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CENTRO UNIVERSITÁRIO- UNIFMU CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA PERFIL DOS CORREDORES DE RUA DO ESTADO DE SÃO PAULO E AS LESÕES A QUE ESTÃO SUJEITOS ADRIANO BASTOS N.01 2003- 1414-D ABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO SANDRA MARCELA MAHECHA MATSUDO VALÉRIA SANTOS DE ALMEIDA SÃO PAULO, 08 DE OUTUBRO DE 2003

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CENTRO UNIVERSITÁRIO- UNIFMU

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PERFIL DOS CORREDORES DE RUA DO ESTADO DE SÃO PAULO E AS LESÕES A QUE ESTÃO SUJEITOS

ADRIANO BASTOS N.01

2003- 1414-D

ABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO SANDRA MARCELA MAHECHA MATSUDO

VALÉRIA SANTOS DE ALMEIDA

SÃO PAULO, 08 DE OUTUBRO DE 2003

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Sumário I. Introdução..............................................................................................................pg.1 1.1. Definição do Problema.....................................................................................pg. 1 1.2. Justificativa.......................................................................................................pg. 2 1.3. Objetivo.............................................................................................................pg. 2 II. Revisão de Literatura..........................................................................................pg.3 III. Métodos...............................................................................................................pg.17 IV. Resultados e Discussão......................................................................................pg.18 V. Conclusão ...........................................................................................................pg.27 VI. Referências Bibliográficas.................................................................................pg.28 VII. Anexos................................................................................................................pg.31

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Dedicatória Dedico este trabalho de conclusão de curso à minha querida esposa Renata Schapira Bastos que ajudou bastante no desenvolvimento deste trabalho.

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Agradecimento Agradeço a colaboração e interesse daqueles que fizeram parte deste trabalho, à minha professora e orientadora Valéria Santos de Almeida e em especial a minha querida esposa Renata Schapira Bastos que me ajudou muito no desenvolvimento deste estudo.

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Resumo Objetivo:O objetivo deste estudo foi traçar o perfil dos corredores de rua do estado de São Paulo e identificar as lesões mais comuns a que estão sujeitos e os motivos que levam ao aparecimento das lesões. Metodologia: A amostra foi composta por 30 corredores do sexo masculino, profissionais ou amadores com idades variando entre 20 e 54 anos ( 35,83 anos +8,96) que treinavam a mais de um ano de três a sete vezes por semana, de nível sócio econômico baixo a alto e escolhidos aleatoriamente para este estudo. Foi aplicado para cada corredor um questionário elaborado especialmente para esta pesquisa composto de 46 questões específicas. A análise estatística utilizada foi freqüência e porcentagem de respostas e média e desvio padrão de idade. Resultados: Como resultado verificou-se que a faixa etária com maior população foi a de 40 a 44 anos (27% da amostra), 57% da amostra tinha curso superior completo. 77% da amostra era de nível sócio-econômico médio a alto. 22 corredores (73%) tinham acompanhamento de treinador. A grande maioria corria para a melhoria da saúde e qualidade de vida. A grande maioria com 21 corredores (70%) treinavam em média uma hora por dia e este mesmo número utilizava asfalto como piso na maior parte do treinamento. Quanto à hidratação, todos (100%) responderam hidratar-se adequadamente durante treinos e competições. 27 corredores (90%) alimentavam-se antes de treinos e competições. Em relação às lesões 46% dos corredores sentiam dores durante a corrida, no joelho e 62% no tendão de Aquiles. E 55% dos corredores sentiam dores no tendão de Aquiles pós corrida. Destes apenas 47% já procuraram um médico para diagnóstico. Do total da amostra, 23 corredores (77%) já tiveram lesões sendo 57% de joelho, 13% de tendão de Aquiles, 13% canelite, 13% região tibial, 9% pulbeite e 9% nervo ciático. Destes, 21 corredores (91%) já se utilizaram de tratamento para as lesões. 25 corredores (83%) previniam-se de lesões por meio de alongamento. Todos achavam importante o acompanhamento por parte de um treinador e os que não tinham este acompanhamento responderam ser por falta de tempo ou condições financeiras. Quanto aos motivos que levavam ao aparecimento destas lesões não foi possível identificar fatores significantes para ocasioná-las, apenas alguns indícios como treinos realizados em asfalto, não procurar ajuda medica, não ter acompanhamento de treinador e utilização do tênis além do tempo limite da troca por novos. Conclusão: Pode-se concluir que os corredores de rua de São Paulo são pessoas com idade média de 35,83 anos, com nível de instrução elevado onde 57% tinham formação superior, 77% era de nível sócio econômico médio a alto e buscavam na corrida melhoria da saúde e qualidade de vida. Seguiam uma alimentação e hidratação adequada. As lesões mais comuns identificadas foram de joelho e tendão de Aquiles e os tratamentos mais comuns foram aplicação de gelo, antiinflamatórios e fisioterapia. Todos tinham consciência da importância de um treinador. Palavras chaves: corredores de rua; perfil; lesões; prevenção.

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I. Introdução 1.1. Definição do Problema A cada dia aumenta mais o número de corridas de rua realizadas em todo o Brasil, desde provas mais curtas de 3.000 metros até as famosas maratonas de 42.195 metros e com menor freqüência as ultramaratonas de 100 km, 24 horas e 48 horas, mas que também cresceram bastante nos últimos anos. Com esse grande aumento na quantidade de corridas realizadas, cresce junto cada vez mais o número de adeptos, que na sua maioria são corredores desinformados que resolvem treinar por conta própria sem a menor noção de como treinar corretamente. Assim, como grande parte que procuram o acompanhamento de um treinador, fazendo surgir cada vez mais grandes equipes de treinamento personalizado como, por exemplo, a MPR Assessoria Esportiva, TRILOPEZ, Equipe Tavares, BUTENAS, RUN & FUN dentre tantas outras que crescem mais a cada dia no estado de São Paulo. A maioria das corridas de rua organizadas no Brasil ocorrem no estado de São Paulo, onde chegam a ser organizadas até cinco competições todo final de semana espalhadas por todo o estado, e por serem bem organizadas e estruturadas atraem um grande público participante o que torna nula as condições de controle e avaliação dos atletas participantes, pois nem sempre estão preparados para para tal esforço físico ou até mesmo condições de completar todo o percurso sem qualquer problema. Como conseqüência estes corredores começam a se lesionar continuamente chegando muitas vezes a ter lesões musculares e articulares irreparáveis devido aos treinos inadequados ou competições excessivas. Todos estes erros decorrem do fato de muitos corredores não terem orientação de um profissional de educação física. Os que tem o acompanhamento adequado de treinadores de grandes equipes muitas vezes também exageram por falta de um controle mais rígido do treinador. Assim, começam os problemas das lesões, pois cometem exageros de todas as formas possíveis, exageram no volume de treinamento, participam de competições sem estarem treinados e preparados para tal, se submetem aos esforços das competições todos os finais de semana sem deixar o corpo descansar e recuperar-se das competições, participam de competições de qualquer distancia sem fazer um preparo especifico para uma determinada distância. Também cometem o erro de usar calçados impróprios ou além da quilometragem limite para a atividade de corrida, possuem alimentação diária irregular não seguindo uma dieta adequada e balanceada. Alguns corredores participam das competições em jejum, o que é totalmente prejudicial ao organismo e aumenta a exposição as lesões , pois o corpo entra em esforço já debilitado. Estes últimos fatores citados além de ocorrer por falta de orientação, em muitos casos ocorrem por falta de condições financeiras, pois o atletismo é um esporte de fácil acesso à população pelo baixo custo material necessário, e assim atinge as classes mais pobres. Outro fator que a condição financeira afeta muito os corredores, é não ter condições para pagar um treinador. Mesmo os corredores de nível sócio econômico mais elevado, às vezes por se dedicar demais ao trabalho acabam não tendo tempo para descansar adequadamente e os períodos que poderiam servir de descanso aproveitam este tempo para os treinamentos, levando o corpo sempre a um estresse contínuo.

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Assim, acabam adaptando seus horários de treinamento às vezes por falta de opção de treinar em horários mais adequados, às vezes por puro fanatismo ao atletismo tentando treinar o máximo possível. Ao mesmo tempo, nestes últimos anos, estas corridas tem deixado de ser um esporte praticado apenas pela classe baixa para se tornar um esporte também da grande elite, realizando-se até mesmo corridas voltadas exclusivamente para o público de classe alta. Assim, para que este quadro não se estenda ainda mais é necessário que seja criado um programa à estes corredores, partindo de nós, profissionais da área da educação física. Para tal, é preciso termos um conhecimento melhor da situação real e atual destes corredores, conhecer seus verdadeiros objetivos com a corrida e o tipo de vida que levam fora dos momentos de treinamento e competições. 1.2. Justificativa Muitos profissionais da área de educação física não tem o conhecimento do perfil dos atuais corredores que participam de corridas de rua e de quantos corredores que treinam por conta própria, não sabem o porque destes corredores se lesionarem tanto, nem o que fazem de tão errado nos treinos. Assim um estudo e pesquisa mais profundo sobre o assunto, estes profissionais da área de educação física saberão identificar os motivos de tantas lesões e se esforçarem para reverter esta situação, podendo até mesmo fazer trabalhos voluntários de conscientização com os atletas. Estes profissionais terão em suas mãos dados mais precisos da situação atual do atletismo no Brasil, quando se trata de corredores de rua, seus perfis e as lesões comuns a que estão expostos, sendo analisados desde tipos de calçado até a forma como treinam e a alimentação que fazem. Com tal conhecimento do problema e com o desenvolvimento de um programa de incentivo, informativo e de conscientização à estes corredores compreenderão a importância de se ter o acompanhamento de um profissional de educação física para evitar estas lesões através de uma prática esportiva de forma adequada e mesmo aqueles que tem treinadores que tomem consciência de seguir de forma correta sua planilhas e programas de treinamento. E para aqueles que não tem condições de acesso a um treinador por motivos financeiros, que seja criado um clube ou associação voltada a estes atletas. Da mesma forma me interesso pelo assunto pois futuramente estarei trabalhando na área de atletismo como treinador de corredores e triatletas e desta forma pretendo ter um conhecimento mais amplo e profundo do que acontece com os corredores de rua. 1.3 Objetivo Assim, este estudo vê o objetivo de traçar o perfil dos corredores de rua do estado de São Paulo e identificar as lesões mais comuns a que estão sujeitos e quais os motivos que levam ao aparecimento destas lesões.

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II. Revisão de Literatura 2.1.Atletismo- como tudo começou. Atletismo é chamado “o esporte – base dos Jogos Olímpicos”. Desde as competições da Grécia Antiga, o que se quer é medir as habilidades naturais do homem em correr, saltar e arremessar. Para os gregos, o campo de atletismo era o substituto dos campos de guerra. Ser forte, rápido e valente, era considerado sinal de força militar. Pode-se dizer que coube a Inglaterra colocar ordem no então incipiente atletismo, lá pelo século XII. Os ingleses realizaram a primeira competição organizada, e o atletismo iria se alastrar, chegando aos Estados Unidos, em 1868, através do New York Athletic Club (DUARTE, 2000). Segundo COOPER (1987), durante a euforia do movimento crescente por uma melhor condicionamento físico, muitas pessoas começaram a acreditar que o exercício poderia tornar um indivíduo virtualmente invulnerável a morte súbita e, em especial, a morte por problemas ligados ao coração. O exercício tornou-se, assim, o tão procurado elixir da longa vida. Este mito de invulnerabilidade é peculiar aos corredores de longa distância que são altamente treinados. Algumas pessoas chegam a acreditar que apenas treinando para uma maratona, e participando dela, elimina-se, automaticamente, a possibilidade de doença cardíaca. Esta claro que isto nada mais é do que levar o primeiro mito a sua conclusão lógica. Em outras palavras, se correr protege seu coração contra doenças, correr distancias muito longas deve ser muito melhor ( COOPER, 1987). Há quem corra porque o amigo corre. Há quem corra para vencer sua timidez . Há quem esteja na pista para esquecer um grande amor e há os que correm para conservar outro grande amor. Há ainda os que estão correndo para dar uma satisfação à mulher, ou os que correm para desafiar-se a si próprios. Pode-se notar ainda os que correm por uma razão quase mística, uma espécie de barato que se sente depois dos 8 mil metros. Este prazer de correr até hoje não está muito bem explicado ( KERR, 1979 ). Hoje o atletismo é o esporte com mais filiados no mundo todo. ( DUARTE, 2000) Segundo CAMARGO ( 1978 ) as corridas, por serem uma atividade utilitária por excelência, de rápido emprego, de fácil realização, de grandes e profundos efeitos gerais sobre todo o organismo, principalmente para os aparelhos circulatório e respiratório, são sempre recomendáveis em se tratando de educação física. A corrida é empregada na quase totalidade dos jogos e desportos, uma vez que a maioria necessita de movimentação e velocidade física. 2.1.1.A evolução das provas de velocidade. Segundo DUARTE (2000) as primeiras provas atléticas, de velocidade, foram os 100m e os 400m , em Atenas (1896). A prova de 200m só começou a ser disputada em 1900, em Paris.

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As provas de fundo e meio-fundo foram entrando gradativamente nas competições. Já tínhamos os 800 m e 1500m masculinos em 1896 ( Atenas). Em Londres (1908), havia também as corridas de 5000.. em 1912 em Estocolmo, corre-se pela primeira vez os 10.000m. A maratona é parte da lenda do esporte. Os gregos ganharam a primeira competição do gênero, em 1896. 2.1.2.As corridas de atletismo no Brasil Segundo DUARTE (2000) já tínhamos atletismo no começo do século, mas só em 1914 é que começaram as competições. A primeira devemos ao jornal O Estado de São Paulo, realizada no clube Esperia. Em 1922, o Brasil filiou-se a Confederação Sul – Americana. Nossos atletas participaram em 1924, dos Jogos Olímpicos de Paris. De acordo com VALENTIN et al (1997) atualmente, a pratica de exercícios de corrida tem ocupado um espaço significativo dentro dos programas de atividades físicas voltado para a saúde, bem como nos programas de condicionamento físico com objetivo de melhorar os níveis de performance em vários esportes. A corrida é uma atividade que no Brasil ainda está muito restrita. Poucos são os que tem a coragem e o hábito de acordar cedo e iniciar um percurso de longa distância. Mas o fato é que os corredores tem ainda muito que aprender dentro da sua modalidade ( KERR, 1979 ). 2.2. Perfil dos corredores de provas de fundo no Brasil. O corredor é um tipo magro e introspectivo, fanático da sua carga diária, mas nem sempre sabem explicar por que correm ( KERR, 1979 ). Segundo DUARTE et alii ( 1997), a razão primeira que leva corredores a participar de corridas relaciona-se a : recomendação medica, parar de fumar, perder peso, acabar com a depressão e solidão, incentivo de amigos, competições escolares, “racha” com amigos, corrida de fim de ano no bairro, curiosidade, brincadeira, canalizar adrenalina, dentre outras. A média de idade é de 36,9 anos, com uma variação de 24 à 61 anos. Quanto as características físicas, possuem peso médio de 62,7 Kg ( 56KG a 97 KG) e estatura média de 1,71m ( 1,60 à 1,87m). A grande maioria treina sem orientação de profissionais de educação física ou técnico de atletismo, ou seja, treinam sozinhos. São na sua maioria homens, que exercem diferentes atividades profissionais, poucos são atletas profissionais. ( DUARTE et al, 1997). Em corridas como as nossas, corridas de rua do tipo rústico, os atletas, geralmente, não tem técnicos, nem muitos meios de avaliação. Muitos tem cometido o erro de ultrapassar sua carga de trabalho semanal e ate atingir o que antigamente se chamava de virar o fio. Virar o fio que dizer exatamente ultrapassar a carga de trabalho que vai determinar o ponto ideal do atleta. Quem passa para o lado de lá, isto é, para o lado do esgotamento, já não esta mais no seu apogeu ( KERR, 1979).

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2.2.1.Divisão em faixas etárias de corredores de fundo. Em corridas de longa distância, cada caso é diferente e esta diferença pode ser bem medida pela questão das faixas etárias, em que cada um vai trabalhar dentro de sua padrão pessoal (KERR, 1979). Segundo BOTELHO e OSÉS (1988) a popularização das corridas de longa distância desenvolvidas nas ruas tem mobilizado um grande número de participantes dada à propaganda e a facilidade de acesso a esses eventos. Os organizadores destas corridas, entre outras medidas, estabelecem a divisão dos competidores em categorias tendo como critério a idade e o sexo dos concorrentes, para efeito de classificação e premiacão. A divisão dos concorrentes por faixa etária faz-se geralmente, em intervalos de 5 a 10 anos Por exemplo: 20 a 24 anos e 25 a 29 anos ou de 20 a 29 anos. 2.3. Os aspectos fisiológicos que influenciam no treinamento e desempenho destes corredores de fundo. Para MAC ARDLE et al. (1998) citado por PARMAGNANI et al. (2000), o treinamento aeróbio, quando praticado de forma regular, acarreta uma redução na quantidade de gordura corporal aumento do consumo máximo de oxigênio (VO2 máximo). Há alguns anos, especialistas tem aceitado o VO2 max. como principal critério para determinação da capacidade funcional dos sistemas circulatório e respiratório, e seus valores tem sido amplamente usados como índice da aptidão física em diversos países (PARMAGNANI, 2000). Quanto a ARIAS et al.(2001) a concentração sangüínea do lactato é modificada pela atividade física, assim como durante a realização de exercício, a concentração sangüínea do Lactato depende, em primeira instancia, da intensidade da carga de trabalho e, em segunda, da duração da mesma. Quando corredores de fundo treinados realizam exercício de carga submaxima e longa duração, há pouco aumento na taxa sangüínea do Lactato; após uma hora de exercício, esses níveis são menores de 4mMol/l. Argumenta-se que o incremento no consumo de O2 contribui na maior excreção do Lactato. Há uma elevada correlação entre a freqüência cardíaca (FC), o consumo de O2 e a intensidade na qual o exercício é realizado, por isto, a avaliação da FC, durante a atividade física, constitui um parâmetro confiável e de fácil medição para a determinação indireta da intensidade de trabalho. Segundo ARIAS et al. (2001) durante a realização de exercício submáximo de longa duração e intensidade constante, por corredores de fundo treinados, com reposição hídrica ou sem ela, a taxa sangüínea do lactato não teve variações significativas e correlacionou-se com a FC e com a percepção subjetiva do esforço. O estado de hidratação não alterou o comportamento do lactato nem a percepção subjetiva do esforço, mas sim, a freqüência cardíaca; isso pode ser um indicador, de que a hidratação, mesmo que parcial, melhora o desempenho esportivo.

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Para SIMÕES et al. (1995) a utilização do comportamento glicêmico para identificar o limiar aeróbio deve seguir alguns critérios, como intensidade de exercícios que vão desde valores abaixo do limiar anaeróbio à valores acima do limiar anaeróbico, e incrementos pequenos. De acordo COSTA e KOKUBUM ( 1995 ), nos exercícios de longa duração, com duração superior a 30 minutos , a energia para a concentração muscular provem da combustão aeróbia do glicogênio, gorduras e proteínas. Segundo HOLLOSZY&COYLE (1984) citados por COSTA e KOKUBUM (1995), em exercícios de baixa intensidade, há predominância da utilização de gorduras sobre a de glicogênio, ocorrendo o inverso nos de alta intensidade. Em exercícios de longa duração, o atleta esta sujeito a fadiga devido a vários fatores: repleção de glicogenio muscular, acidose induzida pelo lactato, desequilíbrio hídrico ou mineral, etc. (ROBERTS&SMITH,1989) citados por COSTA e KOKUBUM.(1995). A acidose induzida pelo lactato é um importante fator de fadiga (JACOBS,1986) citado por ( COSTA e KOKUBUM ,1995). O ácido láctico acumulado contribui para a persistência da fadiga depois de uma corrida. Para livrar o corpo do ácido láctico, segundo estudos de Arend Bonem e Angelo N. Belcastro, o melhor remédio é um jogging suave. O movimento, dizem eles, é mais eficaz do que o repouso ( FIXX, 1980 ). A fadiga ,em termos simples pode ser definida como a incapacidade do organismo em manter a produção de energia, ou a deficiência do organismo na manutenção de uma determinada tensão muscular por um determinado tempo ( NADEL, 1998 ). Segundo KATCH et al. (1978) citados por TOURINHO FILHO et al ( 1998 ), a intensidade de trabalho correspondente ao início de acumulo de lactato no sangue (OBLA), que pode ser expresso pela da velocidade da corrida no limiar aeróbio (VCl) e determinado de forma direta ou indireta, tem sido aceita como útil para a prescrição de exercícios. A possibilidade de se trabalhar a resistência aeróbia de forma adequada é fundamental para a prevenção do desenvolvimento de doenças degenerativas, tais como a obesidade, diabetes, hipertensão e outros inúmeros fatores que provocam a diminuição do nível de qualidade de vida (TOURINHO FILHO et al, 1998). 2.3.1.Os efeitos colaterais do exercício de longa duração em corredoras Segundo CESAR et al. (2001) o treinamento físico pode acarretar muitas modificações nas atletas, incluindo peso, composição corporal, utilização energética, adaptações cardiovasculares e efeitos sobre o ciclo menstrual. A alta incidência de amenorréia em maratonistas foi motivo de vários estudos, sendo que muitos demonstraram uma associação entre a incidência de disfunções reprodutivas e a quilometragem de treinamento semanal (CESAR et al, 2001). As mulheres amenorréicas hipoestrogênicas apresentam maior risco de osteopenia, e esse distúrbio parece ser reversível com a diminuição do treinamento e aumento de peso, ocorrendo recuperação das menstruações, aumento dos níveis de estradiol e ganho de massa óssea (CESAR et al, 2001). As corredoras de longas distâncias parecem estar sujeitas a maior risco de fraturas, principalmente de fraturas de estresse (CESAR et al, 2001).

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2.4.A necessidade de uma suplementacão e hidratação adequada 2.4.1 Efeito de Climas Quentes Segundo FOSS (2000) as altas taxas de transpiração ( 0,5 à 2,0 l/h) necessária para um bom esfriamento do corpo por evaporação durante o exercício realizado sobre altas temperaturas podem resultar em perdas excessivas de água, sal e outros eletrólitos. Quando isso ocorre, a capacidade realizar trabalho e a tolerância ao calor sofrem uma grande redução e a hipertermia ( temperatura corporal interna e excessiva) e o risco de um distúrbio serio induzido pelo calor torna-se iminentes. Uma redução de apenas 1% à 3% no peso corporal, causada por desidratação, pode deteriorar as respostas fisiológicas e do desempenho. As conseqüências da exposição prolongada ao calor durante a realização de exercícios são exemplificadas não apenas por uma redução na capacidade de executar trabalho, mas também por um maior risco em relação a um dos vários tipos de enfermidades induzidas pelo calor ( caibras induzidas pelo calor, síncope induzida pelo calor, exaustão térmica – repleção de água e sal, e intermação – insolação) (FOSS, 2000). Segundo NADEL (1998) os primeiros sintomas da fadiga, que ocorrem durante a pratica de exercícios no calor, podem ser devidos aos efeitos diretos da hipertemia, ou os efeitos indiretos, associados a uma diminuição do debito cardíaco ( e uma redução concomitante do VO2 max.) resultado de uma menor circulação sangüínea periférica. Em ambientes quente e úmidos, a dissipação do calor pela evaporação é mínima , podendo ocorrer uma hipertermia progressiva. Conseqüentemente, temos uma redução na margem de segurança entre o limite operacional e o limite da temperatura interna. Durante exercícios prolongados e intensos, como uma corrida de maratona, a quantidade de calor produzida pode ser superior a 1000 watts. (1000w = 14.3Kcal/min.) Uma sobrecarga térmica desta magnitude pode elevar a temperatura do organismo em 1º C a cada 5 a 8 min., se não ocorrerem modificações nos organismos de dissipação do calor. Pode ocorrer uma limitação dos exercícios em menos de 20 min. antes do aparecimento dos sintomas da fadiga, devido a hipotermia. Estes sintomas variam desde uma ligeira tontura e desorientação até a perda da consciência. Este conhecimento é importante para o atleta, porque a impossibilidade de manter a temperatura do corpo em um nível ótimo durante o exercício reduz o desempenho e apresenta como resultado final a instalarão de uma fadiga precoce. Entretanto, a desidratação progressiva durante a pratica do exercício no calor reduz a sensibilidade da relação velocidade de sudorese/temperatura interna e conseqüentemente, uma hipertermia relativa se instala. Este fato reduz a margem de segurança e conduz a uma fadiga precoce. O efeito mais sério da prática de exercício sem ambientes quentes ocorre devido a uma hipovalemia progressiva (um volume sangüíneo abaixo do normal), acompanhado de uma desidratação. O aquecimento excessivo do organismo durante o exercício reduz a eficiência do sistema circulatório, limitando a capacidade do coração em liberar sangue oxigenado na velocidade necessária para a pele e para os músculos ( NADEL, 1998).

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Segundo MAUGHAN (1998), do ponto de vista fisiológico, o exercício no calor é o estresse mais severo para um atleta. O desempenho esportivo é invariavelmente prejudicado quando efetuado em climas quentes, e pior ainda, o calor impõe sérios perigos para a saúde do atleta. Com uma mesma carga de trabalho, a pratica de exercícios no calor promove um aumento na freqüência cardíaca assim como um aumento no débito cardíaco e também um aumento na temperatura interna e na da pele, comparativamente com o mesmo exercício praticado em ambientes frios ( ROWELL, 1983) citado por ( MAUGHAN, 1998). A prática de exercícios em ambientes quentes usualmente promove um aumento na concentração sangüínea de lactato, e existe evidencias de uma depressão mais rápida do glicogênio muscular ( MAUGHAN, 1998). 2.4.2. Hidratação. Como já foi revisto por SAWKA e PANDOLF (1990) citados por LAMB e SHEHATA (1999), uma desidratação relativamente pequena como da ordem de 1 à 2% do peso corporal, i.e., 700ml em uma pessoa pesando 70Kg, já é suficiente para alterar o desempenho em exercícios de resistência O Colégio Americano de Medicina Esportiva em 1996 preconizou a ingestão de 400 à 600ml de água 2 horas antes dos exercícios, para otimizar os níveis de fluidos corporais, e retardar ou mesmo evitar os efeitos deleteriosos da desidratação durante a atividade física (LAMB e SHEHATA, 1999). Segundo BERGERON (2001) a reposição dos fluídos do corpo, após os exercícios, só ocorrera adequadamente se houver também a reposição do sódio e cloreto eliminados através do suor. Assim atletas eliminam através da sudorese quantidades de sódio e cloreto muito altas, superiores a qualquer outro eletrólito. A deficiência de sódio leva a uma hidratação incompleta que pode ocasionar cãibra (BERGERON, 2001). Uma ingestão adequada de sódio e cloreto deve fazer parte do processo de reidratacão. A importância de ingerir fluidos, carboidratos e sal durante exercícios prolongados e bastante conhecida, porém também é subestimada (BERGERON, 2001). Segundo BERGERON (2001) comumente a sudorese muito intensa leva a perdas excessivas de sódio. O sódio perdido resulta um uma reidratacão incompleta e predispõem o atleta a cãimbras nos exercícios prolongados e subsequentes. De acordo com BERGERON (2001) esta previsto que a ingestão adequada de fluídos e um aumento na ingestão de sal ajudam a prevenir os problemas relacionados a uma deficiência de sódio induzida pela sudorese e uma reidratacão incompleta ou imprópria. Segundo LAMB e SHEHATA (1999) todas as pessoas, inclusive os atletas, quando iniciam uma atividade física com volume de água corporal abaixo do normal, estão sujeitas aos efeitos adversos na função cardiovascular, na termoregulacão, e no desempenho atlético. O aumento da quantidade de água do organismo acima do normal, tornando-o bem hidratado, bebendo líquidos momentos antes dos exercícios, também melhora as funções cardiovasculares e a termoregulacão, principalmente quando é possível a ingestão adequada de fluidos durante ao exercícios.

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Dependendo das circunstâncias, e para garantir que o organismo está bem hidratado, é recomendável a ingestão de pelo menos 500ml de fluidos antes de dormir, na noite que precede os exercícios, e pelo menos outros 500ml pela manhã, logo ao acordar. É aconselhável ingerir de 500ml a 1000ml de líquidos cerca de 1 hora antes do evento, e também uma ingestão adicional de 250 a 500ml de fluidos 20 min. antes dos exercícios para garantir uma saturação de líquidos no corpo. A manutenção do organismo com níveis adequados de água é importante para o sistema cardiovascular, para a termoregulacão, e para o desempenho físico durante a prática de exercício. A velocidade de eliminação de suor pelo organismo pode atingir quantidades de 2 ou mais litros por hora, principalmente quando os atletas estão em uma competição que exige alta intensidade nos movimentos e o ambiente é quente e úmido. Finalizando, a ingestão de bebidas contendo carboidratos e sódio são mais efetivas na restauração da água corpórea que beber apenas água (LAMB e SHEHATA, 1999). Segundo FOSS (2000), o atleta “super hidratado” não sofre qualquer deterioração em seu desempenho ou em sua eficiência. No entanto, não convém ingerir grandes quantidades de água de uma só vê durante o exercício, pois nestas condições o atleta pode queixar-se de um certo desconforto. A melhor técnica consiste em programar pausas freqüentes para o fornecimento de água, assim como encorajar a ingestão de água ad libitum. 2.4.3.Carboidratos. Segundo HARGREAVES (2000) os carboidratos são as principais fontes de energia para a maior parte dos esportes competitivos; o fornecimento inadequado de carboidratos para o organismo prejudica o desempenho. Os carboidratos consumidos antes, durante e após os exercícios extenuantes de curta ou longa duração, contínuos ou intermitentes, melhoram o desempenho atlético (HARGREAVES, 2000). Segundo RANKIN ( 2001) as sessões de exercícios de alta intensidade provocam o consumo de grande quantidade de carboidratos. Os exercícios repetidos causam grande diminuição nas reservas de glicogênio. Segundo McDOUGALL et al. (1993) citado por RANKIN (2001), diversos estudos utilizando diferentes modelos experimentas de exercícios que induzem a fadiga encontraram diminuição, em cerca de 25 a 40% no total, de glicogênio muscular. desempenho atlético em apenas um exercício ou em uma serie deles e melhorado quando precedido em dieta rica em carboidratos, comparativamente a dieta pobre neste nutriente. Durante os exercícios de alta intensidade, a deplecão de glicogênio ocorre mais intensamente nas fibras do tipo II do que nas do tipo I. uso prolongado de glicogênio pelas fibras do tipo II, assim como por alguns compartimentos celulares específicos, pode acelerar a instalação da fadiga ( RANKIN, 2001). Segundo HARGREAVES ( 2000) a ingestão de 30 à 60 gramas de carboidrato por hora pode melhorar o desempenho atlético. Uma boa maneira de ingerir este carboidrato é através da ingestão de 600 à 1200 ml. de uma bebida para esportistas a cada hora de

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pratica de atividades físicas. O consumo de soluções de carboidratos apresenta vantagem de prevenir os efeitos deleteriosos da desidratação no desempenho atlético. Como medida preventiva a possível diminuição da glicose plasmática e para auxiliar na resposta hormonal ao exercício, os atletas devem ingerir de 240 a 350 ml de bebidas esportivas, que contem carboidratos, a cada 15 – 20 minutos (DAVIS et al, 2001). Segundo KENTTA e HASSMÉN (2001) uma dieta pobre em calorias e sem reposição hídrica, principalmente uma dieta pobre em carboidratos, reduz a capacidade de tolerância ou estresse fisiológico. A captação muscular de glicose aumenta, e a liberação da glicose hepática fica diminuída, quando ocorre a ingestão de carboidratos, enquanto a utilização do glicôgenio muscular parece não ser afetada, a não ser, talvez, nos casos de corridas de longa distancia ( HARGREAVES, 2000). Carboidrato é a principal fonte de energia durante os exercícios de “steady-state”, pois possui o maior número de oxigênio (CLEBIS et al , 2001). Segundo FOX et al ( 1991) citado por CLEBIS et al (2001) dietas que não contem carboidratos provocam diminuição do desempenho do trabalho, o que pode levar a exaustão mais rapidamente. 2.5.As lesões nas corridas de atletismo 2.5.1.Desenvolvimento Segundo OLIVA et al ( 1998) citado por CLEBIS e NATALI ( 2001) nos últimos anos, o número de praticantes de atividade física cresceu vertiginosamente, mas não apenas a promoção da saúde foi enfocada e, sim a questão estética. Nota-se que estes exercícios são efetuados geralmente, com grande intensidade, duração e freqüência que poderão provocar lesões musculares, por excesso de atividade (CLEBIS e NATALI, 2001). As lesões musculares esqueléticas são uma constante na vida dos indivíduos dos que realizam alguma atividade física onde há grande números de ações excêntricas ( DUARTE, 1993) citado por (CLEBIS at al,2001). Segundo FAULKNER et al ( 1993 ) citado por CLEBIS e NATALI (2001) as lesões musculares podem ser entendidas como alteração que provoca um mal funcionamento do músculo, seja ela morfológica ou histoquimica. O primeiro nível de lesão é denominado microtraumatismo, que é um “stress” local que não demonstra sintomas. Se esta lesão passa a ocorrer constantimente, os sinais de dano tecidual começam a aparecer. As lesões deste tipo são denominadas, de forma geral, lesões por “overuse” ( MATSUDO, 1990) citado por (CLEBIS e NATALI, 2001). Já PINTO e CASTILLO ( 1998 ) citados por CLEBIS e NATALI (2001) falam que as lesões musculares ou distensões musculares são aquelas onde há rupturas de fibras musculares, na junção músculo- tendão ou na inserção óssea de uma unidade músculo - tendínea. Levando em consideração o grau de comprometimento das fibras musculares, elas podem ser classificadas como: lesão de grau I, onde há ruptura mínima das fibras; lesão de grau II, onde ocorre laceração muscular com significante hemorragia; e lesão de grau III, como sendo aquela onde ocorre completa perda de função e continuidade da maior parte ou de todo o músculo ( PINTO e CASTILLO, 1998) citado por (CLEBIS e NATALI, 2001).

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Segundo DAL PAI (1994) citado por CLEBIS e NATALI (2001) o nível de uma lesão é determinado pela duração e intensidade do exercício. As lesões ocorrem por que as ações de alongamento provocam uma extensão além do normal de alguns sarcomêros, causando, desta forma, danos aos mesmos (GARRETT JUNIOR, 1996) citado por (CLEBIS e NATALI, 2001). Quanto a FITTS (1996) citado por CLEBIS e NATALI (2001) a fadiga muscular pode alterar o bom funcionamento muscular, devido ao esgotamento de mediadores de vários níveis, podendo estabelecer um desequilíbrio muscular, favorecendo o surgimento de lesões. Segundo FIELD e SAVOIE (2001) lesões por microtraumas e repetitivos podem induzir à degeneração das origens dos extensores e subsequente falha dos tendões. Esforços com repetitivo estresse valgo imposto sobre a articulação podem provocar micro traumas instabilidade valgar. As lesões musculares e morte celular ocorrem devido a quebra da homeostase celular ao íon Ca2+, ou seja, ao mal funcionamento dos mecanismos responsáveis por manterem baixas as concentrações deste íon, no interior da célula (DUARTE, 1993) citado por (CLEBIS e NATALI, 2001). Segundo FIELD e SAVOIE ( 2001) enrigecimento e doloridos matinais também são queixas comuns. 2.5.2. Lesões no tornozelo Segundo BAKER et al (2001) em atletas, o complexo lateral do tornozelo tem sido considerado a estrutura mais freqüentemente lesionada do corpo humano. Para LYSENS (1984) citado por BAKER et al (2001) os fatores e extrínsecos propostos para ocorrência de lesões no tornozelo incluem o tipo de atividade esportiva, o equipamento utilizado, a duração e a intensidade da pratica esportiva, a superfície aonde se realiza a atividade ( grama, piso sintético, piso irregular ) e a posição do atleta. Os fatores intrínsecos propostos são a ocorrência previa de torções no tornozelo, o tipo de pé e suas dimensões, a instabilidade dos tornozelos, a estatura, o peso corporal, a lassidão articular generalizada, a forca dos membros inferiores, o desalinhamento anatômico e a dominância de membros. Já WRIGHT et al (2001) preconizam que os calçados contribuem para ocorrências das torções por promoverem distúrbios na consciência do posicionamento do pé. Para BARRET (1995) citado por WRIGHT et al (2001) os calcados também podem contribuir para a ocorrência de lesões do tornozelo por causarem uma fixação excessiva dos pés. 2.5.3. Lesões no Joelho Segundo GRISOGONO ( 2000 ), o joelho é muito propenso a lesões, por causa de sua mobilidade e da variedade de tensões a que o submetemos. O tipo mais comum de lesão traumática do joelho é a torção, que acontece mais freqüentemente quando ele está dobrado, sustentando o peso do corpo, e é inesperada ou desastrosamente deslocado. O joelho é vulnerável também a lesões por excesso de uso: dores provocadas por uma atividade, que se agravam progressivamente, se você mantém a atividade. São essas as lesões que devemos distinguir das outras condições médicas mais sérias, que podem causar dor semelhante.

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Desempenhando um papel tão importante em todos os movimentos do joelho, ele pode sofrer um estiramento simplesmente por fadiga ( excesso de uso ), que é devido quase sempre a uma atividade repetitiva, como a corrida de longa distância ou sessões prolongadas de corrida em terreno acidentado, saltos, chutes ou exercícios que envolvam agachamento. Esse tipo de lesão tem maiores probabilidades de ocorrer quando o tendão patelar trabalha de forma ineficiente, por causa da fadiga decorrente do excesso ou do endurecimento em conseqüência do frio ou de exercícios prévios exagerados. A mecânica defeituosa ou alterada também contribui ( GRISOGONO, 2000 ). 2.5.4. Overtraining Segundo KENTTA & HASSMÉN (2001) anteriormente, uma simples sessão de treino por dia era considerada suficiente, ao passo que, atualmente, os atletas de nível treinam, regularmente duas ou mais vezes por dia. Assim, o número de atletas que experimentam o overtraining, e não descansam o suficiente, tem aumentado. atleta, que não consegue se recuperar em 72 horas, presumivelmente apresenta um overtraining negativo e se encontra em um estado de exaustão demasiada. Para KENTTA & HASSMÉN (2001) até o momento, o repouso ( inatividade física) é o melhor tratamento conhecido para atletas que tenham alcançado esse estado indesejável causado pelo treinamento prolongadamente excessivo. Muitas conseqüências negativas tem sido associadas com essa síndrome, das quais as mais freqüentemente mencionadas são: piora da performance, fadiga severa, musculatura dolorida, lesões por esforço repetitivo, apetite reduzido, distúrbios nos padrões de sono, distúrbios e alterações de humor, deficiência do sistema imunológico e dificuldades na capacidade de concentração (FRY et al, 1994) citado por ( KENTTA & HASSMÉN, 2001). Segundo DUARTE et al (1997), 70% dos atletas relataram já terem tido lesões leves decorrentes da pratica da corrida. 2.5.5. Fatores de risco às lesões nos membros inferiores de corredores Segundo NEELY (2001) a corrida, ou esportes que envolvem o ato de correr, é provavelmente a forma preferida de exercício físico. A maioria das lesões ocorridas durante a corrida é localizada nos membros inferiores. Fatores como volume semanal excessivo de distância percorrida, e a falta de experiência na prática da corrida competitiva tem sido apresentados, sem muitas divergências, como fatores de risco significativos para ocorrência de lesões ( NEELY, 2001). VAN MECHELEN (1992) citado por NEELY (2001) conduziu um extenso estudo de revisão bibliográfica sobre a ocorrência de lesões entre corredores civis e concluiu que a corrida em superfície rígidas, corridas em aclives, declives, a hora do dia e a época do ano não são fatores necessariamente relacionados com a ocorrência de lesões. Segundo NEELY (2001) há uma associação entre as lesões músculo esqueléticas nos membros inferiores e o somátotipo, algumas para todas as lesões músculo esqueléticas e poucos para lesões especificas, particularmente as dores nos joelhos e as fraturas de estresse. O índice de massa corporal parece ser o mais consistente prognóstico em relação ao somátotipo para o risco de ocorrência de lesões. Todo o peso

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corporal e suportado alternadamente por cada perna e pé durante um ciclo de passadas, seja na corrida ou na marcha. Conforme a velocidade de ambulacão aumenta, os músculos dos membros inferiores devem se contrair com mais forca com o propósito de propulsionar o corpo. Por tanto, os estresses da sustentação e da propulsão sobre os músculos e ossos estão relacionados ao peso corporal durante o ciclo de passadas (DE LACERDA, 1980) citado por ( NEELY, 2001). Segundo NEELY (2001) aumentos rápidos e ou bruscos na intensidade do treinamento, na freqüência e duração notadamente são fatores causadores de ocorrência de lesões. 2.5.6 As Lesões de Membros Inferiores Segundo FIXX (1977), joelho de corredor é mais apropriadamente conhecido como condromalacia patelar, uma depressão híbrida das palavras gregas para “cartilagem” e “rigidez” e da palavra latina para “pequena placa”( ou seja , rótula). É a lesão mais comum entre os corredores. Embora a causa precisa seja obscura, sabe-se que está relacionada com o atrito excessivo entre a rótula e a extremidade do fêmur, o osso da parte superior da perna. Quando os ossos se ajustam de maneira adequada, a rótula se move suavemente dentro de uma depressão na extremidade inferior do fêmur. Ocasionalmente, no entanto, o ajustamento é incorreto e, ao invés de ficar totalmente dentro da cavidade a que pertence, a rótula fica roçando num de seus lados. Se esse atrito é prolongado, desgasta uma parte da cartilagem da rótula. O resultado é a dor, rigidez, inchaço. Geralmente, contudo, isso não chega a ser necessário. O joelho de corredor é freqüentemente aliviado pelo simples recurso de reduzir temporariamente a quilometragem habitual, por exercícios de fortalecimento dos músculos quadriceps e por correr numa superfície ligeiramente inclinada para baixo na direção do lado lesionado, como uma estrada com a vertente mais elevada para escoamento das águas das chuvas, por exemplo. Contudo, muitos médicos acham que, apesar do nome de joelho de corredor, não é realmente um problema de joelho, mas sim um problema de pé, causado pelas características defeituosas de apoio do peso do corpo. Isso é confirmado pelo fato de que a congromalacia freqüentemente desaparece depois que o corredor passa a usar calços que alteram os padrões de apoio do pé e mudam assim o ajustamento entre a rótula e o fêmur. Os problemas de pé dos corredores recaem geralmente em cinco categorias: bolhas, fraturas de estresse ( uma pequena alteração na estrutura óssea causada pelo esforço ou solavanco. Geralmente não exige gesso ou ataduras, desaparecendo com algum repouso. Mas é comumente confundida com dores na canela ou pés doloridos.), esquimoses ósseas ( apenas uma inflamação do calcanhar causadas pelos impactos repetidos),

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fascite plantar ( é uma inflamação que ocorre no ponto em que os ligamentos na sola do pé se juntam com o calcanhar. O principal sintoma é dor no calcanhar), esporão de calcanhar ( um tumor ósseo no calcanhar), problemas de tornozelo ( os tornozelos ficam as vezes doloridos por excesso de impacto ou de correr em superfícies irregulares), dores de canela ( são simplesmente músculos e tendões inflamados), dores musculares e caibras. O que é menos fácil de suportar, e certamente mais difícil de curar é a lesão de calcanhar a que os corredores estão sujeitos: a tendinite de aquiles. Trata-se de uma inflamação na bainha dentro da qual se movimento o tendão na parte posterior do tornozelo. Aumenta quando fica inflamada, tornando-se muito apertada e causando fricção e dor ( FIXX, 1977). 2.5.7.Lombalgias Segundo MONTGOMERY & HAAK (2001) as lombalgias constituem uma condição comum e inabilitante que afetam a capacidade de o atleta treinar e competir. A anatomia e biomecânica unidas dos segmentos lombares induzem a certos padrões de lesão. As lesões na coluna constituem o tipo mais temido de lesão, e as lesões lombares são o tipo mais prevalecente de lesões na coluna. De acordo com MONTGOMERY & HAAK (2001) e de suma importância que um grupo multidisciplinar esteja envolvido no tratamento de atletas com lesões na coluna lombar. Normalmente, os técnicos ou treinadores são os primeiros a se envolverem com atletas lesionados. E responsabilidade deles avaliar acuradamente a lesão, em termos de gravidade, e agir adequadamente. 2.6. O treinamento adequado e preventivo as lesões Segundo AUGUSTI (2001) para que os atletas atinja o máximo das suas potencialidades durante uma temporada competitiva, faz-se necessário estruturar o treinamento de tal forma que o seu aprimoramento técnico, físico, tático e psicológico ocorra de maneira constante e gradual. A organização sistemática e coerente do treinamento, damos o nome de periodização, que nada mais é que o planejamento geral de tudo o que diz respeito as variáveis do treinamento (AUGUSTI,2001). Segundo GRISOGONO ( 2000 ) o tratamento para rupturas por fadiga envolve o repouso das atividades causadoras e agravantes, exercícios de alongamento para recuperar a flexibilidade total e um retorno gradual ao esporte, tomando o cuidado de estruturar o programa em fases suportáveis e de proceder ao aquecimento e ao desaquecimento antes e depois de todo treinamento. Segundo ZAKHAROV & GOMES (1992) citados por AUGUSTI ( 2001) a divisão do treinamento em várias etapas possibilita o controle gradual do aumento e da diminuição do volume e da intensidade das atividades realizadas pelo atleta durante o período de treinamento e competições, de maneira a se alcançarem os objetivos propostos. Processo de treinamento é dividido em três períodos básicos: período preparatório, que é a etapa em que o atleta irá desenvolver as condições necessárias para a aquisição da forma (AUGUSTI, 2001).

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Período preparatório subdivide-se em período preparatório geral (PPG) e período preparatório especifico (PPE) (AUGUSTI, 2001). Segundo AUGUSTI (2001) p PPG é a fase que o volume de treinamento é elevado ao máximo, com o conseqüente aumento gradual da intensidade. A segunda fase desta etapa ( PPE), é a fase especifica do treinamento, em que irá ocorrer a estabilização do volume e o aumento da intensidade do trabalho. Ë nesse momento que o atleta irá direcionar o seu treino para a sua especialidade ( 5.000m, 10.000m, 15.000, 21.000, e maratona), utilizando-se de cargas de orientação específicas. Depois vem o período competitivo, que é a etapa em que o atleta irá revelar todo o seu potencial e por ultimo o período de transição onde é necessário uma pausa para a recuperação do extremo desgaste físico e psicológico do atleta, ocasionado pelas etapas anteriores (AUGUSTI, 2001). Emprego do treinamento intervalado mostrou-se muito eficiente na reabilitação e no tratamento de diferentes gêneros de moléstias cardiovasculares e pulmonares, de disfunções metabólicas e endocrinas, de lesões cogenitas do aparelho locomotor, etc. Nos últimos tempos, em vários países, passaram a ser aplicadas formas de emprego combinado do treino intervalado com treinamento fracionado em hipoxia e outros métodos de treinamento fisiológico ativo, que substancialmente alargam e aprofundam as possibilidades de sua atuação terapêutica e reabilitadora (VOLKOV,2002). Segundo MACHADO & DENADAI (2000) na década de 80, surgiu nos Estados Unidos o “Deep Whater Running”(DWR), muito procurado inicialmente como terapia no tratamento de lesões em atletas de alto nível, que durante período de recuperação, deveriam manter sua aptidão física. É uma atividade que pode reproduzir os movimentos da corrida em terra, porém sem o impacto articular e muscular normalmente encontrado nas atividades terrestres, mas acrescidos do empuxo da água que aumenta a resistência, dificultando os movimentos. DWR consiste na corrida aquática, onde o indivíduo utilizando um colete flutuador mantém-se imerso, mas com a cabeça fora da água. A pratica do DWR pode ser interessante, principalmente para aqueles que devem evitar exercícios com alto impacto (MACHADO & DENADAI, 2000). Atletas com sintomas agudos geralmente respondem bem às restrições de atividades e ao tratamento dos sintomas, incluindo a aplicação de gelo e medicação antiinflamatorias não – esteróide. Uma suave estimulação com exercícios de movimentação passiva e ativa deve ser iniciada imediatamente. Estes exercícios devem ser executados sem provocar qualquer dor, não devem reproduzir os sintomas e devem ser executados para melhorar a amplitude da movimentação das extremidades superiores. Estas lesões quase sempre podem ser tratadas sem a necessidade de uma intervenção cirúrgica, com a modificação das atividades e a aplicação de um programa especifico de exercícios. A cirurgia deve ser destinada aos pacientes que não conseguem obter melhora com o tratamento não cirúrgico; mas quando esta se faz necessária, quase sempre promove um bem sucedido alivio dos sintomas ( FIELD e SAVOIE, 2001 ). 2.7. Orientação aos corredores De acordo com FIXX ( 1980 ) correr, como cada corredor descobre, não ë apenas um esforço, mas esporte, divertimento e uma fuga para a liberdade das pressões cotidianas,

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sem telefone, sem chefe. Desconfia que ë também algo mais significativo: a vantagem de uma grande e talvez duradoura mudança não apenas na maneira como cuidamos de nossos corpos, mas também no que em ultima analise, pensamos de nos mesmos. Se você tem mais de 35 anos, diga-se de passagem, não se esqueça de obter a aprovação de um médico antes de começar a correr. Isso é importante, porque você pode sentir-se bem e mesmo assim ter anormalidades cardíacas ou de outro tipo, que lhe podem causar problemas ao se empenhar num esforço físico intenso. Os corredores iniciantes ficam às vezes aturdidos, sem saber o quanto deveriam correr. A partir do momento em que você pode correr mais de 3 Km sem parar, a próxima barreira é continuar por uma hora inteira ( FIXX, 1980 ). Segundo BELAKOVSKY (1978 ) citado por FIXX ( 1980 ) “as cargas de treinamento intensivas constituem um fato da vida, não devem ser temidas”. Apesar do comentário de BELAKOVSKY, há de fato uma coisa como excesso de treinamento. Quando se exagera, perde-se ao invés de ganhar ( FIXX, 1980 ). Segundo DUARTE et al (1997) sugere-se que um trabalho de conscientização do ultramaratonista e demais corredores seja feito com relação a uma serie de pontos: a que eles procurem orientação de pessoas especializadas da área, ou seja, professor de educação física com especialidade em provas de longa duração, para que sejam melhor orientados quanto ao treinamento em geral, que inclui desde intensidade, freqüência, duração, ingestão de líquidos, melhor tênis para a prova, como também a ajuda de um profissional da área de nutrição, para uma melhor informação do que ingerir desde o inicio do treinamento ate o final da prova. Segundo MORGAN ( 1977 ) citado por FIXX (1980 ) “correr deve ser encarado como uma droga maravilhosa.(...) Possui um profundo potencial na prevenção de doenças mentais e físicas e na reabilitação depois que ocorrem diversas doenças. Contudo, exatamente como outras drogas maravilhosas, correr possui também o potencial para abuso, o corredor que aparece num consultório médico de muletas ou numa cadeira de rodas, em conseqüência de efeitos lesivos da corrida, pode ser comparado ao viciado em drogas que toma uma dose excessiva”. Antes de uma corrida, alguns corredores se aquecem, correndo por alguns minutos. Outros não o fazem. Pesquisas recentes demonstraram que o aquecimento realmente ajuda, particularmente em corridas curtas e rápidas ( FIXX, 1980 ).

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III. Métodos 3.1 Amostra Foram escolhidos aleatóriamente 30 corredores amadores e profissionais do Estado de São Paulo, participantes de corrida de rua em geral, do sexo masculino com idades entre 20 e 54 anos que treinavam a mais de um ano, de 3 à 7 vezes por semana com duração de 40 minutos à 3 horas por dia em intensidade leve à forte e que tinham ou não supervisão de um profissional de educação física ( treinador). Treinavam normalmente em terrenos mistos (descidas, subidas e plano) com piso de asfalto, grama e terra. Eram de nível sócio-econômico baixo à alto e divididos para critérios de participação e premiacão nas seguintes categorias: 20 à 24 anos, 25 à 29 anos, 30 à 34 anos , 35 à 39 anos, 40 à 44 anos, 45 à 49 anos e 50 à 54 anos ( x 35,83 + 8,96 ). 3.2 Técnica de coleta de dados Pesquisa Quantitativa Descritiva • Técnica de coleta de dados: questionário

Com o objetivo de analisar o perfil, as lesões e seus motivos, dos corredores, foi elaborado um questionário especialmente para esta pesquisa.

Cada corredor abordado aleatoriamente em locais de treinamento e competições recebeu um questionário com 46 questões especificas. 3.3 Analise estatística Pesquisa descritiva analisando os resultados por freqüência de respostas, porcentagem (%) de respostas iguais e diferentes e a média e desvio padrão (S) da idade.

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IV. Resultados e Discussão A amostra foi composta de 30 corredores de rua do sexo masculino do Estado de São Paulo escolhidos aleatoriamente para responder um questionário específico à esta pesquisa. Foi possível identificar 17 atletas casados (57%) e 13 solteiros (43%) divididos em faixas etárias como mostra a tabela a seguir: faixa etária número de corredores porcentagem da amostra 20 à 24 anos 4 13% 25 à 29 anos 5 17% 30 à 34 anos 4 13% 35 à 39 anos 4 13% 40 à 44 anos 8 27% 45 à 49 anos 4 13% 50 à 54 anos 1 3%

Tabela 1 De acordo com a tabela 1 pode-se verificar a presença de um número maior de corredores na faixa etária de 40 à 44 anos ocupando 27% dos entrevistados e a média (x) da amostra em 35,83 anos ( + 8,96 ). De acordo com o estudo realizado por DUARTE et al (1997) em 1994 para verificar o perfil de ultramaratonistas brasileiros, a média de idade do grupo foi de 36,9 anos, com uma variação de 24 a 61 anos. A maior parte dos corredores se concentrava na faixa de 30 a 39 anos (51%), com 17% abaixo de 30 anos e 32% com 40 anos ou mais. Segundo BOTELHO e OSÉS (1988) os organizadores destas corridas, entre outras medidas, estabelecem a divisão dos competidores em categorias tendo como critério a idade e o sexo dos concorrentes, para efeito de classificação e premiação. A divisão dos concorrentes em faixas faz-se geralmente, em intervalos de 5 a 10 anos. Em relação à escolaridade e grau de instrução encontra-se a seguinte divisão: nível de instrução número de corredores porcentagem da amostra 1º grau incompleto 2 7% 1º grau completo ----- ------ 2º grau incompleto 1 3% 2º grau completo 9 30% superior incompleto 1 3% superior completo 14 47% pós graduação 3 10%

Tabela 2

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Verificou-se um nível de formação alto em que 57% da amostra possui curso superior completo e destes 10% são pós graduados. Segundo estudo de DUARTE et al (1997) em 1994 praticamente 90% dos ultramaratonistas não eram atletas profissionais. Eram militares, músicos, pedreiros, professores e outros, sendo apenas 9,4% atletas profissionais, com grau de escolaridade assim distribuído: 1O. grau incompleto(22%); 2O. grau completo (42%); 1O. grau completo (18%) e superior (18%). Com referencia ao local de origem dos corredores, observou-se que a grande maioria era do Estado de São Paulo (interior 27,8% e grande São Paulo 35,2%) e o restante de outros estados (DUARTE et al, 1997) Quanto à renda mensal, esta também se mostrou alta na amostra classificando 30% da amostra como nível sócio – econômico alto como mostra a tabela 3 em relação à quantidade de salários mínimos mensais e que 47% encontra-se em um nível de médio padrão: salários mínimos números de corredores porcentagem da amostra até 4 salários 7 23% 5 à 10 salários 5 17% 11 à 15 salários 5 17% 16 à 20 salários 4 13% + de 20 salários 9 30%

Tabela 3 Dentre estes 30 corredores, 22 deles tinham acompanhamento de profissionais (treinadores) (73%) e apenas 08 treinavam sozinhos por conta própria ( 27%). Segundo estudo de DUARTE et al (1997) em 1994 a grande maioria treinava sem orientação de professor de educação física ou técnico de atletismo, ou seja, treinavam sozinhos. Quanto ao tempo que já praticavam corrida verificou-se o seguinte: 3 corredores treinavam há 2 anos o que corresponde a 10% da amostra; 8 corredores treinavam há 3 anos ( 27% da amostra); 9 corredores à + de 5 anos ( 30% da amostra) e 10 corredores à + de 10 anos ( 33% da amostra ) o que indica que eram corredores na sua maioria com grande experiência no atletismo. Deste total, 9 corredores ( 30%) tinham outros praticantes de corrida na família e os demais 21 corredores (70%) não. Segundo o estudo de DUARTE et al (1997) em 1994 quando questionados sobre a quanto tempo participavam de competições, as respostas variaram de menos de 5 anos até mais de 20 anos, tendo a maioria iniciado na faixa de 20 a 30 anos de idade, segundo os resultados: até 5 anos 21,2%; de 6 a 10 anos 40,4%; 11 a 15 anos 21,2%; 16 a 20 anos 13,5% e mais de 29 anos 3,9%. Ao serem questionados sobre a razão primeira da participação em corridas, as respostas foram as seguintes: recomendação médica, parar de fumar, perder peso, acabar com a solidão e depressão, incentivo de amigos, competições escolares, corrida de final de ano do bairro, curiosidade, brincadeira, canalizar a adrenalina, dentre outras (DUARTE et al,1997). Já neste estudo, quanto ao motivo que os levou a iniciar a pratica de corridas, as

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respostas foram das mais diversas sendo algumas parecidas como curiosidade, inspiração na São Silvestre pela TV, incentivo de amigos, melhorar condicionamento físico, prazer e diversão, perder peso e tornar-se campeão. Já em relação aos objetivos com a pratica da corrida dentre as opções podendo ser assinaladas mais de uma alternativa as respostas foram as seguintes: objetivo número de corredores porcentagem da amostra melhoria da saúde 15 50% qualidade de vida 19 63% alta performance 13 43% emagrecer 6 20% menos estresse 20 40%

Tabela 4 Assim como mostra o quadro acima, segundo VALENTIN et al (1997) atualmente, a pratica de exercícios de corrida tem ocupado um espaço significativo dentro dos programas de atividades físicas voltado para a saúde, bem como nos programas de condicionamento físico com o objetivo de melhorar os níveis de performance em vários esportes. Do total de corredores 6 deles treinavam todos os dias ( 20%), 3 treinavam 5 dias por semana (10%), 6 treinavam 4 dias por semana ( 20%), 4 treinavam três dias por semana e uma grande parte composta de 11 atletas treinavam 6 dias por semana ocupando 37% do total. Uma pequena parte treinava mais de uma vez por dia, 9 atletas compondo 30% da amostra e os demais 21 atletas (70%), treinavam só uma vez por dia. Quanto ao total de horas de treinamento diário encontrou-se os seguintes resultados: apenas 1 atleta treinava menos de uma hora por dia, 8 atletas treinavam em média 2 horas por dia (27%) e a grande maioria composta por 21 atletas (70%) treinavam em média uma hora por dia. Em relação aos horários de treinamento as respostas foram as seguintes: 9 atletas (30%) treinavam apenas de manhã, 9 atletas (30%) treinavam de manhã ou a noite, 3 atletas (10%) treinavam apenas à noite, 5 atletas (17%) treinavam de manhã ou à tarde, 2 atletas (7%) treinavam em qualquer horário, 1 atleta ( 3%) treinava de tarde ou à noite e apenas 1 atleta (3%) treinava apenas à tarde. Do total da amostra 22 corredores (73%) responderam realizar treinos específicos para cada competição e 8 corredores (27%) responderam que não realizam. O que mostra AUGUSTI (2001) que para que o atleta atinja o máximo de suas potencialidades durante uma temporada competitiva, faz-se necessário estruturar o treinamento de tal forma que o seu aprimoramento técnico, físico, tático e psicológico ocorra de maneira constante e gradual. Assim, para se chegar aos objetivos propostos pelo atleta e seu treinador, a organização sistemática e coerente do treinamento é fator decisivo para se alcançar o sucesso desportivo. Já em relação a quilometragem diária as respostas foram das mais variadas em que agrupadas obteve-se as seguintes respostas:

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número de corredores média diária porcentagem da amostra 13 atletas correm até 10 km / dia 44% 6 atletas correm em média 12 km/ dia 20% 10 atletas correm em média15 à 20 km/ dia 33% 1 atleta correm média 25 km/dia 3%

Tabela 5 Como pôde ser observado uma grande parte (44%) da amostra corria em média até 10 km /dia e apenas 1 corredor (3%) corria 25 km/dia o que corresponde à sessão de treino, que é a menor unidade do processo de treino, e diz respeito a cada dia de trabalho do atleta (AUGUSTI,2001). Segundo DUARTE et al (1997) em 1994 os atletas corriam em média 195 km/semana, havendo uma variação de 100 a 499 km/semana. Verificando o tipo de terreno em que estes corredores utilizavam obteve-se o seguinte resultado: a maioria composta de 27 atletas (90%) corriam em terreno misto ( subidas, descidas e plano) e apenas 3 atletas (10%) corriam apenas em terrenos planos. Quanto ao tipo de solo mais utilizado, 21 corredores (70%) responderam correr em asfalto, 7 corredores (23%) responderam terra e apenas 2 corredores (7%) responderam grama. Em relação aos tênis utilizados verificou-se vários itens de acordo com a questão feita. Do total da amostra 28 corredores (93%) utilizavam tênis específico para corrida e apenas 2 corredores (7%) não utilizava. 23 atletas (77%) alternavam tênis e 7 atletas (23%) não. Quanto ao tipo de amortecimento, 23 corredores (77%) optavam por solados com bom amortecimento, 4 corredores (13%) por solados baixos com pouco amortecimento e para 3 corredores (10%) era indiferente o tipo de amortecimento. Já em relação ao tempo de utilização do tênis 16 corredores (53%) disseram utilizar os tênis durante 6 meses até trocá-los, 10 corredores (33%) utilizavam os tênis durante um ano ou mais, 3 corredores (10%) durante três meses e apenas 1 corredor utilizava os tênis apenas por dois meses e depois os colocava apenas para andar. Com relação às competições apenas 1 corredor (3%) participava de competições a menos de um ano, 4 corredores (13%) participavam de competições há um ano, 3 corredores (10%) há dois anos, 5 corredores (17%) há três anos e a grande maioria com 17 corredores (57%) participavam de competições há mais de quatro anos. Segundo VALENTIN et al (1997) os treinadores vivem um conflito entre a teoria do treinamento existente e os calendários de competições nacionais, que na maioria das vezes não permite ao treinador organizar seu programa de treino, fundamentado nas propostas teóricas existentes na literatura de uma forma geral, pois são muitas competições realizadas. Devemos dar grande atenção as particularidades, características fisiológicas e biomecânicas de cada tipo de prova ( VALENTIN et al, 1997). Deste total da amostra, a grande maioria composta por 19 corredores (63%) participavam de 1 competição por mês, 8 corredores ( 27%) de 2 competições por mês e apenas 3 corredores (10%) de 3 competições por mês.

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De acordo com AUGUSTI (2001) é importante não esquecermos que, quando da elaboração do planejamento das ações que serão desenvolvidas durante o processo de treino, sejam destacadas as principais competições da temporada. Tratando-se do fator hidratação e suas respectivas questões aplicadas na amostra encontrou-se uma participação de 100% da amostra neste item, ou seja, todos os 30 corredores questionados responderam hidratar-se durante treinos e competições. Quanto a média de ingestão líquida diária, encontrou-se o seguinte: número de corredores ingestão liquida diária porcentagem da amostra 10 3 litros 33% 5 2 a 3 litros 17% 7 2 litros 23% 4 2,5 litros 13% 3 1,5 litros 10% 1 5 litros 3%

Tabela 6 Com relação a cada quantos minutos hidratam-se em treinos e competições encontrou-se o seguinte: número de corredores tempo porcentagem da amostra 12 a cada 30 minutos 40% 8 a cada 20 minutos 27% 2 a cada 15 minutos 7% 1 a cada 10 minutos 3% 1 a cada 40 minutos 3%

Tabela 7 Observa-se na tabela 7 que grande parte da amostra (40%) hidratava-se a cada 30 minutos e ao mesmo tempo encontrou-se algumas respostas diferenciadas como 2 corredores (7%) que hidratavam-se a cada 20 minutos em competições e em treinos só no final, 3 atletas (10%) que hidratavam-se a cada 20 minutos em competições e a cada 30 minutos em treinos e 1 corredor que hidratava-se a cada 15 minutos em competições e em treinos só no final. De acordo com FOSS (2000) o atleta super hidratado não sobre qualquer deterioração em seu desempenho ou em sua eficiência. No entanto, não convém ingerir grandes quantidades de água de uma só vez durante o exercício, pois nestas condições o atleta pode queixar-se de certo desconforto. A melhor técnica consiste em programar pausas freqüentes para o fornecimento de água. Da mesma forma LAMB e SHEHATA (1999) dizem que dependendo das circunstancias, e para garantir que o organismo está bem hidratado, é recomendável a ingestão de pelo menos 500ml de fluidos antes de dormir, na noite que precede os exercícios, e pelo menos outros 500ml pela manhã, logo ao acordar. É aconselhável ingerir de 500 a 1000ml de líquidos cerca de uma hora antes do evento, e também uma ingestão adicional de 250 a 500ml de fluidos 20 minutos antes dos exercícios para garantir uma saturação de líquidos no corpo.

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Quanto ao tipo de líquido ingerido durante treinos e competições 14 corredores (47%) responderam tomar água e isotônicos, 14 corredores (47%) responderam tomar apenas água e apenas 2 corredores (7%) responderam tomar só isotônicos. Dentre todos 1 corredor respondeu tomar também suco de frutas e outro respondeu tomar também refrigerante. Segundo LAMB e SHEHATA (1999) a ingestão de bebidas contendo carboidratos e sódio são mais efetivas na restauração da água corpórea que beber apenas água. De acordo com DUARTE et al (1997) em estudo realizado em 1994, com referencia aos líquidos tomados durante os treinos longos, 51% dos atletas tomava somente água, 24,5% tomavam além de água, algum tipo de bebida isotônica, outros tomavam coca cola ou suco (10,2%) e 14,3% disseram não tomar nada. Já, segundo este estudo, com relação ao tipo de líquido ingerido logo após os treinos e competições 9 corredores (30%) responderam tomar apenas água, 15 corredores ( 50%) responderam água e isotônicos, 4 corredores (13%) responderam só isotônico, 1 corredor (3%) respondeu água e carbo líquido e 1 corredor (3%) respondeu água e cerveja. Quando perguntou sobre, se os corredores utilizam suplementacão extra, 16 corredores (53%) responderam sim e outros 14 corredores (47%) responderam não. Dentre os que responderam utilizar suplementos extras encontramos os seguintes resultados: número de corredores produto especificado porcentagem da amostra 3 EXCEED 19% 5 EXCEED e Power gel 31% 2 SQUEEZE 12% 2 Maltodextrina 12% 1 Power Gel 6% 1 CARB UP 6% 1 barras de cereais 6% 1 CARB UP, EXCCED e Power bar 6%

Tabela 8 Nas questões referentes ao hábito de alimentar-se antes de treinos e competições 27 corredores (90%) responderam sim e apenas 3 corredores (10%) responderam não. Dentre os itens de escolha quanto ao que consumiam, o item de maior escolha foi “pães” com 85% da amostra 22 corredores que responderam sim assinalaram este item dentre outras opções à mais. Isto mostra que a maioria preocupa-se em ingerir alimento que contenham carboidratos antes da corrida, já que este será o principal combustível e substrato energético utilizado pelo organismo durante o exercício aeróbio que é a corrida de fundo. Com relação à quanto tempo antes do exercício físico consumiam estes alimentos encontramos o seguinte resultado:

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número de corredores tempo antes de correr porcentagem da amostra ______________________________________________________________________ 14 1 hora antes 52% 7 2 horas antes 26% 4 30 minutos antes 15% 2 1 hora antes de treinos e 2 horas antes de competições 8%

Tabela 9 Quanto ao hábito de ingerir bebidas alcóolicas ou fumar 14 corredores (47%) responderam ingerir bebidas alcóolicas às vezes, mais socialmente e 16 corredores (53%) responderam que não. Já em relação ao fumo apenas 2 corredores (7%) responderam fumar cachimbo e os demais 28 corredores (93%) responderam que não e dentre estes 93% , 2 corredores já foram fumantes antes de iniciar a prática da corrida. Quanto ao hábito de alongar-se 29 corredores (97%) responderam alongar-se regularmente e apenas 1 corredor (3%) respondeu não realizar nenhum tipo de alongamento. Desta forma 22 corredores (76%) responderam que alongavam-se antes e depois dos treinos e competições, 7 corredores (24%) alongavam-se somente depois dos treinos e dentre todos estes, 8 corredores (27%) responderam alongarem-se também em outros períodos do dia. Passando para a segunda parte do objetivo desta pesquisa que tratava-se de identificar dores e lesões, tipo de dores e tratamentos mais variáveis possíveis. 13 corredores (43% da amostra) responderam sentir dores durante a corrida, sendo dentre todas as dores citadas as de maior freqüência foram as dores no joelhos com 46% (6 corredores) e no tendão de Aquiles com 62% ( 8 corredores). Quanto aos atletas que sentiam dores após os treinos encontrou-se 11 corredores com este problema (37%) contra 19 corredores (63%) que não sentiam nada. Dentre as dores pós treinos, a mais freqüente e comum identificada foi a de tendão de aquiles com 55% (6 corredores). Quanto ao tratamento para diminuir ou curar estas dores que incomodavam durante ou após os treinos, as respostas foram as mais variadas e dentre elas 8 corredores responderam aplicar gelo sobre o local dolorido, 4 corredores apenas diminuiam o ritmo de treino, 7 corredores faziam alongamentos e 5 corredores utilizavam pomadas ou comprimidos antiinflamatórios. Do total de corredores que sentiam dores durante ou após os treinos apenas 8 corredores (47%) responderam já ter procurado um médico para diagnosticar a dor enquanto 9 corredores (53%) não. Segundo estudo de DUARTE et al (1997) em 1994 setenta por cento dos atletas (70%) relataram já terem tido lesões leves decorrentes da pratica de corrida. Já, do total da amostra deste estudo(30 corredores), 23 corredores (77%) responderam ter ou já ter tido algum tipo de lesão enquanto 7 corredores (23%) nunca tiveram nada. Dentre os que tinham ou já tiveram lesões encontramos algumas mais freqüentes e comuns como segue na tabela 10.

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tipo de lesão número de corredores porcentagem da amostra joelho 13 57% (relacionado a ligamento) tendão de aquiles 3 13% canelite 3 13% região tibial 3 13% virilha ( pubeite ) 2 9% nervo ciático 2 9% fascite plantar 1 4%

Tabela 10 Destes corredores lesionados 21 deles (91%) já se utilizaram de tratamentos para lesão e apenas 2 corredores (9%) nunca fizeram nenhum tipo de tratamento. Dentre estes tratamentos os mais freqüentes e comuns são apresentados na tabela 11 de acordo com as respostas dos 21 corredores lesionados. número de corredores lesionados tipo de tratamento porcentagem da amostra 12 gelo 57% 11 fisioterapia 52% 11 anti - inflamatórios analgésicos e pomadas 52%

Tabela 11 Obs.: os mesmos corredores deram mais de uma resposta estando elas divididas por tipo de tratamento. Do total da amostra 3 corredores (10%) responderam lesionar-se freqüentemente sendo que 2 deles (66%) responderam lesionar-se nos joelhos, 1 deles (33%) no tendão de aquiles e 1 (33%) no músculo posterior da coxa ( ísquio – tibiais). Quando a pergunta foi se já haviam desistido no meio de uma competição por motivo de dor, 8 corredores (27%) responderam que sim. Destes 8 corredores, 2 responderam dor no joelho, 2 responderam dor na panturrilha e 2 corredores no tendão de aquiles como as mais freqüentes ocupando 50% das dores e os demais 50% se distribuiram em 6 dores diferentes. Quando a pergunta foi se já tiveram cãibras em treinos ou competições 13 corredores (43%) responderam que sim e destes quando responderam a questão seguinte que perguntava o que fizeram para aliviar a cãibra, verificou-se as seguintes respostas: número de corredores o que fizeram para aliviar a cãibra porcentagem da amostra 8 parou, alongou para depois continuar 62% 2 diminuiu o ritmo 15% 2 parou e massageou para depois continuar 15% 1 desistiu da competição 8%

Tabela 12 Com relação à prevenção às lesões 25 corredores (83%) responderam que se preveniam de lesões enquanto 5 corredores (17%) responderam que não.

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Do total de 25 corredores que se previnem de lesões, as prevenções mais comuns foram: bastante alongamento respondido por 19 corredores (76%), não exagerar além do limite respondido por 3 corredores (12%) e as demais respostas variaram em massagem, tênis correto com bom amortecimento, fortalecimento muscular dentre outros. Com relação as duas questões de números 46 e 47 que finalizam o questionário, sendo a primeira perguntando se o corredor entrevistado achava importante que os atletas tenham um acompanhamento de um profissional de educação física (treinador) e o porque, todos responderam que sim, mesmo os que não tinham acompanhamento tinham consciência da importância disto e do quanto é fundamental um treinador e com relação aos motivos as respostas foram das mais variadas desde ter um treinamento correto, evitar lesões, direcionar as capacidades de cada um, até mesmo por motivos de motivação ou integração ao grupo. Quanto aos corredores que não tinham acompanhamento e que responderam a questão seguinte sobre o porque de nunca terem procurado um treinador as respostas mais comuns foram falta de tempo de seguir um treino padronizado com horários e quilometragem pré – determinadas por terem horários muito irregulares e falta de tempo devido ao trabalho ou por condições financeiras, tendo outras prioridades para usar o dinheiro. De acordo com DUARTE et al (1997) sugere-se assim que um trabalho de conscientização dos corredores seja feito com relação a uma serie de pontos: que eles procurem orientação de pessoas especializadas da área para que sejam melhores orientados quanto ao treinamento em geral, que inclui desde intensidade, freqüência, duração, ingestão de líquidos, melhor tênis para a prova, como também a ajuda de um profissional da área de nutrição. Comparando o atual estudo à esta afirmação de DUARTE et al (1997) em estudo de 1994, como pode ser visto nos resultados deste estudo, muitas coisas evoluíram em relação aos corredores. Desta forma sugere-se que novos estudos sejam realizados de forma mais profunda e específica como acompanhamento das sessões de treinamento destes corredores, focando como exemplo a intensidade de esforço a que estão sendo submetidos a fim de identificar os verdadeiros motivos das lesões apontadas, pois não foi possível tal identificação neste estudo, apenas alguns indícios.

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V. Conclusão Pode-se concluir que os corredores de rua do Estado de São Paulo do sexo masculino eram pessoas com idade média de 35,83 anos (+ 8,96 ), concentrando-se grande parte na faixa etária de 40 à 44 anos. Tinham elevado nível de instrução onde 57% tem formação superior e destes, 10% tinham pós-graduação. Eram na maioria (57%) casados e de nível sócio econômico médio à alto (77%). Buscavam na corrida melhoria da saúde e qualidade de vida. Poucos eram atletas profissionais ou viam a competitividade como algo significante. A maioria corria a mais de 5 anos (63%). Seguiam uma alimentação e hidratação adequada. Realizavam quilometragem diária normal (não excessiva) com tempo máximo de corrida em torno de uma hora para a maioria. Erravam apenas ao utilizarem o asfalto na maior parte do treinamento, no uso de tênis além do prazo de troca por calçados novos, e não procurarem um médico quando sentiam dores, o que pode estar relacionado com as lesões apontadas. As lesões mais comuns foram de joelho e tendão de Aquiles e os tratamentos mais comuns foram: aplicação de gelo, antiinflamatórios, analgésicos, pomadas e fisioterapia. O trabalho de prevenção mais utilizado descrito foi sessões de alongamento. Todos os corredores tinham consciência da importância de um treinador em seus treinos, mesmo os que não se utilizavam deste serviço apontaram que é importante, porém, as condições financeiras e falta de tempo eram fatores que interferiam para não terem treinador.

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VII. Anexos Questionário: • Elaborado especialmente para esta pesquisa. Nome: Data nasc.: Idade: Sexo: Profissão: Est. Civil: Renda Mensal: ( ) até 4 salários mínimos ( ) 5 a 10 salários mínimos ( ) 10 a 15 salários mínimos ( ) 15 a 20 salários mínimos ( ) mais de 20 salários mínimos Grau de instrução 1º grau ( ) incompleto ( ) completo 2º grau ( ) incompleto ( ) completo Superior ( ) incompleto ( ) completo Pós Graduação ( ) Em que área? __________________________ 1. Há quanto é praticante de corrida? ( ) menos de 1 ano ( ) 1 ano ( ) 2 anos ( ) 3 anos ( ) + de 5 anos ( ) + de 10 anos 2.Qual o motivo que levou a iniciar a prática de corrida? 3.Quais os seus objetivos com a corrida? ( ) melhoria da saúde ( ) qualidade de vida ( ) menos stress ( ) alta performance ( ) emagrecer ( ) outros Quais?_________________________________________________________________ 4.Tem outros praticantes de corrida na família? ( ) não ( ) sim Quem? _________________________________________________

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5.Treina quantos dias por semana? ( ) 3 dias ( ) 4 dias ( ) 5 dias ( ) 6 dias ( ) todos os dias 6. Treina mais de uma vez por dia? ( ) sim ( ) não 7.Quantas horas por dia de treinamento? ( ) – de 1 hora ( ) 1 hora ( ) 2 horas ( ) 3 horas ( ) + de 3 horas Corre em media quantos quilômetros por dia? 8. Segue algum tipo de orientação quanto ao treinamento? ( ) não ( ) sim Quais? ___________________________________________ De quem? ___________________________________________ A quanto tempo? ______________________________________ 9. Normalmente realiza os treinamentos em qual tipo de terreno? ( ) plano ( ) descidas ( ) subidas ( ) misto 10. Qual o tipo de solo que mais utiliza para correr? ( ) asfalto ( ) grama ( ) terra ( ) piso sintético ( ) outros Quais? ________________________________________________________________ 11.Quais outros tipos de solo utiliza para correr? 12.Em que horários costuma treinar? ( ) manhã ( ) tarde ( ) noite 13.Treina com qualquer condição climática? ( ) sim ( ) não Especifique____________________________________________ 14. Com que freqüência participa de competições? ( ) 1 por mês ( ) 2 por mês ( ) 3 por mês ( ) 4 ou + por mês

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15.Há quanto tempo participa de competições? ( ) – de 1 ano ( ) 1 ano ( ) 2 anos ( ) 3 anos ( ) 4 anos ou + 16.Realiza treinos específicos para cada tipo de competição? ( ) sim ( ) não Especifique _____________________________________________ 17.Utiliza tênis especifico para corrida? ( ) sim ( ) não 18.Qual a marca mais utilizada? 19. Durante quanto tempo utiliza o mesmo tênis? ( ) 2 meses ( ) 3 meses ( ) 6 meses ( ) 1 ano ou + 20. Você alterna os dias de corrida utilizando tênis diferentes ? ( ) sim ( ) não 21. Qual o tipo de solado de tênis que você utiliza na maior parte do treinamento ? ( ) baixo com pouco amortecimento ( ) alto com bom amortecimento ( ) indiferente 22. Sente algum tipo de dor durante a corrida? ( ) sim Onde e há quanto tempo? ______________________________________ ( ) não 23. Sente dores após terminar o treino? ( ) sim Onde e há quanto tempo? ______________________________________ ( ) não 24. O que faz para prevenir tais dores? 25. Já procurou um medico para diagnóstico? ( ) sim Qual o diagnóstico?______________________________________________ ( ) não

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26. Tem ou já teve algum tipo de lesão? ( ) sim Onde, há quanto tempo e qual o tipo de lesão? ______________________________________________________________________ ( ) não 27. Já se utilizou de algum tratamento para curar uma lesão? ( ) sim Qual tipo? ______________________________________________________ ( ) não 28. Lesiona-se freqüentemente? ( ) sim Qual a lesão mais comum? ________________________________________ ( ) não 29.Já teve que desistir de uma competição sem finaliza-la por motivo de dor ou lesão? ( ) sim Qual tipo, onde e ha quanto tempo? __________________________________ ( ) não 30. Já teve cãibras em treinos ou competições? ( ) sim ( ) não 31. Qual atitude tomou? 32. Faz algum tipo de prevenção as lesões ? ( ) sim Qual? _________________________________________________________ ( ) não 33. Procura hidratar-se durante treinos e competições? ( ) sim ( ) não 34.Qual tipo de liquido procura ingerir? ( ) água ( ) isotônicos ( ) sucos ( ) refrigerantes ( ) outros ____________________________________________________________ 35. Ingere em media quantos litros de liquido por dia? _____________________________________________________________________

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36. Durante treinos ou competições hidrata-se a cada quantos minutos? 37. Hidrata-se com líquidos logo após os treino e competições? Quais? 38. Utiliza algum tipo de suplemento extra como por exemplo carboidrato em gel durante treinos e competições? Quais? ( ) sim ( ) não 39. Costuma alimentar-se antes de treinar ou competir? ( ) sim ( ) não 40. Qual o tipo de alimento? ( ) pães ( ) sucos ( ) leite ( ) cereais ( ) frutas ( ) outros Quais? ______________________________________________________ 41. Procura ingerir estes alimentos quanto tempo antes do exercício físico? ( ) 30 minutos ( ) 1 hora ( ) 2 horas ( ) + de 2 horas 42. Ingere bebidas alcóolicas? ( ) não ( ) sim Com que freqüência? ____________________________________ 43. Fuma? ( ) não ( ) sim Quantos cigarros por dia? __________________________________ 44. Tem o hábito de alongar-se? ( ) sim ( ) não se sim, com que freqüência ? ( ) depois dos treinos ( ) antes dos treinos ( ) antes e depois dos treinos ( ) só no dia de competição ( ) outros períodos Qual? ________________________________________________

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45. Você acha importante que os atletas tenham um acompanhamento de um profissional de educação física ( treinador)? Porque? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 46. Por que nunca procurou o acompanhamento de um treinador? ( caso não tenha um ) ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ VI. Referências Bibliográficas 1. ARIAS GMP, DIA HDP, ARISTIZABAL RJC e JARAMILLO LHN. Efeitos da

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