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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Avaliação e proposição de melhorias no estoque baseado em técnicas do sistema Just in Time na empresa Premium Imports Everaldo Bier Rodrigues Felipe Keller Gamba Jeferson Rodrigo Feuser Brusque 2010

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Avaliação e proposição de melhorias no estoque

baseado em técnicas do sistema Just in Time na

empresa Premium Imports

Everaldo Bier Rodrigues

Felipe Keller Gamba

Jeferson Rodrigo Feuser

Brusque 2010

EVERALDO BIER RODRIGUES

FELLIPE KELLER GAMBA

JEFERSON RODRIGO FEUSER

Avaliação e proposição de melhorias no estoque

baseado em técnicas do sistema Just in Time na

empresa Premium Imports

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à disciplina de Estágio

Supervisionado como requisito

parcial à conclusão do curso de

Tecnologia em Logística da

Faculdade de Tecnologia de Santa

Catarina.

Brusque 2010

TERMO DE APROVAÇÃO

Everaldo Bier Rodrigues

Felipe Keller Gamba

Jeferson Rodrigo Feuser

Avaliação e proposição de melhorias no estoque baseado em

técnicas do sistema Just in Time na empresa Premium Imports

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado com requisito parcial para

obtenção do grau tecnólogo em Logística do curso de Tecnologia em

Logística da Faculdade de Tecnologia de Santa Catarina, pela seguinte

banca examinadora:

Professor: Maristela Kuneski

Mônica Parreira Coimbra Jacobsen

Vilmar Dittrich

Brusque, 29 de junho de 2010

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA

a) Razão social: Premium Imports b) Endereço: Rua Adriano Schaefer, 37 c) Setor de desenvolvimento do estágio: Setor de Estoque d) Nome e cargo do supervisor de campo: Juliano José Mafra – Sócio proprietário e) Visto da empresa:

RESUMO O Just in time é uma técnica usada pelos praticantes da logística, que exige um alto nível de precisão. Esse é um dos motivos que assustam administradores, pois ter que mudar toda uma cadeia de suprimentos é uma tarefa árdua e longa, mas o JIT tem a capacidade de trazer bons resultados em redução de custos. Com o intuito de estar no caminho mais aberto para chegar ao pulmão da logística, surgiu a oportunidade de realizar um projeto com base na logística e a aplicação do JIT, que foi aplicado na empresa Premium Imports partindo de uma avaliação do estoque atual e proposição de melhorias com base no sistema JIT. Foi desenvolvida uma pesquisa quantitativa de caráter diagnóstico, fundamentada teoricamente nos conceitos que envolvem logística e JIT. Esta pesquisa, tanto bibliográfica, quanto de campo está descrita neste Trabalho de Conclusão de Curso. Palavras-Chave: Logística. Just in time. Estoque.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................

6

2 HISTÓRICO DA EMPRESA..........................................................................

7

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................... 8 3.1 LOGÍSTICA................................................................................................ 8 3.1.1 Evolução da logística........................................................................... 9

3.1.2 Logística nas empresas........................................................................ 11

3.2 ESTOQUE.................................................................................................. 13

3.2.1 Características básicas de um controle de estoque......................... 13

3.2.2 Objetivos do estoque............................................................................ 14

3.2.3 Previsões de incertezas........................................................................ 15

3.3. GESTÃO DE ESTOQUES......................................................................... 16

3.3.1 Giro de estoque..................................................................................... 17

3.3.2 Lote econômico de compra.................................................................. 18 3.4 JUST IN TIME............................................................................................. 19 3.4.1 Benefícios do JIT................................................................................... 21

3.4.2 Implantação............................................................................................ 22

3.4.3Desvantagens......................................................................................... 24 3.5 LOGÍSTICA NO VAREJO........................................................................... 24 3.6 JUST IN TIME COMO ELEMENTO REGULADOR DE ESTOQUE VAREJISTA.......................................................................................................

25

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...................................................... 26

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA........................................................ 26

4.2 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA................................................................. 26

4.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS.............................................. 27

4.4 ANALISE DE DADOS................................................................................. 27

4.4.1Integração dos dados com proposição de melhorias........................

28

5 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DO ESTÁGIO..........................................

31

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................

32

REFERÊNCIAS...............................................................................................

33

ANEXOS.............................................................................................................. 34

1. INTRODUÇÃO

Estoques geram despesas desnecessárias, por isso é indispensável um

controle de estoque planejado e detalhado. Cada ação de uma empresa deve ser

altamente estudada. Os estoques geralmente são esquecidos, pois não geram

lucros diretos, mas a conseqüência que gera um estoque sem planejamento e

controle é desastrosa para a empresa.

Segundo Ballou (2006, p.397) A estocagem e o manuseio de materiais são

essas atividades suplementares, que assumem consideráveis importâncias pelo fato

de terem influencia sobre o tempo necessário para o processamento de pedidos. O

controle de estoque é de suma importância para a empresa que preza pela

qualidade de serviço oferecido e também por que o estoque, sendo de matéria prima

ou produto acabado, está voltado diretamente a custos de manutenção de ambos.

Just In Time (JIT) é um sistema de administração da produção que determina

que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora exata. Pode

ser aplicado em qualquer organização para reduzir estoques e os custos

decorrentes. Com este sistema, o produto ou matéria-prima chega ao local de

utilização somente no momento em que for necessário. Os produtos somente são

fabricados ou entregues a tempo de serem vendidos ou montados. O conceito está

relacionado ao de produção por demanda, onde primeiramente vende-se o produto

para depois comprar a matéria- prima e posteriormente fabricá-lo ou montá-lo.

A aplicação do JIT na empresa Premiun Imports será a base deste estudo.

Para isso foi traçado objetivo de avaliar o sistema de estoque da empresa e propor

melhorias com base no sistema JIT. O JIT tem vantagens que são prováveis através

de seu uso, pois reflete diretamente na redução dos custos da empresa.

Neste sentido, alguns objetivos específicos foram propostos: compreender a

importância do gerenciamento de estoques para a otimização da empresa;

apresentar o sistema Just in Time, apontando suas características, vantagens e

desvantagens; observar o estoque da empresa verificando a organização e

movimentação de materiais; verificar se o espaço físico é adequado para atender a

demanda; identificar gargalos no controle de estoque, para possíveis melhorias;

propor algumas técnicas de controle de estoque baseadas no sistema Just in Time

para melhorar as operações do estoque.

A metodologia adotada para alcançar os objetivos propostos foi de caráter

quantitativo, avaliando os resultados observados e propondo melhorias para a

empresa.

A pesquisa realizada, na empresa Premium Imports, tem como foco a redução

de custos no estoque utilizando técnicas do JIT. Técnicas que possivelmente

possibilitarão uma redução considerável dos estoques da empresa. Custos de

manutenção e avarias são os principais motivos da empresa estar cedendo o espaço

para uma possível melhoria trazida por este projeto.

A organização do trabalho segue primeiramente apresentando o histórico da

empresa Premium Imports. A logística e sua evolução iniciam a fundamentação

teórica, pois a base do projeto é justamente a logística. O estudo na área de

estoque, que completa a teoria busca entender qual será a melhor aplicação para as

técnicas do JIT. O elemento seguinte apresenta a metodologia que explica o porquê

da pesquisa ser quantitativa e também quais métodos usados para o levantamento

dos dados necessários para pesquisa e a análise desses dados. Finalizando com as

considerações finais que sintetizam os principais aspectos da pesquisa.

2. HISTÓRICO DA EMPRESA

A empresa Premium Imports foi fundada em Janeiro de 2009 e está localizada

na Rua Adriano Schaefer nº 37 - Brusque SC. Tem como objetivo se destacar no

mercado do comércio de bebidas e alimentos importados. A empresa procura estar

sempre inovando e atendendo os clientes da melhor forma possível com os

melhores produtos do Brasil e do mundo.

A Premium trabalha com dois gêneros de produtos, sendo bebidas e

alimentos. Aproximadamente 90% dos produtos são importados, contando com a

vantagem de serem produtos com pouca concorrência local, o que proporciona uma

grande vantagem comercial.

Por ser uma empresa que está iniciando no mercado, seu estoque tem

deficiências bastante consideráveis. O foco inicial da empresa é atingir um

faturamento para obter um lucro considerável, assim esquecendo-se das despesas

desnecessárias causadas por um estoque mal administrado. As principais

deficiências do estoque da empresa são causadas por avarias e estoques em

quantidades desnecessárias. Deficiências que terão possíveis soluções trazidas com

a aplicação das técnicas do JIT.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 LOGÍSTICA

A logística é uma técnica empresarial reconhecida há pouco tempo. Com o

crescimento de custos desnecessários e avarias as empresas começaram a

valorizar quem se preocupa com seus estoques. A principal tarefa da logística é

administrar e manter um estoque de materiais que supra as necessidades da

empresa, na hora oportuna, na qualidade esperada pelo seu cliente e em

quantidades proporcionais à linha produtiva.

Bowersox (2007, p.20) conceitua logística como: “o processo de

planejamento, implantação e controle eficiente e eficaz do fluxo e armazenagem de

mercadorias, serviços e informações relacionadas desde o ponto de origem até o

ponto de consumo, com o objetivo de atender às necessidades do cliente".

Segundo Moura et al. (2003), em um primeiro momento, a logística enfatizava

somente a área de transporte, movimentação e armazenamento de materiais. A sua

evolução ocorreu no momento em que as empresas compreenderam e passaram a

dar maior importância ao serviço prestado ao cliente. Num segundo momento era

considerada uma integração dos setores de planejamento, implementação e controle

eficiente do fluxo de matérias-primas, estoque em processo e produtos acabados

desde seu ponto de origem até o ponto de destino. Atualmente ela incorpora toda a

parte de fluxo de informações, fluxo de recursos e está atenta as crescentes

necessidades exigidas pelos clientes.

Ainda conforme Moura et al. (2003), a logística também pode impactar sobre

a capacidade das empresas em penetrar em novos mercados. Instalações que

oferecem custos mais baixos e maior eficácia em relação ao atendimento dos

clientes são fatores que demonstram quanto é importante à logística para a

localização geográfica do negócio.

Ter um bom mecanismo para o recebimento de materiais, despacho, são

atitudes que mudam a empresa para melhor. A logística tem seu impacto voltado

para a redução de custos, mas sem deixar de prezar pela qualidade de serviço que a

empresa fornece, com isso percebe-se que as empresas cada vez mais estão

optando por um setor de profissionais deste ramo que vão programar suas atitudes

logísticas, que até então eram muito primárias para o porte de sua empresa.

Lembrando que a arte da logística esta voltada para qualquer porte de empresa.

Moura (2003, p.14), apresenta ainda o conceito de logística integrada:

A necessidade de gerenciamento destes três fluxos de recursos (materiais, informações e financeiros) de forma integrada, dentro e fora das organizações, direcionou as empresas para a adequação de suas estruturas organizacionais, integrando sobre um mesmo processo logístico funções diversas como: suprimentos, processamento de pedidos, produção e controle de estoques, distribuição física e transporte, caracterizando, desta forma, o conceito de logística integrada.

A administração integrada dos três fluxos viabiliza a redução dos custos

logísticos. Cada um dos três fluxos cuida de partes diferentes do processo, mas

atuam de forma integrada facilitando o processo logístico.

3.1.1 Evolução da logística

Antes da década de 1950, as atividades chaves da logística eram divididas

sob a responsabilidade de várias áreas diferentes. Geralmente transporte estava no

comando do gerente de produção, o estoque era responsabilidade de marketing,

finanças ou produção e o processamento de pedidos era controlado por finanças ou

produção. Podia-se ver que a visão sobre a importância da logística em ganho de

tempo, espaço e custo era nula. Era considerada apenas uma mera atividade do

cotidiano. Além de que, havia inúmeros conflitos de objetivos e responsabilidades

para estas atividades.

Em meados de 1945, começaram as mudanças. Algumas empresas

realocaram o setor de transporte à armazenagem sobre a direção de um único

gerente, argumentando que nem o ambiente econômico e nem a teoria estavam

preparados para criar mudanças de atitudes. A economia dos EUA estava em

processo de crescimento rápido, a visão era produzir e vender, não importava a

maneira, isto gerava altos lucros, fazendo com que certa ineficiência na distribuição

fosse tolerada. As indústrias alimentícias foram às pioneiras neste aspecto.

Ballou (1993, p. 29) afirma que: “O período entre o início dos anos 50 até a

década de 60 representa a época de decolagem para a teoria e prática da logística”.

O ambiente era propício para novidades no pensamento administrativo.

Outros pontos fundamentais para a evolução da logística em si foram às

alterações dos padrões e atitudes da demanda dos consumidores, a pressão por

redução de custos nas indústrias, os avanços da tecnologia de computação e as

experiências militares, pois dez anos antes das empresas se interessarem pelo

assunto os militares já haviam executado aquela que foi a mais sofisticada e mais

bem planejada operação logística da história , a invasão da Europa.

Segundo Ballou (1993, p.30):

Posteriormente, reconheceu-se que um evento chave para o desenvolvimento da logística empresarial como disciplina foi um estudo conduzido para determinar o papel que o transporte aéreo poderia desempenhar na distribuição física. Esse estudo mostrou que o alto custo do transporte aéreo não necessariamente deteria o uso deste serviço, mas que a chave para a aceitação deveria ser o menor custo total, decorrente das somas das taxas de frete aéreo e do menor custo devido à diminuição de estoques, conseguido pela maior velocidade de movimentação por via aérea. Esta compensação de um tipo de custo por outro ficou conhecida como o conceito do custo total. Ele tornou-se importante argumento para o reagrupamento lógico de atividades dentro das firmas e também auxiliou a explicar a reorganização das atividades de distribuição que estava ocorrendo em algumas poucas empresas pioneiras.

Ballou (1993) ressalta que na década de 1970 os princípios básicos estavam

estabelecidos e algumas empresas estavam começando a colher os benefícios de

seu uso. A aceitação deste novo conceito de administração era lenta, pois as

empresas estavam mais preocupadas com a geração de lucros do que com o

controle de custos.

Alguns fatores foram fundamentais para a mudança da visão logística das

empresas da época. Ballou (1993, p. 34) relata ainda que:

O embargo petrolífero e a súbita elevação do preço do petróleo realizado pelos países da OPEP em 1973. À medida que os preços de petróleo quadruplicaram nos setes anos seguintes e o crescimento de mercado começou a diminuir, a inflação começou a aumentar ao mesmo tempo em que a produtividade crescia mais devagar [...]. A filosofia econômica passou de estímulo de demanda para melhor administração dos suprimentos. Controle de custos, produtividade e controle de qualidade passou a ser áreas de interesse, à medida que as empresas tentavam enfrentar o fluxo de mercadorias importadas.

Com isto os principais conceitos desenvolvidos na época passaram a ser

utilizados com grande sucesso, aumentando o interesse sobre o assunto e levando a

futura formação da logística integrada atual.

De acordo com Ching (2007) na década de 1970, iniciou-se também a

flexibilidade dos sistemas de produção, onde foram realizados trabalhos de

melhoramento dos tempos de set up das máquinas. Permitindo um ganho em tempo

e atendimento para uma maior diversidade de produtos. Lembrando que a

aceleração do sistema de informatização contribuiu muito para o aperfeiçoamento do

sistema logístico.

Na década de 1980, a logística tornou-se revolucionária devido à explosão da

tecnologia e alterações estruturais surgidas nos negócios e na economia de países

emergentes, gerando a formação de blocos econômicos e o fenômeno da

globalização.

Após a década de 1990 a logística passou a ser entendida como a junção da

administração de materiais com a distribuição física, levando a crer que no futuro

produção e logística estarão cada vez mais juntas, não só na teoria, mas também na

prática.

3.1.2 Logística nas empresas

Segundo Ching (2007, p.16): “para que uma empresa possa sobreviver em

um ambiente turbulento, precisa oferecer resultados - em quantidade, variedade,

qualidade, preços e prazos – compatíveis com as necessidades e expectativas dos

clientes”.

A logística é composta por dois setores, o de atividades primárias e o de

atividades secundárias. Conforme Ching (2007) as atividades primárias contribuem

com a maior parte do custo total de logística, são elas:

-transporte: são os métodos de movimentar os produtos aos clientes, via

rodovia, ferrovia, mar ou aéreo. Grande importância devido aos impactos que ele

ocasiona sobre os custos;

-gestão de estoques: o nível mínimo de estoque vai variar dependendo do

setor que a empresa trabalha e da demanda sazonal temporal;

- processamentos de pedidos: determina o tempo necessário de entrega de

bens ou serviços aos clientes;

As atividades secundárias, de acordo com Ching (2007), servem de apoio as

primárias na obtenção dos níveis de bens e serviços requisitados pelos clientes e

são elas:

- armazenagem: é todo o fluxo de materiais que acontece dentro do armazém;

-manuseio de materiais: é a movimentação dos produtos no local de

armazenagem;

-embalagem de proteção: sua finalidade é proteger o produto;

-programação de produtos: é a programação da necessidade de produção e

seus respectivos itens na lista de materiais;

-manutenção de informação: a base de dados é essencial para o

planejamento e o controle da logística.

É pela coordenação dessas atividades relacionadas com o fluxo de produtos

e serviços que a empresa poderá obter ganhos significativos, como redução de

estoques e de tempo médio de entrega, produtividade, etc.

Através da gestão adequada destas atividades, será possível proporcionar

aos clientes, bens e serviços para sua satisfação. Para Ching (2007, p.26): “A

logística é um assunto vital para a competitividade das empresas nos dias atuais,

podendo ser um fator determinante do sucesso ou fracasso das empresas”.

A logística nos mostra que, se for bem aplicada através de estudos e um

planejamento criterioso, dará vantagens lucrativas á empresa. Mas como tudo tem

seu risco o que era para ser a arma secreta da empresa pode ser o seu maior

causador de prejuízos. Pois a logística também tem seu custo para entrar em

prática, profissionais qualificados da área é a grande sacada para uma boa logística.

3.2 ESTOQUE

O estoque de uma empresa pode ser seu principal aliado para um bom

atendimento ao cliente, mas também existe uma grande possibilidade de ser seu

principal gargalo. O estoque tem como objetivo estocar matéria-prima ou produto

acabado para ter como suprimento para linha de produção e certamente atender o

cliente final. Ballou (2006, p. 271) conceitua estoque como: “Estoques são

acumulações de matérias-primas, suprimentos, componentes, materiais em

processo e produtos acabados que surgem em números pontos do canal de

produção”.

O estoque serve como um pulmão para a empresa e ele possui alguns

objetivos como amortecer os impactos causados pelas altas de demanda onde se

pode aproveitar a oportunidade que o mercado está oferecendo

Ele também está relacionado ao nível de serviço que a empresa está

interessada em disponibilizar aos seus clientes, é a partir desta meta traçada que o

estoque terá que ir se adequando para atender a política desejada pela empresa.

Cita Moura (2004, p.01) que: “O estoque tem efeito impactante no êxito das

empresas. Um dos motivos é o alto volume de dinheiro empregado”.

O estoque previne incertezas, como pedidos extras e atrasos no lead time

gerados por problemas no decorrer do processo.

3.2.1 Características básicas de um controle de estoque

Para melhor administrar os estoques, é necessário compreender alguns

pontos chaves nesta etapa. São eles: os custos associados, os objetivos do

inventário e a previsão de incertezas.

Custos de estoque, conforme Ching (2007) são divididos em custos de

manutenção, custos de aquisição e custos de falta:

- Os custos de manutenção são todos os custos para manter uma quantidade

de mercadoria por um período de tempo, ele é representado por uma série de custos

diferentes: os custos de armazenagem são relacionados com a quantidade de

estoque mantido, quando o sistema de estocagem é terceirizado estes custos são

cotados através da quantidade de tonelada/mês, refletindo assim no total

armazenado. Para depósitos próprios o rateio do custo deve ser definido por cada

nível do estoque. Os custos associados ao risco de manter estoque ocorrem devido

aos custos com perda, deterioração, obsolescência, dano e furto.

- Os custos de aquisição são associados ao processo de aquisição das

quantidades requeridas para a reposição do estoque. Incluem os custos com

preencher pedidos de compra, processar o serviço burocrático na contabilidade e no

almoxarifado, receber o pedido e fazer a conferência nota versus quantidade física.

São definidos em termos monetários por pedido.

- Os custos de falta ocorrem quando há demanda por um item em falta no

estoque. Eles podem ser por vendas perdidas ou por custos de atraso de pedido.

Ballou (2006, p. 280) ressalta que: “O custo é o lucro que deixa de ser

concretizado nessa determinada venda e pode incluir um adicional decorrente do

efeito que essa venha a acarretar sobre vendas futuras”.

O custo total é definido através da somatória do custo de aquisição com o

custo de manutenção e o custo da falta. Este custo é muito importante devido à

formulação de dados para a verificação do lote econômico de compra.

3.2.2 Objetivos do estoque

Ballou (2006, p.277) observa que: “Gerenciar estoques é também equilibrar a

disponibilidade dos produtos, ou serviço ao consumidor, por um lado, com os custos

de abastecimento que, por outro lado são necessários para um determinado grau

dessa disponibilidade”.

Pode-se destacar dois objetivos do estoque:

-objetivo de custo;

-objetivo de nível de serviço;

Ching (2007) ressalta que os objetivos de custo estabelecem os níveis de

estoque, em um sentido mais amplo ele balanceia os custos de manter e de pedir

estoque, pois no decorrer do pedido esses custos têm comportamento oposto.

No início do pedido só aparecem os custos de aquisição, no decorrer os

custos com aquisição se tornam quase nulos e os custos de manutenção com o

passar do tempo só crescem. A função do custo total mostra a função de um U, o

que significa que existe um valor mínimo para essa curva, que é o ponto onde os

custos de manter e pedir são mais baixos, encontrando ai o lote econômico de

compra (CHING, 2007).

Ballou (2006) explica que perante os clientes o estoque proporciona um nível

de disponibilidade de produtos e um bom nível de serviços.

Calcular o custo com a falta de estoque é muito difícil. Porém o nível de

serviço disponibilizado nunca atinge 100 % da capacidade da empresa.

Ching (2007) observa ainda que:

Ao fixar a disponibilidade conforme a política de que, por exemplo, “98% dos pedidos de um item qualquer devem ser atendidos em 48 horas”, devem ajustar-se os custos de manter e de pedir de modo que sua soma seja minimizada. Repare que, ao fixar-se a disponibilidade-alvo, os custos de falta de estoque são considerados indiretos. Deve-se ter uma grande cautela em fixar o nível de serviço dessa forma. Aumentar a disponibilidade em apenas alguns pontos percentuais, por causa da pressão da área de vendas tem um aumento dramático no capital investido em estoque. Uma vez que o nível de estoque cresce com disponibilidade elevada, o nível de serviço na maioria das vezes é menor que 100%. Deve-se obter o maior equilíbrio possível entre a produção e o custo total de estoque, de um lado, e o nível de serviço prestado aos clientes, de outro lado.

O estoque tem meta principal, abrigar os suprimentos necessários para a

empresa atender as vendas e também sua linha de produção.

3.2.3 Previsões de incertezas

Ching (2007) explica que, nunca se tem certeza da quantidade a ser solicitada

pelo cliente e da quantidade a ser enviada para armazenagem. Uma das primeiras

situações que devem ser consideradas no controle de estoque é a previsão de

vendas futuras, da demanda e a estimativa do tempo de ressuprimento, o chamado

lead time, que é o tempo gasto desde a colocação do pedido no fornecedor, sua

produção até a chegada do material em nossas instalações.

Para todo planejamento empresarial o ponto crítico é a previsão de demanda,

onde pesquisas realizadas pelo telefone, correio e contatos pessoais podem ser

utilizadas e traduzidas em informações para a previsão de vendas.

Observa Ching (2007), que a existência de compradores em diversas regiões

necessita de uma amostragem maior acarretando num custo de pesquisa e, muitas

das vezes, o cliente não está disposto a cooperar e a exatidão da informação

fornecida pode ser questionável. No caso de controle de estoque o método mais

comum, porém não o mais correto, é a utilização do histórico de vendas para

verificar a previsão de demanda. Com a ajuda de softwares e um grande horizonte

de histórico, maior será a exatidão da previsão.

A imagem que a sua empresa passa para seu cliente é muito importante para

o surgimento de um grande negócio. O cliente espera de sua empresa, produtos de

qualidade, com preço de mercado e entregas bem sucedidas dentro do prazo e sem

avarias. Também é de muita importância a obtenção dos dados de seu cliente para

serem utilizados quando forem precisos.

Segundo Ching (2007), a empresa deve mapear com exatidão cada um dos

fornecedores, para obter informações precisas sobre o tempo que necessitam para

processar o pedido, programar a produção e, se necessário, em qual situação

produzir, além do tempo requerido para a entrega.

3.3. GESTÃO DE ESTOQUES

A competitividade influenciou nos últimos tempos o rumo que as empresas

tomaram no mercado de atuação.

Bowersox (2007, p. 254) afirma que:

A gestão de estoque é o processo integrado pelo qual são obedecidas as políticas da empresa e da cadeia de valor com relação aos estoques. A abordagem reativa ou provocada usa a demanda dos clientes para deslocar os produtos por meio dos canais de distribuição. Uma filosofia alternativa é a abordagem de planejamento, que projeta a movimentação e o destino dos produtos por meio dos canais de distribuição, de conformidade com a demanda projetada e com disponibilidade dos produtos.

Segundo Ching (2007), no inicio a gestão de estoque era vista apenas como

um meio de reduzir os custos totais associados à aquisição e gestão de materiais.

Porém com o tempo ela mostrou que essa gestão (controle) envolve diversos elos

da cadeia produtiva e ambos devem estar integrados. Cada elo dessa cadeia é

gerenciada e controlada de forma independente e deve estar ciente apenas da

demanda do próximo elo.

Devido a globalização as empresas agora exigem estratégias mais proativas,

por que passaram a se basear nas necessidades dos clientes, fator este que leva a

compreensão do papel do estoque dentro da gestão logística. Cada negócio deve

ser analisado para ver a real necessidade de estoque.

3.3.1 Giro de estoque

No giro de estoque é necessário ter uma visão financeira sobre estoque,

Moura (2004, p.33) relata que:

O estoque inclui matéria-prima, trabalhos em andamento e produtos acabados. O que interessa aqui é quanto dinheiro parado está associado a cada item, pois quanto mais matéria-prima houver, mais tempo se levará para transformá-la em dinheiro, com custo incidindo ao longo do percurso. Mercadorias acabadas são mais seguras (possuem maior liquidez). O estoque é o ativo circulante de menor liquidez.

Moura (2004, p.33) afirma ainda que: “Embora o giro de estoque seja

calculado para a elaboração do balanço, pelo departamento contábil, o gestor de

estoque deve conhecer os cálculos para poder eliminar os excessos e entender

esses cálculos”.

É importante ressaltar que dentro da mesma empresa existem diversos giros

de estoques, há giros de materiais e de produtos, os materiais giram pela aplicação

no produto e os produtos giram através das vendas. Há custos de materiais

aplicados e custos de produtos vendidos, a fórmula para calcular é extraída com

base na anterior (MOURA 2004).

No comercio divide-se: o custo de mercadorias vendidas pela média dos

inventários das mercadorias. Nas indústrias divide-se o custo dos materiais

aplicados pela média dos inventários dos materiais ou então o custo dos produtos

vendidos pela média dos inventários dos produtos (MOURA 2004).

3.3.2 Lote econômico de compra

Segundo Moura (2004, p. 43) o lote econômico de compra (LEC) serve:

Para nortear as quantidades ótimas a pedir, fazendo uma reflexão sobre o momento global da compra, seja visando uma reposição normal dos estoques, ou prevendo momentos sazonais , seja em reposição programada ou em compras promocionais, seu objetivo é minimizar os custos anuais das variáveis dos pedidos.

Moura (2004) observa ainda que o LEC identifica através da demanda e dos

custos de manutenção e de pedir estoque, o lote ideal a ser pedido que vá minimizar

os custos tanto de pedir como de manter. Para a utilização deste sistema é

necessário que o lead time do produto não seja variável, tenha conhecimento sobre

a demanda anual e que ela seja estável, que o pedido seja recebido de uma única

vez, que tenha um único produto envolvido e que não exista desconto em função da

quantidade.

Moura (2004) apresenta alguns custos necessários para manutenção de

estoque: se refere aos gastos para manter os produtos estocados como seguros

pagos, o desgaste dos móveis, embalagens, transporte, espaço físico, limpeza, mão-

de-obra e dependendo do produto refrigeração ou customização necessária. Ele tem

uma relação linear com o tamanho do pedido, quanto maior o lote, maior será o

custo. Estes custos se analisados e minimizados podem impactar expressivamente

na margem de contribuição da empresa.

Para calcular o custo de manter estoque, segundo Moura (2004), multiplica-se

a quantidade média do estoque disponível pelo custo para se manter uma unidade

durante um ano. O estoque médio é obtido através da divisão da quantidade de

pedido por dois.

Custo anual de pedir estoque: refere-se aos gastos obtidos ao efetuar um

pedido, como custo de hora/telefone; hora/homem; digitação; fax; e-mail; impressos;

seguro de entrega, etc. Nesse momento, conforme Moura (2004), também tem que

ser levado em conta o tempo gasto com avaliação de fornecedores, autorização de

faturamento, determinação de quanto pedir e as atividades secundárias citadas

acima. Os custos de pedido diminuem conforme aumenta a quantidade pedida.

O conhecimento do ciclo de pedido para Moura (2004, p. 49): “[...] facilita a

programação da entrega de materiais”. A fórmula é fácil-quantidade ótima dividindo a

demanda. “O ciclo do pedido dá a conhecer o intervalo entre um pedido e outro”.

O custo total é a soma dos custos de manutenção mais os custos de

encomenda de estoque. De acordo com Moura (2004), é necessário que todas as

variáveis destes cálculos estejam expressas na mesma unidade como, por exemplo,

quinzena, mês, ano, etc.

3.4 JUST IN TIME

Ching (2007) explica que just in time é um controle derivado do sistema

japonês kamban, visa atender a demanda instantaneamente, com qualidade, sem

desperdício e com o mínimo de recursos disponíveis. Ele promove o fornecimento

da quantidade correta, no local e momento certo.

Já para Hutchins (1993, p.17): “O JIT é parte de uma abordagem gerencial

totalmente diferente que, quando totalmente desenvolvida, ajudará a criar uma

cultura industrial totalmente nova”.

Ching (2007, p.40) observa também que: “O JIT é uma atividade que agrega

valor a organização á medida que identifica e ataca os problemas fundamentais e os

gargalos, elimina perdas e desperdícios, elimina processos complexos e programa

os sistemas e procedimentos”.

Já Hutchins (1993) observa que o Just In Time não é um conceito e sim uma

meta. O desejo de contínua redução de recursos materiais sempre esteve nas

mentes dos administradores conscientes. A filosofia JIT é a combinação da cultura

japonesa com a intervenção americana pós-guerra. A cultura japonesa foi

influenciada pelos conceitos de círculos de qualidade e controles estatísticos de

processo. Neste período várias tentativas de implantação desta filosofia

fracassaram, devido um não estudo detalhado sobre esta filosofia, além do ceticismo

da época.

Hutchins (1993, p.20), relata que na época a principal meta do JIT era “o

atingimento de ‘estoque zero’, confirmada não apenas dentro de uma só empresa,

mas através de toda uma cadeia de suprimentos. Mesmo para atingir sucesso

parcial, é necessário pensar longe”.

Porém nesta visão de estoque zero algumas considerações devem ser

levadas em conta. Uma delas é o estoque de matéria-prima que deve ser mantido

devido à imprevisibilidade da qualidade dos fornecedores. Levando em consideração

também que as entregas podem ser irregulares ou as quantidades entregues podem

apresentar variações do solicitado. Estes problemas ainda fazem parte da nossa

realidade de hoje e contribuíram para a evolução da visão JIT (Hutchins, 1993).

Bowersox (2007, p.224) já possui uma visão mais moderna e atualizada sobre

o JIT e relata que: “JIT é uma modalidade de suprimentos em que fornecedores

entregam materiais à medida que são consumidos na produção, proporcionando um

investimento tendente á zero em estoque”.

A velocidade é essencial, pois os clientes estão ligados a produção e não

mais ao estoque. Segundo Ching (2007) a confiabilidade é pré-requisito fundamental

para se ter um fluxo rápido na produção. A flexibilidade é fundamental para que se

consiga produzir lotes pequenos, led times curtos, dando agilidade à cadeia.

Fica claro que o JIT não é fácil de ser atingido. Obvio é a redução do capital

empregado que da-se através da redução de estoque. Hutchins (1993) observa que,

através da aplicação das técnicas e conceitos nota-se que no final do processo há

uma redução em torno de 20 a 60% dos custos percebidos em longo prazo e a

resposta é em torno de três a cinco anos.

Empresas onde as máquinas são ultrapassadas e não confiáveis, onde

existam gargalos, lead times longos e qualidade insatisfatória, não são indicadas a

trabalhar com este método, pois as quebras de contratos levarão os prejuízos e até

falência das mesmas.

3.4.1 Benefícios do JIT

Conforme Hutchins (1993) para a empresa se manter firme no mercado, ela

tem que estar atenta ao cliente. É ele que dita o ritmo da empresa, cada vez mais os

clientes querem produtos customizados (personalizados, diferenciação para cada

produto, tempo de resposta mais rápido e menores ciclos de vida).

O JIT, segundo Ching (2007) acompanha e atende estas novas exigências

trazendo benefícios como:

-Produzir somente o necessário, evitando aquilo que for desnecessário;

- contratos de longos prazos;

- demandas e solicitações previsíveis;

-redução de perdas em matéria-prima e refugos;

-melhora níveis de serviços prestados ao cliente;

-redução do custo de compras;

-redução do espaço de estocagem;

-redução de led time;

-redução de estoque em processo e também em estoque de produtos

acabados.

Porém, para isso contar positivamente à empresa é necessário que alguns

pontos sejam levados em consideração:

- alta qualidade;

- comunicação rápida e em tempo real;

-lead times reduzidos;

-proximidade, inclusive física do fornecedor;

-tempo de entrega, custos e garantidos;

-diminuição do número de fornecedores e burocracia;

-diminuição dos níveis de estoque.

Num ambiente JIT, não é aceitável níveis de produção defeituosos e muito

menos um sistema de montagem ou controle estatístico do departamento de

controle de qualidade, pois se entende que, se o lote não for 100% inspecionado

poderá haver certo percentual de produtos defeituosos.

Segundo Ching (2007, p.38): “Para o JIT produção em excesso, refugos,

retrabalhos, controle de qualidade, movimentação de material e perda de tempo em

set up são consideradas funções que não agregam valor ao sistema e devem ser

eliminadas do processo”.

Na visão JIT, ainda segundo Ching (2007, p.40): “o inventário oculta

problemas e é considerado como sendo repleto de perda. Os estoques desviam

recursos da empresa, são de alto custo, ocupam espaços e podem tornar-se

obsoletos”.

O sistema JIT em sua utilização descarta várias etapas do processo

produtivo, claro que o JIT exige muito planejamento, pois uma empresa sem estoque

corre risco de perda de cliente, pois um cliente mal atendido significa perda para

concorrência. Estoques são despesas, mas também uma segurança para um bom

atendimento, havendo uma média entre o JIT e o estoque pode ter uma solução

adequada para cada empresa.

3.4.2 Implantação

Em alguns casos é necessário grande investimento financeiro para a

aplicação do JIT, já em outros casos onde as empresas já possuem um elevado grau

de informatização, alguns arranjos e tempo para a realização de pesquisas até

alcançar a abordagem correta a ser tomada (HUTCHINS, 1993).

Hutchins (1993) apresenta alguns passos para a implantação do JIT.

Planejamento é o primeiro passo essencial para o sucesso e é responsabilidade da

alta gerência da empresa. Envolvimento e comprometimento de todos são fatores

essenciais também.

O segundo passo é a verificação de todos os elementos do JIT. Dentro deste

sistema há muitos objetivos como:

*Eliminação de produtos com defeito;

*Redução de desperdício;

*Custos mais baixos;

*Menos falhas de produtos no campo;

*Redução de níveis de estoque;

*Melhoria na participação, no mercado e reputação.

Os conceitos, técnicas e planejamento do JIT incluem:

*Estabelecimento de um grupo de trabalho de alto nível;

*Grupos inter/intra-departamentais;

*Atividades de pequenos grupos de funcionários diretos;

*Técnicas de identificação, seleção e solução de problemas e ações

corretivas.

Para projetos;

*Monitoração de custos;

*Monitoração de programas;

*Facilitação e suporte;

*Desenvolvimento e auditoria de sistemas.

A meta final somente poderá ser atingida quando o JIT estiver presente em

toda a cadeia de suprimentos. Por isso é uma meta de longo prazo, onde todos os

colaboradores de todos os níveis estarão envolvidos num processo contínuo ano

após ano.

Hutchins (1993) observa ainda que, para que este sistema funcione, a

empresa tem que estar em boas condições de trabalho o tempo todo, usando rotinas

planejadas de manutenção dos processos. O sistema de transporte na linha de

produção tem que ser “duro”, expressão usada para demonstrar que devido ao

método de trabalho é necessário uma grande atenção e um pente fino diário para a

verificação de falhas no sistema e a resolução das mesmas para que a cadeia não

sofra nenhum impacto de falta de mercadoria.

Para finalizar Hutichins (1993) afirma que a empresa que trabalha com a

produção puxada, provavelmente alcançará as metas da filosofia JIT, devido as suas

necessidades de respostas rápidas, já os sistemas de produção empurrada terão

maior dificuldade devido à lentidão das respostas.

3.4.3 Desvantagens

A maior desvantagem deste sistema segundo Hutchins (1993), é a que

decorre de incertezas no todo da empresa. Podem acontecer problemas como:

- greve nos transportes;

- atraso na entrega de componentes;

- problemas de qualidade;

- quebras de máquinas;

-furos de estoque, etc.

Devido a estas incertezas, conforme Hutchins (1993), algumas empresas

adotam além de um sistema de JIT, o sistema do just in case, algum estoque de

segurança que permitirá evitar perdas no caso dos problemas citados acima ou

qualquer outra eventualidade. Outra situação que também tem que ser levada em

consideração é o método de trabalho, pois empresas com sistema empurrado de

produção encontrarão problemas maiores para a instalação, monitoramento e

alcance das metas do JIT.

De certa forma o Just in case é a média do estoque e Just in time é um

sistema que conta com um pequeno estoque de segurança para evitar problemas

que podem ser causados por não se ter nenhum estoque.

3.5 LOGÍSTICA NO VAREJO

As empresas necessitam cada vez mais de reposição de mercadorias para

revenda imediata, principalmente empresas do comércio varejista. Neste sentido,

pode-se dividir as atividades varejistas em dois grupos: varejo de loja e varejo sem

loja. Segundo Novaes (2001), o primeiro que é a versão tradicional, incorpora os

supermercados, lojas de departamentos, lojas especializadas e todos os

estabelecimentos que dispõem de uma instalação predial específica para expor seus

produtos, receber clientes e realizar vendas. O varejo sem loja, ao contrário, opera

de forma diversa, estabelecendo contato com o consumidor de várias maneiras, mas

sem dispor de um prédio ou uma sala para exposição das mercadorias e

atendimento dos clientes. Sua importância relativa ainda é pequena, principalmente

no Brasil, mas a tendência é a expansão acentuada nos próximos anos.

Novaes (2001) observa que os supermercados são subdivididos em

hipermercados que são grandes lojas de auto serviço voltadas a comercialização de

extensa variedade de produtos alimentares e bebidas, mas mantendo também áreas

para a venda de roupas, artigos esportivos, dentre outros itens.

Hoje, aparecem nas grandes cidades, às chamadas lojas de conveniências, a

maioria aberta 24 horas por dia, e comercialização de uma série de produtos

consumidos no dia a dia. Atendem basicamente as situações emergenciais: pessoas

sozinhas, profissionais que trabalham em horários especiais, entre outras. No Brasil

muitas dessas lojas operam juntos à postos de gasolinas.

3.6 JUST IN TIME COMO ELEMENTO REGULADOR DE ESTOQUE VAREJISTA

O estudo do papel dos estoques é tão antigo quanto o estudo da própria

administração. Salienta Alt e Martins (2006) que o papel do estoque é: como

elemento regulador, que do fluxo de produtos, no caso do processo manufatureiro,

que no fluxo de vendas, no processo comercial, os estoques sempre foram alvo de

atenção dos gerentes.

Alt e Martins (2006) observam ainda que os estoques são também formas de

desperdícios, devendo ser eliminados ou reduzidos a um mínimo possível. Essa

proposição, uma das pedras angulares do jus-in-time, advoga a eliminação dos

estoques até chegar ao fluxo de uma única peça.

As principais ferramentas de mudanças ao implementar o Jus-in-time,

segundo Dornier et al (2010) incluem visitas personalizadas , reuniões freqüentes

entre clientes e fornecedores, comunicação com fornecedores, mudança no sistema

de envio de pedidos, consideração ao fornecedor e disponibilização clara de todos

os custos na venda para o cliente.

Conclui-se que os estoques devem funcionar como elemento regulador do

fluxo de mercadorias nas empresas, isto é, como a velocidade com chegam às

empresas é diferente da velocidade com que saem (ou são consumidos), há a

necessidade de certa quantidade de materiais, que ora aumenta, ora diminui,

amortecendo as variações.

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Este trabalho foi realizado com o intuito de propor soluções para os

problemas encontrados na empresa Premium Imports, no setor de estocagem.

Segundo Jung (2004, p. 227): “A metodologia é um conjunto de técnicas e

procedimentos que tem por finalidade viabilizar a execução da pesquisa, obtendo-se

como resultado um novo produto, processo ou conhecimento.”

Para abordar e melhor compreender as vantagens (economia) do sistema

Just in time, no caso da Premiun Imports foi necessário realizar uma pesquisa

quantitativa. Conforme explica Roesch (2009, p.130): “Pesquisa quantitativa é utilizar

preferentemente o enfoque da pesquisa e utilizar a melhor estratégia de controlar o

delineamento da pesquisa para garantir a interpretação dos resultados”.

Este método de pesquisa quantitativo foi desenvolvido de forma diagnóstica

descritiva. Explica Roesch (2009, p.72) que a pesquisa diagnóstica encontra, “[...]

muitas possibilidades de projeto que visam ao diagnóstico interno ou de ambiente

organizacional, em todas as áreas”.

Partindo do ponto de vista técnico foi realizado um estudo de forma avaliativa,

onde foram analisadas todas as variáveis que poderão influenciar na utilização deste

estoque e melhorias de espaço físico. Assim a empresa poderá ter uma melhor

percepção das vantagens com a implantação do Just in Time.

4.2 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

O estudo foi realizado na empresa Premium Imports, situada na Rua Adriano

schaefer número 37. Por ser uma empresa nova no mercado e sem experiência, tem

suas atenções voltadas para área de vendas, ou seja, lucrando terá vantagens no

mercado e assim com os lucros poderá colocar em prática o Just in Time, que se

refere aos pedidos feitos e separados na hora da venda. As técnicas do JIT serão

um desafio para uma empresa que só tem como amparo um estoque de

mercadorias alto e frágil que geram um grande número de avarias.

4.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Conforme Roesch (2009, p.158) as técnicas de coleta de dados, “na pesquisa

de caráter quantitativa, normalmente os dados coletados são submetidos a análise

estatística, com a ajuda de computadores”.

A coleta de dados foi realizada através de análise de relatórios de estoque,

vendas, recebimento, ou seja, sobre a parte que envolve o giro de estoque da

empresa.

Ainda segundo Roesch (2009, p.138) na técnica de análise de relatórios:

[...] pode-se cogitar de utilizar dados já existentes, seja para descrever os antecedentes da problemática, seja para ilustrar o problema da pesquisa propriamente dito. Em alguns casos, é possível trabalhar apenas com dados secundários, ou seja, que foram coletados para outros propósitos [...].

A observação também foi instrumento importante utilizado nesta pesquisa,

pois foi possível perceber, por exemplo, que o espaço físico da empresa, na área de

estoque, não comporta a quantidade de mercadorias. Sobre a técnica da

observação Roesch (2009, p.139) observa que: “[...] é muito aplicada ao estudo do

trabalho e ao gerenciamento de operações”.

A coleta de dados é uma etapa muito importante da pesquisa, pois a partir

dela serão analisados os resultados da pesquisa.

4.4 ANÁLISE DE DADOS

A análise foi orientada pelos resultados dos dados pesquisados. Segundo

Roesch (2009, p.123): “O método quantitativo enfatiza a utilização de dados

padronizados que permitem ao pesquisador elaborar sumários, comparações e

generalizações; por isso mesmo, a análise de dados é baseada no uso de

estatísticas”.

Os dados secundários tiveram uma grande importância para o sucesso da

pesquisa de campo, pois revelaram o principal problema encontrado na empresa .

Os dados secundários usados na pesquisa foram: relatórios de entrada e saída de

mercadorias relacionados ao período de 5 meses, que mostraram não haver algum

tipo de organização na área de compras da Premiun Imports.

A Premiun Imports está sofrendo muito com perdas de produtos por avarias e

também por vencimento de validade de produtos alimentícios. A falta de um local

adequado para estocar tais mercadorias é evidente. Mas o principal gargalo

encontrado com esta pesquisa está no sistema de fornecimento, ou seja,

fornecedores. A falta de estratégia e planejamento nesta área faz com que a

empresa entre em um ciclo vicioso, tal vício leva a compra de mercadorias em

excesso, ou seja, estoques desnecessários.

Esta relação com os fornecedores é de fundamental importância e, como já

apresentado no referencial teórico, segundo Ching (2007), a empresa deve mapear

com exatidão cada um dos fornecedores, para obter informações precisas sobre o

tempo que necessitam para processar o pedido, programar a produção e, se

necessário, em qual situação produzir, além do tempo requerido para a entrega.

O espaço físico da empresa Premiun Imports, verificado através da

observação, é quase todo usado pela área de vendas com isso não tem espaço para

suportar um estoque de cada mercadoria comercializada pela empresa. As gôndolas

são bem estruturadas e planejadas, sendo assim, sem desperdício de espaço. Ter

um grande mix de produtos e estar sempre se atualizando com produtos novos, fez

com que sua área de vendas se expandisse cada vez mais. Isto trouxe uma

conseqüência de quase ficar sem estoque, o espaço físico reservado para estoque

se tornou tão pequeno que produtos como garrafas eram praticamente empilhadas

umas sobre as outras, o que causa muitas avarias.

4.4.1 Integração dos dados com proposição de melhorias

O Layout da área de vendas está utilizando o espaço necessário para

exposição dos produtos aos seus clientes, o que mostra não ser necessárias

mudanças neste setor.

A observação do estoque da empresa Premiun Imports revelou importantes

dados. Os dados primários serviram para comprovar que seu problema não era

somente a falta de espaço. Os dados secundários usados através da média tiveram

a importância de revelar qual é o gargalo do estoque. A média foi usada comparando

dados dos cinco primeiros meses do ano de 2010. Produtos que revelaram que não

foram bem comercializados nesse período serão os pioneiros da aplicação do JIT na

Premiun Imports.

Um exemplo de irregularidade encontrada através dos relatórios de entrada e

saída foi o giro de estoque do Redbull, um energético vendido pela Premiun Imports

que teve uma venda mensal de 320 unidades e reposição para o mês seguinte de

400 unidades, sendo assim, mais 80 unidades para o estoque. Quando se trata de

produtos mais caros como whisky e vodkas o problema se torna ainda mais sério,

pois é praticada uma compra fechada, com o mesmo volume para cada item vendido

na empresa. Independente se vendeu todo o estoque do mês atual ou não. O

gráfico abaixo mostra esse estoque excessivo:

Figura 1: Estoque excessivo em um mês

Figura 2: Estoque excessivo em cinco meses

Observa-se que, se a média de vendas for a mesma ao mês, ao final de cinco

meses a empresa terá um estoque excessivo de 400 unidades o que poderá

acarretar, além da necessidade de um grande espaço físico no estoque, avarias

significativas nos produtos devido ao estoque ser feito de qualquer forma. Isso trará

para a empresa um custo elevado.

A integração do JIT na empresa Premiun Imports depende da flexibilidade de

seus coordenadores, pois mudanças serão necessárias em várias etapas do

cotidiano da empresa. A implantação do JIT é uma meta que a empresa tem que

traçar para obter bons resultados. Um fator como envolvimento dos colaboradores é

muito importante para desenvolver outros fatores como: buscar um número reduzido

de fornecedores, porém fiéis; redução de custos; redução de estoques; boa

reputação no mercado.

Na Fundamentação teórica foram apresentados alguns passos importantes

em relação à implantação do JIT segundo Hutchins (1993): planejamento é o

primeiro passo essencial para o sucesso e é responsabilidade da alta gerência da

empresa. Envolvimento e comprometimento de todos são fatores essenciais também

e, para que este sistema funcione, a empresa tem que estar em boas condições de

trabalho o tempo todo, usando rotinas planejadas de manutenção dos processos.

Conforme apresentado também por Ching (2007, p.40): “O JIT é uma

atividade que agrega valor a organização á medida que identifica e ataca os

problemas fundamentais e os gargalos, elimina perdas e desperdícios, elimina

processos complexos e programa os sistema e procedimentos”. Ele promove o

fornecimento da quantidade correta, no local e momento certo.

O novo modo de ver a cadeia de suprimentos proposto para empresa

Premiun Imports depende do bom resultado da escolha de seus fornecedores, tais

que irão abastecer as gôndolas da loja, quando estiver quase esgotando suas

mercadorias.

O JIT pode causar algumas dores de cabeça, pois a cadeia de suprimentos

da empresa tem que ser moldada e adaptada ao JIT e, caso isso não ocorra, poderá

acontecer imprevistos como furo de estoques, atraso de fornecedores ou um fato

externo como uma greve das transportadoras, isso seria desastroso para o bom

funcionamento do just in time.

Torna-se urgente que a empresa reveja seu sistema de estoque e o Jit poderá

trazer benefícios como: redução de desperdício, custos mais baixos, redução de

níveis de estoque, demandas e solicitações previsíveis, redução do espaço de

estoque, etc.

5 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DO ESTÁGIO

No primeiro dia fomos recepcionados na empresa Premium Imports pelo sócio

gerente Juliano Mafra, em seguida o mesmo nos apresentou a área física da

empresa. No segundo dia conversamos sobre os problemas existentes na empresa,

logo iniciamos a observação nos estoques, em busca de dados para encontrarmos o

gargalo da cadeia de suprimentos. Com autorização da gerência tivemos acesso aos

relatórios de entrada e saída de materiais dos últimos cinco meses do ano de 2010.

A partir daí, iniciamos a coleta e análise de dados.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A logística vem sendo aplicada bem antes de ter este nome técnico, nas

antigas guerras os lideres precisavam deslocar equipamentos para tropas distantes

em tempo estratégico. Isso mostra a importância de ter um setor que busca a melhor

forma de manter, transportar e estocar seus materiais. Nos tempos de hoje a

aplicabilidade da logística em grandes empresas ainda é tímida, pois os empresários

ainda vêem a logística como uma despesa sem retorno monetário.

A perda de um cliente pode significar diversas falhas na empresa, como por

exemplo: atraso na entrega, avarias, baixa qualidade do produto. Com um

planejamento logístico pode-se evitar tais imperfeições.

Estoques são sempre vistos como os grandes vilões de custos

desnecessários, os custos de manutenção são altos, sem falar que estoque parado

é dinheiro parado. Com isso surge o JIT que revoluciona a cadeia de suprimentos de

uma empresa; a aplicabilidade do JIT não é uma tarefa fácil, pois a empresa vai

trabalhar com o estoque praticamente zerado, o que significa confiança total em

seus fornecedores para entregar a mercadoria somente quando sua linha de

produção ou área de venda necessitar.

As vantagens de adotar o JIT são evidentes, pois sem estoque a empresa

não vai necessitar de mão-de-obra para manter o estoque organizado e a

disposição, mas esta responsabilidade cai para seu fornecedor que também irá

mudar suas estratégias. A escolha de fornecedores que trabalhem com o sistema JIT

pode ser muito difícil.

O projeto que realizamos no estágio supervisionado com a aplicação do JIT

na empresa Premium Imports, trará grandes vantagens, pois no sistema atual da

empresa os custos de estoques e avarias estavam excessivos e o JIT pode mudar

isso. Com sua implantação a empresa poderá atender a demanda com qualidade e

com o mínimo de recursos disponíveis agregando valor a organização.

REFERÊNCIAS

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NOVAES, Antônio Galvão. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, operação e avaliação. Rio de Janeiro: Campus, 2001.