de Combustíveis Renováveis BOLETIM MENSAL …...Em relação aos embarques de óleo de soja, estes...

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Publicado em 07.02.2012 EDIÇÃO N o 48 Janeiro/2012 S UMÁRIO Destaques 2 Biodiesel 9 Produção e Capacidade 9 Atos Normativos 9 Localização de Unidades Produtoras 10 Preços e Margens 10 Entregas dos Leilões 12 Preço das MatériasPrimas 12 Participação das MatériasPrimas 15 Produção Regional 16 Não Conformidades no Diesel B 16 Consumo Internacional 16 Etanol 17 Produção e Consumo 17 Exportação 18 Frota FlexFluel 18 Atos Normativos 19 Preços e Margens 19 Paridade de Preços 21 Consumo Internacional 21 Preços do Açúcar 22 Não Conformidades 23 A PRESENTAÇÃO Nesta edição, apresentamos informações e dados sobre produção e preços de biocombustíveis, atualizados até dezembro de 2011. Como destaques principais do mês, temos: O aniversário de 4 anos do Boletim Mensal dos Combustíveis Renováveis; A redução das importações de diesel com a produção nacional de biodiesel; A realização do primeiro voo comercial utilizando bioquerosene na Ásia por companhia aérea tailandesa; A realização de voo cruzando o Oceano Atlântico com bioquerosene por companhia aérea alemã; A análise conjuntural da soja em 2011; A criação de programa de R$ 4 bi para renovação e ampliação de canaviais pelo BNDES; A redução do ICMS sobre o etanol em Minas Gerais; A não renovação dos subsídios ao biodiesel pelo Congresso norteamericano; A implantação de polos de pesquisa em girassol no Piauí pela Embrapa; O avanço do Brasil no mapeamento dos genes da canadeaçúcar; e Os resultados do Releilão referente ao 24º Leilão de Biodiesel. O Boletim é parte do esforço contínuo do Departamento de Combustíveis Renováveis (DCR) em tornar transparentes as informações sobre biocombustíveis, divulgandoas de forma consolidada a agentes do setor, órgãos públicos, universidades, associações, imprensa e público em geral. O Boletim é distribuído gratuitamente por email e está disponível para consulta no endereço virtual www.mme.gov.br/spg/menu/publicacoes.html. Muito obrigado, A Equipe do DCR Ministério de Minas e Energia Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis Departamento de Combustíveis Renováveis BOLETIM MENSAL DOS COMBUSTÍVEIS RENOVÁVEIS

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   Publicado em 07.02.2012

                                  

 

 

 

 

 

 

 

EDIÇÃO No 48  

Janeiro/2012 

SUMÁRIO Destaques  2 

Biodiesel  9 

  Produção e Capacidade  9 

  Atos Normativos  9 

 Localização de Unidades Produtoras 

10 

  Preços e Margens  10 

  Entregas dos Leilões  12 

  Preço das Matérias‐Primas  12 

 Participação das Matérias‐Primas 

15 

  Produção Regional  16 

 Não Conformidades no Diesel B 

16 

  Consumo Internacional   16 

Etanol  17 

  Produção e Consumo  17 

  Exportação  18 

  Frota Flex‐Fluel  18 

  Atos Normativos  19 

  Preços e Margens  19 

  Paridade de Preços  21 

  Consumo Internacional  21 

  Preços do Açúcar  22 

  Não Conformidades  23 

 

APRESENTAÇÃO

Nesta  edição,  apresentamos  informações  e  dados sobre  produção  e  preços  de  biocombustíveis,  atualizados até dezembro de 2011. Como destaques principais do mês, temos: 

O  aniversário  de  4  anos  do  Boletim  Mensal  dos Combustíveis Renováveis; 

A  redução  das  importações  de  diesel  com  a produção nacional de biodiesel; 

A  realização  do  primeiro  voo  comercial  utilizando bioquerosene  na  Ásia  por  companhia  aérea tailandesa; 

A  realização  de  voo  cruzando  o  Oceano  Atlântico com bioquerosene por companhia aérea alemã; 

A análise conjuntural da soja em 2011;  A criação de programa de R$ 4 bi para renovação e 

ampliação de canaviais pelo BNDES;  A redução do ICMS sobre o etanol em Minas Gerais;  A  não  renovação  dos  subsídios  ao  biodiesel  pelo 

Congresso norte‐americano;  A  implantação de polos de pesquisa em girassol no 

Piauí pela Embrapa;  O  avanço  do  Brasil  no mapeamento  dos  genes  da 

cana‐de‐açúcar; e  Os resultados do Releilão referente ao 24º Leilão de 

Biodiesel.  

O  Boletim  é  parte  do  esforço  contínuo  do Departamento de Combustíveis Renováveis (DCR) em tornar transparentes  as  informações  sobre  biocombustíveis, divulgando‐as  de  forma  consolidada  a  agentes  do  setor, órgãos  públicos,  universidades,  associações,  imprensa  e público em geral.  

O Boletim é distribuído gratuitamente por e‐mail e está  disponível  para  consulta  no  endereço  virtual www.mme.gov.br/spg/menu/publicacoes.html. 

Muito obrigado, 

A Equipe do DCR 

 

Ministério de Minas e Energia Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis Departamento de Combustíveis Renováveis

BOLETIM MENSAL DOS COMBUSTÍVEIS RENOVÁVEIS 

BOLET IM  MENSAL  DOS  COMBUST ÍVE I S  RENOVÁVE I S                                                                                                                      NO 48 JANEIRO/2011 

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DESTAQUES 

Boletim Mensal dos Combustíveis Renováveis completa 4 anos de existência 

Esta edição nº 48 do Boletim Mensal dos Combustíveis Renováveis significa mais um ano de esforço em compilar  informações  relevantes  sobre  etanol  e  biodiesel  e  disponibilizá‐las  de  modo  transparente  e sistemático à sociedade. Atualmente, são quase dois mil leitores cadastrados na lista de distribuição e que recebem o Boletim, mensalmente, de forma gratuita. Outros leitores consultam diretamente o Boletim por meio do Portal do Ministério de Minas e Energia na Internet. O Departamento de Combustíveis Renováveis agradece todas as críticas, sugestões e elogios realizados ao longo desses quatro anos. Tudo isso foi muito importante para que o Boletim se tornasse referência em biocombustíveis tanto no Brasil como em outros países. 

Produção nacional de biodiesel reduz necessidades de importação de diesel  

Desde  o  início  do  Programa  Nacional  de  Produção  e  Uso  do  Biodiesel  (PNPB),  o  Brasil  importou  38,7 milhões  de  m³  de  diesel  fóssil,  tendo  produzido,  nesse  período,  8,2  milhões  de  m³  de  biodiesel.  As importações de diesel vinham  crescendo desde 2005, até que no ano de 2009 o Brasil  importou menos devido  a  reflexos  do  desaquecimento  econômico  gerado  pela  crise  internacional.  Por  sua  vez,  as importações de diesel no ano de 2010 cresceram sobremaneira para atendimento à demanda gerada pelo reaquecimento da economia brasileira.  

Além disso, entre 2009 e 2010, o diesel S‐50 (50 partes de enxofre por milhão) passou a ser ofertado em algumas  cidades brasileiras, visando atender às metas de emissão de poluentes veiculares estabelecidas pelo Programa de Controle de Emissões Veiculares – PROCONVE, o que  resultou, em menor medida, na importação  desse  diesel  de  melhor  qualidade.  No  ano  de  2011,  as  importações  brasileiras  de  diesel atingiram 9,3 milhões de m³, um crescimento de 3% em relação a 2010. 

 

 

Além  de  também  contribuir  para  reduzir  a  emissão  de  poluentes  e  fortalecer  as  cadeias  das matérias‐primas  utilizadas  na  produção  de  biodiesel  (incluindo  a  agricultura  familiar),  os  8,2 milhões  de m³  de biodiesel produzidos  internamente, durante os 7 primeiros anos do PNPB,  reduziram as  importações de diesel  em  um  montante  de  US$  5,3  bilhões  (ou  R$  9,5  bilhões  ao  câmbio  de  1,80),  contribuindo positivamente para a Balança Comercial brasileira.  

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Por outro  lado, essa quantidade de biodiesel  requereu a utilização de, aproximadamente, 40 milhões de toneladas de soja em grão ou 7,4 milhões de toneladas de óleo de soja. Aos preços atuais do óleo de soja exportado pelo Brasil (aprox. US$ 1.150 por tonelada), o País deixou de exportar o equivalente a US$ 8,5 bilhões  (ou  R$  15,3  bilhões).  Esse  valor  supera,  infelizmente,  o  saldo  positivo  oriundo  da  redução  da importação de diesel.  

A razão principal é que o preço do óleo de soja que seria exportado pelo Brasil é mais alto do que o preço do  diesel  que  deixou  de  ser  importado.  Ressalta‐se,  porém,  que  esse  resultado  não  exlui  as  diversas externalidades  positivas  que  o  biodiesel  possui  nos  campos  social,  econômico,  ambiental  e  de  saúde humana. 

 

Companhia aérea tailandesa realiza o primeiro voo comercial utilizando bioquerosene na Ásia 

No  dia  21  de  dezembro,  a  companhia  aérea  Thai Airways  completou  seu  primeiro  voo  teste  utilizando bioquerosene de aviação em uma aeronave 777‐200, que saiu do Aeroporto Internacional de Bangkok. No dia seguinte, a companhia realizou outro voo entre as cidades de Bangkok e Chiang Mai (740 km). Esse voo foi o primeiro voo comercial com passageiros na Ásia. 

Com o objetivo de alcançar a produção sustentável de biocombustíveis para aviação, a Thai Airlines se unirá a produtores de petróleo;  instituições de pesquisa e de educação; fabricantes de aeronaves e motores; e órgãos  de  governo  relacionados  à  aviação  civil  no  projeto  Desenvolvimento  de  Biocombustíveis Sustentáveis para a Indústria de Aviação (Sustainable Biofuels Development for Aviation Industry). O projeto aspira  criar  tanto  oferta  quanto  demanda  de  bioquerosene  de  aviação  por meio  de  políticas  nacionais claras capazes de gerar receitas no setor agrícola. 

Fonte: Air Transport World (http://atwonline.com) e Thai Airways (www.thaiairways.com) 

Companhia aérea alemã cruza o Oceano Atlântico utilizando bioquerosene  A  companhia  aérea  alemã  Lufthansa  realizou  um  voo  comercial  de  8  horas  e  20 minutos  que  saiu  de Frankfurt  e  pousou  em  Washington.  O  Boeing  747‐400  reduziu  as  emissões  de  CO2  em  cerca  de  38 toneladas. O voo é parte de um programa que tem como objetivo determinar a viabilidade de utilização de biocombustíveis nas operações de aviação comercial. A Lufthansa já operou 1.187 voos entre as cidades de Hamburg  e  Frankfurt  utilizando  a mistura  de  50%  de  bioquerosene  em  uma  aeronave  Airbus  A321.  A empresa calcula que, no somatório dos voos, as emissões de CO2 foram reduzidas em 1.471 toneladas. 

Fonte: Air Transport World (http://atwonline.com) 

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Análise conjuntural da soja em 2011 

O ano de 2011  foi marcado por  incertezas no  campo e  também nos  cenários político e econômico, que 

afetam diretamente o mercado de soja. No campo,  inicialmente, o atraso no plantio da safra 2010/11 no 

Brasil e na Argentina  levou  a  apreensões  sobre  a produtividade. Depois,  ganharam destaque os  receios 

sobre os impactos do clima sobre a safra americana. Quanto a questões políticas e econômicas, podem ser 

citadas as instabilidades no Oriente Médio e no norte da África no primeiro semestre e as da zona do euro 

no segundo semestre de 2011. 

Inicialmente, agentes apostavam que a demanda por soja continuaria a dar o tom altista aos seus preços 

em  2011,  que  poderiam  ser  ainda  mais  impulsionados  caso  ocorressem  problemas  com  a  produção 

2010/11 na América do Sul. Nesse sentido, nos primeiros meses do ano, as atenções estiveram voltadas ao 

desenvolvimento das lavouras no Brasil e na Argentina. Entretanto, com o passar dos meses, a Companhia 

Nacional de Abastecimento ‐ Conab foi divulgando dados recordes para a área, produtividade e produção 

no Brasil. Na Argentina, no entanto, houve queda na produção em relação ao ano anterior. 

A área cultivada com soja no Brasil foi de 24,18 milhões de hectares na temporada 2010/11, 3% maior que 

a  da  safra  anterior,  segundo  a  Conab.  A  produtividade  estimada  foi  de  3.115  kg/ha,  6,4%  acima,  e  a 

produção chegou a 75,32 milhões de toneladas, avanço de 9,7%. 

Da produção  total, a estimativa da Conab era que 33,6 milhões de  toneladas  seriam exportadas e 40,45 

milhões de  toneladas seriam esmagadas  internamente. Desse processamento  interno, seriam produzidas 

28,45 milhões de toneladas de farelo de soja e 7,21 milhões de toneladas de óleo de soja. Mais da metade 

da  produção  de  farelo  deveria  ser  exportada,  enquanto  76,4%  da  produção  de  óleo  seria  consumida 

internamente – todos os dados de produção, consumo interno e exportação (exceto de óleo) são recordes. 

Registrando o efetivo das exportações brasileiras, a SECEX/MDIC apontou que, entre janeiro e dezembro de 

2011, o Brasil exportou cerca de 33 milhões de toneladas de soja em grão, com crescimento de 13,8% em 

relação ao acumulado de 2010, sendo o maior volume exportado pelo País. De  farelo de  soja, em 2011, 

foram embarcadas 14,4 milhões de toneladas, quantidade 5% maior que a de 2010 e a maior desde 2005. 

Em relação aos embarques de óleo de soja, estes chegaram a 1,53 milhão de toneladas em 2011, volume 

9,5% superior ao exportado em 2010. 

Ainda no primeiro trimestre de 2011 (período de colheita), observaram‐se recuos nos preços da soja, que 

foram influenciados por problemas logísticos para a chegada dos caminhões até o porto de Paranaguá ‐ PR. 

Chuvas  intensas destruíram pontes das principais rodovias de acesso ao porto. Em algumas semanas, até 

mesmo os desembarques de caminhões e embarques de navios foram dificultados pelas chuvas  intensas. 

Com isso, agentes realçaram as preocupações com o espaço disponível nos armazéns em algumas regiões 

do interior e com o elevado custo do transporte até o porto.  

As dificuldades de embarque da soja brasileira e a elevação das cotações na Bolsa de Chicago baixaram os 

prêmios de exportação, que voltaram a ser negativos no primeiro semestre de 2011, depois de terem se 

mantido positivos para o grão desde maio de 2008. Agentes também citaram o fato de os prêmios para o 

produto argentino terem se reduzido, distanciando‐se dos valores observados no mercado brasileiro, o que 

vinha a ser fator negativo para o Brasil. Em meados de maio, no entanto, diante da maior demanda para 

exportação, os prêmios brasileiros voltaram a operar no positivo. 

De modo geral, pode‐se dizer que o mercado de soja, em 2011, passou por vários momentos de incertezas 

quanto à tendência dos preços. A dificuldade de se estimar o tamanho da nova safra, especialmente dos 

Estados Unidos, e as preocupações com a economia mundial, principalmente a europeia, que influenciara a 

demanda agregada, mantiveram agentes em alerta por longos períodos.  

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Em  setembro,  as  cotações  de  soja  em  grão  e  derivados  passaram  a  refletir  a  instabilidade  econômica 

mundial com maior  intensidade. O resultado foram oscilações mais expressivas dos contratos futuros, no 

Brasil e em Chicago, que chegaram aos preços no  físico nacional. Diante disso, as cotações em dólar nas 

bolsas e no  físico brasileiro  (Indicadores CEPEA)  chegaram aos menores níveis do ano.  Já em Reais, nas 

praças brasileiras, a média mensal de setembro chegou a ser uma das maiores do ano – especialmente nos 

portos e nas regiões de Mato Grosso.  

Próximo do encerramento do ano, informações levantadas pelo CEPEA junto a seus colaboradores apontam 

que  haveria  apenas  cerca  de  5%  da  soja  da  temporada  2010/11  para  ser  comercializada.  Os  preços 

oferecidos por compradores e pedidos por vendedores, no entanto, permaneceram distantes, dificultando 

novos  fechamentos.  Em  relação  aos  valores  futuros,  entre  2010  e  2011,  houve  fortes  quedas.  Para  o 

primeiro vencimento da soja na Bolsa de Chicago (CME/CBOT), os preços recuaram 14% em 2011 – até o 

dia 28 de dezembro. Mesmo com a queda acumulada, na média do ano, os valores ficaram 25,7% maiores 

que em 2010.  

Para o farelo de soja, o primeiro vencimento recuou 16,3% em 2011 na Bolsa de Chicago, mas teve média 

anual 14,3% maior que a de 2010. Para o óleo de soja, o primeiro vencimento acumulou perda de 10,3% se 

comparado ao último dia de 2010, mas também com alta, de 31,2%, sobre a média geral de 2010. 

No  físico  brasileiro,  a média  ponderada  das  regiões  paranaenses,  refletida  no  Indicador  CEPEA/ESALQ, 

também  recuou 4,6% ao  longo de 2011, mas  sua média anual  foi 16,1% acima da de 2010. O  Indicador 

ESALQ/BM&FBovespa  (produto transferido para armazéns do porto de Paranaguá), em Reais, teve  ligeira 

baixa  de  0,8%  em  2011,  com  média  anual  16,5%  superior  à  de  2010.  Em  dólar,  as  variações  são, 

respectivamente, de ‐11,9% e de +22,6%. 

Fonte: Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA/ESALQ/USP (www.cepea.esalq.usp.br) 

BNDES cria programa de R$ 4 bi para renovação e ampliação de canaviais  

O  BNDES  criou  um  novo  programa  para  incentivar  a  produção  de  cana‐de‐açúcar  por  meio  de financiamentos à renovação dos canaviais antigos e à ampliação da área plantada. O BNDES Prorenova tem orçamento de R$ 4 bilhões e  seu  lançamento estimula a  renovação e ampliação dos canaviais, condição fundamental para  aumentar  a produtividade da  lavoura brasileira de  cana‐de‐açúcar  e,  assim,  reduzir  a ociosidade industrial da produção de açúcar e etanol. 

O programa tem vigência até 31 de dezembro deste ano, e espera‐se que os recursos possam financiar a renovação  e/ou  ampliação  de  mais  de  1  milhão  de  hectares  de  cana‐de‐açúcar. Com o aumento da disponibilidade de matéria‐prima, a expectativa é de que a produção de etanol tenha um incremento de 2 a 4 bilhões de litros entre 2013 e 2014, o que representaria um crescimento de mais de 10% em relação à safra atual. 

As  operações  do  BNDES  Prorenova  serão  indiretas,  ou  seja,  realizadas  por  intermédio  de  agentes financeiros.  Para médias‐grandes  e  grandes  empresas  (aquelas  com  receita  operacional  bruta  igual  ou superior a R$ 90 milhões), a taxa de juros é composta de TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) mais 1,3% de remuneração básica do BNDES. Há ainda a taxa de  intermediação financeira de 0,5% e a remuneração do agente repassador, negociada entre este e o beneficiário. 

O programa conta com participação máxima do BNDES de até 80% dos itens financiáveis. O prazo total está limitado  a  72 meses,  incluindo  o  prazo  de  carência  de,  no máximo,  18 meses.  Para micro,  pequenas  e médias empresas  (MPMEs),  já existe apoio por meio do BNDES Automático  (operações abaixo de R$ 20 milhões),  com  condições  ainda  mais  vantajosas.  Hoje,  a  remuneração  básica  do  Banco  referente  às operações do BNDES Automático com MPMEs é de apenas 0,9%. Nesses casos, a participação máxima do BNDES pode chegar até a 90% dos itens financiáveis. 

Fonte: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES (www.bndes.gov.br) 

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Redução da alíquota de ICMS sobre o etanol em Minas Gerais 

O  Governo  do  Estado  de Minas  Gerais  (MG)  reduziu  de  22%  para  19%  a  alíquota  do  Imposto  sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que  incide sobre o etanol combustível. Esta medida, prevista na Lei Estadual nº 19.989, de 29 de dezembro de 2011, entrou em vigor a partir do dia 1° de  janeiro de 2012. A inciativa contribuirá para deixar o biocombustível mais competitivo no Estado.  

Segundo  o  Levantamento  da  CONAB,  a  área  destinada  à  cana‐de‐açúcar  no  estado  de  Minas  Gerais equivale a 9% da área  total da cana plantada no País. O estado apresentou uma expressiva expansão de 12%  em  relação  à  safra  anterior,  incremento de  83,1 mil hectares. Devido  à quebra de  safra da  região Centro‐Sul, a produção de açúcar manteve‐se no patamar dos 3,2 milhões de toneladas e a produção de etanol teve uma redução de 23% em relação à safra anterior. O estado produziu 2 bilhões litros de etanol na atual safra. 

Congresso norte‐americano não renova subsídios a biodiesel 

Os produtores norte‐americanos de biodiesel não poderão mais contar com o subsídio de US$ 1 por galão a partir de 1º de  janeiro de 2012. O Congresso dos EUA entrou em  recesso no dia 26 de dezembro e não houve tempo para que os congressistas se mobilizassem para manter o incentivo. O setor produtivo norte‐americano espera uma aprovação da extensão do incentivo tão logo seja possível em 2012. 

O subsídio ao biocombustível chegou a ser suspenso em 2010, quando diversas usinas do país tiveram de parar  a produção. A produção de 2010 patingiu  cerca de 315 milhões de  galões  (1,2 milhões de m³), o menor  nível  desde  2006.  Em  dezembro  de  2010,  o  presidente  dos  Estados  Unidos,  Barack  Obama, sancionou a H.R. 4853, a Lei de Incentivos Tributários, Reautorização do Seguro Desemprego e Criação de Empregos  (Tax  Relief,  Unemployment  Insurance  Reauthorization,  and  Job  Creation  Act  of  2010).  A legislação, que refletiu a estrutura do acordo tributário realizado entre o presidente Obama e o Congresso, estendeu retroativamente o incentivo tributário de US$ 1 por galão de biodiesel até o fim de 2011.  

O incentivo tributário do biodiesel estava estruturado de forma que o preço do biodiesel americano fosse competitivo  com  o  diesel  convencional.  Diferentemente  do  que  acontece  no  Brasil,  onde  há  a obrigatoriedade  da mistura,  nos  EUA  a mistura  é  opcional. Assim,  faz‐se  necessário  que  o  contribuinte americano  arque  com  o  subsídio  para  estimular  o  uso  do  biodiesel  naquele  país.  Apenas  em  2011,  o governo norte‐americano gastou mais de US$ 800 milhões no incentivo à produção de biodiesel. 

Fonte: National Biodiesel Board ‐ NBB (www.biodiesel.org) e Portal Energia Hoje (www.energiahoje.com) 

Embrapa implantará polos de pesquisa em girassol no Piauí 

O Piauí irá trabalhar, a partir deste ano, para consolidar a cultura do girassol como mais uma alternativa à produção  de  biocombustível.  O  trabalho  será  desenvolvido  pela  Embrapa  Meio‐Norte  por  do  projeto Transferência  de  Tecnologias  e  Comunicação  para  a  Produção  Sustentável  do  Girassol  no  Semiárido Brasileiro. A unidade irá atuar em várias frentes com um plano de ação e oito atividades em Teresina e em mais cinco municípios do estado. No plano de ação, em Teresina, a unidade  irá sistematizar, organizar e disponibilizar  todas  as  informações  sobre  a  cultura do  girassol no Nordeste brasileiro. Nas  atividades, o trabalho  será  concentrado  na  implantação  de  pólos  demonstrativos  sobre  sistemas  de  produção  e  na capacitação de produtores e técnicos, com reuniões, cursos, palestras e dias de campo. 

O projeto é  liderado pela Embrapa Soja, com sede em Londrina, no Paraná, e será executado em  todo o Nordeste pelas unidades Embrapa Semiárido; Embrapa Tabuleiros Costeiros; Embrapa Algodão; Embrapa Milho  e  Sorgo;  e  Embrapa  Meio‐Norte.  Participam  também  das  ações  a  Empresa  Baiana  de Desenvolvimento Agrícola, o Instituto Agronômico de Pernambuco e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais. O Projeto é financiado pela Petrobras Biocombustível e tem um orçamento de R$ 818 mil. 

Fonte: Embrapa Meio‐Norte (www.cpamn.embrapa.br) 

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Brasil avança no mapeamento dos genes da cana‐de‐açúcar 

A Universidade de São Paulo  (USP) e a Universidade Estadual de Campinas  (Unicamp) desvendaram, em 

2011,  cerca de 10,8  gigapares de bases do DNA da  cana, 33  vezes o produto dos dois  anos do projeto 

Genoma Cana, encerrado em 2001, que mapeou os genes expressos da planta. 

O resultado faz parte de dois projetos temáticos que buscam o mapeamento dos genes da cana‐de‐açúcar, 

com conclusão prevista para 2013. Dada a complexidade do genoma, 300 regiões já estão organizadas em 

trechos maiores do que 100 mil bases, que contém de 5 a 14 genes contíguos de cana. 

Os pesquisadores querem ir além do Genoma Cana, tanto na quantidade de dados como no funcionamento 

do  genoma  da  planta.  Estudos  de  gramíneas  como  sorgo  e  arroz  mostraram  que,  para  melhorar  a 

produtividade das plantas, é preciso saber como a atividade dos genes é controlada. 

A pesquisa é um exemplo de como o conhecimento sobre cana‐de‐açúcar e etanol avançou nos últimos 15 

anos com apoio da FAPESP. Do projeto Genoma Cana, que mapeou os genes expressos da cana‐de‐açúcar 

entre 1998 e 2001, ao Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (Bioen), iniciado em 2008, a Fundação 

vem  patrocinando  um  grande  esforço  de  investigação,  que  articula  pesquisadores  de  várias  áreas  do 

conhecimento,  com  o  objetivo  de  aprimorar  a  produtividade  do  etanol  brasileiro  e  avançar  em  ciência 

básica e tecnologia relacionadas à geração de energia de biomassa. 

Fonte: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo ‐ FAPESP (http://agencia.fapesp.br) 

 

Divulgação do Releilão de Biodiesel referente ao  24º Leilão de Biodiesel 

Seguindo  as  diretrizes  dadas  pela  Portaria MME  nº  469/2011,  foi  divulgado,  pela  Agência  Nacional  do Petroleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP, em seu sítio na Internet, o resultado da comercialização de biodiesel  pelos  produtores  de  diesel  referente  ao  24º  Leilão  de  Biodiesel  promovido  pela  ANP,  com entregas no 1º trimestre de 2012. No quadro a seguir, são apresentados os dados divulgados.

Volume 

Comercializado

Preço Médio 

de Venda

(m³) (R$ / m³)

PETROBRAS ADM Rondonópolis MT 5.500 2.320

PETROBRAS Amazonbio Ji Paraná RO 2.305 2.437

PETROBRAS Araguassú Porto Alegre do Norte MT 300 2.475

PETROBRAS Barralcool Barra dos Bugres MT 7.200 2.490

PETROBRAS Binatural Formosa GO 1.850 2.507

PETROBRAS Biocamp Campo Verde MT 16.498 2.484

PETROBRAS Biocapital Charqueada SP 4.089 2.495

PETROBRAS Biocar Dourados MS 1.850 2.442

PETROBRAS Bionasa Porangatu GO 17.150 2.472

PETROBRAS Biopar MT Nova Marilândia MT 2.200 2.475

PETROBRAS Biopar PR Rolândia PR 5.000 2.460

PETROBRAS Biotins Paraíso do Tocantins TO 4.000 2.596

PETROBRAS Brasil Ecodiesel Iraquara BA 3.536 2.580

PETROBRAS Brasil Ecodiesel Porto Nacional TO 13.515 2.610

PETROBRAS BSBios Marialva Marialva PR 24.250 2.456

PETROBRAS BSBios P.Fundo Passo Fundo RS 31.800 2.448

PETROBRAS Caibiense Rondonópolis MT 2.000 2.380

PETROBRAS Camera Ijuí RS 28.800 2.438

PETROBRAS Caramuru‐IPA Ipameri GO 23.000 2.381

Produtor de 

Diesel

Unidade Produtora 

de BiodieselMunicípio UF

(continua na próxima página) 

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p

PETROBRAS Caramuru‐SSIM São Simão GO 35.800 2.441

PETROBRAS Cesbra Volta Redonda RJ 6.000 2.630

PETROBRAS Cooperbio‐Cuiabá Cuiabá MT 18.350 2.478

PETROBRAS Delta Rio Brilhante MS 10.710 2.437

PETROBRAS Fiagril Lucas do Rio Verde MT 30.900 2.453

PETROBRAS Granol GO Anápolis GO 44.050 2.472

PETROBRAS Granol RS Cachoeira do Sul RS 34.150 2.431

PETROBRAS Grupal Sorriso MT 3.665 2.426

PETROBRAS JBS Lins Lins SP 27.000 2.495

PETROBRAS Minerva Palmeiras de GO 500 2.473

PETROBRAS Oleoplan Veranópolis RS 52.050 2.433

PETROBRAS Olfar Erechim RS 33.995 2.470

PETROBRAS PBio BA Candeias BA 37.000 2.575

PETROBRAS PBio CE Quixadá CE 10.850 2.628

PETROBRAS PBio MG Montes Claros MG 19.750 2.536

559.613 2.473TOTAL  

Fonte:  ANP (www.anp.gov.br > Biocombustíveis > Biodiesel) 

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BIODIESEL 

Biodiesel:  Evolução  da  Produção  e  da  Capacidade  Produtiva  Mensais  

Em  dezembro  de  2011,  dados  preliminares  com  base  nas  entregas  dos  leilões  promovidos  pela  ANP mostram que a produção estimada no último mês foi de 232 mil m³. No acumulado do ano, acrescido da estimativa para dezembro, a produção atingiu 2.661 mil m³, um aumento médio de 12% em  relação ao mesmo período de 2010 (2.386 mil m³).  

 

 A  capacidade  instalada,  em  dezembro  de  2011,  ficou  em  6.019 mil m³/ano  (524 mil m³/mês).  Dessa capacidade, 78% são referentes às empresas detentoras do Selo Combustível Social.  

   Biodiesel:  Atos  Normativos  e  Autorizações  de  Produtores  em  Novembro  

Atos Normativos   Avisos de Adjudicação e Homologação do Leilão 066/2011 ‐ ANP – referente à aquisição de biodiesel 

para o 1º trimestre 2012 publicados nos DOU de 13, 27 e 29 de dezembro de 2011. 

Produtores  Autorização de Construção no 571/2011 (Oleoplan/PR – capacidade de 1050 m³/d);  Autorização de Comercialização no 570/2011 (Bianchini/RS – capacidade de 900 m³/d); e 

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Renovação  da  Concessão  de  Uso  do  Selo  Combustível  Social  para  as  empresas  Fertibom/SP, Granol/GO e Biocapital/SP. 

Testes e Usos Específicos 

Autorizações  ANP  nos  549/2011  (Viação  Campo  Belo  ‐  uso  específico  de  B20  –  São  Paulo‐SP), 550/2011 (Tupi Transporte Urbanos Piratininga ‐ uso experimental de combustível não especificado – etanol hidratado com 5% de maximizador de ingnição – São Paulo‐SP) e 558/2011 (Viação Gutasa ‐ uso específico de B20 – São Paulo‐SP).  

Biodiesel:  Localização  das  Unidades  Produtoras  

   

 

 

Biodiesel:  Evolução  de  Preços  e  Margens  

O gráfico a seguir apresenta a evolução de preços de biodiesel (B100) e de diesel no produtor, na mesma base de comparação (com PIS/COFINS e CIDE, sem ICMS). Os demais gráficos mostram os preços de venda da mistura obrigatória ao consumidor e ao posto revendedor final. Mostra‐se, também, o comportamento das margens de revenda. 

Região nº usinasCapacidade Instalada

mil m3/ano %

N 5 205 3%

NE 6 741 12%

CO 25 2.395 40%

SE 13 1.144 19%

S 8 1.534 26%

Total 57 6.019 100% OBS: contempla apenas usinas com Autorização de Comercialização na ANP e Registro Especial na RFB/MF. Posição em 31/12/2011

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No mês de dezembro, o preço médio de venda da mistura B5 ao consumidor apresentou um acréscimo de 0,1%, na média nacional, em relação ao mês anterior. No preço  intermediário (venda pelas distribuidoras aos postos revendedores), houve 0,2% de acréscimo..  

A margem bruta de revenda da mistura B5, por sua vez, apresentou um decréscimo de 0,7%. É importante lembrar que esta margem é calculada pela diferença entre o preço de venda ao consumidor final e o preço de  aquisição  do  produto  pelo  posto  revendedor.  Representa,  em  tese,  a  lucratividade  bruta  do  posto revendedor por cada litro de combustível comercializado.  

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Biodiesel:  Evolução  das  Entregas  nos  Leilões  e  Demanda  Estimada  

O gráfico abaixo apresenta as entregas nos leilões promovidos pela ANP e nos leilões de estoque. Mostra‐se, também, a demanda de biodiesel estimada. 

O  desempenho médio  das  entregas  nos  leilões  públicos  promovidos  pela ANP  é mostrado  no  gráfico  a seguir.  Contratualmente,  a  faixa  de  variação  das  entregas  permitida  é  entre  90%  e  110%  na  média trimestral. Em dezembro,  terceiro mês das entregas do 23º  Leilão, a performance média  ficou em 98%, mesma média apresentada para os três meses de entrega deste leilão, 98%. 

Biodiesel:  Evolução  dos  Preços  das  Matérias‐Primas  

O gráfico abaixo apresenta a evolução histórica do preço da  soja em grão em  São Paulo, Bahia e Mato Grosso. 

 

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Na  continuação,  apresentamos  as  séries históricas do preço do óleo de  soja  em  São Paulo,  em Rosário (Argentina) e na Bolsa de Chicago (Estados Unidos), estas últimas convertidas para Real (R$) por litro.  

 

No  gráfico  a  seguir,  apresentamos  as  cotações  internacionais  de  outras matérias‐primas  utilizadas  na produção de biodiesel. Posteriormente, apresentamos as cotações do sebo bovino.  

     

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No próximo gráfico, é mostrada a variação acumulada do óleo e do grão de soja.   

 

No  gráfico  a  seguir,  apresentamos  as  cotações  dos  preços  de  exportação  e  importação  brasileiras  de matérias‐primas  que  podem  ser  utilizadas  na  produção  de  biodiesel. Na  sequência,  apresentamos  uma comparação entre os preços do óleo de soja em São Paulo e os preços do óleo de soja nas exportações brasileiras. 

 

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O  gráfico  abaixo  apresenta  a  evolução  de  preços  do  biodiesel  nos  leilões  promovidos  pela  ANP, comparados  a outras commodities. Todos os valores foram convertidos para uma mesma base (US$/BBL), sem tributos. 

As cotações de insumos alcoólicos utilizados na produção de biodiesel são apresentadas na continuação. 

Biodiesel:  Evolução  da  Participação  das  Matérias‐Primas  

O  gráfico  a  seguir  apresenta  a  evolução  da  participação  das matérias‐primas  utilizadas  na  produção  de biodiesel. No mês de novembro, a participação das três principais matérias‐primas foi: 73,0% (soja), 16,3% (gordura bovina) e 5,6% (algodão).  

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Biodiesel:  Evolução  da  Distribuição  Regional  da  Produção  

A  produção  regional,  em  novembro  de  2011,  apresentou  a  seguinte  disribuição:  34,0%  (Centro‐Oeste), 36,9% (Sul), 17,8% (Sudeste), 10,4% (Nordeste) e 0,9% (Norte).  

 

Biodiesel:  Não  Conformidades  no  Óleo  Diesel  (B5)  

A ANP analisou 6.889 amostras da mistura B5 comercializada no mês de dezembro. O teor de biodiesel fora das especificações representou 3,8% do total de não conformidades identificadas. Em novembro, o teor de biodiesel representou 4,4% do total de não conformidades. 

  Biodiesel:  Evolução  do  Consumo  em  Países  Selecionados  

 

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ETANOL 

Etanol:  Evolução  da  Produção  e  Consumo  Mensais      

No mês de dezembro, foram processadas 14,3 milhões de toneladas de cana, queda de 66% em relação à moagem de novembro e queda de 36,7% em relação ao mesmo mês da safra anterior. De acordo com os produtores,  até o  final de dezembro,  cerca de 7 unidades no Centro‐Sul  ainda não haviam encerrado  a safra.  

Em 2011, foram produzidos 22,96 bilhões de  litros de etanol, volume 17,8% menor que o ano anterior. O hidratado  totalizou 14,26 bilhões de  litros, volume 28,4% a menos que o ano anterior,  já a produção de anidro somou 7,88 bilhões de litros, volume 8,5% superior.     

  

 

Em dezembro, o consumo de etanol carburante apresentou uma queda de 8% em relação ao mês anterior. O hidratado foi o principal responsável por esta redução no consumo, redução de 11,7%. Já o anidro teve uma redução de 2,8%.  

Em 2011,  o consumo de etanol carburante foi de 20,7 bilhões de litros de etanol (8,4 bilhões de litros de anidro e 12,3 bilhões de litros de hidratado), retração de 11% em relação ao ano anterior.           

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Etanol:  Evolução  das  Exportações    

Em  dezembro,  as  exportações  brasileiras  de  etanol  foram  de  199,3 mil m3.  O  preço médio  (FOB),  em dezembro,  teve  um  leve  aumento  de  0,88%  em  relação  ao  mês  anterior,  atingindo  o  valor  de  US$ 0,88/litro. Os principais destinos,  em dezembro,  foram  EUA  (114 mil m3), Coreia do  Sul  (25,9 mil m3)  e Japão  (25,2 mil m3).  

Em  2011,  foram  exportados  1,96 milhões  de m3  de  etanol,  um  aumento  de  3,4%  em  relação  ao  ano anterior.  O  mercado  norte‐americano  foi  o  principal  destino  das  exportações  brasileiras  deste biocombustível  em 2011, de  forma direta  e  indireta  (via CBI  – CAFTA),  totalizou 994 mil m3, 50,6% das exportações brasileiras e   117% superior ao ano anterior. A Coreia do Sul foi o segundo principal destino com 303, mil m3, representando 15% das exportações brasileiras. O Japão foi o terceiro com 282,7 mil m3, 14% das exportações deste biocombustível. 

As importações brasileiras de etanol, em dezembro, somaram 275,4 mil m³ de etanol. O preço médio (FOB) dessas importações foi de US$  0,724/litro. As  importações de etanol  totalizaram em 2011, 1.150 mil m³, com um preço médio de US$ 0,731/litro. Os Estados Unidos  foram os principais  fornecedores de Etanol para o Brasil,  representando 94,6% do volume  total  importado pelo País, seguido pelo Reino Unido com 4,4% do volume total. 

De  acordo  com  as  informações  as  exportações  brasileiras  de  etanol  superaram  as  importações  em  810 milhões de  litros em 2011. Se restringimos o ano aos meses que que estão na safra 2011/12, ou seja, de abril a dezembro, este volume cai para 509 milhões de litros.     

Etanol:  Evolução  da  Frota  Flex‐Fuel  

O número de  licenciamento de veículos  leves em dezembro de 2011 foi de 329,1 mil, apresentando uma  redução de 8,9% em relação a dezembro de 2010. Desse total, os carros flex‐fuel representaram 82%.  

Em 2011, o  setor automotivo alcançou a marca de 15,38 milhões de veículos  flex‐fuel  licenciados desde 2003  e  a  sua  participação  estimada  na  frota  total  de  veículos  leves  é  de  50%. Apenas  em  2011  foram licenciados  2,848  milhões  de  veículos  flex‐fuel,  que  representam  83,1%  do  total  licenciado.  A representatividade  da  tecnologia  flex‐fuel  já  foi maior  e  obteve  seu  auge  em  2009  com  88,2%  do  total licenciado.  Exalta‐se  o  aumento  da  participação  dos  veículos  à  gasolina,  devido  ao  aumento  das importações. Em 2011, a participação dos  importados no  lincencimento total foi de 23,6%, enquanto que em 2010, esse valor foi de 18,8%.   

Mesmo com o avanço dos veículos estrangeiros, a produção nacional em 2011 cresceu 0,7% em relação ao ano anterior e atingiu a marca dos 3,406 milhões de veículos produzidos no País. Desta produção, 541,5 mil 

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veículos  foram exportados, cerca de 16% do valor  total. A exportação  teve um crescimento de 7,7% em relação a 2010.    

 

Etanol:  Atos  Normativos    

Medidas Provisórias  Medida Provisória nº 554, de 23/12/11, autoriza a União a conceder  subvenção econômica,  sob a 

forma  de  equalização  das  taxas  de  juros,  nas  operações  de  financiamento  para  a  estocagem  de etanol combustível.  

Medida Provisória nº 556, de 23/12/11, fixa um novo teto para a alíquota máxima da Contribuição de Intervenção  no  Domínio  Econômico  (CIDE),  incidente  na  importação  e  na  comercialização  no mercado  interno do etanol. O novo  limite é de R$ 602,00 por m3. Esta ação não  traz  impactos na tributação do biocombustível, nem aumento da carga  tributária, pois a alíquota efetiva,  fixada por Decreto, continua  com o valor  zero. Apenas estendeu o  limite máximo, que poderá  ser usado em momentos  específicos  para  contribuir,  via  influência  da  tributação  nos  preços  relativos  dos combustíveis, como um mecanismo para melhor equilibrar oferta e demanda no mercado interno. 

  

Etanol:  Evolução  dos  Preços  do  Etanol  Hidratado  

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Etanol:  Evolução  das  Margens  de  Comercialização  do  Etanol  Hidratado  

Etanol:  Evolução  de  Preços  de  Anidro  e  Hidratado  no  Produtor  (Centro‐Sul)  

Em dezembro, o preço médio do etanol anidro e do hidratado no produtor  tiveram uma  leve queda em relação a média anterior. O etanol anidro teve um recuo de 2%, atingindo o valor médio de R$ 1,35/litro. Já o hidratado teve um recuo de 2,7%, atingindo o valor médio de R$ 1,24/litro.  O preço do anidro está 8,9% maior que o preço do hidratado. Comparado aos preços de dezembro de 2010, em 2011, o anidro está 12% maior e o hidratado 15% maior.  

Etanol:  Evolução  de  Preços  de  Exportação  e  Etanol  Anidro  no  Produtor  

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Etanol:  Evolução  Histórica  da  Paridade  de  Preços  –  Média  Mensal  

Etanol:  Paridade  de  Preço  –  Semana  de    25.12.2011  a  31.12.2011  

A  paridade  de  preços,  na  última  semana  de  dezembro  de  2011,  não  favoreceu  o  consumo  de  etanol hidratado em veículos  flex‐fuel em  todas as  regiões brasileiras. Apenas Goiânia  teve paridade abaixo de 70%,  a  cidade  de  Boa  Vista  e  Florianópolis  tiveram  as  maiores  paridades,  acima  de  88%.  São  Paulo apresentou paridade próxima a 71,8%. Desde  setembro de 2010, a paridade nas  capitais brasileiras não apresenta valor abaixo dos 70%.   

 

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Etanol:  Evolução  do  Consumo  em  Países  Selecionados  

 

Etanol:  Evolução  de  Preços  do  Açúcar  e  do  Petróleo  em  Relação  ao  Etanol  

Em  dezembro,  o  preço  do  açúcar  apresentou  queda  de  3,4%,  alcançando  o  valor  aproximado  de  US$ 515/ton. O preço do açúcar está 32% menor do que o praticado em dezembro de 2010. O preço do anidro ainda se mantém em patamar superior ao da gasolina na refinaria. No mês de dezembro, seu preço médio ficou 26% acima do preço da gasolina. O Petróleo tipo Brent apresentou um leve recuo e, desde fevereiro, permanece em um patamar superior ao da gasolina nas refinarias brasileiras. 

Etanol:  Não  Conformidades  na  Gasolina  C  A ANP  analisou  7.382  amostras  de  gasolina  C  no mês  de  dezembro. A  não  conformidade  (NC)  teor  de etanol, correspondeu a 48,7% do total das não conformidades. Em novembro, esta NC representou 51,4%. 

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Etanol:  Não  Conformidades  no  Etanol  Hidratado  

A ANP analisou 3.716 amostras de etanol hidratado no mês de dezembro, das quais 91 apresentaram não conformidades, representando 2,45%. A maioria das não conformidades se refere a aspecto e cor fora das especificações da ANP. 

   

Ressalva  do  Editor  A  reprodução de  textos,  figuras e  informações deste Boletim não é permitida para  fins  comerciais. Para outros usos, a reprodução é permitida, desde que citada a fonte. 

 

Distr ibuição  do  Boletim  A distribuição do Boletim Mensal dos Combustíveis Renováveis é  feita gratuitamente por e‐mail. Aqueles interessados  em  receber  mensalmente  essa  publicação,  favor  solicitar  cadastramento  na  lista  de distribuição, mediante  envio  de mensagem  para  o  endereço  [email protected]. O Boletim  também  está disponível para download no sítio http://www.mme.gov.br/spg/menu/publicacoes.html 

 

Equipe  do  Departamento  de  Combustíveis  Renováveis  Ricardo  de  Gusmão  Dornelles  (Diretor),  Poliana  Ferreira  de  Souza,  Henrique  Soares  Vieira Magalhães,                  Luciano  Costa  de  Carvalho, Marlon  Arraes  Jardim  Leal,  Paulo  Roberto M.  F.  Costa,  Raphael  Ehlers  dos Santos e Ricardo Borges Gomide.