APOSTILA PSICOLOGIA

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Símbolo da Psicologia Fundamentos da Psicologia 1) DEFINIÇÃO Psicologia é uma ciência que estuda o comportamento humano e animal e os processos mentais (razão, sentimentos, pensamentos, atitudes). O corpo e a mente são estudados pela psicologia de forma integrada e não separadamente. O psicólogo (profissional da área de psicologia) busca compreender o comportamento e o pensamento das pessoas que possuem algum tipo de problema ou distúrbio psicológico. Para tanto, este profissional utiliza métodos e processos comparativos e analíticos. O objetivo final é a saúde mental do indivíduo para que este possa ter uma boa qualidade de vida. A resolução dos problemas psicológicos significa uma situação melhor de relacionamento com a sociedade, família e consigo mesmo (com seus pensamentos, desejos e sentimentos). A psicologia atua, muitas vezes, integrada a outras áreas como, por exemplo, medicina, pedagogia, sociologia e antropologia. Existem várias escolas de pensamentos (sistemas) na área de psicologia. Cada uma delas possui seus próprios métodos e processos de atuação. As principais são: Behaviorismo, Funcionalismo, Estruturalismo, Gestalt, Psicanálise, Humanismo, Psicologia Analítica e Psicologia Transpessoal. Existem várias especializações na área de psicologia: Psicologia do trabalho, Psicologia Clínica, Psicologia Comparada, Fundamentos da Psicologia Página 1

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Fundamentos da Psicologia

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Smbolo da Psicologia Fundamentos da Psicologia

1) DEFINIOPsicologia uma cincia que estuda o comportamento humano e animal e os processos mentais (razo, sentimentos, pensamentos, atitudes). O corpo e a mente so estudados pela psicologia de forma integrada e no separadamente.O psiclogo (profissional da rea de psicologia) busca compreender o comportamento e o pensamento das pessoas que possuem algum tipo de problema ou distrbio psicolgico. Para tanto, este profissional utiliza mtodos e processos comparativos e analticos. O objetivo final a sade mental do indivduo para que este possa ter uma boa qualidade de vida. A resoluo dos problemas psicolgicos significa uma situao melhor de relacionamento com a sociedade, famlia e consigo mesmo (com seus pensamentos, desejos e sentimentos).A psicologia atua, muitas vezes, integrada a outras reas como, por exemplo, medicina, pedagogia, sociologia e antropologia.Existem vrias escolas de pensamentos (sistemas) na rea de psicologia. Cada uma delas possui seus prprios mtodos e processos de atuao. As principais so: Behaviorismo, Funcionalismo, Estruturalismo, Gestalt, Psicanlise, Humanismo, Psicologia Analtica e Psicologia Transpessoal.Existem vrias especializaes na rea de psicologia: Psicologia do trabalho, Psicologia Clnica, Psicologia Comparada, Psicopatologia, Psicologia Forense, Psicologia Integral, Psicopedagogia, Psicologia Esportiva, Psicologia Social, Psicologia Corporal, Sexologia, entre outras.A palavra psicologia de origem grega ("psique" = alma e "logos" = estudo, razo).A psicologia cientfica, no deve confundir-se com a psicologia do senso comum ou psicologia popular que o conjunto de idias, crenas e convices transmitido culturalmente e que cada indivduo possui a respeito de como as pessoas funcionam, se comportam, sentem e pensam. A psicologia usa em parte o mesmo vocabulrio, que adquire assim significados diversos de acordo com o contexto em que usado. Assim, termos como "personalidade" ou "depresso" tm significados diferentes na linguagem psicolgica e na linguagem quotidiana. A prpria palavra "psicologia" muitas vezes usada na linguagem comum como sinnimo de psicoterapia e, como esta, muitas vezes confundida com a psicanlise ou mesmo a anlise do comportamento.2) INTRODUOA psicologia a cincia que estuda o comportamento e os processos mentais dos indivduos: Dizer que a psicologia uma cincia significa que ela regida pelas mesmas leis do mtodo cientfico as quais regem as outras cincias: ela busca um conhecimento objetivo, baseado em fatos empricos. Pelo seu objeto de estudo a psicologia desempenha o papel de elo entre as cincias sociais, como a sociologia e a antropologia, as cincias naturais, como a biologia, e reas cientficas mais recentes como as cincias cognitivas e as cincias da sade. Comportamento a atividade observvel (de forma interna ou externa) dos organismos na sua busca de adaptao ao meio em que vivem. Dizer que o indivduo a unidade bsica de estudo da psicologia significa dizer que, mesmo ao estudar grupos, o indivduo permanece o centro de ateno - ao contrrio, por exemplo, da sociologia, que estuda a sociedade como um conjunto. Os processos mentais so a maneira como a mente humana funciona - pensar, planejar, tirar concluses, fantasiar e sonhar. O comportamento humano no pode ser compreendido sem que se compreendam esses processos mentais, j que eles so a sua base.Como toda a cincia, o fim da psicologia a descrio, a explicao, a previso e o controle do desenvolvimento do seu objeto de estudo. Como os processos mentais no podem ser observados mas apenas inferidos, torna-se o comportamento o alvo principal dessa descrio, explicao e previso (mesmo as novas tcnicas visuais da neurocincia que permitem visualizar o funcionamento do crebro no permitem a visualizao dos processos mentais, mas somente de seus correlatos fisiolgicos, ou seja, daquilo que acontece no organismo enquanto os processos mentais se desenrolam). Descrever o comportamento de um indivduo significa, em primeiro lugar, o desenvolvimento de mtodos de observao e anlise que sejam os mais possveis objetivos e em seguida a utilizao desses mtodos para o levantamento de dados confiveis. A observao e a anlise do comportamento podem ocorrer em diferentes nveis - desde complexos padres de comportamento, como a personalidade, at a simples reao de uma pessoa a um sinal sonoro ou visual. A introspeco uma forma especial de observao (ver mais abaixo o estruturalismo). A partir daquilo que foi observado o psiclogo procura explicar, esclarecer o comportamento. A psicologia parte do princpio de que o comportamento se origina de uma srie de fatores distintos: variveis orgnicas (disposio gentica, metabolismo, etc.), disposicionais (temperamento, inteligncia, motivao, etc.) e situacionais (influncias do meio ambiente, da cultura, dos grupos de que a pessoa faz parte, etc.). As previses em psicologia procuram expressar, com base nas explicaes disponveis, a probabilidade com que um determinado tipo de comportamento ocorrer ou no. Com base na capacidade dessas explicaes de prever o comportamento futuro se determina a tambm a sua validade. Controlar o comportamento significa aqui a capacidade de influenci-lo, com base no conhecimento adquirido. Essa parte mais prtica da psicologia, que se expressa, entre outras reas, na psicoterapia.Para o psiclogo sovitico A. R. Luria, um dos fundadores da neuropsicologia a psicologia do homem deve ocupar-se da anlise das formas complexas de representao da realidade, que se constituram ao longo da histria da sociedade e so realizadas pelo crebro humano, incluindo as formas subjetivas da atividade consciente sem substitu-las pelos estudo dos processos fisiolgicos que lhes servem de base nem limitar-se a sua descrio exterior. Segundo esse autor, alm de estabelecer as leis da sensao e percepo humana, regulao dos processos de ateno, memorizao (tarefa iniciada por Wundt), na anlise do pensamento lgico, formao das necessidades complexas e da personalidade, considera esses fenmenos como produto da histria social (compartilhando, de certo modo com a proposio da Vlkerpsychologie de Wundt (ver mais abaixo "Histria da Psicologia") e com as proposies de estudo simultneo dos processos neurofisiolgicos e das determinaes histrico-culturais, realizadas de modo independente por seu contemporneo Vigotsky). 3) BREVE HISTRICO DA PSICOLOGIA3.1) PERSPECTIVAS HISTRICAS"A psicologia possui um longo passado, mas uma histria curta". Com essa frase descreveu Herrmann Ebbinghaus, um dos primeiros psiclogos experimentais, a situao da psicologia - tanto em 1908, quando ele a escreveu, como hoje: desde a Antiguidade pensadores, filsofos e telogos de vrias regies e culturas dedicaram-se a questes relativas natureza humana - a percepo, a conscincia, a loucura. Apesar de teorias "psicolgicas" fazerem parte de muitas tradies orientais, a psicologia enquanto cincia tem suas primeiras razes nos filsofos gregos, mas s se separou da filosofia no final do sculo XIX. O primeiro laboratrio psicolgico foi fundado pelo fisilogo alemo Wilhelm Wundt em 1879 em Leipzig, na Alemanha. Seu interesse se havia transferido do funcionamento do corpo humano para os processos mais elementares de percepo e a velocidade dos processos mentais mais simples. O seu laboratrio formou a primeira gerao de psiclogos. Alunos de Wundt propagaram a nova cincia e fundaram vrios laboratrios similares pela Europa e os Estados Unidos. Edward Titchener foi um importante divulgador do trabalho de Wundt nos Estados Unidos. Mas uma outra perspectiva se delineava: o mdico e filsofo americano William James props em seu livro The Principles of Psychology (1890) - para muitos a obra mais significativa da literatura psicolgica - uma nova abordagem mais centrada na funo da mente humana do que na sua estrutura. Nessa poca era a psicologia j uma cincia estabelecida e at 1900 j contava com mais de 40 laboratrios na Amrica do Norte.3.2) EstruturalismoEm seu laboratrio Wundt dedicou-se a criar uma base verdadeiramente cientfica para a nova cincia. Assim realizava experimentos para levantar dados sistemticos e objetivos que poderiam ser replicados por outros pesquisadores. Para poder permanecer fiel a seu ideal cientfico, Wundt se dedicou principalmente ao estudo de reaes simples a estmulos realizados sob condies controladas. Seu mtodo de trabalho seria chamado de estruturalismo por Edward Titchener, que o divulgou nos Estados Unidos. Seu objeto de estudo era a estrutura consciente da mente e do comportamento, sobretudo as sensaes. Um dos mtodos usados por Titchener era a introspeco: nela o indivduo explora sistematicamente seus prprios pensamentos e sensaes a fim de ganhar informaes sobre determinadas experincias sensoriais. A tnica do trabalho era assim antes compreender o que a mente, do os como e porqus de seu funcionamento. As principais crticas levantadas contra o Estruturalismo foram: Por ser reducionista, ou seja, querer reduzir a complexidade da experincia humana a simples sensaes; Por ser elementarista, ou seja, dedicar-se ao estudo de partes ou elementos ao invs de estudar estruturas mais complexas, como as que so tpicas para o comportamento humano e; Por ser mentalista, ou seja, basear-se somente em relatrios verbais, excluindo indivduos incapazes de introspeco, como crianas e animais, do seu estudo. Alm disso a introspeco foi alvo de muitos ataques por no ser um verdadeiro mtodo cientfico objetivo.3.3) FUNCIONALISMOWilliam James concordava com Titchener quanto ao objeto da psicologia - os processos conscientes. Para ele, no entanto, o estudo desses processos no se limitava a uma descrio de elementos, contedos e estruturas. A mente consciente , para ele, um constante fluxo, uma caracterstica da mente em constante interao com o meio ambiente. Por isso sua ateno estava mais voltada para a funo dos processos mentais conscientes. Na psicologia, a seu entender, deveria haver espao para as emoes, a vontade, os valores, as experincias religiosas e msticas - enfim, tudo o que faz cada ser humano nico. As idias de James foram desenvolvidas por John Dewey, que dedicou-se sobretudo ao trabalho prtico na educao.3.4) GESTALT, OU PSICOLOGIA DA FORMAUma importante reao ao funcionalismo e ao comportamentismo nascente (ver abaixo) foi a psicologia da gestalt ou da forma, representada por Max Wertheimer, Kurt Koffka e Wolfgang Khler. Principalmente dedicada ao estudo dos processos de percepo, essa corrente da psicologia defende que os fenmenos psquicos s podem ser compreendidos, se forem vistos como um todo e no atravs da diviso em simples elementos perceptuais. A palavra gestalt significa "forma", "formato", "configurao" ou ainda "todo", "cerne". O gestaltismo assume assim o lema: "O todo mais que a soma das suas partes". Distinta da psicologia da gestalt, escola de pesquisa de significado basicamente histrico fora da psicologia da percepo, a gestalt-terapia, fundada por Frederic S. Perls (Fritz Perls).

O legado dos primrdiosApesar de serem perspectivas j ultrapassadas, tanto o estruturalismo como o funcionalismo e a gestalt ajudaram a determinar o rumo que a psicologia posterior viria a tomar. Hoje em dia os psiclogos procuram compreender tanto as estruturas como a funo do comportamento e dos processos mentais.

4) PERSPECTIVAS ATUAISSegue uma descrio sucinta das principais correntes de pensamento que influenciam a moderna psicologia. Para maiores informaes ver os artigos principais indicados e ainda psicoterapia.

4.1) A PERSPECTIVA BIOLGICA

Apesar do caduceu de Asclpio ser de apenas uma cobra para a Medicina, tambm usado envolto em duas, o que mais visto em reas voltadas ao comrcio. Enquanto smbolo da psicologia mdica usado juntamente com o emblema da psicologia, a letra grega "psi" = A base do pensamento da perspectiva biolgica a busca das causas do comportamento no funcionamento dos genes, do crebro e dos sistemas nervoso e endcrino. O comportamento e os processos mentais so assim compreendidos com base nas estruturas corporais e nos processos bioqumicos no corpo humano, de forma que esta corrente de pensamento se encontra muito prxima das reas da gentica, da neurocincia e da neurologia e por isso est intimamente ligada ao importante debate sobre o papel da predisposio gentica e do meio ambiente na formao da pessoa. Essa perspectiva dirige a ateno do pesquisador base corporal de todo processo psquico e contribui com conhecimento bsico a respeito do funcionamento das funes psquicas como pensamento, memria e percepo. O processo sade-doena merece uma ateno especial e pode ser compreendido de diferentes formas alm do direcionado ao tratamento dos distrbios mentais propriamente ditos. Inicialmente abordados pela psicopatologia, advinda da distino progressiva do objeto da neurologia e psiquiatria e consolidao destas como especialidades mdicas, a percepo da importncia dos fatores emocionais no adoecimento e recuperao da sade j estavam presentes na medicina hipocrtica e homeopatia contudo foi somente nos meados do sculo XX que surgiram aplicaes da psicologia nas intervenes atualmente denominadas por medicina psicossomtica, psicologia mdica, psicologia hospitalar e psicologia da sade.

4.2) A PERSPECTIVA PSICODINMICASegundo a perspectiva psicodinmica o comportamento movido e motivado por uma srie de foras internas, que buscam dissolver a tenso existente entre os instintos, as pulses e as necessidades internas de um lado e as exigncias sociais de outro. O objetivo do comportamento assim a diminuio dessa tenso interna. A perspectiva psicodinmica teve sua origem nos trabalhos do mdico vienense Sigmund Freud (1856-1939) com pacientes psiquitricos, mas ele acreditava serem esses princpios vlidos tambm para o comportamento normal. O modelo freudiano notoriamente reconhecido por enfatizar que a natureza humana no sempre racional e que as aes podem ser motivadas por fatores no acessveis conscincia. Alm disso Freud dava muita importncia infncia, como uma fase importantssima na formao da personalidade. A teoria original de Freud, que foi posteriormente ampliada por vrios autores mais recentes e influenciou fortemente muitas reas da psicologia, tem sua origem no em experimentos cientficos, mas na capacidade de observao de um homem criativo, inflamado pela idia de descobrir os mistrios mais profundos do ser humano.4.3) A PERSPECTIVA ANALTICAEm reao perspectiva psicodinmica, Carl Gustav Jung comeou a desenvolver um sistema terico que chamou, originalmente, de "Psicologia dos Complexos", mais tarde chamando-o de "Psicologia Analtica", como resultado direto de seu contato prtico com seus pacientes. Utilizando-se do conceito de "complexos" e do estudo dos sonhos e de desenhos, esta corrente se dedica a entender profundamente aos meios pelos quais se expressa o inconsciente. Nessa teoria, enquanto o inconsciente pessoal consiste fundamentalmente de material reprimido e de complexos, o inconsciente coletivo composto fundamentalmente de uma tendncia para sensibilizar-se com certas imagens, ou melhor, smbolos que constelam sentimentos profundos de apelo universal, os arqutipos: da mesma forma que animais e homens parecem possuir atitudes inatas, chamadas de instintos, considera-se tambm provvel que em nosso psiquismo exista um material psquico contendo alguma analogia com os instintos. 4.4) A PERSPECTIVA COMPORTAMENTALISTAA perspectiva comportamentalista procura explicar o comportamento pelo estudo de relaes funcionais interdependentes entre eventos ambientais (estmulos) e fisiolgicos (respostasA ateno do pesquisador assim dirigida para as condies ambientais em que determinado indivduo enquanto organismo se encontra, para a reao desse indivduo a essas condies, para as consequncias que essa reao lhe traz e para os efeitos que essas consequncias produzem. Os adeptos dessa corrente entendem o comportamento como uma relao interativa de transformao mtua entre o organismo e o ambiente que o cerca na qual os padres de conduta so naturalmente selecionados em funo de seu valor adaptativo. Trata-se de uma aplicao do modelo evolucionista de Charles Darwin ao estudo do comportamento que reconhece trs nveis de seleo: - o filogentico (que abrange comportamentos adquiridos hereditariamente pela histria de seleo da espcie), - o ontogentico (que abrange comportamentos adquiridos pela histria vivencial do indivduo; - o cultural (restrito espcie humana, abrange os comportamentos controlados por regras, estmulos verbais, transmitidos e acumulados ao longo de geraos por meio da linguagem). A Anlise do Comportamento, cincia que verifica tais postulados tericos, baseia-se sobretudo em experimentos empricos, controlados e de alto rigor metodolgico com animais que levaram ao descobrimento de processos de condicionamento e formulao de muitas tcnicas aplicveis ao ser humano. Foi uma das mais fortes influncias para prticas psicolgicas posteriores, a maior no emisfrio norte atualmente. Destaca-se das demais correntes da Psicologia por no se fundamentar em abordagens restritamente tericas e pela exclusiva rejeio do modelo de pensamento dualista que divide a constituio humana em duas realidades ontologicamentes independentes, o corpo fsico e a mente metafsica - ou seja, nessa perspectiva processos subjetivos tais como emoes, sentimentos e pensamentos/cognies so entendidos como substancialmente materiais e sujeitos s mesmas leis naturais do comportamento, sendo logo, classificados como eventos ou comportamentos encobertos/privados. Tal entendimento no rejeita a existncia da subjetividade, como popularmente se imagina, mas destitu a mesma de um funcionamento automatista. As prticas teraputicas derivadas desse tipo de estudo esto entre as mais eficientes e cientificamente reconhecidas e so, portanto, preferencialmente empregadas no tratamento de transtornos psiquitricos. O modelo de estudo analtico-comportamental tambm vastamente empregado na Farmacologia moderna e nas Neurocincias.4.5) A PERSPECTIVA HUMANISTAEm reao s correntes Comportamentalista e Psicodinmica, surgiu nos anos 50 do sculo XX a perspectiva existncial-humanista, que v o homem no como um ser controlado por pulses interiores nem por condies impostas pelo ambiente, mas como um ser ativo e autnomo, que busca conscientemente seu prprio crescimento e desenvolvimento. A principal fonte de conhecimento do humanismo psicolgico o estudo biogrfico, com a finalidade de descobrir como essa pessoa vivencia sua existncia por meio de um introspeccionismo, ao contrrio do Comportamentalismo, que valoriza observao externa. A perspectiva humanista procura um acesso holstico para o ser humano, est intimamente relacionada epistemologia fenomenolgica e exerceu grande influncia sobre a psicoterapia.4.6) A PERSPECTIVA COGNITIVAA "virada cognitiva" foi uma reao terica s limitaes instrumentais do Comportamentalismo que excluia a anlise inferencial da investigao psicolgica. O foco central desta perspectiva o pensar humano e todos os processos baseados no conhecimento - ateno, memria, compreenso, recordao, tomada de deciso, linguagem etc. o comportamento do paciente atravs da reflexo para adequ-lo realidade pelo questionamento retrico e a reorganizao de crenas. A perspectiva cognitivista se dedica assim compreenso dos processos cognitivos que influenciam o comportamento: - a capacidade do indivduo de imaginar alternativas antes de se tomar uma deciso, de descobrir novos caminhos a partir de experincias passadas, de criar imagens mentais do mundo que o cerca;- e influncia do comportamento sobre os processos cognitivos - como o modo de pensar se modifica de acordo com o comportamento e suas consequncias. Logo, nota-se que apesar de fortemente infunciada pelo Comportamentalismo, posto que tcnicas terapticas envolvem, na maioria das vezes, a planificao de metas de condicionamento operante, a Psicologia Cogninivista retoma o modelo convencional das demais correntes psicologicas por afirmar a existncia de uma dicotomia entre processos mentais e comportamentais, ainda que reconhecendo uma interdependncia entre eles.4.7) A PERSPECTIVA EVOLUCIONISTAA perspectiva evolucionista procura, inspirada pela teoria da evoluo, explicar o desenvolvimento do comportamento e das capacidades mentais como parte da adaptao humana ao meio ambiente. Por recorrer a acontecimentos ocorridos h milhes de anos, os psiclogos evolucionistas no podem realizar experimentos para comprovar suas teorias, mas contam somente com sua capacidade de observao e com o conhecimento adquirido por outras disciplinas como a antropologia e a arqueologia.4.8) A PERSPECTIVA SOCIOCULTURALJ em 1927 o antroplogo Bronislaw Malinowski criticava a psicologia - na poca a psicanlise de Freud - por ser centrada na cultura ocidental. Essa preocupao de expandir sua compreenso do homem alm dos horizontes de uma determinada cultura o cerne da perspectiva sociocultural. A pergunta central aqui : em que se assemelham pessoas de diferentes culturas quanto ao comportamento e aos processos mentais, em que se diferenciam? So vlidos os conhecimentos psicolgicos em outras culturas? Essa perspectiva tambm leva a psicologia a observar diferenas entre subculturas de uma mesma rea cultural e sublinha a importncia da cultura na formao da personalidade.4.9) A PERSPECTIVA BIOPSICOSSOCIAL E A MULTIDISCIPLINARIDADEA enorme quantidade de perspectivas e de campos de pesquisa psicolgicos corresponde enorme complexidade do ser humano. O fato de diferentes escolas coexistirem e se completarem mutuamente demonstra que o homem pode e deve ser estudado, observado, compreendido sob diferentes aspectos. Essa realidade toma forma no modelo biopsicossocial, que serve de base para todo o trabalho psicolgico, desde a pesquisa mais bsica at a prtica psicoteraputica. Esse modelo afirma que o comportamento e os processos mentais humanos so gerados e influenciados por trs grupos de fatores: Fatores biolgicos - como a predisposio gentica e os processos de mutao que determinam o desenvolvimento corporal em geral e do sistema nervoso em particular, etc.; Fatores psicolgicos - como preferncias, expectativas e medos, reaes emocionais, processos cognitivos e interpretao das percepes, etc.; Fatores socioculturais - como a presena de outras pessoas, expectativas da sociedade e do meio cultural, influncia do crculo familiar, de amigos, etc., modelos de papis sociais, etc.[7]Para ser capaz de ver o homem sob tantos e to distintos aspectos a psicologia se v na necessidade de complementar seu conhecimento com o saber de outras cincias e reas do conhecimento. Assim, na parte da pesquisa terica, a psicologia se encontra (ou deveria se encontrar) em constante contato com a fisiologia, a biologia, a etologia, a neurologia e s neurocincias (ligadas aos fatores biolgicos) e antropologia, sociologia, etnologia, histria, arqueologia, filosofia, metafsica, lingustica informtica, teologia e muitas outras ligadas aos fatores socioculturais.No trabalho prtico a necessidade de interdisciplinaridade no menor. O psiclogo, de acordo com a rea de trabalho, trabalha sempre em equipes com os mais diferentes grupos profissionais: assistentes sociais e terapeutas ocupacionais; funcionrios do sistema jurdico; mdicos, enfermeiros e outros agentes de sade; pedagogos; fisioterapeutas, fonoaudilogos e muitos outros - e muitas vezes as diferentes reas trazem tona novos aspectos a serem considerados. Um importante exemplo desse trabalho interdisciplinar so os comits de Biotica, formados por diferentes profissionais - psiclogos, mdicos, enfermeiros, advogados, fisioterapeutas, fsicos, telogos, pedagogos, farmacuticos, engenheiros, terapeutas ocupacionais e pessoas da comunidade onde o comit est inserido, e que tm por funo decidir aspectos importantes sobre pesquisa e tratamento mdico, psicolgico, entre outros.

PROCESSOS BSICOS DO COMPORTAMENTO Parte II5) PERCEPOEm psicologia, neurocincia e cincias cognitivas, percepo a funo cerebral que atribui significado a estmulos sensoriais, a partir de histrico de vivncias passadas. Atravs da percepo um indivduo organiza e interpreta as suas impresses sensoriais para atribuir significado ao seu meio. Consiste na aquisio, interpretao, seleo e organizao das informaes obtidas pelos sentidos. A percepo pode ser estudada do ponto de vista estritamente biolgico ou fisiolgico, envolvendo estmulos eltricos evocados pelos estmulos nos rgos dos sentidos. Do ponto de vista psicolgico ou cognitivo, a percepo envolve tambm os processos mentais, a memria e outros aspectos que podem influenciar na interpretao dos dados percebidos. 5.1) PERCEPO E REALIDADENa psicologia, o estudo da percepo de extrema importncia porque o comportamento das pessoas baseado na interpretao que fazem da realidade e no na realidade em si. Por este motivo, a percepo do mundo diferente para cada um de ns, cada pessoa percebe um objeto ou uma situao de acordo com os aspectos que tm especial importncia para si prpria.Muitos psiclogos cognitivos e filsofos de diversas escolas, sustentam a tese de que, ao transitar pelo mundo, as pessoas criam um modelo mental de como o mundo funciona (paradigma. Ou seja, elas sentem o mundo real, mas o mapa sensorial que isso provoca na mente provisrio, da mesma forma que uma hiptese cientfica provisria at ser comprovada ou refutada ou novas informaes serem acrescentadas ao modelO. medida que adquirimos novas informaes, nossa percepo se altera. Diversos experimentos com percepo visual demonstram que possvel notar a mudana na percepo ao adquirir novas informaes. As iluses de ptica e alguns jogos, como o dos sete erros se baseiam nesse fato. Algumas imagens ambguas so exemplares ao permitir ver objetos diferentes de acordo com a interpretao que se faz. Em uma "imagem mutvel", no o estmulo visual que muda, mas apenas a interpretao que se faz desse estmulo.Assim como um objeto pode dar margem a mltiplas percepes, tambm pode ocorrer de um objeto no gerar percepo nenhuma: Se o objeto percebido no tem embasamento na realidade de uma pessoa, ela pode, literalmente, no perceb-lo. Os primeiros relatos dos colonizadores da Amrica relataram que os ndios da Amrica Central no viram a frota naval dos colonizadores que se aproximavam em sua primeira chegada. Como os navios no faziam parte da realidade desses povos, eles simplesmente no eram capazes de perceb-los no horizonte e eles se misturavam paisagem sem que isso fosse interpretado como uma informao a considerar. Somente quando as frotas estavam mais prximas que passaram a ser visveis. Qualquer pessoa nos dias atuais, de p em uma praia espera encontrar barcos no mar. Eles se tornam, portanto, imediatamente visveis, mesmo que sejam apenas pontos no horizonte.Passa-se a considerar cada vez mais a importncia da pessoa que percebe, durante o ato da percepo. A presena e a condio do observador modificam o fenmeno.As percepes so normais se realmente correspondem quilo que o observando v, ouve e sente. Contudo, podem ser deficientes, se houver iluses dos sentidos ou mesmo alucinaes. Esta ambiguidade da percepo explorada em tecnologias humanas como a camuflagem, mas tambm no mimetismo apresentado em diversas espcies animais e vegetais, como algumas borboletas que apresentam desenhos que se assemelham a olhos de pssaros, que assustam os predadores potenciais. Algumas flores tambm possuem seus rgos sexuais em formatos atraentes para os insetos polinizadores.Imagem ambgua. O animal da figura pode ser um coelho ou um pato. Um exemplo de "percepo mutvel"5.2) FATORES QUE INFLUENCIAM A PERCEPOO processo de percepo tem incio com a ateno que no mais do que um processo de observao seletiva, ou seja, das observaes por ns efetuadas. Este processo faz com que ns percebamos alguns elementos em desfavor de outros. Deste modo, so vrios os fatores que influenciam a ateno e que se encontram agrupados em duas categorias: a dos fatores externos (prprios do meio ambiente) e a dos fatores internos (prprios do nosso organismo). Fatores externosOs fatores externos mais importantes da ateno so a intensidade (pois a nossa ateno particularmente despertada por estmulos que se apresentam com grande intensidade e, por isso, que as sirenes das ambulncias possuem um som insistente e alto); o contraste (a ateno ser muito mais despertada quanto mais contraste existir entre os estmulos, tal como acontece com os sinais de trnsito pintados em cores vivas e contrastantes); o movimento que constitui um elemento principal no despertar da ateno (por exemplo, as crianas e os gatos reagem mais facilmente a brinquedos que se movem do que estando parados); e a incongruncia, ou seja, prestamos muito mais ateno s coisas absurdas e bizarras do que ao que normal (por exemplo, na praia num dia vero prestamos mais ateno a uma pessoa que apanhe sol usando um cachecol do que a uma pessoa usando um traje de banho normal). Fatores internosOs fatores internos que mais influenciam a ateno so a motivao (prestamos muito mais ateno a tudo que nos motiva e nos d prazer do que s coisas que no nos interessam); a experincia anterior ou, por outras palavras, a fora do hbito faz com que prestemos mais ateno ao que j conhecemos e entendemos; e o fenmeno social que explica que a nossa natureza social faz com que pessoas de contextos sociais diferentes no prestem igual ateno aos mesmos objetos (por exemplo, os livros e os filmes a que se d mais importncia em Portugal no despertam a mesma ateno no Japo).5.3) TIPOS DE PERCEPOO estudo da percepo distingue alguns tipos principais de percepo. Nos seres humanos, as formas mais desenvolvidas so a percepo visual e auditiva, pois durante muito tempo foram fundamentais sobrevivncia da espcie (A viso e a audio eram os sentidos mais utilizados na caa e na proteo contra predadores). Tambm por essa razo que as artes plsticas e a msica foram as primeiras formas de arte a serem desenvolvidas por todas as civilizaes, antes mesmo da inveno da escrita. As demais formas de percepo, como a olfativa, gustativa e ttil, embora no associadas s necessidades bsicas, tm importante papel na afetividade e na reproduo.Alm da percepo ligada aos cinco sentidos, os humanos tambm possuem capacidade de percepo temporal e espacial.Percepo visual

O tringulo de Kaniza demonstra o princpio do fechamento. Tendemos a ver um tringulo branco sobreposto figura, como uma figura completa e fechada, embora ele s seja sugerido por falhas nas demais formas que compem a figura.A viso a percepo de raios luminosos pelo sistema visual. Esta a forma de percepo mais estudada pela psicologia da percepo. A maioria dos princpios gerais da percepo foram desenvolvidos a partir de teorias especificamente elaboradas para a percepo visual. Todos os princpios da percepo citados acima, embora possam ser extrapolados a outras formas de percepo, fazem muito mais sentido em relao percepo visual. Por exemplo, o princpio do fechamento (ver figura acima) melhor compreendido em relao a imagens do que a outras formas de percepo.A percepo visual compreende, entre outras coisas: Percepo de formas; Percepo de relaes espaciais, como profundidade. Relacionado percepo espacial; Percepo de cores; Percepo de intensidade luminosa. Percepo de movimentosPercepo auditivaA audio a percepo de sons pelos ouvidos. A psicologia, a acstica e a psicoacstica estudam a forma como percebemos os fenmenos sonoros. Uma aplicao particularmente importante da percepo auditiva a msica. Os princpios gerais da percepo esto presentes na msica. Em geral, ela possui estruturao, boa-forma, figura e fundo (representada pela melodia e acompanhamento) e os gneros e formas musicais permitem estabelecer uma constncia perceptiva.Entre os fatores considerados no estudo da percepo auditiva esto: Percepo de timbres; Percepo de alturas ou freqncias; Percepo de intensidade sonora ou volume; Percepo rtmica, que na verdade uma forma de percepo temporal; Localizao auditiva, um aspecto da percepo espacial, que permite distinguir o local de origem de um som.Percepo olfativaO olfato a percepo de odores pelo nariz. Este sentido relativamente tnue nos humanos, mas importante para a alimentao. A memria olfativa tambm tem uma grande importncia afetiva. A perfumaria e a enologia so aplicaes dos conhecimentos de percepo olfativa. Entre outros fatores a percepo olfativa engloba: Discriminao de odores, que estuda o que diferencia um odor de outros e o efeito de sua combinao; O alcance olfactivo.Em alguns animais, como os ces, a percepo olfativa muito mais desenvolvida e tem uma capacidade de discriminao e alcance muito maior que nos humanos.Percepo gustativaO paladar o sentido de sabores pela lngua. Importante para a alimentao. Embora seja um dos sentidos menos desenvolvidos nos humanos, o paladar geralmente associado ao prazer e a sociedade contempornea muitas vezes valoriza o paladar sobre os aspectos nutritivos dos alimentos. A arte culinria e a enologia so aplicaes importantes da percepo gustativa. O principal fator desta modalidade de percepo a discriminao de sabores.Percepo ttilO tato sentido pela pele em todo o corpo. Permite reconhecer a presena, forma e tamanho de objetos em contato com o corpo e tambm sua temperatura. Alm disso o tato importante para o posicionamento do corpo e a proteo fsica.O tato no distribudo uniformemente pelo corpo. Os dedos da mo possuem uma discriminao muito maior que as demais partes, enquanto algumas partes so mais sensveis ao calor. O tato tem papel importante na afetividade e no sexo. Entre os fatores presentes na percepo ttil esto: Discriminao ttil, ou a capacidade de distinguir objetos de pequenos tamanhos. (Importante, por exemplo, para a leitura em Braille); Percepo de calor; A percepo da dor. Percepo temporalNo existem rgos especficos para a percepo do tempo, no entanto certo que as pessoas so capazes de sentir a passagem do tempo. A percepo temporal esbarra no prprio conceito da natureza do tempo, assunto controverso e tema de estudos filosficos, cognitivos e fsicos, bem como o conhecimento do funcionamento do crebro (neurocincia).A percepo temporal j foi objeto de diversos estudos desde o sculo XIX at os dias de hoje, quando estudado por tcnicas de imagem como a ressonncia magntica. Os experimentos destinam-se a distinguir diferentes tipos de fenmenos relevantes percepo temporal: a percepo das duraes; a percepo e a produo de ritmos; a percepo da ordem temporal e da simultaneidade.Resta saber se estes diferentes domnios da percepo temporal procedem dos mesmos mecanismos ou no e tambm algumas novas consideraes que decorrem da escala de tempo utilizada. Segundo o psiclogo francs Paul Fraisse, preciso distinguir a percepo temporal (para duraes relativamente curtas, at alguns segundos) e a estimativa temporal que designada como a apreenso de longas duraes (desde alguns segundos at algumas horas). Estes fatores envolvem ainda os ciclos biolgicos, como o ritmo circadiano. Percepo espacialAssim como as duraes, no possumos um rgo especfico para a percepo espacial, mas as distncias entre os objetos podem ser efetivamente estimadas. Isso envolve a percepo da distncia e do tamanho relativo dos objetos. A razo para separar a percepo espacial das outras modalidades repousa no fato de que aparentemente a percepo espacial supra-modal, ou seja, compartilhada pelas demais modalidades e utiliza elementos da percepo auditiva, visual e temporal. Assim, possvel distinguir se um som procede especificamente de um objeto visto e se esse objeto (ou o som) est aproximando-se ou afastando-se. O lobo parietal do crebro representa um papel importante neste tipo de percepo. Propriocepo a capacidade em reconhecer a localizao espacial do corpo, sua posio e orientao, a fora exercida pelos msculos e a posio de cada parte do corpo em relao s demais, sem utilizar a viso. Este tipo especfico de percepo permite a manuteno do equilbrio e a realizao de diversas atividades prticas. Resulta da interao das fibras musculares que trabalham para manter o corpo na sua base de sustentao, de informaes tteis e do sistema vestibular, localizado no ouvido interno e responsvel pelo equilbrio.O conjunto das informaes dadas por esses receptores permitem, por exemplo, desviar a cabea de um galho, mesmo que no se saiba precisamente a distncia segura para se passar, ou mesmo o simples fato de poder tocar os dedos do p e o calcanhar com os olhos vendados, alm de permitir atividades importantes como andar, coordenar os movimentos responsveis pela fala, segurar e manipular objetos, manter-se em p ou posicionar-se para realizar alguma atividade.6) MOTIVAOMotivao (do Latim moveres, mover) denomina em psicologia, em etologia e em outras cincias humanas a condio do organismo que influencia a direo (orientao para um objetivo) do comportamento. Em outras palavras o impulso interno que leva ao. Assim a principal questo da psicologia da motivao "por que o indivduo se comporta da maneira como ele o faz?". "O estudo da motivao comporta a busca de princpios (gerais) que nos auxiliem a compreender, por que seres humanos e animais em determinadas situaes especficas escolhem, iniciam e mantm determinadas aes".6.1) CONCEITOS BSICOSMotivao um construto e se refere ao direcionamento momentneo do pensamento, da ateno, da ao a um objetivo visto pelo indivduo como positivo. Esse direcionamento ativa o comportamento e engloba conceitos to diversos como anseio, desejo, vontade, esforo, sonho, esperana entre outros.IMPULSO E ATRAOA motivao pode ser analisada a partir de duas perspectivas diferentes: como impulso e como atrao. Ver o processo motivacional como impulso significa dizer que instintos e pulses so a fora propulsora da ao. Assim necessidades internas geram no indivduo uma tenso que exige ser resolvida. Exemplo desse tipo de motivao a fome: a necessidade de alimento gera a fome que exige uma resoluo atravs do comer. Apesar de importantes teorias da motivao, como a de Freud e a de Hull, basearem-se nessa perspectiva e de ela explicar muitos fenmenos do comportamento, suas limitaes so patentes: a fome em si, para manter-se o exemplo, no determina se o indivduo vai escolher comer arroz com feijo ou lasanha; outras foras esto em jogo a: o ambiente. E outras formas de comportamento mais complexas, como o jejum ou ainda o desejo de aprender, entre tantos outros, no se deixam explicar simplesmente pela resoluo de tenses internas. No caso do aprendizado, por exemplo, o objetivo se encontra num estado futuro, em que o indivduo possui determinado saber. Esse estado final como que atrai o indivduo - a motivao como atrao, como fora que puxa, atrai. No se pode negar que ambas as perspectivas se complementam e ajudam a explicar a complexidade do comportamento humano; no entanto, devido s suas limitaes no esclarecer comportamentos mais complexos, grande parte da pesquisa cientfica atual se desenvolve no mbito da motivao como atrao[3].Uma compreenso da motivao como fora atratora no pode deixar de levar em conta as preferncias individuais, uma vez que diferentes pessoas vem diferentes objetivos como mais ou menos desejveis. Um mesmo objetivo pode ser buscado por diferentes pessoas por diferentes razes: uma deseja mostrar seu desempenho, outra anseia ter influncia sobre outras pessoas (poder), etc. A essas preferncias relativamente estveis no tempo d-se o nome de motivos. MOTIVAO INTRNSECA E MOTIVAO EXTRNSECAOutro conceito que influenciou o estudo da motivao foi a diferenciao entre motivao intrnseca e extrnseca. Enquanto a primeira refere-se motivao gerada por necessidades e motivos da pessoa, a motivao extrnseca refere-se motivao gerada por processos de reforo e punio (ver condicionamento operante). No entanto falso dizer, que a motivao extrnseca fruto da ao do ambiente e a intrnseca da pessoa, porque, como se ver, a motivao sempre fruto de uma interao entre a pessoa e o ambiente. Importante tambm observar que os dois tipos de motivao podem aparecer mesclados, como, por exemplo, quando a pessoa estuda um tema que a interessa (motivao intrnseca) e consegue com isso uma boa nota (reforo: motivao extrnseca). Outro aspecto da relao entre motivao intrnseca e reforo o chamado efeito de superjustificao ou de corrupo da motivao. Sob esse nome entende-se o fenmeno de que a motivao intrnseca do indivduo em determinadas situaes diminui, em que ele recompensado pelo comportamento apresentado. Em um experimento clssico, Lepper e seus colaboradores (1973) dividiram um grupo de crianas em trs grupos menores: cada um dos grupos recebeu a tarefa de desenhar com canetas coloridas; o primeiro grupo foi informado de que ganhariam um brinde de reconhecimento pelo trabalho, o segundo recebeu um brinde surpresa, sem ter sido informado e o terceiro no recebeu nada. Os autores observaram que todas as crianas desenharam com as canetas - atividade apreciada pelas crianas - mas as crianas a quem havia sido prometido um brinde desenharam muito menos e com menos entusiasmo do que as outras, o que os levou concluso de que a promessa de uma recompensa pelo trabalho diminuiu a motivao intrnseca das crianas em fazer algo que elas gostam. 6.2) TEORIAS DA MOTIVAO A MOTIVAO COMO IMPULSOINSTINTOS E PULSESComo se viu acima, as primeiras teorias da motivao consideram a ao humana como movida por foras interiores que desencadeiam reaes automticas (instintos) ou que geram uma tenso interna que precisa ser descarregada (pulses). Em psicologia as teorias sobre os instintos, como a de McDougall, tm sobretudo um significado histrico. Essa teoria sobretudo interessante por sugerir uma ligao entre instintos, emoes e motivao.Provavelmente a teoria das pulses mais conhecida e mais influente a teoria psicanaltica de Sigmund Freud. Segundo ela o ser humano possui duas pulses bsicas, eros (pulso de vida, sexual) e tnatos (pulso de morte, agressiva). Essas pulses, originadas da estrutura biolgica do homem, so a fonte de toda a energia psquica; essa energia se concentra no indivduo, gerando tenso e exigindo ser descarregada. Com a funo de dirigir o descarregamento dessa energia, o aparelho psquico dotado de trs estruturas (id, ego e super ego) que regulam esse descarregamento de acordo com diferentes leis, de forma que diferentes tipos de comportamento podem servir mesma funo de descarregar a tenso gerada por essas duas pulses bsicas.Uma outra teoria menos conhecida a do comportamentalista Clark L. Hull. O comportamentalismo dedicou-se sobretudo ao estudo dos processos elementares de aprendizagem (condicionamento), ou seja, de como, com o auxlio de reforos e punies, um indivduo capaz de aprender determinado comportamento (condicionamento operante). O problema que o condicionamento operante no capaz de exlicar o que move o indivduo a realizar o ato aprendido. De onde vem tal energia? Hull props que a tendncia para um determinado comportamento o produto do hbito (ou seja, do aprendizado por condicionamento) e das pulses e definiu-as como a parte motivacional (energtica) das necessidades biolgicas (fome, cansao, sede, etc.). Essas pulses primrias podem gerar outras pulses secundrias (ex. medo) atravs dos processos de condicionamento (pulses aprendidas). A teoria de Hull sofreu vrias modificaes por apresentar muitas limitaes e tem hoje sobretudo um carter histrico. A importncia da teoria de Hull reside, sobretudo, no fato de ter enfatizado a importncia do aprendizado sobre a motivao. O modelo comportamental de SkinnerB. F. Skinner, outro grande expoente do behaviorismo props um modelo da motivao baseado somente no condicionamento, sem recurso ao conceito de pulso. Segundo ele, a frequncia de um comportamento determinada por suas consequncias: um comportamento que traz consequncias positivas ser repetido com mais frequncia e outro que traz consequncias negativas ser mostrado mais raramente. Maiores detalhes sobre esses processos no artigo "condicionamento operante". Apesar de o sistema de Skinner ser empiricamente comprovado e ser amplamente utilizado em pedagogia e psicoterapia, ele muitas vezes criticado por no explicar toda a gama do comportamento humano e desprezar completamente a parte emocional-cognitiva da mente humana. O prprio Skinner se esforou em provar o erro dessas crticas.A atrao do ambiente e sua relao com a motivaoA teoria de campo de Kurt LewinO psiclogo da gestalt Kurt Lewin foi um dos primeiros tericos a propor que o comportamento humano uma funo da pessoa e do ambiente. Segundo Lewin, o fim ou objetivo de um comportamento possui para a pessoa uma determinada valncia ou carter de apelo (al. Aufforderungscharakter), que desenvolve a partir da tenso interna gerada por uma necessidade e de qualidades do objeto ou da atividade ligadas a esse fim. Esse sistema de foras pode ser representado por vetores correspondentes fora de atrao ou repulsa que determinados objetos do ambiente ou atividades tm para o indivduo. Baseando-se nas diferentes foras que podem agir sobre o indivduo, Lewin desenvolveu uma taxonomia de conflitos, que influenciou fortemente a pesquisa posterior, e formulou a primeira teoria do produto-valor-expectativa (ver abaixo)[3]. Murray: necessidades e motivosHenry Murray descreveu dois tipos de necessidades: as necessidades primrias, fisiolgicas, e as secundrias, aprendidas no decorrer da vida, de acordo com estruturas fsicas, sociais e culturais do ambiente. As necessidades secundrias so definidas apenas pelo fim a que elas se direcionam e no por caractersticas superficiais do comportamento observvel. Correspondente s necessidades, que so internas, Murray postula a existncia de uma presso do lado do ambiente ou da situao: a atrao ou repulsa geradas pelo ambiente no indivduo. De uma maneira fenomenolgica ele diferencia dois tipos de presso: a presso alfa a exercida objetivamente pela situao, presso beta a exercida pela situao tal qual o indivduo a percebe. Por dar s necessidades secundrias (muitas vezes chamadas de motivos) um carter disposicional, a teoria de Murray faz ponte entre a psicologia da personalidade e a motivao[3]. Maslow e a pirmide das necessidades

A hierarquia de necessidades de MaslowAbraham Maslow, psiclogo humanista, props uma classificao diferente das necessidades. Para ele h cinco tipos de necessidades: necessidades fisiolgicas, necessidades de segurana ntima (fsica e psquica), necessidades de amor e relacionamentos (participao), as necessidades de estima (autoconfiana) e necessidades de autorrealizao. Essa nova classificao permitiu uma nova viso sobre o comportamento humano, que no busca apenas saciar necessidades fsicas, mas crescer e se desenvolver[6].Maslow organizou as necessidades em uma pirmide, colocando em sua base as necessidades mais primitivas e bsicas. O autor[7] descreve uma diferena qualitativa entre as necessidades bsicas e mais elevadas: as primeiras so necessidades defectivas ou deficitrias, ou seja, baseadas na falta e devem, assim, ser saciadas para evitar um estado indesejvel, enquanto as necessidades dos nveis mais altos da pirmide so necessidades de crescimento. Estas necessidades no buscam ser saciadas para se evitar algo indesejvel, mas para se alcanar algo mais desejvel.A organizao piramidal das necessidades implica, em primeiro lugar, que as necessidades mais embaixo so mais primitivas e urgentes do que as mais de cima; ao mesmo tempo, medida que sobem na hierarquia as necessidades tornam-se menos animalescas (mais distantes do instinto) e mais humanas (mais prximas da razo). Assim, ao mesmo tempo em que desejvel atingir os nveis mais altos da pirmide, as necessidades mais bsicas so mais poderosas. Somente quando necessidades mais bsicas esto saciadas - total ou parcialmente - torna-se possvel partir para o prximo nvel - ou melhor, o prximo nvel se torna perceptvel.7) EMOOEmoo, uma experincia subjetiva, associada ao temperamento, personalidade e motivao. A palavra em ingls 'emotion' deriva do francs mouvoir. Que baseada do latim emovere, onde o 'e- (variante de ex-) significa 'fora' e movere significa 'movimento'. O termo relacionado motivao assim derivado de movere.Etimologicamente, a palavra emoo provm do Latim emotione, "movimento, comoo, acto de mover". derivado tardio duma forma composta de duas palavras latinas: ex, "fora, para fora", e motio, "movimento, ao", "comoo" e "gesto". Esta formao latina ser tomada como emprstimo por todas as lnguas modernas europias. A primeira documentao do francs motion de 1538. A do ingls emotion de 1579. O italiano emozione, o portugus emoo datam do comeo do sculo XVII. Nas duas primeiras lnguas, a acepo mais antiga a de "agitao popular, desordem". Posteriormente, documentada no sentido de "agitao da mente ou do esprito".A palavra aparece normalmente denotando a natureza imediata dessa agitao nos humanos e a forma em que experimentada por eles, ainda que em algumas culturas e em certos modos de pensamento atribuda a todos os seres vivos. A comunidade cientfica aplica-a na linguagem da psicologia, desde o sculo XIX, a toda criatura que mostra respostas complexas similares s que os humanos se referem geralmente como emoo.No existe uma taxionomia ou teoria para as emoes que seja geral ou aceita de forma universal. Vrias tm sido propostas, entre elas: 'Cognitiva' versus 'no cognitiva' "Emoes intuitivas" (vindas da amgdala) versus "emoes cognitivas" (vindas do cortex prefrontal) "Bsicas" versus "complexas": Onde emoes bsicas em conjunto constituem as mais complexas Categorias baseadas na durao: Algumas emoes ocorrem em segundos (ex. surpresa) e outras levam anos (ex. amor)Existe uma distino entre a emoo e os resultados da emoo, principalmente os comportamentos gerados e as expresses emocionais. As pessoas frequentemente se comportam de certo modo como um resultado direto de seus estados emocionais, como chorando, lutando ou fugindo. Ainda assim, se podem ter a emoo sem o correspondente comportamento, ento ns podemos considerar que a emoo no apenas o seu comportamento e muito menos que o comportamento no a parte essencial da emoo. A Teoria de James-Lange prope que as experincias emocionais so consequncia de alteraes corporais. A abordagem 'funcionalista das emoes (ex. Nico Frijda) sustenta que as emoes se envolvem com uma particular funo, como a de fugir de uma pessoa ou objeto para obter segurana.7.1) CLASSIFICAOBsicas e complexas categorias, onde algumas so modificadas de algum modo para as emoes complexas (ex. Paul Ekman). Neste modelo, as emoes complexas constrem-se sobre condies culturais ou associaes combinadas com as emoes bsicas. De outro modo, anlogo ao modo como as cores primrias so combinadas, as emoes primrias podem ser combinadas gerando um espectro das emoes humanas. Como, por exemplo, raiva e desgosto podem ser combinadas em desprezo. Robert Plutchik props a tridimensional modelo "circumplex model" para descrever a relao entre as emoes. Este modelo similar a roda de cor. A dimenso vertical representa a intensidade, o crculo representa a similaridade entre as emoes. Ele determina oito emoes primrias dispostas em quatro pares de opostos.Outro importante significado sobre classificao das emoes refere-se a sua ocorrncia no tempo. Algumas emoes ocorrem sobre o perodo de segundos (ex. surpresa) e outros demoram anos (ex. amor). O ltimo poderia ser considerado como uma tendncia de longo tempo para ter uma emoo em relao a um certo objeto ao invs de ter uma emoo caracterstica (entretanto, isto pode ser contestado). Uma distino ento feita entre episdios emocionais e disposies emocionais. Disposies so comparveis a peculiaridades do indivduo (ou caractersticas da personalidade), onde quando alguma coisa ocorre, serve de gatilho para a experincia de certas emoes, mesmo sobre diferentes objetos. Por exemplo, uma pessoa irritvel geralmente disposta a sentir irritao mais facilmente que outras. Alguns estudiosos (ex. Armindo Freitas-Magalhes[2], 2009 e Klaus Scherer, 2005) coloca a emoo como uma categoria mais geral de 'estados afetivos'. Onde estados afetivos podem tambm incluir fenmenos relacionados, como o prazer e a dor, estados motivacionais (ex. fome e curiosidade), temperamentos, disposies e peculiaridades do indivduo.Cognio diz respeito ao conhecimento, ento, emoo cognitiva aquela que sentimos e sabemos definir o porque de senti-la. Um bom exemplo quando vemos algum atirar com uma arma em nossa direo e sabemos que so tiros de festim. Provavelmente nossa emoo menor do que se no soubessemos a respeito do festim. A avaliao cognitiva importante pois atravs dela podemos aprender a controlar uma determinada emoo.8) APRENDIZAGEMO processo de aprendizagem ou aprender pode ser definido de forma sinttica como o modo como os seres adquirem novos conhecimentos, desenvolvem competncias e mudam o comportamento. Contudo, a complexidade desse processo dificilmente pode ser explicada apenas atravs de recortes do todo. Por outro lado, qualquer definio est, invariavelmente, impregnada de pressupostos poltico-ideolgicos, relacionados com a viso de homem, sociedade e saber.8.1) AS DEFINIES DE APRENDIZAGEMSegundo alguns estudiosos, a aprendizagem um processo integrado que provoca uma transformao qualitativa na estrutura mental daquele que aprende. Essa transformao se d atravs da alterao de conduta de um indivduo, seja por Condicionamento operante, experincia ou ambos,de uma forma razoavelmente permanente. As informaes podem ser absorvidas atravs de tcnicas de ensino ou at pela simples aquisio de hbitos. O ato ou vontade de aprender uma caracterstica essencial do psiquismo humano, pois somente este possui o carter intencional, ou a inteno de aprender; dinmico, por estar sempre em mutao e procurar informaes para a aprendizagem; criador, por buscar novos mtodos visando a melhora da prpria aprendizagem, por exemplo, pela tentativa e erro.Um outro conceito de aprendizagem uma mudana relativamente durvel do comportamento, de uma forma mais ou menos sistemtica, ou no,adquirida pela experincia, pela observao e pela prtica motivada.O ser humano nasce potencialmente inclinado a aprender, necessitando de estmulos externos e internos (motivao, necessidade) para o aprendizado. H aprendizados que podem ser considerados natos, como o ato de aprender a falar, a andar, necessitando que ele passe pelo processo de maturao fsica, psicolgica e social. Na maioria dos casos a aprendizagem se d no meio social e temporal em que o indivduo convive; sua conduta muda, normalmente, por esses fatores, e por predisposies genticas.

8.2) PROCESSOS DE APRENDIZAGEMSegundo os behavioristas a aprendizagem uma aquisio de comportamentos atravs de relaes entre Ambiente e Comportamento, ocorridas numa histria de contingncias, estabelecendo uma relao funcional entre Ambiente e Comportamento

Ambiente: Comportamento Reforo

Apresenta como principais caractersticas: O indivduo visto como ativo em todo o processo. A aprendizagem sinnimo de comportamento adquirido O reforo um dos principais motores da aprendizagem A aprendizagem vista como uma modelagem do comportamentoEm algumas abordagens cognitivas, considera-se que o homem no pode ser considerado um ser passivo. Enfatiza a importncia dos processos mentais no processo de aprendizagem, na forma como se percebe, seleciona, organiza e atribui significados aos objetos e acontecimentos. um processo dinmico, centrado nos processos cognitivos, em que temos:

INDIVIDUO INFORMAO CODIFICAO RECODIFICAO PROCESSAMENTO APRENDIZAGEM

De uma perspectiva humanista existe uma valorizao do potencial humano assumindo-o como ponto de partida para a compreenso do processo de aprendizagem. Considera que as pessoas podem controlar seu prprio destino, possuem liberdade para agir e que o comportamento delas consequncia da escolha humana. Os princpios que regem tal abordagem so a auto-direo e o valor da experincia no processo de aprendizagem. Preocuparam-se em tornar a aprendizagem significativa, valorizando a compreenso em detrimento da memorizao tendo em conta, as caractersticas do sujeito, as suas experincias anteriores e as suas motivaes.O indivduo visto como responsvel por decidir o que quer aprenderAprendizagem vista como algo espontneo e misterioso.Numa abordagem social, as pessoas aprendem observando outras pessoas no interior do contexto social. Nessa abordagem a aprendizagem em funo da interaco da pessoa com outras pessoas, sendo irrelevante condies biolgicas.O ser humano nasce como uma 'tbula rasa', sendo moldado pelo contato com a sociedade. O PROCESSO DE APRENDIZAGEM NA ABORDAGEM DE VYGOTSKYO ponto de partida desta anlise a concepo vygotskyana de que o pensamento verbal no uma forma de comportamento natural e inata, mas determinado por um processo histrico-cultural e tem propriedades e leis especficas que no podem ser encontradas nas formas naturais de pensamento e fala. Uma vez admitido o carter histrico do pensamento verbal, devemos consider-lo sujeito a todas as premissas do materialismo histrico, que so vlidas para qualquer fenmeno histrico na sociedade humana (Vygotsky, 1993 p.44). Sendo o pensamento sujeito s interferncias histricas s quais est o indivduo submetido, entende-se que, o processo de aquisio da ortografia, a alfabetizao e o uso autnomo da linguagem escrita so resultantes no apenas do processo pedaggico de ensino-aprendizagem propriamente dito, mas das relaes subjacentes a isto.Vygotsky diz ainda que o pensamento propriamente dito gerado pela motivao, isto , por nossos desejos e necessidades, nossos interesses e emoes. Por trs de cada pensamento h uma tendncia afetivo-volitiva. Uma compreenso plena e verdadeira do pensamento de outrem s possvel quando entendemos sua base afetivo-volitiva (Vygotsky, 1991 p.101). Desta forma no seria vlido estudar as dificuldades de aprendizagem sem considerar os aspectos afetivos. Avaliar o estgio de desenvolvimento, ou realizar testes psicomtricos no supre de respostas as questes levantadas. necessrio fazer uma anlise do contexto emocional, das relaes afetivas, do modo como a criana est situada historicamente no mundo.Na abordagem de Vygotsky a linguagem tem um papel de construtor e de propulsor do pensamento, afirma que aprendizado no desenvolvimento, o aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e pe em movimento vrios processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossveis de acontecer (Vygotsky, 1991 p.101). A linguagem seria ento o motor do pensamento, contrariando assim a concepo desenvolvimentista que considera o desenvolvimento a base para a aquisio da linguagem. Vygotsky defende que os processos de desenvolvimento no coincidem com os processos de aprendizagem, uma vez que o desenvolvimento progride de forma mais lenta, indo atrs do processo de aprendizagem. Isto ocorre de forma seqencial. (Vygotsky, 1991 p.102) O PROCESSO DE APRENDIZAGEM NA ABORDAGEM DE PIAGET O PAPEL DA EQUILIBRAONos estudos de Piaget, a teoria da equilibrao, de uma maneira geral, trata de um ponto de equilbrio entre a assimilao e a acomodao, e assim, considerada como um mecanismo auto-regulador, necessria para assegurar criana uma interao eficiente dela com o meio-ambiente. (Wadsworth, 1996) Piaget postula que todo esquema de assimilao tende a alimentar-se, isto , a incorporar elementos que lhe so exteriores e compatveis com a sua natureza. E postula tambm que todo esquema de assimilao obrigado a se acomodar aos elementos que assimila, isto , a se modificar em funo de suas particularidades, mas, sem com isso, perder sua continuidade (portanto, seu fechamento enquanto ciclo de processos interdependentes), nem seus poderes anteriores de assimilao. (Piaget,1975, p.14)Em outras palavras, Piaget (1975) define que o equilbrio cognitivo implica afirmar a presena necessria de acomodaes nas estruturas; bem como a conservao de tais estruturas em caso de acomodaes bem sucedidas. Esta equilibrao necessria porque se uma pessoa s assimilasse, desenvolveria apenas alguns esquemas cognitivos, esses muito amplos, comprometendo sua capacidade de diferenciao; em contrapartida, se uma pessoa s acomodasse, desenvolveria uma grande quantidade de esquemas cognitivos, porm muito pequenos, comprometendo seu esquema de generalizao de tal forma que a maioria das coisas seriam vistas sempre como diferentes, mesmo pertencendo mesma classe. Essa noo de equilibrao foi a base para o conceito, desenvolvido por Pan, sobre as modalidades de aprendizagem, que se servem dos conceitos de assimilao e acomodao, na descrio de sua estrutura processual.Segundo Wadsworth, se a criana no consegue assimilar o estmulo, ela tenta, ento, fazer uma acomodao, modificando um esquema ou criando um esquema novo. Quando isso feito, ocorre a assimilao do estmulo e, nesse momento, o equilbrio alcanado. (Wadsworth, 1996) Segundo a teoria da equilibrao, a integrao pode ser vista como uma tarefa de assimilao, enquanto que a diferenciao seria uma tarefa de acomodao, contudo, h conservao mtua do todo e das partes. de Piaget o postulado de que o pleno desenvolvimento da personalidade sob seus aspectos mais intelectuais indissocivel do conjunto das relaes afetivas, sociais e morais que constituem a vida da instituio educacional. primeira vista, o desabrochamento da personalidade parece depender sobretudo dos fatores afetivos; na realidade, a educao forma um todo indissocivel e no possvel formar personalidades autnomas no domnio moral se o indivduo estiver submetido a uma coero intelectual tal que o limite a aprender passivamente, sem tentar descobrir por si mesmo a verdade: se ele passivo intelectualmente no ser livre moralmente. Mas reciprocamente, se sua moral consiste exclusivamente numa submisso vontade adulta e se as nicas relaes sociais que constituem as relaes de aprendizagem so as que ligam cada estudante individualmente a um professor que detm todos os poderes, ele no pode tampouco ser ativo intelectualmente. (Piaget, 1982) Piaget afirma que "adquirida a linguagem, a socializao do pensamento manifesta-se pela elaborao de conceitos e relaes e pela constituio de regras. justamente na medida, at, que o pensamento verbo-conceptual transformado pela sua natureza coletiva que ele se torna capaz de comprovar e investigar a verdade, em contraste com os atos prticos dos atos da inteligncia sensrio-motora e sua busca de xito ou satisfao" (Piaget, 1975 p.115).O PROCESSO DE APRENDIZAGEM PS-PIAGETIANOPan (1989) descreve as modalidades de aprendizagem sintomtica tomando por base o postulado piagetiano. Descreve como a assimilao e a acomodao atuam no modo como o sujeito aprende e como isso pode ser sintomatizado, tendo assim caractersticas de um excesso ou escassez de um desses movimentos, afetando o resultado final. Na abordagem de Piaget, o sujeito est em constante equilibrao. Pan parte desse pressuposto e afirma que as dificuldades de aprendizagem podem estar relacionadas a uma hiperatuao de uma dessas formas, somada a uma hipo-atuao da outra gerando as modalidades de aprendizagem sintomtica a seguir: HiperassimilaoSendo a assimilao o movimento do processo de adaptao pelo qual os elementos do meio so alterados para serem incorporados pelo sujeito, numa aprendizagem sintomatizada pode ocorrer uma exacerbao desse movimento, de modo que o aprendiz no se resigna ao aprender. H o predomnio dos aspectos subjetivos sobre os objetivos. Esta sintomatizao vem acompanhada da hipoacomodao. HipoacomodaoA acomodao consiste em adaptar-se para que ocorra a internalizao. A sintomatizao da acomodao pode dar-se pela resistncia em acomodar, ou seja, numa dificuldade de internalizar os objetos (Fernndez, 1991 p.110).

HiperacomodaoAcomodar-se abrir-se para a internalizao, o exagero disto pode levar a uma pobreza de contato com a subjetividade, levando submisso e obedincia acrtica. Essa sintomatizao est associada a hipoassimilao. HipoassimilaoNesta sintomatizao ocorre uma assimilao pobre, o que resulta na pobreza no contato com o objeto, de modo a no transform-lo, no assimil-lo de todo, apenas acomod-lo.A aprendizagem normal pressupe que os movimentos de assimilao e acomodao esto em equilbrio. O que caracteriza a sintomatizao no aprender predomnio de um movimento sobre o outro. Quando h o predomnio da assimilao, as dificuldades de aprendizagem so da ordem da no resignao, o que leva o sujeito a interpretar os objetos de modo subjetivo, no internalizando as caractersticas prprias do objeto. Quando a acomodao predomina, o sujeito no empresta sentido subjetivo aos objetos, antes, resigna-se sem criticidade.O sistema educativo pode produzir sujeito muito acomodativos se a reproduo dos padres for mais valorizada que o desenvolvimento da autonomia e da criatividade. Um sujeito que apresente uma sintomatizao na modalidade hiperacomodativa/ hipoassimilativa pode no ser visto como tendo problemas de aprendizagem, pois consegue reproduzir os modelos com preciso. O PAPEL DA MEMRIA NA APRENDIZAGEMIndependente da escola de pensamento seguida, sabe-se que o indivduo desde o nascimento, utilizando seu campo perceptual, vai ampliando seu repertrio e construindo conceitos, em funo do meio que o cerca.Estes conceitos so regidos por mecanismos de memria onde as imagens dos sentidos so fixadas e relembradas por associao a cada nova experincia. Os efeitos da aprendizagem so retidos na memria, onde este processo reversvel at um certo tempo, pois depende do estmulo ou necessidade de fixao, podendo depois ser sucedido por uma mudana neural duradoura.Memria de curto prazoA memria de curto prazo reversvel e temporria, acredita-se que decorra de um mecanismo fisiologia|fisiolgico, por exemplo um impulso eletro-qumico gerando um impulso sinapse|sinptico, que pode manter vivo um trao da memria por um perodo de tempo limitado, isto , depois de passado certo perodo, acredita-se que esta informao desvanesce-se. Logo a memria de curto prazo pouco importa para a aprendizagem. Memria de longo prazoA memria permanente, ou memria de longo prazo, depende de transformaes na estrutura qumica ou fsica dos neurnios. Aparentemente as mudanas sinpticas tm uma importncia primordial nos estmulos que levam aos mecanismos de lembranas como imagens, odores, som|sons, etc, que, avulsos parecem ter uma localizao definida, parecendo ser de certa forma blocos desconexos, que ao serem ativados montam a lembrana do evento que novamente sentida pelo indivduo, como por exemplo, a lembrana da confeco de um bolo pela av pela associao da lembrana de um determinado odor.AS INFLUNCIAS E OS PROCESSOSA aprendizagem influenciada pela inteligncia, motivao, e, segundo alguns tericos, pela hereditariedade (existem controvrsias), onde o estmulo, o impulso, o reforo e a resposta so os elementos bsicos para o processo de fixao das novas informaes absorvidas e processadas pelo indivduo.O processo de aprendizagem de suma importncia para o estudo do comportamento. Alguns autores afirmam que certos processos neurticos, ou neuroses, nada mais so que uma aprendizagem distorcida, e que a ao recomendada para algumas psicopatologias so um redirecionamento para a absoro da nova aprendizagem que substituir a antiga, de forma a minimizar as sintomatizaes que perturbam o indivduo. Isto , atravs da reaprendizagem (re-educao) ou da interveno profissional atravs da Psicopedagogia. A MOTIVAOAprende-se melhor e mais depressa se houver interesse pelo assunto que se est a estudar. Motivado, um indivduo possui uma atitude activa e empenhada no processo de aprendizagem e, por isso, aprende melhor. A relao entre a aprendizagem e a motivao dinmica: frequente o Homem interessar-se por um assunto, empenhar-se, quando comea a aprender. A motivao pode ocorrer durante o processo de aprendizagem.OS CONHECIMENTOS ANTERIORESOs conhecimentos anteriores que um indivduo possui sobre um assunto podem condicionar a aprendizagem. H conhecimentos, aprendizagens prvias, que, se no tiverem sido concretizadas, no permitem a possibilidade de se aprender. Uma nova aprendizagem s se concretiza quando o material novo se incorpora, se relaciona, com os conhecimentos e saberes que se possui.A QUANTIDADE DE INFORMAOA possibilidade de o Homem aprender novas informaes limitada: nao possvel integrar grandes quantidades de informao ao mesmo tempo. necessrio proceder-se a uma seleco da informao relevante, organizando-a de modo a poder ser gerida em termos de aprendizagem. A diversidade das atividades: Quanto mais diversificadas forem as abordagens a um tema, quanto mais diferenciadas as tarefas, maior a motivao e a concentrao e melhor decorre a aprendizagem. A planificao e a organizao: A forma como se aprende pode determinar, em grande parte, o que se aprende. A definio clara de objectivos, a seleco de estratgias, essencial para uma aprendizagem bem sucedida. Contudo, isto no basta: necessrio planificar, organizar o trabalho por etapas, e ir avaliando os resultados. Para alm de estes processos serem mais eficientes, a planificao e a organizao promovem o controle dos processos de aprendizagem e, deste modo, a autonomia de cada ser humano.A cooperaoA forma como cada ser humano encara um problema e a forma como o soluciona diferente. Por isso, determinados tipos de problemas so mais bem resolvidos e a aprendizagem mais eficaz se existir trabalho de forma cooperativa com os outros. A aprendizagem cooperativa, ao implicar a interao e a ajuda mtua, possibilita a resoluo de problemas complexos de forma mais eficaz e elaborada.ESTILOS DE APRENDIZAGEMCada indivduo apresenta um conjunto de estratgias cognitivas que mobilizam o processo de aprendizagem. Em outras palavras, cada pessoa aprende a seu modo, estilo e ritmo. Embora haja discordncias entre os estudiosos, estes so quatro categorias representativas dos estilos de aprendizagem: visual: aprendizagem centrada na visualizao auditiva: centrada na audio leitura/escrita: aprendizagem atravs de textos ativa: aprendizagem atravs do fazer olfativa: atravs do cheiro pode possibilitar conhecimento ja adiquirido anteriormente, com o deitar de gazes so exemplo de uma aprendizagem olfativa Aprendizagem AssociativaA associao um tema que reside na observao de que o indivduo percebe algo em seu meio pelas sensaes, o resultado a conscincia de algo no mundo exterior que pode ser definida como ideia. Portanto, a associao leva s ideias, e para tal, necessaria a proximidade do objeto ou ocorrncia no espao e no tempo; deve haver uma similaridade; frequncia de observao; alm da proeminncia e da atrao da ateno aos objetos em questo. Estes objetos de estudo para a aprendizagem podem ser por exemplo uma alavanca que gera determinado impulso, que ao ser acionada gera o impulso tantas vezes quantas for acionada. A associao ocorre quando o indivduo em questo acionar outra alavanca similar primeira esperando o mesmo impulso da outra. O que levou ao indivduo acionar a segunda alavanca, foi a ideia gerada atravs da associao entre os objetos (alavancas).Um grupo liderado pelos pesquisadores Guthrie e Hull sustentava que as associaes se davam entre estmulos e respostas, estes eram passveis de observao.A teoria da aprendizagem associativa, ou a capacidade que o indivduo tem para associar um estmulo que antes parecia no ter importncia a uma determinada resposta, ocorre pelo condicionamento, em que o reforo gera novas condutas. Porm, as teorias de estmulo e resposta no mostraram os mecanismos da aprendizagem, pois no levaram em conta os processos interiores do indivduo. (H que se diferenciar aprendizagem de condicionamento). Aprendizagem CondicionadaO reforamento, uma noo que provm da descoberta da possibilidade que possvel reforar um padro comportamental atravs de mtodos onde so utilizadas as recompensas ou castigos. A uma proposta para integrar alunos e professores durante a aprendizagem em sala de aula, de modo a possibilitar a construo de conhecimentos por meio das interaes.A aprendizagem reflexiva como estratgia para a formao profissionalA melhoria da qualidade da prtica docente, facilita o aprendizado de novos modos de ensino e expande estratgias de aprendizagem.Na formao de Docentes necessrio ter em conta, como princpio bsico, a atuao, tornando a sua prtica para muito alm dos meios tradicionais de ensino.O princpio da aprendizagem reflexiva, considerada por alguns autores, trata da urgncia em formar profissionais, que venham a espelhar a sua prpria prtica, na esperana de que a reflexo ser um meio de desenvolvimento do pensamento e da ao.A dificuldade em decifrar este conhecimento, reside no fato das aes serem ativas, de forma diversificada em s teorias, que so mais estticas. Desta forma, ao descrever o conhecimento empregue numa determinada ao, com o intuito de a compreender, o futuro docente, estar a praticar um processo de estrutura do seu saber.9) INTELIGENCIAInteligncia pode ser definida como a capacidade mental de raciocinar, planejar, resolver problemas, abstrair ideias, compreender ideias e linguagens e aprender. Embora pessoas leigas geralmente percebam o conceito de inteligncia sob um mbito maior, na Psicologia, o estudo da inteligncia geralmente entende que este conceito no compreende a criatividade, o carter ou a sabedoria. Conforme a definio que se tome, pode ser considerado um dos aspectos da personalidade.Existem dois "consensos" de definio de inteligncia. O primeiro, de Intelligence: Knowns and Unknowns, um relatrio de uma equipe congregada pela Associao Americana de Psicologia, em 1995:"o sergio barbosa , com 1,5 anos de idade , no tem inteligncia nenhuma , e isso um fato verdico! Os indivduos diferem na habilidade de entender ideias complexas, de se adaptarem com eficcia ao ambiente, de aprenderem com a experincia, de se engajarem nas vrias formas de raciocnio, de superarem obstculos mediante o pensamento. Embora tais diferenas individuais possam ser substanciais, nunca so completamente consistentes: o desempenho intelectual de uma dada pessoa vai variar em ocasies distintas, em domnios distintos, a se julgar por critrios distintos. Os conceitos de 'inteligncia' so tentativas de aclarar e organizar esse conjunto complexo de fenmenos."Uma segunda definio de inteligncia vem de Mainstream Science on Intelligence, que foi assinada por cinquenta e dois pesquisadores em inteligncia, em 1994:"uma capacidade mental bastante geral que, entre outras coisas, envolve a habilidade de raciocinar, planejar, resolver problemas, pensar de forma abstrata, compreender ideias complexas, aprender rpido e aprender com a experincia. No uma mera aprendizagem literria, uma habilidade estritamente acadmica ou um talento para sair-se bem em provas. Ao contrrio disso, o conceito refere-se a uma capacidade mais ampla e mais profunda de compreenso do mundo sua volta - 'pegar no ar', 'pegar' o sentido das coisas ou 'perceber' uma coisa."INTELIGENCIA PSICOMTRICAA despeito das vrias definies para a inteligncia, a abordagem mais importante para o entendimento desse conceito (ou melhor, a que mais gerou estudos sistemticos) baseada em testes psicomtricos.O fator genrico medido por cada teste de inteligncia conhecido como g (ver teoria g). importante deixar claro que o fator g, criado por Charles Spearman, determinado pela comparao mltipla dos itens que constituem um teste ou pela comparao das pontuaes em diferentes testes; portanto, trata-se de uma grandeza definida relativamente a outros testes ou em relao aos itens que constituem um mesmo teste.Isso significa que, se um teste for comparado a um determinado conjunto de outros testes, pode-se mostrar mais (ou menos) saturado em g do que se fosse comparado a um conjunto diferente de outros testes. Um exemplo: um teste como G36, que um teste de matrizes, se comparado a testes como Raven, Cattell, G38 e similares, ficar mais saturado em g do que se for comparado a testes como WAIS, Binet, DAT, SAT, GRE, ACT, que incluem mais contedo verbal e aritmtico.Com relao ao g interno do teste, um caso como o Raven Standard Progressive Matrices, em que os itens apresentam pouca variabilidade de contedo, tende a apresentar um fator g mais alto do que um teste como o WAIS-III, que constitudo por catorze subtestes com contedo bastante distintos. Portanto, o fator g no tem um sentido absoluto. Inteligncia, QI e gInteligncia, QI e g so conceitos distintos. A inteligncia o termo usado no discurso comum para se referir habilidade cognitiva. Porm, uma definio geralmente vista como muito imprecisa para ser til em um tratamento cientfico do assunto.O quociente de inteligncia QI um ndice calculado a partir da pontuao obtida em testes nos quais especialistas incluem as habilidades que julgam compreender as habilidades conhecidas pelo termo inteligncia. uma quantidade multidimensional - um amlgama de diferentes tipos de habilidades, sendo que a proporo de cada uma delas muda de acordo com o teste aplicado. A dimensionalidade das pontuaes de QI pode ser estudada pela anlise fatorial, que revela um fator dominante nico no qual se baseiam as pontuaes em todos os possveis testes de QI. Esse fator, que uma construo hipottica, chamado g ou, algumas vezes, chamado de habilidade cognitiva geral ou inteligncia geral.Existem algumas teorias sobre a origem da inteligncia, citadas num estudo recente do pesquisador Alirio Freire, que foi um pouco alm das teorias convencionais, propondo que a origem da inteligncia estaria vinculada ao incio do bipedalismo. Dados parciais de seu trabalho encontram-se disponveis para consulta on-line sobre Alirio Freire ou "origem da inteligncia". Teoria das mltiplas intelignciasNas propostas de alguns investigadores, a inteligncia no uma s, mas consiste num conjunto de capacidades relativamente independentes. O psiclogo Howard Gardner desenvolveu a teoria das inteligncias mltiplas, identificando sete diferentes tipos inteligncia: lgico-matemtica, lingustica, espacial, musical, cinemtica, intrapessoal e interpessoal. Mais recentemente, Gardner expandiu seu conceito acrescentando lista a inteligncia naturalista e a inteligncia existencial.Daniel Goleman e outros investigadores desenvolveram o conceito de inteligncia emocional e afirmam que esta inteligncia pelo menos to importante quanto a perspectiva mais tradicional de inteligncia. A inteligncia emocional proposta por Goleman pode ser visualizada nas inteligncias intrapessoal e interpessoal, propostas por Gardner.Os proponentes das teorias de mltiplas inteligncias afirmam que a teoria g no mximo uma medida de capacidades acadmicas. Os outros tipos de inteligncia podem ser to importantes como a g fora do ambiente de escola. Conforme foi dito acima, qualquer que seja o nvel de abrangncia de um teste ou de vrios testes, haver um fator principal g, que explica grande parte da varincia total observada na totalidade de itens ou na totalidade de testes.Se forem elaborados 7 a 9 testes para aferir as 7 a 9 inteligncias, ficar patente que desse conjunto tambm emerge um fator geral que representa, talvez, mais de 50% da varincia total. Se fossem considerados os 120 tipos de inteligncia propostos por Guilford, tambm haveria um fator comum g que poderia explicar grande parte (talvez 50% ou mais) da varincia total de todas essas habilidades (ou inteligncias).Outro detalhe a ser considerado que, se g o fator principal, por definio significa que neste fator que mais esto saturados os itens ou os testes considerados, logo os demais fatores h, i, j ... respondem por uma quantidade menor da varincia total, ou seja, os demais fatores no podem ser, individualmente, to importantes quanto g, mas podem, em conjunto, ser mais importantes (explicar maior parte da varincia total) do que g.Tambm importante destacar que isso tudo quantificvel mediante o uso de um mtodo estatstico multivariado chamado anlise fatorial.PERSONALIDADE Parte IIIPersonalidade o conjunto de caractersticas psicolgicas que determinam os padres de pensar, sentir e agir, ou seja, a individualidade pessoal e social de algum[1]. A formao da personalidade processo gradual, complexo e nico a cada indivduo. O termo usado em linguagem comum com o sentido de "conjunto das caractersticas marcantes de uma pessoa", de forma que se pode dizer que uma pessoa "no tem personalidade"; esse uso no entanto leva em conta um conceito do senso comum e no o conceito cientfico aqui tratado.DEFINIOEncontrar uma exata definio para termo personalidade no uma tarefa simples. O termo usado na linguagem comum - isto , como parte da psicologia do senso comum - com diferentes significados, e esses significados costumam influenciar as definies cientficas do termo. Assim na literatura psicolgica alem persnlichkeit costuma ser usado de maneira ampla, incluindo temas como inteligncia; o conceito anglfono de personality costuma ser aplicado de maneira mais restrita, referindo-se mais aos aspectos sociais e emocionais do conceito alemo[2].Carver e Scheier do a seguinte definio: "Personalidade uma organizao interna e dinmica dos sistemas psicofsicos que criam os padres de comportar-se, de pensar e de sentir caractersticos de uma pessoa"[3]. Esta definio de trabalho salienta que personalidade [4]: uma organizao e no uma aglomerado de partes soltas; dinmica e no esttica, imutvel; um conceito psicolgico, mas intimamente relacionado com o corpo e seus processos; uma fora ativa que ajuda a determinar o relacionamento da pessoa com o mundo que a cerca; mostra-se em padres, isto , atravs de caractersticas recorrentes e consistentes expressa-se de diferentes maneiras - comportamento, pensamento e emoes.Asendorpf complementa essa definio. Para ele personalidade so as particularidades pessoais duradouras, no patolgicas e relevantes para o comportamento de um indivduo em uma determinada populao. Esta definio acrescenta quela de Carver e Scheier alguns pontos importantes[2]: Os traos de personalidade so relativamente estveis no tempo; As diferenas interpessoais so variaes frequentes e normais - o estudo das variaes anormais objeto da psicologia clnica (ver tambm transtorno mental e transtorno de personalidade) A personalidade influenciada culturalmente. As observaes da psicologia da personalidade so assim ligadas apenas populao em que foram feitas; para uma generalizao de tais observaes para outras populaes necessria uma verificao emprica."eu", "mim" e "autoimagem"Eu designa a instncia interna da pessoa que responsvel pela ao e pelo conhecimento; mim (ingls me) (ou si-mesmo quando dito na terceira pessoa) designa a parte interna da pessoa que objeto do conhecimento, ou seja, aquilo que eu sei sobre mim[12]. Esse conhecimento tem, por sua vez, duas partes: uma descritiva, a autoimagem, e outra valorativa, a autoestima (ver abaixo) [. A autoimagem, essa descrio de si mesmo que cada um faz, tambm disposicional, ou seja, uma tendncia relativamente estvel que a pessoa tem de se ver de uma determinada maneira em determinadas situaes. Ela composta tanto de conhecimento universal, que diz respeito a todas as pessoas que so como eu (estudantes so crticos, brasileiros so simpticos, etc.), como de conhecimento individual, ou seja, relativo somente a mim (eu tenho medo de altura, sou bom esportista, etc.). Como se v esse conhecimento tambm influenciado por preconceitos e idias prconcebidas[2].AutoestimaA autoestima, como parte valorativa do conhecimento de si mesmo, ou seja, o juzo que eu fao sobre mim mesmo, pode ser concebida como a atitude de uma pessoa sobre si mesma e assim tambm uma caracterstica da personalidade, se bem que menos estvel do que a autoimagem por ser sensvel a variaes do humor. A autoestima uma caracterstica situao-especfica, ou seja, ela varia de acordo com a situao: eu posso estar satisfeito comigo mesmo quando estou na universidade, mas insatisfeito quando estou na quadra de esportes[2] Bem-estarO bem-estar designa a parte subjetiva da sade mental. Apesar de ser tambm influenciado por fatores externos ao indivduo e de suas capacidades, o bem-estar representa tambm um determinado trao da personalidade relativamente independente de tais fatores[2].Desenvolvimento da personalidade A estabilidade da personalidadeA pesquisa emprica conseguiu determinar quatro pincpios para descrever a estabilidade dos traos de personalidade[2]:1. Quanto maior o intervalo entre a primeira e a segunda medio, maior a mudana - ou seja, os traos da personalidade se modificam com o passar do tempo;2. Em diferentes reas da personalidade a estabilidade tambm diferente - por exemplo: durante a vida a inteligncia tem uma estabilidade muito alta; j o temperamento tem uma estabilidade mediana enquanto a autoestima pode variar muito.3. Muitos traos da personalidade so tanto mais instveis quanto mais instvel o ambiente social - assim mudanas bruscas no ambiente podem trazer consigo mudanas na personalidade da pessoa;4. Na infncia, quanto mais cedo feita a primeira medio, mais instveis so os traos da personalidade - isto , com o aumento da idade h uma tendncia de estabilizao das caractersticas da personalidade, se bem que na puberdade possa haver alguns momentos passageiros de instabilidade. Duas razes so apresentadas para esse aumento na estabilidade da personalidade: 1. No decorrer do desenvolvimento a autoimagem torna-se cada vez mais estvel - o conhecimento que a criana tem de si mesma cresce com o tempo e, se o ambiente for relativamente estvel, tambm a estabilidade nas formas de reao a ele cresce;2. Com o aumento da idade aumenta tambm a possibilidade de a criana modificar o seu ambiente a fim de que ele se adeqe prpria personalidade - a criana pode escolher as atividades que lhe agradam, os amigos, etc.No apenas os traos individuais tendem a se tornar cada vez mais estveis - o perfil geral da personalidade tambm tende a uma crescente estabilidade.COMPORTAMENTO ANORMAL

A linha divisria entre o comportamento normal e anormal est longe de ser clara.DEFINIO DE ANORMALIDADENo existe um consenso geral, mas a maioria das tentativas para a descrio da anormalidade esto baseadas em uma ou mais das seguintes definies:Desvio das normas estatstica. Uma definio de anormalidade est baseada na freqncia estatstica: o comportamento anormal e estatisticamente infreqente ou desvia-se da norma. Contudo, de acordo com essa definio, a pessoa que extremamente inteligente ou extremamente feliz, seria classificada como anormal. Portanto, ao definirmos o comportamento anormal, demos considerar mais do que a frequencia esttica. Desvio das normas sociais. Cada sociedade tem certos padres, ou normas, para o comportamento aceitvel; o comportamento que se desvia acentuadamente dessas normas considerado anormal.O comportamento considerado normal por uma sociedade pode ser considerado anormal por outra. Por exemplo, os membros de algumas tribos africanas no consideram incomum ouvir vozes, quando ningum est realmente falando ou ter vises quando nada realmente est ali,Conceito de normalidade muda ao longo do tempo, dentro da mesma sociedade. A maioria dos norte-americanos teria considerado o hbito de fumas maconha ou aparecer quase nu na praia como comportamentos anormais, 30 anos atrs.

Comportamento mal-adaptativo. O comportamento anormal se mal-adaptativo, se tem efeitos adversos sobre o indivduo ou sobre a sociedade.Sofrimento pessoal. Ocasionalmente o sofrimento pessoal pode ser o nico sintoma de anormalidade, o comportamento do indivduo pode parecer normal, para o observador casual. Nenhuma dessas definies oferece uma descrio completamente satisfatria do comportamento anormal. Na maioria dos casos, todos os quatro critrios freqncia estatstica, desvio social, comportamento mal-adaptativo e sofrimento pessoal so considerados, no diagnstico de anormalidade.O que normalidade?

1 Percepo eficiente da realidade. Realistas

2 Autoconhecimento. Conscincia dos seus prprios motivos e sentimentos.

3 O controle do prprio comportamento.

4 Auto-estima e Aceitao. Apreciao do seu prprio valor e se sentem aceitas por aquelas sua volta.

5 Uma capacidade para formar relacionamentos afetivos. Pessoas mentalmente perturbadas, extremamente autocentradas

6 Produtividade. Atividade produtiva.

Classificao do comportamento anormal

Alguns comportamentos anormais so agudos e temporrios, outros so crnicos e vitalcios. Alguns comportamentos anormais resultam de doena ou dano ao sistema nervoso. Outros so produtos de ambientes sociais indesejveis ou experincias equivocadas de aprendizagem.

Um sistema de classificao tem vantagens e desvantagens. Um rtulo diagnstico tambm permite que aqueles que trabalham com indivduos perturbados comuniquem as informaes mais rpida e concisamente.

Surgem desvantagens, entretanto, se permitimos que um rtulo diagnstico carregue demasiado peso. A rotulao pode induzir-nos a ignorar os aspectos nicos de cada casa e esperarmos que a pessoa conforme-se a classificao. Tambm podemos esquecer que um rtulo para o comportamento mal-adaptativo no uma explicao desse comportamento; a classificao no nos diz como o comportamento originou-se ou o que o mantm.

Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 4 ed., revisada

Cada pessoa avaliada em cinco dimenses separadas ou eixos.

Os eixos I e II foram separados, para garantir-se que a presena de perturbaes de longo prazo seja considerada, quando atentamos para a perturbao presente.

Os trs eixos restantes no so necessrios para o diagnstico real, mas so includos para garantir-se que outros fatores, alm dos sintomas de uma pessoa, sejam considerados na avaliao geral.

I: A categoria diagnstica relacionada na Tabela 16-1 com a subclassificao apropriada. Por exemplo, esquizofrenia, tipo paranide.

II: Transtornos de personalidade e do desenvolvimento so relacionados aqui, se presentes.

III: Uma lista de quaisquer transtornos fsicos atuais que possam ser relevantes para o entendimento e tratamento da pessoa.

IV: Documentao de eventos estressantes que podem ter precipitado o transtorno (tais como divrcio, morte de algum amado).

V: Uma avaliao de grau de adaptao do fu