as dívidas eram alarmantes. O mundo inteiro sentiu os impactos.

• No Brasil, o impacto da crise foi muito significativo. Os EUA, principais compradores do nosso café, reduziram as

importações. A instabilidade econômica se associou aos problemas políticos da época e a Revolução de 1930 levou a República Oligárquica ao fim.

A recuperação: A solução para a crise veio com a eleição do presidente Franklin Delano Roosevelt em 1933. Sua ascensão representou uma nova postura política e novas diretrizes para a economia, pautadas na intervenção do Estado e na crítica ao liberalismo excessivo. A recuperação

foi anunciada como o New Deal (Novo Acordo), inspirado nas teorias do economista John Maynard Keynes. Num primeiro momento os empresários liberais criticaram o projeto alegando uma aproximação ao socialismo, mas o discurso sempre otimista do presidente empolgou a sociedade. As principais medidas visavam recuperar as finanças, auxiliar o trabalhador e estabelecer amplas reformas, delineando um nova forma capitalista, o “estado de bem-estar social”, também chamado de “welfare state”, e que se apresentou como o grande modelo de desenvolvimento até as décadas de 1970 e 1980.

O New Deal deu certo, recuperou em grande parte a economia norte-americana e projetou a imagem de Rossevelt como um dos principais estadistas do século. Mas a Segunda Guerra Mundial colocou, de fato, os Estados Unidos no posto de primeira nação do planeta.

Nazi-Fascismo

A crise do liberalismo no período entre-guerras trouxe uma necessidade de novas formas de governo, de se pensar e fazer política. O comunismo da URSS e o “welfare state” dos EUA se apresentaram como possibilidades, mas em algumas nações européias a alternativa foi outra: o fascismo. Nas nações que se sentiam mais fragilizadas pelos resultados da Primeira Guerra, o discurso nacionalista tomou proporções radicais e permitiu o surgimento de nomes como Mussolini (na Itália) e Hitler (na Alemanha), protagonistas da Segunda Grande Guerra.

Características:

* Nacionalismo: a Nação está acima de tudo. O discurso romântico e irracional prega a todo tempo a valorização e a superioridade das origens nacionais.* Anticomunismo: o fascismo, ideologia de extrema direita, é um pensamento burguês, reacionário, que crê na desigualdade social positiva. Nesse sentido, rejeita o comunismo e o fim da propriedade privada.* Antiliberalismo: propõe, dentro do capitalismo, um modelo econômico e político muito interventor, onde o Estado controla tudo.*Antidemocrata: o fascismo recusa democracia, não reconhece oposições e defende o unipartidarismo, a ditadura.* Autoritarismo: culto ao líder; ele é a figura representativa de toda autoridade.* Totalitarismo: culto ao Estado; o regime fascista recusa o individualismo, fazendo prevalecer o interesse coletivo. E a anulação da vida privada.* Militarismo: um Estado forte necessita de um grande aparato bélico, um exército forte e de um projeto expansionista.* Corporativismo: idéia típica do modelo italiano, pressupõe a eliminação de oposições, defendendo uma concepção orgânica do Estado, com colaboração de todos os “órgãos” sociais (operários, família, Igreja,...) para o bom funcionamento do “corpo” que é o Estado.* Anti-semitismo: manifestou-se tipicamente na Alemanha a partir da identificação do judeu como grande inimigo da raça

ariana. A perseguição levou milhares à morte nos campos de extermínio durante a Segunda Guerra.

O Fascismo italiano

A Itália venceu a Primeira Guerra ao lado da Tríplice Entente, mas guardava um sentimento de derrota por não ter recebido todos os territórios que lhe haviam sido prometidos. Os problemas sócio-econômicos se multiplicavam: o aumento do desemprego, das greves, da inflação, da fome tornavam maiores as criticas ao Imperador Vítor Emanuel III.

Esse clima propiciou a difusão de um discurso nacionalista mais radical liderado por Benito Mussolini, que criou em 1919 a organização anti-socialista Fascio de Combatimento, base do que será em 1921 o Partido Nacional Fascista.A grande insatisfação levou os “Camisas Negras”, como eram conhecidos os fascistas italianos, a realizarem a “Marcha Sobre Roma” em 1922. Com as pressões, o imperador convidou Mussolini para participar do governo e a partir daquele momento importantes algumas medidas foram tomadas:— definição do Estado de Exceção (ditadura), com funcionamento de uma polícia secreta, a OVRA. Mussolini tornou-se Duce (Guia da Nação).

— criação da Carta Del Lavoro em 1927, nova legislação trabalhista com controle sindical.— assinatura do Tratado de Latrão em 1929, definindo a criação do Estado do Vaticano e o poder limitado do Papa.

O Nazismo

A instabilidade tomava conta da Alemanha após a Primeira Guerra. A República de Weimar, instalada com a queda do Imperador Guilherme II era criticada por grupos comunistas e nazistas em projeção no período, que consideravam humilhantes as determinações do Tratado de Versalhes. Ainda em 1919 uma tentativa de revolução socialista se deu, encabeçada pelos integrantes da Liga Espartaguista comandada por Rosa Luxemburgo, mas a ação foi combatida.No mesmo contexto, a extrema direita se organizava e fundava o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (Partido Nazista). Em 1923 os nazistas também tentaram um golpe, o Putsch de Munique, que fracassou. Adolf Hitler, chefe do partido, foi preso. Na prisão, Hitler escreveu Mein Kampf (Minha Luta), uma autobiografia que serviu de síntese para a ideologia nazista: o anti-semitismo, a defesa da superioridade ariana e do expansionismo estão presentes na obra.A situação alemã tornou-se ainda mais caótica com o Crack da Bolsa de Nova York em 1929, uma vez que era grande a dependência alemã em relação aos EUA. O aumento do desemprego, da inflação e da descrença do povo no governo deu espaço para o discurso nacionalista e totalitário, permitindo a ascensão de Hitler ao posto de chanceler em 1933. No mesmo ano os nazistas incendiaram o Reichstag (Parlamento alemão), mas direcionam a culpa para os comunistas.No ano seguinte, o Marechal Heindenburg faleceu e a presidência foi entregue a Hitler pelo Reichstag de maioria nazista. O ditador fundiu os dois cargos, tornou-se Führer, o líder do III Reich, e nos anos seguintes criou as bases de sua política autoritária:- utilização de polícias secretas e paramilitares como a Gestapo, a SA (tropas de assalto) e a SS (tropas de proteção).- criação de órgãos responsáveis pela propaganda, censura e educação da sociedade em relação ao regime.- instalação dos campos de concentração e extermínio para eliminação dos judeus do considerado espaço vital da raça ariana.

- recuperação econômica, com criação de frentes de trabalho, nacionalização de capitais...

Desfile Nazista

Salazarismo

Em 1926 o general Carmona destituiu a república liberal vigente em Portugal desde 1910 e convidou para o Ministério da Fazenda Antônio de Oliveira Salazar. Em 1932, Salazar se tornou chefe de governo e passou a desenvolver

um regime aos moldes do fascismo italiano, outorgando uma constituição, defendendo o corporativismo, o

unipartidarismo, etc... Salazar morreu em 1970 e foi sucedido por Marcelo Caetano, que permaneceu no poder até 1974, quando a sociedade insatisfeita realizou a Revolução dos Cravos.

Franquismo

A Espanha do período entre-guerras também foi palco de disputas entre comunistas e fascistas. Em 1931 a República foi proclamada após uma fracassada experiência ditatorial. Em 1936 as forças de esquerda se uniram na conhecida Frente Popular e venceram as eleições. Revoltados, os grupos capitalistas resolveram agir e liderados pelo general Francisco Franco, compuseram a Falange, iniciando a Guerra Civil Espanhola.O conflito se arrastou por três anos, tendo contado com participação estrangeira — a Falange de Franco, recebeu apoio militar de Hitler e Mussolini. Para muitos, a Guerra Civil espanhola serviu de preparatório para a Segunda Guerra Mundial. Entre 1939 e 1975, Franco se manteve no poder.

Fascismo e Comunismo

As idéias tratadas até aqui falam muito de um tipo totalitário capitalista, de direita. Mas não nos esqueçamos do totalitarismo de esquerda, que teve na URSS do mesmo período, seu grande símbolo: Stálin. O stalinismo, em muito é diferente do fascismo italiano ou alemão, mas também guardou semelhanças. Stálin também governou sob um regime unipartidário, odiava o capitalismo liberal e o individualismo, era um líder carismático e utilizou-se de uma política terrorista através da perseguição policial. E mais, assim como Hitler identificou seus inimigos e os perseguiu. Mandou matar, entre 1929 e 1953, tantos judeus quanto o Führer.

História do Brasil

Governo provisório (1889-1891)

Com a vitória do movimento republicano liderado pelos oficiais do exércitos, foi estabelecido um "Governo Provisório" chefiado pelo Marechal Deodoro da Fonseca, sendo que o próprio Deodoro, o vice Floriano Peixoto e todos os ministros eram maçons.

Durante o governo provisório, foi decretada a separação entre Estado e Igreja; a concessão de nacionalidade a todos os imigrantes residentes no Brasil; a nomeação de governadores para as províncias que se transformaram em

estados; e a criação da bandeira nacional com o lema positivista, "ordem e progresso", embora o lema por inteiro fosse 'Amor, Ordem e Progresso'.

Constituinte

O governo provisório terminou com a promulgação, em 24 de fevereiro de 1891, da primeira constituição republicana do Brasil. Passando, a partir daquele dia, Deodoro a ser presidente constitucional eleito pelo Congresso Nacional devendo governar até 15 de novembro de 1894.

A lei de imprensa: Em 23 de Dezembro de 1889, é decretada a primeira Lei de Imprensa, onde uma junta militar poderia processar e julgar sumariamente abusos da manifestação do pensamento; esta lei ganhou o apelido de decreto rolha. Foi a primeira vez que se censurava a Imprensa desde o Primeiro Império de D. Pedro I.

A Constituição de 1891: No início de 1890, iniciaram-se as discussões para a elaboração da nova constituição, que seria a primeira constituição republicana e que vigoraria durante toda a República Velha. Após um ano de negociações com os poderes que realmente comandavam o Brasil, a promulgação da Constituição Brasileira de 1891 aconteceu em 24 de Fevereiro de 1891. O principal autor da constituição da República Velha foi Rui Barbosa.

A constituição de 1891 foi fortemente inspirada na constituição dos EUA, fortemente descentralizadora dos poderes, dando grande autonomia às antigas províncias, que passaram a se chamar Estados. Foi inspirada no modelo federalista norte-americano. Consagrou a existência de apenas três poderes independentes entre si: (executivo, legislativo, judiciário) e a instituição do voto universal e a descoberto. Ficaram, no entanto, excluídos do direito de voto: os analfabetos, as mulheres, os praças militares, religiosos sujeitos à obediência eclesiástica e os mendigos.

O antigo Poder Moderador, símbolo do poder monárquico, foi abolido. Os membros dos poderes Legislativo e Executivo seriam eleitos pelo voto popular, caracterizando-os como representantes dos cidadãos na vida política nacional.O Regime de governo escolhido foi o presidencialismo. O mandato do presidente da república, eleito pelo voto direto seria de 4 anos sem direito à reeleição.

Os estados e os municípios teriam ampla liberdade de se organizarem de acordo com seus peculiares interesses. Exemplo: a constituição do estado do rio grande do sul permitiria a reeleição do presidente do estado.Quanto às regras eleitorais, a Constituição de 1891 decidiu que o voto no Brasil não seria mais secreto: a assinatura da cédula pelo eleitor tornou-se obrigatória. Além disso, reservou-se ao Congresso Nacional a regulamentação das

regras eleitorais para as eleições de cargos políticos federais, e às assembléias estaduais a regulamentação do sistema para as eleições estaduais e municipais.

Definiu-se, também, a separação entre a igreja e o Estado: as eleições não ocorreriam mais dentro das igrejas, o governo não interferiria mais na escolha de bispos, distrito municipal não seria mais sinônimo de paróquia.

Ficou mantido o voto distrital, com a eleição de três deputados para cada distrito eleitoral do país.

A Consolidação da República

A eleição de Deodoro e a demissão do seu ministério: Em 25 de Fevereiro de 1891, Deodoro é eleito presidente do Brasil pelo colégio eleitoral, formado por senadores e deputados federais.

No mesmo dia o Marechal Floriano Peixoto foi eleito, também pelo Colégio eleitoral, vice-presidente da república, terminando assim o Governo Provisório. Um pouco antes, em janeiro do mesmo ano, todo o seu ministério havia-se demitido, permitindo a Deodoro formar um novo ministério.

Em 1890, Floriano Peixoto era ministro da Guerra de Deodoro da Fonseca, no lugar de Benjamin Constant. No dia 20 de Janeiro de 1891, demitiu-se, juntamente a todo o ministério do Presidente.

Crise do Encilhamento: Em 1890, Marechal Deodoro propõe uma série de medidas econômicas a seu ministro da Fazenda, Rui Barbosa, para desenvolver o setor industrial brasileiro. Esse pacote de medidas ficou conhecido como política do Encilhamento (ato de arrear o cavalo, preparando-o para a corrida).

Nesse pacote havia várias medidas que visavam desenvolver a indústria brasileira como a abertura de linhas de crédito para pessoas que queriam abrir suas indústrias, pela compra de matéria-prima, maquinário e outros, a partir da apresentação de documentação necessária, a emissão de papel-moeda para o tal, sem ter valor aurífero no Banco Central, pois todo dinheiro que circula em um país tem seu valor em ouro nos caixas da União, para cobrir os valores respectivos das notas.

Porém ocorreu que foram abertas várias fábricas fantasmas que não produziam, portanto não gerava lucro de impostos para o governo federal e, além do mais, as pessoas que receberam esses créditos, investiram na Bolsa de Valores gerando ações sem a produção de um único bem ou produto, gerando especulação e inflação jamais vista naquela época, culminando numa desorganização geral na economia, principalmente pela emissão exagerada de papel-moeda pelos bancos brasileiros.

O governo constitucional de Deodoro (1891): A fase constitucional do governo de Deodoro da Fonseca foi de fevereiro a 03 novembro de 1891, quando Deodoro deu um golpe de estado.Havia, naquele momento histórico, um conflito entre os militares e os políticos civis. Os militares queriam se manter na política e eram favoráveis a uma centralização absoluta e a concentração do poder político, enquanto os civis desejavam a volta dos militares aos quartéis e lutavam por um governo descentralizado e federalista.Os republicanos de São Paulo apoiavam Floriano Peixoto, apesar das tendências centralizadoras deste. Devido ao apoio de São Paulo, os militares ficaram divididos, e isso veio mais tarde a provocar a queda de Deodoro.

O fechamento do Congresso e a ditadura de Deodoro: Eleito pelo Congresso Nacional (indiretamente), Deodoro

iniciou seu mandato sob forte tensão política. Tinha a oposição do Congresso e da população devido à crise econômica. Entre agosto e novembro de 1891, o Congresso tentou aprovar a "Lei de Responsabilidades", que reduzia os poderes do presidente.

Deodoro contra-atacou a decisão do Congresso: em 3 de novembro de 1891, Deodoro decreta a dissolução do Congresso, lançando um "Manifesto à Nação", para explicar as razões do seu ato. Tropas militares cercaram os prédios do Legislativo e prenderam líderes oposicionistas, a

imprensa do Distrito Federal foi posta sob censura total, assim, decretando estado de sítio no país.

A primeira Revolta da Armada: A primeira Revolta da Armada ocorreu no dia 23 de Novembro de 1891, quando o Almirante Custódio de Melo, acionado por Floriano Peixoto, a

bordo do Encouraçado Riachuelo, ameaçou bombardear o Rio de Janeiro caso Deodoro não renunciasse. O Marechal Deodoro, então, cedeu às pressões e renunciou ao cargo de presidente da República.

O restabelecimento do Congresso: Ao assumir, em 23 de Novembro de 1891, Floriano Peixoto anulou o decreto de dissolução do Congresso e suspendeu o estado de sítio. Entre novembro de 1891 e março de 1892, afastou os governadores que haviam apoiado o golpe de Deodoro, substituindo-os por aliados.

Governo inconstitucional de Floriano Peixoto: Apesar da Constituição versar no artigo 4 novas eleições quando o presidente renunciasse antes de dois anos, Floriano permaneceu em seu cargo, alegando que a própria constituição abria uma exceção, ao determinar que a exigência só se aplicava a presidentes eleitos diretamente pelo povo, assim, assumindo o papel de consolidador da República.

Entre o final de 1891 e 15 de novembro de 1894, o governo de Floriano Peixoto foi inconstitucional, pois estava a presidência da República sendo exercida pelo vice-presidente sem que tivessem acontecido novas eleições presidenciais, como exigia a constituição.

Início da ditadura: Consta que Floriano Peixoto lançou uma ditadura de salvação nacional. Seu governo era de orientação nacionalista e centralizadora. Demitiu todos os governadores que apoiaram Deodoro da Fonseca. Na chamada Segunda Revolta da Armada agiu de forma positiva e contundente vencendo-a de maneira implacável, ao contrário de Deodoro.

A segunda Revolta da Armada: Aconteceu em 1893, desta vez contra o presidente marechal Floriano Peixoto. Esta também foi Chefiada pelo almirante Custódio de Melo, depois substituído pelo almirante Saldanha da Gama. Floriano não cedeu às ameaças, assim, o Almirante ordena o bombardeio da capital brasileira. O movimento desencadeado pela Marinha de Guerra no Rio de Janeiro terminou em 1894, com a fuga dos revoltosos, que se unem a revolta federalista do Rio Grande do Sul.

Floriano Peixoto, o Marechal de Ferro, em seus três anos de governo como vice-presidente, enfrentou a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul, iniciada em fevereiro de 1893. Ao enfrentá-la, apoiou Júlio Prates de Castilhos.

República Velha - Fase Das Oligarquias (1894-1930)

1-PRUDENTE DE MORAES (1894-1898)

Primeiro presidente civil, era natural de Itu - São

Paulo, além de ser o primeiro eleito pelo voto direto.

Assumiu o governo em época de crise financeira e política, tendo que combater os “jacobinistas” (militares radicais que não aceitavam a perda de poder para os civis), onde o próprio presidente acabou sofrendo um atentado que acabou vitimando o marechal Bittencourt.

Governo de transição teve de enfrentar no seu governo a guerra de Canudos deflagrada por fanáticos religiosos e injustiçados do sistema liderados por Antônio Vicente Mendes Maciel, conhecido como beato Antônio Conselheiro que ocupa um latifúndio improdutivo, fundando

a cidade de Belo Monte e o arraial de canudos. As principais características do movimento eram: Milenarismo, Sebastianismo e Messianismo. Canudos era uma comunidade auto-suficiente e anti-republicana (devido à separação da igreja do Estado) organizada administrativamente, onde João Abade cuidava da segurança, Antônio Beatinho das atividades religiosas e assim por diante. Os latifundiários tentaram vencer Canudos e foram derrotados, passando a pedir auxílio do exército,

derrotados em três tentativas, acabaram preparando uma quarta invasão que exterminou com a comunidade. Os principais livros sobre o movimento foram: “Os Sertões” de Euclides da Cunha e “A guerra do fim do mundo” de Mário Vargas Llosa.

Prisioneiros de Canudos

No governo de Prudente de Moraes, o barão do Rio Branco defendeu a questão de Palmas determinando a vitória sobre a região fronteiriça com a Argentina, com o arbitramento do presidente dos EUA Grover Cleveland.

2- CAMPOS SALES (1898-1902):

Paulista de Campinas, responsável pela consolidação da república das oligarquias baseada na ação política administrativa das oligarquias estaduais. As principais características desta república são: Política do café-com-leite (Alternância no poder entre são Paulo e Minas Gerais, principais centros eleitorais e financeiros); política dos governadores (Os presidentes das províncias dirigem o voto do eleitorado do seu estado para o candidato oficial da política do café-com-leite, em troca da autonomia do seu estado - Troca de favores); Política dos coronéis (Mesma política dos governadores, reduzidas para determinadas regiões controladas por um grande latifundiário local. conhecida como voto de cabresto, curral eleitoral, voto de bico de pena); Comissão de verificação (A legitimidade da eleição era dada pelo legislativo comprometido com a política do café-com-leite).

No seu governo acontece a política do saneamento financeiro efetuada pelo ministro da fazenda Joaquim Murtinho que inicia uma política deflacionista reduzindo drasticamente as despesas do governo e redução de

salários (arrocho salarial). Em troca acontece o reconhecimento internacional inclusive com o estabelecimento do 1º Funding

Loan (Empréstimo de 10 milhões de libras e da moratória por treze anos). No final do seu governo as finanças estavam saneadas, mas o povo e a classe média estavam mais pobres. Foi ainda neste governo que o barão do Rio Branco conseguiu na questão do Amapá, determinar a anexação deste território para o Brasil em litígio com a França. 3- RODRIGUES ALVES (1902-1906):

Paulista de Guaratinguetá que estabeleceu uma política de modernização conhecido como quadriênio progressista utilizando dos recursos positivos deixados pelo

governo anterior e pelo aumento da exportação do café e da borracha. Iniciou uma campanha do saneamento no Rio de Janeiro com duas frentes de ações: O bota-abaixo liderado pelo prefeito Pereira Passos, derrubando cortiços, biroscas e

quiosques, e colocando obras arquitetônicas inspiradas na França, além do estabelecimento da luz elétrica gerada pela cia. canadense Light and Power.

Revolta da Vacina

A outra frente foi o combate as epidemias através da campanha de vacinação efetuada pelo medico sanitarista Osvaldo Cruz. A oposição mobilizou o povo descontente com o arrocho salarial e o deslocamento para as regiões periféricas, dizendo que a vacina ao invés de combater doenças, traziam novas, gerando a “Revolta da Vacina” que destruiu bondes e depredou prédios. Novamente o barão do Rio Branco iniciou negociação com a Bolívia para a compra do Acre através do Tratado de Petrópolis, pagando 2 milhões de libras esterlinas e a construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré que deveria escoar a produção da Bolívia. No final do governo foi obrigado a assinar o “Convênio de Taubaté” Determinando a compra e o armazenamento do excedente do café para beneficiar os grandes proprietários de café de SP, RJ e MG.

4- AFONSO PENA (1906-1909):

Primeiro mineiro a assumir a presidência, depois de uma aliança com o Rio Grande do Sul para evitar a entrada de um novo paulista. Apesar de muito idoso governou com jovens, o que valeu ao seu ministério o apelido de “Jardim de Infância”.

Aproveitando a expansão da borracha efetivou uma política de integração da Amazônia colocando cabos telegráficos na região liderados pelo Marechal Rondon. Criou a caixa de conversão trocando moedas estrangeiras por bilhetes conversíveis. Durante o seu mandato Rui Barbosa representou o Brasil na Conferência de Haia, onde recebeu o título de “Águia de Haia”. Acontece também o marco da aviação com o 14 Bis de Santos Dumont. Morre antes de completar o mandato.

5- NILO PEÇANHA (1909-1910):

Apesar do pouco tempo de mandato, o positivista carioca estabeleceu a criação do SPI (Serviço de Proteção ao Índio), onde o primeiro presidente foi o Marechal Candido Rondon, mais tarde substituído na ditadura militar pelo FUNAI (Fundação Nacional do Índio), além de criar a primeira escola técnica do Brasil. No seu governo acontece a primeira disputa efetiva eleitoral para a presidência entre: Marechal Hermes da Fonseca, apoiado pelo RJ, RS e MG, contra Rui Barbosa, “campanha civilista”, apoiado por SP e BA. Acabando com a vitória de Hermes da Fonseca.

6- MARECHAL HERMES DA FONSECA (1910-1914) Este gaúcho, sobrinho do marechal Deodoro da Fonseca, foi o primeiro a colocar a faixa presidencial. No início do seu governo foi obrigado a enfrentar a REVOLTA DA CHIBATA, movimento que estourou na marinha contra

os maus tratos, apresentando como causa imediata a condenação de um marinheiro Marcelino Rodrigues a receber chibatadas, onde liderados pelo cabo negro João

Cândido, “o almirante negro”, os marinheiros ocuparam os dois principais navios “São Paulo” e “Minas” depois de matarem os almirantes, e apontaram as armas para o Rio

de Janeiro, exigindo o fim dos maus tratos. Hermes negociou com os revoltosos prometendo anistia, no entanto, puniu severamente os revoltosos, apesar que depois daquele episódio, nunca mais houve maus tratos na marinha. Com a intenção de substituir a velha oligarquia do café-com-leite por uma mais obediente e voltada para seus interesses, Hermes põe em prática a “Política das Salvações” , passando a intervir em estados que apoiaram Rui Barbosa, entrando em choque com velhos latifundiários como padre Cícero, Floro Bartolomeu etc...

No final do seu governo eclode a 1º Guerra Mundial, além da política de enfrentamento aos revoltosos do contestado. 7- VENCESLAU BRÁS (1914-1918):

Este mineiro governou durante o período da primeira guerra mundial, sendo obrigado pelas condições históricas a criar uma política industrial de substituição aos produtos importados ingleses ausentes devido ao problema do conflito internacional; além de favorecer a entrada de produtos norte-americanos em substituição aos ingleses.

No seu governo acontece dois assassinatos de pessoas importantes: 1º do empresário Delmiro Gouveia, fabricante de linhas e concorrente das linhas “correntes”, provavelmente com ordens da mesma; 2º do senador gaúcho Pinheiro machado, provavelmente a mando da velha oligarquia do café-com-leite. Neste governo tem fim a questão de contestado, iniciada no fim do século passado quando um grupo de imigrantes ocupa terras na região fronteiriça de Santa Catarina com o Paraná, e acabam liderados por um fanático o monge João Maria. Depois da morte deste surge outro monge se dizendo irmão do primeiro, o monge José Maria que dá continuidade às condições milenaristas, messiânicas e sebastianistas deste movimento. No governo anterior do Marechal Hermes da Fonseca fora autorizado a construção da estrada-de-ferro inglesa Brasil Railway, com resistência dos revoltosos, e com a morte do monge José Maria, uma virgem encarnando o religioso continua o movimento. Venceslau autoriza o massacre através da ação militar liderada pelo general de Setembrino de Carvalho e através da utilização de bombas aéreas.

Contestado

Na cidade eclode a grande greve de 1917, reivindicando melhor salário, redução da jornada para 8 horas, proibição do trabalho para menores de 14 anos, proibição do trabalho noturno para mulheres e menores de 18 anos, paz mundial etc. A causa imediata da greve foi o assassinato do sapateiro anarquista, Antônio José Martinez.

O movimento sindical era liderado por 3 correntes ideológicas: Os anarco-sindicalistas que acreditavam na luta econômica travada através do processo das greves, como forma de amadurecimento espontâneo da ação

revolucionária, e eram contrários a qualquer tipo de organização autoritária e direcionadora do movimento, preferindo a auto-organização dos trabalhadores; Os socialistas provenientes do partido socialista brasileiro, fundado em 1902, apostavam na educação operária, como fator de organização revolucionária; Os reformistas pretendiam melhorar as condições da classe trabalhadora

dentro do próprio sistema através de reformas, sendo contrários ao processo revolucionário, chegaram ao poder juntos com Getúlio Vargas. Com a criação da OIT (Organização Internacional do Trabalho) acenando com mudanças trabalhistas para evitar a aproximação destes ao socialismo, os anarquistas contrários ao Estado entraram num dilema de apoiar ou não as reformas propostas, e acabaram superados pelos comunistas, surgidos com a criação do Partido Comunista em Niterói (1922).

8- RODRIGUES ALVES (Não assumiu):

Eleito não tomou posse, pois morreu vitimado de gripe espanhola. Seu vice - Delfim Moreira - assumiu até a realização de novas eleições.

9- DELFIM MOREIRA (1918-1919):

Não podia terminar todo o mandato, mas ficou o tempo necessário para mandar uma comissão chefiada por Epitácio Pessoa para o tratado de Versalhes. 10- EPITÁCIO PESSOA (1919-1922):

Paraibano, estabeleceu pela primeira e última vez na historia, a ocupação das pastas militares, por civis: Guerra - o historiador Pandiá Calógeras; Marinha - o médico Raul Soares. Institucionalizou a indústria da seca, favorecendo a impunidade dos grandes latifundiários que desviavam dinheiro emprestado pelo governo federal, alegando o problema da seca. O candidato Arthur Bernardes estava sendo preparado para o poder, mas a oposição formada pela burguesia industrial e pelos militares lançaram a candidatura de Nilo Peçanha. Apesar do primeiro ter sido vitorioso, aconteceu o episódio das cartas falsas atribuídas a Arthur agredindo verbalmente os militares, e apesar do desmentido, muitos não acreditaram nas provas apresentadas.

Em fevereiro de 1922 acontece a Semana da Arte Moderna, com uma inovação estética e de costumes, preocupados em entender as condições de vida do povo brasileiro, e inserido no contexto do antagonismo definido entre ideologias de direita e esquerda, não cabendo espaço para as democracias liberais. O ponto de partida para divulgação do movimento começou com a polêmica travada dos modernistas em defesa da pintora Anita Malfatti contra Monteiro Lobato que atacou a estética da pintora com um texto no jornal “O Estado de São Paulo”: “Paranóia ou mistificação”. No dia 5 de julho de 1922 acontece o primeiro movimento tenentista: A revolta dos 18 do forte de Copacabana. Onde 18 tenentistas radicais saíram de armas em punho contra o governo, sendo massacrados, com apenas dois sobreviventes: Eduardo Gomes e Siqueira Campos.

Os 18 do forte

11- ARTHUR BERNARDES (1922-1926):

Mineiro de Viçosa governou através de Estado de Sitio. No seu governo aconteceu uma oposição armada no Rio Grande do Sul ao quinto mandato de Borges da Fonseca liderado por Assis Brasil, onde o governo federal acabou intervindo estabelecendo o Acordo de Pedras Altas,

determinando que o governador eleito assumiria, mas não podia concorrer para um novo mandato.

Em 5 de julho de 1924 aconteceu o segundo movimento tenentista, desta vez em São Paulo, liderado pelo General Isidoro Dias Lopes, Miguel Costa (Chefe da força pública) e os irmãos Távora (Joaquim e Juarez). Este movimento conseguiu tomar o palácio de Campos Elíseos, e o governador Caetano de Campos pediu auxílio as tropas legalistas do Rio de Janeiro. Em desvantagem os tenentistas fugiram para o interior de São Paulo, onde se encontraram com outra tropa tenentista vinda do Rio Grande do Sul Liderada por Luís Carlos Prestes, formando a Coluna Prestes / Miguel Costa que praticamente atravessou 24 mil km de Brasil com a tática de movimento. Os tenentistas formavam um movimento elitista e reformista, e as suas reivindicações principais eram: Moralização política e administrativa da máquina do Estado; substituição do voto aberto pelo secreto; centralização do Estado etc... Os tenentistas não reciclavam seus quadros nas batalhas, e desgastados foram obrigados a se refugiarem na Bolívia. 12- WASHINGTON LUÍS (1926-1930):

“Paulista de Macaé”, acabou com o Estado de Sítio, Mas efetuou outras medidas arbitrárias, não permitindo a anistia dos Tenentistas na Bolívia, além de criar a lei celerada, proibindo a livre manifestação dos sindicatos, bem como jogou o partido comunista na ilegalidade, e este foi obrigado atuar através do BOC ( Bloco Operário Camponês). Ficou conhecido por duas frases: “governar é construir estradas” e “A questão social é um caso de polícia”. No final do seu governo deveria indicar o mineiro

Antônio Carlos Andradas para presidência, mas acabou indicando o paulista Júlio Prestes devido a necessidade de

proteção do café devido a queda da Bolsa de Nova York em 1929 - “Quinta-feira negra” ou a grande depressão - acontecido durante o governo do presidente Hoover, que utilizando a justificativa liberal de não intervenção do Estado na economia, permitiu que o processo de produção e subconsumo chegasse a níveis insuportáveis. O problema foi resolvido por Franklin Delano Roosevelt através da política de New Deal (Novo acordo), baseado na economia de Keynes de desinflação e intervenção estatal. Os mineiros revoltados com a traição dos paulistas, se uniram com o Rio Grande do Sul e Paraíba formando a Aliança Liberal, lançando o gaúcho Getúlio Vargas para presidente e João Pessoa para vice. A máquina corrupta da política do café-com-leite deu vitória para Júlio Prestes, porém, a ala jovem da Aliança liberal formada por Flores da Cunha, Oswaldo Aranha e Lindolfo Collor, não aceitaram o resultado e procuraram auxílio dos tenentistas exilados na Bolívia. Luís Carlos

Prestes se recusou, pois depois de ler Marx e Engels, livros emprestados por Astrogildo Pereira, um dos fundadores do comunismo em 1922, em Niterói, adotou a tese revolucionária de defesa da luta de classes e do fim da propriedade privada. Juarez Távora assumiu o projeto tenentista. O assassinato passional de João Pessoa transformado num caso político, radicalizou ainda mais o processo, e quando parecia inevitável o choque, as tropas legalistas surpreendentemente deram o golpe formando a Junta Pacificadora com os Generais Mena Barreto, Tasso Fragoso e o almirante Isaías Noronha. Getúlio Vargas teve

de estruturar uma campanha da legalidade com auxílio dos tenentistas, da burguesia industrial e do povo, alegando ter sido o candidato derrotado pela fraude, e portanto, o legítimo presidente. sem apoio os militares passaram o poder, iniciando a Era Getulista.

História Geral

A segunda guerra mundial (1939-1945)

A paz humilhante e revanchista imposta no Congresso de Versalhes aos derrotados na 1ª Guerra Mundial foi, sem dúvida, uma das causas da 2ª Guerra Mundial, iniciada 20 anos depois. Podemos citar ainda, causas determinantes do segundo conflito mundial, a crise de 1929, a implantação dos regimes totalitários de direita e de esquerda e os interesses imperialistas e expansionistas de algumas das grandes potências mundiais, como a Alemanha, a União Soviética, o Japão, a Itália e outras.

No período entre guerras, as nações européias reiniciam suas políticas de alianças político-militares, a corrida armamentista e acordos de não-agressão, que não foram respeitados, principalmente pelos alemães e italianos.

Causas da guerra: A política de apaziguamento, adotada por alguns líderes políticos do período entre guerras e que se caracterizou por concessões para evitar um confronto, não conseguiu garantir a paz internacional. Sua atuação assemelhou-se à da Liga das Nações: um órgão frágil, sem reconhecimento e peso, que deveria cuidar da paz mundial, mas que fracassou totalmente. Assim, consolidaram-se os regimes totalitários, que visavam sobretudo a conquistas territoriais, processo que desencadeou a Segunda Guerra Mundial.

A reação turca: O Tratado de Sèvres (acordo de paz assinado entre a Tríplice Entente e o Império Otomano em

10 de Outubro de 1920, após a Primeira Guerra Mundial) havia consagrado a perda, pela Turquia, não apenas da Palestina, Síria, Líbano e Mesopotâmia, mas também praticamente de todos os territórios turcos na Europa (com

exceção de Constantinopla). Além disso, os estreitos de Bósforo e dos Dardanelos seriam neutralizados e sua travessia permitida, em quaisquer circunstâncias, a todos os navios estrangeiros, mercantes ou de guerra.

O movimento nacionalista turco causou o Tratado de Lausanne, firmado em 24 de Julho de 1923, onde os turcos recuperaram suas fronteiras de 1914 na Europa e também a região de Esmirna. O Tratado de Lausanne, forjado pela vitória militar de um país derrotado em 1918, apontava o caminho às nações que pretendessem uma revisão das imposições que haviam sofrido.

Hitler na rota da Expansão: O nazismo fortalecia-se rapidamente na Alemanha. Hitler precisava do apoio de Reichswehr (forças Armadas) para realizar o rearmamento alemão, mas a maioria dos generais mantivera-se até então

numa atitude de expectativa em relação ao novo governo. Em alguns círculos da milícia nazista, já se falava na necessidade de uma segunda revolução que restituísse ao Partido o ímpeto inicial.

As execuções sumárias levadas a cabo na noite de 29 para 30 de Junho de 1934, realizadas por ordem expressa do Führer, passaram à História com o nome de Noite das Facas Longas. Quase todos os lideres das SA, a começar por seu chefe, foram passados pelas armas, juntamente com alguns políticos oposicionistas. A Noite das Facas Longas fez a Reichswehr cerrar fileiras em torno de Hitler, que, reforçado por tal sustentáculo, pode então se dedicar a seus planos longamente acalentados.

Em 13 de janeiro de 1935 um plebiscito junto à população do Sarre decidia, por maioria esmagadora, a reincorporação do Sarre ao Reich. Hitler abalava a Europa com duas declarações retumbantes: No dia 9, anunciou a criação da Luftwaffe e a elevação do efetivo militar de 100.000 para 500.000 homens.

O governo inglês, preocupado com um possível desenvolvimento da marinha de guerra germânica, iniciou negociações secretas com os alemães, sem qualquer consulta à França. Tal acordo equiparava a força naval alemã à francesa. A notícia provocou em Paris uma profunda irritação contra os ingleses. Os franceses

procuraram então se aproximar da Itália, como um meio de barrar o caminho à Alemanha.

Guerra Sino-japonesa

Primeiro Período 1937-1941: Os japoneses, embalados pelo grande crescimento do Japão pós Era Meiji e visando controlar um vasto império na Ásia, lançam uma grande ofensiva contra a China, o que obriga o governo nacionalista de Chiang Kai-shek a assinar uma trégua com o Exército Vermelho de Mão Tse Tung, para poder lutar contra o invasor.

Este período de seguidos triunfos japoneses chegou ao seu clímax com a invasão de outras partes da Ásia pelo Exército e pela Marinha Imperial (Indochina, Indonésia, Malásia, Filipinas e Birmânia), seguida da desastrosa decisão do Micado de extender a guerra aos Estados Unidos. O surpreendente ataque japonês à base naval americana de Pearl Harbour em 7 de dezembro de 1941, obrigou o império do Sol Nascente a espalhar os seus recursos militares pelo Pacífico Ocidental, declinando como conseqüência disso as atividades bélicas no fronte da China.

Segundo período da guerra sino-japonesa - 1941-1945: O segundo período, que vai de dezembro de 1941 até agosto de 1945, os Estados Unidos assumem a tarefa de derrotar os japoneses, enquanto os exércitos nacionalistas

chineses atuam apenas em pequenas escaramuças visando à fixação e ao desgaste do inimigo.

Início da guerra na Europa: Em 1938, com o apoio da população austríaca, o governo nazista anexou a Áustria, episódio conhecido como Anschluss. Em seguida, reivindicou a integração das minorias germânicas que habitavam os Sudetos (região montanhosa da Checoslováquia). Como esta não estava disposta a ceder, a guerra parecia iminente, foi então convocada uma conferência internacional em Munique. Na conferência de Munique, em setembro de 1938, ingleses e franceses, seguindo a política de apaziguamento, cederam à vontade de Hitler, concordando com a anexação dos Sudetos.

A 1 de Setembro de 1939, o exército alemão lançou uma forte ofensiva de surpresa contra a Polônia, com o principal objetivo de reconquistar seus territórios perdidos

na Primeira Guerra Mundial e com o objetivo secundário de expandir o território alemão. As tropas alemãs conseguiram derrotar as tropas polacas em apenas um mês. A União Soviética tornou efetivo o acordo (Ribbentrop-Molotov) com a Alemanha nazista e ocupou a parte oriental da Polônia. A Grã-Bretanha e a França, responderam à ocupação declarando guerra à Alemanha, mas não entrando, porém, imediatamente em combate. A Itália, nesta fase, declarou-se "país neutro".

A guerra relâmpago: A 10 de Maio de 1940, o exército alemão lançou uma ofensiva, também de surpresa, contra os Países Baixos, dando início a Batalha da França. Os alemães visavam contornar as poderosas fortificações francesas da Linha Maginot, construídas anos antes na fronteira da França com a Alemanha. Com os britânicos e franceses julgando que se repetiria a guerra de trincheiras

da Primeira Guerra Mundial, e graças à combinação de ofensivas de pára-quedistas com rápidas manobras de blindados em combinação com rápidos deslocamentos de infantaria motorizada (a chamada "guerra-relâmpago" - Blitzkrieg, em alemão), os alemães derrotaram sem grande dificuldade as forças franco-britânicas, destacadas para a defesa da França. Nesta fase, ocorre a famosa retirada das forças aliadas para a Inglaterra por Dunquerque. O Marechal Pétain assumiu então a chefia do governo em França, que ficou conhecido como o governo de Vichy, assinou um armistício com Adolf Hitler e começou a colaborar com os alemães.

A guerra na África e O África Korps: .A Setembro de 1940, após a tomada da França pelas forças alemãs, as tropas italianas destacadas na Líbia sob o comando do Marechal Graziani, uma vez livres da ameaça das forças francesas estacionadas na Tunísia iniciaram uma série de ofensivas contra o Egito, então colônia da Grã-Bretanha, com vistas a dominar o canal de Suez e depois atingir as reservas petrolíferas do Iraque, também sob domínio britânico.

Os efetivos ingleses realizaram uma espetacular contra-ofensiva contra as forças italianas que, apesar de sua superioridade numérica foram empurradas por 1200 km de volta à Líbia, perdendo todos os territórios anteriormente conquistados. Como a situação que surgia na África era crítica para as forças do Eixo, Adolf Hitler e o Oberkommando der Wehrmacht (OKW) decidiram enviar tropas alemãs a fim de não permitir a completa

desagregação das forças italianas. Cria-se dessa forma em Janeiro de 1941 o Afrika Korps, cujo comando foi passado ao então Tenente-General Erwin Rommel (A Raposa do Deserto). Após vitória e derrotas o "Afrika Korps" e o restante do contingente italiano na África do Norte, se rendem aos aliados na Tunísia em maio de 1943, dando fim à guerra na África.

A invasão da URSS: A invasão (Operação Barbarossa) começa a 22 de junho de 1941 e veio como uma surpresa, o que permitiu o envolvimento de grande número de divisões do exército vermelho e a destruição de grande parte dos aviões soviéticos ainda nas suas bases, antes mesmo que conseguissem levantar vôo.

O exército central foi o que progrediu mais rapidamente, tendo conquistado completamente a cidade de Minsk a 29 de junho de 1941, operação que resultou na captura de 420 mil soldados do exército vermelho. A ofensiva prosseguiu com o grupo central marchando através da Bielorússia até atingir a cidade de Smolensk, penetrando finalmente no território da Rússia propriamente dita.

As tropas do exército central uniram-se a várias unidades do grupo norte e iniciaram a operação que tinha

por objetivo envolver a cidade de Moscou, mas o avanço do exército alemão foi barrado, e as pinças norte e sul do ataque não puderam se encontrar, fechando o cerco.

No dia 6 de dezembro, em pleno inverno, começou a contra-ofensiva dos russos, chefiada pelo general Georgy Zhukov, afastando definitivamente a ameaça que pairava sobre sua capital, o que levou a Wehrmacht a voltar-se então contra a região do Cáucaso, de grande importância econômica e militar devido a seus recursos petrolíferos (reservas de petróleo soviéticas no Mar Cáspio, industriais e agrícolas. A cidade de Stalingrado sofreu pesados bombardeamentos aéreos e no fim de Agosto foi cercada ao norte e no 1º de setembro as comunicações ao sul também foram interrompidas. A batalha pela cidade durou três meses, conhecendo avanços e recuos de ambas as partes, com lutas sangrentas pela conquista de simples casas, prédios ou fábricas.

Em novembro de 1942, os soviéticos iniciaram seu contra-ataque, batizado de Operação Urano. Os alemães

foram cercados pelo Exército Vermelho e as tentativas de abastecê-los através de uma ponta aérea não tiveram sucesso. A 2 de fevereiro de 1943, os alemães remanescentes na cidade rendem-se.

É iniciada uma ofensiva alemã (operação cidadela), sendo que a culminância dessa malfadada operação foi a Batalha de Kursk, em julho de 1943, onde os alemães sofreram uma grande derrota e foram recuando até saírem da URSS e as forças soviéticas avançando em direção a Alemanha.

A reconquista da Europa: A partir de 1943, os exércitos aliados foram recuperando território passo a passo. Os

soviéticos obrigaram os alemães a retroceder e os norte-americanos ocuparam parte da Itália.

A 6 Junho de 1944, no chamado Dia D, os Aliados efetuaram um desembarque nas praias da Normandia (Operação Overlord). A Wehrmacht, não conseguiu responder ao ataque devidamente, pois o comandante da área (à época, General Erwin Rommel) não estava presente, pois seu carro havia sido bombardeado durante uma viagem à Alemanha e, encontrava-se internado num hospital da Luftwaffe.

Após o desembarque na Normandia, seguiu-se a operação Market Garden em Setembro de 1944, que tinha como um dos objetivos libertar os Países Baixos. Esta operação foi superior a Overlord no que respeita ao número de soldados envolvidos (apenas pára-quedistas), mas resultou num enorme fracasso, contando-se cerca de 20 mil mortos, só entre os americanos, e 6500 britânicos foram feitos prisioneiros. O objetivo dos Aliados era conquistar

uma série de pontes nos Países Baixos, o que lhes permitiria atravessar o rio Reno.

A derrota do Eixo: Hitler ordenou uma contra-ofensiva na Bélgica, mas a ofensiva alemã acabou por fracassar, e o custo em termos militares acabou por fragilizar a posterior defesa do território alemão. Na Itália, foi tomada a abertura ao Reno, com participação de forças francesas, americanas e a Força Expedicionária Brasileira, fato que facilitou o avanço aliado pelo sul.

Bombardeio a Berlim

O primeiro dos acordos sobre o destino da Europa, feito pelos aliados, foi a Conferência de Teerã, no Irã, em 1943.Em Janeiro de 1945, Winston Churchill, Franklin D. Roosevelt e Josef Stalin reúnem-se novamente em Ialta, Ucrânia, já sabendo da inevitabilidade da derrota alemã, para decidir sobre o futuro da Europa pós-guerra. Nesta conferência, fica decidido que todos os países libertados deveriam realizar eleições livres e democráticas - o que não se veio a verificar, nos países controlados pelo Exército Vermelho - e que a Alemanha teria de compensar os países que invadiu. Discutiu-se também a criação da Organização

das Nações Unidas (ONU) em bases diferentes das da Liga das Nações. Definiu-se, ademais, a partilha mundial, deixando à União Soviética o predomínio sobre a Europa Oriental, incorporando os territórios alemães à leste e definindo a participação da URSS na rendição do Japão, com a divisão da Coréia em áreas de influência soviética e norte-americana. Assim, lançavam-se as bases para a Guerra Fria.

A 30 de Abril de 1945, Adolf Hitler suicidou-se, quando as tropas soviéticas estavam a exatamente dois quarteirões de seu bunker.

A 7 de Maio, o seu sucessor, o almirante Dönitz, assinou a capitulação alemã. A 14 de Agosto de 1945, o general Tojo do Japão rendeu-se incondicionalmente.A guerra no Pacífico.

Por volta de 1940, o Japão, tinha já ocupado vários territórios no Pacífico, e tentava agora aumentar a sua influência no Sudoeste Asiático e no Pacífico.

A 7 de Dezembro de 1941, a aviação japonesa atacou Pearl Harbor, a maior base norte-americana do Pacífico. No dia seguinte os EUA declaram guerra ao Japão, dando início à guerra do Pacífico.

Ataque Japonês a Pearl HarborO fim da guerra: Em 1945, a captura das ilhas de Iwo

trouxeram o Japão para dentro do alcance de ataques aéreos e navais, começando assim os bombardeamentos a fábricas e instalações militares na ilha principal.

Em inícios de Agosto o Imperador Hirohito, verificando as elevadas perdas nos últimos conflitos, autorizou que o embaixador japonês na União Soviética contactasse Stalin para apresentar uma rendição do Japão, mas Harry Truman e Stalin não concordaram com os termos e em 6 de Agosto, a bomba atômica "Little Boy", foi lançada sobre Hiroshima do B-29 "Enola Gay".

A 8 de Agosto de 1945 a União Soviética declarou guerra ao Japão, como tinha concordado na conferência, e lançou uma invasão (Operação Tempestade de Agosto, August Storm) em grande escala à Manchúria, que se encontrava ocupada pelo Japão. Truman decidiu não esperar por uma resposta do Japão, ordenando assim o lançamento de uma segunda bomba atômica, a "Fat Man" que foi lançada sobre Nagasaki a 9 de Agosto, levando o Japão a assinar a rendição, incondicional, em 15 de agosto de 1945.

História do Brasil

A Era Vargas

Governo Provisório (1930 - 1934)

Às 3 horas da tarde de 3 de novembro de 1930, a junta militar passou o poder, no Palácio do Catete, a Getúlio

Vargas, (que vestia farda militar pela última vez na vida), encerrando a chamada República Velha.Na mesma hora, no centro do Rio de Janeiro, os soldados gaúchos cumpriam a promessa de amarrar os cavalos no obelisco da avenida Rio Branco, marcando simbolicamente o triunfo da Revolução de 1930.Getúlio tornou-se Chefe do Governo Provisório com amplos poderes. Os revolucionários não aceitavam o título "Presidente da República".

Getulio Vargas

A constituição de 1891 foi revogada e Getúlio governava por decretos. Getúlio nomeou interventores para os Governos Estaduais, na maioria tenentes que participaram da Revolução de 1930.Os oficiais das forças armadas que permaneceram fiéis ao governo deposto, tiveram suas carreiras abortadas, sendo colocados, por decreto, na reserva.

Houve no inicio uma espécie do comando revolucionário, apelidado de "Gabinete Negro", do qual faziam parte Osvaldo Aranha, Góis Monteiro e o Tenente João Alberto entre outros. E Juarez Távora, fora, através de decreto secreto, foi nomeado Chefe de uma Delegacia do Norte, o que lhe dava o controle de todos os interventores do nordeste brasileiro, e lhe valeu a alcunha de vice-rei do norte.

Porém, em meados de 1932, Getúlio, já havia conseguido se livrar da influência dos tenentes e governar só com o ministério.E este ministério, composto de apenas 9 pessoas, foi cuidadosamente montado com elementos dos estados e partidos vencedores da Revolução de 1930, para premiar todos esses vencedores.Foram investigadas minuciosamente as administrações e os políticos da república velha, e, como o próprio Getúlio confirma em seu Diário, nada foi encontrado de irregularidades e corrupção naquele regime, motivo pelo qual mais tarde surgiria a expressão: "os honrados políticos da República Velha".

A radicalização dos tenentes representou seu maior perigo a Getúlio em 25 de fevereiro de 1932, quando foi destruído (por empastelamento) um jornal da oposição no Rio de Janeiro, o Diário Carioca, que levou à renúncia do ministro do trabalho Lindolfo Collor, do ministro da justiça Joaquim Maurício Cardoso e do Chefe de Polícia do Rio de Janeiro, Batista Luzardo. Este último denunciou, em carta, o envolvimento do Governo Provisório no atentado ao Diário Carioca. Os jornais do Rio de Janeiro ficaram 2 dias sem circularem, em solidariedade ao Diário Carioca.

Getúlio Vargas cumpriu as principais promessas da Revolução de 1930:

1. Anistiou os revolucionários dos anos 1920 (Levante do Forte de Copacabana de 1922, Revolução de 1924 e da Coluna Prestes).2. Criou o voto secreto e o voto feminino, o Código Eleitoral e a Justiça Eleitoral, o que fez diminuir muito a fraude eleitoral.

3. Ampliou os direitos trabalhistas, formalizando-os pela CLT, instituída mais tarde em 1943.

4. Criou o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio (1930) e o Ministério da Educação e Saúde.

As realizações do Governo Provisório

Durante o Governo provisório, Getúlio Vargas deu início à modernização do Estado brasileiro. Criou o código das águas, o código florestal, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a propaganda comercial nas rádios e a lei da usura (na verdade, um decreto) que proíbe os juros abusivos, não revogada até hoje.

Em 1931, foi declarada uma moratória e renegociada a dívida externa brasileira.

Em 19 de março de 1931, foi editada a Lei de Sindicalização, tornando obrigatória a aprovação dos estatutos dos sindicatos trabalhistas e patronais pelo Ministério do Trabalho.

Getúlio conseguiu o restabelecimento de relações amistosas entre o Estado brasileiro e a Igreja Católica, muito influente naquela época, e rompida com o governo brasileiro desde o advento da república e do casamento civil. Facilitou essa conciliação com a Igreja, o estabelecimento, em 1933, da religião católica como religião oficial do Brasil.Realizaram-se seguidas e grandes queimas de café em Santos, para a valorização do preço do café, o qual tinha caído muito durante a Grande Depressão de 1929.

A Revolução de 1932 e a eleição de 1933

Em 9 de julho de 1932, eclodiu a Revolução constitucionalista em São Paulo.O Partido Republicano Paulista e o Partido Democrático de São Paulo, que antes apoiara a Revolução de 1930, uniram-se na Frente Única para exigir o fim da ditadura do "Governo Provisório" (Getúlio Vargas havia revogado a Constituição de 1891 e governava através de decretos) e a promulgação de uma nova constituição.

Os paulistas consideravam que São Paulo estava sendo tratado como terra conquistada, sendo governada por tenentes de outros estados e sentiam, segundo eles, que a Revolução de 1930 fora feita contra São Paulo. O tenente interventor que os paulistas mais detestaram foi João Alberto Lins de Barros, chamado, depreciativamente de : O Pernambucano. Segundo muitos analistas, este foi o maior erro político de Getúlio em quase 50 anos de carreira: Entregar São Paulo aos tenentes.

O estopim da revolta foram as mortes de 5 estudantes paulistas, assassinados no centro de São Paulo por partidários de Getúlio Vargas em 23 de maio de 1932. Surgiu em seguida um movimento de oposição que ficou conhecido como MMDC, (atualmente rebatizado de MMDCA), iniciais dos nomes dos estudantes mortos naquele dia 23 de maio: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo. Esse movimento foi o responsável pela revolução. Orlando de Oliveira Alvarenga, alvejado também em 23 de maio, faleceu em 12 de agosto de 1932.

Foi montado um grande contingente de voluntários civis e militares que travaram uma luta armada contra o Governo Provisório, com o apoio de políticos de outros Estados, como Borges de Medeiros, Artur Bernardes e João Neves da Fontoura.Iniciado em 9 de julho, esse movimento estendeu-se até 2 de outubro de 1932, quando foi derrotado militarmente.

Revolução 1932: Porém o término da revolução constitucionalista marcou o início de um período de democratização do Brasil.

Em 3 de maio de 1933, foram realizadas eleições para a Assembléia Nacional Constituinte quando a mulher

votou pela primeira vez no Brasil em eleições nacionais. Nesta eleição, graças à criação da Justiça Eleitoral, as fraudes deixaram de ser rotina nas eleições brasileiras.

Na versão do governo, a Revolução de 1932 não era necessária pois as eleições já tinham data marcada para ocorrer. Segundo os paulistas não teria havido redemocratização do Brasil, se não fosse o movimento constitucionalista de 1932.

Terminada a Revolução de 1932, Getúlio Vargas se reconcilia com São Paulo, e depois de várias negociações políticas, nomeia um civil e paulista para interventor em São Paulo, Armando de Sales Oliveira, e mais tarde participa pessoalmente da inauguração da Avenida 9 de Julho em São Paulo.

O Governo Constitucional (1934 - 1937): Foi instalada em novembro de 1933 a Assembléia Nacional Constituinte que promulgou uma nova Constituição em 16 de julho de 1934. Nesta constituinte participou pela primeira vez uma mulher deputada, Carlota Pereira de Queirós que curiosamente representava o estado derrotado em 1930: São Paulo, e houve a presença de deputados eleitos pelos sindicatos: os deputados classistas.

A Constituição era tida como progressista para uns; e para Getúlio:- Impossível de se governar com ela!.Nesse mesmo dia, 16 de julho, o Congresso Nacional elegeu, por voto indireto, Getúlio Vargas como Presidente da República, derrotando Borges de Medeiros e outros candidatos. O novo mandato presidencial de Getúlio, iniciado naquele dia 16 de julho de 1934, deveria se

encerrar em 3 de maio de 1938. Não havia, na constituição de 1934, a figura do vice-presidente.Os estados fizeram, depois, suas constituições e muitos interventores se tornaram governadores, o que significou uma ampla vitória, nos estados, dos partidários de Getúlio.

Getúlio visitou Argentina e Uruguai, sendo que antes dele, só um presidente (Campos Sales) se ausentara do Brasil. Assumiu a presidência da república, nesta ausência de Getúlio, o presidente da Câmara dos Deputados, Antônio Carlos Ribeiro de Andrada.

Neste período cresceu a radicalização política, especialmente entre a Ação Integralista Brasileira (AIB), de inspiração fascista, liderada por Plínio Salgado, e a Aliança Nacional Libertadora (ANL), movimento dominado pelo Partido Comunista do Brasil (PCB), pró Moscou.

O fechamento da ANL, determinado por Getúlio Vargas, bem como a prisão de alguns de seus partidários, precipitaram as conspirações que levaram à Intentona Comunista de 27 de novembro de 1935, movimento ocorrido nas cidades de Natal, onde os comunistas chegaram a tomar o poder naquela cidade, sendo depois derrotados por tropas de sertanejos vindos do interior, Recife e Rio de Janeiro. A Partir daí, seguiram-se os "estado de sítio" e a instabilidade política, que levaram Getúlio a implantar o Estado Novo.

Exercício

126 - (G1) Explique: "Liberais e Conservadores são farinhas do mesmo saco".

127 - (G1) Por que o Brasil não queria abolir a escravidão?

128 - (G1) Qual o interesse da Inglaterra em destruir o Paraguai?

129 - (G1) Explique por que o Paraguai foi uma exceção em relação às demais repúblicas latino americanas.

130 - (G1) Como era o Paraguai antes da guerra?

131 - (G1) As revoltas durante o Período Regencial, receberam denominações diferentes. Complete o nome das revoltas:

LOCALIDADES REVOLTAS

Grão-Pará_____________________________

Maranhão_____________________________

Bahia_____________________________

Rio Grande do Sul_____________________________

132 - (G1) Por que o Padre Feijó criou a Guarda Nacional (Regências)?

133 - (G1) Por que a independência norte-americana que ocorreu em 1776 significou de fato um fortalecimento da nação e da democracia diferente do processo brasileiro?

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO(Puccamp) Estrangeiro é quemmudou de paísmudou de paisageme fez da viagem

um modo de estar.Quem deixou para tráso que tinha pela frente.Quem era iguale se tornou diferente.Estrangeiro é quemmudou por inteiro:de ares, de amigose até de dinheiro.

(Alberto Martins. "A Floresta e o estrangeiro". São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2000. p. 6-7)

134 - No final do século XIX, a imigração européia para o Brasil estava relacionada ao processo de unificação da Itália e Alemanha. O movimento pela unificação desses dois países foi conduzido, sobretudo, por grupos políticos que defendiam, a um só tempo, o a) socialismo e o nacionalismo.b) socialismo e o republicanismo.c) liberalismo e o socialismo.d) liberalismo e o nacionalismo.e) comunismo e o republicanismo.

135 - A Independência dos Estados Unidos teve grande repercussão no século XVIII porque

I. pela primeira vez princípios iluministas foram incorporados a uma Constituição contribuindo para acelerar a derrocada do Antigo Regime.II. instituiu oficialmente a República Federativa Presidencialista, a divisão em três poderes e a abolição da escravidão.III. significou a primeira emancipação de uma colônia no Continente Americano, servindo de modelo para outras lutas por independência.IV. disseminou a postura anti-colonialista ao se configurar como um movimento pacífico que contou com o apoio da França e da Espanha.

São corretas SOMENTEa) I e II.b) I e III.c) III e IV.

d) I, III e IV.e) II, III e IV.

136 - (G1) No Brasil do século XIX:

I - O café, principal produto de exportação e base da economia nacional, foi também o principal responsável pela modernização da sociedade brasileira no eixo RJ/SP.II - Foi na lavoura cafeeira que se introduziu o trabalho livre com a vinda de imigrantes europeus, acelerando o fim da escravidão no Brasil.III - A Lei Áurea libertou o negro da escravidão e dos problemas econômicos e sociais, impondo mecanismos de integração profissional a esses trabalhadores.

As afirmativas corretas são:a) somente a I;b) somente a III;c) I e II;d) II e III;e) I e III.

137 - (G1) O Parlamentarismo implantado no Brasil durante o Segundo Reinado, teve como modelo o parlamentarismo:a) dos Estados Unidos;b) da França;c) da Espanha;d) da Argentina;e) da Inglaterra.

138 - (G1) A Tarifa Alves Branco, aprovada em 1844, tinha por finalidade:a) acabar com o tráfico negreiro para o Brasil;b) romper as relações diplomáticas com a Inglaterra;c) bloquear o Rio da Prata para o Paraguai;d) elevar as tarifas alfandegárias pagas pela Inglaterra, para proteger a economia brasileira;e) fortalecer as relações econômicas com os Estados Unidos.

139 - (G1) Acabou com o Tráfico Negreiro para o Brasil:a) Lei Eusébio de Queiróz;b) Bill Aberdeen;c) Tarifa Alves Branco;d) Lei de Imigração;e) Lei Áurea.

140 - (G1) Os conflitos envolvendo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai no século XIX, tinham como causa principal:a) disputas pelo controle da bacia do Rio da Prata;

b) a disputa pela indústria paraguaia;c) as disputas entre liberais e conservadores;d) a abolição da escravidão;e) estabelecer os limites territoriais, respeitando o Tratado de Madri.

141 - (G1) A introdução da mão-de-obra imigrante na lavoura cafeeira se deu através do sistema de parceria que não foi respeitado pelos fazendeiros.Eram características do sistema de parceria:a) trabalho assalariado e divisão dos lucros;b) financiamento das despesas de viagem do imigrante pelo fazendeiro e divisão dos lucros excedentes do café;c) a servidão por contrato, com o arrendamento de 50% das terras aos imigrantes e pagamento de salários;d) divisão dos custos e do lucro da lavoura de subsistência;e) arrendamento das terras apenas para a lavoura do café, proibindo-se a lavoura de subsistência.

142 - (G1) Relacione as colunas:

A) Manifesto Republicano

B) Convenção de Itú C) Evolucionistas D) Revolucionários

( ) Defendiam a implantação da República pela luta armada.( ) Encontro dos republicanos em 1873, onde foi criado o PRP (Partido Republicano Paulista). ( ) Foi publicado pelos liberais que passaram a defender a República.( ) Defendiam a transição pacífica da Monarquia para a República. a) D, C, A e B;b) D, B, A e C; c) A, C, D e B;d) B, C, A e D; e) C, A, B e B.

143 - (Puc-rio) Sobre a crise que afetou o Estado Imperial brasileiro, a partir de 1870, é correto afirmar que:I - A insatisfação de segmentos militares, desde o fim da Guerra do Paraguai, resultava, em larga medida, da percepção que possuíam a respeito do lugar secundário e subordinado que o Exército vinha ocupando no Estado Imperial. II - A crescente crise econômica e financeira decorria, entre outros fatores, da acentuada queda do preço do café no mercado europeu e norte-americano, em um quadro marcado pela superprodução. III - O descontentamento da burguesia cafeeira do Oeste Novo paulista, em especial a partir da promulgação da "Lei dos Sexagenários", resultava, em larga medida, do que considerava como uma excessiva centralização política e administrativa do governo imperial. IV - O desagrado da nascente burguesia industrial originava-se da política monetária ortodoxa e do livre-cambismo que vinham sendo implementados pelos diversos gabinetes imperiais, desde os anos de 1840. V - O agravamento dos conflitos sociais, sobretudo nas cidades, decorria tanto da discussão e votação da Lei do Ventre Livre (1871) quanto da implementação de medidas protetoras dos libertos.

Assinale:a) Se somente as afirmativas I e III estão corretas.b) Se somente as afirmativas I e V estão corretas.c) Se somente as afirmativas II e III estão corretas.d) Se somente as afirmativas II e IV estão corretas.e) Se somente as afirmativas IV e V estão corretas.

144 - (Pucpr) Dentre as causas da proclamação da República em 15-11-1889, NÃO é correto afirmar:a) Ocorria descontentamento nos quartéis, em decorrência da Questão Militar.b) Ocorria indiferença da Igreja Católica ante a sorte da monarquia, originária da Questão Religiosa e prisão anterior dos Bispos de Olinda e de Belém do Pará.c) Os fazendeiros ou cafeicultores da Província do Rio de Janeiro estavam irritados, pois perderam todos os seus escravos em decorrência da Lei Áurea.d) A influência da filosofia positivista estava presente, principalmente entre a jovem oficialidade do exército.e) A oficialidade da marinha de guerra era tão republicana quanto à do exército, visto ter a mesma origem social popular e até humilde.

145 - (Pucpr) Enquanto nos Estados Unidos se promoveu a colonização interna com o "Homested Act", assegurando a cada família a propriedade de uma área de terra, no Brasil dificultou-se o acesso à terra com a criação, em 1850:

a) do Regimento Agrícola.

b) do Ato Adicional.c) da Provisão Agrária.d) da Lei de Terras.e) da Constituição Rural.

146 - (Fgv) A revolta dos malês:a) Foi comandada por escravos e libertos muçulmanos que controlaram Salvador por alguns dias.b) Foi iniciada por setores da elite maranhense contra as medidas centralizadoras adotadas pelo governo sediado no Rio de Janeiro.c) Foi liderada por comerciantes paulistas contrários à presença dos portugueses na região das minas.d) Foi articulada pelo setor açucareiro da elite baiana descontente com a falta de investimentos do governo imperial.e) Estabeleceu uma ampla rede de quilombos em Pernambuco, desafiando a dominação holandesa.

147 - (G1) Entre os grupos políticos que figuraram no Período Regencial, o grupo dos ______________ defendia a volta de D. Pedro I e era formado por ______________ . Completa a frase acima:a) liberais - fazendeiros;b) conservadores - republicanos;c) republicanos - abolicionistas;d) restauradores - portugueses;e) exaltados - comerciantes.

148 - (G1) O Ato Adicional de 1834, estabeleceu reformas na Constituição de 1824, entre as quais NÃO podemos destacar:a) a criação da Guarda Nacional;b) a substituição da regência trina pela regência una;c) a autonomia dada às províncias, com a criação das Assembléias Legislativas;d) a criação do município neutro do Rio de Janeiro;e) eleições para regente, para um mandato de quatro anos.

149 - (Pucpr) O período Regencial da História do Brasil durou de 1831 a 1840.Sobre o mesmo, pode-se afirmar corretamente que:a) O Governo Regencial não estava previsto no texto da constituição e foi uma improvisação política, necessária devido à renúncia de D. Pedro I.b) Das guerras civis que eclodiram no período, a Cabanagem foi a que mais teve a participação das elites regionais.

c) Apresentou grande instabilidade política, nele ocorrendo o perigo de fragmentação territorial, decorrente das várias guerras civis.d) Durante o período foi alterada a constituição, o que permitiu a substituição da forma unitária do Estado pela forma denominada federação.e) A criação da Guarda Nacional para a manutenção da ordem pública foi obra do Regente Uno Pedro de Araújo Lima.

150 - (Uff) Os processos de ocupação do território americano do Norte simbolizam, para muitos historiadores, a presença do ideário europeu no Novo Mundo. Os pioneiros ingleses do Mayflower construíram uma sociedade baseada na justiça e no cumprimento dos valores religiosos e morais protestantes. Essa base fundadora teve papel essencial na formação dos Estados Unidos da América.Assinale a opção que contém a relação correta entre a fundação e a formação dos Estados Unidos.a) A Revolução Americana de 1776 representou, nos Estados Unidos, a presença dos valores da Revolução Francesa, mostrando como os americanos estavam sintonizados com a Europa e não queriam se separar da Inglaterra.

b) A Revolução Americana de 1776 foi o episódio que representou, de forma mais cabal, a presença da tradição dos primeiros colonos, através do sentido de liberdade e da idéia de "destino manifesto".c) A Revolução Americana de 1776 apresentou valores que eram oriundos das culturas indígenas da região americana e por isso garantiu a expressão radical de liberdade, na revolução.d) A revolução de 1776 foi um episódio isolado na história dos Estados Unidos, pois fundamentou-se em valores de unidade que não foram capazes de fazer dos Estados Unidos um país americano.e) A Revolução Americana de 1776 foi apenas um ensaio do que ocorreria no século XIX nos Estados Unidos, por isso, podemos pensá-la como um apêndice da Guerra de Secessão, esta sim, vinculada à Revolução Francesa.

151 - (Unifesp) O que queremos dizer com a Revolução? A guerra? Isso não foi parte da Revolução; foi apenas um efeito e conseqüência dela. A Revolução estava nas mentes das pessoas e foi levada a cabo de 1760 a 1775, no curso de quinze anos, antes que uma gota de sangue fosse derramada em Lexington.

(John Adams para Jefferson, 1815.)

O textoa) considera que a Independência dos Estados Unidos se fez sem idéias.b) confirma que a guerra entre os Estados Unidos e a Inglaterra foi uma revolução.c) sustenta que na Independência dos Estados Unidos não houve ruptura.d) defende que a criação dos Estados Unidos foi precedida de uma revolução.e) demonstra que os norte-americanos não aceitaram as concessões inglesas.

152 - (Ufmg) Leia este trecho de documento:Odeio-a porque impede a nossa República de influenciar o mundo pelo exemplo da liberdade; oferece possibilidade aos inimigos das instituições livres de taxar-nos, com razão, de hipocrisia e faz com que os verdadeiros amigos da liberdade nos olhem com desconfiança. Mas, sobretudo, porque obriga tantos entre nós, realmente bons, a uma guerra aberta contra os princípios da liberdade civil.

Discurso de Abraham Lincoln, em 1859.esse trecho de discurso, Abraham Lincoln, que seria eleito Presidente dos Estados Unidos no ano seguinte, faz referência

a) à política de segregação racial existente nos estados do sul dos Estados Unidos, que gerou a formação de organismos voltados ao extermínio dos negros, à destruição de suas propriedades e a atentados constantes contra suas comunidades.b) à posição dos estados do sul de defesa intransigente de tarifas protecionistas, o que levava os Estados Unidos a comprometer a crença na liberdade de mercado, numa conjuntura de predomínio do capitalismo liberal.c) à questão da escravidão, que levou a uma guerra civil, nos Estados Unidos, entre o Norte, industrializado, e o Sul, que lutava para preservar a mão-de-obra escrava nas suas plantações de produtos para a exportação.d) à defesa, pelos imigrantes, do extermínio dos índios nas terras conquistadas a oeste, especialmente após a edição do "Homestead Act", visando ao desenvolvimento da agricultura e da pecuária naquelas áreas.

153 - (G1) Sobre a unificação italiana, é correto afirmar que:

I) Após o Congresso de Viena, a Itália foi dividida e transformada numa simples "expressão geográfica", motivando o "Risorgimento".

II) A liderança na luta pela unificação coube ao reino do Piemonte-Sardenha, sob orientação de Benito Mussolini.III) Foi na década de 1870 que os italianos conquistaram Roma e completaram a unificação.IV) A conquista da unidade deu origem à Questão Romana, monarquia italiana versus Papa, que só foi resolvida com o tratado de Latrão, em 1929, quando foi criado o Estado do Vaticano.

Das proposições anteriores, são corretas somente:a) II, III e IV.b) I, III e IV. c) I, II e III.d) I e IV.e) I e II.

154 - (Ufg) A unificação italiana, no final do século XIX, ameaçou a integridade territorial da Igreja. Esse impasse resultoua) no reforço dos sentimentos nacionalistas na Itália, provocando a expropriação das terras da Igreja.b) no envolvimento da Igreja em lutas nacionais, criando congregações para a expansão do catolicismo.c) na adoção de atitudes liberais pelo Papa Pio IX, como forma de deter as forças fascistas.d) na assinatura do Tratado de Latrão, em 1929, quando Mussolini criou o Estado do Vaticano.e) no "Risorgimento", processo em que segmentos ligados à Igreja defenderam a Itália independente.

155 - (Unesp) As unificações políticas da Alemanha e da Itália, ocorridas na segunda metade do século XIX, alteraram o equilíbrio político e social europeu. Entre os acontecimentos históricos desencadeados pelos processos de unificações, encontram-sea) a ascensão do bonapartismo na França e o levante operário em Berlim.b) a aliança da Alemanha com a Inglaterra e a independência da Grécia.c) o nacionalismo revanchista francês e a oposição do Papa ao Estado italiano.d) a derrota da Internacional operária e o início da União Européia.e) o fortalecimento do Império austríaco e a derrota dos fascistas na Itália.

156 - (G1) Na história dos Estados Unidos, o movimento conhecido como Marcha para o Oeste foi:

a) A ocupação de terras além do rio São Lourenço para efetivar a posse da Louisiana.b) a ocupação de todos os territórios onde os indígenas eram hostis ao homem branco.c) a ocupação do Texas, conquistado junto ao México.d) a Corrida do ouro para a Califórnia.e) a colonização de terras do lado ocidental dos Apalaches, por imigrantes dispostos a desbravar o interior do continente.

157 - (Pucmg) A catástrofe ocorrida em Nova Orleans, em 2005, chamou atenção do mundo para as diferenças existentes entre o sul e o norte dos Estados Unidos, que se tornaram evidentes desde a Guerra de Secessão (1861-65). É CORRETO afirmar que essa guerra resultou:a) na integração dos ex-escravos como cidadãos norte-americanos sem direito à participação na vida social e política do país.b) no deslocamento em massa dos brancos sulistas, que passaram a se integrar ao processo de desenvolvimento industrial do Norte.c) na ruína dos latifundiários que, após a reforma agrária, tiveram as suas grandes propriedades divididas e distribuídas aos negros.

d) na aprovação de leis que consolidaram a segregação racial nos estados sulistas para impedir a concessão de direitos aos negros.

158 - (Fgv) A conquista colonial inglesa resultou no estabelecimento de três áreas com características diversas na América do Norte.Com relação às chamadas "colônias do sul" é correto afirmar:a) Baseava-se, sobretudo, na economia familiar e desenvolveu uma ampla rede de relações comerciais com as colônias do Norte e com o Caribe.b) Baseava-se numa forma de servidão temporária que submetia os colonos pobres a um conjunto de obrigações em relação aos grandes proprietários de terras.c) Baseava-se numa economia escravista voltada principalmente para o mercado externo de produtos, como o tabaco e o algodão.d) Consolidou-se como o primeiro grande pólo industrial da América com a transferência de diversos produtores de tecidos vindos da região de Manchester.e) Caracterizou-se pelo emprego de mão-de-obra assalariada e pela presença da grande propriedade agrícola monocultora.

159 - (G1) A Constituição de 1824, a primeira do Brasil, foi OUTORGADA e a Constituição de 1891, a primeira republicana, foi PROMULGADA.Dê o significado das expressões destacadas.

160 - (G1) Explique com as suas palavras, como funcionava a "política dos favores" do Coronelismo.

161 - (G1) Como é conhecido o período de nossa história que vai de 1889 a 1930?

162 - (G1) Explique com suas palavras o que foi a "política do Café com Leite".

163 - (G1) Diante da crise econômica que afetava o Brasil, o presidente Campos Sales conseguiu, junto aos credores ingleses, um acordo financeiro para amenizar os efeitos da crise. Como se chamou esse acordo?

164 - (G1) Quais eram as principais reivindicações das classes operárias no Brasil, no início do século XX?

165 - (G1) O que foi a Aliança Liberal?

166 - (G1) Qual o significado da expressão "American way of Life" ?

167 - (G1) Explique o que foi o Tratado de Nanquim em 1842.

168 - (G1) O que foi a guerra dos Boeres?

169 - (G1) Por que os EUA entraram em guerra com a Espanha?

170 - (G1) Por que os EUA "ajudaram" os panamenhos a se tornarem livres da Colômbia?

171 - (G1) O que foi a Conferência de Berlim de 1884-1885?

172 - (G1) Quais eram as justificativas ideológicas dos europeus para a dominação sobre os povos africanos e asiáticos no século XIX?

173 - (G1) O que foi a Marcha sobre Roma?

174 - (G1) Quais foram as alianças políticas e militares na Europa que antecederam a Primeira Guerra Mundial?

175 - (G1) Caracterize os Bolcheviques e os Mencheviques no contexto da Revolução Russa de 1917.

176 - (G1) O que foi a NEP ( Nova Política Econômica), implantada por Lênin?

177 - (G1) Foram as revoltas ocorridas durante o governo de Floriano Peixoto:a) Revolução Federalista e Revolta da Armada;b) Revolta de Canudos e Revolução Praieira;c) Revolta da Chibata e Revolta do Contestado;d) Revolução Federalista e Coluna Prestes;e) Revolta da Armada e Revolta do Forte de Copacabana.

178 - (Pucsp) A Constituição brasileira de 1891a) permitiu a plena democratização do país, com a superação do regime militar.b) criou um quarto poder, o Moderador, que atribuía plenos poderes ao Imperador.c) separou o Estado, agora republicano, da Igreja Católica.d) manteve a permissão para a existência de mão-de-obra escrava.e) eliminou os resquícios autoritários do varguismo.

179 - (G1) "Canudos era exemplo perigoso que não deveria ficar na memória"

(Rui Facó)

Segundo a afirmativa, os motivos da intensa repressão ao movimento de Canudos, na Bahia, ocorreram:a) para que no local fosse realizada uma grande distribuição de terras pelo Governo.b) porque se tratava apenas de um movimento de fanáticos religiosos.c) porque foi realizada apenas pelos latifundiários locais onde não houve participação do Estado Brasileiro na repressão.d) porque os revoltosos lutavam contra a liberdade e a ordem injusta de suas vidas.e) para que ninguém lembrasse uma revolta dos pobres do campo contra a miséria, a exploração, o monopólio da terra mantido pelos latifundiários que dominavam o Estado Brasileiro.

180 - (G1) Coloque (V) verdadeiro ou (F) falso:

a) ( ) Mesmo eleito com a ajuda dos coronéis, o governador não retribuía esse apoio, pois seu interesse era ajudar o povo.b) ( ) Utilizando alianças e cambalachos, as oligarquias agrárias controlaram o poder durante toda a República Velha.]

181 - (G1) O controle dos votos nas eleições pelos coronéis na República das Oligarquias, era chamado de:a) Eleições do Cacete;b) Curral eleitoral;c) voto de cabresto;d) voto censitário;e) voto distrital.

182 - (G1) Foram importantes movimentos populares no campo contra a concentração fundiária, a miséria e os desmandos das oligarquias e caracterizados como messiânicos devido a liderança de beatos. O texto refere-se à(ao):a) Revolta de Juazeiro e Cangaço;b) Cangaço e Revolta da Chibata;c) Guerra de Canudos e Guerra do Contestado;d) Guerra do Contestado e Revolta de Juazeiro;e) Balaiada e Cabanagem.

183 - (G1) O New Deal, foi o plano de recuperação econômica dos Estados Unidos, adotado pelo presidente Roosevelt e teve como principais medidas, EXCETO:a) a estatização dos bancos, das grandes indústrias e das grandes propriedades rurais.b) o tabelamento de preços de produtos industriais e agrícolas.c) criação de várias obras públicas para geração de empregos.d) elevação de salários, diminuição da jornada de trabalho e fixação de salários mínimos.e) concessão de empréstimos a fazendeiros e industriais.

184 - (Enem) "O continente africano em seu conjunto apresenta 44% de suas fronteiras apoiadas em meridianos e paralelos; 30% por linhas retas e arqueadas, e apenas 26% se referem a limites naturais que geralmente coincidem com os de locais de habitação dos grupos étnicos".

(MARTIN, A. R. "Fronteiras e Nações. Contexto", São Paulo, 1998.)

Diferente do continente americano, onde quase que a totalidade das fronteiras obedecem a limites naturais, a África apresenta as características citadas em virtude, principalmente,a) da sua recente demarcação, que contou com térmicas cartográficas antes desconhecidas.b) dos interesses de países europeus preocupados com a partilha dos seus recursos naturais.c) das extensas áreas desérticas que dificultam a demarcação dos "limites naturais".d) da natureza nômade das populações africanas, especialmente aquelas oriundas da África Subsaariana.e) da grande extensão longitudinal, o que demandaria enormes gastos para demarcação.

185 - (Unirio) A expansão imperialista das potências européias sobre o continente africano, entre a segunda metade do século XIX e o início do século XX, alterou as estruturas das várias nações e territórios nos quais se manifestou. Sobre o imperialismo europeu na África, nesse contexto, é correto afirmar quea) justificou sua dominação na ideologia que defendia a ação européia como uma missão civilizadora capaz de conduzir os povos do continente a melhores condições de vida sob a tutela européia.

b) buscou a integração econômica das áreas dominadas como produtoras de manufaturados e exportadoras de capitais excedentes que atendessem às demandas de consumo geradas pela expansão demográfica européia.c) instituiu a dominação política e territorial sobre as áreas litorâneas e as antigas feitorias coloniais, tendo em vista o desenvolvimento do rico comércio das rotas marítimas da África oriental.d) promoveu os conflitos culturais no continente, ao privilegiar as culturas tradicionais nas funções administrativas locais em detrimento das etnias europeizadas.e) fortaleceu as lideranças tribais e o provincianismo como forma de controle social dos contingentes demográficos nativos majoritários frente aos europeus.

186 - (G1) Não podemos considerar como causa do totalitarismo na Alemanha e na Itália:a) a crise econômica gerada com os acordos de paz após a Primeira Guerra Mundial.b) o agravamento da crise econômica com a crise mundial de 1929.c) a fragilidade dos governos democráticos.d) a chegada dos socialistas ao poder, implantando uma ditadura proletária.

e) o receio da burguesia com o avanço socialista.

187 - (Pucrs) Responder à questão com base nas afirmativas abaixo, sobre o período entre as duas grandes guerras mundiais e as bases de apoio social para a ascensão dos regimes fascistas na Europa.

I. A alta burguesia apoiou a ascensão de regimes ditatoriais visando a controlar o perigo de uma revolução operária.II. As camadas médias empobrecidas com a crise econômica opuseram-se ao avanço dos fascistas, com o apoio dos partidos liberal e social-democrata.III. Parcela significativa do operariado apoiava os partidos comunista e socialista, acreditando na transformação revolucionária do Estado.IV. As classes populares compostas por ex-combatentes, subempregados e jovens desempregados foram as mais seduzidas pela propaganda fascista.

Pela análise das alternativas, conclui-se que somente estão corretasa) I e IIb) I, II e IIIc) I, III e IVd) II e IVe) III e IV

188 - (G1) "Foi em 1994 que acabou o século XIX (...) De 1815 a 1914, a Europa (...) desfrutara um século de paz (...) Nesse século, a burguesia pôde consolidar o seu poder (...) E o imperialismo colonialista ia bem, obrigado, na África e Ásia. A guerra de 1914 caiu como uma bomba NESTE (PARAÍSO)."

A 1ª Guerra Mundial descortinou uma série de conflitos camuflados neste "paraíso" tais como:a) a luta pelas terras conquistadas na América e a manutenção do tráfico de escravos.b) a disputa de mercados mundiais pelas nações européias imperialistas como a Inglaterra, Alemanha e França e a opressão aos movimentos nacionalistas na África e na Ásia.c) a difusão do movimento socialista em países como a Inglaterra e França com o advento da Revolução Russa.d) a disputa dos mercados consumidores europeus pelas nações independentes da África e da Ásia.e) a luta dos americanos e brasileiros pelo controle dos mercados fornecedores de matérias-primas japoneses e africanos.

189 - (G1) Os Estados Unidos emergiram como grande potência econômica mundial após a Primeira Guerra Mundial porque:a) apoiou a Alemanha, com o objetivo de enfraquecer a Inglaterra.

b) liderou a criação da ONU (Organização das Nações Unidas).c) fortaleceu sua economia ao fornecer equipamentos e suprimentos à Entente, enquanto as potências européias tiveram suas economias arrasadas após o conflito.d) apresentou as propostas do Tratado de Versalhes, para enfraquecer a Alemanha, a grande potência industrial do início do século.e) se manteve afastado do conflito direto com as potências européias, concentrando seus esforços no desenvolvimento interno.

190 - (G1) "O êxito da Revolução Russa - (de fevereiro, ou março segundo o calendário ocidental) foi tão inesperado quanto sua eclosão (...) Nas províncias, o antigo poder governamental desapareceu de uma vez. Sem esperar por orientação, o povo instalou imediatamente NOVAS AUTORIDADES."

As "NOVAS AUTORIDADES" na Revolução Russa, citadas no texto foram:a) a Duma - o parlamento russo.b) o sindicato dos operários industriais.c) os soviets - conselho de representantes de operários, camponeses e soldados.d) os interventores imperiais formados pela aristocracia rural.e) os governadores nomeados pelo imperador.

191 - (G1) Um dos acontecimentos mais significativos do século XX foi a Revolução Socialista na Rússia, em 1917, por colocar em xeque a ordem socioeconômica capitalista. Com respeito ao desencadeamento do processo revolucionário, é CORRETO afirmar que:a) a participação da Rússia, na Primeira Guerra Mundial, desencadeou uma série de greves e de revoltas populares em razão da crise de abastecimento de alimentos, provocando o início do movimentob) os mencheviques tiveram um papel fundamental no processo revolucionário, por defenderem a implantação das Teses de Abril que consistiam, dentre outras exigências, na reforma agrária, na retirada do país da guerra e na entrega do poder aos sovietesc) os bolcheviques representavam a ala mais conservadora dos socialistas, chegando a ocupar o poder com a Revolução de Fevereiro de 1917, através de Alexander Kerenskid) Stalin, a partir de outubro de 1917, estabeleceu a tese de que era necessária a revolução em um só país, em oposição a Trotsky, líder do exército vermelhoe) o governo revolucionário de Stálin conseguiu superar os conflitos que existiam no seu interior, quando estabeleceu a Nova Política Econômica que representava os interesses dos setores mais conservadores

História do Brasil

Estado Novo (1937 - 1945)

O golpe de estado de 1937: Em 1937, quando se aguardavam as eleições presidenciais marcadas para janeiro de 1938, a serem disputadas por José Américo de Almeida e Armando de Sales Oliveira, ambos apoiadores da revolução de 1930, foi denunciada, pelo governo, a existência de um suposto plano comunista para tomada do poder.O plano ficou conhecido como Plano Cohen, e depois se descobriu ter sido forjado por um adepto do integralismo, o capitão Olympio Mourão Filho, o mesmo que daria início à Revolução de 1964.

Com a comoção popular causada pelo Plano Cohen, com a instabilidade política gerada pela Intentona Comunista, com o receio de novas revoluções comunistas e com os seguidos estados de sítios, foi sem resistência que Getúlio Vargas deu um golpe de estado e instaurou uma ditadura em 10 de novembro de 1937, através de um pronunciamento transmitido por rádio a todo o País.

O último grande obstáculo que Getúlio Vargas enfrentou para dar o golpe de estado foi o bem armado e imprevisível interventor no Rio Grande do Sul, Flores da Cunha, mas este não resistiu ao cerco de Getúlio e se refugiou no Uruguai, antes do golpe do Estado Novo (1937).

A consolidação do poder: O único protesto armado contra a instalação do Estado Novo ocorreu em 11 de maio de 1938. Os integralistas, insatisfeitos com o fechamento da AIB (Ação Integralista Brasileira), invadiram o Palácio Guanabara, numa tentativa de deposição de Getúlio Vargas.

Esse episódio ficou conhecido como Levante Integralista e levou Getúlio a criar uma guarda pessoal, apelidada depois de "Guarda Negra".

Uma série de medidas fizeram-se necessárias para Getúlio se fortalecer no poder:1. Nomeação de interventores de estrita confiança para governarem os estados e que fossem bem relacionados em seus estados, sendo que aos interventores, foram dadas, por Getúlio, ampla autonomia administrativa.2. Eliminação dos tenentes de 1930 como força política relevante e acima da hierarquia militar;3. Disciplina e profissionalização das forças armadas;4. Censura aos meios de comunicação realizada pelo Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), o qual também fazia ampla propaganda do Estado Novo, e;5. Desarmamento das polícias estaduais, que passaram a ter somente armas leves.

A implantação do Estado Novo e sua política: Esse regime político recebeu o nome de Estado Novo, (nome tirado da ditadura de António de Oliveira Salazar em Portugal), e durou até 29 de outubro de 1945, quando Getúlio foi deposto pelas Forças Armadas.

Getúlio Vargas determinou o fechamento do Congresso Nacional e extinção dos partidos políticos. Ele outorgou uma nova constituição, que lhe conferia o controle total do poder executivo e lhe permitia nomear interventores nos estados, aos quais Getúlio deu ampla autonomia na tomada de decisões, e previa um novo Legislativo, porém nunca se realizaram eleições no Estado Novo.

A constituição, apelidada de "Polaca", (denominação usada para mostrar que a Constituição

Brasileira de 1937 foi amplamente influenciada pela Constituição autoritária da Polônia e, depreciativamente, o nome de uma zona de baixo meretrício no Rio de Janeiro), na prática não vigorou pois Getúlio governou durante todo o Estado Novo por decreto-lei e nunca convocou o plebiscito previsto na "Polaca".

Como Francisco Campos afirmou que começara a redigir a nova constituição em 1936, suspeita-se que a decisão de dar um golpe de estado foi tomada logo depois da Intentona Comunista em novembro de 1935.

O Estado Novo promovia grandes manifestações patrióticas, cívicas e nacionalistas e eram incentivados,pelo DIP, os apelos patrióticos na imprensa e nos livros didáticos. O mesmo DIP era responsável pela censura a imprensa.

O Poder Judiciário não sofreu interferências significativas no Estado Novo, exceto nos casos de crimes políticos. Um poder judiciário relativamente independente é raro acontecer em regimes políticos fortes, também chamados de autoritários, como o Estado Novo.

O líder comunista Luís Carlos Prestes permaneceu preso durante todo e Estado Novo.Opositores do regime foram presos, torturados e mantidos em cárcere ilegal, sendo Graciliano Ramos, um dos mais ilustres presos.

A modernização do Estado, das leis e das instituições: Entre 1937 e 1945, duração do Estado Novo, Getúlio Vargas deu continuidade à reestruturação do estado e profissionalização do serviço público, criando o DASP (Departamento Administrativo do Serviço Público) e o IBGE. Foram abolidos os impostos nas fronteiras interestaduais, já em 1931, e foi modernizado e ampliado o imposto de renda.

Orientou-se cada vez mais para a intervenção estatal na economia e para o nacionalismo econômico, e provocou um forte impulso à industrialização.

Adotou a centralização administrativa como marca para criar uma burocracia estatal ampliada e profissionalizada, até então inexistente. Em 1944, surge a Fundação Getulio Vargas com o objetivo inicial era preparar pessoal qualificado para a administração pública e privada brasileira.

Foram criados, nesse período, O Ministério da Aeronáutica e o CNP (Conselho Nacional do Petróleo) que depois daria origem à Petrobrás em 1953, alem da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Companhia Vale do Rio Doce, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco e a Fábrica Nacional de Motores (FNM), dentre outros.

Foi criada uma nova moeda nacional, o cruzeiro, idealizado quando Getúlio fora ministro da Fazenda. Foi feita uma reforma ortográfica, em 1943, simplificando a grafia da língua portuguesa.

Decretou o Código Penal e o Código de Processo Penal e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), todos até hoje em vigor; criou a carteira de trabalho, a Justiça do Trabalho, o salário mínimo, a estabilidade do emprego (revogada em 1965), substituída pelo FGTS, e o descanso semanal remunerado; regulamentou o trabalho dos menores de idade, da mulher e o trabalho noturno. Fixou a jornada de trabalho em oito horas diárias de serviço e ampliou o direito à aposentadoria a todos os trabalhadores urbanos.

Durante o Estado Novo, deu-se a rápida e eficiente colonização e povoamento do Norte do Paraná por empresas privadas de colonização, e da região de Dourados (Mato-Grosso). Foram criados territórios federais nas fronteiras, para o desenvolvimento do interior do Brasil, ainda praticamente despovoado.

A Segunda Guerra Mundial e a queda em 1945

O Brasil na Segunda Guerra Mundial: Com o início da Segunda Guerra Mundial, em setembro de 1939, Getúlio Vargas manteve um posicionamento neutro até 1941.

No início de 1942, durante a conferência dos países sul-americanos no Rio de Janeiro, estes países, a contragosto de Getúlio, decidiram condenar os ataques japoneses aos

Estados Unidos da América em 07 de dezembro de 1941, e romper relações diplomáticas com a os países do Eixo: Alemanha, a Itália e o Japão.

Getúlio, suspeito de ser simpatizante das idéias fascistas, profetizou em seu Diário, publicado em 1997, que, se houvesse rompimento de relações diplomáticas com a Alemanha, esta atacaria o Brasil. Assinalou também Getúlio, no seu Diário, no dia 12 de janeiro de 1942 que: "Parece-me que os americanos querem nos arrastar à guerra, sem que isso seja de utilidade, nem para nós, nem para eles".

A opinião pública se dividia: havia forte simpatia pelos países do Eixo entre os imigrantes daqueles países e entre os integralistas, e, por outro lado, os comunistas, com grande poder de mobilização e influência na imprensa pediam apoio aos EUA.Logo em seguida, ainda em 1942, submarinos “alemães” atacaram navios mercantes brasileiros, pondo um fim à neutralidade brasileira. Após estes ataques, Getúlio declarou a guerra à Alemanha e à Itália.

Brasil e Estados Unidos assinaram um acordo pelo qual o governo norte-americano se comprometeu a financiar a construção de uma grande usina siderúrgica brasileira - Companhia Siderúrgica Nacional - em Volta Redonda, estado do Rio de Janeiro, em troca da permissão para a instalação de bases militares e aeroportos no Nordeste e em Fernando de Noronha.Os norte-americanos precisavam muito de borracha, pois não tinham mais a borracha da Ásia. Então houve, no Brasil, uma grande migração de nordestinos para a Amazônia para extrair o látex da borracha, ("o soldado da borracha"), que mudou a história da região.

Em 28 de janeiro de 1943, Vargas e Franklin Delano Roosevelt (Presidente dos EUA) participaram da Conferência de Natal, onde ocorreram os primeiros acordos que resultaram na criação, em novembro, da Força Expedicionária Brasileira (FEB).Os pracinhas da FEB, Força Expedicionária Brasileira, que perfazia um total de 25.000 homens, foram enviados, a partir de julho de 1944, para combater na Itália. Dessas tropas enviadas à Itália, 450 homens morreram em combate e foram enterrados no Cemitério de Pistóia, na Itália. Em 8 de maio de 1945, a guerra acabou na Europa. Pracinhas

O declínio e o fim do Estado Novo: Entre os pracinhas da FEB, havia oito estudantes de Direito da Universidade de São Paulo, participantes de manifestações pacíficas de oposição a Getúlio, como a Passeata do Silêncio, em que desfilaram com mordaças negras para simbolizar a falta de liberdade de expressão. "Fomos convocados por castigo — como se pudesse ser um castigo servir ao Brasil!", escreveu um desses estudantes, Geraldo Vidigal, no livro O Aprendiz de Liberdade — Do Centro XI de Agosto à Segunda Guerra Mundial. A função desses estudantes na guerra: desarmar minas terrestres antes que os tanques passassem.

O próprio Getúlio, no Diário, em 27 de janeiro de 1942, já demonstrava reservas quanto ao futuro do Estado Novo afirmando: "Devo confessar que me invade uma tristeza. Grande parte desses elementos que aplaudem esta atitude (romper relações diplomáticas com a Alemanha), alguns poucos que até me caluniam, são os adversários do regime que fundei (o Estado Novo), e chego a duvidar que possa consolidá-lo para passar tranqüilamente o governo ao meu substituto."

Em 1943 ocorre o primeiro protesto organizado contra o Estado Novo, em Minas Gerais, chamado Manifesto dos Mineiros, redigido e assinado por advogados mineiros, muitos dos quais se tornariam influentes juristas e importantes próceres políticos da UDN, como José de Magalhães Pinto.

Com a aproximação do término da Segunda Guerra Mundial, em 1945, as pressões em prol da redemocratização ficam mais fortes.

A entrevista, em 22 de fevereiro de 1945, de José Américo de Almeida a Carlos Lacerda, publicada no Correio da Manhã, do Rio de Janeiro, marca o fim da censura à imprensa no Estado Novo.

Apesar de algumas medidas tomadas como 1- definição, em 28 de maio de 1945, de uma data para as eleições presidenciais: (2 de dezembro), 2- a anistia a Luís Carlos Prestes e outros presos políticos, 3- a liberdade de organização partidária, e 4- o compromisso de fazer eleger uma nova Assembléia Constituinte, a pressão para que Getúlio renunciasse continuava forte.

Surge, então, liderado pelo empresário Hugo Borghi, um movimento de apoio a Getúlio, que recebeu a alcunha de "Queremismo" com os lemas: "Queremos Getúlio" e "Constituinte com Getúlio", que visava que Getúlio continuasse no poder até a promulgação de uma nova constituição, mas isto não ocorreu.

Getúlio Vargas foi deposto em 29 de outubro de 1945, por um movimento militar liderado por generais que compunham seu próprio ministério, renunciando formalmente ao cargo de presidente. O pretexto para o golpe foi a nomeação de um irmão de Getúlio, Benjamim Vargas para Chefe de Polícia do Rio de Janeiro.

Getúlio foi substituído pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, porque na Constituição de 1937 não existia a figura do vice-presidente. E este presidente interino, José Linhares, ficou três meses no cargo até passar o poder ao presidente eleito em 2 de dezembro de 1945, Eurico Dutra.

Uma valiosa para a vitória eleitoral de Eurico Dutra, veio de Hugo Borghi, que distribuiu milhares de panfletos acusando o candidato Eduardo Gomes de ter dito: "- Não preciso dos votos dos marmiteiros".

História Geral

Tratados do pós-guerra:

1- Conferência de Yalta (1945): Roosevelt, Churchill e Stalin decidiram sobre os planos que seriam impostos à Alemanha, dividindo-a em zonas de ocupação. Também foram aprovados os planos para a formação da ONU e se fizeram concessões à Stálin para que a URSS entrasse na guerra contra o Japão. Essas concessões iam desde a aceitação do comunismo em algumas regiões (Leste Europeu, Lituânia, Letônia e Estônia) até a participação soviética nos acordos de paz.

2- Conferência de Potsdam (1945): EUA, Inglaterra e URSS definiram como seria a divisão da Alemanha e da cidade de Berlim.Conseqüências da guerra: Ascensão dos EUA como maior potência mundial,: Declínio europeu, que perde influência política, econômica e cultural no mundo: Bipolarização mundial entre os EUA, que confirma a sua hegemonia no bloco capitalista e a URSS, que emerge como potência de primeira grandeza, exercendo uma forte influência na Europa Oriental;: Início da Guerra Fria,: Criação da ONU,: Desenvolvimento de armas nucleares,: Descolonização Afro-Asiática,: Saldo de 50 milhões de mortos.

A criação da ONUA Organização das Nações Unidas (ONU) tem como

objetivos manter a paz, defender os direitos humanos e as liberdades fundamentais e promover o desenvolvimento dos países em escala mundial. Desde 2002, ela é integrada por 192 dos 194 Estados do mundo. Não fazem parte Taiwan (que a China considera uma província rebelde) nem o Vaticano.

A ONU é constituída por várias instâncias, que giram em torno da Assembléia-Geral, a principal delas. A Organização atua em diversos conflitos por meio de suas forças internacionais de paz. Atualmente se discute a necessidade de reformas na entidade.

O mecanismo para o consenso é o veto no Conselho de Segurança, um privilégio restrito a seus cinco integrantes permanentes: EUA, Federação Russa, Reino Unido, França e China. Após a crise no Iraque, um comitê de especialistas internacionais é encarregado de planejar uma reforma geral na organização. Uma das propostas é a ampliação do Conselho de Segurança, que passaria de 15 para 24 membros. Mas o poder de veto continuaria limitado aos atuais membros permanentes. Quatro países reivindicam a participação permanente no Conselho: Brasil, Alemanha, Índia e Japão. Eles defendem ainda a instituição de uma vaga para os países da África.

A ONU possui 15 agências especializadas, que atuam em áreas como finanças, agricultura, saúde e telecomunicações, entre outras. Exemplo: Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional (FMI), Organização Internacional do Trabalho (OIT), Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

A ONU mantém ainda escritórios, programas e fundos que trabalham para melhorar as condições econômicas e sociais das populações, entre eles, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

A Guerra FriaTerminada a 2a Guerra Mundial, a situação

política mundial iria conhecer novos rumos, em virtude do afastamento dos países europeus da condição de grandes potências, e, especialmente, do surgimento de duas superpotências: os EUA e a URSS.

A Guerra Fria é uma intensa guerra econômica, diplomática e tecnológica pela conquista de zonas de influência.

A Guerra fria é vista como um conflito diferente dos conflitos tradicionais, uma vez que não houve confrontos militares diretos entre as duas superpotências. Esse novo confronto, quando chega à situação de envolvimento bélico, ocorre sempre em outros países, principalmente os do Terceiro Mundo. Todos sabem que um conflito aberto envolvendo as duas superpotências equivale hoje a colocar um ponto final na história, pois não havia a menor possibilidade de alguém sobreviver a uma guerra nuclear.

Quando se analisam as origens da Guerra Fria, percebe-se com muita clareza o envolvimento inglês e norte-americano na construção de um discurso que procurava mostrar os perigos do expansionismo soviético. Apontava-se para a Europa Oriental como o exemplo mais palpável desse expansionismo, uma vez que os soviéticos haviam ocupa- do aquela região durante a 2a Guerra Mundial e se recusavam a abandoná-la.

A crise gregaOs partisans, guerrilheiros gregos, iniciaram uma guerra civil contra seu próprio governo logo após a retirada das tropas nazistas da Grécia. Entretanto, os 40 mil soldados ingleses que ocupavam o país desde a guerra, impediram que os guerrilheiros alcançassem a vitória final. Em 1947, a situação econômica da Inglaterra obrigou-a a sair da Grécia. Diante do perigo comunista ainda existente, os EUA decidem intervir na Grécia.

O apoio norte-americano deu-se nos planos militar e econômico: em 1947, por exemplo, ingressaram na Grécia 23 mil homens e 250 milhões de dólares. Os combates entre os guerrilheiros comunistas e o governo arrasaram o país, causando dezenas de milhares de mortes e a destruição da economia. Em 1949, os comunistas gregos, em desvantagem militar declararam pelo rádio o fim da guerra, abandonando a luta para evitar a destruição de sua pátria.

Cortina de Ferro foi a expressão criada em 1946 por Winston Churchill para designar a política de isolamento adotada pela URSS e seus estados-satélites após a 2ª Guerra Mundial.

“De Estetino, no [mar] Báltico, até Trieste, no [mar] Adriático, uma cortina de ferro desceu sobre o

continente. Atrás dessa linha estão todas as capitais dos antigos Estados da Europa Central e Oriental. Varsóvia, Berlim, Praga, Viena, Budapeste, Belgrado, Bucareste e Sofia; todas essas cidades famosas e as populações em torno delas estão no que devo chamar de esfera soviética, e todas estão sujeitas, de uma forma ou de outra, não somente à influência soviética mas também a fortes, e em certos casos crescentes, medidas de controle de Moscou”.

(Churchill em Fulton, Missouri 05.03.1946).

A Guerra Fria Clássica (1940-50) Em março de 1946, o ex-primeiro-ministro inglês

Churchill, em visita aos EUA, fez um discurso tendo ao seu lado o presidente Trumam, dos Estados Unidos. Nesse discurso, conclamou os norte-americanos a fornecerem ajuda econômica e militar à Grécia e à Turquia, cujos governos estavam às voltas com uma luta interna contra o Partido Comunista. Alertava para o perigo que representava para o “mundo livre” essa expansão do comunismo. Em atenção aos seus próprios interesses e como resposta ao discurso de Churchill, o presidente Trumam elaborou, em 1947, uma mensagem ao Congresso que ficou conhecida como Doutrina Trumam. Nesta Mensagem, solicitava aos deputados a concessão de ajuda econômica e militar aos governos grego e turco. O presidente havia se sensibilizado pelo apelo de Churchill. A Doutrina Trumam, na realidade, estava oficialmente declarando a Guerra Fria.

No momento em que a Guerra Fria passa a existir, dentro dos planos norte- americanos de contenção do expansionismo soviético, seria muito importante cuidar da reconstrução da Europa. Isto será proposto pelo general George Marshall e aceito pelo governo norte-americano. Bilhões de dólares serão emprestados à Europa Ocidental, com o objetivo de permitir uma recuperação rápida, para fazer frente à URSS. Este foi o Plano Marshall. É importante lembrar que tal ajuda foi oferecida também aos países da Europa Oriental, sendo que Stalin proibiu-os de aceitarem. Somente a Iugoslávia, do general Tito, desobedeceu s instruções de Stalin, gerando o primeiro rompimento dentro do bloco socialista. A URSS adota uma política isolacionista, a chamada Cortina de Ferro.

Mas, para conter os soviéticos não bastava apenas ajuda econômica, era - necessário, ainda, ter um braço armado. E isto aconteceu com a criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), em abril de 1949. A OTAN é uma organização militar, reunindo os países da Europa Ocidental e os EUA e o Canadá, com objetivos “defensivos”.

Como resposta, Stalin reorganizou o Comitê de Informação dos Partidos Comunistas e Operários (KOMINFORM) além de promover a sovietização da Europa Oriental, em resposta à tentativa dos Estados Unidos de fornecer ajuda econômica ao leste europeu. Nos primeiros anos, após a 2a Guerra, os governos desses países ainda reuniam elementos dos antigos partidos burgueses e camponeses. Os partidos comunistas não eram muito poderosos. No entanto, à medida em que as pressões norte-americanas começaram a se tornar mais efetivas, todos os partidos foram dissolvidos, instituindo-se regimes de partido único, coletivização forçada das terras, etc.

Em 1949 foi criado o Conselho de Assistência Econômica Mútua, COMECON, uma réplica do Plano Marshall para os países socialistas buscando sua integração econômico-financeira. Além disso foi criado o Pacto de Varsóvia, aliança militar dos países da Europa Oriental e da URSS, firmado na capital da Polônia, em 1955, estabelecia o compromisso de ajuda mútua em caso de agressão armada de outras nações. Foi o principal instrumento da hegemonia militar da URSS, opondo-se à Otan. Teve grande força até 1 989, quando termina a Guerra Fria, e é extinto em 1991.

A política de contenção ao comunismo- Plano Colombo - similar ao Plano - Marshall,

destinado ao sudeste asiático.- Otase (Organização do Tratado do Sudeste

Asiático) - similar à Otan, destinado ao sudeste asiático.

- TIAR (Tratado Interamericano de Assistência Recíproca) similar à Otan, destinado à América Latina.-

- Aliança para o Progresso - similar ao Plano Marshall, destinado à América Latina.

Alemanha e Berlim

A Alemanha foi uma das regiões mais explosivas nesse primeiro momento da Guerra Fria. Terminada a 2ª Guerra, a Alemanha foi dividida em quatro setores, ocupados pelos soviéticos, norte-americanos, ingleses e franceses. A cidade de Berlim, antiga capital alemã, ficou também dividida em quatro setores, posteriormente transformada em dois.

Em maio de 1949, quando Berlim ocidental tinha se transformado no símbolo de uma Europa Ocidental capitalista anti-soviética. Os soviéticos iniciaram o bloqueio da cidade, tentando impedir o abastecimento do setor ocidental. No entanto, uma ponte aérea organizada pelos americanos e ingleses conseguiu abastecer a cidade, determinando, algum tempo depois, a retirada do bloqueio.

Como conseqüência do fim do bloqueio, é anunciada a constituição da República Federal da Alemanha (RFA), reunindo em um novo estado as zonas de ocupação ocidental e tendo por capital. Em outubro é criada a república Democrática Alemã (RDA), no lado soviético, tendo Berlim oriental por capital.

Em agosto de 1961, foi construído o muro de Berlim, que separou concretamente os dois lados da cidade e se tornou o maior ícone da Guerra Fria. A derrubada do muro em 1989, por sua vez, ficou sendo o marco do final da Guerra Fria. Após a derrubada, ocorreu a reunificação da Alemanha.Macarthismo

O clima de histeria anticomunista nos EUA, teve seu ponto máximo com a campanha desenvolvida pelo senador Joseph McCarthy a partir de 1951, para extirpar os elementos comunistas da sociedade e os acusados de realizar atividades antinorte-americanas. Incontáveis prisões e perseguições foram efetuadas, inclusive nos meios artísticos (diretores e roteiristas) que durante a guerra se manifestam a favor da aliança com a URSS, como Charles Chaplin. A base para seu surgimento foi uma lei de 1950 que exigia o registro de todas as organizações simpatizantes do comunismo. Essa perseguição atinge cerca de 6 milhões de norte-americanos. Entre eles destaca-se o casal Julius e Ethel Rosenberg.

A onda de histeria era alimentada com novos acontecimentos: a URSS explodia sua primeira bomba atômica e a China fazia a sua revolução socialista. A paranóia que se instalou nos EUA só teve seu fim quando o senador passou a acusar elementos das forças armadas como comunistas. Em 1954 ele foi condenado pelo Congresso por suas atividades, caindo em descrédito.

A crise dos mísseis (1962)A crises dos mísseis em Cuba assinala o fim dessa

primeira fase. A revolução cubana ocorreu em 1959, passando a ilha para o bloco socialista dois anos mais tarde. Aviões de espionagem norte-americanos descobriram que estavam sendo instaladas rampas de lançamento de mísseis soviéticos em Cuba (1962), levando o presidente Kennedy a ordenar o bloqueio do país pela marinha norte-americana, e a imediata retirada dos mísseis, sob pena de invasão através de um ataque nuclear. Os soviéticos optaram por atender à imposição, mas garantindo, por outro lado, que os americanos não tentariam mais a derrubada de Fidel Castro. Retirados os mísseis, o bloqueio foi desfeito.

A corrida nuclearA Guerra Fria amplia-se a partir de 1949, quando

os soviéticos explodem sua primeira bomba atômica e inauguram a corrida nuclear. Os EUA testam novas armas nucleares e, em 1952, explodem a primeira bomba de hidrogênio. A URSS lança a sua em 1955. As superpotências criam blocos militares reunindo seus

aliados, como a Otan, que agrega os anticomunistas, e o Pacto de Varsóvia, do bloco socialista.

O perigo nuclear aumenta com a entrada do Reino Unido, da França e da China no rol dos detentores de armas nucleares. Em 1973, as superpotências concordam em desacelerar a corrida armamentista, fato conhecido como Política da Détente (distensão).

A corrida espacialNa corrida espacial, as duas superpotências

disputavam palmo a palmo as maiores conquistas. O lançamento do Sputnik l (primeiro satélite artificial a entrar na órbita da Terra) pelos soviéticos, foi um duro golpe para o bloco capitalista e, em especial, para os EUA. Ainda sem se recompor, os EUA assistem a URSS lançar o Sputnik 2 em 3 de novembro de 1957. Desta vez, o satélite era tripulado. A surpresa dos EUA foi maior ainda.

Humilhado, o governo norte-americano se apressava para superar a tecnologia espacial soviética. Em 31 de janeiro de 1958, os EUA finalmente conseguiram colocar em órbita seu primeiro satélite artificial.

Mas em 12 de abril de 1961, de novo a URSS pregou um grande susto nos EUA, colocando em órbita o cosmonauta Iúri Gagarin.

Humilhado diante do avanço soviético, o presidente John Kennedy prometeu que seu país iria pousar na Lua “em menos de dez anos”. Enfim, os EUA conseguiram superar a URSS e em 20 de julho de 1969, Neil Armstrong, o comandante da nave Apolo 11, e Edwin Aldrin, o piloto, descem na Lua.

A espionagemEm toda a Guerra Fria a espionagem teve um papel

de destaque. A atuação da CIA pelo lado norte-americano e da KGB pelo lado soviético constituiu um capítulo à parte desta guerra.

A CIA, Agência Central de Inteligência, é um serviço de inteligência (serviço de informações) dos Estados Unidos da América e são suas atribuições, coletar informações, avaliar informações relativas à segurança nacional americana, fazer o serviço de contra-informações, etc. A agência foi criada em 1947 pelo presidente Harry Truman para satisfazer uma necessidade estratégica devido ao início da Guerra Fria e ao avanço do comunismo.

A espionagem estrangeira, o roubo de projetos da área tecnológica, de armamentos e a fuga de informações ocasionaram a necessidade de vigiar e relatar todos os assuntos referentes à segurança nacional, procurando a melhor forma possível de interferir e neutralizar os efeitos negativos oriundos de ameaças externas.

A KGB, Comitê de Segurança do Estado era a principal agência de informação e serviços secretos da antiga União Soviética, que desempenhava em simultâneo as funções de polícia secreta do governo soviético.

A KGB surgiu após a Segunda Guerra Mundial, no período da guerra fria, atuava de diversas formas, tais como enviar agentes para viver no exterior sob uma falsa identidade, fazer o serviço de contra-espionagem, assassinatos, atentados, seqüestros, bombas, informação, vigilância e repressão interna.

O desarmamentismoNas quatro décadas da Guerra Fria ocorreram alguns

encontros entre os líderes das duas superpotências com o objetivo de controlar a produção de armas. Os principais foram:

1972 - SALT 1 - limitava a produção de mísseis antibalísticos dos EUA e URSS.

1979 - SALT 2 - reduzia o número de mísseis e bombardeios estratégicos.

1987 - Visita de Gorbatchev aos EUA1988 - Reagan visita MoscouJá de algum tempo a liderança soviética vinha

acenando com a idéia de “Coexistência Pacífica”. É o fim da primeira etapa.

Coexistência Pacífica e Détente (1960-70)Nos anos 1950 e 1960, a política norte-americana

de contenção da expansão comunista leva os EUA à participação da nação na Guerra da Coréia e na Guerra do Vietnã. Mas, neste momento já surgia uma nova idéia: a Coexistência Pacífica.

A idéia de Coexistência Pacífica que, partia do pressuposto que a luta entre os dois sistemas deveria ser travada prioritariamente no campo econômico e não no campo militar, foi expressa por Nikita Kruschev, líder da URSS, que sucedeu a Stalin. Nos anos 1960 essa tese foi “aceita” pelos EUA, passando a configurar as novas relações entre os dois países.

Kruschev, no comando da URSS, procedeu a um processo de desestalinização, alterando radicalmente a política interna e externa da URSS. No XX Congresso do PCUS, em fevereiro de 1956, o dirigente soviético:

. condenou o “culto à personalidade”, a repressão política e o autoritarismo de Stalin,

. afirmou que “as prisões em massa causavam mal ao país e à causa do progresso socialista

. possibilitou alguma descentralização administrativa.

. enfatizou a produção de bens de consumo, buscando dinamizar a economia socialista e elevar o padrão de vida do povo.

Nos anos 1970, já com novos dirigentes (Brejnev na URSS e Nixon nos EUA), as relações entre as duas superpotências entraram num clima de Détente (distensão). O mundo se modificara de forma significativa desde o início da Guerra Fria. Havia um lado importante: no conflito entre a China e a URSS os americanos procuravam aproximar-se dos chineses. Para isso era necessário acabar com a Guerra do Vietnã, o que foi feito em 1975. A aproximação entre americanos e chineses tinha objetivos bem claros a nível das relações internacionais, uma vez que obrigava a URSS a encarar a China como potencial inimigo, talvez mais perigoso que os EUA.

Durante esta fase os EUA passaram a apoiar a instalação de ditaduras militares na América Latina.

No final dos anos 1970, uma série de crises localizadas praticamente “congelaram” a Détente.

O enfrentamento entre os EUA e a URSS não parou, uma vez que podia ser facilmente percebido nas lutas de independência de Angola e Moçambique ou no apoio norte-americano a Israel, por exemplo. Mas o “congelamento” da Détente tornou-se muito claro quando da invasão do Afeganistão pelas tropas soviéticas, em 1979. Em represália a esta invasão, bastante denunciada pela imprensa ocidental, os EUA resolveram boicotar as Olimpíadas de 1980, numa nítida atitude de protesto. A URSS decide, então, boicotar as Olimpíadas de 1984. Na esteira do descontentamento que tomou conta da sociedade norte-americana com as indecisões do governo Jimmy Carter (principalmente no que se refere a prisão de norte-americanos pelos iranianos), una ora conservadora levou a vitória de Ronald Reagan nas eleições presidenciais. Com ele, um novo discurso truculento e agressivo em relação à URSS, passou a ser desenvolvido, gerando o que alguns autores denominam de “Nova Guerra Fria”.

A “nova” Guerra Fria (1980)Reagan havia se destacado na época do

Macartismo na luta contra o comunismo. Agora na presidência, Reagan desferiu violentos discursos aos “satânicos” comunistas e mostrou-se disposto a enfrentá-los novamente. Isto pode ser percebido facilmente na ajuda econômica e militar aos rebeldes afegãos e principalmente, na América Central, com uma verdadeira luta contra os sandinistas, na Nicarágua, que haviam tirado o ditador Somoza do poder. Um verdadeiro cerco à Nicarágua foi feito, inclusive com o apoio financeiro aos “contras”, isto é, àqueles elementos que, refugiados nos

países vizinhos à Nicarágua, tentavam derrubar o governo sandinista.

No entanto, a surpresa maior ficou por conta da ascensão de Mikhail Gorbatchev na URSS e sua política de Glasnost, associada à Perestroika. O fato é que, devido às novas propostas do dirigente soviético, interessado em reduzir os orçamentos militares, os americanos foram pegos de surpresa com as propostas de destruição de mísseis, e desarmamento estabelecidas por Gorbatchev.

Tratados assinados em 1987 reduziram um pouco os arsenais das duas potências, os governos da Europa Oriental ruíram, o Muro de Berlin foi derrubado, as duas Alemanhas se unificaram: em suma, o quadro ideológico existente na Europa Oriental e que justificava a existência da Guerra Fria acabou.

Os EUA durante a Guerra Fria

O movimento feminista: foi o movimento social que defende igualdade de direitos e status entre homens e mulheres, que devem ter garantida liberdade de decisão sobre suas próprias carreiras e padrões de vida.

O racismo: A liderança do pastor Martin Luther King foi fundamental para o sucesso do movimento pela igualdade de direitos civis entre negros e brancos nos Estados Unidos, no início da década de 1960.

Martin Luther King graduou-se em teologia e doutorou-se na Universidade de Boston em 1955. Durante esse período, foi influenciado pela filosofia da não-violência de Gandhi.

Enquanto exercia seu ministério no Alabama, relacionou-se com um grupo de militantes dos direitos civis e tornou- se conhecido ao liderar um movimento contra a segregação racial nos ônibus da cidade. Os líderes negros da cidade haviam organizado o boicote para protestar contra a segregação racial em vigor no transporte público, após a prisão de Rosa Parks, uma mulher negra que havia se recusado a ceder o seu lugar a uma passageira branca. Durante a ação, que durou 381 dias, King foi preso, a sua casa foi atacada e muitas ameaças foram feitas contra a sua vida. O boicote foi encerrado mediante um mandado da Suprema Corte proibindo qualquer transporte público segregador.

Em 1960, iniciou uma campanha nacional dê protestos pacíficos e foi preso, o que causou escândalo em todo o país. Libertado a pedido do então candidato presidencial John F. Kennedy, Martin Luther King saiu fortalecido do episódio. Em agosto de 1963, a campanha anti-racista atingiu o auge, quando mais de 200.000 pessoas participaram de uma concentração diante do monumento de Lincoln, em Washington. Na ocasião King pronunciou seu famoso discurso “Eu tenho um sonho”, onde manifestava a esperança de fraternidade universal.

Entre seus protestos destacam-se a campanha, em 1963, a favor da realização do censo para aprovação dos votos dos negros, o fim da segregação racial e a melhoria da educação e moradia para os negros nos estados do sul.

Em 1964, ano em que King ganhou o Prêmio Nobel da paz, o governo sancionou a lei dos direitos civis, favorável às minorias raciais. As táticas de luta pacífica de King se opunham à violência dos que proclamavam a necessidade de estabelecer o black power (poder negro), nos Estados Unidos. Martin Luther King foi assassinado por um branco no Tennessee, em 4 de abril de 1968.

Tivemos também a atuação de Malcom X, líder mulçumano americano, que defendia uma resistência mais agressiva.

Panteras negras: Os panteras negras formaram uma organização política americana, composta por negros de ideologia marxista para lutar contra o domínio branco e o

capitalismo. Fundada em 1966, alcançou certa influência nos guetos negros americanos durante a década de 1970.

Criada para a autodefesa do povo negro, incitava à posse de armas. Chegou a ter cinco mil membros.

Movimento hippie: Movimento de contracultura surgido na década de 1960 nos EUA. Alcançou o auge na década de 1970. Os hippies, geralmente jovens, tinham como lema: Paz e Amor e pregavam a liberdade sexual, a vida comunitária, pacifismo, experiências com drogas, a desobediência civil, a recusa à civilização industrial, um estilo de vida voltado para a natureza, as artes e a contemplação mística. Como atividades econômicas, praticavam a agricultura de subsistência e o artesanato. Sua visão do mundo era marcada pela filosofia oriental.

O caso Watergate: O segundo mandato de Nixon na presidência dos Estados Unidos terminou dramaticamente quando se descobriu que o presidente havia encoberto ações de espionagem contra seus adversários políticos.

Em 1972 Nixon foi reeleito presidente. Durante esse segundo mandato, teve lugar o escândalo chamado Watergate, nome de um edifício em Washington onde o Partido Democrata, na oposição, descobriu que era espionado pelos republicanos. Nixon renunciou à presidência e foi sucedido pelo vice-presidente Gerald Ford, que usou de seus poderes constitucionais para perdoá-lo.

A URSS durante a Guerra FriaDo lado soviético, merece destaque as lutas dos

países socialistas do leste europeu que ambicionavam fazer um “novo socialismo” como no caso da Hungria e da Tchecoslováquia.

Hungria - 1956 - Em 1956, a Hungria fez uma tentativa de mudar os rumos do socialismo. Imre Naqy liderou um movimento que propunha a democracia do regime político, com maior liberdade de expressão e certa liberalização da economia.

Nagy começou a introduzir algumas reformas na economia. A produção de bens de consumo passou a ser priorizada. As empresas estatais ganharam maior autonomia e a coletivização da agricultura foi abandonada, tendo os camponeses liberdade para comercializar sua safra. Graças a essas medidas, o abastecimento alcançou excelentes níveis de eficiência, difíceis de serem observados nos outros países socialistas.

Kruschev mandou as tropas do Pacto de Varsóvia para a Hungria e esmagou o movimento.

Tchecoslováquia - 1968 - Em 1968, Alexander Dubcek, então secretário-geral do Partido Comunista da Tcheco - Eslováquia, criou um movimento de democratização do país, que ficou conhecido como Primavera de Praga. O movimento não floresceu, pois os tanques do Pacto de Varsóvia invadiram a Tcheco - Eslováquia e Dubcek foi destituído do cargo.

Polônia – 1980 - Na Polônia, o processo de transformações políticas e econômicas começou no final da década de 70 e início da década de 80. Movimentos grevistas passaram a agitar os principais centros industriais do país, principalmente os estaleiros de Gdansk.

Diante de falta de iniciativa das autoridades e dos sindicatos, atrelados ao governo, um grupo de operários e de intelectuais decidiu fundar um sindicato independente, que recebeu o nome de Solidarnose (Solidariedade). Sua combatividade surpreendeu os operários poloneses, que passaram a aderir em massa ao novo sindicato.

A iniciativa dos operários e de suas lideranças, entre as quais se destacava a de Lech Walesa, atingiu frontalmente as autoridades, que passaram imediatamente a combatê-lo. Como não conseguiram resultado, em 1982 o governo implantou a lei marcial e o Solidariedade foi declarado ilegal e proibido de funcionar.

Os anos seguintes foram extremamente difíceis. O solidariedade funcionou na ilegalidade e diversos membros da sua direção estiveram presos.

Crise do socialismo na URSSA crise soviética nas décadas de 1970-80 era

profunda e seu impacto foi devastador: ela provocou o fim do sistema socialista no leste europeu e na própria URSS. O que levou décadas para ser construído foi eliminado em apenas três anos.

Um dos grandes responsáveis pelo processo de transformação da União Soviética foi a melhoria do sistema de formação de seus cidadãos. A educação, difundida por todas as camadas sociais, acabou formando na sociedade soviética um certo espírito crítico. Em 1985, havia no país 20 milhões de cidadãos com curso superior. Essas pessoas eram capazes de comparar a realidade vivida com as versões fantasiosas difundidas pela imprensa.

Ora, na URSS não havia liberdade nem participação dos trabalhadores nos centros de decisão. A economia era um sistema ineficiente, extremamente centralizado e burocratizado. Existia uma elite que era altamente privilegiada.

Outro problema enfrentado pela URSS era o sistema de economia planificada, também adotado nos países do Leste Europeu no pós 2a Guerra Mundial. Neste sistema o Estado atuava como único agente econômico, o único capaz de tomar a iniciativa de investimento e produzir. Não havia espaço para a iniciativa individual e para a autonomia das unidades produtivas.

Outro problema, talvez mais grave, era a ausência de estímulos, à produtividade e à eficiência. Assim, os únicos estímulos à produtividade eram externos, ideológicos. Em determinados períodos da história dos países comunistas, em que suas populações encontravam-se num alto nível de mobilização, a produtividade mantinha-se alta porque todos trabalhavam em nome da construção de um projeto coletivo. Mas a produtividade caía, à medida que a população trabalhadora sentia-se menos estimulada. Ao mesmo tempo, o próprio crescimento da economia tornou impossível. Surgiam instabilidades cada vez mais difíceis de serem controladas.

Além disso, outro fator também contribuiu para a crise do modelo planificado: os exorbitantes gastos militares com a Guerra Fria.

Diante do quadro anterior não restava outra saída para a socialismo real da União Soviética senão, o seu fim.

Em 1985, Mikhail Gorbatchev chegou ao poder da URSS. Ele tinha uma visão crítica da estagnação em que caíra a sociedade soviética. Não pretendia desmantelar o socialismo real, queria apenas reformá-lo por dentro. Pensava ser possível promover reformas profundas e necessárias na estrutura econômica do país, sem alterar demasiadamente sua organização política. :

Pretendia promover, de forma lenta e controlada, a passagem da economia planificada e estatizada para uma forma mista, na qual pudessem conviver setores público e privado.

Começou renovando a liderança do PCUS.Gorbatchov entendeu que a crise econômica só

poderia ser enfrentada, se a URSS se abrisse à importação de tecnologias ocidentais. Contudo, no contexto da Guerra Fria, acordos para aquisição de tais tecnologias eram muito difíceis.

Além disso, o enfrentamento da crise e a recuperação do dinamismo econômico dependiam da introdução de elementos da economia de mercado, como a abertura a investimentos externos.

Gorbatchev buscava a implantação de métodos mais eficientes de gestão da economia, apontando para a necessidade de descentralização no comando das empresas estatais e permitindo um tímido avanço da propriedade privada, sobretudo no setor agrícola. Esse programa de reformas econômicas ficou conhecido como Perestroika (reestruturação).

A distensão em relação aos EUA acompanhou-se de reformas políticas internas, com abertura de uma maior liberdade de expressão e organização. Essa abertura política ficou conhecida como Glasnost (transparência). Nesse sentido, Gorbatchev declarou o direito à livre determinação do bloco soviético, o que serviu para uma surpreendente mobilização popular que pôs abaixo as ditaduras comunistas do Leste Europeu.

A política de Gorbatchev gerou tensões internas. Por um lado, grupos conservadores, aliados a setores militares, opunham-se às reformas. Por outro lado, o grupo liberal, cujo líder mais conhecido era Boris Ieltsin, exigia a aceleração das reformas e a instalação imediata de uma economia de mercado, acompanhada da privatização das empresas estatais.

A Glasnost representou a oportunidade para que as nacionalidades se organizassem politicamente. Em 1990, as três repúblicas bálticas; Estônia, Letônia e Lituânia proclamaram suas independências frente à URSS, reprimidas em seguida com o envio de tropas soviéticas. Outras repúblicas, como a Geórgia e a Armênia, passam também a reivindicar a independência. O perigo de fragmentação da URSS foi um dos fatores que contribuiu para o golpe contra Gorbatchev.

Em agosto de 1991, a Linha Dura, tentou um golpe de Estado, prendendo o presidente Mikhail Gorbatchev e ocupando com tanques de guerra pontos estratégicos de Moscou. A reação da população foi imediata. Milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra os golpistas. À sua frente, aparecia Boris Ieltsin que, do alto de um tanque, leu uma proclamação na qual exigia o retorno à ordem constitucional.

Com o fracasso do golpe, Mikhail Gorbatchev, voltou a Moscou. O grande vitorioso, porém era Ieltsin, que aproveitou sua popularidade para colocar na ilegalidade o Partido Comunista da Rússia. No dia 29 daquele mês, o Soviet Supremo deu o golpe final no PCUS, proibindo suas atividades em todo o território nacional.

O fracasso do golpe de Estado veio acelerar a desintegração da URSS. Temerosas de outras tentativas golpistas, várias repúblicas passaram a exigir autonomia.

Mikhail Gorbatchev lutou o quanto pode pela manutenção da União Soviética. Mas no dia 8 de dezembro de 1991, os presidentes da Rússia, da Ucrânia e da Bielorússia assinaram um documento em que formalizaram a Comunidade dos Estados Independentes (CEI) em substituição à URSS.

A União Soviética deixava de existir. Seu lugar na ONU passou a ser ocupado pela Rússia. Em Moscou, Gorbatchev passou a Ieltsin uma pasta com os códigos de disparo de mísseis nucleares estratégicos.

A partir de 1992, Ieltsin acelerou o processo de desestatização da economia. Entretanto, a passagem da economia de mercado não trouxe os benefícios que todos esperavam.

Diante disso, os comunistas voltaram a se fortalecer, obtendo maioria no parlamento, em aliança com pequenos partidos nas eleições de 1995. Em contrapartida, no ano seguinte, Ieltsin conseguiu reeleger-se presidente da Rússia. Criou-se uma tensão entre os dois poderes: no Legislativo predominavam os comunistas; no Executivo, a orientação liberal. Nessas circunstâncias, Ieltsin foi obrigado a compor-se com a maioria parlamentar, oferecendo aos comunistas cargos importantes em seu governo.

Crise do socialismo no Leste EuropeuDurante a 2ª Guerra Mundial, os países da Europa

Oriental foram ocupados pela Alemanha nazista. Com a derrota alemã, eles ficaram sob a área de influência da URSS. Com exceção da Iugoslávia, todos eles seguiam rigorosamente as diretrizes do PCUS. No entanto a implantação da Glasnost e da Perestroika por Gorbatchev desencadeou reações contrárias ao domínio soviético, as quais levaram estes países a abandonarem a economia estatal-planificada retornando para a economia de

mercado capitalista. O ano geral dessa transição foi 1989 e cada país contou com processos específicos.

Polônia - Com a Perestroika na União Soviética, a situação do Sindicato Solidariedade começou a mudar e, em 1988, o sindicato emergiu novamente com força, liderando nova onda de greves. O governo foi obrigado a ceder. Por um acordo assinado entre o sindicato e o governo em abril de 1989, a ilegalidade do sindicato foi revogada e foram estabelecidas novas regras para o jogo político: foi criado o cargo do presidente da República e criado um Parlamento com duas câmaras.

Em junho do mesmo ano, o solidariedade, agora transformado em partido político, conquistou 99 das 100 cadeiras no senado e 35% das da câmara dos deputados (65% haviam sido reservadas aos comunistas e seus aliados).

Tadeus Mazowiecki, um dos principais líderes do Solidariedade, assumiu o cargo de primeiro-ministro. O partido comunista, após as eleições, passou a perder força a cada dia, até tornar-se totalmente inexpressivo.

Em 1990, foram organizadas eleições para presidente da República. Lech Walesa elegeu-se, derrotando o próprio Mazowiecki, com quem se havia desentendido. Walesa procurou acelerar o processo de retorno da economia polonesa às regras do livre mercado. Conseguiu reduzir à metade a divida externa do país. Depois de dois anos de governo, as dificuldades ainda eram enormes. Havia muito desemprego corrupção e baixos salários.

Tchecoslováquia: Após a repressão ao movimento de 1968 (Primavera de Praga), a oposição ao governo socialista se reorganizou novamente a partir de 1987 e os protestos começaram a surgir em diversas partes. Intensificaram-se, sobretudo, em 1989, quando os intelectuais da Carta 77 passaram a liderar o movimento. Eles tinham fundado o Fórum Cívico, cujo líder mais importante era Vaclav Havel, importante escritor e teatrólogo.

Aos poucos, o movimento de oposição obrigou o Partido Comunista a ceder o poder, que foi assumido pelo Fórum Cívico. Alexander Dubcek, que se elegera deputado federal, assumiu a presidência da Câmara dos Deputados. Vaclav Havel foi eleito presidente da República. As mudanças da Tchecoslováquia receberam o nome de “Revolução Veludo”.

Romênia: A onda de liberação do Leste Europeu atingiu também a Romênia, governada com mão de ferro por Nicolae Ceausescu durante 24 anos. Justamente por sua resistência em acompanhar o processo desencadeado pela Perestroika, ele acabou derrubado do poder de forma violenta e fuzilado em 25 de dezembro de 1989.

Com a crise internacional do petróleo na década de 1970, a Romênia entrou em crise e, para saldar suas dívidas com o exterior, Ceausescu impôs sacrifícios à população. Trabalho redobrado, racionamento de gêneros de primeira necessidade e cortes no fornecimento de energia, tudo era feito para ampliar as exportações e conseguir angarear recursos para os cofres públicos. Qualquer contestação era duramente reprimida.

Como parte de seus planos, o ditador decretou a romenização da minoria Húngara que vivia no país. Esse ato de força desencadeou forte reação popular. Houve milhares de mortos. Diante disso, o Exército também se revoltou, aumentando a oposição.

Permaneceu ao lado do ditador apenas a Securitate, sua política secreta, que, entretanto, não deu conta de protegê-lo. Ceausescu acabou preso quando tentava fugir de helicóptero. Ele e sua mulher foram em seguida submetidos a um tribunal militar, condenados à morte e fuzilados.

O novo governo anunciou imediatamente o fim da censura, a liberdade partidária, a dissolução da securitate e o fim do racionamento dos gêneros de primeira necessidade.

Marcaram-se eleições para 1990.Entretanto, a falta de uma tradição democrática

retarda a reorganização da sociedade romena, que, além dos problemas econômicos e políticos, próprios de um período de

transição, assistiu ao ressurgimento de grupos ultranacionalistas e racistas, que pressionam pela expulsão da minoria húngara residente no país. Apesar desses conflitos, em novembro de 1991 foi aprovada uma nova constituição, que consagrou a propriedade privada e estabeleceu diretrizes para levar o país à abertura econômica, a exemplo dos demais países do Leste Europeu.

Alemanha Oriental: A Alemanha Oriental era o país mais desenvolvido de todo o Leste Europeu e Erich Hõnecker era o dirigente máximo do país.

Na década de 80, entretanto, para manter sua política de subsídios, características dos regimes socialistas, o governo recorreu a empréstimos externos, endividando o país e gerando um decréscimo de investimentos em infra-estrutura. Em decorrência, a economia entrou em crise.

Mais do que nunca, os alemães orientais se viram tentados a cruzar a fronteira com a Alemanha Ocidental em busca de novas oportunidades de trabalho. Nem o muro de Berlim conseguiu desestimular as fugas.

No final da década de 80, com a abertura dos regimes da Polônia e da Hungria, consolidou-se uma via segura de evasão. Como não era necessário passaporte para transitar entre os países socialistas, os alemães orientais dirigiram-se para a Polônia e a Hungria e dali para o Ocidente, sem maiores dificuldades. Calculava-se que, por esse caminho, a Alemanha Oriental poderia perder até 15% de sua população até 1990.

Começaram a surgir manifestações em diversas cidades enquanto Egon Krenz, um dos altos dirigentes do Partido Comunista, liderou um golpe que derrubou Erich Hõnecker e deu início a reformas no partido e no regime. Os presos políticos foram anistiados.

O fato mais significativo desse processo foi a abertura do muro de Berlim, em novembro de 1989, decidida pelo governo de Egon Krenz.

A população passou a se organizar em partidos, sindicatos e grupos políticos diversos, alguns dos quais eram contra a reunificação das Alemanhas. Dentre esses movimentos, destacou-se o Novo Fórum, com uma plataforma a favor da democratização do socialismo. Este grupo era, até o início de 1990, o favorito nas eleições.

Mas, interessados na unificação, partidos políticos da Alemanha Ocidental interferiram na política interna oriental, especialmente Helmut Kohl (chanceler), que conseguiu formar uma coalizão — Aliança pela Alemanha — com um discurso pró-unificação, que surtiu efeito junto ao eleitorado alemão oriental.

Nas eleições, a Aliança pela Alemanha elegeu 193 deputados para o Parlamento da Alemanha Oriental. Helmut Kohl conseguira seu objetivo: em 3 de outubro de 1990, a Alemanha foi reunificada.

Após os festejos que uniram alemães dos dois lados, começou o processo de absorção da parte oriental pela parte ocidental. Muitas empresas do leste foram fechadas, pois utilizavam tecnologia superada. A moeda oriental foi trocada pela ocidental.

Como a unificação se deu muito rapidamente, acabou sendo traumática para muitas pessoas, que acabaram perdendo seus empregos.

Iugoslávia: Durante a 2a Guerra Mundial, a Iugoslávia foi dominada pelo nazismo. Surgiu, então, a Resistência, comandada por Josef Broz Tito. Terminada a guerra e expulsos os nazistas, Tito, líder comunista, proclama a República de Partido Comunista e impede a desagregação do território.

Numa tentativa de reduzir os conflitos nacionalistas, Tito instaurou uma federação, composta por seis repúblicas: Sérvia, Croácia, Eslovênia, Bósnia-Herzeqovina, Montenegro e Macedônia. O centro de poder continuou na Sérvia.

Inicialmente, a Iugoslávia manteve-se alinhada com a URSS. Mas, em 1948, Tito definiu um modelo próprio de socialismo, era o “socialismo de mercado”, afastando-se da órbita stalinista. Uma das características próprias desse modelo era a autogestão das fábricas pelos operários.

A partir de 1953, foi autorizado o ressurgimento da pequena propriedade urbana. Era uma tentativa de combinar a livre iniciativa com alguns princípios socialistas para melhorar o desempenho do setor produtivo.

Como vimos essa passagem para a economia de mercado é extremamente complicada e a Iugoslávia não fugiu à regra. Sobreveio um período de crise, com desemprego, inflação e endividamento externo.

Mas o maior mérito de Tito foi a manutenção da unidade de um país que congrega diversos povos, alguns, inimigos de longa data. Habitam o país, sérvios (cristãos ortodoxos), eslovenos (católicos), bósnios (muçulmanos), húngaros, albaneses entre outros.

Apesar dessas diferenças, enquanto Tito viveu, a Iugoslávia manteve de um período de paz e estabilidade política.

Pouco antes de sua morte, em 1980, Tito procurou uma forma de manter o país unido. Criou, então a presidência rotativa, a ser exercida pelas lideranças de cada uma das seis repúblicas, alternadamente.

Esse sistema não eliminou o descontentamento das repúblicas, e a idéia separatista ganhou força, especialmente com a influência das “Revoluções do Leste” de 1989.

A crise econômica acentuou ainda mais as desigualdades existentes entre as repúblicas. Esse desnível econômico entre as diversas repúblicas veio à tona na época de se efetuar mais um rodízio na presidência da federação.

Em maio de 1991, Stipe Mesic da Croácia deveria assumir a presidência da Iugoslávia. Temendo que o mesmo atendesse as reivindicações das repúblicas mais ricas, Eslovênia e Croácia, que propunham o separatismo, os sérvios impediram a posse de Mesic.

Foi convocado um plebiscito para que a população iugoslava se pronunciasse sobre o futuro do país. A Croácia e a Eslovênia propunham o estabelecimento de uma confederação de Estado soberanos. A Sérvia e seu presidente, Slobodan Milosevic, acreditava ser possível manter a Iugoslávia unida.

As diferenças históricas se evidenciam quando ratificadas pelas divergências econômico-ideológicas. Croatas e eslovenos queriam participar da economia do mercado da União Européia; sérvios queriam a manutenção da economia planificada. Neste contexto, a Croácia e a Eslovênia decidiram as suas independências em 25 de junho de 1991. A Sérvia, não aceita a separação e tem início a guerra civil.

Na tentativa de manter o território unido, o exército federal (servio), bombardeia cidades croatas. Enquanto a Eslovênia, apesar da intensificação da guerra, confirma a separação e aprova sua nova constituição.

A Comunidade Européia tentou por fim ao conflito, congelando todo o tipo de ajuda, inclusive financeira, à lugoslávia além de enviar uma missão para intermediar um cessar-fogo. Mas as tropas do exército, comandadas por oficiais sérvios, não respeitaram as várias tentativas de impor um cessar-fogo definitivo ao conflito.

Em dezembro de 1991, numa atitude de destaque internacional, a Alemanha se antecipa e reconhece as independências da Croácia e da Eslovênia. No mês seguinte a Comunidade Européia faz o mesmo.

Após todas as tentativas de trégua da Comunidade Européia fracassarem, a ONU assumiu a tarefa de buscar a solução para o conflito, fazendo desembarcar na Iugoslávia, em janeiro de 1992, um contingente de 10 mil soldados das forças de paz (inclusive brasileiros). Em fevereiro, o conflito servo-croata chegou ao fim.

Tal como existia, a Iugoslávia desapareceu no dia 15 de janeiro de 1992, ocasião em que a Comunidade Econômica Européia reconheceu a independência da Croácia e da Eslovênia. Outros países europeus fizeram o mesmo logo depois.

Incentivada pela conquista esloveno-croata, a Bósnia e a Macedônia declaram suas independências em março A União Européia, entretanto, não reconhece a Macedônia devido à oposição da Grécia. Hoje, Rússia, Albânia, Turquia e Bulgária já reconhecem a soberania macedônica.

Atualmente, a antiga Iugoslávia está assim dividida: República da Eslovênia, República da Croácia, Macedônia, Bósnia-Herzeqovina e a nova Federação Iugoslava conta apenas com a Sérvia - Montenegro (e as duas “regiões autônomas” sérvias: Kosovo e Vojvodina).

Apesar da aparente paz, o povo da península está longe de viver com tranqüilidade. Constantemente, representantes de um grupo étnico promovem depredações, saques, incêndios nas regiões habitadas pelo outro. O ressentimento dos muçulmanos, aprisionados em campos de concentração sérvios (Guerra da Bósnia) dificilmente será apagado por acordos de paz.

Guerra da BósniaO mais grave conflito ocorrido na Iugoslávia foi na

Bósnia-Herzegovina entre 1992 e 1995.Com a Iugoslávia em plena marcha rumo à fragmentação, iniciada em 1991, o governo da Bósnia decidiu realizar um plebiscito, em março de 1992, para saber se a população dessa república queria continuar na Federação Sérvia. Os sérvio-bósnios boicotaram a consulta, enquanto bósnio-muçulmanos e croatas votaram em massa pela Bósnia independente. A proposta de emancipação política da Bósnia venceu, mas a Sérvia não concordou com essa independência e deflagrou um movimento de grandes proporções. O conflito foi tão cruel, com a população muçulmana, que chocou a opinião pública mundial.

Na Bósnia, o nacionalismo sérvio se manifestou com grande brutalidade por uma razão central: sérvios, 31% da população da Bósnia e de religião cristã, não queriam separar-se da República Sérvia, pois receavam seu futuro num país dominado numericamente pelos bósnio-muçulmanos (44%) e por seus aliados croatas (17°4).

A estratégia usada para a conquista de territórios foi a limpeza étnica. Os grupos rivais são expulsos ou aniquilados para criar áreas etnicamente homogêneas. Milhares de pessoas morreram nesse processo de purificação.

Em pouco tempo, a Sérvia dominou 70% do território bósnio e reduziu a escombros a capital, Sarajevo. Até meados de 1993, já haviam morrido 16.000 pessoas e havia 130.000 presos em campos de concentração, sem falar em atrocidades como o estupro em massa de mulheres muçulmanas, praticado por soldados sérvios, em nome de uma propagada purificação étnica.

A comunidade internacional se envolveu na guerra com ajuda humanitária e o envio de uma missão de paz, entre 1992 e 1995. As tropas da ONU conseguiram refrear, em parte, a limpeza étnica ao formar cordões de segurança ao redor de algumas cidades bósnias.

No início de 1995, os sérvios venciam o conflito, mas a OTAN interferiu na guerra bombardeando bastiões sérvios, o que permitiu que croatas e bôsnio-muçulmanos recuperassem posições.Em 1995, um acordo mediado pelos EUA, a Paz de Dayton, dividiu o território da Bósnia segundo as linhas do conflito militar naquele momento. Estabeleceu duas entidades semi-autônomas: uma Federação Mulçumano-Croata (51% da Bósnia) e um Estado sérvio (49% do país). O plano de paz cria uma “linha de separação”, que corta todo o país. Dayton selou o fim da Bósnia pluralista ao ratificar as fronteiras traçadas pela limpeza étnica. Desde o término da guerra, as duas entidades cooperam pouco entre si, e a integração das etnias ainda é uma realidade distante.

Conflito em Kosovo: o capítulo mais recente dos conflitos de fragmentação da Iugoslávia ocorreu na província sérvia de Kosovo, habitada por 90% de

muçulmanos de origem albanesa e por uma minoria sérvia (cristãos ortodoxos).

As raízes deste conflito remetem a 1989. Nesse ano, Milosevic conquistou a presidência da Sérvia com a determinação de reafirmar a hegemonia sérvia sobre os demais povos da Iugoslávia. Quando assumiu o poder, ele logo cassou a autonomia de Kosovo (região da Sérvia).

Durante boa parte da década de 1990, os kosovares ofereceram uma resistência quase pacífica à supressão das liberdades locais. O que mudou isso foi a entrada em cena, em 1997, do Exército de Libertação do Kosovo (ELK), com ações militares contra alvos sérvios. Milosevic, então desencadeou uma contra-ofensiva na província rebelde matando milhares de kosovares.

Negociações diplomáticas conduzidas por países europeus e pelos Estados Unidos com o objetivo de garantir a vida e os direitos dos kosovares e pacificar a região, não deram resultado. Em março de 1999, a OTAN, liderada pelos Estados Unidos, iniciou os ataques contra a Sérvia, a fim cit obrigar o governo de Milosevic a acabar com a agressão aos kosovares e negociar.

Em resposta aos bombardeios da OTAN a policia e o exercito sérvio desencadearam uma onda de violência sem precedentes em Kosovo, incendiando aldeias, cometendo assassinatos em massa e expulsando de suas casas mais de meio milhão de pessoas. Os refugiados procuraram abrigo nos países vizinhos, especialmente a Albânia e a Macedônia, onde a maioria foi instalada em campos montados pelo Acnur (Alto comissariado das Nações Unidas para os refugiados) e por organizações humanitárias internacionais.

A matança só teve fim em 1999, após a intervenção armada da OTAN. Sob a liderança dos EUA, as forças aliadas atacaram pesadamente a Iugoslávia e a província de Kosovo com o objetivo de atingir as tropas sérvias da região. Após três meses de bombardeios, Milosevic capitulou e aceitou um acordo de paz, que impôs um governo provisório tutelado pela ONU e amparado por uma força militar da OTAN. Um ano mais tarde, uma manifestação pacífica nas ruas de Belgrado, a capital Iugoslava, forçou a deposição de Milosevic. O ditador foi substituído na presidência da Iugoslávia por Vojislav Kostunica.

Destituído do poder, Milosevic foi extraditado para Haia, onde estava julgado por crimes contra a humanidade, mas morreu de infarto antes do julgamento.Os problemas persistem em Kosovo. A missão internacional que comanda a província tenta estabelecer a paz e a democracia entre as etnias. Em março de 2002, o pacifista albanês Ibrahim Rugova foi eleito presidente em Kosovo. Apesar dos avanços, não faltam denúncias de que albaneses estejam cometendo as mesmas atrocidades - contra a minoria sérvia, das quais foram vítimas.

No plano político, há impasse. Enquanto o atual governo iugoslavo não abre mão da soberania de Kosovo, os albaneses kosovares se dividem em torno das propostas de autonomia ou independência.

A expansão do socialismo

A Revolução Chinesa – 1949: Em 1911, foi proclamada a República na China. Porém, o novo governo nada pôde fazer diante das potências imperialistas que ocupavam o país desde 1842.

Após a 1a Guerra Mundial, o Partido Nacionalista (Kuomitang), liderado por Sun Yat-sen, que governava o país, sofria sucessivas pressões pela independência. Tais pressões aumentaram na década de 1920, quando foi formado o Partido Comunista Chinês, o PCC, que contava com a participação de Mao Tse-Tung.

No início da década de 1920, o governo do Kuomitang conviveu sem grandes atritos com a URSS e com o PCC. Mas, a partir de 1925, Chiang Kai-shek assumiu o controle do Kuomitang e iniciou uma ofensiva contra o PCC. Os chefes militares locais e as potências imperialistas passaram a apoiar Chiang, o qual esmagou pela força o movimento popular nas cidades.

Diante das derrotas urbanas, o PCC, sob liderança de Mao, retirou-se para o campo a fim de se reorganizar. Em 1931, proclamaram a República Soviética da China, em Kiangsi, transformada em centro do PCC.

Aproveitando-se da fragilidade chinesa, o Japão invadiu a Manchúria, 1931, estabelecendo um Estado satélite, o Manchukuo, no norte do país. O Kuomitang passou a sofrer dupla pressão: do imperialismo japonês e da ameaça comunista no campo.

Em 1934, os nacionalistas organizaram uma grande campanha militar para esmagar os comunistas. Fugindo das tropas do Kuomitang, os 100 mil homens de Mao percorreram 10 mil quilômetros a pé, a Longa Marcha (1934-1935), restando ao fim de um ano apenas 9 mil homens.

Diante do insistente avanço japonês, Mao propôs a organização de uma frente única, Kuomitang e PCC para combater os exércitos nipônicos. Até o final da 2a Guerra essa frente única deu ao PCC o controle de parte do exército chinês, além de uma crescente popularidade.

Com a derrota japonesa na 2a Guerra Mundial, Chiang Kai-shek decreta, uma mobilização nacional, a fim de eliminar definitivamente o “perigo vermelho”: era o retorno da guerra civil. O Kuomitang contava com o apoio norte-americano e por isso Chiang Kai-shek passou a ser visto pelos chineses como um cúmplice do estrangeiro. A URSS envolvida com seus próprios problemas deixou sem apoio os guerrilheiros comunistas chineses.

O exército do PCC foi ganhando terreno, até que, em janeiro de 1949, entrou vitorioso em Pequim, e, em 10 de outubro foi proclamada a República Popular da China. Chiang Kai-shek e seus seguidores refugiaram-se na ilha de Formosa (Taiwan), onde instalaram o governo da China Nacionalista, que recebeu intenso apoio norte-americano durante a Guerra Fria. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos isolaram a China, negando-lhe reconhecimento diplomático e intercâmbio econômico.

O conflito sino-soviético: As divergências entre os comunistas chineses e o PCUS Já existiam muito antes da vitória da revolução. Após 1949, elas se intensificaram, pois Mao Tse-Tung se posicionou pela autonomia política em relação à URSS.

Em 1957, a União Soviética comprometeu-se a fornecer armas nucleares à China, através de um tratado o qual foi rompido em 1959 pelos próprios soviéticos, envolvidos em um encontro com o presidente dos EUA (Coexistência Pacífica). A atitude soviética recebeu severas críticas dos chineses.

Além da política internacional da URSS, de Kruschev, somavam-se sua priorização da produção de bens de consumo e as críticas ao culto à personalidade. Tal política distanciava a linha do PCUS da do PCC, pois os chineses buscavam desenvolver a indústria de base e Mao Tsé-tung praticava, ao extremo, o culto à personalidade. O agravamento das relações sino-soviéticas chegou, em 1962, ao ponto de ruptura, quando o PCC acusou o PCUS de estar modificando as teses marxistas originais.

A China tratava pouco a pouco de aproximar-se diplomaticamente dos Estados Unidos. Já nos anos 1970, essa política lhe possibilitou o ingresso na ONU (1971) e a visita do presidente Richard Nixon (1972).

Os chineses tornaram-se belicamente auto-suficientes, adquirindo também poderio nuclear e as relações com a URSS se reduziram a quase nada.

A China pos 1949: Vitorioso em 1949, o Partido Comunista Chinês (PCC) adotou medidas drásticas, como a nacionalização das indústrias e a reforma agrária, para enfrentar as dificuldades econômicas, que, no entanto, ressurgiram com Guerra da Coréia, em 1950. O primeiro plano qüinqüenal, anunciado em 1953, propunha uma nova linha geral de transição para o socialismo, com prioridade para a indústria pesada. Em 1955, a coletivização da agricultura acelerou-se com a organização de um milhão de cooperativas. Atingia-se, assim, o fim do

capitalismo, implantando-se as três transformações socialistas básicas: expropriação da burguesia industrial; expropriação do comércio urbano e instalação de um movi- mento cooperativo no campo.

Com as reformas, apesar de a produtividade industrial ter crescido 400%, os salários só aumentaram 52%. Mao Tsé-tung, percebendo que o desenvolvimento socialista estava aquém das exigências sociais, proclamou uma liberalização interna, então, ele lançou a Campanha das Cem Flores.

As críticas contra o governo cresceram, levando o governo a reagir com uma grande campanha antidireitista que levou milhares de pessoas à prisão. Mao justificou-se dizendo que a Campanha das Cem Flores tinha por objetivo “fazer serpentes saírem de suas tocas”.

O Movimento das Cem Flores acabou reforçando o poder do PCC, que, em 1957, decidiu-se pelo programa de reformas chamado Grande Salto para Frente.

Este, ao deslocar os subsídios econômicos da indústria para a agricultura, confirmava o predomínio da base camponesa do socialismo chinês.

A mobilização da população ao programa do Grande Salto para Frente foi geral, e até intelectuais e estudantes foram conclamados a trabalhar no campo. Entretanto, mesmo com o crescimento da produção rural em 65%, as dificuldades continuaram. Na verdade, o projeto Grande Salto teve resultados positivos limitados, intensificando a oposição interna ao PCC e a Mao Tsé-tung.

Buscando fortalecer-se pessoalmente, Mao Tsé-tung deu início, em meados da década de 1960, a um movimento de expurgos a opositores políticos dentro do governo “Revolução Cultural Proletária”, que envolveu toda a população chinesa.

Esse movimento ativou o fervor revolucionário e a participação popular além de atacar a burocratização partidária e governamental. O movimento se generalizou por toda a China, transformando-se numa luta pelo poder, empreendida pelo grupo maoísta, contra o grupo de Deng Xiaoping, forte opositor de Mao dentro do PCC. Este e seus seguidores foram perseguidos. O movimento cresceu, multiplicando as organizações revolucionarias, que se inspiravam no “Livro Vermelho”.

Em 1968, Mao já possuía amplos poderes, retirando do partido seus opositores, entre os quais Deng. Mao sobre - pôs-se até mesmo ao PCC, transformando-se no líder máximo nacional.

Mao Tsé-tung morreu em 1976 com 83 anos, abrindo um novo período de disputa pelo poder na China.

Deng Xiaoping foi restituído ao governo, enquanto a esposa de Mao era condenada pelos excessos da Revolução Cultural.

Deng, agora líder do governo chinês, iniciava o período de “desmaoização da China”, afastando seus adeptos do governo. No final dos anos 1980,a imagem de Mao Tsé-tung perdera totalmente a força que possuíra durante mais de trinta anos.

A meta prioritária no governo Deng Xiaoping era fazer as quatro modernizações. Foram criadas as Zonas Econômicas Especiais (ZEE’s), abertas a investimentos estrangeiros e foi incentivada a propriedade privada no campo. O modelo torna-se conhecido como economia socialista de mercado. Essas medidas atraíram para a China uma imensa onda de investimentos externos, fazendo com que o país intensificasse o início da reversão do predomínio agrário da época de Mao. Entre 1980 e 1995, a China atraiu investimentos externos crescentes, chegando a um valor global superior a 170 bilhões de dólares.

No final de 1995, o PIB (Produto Interno Bruto) da China alcançava os 2,8 trilhões de dólares, considerado um dos maiores do mundo e consolidava o crescimento econômico superior aos 10% ao ano. As exportações nesta década cresciam em ritmo acelerado.

A China crescia. Mas as conseqüências de uma economia de mercado, que mesmo sendo socialista, ampliava as desigualdades sociais, eram desastrosas para a população.

Por outro lado, ficava visível uma questão: a grande contradição entre a abertura econômica sem a respectiva abertura política.

Estimulados pela abertura na economia e pela Glasnost soviética, centenas de milhares de estudantes realizaram manifestações quase que diariamente contra a corrupção nos altos escalões do regime e exigindo mais democracia. O ápice do movimento se deu em maio de 1989, com a ocupação popular da Praça da Paz Celestial, em Pequim. Exigia-se liberdade de manifestação e de imprensa num movimento em busca da democracia no país. Entretanto, o governo adotou urna linha repressiva, sufocando o movimento à força, com a morte de milhares de jovens.

No início do século XXI, a China continua ampliando a abertura ao capitalismo, combinada com a herança comunista de 1949. Assim, o fato de os chineses terem seus próprios negócios; a abertura para investimentos estrangeiros; permissão ao consumismo; liberdade para viajar ao exterior, etc, esbarra na manutenção de uma estrutura política baseada no regime de partido único, com o controle estatal das comunicações, censura e repressão às manifestações contrárias ao partido. Muitos analistas definiram essa situação chinesa como “uma Perestroika sem Glasnost”.

A Guerra da Coréia (1950-53): Com a derrota japonesa na 2a Guerra Mundial, a Coréia foi dividida em dois setores separados pelo paralelo 38, o norte foi ocupado pelos soviéticos e o sul pelos norte-americanos. Em 1948, formou-se no norte a República Popular Democrática da Coréia (socialista) e no sul, a República da Coréia (capitalista). Mas os dois governos, norte e sul reivindicavam jurisdição sobre todo o território.

Após a retirada de soviéticos e norte-americanos da Coréia, desencadeou-se uma disputa entre os dois países coreanos. Incentivados pela Revolução Chinesa (1949) alegando violação do paralelo 38, os coreanos do norte lançaram um ataque-surpresa ao Sul, em 25 de junho de 1950.

O Conselho de Segurança da ONU declarou a Coréia do Norte agressora e autorizou o envio de tropas internacionais para a região, sob o comando do general MacArhur. As tropas da ONU avançaram em território norte-coreano até quase a fronteira com a China que contra atacou obrigando MacArhur a recuar ao paralelo 38. O general pediu permissão para usar armas nucleares, mas o presidente Harry Truman preferiu demiti-lo e iniciar conversações de paz. Em julho de 1953 foi assinado o Armistício de Panmunjom, que confirmou a divisão da Coréia. A Coréia do Norte manteve-se comunista e a do Sul, capitalista.

A Guerra do Vietnã: O Vietnã foi colônia francesa até a invasão e

dominação japonesa ocorrida em 1940.Em 1939, surgiu no Vietnã o Vietminh (Liga para a

Independência do Vietnã) liderada pelo comunista Ho Chi Minh. Em 1940, o Vietnã foi invadido pelo Japão, para expulsar o invasor japonês, o Vietminh se lançou à guerra de guerrilhas. Com a derrota do Japão na 2ª Guerra, os territórios invadidos pelos japoneses foram desocupados. O Vietminh proclamou a independência em 1945.

Ao final da 2a Guerra Mundial, a França voltou a ocupar o Vietnã desejando recolonizá-lo. A região norte, porém, estava agora sob o controle do Vietminh, que ali fundou a República Democrática do Vietnã, de orientação socialista.

O Vietminh respondeu com o início de uma nova guerra de guerrilhas a partir de 1946. A luta se prolongou até 1954, quando o exército do Vietminh, impôs aos franceses uma derrota histórica na batalha de Diem Bien Phu, o que levou a França a propor negociações de paz.

Na Conferência de Genebra (1954), a França reconheceu a independência do Vietnã que foi dividido em

dois Estados soberanos: o Vietnã do Norte, uma República comunista liderada por Ho Chi Minh, e o Vietnã do Sul, uma monarquia pró-ocidental (capitalista) governada pelo imperador Bao Dai. A linha divisória entre os dois vietnãs seria o paralelo 17°.

De acordo com a Conferência, ficou definida a realização de eleições no Vietnã para que a população pudesse decidir se queria ou não a reunificação do país. Pesquisas realizadas no Sul indicavam que os comunistas seriam os vencedores das eleições, entretanto, o Vietnã do Sul cancelou as eleições com total apoio dos EUA e instalou uma ditadura militar contrária à reunificação, promovendo intensa perseguição a todos os que se opunham ao regime. Nesse mesmo ano, 70 mil pessoas foram executadas pelo governo de Saigon.

A partir de 1956, os Estados Unidos começaram a enviar assessores militares para reorganizar o Exército sul- vietnamita. Surgia a teoria do dominó. Em 1957, eclodiram os primeiros combates esporádicos entre guerrilheiros comunistas e tropas do governo de Saigon. Dois anos depois, os combates se generalizaram, configurando um conflito de grandes proporções, a Guerra do Vietnã.

Em 1960 os comunistas criaram no Vietnã do Sul, a Frente Liberal Nacional, que ficaria internacionalmente conhecida como Vietcong. A essa altura, os Estados Unidos já estavam inteiramente envolvidos no conflito. Em 1962, o presidente Kennedy enviou para o Vietnã do Sul 10 mil “conselheiros militares”.

De 1963 em diante, a intervenção norte-americana na guerra se tornaria cada vez maior. Para justificá-la, o governo de Washington argumentava que os guerrilheiros Vietcongues recebiam ajuda do Vietnã do Norte. Com a morte de Kennedy (1963), o presidente Lyndon Johnson, usando como pretexto um ataque norte-vietnamita a embarcações americanas, intensificou o envio de tropas norte-americanas ao Vietnã do Sul e autorizou o bombardeio aéreo ao Vietnã do Norte.

O conflito se ampliava, penalizando sobretudo a população civil, em razão do emprego de bombas de napalm e desfolhantes químicos. Além disso, tropas norte-vietnamitas desfecharam uma série de ataques bem sucedidos em todo o território do Vietnã do Sul. Foi a Ofensiva do Tet (ano novo vietnamita), que levou a guerrilha até o centro de Saigon.

A oposição à guerra era particularmente forte entre os jovens. Surgiram, assim, diversos movimentos, como o dos hippies que pediam a paz: “Faça amor não faça a guerra”.

Apesar das pressões da opinião pública, o governo de Washington intensificou sua participação na guerra, ampliando, em 1970, o raio de ação de seus bombardeios para o Laos e Camboja, cujos territórios estariam sendo utilizados pelo exército do Vietnã do Norte para atacar o Vietnã do Sul. Em 1972, aviões norte-americanos chegaram a bombardear a cidade de Hanói, capital do Vietnã do Norte.

Nos campos de batalha, porém, os vietcongues e o Vietminh (socialistas) continuavam a ter vitórias esmagadoras. Apesar de os norte-americanos possuírem uma enorme superioridade tecnológica, a guerra estava perdida, isso levou Washington a negociar o Acordo de Paris (1973) com o Vietnã do Norte. Com o acordo, os EUA deram início à retirada de suas tropas do Vietnã, embora o governo estadunidense continuasse a apoiar o exército sul-vietnamita. Foi a vietnamização da guerra.

O número de soldados norte-americanos mortos, sem contar os mutilados, os altos custos financeiros da guerra, a pressão da opinião pública norte-americana, exigindo o fim da guerra (movimento Hippie e o festival de Woodstock) também contribuíram para a retirada das tropas dos EUA do território vietnamita.

A guerra, contudo, prosseguiu. Em 1975, forças vietcongues tomaram Saigon, pondo em fuga os remanescentes das forças norte americanas e derrotando o exercito do Sul. A guerra chegara a seu fim e Saigon passou a se chamar Chi Minh City e em 1976 os dois países foram reunificados com o nome de República Socialista do Vietnã com a capital em Hanói.

Uma vez reunificado o país, o governo de Hanói deu início à transformação socialista do sul, nacionalizando empresas e coletivizando a agricultura. Muitos opositores foram presos e milhares de pessoas enviadas a campos de trabalho forçado.

A partir de 1986, teve início no Vietnã um processo de liberalização econômica inspirado nas reformas que Gorbatchev começou a implementar na URSS. Essa política introduziu no país alguns princípios da economia de mercado, permitindo a formação de empresas privadas e a associação de cooperativas agrícolas com fins lucrativos.

Em 1994 o presidente Bill Clinton suspendeu o embargo econômico imposto ao Vietnã desde 1975. Três anos depois, Washington estabelecia relações diplomáticas com Hanói. A partir de então, o Vietnã passa a atrair importantes investimentos internacionais.

A Revolução Cubana – 1959

Cuba conseguiu a sua independência apenas em 1898. Os EUA, então sob a política do BÍq Stick, conseguiram incluir na constituição cubana de 1901 a Emenda PIaft, além de receber dos cubanos a baía de Guantánamo. A partir da independência, a dominação político-econômica dos EUA foi garantida por governos locais ditatoriais.

Vários governos corruptos se sucedem no início do século, culminando com o autoritário regime de Gerardo Machado (1925-33). O ex-sargento Fulqêncio Batista toma o poder instalando uma ditadura. Os setores açucareiro, de mineração, turismo e jogo atraem para Cuba investimentos norte-americanos, mas a prosperidade não beneficia a maioria da população.

A oposição à ditadura cresce, particularmente entre o proletariado urbano e a juventude universitária. Jovens rebeldes liderados por Fidel Castro organizam, em 26 de julho de 1953, um ataque ao quartel de La Moncada. O grupo. Castro é preso e, ao ser libertado, exila-se no México, onde organiza o Movimento 26 de Julho. Em dezembro de 1956, Castro e um pequeno grupo de 82 guerrilheiros, do qual participam o argentino Ernesto Che Guevara, chegam a Cuba no iate Granma. O grupo é atacado pelo Exército e dispersa-se, sendo reduzido a 12 homens, que conseguem chegar à Sierra Maestra com a ajuda de camponeses. Ao mesmo tempo, a mobilização nas cidades contra a ditadura se desenvolve. Em 1957, uma greve paralisa 4 cidades.

o exército de Batista tem 70 mil homens bem armados, enquanto a guerrilha do Sierra Maestra conta com no máximo 5 mil, muitos sem fuzis. O crescimento da luta contra Batista e sua derrubada explicam-se pela crise do regime e o forte movimento de massas, entre os camponeses e trabalhadores urbanos, que dá sustentação à atividade da guerrilha. Combates se desenvolvem por dois anos. O Movimento 26 de Julho começa a tomar várias cidades em direção a Havana, enquanto o Exército e as instituições da ditadura se desagregam. Batista e membros do governo, apoiado pelo governo dos EUA, fogem. Em 1° de janeiro de 1959, os guerrilheiros entram em Havana, em meio a gigantescas manifestações populares.

Fidel Castro torna-se primeiro-ministro e promete eleições em 18 meses. O governo revolucionário não se alinha neste momento à URSS e promove uma série de medidas com o objetivo de implantar a igualdade e a justiça social. Realiza a reforma agrária, nacionaliza as refinarias de açúcar, usinas e indústrias — a maior parte pertencentes a norte- americanos, abre 10 mil salas de aula para erradicar o analfabetismo e reajusta os salários dos trabalhadores.

O choque entre as reformas colocadas em prática e os interesses dos EUA leva ao rompimento das relações diplomáticas entre as duas nações, em janeiro de 1961. A tensão cresce em abril, quando exilados cubanos treinados

e equipados pela CIA desembarcam na baía dos Porcos, numa tentativa frustrada de derrubar o regime cubano.

Em dezembro de 1961, Castro anuncia a adesão ao socialismo e a aproximação com a URSS. Surge aí o único partido político considerado legal no país, o Partido Comunista Cubano.

Os EUA decretam em 1962 bloqueio econômico e político contra Cuba, que é expulsa da Organização dos Estados Americanos (OEA)*. Simultaneamente, Kennedy lançou para a América Latina a Aliança para o Progresso* (1961).

Como o país vendia açúcar e charutos aos EUA e importava dos norte-americanos diversos produtos essenciais a sua economia, o bloqueio traz problemas sérios. Isso leva o governo Castro a uma aproximação maior com a URSS, que fornece ajuda financeira, técnica e militar para a estruturação do país de acordo com o modelo socialista.

Em outubro de 1 962, o governo norte-americano descobre que há mísseis soviéticos na ilha e ameaça tacar o país, expondo-se ao risco de iniciar uma guerra nuclear com a URSS. Os EUA impõem bloqueio naval a Cuba e os mísseis são retirados pela URSS.

A partir de 1 965, Cuba passa a incentivar movimentos revolucionários de esquerda na América Latina e na África. “Che” Guevara morre em 1 967, executado por soldados, quando tentava organizar um movimento de guerrilhas no interior da Bolívia.

As realizações da revolução garantem amplo apoio popular ao regime. A miséria e o desaparecem e os preços dos aluguéis tornam-se extremamente baixos. O analfabetismo é eliminado em 1964, após uma campanha que envolve 271 mil voluntários. O ensino, a justiça e a assistência médica passam a ser gratuitos. Na economia, as esperanças iniciais de diversificação e de industrialização não se realizam.

Em 1972, Cuba entra no Comecon, no qual recebe tratamento preferencial: exporta açúcar e importa petróleo a preços favorecidos. A subsistência do país continua a se basear na exportação de açúcar e nos subsídios soviéticos. A produção agrícola deficitária e a manutenção do bloqueio provocam a escassez de alimentos, e o racionamento imposto é à população cubana. A frustração com o regime leva a um êxodo de 125 mil cubanos em 1980. Com o desmantelamento do Comecon e da URSS, em 1990 e 1991, o país enfrenta grave crise econômica essa a estimular os investimentos estrangeiros.

Os trabalhadores recebem salários baixos e há racionamento de alimentos. A partir de 1992, delineia-se certa abertura econômica e política com vistas a combater a crise no país.

O aprofundamento da crise provoca êxodo maciço de cubanos rumo a Miami (EUA).

Em 1996, o presidente norte-americano, Bill Clinton, sanciona a Lei Helms-Burton, penalizando empresas e indivíduos de qualquer país que negociem ou invistam em Cuba.

A União Européia (UE), o México e o Canadá protestam, contra a medida ameaçando recorrer a OMC e tribunais internacionais, levantando a possibilidade de uma “guerra comercial”.Mesmo assim, em 1998, o isolamento internacional cubano diminuiu, destacando-se a visita do papa João Paulo II à ilha e o restabelecimento dos vôos Miami-Havana. Em julho de 2000, após meses de tramitação, o congresso norte-americano aprovou uma lei que permitia a venda de alimentos e remédios dos Estados Unidos para Cuba. No mês seguinte, três senadores norte-americanos visitaram Havana e reuniram-se com Fidel Castro. De volta a Washington defenderam o levantamento total ao embargo comercial. Contudo, a conturbada eleição do presidente George W. Bush, em novembro de 2000, decidida com os votos da Flórida (reduto anticastrista) reverteu as expectativas animadoras quanto à normalização das relações entre os dois países. Mesmo assim, continuaram os investimentos e financiamentos canadenses e europeus no país, parecendo

afirmar uma nova postura da comunidade internacional com relação à realidade cubana.Em 2002, o governo cubano decide fechar 71 usinas de açúcar, cortando 200 mil empregos. É quase a metade das usinas do país. Principal item da economia cubana, o açúcar já não alcança no mercado internacional preços que compensem os custos de produção.

Em março de 2003, o regime cubano prende 75 opositores e os condenam a penas de até 28 anos de prisão. Também executa três homens que haviam seqüestrado um barco para tentar chegar à costa norte-americana. O endurecimento do governo provoca forte condenação internacional. A UE adota sanções econômicas e diplomáticas contra Cuba em repúdio à repressão. O presidente dos EUA, George W. Bush anuncia a ampliação do embargo econômico a Cuba, visando a debilitar ainda mais o regime de Castro. Em abril de 2004, a Comissão de Direitos Humanos da ONU condena a falta de liberdades civis em Cuba. Em novembro, buscando um acordo com a UE, o regime cubano liberta cinco presos políticos, entre eles dois dos mais importantes dissidentes, o poeta Raúl Rivero e o presidente do Partido Liberal Democrático, Osvaldo Alfonso Valdês. Os dois ficaram detidos pouco mais de um ano.

As famílias com integrantes espalhados entre Cuba e os EUA são as vítimas imediatas da decisão do governo norte-americano de apertar o cerco econômico ao regime de Fidel Castro. Pelas regras adotadas em maio de 2004, os cubanos residentes nos EUA, quase todos, na região de Miami, só podem viajar para Cuba uma vez a cada três anos, com a permanência limitada a duas semanas, e os gastos, a 1 ,2 mil dólares.O objetivo é diminuir o fluxo de divisas para a ilha, que continua submetida a um bloqueio econômico. A reação do governo cubano veio em novembro do mesmo ano, com a proibição do uso de dólares em Cuba e a cobrança de uma taxa de 10%, em favor do Estado, na troca de dólares por pesos cubanos.

*A Aliança para o Progresso foi um programa de modernização e reformas para 22 países latino-americanos, com o objetivo de acelerar seu desenvolvimento econômico e social. Percebendo a “ameaça que o castrismo poderia representar para a América Latina, Kennedy lançou o programa destinado a proteger a América do “perigo vermelho”.

**A Organização dos Estados Americanos (OEA) é uma associação de 34 paises criada em 1948 com o objetivo de fortalecer a cooperação, garantir a paz e a segurança na América e promover a democracia.único país do continente que não pertence à organização é Cuba, cuja suspensão, em 1962, ocorre em razão da pressão norte-americana.

A descolonização afro-asiática: A supremacia mundial da Europa iniciou a partir do século XVI, com as Grandes Navegações do século XV, atingindo o seu ápice no século XIX com a expansão imperialista que atingiu a Ásia e a África. Tal processo culminou com a partilha dos dois continentes em colônias controladas pelas potências européias,

O período após a 2ª Guerra Mundial foi marcado pelas lutas da Ásia e África contra o imperialismo. Essa reação dos povos até então subjugados pelas potências capitalistas ocidentais é conhecida pela expressão descolonização afro-asiática.

Apenas entre 1945 e 1960, cerca de 40 novas nações confirmaram suas independências; só nos anos 1960, 17 países se emanciparam. Esses dados são importantes para se avaliar a extensão e profundidade do movimento.

Os fatores que possibilitaram a descolonização, de maneira geral, são os seguintes:# as contradições do processo colonizador: A dominação ocidental, somente se tornou possível, na medida em que

os colonizadores transferiam para as áreas coloniais algum tipo de tecnologia. Este processo de transferência tecnológica e cultural possibilitou o desenvolvimento econômico e a assimilação por parte dos povos dominados de um arsenal ideológico. Assim, o nacionalismo, serviu de instrumento ideológico para que o mundo afro-asiático reagisse contra a dominação européia;# o confronto das condições materiais de vida entre os colonizadores e os colonizados: De fato, o contato forçado imposto pelo imperialismo, durante décadas, fez com que os povos colonizados compreendessem as diferenças entre si próprios e os dominadores;# a influência da doutrina socialista, notadamente nas áreas coloniais em que o processo descolonizador foi violento. Afinal, em alguns dos novos países surgidos, as guerras de libertação se fizeram acompanhar de revoluções sociais, que tiveram como referencial teórico o marxismo. Tal é o caso do Vietnã, de Angola, Moçambique, etc;# a posição das superpotências, EUA e URSS: Os EUA viam nesse processo uma forma de consolidar sua supremacia sobre o bloco capitalista e expandir seu domínio aos mercados da África e da Ásia. A URSS via na descolonização um meio de estender sua influência política a esses países. No contexto global da Guerra Fria, cada uma das superpotências procurava atrair os novos países para sua respectiva esfera de influência.Percebe-se que o processo descolonizador serve de pano de fundo para os conflitos entre as superpotências. Guerra Fria e descolonização afro-asiática, neste aspecto, se inter-relacionam;# o enfraquecimento das potências coloniais - As potências coloniais européias saíram da 2ª Guerra Mundial profundamente abaladas. O deslocamento do centro da política internacional para Washington e Moscou, leva ao recuo das potências européias, com sérios problemas internos;# o fim do mito da inferioridade afro-asiática, diante das várias derrotas impostas aos europeus e norte-americanos pelos japoneses, na Guerra do Pacífico.# O clima de euforia idealista, no final da 2ª guerra, e de defesa das liberdades individuais - inclusive pela atuação da ONU que reconheceu o direito dos povos colonizados à autodeterminação, e da Conferência de Bandung, que declarou combater o racismo, o colonialismo e o imperialismo, em muito contribuiu para que a opinião pública internacional tomasse posição a favor dos movimentos emancipacionistas.

Apesar das particularidades, o processo de descolonização se realizou, geralmente, por dois processos: o violento e o pacifico. No primeiro, surgia na colônia um movimento nacionalista que impulsionava uma guerra de libertação e, uma vez conquistada a independência, o novo país realizava quase sempre transformações políticas e econômicas radicais, optando pelo socialismo. No segundo caso, a independência foi gradualmente concedida pela própria metrópole, que, com a transferência do controle político-administrativo à elite nativa, conservou o controle econômico do novo país.

A Inglaterra, por exemplo, usou bastante a idéia da transição pacífica, já a França usou bastante a forma violenta.

A Conferência de Bandung: o surgimento de numerosos países novos na Ásia e na África depois da 2ª Guerra Mundial deu origem a um grupo de nações neutras, sem alinhamento com o capitalismo ou o socialismo. Chamados inicialmente de países não-alinhados, esses países passaram depois a formar um bloco mais amplo, conhecido como Terceiro Mundo.

Momento marcante desse processo foi a Conferência de Bandung, realizada na Indonésia em abril de 1955. Dessa reunião participaram 29 países afro-asiáticos, entre os quais a Índia, o Egito, a China e o Vietnã do Norte.Na Conferência de Bandung as nações afro-asiáticas afirmaram seu desejo de participar dos assuntos internacionais e recusaram a divisão do mundo em dois blocos antagônicos. Além disso, defenderam o direito à autodeterminação dos povos, condenaram o colonialismo e a

segregação racial e manifestaram seu apoio aos árabes, contra Israel e aos movimentos de independência das colônias francesas no norte da África. Defenderam ainda, a cooperação internacional.

Atualmente, com o colapso do bloco soviético e a globalização, somente se pode falar de nações pobres e ricas. Herança da 2ª Guerra Mundial e contemporânea da Guerra Fria, a expressão Terceiro Mundo perdeu seu sentido inicial.__A Conferência Afro-asiática discutiu os problemas dos povos dependentes, do colonialismo e dos males resultantes da submissão dos povos ao jugo do estrangeiro, à sua dominação e à sua exploração por este último. A Conferência está de acordo:1) em declarar que o colonialismo, em todas as suas manifestações, é um mal a que deve ser posto fim imediatamente;2) em declarar que a questão dos povos submetidos ao jugo do estrangeiro, ao seu domínio e à sua exploração constitui uma negação dos direitos fundamentais do homem, é contrária à Carta das Nações Unidas e impede favorecer a paz e a cooperação mundiais;3) em declarar que apóia a causa da libertação e independência desses povos;4) e em apelar para as potências interessadas para que elas concedam a liberdade e a independência a esses povos.

A desco1onização africanaEm 1956, existiam na África negra apenas 3

Estados independentes. Entretanto, entre 1957 e 1962, com o processo de descolonização, 29 países ascenderam à condição de nações independentes. O ano com maior número de libertações nacionais foi 1960, quando 16 colônias se tornaram independentes.

Ruanda:Localizada na África oriental, Ruanda tem um território de 26 mil Km2 e 9 milhões de habitantes, sendo 90% hutus e 9% tutsis.

Os hutus são originários da Bacia do Congo e se estabeleceram primeiro em Ruanda. No século XV, foram dominados pelos tutsis, originários das regiões próximas à Etiópia.Ruanda pertenceu aos alemães até o final da 1ª Guerra Mundial, quando a área foi transferida para a Bélgica. Os belgas permitiram que os tutsis se mantivessem no poder.

Em 1959, acreditando que o rei tutsi pretendia a independência, a monarquia foi abolida e os hutus passaram a controlar a política interna. A mudança estimulou a perseguição dos hutus contra os tutsis. Muitos fugiram para países vizinhos, especialmente Uganda.

Em 1962, o país tornou-se independente. Em 1973, Juvenal Habiarimana instaurou uma ditadura. Desde então, a política interna passou a ter três componentes: o partido do governo, formado só por hutus, a oposição “legal” de hutus e a Frente Patriótica Ruandesa (FPR), dos tutsis exilados em Uganda.

Em 1990, após várias tentativas frustradas, grupos da FPR (formados pelos filhos dos que fugiram de Ruanda nos anos 50) invadiram o norte do país, reclamando o direito de retorno. De 1990 a 1993, Ruanda viveu uma guerra civil intermitente, que parecia se resolver com a assinatura dos Acordos de Arusha, na Tanzânia (agosto de 1993), mas a demora de Juvenal Habiarimana em cumprir os acordos agravou a situação. A guerra explodiu no início de abril, quando o seu avião foi derrubado por um míssil. Embora sem provas, os tutsis da FPR foram acusados. Hutus começaram a matar tutsis e os hutus da oposição. A FPR inicia, então, uma ofensiva que culminaria com a tomada do país três meses depois.

O avanço da FPR ocasionou um êxodo gigantesco em direção à fronteira do Zaire. A comunidade internacional, só depois de centenas de milhares de vítimas, definiu uma intervenção humanitária. Esses soldados tinham como objetivo proteger os civis e se interpor entre as forças em luta. A intervenção, que durou

dois meses (de junho a agosto), criou uma zona de segurança no sudoeste do país. A FPR venceu a guerra e formou um novo governo com a participação de hutus “moderados”.A guerra civil de 1994 deixou um trágico saldo em Ruanda: 1 milhão de mortos, 2,5 milhões de refugiados, milhares de feridos e epidemias como cólera e tifo.

Republica Democrática do Congo: O Congo localiza se na África central com uma área de 2 milhões e 300 mil km2 e possui uma população de 57,5 milhões de habitantes. Em 1885 a Bélgica conquistou o Congo que só conseguiu a sua independência após 7 décadas de dominação.

Em 1960, após violentas manifestações populares ocorridas no ano anterior, a Bélgica foi obrigada a conceder independência ao país, que passou a ser governado pelo presidente Joseph Kasavubu e pelo primeiro-ministro Patrice Lumumba. O Congo era rico em diamantes, ouro, cobre, estanho e outros minerais, cujas jazidas eram exploradas por grupos econômicos e financeiros internacionais.

Poucos dias após a proclamação da independência do Congo, o governador de Katanga promoveu a secessão daquela província, mergulhando o país na guerra civil. O movimento separatista era apoiado por tropas mercenárias belgas e financiado por grupos internacionais.

A pedido do novo governo, a ONU enviou ao Congo uma força de paz que evitou qualquer envolvimento mais decisivo. Logo depois, o presidente Kasavubu entregou Lumumba aos mercenários, o qual foi assassinado em 1961.

Em 1963, após a retirada da força de paz da ONU, Kasavubu através de apoio interno derrotou as facções rivais, assegurando a unidade política do país. Em 1965, Kasavubu foi destituído pelo comandante do exército congolês, general Mobutu. Este, como novo representante dos interesses neocolonialistas, implantou no país uma ditadura pessoal. Em 1971, Mobutu iniciou a campanha de “africanização do Congo”.

A partir de 1990, pressões oposicionistas forçaram Mobutu a estabelecer o pluripartidarismo. No início de 1991, em meio a uma greve geral e manifestações de oposição, o ditador concedeu anistia aos exilados. Em 1997, rebeldes guerrilheiros obrigaram o Mobutu a abandonar o país, após 32 anos no poder.o país voltou a adotar o seu antigo nome, passando a ser denominado República Democrática do Congo.

África do Sul: Na África do Sul, país mais rico do continente, maior produtor mundial de ouro, com grandes reservas de diamante, urânio e platina, ocorreu uma das mais infelizes manifestações de segregação racial da história contemporânea.

A elite branca que comandava o país, racista e autoritária, oficializou em 1948, o que já era prática antiga. Nesse ano foi legalmente estabelecido o apartheid.

O apartheid baseou-se na divisão da população em brancos e negros.

Em 1961, a África do Sul retirou-se da Comunidade Britânica, conquistando plena independência. No ano seguinte, Nelson Mandela foi condenado à prisão perpétua por lutar contra o apartheid. Vinte e oito anos depois, em 1990, Mandela saiu da prisão consagrado como um dos maiores líderes mundiais.

As primeiras eleições multirraciais na África do Sul, realizadas entre 26 e 28 de abril de 1994 deram o poder ao líder do Congresso Nacional Africano (CNA), Nelson Mandela, e instituíram uma nova constituição, de caráter ainda provisório, que aboliu o regime de apartheid. A constituição estabeleceu que o poder emana da vontade dos cidadãos, independentemente das divisões entre brancos, mestiços, negros e asiáticos. O novo Estado sul-africano é baseado na noção de cidadania: todos os sul-africanos são iguais perante a lei. O que se anuncia é o fim do apartheid. Mas as eleições e a constituição nunca foram por si só, garantia de superação dos graves problemas étnicos e sociais do país. O CNA, de Nelson Mandela obteve 62,6% dos votos nas eleições de 1994, enquanto, o Partido Nacional, de Frederik De Klerk,

branco, foi o segundo mais votado, com 20,4% do eleitorado. Em seguida vieram os zulus com 10,5% dos votos. Mandela e De Klerk formaram uma espécie de aliança, para garantir a reforma do país, contra os extremistas negros (zulus) e brancos (os africânderes, descendentes de holandeses).

As colônias portuguesas: A expansão portuguesa teve início com as Grandes Navegações, as quais levaram à dominação de Guiné-Bissau, Moçambique e Angola. A consolidação dessas possessões coloniais ocorreu durante a expansão imperialista do século XIX.

Somente após a Revolução dos Cravos (1974) que derrubou o Salazarismo (governo fascista português liderado por Antônio de Oliveira Salazar) é que as colônias portuguesas na África e Ásia conquistaram as suas independências.

Guiné-Bissau, localizada na África ocidental, possui uma área de 36 mil km2 e uma população de 1,6 milhão de habitantes. Em 1956, Amílcar Cabral fundou o Partido para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) que, a partir de 1961, iniciou uma guerra de guerrilhas contra as forças colonialistas.

Por volta de 1970, o PAIGC já havia libertado mais de 30% do território da Guiné-Bissau. Em 1973, logo após o assassinato de Amílcar Cabral, foi proclamada nas áreas libertadas a república Democrática da Guiné, presidida por Luís Cabral e imediatamente reconhecida pela Assembléia Geral da ONU. A presença de 55 mil soldados portugueses na Guiné não foi suficiente para vencer a guerra contra o PAIGC. Em 1974, o regime fascista em Portugal foi deposto, e o novo governo democrático português reconheceu, em seguida, a independência da Guiné-Bissau.

Cabo Verde, arquipélago situado no oceano Atlântico, possui 4 mil km2 de território e 473 mil habitantes. Sua independência foi reconhecida pelos portugueses em 1975, e o país também passou a ser governado pelo PAIGC. Cinco anos depois, desentendimentos entre representantes dos dois países resultaram no fim do processo que pretendia a unificação das duas ex-colônias.

Moçambique está situada na África oriental possuindo uma área de 800 mil km2 e uma população de 19,8 milhões de habitantes. Em 1962, Eduardo Mondlane fundou a Frente de Libertação de Moçambique, (Frelimo) que desencadeou a resistência armada contra Portugal.

Em 1969, após o assassinato de Eduardo Mondlane num atentado promovido pelos agentes portugueses, a liderança da Frelimo passou a ser exercida por Samora Machel. Nessa época, as forças revolucionárias já controlavam 20% do território moçambicano, principalmente as regiões situadas no norte do país.

No início da década de 1970, as forças portuguesas sofreram inúmeras derrotas, o que se transformou, inclusive, num dos fatores decisivos para a derrubada do regime fascista português. No ano seguinte, o novo governo português reconhecia a independência da República Popular de Moçambique, presidida por Samora Machel.

Angola está situada na África ocidental, possuindo uma área de 1 milhão e 246 mil km2 e uma população atual de 159 milhões de habitantes. Em seu território existe petróleo, diamante, ferro, cobre urânio e a agricultura baseia se na produção de café e algodão.

Em 1956, foi fundado o Movimento Popular pela libertação de Angola (MPLA), que sob a liderança de Agostinho Neto, deu início à guerra de guerrilhas contra Portugal, em 1961. Depois surgiram a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), movimentos de caráter regional e de bases essencialmente tribais.

Com o fim do Salazarismo, foi assinado o Acordo de Alvor, marcando a independência de Angola para o final do ano de 1975 e criando um governo de transição formado por MPLA, FNLA e UNITA. Pouco antes da independência, o Zaire invadiu o norte de Angola, enquanto a África do Sul invadiu o sul do país. Essa invasão foi apoiada pelos EUA.

Em 1975, o MPLA dominou Luanda e proclamou a independência de Angola, que mergulhou numa sangrenta guerra civil. Agostinho Neto, solicitou a ajuda de Cuba e do bloco socialista para fazer frente à invasão estrangeira. As forças do MPLA, apoiadas por tropas cubanas, iniciaram a “segunda guerra de libertação”, que culminou, em 1976, na vitória sobre a UNITA e a FNLA e na expulsão dos mercenários do território angolano. Em 1979, com a morte de Agostinho Neto, José Eduardo dos Santos assumiu a presidência do país.

Em 1990, o MPLA estabeleceu o sistema multipartidário. Em maio de 1991, após várias reuniões patrocinadas pelos EUA e pela URSS, MPLA e UNITA anunciaram o acordo de paz e a convocação de eleições livres para novembro de 1992. Observadores internacionais reconheceram a legitimidade da eleição e o MPLA ganhou as eleições confirmando José Eduardo dos Santos na presidência.

A DESCOLONIZAÇÃO E SUAS CONSEGUÊNCIAS: subdesenvolvimento; simples exportadores de matéria-prima barata; desemprego e fome; guerras de fronteiras; conflitos inter-tribais; conflitos devido a diferenças religiosas; dívida externa crescente

A descolonização asiática: Na década de 1940, grande parte dos antigos domínios ingleses, holandeses e norte-americanos no Pacífico, tornaram-se independentes. O processo tem seqüência ao longo dos anos 1950, com a independência do Vietnã, Camboja e Laos.

Índia: No início do século XX, cresceram as lutas

pela independência da Índia, sob a liderança do advogado Mahatma Gandhi. Partidário da não-violência, desobediência civil e resistência pacífica para a conquista da independência. Em 1919 tornou-se o principal dirigente do Partido do Congresso, criado em 1885, que lutava contra o mando Inglês.

Gandhi foi o grande líder dos movimentos de desobediência civil, recorrendo a greves, manifestações pacíficas, campanhas de desobediência a leis opressivas e boicotes coletivos de produtos ingleses. Em um de seus discursos ele aconselhava:

“A primeira coisa, portanto, é dizer-vos a vós mesmos: não aceitarei mais o papel de escravo. Não obedecerei às ordens como tais, mas desobedecerei quando estiverem em conflito com minha consciência. O assim chamado patrão poderá surrar-vos e tentar forçar-vos a servi-lo. Direis: ‘Não, não vos servirei por vosso dinheiro ou sob ameaça Isso poderá implicar sofrimentos. Vossa prontidão em sofrer acenderá a tocha da liberdade, que não pode jamais ser apagada”.

Em 1930, Gandhi violou as leis que impunham o monopólio da produção de sal pelos ingleses e convocou a população indiana a produzir seu próprio sal.

Em 1945, o Partido Trabalhista - que defendia concessões às colônias - venceu as eleições na Inglaterra. Não se tratava de uma dádiva, na verdade, a “concessão” da Coroa britânica era uma resposta às pressões cada vez mais fortes dos movimentos nacionalistas, que lutavam pela emancipação imediata das colônias.

Após a 2ª Guerra Mundial, verificou-se uma aproximação entre o Partido do Congresso, representante das elites econômicas do país e a liga Muçulmana, representante da minoria da população da Índia (cerca de 25%) formada por muçulmanos. Objetivando evitar convulsões sociais que pudessem levar a Índia ao caminho do socialismo, o governo inglês apressou negociações, que em julho de 1947, levaram à emancipação do país. A herança colonial foi terrível e traduzia-se numa miséria crônica da imensa maioria da população, em rivalidades de caráter étnico e religioso e na ausência de recursos mínimos à manutenção de sua imensa

população. Entretanto, à medida que se aproximava o momento da emancipação, começaram a surgir violentos conflitos entre as duas principais comunidades que formavam a Índia: os hindus e os muçulmanos. Um desses conflitos ocorreu em gosto de 1946, na cidade de Calcutá. Nele morreram cerca de 4000 pessoas.

Até então, embora fosse hindu, Gandhi era visto como o grande líder de todo o subcontinente indiano, sem distinção de religiões e etnias. Os hindus eram representados pelo Partido do Congresso. Já os muçulmanos eram liderados pela Liga Muçulmana, que reivindicava a divisão da Índia em dois Estados: um hindu e outro muçulmano.

Com os conflitos religiosos, ou talvez para preservar seus interesses na região, os ingleses acataram as exigências da Liga Muçulmana. Em agosto de 1947, a Índia foi declarada independente e dividida em três Estados soberanos: Índia, Sri Lanka (Ceilão) e Paquistão.

Destinado aos muçulmanos, o Paquistão era formado por dois territórios, separados um do outro por 2000 quilômetros de distância: o Paquistão Ocidental (atual Paquistão) e o Paquistão Oriental (atual Bangladesh).

Contrário à divisão, Gandhi foi assassinado em 1948 por um fundamentalista hindu.

Após a morte de Gandhi, coube a Nehru (primeiro-ministro da Índia) a tarefa de liderar o país. Nehru tinha inclinações marxistas e era simpatizante da URSS, contudo, essas idéias não o impediram de assumir uma posição de liderança entre os países não-alinhados a partir da Conferência de Bandung, em 1955. Com a neutralidade, conseguiu empréstimos dos norte-americanos e recursos dos soviéticos para construir usinas.

Nehru introduziu no país uma economia mista, isto é, uma economia de mercado, mas com grande participação estatal. Realizou uma reforma agrária, nacionalizou os bancos e promoveu certo desenvolvimento industrial apoiado no planejamento e na ação do Estado.

Após a morte de Nehru, em 1964, a Índia passou a enfrentar questões relativas às fronteiras com o Paquistão, e os dois países entraram em guerra pela posse da província de Caxemira, em 1965. (ver Focos de Tensão)

Em 1971, o Paquistão Oriental se rebelou contra o governo central do Paquistão e proclamou a independência do país, mudando seu nome para Bangladesh.

Indonésia: Localizada no sudeste asiático, a Indonésia possui uma população de cerca de 222,8 milhões de habitantes, predominantemente muçulmana. Esse país, cuja área é de 1 milhão e 900 mil km2, é formado por milhares de ilhas, sendo as principais as de Java e Sumatra. Durante o século XVII, a Indonésia foi submetida ao domínio colonial holandês. Essa situação perdurou até o século XX e só foi interrompida com a ocupação da Holanda pela Alemanha nazista e da Indonésia pelo Japão, em 1941.

O movimento nacionalista indonésio, liderado por Ahrned Sukarno, cuja heróica resistência armada à ocupação japonesa culminou, em 1945, na proclamação de independência da República Indonésia.Rapidamente, Sukarno fez votar uma constituição e passou a governar. Toda essa pressa tinha uma explicação. De fato, a Indonésia foi invadida pelos antigos colonizadores e só depois de quatro anos de guerra sua independência foi internacionalmente reconhecida.

Foi durante a presidência de Sukarno que a Indonésia sediou, em 1955, a conferência de Bandung.Em 1966 Sukarno foi deposto pelo general Suharto, que governaria ditatorialmente a Indonésia até 1998.

Suharto governa a nação ditatorialmente e vence todas as disputas eleitorais a partir de então, graças a um rígido controle das instituições sociais e políticas. O governo favorece os negócios ligados a familiares e amigos de Suharto. A expansão da economia é abalada em 1997 pela crise financeira na região, e o governo negocia com o FMI um empréstimo de 42 bilhões de dólares.

Em 1998, um novo acordo com o FMI prevê aumentos de tarifas. A entrada em vigor dos reajustes é o estopim de violentos protestos. A repressão policial deixa mais de mil mortos, e os Estados Unidos (EUA) pressionam pela renúncia do ditador. Em maio, Suharto transfere o poder ao vice-presidente, que convoca eleições legislativas para junho de 1999. Nelas, a maior votação é obtida pela oposição liderada pela filha de Sukarno.

Timor Leste: A porção oriental de Timor, ilha do arquipélago da Indonésia, é chamada de Timor Leste.

Portugal dominou Timor Leste do século XVI até 1975. A retirada portuguesa ocorre em meio a uma breve guerra civil que opõe duas facções: a União Democrática de Timor (UDT), favorável à integração de Timor Leste à Indonésia, e a autonomista Frente Revolucionária do Timor Leste Independente (Fretilin).

A Fretilin proclama a independência em novembro de 1975, apoiada pela maioria da população.A Fretilin, de tendência esquerdista, instalou-se no poder por um curtíssimo período. As forças indonésias invadiram a ilha, anexando-a formalmente em 1976. A ONU não reconheceu a anexação e a Fretilin, por meio de guerrilhas, deu prosseguimento à resistência. Cerca de 100 mil timorenses já foram mortos sob a alegação de serem membros ou simpatizantes do movimento separatista.

Além da repressão militar, o governo indonésio impôs o seu idioma e religião à população local.Um grupo remanescente de Fretilin travou uma luta de guerrilhas nas montanhas, comandada por Joio Alexandre (Xanana) Gusmão. Em 1992, Xanana Gusmão é preso e condenado à prisão perpétua. A pena é posteriormente comutada para 20 anos de prisão. A pressão internacional pelo fim da ocupação cresce a partir de 1996, quando o Prêmio Nobel da Paz é concedido a dois defensores da independência: o bispo de Dili, Carlos Ximenes Belo, e o ativista da Fretilin José Ramos Horta.

A renúncia de Suharto, em 1998, abre espaço para o dialogo. Em 1999, um acordo entre a Indonésia e Portugal (representando os separatistas timorenses) acerta a realização de um plebiscito. Em 30 de agosto, 78,5% dos timorenses votam pela independência. Inconformados, militares indonésios armam milícias e promovem um massacre. Centenas de civis são assassinados e cerca de 250 mil abandonam suas casas. Em setembro chegam tropas da ONU para controlar a situação e os militares indonésios deixam o pais cuja administração passa para a ONU Neste momento.Xanana Gusmão e libertado, e em agosto de 2001, os timorenses elegem a Assembléia Constituinte, dando à Fretilin 55 das 88 cadeiras. A Assembléia forma um governo provisório. Em março de 2OO2 a nova Constituição entra em vigor e Xanana Gusmão é eleito presidente em abril, com 82,7% dos votos.

Em 20 de maio de 2002, o Timor Leste torna-se oficialmente independente. O governo provisório assume plenos poderes. Em abril, por causa dos temores quanto ao retomo da violência das milícias, a ONU revê o programa de redução de suas tropas naquele país e estende seu mandato para 2004. Nesse ano, corta o contingente de 3 mil para 700 homens, mas estende sua permanência até maio de 2005.

História do Brasil

A REPUBLICA POPULISTA (1945 - 1964): Para muitos historiadores, a política brasileira viveu traços bem particulares entre os anos de 1946 e 1964, considerado o tempo da República Populista. Como já vimos no módulo anterior, o populismo também foi característica do governo de Getúlio Vargas nos anos trinta, mas as transformações das estruturas sociais e econômicas no Brasil e no mundo, deram especificidades aos governos do general Dutra, do próprio Vargas novamente, de Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart. E o que vermos!

Governo Dutra ( 1945-1951): O governo do General Eurico Gaspar Dutra é, muitas vezes, apontado como um período apenas transitório entre as administrações de Getúlio Vargas, principalmente quando lembrada sua participação como Ministro da Guerra durante o Estado Novo. Sua eleição, em 1945, foi cercada de uma euforia democratizante após oito anos de ditadura. E mesmo tendo participado da deposição de Getúlio, Dutra venceu as eleições com o PSD (partido de orientação varguista) com o apoio declarado do ex-presidente. Em 1946 foi elaborada uma nova Constituição, a quinta da história brasileira. Ela confirmou o sistema republicano liberal e democrático, o voto secreto para maiores de dezoito anos, inclusive mulheres e mandato de cinco anos para os cargos do executivo.

O mandato de Dutra ganha expressão se articulado à conjuntura internacional. Eram tempos iniciais de Guerra Fria e o presidente optou por uma clara aliança com os Estados Unidos. Tal postura ficou evidente com o rompimento das relações diplomáticas com a União Soviética e a China, além da ilegalidade do Partido Comunista.

No plano interno, o governo foi marcado pelo aumento excessivo das importações, o que gerou alto endividamento externo e aumento do custo de vida, com desvalorização salarial. O presidente ainda tentou uma solução para os problemas principais, através do lançamento do Plano SALTE (Saúde, Alimentação, Transporte e Energia), mas não houve tempo hábil para sua aplicação. Ficou a frustração popular, principalmente operária, que desejava o resgate de políticas trabalhistas como na década de trinta.

Governo Vargas (1951 – 1954) : As eleições de outubro de 1950 confirmaram a força política de Getúlio Vargas. Representando a aliança PTB-PSP e adotando um discurso nacionalista e industrializante, ele voltou “nos braços do povo” (pela primeira vez eleito diretamente). Seu retorno é visto com esperança pelos operários, mas com desconfiança pela burguesia liberal e por parcelas do exército temerosas de um novo golpe como em 1937.

A conjuntura não era favorável ao presidente. No plano externo, o clima era de acirramento da Guerra Fria e a política norte-americana para a América Latina rejeitava uma postura tão interventora e nacionalista como a de Vargas. Ao mesmo tempo, no plano interno, a economia passava por graves problemas: alta inflacionária, desvalorização salarial, crise e greves no setor industrial... Em meio a tantas agitações e sustentando-se nas manifestações nacionalistas de estudantes da UNE, na campanha “O petróleo é nosso!”, o presidente criou a Petrobrás em 1953. As oposições (chamadas entreguistas) se avolumaram com as novas propostas anunciadas, de criação da Eletrobrás (vetada no Congresso) e de aumento de 100% do salário mínimo (concedida a partir de articulações do ministro do trabalho, João Goulart).

As pressões vinham de todos os lados: os investidores estrangeiros, a burguesia nacional e a imprensa. No inicio de agosto de 1954, o nome de Getúlio foi associado a um crime contra o principal jornalista da oposição, Carlos Lacerda. O episódio, conhecido como o atentado da Rua Toneleros, levou a morte o major Rubens Vaz, que acompanhava Lacerda, alvo de um atirador contratado por Gregório Fortunato, segurança pessoal do presidente. Vários segmentos sociais exigiram a renúncia de Vargas, inclusive o Exército, mas ele preferiu o suicídio, no dia 24 de agosto. O ato foi acompanhado de uma carta-testamento. Lido em rede nacional, o documento acusava o “entreguismo” da oposição, responsabilizada pelos problemas brasileiros. A população voltou-se contra os acusados e enfraqueceu a possibilidade de uma intervenção militar direta na presidência, que viveu grande instabilidade até as próximas eleições. O cargo esteve ocupado por Café Filho (vice), Carlos Luz e Nereu Ramos neste intervalo.

Governo Jk (1956 - 1960): O ambiente era tumultuado para as eleições de 1955. Mas Juscelino Kubitschek, ex-governador de Minas Gerais, resgatou a aliança PTB-PSD, que lhe permitiu a vitória sobre o udenista Juarez Távora, Ademar de Barros do PSP e Plínio Salgado. JK defendia uma proposta ousada e atrativa para a época, simbolizada na expectativa de crescimento acelerado para o Brasil. Crescer “50 anos em 5” era o lema, síntese do Plano de Metas apresentado para dinamizar o setores de energia, transporte, indústria de base e educação. Os investimentos viriam do incentivo à entrada de capital estrangeiro no país, através de empréstimos ou multinacionais, associando-se aos capitais privado e público nacional. Tal política ganhou o título de nacional-desenvolvimentismo. Assim, o projeto garantiu (e até ultrapassou) a meta de crescimento de alguns setores como o de transportes, a partir da ampliação da malha viária nacional (a exemplo da construção da rodovia Belém-Brasília) e do aumento na produção de automóveis.

A sensação de avanço era acompanhada por uma postura moderna e progressista apresentada pelo presidente em suas aparições públicas e por isso, ganhou o apelido de “O presidente Bossa-Nova”, referência ao novo estilo musical nacional surgido das influências do samba e do jazz norte-americano e cantado nas vozes de João Gilberto, Tom Jobim, Vinícius de Morais, Toquinho...

As estatísticas denunciam uma série de transformações vividas pela sociedade brasileira à época, mais urbanizada e consumidora. Mas o poder de compra era reduzido e mesmo com o alargamento da classe média, a política econômica do Plano de Metas contribuiu para manter a concentração de renda nacional. A elite brasileira pouco numerosa respondia por quase metade da renda. O governo Juscelino destacou-se ainda por uma tentativa de desenvolvimento do Nordeste, com a criação da SUDENE (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste) e pela meta- síntese de seu plano, a construção de Brasília. A nova capital possibilitou a ocupação da região central do país por grande massa de migrantes nordestinos, os “candangos” e deslocou o eixo político nacional para o Centro-Oeste e foi inaugurada em 21 de abril de 1960. No final de seu mandato, a imagem de Juscelino era carregada de severas críticas. O Brasil pagou caro pelo avanço e os sinais mais evidentes estavam na elevada dívida externa e na inflação galopante. Nem mesmo o rompimento com o FMI, principal credor brasileiro à época, evitou as críticas ao presidente, que saiu do governo em ambiente de crise.

Governo Jânio (1961): A instabilidade no fim do mandato de JK foi campo fértil para a campanha presidencial de Jânio Quadros em 1960. Jânio tinha um currículo favorável (havia vencido as últimas eleições para prefeito da cidade de São Paulo e governador do Estado) e usou uma campanha cujo lema propunha varrer da política nacional todos os resquícios de corrupção: “Varre, varre, vassourinha!”. Sua vitória foi esmagadora e representou a chegada da oposição ao poder. Ele representava a UDN, ainda que não fosse identificado como um fiel representante do partido. A vitória, porém, não foi completa, já que para vice fora eleito João Goulart, da aliança PSD PTB (vale lembrar que nessa época era permitido votar separadamente para presidente e vice de chapas distintas.

Mas o governo de Jânio foi marcado por agitações, por uma postura ambígua do presidente. Internamente ele parecia desenvolver uma política financeira interessante à burguesia liberal visando a expansão monetária, a desvalorização cambial, a contenção de gastos públicos. Mas

no plano externo suas ações eram polêmicas. Num contexto de Guerra Fria, ele tentava uma política externa independente, confundida com urna aproximação ao socialismo. Visitou Cuba logo após a Revolução Cubana, condecorou Che Guevara, tentou reatar relações diplomáticas com a China e URSS. As pressões sobre ele foram fortes e, para rebatê-las, Jânio decidiu renunciar.

Apresentou, em 24 de agosto de 1961, sete meses após sua posse, uma carta-renúncia ao Congresso onde declarava estar sofrendo com “forças terríveis” que lhe impediam de cumprir seus ideais. Tais “forças” nunca foram esclarecidas, mas grande parte dos historiadores defende que esta ação representou uma tentativa de golpe, pois Jânio esperava amplo apoio popular para trazê-lo de volta ao poder. A partir daí um período de impasses se arrastou, com a posse provisória do presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, já que o vice, João Goulart, encontrava-se na China. E Jango, era tão acusado quanto Jânio de aproximações ao socialismo.

Governo Jango (1961 - 11964) E o Golpe Militar: A sucessão presidencial era alvo de disputas antes mesmo do retorno de Jango da China. Dois grupos se opunham: de um lado os legalistas, liderados por Leonel Brizola, defensores do cumprimento da Constituição e portanto favoráveis à posse de Jango; do outro, os golpistas, desejosos de uma ruptura definitiva com o populismo, o varguismo e com as possíveis aproximações ao socialismo. Neste último grupo, representando a oposição, estavam membros da UDN, das Forças Armadas (principalmente a Escola Superior de Guerra - ESG), setores da Igreja, intelectuais de grupos como o IPES (Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais) e o IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática) e a imprensa. Importante lembrar que alguns grupos de esquerda também não se simpatizavam com a imagem de Jango, dentre eles representantes do PCB, as Ligas Camponesas, lideranças operárias e estudantes que o consideravam fraco para o poder.

Uma proposta alternativa aos legalistas e golpistas foi apresentada por Tancredo Neves e permitiu a chegada de Jango à presidência em setembro de 1961: o Parlamentarismo. A instabilidade permanecia, as greves se multiplicavam e a oposição crescia. Em janeiro de 1963 a população brasileira foi às urnas no plebiscito que negou o sistema parlamentarista, devolvendo a centralidade das decisões ao presidente. Por isso e pelas pressões dos grupos de esquerda, Jango lançou ainda em 1963 o projeto das Reformas de Base, incorporadas ao Plano Trienal, planejado pelo ministro Celso Furtado.

Buscando apoio popular, João Goulart convocou a sociedade para o lançamento do plano no Comício da Central do Brasil em 13 de março de 1964, que reuniu cerca de 200 mil pessoas. A oposição se articulou e liderada por grupos da Igreja temerosos do caráter socialista das Reformas de Base, organizou uma semana depois, no dia 19 de março, a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, reunindo cerca de meio milhão de pessoas.

Comício da Central do Brasil: No fim do mês outro problema para Jango. O Exército o denunciou por incentivar a quebra da hierarquia militar quando da revolta dos marinheiros, que lutavam por melhorias dos seus direitos. Tal fato serviu de pretexto para que o general Olímpio Mourão Filho, no dia 31 de março, partisse com suas tropas de Juiz de Fora rumo ao Rio de Janeiro onde se

encontrava Jango. Mas o presidente voou para Brasília, evitando um possível confronto direto. A atitude de Jango foi entendida como fuga e o Exército declarou, na madrugada de 1° de abril, a renúncia, que de fato, não ocorreu. Esse foi o Golpe Militar. A presidência foi entregue ao presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli e dias depois Jango se exilou no Uruguai.

O Exercito dá o golpe: Todo o processo do golpe militar, empreendido em 1964, baseava-se numa doutrina defendida pela Escola Superior de Guerra, sob a orientação dos EUA em sua tentativa de impedir a existência de governos, de esquerda, que pudessem atrapalhar os interesses Norte Americanos no contexto da Guerra Fria.

História Geral

A América Latina contemporânea

Quase toda a América Latina hoje goza de democracias liberais como regimes políticos nacionais, pelo menos nos grandes países, como Brasil, México, Argentina, Chile, Venezuela e outros. Apesar do regime político livre, a situação econômica da região de uma forma geral não vai bem. Enquanto países emergentes na Ásia não param de receber investimentos estrangeiros e crescer economicamente, a situação da América Latina é de uma grande recessão desde a crise da dívida externa no início da década de 80. Vejamos o porquê de tanta recessão econômica.

Período populista, 1930-1970:

. Queda das oligarquias: Logo após a crise de 1929, houve diversos golpes na América Latina. Isso porque acabava o poderio supremo que as elites regionais primário-exportadoras tinham no cenário político nacional. Novos regimes, muitas vezes autoritários, iriam surgir nos países latino-americanos.

. O populismo: O populismo, em sua face histórica, tem como características a existência de líderes carismáticos, o autoritarismo, o apelo junto às massas populares, a “concessão” de direitos trabalhistas aos trabalhadores – conseguidos na verdade com ampla pressão da classe trabalhadora –, a manipulação dos trabalhadores com esses direitos e outros agrados e também um forte nacionalismo. Esse modelo vai ficarexplícito no Brasil, Argentina e México até os golpes militares nos dois primeiros países.

. Industrialização e direitos trabalhistas: O período em que prevaleceu o populismo na América Latina é diferente de país para país, mas dura até mais ou menos as décadas de 60 e 70. No Brasil, por exemplo, o populismo foi interrompido em 1964 pelo golpe civil-militar. Esse período para os três países em questão foium período de grande desenvolvimento industrial e econômico-social em geral. No Brasil, por exemplo, os trabalhadores conseguiram através da pressão diversos direitos trabalhistas, esse avanço na aquisição de direitos no Brasil vai se interromper em 1964. Os três países – Brasil,

México e Argentina – conseguiram montar uma indústria de base no período e ainda nacionalizaram várias indústrias de setores estratégicos da economia. Os três grandes da América Latina vão ganhar autonomia econômica com a diversificação industrial adquirida neste período.

. Multinacionais: Se os países ganham um parque industrial completo nesse período, recebem também as multinacionais. O período a partir de 1945 é caracterizado pela instalação de fábricas pelas multinacionais em vários países, inclusive nos subdesenvolvidos. É o caso da Volkswagen que chega ao Brasil durante o governo Juscelino Kubischek. Se essas multinacionais ajudam na diversificação econômica desses países, elas vão enviar remessas de lucros às suas matrizes e vão ser contra as reformas sociais profundas defendidas nesses países, ajudando a instauração de ditaduras na região.

. Guerra Fria: A partir de 1945 também tem início a Guerra Fria. E a partir de 1961 com a adoção do socialismo por Cuba e a aliança desse país à União Soviética, a América Latina será centro de combate. O governo cubano e revolucionários como Che Guevara tentam revoluções socialistas em outras regiões da América Latina e os EUA temem essa difusão do comunismo na região. Temendo por governos populistas de esquerda e socialistas, os EUA vão incentivar golpes militares na América Latina nas décadas de 60 e 70.

. Golpes militares: Os golpes militares no Brasil, Argentina, Chile e outros são dados por membros da elite industrial e financeira nacional, ligados ao capital multinacional e com o apoio do governo norte-americano.Em todos os casos, há um plano do que fazer com esses países após o golpe. No Brasil, por exemplo, um grupo de industriais e economistas bolam juntos os planos econômicos que serão impostos a partir de 1964. No Chile, depois do golpe de 1973, são impostas reformas neoliberais naquele país.

Ditaduras e período democrático (década de 80 até hoje):

. As ditaduras e a dívida externa: As ditaduras foram planejadas pelas elites de cada país, portanto visavam melhorar as condições econômicas dessas elites e não do povo em geral. Para isso, os governos e empresas privadas latino-americanas pegaram diversos empréstimos no mercado internacional e com a crise do petróleo de 1973, os juros desses empréstimos aumentam extraordinariamente. Esse é o momento em que a dívida externa desses países vai dar um grande salto. A repressão também é violentíssima em todos países.

. Crise econômica: Com a imensa dívida externa e interna, esses países limitam as contas governamentais para pagar as dívidas. A dívida causou hiperinflação, recessão e menor investimento nas áreas sociais. Algunspaíses ainda tentaram resolver o problema dolarizando a economia, tornando-a mais dependente ainda.

Ditaduras da América Latina: As décadas de 1960 e 1970 na América Latina caracterizaram-se por um confronto entre forças nacional socialistas e reformistas, por um lado, e forças favoráveis a uma estreita vinculação político- econômica aos Estados Unidos, por outro. Nos países em que o nacionalismo reformista ascendeu, seguiram-se, sistematicamente, golpes que instalaram ditaduras militares. A partir de 1965 surgiram também movimentos guerrilheiros que, no geral, tiveram curta duração, encontrando pouca receptividade popular e enfrentando feroz repressão.

A ideologia da Segurança Nacional: A doutrina da Segurança Nacional foi criada após a Segunda Guerra

Mundial, no início da Guerra Fria, por oficiais norte-americanos com a cooperação de dirigentes da América Latina.

O comunismo, simbolizado pela URSS, passou a ser considerado um “inimigo permanente”. Principalmente com a Guerra da Coréia, nos anos 1950, acrescentou-se a tese do “inimigo interno”, ou seja, à esquerda. Como manipuladora e incentivadora de conflitos sociais dentro dos países, a esquerda deveria ser combatida em uma verdadeira guerra. Para isso seria necessária a cooperação de todos no combate à subversão comunista.

No Brasil, a questão da segurança nacional esteve ligada à Escola Superior de Guerra, criada em agosto de 1949 por decreto presidencial do general Eurico Gaspar Dutra. O conceito de segurança nacional nos anos 1950 vinculava-se à oposição entre Ocidente (países capitalistas liderados pelos EUA) e Oriente (a URSS e a China).

Na década de 1960, em nome da segurança nacional, a ideologia dentro das Forças Armadas defendia a importância do planejamento e do controle estratégico. Em outras palavras, justificava- se a progressiva militarização de todos os níveis da sociedade. Quanto mais se aprofundava a crise mais espaço a doutrina conquistava no interior das Forças Armadas. E para alcançar seu objetivo era preciso “coletar e analisar informações pertinentes à contra-informação e à informação sobre questões de subversão interna”.

No Brasil, no final de seu mandato, o general Castelo Branco criou a Lei de Segurança Nacional, limitando as liberdades civis.

Dois acontecimentos específicos e atípicos foram a vitória eleitoral socialista no Chile e a derrubada da ditadura de Somoza na Nicarágua.

Ditadura Chilena: Em 1970, o dirigente socialista Salvador Allende foi eleito presidente do Chile pela Unidade Popular, composta pelos partidos Socialista e Comunista, pelo Movimento de Ação Popular Unificado (MAPU) e pela esquerda cristã.

O governo da Unidade Popular passou a cumprir as promessas de campanha estabelecidas no programa “Caminho chileno para o socialismo”. Nacionalizou, sem indenização, as explorações de cobre e mais 200 empresas estratégicas, estatizou os bancos privados e o comércio exterior, deu continuidade à reforma agrária iniciada pelo governo democrata- cristão anterior e criou um setor social da economia controlado pelos próprios trabalhadores através de suas entidades. Todas essas medidas foram tomadas respeitando-se as leis existentes e mantendo-se todas as liberdades democráticas. Em 1972, pela primeira vez na história do Chile, as forças partidárias no poder ampliavam sua votação nas eleições municipais. Previa-se uma vitória mais ampla da Unidade Popular nas eleições legislativas marcadas para 1974.

Os setores sociais prejudicados com as reformas articularam um plano de desestabilização do governo, respaldados decisivamente pelo Pentágono (organismo que comanda a defesa dos Estados Unidos), pela CIA (serviço de informações dos Estados Unidos) e por poderosas empresas norte-americanas. Em 11 de setembro de 1973, as Forças Armadas chilenas, sob a orientação do general Augusto Pinochet, derrubaram o governo constitucional.Salvador Allende e mais alguns assessores armaram-se e resistiram até serem mortos no palácio presidencial. A resistência popular foi dizimada pelas forças militares, deixando um saldo estimado em 60 mil mortos e desaparecidos. O governo militar iniciou um processo de desnacionalização da economia e propiciou a livre importação de toda espécie de produtos manufaturados.

Nicarágua: Em janeiro de 1978, era assassinado, na Nicarágua, Pedro Joaquim Chamorro, diretor do jornal oposicionista La Prensa, O atentado acelerou o processo de derrubada da ditadura de Anastácio Somoza, cuja família controlava o poder desde 1936. Ampliou-se o apoio à Frente

Sandinista de Libertação Nacional, movi mento guerrilheiro inspirado em Augusto César Sandino, líder nicaragüense que lutou contra a ocupação norte-americana na década de 1930.

Em setembro de 1979, os sandinistas venceram os últimos redutos da Guarda Nacional somozista e formaram um governo de reconstrução nacional, com a participação de representantes das diversas correntes oposicionistas. Os primeiros decretos do novo governo determinavam: expropriação de todos os bens da família Somoza (40 % da economia nacional); criação de tribunais revolucionários; garantia às liberdades de imprensa, opinião, reunião, partidária e sindical; estatização de todos os bancos, mediante indenização.

Por quase toda a década de 1980, mais da metade do orçamento nicaragüense teve de ser canalizado para a defesa e, mesmo assim, a taxa de desemprego caiu de 3 em 1979 para 11% em 1982 e a inflação de 82 para 22%. Por outro lado, foram constantes as acusações de perseguições à imprensa, a setores da Igreja e a minorias étnicas. Os Estados Unidos intensificaram as pressões militares e econômicas sobre os sandinistas, procurando sufocar a Nicarágua e isolá-la do contexto continental.

ARGENTINA: Quando o presidente Juan Domingo Perón morreu, em 1974, as duas facções rivais de seu partido passaram a se enfrentar, mergulhando o país no caos. Sua mulher e vice, Isabelita Perón, assumiu o cargo e adotou uma postura favorável aos setores conservadores, apoiados pelas Forças Armadas, mas não conseguiu controlar os conflitos. Com o pretexto de resolver a situação, em 1976, o general Jorge Rafael Videla dissolveu o Congresso e instalou a ditadura. O governo perseguiu ferozmente os adversários, esse momento foi batizado de guerra suja, causando o desaparecimento de cerca de 30 mil pessoas.

A redemocratização da América Latina: O processo de democratização vivenciado pela Europa, no final da década de 1980, foi antecedido por uma importante fase de derrubada de regimes autoritários na América Latina, onde o pro cesso de liberalização institucional foi despertado por uma situação de aguda crise econômica, iniciada na década de 1970, que expressava a incompetência dos regimes militares em gerenciar a vida econômica das nações. Movimentos populares emergiram em diversos países e os militares foram cedendo seus lugares a governos democraticamente eleitos.

Em maio de 1980, Fernando Belaunde Terry foi eleito presidente do Peru, após 12 anos de regime militar. Em 1982, após a realização de eleições diretas, assumiu a presidência de Honduras Suazo Cordova, depois de 18 anos de militarismo. Também em 1982, depois de vários anos de regime militar, foi escolhido um presidente civil para a Bolívia, Hernán Siles Suazo.Na Argentina, a abertura democrática iniciou-se de forma abrupta, a partir de um fracasso militar: a derrota na Guerra das Malvinas em 1982. Em 1983, após sete anos de regime militar, realizaram-se eleições diretas para a presidência, as quais deram a vitória a Raul Alfonsín.

Em novembro de 1984 foi à vez do Uruguai eleger democraticamente seu presidente após 11 anos de regime militar. O eleito foi Julio Maria Sanguinetti.

História do Brasil

DITADURA MILITAR - GOVERNOS MILITARES: No dia 1º de abril, o Congresso Nacional declara a vacância da Presidência. Os comandantes militares assumem o poder. Em 9 de abril é decretado o Ato Institucional Nº 1 (AI-1), que cassa mandatos e suspende a imunidade parlamentar, a vitaliciedade dos magistrados, a estabilidade dos funcionários públicos e outros direitos constitucionais.

GOVERNO CASTELLO BRANCO (1964-1967) – O general Castelo Branco é eleito pelo Congresso Nacional presidente da República em 15 de abril de 1964. Declara-se comprometido com a defesa da democracia, mas logo adota posição autoritária. Decreta três atos institucionais, dissolve os partidos políticos e estabelece eleições indiretas para presidente e governadores. Cassa mandatos de parlamentares federais e estaduais, suspende os direitos políticos de centenas de cidadãos, intervém em quase 70% de sindicatos e federações de trabalhadores e demite funcionários. Institui o bipartidarismo com a Aliança Renovadora Nacional (Arena), de situação, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), de oposição. Cria o Serviço Nacional de Informações (SNI), que funciona como polícia política. Em janeiro de 1967, o governo impõe ao Congresso a aprovação da nova Constituição que incorpora a legislação excepcional e institucionaliza a ditadura.

GOVERNO COSTA E SILVA (1967-1969) – Ministro do Exército de Castelo Branco, o general Arthur da Costa e Silva assume a Presidência em 1967, também eleito indiretamente pelo Congresso Nacional. Em seu governo cresce a oposição à ditadura. Em meados de 1968, a União Nacional dos Estudantes (UNE) promove no Rio de Janeiro a Passeata dos Cem Mil. Ao mesmo tempo ocorrem greves operárias em Contagem (MG) e Osasco (SP). Grupos radicais de esquerda começam a organizar-se para a guerrilha urbana e promovem os primeiros assaltos a bancos para obter fundos.

O governo é pressionado pelos militares da linha dura, que defendem a retomada das ações repressivas no plano político, institucional e policial. Em 17 de abril de 1968, 68 municípios (incluindo todas as capitais) são transformados em zonas de segurança nacional, e seus prefeitos passam a ser nomeados pelo presidente. O deputado Márcio Moreira Alves (MDB/Guanabara), em discurso na Câmara, convoca a população a boicotar a parada militar de 7 de setembro, e o governo pede licença ao Congresso para processá-lo. O Parlamento nega a licença em 12 de dezembro. Na noite de 13 de dezembro, Costa e Silva fecha o Congresso e decreta o Ato Institucional Nº 5 (AI-5). Ao contrário dos anteriores, esse não tem prazo de vigência e dura até 1979. O AI-5 restabelece o poder presidencial de cassar mandatos, suspender direitos políticos, demitir e aposentar juízes e funcionários, acaba com a garantia do habeas-corpus, amplia e endurece a repressão policial e militar. Outros 12 atos institucionais complementares são decretados e passam a constituir o núcleo da legislação do regime.

GOVERNO DA JUNTA MILITAR (31/8/1969-30/10/1969) – Gravemente doente, o presidente é substituído por uma Junta

Militar formada pelos ministros Aurélio de Lira Tavares (Exército), Augusto Rademarker (Marinha) e Márcio de Sousa e Melo (Aeronáutica). O vice-presidente, o civil Pedro Aleixo, é impedido de tomar posse. A Aliança de Libertação Nacional (ALN) e o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), grupos de esquerda, seqüestram no Rio o embaixador norte-americano Charles Elbrick. Ele é trocado por 15 presos políticos mandados para o México. Os militares respondem com a decretação da Lei de Segurança Nacional (18 de setembro) e com a Emenda Constitucional No 1 (17 de outubro), que na prática é uma nova Constituição, com a figura do banimento do território nacional e a pena de morte nos casos de "guerra psicológica adversa, ou revolucionária, ou subversiva". Ainda no final de 1969, o líder da ALN, Carlos Mariguella, é morto em São Paulo pelas forças da repressão.

GOVERNO EMÍLIO GARRASTAZU MÉDICI (30/10/1969- 15/03/1974) : Presidente do Brasil entre 30 de outubro de 1969 e 15 de março de 1974.

Filho de mãe uruguaia de ascendência basca, da cidade de Paysandú e neto de um combatente maragato, estudou no Colégio Militar de Porto Alegre.Formando-se oficial na Escola Militar de Realengo (1924-1927). Foi a favor da Revolução de 30 e contra a posse de Goulart em 1961. Em abril de 1964 era o Comandante da Academia Militar de Agulhas Negras. Posteriormente foi nomeado adido militar nos Estados Unidos e, em 1967 sucedeu a Golbery do Couto e Silva na chefia do SNI. Lá permaneceu por dois anos e apoiou com entusiasmo o AI-5. Em 1969, foi nomeado comandante do III Exército.

O general Médici governou o país durante o regime militar, sendo o seu governo conhecido como os anos de chumbo da ditadura, devido à violentíssima repressão promovida à oposição durante seu governo. Prisões, torturas e grupos de extermínios foram fatos comuns em seu governo, que lhe deram o apelido de "Carrasco Azul", devido ao seu sobrenome, Garrastazu.

Pelo menos dois fatos fizeram de Médici um dos mais incomuns presidentes do regime militar inaugurado em 1964: a utilização maciça de campanhas propagandísticas para promover o regime e ter feito o deputado e ex-chefe da polícia política da era Vargas, Filinto Müller presidente do Congresso e da Arena. Data da época deste governo a famosa campanha publicitária cujo slogan era: "Brasil, ame-o ou deixe-o"( Amar o país correspondia a não ser opositor ao regime militar)

Foi o período durante o qual o país viveu o chamado "Milagre Brasileiro": crescimento econômico e projetos como a Transamazônica e a Ponte Rio-Niterói foram a tônica daquele período. Daí que os ministros mais famosos do governo Médici foram os da Fazenda, Delfim Netto e José Flávio Pécora e o dos Transportes, Mário Andreazza. No seu governo concluiu-se o acordo com o Paraguai para construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional, até hoje (2007) a hidrelétrica de maior potência instalada do mundo. Foi também executado o Plano de Integração Nacional (PIN), que permitiu a construção das rodovias Santarém-Cuiabá, Perimetral Norte e da ponte Rio-Niterói. No campo social, foi criado o Plano de Integração Social (PIS) e o Programa de Assistência Rural (PRORURAL), ligado ao FUNRURAL, que previa benefícios de aposentadoria e o aumento dos serviços de saúde até então concedidos aos trabalhadores rurais.

A euforia provocada pela conquista da Copa do Mundo de futebol (Médici dizia-se torcedor do Grêmio), em 1970 conviveu com a repressão velada ou explícita aos opositores do regime, notadamente os ativistas de orientação comunista.

Ao se retirar da Presidência da República, abandonou a vida pública. Declarou-se contrário à anistia política assinada pelo presidente João Figueiredo (que havia sido chefe da Casa Militar durante seu governo).

Foi sucedido, em 1974, pelo general Ernesto Geisel.

GOVERNO GEISEL (1974-1979) – O general Ernesto Geisel enfrenta dificuldades que marcam o fim do milagre econômico e ameaçam a estabilidade do Regime Militar. A crise internacional do petróleo contribui para uma recessão mundial e o aumento das taxas de juro, além de reduzir muito o crédito, põe a dívida externa brasileira em um patamar crítico. O presidente anuncia então a abertura política lenta, gradual e segura e nos bastidores procura afastar os militares da linha dura, encastelados nos órgãos de repressão e nos comandos militares. A oposição se fortalece e nas eleições de novembro de 1974, o MDB conquista 59% dos votos para o Senado, 48% para a Câmara dos Deputados e ganha em 79 das 90 cidades com mais de 100 mil habitantes. A censura à imprensa é suspensa em 1975. A linha dura resiste à liberalização e desencadeia uma onda repressiva contra militantes e simpatizantes do clandestino Partido Comunista Brasileiro (PCB). Em outubro de 1975, o jornalista Vladimir Herzog é assassinado em uma cela do DOI-Codi do 2º Exército, em São Paulo. Em janeiro de 1976, o operário Manuel Fiel Filho é morto em circunstâncias semelhantes.

O MDB vence novamente as eleições no final de 1976. Em abril de 1977, o governo coloca o Congresso em recesso e baixa o "pacote de abril". As regras eleitorais são modificadas de modo a garantir maioria parlamentar à Arena, o mandato presidencial passa de cinco para seis anos e é criada a figura do senador biônico, eleito indiretamente pelas Assembléias Legislativas estaduais. Em 1978, Geisel envia ao Congresso emenda constitucional que acaba com o AI-5 e restaura o habeas-corpus. Com isso abre caminho para a normalização do país. No final do ano, o MDB volta a ganhar as eleições.

GOVERNO FIGUEIREDO (1979-1985) – O crescimento da oposição nas eleições de 1978 acelera a abertura política. O general João Baptista Figueiredo concede a anistia aos acusados ou condenados por crimes políticos. O processo, porém, é perturbado pela linha dura. Figuras ligadas à Igreja Católica são seqüestradas e cartas-bomba explodem nas sedes de instituições democráticas, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O episódio mais grave é um malsucedido atentado terrorista promovido por militares no centro de convenções do Rio-centro, no Rio, em 30 de abril de 1981.

Em dezembro de 1979, o governo modifica a legislação partidária e eleitoral e restabelece o pluripartidarismo. A Arena transforma-se no Partido Democrático Social (PDS), e o MDB acrescenta a palavra partido à sigla, tornando-se o PMDB. Outras agremiações são criadas, como o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Democrático Trabalhista (PDT), de esquerda, e o Partido Popular (PP), de centro-direita.

Redemocratização: A crise econômica se aprofunda e mergulha o Brasil na inflação e na recessão. Crescem os partidos de oposição, fortalecem-se os sindicatos e as entidades de classe. Em 1984, o país mobiliza-se na campanha pelas Diretas Já, que pede eleição direta para a Presidência da República. Mas a emenda é derrotada na Câmara dos Deputados em 25 de abril.

Em 15 de janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral escolhe o candidato Tancredo Neves como novo presidente da República. Ele integra a Aliança Democrática – a frente de oposição formada pelo PMDB e pela Frente Liberal, dissidência do PDS. A eleição marca o fim da ditadura militar, mas o processo de redemocratização só se completa em 1988, no governo José Sarney, com a promulgação da nova Constituição.

Planos econômicos, recessão e miséria: A década de 80 teve amplos avanços democráticos na política e na sociedade, ao mesmo tempo que a economia praticamente estagnou, tendo apenas um ano de crescimento nada sólido, o ano do Plano Cruzado.

Em verdade, a economia não cresce de forma sustentada há 25 anos gerando miséria, violência e desemprego.

Sucessão de planos e continuidade da miséria:. Inflação e dívida incontroláveis: A inflação chegava aos três dígitos em 1980 e a dívida externa superava U$200 bilhões em 1984. O Brasil faz um acordo com o FMI, cujas imposições para liberar o empréstimo levam à forte recessão. Tanto a inflação como a dívida pública – não só a externa, mas a interna também – tendiam a aumentar. Esse era o quadro econômico do país quando Sarney chega ao poder.

Governo Sarney: O plano Cruzado: O ministro da Fazenda Denílson Funaro propõe o plano Cruzado, onde preços e salários seriam congelados. O plano leva a uma explosão do consumo, o que deu grande popularidade ao governo. Além disso, gerou também um desestímulo à poupança e desabastecimento. A economia iria crescer bastante, mas logo os comerciantes passariam a cobrar um ágio nos preços, o que era à volta da inflação.. Eleições estaduais e parlamentares: O Cruzado estava ficando insustentável para as contas do governo. O presidente, no entanto, segurou o plano até depois das eleições de 1986 para aproveitar a popularidade do plano. Por isso, o PMDB de Sarney vence em todos os estados, exceto Sergipe e elege 54% dos constituintes.. Plano Cruzado II: O plano Cruzado tinha gerado um grande déficit na balança comercial, dificultando o pagamento da dívida externa. Acabadas as eleições, o governo decreta o fim do plano, lançando o Cruzado II, que liberava alguns preços e mantinha outros tabelados, com algum aumento. Porém, a dívida tornara-se impagável e o governo declara moratória no início de 1987. O Cruzado II também não segura a inflação.

. Plano Bresser: O novo ministro, Bresser Pereira, congela preços por dois meses e aumenta os impostos. O plano não surtiu efeito, continuando descontroladas a inflação e a dívida. O ministro se demite no final de 87.. ‘Arroz com feijão’: O novo ministro Maílson da Nóbrega tentou implantar um modelo neoliberal, abrindo a economia, privatizando estatais e cortando gastos públicos. Não controlou a inflação nem a dívida.. Plano Verão: Um novo plano é tentado no final do governo com congelamento de preços e contenção de gastos públicos. Não adianta, a inflação chega aos quatro dígitos anuais e os juros a 80%.. A pobreza e a criminalidade: A crise econômica da década de 80 não se resume às constantes trocas de cadeira da posição de ministro da Fazenda, muito pelo contrário. Onde ela mais se via era nas grandes cidades, nos subúrbios, favelas, no campo. A década foi marcada por saques, revoltas urbanas contra a carestia, greves, pelo desemprego e subemprego, pelo crescimento da pobreza, da miséria e, principalmente, pelo aumento estrondoso da criminalidade, vista nos roubos, seqüestros, assassinatos e no tráfico de drogas, que dá um grande salto nessa década. A criminalidade só aumentou desde então até hoje.. Desilusões: O governo Sarney não foi ditatorial, mas estava longe de um regime democrático normal, com fortes momentos de autoritarismo. É o caso da greve em Volta Redonda em 1988, onde Sarney convocou o Exército e este matou três operários. Sarney prometera fazer uma reforma agrária, assentando 1,5 milhões de famílias. Acabou o governo assentando apenas 70 mil famílias. A violência no campo no período matou 70 pessoas por ano. O país ainda assistiu chocado o assassinato do seringueiro Chico Mendes.. Impopularidade e corrupção: No final de seu governo, Sarney era um dos presidentes mais impopulares da história da República. Por onde passava, era vaiado com gritos, protestos e até com tentativas de agressões físicas. A corrupção dos tempos da ditadura continuou no seu

governo, já que os mesmos políticos da ditadura faziam parte do governo. CPIs chegaram a propor o seu impedimento devido à corrupção.

A nova Constituição (1988): Definição: A mais democrática Constituição que o país já teve pode ser considerada uma Constituição social-democrata, por defender amplos direitos para os trabalhadores e prever uma cidadania participativa.. Avanços: A Constituição previu um plebiscito, realizado em 93, onde o povo decidiria entre presidencialismo, parlamentarismo ou monarquia e o presidencialismo venceria. Ela acabou definitivamente com a censura e tornou crime inafiançável a tortura, o tráfico de drogas e o terrorismo. Determinava uma carga semanal de 44 horas de trabalho, dava liberdade sindical, amplo direito de greve, licença-paternidade, melhora na remuneração das férias e da licença-maternidade. A população poderia fazer um projeto de lei ao conseguir 1% das assinaturas de eleitores.

A aventura de Fernando Collor: A eleição para o primeiro presidente civil após quase 30 anos sem eleições presidenciais não teve um resultado feliz. Diante de uma eleição estranha, onde os mais tradicionais políticos não foram ao segundo turno, vence Fernando Collor. Seu curto governo se caracterizaria pela corrupção, pelo entreguismo econômico e pelo confisco das poupanças.

As eleições presidenciais de 89: Os candidatos favoritos: Estranhamente, as eleições de 89 levaram para o segundo turno dois candidatos não favoritos à presidência. Dentre os candidatos, havia Leonel Brizola, símbolo do trabalhismo varguista e da República populista. Havia ainda Ulisses Guimarães, o presidente da Constituinte e grande homem símbolo das Diretas Já. Em função da péssima situação econômica do país e por ser a primeira eleição para presidente fortemente marcada pela televisão, esses favoritos perderiam espaço para dois não tão favoritos.. Os não favoritos: Lula, apesar de ter sido o deputado federal mais votado do país, era de um partido ainda pequeno. Collor era um político de família tradicional em Alagoas, também não tinha uma projeção nacional. A campanha pela TV mudaria isto. Os dois vão para o segundo turno.. A vitória de Collor: Usando de golpes baixos e explorando a televisão e a amizade com o dono da empresa que detém um monopólio na teledifusão no país, Collor chega ao poder, apoiado por empresários.

O governo de Collor/ Itamar: Confisco das poupanças: No Plano Collor, o presidente confiscaria as contas correntes e cadernetas de poupança de todos os cidadãos, como afirmara na campanha que Lula faria. O plano, além de deixar milhões de pessoas sem dinheiro, não conteve a inflação ou a dívida. O Plano Collor II também não logrou sucesso.. Reforma do Estado: Collor propõe uma reforma do Estado, trata-se de um plano neoliberal, onde foram extintos órgãos da Era Vargas, como o IAA, o IBC, além da Siderbrás e a Portobrás. Ele vendeu propriedades da União, demitiu funcionários públicos – os marajás, como dizia na campanha –, reduziu drasticamente tarifas aduaneiras e deu início a um programa de privatização das empresas estatais. O corte de gastos foi tanto, que o IBGE que fazia censos decenais desde 1940 foi por ele impedido de fazer em 1990, só o fazendo em 1991.. Efeitos da reforma do Estado: A reforma do Estado prenunciava o que seria, depois, o triunfo do neoliberalismo na política de Estado. A abertura das tarifas alfandegárias levou a uma quebradeira deindústrias nacionais, gerando desemprego e depressão econômica. A produção industrial do país decresceu 26% em um ano. Com tudo isso, a inflação não diminuiu sustentavelmente.. Escândalos de corrupção: Logo, apareceria outra face terrível do governo Collor, um amplo esquema de corrupção que desviava dinheiro público para contas pessoais do presidente. Ao total, foram repassados pela obscura figura de PC Farias, 10 milhões de dólares para as contas de Collor.

. Os caras pintadas: Diante dos escândalos revelados pelas CPIs e pelo próprio irmão de Collor, a população – em sua maioria, estudantes – vai às ruas pedir o impedimento – ou impeachment – do presidente.. A queda: Diante de todas pressões dentro e fora do meio político, a situação de Collor se tornará insustentável. Uma tropa de choque constituída de Roberto Jefferson e Jorge Bornhausen faz a defesa do presidente até os seus últimos momentos. No entanto, o Congresso vota pelo impedimento e no último momento, Collor renuncia, não deixando de perder os direitos políticos por oito anos. Itamar Franco assume a presidência da Republica. . Mercosul: É criado em 1991 o Mercado comum do Sul, acordo comercial para redução mútua das taxas aduaneiras de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Depois, entrariam como sócios Chile e Bolívia, e em 2005, a Venezuela.

O triunfo do neoliberalismo: A chegada de Fernando Henrique Cardoso o poder, assim como a continuidade de suas políticas na economia por Lula, marca o triunfo do neoliberalismo no Brasil. Trata-se de uma visão que econômica que projeta um Estado necessário. O neoliberalismo é fruto de um contexto histórico específico, com o fim da social-democracia, do socialismo real e ascensão dos EUA como única hiperpotência mundial.

A imposição do neoliberalismo no Brasil e a resistência: . Neoliberalismo, uma definição: Com o fim da União Soviética e o fim do ‘perigo comunista’, não há mais motivo para a existência do Estado de bem-estar social no mundo e o chamado Estado de mal estar social no Terceiro mundo, aí incluído o Brasil. A organização das fábricas se modifica, com o fortalecimento do capital financeiro. São três as mudanças defendidas pelo neoliberalismo: na relação capital-trabalho, concretizado na ‘flexibilização da legislação trabalhista’, que é na verdade o fim desta; na relação Estado-capital, onde o Estado perde tamanho e poder com as privatizações e a desregulamentação da ação das empresas; na relação entre Estado e cidadãos, onde o Estado deixa de oferecer os serviços fundamentais, acabando com a seguridade social e passando para o mercado a função de prover esses serviços básicos à população.

. O plano Real: O plano Real ainda no governo Itamar, feito por seu ministro da Fazenda FHC, caracteriza-se por indexar o câmbio, elevar impostos federais e reduzir os gastos públicos, inclusive em educação e saúde. As taxas alfandegárias vão ao chão, trazendo produtos importados baratos, o que segura a inflação. Isso gera uma onda de consumo, o que dá grande popularidade a Itamar e ao seu ministro. No entanto, há aí outro lado. Há uma nova quebradeira na indústria pelo Real valorizado e pelas taxas alfandegárias baixas. A indústria nacional vai à penúria.. A eleição e reeleição de FHC: Com a onda de consumo gerada pelo plano Real, FHC se elege facilmente presidente sobre Lula em 1994, impondo seu plano neoliberal. No meio do governo, o presidente manda para o Congresso a emenda da reeleição e esta é aprovada, havendo um escândalo de compra de votos na votação da emenda. FHC se reelege em 1998.. As conseqüências maléficas do plano: Além de quebrar indústrias e gerar desemprego, o plano Real, indexando a moeda e baixando as tarifas de importação, eleva drasticamente a dívida externa. Mesmo com a situação insustentável, o governo mantém o plano até as eleições de 98. No início de 99, a indexação cambial é desfeita, tendo a dívida aumentado drasticamente e comprometendo todo o orçamento anual do Estado.. As reformas empreendidas por FHC: FH afirma que quer acabar com a Era Vargas no Estado brasileiro. Vê-se claramente quais são os seus objetivos quando ele afirma isto. Primeiramente, ele termina com a defesa da indústria nacional, com a indexação da moeda e com as taxas aduaneiras. Põe fim ao monopólio de extração do petróleo

pela Petrobrás, fazendo uma grande reforma administrativa dentro desta empresa.

Depois, tenta impor uma série de privatizações, não conseguindo todas. Privatiza todo o sistema Telebrás por U$22 bilhões e a Vale do Rio Doce. A CSN já havia sido privatizada na gestão de Itamar por U$1 bilhão. Extingue a SUDENE e a SUDAM.. As reformas que ele queria fazer: FHC tinha ainda o plano de fazer mais privatizações, o que poderia incluir o sistema Eletrobrás todo – parte dele foi privatizado por ele –, a Petrobrás, o BB, a Caixa Econômica e as universidades públicas. Queria ainda fazer uma série de reformas: a previdenciária, feita por Lula que limitaria todas as aposentadorias e imporia a contribuição previdenciária aos inativos; a trabalhista, que ‘flexibilizaria’ as relações trabalhistas, ou melhor, iria extingui-las; a tributária, que reduziria impostos e não escalonaria o imposto de renda.. A resistência: Nas ruas e nas empresas públicas, uma série de manifestações, passeatas e greves eclodem contra as privatizações e as reformas neoliberais. Os movimentos sociais e, na época, o PT se mobilizam, tendo importância no impedimento de algumas reformas e privatizações.. O governo Lula: Apesar de toda a esperança, o governo Lula manteve as linhas principais do governo anterior, aceitando guardar grandes somas do dinheiro público para o pagamento da dívida pública e mantendo o cronograma de reformas, inclusive conseguindo aprovar a reforma da previdência.

Exercícios 200 - (G1) Durante a Era Vargas (1930 -1945), dois blocos políticos se destacaram, representando de um lado, influências fascistas e, de outro, influências comunistas. Quais eram esses dois blocos?

201 - (G1) O que foi o Plano Cohen?

202 - (G1) Com que finalidade foi criado o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) durante o Estado Novo?

203 - (G1) Qual a importância histórica da Batalha de Stalingrado na Segunda Guerra Mundial?

204 - (G1) O que foi o Plano Marshall?

205 - (G1) Com que finalidade foram criados, respectivamente, a OTAN e o Pacto de Varsóvia?

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO(Puccamp) Planos, metas e Brasília

O "planejamento econômico" estava no ar desde os anos 30, influenciado principalmente pelo sucesso da política do New Deal, aplicada por Franklin Delano Roosevelt à Depressão norte-americana. Como governador de Minas (1945-51), JK adotara o binômio energia/transportes como metas de desenvolvimento. O Plano de Metas foi a primeira medida de planejamento econômico 'stricto sensu', no Brasil.

Constava de 31 metas, agrupadas em cinco setores básicos, para os quais deveriam ser encaminhados todos os investimentos públicos e privados do país: energia,

transportes, indústrias de base, alimentação e educação (...). A meta 31, denominada meta síntese, era a construção de Brasília, que foi inaugurada em 21 de abril de 1960.Entre 1956 e 1961, a economia brasileira cresceu, em média, 8,1% ao ano (...). A fabricação de automóveis e de material elétrico ultrapassou 25% ao ano. Vários outros setores, como siderurgia, álcalis, celulose e papel, construção e pavimentação de rodovias, ultrapassaram as metas estabelecidas.

(Revista "Problemas Brasileiros". n. 352. julho/ago/2002. p. 22)

206 - O texto identifica dois momentos da história contemporânea associados, respectivamente, àa) Revolução Francesa, que pôs em prática os ideais de liberdade e fraternidade e à Revolução Socialista, que se inspirou no princípio de igualdade social.b) Primeira Guerra Mundial, que acabou por ressaltar as contradições do capitalismo e à Segunda Grande Guerra, que dividiu o mundo em dois blocos antagônicos.c) Guerra do Oriente Médio, que provocou a crise econômica do mundo capitalista e à Primeira Grande Guerra, que enfraqueceu os países com regimes democráticos.d) Primeira Guerra Mundial, que criou condições para o desenvolvimento do capitalismo moderno e à Revolução Russa, que desmantelou a ordem capitalista e burguesa.e) Segunda Guerra Mundial, que combateu os regimes políticos totalitários na Europa e à Revolução Russa, que promoveu o desenvolvimento econômico dos países pobres.

207 - (G1) A Revolução de 1932 pode ser explicada pela:a) tentativa de recuperação do poder pela oligarquia paulista.

b) frustração dos tenentes que foram afastados do poder.

c) manipulação política das oligarquias nordestinas.d) luta exclusiva em torno de uma nova Constituição.e) insatisfação contra a ditadura de Getúlio Vargas.

208 - (G1) Entre as alternativas a seguir apenas uma não se relaciona com a Era Vargas. Assinale-a:a) Censura à imprensa e violenta repressão política durante o Estado Novo.b) Construção da Companhia Siderúrgica Nacional em Volta Redonda e fundação da Petrobrás.c) Centralização de poderes e Revolução Constitucionalista de 1932.d) Atendimento aos interesses das elites agrária e industrial e às reivindicações dos trabalhadores, atenuando o conflito entre o capital e o trabalho.e) Alinhamento aos EUA/OTAN no contexto da Guerra Fria e abertura às multinacionais.

209 - (G1) Entre as principais características da Constituição de 1937, destaca(m)-se:a) centralização política e fortalecimento do poder do Presidente da República.b) total subordinação do Poder Executivo ao Judiciário.c) fortalecimento do Poder Legislativo.d) descentralização política.e) instituição do AI-5.

210 - (Pucmg) São características do Modelo Autoritário do Estado Novo (1937-1945), implantado por Getúlio Vargas, EXCETO:a) ampliação dos poderes do Chefe do Executivo Federal.b) estabelecimento de formas de controle da vida política.c) estrutura corporativa dos mecanismos de inserção no sistema político.d) sistema de cooptação dos estados através da adoção do federalismo.

211 - (Pucpr) Durante o Estado Novo, entre 1937 e 1945, o Brasil progrediu consideravelmente.Sobre o modelo político desses anos e fatos destacados, assinale a única alternativa INCORRETA.a) Para divulgar as realizações governamentais foi criado o DIP - Departamento de Imprensa e Propaganda.b) Visando dar a seu modelo político uma fachada democrática, Vargas permitiu o funcionamento do Poder Legislativo, desde que este fosse submisso à sua vontade.c) O Estado Novo era corporativista e assim não permitia greves, não deveria existir a luta de classes.d) Enquanto ocorriam as vitórias nazi-fascistas na Segunda Guerra Mundial Vargas obteve tecnologia e empréstimos dos Estados Unidos e construiu a Companhia Siderúrgica Nacional, alegando que os alemães tinham também interesse em construí-la.e) Extinguindo as milícias cívicas, Vargas golpeava a estrutura e prestígio do Integralismo, provocando o ataque de seus partidários ao Palácio da Guanabara (1938).

212 - (Ufg) Em março de 1934, Luís Carlos Prestes fundou uma frente popular, a Aliança Nacional Libertadora, que objetivava atrair setores democráticos e antifascistas da sociedade para um programa de reformas políticas e sociais. O governo de Vargas perseguiu Prestes devido à

a) emergência de regimes autoritários na Europa influenciando a organização partidária no Brasil.b) cooptação dos sindicatos pelo Estado, com suas sedes tornando-se locais da propaganda oficial.c) proposta política de estabelecer um governo revolucionário no Brasil alinhado com a União Soviética.d) organização da Ação Integralista Brasileira, que defendia um projeto de Estado autoritário para o país.e) rivalidade entre integralistas e aliancistas, os quais mobilizaram o país, ampliando o clima de confrontos.

213 - (Unifesp) Sobre o processo de industrialização no Brasil, no século passado, é correto afirmar que

a) sofreu, na década passada, um salto de qualidade, perdendo seu caráter dependente e tecnologicamente atrasado.b) consolidou-se somente quando o Estado, depois de 1930, tomou a iniciativa de assegurar sua implementação.c) conheceu sua fase de maior crescimento a partir do momento em que o país aderiu à globalização e ao neoliberalismo.d) passou por suas duas maiores fases de estagnação durante as duas guerras mundiais.e) vivenciou durante o milagre econômico dos anos 1969-1973 várias greves operárias generalizadas.

214 - (Pucmg) "O meu candidato é o Eurico. Mas, se houver oportunidade, eu mudo uma letra: Eu fico."

A anedota popular, muito em voga nos anos 40 no Brasil, quando estava em curso o processo de democratização do país, reflete: a) vontade do ditador Getúlio Vargas de permanecer no poder com o apoio da população brasileira, diante da vitória dos países aliados na Segunda Guerra.b) estratégia política de Vargas para conseguir o apoio da oposição liderada pela UDN (União Democrática Nacional) para sua candidatura à Presidência da República.c) manobra do governo para anunciar ao povo brasileiro a ameaça representada pelo candidato Dutra, contrário à abertura democrática.d) pretexto utilizado por Vargas para manter a ditadura do Estado Novo vencendo a resistência da oposição, que apoiava a candidatura Dutra.

215 - (Fgv) Entre 1955 e 1973, um grupo de líderes internacionais tentou criar as bases daquilo que ficou conhecido como "movimento dos não-alinhados". A esse respeito é correto afirmar:a) O movimento procurava estabelecer uma política diplomática independente dos EUA e da União Soviética, as duas superpotências da época.b) Tratava-se de um movimento de países do Terceiro Mundo, que reunia apenas líderes que não estivessem comprometidos com os interesses da União Soviética.c) Tratava-se de um movimento que tentava elaborar uma alternativa política à social-democracia européia e ao comunismo da China e dos países do Leste europeu.d) Os princípios do movimento, definidos na Conferência de Bandung, em 1955, indicavam o alinhamento dos países do Terceiro Mundo com as chamadas potências desenvolvidas.e) A Conferência de Belgrado, em 1961, condenou a instauração do regime comunista em Cuba, liderado por Fidel Castro. X

216 - (Fuvest) A Segunda Guerra Mundial fez emergir interesses e aspirações conflitantes que culminaram em relevantes mudanças nos quinze anos posteriores (1945-1960). Entre esses novos acontecimentos, é possível citar:a) o início dos movimentos pela libertação colonial na África e a divisão do mundo em dois blocos.b) a balcanização do sudeste da Europa e o recrudescimento das ditaduras na América Latina.c) a criação do Mercosul e a expansão dos comunistas no Oriente Médio.d) os conflitos entre palestinos e judeus e o desaparecimento do império austro-húngaro.e) o desmantelamento da União Soviética e a dominação econômica dos Estados Unidos.

217 - (G1) São causas da descolonização africana e asiática após a Segunda Guerra Mundial, EXCETO:a) a acentuação do sentimento nacionalista nas áreas coloniais, com o agravamento das más condições de vida das populações após a crise de 1929.b) a chegada dos comunistas ao poder nas áreas coloniais durante a Segunda Guerra.c) o desgaste da Europa após a Segunda Guerra.

d) a Carta da ONU que reconhecia o direito à autodeterminação dos povos.e) a Conferência de Bandung, em 1955 que estimulou as lutas de independência na África e na Ásia.

218 - (G1) Foi uma verdadeira histeria anticomunista nos Estados Unidos na década de 50, caracterizada pela perseguição a artistas, intelectuais e políticos com a criação das Listas Negras e a Caça às bruxas:a) Doutrina Monroe.b) Doutrina Truman.c) New Deal.d) Watergate.e) Macartismo.

219 - (Pucrs) A chamada "Crise dos Mísseis", de 1962, que levou as relações Washington - Moscou a um ponto crítico no contexto da Guerra Fria, foi resultantea) da aproximação entre o governo de Fidel Castro e a URSS.b) do escândalo político internacional conhecido como Watergate.c) do fim da política continental norte-americana da "Aliança Para o Progresso".d) da afirmação do stalinismo na política interna da URSS.e) do avanço do Macartismo no Congresso norte-americano.

220 - (Ufmg) Entre 1961 e 1973, um total de 57.939 norte-americanos morreram no conflito da Indochina, a mais longa e custosa guerra externa na história dos Estados Unidos. A Força Aérea dos EUA jogou sobre o Vietnã uma tonelagem de bombas mais de três vezes superior ao que foi jogado na Alemanha durante a Segunda Guerra.

KEYLOR, William R. "The twentieth-century world"; an international history. New York: Oxford University Press, 1996. p. 375.

Considerando-se a Guerra do Vietnã, é CORRETO afirmar quea) o conflito foi motivado pela intenção do Governo norte-americano de impedir a expansão do Comunismo no Sudeste asiático.b) os norte-americanos deram apoio decidido às ações de seu Governo no Vietnã e manifestaram insatisfação quando suas tropas foram retiradas de lá.c) os vietnamitas que enfrentavam o exército dos EUA lutavam em condições difíceis, pois não dispunham de apoio externo.d) a saída das tropas norte-americanas e a subseqüente derrota das forças locais pró-Ocidente levou à divisão do Vietnã.

221 - (Unesp) Sobre a queda do muro de Berlim, no dia 10 de novembro de 1989, é correto afirmar quea) o fato acirrou as tensões entre Oriente e Ocidente, manifestas na permanência da divisão da Alemanha.b) resultou de uma longa disputa diplomática, que culminou com a entrada da Alemanha no Pacto de Varsóvia.c) expressou os esforços da ONU que, por meio de acordos bilaterais, colaborou para reunificar a cidade, dividida pelos aliados.d) constituiu-se num dos marcos do final da Guerra Fria, política que dominou as relações internacionais após a Segunda Guerra Mundial.e) marcou a vitória dos princípios liberais e democráticos contra o absolutismo prussiano e conservador.

222 - (Fatec) Até setembro de 1944, não existiam crianças em Auschwitz: eram todas mortas a gás na chegada. Depois dessa data, começaram a chegar famílias inteiras de poloneses: todos eles foram tatuados, inclusive os recém-nascidos.

(Primo Levi, "Os afogados e os sobreviventes".)

O texto refere-sea) ao chamado holocausto do povo palestino.

b) ao chamado holocausto do povo judeu.c) à Primeira Guerra Mundial e à política de Anschluss.d) à Segunda Guerra Mundial e à política de Anschluss.e) ao terror retratado pelo palestino Levi ao ver seu povo sendo dominado pelos ingleses.

223 - (G1) Na II Guerra Mundial, as bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki foram consideradas crimes de guerras, porque:a) o conflito já tinha terminado em agosto de 1945 e a resistência japonesa era mínima em Pearl Harbour.b) as bombas faziam parte de um esquema de testes militares.c) os E.U.A. queriam impor o seu domínio à Alemanha.d) os E.U.A. pretendiam deter o avanço dos soviéticos na Ásia.e) as bombas tinham um único alvo: os japoneses no Pacífico.

224 - (Pucmg) Em 22/06/1941, os alemães abriram nova frente de batalha. Por determinação do Füher, numa ação militar que ficou conhecida por Operação Barbarossa, o exército alemão tem como meta:a) atacar a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, vista por Hitler como o último baluarte à sua política expansionista.b) submeter a Polônia, ponto estratégico para a passagem do exército nazista em direção ao leste europeu.c) anexar a Áustria, atendendo aos apelos nacionalistas da população de maioria alemã estabelecida nesse território.d) controlar a região dos Sudetos, palco de exacerbadas manifestações, na luta pela defesa da unidade alemã.

225 - (Pucpr) Antes do início da Segunda Guerra Mundial (1939), algumas potências realizaram conquistas, em luta pela obtenção de espaço vital.Sobre o tema, assinale a opção correta:

I - A Alemanha invadiu a França e anexou as regiões da Alsácia e Lorena.II - A França conquistou o Sudão.III - A Itália invadiu e conquistou a Abissínia (Etiópia).IV - A Inglaterra invadiu e estabeleceu um protetorado sobre o Camerun.V - O Japão invadiu e conquistou as Filipinas.

Estão corretas:a) II, III e Vb) I, IV e Vc) III, IV e Vd) I e IIIe) apenas III

226 - (Pucpr) Em maio de 1945 ocorreu o final da Segunda Guerra Mundial na Europa. Dos países que sofreram invasão dos exércitos nazistas, o que apresentou maior número de vítimas foi:a) Françab) Inglaterrac) Polôniad) Rússiae) Iugoslávia

227 - (G1) Por que Gandhi, o Mahatma, destacou-se no processo de independência da Índia?

228 - (G1) Que acontecimento marca oficialmente o fim da Segunda Guerra Mundial?

229 - (G1) Getúlio Vargas demorou para definir a sua posição em relação à II Guerra Mundial, mas soube tirar proveito da situação. O seu apoio aos Aliados rendeu ao Brasil:a) as honras prestadas à F.E.B. (Força Expedicionária Brasileira);b) a construção da Petrobrás;

c) a perseguição dos submarinos alemães que, comprovadamente, afundaram cinco navios brasileiros;d) o financiamento para a construção da Usina Siderúrgica de Volta Redonda;e) o retorno imediato à democracia.

230 - (G1) O lema "50 anos de Progresso em 5 anos de governo", caracterizava-se pelo domínio de nosso mercado interno por parte das grandes empresas multinacionais que se instalaram no país, sob a presidência de(o):a) Juscelino Kubitscheck.b) Getúlio Vergas.c) General Eurico Gaspar Dutra.d) Jânio Quadros.e) General João Figueiredo.

231 - (G1) "Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História."

O texto acima é um fragmento de um importante documento histórico.O referido documento é:a) a renúncia de Jânio Quadros;.b) o "impeachment" de Fernando Collor;c) a renúncia de D. Pedro I;d) o discurso de Ulisses Guimarães, pelas "Diretas-Já";e) a carta-testamento de Getúlio Vargas

232 - (G1) Não podemos considerar como fato ligado ao fim da Guerra Fria:a) a ascensão econômica dos Tigres Asiáticos, obrigando o Leste Europeu a se adequar à economia de mercado, devido às pressões dos Estados Unidos.b) a Perestroika e a Glasnost que possibilitaram a abertura econômica e política à ex-União Soviética.c) a Carta de Paris de 1990, em que se estabeleceu a democracia como único regime de governo capaz de manter a paz entre o Leste e o Ocidente.d) a reunificação da Alemanha, após a queda do Muro de Berlim.e) a ascensão dos nacionalismos nas repúblicas soviéticas.

233 - (G1) Foi o encontro do primeiro ministro inglês Winston Churchill e dos presidentes Roosevelt, dos Estados Unidos e Stálin, da União Soviética onde confirmou-se o desmembramento da Alemanha e da Coréia:a) Conferência do Cairo.b) Conferência de Teerã.c) Conferência de Ialta.d) Conferência de Potsdam.e) Conferência de Bandung.

234 - (G1) Entre as principais características da Constituição de 1934, podemos destacar como importantes conquistas, EXCETO:a) a instituição do voto feminino;b) ensino primário gratuito e obrigatório;c) estatização das riquezas do subsolo;d) reconhecimento dos direitos trabalhistas como o salário mínimo, a jornada de trabalho de 8 horas, férias anuais, etc;e) liberdade de expressão sem restrições à imprensa.

235 - (G1) Por que o AI-5 (Ato Institucional número 5), simbolizou o auge da repressão?

236 - (G1) O que foi o Milagre Econômico?

237 - (G1) Durante o Regime Militar, existiam apenas dois partidos políticos. Quais foram e o que representavam, respectivamente?

238 - (G1) Uma das formas de contestação ao Regime Militar, foram as chamadas "músicas de protesto", de autoria de alguns importantes nomes da Música Popular Brasileira (MPB). Destaque dois desses importantes autores.

239 - (G1) Relacione o rompimento das relações diplomáticas entre o Brasil e a União Soviética em 1947 à Guerra Fria.

240 - (G1) O que foi a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, ao final do governo João Goulart?

241 - (G1) Ao assumir a presidência da República, estabeleceu um plano econômico com a finalidade de acabar com a inflação, confiscando as cadernetas de poupança, as aplicações financeiras e as contas correntes, gerando uma

grave crise na indústria, desemprego e a falência de várias empresas.

O texto acima, refere-se a:a) José Sarney e o Plano Cruzado;b) Itamar Franco e o Plano Real;c) Garrastazu Médici e o I Plano Nacional de Desenvolvimento;d) Fernando Henrique Cardoso e o Plano Real;e) Fernando Collor de Melo e o Plano Collor.

242 - (Pucrs) Considere as afirmativas a seguir, sobre fatos relacionados à política interna do Governo Luís Inácio Lula da Silva.

I. Foi criado o programa "Primeiro Emprego", como forma de combater o trabalho infantil e o escravo, em expansão em várias regiões do país.II. Ampliaram-se, através do ProUni, as vagas no ensino superior, para acolher alunos provenientes do ensino público e com renda familiar reduzida.III. O Programa Fome Zero, taxado por vários representantes da sociedade civil de assistencialista, tem sido criticado pelos entraves burocráticos e pela forma de controle adotada para a concessão dos benefícios, que dificultam a expansão do programa.IV. O Governo Federal reduziu significativamente os impostos visando a diminuir a carga tributária sobre a classe média e a produção industrial.

Estão corretas as afirmativasa) I e IIb) I e IIIc) II e IIId) II e IVe) III e IV

243 - (Ufpe) As primeiras eleições diretas para presidente da República, no Brasil, depois dos governos militares, trouxeram de volta uma maior discussão política e reacenderam as esperanças de se construir uma democracia. Com a vitória de Fernando Collor, tivemos:( ) um governo apoiado numa ampla base política, liderada pelo PSDB e pelo PDT.( ) a retomada de medidas econômicas centralizadoras, que lembravam os tempos de Getúlio Vargas.( ) uma oposição sistemática da imprensa, contra as medidas do poder executivo, considerado desorganizado e arbitrário.( ) a retomada do desenvolvimento, com o controle da inflação e uma política econômica consistente.( ) um governo polêmico, cercado de muitas expectativas, que terminou com a Câmara dos Deputados votando o "impeachment" do presidente.

244 - (Ufrs) Os fatos abaixo apresentam fases do processo de transição ao regime democrático no Brasil contemporâneo. Assinale a seqüência cronológica correta.

a) Anistia - Diretas já - Nova República - Constituição de 1988 - Plano Cruzadob) Diretas já - Anistia - Eleição do presidente Sarney - Plano Cruzado - Constituição de 1988c) Anistia - Plano Cruzado - Constituição de 1988 - Diretas já - Eleição de Collord) Diretas já - Nova República - Plano Cruzado -Constituição de 1988 - Eleição de Collore) Anistia - Plano Cruzado - Eleição de Tancredo Neves - Constituição de 1988 - Diretas já.

245 - (Ufu) A respeito do panorama político no Brasil na década de 1990, assinale a alternativa correta. a) O segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, iniciado em 1998, foi obtido em função de sua grande aprovação popular, tendo em vista o sucesso do Plano Real que fez diminuir os índices de desemprego e aumentar a distribuição de renda. Ao defender o monopólio nacional do petróleo e das telecomunicações, o governo FHC conseguiu interromper o crescimento das esquerdas, derrotadas nas eleições de 2000.b) A eleição de Fernando Henrique Cardoso em 1994 representou a vitória da social democracia no Brasil por meio do Plano Real, concebido pelo PSDB, Partido Social Democrático do Brasil, evitando assim uma aproximação do governo aos setores mais conservadores da política como o PFL, Partido da Frente Liberal.c) Apesar de todo o discurso do presidente Collor em defesa dos "descamisados" e da promessa de "caça aos marajás" do serviço público, a decepção e a indignação da população, bem como o envolvimento do presidente em esquemas de corrupção, foram marcas do primeiro governo eleito após o fim da ditadura.d) A construção de imagens carismáticas dos governantes pela mídia e pela propaganda governamental, na década de 1990, especialmente de Collor e de Itamar Franco, baseou-se na disseminação do culto à modernidade e à democracia. Com a revalorização do princípio da ética na política, os esquemas de corrupção, detectados no governo Collor, foram diminuindo nos governos seguintes.

256 - (Fgv) Em 1968, o Brasil foi surpreendido pelas greves operárias de Osasco e Contagem. A esse respeito é correto afirmar:a) Lideradas pelo torneiro-mecânico Luís Inácio da Silva, constituíram a primeira grande contestação política ao regime militar.b) As movimentações operárias provocaram uma flexibilização do regime, que acabaram por conduzir ao processo de abertura política.c) As greves acabaram por provocar a destituição do ministro do Trabalho Jarbas Passarinho e levaram ao reconhecimento das lideranças sindicais por parte do governo.d) As greves provocaram uma reação em cadeia contra o regime militar, que culminou na organização da greve geral de 1968.e) As greves adicionaram um ingrediente a mais nesse ano de grande agitação política, que culminaria no endurecimento do regime com a implementação do AI-5.

247 - (G1) Não se considera como causa da crise do Regime Militar:a) a vitória do MDB para o Senado em 1974;b) a crise mundial do petróleo em 1974, que comprometeu o "Milagre Econômico";c) o Plano Cruzado;d) as greves operárias no ABC paulista em 1981;e) a campanha Diretas Já.

248 - (Uerj) Foi então que estreou no teatro Municipal de São Paulo a peça clássica Electra, tendo comparecido ao local alguns agentes do DOPS para prender Sófocles, autor da peça e acusado de subversão, mas já falecido em 406 a.C.

A minissaia era lançada no Rio e execrada em Belo Horizonte, onde o delegado de Costumes declarava aos jornais que prenderia o costureiro francês Pierre Cardin, caso aparecesse na capital mineira (...) Toda essa cocorocada iria influenciar um deputado estadual de lá (...) que fez discurso na câmara sobre o tema: "Ninguém levantará a saia da mulher mineira".Os trechos acima, retirados do livro de Stanislaw Ponte Preta, "FEBEAPÁ - Festival de besteira que assola o país", satirizam uma situação que se tornou comum no Brasil, no pós-1964.Esta situação está corretamente apontada na aliança entre:a) Estado e setores das classes médias, pelo ufanismo patriótico e controle de opiniãob) intelectuais e consumidores, pela defesa dos valores da pátria e contra a alienação culturalc) militantes de esquerda e igreja católica, contra o processo de modernização e a "bolchevização" do paísd) classe artística e universidades públicas, pela moralidade e desenvolvimento de atividades culturais

249 - (Ufsc) Assinale a(s) proposição(ões) VERDADEIRA(S) referente(s) a acontecimentos históricos ocorridos entre 1960 e 1985.

(01) A eleição de Tancredo Neves para a presidência da República, em 1985, marcou o fim do regime militar. Ao concluir seu mandato, Tancredo Neves promulgou a Constituição Cidadã.(02) Em resposta às manifestações operárias e estudantis, o presidente Costa e Silva decretou o Ato Institucional no 5 e ordenou o fechamento do Congresso Nacional.(04) Parte da população descontente com a atuação dos presidentes militares organizou passeatas, bem como guerrilhas rurais e urbanas.(08) A Marcha da Família com Deus pela Liberdade reuniu aproximadamente 500 mil pessoas que saíram às ruas de São Paulo manifestando-se contra o governo de João Goulart (Jango).(16) Foi fundado o Partido dos Trabalhadores, um dos símbolos do movimento operário do Brasil, com a participação do líder Luís Inácio da Silva.Soma ( )

250 - (G1) Faziam parte das Reformas de Base de João Goulart, EXCETO:a) reforma agrária, com a divisão dos latifúndios improdutivos;b) reforma universitária, com a ampliação do número de vagas nas universidades;c) reforma eleitoral, com direito de voto aos analfabetos;d) reforma político-partidária com a criação de apenas dois partidos, a UDN e o MDB;e) controle da remessa de lucros para o exterior.

251 - (G1) Sua campanha eleitoral teve como símbolo a Vassourinha, para varrer a corrupção. Seu governo caracterizou-se por medidas excêntricas, como a proibição do biquíni e os "bilhetinhos", para expedir suas ordens. Aproximou-se dos países comunistas e aos sete meses de governo, renunciou alegando ser pressionado pelas "Forças Ocultas".O texto acima, refere-se a:a) Jânio Quadros;b) Eurico Gaspar Dutra;c) Fernando Collor de Mello;d) Tancredo Nevese) Getúlio Vargas

252 - (G1) O Plano SALTE, priorizava como metas de governo: saúde, alimentação, transporte e energia.O Plano corresponde ao governo de:a) Jânio Quadros;b) Juscelino Kubistcheck;c) Eurico Gaspar Dutra;

d) Getúlio Vargas;e) João Goulart.

253 - (Puc - rio) Ao compararmos a sociedade brasileira na década de 1970 à sociedade brasileira na década de 1950, identificamos diversas transformações sociais, econômicas, políticas e culturais. Sobre essas transformações, estão corretas as afirmativas abaixo, À EXCEÇÃO DE:a) O maior desenvolvimento dos meios de comunicação transformou a televisão em um importante instrumento de integração nacional.b) A mudança do regime político implicou restrições à cidadania, especialmente quanto ao exercício do voto.c) A concentração da população em áreas urbanas ultrapassou a das áreas rurais.d) O desenvolvimento econômico repercutiu na melhoria das condições de vida da população rural e urbana, através da maior distribuição de renda.e) O investimento estatal na construção de rodovias interestaduais atendeu ao objetivo de promover a melhoria das ligações regionais.

254 - (Unifesp) É conhecida a tese segundo a qual o regime militar instaurado no Brasil a partir de abril de 1964 teve seu início adiado por dez anos em virtude do suicídio do presidente Getúlio Vargas, em agosto de 1954. Nesse decênio, de sobrevida da democracia populista, o paísa) amargou um descontrole inflacionário, que derrubou como nunca o poder de compra dos assalariados.b) conheceu um de seus momentos culturais mais altos e criativos, como no campo da música.c) sofreu uma permanente instabilidade política, marcada pelo revezamento de civis e militares no poder.d) recebeu um grande afluxo de imigrantes externos, provenientes, sobretudo, do cone sul, por razões políticas.e) passou de uma economia agrário-exportadora e industrial para uma economia agrário-exportadora e de serviços.

255 - (G1) A partir do início do século XX , os Estados Unidos impuseram seu imperialismo sobre a América Latina, através de severas políticas intervencionistas, entre elas a formulada pelo presidente Theodore Roosevelt que estabelecia o direito de intervenção militar na América Central.

O texto acima refere-se:a) à Emenda Platt.b) ao "Big Stick".c) à Doutrina Monroe.d) à Diplomacia do Dólar.e) à Doutrina da Segurança Nacional.

256 - (Pucmg) A foto adiante reproduzida apresenta dois membros do Partido Panteras Negras, fundado nos EUA em 1966. Sua análise e contextualização histórica permitem afirmar: a) Esse movimento abandonou a via pacífica, pregando a necessidade de a população negra norte-americana se armar para garantir sua segurança.b) O partido cresceu em todo o país aglutinando, em torno do discurso da autodefesa, diferentes grupos étnicos, fazendo muitos adeptos junto à população branca.c) Ultra-radicais de direita, os Panteras Negras acabaram entrando em choque com outras organizações que lutavam pelos direitos civis para os negros.d) Após conquistarem várias cadeiras no Senado, o movimento perdeu seu ímpeto inicial e assumiu uma postura mais moderada e conciliatória.

257 - (Uerj) Há duzentos anos, a revolução dos "jacobinos negros" derrotou a França napoleônica e aboliu a escravidão. Hoje, o Haiti amarga o fim das esperanças na "segunda independência" prometida por Aristide.

(CARLOS, Newton. "Jornal Mundo", abril de 2004.)

HAITINinguém é cidadãoSe você for ver a festa do PelôE se você não forPense no HaitiO Haiti é aquiO Haiti não é aqui

(Gilberto Gil e Caetano Veloso)

A situação crítica do Haiti hoje nos reporta ao período de sua independência, demonstrando que as esperanças dos "jacobinos negros" foram frustradas. Em sua música, Gil e Caetano mencionam o Haiti, correlacionando seus problemas com os do Brasil. Atualmente, o principal elemento comum entre a crise que afeta a sociedade do Haiti e a do Brasil é:

a) governo antidemocráticob) desigualdade econômicac) intolerância religiosad) preconceito racial

258 - (Ufc) Sobre a política oligárquica na América Latina (1880-1930), é correto afirmar que:a) tinha como programa o liberalismo, mas valeu-se das formas tradicionais de controle econômico, político e social da população e dos grupos subalternos.b) implementou novas formas de governo, tornando seus regimes representativos dos interesses populares.c) tinha no mercantilismo as ferramentas para superar os projetos alternativos, a fragmentação territorial e as tentativas de manutenção da velha ordem.d) alcançou o crescimento econômico e a redistribuição da riqueza, graças a um novo plano que adaptou o New Deal dos Estados Unidos à realidade latino-americana.e) levou à consolidação dos estados nacionais na América Latina com a fórmula conhecida como "populismo".

259 - (Ufg) As décadas de 1960 e de 1970, na América Latina, foram marcadas por ditaduras civis e militares. A nova ordem política legitimava-se em nome dos princípios da Doutrina de Segurança Nacional que, sob inspiração norte-americana, defendia:a) a organização de políticas econômicas nacionalistas como forma de barrar o avanço do internacionalismo soviético.b) a elaboração de políticas de integração continental inspirada na política desenvolvimentista empreendida no Brasil no período de 1950 a 1970.c) a união entre burguesia nacional e as Forças Armadas latino-americanas contra os interesses tradicionais das elites agrárias.d) a articulação política entre os governos do continente americano, no intuito de prepará-los para o combate ao comunismo.e) o direito de sindicatos, associações e partidos políticos de se organizarem a favor dos interesses nacionais, no combate às idéias antidemocráticas.

260 - (Ufrs) A implantação das políticas econômicas neoliberais nos países da América Latina, no âmbito do chamado Consenso de Washington, foi obra dos presidentes

a) Menen, da Argentina; Collor, do Brasil; e Fujimori, do Peru.b) Pinochet, do Chile; Videla, da Argentina; e Médici, do Brasil.c) Alfonsín, da Argentina; Sarney, do Brasil; e Garcia, do Uruguai.d) Pinochet, do Chile; Salinas, do México; e Fujimori, do Peru,e) Menen, da Argentina; Pérez, da Colômbia; e Sanguinetti, do Uruguai.

261 - (Unirio) "A liberdade é preciso garanti-la com o trabalho, dando ao homem primeiro liberdade econômica, que é fundamental. Nós não somos partidários da liberdade unilateral que se tem há muito tempo, dentro da qual o rico

tem liberdade para fazer tudo o que quiser e o pobre uma única liberdade: a de morrer de fome."(Discurso de Juan Perón em 9.7.1947, in: Doutrina Peronista, 1952.)

O peronismo argentino exemplifica uma das expressões mais duradouras do fenômeno populista surgido na América Latina em meados do século XX. Sua ação política valorizava a imagem de seus líderes carismáticos, Juan e Eva Perón, símbolos centrais da Nova Argentina. A doutrina peronista, de forte apelo popular, caracterizava-se por defender:a) a hegemonia política dos grupos agrários.b) o nacionalismo econômico desvinculado do dirigismo estatal.c) o respeito à liberdade individual frente aos interesses do Estado.d) a justiça social e a ajuda social como fundamentos políticos-econômicos.e) a aproximação com o ideário socialista e com o ateísmo.

262 - (Unirio) Em 11 de setembro de 1973, o Chile sofreu um golpe militar que derrubou o governo do presidente Salvador Allende, iniciando um período de exceção que provocou o desaparecimento e a morte de milhares de pessoas no país.Dentre os diversos antecedentes, aquele que contribuiu para o golpe militar éa) a insatisfação popular com as reformas liberalizantes que privatizaram ricos setores da economia chilena, tais como as indústrias siderúrgica e petrolífera.b) a entrega à exploração internacional do sistema bancário e da exploração de cobre, símbolos do capitalismo chileno.c) o rompimento do compromisso político do governo Allende com a democracia, expresso na supressão da constituição ao assumir a presidência do país.d) o agravamento da crise gerada pela interrupção da política de reforma agrária que difundiu a violência no campo e justificou institucionalmente a intervenção militar.e) a interferência estrangeira, destacadamente dos Estados Unidos, insatisfeitos com a opção ideológica em andamento no país expressa na via chilena para o socialismo.

263 - (Ufmg) O Cinema Novo e o movimento de renovação teatral liderado pelo Teatro de Arena e pelo Grupo Oficina foram expressões artísticas, com objetivos e características comuns, afinadas com o contexto brasileiro das décadas de 50 e 60 do século passado.Entre as características desses movimentos culturais, NÃO se inclui a:a) vinculação a grandes estúdios cinematográficos e a companhias teatrais já estabelecidas.b) concepção da obra de arte como meio de conscientização política, influenciada por tendências de esquerda.c) crítica à realidade brasileira, aos seus problemas e contradições, com forte conteúdo social.d) realização de produções de custos reduzidos, caracterizadas pelo uso de novas linguagens e inovações cênicas.

264 - (Ufmg) Considerando-se o chamado "Consenso de Washington", programa proposto na década de 80 do século XX para a recuperação da economia latino-americana, é CORRETO afirmar que ele defende, entre outros pontos, aa) regulação do mercado de trabalho como forma de levar as classes trabalhadoras a apoiar uma política de estabilização monetária.b) adoção do processo de substituição de importações, como estratégia crucial para a entrada de tecnologia de ponta nas indústrias.c) implementação de indústrias estatais de transformação, necessárias para a efetiva consolidação dos parques industriais da região.d) redução dos salários dos trabalhadores e dos encargos sociais para garantir o aumento da competitividade econômica no mercado internacional.

265 - (Unifesp) A Constituição de 1988 dotou o governo do poder de legislar por meio de Medidas Provisórias. Desde então, todos os presidentes, inclusive o atual, têm feito extenso uso dessa atribuição, seja para assuntos urgentes ou importantes, seja, até mesmo, para tocar o dia-a-dia da administração.

A isso o Congresso tem, em geral, reagido com:a) independência, estando mais preocupado com as disputas internas.b) docilidade, evidenciando falhas no seu funcionamento.c) indiferença, demonstrando má vontade em colaborar com o executivo.d) oportunismo, possibilitando ao judiciário exorbitar em suas atribuições.e) sagacidade, escondendo sua debilidade estrutural face aos outros poderes.