Depressão-Infantil

12
UNISAL Unidade Lorena Aryádna Bittencourt de Souza Raspante Francisco Medeiros Andrade Ricardo Del Chiaro Tonglet. Thamiris Barbosa Lima Depressão Infantil: definições e estudos Lorena 2014

description

Saiba mais sobre a depressão em crianças, tal como suas consequencias

Transcript of Depressão-Infantil

  • UNISAL Unidade Lorena

    Arydna Bittencourt de Souza Raspante

    Francisco Medeiros Andrade

    Ricardo Del Chiaro Tonglet.

    Thamiris Barbosa Lima

    Depresso Infantil: definies e estudos

    Lorena

    2014

  • UNISAL Unidade Lorena

    Arydna Bittencourt de Souza Raspante

    Francisco Medeiros Andrade

    Ricardo Del Chiaro Tonglet.

    Thamiris Barbosa Lima

    nfases Clnicas: Depresso Infantil

    Lorena

    2014

    Trabalho de aproveitamento apresentado

    disciplina Modelos de Pesquisa

    Psicolgica, curso de Psicologia, UNISAL,

    Unidade de Lorena.

    nfase: Prticas Clnicas

    Orientadora: Dra. Anelise de Barros Leite

    Nogueira

  • iii

    Sumrio

    1. Introduo .................................................................................................................................... 1

    2. Depresso Infantil: reviso de literatura ................................................................................... 2

    2.1. Definies ............................................................................................................................. 2

    2.2. Relato de Pesquisa .............................................................................................................. 4

    2.3. Relato de Pesquisa .............................................................................................................. 5

    3. Discusso e Concluso .............................................................................................................. 6

    4. Referncias ................................................................................................................................. 8

  • 1

    1. Introduo

    O presente trabalho de cunho terico. O tema em questo a Depresso

    Infantil, que tem sido bastante pesquisado atualmente, e tem grande relevncia.

    Existem muitos estudos sobre este tema, mas h 40 anos, a depresso era tratada

    somente como uma doena em adultos, e hoje no h mais dvidas de que ela

    tambm afeta crianas de diferentes faixas etrias. Pode-se notar que autores de

    diversas reas priorizam essa temtica. Apesar dos estudos terem se iniciado na

    dcada de 70, o Instituto Nacional de Sade Mental dos EUA (NIMH), v a

    Depresso Infantil como alvo de estudos, conforme sinaliza (BAHLS, 2002).

    Vrios aspectos so levados em conta quando se trata desse tema, e com

    isso pode-se verificar que vrios fenmenos influenciam nos sintomas e

    manifestaes da doena. Quanto aplicabilidade, observa-se que no foi feita uma

    interveno imediata frente aos grupos, indivduos e comunidades. Trata-se de um

    assunto srio, e que mesmo com vrias pesquisas neste mbito, necessrio que

    universitrios e profissionais da rea se empenhem em estudar mais sobre este

    assunto, desenvolvendo novas consideraes acerca do tema, explorando-o e

    descobrindo novos quesitos.

    Neste trabalho responder-se- a seguinte questo: o que a literatura diz sobre

    a depresso infantil, e como ela est sendo vista pelas diferentes abordagens

    psicolgicas?

    O objetivo geral do mesmo compreender a depresso infantil sob o enfoque

    terico das abordagens psicolgicas nos dias atuais.

  • 2

    2. Depresso Infantil: reviso de literatura

    2.1. Definies

    Andriola e Cavalcante (1999 apud HUTTEL; KISXINER; BONETTI; ROSA,

    2011, p.13) destacam que, apesar de no existir uma definio consensual sobre a

    depresso infantil, o que se pode afirmar que se trata de uma perturbao

    orgnica que engloba variveis biopsicossociais. Da perspectiva biolgica, essa

    patologia encarada como uma provvel disfuno dos neurotransmissores graas

    herana gentica, anormalidade e a falhas em reas cerebrais especficas. Do

    ponto de vista psicolgico, a depresso pode estar associada a alguns aspectos

    comprometidos da personalidade, ausncia de autoconfiana e baixa autoestima. Do

    ponto de vista social, pode ser postulada como uma inadaptao ou pedido de

    socorro, podendo ser consequncia de aspectos culturais, familiares ou escolares.

    De acordo com Scivoletto e Tarelho (2002 apud CALDERARO; CARVALHO,

    2005) sobre os sintomas da depresso infantil:

    [...] os sintomas manifestam-se muitas vezes de forma mascarada,

    sendo mais frequentes os seguintes: transtorno de dficit de ateno

    e hiperatividade, baixa autoestima, tristeza, medo, distrbios do sono

    e baixo rendimento escolar. Sintomas somticos tambm podem

    estar associados (p. 181-182).

    Sobre a hereditariedade da depresso infantil Calderaro e Carvalho (2005)

    dizem que as primeiras manifestaes podem ser encontradas nos primeiros meses

    de vida da criana. Geralmente, filhos de pais depressivos tendem a desenvolver o

    mesmo mal, alm de outros transtornos de ordem mental e distrbios de conduta

    (p. 182).

    A criana depressiva envolve-se, com frequncia, em situaes que oferecem

    perigo sua integridade fsica. Muitas vezes tem conscincia do perigo; no entanto,

    conflitos inconscientes predominam e levam-na a emitir determinados

    comportamentos de risco, numa tentativa de mobilizar a ateno das pessoas para

    que percebam o seu sofrimento (SOUZA; EISENSTEIN, 1993 apud CALDERARO;

    CARVALHO, 2005, p.182).

  • 3

    Winnicott (1971) salienta que a funo materna, somada a outras condies

    ambientais favorveis, essencial para que o beb possa desenvolver-se fsica e

    psiquicamente saudvel (apud CALDERARO; CARVALHO, 2005, p.183).

    De acordo com Rodrigues (2000 apud HUTTEL et al., 2011, p. 16) sobre os

    conceitos da depresso segundo a perspectiva psicanaltica:

    [...] quando se investiga o tema da depresso na obra freudiana,

    notvel a no existncia de uma teoria j estabelecida sobre o tema

    tal como ocorre com conceitos como o inconsciente, a transferncia

    e a histeria. Isso porque o conceito de depresso, tal como

    concebido atualmente, no existia h cem anos, mas h importantes

    indicadores que permitem extrair concluses sobre o tema (p.16).

    Agora de acordo com Erthal (1991 apud HUTTEL et al., 2011, p. 17) sobre a

    explicao da patologia depressiva segundo o existencialismo fenomenolgico:

    [...] para os existencialistas no existe uma teoria geral que seja

    capaz de explicar a patologia da conduta, at porque isso viria a se

    opor aos princpios filosficos propostos, que conceituam o indivduo

    como uma pessoa concreta, nica, livre e realizadora de si mesma,

    rebelde, portanto, a enquadramentos diagnsticos.Os existencialistas

    se preocupam mais em descobrir o molde sobre o qual o cliente se

    criou do que impor-lhe um padro (p.17).

    Lobato, Lopes e Lopes (2006 apud HUTTEL et al., 2011, p. 18) acerca da

    interveno clnica conforme a terapia comportamental:

    [...] a terapia comportamental prope sua interveno clnica pautada

    na avaliao precisa do comportamento- alvo e de sua

    interdependncia com outros comportamentos, na especificao da

    descrio do comportamento, nas dimenses e funes do

    comportamento, na histria de reforamento e na frequncia e

    ocorrncia dos comportamentos desadaptativo (p.18).

  • 4

    2.2. Relato de Pesquisa

    O estudo identificado, aps a reviso da literatura, apresenta a investigao

    da depresso na infncia de uma forma exploratria.

    Para melhor compreenso do estudo realizado foram destacados os

    elementos-chave, descritos a seguir:

    Ttulo: Depresso na Infncia: Um Estudo Exploratrio.

    Autores do estudo: CALDERARO e CARVALHO. (maio/ago2005).

    Objetivos Principais: estudar manifestaes depressivas em crianas de 03

    a 10 anos de idade, no contexto de creches e sade pblica, na cidade de

    Paranava-PR.

    Mtodo: A presente pesquisa pautou-se nos pressupostos metodolgicos do

    modelo qualitativo, utilizando-se de estudos de caso de 9 crianas, dentro de uma

    compreenso psicanaltica.

    Na primeira parte da pesquisa realizaram-se entrevistas semiestruturadas

    com 5 pediatras, 2 mdicos do programa da Sade da Famlia, 6 educadores, 4

    coordenadores de creches e com os pais ou responsveis. Na segunda parte feita

    com as 9 crianas, com consentimento dos pais ou responsveis, utilizaram-se

    entrevistas semiestruturadas, hora do jogo diagnstica, procedimento de desenhos-

    estrias e observaes, finalizando-se com o encaminhamento da criana para os

    tratamentos necessrios.

    Resultados Principais: Os resultados indicaram que todas as crianas da

    amostra apresentavam ncleos depressivos significativos, com intenso sofrimento

    psquico e necessidade de encaminhamento.

    Concluses principais: Concluiu-se que a depresso infantil manifesta-se

    de forma bastante significativa, evidenciando a necessidade de que as pessoas

    envolvidas diretamente com as crianas estejam alertas para os sintomas, pois a

    falta do diagnstico correto e do tratamento perpetua o sofrimento da criana e de

    todos os envolvidos.

  • 5

    2.3. Relato de Pesquisa

    Titulo: A depresso infantil e suas formas de manifestao

    Autores do estudo: HUTTEL, KISXINER, BONETTI e ROSA. (jan./mar.

    2011).

    Objetivos Principais: Procurou-se identificar o conceito de depresso infantil

    dentre os fundamentos tericos de diversas abordagens psicolgicas, analisar as

    formas de manifestao da depresso em crianas com at cinco de idade e a

    relao entre essa criana e o adulto.

    Mtodo: A presente pesquisa pautou-se nos pressupostos metodolgicos do

    modelo qualitativo, utilizando-se um questionrio aberto para o levantamento de

    dados, contendo esse quinze perguntas dirigidas para uma amostra de psiclogos

    clnicos escolhidos de forma aleatria em cidades do sudoeste do estado do

    Paran acerca dos seus posicionamentos e conceituaes da comorbidade da

    depresso infantil.

    Resultados Principais: H necessidade de maior discusso e a

    apropriamento do assunto depresso infantil pois muitos psiclogos fazem uso de

    postulados tericos e rtulos, sendo assim poucas crianas so classificadas como

    depressivas de fato.

    Concluses principais: Concluiu-se que h uma clareza sobressalente no

    uso da terminologia prpria da psicologia, considerando o entendimento conceitual

    dos diferentes planos de abordagem terica em relao comorbidade estudada.

    necessrio considerar cada posicionamento adotado pelos psiclogos e o

    entendimento, caracterizao e diagnstico da depresso infantil como

    fundamentais no trabalho do psiclogo infantil.

  • 6

    3. Discusso e Concluso

    O objetivo geral deste trabalho foi compreender a depresso infantil sob o

    enfoque terico das abordagens psicolgicas nos dias atuais. Pode-se afirmar que o

    objetivo geral foi atingido totalmente, e a partir do objetivo proposto algumas

    observaes devem ser feitas.

    Sobre a psicanlise Rodrigues (2000 apud HUTTEL et al., 2011) afirma que

    no h uma teoria estabelecida sobre o tema, isso porque a depresso no existia

    h 100 anos. Agora sob a perspectiva fenomenolgica Erthal (1991 apud HUTTEL et

    al., 2011) coloca que para os existencialistas no existe uma teoria geral que

    explique a conduta humana, e que eles se preocupam em no impor um padro ao

    cliente, no utilizando diagnsticos. Por fim, sobre o comportamentalismo Lobato,

    Lopes e Lopes (2006 apud HUTTEL et al., 2011) nos dizem que a terapia

    comportamental foca sua avaliao no comportamento do indivduo, de acordo com

    os aspectos da teoria comportamental.

    Pode-se perceber que cada abordagem deu uma nfase diferente ao tema,

    tratando-o de formas distintas. Nota-se no s nos artigos, mas nas diferentes

    teorias que a famlia um ponto crucial do desenvolvimento da criana, e que a

    Depresso Infantil segundo Scivoletto e Tarelho (2002 apud CALDERARO;

    CARVALHO, 2005) pode-se apresentar com sintomas muito comuns que nem

    sempre so ligados depresso, como medo, distrbios de sono e baixo rendimento

    escolar.

    So necessrios mais estudos voltados para este assunto, para que se

    investiguem as causas desta doena, relacionando-a aos ambientes familiares e as

    escolas, que so locais onde as crianas passam a maior parte do tempo.

    Entre as definies mais claras sobre o assunto, est a de Andriola e

    Cavalcante (1999, apud HUTTEL et al., 2011) que dizem que no existe uma

    definio certa sobre depresso infantil, e que esta engloba variveis

    biopsicossociais.

    Com base no problema o que a literatura diz sobre a depresso infantil, e

    como ela est sendo vista pelas diferentes abordagens psicolgicas? - podemos

    concluir atravs da anlise dos artigos citados que a depresso na infncia

    multicausal, tendo vrios fatores, como por exemplo, a influncia da famlia, a

    hereditariedade, condies culturais de comportamento, onde h inclusive um

  • 7

    condicionamento para o surgimento de sintoma depressivo, alm de outras

    significaes. E, que cada abordagem se distingue quando avalia a depresso na

    infncia, mas que nem por isso uma mais correta, ou menos importante que a

    outra.

    Este trabalho traz contribuies significativas nos seguintes aspectos: mostrar

    a importncia do estudo da Depresso Infantil em crianas, que muitas vezes

    desconhecido pelos pais, responsveis, professores, e profissionais da sade; dizer

    como as diferentes abordagens psicolgicas tratam deste assunto e estimular a

    continuidade das pesquisas cientficas acerca deste tema.

  • 8

    4. Referncias

    CALDERARO, R. S. S.; CARVALHO, C. V. Depresso na infncia: um estudo

    exploratrio. Psicologia em Estudo, Maring, v. 10, n. 2,p. 181-189. Ago. 2005.

    Disponvel em: . Acesso em: 16 Abr. 2014.

    HUTTEL, J. et al. A Depresso Infantil e suas formas de manifestao. Psicol.

    Argum.,Curitiba, v. 29, n. 64, p. 11-22.Jan./Mar. 2011. Disponvel em:

    . Acesso

    em: 16 Abr. 2014.

    BAHLS, S-C. Aspectos clnicos da depresso em crianas e adolescentes. Jornal de

    Pediatria. Curitiba, v.78, n.2, p. 359-66, 2002.