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83 4 MODELO PARA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DE LAYOUT DE INSTALAÇÕES COM A TECNOLOGIA DAS RESTRIÇÕES Desde os finais dos anos oitenta a tecnologia da PLR, e em particular a PLR(DF), tem vindo a ser aplicada na resolução de problemas, com assinalável sucesso, em áreas deveras diversas, onde outras tecnologias caducaram. No que se refere às aplicações industrias, o planeamento e o escalonamento da produção têm sido as áreas de eleição. Muitos destes problemas apresentam características comuns aos problemas de natureza combinatória e, portanto, são de difícil resolução. Como se demonstrou, os PPLIs (problemas de projecto de layout de instalações) são também problemas de grande complexidade e, portanto, de difícil resolução. Daí que se tenha decidido explorar a tecnologia da PLR(DF) na resolução dos PPLI.

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  • 83

    4 MODELO PARA RESOLUO DE

    PROBLEMAS DE LAYOUT DE

    INSTALAES COM A TECNOLOGIA

    DAS RESTRIES

    Desde os finais dos anos oitenta a tecnologia da PLR, e em particular a

    PLR(DF), tem vindo a ser aplicada na resoluo de problemas, com assinalvel

    sucesso, em reas deveras diversas, onde outras tecnologias caducaram. No que se

    refere s aplicaes industrias, o planeamento e o escalonamento da produo tm

    sido as reas de eleio. Muitos destes problemas apresentam caractersticas comuns

    aos problemas de natureza combinatria e, portanto, so de difcil resoluo. Como

    se demonstrou, os PPLIs (problemas de projecto de layout de instalaes) so

    tambm problemas de grande complexidade e, portanto, de difcil resoluo. Da que

    se tenha decidido explorar a tecnologia da PLR(DF) na resoluo dos PPLI.

  • 84 Modelo para Resoluo de Problemas de Layout de Instalaes com a Tecnologia das Restries

    A resoluo dos PPLI com recurso a tecnologia da PLR(DF) requer, no entanto,

    a definio de novos modelos ou mesmo a adaptao de alguns modelos j usados

    com outras tecnologias. Uma componente fundamental deste captulo destina-se a

    descrever um modelo formal para a resoluo de PPLI, com destaque para os

    relacionados com as instalaes industriais, tendo sido desenvolvido considerando a

    tecnologia da PLR(DF). Este modelo inspira-se em larga medida nos modelos para

    problemas de atribuio de espao a duas dimenses, descritos no captulo 2. A outra

    componente fundamental relaciona-se com a identificao das variveis do problema

    bem como com a definio dos seus domnios e, fundamentalmente, com a

    especificao das restries, que obviamente so de carcter geomtrico.

    4.1 Requisitos de Informao para Resoluo de

    PPLI

    Esta seco destina-se a identificar a informao necessria para a aplicao do

    modelo proposto resoluo de PPLI, usando meta-interpretadores de PLR(DF).

    Estes requisitos de informao so ilustrados com um exemplo de um PPLI, que vai

    sendo descrito medida que as normas utilizadas forem discutidas. Interessa, no

    entanto, comear por uma abordagem no vinculativa problemtica dos PPLI.

    4.1.1 Modelos para PPLI

    No captulo 2 foram apresentados alguns dos modelos mais representativos para

    a resoluo de PPLI. Globalmente, todos estes modelos enfermam de problemas de

    complexidade. Em termos geomtricos, esto-se a considerar instalaes cujos

    requisitos espaciais correspondem a uma rea fixa, a qual a fraco mnima do

    espao disponvel na planta da unidade fabril a atribuir instalao. Tenha-se em

    ateno que o espao disponvel para dispor as instalaes, usualmente um edifcio

    ou uma fraco deste, aqui designado por planta. Regra geral os requisitos espaciais

    das instalaes a colocar na planta podem ser agrupados na forma de: (i) reas iguais

    e orientao fixa; (ii) reas diferentes e orientao fixa; (iii) reas diferentes e

    orientao varivel; (iv) reas diferentes e forma varivel. As aproximaes (i) e (ii)

  • 4.1 Requisitos de Informao para Resoluo de PPLI 85

    implicam apenas a escolha do local destinado a cada instalao. Em (iii) acrescenta-se

    uma nova dimenso complexidade do problema pelo facto de ser necessrio

    escolher tambm a orientao das instalaes na planta. Finalmente, em (iv), a

    dimenso relativa orientao da instalao substituda por outra que obriga

    escolha da forma da instalao. Dado que se consideram reas rectangulares para as

    instalaes, a caracterizao da forma da instalao reduz-se definio do seu

    comprimento e largura.

    Esta classificao tem em linha de conta apenas instalaes fabris de um s piso.

    No entanto, como anteriormente foi referido (seco 2.6), assiste-se ao surgimento

    de variantes que consideram vrios pisos, o que, obviamente, acrescenta outra

    dimenso ao problema, logo aumentando a complexidade do mesmo. Refira-se, no

    entanto, que neste trabalho consideram-se apenas as instalaes fabris com um s

    piso.

    Para alm dos aspectos geomtricos, ainda necessrio considerar os aspectos

    relacionados com o processo produtivo. Este escolhido, fundamentalmente, em

    funo dos produtos a fabricar e da capacidade produtiva a instalar para satisfazer a

    procura. Geralmente, em PPLI considera-se, directamente ou indirectamente, uma

    estimativa da procura de produtos. esta estimativa da procura de produtos que

    permite efectuar a avaliao e escolha da melhor soluo para cada instncia do

    problema. Um dos parmetros que influencia a qualidade das solues o fluxo entre

    instalaes, e este parmetro funo do processo e da capacidade produtiva a

    instalar.

    Ainda relativamente aos processos de fabrico, importa referir que as solues

    apontadas no consideram, normalmente, instalaes alternativas para realizar as

    operaes. O modelo que se prope admite a existncia destas instalaes

    alternativas. As instalaes alternativas para a mesma operao so agrupadas em

    classes de instalaes. Embora as instalaes da mesma classe sejam capazes de

    efectuar as mesmas operaes, estas podem no as realizar com as mesmas

    caractersticas (e.g., velocidade, qualidade).

    Finalmente, h ainda que referir um aspecto de grande importncia, e que se

    relaciona com o tipo de variveis usadas em PPLI e discutidas no captulo 2, e o tipo

  • 86 Modelo para Resoluo de Problemas de Layout de Instalaes com a Tecnologia das Restries

    de variveis usadas com os meta-interpretador de PLR(DF). Nos modelos para PPLI

    coexistem variveis de deciso que tomam valores reais, e variveis de deciso que

    com valores inteiros. Um exemplo desta ltima situao o modelo de proposto por

    Montreuil et al, (1993), e apresentado na seco 2.4.2. Num modelo em que haja

    recurso a meta-interpretadores para PLR(DF) devem-se considerar apenas variveis

    de deciso que tomam valores em intervalos de valores inteiros, sendo necessrio,

    por conseguinte, efectuar uma converso de valores reais para valores inteiros que

    garantam uma preciso adequada. Esta converso tem de ser efectuada no apenas

    para as variveis de deciso relacionadas com aspectos geomtricos, como tambm

    para os valores relacionados com o processo e procura de produtos, os quais em

    ltima instncia, condicionam o fluxo de materiais entre as instalaes.

    4.1.2 Planta da Instalao

    Conhecer as dimenses da planta no , na maior parte das situaes, essencial

    para procurar a melhor soluo de um PPLI, quando o espao disponvel no

    constitui uma limitao. No entanto, o conhecimento do comprimento e da largura

    desta pode ajudar a encontrar a melhor soluo. Por outro lado, o espao fsico

    disponvel na planta pode no ser compatvel com a melhor soluo encontrada,

    devido forma da planta, da que, em princpio se aconselhe que as dimenses da

    planta devam ser tomadas em linha de conta

    As solues para o problema que consideram o comprimento e a largura da

    planta assumem de forma implcita uma instalao fabril cuja planta possui forma

    rectangular com comprimento C e largura L, (ou seja, a posio de todas as

    instalaes condicionada por estas dimenses). bvio que nem todas as plantas

    possuem esta forma rectangular. Nestas situaes considera-se um rectngulo que

    envolve a planta real (Figura 4-1). Esta abordagem tem como inconveniente a

    possibilidade de originar solues em que a disposio de algumas das instalaes

    ultrapasse a linha de fronteira que delimita o interior da planta. Esta situao pode,

    no entanto, ser evitada, o que passa pela criao de um nmero suficiente de

    instalaes fictcias cuja disposio forada partida para as reas no pertencentes

    planta real e de forma a que essas reas sejam indisponibilizadas.

  • 4.1 Requisitos de Informao para Resoluo de PPLI 87

    Figura 4-1: Exemplo de um rectngulo que envolve a forma da instalao fabril.

    Podem-se considerar outras alternativas de modo a evitar a criao de

    instalaes fictcias, porm a abordagem seguida neste trabalho assume-se como a

    mais interessante, sendo de certa forma a mais natural, tendo em conta o paradigma

    da PLR. Tudo passa por se colocarem restries que excluam as reas no

    pertencentes planta do espao disponvel para dispor as instalaes. Este tipo de

    restries sero discutidas com maior detalhe, mais frente, neste captulo. Por outro

    lado, esta abordagem, alm de permitir excluir as reas do rectngulo que envolve a

    planta real, (Figura 4-1), permite ainda excluir reas interiores que no esto

    disponveis para a disposio de instalaes.

    Considerando o que foi discutido acerca da forma planta, a representao desta

    deve ento ter em considerao que:

    C o comprimento do rectngulo que envolve a planta;

    L a largura do rectngulo que envolve a planta;

    NAP o nmero de reas proibidas;

    {AP } o conjunto de reas proibidas, e que realmente no pertencem planta

    real.

    Por conveno, o comprimento C medido sempre segundo o eixo dos x

    enquanto a largura medida segundo o eixo dos y.

    As reas proibidas so reas rectangulares que se podem sobrepor. A interseco

    do rectngulo envolvente da planta real com a unio destas reas proibidas deve

  • 88 Modelo para Resoluo de Problemas de Layout de Instalaes com a Tecnologia das Restries

    resultar no espao disponvel da planta real para a disposio das instalaes. Estas

    reas proibidas, pelo facto de serem rectangulares, so descritas em termos dos

    parmetros:

    Xi o valor da coordenada x relativamente origem da rea i ;

    Yi o valor da coordenada y relativamente origem da rea i ;

    Ci o comprimento da rea rectangular i ;

    Li a largura da rea rectangular i .

    4.1.3 Instalaes

    Sob o ponto de vista dos PPLI as instalaes constituem espaos da planta

    destinados aos mais variados fins, como, por exemplo, os destinados a contemplar a

    prestao de servios (por exemplo, os servios administrativos), armazns e/ou

    processos produtivos. No contexto deste trabalho tm um particular interesse as

    instalaes que se relacionam com o processo produtivo. Estas instalaes podem ser

    constitudas por uma simples estao de trabalho, que se refere a uma mquina que,

    opcionalmente, pode contemplar uma pequena rea para armazenamento temporrio

    de materiais, ou ento por uma coleco de estaes de trabalho. Uma coleco de

    estaes de trabalho pode constituir-se, ela prpria, num subproblema de layout.

    Estes subproblemas seguem um dos diversos tipos de layout de produo: de

    produto, de processo, de grupo ou hbrido.

    Em todas as situaes discutidas consideram-se conhecidas partida quais as

    instalaes onde ocorrem as operaes, embora no se considere que existam

    instalaes alternativas para as operaes a efectuar. No sistema que aqui se descreve

    podem ser consideradas instalaes alternativas para as diferentes operaes. As

    instalaes so agrupadas em classes de instalaes de acordo com as operaes que

    realizam. Uma classe de instalaes o conjunto das diferentes instalaes que

    podem realizar as mesmas operaes e, por esse motivo, uma instalao

    completamente identificada no s pelo seu nome ou cdigo como pela sua classe.

    Cada instalao identificada por um conjunto de propriedades que esto

    relacionadas com a sua forma. Existem ainda outras propriedades relativas

  • 4.1 Requisitos de Informao para Resoluo de PPLI 89

    capacidade das instalaes para a realizao de operaes, mas estas relacionam-se

    directamente com o processo produtivo.

    A descrio de uma instalao tem, por conseguinte, que atender a que:

    Ti a classe de instalaes i ;

    NIi nmero de instalaes da classe i ;

    Iiu a instalao u da classe i ;

    Aiu representa a rea mnima necessria a Iiu ;

    {RAiu} um conjunto de valores que d o quociente entre a largura e o

    comprimento de Iiu , em que cada um dos valores designado por razo

    de aspecto1;

    Ciu o comprimento de Iiu ;

    Liu a largura de Iiu ;

    Fiu o valor opcional da folga2 de Iiu e representa a distncia mnima a que as

    instalaes vizinhas devem estar colocadas (Figura 4-2).

    i

    j

    Folga daInstalao j

    Folga daInstalao i

    Figura 4-2: O maior valor de folga de um par de instalaes estabelece a distncia mnima a que estas devem ser dispostas na planta.

    Algumas destas caractersticas de uma instalao encontram-se representadas na

    1 Esta designao tem a ver com a sua contrapartida em lngua inglesa e dada na forma de aspect ratio.

    2 Este valor referido na literatura em lngua inglesa como clearance.

  • 90 Modelo para Resoluo de Problemas de Layout de Instalaes com a Tecnologia das Restries

    Figura 4-3. As relacionadas com o comprimento e a largura assim como a relacionada

    com o conjunto de valores da razo de aspecto (RA), so equivalentes, sendo

    portanto redundantes. As expresses (4-1) e (4-2) permitem relacionar estes valores

    da razo de aspecto com os valores do comprimento e da largura da instalao.

    iuiu ARAL = (4-1)

    iuiuiu LCA = (4-2)

    claro que ao se considerarem um conjunto de valores da RA ento devem-se

    considerar tambm vrios valores para C e para L. Por outro lado, quando a rea

    necessria para as instalaes fixa, basta apenas conhecer os valores de C ou de L,

    uma vez que (4-2) permite calcular o outro valor. Quando a forma de uma instalao

    conhecida partida, suficiente conhecer o valor do seu comprimento e da sua

    largura, sendo apenas necessrio decidir qual a melhor orientao. Se os requisitos de

    forma de uma instalao so flexveis, ento, e de uma forma geral, devem ser

    fornecidos como dados de entrada o conjunto de valores da RA e o valor mnimo da

    rea necessria para a instalao. Nesta situao interessa escolher no s a posio

    para a instalao como tambm quais so de facto os melhores valores para o seu

    comprimento e largura.

    Comprimento

    Folga

    Largura rea

    Figura 4-3: Aproximao da forma de uma instalao por um rectngulo.

    Geralmente, o valor da rea necessria e o conjunto de valores da RA (razo

    entre a largura e o comprimento) so suficientes para tratar todas as situaes,

    mesmo aquelas em que a forma da instalao fixa. Quando a forma e a orientao

  • 4.1 Requisitos de Informao para Resoluo de PPLI 91

    fixa necessrio apenas um valor da RA. Se apenas a orientao varivel ento so

    necessrios dois valores da RA, sendo um dos valores o inverso do outro. Na

    situao geral so necessrios tantos valores da RA quanto as formas possveis para a

    instalao. A Tabela 4-1 mostra como constitudo o conjunto de valores da RA

    quando a orientao das instalaes na planta so fixas, varivel ou quando possuem

    uma forma varivel. Estas situaes encontram-se ilustradas no exemplo apresentado

    na Tabela 4-2.

    Tabela 4-1: Graus de liberdade para a forma das instalaes.

    Forma da instalao Possibilidades RA

    Orientao fixa 1 {v}

    Orientao varivel 2 {v, v1

    }

    Forma varivel N {v1, ..., vn}

    Tabela 4-2: Um exemplo de requisitos de espao para um total de 24 instalaes correspondentes a dez classes (de instalaes).

    Instalao A B

    rea 1000 1100 1100 300 300 300

    L/C 2,5 0,36; 2,75 0.36, 2.75 0,33; 3,0 0,33; 3,0 0,33; 3,0

    Folga - 3 3 5 5 5

    Instalao C D E

    rea 3000 3000 1200 1200 2500 2500

    L/C 0,2..5,0 0,2..5,0 0,5..1,2 0,5..1,2 0,8..1,2 0,8..1,2

    Folga 2 2 - - - -

    Instalao F G

    rea 2000 2000 1000 1000 750 750

    L/C 0,9..1,5 0,9..1,5 0,625; 1,6 0,625; 1,6 0,5; 2,0 0,5; 2,0

    Folga - - 4 4 5 5

    Instalao H I J

    rea 2800 1000 1200 300 600 600

    L/C 0,5; 1,0; 1,5 0,4; 2,5 0,75; 1,33 0.33 0,67; 1,5 0,67; 1,5

    Folga - - - 2 3 3

  • 92 Modelo para Resoluo de Problemas de Layout de Instalaes com a Tecnologia das Restries

    4.1.4 Produtos

    A razo de ser de uma companhia deve-se existncia de um mercado com a

    apetncia para consumir um vasto e diversificado nmero de produtos, tendo esta a

    capacidade para satisfazer parte ou todas as necessidades do mercado, num

    determinado nicho de produtos. Nesta seco mostra-se como a companhia poder

    ver a procura do mercado para os produtos que fabrica sob o ponto de vista do layout

    e como esta procura afecta o processo que ocorre na planta que se pretende

    projectar.

    Um mercado ideal para uma companhia aquele que regista uma procura

    constante ao longo do tempo para os produtos que esta a coloca. No entanto, um

    mercado destes no existe, tendo a companhia de se adaptar s suas constantes

    mudanas. Esta situao implica que o projecto de uma nova fbrica, ou a

    reformulao de uma j existente, obrigue a que se estime o volume da procura dos

    produtos durante o tempo de vida til da fbrica. O volume da procura dado pela

    quantidade de produtos de um dado tipo a produzir por unidade de tempo.

    O conhecimento dos produtos que vo ser produzidos na nova fbrica

    determinante na escolha do processo a usar. No entanto, o volume previsto de

    produtos a produzir que determina a capacidade da planta, condicionando a tomada

    de decises que fazem com que a planta seja eficiente na produo, nomeadamente

    na escolha da melhor disposio para as instalaes no interior da planta. A escolha

    da melhor disposio das instalaes depende essencialmente do fluxo de materiais

    ou da frequncia de viagens efectuadas pelo equipamento de transporte entre as

    instalaes, e este fluxo depende por sua vez das quantidades a produzir de cada

    produto.

    Para calcular o fluxo entre instalaes, necessrio, para alm do conhecimento

    do volume de produtos a produzir, efectuar a decomposio dos produtos nas vrias

    partes que os compem. bvio que esta decomposio se limita s partes que so

    processadas na planta. Esta decomposio dos produtos nas suas partes feita de

  • 4.1 Requisitos de Informao para Resoluo de PPLI 93

    acordo com o Plano Necessidades de Material3. Para cada uma destas partes deve ser

    calculada a quantidade necessria (valor da procura da parte), sendo esta proporcional

    ao somatrio das partes que participam em cada um dos produtos finais. Desta

    forma, e de forma interna planta, os produtos finais e as partes que participam no

    fabrico dos produtos, so tratados simplesmente por partes. A informao que

    descreve as partes dada na forma:

    NP o nmero de partes processadas na planta;

    Pk a parte k ;

    Ck a capacidade de produo para a parte k de acordo com a estimativa da

    sua procura;

    Oikl o nmero de ordem da operao l que se realiza na instalao da classe

    i, parte k, na sequncia de operaes.

    4.1.5 Processo de Produo

    Conhecendo quais so as partes a fabricar na planta e qual a quantidade

    produzida de cada uma por unidade de tempo, necessrio conhecer a sequncia das

    operaes para determinar o fluxo de materiais entre as instalaes. A decomposio

    de todos os produtos nas suas partes mais simples resulta em sequncias de

    operaes de visita s instalaes. A Tabela 4-3 mostra um exemplo simples onde se

    identifica a procura para cinco partes produzidas na planta e onde se descreve a

    ordem de visita destas s classes de instalaes onde so realizadas as respectivas

    operaes. Refira-se que a instalao concreta de cada classe de instalaes para

    realizar as operaes no conhecida na fase de projecto de layout quando existir

    mais do que uma instalao da mesma classe.

    Para especificar as sequncias de operaes, tendo em conta a completa

    decomposio dos produtos nas suas partes mais simples, processadas na planta, os

    dados em jogo so dados na forma:

    3 Do termo em ingls Material Requirements Plan (MRP).

  • 94 Modelo para Resoluo de Problemas de Layout de Instalaes com a Tecnologia das Restries

    NOk o nmero de operaes a realizar parte k ;

    NOik o nmero de operaes a realizar parte k na instalao da classe i ;

    Oikl o nmero de ordem da operao l que se realiza na instalao da classe

    i, parte k, na sequncia de operaes;

    {Ckiu} uma lista com valores que representam o nmero de partes k

    processadas na instalao u, da classe i, por unidade de tempo;

    Lk o tamanho do lote de transporte da parte k ;

    Tk o valor que d o custo de transporte para cada parte k. Este valor pode

    ser um dado qualitativo ou um dado quantitativo, como por exemplo o

    tempo gasto por cada parte e por unidade de distncia.

    Tabela 4-3: Necessidades e sequncia de operaes para as partes.

    Partes Procura Instalaes visitadas Lote de

    Transporte Composio

    P1 800 ABDEF 16 -

    P2 400 BCGDIE 10 -

    P3 400 BGCFIJ 10 2P1 + 1P2

    P4 200 GBFAF 6 2P3

    P5 100 EBJHI 8 1P3

    O valor do fluxo entre as classes de instalaes pode agora ser calculado.

    A expresso (4-3) permite o clculo do fluxo para uma dada parte k entre as

    instalaes da classe i e j. De notar que este valor de fluxo diferente de zero, apenas

    quando os pares de operaes considerados correspondem a operaes consecutivas.

    O valor total do fluxo entre as instalaes da classe i e j para todas as partes, dado

    pela expresso (4-4).

    =-

    =

    contrriocaso

    OOseL

    CT

    Fjkwikl

    k

    kk

    kij

    0

    1 (4-3)

  • 4.1 Requisitos de Informao para Resoluo de PPLI 95

    =

    =NP

    k

    kijij Ff

    1

    1 (4-4)

    Este clculo dos valores de fluxo entre classes de instalaes coincide com o

    fluxo entre instalaes apenas quando existe uma instalao de cada classe. Quando

    existe mais do que uma instalao da mesma classe, necessrio determinar como se

    distribui o fluxo entre as diferentes instalaes. Na fase do projecto de layout o

    encaminhamento de material no completamente conhecido, s podendo ser

    determinado numa fase posterior de operao da planta instalada, aps a resoluo

    de problemas de escalonamento. Durante esta fase de disposio das instalaes na

    planta s so conhecidas quais as classes de instalaes que uma parte tem de visitar.

    Deste modo, considera-se que o fluxo para as instalaes da mesma classe

    proporcional quantidade de partes processadas por cada instalao e por unidade

    de tempo. O fluxo entre a instalao u da classe i e a instalao v da classe j,

    relacionado com a parte k, calculado segundo a expresso (4-5), sendo que Cik e Cjk

    so dadas pela expresso (4-6). Estes valores Cik e Cjk representam o nmero total de

    partes k processadas em todas as instalaes da classe i e j, respectivamente. O fluxo

    total de todas as partes entre a instalao u da classe i e a instalao v da classe j,

    ento calculado pela expresso (4-7).

    jk

    jvk

    ik

    iukkij

    kiujv C

    CCCFF = (4-5)

    =

    =iNI

    uiukik CC

    1

    (4-6)

    =

    =NP

    k

    kiujviujv Ff

    1

    1 (4-7)

    Os valores de fluxo que foram referidos at ao momento relacionam-se apenas

    com o transporte entre instalaes para operaes realizadas mesma parte.

    O transporte de subpartes para uma instalao que realiza uma operao que agrupa

    subpartes numa parte mais complexa, no directamente tratado (Figura 4-4).

    Quando o custo deste tipo de transporte no desprezvel sempre possvel

    considerar que a ltima operao de processamento de uma subparte consiste no seu

  • 96 Modelo para Resoluo de Problemas de Layout de Instalaes com a Tecnologia das Restries

    armazenamento num dado local de armazenagem (instalao), e que a primeira

    operao de uma parte que ir incorporar subpartes consiste em retirar as subpartes

    do armazm. No entanto, nem sempre possvel efectuar esta aproximao e, como

    tal, necessrio considerar informao adicional que trate o fluxo devido

    incorporao de subpartes numa parte mais complexa. Esta informao adicional

    dada na forma:

    k a parte k que composta por subpartes;

    NSPk o nmero de subpartes que compem a parte k;

    {Pl} a lista de subpartes que compem a parte k ;

    {qkl} uma lista de valores, correspondendo cada um quantidade de

    subpartes l que participam na parte k.

    A B D E F

    B G C F I J

    G B F A F

    B C G D I E E B J H I

    2

    1 1

    2 P3

    P1

    P2

    P4

    P5

    Figura 4-4: Incorporao hierrquica de subpartes em partes mais complexas ou mesmo em produtos finais.

    Com esta informao o clculo do fluxo resultante da incorporao numa parte,

    de vrias subpartes, realizado usando a expresso (4-8). O fluxo total, da

    incorporao de todas as subpartes em todas as partes, pode ento ser calculado

    usando a expresso (4-9). O conjunto de todos os valores de fluxo entre todos os

    pares de instalaes, permite construir a matriz de fluxo (4-10).

    ==

    =

    contrriocaso

    NOOeOseC

    C

    CC

    LqCT

    Fljkviku

    jk

    jvk

    ik

    iuk

    l

    lkl

    kliujv

    0

    1 (4-8)

    =

    =NP

    k

    NSP

    }P{l

    kliujviujv

    k

    l

    Ff1

    2 (4-9)

    21iujviujv

    Miujv fff += (4-10)

  • 4.2 Resoluo de PPLI Recorrendo PLR(DF) 97

    De referir que, quando uma parte incorporada numa outra parte ou

    possivelmente em mais partes, a capacidade (Ck), para processar essa parte na planta,

    deve ser capaz de satisfazer as necessidades dessas partes.

    Atendendo forma descrita de clculo do fluxo entre pares de instalaes, o

    custo de uma soluo, para a disposio das instalaes na planta, dada pela

    expresso (4-11), em que dij a distncia entre as instalaes i e j, sendo esta dada

    usualmente, por uma mtrica euclidiana ou rectilnea. Esta distncia depende,

    obviamente, do local em que so colocadas as instalaes.

    -

    = += = =

    =1

    1 1 1 1

    n

    j

    n

    ji

    NI

    u

    NI

    viujv

    Miujv

    i j

    dfCusto (4-11)

    4.2 Resoluo de PPLI Recorrendo PLR(DF)

    Depois de estabelecer quais so os requisitos de informao para a resoluo de

    PPLI e a forma como a planta, as instalaes e os processos so modelados de

    acordo com os problemas de layout, necessrio definir como este tipo de problemas

    pode ser solucionado usando a PLR(DF).

    4.2.1 Variveis

    O resultado da resoluo de um PPLI consiste, de uma forma simplificada, na

    escolha do melhor local para posicionar as diferentes instalaes na planta. Este local

    especificado pelas coordenadas cartesianas das instalaes relativamente planta.

    O modelo usado para as instalaes assume tambm que estas possuem um forma

    rectangular. Esta forma rectangular conhecida a partir de valores de comprimento e

    de largura, que como se referiu, podem no ser constantes, ao contrrio do valor da

    rea mnima que sempre constante. Deste modo, tambm necessrio determinar

    quais os melhores valores para o comprimento e para a largura. Como consequncia,

    a resoluo de PPLI requer quatro variveis de deciso para cada instalao, o que

    corresponde a criar quatro variveis de domnio na PLR(DF).

    Relativamente s coordenadas das instalaes, ainda necessrio definir qual o

  • 98 Modelo para Resoluo de Problemas de Layout de Instalaes com a Tecnologia das Restries

    ponto de referncia da instalao. Normalmente, podem-se encontrar duas situaes.

    Na primeira situao o ponto de referncia das instalaes coincide com o canto

    inferior esquerdo, como nos trabalhos devidos a Heragu e Kusiak (1991). Na outra

    situao o ponto de referncia das instalaes coincide com o ponto central, sendo

    esta a via seguida, por exemplo, por Montreuil et al. (1993). A primeira situao foi

    tambm seguida nos trabalhos j publicados por Tavares et al. (1998; 1999a; 1999b)

    na resoluo de PPLI usando PLR(DF). Nesta tese opta-se por seguir uma

    aproximao em que o ponto de referncia das instalaes coincide com o ponto

    central das mesmas.

    Os modelos de PPLI, como os descritos no captulo 2, consideram variveis de

    deciso que tomam valores no conjunto dos nmeros reais. Na PLR(DF) as variveis

    de deciso podem tomar apenas valores num subconjunto de nmeros inteiros. Os

    requisitos de informao discutidos na seco 4.1 sugerem, por outro lado, variveis

    de deciso com valores reais. importante, por conseguinte, ter em conta este

    aspecto, na medida em que necessrio efectuar a converso de valores reais para

    valores inteiros, com a consequente perda de preciso. Dependendo da preciso que

    se pretende, por vezes ser necessrio afectar os valores por um dado factor de

    escala, antes de se efectuar a converso.

    Relativamente s coordenadas das instalaes, o seu domnio tem de contemplar

    as dimenses da planta, que como se referiu possui uma forma rectangular. Deste

    modo, o domnio das coordenadas condicionado pelas restries:

    Xiu 0 .. C-1 (4-12)

    Yiu 0 .. L-1 (4-13)

    em que:

    Xiu representa a coordenada x da posio da instalao u da classe i;

    Yiu representa a coordenada y da posio da instalao u da classe i;

    C o comprimento do rectngulo que envolve a planta;

    L a largura do rectngulo que envolve a planta.

    Como se considera que o ponto central das instalaes coincide com o seu

  • 4.2 Resoluo de PPLI Recorrendo PLR(DF) 99

    ponto de referncia, apenas metade do comprimento e da largura das instalaes

    necessitam de serem considerados, como acontece no modelo proposto por

    Montreuil et al. (1993). Atendendo aos requisitos de informao j referidos,

    podem-se identificar trs situaes:

    o comprimento e largura da instalao so conhecidos, sendo apenas

    necessrio escolher a sua melhor orientao na planta;

    especificada a rea mnima e um intervalo de valores da RA para a forma da

    instalao (razo de aspecto);

    especificada a rea mnima e um conjunto discreto de valores para a forma da

    instalao.

    Na primeira situao trata-se a orientao da instalao de uma forma implcita.

    O domnio das variveis associadas ao comprimento e largura da instalao possui

    no mximo dois valores. Quando os valores do comprimento e da largura so iguais,

    ento o domnio das variveis que lhes est associado criado com um s valor e,

    portanto, estas ficam naturalmente instanciadas. No caso geral, em que o valor do

    comprimento diferente do da largura, o domnio das respectivas variveis dado na

    forma:

    Ciu [c iu , l iu] (4-14)

    Liu [c iu , l iu] (4-15)

    onde

    Ciu a varivel de domnio que representa a metade do valor do comprimento

    da instalao u da classe i ;

    Liu a varivel de domnio que representa a metade do valor da largura da

    instalao u da classe i ;

    ciu metade do valor do comprimento da instalao u da classe i ;

    liu metade do valor da largura da instalao u da classe i.

    Se os valores ciu e liu no so iguais, ento deve ser adicionada a restrio (4-16),

    com o objectivo de se assegurar que a instalao no ter uma forma quadrada, e

  • 100 Modelo para Resoluo de Problemas de Layout de Instalaes com a Tecnologia das Restries

    com uma rea diferente da necessria.

    C iu L iu (4-16)

    Relativamente segunda situao, em que se pretende encontrar qual a melhor

    forma para a instalao a partir de conjunto de formas possveis, dado sob a forma

    de um intervalo, s variveis de domnio para o comprimento e a largura das

    instalaes so associadas as restries:

    iuiu cs..ciC (4-17)

    iuiuiu ls..liL (4-18)

    onde:

    ciiu o valor mnimo do domnio para a varivel que representa a metade do

    comprimento da instalao u da classe i ;

    liiu o valor mnimo do domnio para a varivel que representa a metade da

    largura da instalao u da classe i ;

    csiu o valor mximo do domnio para a varivel que representa a metade do

    comprimento da instalao u da classe i ;

    lsiu o valor mximo do domnio para a varivel que representa a metade da

    largura da instalao u da classe i.

    O clculo dos valores ciiu , liiu , csiu e lsiu efectuado considerando expresses

    similares s expresses (4-1) e (4-2). Como o conjunto de valores RAiu dado sob a

    forma de um intervalo de valores, estes quatro valores ciiu , liiu , csiu e lsiu , que definem

    os limites dos domnios para as variveis Ciu e Liu (denotar que h arredondamentos4

    que se tm de efectuar) so dados pelas expresses seguintes:

    4 Os arredondamentos podem ser feitos tanto pela funo tecto x , que retorna o menor valor

    inteiro superior ou igual a x, ou pela funo cho x , que retorna o maior valor inteiro inferior ou

    igual a x

  • 4.2 Resoluo de PPLI Recorrendo PLR(DF) 101

    =

    2iuiu

    iu

    A}RAmin{li (4-19)

    =

    2iuiu

    iu

    A}RAmax{ls (4-20)

    =

    2

    1}RAmax{A

    ci iuiu

    iu (4-21)

    =

    2

    1}RAmin{A

    cs iuiu

    iu (4-22)

    Aps a definio dos domnios para as variveis Liu e Ciu , ainda necessrio ter

    em conta a restrio:

    4 Ciu Liu = Aiu (4-23)

    que assegura que a rea mnima da instalao a considerada.

    Esta restrio (4-23) uma restrio com termos no lineares, dado que dada

    por um produto entre duas variveis de domnio. Este facto contribui para que a

    propagao da restrio, efectuada por um meta-interpretador de PLR(DF) na

    resoluo de problemas, nem sempre seja a melhor. Verifica-se que na maior parte

    dos meta-interpretadores de PLR(DF) as restries com termos no lineares

    apresentam uma qualidade de propagao mais fraca que as restries que possuem

    apenas termos lineares.

    Um aspecto importante que se deve realar com implicaes na forma das

    instalaes, quando esta determinada a partir de um intervalo de valores da RA,

    relaciona-se com o domnio das variveis que assinalam o comprimento e a largura

    das instalaes. Considerando a restrio (4-23) e o facto de que na PLR(DF) os

    domnios so constitudos por intervalos ou conjuntos de valores inteiros, apenas

    alguns valores do domnio inicial das variveis relacionadas com o comprimento e

    largura das instalaes so considerados. Como consequncia apenas algumas

  • 102 Modelo para Resoluo de Problemas de Layout de Instalaes com a Tecnologia das Restries

    solues so avaliadas para a escolha da melhor forma das instalaes.

    Para ilustrar esta discretizao da forma das instalaes considere-se, por

    exemplo, uma das instalaes da classe C da Tabela 4-1. Esta possui como requisitos

    uma rea de 3000 unidades e admite formas com uma RA que vai de 0,20 at 5,0.

    A Tabela 4-4 mostra os valores para os limites do domnio das variveis que denotam

    o comprimento e a largura da instalao considerando escalonamentos de 1 e 10.

    Tabela 4-4: Limites para o domnio das variveis associadas ao comprimento e largura duma instalao da classe C.

    Escala liiu lsiu ciiu csiu

    1:1 12 (12,247) 62 (61,237) 12 (12,247) 62 (61,237)

    10:1 122 (122,474) 613 (612,372) 122 (122,474) 613 (612,372)

    Dado que as variveis de domnios finitos apenas podem tomar valores

    discretos (intervalo de valores inteiros), apenas algumas formas para as instalaes

    so vlidas. Para um factor de escala de 1 so possveis quatro formas, como se

    mostra na Tabela 4-5 e na Figura 4-5, enquanto com um factor de escala de 10 so

    possveis oito formas (Tabela 4-6).

    Figura 4-5: Quatro possibilidades para a forma de uma instalao cujos valores do comprimento e da largura podem variar entre 12 e 62.

    Tabela 4-5: As dimenses possveis para uma dada instalao.

    rea = 3000 C 12 .. 62 L 12 .. 62

    1 15 50

    2 25 30

    3 30 25

    4 50 15

  • 4.2 Resoluo de PPLI Recorrendo PLR(DF) 103

    Tabela 4-6: As dimenses possveis para uma dada instalao.

    rea = 300000 C 122 .. 613 L 122 .. 613

    1 125 600

    2 150 500

    3 200 375

    4 250 300

    5 300 250

    6 375 200

    7 500 150

    8 600 125

    Finalmente, quando os valores RAiu so fornecidos sob a forma de um conjunto

    de valores, necessrio considerar, na definio dos domnios para Ciu e Liu , cada

    uma das formas do conjunto. Para isso, em funo da rea e do conjunto de formas,

    elabora-se um conjunto com todos os comprimentos possveis para a instalao

    ({ciu}) assim como um outro com todas as larguras correspondentes ({liu}). Com o

    conjunto de valores de comprimento e o conjunto de valores de largura so

    colocadas as restries (4-24) e (4-25). Estas restries5 permitem estabelecer uma

    dependncia funcional entre os valores de comprimento e os valores de largura de

    uma instalao pelo uso da varivel de domnio auxiliar Iiu, e, como tal, a ordem dos

    valores no conjunto importante.

    element(Iiu, {ciu }, Ciu) (4-24)

    element(Iiu, {liu }, Liu) (4-25)

    Para o clculo de cada par comprimento-largura necessrio considerar as

    questes de arredondamento e que os valores a reter so metade do valor total do

    comprimento e da largura das instalaes. Para cada uma das formas da instalao, o

    arredondamento pode ser dado atravs do algoritmo:

    1. determinar os valores das expresses (4-26), (4-27), (4-28) e (4-29) que

    denotam os valores inteiros (mnimos e mximos) mais prximos do valor

    5 A restrio element/3 foi j descrita na seco 3.3.2.

  • 104 Modelo para Resoluo de Problemas de Layout de Instalaes com a Tecnologia das Restries

    real do comprimento e da largura da instalao;

    2. para cada combinao possvel dos valores das expresses referidas em 1

    (l c), calcular a rea da instalao;

    3. escolher a combinao de valores que d a menor rea que porem superior

    rea mnima atribuda instalao correspondente.

    =+

    2iuiu

    iu

    ARAl (4-26)

    =-

    2iuiu

    iu

    ARAl (4-27)

    =+

    2

    1iu

    iu

    iu

    RAAc (4-28)

    =-

    2

    1iu

    iu

    iu

    RAAc (4-29)

    Para ilustrar a construo dos domnios das variveis que denotam o

    comprimento e a largura de uma instalao quando sua forma dada sob a forma de

    um conjunto discreto de valores de RA, considere-se, como exemplo, a instalao da

    classe H (Tabela 4-1). Esta possui como requisitos uma rea de 2800 unidades e

    admite trs formas {0,5; 1,0; 1,5}. Considerando os clculos indicados na Tabela 4-7,

    e de acordo com o critrio referido, os valores escolhidos para o domnio das

    variveis so aqueles que na tabela surgem a negrito. O domnio destas variveis

    ento especificado com as restries ilustradas pelo segmento de cdigo seguinte:

    element( I, [18, 26, 32], L ), element( I, [39, 27, 22], C )

    O domnio das variveis que representam as coordenadas, definidos por (4-12) e

    (4-13), no suficientes para impedir que parte do espao ocupado por cada uma das

    instalaes no pertena planta. Para que as instalaes sejam posicionadas dentro

    da planta devem ser consideradas as variveis de deciso Ciu e Liu (comprimento e

  • 4.2 Resoluo de PPLI Recorrendo PLR(DF) 105

    largura). Desta forma, devem ser consideradas as seguintes restries:

    Xiu Ciu (4-30)

    Xiu + Ciu C (4-31)

    Yiu Liu (4-32)

    Yiu + Liu L (4-33)

    Tabela 4-7: Escolha dos valores para o domnio das variveis correspondentes ao comprimento e largura de uma instalao.

    Forma liu+ liu- ciu+ ciu- rea

    19 39 2964

    18 38 2736

    19 38 2888 0,5

    18 39 2808

    27 27 2916

    26 26 2704

    27 26 2808 1,0

    26 27 2808

    33 22 2904

    32 21 2688

    33 21 2772 1,5

    32 22 2816

    Finalmente, resta referir que as reas que no pertencem planta, quando esta

    possui uma forma real que no rectangular, no so tratadas com a forma como se

    caracterizou os domnios das variveis de deciso efectuada nesta seco. Estas reas

    sero excludas das possveis solues para o problema, a partir da utilizao de um

    tipo especifico de restries, que ser abordado na seco seguinte.

    4.2.2 Restries

    Na resoluo de um PPLI, as instalaes devem ser dispostas na planta de modo

  • 106 Modelo para Resoluo de Problemas de Layout de Instalaes com a Tecnologia das Restries

    a satisfazer determinadas restries. Algumas destas restries so comuns para todas

    as instncias do problema, tal como o caso das restries que impedem que as

    instalaes se sobreponham no espao que ocupam na planta. H outras restries

    como as que devem traduzir as especificidades e requisitos de cada instncia

    particular do problema. Estes requisitos especficos podem-se caracterizar em

    restries tecnolgicas, geomtricas, espaciais, ambientais e estratgicas, entre outras,

    e devem ser indicadas pelo projectista ao sistema6. ainda possvel considerar um

    terceiro grupo de restries que podem dirigir o processo de procura das melhores

    solues. Estas restries podem traduzir tanto particularidades do problema em

    anlise, como a experincia dos peritos.

    De modo a tratar as mais variadas instncias de PPLI, tendo em conta as trs

    categorias de restries discutidas, e em especial as relacionadas com a especificidade

    de cada instncia do problema, foi identificado um conjunto de restries tipo.

    Considerando que os PPLI tm como objectivo obter solues para arranjos

    espaciais de instalaes, estas restries so fundamentalmente restries

    geomtricas, sendo apresentadas a seguir:

    No sobreposio; ou seja, as instalaes dispostas na planta no se devem

    sobrepor;

    Vizinhana; ou seja, a disposio de duas instalaes na planta deve ser feita

    de modo a que estas fiquem lado a lado;

    Distncia; ou seja, h que assegurar que as instalaes sejam posicionadas de

    acordo com uma dada relao de distncia ou que uma dada instalao seja

    posicionada a uma dada distncia de um dado ponto. Por exemplo, se se tem

    uma situao em que uma determinada instalao precisa de operar num

    ambiente de temperatura controlada, no necessariamente compatvel com o

    de outras instalaes que de outra forma poderiam ser colocadas na vizinhana;

    Posio absoluta; ou seja, tem que ser possvel forar que uma dada

    6 Neste contexto entende-se por sistema um ou mais procedimentos computacionais baseados na

    tecnologia das restries destinada a solucionar PPLI.

  • 4.2 Resoluo de PPLI Recorrendo PLR(DF) 107

    instalao seja posicionada dentro ou fora de uma determinada rea da planta.

    assim possvel reservar espaos para diferentes propsitos, como, por

    exemplo, para escritrios ou armazns. Esta restrio tambm usada para

    impedir que as instalaes sejam colocadas em reas que no pertencem

    planta, quando esta no rectangular;

    Posio relativa ; ou seja, situao que envolve sempre duas instalaes e

    permite tratar situaes do tipo dispor a instalao A direita da instalao

    B. H quatro possibilidades para estes tipo de restrio: direita de,

    esquerda de, frente de e atrs de.

    Orientao; ou seja, medida que usada para restringir a orientao duma

    instalao na planta, ou para assegurar uma relao de orientao entre duas

    instalaes, isto , duas instalaes devem ter a mesma orientao ou

    orientao diferentes.

    Uma anlise mais detalhada deste tipo de restries, nomeadamente no que se

    refere s relaes que estabelecem entre as diferentes variveis do problema, dada

    nas subseces seguintes. A notao seguida para a descrio das restries uma

    verso simplificada da mencionada anteriormente que no considera as classes de

    instalao, antes as tratando sem distinguir a que classe cada uma pertence.

    Impedir a Sobreposio de Instalaes

    Como se referiu, a restrio que estar sempre presente, aquela que impede a

    sobreposio das instalaes na planta. A considerao desta restrio para todos os

    pares de instalaes possveis, assegura a gerao de solues em que as instalaes

    no se sobrepem, com apenas um simples procedimento de etiquetagem de todas as

    variveis do problema.

    A nomeao desta restrio feita considerando duas instalaes, a instalao i e

    a instalao j, e colocada para todos os pares possveis de instalaes. Para alm das

    variveis de domnio relacionadas com as coordenadas, comprimento e largura,

    deve-se ainda considerar o espao de folga de cada instalao, como ilustra a Figura

    4-6. Na sua forma mais simples esta restrio dada por (4-34), sendo o valor de fij

  • 108 Modelo para Resoluo de Problemas de Layout de Instalaes com a Tecnologia das Restries

    dado pela expresso (4-35). De uma forma semelhante restrio (3-10) do problema

    dos quadrados perfeitos, esta restrio fixa que a instalao i deve estar ou

    esquerda, ou direita, ou frente ou atrs da instalao j.

    ( ) ( )( ) ( )iiijjjjjijii

    iiijjjjjijii

    lyflylyfly

    cxfcxcxfcx

    -++-++

    -++-++ (4-34)

    ( )jiij f,fmaxf = (4-35) Uma alternativa para a formulao da restrio de no sobreposio passa por

    se usarem quatro novas variveis (booleanas). Na realidade, usando PLR(DF), estas

    so variveis cujo domnio dado pelo conjunto {0,1}. A restrio ento dada

    pelas produes (4-36) a (4-40). Esta via para a restrio de no sobreposio,

    permite eliminar as disjunes, que usualmente do origem a uma propagao de pior

    qualidade.

    Figura 4-6: Disposio de duas unidades de produo lado a lado, tendo em conta as suas folgas.

    ( ) ( )jjijiixijjjijiixij cxfcxbcxfcxb ->++=-++= 01 (4-36)

    ( ) ( )iijijjxjiiijijjxji cxfcxbcxfcxb ->++=-++= 01 (4-37)

    ( ) ( )jjijiiyijjjijiiyij lyflyblyflyb ->++=-++= 01 (4-38)

    ( ) ( )iijijjyjiiijijjyji lyflybcyflyb ->++=-++= 01 (4-39)

    21 +++ yjiy

    ijxji

    xij bbbb (4-40)

  • 4.2 Resoluo de PPLI Recorrendo PLR(DF) 109

    Embora esta ltima formulao da restrio no sobreposio parea partida

    mais complexa, pode, no entanto, ser mais eficiente em termos de propagao.

    Recorde-se que o meta-interpretadores da PLR(DF) so incompletos e, portanto,

    formas diferentes de especificar a mesma restrio podem originar uma qualidade da

    propagao bastante diversa. Adicionalmente, usando uma boa heurstica para a

    escolha da ordem das variveis a instanciar no procedimento de etiquetagem das

    variveis de domnio, que inclua as variveis booleanas referidas em epgrafe

    podem-se obter ganhos computacionais significativos.

    Distncia

    A restrio de distncia envolve o clculo da distncia entre um par de

    instalaes ou o clculo da distncia de uma instalao a um ponto. A colocao

    desta restrio cria uma nova varivel de domnio, que denota a distncia entre duas

    instalaes ou a distncia de uma instalao a um ponto. O domnio desta varivel

    dado pelo intervalo de valores que a distncia pode tomar a cada momento.

    Um aspecto importante aqui a considerar tem a ver com a mtrica utilizada. Das

    diversas alternativas que se poderiam visionar, e por razes de simplicidade, so

    equacionadas apenas as mtricas rectilnea e euclidiana.

    A determinao de uma distncia entre instalaes envolve normalmente o

    clculo do valor absoluto da diferena entre dois valores, especialmente no que se

    refere mtrica rectilnea. Por este motivo, necessrio definir uma restrio mdulo

    ou valor absoluto da diferena entre dois valores. A formulao desta restrio dada

    pelas expresses (4-41), (4-42) e (4-43):

    ( ) ( ) ( ) ( )ubvbvbubvu -+-=- --++ (4-41)

    ( ) ( )vubvub

  • 110 Modelo para Resoluo de Problemas de Layout de Instalaes com a Tecnologia das Restries

    dispostas de forma a que estejam a uma certa distncia. Esta situao pode ocorrer,

    por exemplo, quando algumas instalaes precisam de operar num ambiente de

    temperatura controlada, o que no compatvel com a operao de outras que

    poderiam ser dispostas na vizinhana. Esta situao de incompatibilidade obriga a

    que se posicionem as instalaes a uma distncia entre elas, que seja a maior possvel.

    Para formular a restrio de distncia entre duas instalaes, para alm da

    escolha da melhor mtrica, necessrio definir um referencial. Das duas situaes

    que so consideradas, a primeira considera que a distncia medida relativamente ao

    centro das instalaes, enquanto que na segunda situao a distncia medida

    relativamente periferia das instalaes. A Figura 4-7 mostra como medida a

    distncia, considerando o centro ou a periferia como referncia.

    j

    i

    dl xij

    dc xij

    dl yij dc yij

    Figura 4-7: Distncia entre duas instalaes segundo cada um dos eixos coordenados e considerando como referncia o seu centro ou a sua periferia.

    Comeando pela primeira situao, a relao de distncia relativamente ao

    centro das instalaes a mais simples de estabelecer. As produes (4-44) e (4-45)

    estabelecem a relao de distncia segundo cada um dos eixos coordenados.

    A produo (4-46) estabelece a relao de distncia relativamente ao centro da

    instalao usando uma mtrica rectilnea, enquanto que a produo (4-47) estabelece

  • 4.2 Resoluo de PPLI Recorrendo PLR(DF) 111

    a mesma relao de distncia usando uma mtrica euclidiana.

    jixij xxdc -= (4-44)

    jiy

    ij yydc -= (4-45)

    yij

    xijij dcdcdc += (4-46)

    yij

    yij

    xij

    xijijij dcdcdcdcdcdc += (4-47)

    Na segunda situao, a relao de distncia relativamente periferia das

    instalaes ligeiramente mais complexa de estabelecer. A distncia periferia

    considera as distncias medidas relativamente aos lados mais prximos de cada uma

    das instalaes que se apresentam paralelos entre si, bem como o comprimento e a

    largura destas. Para melhor compreender em que consiste esta forma de clculo de

    distncia, bem como esta pode ser realizada, considere-se o exemplo da Figura 4-8,

    que mostra trs possveis formas de disposio de duas instalaes. Na primeira

    situao a instalao i est completamente esquerda da instalao j, e na segunda

    situao a instalao i est completamente direita da instalao j, e portanto, a

    distncia segundo x diferente de zero. Na terceira situao a distncia em x zero

    porque nenhuma das instalaes est completamente esquerda ou completamente

    direita da outra. Uma anlise similar pode ser efectuada para as distncias em y.

    i

    j

    i

    j

    i

    j

    (a) (b) (c)

    Figura 4-8: Posies relativas determinantes para o clculo da distncia relativamente periferia. Nos casos (a) e (b) a distncia a soma das distncias em x e em y, enquanto no

    caso (c) a distncia total igual distncia em y.

    Face ao exposto, pode-se dizer que duas instalaes esto separadas em x se

    uma est disposta completamente esquerda ou completamente direita da outra.

    De igual modo duas instalaes esto separadas em y, se uma est disposta

  • 112 Modelo para Resoluo de Problemas de Layout de Instalaes com a Tecnologia das Restries

    completamente frente ou completamente atrs da outra.

    Para estabelecer esta relao de distncia considere-se, em primeiro lugar, a

    distncia em x e em y, independentemente de as duas instalaes estarem separadas

    em x e em y. Estas distncias so dadas, respectivamente, pelas produes (4-48)

    e (4-49).

    jijixij ccxxdl ---= (4-48)

    jijiy

    ij llyydl ---= (4-49)

    Para calcular a distncia total entre duas instalaes necessrio considerar duas

    variveis booleanas, uma que determina se as instalaes esto separadas em x e

    outra que determina se esto separadas em y. As produes (4-50) e (4-51) do,

    respectivamente, corpo a essa pretenso.

    ( ) ( )( )( ) ( )( )jjiijjiixij

    jjiijjiixij

    cxcxcxcxb

    cxcxcxcxb

    +--+=

    +>----

  • 4.2 Resoluo de PPLI Recorrendo PLR(DF) 113

    Comeando-se por considerar-se o centro da instalao i como o ponto de

    referncia para a medida de distncia a um ponto p(xp , yp), tem-se que as distncias

    em x e em y so dadas, respectivamente, pelas produes (4-54) e (4-55).

    pixip xxdc -= (4-54)

    piy

    ip yydc -= (4-55)

    A distncia em linha recta ento dada pela equao (4-56), enquanto que a

    distncia euclidiana dada pela equao (4-57).

    yip

    xipip dcdcdc += (4-56)

    ( ) ( )yipyipxipxipipip dcdcdcdcdcdc += (4-57) O clculo da distncia de uma instalao i a um ponto p(xp , yp), tendo como

    referncia a periferia da instalao, obtida atravs do clculo da distncia em x e em

    y, em termos das produes (4-58) e (4-59).

    ipixip cxxdl --= (4-58)

    ipiy

    ip lyydl --= (4-59)

    Tambm neste caso usada uma forma de separao, que vem na linha da

    separao entre duas instalaes. Aqui a separao entre uma instalao e um

    ponto. As produes (4-60) e (4-61) permitem obter, respectivamente, o valor de

    separao em x e em y.

    ( ) ( )( )( ) ( )( )piipiixip

    piipiixip

    xcxxcxb

    xcxxcxb

    -+=

    >-

  • 114 Modelo para Resoluo de Problemas de Layout de Instalaes com a Tecnologia das Restries

    ( ) ( )yijyijyipxijxijxipijij dldlbdldlbdldl += (4-63)

    Vizinhana de Instalaes

    Em algumas situaes desejvel dispor duas instalaes lado a lado. Uma

    situao deste tipo pode surgir quando existe um grande fluxo de materiais entre as

    duas instalaes. Refira-se que, quanto menor for a distncia percorrida no transporte

    de material, menor o custo de operao. Expressar este facto, pelo recurso a

    restries, permite potenciar uma reduo significativa do espao de solues. Uma

    restrio cuja finalidade seja a de impor que duas instalaes sejam dispostas na

    planta ao lado uma da outra, permite que estas situaes sejam tratadas. No entanto,

    pode acontecer que a disposio de algumas instalaes lado a lado no seja s

    desejvel, como seja um requisito do problema, que necessita de ser tratado pelo

    projectista do layout. O uso destas restries requer, no entanto, uma utilizao

    ponderada e criteriosa por parte do projectista, dado que pode transformar o

    problema original num novo problema para o qual no possvel encontrar qualquer

    tipo de solues.

    A restrio de vizinhana que aqui mencionada surge sob duas formas.

    A primeira fixa apenas que duas instalaes devem ser dispostas lado a lado.

    A segunda uma forma mais restrita da primeira, sendo designada por restrio de

    adjacncia.

    No que se refere primeira forma da restrio de vizinhana, esta dada pela

    produo (4-64). Note-se que as questes relativas sobreposio j se encontram

    asseguradas, pela restrio de no sobreposio, dado que esta ltima est sempre

    presente, qualquer que seja o problema.

    ( ) ( )( ) ( )iiijjjjjijii

    iiijjjjjijii

    lyflylyfly

    cxfcxcxfcx

    -++-++

    -++-++ (4-64)

    Quanto restrio de adjacncia, esta , como se referiu, uma verso mais

    restrita da restrio de vizinhana. Tal como a restrio de vizinhana, esta impe

    que duas instalaes devem ser vizinhas. No entanto, o grau de vizinhana mais

    forte, obrigando a que as instalaes sejam dispostas na planta de tal forma que os

  • 4.2 Resoluo de PPLI Recorrendo PLR(DF) 115

    centros geomtricos das instalaes fiquem a uma distncia mnima.

    A Figura 4-6 mostra um caso que satisfaz uma restrio de vizinhana, mas no

    satisfaz uma restrio de adjacncia, ao contrrio do exemplo ilustrado na Figura 4-9,

    que satisfaz ambas as restries. Esta restrio de adjacncia pode ser formulada em

    termos da produo (4-65) em que a funo max(x) d o maior valor do domnio

    de x.

    .

    Figura 4-9: Um exemplo de disposio de duas instalaes que satisfazem a restrio de adjacncia.

    ( ) ( ) ( ) ( )

    -=++

    -=++

    ===

    -=++

    -=++

    ===

    iiijjj

    jjijii

    jjiiji

    iiijjj

    jjijii

    jjiiji

    cxfcx

    cxfcx

    lmaxllmaxlyy

    lyfly

    lyfly

    cmaxccmaxcxx (4-65)

    Uma forma alternativa para equacionar a restrio de adjacncia usa variveis

    booleanas e recorre ao operador de cardinalidade. Esta forma alternativa dada em

    termos das produes (4-66) a (4-73).

    ( ) ( )[ ]( )xijjjiijixij b,cmaxccmaxcxx,b# === (4-66)

    [ ]( )xijjjijiixij b,lyfly,b# -=+++ (4-67)

    [ ]( )xijiiijjjxij b,lyfly,b# -=++- (4-68)

    ( ) ( )[ ]( )yijjjiijiyij b,lmaxllmaxlyy,b# === (4-69)

    [ ]( )yijjjijiiyij b,cxfcx,b# -=+++ (4-70)

    [ ]( )yijiiijjjyij b,cxfcx,b# -=++- (4-71)

  • 116 Modelo para Resoluo de Problemas de Layout de Instalaes com a Tecnologia das Restries

    1=+++ -+-+ yijy

    ijxij

    xij bbbb (4-72)

    1=+ yijxij bb (4-73)

    Posio das Instalaes

    Dois tipos de restries relacionados com a posio de instalaes podem ser

    definidos. Um primeiro tipo, designado por restries de posio absoluta, impe

    que as instalaes sejam dispostas em locais ou reas especficas da planta. O outro

    tipo, designado por restries de posio relativa, permite relacionar a posio duma

    instalao com a da outra.

    Posio Absoluta

    As restries de posio absoluta permitem no s obrigar disposio das

    instalaes em determinadas reas da planta, ou ento, excluir essas reas da planta

    dos locais possveis para a disposio das instalaes. Uma situao j referida, que

    usa este tipo de restries, ocorre quando a planta envolvida por um rectngulo.

    As reas que na realidade no pertencem planta so excludas com recurso a estas

    restries.

    A restrio de posio absoluta mais simples aquela que obriga a que o ponto

    central de uma instalao coincida com um determinado ponto p(xp , yp) da planta.

    A traduo deste facto dado pela produo (4-74).

    pipi yyxx == (4-74)

    A equao (4-74) uma verso simplificada de uma restrio que obriga a

    disposio de uma instalao dentro de uma determinada rea a(xa , ya , ca , la ), em que

    xa e ya representam as coordenadas do ponto central dessa rea e ca e la so,

    respectivamente, metade do seu comprimento e metade da sua largura. A restrio

    que impe que uma instalao seja posicionada dentro duma determinada rea dada

    pelas produes (4-75) e (4-76).

    ( ) ( )aaiiaaii cxcxcxcx ++-- (4-75)

  • 4.2 Resoluo de PPLI Recorrendo PLR(DF) 117

    ( ) ( )aaiiaaii lylylyly ++-- (4-76)

    Outra restrio que obriga disposio das instalaes em reas especficas da

    planta, aquela que exclui essas reas. Uma forma simples de colocar esta restrio

    passa pela produo (4-77), que obriga a que a instalao i seja posicionada fora da

    rea a(xa , ya , ca , la ).

    ( ) ( )( ) ( )aaiiaaii

    aaiiaaii

    lylylylycxcxcxcx

    +>----

  • 118 Modelo para Resoluo de Problemas de Layout de Instalaes com a Tecnologia das Restries

    ji xx > (4-83)

    ji xx < (4-84)

    ji yy > (4-85)

    ji yy < (4-86)

    De igual forma, a formulao de que instalao i deve se disposta direita,

    esquerda, frente ou atrs de j, de uma forma completa dada, respectivamente,

    pelas produes (4-87), (4-88), (4-89) ou (4-90).

    jjii cxcx +>- (4-87)

    jjii cxcx -- (4-89)

    jjii lyly -

  • 4.2 Resoluo de PPLI Recorrendo PLR(DF) 119

    ( ) ( )iixiiixi lcblcb =>= 01 (4-91)

    ( ) ( )iiyiiiyi lcblcb =

  • 120 Modelo para Resoluo de Problemas de Layout de Instalaes com a Tecnologia das Restries

    efectue uma pesquisa sistemtica em todo o espao de solues recorra a um grande

    poder computacional, poder este que na maior parte das situaes pode no estar

    disponvel. No entanto, mesmo que exista esse grande poder computacional, o

    tempo normalmente gasto para encontrar a melhor soluo impraticvel. Estas

    limitaes levam a que se procurem tcnicas mais sofisticadas e inteligentes de

    etiquetagem das variveis. Estas tcnicas envolvem a utilizao de heursticas e

    algoritmos de optimizao que no realizam uma pesquisa sistemtica do espao de

    solues, sendo portanto, incompletos. No garantindo a soluo ptima, estas

    tcnicas podem dar solues de boa qualidade. Verifica-se muito frequentemente que

    suficiente a obteno de boas solues e, desta forma, o esforo despendido na

    procura da soluo ptima nem sempre compensador.

    A optimizao de PPLI uma tarefa complexa, mesmo usando o paradigma da

    PLR. Esta tarefa requer, por conseguinte, uma anlise mais cuidada. Os captulos

    seguintes destinam-se a identificar alternativas para a implementao prtica de

    procedimentos de pesquisa e optimizao para o PPLI que foi abordado

    formalmente neste captulo.