Fichamento

10
Universidade Federal do Maranhão-UFMA Centro de Ciências Humanas-CCH Curso de Letras-Espanhol Disciplina: Didática II Profª Rosemary Silva Aluna: Sonia Suenne de Jesus Alves Almeida Fichamento CHARLOT,Bernad. Relação com o saber, formação e globalização: questões para a educação hoje / Bernard Charlot.- Porto Alegre: Artmed,2005. Capítulo 1 1. Ideias centrais A relação com o saber: questão antiga, noção nova. A problemática psicanalítica: o saber como objeto de desejo. A problemática sociológica: do social como posição ao social como posição, história e atividade. A relação com o saber: uma questão para a didática ? 2. Argumentos das ideias centrais A questão da relação com o saber não é nova. (p.35) “ O desejo de saber pode ser considerado como um dado, mas o fato de o objeto do desejo tornar-se o saber não é nada evidente. O desejo de saber deve eleger o saber, um saber, este ou aquele saber, ou então eleger outros objetos como substituto do saber.”(p.37) Em primeiro lugar, é a relação com a linguagem, com a cultura, com o saber que estabelece vínculo entre o sistema escolar e a estrutura das relações de classe. (p.38) Em segundo lugar, poder-se-ia concluir que a escola pode reduzir a desigualdade social em relação ao sucesso

Transcript of Fichamento

Page 1: Fichamento

Universidade Federal do Maranhão-UFMACentro de Ciências Humanas-CCHCurso de Letras-EspanholDisciplina: Didática IIProfª Rosemary SilvaAluna: Sonia Suenne de Jesus Alves Almeida

Fichamento

CHARLOT,Bernad. Relação com o saber, formação e globalização: questões para a educação hoje / Bernard Charlot.- Porto Alegre: Artmed,2005. Capítulo 1

1. Ideias centrais● A relação com o saber: questão antiga, noção nova.● A problemática psicanalítica: o saber como objeto de desejo.● A problemática sociológica: do social como posição ao social como posição,

história e atividade.● A relação com o saber: uma questão para a didática ?

2. Argumentos das ideias centrais

● A questão da relação com o saber não é nova. (p.35)● “ O desejo de saber pode ser considerado como um dado, mas o fato de o

objeto do desejo tornar-se o saber não é nada evidente. O desejo de saber deve eleger o saber, um saber, este ou aquele saber, ou então eleger outros objetos como substituto do saber.”(p.37)

● Em primeiro lugar, é a relação com a linguagem, com a cultura, com o saber que estabelece vínculo entre o sistema escolar e a estrutura das relações de classe. (p.38)

● Em segundo lugar, poder-se-ia concluir que a escola pode reduzir a desigualdade social em relação ao sucesso escolar trabalhando no sentido de transformar a relação com a linguagem, com a cultura e com o saber.(p.38)

● Porém, em terceiro lugar uma transformação das práticas pedagógicas pressupõe condições objetivas: “somente um sistema escolar que sirva a um outro sistema de funções externas e , correlativamente, a um outro estado da relação de força entre as classes poderia tornar possível tal ação pedagógica.” (p.39)

● O habitus é um conjunto de disposições psíquicas socialmente construídas que funciona como matriz das representações e das práticas do indivíduo. (p.39)

Page 2: Fichamento

● Realizar pesquisas sobre a relação com o saber é buscar compreender como o sujeito apreende o mundo e, com isso, como se constroí e transforma a si próprio: um sujeito indissociavelmente humano, social e singular.(p.41)

● Estudar a relação com o saber é estudar o próprio sujeito enquanto se constrói por apropriação do mundo. (p.42)

● … não há saber senão em uma relação com o saber. A questão da relação com o saber não acrescenta a esta do saber; é uma questão que interpela a própria concepção do saber. (p.43)

● De fato, a constituição do eu epistêmico não é somente uma condição da situação didática, é também um de seus efeitos: é também através do confronto com objetos do saber que o aluno consegue dissociar o eu empírico … (p.44)

3. Análise crítica

Não há saber somente por saber, as relações são infinitas, tanto que há discuções antigas que durou um longo período, e que sempre se reformula sobre o que realmente é o saber. Ninguém sabe igualmente, pois esta ligado com cada sujeito, cada um aprende de um jeito por estar inserido em contextos diversos, pois cada indivíduo tem suas próprias características e interesses do que quer saber.Há um conhecimento empírico e prévio sobre cada assunto.

O autor traz a reflexão do saber, com suas problematicas, sua trajetória, seus nuances e uma ideia prévia de que o saber se elege de acordo com o desejo. Aponta também as condições de ensino em seus aspectos gerais, e a visão de não somente um saber específico mas a generalidade do saber em suas relações, fazendo com que repensemos os conceitos já propostos para tomar novas atitudes.

Compreendo que o saber vem através da pratica do conhecimento apreendido de algo que há desejo ou puramente por experiência . A uma soma de saberes que nos formar como sujeito.

4. Considerações Finais

Nesse texto pode se perceber que o autor sugere uma pedagogia que crie possibilidades de sucesso escolar, além das criticas as práticas tradicionais. Essa teoria não traz somente a tona os velhos costumes que se constroem através da transmissão de conteúdos, como também uma reflexão sobre as possibilidades, dificuldades ou impedimentos desse sucesso nos meios populares.

Vale ressaltar que a relação do saber com o mundo é um objeto da educação e não somente acumulação de conteúdos, é o meio pelo qual pode se construir uma base intelectual se relacionando com o social e o cultural. Também há uma relação de identidade mostrando que o aprender não significa a mesma coisa para todos, a descoberta do saber se da pela forma como o sujeito deseja seu objeto de estudo.

Page 3: Fichamento

Universidade Federal do Maranhão-UFMACentro de Ciências Humanas-CCHCurso de Letras-EspanholDisciplina: Didática IIProfª Rosemary SilvaAluna: Sonia Suenne de Jesus Alves Almeida

Fichamento

CHARLOT,Bernad. Da Relação com o Saber: elementos para uma teoria. Porto Alegre: Artmed, 2000. Capitulo 5

1. Ideias Centrais● O saber e as figuras do aprender

○ Não há saber sem relação com o saber○ As figuras do “aprender”

■ As figuras do aprender: referência■ A relação epistêmica com o saber■ A relação de identidade com o saber■ A relação social com o saber

2. Argumentos das ideias centrais

● … qualquer tentativa para definir “o saber” faz surgir um sujeito que mantém com o mundo uma relação mais ampla do que a relação de saber.(p.59)

● Procurar o saber é instalar-se num certo tipo de relação com o mundo; mas existem outros. Assim, a definição do homem enquanto sujeito de saber se confronta à pluraridade das relações que ele mantém com o mundo.(p.60)

● A Razão é uma forma de relação com o mundo que constantemente se reveste de outras formas, que não pertencem ao domínio da razão: atrás do sujeito de saber, a análise traz à tona as outras dimensões do sujeito. (p.60)

● O sujeito de saber desenvolve uma atividade que lhe é própria: argumentação, verificação, experimentação, vontade de demostrar, provar, validar. Essa atividade é também ação do sujeito sobre ele mesmo: tomar o partido da Razão e do saber é endossar exigências e proibições relativas a si próprio. (p.60)

● O sujeito de saber não pode ser compreendido sem que se o apreenda sob essa forma específica de relação o mundo. em outras palavras, não se poderia, para definir a relação com o saber, partir do sujeito de saber ( da

Page 4: Fichamento

Razão); pois, para entender o sujeito de saber, é é preciso apreender sua relação com o saber. p. 61)

● O conhecimento é o resultado de uma experiência pessoal ligada à atividade de uma atividade de um sujeito provido de qualidades afetivo-cognitivas; como tal, é intransmissível, está “sob da subjetividae”. (p.61)

● Não é o próprio saber que é prático, mas sim, o uso que é feito dele, em um relação prática com o mundo.(p.62)

● É verdade que a prática mobiliza informações, conhecimento e saberes; e nesse sentido, é exato dizer-se que há saber nas práticas, mas, novamente, isso não quer dizer que sejam um saber.(62-63)

● O saber é construído em uma história coletiva que é a da mente humana e das atividades do homem e está submetido a processos coletivos de validação, capitalização e transmissão. (p.63)

● Se o saber é relação, o processo que leva adotar uma relação de saber com o mundo é que deve ser o objeto de uma educação intelectual e, não, a acumulação de conteúdos intelectuais. (p.64)

● Todo ser humano aprende: se não aprendesse, não se tornaria humano. Aprender, no entanto, não equivale a adquirir um saber, entendido como conteúdo intelectual: a apropriação de um saber-objeto não é senão uma das figuras do aprender. (p.65)

● Qualquer que seja a figura do aprender, o espaço do aprendizado é, portanto, um espaço-tempo partilhando com outros homens. O que está em jogo nesse espaço-tempo não é meramente epistêmico e didático. (p.68)

● Aprender é uma atividade de apropiação de um saber que não se possui, mas cuja existência é depositada em objetos, locais, pessoas.(p.68)

● Aprender é tornar-se capaz de regular essa relação e encontrar a distância conveniente entre si e os outros, entre si e si mesmo; e isso, em situação. Assim chamamos esse processo epistêmico distanciação-regulação.(p.70)

● Mas qualquer relação com o saber comporta também uma dimensão de identidade: aprender faz sentido por referência à história do sujeito, às suas referências, à sua concepção da vida, às suas relações com os outros, à imagem que tem de si e à que quer dar de si aos outros.(p.72)

● … a análise da relação com o saber enquanto relação social não deve ser feita independentemente da análise das dimensões epistêmica e identitária, mas, sim, através delas.(p.74)

3. Análise CriticaEncontramos a ideia que o sujeito em meio a sociedade aprende para se tornar

sujeito aceito por ela, através de diversas formas que se dão pelos meios relacionais, do domínio de um objeto ou de uma atividade. O sujeito se relaciona com o mundo e com saber por meio deles vivencia

Page 5: Fichamento

Universidade Federal do Maranhão-UFMACentro de Ciências Humanas-CCHCurso de Letras-EspanholDisciplina: Didática IIProfª Rosemary SilvaAluna: Sonia Suenne de Jesus Alves Almeida

Fichamento

SACRISTÀN, J. Gimeno; PÉREZ GOMES, A. I. Compreender e transformar o

ensino. 4. ed. Porto Alegre: AR-TMED, 2000. Capítulo 8

1. Ideias Centrais

● Aproximação ao conceito: o ensino como plano e o plano do currículo

● Caracterização do plano do ensino e no currículo.

○ Planejar o currículo depende da sua amplitude

○ Diante de que tipo de prática nos encontramos?

○ O plano numa atividade pré-definida

○ A prática de ensino e o desenvolvimento do currículo são processos

indeterminados

○ Diferentes atribuições no plano do currículo: âmbito em que se tomam

decições

● Agentes decisórios e planejadores

2. Argumentos das ideias centrais

● Plano indica a confecção de um apontamento, rascunho, croqui, esboço ou

esquema que representa uma ideia , um objeto, uma ação ou sucessão de

ações, uma aspiração ou projeto que serve como guia para ordenar a

atividade de produzi-lo efetivamente. (p.197)

● O plano faz parte fundamental da preparação profissional e serve,

precisamente para distinguir a atuação própria da que é praticada por outras

profissões, centradas no cultivo direto do conhecimento ou na realização

prática do plano. (p. 198)

● A experiência prévia é um acervo aproveitável para prever planos adequados

em momentos concretos, ainda que sempre tenhamos que encarar a

singularidade de cada situação que nos demanda respostas particulares …, o

Page 6: Fichamento

ensino pode ser concebido como uma atividade e uma profissão de planejar,

situada entre o conhecer e o atuar.(p.199)

● A concepção do plano, as possibilidades de precisá-lo ou prever a ação,as

operações que realizar-se-ão estão relacionadas com as funções educativas

as quais se queiram abranger. (p.2002)

● A utilidade do plano está em nos ajudar a dispor de um esquema que

represente um modelo de como pode funcionar a realidade, antes de ser uma

previsão precisa dos passos a serem dados.(p.203)

● Observemos que a prática de ensino é uma atividade que existe em certas

condições, próprias do tipo de escolarização dominante. Às vezes, as

limitações aparecem como obstáculos reais, mas em muitos outros casos são

tacitamente assumidas como componentes do meio natural em que os

docentes trabalham.(p.206)

● a prática do professor/a supõe um equilíbrio dialético entre o

condicionamento alheio e prévio à sua vontade e a iniciativa própria, com

doses variadas de um e de outro, de acordo com os níveis do sistema

educativo em que se trabalhe.(p.207)

● A educação, o ensino, o currículo, são processos de natureza social que

permitem ser dirigidos por idéias e intenções, mas que não podem ser

previstos totalmente antes de serem realizados. (p.207)

● o plano incorporará a condição de ser uma proposta de tentativa singular

para um contexto, para alguns alunos/as, apoiando e,m princípios

interpretáveis, abertos.(p.210)

● É evidente que a competência de construir um currículo não será atribuição

exclusiva dos professores/as, porque as decisões implicadas ultrapassam a

responsabilidades destes e , circunstancialmente, porque podem não dispor

dos instrumentos e da competência para fazê-lo.(p213)

● os âmbitos de planejamento não formam um sistema de níveis totalmente

hierarquizadas nos quais o que se faz num deles determina de todo o que se

realiza em outro em estreita dependência.(p.214)

● O plano é concebido como uma função política repartida com capacidade de

determinar a pática, estabelecer as relações entre esses âmbitos e formar

hipóteses de investigação.(p.221)

3. Análise critica

No capítulo 8, cujo tema é Plano do currículo, plano do ensino: o papel dos

professores/as, relata de forma concisa sobre a questão do plano de aula na vida de

Page 7: Fichamento

um professor, a sua relevância para desempenho de uma aula enfatizando a

importância da reflexão sobre a realidade da condição prática docente. O plano

curricular é o meio em que o professor pode conseguir mudar o ambiente da aula,

para que funcione de formar dinâmica, tendo interação professor/aluno.

O texto sempre aponta para o fato de que o plano é a peça fundamental no

ambiente escolar, pois através dele o professor poem em prática ações concretas

para desenvolver o currículo proposto a ele e faz também que os alunos tenham

uma apredizagem progressiva.

O autor ao expor seus questionamentos, exemplos e explanações nos faz reparar

a utilidade do plano curricular. Percebemos que por meio dele nos enriquecemos de

forma profissional, além de nos fazer refletir sobre a pratica do ensino, outra coisa é

que através da determinação das atividades vemos a interação entre o professor e o

aluno, assim juntando a teoria com a prática. Os planos nas salas de aula trazem

maior segurança para o desenvolver das atividades. Com essa soma de utilidades a

formação curricular acontece de forma positiva tanto para o educador quanto para o

educando.

4. Considerações finais

Conclui-se que o plano curricular tem um papel importante, por meio dele alcançamos melhorias no âmbito escolar, é uma ferramenta ampla, coletiva, social e política. Com objetivo de orientar o professor na prática educativa. Todavia não se resume a isso, estar além de uma aula, a todo um contexto e uma carga histórica de um pensamento que muitas vezes é atrasado sobre sua relevância. É uma ferramenta de grande utilidade mas boa parte dos professores so fazem porque é preciso ou porque é subjugado, não há utilização como deveria, é somente para cumprir tabela. Enquanto não houver metanóia não haverá metamorfose.