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Informativo da Regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Nº 23 out nov dez 2014 MaiSBEM Em Foco O perfil das Ligas de Endocrinologia em 2014 D e 14 a 16 de maio de 2015, será realizado o XI COPEM (Congresso Paulista de Endocrinologia e Metabologia), organizado pela Regional São Paulo, no Centro de Convenções Frei Caneca. Neste ano, uma das principais novidades é a ação inédita dedicada às Ligas de Endocrinologia, que terão um módulo com palestras especialmente dirigidas aos estudantes de Medicina que fazem parte delas. Para entender o perfil e o papel destas organizações acadêmicas, fizemos um levantamento com as Faculdades de Medicina do Estado de São Paulo. Até o prazo previsto para o fechamento desta matéria, 21 delas enviaram suas respostas, das quais 13 possuem Ligas de Endocrinologia. Uma das instituições contatadas reportou que a Liga está em fase de criação, e outra afirmou que ela existe, mas sem atividade no momento. Para Matheus Merlin Felizola, aluno da Unifesp, “a Liga de Endocrinologia representou a primeira oportunidade para realmente prestar assistência a um paciente. Nela, podemos entrar em contato com as patologias endocrinológicas mais frequentes e também acompanhar o paciente ao longo do tempo, o que é muito enriquecedor. Além disso, aprende-se coisas básicas da prática clínica, como fazer uma receita médica corretamente e organizar o prontuário de maneira apropriada. Noções essas que não observo na maior parte dos meus colegas de turma.” XI COPEM promove ação inédita para reunir as Ligas O perfil – São 7.116 o total de alunos de Medicina nas 13 instituições que possuem Ligas de Endocrinologia, sendo 265 a somatória dos alunos que participam delas, que podem ser divididas em Ligas de Diabetes, Obesidade ou de Síndrome Metabólica, por exemplo. A primeira liga acadêmica no nosso Estado, voltada para o estudo da Endocrinologia, segundo Dr. Simão Augusto Lottenberg, foi criada na Faculdade de Medicina da USP, na década de 1980. Fontes: SBEM-SP, CRM (Conselho Regional de Medicina), Universidade Nove de Julho, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, Faculdade Integradas Padre Albino (FIPA) – Catanduva, Centro Universitário São Camilo, Universidade São Francisco – Bragança Paulista, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – FAMERP, União das Faculdades dos Grandes Lagos - Unilago, Escola Paulista de Medicina – Unifesp, Unicamp, Faculdade de Medicina de Jundiaí, Faculdade de Medicina do ABC, Universidade de São Paulo - USP, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP – Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Sorocaba – FCMS, Faculdade de Medicina de Marília – UNIMAR, Unicid, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Faculdade de Medicina – Câmpus de Botucatu – UNESP, Anhembi Morumbi, Faceres, Centro Universitário de Araraquara – UNIARA. Número de alunos das Ligas Universidade Nove de Julho Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP Faculdades Integradas Padre Albino (FIPA) - Catanduva Centro Universitário São Camilo Universidade São Francisco - Bragança Paulista Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - FAMERP União das Faculdades dos Grandes Lagos - Unilago Escola Paulista de Medicina - UNIFESP Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP Faculdade de Medicina de Jundiaí Faculdade de Medicina do ABC Universidade de São Paulo - USP 5 13 18 15 20 25 12 10 11 10 30 76 Outros Estados 10% Capital 47% Interior 43% Origem dos estudantes membros das Ligas (em média*) De acordo com os dados fornecidos, a maior parte dos membros são estudantes dos segundos e terceiros anos. “A Liga de Endocrinologia representa o primeiro contato com a área. Mesmo sabendo que o conteúdo das aulas (teórica e prática) é mais aprofundado, possibilita entender e raciocinar frente aos casos clínicos e doenças apresentadas”, declara Licia Ferragut Santos, estudante do 3º ano da Faculdade de Medicina de Jundiaí. Para Dra. Marise Lazaretti Castro, docente responsável pela Liga de Endocrinologia da Unifesp, “a ideia pioneira dos organizadores do XI COPEM, Dr. Evandro Portes e Dr. Magnus R. Dias da Silva, de abrir um espaço especial para as Ligas de Endocrinologia e Metabologia durante o Congresso, foi muito bem vinda, pois é uma forma de reconhecimento da sua importância, não somente na divulgação do conhecimento médico, mas também para atrair jovens valores para nossa especialidade. Eles terão a oportunidade de vivenciar o funcionamento de um grande congresso médico, conviver com professores e compartilhar experiências com outros ligantes do nosso Estado. Será, sem dúvida, um grande sucesso!” Entre os “ligantes”, há uma média de 154 mulheres para 111 homens, vindos tanto da capital quanto do interior de São Paulo e até mesmo de outros Estados. Na USP de Ribeirão Preto, por exemplo, há três alunos de Minas Gerais e um de Mato Grosso do Sul. Na São Camilo, um aluno é de Alagoas e outro de Santa Catarina. Na FAMERP, há um aluno do Paraná, e na Faculdade de Medicina de Jundiaí, um estudante do Espírito Santo.

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Informativo da Regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

Nº 23outnovdez

2014 MaiSBEMEm Foco

O perfil das Ligas de Endocrinologia em 2014

D e 14 a 16 de maio de 2015, será realizado o XI COPEM (Congresso Paulista de Endocrinologia e Metabologia), organizado pela Regional São Paulo, no Centro de Convenções Frei Caneca. Neste ano, uma das principais novidades é a ação inédita dedicada

às Ligas de Endocrinologia, que terão um módulo com palestras especialmente dirigidas aos estudantes de Medicina que fazem parte delas. Para entender o perfil e o papel destas organizações acadêmicas, fizemos um levantamento com as Faculdades de Medicina do Estado de São Paulo. Até o prazo previsto para o fechamento desta matéria, 21 delas enviaram suas respostas, das quais 13 possuem Ligas de Endocrinologia. Uma das instituições contatadas reportou que a Liga está em fase de criação, e outra afirmou que ela existe, mas sem atividade no momento.Para Matheus Merlin Felizola, aluno da Unifesp, “a Liga de Endocrinologia representou a primeira oportunidade para realmente prestar assistência a um paciente. Nela, podemos entrar em contato com as patologias endocrinológicas mais frequentes e também acompanhar o paciente ao longo do tempo, o que é muito enriquecedor. Além disso, aprende-se coisas básicas da prática clínica, como fazer uma receita médica corretamente e organizar o prontuário de maneira apropriada. Noções essas que não observo na maior parte dos meus colegas de turma.”

XI COPEM promove ação inédita para reunir as Ligas

O perfil – São 7.116 o total de alunos de Medicina nas 13 instituições que possuem Ligas de Endocrinologia, sendo 265 a somatória dos alunos que participam delas, que podem ser divididas em Ligas de Diabetes, Obesidade ou de Síndrome Metabólica, por exemplo. A primeira liga acadêmica no nosso Estado, voltada para o estudo da Endocrinologia, segundo Dr. Simão Augusto Lottenberg, foi criada na Faculdade de Medicina da USP, na década de 1980.

Fontes: SBEM-SP, CRM (Conselho Regional de Medicina), Universidade Nove de Julho, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, Faculdade Integradas Padre Albino (FIPA) – Catanduva, Centro Universitário São Camilo, Universidade São Francisco – Bragança Paulista, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto – FAMERP, União das Faculdades dos Grandes Lagos - Unilago, Escola Paulista de Medicina – Unifesp, Unicamp, Faculdade de Medicina de Jundiaí, Faculdade de Medicina do ABC, Universidade de São Paulo - USP, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP – Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Sorocaba – FCMS, Faculdade de Medicina de Marília – UNIMAR, Unicid, Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Faculdade de Medicina – Câmpus de Botucatu – UNESP, Anhembi Morumbi, Faceres, Centro Universitário de Araraquara – UNIARA.

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Origem dos estudantes membros das Ligas (em média*)

De acordo com os dados fornecidos, a maior parte dos membros são estudantes dos segundos e terceiros anos.“A Liga de Endocrinologia representa o primeiro contato com a área. Mesmo sabendo que o conteúdo das aulas (teórica e prática) é mais aprofundado, possibilita entender e raciocinar frente aos casos clínicos e doenças apresentadas”, declara Licia Ferragut Santos, estudante do 3º ano da Faculdade de Medicina de Jundiaí.Para Dra. Marise Lazaretti Castro, docente responsável pela Liga de Endocrinologia da Unifesp, “a ideia pioneira dos organizadores do XI COPEM, Dr. Evandro Portes e Dr. Magnus R. Dias da Silva, de abrir um espaço especial para as Ligas de Endocrinologia e Metabologia durante o Congresso, foi muito bem vinda, pois é uma forma de reconhecimento da sua importância, não somente na divulgação do conhecimento médico, mas também para atrair jovens valores para nossa especialidade. Eles terão a oportunidade de vivenciar o funcionamento de um grande congresso médico, conviver com professores e compartilhar experiências com outros ligantes do nosso Estado. Será, sem dúvida, um grande sucesso!”

Entre os “ligantes”, há uma média de 154 mulheres para 111 homens, vindos tanto da capital quanto do interior de São Paulo e até mesmo de outros Estados. Na USP de Ribeirão Preto, por exemplo, há três alunos de Minas Gerais e um de Mato Grosso do Sul. Na São Camilo, um aluno é de Alagoas e outro de Santa Catarina. Na FAMERP, há um aluno do Paraná, e na Faculdade de Medicina de Jundiaí, um estudante do Espírito Santo.

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Editorial

Alto nível científico das palestras marca o III EPEC

Realizado nos dias 29 e 30 de agosto, em São José do Rio Preto, São Paulo, o III Encontro Paulista de Endocrinologia Clínica (III EPEC) contou com a participação de 140 endocrinologistas do interior e de outros estados, tais como Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e Maranhão.

Com o tema Fases da Vida, o evento foi fracionado com uma programação científica que trouxe assuntos pertinentes a cada faixa etária, ou seja, a Endocrinologia na infância, no adulto e no idoso.

“O feedback dos participantes foi muito bom. Saliento que as apresentações foram de alto nível científico e interativo”, declara o Dr. Antonio Carlos Pires, um dos organizadores do evento.

A maioria dos especialistas era ligada a instituições de ensino, e entre os assuntos abordados por eles, despertou muito interesse a pauta sobre a mulher no período pós-menopausa e o respectivo tratamento de reposição hormonal. Outro tema que prendeu as atenções foi a Puberdade Precoce, com discussão sobre as indicações terapêuticas. Outros tópicos apresentados e também bastante atuais foram Diabetes Mellitus no Idoso, Obesidade, Tireoide e Disfunções Adrenais na Infância.

“Como palestrante de destaque, gostaria de lembrar o nome do Profº. José Gilberto H. Vieira, da Unifesp, que, como sempre, fez uma brilhante apresentação sobre as armadilhas ou dificuldades que enfrentamos na prática clínica diária, em relação às diferentes metodologias disponíveis para as dosagens hormonais”, salienta Dr. Pires.

Para o médico, o evento que reúne especialistas do interior de São Paulo veio ao encontro dos interesses da comunidade de endocrinologistas fora da capital, ansiosos por um programa de regionalização científica da SBEM-SP.

“Sem a menor dúvida, estes encontros continuarão como parte do calendário de eventos da nossa Sociedade. A Dra. Laura, que assumirá a presidência da SBEM-SP na próxima gestão, já está empenhada na seleção da cidade do interior que irá sediar o próximo EPEC”, conclui Dr. Pires.

O interior no centro das atençõesRadar

É com imenso prazer que escrevo algumas linhas neste último Editorial, durante a gestão do Dr. Evandro de Souza Portes, que assumiu o cargo de Presidente da Regional São Paulo da SBEM em 1º de janeiro de 2013. O grande mote de seu mandato foi levar a

atualização da Endocrinologia, patrocinada pela entidade, para outros locais do Estado, que não somente capital.A gestão anterior conseguiu muitos avanços, como o de promover a educação médica continuada aos sócios, uma iniciativa que se solidificou. Mas, com a ajuda do Dr. Evandro, esta ação espalhou-se para as cidades do interior, favorecendo a disseminação do conhecimento e o encontro com os profissionais de saúde, que não têm como vir até a capital.Esta educação médica continuada tem 100% de patrocínio da SBEM-SP e isso foi uma opção

da Diretoria, para que não houvesse nenhum tipo de interferência em relação aos conteúdos abordados em cada evento.Dentro desta prerrogativa, durante a gestão 2013-2014, fomos consagrados com cursos em Presidente Prudente, que sediou a primeira reunião do Programa Regionalização da SBEM-SP, e o III EPEC, ocorrido em São José do Rio Preto, juntamente com o Endocaipira, com o tema “Fases da Vida”, que reuniu 140 especialistas. Devemos mencionar também o encontro sobre Diabetes no Vale do Paraíba, ocorrido em 9 de agosto, com a participação de 40 médicos, e o de Santos, com a palestra do Dr. Cláudio Kater, discorrendo sobre o tema Hipertensão Endócrina. Citado por último, mas nem por isso menos importante, destacamos o X Copem, realizado de 16 a 18 de maio de 2013, em São Paulo, que reuniu mais de 1.300 pessoas, com destaque para os simpósios e palestrantes internacionais. Para finalizar, desejo à Dra. Laura Ward e à sua diretoria muita sorte na gestão da SBEM Regional São Paulo para o biênio 2015/2016. Estou certo de que será um mandato de muito sucesso, com aprimoramento da parte científica e da educação médica continuada, iniciadas em outras gestões.Um abraço e boa leitura!Dr. João Eduardo Nunes Salles Tesoureiro Geral – SBEM-SP

Avançamos muito com a atual gestão e esperamos expandir ainda mais

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SBEM - Regional SPPresidente:Dr. Evandro de Souza Portes

Vice-Presidente:Dra. Laura Sterian Ward

Secretária Executiva:Dra. Elaine Maria Frade Costa

Secretária Executiva Adjunta:Dra. Regina Célia M. Santiago Moisés

Tesoureiro Geral:Dr. João Eduardo Nunes Salles

Tesoureiro Geral Adjunto:Dr. José Augusto Sgarbi

CONSELHO FISCALMembros Efetivos:Dr. Carlos Alberto LonguiDr. João Roberto de SáDr. Meyer Knobel

Membros Suplentes:Dra. Ângela Maria Spinola e CastroDr. Felipe Henning Gaia DuarteDr. Marco Antonio Fernandes Dias

Contato: Damaris Villela – Assistente AdministrativaTel.: 11 3822-1965Fax: 11 3826-4677e-mail: [email protected]ço: Av. Angélica, 1757, conj. 103, Santa Cecília. CEP 01227-200 – São Paulo – SP.

Informativo da SBEM Regional São Paulo

Conteúdo EditorialTIERNO PRESS ASSESSORIATel.: 11 5096-0838www.tiernopress.com.br

Jornalista responsávelLuciana TiernoMTB 17.059

Edição e redação Luciana TiernoPatricia de AndradeRegiane Chiereghim

RevisãoLuciana TiernoPatricia de AndradeRegiane Chiereghim

ColaboraçãoDébora Torrente

Diagramaçãowww.studiovisual.com.br

ImpressãoVox Editora

PeriodicidadeTrimestral

Tiragem 3.200 exemplares

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A união da pesquisa molecular com o aspecto clínico dos pacientes

Impressão Digital

Estudo indica que hormônio tireoidiano estimula a proliferação de linhagens de Câncer de Mama

cruzado de ação em conjunto com o receptor de estrógeno e, em curtos períodos de tempo, a estimulação utiliza mecanismos não-genômicos.

Estudamos a ação do hormônio tireoidiano sobre o gene da leptina. Induzimos a obesidade em animais por meio da dieta de cafeteria e depois os submetemos à restrição calórica com e sem a dose fisiológica de triiodotironina, e verificamos sua ação na perda de peso e na expressão gênica e proteica da leptina. Demos a triiodotironina para esses animais, pois verificamos que após perderem 5% do peso eles apresentam a síndrome do T3 baixo (T4 livre baixo, T3 livre baixo e T3 reverso alto). Vimos que, nessa condição, houve aumento da expressão da leptina em relação aos animais só submetidos à restrição. Ao estudarmos o efeito do T3 “in-vitro” em células adiposas – 3T3L1 – ocorreu aumento da transcrição gênica e proteica da leptina. Esses achados mostram o hormônio tireoidiano modulando a expressão da leptina.

MaiSBEM - Como está atualmente o cenário de pesquisa em Hipotireoidismo Neonatal no Brasil?Célia Regina - No Brasil, temos importantes grupos que estudam o Hipotireoidismo Congênito em relação à pesquisa molecular, como os grupos da USP (São Paulo e Ribeirão Preto), Unifesp e Botucatu. Há grupos de referência para a triagem neonatal do Hipotireoidismo Congênito como NUPAD (Minas Gerais), Paraná e Ribeirão Preto.A minha contribuição tem sido com o grupo de Minas Gerais, com o envio de material genético para o estudo molecular no meu laboratório. Atualmente, estou me associando à APAE de São Paulo e com a Faculdade de Medicina de Marília. Tenho também a colaboração do Prof. Peter Kopp, da Northwestern University, e do Prof. Roberto Di Lauro, na Itália. Com os dois grupos mantenho estudos colaborativos com a participação dos meus alunos de pós-graduação. Na equipe do Prof. Roberto Di Lauro, procuramos novos fatores transcricionais associados com a Disgenesia Tireoidiana.Estamos desenvolvendo outras pesquisas com a Profª. Dra. Ileana Rubió, da Unifesp, na perspectiva de sequenciamento completo do exoma e de regiões regulatórias para os pacientes portadores de Hipotireoidismo Congênito por Disgenesia Tireoidiana.

MaiSBEM - Qual a mensagem que a senhora gostaria de deixar ao futuro endocrinologista?Célia Regina - Acredito que o futuro endocrinologista deva estar atento a todos os aspectos necessários para exercer uma atividade clínica relevante, priorizando o paciente e lembrando a abordagem multiprofissional para as boas práticas clínicas.

O interesse pela Medicina surgiu no colégio com as aulas de Biologia. Já no segundo ano de graduação, ao estudar Fisiologia, a Dra. Célia Regina Nogueira apaixonou-se pelo

controle de retroalimentação entre as glândulas e o mecanismo de ação dos hormônios. Formada há 32 anos, suas digitais estão impressas na Endocrinologia pelos relevantes estudos que desenvolve sobre Hipotireoidismo Neonatal. Além do Hipotireoidismo Congênito, a médica desenvolveu pesquisas que constataram que o hormônio tireoidiano estimula a proliferação de linhagens de Câncer de Mama. Aqui, ela divide suas principais conquistas e expõe como está o cenário atual da especialidade.

MaiSBEM - Quando começou a investigar sobre o Hipotireoidismo Neonatal?Célia Regina - O interesse pelo Hipotireoidismo Neonatal surgiu no pós-doutorado quando fui trabalhar com o Peter Kopp, MD, PhD, da Northwestern University. No início, estudei uma família com pan-hipopituitarismo em busca do gene candidato que explicasse a fisiopatologia. Não havia ainda sido proposto o fator transcricional PROP-1 e buscamos pela técnica de “linkage” o gene candidato. Durante a busca, houve a publicação de mutações no gene PROP1 que explicava toda a fisiopatologia da família. Achamos a mutação no PROP-1 na família em estudo e, paralelamente, surgiu o interesse pelas mutações em fatores transcricionais responsáveis pela migração da glândula tireoide e que justificasse o Hipotireoidismo Congênito por Disgenesias Tireoidianas. Recentemente, montei um ambulatório de Hipotireoidismo Congênito no Hospital da Faculdade de Medicina de Botucatu, unindo a pesquisa molecular com o aspecto clínico dos pacientes.

MaiSBEM - Quais as principais constatações nesta linha de pesquisa?Célia Regina - O Hipotireoidismo Congênito (HC) afeta de 1:3000 a 1:4000 recém-nascidos (RN). Cerca de 85% do Hipotireoidismo Primário é denominado Disgenesia Tireoidiana, e evidências sugerem que mutações nos fatores de transcrição da tireoide (TTF2, TTF1 e PAX-8) e no gene do receptor de TSH podem ser responsáveis pela doença. Os defeitos hereditários da síntese hormonal podem ser devido às mutações nos genes NIS (natrium-iodide symporter), pendrina, tireoglobulina (TG), peroxidase (TPO). Mutações no gene THOX-2 têm sido descritas para defeitos na organificação. O Hipotireoidismo Central afeta cerca de 1:20.000 RN, e tem sido associado com mutações nos fatores transcricionais hipofisários (POUIF1, PROP1, LHX3, HESX1).

MaiSBEM - Quais outros estudos possuem a sua contribuição?Célia Regina - Além do Hipotireoidismo Congênito, tenho uma linha de pesquisa que evidencia que o hormônio tireoidiano estimula a proliferação de linhagens de Câncer de Mama e que o mecanismo envolvido nessa estimulação ocorre em tempos longos e curtos. Em tempos longos, existe um mecanismo

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Agende-se: CBAEM já tem data marcada

Giro NacionalAGENDA

Entre os dias 11 e 14 de agosto de 2015, a cidade de Vitória (ES) será palco de um dos congressos mais importantes da Endocrinologia brasileira – o CBAEM.O espaço que acolherá o evento está entre os mais modernos do país, o Centro de Convenções

de Vitória, localizado na região central, próximo à rede hoteleira, e de restaurantes da capital capixaba. As comissões Organizadora e Científica já deram início aos trabalhos.“O CBAEM continuará a apresentar uma grade científica voltada à aplicação clínica, predominantemente, enriquecida com a presença de palestrantes nacionais e internacionais de grande destaque na Endocrinologia”, conta o Dr. Albermar Roberts Harrigan, Presidente do CBAEM 2015.

Inovação, emoção e transparência marcaram o 31ª CBEM

Recorde: 4.100 congressistas, 279 conferencistas, sendo 250 brasileiros e 29 internacionais, mais de 600 expositores e 740 resumos científicos submetidos. Esses são os números do 31º CBEM, que teve como tema central

“Endocrinologia e Sustentabilidade”.O destaque ficou para o seminário “Endocrinologia, Esporte e Suplementação”. Na parte internacional, o “Highlights of ENDO: Brazil” contou com mais de 1.500 participantes e, de acordo com o Dr. Richard Santen, Presidente da Endocrine Society, foi o maior congresso nesse molde já realizado pela sociedade que ele representa em conjunto com outra entidade.“Foi um evento de recordes, inovação, atualização, emoção e transparência”, destacou o presidente do 31ºCBEM - Dr. César Luiz Boguszewski.

Confira os principais eventos do setor

Novembro

SBEM no Sábado Tema: Endocrinologia PediátricaData: 29 de novembroLocal: Rua São Carlo do Pinhal – Bela Vista (Auditório AMB)Informações: www.sbemsp.org.br

O evento acima está sujeito a alterações. Fique de olho nas Redes Sociais e no site da SBEM-SP.

@SBEMSP

Sbem-Sao-Paulo

sbemsp.org.br

Programe-se!

O XI COPEM será de 14 a 16 de maio de 2015.

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Da esquerda para direita: Cesar Luiz Boguszewski, Presidente do 31º CBEM, Victoria Zeghbi Cochenski Borba, Presidente da Comissão Científica, Nina Rosa de Castro Musolino, Presidente da SBEM e Gisah Amaral de Carvalho, Presidente da SBEM-PR

foto: Luiza Boguszewski