Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica · Análise de conceitos sobre o pedagogo....

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Ficha Catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor PDE/2010

Título Pedagogo: Que sujeito é esse?

Autor Itelmares Warmling Meurer

Escola de Atuação Colégio Estadual Irmã Maria Margarida – Ensino Médio e Normal

Município da escola Salto do Lontra

Núcleo Regional de Educação Dois Vizinhos

Orientadora Roseli de Fátima Rech Pilonetto

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE - Campos de Francisco Beltrão.

Área do Conhecimento Pedagogia

Produção Didático-Pedagógica Unidade Didática

Relação Interdisciplinar Envolve todos os segmentos da escola

Público Alvo Direção, professores do curso de Formação de Docentes, alunos do 3º ano do curso de Formação de Docentes, pais, pedagogas, auxiliar administrativo I, auxiliar administrativo II.

Localização

Colégio Estadual Irmã Maria Margarida – Ensino Médio e Normal localizado a Rua Rio Grande do Sul 849 Centro – Salto do Lontra/PR.

Apresentação A unidade didática constitui-se em material didático de intervenção e implementação pedagógica a qual se realizará no Colégio Estadual Irmã Maria Margarida – Ensino Médio e Normal e aborda o tema Pedagogo: Que Sujeito é Esse? Contém sugestões de atividades que serão desenvolvidas com diretores, pedagogas, professores do curso de formação de docentes, alunos do 3º ano do curso de formação de docentes, pais, agente educacional I e II do respectivo Colégio, objetivando, debates e reflexões sobre o tema proposto durante os meses de agosto, setembro, outubro, e novembro. O objetivo deste trabalho será conhecer e divulgar a função do Pedagogo para a comunidade escolar afim de que esta conheça o papel do Pedagogo na escola. Este conhecimento se dará através de atividades como: Leitura de texto; Técnica painel integrado; História em quadrinho e Análise de conceitos sobre o pedagogo. Sendo assim este estudo irá contribuir para a identificação do Pedagogo, esclarecendo os fatores que interferem no seu processo de atuação em sua função.

Palavras-chave Professor Pedagogo; Função; Trabalho pedagógico.

1 PEDAGOGO: QUE SUJEITO É ESSE?

Este material refere-se a uma unidade didática, a qual constitui-se em

material didático de intervenção e implementação pedagógica, sendo parte de uma

atividade realizada pelos professores PDE (Programa de Desenvolvimento

Educacional). A implementação dessa produção se realizará no Colégio Estadual

Irmã Maria Margarida – Ensino Médio e Normal localizado na cidade de Salto do

Lontra - PR, prevista para o segundo semestre do ano de 2011 nos meses de

agosto a novembro.

Este material é composto por uma unidade teórica e aborda o tema

Pedagogo: Que sujeito é esse? Contêm sugestões de atividades que serão

desenvolvidas com Diretores, Pedagogas, Professores do curso de Formação de

Docentes, alunos do 3º ano do curso de Formação de Docentes, Pais, Agente

Educacional I e Agente Educacional II do respectivo Colégio, objetivando, debates a

reflexões sobre o tema proposto, sendo as atividades acompanhadas e avaliadas

durante os meses da implementação do Projeto.

O objetivo deste trabalho será conhecer e divulgar a função do pedagogo

para a comunidade escolar afim de que esta conheça e reconheça o papel deste

profissional na escola. Para tal, apresentaremos o histórico do curso de Pedagogia

até os dias atuais, destacando os conceitos construídos e, estabelecendo assim a

função do pedagogo.

Este conhecimento se dará através de atividades como:

- Leitura de texto;

- Discussão e reflexão sobre a temática utilizando a técnica do painel

integrado;

- Produção de material sobre os conceitos aprendidos referente a temática.

Ex: Histórias em quadrinho.

- Análise de conceitos sobre o pedagogo.

A investigação sobre a função do pedagogo tem sido objeto de estudo entre

pedagogos, na busca de esclarecimentos com relação ao seu próprio trabalho e a

ação pedagógica desenvolvida na escola.

Desde o início de sua história a escola impõe exigências, ao mesmo tempo

em que professores, pais, alunos, direção, assim como os pedagogos tentam

compreender quais as funções que deveriam ser exercidas por este profissional, o

qual serve a organização da mesma.

O objetivo deste texto consiste na reflexão sobre o trabalho do pedagogo,

sabendo que ele é um profissional que atua em várias instâncias da prática

educativa, está a serviço da escola e também da comunidade escolar. Iniciaremos

pela organização do trabalho pedagógico refletindo e discutindo através de

explicação de quem é o pedagogo.

Frente a esta problemática, o estudo sobre o “Pedagogo: que sujeito é

esse?” irá contribuir para a identificação de seu trabalho, o qual envolve o

acompanhamento da aprendizagem do aluno, a contribuição a ação docente do

professor e tantas tarefas as quais são de sua competência.

Analisando o contexto histórico do curso de Pedagogia percebemos que o

pedagogo passou por dificuldades no que tange a sua identidade profissional e seu

papel na escola. Dessa forma, o pedagogo passou a realizar funções alheias ao que

lhe compete e estas ainda não desapareceram, nem se extinguiram nos dias atuais.

Entendemos que é necessário analisar e rever suas funções no âmbito da educação

escolar bem como cabe ao Pedagogo assumir a função de partilhar suas ações,

compreender suas relações com a comunidade escolar, além de ser capaz de

intervir e lançar desafios sempre que necessário.

Entendendo que o trabalho do pedagogo consiste em atuar diretamente em

todas as questões relacionadas com o trabalho pedagógico, buscamos esclarecer

em que contexto este atua, sendo necessário elaborar itens explicativos das

funções. Até hoje não surgiu uma identificação no sentido de explicar quem é o

pedagogo, relacionado com o seu interesse educativo. Espera-se que este estudo

possa contribuir para com todos os envolvidos na escola como um meio a mais para

estabelecer relações democráticas e alcançar êxito no trabalho em conjunto.

O Pedagogo atua diretamente com todos os segmentos na escola, e tenta

identificar os fatores que interferem no seu processo de atuação, em sua função e

superar as dificuldades. Essa atuação o define necessariamente como um mediador

entre a instituição social - a escola, e seus membros, ambos interessados no papel

do Pedagogo. Em decorrência do seu papel de mediador, o Pedagogo lida com

entraves de diversas naturezas. Seu trabalho tem o intuito de proporcionar

condições adequadas a todos, pois os fatores pedagógicos demonstram o interesse

da comunidade escolar com a educação.

O Pedagogo precisa, ao pensar o processo de mudança na escola, analisar

o próprio trabalho, observando e adotando novas práticas e metodologias,

encontrando meios para auxiliar a todos que são sabedores de sua função. Neste

contexto o Pedagogo deve acompanhar e orientar quando lhe for solicitado desde

que seja sua função.

Neste modelo de sociedade capitalista está presente o pedagogo

pesquisador e para que haja um melhor aproveitamento escolar dos alunos, mais

responsabilidade do professor, está presente o pedagogo compromissado com a

escola, com a educação, com a qualidade do ensino e da aprendizagem.

Enquanto pedagoga de uma instituição de ensino pública, compreendo que,

meu compromisso diz respeito à educação, instrumentalizando o conjunto da escola

para compreender a realidade social, elevando todos a um histórico de vivência

crítica e transformadora.

Para o desenvolvimento deste trabalho, realizamos pesquisa bibliográfica e

análise documental. Em seguida foi elaborado um questionário direcionado para dois

professores do Curso de Formação de Docentes, dois alunos deste mesmo curso,

duas pedagogas, dois pais, diretora e diretora auxiliar, dois agentes educacionais l e

dois agentes educacionais ll. Posteriormente foi feita entrevista gravada com esses

sujeitos, do Colégio Estadual Irmã Maria Margarida – Ensino Médio e Normal, no

intuito de esclarecer o que pensam sobre a função do pedagogo na escola, como é

o relacionamento destes no trabalho e também as contribuições que eles dão, bem

como o que poderá ser construído na convivência diária em suas funções.

2 DESENVOLVENDO A TEMÁTICA:

Momentos pelos quais passou o curso de Pedagogia

Na escola o trabalho é realizado por um conjunto de pessoas as quais são

profissionais que trabalham em prol do aluno e de uma educação de qualidade, os

quais deverão sempre estar em sintonia para que a mesma se efetive, e dentro

deste contexto temos a figura do pedagogo, que iniciou sua caminhada desde os

anos de 1939, quando da criação do curso de Pedagogia que formava o bacharel e

o licenciado com dupla função.

O que marcou legalmente a criação do curso de pedagogia foi o Decreto-lei

nº 1190 de 04 de abril de 1939, a partir da organização da Faculdade Nacional de

Filosofia da Universidade do Brasil que, conforme Silva (2003) visava à formação de

bacharéis e licenciados para várias áreas. Para a formação do bacharel a duração

do curso era de três anos, e ao licenciado deveria ser adicionado mais um ano de

didática, ficando conhecido pelo esquema “3+1”. O bacharel era preparado para

cargos técnicos da educação, sendo que o licenciado ocuparia o cargo da docência.

Conseqüentemente havia uma divisão entre as disciplinas do bacharelado e as da

licenciatura, criando um distanciamento e independência entre estes.

Desde os anos de 1939 houve dificuldade em definir o curso de Pedagogia e

também o destino de seus egressos, ora pela dúvida ora pela suspeita, o problema

era sobre a identificação do profissional, bacharel ou licenciado, sendo que no início

dos anos 60 questionava-se a existência do curso, as discussões giravam em torno

da seguinte pergunta, este tem conteúdo próprio? A ideia então foi descartar a

extinção do curso. O conselheiro Valnir Chagas – Conselho Federal de Educação –

CFE, oferece para a identificação do trabalho do Pedagogo como o profissional

formado pelo bacharelado.

O parecer CFE N.252/69, ao mesmo tempo que definiu o mercado de

trabalho para o Pedagogo, perturbou, identificando-o como o campo mais fértil. Na

definição sobre a identidade do curso de pedagogia, houve um avanço quanto aos

estudos teóricos necessários à formação do Pedagogo.

Diz Pimenta (2002) que os encaminhamentos do curso de pedagogia

incidem sobre questões as quais se referem as suas funções ou melhor, para que

ele serve. Neste sentido, perduram ao longo dos anos muitas perguntas a seu

respeito.

A identidade do curso de pedagogia no Brasil teve início no ano de 1939 e

passou por quatro períodos até os dias atuais.

O primeiro foi o das regulamentações de 1939 a 1972 por concentrar as

etapas de organização e reorganização do curso, o segundo de 1973 a 1978 foi

denominado das indicações por representar o conjunto de encaminhamentos

quando da atuação de Valnir Chagas o qual desdobrou o curso em habilitações. O

terceiro de 1979 até 1998 é o período das propostas e merece destaque pelo

movimento e resistência as reformas e lutas contra a ditadura imposta pelo regime

militar O quarto período é o dos decretos: Identidade outorgada (1999...) o qual

define que a formação de professores para as séries iniciais deve ser realizada nos

cursos normais superiores.

A análise das funções atribuídas ao pedagogo em cada um dos períodos de sua história revela que eles representam uma constante busca de definição de quem é esse profissional e, por isso, os conflitos enfrentados atualmente a esse respeito podem ser considerados [...] exacerbação (PIMENTA, 2002, p.134).

A partir da análise da legislação com relação à formação do profissional da

educação através da aprovação, pelo Congresso Nacional da primeira Lei de

Diretrizes e Bases – Nº 4.024/61, o Conselho Federal de Educação estabeleceu os

currículos mínimos para os vários cursos.

Em 1969 o curso de pedagogia foi reorganizado, sendo abolida a distinção

entre bacharelado e licenciatura, criando as “habilitações”. Ficou dividido dessa

forma, de um lado as disciplinas de fundamentos da educação e do outro as das

habilitações. Segundo Silva (2003), sobre a formação de professores, o curso de

graduação visava a formação de profissionais para atuar no ensino normal e de

especialista com as habilitações em supervisor escolar, orientador educacional,

administrador escolar, inspetor escolar e sistemas escolares para atuação nas

instituições de ensino e órgãos governamentais.

O Curso de pedagogia teve regulamentação determinada pelos Pareceres

CFE 292/62, CFE 251/62, CFE 252/69, com a ideia de “formar o especialista no

professor”, estabelecendo que o formado no curso de pedagogia seria titulado como

“licenciado”.

Sobre o curso de pedagogia muitas dúvidas, críticas, problemas e tantos

outros empecilhos e debates surgiram, daí então, chegou-se a determinados pontos:

Extinção ou não do curso de pedagogia; Formação do pedagogo geral ou do pedagogo especialista; Formação do especialista no professor ou do especialista e do professor no educador; Formação do especialista nas habilitações da graduação ou na pós-graduação; Formação na perspectiva da pedagogia do consenso ou da pedagogia do conflito;

Formação mais teórica ou mais prática; Entendimento do pedagogo como reprodutor ou produtor de conhecimento; Adoção de um núcleo central ou de uma base comum de estudos; Abstração ou concretude do termo educador; (BRZEZINSKI, 1996, p. 100).

Pimenta (2002) comenta que na atual política educacional é mais difícil

responder quem é o pedagogo, e se no final de tudo restará algo da pedagogia

diante dessas agruras em que passa o curso.

No decorrer da história do curso de pedagogia busca-se uma resposta:

“quem é o pedagogo?”

Para Libâneo (2002) Pedagogo é aquele que exerce uma atividade

genuinamente prática investigativa, é especialista da educação, mestre, ao qual é

atribuído o cargo de educar um aluno, profissional qualificado para atuar em vários

campos educativos, lida com fatos.

Problemas foram tantos ao curso de pedagogia, que Valnir Chagas explicita

sobre sua manutenção ou extinção, explica que a ideia de extinção seria da

acusação de que faltava conteúdo próprio ao curso, e extinguindo-se o curso,

extinguia-se também a figura do pedagogo.

No final da década de 1970 os professores e estudantes se organizaram

para controlar a reforma dos cursos, através de movimentos, que existem até hoje.

Segundo Brzezinski (1996) educadores passaram, a partir dos anos 80, a

fazer sua própria história, nem tão somente pelo diálogo como também pelos

conflitos, fazendo parte não apenas de movimentos ou organizações, mas dos

movimentos sociais que seguiram rumo a “redemocratização” de força ao

autoritarismo imposto pela ditadura militar. No ano de 1983 houve então uma

proposta de reformulação dos cursos de pedagogia e licenciatura ficando conhecido

como “Documento Final de 1983”, o qual caminhava para as reflexões sobre a

“Formação do Educador”. É mantida a ideia de formar o professor educador tendo a

docência como base da identidade do pedagogo.

A educação brasileira sobre o curso de pedagogia se reestruturou no início

dos anos 90, houve uma reformulação, a qual pode ser percebida pela Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB nº 9394/96 e através do movimento

pela construção das Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia.

A nova LDB 9394/96 trouxe o curso de Pedagogia em discussão e também a

questão de sua identidade. Neste emaranhado de tantas questões relacionadas ao

Pedagogo, a que foi mais a fundo refere-se a função do curso.

Conforme Silva (2003) a respeito do curso de pedagogia, a LDB de 96 diz

que a função do curso é a de formação de profissionais para a Educação Básica.

Art. 64. A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em Pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da Instituição de Ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional.

Em 6 de Dezembro de 1999, o decreto presidencial n° 3.276 determina sua

função, e que a “formação destinada ao magistério na educação infantil e nos anos

iniciais do ensino fundamental se dará exclusivamente em cursos normais

superiores”.(SILVA, 2003, p.85).

Para Pimenta (2002) a regulamentação da LDB 9.394/96 mobilizou

educadores na discussão sobre a formação de professores, considerando que a

pedagogia era destinada para a formação do professor de 1ª a 4ª séries,

nomenclatura dada pela Lei 5692/71.

A Lei 9394/96 propõe uma práxis docente a partir da assimilação do

conhecimento como resultado do processo educativo, um mecanismo viável para a

superação das desigualdades. Estabelece que apenas as universidades deveriam

ofertar o curso de pedagogia, porém enfoca o papel do pedagogo como mediador da

ação educativa, não fixa aspectos da formação específica dessa função.

A legislação não define com clareza o papel do pedagogo, pois permite

diferentes interpretações, coloca em um só nível o gestor e a equipe pedagógica,

cuja função está diretamente ligada à prática pedagógica.

O Pedagogo tem a docência como base obrigatória em sua formação como

também identidade profissional

Esses pedagogos que trabalham nas unidades escolares assessorando e coordenando o trabalho dos professores, acompanhando a vida escolar dos alunos, atuando na gestão escolar ou ainda em outras esferas do sistema

de ensino, são os profissionais da área do magistério que foram se firmando como aqueles que vieram do curso de Pedagogia. Estes profissionais já têm um mercado de trabalho legalmente constituído e são os que se ajustam na identidade construída pelo curso nas últimas décadas. (PIMENTA, 2002, p.183).

O Pedagogo analisa a escola a partir de desafios, em busca de novos

objetivos. Compromissado com a educação, efetiva seu trabalho e concretiza a partir

de referências já existentes que caminham de encontro com reflexões para o

desenvolvimento de ações diversificadas que giram em torno de uma escola

democrática.

Na escola, uma das funções do Pedagogo é, sem dúvida, a de coordenar o

trabalho pedagógico, mediando assim a participação de todos os profissionais e da

comunidade escolar nesta construção.

Relembrando o passado, compreendemos as mudanças que interferiram no

trabalho do Orientador Educacional e do Supervisor Escolar. Dessa forma na nossa

memória fica clara a divisão dos trabalhos. O supervisor atendia os professores e o

orientador atendia os alunos. Isso significava que cada um no ambiente da escola

tinha visões diferentes e não conseguia observar o todo, o conjunto da escola, os

dois se juntaram a um só ficando conhecido como aquele que “faz tudo”, e neste

sentido fica, as vezes em segundo plano, a organização do trabalho pedagógico.

Todos os dias é assim, o aluno está sem uniforme, chegou atrasado, pulou o muro,

agrediu o colega, respondeu a professora, ou também a professora não veio, e

tantas outras situações as quais são colocadas ainda nas fichas dos alunos, e o

Pedagogo fica como “barata tonta” corre de um lado para o outro, tenta resolver

tudo, e não resolve o essencial.

Muitas mudanças aconteceram na educação, uma vez que atingiu

diretamente o professor e o pedagogo, causando insegurança, medo e dificuldades

de se encontrar no meio social. É preciso ressaltar e realizar a prática reflexiva

voltada sempre ao processo educacional, e com isso buscar soluções junto ao

coletivo, procurando novas alternativas para os problemas. Pensa-se neste sentido

em reorganização, transformação, reconstrução e mudança para transformar a

realidade vivida diariamente na escola.

O Pedagogo escolar se depara, diariamente, com várias situações

estressantes, as quais o coletivo da escola entende que também é tarefa dele além

de trabalhar as questões pedagógicas voltadas para a orientação do docente e do

aluno.

Libâneo (2002) comenta que, por volta do século XVI, Mialaret (1991) define

o “Pedagogo como mestre ao qual se dá o encargo de instruir e educar um aluno, de

ensinar-lhe gramática e de vigiar suas ações”.

Para Pimenta (2002) Pedagogia “é ensino e dirige-se a crianças, então

quem ensina crianças é Pedagogo” (p.62 ) “é o profissional que atua em várias

instâncias da pratica educativa”(p.68). Afirma ainda que o ensino envolve

sentimentos, emoções, daí é que se dá o conhecimento dos interesses e

necessidades dos alunos, sensibilidade para se entender o mundo do outro, e diz

ainda que a escola não é uma empresa e o aluno não é cliente.

Percebendo algumas dificuldades na função do pedagogo perguntamos: O

que será possível fazer diante da realidade quando tantas tarefas, diferentes de sua

função, este deve cumprir? Por exemplo: "Abrir e fechar o portão da escola",

"Organizar festas, ou promoções para arrecadar dinheiro", "Atender os alunos com

problema de indisciplina", "Substituir professores e demais funcionários", "Fazer o

papel de assistente social, psicóloga, terapeuta, bibliotecária, entre outros".

Analisando as estruturas e organizações das instituições de ensino, as quais não

favorecem o contexto em sua dimensão, é comum vivenciarmos a insatisfação dos

pedagogos do que gostariam ou deveriam fazer com o que efetivamente fazem, aos

sujeitos que atuam na instituição de ensino. Em sua trajetória, o curso de pedagogia sofreu grandes mudanças umas

com mais ênfase e outras mais superficiais, sabendo que estas eram para a

formação de professores na Escola Normal. O curso de pedagogia passou por

tantos desafios, e hoje encontra dificuldades, por não ter seu papel definido no atual

contexto. “Na verdade, a questão da identidade do curso de Pedagogia é um

assunto complexo e por isso deve ser tratado com muita prudência.” (PIMENTA,

2002, p. 131).

Conforme Libâneo (2002) o pedagogo é o profissional que exerce influência

de uma forma ou de outra no trabalho pedagógico, na comunicação e no

entendimento do contexto histórico, ele não é somente prático e nem somente um

teórico.

É evidente nas escolas que docentes de outras áreas critiquem o trabalho

dos pedagogos “muitos parecem estar se escondendo de sua profissão ou, ao

menos, precisando justificar cotidianamente seu trabalho”. (LIBÂNEO, 2002, p. 29).

O pedagogo transmite conhecimento para as diferentes áreas,

responsabilizando-se com o professor no desenvolvimento educacional dos alunos,

exerce liderança no sistema educacional, contribui para o crescimento cognitivo em

cada educando e a vontade de ser diferente.

A clareza do entendimento sobre o pedagogo tem como propósito

compreender as contradições e em que contexto da organização do trabalho do

pedagogo articula a prática pedagógica, sabendo que ele é fundamental numa

escola que se presta a uma educação de qualidade. Frente a tantas discussões

podemos considerar a articulação do trabalho pedagógico como principal meio de

garantir um ensino de qualidade.

A escola que queremos é aquela onde há uma aprendizagem sistemática,

adequada, de um saber elaborado, onde pedagogos são formadores de sujeitos

sociais. Cabe a escola estar organizada para desempenhar seu papel frente à

sociedade a qual está inserida. Cabe ao próprio pedagogo valorizar sua função,

como aquele profissional compromissado com a escola e com a sociedade, na

medida em que este desenvolva sua função, tendo clareza e valorizando seu papel,

sabendo quando e como intervir.

Temos hoje a figura do pedagogo como a figura de um educador e mediador

que tenta, de uma maneira ou de outra, transformar a escola, e agir na construção e

reflexão do processo educativo que se quer.

Todavia, observamos diariamente o pedagogo sobrecarregado, tratando de

questões emergenciais, separando-se, ou melhor, distanciando-se de contribuir ao

que compete à sua formação.

O reconhecimento do papel do pedagogo depende tão somente da

intencionalidade do seu trabalho. Na organização diária da escola, as pessoas

executam trabalhos diversos, entre estes, o pedagogo é um deles, sempre rumo à

organizar as salas, atender aos alunos, ao trabalho dos professores, o planejamento

curricular, a avaliação, o conselho de classe, a organização da escola de um modo

geral.

No cotidiano escolar, o principal objetivo, é a aprendizagem do aluno, deste

modo o pedagogo fica atento aos conteúdos selecionados pelos professores,

acompanha sua efetivação.

As exigências no processo de transformação no mundo do trabalho trazem

para a educação questionamentos referentes ao perfil do pedagogo. O que acontece

na escola é que, quando os pedagogos propõem atividades distintas, os

profissionais não aceitam, sempre colocando empecilho e os resultados não são

aqueles esperados.

É necessário que os profissionais trabalhem engajados numa mesma visão,

sem anular o que se pretende, “ninguém nasce sabendo”, assim devemos, com

responsabilidade e comprometimento, fazer o trabalho de maneira coletiva, tendo

assim maiores chances de dar certo.

Analisando as dificuldades da função do pedagogo questiona-se o que se

quer, o que se faz e o que é possível fazer diante do dia a dia da escola, com a

necessidade de administrar o seu tempo de maneira a cumprir inúmeras tarefas.

Certas condições organizacionais de trabalho nem sempre favorecem o

desenvolvimento da função da forma que se apresentam, as reclamações e

ansiedades decorrentes do desejo de fazer tudo o que precisaria ser feito. O

pedagogo deve cumprir uma série de atividades burocráticas em relação à

organização da escola como: relatórios, fichas, registro de reuniões, entre outras.

Assim é comum aos pedagogos a insatisfação de fazer aquilo que não gostariam e

de deixar de fazer aquilo que deveriam.

O que dizem os documentos do estado do Paraná sobre o Pedagogo

Conhecer o que apresenta a documentação do estado do Paraná sobre a

função do Pedagogo nos parece pertinente para a discussão do tema proposto para

esta Unidade Didática. Um deles, o qual discutimos aqui, se refere ao Regimento

Escolar das escolas estaduais do Paraná.

Sendo o Regimento Escolar um instrumento fundamental para a organização

pedagógica e administrativa nas escolas Estaduais do Paraná, evidenciamos que

nele aparece o compromisso do Pedagogo em colaborar para o êxito do trabalho

escolar. O referido documento, possui normas e regras que regulam as atividades

dos sujeitos que estão nas instituições de ensino.Temos em mãos um documento

legal que deixa clara a função do Pedagogo, afirmando que este deve assegurar a

gestão democrática, possibilitar a qualidade do ensino e fortalecer a autonomia

pedagógica. Diz o Regimento Escolar das escolas estaduais do Paraná:

Ao pedagogo compete:

Assegurar o princípio constitucional de igualdade de condições para o acesso e permanência do aluno no estabelecimento de ensino; Manter e promover relações cooperativas no âmbito escolar; Seguir as diretrizes definidas na proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; Manter o respeito e ambiente favorável ao desenvolvimento do processo pedagógico; Comunicar aos órgãos competentes quanto à frequência dos alunos, para tomada das medidas cabíveis; Dar atendimento ao aluno independentemente de suas condições de aprendizagem; Aos integrantes da equipe pedagógica cabe organizar a hora/atividade dos docentes da escola, garantindo a reflexão sobre o processo pedagógico; Manter os pais e/ou responsáveis e os alunos informados sobre o Sistema de Avaliação da Escola, no que diz respeito sua área de atuação; informar o aluno sobre a frequência e rendimento escolar obtidos no decorrer do ano letivo; Estabelecer estratégias de recuperação de estudos, no decorrer do ano letivo, visando a melhoria do aproveitamento escolar; Receber o pedido de revisão de notas dos alunos no prazo estabelecido no Sistema de Avaliação; Cumprir e fazer cumprir os horários e calendário escolar; Comparecer pontualmente ao estabelecimento de ensino nas horas efetivas de trabalho e quando convocado para outras atividades programadas e decididas pelo coletivo da escola; Cabe as equipes pedagógicas acompanhar as reposições de conteúdos aos discentes; (Fonte: www.diaadiaeducacao.pr.gov)

Este material é um roteiro de estudos a fim de que os sujeitos participantes

da escola (pais, professores, direção, funcionários, alunos e pedagogos) tenham

clareza e compreensão das tarefas do Pedagogo e juntos possam ser

transformadores da realidade, tendo como desafio a tomada de decisões coletivas.

Entendemos o Pedagogo como aquele que tem intenção de fazer, realizar, mudar e

encontrar alternativas junto com professores, para melhorar o entrosamento de

pedagogos e docentes, auxiliando e contribuindo na implementação do trabalho pedagógico no Colégio Estadual Irmã Maria Margarida.

Após conhecer as funções atribuídas ao Pedagogo, a escola tem a

possibilidade de abrir-se a oportunidades, de trocar experiências, assim será

possível melhorar a atual prática do Pedagogo no Colégio.

Ao Pedagogo compete buscar, nas diferentes áreas do conhecimento,

fundamentos para analisar, aprender e entender as diferentes práticas, as quais se

desenvolvem no âmbito escolar. Portanto, é o trabalho pedagógico que dá suporte

ao processo educativo e ao trabalho desse profissional.

Procedimento metodológico:

Para o desenvolvimento da unidade didática “Pedagogo: Que Sujeito é

Esse?”, trabalharemos nos meses de Agosto, Setembro, Outubro e Novembro com

os seguintes grupos:

a) Professores do Curso de Formação de Docentes;

b) Alunos do 3º ano do Curso de Formação de Docentes;

c) Pedagogas e Direção;

d) Funcionários;

e) Pais;

Todos os participantes são do Colégio Estadual Irmã Maria Margarida –

Ensino Médio e Normal.

As atividades a serem desenvolvidas:

Correspondem a discussão, reflexão e socialização do tema proposto para

estudo e se constituem nas seguintes ações:

a) Professores do Curso de Formação de Docentes

1- Leitura de textos:

Título: Ainda as perguntas: O que é pedagogia, quem é o Pedagogo, o que

deve ser o curso de Pedagogia. In: PIMENTA, Selma Garrido. (Orgs) Pedagogia e Pedagogos: Caminhos e Perspectivas.

Autor: José Carlos Libâneo e Selma Garrido.

Ano: 2002

Editora: Cortez

Páginas: 59 à 96

Título: Curso de Pedagogia no Brasil Uma questão em aberto. In: PIMENTA, Selma Garrido (Orgs). Pedagogia e Pedagogos: Caminhos e Perspectivas.

Autor: Carmem Silvia Bissoli da Silva

Ano: 2002

Editora: Cortez

Páginas: 129 à 150

2- Técnica:

Painel integrado – cada grupo receberá uma parte do texto para leitura e

discussão, recebendo cada membro um número, exemplo: 1,2,3,4... Após o estudo

os participantes que receberam o número 1 de cada grupo, formarão um novo grupo

e assim sucessivamente. Nesse novo grupo constituído, cada participante irá expor

o que foi debatido sobre o seu conteúdo.

3- Apresentação oral e análise dos conceitos aprendidos sobre o Pedagogo.

b) Alunos do 3º ano do Curso de Formação de Docentes

1- Leitura de textos:

Título: Ainda as perguntas: O que é pedagogia, quem é o Pedagogo, o que

deve ser o curso de Pedagogia. In: PIMENTA, Selma Garrido. (Orgs) Pedagogia e Pedagogos: Caminhos e Perspectivas.

Autor: José Carlos Libâneo e Selma Garrido.

Ano: 2002

Editora: Cortez

Páginas: 5 9 à 96

Título: Curso de Pedagogia no Brasil Uma questão em aberto. In: PIMENTA,

Selma Garrido (Orgs). Pedagogia e Pedagogos: Caminhos e Perspectivas.

Autor: Carmem Silvia Bissoli da Silva

Ano: 2002

Editora: Cortez

Páginas: 129 à 150

2- Técnica:

Painel integrado, cada grupo receberá uma parte do texto para leitura e

discussão, recebendo cada membro um número, exemplo: 1,2,3,4... Após o estudo

os participantes que receberam o número 1 de cada grupo, formarão um novo grupo

e assim sucessivamente. Nesse novo grupo constituído, cada participante irá expor

o que foi debatido sobre o seu conteúdo.

3- Após discussão dos textos, novo grupo será constituído para produção de

histórias em quadrinhos cujo objetivo é demonstrar como é o dia a dia do Pedagogo

a partir do olhar dos alunos. Este material será, confeccionada em cartolina para

após ser apresentado ao grande grupo e expostas no colégio.

c) Pedagogas e Direção

1- Leitura de texto:

Título: Ainda as perguntas: O que é pedagogia, quem é o Pedagogo, o que

deve ser o curso de Pedagogia. In: PIMENTA, Selma Garrido. (Orgs) Pedagogia e Pedagogos: Caminhos e Perspectivas.

Autor: José Carlos Libâneo e Selma Garrido.

Ano: 2002

Editora: Cortez

Páginas: 59 à 96

Título: Curso de Pedagogia no Brasil Uma questão em aberto. In: PIMENTA,

Selma Garrido (Orgs). Pedagogia e Pedagogos: Caminhos e Perspectivas.

Autor: Carmem Silvia Bissoli da Silva

Ano: 2002

Editora: Cortez

Páginas: 129 à 150

2 - Técnica:

Painel integrado cada grupo receberá uma parte do texto para leitura e

discussão, recebendo cada membro um número, exemplo: 1,2,3,4... Após o estudo

os participantes que receberam o número 1 de cada grupo,formarão um novo grupo

e assim sucessivamente.Nesse novo grupo constituído, cada participante irá expor

o que foi debatido sobre o seu conteúdo.

d) Funcionários

1- Leitura de texto:

Título: Ainda as perguntas: O que é pedagogia, quem é o Pedagogo, o que

deve ser o curso de Pedagogia. In: PIMENTA, Selma Garrido. (Orgs) Pedagogia e Pedagogos: Caminhos e Perspectivas.

Autor: José Carlos Libâneo e Selma Garrido.

Ano: 2002

Editora: Cortez

Páginas: 59 à 96

2 - Técnica:

Painel integrado cada grupo receberá uma parte do texto para leitura e

discussão, recebendo cada membro um número, exemplo: 1,2,3,4... Após o estudo

os participantes que receberam o número 1 de cada grupo, formarão um novo grupo

e assim sucessivamente Nesse novo grupo constituído, cada participante irá expor

o que foi debatido sobre o seu conteúdo.

e) Pais

1- Exposição oral de conceitos sobre o Pedagogo pela professora

proponente por meio de slides e posterior discussão e comentários com os pais

participantes da atividade.

REFERÊNCIAS: BRZEZINSKI, Iria. Pedagogia, Pedagogos e Formação de Professores. 5.ed. São Paulo: Papirus, 1996.

LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e Pedagogos, Para Que? 5 ed. São Paulo: Cortez, 2002.

PARANÁ, Portal Dia a dia Educação: Regimento Escolar. Disponível em: < http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/escola/3_ed_Regimento_com_ISBN.pdf> Acesso em 30/11/2010.

PIMENTA, Selma Garrido. Pedagogia e Pedagogos: Caminhos e Perspectivas. São Paulo: Cortez, 2002.

SILVA, Carmem Silvia Bissoli da. Curso de Pedagogia no Brasil: história e identidade. São Paulo: Autores Associados, 2003.