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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
EXTRAÇÃO DE HIDROCARBONETOS POLICÍCLICOS AROMÁTICOS EM DIFERENTES
TEMPERATURAS DE 12 LIGANTES ASFÁLTICOS COMERCIALIZADOS NO BRASIL
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Évelyn Paniz
Santa Maria, RS, Brasil
Julho, 2015
EXTRAÇÃO DE HIDROCARBONETOS POLICÍCLICOS AROMÁTICOS EM DIFERENTES TEMPERATURAS DE 12
LIGANTES ASFÁLTICOS COMERCIALIZADOS NO BRASIL
Évelyn Paniz
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Civil, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como
requisito parcial para obtenção de grau de Engenheiro Civil
Orientador: Prof. Dr. Luciano Pivoto Specht
Santa Maria, RS, Brasil
Julho, 2015
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Tecnologia
Curso de Engenharia Civil
A Comissão Examinadora, abaixo assinada,
aprova o Trabalho de Conclusão de Curso
EXTRAÇÃO DE HIDROCARBONETOS POLICÍCLICOS AROMÁTICOS EM DIFERENTES TEMPERATURAS DE 12 LIGANTES ASFÁLTICOS
COMERCIALIZADOS NO BRASIL
elaborado por
Evelyn Paniz
como requisito parcial de obtenção do grau de
Engenheiro Civil
COMISSÃO EXAMINADORA:
________________________________
Luciano Pivoto Specht, Dr.
(Presidente/Orientador)
________________________________
Tatiana Cureau Cervo, Dr. (UFSM)
________________________________
Magnos Baroni, Msc. (UFSM)
Santa Maria, 10 de julho de 2015.
“Existe uma única estrada e somente uma,
e essa é a estrada que eu amo.
Eu a escolhi.
Quando trilho nessa estrada as
esperanças brotam, e, o sorriso se abre em meu rosto.
Dessa estrada nunca, jamais fugirei.”
(Daisaku Ikeda)
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente aos meus pais e irmão, Neri, Elyta e Irvyn pelo
incentivo, amor, paciência e respeito durante toda minha trajetória.
Ao meu noivo, Tainã Possebon, pelo companheirismo e dedicação
incondicional.
À Universidade Federal de Santa Maria, sеυ corpo docente, direção е
administração, qυе oportunizaram o curso de graduação em Engenharia Civil para
qυе hoje eu possa vislumbrar υm horizonte superior embasados na confiança, nо
mérito е ética aqui presentes.
Ao Prof. Dr. Luciano Specht, pela orientação, confiança e empenho dedicados
à elaboração deste Trabalho de Conclusão de Curso.
Ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Pavimentação e Segurança Viária
(GEPPASV) e ao seu corpo docente, que oportunizaram e incentivaram a pesquisa
na área de pavimentação oferecendo infraestrutura e materiais necessários para
elaboração dos ensaios, assim como fornecimento de amostras através de contatos
com empresas do setor.
Ao Programa de Educação Tutorial da CAPES, o qual fui bolsista, onde tive
ótimas experiências durante a graduação.
Ao Dr. Luis Ferraz e laboratório LACHEM pela oportunidade de trabalhar com
o DEC е apoio ao realizar os ensaios deste trabalho.
A todos qυе direta оυ indiretamente fizeram parte dа minha formação, о mеυ
muito obrigada.
RESUMO
Trabalho de Conclusão de Curso
Curso de Engenharia Civil
Universidade Federal de Santa Maria
EXTRAÇÃO DE HIDROCARBONETOS POLICÍCLICOS AROMÁTICOS EM
DIFERENTES TEMPERATURAS DE 12 LIGANTES ASFÁLTICOS
COMERCIALIZADOS NO BRASIL
AUTORA: EVELYN PANIZ
ORIENTADOR: PROF. DR. LUCIANO PIVOTO SPECHT
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 10 de julho de 2015.
Nos últimos anos tem havido uma grande preocupação com a saúde humana
e melhoria de condições dos trabalhadores. Dentro deste contexto, se mostra
necessário o estudo do impacto causado pelas obras de infraestrutura viária na
qualidade de vida das pessoas. Este trabalho visa estudar as emissões de
Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPA) de diferentes ligantes comercializados
no Brasil (convencionais e modificados por: polímero ou borracha ou asfalto natural).
Os ligantes asfálticos foram submetidos a ensaios convencionais (especificações
brasileiras) e reológicos (classificação SUPERPAVE) pelo Grupo de Estudos e
Pesquisas em Pavimentação e Segurança Viária (GEPPASV) da Universidade
Federal de Santa Maria (UFSM). O método de aplicação mais usual é a mistura
quente. Com o aquecimento, o asfalto libera espécies voláteis e partículas sólidas
carreadas por gases cuja mistura é denominada fumos de asfalto. Nesse fumo estão
presentes substâncias orgânicas (entre elas os HPA), das quais algumas podem ser
carcinogênicas. Logo, o fumo emitido no aquecimento dos ligantes é prejudicial à
saúde e deve ser considerado, tanto do ponto de vista da sustentabilidade ambiental
quanto da saúde dos trabalhadores. O estudo dos HPA foi feito conjuntamente com
outros estudos sobre ligantes asfálticos onde são relacionadas as temperaturas de
ensaio do CAP com as emissões de alguns HPA, os quais serão medidos através de
um aparato experimental que gera e coleta o fumo do ligante asfáltico. Este
equipamento, denominado Dispositivo de Extração e Coleta (DEC), foi desenvolvido
por FERRAZ em sua tese de doutoramento no LACHEM da UFSM. Os fumos
coletados são analisados por LC-MS/MS (liquid chromatography mass spectrometry)
para quantificação dos HPA emitidos. A partir da pesquisa será possível verificar se
ligantes com diferentes comportamentos para pavimentação tem, sob a ótica da
sustentabilidade, diferentes impactos ambientais e à saúde humana.
Palavras-chave: HPA. Temperaturas. Emissões asfálticas. Saúde humana.
Ligantes asfálticos. Fumos. Carcinogenicidade.
ABSTRACT
Course Conclusion Paper
Civil Engineering
Universidade Federal de Santa Maria
PHA'S EXTRACTION IN DIFFERENT TEMPERATURES IN 12 ASPHALT
BINDERS COMMERCIALIZED IN BRAZIL
AUTHOR: EVELYN PANIZ
PROFESSOR: DR. LUCIANO PIVOTO SPECHT
Defense Place and Date: Santa Maria, July 10th, 2015.
In the last few years, there has been a great preoccupation with human health
and improvement in workers’ conditions. Within this context, it is necessary to study
the impact caused by the highway construction in people’s life quality. This paper aims
to study PAH’s (Polycyclic Aromatic Hydrocarbons) emission from different binders
commercialized in Brazil (conventional, modified by polymer or rubber and natural
asphalt). The asphaltic binders were submitted to conventional tests (brazilian
specifications) and rheological (SUPERPAVE classification) by the group GEPPASV
(Grupo de Estudos e Pesquisas em Pavimentação e Segurança Viária) of
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). The most usual application method is
hot mixture. When heated, the asphalt releases volatile species and solid particles
carried by gases which mixture is called asphalt fume. In this fume there are organic
substances (PAH`s), and some of which may be carcinogenic. Therefore, the fume
emitted in the binders heating is harmful to health and should be considered, both from
the environmental sustainability and the worker`s health point of view. PAH`s studies
were done alongside with other studies about asphaltic binders where the properties
of petrol asphaltic cement (PAC) and the emission of some PAH`s were correlated,
which will be measured through an experimental apparatus that generates and collects
the ligand`s asphalt fume. This apparatus is nominated DEC (extraction and collection
device). The fumes are collected and analyzed by LC-MS/MS (liquid chromatography
mass spectrometry) to quantify the amount of emitted PAH`s. From the research, it will
be possible to verify if ligands with different behaviors at paving have, from the
perspective of sustainability, different impacts to the environment and human health.
Keywords: PHA’s. Asphalt emissions. Temperatures. Human health. Asphalt
binders. Fumes. Carcinogenic.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Fluxograma de origem dos CAPs. Fonte: Adaptação do material de aula
do Professor Luciano Specht, 2014. ......................................................................... 15
Figura 2 – Desenho esquemático do efeito do tempo e da temperatura no
comportamento do ligante asfáltico. Fonte: AASHTO SP-1 1997. ............................ 18
Figura 3 - Fotografia do equipamento Brookfield e thermosel. .................................. 28
Figura 4 - Fotografia dos moldes com ligantes dentro do ductilômetro. Fonte:
GEPPASV ................................................................................................................. 29
Figura 5 - Fotografia do ensaio de ponto de fulgor. ................................................... 30
Figura 6 - Fotografia dos picnômetros Cônico e Cilíndrico, utilizados para pesagens
no ensaio de densidade. ........................................................................................... 31
Figura 7 – Gráfico comparativo entre mistura quente e mistura morna quanto à
emissão de HPA. Fonte: Boletim técnico SINICESP, 2013. ...................................... 36
Figura 8 - Representação esquemática geral do gerador de fumos utilizado por Binet
et al, 2002. Fonte: Binet et al, 2002. .......................................................................... 38
Figura 9 - Representação esquemática em detalhe do gerador de fumos utilizado por
Binet et al, 2002. Fonte: Binet et al, 2002.................................................................. 39
Figura 10 - Representação esquemática da coleta de fumos em tanque de asfalto
(A) e sistema de regeneração de condensado de fumos (B), sem escala. Fonte:
Adaptado de POHLMANN et al, 2006. ...................................................................... 40
Figura 11 - Desenho esquemático de funcionamento e peças do DEC. Fonte:
FERRAZ, 2015. ......................................................................................................... 42
Figura 12 - Fotografia de trabalhadores expostos aos fumos do asfalto. .................. 43
Figura 13 - Fotografia de operários expostos às emissões asfálticas durante a
compactação. ............................................................................................................ 44
Figura 14 - Fotografia de operador de vibroacabadora exposto às emissões
asfálticas antes da compactação. ............................................................................. 44
Figura 15 – Imagem de Câmera Termográfica mostrando operário exposto à mistura
contendo CAP aquecido à 143,9ºC. Fonte: GEPPASV. ............................................ 45
Figura 16 - Fotografia real da figura 15 onde o operário está exposto à mistura
contendo CAP. Fonte: GEPPASV. ............................................................................ 45
Figura 17 - Imagem de câmera termográfica onde está retratada a aplicação da
mistura asfáltica à 114,3ºC. É possível observar operários expostos à mistura
quente. Fonte: GEPPASV. ........................................................................................ 46
Figura 18 - Fotografia retirada no mesmo momento da imagem da figura 17, onde
está retratada a aplicação da mistura asfáltica. É possível observar operários
expostos à mistura quente. Fonte: GEPPASV. ......................................................... 46
Figura 19 – Fotografia do DEC em funcionamento. .................................................. 55
Figura 20 - Fluxograma de processo de ensaio de amostra de CAP. ....................... 56
Figura 21 - Fotografia da amostra de ligante asfáltico dentro do aparato antes de ser
fechado e ligado. ....................................................................................................... 57
Figura 22 – Fotografia do sistema de traps de vidro ainda desconectados do
dispositivo imersos em etilenoglicol. ......................................................................... 57
Figura 23 - Gráfico comparativo de emissões de Fluoreno (mg/kg) por CAP e
temperatura. .............................................................................................................. 62
Figura 24 - Gráfico comparativo de emissões de Acenaftileno (mg/kg) por CAP e
temperatura. .............................................................................................................. 63
Figura 25 - Gráfico comparativo de emissões de Acenafteno (mg/kg) por CAP e
temperatura. .............................................................................................................. 64
Figura 26 - Gráfico comparativo de emissões de Naftaleno (mg/kg) por CAP e
temperatura. .............................................................................................................. 65
Figura 27 - Gráfico comparativo de emissões de Naftaleno (mg/kg) por CAP e
temperatura. Desconsiderando o resultado do Hard CAP......................................... 65
Figura 28 - Gráfico comparativo de emissões de Antraceno por CAP e temperatura.
.................................................................................................................................. 66
Figura 29 - Gráfico comparativo de emissões de Fluoranteno (mg/kg) por CAP e
temperatura. .............................................................................................................. 67
Figura 30 - Somatório de emissões de HPA por CAP nas temperaturas de usinagem.
.................................................................................................................................. 69
Figura 31 - Somatório de emissões de HPA por CAP nas temperaturas de
compactação. ............................................................................................................ 69
Figura 32 - Gráfico comparativo entre somatório de emissões ponderadas em
temperaturas de usinagem (laranja) e compactação (azul)....................................... 70
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Especificações do DNIT para cada tipo de CAP. .................................... 23
Tabela 2 - Especificação brasileira de CAPs convencionais. Fonte: Norma DNIT
095/2006 - EM. .......................................................................................................... 24
Tabela 3 - Especificação brasileira para CAPs modificados por polímeros
elastôméricos. Fonte: Norma DNIT 129/2011- EM. ................................................... 25
Tabela 4 - Especificação brasileira para CAPs modificados por borracha. Fonte:
Norma DNIT 111/2009 – EM. .................................................................................... 26
Tabela 5 - Especificação brasileira para CAPs modificados por asfalto natural do tipo
TLA. Fonte: Norma DNIT 168/2013-EM. ................................................................... 27
Tabela 6 - Estrutura dos HPA analisados pelo DEC. Fonte: FERRAZ, 2015. ........... 41
Tabela 7 - Resultados dos ensaios de Viscosidade, Retorno elástico, amolecimento,
penetração, ponto de fulgor/combustão e densidade para os ligantes asfálticos em
estudo........................................................................................................................ 51
Tabela 8 - Resultados das amostras de ligantes em estudo obtidos através dos
ensaios da metodologia SUPERPAVE pelo grupo GEPPASV em laboratório do RJ.
.................................................................................................................................. 52
Tabela 9 - Temperaturas de usinagem (mistura) e compactação dos CAPs
informadas pelos fornecedores e temperaturas utilizadas no DEC durante os
ensaios. ..................................................................................................................... 53
Tabela 10 - Massa de CAP por amostra. .................................................................. 56
Tabela 11 - Resultados de emissões de cada espécie HPA (em mg/kg) dos
principais CAPs comercializados no Brasil nas temperaturas de usinagem e
compactação. ............................................................................................................ 60
Tabela 12 - Resultados de emissões de cada espécie HPA (em mg/kg) dos
principais CAPs comercializados no Brasil por temperatura. .................................... 61
Tabela 13 – Demonstração em porcentagem do decréscimo de emissões de HPA da
temperatura de usinagem para temperatura de compactação nos CAPs estudados.
Os valores apresentados na tabela são provenientes do ranking supracitado.......... 71
LISTA DE SIGLAS E SÍMBOLOS
ANP: Agência Nacional do Petróleo
ASTM: American Society for Testing and Materials
BBR: Bending Beam Rheometer
CAP: Cimento asfáltico de petróleo
CNT: Confederação Nacional dos Transportes
DEC: Dispositivo de Extração e Coleta
DNIT: Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte
DSR: Dinamic Shear Rheometer
DTT: Direct Tension Tester
EPA: Environmental Protection Agency
ESALs: Equivalent Single Axle Loads
g.mol-1: Grama por mol
HMA: Hot Mix Asphalt
HPA: Hidrocarbonetos Policíclios Aromáticos
IARC: International Agency for Research on Cancer
LA: Ligante asfáltico
LC-MS/MS: Liquid Chromatography Mass Spectrometry – Cromatógrafia líquida
acoplada à espectrometria de massa.
NIOSH: National Institute for Occupational Safety and Health
ºC: Graus Celsius
PAV: Pressure Aging Vessel
PG: Performance Grade
RTFOT: Rolling Thin Oven Test
SGC: Superpave Giratory Compactor
SHRP: Strategic Highway Research Program
SUPERPAVE: Superior Performance Asphalt Pavements
WHO: World Health Organization
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11
1.1. Objetivos ..................................................................................................... 12
1.1.1. Objetivo geral ......................................................................................... 12
1.1.2. Objetivos específicos ............................................................................. 13
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 14
2.1. Ligantes asfálticos ..................................................................................... 14
2.1.1. Composição química dos ligantes asfálticos ......................................... 16
2.1.2. Propriedades físicas dos ligantes asfálticos .......................................... 16
2.1.3. Comportamento dos ligantes asfálticos ................................................. 17
2.1.4. Classificação dos ligantes asfálticos ...................................................... 19
2.1.5. Especificação dos Cimentos Asfálticos de Petróleo (CAP).................... 22
2.1.6. Fumos oriundos dos cimentos asfálticos de petróleo ............................ 33
2.2. Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA) ..................................... 34
2.2.1. Toxicologia dos Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos ...................... 36
2.2.2. Extração de Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos ............................ 37
2.3. Saúde ocupacional ..................................................................................... 43
2.3.1. Avaliação de riscos ................................................................................ 48
3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................. 49
3.1. Planejamento da pesquisa ........................................................................ 49
3.2. Materiais ...................................................................................................... 49
3.2.1. Classificação brasileira .......................................................................... 51
3.2.2. Classificação SUPERPAVE ................................................................... 52
3.2.3. Temperaturas de usinagem e compactação .......................................... 52
3.3. Método de extração e coleta de HPA utilizando o DEC .......................... 54
4 RESULTADOS OBTIDOS .................................................................................. 59
4.1. Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPA) .................................... 59
4.2. Discussão dos resultados ......................................................................... 62
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 72
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 74
11
1 INTRODUÇÃO
As rodovias são de extrema importância para a integração das regiões de um
país com proporções continentais como o Brasil. A ligação das rodovias com os
demais modais de transportes se dá de forma direta. Através das rodovias é possível
conectar pessoas e serviços de uma forma dinâmica promovida pela acessibilidade
que as mesmas oferecem aos demais meios de transporte como ferroviário, aeroviário
e hidroviário.
No Brasil, a malha de transportes é predominantemente rodoviária. A principal
via de circulação de bens e pessoas ocorre por ela, por isso deve ser ampliada e
preservada para atender a demanda da crescente população brasileira.
De 2002 a 2012, o investimento federal em infraestrutura de transporte no Brasil
cresceu 354%, passando de R$ 2,8 bilhões para R$ 12,7 bilhões, segundo pesquisa
da Confederação Nacional de Transportes (CNT, 2013). No entanto, conforme dados
divulgados pelo Fórum Econômico Mundial, a qualidade da infraestrutura do
transporte piorou, a posição do Brasil em relação a outros países caiu de 110º, em
2008, para 120º, em 2013. Logo a necessidade de estudos e desenvolvimentos de
novas metodologias e especificações para a execução de rodovias de melhor
qualidade e que possuam segurança para os trabalhadores durante a execução da
obra se tornam de grande importância. Uma vez que os investimentos em
infraestrutura viária têm aumentando e as legislações trabalhistas têm ficado cada vez
mais rigorosas quanto à segurança e saúde no trabalho.
A aplicação de materiais que não sejam nocivos à saúde humana é de suma
importância. Atualmente sabe-se que existem inúmeras substâncias prejudiciais à
saúde, entre elas estão os HPA (Hidrocarbonetos Policíclicos aromáticos). Os HPA
são compostos por mais de 100 substâncias químicas voláteis, das quais algumas
podem apresentar riscos de desenvolver doenças como câncer.
Segundo Bird (1999), geralmente os hidrocarbonetos que têm propriedades
benzênicas são chamados de aromáticos, e ao possuírem dois ou mais anéis de
12
benzeno fundidos passam então a ser chamados de hidrocarbonetos policíclicos
aromáticos (HPA).
Quando os produtos provenientes do asfalto são submetidos a altas
temperaturas, emitem alguns elementos (fumo) entre eles esses HPA, os quais são
suspeitos de serem mutagênicos e/ou carcinogênicos (NIOH, 2000; RAVINDRA et al.,
2008; YASSAA et al.,2001; FERNANDES et al., 2009).
Durante a fase de execução dos concretos asfálticos aplicados a quente em
rodovias é comum a utilização de altas temperaturas para promover a mistura e
também aplicação. Além do alto consumo energético e do desconforto de trabalhar
com material quente, há a importante questão da saúde no trabalho.
Dentro deste contexto se mostra importante o estudo das emissões asfálticas
bem como a liberação de partículas que tenham potencial carcinogênico. No presente
trabalho será abordada uma técnica de extração de fumos de CAPs usualmente
empregados em obras brasileiras. Nas emissões encontradas nos CAPs estudados é
esperado que ocorra liberação de HPA. Os mesmo serão analisados e quantificados.
1.1. Objetivos
1.1.1. Objetivo geral
O objetivo deste trabalho é a extração e análise, em diferentes temperaturas,
dos Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPA) presentes nos principais ligantes
asfálticos comercializados no Brasil utilizando o Dispositivo de Extração e Coleta
(DEC).
13
1.1.2. Objetivos específicos
Estão listados abaixo os principais objetivos específicos:
Utilizar o DEC para promover a liberação e captação de fumos asfálticos para
posterior especiação e quantificação dos HPA.
Verificar se existe diferença significativa entre as emissões de cada tipo de HPA
para cada um dos ligantes em temperaturas diferentes e avaliar a importância
da variação de temperaturas.
14
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A presente revisão bibliográfica está disposta em três partes: a primeira se
refere ao material de estudo, ligantes asfálticos. A segunda parte da revisão é sobre
HPA (definições, características, métodos de coleta). Finalmente, a terceira parte da
revisão é sobre saúde ocupacional.
2.1. Ligantes asfálticos
O asfalto é um resíduo derivado do refino do petróleo e contém uma mistura de
hidrocarbonetos alifáticos, parafínicos, aromáticos, compostos contendo carbono,
hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, dentre eles, Hidrocarbonetos Policíclicos
Aromáticos (GUIMARÃES, 2003). O asfalto também é chamado de piche e betume, e
sua produção no Brasil se iniciou em 1956, na Refinaria Presidente Bernardes, em
Cubatão (SP).
Segundo Roberts, 1991, os asfaltos podem ser encontrados em estado sólido,
pastoso e líquido quando diluídos e aquecidos. Há duas classificações básicas para
os asfaltos: de pavimentação, objeto deste estudo e industrial, onde se encaixam os
asfaltos oxidados os quais são utilizados para impermeabilizações, por exemplo. O
asfalto em estado pastoso ou líquido, usado em pavimentação, é obtido com a diluição
em querosene e nafta, e tem de ser aquecido em tanques, antes de sua aplicação.
Sobre a classificação de materiais betuminosos, é conveniente citar que
existem basicamente dois tipos de materiais betuminosos: Alcatrão e asfalto. Onde o
alcatrão é proveniente da destilação dos carvões e o asfalto da destilação do petróleo.
15
A Figura 1 demonstra um fluxograma com a classificação básica dos materiais
betuminosos, onde é sinalizada em negrito a origem dos Cimentos Asfálticos de
Petróleo (CAP) que são os principais objetos de estudo deste trabalho.
Figura 1 - Fluxograma de origem dos CAPs. Fonte: Adaptação do material de aula do Professor Luciano Specht, 2014.
O produto obtido no fundo da torre de destilação de vácuo é denominado de
Resíduo Asfáltico e quando está de acordo com as especificações das normas
brasileiras passa a ter o nome de CAP. O elemento aglutinante que constitui o asfalto
é o betume. O CAP é classificado quanto à consistência, que é dada pelos ensaios de
penetração (Penetrômetro – CAP 30/45, 50/60, 85/100) e viscosidade absoluta
(Viscosímetro Saybolt Furol – CAP – 40, 20, 7). O CAP é um material ideal para
aplicação em trabalhos de pavimentação pelas suas propriedades aglutinantes,
impermeabilizantes, flexibilidade e resistência a ácidos. É utilizado em misturas a
quente (CBUQ – Concreto Betuminoso Usinado a Quente, PMQ – Pré-misturado a
quente, Areia Betume – CAP20 ou 40); Tratamentos superficiais por penetração
Ligantes betuminosos
NaturalRochas asfálticas: Xistos, arenitos, lagos asfálticos
Petróleo
Sólidos – Oxidados, soprados
Semi-sólidosCimento Asfáltico
CAP – 30/46CAP – 50/60
CAP – 86/100CAP – 160/200
Líquidos
Asfalto diluídoCura rápida – CRCura média – CM
Cura lenta - CL
Emulsão Asfáltica
Catiônica ou aniônica:Ruptura rápida – RRRuptura média – RM
Ruptura lenta - RL
AlcatrãoLíquidos – AP-1 a AP-6
Semi-sólidos– AP-7 a AP12
16
invertida (CAP 7); Macadame betuminoso (CAP 7). A temperatura ideal de mistura é
obtida em função da relação temperatura viscosidade. (Bernucci, 2007)
2.1.1. Composição química dos ligantes asfálticos
A forma com que os átomos compõem o ligante asfáltico é extremamente
complexa e a proporção das moléculas formadas por esses átomos e a maneira como
eles interagem entre si afetam o comportamento do material (Roberts, 1991). Por se
tratar de uma matriz complexa, os ligantes asfálticos são de difícil caracterização pois
essas características também dependem de onde o Cimento asfáltico de petróleo
(CAP) foi extraído. Geralmente são compostos de 90 a 95% de hidrocarbonetos e de
5 a 10% de heteroátomos como oxigênio, enxofre, nitrogênio e metais como níquel,
ferro e vanádio (Read; Whiteoak 2003).
Segundo AASHTO SP-1 (1997), as ligações químicas entre as moléculas
explicam a natureza viscoelástica dos ligantes, uma vez que elas são relativamente
fracas e se quebram facilmente em função da temperatura e de esforços cisalhantes.
2.1.2. Propriedades físicas dos ligantes asfálticos
As propriedades físicas sob o ponto de vista de características do material são
comumente associadas à sua temperatura. Além de ser um material que tem suas
propriedades alteradas de acordo com a temperatura, os ligantes asfálticos são
viscosos, a combinação destas propriedades o torna um material termoviscoelástico.
17
O modelo estrutural do ligante como uma dispersão de moléculas polares em meio
não polar, ajuda a entender o efeito da temperatura nos ligantes asfálticos. Em
temperaturas muito baixas, as moléculas não têm condições de se mover umas em
relação às outras e a viscosidade fica muita elevada; nessa situação o ligante se
comporta como um sólido. À medida que a temperatura aumenta, algumas moléculas
começam a se mover podendo mesmo haver um fluxo entre elas. O aumento do
movimento faz baixar a viscosidade e, em temperaturas altas, o ligante se comporta
como um líquido. Esta transição é reversível. (Roberts, 1991)
Sob o ponto de vista de tecnologia de pavimentação, Segundo Balbo (2007),
as propriedades físicas mais importantes do CAP são: durabilidade, adesividade,
suscebilidade térmica e endurecimento.
2.1.3. Comportamento dos ligantes asfálticos
Em função da natureza viscoelástica o comportamento do CAP depende tanto
da temperatura quanto da taxa de aplicação de carregamentos. Neste estudo, o
comportamento dos ligantes asfálticos se torna importante para percepção de
temperaturas de usinagem e compactação adequadas de forma a compreender os
ensaios convencionais que serão brevemente demonstrados nos próximos itens.
O comportamento dos ligantes asfálticos foi descrito no material AASHTO SP-
1 (1997), o qual será alvo desta revisão. Os efeitos do tempo e da temperatura estão
relacionados com suas propriedades. Por exemplo, o comportamento que o ligante
apresenta quando mantido a altas temperaturas por um curto período de tempo é
semelhante ao que apresenta quando mantido por longos períodos a temperaturas
amenas. A Figura 2 ilustra um exemplo de comportamento de ligantes asfálticos, onde
quando aquecido a 60ºC durante uma hora o ligante tem o mesmo comportamento
que quando aquecido a 25º durante dez horas.
18
Figura 2 – Desenho esquemático do efeito do tempo e da temperatura no comportamento do ligante asfáltico. Fonte: AASHTO SP-1 1997.
Quando solicitado por carregamentos estacionários (veículos trafegando a
baixas velocidades ou cargas estacionadas), em altas temperaturas, o CAP se
assemelha a um líquido viscoso. Muitas vezes os líquidos viscosos são chamados de
plásticos devido a parcela de deformação que o material não consegue recuperar
após o carregamento ser retirado. A estrutura do CAP (agregados pétreos) é
responsável por resistir às solicitações na mistura asfáltica.
Os ligantes asfálticos, quando submetidos a temperaturas intermediárias,
apresentam comportamento tanto viscoso quanto elástico. Quando submetido a
temperaturas baixas o CAP apresenta comportamento elástico e pode se tornar frágil
quando excessivamente carregado podendo ocasionar rompimento. A maioria das
temperaturas enfrentadas por pavimentos são extremas (máximos ou mínimos). As
temperaturas intermediárias assim como as temperaturas baixas, não são relevantes
para o estudo de emissões asfálticas, pois as temperaturas de usinagem e
19
compactação são altas em função da viscosidade ser desejável para mistura e
aplicação mais fácil do CAP.
2.1.4. Classificação dos ligantes asfálticos
A classificação dos ligantes asfálticos se dá conforme o fluxograma
apresentado no item 2.1, será explicado a seguir os principais grupos de ligantes
betuminosos.
a) Alcatrão
É um líquido escuro viscoso que contém hidrocarbonetos que é resultante da
destilação destrutiva do carvão, madeira e açúcar, constituindo um subproduto da
fabricação de gás e coque metalúrgico.
b) Asfaltos naturais
São asfaltos provenientes de lagos formados a partir de depósitos de petróleo
que migraram para a superfície. Após ficarem expostos ao tempo, perderam parte de
seus constituintes e formaram-se naturalmente depósitos de ligantes asfálticos.
c) Asfaltos derivados de petróleo
Serão citados os principais tipos de asfaltos derivados de petróleo e suas
características.
- Cimentos Asfálticos de Petróleo (CAP):
Os cimentos asfálticos de petróleo são um dos materiais obtidos a partir do
refinamento do petróleo cru. O CAP é um material aglutinante que possui boa
aderência aos agregados, além de apresentar propriedades impermeabilizantes.
Segundo Balbo (2007), é um material termoplástico que apresenta um comportamento
reológico complexo e dependência em relação à temperatura, é um produto
20
semissólido a temperaturas baixas, visco elástico à temperatura ambiente e líquido a
altas temperaturas.
- Asfaltos diluídos (ADP):
Asfaltos diluídos são produzidos pela adição de um diluente volátil que varia
conforme o tempo e, com a perda desse componente adicionado, resta apenas o
asfalto residual após a aplicação do material (Bernucci, 2008). A função do diluente é
diminuir a viscosidade do ligante para que o material possa ser aplicado à temperatura
ambiente.
A velocidade de evaporação da parte volátil depende da natureza do diluente
empregado e é denominada cura. Se o solvente é gasolina ou nafta, a cura será rápida
(CR); já se o solvente é a querosene, a cura será média (CM).
Esse material é utilizado para serviços de imprimação, pinturas de ligação e
pode ser utilizado para executar tratamentos superficiais pelo método de penetração
invertida.
- Emulsões asfálticas (EAP):
Emulsões são dispersões estáveis de dois ou mais líquidos imiscíveis, no
entanto quando são mantidos em suspensão por agitação ou, mais frequentemente,
por pequenas quantidades de substâncias conhecidas como emulsificantes, formam
uma mistura estável. No caso da emulsão asfáltica, os líquidos imiscíveis são asfalto
e água.
Os emulsionantes ou emulsificantes são substâncias que reduzem a tensão
superficial, o que permite que as moléculas de asfalto fiquem em suspensão na água
por algum tempo, evitando com que as partículas de ligante se aproximem e a
emulsão dure por mais tempo.
As emulsões são utilizadas para a execução de pinturas de ligação, em
tratamentos superficiais simples, duplos ou triplos (ruptura rápida), pré-misturados a
frio abertos e semidensos (ruptura média) ou densos (ruptura lenta).
21
- Asfaltos modificados por polímero (AMP)
São ligantes aos quais são acrescentados polímeros ou borracha visando
melhorar o seu desempenho. Condições como o aumento do volume de tráfego, peso
do eixo crescente a cada ano, rodovias especiais como aeroportos, corredores de
tráfego pesado e variações bruscas de temperatura, geram maiores solicitações ao
pavimento, necessitando, portanto, de materiais que apresentem um comportamento
diferenciado em relação ao CAP.
Segundo Bernucci (2008), é importante que o polímero seja resistente à
degradação nas temperaturas de campo, misture-se homogeneamente com o asfalto,
melhore as características de fluidez do asfalto a altas temperaturas, sem que o ligante
fique muito viscoso para a mistura e espalhamento, nem tão rígido ou quebradiço a
baixas temperaturas para que a modificação do ligante seja viável técnica e
economicamente.
- Asfaltos modificados por borracha (AMB):
Asfaltos em que são incorporadas características de polímeros através da
adição de borracha. Por utilizar a borracha de pneus inservíveis, os impactos
ambientais gerados pelos resíduos de borracha são reduzidos.
De acordo com Specht (2004), diversas propriedades apresentam melhor
desempenho a partir da adição dos polímeros; nas altas temperaturas, por exemplo,
há a redução da suscetibilidade térmica e aumento da ductilidade, já nas baixas
temperaturas, há um menor risco de fratura. Além disso, as misturas apresentam
maior resistência ao intemperismo e uma melhor adesão ligante/agregado.
- Agentes rejuvenescedores (AR e ARE):
Agentes rejuvenescedores são utilizados para executar técnicas de
recuperação da flexibilidade do ligante asfáltico, uma vez que este sofre oxidação ao
longo do tempo resultando no enrijecimento do material.
22
2.1.5. Especificação dos Cimentos Asfálticos de Petróleo (CAP)
Os ensaios realizados para medir as propriedades físicas dos CAPs têm
temperatura especificada e alguns também definem o tempo e a velocidade de
carregamento. Para se caracterizar um determinado asfalto como adequado para
pavimentação, a maioria dos países utiliza medidas simples de propriedades físicas
do ligante, pela facilidade de execução nos laboratórios de obras. As duas principais
propriedades utilizadas são: a “dureza”, medida através da penetração de uma agulha
padrão na amostra de ligante, a resistência ao fluxo, medida através dos ensaios de
viscosidade.
A seguir, serão apresentadas suscintamente as classificações brasileira e
Superior Performance Asphalt Pavements (SUPERPAVE) as quais foram utilizadas
para caracterizar os materiais de estudo em laboratório antes de fazer as extrações
de HPA. É muito importante que o material seja conhecido e devidamente
especificado para fazer análises de emissões asfálticas.
a) Especificação brasileira para cimentos asfálticos de petróleo convencionais
A especificação brasileira é de acordo com o sistema de classificação das
normas do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). No Brasil,
os ligantes convencionais são classificados em: CAP 30/45, CAP 50/70, CAP 85/100
e CAP 150/200. Eles recebem essa nomenclatura de acordo com os resultados do
ensaio de penetração, descrito na norma DNIT 155/2010-ME e apresentado neste
trabalho.
Para obter um espectro mais completo das características dos CAPs que serão
utilizados neste trabalho, foram realizados outros ensaios convencionados por normas
brasileiras além do ensaio de penetração, visto que os CAPs utilizados não são
apenas os convencionais supracitados.
23
Os outros CAPs utilizados neste trabalho também seguem as normativas do
DNIT as quais se utilizam de ensaios e de especificações do material. As normas para
cada tipo de CAP estão listadas na Tabela 1.
Tabela 1 – Especificações do DNIT para cada tipo de CAP.
Tipo de CAP Especificação de material
CAP convencional Norma DNIT 095/2006 - EM
CAP modificado por polímero elastomérico Norma DNIT 129/2011- EM
CAP modificado por borracha Norma DNIT 111/2009 - EM
CAP modificado por asfalto natural do tipo TLA Norma DNIT 168/2013-EM
Os ligantes são especificados pelas normas brasileiras de acordo com as
Tabelas 2, 3, 4 e 5.
24
Tabela 2 - Especificação brasileira de CAPs convencionais. Fonte: Norma DNIT 095/2006 - EM.
CARACTERÍSTICAS
UNIDADES
LIMITES MÉTODOOS
CAP
30 / 45
CAP
50 / 70
CAP
85 / 100
CAP
150 / 200
ABNT
ASTM
DNER
Penetração (100 g, 5s, 25ºC) 0,1mm 30 - 45 50 - 70 85 - 100 150 - 200 NBR 6576 D 5 ME 003/99
ºC 52 46 43 37 NBR 6560 D 36
Viscosidade Saybolt Furol s NBR 14950 E 102 ME 004/94
a 135 ºC, mín 192 141 110 80
a 150 ºC, mín 90 50 43 36
a 177 ºC 40 - 150 30 - 150 15 - 60 15 - 60
OU
Viscosidade Brookfield
cP
NBR 15184
D 4402
a 135ºC, SP 21, 20 rpm, mín 374 274 214 155
a 150 ºC, SP
21, mín.
203
112
97
81
a 177 ºC, SP 21 76 - 285 57 - 285 28 - 114 28 - 114
Índice de susceptibilidade térmica (1)
(1,5) a (+0,7)
(1,5) a (+0,7)
(1,5) a
(+0,7)
(1,5) a (+0,7)
Ponto de fulgor mín ºC 235 235 235 235 NBR 11341 D 92 ME 149/94
Solubilidade em
tricloroetileno, mín
%
99,5
99,5
99,5
99,5
NBR 14855
D 2042
ME 153/94
Ductilidade a 25º C, mín cm 60 60 100 100 NBR 6293 D 113 ME 163/98
Efeito do calor e do ar
(RTFOT) a 163 ºC, 85 min
D 2872
Variação em massa, máx (2) % 0,5 0,5 0,5 0,5
Ductilidade a 25º C, mín cm 10 20 50 50 NBR 6293 D 113 ME 163/98
Aumento do ponto de amolecimento, máx
ºC
8
8
8
8
NBR 6560
D 36
Penetração retida, mín (3) % 60 55 55 50 NBR 6576 D 5 ME 003/99
25
Tabela 3 - Especificação brasileira para CAPs modificados por polímeros elastôméricos. Fonte: Norma DNIT 129/2011- EM.
Características
Unidade
55/75-E
60/85-E
65/90-E Método de Ensaio
Limite da Especificação ABNT NBR
DNIT- ME
Penetração 25ºC, 5s, 100g
0,1 mm
45 – 70
40-70
40-70
- 155/2010
Ponto de Amolecimento, mín.
ºC
55
60
65
- 131/2010
Ponto de Fulgor, mín.
ºC
235
235
235
11341 -
Viscosidade Brookfield a 135ºC, spíndle 21, 20 rpm, máx.
cP
3000
3000
3000
15184 -
Viscosidade Brookfield a 150ºC, spíndle 21, 50 rpm, máx.
cP
2000
2000
2000
15184 -
Viscosidade Brookfield a 177ºC, spíndle 21, 100 rpm, máx.
cP
1000
1000
1000
15184 -
Ensaio de Separação de Fase, máx.
ºC
5
5
5
15166 -
Recuperação Elástica a 25ºC, 20 cm, mín.
%
75
85
90
- 130/2010
Efeito do calor e do ar - RTFOT , 163 ºC, 85 minutos
Variação de massa, máx., (1)
% massa
1,0
1,0
1,0
15235 -
Variação do PA, máx.
ºC
- 5 a +7
- 5 a +7
- 5 a +7
- 131/2010
Percentagem de Penetração Original, mín.
%
60
60
60
- 155/2010
Percentagem de Recuperação Elástica Original a 25ºC, mín.
%
80
80
80
- 130/2010
26
Tabela 4 - Especificação brasileira para CAPs modificados por borracha. Fonte: Norma DNIT 111/2009 – EM.
Características Unid. Asfalto Borracha Métodos de ensaio
Tipo AB
8
Tipo AB
22
Penetração,100g,5s, 25ºC 0,1mm 30-70 30-70 DNER ME 003/99
Ponto de Amolecimento, min, ºC ºC 55 57 DNER ME-247/94
Viscosidade Broookfield, 175ºC,
20rpm, Spindle 3
cP
800-2000
2200-4000
NBR 15529
Ponto de Fulgor, min ºC 235 235 DNER ME 148/94
Recuperação Elástica Ductilômetro, 25ºC, 10 cm, min
%
50
55
NBR 15086:2006
Estabilidade à estocagem, máx ºC 9 9 DNER ME-384/99
Efeito do calor e do ar (RTFOT) a
163ºC:
− Variação em massa, máx. % 1 1 NBR 15235:2006
− Variação do Ponto de
Amolecimento, máx
ºC
10
10
DNER ME-247/94
− Porcentagem de Penetração
Original, mín.
%
55
55
DNER ME 003/99
− Porcentagem da
Recuperação Elástica
Original,. 25ºC 10cm, mín.
%
100
100
NBR 15086:2006
27
Tabela 5 - Especificação brasileira para CAPs modificados por asfalto natural do tipo TLA. Fonte: Norma DNIT 168/2013-EM.
Características
Unidade
CAP-TLA 40/55
Método de Ensaio
Limite da Especificação
ABNT / NBR DNIT- ME
ASTM
Penetração (25ºC, 5s, 100g)
0,1 mm
40 – 55
- DNIT-155/2010
-
Ponto de Amolecimento, mín.
ºC
50
- DNIT-131/2010
-
Ponto de Fulgor, mín.
ºC
232
11341:2008 - -
Viscosidade Brookfield a 135ºC, spindle 21, 20 rpm, mín.
cP
400
15184:2004 - -
Viscosidade Brookfield a 150ºC, spindle 21, 50 rpm, mín.
cP
215
15184:2004 - -
Viscosidade Brookfield a 175ºC, spindle 21, 100 rpm, mín.
cP
80
15184:2004 - -
Solubilidade em tricloroetileno
%
75 - 90
14855:2002 - -
Teor de Cinzas
%
7,5 - 19
9842:2009 - -
Ductilidade a 25ºC, 5 cm/min., mín.
cm
100
- DNER-163/1998
-
Presença de TLA
-
Presença
- - D6608-12
Estabilidade ao Armazenamento, máx.
ºC
5
- DNER-384/1999
-
Efeito do calor e do ar - RTFOT, 163 ºC, 85 minutos
Variação de massa, máx. (1)
% massa
1,0
15235:2009 - -
Percentagem da Penetração Original, mín.
%
55
- DNIT-155/2010
-
Ductilidade a 25ºC, 5 cm/min., mín.
cm
50
- DNER-163/1998
-
Os resultados apresentados nas tabelas supracitadas foram obtidos através de
ensaios, os quais alguns serão citados abaixo com breve descrição.
- Ensaio de penetração:
Consiste em determinar a profundidade (em décimos de milímetros) que uma
agulha de 100 gramas penetra uma amostra de CAP por 5 segundos à temperatura
de 25º. Quanto menor for a penetração da agulha, maior será a consistência do CAP
(Bernucci et al 2006). O nome do ligante é a faixa de penetração, por exemplo, o CAP
30/45 tem o resultado do ensaio de penetração entre 30 e 45 décimos de milímetros.
28
- Viscosidade Brookfield
Viscosidade é uma medida de resistência à deformação gradual por tensão de
cisalhamento, e o ensaio de viscosidade Brookfield busca medir a viscosidade através
desta relação. A finalidade deste ensaio é determinar a viscosidade do ligante asfáltico
para garantir que este é fluido o suficiente para ser bombeado e misturado com os
agregados. Fluidos mais viscosos (ligante asfáltico) apresentam uma dificuldade
maior de trabalhabilidade.
A viscosidade da amostra é medida a partir do torque necessário para manter
uma velocidade de rotação constante na haste do equipamento quando submergida
no ligante asfáltico. O ensaio é realizado aquecendo o ligante para conseguir servir
na cubeta uma quantidade entre 11 e 12g. Logo a cubeta é introduzida no reômetro e
aquecida através do thermosel. O spindle é colocado dentro da amostra. Liga-se o
equipamento Brookfield e anotam-se os dados obtidos. O ensaio deve ser realizado
para três temperaturas: 135ºC, 150ºC e 177ºC. Logo é possível traçar um gráfico
viscosidade versus temperatura. Com os resultados deste ensaio é possível fazer uma
estimativa através de cálculos da temperatura ideal para compactação e mistura do
ligante asfáltico. A Figura 3 ilustra os equipamentos utilizados para este processo.
Figura 3 - Fotografia do equipamento Brookfield e thermosel.
29
- Ensaio de retorno elástico
Os ligantes asfálticos devem possuir a capacidade de retornar ao seu estado
inicial após uma deformação. A propriedade que permite tal capacidade é o Retorno
Elástico. Primeiramente deve-se aquecer o ligante para prepará-lo no molde. Deve-se
formar uma esfera do CAP a ser ensaiado e introduzi-la no ductilômetro com água e
ajustar a densidade com adição de água e glicerina ou sal de modo que a mistura
atinja uma densidade mais próxima possível a do ligante a ser ensaiado. Logo deve-
se colocar os moldes no ductilômetro e aguardar 90 minutos para após liga-lo, esticar
o molde até 20cm e romper com uma tesoura no meio a gravata. Deve-se aguardar 1
hora o retorno do ligante e medir com a régua o valor do retorno. Pode-se observar o
ductilômetro em funcionamento, após o CAP ser cortado na Figura 4. A parte dourada
do ductilômetro é o molde supracitado.
Figura 4 - Fotografia dos moldes com ligantes dentro do ductilômetro. Fonte: GEPPASV
- Ensaio de ponto de amolecimento
Temperatura da água a qual o ligante asfáltico é vencido pelo peso de uma
esfera padronizada e toca o fundo do suporte. Para realização deste ensaio,
primeiramente deve-se aquecer o CAP para derramá-lo na circunferência inscrita aos
anéis padronizados do ensaio. Logo os anéis e o ligante asfáltico devem ser mantidos
imersos em água a 5ºC e introduzir no becker o suporte juntamente com os anéis e a
30
esfera. Por último, aquecer o sistema até a esfera passar no anel. A temperatura a
qual o ligante cedeu é a temperatura de amolecimento.
- Ensaio do ponto de fulgor
Este ensaio visa medir a temperatura em que os vapores decorrentes do
aquecimento do ligante asfáltico inflamam-se devido com contato com uma chama. O
ponto de fulgor é a temperatura a qual a chama aparece, conforme Figura 8. Este
ensaio é de suma importância para extração e coleta dos fumos asfálticos, pois
quando submetido à alta temperatura o ligante pode pegar fogo. Logo, é importante
ter conhecimento das temperaturas suportadas pelo material. Para realização deste
ensaio, é utilizado o equipamento ilustrado na Figura 5.
Figura 5 - Fotografia do ensaio de ponto de fulgor.
- Densidade
É a relação entre a quantidade de massa por quantidade de volume ocupado
por uma substância ou corpo. O ensaio é simples e se dá da seguinte forma: Pesar
31
cada um dos picnômetros vazios; encher cada um dos picnômetros com água
destilada e pesá-los novamente; retirar a água e aguardar um dia para que haja a
secagem total dos picnômetros; pesar picnômetros com ligante asfáltico até a metade
do recipiente; completar os picnômetros com água destilada e pesá-los novamente. A
Figura 6 demonstra o procedimento citado. Desse modo é possível calcular a
densidade através da equação da densidade (densidade = massa/volume).
Figura 6 - Fotografia dos picnômetros Cônico e Cilíndrico, utilizados para pesagens no ensaio de densidade.
b) Especificação segundo metodologia SUPERPAVE
A metodologia SUPERPAVE é um conjunto de ensaios de CAP normatizados
nos Estados Unidos. Essa metodologia surgiu a partir de estudos realizados
inicialmente em 1987 pelo Strategic Highway Research Program (SHRP). O produto
final deste programa americano foi o novo sistema SUPERPAVE, especificações as
quais foram unidas para privilegiar a avaliação do desempenho da mistura asfáltica.
A proposta é que os ligantes sejam avaliados em ampla faixa de temperaturas, que
cubra todas as etapas do processo de mistura, espalhamento e compactação, além
32
de considerar as temperaturas às quais o pavimento asfáltico estará sujeito ao longo
de sua vida útil (BERNUCCI et al,2008).
As especificações de ligantes que seguem essa metodologia podem ser
utilizadas tanto para ligantes convencionais como para ligantes modificados, incluindo
ligantes com aditivos dispersos, dissolvidos ou que reagem com CAPs. (SHRP, 1994).
A especificação de ligantes asfálticos foi desenvolvida durante o SHRP e ficou
conhecida como “Grau de desempenho” (PG – performance grade em inglês). A
proposta principal desta seleção e classificação é agrupar os ligantes asfálticos
conforme o seu comportamento em função do ambiente onde será implantado,
levando em conta as temperaturas do pavimento ao longo de sua vida útil, e do tráfego
previsto para a rodovia. (NCHRP 673 – pg 17). O resultado obtido após análise
segundo metodologia SUPERPAVE é dado em faixas de temperaturas em Graus
Celsius e ambiente (tráfego) indicado para o CAP ser aplicado. O tráfego aconselhado
é representado por letras (S, H, V e E) as quais: S remete ao inglês Standart traffic
(tráfego padrão), H significa em inglês Heavy traffic (tráfego pesado), V significa Very
heavy traffic (Muito pesado) e E de Extremely heavy traffic (Extremamente pesado).
Os testes buscam quantificar o desempenho dos ligantes em três estágios da sua
vida: no estado original, depois da fase de mistura, espalhamento e compactação e o
envelhecimento ocorrido durante a vida de serviço do pavimento.
A especificação SUPERPAVE vem sendo utilizada no Brasil em diversos
trabalhos, todavia a classificação pelo grau de penetração ainda é a mais utilizada.
Os métodos de avaliação dos CAPs envolvem ensaios de envelhecimento,
aplicação e desempenho.
Os principais métodos de envelhecimento são:
- Envelhecimento de longo prazo (PAV - Pressure Aging Vessel): simula o
envelhecimento em serviço do ligante por 7 a 10 anos.
- Envelhecimento de curto prazo (RTFOT - Rolling Thin Film Oven Test): que simula
o envelhecimento do asfalto durante a usinagem e transporte da massa.
33
Para determinar a aplicabilidade dos CAPs, a metodologia SUPERPAVE utiliza
uma norma para ensaio de viscosidade rotacional, similar a especificação brasileira,
a qual determina o comportamento reológico do ligante na faixa de temperatura de
bombeio, usinagem e aplicação.
Os métodos de ensaio para desempenho, utilizados para coleta de dados deste
trabalho foram:
- Reômetro de viga (BBR) o qual determina a temperatura inferior do PG a qual pode
ocorrer o trincamento térmico.
- Direct tension tester (DTI) que é feito no ligante após envelhecimento no RTFOT e
PAV.
- Reômetro de cisalhamento dinâmico (Dynamic Shear Rheometer ou DSR):
basicamente, determina parâmetros do ligante asfáltico relacionados com deformação
permanente e fadiga.
2.1.6. Fumos oriundos dos cimentos asfálticos de petróleo
É normalmente aceito que à temperatura ambiente, o ligante asfáltico não
oferece nenhum perigo para a saúde ou para o meio ambiente (CHAUHAN, 2010). No
entanto, como as aplicações deste material são realizadas após algum aquecimento,
faz-se necessário o estudo da composição das emissões nestas condições.
Fumos emitidos por ligantes asfálticos aquecidos são compostos por gotículas
de aerossol e gases, podendo conter agentes irritantes e pequenas quantidades de
compostos aromáticos policíclicos. Entre estes compostos emitidos, uma parte é
formada por Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos. (BINET et al, 2002, BONNET et
al, 2000 KRIECH et al, 1999).
34
Conforme BERNUCCI et al, 2008, a 150°C as emissões de vapores e fumaças
começam a ser percebidas e são compostas de hidrocarbonetos, pequenas
quantidades de H2S e de compostos policíclicos aromáticos (HPA) liberados da
massa asfáltica pelo aquecimento.
Devido à grande variabilidade das amostras de ligante asfáltico e sua elevada
complexidade, definir a composição química exata dos fumos gerados não é uma
tarefa possível, mas de um modo geral pode-se destacar a presença de metano,
dióxido de enxofre, monóxido de carbono, dióxido de nitrogênio, gás sulfídrico e
solventes aromáticos como benzeno, tolueno e xileno. No entanto, do ponto de vista
da saúde ocupacional, os componentes mais importantes devido à sua ação
carcinogênica são os HPA (GODOI, 2011, FERNANDES et al, 2007, BOCZKAJ et al,
2014).
2.2. Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA)
Como citado, os ligantes asfálticos liberam fumos os quais possuem HPA.
No caso das emissões asfálticas, em altas temperaturas, tem-se a produção
de vapores que se condensam à medida que são resfriados (sendo então
chamados de fumos de asfalto), o que pode ser claramente percebido em
temperaturas da ordem de 150° C com misturas a quente. A composição
química dos vapores e fumos de asfalto é variável e depende de fatores como
tipo de petróleo de origem, tipo de ligante asfáltico, tempo de usinagem, além
da temperatura. O que se sabe é que, como resultado da decomposição
térmica do asfalto, se tem a formação de HPA, que são então liberados para
o meio ambiente. (MOTTA, Rosangela. São Paulo, 2013)
Os HPA pertencem a uma classe de compostos químicos complexos, cuja
estrutura se apresenta na forma de anéis de benzeno unidos, estando amplamente
distribuídos na atmosfera. Entretanto, alguns HPA já têm sido considerados como
tendo potencial carcinogênico e/ou mutagênico.
35
A agência de proteção ambiental dos Estados Unidos (United States
Environmental Protection Agency – USEPA) classificou dezesseis HPA como sendo
prioritários com relação a saúde e meio ambiente:
1) Naftaleno (Na) – 2 anéis
2) Acenaftaleno (Ac)
3) Acenafteno (Ace)
4) Fluoreno (Flu)
5) Fenantreno (Ph)
6) Antraceno (An) – 3 anéis
7) Pireno (Py)
8) Criseno(Ch)
9) Fluoranteno (FL)
10) Benzo[a]antraceno (BaA) – 4 anéis
11) Benzo[b]fluoranteno (BbF)
12) Benzo[k]fluoranteno (BkF)
13) Benzo[a]pireno (BaP)
14) Dibenzo[a,h]antraceno (DA) - 5 anéis
15) Benzo[g,h,i]perileno (BPe) e indeno[1,2,3-c,d]pireno (IP) – 6 anéis
16) Indeno[1,2,3-cd]pireno
É importante mencionar que quanto maior o número de anéis, maior a
possibilidade de serem cancerígenos e ou mutagênicos. A temperatura influencia
tanto na quantidade de cada um dos 16 HPA contidos nos fumos de asfalto, quanto
na quantidade de fumos totais, o que implica que existem níveis de exposição
ocupacional e potencial toxicológico que os HPA apresentam de acordo com a
temperatura a qual o ligante é submetido.
Por esse motivo, foram citadas na revisão bibliográfica as misturas mornas, que
podem contribuir para a redução da emissão de HPA, visto que os fumos gerados e
temperaturas mais amenas provavelmente são menos nocivos do que aqueles em
temperaturas mais elevadas. Conforme se observa no gráfico comparativo da Figura
7, as misturas mornas emitem menos HPA que as misturas quentes.
36
Figura 7 – Gráfico comparativo entre mistura quente e mistura morna quanto à emissão de HPA. Fonte: Boletim técnico SINICESP, 2013.
2.2.1. Toxicologia dos Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos
Os primeiros relatos de câncer vieram de estudo com limpadores de chaminés
ingleses, no século 17. Há estudos relativos à exposição de trabalhadores em fornos
de gaseificação do carvão, produção de coque, produção de asfalto, em fundições,
em usinas de alumínio e produção de borracha. Todavia, em todas estas atividades,
ocorreram exposições paralelas a outras substâncias, o que dificulta a correlação
entre a exposição aos HPA e o nível de câncer dos trabalhadores.
A composição dos fumos de Ligante asfáltico é bastante complexa e além dos
HPA existem diversas outras substâncias potencialmente causadoras de danos à
saúde. Os HPA têm recebido mais atenção devido aos possíveis danos em longo
prazo causados por intoxicações crônicas.
A descoberta da carcinogenicidade de alguns HPA na década de 30 trouxe uma
nova preocupação ao meio científico. “As principais queixas de saúde entre os
trabalhadores expostos aos fumos de asfalto nos serviços de pavimentação e
37
construção civil (revestimento de telhados) são os efeitos do trato respiratório, tais
como irritação de nariz e garganta, tosse, garganta seca, corrimento nasal, nariz
sangrando, dificuldades de respiração, e asma.” (HEALTH COUNCIL OF THE
NETHERLANDS, 2007, CONCAWE, 1992).
Segundo FERRAZ, 2015, os HPA podem existir em mais de uma centena de
combinações, no entanto os países adotam listas diferentes de HPA prioritários,
podendo ser um grupo entre 16 e 28 diferentes compostos. No Brasil normalmente se
adotam nas pesquisas a lista da EPA (Environmental Protection Agency) utilizada nos
EUA e apresentada na Tabela 6, com 14 HPA considerados prioritários para este
trabalho.
Mesmo que existam evidências científicas, ainda não é possível determinar o
potencial carcinogênico dos fumos de asfalto para o ser humano. A falta de
informações consolidadas não deve impedir ações para minimizar as ações de
prevenção e sim para se buscar mais dados para preencher lacunas no conhecimento
sobre o tema. Para SHULTE, 2007, a incerteza está relacionada à complexidade
química e às inconsistências encontradas nos estudos utilizando geração de fumos
em laboratório em relação à amostragem de campo e também nos resultados de
estudos epidemiológicos.
2.2.2. Extração de Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos
2.2.2.1. Sistemas para geração e coleta de fumos para análise
Além do DEC, que será o equipamento utilizado neste trabalho, existem outros
aparatos de extração de HPA na literatura. Para remoção dos HPA de ligantes
asfálticos, é necessário aquecimento do mesmo. Quando aquecido à temperaturas
38
elevadas (acima do ponto de fulgor), o ligante pode pegar fogo e tornar o experimento
inseguro. Para evitar este problema, os equipamentos devem operar a temperaturas
inferiores à temperatura de combustão do material ou envolver a amostra em
ambiente inerte (sem oxigênio). Além disso, para captar os fumos o sistema deve ser
hermético para não ocorrer dissipação de HPA (objeto principal de estudo).
Os primeiros aparatos eram simples e foram desenvolvidos na década de 70
para gerar as emissões em fase vapor para o estudo dos fenômenos de adsorção.
Entre os inúmeros aparatos desenvolvidos desde então, é pertinente citar dois deles:
- Gerador de fumos utilizado por Binnet
Em 2002, BINNET et al, apresentaram uma proposta de desenho de gerador
fumos que permite ajustes na área de emanação dos fumos com a utilização de
componentes intercambiáveis, como mostrado na Figura 8 no esquema geral e, em
detalhe na Figura 9, para obter fumos com teor de HPA proporcional à concentração
dos fumos em termos de material particulado total.
Figura 8 - Representação esquemática geral do gerador de fumos utilizado por Binet et al, 2002. Fonte: Binet et al, 2002.
39
Figura 9 - Representação esquemática em detalhe do gerador de fumos utilizado por Binet et al, 2002. Fonte: Binet et al, 2002.
PREISS et al, Part 1, POHLMANN et al, 2006, coletaram fumos diretamente
dos tanques de armazenagem de asfalto. Os condensados dos fumos coletados foram
posteriormente regenerados para os ensaios de inalação em cobaias (ratos) e de
acordo com os autores, considerando que os condensados de fumos regenerados são
comparáveis ao material coletado nos amostradores pessoais utilizados nos locais de
trabalho, então a atmosfera gerada em laboratório também pode ser comparada com
o a atmosfera do local de trabalho.
A Figura 10, sem escala, mostra a representação esquemática da coleta de
fumos em um tanque de asfalto (A) e o sistema usado para a regeneração do
condensado antes da exposição (B).
40
Figura 10 - Representação esquemática da coleta de fumos em tanque de asfalto (A) e sistema de regeneração de condensado de fumos (B), sem escala. Fonte: Adaptado de POHLMANN et al, 2006.
2.2.2.2. Dispositivo de Extração e Coleta (DEC)
O DEC foi desenvolvido por FERRAZ em sua tese de doutoramento em 2015
no laboratório LACHEM da Universidade Federal de Santa Maria. Este dispositivo é
adequado para utilização em bancada de laboratório e a geração dos fumos se dá
através do aquecimento do ligante asfáltico em sistema fechado, com temperatura
controlada em atmosfera não oxidante utilizando-se para isso argônio aquecido como
gás de arraste. As extrações dos fumos são feitas a partir de pequenas massas de
ligante asfáltico. O sistema desenvolvido foi aplicado na geração e coleta de fumos de
ligantes asfálticos comercializados no Brasil. Os fumos coletados foram analisados
quanto aos teores de alguns hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA) cujo
monitoramento é recomendado pela organização mundial da saúde devido ao seu
potencial carcinogênico. O DEC pode ser operado numa ampla faixa de temperaturas
que cobre todas as temperaturas usuais de aplicação de asfalto, sem perdas
significativas dos analitos e sem risco de ignição em virtude da atmosfera inerte
presente. O dispositivo pode operar com diferentes solventes em contato com a
41
massa de cimento asfáltico e também sem a presença destes solventes, pelo
aquecimento direto da amostra.
O DEC permite a coleta dos fumos tanto diretamente em fase liquida (soluções
absorventes) quanto em fase sólida (adsorventes sólidos). Na análise dos fumos
coletados no DEC foram encontrados 14 dos 16 HPA considerados prioritários pela
EPA (Environmental Protection agency). Pode-se observar a fórmula estrutural dos
hidrocarbonetos que foram analisados neste trabalho na Tabela 6.
Tabela 6 - Estrutura dos HPA analisados pelo DEC. Fonte: FERRAZ, 2015.
Composto Fórmula Estrutural Fórmula molecular
Fluoreno
C13H10
Acenaftileno
C12H8
Acenafteno
C12H10
Naftaleno
C10H8
Fenantreno
C14H12
Antraceno
C14H10
Fluoranteno
C16H10
Pireno
C16H10
Benzo(b)fluoranteno
C20H12
Benzo(k)fluoranteno
C20H12
Benzo(a)pireno
C20H12
Benzo(ghi)pireno
C22H12
42
Dibenzo(a,h)antraceno
C22H14
Indeno(1,2,3-cd)pireno
C22H12
O DEC funciona da seguinte maneira: Uma peça maciça de alumínio fundido
em forma cônica é aquecida por uma manta térmica com regulagem de temperatura.
Esta peça de alumínio está em um meio onde a temperatura é mantida através de lã
de rocha, material térmico. O CAP é disposto dentro do cone e o DEC é fechado por
uma tampa de inox com saída para os fumos. O cone é aquecido em ambiente
controlado por termômetros e atmosfera inerte em função da presença de gás Argônio
(Ar). O gás é proveniente de um cilindro (com regulagem de vazão), e antes de entrar
em contato com o CAP é aquecido através de serpentina em torno da peça aquecida
de alumínio conforme mostra Figura. A injeção e aquecimento do Argônio é
extremamente importante, pois desta forma o CAP não entra em combustão por estar
em meio inerte e não resfria. O ligante aquecido libera os fumos que saem pelo
caminho preferencial para os traps, que é a saída na parte superior da tampa. Os traps
contendo líquido adsrovente estão imersos em etilenoglicol, substância que resfria as
amostras contidas nos traps. O Dispositivo de extração e coleta foi esquematizado na
Figura 11.
Figura 11 - Desenho esquemático de funcionamento e peças do DEC. Fonte: FERRAZ, 2015.
43
2.3. Saúde ocupacional
Quando os vapores esfriam, eles se condensam na forma de fumos de asfalto.
Assim, os trabalhadores que usam asfalto aquecido estão expostos a fumos e a
vapores de asfalto.
É possível observar nas Figuras 12, 13, e 14, trabalhadores expostos aos
fumos do asfalto aplicado a quente.
Figura 12 - Fotografia de trabalhadores expostos aos fumos do asfalto.
44
Figura 13 - Fotografia de operários expostos às emissões asfálticas durante a compactação.
Figura 14 - Fotografia de operador de vibroacabadora exposto às emissões asfálticas antes da compactação.
Através de câmera termográfica é possível medir as temperaturas em que as
misturas asfálticas se encontram. Em estudo feito pelo GEPPASV em 2015, foi
utilizada uma câmera termográfica para verificar as temperaturas de aplicação e
mistura dos materiais na pavimentação. Foi possível observar as altas temperaturas
que os trabalhadores estão expostos. Para este trabalho foram selecionadas as
figuras onde se destacam a temperatura de usinagem e compactação. As figuras de
15 a 18 demonstram imagens com escala térmica onde é possível verificar as
temperaturas dos CAPs em que os trabalhadores estão expostos.
45
Figura 15 – Imagem de Câmera Termográfica mostrando operário exposto à mistura contendo CAP aquecido à 143,9ºC. Fonte: GEPPASV.
Figura 16 - Fotografia real da figura 15 onde o operário está exposto à mistura contendo CAP. Fonte: GEPPASV.
46
Figura 17 - Imagem de câmera termográfica onde está retratada a aplicação da mistura asfáltica à 114,3ºC. É possível observar operários expostos à mistura quente. Fonte: GEPPASV.
Figura 18 - Fotografia retirada no mesmo momento da imagem da figura 17, onde está retratada a aplicação da mistura asfáltica. É possível observar operários expostos à mistura quente. Fonte: GEPPASV.
47
É possível inferir através das Figuras 15 a 18 que os trabalhadores realmente
estão expostos à misturas asfálticas em altas temperaturas. Em altas temperaturas
ocorrem as emissões asfálticas, as quais são prejudiciais à saúde humana.
Dentre as emissões gasosas destacam-se o metano, o dióxido de enxofre, o
monóxido de carbono e o dióxido de nitrogênio.
Como diluentes do asfalto geralmente são utilizados o querosene ou a nafta. O
querosene é uma mistura de hidrocarbonetos alifáticos, olefínicos e aromáticos, e tem
como principais componentes os alifáticos (87%), com faixa entre 10 a 16 átomos de
carbono (GUIMARÃES, 2003).
E o benzo(a)pireno é um agente químico causador de câncer de pele do corpo.
Portanto, os trabalhadores que atuam na pavimentação de ruas não deveriam
trabalhar de camiseta e bermuda.
Também o benzo(a)antraceno e os benzofluorantenos são reconhecidos como
cancerígenos, além de possuírem propriedades mutagênicas. E ambos se encontram
nas emissões do asfalto. As manifestações agudas dos pavimentadores envolvem:
irritação ocular, irritação nas mucosas do trato respiratório superior (nasal e garganta),
tosse, dispnéia, asma química, bronquite, dor de cabeça, irritação, ressecamento e
queimaduras da pele, pruridos, rachaduras e feridas. Quanto aos efeitos crônicos, há
outros estudos, como o da NIOSH (Health Effects of Occupational Exposure to
Asphalt) relatando o risco de câncer, dentre eles: leucemia, câncer na boca e faringe
e de pulmão. Também há relatos de câncer gastrintestinal e de próstata/bexiga.
(LOPES, 2008).
Existem no mercado de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) máscaras
e respiradores faciais e semi-faciais os quais possuem filtros para voláteis orgânicos.
No entanto, as máscaras e respiradores ainda não são requeridas como EPI
obrigatório em obras rodoviárias que utilizam CAP. Pode-se observar nas figuras
acima que os operários não utilizam máscaras, logo estão expostos aos fumos do
asfalto.
48
2.3.1. Avaliação de riscos
Avaliação de riscos é o processo que caracteriza de forma científica e
sistemática, o potencial de efeitos adversos sobre a saúde resultantes de situações
ou agentes (químico, físico, biológico) perigosos. Dentro deste contexto, verificou-se
a possibilidade de fazer um estudo de avaliação de riscos das emissões asfálticas
encontradas neste trabalho. Para tal, foi utilizada a planilha de avaliação de riscos da
Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB). Esta planilha é utilizada
por várias empresas para avaliar o risco o qual seus funcionários estão submetidos
em diversas atividades e serviços.
A planilha da CETESB é apresentada em arquivo Excel, onde são gerados
algoritmos que a partir dos dados lançados mostram um resultado do risco da
atividade. Existem inúmeros parâmetros analisados e entrelaçados, entre eles: Tempo
de exposição, área de exposição, tipo de contaminante, etc.
O modelo da planilha é complexo e bloqueado para alterações, sendo
preestabelecido para atividades relacionadas, onde não se encontra a atividade de
pavimentação com foco em exposição aos fumos oriundos de ligantes asfálticos. Para
análise na planilha da CETESB, seria necessária mudança no escopo e programação
da planilha, inviabilizando esta análise para o presente trabalho.
49
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Para realização dos experimentos no DEC foi necessário desenvolver a
metodologia, desde preparo de amostras até preparar o fumo extraído para análise
no LC-MS (Liquid Chromatography Mass Spectrometry).
3.1. Planejamento da pesquisa
A coleta de amostras foi realizada de forma a representar o mercado brasileiro
de ligantes asfálticos.
1. Após estudo das características dos ligantes, obtidas através de ensaios
convencionados feitos no laboratório GEPPASV, foram feitas análises laboratoriais
de quantização e caracterização dos HPA das amostras no equipamento DEC.
2. Com os resultados obtidos através do DEC, com intuito de quantificar a importância
da emissão de HPA em laboratório em diferentes temperaturas, foi feita uma
análise gráfica dos valores encontrados para cada tipo de ligante em diferentes
temperaturas.
3.2. Materiais
No trabalho em questão, serão analisados doze ligantes asfálticos produzidos
e utilizados no Brasil. Os ligantes convencionais são os cimentos asfálticos de petróleo
puros, no caso o CAP 50/70 e o CAP 30/45. Todos os CAPs, tanto convencionais
como modificados, utilizados neste trabalho foram listados abaixo com suas principais
características, sendo os fornecidos pela empresa Greca:
50
Cimento Asfáltico de Petróleo - CAP 50/70: É um CAP considerado médio;
Cimento Asfáltico de Petróleo - CAP 30/45: É um CAP considerado duro;
FLEXPAVE 60/85: Asfalto modificado por polímero elastomérico (SBS);
ECOFLEX B: Asfalto modificado por pó de borracha de pneus inservíveis
(Asfalto-Borracha);
HARD CAP: Segredo industrial. Este ligante possui características reométricas
diferenciadas especialmente para grandes cargas.
E os fornecidos pela empresa Betunel:
Cimento Asfáltico de Petróleo - CAP 30/45: É um CAP considerado duro;
CAP Borracha: Asfalto modificado por pó de borracha de pneus inservíveis
(Asfalto-Borracha);
CAP TLA Modificado: 25% de asfalto natural + 75% asfalto modificado;
CAP TLA AM: Modificação do ligante asfáltico nacional com asfalto natural
oriundo da jazida (lago asfáltico);
Stylink: Asfalto com adição de polímero.
Além dos ligantes supracitados, serão estudados os asfaltos altamente
modificados (HiMA):
HiMA tipo 1: Alta concentração de polímero elastomérico (SBS);
HiMA tipo 2: Alta concentração de polímero elastomérico (SBS).
Os doze ligantes amostrados para este trabalho são os mais comumente
utilizados nas obras de pavimentação brasileiras.
51
3.2.1. Classificação brasileira
Conforme a literatura citada, os ligantes em estudo foram submetidos a ensaios
de caracterização pelo grupo GEPPASV. Os resultados dos ensaios citados estão
apresentados na Tabela 7 e são relevantes para demonstrar as características reais
dos mesmos ligantes amostrados para posteriores ensaios no DEC.
Os resultados para ensaios de viscosidade Brookfield para os doze ligantes em
estudo estão expostos em temperaturas desejáveis obtidas através de cálculos para
usinagem e compactação, visto que o objetivo deste trabalho é verificar as emissões
asfálticas de ligantes em diferentes temperaturas. Além de resultados de viscosidade,
são apresentados os resultados de ensaios de retorno elástico, amolecimento,
penetração, ponto de fulgor/combustão e densidade na Tabela 7.
Tabela 7 - Resultados dos ensaios de Viscosidade, Retorno elástico, amolecimento, penetração, ponto de fulgor/combustão e densidade para os ligantes asfálticos em estudo.
Viscosidade
CAP TEMP. DE
MISTURA
TEMP. DE
APLICAÇÃO
Retorno
elástico
Anel e
bola Penet. Ponto
de
Fulgor
Ponto
de
Comb.
Densidade
% T média
amol. 0,1mm
Frasco
cônico
Frasco
cilíndrico
30/45-Greca 165 a 170 156 a 160 17,1 62,85 46,8 267 299 - -
50/70-Greca 148 a 154 137 a 142 10,8 51,9 59,6 266 292 1,019 1,016
Ecoflex B 204 a 214 187 a 194 69,2 63,35 49,8 253 294 - -
Flexpave - - 89,2 82,3 55,2 275 330 - -
Hard CAP 166 a 172 156 a 160 17,6 66,5 36,8 238 289 - -
30/45-Betunel 159 a 164 150 a 154 8,9 55,75 42,6 328 359 - -
Borracha - - 65,8 62,85 71,6 310 320 - -
Stylink 172 a 179 160 a 165 23,8 69,4 72,4 278 326 1,037 1,036
TLA AM 181 a 187 170 a 175 60,6 69,65 22,7 298 344 1,137 1,13
TLA Modif. 164 a 170 154 a 158 12,6 60,8 38,2 275 340 1,076 1,088
HIMA II - 95,3 86,5 53,9 318 350 1 1,006
HIMA I - - - 41,6 - - - -
52
3.2.2. Classificação SUPERPAVE
Como resultado dos ensaios convencionados pelas normas SUPERPAVE, se
obtém temperaturas e tráfego os quais os ligantes são propícios a serem aplicados.
Este método de classificação consegue obter resultados para melhor aplicação dos
materiais, de acordo com o local onde será construída a rodovia. A Tabela 8 resume
os resultados obtidos através de ensaios com os CAPs deste estudo utilizando a
classificação SUPERPAVE.
Tabela 8 - Resultados das amostras de ligantes em estudo obtidos através dos ensaios da metodologia SUPERPAVE pelo grupo GEPPASV em laboratório do RJ.
Ligante PG Tráfego
Hard Cap 82-22 Extremamente pesado (E)
50/70 Greca 58-16 Pesado (H)
30/45 Betunel 82-16 Extremamente pesado (E)
30/45 Greca 70-22 Pesado (H)
TLA Modificado 76-10 Muito pesado (V)
Flexpave (60/85) 82-22 Extremamente pesado (E)
Stylink (76/22) 70-28 Muito pesado (V)
TLA AM 70-22 Padrão (S)
HIMA II 76-28 Extremamente pesado (E)
HIMA I 82-22 Extremamente pesado (E)
Ecoflex B 82-28 Extremamente pesado (E)
Borracha 76-28 Pesado (H)
3.2.3. Temperaturas de usinagem e compactação
Para este estudo, verificou-se a necessidade de escolher temperaturas para
simular usinagem e compactação do concreto asfáltico quando se fala em extração
de fumos. As temperaturas de usinagem e compactação são as que os trabalhadores
estão mais expostos ao ligante asfáltico.
Para tal, foram retiradas das especificações dos fornecedores as temperaturas
ideias para usinar e compactar o concreto asfáltico. Observa-se que as temperaturas
53
da Tabela 9, as quais foram informadas pelos fabricantes, se assemelham as
temperaturas da Tabela 7, onde as temperaturas foram obtidas através do ensaio
Brookfield no laboratório GEPPASV. Em obras rodoviárias pode-se observar que as
temperaturas indicadas pelos fornecedores de material ligante realmente são
utilizadas, pois nesta faixa de temperatura acontece o maior rendimento utilizando o
material.
A Tabela 9 resume as temperaturas que os fornecedores (Greca e Betunel) de
ligantes indicam para usinagem (mistura) e compactação.
Tabela 9 - Temperaturas de usinagem (mistura) e compactação dos CAPs informadas pelos fornecedores e temperaturas utilizadas no DEC durante os ensaios.
CAP Temperatura de mistura (°C) Temperatura de compactação (°C)
Informada Utilizada Informada Utilizada
Hard CAP - 168 - 158
50/70 Greca 150 a 155 152,5 A partir de 135 135
30/45 Betunel 151 a 157 154 141 a 147 144
30/45 Greca 155 a 160 157,5 A partir de 140 140
TLA Modificado 155 a 161 158 146 a 152 149
Flexpave 60/85 160 a 165 162,5 A partir de 145 145
Stylink 76/22 160 a 166 163 141 a 147 144
HIMA II 171 a175 172,5 161 a 165 162,5
HIMA I 170 a 175 173 160 a 165 163
TLA AM 161 a 167 174 146 a 152 149
Ecoflex 170 a 180 175 A partir de 150 150
Borracha 180 a 185 182,5 160 a 165 162,5
O fornecedor do Hard CAP não informou as temperaturas indicadas para
usinagem e compactação. Logo, para fazer o ensaio no DEC foi utilizada a
temperatura obtida no laboratório GEPPASV a partir do ensaio Brookfield. A Tabela 9
também indica as temperaturas utilizadas no DEC para a emissão e coleta dos fumos
asfálticos. Observa-se que as temperaturas utilizadas são as médias dos limites
indicados pelos fornecedores.
54
3.3. Método de extração e coleta de HPA utilizando o DEC
O trabalho de conclusão de curso em questão utiliza o DEC (Dispositivo de
Extracão e Coleta), desenvolvido por FERRAZ em sua tese de doutoramento pela
Universidade Federal de Santa Maria em 2015, que é capaz de gerar e coletar fumos
produzidos pelo aquecimento de amostras de cimento asfáltico.
O DEC é um aparato que consiste em esquentar o ligante asfáltico em bloco
maciço de alumínio em forma cônica com controle de pressão e temperatura. Este
ambiente que envolve o ligante é de gás Argônio aquecido a mesma temperatura que
o ligante, para não esfriar a massa (passou por aquecimento junto ao bloco de
alumínio através das serpentinas de cobre). Existe um termômetro acoplado para
medir a temperatura a qual o ligante se encontra durante o aquecimento (realizado
através de manta térmica).
Como supracitado, quando o ligante asfáltico é aquecido ele libera fumos os
quais contém HPA. Esse fumo é captado por um sistema de traps de vidro que contém
um solvente (acetonitrila), o qual adsorve o fumo. Esse material adsorvido é tratado
para ficar o mais translúcido possível e com o menor número de espécies de HPA as
quais não é necessário detectar. Pode-se observar o aparato sendo utilizado na Figura
19. Observa-se que os traps de vidro estão tapados com papel alumínio, para ajudar
a manter a temperatura baixa dos mesmos, imersos no etileno-glicol contido no tubo
de PVC.
55
Figura 19 – Fotografia do DEC em funcionamento.
O DEC permite ensaiar uma amostra de cada vez. Para cada amostra de cada
um dos 12 ligantes, foram utilizadas duas temperaturas diferentes. Como citado no
item anterior, as temperaturas escolhidas para aquecer os ligantes foi a demonstrada
na Tabela 9. Foram preparadas duas amostras por ligante: uma amostra para ensaiar
na temperatura de usinagem e na sequência diminuir para temperatura de
mistura/compactação e uma amostra extra para guardar e ter como branco futuro.
Logo, cada um dos 12 ligantes foi ensaiado uma vez, onde a coleta dos fumos foi feita
em duas etapas: coleta na temperatura de usinagem e coleta na temperatura de
compactação.
O ensaio foi feito de forma a tentar se aproximar ao máximo da realidade
encontrada em obras rodoviárias, onde primeiramente o CAP é usinado e
posteriormente aplicado. De forma semelhante, as amostras passaram pelo seguinte
processo descrito no fluxograma da Figura 20.
56
Figura 20 - Fluxograma de processo de ensaio de amostra de CAP.
Para começar o ensaio, a amostra deve estar congelada para melhor
manuseio. Primeiramente a amostra é pesada e fracionada de acordo com a
capacidade do DEC (aproximadamente 100g). As massas de CAP utilizadas estão
descritas na Tabela 10 e a Figura 21 demonstra como a amostra é disposta no
aparato.
Tabela 100 - Massa de CAP por amostra.
CAP Massa (g)
Hard Cap 115,3
50-70 Greca 110,3
30-45 Betunel 108,4
30-45 Greca 97,5
TLA Modificado 120,1
Flexpave (60-85) 95,4
Stylink (76-22) 132
HIMA II 114,5
HIMA I 113,4
TLA AM 199,3
Ecoflex 133,3
Borracha 100,2
Uma amostra de CAP é inserida no DEC
DEC é regulado com temperatura de usinagem
indicado pelo fabricante do CAP da amostra
Após 4h de aquecimento e extração de fumos em
temperatura de usinagem, os traps com fumo adsorvido são
retirados do sistema
Utilizando a mesma amostra de CAP que foi ensaiada com temperaturas de usinagem,
um novo sistema de traps com adsorvente é adicionado ao
sistema
O DEC é regulado na temperatura de compactação
indicada pelo fabricante do CAP da amostra
A extração dos fumos na temperatura de compactação
dura 4h
O DEC é desligado e os trapsremovidos
Os traps com fumos adsorvidos são levados para filtragem, onde as amostras
com se tornarão mais translúcidas
As duas amostras tratadas (ensaio temperatura de
usinagem e compactação) são levadas para o LC-MS para
quantizar e especiar os HPA
57
Figura 21 - Fotografia da amostra de ligante asfáltico dentro do aparato antes de ser fechado e ligado.
A peça de alumínio aquece a amostra. Por ser de forma cônica, propicia mistura
mais eficiente do ligante em função da injeção de Argônio.
Figura 22 – Fotografia do sistema de traps de vidro ainda desconectados do dispositivo imersos em etilenoglicol.
58
A amostra dos fumos recolhida nos traps foi tratada para ficar o mais translúcida
possível levada ao cromatógrafo LC-MS onde foram especificados os tipos e
quantidades de HPA. Neste estudo, foram observados 14 HPA polarizados (citados
na Tabela 3), os quais são possivelmente carcinogênicos.
59
4 RESULTADOS OBTIDOS
Os resultados obtidos através do ensaio no DEC são quantidade e quais tipos
de HPA cada CAP contém. Os HPA emitidos pelos CAPs no dispositivo de extração
e coleta foram organizados por temperatura de aplicação e também por tipo de HPA.
4.1. Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPA)
Através da extração e coleta dos fumos realizados no DEC conforme
procedimento descrito na metodologia, por LC-MS foi possível chegar a resultados de
quantificação (em mg/kg) de cada espécie de HPA conforme Tabelas 12 e 13. As
temperaturas apresentadas nas tabelas estão na ordem de ensaio, primeiro a
temperatura de usinagem e após a temperatura de compactação para a mesma
amostra.
Os resultados estão expostos em mg/kg, unidade geralmente utilizada para
estes tipos de compostos. É possível fazer transformações de unidades através de
equações físicas e matemáticas. Neste trabalho, em que o objetivo é demonstrar as
emissões em diferentes temperaturas e compará-las, não será necessário fazer
mudanças de unidades.
Nas Tabelas 11 e 12, “nd” significa não detectado pelo método, e <LOQ abaixo
do limite de quantificação. Esses valores não foram encontrados pelas análises de
LC-MS, pois são muito baixos, logo serão desconsiderados durante a análise de
resultados. Dentre os 14 HPA que o procedimento foi capaz de detectar, os seis HPA
que serão analisados durante a discussão são: Fluoreno, Acenaftileno, Acenafteno,
Naftaleno, Antraceno e Fluoranteno.
60
Tabela 11 - Resultados de emissões de cada espécie HPA (em mg/kg) dos principais CAPs comercializados no Brasil nas temperaturas de usinagem e compactação.
Identificação da
amostra Temp Fluoreno Acenaftileno Acenafteno Naftaleno Fenantreno Antraceno Fluoranteno
Hard Cap
Usinagem
168,0 1,90 0,17 0,66 19,38 0,07 0,06 1,06
Compactação
158,0 0,98 0,13 0,37 11,16 nd 0,02 3,69
50-70 Greca
Usinagem
152,5 2,18 0,12 0,06 0,08 nd 0,01 0,73
Compactação
135,0 0,13 0,10 nd 0,31 nd 0,01 0,70
30-45 Betunel
Usinagem
154,0 0,48 0,10 0,09 0,23 nd nd 0,73
Compactação
144,0 0,17 0,14 nd 0,05 0,02 0,01 0,75
30-45 Greca
Usinagem
157,5 0,58 0,15 0,08 0,38 nd 0,01 0,80
Compactação
140,0 0,16 0,21 nd 0,07 nd nd 0,85
TLA Modificado
Usinagem
158,0 0,28 0,10 0,23 1,31 0,04 0,01 0,64
Compactação
149,0 0,38 0,11 0,11 0,21 nd 0,01 0,69
Flexpave (60-85)
Usinagem
162,5 0,32 0,11 0,11 1,26 nd 0,01 0,86
Compactação
145,0 0,27 0,14 nd 0,08 0,03 0,01 0,85
Stylink (76-22)
Usinagem
163,0 0,19 0,10 0,15 0,71 0,04 0,01 0,62
Compactação
144,0 0,21 0,12 0,08 0,09 nd 0,01 0,59
HIMA II
Usinagem
172,5 0,16 0,12 0,06 0,24 nd 0,01 0,68
Compactação
162,5 0,45 0,11 0,09 0,34 nd 0,03 0,69
HIMA I
Usinagem
173,0 0,28 0,11 0,17 1,05 0,04 0,01 0,92
Compactação
163,0 0,27 0,11 nd 0,17 nd 0,01 0,89
TLA AM
Usinagem
174,0 0,10 0,07 0,05 0,10 nd 0,01 0,40
Compactação
149,0 0,09 0,06 nd 0,07 0,02 nd 0,41
Ecoflex
Usinagem
175,0 0,46 0,10 nd 0,04 0,04 0,02 0,59
Compactação
150,0 0,62 0,11 nd nd nd 0,01 0,59
Borracha
Usinagem
182,5 0,76 0,12 0,23 0,93 nd 0,03 0,78
Compactação
162,5 0,60 0,11 0,15 0,18 nd 0,01 0,79
61
Tabela 12 - Resultados de emissões de cada espécie HPA (em mg/kg) dos principais CAPs comercializados no Brasil por temperatura.
Identificação da
amostra Temp Pireno
Benzo(b)
fluoranteno
Benzo(k)
fluoranteno
Benzo(a)
pireno
Dibenzo(ah)
antraceno
Benzo(ghi)
pireno
Indeno(123-cd)
pireno
Hard Cap
Usinagem
168,0 nd <LOQ <LOQ 0,00 <LOQ nd 0,03
Compactação
158,0 0,01 <LOQ <LOQ 0,00 <LOQ nd 0,03
50-70 Greca
Usinagem
152,5 nd <LOQ <LOQ 0,00 <LOQ nd 0,03
Compactação
135,0 0,01 <LOQ <LOQ 0,00 <LOQ nd 0,03
30-45 Betunel
Usinagem
154,0 nd <LOQ <LOQ 0,01 <LOQ nd 0,03
Compactação
144,0 0,00 <LOQ <LOQ 0,00 <LOQ nd 0,03
30-45 Greca
Usinagem
157,5 nd <LOQ <LOQ 0,00 <LOQ nd 0,04
Compactação
140,0 nd <LOQ <LOQ 0,00 <LOQ nd 0,04
TLA Modificado
Usinagem
158,0 0,00 <LOQ <LOQ 0,00 <LOQ nd 0,03
Compactação
149,0 nd <LOQ <LOQ 0,00 0,08 nd 0,03
Flexpave (60-85)
Usinagem
162,5 nd <LOQ <LOQ 0,00 <LOQ nd 0,04
Compactação
145,0 nd <LOQ <LOQ 0,01 <LOQ nd 0,04
Stylink (76-22)
Usinagem
163,0 0,00 <LOQ <LOQ 0,00 <LOQ nd 0,03
Compactação
144,0 0,01 0,04 <LOQ 0,00 <LOQ nd 0,03
HIMA II
Usinagem
172,5 0,00 <LOQ <LOQ 0,01 <LOQ nd 0,03
Compactação
162,5 0,00 <LOQ <LOQ 0,00 <LOQ nd 0,03
HIMA I
Usinagem
173,0 0,01 <LOQ <LOQ 0,02 <LOQ nd 0,03
Compactação
163,0 0,01 <LOQ <LOQ 0,01 <LOQ nd 0,03
TLA AM
Usinagem
174,0 nd <LOQ <LOQ 0,00 <LOQ nd 0,02
Compactação
149,0 nd <LOQ <LOQ 0,00 <LOQ nd 0,02
Ecoflex
Usinagem
175,0 nd <LOQ <LOQ 0,00 <LOQ nd 0,03
Compactação
150,0 nd <LOQ <LOQ 0,00 <LOQ nd 0,03
Borracha
Usinagem
182,5 nd <LOQ <LOQ 0,00 <LOQ nd 0,04
Compactação
162,5 nd <LOQ <LOQ 0,00 <LOQ nd 0,04
62
4.2. Discussão dos resultados
Para compreender a complexa emissão de HPA dos CAPs estudados, foram
necessárias inúmeras tentativas para visualizar as emissões demonstradas nas
Tabelas 11 e 12 de forma gráfica.
Para discussão de resultados por espécie de HPA foram gerados gráficos de
emissão por tipo de ligante, onde as emissões foram divididas em temperaturas de
usinagem (cor laranja) e compactação (cor azul).
Os HPA escolhidos para análise nesta etapa do trabalho foram os que
apresentaram resultados mais relevantes, ou seja, acima dos limites de detecção. São
eles: Fluoreno, Acenaftileno, Acenafteno, Naftaleno, Antraceno e Fluoranteno.
Ao observar a Figura 23, gráfico de emissões de Fluoreno por ligante de acordo
com as temperaturas de usinagem e compactação, percebe-se que a maioria dos
ligantes emite mais Fluoreno em temperaturas de usinagem.
Figura 23 - Gráfico comparativo de emissões de Fluoreno (mg/kg) por CAP e temperatura.
1,90
2,18
0,4
8 0,58
0,28 0,32
0,19
0,16 0
,28
0,10
0,4
6
0,76
0,98
0,13 0,17
0,16
0,3
8
0,27
0,21
0,45
0,27
0,09
0,62
0,60
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
Har
d C
ap
50-7
0 G
reca
30-4
5 B
etun
el
30-4
5 G
reca
TLA
Mo
dif
icad
o
Flex
pave
(60
-85)
Styl
ink
(76-
22)
HIM
A II
HIM
A I
TLA
AM
Eco
flex
Bo
rrac
ha
Emis
sões
de
Flu
ore
no
mg/
kg
Temperatura de Usinagem Temperatura de compactação
63
É importante frisar que os gráficos expostos estão com escalas diferentes. Isso
ocorreu em função de existir diferença entre a proporção de quantidade das emissões
de cada HPA. Por exemplo, a espécie de HPA que teve maior valor detectado foi o
Fluoreno, com 2,18 mg/kg. Já a espécie que teve menor valor detectado foi o
Benzo(a)pireno com valores próximos a zero, por este motivo esta e outras espécies
com baixos índices de detecção não foram analisadas graficamente.
As emissões de Acenaftileno demonstradas no gráfico da Figura 24 foram
semelhantes em ambas as temperaturas ensaiadas e relativamente parecidas em
todos os tipos de CAP.
Figura 24 - Gráfico comparativo de emissões de Acenaftileno (mg/kg) por CAP e temperatura.
O Acenafteno, no geral, teve emissões baixas comparadas com outros HPA.
No entanto, o Hard CAP apresentou uma alta emissão deste analito. Como se pode
perceber, as emissões de Acenafteno foram mais recorrentes em temperaturas de
usinagem (mais altas). Em temperaturas de compactação, alguns CAPs não emitiram
quantidades perceptíveis de Acenafteno, como mostra o gráfico da Figura 25.
0,1
7
0,12
0,10
0,15
0,10 0,
11
0,10
0,1
2
0,11
0,07
0,10
0,120,
13
0,10
0,14
0,21
0,1
1
0,1
4
0,12
0,11
0,11
0,06
0,11
0,11
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
Har
d C
ap
50-
70 G
reca
30-4
5 B
etu
nel
30-4
5 G
reca
TLA
Mo
dif
icad
o
Flex
pave
(60
-85)
Styl
ink
(76-
22)
HIM
A II
HIM
A I
TLA
AM
Eco
flex
Bo
rrac
ha
Emis
sões
de
Ace
naf
tile
no
mg/
kg
Temperatura de Usinagem Temperatura de Compactação
64
Figura 25 - Gráfico comparativo de emissões de Acenafteno (mg/kg) por CAP e temperatura.
O Naftaleno foi detectado neste experimento, este é um dos HPA mais citados
em pesquisas científicas sobre saúde ocupacional em várias áreas profissionais. Os
gráficos das figuras 26 e 27 demonstram as emissões para os CAPs estudados.
Observou-se que a emissão de Naftaleno pelo Hard CAP foi aproximadamente 660%
maior que a emissão deste HPA pelo CAP TLA Modificado, segundo maior emissor
de Naftaleno entre os CAPs analisados. Por este motivo, no gráfico da Figura 27, o
Hard CAP é retirado para observar o comportamento das emissões de Naftaleno pelos
outros CAPs de forma mais clara. Desta forma, é possível inferir que as emissões de
Naftaleno não seguem um padrão de acordo com a temperatura.
0,66
0,06 0,
09
0,08
0,23
0,11 0,
15
0,06
0,17
0,05
0,0
0
0,23
0,37
0,0
0
0,0
0
0,0
0
0,11
0,0
0
0,08
0,0
9
0,0
0
0,0
0
0,0
0
0,15
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
Har
d C
ap
50-7
0 G
reca
30-4
5 B
etun
el
30-4
5 G
reca
TLA
Mo
dif
icad
o
Flex
pave
(60
-85)
Styl
ink
(76-
22)
HIM
A II
HIM
A I
TLA
AM
Eco
flex
Bo
rrac
ha
Emis
sões
de
Ace
naf
ten
om
g/kg
Temperatura de Usinagem Temperatura de Compactação
65
Figura 26 - Gráfico comparativo de emissões de Naftaleno (mg/kg) por CAP e temperatura.
Figura 27 - Gráfico comparativo de emissões de Naftaleno (mg/kg) por CAP e temperatura. Desconsiderando o resultado do Hard CAP.
19,3
8
0,08
0,23
0,38 1,
31
1,26
0,71
0,24 1,
05
0,10
0,04 0
,93
11,1
6
0,31
0,05
0,07
0,21
0,08
0,09
0,34
0,17
0,0
7
0,0
0
0,18
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
Har
d C
ap
50-7
0 G
reca
30-4
5 B
etun
el
30-4
5 G
reca
TLA
Mo
dif
icad
o
Flex
pave
(60
-85)
Styl
ink
(76-
22)
HIM
A II
HIM
A I
TLA
AM
Eco
flex
Bo
rrac
ha
Emis
sões
de
Naf
tale
no
mg/
kg
Temperatura de Usinagem Temperatura de Compactação
0,08
0,23
0,38
1,31
1,26
0,71
0,2
4
1,05
0,10
0,04
0,93
0,31
0,05
0,07
0,21
0,08
0,09
0,34
0,17
0,07
0,00
0,18
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
50-7
0 G
reca
30-4
5 B
etun
el
30-4
5 G
reca
TLA
Mo
dif
icad
o
Flex
pave
(60
-85)
Styl
ink
(76-
22)
HIM
A II
HIM
A I
TLA
AM
Eco
flex
Bo
rrac
ha
Emis
sões
de
Naf
tale
no
mg/
kg
Temperatura de Usinagem Temperatura de Compactação
66
As emissões de Antraceno aferidas pelo LC-MS também foram baixas.
Entretanto, importantes para demonstrar os resultados onde é aparente a diversidade
de espécies de HPA emitidos por CAPs brasileiros, como pode ser percebido no
gráfico da Figura 28.
Figura 28 - Gráfico comparativo de emissões de Antraceno por CAP e temperatura.
Finalmente, o padrão das emissões de Fluoranteno foram diferentes das
emissões das outras espécies de HPA. Conforme gráfico da Figura 29, as emissões
foram constantes em 11 dos 12 CAPs brasileiros, nas duas temperaturas ensaiadas
para cada CAP. Novamente é perceptível a diferença das emissões do Hard CAP.
0,06
0,01
0,00
0,01 0,01
0,01
0,01
0,0
1
0,0
1
0,01
0,02
0,03
0,02
0,01
0,01
0,00
0,01 0,01
0,01
0,03
0,0
1
0,00
0,01 0,01
0,00
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0,06
Har
d C
ap
50-7
0 G
reca
30-4
5 B
etun
el
30-4
5 G
reca
TLA
Mo
dif
icad
o
Flex
pave
(60
-85)
Styl
ink
(76-
22)
HIM
A II
HIM
A I
TLA
AM
Eco
flex
Bo
rrac
ha
Emis
sões
de
An
trac
eno
mg/
kg
Temperatura de Usinagem Temperatura de Compactação
67
Figura 29 - Gráfico comparativo de emissões de Fluoranteno (mg/kg) por CAP e temperatura.
Observa-se que em todos os gráficos das Figuras 23 à 29, os CAPs 30-45 de
ambos fornecedores têm emissões de HPA semelhantes. Essa comparação é
relevante, pois os CAPs 30-45 são, na prática, materiais muito similares e com
comportamentos próximos por serem provenientes da mesma fonte antes de ir para
os fornecedores. A uniformidade dos resultados para este tipo de CAP é um indício
que o DEC e posterior análise no LC-MS são eficientes em extrair, coletar e analisar
HPA de CAPs.
O Hard CAP foi o material responsável pelas maiores emissões de quase todos
os HPA. Verificou-se a possibilidade de que estas emissões tenham acontecido
devido às altas temperaturas que são indicadas para usinagem e compactação deste
CAP, no entanto esta premissa não é necessariamente verdadeira visto que o CAP
Borracha foi submetido à temperaturas mais altas que o Hard CAP e teve as menores
emissões percebidas nesta pesquisa.
1,06
0,73
0,73 0,80
0,64 0,
86
0,62 0,68 0,
92
0,40 0,
59 0,78
3,69
0,7
0
0,75 0,
85
0,69 0,
85
0,59 0,
69 0,89
0,41 0,
59 0,79
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
Har
d C
ap
50-7
0 G
reca
30-4
5 B
etun
el
30-4
5 G
reca
TLA
Mo
dif
icad
o
Flex
pave
(60
-85)
Styl
ink
(76-
22)
HIM
A II
HIM
A I
TLA
AM
Eco
flex
Bo
rrac
ha
Emis
sões
de
Flu
ora
nte
no
mg/
kg
Temperatura de Usinagem Temperatura de Compactação
68
Estas observações levam à conclusão de que a temperatura a qual o CAP foi
submetido no ensaio não é mais importante do que as características de cada
material. No entanto, ficou claro que cada tipo de material emite quantidades
diferentes de HPA, onde geralmente em temperaturas de usinagem as emissões são
maiores.
Dentro deste contexto, para verificar graficamente a afirmação, uma das formas
foi somar as espécies de HPA por CAP. Entretanto, cada HPA é emitido em uma faixa
diferente. Por exemplo, o valor máximo de Naftaleno emitido foi 19,38 mg/kg,
enquanto o valor máximo emitido pelo Fluoranteno foi 1,06 mg/kg. Para ser possível
somar as emissões de HPA, os mesmos foram organizados, como um ranking, da
seguinte forma: O maior valor de um HPA foi considerado 1, e o menor valor de
emissão deste mesmo HPA foi considerado zero. Os valores intermediários foram
calculados proporcionalmente ao novo máximo (um) e mínimo (zero).
Os seis HPA analisados foram: Fluoreno, Acenaftileno, Acenafteno, Naftaleno,
Antraceno e Fluoranteno. Como os outros oito HPA tiveram uma faixa de detecção
muito baixa, próxima ao erro de medição do LC-MS (até 0,03 mg/kg), foram
desconsiderados para esta análise.
É importante salientar que cada CAP estudado foi ensaiado em uma
temperatura diferente, conforme tabela 10. O gráficos foram gerados para ambas as
temperaturas, de usinagem e compactação. Através desta análise de dados, foram
obtidos os gráficos demonstrados nas Figuras 30 e 31.
69
Figura 30 - Somatório de emissões de HPA por CAP nas temperaturas de usinagem.
Para análise de gráfico da Figura 31, é pertinente atentar para o fato de que
quando o CAP foi submetido às temperaturas de compactação, o mesmo já havia
passado pelo processo de extração durante 4h na temperatura de usinagem.
Figura 31 - Somatório de emissões de HPA por CAP nas temperaturas de compactação.
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
70
Figura 32 - Gráfico comparativo entre somatório de emissões ponderadas em temperaturas de usinagem (laranja) e compactação (azul).
A partir da análise do gráfico contido na Figura 32, se nota que as temperaturas
de usinagem são mais altas que as temperaturas de compactação. Comparando os
dois gráficos supracitados, percebe-se que nas temperaturas mais altas (usinagem),
foram emitidos mais HPA que nas temperaturas de compactação. Através da tabela
14, pode-se observar a relação percentual de decréscimo de emissões entre as
temperaturas de usinagem e compactação. O somatório apresentado é o mesmo
utilizado para gerar os gráficos 30 e 31, onde para cada HPA o maior valor de emissão
foi considerado 1 e o menor 0 (ranking de emissões por espécie).
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
71
Tabela 13 – Demonstração em porcentagem do decréscimo de emissões de HPA da temperatura de usinagem para temperatura de compactação nos CAPs estudados. Os valores apresentados na tabela são provenientes do ranking supracitado.
CAP Somatório emissões
temperaturas de Usinagem Somatório emissões
temperaturas de Compactação Relação
percentual
Hard Cap 5,87 3,98 -32% 50-70 Greca 2,12 1,87 -12% 30-45 Betunel 1,95 1,25 -36% 30-45 Greca 1,68 1,24 -26% TLA Modificado 1,51 0,98 -35% Flexpave (60-85) 1,33 0,86 -35% Stylink (76-22) 1,07 0,85 -21% HIMA II 1,03 0,72 -30% HIMA I 1,01 0,67 -33% TLA AM 0,98 0,60 -39% Ecoflex 0,84 0,44 -48% Borracha 0,0092 0,0029 -69%
72
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista a importância do modal rodoviário na matriz de transportes
brasileira, foi relevante estudar as emissões que os principais materiais para
pavimentação de rodovias (CAPs) apresentam. As emissões asfálticas provenientes
do aquecimento dos CAPs contém HPA, objetivo de estudo neste trabalho. Os HPA
são emitidos em maior ou menor escala, de acordo com a temperatura da mistura e
as características do material.
Neste trabalho foram analisadas amostras que representam o mercado
brasileiro de CAPs de uma forma ampla. Os 12 CAPs cujas emissões de foram
demonstradas são os principais materiais comercializados e utilizados hoje no Brasil.
Logo, o espectro de estudo foi completo e serviu para demonstrar de forma inovadora,
utilizando métodos de extração, coleta e análise, os valores de emissões de HPA
destes CAPs.
Os objetivos deste trabalho foram claramente atingidos, visto que a extração e
análise em diferentes temperaturas, dos HPA presentes nos principais CAPs
comercializados no Brasil através do DEC (Dispositivo de Extração e Coleta) foi
realizada e os resultados obtidos.
Para obtenção dos resultados, o DEC foi utilizado para promover a liberação e
captação de fumos asfálticos para posterior especiação e quantificação dos HPA.
Com os resultados quantizados e organizados em tabelas, foi possível verificar a
existência de diferença entre as emissões de cada tipo de HPA para cada um dos 12
principais CAPs comercializados no Brasil. Através desta verificação foi viável avaliar
a importância das diferentes temperaturas as quais cada CAP é submetido.
Os resultados obtidos através de análise LC-MS após ensaio no DEC foram
satisfatórios, pois demonstrou o funcionamento adequado do DEC para estes tipos de
CAPs na comparação de resultados entre duas amostras de CAP 30-45 semelhantes.
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A análise dos resultados obtidos teve como conclusão que nas temperaturas
de usinagem as emissões de HPA são maiores. Por esse motivo, na temperatura de
usinagem, a maioria das espécies de HPA foi extraída em maior quantidade pelo DEC.
No entanto, é plausível reforçar que as emissões de cada CAP não podem ser
relacionadas diretamente com a temperatura.
O Hard CAP, por exemplo, foi submetido à temperaturas mais baixas (tanto de
usinagem como de compactação) que o CAP Borracha. Ainda assim, o Hard CAP teve
emissões consideravelmente maiores que o CAP Borracha. Por isso não é possível
afirmar que quanto maior a temperatura do CAP maior a emissão de HPA. Esta
afirmação serve para análise de cada CAP separadamente, como foi demonstrado na
tabela 11, onde todos os CAPs apresentaram decréscimo em suas emissões em
função da temperatura e método de ensaio (primeiro remoção em temperaturas de
usinagem e após remoção em temperaturas de compactação).
5.1. Sugestões para pesquisas futuras
Conforme apresentado neste trabalho, as emissões de ligantes asfálticos as
emissões de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos acontecem de forma complexa
para cada CAP estudado. Uma sugestão de pesquisas futuras é relacionar as
emissões com as propriedades ou aditivos dos CAPs.
A segunda sugestão de pesquisa é quantificar a potencialidade que cada CAP
tem de causar mal à saúde, em função dos resultados de emissões de HPA obtidos
neste trabalho. Buscar bibliografia que contemple este tipo de análise de riscos ou
atualizar as planilhas existentes para este tipo de exposição ocupacional.
A partir dos resultados obtidos neste trabalho e outras análises com o DEC e
LC-MS, poderia ser tema de um trabalho a relação entre a resistência e durabilidade
dos asfaltos com os tipos de HPA que estes contêm.
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