Exegese de Marcos 3.1-6

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1 AVM FACULDADES INTEGRADAS Programa de Pós-Graduação em Missiologia Por IVANETE PAULINO XAVIER RAIMUNDO EXEGESE DO EVANGELHO DE MARCOS 3.1-6 Exegese apresentada como requisito parcial para obtenção de nota na disciplina de Hermenêutica . Prof. Tutor: Paulo Renato Lima

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AVM FACULDADES INTEGRADAS

Programa de Ps-Graduao em Missiologia

Por

IVANETE PAULINO XAVIER RAIMUNDO

EXEGESE DO EVANGELHO DE MARCOS 3.1-6 Exegese apresentada como requisito parcial para obteno de nota na disciplina de Hermenutica.

Prof. Tutor: Paulo Renato Lima

CURITIBA2015

1 EVANGELHO DE MARCOS 3.1-61 Outra vez entrou numa sinagoga, e estava ali um homem que tinha uma das mos atrofiada. 2 E observavam-no para ver se no sbado curaria o homem, a fim de o acusarem. 3 E disse Jesus ao homem que tinha a mo atrofiada: Levanta-te e vem para o meio. 4 Ento lhes perguntou: lcito no sbado fazer bem, ou fazer mal? Salvar a vida ou matar? Eles, porm, se calaram. 5 E olhando em redor para eles com indignao, condoendo-se da dureza dos seus coraes, disse ao homem: Estende a tua mo. Ele estendeu, e lhe foi restabelecida. 6 E os fariseus, saindo dali, entraram logo em conselho com os herodianos contra ele, para o matarem.

1.1 REGRA 1 A BBLIA INTERPRETADA POR ELA MESMA a) Contexto Bblico GeralO texto mostra o quo significante a expresso do amor de Deus pela humanidade. O desgnio do Pai era que o Reino acontecesse de maneira efetiva na vida das pessoas, resgatando-as de tudo quanto pudesse mant-las cativas. Em toda a Bblia Deus se manifesta atravs de teu Filho para que isto seja efetivamente realizado. As manifestaes de Deus curando pessoas so grandiosas. Deus curou Abimeleque em resposta orao de Abrao. Gnesis 20.17; Curou Mirian da lepra, quando Moiss suplica. Nmeros 12.10-15; As pessoas feridas pelas serpentes no deserto eram curadas ao olhar para a serpente de Metal, mas a cura era divina. Nmeros 21.5-9; Joo 3.14,15; Jeroboo sarou em resposta a orao do homem de Deus. I Reis 13.4-6; quando Elias clamou ao Senhor o filho da viva ressuscitou da morte. I Reis. 17.17-24; A cura do General Naam. II Reis 5.1-17; Pela orao foi prolongada a vida de Ezequias por mais 15 anos. II Reis 20.5; Davi cantou ao ser curado. Salmos 30.2,3.A doena quando presente uma forma de limitao da fora vital concedida a cada ser humano. Libertar-se dela sinal de resgate do dom original de Deus. Por isso, quando se tratava de recuperar a sade de algum, Jesus passava por cima de todas as convenes religiosas. Cura do filho do Oficial (Jo 4.46-54); Cura do paraltico de Betesda (Jo 5.1-9); Libertao do Endemoninhado (Lc 4.31-36); Cura da sogra de Pedro (Mt 8.14,15); Purificao do leproso (Mt 8.2-4); Cura do paraltico (Mc 2.3-12); Cura do criado do centurio (Lc 7.1-10); Cura da mulher enferma (Mt 9.20-22); Ressurreio da filha de Jairo (Lc 8.41,42, 49-56); Cura de dois cegos (Mt 9.27-31); Cura da filha da Canania (Mt 15.21-28); Cura de um surdo e gago (Mc 7.31-37); Cura do cego de Betsaida (Mc8. 22-26). Deus ainda, expressa o seu intenso amor por ns e nos d a garantia da vida atravs do teu Filho amado em contraposio ao mal. O ladro, no vem seno para matar, roubar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham com abundncia. (Joo 10:10).O incomensurvel e incansvel amor de Deus (Jo 3.16) no faz acepo de pessoas. (Rm 2.11 e At 10.34). Que chance teria esse homem da mensagem se no tivesse sido visto por Jesus? Ser que teria acesso ao templo? O Esprito Santo anda por onde quer, quem por acaso encaminhou aquele homem at l se no o prprio Esprito? Quem de vs que, tendo cem ovelhas e perdendo uma delas, no deixa as noventa e nove no deserto e vai em busca da que se perdeu, at encontr-la? E depois de encontr-la, a pe nos ombros, cheio de jbilo, e, voltando para casa, rene os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Regozijai-vos comigo, achei a minha ovelha que se havia perdido. (Lc 15, 4-6). sempre um desafio tentar elucidar a vontade desse Esprito que nos move. Deus se revela nos empurrando, no entanto, de vontade prpria, empacamos. Reflitamos que esse homem de hoje, no teme o chamado e lhe d a mo.O Esprito Santo no permite que aqueles a quem impulsionemos desistam a no ser que queiramos assim. Nenhum de ns foi chamado a desistir de seus sonhos ou dos planos de Deus, to pouco a sermos coadjuvantes nas nossas vidas. Deus nos chama para o meio, assim como chamou aquele homem, para sermos protagonistas todo dia e com todo empenho.Pois todos os que so conduzidos pelo Esprito de Deus so filhos de Deus. Porquanto no recebestes um esprito de escravido para viverdes ainda no temor, mas recebestes o esprito de adoo pelo qual clamamos: Aba! Pai! O Esprito mesmo d testemunho ao nosso esprito de que somos filhos de Deus. E, se filhos, tambm herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, contanto que soframos com ele, para que tambm com ele sejamos glorificados. Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida no tm proporo alguma com a glria futura que nos deve ser manifestada. (Romanos 8, 14-18) preciso continuar, mesmo em meio s adversidades, enfrent-las, pois aqueles que se destacam, aos olhos do Pai, so os mesmos que no se rendem facilmente. Se o que pretendemos construir um mundo novo, uma cidade ou um bairro melhor precisamos comear com uma atitude corajosa que acreditar. Visto assim o prprio exemplo de Cristo em sua misso redentora na terra.Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e carregou com as nossas dores... E, ns o reputvamos por aflito, ferido de Deus e oprimido e ele foi ferido por causa dos nossos pecados, modo por causa da nossa iniquidade, o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados." (Is 53.4-5)Outra questo importante o exemplo da mo mirrada que ficou s como a outra (Mt. 12:13). Quem tem uma f ressequida deve olhar para Cristo e para aqueles que foram exemplos de f, crendo que isto no um privilgio de alguns, mas est disposio de todos, pois Deus no faz acepo de pessoas. Porque, para com Deus, no h acepo de pessoas. (Rm. 2:11).A cura divina est na proviso da expiao de Cristo. Is 53.4,5; Mateus 8.16,17; I Pedro 2.24. A morte expiatria de Cristo foi um ato perfeito e suficiente para a redeno do ser humano total - esprito, alma e corpo. Assim como o pecado e a enfermidade so os gigantes gmeos, destinados por Satans para destruir o ser humano, assim tambm o perdo e a cura divina vm juntos como bnos irmanadas, destinadas por Deus para nos redimir e nos dar sade. Salmos 103.3; Tiago 5.14-16. Hoje devemos prosseguir com humildade e f e apropriar-se da plena proviso da expiao de Cristo, inclusive a cura do corpo.

b) Contexto Mediato O evangelho de Marcos o segundo livro do Novo Testamento, considerado o evangelho mais curto da Bblia, possui 16 captulos e conta a histria de Jesus de Nazar. considerado pelos eruditos um dos trs evangelhos sinpticos. O evangelho narra o ministrio de Jesus, desde seu batismo por Joo Batista at sua ascenso. A tradio crist primitiva atribui a Marcos, o evangelista, tambm conhecido como Joo Marcos, companheiro de Pedro, o autor deste evangelho, de quem se diz ter baseado este trabalho sobre o testemunho de Pedro. O evangelho de Marcos muitas vezes considerado a fonte primria de informaes sobre o ministrio de Jesus. O evangelho foi escrito em grego koin logo aps a destruio do segundo templo de Jerusalm no ano 70 d.C., possivelmente na Sria.Marcos escreveu principalmente para um pblico gentio, de lngua grega e residente do Imprio Romano. O evangelho de Marcos diferente dos outros evangelhos em vrios detalhes, na linguagem e no contedo. Sua teologia nica.No evangelho de Marcos, alm da cura da mo ressequida, em estudo, vimos as citaes tambm de outras curas e milagres realizadas por Jesus, porm nada que repita este mesmo gesto de cura em relao a mo neste livro.

c) Contexto ImediatoAps Jesus se envolver em vrias discusses com os fariseus sobre o sbado, Ele entra novamente (Mc 1.21) na Sinagoga, que fica na cidade de Cafarnaum, e viu ali um homem que tinha uma mo ressequida, viu tambm os fariseus que queriam confront-lo novamente a respeito da desobedincia Lei de Moiss e ficaram observando se Jesus iria curar o homem no sbado. Jesus, que toma a iniciativa e que faz alguns questionamentos sobre atitudes tomadas no sbado. E cheio de sentimentos diversos, por que eles no queriam entender, chama o homem da mo mirrada para o meio e lhe diz: - Estenda a sua mo!Jesus cura a mo daquele homem. Logo depois os fariseus e os herodianos saram daquela sinagoga para comearem juntos a fazer planos para matar Jesus.

1.2 REGRA 2 DESCUBRA O OBJETIVO DO TEXTOO Texto base tem como objetivos: Descrever o quanto que Deus quer que o seu povo conhea a Sua verdadeira vontade em relao Lei aplicada; Mostrar o quanto Jesus, servo, se colocava disposio do Pai e cuja vontade Ele estava sempre pronto para cumprir; Revelar os preparativos da morte de Jesus, por parte daqueles que discordavam da verdade anunciada.

1.3 REGRA 3 - TENHA SEMPRE EM MENTE O ASSUNTO CENTRAL DAS ESCRITURAS.

No texto em anlise, vemos Jesus diante de um conflito continuado a respeito do dia de sbado perante os fariseus e os herodianos na sinagoga, que ficava na cidade de Cafarnaum. Jesus os confronta de forma sbia e os coloca sempre a frente de um questionamento franco e cheio de possibilidades. Ento lhes perguntou: lcito no sbado fazer bem, ou fazer mal? salvar a vida ou matar? Eles, porm, se calaram. (Mc 3.4)Jesus, mesmo movido por sentimentos que no lhe eram to peculiares, como a tristeza e a raiva, se solidariza daquele homem e toma uma deciso em favor da vida, resgatando-a. Jesus estabelece algo novo, diferente. Jesus, porm, ouvindo isso, disse-lhes: No necessitam de mdico os sos, mas sim os enfermos; eu no vim chamar justos, mas pecadores. (Mc 2.17).Jesus demonstra sempre a sua autoridade. Autoridade que foi dada por Deus e nessa fase que esto os primeiros relatos sobre o poder de Jesus para curar e para perdoar pecados. Em Marcos 2.1-12 surgem os primeiros debates com os fariseus e Jesus contesta as tradies vazias do judasmo. Ele afirma que senhor do sbado e mostra sua divindade porque tem autoridade sobre os demnios, Mc 3.11 e Mc 5.1-20, sobre a natureza, Mc 4: 35-41 e sobre a morte, como no caso da ressurreio da filha de Jairo, Mc 5.21-24 e 35-43.Jesus se apresenta no Evangelho de Joo 14.1-12, como o caminho, a verdade e a vida (Jo 14.6). Jesus se prope como caminho da vida, como o caminho do futuro. Jesus o segredo para se conseguir a meta proposta por Deus, o ponto de partida para a construo do mundo novo, por isso quem de Jesus a raa escolhida, o sacerdcio real, a nao santa, o povo que ele conquistou, para proclamar as maravilhas daquele que chamou vocs das trevas para a sua luz maravilhosa (1Pd 2. 9).

1.4 REGRAS 4 TOME CONSCINCIA DO CONTEXTO HISTRICO CULTURAL GEOGRFICOO ocorrido se d em uma cidade chamada Cafarnaum, considerada uma cidade bblica que ficava na margem noroeste do Lago Kineret - Mar da Galilia, 2,5 km a nordeste de Tagba e a uns 15 km ao norte de Tiberades, prximo de Betsaida, terra natal de Simo Pedro e da cidade de Corozaim e foi o centro do ministrio do Salvador na Galilia (Mt 9. 1-2; Mc 2.1-5).Cafarnaum era conhecida como a cidade de Jesus, pois realizou muitos milagres neste lugar. Curou muitas pessoas (Mc 1. 32-34), incluindo um servo do cinturio (Lc 7.1-10), a sogra de Pedro (Mc 1.21, 29-31), o paraltico cujo leito foi baixado atravs do telhado (Mc 2.1-12). Aqui Jesus expulsou espritos maus (Mc 1.21-28, 32-34), levantou dos mortos a filha de Jairo (Mc 5.22-24, 35-43) e proferiu o sermo sobre o Po da Vida na sinagoga de Cafarnaum (Jo 6.24-59). Os fariseus observavam Jesus por causa do que Ele fazia no sbado, e se estava conforme o que estava escrito na Lei. Lembra-te do dia do sbado, para o santificar. (Ex 20.8) Sbado de descanso vos ser, e afligireis as vossas almas; desde a tardinha do dia nono do ms at a outra tarde, guardareis o vosso sbado. (Levtico 23.32). Este o aspecto cultural-religioso a ser considerado neste texto. No velho testamento Deus ordenou aos israelitas que santificassem o dia do sbado e no trabalhassem neste dia. No Novo Testamento instituiu-se um novo tempo, um tempo de graa, em Efsios 2:14-15 est escrito: "Porque ele a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derrubado a parede da separao que estava no meio, a inimizade, aboliu na sua carne a lei dos mandamentos na forma de ordenanas, para que dos dois criasse em si mesmo um novo homem, fazendo a paz." Esta passagem mostra que Cristo aboliu a "lei dos mandamentos". Em Romanos 7:4-7 "Assim, meus irmos, tambm vs morrestes relativamente lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, a saber, aquele que ressuscitou dentre os mortos, e deste modo frutifiquemos para Deus. Porque, quando vivamos segundo a carne, as paixes pecaminosas postas em realce pela lei, operavam em nossos membros a fim de frutificarem para a morte. Agora, porm, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estvamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de esprito e no na caducidade da letra. Que diremos, pois? a lei pecado? De modo nenhum. Mas eu no teria conhecido o pecado, seno por intermdio da lei; pois no teria eu conhecido a cobia, se a lei no dissera: No cobiars." Esta passagem claramente diz que morremos para a lei e estamos, portanto, "libertos da lei".Portanto, Jesus mostra um novo sentido para a Lei atravs do exerccio de seu ministrio, Ele mostra uma nova perspectiva de amor para as pessoas que necessitavam de alvio em suas vidas e a libertao de suas prises fsicas, em um lugar cheio de carncias sociais e materiais.

1.5 REGRA 5 PROCURE RECONHECER A FORMA LITERRIA DO TEXTOO referido texto histrico e foi escrito para narrar os acontecimentos daquela segunda visita significativa de Jesus a Sinagoga de Cafarnaum, onde Ele percebe que naquele lugar estavam algumas pessoas a espi-lo sobre suas aes de cura em dia de sbado o que gera um intenso debate sobre como proceder neste citado dia. Narra ainda a existncia de um homem que possui uma mo mirrada ou ressequida e que Jesus chamando-o para o meio, pois aquele homem estava a margem de tudo, pede-lhe que estenda a mo direita e a cura. Isto provoca os motivos suficientes para que os fariseus e herodianos comeassem a tramar a morte do Messias.

1.6 REGRA 6 DISPENSAO BBLICA Este texto do Evangelho de Marcos est na transio da dispensao da lei para a dispensao da Graa. A morte sacrifical do Senhor Jesus introduziu no mundo a Dispensao da pura Graa, que quer dizer favor imerecido de Deus dando justia em vez de exigir justia, como quando sob a Lei. A salvao perfeita e eterna agora oferecida graciosamente, tanto ao judeu como ao gentio, sendo a f condio nica. (Jo. 6:29, 47: 5:24; 10:27, 28; Ef. 2:8, 9). O resultado predito desta prova do homem sob a graa o juzo sobre o mundo incrdulo e uma Igreja apstata. (Lc. 17:26-30; 18:8: II Ts. 2:7-12; Ap.3:15, 16). Vemos nesta passagem bblica uma atitude firme e cheia de autoridade de Jesus perante aqueles homens incrdulos e cheios da arrogncia religiosa, mas Jesus prova o seu amor por aquele homem da mo ressequida, curando-o e trazendo-o para o convvio normal da sociedade. Pois seu objetivo maior a salvao da humanidade, trazendo a vida para todos e pela graa manifestar toda sua glria.

1.7 REGRA 7 POVO A QUEM SE DESTINA A mensagem de Deus escrita nas Sagradas Escrituras se dirige especialmente para as Naes, Israel e a Igreja.Jesus pregou o evangelho inicialmente ao povo Judeu. O texto estudado descreve a cura do homem - israelita e que tinha a mo ressequida, comprova-se isto pelo fato de que o mesmo estava dentro da Sinagoga de Cafarnaum em um dia de sbado. Jesus entrou na sinagoga no Sbado - Shabat, o sbado para o judeu tem um significado muito importante, mais importante que o domingo para ns cristo, e mais importante que a sexta feira para os mulumanos. Contudo, ao manifestar toda a sua autoridade de Filho de Deus em relao aos fariseus e doutores da Lei, bem como, toda a sua misericrdia em relao aos homens necessitados, observa-se de modo geral, a aplicao da mensagem para todos os povos.

1.8 REGRA 8 A POSTURA ESPIRITUAL DOS DESTINATRIOS O homem da mo atrofiada, a quem se destina primeiro o texto em anlise, era um judeu, que se encontrava em uma sinagoga num dia de sbado, um homem com um enfermidade terrvel, sua mo direita estava secando a cada dia, observa-se a dificuldade que aquele homem estava enfrentando na sua vida, pois a mo direita dele estava inutilizada, conclui-se que estava difcil a vida daquele homem, pois a mo direita, supondo que ele seja destro, era a mo do apoio, a mo da realizao, a mo da atitude, creio que sua vida financeira estava um caos, sem trabalhar sem sustento, ainda mais com a realidade de que no teria cura, seu caso no teria soluo, um homem sem esperanas e sem perceber direito o que acontecia ali, naquele exato momento entre Jesus, os escribas e os fariseus. Mesmo vendo suas chances reduzidas por motivo do perigo de descumprimento da lei, ele ganhou uma nova oportunidade atravs da graa manifesta por Jesus, o Filho de Deus. Ele talvez compreendeu que os legalistas no se importam com as pessoas ou como elas se encontram, eles buscam razes para criticar os que segundo eles no esto de acordo com a lei. Os legalistas so insensveis aos problemas pessoais, mas preocupados com a letra. Jesus tambm est no templo, viso Dele no o exterior, daquilo que sai da boca, mas aquilo que est na alma. Este povo honra-me com os lbios, mas seu corao est longe de mim. (Lc 7.6)

1.9 REGRA 9 ANALISE OS PERSONAGENS DO TEXTO EM ESTUDO. 1 - Jesus Vai pela segunda vez no dia de sbado at a Sinagoga de Cafarnaum para ensinar;Chamou o homem da mo ressequida: Levanta-te e vem para o meio.Questiona os fariseus: lcito no sbado fazer o bem ou fazer mal? Salvar a vida ou matar?Olhou com tristeza e indignao para os fariseus e condoeu-se da dureza dos coraes daqueles homens.Disse ao homem da mo ressequida: Estende a mo. Curou a mo do homem e a deixou s como a outra.

2 - O Homem da mo ressequidaEstava dentro da Sinagoga sua margem;Ouviu Jesus chamando-o para levantar-se e ir para o meio da Sinagoga;Ele levanta, vai at Jesus e fica de p no meio da Sinagoga;Ouviu Jesus pedir que ele estendesse a mo ressequida;O homem estendeu a mo doente;Sua mo foi restituda, s como a outra.

3 - Os fariseusObservavam Jesus entrar na Sinagoga;Espiavam para ver se Ele curaria no sbado a fim de o acusarem;Ouviram o questionamento de Jesus sobre o dia de sbado: lcito no sbado fazer o bem ou fazer mal? Salvar a vida ou matar?Calaram-se diante do questionamento feito;Viram que Jesus os olhou com tristeza e indignao por causa da dureza dos seus coraes;Saram da Sinagoga e foram tomar conselhos com os herodianos para ver uma maneira de matar Jesus.

1.10 10 REGRA ASPECTOS FENOMENOLGICOS

Os aspectos reais e fenomenolgicos nos do a clareza da manifestao de Deus por intermdio do seu amor e misericrdia. No aspecto do nmero ou o real vemos que Deus opera no corpo daquele homem que est com a mo ressequida, restituindo-a e a torna s como a outra mo.No aspecto do fenmeno, o milagre aconteceu, dentro da Sinagoga, em pleno sbado. Poderia at ocorrer de algum duvidar deste milagre, o que no ocorreu, visto que o homem ficou curado de sua enfermidade fsica (mo) e espiritual (incredulidade).

1.11 11 REGRA O SIGNIFICADO DAS PALAVRAS DO TEXTO

Sinagoga conduta, educao o local de culto da religio judaica, possui como o seu objeto central a Arca da Tor. Em lngua hebraica a sinagoga recebe o nome de beit knsset "casa de reunio". Tambm pode ser chamada beit tefila, "casa de orao". Em yiddish, o termo sul ou shul, o que expressa o hbito de se referir sinagoga como "escola". Entre judeus reformistas comum o nome de templo.A sinagoga apenas um instrumento da f judaica. Embora relevante em seu papel, no constitui a parte central do judasmo, pois ele no est alicerado em qualquer instituio, mas na Tor, Escrita e Oral. A sinagoga um local que contribui para a coeso da comunidade e sagrado somente em virtude do uso que se faz dele, como as preces e o estudo religioso. Aleijada Deformada, mutilada, estropiada. Deturpada, adulterada. Magoada, ferida moralmente.Ressequida adj. Seco, desprovido de umidade. Magro, mirrado.Mirrada Tornar seco, definhado. Perder as foras, o vio, o vigor; definhar, emagrecer extremamente; encolher-se.Lcito adj. Que est de acordo com a lei; permitido. Honesto, correto: negcios lcitos.Condoer-se Mover dor; despertar compaixo em. Compadecer-se. Fariseus Nome dado a um grupo de judeus devotos Tor, surgidos no sculo II a.C.. Opositores dos saduceus criam uma Lei Oral, em conjunto com a Lei escrita, e foram os criadores da instituio da sinagoga. Com a destruio de Jerusalm em 70 d.C. e a queda do poder dos saduceus, cresceu sua influncia dentro da comunidade judaica e se tornaram os precursores do judasmo rabnico. A palavra Fariseu tem o significado de "separados", "a verdadeira comunidade de Israel", "santos".Herodianos Era um partido poltico menor que favorecia a continuidade da dinastia de Herodes. Normalmente, eles e os fariseus eram arquiinimigos.

1.12 - 12 REGRA LISTAR AS VERDADES TEMPORAIS E ATEMPORAIS DO TEXTO

1 Jesus entra na Sinagoga de Cafarnaum outra vez para ensinar; (v.1).2 Estava ali na Sinagoga um homem com a mo direita mirrada; (v.1).3 - Os fariseus observavam Jesus; (v.2). 4 Espiavam para ver se ele curaria no sbado, a fim de o acusarem de estar transgredindo a lei; (v.2).5 Jesus diz ao homem da mo mirrada: Levanta-te e vem para o meio. (v.3).6 Jesus pergunta aos fariseus: lcito no sbado fazer o bem ou fazer mal? Salvar a vida ou matar? (v.4).7 E os fariseus se calaram diante da pergunta. (v.4).8 Jesus olhou para os fariseus com indignao, condoendo-se da dureza do seu corao. (v.5).9 Disse ao homem da mo mirrada: Estende a mo (v.5).10 Ele estendeu e a sua mo foi restituda, ficou s como a outra. (v.5).11 Os fariseus saram da Sinagoga. (v.6).12 Os fariseus foram se encontrar e pegar conselhos com os herodianos para juntos tramarem a morte de Jesus. (v.6).

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

ALMEIDA, Joo Ferreira de. Trad.A Bblia Sagrada (revista e atualizada no Brasil) 2 ed. So Paulo. Sociedade Bblica Brasileira, 1993.LUND, E. Hermenutica regras de interpretao das sagradas escrituras. Trad. Etuvino Adiers. So Paulo. Editora Vida, 1968.MAYHUE, Richard. How to Interpret the Bible for Yourself (Como Interpretar a Bblia Por Voc Mesmo). BMH Books, p. 75.

WILLIAMS, Derek.Dicionrio bblico vida nova. Trad. Lucy Yamakami et al.So Paulo: Vida Nova, 2000.