Apresentação de Dissertação

32
O RECONHECIMENTO DE FACES NA ALEXITIMIA Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde Universidade de Aveiro Departamento de Educação 2013 Orientação: Prof. Dr.ª Sandra Soares Coorientação: Prof. Dr.ª Isabel Santos Rebeca Macedo Mendes

Transcript of Apresentação de Dissertação

Page 1: Apresentação de Dissertação

O RECONHECIMENTO DE FACES NA ALEXITIMIAMestrado em Psicologia Clínica e da Saúde

Universidade de Aveiro Departamento de Educação2013

Orientação: Prof. Dr.ª Sandra Soares

Coorientação: Prof. Dr.ª Isabel Santos

Rebeca Macedo Mendes

Page 2: Apresentação de Dissertação

As faces e a comunicação interpessoal

A comunicação interpessoal envolve a perceção, aprendizagem, interpretação e reconhecimento da informação social disponibilizada.

Faces:

Estímulo não-verbal relevante para o processo de comunicação interpessoal.

Fornecem pistas que permitem inferir um conjunto de características sobre o outro.

A representação desenvolvida facilita a codificação e a recuperação

(Nakashima et al., 2011)

(Herzmann, Danthir, Schacht, Sommer, & Wilhelm, 2008)

Page 3: Apresentação de Dissertação

O processamento de faces

→ identidadeassenta nas caraterísticas estruturais invariáveis

→ expressão facial permitem uma representação social e emocional

(Herzmann et al., 2008)

O processamento de faces varia desde a recordação por longos períodos aos casos clínicos de prosopagnosia.

(Herzmann et al., 2008)

Page 4: Apresentação de Dissertação

A expressão facial

Alterações de expressão estado emocional do outro

Expressões emocionais positivas a memória de novas faces

A ansiedade reflete uma

hiperatenção para expressões

ameaçadoras e evitamentopara expressões positivas.

(Herzmann et al., 2008)

(Nakashima et al., 2011)

Na ansiedade social esta predisposição é observada na população geral e clínica.

(Bradley, Mogg, & Millar, 2000).

(Gilboa-Schechtman, Foa, & Amir, 2010).

Page 5: Apresentação de Dissertação

A identidade em faces

Prosopagnosia (défices no reconhecimento da identidade)

→ ansiedade em situações sociais

→ relações interpessoais limitadas

População geral

→ diferenças no reconhecimento da identidade

→ ansiedade social apresenta uma relação negativa com o reconhecimento facial

(Calder & Young, 2005)

(Yardley, McDermott, Pisarski, Duchaine, & Nakayama, 2008)

(Duchaine & Nakayama, 2006)

(Davis et al., 2011)

Page 6: Apresentação de Dissertação

A identidade e a ansiedade social

estratégias de segurança

→ processos comportamentais baseados no evitamento

→ processos cognitivos assentes no medo

O evitamento parece afetar a habilidade de reconhecimento da facial pela reduzida exposição e atenção aos estímulos (Davis et al., 2011)

(Roth & Heimberg, 2001) Ansiedade

(Plasencia et al., 2011)

Interferem no desempenho social e reforçam as expetativas, mantendo a ansiedade (Heimberg, Brozovich, & Rapee, 2010).

Page 7: Apresentação de Dissertação

Traço de personalidade caraterizado por uma desregulação emocional que afeta a identificação, experiência, reconhecimento e verbalização de emoções

Evitamento→ Ansiedade Social

→ Alexitimia

A ansiedade social e a alexitimia

(Taylor, Bagby, & Luminet, 2000)

Supressão emocional

Reavaliação de emoções

(Swart, Kortekaas, & Aleman, 2009)

A alexitimia pode constituir um mecanismo de defesapara o controlo da ansiedade social.

(Dalbudak et al., 2012).

Page 8: Apresentação de Dissertação

A expressão facial e a alexitimia

As estratégias adotadas afetam relações interpessoais e podem decorrer em consequências físicas e psicológicas.

Alexitimia

(Prkachin, Casey, & Prkachin, 2009; Swart et al., 2009)

Reduzida consciência emocional

Aumentada perceção de ameaça

Estratégias desajustadas

→ Baixa sensibilidade à

expressão facial

→ Reduzida perceção de

expressões emocionais

negativas

Page 9: Apresentação de Dissertação

A identidade e a alexitimia

H1 alexitimiareconhecimento facial

H2 ansiedade social

alexitimia

H3 evitamento

reconhecimento

Page 10: Apresentação de Dissertação

A amostra

55 estudantes

34 F

20 MNa maioria...

→ caucasianos→ heterossexuais

→ solteiros

1º (n=36)

2º (n=17)

18-47 (M=23; SD=6)

Page 11: Apresentação de Dissertação

Os instrumentos

3 etapas

2 fases

2 medidas

Cambridge Face Memory Test (CMFT; Duchaine & Nakayama, 2006)

Page 12: Apresentação de Dissertação

Os instrumentos

Cambridge Car Memory Test

→ baseado no CFMT→ objetos→ distinção de habilidades

Escala de Alexitimia de Toronto (TAS-20; Veríssimo, 2001)

(CCMT; Dennett et al., 2012)

→ identificar→ descrever→ pensamento orientado externamente

sentimentos

Escala de Ansiedade e Evitamento em Situações de Desempenho e Interação Social

→ desconforto→ evitamento

(EAESDIS; Gouveia, Cunha, & Salvador, 1997)

Page 13: Apresentação de Dissertação

Os instrumentos

Inventário de Estado-Traço de Ansiedade para Adultos

→ ansiedade transitória → ansiedade constante

Inventário de Sintomatologia Breve→ 9 dimensões→ 3 índices

Questionário sociodemográfico

(STAI-Y; Silva, 2003)

BSI; Canavarro, 1999

Page 14: Apresentação de Dissertação

O procedimento

Apresentação Recrutamento Etapa 1

Etapa 2

Page 15: Apresentação de Dissertação

Caraterísticas

perturbação emocionalEAESDIS

10 desconforto (M≥115)

11 evitamento (M≥105)

12 alexitimia (M≥61)

BSI

TAS

Page 16: Apresentação de Dissertação

Alexitimia e reconhecimentoH1

discriminação de estímulos faciais

alexitimia tempo de reaçãors= -.365; p<.005

tempo de reaçãor2 ajustado=0,10; F(1,52)=5,62; p=.022 B=-.03; SE=.01; β=-.32

Page 17: Apresentação de Dissertação

Alexitimia e reconhecimentoH1

alexitimia

TR etapa 1 CFMTrs= -.475, p<.005r2 ajustado=0,13; F(1,52)=8,77; p=.005 B=-.02; SE=.01; β=-.38

TR etapa 2 CFMTr= -.314; p<.05r2 ajustado=0,10; F(1,52)=5,56; p=.022 B=-.04; SE=.01; β=-.31

TR etapa 3 CFMTr= -.154; p>.05

TR etapa 1 CCMTr= -.281; p<.05r2 ajustado=0,06; F(1,52)=4,39; p=.041 B=-.03; SE=.01; β=-.28

+

Page 18: Apresentação de Dissertação

H2 Ansiedade social e alexitimia

ansiedade social

desconforto: r= .60, p<.001evitamento: r=.65, p<.001

alexitimiar2 ajustado=0,44; F(2,51)=20; p=<.001evitamento: B=.26; SE=.10; β=.48; p=.008

alexitimia

Page 19: Apresentação de Dissertação

H2 Ansiedade social e alexitimia

ansiedade social

r2 ajustado=.39; F(2,51)=17,59; p<.001 evitamento: B=.13; SE=.05; β=.44; p=.019

F2desconforto: rs=.565, p<.001evitamento: rs=.554, p<.001

F1

+

+

F3

desconforto: rs=.563, p<.001evitamento: rs=.629, p<.001

evitamento: rs=.300, p<.05

r2 ajustado=.35; F(2,51)=13,62; p<.001

r2 ajustado=.06; F(2,51)=2.63; p=.082

Page 20: Apresentação de Dissertação

Ansiedade social e reconhecimentoH3

discriminação CFMT

velocidade CFMT

ansiedade social+

desconforto: r=-.311, p<.022evitamento: r=.311, p<.022

etapa 3 CCMT

r2 ajustado=.07; F(2,51)=3,07; p=.055

Page 21: Apresentação de Dissertação

As diferenças nos tempos de reação

rapidez na discriminação da identidade

acuidade na interpretação da expressão (Prkachin et al., 2009)

Podem estes indivíduos recorrer maioritariamente a mecanismos de processamento da identidade?

efeito específico

Page 22: Apresentação de Dissertação

A aproximação dos tempos de reação

Complexidade Exigências Ansiedade

Progressão entre etapas

Dif

ere

nça

s d

e v

elo

cid

ade

(Morrison & Heimberg, 2013)

Page 23: Apresentação de Dissertação

A aproximação dos tempos de reação

Expetativas

Ansiedade Social

Ameaça

EstratégiasDesempenho

(Heimberg et al., 2010; Prkachin et al., 2009; Roth & Heimberg, 2001)

Page 24: Apresentação de Dissertação

Reduzida habilidade de reconhecimento

A alexitimia e a ansiedade social

Evitamento Exposição Atenção

(Davis et al., 2011)

CFMT CCMT

Page 25: Apresentação de Dissertação

A ansiedade social e o reconhecimento

ansiedade social reconhecimento

AmostraInstrumentos

→ EASIS (frequência do medo)

→ EAESDIS (quantidade desconforto/evitamento)

Page 26: Apresentação de Dissertação

Limitações

Tamanho da amostra

População representativa

Explicar VELOCIDADE no tempo de reação

Estudos Futuros

Page 27: Apresentação de Dissertação

Bibliografia

→ Bowles, D. C., McKone, E., Dawel, A., Duchaine, B., Palermo, R., Schmalzl, L., Rivolta, D., Wilson, C. E., & Yovel, G. (2009). Diagnosing prosopagnosia: Effects of ageing, sex, and participant–stimulus ethnic match on the Cambridge Face Memory Test and Cambridge Face Perception Test. Cognitive Neuropsychology, 26(5), 423-455. DOI: http://www.tandfonline.com/doi/pdf/10.1080/02643290903343149.

→ Bradley, B. P., Mogg, K., & Millar, N. H. (2000). Covert and overt orienting of attention to emotional faces in anxiety. Cognition & Emotion, 14(6), 789-808. DOI: http://www.tandfonline.com/doi/pdf/10.1080/02699930050156636.

→ Calder, A. J., & Young, A. W. (2005). Understanding the recognition of facial identity and facial expression. Nature Reviews Neuroscience, 6(8), 641-651. DOI: 10.1038/nrn1724.

→ Canavarro, M. C. S. (1999). Inventário de sintomas psicopatológicos – B. S. I. In M. R.Simões, M. M. Gonçalves & L. S. Almeida (Eds.), Testes e provas psicológicasem Portugal, Vol. II (pp. 95-109). Braga: APPORT/SHO.

→ Clark, D. M., & Wells, A. (1995). A cognitive model of social phobia. In: Heimberg RG, Liebowitz MR, Hope DA, Schneier FR, editors. Social Phobia: Diagnosis, assessment and treatment. New York: Guilford Press

Page 28: Apresentação de Dissertação

Bibliografia

→ Dalbudak, E., Evren, C., Aldemir, S., Coskun, K. S., Yıldırım, F. G., & Ugurlu, H. (2012). Alexithymia and personality in relation to social anxiety among university students. Psychiatry Research. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.psychres.2012.11.027.

→ Davis, J. M., McKone, E., Dennett, H., O'Connor, K. B., O'Kearney, R., & Palermo, R. (2011). Individual differences in the ability to recognise facial identity are associated with social anxiety. PLoS ONE, 6(12). Doi: 10.1371/journal.pone.0028800.

→ Dennett, H. W., McKone, E., Tavashmi, R., Hall, A., Pidcock, M., Edwards, M., & Duchaine, B. (2012). The Cambridge Car Memory Test: A task matched in format to the Cambridge Face Memory Test, with norms, reliability, sex differences, dissociations from face memory, and expertise effects. Behavior Research Methods, 44(2), 587-605. DOI: 10.3758/s13428-011-0160-2.

→ Duchaine, B., & Nakayama, K. (2006). The Cambridge Face Memory Test: Results for neurologically intact individuals and an investigation of its validity using inverted face stimuli and prosopagnosic participants. Neuropsychologia, 44(4), 576-585.

Page 29: Apresentação de Dissertação

Bibliografia→ Duchaine, B. C., & Weidenfeld, A. (2003). An evaluation of two commonly used tests of unfamiliar face

recognition. Neuropsychologia, 41(6), 713-720. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S0028-3932(02)00222-1.

→ Gilboa-Schechtman, E., Foa, E. B., & Amir, N. (2010). Attentional biases for facial expressions in social phobia: The face-in-the-crowd paradigm. Cognition & Emotion, 13(3), 305-318. DOI: 10.1080/026999399379294.

→ Gouveia, J. P., Cunha, M. I., & Salvador, M. C. (2003). Assessment of social phobia by self-report questionnaires: The Social Interaction and Performance Anxiety and Avoidance Scale and the Social Phobia Safety BehavioursScale. Behavioural and Cognitive Psychotherapy, 31, 291-311. DOI: http://dx.doi.org/10.1017/S1352465803003059.

→ Haxby, J. V., Hoffman, E. A., & Gobbini, M. I. (2000). The distributed human neural system for face perception. Trends in Cognitive Sciences, 4(6), 223-233. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S1364-6613(00)01482-0.

→ Heimberg, R. G., Brozovich, F. A., & Rapee, R. M. (2010). A cognitive behavioral model of social anxiety disorder: Update and extension. Social Anxiety: Clinical, Developmental, and Social Perspectives. New York: Academic. Vol. 2, 495-422.

Page 30: Apresentação de Dissertação

Bibliografia→ Herzmann, G., Danthir, V., Schacht, A., Sommer, W., & Wilhelm, O. (2008). Toward a comprehensive test battery

for face cognition: Assessment of the tasks. Behavior Research Methods, 40(3), 840-857. DOI: 10.3758/BRM.40.3.840.

→ Hesse, C., & Floyd, K. (2011). Affection mediates the impact of alexithymia on relationships. Personality and Individual Differences, 50(4), 451-456. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.paid.2010.11.004.

→ Hirsch, C. R., Meynen, T., & Clark, D. M. (2004). Negative self-imagery in social anxiety contaminates social interactions. Memory, 12(4), 496-506. Doi: http://www.tandfonline.com/doi/pdf/10.1080/09658210444000106.

→ Nakashima, S. F., Langton, S. R. H., & Yoshikawa, S. (2011). The effect of facial expression and gaze direction on memory for unfamiliar faces. Cognition & Emotion, 26(7), 1316-1325. DOI: http://www.tandfonline.com/doi/pdf/10.1080/02699931.2011.619734.

→ Naragon-Gainey, K., & Watson, D. (2011). Clarifying the dispositional basis of social anxiety: A hierarchical perspective. Personality and Individual Differences, 50(7), 926-934. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.paid.2010.07.012.

Page 31: Apresentação de Dissertação

Bibliografia

→ Pollatos, O., Werner, N. S., Duschek, S., Schandry, R., Matthias, E., Traut-Mattausch, E., & Herbert, B. M. (2011). Differential effects of alexithymia subscales on autonomic reactivity and anxiety during social stress. Journal of Psychosomatic Research, 70(6), 525-533. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.jpsychores.2010.12.003.

→ Prkachin, G. C., Casey, C., & Prkachin, K. M. (2009). Alexithymia and perception of facial expressions of emotion. Personality and Individual Differences, 46(4), 412-417. doi: http://dx.doi.org/10.1016/j.paid.2008.11.010.

→ Rapee, R. M., & Heimberg, R. G. (1997). A cognitive-behavioral model of anxiety in social phobia. Behav. Res. Ther., 38(8), 741-756.

→ Roth, D. A., & Heimberg, R. G. (2001). Cognitive-behavioral models of social anxiety disorder. The Psychiatric Clinics of North America, 24(4), 753-71.

→ Swart, M., Kortekaas, R., & Aleman, A. (2009). Dealing with Feelings: Characterization of Trait Alexithymia on Emotion Regulation Strategies and Cognitive-Emotional Processing. PLoS ONE, 4(6), e5751.

Page 32: Apresentação de Dissertação

Bibliografia

→ Taylor, G. J., Bagby, R. M., & Luminet, O. (2000). Assessment of alexithymia: Self-report and observer-rated measures. In J. D. A. Parker, Bar-On, R. (Ed.), The handbook of emotional intelligence (pp. 301-319). San Francisco.

→ Veríssimo, R. (2001). Versão portuguesa da Escala de Alextimia de Toronto de 20-Itens: Adaptação linguística, validação semântica, e estudo de fiabilidade. Medicina Psicossomática, 14, 529-536.

→ Yardley, L., McDermott, L., Pisarski, S., Duchaine, B., & Nakayama, K. (2008). Psychosocial consequences of developmental prosopagnosia: A problem of recognition. Journal of Psychosomatic Research, 65(5), 445-451.