Deserto, vazio, imensidão e silêncio, tempestades de areia, calor abrasador, oásis e repouso.

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Deserto, vazio, imensidão e silêncio, tempestades de areia, calor abrasador, oásis e repouso

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Deserto, vazio, imensidão e silêncio, tempestades de areia, calor abrasador,

oásis e repouso

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“Anuncia-lhes Que a água deve ser bebidaPor diversas sedes / A maior e a menor

Não avalies a bondade da águaPelo tamanho da tua bilha

A parte prometidaA parte permitida / A cada umÉ aquela que pode caber Na palma de suas mãos

Anuncia-lhes aindaQue a água só é vivaPara aqueles que têm sede...”

Jean-Yves Leloup, em “Deserto, Desertos"

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Existe a bondade da água,e existe a palma das mãos...

- Desertos -

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O deserto nos situa fora dos

acontecimentos do tempo e

do espaço

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Onde o tempo é abolido,

Onde o espaço não tem limites,

O espaço perde os limites

O tempo é abolido

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Assim o deserto nos conduz às fronteiras do tempo-espaço

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À sede do dia

Pouca coisa interessa ao caminhante

Salvo o encontro com a Fonte

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No deserto, você não se deita duas vezes sobre a mesma duna

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O sangue a pulsar nas veias

O tempo tudo transforma, tudo

modifica

Os pés-de-vento nas areias

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O mundo que está vindo a ser

Já não é mais o que era antes

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Chega-se ao deserto

no dia em que se

descobre que sempre se esteve

ali

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E o que nos escondia o deserto?

Um certo conforto

Mas lá estava eleFiel,

Um certo esquecimento

tenaz

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Partir para o deserto é

partir para o mais longe de

si mesmo

...

E dali depois voltar para o mais perto

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Adereços e ornamentos

dispensáveis não têm vez no

deserto,pois, para

atravessá-lo, apenas do

essencial não se deve prescindir

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E, nessa travessia, o que vem a ser

essencial?

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Essencial é recordar a lição da flor de lótus,

que, em meio ao lamaçal do pântano, emerge

límpida e resplandecente.

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Essencial é cultivar um coração puro e radiante,

tal qual a flor de lótus.

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O essencial em geral tem a ver com a simplicidade, estando ao alcance de quem o queira buscar.

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Simplicidade como beber água direto na nascente, com a concha formada pela palma das mãos vazias.

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Mãos limpas e abertas são necessáriasàqueles que almejam alcançar a Fonte.

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Essencial é a sede espiritual.

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vivifica, dignifica, purifica...

A água límpida da Nascente

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Essencial é compartilhar os bens e os dons com os quais fomos agraciados pela Vida.

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Compartilhar o nosso excedente com aquele que se encontra

privado do necessário.

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“Não se enriquece sendo miserável;

ninguém empobrece sendo generoso.”

antigo ditado oriental

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Essencial é respeitar e proteger a vida, em todas

as suas manifestações.

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Essencial é buscar o conhecimento, o saber.

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Essencial é o amor.

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Amar tem mais a ver com “encontrar” do que com “escolher”.

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E ao se compartilhar sonhos e anseios, dores e alegrias,

o mundo se torna mais leve.

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Essencial é a família.

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Não nos é dado escolher a família onde nascemos...,

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...mas está nas nossas mãos o cultivo de relações familiares harmoniosas,

amando, quando possível, perdoando, sempre que necessário.

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“Uma família feliz nada mais é que o

paraíso antecipado.”

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Essencial é recordar que, apesar de todas as aparentes diferenças,

- de raça, credo, idioma...

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...pertencemos todos a uma única família, - a família humana...,

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...e que todos compartilhamos os mesmos anseios por dignidade,

liberdade e uma vida plena.

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Somos todos raios de uma mesma Luz,

ecos de uma mesma Voz...,

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...navegantes do mesmo mar da Vida.

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Essencial é proteger a infância.

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Essencial é garantir as condições necessárias

para que toda criança desenvolva seu

pleno potencial,- físico, mental,

emocional, social, espiritual...

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Essencial é recordar que as crianças têm muito mais para

ensinar do que aprender, essencial é saber ver,

querer ouvir.

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Essencial é o devido respeito aos idosos.

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Essencial é fazer sábio uso do vigor da juventude...

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Essencial é amparar o enfermo,socorrer o necessitado.

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Essencial é não permitir que a rotina nos torne alheios aos mistérios e encantos que a vida entesoura.

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Antes das tantas cidades erguidas, o que havia, senão o deserto?

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Essencial é não esquecer

as lições do

deserto.

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A lição de seguir adiante, de não se deixar abater diante do

vento abrasador, do calor escaldante, das noites sem luar

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A lição da fugacidadee da fragilidade da existência humana,

a nos recordar a todo instante de quão delicada e breve é

a nossa passagem terrena

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A busca por sentido,por algo que transcenda as cores e as formas efêmeras,

por algo maior do que as miudezas do dia-a-dia

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“O que é o homem?”,

“O que é o mundo?”,

perguntavam-se os antigos povos do deserto.

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“Uma gota de orvalho na borda de um cântaro”

diria mais tarde o

profeta Isaías.

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Uma gota de orvalho que se desvanece mais célere ainda sob o sol do deserto.

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O deserto nos ensina a ver a claridade que há no olhar da criança,

e a luminosidade, no olhar do ancião.

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Uma luz que viu e atravessou a noite,

uma inocência que nada ignora das durezas e dos esplendores da existência.

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O caminhante que resolve percorrer a imensidão e o silêncio do deserto, em direção ao Infinito, não embarca numa empreitada de aniquilamento.

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Antes, haverá de reatar os laços com aquilo que o ser humano tem de Eterno,

e que se achavam velados pelas ocupações e preocupações do tempo.

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“O mundo é a extremamente pesada presença das coisas, onde se sente por vezes a demasiadamente viva ausência de Deus...”

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“O deserto é a extremamente dura ausência das coisas, onde se sente às vezes a

demasiadamente doce presença de Deus.”Jean-Yves Leloup

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Formatação: [email protected]

Tema musical: Dancing on Water, Finjan

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