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ARTE-FINAL (20-09-2005)

TRABALHADOR NA AGRICULTURA ORGNICA

COLEO SENAR - 119

PRODUO ORGNICA DE HORTALIAS-FRUTO

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ARTE-FINAL (20-09-2005)

SERVIO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL ADMINISTRAO CENTRAL

Antnio Ernesto de SalvoPRESIDENTE DO CONSELHO DELIBERATIVO

Geraldo Gontijo RibeiroSECRETRIO EXECUTIVO

CHEFE DO DEPARTAMENTO DE EDUCAO PROFISSIONAL DEP

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Carla Barroso da Costa

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TRABALHADOR NA AGRICULTURA ORGNICA

COLEO SENAR - 119

ISSN 1676-367x ISBN 85-7664-021-X

PRODUO ORGNICA DE HORTALIAS-FRUTOELABORADORES

Ricardo Henrique Silva SantosENGENHEIRO AGRNOMO MESTRE E DOUTOR EM FITOTECNIA PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIOSA-MG

Rosileyde Gonalves SiqueiraENGENHEIRA AGRNOMA MESTRANDA EM FITOTECNIA PELA UNIVERSIDADE FEDERALDE VIOSA-MG

Tatiana Pires BarrellaENGENHEIRA AGRNOMA MESTRE EM FITOTECNIA

Jacimar Luiz de SouzaENGENHEIRO AGRNOMO MESTRE EM FITOTECNIA DOUTORANDO EM FITOTECNIA PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIOSA-MG

Nilbe Carla MapeliENGENHEIRA AGRNOMA MESTRE EM PRODUO VEGETAL DOUTORANDA EM FITOTECNIA PELA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIOSA-MG

Gilberto Bernardo de FreitasENGENHEIRO AGRNOMO MESTRE E DOUTOR EM FITOTECNIA PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIOSA-MG BRASLIA 2005

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Copyright 2005 by SENAR Servio Nacional de Aprendizagem Rural Coleo SENAR 119 Trabalhador na agricultura orgnica Produo orgnica de hortalias-fruto COORDENAO EDITORIAL Fundao Arthur Bernardes FUNARBE COORDENAO TCNICA Antnio do Carmo NevesEngenheiro Agrnomo, Mestre em Extenso Rural ACN Consultoria & Projetos Ltda

REVISO METODOLGICA Jos Luiz Rocha AndradeEngenheiro Agrnomo, Mestre em Zootecnia Assessor Tcnico do Departamento de Educao Profissional do SENAR

Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) Produo orgnica de hortalias-fruto / Ricardo Henrique Silva Santos... [et al.] Braslia: SENAR, 2005. 92 p. il. ; 15 x 21 cm. (Coleo SENAR, ISSN 1676-367x, 119) ISBN 85-7664-021-X 1. Hortalias-fruto produo orgnica. I. Ttulo. CDU 635.6:631.41 IMPRESSO NO BRASIL

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SUMRIO

APRESENTAO ........................................................................ 7 INTRODUO ............................................................................. 9 PRODUO ORGNICA DE HORTALIAS-FRUTO .................. 11 I ESCOLHER O LOCAL DE PLANTIO .......................................... 13 II FAA A CORREO DO SOLO ................................................. 15 1 Colete amostras de solo para anlise qumica ............ 15 2 Faa a calagem ................................................................ 18 III ORGANIZAR A PRODUO ORGNICA ................................... 22 1 Faa o plano de rotao de culturas ............................. 22 2 Faa a adubao verde .................................................. 23 3 Faa a compostagem ...................................................... 24 4 Tenha prontos caldas e biofertilizantes ........................ 25 5 Organize a rea plantada e a expectativa de produo ............................................... 26 IV CONHECER ALGUMAS HORTALIAS-FRUTO ......................... 27 1 Abbora e moranga ....................................................... 29 2 Berinjela ........................................................................... 30 3 Chuchu ............................................................................. 31 4 Jil .................................................................................... 32 5 Milho verde e milho doce ............................................. 32 6 Pepino .............................................................................. 33 7 Pimenta ............................................................................ 34 8 Pimento .......................................................................... 35

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9 Quiabo ............................................................................. 36 10 Tomate tutorado ............................................................. 38 V ESCOLHER A POCA DE PLANTIO .......................................... 40 VI ESCOLHER AS CULTIVARES ADEQUADAS .............................. 41 VII FORMAR AS MUDAS ............................................................... 42 1 Produza as mudas ........................................................... 43 VIII PREPARAR O SOLO PARA O PLANTIO DAS MUDAS ............... 51 1 Faa as operaes bsicas .............................................. 51 2 Faa as covas ................................................................... 53 3 Faa o cultivo mnimo .................................................... 54 IX FAZER A ADUBAO ORGNICA ............................................. 55 1 Conhea os adubos orgnicos ....................................... 55 2 Distribua os adubos orgnicos ...................................... 59 X REALIZAR O PLANTIO ............................................................. 61 1 Faa o plantio das mudas .............................................. 61 2 Faa o plantio do milho ................................................. 63 3 Faa o plantio do chuchu ............................................... 64 XI FAZER OS TRATOS CULTURAIS ............................................... 67 1 Faa o estaqueamento ................................................... 67 2 Faa o tutoramento ........................................................ 68 3 Conduza a cultura em caramancho ............................ 70 4 Faa a desbrota ............................................................... 70 5 Faa a capao ................................................................ 71 6 Faa a adubao de cobertura ...................................... 72 7 Faa a amontoa ............................................................... 74 8 Maneje as ervas .............................................................. 75 9 Use cobertura morta....................................................... 76 10 Controle doenas e pragas ............................................ 76 11 Irrigue ............................................................................... 84 XII COLHER AS HORTALIAS-FRUTO ........................................... 86 BIBLIOGRAFIA ......................................................................... 92

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APRESENTAO

Comit Editorial do SENAR, aps um levantamento de necessidades, vem definindo as prioridades para a produo de cartilhas de interesse nacional. As cartilhas so recursos instrucionais de extrema relevncia para o processo da Formao Profissional Rural e Promoo Social e, quando elaboradas segundo metodologia preconizada pela Instituio, constituem um reforo da aprendizagem adquirida pelos trabalhadores rurais nos cursos ou treinamentos promovidos pelo SENAR em todo o Pas. A presente cartilha faz parte de uma srie de ttulos desenvolvidos em parceria com a FUNARBE/UFV e mais uma contribuio da Administrao Central visando melhoria da qualidade dos servios prestados pelo SENAR.Antnio Ernesto de SalvoPRESIDENTE DO CONSELHO DELIBERATIVO DO SENAR

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INTRODUO

trata de forma detalhada todas as operaes necessrias para a produo de hortalias-fruto, desde a escolha do local de plantio, correo do solo, a organizao da produo orgnica, o conhecimento de algumas hortalias-fruto, a escolha da poca de plantio, a escolha de cultivares adequadas, a formao de mudas, o preparo do solo para o plantio das mudas, a realizao da adubao orgnica, o plantio e os tratos culturais at a colheita. Contm informaes sobre os procedimentos necessrios para executar as operaes no momento preciso e na seqncia lgica. Trata, tambm, de assuntos que possam interferir na melhoria da qualidade e produtividade e informaes importantes para a preservao do meio ambiente.

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sta cartilha, de maneira simples e ilustrada,

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PRODUO ORGNICA DE HORTALIAS-FRUTO

O crescimento da agricultura orgnica tem sido fortemente influenciado pela crescente e rpida demanda mundial por produtos orgnicos. Produzir alimentos sem a aplicao de agrotxicos e adubos qumicos , hoje, uma opo rentvel para o produtor. H uma fatia no mercado consumidor disposta a pagar mais por produtos que sejam considerados mais seguros ao homem e ao meio ambiente. O sistema orgnico de produo baseia-se em normas tcnicas bastante rigorosas para preservar integralmente a qualidade do produto, que consideram inclusive as relaes sociais e trabalhistas envolvidas no processo produtivo.

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As tcnicas de cultivo orgnico baseiam-se na recuperao e conservao do solo, na adubao orgnica, na utilizao de cultivares resistentes, no plantio de culturas diferentes na propriedade ou policultivo, nos mtodos naturais ou menos txicos de controle de pragas e doenas, no cultivo mnimo e no manejo de ervas, na cobertura morta, na rotao de culturas e na adubao verde. Uma vez que o produtor decida produzir utilizando mtodos da agricultura orgnica, recomendvel que ele se associe a uma agncia certificadora, onde obter informaes sobre as normas tcnicas de produo. A certificao uma garantia de que produtos rotulados como orgnicos tenham sido, de fato, produzidos dentro dos padres da agricultura orgnica. A emisso do selo ou do certificado ajuda a eliminar, ou pelo menos reduzir, a incerteza com relao qualidade dos produtos, oferecendo aos consumidores informaes objetivas, que so importantes no momento da compra.

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I

ESCOLHER O LOCAL DE PLANTIO

O local onde ser implantada a cultura deve estar livre de pedras, cascalhos e entulhos. Caso exista a possibilidade da invaso por animais necessrio cercar a rea. De uma forma geral, hortalias exigem solos que no alaguem no perodo chuvoso, devendo ser, de preferncia, profundos, bem drenados e levemente inclinados, como o caso de meia encosta.

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imprescindvel que a rea possa ser irrigada.

Irrigao por gotejamento em tomate

Sempre que possvel, o terreno deve ser voltado para o Norte e ser protegido de ventos fortes. A horta deve estar inserida num ambiente agrcola diversificado, visando ao mximo de estabilidade ecolgica.

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II

FAA A CORREO DO SOLO

A grande maioria dos solos a serem cultivados pode possuir caractersticas qumicas inadequadas, como elevada acidez e deficincia de nutrientes. A correo adequada do solo, baseada em anlises qumicas, alm de corrigir a acidez, estimula a atividade microbiana e aumenta a disponibilidade da maioria dos nutrientes que as plantas necessitam. Ateno: A anlise de solo deve ser realizada no primeiro ano de plantio, para serem efetuadas as devidas correes de pH e uma adubao nutricionalmente eficiente e economicamente vivel. O custo da anlise de solo aproximadamente 1% do valor do empreendimento e pode proporcionar ganhos prximos a 50%.

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COLETE AMOSTRAS DE SOLO PARA ANLISE QUMICA

A amostragem do solo deve ser feita para se definir as doses de corretivo e de adubos a serem utilizados. As reas devem ser divididas em glebas homogneas, em termos de topografia e tipo de vegetao.

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Em cada gleba devem ser coletadas amostras em pontos bem distribudos por toda a extenso, conforme o esquema apresentado abaixo. Devem ser coletadas amostras nas profundidades de 0 a 20 cm e de 20 a 40 cm, separadamente. As amostras provenientes de cada profundidade do solo devem ser colocadas em baldes devidamente identificados. Aps reunir as amostras em cada balde, essa terra deve ser destorroada e colocada em sacos plsticos limpos, que sero encaminhados ao laboratrio para as anlises.

1.1 COLETE A AMOSTRA NA PROFUNDIDADE DE 0 A 20 CENTMETROSA coleta pode ser feita com um trado, que um equipamento especfico para coleta de solo, ou ainda, com o enxado.

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1.2 COLOQUE A AMOSTRA COLETADA DENTRO DO BALDE COM A IDENTIFICAO 0 A 20 CENTMETROS 1.3 COLOQUE O TRADO NO MESMO ORIFCIO E RETIRE A AMOSTRA DE 20 A 40 CENTMETROS

1.4 COLOQUE A AMOSTRA COLETADA DENTRO DO BALDE COM A IDENTIFICAO 20 A 40 CENTMETROS 1.5 REPITA ESTAS OPERAES NOS DEMAIS PONTOS DE AMOSTRAGEM

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1.6 MISTURE O SOLO DE CADA BALDEO volume do solo das amostras simples deve ser cuidadosamente destorroado e perfeitamente homogeneizado, para se obter uma amostra composta representativa.

1.7 COLOQUE UMA AMOSTRA DE CADA BALDE EM UM SAQUINHO PLSTICOCada amostra deve ser constituda por um volume de aproximadamente de 250 cm3 (1/4 de litro). O saco deve estar limpo e identificado com o nmero da gleba e a profundidade da coleta da amostra. As amostras devidamente etiquetadas devem ser enviadas ao laboratrio para a realizao das anlises de rotina.

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FAA A CALAGEM

A calagem tem como objetivos a correo da acidez e a adio de calcrio e magnsio ao solo. A quantidade de calcrio a ser aplicada deve ser recomendada por um tcnico com base na anlise de solo da rea e da cultura a ser implantada.

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Solos que apresentam pH abaixo de 5,5 ou saturao de bases (V) inferior a 70% devem receber calagem inicialmente.

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Ateno: Se a dosagem recomendada for superior a 2.000 kg/ha, deve-se aplicar apenas 2.000 kg/ha no primeiro ano, e a dosagem completa ser aplicada nos anos seguintes.

2.1 APLIQUE METADE DA DOSE RECOMENDADA SOBRE O TERRENO LIMPO (ROADO)

2.2 FAA UMA ARAO

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2.3 APLIQUE A OUTRA METADE DA DOSE RECOMENDADA

2.4 INCORPORE O CALCRIO COM GRADEAteno: 1 - A aplicao do calcrio deve ser realizada, no mnimo, trs meses antes da instalao da horta.

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2 - O calcrio e o fosfato natural em produo orgnica, dependendo da anlise de solo, devem ser usados apenas no incio da implantao do sistema orgnico, pois a adio constante de fertilizante orgnico no solo faz com que o pH e os nveis dos nutrientes se mantenham numa faixa ideal para o desenvolvimento das plantas.

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FAA O PLANO DE ROTAO DE CULTURAS

Em reas de hortalias-fruto (feijo-vagem, berinjela, etc.), recomenda-se efetuar a rotao com hortalias de razes (beterraba, cenoura, etc.) ou hortalias folhosas (alface, brcolis, espinafre, etc), sempre hortalias de famlias botnicas diferentes, com o objetivo de reduzir problemas de acmulo de doenas e explorao desequilibrada do solo. Ateno: 1 - Sempre inclua a adubao verde no plano de rotao, porque um meio de recuperar o solo empobrecido tornando-o mais frtil e saudvel para o prximo plantio. 2 - No plano de rotao de culturas, devese privilegiar a seqncia de culturas que exijam sistema de cultivo similar, ou seja: espaldeira espaldeira - espaldeira e sulco sulco sulco, evitando o preparo freqente do terreno e aproveitando o espaldeiramento j montado.

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Antes de iniciar a produo das culturas, o produtor orgnico deve fazer o planejamento do manejo da atividade orgnica, cujos principais aspectos so: rotao de culturas, compostagem, preparo de caldas e biofertilizantes e organizao da produo.

III

ORGANIZAR A PRODUO ORGNICA

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Tabela 1 - Exemplo de rotao cultural por grupos de cultivo, durante dois anosFaixas Grupos de cultivo Pousio/Adubao verde Flores e Frutos Razes e Tubrculos Folhosas Folhosas Pousio/Adubao verde Flores e Frutos Razes e Tubrculos Razes e Tubrculos Folhosas Pousio/Adubao verde Flores e Frutos Flores e Frutos Razes e Tubrculos Folhosas Pousio/Adubao verde Perodo 1o semestre 2 o semestre 3o semestre 4o semestre 1o semestre 2 o semestre 3o semestre 4o semestre 1o semestre 2 o semestre 3o semestre 4o semestre 1o semestre 2 o semestre 3o semestre 4o semestre

Talhes

Faixa A (400 m2)

Faixa B (400 m2)

Talho (1600 m2)

Faixa C (400 m2)

Faixa D (400 m2)

Fonte: Souza e Resende, 2003.

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FAA A ADUBAO VERDEA adubao verde a prtica de se incorporar ao solo massa vegetal no decomposta, geralmente de leguminosas, com o objetivo de dar a vida ao mesmo, proteg-lo, enriquec-lo com nitrognio, recuperar nutrientes de camadas profundas e controlar as ervas espontneas.

Mucuna preta leguminosa anual, de hbito trepador

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O corte dos adubos verdes realizado entre 120 a 150 dias aps a emergncia, na fase de florescimento pleno, podendo ser feito manualmente com enxada, quando a rea for pequena, ou atravs de roadeira, grade ou rolo-faca.

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FAA A COMPOSTAGEM

A compostagem o processo de transformao de materiais grosseiros, como palhada e estrume, em materiais orgnicos utilizveis na agricultura. O composto orgnico possui propriedades que melhoram o rendimento das culturas pelo fornecimento de nutrientes e pela melhoria das condies fsicas, qumicas e

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biolgicas do solo. Como as culturas tm crescimento rpido e alcanam alta produtividade, a utilizao de composto quase que obrigatria para os produtores de hortalias orgnicas. Considerando que a grande maioria dos produtores de hortalias trabalham em reas com alto grau de diversificao, muitos deles com criao de animais associadas ao processo de produo, justifica-se a necessidade de utilizao destes recursos, visando reduo de custos e melhorias no rendimento de todo o sistema produtivo.

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TENHA PRONTOS CALDAS E BIOFERTILIZANTES

As caldas e os biofertilizantes apresentam ao fertiprotetora, ou seja, alm de combaterem pragas e doenas, auxiliam tambm na nutrio das plantas. O controle das pragas e doenas deve ser realizado, principalmente, de forma preventiva. Os principais produtos so aplicados antes do aparecimento dos sintomas e devem estar prontos antes do incio da produo.

Biofertilizante Supermagro

Calda sulfoclcica

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Culturas e pocas de plantio devem ser planejadas para assegurar um melhor resultado em termos agronmicos e econmicos. O planejamento dos plantios deve permitir o melhor aproveitamento dos recursos naturais, procurando evitar excessos ou frustraes na produo ou pocas de preos muito baixos. Deve-se ainda procurar ajustar as reas ao maquinrio utilizado e ao sistema de irrigao disponvel. O planejamento de cada plantio deve considerar o ciclo da cultura e a data prevista para o incio da colheita; para que se possa, desta forma, prever os prximos plantios e a rotao de culturas. Deve-se prever tambm o incio e a durao de cada safra. A Tabela 2 traz um exemplo de planejamento de produo de hortalias-fruto.Tabela 2 - Caracterizao e estimativa de produo de algumas espcies de hortalias-fruto em funo de uma suposta demanda semanalEspcie Demanda semanal hipottica Rendimento total/m2 rea a ser plantada (m2) Intervalo plantio rea ocupada pela cultura (m2)

Produo esperada por ms

Abbora 50 Kg Berinjela 30 Kg Chuchu 30 kg Jil 20 kg Milho verde/doce 200 unid. Pepino1 150 Kg Pimenta 5 kg Pimento 30 Kg Quiabo 50 Kg Tomate tutorado1 150 Kg

0,6 kg 4 kg 6 kg 2 kg 4 unid. 5 kg 0,5 1,5 kg 1,5 kg 5 kg

400 100 300 200 100 300 100 200 300 300

mensal bimensal bi-anual bimensal quinzenal * bimensal mensal bimensal *

1600 400 300 800 400 300 200 800 600 300

*Sem informao. 1 Rendimentos obtidos em cultivo protegido (estufa).

A produo mensal esperada permite estimar a quantidade de embalagens e por conseqncia, o valor da venda bruta realizada por ms, para avaliar a rentabilidade financeira do sistema.

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ORGANIZE A REA PLANTADA E A EXPECTATIVA DE PRODUO

200 Kg 120 Kg 120 kg 80 kg 800 ud 600 Kg 20 kg 120 Kg 200 Kg 600 Kg

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IV

CONHECER ALGUMAS HORTALIAS-FRUTO

Hortalias-fruto so aquelas em que a parte comercializada so os frutos e que possuem caractersticas prprias quanto a: propagao: mtodo de multiplicao da planta; poca de plantio: cada espcie se desenvolve melhor em pocas diferentes do ano; forma de cultivo: covas, sulcos etc.; espaamento: distncia entre plantas; ciclo: tempo do plantio colheita, dependendo da cultivar e do clima.

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Tabela 3 - Caractersticas gerais das principais hortalias-frutoCulturaAbbora e Moranga Berinjela

Sementes mudas Sementes mudas

Ano todo conforme a altitude Ano todo conforme a altitude

Covas Covas

2,5-3,0 x 2,0-3,0 m 1,40-1,50 x 0,80-0,9 m

60 a 90 dias

Incio aos 110 a 140 dias prolongando-se por 3 meses Incio aos 80 a 110 dias prolongandose por 6 a 7 meses Incio aos 90 a 120 dias prolongandose por 3 meses 80 a 110 dias

Chuchu

Fruto

Ano todo 5,0 x 5,0 m (culturas Covas/ permanentes) conforme a caramancho 2,5 x 2,5 m (renovada altitudea cada ano)

Jil

Sementes mudas Sementes

Ano todo conforme a altitude Ano todo com irrigao Ano todo conforme a altitude Ano todo conforme a altitude Ano todo conforme a altitude Ano todo conforme a altitude Ano todo conforme a altitude

Covas

1,20 -1,50 x 0,80-1,0 m 90-100 x 0,15 m

Milho verde e Milho Doce Pepino

Sulcos

Sementes mudas Sementes mudas Sementes mudas Sementes ou mudas Sementes mudas

Covas/ tutoramento Covas

1,0-1,2 x 0,4 m

Incio aos 70 dias com mais 2 meses de colheita. Incio de 100 a 140 dias prolongandose por 3 a 4 meses. Incio aos 70 dias com mais 2 a 3 meses de colheita. Incio aos 70 dias com mais 2 meses de colheita. Incio aos 60 a 70 dias dependendo da variedade.

Pimenta

1,30-1,50 x 0,8-1,0 m 1,0 x 0,4-0,5 m

Pimento

Covas/ tutoramento Covas

Quiabo

1,0 x 0,4 m

Tomate tutorado

Covas/ tutoramento

1,5 x 0,4 m

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Propagao

poca Forma de plantio de cultivo

Espaamento

Colheita

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ABBORA E MORANGA

A abbora (Cucurbita moschata) e a moranga (Cucurbita maxima) so culturas anuais, com crescimento indeterminado onde as ramas alongam-se at seis metros. As flores possuem apenas um sexo, sendo feminima ou masculina. O fruto s se desenvolve a partir de flores femininas que foram fecundadas, atravs da polinizao exclusivamente por abelhas. A cultivar mais vendida o hbrido Tetsukabuto, que necessita ser plantado junto com um cultivar polinizador (exemplo: moranga Exposio e Menina), por possuir poucas flores masculinas. Ateno: 1 - As morangas Exposio e Menina devem ser semeadas 20 dias antes do hbrido por possuirem ciclos diferentes deste, de modo que as floraes ocorram na mesma poca. 2 - Para calcular a quantidade de mudas necessrias, deve-se considerar seis plantas do hbrido Tetsukabuto para cada planta de moranga.

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BERINJELA

A berinjela (Solanum melongena) tem aspecto arbustivo, com caule resistente, que ultrapassa 1 metro de altura. O plantio efetuado no incio da primavera, na maioria das regies. Entretanto, em regies baixas e com inverno suave, pode-se plantar ao longo do ano. A queda de flores e frutinhos pode ocorrer devido s baixas temperaturas, que tambm podem originar frutos deformados e coloridos desigualmente. Assim, recomendado o cultivo em estufa na poca fria do ano. As mudas produzidas em copinhos ou bandejas devem ser transplantadas quando atingirem de 10 a 18 cm de altura.

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CHUCHU

O chuchuzeiro (Sechium edule) produz por vrios anos, possui hbito de crescimento trepador, sendo conduzido em caramancho ou latada. A cultura adaptase melhor em temperaturas amenas, entretanto o frio torna-se limitante durante o inverno. Temperaturas elevadas so tambm desfavorveis, ocasionando crescimento e desenvolvimento excessivo, com queda de flores e frutinhos. A sua propagao d-se por um fruto-semente brotado, cuja brotao deve ter de 10 a 15 cm de comprimento. Deve-se selecionar chuchus-semente bem formados, em plantas uniformes, produtivas e livre de doenas. O plantio deve ser efetuado em covas de 40 cm de dimetro e 25 cm de profundidade, preenchidas com terra adubada, sendo a muda acomodada sem ser enterrada. A rea deve ser mantida limpa at o fechamento da cobertura do carramancho. Nesse perodo, recomenda-se o plantio de uma cultura intercalar, de ciclo curto, ou o consrcio com leguminosa (adubo verde).

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JIL

A planta de jil (Solanum gilo) semelhante berinjela. Os frutos, bem menores, apresentam sabor amargo, caracterstico. uma cultura muito exigente em temperatura, sendo plantada na primavera-vero, mas em regies de inverno ameno pode ser cultivada ao longo do ano. O plantio feito atravs de mudas, formadas em bandejas ou copinhos, e levadas ao campo aps a formao de 2 pares de folhas definitivas.

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MILHO VERDE E MILHO DOCE

Para a produo do milho-verde e do milho-doce (Zea mays), plantam-se cultivares apropriadas, distintas do milho comum, que produzem espigas verde-claras, com gros amarelos. So culturas de clima quente ou ameno, sendo prejudicadas pelo frio intenso e pela geada. A poca de plantio pode se estender ao longo do ano, desde que as baixas temperaturas invernais no se tornem limitantes. Uma forma de aproveitar os preos altos deste produto o direcionamento da colheita para os meses de

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abril at novembro, onde a oferta menor e os preos normalmente so melhores. O plantio feito em sulcos, com espaamento de 1 m entre linhas de plantio, utilizando-se 7 sementes por metro.

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PEPINOA espcie Cucumis sativus uma cultura anual, herbcea e com hastes longas. Tal como nas abboras, a polinizao das flores depende das abelhas. Em regies com altitude superior a 800 m, a semeadura pode ser feita de agosto a fevereiro. Em locais baixos, pode-se plantar o ano todo. Porm, com plantios de maro a agosto existe a vantagem de produo na entressafra.

As cultivares atualmente plantadas podem ser reunidas em quatro grupos ou tipos, como se segue, conforme as caractersticas e a finalidade dos frutos produzidos: Caipira os frutos so colhidos com 10-16 cm de comprimento, apresentando colorao verde-clara. Seu sabor adocicado e livre de amargor. Aodai os frutos so cilndricos, colhidos com 2025 cm, de colorao verde-escura. Japons os frutos so afilados e alongados, com 20-30 cm e de colorao verde-escura. Sabor tpico, preferido pelos mercados mais exigentes, como o da capital paulista.

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Agroindustrial os frutos so curtos, com 5-9 cm, de colorao verde-escura, utilizados na fabricao de picles. As mudas so semeadas em copos ou bandejas, melhorando o aproveitamento das sementes. As mudas estaro prontas para serem transplantadas quando tiverem o primeiro par de folhas definitivas, ou seja, cerca de 10 cm de altura.

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PIMENTA

As pimenteiras possuem caule resistente, produzem por vrios anos, atingem cerca de 1,20 metro de altura, com ampla ramificao lateral. So cinco as principais espcies cultivadas no centrosul, seguindo-se os respectivos nomes populares: Capsicum frutescens malagueta, malaguetinha e malagueto. Capsicum baccatum dedo-de-moa, chifre-deveado, cambuci e sertozinho.

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Capsicum chinense bode, cheiro e murici. Capsicum praetermissum passarinho e cumari. Capsicum annuum pimenta-doce e pimenta-verde. A pimenta malagueta destaca-se por ter o sabor mais ardido. So plantas mais exigentes no calor, essa a razo pela qual se faz o plantio no incio da primavera, na maioria das regies produtoras. Em regies de baixa altitude, com inverno suave, possvel o plantio ao longo do ano. A produo de mudas normalmente se d em bandejas, com posterior transplantio ao atingirem 5 ou 6 folhas, ou seja, 50 a 60 dias aps semeadura. Recomenda-se a rotao com milho e leguminosas. importante evitar plantios sucessivos de pimenteiras e a rotao com espcies da mesma famlia, como pimento, tomate, jil e berinjela.

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PIMENTOO pimento (Capsicum annuum) da mesma famlia do tomate, da berinjela, do jil e da pimenta, possuindo algumas semelhanas em seu cultivo, como tutoramento e manejo de pragas e doenas. Isto significa que o pimento nunca deve suceder tais culturas na rotao. Sua altura ultrapassa 1 metro e suas razes so profundas, mas com pouco desenvolvimento lateral.

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As mudas devem ser preparadas em copos plsticos de 200 ml, com duas sementes por copo, desbastando-se aps a germinao, mantendo-se apenas uma muda. Elas estaro prontas para serem levadas ao campo quando atingirem de 10 a 15 cm de altura e 6 a 8 folhas definitivas, ou seja, entre 30 a 45 dias aps a semeadura. Se usados substratos orgnicos mais ricos e substratos comerciais, estas mudas podem tambm ser formadas em bandejas. Existem muitos cultivares novos, geralmente hbridos, que so resistentes a algumas doenas, reduzindo os riscos da cultura. Ateno: Na hora do plantio preciso evitar enterrar muito a muda, que deve ficar na mesma profundidade que estava no recipiente, pois o plantio profundo favorece a podrido do colo, motivo pelo qual no se recomenda a amontoa para esta cultura. A cultura do pimento muito beneficiada pelo uso de cobertura morta do solo, feita com capim ou com plstico preto (no caso de plantios em leiras).

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QUIABO

O quiabo (Abelmoschus esculentus) possui porte ereto, podendo atingir at 3 m de altura. uma cultura de clima tropical, devendo ser plantada de agosto a fevereiro em regies de clima ameno, ou o ano todo, em regies baixas, com clima mais quente. Em sistema orgnico, recomendvel a produo de mudas em recipientes menores como bandejas de isopor, e a realizao do transplantio logo aps a emisso do primeiro

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par de folhas definitivas (mudas com 7 a 10 cm altura), normalmente 20 dias aps a semeadura. Dessa forma, tem-se um melhor desenvolvimento inicial do quiabeiro. Ateno: Antes da semeadura nas bandejas, deve-se colocar as sementes em um saquinho de pano e imergi-las em gua corrente durante 24 horas, para acelerar sua germinao. Em cultivo orgnico, recomenda-se plantar apenas uma muda por cova, diminuindo o espaamento normalmente utilizado para 1 metro entre linhas e 40 cm entre as plantas, para que seja compensado o nmero de plantas por hectare.

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Trata-se de uma espcie atacada por grande nmero de pragas e doenas, por isso deve-se escolher cultivares mais rsticas e com maior resistncia a elas. Alm disso, deve-se observar a preferncia do consumidor. Atualmente, os mais fceis de comercializar so os tomates dos tipos Santa Cruz, saladinha e cereja. O clima fresco e seco e a alta luminosidade favorecem a cultura do tomate. De modo geral, em regies com altitudes superiores a 800 m, o plantio deve ser realizado de agosto a fevereiro. J em localidades baixas e quentes, sob altitudes inferiores a 400 m, a poca favorvel ao cultivo do tomate de fevereiro a julho. Recomenda-se a produo de mudas em copinhos de jornal, com 10 cm de comprimento por 6 cm de dimetro. Esse copinho pode ser substitudo pelo copo plstico descartvel de 200 ml.

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A planta de tomate (Lycopersicon esculentum) possui caule flexvel, sendo incapaz de suportar o peso dos frutos e de manter a posio vertical.

10 TOMATE TUTORADO

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Outra opo a utilizao de bandejas de isopor, devendo-se utilizar substrato prprio para cultivo orgnico. As mudas devem ser transplantadas mais cedo do que pelo sistema de copos.

As mudas estaro prontas para serem levadas ao campo quando tiverem de quatro a cinco folhas definitivas, cerca de 30 dias aps a semeadura, para o sistema de copos, ou de 20 a 25 dias, no sistema de bandejas. O plantio pode ser feito em sulcos ou covas, com 20 cm de profundidade, para comportar adequadamente a matria orgnica. O espaamento recomendado de 1,20 metro entre linhas e 40 cm entre plantas.

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A poca de plantio varia de cultura para cultura e ainda de cultivar para cultivar. Na escolha da poca de plantio, preciso levar em conta alguns aspectos como: Aptido para o desenvolvimento da cultura e da cultivar. Aquelas mais adaptadas ao clima frio podem ser plantadas no inverno de regies quentes, ou o ano inteiro em regies frias; Preo a ser obtido na colheita; Ataque de pragas e doenas. Na poca de melhor desenvolvimento da hortalia ou de menor ataque de pragas e doenas, geralmente h um maior volume de produo, com menores preos recebidos.

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V

ESCOLHER A POCA DE PLANTIO

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VI

ESCOLHER AS CULTIVARES ADEQUADAS

Um dos importantes aspectos a serem observados quando se pensa em praticar sistemas orgnicos de cultivo diz respeito escolha adequada da cultivar a ser plantada. Para a maioria das hortalias, existem cultivares mais rsticas ou com maior resistncia a doenas, que se desenvolvem melhor nesse sistema de cultivo, necessitando assim de menor interveno humana. Como exemplo, j so encontrados cultivares de berinjela resistentes antracnose, de pepino resistentes ao mldio, mancha angular e odio, de pimento resistentes a vrus e requeima e de tomate resistentes a alguns fungos, bactrias e vrus.

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A produo de mudas de hortalias para sistemas orgnicos necessita de cuidados especiais. Atualmente, existem no mercado brasileiro diversos tipos de substratos para a formao de mudas em sistemas orgnicos de produo de hortalias. O agricultor deve estar atento aos custos do substrato, podendo este ser produzido na propriedade a custos mais baixos, como o caso do composto orgnico. As mudas podem ser produzidas em estufas ou reas cobertas, desde que permitam a entrada de luz.

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VII

FORMAR AS MUDAS

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A produo de mudas em ambientes protegidos apresenta as seguintes vantagens: proteo contra o excesso de chuva e de umidade; diminuio de pragas e doenas; as mudas se formam em menor tempo; e obtm-se mudas mais uniformes

1

PRODUZA AS MUDAS

Os recipientes geralmente utilizados na produo de mudas so: Bandejas de isopor

Copinhos de papel

Copinhos de plstico

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Barrela

Os recipientes mais utilizados na produo de mudas de hortalias para o sistema orgnico so as bandejas de isopor com, no mximo, 128 clulas, e copos plsticos ou de jornal por possuirem maior volume para o crescimento das mudas, o que fundamental quando se trabalha com substratos orgnicos.

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1.1 PREPARE O SUBSTRATOO substrato para produo de mudas em bandejas deve ser livre de sementes de ervas e microrganismos causadores de doenas; deve ter boa reteno de gua e bom arejamento, permitindo assim um perfeito crescimento das razes. Deve ainda suprir a necessidade de nutrientes que as plantas necessitam em seu incio de desenvolvimento. O composto orgnico possui todas essas caractersticas.1.1.1 PENEIRE O COMPOSTO

1.1.2 RENA A PARTE PENEIRADA

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1.2 ENCHA OS RECIPIENTES COM O SUBSTRATO

1.3 MOLHE O SUBSTRATO 1.4 FAA FUROS PARA COLOCAR AS SEMENTES 1.5 SEMEIENo meio do copo ou das clulas da bandeja, so colocadas duas ou trs sementes na profundidade de 2 a 3 centmetros.

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Ateno: Quando se usa semente peletizada ou semente hbrida, de custo elevado, pode-se semear apenas uma por clula.

1.6 CUBRA AS SEMENTES COM UM POUCO DO SUBSTRATO OU AREIA

1.7 CUBRA AS SEMENTES COM MATERIAL PALHOSO

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1.8 IRRIGUEPor estarem suspensas, as bandejas perdem gua com rapidez, por isso, as irrigaes, com pouca gua, so realizadas 2 a 3 vezes ao dia, usando-se um regador de crivo fino ou microaspersores.

1.9 RETIRE O MATERIAL PALHOSO QUANDO A MUDA COMEAR A NASCER

Ateno: Embora as bandejas possam ficar expostas ao tempo, coloc-las em estufas produz mudas melhores.

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1.10 FAA O DESBASTEO desbaste a eliminao das plantinhas que excedem em cada clula da bandeja ou copo, deixando apenas a mais desenvolvida.1.10.1 IRRIGUE FARTAMENTE AS PLANTINHAS

Esta irrigao facilitar o desbaste sem ferir a muda que dever permanecer na bandeja ou no copo.

1.10.2 FAA O ARRANCAMENTO MANUAL

Este desbaste deve ser efetuado entre 5 a 10 dias aps a semeadura, mantendo apenas a planta mais vigorosa por clula ou copo.

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1.11 FAA O ENDURECIMENTO DAS MUDASQuando as mudas estiverem mais desenvolvidas, a freqncia da irrigao deve ser diminuda, para que ocorra o endurecimento da muda e esta sofra menos com o transplante.

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VIII

PREPARAR O SOLO PARA O PLANTIO DAS MUDAS

Na agricultura orgnica, o solo recebe ateno especial. As prticas utilizadas no seu manejo (preparo reduzido, adubao verde, cobertura viva e morta, no adio de fertilizantes de alta solubilidade, adio de adubos orgnicos, plano de rotao de culturas) visam construo de um solo equilibrado e biologicamente ativo, indispensvel manuteno de plantas saudveis. O preparo do solo visa dar melhor condio ao desenvolvimento das razes das plantas. Para isto, nele so realizadas algumas operaes, tornando-o mais solto, mais arejado e com maior capacidade de reter gua.

1

FAA AS OPERAES BSICAS

Um preparo adequado do solo ir fornecer condies favorveis para um bom desenvolvimento das plantas, levando a um elevado rendimento das culturas. Dependendo das condies do terreno que se decide sobre a necessidade de preparo mecnico do solo. Em reas com pouca vegetao nativa, pode-se proceder limpeza da rea e abertura de sulcos e covas diretamente.

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1.1 FAA A GRADAGEMA gradagem visa incorporar restos culturais, desmanchar os torres e nivelar o solo para facilitar a operao seguinte. Dependendo das condies do terreno, pode ser necessrio um preparo inicial com grade pesada, seguido de grade leve. Ateno: A gradagem deve ser feita com solo levemente mido para evitar a pulverizao deste, a fim de prevenir eroso e a perda de nutrientes.

Alerta ecolgico: A arao deve ser reservada apenas em casos de necessidade de incorporao de biomassa (especialmente de ervas espontneas que dificultam a abertura de covas ou sulcos). Sempre que possvel, deve-se usar a grade em substituio ao arado. Ateno: Em pequenas reas o solo pode ser preparado manualmente, com o uso de enxada e enxado, havendo um maior requerimento de mo-de-obra.

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1.2 FAA OS SULCOSOs sulcos podem ser feitos previamente, mesmo para os plantios em covas, facilitando a distribuio dos adubos orgnicos e o plantio das mudas em linhas. Ateno: Em terrenos inclinados, os sulcos devem ficar transversais em relao declividade do solo, mas construdos com um pequeno declive (2 a 3%), permitindo, assim, o escoamento lento das guas. Para a abertura dos sulcos no necessrio que o terreno esteja completamente destorroado.

2

FAA AS COVAS

As covas podem ser abertas aps o preparo bsico do solo, ou aproveitando os sulcos previamente abertos.

2.1 MARQUE O LOCAL DAS COVASO local das covas no interior dos sulcos, pode ser marcado no ato da distribuio do adubo orgnico, no espaamento recomendado.

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2.2 ABRA AS COVASAs covas devem ser abertas com enxada ou enxado, no espaamento recomendado para a cultura a ser plantada, de acordo com a Tabela 3.

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FAA O CULTIVO MNIMO

Sob certas condies de baixa infestao de ervas e solos mais leves, possvel preparar o terreno somente nas linhas ou nas covas de plantio, processo chamado de cultivo mnimo.

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Posteriormente, com o crescimento das mudas, realiza-se as capinas nas entrelinhas.

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IX

FAZER A ADUBAO ORGNICA

No mercado, existem diversos tipos de fertilizantes orgnicos. Deve-se atentar para a origem e a qualidade dos mesmos. Recomenda-se preparar o adubo orgnico na prpria propriedade, o que possibilita um controle sobre sua qualidade, alm da obteno de um produto de menor custo. Alerta ecolgico: Estercos vindos de fontes externas propriedade devem ser compostados para eliminar a possibilidade de contaminantes e de ervas.

1

CONHEA OS ADUBOS ORGNICOS1.1 ESTERCOS DE AVESO esterco de aves mais rico em nitrognio que o de ruminantes ou sunos. Sua decomposio rpida, liberando em poucos dias a maior parte dos nutrientes. Ao ser deixado para curtir, as perdas de nitrognio para o ar podem ser muito grandes.

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O esterco de aves deve ser compostado ou misturado terra. No caso do uso direto do esterco fresco, a incorporao ao solo reduz as perdas. Os estercos de aves so muito utilizados para adubaes de cobertura porque tm efeito rpido.

Ateno: As camas de avirio podem ter composio muito varivel conforme o piso usado na granja, seja de palha de caf ou sabugo de milho (recomendvel) ou de maravalha de madeira (no recomendvel).

1.2 ESTERCO DE RUMINANTESDentre os mais utilizados esto os de bovinos e caprinos. O esterco pode ser usado cru, curtido ou em forma de composto.

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Recomenda-se forrar 5 a 6 kg de palha seca por dia para reter totalmente a urina produzida por uma vaca adulta estabulada, enriquecendo muito o adubo produzido. Ateno: A composio do esterco depende da alimentao dos animais. Quando criados exclusivamente a pasto, o contedo de nutrientes desses estercos menor do que de animais que recebem suplementao com concentrados.

1.3 ESTERCO DE SUNOSO esterco de sunos mais rico em nutrientes e mais pobre em matria orgnica do que o de ruminantes. Da mesma forma que o de aves, a matria orgnica decompese rapidamente, tornando-se mais um alimento para as plantas que para o solo.

Alerta ecolgico: O porco sofre de muitas doenas que atacam o homem e, por causa dos riscos, prefervel reciclar o seu esterco em culturas arbreas ou de cereais e no com hortalias. Na produo de hortalias, recomenda-se utilizar este esterco apenas aps o processo de compostagem.

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1.4 COMPOSTOA compostagem a mistura de dejetos animais e resduos vegetais em pilhas para decomposio conjunta. O composto conserva os nutrientes de ambos os materiais e serve como adubo equilibrado para as plantas, com grande capacidade para reter gua e trocar nutrientes com o solo.

1.5 BIOFERTILIZANTESOs biofertilizantes so preparados basicamente com esterco e gua, passando por um perodo de fermentao. Aps esse perodo, o biofertilizante diludo e pulverizado sobre as plantas, ou aplicado diretamente no solo. Os biofertilizantes podem ser enriquecidos com diversos micronutrientes e vegetais.

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2

DISTRIBUA OS ADUBOS ORGNICOS

2.1 CONHEA AS RECOMENDAES DE ADUBAO DE PLANTIOConsiderando os espaamentos citados na Tabela 3, as recomendaes gerais de adubao de plantio, em kg por cova (exceto para o milho, que deve ser feita no sulco) so apresentadas na Tabela 4.Tabela 4 - Adubao de plantio em quilos por covaEsterco de gado (40 t/ha) 7,0 - 12,0 kg 2,0 - 3,0 kg 50,0 kg 12,0 kg 2,0 - 3,0 kg1

Cultura Abbora Berinjela Chuchu - Permanente - Renovada anual Jil

Cama de avirio (10 t/ha) 2,0 - 3,0 kg 0,5 - 1,0 kg 12,0 kg 3,0 kg 0,5 - 1,0 kg 1,0 kg 0,5 kg 0,5 - 1,0 kg 0,5 - 1,0 kg 0,5 kg 0,5 kg

Composto (30 t/ha) 5,0 - 9,0 kg 1,0 - 1,5 kg 38,0 kg 9,0 kg 1,5 - 2,5 kg 3,0 kg 1,0 kg 1,5 - 2,5 kg 1,0 - 1,5 kg 1,5 kg 1,5 kg

Milho verde/doce Pepino Pimenta Pimento Quiabo Tomate tutorado

4,0 kg 1,5 kg 2,0 - 3,0 kg 1,5 - 2,0 kg 1,5 kg 2,0 kg

1

A dosagem para a cultura do milho est apresentada para 1 metro linear de sulco.

Ateno: Essas recomendaes consideram que os adubos orgnicos apresentam 50% de umidade e densidade de 0,5 kg/litro. Se os materiais estiverem mais midos a dose deve ser aumentada. Se estiverem mais secos, a dose deve ser diminuda.

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2.2 DISTRIBUA OS ADUBOS ORGNICOS

Distribuio nos sulcos

2.3 MISTURE OS ADUBOS ORGNICOS COM A TERRA

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X

REALIZAR O PLANTIO

O plantio no campo requer alguns cuidados para garantir um bom pegamento das mudas e desenvolvimento da cultura.

1

FAA O PLANTIO DAS MUDAS

Alguns cuidados no transplantio das mudas ir garantir um bom desenvolvimento das plantas no campo.

1.1 IRRIGUE AS MUDAS PARA FAVORECER O ARRANQUIOEsta irrigao deve ser feita alguns minutos antes das mudinhas serem arracadas.

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1.2 RETIRE AS MUDAS DA BANDEJA OU COPO

1.3 COLOQUE AS MUDAS SOBRE A COVA OU SULCO

1.4 CHEGUE TERRA NAS MUDAS

Ateno: 1 - A irrigao da cova, antes de se colocar a muda, favorece o pegamento. 2 - A irrigao do campo ser feita apenas no 2 dia quando todas a mudas estiverem eretas, para evitar tombamento e contaminaes ou queima da parte area por contato com o solo.o

3 - O transplante deve ser feito em dias nublados ou no final da tarde, para favorecer o pegamento das mudas.

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2

FAA O PLANTIO DO MILHO

2.1 ABRA OS SULCOS DE PLANTIO USANDO 1 METRO ENTRE AS LINHAS

2.2 COLOQUE ADUBO NOS SULCOS

2.3 INCORPORE O ADUBO

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2.4 SEMEIEColoque 7 sementes por metro de sulco

2.5 CUBRA AS SEMENTES COM TERRA USANDO SULCADOR OU ENXADA

3

FAA O PLANTIO DO CHUCHUUtilize frutos brotados para o plantio do chuchu.

O plantio deve ser efetuado em covas de 40 cm de dimetro e 25 cm de profundidade.

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3.1 ABRA AS COVAS DE PLANTIO

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3.2 DISTRIBUA O ADUBO

3.3 INCORPORE O ADUBO

3.4 ABRA UMA COVETA SOBRE O ADUBO INCORPORADO

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3.5 PLANTE A MUDAA muda deve ser acomodada sem ser enterrada completamente.

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XI

FAZER OS TRATOS CULTURAIS

Os tratos culturais aps o plantio so importantssimos na produo de hortalias orgnicas. As culturas so delicadas, com crescimento rpido e alta produtividade, devendo receber cuidados em momentos precisos e de acordo com as recomenda,es.

1

FAA O ESTAQUEAMENTO

Estaqueamento em pimenta

Muitas das hortalias-fruto necessitam de estaqueamento devido ao peso da carga de frutos. Estaquear as plantas de berinjela, bem desenvolvidas, com bambu de 1,5 metro de altura e as plantas de jil e pimenta com bambu de 1 metro.

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2

FAA O TUTORAMENTO

O sistema indicado para o cultivo orgnico de pepino, pimento e tomate, o tutoramento vertical, feito com varas individuais de bambu, fincadas lateralmente em cada planta, ou em fitilhos, presos a bambu ou fio de arame esticado sobre a linha de plantio, a 1,5 metro de altura. No necessrio amarrar as plantas, bastando enrosc-las periodicamente no fitilho, medida que vo crescendo.

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O tutoramento das plantas favorece os tratos culturais, facilita o controle fitossanitrio e a colheita e preserva a qualidade dos frutos, obtendo-se melhor padro comercial.

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Outra opo para o pimento o uso de espaldeira, isto , dois fios de arame ou fitilho (a 20 e a 50 cm do solo, alternados lateralmente s plantas (um a direita e outro a esquerda da linha). Os arames ou fitilhos so fixados nas cabeceiras das linhas por moires e sustentados ao longo da linha, por bambu, de 5 em 5 metros. Nesse sistema , dispensase a operao de amarrio.

Ateno: 1 - Em regies de ventos fortes, onde no se tenha empregado quebra-vento, pode ser necessrio duplicar a espaldeira, ou seja, fios duplos a 20 cm e a 50 cm do solo, de ambos os lados das plantas. 2 - Deve-se evitar o tutoramento com cerca cruzada por haver menor arejamento dentro do plantio, e, por conseqncia, maior incidncia de doenas.

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CONDUZA A CULTURA EM CARAMANCHO

A planta de chuchu deve ser conduzida em caramancho, a 2 metros de altura, com posterior eliminao de ramas e folhas secas, pois podem ser focos de doenas.

4

FAA A DESBROTA

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A desbrota ou poda de brotaes, consiste em eliminar todos os brotos que saem das axilas das plantas, deixando apenas uma haste em cada planta, para maior aproveitamento do adubo orgnico nas culturas de tomate, berinjela e pepino.

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FAA A CAPAO

Outra prtica utilizada em tomate a capao da haste principal aps a emisso de um certo nmero de cachos, diminuindo a quantidade de frutos produzidos, que sero maiores e de melhor qualidade. Em sistemas orgnicos, recomenda-se a capao da haste principal aps a emisso do 3 ao 6 cacho, sendo necessrio deixar, no mnimo, um par de folha acima do ltimo cacho mantido na planta.

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A adubao de cobertura pode ser necessria dependendo do desenvolvimento vegetativo da cultura. Consiste no fornecimento de adubos orgnicos aps o plantio, geralmente quando a cultura inicia a fase de rpido crescimento. Os adubos orgnicos podem ser fornecidos na forma slida (mais comum) e como adubao suplementar, na forma de biofertilizantes.

Os adubos orgnicos so aplicados ao longo dos sulcos ou ao redor das covas.Tabela 5 - Recomendaes para adubao orgnicaCultura Abbora Berinjela Chuchu - Permanente - Renovada anual Jil Milho verde/doce Pepino Pimenta Pimento Quiabo Tomate tutorado1

Data (dias aps plantio) 45 601

Esterco de gado 2,0 kg 1,0 kg 15 kg 4,0 kg 0,5 kg 1,5 kg 0,5 kg 1,0 kg 0,5 kg 0,5 kg 0,6 kg

Cama de avirio 0,5 kg 0,2 kg 4,0 kg 1,0 kg 0,2 kg 0,3 kg 0,20 kg 0,2 kg 0,20 kg 0,20 kg 0,20 kg

Composto 1,5 kg 0,3 kg 12,0 kg 3,0 kg 0,5 kg 1,0 kg 0,4 kg 0,5 kg 0,4 kg 0,4 kg 0,5 kg

2 vezes/ano 90 60 30 30 60 45 45 30

2

A cultura permanente de chuchu recebe duas adubaes anuais (uma na primavera-vero e outra no outono-inverno).2

Recomendao por metro linear, lateralmente s plantas.

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6.1 APLIQUE ADUBOS ORGNICOS SLIDOS

FAA A ADUBAO DE COBERTURA

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Ateno: Essas recomendaes consideram que os adubos orgnicos apresentam 50% de umidade e de 0,5 kg/litro. Se os materiais estiverem mais midos, a dose deve ser aumentada. Se estiverem mais secos, a dose deve ser diminuda.

Distribuio do adubo

Incorporao do adubo

6.2 APLIQUE BIOFERTILIZANTESOs biofertilizantes so geralmente aplicados no solo ou folhas. As aplicaes via solo podem substituir as adubaes de cobertura. As aplicaes foliares visam suplementar a nutrio e proteger as plantas contra doenas.

Aplicao no solo de biofertilizante

Aplicao foliar de biofertilizante

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Tabela 6 - Recomendaes para aplicao de biofertilizantesCultura Berinjela Jil Pepino Pimento Pimenta Tomate tutorado Abbora Data Solo Folhas

Observaes Aplicar at o incio da formao dos frutos (frutificao) Aplicar at a metade do perodo de frutificao

Semanalmente

200 ml/planta

4 l / 20 litros de gua

Quinzenalmente

4 l / 20 litros de gua

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FAA A AMONTOA

Amontoa o chegamento de terra nas entrelinhas de plantio, deslocando-se a terra da entrelinha para prximo das plantas e deve ser realizada logo aps a adubao de cobertura. Recomenda-se a operao de amontoa em plantios de tomates realizados em covas.

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MANEJE AS ERVAS

As ervas devem ser manejadas adequadamente, pois provocam perdas muito grandes de rendimento comercial em vrias hortalias. Entretanto, as ervas proporcionam refgio para inimigos naturais das pragas, recomendando-se prticas de manejo que permitam o convvio das culturas com as ervas, sem danos econmicos. A capina em faixas evita a presena de ervas prximas zona de raiz da cultura de interesse comercial, deixando-se uma estreita faixa de vegetao apenas nas entrelinhas do plantio.

Na cultura do milho, as ervas devem ser controladas com capina manual ou cultivador de trao animal. Sero necessrias duas capinas, sendo a primeira quando o milho estiver com quatro folhas definitivas e a segunda com oito folhas. Ateno: A rotao de culturas com adubos verdes pode retardar o crescimento de ervas, permitindo o convvio sem danos econmicos; como exemplo, cita-se o feijo de porco e a mucuna preta como inibidores da tiririca.

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USE COBERTURA MORTA

Se houver disponibilidade de palhada ou massa seca, esta pode ser mantida ou colocada sobre o solo, contribuindo para a manuteno da sua umidade, reduo das ervas e da eroso e retorno de matria orgnica e nutrientes.

10 CONTROLE DOENAS E PRAGASNa agricultura orgnica, busca-se prevenir a incidncia de pragas, atravs do fortalecimento do solo e das plantas e da promoo do equilbrio ecolgico em todo o ambiente. Os principais mtodos de manejo de pragas e doenas so: A escolha de cultivares resistentes; O fornecimento equilibrado de nutrientes, por meio da adubao orgnica; A manuteno da matria orgnica e diversidade do solo; A preservao das ervas e vegetao nativa; A irrigao bem feita, reduzindo a umidade do ambiente; A rotao e consorciao de culturas.

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Mesmo promovendo o equilbrio do sistema, comum a persistncia de determinadas pragas e doenas no ambiente, e, nesse caso, a pulverizao constante de produtos para o controle preventivo de pragas e doenas se faz necessria.Tabela 7 - Recomendaes para aplicao de caldasPraga ou DoenaMldio Odio Mancha zonada Antracnose Murcha-verticilar Seca-dos-ramos Antracnose

Cultura

ProdutoCalda Bordalesa 1 Calda Bordalesa 1

Dose1%

Freqncia de aplicaoSemanalmente

ObservaesAplicar a partir de 20 a 30 dias aps plantio. Aplicar a partir da observao da doena. Aplicar a partir da observao da doena Aplicar a partir de 20 a 30 dias aps plantio. Aplicar a partir de 20 a 30 dias aps plantio. Aplicar a partir de 30 dias aps plantio at o incio da frutificao. Aplicar a partir de 30 dias aps plantio at o incio da frutificao. Aplicar a partir de 20 a 30 dias aps plantio. Aplicar a partir de 20 a 30 dias aps plantio. Aplicar a partir de 30 dias aps plantio at o incio da frutificao.

Abbora

Berinjela

1%

Semanalmente

Jil

Calda Bordalesa 1 Calda Bordalesa 1 Calda Bordalesa 1 Sulfoclcica

1%

Semanalmente

Pepino

Mldio Mancha zonada Requeima

1%

Semanalmente

Pimento

1%

Semanalmente

Ferrugem caro Tripes caros Tripes

1l/50l de gua

Semanalmente

Sulfoclcica

400 ml / 20l de gua

Semanalmente

Quiabo

Odio

Calda Bordalesa 1 Calda Bordalesa 1 Sulfoclcica

1%

Semanalmente

Tomate

Requeima

1%

Semanalmente

caros Tripes1

400 ml / 20l de gua

Semanalmente

Verificar a acidez da calda Bordalesa para evitar queimaduras nas plantas, e aplicar apenas em dias frescos ou no final da tarde.

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Ateno: A atividade das abelhas maior at s 10 horas da manh, estendendo-se at s 13 horas, por isso, para no prejudicar a polinizao das flores, qualquer produto deve ser aplicado no perodo da tarde. Outras prticas devem ser utilizadas, tais como: o controle biolgico, o uso de feromnios, os preparados homeopticos, caldas e extratos de plantas, armadilhas luminosas e iscas.

10.1 FAA O CONTROLE BIOLGICOO controle biolgico se d por meio da aplicao de algum organismo vivo, para controlar as pragas. Os produtos mais comuns so base de Bacillus thuringiensis, um inseticida biolgico, que pode ser utilizado para controlar vrios tipos de lagartas, que causam danos a diversas hortalias. Atualmente j so encontradas no mercado diferentes marcas comerciais. A utilizao de Bacillus thuringiensis, semanalmente, e de forma preventiva, tambm uma medida fundamental para o controle das pragas-chave que atacam a cultura do tomate. Tambm pode-se utilizar a vespa Trichogramma spp, que inimigo natural do curuquer da couve. Encontram-se para venda cartelas contendo ovos do Trichogramma, que devem ser fixadas no interior da lavoura.Vespa Trichogramma

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Acima, desenho da fmea da vespa Trichogramma depositando um ovo no interior do ovo de um inseto. Ao lado, cartela com ovos da vespa como vendida no mercado.

10.2 UTILIZE ARMADILHAS DE FEROMNIOFeromnios so substncias que os insetos liberam para se orientarem no meio ambiente. Atualmente, j se encontram no mercado armadilhas com feromnios sexuais que provocam o confundimento dos machos, dificultando o acasalamento. Essas armadilhas (que podem ser de captura ou no) so penduradas na lavoura e monitoram ou reduzem a populao de pragas.

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10.3 APLIQUE PREPARADOS HOMEOPTICOSOs preparados homeopticos so solues diludas e dinamizadas de diversos extratos animais, vegetais e minerais. Sua aplicao ativa mecanismos e reaes nas lavouras que agem repelindo as pragas e aumentando a resistncia das plantas s pragas e doenas.

10.4 UTILIZE CALDAS E EXTRATOS DE PLANTASAs caldas e extratos so solues preparadas a partir de plantas, sais minerais e outros componentes que, alm de complementarem a adubao da planta, fortalecendo-a, possuem substncias capazes de atuar como inseticidas, fungicidas e repelentes naturais. Os produtos mais utilizados so base de Nim. Atualmente, registra-se que mais de 400 espcies de pragas, que ocorrem em vrios pases, so afetadas pelos extratos de Nim. Para reduo de custos, o agricultor pode plantar a rvore em sua propriedade e obter este insumo o ano inteiro. J existem produtos comerciais disponveis no mercado.

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Tambm pode ser utilizada a manipueira, que o suco de aspecto leitoso extrado por compresso da mandioca ou aipim ralado. Mistura-se uma parte de manipueira e uma parte de gua, acrescentando 1% de acar ou farinha de trigo. Aplica-se em intervalos de 14 dias, pulverizando ou irrigando.

Biofertilizante

Calda bordalesa

Alerta ecolgico: Algumas caldas e extratos de plantas, mesmo sendo naturais, podem apresentar alguma toxidade, por isso devem ser utilizadas com muito critrio. Ateno: Para a limpeza dos frutos de tomate, que apresentem resduos externos de calda bordalesa, lav-lo por 5 minutos em soluo de cido actico (vinagre), na concentrao de 2%. Deixar secar e proceder a embalagem. Na cultura do milho, o controle da lagarta do cartucho dever ser feito no estdio de quatro folhas definitivas e poder ser utilizado o extrato de nim ou a urina de vaca fermentada.

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10.5 UTILIZE ARMADILHAS LUMINOSASArmadilhas luminosas so feitas de lmpadas e anteparos utilizados para atrair diversas espcies de hbito noturno, como besouros, mariposas e borboletas, cigarras, moscas e mosquitos. Apresentam alta eficincia na atrao e captura destes insetos. Para reduo do problema com pragas na cultura do tomate, principalmente a broca do ponteiro e as brocas pequena e grande do fruto, recomenda-se o uso de armadilha luminosa, instalada a uma distncia mnima de 50 m da rea de cultivo. O emprego de armadilha luminosa possui o inconveniente de eliminar tanto a praga como espcies teis (inimigos naturais), diminuindo a diversidade. Uma alternativa tem sido a utilizao da armadilha apenas como atrativo, distante da cultura de interesse sem o emprego do recipiente tradicional acoplado sob o aparelho, que captura e mata os insetos.

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10.6 UTILIZE ARMADILHAS DE CORPlacas coloridas, com ou sem atrativos, so utilizadas para o controle de tripes (cor azul), cigarrinhas, larvas minadoras e mosca-branca (amarela). Para atrair o besouro brasileirinho, usa-se em uma chapa de 20x30 cm, pintada de amarelo-gema e disposta a 45, coberta com goma colante ou com graxa incolor bem grossa, que retm os insetos que pousarem nela. Tambm j existe disponvel comercialmente.

10.7 UTILIZE ISCAS PARA LESMAS E MOLUSCOSSacos de estopa ou algodo, midos e embebidos em xarope de acar ou leite so colocados entre os canteiros atacados. Os moluscos so atrados durante a noite podendo ser catados na manh seguinte.

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10.8 FAA A SOLARIZAOA solarizao o aquecimento do solo por meio de seu molhamento e cobertura com lona plstica transparente. Alerta ecolgico: Devido alta elevao da temperatura, ocorre tambm a morte da maioria dos organismos presentes no solo, no apenas das pragas e doenas desejadas.

11 IRRIGUEO tipo de irrigao a ser utilizado um bom aliado na preveno de problemas fitossanitrios. Apesar da alta exigncia em gua, estas hortalias no toleram encharcamento e em muitas, como o pimento e o tomate, o molhamento das folhas e o umedecimento do ambiente favorecem o aparecimento de doenas, como a requeima. Assim, a melhor opo o gotejamento ou a microasperso, que molha apenas o solo em torno da planta.

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Microasperso

Gotejamento

Irriga-se a pimenta apenas durante o outono-inverno, sendo comum o plantio e a conduo da cultura durante a primavera-vero, sem o uso da irrigao. A escolha do sistema de irrigao depender basicamente da topografia do terreno e da disponibilidade de gua. Ateno: Em caso de irrigao por asperso, no irrigar a pimenta no perodo da manh durante a fase de florescimento, para evitar a lavagem do plen. A necessidade de irrigao varia muito com a regio de cultivo e a poca do ano. As irrigaes sero mais freqentes e com maior volume de gua em regies e meses mais quentes.

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A colheita, o armazenamento, o transporte e a distribuio devem assegurar a qualidade biolgica e nutritiva dos produtos orgnicos. Alguns aspectos so essenciais na produo orgnica: Manter as hortalias em baixa temperatura, por meio de cmaras frias ou geladeiras, no armazenamento, transporte e distribuio; Todos os produtos devem estar acondicionados e identificados durante o processo de armazenagem e transporte; As boas condies do local de armazenagem e do transporte dos produtos orgnicos so fatores necessrios para a certificao de sua qualidade orgnica. Embora existam diferenas entre as cultivares e o clima influencie o tempo de permanncia da cultura no campo, algumas indicaes gerais so fornecidas a seguir. Abboras e morangas - Colhem-se quando os frutos apresentam sinais caractersticos de amadurecimento, o que

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XII

COLHER AS HORTALIAS-FRUTO

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se verifica por colorao, firmeza e textura da casca. Em mdia, inicia-se a colheita de 60 a 90 dias aps o transplante das mudas.

Berinjela - A colheita iniciada aos 110-140 dias da semeadura, prolongando-se o perodo produtivo durante 100 dias, ou at mais tempo. Pode-se obter dois perodos de safra, efetuando-se irrigaes e adubaes no fim do inverno. Na primavera, quando a temperatura se eleva, ocorre novo perodo de frutificao, seguindo-se outra colheita. O ponto mais adequado quando os frutos se apresentam bem coloridos, brilhantes e com polpa macia e firme.

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Pimenta - A colheita se inicia de 100 a 140 dias aps a semeadura, prolongando-se por 100 dias. O ponto de colheita dos frutos (verdes ou maduros) depende da preferncia de cada mercado. Cultivares de frutos pequenos so comercializadas in natura em embalagens menores (vidros ou garrafas) ou j preparados em conserva. Frutos maiores so vendidos a granel (em feiras) ou em caixas tipo K, comportando 12 kg, em mdia.

Chuchu - A colheita inicia-se aos 80-110 dias do plantio do chuchu-semente. No auge do desenvolvimento de ramas e de frutos, pode ser necessria a colheita em dias alternados, obtendo-se frutos comerciais tenros e evitando que passem do ponto ideal.

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Jil - Os frutos devem ser colhidos ainda imaturos, com sementes ainda tenras, uma vez que o fruto maduro no se presta ao consumo. As colheitas iniciadas, aos 80-100 dias da semeadura, podem prolongar-se por mais de 100 dias. Obtm-se, inclusive, um segundo perodo de colheita, na primavera seguinte, aps as plantas serem afetadas pelo frio do inverno. Milho-verde e milho-doce - O ponto de colheita ocorre quando as espigas esto bem formadas e os gros em estado leitoso, com 70 a 80% de umidade. A colheita manual, e exige duas pessoas para encher um caminho com capacidade de 500 a 600 sacos de 25 kg. Um trabalhador bem treinado colhe, pelo menos, 3 toneladas por dia. A colheita pode ser iniciada de madrugada, quando a temperatura mais amena, para que o produto chegue aos pontos de venda at a noite.

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Pepino - A colheita inicia-se entre 60 e 80 dias aps a semeadura, prolongando-se por dois meses. Colheitas freqentes estimulam a produtividade. vantajoso fazer, no mnimo, trs colheitas por semana. O mercado exige frutos tenros, alongados, retos, sem curvaturas.

Pimento - O incio da colheita d-se em torno de 70 dias aps o transplante e pode se estender por mais dois ou trs meses, dependendo do estado nutricional das plantas. Os frutos devem ser colhidos quando apresentam o mximo de desenvolvimento e esto firmes e brilhantes.

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Quiabo - A primeira colheita dever ocorrer entre 60 e 80 dias, prolongando-se por mais 60 dias. Deve ser realizada de dois em dois dias, quando os frutos se apresentam tenros e com a ponta quebradia, o que ocorre de quatro a cinco dias aps a queda da flor. Recomenda-se a colheita com luvas, pois pode haver irritao nas mos, dependendo da sensibilidade do operador.

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Tomate - Os frutos so colhidos assim que iniciam o processo de amadurecimento, quando esto amarelados ou rosados. Para mercados mais prximos, os frutos podem ser colhidos em um estgio de maturao mais adiantado, mas quando ainda estiverem bem firmes. O tempo gasto do transplante ao incio da colheita varia de 60 a 70 dias, dependendo da variedade.

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BIBLIOGRAFIA

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