Felizmente Há Luar - Quadro Sintese

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  • 7/31/2019 Felizmente H Luar - Quadro Sintese

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    Ficha de apoio 12 ano

    Pgina 1BE da Escola Secundria de Seia

    Felizmente H Luar! Quadro sntese

    Acto IPersonagens Assunto

    Manuel

    Manuel, Rita,

    Antigo Soldado,

    Vicente, vriospopulares

    Vicente, dois

    polcias

    Vicente, D.

    Miguel, dois

    polcias

    Vicente, D.

    Miguel, doispolcias, Principal

    Sousa

    Vicente, dois

    polcias

    Principal Sousa,

    D. Miguel

    Manifesta a sua impotncia e o seu descontentamento perante as diferentes foras do

    Poder a que o Pas esteve e est sujeito.

    Um popular, ironicamente, evidencia a misria do grupo. Todos manifestam interesse em

    ouvir o Antigo Soldado falar do regimento a que pertenceu e, particularmente, de

    Gomes Freire de Andrade que o chefiava.Manuel deixa em suspenso a sua esperana no General.

    Vicente aproveita para mostrar que Gomes Freire um general como todos os outros, e,

    por isso, nunca fez, nem est interessado em fazer, nada por eles.

    O Antigo Soldado e Manuel tentam rebater mas os seus argumentos so pouco

    convincentes.

    excepo de Vicente, todas as personagens anteriores se pem em fuga quando se

    apercebem da aproximao dos polcias. Estes conhecem bem Vicente que lhes

    vende, frequentemente, informaes. Desta vez procuram-no por ordem de D. Miguel,

    Governador do Reino, que quer falar pessoalmente com Vicente.

    D. Miguel quer informaes sobre seu primo, Gomes Freire de Andrade, e Vicente vai

    estudando as reaces do Governador s suas palavras e vai mudando, habilmente, de

    discurso na tentativa de cair no agrado do seu interlocutor.

    O Principal Sousa, eclesistico, outro dos Governadores do Reino, intervm no dilogo

    de Vicente com D. Miguel para lembrar a Vicente que o poder do rei de origem divina e,portanto, incontestvel. Ambos os Governadores manifestam a sua preocupao perante

    as notcias, cada vez mais inquietantes, de que est em curso uma conspirao para os

    derrubar. D. Miguel incumbe Vicente de vigiar, diariamente, Gomes Freire.

    Vicente ironiza, visivelmente satisfeito, com a misso que lhe foi confiada.

    Os dois Governadores manifestam as suas preocupaes pelas mudanas que a

    Revoluo Francesa tem vindo a introduzir no esprito de um nmero crescente de

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    Principal Sousa,

    D. Miguel,Beresford

    Andrade Corvo,

    Morais Sarmento

    Beresford, D.

    Miguel, PrincipalSousa, Andrade

    Corvo, Morais

    Sarmento

    Beresford, D.

    Miguel, Principal

    Sousa

    Os mesmos,

    Vicente

    Beresford, D.

    Miguel, Principal

    Sousa

    Os mesmos,Corvo

    Beresford, D.

    Miguel, Principal

    Sousa

    Os mesmos,

    Morais Sarmento

    portugueses.

    O Marechal Beresford, terceiro Governador do Reino, vem preocupado com a

    conspirao de que tanto se fala em Lisboa, mostra a necessidade de actuar sem demorae com dureza, e anuncia a chegada prxima de um oficial disposto a colaborar com a

    Regncia como delator.

    Andrade Corvo, o oficial anunciado por Beresford, convence o companheiro de armas,

    Morais Sarmento, que as vantagens econmicas que lhes advm desta misso

    justificam os inconvenientes.

    Corvo anuncia ter visto uma proclamao contra o Rei e a Regncia, mas, no a tendo

    conseguido obter, no sabe pormenores, nomeadamente quem chefia a conjura.Os oficiais delatores so incumbidos pelos regentes de trazer a proclamao, com a

    brevidade possvel.

    Beresford manifesta o seu desprezo por Portugal e recorda com saudade o seu pas.

    Questionado pelos outros dois regentes, revela o que o faz manter-se num cargo de

    chefia em Portugal o dinheiro que lhe pagam para isso e que lhe permitir viver o resto

    dos seus dias, tranquila e desafogadamente, em Inglaterra. Os outros regentes, embora

    no gostem do Marechal, sabem que, de momento, precisam muito dos seus servios.

    Vicente traz os nomes de alguns possveis conjurados.

    O Principal Sousa finge recear que se condene um inocente e Beresford ironiza com a

    pretensa preocupao do eclesistico. Ningum cita nomes, mas evidente que todos

    tm algum em mente como possvel chefe da conjura.

    Andrade Corvo anuncia que a conjura se alastra pelo pas.

    D. Miguel, com o apoio mais ou menos disfarado dos outros regentes, pensa nas

    medidas a tomar para a deteno, julgamento, sentena e execuo dos presumveis

    conspiradores.

    Morais Sarmento anuncia que a conspirao se destina a implantar o sistema de cortes

    em Portugal.

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    Beresford, D.

    Miguel, Principal

    Sousa

    Os mesmos,

    Vicente

    Os mesmos,

    Vicente, Corvo

    Beresford, D.

    Miguel, Principal

    Sousa

    Os mesmos,

    Vicente, Corvo,

    Morais Sarmento

    Os regentes mostram-se cada vez mais ansiosos por arranjar um chefe para a conjura,

    com ou sem provas do seu envolvimento.

    Vicente revela que muitos dos conspiradores so oficiais mas contam com o apoio de

    civis.

    Os delatores revelam o clima geral de rebelio. O Principal Sousa manifesta medo e

    Beresford exige que descubram imediatamente quem so os chefes da conjura.

    D. Miguel expressa o seu receio de que o Portugal com que sonhou humilde, submisso,

    com classes sociais perfeitamente definidas esteja prestes a desmoronar-se. Refere-se

    a algum, que no nomeia, como capaz de liderar a revolta do povo.

    Os delatores indicam o nome que por todo o lado referido como sendo o chefe da

    conjura o do General Gomes Freire de Andrade. A revelao agrada aos regentes

    que, por motivos diferentes, nutrem um dio comum pelo General.

    D. Miguel, indiferente ao facto de no haver provas que incriminem Gomes Freire, d

    ordens para que se prepare, de imediato, um clima emocional propcio priso e

    condenao dos conjurados, antes que o pas se movimente para os defender sinos a

    tocar, paradas nos quartis, frades aos gritos no plpito, tambores em fanfarra,

    bandeiras

    Acto IIPersonagens Assunto

    Manuel

    Manuel, Rita,

    Antigo Soldado,

    vrios Populares

    Os mesmos, dois

    soldados

    Manifesta a sua impotncia e o seu desnimo face s diferentes foras do Poder, s

    esperanas que se desmoronam, misria a que a vida o condenou. Medita sobre a

    priso de Gomes Freire e procura inteirar-se, junto de outros populares, de mais

    detalhes.

    Diferentes Populares contam que foram feitas vrias detenes durante a noite, h

    zonas da cidade cheias de soldados e os quartis esto todos de preveno.

    Os polcias mandam os Populares dispersarem e estes obedecem com visvel

    desalento. Enquanto se afastam, Rita vai contando a Manuel, entre apavorada e

    revoltada, como ocorreu a priso do General, a que assistiu quando passava prximo da

    sua casa.

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    Matilde

    Matilde, Sousa

    Falco

    Matilde

    Matilde, Beresford

    Matilde,

    Beresford, um

    Padre, alguns

    Populares

    Matilde,

    Populares, Rita,

    Manuel

    Matilde, sozinha, questiona-se sobre a incoerncia de se transmitir aos filhos valores

    desfasados da sociedade em que esto inseridos. Recorda o filho morto e expe, com

    rancor, os princpios em que o teria educado para que pudesse viver bem e morrer

    tranquilo. Entretanto coloca o uniforme de Gomes Freire sobre uma cadeira e imaginamomentos felizes que poderiam continuar a partilhar, se ele fosse igual a tantos outros

    que se acomodam. Entre a revolta e o desespero, decide que vai lutar pela vida do seu

    homem.

    Sousa Falco lamenta o que aconteceu com o amigo, mas recorda que sempre os

    alertara que no deveriam regressar a Portugal. Era previsvel que tudo isto viesse a

    acontecer. Mesmo que Gomes Freire no tivesse qualquer interveno poltica, s o que

    ele representava j constitua um perigo para o Poder e o regime que vigorava no pas.

    Matilde, recusando-se a perder a esperana, expe-lhe os seus planos de luta. SousaFalco prope-se ir a S. Julio da Barra para tentar saber o que se est a passar.

    Matilde reconhece que, mais do que nunca, se sente s e, como em tantos outros

    momentos de dor, no sabe por onde comear a agir. Vencendo o desalento procura

    Beresford.

    Perante Beresford, Matilde, sumariamente, apresenta o seu percurso de vida antes de

    se identificar como a mulher de Gomes Freire. Indo contra a sua prpria conscincia,

    mas assumindo-se como uma simples mulher que nada mais deseja que ter consigo o

    seu homem, Matilde pede clemncia para o prisioneiro. Esta atitude diverte o Marechal

    que lhe diz que Gomes Freire, seja ou no inocente no crime da conjura, culpado pelo

    simples facto de existir e defender uma ideologia contrria aos interesses do Poder.

    Um padre l uma ordem do Patriarcado de Lisboa em que, implicitamente, se condena os

    conjurados e se apela orao de graas a Deus por ter permitido que fossem

    descobertos. Matilde revolta-se contra esta condenao da Igreja, antecipando-se ao

    julgamento.

    Os Populares, que se foram juntando conversam agora entre si, ignorando

    ostensivamente as interpelaes de Matilde. Um deles d a notcia de que Vicente foi

    promovido a chefe da polcia. Perante a atitude dos Populares, Matilde faz meno de

    partir mas Manuel chama-a. Em resposta insinuao que Matilde fizera de que eles,

    pelas esperanas que depositavam em Gomes Freire, eram co-responsveis pela sua

    priso e, portanto, no podiam alhear-se do que pudesse vir a acontecer-lhe, Manuel f-la

    observar com ateno a desgraa, a misria extrema dos Populares. Acusa-a de se ter

    dirigido a eles apenas porque estava desesperada. Antes, dava-lhes esmolas, agora

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    pede-lhes, em troca, que eles dem a vida. Diz a Rita que d uma moeda a Matilde e a

    mande embora, mas logo a seguir arrepende-se e pede-lhe desculpa. Reconhece que foi

    injusto para com a mulher do General, tal como a sociedade tem sido injusta para com ele

    e os outros Populares. Matilde compreendeu a mensagem e pede a moeda.

    Acto IIIPersonagens Assunto

    Matilde, Sousa

    Falco

    Matilde, Sousa

    Falco, um criado

    de D. Miguel

    Matilde, Principal

    Sousa

    Matilde, Principal

    Sousa, Feri Diogo

    Matilde, Principal

    Sousa

    Sousa Falco,

    Matilde, Principal

    Sousa

    Sousa Falco relata a forma desumana como tm tratado Gomes Freire em S. Julio.

    Matilde evoca o passado e, com tristeza, recorda, por contraste, as pequenas atenes

    com que o mimava, apesar da escassez de dinheiro. Recorda que o General chegou a

    vender duas medalhas para se poderem sustentar e, num gesto de carinho e gratido,

    comprou-lhe uma saia verde para ela vestir quando regressassem a Portugal. Matilde diz

    que a vestir quando ele sair da priso, mas logo a seguir, como que recuperando alucidez, agradece a Sousa Falco tudo o que tem feito por eles, nomeadamente no lhe

    tirando a esperana, embora ambos saibam que Gomes Freire no sair vivo da priso.

    Com a energia possvel, Matilde decide progredir a sua luta em defesa do marido e vai

    procurar D. Miguel, apesar de Sousa Falco a tentar dissuadir.

    Matilde diz ao criado que ela e Sousa Falco pedem uma audincia a D. Miguel. O

    criado traz como resposta que sua Ex. no recebe amantes nem amigos de traidores da

    ptria. Sousa Falco revolta-se, Matilde chora, mas logo se recupera para interpelar o

    Principal Sousa.

    Matilde faz acusaes graves ao Principal Sousa que se sente pouco vontade,

    sobretudo pela segurana e autoridade com que Matilde lhas dirige.

    Frei Diogo vem do forte onde acaba de ouvir o General em confisso. Manifesta uma

    enorme admirao por Gomes Freire, d a Matilde o recado que o marido pedira que lhe

    transmitisse, procura confort-la e pede-lhe que no se revolte contra Deus por causa da

    injustia dos homens. O Principal Sousa tenta intervir, sem xito, e a sua fria contraFrei Diogo crescente.

    Matilde acusa o Principal Sousa de ser um traidor de Cristo e, com arrogncia, roga-lhe

    a praga de nunca conseguir aliviar a sua conscincia do crime em que est a participar.

    Quando Sousa Falco lhe anuncia que os presos vo a caminho dos locais de execuo,

    Matilde implora, ajoelhada, pela vida de Gomes Freire.

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    Os mesmos, D.

    Miguel

    Matilde

    Matilde,

    Populares, Sousa

    Falco, D. Miguel,

    Principal Sousa

    Populares,

    Manuel, Matilde,

    Sousa Falco

    D. Miguel congratula-se por haver luar, j que as execues se prolongaro pela noite.

    Matilde, diante da cruz, pede ajuda a Deus para si e para o seu homem.

    Matilde interpela Deus acerca da justia da condenao do marido e cai desmaiada, tal a

    intensidade dramtica do momento que vive. O Principal Sousa aconselha-a a resignar-se

    e Sousa Falco ajuda-a a recompor-se. Antes de se retirar com o amigo, Matilde atira ao

    cardeal a moeda que Rita lhe dera.

    Os Populares comentam a crueldade da forma de execuo dos condenados. Matilde

    veste agora a saia verde e censura Sousa Falco por vir vestido de luto. Sousa Falco diz

    sentir-se de luto por si prprio, por nunca ter tido coragem de lutar pelas suas convices.Matilde refere que vestiu a saia verde para se despedir de Gomes Freire e a partir de

    dado momento comporta-se como se o estivesse a ver vir ao seu encontro. Esse ltimo

    encontro imaginrio desenrola-se numa serra donde possvel ver-se, ao longe, o claro

    da fogueira que se vai extinguindo. o fim de Gomes Freire, mas Matilde apercebe-se

    que este fim o princpio de uma poca nova que necessariamente ir surgir e, por isso,

    dirigindo-se aos Populares pede-lhes que no esqueam este exemplo, que o vejam bem

    at ao fim at porque felizmente h luar.