Felizmente Há Luar - Quadro Sintese
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Ficha de apoio 12 ano
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Felizmente H Luar! Quadro sntese
Acto IPersonagens Assunto
Manuel
Manuel, Rita,
Antigo Soldado,
Vicente, vriospopulares
Vicente, dois
polcias
Vicente, D.
Miguel, dois
polcias
Vicente, D.
Miguel, doispolcias, Principal
Sousa
Vicente, dois
polcias
Principal Sousa,
D. Miguel
Manifesta a sua impotncia e o seu descontentamento perante as diferentes foras do
Poder a que o Pas esteve e est sujeito.
Um popular, ironicamente, evidencia a misria do grupo. Todos manifestam interesse em
ouvir o Antigo Soldado falar do regimento a que pertenceu e, particularmente, de
Gomes Freire de Andrade que o chefiava.Manuel deixa em suspenso a sua esperana no General.
Vicente aproveita para mostrar que Gomes Freire um general como todos os outros, e,
por isso, nunca fez, nem est interessado em fazer, nada por eles.
O Antigo Soldado e Manuel tentam rebater mas os seus argumentos so pouco
convincentes.
excepo de Vicente, todas as personagens anteriores se pem em fuga quando se
apercebem da aproximao dos polcias. Estes conhecem bem Vicente que lhes
vende, frequentemente, informaes. Desta vez procuram-no por ordem de D. Miguel,
Governador do Reino, que quer falar pessoalmente com Vicente.
D. Miguel quer informaes sobre seu primo, Gomes Freire de Andrade, e Vicente vai
estudando as reaces do Governador s suas palavras e vai mudando, habilmente, de
discurso na tentativa de cair no agrado do seu interlocutor.
O Principal Sousa, eclesistico, outro dos Governadores do Reino, intervm no dilogo
de Vicente com D. Miguel para lembrar a Vicente que o poder do rei de origem divina e,portanto, incontestvel. Ambos os Governadores manifestam a sua preocupao perante
as notcias, cada vez mais inquietantes, de que est em curso uma conspirao para os
derrubar. D. Miguel incumbe Vicente de vigiar, diariamente, Gomes Freire.
Vicente ironiza, visivelmente satisfeito, com a misso que lhe foi confiada.
Os dois Governadores manifestam as suas preocupaes pelas mudanas que a
Revoluo Francesa tem vindo a introduzir no esprito de um nmero crescente de
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Principal Sousa,
D. Miguel,Beresford
Andrade Corvo,
Morais Sarmento
Beresford, D.
Miguel, PrincipalSousa, Andrade
Corvo, Morais
Sarmento
Beresford, D.
Miguel, Principal
Sousa
Os mesmos,
Vicente
Beresford, D.
Miguel, Principal
Sousa
Os mesmos,Corvo
Beresford, D.
Miguel, Principal
Sousa
Os mesmos,
Morais Sarmento
portugueses.
O Marechal Beresford, terceiro Governador do Reino, vem preocupado com a
conspirao de que tanto se fala em Lisboa, mostra a necessidade de actuar sem demorae com dureza, e anuncia a chegada prxima de um oficial disposto a colaborar com a
Regncia como delator.
Andrade Corvo, o oficial anunciado por Beresford, convence o companheiro de armas,
Morais Sarmento, que as vantagens econmicas que lhes advm desta misso
justificam os inconvenientes.
Corvo anuncia ter visto uma proclamao contra o Rei e a Regncia, mas, no a tendo
conseguido obter, no sabe pormenores, nomeadamente quem chefia a conjura.Os oficiais delatores so incumbidos pelos regentes de trazer a proclamao, com a
brevidade possvel.
Beresford manifesta o seu desprezo por Portugal e recorda com saudade o seu pas.
Questionado pelos outros dois regentes, revela o que o faz manter-se num cargo de
chefia em Portugal o dinheiro que lhe pagam para isso e que lhe permitir viver o resto
dos seus dias, tranquila e desafogadamente, em Inglaterra. Os outros regentes, embora
no gostem do Marechal, sabem que, de momento, precisam muito dos seus servios.
Vicente traz os nomes de alguns possveis conjurados.
O Principal Sousa finge recear que se condene um inocente e Beresford ironiza com a
pretensa preocupao do eclesistico. Ningum cita nomes, mas evidente que todos
tm algum em mente como possvel chefe da conjura.
Andrade Corvo anuncia que a conjura se alastra pelo pas.
D. Miguel, com o apoio mais ou menos disfarado dos outros regentes, pensa nas
medidas a tomar para a deteno, julgamento, sentena e execuo dos presumveis
conspiradores.
Morais Sarmento anuncia que a conspirao se destina a implantar o sistema de cortes
em Portugal.
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Beresford, D.
Miguel, Principal
Sousa
Os mesmos,
Vicente
Os mesmos,
Vicente, Corvo
Beresford, D.
Miguel, Principal
Sousa
Os mesmos,
Vicente, Corvo,
Morais Sarmento
Os regentes mostram-se cada vez mais ansiosos por arranjar um chefe para a conjura,
com ou sem provas do seu envolvimento.
Vicente revela que muitos dos conspiradores so oficiais mas contam com o apoio de
civis.
Os delatores revelam o clima geral de rebelio. O Principal Sousa manifesta medo e
Beresford exige que descubram imediatamente quem so os chefes da conjura.
D. Miguel expressa o seu receio de que o Portugal com que sonhou humilde, submisso,
com classes sociais perfeitamente definidas esteja prestes a desmoronar-se. Refere-se
a algum, que no nomeia, como capaz de liderar a revolta do povo.
Os delatores indicam o nome que por todo o lado referido como sendo o chefe da
conjura o do General Gomes Freire de Andrade. A revelao agrada aos regentes
que, por motivos diferentes, nutrem um dio comum pelo General.
D. Miguel, indiferente ao facto de no haver provas que incriminem Gomes Freire, d
ordens para que se prepare, de imediato, um clima emocional propcio priso e
condenao dos conjurados, antes que o pas se movimente para os defender sinos a
tocar, paradas nos quartis, frades aos gritos no plpito, tambores em fanfarra,
bandeiras
Acto IIPersonagens Assunto
Manuel
Manuel, Rita,
Antigo Soldado,
vrios Populares
Os mesmos, dois
soldados
Manifesta a sua impotncia e o seu desnimo face s diferentes foras do Poder, s
esperanas que se desmoronam, misria a que a vida o condenou. Medita sobre a
priso de Gomes Freire e procura inteirar-se, junto de outros populares, de mais
detalhes.
Diferentes Populares contam que foram feitas vrias detenes durante a noite, h
zonas da cidade cheias de soldados e os quartis esto todos de preveno.
Os polcias mandam os Populares dispersarem e estes obedecem com visvel
desalento. Enquanto se afastam, Rita vai contando a Manuel, entre apavorada e
revoltada, como ocorreu a priso do General, a que assistiu quando passava prximo da
sua casa.
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Matilde
Matilde, Sousa
Falco
Matilde
Matilde, Beresford
Matilde,
Beresford, um
Padre, alguns
Populares
Matilde,
Populares, Rita,
Manuel
Matilde, sozinha, questiona-se sobre a incoerncia de se transmitir aos filhos valores
desfasados da sociedade em que esto inseridos. Recorda o filho morto e expe, com
rancor, os princpios em que o teria educado para que pudesse viver bem e morrer
tranquilo. Entretanto coloca o uniforme de Gomes Freire sobre uma cadeira e imaginamomentos felizes que poderiam continuar a partilhar, se ele fosse igual a tantos outros
que se acomodam. Entre a revolta e o desespero, decide que vai lutar pela vida do seu
homem.
Sousa Falco lamenta o que aconteceu com o amigo, mas recorda que sempre os
alertara que no deveriam regressar a Portugal. Era previsvel que tudo isto viesse a
acontecer. Mesmo que Gomes Freire no tivesse qualquer interveno poltica, s o que
ele representava j constitua um perigo para o Poder e o regime que vigorava no pas.
Matilde, recusando-se a perder a esperana, expe-lhe os seus planos de luta. SousaFalco prope-se ir a S. Julio da Barra para tentar saber o que se est a passar.
Matilde reconhece que, mais do que nunca, se sente s e, como em tantos outros
momentos de dor, no sabe por onde comear a agir. Vencendo o desalento procura
Beresford.
Perante Beresford, Matilde, sumariamente, apresenta o seu percurso de vida antes de
se identificar como a mulher de Gomes Freire. Indo contra a sua prpria conscincia,
mas assumindo-se como uma simples mulher que nada mais deseja que ter consigo o
seu homem, Matilde pede clemncia para o prisioneiro. Esta atitude diverte o Marechal
que lhe diz que Gomes Freire, seja ou no inocente no crime da conjura, culpado pelo
simples facto de existir e defender uma ideologia contrria aos interesses do Poder.
Um padre l uma ordem do Patriarcado de Lisboa em que, implicitamente, se condena os
conjurados e se apela orao de graas a Deus por ter permitido que fossem
descobertos. Matilde revolta-se contra esta condenao da Igreja, antecipando-se ao
julgamento.
Os Populares, que se foram juntando conversam agora entre si, ignorando
ostensivamente as interpelaes de Matilde. Um deles d a notcia de que Vicente foi
promovido a chefe da polcia. Perante a atitude dos Populares, Matilde faz meno de
partir mas Manuel chama-a. Em resposta insinuao que Matilde fizera de que eles,
pelas esperanas que depositavam em Gomes Freire, eram co-responsveis pela sua
priso e, portanto, no podiam alhear-se do que pudesse vir a acontecer-lhe, Manuel f-la
observar com ateno a desgraa, a misria extrema dos Populares. Acusa-a de se ter
dirigido a eles apenas porque estava desesperada. Antes, dava-lhes esmolas, agora
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pede-lhes, em troca, que eles dem a vida. Diz a Rita que d uma moeda a Matilde e a
mande embora, mas logo a seguir arrepende-se e pede-lhe desculpa. Reconhece que foi
injusto para com a mulher do General, tal como a sociedade tem sido injusta para com ele
e os outros Populares. Matilde compreendeu a mensagem e pede a moeda.
Acto IIIPersonagens Assunto
Matilde, Sousa
Falco
Matilde, Sousa
Falco, um criado
de D. Miguel
Matilde, Principal
Sousa
Matilde, Principal
Sousa, Feri Diogo
Matilde, Principal
Sousa
Sousa Falco,
Matilde, Principal
Sousa
Sousa Falco relata a forma desumana como tm tratado Gomes Freire em S. Julio.
Matilde evoca o passado e, com tristeza, recorda, por contraste, as pequenas atenes
com que o mimava, apesar da escassez de dinheiro. Recorda que o General chegou a
vender duas medalhas para se poderem sustentar e, num gesto de carinho e gratido,
comprou-lhe uma saia verde para ela vestir quando regressassem a Portugal. Matilde diz
que a vestir quando ele sair da priso, mas logo a seguir, como que recuperando alucidez, agradece a Sousa Falco tudo o que tem feito por eles, nomeadamente no lhe
tirando a esperana, embora ambos saibam que Gomes Freire no sair vivo da priso.
Com a energia possvel, Matilde decide progredir a sua luta em defesa do marido e vai
procurar D. Miguel, apesar de Sousa Falco a tentar dissuadir.
Matilde diz ao criado que ela e Sousa Falco pedem uma audincia a D. Miguel. O
criado traz como resposta que sua Ex. no recebe amantes nem amigos de traidores da
ptria. Sousa Falco revolta-se, Matilde chora, mas logo se recupera para interpelar o
Principal Sousa.
Matilde faz acusaes graves ao Principal Sousa que se sente pouco vontade,
sobretudo pela segurana e autoridade com que Matilde lhas dirige.
Frei Diogo vem do forte onde acaba de ouvir o General em confisso. Manifesta uma
enorme admirao por Gomes Freire, d a Matilde o recado que o marido pedira que lhe
transmitisse, procura confort-la e pede-lhe que no se revolte contra Deus por causa da
injustia dos homens. O Principal Sousa tenta intervir, sem xito, e a sua fria contraFrei Diogo crescente.
Matilde acusa o Principal Sousa de ser um traidor de Cristo e, com arrogncia, roga-lhe
a praga de nunca conseguir aliviar a sua conscincia do crime em que est a participar.
Quando Sousa Falco lhe anuncia que os presos vo a caminho dos locais de execuo,
Matilde implora, ajoelhada, pela vida de Gomes Freire.
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Miguel
Matilde
Matilde,
Populares, Sousa
Falco, D. Miguel,
Principal Sousa
Populares,
Manuel, Matilde,
Sousa Falco
D. Miguel congratula-se por haver luar, j que as execues se prolongaro pela noite.
Matilde, diante da cruz, pede ajuda a Deus para si e para o seu homem.
Matilde interpela Deus acerca da justia da condenao do marido e cai desmaiada, tal a
intensidade dramtica do momento que vive. O Principal Sousa aconselha-a a resignar-se
e Sousa Falco ajuda-a a recompor-se. Antes de se retirar com o amigo, Matilde atira ao
cardeal a moeda que Rita lhe dera.
Os Populares comentam a crueldade da forma de execuo dos condenados. Matilde
veste agora a saia verde e censura Sousa Falco por vir vestido de luto. Sousa Falco diz
sentir-se de luto por si prprio, por nunca ter tido coragem de lutar pelas suas convices.Matilde refere que vestiu a saia verde para se despedir de Gomes Freire e a partir de
dado momento comporta-se como se o estivesse a ver vir ao seu encontro. Esse ltimo
encontro imaginrio desenrola-se numa serra donde possvel ver-se, ao longe, o claro
da fogueira que se vai extinguindo. o fim de Gomes Freire, mas Matilde apercebe-se
que este fim o princpio de uma poca nova que necessariamente ir surgir e, por isso,
dirigindo-se aos Populares pede-lhes que no esqueam este exemplo, que o vejam bem
at ao fim at porque felizmente h luar.