Caderno de Resumos

54
CADERNO DE RESUMOS TURMA 2013

Transcript of Caderno de Resumos

CADERNO DE RESUMOS

TURMA 2013

3

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 5 PROGRAMAÇÃO 7

LINHA DE PESQUISA: URBANISMO CONTEMPORÂNEO

9

A CIDADE, O CORPO E AS ESCRITAS URBANAS: Intervenções no espaço público contemporâneo na cidade de Pelotas

Bárbara Hypolito Orientador: Eduardo Rocha

11

FOTOGRAFIA SEQUENCIAL E FOTOMONTAGEM: Fragmentos espaço-temporais da paisagem do bairro Laranjal

Fernanda Tomiello Orientador: Eduardo Rocha

13

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DA ESTRUTURA CONFIGURACIONAL URBANA:

Modelos de simulação baseados em grafos Daniel Trindade Paim

Orientadora: Ana Paula Neto de Faria

15

LUGAR DOS POBRES NA CIDADE: Modelo baseado em agentes em ambiente celular de crescimento urbano

informal periférico Alexandre Pereira Santos

Orientador: Mauricio Couto Polidori

17

LINHA DE PEQUISA: HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DA CIDADE

21

DA CATEDRAL À CÂMARA DO COMÉRCIO: O centro histórico do Rio Grande. RS (1755-1941)

Eliza Furlong Antochevis Orientadora: Ester Gutierrez

23

DAS PELOTAS: História da arquitetura das estâncias. RS. 1795-1856

Fernando Gonçalves Duarte Orientadora: Ester Judite Bendjouya Gutierrez

27

LINHA DE PESQUISA: PERCEPÇÃO E AVALIAÇÃO DO AMBIENTE PELO USUÁRIO

29

O IMPACTO DA INSERÇÃO DE TERMINAIS URBANOS EM PRAÇAS PÚBLICAS NO BRASIL A PARTIR DA PERCEPÇÃO DO USUÁRIO:

O caso da Praça Tamandaré na cidade de Rio Grande/RS Ellen Scott Hood Antonello

Orientadora: Adriana Araújo Portella

31

INVESTIGANDO AS VARIÁVEIS QUE DEVEM SER CONSIDERADAS EM PROJETOS DE ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL DE PRAÇAS PÚBLICAS COM

CARÁTER HISTÓRICO

33

O Caso da Praça Coronel Pedro Osório Inês de Carvalho Quintanilha

Orientadora: Adriana Araújo Portella

OS PARQUES LINEARES E SUAS FUNÇÕES SOCIAIS E AMBIENTAIS: Quais variáveis devem ser consideradas nos projetos de requalificação urbana

desses parques a partir da percepção dos usuários? Andressa Marina Mativi Rocha

Orientadora: Adriana Araújo Portella

35

OS AMBIENTES HOSPITALARES DE ATENDIMENTO INFANTIL SOB A PERCEPÇÃO DO USUÁRIO

Uma ênfase na cor Leila Gisler Lopes

Orientadora: Natalia Naoumova

37

LINHA DE PESQUISA: TEORIA, HISTÓRIA E CRITICA DA ARQUITETURA E URBANISMO

39

INVENTÁRIO DE ARQUITETURA MODERNA EM PELOTAS – 1950/1980 Beatriz Cauduro Montagner

Orientadora: Célia Helena Castro Gonsales

41

LINHA DE PESQUISA: CONFORTO E SUSTENTABILIDADE DO AMBIENTE CONSTRUIDO

43

SUSTENTABILIDADE EM EDIFICAÇÕES PÚBLICAS O Processo de Expansão do Instituto Federal Sul-rio-grandense

César Rodeghiero Rosa Orientador: Antônio César Silveira Baptista da Silva

Coorientadora: Lisandra Fachinello Krebs

45

O APROVEITAMENTO DA LUZ NATURAL EM PRÉDIO PÚBLICO ADMINISTRATIVO

Estudo de caso em prédio administrativo da UFPel Vanessa Büttow Signorini

Orientadora: Celina Maria Britto Correa

47

ANÁLISE DA SENSIBILIDADE DO REGULAMENTO BRASILEIRO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DE EDIFÍCIOS COMERCIAIS – RTQ-C QUANTO À VARIAÇÃO DE DENSIDADE DE CARGA INTERNA DE EQUIPAMENTOS

NA AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO ENERGÉTICO DA ENVOLTÓRIA DE EDIFÍCIOS DE ESCRITÓRIOS

Mariane Pinto Brandalise Orientador: Eduardo Grala da Cunha

49

LINHA DE PESQUISA: GESTÃO, PRODUÇÃO E CONSERVAÇÃO DO AMBIENTE CONSTRUÍDO

51

PROPOSIÇÃO DE UM MÉTODO PARA CAPTAÇÃO DE REQUISITOS DOS USUÁRIOS NO PROJETO DE OBRAS EM INSTIUIÇÕES PÚBLICAS DE

ENSINO SUPERIOR Bruno Ongaratto

Orientador: Fábio K. Schramm

53

5

APRESENTAÇÃO

O IV Seminário Anual da Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da UFPel acontece nos dias 12, 13 e 14 de fevereiro de 2014, no Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PROGRAU), da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAUrb), da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Além de ser um evento importante para o fortalecimento do PROGRAU, também é de grande relevância para a região sul do Rio Grande do Sul, ao abordar temas relacionados ao universo da pesquisa em arquitetura e urbanismo. Os eixos temáticos foram organizados a partir das seguintes áreas e linhas de pesquisa: Área de Concentração Arquitetura, Patrimônio e Sistemas Urbanos – Urbanismo Contemporâneo; História da Arquitetura e da Cidade; Percepção e Avaliação do Ambiente pelo Usuário; Teoria História e Crítica da Arquitetura e Urbanismo e; Área de Concentração Qualidade e Tecnologia do Ambiente Construído – Conforto e Sustentabilidade do Ambiente Construído; Gestão, Produção e Conservação do Ambiente Construído.

Por meio de sessões de comunicações os discentes da turma 2013 apresentam suas propostas de pesquisa promovendo o debate acadêmico e fomentando discussões sobre as diferentes possibilidades, práticas, metodologias e resultados nas linhas de pesquisa oferecidas pelo PROGRAU.

Prof. Dr. Eduardo Rocha

Coordenador do PROGRAU

7

PROGRAMAÇÃO

DIA HORARIO LINHA MESTRANDO BANCA

2/12/2014

QUARTA-FEIRA

18h30min as 21h30min

18h30min

URBANISMO CONTEMPORÂNEO

BÁRBARA DE BÁRBARA HYPOLITO

Orientador: Eduardo Rocha. Banca: 1. Ana Paula Faria; 2. André Carrasco; 3. Mauricio Polidori (suplente) 19h00min

19h00min FERNANDA TOMIELLO

Orientador: Eduardo Rocha. Banca: 1. Mauricio Polidori; 2. André Carrasco; 3. Ana Paula Faria (suplente) 19h30min

19h30min DANIEL TRINDADE PAIM

Orientadora: Ana Paula Neto de Faria. Banca: 1. Mauricio Polidori; 2. André Carrasco; 3. Eduardo Rocha (suplente) 20h00min

20h00min ALEXANDRE PEREIRA SANTOS

Orientador: Mauricio Polidori. Banca: 1. Ana Paula Neto de Faria, 2. André Carrasco, 3. Eduardo Rocha(suplente) 20h30min

20h30min

HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DA

CIDADE

ELIZA FURLONG ANTOCHEVIS

Orientadora: Ester Gutierrez. Banca: 1. Sylvio Jantzen; 2. Célia Gonsales; 3. Eduardo Rocha (suplente) 21h00min

21h00min FERNANDO GONÇALVES DUARTE

Orientadora: Ester Gutierrez. Banca: 1. Sylvio Jantzen; 2. Célia Gonsales; 3. Eduardo Rocha (suplente) 21h30min

2/13/2014

QUINTA-FEIRA

19h00min as 21h30min

19h00min

PERCEPÇÃO E AVALIAÇÃO DO AMBIENTE PELO

USUÁRIO

ELLEN SCOTT HOOD ANTONELLO

Orientadora: Adriana Portella. Banca: 1. Laura Cezar; 2. Nirce Medvdovski; 3.Eduardo Rocha (suplente) 19h30min

19h30min INÊS DE CARVALHO QUINTANILHA

Orientadora: Adriana Portella. Banca: 1. Laura Cezar; 2. Nirce Medvdovski; 3.Eduardo Rocha (suplente) 20h00min

20h00min ANDRESSA MARINA MATIVI ROCHA

Orientadora: Adriana Portella. Banca: 1. Laura Cezar; 2. Nirce Medvdovski; 3. Eduardo Rocha (suplente)

20h30min

20h30min LEILA ROSANI GISLER LOPES

Orientadora: Natalia Naoumova. Banca: 1. Adriana Portella; 2. Isabel Salamoni; 3.Eduardo Rocha (suplente)

21h00min

21h00min TEORIA, HIST. E CRÍTICA DA ARQ. E

URB.

BEATRIZ CAUDURO MONTAGNER

Orientadora: Célia Gonsales; Banca: 1. Sylvio Jantzen; 2. Aline Montagna; 3. Laura Cezar (suplente).

21h30min

2/14/2014

SEXTA-FEIRA

19h00min as 21h30min

19h00min

CONFORTO E SUSTENTABILIDADE

DO AMBIENTE CONSTRUÍDO

CÉSAR RODEGHIERO ROSA

Orientador: Antônio César; Banca: 1. Rosilaine Isoldi; 2. Lisandra Krebs; 3. Eduardo Grala (suplente) 19h30min

19h30min VANESSA BUTTON SIGNORINI

Orientadora: Celina. Banca: 1. Eduardo Grala, 2. Isabel Salamoni, 3. Antonio Cesar ( suplente)

20h00min

20h00min MARIANE PINTO BRANDALISE

Orientador: Eduardo Grala. Banca: 1. Antonio Cesar, 2. Isabel Salamoni.

20h30min

20h30min THELMA DE ÁVILA CAMARGO

Orientador: Eduardo Grala. Banca: 1. Antonio Cesar, 2. Isabel Salamoni.

21h00min

21h00min GESTÃO, PROD. E CONSERV. DO AMB.

CONSTR.

BRUNO ONGARATTO

Orientador: Fábio Scharamm Banca: 1. Eduardo Grala; 2. Ana Paula Neto de Faria;

21h30min

9

URBANISMO CONTEMPORÂNEO

11

A CIDADE, O CORPO E AS ESCRITAS URBANAS:

Intervenções no espaço público contemporâneo na cidade de Pelotas

Bárbara Hypolito1 Orientador: Eduardo Rocha2

Palavras-chave: cidade; corpo; experiência urbana; escritas urbanas.

Este pesquisa busca ampliar a discussão acerca da relação corpo-cidade; lançando um olhar investigativo sobre a cidade contemporânea (SECCHI, 2006; MAGALHÃES, 2007) e as experiências urbanas (AGAMBEM, 2009; JACQUES, 2008) realizadas no espaço público.

O trabalho justifica-se pela necessidade de ampliação nas formas de estudo do espaço urbano da cidade contemporânea, tendo o corpo como fio condutor na leitura deste cenário; a partir de sua experiência ativa pela cidade e pelos elementos e linguagens que a compõe. A pesquisa investe na experiência de vivenciar a cidade escapando da passividade corporal instaurada por um sistema que desenvolve cidades e sociedades moldadas pela razão, baseado em regras e ações que enrijecem cidade e indivíduos; e aposta nas intervenções urbanas e na hipótese de reconhecer as escritas urbanas (graffiti, stencil, lambes, pichações) como dispositivos capazes de acionar os corpos rumo ao [des]condicionamento e ao diálogo sobre a vida nas cidades e as qualidades do espaço público que chamam à experimentação urbana. Uma cidade é feita por e para as pessoas, e ainda para pessoas cujos corpos são diferentes entre si e estão em constante movimento.

Experiência urbana indica corpos que deslocam-se, movimentam-se e interagem com os espaços públicos de maneira ativa, estabelecendo relações a partir de suas subjetividades individuais e daquelas construídas coletivamente, em sociedade; a qualidade do espaço urbano identificará também a qualidade das relações de convívio, diálogo, vizinhança, interesse pelo próximo e pelo ambiente em que vive. As escritas urbanas são intervenções no espaço público que ativam ruas, fachadas, espaços abandonados e corpos; fazendo o pensamento pensar, resistir, questionar, chamando o indivíduo a se relacionar.

Não pretende-se, aqui, abolir o estudo urbano tradicional, mas ampliar suas abordagens, criando um repertório teórico multidisciplinar, carente na realidade atual, situado nas fronteiras da arquitetura-urbanismo, filosofia e arte, aproximando e relacionando os conceitos abordados.

O objetivo geral da pesquisa é explorar e sistematizar as possibilidades de leitura da cidade de Pelotas/RS, a partir das escritas urbanas e da experiência do corpo pelo cenário urbano contemporâneo, identificando alguns dispositivos que se mostram capazes de descondicionar os corpos, como: graffiti, stencil, lambes, pichações, etc.

A pesquisa tem cunho qualitativo e utiliza-se do método cartográfico (KASTRUP, 2010) - metodologia experimental cuja essência está na possibilidade de enxergar o não visível, as diferenças, de habitar cenários sócio-culturais não demarcados nos mapas habituais. Apostando na experimentação do pensamento, dando voz aos afectos que pedem passagem, atenção, aproximações, mergulhando

1 Arquiteta e Urbanista; Estudante de Pós-Graduação no PROGRAU|FAUrb|UFPel. [email protected].

2 Arquiteto e Urbanista; Especialista em Artes; Mestre em Educação; Doutor em Arquitetura e Urbanismo; Professor no

PROGRAU|FAUrb|UFPel. [email protected].

nas intensidades desse tempo contemporâneo, atentando às linguagens encontradas e devorando aquelas que parecem elementos possíveis para a composição desse mapa cartográfico. O método possibilitará a composição de um mapa a partir do deslocamento da pesquisadora pela cidade a fim de alcançar os objetivos específicos: revisar a literatura; mapear a distribuição espacial das escritas urbanas exploradas e sistematizadas na cidade; entrevistar artistas e moradores locais; desenvolver experimentos práticos no espaço público; compreender o efeito das manifestações artísticas impressas e cartografadas; descobrir e reconhecer; como as manifestações artísticas urbanas impressas no espaço público afectam a experiência corporal urbana pelas ruas da cidade.

REFERÊNCIAS

AGANBEM, Giorgio. O que é contemporâneo? E outros ensaios. trad. Vinicius Nacastro Honesko. Chapecó, SC: Argos: 2009. JACQUES, Paola Berenstein; BRITO, Fabiana Dultra. Corpografias urbanas: relações entre o corpo e a cidade. In: LIMA, Evelyn F. Werneck (org.). Espaço e teatro: do edifício teatral à cidade como palco, Rio de Janeiro: 7letras, 2008. KASTRUP, Virgínia; PASSOS, Eduardo; ESCÓSSIA, Liliana. (orgs). Pistas do método da cartografia: Pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2010. MAGALHÃES, Sérgio Ferraz. A cidade na Incerteza: Ruptira e continuidade em urbanismo. Rio de Janeiro: Ed. PROURB, 2007. SECCHI, Bernardo. Primeira Lição de Urbanismo. São Paulo: Perspectiva, 2006.

13

FOTOGRAFIA SEQUENCIAL E FOTOMONTAGEM:

Fragmentos espaço-temporais da paisagem do bairro Laranjal

Fernanda Tomiello3 Orientador: Eduardo Rocha4

Palavras-chave: cidade; paisagem; fotografia; fotomontagem; imagem.

A paisagem da cidade integra e relaciona aspectos físicos, históricos, culturais e sociais da vida urbana e, segundo PEIXOTO (2004, p. 13), também é constituída pelo cruzamento entre diversos espaços e tempos. Este trabalho tem como foco o estudo da dinâmica da paisagem urbana, através de diferentes cenas (espaço) e de vários instantes de cada cena (tempo), representados através de imagens que integram técnicas de fotografia sequencial e fotomontagem. Assim, a justificativa desse trabalho se baseia na necessidade de ampliação das formas de se representar e criar a paisagem urbana, o que se busca através de imagens que caracterizam colagens temporais, entendendo que não há maneira única ideal para abordar a representação e criação da paisagem, mas que a integração entre fotografia sequencial e fotomontagem é uma possibilidade com potencial que merece ser explorada.

Para PEIXOTO (2004, p. 11), a paisagem não se esgota no que é visto em um determinado momento, sendo assim, cada leitura feita a partir dela é um mero fragmento, uma fatia de um universo infinitamente maior. Dessa forma, o objetivo geral dessa pesquisa é contribuir para um entendimento mais amplo da paisagem urbana, especialmente da sua dinâmica. A revisão teórica explora relações espaço-temporais e noções de paisagem urbana, fotografia sequencial, fotomontagem e fotografia expandida. A abordagem desses temas permeia as áreas da arquitetura e urbanismo, geografia, filosofia e artes, procurando aproximar e relacionar os conceitos, tentando entender o processo e o objeto de estudo sob uma ótica multidisciplinar. Este trabalho está sendo realizado com o método de cartografia, que busca a investigação na dimensão processual da realidade e pressupõe que o ato de conhecer é criador da realidade, colocando em questão o paradigma da representação (KASTRUP, 2013, p. 264-265).

O recorte empírico situa-se no bairro Laranjal, na cidade de Pelotas/RS, onde a paisagem é marcada pela interface entre o bairro em si e a Laguna dos Patos. A figura 1 integra os ensaios fotográficos que compõem o trabalho e é uma composição elaborada através da justaposição de fragmentos circulares de 30 imagens da mesma sequência fotográfica, destacando variações cromáticas da paisagem. Resultados e conclusões parciais indicam que uma imagem que incorpora a dimensão temporal da paisagem pode ser considerada ao mesmo tempo mais criativa e mais representativa do que uma imagem convencional, pois não se limita a um instante específico e foge da homogeneidade visual das imagens tradicionais. Além disso, a integração entre fragmentos espaço-temporais da paisagem permite representar processos e não apenas estados, relações e não apenas objetos, ao criar simultaneidade de coisas que não são simultâneas, ao justapor coisas que não são vistas justapostas no dia-a-dia e ao colocar lado a lado frações espaço-temporais que normalmente só podem ser

3 Arquiteta e Urbanista; Estudante de Pós-Graduação no PROGRAU-FAUrb-UFPel. [email protected].

4 Arquiteto e Urbanista; Especialista em Artes; Mestre em Educação; Doutor em Arquitetura e Urbanismo; Professor no

PROGRAU-FAUrb-UFPel. [email protected].

observadas em um longo período de tempo. Também pode ser destacado o potencial criativo do processo utilizado (fotografia sequencial e fotomontagem), que amplia as possibilidades de representação e de apreensão e possibilita construir imagens potentes, perturbadoras e com forte aspecto conotativo.

Figura 1: fotomontagem elaborada com 30 imagens de uma sequência fotográfica. Fonte: acervo de Fernanda Tomiello, 2013.

REFERÊNCIAS

KASTRUP, Virgínia; PASSOS, Eduardo. Cartografar é traçar um plano comum. Fractal, v. 25, n. 2, p. 263-280, 2013. Disponível em <http://www.uff.br/periodicoshumanas/index.php/Fractal/article/view/1109/870>. Acesso em 06 set. 2013. PEIXOTO, Nelson Brissac. Paisagens Urbanas. São Paulo: Senac, 2004.

15

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DA ESTRUTURA CONFIGURACIONAL URBANA:

Modelos de simulação baseados em grafos

Daniel Trindade Paim5 Orientadora: Ana Paula Neto de Faria6

Palavras-chave: estrutura urbana; modelagem computacional; grafos.

O presente trabalho tem como foco desenvolver e aprimorar ferramentas e técnicas empregadas na descrição configuracional da estrutura espacial urbana. A temática deste projeto aborda aspectos da morfologia urbana, principalmente a configuração dos espaços urbanos. Tendo como foco central o aperfeiçoamento dos métodos aplicados na análise e interpretação dos resultados dessas abordagens, como as medidas se comportam na descrição das cidades quando investigadas por meio de simulações em modelos computacionais baseados em grafos.

O trabalho tem por objetivo geral colaborar com os esforços realizados na compreensão da estrutura configuracional urbana por meio do aprimoramento dos procedimentos de análise e interpretação dos resultados de modelos de simulação computacional baseados em grafos.

A modelagem baseada em grafos parece ser adequada para caracterizar principalmente as propriedades referentes à estrutura configuracional e morfológica do espaço urbano (Krüger, 1979; Hillier e Hanson, 1984; entre muitos outros). A representação do sistema urbano através de um grafo permite que as características do sistema e de seus componentes sejam descritas tão somente através das condições de conectividade interna (Faria, 2010).

Uma rede é um sistema que pode ser descrito por um conjunto de elementos e suas inter-relações e, por conseguinte, pode ser representado por um grafo. Os estudos de redes formulam uma base teórica de referência capaz de auxiliar no entendimento da funcionalidade tanto dos componentes, quanto do sistema como um todo, pois são estudos voltados para a descrição, caracterização e explicitação das propriedades estruturais de um sistema (Faria, 2010).

As etapas de trabalho da pesquisa seguem os seguintes procedimentos e critérios: a) revisão bibliográfica; b) seleção das cidades a serem estudadas, coleta de dados e levantamento do conjunto de cidades a ser investigado; c) representação da estrutura urbana na forma de um grafo; d) simulações com estruturas espaciais urbanas; e) análise do comportamento estatístico das medidas configuracionais aplicadas ao sistema de espaços urbanos; f) descrição das características morfológicas urbanas (conformação da mancha urbana e regularidade do traçado, etc); g) correlação entre a descrição morfológica por simulação e as descrições morfológicas; h) definição da capacidade descritiva das medidas configuracionais urbanas.

O trabalho pretende desenvolver, aperfeiçoar e interpretar métodos e rotinas para contribuir nos estudos configuracionais urbanos, além de criar novas possibilidades interpretativas para os fenômenos urbanos relacionados com sua

5 UFPel / FaUrb / Prograu. [email protected]

6 UFPel / FaUrb / Prograu. [email protected]

conformação espacial provenientes de estudos de redes para o caso da descrição configuracional do espaço urbano.

17

LUGAR DOS POBRES NA CIDADE:

modelo baseado em agentes em ambiente celular de crescimento urbano informal periférico

Alexandre Pereira Santos7 Orientador: Mauricio Couto Polidori8

Palavras-chave: modelo de crescimento urbano; simulação dinâmica de processos sociais; crescimento urbano periférico; autômato celular; modelo baseado em agentes.

A proposta apresenta o uso de modelos baseados em agentes em ambiente celular para estudo das dinâmicas morfológicas de localização de áreas de pobreza na periferia das cidades. Pretende, a partir do estudo das dinâmicas complexas que interagem com a forma urbana, avançar na compreensão das forças motrizes do desenvolvimento das cidades contemporâneas.

OBJETIVOS

A pesquisa busca investigar a aplicação de modelos urbanos ao problema da formação de áreas pobres nas periferias das cidades visto através da morfologia urbana ao testar tendências de crescimento tradicionais ante a mecanismos de desenvolvimento informal e comportamentos de tomada de decisão envolvendo cooperação e competição em ambientes de geosimulação. Do ponto de vista empírico, visa-se investigar a formação de pobreza nas cidades e nas periferias em especial; os processos sociais através dos quais ocorre e os atores essenciais para sua descrição sistêmica. Quanto aos aspectos teóricos, busca-se pesquisar acerca dos padrões morfológicos associados à pobreza, da interação desta com aqueles padrões em sua evolução no tempo, especialmente através de seus atributos ambientais, urbanos e institucionais. Quanto à metodologia, os objetivos são aprofundamento da investigação sobre os modelos baseados em agentes em ambientes celulares.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Parte-se da análise das cidades contemporâneas enquanto processos vivos do capitalismo global, sob a ótica da teoria do desenvolvimento desigual (HARVEY, 1978; WALKER, 1978), de pesquisas empíricas e estatísticas sobre a realidade nacional e latino-americana (GILBERT, 1987; BÓGUS; TASCHNER, 1999; ABRAMO, 2007), do agravamento das desigualdades em escala global (SASSEN, 1999; UN-HABITAT, 2003; DAVIS, 2006; PATEL, 2007) que geram mecanismos fluídos de produção de espaço urbano, renovação de estoques em ciclos de valorização da forma urbana (KRAFTA, 1999; KRAFTA et al., 2011). Estes impelem as cidades à sua expansão, fragmentação e consolidam as periferias em estado de permanente adaptação (BARROS, 2003; POLIDORI; KRAFTA, 2003), altamente interativo entre forma urbana, comportamentos sociais e ambiente natural (ALBERTI et al., 2003).

Analisam-se as dinâmicas das cidades contemporâneas a partir das teorias da complexidade (BATTY, 2005), em especial do afastamento dos estados de equilíbrio

7 Arquiteto, UFRGS (2008), mestrando do PROGRAU/UFPEL na linha Sistemas Configuracionais Urbanos,

[email protected]. 8 Arquiteto, UFPEL (1982), especialista em Planejamento Energético e Ambiental, UFRGS (1993), mestre em

Planejamento Urbano e Regional, PROPUR/UFRGS (1993), doutor em Ciências PPGECO/UFRGS (2005), [email protected].

(BATTY, 2007a) e da emergência de padrões de ordem auto-organizados (PORTUGALI, 1996, 1997). Esse conjunto de elaborações apoia-se na geosimulação (BUZAI, 1999; BENENSON; TORRENS, 2004; BATTY, 2007b) com foco nos modelos dinâmicos de autômatos celulares (BATTY et al., 1997; TORRENS, 2000) e modelos baseados em agentes (BATTY, 2005; MACAL; NORTH, 2010; HEPPENSTALL et al., 2012) e dos processos de tomada de decisão, competição e cooperação (EPSTEIN; AXTELL, 1996; AXELROD, 1997; EPSTEIN, 1999; AN, 2012).

METODOLOGIA E AVANÇO ATÉ O PRESENTE

Propõe-se a integração da plataforma CityCell® – Urban Growth Simulator (POLIDORI, 2004; SARAIVA, 2013) com um modelo baseado em agentes que atualmente encontra-se em desenvolvimento. Esse modelo deverá incluir a interpretação da paisagem modelada (composta por atributos urbanos, ambientais e institucionais de forma explícita) por agentes coletivos heterogêneos que deverão ocupar e promover o crescimento do ambiente urbano através de dinâmicas de cooperação e competição seguindo suas preferências e capacidade de exercício de poder. Se espera como resultado a formação de uma paisagem de intensidades variadas de desenvolvimento urbano, atributos naturais e concentração de tipos de agentes que deverá permitir a análise da expansão e fragmentação da forma urbana, segregação socioeconômica, simulação de efeitos de políticas urbanas, entre outras questões.

Acrescenta-se, portanto, ao modelo existente uma importante dimensão da pesquisa em modelagem urbana contemporânea, que tem ganho atenção no campo e vem apresentado resultados animadores9, especialmente quanto as dinâmicas ligadas a descontinuidades do comportamento individual, à formação de estados de ordem complexa e à dissociação da racionalidade dos indivíduos de tendências homogêneas e equilibradas.

REFERÊNCIAS

ABRAMO, P. A Cidade Com-Fusa: a mão inoxidável do mercado e a produção da estrutura urbana nas grandes metrópoles latino-americanas. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, v. 9, n. 02, p. 25–53, 2007.

ALBERTI, M.; MARZLUFF, J. M; SHULENBERGER, E.; et al. Integrating Humans into Ecology: Opportunities and Challenges for Studying Urban Ecosystems. BioScience, v. 53, n. 12, p. 1169–1179, 2003. Uberlândia: American Institute of Biological Sciences.

ALMEIDA, C. M. DE. Forecast Models of Urban Growth and Land Use Change to Assess Human Vulnerability Resulting from Threats to Water Resources. , , n. January, p. 1–17, 2005.

AN, L. Modeling human decisions in coupled human and natural systems: Review of agent-based models. Ecological Modelling, v. 229, p. 25–36, 2012.

AXELROD, R. M. The complexity of cooperation: agent-based models of competition and collaboration. Princeton: Princeton University Press, 1997.

BARROS, J. X. Simulating urban dynamics in Latin American cities. 7th International Conference on GeoComputation. Anais... p.11, 2003. Southampton: University of Southampton.

9 Ver por exemplo a recente premiação dos resultados de Feitosa e outros (2012) e sua publicação nos principais

periódicos científicos, além da impressionante capacidade de resposta dos modelos do INPE (CÂMARA; MONTEIRO, 2002; ALMEIDA, 2005; INPE, 2013).

19

BATTY, M. Cities and Complexity: Understanding Cities With Cellular Automata, Agent-Based Models, and Fractals. Cambridge: MIT Press, 2005.

BATTY, M. Complexity in city systems: understanding, evolution, and design. CASA Working Papers, v. 44, n. 0, p. 0–35, 2007a. London.

BATTY, M. Model Cities. CASA Working Papers, v. 113, p. 0–38, 2007b. London.

BATTY, M.; COUCLELIS, H.; EICHEN, M. Urban systems as cellular automata. Environment and Planning B: Planning and Design, v. 24, n. 2, p. 159–164, 1997. Pion Ltd.

BENENSON, I.; TORRENS, P. M. Geosimulation: Automata-Based Modeling of Urban Phenomena. London: John Wiley & Sons, Ltd, 2004.

BÓGUS, L. M. M.; TASCHNER, S. P. São Paulo: velhas desigualdades, novas configurações espaciais. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, v. 1, p. 153–174, 1999. Rio de Janeiro.

BUZAI, G. D. Geografia Global: El paradigma geotecnológico y el espacio interdisciplinario en la interpretación del mundo del siglo XXI. Buenos AIres: Lugar Editorial, 1999.

CÂMARA, G.; MONTEIRO, A. Mapping Social Exclusion/Inclusion in Developing Countries: Social Dynamics of So Paulo in the 1990s. Center for Spatially Integrated Social Science, 2002.

DAVIS, M. Planeta favela. 1a ed. São Paulo: Boitempo Ed., 2006.

EPSTEIN, J. M. Agent-based computational models and generative social science. Complexity, v. 4, n. 5, p. 41–60, 1999.

EPSTEIN, J. M.; AXTELL, R. Growing Artificial Societies: Social Science from the Bottom Up. Washington DC: Brookings Institution Press, 1996.

FEITOSA, F. F.; LEE, Q. B.; VLEK, P. L. G.; et al. Countering urban segregation in Brazilian cities: policy-oriented explorations using agent-based simulation. Environment and Planning B: Planning and Design, v. 39, n. 6, p. 1131–1150, 2012.

GILBERT, A. Urban Growth, Employment and Housing. In: D. A. Preston (Ed.); Latin American Development: Geographical Perspectives, 1987. Harlow, Essex: Longman.

HARVEY, D. The urban process under capitalism: a framework for analysis. International Journal of Urban and Regional Research, v. 2, n. 1-4, p. 101–131, 1978. Oxford, UK.: Blackwell Publishing Ltd.

HEPPENSTALL, A. J.; CROOKS, A. T.; SEE, L. M.; BATTY, M. Agent-Based Models of Geographical Systems. Dordrecht, Heidelberg, London, New York: Springer, 2012.

INPE. TerraME: Simulation and Modelling of Terrestrial Systems. Disponível em: <http://www.terrame.org>. Acesso em: 29/6/2013.

KRAFTA, R. Spatial self-organization and the production of the city. Cybergeo: European Journal of Geography, p. 16, 1999. Disponível em: <http://cybergeo.revues.org/4985>. Acesso em: 1/1/2013.

KRAFTA, R.; NETTO, V.; LIMA, L. Urban form grows critical. Disponível em: <http://cybergeo.revues.org/24787>. Acesso em: 20/11/2012.

MACAL, C. M.; NORTH, M. J. Tutorial on agent-based modelling and simulation. Journal of Simulation, v. 4, n. 3, p. 151–162, 2010. Palgrave Macmillan.

PATEL, S. The making of global city regions - Mumbai: the mega-city of a poor country. The making of global city regions: Johannesbourg, Mumbai/Bombay, São Paulo and Shanghai. p.64–79, 2007. Baltimore: John Hopkings University Press.

POLIDORI, M. C. Crescimento urbano e ambiente: um estudo exploratório sobre as transformações eo futuro da cidade, 2004. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Instituto de Biociências - Programa de Pós Graduação em Ecologia: Tese de Doutorado.

POLIDORI, M. C.; KRAFTA, R. Crescimento urbano: Fragmentação e sustentabilidade. Anais X Encontro Nacional da ANPUR. Belo Horizonte, p. 14, 2003.

PORTUGALI, J. Notions concerning the nature of world urbanization. Progress in Planning, v. 46, n. 3, p. 145–162, 1996.

PORTUGALI, J. Self-organizing cities. Futures, v. 29, n. 4–5, p. 353–380, 1997.

SARAIVA, M. V. P. Simulação de crescimento urbano em espaços celulares com uma medida de acessibilidade: método e estudo de caso em cidades do sul do Rio Grande do Sul, 2013. Pelotas: Universidade Federal de Pelotas.

SASSEN, S. Globalization and its discontents: Essays on the new mobility of people and money. New York: New Press, 1999.

TORRENS, P. M. How cellular models of urban systems work (1. Theory). CASA Working Papers, v. 28, p. 0–68, 2000. London.

UN-HABITAT. The Challenge of Slums: Global Report on Human Settlements. London: United Nations Human Settlements Programme, 2003.

WALKER, R. A. Two Sources of Uneven Development Under Advanced Capitalism: Spatial Differentiation and Capital Mobility. Review of Radical Political Economics, v. 10, n. 3, p. 28–38, 1978.

21

HISTÓRIA DA ARQUITETURA E DA

CIDADE

23

DA CATEDRAL À CÂMARA DO COMÉRCIO:

O centro histórico do Rio Grande. RS (1755-1941)

Eliza Furlong Antochevis10 Orientadora: Ester Gutierrez11

Palavras-chave: arquitetura; cidade; Rio Grande.

O trabalho proposto tem como tema a história do centro histórico do Rio Grande e da arquitetura nele produzida entre os anos de 1755 (construção da Catedral de São Pedro) e 1941 (edificação do prédio da Câmara do Comércio). Sendo o objetivo geral narrar essa história, os objetivos específicos compreendem: desenvolver um breve histórico sobre a origem da cidade e evolução do centro histórico até 1755; estudar a cronologia da formação das vias do centro e da criação dos serviços de infraestrutura e equipamentos urbanos, como redes de água e esgoto, iluminação, transporte coletivo e pavimentação (1755-1941); relacionar essas soluções urbanas com as implantadas em outros centros nacionais; descrever a arquitetura produzida na área (1755-1941); estudar as linguagens arquitetônicas existentes no período (luso-brasileira, eclética, art nouveau, art dèco); relacionar a arquitetura riograndina produzida com as linguagens arquitetônicas estudadas, caracterizando a arquitetura do centro histórico. Será utilizada bibliografia que trate da origem da cidade (QUEIROZ, 1987; TORRES, 2001) e da história da cidade e da arquitetura (OLIVEIRA, 2012; SANTOS, 2007). Também serão estudadas as linguagens arquitetônicas existentes no período (REIS FILHO, 2011; WEIMER, 1998; FABRIS, 1987, CURTIS, 2008). Acerca da história econômica, social e política, serão analisados relatos de viajantes (LUCCOCK, 1987; SAINT-HILAIRE, 1999; ISABELLE, 1983), jornais como Diário do Rio Grande, Echo do Sul e Arcádia, e Relatórios da Câmara Municipal do Rio Grande. Sobre a arquitetura do centro serão estudados o Jornal Agora e as fichas do Inventário de Bens Culturas do Município. A investigação seguirá o método comparativo da história, que consiste em buscar as diferenças e semelhanças que apresentam duas séries de natureza análoga, tomadas em meios sociais distintos. (CARDOSO e BRIGNOLI, 1983). Serão desenvolvidas tais atividades: pesquisa bibliográfica acerca da povoação que deu origem à cidade, evolução do centro histórico até 1755 e das linguagens arquitetônicas já citadas desenvolvidas no país e exterior; pesquisa bibliográfica, documental e iconográfica sobre o crescimento do centro histórico, da infraestrutura e equipamentos urbanos existentes, e acerca da arquitetura produzida nos devidos recortes; pesquisa documental através das fichas de prédios inventariados e tombados e escolha de exemplares relevantes parcialmente preservados; análise comparativa entre essas linguagens arquitetônicas e a arquitetura do centro histórico, tanto das fachadas públicas presentes em fotografias, como de modo mais específico dos prédios preservados. A estrutura da pesquisa está prevista em dois capítulos. O primeiro trata da história do Centro Histórico. Discorre sobre: estrutura urbana e pavimentação; redes de água e esgotos; iluminação pública; transporte coletivo e espaços públicos nos recortes propostos. Compara as soluções urbanas com as implantadas em outros centros nacionais e devidas influências estrangeiras. O segundo capítulo, Arquitetura no Centro Histórico,

10

Arquiteta e Urbanista, mestranda PROGRAU, linha de pesquisa História da Arquitetura e da Cidade. [email protected] 11

Professora da UFPel, na graduação e no mestrado em Arquitetura e Urbanismo e no mestrado e doutorado em Memória Social e Patrimônio Cultural. Graduada em Arquitetura e Urbanismo (UFRGS); especialista em Educação (UFPel) e em Gestão do Patrimônio Cultura (UFPel/UNESCO); mestre e doutora em História (PUCRS). [email protected]

sobretudo através dos remanescentes preservados, analisa suas linguagens arquitetônicas (luso-brasileira, eclética, art nouveau e art dèco) e as compara aos exemplares das capitais nacionais e respectivas influências internacionais. Em fase de elaboração, o primeiro capítulo identifica e elabora a cronologia das obras urbanas. Paralelamente são pesquisados exemplares arquitetônicos para análise no segundo capítulo, que em sua totalidade apresentará vinte obras.

REFERÊNCIAS

CARDOSO, Ciro e BRIGNOLI, Héctor Pérez. Os métodos da história. Rio de Janeiro: Graal, 1983. CURTIS, William. Arquitetura moderna desde 1900. São Paulo: Bookman, 2008. D’EU, Luis Felipe Maria Fernando d’Orleans, Conde. Viagem militar ao Rio Grande do Sul. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1981. DREYS, Nicolau. Notícia descritiva da Província do Rio Grande de São Pedro do Sul. Porto Alegre: IEL, 1961. FABRIS, Annateresa. Ecletismo na arquitetura brasileira. São Paulo: Editora Nobel, 1987. INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Estadual. Inventário do Patrimônio Cultural do Rio Grande do Sul – Município do Rio Grande: fichas de catalogação. Rio Grande, 2003. ISABELLE, Arsène. Viagem ao Rio Grande do Sul (1833-1834). Porto Alegre: Martins Livreiro, 1983. LUCCOCK, John. Notas Sobre o Rio de Janeiro e partes meridionais do Brasil. Belo Horizonte: Villa Rica, 1987. OLIVEIRA, Ana Lúcia Costa. O Portal meridional do Brasil: Rio Grande, São José do Norte e Pelotas (1737 a 1822). Tese (Doutorado em planejamento urbano e regional). Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2012. Disponível em:<http://www.ufrgs.br/propur/teses_dissertacoes /Ana_L%C3%BAcia_Costa_de_Oliveira .pdf >. Acesso em: 05 mai. 2013. QUEIROZ, Maria Luiza Bertulini. A Vila do Rio Grande de São Pedro (1737-1822). Rio Grande: FURG, 1987. REIS FILHO, Nestor Goulart. Quadro da arquitetura no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 2011. SAINT-HILAIRE, Auguste. Viagem ao Rio Grande do Sul. Belo Horizonte:Itatiaia, 1999. SANTOS, Carlos Alberto. Espelhos, máscaras, vitrines: estudo iconológico de fachadas arquitetônicas – Pelotas 1870-1930. Pelotas: Educat, 2002. . Ecletismo na fronteira meridional do Brasil (1870-1931). Tese (Doutorado em arquitetura). Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal da Bahia. Salvador, 2007. TORRES, Luiz Henrique. Câmara Municipal do Rio Grande: Berço do parlamento gaúcho. Rio Grande: Salisgraf, 2001. . A catedral de São Pedro. BIBLOS. Rio Grande, n. 18, 2006. Disponível em: <http://www.seer.furg.br/biblos/article/view/82/187>. Acesso em: 12 mar. 2013. .Rio Grande: Cartões postais contam a história. Rio Grande: FURG, 2011b. . Rio Grande: Patrimônio e cartões-postais na Belle Époque. Rio Grande: EDFURG, 2013. WEIMER, Günter. A arquitetura. Porto Alegre: UFRGS, 1998. FONTES IMPRESSAS

25

Biblioteca Riograndense

Arcádia, Jornal ilustrado, histórico e biográfico. Rio Grande, 1868 a 1870. Diário do Rio Grande. Rio Grande, 1848 a 1910. Jornal Echo do Sul. Rio Grande, 1858 a 1934. Relatórios da Câmara Municipal. Rio Grande, 1845 a 1910. Jornal Agora – Caderno O Peixeiro. Rio Grande, 1975 até o presente.

27

DAS PELOTAS:

História da arquitetura das estâncias. RS. 1795-1856

Fernando Gonçalves Duarte12 Orientadora: Ester Judite Bendjouya Gutierrez13

Palavras-chave: estâncias. história da arquitetura. Rio Grande do Sul. Pelotas.

Duas dissertações de mestrado trataram da história da arquitetura das estâncias do Rio Grande do Sul: Luccas (1997) e Silva (2003). Considerando a lacuna existente justifica-se o aprofundamento do tema. Para isto, foram escolhidas as estâncias originárias do antigo Rincão das Pelotas, localizado entre o arroio Correntes e o canal São Gonçalo, a serra dos Tapes e a laguna dos Patos. O recorte temporal ficou entre as datas de duas medições judiciais: 1795, quando do levantamento do Rincão, e 1856, quando da demarcação da estância da Graça. Em 1795, a viúva e herdeira de seu marido Manuel Bento da Rocha, Isabel Francisca da Silveira fez solicitações de medição. As demarcações apontaram duas áreas: Nossa Senhora dos Prazeres e Nossa Senhora da Conceição [Figura 01]. O objetivo geral da pesquisa é contar a história da arquitetura das estâncias oriundas da divisão destas terras A investigação segue o método comparativo que consiste em buscar as semelhanças e as diferenças que apresentam as propriedades entre si. Por isto, a pesquisa tem um cunho monográfico. Manuscritos (doações de sesmarias de terras, inventários e testamentos); fontes iconográficas (medições judiciais, mapas e plantas); entrevistas (com descendentes de proprietários e de antigos moradores) e, a elaboração de inventários, com levantamentos físicos e fotográficos dos remanescentes serão utilizados. A estrutura está prevista em três capítulos. Praticamente finalizado, o primeiro capítulo, “Ocupação do sul”, elabora mapas, disserta sobre a primeira ocupação luso-brasileira do lugar e contextualiza o período que vai do final do século XVIII a meados do XIX. No segundo, a "Divisão do Rincão", está previsto apresentar as subdivisões territoriais subsequentes e seus confrontantes. Expor as propriedades, os proprietários e os trabalhadores escravizados. O último capítulo, "Arquitetura das Estâncias", irá comparar as tipologias. As considerações finais da pesquisa deverão ajudar no avanço do conhecimento sobre a história da arquitetura das estâncias, colaborar com a educação patrimonial e contribuir com a economia criativa, em especial, com o turismo receptivo.

12

Mestrando em história da arquitetura e das cidades (PROGRAU). Bacharel em Pintura e Escultura (UFPel). Especialista em encáustica (Universidade de Granada/Espanha). Diploma Cantonal em artes visuais (ECAV/Suíça) Graduando em Conservação e Restauro de Bens Móveis (UFPel). [email protected] 13

Professora da UFPel, na graduação e no mestrado em Arquitetura e Urbanismo e no mestrado e doutorado em Memória Social e Patrimônio Cultural. Graduada em Arquitetura e Urbanismo (UFRGS); especialista em Educação (UFPel) e em Gestão do Patrimônio Cultura (UFPel/UNESCO); mestre e doutora em História (PUCRS). [email protected]

Figura 01 - Mapa parcial do Rincão de Pelotas mostrando as sesmarias Nossa Senhora dos Prazeres e Nossa Senhora da Conceição. Fonte: Mapas elaborados pelo autor com base nas imagens de satélite do Google Earth e nos documentos do APRGS, ano 1795.

REFERÊNCIAS

ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Medição. Ano 1795. Autos 561, Mç. 14, Est. 33. 2º Cartório do Cível- Pelotas.

ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Medição. Ano 1795. Autos 431, Mç. 11, Est.19. 2º Cartório do Cível - Rio Grande.

ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Medição. Ano 1856. Autos 623, Mç. 15, Est.33. 2º Cartório do Cível - Pelotas.

ARQUIVO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Registro Geral das Concessões de Sesmarias (1780 a 1788). Porto Alegre.

LUCCAS, Luis Henrique Haas. Estâncias e Fazendas: arquitetura da pecuária no Rio Grande do Sul. 1997. Dissertação (Mestrado em Arquitetura). Faculdade de Arquitetura. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 1997.

SILVA, N. L. A. Velhas fazendas sulinas: no caminho das tropas do planalto médio século XIX. Dissertação (Mestrado em História), Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade de Passo Fundo, 2003.

29

AVALIAÇÃO E PERCEPÇÃO DO

AMBIENTE PELO USUÁRIO

31

O IMPACTO DA INSERÇÃO DE TERMINAIS URBANOS EM PRAÇAS PÚBLICAS NO BRASIL A PARTIR DA

PERCEPÇÃO DO USUÁRIO:

O caso da Praça Tamandaré na cidade de Rio Grande/RS

Ellen Scott Hood Antonello14 Orientadora: Adriana Portella 15

Palavras-chave: praças públicas; terminais urbanos; percepção do usuário; atividades sociais; sintaxe espacial.

Na cidade contemporânea um fenômeno vem acontecendo no Brasil e em vários outros países: a inserção de terminais urbanos em praças públicas, de caráter histórico, localizadas em áreas centrais da cidade. Exemplos podem ser vistos em Alicante (Espanha) na Praça Sergio Cardell, em Genebra (Suíça) em Place de Bel-Air, em Londres (Reino Unido) na Praça Euston, em Oxford (Reino Unido) em Gloucester Green e no Rio de Janeiro (Brasil) na Praça XV de Novembro. O problema acontece quando essas inserções são propostas de modo a atender apenas a demanda da mobilidade, excluindo fatores que deveriam fazer parte de seus projetos, como a preservação das atividades sociais e opcionais dos usuários e a identidade histórica do lugar. Dentro desse contexto, o objetivo dessa pesquisa é: investigar o impacto da inserção de terminais urbanos nas praças públicas no Brasil a fim de identificar, a partir da percepção do usuário local, se há conflitos de usos e se a identidade histórica do lugar tem sido afetada. A partir desses resultados, pretende-se definir as variáveis que deverão ser consideradas em futuros projetos de terminais urbanos em praças públicas, gerando diretrizes de desenho urbano que visem compatibilizar os usos e a identidade das praças simultaneamente. Sendo assim, os objetivos específicos são: (i) analisar o grau de integração e segregação dos caminhos internos da praça e os campos de visibilidade da mesma antes e depois da inserção do terminal urbano; (ii) investigar a influência desses aspectos (do objetivo específico i) sobre o comportamento e grau de satisfação do usuário com o lugar; (iii) identificar se a inserção do terminal tem alguma influência sob a percepção do usuário quanto a identidade histórica do lugar.

Para o desenvolvimento do estudo foi delimitado um caso de estudo: a Praça Almirante Tamandaré na cidade de Rio Grande, no Estado do Rio Grande do Sul devido sua importância histórica para a cidade e o Estado, sendo nela onde se encontra o túmulo do General Bento Gonçalves, militar e revolucionário brasileiro, um dos líderes da Revolução Farroupilha, que buscava a independência da província do Rio Grande do Sul do Império do Brasil. A investigação aplica métodos utilizados na área ambiente-comportamento, a qual avalia o ambiente construído através da percepção do usuário, relacionando as características físicas do ambiente, sua

14

Mestranda Ellen Scott Hood Antonello. Coordenadora de Planejamento Urbano da Secretaria Municipal de Coordenação e Planejamento do Município de Rio Grande. Especialista em Patrimônio Cultural (UNERJ). Arquiteta e Urbanista pela Universidade Federal de Pelotas. E-mail: [email protected]. 15

Profa. Dra. Adriana Portella. Post-Doc in Planning pela The Bartlett School of Planning, University College London, Inglaterra. PhD in Urban Design pela Oxford Brookes University, Inglaterra. Mestre em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Arquiteta e Urbanista pela Universidade Federal de Pelotas Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pelotas.

configuração formal, com as atitudes e o comportamento das pessoas que utilizam o lugar. Os métodos de coleta de dados consistem em: análise de fontes primárias e secundárias sobre a história da cidade e da praça, levantamentos físicos, mapas de integração e visibilidade (Teoria da Sintaxe Espacial), mapas comportamentais, entrevistas e questionários. Os questionários são analisados através de estatística não paramétrica (quantitativo), as entrevistas através de análise de conteúdo por meio de categorias (qualitativo), e os demais métodos por análise interpretativa dos dados (qualitativo).

REFERÊNCIAS

CARMONA, Matthew; WUNDERLICH, Filipa Matos. Capital Spaces: The complex public spaces of a global city. London: Routledge, 2012. CHILDS, Mark C. Squares: A Public Place Design Guide for Urbanists. USA: University of New Mexico Press, 2004. GEHL, Jan. Cidade para pessoas. São Paulo: Perspectiva, 2013. HILLIER, Bill; HANSON, Julienne. The Social Logic of Space. Cambridge: Cambridge University Press, 1984. JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. São Paulo: Martins Fontes, 2000. MEDEIROS, Valério A. S de. Urbis Brasiliae ou sobre cidades do Brasil. 2006. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Programa de Pesquisa e Pós- Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília. REIS, Antônio Tarcísio da Luz; LAY, Maria Cristina Dias. Avaliação da Qualidade de Projetos - uma abordagem perceptiva e cognitiva. In: Ambiente Construído - Revista on-line da ANTAC, 2006, vol. 6, n. 3, pp. 21-34. ISSN 1415-8876 (disponível em http://seer.ufrgs.br/ambienteconstruido/article/view/3710/2057) SOMMER, Robert; SOMMER, Barbara. A Practical Guide to Behavior Research: Tools and Techniques. Nova York: Oxford University Press, 2002.

33

INVESTIGANDO AS VARIÁVEIS QUE DEVEM SER CONSIDERADAS EM PROJETOS DE ILUMINAÇÃO

ARTIFICIAL DE PRAÇAS PÚBLICAS COM CARÁTER HISTÓRICO

O Caso da Praça Coronel Pedro Osório

Inês de Carvalho Quintanilha16 Orientador: Adriana Portella17

Palavras-chave: Iluminação artificial; praças; história; familiaridade; segurança.

Em muitos países, projetos de revitalização urbana têm utilizado a iluminação artificial como ferramenta para recuperar praças públicas antes abandonadas pelo usuário devido à falta de segurança e vandalismo dos espaços abertos. No Brasil é verificado que as normas de iluminação urbana preocupam-se predominantemente com a iluminação das vias com tráfego de veículos deixando a critério do projetista os níveis de iluminância que devem ser aplicados nas praças e parques urbanos. O poder público acaba por investir altos recursos públicos em projetos que acabam não atendendo às expectativas dos usuários e não solucionam as ditas questões de segurança. O problema desta pesquisa centra-se na forma como vêm sendo conduzidos os projetos de iluminação pública em praças históricas no Brasil: na maioria das vezes apenas critérios técnicos e de custo são considerados pelos projetistas, sem levar em consideração a percepção e as expectativas do usuário lugar. A ausência de diretrizes de iluminação pública mais específicas para praças e parque nas normas pertinentes ao tema também contribui para essa realidade. Fatores como familiaridade, importância histórica do lugar e percepção de segurança necessitam ser trabalhados em conjunto para a formação de critérios de projeto.

Portanto, o objetivo geral desta pesquisa é identificar quais variáveis devem ser consideradas em projetos de iluminação artificial de praças públicas com caráter histórico, tendo como fatores norteados do estudo o grau de satisfação do usuário, a familiaridade, a importância histórica do lugar e a percepção de segurança. Os objetivos específicos são: (i) identificar se os níveis de iluminância da praça caso de estudo estão de acordo com as recomendações existentes, NBR 5101, e cruzar esses dados com o grau de satisfação do usuário com o lugar e percepção de insegurança; (ii) analisar o grau de integração e segregação dos caminhos internos da praça e o grau de visibilidade do usuário dentro da praça cruzando esses dados com os níveis de iluminância, a percepção de insegurança e comportamento do usuário; (iii) comparar o comportamento do usuário na praça durante o dia e durante a noite, identificando o grau de influência da iluminância da praça na distribuição das atividades à noite; (iv) identificar se a partir da percepção do usuário a iluminação pública da praça prejudica ou não a identidade histórica do lugar.

Foi definida como estudo de caso a Praça Coronel Pedro Osório na cidade de Pelotas. Selecionada devido a sua importância histórica para o desenvolvimento da cidade, sendo o local de instalação do governo municipal desde sua origem e a

16

Arquiteta e Urbanista pela Universidade Federal de Pelotas - UFPel, Especialista em Iluminação e Design de Interiores Pelo Instituto de Pós-graduação - IPOG. [email protected]. 17

Post-Doc in Planning pela The Bartlett School of Planning, University College London, Inglaterra, PhD in Urban Design pela Oxford Brookes University, Inglaterra, Mestre em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Arquiteta e Urbanista pela Universidade Federal de Pelotas.

primeira praça na cidade a receber iluminação artificial. Para alcançar os objetivos, os seguintes métodos de coleta de dados foram adotados: análise de fontes primárias e secundárias sobre a história da cidade, da praça e da iluminação pública, levantamentos físicos e lumínicos, mapas de integração e visibilidade, mapas comportamentais, entrevistas e questionários. Os questionários são analisados através de estatística não paramétrica (quantitativo), as entrevistas através de análise de conteúdo por meio de categorias (qualitativo), e os demais métodos por análise interpretativa dos dados (qualitativo).

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5101. Iluminação Pública – Procedimento. Rio de Janeiro, 2012. 35p.

BARBOSA, R. Manual de Iluminação Pública Eficiente. Rio de Janeiro: IBAM/DUMA, 1988.

MAGALHÃES, M. O. Opulência e cultura na Província de São Pedro: Um estudo sobre a história de Pelotas (1860 – 1890). Pelotas: UFPel, Co-edição Livraria Munial,1993.

MASCARÓ, L. (Organizadora). A iluminação do espaço urbano. Porto Alegre: Masquatro, 2006.

NARBONI, R. A luz e a paisagem - criar paisagens noturnas. Tradutores: Antônio Lopes Rodriguez, Miguel Ruas, Miguel Soares. Lisboa: Livros Horizonte, 2003.

OKAMOTO, J. Percepção Ambiental e Comportamento. São Paulo: Plêiade, 1996.

REIS, A. T.; LAY, M. C. Análise quantitativa na área de estudo ambiente-comportamento. Revista Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 5, n. 2, p. 21-36, abr./jun. 2005.

35

OS PARQUES LINEARES E SUAS FUNÇÕES SOCIAIS E AMBIENTAIS:

Quais variáveis devem ser consideradas nos projetos de requalificação urbana desses parques a partir da

percepção dos usuários?

Andressa Marina Mativi Rocha 18 Orientadora: Adriana Araujo Portella 19

Palavras-chave: requalificação urbana; percepção ambiental; parque urbano linear.

Parques lineares têm sido temas muito discutidos em projetos de requalificação urbana, sendo considerados como uma medida sustentável de uso e ocupação da cidade, áreas de proteção e recuperação de ecossistemas, auxílio à drenagem pluvial, e de melhoraria da qualidade de vida das populações que vivem em centros urbanos. Entretanto, no Brasil percebe-se em muitos o total descaso com a manutenção desses locais: na maioria das vezes, a falta de comprometimento dos usuários e do poder público leva a uma desvalorização desse ambiente público, além do descuido com a infraestrutura, não há um sentimento de zelo pelo ambiente. Várias ações para requalificar esses locais são realizadas, entretanto a falta de cuidado com o bem público, seja por parte do frequentador ou do poder público, faz com que essas intervenções não tenham efeitos positivos em longo prazo. Portanto, surgem as perguntas: Será que o usuário e o poder público reconhecem a importância social e ambiental do parque linear aos cidadãos e à cidade? Quais são as variáveis que devem ser consideradas no processo projetual de requalificação desses parques para que o comprometimento da população e do poder público com a manutenção do lugar seja garantido?

Dentro desse contexto, os objetivos desta pesquisa são: (i) investigar, a partir da percepção do usuário e dos profissionais do poder público envolvidos nos projetos e manutenção de parques lineares, a importância social e ambiental desses locais, e (ii) identificar quais variáveis devem ser incluídas no processo projetual de requalificação dessas áreas tendo como critérios de análise o uso do espaço e comportamento do usuário, o grau de integração, segregação e visibilidade dos caminhos internos do parque, o grau de satisfação do usuário e imagem que esse tem do lugar, e a percepção de segurança.

Para o estudo de caso foi selecionado o Parque Linear Itaimbé na cidade de Santa Maria no Estado do Rio Grande do Sul, devido a sua importância ambiental para a cidade sendo reconhecido pelo poder público como “Área de Preservação Ambiental Permanente” e por apresentar situações de total descuido tanto por parte do município quanto por parte de seus usuários. Ainda, o parque passa atualmente por problemas de insegurança, consumo de drogas e constante vandalismo. Parte do complexo do parque foi inaugurada em 1982 sobre a área do leito e vale do arroio Itaimbé. O parque apresenta forma alongada, em seu entorno compreende prédios residenciais e está localizado no centro do perímetro urbano do município.

Os seguintes métodos de coleta de dados são adotados para atender aos objetivos deste estudo: análise de fontes primárias e secundárias sobre a história do

18

Graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Luterana do Brasil (2012) e Mestrado em andamento na Universidade Federal de Pelotas (2013/2015). [email protected] 19

Graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Pelotas (2001), Mestrado em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2003), Doutorado em Desenho Urbano pela Oxford Brookes University (2007) e Pós-doutorado em Planejamento Urbano pela University College London (2008). [email protected]

parque, análise dos projetos de requalificação já executados no parque a fim de identificar o processo projetual desses bem como os atores envolvidos nesse processo, levantamentos físicos, mapas de integração e visibilidade, mapas comportamentais, entrevistas e questionários. Os questionários são analisados através de estatística não paramétrica, as entrevistas através de análise de conteúdo por meio de categorias (qualitativo), e os demais métodos por análise interpretativa dos dados (qualitativo).

37

OS AMBIENTES HOSPITALARES DE ATENDIMENTO

INFANTIL SOB A PERCEPÇÃO DO USUÁRIO

Uma ênfase na cor

Leila Gisler Lopes20 Orientadora: Natalia Naoumova21

Palavras-chave: ambiente; usuário; humanização; cor; percepção.

A humanização dos espaços hospitalares é uma estratégia contemporânea, que permite uma melhor resposta a esses ambientes, contribuindo mais efetivamente no processo de resgate à saúde. (LUKIANTCHUKI;SOUZA, 2010.) Uma das ferramentas usadas como componente da ambiência definida pelo MS como o tratamento físico de ambientes hospitalares, é a cor. A cor por ser um elemento de utilização acessível, com possibilidades de combinações, que dispõe de grande variedade de funções nos ambientes internos, tornando-se assim, um componente significativo que pode ser utilizado para realizar melhorias funcionais e visuais nos ambientes. principalmente nos de atendimento infantil.

O trabalho pretende avaliar a qualidade visual de ambientes hospitalares, considerando-se a perspectiva da Teoria Transacionalista. Essa abordagem teórica considera a inter-relação entre os indivíduos e ambientes, isto é, que influenciam-se mutuamente. Além dessa interligação mútua inseparável , considera que os indivíduos e grupos de indivíduos com mesma experiência e/ou local de vivência comum, podem ter percepções compartilhadas (LANG, 1987). Sendo assim, a investigação e analise das percepções dos usuários desses ambientes pode contribuir para obter subsídios e diretrizes de elaboração de projetos, ou quando do projeto de reforma desses espaços, para que sejam mais agradáveis e informativos, contribuindo assim, na redução do estresse hospitalar e no, consequente, resgate da saúde.

O caso de estudo é a cidade de Pelotas e, particularmente, três hospitais que possuem uma ala infantil: Santa Casa, Hospital Universitário e a FAU. A avaliação é feita com três grupos distintos: o paciente-infantil, os acompanhantes e os funcionários desses locais. Com 30 indivíduos cada um. O suporte teórico provem do estudo de arquivo: hospitais – normas e manuais do Ministério da Saúde, exemplos nacionais e internacionais de estratégias com relação às qualidades ambientais, com ênfase na cor; estudos na área Ambiente-Comportamento e teoria das Cores.

Os métodos de coleta de dados físicos do ambiente são: estudo das plantas hospitalares, observação dos ambientes in loco, levantamento plani-altimétrico e fotográfico.

Os métodos e técnicas de coleta de dados avaliativos (com indivÍduos) são: mapa comportamental, centrado no local e no usuário; Com Pacientes-infantis será usado– poema dos desejos; nos demais grupos (adultos) questionário e entrevista semi-estruturada (REINGANTZ et al, 2009).

Pretende-se avaliar o ambiente com relação aos aspectos de identidade – orientação (KOHLSDORF, 1995), estética ambiental (STAMPS, 1989), flexibilidade ambiental (SOMMER, 1974), satisfação, conforto visual (GRANDJEAN, 1998) e simbologia (Rapoport, 1977).

20

PROGRAU/FAUrb/UFPel. 21

PROGRAU/FAUrb/UFPel.

REFERÊNCIAS

GRANDJEAN, E. Manual de ergonomia. POA:ArtesMédicas,1998. KOHLSDORF, M. E. Condições ambientais de leitura visual. Brasília: Ministério da Saúde, 1995. LANG, J. Creating Architectural Theory: The Role of The Behavioral Sciences in Environmental Design. New York, Ed: VNR, 1987. LUKIANTCHUKI, Marieli A.; SOUZA, Gisela B. de. “Humanização da arquitetura hospitalar: entre ensaios de definições e materializações híbridas”. In: VITRUVIUS. RAPOPORT, Amos. Human aspects of urban form.Oxford:Pergamon,1977. RHEINGANTZ, P. A; AZEVEDO, G.; BRASILEIRO, A.; ALCANTARA, D.; QUEIROZ, M.. Observando a qualidade do lugar: procedimentos para avaliação pós-ocupação. Rio: PROAQ/FAU-UFRJ, 2009. SOMMER, Robert. Tigtht Spaces. Hard architecture and how to humanize it. Englewood Cliffs, NJ: Prentice Hall, 1974. STAMPS, Arthur. Are environmental aesthetics Worth studying ? The Journal of Architectural and Planning Research 6:4, 1989 – 344-355.

39

TEORIA, HISTÓRIA E CRITICA DA

ARQUITETURA E URBANISMO

41

INVENTÁRIO DE ARQUITETURA MODERNA EM PELOTAS – 1950/1980

Beatriz Cauduro Montagner22 Orientadora: Célia Helena Castro Gonsales23

Esta dissertação tem como intuito de contribuir e complementar o trabalho intitulado “Inventário de Arquitetura Moderna em Pelotas” que esta sendo realizado pelo grupo de pesquisa de Arquitetura Moderna da faculdade de Arquitetura de Pelotas com parceria do Núcleo de estudos da Arquitetura Brasileira – Neab. Visando identificar, catalogar e atribuir os devidos valores a arquitetura moderna, possibilitando ações de valorização a esse patrimônio recente da cidade de Pelotas.

Buscando a ampliação do recorte histórico entre os anos de 1950 até 1980, e com enfoque de selecionar e classificar esse acervo arquitetônico, inventariando as obras mais significativas da arquitetura moderna para um estudo detalhado.

Tendo como bibliografia básica livros, dissertações e artigos que tratem da arquitetura moderna em Pelotas. De modo geral, o livro intitulado “Protomodernismo em Pelotas” (MOURA, 2005) oriundo da dissertação de mestrado da Dr. Rosa Garcia Rolim de Moura é um trabalho de destaque sobre o tema, limitando-se a um recorte temporal até os anos 50. Outro livro da mesma autora, com recorte temporal que se prolonga até a década de 80 é o livro “Ari Marangon - 25 Anos de Arquitetura” (MOURA, 2004).

Trabalhos de arquitetura moderna pelotense que se enquadram no recorte temporal deste trabalho, foram realizados pela Prof. Dr. Célia Helena Castro Gonsales em forma de artigos. Podendo-se destacar: “Cidade moderna sobre cidade tradicional: conflitos e potencialidades. Primeira parte.” e “Cidade Moderna sobre cidade tradicional: movimento e expansão. Segunda parte.” publicados na revista eletrônica Arquitextos, em 2002 e 2005 respectivamente (GONSALES, 2002), (GONSALES, 2005). “Racionalidade e contingência, uma proposta de leitura da arquitetura moderna brasileira: o caso de Pelotas.” de 2001, “Arquitetura moderna e paisagem urbana na cidade de Pelotas.” de 2003 e o artigo “Prazer e comodidade na arquitetura moderna de Pelotas.” de 2003. (GONSALES, 2001,1) (GONSALES, 2001,2) (GONSALES, 2003).

Com a metodologia baseada no preenchimento de uma tabela, que foi elaborada com base nos modelos das fichas do IPHAN e do DOCOMOMO, e contendo ainda outras informações relevantes para análise das obras, onde se pode registrar e analisar os atributos dos bens.

O inventário conta atualmente com 60 obras. Nas quais foram fotografadas e mapeadas. E está se buscando informações junto ao arquivo municipal de Pelotas, bem como na bibliografia disponível para a obtenção da documentação. Com base nesses dados, está sendo preenchida a tabela.

22

PROGRAU/FAUrb/UFPel. 23

PROGRAU/FAUrb/UFPel.

Posteriormente com base nessa tabela e com a integração com um Sistema de Informação Geográfica (GIS), pretende-se interpretar as informações, analisando-as como parte do processo onde é possível o mapeamento e o cruzamento das informações. O que torna possível a elaboração de mapas temáticos, gráficos e tabelas com os dados, que mostram o grau de intensidade das características analisadas.

Com base nesse cruzamento e mapeamento, serão analisadas as obras selecionadas, destacando suas semelhanças suas especificidades entre elas e em relação ao cenário arquitetônico gaúcho e brasileiro.

Como contribuição deste projeto espera-se, definir parâmetros de intervenção, de destinação do uso de imóveis, da demolição e operação de recuperação, auxiliando o poder público. Além de difundir o conhecimento na área, através da apresentação dos resultados e disponibilização do material para futuras pesquisas sobre o tema.

43

CONFORTO E SUSTENTABILIDADE DO

AMBIENTE CONSTRUÍDO

45

SUSTENTABILIDADE EM EDIFICAÇÕES PÚBLICAS

O Processo de Expansão do Instituto Federal Sul-rio-grandense

César Rodeghiero Rosa24 Orientador: Antônio César Silveira Baptista da Silva25

Coorientadora: Lisandra Fachinello Krebs26

Palavras-chave: sustentabilidade; certificação; edificações públicas.

O presente trabalho procura avaliar a sustentabilidade em uma instituição pública de ensino brasileira em pleno crescimento a fim de torná-la mais sustentável, atendendo ao decreto n° 7.746/12 e a instrução normativa n° 1 de 2010. A sustentabilidade é um conceito complexo, aplicado em diversas áreas do conhecimento, habitualmente aceito considerando-se as dimensões ambiental, econômica e social (SAVITZ, 2006). Legislações nacionais e internacionais têm exigido o emprego da sustentabilidade de forma prática, tentando retirá-la das iniciativas isoladamente voluntárias em virtude de previsões ambientais alarmantes, riscos econômicos e fragilidades sociais (KELLER; BURKE, 2010). A arquitetura e o urbanismo têm importância crucial para que a sustentabilidade seja aplicada de maneira mais significativa. As obras públicas têm importância chave uma vez que funcionam como um motor de aprimoramento das práticas empresariais e dos processos de produção na construção civil (MPOG, 2012). No Brasil, a lei 8.666/93, o decreto n° 7.746/12 e a instrução normativa n° 1 de 2010 são exemplos de regulamentações de caráter sustentável a serem empregadas em obras públicas. No entanto, estas legislações brasileiras não têm conseguido definir com clareza as ferramentas de avaliação de sustentabilidade a serem utilizadas. Uma das ferramentas possíveis são as certificações, como o LEED (USGBC, 2011) e o AQUA (FCAV, 2007). Contudo, pesquisadores da área reconheceram a necessidade da utilização de uma certificação para o contexto brasileiro, não sendo possível simplesmente importar métodos estrangeiros sem considerar o contexto local (SILVA, 2003). Desta forma, em 2010, foi criado o Selo Casa Azul da Caixa que, embora direcionado a empreendimentos habitacionais, apresenta diretrizes práticas alicerçadas em indicadores nacionais de sustentabilidade e ressalta a dimensão social do conceito, considerando as práticas sociais como categoria de alta relevância. O IFSul, objeto de estudo presente em várias cidades gaúchas, possui um projeto de expansão padrão, usualmente replicado com poucas modificações arquitetônicas entre si. O processo licitatório, altamente burocrático, é outro fator limitante no processo de retroalimentação do projeto nas fases de uso e operação, excluindo muitas das necessidades dos futuros usuários. O presente trabalho, em fase de aplicação da metodologia no Campus Venâncio Aires, tem o intuito de contribuir com diretrizes de sustentabilidade que possam ser utilizadas no estudo de caso e proporcionar uma reflexão acadêmica sobre a aplicação da certificação nas obras públicas.

24

Arquiteto e Urbanista. E-mail: [email protected]. 25

Prof. Dr. Arquiteto e Urbanista. E-mail: [email protected]. 26

Profª Ma. Arquiteta e Urbanista. E-mail: [email protected]

Figura 1: Foto aérea do Campus Venâncio Aires. Fonte: Acervo da Instituição (2010).

REFERÊNCIAS

CAIXA. Selo Casa Azul: Boas Práticas para Habitação Mais Sustentável. Caixa Econômica Federal (2010). FCAV. Referencial Técnico de Certificação: edifícios do setor de serviços – processo AQUA. Out. 2007. KELLER, M. BURKE, B. Fundamentos de Projetos de Edificações Sustentáveis. Porto Alegre: Bookman, 2010. MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO. Guia de compras públicas sustentáveis para Administração Federal. Disponível em: <http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br/?page_id=1703> acessado em 30 de dezembro de 2012. SAVITZ, A. The Triple Bottom Line (San Francisco: Jossey-Bass, 2006) SILVA, V. G. Avaliação da Sustentabilidade de Edifícios de Escritórios Brasileiros: Diretrizes e Base Metodológica. Tese de doutorado. Universidade Federal de São Paulo, 2003. USGBC. Leed 2009 for Schools, New Construction and Major Renovations. Us Green Building Council, updated August 2011.

47

O APROVEITAMENTO DA LUZ NATURAL EM PRÉDIO

PÚBLICO ADMINISTRATIVO

Estudo de caso em prédio administrativo da UFPel

Vanessa Büttow Signorini27 Orientadora: Celina Maria Britto Correa28

Palavras-chave: iluminação natural; conforto visual; prédio público administrativo

A luz é elemento fundamental para o desempenho das mais variadas atividades humanas, estando diretamente relacionada ao conceito de conforto visual.

Nos ambientes de trabalho é um fator que interfere na capacidade de realização de tarefas, na produtividade, e até mesmo na saúde das pessoas. O uso adequado

da iluminação natural, especialmente em edificações de uso diurno, pode contribuir significativamente para a redução do consumo de energia elétrica, melhoria do conforto visual e bem-estar dos ocupantes. Neste sentido, a presente pesquisa tem como objetivo avaliar o aproveitamento da luz natural em salas de trabalho de prédio administrativo da Universidade Federal de Pelotas, de modo a sugerir diretrizes e recomendações que possibilitem melhorias relacionadas ao conforto visual e à eficiência energética da edificação. O prédio em questão é o bloco administrativo do Edifício Delfim Mendes Silveira, situado no campus Porto, em prédio histórico do antigo frigorífico Anglo. O estudo envolve a análise de variáveis de iluminação - tais como iluminância, luminância, Fator de Luz do Dia, ofuscamento e contraste; variáveis arquitetônicas envolvendo tipologia, elementos construtivos, revestimentos, e mobiliário; e, variáveis comportamentais, observando-se hábitos e condições de uso e ocupação dos espaços. O processo de investigação constitui-se das etapas de: levantamento físico in loco com vistas a caracterização da edificação, seus aspectos construtivos e dimensionais; medições de condições lumínicas in loco, tomando-se por referência os parâmetros da NBR 15215 - Iluminação Natural; e, análise comportamental através de observação, questionários individuais e grupo focal. A fundamentação da pesquisa compreende revisão bibliográfica a cerca dos principais textos sobre iluminação natural, conceitos lumínicos, metodologias de pesquisa, avaliação pós-ocupação (APO), e a delimitação dentro do contexto de prédios públicos administrativos, destacando-se o estado atual de estudos e discussões sobre o tema. Atualmente, o trabalho encontra-se na fase de definição das salas para a realização dos levantamentos, sendo escolhidas oito salas representativas do edifício, segundo critérios de duas salas por pavimento, diferentes orientações solares, e ocupação por maior número de pessoas, a fim de que se possa realizar uma análise comparativa dos resultados.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) - NBR 5413: Iluminâncias de interiores. Rio de Janeiro, 1992. _____NBR NBR 5461: Iluminação. Rio de Janeiro, 1991. _____NBR 15215 - 1: Iluminação natural – Parte 1: conceitos Básicos e Definições. Rio de Janeiro, 2005.

27

Arquiteta, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo. [email protected]. 28

Dra. Professora do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo - UFPEL. [email protected].

_____NBR 15215 - 2: Iluminação natural – Parte 2: Procedimentos de cálculo para a estimativa da disponibilidade de luz natural. Rio de Janeiro, 2005. _____NBR 15215 - 3: Iluminação natural – Parte 3: Procedimento de cálculo para a determinação da iluminação natural em ambientes internos. Rio de Janeiro, 2005. _____NBR 15215 - 3: Iluminação natural – Parte 4: Verificação experimental das condições de iluminação interna de edificações – Método de medição. Rio de Janeiro, 2005. AMORIM, C.N.D. Diagrama Morfológico parte I: instrumento de análise e projeto ambiental com uso de luz natural. Paranoá – Cadernos de Arquitetura e Urbanismo, n° 3. Programa de Pesquisa e Pós Graduação, Universidade de Brasília, Brasília, 2007. _____Diagrama Morfológico Parte II - Projetos exemplares para a luz natural: treinando o olhar e criando repertório. Paranoá (UnB), v. 3, p. 77-97, 2007. FERNANDES, J. T. ; Claudia N.D. Amorim; Vilela,T ; Capanema, B. Avaliação da iluminação natural e desempenho energético do instituto de química da unb para propostas de retrofit da envoltória. Artigo ENTAC, 2010. GONÇALVES, Joana Carla Soares; VIANNA; Nelson Solano; MOURA,Norberto Correa da Silva. Iluminação Natural e Artificial. Guia Procel Edifica Iluminação. Rio de Janeiro, agosto, 2011. ORNSTEIN, S.W. Avaliação Pós Ocupação (APO) do ambiente construído. São Paulo: Studio Nobel, 1992. ROMÉRO, M.A; ORNSTEIN, S.W. Avaliação Pós Ocupação: Métodos e técnicas Aplicados à Habitação Social. Rio Grande do Sul, 2003.

49

ANÁLISE DA SENSIBILIDADE DO REGULAMENTO BRASILEIRO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DE EDIFÍCIOS

COMERCIAIS – RTQ-C QUANTO À VARIAÇÃO DE DENSIDADE DE CARGA INTERNA DE EQUIPAMENTOS NA AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO ENERGÉTICO DA ENVOLTÓRIA DE EDIFÍCIOS

DE ESCRITÓRIOS

Mariane Pinto Brandalise29 Orientador: Eduardo Grala da Cunha 30

Palavras-chave: Eficiência Energética, RTQ-C, Edifícios Comerciais.

Após um longo período de uso veemente e sem limites da energia desencadeou-se uma crise energética mundial. Assim na década 70 surgiram os primeiros programas governamentais que buscavam eficiência energética em edificações na Europa e Estados Unidos.

No Brasil, medidas neste sentido foram tomadas partir da década de 80. Mas o país somente buscou soluções mais eficazes vinculadas à eficientização energética de edificações no ano de 2001, quando ocorreu o “apagão” energético.O primeiro passo foi à elaboração da Lei _ 10.295, publicada pelo Ministério de Minas e Energia em 17 de outubro de 2001, a qual estabelece a criação de mecanismos que resultem em edificações mais eficientes energeticamente (BRASIL, 2001).

Alguns dos maiores avanços na área da eficiência energética de edificações no país foram às publicações, do RTQ-C - Requisitos Técnicos da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos, em 2009, e do RTQ-R - Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edificações Residenciais, em 2010. Os regulamentos classificam as edificações em cinco níveis de eficiência. No caso do RTQ-C, a avaliação poderá ser feita através de dois métodos: o método prescritivo, que é um método simplificado, ou o método de simulação.

Os métodos simplificados provêem uma ferramenta rápida para a avaliação do desempenho da edificação, porém podem envolver uma incerteza considerável em seus resultados, levando a comprometer o processo de certificação dos edifícios (MELO, 2012).

No âmbito que está inserida está pesquisa pretende-se identificar a sensibilidade do RTQ-C quanto à variação de densidade de carga interna de equipamentos na avaliação do desempenho energético da envoltória de edifícios de escritórios em diferentes zonas bioclimática do zoneamento bioclimático brasileiro.

Nos edifícios de escritórios, onde se observa uma variação muito grande quanto à ocupação, a densidade de carga interna, dependendo do uso dos ambientes, pode interferir significativamente no desempenho da edificação.

Tornou-se evidente a redução no consumo de energia elétrica em climatização em edifícios com paredes e coberturas com menor resistência térmica, alta densidade de cargas internas (50w/m²) e baixo padrão de uso (8h/dia) (WESTPHAL, 2007).

O método de trabalho dividido em cinco etapas,foi definido observando o consumo energético de diferentes tipologias, a partir da alteração das características

29

Graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal de Pelotas (2012). [email protected]. 30

Doutorado em Arquitetura pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul,(2005), pós-doutorado Universidade de Kassel,(2008) Adjunto da Universidade Federal de Pelotas. [email protected]

térmicas da envoltória, como também observando a variação da densidade de carga interna do edifício. O software Design Builder será utilizado para simular o desempenho energético dos modelos base e de referência. No atual momento da pesquisa realiza-se a revisão bibliográfica e a definição dos modelos de análise.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei n. 10295, de 17 de outubro de 2001. Dispõe sobre a Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia. Lex: Diário Oficial da União, Brasília, 2001a.

______ Decreto n. 4.059, de 19 de dezembro de 2001. Regulamenta a Lei no 10.295, de 17 de outubro de 2001, que dispõe sobre a Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia, e dá outras providências. Lex: Diário Oficial da União, Brasília, 2001b.

MELO, A.P. Análise da influência da transmitância térmica no consumo de energia de edificações comerciais. 2007. Dissertação de mestrado, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

WESTPHAL, F. Análise de Incertezas e de Sensibilidade Aplicadas à simulação de Desempenho Energético de Edificações Comerciais. 2007. Tese de doutorado, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

51

GESTÃO, CONSTRUÇÃO E

CONSERVAÇÃO DO AMBIENTE

CONSTRUÍDO

53

PROPOSIÇÃO DE UM MÉTODO PARA CAPTAÇÃO DE

REQUISITOS DOS USUÁRIOS NO PROJETO DE OBRAS EM INSTIUIÇÕES PÚBLICAS DE ENSINO SUPERIOR

Bruno Ongaratto31 Orientador: Fábio K. Schramm32

Palavras-chave: requisitos; processo de desenvolvimento do produto; gerenciamento de requisitos; múltiplos usuários; projeto.

O avanço tecnológico vem possibilitando que as expectativas do cliente sejam ponto focal do gerenciamento das atividades do desenvolvimento do produto, fazendo com que o gerenciamento dos requisitos seja parte fundamental do processo. O gerenciamento de requisitos do cliente pode ser dividido em três etapas: captura, hierarquização e controle dos requisitos. Muitos estudos têm apresentado discussões acerca deste tema, entretanto, percebe-se que poucos focam na etapa de captura. Em geral os trabalhos aceitam o briefing como método padrão, que se mostra eficaz em projetos residenciais unifamiliares, onde há poucos intervenientes envolvidos, porém, em projetos com múltiplos usuários, que podem apresentar muitos requisitos conflitantes, torna-se necessário um grande esforço para sua hierarquização. No entanto existem outros métodos de captura em diferentes áreas do conhecimento, como marketing e engenharia de software, que também lidam com requisitos de usuários. Desta forma, a relevância deste trabalho reside no fato de que, através da inserção dos requisitos dos usuários no processo de desenvolvimento de empreendimentos, pode-se obter projetos mais adequados às necessidades desses clientes, o que pode reduzir eventuais intervenções nas etapas de execução ou pós-obra, gerando uma diminuição dos custos e, consequentemente, uma maior satisfação do usuário final. Em obras públicas, em especial Institutos Federais de Ensino Superior (IFES), há a presença de múltiplos usuários e partes interessadas, gerando divergências de requisitos. Muitas vezes as necessidades mudam ou surgem no decorrer do projeto, em geral por alguns intervenientes não serem consultados no início do processo ou os requisitos terem sido captados somente do financiador da obra. Quando isto ocorre durante a execução são gerados aditivos para cobrir o valor gasto com estas alterações. Assim, esta pesquisa tem como objetivo principal propor um método para capturar os requisitos dos múltiplos usuários de obras públicas, identificando: quais usuários devem participar; quais técnicas e ferramentas podem ser utilizadas; e quais os produtos desse processo no que tange as informações fornecidas aos projetistas para a elaboração do projeto. Para tanto, a estratégia de pesquisa adotada será a pesquisa construtiva. A pesquisa divide-se em quatro etapas: (a) revisão de literatura; (b) compreensão do problema, que baseia-se em um estudo ex post facto do processo de desenvolvimento de projeto em uma IFES e entrevistas com projetistas e usuários envolvidos, além da realização de um estudo exploratório baseado no processo de elaboração do programa de necessidades de um empreendimento dessa IFES, originando uma proposta preliminar do método de captura; (c) proposição, que envolve um estudo de caso onde, a partir das conclusões da etapa anterior, se buscará a aplicação e refinamento do método proposto; e (d) análise e reflexão, que consistirá da análise dos resultados dos estudos das etapas anteriores, buscando atender os objetivos propostos nesse trabalho. Neste momento, a pesquisa encontra-se em sua etapa exploratória, tendo sido realizado estudo de foco

31

Mestrando PROGRAU. Arquiteto pela Universidade Federal de Pelotas. [email protected]. 32

Doutor pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. [email protected].

com a equipe de projetistas da IFES alvo do estudo, com vistas a caracterizar a demanda de informações necessárias para a elaboração de projetos, bem como o processo de captura de requisitos hoje empregado por esta equipe no desenvolvimento de projetos.